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Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 765 1436 b) Incorreto. Não será por aumento da demanda pela prestação do serviço público para tal empresa concessionária que a duração do contrato terá prazo diminuído. c) Incorreto. A situação não corresponde a possibilidade de extinção do contrato pela encampação. Além disso, é necessário que ocorra a indenização prévia. Vejamos abaixo a definição da Lei 8.987/1995: Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. (grifos não constantes do original) d) Incorreto. Não houve descumprimento contratual por parte da concessionária. O que houve na verdade foi um aumento da demanda pelo serviço da concessionária, fato que ocasionará receitas não previstas e, dessa forma, este fato irá impactar no equilíbrio econômico-financeiro do contrato, devendo este ser reequilibrado para ambas as partes. e) Correto. Nas situações que ocorrerem fatos não previstos no contrato de concessão no que se refere às tarifas, é necessário ocorrer o reequilíbrio econômico-financeiro de tal forma a manter a margem de lucro do concessionário. No caso da questão, ocorreu o inverso. Surgiram receitas não previstas e sem participação do concessionário nesse incremento e que irão favorecer a modicidade das tarifas. Dessa forma, o reequilíbrio ocorrerá em favor do poder concedente, uma vez que quanto mais receitas entrarem para o sistema, o preço da tarifa se reduz e, consequentemente, o usuário final dos serviços públicos irá pagar menos. Se permanecessem os mesmos preços a serem pagos a título de tarifas, mesmo com o aumento de receitas não previstas, o concessionário iria aumentar sua margem de lucro e sem ter contribuído para tal incremento das receitas. Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato. (grifos não constantes do original) Gabarito: Letra E. 52. 2015/FCC/TRT-6ª REGIÃO/TRT-6ª REGIÃO(PE)/Juiz do Trabalho Conforme destaca Maria Sylvia Zanella di Pietro, não é tarefa fácil definir o serviço público, pois a sua noção sofreu consideráveis transformações no decurso do tempo, quer no que diz respeito aos seus elementos constitutivos, quer no que concerne à sua abrangência, enfatizando que as primeiras noções de serviço público surgiram na França, com a chamada Escola de Serviço Público, e foram tão amplas, que abrangiam, algumas delas, todas as atividades do Estado. Esse conceito, por certo, evoluiu no tempo e, atualmente, de acordo com o nosso ordenamento pátrio, Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 766 1436 a) o elemento subjetivo utilizado para definição de serviço público considera que determinada atividade se enquadra em tal categoria quando prestada originalmente pelo poder público, que pode, todavia, transferir a titularidade da mesma a particular sob o regime de concessão ou permissão. b) o elemento finalístico envolvido no conceito de serviço público considera que determinada atividade apenas pode ser classificada como serviço público quando não passível de exploração econômica. c) constituem serviço público as atividades de interesse da coletividade apenas quando prestadas, diretamente pelo poder público, sendo este o seu principal elemento subjetivo. d) um dos elementos de definição do serviço público é o formal, que predica que o enquadramento de determinada atividade material nessa categoria pressupõe previsão legal ou constitucional. e) decorre do conceito material de serviço público a conclusão de que determinada atividade se insere em tal categoria em face de sua própria natureza, independentemente de previsão legal ou constitucional. Comentários a) Incorreto. Segundo a lição de Maria Sylvia de Pietro para elemento subjetivo (p.135,2018), 1. sua criação é feita por lei e corresponde a uma opção do Estado; este assume a execução de determinada atividade que, por sua importância para a coletividade, parece não ser conveniente ficar dependendo da iniciativa privada; 2. a sua gestão também incumbe ao Estado, que pode fazê-lo diretamente (por meio dos próprios órgãos que compõem a Administração Pública centralizada da União, Estados e Municípios) ou indiretamente, por meio de concessão ou permissão, ou de pessoas jurídicas criadas pelo Estado com essa finalidade. Dessa forma, o conceito de serviço público sob a ótica do elemento subjetivo diz que os serviços são escolhidos por Lei e correspondem a uma opção do Estado. A afirmativa disse que o conceito de serviço público era relativo ao que ela realizava. Com isso, só por ser realizado pelo ente público já era considerado serviço público. Além disso, a questão se equivoca ao dizer que “que pode, todavia, transferir a titularidade da mesma a particular sob o regime de concessão ou permissão”, uma vez que quando delega os serviços a terceiros transfere apenas a execução dos serviços e não a titularidade. b) Incorreto. O conceito finalístico de serviço público tem a ver com a oportunidade de alcançar a solidariedade social; c) Incorreto. Pois no conceito de serviço público no aspecto subjetivo também é aceitável a execução pelos particulares, conforme comentado na letra “a”. d)Correto. Por serviço público formal, entende-se que o regime jurídico deva ser o de direito público. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 767 1436 e) Incorreto. Para se inserir no conceito material de serviço público basta que a atividade seja exercida pelo Estado beneficiando uma coletividade de indivíduos. Gabarito: Letra D. 53. 2015/CESPE/DPE-PE/Defensor Público Com base na jurisprudência do STJ, julgue o item seguinte. Segundo o entendimento jurisprudencial dominante no STJ relativo ao princípio da continuidade dos serviços públicos, não é legítimo, ainda que cumpridos os requisitos legais, o corte de fornecimento de serviços públicos essenciais, em caso de estar inadimplente pessoa jurídica de direito público prestadora de serviços indispensáveis à população. ( ) Certo ( ) Errado Comentários Correto. Não pode ocorrer a interrupção no fornecimento de serviços essenciais às pessoas jurídicas de direito público, ainda que cumpridos os requisitos legais. Portanto, sempre quando existir a presença do serviço essencial será vedado o corte. Vejamos abaixo um precedente importante do STJ sobre o tema: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.290.034 - GO (2018/0107129-7) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE PIRANHAS ADVOGADOS : RUBENS FERNANDO MENDES DE CAMPOS E OUTRO (S) - GO008198 VALDENÍSIA MARQUES SILVA - GO022358 AGRAVADO : CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. - CELG D ADVOGADOS : DIRCEU MARCELO HOFFMANN E OUTRO (S) - GO016538 FABIANO DOS REIS TAIANO - GO021179 PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 3/STJ. IRREGULARIDADE NA INTIMAÇÃODO PROCURADOR DO MUNICÍPIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. SUSPENSÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. INTERESSE DA COLETIVIDADE. PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS. INTERRUPÇÃO EM RAZÃO DE DÉBITOS ATUAIS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL PREJUDICADO. AGRAVO CONHECIDO PARA SE CONHECER PARCIALMENTE DO RECURSO ESPECIAL E NESSA EXTENSÃO NEGAR-LHE PROVIMENTO. DECISÃO Trata-se de agravo interposto pelo Município de Piranhas/GO, contra decisão de inadmissibilidade de recurso especial em face de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, cuja ementa assim estabelece: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AÇÃO DE COBRANÇA E COMPENSAÇÃO DE DÍVIDAS. SUSPENSÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. INTERESSE DA COLETIVIDADE. PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS. INTERRUPÇÃO EM RAZÃO DE DÉBITOS ATUAIS. POSSIBILIDADE. 1. É lícita a interrupção no fornecimento de energia elétrica em caso de inadimplemento, desde que atendidos os requisitos definidos em lei, quais sejam, que o débito seja recente e o corte antecedido de notificação, pois a finalidade é resguardar o interesse da coletividade na continuidade do serviço, a qual restaria ameaçada porque sucessivos débitos onerariam a sociedade como um todo. Inteligência da Resolução nº 414, de 09 de setembro de 2010, da ANEEL. 2. Em que pese o artigo 6º, § 3º, inciso II, da Lei federal nº 8.987/1995 estabeleça ser possível a interrupção, nos casos de inadimplência de pessoa jurídica de direito público, no fornecimento de serviços públicos essenciais, tal como a distribuição de energia elétrica, este mesmo dispositivo legal consignou expressamente ser inviável que esta suspensão ocorresse de maneira indiscriminada, devendo ser considerado o interesse da coletividade. 3. É possível a suspensão do fornecimento de energia elétrica na hipótese de inadimplemento do consumidor, mesmo em se tratando de órgão público. Todavia, segundo disposto no artigo Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 768 1436 6º, § 3º, inciso II, da Lei federal n.º 8.987/95 e artigo 140, § 3º, inciso II, da Resolução 414/2010/ANEEL, a medida extrema pressupõe, sempre, observância ao interesse da coletividade, mantidos os serviços públicos essenciais, uma vez que sua interrupção poderia acarretar graves e imprevisíveis transtornos aos munícipes. (...) (STJ - AREsp: 1290034 GO 2018/0107129-7, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Publicação: DJ 28/05/2018) (grifos não constantes do original) Gabarito: Correto. 3.9 Regime Jurídico Disciplinar 1. 2019/FUNDEP/DPE-MG/Defensor Público Analise as afirmativas a seguir. I. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância. PORQUE II. À administração se impõe o poder-dever de autotutela. A respeito dessas afirmativas, assinale a alternativa correta. A) As afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não justifica a I. B) As afirmativas I e II são verdadeiras e a II justifica a I. C) A afirmativa I é verdadeira e a II é falsa. D) A afirmativa I é falsa e a II é verdadeira. Comentários: De acordo com a súmula 611 do STJ, desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. Gabarito: Alternativa “b”. 2. 2017/CESPE/DPE-AC/Defensor Público Em razão da prática de infração disciplinar tipificada como crime, foi instaurado procedimento administrativo disciplinar em desfavor de determinado servidor público, o qual já responde à ação penal relacionada aos mesmos fatos. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 769 1436 Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta, de acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores sobre o assunto. a) A independência das esferas administrativa e criminal não permite que a efetivação de penalidade de demissão imposta em sede administrativa ocorra anteriormente ao trânsito em julgado da ação penal. b) É aceita a utilização de prova emprestada no procedimento administrativo disciplinar em curso, desde que autorizada pelo juiz criminal e respeitados o contraditório e a ampla defesa. c) A absolvição criminal fundada na inocorrência de crime impede a imposição de penalidade em sede do procedimento administrativo disciplinar. d) A condenação criminal impõe a aplicação da penalidade administrativa em sede de procedimento disciplinar, independentemente da regularidade do procedimento administrativo instaurado. Comentários Resposta: alternativa “b”. A alternativa “b” está em linha com a Súmula nº 591 do STJ (É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa). A alternativa “a” incorre em erro por causa da partícula “não”. A independência entre as esferas permite a conclusão do processo administrativo ainda que pendente processo criminal. A alternativa “c” incorre em erro porque, nos termos do art. 126 da Lei nº 8.112, de 1990, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Observe que a alternativa cita inocorrência de crime, mas não que não existiu o fato ou que o investigado não foi o autor. A inocorrência de crime e, portanto, a absolvição pode ter ocorrido por exemplo em função de falta de prova. Isso não é motivo para que a decisão penal repercuta na esfera administrativa. Ademais, ainda que não tenha ocorrido crime, pode ter ocorrido infração puramente administrativa hábil a impelir a aplicação de sanção apenas nesta seara. A alternativa “d” incorre em erro porque não necessariamente a condenação criminal irá impor também sanção administrativa, no caso de o PAD ter sido irregular, como cita a alternativa. O PAD irregular acarreta sua nulidade. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 770 1436 3. 2017/CESPE/DPU/Defensor Público Considerando o entendimento do STJ acerca do procedimento administrativo, da responsabilidade funcional dos servidores públicos e da improbidade administrativa, julgue o seguinte item. Em procedimento disciplinar por ato de improbidade administrativa, somente depois de ocorrido o trânsito em julgado administrativo será cabível a aplicação da penalidade de demissão. ( ) Certo ( ) Errado Comentários Resposta: “errado”. De acordo com o STJ, MS 19.488/DF (Informativo 559), é possível o cumprimento imediato da penalidade imposta ao servidor logo após o julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso administrativo cabível. Em outras palavras, não há qualquer ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD a servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente. 4. 2017/VUNESP/Câmara de Sumaré – SP/Procurador Jurídico A respeito do processo administrativo disciplinar, assinale a alternativa correta. a) A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar ofende a Constituição. b) O uso de prova decorrente de interceptação telefônica é vedadono processo administrativo disciplinar, mesmo que obtida licitamente no processo criminal. c) A participação do servidor é indispensável na fase de investigação, ainda que desse procedimento não possa resultar a aplicação de punição. d) Em respeito ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, o ato disciplinar pode ser analisado pelo Poder Judiciário, que deverá aplicar pena mais branda, quando cabível. e) É vedado o agravamento de penalidade imposta a servidor público após o encerramento de processo disciplinar por decisão definitiva da autoridade competente, ainda que a Administração tenha aplicado pena mais branda em desconformidade com a lei. Comentários Resposta: “e”. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 771 1436 Correta a alternativa “e”, que está em linha com a jurisprudência do STJ que proíbe a revisão com reformatio in pejus após o encerramento do processo disciplinar com o julgamento definitivo da autoridade competente (MS 11554; MS 17.370; MS 10.950; MS 11749). Também está em linha com a Súmula 19 do STF: É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira. Incorreta a alternativa “a”, já que a Súmula Vinculante nº 5 do STF prevê exatamente o contrário: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Incorreta a alternativa “b” porque, conforme entendimento sedimentado pelo STJ, é possível utilizar interceptação telefônica emprestada de procedimento penal no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal (MS 16146; RMS 28774). Incorreta a alternativa “c” porque na sindicância investigatória (aquela da qual não decorre punição direta ao servidor) não há necessidade de participação do servidor, por não haver ampla defesa e contraditório. Esses mandamentos constitucionais deverão ser respeitados em eventual Processo Administrativo Disciplinar em sentido estrito (PAD). Por outro lado, na sindicância acusatória, da qual poderá decorrer punição direta ao servidor sem a realização do PAD, é imprescindível a participação do servidor, a ampla defesa e contraditório. Incorreta a alternativa “d” porque a jurisprudência firmada pelo STJ é no sentido de que o controle jurisdicional do PAD restringe-se ao exame da regularidade do procedimento e à legalidade do ato, à luz dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, sendo-lhe defesa qualquer incursão no mérito administrativo, a impedir a análise e valoração das provas constantes no processo disciplinar (MS 17474; MS16121; MS 16530; MS 17515). 5. 2017/QUADRIX/CFO-DF/Procurador Jurídico No que se refere a agentes públicos, julgue o item a seguir. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) não admite a utilização de prova emprestada no processo administrativo disciplinar, mesmo que autorizada na esfera criminal diante do princípio da independência das instâncias. ( ) certo ( ) errado Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 772 1436 Comentários Resposta: “errado”. Assertiva incorreta porque, conforme súmula 591 do STJ, é permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. 6. 2017/CESPE/DPU/Defensor Público Considerando o entendimento do STJ acerca do procedimento administrativo, da responsabilidade funcional dos servidores públicos e da improbidade administrativa, julgue o seguinte item. É possível a instauração de procedimento administrativo disciplinar com base em denúncia anônima. ( ) certo ( ) errado Comentários Resposta: “certo”. A assertiva está correta porque, conforme jurisprudência do STJ (MS 13.348; EDcl no REsp 1096274; REsp 867666; MS 10419; MS 12.385; MS 7415), “a denúncia anônima é apta a deflagrar processo administrativo disciplinar, não havendo, portanto, qualquer ilegalidade na instauração deste com fundamento naquela, tendo em vista o poder-dever de autotutela imposto à Administração e, por conseguinte, o dever da autoridade de apurar a veracidade dos fatos que lhe são comunicados”. 7. 2015/VUNESP/Prefeitura de Suzano/Procurador Jurídico No que se refere a agentes públicos, julgue o item a seguir. Fulano da Silva, funcionário público municipal, detentor de cargo efetivo, praticou ato considerado ilícito nas esferas criminal e administrativa. A sentença penal, transitada em julgado, negou a existência do fato e absolveu Fulano. Considerando as normas do direito pátrio no que tange ao tema da responsabilidade dos agentes públicos, é correto afirmar que Fulano a) poderá ainda ser punido administrativamente, uma vez que essas duas instâncias são independentes e não se comunicam. b) não mais poderá ser punido pela Administração, tendo em vista que a referida decisão penal de absolvição do servidor afasta a responsabilidade administrativa. Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 773 1436 c) poderá ser punido pela Administração, posto que a responsabilidade administrativa somente poderia ser afastada se a sentença criminal negasse a autoria do fato. d) não mais poderá ser punido, uma vez já julgado na esfera penal, independentemente do fundamento, vez que esta prevalece sobre as demais esferas de responsabilidade. e) poderá ser ainda punido pela Administração, considerando que a absolvição criminal que negou a existência do fato não vincula o administrador. Comentários Resposta: alternativa “b”. A alternativa “b” está correta porque, em que pese, em regra as esferas civil, penal e administrativas serem independentes e autônomas, haverá repercussão da decisão na seara criminal na seara administrativa quando a absolvição criminal se der por negativa da existência do fato ou da autoria do agente público. Nessa linha, por exemplo, é o teor do art. 126 da Lei nº 8.112, de 1990, na esfera federal: Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Frise-se que nem mesmo por isso se pode dizer que a esfera criminal prevalece sobre as demais esferas, bem como é importante ressaltar que se a absolvição for por outro motivo que não a inexistência do fato ou a não autoria por parte do agente público (absolvição por falta de provas, por exemplo), a sanção administrativa poderá ocorrer normalmente. 8. 2015/CESPE/AGU/Advogado da União No que se refere a agentes públicos, julgue o item a seguir. Se, em uma operação da Polícia Federal, um agente público for preso em flagrante devido ao recebimento de propina, e se, em razão disso, houver ajuizamento de ação penal, um eventual processo administrativo disciplinar deverá ser sobrestado até o trânsito em julgado do processo criminal. ( ) certo ( ) errado Comentários Resposta: “errado”. As esferas civil, administrativa e penal são, em regra, autônomas e independentes. De acordo com o STJ, MS 22534/PR, a ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base em processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da pena disciplinar ou administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados em razão dos mesmos fatos. Ou, ainda, conforme MS 18090/DF também julgado noSTJ: Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar apenas em função de ajuizamento de ação penal destinada a apurar Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 774 1436 criminalmente os mesmos fatos investigados administrativamente. As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em suspensão do processo administrativo durante o trâmite do processo penal. 9. 2015/UEPA/PGE-PA/Procurador Quanto ao regime disciplinar do servidor público e processo administrativo, afirma-se que: I. É punido com demissão a ofensa física praticada em serviço por servidor a outro servidor ou a particular, ainda que em legítima defesa. II. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados após o decurso de 5 anos de efetivo exercício. III. O cancelamento da penalidade aplicada não surtirá efeitos retroativos. IV. A revelação de segredo por servidor do qual se apropriou em razão do cargo é falta punida por demissão. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e IV b) II e III c) III e IV d) II e IV e) I, II, III e IV Comentários Resposta: alternativa “c”. Atenção: em que pese a Lei nº 5.810, de 1994, do Estado do Pará disciplinar o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas daquele Estado, as respostas serão embasadas na Lei Federal nº 8.112, de 1990. Dessa forma, pode-se afirmar que está incorreta a assertiva I, já que a legítima defesa é causa excludente da ilicitude, bem como está correta a assertiva IV, já que, de fato a revelação de segredo apropriado em razão do cargo é motivo para demissão. Nessa linha, a Lei nº 8.112, de 1990, art. 132, Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 775 1436 prevê que são puníveis com demissão: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. Incorreta a assertiva II porque, de acordo com o art. 131 da Lei nº 8.112, de 1990, as penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Correta a assertiva III que está em linha com o §único do art. 131 da Lei nº 8.112, de 1990. 10. 2015/CESPE/MPU/Analista do MPU Em cada um dos próximos itens, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base no que dispõe a Lei n.º 8.112/1990. João, servidor público federal, atuou, junto à repartição pública competente, como intermediário da concessão de determinado benefício previdenciário do qual o seu pai figura como titular. Nessa situação, conforme o disposto na Lei n.º 8.112/1990, João praticou conduta vedada pela norma regente. ( ) certo ( ) errado Comentários Resposta: “errado”. De acordo com o art. 117, inciso XI, da Lei nº 8.112, de 1990, ao servidor público é proibido atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro. Portanto, como João atuou como intermediário para concessão de benefício previdenciário para seu pai, ascendente em 1º grau, não há proibição. 11. 2015/FCC/CNMP/Analista-Direito Considere as seguintes situações: