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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Escola Técnica Aberta do Brasil Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Diretoria de Educação a Distância Ambientação em Educação a Distância Cassandra Ribeiro Joye Regina Santos Young 2ª edição Fortaleza, CE 2014 2 CRÉDITOS Presidente Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Presidentes da CAPES José Almeida Guimarães Diretor de EaD - CAPES Jean Marc Georges Mutzig Reitor do IFCE Virgílio Augusto Sales Araripe Pró-Reitor de Ensino Reuber Saraiva de Santiago Diretora de EaD/IFCE e Coordenadora UAB/IFCE Cassandra Ribeiro Joye Coordenador Geral e-Tec Márcio Daniel Santos Damasceno Coordenadora Adjunta UAB Gina Maria Porto de Aguiar Coordenadora do Curso de Licenciatura Matemática Priscila Rodrigues de Alcântara Elaboração do conteúdo Autora: Cassandra Ribeiro Joye Coautora: Regina Santos Young Colaboradores Jane Fontes Guedes Cristiane Borges Braga Eliana Alves Moreira Leite Gilvandenys Leite Sales Dina Mara Pinheiro Dantas Éden Jenklins Rabelo Silva Equipe Pedagógica e Design Instrucional Daniele Luciano Marques Diana Diógenes Góis Francisca Natália Sampaio Pinheiro Monteiro Iraci de Oliveira Moraes Schmidlin Isabel Cristina Pereira da Costa Jane Fontes Guedes Karine Nascimento Portela Leilane Lima Almeida Evangelista Lívia Maria de Lima Santiago Luciana Andrade Rodrigues Maria Cleide da Silva Barroso Márcia Roxana da Silva Regis Marília Maia Moreira Saskia Natália Brígido Batista Virgínia Ferreira Moreira Equipe Arte, Criação e Produção Visual Benghson da Silveira Dantas Camila Ferreira Mendes Denis Rainer Gomes Batista Érica Andrade Figueirêdo Luana Cavalcante Crisóstomo Lucas de Brito Arruda Lucas Diego Rebouças Rocha Marco Augusto M. Oliveira Júnior Quezia Brandão Souto Rafael Bezerra de Oliveira Suzan Pagani Maranhão Equipe Web Aline Mariana Bispo de Lima Benghson da Silveira Dantas Corneli Gomes Furtado Júnior Fabrice Marc Joye Germano José Barros Pinheiro Herculano Gonçalves Santos Lucas do Amaral Saboya Pedro Raphael Carneiro Vasconcelos Samantha Onofre Lóssio Tibério Bezerra Soares Áudio Lucas Diego Rebouças Rocha Revisão Antônio Carlos Marques Júnior Aurea Suely Zavam Débora Liberato Arruda Hissa Nukácia Meyre Araújo de Almeida Saulo Garcia Logística Francisco Roberto Dias de Aguiar Secretários Breno Giovanni Silva Araújo Laide Ane de Oliveira Ferreira Auxiliar Charlene Oliveira da Silveira Daniel Oliveira Veiga Nathália Rodrigues Moreira Yara de Almeida Barret 3 Nota de esclarecimento A primeira edição desta obra foi produzida para a disciplina de Educação a Distância dos Cursos Semipresenciais da Universidade Aberta do Brasil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE. Foi revisada e é utilizada na disciplina de Ambientação em Educação a Distância dos cursos da Rede e- Tec do Brasil do IFCE. Catalogação na fonte: Tatiana Apolinário Camurça (CRB 3 – nº 1045) J87a Joye, Cassandra Ribeiro; Young, Regina Santos Ambientação em Educação a Distância / Cassandra Ribeiro Joye; Regina Santos Young. 2º ed. - Fortaleza: EaD/IFCE /IFCE, 2014. 89p. : il. 1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES - EDUCAÇÃO A DISTÊNCIA. 2. PLANEJAMENTO - EAD. 3. RECURSO-EDUCAÇÃO EAD. I. Cassandra Ribeiro Joye (Diretora de EaD/IFCE e Coordenadora UAB/IFCE) . II. Regina Santos Young (Co-autora) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE. III. IV. Título. CDD 371.3078 4 Sumário Apresentação da disciplina .............................................................. 5 Aula 01 – Aprendendo a distância I .............................................. 6 Tópico 01 – Planejamento e comprometimento na aprendizagem a distância ............................................................................................ 8 Tópico 02 – Aprender a distância, como? ...................................... 13 Tópico 03 – Técnicas de estudo para a aprendizagem a distância ......................................................................................................... 20 Aula 02 – Aprendendo a distância II ........................................... 25 Tópico 01 – Modelo de pedagogia a distância ............................... 26 Tópico 02 – Colaboração e autonomia na EaD .............................. 28 Tópico 03 – Autoria na educação a distância ................................. 32 Aula 03 – Educação a distância ................................................... 35 Tópico 01 – Conceitos e evolução em educação a distância ......... 36 Tópico 02 – Breve histórico da EaD no Brasil ................................ 45 Tópico 03 – A Rede e-Tec no Ceará (IFCE) ................................... 49 Aula 04 – Recursos utilizados em EaD e seu processo de avaliação ........................................................................................ 52 Tópico 01 – Principais recursos utilizados em EaD ........................ 53 Tópico 02 – Ferramentas de organização, gestão, informação e comunicação em EaD ..................................................................... 60 Tópico 03 – Ferramentas interativas do Moodle e a avaliação da aprendizagem a distância ............................................................... 64 Tópico 04 – A avaliação da aprendizagem a distância ................... 74 Referências ..................................................................................... 87 5 Apresentação da disciplina Caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo! O sucesso do curso e de sua aprendizagem dependerá de você. Trabalhamos com prazer e competência, a fim de que você tenha os meios e conteúdos para aprender no seu ritmo, no seu tempo, cumprir todas as exigências do curso e assim obter a sua diplomação. O trabalho de preparar e mediar o curso é nosso, mas o de aprender é seu, por isso terá de ficar craque na gestão do seu tempo e saber bem explorar os meios e materiais para sua aprendizagem. Sabemos que o estudo a distância é uma experiência nova, por isso preparamos a disciplina “Educação a Distância” para ajudá-lo no seu percurso acadêmico. Nessa disciplina, trataremos de temáticas importantes que favorecerão seu processo de ensino-aprendizagem. Queremos que você chegue até o fim do curso e se forme! Mas lembre-se: isso só dependerá se você assumir a responsabilidade pela sua aprendizagem. Por isso terá autonomia para organizar seu melhor horário, cumprir suas tarefas e aplicar o que aprendeu. Bom, então vamos começar o curso e a disciplina do nosso jeito, com os recursos que temos, a distância uns dos outros, mas inevitavelmente e inexoravelmente próximos: eu, professor; você, aluno; os tutores a distância; e toda a equipe pedagógica e de produção. Então, vamos lá! 6 AULA 01 – Aprendendo a distância I Apresentação Esta aula apresenta as orientações básicas e fundamentais para que você desenvolva as competências necessárias para aprender na modalidade a distância e obter os melhores resultados em sua aprendizagem. Ela é composta de três tópicos, todos trazem assuntos relevantes para seu estudo. Vejamos alguns deles: modelo pedagógico, planejamento e comprometimento na aprendizagem a distância; como aprender a distância; como cumprir as atividades curriculares do curso; como desenvolver técnicas de leitura e estudos. Ao final desta aula, você deverá elaborar seu cronograma de estudo e enviar ao tutor adistância, que irá acompanhá-lo nos seus estudos. Vamos à aula, então! Vamos iniciar a aula com uma palavrinha sobre a pedagogia a distância que adotamos e sobre o porquê da abordagem andragógica. Objetivos q Compreender a importância do planejamento e comprometimento em cursos a distância. q Conhecer as ferramentas que auxiliam na aprendizagem. q Entender algumas técnicas de estudo para aplicar à aprendizagem a distância. 7 Tópico 01 – Planejamento e comprometimento na aprendizagem a distância Quando você participou do processo seletivo e obteve sua vaga, decidiu fazer seu curso na modalidade a distância. Pois bem, agora é hora de se engajar a fundo em seus estudos, saber o que é esperado de você, o que você precisa fazer, e como fazer. Em resumo, é hora de desenvolver o hábito de planejar e de organizar sua aprendizagem e, com isso, criar melhores condições de aprender e de manter-se no controle de seus estudos. Veja no diagrama a seguir quais atitudes e tarefas são importantes para um aluno da modalidade de ensino a distância. Objetivo q Compreender a importância do planejamento e comprometimento em cursos a distância. 8 Diagrama 1 – Atitudes e tarefas de um aluno em EaD O aluno que estuda a distância necessita ter o controle sobre sua aprendizagem. Para isso, deve desenvolver uma série de aptidões, 9 habilidades, hábitos, atitudes e competências que lhe ajudem a obter bons resultados em sua aprendizagem. Você deverá agir como seu próprio treinador agora. Seus esforços devem ser voltados para sua aprendizagem. Comprometimento e planejamento do tempo para estudar a distância serão as duas coisas mais exigidas de você. Comprometimento Para avaliar e melhorar seu grau de comprometimento, pense no objetivo maior: concluir seu curso. Para isso, será necessário: • Ter disciplina e realizar as atividades do curso; • Valorizar o curso que escolheu, dedicando-se para que ele se mantenha em um ótimo padrão de qualidade; • Confiar em si mesmo para superar seus limites e buscar soluções para as dificuldades encontradas ao longo de sua aprendizagem; • Ser sujeito e participante ativo do curso, não se limitar a receber passivamente a informação e exercer continuamente seu espírito crítico, valorizando suas opiniões e as dos colegas. A falta de planejamento é um fator que impede seu sucesso no curso a distância. Portanto, é preciso desenvolvê-lo continuamente no decorrer do curso! 10 Planejamento Em Educação a Distância (EaD), o estudante deve aprender a autodisciplina e a gestão do seu tempo. O sistema tradicional de ensino o habituou a lhe dizer o que fazer, quando fazer, como fazer e com que fazer, dificultando assim o desenvolvimento dessas habilidades tão necessárias agora. Sem disciplina, é quase improvável que o estudante conclua seu curso. Na verdade, o bom aluno de EaD precisa de duas características principais: autonomia e disciplina. Esse aluno compõe o universo de pessoas que “sabem dosar suas horas de estudo”, no dizer de Litto, Presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). E agora? Como fazer? A resposta é planejar! O planejamento é a chave para seu sucesso no curso, nas disciplinas e também na vida! Para isso, comece por aprender a planejar seu tempo. O planejamento é uma ferramenta poderosa para: • Estabelecer objetivos e prioridades claros e realizáveis dentro do cronograma do curso e do tempo de que você dispõe para estudar; • Planejar e gerenciar seus estudos, seu tempo e seu ritmo para o cumprimento das atividades curriculares do curso; • Calcular/ organizar o tempo para os estudos; • Avaliar as condições que você tem disponíveis e aquilo de que precisa para melhor se aplicar nos estudos; • Criar as condições (físicas, psicológicas e emocionais) favoráveis a seus estudos; • Controlar e avaliar constantemente sua maneira de aprender, melhorando-a no que for necessário. A Associação Brasileira de Educação a Distância, é uma sociedade científica, sem fins lucrativos, voltada para o desenvolvimento da educação aberta, flexível e a distância, foi criada em 21 de junho de 1995 por um grupo de educadores interessados em educação a distância e em novas tecnologias de aprendizagem. Fonte: http://www2.abed.org.br/ institucional.asp?Institucio nal_ ID=1 11 Estabelecendo objetivos e prioridades claros e realizáveis Pallof e Pratt (2004), em “O aluno virtual”, destacam os princípios básicos para o gerenciamento do tempo: o estabelecimento claro dos objetivos e das prioridades. As prioridades, por sua vez, devem sempre estar ligadas aos objetivos. Os alunos virtuais devem ser incentivados a determinar seus objetivos não só pelo resultado do programa como um todo, mas pelos resultados obtidos em cada um dos cursos que farão. Mesmo que o curso seja um pré-requisito, uma obrigação para se obter o diploma, é importante estabelecer o tempo necessário para dar conta dos trabalhos. Se, por exemplo, a meta final for atingir a nota necessária para ser aprovado em um curso online da disciplina de estatística e se os objetivos de fato contiverem a necessidade de compreender melhor os vários pontos estudados em tal disciplina, o aluno poderá avaliar as exigências que lhe são impostas à luz de suas metas e objetivos, determinando as prioridades para um estudo independente: tempo online, tempo para realização de trabalhos, etc. O tempo destinado para cada uma dessas atividades deve, então, ser planejado e marcado em um calendário. (PALLOFF; PRATT, 2004, p. 100-1) Pallof e Pratt sugerem uma figura em que apresentam a priorização de atividades pelo aluno: 12 Quadro 1 – Priorizando o comprometimento com o tempo. Adaptado de Pallof e Pratt (2004) Você deve aprender a estabelecer dentro dessa classificação quais são suas prioridades, de modo a poder cumprir todas suas tarefas e compromissos, priorizando, é claro, as mais importantes e urgentes sem se descuidar das demais. Os autores ainda discutem como as atividades podem ser encaixadas no quadro. Você também pode fazer isso. Dessa forma, procure construir o seu quadro. Para isso, use o cronograma, agenda, horários e lista de tarefas descritas mais adiante. 13 Tópico 02 – Aprender a distância, como? A resposta à pergunta feita no título deste tópico é: aprendendo a planejar, gerenciar e avaliar seus estudos, seu tempo e seu ritmo, bem como cumprir as atividades curriculares do curso. Existem diversas ferramentas de gestão que ajudam na tarefa de planejamento e avaliação. A Universidade de Laval, no Canadá, (DESSAINT, 1998), já pela experiência acumulada de muitos anos em Educação a Distância, aconselha que o estudante prepare e utilize um calendário, uma agenda, um quadro de horários diário/semanal e também uma lista de tarefas a cumprir a cada semana, como instrumental básico para se planejar. São essas ferramentas que vamos indicar para ajudá-lo a planejar e organizar sua formação. Dessaint (1998) ressalta que essas ferramentas ajudam, a longo prazo, a acompanhar e seguir atentamente a progressão da aprendizagem, conforme detalharemos a seguir: Sua primeira ferramenta: um grande calendário! O ambiente virtual fornece um calendário semanal das atividades curriculares, as datas das provas, encontros e práticas presenciais e Objetivo q Conhecer as ferramentas que auxiliam na aprendizagem. 14 outras atividades. Pois bem, pegue esse mesmo calendário e amplie com seus outros compromissos: familiares, profissionais e sociais (aqueles inadiáveis), como o aniversário de seus pais ou uma viagem já programada. Transforme em um calendário, destacando com cores diferentesas prioridades importantes e urgentes. Coloque seu calendário bem visível, em local onde você passe a maior parte do seu tempo (em casa ou no trabalho). Ah! Ele é para ser consultado como remédio, duas vezes por dia! Com ele você saberá os seus períodos mais ocupados e os mais leves. Assim você pode organizar melhor o uso do tempo para seus estudos individuais e atividades obrigatórias do curso sem se perder e, de quebra, pode obter os melhores resultados no curso e nas disciplinas. Uma agenda, ótima ferramenta! Que caderninho útil para tantas coisas! Adquira o hábito de ter e usar diariamente uma agenda. Pegue seu calendário e anote logo na agenda todos os compromissos do curso. Em seguida, anote seus compromissos pessoais e profissionais. Vá alimentando sua agenda com as atividades que forem surgindo. Com isso, você terá, além do controle dos seus afazeres, uma ajuda para avaliar o cumprimento dos seus compromissos e até para fazer relatórios periódicos. Se preferir, que tal você fazer também a mesma agenda em formato digital, no computador? 15 Meus horários diários/semanais? Um cronograma geral, amplo e em formato grande na sua frente, e uma agenda, onde há o registro de tudo que deve fazer no curso, vão ajudá-lo a estabelecer os horários reservados para estudo e atividades profissionais. Mas não se esqueça de reservar tempo para o divertimento! Veja um exemplo de horário semanal: Agora minha lista de tarefas a cumprir: INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ – IFCE REDE E-TEC BRASIL CURSO_______________________________________________ SEMANA _____________________________________________ ALUNO ______________________________________________ HORAS DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB 06h às 07h 07h às 08h 08h às 09h 09h às 10h 10h às 11h 11h às 12h 12h às 13h 13h às 14h 14h às 15h 15h às 16h 16h às 17h 17h às 18h 18h às 19h 19h às 20h 20h às 21h 21h às 22h Quadro 2 – Modelo de agenda Outra ferramenta, sem dúvida, eficaz para planejamento, gestão e controle da sua aprendizagem é criar e manter bem atualizada uma Se desejar, pode criar o seu modelo de controlar suas tarefas e atividades, do seu jeito. 16 lista de tarefas a cumprir, na qual você vai marcando aquelas que forem sendo cumpridas. Veja um modelo no quadro 3. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ – IFCE REDE E-TEC BRASIL CURSO_______________________________________________ SEMANA _____________________________________________ ALUNO ______________________________________________ ATIVIDADES TAREFAS E SUBTAREFAS A CUMPRIR TEMPO NECESSÁRIO PARA CADA TAREFA OU SUBTAREFA RECURSOS NECESSÁRIOS PRAZOS A CUMPRIR Aqui você assinala as atividades a cumprir, trabalho escrito, exercício do livro, exercício no ambiente virtual, prova presencial, discussão no fórum, pesquisa na biblioteca, pesquisa na internet, relatório de visita técnica, discussão com o tutor, encontro no polo e outras. Exemplo: fazer um resumo, ler um texto, responder um exercício, marcar uma discussão com o tutor, responder ao fórum, responder perguntas, ver um vídeo recomendado pelo professor, etc. Anote quanto tempo vai precisar para realizar cada tarefa. Discrimine o que você vai precisar para executar a tarefa: livro, vídeo, internet e outros. Exemplos de prazos a cumprir: limite de data para a entrega de um trabalho, devolver os livros na biblioteca, postar uma mensagem no fórum, procurar o tutor, entregar um documento. Quadro 3 – Modelo de planejamento Não esqueça que você deve controlar seu tempo para não ficar sobrecarregado. Se isso acontecer, reavalie seu cronograma, sua agenda, seu horário e sua lista de tarefas e redistribua conforme o 17 estabelecimento das prioridades. Claro que priorizará as mais importantes e urgentes. Respeite seus limites e seu tempo. Nos períodos mais sobrecarregados, procure parar e depois retomar as atividades com a mente mais aberta, descansada. Gerencie seu tempo, seu ritmo e garanta seus prazos. Como eu estou progredindo na minha aprendizagem? A importância da autoavaliação... O professor pode saber suas notas, mas a verdadeira situação de sua aprendizagem somente você sabe. Por isso deve adquirir o hábito de se avaliar constantemente, pois a autoavaliação é a melhor bússola para você administrar seu percurso de aprendizagem e sua progressão nos estudos. A profa. Dessaint (1998) afirma que as vantagens da autoavaliação são numerosas. Baseada no que diz a teórica, acredita-se que a autoavaliação permite ao aluno: a) Conhecer-se melhor como estudante. § Identificar que tipo de estudante você é. Se for muito rigoroso ou relapso, é hora de tomar decisões e mudar de atitude, não é? § Saber qual seu modo próprio de pensar, de aprender as coisas, quais as melhores condições para aprender mais e melhor: se é lendo e ouvindo música, por exemplo, se é anotando e fazendo esquemas do que vai estudando; o que 18 lhe distrai e o que o ajuda a se concentrar para aprender mais fácil e rapidamente. b) Avaliar-se: como eu aprendo melhor e mais rápido? O que facilita ou dificulta meu aprendizado? § Conhecer qual o grau de conhecimento que você já tem (ou não tem) sobre o assunto estudado, se precisa estudar mais, pesquisar sobre o assunto, aprender coisas mais básicas para compreender melhor o conteúdo ou ir logo para a parte mais aprofundada, pois as bases você já sabe. § Preparar-se para as avaliações e provas, mantendo seus exercícios em dia e revisando-os frequentemente. É importante também você estar “antenado” com suas motivações, suas mudanças de humor, seu estado de espírito. Ninguém é de ferro. Se estiver se sentindo desmotivado, desanimado, frustrado, é hora de pedir ajuda para o pessoal do curso ou, até mesmo, para a família dar uma forcinha. • Lembrar-se sempre de que só quem sabe de você é você mesmo. Então, trate de detectar e corrigir o que não estiver bom (consigo e com suas tarefas). Já apresentamos alguns conselhos que ajudam na autoavaliação. Eis alguns exemplos para você refletir e, é claro, para guiar-se nos estudos: 19 • Faça uma análise de seu calendário, de seu horário e de sua lista semanal de tarefas, mantendo-os regularmente em ordem de modo a fazer um balanço e controlar sua progressão nos objetivos e compromissos; • Habitue-se a consultar os livros e guias (como nesse módulo que você está estudando agorinha mesmo) que contenham técnicas e estratégias eficientes de trabalho intelectual e faça um paralelo com seu próprio modo habitual de estudar; Veja o tópico 3 desta aula e volte para cá depois. Marque as técnicas que você domina menos e veja como isso poderia afetar ou reduzir a velocidade de seu aprendizado. Busque superar as dificuldades exercitando. • Ao receber as correções dos trabalhos, revise e, se for necessário, discuta com seu tutor; • Durante os momentos em que você estuda (lê, faz trabalhos, resumos, exercícios, pesquisa), observe seu modo de trabalhar: identifique o que o distrai e tira sua concentração, quais as maneiras de estudar que são mais eficientes. Assim você, ao final do estudo, não terá aquela sensação de que gastou seu tempo à toa; • Claro que há muito conteúdo sobre o qual a gente não tem muita motivação para aprender, mas é necessário para o conjunto do curso. Se isso lhe acontecer, encontre e construa boas motivações para tirar o melhor proveito do conteúdo. A mesma recomendação serve para os exercícios e as atividades propostas. Embora elas não lhe pareçam tão estimulantes, aproveite-as para revisar seus conhecimentos. 20 Tópico 03 – Técnicas de estudo para a aprendizagema distância Assim como no curso presencial, a principal obrigação do estudante é estudar, lógico! Então, como tirar melhor proveito dos estudos? Esse tópico apresenta algumas técnicas de estudo que vão ajudá-lo nessa tarefa. Leituras, leituras, leituras... você sabe ler? De verdade? Você lê apenas para se informar ou você lê fazendo questionamentos, procurando compreender o texto? Pois é, nos estudos, para aprender, é preciso tirar o máximo proveito da leitura, ser um bom leitor. Não se engane, há muita gente que tem dificuldade de entender textos abstratos, extrair ideias principais, resumir o que foi lido, relacionar o conteúdo com outros conhecimentos ou associar aqueles conhecimentos com outros, por exemplo. Ter essas dificuldades é comum, pois, a menos que o trabalho exija, a gente só se preocupa quando está estudando e, às vezes, é motivado(a) só porque vai cair na prova... Pode uma coisa dessas? Pode, mas não deve! Uma das causas de abandono de curso a distância é porque o estudante não desenvolveu boas habilidades de leitura e por isso “se perde” no conteúdo. Objetivo q Apresentar algumas técnicas de estudo para aplicar à aprendizagem a distância. 21 Bom, este tópico é proposto para ajudá-lo a refletir sobre sua prática de leitura, auxiliando-o a tirar o máximo de proveito nos seus estudos. Agora você é “senhor absoluto” de sua aprendizagem! Ter claro o objetivo da leitura A primeira etapa de qualquer leitura é saber para que você irá ler, ou seja, qual o objetivo da leitura. Disso vai depender seu ritmo: se será uma leitura rápida ou mais demorada. Vai ler para fazer anotações? Para um trabalho de pesquisa? Para aprender um tema novo? Para responder atividades ou estudar para prova? Dependendo do objetivo da leitura, verifique de quanto tempo você precisa dispor para ler e veja o ambiente mais adequado para seu conforto e concentração. Dê uma olhada geral na estrutura e organização do material a ser lido e tente identificar as intenções do autor. Verifique sumário, títulos e subtítulos. Tente identificar o que você já conhece do conteúdo. A partir disso, você pode estabelecer que tipo de leitura você deve fazer: reflexiva? Seletiva? Ler o texto em diagonal? Fazer uma leitura ativa e analítica ou misturar as técnicas de acordo com as necessidades? Vejamos a seguir como se caracteriza cada tipo de leitura: A leitura reflexiva ocorre especialmente para textos que necessitam de uma reflexão mais profunda, como os textos filosóficos. Esse tipo de leitura exige do leitor parar regularmente e refletir sobre as ideias do autor. 22 A leitura seletiva permite estabelecer um primeiro contato com um livro, um texto didático ou uma revista para descobrir as ideias desenvolvidas pelo autor. Nesse tipo de leitura, consultam-se as seguintes partes: o índice ou sumário, o prefácio ou apresentação, as notas biográficas do autor, os resumos, o glossário, o índice, o capítulo ou o texto de introdução, as dedicatórias, a conclusão, como também o primeiro e o último parágrafo de todo capítulo ou toda seção. Dá-se uma olhada também nos quadros, nos diagramas e nas figuras ou ilustrações. Na leitura seletiva, aconselha-se marcar as passagens importantes, reler, anotar para usar depois, como também elaborar perguntas sobre as ideias e sobre as referências com outros textos sugeridos. Procedendo dessa forma, não será mais necessário reler depois todo o texto, a não ser para encontrar determinados detalhes que devem ser aprofundados. Mas, lembre-se de que essa leitura deve ser o mais breve possível. Ela é somente para procurar informações específicas no texto. Já a leitura em diagonal permite descobrir rapidamente as ideias e os temas importantes de um texto. Esse tipo de leitura nada mais é que um sobrevoo pelo texto sem se deter nas palavras, com os olhos movimentando-se em diagonal no texto, da esquerda para a direita, e de cima para baixo, ziguezagueando pelas páginas. A leitura seletiva e a leitura em diagonal não precisam de treinamento e têm a vantagem de estabelecer na cabeça do leitor uma rede inteira de ideias e conhecimentos que lhe permitirão usar melhor informação quando fizer as leituras ativa e analítica. 23 A leitura ativa e analítica permite clarear as ideias importantes de um texto e reconstruir informação a ser apropriada pelo leitor, ativando seus conhecimentos anteriores, evidenciando as noções importantes e dirigindo a leitura para atestar a compreensão. Para ativar os conhecimentos anteriores, aqueles que acumulamos durante toda nossa vida, que são frutos de nossa experiência, e que facilitam a aprendizagem de novos conhecimentos (pois a pessoa sempre faz associações entre o que sabe e o que vai saber), exercite isto: leia a introdução; faça os exercícios para ver o que você já sabe; tente fazer analogias; comparar com outras situações parecidas; encontre exemplo; escreva suas impressões, seus comentários, o que você achou das passagens mais importantes. Enfim, crie ou descubra seu jeito de ativar seus conhecimentos! Conclusão Chegamos ao final da nossa primeira aula. Ao longo dessa semana, abordamos as orientações básicas para que você desenvolva as competências necessárias para aprender na modalidade a distância. Referências DESSAINT, Marie-Paule. Guide dês études à distance à l´Ùniversite Laval. Laval: Université Laval, 1998. 24 PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Quem é o aluno virtual? In: _____. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 23- 35. PALLOFF, Rena M. ;PRATT, Keith. O aluno virtual. Porto Alegre: Artmed, 2004. 25 Aula 02 – Aprendendo a distância II Apresentação Caro aluno, esta aula é, de certa forma, uma continuação da aula anterior. Até o momento, você conheceu diversas técnicas para que possa tirar o melhor proveito dos seus estudos, refletiu e organizou seu cronograma, entre outras coisas. Nesta aula, você conhecerá o modelo de pedagogia a distancia do IFCE, um modelo no qual as práticas de ensino-aprendizagem estão centradas no estudante adulto, seguindo os princípios da Andragogia. Para esse modelo, é necessário que você, aluno, e nós, professores, compreendamos que essa educação busca uma aprendizagem colaborativa e autônoma. Ainda nesta aula, você conhecerá um pouco mais sobre autonomia e colaboração na EaD, bem como analisará as questões que o estudante adulto e comprometido com sua aprendizagem precisará ter para evitar uma prática ilegal cada vez mais comum: “copiar e colar”. Objetivos q Discutir o modelo de pedagogia a distância do IFCE. q Discutir a metodologia colaborativa em EaD. q Compreender a importância da autonomia na EaD. q Discutir a prática de autoria na EaD. 26 Tópico 01 – Modelo de pedagogia a distância O modelo pedagógico da EaD, diferente do presencial, é planejado e produzido para dar a você o maior controle possível sobre sua aprendizagem. Assim, é você quem escolhe o momento, o lugar e o seu ritmo de aprendizagem, levando em conta que o ritmo precisa estar de acordo com o cronograma da disciplina que você está cursando. Neste curso, você contará com uma diversidade de ambientes de ensino e aprendizagem, mediado por tecnologias impressa e digital, além dos momentos presenciais nos polos. O modelo pedagógico da EaD é concebido para a aprendizagem de adultos, segundo os princípios da Andragogia. Diferente do curso tradicional em sala de aula, a formação que você agora inicia o torna o mestre de sua aprendizagem, o gestor do seu tempo e ritmo. Definimos Andragogia comparando-a à Pedagogia. A Andragogia é a arte e a ciência da educação de adultos, e a Pedagogia é a arte e a ciência da educação de crianças e adolescentes. Portanto, as práticas de ensino e aprendizagem andragógicasdistinguem-se das pedagógicas. Você sabe que crianças e adultos têm necessidades diferenciadas. Crianças são mais dependentes da orientação dos adultos; Objetivo q Discutir o modelo de pedagogia a distância do IFCE 27 adolescentes têm essa dependência reduzida; e adultos, além de independência, contam com sua experiência de vida que influencia diretamente sua aprendizagem autônoma. Em função disso, há necessidade de se ter uma ciência voltada para o ensino de adultos e outra para o ensino de crianças. A Andragogia, ao estudar as características do adulto em situação de aprendizagem, consegue determinar quais as melhores condições para aprender. Isso porque: Os adultos são portadores de uma experiência que os distingue das crianças e dos jovens. Em numerosas situações de formação, são os próprios adultos com a sua experiência que constituem o recurso mais rico para as suas próprias aprendizagens. Os adultos estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua utilidade para melhor enfrentar problemas reais da sua vida pessoal e profissional. Em algumas situações de ensino em que adultos estão envolvidos, há mais facilidade para se enfatizar o trabalho com resolução de problemas e tarefas com que se confrontam na sua vida cotidiana, uma vez que os próprios adultos demandam com mais frequência esse tipo de abordagem. Os adultos são sensíveis a estímulos de natureza externa (notas, etc.), mas são os fatores de ordem interna que primeiramente motivam o adulto para a aprendizagem (satisfação, autoestima, qualidade de vida, etc.) Quadro 1 – Aprendizagem de adultos. Fonte Peraya (2001). Por essas razões, nosso modelo é centrado no estudante, que precisa ter todos os meios, materiais e estratégias didáticas http://www.google.com.br/ 28 concebidas para que sua aprendizagem seja facilitada. Por isso as mídias de entrega do conteúdo são variadas. Aproveite para rever e fortalecer suas motivações neste curso. Tópico 02 – Colaboração e autonomia na EaD Neste tópico, você estudará duas importantes questões que envolvem a educação a distância por meio de Ambientes Virtuais de Educação, que consistem na autonomia e na metodologia colaborativa. Esses aspectos são relevantes, pois permitem situar alunos e professores em um modelo de educação que busca uma aprendizagem colaborativa e autônoma. 2.1 Metodologia colaborativa Com a possibilidade de comunicação e compartilhamento de informações entre alunos e professores, e entre alunos e alunos trazidas pelas tecnologias digitais e suas ferramentas, novas formas de ensinar e aprender foram desenvolvidas. Nesse contexto, destacamos a metodologia colaborativa para o ensino a distância Objetivos q Discutir a metodologia colaborativa em EaD. q Compreender a importância da autonomia na EaD. 29 como uma das mais utilizadas atualmente no contexto de ensino por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem - AVA. A metodologia colaborativa tem como fundamento a relação e troca de conhecimento entre os sujeitos. Como pressuposto para aprendizagem, supõe que, além da mediação do professor e de estudo individuais com materiais didáticos, é imprescindível o trabalho coletivo entre os alunos. A ideia chave da metodologia colaborativa é o desenvolvimento do diálogo, pois, por meio dele, é possível aprender com o outro. Para isso, é necessário que tanto o professor tutor quanto os alunos estejam abertos a essas possibilidades. Segundo Young (2008, p. 56): Trazer o diálogo para dentro das práticas de EaD é permitir que os alunos e alunas possam assumir seu papel de sujeito, sendo capazes de expressar ideias, percepções, desejos, intenções e sentimentos. Através da linguagem e do discurso, é possível que a interação possa se desenvolver por via de entendimento mútuo negociado e argumentativo, diferente da imposição e autoridade que muitas vezes é exercida no interior da relação entre professor e aluno. Para isso, é necessário que tanto o professor-tutor quanto os alunos estejam abertos a essas possibilidades. Para que a metodologia colaborativa em EaD realmente tenha sucesso, é necessário que 30 tanto alunos quanto professores superem a ideia de que educar é transmitir conteúdo, pois, nessa concepção, não se valorizam os conhecimentos que os alunos já trazem quando entram em seus cursos e disciplinas. Educar é muito mais que transmitir conhecimento, é a possibilidade de formação integral de sujeito em que o conhecimento precisa ser construído tendo significado para os alunos. Nesse sentido, Young (2008, p.56) destaca que (...) a atividade colaborativa consiste numa prática em que todos os participantes são autores, sobressaindo o trabalho coletivo como resultado da atividade. A prática colaborativa pressupõe uma ideia de educação sob a qual os alunos são sujeitos ativos e autônomos. 2.2 Autonomia na EaD Uma das características mais importantes de um aluno que estuda e aprende a distância é a autonomia, pois ele tem a liberdade, a responsabilidade, a flexibilidade e o gerenciamento do seu tempo. Ou seja, é o aluno quem determina como, quando, em que tempo irá estudar estando ele longe geograficamente do professor e dos colegas. Primeiro vamos entender o conceito de autonomia que, de acordo com o dicionário Aurélio (2004), significa “faculdade de se governar a si mesmo”. Isso é capacidade, liberdade, independência de 31 direcionar seus atos, de gerir seus passos em busca de algo que lhe traga crescimento pessoal e/ou material. Um aluno que estuda e aprende a distância precisa compreender que seu sucesso está na arte de “aprender a aprender” e, para isso, ele precisa acreditar que a aprendizagem de qualidade pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento (PALLOFF, PRATT, 2005). Ele deve ter consciência e estar disposto a buscar as informações necessárias para a construção do conhecimento e da sua aprendizagem, bem como do fortalecimento da autonomia. Ele necessita estar aberto para entender que precisa desenvolver a cada dia sua capacidade de refletir, avaliar e criticar sobre todos os elementos que envolvem sua aprendizagem (seja sobre o conteúdo, seja sobre suas contribuições ou as dos colegas). A participação do professor no processo de construção da autonomia por parte do aluno é fundamental. Ele precisa se dispor a ajudar o aluno a solidificar essa conquista. Engajar-se no sentido de usar todos os meios e artifícios para despertar no aluno o sentido de ser organizado, responsável, crítico, reflexivo. O professor precisa estar disposto a não deixar que o aluno se sinta só no processo de ensino aprendizagem, procurando sempre dialogar, discutir, instigar o aluno a pesquisar, a construir opiniões e desenvolver conceitos. Autonomia não é sinônimo de aprendizagem solitária, de autoinstrução, de autodidatismo; ela não implica em abdicação de responsabilidade por parte do professor; não é um novo método de ensino, não é um comportamento uniforme facilmente descrito; não é um estado definitivo provocado no aprendiz. [...] É essencialmente a relação psicológica que o 32 aprendiz tem com o processo e o conteúdo da aprendizagem. É a centralização do processo pedagógico sobre o aprendiz enquanto sujeito de sua própria formação. [...] Não se deve ficar surpreso se certos aprendizes oferecerem resistência à aprendizagem autônoma. A autonomia implica em um desafio constante às nossas crenças, o que pode ser desestabilizador; mas serão sempre os alunos autônomos que farão melhor a transição entre a aprendizagem e a utilização da linguagem. (LITTLE, 1990, apud GRANDCOLAS, 1993) Tópico 03 – Autoria na educação a distância A educação a distância por meio dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem permite ao aluno uma proximidade com a internet, na qualexiste uma ampla fonte de pesquisa, desde textos simples até dissertações e teses completas, constituindo-se em um importante banco de dados que auxilia alunos e professores no contexto educativo atual. Se por um lado a internet possui uma grande vantagem por ser uma rica fonte de informação e pesquisa, por outro lado se constitui num dispositivo que permite a apropriação de produção intelectual de outras pessoas, uma prática conhecida comumente como “copiar e colar”. Essa prática vem sendo amplamente desenvolvida e se configura como um problema grave enfrentado pelas instituições de Objetivo q Discutir a prática de autoria na EaD 33 ensino superior e, por esse motivo, merece ser destacada e discutida, pois envolve um problema ético. Essa problemática já existente no âmbito escolar e acadêmico é ampliada com as possibilidades trazidas com a tecnologia digital, na qual permite que toda informação disponível na web seja copiada, editada e utilizada, muitas vezes, sem nenhuma preocupação em garantir os devidos créditos por parte de quem produziu o conhecimento e/ou informações disponíveis. Diante disso, percebemos que muitos trabalhos escolares entregues pelos alunos são cópias idênticas de textos tirados da internet. Outras vezes são copiados trechos de diferentes textos, formando um trabalho descontextualizado e sem coerência, caracterizando uma prática ilegal conhecida como plágio o qual consiste na apropriação total ou parcial de textos sem a autorização de seu autor. Ciente dessa questão de difícil solução, é necessário que a comunidade acadêmica problematize-a abrindo um espaço de discussão e diálogo constante para que se apresentem todas as consequências da prática de apropriação indevida de materiais de outrem. Torna-se vital a reflexão sobre a prática do plágio entre os graduandos, professores em formação, visto ser esse um problema que tem tomado proporções críticas, pois roubar de si mesmo a possibilidade de um outro pensar, da inventividade, é um preço muito caro que o sujeito tem a pagar. (SILVA, 2008, p. 357) 34 Conclusão Neste tópico, estudamos sobre a importância do embasamento da Andragogia e da metodologia colaborativa para o processo de ensino a distância de qualidade que prioriza a interação e a experiência entre os alunos adultos. Em seu curso, esses fundamentos serão cruciais para o sucesso de sua aprendizagem. Discutimos, ainda, a prática de autoria na EaD e o problema do plágio. Referências PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Quem é o aluno virtual? In: _____. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 23- 35. PALLOFF, Rena M. ;PRATT, Keith. O aluno virtual. Porto Alegre: Artmed, 2004. SILVA, Obdália Santana Ferraz. Entre o plágio e a autoria: qual o papel da universidade? Rev. Bras. Educ. [online]. v.13, n.38, p.357- 368, ago. 2008. 35 Aula 03 – Educação a distância Apresentação Chegou o momento de tratarmos dos conceitos que envolvem a EaD, pois, como você é aluno de um curso técnico a distância, é importante que conheça as noções que constituem essa modalidade de ensino-aprendizagem, bem como sua evolução, que esteve condicionada à evolução das mídias. Além de tratar desses aspectos, nesta aula, você também conhecerá um pouco sobre o histórico da EaD no Brasil. 01 Objetivos q Conhecer os conceitos que envolvem a educação a distância. q Conhecer um breve histórico da Educação a distância no Brasil. 36 Tópico 01 – Conceitos e evolução em educação a distância Educação a distância ou EaD é o termo genérico usado no Brasil para designar modos de formação ou de aprendizagem cuja mediação estudante-professor-conteúdo é feita por alguma tecnologia e que, por isso, se diferencia do modelo presencial clássico. Educação a Distância (EaD), Formação a Distância (FaD), Aprendizagem Aberta e a Distância (AAD), e-learning e, mais recentemente, u-learning ou u-formação: os termos e escrita demonstram que, quando se fala dessa modalidade educacional, não há como dissociá-la dos meios de entrega do conteúdo e de interação, ou seja, das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Para caracterizar a EaD, começaremos pela Lei de Diretrizes e Bases da educação (LDB) 9.394/96 que permitiu um avanço nessa área quando define em seu artigo nº 80 que: Objetivo q Conhecer os conceitos que envolvem a educação a distância. “E” vem de “eletronic”, como o ”e”- de e-mail. Significa uma modalidade de EaD baseada na internet e em outros meios digitais, como Educação online, no Brasil. Isso porque há outros modelos de EaD como cursos semipresenciais e/ou que utilizam outras mídias além da internet. Já o “U” é bem novo e significa “ubiquos”, ubiquitous, ou simplesmente mobility (de mobilidade). Resume uma modalidade de EaD que se organiza a partir das tecnologias sem fio (GPRS, 3G, I-Mode, WAP, Wifi). No U- learning, você pode acessar os conteúdos, fazer as atividades, etc. pelo celular. Ainda há o b-learning (blended-learning), híbrido entre presencial e a distância. 37 O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. §1º - A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. §2º - A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registros de diplomas relativos a cursos de educação a distância. §3º - As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para a sua implantação, caberão aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. (BRASIL, 1996) Esse marco legal ampara as iniciativas institucionais da educação a distância no Brasil, mostrando sua relevância dentro do sistema educativo na medida em que suas ações serão regulamentadas e fiscalizadas pelo poder público. Após essa iniciativa, em 2005, foi elaborado outro documento que complementa a LDB, regulamentando seu Art. 80, trazendo maiores orientações e detalhamento para o âmbito dessa modalidade, que foi o Decreto 5.622/05. Logo em seu primeiro artigo, define a EaD como: (…) modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005) Para conhecer o Decreto 5622/05 na íntegra, acesse o endereço: http://www.planalto.g ov.br/ ccivil_03/_Ato2004- 2006/2005/ Decreto/D5622comp ilado.htm 38 A incorporação crescente das novas tecnologias da informação e comunicação ao processo ensino–aprendizagem a distância vem tornando essa modalidade educacional mais democrática, rompendo barreiras culturais de língua, de espaço geográfico, de tempo, à medida que dinamiza os modos de ensinar e aprender e de realizar as interações pedagógicas necessárias entre “aprendiz/interface, aprendiz/conteúdo, aprendiz/professor, aprendiz/aprendiz” (HOFFMAN; MACKIN,1996). Os atuais estágios de desenvolvimento tecnológico, aliados aos recursos da informática e das telecomunicações, mudaram o conceito de distância e aproxima os sujeitos através das ferramentas de comunicação e interação capazes de diminuir a barreira (mas não de eliminar) da separação física e temporal entre professor e aluno, além de proporcionar um aumento substancial do nível de interatividade. 1.1 A evolução em Educação a Distância Pedagogicamente, a evolução da EaD esteve condicionada aos paradigmase tendências educacionais que impulsionaram as experiências didáticas, à medida que também evoluíram as concepções e teorias de aprendizagem e também os modelos de ensino auxiliados por computador e pelos meios tecnológicos que determinam seu uso. A história da formação a distância pode ser vista, segundo Peraya (2001), a partir da evolução das mídias e dos diferentes dispositivos 39 que elas utilizaram. Nesta perspectiva cronológica, sinteticamente, definiram-se três grandes etapas em associação com os modelos pedagógicos predominantes. O quadro a seguir, extraído de Peraya (2001), dá uma perspectiva mais sucinta e completa sobre esses diferentes períodos. EVOLUÇÃO DA EAD Papel das Mídias Conceito de Formação a Distância Cenário Pedagógico Impresso (metade do séc. IX). Auxiliar Suporte substitutivo Vencer a distância geográfica Ensino de Substituição Expositivo, primazia do discurso verbal eventualmente ilustrado. Multimídia (a partir dos anos 60) Convergência e complementaridade Especificidade e eficacidade própria de cada mídia Conceito de “midiatização” Evolução do conceito de distância. Vencer distâncias socioeconômicas mais que espaço- temporais. Ensino da segunda chance. Modularidade de ensino específico, Andragogia Complementariedade “recursos audiovisuais” Modalidades sensoriais, sistemas sociocognitivo, modos de tratamentos distintos. Focalização progressiva sobre a aprendizagem e o aprendiz Telemática CMC (a partir dos anos 80) Dispositivo de comunicação e de formação 4 formas de mediação: tecnológicas, corporais, semiocognitivas e relacionais Formação a distância aberta e flexível. Sistema mistos, híbridos Ambiente integrado de trabalho. Telepresença. campus Virtuais Atividades de aprendizagem e recursos. Quadro 1 – Evolução das Mídias. Fonte: Peraya (2001) 40 Mata (1995) afirma que é amplo o leque de possibilidades que se oferece à EaD. O vídeo interativo, baseado em computador com uso de interfaces gráficas, o videodisco a laser, o hipertexto, as hipermídias, o CD-ROM, junto com material impresso, além dos outros recursos como rádio, televisão, telefone, correio postal e eletrônico e fax fazem parte dos possíveis materiais e ferramentas a serem utilizados. Os satélites de comunicação e as redes de computadores oferecem inúmeras possibilidades para criar, armazenar, distribuir, apresentar informações, motivar, interagir e estabelecer relações no âmbito da mediação pedagógica. Dentre as várias definições de EaD existentes na literatura sobre o assunto, destaca-se a de Moore e Kearsley (2007, p. 2). Educação a distância, segundo os autores, seria o aprendizado que ocorre, normalmente, em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais. Com a redução nos custos dos equipamentos e a necessidade crescente de formação, o aperfeiçoamento profissional e a necessidade de expansão do ensino, a EaD configura-se como uma modalidade de ensino e tecnologia educacional acessível e conveniente a várias pessoas que se encontram dispersas geograficamente, uma vez que evita deslocamentos e possibilita ao estudante aprender em seu ritmo, no tempo e local que lhe são mais convenientes, além de favorecer o desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas, como autonomia, criatividade, autodisciplina, responsabilidade com a própria formação, construção 41 do conhecimento, aprendizagem cooperativa entre outras habilidades. Pedagogicamente, a evolução do EaD esteve condicionada aos paradigmas e tendências de ensino que impulsionaram as experiências educacionais, na medida em que também evoluíram as concepções e teorias de aprendizagem e os modelos de ensino auxiliados por computador assim como os meios que determinam seu uso. 1.2 Interação em ambientes virtuais de aprendizagem Desde o ensino por correspondência, em que se utilizava material impresso, até o ensino mediado eletronicamente, no qual se utilizam redes de computadores e recursos multimídia em tempo real, houve um avanço considerável nessa modalidade de ensino. Em EaD, a importância desse avanço pode ser percebida pelo destaque que se dá a cada uma das interações que ocorrem em um curso a distância, conforme destacamos na figura 1: 42 Figura 1 – Interações em EaD Os diferentes recursos da tecnologia conjugada (internet, software aplicativos, multimídia interativa, hipermídia, videoconferência, audioconferência, teleconferência, realidade virtual não-imersiva e imersiva - quando esta for possível - e outros recursos) têm provocado modificações substanciais nos paradigmas de educação vigentes. Essas modificações acontecem porque os recursos oferecem ao estudante e professor inúmeras possibilidades de acesso à informação, de comunicação via esses novos meios e novas formas de aprender e ensinar, que são requeridas nesse novo ambiente. Nesse contexto tecnológico, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem foram criados em benefício da educação a distância interativa, visto que possuem características comunicativas que as mídias anteriores 43 não alcançavam. Entre as vantagens dos AVAs, verificamos que estes (...) reúnem em único espaço da WEB ferramentas diversas de comunicação (fórum de discussão, bate-papo, portfolio, e-mail), ferramentas para apresentação e compartilhamento de materiais didáticos em diferentes formatos textuais (textos, vídeos, imagens) e ferramentas para organização e coordenação para o atendimento de uma determinada disciplina ou curso. (YOUNG, 2008, p. 44) Essa estrutura permite a inserção de diversificação das práticas educativas baseadas na construção do conhecimento. Esse fato é relevante, pois a EaD foi criticada durante muito tempo por suas limitações em termos de metodologias de aprendizagem que se baseava basicamente na “entrega” do conteúdo autoinstrucional aos alunos. Outro enfoque para a relação tecnologias/aluno/professor é dado por Hoffman e Mackin (1996), cuja preocupação é com os novos paradigmas da interação de uma “sala de aula virtual”. Eles afirmam que as interações aluno/interface, aluno/conteúdo, aluno/professor e aluno/aluno precisam ser adequadamente utilizadas e conhecidas para gerar cursos a distância interativos de alta qualidade. Nestas relações de comunicação, a interação aluno/interface é a linha vital entre o professor e o aluno. Se ela falha, o processo pedagógico (formação, treinamento e outros) também falha. Entre outras medidas, é necessário tornar a tecnologia o mais amigável e transparente possível. 44 Já a interação entre o aluno e o conteúdo ocorre quando o entendimento, a percepção e as estruturas cognitivas do aluno são transformadas. A visualização dos conteúdos do programa de ensino é criada para estimular, satisfatoriamente, não só a percepção e a cognição, mas também a atenção e a motivação do aluno. O conceito de entertrainment é proposto por Hoffman e Mackin (1996) para definir a mistura de treinamento com entretenimento, a qual serviria para capturar a atenção e a imaginação dos estudantes. Na interação que ocorre entre aluno e professor, o papel do professor-tutor é de dirigir o fluxo da informação para o estudante. Isso aconteceria no fato de ele planejar e desenvolver as aulas. O professor deve também estimular e motivar o aluno, manter seu interesse, dar apoio e encorajá-lo na sua aprendizagem. As interações aluno/aluno são, ainda segundo Hoffman e Mackin (1996), frequentemente, as mais produtivas experiências de formação. Essas interações, quando bem projetadas, oferecem a oportunidade para os estudantes expandireme aplicarem os conhecimentos de forma compartilhada, aspecto impossível no estudo solitário. 02 45 Tópico 02 – Breve histórico da EaD no Brasil A EaD no Brasil até já tem quase um século de história. Souza (s/d, p. 51-57) fez um resumo cronológico dessa modalidade de ensino. Vejamos alguns aspectos por ele destacados. No Brasil, a educação a distância existe desde a década de 1920. Contudo, sua valorização formal só veio a ocorrer com a Lei nº 9394/96 – a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que a legitimou como parte do sistema de ensino. Os eventos principais das iniciativas pioneiras na área, entre os anos de 1920 e 1950, foram: Objetivo q Conhecer um breve histórico da Educação a distância no Brasil. 46 DATA INFORMAÇÕES 1923 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (Roquete Pinto e Henrique Moritz). 1934 Doação, por parte de Roquete Pinto, dessa rádio para o Ministério da Educação e Saúde, que passa a chamar-se de Rádio-Escola Municipal do Rio de Janeiro. 1937 Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação. 1939 Criação, em São Paulo, do Instituto Rádio-Técnico Monitor (cursos por correspondência) 1941 Fundação do Instituto Universal Brasileiro. 1943 Lançamento de cursos bíblicos por correspondência, pela Igreja Adventista Brasileira. 1957 Criação do Sistema Radio Educativo Nacional (programas educativos a serem transmitidos por um conjunto de emissoras, em todo o Brasil). 1958 Serviço de Assistência Rural-SAR (Diocese de Natal, com foco na educação popular). Quadro 2 - Primeiras iniciativas em EaD Fonte: Saraiva (1996) Por meio do quadro 6, é possível entender que a EaD é uma prática antiga e que favorece o acesso à educação em diferentes níveis e públicos. Um dos exemplos foi no Estado do Ceará, nas décadas de 70, 80 e 90, quando o governo inseriu a TV Educativa no sistema formal de ensino, acrescentando, nas escolas públicas, salas de aula em que a figura do professor foi substituída por emissões televisivas. Depois dessas décadas iniciais, e principalmente depois da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e com o aumento do uso das TICs, a educação a distância tem se expandido no Brasil. O reconhecimento formal dessa modalidade de ensino e aprendizagem veio com a LDB de 1996, que lhe dedicou todo o seu artigo 80. Vejamos alguns aspectos da EaD a partir de 1996. 47 DATA INFORMAÇÕES 1996 Criação, no MEC, da Secretaria de Educação a Distância - SEED (Decreto nº 1.917). Neste ano, surgiu um importante programa dessa secretaria: a TV Escola. 1997 Criado o Programa Nacional de Informática na Educação - ProInfo (Portaria MEC nº 522). 1. MEC/CAPES/SEED - Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância - PAPED (apoio financeiro para dissertações ou teses relativas à educação a distância ou a tecnologias da informação e da comunicação (TICs) aplicadas à educação. 2. Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação - Resolução que fixa condições para validade de diplomas de cursos de graduação e de pós-graduação em níveis de mestrado e doutorado, oferecidos por instituições estrangeiras no Brasil, nas modalidades semipresenciais ou a distância. 1998 Decreto nº 2.494 regulamenta a Educação a Distância no país. Ainda em 1998, tivemos: 1. MEC – Portaria nº 301 normatiza as formas de credenciamento de instituições de ensino, para a oferta de cursos a distância – em nível de graduação e educação profissional e tecnológica. 1999 MEC - Programa de Formação de Professores em Exercício - Proformação. 2000 MEC - Portaria nº 495 - comissão de técnicos desse ministério e de outros órgãos federais e estaduais para o desenvolvimento, na UniRede, de projetos, critérios, padrões e procedimentos para a organização de cursos superiores de graduação a distância. Ainda em 2000: 1. Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT - Portaria nº 129, que constitui grupo de trabalho para elaborar projeto de infraestrutura tecnológica com o objetivo de implantar a Universidade Virtual Pública do Brasil. 2. Consórcio Universidade Virtual Pública do Brasil - UniRede (Termo de Adesão assinado por reitores e diretores de 62 instituições federais, estaduais e Centros de Educação Tecnológica). 2007 MEC cria a Rede e-TEC Brasil, programa que visa à democratização do acesso ao ensino técnico público, por meio da EaD. Quadro 3 - Expansão da EaD 48 Vejam que neste momento você inicia um curso técnico dentro da rede e-Tec (Escola Técnica Aberta do Brasil), que tem o objetivo de expandir a Educação Profissional e Tecnológica na modalidade a distância. A rede e-Tec, lançada em 2007, integra o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e oferta aproximadamente 143 cursos de educação profissional nessa modalidade distribuídos nas mais diversas áreas em todo o país em colaboração entre União, Estados e Prefeituras. A Rede e-Tec abrange ainda o Profuncionário, ação que visa oferecer formação de nível técnico aos servidores das escolas públicas. A profissionalização, inclusive a distância, deve ser elemento que contribua para o ingresso, permanência e conclusão do Ensino Médio para jovens e adultos. Nesse sentido, ela é entendida como estratégia de elevação da escolaridade e deve se articular às demais ações da própria instituição, fortalecendo as possibilidades de permanência e continuidade de estudos. Fonte: <http://redeetec.mec.gov.br/index.php?option=com_content&vi ew=article&id=11&Itemid=1> http://redeetec.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11&Itemid=1 http://redeetec.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11&Itemid=1 49 Tópico 03 – A Rede e-Tec no Ceará (IFCE) A Educação a Distância, conforme dito antes, é o termo genérico usado no Brasil para designar os modos ensino e/ou aprendizagem, cuja mediação professor-estudante-conteúdo é feita por alguma tecnologia e que, por isso, se diferencia do modelo presencial clássico. As atividades educativas são desenvolvidas em lugares e tempos diversos. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a Educação a Distância já é uma realidade. Por meio do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e Escola Técnica Aberta do Brasil (e-TEC), abriram-se as portas para expansão e interiorização da oferta do ensino técnico e superior, gratuito e de qualidade para o País. Ressalte-se que não há diferença nos currículos e que, perante a legislação, os cursos a distância têm a mesma validade que os presenciais. O Núcleo de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância – NTEAD, ligado à Diretoria de Ensino (DIREN), é o órgão que faz a produção e a gestão dos cursos, bem como a coordenação dos projetos e programas de EAD no IFCE, como o e-Tec e o Profuncionário. Objetivo r Conhecer os cursos técnicos na modalidade semipresencial oferecidos pelo IFCE. O Profuncionário é uma ação que faz parte das diretrizes da Rede e-Tec Brasil, visa a formação dos funcionários das escolas públicas, em efetivo exercício, focando numa habilitação compatível com a atividade exercida. A formação em nível técnico de todos os funcionários é uma condição importante para o desenvolvimento profissional e aprimoramento no campo do trabalho e, portanto, para a carreira conforme dispõe a Portaria nº 1.547, de 24 de Outubro de 2011. Fonte: http://redeetec.mec. gov.br/index.php/pro funcionario 50 Os cursos técnicos da Rede e-Tec no Ceará oferecidos através do IFCE são: Meio Ambiente; Segurança no Trabalho; Eletrotécnica; Edificações; Informática; Redes de Computadores, e os mais recentes, Agronegócio, Automação Industrial e Comércio. Além desses, são oferecidos os seguintes cursos do Profuncionário: Secretaria Escolar; AlimentaçãoEscolar; Infraestrutura Escolar; e Multimeios didáticos. Atualmente, o e-Tec está presente em 18 polos, situados nos municípios de Caucaia, Horizonte, Tauá, Aracati, Quixeramobim, Mauriti, Crateús, Pacajus, Campos Sales, Russas, Fortaleza (Portuário) e em seis CITS (Centro de Inclusão Tecnológica e Digital) em funcionamento em bairros da periferia do município de Fortaleza. São mais de quatro mil alunos do IFCE matriculados em cursos técnicos na modalidade semipresencial ofertados através da Rede e- Tec. Para 2015, esperamos ampliar ainda mais a oferta de vagas, com a criação de novos cursos e de novos polos no Estado do Ceará. Conclusão Nessa aula, você, cursista, conheceu um pouco do histórico dessa modalidade de ensino que ora inicia seu curso. Vimos a construção do avanço da EaD no Brasil, além de ter conhecido um pouco a abrangência dos cursos técnicos a distância no IFCE. Na próxima aula, veremos as ferramentas do ambiente de aprendizagem, que será a sua sala de aula virtual. 51 Referências HOFFMAN, Jeff; MACKIN, Denise. Interactive Television Course Design. Michael Moore´s Learner Interaction Model, fron the classroom to Interactive Television. Trabalho apresentado no International Distance Learning Conference (IDLCON), Washigton DC, 1996. PERAYA, Daniel. Qu´est-ce qu´um campus virtuel? In: CHARLIER, B. PERAYA, D. Utiliser les technologies pour apprendre. Projet, pratiques guide pour l action. Bruxelles: DeBoeck, 2001. 52 Aula 04 – Recursos utilizados em EaD e seu processo de avaliação Apresentação Você viu na aula anterior o quanto as tecnologias digitais podem contribuir com o aprendizado presencial e a distância. No fazer pedagógico, é difícil separar o uso de diversos recursos e ferramentas que ajudam, dão suporte e/ou fazem a mediação entre professor/conteúdo/alunos. Antigamente, se conhecia e se aprendiam as primeiras letras em revistas e livros impressos e se exercitava a escrita no caderno, na lousa etc. Hoje, com a tecnologia acessível, o processo se modernizou. Usam-se softwares, páginas de internet, os editores de texto, e-mail, tanto no exercício da escrita, como da leitura. São muitos os suportes de apresentação, produção e interação por meio dos quais professores, tutores e alunos movimentam os conteúdos abordados. Objetivos r Conhecer os principais recursos, ferramentas e programas de computador (softwares) utilizados em educação presencial e educação a distância, assim como suas características. r Identificar as ferramentas de organização, gestão, informação e comunicação. r Conhecer os conceitos de avaliação e sua importância no processo de aprendizagem. r Entender as especificidades da avaliação na EaD. 53 Tópico 01 – Principais recursos utilizados em EaD Dê uma olhada à sua volta, no polo de ensino. Observe sua sala de aula os equipamentos e recursos que estão disponíveis. Rememore suas antigas aulas e o ambiente físico. Liste o que os professores usavam como recursos em sala de aula para auxiliar na exposição do conteúdo. Pois é, você perceberá que são inúmeros suportes e ferramentas tecnopedagógicos, antigos e novos, utilizados como meio e apoio ao processo ensino-aprendizagem, na modalidade presencial e na modalidade a distância. Os professores ou equipe pedagógica, ao realizarem o planejamento dos níveis de ensino, como exemplo a aula, tomam a decisão de utilizar recursos didáticos uma ou várias tecnologias educativas conforme ela(s) tenha(m) o potencial de contribuir para a aprendizagem do aluno, enriquecer o conteúdo e variar as estratégias didáticas, sempre no intuito de promover a eficácia pedagógica no que diz respeito a apresentar, armazenar e manipular o conteúdo didático ou informação. Objetivo r Apresentar os principais recursos utilizados em educação presencial e a distância. 54 Vejamos, então, que recursos são mais utilizados (assim como suas respectivas características), tanto em sala de aula presencial, quanto em educação a distância. Os diagramas a seguir apresentam um resumo dos tipos de recursos e de suas principais características, vamos conferir! Recursos didáticos EaD Diagrama 1 – Recursos interativos Vídeoaula Ambiente virtual de aprendizagem Webconferência Dicionário online Biblioteca Virtual Pesquisa Online Livros virtuais (e-book) Objetos Educacionais RECURSOS INTERATIVOS ONLINE 55 Diagrama 2 - Equipamentos Como você pode ver, a lista de recursos é extensa. A seguir, segue uma breve descrição dos recursos citados nos diagrama 1 e 2. Objetos educacionais - Recursos digitais elaborados para auxiliar o processo de aprendizagem. Ex.: http://objetoseducacionais2mec.gov.br/ Livros virtuais (e-book) - Livro em arquivo digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos como tablets, notebooks, entre outros. Pesquisa online - Ferramenta destinada especificamente para pesquisas na internet, tais como: textos, livros, vídeos, entre outros. Ex.: site do Google. Biblioteca virtual - Recurso para acessar acervos de bibliotecas, atualmente diversas instituições disponibilizam suas bibliotecas. Ex: biblioteca da USP, periódicos da CAPES. Projetor multimídia Tablet Pendrive EQUIPAMENTOS http://objetoseducacionais2mec.gov.br/ 56 Dicionário online - Versão online do dicionário tradicional, cuja função é consultar definições. É também possível consultar informações sobre a origem de algumas palavras e a sua pronúncia. Webconferência - Permite um encontro virtual com possibilidade de compartilhamento de apresentações, voz, vídeo, textos e arquivos via internet. Ambiente virtual de aprendizagem - Plataforma desenvolvida especificamente para processo educativo online composto por diversas ferramentas, tais como: bate-papo, mensagens online, fóruns, exercícios. Ex.: Moodle, TelEduc. Vídeoaula – Material audiovisual cujo objetivo é apresentar um ou vários conteúdos da aula. Pendrive – Substituto para o disquete e o CD-ROM. Chamado de memória USB Flash Drive, alguns modelos são chamados de pendrive. É um dispositivo de armazenamento constituído por uma memória flash e um adaptador USB para interface para o computador. Geralmente possui formato compacto para facilitar o seu transporte. Tablet – equipamento em formato de prancheta que possui os recursos e potencialidades dos computadores pessoais. Projetor multimídia – Utilizado para apresentação de trabalhos e exposições de conteúdos de aula. No entanto, essa lista de recursos não para só no que descrevemos no quadro. Pelo contrário, é crescente a evolução dos suportes eletrônicos que vêm sendo adaptados e aplicados no processo ensino-aprendizagem. Um exemplo concreto disso são os Para saber mais sobre computação em nuvem, acesse os links: http://revistawindows .com.br/tutoriais-e- artigos/entenda- melhor-os- conceitos-da- nuvem-nova- modalidade-de- compartilhamento- de-dados/ http://www.webisaac .com.br/2013/05/goo gle-docs-editar- compartilhar- documentos- online.html 57 programas de aplicação que funcionam em sistemas operacionais popularmente conhecidos, tais como Windows ou Linux. Além dos sistemas operacionais das máquinas, há também muitos softwares e, dentre eles, os aplicativos que são bastante utilizados em meio educacional. Destacam-se os mais conhecidos os processadores de texto (Word e Open Office Writer), as planilhas eletrônicas (Excel e Open Office Calc), apresentações eletrônicas (Power Point e Open Office Impress), aplicações gráficas (Photoshop, Corel Draw, Gimp), editores web (Dreamweaver, Kompozer-Mozilla) e banco de dados (Acess, Open Office Basic). Com expansão da internet e da computação em nuvem o computador se tornouum “chip” ligado a internet e com isso os aplicativos estão disponíveis e arquivados online. O que antes era só no pc e teríamos que salvar no HD da máquina. Os principais sites que oferecem esse recurso de plataforma de arquivos e os mais conhecidos são: Amazon Cloud Drive, Dropbox, Google Drive, Microsoft Sky Drive. Vejamos o que faz cada um desses aplicativos: • Os processadores de texto permitem elaborar textos mais facilmente e dar-lhes um aspecto profissional imediato. Alguns softwares de tratamentos de textos incluem modelos, dicionários ou corretores, ou comportam funções científicas (edição de equações e fórmulas), bem como opções de desenho. Ex: Word e Write. • As planilhas eletrônicas permitem a tabulação de dados em tabelas eletrônicas, possibilitando análise detalhada das Para saber mais sobre plataforma de arquivos, acesse o link: http://www.artigos.co m/artigos/engenhari a/tecnologica/as-5- melhores- plataformas-para- compartilhamento-e- armazenagem-de- arquivos-online- 31012/artigo/#.U9f2 HPldWWZ 58 informações e criação de gráficos, elaboração de cálculos matemáticos, estatísticos, etc. Dito de outra forma, significa que a informação numérica é estruturada em uma tabela em que é possível aplicar dados nos campos de operações (equações, cálculos, etc.) ou funções (inclusive modelo de textos). Ex: Excel, Calc. • Os softwares para apresentações eletrônicas podem ser úteis ao professor de duas formas: para desenvolver slides com grafismo, tipografia, cores e imagens e, na hipótese de a sala de aula ser equipada, projetar eletronicamente a informação a partir do computador, incluindo não apenas texto e imagem, mas também som, vídeo e certa interatividade. Os programas mais utilizados para elaboração de apresentações através de slides, de forma simples e interativa são, o Power Point e Impress. • Já para aplicações gráficas, os softwares permitem criar e editar imagens, gráficos ou desenhos. Os materiais dos programas gráficos podem ser uma tela gráfica (alta resolução e cores), recursos de tratamento de imagens (criar, apagar, aumentar etc.) e tabela marcadora para fazer edição em papel. Os programas de aplicações gráficas genéricos apresentam grande simplicidade e permitem o desenho de uma infinidade de coisas, entretanto, têm como inconveniente uma quantidade limitada de recursos, tais como os do Paint. Já os programas profissionais conferem precisão e versatilidade à arte final como Corel Draw, Ilustrator, Fireworks e Photoshop. 59 • Os editores de páginas web permitem criar páginas com facilidade, sem necessariamente se saber programar. Possibilita aos profissionais de uma instituição de ensino e aos estudantes, por exemplo, disponibilizar informações interessantes e comunicar suas áreas de interesse. Permitem a publicação de conteúdos na Web com uma estrutura gráfica semelhante a de processadores de textos. Ex: Dreamweaver, Expression e NVU. • Os bancos de dados permitem armazenar tabelas informatizadas. Eles oferecem uma interface para manipulação, consulta de dados. São depósitos organizados de informações para posterior consulta através dos Gerenciadores de Bancos de Dados (GBD). Ex: Access, MySQL. • Como estudantes na modalidade a distância, vocês vão utilizar muitos desses recursos, seja no computador físico ou nas nuvens. Para o professor, eles também são essenciais, uma vez que o auxiliam a organizar a formação, fazer a gestão do processo ensino-aprendizagem, informar o estudante, bem como promover as interações necessárias entre professor-aluno(s), aluno(os)-tutores, aluno(s)-aluno(s), aluno(s)-instituição (equipe de apoio, suporte, etc.). • No próximo tópico, então, mostraremos quais ferramentas são mais usadas em EaD e, em especial, nos ambientes virtuais tais como o Moodle, utilizado para e interação neste curso. 60 Tópico 02 - Ferramentas de organização, gestão, informação e comunicação em EaD Em educação a distância, há por trás do professor e tutores, uma equipe que ajuda no planejamento, criação e suporte do cenário tecnopedagógico em que vai se dar a aprendizagem. Isso tudo para garantir que o estudante aprenda de maneira rica, eficaz e com qualidade, conforme os objetivos do curso e das disciplinas. Para isso, deve-se propiciar um ambiente virtual de aprendizagem que permita a ocorrência de todas as interações possíveis ao bom andamento do curso. Para atender a essa demanda, foram desenvolvidas muitas plataformas de ensino que dão suporte às atividades de educação a distância, que podem ser gratuitas ou pagas. Essas plataformas, também chamadas de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) priorizam algumas funcionalidades que devem ser usadas para garantir que ocorram, efetivamente, as relações de comunicação, a difusão e tratamento do conteúdo, a gestão e as interações necessárias ao processo educativo. As mais utilizadas no Brasil são: TelEduc, AulaNet, Amadeus, Eureka, Moodle, e-Proinfo, Learning Space e WebCT. Objetivo r Identificar as ferramentas de organização, gestão, informação e comunicação. 61 Class (2001) elege um grupo de ferramentas com funções de informação, comunicação, colaboração, gestão e atividades como as mais adequadas para aprendizagem virtual. O autor observa que essas cinco funções apresentam o que é necessário para um ambiente de aprendizagem integrado e organizado (como no mundo físico, presencial), uma vez que agregam em um só ambiente virtual os elementos e funcionalidades necessárias a todos os aspectos da formação. Expliquemos cada uma das funções: • As funções de informação têm como usos gerar, armazenar, veicular, processar e reproduzir a informação. • As de comunicação incluem toda forma de veicular informação, inclusive as mídias mais tradicionais, como o uso de pergaminhos, de tambores na selva, de livros, de revistas, do rádio, da TV, do vídeo, das redes de computadores, etc. • Já as de interação permitem elaboração e manipulação conjunta de conteúdos específicos por parte do emissor (professor-tutor/aluno) e do receptor (aluno/ professor-tutor), codificando-os, decodificando-os, recodificando-os conforme as suas realidades individuais e a cultura em que vivem. • As funções de colaboração, por sua vez, permitem a otimização do trabalho em equipe, facilitam a colaboração, permitem a aprendizagem colaborativa, favorecem o uso de diferentes linguagens, atendem a diferentes estilos de aprendizagem. 62 A figura a seguir mostra esse universo de funções e funcionalidades associadas. Figura 1 - Aspectos conceituais de um ambiente de aprendizagem integrado (Class, 2001) Veja que o espaço virtual reproduz as funções e os espaços correspondentes na realidade. O ambiente virtual em que você está interagindo agora, o Moodle, possui uma forte conotação espacial e funcional, como se você estivesse em um ambiente físico de ensino da instituição. Nele você interage com os espaços onde circula a informação, a comunicação, a gestão do ensino e do conteúdo, a colaboração, as atividades didáticas e avaliativas, conforme os objetivos estabelecidos nos planos das disciplinas. 63 A seguir, confira imagem da página inicial do Moodle na educação a distância do IFCE. Figura 2 - Ambiente Moodle – IFCE (http://virtual.ifce.edu.br/moodle/) Ainda é preciso observar que, mesmo estabelecidos os espaços no ambiente virtual, é necessário o uso de diversas outras ferramentas para as tarefas de organização, gestão, informação e comunicação. 64 Tópico 03 - Ferramentas interativas do Moodle e a avaliação da aprendizagem a distância Uma das habilidades que um aluno virtual deve ter é saber utilizar o ambiente virtual de aprendizagem de forma eficiente, visto que todos os processos de ensino-aprendizagemocorrerão nesse espaço. Em vista disso, por meio de uma abordagem teórico-prática, discutiremos o que são esses ambientes, do que são compostos e quais são suas potencialidades educativas. É importante salientar, ainda, que a educação a distância (EaD), no modelo atual, objetiva uma aprendizagem que se desenvolva coletiva e individualmente. Para a viabilização desse processo, é necessário que os cursos a distância ofereçam ambientes com ferramentas síncronas e assíncronas capazes de oferecer interatividade nas discussões, ou seja, compartilhamento de ideias entre os seus participantes. Podemos dizer que o Moodle, como ferramenta de aprendizagem, conta com uma diversidade de recursos que propiciam a vocês possibilidades de trabalhar o conteúdo e as atividades de uma maneira mais dinâmica e interativa. Objetivos r Conhecer o ambiente Moodle. r Descrever as ferramentas de interação do ambiente Moodle. r Conhecer outras ferramentas que fazem parte dos cursos a distância do IFCE e suas funcionalidades. Ferramentas síncronas: são aquelas que promovem a comunicação em tempo real, ou seja, ao mesmo tempo entre os interlocutores que participam da atividade de interação. Ex: bate- papo Ferramentas assíncronas: são aquelas que promovem a comunicação em tempos diferentes. Os usuários não precisam estar conectados ao mesmo tempo para se comunicar com os outros colegas. Ex: fórum 65 O conjunto de ferramentas é dividido de acordo com os objetivos a que se pretende alcançar. Ferramentas interativas Atualmente, em função dos avanços tecnológicos, ao se pensar em EaD, surgem diversos ambientes de aprendizagem, entre eles estão Aulanet, Solar, E-proinfo, TelEduc, Moodle, entre outros. Este último é o utilizado em nosso curso. Por meio dele, então, você acessa as aulas, interage com os demais participantes e posta suas atividades. Podemos dizer que o Moodle, como plataforma virtual de aprendizagem, conta com uma diversidade de recursos e ferramentas que propiciam a vocês possibilidades de explorar o conteúdo e as atividades de uma maneira mais dinâmica e interativa. O conjunto de ferramentas é dividido de acordo com os objetivos a que se pretende alcançar. Veja, abaixo, uma classificação desses recursos. Veja abaixo uma classificação destes recursos: 1. Ferramentas de comunicação e discussão: fórum, chat. 2. Ferramentas de avaliação e de construção coletiva: tarefa, wikis, glossários. 3. Ferramentas instrucionais: lições (quiz). 4. Ferramentas de pesquisa e opinião: enquetes, referendos e questionários. Obtenha mais informações sobre os ambientes virtuais de ensino nos seguintes sites: Aula net - http://www.eduweb.c om.br/ aulanet/ Solar - http://www.solar.virtu al.ufc.br/ e-proinfo - http://eproinfo.mec.g ov.br/ Teleduc - http://www.teleduc.o rg.br/ Moodle - http://www.moodle.o rg.br/ 66 Para facilitar a visualização das ferramentas, disponibilizaremos exemplos de algumas aplicações. Antes disso, no entanto, falaremos um pouquinho de cada uma delas. Ferramentas Interativas Iniciaremos apresentando o fórum. Vale mencionar que esta ferramenta será bastante utilizada ao longo das disciplinas do seu curso, proporcionando ricos momentos de discussão. Fórum O fórum consiste em uma discussão no Ambiente sobre um tema específico. É uma ferramenta de grande importância, pois permite a comunicação entre professores e alunos a qualquer momento, desde que se tenha um computador disponível e conectado à internet. De certa forma, podemos considerar o fórum como uma caixa de correio online, onde professor e alunos podem postar suas mensagens e fazer a leitura das mensagens dos participantes que estão envolvidos no curso. O fórum, como um espaço de discussão coletiva, permite que cada participante, ao ler a mensagem do seu colega, acrescente comentários, concorde ou até mesmo seja divergente da opinião do outro. A forma assíncrona de comunicação desta ferramenta permite que o participante use seu tempo pessoal para elaborar suas reflexões sobre o tema que está sendo discutido. 67 Figura 3 - Espaço Fórum de discussão Bate-papo ou chat A sala de bate-papo do Moodle é uma ferramenta simples de comunicação que permite a professores e alunos comunicar-se em tempo real (online). Seu funcionamento é semelhante a um sistema de mensagens instantâneas como, o MSN. No bate-papo, é preciso que todos os participantes estejam on line, ou seja, conectados à internet, logados no ambiente Moodle e dentro da sala de bate-papo para que seja possível a comunicação. Essa ferramenta pode ser útil como espaço de discussão, de 68 esclarecimento de dúvidas, mas também pode ter outros usos, tais como discussão de vídeos ou textos, por exemplo. Figura 4 - Tela de bate-papo do Moodle Mensagem A ferramenta mensagem possibilita a troca de mensagens instantâneas entre os participantes do curso. Na imagem seguinte, é possível visualizar uma mensagem recebida. Para acessá-la, é necessário clicar no ícone em forma de carta situado ao lado do nome do autor. 69 Figura 5 - Escrever mensagem Wiki É uma atividade que permite construir documentos de forma coletiva, usando um navegador da internet. Na imagem abaixo, você pode observar um exemplo de atividade realizada utilizando-se a ferramenta colaborativa Wiki. Na ferramenta Wiki, documentos são disponibilizados para que sejam desenvolvidos coletivamente. Esse tipo de tecnologia aumenta a velocidade de criação e atualização de páginas desenvolvidas por vários autores ao mesmo tempo sem haver a necessidade de revisões antes de as modificações se tornarem 70 efetivas. Dessa forma, o Wiki no Moodle tem o objetivo de proporcionar aos participantes de um curso, por exemplo, a realização de um trabalho em conjunto para adicionar páginas web e expandir e modificar seus conteúdos. O texto/página vai sendo escrito aos poucos e com a participação de todos. As versões antigas da produção textual nunca são apagadas, podendo ser, inclusive, restauradas. No Wiki, os textos podem ser editados, utilizando-se, para isso, recursos comuns para edição de textos, acrescidos de outros recursos, que ampliam as possibilidades de criação. Os autores dos textos, sejam eles professores ou alunos, podem desenvolver estilos diferentes de texto, inserir lista, hiperlinks, tabelas e figuras de acordo com a necessidade da atividade. A partir da inserção da primeira página, nomeada pelo próprio usuário (professor ou aluno), existem as possibilidades de reversão da página editada, ou seja, a possibilidade de se disponibilizar a página antiga, sem perda do seu texto novo ou antigo. A administração da página e a criação de links podem ser feitas pelos próprios alunos ou pelo professor. Tarefa Uma tarefa consiste na descrição ou enunciado de uma atividade a ser desenvolvida pelo aluno, que pode ser enviada, em formato digital, ao local indicado no ambiente Moodle. Poderão ser solicitadas atividades como redações, projetos, relatórios, imagens, resoluções de exercícios, textos, resumos, etc. http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal 71 Glossário É uma ferramenta em que o professor/tutor e alunos podem construir uma espécie de dicionário, no qual serão inseridos conceitos referentes ao conteúdo estudado. Lição ou Quiz A Lição ou Quiz é uma ferramenta que permite ao aluno resolver testes objetivos com diversos tipos de questões (verdadeiro ou falso, múltipla escolha, respostas curtas). A nota é atribuída automaticamente. Figura 6 - Quiz 72 Webconferência Essa ferramenta promove encontros virtuais entre dois ou mais participantes em locais diferentes, distantes geograficamente, podendo utilizar diversosrecursos tais como texto, imagens, áudio, vídeo, compartilhamento de arquivos e tela de computador, quadro branco etc. Segundo Santiago (2010, p. 14), A webconferência consiste em uma ferramenta que permite realizar interações síncronas online com múltiplos recursos interativos como chat, áudio, voz, vídeo, compartilhamento de tela, arquivos, apresentações/slides, dentre outras várias opções de gerenciamento de conferência por meio de configuração de permissões e tipos de usuário, permitindo diferentes formas de apresentação de acordo com a finalidade, comercial ou educacional. Figura 7 – Tela da webconferência 73 No quadro da EaD, a webconferência é usada para dar aulas, fazer apresentações, organizar reuniões de trabalho e sessões tira- dúvidas. Videoaulas São aulas gravadas em vídeos pelo professor-formador ou pelo professor-tutor para a explicação de um conteúdo ou de uma aula prática. 74 Tópico 04 - A avaliação da aprendizagem a distância O ato de avaliar é uma ação que acompanha o ser humano durante toda a sua vida, ocorrendo mesmo quando este não tem consciência que está realizando alguma avaliação, seja no trabalho, na escola ou na vida pessoal. Avaliamos nossas próprias atitudes, avaliamos as atitudes dos outros, assim a avaliação é tão presente em nosso cotidiano que nem notamos sua existência e, poucas vezes, refletimos sobre o que significa avaliar. Em seu processo de aprendizagem é muito importante que você conheça o papel da avaliação e sua relevância, por isso iremos contextualizar historicamente a avaliação e o que significa dentro do contexto educativo, para adentrarmos a avaliação no ensino a distância. Vamos então conhecer um breve histórico sobre avaliação? Para facilitar sua compreensão, elaboramos uma linha do tempo com fases que caracterizaram a avaliação no decorrer da história. Objetivos r Conhecer os conceitos de avaliação e sua importância no processo de aprendizagem r Entender as especificidades da avaliação na EaD 75 Figura 8: Linha do tempo historia da avaliação Fonte: Lannes & Velloso (s/d) Na linha do tempo, destacamos apenas alguns marcos importantes, que ajudam a contar a história de forma didática. Entenda caro(a) aluno(a), que um processo histórico não é um processo estanque que possui início e fim bem definidos! O primeiro item da linha do tempo nos remete a um período em que as tribos primitivas já realizam provas que marcavam a mudança de fase da vida dos jovens, trazendo um tipo de avaliação rigorosa, em que os adultos avaliavam o desempenho dos participantes, sendo o resultado definidor para o resto de suas vidas. Esse tipo de avaliação ainda pode ser observado em algumas culturas, entre elas a indígena. Já os chineses com sua história milenar trazem um legado em que há um tipo de avaliação estruturada e organizada para selecionar funcionários para cargos públicos. 76 Os gregos nos oferecem uma importante concepção de avaliação em que os mestres orientam seus alunos a avaliaram a si mesmo, diferente de outras concepções, em que avaliação vem de superiores, um marco para os procedimentos de avaliação até os dias atuais. A partir da idade média, com as universidades ocidentais, as avaliações tornam-se mais sistematizadas, os testes e exercícios são pensados como procedimentos de avaliação dos alunos. Com o surgimento das escolas modernas no século XVIII, a avaliação é pensada para uma quantidade maior de pessoas, diferente das universidades que eram para poucos. Os sistemas de avaliação começam a se desenvolverem nos séculos XIX e XX, voltados para uma avaliação baseada em testes padronizados voltados para educação. Esse modelo de avaliação perdura até o presente momento e você pode perceber isso, pois na maioria das atividades realizadas em sua vida escolar você necessitou desenvolver algum tipo de prova. A sua avaliação foi desenvolvida por meio de testes padronizados e classificatórios que estipula um modelo e nível comum a serem alcançados pelos alunos, trazendo aos alunos algumas dificuldades em relação a alcance de resultados esperados, já que cada aluno possui características individuais. Essa forma de avaliação vem gerando críticas de estudiosos que compreendem a avaliação como algo mais amplo e associado ao processo de ensino e aprendizagem 77 que deve ser considerado em todo o processo e não somente pensado em termos de exames finais e notas. Após conhecermos um pouco sobre a história da avaliação, é possível entender que as formas de avaliação que as instituições de ensino trazem são heranças de séculos passados e que estão presentes na própria história do homem. Vamos conhecer agora um pouco mais sobre avaliação, buscando caracterizá-la e conceituá-la. O que é mesmo avaliar? Você já pensou nisso? Vamos observar alguns conceitos de autores que pesquisam na área. Avaliação é... Um processo e não uma nota ou uma prova pontual que rotula o aluno como capaz e não capaz! Vejamos agora algumas concepções. Para Caldeira (2000), a avaliação não se dá num vazio, mas é embasada por uma teoria pedagógica que determinará a prática na sala de aula. Está associada a uma visão de homem, sociedade, educação e, consequentemente, de ensino e aprendizagem. Dessa forma, assim como não existe somente uma teoria pedagógica, a avaliação também terá diferentes concepções e abordagem. 78 Por isso, você já deve ter observado que numa mesma instituição de ensino encontramos diferentes posturas dos professores frente aos resultados e formas de avaliar, mesmo quando existem regras e normas para orientar o professor. Prof. Carlos Cipriano Luckesi, um estudioso respeitado na área de avaliação, vem destacar que é por meio da avaliação que o professor pode fundamentar decisões sobre processo de ensino e aprendizagem, dessa forma a avaliação é um instrumento de auxilio em sua prática e não deve se vista somente como forma de atribuir uma nota ao aluno, como se fosse algo externo ao processo educativo, enfatiza que “(...) se a avaliação não for diagnóstica ela não terá como objetivos a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno e nem o auxiliando em seu crescimento.” (LUCKESI, 2005, p. 150) Observe que Luckesi (2005) destaca que avaliar não é somente dar nota em atividades pontuais, mas a avaliação é um instrumento em que o professor deve se apoiar para contribuir com a aprendizagem dos alunos. Essa ideia nos faz pensar na avaliação como algo positivo e contínuo na educação se contrapondo a ideia negativa que normalmente vem associada à avaliação historicamente. Como o professor irá entender o desenvolvimento cognitivo dos seus alunos sem avaliá-los? Como saberá se os conceitos apresentados estão sendo compreendidos? 79 Esses questionamentos nos remetem ao ponto chave da avaliação! Avaliar pensando na qualidade da aprendizagem! Vamos abordar essa discussão na avaliação no contexto da EaD! Avaliar no contexto da EaD Vimos no tópico anterior que avaliar é um processo que é acompanhado pelo professor com objetivo de ajudar na aprendizagem dos seus alunos. Assim, a avaliação é um instrumento de trabalho do professor! No ensino a distância, que no nosso caso é desenvolvido no ambiente virtual de aprendizagem, como é feita avaliação da aprendizagem? Como são realizados os procedimentos avaliativos? Vamos averiguar primeiramente na legislação brasileira. Esta obriga as instituições que trabalham com educação a distância a realizarem exames presenciais para comporem as notas que são geradas nos diários e históricos escolares, definindo que a nota dos exames presenciais prevaleçam sobre a nota das atividades realizadas a distância. O Decreto 5.622/05 define que: Art. 4º A avaliação do desempenho doestudante para fins de promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: I - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais. 80 § 1º Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou programa. § 2º Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. Apesar de haver uma maior valorização dos exames presenciais em relação aos processos e atividades realizados a distância, é importante consideramos que é no momento da interação a distância no ambiente virtual que o aluno tem todos as condições e estrutura para o desenvolvimento de sua aprendizagem. Essa valorização do exame presencial deve-se principalmente ao fato de uma “tentativa” de controle da identidade do aluno que estudo a distância pelas instituições. Pensando na realidade das atividades que são realizadas a distância, os ambientes virtuais de aprendizagem são desenvolvidos para facilitar o processo de avaliação. Assim, quando você entra no ambiente virtual, quando você registra seu login (usuário) e senha, todas as suas ações são registradas e mapeadas em ferramentas próprias de avaliação que somente o professor e a coordenação têm acesso. Vejamos alguns dados fornecidos pelos ambientes virtuais em forma de dados qualitativos e quantitativos. Na figura abaixo, você observa alguns dados quantitativos: Atenção! Os exames presenciais de seu curso têm peso de 60% na composição de nota. Já as atividades a distância correspondem a 40%. 81 Figura 9 – Exemplos de dados quantitativos Os dados fornecem subsídios para que o professor tenha condições de averiguar como está a frequência do aluno nas atividades, permitindo que o docente possa tomar decisões para acompanhar o aluno em dificuldades que este esteja sentido para frequentar o ambiente e/ou acessar suas aulas. Essa ação é muito importante e definidora para evitar a evasão em cursos a distância. 82 Caro(a) aluno(a), um alerta importante! Na figura 10, você observa alguns dados qualitativos: Figura 10 - Exemplos de dados qualitativos Evite deixar para fazer as atividades do ambiente todas de uma vez só, entre frequentemente no ambiente e gradualmente, de acordo com o cronograma do seu curso, participe das atividades colaborativas, como os debates em fóruns de discussão, pois cada atividade possui um tempo para iniciar e terminar. Na EaD, os prazos são cruciais para um bom aproveitamento e aprendizagem. 83 Os dados qualitativos possibilitam ao professor conhecer seus alunos, realizar uma avaliação individual e ajudar cada aluno em sua aprendizagem, assim envolve questões subjetivas tanto do professor quanto do aluno. Essa avaliação está diretamente relacionada aos critérios definidos previamente pelo professor em relação aos objetivos a alcançar pelos alunos em sua disciplina, por isso os feedback (retorno) as atividades entregue pelos alunos e, também as participações nas atividades colaborativas são definidoras para o sucesso do aluno curso. Esses são alguns exemplos que facilitam a avaliação do professor em relação ao desempenho dos alunos e que são fornecidas pelo ambiente. Diante dessa constatação, você deve ter clareza da sua participação nas atividades solicitadas durante todo o processo, pois todas as suas ações serão registradas e alimentam as decisões do professor em relação a sua avaliação! Modelo de avaliação do IFCE Caro(a) aluno(a), o primeiro passo para compreender o modelo de avaliação do IFCE é conhecer o Regulamento da Organização Didática (ROD), que é um referencial para o estudante dessa instituição, pois esse documento traz todas as orientações para a comunidade acadêmica do IFCE, não somente sobre avaliação, mas todas as suas normas, regras e funcionamento. Para acessar o documento na íntegra, acesse: http://virtual.ifce.edu.br/moodle/file. php/2217/ROD-Comisso_de_Sistematizao27.pdf. 84 Veja o que este documento diz sobre a avaliação da aprendizagem na EaD, em seu capítulo II, Seção I (p.55): Art. 131 A avaliação da aprendizagem se realizará por meio da aplicação de provas, trabalhos presenciais ou virtuais, projetos orientados, experimentações práticas, entrevistas ou outros instrumentos, levando-se em conta o caráter progressivo dos instrumentos avaliativos ao longo do período letivo. Art. 132 A avaliação dos alunos constará de 40% das atividades postadas no ambiente virtual e 60% das atividades de avaliação presencial. Art. 133 A sistemática da avaliação ocorrerá por todo o semestre letivo, não havendo etapas. Art. 134 A avaliação será composta por no mínimo 01 exame presencial, atividades síncronas (chat’s, atividades presenciais, etc.) e assíncronas (fórum, atividades postadas, etc). Nesse documento, observamos que há uma especificação de peso/porcentagem em relação às avaliações, sendo que 60% será por meio de provas presenciais e 40% por meio de atividades a distância. Dá ênfase também em atividades postadas no ambiente virtual, por meio de diferentes ferramentas e forma de comunicação. As atividades síncronas que o documento destaca referem-se aquelas que alunos e professores encontram-se ao mesmo tempo, sendo definidos dia e horário em cronogramas previamente estipulados, por isso usou como exemplo, a ferramenta chat (bate- papo) por permitem que professores e alunos interajam todos em um único espaço, mesmo estando distantes geograficamente. 85 Já as atividades assíncronas são aquelas em que cada aluno define seu tempo e horário de estudos. Nesse tipo de interação, o aluno envia tarefas e mensagens e recebe retorno de professores e/ou colegas posteriormente. No ensino a distância, a avaliação possui suas especificidades e conta com a ajuda das potencialidades do ambiente virtual para aproximar alunos e professores a alcançarem seus objetivos. O registro do seu processo formativo, que se desenvolve no ambiente virtual de aprendizagem durante todo seu curso e mesmo quando este finaliza é uma vantagem do ensino a distância, pois permitem que professores e alunos revejam e reavaliem suas atitudes, seus trabalhos e esforços dedicados no processo de formação. 86 Conclusão Com a apresentação dos recursos e ferramentas e do sistema de avaliação do seu curso a distância, concluímos nossa aula e nossa disciplina. Esperamos que você relacione as questões exploradas com os seus estudos no ambiente para que obtenha bons resultados como estudante virtual. Além disso, esperamos, ainda, que possa entender a avaliação como um processo construtivo e positivo que irá contribuir com seu crescimento intelectual de forma gradual e contínua. 87 REFERÊNCIAS AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 7. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1999. BEHRENS, Maria Aparecida. In: MORAN, J. M., MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. 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