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INOVAÇÃO, LEGISLAÇÃO 
E PROPRIEDADE 
INTELECTUAL
INOVAÇÃO, LEGISLAÇÃO 
E PROPRIEDADE 
INTELECTUAL
Copyright © UVA 2019
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer 
meio sem a prévia autorização desta instituição.
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico 
da Língua Portuguesa.
AUTORIA DO CONTEÚDO
Claudio Fico Fonseca
REVISÃO
Lydianna Lima
Janaina Senna
Luiz Werneck Maia
Francine F. Souza
PROJETO GRÁFICO
UVA
DIAGRAMAÇÃO
UVA
F676 
 Fonseca, Cláudio Fico 
 
 Inovação, legislação e propriedade intelectual [livro 
 eletrônico] / Cláudio Fico Fonseca. – Rio de Janeiro: UVA, 
 2019. 
 
 1,4 MB. 
 
 ISBN 978-85-5459-058-1 
 
 1. Tecnologia da informação. 2.Sociedade da informação - 
 Brasil. 3. Inovações tecnológicas - Administração. 4. Internet - 
 Legislação. 5. Propriedade intelectual - Brasil. I. Universidade 
 Veiga de Almeida. II. Título. 
 
 CDD – 303.4833
Bibliotecária Katia Cavalheiro CRB 7 - 4826.
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UVA.
SUMÁRIO
Apresentação
Autor
6
7
TICs nos processos socioeconômicos 23
• Conceito de tecnologias de informação e de comunicação, paradig-
mas tecnológicos, inovação, tecnologia e desenvolvimento
• Sociedades da informação versus sociedades informacionais
• Livro Verde: Sociedade da Informação no Brasil
UNIDADE 2
8
• Conceitos básicos de gestão
• Gestão por competências e habilidades
• Indicadores de P&D
Gestão do conhecimento e de inovações tecnológicas 
nas organizações
UNIDADE 1
SUMÁRIO
Propriedade Intelectual 60
• Origem dos direitos de propriedade intelectual
• Patente
• Copyleft
UNIDADE 4
41
• Sociedade da informação
• O papel do direito eletrônico
• Tecnologia da informação e a multidisciplinaridade 
Direito eletrônico
UNIDADE 3
6
Na disciplina Inovação, Legislação e Propriedade Intelectual você irá entender o papel da 
tecnologia mediante a globalização e a otimização de tempo no que tange às inovações 
tecnológicas no âmbito das organizações corporativas, relacionando o papel da 
tecnologia da informação e da comunicação com a sociedade, e poderá identificar como 
as relações virtuais, realidade de hoje, demonstram a cada dia a tendência à substituição 
gradativa do meio físico pelo eletrônico.
Nos dias de hoje nos deparamos com uma sociedade do conhecimento, da criatividade e 
da transformação. Um dos destaques a serem abordados nesse cenário é a importância 
da propriedade intelectual, que é um tema crescente para a economia dos países e um 
canal de inserção na comunidade internacional. A gestão da propriedade intelectual 
compreende um conjunto de atividades que demandam expertises específicas e por muitas 
vezes complexas por parte das empresas. Dentre elas, podemos citar a identificação de 
tecnologias utilizadas para o patenteamento, a negociação e a contratação de licenças de 
softwares e serviços e a utilização de marcas e patentes para aumentar o valor agregado 
e promover a diferenciação competitiva. O Instituto Nacional da Propriedade Intelectual 
– INPI é a instituição do governo federal responsável pela propriedade industrial e por 
outros campos da propriedade intelectual de interesse da indústria.
Atrelada à questão da propriedade intelectual, temos a necessidade de inovar, que é a ação 
ou o ato de inovar, ou seja, modificar antigos costumes, manias, legislações, processos.
A ideia de inovação, no entanto, não pode estar focada apenas na invenção de novos 
produtos, tecnologias e serviços, mas também no valor ou conceito de determinada 
coisa, como o modo de organizar um setor ou uma empresa.
APRESENTAÇÃO
7
CLAUDIO FICO FONSECA
Graduado em Informática, especialização em Marketing, MBA em Gestão Empresarial, 
MBA em Gerenciamento de Projetos, mestre em Educação e doutor em Gestão Educa-
cional. Exerce na Universidade Veiga de Almeida os cargos de Diretor de Desenvolvimen-
to Institucional, coordenador do curso de Sistemas da Informação – Presencial e EAD, 
Coordenador do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas – EAD, coordenador 
do curso de Gestão da Tecnologia da Informação – EAD, coordenador do Núcleo de 
Certificação Profissional e Internacional, coordenador do MBA em Gestão Estratégica 
de TI. Exerceu o cargo de diretor da Escola de Tecnologia da Informação e Inovação das 
Faculdades Integradas de Jacarepaguá, os cargos de diretor de Pós-Graduação e Exten-
são e de consultor de Tecnologia da Informação na Master Educacional, os cargos de 
pró-reitor acadêmico e de diretor de tecnologia do Grupo Educacional Anglo-Americano, 
os cargos de vice-reitor adjunto, diretor de Certificação Profissional e gerente de TI do 
Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro. Atua como conselheiro de Educação e 
Novas Tecnologias, membro da Associação Brasileira de Educação, membro titular do 
Conselho Ibero-Americano, avaliador institucional e de cursos da área de Informática e 
Cursos Superiores de Tecnologia do Ministério da Educação/INEP, avaliador de cursos do 
Guia do Estudante e perito de Tecnologia da Informação da Justiça do Trabalho.
AUTOR
C. Lattes
http://lattes.cnpq.br/6387003742232768
Gestão do conhecimento e 
de inovações tecnológicas 
nas organizações
UNIDADE 1
9
Nesta unidade, você vai estudar o papel da inovação tecnológica mediante o crescente 
processo de globalização e a otimização de tempo no que tange à aplicação de novos 
processos junto às inovações tecnológicas no âmbito das organizações corporativas. 
Essa adequação redundará em grandes êxitos, pois as demandas de uma empresa 
dependem, justamente, de investimentos direcionados em tecnologia para que se tornem 
cada vez mais competitivas.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você irá:
• Explicar o papel da tecnologia mediante a globalização e a otimização de tempo 
no que tange às inovações tecnológicas no âmbito das organizações corporativas.
OBJETIVO
10
Conceitos básicos de gestão
Como conceito básico, para definir o que se entende por gestão, devemos orientar-nos 
em termos gerais, que nos dizem que gestão é a ação e o efeito de administrar ou dirigir 
determinado negócio. Portanto, por meio da gestão vai se desenvolver uma diversidade 
de diligências que levarão ao cumprimento do objetivo traçado, de um negócio ou até 
mesmo de um simples desejo tão esperado.
Podemos trabalhar, nos dias de hoje, com sete conceitos que são importantes para 
referendar uma qualidade de gestão que se espera dentro de uma empresa:
Metas SMART É um padrão de qualidade para as metas, pois, se elas tiverem 
todos os elementos necessários de acordo com esse padrão, então, significa que são 
plenamente realizáveis por você e seus colaboradores.
Análise SWOT Quando nos referimos à análise SWOT (strengths, weaknesses, 
opportunities, threats), falamos da análise do ambiente interno e externo. Na empresa, 
você deve procurar por forças e fraquezas do negócio (ambiente interno). Acontece que 
isso não é o suficiente. Também é fundamental avaliar as oportunidades e as ameaças 
do mercado (ambiente externo) para ter uma visão completa de onde a sua empresa 
está.
Pirâmide de Maslow A preocupação com os colaboradores é mais do que um 
diferencial, é um dever. Normalmente, quanto mais a empresa trabalha para garantir a 
satisfação dos colaboradores, maior será o nível de motivação.
Balancedscorecard É um modelo de gestão de negócios bem comum em muitas 
empresas, algumas delas, inclusive, utilizando-se da tecnologia para aplicá-lo com maior 
afinco.
Conforme o conceito, toda empresa precisa trabalhar alguns pontos-chave para ter 
sucesso:
• Gestão estratégica.
• Mensuração de progressos.
• Estratégia.
• Objetivos.
11
Matriz BCG Criada na década de 1970, desenvolve uma técnica para seleção de 
estratégias que se baseia no estudo da participação no mercado e na análise do portfólio 
de produtos. Traz um valor agregado, contemplando quatro importantes fontes: lucros 
ou resultados; produtos; serviços; unidades de negócios.
Matriz de Ansoff Criada na década de 1950, tem como objetivo avaliar o mercado 
de negócios, também trata dos riscos potenciais para a elaboração de um plano mais 
adequado para o desenvolvimento de um produto ou serviço.
Essa ferramenta está dividida em estratégias importantes como: inovação de produtos 
e mercados. Também está articulada a quatro fundamentais possibilidades:
1. Penetração de Mercado: ampliação de vendas de determinado produto que tenha 
referência no mercado e já seja expressivo na empresa.
2. Desenvolvimento de Produtos: colocação de um novo produto dentro do mercado já 
conquistado pela empresa. Isso facilita a ação dos novos negócios.
3 Desenvolvimento de Mercado: introduzir um produto já existente e com capilaridade 
em um novo mercado que a empresa ainda não atua.
4. Diversificação: inserir um novo produto e em um mercado que ainda não foi trabalhado 
pela empresa. Isso demanda mais atenção e investimento.
Dica
A inovação tecnológica está atrelada ao desenvolvimento de novas soluções 
em produtos, processos e serviços, por meio da aplicação de tecnologia. 
Ponto crucial da transformação digital é poder criar novas formas de buscar 
resultados ao observar demandas recorrentes sob uma nova perspectiva.
Hoje a inovação tecnológica é amplamente discutida no mercado atual, mas é 
sabido que nem todas as empresas estão prontas para essa inovação.
• Indicadores.
• Metas.
• Iniciativas estratégicas.
12
Modelo Canvas Hoje é considerado a principal ferramenta na gestão empresarial e 
no planejamento de negócios e estratégias. Podemos considerar como uma ferramenta 
recente. É utilizada no desenvolvimento de modelos de novos negócios e também para 
a reestruturação dos existentes. Tem o propósito de descrever o funcionamento de uma 
empresa em todas as áreas de atuação e seu desenvolvimento.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado sobre 
as principais ferramentas de gestão empresarial.
A cada momento, uma gama de produtos e serviços é lançada e alicerçada 
com diversas tecnologias embarcadas. É fato que nem todos eles são essen-
ciais para as nossas vidas. Contudo, é preciso que haja uma reflexão e análise 
do que realmente se faz necessário e que, efetivamente, possa trazer valores 
diferenciados em nossas práticas cotidianas.
Com a nossa experiência com smartphones, concluímos que não são produ-
tos resistentes à queda. Por esse motivo, a Apple está estudando uma nova 
tecnologia chamada parachute, que posiciona quatro cilindros com gás — um 
em cada quina do telefone —, que podem ser recarregados toda vez que a 
tecnologia for utilizada. Em outras palavras, toda vez que o aparelho em que-
da tocar o solo, o sensor aciona os cilindros de gás e permite que o aparelho 
faça um pouso como se fosse com um paraquedas, assim o smartphone não 
será danificado.
Curiosidade
13
Gestão por competências e habilidades
A Gestão de Competências não deve ser vista como uma ação isolada dentro de 
uma empresa, mas como um processo desenvolvido para toda a organização em um 
movimento contínuo, transitando do organizacional ao individual, da liderança à equipe, 
das pessoas à empresa.
Prahalad e Hamel (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 10) tratam o conceito de competência, 
no nível organizacional, como um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, 
sistemas físicos e gerenciais inerentes a uma organização. 
O conceito de competência sob a perspectiva do indivíduo é tratada por Fleury e Fleury 
(2001, p. 3) da seguinte forma:
O conceito de competência é pensado como conjunto de conhecimentos, 
habilidades e atitudes (isto é, conjunto de capacidades humanas) que jus-
tificam um alto desempenho, acreditando-se que os melhores desempe-
nhos estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas.
As competências essenciais às organizações são aquelas que conferem vantagem 
competitiva, gerando distinções no valor percebido pelos clientes.
Importante
Importante
Podemos entender que a definição de competência é contemplada por um conjun-
to de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos que se associam 
ao desenvolvimento de ações com base nas práticas organizacionais, visando a 
uma análise no enriquecimento de know-how e vivências capazes de transformar 
a estrutura e o significado das práticas de trabalho e sua compreensão.
14
A competência do indivíduo está relacionada também a sua proatividade e competitividade 
junto ao mercado profissional como o diferencial. Cada profissional tem um perfil de 
competências e de habilidades que irá compreender dois tipos de competência: técnica 
e comportamental.
• Competência técnica Habilidade e conhecimento que estão relacionados às 
técnicas e/ou funções específicas dentro da sua expertise.
• Competência comportamental Está relacionada a atitudes e comportamentos 
compatíveis com as atribuições que são desempenhadas no dia a dia de sua 
atividade profissional.
Dutra (2001, p. 130) completa:
A valorização das pessoas (e não simplesmente dos “funcionários”) que 
atuam na empresa leva, por exemplo, a pensar seriamente na questão 
da gestão do conhecimento. Uma bem-sucedida criação e distribuição 
do saber é caminho privilegiado para o desenvolvimento de todas as 
pessoas envolvidas, tornando o “local de trabalho” um lugar em que o 
aprendizado não se dissocia dos desejos de crescimento individual e da 
necessidade de crescimento da própria organização.
De acordo com Branco (2010), a empresa pode contribuir para alcançar esse objetivo 
por meio de alguns indicadores, tais como:
1. A identificação com o trabalho – a pessoa deve gostar do que faz. Por 
isso a qualidade de vida, a satisfação e a confiança são peças importan-
tes desse quebra-cabeça.
2. A integração do empregado no todo – o indivíduo deve acreditar que é 
essencial ao grupo, ter a percepção de estar integrado ao todo.
3. O talento e capacidade – todo ser humano tem talentos e habilidades, 
cabe à empresa procurar identificá-los, dando espaço para o desenvolvi-
mento de novas atividades e desafios.
4. Descobrir as potencialidades – o profissional que busca aprimorar 
constantemente seus conhecimentos deve receber incentivo nessa di-
reção, com certeza conquistará novos espaços e agregará muito mais 
valores à empresa.
5. Valores pessoais – pautar as ações empresariais e profissionais em 
valores tais como justiça, honestidade, valorização, respeito e dignidade.
15
6. A criatividade e inovação – a empresa deve desenvolver a capacidade 
criativa das pessoas, buscar formas de realizar os objetivos, não desis-
tindo de inovar, mesmo quando algo não der certo na empresa.
O grande diferencial para uma boa competitividade mercadológica não depende mais 
apenas de uma eficiente gestão financeira e da estrutura de tecnologia da empresa. O 
gerenciamento dos recursos humanos é quem assume um lugar de destaque e com 
muita responsabilidade no processo. São os serviços realizados e o diferencial na 
inteligência dos funcionários que fazem a diferença entre as empresas. 
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado sobre a 
importância das competências para o sucesso das empresas. 
16
Indicadores de P&D
Uma empresa e/ou organização nasce do desejo de transformar uma ideia em um pro-
duto ou serviço. Quando alguémcria uma empresa e/ou organização, está criando um 
modo único de resolver os problemas de um cliente e/ou usuário, uma forma própria 
para solucionar um dilema.
No primeiro momento, um ou dois produtos/serviços são lançados, testados no mer-
cado, e permanecem ou não no catálogo conforme forem os pedidos. Nesse momen-
to, os fundadores são a empresa: quando ainda é uma startup, os desafios da empre-
sa se confundem com os desafios dos fundadores. Os desejos da empresa são os 
desejos dos fundadores, e o aprendizado da empresa é o que os próprios fundadores 
estão aprendendo.
É fácil e prático saber como está o caminhar dos negócios. Afinal, os fundadores estão 
todos os dias se transformando em empresa, em todas as suas atribuições e ações. A 
cadeia de valor inteira são os próprios fundadores, e eles, a qualquer momento, sabem 
em que pé está cada um dos seus processos.
Essa cadeia se torna mais complexa à medida que a empresa cresce. Com a adição de 
mais pessoas, os processos se ramificam e desafios, desejos e aprendizados se distan-
ciam dos fundadores. Em determinado ponto, é difícil para qualquer fundador saber com 
exatidão se os processos desejados e planejados são executados como tal.
Nessa hora, a maior parte das empresas implementa uma forma de saber se as coisas 
estão andando como planejado: indicadores de processo. Afinal, é senso comum que “o 
que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”. Assim, seguindo o bom senso, va-
mos colocando indicadores para Produção, Qualidade, Vendas, Contas a Receber.
Para refletir
Verificamos que, em um programa de P&D, é fundamental a alocação adequada 
de recursos financeiros e humanos em projetos que caracterizem relevância, 
aplicabilidade e viabilidade econômica e financeira para produtos e serviços. 
A promoção da cultura da inovação e da tecnologia estimula a pesquisa e o
17
Segundo Ricardo F. Tafas Junior (2017), para medir a performance em P&D, é preciso 
estar atento a:
• Qualidade do trabalho: o que se entende por qualidade de trabalho não 
é a versão de qualidade que os sistemas de qualidade pregam. Os siste-
mas LEAN, Six-Sigma, ISSO e afins são todos sistemas de qualidade de 
processo, com a expectativa de que isso garanta a qualidade do produto, 
ou seja, que as peças produzidas sejam, de fato, as peças que se queria 
produzir.
• Qualidade como medida de performance: quando se avalia um traba-
lho em termos de qualidade, o que se busca, na verdade, é usar esse ad-
jetivo para medir como está a entrega, como está o conteúdo intelectual 
e o quão criativo é uma determinada solução. Medir criatividade não é 
fácil. Também não é fácil medir a qualidade de implementação de uma 
solução: todo desenvolvedor tem forte tendência a achar o formato com 
que ele resolveria determinado problema como sendo o jeito correto; os 
demais estão errados.
• Métricas para avaliação de qualidade: trabalhos errados, com defeitos, 
podem ser avaliados sob uma ótica de qualidade. Serão avaliados sob 
uma ótica de prazo: se ainda há o que fazer, não estando pronto, mesmo 
que o prazo tenha terminado. Precisam ser corrigidos e, se descumpri-
rem prazos, isso é tema para outra métrica, a pontualidade.
A P&D é vista como a gestão de pesquisa científica e o desenvolvimento de novos produtos, 
em que as empresas podem aderir a essa ferramenta e utilizá-la no desenvolvimento de 
novos negócios. A P&D foi e ainda é vista como uma apólice de seguro, e as empresas 
que não aderem a ela são consideradas como pobres ou irresponsáveis.
A necessidade de liberdade científica e de se atingir um retorno eficaz de investimento 
em P&D permanece sendo uma das áreas mais cruciais na gestão de pesquisa e 
desenvolvimento.
desenvolvimento nos setores de grande relevância no Brasil, que contribuem 
para a segurança e a transparência de ações que remetem em frutos para a 
população de uma forma geral.
18
Dica
Nos dias atuais, é visível que as despesas com P&D consomem uma proporção 
significativa nos orçamentos da empresa. Isso se dá, principalmente, porque as 
empresas percebem que o desenvolvimento de um novo produto e/ou serviço 
pode trazer uma competitividade significativa para o mercado em relação aos 
seus concorrentes.
A concorrência poderá surgir constantemente e de qualquer lugar do mundo, 
pois fazemos parte de um mundo globalizado, em que as empresas devem 
estar dotadas de uma série de ferramentas poderosas para desenvolvimento 
de novos produtos e/ou serviços para atender à demanda de mercado. 
Hoje é factível que as empresas apresentem uma grande dificuldade de investir em 
mão de obra, maquinário e tecnologia para que seus projetos possam ser exitosos. É 
preciso estar atento também às questões da análise de custo-benefício, e saber em qual 
momento esse investimento deverá findar, caso um determinado produto apresente 
sinais de derrota junto ao mercado.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 1 e veja o conteúdo complementar indicado sobre 
indicadores de P&D.
NA PRÁTICA
Uma empresa que atua há três anos na área de cervejas artesanais, que se instalou 
na cidade de Campinas, São Paulo, vem buscando um melhor posicionamento de 
mercado por conta do aumento da concorrência nesse segmento, tendo em vista
19
o aumento de consumo desse tipo de bebida. Para isso, a empresa precisa ter um 
levantamento de suas ideias, propósitos, objetivos e metas a serem alcançados 
para com o mercado paulista. 
Com o intuito de partir de uma visão balanceada e integrada dessa cervejaria 
artesanal, foi estruturado o balanced scorecard a seguir com os pontos necessários 
para que os devidos resultados fossem contemplados de modo que a empresa 
pudesse mensurar todo o novo trabalho a ser desempenhado para alcançar o que 
foi estabelecido nos pontos: objetivos; metas; indicadores; ações. Isso permitirá que 
a empresa crie situações e cenários para ser exitosa junto ao mercado cada vez 
competitivo.
OBJETIVOS METAS INDICADORES INICIATIVAS
Perspectiva 
Financeira: 
aumentar receitas
Aumentar em 10% 
a receita líquida
Demonstrativos 
financeiros
Desenvolver 
novas políticas 
de crédito para os 
distribuidores
Perspectiva do 
Cliente: contar 
com um ticket 
médio alto
Aumentar o valor 
de cada compra 
em 15%, em média
Valor das notas 
fiscais de cada 
venda individual
Melhorar o mix de 
produtos e criar 
combos de ofertas
Perspectiva 
de processos 
internos: oferecer 
diversas opções de 
canais de vendas
Transferir ao 
menos 30% das 
vendas para novos 
canais de vendas
% de vendas por 
canal
Implementar 
telemarketing e 
implementar loja 
virtual
Perspectiva de 
Aprendizado e 
crescimento: 
contar com 
força de vendas 
capacitada
Treinar 100% da 
equipe de vendas
Número de 
certificados 
adquiridos pela 
equipe
Desenvolver 
parceria com 
empresa de cursos 
on-line
Fonte: www.venki.com.br
http://www.venki.com.br/blog/exemplos-de-balanced-scorecards/ 
20
Resumo da Unidade 1
Nesta unidade você estudou que a Gestão é a ação e o efeito de administrar ou dirigir 
determinado negócio. Portanto, por meio de uma gestão vai se desenvolver uma diversi-
dade de diligências que levarão ao cumprimento do objetivo traçado de um negócio ou 
até mesmo de um simples desejo tão esperado.
Vimos também que a Gestão de Competências não deve ser vista como uma ação isola-
da dentro de uma empresa, mas como um processo desenvolvido para toda a organiza-
ção em um movimento contínuo, transitando do organizacional ao individual, da lideran-
ça à equipe, das pessoas à empresa.
Apesar da variedade de abordagens sobre o tema, a questão central é o entendimento 
de que a gestão é fator preponderante para que uma empresa possa se destacar e, por 
meio das inovações tecnológicas, possa promover mudanças estratégicas dentro de seu 
segmento.
É importante destacar que a valorização das pessoas que atuam na empresa leva a 
pensar seriamente na questão da gestão do conhecimento. Uma bem-sucedida criação 
e distribuição do saber é caminho privilegiado parao desenvolvimento de todas as pes-
soas envolvidas, tornando o “local de trabalho” um lugar em que o aprendizado não se 
dissocia dos desejos de crescimento individual e da necessidade de crescimento da pró-
pria organização.
Não podemos esquecer que uma empresa e/ou organização nasce do desejo de trans-
formar uma ideia em um produto ou serviço. Quando alguém cria uma empresa e/ou 
organização, está criando um modo único de resolver os problemas de um cliente e/ou 
usuário, uma forma própria para solucionar um dilema.
Por fim, destacamos que para medir a performance em P&D é preciso estarmos atentos 
à qualidade do trabalho. 
Até a próxima unidade!
21
Nesta Unidade aprendemos os conceitos sobre a utilização do conjunto de ações e 
estratégias aplicadas em um negócio, utilizando recursos financeiros, estruturais 
e humanos para gestão do conhecimento e de inovações tecnológicas nas 
organizações. 
CONCEITO
22
Referências 
BRANCO, V. R. C. Gestão por competências e habilidades. Administradores, João Pes-
soa, 31 jul. 2010. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/tecnolo-
gia/gestao-por-competenciase-habilidades/46925/> Acesso em: 7 nov. 2018.
BRANDÃO, H. P.; GUIMARÃES, T. A. Gestão de competências e gestão de desempenho: 
tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto. Revista de Administra-
ção de Empresas, São Paulo, v. 41, n. 1, jan./mar. 2001.
DUTRA, J. S. et. al. Gestão de competências: um modelo avançado para o gerenciamen-
to de pessoas. São Paulo: Gente, 2001.
FLEURY, M. T. L,; FLEURY, A. C. C. Construindo o conceito de competência. Revista de 
Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 5, p. 183-196, 2001. Edição especial. 
PASSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. São Paulo: Intersaberes, 2012. 
Biblioteca Virtual.
REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. Barueri: Manole, 2008. Biblioteca Virtual.
TAFAS JUNIOR, R. F. Como medir performance em P&D. Repositório, [S.l.], 2017. Disponí-
vel em: <https://www.repositorio.blog/pt/?s=P%26D>. Acesso em: 7 nov. 2018.
http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/gestao-por-competenciase-habilidades/46925/
http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/gestao-por-competenciase-habilidades/46925/
https://www.repositorio.blog/pt/?s=P%26D
TICs nos processos 
socioeconômicos
UNIDADE 2
24
OBJETIVO
Nesta unidade, você estudará o papel da tecnologia da informação e comunicação – 
TIC, que remete a um novo cenário em que essa tecnologia traz reais transformações 
para a sociedade moderna. Um ponto importante é que a TIC engloba várias outras 
tecnologias, formando um elo de recursos digitais que abastecem os seres humanos 
com informações diferenciadas em diversos formatos.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você irá:
• Relacionar o papel da tecnologia da informação e da comunicação com a sociedade 
e a perspectiva de ações inovadoras para que isso possa se transformar em um 
grande negócio.
25
Conceito de tecnologias de informação e 
de comunicação, paradigmas tecnológicos, 
inovação, tecnologia e desenvolvimento
As Tecnologias da Informação e Comunicação remetem à união de várias tecnologias 
computacionais, como internet, telecomunicações, redes de computadores, aplicativos.
A TIC, em seu propósito maior, tem a característica de abranger um conjunto de recursos 
tecnológicos, utilizados de forma integrada, como um elo, com um único objetivo comum, 
e tem seu uso em diversos âmbitos: setor de investimentos, comércio, educação etc.
A Tecnologia da Informação experimenta o seu momento de transformação, tanto que 
o termo TI passou a ser denominado como TIC. Dessa forma, surgiram novas ideias 
como colaboração e gestão do conhecimento. Ambas podem ser utilizadas, contudo 
é importante ressaltar que nenhuma infraestrutura tecnológica por si só promoverá a 
colaboração e integração entre as pessoas. Essa atitude requer uma cultura que deverá 
ser disseminada pelos líderes de todas as empresas, sobretudo pelo setor de recursos 
humanos.
O mercado de tecnologia tem desenvolvido mais hardwares e softwares que visam a 
garantir a operacionalização da comunicação e dos processos decorrentes em meios 
virtuais. Com a popularização da internet, que potencializou o uso das TICs em diversos 
campos, novos sistemas de comunicação e informação foram criados, formando uma 
verdadeira rede de informações digitais. 
Nesse ínterim, tivemos a formação de ferramentas colaborativas como e-mail, fórum, 
chat, agenda on-line e comunidades virtuais, que revolucionaram os relacionamentos 
humanos, bem como o desenvolvimento de processos e ações corporativos. O trabalho 
colaborativo permite que profissionais de locais distintos possam trabalhar em equipe 
e atender seus objetivos e demandas. O intercâmbio de informações criado nas ações 
colaborativas gera novos valores, conhecimentos e competências entre os profissionais 
dessa rede corporativa.
Com o avanço da integração da TIC, uma das áreas mais favorecidas é a educacional. É 
perceptível que na educação presencial a TIC é vista como uma ferramenta de geração 
de potencial para o desenvolvimento dos processos de ensino-aprendizagem.
26
Ela caracteriza um avanço na educação a distância, uma modalidade de ensino que cada 
vez mais vem ganhando espaço na sociedade, com a criação de ambientes virtuais de 
aprendizagem – AVA, nos quais os alunos têm a possibilidade de interação e troca de 
conhecimento e experiências. Os tutores podem realizar atividades em grupos, fóruns, 
debates, chats, bem como fazer uso de outras metodologias de ensino-aprendizagem 
que ressaltem características fundamentais para o processo de trabalho.
Com esse propósito, a gestão do conhecimento dependerá da infraestrutura tecnológica 
disponível, podendo-se adquirir outras tecnologias e recursos para a melhoria do proces-
so, e deve ser da vontade de cada indivíduo a busca por transformações significativas 
para o que se almeja.
As TICs vieram para ocupar um lugar de destaque na sociedade. Hoje, praticamente, não 
há fronteiras para se obter informação/conhecimento.
É importante observar que a TIC gera grandes benefícios, como comunicação ágil na 
área empresarial e agilidade nas tomadas de decisões.
O primeiro conceito adotado para a inovação foi concebido por Schumpeter (1988) 
ao diferenciar invenção de inovação. A última se diferencia da primeira na medida em 
que envolve uma transação comercial e gera riqueza em um produto ou serviço novo 
ou existente.
A inovação tende a gerar desenvolvimento econômico, pois traz um novo bem ou um 
novo método de criação e/ou produção, contribui para a abertura de novos mercados, 
O potencial gerado por meio das atuais ondas de inovação tecnológica oriundas das 
TICs trouxe mudanças significativas em diversos setores e âmbitos do mercado 
globalizado. Em outubro de 2016, David Cearley, vice-presidente da Gartner, 
apresentou as 10 principais tendências estratégicas para a área de TI. Ele dividiu 
essas tendências em três grandes grupos: inteligência artificial, tecnologias que 
promoverão a interconexão do mundo digital com o mundo real, plataformas e 
serviços necessários para entregar toda essa inovação.
Importante
27
gera nova fonte de insumos ou estabelece uma nova organização, e gera uma posição 
diferenciada no mercado para quem se utiliza de seus diferenciais.
A inovação também tende a caminhar junto com a tecnologia da informação, mas não 
tem a obrigação de criar ou lançar um produto tecnologicamente novo, o que seria con-
siderado inovação radical. Ela pode fazer mudanças em pequenas escalas em produtos 
ou serviços já existentes, tecnologias já utilizadas, caracterizando-se, assim, como uma 
melhoria gradativa, chamada de inovação incremental.
O Manual de Oslo (2005) estabelece que a inovação tecnológica referente a produtos 
pode assumir duas formas: uma em produtos tecnologicamente novos, nos quais as 
características ou os usos pretendidos diferem das características ou dos usos dos pro-
dutosproduzidos anteriormente, e a outra em produtos tecnologicamente aprimorados, 
em que um produto existente tem seu desempenho melhorado significativamente ou 
aprimorado. A inovação tecnológica em processos produtivos é a adoção de processos 
novos ou significativamente melhorados. Tais mudanças podem ocorrer em um equipa-
mento ou simplesmente na organização de sua produção.
Quando se trata de inovação, é preciso que saibamos que ela pode ocorrer de forma 
heterogênea, em diferentes níveis: a incremental atua no nível mais básico do negócio; a 
radical, no nível mais complexo. 
É importante observar que há uma série de tecnologias que são gratuitas e utilizadas no 
desenvolvimento de soluções.
REST Descreve a web como uma aplicação hipermídia distribuída, cujos recursos se 
comunicam por meio da troca de representações do estado desses recursos.
CURL Essa ferramenta possibilita a transferência de dados de ou para um servidor, 
usando uma vasta gama de protocolos, e dispensa a interação do usuário na execução 
das tarefas. Algumas de suas funcionalidades são: suporte ao proxy, autenticação de 
usuário, envio FTP, HTTP post, conexões SSL, cookies, resumo de transferência de arqui-
vos, metalink. 
Java Script Object Notation (JSON) É uma notação de objeto muito utilizada para 
envio e recebimento de dados.
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Tecnologia da Informação e Comunicação.
29
Sociedades da informação versus socieda-
des informacionais
No desenvolvimento da história da humanidade houve dois grupos de agentes 
transformadores: os dominantes e os dominados. Tal situação de dominação se dá pela 
obtenção de alguns elementos que trazem em seu bojo as ferramentas e os instrumentos 
que proporcionam o poder ao grupo dominante.
Veja a evolução de determinados elementos de dominação dos grupos no poder:
• Pré-História Fogo.
• Sociedade greco-romana Política e a arte da guerra.
• Idade Média Religião.
• Grandes Guerras Poder bélico.
• Imperialismo Controle das colônias. 
• Capitalismo Meios de produção. 
• Mundo atual e globalizado Informação.
O economista Fritz Machlup, em 1933, foi um dos primeiros a desenvolver o conceito 
de sociedade da informação, um termo que também é conhecido como sociedade do 
conhecimento com a chegada da Globalização. É fato que essa sociedade se encontra 
em processo de formação, adequação e expansão.
A sociedade de hoje não é mais um elemento estático. É claramente visível que ela está 
em constante transformação. As novas tecnologias da informação são consideradas as 
principais responsáveis por esse processo de mudança que se baseia num bem precioso, 
a informação/conteúdo. 
Esse novo molde de organização das sociedades aponta para um modo de desenvolvimento 
social, econômico e financeiro no qual a informação, como forma de criação, análise e 
transformação de conhecimento, desempenha um papel diferenciado na produção de 
bens, riquezas, e na contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos. 
Vislumbra-se que há uma condição para a sociedade da informação avançar e evoluir, e 
há também uma possibilidade de todos poderem ter acesso às TICs presentes no nosso 
dia a dia e que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais e 
interpessoais, de lazer e de trabalho.
30
É fato que os estudos sistemáticos referentes aos comportamentos econômicos vêm 
conferindo um importante fator ao cenário econômico e financeiro das empresas, tão 
impregnado pelos fatores da Era Industrial. Esse fator é o conhecimento, a dimensão 
crítica e de sustentação de vantagens competitivas. Como exemplo, temos o aumento 
significativo da produção de novos aparelhos celulares (smartphones) para promover 
uma nova interação com o mundo virtual, bem como a criação de novos aparelhos de 
conectividade com as TVs para a substituição das televisões a cabo.
Um ponto a ser observado é o problema da tecnologia e seu papel na sociedade 
contemporânea, que tem sido discutido usando-se uma série de rótulos e conceitos — 
ideias sobre informação e/ou conhecimento, sociedade pós-moderna, sociedade pós-
industrial e revolução da informação.
Em uma ampla perspectiva histórica, a sociedade de fluxo representa 
um caminho qualitativo na espécie humana. Se nos referirmos a uma 
velha tradição sociológica, segundo a qual a ação social em seu nível 
mais fundamental pode ser entendida como o padrão de relações entre 
natureza e cultura, encontramo-nos realmente em uma nova era da ex-
periência humana. (CASTELLS, 1994, p. 251) 
Em meio a uma grande revolução tecnológica, não há nada mais significativo do que o 
advento da internet, que se tornou um símbolo de uma nova sociedade digital que emerge 
na cultura do terceiro milênio e foi caracterizada como a “sociedade informacional”. Nessa 
perspectiva, a internet não se apresenta como uma simples tecnologia da comunicação e 
informação, mas como uma ferramenta primordial e direcionada à produção e à difusão 
da informação/conhecimento.
Nesse contexto da cultura e da tecnologia, a Tecnologia da Informação e Comunicação 
se torna um elemento de alavancagem socioeconômica. Há o estabelecimento de novos 
propósitos sendo refletido na sociedade informacional.
A problemática inicial em relação ao mundo informacional envolve diferentes cenários, 
como política, economia, ambiente social. Nesse sentido, a internet tem sido vista como 
uma ferramenta fundamental para a prática de situações que alavancam oportunidades 
de poder: por exemplo, pessoas que se utilizam das tecnologias em prol de suas 
ambições, desejos e na construção de identidades e novas realidades, e também que se 
apresentam no mundo virtual com opiniões e ideias, absorvendo conteúdos e buscando
31
debater acontecimentos que envolvam seus interesses e visões de mundo e intervir, 
criticamente, neles.
É importante que possamos caracterizar bem dois cenários:
Sociedade da informação Acesso democratizado, global, universal e total à 
informação/conhecimento, por meio dos meios de comunicação e equipamentos 
eletroeletrônicos. Temos a internet como marco inaugural de uma nova sociedade 
chamada de sociedade da informação.
Sociedade do conhecimento Foi constituída a partir das redes sociais, das 
colaborações e interações entre os indivíduos. É formada por grupos de pessoas que 
discutem questões, refletindo sobre elas, ensinando e aprendendo umas com as outras, 
em todas as áreas do saber.
Para podermos dizer que uma pessoa pertence à sociedade da informação basta que 
ela tenha acesso à internet, páginas com informação, bibliotecas digitais, base de dados, 
artigos científicos, chats, videoconferência, notícias do mundo inteiro.
O que faz um indivíduo dizer que pertence à sociedade do conhecimento é a sua 
participação em algumas redes sociais, sua interação com pessoas e a troca de 
informações que efetua. Quando o indivíduo acessa uma rede social, ele é aceito pela 
comunidade dessa rede, passa a discutir, refletir, contribuir, produzir informação e 
colaborar com a construção do conhecimento daquela rede. Todo o grupo passa a trocar 
informações espontaneamente.
Com a evolução do tempo, o homem vem criando diversos meios e ferramentas 
para se comunicar com a sociedade, procurando melhorar seu modo de vida e 
seus padrões atuais. Fazendo uma análise sucinta das criações tecnológicas, 
podemos estabelecer que as conclusões são complexas, pois, por um lado, as 
criações nos conferem um melhor meio de vida (tecnologias à disposição), mas, 
por outro lado, são exatamente essas criações que aumentam a destruição de 
vários cenários de fundamental importância para a sociedade (lixo eletrônico, 
poluição, desmatamento etc.).
Saiba mais
32
É fato que um grande desafio daqui por diante não será mais saber conteúdos, visto 
que estão todos disponíveis em vários sites na internet, mas saber qual informação é, 
realmente, importante e relevante para o crescimentocognitivo. É importante perceber 
como essas informações irão transformar o modo de ver o mundo e fazer as pessoas 
crescerem intelectualmente. 
A sociedade do conhecimento veio para inaugurar uma nova era tecnológica. Essa nova 
era remete à interação e à colaboração — seja em cursos on-line, seja nas redes sociais 
—, a trocas de experiências ou ideias e à propagação rápida de informações.
Fruto dessa nova sociedade, uma das grandes preocupações nos dias de hoje são as fake 
news, que são uma forma de imprensa que consiste na propagação de desinformação, 
boatos ou inverdades por meio de jornal impresso, mídia on-line, TV, rádio e mídias 
sociais. Esse tipo de notícia/informação é escrita e publicada com a intenção de enganar 
e/ou conturbar alguém a fim de obter ganhos políticos, pessoais e/ou financeiros. Você 
provavelmente esbarrou com algumas em suas redes sociais ou as recebeu em grupos 
de mensagem.
Outra questão que vem chamando a atenção é o uso de robôs que interagem como 
um usuário de uma rede social ou são programados para desempenhar alguma tarefa 
determinada previamente. 
Entendendo um pouco mais sobre os bots
A expressão bot é uma abreviação da palavra robot e é utilizada 
quando desejamos nos referir a usuários falsos, seja de Twitter, 
Facebook, Instagram, YouTube, ou de outras redes sociais. 
Muitas empresas investem nesse tipo de artimanha para 
aumentar o número de seguidores, visualizações e alcance de 
publicações. De acordo com texto veiculado no New York Times, 
existem companhias especializadas nesse tipo de serviço, “com 
apenas US$ 5, eu comprei quatro mil seguidores no Twitter, 
com mais US$ 5 eu comprei quatro mil amigos no Facebook e 
metade deles curtiu uma foto que eu postei na rede”, conta Nick 
Bilton, colunista de tecnologia. (BOTS…, 2014)
Saiba mais
33
Para que possamos fazer um fechamento dessas diferenciações, é importante frisar que 
a sociedade da informação terá, toda ela, acesso à democracia, dentro de um contexto 
universal, global e total para com a informação e o conhecimento gerados, por meio dos 
meios pertinentes de comunicação e equipamentos eletrônicos disponíveis. A internet 
veio como um divisor de águas para inaugurar essa nova sociedade.
Já a sociedade informacional está ligada à sociedade do conhecimento e se criou 
diante dos cenários das redes sociais, das relações, interações e colaborações entre os 
indivíduos que são membros participantes dessa rede, como o Facebook, por exemplo. 
São indivíduos discutindo questões, refletindo sobre o cotidiano, criando mecanismos de 
aprendizagem e também aprendendo com os demais em diversas áreas de conhecimento.
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sociedade da informação.
34
Livro Verde: Sociedade da Informação no 
Brasil
A informação alinhada ao conhecimento torna-se cada vez mais um dos principais 
fatores de agregação de valor, superação de desigualdades, de propagação do bem-
estar e criação de emprego qualificado. 
O mundo sofre uma transformação que está atrelada nitidamente ao conhecimento, à 
educação e ao desenvolvimento científico e tecnológico. 
A sociedade da informação está em franca transformação. No Brasil, é preciso que o 
governo e a sociedade andem juntos para que se possa assegurar que seus benefícios, 
efetivamente, alcancem a todos os brasileiros. 
A sociedade da informação deve ser vista como novas formas de organização e de 
produção em escala mundial. É preciso redefinir a inserção e o papel dos países na 
sociedade internacional e no sistema econômico mundial. 
Na era da internet e da Tecnologia da Informação, o governo brasileiro procura promover, 
por meio de políticas de expansão, a universalização do acesso aos meios da Tecnologia 
da Informação e Comunicação e o seu uso crescente, a fim de prover uma administração 
eficiente, eficaz e transparente em todos os níveis, mas é sabido que ainda há um longo 
caminho pela frente. 
Ao mesmo tempo, é importante que o sistema político promova políticas de inclusão 
social, para que o crescimento tecnológico atinja de forma quantitativa e qualitativa as 
dimensões humanas, éticas, profissionais e econômicas. 
A alfabetização digital irá promover o crescimento e o desenvolvimento da “Nova 
Economia” em nosso país.
O Programa Sociedade da Informação, que resulta de trabalho iniciado 
em 1996 pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, compreende 
acelerar a introdução dessas tecnologias no ambiente empresarial 
brasileiro. Sua finalidade é lançar os alicerces de um projeto estratégico, 
de amplitude nacional, para integrar e coordenar o desenvolvimento 
35
e a utilização de serviços avançados de computação, comunicação 
e informação e de suas aplicações na sociedade. Essa iniciativa 
permitirá alavancar a pesquisa e a educação, bem como assegurar 
que a economia brasileira tenha condições de competir no mercado 
mundial. O Ministério da Ciência e Tecnologia entrega à sociedade o 
Livro Verde, que contém as metas de implementação do Programa 
Sociedade da Informação e constitui uma súmula consolidada de 
possíveis aplicações de Tecnologias da Informação. (BRASIL, 2000, p. 45)
O Livro Branco: Ciência, Tecnologia e Inovação
O objetivo do Livro Branco é propor novos caminhos para que ciência, tecnologia e 
inovação possam contribuir para a construção de um país mais livre, dinâmico, inovador, 
competitivo e socialmente mais justo. Para isso, é necessário formar e consolidar 
cidadãos que atuem em um ambiente estimulante e inovador, que tenham acesso a um 
Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, cuja base científica e tecnológica seja 
internacionalmente ampla, diversificada, e nacionalmente distribuída. É preciso ampliar o 
entendimento sobre a sociedade para que se tenha as devidas aplicações sociais e, com 
isso, a participação dos setores público e privado.
É crescente a importância do trinômio Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para o 
desenvolvimento, para o crescimento, fortalecimento e qualidade de vida das culturas 
nacionais. 
O ano de 2012 é o horizonte temporal deste Livro, que está 
estruturado em quatro seções centrais, além desta introdutória. Na 
primeira, à luz da análise dos riscos e oportunidades associados 
às transformações econômicas e tecnológicas que vêm marcando 
a sociedade contemporânea, examinam-se os principais desafios 
para a consolidação de um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia 
e Inovação, necessário para que o País possa criar condições de 
desenvolvimento sustentável. Na segunda seção, apresentam-se os 
objetivos de uma proposta de política de Ciência, Tecnologia e Inovação 
para o horizonte considerado. Na terceira, são estabelecidas as bases 
para a formulação de diretrizes estratégicas a partir de uma análise do 
esforço nacional já realizado nas últimas décadas. Na quarta seção, é
36
explicitado um conjunto de diretrizes estratégicas com vistas às ações 
necessárias para que se alcancem os objetivos da política proposta. 
(BRASIL, 2002, p. 21)
O Livro Verde
A sociedade da informação, que está em franca transformação, está sendo gerida em 
diversos países. O governo e sociedade brasileiros devem caminhar lado a lado para 
assegurar que os seus benefícios efetivamente sejam alcançados. A sociedade da 
informação é o fundamento de novas formas de organização do conhecimento, em que 
há uma forte inserção do seu contexto junto a outros países, no que tange ao sistema 
econômico mundial. Com isso, teremos o surgimento de novas demandas ligadas ao 
poder público no que diz respeito ao seu modus operandi. 
O Livro Verde tem, em sua essência, um conjunto de ações para o impulsionamento da 
sociedade da informação no Brasil em todos os seus aspectos: conectividade, meios 
de acesso, recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento, comércio eletrônico, novas 
aplicações.
O Livro Branco surgiu com o propósito de olhar as tendências e definições do Livro 
Verde e traçar e definir rumos para a ciência,tecnologia e inovação brasileiras, por meio 
de um quadro de transformações digitais em nível mundial.Toda essa abordagem não se 
estende apenas à comunidade acadêmica e ao setor produtivo, mas ao cidadão comum 
e à opinião pública. Suas diretrizes, opiniões e sugestões repercutirão na vida de cada um 
de nós e de nossas famílias.
Dentro dessa concepção temos os três fenômenos inter-relacionados que estão na 
origem da transformação em curso dos processos, que são: 
1. Convergência da base tecnológica Decorre do fato de se poder representar, 
verificar, analisar e processar qualquer tipo de informação de uma única forma: a digital. 
Exemplos:
• Livros viram e-books.
• Aparelho de TV é utilizado em tela de computador.
• Álbum de fotografia vira um repositório digital de fotos.
37
Para que tudo isso aconteça é preciso que haja um extenso leque de aplicações que se 
forma em função da criatividade, curiosidade e capacidade de absorção do novo pelas 
pessoas.
2. Dinâmica da indústria Tem proporcionado uma contínua queda nos preços 
dos computadores relativamente à potência computacional, permitindo a popularização 
crescente do uso dessas máquinas e também de outras tecnologias como smartphone, 
tablets etc.
3. Crescimento da internet Nos EUA, a internet atingiu 50 milhões de usuários em 
somente quatro anos, ao passo que, para atingir esse número de usuários, o computador 
pessoal tardou 16 anos, a TV, 13, e o rádio, 38. Outro dado que confirma a rapidez da 
disseminação da internet é o da evolução da conectividade internacional no período de 
1991 a 1998. 
Em um curto período de oito anos, a internet se disseminou por praticamente todo o mundo, 
permitindo que muitos países pudessem propiciar conectividade a outros países até então 
fora dessas redes mundiais de comunicação e permitindo também a substituição de outras 
tecnologias (BITNET, FIDONET etc.) mais antigas. Ainda existe em muitos países um serviço 
restrito a poucos no que tange à velocidade da disseminação da internet, em comparação 
com a de outros serviços, mostrando que ela se tornou um padrão de fato e que se está 
diante de um fenômeno singular, a ser considerado como fator estratégico fundamental para 
o desenvolvimento das nações (BRASIL, 2000).
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sociedade da informação no Brasil.
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NA PRÁTICA
Um ponto de grande relevância nos dias atuais são os negócios eletrônicos, 
e-commerce e e-business. Hoje, esse modelo de negócio é fundamental para a 
modernização do setor produtivo, permitindo a ampliação de diversas empresas no 
mercado, bem como diversificando oportunidades de mercados e aperfeiçoando 
atividades de negócios. O comércio eletrônico vem apresentando um percentual 
de crescimento muito significativo, tanto nas transações entre empresas e 
consumidores (B2C) como nos negócios entre as próprias empresas (B2B), que é 
a modalidade em que atualmente se realiza o mais alto nível de geração de receita.
Podemos destacar a empresa Mercado Livre, que fomenta o e-commerce tanto para 
o segmento do B2B como para o B2C. Hoje, o Mercado Livre é uma das plataformas 
mais utilizadas para a comercialização de produtos e serviços, com o faturamento 
na casa dos milhões, simplesmente oferecendo a hospedagem do produto e serviço 
e proporcionando a logística da entrega do produto em parceria com empresas de 
transporte e Correio.
39
CONCEITO
Resumo da Unidade 2
Nesta unidade você estudou que a sociedade da informação compreende o atual momento 
vivenciado pelas sociedades, que se configura a partir das profundas transformações 
na produção industrial e na economia mundial, por intermédio da globalização, e que 
ganhou maior visibilidade nas duas últimas décadas. 
A partir do século XX, os avanços nas áreas da tecnologia e da telecomunicação 
influenciaram a velocidade de disseminação das TICs, resultando em mudanças 
significativas que envolvem não apenas os cenários tecnológicos e econômicos, mas 
também os aspectos socioculturais, políticos e institucionais das sociedades. A partir 
das transformações, emerge a sociedade da informação, que em graus diferenciados 
atinge todos os países e regiões do mundo. Embora a sociedade da informação não 
represente uma ruptura com o padrão capitalista predominante, cuja lógica continua 
centrada no lucro e na divisão de classes, a nova era inaugura um padrão: um novo 
paradigma baseado no uso crescente da informação/comunicação, do conhecimento 
e das inovações tecnológicas como vetores essenciais do desenvolvimento social e 
econômico.
Até a próxima unidade!
Nesta unidade aprendemos sobre a origem e como se deu a sociedade da 
informação e a sociedade do conhecimento, que também pode ser chamada 
sociedade informacional. Também foi abordada a importância do Livro Branco e 
do Livro Verde, que fomentam um conjunto de ações para o impulsionamento da 
sociedade da informação no Brasil em todos os seus aspectos: ampliação do acesso 
à internet, meios pertinentes de conectividade, formação de recursos humanos, 
incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, comércio eletrônico, 
desenvolvimento de novas aplicações.
40
Referências 
ÁBILA, F. Novas tecnologias na educação. Revista Aprendizagem, Pinhais, ano 4, n. 20, 
2010. p. 35.
BOTS: os robôs das redes sociais. Magic Web Design, [S.l.], 21 maio 2014. Disponível em: 
<https://www.magicwebdesign.com.br/blog/redes-sociais/bots-os-robos-das-redes-
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BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Livro branco: ciência, tecnologia e inovação. 
Brasília, 2002. Disponível em: <https://www.oei.es/historico/salactsi/livro_branco_cti.
pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
______. Ministério da Ciência e Tecnologia. Sociedade da informação no Brasil: livro 
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arquivos/livroverde.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
CASTELLS, M. A galáxia internet: reflexões sobre internet, negócios e sociedade. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p. 251 et seq.
KETTER, V. Z. C.; ZYLBER, M. A.; PEREZ, G. Tecnologias da informação e comunicação 
como inovação no ensino superior presencial: uma análise das variáveis que influenciam 
na sua adoção. REGE: revista de gestão, São Paulo, v. 24, 2017. Disponível em: <https://
www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809227617301169>. Acesso em: 23 nov. 
2018.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de 
Oslo: diretrizes para coleta e interpretação dos dados sobre inovação. Paris, 2005.
PEREZ, G.; ZWICKER, R. Fatores determinantes da adoção de sistemas de informação na 
área de saúde: um estudo sobre o prontuário médico eletrônico. Revista de Administração 
Mackenzie, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 174-200, 2010.
PINTO, L. F. G.; ZILMER, M. A. Uma abordagem schumpeteriana da inovação como 
fator de crescimento da pequena e média empresa empreendedora: estudo de uma 
rede de panificadoras. São Paulo: USP, 2006.
SCHUMPETER, J. A. A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 
1988.
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https://www.oei.es/historico/salactsi/livro_branco_cti.pdf
https://www.oei.es/historico/salactsi/livro_branco_cti.pdf
https://www.governodigital.gov.br/documentos-e-arquivos/livroverde.pdf
https://www.governodigital.gov.br/documentos-e-arquivos/livroverde.pdf
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809227617301169
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809227617301169
Direito eletrônico
UNIDADE 3
42
OBJETIVO
Nesta unidade, você vai estudar o conceito da sociedade da informação, entendendo 
o seu surgimento e o seu papel fundamental na sociedade como um todo. Aliada a 
essa sociedade, teremos a importância da tecnologia da informação como um pilar de 
transformação junto à sociedade,abrindo portas para que a inovação de uma forma geral 
se perpetue e traga muitas novidades e oportunidades. Não obstante, temos o papel do 
direito eletrônico como agente transformador e balizador das ações que se agigantam 
no mundo digital.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você irá:
• Identificar como as relações virtuais, realidade de hoje, demonstram a cada dia a 
tendência à substituição gradativa do meio físico pelo eletrônico, fomentando a 
adequação, adaptação e interpretação das normas jurídicas nesse novo ambiente.
43
Sociedade da informação
A sociedade da informação é um termo que surgiu no século XX, sendo também 
conhecida como sociedade do conhecimento, como substituto para o conceito complexo 
de sociedade pós-industrial e como forma de transmitir o conteúdo específico do novo 
paradigma técnico-econômico.
A sociedade não é um elemento estático, ela está em constante transformação, e, como 
tal, a sociedade contemporânea está inserida em um processo de mudança em que as 
novas tecnologias são as principais responsáveis.
Isso se deu, justamente, no momento em que a tecnologia de uma forma geral começou 
a ter grandes avanços. Sua importância fez com que ela se tornasse essencial na 
determinação do sistema social e econômico.
Após a chegada grandiosa das telecomunicações e informática de um modo geral, 
na década de 1970, a sociedade prontamente apresentou novas condições para o 
processamento de informação.
Esse momento foi de grande valor, permitindo que vários estudiosos, como Daniel Bell, 
debatessem acerca da sociedade pós-industrial.
Bell fez menção que, nessa nova etapa, os serviços e a estrutura central da nova economia 
seriam baseados na informação e no conhecimento.
De acordo com Castells (2000), as transformações acontecidas rumo ao crescimento da 
sociedade da informação, em estágio evoluído nos países industrializados, constituem 
uma tendência dominante e determinam um novo momento, o da tecnologia da 
informação, que trata da essência e de uma transformação tecnológica em suas 
relações com a sociedade e com a economia. Essa transformação tem as seguintes 
características fundamentais:
• A informação é sua matéria-prima: as tecnologias se desenvolvem para 
permitir o homem atuar sobre a informação propriamente dita, ao contrário 
do passado quando o objetivo dominante era utilizar informação para 
agir sobre as tecnologias, criando implementos novos ou adaptando-os 
a novos usos. 
44
• Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade porque a 
informação é parte integrante de toda atividade humana, individual ou 
coletiva e, portanto, todas essas atividades tendem a serem afetadas 
diretamente pela nova tecnologia. 
• Predomínio da lógica de redes. Esta lógica, característica de todo tipo de 
relação complexa, pode ser, graças às novas tecnologias, materialmente 
implementada em qualquer tipo de processo. 
• Flexibilidade: a tecnologia favorece processos reversíveis, permite 
modificação por reorganização de componentes e tem alta capacidade 
de reconfiguração.
• Crescente convergência de tecnologias, principalmente a microeletrônica, 
telecomunicações, optoeletrônica, computadores, mas também e 
crescentemente, a biologia. O ponto central aqui é que trajetórias de 
desenvolvimento tecnológico em diversas áreas do saber tornam-se 
interligadas e transformam-se as categorias segundo as quais pensamos 
todos os processos.
• Este novo modelo concebido para a organização das sociedades 
fomenta em um modo de desenvolvimento social e econômico onde 
a informação, como meio de geração de conhecimento, desempenha 
um papel diferenciado na produção de riquezas e na contribuição para 
o bem-estar e da qualidade de vida dos cidadãos. Esta condição foi 
fundamental para que a Sociedade da Informação pudesse avançar com 
a possibilidade de todos poderem aceder às Tecnologias de Informação 
e Comunicação, presentes no nosso cotidiano que constituem 
instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e 
de lazer. (CASTELLS, 2000, p. 25)
É preciso reconhecer que muitas das promessas do novo momento tecnológico estão 
sendo focadas, principalmente, no campo das aplicações das novas tecnologias para a 
educação de uma forma geral. Podemos citar aqui a educação a distância, as bibliotecas 
virtuais, os aplicativos para videoconferência e os correios eletrônicos. A satisfação 
com os avanços tecnológicos, no entanto, não nos deve impedir de identificar áreas 
que possam ser preocupantes em virtude desse tipo de mudança. A sociedade 
vem observando com atenção a evolução histórica do novo momento da tecnologia da 
informação e externando, em cada etapa desse desenvolvimento, suas preocupações 
com as implicações sociais das novas tecnologias. Um exemplo característico é a forma 
como o adolescente se utiliza em excesso do smartphone.
45
O ser humano tem total condição de se adaptar e, como tal, deve ter uma atitude mais 
flexível, com conhecimentos generalistas, capazes de se formarem ao longo da vida 
de acordo com os seus anseios e as suas necessidades, para que possa dominar as 
tecnologias da informação e comunicação.
A sociedade exige da escola uma formação ampla, especializada, direcionada a um 
espírito empreendedor e criativo, com o domínio de uma ou várias línguas estrangeiras, 
com grandes capacidades para resolução de problemas.
A nova geração, nos últimos tempos, vem adquirindo vários conhecimentos diferenciados 
e com maior velocidade, dentro e fora das escolas, pois eles pertencem a uma nova 
geração chamada de “Y”. Estão interligados nesse novo paradigma de sociedade como 
um todo, preferindo, na maioria das vezes, o aconchegante lar de seus pais, com todas 
as tecnologias de última geração à disposição, à escola, que pode, de alguma forma, 
parecer obsoleta. É fundamental a escola tornar-se mais atrativa e em sintonia com as 
novidades tecnológicas, criando os “espaços makers”.
A sociedade se tornará cada vez mais competitiva, criando mais riquezas e naturalmente 
gerando melhor qualidade de vida. Iremos nos tornar uma sociedade mais livre evitando 
a exclusão do cidadão e permitindo uma maior integração entre os pares. Para que 
isso seja viável, as políticas educativas desempenham um papel diferenciado. Dessa 
forma, a escola passa a assumir um papel diferenciado na sociedade da informação. É 
preciso dotar o ser humano de condições, meios e capacidades para competir com o 
avanço tecnológico, condicionando-o, de maneira que esse avanço não seja autônomo 
e involuntário e possa ser controlado, de modo que sejam as nossas necessidades a 
corresponder ao desenvolvimento tecnológico, e não o desenvolvimento tecnológico a 
moldar as nossas necessidades cotidianas.
São vários os desafios cotidianos da sociedade da informação e incluem desde os de 
caráter econômico, social, cultural e legal até os de natureza psicológica e filosófica.
Leal (1996) sinaliza que os desafios éticos da sociedade da informação podem ter 
múltipla perda: perda de qualificação profissional, associada à automação industrial, 
e desemprego; de comunicação interpessoal e grupal, transformada pelas novas 
tecnologias da informação ou mesmo destruída por elas; de privacidade, por meio da 
invasão de nosso espaço individual e efeitos da violência visual e poluição acústica; 
de controle sobre a vida pessoal e o mundo circundante; e do sentido da identidade, 
associado à crescente complexidade tecnológica. 
46
Brook e Boal (1995) estudam novas estratégias de resistência para, como um novo 
“luddismo”, combater os aspectos perniciosos da tecnologia da informação, acusada de 
propagar na sociedade a utilização de um simulacro de relacionamento como substituto 
de interações face a face entre os indivíduos da sociedade e contra a usurpação pelo 
capital do direito de definir a espécie de automação que desqualifica trabalhadores, 
amplia como um todo o controle gerencial sobre o trabalho, intensifica as atividades e 
destrói a solidariedade.
Um outro pontoimportante que temos que analisar é com relação ao ambiente corporativo. 
O trabalho está mudando, ganhando corpo, e, nas empresas, o termo “capital humano” 
indica o patrimônio de habilidade e conhecimento, ou seja, capacidades técnicas e 
conhecimento dos colaboradores, que criam atitudes inovadoras.
Essa é a realidade em que as empresas precisam saber como administrar. O conhecimento 
se tornou precioso, uma peça fundamental, fator produtivo a ser gerenciado, valor 
agregado indispensável nas estratégias das empresas para o alcance de seus resultados.
Três características dessa sociedade serão:
1. Ausência de fronteiras O conhecimento se movimenta com menos esforço até 
do que o dinheiro.
2. Mobilidade para cima Disponível para todos os indivíduos por meio de uma 
educação formal e facilmente adquirida.
3. Potencial para o fracasso e para o sucesso Qualquer indivíduo pode adquirir o 
conhecimento exigido para a tarefa, mas nem todos podem vencer.
Essas três características importantes, em conjunto, tornarão a sociedade altamente 
competitiva, tanto para organizações quanto para os indivíduos.
Vantagens e desvantagens
Criada no contexto da pós-modernidade, a sociedade da informação é, essencialmente, 
tecnologia da informação e comunicação, constituída principalmente pelos avanços da 
eletrônica, microeletrônica e multimídia.
Dentro desse propósito, adquirir, armazenar, analisar, processar e disseminar informações 
são as metas básicas do novo sistema digital.
47
A TV, a telefonia, a rede de computador e a internet são as grandes responsáveis 
pelo advento dessa nova sociedade da informação, cuja grande consequência é a 
desmaterialização dos espaços produtivos.
Uma vantagem diferenciada é que os processos decisórios das empresas são facilitados, 
pois podem ser realizados a distância por meio de videoconferência.
Além do aspecto econômico que permeia a empresa e do trabalho a distância, as 
ferramentas digitais como bibliotecas virtuais, correio eletrônico, internet banking e redes 
sociais são marcantes na contemporaneidade.
A grande desvantagem é que os indivíduos dessa sociedade da informação podem 
se tornar cada vez mais distantes uns dos outros, tendo em conta essa facilidade de 
comunicação, que é, na verdade, uma barreira.
Dessa forma, as crianças e os jovens vivem cada vez mais dependentes dos smartphones, 
dos jogos e de outros atrativos tecnológicos. Isso sem contar com a exposição da vida 
pessoal pelo uso constante das redes sociais, o que resulta em um sério problema de 
segurança pessoal e da informação.
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direito digital geral.
48
O papel do direito eletrônico
As relações jurídicas, ao longo do tempo, vieram com um novo viés fruto das relações 
virtuais, principalmente pelo uso crescente da população no que tange à internet, www: 
http//, rede mundial de computadores.
A sociedade simplesmente se deparou com um novo momento tecnológico, no qual um 
novo portal de informações, conteúdos, produtos e serviços foi aberto instantaneamente.
Com isso, a sociedade, de uma forma avassaladora, veio consumindo tudo o que era 
posto nesse ambiente, fruto de uma série de facilidades e agilidades nos processos, mas 
até que ponto tudo isso é permitido? Será que realmente podemos comprar o que bem 
entendemos? Será que tudo que está contido nesse universo é real? Será que posso 
inserir o que bem entender nesse ambiente digital?
Nos tempos atuais, as demandas digitais e as relações virtuais são uma realidade na 
sociedade e demonstram a cada dia a substituição gradativa do meio físico pelo eletrônico. 
É necessário, portanto, que se estabeleçam diretrizes que proporcionem segurança às 
relações contidas no campo virtual, dada a sua especificidade.
O gigantismo do mundo digital transformou diversas atividades realizadas antes da 
chegada da internet. Com tal avanço cibernético, não somente atividades rotineiras 
foram modificadas, como crimes estão sendo praticados, surgindo até mesmo novas 
modalidades de crimes cibernéticos, fruto de fragilidades da sociedade e também de 
acessos que antes não eram permitidos pelo mundo físico.
Anteriormente, alguns atos praticados na internet, em sua maioria, não eram tidos como 
um crime. Pois bem, não há crime sem lei que o defina. Dessa forma, muitos casos de 
invasão de sistema, de exposição de fotos íntimas, entre outros, não eram considerados 
crimes, deixando os responsáveis ilesos quanto aos atos que praticaram.
O Direito Eletrônico é a ciência que estuda a utilização dos elementos 
físicos eletrônicos, como o computador. O Direito Eletrônico, digital ou 
da Informática não se dedica apenas ao estudo do uso dos aparatos da 
informática como meio auxiliar ao direito, delimitado pela informática 
jurídica, mas, ao contrário, constitui o conjunto de normas, aplicações, 
processos, relações jurídicas que surgem como consequência da 
aplicação e desenvolvimento da informática, isto é, a informática é geral 
deste ponto de vista e da forma como é regulado pelo direito.
www: http//
www: http//
49
O Direito Eletrônico visa regular as relações realizadas entre indivíduos 
no ambiente virtual, a fim de propor controle e fiscalizar as relações dos 
mais diversos meios de comunicação, inclusive os da própria informática. 
(PACI, 2018) 
Hoje pertencemos a um cenário em que é preciso que levemos em consideração a 
existência de duas realidades diferentes: plano real (físico) e plano virtual.
Da mesma forma, como há regras para realizar a manutenção das pessoas no plano 
material, foi necessária a criação de regras rígidas e específicas para serem aplicadas no 
mundo virtual e que vêm se expandindo de forma gradativa.
O direito eletrônico ou digital, portanto, a nosso ver, por se tratar de um direito multifacetado 
e com peculiaridades próprias, pertence tanto ao direito público como ao privado.
A internet ainda é tida por muitos como um território livre, sem lei e sem punição. Inclusive 
há uma rede clandestina em que muitos usuários se conectam para que possam 
cometer uma série de crimes cibernéticos e não ser rastreados. Sabemos que ainda há 
ausência de uma legislação específica para crimes eletrônicos, e com isso os tribunais 
brasileiros estão enfrentando e punindo internautas, crackers e hackers que utilizam a 
rede mundial de computadores como instrumento para a prática de crimes. A maioria 
desses criminosos não vê a internet como um campo novo de atuação, mas apenas um 
novo caminho próspero para a realização de delitos já praticados no mundo real.
É possível observarmos que os crimes virtuais utilizam a mesma forma de delitos 
utilizados em crimes já conhecidos. O que traz como diferencial é a técnica utilizada 
pelos praticantes, hackers e/ou cibercriminosos, que se difere dos delitos convencionais 
presentes no ordenamento jurídico penal, mas o resultado pretendido por eles é o mesmo 
da conduta já tipificada.
A forma de atuação atualmente utilizada e difundida entre o Poder Judiciário se baseia 
na aplicação da legislação vigente, de modo a realizar uma comparação com o caso 
concreto do crime virtual enfrentado.
Veja alguns tipos de crimes:
• Faturas falsas e cobranças indevidas.
• Vendas de produtos e propagandas.
50
• Sites falsos e downloads ilegais.
• Leilões on-line e produtos falsos.
• Vendas de serviços ilegais
• Malwares e kits de aproveitamento.
• Informações de contas.
• Quebra de verificação.
• Phishing e roubo de informações em redes sociais.
• Cartões de datas festivas.
• Compras em computadores públicos e redes abertas.
• Ofertas de emprego por e-mail.
• Roubo de senhas. 
Lei nº 12.737/2012 (conhecida como Lei Carolina Dieckmann) – Introduziu 
três tipos penais específicos envolvendo crimes informáticos: i) invasão de 
dispositivo informático alheio (artigo 154-A do Código Penal); ii) interrupção 
ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de 
informação de utilidadepública (artigo 266, §§ 1º e 2º do Código Penal); e iii) 
falsificação de cartão de crédito ou débito (artigo 298 do Código Penal).
Decreto nº 7.962/2013 – Regulamentou o Código de Defesa do Consumidor, 
para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Traz diversos 
esclarecimentos sobre atendimento ao consumidor em relação às compras 
realizadas pela internet, direito de arrependimento em comércio eletrônico, 
abordando até mesmo o tema das compras coletivas.
Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) – Estabeleceu princípios, garantias, 
direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, tanto para provedores de 
conexão e de aplicação como para usuários da internet. É um marco mundial 
no que concerne ao tratamento da internet sob a ótica do direito civil, sendo 
referenciado por alguns como a “Constituição da internet”, tendo em vista o 
caráter de princípio lógico da norma. Tem sido objeto de várias discussões, 
especialmente no que concerne à futura regulamentação que o Poder Executivo 
fará à norma, tratando, entre outros, do tema da neutralidade de rede, o que 
ocorrerá após as consultas públicas do Comitê Gestor da Internet e da Agência 
Nacional de Telecomunicações.
Importante
51
Anteprojeto de Lei para a Proteção de Dados Pessoais – Ainda na fase 
de anteprojeto, é fundamental estar atento ao texto da futura norma, que 
se encontra em discussão perante a sociedade civil e complementará as 
disposições constantes do Marco Civil da Internet sobre a questão de coleta, 
uso, armazenamento, tratamento, compartilhamento e exclusão de dados 
pessoais e dados pessoais sensíveis.
Diante de uma gama enorme de possibilidades de crimes cibernéticos, você pode ter 
alguns comportamentos e atitudes tecnológicas para evitar ser uma vítima. 
Quem sabe o mais importante seja não clicar em links desconhecidos em e-mails ou 
sites duvidosos. Isso já irá propiciar uma segurança no seu ambiente e bem-estar.
É importante manter sempre o seu antivírus atualizado, e utilize um bom firewall e 
programas antispyware. Isso também será importante para o caso de você realizar 
compras on-line ou transações bancárias, pois evita que seus dados sejam roubados. E 
lembre-se também de fazer isso somente em computadores e redes seguros. Outro ponto 
importante é a utilização dos cartões virtuais, nova tecnologia que os bancos oferecem.
E, finalmente, use o bom senso. Em hipótese alguma utilize a mesma senha para todos 
os serviços, pois, mesmo que uma delas seja roubada, as outras permanecerão intactas. 
Mude suas senhas periodicamente, evitando que um roubo passado possa afetá-lo mais 
tarde. Também, em dúvida sobre a legitimidade do link ou do serviço, não clique nem 
compre. É melhor evitá-los do que ter problemas no futuro. Nunca armazene suas senhas 
no seu smartphone; em caso de roubo, ele servirá para que o acesso às suas contas e 
informações seja bem mais fácil.
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sociedade da informação e seus desafios.
52
Tecnologia da informação e a multidiscipli-
naridade 
O desenvolvimento e o crescimento da ciência se pautaram, nos últimos séculos, pelo 
objetivo de entender a natureza e os fenômenos ligados ao nosso mundo real. Dessa for-
ma, o conhecimento científico foi dividido em várias partes, que, com muito êxito, fizeram 
as ciências evoluírem e alavancarem resultados extremamente positivos. Esse avanço 
científico acabou criando uma ciência clássica, que utiliza métodos na maior parte das 
vezes ineficazes para lidar com alguns dos problemas contemporâneos de grande com-
plexidade. As novas ciências surgiram no período pós-guerra e foram se desenvolvendo 
de forma diferenciada da ciência clássica. Foi apresentada como um de seus traços bali-
zadores a prática interdisciplinar e multidisciplinar necessária para o desenvolvimento de 
sua pesquisa na área de maior interesse que se preconizava.
É importante deixar claro o papel inter e multidisciplinar da ciência da informação para os 
estudos da cultura informacional, que se constituiu em uma oportunidade para eviden-
ciar mutações que incidiram na significação e interpretação desse conceito, na medida 
em que foi incorporada como objeto de investigação no campo científico. A ciência da in-
formação tem total conhecimento de suas implicações no exercício interdisciplinar, bem 
como de que maneira isso tem impactado conceitos apropriados de outras áreas. 
A ciência sempre será um caminho para que haja a inovação. Não existe uma área em 
que se fale mais em inovação do que no segmento da tecnologia da informação. Afinal, 
a tecnologia da informação permitirá que haja novas e eficientes práticas em uma orga-
nização para a obtenção de resultados necessários ao crescimento do negócio. Hoje, 
no que remete à inovação da tecnologia da informação, seja no mundo empresarial, nas 
pesquisas científicas, no comércio eletrônico ou na segurança da informação, a adoção 
da nuvem pública, contratação de ferramentas de data warehouse, business intelligence, 
Olap ou simplesmente a revolução profissional causada nos departamentos de comuni-
cação e marketing com soluções tecnológicas são bons exemplos disso. 
Em se tratando de inovação em tecnologia da informação, é primordial destacar que é 
praticamente impossível inovar sem ultrapassar as fronteiras desse departamento.
A gestão na educação tem demandado com afinco mais reflexão, percepção e criativida-
de voltadas ao desenho de novos ideais e novas possibilidades para o processo de ensi-
no-aprendizagem. É preciso enfrentar a necessidade de interação entre conteúdo, 
53
ambiente de aprendizagem e formação do estudante, mediados por tecnologias de in-
formação e comunicação – TICs. A articulação entre eles requer refletir e repensar as 
práticas em sala de aula, rever as atividades práticas e, principalmente, reposicionar a 
atividade relacional de docentes e discentes, frente às inovações tecnológicas que per-
mitem aprender. O trabalho multidisciplinar na formação docente para o uso das TICs é 
uma condição para que o educador possa articular, simultaneamente, informação, apren-
dizado, conhecimento, interesse, curiosidade e participação, que devem nortear o com-
promisso pela educação como um todo. 
Inovações tecnológicas nas práticas educativas colocam as instituições de ensino 
diante dos desafios de formar e transformar profissionais, intelectuais e cidadãos para 
o século XXI. 
A tecnologia da informação tem papel de grande importância nos projetos de inovação 
em suas organizações. É preciso refletir acerca da natureza do próprio negócio em ques-
tão, podendo ser o primeiro passo fundamental para pensar de maneira diferente e gerar 
oportunidades de inovação. O importante é saber entender o seu propósito e os cami-
nhos que quer percorrer.
Um ponto diferenciado a ser trabalhado nesse contexto é o de liberdade para criar etapas 
e processos inovadores. Só há caminhos de prosperidade na inovação, a partir da tecno-
logia da informação para com outras áreas de uma empresa, desde que haja uma livre 
prática, gestão e recursos necessários. Afinal, tem-se um processo estratégico e que 
envolve investimento diferenciado, com altos índices de retorno para o negócio.
Sendo assim, integrar as diversas áreas de uma companhia sob o comando do departa-
mento de TI pode ser de extrema importância para a inovação. Dessa forma, o elemento 
multidisciplinar agrega diversidade de conhecimento e, principalmente, de olhares dife-
renciados sobre um mesmo tema. 
A tecnologia da informação precisa participar das decisões de negócio para ser capaz de 
traduzir necessidades e oportunidades e colocar a inovação nas soluções.
É de suma importância que um dos componentes básicos de times ágeis seja a multi-
disciplinaridade. É bem mais fácil entender as benesses de se atuar e/ou trabalhar com 
pessoas que tenham um conjunto de habilidades e competências diferentes e comple-
mentares às nossas. Os conhecimentos, know-how,ajudam a:
• Passar menos tempo esperando o especialista atender nosso projeto.
54
• Promover aprendizado diferenciado todo o tempo, eventualmente formando indivíduos 
multidisciplinares.
• Mostrar estimativas mais reais, já que se consideram todos os envolvidos no processo.
• Criar uma linguagem de interação facilitadora para que todos entendam, melhorando 
a comunicação interna.
• Criar o hábito de estarmos atentos aos problemas dos outros, buscando soluções em 
conjunto para eles e, assim, tornando-nos pessoas mais empáticas.
Times ágeis e experientes estão sempre a um passo à frente, pois trabalham sempre 
com pessoas de variadas especialidades, em que o aprendizado é mútuo, e assim se 
tornam profissionais multidisciplinares.
Na verdade, cada indivíduo traz consigo toda uma visão sobre o mundo construído sobre 
seus conhecimentos técnicos, experiências, sim, mas também sobre sua vivência. Cada 
pessoa se coloca de forma completa no projeto, não apenas suas habilidades técnicas. 
Isso permite que a multidisciplinaridade possa aflorar naquela equipe de forma eficiente 
e eficaz, sem egos e vaidades.
Esse tipo de diversidade tem o mesmo efeito benéfico, que pode ser o ponto decisivo 
entre um projeto bem-sucedido e um projeto muito bem-sucedido.
Nos últimos anos, foi percebido um grande crescimento das discussões sobre a falta 
de diversidade em tecnologia da informação, uma retomada do interesse feminino pela 
computação.
As empresas, no que remete à segurança da informação, devem ter 
comissão multidisciplinar na instituição de normas. Em debate promovido 
pelo departamento jurídico da Fiesp, Renato Opice Blum, da Escola Paulista 
de Direito, afirmou que as companhias devem trabalhar a proteção de dados 
corporativos nos âmbitos jurídico, técnico e educacional.
Importante
55
Segundo João Francisco Justo Filho, pesquisador do Laboratório de 
Microeletrônica – LME do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos 
– PSI da Escola Politécnica da USP, a nanotecnologia tem caráter multidisciplinar, 
já que é possível a sua aplicação em outras áreas do conhecimento, pois todas 
as substâncias são formadas por moléculas.
Curiosidade
Mais uma característica interessante é a presença forte da tecnologia da informação nas 
várias situações do cotidiano, cuja característica muito diferenciada é a do direito eletrônico, 
qual seja, sua multidisciplinaridade. Sua influência perpetua os diversos ramos jurídicos.
Assim, percebemos que a multidisciplinaridade e a tecnologia da informação são elos 
fundamentais que são perenes nas diversas áreas do saber, agregando valores para 
novos desafios que remetem a inovações dentro e fora do nosso cotidiano.
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multidisciplinaridade e diversidade em times de tecnologia.
56
NA PRÁTICA
Um profissional da área de TI e perito de tecnologia TRT foi designado para a realização 
de uma perícia técnica de um caso na empresa Convert Soluções Tecnológicas. Um 
colaborador, utilizando-se da tecnologia disponível na empresa, causou um problema 
trabalhista para outros dois colegas, que foram demitidos. 
Esse funcionário invadiu dois outros computadores e, utilizando esse acesso 
diferenciado, entrou no e-mail dos dois empregados que foram demitidos erroneamente 
e enviou e-mails pejorativos para alguns grupos da empresa. Diante disso, no relatório 
pericial, a qualificação foi tratada como um crime cibernético. O funcionário foi 
enquadrado na Lei nº 12.737/2012 (conhecida como Lei Carolina Dieckmann).
57
Resumo da Unidade 3
Nesta unidade, você estudou que a sociedade não é um elemento estático nem estagnado, 
pelo contrário, está em plena mutação, e a sociedade contemporânea está inserida em 
um processo de transformação em que, com a chegada das novas tecnologias, principais 
responsáveis, teremos uma quantidade enorme de oportunidades.
Isso se deu, justamente, no momento em que a tecnologia de uma forma geral começou 
a ter grandes avanços. Sua importância fez com que a tecnologia se tornasse essencial 
na determinação do sistema social, administrativo e econômico.
É importante sermos visionários e percebermos que a sociedade se tornará cada vez 
mais competitiva, criando mais riquezas e, naturalmente, gerando melhor qualidade de 
vida. Iremos nos tornar uma sociedade mais livre e expansiva, evitando a exclusão do 
cidadão e permitindo uma maior integração entre os pares.
É preciso compreender que o desenvolvimento e o crescimento da ciência se pautaram, 
nos últimos quatro séculos, pelos objetivos de compreender a natureza e os fenômenos 
ligados ao mundo real. Dessa forma, o conhecimento científico foi subdividido em várias 
partes, que, com muito êxito, fizeram as ciências evoluírem e alavancarem resultados 
positivos. As novas ciências surgiram no pós-guerra e se desenvolveram de forma 
diferenciada da ciência clássica, apresentando como um de seus traços identificadores 
a prática inter e multidisciplinar necessária para o desenvolvimento de sua pesquisa na 
área de maior interesse.
Para compor essa onda da tecnologia da informação junto à sociedade, é importante 
entendermos o papel do direito eletrônico, que é a ciência que estuda a utilização dos 
elementos físicos eletrônicos, como o computador. O direito eletrônico, digital ou da 
informática não se dedica apenas ao estudo do uso dos aparatos da informática como 
meio auxiliar ao direito, delimitado pela informática jurídica, mas, ao contrário, constitui 
o conjunto de normas, aplicações, processos, relações jurídicas que surgem como 
consequência da aplicação e desenvolvimento da informática, isto é, a informática é 
geral desse ponto de vista, e da forma como é regulada pelo direito.
Até a próxima unidade!
58
CONCEITO
Nesta unidade, aprendemos os conceitos sobre a formação da sociedade da 
informação, a importância da ciência como agente transformador na sociedade, 
a relevância da tecnologia da informação como ferramenta diferenciada para 
o alcance de inovações de uma forma geral e o direito eletrônico balizando a 
sociedade para com as questões da responsabilidade para um uso consciente da 
tecnologia. 
59
Referências
BROOK, J.; BOAL, I. A. Resisting the virtual life: the culture and politics of information. 
San Francisco: City Lights, 1995.
CASTELLS, M. A era da informação: economia, sociedade e cultura: a sociedade em 
rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000. v. 1.
LEAL, F. Ethics is fragile: goodness is not. In: KARAMJIT, S. G. (Ed.). Information society: 
new media, ethics and postmodernism. London: Springer, 1996.
PACI, M. F. Considerações gerais sobre direito eletrônico. Âmbito Jurídico, Rio Grande, 
2018. Disponível em: <http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=19141>. Acesso em: 27 nov. 2018.
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19141
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19141
Propriedade intelectual
UNIDADE 4
61
OBJETIVO
Nesta unidade, você vai estudar a importância e o surgimento da propriedade intelectual, 
bem como a importância das patentes para o mercado de trabalho e seus respectivos 
criadores, além da abrangência e os direitos a respeito de produtos e/ou processos do 
conhecimento, sejam eles tangíveis ou intangíveis dentro da tecnologia da informação.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você será capaz de:
• Identificar a abrangência e os direitos a respeito de produtos e/ou processos 
do conhecimento, sejam estes tangíveis ou intangíveis dentro da tecnologia da 
informação.
62
Origem dos direitos de propriedade intelectual 
É preciso que haja uma preocupação constante com a questão das tutelas dos direitos 
de autores de obras intelectuais, sendo famosas ou não. Essa atenção com relação às 
tutelas surgiram a partir do fim da Idade Média. No passado, havia uma enorme dificul-
dade para reproduzir, manualmente, os originais e distribuiras cópias. Isso bastava para 
que houvesse o exercício do controle sobre a divulgação de ideias.
A imprensa foi uma grande propulsora dessa questão, pois, por meio de sua invenção e 
da facilidade de reprodução, vieram as preocupações dos artistas e dos soberanos com 
a democratização da informação.
Em 1557, Filipe e Maria Tudor cederam a concessão do monopólio real de direito sobre as 
vendas para a Associação de Donos de Papelaria e Livreiros, que passou, a partir desse 
momento, a exercer censura sobre os conteúdos, com isso os autores foram impedidos 
a realizar publicações de informações desfavoráveis à realeza. Esse privilégio relativo ao 
direito de cópia teve a denominação de “copyright”.
Desde a sua concepção, portanto, tratava-se de um direito garantido aos comerciantes 
de livros, e não aos autores. Mais tarde, criaram-se diferentes formas, como a francesa, 
focada no direito de autor, e não do direito da cópia.
Essa concessão durou por volta de 200 anos e resultou na criação das legislações nor-
te-americana e inglesa.
Dessa forma, temos em registro que a primeira lei inglesa referente aos direitos autorais 
é datada do ano de 1710 e concedia ao criador o direito exclusivo sobre a cópia do livro 
criado por ele por um período de 14 anos, renováveis por mais 14 anos caso o autor esti-
vesse ainda vivo quando da expiração do direito autoral. 
Os registros apontam que nos Estados Unidos, em 1790, foram criadas várias leis sobre 
direitos autorais e patentes em termos semelhantes, com o mesmo período de monopó-
lio. Já em 1831, o Congresso Americano modificou o primeiro prazo, estendendo-o para 
28 anos de duração, sendo renovável por mais 14 anos. Em 1909, também aumentou-se 
o período das renovações para mais 28 anos.
63
No final do século XIX Marx descrevia a propriedade intelectual como uma forma de apli-
cação de conceitos subjetivos em um campo objetivo a ponto que possa ser classificado 
como trabalho abstrato, não se opondo de forma alguma ao trabalho concreto.
A pressão emanada pelas organizações de escritores e as indústrias culturais, em es-
pecial as editoras de livros, era para que o prazo firmado do direito autoral se esten-
desse por mais 50 anos após o falecimento do autor, adequando as leis direcionadas 
aos direitos autorais e à Convenção de Berna, que estabelecia regras para os direitos de 
propriedade intelectual no cenário internacional. Como não era possível se chegar a um 
consenso, invariavelmente, as votações foram adiadas por muitas vezes. Em 1976, com 
todos os apontamentos contrários do Departamento de Justiça, o Congresso, na reta 
final, aprovou uma nova lei de direitos autorais. Assim, finalmente, foi permitida a conces-
são ao monopólio para toda a vida do autor por mais 50 anos após a sua morte. Para os 
trabalhos realizados anteriormente e que já haviam sido encomendados por empresas, o 
período de proteção ficou definido como 75 anos após a publicação ou então 100 anos 
após a criação, o que estivesse com um espaço de tempo menor.
A Convenção de Paris, de 1883, alavancou a discussão sobre a proteção à propriedade. 
Em Bordeaux, França, em 1236, Bonafusus de Sancta e outros conseguiram, finalmente, 
a exclusividade para tecer e tingir tecidos de lã. Dessa forma, tivemos o primeiro caso de 
proteção à propriedade industrial. Mesmo assim, os registros retratam que, somente nos 
meados do século XIX, tendo em vista a Revolução Industrial, que as preocupações com 
a propriedade industrial se intensificaram e foram levadas para a criação da Convenção 
de Paris.
Em 20 de março de 1883, 14 países, inclusive o Brasil, uniram-se para firmar a possibili-
dade de um novo tratado que assegurasse a propriedade intelectual de forma uniforme 
e direcionada a todo o mundo, mas era necessário garantir relativa liberdade aos seus 
signatários. Os resultados oriundos dessa questão culminaram no tratado da Convenção 
de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial.
O tratado, obviamente, sofreu várias revisões desde então: Bruxelas, em 14 de dezembro 
de 1900; Washington, em 2 de junho de 1911; Haia, em 6 de novembro de 1925; Londres, 
em 2 de junho de 1934; Lisboa, em 31 de outubro de 1958; Estocolmo, em 14 de julho de 
1967 (é tido como a última versão). 
Já no caso do Brasil, o tratado em questão, na revisão em Estocolmo, entrou no ordena-
mento jurídico por meio do Decreto nº 75.572, de 8 de abril de 1975,durante o governo do 
Presidente Ernesto Geisel, com as algumas restrições previstas no artigo 20: 
64
“[…] com a declaração de que o Brasil não se considera vinculado pelo disposto na 
alínea 1, do Artigo 28, e de que a adesão do Brasil não é aplicável aos Artigos 1 a 12, […], 
continuando em vigor no Brasil a revisão de Haia, de 1925” (BRASIL, 1975). O Brasil teve 
sua adesão de forma completa à revisão de Estocolmo por meio do Decreto nº 635, de 
21 de agosto de 1992. Sob a égide desse decreto é que se promulgaram as demais leis 
brasileiras de proteção da propriedade intelectual.
Importante
Na primeira Constituição brasileira, que foi a Constituição de 1824, em seu 
artigo 179 já havia a garantia aos inventores do direito de propriedade sobre 
as suas invenções. Além disso, em 28 de abril de 1809 foi decretada, com um 
alvará de D. João VI, uma lei sobre patentes. Por conta dessa lei, o Brasil está 
entre os quatro primeiros países a possuir uma legislação de patentes.
A propriedade intelectual dentro do seu contexto é dividida em duas importantes 
categorias: 
• Propriedade industrial.
• Direito autoral.
O direito autoral, prioritariamente, envolve:
• Obras literárias e obras artísticas.
• Domínios divulgados na internet.
• Obras intelectuais de qualquer natureza.
• Programas de computador desenvolvidos.
A propriedade intelectual desenvolvida engloba:
• Marcas e patentes.
• Desenho industrial.
• Indicações geográficas.
• Topografia do circuito integrado.
• Proteção de cultivares.
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Há várias questões em discussão entre juristas, organizações mundiais de proteção 
da propriedade intelectual e comunidades locais no que tange à adequação dos 
“conhecimentos tradicionais” ao sistema patentário atual.
A Organização Mundial de Propriedade Intelectual – OMPI, em sua concepção, trata 
conhecimentos tradicionais como um novo tema a ser definido. Assim, foi instituído 
o Comitê Intergovernamental sobre Propriedade Intelectual, Recursos Genéticos, 
Conhecimento Tradicional e Folclore, para estudar formas de regulamentar a questão. 
Dentro da concepção, temos que o direito autoral é, completamente, voltado para a criação 
artística, musical, literária, científica, entre outras. Tem como objetivo a proteção de obras 
literárias: orais; escritas; musicais; científicas; artísticas, obras de escultura; fotografia; 
pintura, bem como o direito das empresas de rádio e cinematográficas. Pelo direito de 
exclusividade, o autor é o único que pode explorar sua obra, desfrutar dos benefícios 
econômicos e morais frutos dela ou ceder os direitos de exploração para terceiros.
A questão da propriedade intelectual é baseada na proteção das criações intelectuais 
voltadas para as atividades industriais e abrange o autor de determinado processo, 
modelo, invenção, produto ou desenho, que são mantidos e protegidos por meio de 
patentes e registros. Outra função importante da propriedade industrial que está ligada 
à propriedade intelectual é reprimir a concorrência desleal. Além da Lei da Propriedade 
Industrial, o direito do criador é submetido aos atos e resoluções do Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial – INPI, que é uma autarquia federal ligada diretamente ao Ministério 
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que é responsável pelo aperfeiçoamento, 
disseminação e gestão do Sistema Brasileiro de Concessão e Garantia de Direitos de 
Propriedade Intelectual para a Indústria. 
Entendendo um pouco mais dos significados e da importância da propriedade intelectual:
Patente – É uma concessão pública, conferida pelo referido Estado, que garantiráao seu 
titular a exclusividade para explorar comercialmente sua criação.
Direito de exclusividade – É um direito de prevenção para que outras pessoas e/ou 
empresas fabriquem, usem, vendam, ofereçam ou importem a sua referida invenção.
Marca – Referência a uma determinada empresa:
• Marca verbal. 
• Nome.
• Imagens.
• Conceitos que distinguem o produto, serviço ou a própria empresa. 
66
Design industrial – Atua na criação e produção de objetos e produtos tridimensionais 
para usufruto humano.
Indicação geográfica – Identificação de um serviço ou produto como originário de um 
local, região ou país.
Um ponto importante a se destacar é a questão do impacto econômico, pois, atualmente, 
as grandes empresas vêm ampliando o seu direito ao conhecimento, comprando e 
registrando o máximo de patentes possível que puderem, pois, além de proporcionarem 
uma rentabilidade econômica, com as concessões de venda, direito de uso e venda 
exclusiva, também é possível acionar judicialmente aqueles que infligirem a sua 
concessão ou seus direitos, faturando, com isso, um valor significativo. Um exemplo 
disso é a empresa aérea Gol, que em seu site tem a denominação voegol.com.br, e não 
gol.com.br, pois o domínio gol.com.br foi registrado por outra empresa.
Imagine um empresário que solicita o direito de patente tendo como objetivo maior 
proteger sua invenção, possuindo também a expectativa de um futuro negócio. Caso 
esse processo se alongue, tanto a invenção quanto os possíveis negócios financeiros se 
tornarão fragilizados. No âmbito de um produto de tecnologia, este provavelmente estará 
desatualizado, obsoleto e fadado ao insumo, remetendo o seu criador a uma grande 
perda financeira.
Pode-se pensar que a propriedade intelectual de uma empresa é uma das melhores 
formas de se dimensionar o poder que ela possui em relação à concorrência. 
Características da propriedade intelectual
• Dimensão temporal: os direitos de propriedade industrial têm um prazo máximo de 
vigência durante o qual os seus titulares podem explorar economicamente com exclusi-
vidade os bens e processos produtivos decorrentes desses direitos. 
• Abrangência do direito: cada direito de propriedade industrial apresenta uma delimita-
ção de proteção definida por uma lei. 
• Segurança jurídica: o direito de propriedade industrial evita, na íntegra, que outras pes-
soas e/ou empresas possam explorar a obra de forma indevida, sem a prévia autorização 
do titular do direito.
67
• Territorialidade do direito de propriedade industrial: embora o direito de autor tenha 
validade internacional, o direito de propriedade industrial somente terá validade no país 
de depósito, desde que haja uma análise e seja concedido conforme os trâmites legais. 
Dessa forma, caso seja necessário exportar e comercializar os produtos em outros 
países, é necessário que haja o depósito de direito de propriedade industrial para garantir 
a exploração econômica nos referidos países.
Como o INPI atua junto à sociedade brasileira 
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) 
[…] é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior responsável por registros de marcas; 
concessão de patentes; registros de programas de computador; 
registros de desenho industrial; registros de indicações geográficas; 
registros de topografia de circuitos integrados; e averbação de contratos 
de transferência de tecnologia e de franquia empresarial. O INPI existe 
para criar um sistema de PI que estimule a inovação, promova a 
competitividade e favoreça o desenvolvimento tecnológico, econômico e 
social. Nesse sentido, a Diretoria de Cooperação para o Desenvolvimento 
(DICOD) coordena ações, em âmbito nacional e internacional, de 
disseminação e capacitação em PI e promove a articulação entre os 
demais setores do INPI e o público externo com o objetivo de promover 
uma maior participação de brasileiros no sistema de Propriedade 
Industrial. (INPI, 2018, p. 6)
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 4 e veja o conteúdo complementar indicado sobre o 
histórico da propriedade intelectual.
68
Patente
Uma patente é uma concessão pública, conferida por cada Estado, que permite ao seu 
titular proibir aos demais a exploração comercial da sua invenção/inovação. A patente 
está inserida nos denominados direitos de propriedade industrial, cujos normativos legais 
são, em Portugal, o Código da Propriedade Industrial e, no Brasil, a Lei da Propriedade 
Industrial.
Outro ponto a ser abordado é a questão do direito de exclusividade que é garantido pela 
patente e se refere ao direito de prevenção de que outros fabriquem, vendam, usem, 
ofereçam ou importem a dita invenção/inovação. Mediante isso, é disponibilizado o 
acesso ao público sobre o conhecimento dos pontos essenciais e as reivindicações que 
caracterizam o invento/inovação. Os registros de patentes estão disponíveis em bancos 
de dados de livre acesso e constituem grandes bases de conhecimento tecnológico, 
que podem ser usadas em pesquisas para o desenvolvimento e engrandecimento de 
diversas áreas.
Dentro do contexto do sistema de patentes, foram quatro as teses registradas e 
promulgadas que justificaram a criação do privilégio. A mais antiga é a do direito natural, 
mas a concepção dominante sempre foi a do monopólio legal, com a obrigatoriedade de 
publicar o objeto protegido, induzindo simultaneamente ao investimento realizado.
Cenários de uma patente:
• Leva-se em consideração a ideia de que “se fui eu a inventar, aquilo é meu”.
• Caso não exista uma proteção legal, os inventores manterão a invenção secreta.
• No momento em que a patente é divulgada, haverá a partilha do conhecimento 
usado na criação da patente.
• Grande parte das patentes surgem na base de outras patentes. 
• Quando findar o termo do contrato, qualquer pessoa pode usar e/ou se apropriar 
daquele conhecimento.
• Há incentivos e busca pelo conhecimento.
• Demonstração de eficiência econômica.
• Investigação e Desenvolvimento (I&D).
69
Mas a patente também tem outro lado:
• Há quem pense que liberar esse incentivo não seria necessário.
• Custos elevados de transação da negociação com patentes anteriores.
• Exploração comercial exacerbada por parte de detentores de direitos.
• Criação de entraves ao livre fluxo de tecnologias e conhecimentos.
• Contratos impostos são, em maioria, abusivos aos inventores, favorecendo grandes 
corporações de pesquisa, desenvolvimento e produção.
• Taxas para pedido de concessão e de manutenção burocrática anual são caras.
Obtenção de patente
Para que uma pessoa e/ou empresa possa obter uma patente, é preciso demonstrar 
perante o Estado que a tecnologia criada para a qual se pretende a exclusividade é uma 
solução técnica para um problema técnico determinado (um invento ou invenção).
A definição de invento ou invenção é vaga, justamente, para poder contemplar uma grande 
variedade de objetos. Para que uma invenção seja patenteada, devem-se apresentar, 
obrigatoriamente, os três requisitos de patenteabilidade:
1. Novidade.
2. Atividade inventiva.
3. Aplicação industrial.
Há uma novidade bastante interessante, que é uma exceção para a publicação que 
for originada do próprio inventor ou de terceiros que tenham adquirido a informação 
diretamente do próprio inventor antes que este tenha feito o depósito do pedido de 
patente. Esse período é denominado período de graça e evita que o inventor perca o 
direito de patentear por ter publicado um artigo ou apresentado o seu trabalho em uma 
feira ou congresso.
Um outro ponto que precisamos tratar é a questão da atividade inventiva, que tem de 
ser algo não óbvio, o que significa que uma pessoa qualquer com normal capacidade 
naquele assunto não teria a mesma ideia após examinar as invenções já existentes.
Para o processo de obtenção de uma patente, por mais que sofra modificações, 
dependendo do país em que é feito, é, geralmente, constituído das etapas a seguir:
70
1. Busca prévia – É a realizaçãode uma busca nos arquivos de patentes existentes, 
sejam nacionais ou internacionais, referentes a uma inovação que seja similar à patente 
em questão.
2. Depósito do pedido de patente – Antes do depósito, é preciso que seja verificado 
se há o conhecimento necessário dos formulários exigidos, variando entre os diversos 
escritórios de patentes.
3. Publicação – Uma vez o pedido sendo atendido mediante as especificações do sistema 
de patentes, o relatório da inovação será publicado imediatamente. Esse processo se dá 
para que os possíveis interessados se manifestem.
4. Solicitação do exame do pedido – Será analisada na íntegra se a inovação possuir 
os requisitos necessários para ser patenteada, e é nesse momento que serão analisados 
os motivos que terceiros possam apresentar para que a patente em questão não seja 
liberada.
5. Expedição da Carta-Patente – No caso de o pedido passar pelo referido exame, será 
solicitada a Carta-Patente correspondente ao documento.
6. Manutenção – É permitida pelo pagamento das anuidades da patente durante o tempo 
em vigor.
Curiosidade
É sabido que os primeiros registros de patentes que se tem notícia possuem 
registro no ano 1421 na Itália na cidade de Florença, Felippo Brunelleschi, 
cujo registro está ligado ao dispositivo para transportar mármore. No ano de 
1449 temos outro registro na Inglaterra com John de Utynam, que ganhou o 
monopólio de 20 anos sobre um processo de produção de vitrais.
71
Principais sistemas de patente
Além do INPI no Brasil, existem outros sistemas de patentes ao redor do mundo. Veja: 
• Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI (Portugal): é o Instituto públi-
co situado em Portugal que organiza os trâmites relacionados com a propriedade 
industrial. O INPI tem a responsabilidade de fazer o registro de marcas, desenhos e/
ou modelos e fazer os pedidos de patente. Tem a mesma nomenclatura da do Brasil.
• Convenção sobre a Patente Europeia – EPC: foi criada com a missão de trazer um 
sistema de patentes unificado para a Europa. A EPC tem uma importante parceria 
com o Instituto Europeu de Patentes e com os escritórios das nações participantes 
da União Europeia. Dessa maneira, a patente estaria assegurada em toda a Europa 
por esse escritório.
• Tratado de Cooperação de Patentes – PTC: é o modelo que mais se aproxima de 
um sistema de patentes internacional, mesmo que seja composto por 137 países. 
Os pedidos de patentes podem ser divididos em duas distintas fases: internacional e 
nacional. A fase internacional é composta por um depósito internacional, uma busca 
obrigatória e um exame preliminar; em seguida, serão emitidos os resultados das 
pesquisas e uma opinião final, que servirão de referência fundamental da viabilidade 
da patente tanto para quem deposita quanto para os escritórios nacionais envolvidos 
nessa segunda fase. É importante entender que, ainda que haja uma facilitação pelo 
sistema, o pedido de patente em cada nação-membro não eliminará a necessidade 
de se ter um pedido em cada um desses escritórios.
É fundamental frisar a questão do monopólio dentro desse contexto. Temos a concepção 
de que a patente, sendo um direito de exclusividade no exercício de uma certa atividade 
econômica, possui aspectos que se assimilam aos do monopólio. Contudo, na maioria 
das vezes, existe uma gama de tecnologias alternativas para solucionar um mesmo 
problema técnico, o que pode moderar ou até retirar a patente do cenário. Com maior 
clareza, podemos afirmar que a patente pode ser um monopólio instrumental — eis que 
nesse caso a exclusividade recai sobre um instrumento específico de acesso ao mercado, 
e não sobre o mercado em questão. 
Percebe-se que a exclusividade recai sobre uma solução técnica descrita e reivindicada 
no pedido de patente. Há proteção de substância, e não só da forma do pedido em si. O 
direito autoral, na sua plenitude, concede essencialmente uma proteção da forma.
72
Sobre a questão do licenciamento das patentes, o pequeno inventor já pode, atualmente, 
por conta própria, negociar os direitos a fim de acumular recurso financeiro rapidamente, 
apenas abrindo concessões para terceiros, o que pode provocar uma tradução da ideia 
para a concretização de uma forma muito mais rápida e ágil, porque o inventor escolhe 
não fabricar e distribuir a sua invenção para gerir e dedicar-se ao ato puro e simples de 
inventar as coisas, permitindo que outras pessoas se concentrem na tecnologia de fabri-
cação, que em muitos casos pode também ser resolvida pelo inventor. Dessa forma, o 
inventor deve descobrir onde reside a ideia inventiva que é a alma de toda uma sequência 
de oportunidades a serem exploradas. Diz-se que isso é o princípio da especialização. 
Com base nesse aspecto, o inventor, por ser parte integrante do processo e da patente, 
não deve ser visto e encarado como um monopólio, mas sim como a garantia de direito 
dele enquanto inventor de negociar a terceirização de seu invento com as indústrias que 
se mostrem interessadas.
É de plena responsabilidade dos detentores da patente fazer prevalecê-la. O Estado não 
tem a responsabilidade de ir atrás de infrações que possam ocorrer.
Para deter as infrações, o detentor da patente deve avisar ao prevaricador que ele está 
violando seus direitos de propriedade industrial, e mesmo assim, se a violação perdurar, 
o detentor da patente deverá levar o caso ao Tribunal. No Brasil, a proteção da proprie-
dade industrial, inclusive as patentes, é objeto da Lei da Propriedade Industrial, Lei nº 
9.279/1996, em vigor desde 14 de maio de 1996.
Segundo o art. 10 da lei brasileira sobre propriedade industrial, não se considera invenção 
nem modelo de utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, fi-
nanceiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer 
criação estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios, bem como métodos terapêuticos 
ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal;
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos en-
contrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma 
ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos 
naturais (BRASIL, 1996).
73
Diante da globalização e das tendências das novas tecnologias emergentes, é comum 
que as novas empresas estejam focadas em desenvolvimento de aplicativos e soluções 
inovadoras para que tudo isso possa ser oferecido no modelo digital, de forma ágil, con-
quistando um mercado imediatista. A maioria dessas empresas tem a necessidade de 
uso do modelo software como serviço – SaaS. Com o crescimento no setor de TI, é na-
tural que essas empresas, normalmente chamadas de startups, preocupem-se em pro-
teger suas invenções, fazendo com que seus investimentos na criação de produtos e/ou 
serviços de ponta sejam recuperados.
Há uma gama diferenciada de proteção para softwares, incluindo a proteção por direi-
to autoral, segredo industrial e marcas. Contudo, essas proteções não são tão fortes e 
robustas quanto a proteção das patentes. Daí, de forma recorrente as empresas tentam 
proteger suas invenções implementadas por software como patentes, mesmo com a Lei 
de Propriedade Intelectual – LPI, em seu art. 10, não considerando invenção nem modelo 
de utilidade os programas de computador em si.
A LPI trata dos programas de computadores referindo-se aos elementos literais da cria-
ção, como o seu código-fonte. Não há como proteger isso por patente, pois é apenas a 
expressão de uma solução técnica, sendo dependente da linguagem de programação 
utilizada pelo inventor. Dessa maneira, o código-fonte pode ser protegido somente por 
meio do direito autoral.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 4 e vejao conteúdo complementar indicado sobre o 
lançamento de sistema eletrônico do INPI. 
74
Copyleft
O copyleft teve sua origem na década de 1970, de forma amadora, em consequência de 
um desenvolvimento de um software embrionário no laboratório do setor de tecnologia 
do MIT. Mesmo hoje em dia, o conceito se aplica a uma ampla variedade de campos, 
como a produção científica, literária, audiovisual e artística em geral.
No laboratório de inteligência artificial do MIT, eram desenvolvidos programas em um 
ambiente de colaboração e compartilhamento de ideias. De repente, o ambiente come-
çou a se tornar desagregador, uma vez que algumas pessoas começaram a criar suas 
empresas. Havia investimento externo para tal situação. Em virtude disso, a empresa 
Symbolics começou a trancafiar seus códigos dos programas desenvolvidos para o in-
terpretador livre de LISP. Stallman, não concordando com o cenário, iniciou a implemen-
tação de todas as novas características dos programas, mas adequando as estruturas 
computacionais para versões livres.
Stallman percebeu que seria pouco viável em curto prazo findar com as leis de copyright, 
assim como com as injustiças que vislumbrava como provocadoras por seu perpetua-
mento, e resolveu se dedicar dentro do marco legal existente. Dessa forma, iniciou o 
desenvolvimento de um sistema operacional livre, o chamado GNU. Finalmente, ele deu 
início a sua própria licença de direitos autorais, a Licença Pública Geral do GNU (GPL).
Para que um programa seja livre (software free), a forma mais rápida e fácil é armaze-
ná-lo em um domínio que seja público, sem qualquer direito reservado. Isso fará com 
que seja possível compartilhar o programa e suas respectivas melhorias com as de-
mais pessoas que obtiverem interesse naquele programa. Contudo, também permitirá 
que pessoas possam converter o programa em programa privado. Elas poderão realizar 
modificações no código e distribuir o novo programa como um produto proprietário. As 
pessoas interessadas que receberão o novo programa não terão a liberdade para novas 
modificações que o autor original deu, pois foi retirada pelo intermediário. No projeto 
GNU, o objetivo é dar a todo e qualquer usuário a liberdade de modificar e redistribuir 
para quem quer que seja o software GNU. Se os intermediários pudessem retirar essa 
liberdade, nós poderíamos ter muitos usuários, mas esses usuários não teriam a mesma 
liberdade. Dessa forma, em vez de armazenar o software GNU no domínio público, nós 
os protegemos com copyleft. Isso implica que qualquer pessoa que redistribua o softwa-
re, com ou sem modificações, deve passar adiante a liberdade de copiar e modificá-lo 
também. O copyleft garantirá que cada usuário tenha essa liberdade.
75
Pela primeira vez houve um impedimento de que o titular dos direitos de autor pudesse 
transferir de forma plena as obras surgidas, tendo sido estabelecido um número máximo 
permitido de direitos possíveis àqueles que recebessem uma cópia do programa, a fim 
de impedir juridicamente que o material disponibilizado nesses termos possa no futuro 
ser apropriado, ou parte dele, a direitos autorais ou propriedade intelectual de outros. 
Ainda que fosse a primeira licença copyleft, seria posteriormente, com as novas licenças 
inspiradas nesse acontecimento e com a popularização do software livre, que esse termo 
começaria a se tornar cada mais frequente.
Com o passar dos tempos, o copyleft deixou de ser aplicado exclusivamente para os soft-
wares. Publicações científicas, audiovisuais e artísticas e obras literárias também foram 
licenciadas de modo semelhante. O copyleft inicial deu origem a vários outros tipos de 
licenças, que mantiveram a liberdade em maior ou menor grau. 
Veja as liberdades ligadas ao copyleft:
• Estudar o trabalho desenvolvido por uma ou mais pessoas.
• Utilizar o trabalho desenvolvido por uma ou mais pessoas.
• Modificar o trabalho e, da mesma forma, distribuir os trabalhos alterados e derivados. 
• Copiar e compartilhar o trabalho com as demais pessoas interessadas.
Contudo, essas quatro liberdades, somente, não garantem que um distribuidor ou autor 
de um trabalho derivado da obra livre vá disseminá-lo com as mesmas liberdades. Para 
que a licença seja considerada copyleft, necessita-se de um termo adicional que garanta 
que o autor do trabalho derivado só possa distribuí-lo sob a mesma licença ou sob uma 
licença que seja equivalente.
Além das já estabelecidas restrições com ênfase no respeito de cópias, as licenças co-
pyleft também geram outros impedimentos legais. Nesse contexto, podemos verificar 
os direitos sobre o trabalho que não podem ser revogados e que o trabalho e suas de-
rivações devem ser fornecidos de uma forma facilitadora a modificações futuras. Para 
os softwares, é necessário que o código-fonte do software derivado seja fornecido junto 
com ele.
O copyleft traz consigo uma característica diferenciadora e algumas licenças de software 
livre. Grande parte das licenças de software livre não são copyleft, pois não tangenciam 
nenhuma restrição de que o trabalho derivado deva estar sob a mesma licença. Há em 
discussão a questão de qual deve ser o tipo de licença para fornecer maior grau de liber-
dade. Assim, poderemos analisar “liberdade” de duas formas diferentes, em especial: 
76
a liberdade de acesso para todos os trabalhos derivados e a liberdade de utilização do 
trabalho para o desenvolvimento de um software proprietário.
O copyleft, na sua essência, pode ser considerado “forte” se todos os tipos existentes de 
derivações do trabalho que estão sob a licença copyleft estiverem, também, sob essa 
licença copyleft. Para o caso de ele ser “fraco”, a derivação não precisará estar sob a 
mesma licença, dependendo do tipo de trabalho derivado.
O copyleft “fraco”, normalmente, é utilizado em projetos de criação de bibliotecas de 
softwares. Quando um outro software é criado, há apenas um “link” com essa biblioteca 
para utilizar seus recursos disponíveis. Esse novo software não precisa, de forma alguma, 
herdar a licença copyleft da biblioteca; ele, simplesmente, poderá ser distribuído com 
base em outra licença. Apenas as mudanças realizadas nas bibliotecas em questão é que 
estariam sujeitas ao licenciamento copyleft no momento da distribuição; as mudanças 
realizadas nos softwares que “ligam” a elas não estão sujeitas a essa obrigação.
Esta é a real diferença de aplicação para o uso entre o copyleft completo e o copyleft 
parcial:
Copyleft completo – Todas as partes criadas de um trabalho podem ser modificadas por 
autores secundários e terciários.
Copyleft parcial – Algumas partes criadas do trabalho das obrigações do copyleft ou de 
alguma forma não impõem todos os princípios do copyleft.
Outro detalhe interessante é que as licenças copyleft também são conhecidas como 
licenças virais, isso porque qualquer trabalho derivado de outro sob a licença copyleft é, 
por obrigatoriedade, controlado por ela quando distribuído (dessa forma entende-se que 
é um comportamento viral).
O termo adotado — “general public virus” ou “GNU public virus” — tem uma história longa e 
bem interessante que é disseminada na internet desde logo após a elaboração da GNU GPL.
Temos percebido que vários dos defensores da licença BSD têm usado o termo com 
ironia e provocação, pela tendência de a GPL absorver o código sob licença BSD sem 
permitir que o trabalho original desenvolvido se beneficie da derivação.
77
Licenças copyleft mais populares, como a GNU GPL, possuem uma cláusula que 
permite que componentes interajam com outros não copyleft, desde que a comunicação 
estabelecida entre eles seja abstrata — por exemplo, executar uma linha de comando de 
uma ferramenta ou acessar um servidor na web — e possa ser viável.
Dentro do contexto do copyleft, é importante que seja salientado o uso apropriado 
quanto às características do software livre, que tem como objetivo maior a apresentação 
dos critérios utilizados para definir se um determinado programa de computador,em 
particular, será qualificado como software livre ou não. De tanto em tanto tempo, há 
revisões para essa definição, para que ela se torne mais clara ou para que seja possível 
resolver questões mais delicadas quanto ao uso do copyleft. Veja a seguir:
Código aberto (open source) – É uma questão extremamente diferenciada: possui 
uma filosofia bem inovadora com base em valores diferentes. Na sua definição prática 
também é diferente, porque quase todos os programas de código aberto são realmente 
livres.
Software livre – Entendemos como aquele software que respeita a liberdade e senso 
de comunidade (interação entre os desenvolvedores de softwares e usuários). De uma 
forma geral, quer dizer que os usuários daquele programa têm a permissão e a liberdade 
de executar, mudar, distribuir, estudar, copiar e realizar a melhoraria do software. Dessa 
forma, o software livre é uma questão de liberdade, não de valores financeiros.
MIDIATECA
Acesse a midiateca da Unidade 4 e veja o conteúdo complementar indicado sobre 
softwares livres. 
78
NA PRÁTICA
Vamos avaliar a história do sistema operacional Linux, que, na verdade, é o maior 
símbolo que podemos verificar como forma de utilização de copyleft. Torvalds, no 
ano de 1990, começou a estudar o ainda existente sistema operacional UNIX, que 
era utilizado no ambiente de grande porte, devido à época de sua criação. Por meio 
da pesquisa que realizou, foi originada a sua tese de mestrado: Linux: um sistema 
operacional portátil.
Criou-se uma das plataformas de software livre mais populares, utilizadas e copiadas 
no mundo inteiro.
79
CONCEITO
Resumo da Unidade 4
Nesta unidade, você estudou que é preciso que haja uma preocupação constante com a 
questão das tutelas dos direitos de autores de obras intelectuais, sendo famosas ou não. 
Essa atenção com relação às tutelas surgiram a partir do fim da Idade Média. No passa-
do, havia uma enorme dificuldade para reproduzir, manualmente, os originais e distribuir 
as cópias. Isso bastava para que houvesse o exercício do controle sobre a divulgação 
de ideias. A imprensa foi uma grande propulsora dessa questão, pois, por meio de sua 
invenção e com a facilidade de reprodução trazida, vieram as preocupações dos artistas 
e dos soberanos com a democratização da informação.
Você pôde entender e ter um direcionamento de que uma patente é definida pela concep-
ção de ser uma concessão pública, conferida por cada Estado, que permite ao seu titular 
proibir aos demais a exploração comercial da sua invenção/inovação.
Vimos que o copyleft teve sua origem na década de 1970, de forma amadora, em conse-
quência de um desenvolvimento de um software embrionário no laboratório do setor de 
tecnologia do MIT. Mesmo hoje em dia o conceito se aplica a uma ampla variedade de 
campos, como a produção científica, literária, audiovisual e artística em geral.
Até a próxima unidade!
Nesta unidade, destacaram-se os conceitos de propriedade industrial e de tutela dos 
direitos de autores de obras intelectuais, fundamentais para que você seja capaz de 
entender a importância de respeitar todos os trâmites necessários para se trabalhar 
com a propriedade industrial. Foi possível verificar que uma patente é definida pela 
concepção de ser uma concessão pública, conferida por cada Estado, que permite 
ao seu titular proibir aos demais a exploração comercial da sua invenção/inovação 
e que o copyleft teve sua origem na década de 1970, de forma amadora, em conse-
quência do desenvolvimento de um software embrionário no laboratório do setor de 
tecnologia do MIT e que, diante disso, criou-se a concepção do software livre.
80
Referências 
BRASIL. Decreto nº 75.572, de 23 de maio de 1975. Regulamenta o Decreto-lei nº 1.403, de 
23 de maio de 1975, isenta dos impostos de importação e sobre produtos industrializados 
as importações de componentes destinados ao Programa de Construção Naval e Plano 
Diretor da Reparação Naval, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
26 maio 1975. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/
decreto-75752-23-maio-1975-424732-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 17 dez. 
2018.
. Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à 
propriedade industrial. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 maio 1996. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm>. Acesso em: 17 dez. 2018.
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL. A propriedade intelectual e o 
comércio exterior: conhecendo oportunidades para seu negócio. Rio de Janeiro, 2018. 
Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/sobre/arquivos/pi_e_comercio_exterior_inpi_e_
apex.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2018.
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-75752-23-maio-1975-424732-publicacaooriginal-1-pe.html
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm
http://www.inpi.gov.br/sobre/arquivos/pi_e_comercio_exterior_inpi_e_apex.pdf
http://www.inpi.gov.br/sobre/arquivos/pi_e_comercio_exterior_inpi_e_apex.pdf

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