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Prévia do material em texto

Gestão Financeira Pessoal e Familiar
Prof. Gabriel Sarmento Eid
AULA
Fundamentos da Educação Financeira e do Planejamento Financeiro Pessoal
Apresentação do Curso
Caro leitor, parabéns, você acaba de dar o primeiro passo rumo à sua
independência financeira. Por meio deste material didático, iremos abordar
diversos assuntos relacionados à educação financeira e ao planejamento
financeiro pessoal.
Veremos conceitos e técnicas essenciais para que você possa começar a
organizar seu orçamento pessoal, analisar e planejar suas decisões financeiras
com antecedência e, assim, realizá-las de forma discernida e consciente.
Apresentação do Curso
Este curso foi dividido em 3 aulas, na primeira vamos abordar a questão do
Endividamento no Brasil, da Educação Financeira e do Planejamento
Financeiro Pessoal. Na segunda abordaremos os produtos e serviços
financeiros mais comuns, como utilizá-los de maneira eficiente e que cuidados
tomar com cada um deles. Na terceira vamos conferir as maneiras de
refinanciar ou renegociar dívidas, compreender os juros, as taxas de juros e a
Portabilidade de crédito. Também vamos abordar um pouco quais são os seus
direitos como consumidor de serviços bancários.
Em cada aula, teremos um material didático próprio, uma vídeo aula e uma
série de exercícios para fixação de conceitos.
BOA LEITURA e BONS ESTUDOS!
Apresentação do Curso
Objetivo da Aula 01: Contextualizar o aluno sobre a questão do endividamento
no Brasil, elucidar diversos conceitos como Endividamento, Despesa e
Consumismo. Discutir como o planejamento financeiro pessoal atua na
prevenção e redução do endividamento. Apresentar como se faz um
planejamento financeiro pessoal utilizando a PDCA para se orientar e o Fluxo
de Caixa pessoal como ferramenta para organizar e controlar seu orçamento
pessoal.
Duração do Módulo: 10 horas (Material Didático) + 10 minutos de Vídeo Aula
Apresentação do Curso
Atividades do Módulo: Leitura do Material Didático; Assistir a Vídeo-Aula;
Responder os Exercícios
Avaliação: Ao término da leitura do material, o aluno deverá responder 5
exercícios de avaliação relacionados aos tópicos abordados no material
didático e revistos na vídeo aula.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Para compreender melhor o que é o endividamento e suas causas e
consequências é necessário entender suas raízes no nosso país, por isso, vamos
agora à um amplo debate sobre o endividamento no Brasil:
Desde o início do Plano Real o Brasil viveu até 2015 um período de relativo
crescimento e estabilidade econômica, consequentemente, houve também
um aumento da renda dos brasileiros seguido de um aumento demasiado da
oferta de crédito ao consumidor, que aproveitou o momento otimista para
consumir aquilo que não podia antes por conta da crise inflacionária.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Com essa demanda reprimida passou a assumir dívidas e consumir bastante.
Porém, na última década com o advento da crise econômica recente, essa falta
de cuidado com o orçamento pessoal/familiar e a falta de conhecimento e
informações acerca desse tema que é a Educação Financeira, as famílias
brasileiras acabaram se endividando demais e muitas delas perderam o
controle de suas finanças.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Diversas pesquisas* realizadas pelo IBGE, Confederação Nacional do Comércio
e Banco Central apontam que o endividamento das famílias brasileiras cresceu
muito na última década e permaneceu elevado mesmo nesse período de crise,
além disso, apontaram também que um grande número dessas famílias não
darão conta de quitar tais dívidas, ficando assim inadimplentes.
* Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar – IBGE; Pesquisa Orçamentaria Familiar – IBGE; Pesquisa de 
Endividamento e Inadimplência do Consumidor – CNC; Relatório de Estabilidade Financeira – Banco Central.
“Mais da metade dos brasileiros estão endividados.” – IBGE, CNC e BC, 2016.
Dentre os principais “vilões”:
77% dos endividados tinham
dívidas no cartão de crédito;
15% em carnês e 7% estavam
usando o Cheque Especial.
Apenas 20% dos endividados
tinham algum tipo de dívida
planejada/justificada como
financiamento imobiliário ou
automotivo. Ainda assim, a
maioria deles, também tinha
alguma dívida não planejada.
“E mais da metade desse grupo já está com o orçamento em risco.” – IBGE, CNC e BC, 2016.
Em torno de 30% da renda
mensal já esta comprometida
com os juros e parcelas de
dívidas.
A dívida média do brasileiro
em 2016 foi cerca de R$1600.
Obs: a renda média do
brasileiro foi de R$1226.
“Mais de 20% das dívidas já estão atrasadas.” – IBGE, CNC e BC, 2016.
O tempo médio que o
brasileiro leva para quitar
suas dívidas é de 7 meses.
Com uma taxa de juros média
de 15%, isso acaba com que
ele pague quase o TRIPLO do
valor inicial da dívida.
“Em torno de 9% dos endividados não terão condições de quitar suas dívidas e estarão inadimplentes 
nos próximos 7 meses.” – IBGE, CNC e BC, 2008–2016.
Até 40% dos inadimplentes,
voltam a ficar negativados
após 12 meses.
Essa reincidência mostra que
o endividamento já é crônico
para alguns brasileiros.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
30%
16%
17%
9%
3%
2%
20%
3%
Média de Distribuição de Gastos de uma 
família brasileira
Habitação Transporte Alimentação Higiene e Saúde
Educação Lazer Gastos Financeiros Outros Gastos
Uma ampla pesquisa orçamentária realizada
pelo IBGE constatou que o brasileiro gasta
em média 69% de sua renda com os gastos
básicos (Habitação, Transporte, Alimentação
e Saúde), ou seja, sobram apenas 31% de
sua renda para todo o resto.
Alie isso às facilidades de crédito, impulsos
consumistas, falta de educação financeira e
planejamento financeiro, e temos o excesso
de despesas e parcelamentos que vão
comprometer o orçamento familiar mensal
e logo resultar em dívidas e altos juros.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Por fim, foi inquirido, também, que 5 em cada 6 famílias brasileiras têm
problemas para manter o orçamento mensal equilibrado ou ao menos concluir
o mês sem ter de recorrer à pequenas dívidas.
Além disso, pesquisas realizadas por grandes instituições nacionais e
internacionais* já constataram que faltas, desatenção, preocupação, stress,
redução da produtividade, aumento de acidentes e até mesmo demissões são
muitas vezes resultado de problemas relacionados à saúde financeira das
pesoas. O estresse financeiro gerado pelo endividamento e por um orçamento
desequilibrado é apontado como um dos grandes males do século XXI.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Essas pesquisas constataram, também, que o endividamento está presente em
todas as camadas socioeconômicas e em todas as faixas etárias, desde jovens
endividados no cartão de crédito e que gastam todo o salário para quitar as
dívidas, até idosos que precisam recorrer ao crédito consignado e
comprometer, assim, sua aposentadoria por um longo tempo. Auferiram
também que o nível de educação, gênero, idade e renda são irrelevantes, o
endividamento crônico está afetando a todos.
* MetLife Co., PFEEF, Kim et al., Garman et al., Ensminger & Celentano, Johns Hopkins University, AFPCE,
Jacobson et al, Fleury & Fleury, IHEP, Fletcher, Beebout & Mendenhall, University of Minnesota, Stanton
Chase, FGV e Fundação Cesp.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
E tal problema não se resolve com o tempo, segundo pesquisa do IBGE cerca
de 60% dos aposentados precisam continuar trabalhando, para manter suas
necessidades básicas, parte disso por conta da falta de planejamento
financeiro – ao não considerar que o custo de vida muitas vezes aumenta com
idade por conta de gastos com saúde – e por conta dos endividamentos
contraídos ao longo da vida e durante a própria aposentadoria, como
empréstimos consignados.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Segundo o Banco Central a educação financeira, apesar de sua pequena
disseminação, pode ser muito relevante na vida das pessoas, sendo um dos
fatores responsáveispor uma vida melhor, através de mais proximidade da
família, dos amigos, do trabalho, dos estudos, enfim, uma vida mais
equilibrada para controlar o impulso de gastar sem critérios e objetivos.
Isso, aliado ao conhecimento técnico financeiro necessário para se tomar
decisões financeiras conscientes e eficientes, garantindo assim, um orçamento
mensal equilibrado, créditos e financiamentos que não prejudicam as finanças
da família e, ainda poder manter seus níveis de consumo e qualidade de vida
inalterados.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
É necessário ressaltar, porém, que o endividamento em si não se traduz em
um problema, pois existem endividamentos aceitáveis, desde que algumas
condições sejam atendidas: primeiro se a dívida foi planejada com
antecedência, segundo se o comprometimento com essa dívida não vai
comprometer mais de 30% do orçamento e terceiro se envolve a aquisição de
um bem ou patrimônio necessário que não possa ser adquirido a vista mesmo
com muita economia, por exemplo um carro ou casa. Se ao menos duas dessas
condições forem atendidas (o ideal é ter as três), já podemos considerar que é
um endividamento saudável ou aceitável
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Por outro lado, teremos um endividamento crônico quando houver o
comprometimento de uma parte considerável da renda do indivíduo – ao
ultrapassar 30% de sua renda líquida¹ –, quando resultar em altos encargos
financeiros – decorrentes de dívidas contraídas com produtos financeiros que
têm altas taxas de juros tais como o cartão de crédito, cheque especial e
carnês – e, assim, terminar por deixar o indivíduo inadimplente² e incapaz de
sanar essas dívidas sem ajuda especializada.
¹ Renda Líquida: Renda após deduzidos os tributos.
² Inadimplência: Quando o indivíduo não quita suas obrigações financeiras após determinado período, que varia dependendo
do tipo de obrigação financeira – podendo ser de 30, 60 ou 90 dias –, e então seu nome fica “negativado”, ou seja, vai para o
cadastro de inadimplentes do SPC/SERASA até que a obrigação seja quitada. Tal situação pode, inclusive, levar a pessoa a um
processo judicial.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Com base nos dados sobre o endividamento no Brasil podemos realizar uma
análise do perfil da dívida das famílias brasileiras, é possível concluir que o
problema não está apenas nas altas taxas de juros, nem no alto custo de vida
de nosso país, mas, sim, na combinação desses e outros fatores tais como a
falta de planejamento financeiro pessoal, pouco conhecimento de educação
financeiro e o consumismo.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Nesses estudos foi possível averiguar que o tipo de dívida contraída pelos
brasileiros foi, predominantemente, fruto de decisões de consumo
imediatistas, resultando em demasiados parcelamentos, má utilização do
cartão de crédito e utilização do cheque especial como solução imediata para a
falta de orçamento. Tal fato pode ser comprovado pelo fato de quase 90% das
dívidas contraídas pelos brasileiros se concentrarem em três produtos
financeiros: Cartão de Crédito, Cheque Especial e Carnês de lojas.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Esses três produtos financeiros são, na maioria das vezes, utilizados em
situações de consumo varejista, ou seja, bens de baixo valor, o que significa,
que com um pouco de disciplina e economia, poderiam ter sido comprados à
vista, sem a contração de uma dívida e sem recorrer aos parcelamentos. Esses
produtos financeiros são também os que mais geram juros ao endividado,
levando-o rapidamente à inadimplência. Além disso, essas pesquisas apontam
que a dívida média chega a R$1600.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
De certa forma, poderia ser dito que esse valor é baixo uma vez que dívidas
contraídas mediante financiamentos imobiliários ou veiculares extrapolariam
esse valor facilmente. Por outro lado, em um país cujo salário médio da
população não passa dos R$1226, que tem as taxas de juros mais altas do
mundo e um custo de vida elevado, uma dívida de R$1600 pode facilmente
comprometer o orçamento dessa família por muitos meses, segundo as
pesquisas, em média 7 meses de comprometimento.
Além disso, segundo pesquisas realizadas pelo SERASA as causas desse
endividamento não se explicam somente por fatores econômicos, constatou-se
que 8 em cada 10 dos domicílios a família tem parcial ou nenhum
conhecimento sobre as finanças da casa, um valor alarmantemente alto.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Essas mesmas pesquisas constataram que há uma relação direta entre
endividamento e o baixo grau de conhecimento financeiro. Pois cerca de 2
terços dos inadimplentes afirmaram não possuir conhecimento sobre finanças
pessoais, não sabiam o quanto gastavam mensalmente e nem mesmo tinham
certeza de quanto ganhavam por mês.
A falta desse conhecimento resulta num fato singular observado pelo
SPC/SERASA, quase metade dos indivíduos que foram negativados voltam à
ficar indaimplentes dentro de 12 meses. Ou seja, a reinciência dos envidados é
muito alta.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Resumindo, o cenário do endividamento das famílias brasileiras é preocupante,
predomina a falta de conhecimento e planejamento financeiro pessoal, ele
está presente em todas as classes econômicas e não discrimina gênero, idade
ou escolaridade e muitos casos são de endividamento crônico.
Por outro lado, nem tudo é ruim, enquanto em alguns países o endividamento
se concentra em produtos financeiros de longo prazo, dificeís de serem
contornados, no Brasil a questão se concentra em produtos financeiros ligados
ao consumo varejista, com altas taxas de juros e de curto prazo, logo, há muito
espaço para se buscar soluções financeiras e meios de prevenir tais
endividamentos. Portanto, com um pouco de disciplina, comprometimento e
educação financeira, esse cenário pode ser revertido.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
Agora vamos apontar tudo que aprendemos até aqui ao analisar a questão do
endividamento no Brasil:
1) O endividamento é nocivo à economia do país e a minha empregabilidade,
qualidade de vida e saúde.
2) O endividamento cresce a cada ano no país, resultado da falta de educação
financeira, planejamento financeiro pessoal e a combinação de altas taxas de
juros e alto custo de vida.
3) Endividamento é algo muitas vezes inevitável na atual configuração econômica
em que vivemos. Diversos bens não podem ser adquiridos mesmo com muita
economia e planejamento, exigindo portanto, a realização de empréstimos e/ou
financiamentos.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
4) Porém no Brasil predominam os endividamentos causados por consumismo e
falta de planejamento na hora de consumir e financiar, logo, 90% das dívidas
contraídas no país se concentram em Cartão de Crédito, Cheque Especial e
Carnês. Produtos, por sinal, com altas taxas de juros e mas de baixo aporte
financeiro.
5) Além disso, a inadimplência crescente e recorrente mostra que o endividamento
crônico está crescendo. Apenas 20% contraíram alguma dívida de forma
planejada, mas, mesmo nesse grupo, existiam dívidas não planejadas.
6) O Endividamento Crônico é quando temos uma grande parcela de nosso
orçamento comprometida com dívidas e juros, contraímos dívidas em produtos
financeiros com altas taxas de juros, por conta de despesas que poderiam ter sido
melhor planejadas, resultando assim na inadimplência.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
7) O Endividamento Comum é aquele que compromete nossa renda mas não a
ponto de levar a inadimplência, porém, poderiam ter sido melhor planejados,
evitados ou reduzidos. Se a tendência desse endividamento prosseguir, pode levar
ao endividamento crônico.
8) Há também casos de Endividamento “Saudável”, quando feito com planejamento,
ele não compromete demais o orçamento, é direcionado à aquisição de bens e
produtos que requerem um aporte financeiro muito elevado, não incorrem em
altas taxasde juros e não levaram o endividado à inadimplência, tem prazo para
começar e terminar.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
9) Outro agravante é a questão orçamentária, a distribuição de gastos dos brasileiros,
independentemente de sua classe sócio-econômica, se divide em 69% da renda mensal
é gasta com Gastos Básicos (Habitação, Alimentação, Transporte e Saúde), sobram
apenas 31% da renda para todo o restante dos gastos (Educação, Gastos Eventuais,
Lazer e Cultura e Despesas Financeiras e Tributárias).
10) Por outro lado, isso mostra que o cenário, apesar de ruim, é passível de solução,
bastam Educação Financeira e Planejamento Financeiro Pessoal, Disciplina e
Comprometimento. Pois a maioria das dívidas contraídas são resultado da falta dessa
educação e desse planejamento, a grande maioria das despesas que levaram à esse
endividamento poderiam ter sido melhor planejadas e o endividamento evitado ou
planejado melhor à ponto de não resultar em altos custos de juros, evitando assim a
inadimplência.
Compreendendo o Endividamento no Brasil
11) Outro agravante é a questão orçamentária, a distribuição de gastos dos brasileiros,
independentemente de sua classe sócio-econômica, se divide em 69% da renda mensal é
gasta com Gastos Básicos (Habitação, Alimentação, Transporte e Saúde), sobram apenas
31% da renda para todo o restante dos gastos (Educação, Gastos Eventuais, Lazer e Cultura
e Despesas Financeiras e Tributárias).
12) Por outro lado, isso mostra que o cenário, apesar de ruim, é passível de solução, bastam
Educação Financeira e Planejamento Financeiro Pessoal, Disciplina e Comprometimento.
Pois a maioria das dívidas contraídas são resultado da falta dessa educação e desse
planejamento, a grande maioria das despesas que levaram à esse endividamento
poderiam ter sido melhor planejadas e o endividamento evitado ou planejado melhor à
ponto de não resultar em altos custos de juros, evitando assim a inadimplência.
Compreendendo o Dívida e Despesa
Mas afinal? O que é Dívida e o que é Despesa? Qualquer conta que chega todo mês em
casa é uma dívida ou despesa? Usar o cartão de crédito o deixa automaticamente
endividado?
Vamos então esclarecer esses conceitos, começando por definir o que é Dívida:
A Dívida é caracterizada por ser um pagamento Compulsório, Pecuniário e de valor
passível de reajuste e punição, em outras palavras é uma Obrigação em Dinheiro que
pode ter seu valor recalculado com base em algum parâmetro como Juros, para reavaliar
o valor da obrigação por uma unidade de tempo, e Multas, que é uma medida punitiva
pelo atraso de seu pagamento, sendo um valor fixo e único. Vamos dar alguns exemplos
de situações que são dívidas:
Compreendendo o Dívida e Despesa
• Algum pagamento que poderia ser feito a vista e acaba sendo parcelado;
• Todo tipo de operação de crédito como financiamento de um imóvel,
empréstimo pessoal, leasing de um carro ou crédito em um loja (Carnês);
• A obrigação no recolhimento de imposto de renda (se você auferiu renda e
não recolheu na fonte, automaticamente, você gera uma dívida tributária
com o estado, mesmo sem a cobrança de juros, há a obrigação do
pagamento e declaração até abril do ano seguinte, passível de multa e
juros).
Compreendendo o Dívida e Despesa
Por outro lado temos certas situações e despesas que não são formas de dívida, mas podem se
tornar dívidas dependendo da situação, vamos então ver cada caso:
• Aluguel: O aluguel é um caso especial, por conta de obrigações contratuais e por ser uma
cobrança mensal, nos primeiros 12 meses de contrato, ele pode ser considerado um certo tipo
de dívida, pois caso você abra mão do imóvel, ainda terá de pagar uma multa pela quebra de
contrato que pode variar de alguns meses de aluguel até o saldo residual do contrato. Mesmo
que não haja a cobrança de juros nessa situação, o comprometimento a configura como uma
dívida, pois, mesmo abrindo mão do produto (o aluguel e o usofruto do imóvel) você ainda
terá a obrigação de pagamento da multa pela quebra antecipada de contrato. Além disso, caso
seu pagamento atrase, há a possibilidade de cobrança de Juros e Multa, além de correção
monetária, resultando assim numa dívida.
Compreendendo o Dívida e Despesa
• Despesas Fixas com serviços: A contrtação de um serviço mensal como um
plano de internet não é uma dívida, mas a partir do momento que você
paga atrasado o boleto do referente serviço e passa a incorrer em Juros e
Multa, ela se torna uma dívida.
• Tributos e Taxas: No nosso país pagamos diversos tipos de tributos, como
impostos e taxas, além de complicações com o governo que podem resultar
em sanções mais sérias, o atraso no pagamento desses tributos e taxas
podem gerar dívidas com a cobrança de Multa e Juros.
Compreendendo o Dívida e Despesa
Outro ponto importante a salientar é que certos impostos como o Imposto de Renda
são sim um tipo de dívida junto ao estado. Toda pessoa que aufere renda tem de
pagar esse imposto a partir de um certo valor mínimo de renda anual. O que ocorre
em muitos casos é que não nos lembramos dele pois há uma dedução na fonte (a
dedução sobre o salário), as vezes inclusive essa dedução é maior do que a obrigação
e acabamos recebendo uma restituição do imposto de renda.
Porém, em outros casos em que não há a dedução correta ou em caso de
profissionais autonomos que devem fazer a declaração anualmente e recolher o
imposto, há essa obrigação de pagamento do imposto, portanto, é uma dívida junto
ao estado, que, se deixarmos de pagar ou atrasarmos irá em incorrer em multas, juros
e até mesmo outras sanções.
Compreendendo o Dívida e Despesa
Por isso, é muito importante se planejar quanto a isso, pois diversos casos de
endividamento com o cheque especial ou crédito pessoal ocorrem por conta de dívidas
tributárias referente ao Imposto de Renda.
A falta de planejamento ou zelo com nossas finanças resulta numa dívida “boba” e cara,
ou seja, por não conferirmos a dedução sobre nosso salário ou não reservarmos um
dinheiro para pagar o imposto no ano seguinte, acabamos devendo ao fisco e no
desespero para evitar as sanções do estado recorremos a empréstimos pessoais ou
cheque especial para pagarmos logo o imposto devido e “evitar a dor de cabeça” mas,
na realidade, trocamos uma dor de cabeça com o estado por outra com o banco e seus
juros exorbitantes e o pior de tudo, é que era algo fácild e ser evitado com um
pouquinho de planejamento financeiro.
Compreendendo o Dívida e Despesa
Fatura do Cartão de Crédito: Essa gera bastante dúvidas e dívidas, a simple
utilização do cartão de crédito não configura uma dívida. Pois é! Cuidado com
quem sai imediatamente crucificando o uso do cartão de crédito. O cartão de
crédito se torna uma dívida apenas quando atrasamos o pagamento de sua
fatura ou estouramos o limite de crédito dele, mas fora isso, ele pode ser uma
forma de financiar nossas compras sem o pagamento direto de juros –
veremos isso em detalhes na Aula 02. Apesar de 8 em cada 10 endividados
estarem com sua fatura atrasada, o cartão de crédito não é o culpado, o
usuário é que é o responsável, o problema portanto, é a má utilização do
cartão de crédito.
Compreendendo o Dívida e Despesa
Por fim, vamos definir o que é Despesa: Despesa é todo aquele gasto
financeiro que temos para manter nossa sobrevivência e qualidade de vida. Em
outras palavras, é todo o dinheiro que gastamos com Alimentação, Habitação,
Transporte, Saúde e Higiene, Educação, Lazer, Vestuário etc.
As despesas podem ser dividídas em Fixas ou Variáveis, Monetárias ou Financeiras.
• Fixas são aquelas que temos todo mês, como o Aluguel ou Assinatura da TV a cabo.
• Variáveis são aquelas que não ocorrem todo mês, como a compra de um Celular ou
um Cinema.
• Monetárias significa que pagamos essa despesa com dinheiro ou cartão de débito
à vista.
Compreendendo o Dívida e Despesa
• Financeiras são as despesas que financiamos para pagá-las, usando o cartão
de crédito, chequeespecial, financiamento ou carnê.
* Detalhe importante, quando pegamos um empréstimo, o dinheiro vai para a
nossa conta, portanto, se utilzarmos esse dinheiro, ele se enquadra em despesa
monetária. O custo de juros que esse empréstimo vai me gerar é que entra
como Despesa Financeira.
Compreendendo o Consumismo e o Consumir
Vamos agora definir esses conceitos um pouco confusos: Consumo envolve as
despesas que eu tenho para a minha sobrevivência, são portanto, gastos que eu
realizo porque eu PRECISO, minha família PRECISA, são gastos NECESSÁRIOS
para minha sobrevivência, porém tome cuidado com essas palavras, Precisar e
Necessário são subjetivos e relativos, vão variar de pessoa para pessoa, e é aí
que entra o Consumismo. O Consumismo é quando extrapolamos na definição
do que é Necessário e do que eu Preciso, quando “vamos na onda” de
modismos e campanhas publicitárias, quando realizamos gastos que não
necessariamente eram essenciais, que comprometeram nosso orçamento,
geraram dívidas desnecessárias, enfim, é quando o Consumo se torna algo
Nocivo às minhas finanças.
Compreendendo o Consumismo e o Consumir
Consumir é necessário para economia e para nossa qualidade de vida, mas
precisamos tomar cuidado e prestar atenção em quem está consumindo
quem, se Eu estou consumindo aquilo que preciso, ou as minhas impulsões
estão consumindo minhas finanças e me prejudicando.
Lembre-se: Comprar um carro para ir trabalhar é uma coisa, fazer um baita
financiamento para um carro de luxo somente para os outros me verem
dirigindo esse carro é outra coisa. Outro detalhe, não é só o valor que importa,
comprar “besteirinhas” todos os dias também é nocivo às suas finanças e pode
ser um começo de consumismo.
OU SEJA, Cuidado com compras que buscam apaziguar nossas ansiedades.
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
Ao analisarmos o perfil do endividamento no Brasil segundo às pesquisas já
citadas, analisando o que havia de comum entre elas, foi possível definir as
situações que levam ao endividamento em dois grupos:
Situação Espontâneas
• Consumo por impulso (Consumismo)
• Consumir por Ansiedade (Fundo Emocional)
• Ocasionados por Facilidades de Crédito (Má utilização do Cartão de Crédito 
ou Carnê)
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
• Empréstimos ou Financiamentos mal planejados/executados, resultando em
um comprometimento maior do que sua renda é capaz de suportar (Juros
Elevados)
• Exceder seu limite orçamentário resultando assim em:
• Estourar o Limite do Cartão de Crédito
• Utilizar o Cheque Especial
• Abusar dos Parcelamentos
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
Situação Imprevistas
• Desemprego
• Acidentes e Problemas de Saúde
• Problemas Familiares, como Separação/Divórcio
• Gastos Expecionais com:
• Reformas não previstas para sua Casa
• Filhos (Educação;Saúde;Imprevistos)
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
• Carro (Acidentes, Multas)
• Tributação (Multa do IR ou Recolher IR a mais)
• Complicações financeiras com amigos/família (Exemplo: Fiador, Emprestar Cartão
de Crédito)
Nessas mesmas pesquisas constatou-se que 80% dos endividamentos se dão por
conta das Situações Espontâneas e, apenas 20% são casos Imprevistos. É diante desse
cenário que o planejamento financeiro pessoal mostra sua relevância, pois:
1) Quem faz seu planejamento financeiro passa a consumir de forma mais eficiente
e econômica. Ao programar suas despesas e suas receitas ela evita realizar
financiamentos e parcelamentos desnecessários.
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
2) Quem vive dentro do seu limite orçamentário consegue evitar utilizar o cheque
especial ou estourar no cartão de crédito, pois busca sempre pagar tudo à vista e
não contrai, assim, dívidas desnecessárias.
3) Quem se planeja financeiramente, não sai de casa com dinheiro se não for gastá-
lo com algo previamente estabelecido, não vai então gastar com “besteirinhas”
que no fim do mês vão fazer falta no orçamento. Entre outras medidas de
contenção que ela vai tomar mês a mês para controlar a si mesma.
4) E ainda por cima, consegue economizar um pouco todo mês e constituir reservas
para momentos de dificuldade inesperados ou, até mesmo, para investir no
futuro e garantir para si, uma aposentadoria, constituir o famoso “pé de meia”.
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
Quem faz seu planejamento financeiro consegue atacar os 3 vilões do
endividamento ao mesmo tempo:
Situações Espontâneas
Cartão de Crédito, Cheque Especial e Carnês
Situações Imprevistas
A importância do Planejamento Financeiro Pessoal
Quem faz seu planejamento financeiro consegue atacar os 3 vilões do
endividamento ao mesmo tempo:
Quando você planeja as suas finanças, você 
vive dentro do seu orçamento.
Saber o quanto se ganha e o quanto se 
gasta com o básico, permite saber o quanto 
você pode gastar no mês, sem se endividar 
à toa.
Se você vive dentro do seu orçamento, isso lhe 
permite poupar todo mês e, assim, fazer um 
Reserva para emergências.
O famoso “pé de meia”, quem tem dinheiro 
guardado esta sempre preparado para 
imprevistos.
Dessa forma, você não vai precisar do Cheque Especial nas emergências. 
Vai utilizar o Cartão de Crédito de forma consciente e inteligente, sem atrasar, 
evitando assim os juros e os Carnês.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
A única maneira de se prevenir o endividamento e de sair dele é realizando um
planejamento financeiro pessoal/familiar. Quem se planeja financeiramente e vive dentro
do seu orçamento, não exagera nos gastos e, logo, não fica endividado por conta de
situações espontâneas. Essa pessoa conseguirá também fazer economias todo mês e fazer
um “pé de meia” se preparando, assim, para as situações imprevisíveis.
E para quem já está endividado, somente com esse planejamento que ele será capaz de
visualizar corretamente a sua situação financeira e “enxergar” quanto entra e quanto sai
de dinheiro todo mês. Para quem quer sair da situação de endividamento é essencial
saber, corretamente, quais são e qual o valor de suas despesas e receitas, pois, o indivíduo
poderá elaborar, então, um plano de ação para resolver a sua situação de endividamento,
definir quais despesas reduzir e como irá reduzi-las. E poderá, também, com base no
quanto ganha, planejar os seus gastos dos próximos meses, para que estes não excedam a
sua receita mensal evitando, assim, assumir mais dívidas e se complicar ainda mais.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
Por fim, o planejamento financeiro deve sempre ser feito antes de começar a investir, pois
sem planejamento financeiro não há Estabilidade Financeira e sem isso não há como ter a
Autonomia Financeira, que é necessária para, por meio dos investimentos, alcançar a
Independência Financeira.
O Planejamento Financeiro Pessoal pode e deve ser feito por qualquer um, não há
momento errado, ele pode começar a ser feito a qualquer momento!
Se você está no vermelho, é esse planejamento que vai lhe ajudar a sair dessa situação. E
se você não está no vermelho, esse planejamento vai lhe ajudar a guardar dinheiro, evitar
problemas financeiros e auxiliá-lo quando for começar a investir.
Não precisa ser um expert em matemática ou finanças para arrumar as suas contas, só é
preciso COMPROMETIMENTO e DISCIPLINA.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
Realizar um planejamento financeiro pessoal/familiar vai lhe exigir
comprometimento e assumir uma nova postura com as suas finanças, a partir
de agora você terá de começar a anotar todos os seus gastos e fazer um
controle semanal e mensal das suas despesas e receitas*.
*Com sinceridade! Não adianta nada deixar de anotar algumas despesas na esperança de que
elas não vão ter um peso muito relevante, lembre-se que: tudo tem um impacto sobre o seu
orçamento! Portanto, anote TUDO o que entra e o que sai. Não engane a si mesmo!
Vai ser uma mudança de vida e um compromisso pessoale familiar que vai lhe
exigir comprometimento, disciplina e continuidade ao longo do tempo. Não
adianta nada fazer um planejamento e depois não continuar ele.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
O primeiro passo para quem vai começar a se planejar é a definição de suas metas e
objetivos.
• Os objetivos vão servir para que você alcance as suas metas, ou seja, se sua meta é
economizar ao longo de doze meses o suficiente para fazer uma viagem no fim do
ano – que vai lhe custar R$2.000 – seus objetivos serão, portanto, economizar pelo
menos R$170 por mês.
• Estabeleça também sonhos maiores e de prazo mais longo, como a aquisição de
uma casa própria, ou constituição de uma poupança para aposentadoria daqui à
15 anos ou mais, assim, essa Meta maior vai servir de inspiração para continuar
seu planejamento e isso vai ajudar na hora de fazer certos “sacrifícios” e
economias em prol dos objetivos mensais e anuais.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
• Assim, defina uma ou mais Metas de Longo Prazo (Mais de 1 ano), divida essa meta em
Objetivos Anuais e esses em Objetivos Mensais, dessa forma, o planejamento fica mais
claro e seus resultados almejados menos distantes – ou seja, “um pequeno passo de
cada vez rumo à um grande sonho”.
O segundo passo envolve montar um plano de ação, para isso, é bom utilizar a Matriz PDCA:
• P – Planejar: Envolver a definição das Metas e Objetivos; Divisão de responsabilidades;
Definição do quanto Economizar por mês; Planejamento dos gastos mensais de acordo
com o grupo de despesas (Alimentação, Habitação, Transporte, Saúde etc.) e de acordo
com a renda mensal; Elaboração em detalhes do Orçamento utilizando o Fluxo de Caixa
Pessoal; Estabelecer limites gastos; Planejar e Pesquisar preços para gastos fixos como
Supermercado.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
Depois de montar a PDCA, será necessário “arrumar a casa”, ou seja, organizar
as suas receitas, despesas e, com isso, montar seu orçamento. A melhor
maneira de organizar e detalhar as suas receitas e despesas é montando um
fluxo de caixa pessoal/familiar*.
Um fluxo de caixa é uma planilha simples que avalia tudo que Entra e Sai de
dinheiro, você a monta verticalmente, ou seja, as suas receitas e despesas
serão escritas linha por linha, separadas por grupos. Cada grupo terá um saldo
e no final, você irá somar todos esses saldos para obter o saldo total de cada
grupo e depois compará-los.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
Outro ponto importante do Fluxo de Caixa é que irá montá-lo em 3 partes, na
primeira coluna, você vai fazer uma Previsão dos seus Gastos, essa parte você
faz no começo do mês no ínicio do seu planejamento (P da PDCA). Na segunda
coluna você começa a colocar diariamente todas as despesas e receitas que
foram realizadas no mês (D da PDCA), com um detalhe, nas despesas você vai
preencher apenas os que foi pago á vista (com dinheiro ou cartão de débito).
Na terceira coluna também vão as despesas realizadas no mês mas somente
aquelas pagas à prazo, ou seja, com cheque especial, financiamentos, cartão
de crédito e carnês.
* Esse fluxo de caixa pode ser elaborado em um caderno, numa planilha em seu computador ou preenchendo um modelo
impresso. Tanto a planilha em Excel quanto o modelo impresso estão disponíveis gratuitamente no nosso website
www.bsassociados.com.br ou pelo nosso e-mail contato@bsassociados.com.br.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
Para montar o seu fluxo de caixa basta seguir os seguintes passos:
1) O Saldo Inicial é nosso ponto de partida para todo mês, no primeiro fluxo de
caixa você vai colocar na primeira linha todas as suas Economias, como
dinheiro na poupança de emergência ou no cofrinho, na carteira, tudo que
você tem sobrando. Em seguida, em outra linha você preencher com os seus
Débitos, ou seja, as dívidas (apenas as dívidas, os juros que você paga por elas
entram depois). Na terceira linha você terá o Saldo Inicial que é o balanço
entre esses dois valores (um menos o outro). Se ficar negativo sabemos que
seu ponto de partida para o mês é economizar o máximo possível para reduzir
esse negativo, se for Positivo sabemos que esse mês você vai ter apenas que
economizar o básico de todo mês para manter esse valor no positivo e
crescendo.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
2) Em seguida vem as Entradas e o Saldo de Entradas, aqui é bem simples mas
muita gente erra nessa parte por falta de atenção e cuidado, você vai
colocar várias linhas, em cada uma, você vai detalhar a origem e o valor
dessa entrada de dinheiro. Se for um salário, a linha chama Salário I, e você
coloca o valor líquido (ou seja, o quanto realmente cai na sua conta salário,
depois de abatidos impostos e afins). Se for Vale Alimentação, faça uma
linha com esse nome e o valor correspondente, e assim por diante. No
final, some todas essas entradas e você terá seu Saldo de Entradas.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
3) Agora que você tem definido, com sinceridade e cuidado, o quanto de
dinheiro entra no seu Orçamento Mensal, esse valor será nossa Referência
de Gastos, ou, nosso Limite Orçamentário, isso quer dizer, que no máximo
é isso o quanto eu devo gastar no mês. Porém, já fica aqui uma dica,
JAMAIS gaste tudo o que tem no seu Orçamento, o ideal é gastar entre 75%
e 90% do seu Limite Orçamentário mensalmente.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
4) Agora vem a parte mais delicada do Fluxo de Caixa, anotar e detalhar
TODAS as suas DESPESAS, ou seja, as SAÍDAS de capital. Nessa parte,
reforço, faça duas colunas, na primeira os gastos pagos à vista e na segunda
os gastos pagos à prazo, assim, você terá uma visualização melhor do que
você gasta e do quanto você extrapola do seu orçamento, assim como,
servirá para você determinar de onde seu dinheiro está saindo e controlar
isso, normalmente, os gastos à prazo são os que complicam nosso
orçamento.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
5) Enfim, separe essas Despesas em Grupos semelhantes, para facilitar a
análise e leitura, por exemplo, coloque todos os gastos relacionados com
Habitação em um grupo, Alimentação em outro e assim por diante
Transporte, Educação, Saúde e Higiene, Lazer e, preferencialmente, tenha
dois grupos de Despesas especiais: Gastos Eventuais (que entram as
despesas que não são mensais, como a compra de um sapato ou celular) e
Gastos Financeiros (que entram meus gastos com juros e multas).
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
6) Detalhadas todas as Despesas e feitos os Saldos de seus respecitvos
grupos, vamos agora calcular dois Saldos de Saída: o Saldo de Saída
Operacional – que envolve todas as saídas menos os gastos financeiros e
eventuais. Esse saldo serve para visualizarmos o quanto gastamos com
nossos gastos de sobrevivência mensal. E depois o Saldo de Saídas Total –
que envolve todas as saídas. Esse serve para visualizarmos o quanto
gastamos no total e ao compararmos esses dois saldos de saída vemos o
impacto que os gastos fora do comum e os juros tem sobre nosso
orçamento.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
7) Depois fazemos mais duas análises: Fazemos um balanço entre Saldo de
Entradas menos o Saldo de Saídas Total, obtendo assim o Saldo
Operacional Mensal, esse nos diz se nos estouramos o nosso orçamento
mensal ou se conseguimos fazer alguma economia/poupança no mês. O
Ideal é que essa conta sempre fique com valor Positivo ou igual a zero.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
8) A segunda Análise envolve somar o Saldo Operacional Mensal e o Saldo
Inicial, obtendo assim o Saldo Final. O Saldo Final desse mês será o Saldo
Inicial do mês seguinte, portanto, ele é essencial para começarmos o
planejamento financeiro do mês subsequentes, e, logo, é muito
importante no nosso planejamento orçamentário. Outro ponto Importante
é sempre buscar melhorias no resultado dessa conta. Um SaldoOperacional Mensal positivo vai nos permitir isso, em contrapartida, um
Saldo Operacional Mensal negativo vai piorar nossa situação financeira.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
9) A Análise do Saldo Final nos permite fazer a análise de como terminamos o
mês, se o Saldo Operacional Mensal for negativo vamos ter que gastar
nossas economias ou fazer novas dívidas para cobrir esses gastos, logo, o
Saldo Final ficará menor ou mais negativo. Evidenciando que falhamos no
nosso planejamento de gastos.
10) Porém, se o Saldo Final aumentar ou o negativo reduzir, significa que nosso
Saldo Operacional Mensal foi positivo, e logo, conseguimos gastar menos
do que ganhamos, fazendo assim uma Economia que vai nos permitir
reduzir nossas dívidas ou aumentar nossas economias, melhorando assim
o resultado do Saldo Inicial do mês seguinte.
Planejamento Financeiro: PDCA e Fluxo de Caixa
11) Vamos agora à um exemplo de Fluxo de Caixa Pessoal.
12) (Lembrando sempre que alterações podem ser feitas no fluxo de caixa em
relação à divisão das Despesas, o Saldo Inicial, Saldo Final e Saldo
Operacional Mensal não podem ser alterados, senão, toda a análise se
perde).
Fluxo de Caixa Pessoal/Familiar
Conta Previsão Realizado à Vista Realizado à Prazo
Poupança e Outras Reservas (+)
Dívidas e outros Débitos (-)
Saldo Inicial(+/-)
Salario 1
Salário 2
Outras Fontes de Renda 
Saldo de Entradas
Gastos Com Alimentaçao
Gastos com Habitação
Gastos com Transporte
Gastos com Saúde e Higiente
Gastos com Educação
Gastos com Lazer
Outras Despesas Fixas
Saldo de Saídas Operacacional
Gastos Eventuais
Gastos Financeiros
Saldo de Saídas Total
Saldo Operacional Mensal
Saldo Final
Dicas e Orientações na hora de fazer seu Fluxo
Montar seu Fluxo de Caixa Pessoal é essencial para que sua PDCA funcione,
que seu planejamento financeiro tenha resultados, para seu orçamento se
manter equilibrado e saudável. É o Fluxo de Caixa que vai lhe fornecer as
informações financeiras para fundamentar seu Planejamento, para definição
das Metas e Objetivos de Economia, vai ser sua referência de quanto você têm,
quanto você deve, quanto você recebe e quanto você pode gastar e quanto
acaba gastando de fato. As três colunas são essenciais para que você, Simule
seus gastos, Depois verifique e acompanhe os Gastos em Dinheiro e
Financiados.
Por isso, tenha Paciência, Disciplina e Honestida consigo mesmo na hora de Montar seu Fluxo
de Caixa, não esconda de você mesmo nem mesmo aquele “cafézinho”, não faça uma Previsão
de Gastos imaginária, pense com calma e atenção e faça direito!
Dicas e Orientações na hora de fazer seu Fluxo
Crie o hábito de acompanhar e anotar seus gastos diariamente, para depois
preencher a planilha corretamente e com segurança.
Comprometa-se com suas finanças e seu orçamento, você só vai ganhar com
isso! É o seu futuro financeiro que está em jogo. E na dúvida com relação aos
gastos, arredonde para cima, sempre.
Dicas e Orientações finais de Economia Diária
Muitas pesquisas já foram feitas para avaliar no que o brasileiro gasta seu
dinheiro e como fazer para reduzir esses gastos, fizemos aqui um resumo dos
principais pontos observados nessas pesquisas:
• Quem faz um controle orçamentário pode se beneficiar muito disso ao
avaliar aonde o dinheiro está saindo em maior volume e buscar alternativas
para redução desses gastos específicos.
Dicas e Orientações finais de Economia Diária
• Segundo pesquisa da Instituição Proteste, a variação de preços entre
supermercados e lojas no Brasil é enorme, chegando as vezes até a 3 vezes
de diferença entre o valor de um produto entre os estabelecimentos. A
mesma regra vale para empréstimos e financiamentos. Portanto, PESQUISE
preços antes de comprar qualquer coisa, anote os preços dos principais
produtos e serviços que você utiliza mensalmente e leve com você, assim,
no dia a dia, se você vir uma oferta melhor poderá se beneficiar dessa
economia.
Dicas e Orientações finais de Economia Diária
• Planeje suas compras com antecedência e busque fazê-las 1 ou 2 vezes por
mês apenas, seja no Atacado ou no Varejo, a economia maior está em sair
de casa com objetivo, comprar o necessário para o mês e sem deslizes.
• O Chuveiro elétrico e o ferro de passar podem, juntos, representar até 70%
da conta de luz de uma família. Trocar as lâmpadas por LED e apagar os
cômodos vazios e aparelhos eletrônicos a noite, pode reduzir em até 15%
da conta de luz.
• Exija o desconto quando for comprar a vista em dinheiro, pelo menos 5%.
Faz diferença. Se o produto não for difícil de encontrar, vá até outra loja
caso o vendedor não conceda o desconto.
Dicas e Orientações finais de Economia Diária
• Lembre-se: As economias pequenas fazem toda a diferença no nosso
orçamento. As vezes gastamos até 25% com gastos não planejados e coisas
pequenas como um lanchinho na rua ou uma bijuteria.
• Remédios genéricos são muito mais baratos, as vezes, valem a pena abrir
mão do remédio de marca, inclusive, muitos genéricos são produzidos pelas
mesmas fabricantes de marca.
• Para finalizar deixo alguns links no site da Proteste, eles contam com
diversos materiais muito interessantes com dicas e orientações sobre
Educação Financeira e Educação do Consumidor:
https://www.proteste.org.br/institucional/imprensa/press-release/2017/proteste-oferece-dicas-de-como-economizar-nos-gastos-com-remedios
https://www.proteste.org.br/institucional/informe-se/cartilhas-da-proteste/guia-do-endividado
https://www.proteste.org.br/institucional/imprensa/press-release/2017/proteste-oferece-dicas-de-como-economizar-nos-gastos-com-remedios
https://www.proteste.org.br/institucional/informe-se/cartilhas-da-proteste/guia-do-endividado

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