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Curso Preparatório
FK Partners
Seu crescimento é o nosso sucesso
PARTE 1
Criada em 2004, a FK Partners surgiu 
para atender às necessidades de trei-
namentos para certifi cações do mer-
cado fi nanceiro, cursos de fi nanças, 
testes para admissão em graduação, 
LL.M.s, MBAs e mestrados no exterior.
Treinamento e capacitação 
de pessoas que buscam
conhecimento
• Certifi cações fi nanceiras;
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História
Modalidades de 
Ensino
Presencial
Infraestrutura completa
Online
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Híbrido
Presencial com online ao vivo
2004
2012
2006
2014
2007
2016
2008
2017
2009
2018
2010
2019
Início FK Partners CFA
Admission Consulting
GRE • GMAT • SAT • ACT
CFP • FRM
CGA
CPA-10 • AAI • CEA • CAIA 
CA 300 • CA 600
PQO
CGA para CFA
CAM
CPA-20 • CNPI
Modelagem Financeira
e Valuation
Cursos Especializados
para Universitários
2020
VBA • Finanças para Advogados • 
Análise de Relatórios Financeiros
2021 Carreiras no Mercado Financeiro
DICAS DE PROVA
CPA 20 1
SLIDES
Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado 3
Compliance Legal, Ética e Análise do Perfi l do Investidor 13
Economia e Finanças 40
Renda Variável 56
Renda Fixa 73
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 92
Conceitos Básicos do SFN 92
Órgãos de Regulação e Fiscalização 94
PARTICIPANTES DO MERCADO 101
Bancos Comerciais 101
Bancos de Investimento 102
Bancos Múltiplos 102
Bolsa de Valores 103
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) 104
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) 104
Caixa Econômica Federal 105
BNDES 105
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) 105
Sociedades de Arrendamento Mercantil 106
Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI) 106
Companhias Hipotecárias (CH) 107
Cooperativas de Crédito 107
Investidores Qualifi cados, Profi ssionais e Não Residentes 108
CÓDIGO DE CERTIFICAÇÃO 110
Anbima - Atribuições 110
Objetivo e Abrangência (Capítulo II) 110
Princípios Gerais de Conduta 111
Certifi cações Anbima 113
SISTEMA E CÂMARAS DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA 116
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 116
Câmaras de Compensação 117
COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR
CÓDIGO DE DISTRIBUIÇÃO 119
Defi nições 119
Objetivo e Abrangência 119
Princípios Gerais de Conduta 121
Regras e Procedimentos 122
CPA 20 
Parte 1
Publicidade 124
Distribuição de Produtos de Investimento 128
Conheça seu Cliente 130
Suitability 131
Serviço de Intermediação no Exterior 134
Private 135
Transferência de Produtos de Investimento 137
Apuração dos Valores de Referência 138
Distribuição de Fundos de Investimento 140
PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO 143
Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação, Ocultação e Integração 143
Quem Está Sujeito à Lei e à Regulamentação 144
Identifi cação dos Clientes e Manutenção dos Registros 145
Comunicação de Operações Financeiras ao Coaf 148
Cumprimento de Sanções de Indisponibilidade de Ativos Impostas por Resoluções do Conselho 
de Segurança das Nações Unidas (CSNU) 149
Organismos Nacionais e de Cooperação Internacional 151
Aplicação do Princípio “conheça seu cliente” 153
Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros e Prestadores de Serviços Tercei-
rizados 155
Penalidades, Multas, Efeitos e Responsabilidade Administrativa 156
LAVAGEM DE DINHEIRO NOS MERCADOS ORGANIZADOS 158
Prevenção à Lavagem de Dinheiro, ao Financiamento do Terrorismo e ao Financiamento da 
Proliferação de Armas de Destruição em Massa (PLD-FTP) 158
SUITABILITY 170
Resolução CVM 30 – Dever de Verifi cação da Adequação dos Produtos, Serviços e Operações 
ao Perfi l do Cliente (Suitability) 170
Abertura, Manutenção e Movimentação de Contas de Depósitos 173
COMPLIANCE, CONTROLES INTERNOS E ESTABILIDADE FINANCEIRA 176
Defi nições Gerais 176
Controles Internos, Política de Segurança da Informação e Chinese Wall (Barreira de Informação) 177
Estabilidade Financeira 180
CRIMES FINANCEIROS 182
Preceitos Legais 182
Dever Fiduciário na Profi ssão de Investimento 183
Princípios Gerais de Ética Empresarial 184
Crimes contra o Mercado de Capitais 185
Manipulação dos Mercados 187
ADEQUAÇÃO DE PRODUTOS E FINANÇAS PESSOAIS 192
Objetivos do Investidor 192
Horizonte de Investimento 193
Risco versus Retorno 194
Diversifi cação 195
Finanças Pessoais 196
Finanças Sustentáveis 202
ASG NAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 204
Riscos Social, Ambiental e Climático 204
Gerenciamento de Riscos ASG 208
Responsabilidade Social, Ambiental e Climática 210
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS 219
Finanças Tradicionais vs. Finanças Comportamentais 219
Heurísticas e Vieses Comportamentais 221
Fatores Comportamentais e Relação com Clientes 227
ECONOMIA E FINANÇAS
INDICADORES ECONÔMICOS 229
PIB 229
Indicadores de Infl ação 231
Taxa de Câmbio e PTAX 233
Taxas de Juros e o Mercado Financeiro Nacional 235
POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL 241
Política Monetária 241
Política Fiscal 249
POLÍTICA CAMBIAL 253
Taxas de Câmbio Nominal e Real 253
Relações de Paridade entre as Moedas 254
Taxas de Câmbio Spot e Forward 255
Taxa de Câmbio Cruzada 256
Regimes Cambiais 256
Reservas Internacionais 257
Cupom Cambial 258
Swap Cambial 259
CONCEITOS DE FINANÇAS 260
Taxas de Juros Nominal e Taxa de Juros Real 260
Taxa de Juros Equivalente x Taxa de Juros Proporcional 261
Capitalização Simples x Capitalização Composta 262
Benchmark e Volatilidade 263
Prazo Médio Ponderado de uma Carteira de Títulos 264
Marcação a Mercado 265
Mercado Primário e Mercado Secundário 266
CONCEITOS BÁSICOS DE FINANÇAS II 267
Fluxo de Pagamentos 267
Fluxo de Caixa: Cupom e Amortizações 268
Taxa Livre de Risco 271
Custo Médio Ponderado de Capital- CMPC 271
Retorno Esperado e Histórico 272
RENDA VARIÁVEL
AÇÕES E CLUBES DE INVESTIMENTO 274
Defi nição de Ações e Forma de Representação 274
Tipos de Ações 274
Clubes de Investimento em Ações 276
RENDA VARIÁVEL 280
Direitos dos Acionistas Minoritários 280
Medidas de Liquidez das Ações 282
Units 282
Valor Nominal, Valor Patrimonial, Valor de Mercado e Valor Econômico 283
BDRs – Brazilian Depositary Receipts 284
ADRs – American Depositary Receipts 288
Análise Técnica e Análise Fundamentalista 292
Carteira Administrada 295
RENDIMENTOS DE AÇÕES 296
Remuneração dos Acionistas 296
Eventos Corporativos 300
Ganho de Capital 304
PRECIFICAÇÃO DE AÇÕES POR MÚLTIPLOS 306
Múltiplos Baseados em Comparáveis 306
Lucro por Ação (LPA) 307
Preço/Lucro (P/L) 308
Preço/Valor Patrimonial (P/VP) 310
Dividend Yield 311
EV (Enterprise Value)/ EBITDA 312
EV (Enterprise Value)/ Vendas 314
NÍVEIS DE GOVERNANÇA B3 315
Novo Mercado 315
Selo Nível 2 da B3 317
Selo Nível 1 da B3 318
Bovespa Mais 318
Bovespa Mais Nível 2 319
TRIBUTAÇÃO DE RENDA VARIÁVEL 322
Imposto de Renda sobre as Operações de Renda Variável no Mercado à Vista de Bolsa de 
Valores e Day Trade 322
RENDA FIXA
CARACTERÍSTICAS DE TÍTULOS DE RENDA FIXA 329
Características Básicas 329
Cupom, Zero Cupom, Prefi xados e Pós-Fixados 330
Títulos Amortizados e Não Amortizados 332
Juros Acumulados, Preço Limpo e Preço Sujo 332
Provisão de Resgate Antecipado 333
TÍTULOS PÚBLICOS 335
Letras do Tesouro Nacional: LTN e LFT 336
Notas do Tesouro Nacional: NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F 337
Tesouro Direto 338
INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA 342
Certifi cado de Depósitos Bancários (CDBs) 342
Caderneta de Poupança 345
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) 348
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) 350
Operações Compromissadas 351
DEBÊNTURES 353
Características 353
Taxas e Formas de Remuneração 354
Tipos 355
Riscos 355
TÍTULOS PRIVADOS DE RENDA FIXA 357
Emitidos por Instituições Financeiras 357
Fundo Garantidor de Créditos (FGC) 365
Emitidos por Instituições Não-Financeiras 369
TÍTULOS PRIVADOS DE RENDA FIXA II 370
Cédula de Crédito Bancário (CCB) 370
Certifi cado de Cédula de Crédito Bancário (CCCB) 371
Letra Imobiliária Garantida (LIG) 371
Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) 372
Cédula de Produto Rural (CPR) 373Certifi cado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) 374
Índice de Basileia 375
INSTRUMENTOS DE PRODUTOS ESTRUTURADOS 376
Companhias Securitizadoras 376
Certifi cado de Recebíveis Imobiliários (CRI) 376
Certifi cado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) 378
Certifi cado de Operações Estruturadas (COE) 379
ÍNDICES DOMÉSTICOS 382
Características Estruturais de Índices 382
Índices do Mercado de Renda Fixa no Brasil 382
Índices do Mercado de Renda Variável no Brasil 384
Outros Índices 391
TRIBUTAÇÃO DE RENDA FIXA 394
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 395
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) 401
RESUMOS
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO
Sistema Financeiro Nacional 403
Participantes do Mercado 406
Código de Certifi cação 408
Sistema e Câmaras de Liquidação e Custódia 410
COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR
Código de Distribuição 411
Prevenção à Lavagem de Dinheiro 414
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados 417
Suitability 419
Compliance, Controles Internos e Estabilidade Financeira 421
Crimes Financeiros 422
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais 424
ASG nas Instituições Financeiras 426
Finanças Comportamentais 428
ECONOMIA E FINANÇAS
Indicadores Econômicos 429
Políticas Monetária e Fiscal 432
Política Cambial 434
Conceitos de Finanças 436
Conceitos Básicos de Finanças II 438
RENDA VARIÁVEL
Ações e Clubes de Investimento 440
Renda Variável 441
Rendimentos de Ações 444
Precifi cação de Ações por Múltiplos 445
Níveis de Governança B3 447
Tributação de Renda Variável 450
RENDA FIXA
Características de Títulos de Renda Fixa 452
Títulos Públicos 453
Instrumentos de Renda Fixa 455
Debêntures 456
Títulos Privados de Renda Fixa 457
Títulos Privados de Renda Fixa II 459
Instrumentos de Produtos Estruturados 460
Índices Domésticos 461
Tributação de Renda Fixa 463
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
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CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
CPA 20 - Parte 1
92
 OE 001.01.a - Entender e explicar os conceitos básicos do SFN.
Defi ne-se o Sistema Financeiro Nacional (SFN) como o conjunto de instrumentos, mecanismos e 
instituições que proporcionam o direcionamento da poupança para investimento, transferindo dos 
agentes de mercado que dispõem de recursos fi nanceiros (superavitários) para aqueles que os 
demandam (defi citários). O SFN pode ser segmentado em seis mercados distintos:
― Mercado monetário: concentra as operações de curto e curtíssimo prazo para controle de 
oferta de moeda e das taxas de juros, com o objetivo de garantir a liquidez da economia;
― Mercado de câmbio: ambiente onde se realizam as operações que envolvem moeda 
estrangeira entre os agentes autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes, 
diretamente ou por meio de seus correspondentes;
― Mercado de crédito: onde acontecem e são registradas operações de crédito e 
fi nanciamento de curto e médio prazo destinadas ao consumo e capital de giro para 
pessoas físicas e jurídicas;
― Mercado de capitais: permite o direcionamento de recursos disponíveis no médio e 
longo prazo para investimentos, mediante negociação de títulos e valores mobiliários, 
notadamente ações e títulos de dívida, em bolsa de valores ou balcão;
― Mercado de seguros e previdência: formado pelas entidades de seguros e previdência, 
auxilia o gerenciamento de riscos, mobiliza poupanças e facilita investimentos de longo 
prazo; e
― Mercado de derivativos: oferece mecanismos de proteção contra o risco de variação de 
preços de determinado ativo ou mercadoria.
Grande parte do desenho institucional do Sistema Financeiro Nacional sofreu alterações a partir de 
uma ampla reforma estrutural realizada em 1964. Até então, era composto:
― por bancos de desenvolvimento federais ou estaduais (como o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, o Banco do Nordeste e o Banco da 
Amazônia); 
― pelas Caixas Econômicas (Federal – CEF e estaduais); 
― pelos bancos comerciais, cooperativas de crédito, distribuidoras e bolsas de valores.
Conceitos Básicos do SFN
Sistema Financeiro Nacional
Sistema Financeiro Nacional
93
Os bancos de desenvolvimento têm no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES) a principal instituição fi nanceira do governo federal, nos termos da Lei 
nº 1.628, de 20 de junho de 1952 e Lei nº 2.973, de 26 de novembro de 1956.
Nessa reestruturação foram criados o Banco Central do Brasil (BCB), o Conselho Monetário Nacional 
(CMN), o Banco Nacional de Habitação (BNH), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além dos 
Bancos de Investimento (BI) e Corretoras de Valores (CV).
SFN
SISTEMA 
FINANCEIRO
NACIONAL
BCB
CVM
BNHBI
CMNCV
Atualmente o Banco do Brasil é um banco comercial comum, embora ele seja 
responsável pela Câmara de Compensação.
A Caixa Econômica Federal passou a ser o órgão máximo na política habitacional.
Depois dessas transformações, a confi guração do SFN foi dividida em três subsistemas:
A Constituição de 1988 retirou do Banco do Brasil a função de autoridade monetária (conta movimento 
— que dividia com o Banco Central), fazendo com que ele passasse a atuar apenas como um banco 
comercial.
Sistema Financeiro Nacional
94
Orgãos normativos
Entidades 
supervisoras
Operadores
Conselho 
Monetário 
Nacional (CMN)
Banco Central do 
Brasil (BCB)
Bancos e caixas 
econômicas
Cooperativas de 
crédito
Adm. de 
consórcios
Corretoras e 
distribuidoras*
Instituições de 
pagamento **
Demais 
instituições não 
bancárias
Comissão 
de Valores 
Mobiliários (CVM)
Bolsas de 
mercadorias e 
futuros
Bolsas de valores
Corretoras e 
distribuidoras*
Conselho 
Nacional de 
Seguros Privados 
(CNSP)
Superintendência 
de Seguros 
Privados (Susep)
Resseguradoras
Sociedades 
seguradoras
Sociedades de 
capitalização
Entidades abertas 
de previdência 
complementar
Conselho 
Nacional de 
Previdência 
Complementar 
(CNPC)
Superintendência 
Nacional de 
Previdência 
Complementar 
(Previc)
Entidades fechadas de previdência complementar (fundos 
de pensão) 
* Dependendo de suas atividades, corretoras e distribuidoras também são fi scalizadas pela CVM.
** As instituições de pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fi scalizadas pelo BCB, 
conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN.Alguns exames não diferenciam os órgãos normativos dos supervisores. Portanto, 
podem considerar o Banco Central e a CVM como normativos. Os órgãos operadores 
são os demais já indicados.
Órgãos de Regulação e Fiscalização
 OE 001.02.a - Entender e explicar as principais atribuições dos órgãos e agentes 
reguladores: CMN, Bacen e CVM. 
Sistema Financeiro Nacional
95
O CMN é um órgão do Poder Executivo, enquanto o BCB e a CVM são autarquias que 
possuem a obrigação de operacionalizar as diretrizes políticas do governo federal, 
conferindo agilidade e dinamismo à sua atuação em matéria de natureza econômico-
fi nanceira.
Os três órgãos integram uma estrutura que visa promover o desenvolvimento equilibrado do país e 
servir aos interesses da coletividade no âmbito dos mercados fi nanceiro e de capitais.
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O CMN é o órgão superior do SFN e tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do 
crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.
O CMN teve diferentes composições ao longo de sua história. A partir do Plano Real, o Conselho 
passou a ter um perfi l monetário, sendo integrado por apenas três membros: 
― Ministro da Economia (presidente);
― Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia;
― Presidente do Banco Central.
Como entidade superior do sistema fi nanceiro (Lei nº 4.595/64), compete ao CMN:
― orientar a aplicação dos recursos das instituições fi nanceiras públicas e privadas;
― propiciar as condições para tornar mais efi ciente o sistema de pagamentos e a 
mobilização de recursos;
― zelar pela liquidez e pela solvência das instituições fi nanceiras;
― coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fi scal e da dívida pública 
interna e externa;
― estabelecer as metas de infl ação, representadas por variações anuais de índice 
de preços de ampla divulgação (IPCA ou outro índice ofi cial que o substitua), até 
30 de junho de cada terceiro ano imediatamente anterior (Decreto nº 9.083/2017). 
Ou seja, o CMN defi ne em junho a meta para a infl ação de três anos-calendário à 
frente.
Para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, há os órgãos e agentes reguladores. No 
Brasil, as autoridades monetárias são:
― o Conselho Monetário Nacional (CMN); e 
― o Banco Central do Brasil (BCB). 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que fi scaliza o mercado de capitais, principalmente 
no que tange às empresas de capital aberto. 
Sistema Financeiro Nacional
96
Banco Central (BCB ou Bacen)
É o órgão executivo central do sistema fi nanceiro, cabendo-lhe cumprir e fazer cumprir as 
disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. 
Com a promulgação da Lei Complementar nº 179/2021, passou a dispor de autonomia para perseguir 
seu objetivo fundamental, que é assegurar a estabilidade de preços. Sem prejuízo deste, também 
tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela efi ciência do sistema fi nanceiro, suavizar as fl utuações 
do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.
O Presidente do Bacen deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, 
no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatórios de infl ação e de 
estabilidade fi nanceira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior.
Nesse sentido, cabe agora ao Bacen conduzir privativamente a política monetária, inclusive com 
autonomia para emissão de papel-moeda, sem a necessidade de prévia autorização do CMN, para 
cumprimento das metas de infl ação estabelecidas.
Ao BCB, as atribuições são:
― atuar privativamente com o objetivo de manter a infl ação dentro da meta 
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN);
― emitir papel-moeda e executar os serviços de meio circulante;
― estabelecer a alíquota e receber os recolhimentos compulsórios, além de realizar 
operações de redesconto;
― regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
― comprar e vender títulos públicos federais dentro da execução da política 
monetária;
A partir dessas funções básicas, o CMN fi ca responsável por várias atribuições específi cas, destacando-
se: 
― fi xar as diretrizes e normas da política cambial;
― disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias;
― regular a constituição, o funcionamento e a fi scalização de todas as instituições 
fi nanceiras que operam no país;
― estabelecer limites para a remuneração das operações e os serviços bancários ou 
fi nanceiros;
― outorgar ao BCB o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamentos 
exigir e estabelecer normas nas transações de títulos públicos.
Sistema Financeiro Nacional
97
Com as atribuições citadas anteriormente, o BCB pode ser considerado:
― Banco dos bancos: depósitos compulsórios e redescontos de liquidez;
― Gestor do Sistema Financeiro Nacional: normas, autorizações, fi scalização e intervenção;
― Executor da política monetária: determinação da taxa Selic, controle dos meios de 
pagamento (liquidez no mercado), orçamento monetário e instrumentos de política 
monetária;
― Banco emissor: emissão e saneamento do meio circulante;
― Banqueiro do governo: administração da dívida pública interna e externa, gestor e fi el 
depositário das reservas internacionais do país;
― Centralizador do fl uxo cambial: normas, autorizações, registros, fi scalização e intervenção.
Compete, ainda, ao presidente do Banco Central do Brasil escolher e nomear o presidente do 
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e os membros do plenário, que é composto 
pelo presidente do Coaf e por 12 servidores ocupantes de cargo efetivos, de reputação ilibada e 
reconhecidos conhecimentos em matéria de prevenção e combate à lavagem de dinheiro.
O Tesouro Nacional é considerado por alguns como parte do Sistema Financeiro Nacional e é 
responsável pela gestão efi ciente e transparente das contas públicas, por zelar pelo equilíbrio fi scal 
e pela qualidade do gasto público. O Banco Central atua como administrador da dívida pública, 
realizando a venda de títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
― exercer o controle de crédito sob todas as suas formas;
― autorizar o funcionamento e exercer a fi scalização de todas as instituições 
fi nanceiras, inclusive das estrangeiras em operação no Brasil;
― controlar o fl uxo de capitais estrangeiros e garantir o correto funcionamento do 
mercado cambial.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
É o órgão supervisor do sistema fi nanceiro, responsável pelo desenvolvimento, pela disciplina e pela 
fi scalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema fi nanceiro e pelo Tesouro 
Nacional.
Sua atuação também abrange as bolsas de mercadorias e futuros, as entidades do mercado
de balcão organizado e as entidades de compensação e liquidação de operações com valores 
mobiliários.
Sob sua alçada, foram consolidadas as seguintes atividades:
― regulação e fi scalização de valores mobiliários no mercado;
― negociação e intermediação nos mercados de valores mobiliários e de derivativos;
Sistema Financeiro Nacional
98
Com essas atividades, a CVM tem por objetivo o fortalecimento do mercado de capitais e valores 
mobiliários por meio do(a):
― estímulo à aplicação de poupança no mercado acionário;
― garantia do funcionamento efi ciente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares 
que operem neste mercado;
― proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outros tipos 
de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados primários e 
secundários de ações;
― Fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da negociação de títulos emitidos 
pelas sociedades anônimas de capital aberto.
A CVM tem o poder de polícia, uma vez que pode multar infratores e comunicar a irregularidade à 
Procuradoria especializadae às autoridades policiais. Porém, a CVM não tem o poder de fechar uma 
instituição fi nanceira infratora ou obrigá-la a parar de oferecer certos investimentos.
 OE 001.02.b - Entender e explicar as principais atribuições da Previc e Susep, assim como as 
distinções no tocante a regras e objetivos das EFPC e EAPC.
Previc
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia vinculada ao 
Ministério da Previdência Social, responsável por fi scalizar as atividades das entidades fechadas de 
previdência complementar (fundos de pensão). 
― organização, funcionamento e operações das bolsas de valores e das bolsas de 
mercadorias e futuros;
― administração de carteiras e custódia de valores mobiliários;
― auditoria das companhias abertas;
― serviços de consultor e analista de valores mobiliários.
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) são constituídas sob forma 
de sociedade civil ou fundação, sem fi ns lucrativos, com o objetivo de operar planos 
de benefício de caráter previdenciário acessíveis, exclusivamente, aos servidores/
empregados dos patrocinadores e aos associados/membros dos instituidores. 
A Previc pode ser considerada como o braço fi scalizador do Conselho Nacional de Previdência 
Complementar (CNPC), que tem a função de regular o regime de previdência complementar operado 
pelas entidades fechadas de previdência complementar.
Sistema Financeiro Nacional
99
Susep
Com função regulatória, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) é o órgão responsável pelo 
controle e pela fi scalização do mercado de seguros, previdência complementar aberta e capitalização. 
À Previc compete:
― propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar;
― harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as 
políticas de desenvolvimento social e econômico-fi nanceira do governo;
― fi scalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a 
previdência complementar fechada;
― analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, 
incorporação, grupamento e transferência de controle das entidades fechadas de 
previdência complementar, bem como examinar e aprovar os estatutos das referidas 
entidades, os regulamentos dos planos de benefícios e suas alterações;
― examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores e instituidores, 
autorizar a retirada de patrocínio e decretar a administração especial em planos de 
benefícios operados pelas entidades fechadas de previdência complementar, bem como 
propor ao ministro a decretação de intervenção ou liquidação das referidas entidades.
As Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) são constituídas unicamente 
sob a forma de sociedade anônima, com o objetivo de instituir e administrar planos de 
benefícios de caráter previdenciário que poderão ser contratados por toda e qualquer 
pessoa física. 
Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 
1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho 
Nacional de Seguros Privados (CNSP), a Susep, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), as sociedades 
autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência complementar 
aberta e os corretores habilitados.
O CNSP é o órgão responsável por fi xar as diretrizes e normas da política de seguros 
privados, sendo suas principais funções:
A Previc se relaciona com os órgãos normativos do sistema fi nanceiro na observação 
das exigências legais de aplicação das reservas técnicas, fundos especiais e 
provisões que as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que têm 
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Sistema Financeiro Nacional
100
― regular a constituição, a organização, o funcionamento e a fi scalização dos que exercem 
atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação das penalidades previstas;
― fi xar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, 
capitalização e resseguro;
― estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
― prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, 
Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fi xação dos limites 
legais e técnicos das respectivas operações; e
― disciplinar a corretagem de seguros e a profi ssão de corretor.
Compete à Susep, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP:
― fi scalizar a constituição, a organização, o funcionamento e as operações das Sociedades 
Seguradoras;
― processar os pedidos de autorização para constituição, organização, funcionamento, fusão, 
encampação, grupamento, transferência de controle acionário e reforma dos estatutos das 
Sociedades Seguradoras, opinar sobre eles e encaminhá-los ao CNSP;
― baixar instruções e expedir circulares relativas à regulamentação das operações de seguro;
― fi xar condições de apólices, planos de operações e tarifas a serem utilizadas obrigatoriamente 
pelo mercado segurador nacional;
― aprovar os limites de operações das Sociedades Seguradoras;
― autorizar a movimentação e liberação dos bens e valores obrigatoriamente inscritos em 
garantia das reservas técnicas e do capital vinculado;
― fi scalizar as operações das Sociedades Seguradoras; e
― proceder à liquidação das Sociedades Seguradoras que tiverem cassada a autorização 
para funcionar no país.
101
 OE 300.01.a - Entender e explicar as principais atribuições dos bancos múltiplos, 
bancos comerciais, bancos de investimento, sociedades corretoras e sociedades 
distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
Segundo a legislação (Lei n° 4.595/1964), consideram-se instituições fi nanceiras as pessoas jurídicas, 
pública e privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou 
a aplicação de recursos fi nanceiros próprios, ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a 
custódia de valor de propriedade de terceiros.
Bancos Comerciais
São as mais conhecidas das instituições fi nanceiras em função dos múltiplos serviços prestados à 
população, constituindo a base do sistema monetário.
Participantes do Mercado
Para instituições fi nanceiras nacionais começarem suas operações, é necessário 
autorização do Banco Central. Para instituições fi nanceiras estrangeiras, além da 
aprovação do Banco Central, é preciso, também, a autorização por decreto do 
Poder Executivo, assinado pelo Presidente da República. Ademais, equiparam-se às 
instituições fi nanceiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades acima 
mencionadas, de forma permanente ou eventual. 
As instituições fi nanceiras geralmente fornecem serviços relacionados a um ou mais dos seguintes 
tópicos: 
— transformação de ativos fi nanceiros adquiridos no mercado e conversão de diferentes tipos 
de ativos em seus passivos; 
— troca de ativos fi nanceiros em benefícios de seus clientes; 
— troca de ativos fi nanceiros para suas próprias contas; 
— assistência na criação de ativos fi nanceiros de seus clientes e a venda desses ativos 
fi nanceiros a outros participantes de mercado; e 
— administração de carteiras de outros participantes de mercado.
As principais atividades e funções de cada uma das instituições fi nanceiras que atuam no sistema 
fi nanceiro serão descritas resumidamente a seguir.
Participantes do Mercado
102
Segundo o Manual de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, os bancos 
comerciais possuem como objetivo proporcionar o suprimento adequado de recursos 
necessários para fi nanciar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas 
prestadoras de serviços e as pessoas físicas.
Para tanto, podem, entre outras atividades, descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito 
simples ouem conta corrente, captar recursos à vista e a prazo fi xo, repassar aos clientes recursos de 
instituições ofi ciais e obter recursos externos para repasse.
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o 
qual pode, também, captar depósitos a prazo, sendo o spread bancário a diferença entre a taxa que as 
instituições fi nanceiras captam dinheiro e a taxa que elas cobram ao emprestá-lo.
Os bancos comerciais devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação 
social deve constar a expressão “Banco” (Res. CMN 2.099/1994).
Bancos de Investimento
São instituições fi nanceiras privadas especializadas em operações de participação societária de 
caráter temporário, de fi nanciamento da atividade produtiva para suprimento de capital fi xo e de giro 
e de administração de recursos de terceiros. 
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua 
denominação social, a expressão “Banco de Investimento” (Res. CMN 2.624/1999). 
Esses bancos captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda 
de cotas de fundos de investimento por eles administrados. 
As principais operações ativas são fi nanciamento de capital de giro e capital fi xo, subscrição ou aquisição 
de títulos e valores mobiliários, depósitos interfi nanceiros e repasses de empréstimos externos.
Os bancos de investimento fortalecem os processos de capitalização das empresas ao prolongarem 
o prazo das operações de empréstimo e fi nanciamento para a compra de máquinas e equipamentos 
e da subscrição de debêntures e ações (operações de underwriting). 
Por meio de atividades de corporate fi nance (fusões, cisões ou incorporações), contribuem para 
melhorar a ordenação da economia e proporcionar uma maior efi ciência para as empresas
Não podem manter contas correntes, nem destinar recursos a empreendimentos imobiliários.
Bancos Múltiplos
Foram criados para racionalizar a administração das instituições fi nanceiras, permitindo que algumas 
delas se constituam em uma única empresa. Na prática, as funções de cada uma são mantidas 
separadas, mas as operações são contabilizadas em um único balanço. 
Participantes do Mercado
103
Os bancos múltiplos são instituições fi nanceiras privadas ou públicas que realizam 
as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições fi nanceiras, por 
intermédio das seguintes carteiras:
comercial:
de investimento e/ou de desenvolvimento;
de crédito imobiliário; 
de arrendamento mercantil (leasing); e 
de crédito, fi nanciamento e investimento.
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis 
às instituições singulares correspondentes às suas carteiras.
A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.
Para que se confi gure a existência de um banco múltiplo, este deve possuir pelo menos duas das 
cinco carteiras anteriormente mencionadas, sendo uma delas, necessariamente, a comercial ou a de 
investimento.
Bolsa de Valores
As bolsas de valores são ambientes organizados para negociação de títulos e valores mobiliários. 
Sua principal função é proporcionar um ambiente líquido, transparente e seguro para a realização de 
negócios, contribuindo assim para a efi ciência do mercado de capitais. Ademais, fornecem ambiente 
para as companhias levantarem capital para expansão de suas atividades, mediante ofertas públicas 
de ações e outros valores mobiliários, destinadas inclusive a pequenos investidores.
As bolsas de valores utilizam sistemas eletrônicos de negociação para registro das ordens de compra 
e venda. No Brasil, atualmente, a principal bolsa é a B3 (sigla para Brasil, Bolsa, Balcão), entidade 
organizada sob a forma de sociedade por ações (S.A.), cuja regulação e fi scalização é atribuição da 
CVM.
As bolsas têm autonomia para exercer seus poderes de autorregulamentação sobre os participantes de 
mercado que nelas operam, pois é somente através das corretoras e distribuidoras que os investidores 
têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem suas transações de compra e venda.
A BSM Supervisão de Mercados é uma associação civil sem fi ns lucrativos 
constituída pela B3 para realizar, com autonomia administrativa e 
orçamentária, as atividades de autorregulação, monitoramento, supervisão 
e fi scalização.
Participantes do Mercado
104
Corretoras de câmbio
As sociedades corretoras de câmbio são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por 
cotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão 
“Corretora de Câmbio”. 
Têm por objeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações 
no mercado de câmbio de taxas flutuantes. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil.
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores 
Mobiliários (DTVM)
Por meio da Decisão Conjunta nº 17 do Banco Central e da CVM (março/2009), as Distribuidoras fi cam 
autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados 
da bolsa de valores. 
Elas também efetuam a subscrição e a intermediação da colocação de emissões de títulos e valores 
mobiliários.
É importante destacar que a competência da CVM em relação às CTVMs e DTVMs está limitada ao 
que prevê a Lei 6.385/76, ou seja, às operações com valores mobiliários.
No conceito de valores mobiliários sujeitos ao regime da referida lei incluem-se, por exemplo, ações, 
debêntures e contratos derivativos, mas, por exemplo, não são incluídos os títulos públicos, sendo 
Corretoras de mercadorias
Para os efeitos da Resolução CVM nº 36/21, considera-se “corretora de mercadorias” a sociedade 
habilitada a negociar ou registrar operações com valores mobiliários em bolsa de mercadorias e futuros. 
Essas corretoras estão sujeitas ao controle e à fi scalização da CVM, bem como das bolsas de 
mercadorias e futuros das quais tiverem sido admitidas como membros, e também integram o sistema 
brasileiro de distribuição de valores mobiliários.
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores 
Mobiliários (CTVM)
Operam com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (ações, ouro e câmbio, por exemplo) 
por conta de terceiros, fazendo a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias e futuros. 
Também podem administrar carteiras e fundos de investimento, bem como custodiar valores 
mobiliários, operar no mercado aberto e realizar lançamentos públicos de ações. 
Sua constituição e seu funcionamento dependem da autorização do Banco Central e da CVM, 
respectivamente.
Participantes do Mercado
105
Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia, habilitada a captar 
depósitos à vista, realizar operações ativas, prestar serviços e centralizar o recolhimento e posterior 
aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS. 
A Caixa Econômica Federal tem o monopólio de empréstimo com penhor dos bens pessoais, e integra 
o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro Habitacional (SFH).
BNDES 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos maiores bancos de 
desenvolvimento do mundo e, hoje, o principal instrumento do Governo Federal para o fi nanciamento 
de longo prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira.
O apoio do BNDES ocorre por meio de fi nanciamento a investimentos, subscrição de valores mobiliários, 
prestação de garantia e concessão de recursos não reembolsáveis a projetos de caráter social, cultural 
e tecnológico. O Banco atua por meio de produtos, programas e fundos, conforme a modalidade e a 
característica das operações.
Por ser uma empresa pública e não um banco comercial, o BNDES avalia a concessão do apoio com 
foco no impacto socioambiental e econômico no Brasil. Incentivar a inovação, o desenvolvimento 
regional eo desenvolvimento socioambiental são prioridades para a instituição. 
que toda a atividade relativa a esses ativos está sujeita à regulamentação e fi scalização do Banco 
Central do Brasil.
 OE 300.02.a - Entender e explicar as principais atribuições da Caixa Econômica, BNDES, 
Financeiras e Cooperativas de Crédito.
Sociedades de Crédito, Financiamento e 
Investimento (Financeiras)
Conhecidas como “fi nanceiras”, são instituições privadas que fornecem empréstimo e fi nanciamento 
para aquisição de bens e serviços (crédito direto ao consumidor), além de outras operações, como 
fi nanciamentos a profi ssionais autônomos.
As fi nanceiras não são autorizadas a captar depósitos à vista ou manter conta correntes. A principal 
fonte de recursos é a colocação de Letras de Câmbio no mercado, que são títulos emitidos pelos 
devedores e aceitos pela SCFI.
Muitas das fi nanceiras não ligadas a bancos operam como braço fi nanceiro de grupos comerciais 
ou industriais. É o caso, por exemplo, de lojas de departamentos ou montadoras de automóveis que 
possuem suas próprias fi nanceiras.
Participantes do Mercado
106
Sociedades de Arrendamento Mercantil
São sociedades compostas por pessoas jurídicas que tenham como objeto principal de sua atividade 
a prática de operações de arrendamento mercantil (leasing) nas modalidades fi nanceira e operacional. 
Podem ser objeto de arrendamento bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis 
adquiridos pela entidade arrendadora para fi ns de uso próprio da arrendatária (Res. CMN 2.309/1996).
Além de recursos próprios, as fontes podem ser provenientes de empréstimos contraídos no país 
e no exterior, colocação de debêntures e de notas promissórias, cessão de contratos, depósitos 
interfi nanceiros, dentre outras formas autorizadas pelo Bacen.
Essas sociedades também podem realizar operações de leasing fi nanceiro contratadas com o próprio 
vendedor do bem ou com pessoas a ele ligadas: bancos múltiplos com carteira de investimento, de 
desenvolvimento e/ou de crédito imobiliário; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; 
caixas econômicas; e sociedades de crédito imobiliário.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, em cuja denominação social deve constar 
a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”.
 OE 300.03.a - Entender e explicar as principais atribuições das sociedades de 
arrendamento mercantil, sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias 
e cooperativas de crédito. 
Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI)
Instituições fi nanceiras voltadas a repassar recursos captados por meio de contas de poupança, cédulas 
hipotecárias, letras imobiliárias, além de recursos de fi nanciamento ou repasses nacionais ou estrangeiros.
O foco da SCI consiste no fi nanciamento para construção de habitações, na abertura de crédito para 
compra ou construção de casa própria e no fi nanciamento de capital de giro a empresas incorporadoras, 
produtoras e distribuidoras de material de construção. 
São constituídas sob a forma de sociedade anônima e deve constar de sua denominação social a 
expressão “Crédito Imobiliário”.
Os dois principais sistemas de fi nanciamento imobiliário são:
Sistema Financeiro da Habitação (SFH): é regulamentado pelo Governo Federal, 
que estabelece algumas condições para a concessão do fi nanciamento, como valor 
máximo de avaliação do imóvel e custo efetivo máximo do empréstimo; e 
Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI): abrange todos os outros fi nanciamentos 
que não seguem os requisitos do SFH, sendo que as condições são negociadas entre 
os mutuários e os agentes fi nanceiros.
Participantes do Mercado
107
Companhias Hipotecárias (CH)
Instituições fi nanceiras autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central que têm por objetivo 
a concessão de fi nanciamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos garantidos 
por hipotecas ou alienação fi duciária de imóveis e repasses de recursos relacionados a programas 
imobiliários, além da administração de fundos de investimento imobiliário (FII). 
Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve 
constar de sua denominação social. 
Apesar da CH ter sido criada para fomentar o fi nanciamento além dos limites do SFH (Res. CMN 
2.122/1994), posteriormente passou a fazer parte e estar sujeita às normas também desse sistema (Lei 
nº 11.977/2009). Nada obstante, as CH não recebem depósitos de poupança. Seus recursos provêm, 
entre outros, de letras hipotecárias, debêntures, empréstimos, fi nanciamentos no País e no Exterior e 
letras de crédito imobiliário (LCI).
Cooperativas de Crédito
Instituições fi nanceiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços fi nanceiros 
exclusivamente aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da 
cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços.
O resultado positivo da cooperativa, conhecido como sobra, é repartido entre os 
cooperados. Por outro lado, eles estão sujeitos a participar do rateio de eventuais 
perdas, em ambos os casos, na proporção dos serviços usufruídos.
Diferentemente de outros ramos do cooperativismo, as cooperativas de crédito são autorizadas e 
supervisionadas pelo Banco Central e seus associados encontram os principais serviços disponíveis 
nos bancos, tais como como conta corrente, aplicações fi nanceiras, cartão de crédito, empréstimos e 
fi nanciamentos.
A Política Nacional de Cooperativismo, estabelecida pela Lei nº 5.764/1971, defi niu os seguintes tipos
de cooperativas:
— Singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas físicas, sendo 
excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as 
mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem 
fi ns lucrativos.
— Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no mínimo, três singulares 
fi liadas.
— Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas por pelo menos três 
cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes 
modalidades.
Participantes do Mercado
108
Investidores Qualifi cados, Profi ssionais e Não 
Residentes
 OE 300.04.a - Entender e explicar os conceitos de Investidores Qualifi cados, Profi ssionais 
e Não-Residentes.
O investidor individual investe para si mesmo, enquanto que o investidor 
institucional investe em nome de outras pessoas ou organizações. 
Uma das formas de alcançar o fortalecimento do mercado de capitais é restringindo a venda de 
instrumentos fi nanceiros mais complexos a investidores qualifi cados ou profi ssionais. Sendo assim, a 
CVM defi niu normas para o enquadramento como investidor qualifi cado e profi ssional e os instrumentos 
fi nanceiros que só podem ser oferecidos para esses investidores.
A Resolução CVM nº 30/2021 dispõe sobre os tipos de investidores, defi nindo aqueles considerados 
investidores qualifi cados como:
— investidores profi ssionais; 
— pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos fi nanceiros em valor superior 
a R$ 1.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor 
qualifi cado mediante termo próprio; 
— as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualifi cação técnica ou 
possuam certifi cações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de assessores 
de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, 
em relação a seus recursos próprios; e 
— clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que 
sejam investidores qualifi cados.
São considerados investidores profi ssionais: 
— instituições fi nanceiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do 
Brasil; 
— companhias seguradoras e sociedades de capitalização; 
— entidades abertas e fechadas deprevidência complementar; 
— pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos fi nanceiros em valor superior a 
R$ 10.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor 
profi ssional mediante termo próprio; 
— fundos de investimento; 
— clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira 
de valores mobiliários autorizado pela CVM; 
Participantes do Mercado
109
— assessores de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores 
mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; 
— investidores não residentes; e
— fundos patrimoniais.
Investidores Não Residentes (INRs) são pessoas físicas ou jurídicas, inclusive fundos ou outras 
entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior e que investem 
no Brasil.
A Resolução CMN nº 4.373/14 disciplina sobre as aplicações dos INRs no Brasil, nos mercados 
fi nanceiro e de capitais do país. Ainda, de acordo com o art. 4º do mesmo normativo, tais investidores 
estão sujeitos a registro prévio na CVM.
110
Código de Certifi cação
Anbima - Atribuições
 OE 110.01.a - Conhecer e compreender a atuação, objetivo e compromissos da Anbima 
em relação aos mercados de capitais.
A partir da união entre a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e a 
Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), desde 2009, a Associação Brasileira das 
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) representa o segmento das instituições 
que atuam nos mercados de capitais brasileiro. 
Com o objetivo de fortalecer a representação do setor e apoiar a evolução do mercado, a Anbima 
assume quatro compromissos:
Representar: promove a discussão sobre propostas de aprimoramento do mercado, além 
de propor boas práticas de negócios aos associados;
Autorregular: supervisiona e orienta as instituições associadas através dos Códigos de 
Autorregulação e Melhores Práticas;
Objetivo e Abrangência (Capítulo II)
 OE 110.02.a - Entender e explicar o objetivo e abrangência, bem como os princípios 
gerais do Código Anbima de Certifi cação.
O Código Anbima de Certifi cação tem por objetivo estabelecer princípios e regras para a capacitação 
técnica dos profi ssionais das Instituições Participantes que desempenham as Atividades Elegíveis.
A autorregulação da Anbima é organizada na forma voluntária privada e abrange as 
três atividades que integram o conceito geral de regulação: a elaboração de regras, 
a supervisão e o enforcement, que reúne as iniciativas para fazer cumprir e punir o 
descumprimento. As instituições formalizam a sua adesão aos códigos e ao modelo 
de autorregulação por meio de procedimento documentado, válido para fi ns dos 
processos sancionadores.
Informar: divulga referências de preços e índices, provendo informações sobre os mercados 
representados pela entidade.
Educar: capacita e qualifi ca os investidores brasileiros e os profi ssionais que atuam no 
mercado por meio de certifi cações, educação continuada e disseminação de conteúdo sobre 
educação fi nanceira.
Código de Certifi cação
111
 OE 110.03.a - Entender os princípios gerais de conduta que norteiam a atuação do 
profi ssional certifi cado, tanto em relação aos mercados em que atua como em relação 
à Instituição Participante com a qual mantenha vínculo.
As Instituições Participantes devem assegurar que seus profi ssionais:
possuam reputação ilibada; 
exerçam suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade; 
cumpram todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades, o 
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus 
próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a 
ser cometidas; 
Princípios Gerais de Conduta
Instituições Participantes são aquelas associadas à Anbima ou aderentes ao Código, 
enquanto as Atividades Elegíveis compreendem a Distribuição de Produtos de 
Investimento, a Gestão de Recursos de Terceiros e a Gestão de Patrimônio Financeiro.
O Código de Certifi cação se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, 
bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, às 
pessoas jurídicas que desempenham as atividades de Gestão de Recursos de Terceiros e Gestão de 
Patrimônio Financeiro, assim como às securitizadoras.
Os Gestores de Recursos de Terceiros e as securitizadoras que atuarem na atividade 
de Distribuição de Produtos de Investimento, nos termos permitidos pela Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), devem obter as certifi cações obrigatórias para a atividade 
de Distribuição.
A observância das normas do Código de Certifi cação é obrigatória para as Instituições Participantes, 
que devem assegurar que seja também observado por todos os integrantes de seu grupo econômico 
que estejam autorizados, no Brasil, a desempenhar as Atividades Elegíveis. 
O presente Código, assim como os demais Códigos da Anbima, não se sobrepõem à Regulação 
vigente.
Caso haja contradição entre as regras estabelecidas no Código e a Regulação em vigor, 
a disposição contrária do Código deve ser desconsiderada, sem prejuízo das demais 
regras nele previstas.
Código de Certifi cação
112
norteiem a prestação de suas atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e 
da livre concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência 
desleal e/ou de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação; 
evitem quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em confl ito com as regras e princípios 
contidos no Código de Certifi cação e na Regulação em vigor; 
adotem condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e profi ssional; 
vedem a intermediação de investimentos ilegais e não participem de qualquer negócio que 
envolva fraude ou corrupção, manipulação ou distorção de preços, declarações falsas ou 
lesão aos direitos de investidores; 
sejam diligentes e não contribuam para a veiculação ou circulação de notícias, ou de 
informações inverídicas ou imprecisas sobre o mercado fi nanceiro e de capitais;
zelem para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das atividades que é 
capaz de prestar, bem como com relação a suas qualifi cações, seus títulos acadêmicos e 
experiência profi ssional; e 
cumpram com o disposto no Código de Certifi cação e nos Códigos Anbima das Atividades 
Elegíveis as quais exerçam, como o Código de Administração e Gestão de Recursos de 
Terceiros e o Código de Distribuição.
As Instituições Participantes devem assegurar que seus profi ssionais, no exercício de suas atividades, 
não tenham: 
sido inabilitados para o exercício de cargo em instituições fi nanceiras e demais entidades 
autorizadas a funcionar pelo Bacen, pela CVM, pela Superintendência Nacional de 
Previdência Complementar ou pela Susep; 
sua autorização para o exercício da atividade suspensa, cassada ou cancelada; e/ou 
sofrido punição defi nitiva, nos últimos 5 (cinco) anos, em decorrência de sua atuação como 
administrador ou membro de conselho fi scal de entidade sujeita ao controle e à fi scalização 
dos órgãos reguladores mencionados anteriormente.
São considerados descumprimento às obrigações e aos princípios não apenas a 
inexistência das regras e procedimentos exigidos das Instituições Participantes 
por meio de Código de Certifi cação, mas também a sua não implementação ou 
implementação inadequada para os respectivos fi ns.
As Instituições Participantes devem garantir, por meio de controles internos adequados, o permanente 
atendimento ao disposto no Código de Certifi cação, às políticas e à Regulação vigente, implementando 
e mantendo, em documento escrito, regras, que contenham, no mínimo:
procedimentos para identifi cação de todos os Profi ssionais Certifi cados na admissãoe no 
desligamento, bem como para atualização das informações desses profi ssionais de modo a 
manter atualizado o Banco de Dados da Anbima; 
Código de Certifi cação
113
Certifi cações Anbima 
Certifi cação Profi ssional Anbima para Especialistas em 
Investimentos (CEA)
 OE 110.04.a - Indicar as regras específi cas relativas à Certifi cação Profi ssional Anbima 
para Especialistas em Investimentos (CEA).
A CEA é destinada aos profi ssionais que assessoram os gerentes de contas de investidores pessoas 
físicas em investimentos, podendo indicar produtos de investimento, ou seja, os ativos regulados 
pela CVM e pelo Bacen.
critérios adotados pelas Instituições Participantes para determinar as Atividades Elegíveis 
para cada uma das certifi cações; 
critérios de identifi cação de elegibilidade de profi ssionais transferidos;
procedimento adotado para a atualização da certifi cação dos profi ssionais que atuam em 
Atividades Elegíveis quando de seu vencimento; e
procedimento para afastamento imediato dos profi ssionais que desempenhem Atividades 
Elegíveis sem a devida certifi cação, ou com a certifi cação vencida, bem como documentação 
formal que evidencie esse afastamento, observadas as exceções expressas no Código de 
Certifi cação.
Os controles supracitados devem ser efetivos e consistentes com a natureza, porte, 
complexidade, estrutura, perfi l de risco e modelo de negócio das Instituições 
Participantes.
As Instituições Participantes devem assegurar que os profi ssionais a elas vinculados conheçam e 
assinem, de forma manual ou eletrônica, o código de ética por elas adotado até o último dia do mês 
subsequente à sua contratação.
Não são considerados como especialistas de investimento os profi ssionais que 
apenas executam ordens e os profi ssionais que assessoram os gerentes de contas 
de investidores pessoas físicas exclusivamente em uma única modalidade de 
investimento. 
Os Profi ssionais que obtiverem a CEA poderão exercer as atividades que requeiram CPA-10 e CPA-20. 
As Instituições Participantes devem:
manter, no mínimo, 75% dos profi ssionais acima descritos certifi cados pela CEA; e
Código de Certifi cação
114
Certifi cação Anbima Fundamentos (CFG)
A CFG é destinada aos profi ssionais que têm interesse em desempenhar o exercício profi ssional de 
Gestão de Recursos de Terceiros, não tem caráter obrigatório e não é condição para atuar em nenhuma 
atividade específi ca, sendo, no entanto, pré-requisito para se certifi car na CGA e/ou na CGE.
Certifi cação de Gestores Anbima (CGA)
A CGA é destinada aos profi ssionais que desempenham o exercício profi ssional de Gestão de 
Recursos de Terceiros de Fundos de Investimento Financeiro (FIF) tipifi cados como renda fi xa, ações, 
multimercados e cambiais, além de Carteiras Administradas.
O profi ssional que fi zer a Gestão de Recursos de Terceiros de Fundos de Índice deve possuir a CGA ou 
a CGE, sendo ambas aceitas para cumprimento da exigência.
Certifi cação Anbima para Gestão de Recursos de Terceiros 
 OE 110.04.b - Indicar as regras específi cas relativas à Certifi cação Profi ssional Anbima 
para Gestores de Recursos de Terceiros.
As certifi cações aplicáveis à Gestão de Recursos de Terceiros são:
CFG; 
CGA; e 
CGE. 
Estão abrangidos todos os profi ssionais que atuam na Gestão de Recursos de Terceiros e tenham 
alçada/poder discricionário de investimento (compra e venda) dos Ativos Financeiros e Imobiliários, 
conforme aplicável, integrantes das carteiras dos Veículos de Investimento. 
certifi car os 25% dos profi ssionais restantes em até doze meses, a contar do início no exercício 
da atividade, devendo esses profi ssionais possuírem, durante este período, a CPA-20.
Não serão considerados única modalidade de investimento os Fundos de 
Investimento que contam com diferentes classes, conforme estabelecido pela 
Regulação em vigor.
Não se aplica o acima disposto ao profi ssional que apenas obtiver a CFG.
Código de Certifi cação
115
 OE 110.04.c - Indicar as regras específi cas relativas à Certifi cação para Gestão de 
Patrimônio Financeiro.
O Gestor de Recursos que desempenha a atividade de Gestão de Patrimônio deve, para exercício de 
sua atividade, obter a CGA e/ou CGE, conforme aplicável.
Sem prejuízo do acima disposto, a Instituição Participante que desempenha a atividade de Gestão 
de Patrimônio Financeiro deve assegurar que 75%, no mínimo, dos profi ssionais que atuam na Gestão 
de Patrimônio Financeiro realizando contato comercial com o investidor, a fi m de assessorar suas 
decisões de investimento, sejam certifi cados:
pela CEA; ou
pelo CFP®; ou
pelo CFA; ou
pela CGA; ou
pela CGE.
Certifi cação Anbima para Gestão de Patrimônio Financeiro
Certifi cação de Gestores Anbima para Fundos Estruturados (CGE)
A CGE é destinada aos profi ssionais que desempenham o exercício profi ssional de Gestão de Recursos 
de Terceiros de Fundos estruturados, cabendo à Diretoria da Anbima expedir regras e procedimentos 
que descrevam os Fundos de Investimento considerados estruturados para tal fi m.
A Diretoria da Anbima poderá regulamentar por meio de regras e procedimentos 
os prazos para que as Instituições Participantes atendam ao percentual acima 
estabelecido.
116
Como esse sistema envolve a transferência de recursos, necessariamente a instituição 
que estiver recebendo o pagamento acusará um aumento de recursos fi nanceiros em 
sua conta e, por consequência, a instituição que estiver efetivando o pagamento deverá 
ter sua conta sensibilizada de forma negativa. Ou seja, o aumento de liquidez (recursos 
fi nanceiros) em uma instituição se dará em função da diminuição de liquidez em outra.
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
 OE 301.01.a - Explicar as funções, a estrutura e o funcionamento do SPB.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos 
relacionados com o processamento e a liquidação de operações de transferência de fundos, moeda 
estrangeira ou com ativos fi nanceiros e valores mobiliários. 
Utilizamos o Sistema de Pagamentos Brasileiro quando:
― transferimos dinheiro entre bancos;
― depositamos um cheque de um banco em uma conta de outro banco;
― pagamos um boleto de um banco com débito em conta de outro banco;
― negociamos títulos e valores mobiliários;
― realizamos qualquer pagamento com nosso cartão de débito ou crédito.
É por meio do Sistema de Pagamentos Brasileiro que o dinheiro sai da conta do “devedor” e chega
até a conta do “credor”.
A Conta Reservas Bancárias é uma conta de movimentação obrigatoriamente mantida por bancos 
comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas junto ao Banco Central, 
cujas transações ocorrem de forma eletrônica e escritural. Ou seja, cada banco possui uma conta 
reserva no Banco Central, na qual ocorrem inúmeras transações ao longo do dia. 
Dessa forma, para um correntista transferir recursos para outro correntista de outro banco, 
necessariamente o fl uxo de movimentação passa pelas Contas Reservas Bancárias das respectivas 
instituições fi nanceiras mantidas no Banco Central.
No Sistema de Pagamentos Brasileiro, ocorrem inúmeras transações como essa ao longo do dia, pois 
correntistas fazem saques, realizam pagamentos, contraem empréstimos e fazem investimentos. Por 
Sistema e Câmaras de Liquidação e 
Custódia
Sistema e Câmaras de Liquidação e Custódia
117
Câmaras ou Clearings basicamente eliminam o risco de contraparte, ou seja, o risco de 
uma parte pagar e não receber o ativo, ou do vendedor entregar o ativo e não receber 
o pagamento. Elas fazem isso primeiro recebendo os valores do comprador e os ativos 
do vendedor, para somente depois entregar os valores ao vendedor e os ativos ao 
comprador.
As Câmaras ou Clearings privadas de ativos e de pagamentos foram estruturadas com o objetivo de 
promover a liquidação de operações nos respectivos segmentos. As Clearings têm a responsabilidade de:
—Garantir operações por elas autorizadas;
— Gerenciar riscos envolvidos em operações realizadas por seus participantes; e
— Liberar as operações.
As mais importantes Câmaras de Compensação no Brasil são a B3 e a Selic.
Câmaras de Compensação
As Câmaras de Liquidação e Compensação são conhecidas como Clearings. Elas são instituições que 
proporcionam, de forma eletrônica, rápida e segura, a compensação e a liquidação referentes às mais 
diversas operações que envolvam transferência de fundos.
Selic
 OE 301.02.a - Entender e explicar as principais atribuições e importância do Selic.
Criado em 1979, o Selic é o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Ele é gerido e operado pelo 
Banco Central em parceria com a Anbima. O sistema destina-se à emissão, ao resgate, ao pagamento 
dos juros e à custódia dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
O Sistema processa os títulos, além de realizar emissão, resgate, pagamento dos juros e custódia. Os 
principais títulos custodiados no Selic são:
— LFT – Tesouro Selic;
sua vez, esse mecanismo também é utilizado por empresas e bancos que efetuam negociação com 
títulos públicos e privados das mais variadas categorias.
O grande risco refere-se à possibilidade de, nesse emaranhado de transações, algum banco não 
honrar determinado pagamento, o que pode provocar uma sequência de inadimplências dentro do 
sistema bancário - o chamado risco sistêmico. Quando materializado, o risco sistêmico pode implicar 
desde pequenas perdas até a quebra do sistema bancário como um todo.
Visando diminuir esse risco, o Sistema de Pagamentos Brasileiro é constituído por Câmaras de 
Compensação. 
Sistema e Câmaras de Liquidação e Custódia
118
B3
 OE 301.02.b - Entender e explicar as principais atribuições e importância da B3 S/A – 
Brasil no Sistema Financeiro Nacional. 
A B3 foi formada a partir da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip. É uma das principais empresas 
de infraestrutura de mercado fi nanceiro mundial, atuando tanto em ambiente de bolsa, como de 
balcão. É constituída por meio de sociedade de capital aberto, com ações (B3SA3) negociadas no 
Novo Mercado. 
A B3 desempenha as atividades de criação e administração de sistemas de negociação, compensação, 
liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, tais como:
— Listado B3 – ações, derivativos e commodities; 
— Balcão B3 – títulos privados e operações estruturadas; e
— Câmara de Câmbio – moedas à vista.
Ainda atua como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus 
mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro. 
As operações à vista com ações são liquidadas em D+2, ao passo que as operações com títulos de 
renda fi xa privada possuem um ciclo de liquidação de D+0 ou D+1. Prêmios de opções sobre ações 
são liquidados em D+1.
A BSM Supervisão de Mercados é uma associação civil sem fi nalidade lucrativa e tem por objetivo 
analisar, supervisionar e fi scalizar as operações e as atividades das instituições fi nanceiras que atuam 
junto à B3 e da própria B3.
— LTN – Tesouro Prefi xado;
— NTN-F – Tesouro Prefi xado com juros semestrais;
— NTN-B – Tesouro IPCA com juros semestrais;
— NTN-B Principal – Tesouro IPCA; e
— NTN-C – Tesouro IGP-M com juros semestrais.
119
 OE 004.02.a - Entender e explicar o objetivo e a abrangência do Código Anbima de 
Distribuição de Produtos de Investimento.
O presente código estabelece princípios e regras para a distribuição de produtos de investimento, 
visando promover, principalmente: 
― a manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de 
práticas equitativas no mercado fi nanceiro e de capitais; 
― a concorrência leal;
― a padronização de seus procedimentos; 
― a maior qualidade e disponibilidade de informações, especialmente por meio do envio de 
dados à Anbima pelos distribuidores;
Objetivo e Abrangência
Código de Distribuição
 OE 004.01.a - Entender e explicar as defi nições necessárias para interpretação do 
Código Anbima de Distribuição de Produtos de Investimento.
O Código de Distribuição de Produtos de Investimento da Anbima estabelece princípios e regras para 
as atividades relacionadas à distribuição dos ativos regulados pela Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) e/ou pelo Banco Central do Brasil (BCB). 
Defi nições
Entende-se como distribuição de produtos de investimento:
― a oferta de produtos de investimento, assim entendidos os ativos regulados pela 
CVM e/ou BCB, de forma individual ou coletiva, resultando ou não em aplicação 
de recursos, assim como a aceitação de pedido de aplicação por meio de agências 
bancárias, plataformas de atendimento, centrais de atendimento, canais digitais, 
ou qualquer outro canal estabelecido para este fi m; e
― as atividades acessórias prestadas aos investidores, tais como manutenção do 
portfólio de investimentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos 
investimentos realizados.
As Regras e Procedimentos de Distribuição de Produtos de Investimentos são complementares ao 
referido código e devem ser seguidas pelas instituições que decidirem aderir a ele.
Código de Distribuição
120
― o estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento; 
― a transparência no relacionamento com os clientes, de acordo com o canal utilizado e as 
características dos investimentos; e 
― a qualifi cação dos distribuidores, assim como dos profi ssionais envolvidos na distribuição 
de produtos de investimento.
Este código se destina aos distribuidores que desempenham a atividade de distribuição 
de produtos de investimento e sejam classifi cados como bancos múltiplos, bancos 
comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades 
corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, assim como às instituições 
participantes que, nos termos permitidos pela CVM, atuarem na distribuição de seus 
próprios produtos de investimento.
As instituições participantes autorizadas apenas pela CVM a distribuir seus próprios produtos de 
investimento não estão obrigadas a aderir formalmente a este código, devendo somente observar e 
cumprir com todas as disposições nele previstas, conforme aplicável.
Os distribuidores devem assegurar que o presente código seja também observado por todos os 
integrantes de seu grupo econômico que estejam autorizados, no Brasil, a distribuírem produtos de 
investimento. 
Os distribuidores estão dispensados de observar o disposto no código para distribuição de: 
― produtos de investimento para:
• União, estados, municípios e Distrito Federal; e 
Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) não estão incluídos na dispensa 
acima mencionada.
• pessoa jurídica dos segmentos classifi cados como middle e corporate, segundo 
critérios estabelecidos pelo próprio distribuidor; 
― caderneta de poupança.
Os distribuidores submetidos à ação reguladora e fi scalizadora do Conselho Monetário Nacional 
(CMN), do Banco Central do Brasil (BCB) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concordam 
expressamente que a atividade de distribuição de produtos de investimento excede o limite de simples 
observância da regulação que lhes são aplicáveis, devendo, dessa forma, submeter-se também aos 
procedimentos estabelecidos por este código. 
Código de Distribuição
121
 OE 004.03.a - Entender, interpretar e explicar os Princípios Gerais de Conduta das 
instituições participantes para exercer a atividade de distribuição de produtos de 
investimento no varejo.
Os distribuidores devem:
― exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;
― cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades, o 
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus 
próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a 
ser cometidas; 
― nortear aprestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre 
concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ 
ou de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação; 
― evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em confl ito com os princípios contidos 
neste código, nas Regras e Procedimentos de Distribuição e na regulação em vigor; 
― adotar condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e profi ssional; 
― evitar práticas que possam vir a prejudicar a distribuição de produtos de investimento, 
especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados às atribuições específi cas 
de cada um dos distribuidores estabelecidas neste código, nas Regras e Procedimentos de 
Distribuição e na regulação vigente; 
― envidar os melhores esforços para que todos os profi ssionais que desempenhem funções 
ligadas à distribuição de produtos de investimento atuem com imparcialidade e conheçam 
o código de ética dos distribuidores e as normas aplicáveis à sua atividade; 
― identifi car, administrar e mitigar eventuais confl itos de interesse, nas respectivas esferas 
de atuação, que possam afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções 
ligadas à distribuição de produtos de investimento; 
― divulgar aos clientes informações claras e inequívocas acerca dos riscos e das consequências 
que poderão advir dos produtos de investimento; e
― desempenhar suas atribuições buscando atender aos objetivos descritos neste código, nas 
Regras e Procedimentos de Distribuição e na regulação em vigor.
Princípios Gerais de Conduta
O presente código, assim como os demais códigos Anbima, não se sobrepõe à 
regulação, portanto, caso haja contradição entre as regras estabelecidas neste código e 
nos demais códigos Anbima e a regulação em vigor, a disposição contrária deste código 
e dos códigos Anbima deve ser desconsiderada, sem prejuízo das demais regras nele 
previstas.
Código de Distribuição
122
Regras e Procedimentos 
 OE 004.04.a - Compreender, interpretar e explicar as Regras e Procedimentos 
necessários para o desenvolvimento da distribuição de produtos de investimento, 
especialmente em relação à privacidade e proteção dos dados pessoais dos clientes.
São considerados descumprimentos às obrigações e aos princípios deste código não 
apenas a inexistência de procedimentos exigidos dos distribuidores por meio deste 
código e/ou das Regras e Procedimentos de Distribuição, mas também a sua não 
implementação ou implementação inadequada para os respectivos fi ns. 
Privacidade e proteção de dados pessoais 
Todos os dados pessoais devem ser tratados de acordo com as disposições da Lei Geral de Proteção 
de Dados – LGPD (Lei nº 13.709/2018), e, na eventual hipótese de compartilhamento de dados 
dessa natureza com a Anbima, os distribuidores deverão garantir a atualização das informações 
compartilhadas e a transparência para com os titulares envolvidos, assegurando que estes tenham 
ciência da ocorrência dessa atividade e dos direitos garantidos pela referida Lei.
 OE 004.04.b - Entender, interpretar e explicar as regras gerais para contratação de 
serviços de terceiros para distribuição de produtos de investimento. Em específi co, 
entender e explicar as responsabilidades das instituições participantes ao contratar 
assessores de investimento para atuarem como seu preposto na distribuição de 
produtos de investimento.
Contratação de terceiros
Os distribuidores podem contratar, quando aplicável e sem prejuízo de suas responsabilidades, 
terceiros devidamente habilitados e autorizados para distribuir, para seus clientes ou potenciais 
clientes, seus produtos de investimento e/ou prestar suporte à atividade de distribuição de produtos 
de investimento.
Em seu processo de contratação de terceiros, os distribuidores devem exigir que 
o terceiro contratado para distribuir os produtos de investimento responda ao 
questionário Anbima de due diligence para distribuição de produtos de investimento, 
conforme modelo disponibilizado pela Associação em seu site na internet, sem prejuízo 
da solicitação de informações adicionais a critério dos distribuidores.
Os distribuidores devem implementar e manter, em documento escrito, regras, procedimentos e 
controles internos para seleção, contratação e supervisão dos terceiros contratados que sejam 
consistentes e passíveis de verifi cação e que contenham procedimentos prévios à contratação e pós-
contratação, além da metodologia de supervisão baseada em risco adotada pelos distribuidores.
Código de Distribuição
123
Os distribuidores devem, para cumprimento das exigências acima mencionadas, 
observar o porte da empresa contratada, o volume de transações, bem como a 
criticidade da atividade, buscando agir com razoabilidade e bom senso. 
A contratação de terceiros para distribuir os produtos de investimento e/ou para prestar suporte à 
atividade, quando aplicável, deve ser formalizada em contrato escrito e deve prever, dentre outras 
cláusulas, as obrigações e os deveres das partes envolvidas e a descrição das atividades que serão 
exercidas por cada uma das partes.
Assessores de investimentos
Os distribuidores podem contratar assessores de investimentos para atuarem como seus prepostos na 
distribuição de produtos de investimento, desde que tais assessores sejam devidamente credenciados, 
nos termos da regulação, e possam cumprir, no que couber, as disposições previstas no código de 
distribuição e nas suas regras e procedimentos.
Os assessores de investimentos podem, exclusivamente: 
― atuar na prospecção e captação de clientes;
― recepcionar, registrar ordens e operacionalizar a transmissão dessas ordens para os 
sistemas de negociação ou de registro dos distribuidores; e 
― prestar informações sobre os produtos de investimento oferecidos e sobre os serviços 
prestados pelos distribuidores, inclusive as atividades de suporte e orientação inerentes à 
relação comercial com os clientes.
Os distribuidores devem, ao contratar o assessor de investimento, disponibilizar e manter atualizada 
em seu site na internet, ou em canais alternativos, uma lista com a indicação de todos os assessores 
de investimento contratados.
As instituições participantes de outros Códigos Anbima que estão autorizadas 
pela CVM, conforme regulação específi ca, a distribuir seus próprios produtos de 
investimento, só poderão contratar assessor de investimento se forem instituições 
autorizadas a funcionar pelo BCB.
Os distribuidores devem:
― possuir controles que assegurem que o pagamento decorrente da prestação de serviços 
para o assessor de investimento foi efetuado diretamente para a respectiva pessoa física 
ou jurídica com vínculo contratual, e que seja compatível com os eventos que geraram o 
valor pago, conforme estabelecido em contrato; e
― fornecer a todos os clientes a descrição da remuneração e da forma de pagamento do 
assessor de investimento, que deve ser disponibilizada aos clientes quando do início de 
seu relacionamento com os distribuidores, assim como ser evidenciado o seu recebimento.
Código de Distribuição
124
Publicidade 
 OE 004.05.a - Entender, interpretar e explicar a divulgação e uso de publicidade, suas regras 
gerais; as características dos materiais técnicos e materiais publicitários; a comparação e 
simulação de resultados dos produtos de investimento; além dos avisos obrigatórios.
Os distribuidores são responsáveis pela publicidade relacionada à atividade de distribuição e aos seus 
produtos de investimento, devendo, dentre outros aspectos a serem considerados, produzir materiais 
adequados aos seus clientes, privilegiando informações necessárias para a tomada de decisão de 
investimento.
Os distribuidores são responsáveis pelo material publicitário e material técnico que divulgarem, 
inclusive no que se refere à conformidade com as regras previstas no código de distribuição,nas 
regras e procedimentos e na regulação, sem prejuízo da responsabilidade que cabe ao gestor, no caso 
de distribuição de cotas de fundos de investimento.
Não são considerados material publicitário ou material técnico:
― formulários cadastrais, questionários de perfi l do cliente ou perfi l de investimento, 
materiais destinados unicamente à comunicação de alterações de endereço, 
telefone ou outras informações de simples referência para o cliente;
― materiais que se restrinjam a informações obrigatórias exigidas pela regulação;
― questionários de due diligence e propostas comerciais; 
― materiais de cunho estritamente jornalístico, inclusive entrevistas, divulgadas em 
quaisquer meios de comunicação;
― saldos, extratos e demais materiais destinados à simples apresentação de 
posição fi nanceira, movimentação e rentabilidade, desde que restritos a essas 
informações ou assemelhadas; e 
― propaganda de empresas do grupo econômico das instituições participantes 
que apenas faça menção a investimentos de forma geral, a departamentos e/
ou empresas que distribuam produtos de investimento em conjunto com os 
outros departamentos ou empresas que desenvolvam outros negócios do grupo 
econômico.
Material publicitário
Os distribuidores, ao divulgarem o material publicitário em qualquer meio de comunicação disponível 
devem incluir, em destaque, link ou caminho direcionando clientes ou potenciais clientes ao material 
técnico sobre os produtos de investimento mencionados, de modo que tenham conhecimento de 
todas as informações, características e riscos do investimento. 
Código de Distribuição
125
Os distribuidores e empresas de seu grupo econômico que fi zerem menção de seus produtos de 
investimento nos materiais publicitários de forma geral e não específi ca devem incluir link ou caminho 
que direcione os clientes ou potenciais clientes para o site dos distribuidores na internet ou em canais 
alternativos.
Os distribuidores devem incluir, quando da divulgação de rentabilidade do produto de 
investimento em material publicitário, o nome do emissor e a carência, se houver. 
Material técnico 
O material técnico deve incluir, no mínimo, as seguintes informações sobre o produto de investimento: 
― descrição do objetivo e/ou estratégia; 
― público-alvo, quando destinado a investidores específi cos; 
― carência para resgate e prazo de operação; 
― tributação aplicável; 
― informações sobre os canais de atendimento; 
― nome do emissor, quando aplicável; 
― classifi cação do produto de investimento; e
― descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os riscos de 
liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável.
Nas agências e dependências da Instituição Participante, devem-se manter à 
disposição dos interessados, seja por meio impresso ou passível de impressão, as 
informações atualizadas previstas no caput para cada Produto de Investimento 
distribuído nesses locais.
Simulação e comparação
Os distribuidores podem fazer simulação, desde que: 
― seja realizada no material técnico; 
― sejam produtos de investimento já existentes; e 
― os critérios utilizados, tais como taxas, tributação, custos e períodos, estejam claramente 
informados. 
A divulgação de simulação nos casos acima descritos deve conter aviso junto ao quadro da simulação, 
destacando que se trata de uma simulação baseada em premissas.
Código de Distribuição
126
É expressamente vedada a divulgação de rentabilidade ou série histórica de desempenho 
dos produtos de investimento que combine dados históricos reais com simulações em 
seu cálculo, quando aplicável.
Os distribuidores podem comparar os produtos de investimento com indicadores econômicos e com 
outros produtos de investimento, desde que:
― seja realizada no material técnico; e 
― seja realizada entre produtos de investimento e indicadores econômicos de mesma 
natureza ou similares.
Os distribuidores, ao elaborar e divulgar a comparação entre os produtos de investimento, devem 
buscar: 
― a objetividade na comparação, evitando que se estabeleça confusão entre os produtos de 
investimento comparados e instituições concorrentes; 
― não denegrir a imagem do produto de investimento comparado e/ou a imagem das 
respectivas instituições;
― não utilizar injustifi cadamente a imagem de outras instituições ou o prestígio de terceiros; e 
― não divulgar comparações irrealistas, incoerentes ou desproporcionais entre os produtos 
de investimento de diferentes categorias e classifi cações.
Ademais, os distribuidores devem utilizar a palavra “grátis” ou expressão de idêntico 
signifi cado nas comparações entre os produtos de investimento somente se não houver 
nenhum custo com relação ao prometido.
Os distribuidores, ao comparar os produtos de investimento, devem observar a qual público a 
publicidade será destinada, observando: 
― se destinada ao público em geral: a comparação de produtos de investimento pode ser 
feita com outros produtos de investimento, desde que sejam produtos de investimento de 
mesma natureza; e
― se destinada a um público específi co: a comparação de produtos de investimento pode 
ser feita com outros produtos de investimento, desde que sejam produtos de investimento 
de mesma natureza ou produtos de investimento similares.
Os fundos de investimento fi nanceiro (FIF), suas classes e subclasses, conforme o caso, são 
considerados produtos de investimento de mesma natureza, e quando a publicidade for 
direcionada ao público em geral, os distribuidores poderão comparar os fundos entre si, 
desde que tenham a mesma classifi cação até o nível 2, conforme previsto na classifi cação 
de FIF contida nas Regras e Procedimentos do Código de Recursos de Terceiros.
Código de Distribuição
127
A comparação entre os produtos de investimento deve ser feita no material técnico, em formato de 
fácil entendimento, devendo conter, dentre outras informações, os períodos comparados, que deverão 
ser idênticos e observar o prazo mínimo de doze meses ou seus múltiplos.
Para os fundos, suas classes e subclasses, conforme o caso, a comparação só pode ser 
feita após um período de carência de seis meses, contados a partir da primeira emissão 
de cotas.
Nos casos de comparação entre taxas nominais de produtos de investimentos, estas deverão ser 
expressas em percentual ao ano.
A comparação entre os produtos de investimento com indicadores econômicos que não sejam 
indicadores de referência do produto de investimento deve ser acompanhada de aviso específi co 
esclarecendo se tratar de mera referência econômica.
É vedada a comparação direta de rentabilidade, ou de diferencial de rentabilidade com 
indicadores econômicos não estabelecidos nos documentos constitutivos dos produtos 
de investimento, ou documento equivalente, como meta ou parâmetro de performance 
com o objetivo de induzir o investidor a erro, levando-o a entender que há vinculação 
entre a rentabilidade e estes indicadores.
Avisos obrigatórios 
Os distribuidores devem incluir, com destaque, nos materiais Técnicos os seguintes avisos obrigatórios: 
― caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance: 
• “Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros.”; e 
• “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos.”. 
― caso faça referência a produtos de investimento que não possuam garantia do fundo 
garantidor de crédito: “O investimento em [indicar produto de investimento] não é garantido 
pelo Fundo Garantidor de Crédito.”.
― caso faça referência à simulação de rentabilidade: “As informações presentes neste material 
técnico são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser signifi cativamente 
diferentes.”
No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto e a 
localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.
Código de Distribuição
128
 OE 004.06.a - Entender,interpretar e explicar as regras gerais destinadas à atividade 
de distribuição de produtos de investimento, bem como conhecer as regras para a 
divulgação de informações dos produtos por meios eletrônicos e as regras para 
divulgação da remuneração do distribuidor.
Distribuição de Produtos de Investimento
Os distribuidores, quando estiverem prestando informações ou recomendando produtos de 
investimento, não podem induzir os clientes ou potenciais clientes a erro ao dar a entender que atuam 
como prestadores de serviço de consultoria independente de valores mobiliários de forma autônoma 
à distribuição de produtos de investimento.
Regras gerais
Os distribuidores devem disponibilizar em seus sites ou em canais alternativos seção exclusiva sobre 
os produtos de investimento distribuídos, contendo, no mínimo, as seguintes informações:
― descrição do objetivo e/ou estratégia de investimento; 
― público-alvo, quando destinado a clientes específi cos; 
― carência para resgate e prazo de operação; 
― nome do emissor, quando aplicável; 
― tributação aplicável;
― classifi cação do produto de investimento;
― descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os riscos de 
liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável.
― inclusão de aviso obrigatório sobre a remuneração recebida, direta ou indiretamente, pela 
distribuição do produto de investimento com o seguinte teor: “A instituição é remunerada 
pela distribuição do produto. Para maiores detalhes, consulte o documento disponível em 
{indicar o endereço eletrônico em que o documento mencionado estará disponível]”.
Divulgação de informações por meios eletrônicos 
Os distribuidores devem possuir canais de atendimento compatíveis com seu porte e 
número de investidores para esclarecimento de dúvidas e recebimento de reclamações.
Os distribuidores devem disponibilizar informações referentes à remuneração recebida, direta ou 
indiretamente, pela distribuição de produtos de investimento, por meio de documento em seção 
Remuneração do distribuidor
Código de Distribuição
129
exclusiva no site dos distribuidores na internet ou em canais alternativos, com informações gerais 
sobre a forma de remuneração e potenciais confl itos de interesse.
O referido documento deve ter linguagem clara e acessível, e conter, no mínimo, os seguintes itens:
― aspectos gerais: devem ser consideradas, no mínimo, as seguintes informações:
• atividade de distribuição: especifi car os serviços que podem ser prestados, bem como 
os limites de atuação;
• portfólio de produtos de investimento: informar se distribui produtos de investimento 
próprios e/ou de terceiros, e, no caso de distribuição de terceiros, se existem produtos 
de investimento que concorrem com os seus produtos de investimento, detalhando o 
motivo pelo qual são concorrentes; e
• recomendação de produtos de investimentos: informar os critérios adotados para a 
escolha dos produtos de investimento que serão recomendados aos investidores, 
considerando a diversidade de produtos de investimento que compõe seu portfólio.
― forma de remuneração dos distribuidores: devem ser informados, detalhadamente, todos 
os tipos de remuneração que são recebidas pelas atividades de distribuição, conforme as 
categorias dos produtos de investimento, tais como, mas não se limitando, a:
• percentual da taxa de administração;
• percentual da taxa de performance;
• spread; e
• taxa de distribuição, indicando, inclusive, se a remuneração dos profi ssionais 
diretamente envolvidos no esforço de venda varia de acordo com o produto de 
investimento distribuído ou modalidade de produto de investimento distribuído. Caso 
o distribuidor seja remunerado por outros serviços que substituam a remuneração 
pela distribuição de produtos de investimento, estes devem ser também especifi cados 
nesse item.
Nos casos de distribuição de fundos de investimento próprios e de produto de 
investimento de emissão dos distribuidores e/ou de seu grupo econômico, os 
distribuidores deverão informar que os ganhos obtidos com a distribuição de produtos 
de investimento e operações realizadas são destinados ao grupo econômico, que, 
consequentemente, o remunera.
― potenciais confl itos de interesse: devem ser descritos os potenciais confl itos de interesse 
que possam existir em virtude da forma de remuneração recebida pela distribuição de 
produtos de investimento, tais como, mas não se limitando, a:
• potencial incentivo para recomendar operações a clientes em virtude do recebimento 
de remuneração por meio de taxa de corretagem;
Código de Distribuição
130
 OE 004.07.a - Entender e explicar o processo de conheça seu cliente adotado pelas 
instituições participantes.
Os distribuidores devem, no processo de conheça seu cliente, buscar conhecê-lo no início do 
relacionamento, no processo cadastral e durante o relacionamento. 
Conheça seu Cliente
• produtos proprietários: títulos de emissão própria, gestão de recursos e/ou 
administração fi duciária pela instituição;
• recebimento por terceiros: rebates e comissões que a instituição recebe de terceiros 
quando realiza a distribuição de determinados produtos de investimentos; 
• mercado secundário: investimentos que a instituição compra e/ou vende a um 
investidor da sua carteira própria; e
― mitigadores: deverão ser descritas as medidas adotadas para mitigar os potenciais confl itos 
de interesse.
O documento sobre a remuneração dos distribuidores, acima mencionado, deverá:
― ser atualizado em período não superior a 24 meses, ou sempre que houver 
alterações; 
― possuir limite máximo de duas páginas de conteúdo;
― buscar transparência, clareza e precisão de informações, fazendo uso de linguagem 
simples, clara, objetiva e adequada aos investidores e potenciais investidores, de 
modo a não induzir a erro ou a decisões equivocadas de investimentos; e 
― conter o endereço para o portal de educação fi nanceira da Anbima “Como Investir” 
(www.comoinvestir.com.br).
Know your customer (KYC), ou “conheça seu cliente”, corresponde ao conjunto de 
políticas, regras e procedimentos adotados para avaliar se a atividade que o cliente 
desempenha possui coerência com as suas movimentações e identifi car as origens de 
seus recursos fi nanceiros.
Os distribuidores devem adotar, implementar e manter, em documento escrito, regras e procedimentos 
que descrevam o processo de conheça seu cliente, que deve dispor regras que sejam efetivas e 
consistentes com a natureza, porte, complexidade, estrutura, perfi l de risco dos produtos de 
investimento distribuídos e modelo de negócio da instituição. 
Código de Distribuição
131
 OE 004.08.a - Entender, interpretar e explicar os procedimentos adotados pelas 
instituições participantes e os controles próprios que possibilitem a verifi cação do 
processo de Suitability dentro de cada uma delas.
Suitability
Os distribuidores, no exercício de suas atividades, são os responsáveis pelo suitability e não podem 
recomendar produtos de investimento, realizar operações ou prestar serviços sem que verifi quem sua 
adequação ao perfi l do cliente.
Regras gerais
Suitability é uma referência ao dever de verifi cação da adequação dos produtos de 
investimento, dos serviços e das operações ao perfi l do cliente.
Estão dispensados das regras acima mencionadas:
― fundos, classes ou subclasses, conforme o caso, tipifi cadas como renda fi xa e classifi cadas 
como simples, conforme regulação específi ca; 
― Letras Financeiras do Tesouro (LFT); e
― CDB ou RDB, ressalvada disposição em contrário constante em políticas de relacionamento 
com os clientes dos distribuidores, que atenda, concomitantemente, aos seguintes critérios:
• emissor com nota de risco compatível com o risco Brasil;
• liquidez diária oferecida pelo emissor ou vencimento em até seis meses; e
• risco de mercado pós-fi xado em taxa de juros.
Os distribuidores devem adotar, implementar e manter, em documento escritoou eletrônico, regras, 
procedimentos e controles internos de suitability, devendo conter, dentre outros critérios, a descrição 
detalhada dos mecanismos de coleta de informações e dos critérios para classifi cação do perfi l do 
cliente e de cada produto de investimento.
A coleta de informações do cliente deve possibilitar a defi nição de seu objetivo de 
investimento, sua situação fi nanceira e seu conhecimento em matéria de investimentos, 
fornecendo informações sufi cientes para permitir a defi nição do seu perfi l.
Os distribuidores devem manter as informações cadastrais de seus clientes 
atualizadas, de modo a permitir que haja sua identifi cação e o registro de 
todas as aplicações e todos os resgates realizados em seu nome, quando 
aplicável.
Código de Distribuição
132
O procedimento simplifi cado consiste na obtenção de declaração assinada pelo 
cliente no momento da contratação do produto automático, de acordo com modelo 
disponibilizado pela Anbima em seu site na internet, enquanto são admitidos como 
produtos automáticos apenas aqueles que impliquem baixo risco de mercado 
e liquidez e, quando aplicável, risco de crédito privado apenas da instituição 
mantenedora da conta-corrente do cliente, ou de seu grupo econômico. 
Os distribuidores devem atualizar o perfi l do cliente em prazo não superior ao permitido pela regulação, 
bem como envidar os melhores esforços para que todos os clientes tenham um perfi l de investimento 
devidamente identifi cado e adequado ao seu perfi l de risco.
O intervalo máximo estabelecido na regulação para atualização das informações 
relativas ao perfi l dos clientes é de cinco anos, conforme estabelecido na Resolução 
CVM nº 30/2021, que dispõe sobre o dever de verifi cação da adequação dos produtos, 
serviços e operações ao perfi l do cliente.
Classifi cação do cliente
Os distribuidores devem avaliar e classifi car seus clientes em, no mínimo, três perfi s, conforme 
descritos a seguir: 
― perfi l 1: cliente que declara possuir baixa tolerância a risco, baixo conhecimento em 
matéria de investimentos e que prioriza investimentos em produtos de investimento com 
liquidez; 
― perfi l 2: cliente que declara média tolerância a risco e busca a preservação de seu capital 
a longo prazo, com disposição a destinar uma parte de seus recursos a investimentos de 
maior risco; ou 
― perfi l 3: cliente que declara tolerância a risco e aceita potenciais perdas em busca de 
maiores retornos.
Classifi cação dos produtos de investimento
Para verifi car a adequação dos produtos de investimento ao perfi l do cliente, os distribuidores devem 
classifi car seus produtos, considerando, no mínimo: 
― os riscos associados ao produto de investimento e seus ativos subjacentes; 
― o perfi l dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto de investimento; 
Será admitido suitability simplifi cado para produtos automáticos que tenham como base fundos de 
investimento, classes e subclasses, conforme o caso, com a funcionalidade de aplicação e resgate 
automáticos, ou operações compromissadas com lastro em debêntures emitidas por empresas do 
mesmo grupo econômico dos distribuidores das quais o cliente seja correntista.
Código de Distribuição
133
Os distribuidores devem atualizar a classifi cação de seus produtos de investimento 
em prazo não superior ao permitido pela regulação, que é de 24 meses, conforme 
estabelecido na Resolução CVM nº 30/2021.
Classifi cação de risco
Todos os produtos de investimento distribuídos devem ser classifi cados com base em metodologia 
de escala de risco contínua e única, tendo como parâmetro a pontuação de 0,5 a 5,0, sendo 0,5 para 
menor risco e 5,0 para maior risco.
A referida metodologia deve ser escrita e aprovada pelos diretores responsáveis pelo 
suitability e pelo compliance e/ou controles internos dos distribuidores e considerar, no 
mínimo, os riscos de crédito, de mercado e de liquidez.
Os distribuidores podem adotar escala de risco com parâmetro diverso daquele acima descrito, 
desde que os limites de risco estabelecidos por perfi l, assim como a pontuação de risco mínima 
por produto, sejam respeitados.
Caso utilizem a metodologia de adequação dos produtos de investimento 
individualmente ao perfi l do cliente, os distribuidores devem, para os clientes 
classifi cados no perfi l 1, recomendar apenas produtos de investimentos cuja 
pontuação de risco seja igual ou inferior a 1,5; para o perfi l 2, apenas pontuação 
inferior a 3; e para o perfi l 3, apenas pontuação inferior a 5.
E caso utilizem a metodologia de adequação por portfólio do cliente, o cálculo 
ponderado dos pontos de risco dos produtos de investimento que compõem o 
portfólio de cada cliente deverá obedecer aos limites acima mencionados.
Sobre a tabela com a pontuação mínima por produto, ela consta no documento 
intitulado Regras e Procedimentos de Distribuição de Produtos de Investimentos, 
disponível no site da Anbima na internet.
Categorias de produtos de investimento
Ao defi nir a categoria de produtos de investimento, os distribuidores devem estabelecer, no mínimo, 
as categorias indicadas a seguir:
― ações; 
― a existência de garantias; e 
― os prazos de carência.
Código de Distribuição
134
― derivativos;
― renda fi xa com risco de crédito privado; 
― renda fi xa títulos públicos; 
― classes de fundos de investimento imobiliário (FII); 
― classes de fundos de investimento em participações (FIP); 
― classes de fundo de investimento fi nanceiro (FIF) tipifi cadas como cambial; e 
― classes de FIF tipifi cadas como multimercado.
Produtos de investimento complexos
O suitability dos distribuidores deve conter regras e procedimentos específi cos relacionados à 
recomendação e classifi cação de produtos de investimento complexos, que ressaltem os riscos 
da estrutura em comparação com a de produtos de investimento tradicionais e a difi culdade em se 
determinar seu valor, inclusive em razão de sua baixa liquidez.
São considerados produtos de investimento complexos os produtos que possuam, cumulativamente, 
pelo menos três das características indicadas a seguir:
― ausência de liquidez, barreiras complexas ou elevados encargos para saída; 
― derivativos intrínsecos ao produto de investimento;
― incorporação de riscos e características de dois ou mais instrumentos fi nanceiros de 
diferente estrutura e natureza sob a aparência de um instrumento fi nanceiro único; e
― metodologia de precifi cação específi ca que difi culte a avaliação do preço pelo cliente.
Os distribuidores devem classifi car, automaticamente, como produtos de investimento 
complexos, os certifi cados de operações estruturadas (COE), as debêntures conversíveis, 
os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) e os fundos de investimento 
em participações (FIP).
Serviço de Intermediação no Exterior
 OE 004.09.a - Entender, interpretar e explicar os serviços e as regras para as instituições 
participantes que realizam a intermediação de produtos no exterior, para clientes 
residentes no Brasil.
Os distribuidores podem oferecer serviço de intermediação no exterior para clientes residentes no 
Brasil, desde que o oferecimento desse serviço ocorra exclusivamente em conformidade com os 
termos do contrato estabelecido com as instituições intermediárias estrangeiras, nos termos previstos 
pela regulação.
Previamente à oferta dos serviços, os distribuidores devem:
Código de Distribuição
135
Private
 OE 004.10.a - Entender e explicar o serviço de private, conforme o Código de Distribuição. 
A atividade de distribuição para o private, para os fi ns deste código, compreende:
― a distribuição de produtos de investimento para os clientes que tenham capacidade 
fi nanceira de, no mínimo, R$ 5 milhões, individual ou coletivamente;
― a prestação dos seguintes serviços: 
― assegurar que a instituição estrangeira esteja devidamente autorizada em seu país de 
origem a prestar o serviçode intermediação;
― assegurar que a instituição estrangeira contratada preste serviços exclusivamente em 
mercados reconhecidos, nos termos da regulação aplicável da CVM; 
― realizar diligência na instituição estrangeira exigindo que ela responda, no mínimo, ao 
questionário Anbima de due diligence para prestação de serviços de intermediação no 
exterior, disponível no site da Associação na internet.
O contrato entre os distribuidores e a instituição estrangeira deve prever, dentre 
outras cláusulas, proibição à menção a ativos específi cos no material de divulgação 
utilizado, de forma a garantir que a oferta feita aos clientes residentes no Brasil seja 
apenas a dos serviços de intermediação, assim como a obrigação de a instituição 
estrangeira atualizar, periodicamente, o questionário de due diligence. 
Todo esforço de captação de clientes residentes no Brasil, inclusive por meio de publicidade ou 
esforço de comunicação para fi ns de recomendação da contratação do serviço de intermediação no 
exterior, deve ser feito, exclusivamente, por instituições participantes locais.
Os distribuidores locais devem prestar aos clientes residentes no Brasil informações em português, 
de maneira clara, de todos os elementos necessários para a adequada tomada de decisão quanto à 
contratação dos serviços de intermediação no exterior.
Em relação ao suitability dos serviços de intermediação no exterior, os distribuidores 
devem assegurar que o serviço ofertado e/ou recomendado para os clientes residentes 
no Brasil seja apropriado ao seu perfi l de investimento, observando os seguintes itens 
mínimos para a avaliação de risco da instituição estrangeira:
― mecanismos de proteção ao investidor presentes na legislação do país de atuação 
da instituição estrangeira;
― foco de atuação da instituição estrangeira condizente com o perfi l do cliente; e 
― existência ou não de uma estrutura que disponibilize atendimento em português 
e por meio de interação humana.
Código de Distribuição
136
• proposta de portfólio de produtos e serviços exclusivos; e/ou
• planejamento fi nanceiro, incluindo, mas não se limitando a: 
― análises e soluções fi nanceiras e de investimentos específi cas para cada cliente, 
observada a regulação aplicável; e 
― constituição de veículos de investimento, que podem ser exclusivos e 
personalizados segundo as necessidades e o perfi l de cada cliente, em parceria 
com administradores fi duciários e/ou gestores de recursos de terceiros. 
Sem prejuízo do acima disposto, os distribuidores podem oferecer a seus clientes: 
― planejamento fi scal, tributário e sucessório, que deve ser desempenhado por profi ssional 
tecnicamente capacitado para esse serviço; 
― planejamento previdenciário e de seguros, que deve ser desempenhado em parceria 
com sociedade seguradora para a constituição de fundos previdenciários personalizados 
segundo as necessidades e o perfi l de cada investidor, assim como análises e propostas de 
seguros, de forma geral; e 
― elaboração de relatórios de consolidação de investimentos detidos em outras instituições, 
que permitam uma análise crítica em relação às posições, concentração de ativos, risco do 
portfólio, entre outros aspectos. 
Os distribuidores, quando da prestação do serviço de planejamento fi nanceiro, 
devem possuir contrato contendo, dentre outras cláusulas, a descrição dos serviços 
contratados e da forma de remuneração. 
Os distribuidores que oferecerem para seus investidores o serviço de private devem possuir em sua 
estrutura: 
― 75% de seus gerentes de relacionamento certifi cados CFP®, devendo estes profi ssionais 
serem funcionários das distribuidores e exercerem suas funções exclusivamente para o 
private; 
― profi ssional ou área responsável pela atividade de estrategista de investimentos, devendo 
o profi ssional que atue nesta atividade ser certifi cado pelo CFP; pela CGA; pela CGE, pelo 
CFA, ou, ainda, possuir autorização da CVM para o exercício da atividade de administração 
de carteira de valores mobiliários;
― profi ssional responsável pela análise de risco de mercado e de crédito dos produtos de 
investimento recomendados aos clientes; e 
― economista. 
Salvo os gerentes de relacionamento certifi cados CFP®, não é necessária dedicação exclusiva 
dos demais profi ssionais acima mencionados para o serviço de private, desde que as outras 
atividades ou funções desempenhadas não gerem confl ito de interesses com o referido serviço.
Código de Distribuição
137
Os demais profi ssionais do private que desempenharem a atividade de Distribuição de Produtos de 
Investimento, e que não estiverem enquadrados no percentual de 75% de gerentes de relacionamento 
certifi cados CFP®, estarão sujeitos ao disposto no código de certifi cação da Anbima.
As Instituições Participantes que decidirem prestar o serviço de private para seus 
investidores devem, previamente ao início da prestação, informar à Anbima que passarão 
a prestar esse serviço e demonstrar que cumpriram com as exigências previstas.
Transferência de Produtos de Investimento 
 OE 004.11.a - Entender e explicar as regras, os documentos e o processo de transferência 
de produtos de investimento.
É admitida a transferência de produtos de investimento de mesma titularidade, entre os distribuidores 
cedentes e cessionários, de posição de cotas de fundos e de custódia dos demais produtos de 
investimento.
Para a transferência ser realizada, o investidor deverá formalizar o pedido aos distribuidores 
cedentes, sendo recomendável que este pedido seja feito por meio eletrônico.
Os distribuidores cedentes, ao receberem o pedido do investidor de transferência dos produtos de 
investimento, deverão:
― assegurar que a identifi cação da titularidade das posições esteja correta, garantindo a 
origem da solicitação recebida e sua integridade;
― verifi car se há bloqueios judiciais, de crédito e de garantias que possam impedir a 
transferência; 
― informar ao custodiante origem sobre o pedido de transferência realizado pelo investidor 
e disponibilizar as informações do investidor que tiver acesso, exceto para fundos de 
investimento, suas classes e subclasses, conforme o caso;
― informar e justifi car ao investidor sobre eventual impossibilidade da transferência.
Os distribuidores cedentes devem informar ao investidor sobre qualquer atraso ou 
impossibilidade no processo de transferência.
A solicitação de transferência poderá ser recusada pelos distribuidores cedentes nas seguintes 
hipóteses: 
― bloqueio judicial e de garantias que possam impedir a transferência;
― desistência do investidor; 
Código de Distribuição
138
― inconsistência nas informações cadastrais; 
― não reconhecimento da posição;
― quando houver movimentações de resgates ainda não convertidas e liquidadas; e
― distribuidores cessionários não possuírem contrato com o administrador fi duciário do fundo.
Caso os distribuidores cessionários queiram recusar o pedido de transferência feito 
pelo investidor em situações diversas daquelas acima mencionadas, observadas suas 
regras internas, deverão avisar o investidor sobre a não aceitação.
Apuração dos Valores de Referência
 OE 004.12.a - Entender e explicar a apuração dos valores de investimento.
Os distribuidores devem implementar e manter em manual de apuração as normas, critérios e 
procedimentos para a apuração dos valores de referência de títulos públicos e privados detidos nas 
posições dos clientes que não integrem os fundos de investimento e/ou as carteiras administradas, 
devendo disponibilizá-los aos clientes por meio de extrato e/ou outro ambiente logado.
Os distribuidores devem manter em sua estrutura área responsável pela execução das atividades de 
apuração dos valores de referência, que seja:
― compatível com a natureza, porte e modelo de negócio, assim como com a complexidade 
dos títulos públicos e privados distribuídos;
― ser independente da mesa de operações e área comercial;e
― ter profi ssionais com qualifi cação técnica e experiência necessária para o exercício das 
atividades.
Os distribuidores são os responsáveis pela apuração, mas podem, sem prejuízo de sua 
responsabilidade, contratar terceiros devidamente qualifi cado para desempenhar tal 
atividade.
Sujeitam-se à apuração do valor de referência as debêntures, CRA, CRI e títulos públicos federais, exceto 
tesouro direto. Já os títulos públicos e privados que integrem os fundos e/ carteiras administradas 
devem seguir as normas de apreçamento dispostas nas Regras e Procedimentos do Código de 
Recursos de Terceiros.
Assim, a apuração dos valores de referência não se confunde com a atividade de 
apreçamento ou precifi cação, já que apenas busca, no âmbito da atividade de 
distribuição de produtos de investimento, nortear os clientes sobre os valores de 
mercado dos títulos públicos e privados que possuem.
Código de Distribuição
139
A apuração dos valores de referência deve ser norteada pelos seguintes princípios gerais:
― Comprometimento: os distribuidores devem estar comprometidos em garantir que os 
valores refl itam o valor mais atualizado e, na impossibilidade disso, despender seus 
melhores esforços para estimar o valor mais atualizado, pelo qual os títulos públicos e 
privados seriam efetivamente transacionados.
O valor de referência leva em consideração o risco de crédito e a duration dos títulos 
públicos e privados na data específi ca, mas não contempla aspectos referentes à 
garantia de sua liquidez, o que pode não necessariamente refl etir o preço que o título 
seria negociado. Sendo assim, os distribuidores devem incluir disclaimer (declaração) 
neste teor, no extrato e/ou outro ambiente logado, em que o valor de referência seja 
divulgado aos clientes.
― Consistência: os distribuidores não poderão adotar valores ou procedimentos de 
mensuração que sejam diversos quando se tratar de um mesmo título. 
― Equidade: o tratamento equitativo dos clientes deve ser o critério preponderante do 
processo de escolha de metodologia, fontes de dados ou qualquer decisão para a apuração 
de valores de referência de títulos públicos e privados; e 
― Objetividade: as informações de preços ou fatores a serem utilizados na apuração de 
valores de referência de títulos públicos e privados devem ser preferencialmente obtidas 
por fontes externas e independentes.
Os princípios devem ser usados como direcionadores para os valores de referência de 
títulos públicos e privados detidos nas posições dos clientes, devendo ser aplicados 
com coerência, de forma que a aplicação de um não inviabilize a aplicação de outro.
Os títulos públicos e privados devem ser apurados obrigatoriamente, à mercado, e no mínimo, 
mensalmente. Os distribuidores poderão realizar a apuração do valor de referência na curva do 
título mediante solicitação do cliente, desde que este seja considerado investidor qualifi cado e que 
encaminhe solicitação para realizar a alteração e apurar na curva com a taxa negociada na compra.
É vedada a utilização:
― apenas de formas estáticas baseadas em custo de aquisição, accrual (acumulação) do 
papel ou na taxa negociada na compra dos títulos públicos e privados para dar os valores 
de referência; e 
― de métodos alternativos baseados na formação de intervalos (bandas) em torno de uma 
média de taxas e valores ou quaisquer outros parâmetros de referência que não capturem 
as condições de mercado ou evitem refl etir eventuais volatilidades nos valores de referência 
dos títulos públicos e privados.
Código de Distribuição
140
Entretanto, é aceitável a utilização de bandas como insumo para observância e 
acompanhamento dos spreads de crédito.
São admitidos métodos alternativos baseados na defi nição de proxy, isto é, da hipótese utilizada, 
para apuração de valores de referência, devendo os distribuidores assegurarem a sua diligência na 
escolha dessa proxy, de modo a se obter a maior similaridade com os títulos públicos e privados, seus 
valores de referência e seus fatores de risco. 
Devem ser observados pelos distribuidores, a fi m de se identifi car a similaridade entre os títulos 
privados, em especial o risco de crédito, os seguintes parâmetros, no mínimo: 
― duration; 
― emissor; 
― indexador/tipo de remuneração;
― rating; e
― setor.
Fica a critério dos distribuidores defi nir a forma de priorização, utilização, combinação 
ou, ainda, a inclusão de outros parâmetros, desde que resulte na maior similaridade 
possível entre as proxies elegíveis, devendo detalhar no manual de apuração de 
valores de referência os critérios de utilização de parâmetros.
Os distribuidores devem usar, preferencialmente, como fonte de valores de referência para títulos 
públicos ou privados: 
― a taxa indicativa da Anbima e projeções dos índices de preços também divulgados por essa 
Associação;
― o preço único (PU) do título divulgado pela Anbima.
Recomenda-se, nas hipóteses em que a Anbima divulgue taxas e valores de referência de 
títulos públicos ou privados, que os distribuidores utilizem as taxas e os valores divulgados 
pela Associação. Caso os distribuidores concluam que a adoção das taxas e preços 
divulgados pela Anbima possa resultar em informações distorcidas ou inadequadas, poderá 
utilizar outras fontes, desde que deixe claro no extrato as fontes de taxas e preços utilizadas.
Distribuição de Fundos de Investimento
 OE 004.13.a - Entender, interpretar e explicar o processo de distribuição de Fundos 
de Investimentos e suas características, incluído a distribuição direta de produtos de 
investimento e a distribuição por conta e ordem.
Código de Distribuição
141
Divulgação de informações 
Os distribuidores devem disponibilizar em seus sites na internet, ou em canais alternativos, seção 
exclusiva sobre os fundos, suas classes e subclasses, conforme o caso, contendo, no mínimo, as 
seguintes informações: 
― política de investimento; 
― classifi cação de risco; 
― condições de aplicação, amortização (se for o caso) e resgate (cotização); 
― limites mínimos e máximos de investimento e valores mínimos para movimentação e 
permanência; 
― taxa de administração, de performance e demais taxas, se houver; 
― rentabilidade; 
― avisos obrigatórios; e 
― referência ao local de acesso aos documentos do fundo, classes e subclasses, conforme o 
caso, com explicitação do canal destinado ao atendimento a clientes. 
Sem prejuízo de suas responsabilidades, os distribuidores podem disponibilizar as 
informações exigidas por meio de seu próprio site ou em canais alternativos, ou por 
meio de link para os sites dos administradores fi duciários e/ou gestores de recursos 
dos fundos distribuídos que contenham as informações.
A exigências acima dispostas aplica-se às classes de fundos:
― constituídas sob o regime aberto; 
― que não sejam exclusivas; e 
― que não sejam objeto de oferta pública pelos distribuidores.
Os distribuidores devem disponibilizar aos clientes os documentos obrigatórios dos 
fundos, suas classes e subclasses, conforme o caso e de acordo com o exigido pela 
regulação.
Distribuição por conta e ordem 
Os distribuidores podem realizar a distribuição e subscrição de cotas de fundos por conta e ordem 
de seus clientes. Para a adoção do procedimento, os administradores fi duciários dos fundos e 
os distribuidores devem estabelecer, por escrito, a obrigação deste último de manter registro 
complementar de cotistas, específi co para cada classe e, se houver, subclasse de cotas, em que 
ocorra tal modalidade, de forma que: 
Código de Distribuição
142
― a titularidade das cotas seja inscrita no registro em nome dos clientes, atribuindo a cada 
cotista um código de cliente, sendo informado tal código aos administradores fi duciários; e
― os administradores fi duciários ou as instituições contratadas para realizarem a escrituração 
de cotas deve inscrevê-las no registro de cotistas da classe e, se houver, subclassede cotas, 
adotando, na identifi cação do titular, o nome dos distribuidores por conta e ordem, acrescido 
do código de investidor fornecido que identifi ca o cotista no registro complementar.
Os distribuidores por conta e ordem devem estar autorizados a prestar os serviços de escrituração de 
valores mobiliários, nos termos de norma específi ca, ou providenciar o depósito das cotas em central 
depositária de valores mobiliários ou seu registro em mercado organizado, de modo a possibilitar a 
identifi cação do cotista efetivo.
As aplicações, amortizações e resgates realizados por meio de distribuidores por conta e ordem devem 
ser efetuados de forma segregada, de modo que os bens e direitos integrantes do patrimônio de cada 
um dos clientes, bem como seus frutos e rendimentos, não se comuniquem entre si ou com o patrimônio 
dos distribuidores.
Os bens e direitos de clientes não respondem direta ou indiretamente por qualquer 
obrigação dos distribuidores por conta e ordem, sendo vedado aos distribuidores deles 
dispor sem prévio consentimento do cliente.
Os distribuidores que estejam atuando por conta e ordem de clientes assumem todos os ônus e 
responsabilidades relacionadas aos clientes, inclusive quanto a seu cadastramento, identifi cação e 
demais procedimentos que caberiam, originalmente, aos administradores fi duciários, inclusive quanto 
à responsabilidade, dentre outras, de dar ciência aos cotistas que a distribuição é feita por conta e 
ordem.
Os distribuidores que estiverem atuando por conta e ordem de clientes devem diligenciar para que os 
administradores fi duciários disponibilizem, por meio eletrônico, os seguintes documentos:
― nota de investimento que ateste a efetiva realização do investimento a cada nova aplicação 
realizada por seus clientes, em até cinco dias da data de sua realização; e 
― mensalmente, extratos individualizados de seus clientes, em até dez dias após o fi nal do 
mês anterior, que deve informar o valor atualizado da posição do cliente em cada classe e, 
se for o caso, subclasse de cotas.
Os distribuidores e os gestores que estiverem atuando por conta e ordem podem 
adotar medidas adicionais as acima defi nidas com o objetivo de fornecer ao cliente 
a segurança necessária de que o investimento foi realizado nos termos por ele 
demandados.
143
Legislação e regulamentação correlata: Lei nº 9.613/1998, Lei nº 13.260/2016, Lei nº 13.810/2019, Lei 
nº 13.794/2020, Decreto nº 154/1991, Decreto nº 5.640/2005, Circular Bacen nº 3.858/2017, Circular 
Bacen nº 3.942/2019, Circular Bacen nº 3.978/2020, Carta Circular Bacen nº 4.001/2020 e Resolução 
CVM nº 50/2021.
 OE 006.01.a - Entender e explicar o que caracteriza a lavagem de dinheiro e suas fases. 
Conhecer a legislação e a regulamentação vigente.
A lavagem de dinheiro constitui um conjunto de operações comerciais ou fi nanceiras que buscam 
incorporar na economia de cada país os recursos, bens e serviços que se originam de atos ilícitos.
Ela é um processo dinâmico que ocorre em três etapas independentes, mas que, com frequência, 
ocorrem simultaneamente.
Para difi cultar a identifi cação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofi sticadas 
e cada vez mais dinâmicas, como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema fi nanceiro 
e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
— Colocação ou omissão: é a primeira etapa do processo. Com o objetivo de ocultar sua 
origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas 
ou que possuem um sistema fi nanceiro mais liberal.
Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação, 
Ocultação e Integração
A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou 
de bens.
ETAPAS – LAVAGEM DE DINHEIRO
21 3
Cobertura 
ou 
ocultação
Colocação 
ou
omissão
Integração
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
144
O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de 
investigações sobre a origem do dinheiro.
As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam investir em 
empreendimentos que facilitem suas atividades.
Os criminosos buscam movimentar o dinheiro de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas 
anônimas — preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário — ou realizando 
depósitos em contas “fantasmas”.
— Integração: nesta última etapa os ativos são incorporados formalmente ao sistema 
econômico. 
Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
— Cobertura ou ocultação: é a segunda etapa do processo. Consiste em difi cultar o 
rastreamento contábil dos recursos ilícitos.
Lei nº 9.613/1998
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, a prevenção da 
utilização do sistema fi nanceiro para tais ilícitos e cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras 
(Coaf) como parte do Ministério da Fazenda, além de outras providências.
Segundo a lei, sujeitam-se às obrigações relativas à prevenção e ao combate à lavagem de dinheiro as 
pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal 
ou acessória, cumulativamente ou não: 
I. a captação, a intermediação e a aplicação de recursos fi nanceiros de terceiros, em moeda 
nacional ou estrangeira;
II. a compra e a venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo fi nanceiro ou instrumento 
cambial;
III. a custódia, a emissão, a distribuição, a liquidação, a negociação, a intermediação ou a 
administração de títulos ou valores mobiliários.
Quem Está Sujeito à Lei e à Regulamentação
 OE 006.02.a - Indicar as pessoas sujeitas ao mecanismo de controle da lei, incluindo os 
gestores de fundos de investimento e entender as responsabilidades dos profi ssionais 
e das instituições fi nanceiras e não fi nanceiras.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
145
Identifi cação dos Clientes e Manutenção dos 
Registros
 OE 006.03.a - Entender os mecanismos e as necessidades da identifi cação dos clientes 
e manutenção de registros conforme a lei de lavagem de dinheiro. 
Lei nº 9.613/1998
Determina que o Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas 
e clientes de instituições fi nanceiras, bem como de seus procuradores.
São ainda relacionadas como sujeitas às obrigações de prevenção e combate à lavagem de dinheiro 
entidades como bolsas, seguradoras, administradora de cartões, empresas de leasing, factoring, 
lotéricas, guarda e transportes de valores, juntas comerciais e registros públicos, assim como pessoas 
físicas e jurídicas que comercializem imóveis ou bens valiosos, ou ainda que exerçam atividades 
relacionadas a feiras, eventos ou transferências de atletas, além das dependências no exterior, com 
matrizes de tais entidades no Brasil, relativamente a residentes no país.
Circular Bacen nº 3.978/2020
Política de PLDFT e Governança
As instituições fi nanceiras devem implementar e manter política formulada com base em princípios 
e diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de dinheiro e de 
fi nanciamento do terrorismo, devendo essa política ser compatível com os perfi s de risco:
— dos clientes; 
— da instituição;
— das operações, transações, produtos e serviços; e
— dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
As instituições acima referidas devem indicar formalmente ao Banco Central do Brasil diretor 
responsável pelo cumprimento das obrigações de PLDFT, podendo tal diretor desempenhar outras 
funções na instituição, desde que não haja confl ito de interesses.
Identifi cação, qualifi cação e classifi cação dos clientes
As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem implementar procedimentos destinados 
a conhecer seus clientes, incluindo aqueles que assegurem a devida diligência na sua identifi cação, 
qualificação e classifi cação, sendo compatíveis com:
I. o perfi l de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes classifi cados 
em categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de risco;
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
146
II. a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao fi nanciamento do terrorismo; e
III. a avaliação interna de risco.
As instituições acima referidas devem adotar procedimentos de identifi cação que permitam verifi car 
e validar a identidade do cliente, abrangendo a obtenção, a verifi cação e a validação da autenticidade 
dessas informações, inclusive, se necessário, mediante confrontação com as disponíveis em bancos 
de dados de caráter público e privado.
No processo de identifi cação do cliente devem ser coletados, no mínimo:
I. o nome completo e o número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no caso de 
pessoa natural; e
II. a fi rma ou denominação social e o número de registro no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.
 OE 006.03.b - Analisar a capacidade fi nanceira do cliente como prevenção e combate 
aos crimes de lavagem de dinheiro e fi nanciamento ao terrorismo.
As instituições devem adotar procedimentos que permitam qualifi car seus clientes por meio da coleta, 
verifi cação e validação de informações, compatíveis com o perfi l de risco do cliente e com a natureza 
da relação de negócio, de forma a identifi car o local da residência, sede ou fi lial e avaliar a capacidade 
fi nanceira do cliente, incluindo a renda, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de 
pessoa jurídica.
A cadeia de participação societária deve ser analisada até a identifi cação da pessoa natural 
caracterizada como beneficiário final da pessoa jurídica. O valor mínimo de referência de 
participação societária para tal caracterização deve ser estabelecido com base no risco e não pode 
ser superior a 25%, considerada, em qualquer caso, a participação direta e a indireta. É também 
considerado benefi ciário fi nal o representante, inclusive o procurador e o preposto, que exerça o 
comando de fato sobre as atividades da pessoa jurídica.
Os procedimentos de qualifi cação devem incluir a verifi cação da condição do cliente como pessoa 
exposta politicamente, bem como a verifi cação da condição de representante, familiar ou estreito 
colaborador dessas pessoas.
As instituições devem classifi car seus clientes nas categorias de risco defi nidas na avaliação interna 
de risco, com base nas informações obtidas na qualifi cação do cliente, sendo realizada em função do 
perfi l de risco do cliente e da natureza da relação de negócio. A classifi cação deve ser revista sempre 
que houver alterações no perfi l ou na natureza.
A análise do benefi ciário fi nal não é aplicável a companhias abertas, entidades sem 
fi ns lucrativos, cooperativas, investidores não residentes específi cos, além de fundos 
e clubes de investimentos que atendam a determinados requisitos. 
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
147
Registro de operações
As instituições devem manter registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços 
contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e transferências de 
recursos, contendo, no mínimo, as seguintes informações sobre cada operação:
Residente no Brasil Residente no exterior
Pessoa natural
I. tipo;
II. valor, quando aplicável;
III. data de realização;
IV. nome e número de inscrição 
no CPF ou no CNPJ do titular e do 
benefi ciário da operação; e
V. canal utilizado.
I. nome;
II. tipo e número do documento de viagem e 
respectivo país emissor; e
III. organismo internacional de que seja 
representante para o exercício de funções 
específi cas no país, quando for o caso.
Pessoa jurídica
I. nome da empresa; e
II. número de identifi cação ou de registro da 
empresa no respectivo país de origem.
No caso de operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por meio 
de qualquer instrumento, as instituições devem incluir nos registros as informações necessárias à 
identifi cação da origem e do destino dos recursos.
No caso de operações com utilização de recursos em espécie de valor individual superior a R$ 2.000,00, 
as instituições devem incluir no registro o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador 
dos recursos. 
No caso de operações de depósito em espécie ou saque, inclusive as realizadas por meio de cheque 
ou ordem de pagamento, de valor individual igual ou superior a R$ 50.000,00, as instituições devem 
incluir no registro:
I. o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do 
proprietário ou destinatário dos recursos; 
II. o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos;
III. a fi nalidade do saque ou a origem dos recursos depositados; e
IV. o número do protocolo da solicitação de provisionamento, quando se tratar de saque.
As instituições devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de provisionamento 
com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das operações de saque, inclusive as realizadas por 
meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a R$ 50.000,00.
Na hipótese de recusa do cliente ou do portador dos recursos em prestar a informação sobre a 
origem ou destinação dos recursos, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação nos 
procedimentos de monitoramento, seleção e análise.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
148
Comunicação de Operações Financeiras ao Coaf
 OE 006.04.a – Entender a necessidade e procedimentos de Comunicação de Operações 
Financeiras.
As pessoas sujeitas às obrigações relativas à prevenção e ao combate à Lavagem de Dinheiro deverão 
comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), abstendo-se de dar ciência de 
tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela da qual se refi ra a informação, no prazo de 24 horas:
I. a proposta ou realização de transações em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores 
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em 
dinheiro que ultrapassar limite fi xado pela autoridade competente;
II. operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, 
possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nessa Lei, ou com eles 
relacionar-se.
Lei nº 9.613/1998
Divulga a relação de operações e situações que podem confi gurar indícios de ocorrência dos crimes 
de LDFT passíveis de comunicação ao Coaf por parte das instituições autorizadas a funcionar pelo 
Bacen, sendo que as operações especifi cadas são abrangidas pelas seguintes situações: 
I. operações em espécie em moeda nacional com a utilização de contas de depósitos ou de 
contas de pagamento;
II. operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda estrangeira e cheques de viagem;
III. identifi cação e qualifi cação de clientes;
IV. movimentação de contas de depósito e de contas de pagamento em moeda nacional;
V. operações de investimento no país;
VI. operações de crédito no país;
VII. movimentação de recursos oriundos de contratos com o setor público;
VIII. consórcios;
IX. pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com o fi nanciamento ao terrorismo e a 
proliferação de armas de destruição em massa;
X. atividades internacionais;
XI. operações de crédito contratadas no exterior;
Carta Circular Bacen nº 4.001/2020
Os registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados devem ser conservados 
e mantidos à disposição do Bacen pelo período mínimo de 10 (dez) anos, contados a partir do primeiro 
dia do ano seguinte ao da realização da operação.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
149
 OE 006.04.b - Entender e interpretar quais operações fi nanceiras confi guram indícios de 
ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro e fi nanciamento ao terrorismo e como é 
realizada a comunicaçãodessas operações. 
As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem comunicar ao Coaf sem dar ciência aos 
envolvidos ou a terceiros:
I. as operações ou situações suspeitas de lavagem de dinheiro e de fi nanciamento do 
terrorismo;
II. as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor igual ou 
superior a R$ 50 mil;
III. as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por meio 
de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$ 50 
mil; e
IV. a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior a R$ 50 mil.
As comunicações devem especifi car, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunicação:
I. é pessoa exposta politicamente ou representante, familiar ou estreito colaborador dessa 
pessoa;
II. é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha intentado praticar atos terroristas ou 
deles participado ou facilitado o seu cometimento e, sendo o caso, se possui ou controla, 
direta ou indiretamente, recursos na instituição.
Circular Bacen nº 3.978/2020
XII. funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados;
XIII. bens não de uso (BNDU) e outros ativos não fi nanceiros;
XIV. movimentação de contas correntes em moeda estrangeira (CCME); e
XV. operações realizadas em municípios localizados em regiões de risco.
Cumprimento de Sanções de Indisponibilidade de 
Ativos Impostas por Resoluções do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas (CSNU)
 OE 006.05.a - Entender e interpretar as obrigações de cumprimento de sanções de 
indisponibilidade de ativos impostas por resoluções do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas – CSNU.
Dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de ativos de pessoas naturais e jurídicas e de 
Lei nº 13.810/2019
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
150
Estabelece procedimentos para a execução pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen 
das medidas determinadas pela Lei nº 13.810/2019, determinando o cumprimento imediato das 
medidas estabelecidas nas resoluções do CSNU ou as designações de seus comitês de sanções que 
determinem a indisponibilidade de ativos de titularidade, direta ou indireta, de pessoas naturais, de 
pessoas jurídicas ou de entidades.
As instituições acima mencionadas devem monitorar as determinações de indisponibilidade, bem 
como eventuais informações a serem observadas para o seu atendimento, visando ao seu cumprimento 
imediato, independentemente da comunicação do Bacen. Recebida tal comunicação, caberá às 
instituições verifi car se já foram adotadas de imediato as providências correspondentes e adotá-las, 
caso necessário.
Resolução BCB 44/2020
entidades, e a designação nacional de pessoas investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu 
fi nanciamento ou de atos a ele correlacionados.
A indisponibilidade de ativos, que consiste na proibição de transferir, converter, trasladar, disponibilizar 
ativos ou deles dispor, direta ou indiretamente, ocorrerá nas seguintes hipóteses:
I. por execução de resoluções do CSNU, assim como por designações de seus comitês de 
sanções; ou
II. a requerimento de autoridade central estrangeira, desde que o pedido de indisponibilidade 
esteja de acordo com os princípios legais aplicáveis e apresente fundamentos objetivos 
para exclusivamente atender aos critérios de designação estabelecidos em resoluções do 
CSNU.
A indisponibilidade de ativos não constitui a perda do direito de propriedade.
As resoluções sancionatórias do CSNU são dotadas de executoriedade imediata no Brasil.
É vedado a todos os brasileiros, residentes ou não, ou a pessoas naturais, pessoas jurídicas ou 
entidades em território brasileiro, descumprir, por ação ou omissão, sanções impostas por resoluções 
do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou por designações de seus comitês de sanções, em 
benefício de pessoas naturais, pessoas jurídicas ou entidades sancionadas, inclusive para disponibilizar 
ativos, direta ou indiretamente, em favor dessas pessoas ou entidades.
As pessoas naturais e jurídicas sujeitas às obrigações de PLD, conforme Lei nº 9.613/1998, cumprirão, 
sem demora e sem prévio aviso aos sancionados, as resoluções do CSNU que determinem a 
indisponibilidade de ativos de titularidade, direta ou indireta, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas 
ou de entidades submetidas a sanções decorrentes de tais resoluções, na forma e nas condições 
defi nidas por seu órgão regulador ou fi scalizador.
A indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua transferência relacionadas às pessoas naturais, 
às pessoas jurídicas ou às entidades sancionadas por resolução do CSNU serão comunicadas ao 
Ministério da Justiça e Segurança Pública, aos órgãos reguladores ou fi scalizadores das pessoas 
naturais ou das pessoas jurídicas de que trata a Lei nº 9.613/1998 e ao Conselho de Controle de 
Atividades Financeiras (Coaf). 
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
151
Organismos Nacionais e de Cooperação Internacional
 OE 006.06.a - Identifi car e interpretar as políticas e os procedimentos de prevenção 
e combate ao crime de lavagem de dinheiro. Identifi car os organismos nacionais e 
de cooperação internacional. Entender a Convenção de Viena, o Decreto nº 154/91, a 
Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo, o Decreto 
nº 5.640/05 e a atuação do Grupo de Ação Financeira – GAFI.
Tais instituições devem comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua 
transferência relacionadas às pessoas naturais, às pessoas jurídicas ou às entidades sancionadas por 
resolução do CSNU ao:
I. Banco Central do Brasil;
II. Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); e
III. Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A Convenção das Nações Unidas contra o Tráfi co de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, 
ocorrida em Viena em dezembro de 1988 e promulgada no Brasil pelo Decreto nº 154/1991, criminaliza 
a lavagem de dinheiro (apesar de não usar expressamente essa denominação), estabelecendo critérios 
para a privação das organizações criminosas ligadas ao tráfi co de entorpecentes do produto de suas 
atividades ilícitas. Além disso, ela também estabelece as bases da cooperação jurídica internacional e 
introduz a possibilidade da inversão do ônus da prova.
Convenção de Viena
Realizada em Nova York em 1999 e promulgada no Brasil pelo Decreto nº 5.640/2005, estabeleceu 
novas linhas estratégicas, principalmente voltadas para a supressão das fontes fi nanceiras e criação 
de mecanismos para rastrear e difi cultar a movimentação de recursos fi nanceiros de organizações 
terroristas. Suas diretrizes foram incorporadas no âmbito da Lei nº 13.260/2016, que disciplina o crime 
de terrorismo, trata de disposições investigatórias e processuais e reformula o conceito de organização 
terrorista. 
Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do 
Terrorismo
Entidade intergovernamental criada em 1989 pelos ministros de seus estados-membros. Sua 
composição engloba 35 países e territórios, dentre eles o Brasil, admitido como membro efetivo no 
ano de 2000, além de duas organizações regionais. Seus objetivos são o desenvolvimento de padrões 
e a promoção da efetiva aplicação das medidas legislativas, regulamentares e operacionais contra a 
lavagem de dinheiro, o fi nanciamento do terrorismo, a proliferação de armas de destruição em massa 
e outras ameaças à integridade do sistema fi nanceiro internacional. 
Grupo de Ação Financeira (GAFI)
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
152
O Coaf é o órgão que desempenha papel central no sistema nacional de PLD. Enquanto Unidade 
de Inteligência Financeira do governo brasileiro, tem a incumbência legal de receber e analisar as 
comunicações suspeitas oriundas dos segmentos econômicos elencados na Lei nº 9.613/1998, 
atuando ainda como supervisordas pessoas obrigadas que não possuem um supervisor próprio. 
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
Em colaboração com outros atores internacionais, o GAFI também identifi ca vulnerabilidades, em âmbito 
nacional, que possam permitir o uso do sistema fi nanceiro internacional para fi ns ilícitos. Nesse sentido, 
o GAFI desenvolveu uma série de recomendações reconhecidas como o padrão internacional para 
combater a lavagem de dinheiro, o fi nanciamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição 
em massa. Publicadas em 1990, as 40 Recomendações do GAFI são recorrentemente revisadas para 
garantir que continuem relevantes, atualizadas e em condições de aplicação por todos os países do 
mundo. Nesse sentido, cabe ressaltar que a Lei nº 9.613/1998 seguiu modelo sugerido pelo GAFI.
Considerando as diferenças entre os sistemas legais, administrativos e operacionais de cada país, as 
recomendações do GAFI devem ser aplicadas por meio de medidas adaptadas às suas circunstâncias 
particulares, mas que se revelem essenciais para:
I. identifi car os riscos e desenvolver políticas de coordenação doméstica, baseadas nos riscos;
II. intensifi car o combate à lavagem de dinheiro, ao fi nanciamento do terrorismo e da 
proliferação de armas de destruição em massa;
III. aplicar medidas preventivas para setores mais propícios à lavagem de dinheiro;
IV. estabelecer medidas institucionais de reforço a poderes e responsabilidades das 
autoridades que atuam no combate à lavagem de dinheiro;
V. aumentar a transparência e disponibilidade das informações de propriedade de pessoas 
jurídicas e outras estruturas; e
VI. facilitar a cooperação internacional.
Apesar de suas recomendações não possuírem a ideia de obrigatoriedade, o GAFI acompanha, 
por meio de mecanismos de autoavaliação e avaliação mútua, os progressos realizados por seus 
países-membros na implementação de medidas destinadas ao combate à lavagem de dinheiro, ao 
fi nanciamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa. Caso determinado 
país não atenda aos padrões estabelecidos pelo GAFI, passa a fazer parte de uma espécie de “lista 
negra”. Em consequência, qualquer transferência fi nanceira internacional de tal país estará sujeita ao 
escrutínio dos demais países envolvidos. Persistindo a avaliação negativa, o GAFI pode determinar 
contramedidas a serem aplicadas contra o país listado.
Lei nº 13.974 /2020
O Coaf dispõe de autonomia técnica e operacional, atua em todo o território nacional e vincula-se 
administrativamente ao Banco Central do Brasil.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
153
Aplicação do Princípio “conheça seu cliente”
 OE 006.07.a - Conhecer a função do cadastro e as implicações de um cadastro 
desatualizado. 
Função do cadastro
O cadastro de clientes é uma atividade relacionada ao registro e à análise das informações e documentos 
de identifi cação de clientes com os quais a instituição mantém relacionamento, por meio dos serviços e 
produtos fi nanceiros, vinculados ou não à conta corrente ou de investimento dentro da instituição.
É uma atividade que requer atenção na organização e no funcionamento, tendo em vista sua condição 
de responsável pela análise e avaliação da qualidade dos documentos, se são sufi cientes para análise, 
e das informações de identifi cação dos clientes, constituindo-se a partir da contínua, sistemática e 
legalmente exigida atualização de dados a partir de bases seguras e confi áveis.
Assim sendo, o cadastro de clientes é elemento chave para fi ns de PLDFT e, em razão desta importância, 
trata-se de uma atividade sempre presente nos normativos que regem o assunto.
O princípio “conheça seu cliente” como forma de proteção da 
instituição fi nanceira e do profi ssional
 OE 006.07.b - Entender e explicar a importância da aplicação do princípio “conheça seu 
cliente” como forma de proteção da instituição fi nanceira e do profi ssional, a função da 
atualização do cadastro e as implicações em caso do descumprimento da norma.
O princípio “conheça seu cliente” originou-se de uma recomendação do Comitê de Basiléia, na qual 
os bancos devem estabelecer um conjunto de regras e procedimentos bem defi nidos com o objetivo 
de “conhecer seu cliente, buscando identifi car e conhecer a origem e constituição do seu patrimônio 
e recursos fi nanceiros”.
Trata-se de um elemento crítico na administração dos riscos inerentes à PLDFT, pois a aplicação de uma 
adequada política de conhecer o cliente ajuda a proteger a reputação e a integridade das instituições 
fi nanceiras e do mercado de valores mobiliários, assim como de seus profi ssionais, reduzindo a 
possibilidade dessas entidades se tornarem veículos ou vítimas de crimes relacionados à LDFT.
Compete ao Coaf, em todo o território nacional, sem prejuízo das atribuições estabelecidas na 
legislação em vigor:
I. produzir e gerir informações de inteligência fi nanceira para a prevenção e o combate à 
lavagem de dinheiro; e
II. promover a interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e 
internacionais que tenham conexão com suas atividades.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
154
Pessoa Exposta Politicamente (PEP)
 OE 006.07.c – Defi nir e elencar as Pessoas Expostas Politicamente (PEP).
Segundo o Anexo A da Resolução CVM nº 50/21, consideram-se pessoas expostas politicamente:
I. os detentores de mandatos eletivos dos poderes executivo e legislativo da União;
II. os ocupantes de cargo, no poder executivo da União, de:
a) Ministro de Estado ou equiparado;
b) natureza especial ou equivalente;
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração 
pública indireta; e 
d) grupo direção e assessoramento superior – DAS, nível 6, ou equivalente.
III. os membros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais 
Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais;
IV. o Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador Geral da 
Justiça Militar e os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;
V. os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador-Geral do Ministério Público 
junto ao Tribunal de Contas da União;
VI. os presidentes e tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos;
VII. os governadores e secretários de Estado e do Distrito Federal, os deputados estaduais 
e distritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pública 
indireta estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Militares, de Contas ou 
equivalente de Estado e do Distrito Federal;
VIII. os prefeitos, vereadores, presidentes de tribunais de contas ou equivalente dos municípios.
Também são consideradas pessoas expostas politicamente aquelas que, no exterior, sejam:
I. chefes de estado ou de governo;
II. políticos de escalões superiores;
III. ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores;
IV. ofi ciais generais e membros de escalões superiores do poder judiciário;
V. executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou
VI. dirigentes de partidos políticos.
Ademais, também são consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões 
superiores de entidades de direito internacional público ou privado.
A condição de pessoa exposta politicamente perdura até 5 (cinco) anos contados da data em que a 
pessoa deixou de se enquadrar como tal.
Para fi ns do aqui disposto, são considerados:
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
155
I. familiares: os parentes, na linha direta, até o segundo grau, o cônjuge, o companheiro, a 
companheira, o enteado e a enteada; e
II. estreitos colaboradores:
a) pessoas naturais que são conhecidas por terem sociedade ou propriedade conjunta 
com pessoas jurídicas de direito privado ou em arranjos sem personalidade jurídica, 
que fi gurem como mandatárias, ainda que por instrumento particular, ou possuam 
qualquer outro tipo de estreita relação deconhecimento público com uma pessoa 
exposta politicamente; e
b) pessoas naturais que têm o controle de pessoas jurídicas de direito privado ou 
em arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido criados para o 
benefício de uma pessoa exposta politicamente.
Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, 
Parceiros e Prestadores de Serviços Terceirizados
 OE 006.08.a - Entender e explicar a importância dos procedimentos destinados a 
conhecer funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados da instituição 
fi nanceira. Entender e interpretar os procedimentos mínimos aplicáveis.
Os criminosos que se ocupam da prática de lavagem de dinheiro e fi nanciamento ao terrorismo 
tendem a dispender quantias signifi cativas em tentativas de corromper os funcionários, parceiros ou 
prestadores de serviços terceirizados em instituições visando ao afrouxamento dos controles.
Sendo assim, devem ser estabelecidos procedimentos que possuam como objetivo proporcionar um 
adequado conhecimento dos funcionários que trabalham nas instituições autorizadas a funcionar pelo 
Bacen, assim como das pessoas sujeitas às obrigações de PLDFT no âmbito do mercado de valores 
mobiliários.
Esse conhecimento, que se inicia com a contratação do funcionário, deve continuar com os treinamentos 
e programas PLDFT, reforçados com a aplicação regular de questionários relacionados à Ética, às 
Normas de Conduta e aos Investimentos Pessoais.
Circular Bacen nº 3.978/2020
As instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen devem implementar procedimentos destinados 
a conhecer seus funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo 
procedimentos de identifi cação e qualifi cação, que devem ser compatíveis com a política de PLDFT 
e a avaliação interna de risco.
As instituições mencionadas devem classifi car as atividades exercidas por seus funcionários, parceiros 
e prestadores de serviços terceirizados nas categorias de risco defi nidas na avaliação interna de risco.
As informações relativas aos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados devem 
ser mantidas atualizadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem mudança de 
classifi cação nas categorias de risco.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
156
Penalidades, Multas, Efeitos e Responsabilidade 
Administrativa 
Lei nº 9.613/1998
Penalidades, multas e efeitos
 OE 006.09.a - Defi nir as responsabilidades administrativas e as penalidades pela não 
existência de políticas e procedimentos de PLD.
O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei nº 9.613/98 obedecem ao procedimento 
comum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular, independendo do 
processo e julgamento dos crimes antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao 
juiz competente a decisão sobre a unidade de processo e julgamento. 
Entretanto, a competência acima mencionada é da Justiça Federal quando:
I. o crime for praticado contra o sistema fi nanceiro e a ordem econômico-
fi nanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas; ou
II. quando infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de 
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, constitui infração penal.
Pena: reclusão de 3 a 10 anos e multa. 
A pena será aumentada de um a dois terços se os crimes defi nidos nesta Lei forem cometidos de 
forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, 
facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de 
direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando 
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identifi cação dos autores, coautores 
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
São efeitos da condenação pelos crimes de lavagem de dinheiro, além dos previstos no Código Penal:
I. a perda, em favor da União — e dos Estados, nos casos de competência da Justiça Estadual 
—, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos 
crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fi ança, ressalvado o 
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; e 
II. a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de 
membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas sujeitas às 
obrigações de PLD, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Prevenção à Lavagem de Dinheiro
157
Responsabilidade administrativa
Serão aplicadas pelas autoridades competentes às pessoas sujeitas às obrigações de PLDFT, bem 
como aos administradores das pessoas jurídicas que deixem de cumprir as obrigações previstas, 
cumulativamente ou não, as seguintes sanções:
I. advertência;
II. multa pecuniária variável não superior:
a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da 
operação; ou
c) ao valor de R$ 20 milhões;
III. inabilitação temporária, pelo prazo de até 10 (dez) anos, para o exercício do cargo de 
administrador das pessoas sujeitas às obrigações de PLDFT;
IV. cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou 
funcionamento.
Lei nº 13.260/2016
Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter em depósito, solicitar, investir, de qualquer modo, 
direta ou indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou serviços de qualquer natureza, para 
o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes previstos na Lei:
Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.
Incorre na mesma pena quem oferecer ou receber, obtiver, guardar, mantiver em depósito, solicitar, 
investir ou de qualquer modo contribuir para a obtenção de ativo, bem ou recurso fi nanceiro, com 
a fi nalidade de fi nanciar, total ou parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, associação, entidade 
ou organização criminosa que tenha como atividade principal ou secundária, mesmo em caráter 
eventual, a prática dos crimes previstos na Lei.
Salvo quando for elementar da prática de qualquer crime previsto nesta Lei, se de algum deles 
resultar lesão corporal grave, aumenta-se a pena em um terço, se resultar morte, aumenta-se a pena 
na metade.
158
Prevenção à Lavagem de Dinheiro, ao 
Financiamento do Terrorismo e ao Financiamento 
da Proliferação de Armas de Destruição em Massa 
(PLD-FTP)
Lavagem de Dinheiro nos Mercados 
Organizados
Legislação, âmbito e fi nalidade
O Grupo de Ação Financeira (GAFI) é uma entidade intergovernamental, criada em 1989. Sua 
composição engloba 35 países e territórios, dentre eles o Brasil, admitido como membro efetivo no 
ano 2000. 
O GAFI atua visando ao desenvolvimento de padrões e à promoção da efetiva aplicação das medidas 
legislativas, regulamentares e operacionais contra a lavagem de dinheiro, o fi nanciamento do terrorismo, 
a proliferação de armas de destruição em massa e outras ameaças à integridade do sistema fi nanceiro 
internacional.
Seguindo os padrões do GAFI, a Comissão de Valores Mobiliários emitiu a Resolução CVM nº 50/21, que 
dispõe sobre a prevenção à lavagem de dinheiro, ao fi nanciamento do terrorismo e ao fi nanciamento 
da proliferação de armas de destruição em massa (PLD/FTP) no âmbito do mercado de valores 
mobiliários. São pessoas que estão sujeitas às obrigações ali previstas, no limite de suas atribuições:
I. as pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em caráter 
permanente ou eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia, intermediação 
ou administração de carteiras;
II. as entidades administradorasde mercados organizados e as entidades operadoras de 
infraestrutura do mercado fi nanceiro;
 OE 375.01.a - Conhecer quem está sujeito às obrigações descritas na legislação que 
dispõe sobre a prevenção à lavagem de dinheiro no âmbito do mercado de valores 
mobiliários.
A bolsa de valores, a câmara de compensação, a central depositária, os 
escrituradores, os agentes de custódia e as entidades do mercado de valores 
mobiliários estão abrangidos na Resolução CVM 50/21 e, por conseguinte, estão 
sujeitos às obrigações de PLD/FTP.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
159
III. as demais pessoas referidas em regulamentação específi ca que prestem serviços no 
mercado de valores mobiliários, incluindo:
a) os escrituradores;
b) os consultores de valores mobiliários;
c) as agências de classifi cação de risco;
d) os representantes de investidores não residentes; e
e) as companhias securitizadoras.
IV. os auditores independentes no âmbito do mercado de valores mobiliários.
Ademais, as entidades do mercado de valores mobiliários devem submeter os Assessores de 
Investimentos (AI), com quem mantêm vínculo, às suas políticas de PLD/FTP, assim como às regras, 
aos procedimentos e aos controles internos a elas relacionados.
Por outro lado, a Resolução CVM nº 50/21 não se aplica aos analistas de valores mobiliários e às 
companhias abertas, desde que não exerçam as atividades acima elencadas.
Já as instituições fi nanceiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central estão sujeitas à Circular 
Bacen nº 3978/20, que dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles internos, visando à 
prevenção da utilização do sistema fi nanceiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de 
bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613/98, assim como do fi nanciamento ao terrorismo, 
previsto na Lei nº 13.260/16.
As corretoras e distribuidoras, tanto por atuarem no mercado de valores mobiliários, 
quanto por serem autorizadas a funcionar pelo Bacen, devem observar a Resolução 
CVM nº 50/21 e a Circular Bacen nº 3978/20.
Abordagem Baseada em Risco (ABR)
 OE 375.01.b - Entender e interpretar o conceito de abordagem baseada em risco para 
a PLD/FTP. 
A Abordagem Baseada em Risco (ABR), recomendada pelo GAFI aos países-membros desde 2012, 
visa fortalecer o sistema de PLD/FTP. Nesse conceito, os próprios países passam a ter que identifi car, 
avaliar e compreender os riscos de lavagem a que estão expostos, bem como adotar planos de ação 
para mitigação desses riscos e acompanhar a efetividade dessas ações.
Para a correta adoção da ABR, é necessário que haja a identifi cação preliminar dos riscos internos 
das instituições, através da Avaliação Interna de Risco, também recomendada pelo GAFI e adotada 
pela Resolução CVM nº 50/21, que incumbe à entidade do mercado de valores mobiliários a 
responsabilidade de:
I. elencar todos os produtos oferecidos, serviços prestados, respectivos canais de distribuição 
e ambientes de negociação e registro em que atuem, segmentando-os minimamente em 
baixo, médio e alto risco de LD/FTP; e
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
160
II. classifi car os respectivos clientes por grau de risco de LD/FTP, segmentando-os 
minimamente em baixo, médio e alto risco, levando em consideração, dentre outros 
fatores:
a) o tipo de cliente e sua natureza jurídica, a sua atividade, a sua localização geográfi ca, 
os produtos, serviços, operações e canais de distribuição por ele utilizados, bem 
como outros parâmetros de risco adotados no relacionamento com os seus clientes;
b) o relacionamento com outras entidades do mercado de valores mobiliários, 
considerando, inclusive, as políticas de PLD/FTP de tais entidades; e
c) a contraparte das operações realizadas em nome de seu cliente, no caso de 
operações realizadas em ambientes de registro.
Ademais, as Pessoas Expostas Politicamente (PEP) e as organizações sem fi ns lucrativos, em face de 
suas peculiaridades, devem ter tratamento específi co dentro da política de PLD/FTP e do processo 
periódico da avaliação interna de risco.
Ou seja, a Resolução CVM nº 50/21 estabelece que as entidades com obrigações de PLD/FTP devem 
classifi car todos os grupos de seu relacionamento e suas atividades em nível de risco, de acordo as 
especifi cidades de cada segmento e da própria instituição.
Nesse sentido, a Abordagem Baseada em Risco permite que medidas de PLD/FTP sejam aplicadas de 
forma proporcional e adequada à natureza dos riscos, aperfeiçoando a efi cácia dos procedimentos a 
serem implementados. 
O objetivo da ABR é a implementação de medidas mais reforçadas onde os riscos são maiores 
e medidas simplifi cadas onde eles são menores, o que exige das entidades do mercado de 
valores mobiliários que conheçam seus clientes, seus funcionários e suas contrapartes, para 
que possam avaliar seus riscos e adotar planos proporcionais de mitigação.
As entidades do mercado de valores mobiliários com obrigações de PLD/FTP devem ainda indicar 
um diretor estatutário, responsável pelo cumprimento das normas a elas relacionadas, notadamente 
pela implementação e manutenção da respectiva política de PLD/FTP compatível com a natureza, o 
porte, a complexidade, a estrutura, o perfi l de risco e o modelo de negócio da instituição, de forma a 
assegurar o efetivo gerenciamento dos riscos de LD/FTP apontados.
A nomeação ou a substituição do diretor estatutário deve ser informada a instituições 
como CVM, bolsa, câmara de compensação e central depositária, no prazo de até 7 
(sete) dias úteis, contados da sua investidura. 
No caso de conglomerado fi nanceiro, admite-se a indicação do diretor para todo o conglomerado. 
Sua função pode ser desempenhada em conjunto com outras funções na instituição, desde que não 
impliquem possíveis confl itos de interesses, principalmente com as respectivas áreas de negócios.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
161
O diretor estatutário deve elaborar relatório concernente à avaliação interna de risco de LD/FTP, a ser 
encaminhado para os órgãos da alta administração especifi cados na política de PLD/FTP, até o último 
dia útil do mês de abril, contendo, além da classifi cação de risco dos produtos e clientes, informações 
sobre:
― a identifi cação e a análise das situações de risco de LD/FTP, considerando as respectivas 
ameaças, vulnerabilidades e consequências;
― a análise da atuação dos prepostos, assessores de investimento ou prestadores de serviços 
relevantes contratados;
― o número das operações e situações atípicas detectadas, das análises realizadas e de 
comunicações de operações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras 
(COAF);
― os indicadores de efetividade nos termos defi nidos na política de PLD/FTP, incluindo a 
tempestividade acerca das atividades de detecção, análise e comunicação de operações 
ou situações atípicas; e
― as recomendações para mitigar os riscos identifi cados no exercício anterior que ainda 
não foram devidamente tratados, contendo possíveis alterações nas diretrizes da política 
de PLD/FTP e aprimoramento das regras, procedimentos e controles internos, com o 
estabelecimento de cronogramas de saneamento.
Assim como a CVM, o Bacen também determina a indicação de diretor responsável pela PLD/FTP. 
As instituições fi nanceiras devem elaborar e encaminhar ao Banco Central, até 31 de março do ano 
subsequente ao de referência, relatório de efetividade da política, controle e acompanhamento 
da PLD. Além disso, deve ser encaminhado, até 30 de junho, o plano de ação com relatório de 
acompanhamento, destinado a solucionar eventuais defi ciências identifi cadas no respectivo relatório 
de efetividade.
Política de PLD/FTP
 OE 375.01.c - Entender como cada instituição fi nanceira deve avaliar os riscos 
relacionados à PLD/FTP de sua atividade e elaborar uma política direcionada a esses 
riscos a partir de suas características próprias. Conhecer as obrigaçõesde controle da 
efetividade da política de PLD/FTP.
As entidades do mercado de valores mobiliários abrangidas pela Resolução CVM nº 50/21 devem 
elaborar e implementar a política de PLD/FTP indicando, no mínimo:
I. a governança relacionada ao cumprimento das obrigações de PLD/FTP, incluindo a 
descrição circunstanciada de como estão estruturados os órgãos da alta administração, 
quando aplicável, assim como a defi nição dos papéis e a atribuição de responsabilidades 
dos integrantes de cada nível hierárquico da instituição no tocante à elaboração e 
implementação do processo de abordagem baseada em risco;
II. a descrição da metodologia para tratamento e mitigação dos riscos identifi cados, a qual 
deve amparar os parâmetros estabelecidos na avaliação interna de risco, contemplando o 
detalhamento das diretrizes:
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
162
 OE 375.01.d - Conhecer os procedimentos para identifi cação e monitoramento de 
funcionários e prestadores de serviços relevantes.
2. os funcionários e os prestadores de serviços relevantes;
As entidades com obrigações de PLD/FTP são orientadas a implementar procedimentos 
destinados a conhecer (identifi car, selecionar e qualifi car) seus funcionários, parceiros e 
prestadores de serviços terceirizados, devendo tais procedimentos serem compatíveis 
com a política de PLD/FT e a avaliação interna de risco.
c) utilizadas para nortear as diligências visando à identifi cação do benefi ciário fi nal do 
respectivo cliente;
d) de monitoramento e possível detecção das atipicidades, bem como a especifi cação 
de outras situações de monitoramento reforçado; e
e) acerca dos critérios utilizados para a obtenção dos indicadores de efetividade da 
abordagem baseada em risco utilizada para fi ns de PLD/FTP;
III. a defi nição dos critérios e periodicidade para atualização dos cadastros dos clientes 
ativos, observando-se o intervalo máximo de 5 (cinco) anos; 
É válido ressaltar que há exceção a essa regra no caso de clientes de maior risco, 
para os quais recomenda-se observar o período máximo de renovação de 24 (vinte e 
quatro) meses, de forma a alinhar o prazo de atualização do cadastro com o prazo de 
atualização do perfi l de investimento do cliente.
a) que fundamentaram a abordagem baseada em risco adotada;
b) para continuamente conhecer:
1. os clientes ativos, incluindo procedimentos de verifi cação, coleta, validação e 
atualização de informações cadastrais, bem como demais diligências aplicáveis; e
Cliente ativo é aquele que nos últimos 12 (doze) meses tenha efetuado movimentação 
de sua conta corrente ou posição de custódia, realizado operação no mercado de 
valores mobiliários ou apresentado saldo em sua posição de custódia.
As entidades sujeitas às obrigações de PLD/FTP não devem aceitar ordens de 
movimentação de contas de clientes que estejam com os cadastros desatualizados, 
exceto nas hipóteses de pedidos de encerramento de conta ou de alienação ou 
resgate de ativos.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
163
A Política de PLD/FTP deve ser documentada, aprovada pela alta administração e mantida 
atualizada. No caso de conglomerados fi nanceiros, devem ser estabelecidos mecanismos de 
intercâmbio de informações entre as áreas de controle das instituições integrantes.
Regras, procedimentos e controles de PLD/FTP
 OE 375.01.e - Conhecer os procedimentos e as regras para identifi cação do cadastro 
de clientes.
A Resolução CVM nº 50/21 distingue o conceito de cliente do conceito de investidor, esclarecendo, 
para os exclusivos efeitos de PLD/FTP, o alcance mais limitado do conceito de cliente e mais amplo 
do conceito de investidor:
I. cliente: investidor que mantém relacionamento comercial direto com as pessoas que 
estão sujeitas às obrigações de PLD/FTP; e
II. investidor: pessoa natural ou jurídica, fundo ou veículo de investimento coletivo ou o 
investidor não residente em nome do qual são efetuadas operações com valores mobiliários.
A Resolução CVM nº 50/21 aperfeiçoa o processo “Conheça seu Cliente” ao determinar, 
para além do processo de identifi cação e de coleta de dados cadastrais dos clientes, 
as diligências contínuas visando à coleta de informações suplementares e, em 
especial, à identifi cação de seus respectivos benefi ciários fi nais.
As informações cadastrais relativas a clientes devem abranger as pessoas naturais autorizadas a 
representá-los, todos seus controladores, diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles 
tenham infl uência signifi cativa, até alcançar a pessoa natural caracterizada como benefi ciário fi nal.
IV. se for o caso, a descrição das rotinas que visem pautar as diligências relativas ao registro e 
às operações de investidor não residente no Brasil; e
V. as ações que envolvam a identifi cação das contrapartes das operações realizadas nos 
ambientes de registro, quando aplicável.
Cadastro e identifi cação de benefi ciário fi nal
Infl uência signifi cativa é situação em que uma pessoa natural, seja o controlador ou 
não, exerça infl uência de fato nas decisões ou seja titular de mais de 25% do capital 
social das pessoas jurídicas ou do patrimônio líquido dos fundos de investimento.
As entidades sujeitas às obrigações de PLD/FTP devem defi nir o percentual de participação mínimo 
que caracteriza o controle direto ou indireto, observado que, exclusivamente para fi ns de identifi cação 
como benefi ciário fi nal, o percentual não pode ser superior a 25% da participação.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
164
É facultada a utilização de cadastro simplifi cado de investidores não residentes, 
possibilitando que a coleta e a manutenção dos dados cadastrais sejam realizadas por 
instituição estrangeira, desde que ele seja cliente da instituição estrangeira e que esta 
assuma obrigações relativas à PLD/FTP.
Caso as informações mínimas exigidas pela Resolução CVM 50/2021 não sejam obtidas, a entidade 
deve diligenciar, não só para validar os dados que foram informados, como também para obter os 
demais não informados. Se ainda assim, a instituição obrigada não estiver de posse de todas as 
informações exigidas, essa situação não impede o início do relacionamento comercial. 
No entanto, essa situação de excepcionalidade deve estar prevista na respectiva Política de PLD/
FTP da entidade, incluindo:
I. monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a 
seleção de operações ou situações atípicas, independentemente da classifi cação de risco 
desse investidor;
II. análise mais criteriosa com vistas à verifi cação da necessidade de comunicar ao COAF 
sobre todas as situações e operações detectadas que possam constituir sérios indícios 
de LD/FTP e cumprir, imediatamente e sem aviso prévio aos sancionados, as medidas 
estabelecidas nas resoluções sancionatórias do CSNU, na hipótese de detecção de outros 
sinais de alerta; e
III. avaliação do diretor responsável pela PLD/FTP, passível de verifi cação, quanto ao interesse 
no início ou na manutenção do relacionamento com o investidor.
Dentre as diligências a serem adotadas pelas entidades para a validação dos dados cadastrais, deve 
ser destacada a importância da consulta periódica na página da CVM da lista de entidades que estão 
temporariamente impedidas de atuar no mercado de valores mobiliários. A periodicidade dessa rotina 
deve estar prevista na respectiva política de PLD/FTP.
Implicações de um cadastro desatualizado
No caso de fundos de investimento, o distribuidor será o prestador de serviços que manterá relação 
comercial direta com o cotista, sendo de sua responsabilidade a coleta das informações cadastrais, 
a manutenção do cadastro e a adoção das diligências previstas em sua política de PLD/FTP para 
controlar e monitorar o risco inerente às suas atividades.
No caso de investidores não residentes, o cadastro deve conter, adicionalmente: 
I. os nomes e respectivos números de CPF/MF das pessoasnaturais autorizadas a emitir 
ordens no Brasil e, conforme o caso, dos administradores da instituição ou responsáveis 
pela administração da carteira; e 
II. os nomes e respectivos números de CPF/MF do representante legal e do responsável pela 
custódia dos seus valores mobiliários no Brasil.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
165
As entidades abaixo não são obrigadas a identifi car a pessoa natural caracterizada como benefi ciário 
fi nal:
I. a pessoa jurídica constituída como companhia aberta no Brasil;
II. fundos e clubes de investimento nacionais registrados, desde que:
a) não seja fundo exclusivo;
b) sejam geridos discricionariamente; e
c) seja informado o número do CPF ou do CNPJ de todos os cotistas para a Receita 
Federal do Brasil.
III. instituições fi nanceiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do 
Brasil;
IV. seguradoras, entidades abertas e fechadas de previdência complementar e de regimes 
próprios de previdência social;
V. os investidores não residentes classifi cados como:
a) bancos centrais, governos ou entidades governamentais, assim como fundos 
soberanos ou companhias de investimento controladas por fundos soberanos e 
similares;
b) organismos multilaterais;
c) companhias abertas ou equivalentes;
d) instituições fi nanceiras ou similares, agindo por conta própria
e) administradores de carteiras, agindo por conta própria;
f) seguradoras e entidades de previdência; e
g) fundos ou veículos de investimento coletivo, desde que, cumulativamente:
i. o número de cotistas seja igual ou superior a 100 (cem) e que nenhum deles 
exerça infl uência signifi cativa; e
ii. sejam administrados discricionariamente por administrador profi ssional sujeito 
à regulação de órgão regulador que tenha celebrado com a CVM acordo de 
cooperação mútua.
Dispensa de identifi cação de benefi ciário fi nal
 OE 375.01.f - Conhecer os procedimentos e as regras para o registro de transações.
As pessoas abrangidas pela Resolução CVM 50/21 devem manter registro de toda operação envolvendo 
valores mobiliários, independentemente de seu valor, de forma a permitir:
I. a verifi cação da movimentação fi nanceira de cada cliente, consoante a política de PLD/FTP, 
a avaliação interna de risco e as respectivas regras, procedimentos e controles internos, 
Registro de transações 
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
166
 OE 375.01.g - Conhecer o período de conservação dos cadastros e registros.
Período de conservação dos cadastros e registros 
As entidades do mercado de valores mobiliários sujeitas às obrigações PLD/FTP 
devem, conforme Resolução CVM 50/21, manter registros de toda operação envolvendo 
valores mobiliários e à disposição da CVM, durante o período mínimo de 5 (cinco) anos, 
toda a documentação relacionada às obrigações previstas nessa legislação.
Já as instituições fi nanceiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, por 
força da Resolução Bacen nº 3.978/20, devem conservar e manter a documentação 
supracitada à disposição do Bacen pelo período mínimo de 10 (dez anos). 
Monitoramento e da comunicação das operações 
 OE 375.01.h - Conhecer os procedimentos e as regras para o monitoramento e a 
comunicação das operações ao COAF.
As pessoas sujeitas às obrigações de PLD/FTP devem, no limite de suas atribuições, monitorar 
continuamente todas as operações e situações, bem como observar as seguintes atipicidades, que 
podem, após detecção e respectiva análise, confi gurar indícios de LD/FTP:
I. situações derivadas do processo de identifi cação do cliente, tais como:
a) aquelas em não seja possível manter atualizadas as informações cadastrais; 
b) que não seja possível identifi car o benefi ciário fi nal; 
c) que as diligências não possam ser concluídas; ou
d) que os valores se afi gurem incompatíveis com a ocupação, rendimentos, situação 
patrimonial ou atividade econômica.
II. situações relacionadas a operações cursadas no mercado de valores mobiliários, tais 
como: 
assim como em face das informações obtidas no processo de identifi cação dos clientes, 
considerando em especial:
a) os valores pagos a título de liquidação de operações;
b) os valores ou ativos depositados a título de garantia, em operações nos mercados de 
liquidação futura; e
c) as transferências de valores mobiliários para a conta de custódia do cliente;
II. as tempestivas análises e comunicações.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
167
a) realizadas entre as mesmas partes ou em benefício das mesmas partes, nas quais 
haja seguidos ganhos ou perdas no que se refere a algum dos envolvidos;
b) que evidenciem oscilação signifi cativa em relação ao volume ou à frequência de 
negócios de quaisquer das partes envolvidas; 
c) cujos desdobramentos contemplem características que possam constituir artifício 
para burla da identifi cação dos efetivos envolvidos e benefi ciários respectivos;
d) cujas características e desdobramentos evidenciem atuação, de forma contumaz, em 
nome de terceiros;
e) que evidenciem mudança repentina e objetivamente injustifi cada relativamente às 
modalidades operacionais comumente utilizadas pelos envolvidos;
f) cujo grau de complexidade e risco se afi gurem incompatíveis com o perfi l, porte e 
objeto social do cliente;
g) realizadas com a aparente fi nalidade de gerar perda ou ganho para as quais falte, 
objetivamente, fundamento econômico ou legal;
h) transferências privadas de recursos e de valores mobiliários sem motivação 
aparente, tais como: entre contas-correntes de investidores perante o intermediário; 
de titularidade de valores mobiliários sem movimentação fi nanceira; e de valores 
mobiliários fora do ambiente de mercado organizado;
i) depósitos ou transferências realizadas por terceiros, para a liquidação de operações 
de cliente, ou para prestação de garantia em operações nos mercados de liquidação 
futura;
j) pagamentos a terceiros, sob qualquer forma, por conta de liquidação de operações 
ou resgates de valores depositados em garantia, registrados em nome do cliente; e
k) operações realizadas fora de preço de mercado.
III. operações e situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento com atos 
terroristas, tais como aquelas que envolvam: 
a) ativos alcançados por sanções impostas pelas resoluções do Conselho de Segurança 
das Nações Unidas (CSNU), de acordo com a Lei nº 13.810/19;
b) ativos alcançados por requerimento de medida de indisponibilidade oriundo de 
autoridade central estrangeira de que se venha a ter conhecimento;
c) a realização de negócios, qualquer que seja o valor, por pessoas que tenham 
cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou facilitado o 
seu cometimento, conforme o disposto na Lei nº 13.260/16;
d) valores mobiliários pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas 
que tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou 
facilitado o seu cometimento; e
e) movimentação passível de ser associada ao fi nanciamento do terrorismo ou ao 
fi nanciamento da proliferação de armas de destruição em massa.
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
168
IV. operações com a participação de pessoas naturais, pessoas jurídicas ou outras entidades 
que residam, tenham sede ou sejam constituídas em países, jurisdições, dependências 
ou locais:
a) que não aplicam ou aplicam insufi cientemente as recomendações do GAFI, 
conforme listas emanadas por aquele organismo; e
b) com tributação favorecida e submetidas a regimes fi scais privilegiados, conforme 
normas emanadas pela Receita Federal do Brasil.
Segundo a Lei nº 9.613/98, as pessoas sujeitas às obrigações relacionadas à PLD/FTP deverão 
comunicar ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), abstendo-se de dar ciência 
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela da qual se refi ra a informação, no prazo de 24 horas:
― a proposta ou realização de transaçõesem moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores 
mobiliários, títulos de crédito, metais ou qualquer ativo passível de ser convertido em 
dinheiro, que ultrapassar limite fi xado pela autoridade competente. 
― operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam 
constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nessa Lei, ou com eles relacionar-se.
As entidades do mercado de valores mobiliários sujeitas às obrigações de PLD/FTP 
devem comunicar à CVM, se for o caso, a não ocorrência, no ano civil anterior, de 
situações, operações ou propostas de operações passíveis de serem comunicadas, 
devendo tal comunicação ser realizada anualmente até o último dia útil do mês de abril.
 OE 375.01.i - Conhecer os procedimentos visando ao cumprimento de sanções de 
indisponibilidade de ativos impostas por resoluções do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas – CSNU.
A Lei nº 13.810/2019 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do Conselho 
de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de ativos de pessoas naturais e 
jurídicas e de entidades, e a designação nacional de pessoas investigadas ou acusadas de terrorismo, 
de seu fi nanciamento ou de atos a ele correlacionados.
A indisponibilidade de ativos, que consiste na proibição de transferir, converter, trasladar, disponibilizar 
ativos, ou deles dispor, direta ou indiretamente, ocorrerá nas seguintes hipóteses:
I. por execução de resoluções do CSNU, assim como por designações de seus comitês de 
sanções; ou
II. a requerimento de autoridade central estrangeira, desde que o pedido de indisponibilidade 
esteja de acordo com os princípios legais aplicáveis e apresente fundamentos objetivos 
Cumprimento de Sanções de Indisponibilidade de Ativos Impostas 
por Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – 
CSNU
Lavagem de Dinheiro nos Mercados Organizados
169
As pessoas naturais e as pessoas jurídicas sujeitas às obrigações de PLD/FTP 
informarão, sem demora, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e aos órgãos 
reguladores e fi scalizadores (CVM e/ou Bacen) a existência de pessoas ou ativos 
sujeitos a determinações de indisponibilidade às quais deixaram de dar cumprimento 
imediato, informando as razões para tanto.
A indisponibilidade de ativos não constitui a perda do direito de propriedade. As 
resoluções sancionatórias do CSNU são dotadas de executoriedade imediata no Brasil.
As pessoas naturais e jurídicas sujeitas às obrigações de PLD/FTP cumprirão, sem demora e sem 
prévio aviso aos sancionados, as resoluções do CSNU que determinem a indisponibilidade de 
ativos de titularidade, direta ou indireta, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas ou de entidades 
submetidas a sanções decorrentes de tais resoluções, na forma e nas condições defi nidas por seu 
órgão regulador ou fi scalizador.
A indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua transferência relacionadas às pessoas naturais, 
às pessoas jurídicas ou às entidades sancionadas por resolução do CSNU serão comunicadas ao 
Ministério da Justiça e Segurança Pública, aos órgãos reguladores ou fi scalizadores das pessoas 
naturais ou das pessoas jurídicas (CVM e/ou Bacen) e ao Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras (COAF).
para exclusivamente atender aos critérios de designação estabelecidos em resoluções do 
CSNU.
170
A Análise do Perfi l do Investidor (API) é geralmente desenvolvida a partir de um 
questionário respondido pelo investidor, antes da decisão sobre em quais produtos ele 
irá aplicar seus recursos.
As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de 
valores mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem que 
verifi quem sua adequação ao perfi l do cliente.
A Resolução CVM nº 30, de 2021, regulamenta o dever de verifi cação da adequação dos produtos, 
serviços e operações ao perfi l do cliente. 
As regras previstas na instrução são aplicáveis às recomendações de produtos ou serviços, direcionadas 
a clientes específi cos, realizadas mediante contato pessoal, seja sob formas oral, escrita, eletrônica ou 
pela internet. 
 OE 007.01.a - Identifi car o perfi l e a situação patrimonial do cliente, utilizando dados 
obtidos pela entrevista e pela aplicação de questionário, conforme legislação vigente 
e defi nições da CVM.
Resolução CVM 30 – Dever de Verifi cação da 
Adequação dos Produtos, Serviços e Operações 
ao Perfi l do Cliente (Suitability) 
Para tornar o processo de adequação de produtos de investimento mais claro e 
objetivo, pode-se desenvolver uma Análise do Perfi l do Investidor. Trata-se de uma 
metodologia que orienta o investidor a identifi car seu perfi l e verifi car a adequação de 
produtos de investimento a ele.
Análise do Perfi l do Investidor
Categorias de produtos
Adequação aos produtos 
e serviços
Categorias de perfi l de risco
Tolerância aos riscos
Necessidade futura de 
recursos
Suitability
Suitability
171
 OE 007.01.b - Analisar o perfi l do cliente (suitability): identifi car o perfi l de risco do 
cliente e, em função de seus objetivos, horizonte de investimento e expectativas de 
retorno, avaliar todas essas informações para formular uma estratégia adequada de 
investimentos.
Para verifi car se há adequação entre a recomendação de produtos ou serviços ao perfi l do cliente, é 
necessário checar se:
I. o produto, o serviço ou a operação são adequados aos objetivos de investimento do cliente;
II. a situação fi nanceira do cliente é compatível com o produto, o serviço ou a operação; e
III. o cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao 
produto, ao serviço ou à operação.
Para verifi car a adequação do produto, serviço ou da operação aos objetivos de investimento do 
cliente, é necessário analisar, no mínimo: 
o período em que o cliente deseja manter o investimento;
 as preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e
 as fi nalidades do investimento. 
Para determinar a situação fi nanceira do cliente, é preciso analisar, no mínimo:
 o valor das receitas regulares declaradas pelo cliente; 
 o valor e os ativos que compõem o patrimônio do cliente; e 
 a necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.
Para determinar o nível de conhecimento fi nanceiro do cliente, deve-se analisar, no mínimo: 
 os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o cliente tem familiaridade;
 a natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no mercado 
de valores mobiliários, bem como o período em que tais operações foram realizadas; e
 a formação acadêmica e a experiência profi ssional do cliente (esta etapa não se aplica ao 
cliente pessoa jurídica).
Ademais, há de considerar os custos diretos e indiretos associados aos produtos, 
serviços ou operações, abstendo-se de recomendar aqueles que, isoladamente ou em 
conjunto, impliquem custos excessivos e inadequados ao perfi l do cliente.
Nesse sentido, é vedada a prática de venda casada, que consiste na vinculação de 
determinada operação à contratação de outro produto ou serviço de que o cliente 
provavelmente não necessita ou que não seja adequada aos seus interesses, como, 
por exemplo, a liberação de um empréstimo condicionada à contratação de um título 
de capitalização ou de um plano de previdência.
Suitability
172
A atualização das informações relativas ao perfi l de clientes, à análise e à classifi cação 
das categorias de valores mobiliários que compõem as carteiras de clientes deve ser 
feita em intervalos de, no máximo, 24 meses.
O profi ssional fi ca dispensado do dever de verifi car a suitability dos seguintes investidores: 
I. Investidor qualifi cado ou profi ssional (com exceção das pessoas físicas);
II. Pessoa jurídica de direito público;
III. Clientes cuja carteira de valores mobiliários seja administrada discricionariamente por 
administradorde carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
IV. Já tiver o seu perfi l defi nido por um consultor de valores mobiliários autorizado pela CVM e 
esteja implementando a recomendação por ele fornecida.
Após esta análise, deve-se avaliar e classifi car o cliente em categorias de perfi l de risco previamente 
estabelecidas.
Os profi ssionais devem analisar e classifi car as categorias de produtos com que atuam, identifi cando as 
características que possam afetar sua adequação ao perfi l do cliente, devendo ser considerados, no mínimo: 
 os riscos associados ao produto e a seus ativos subjacentes;
 o perfi l dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto;
 a existência de garantias; e 
 os prazos de carência. 
É vedada a recomendação de produtos ou serviços ao cliente quando: 
 o produto ou serviço não for adequado ao perfi l do cliente;
 não forem obtidas as informações que permitam a identifi cação do perfi l do cliente; ou
 as informações relativas ao perfi l do cliente não estiverem atualizadas.
Quando o cliente ordenar a realização de operações nas situações acima previstas, ou seja, cujas 
recomendações seriam vedadas, devem os profi ssionais, antes da primeira operação com a categoria 
de valor mobiliário: 
 alertar o cliente acerca da ausência ou da desatualização de perfi l ou da sua inadequação, 
com a indicação das causas da divergência; e
 obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência, da desatualização 
ou da inadequação de perfi l.
Essas providências fi cam dispensadas quando o cliente estiver, comprovadamente, 
implementando recomendações fornecidas por consultor de valores mobiliários 
autorizado pela CVM.
Suitability
173
A Resolução CMN nº 4753/2019 estabelece que as instituições fi nanceiras, para fi ns da abertura 
de conta de depósitos, devem adotar procedimentos e controles que permitam verifi car e validar a 
identidade e a qualifi cação dos titulares da conta, assim como de seus representantes, bem como 
a autenticidade das informações fornecidas pelo cliente, inclusive mediante conferência dessas 
informações com as disponíveis em bancos de dados de caráter público ou privado.
Abertura, Manutenção e Movimentação de Contas 
de Depósitos
Há dois prazos de retenção de documentos de clientes vigentes: a Resolução CVM 
nº 30 requer 5 anos, enquanto a Circular Bacen nº 3978/20 requer 10 anos. Caso esse 
tema seja cobrado em exame, a questão terá a informação necessária no enunciado 
para que não haja dúvidas para o candidato.
A partir de 01/10/2020, passou-se a observar uma potencial discrepância entre este 
prazo de 24 meses para atualização de perfi l de investimentos e o prazo máximo de 5 
anos para atualização dos dados cadastrais, conforme política de Prevenção e Combate 
à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo - PLDFT, estabelecido no âmbito 
da Resolução CVM nº 50.
Visando harmonizar tal discrepância, a CVM:
― incluiu o artigo 9º na Resolução CVM nº 30, determinando que as instituições 
devem diligenciar para manter as informações relativas ao perfi l de seus clientes 
atualizadas, devendo, para tanto, observar os critérios e a periodicidade utilizados 
para atualização dos cadastros dos clientes ativos, conforme previsto na norma 
que dispõe sobre a PLDFT, observando-se o intervalo máximo de 5 anos; e 
― publicou o Ofício Circular nº 02/021, em que orienta as instituições a elaborarem um 
“plano de harmonização entre a periodicidade de atualização das regras de PLD/
FTP e das regras de ‘Suitability’ e, em caso contrário, a instituição deverá justifi car a 
eventual divergência”.
Os profi ssionais devem manter, pelo prazo mínimo de 5 anos, contados da última 
recomendação prestada ao cliente ou de sua última operação, conforme o caso, ou por 
prazo superior por determinação expressa da CVM, em caso de processo administrativo, 
todos os documentos e declarações exigidos pela Resolução CVM nº 30.
Assessores de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de 
valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios são 
investidores profi ssionais e fi cam dispensados da realização de suitability.
Suitability
174
A abertura e o encerramento de conta de depósitos podem ser realizados com base em solicitação 
apresentada pelo cliente por meio de qualquer canal de atendimento disponibilizado pela instituição 
fi nanceira para essa fi nalidade, inclusive por meios eletrônicos, não se admitindo o uso de canal de 
telefonia por voz.
O contrato de prestação de serviços de conta de depósitos deverá dispor, no mínimo, sobre:
• os procedimentos para identifi cação e qualifi cação dos titulares da conta;
• as características da conta e as regras básicas de seu funcionamento, inclusive com relação 
às formas disponíveis de movimentação, aos procedimentos para cobrança de tarifas e aos 
prazos para fornecimento de comprovantes e de outros documentos; 
• as medidas de segurança para fi ns de movimentação da conta; 
• os direitos e os deveres dos titulares da conta; 
• os eventuais limites de saldo mantido em conta e de aportes de recursos; 
• os procedimentos para atualização das informações dos titulares; 
• a previsão de inclusão do nome do titular no Cadastro de Emitentes de Cheques sem 
Fundos (CCF), nos termos da regulamentação em vigor, no caso de emissão de cheque 
sem fundos, com a devolução dos cheques em poder do titular à instituição, quando a 
conta for movimentável por meio de cheque; e 
• as hipóteses, condições e procedimentos para o encerramento da conta.
Para o encerramento de conta devem ser adotadas, no mínimo, as seguintes providências:
I. comunicação entre as partes da intenção de rescindir o contrato, informando os 
motivos da rescisão, caso se refi ram à hipótese de constatação de irregularidades 
nas informações prestadas, consideradas de natureza grave, ou a outra prevista na 
legislação/regulamentação vigente; 
II. indicação pelo cliente da destinação do eventual saldo credor na conta, que deve 
abranger a transferência dos recursos para conta diversa na própria ou em outra 
instituição ou a colocação dos recursos a sua disposição para posterior retirada em 
espécie; 
III. devolução pelo cliente das folhas de cheque não utilizadas ou a realização do seu 
cancelamento pela instituição; 
IV. prestação de informações pela instituição ao titular da conta sobre: 
a) o prazo para adoção das providências relativas à rescisão do contrato, limitado a 30 
(trinta) dias corridos, contado da comunicação sobre a intenção; 
b) os procedimentos para pagamento de compromissos assumidos com a instituição 
ou decorrentes de disposições legais; e 
c) os produtos e serviços eventualmente contratados pelo titular na instituição que 
permanecem ativos ou que se encerram juntamente com a conta de depósitos; e 
V. comunicação ao titular sobre a data de encerramento da conta ou sobre os motivos que 
impossibilitam o encerramento.
Suitability
175
Por meio dos procedimentos e das tecnologias utilizados na abertura, na manutenção e no encerramento 
de conta de depósitos, as instituições fi nanceiras devem assegurar a integridade, a autenticidade
e a confi dencialidade das informações e dos documentos eletrônicos utilizados; além da garantia 
de proteção contra o acesso, o uso, a alteração, a reprodução e a destruição não autorizados das 
informações e de documentos eletrônicos.
176
 OE 096.01.a - Entender e explicar o conceito de risco de imagem (reputação) e risco 
legal (não cumprimento da legislação/ regulamentação), assim como as implicações 
da não observância dos Princípios e Regras de Compliance Legal e Ética.
Defi nições Gerais
O risco de imagem pode ser defi nido como o risco de perdas em decorrência de alterações da 
reputação da instituição com os clientes, os concorrentes e os órgãos governamentais. Os impactos 
negativos na reputação de uma instituição podem decorrerem função de diversos fatores, dos quais 
se destacam:
fraude: ato intencional de omissão, manipulação de transações ou de adulteração de 
documentos, inclusive registros e demonstrações contábeis;
corrupção: praticar ou permitir a prática de atos que possam confi gurar recebimento e 
oferta de vantagens indevidas, peculato ou abuso de poder;
associação: alianças ou parcerias com praticantes de esquemas ilegais, ainda que a 
instituição não tenha incorrido diretamente em crime.
São variadas as consequências dos desgastes de reputação para a instituições fi nanceiras, tais como:
perda de credibilidade;
redução nas receitas; e
aumento dos custos de captação.
Risco de imagem
Compliance, Controles Internos e 
Estabilidade Financeira
A percepção negativa sobre uma instituição pode, inclusive, ensejar boatos sobre sua 
saúde fi nanceira e desencadear corrida para saques, o que por sua vez pode implicar 
na decretação pelo Banco Central do Brasil, conforme dispõe a Lei nº 6.024/1974, de 
intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.
O risco legal é um tipo de risco operacional associado à incerteza dos retornos de uma instituição 
caso seus contratos não possam ser legalmente amparados. O risco legal pode ser subdividido em: 
risco de litígio: probabilidade de uma instituição ser processada devido à falta de amparo 
de acordos ou contratos ou por descumprimento de regulamentações e legislações; e
Risco legal
Compliance, Controles Internos e Estabilidade Financeira
177
 OE 096.02.a - Analisar e interpretar situações apresentadas referentes aos controles 
internos, segregação de atividade, confl itos de interesse, defi nição de responsabilidade 
e segurança da informação.
Controles Internos, Política de Segurança da 
Informação e Chinese Wall (Barreira de Informação)
O risco de litígio pode advir, inclusive, da falta de poderes de representação por parte 
de um negociador ou signatário, por documentação insufi ciente ou ainda por fraude, já 
que ela pode acontecer em decorrência da insufi ciência de segurança jurídica.
risco regulatório: possibilidade de mudanças repentinas e inesperadas na legislação que 
venham a afetar negativamente o planejamento, as operações e os resultados da instituição.
A área de compliance de uma instituição tem por objetivo atender às exigências legais e minimizar 
riscos, principalmente o risco de imagem e os riscos operacionais, inclusive o legal.
Compliance 
O termo compliance é proveniente do verbo to comply, em inglês, que signifi ca estar 
em conformidade com regras, normas e procedimentos.
Entre outras funções, a área de compliance é responsável por:
assegurar que todas as unidades de negócio estejam operando em conformidade com as 
normas emitidas pelos órgãos reguladores;
desenvolver e reavaliar periodicamente as normas, os procedimentos e os controles 
internos (particularmente aqueles relacionados ao princípio “Conheça Seu Cliente” e à 
lavagem de dinheiro);
oferecer suporte técnico e de pesquisa para as diversas áreas da empresa (operacionais ou 
não), dentro de sua área de atuação;
elaborar treinamentos diversos, atendendo às diferentes necessidades da instituição e de 
seus funcionários, dentro de suas respectivas áreas de atuação; e
defi nir a política e o controle sobre investimentos pessoais dos funcionários.
A inobservância de exigências éticas e legais pode resultar nas penalidades previstas na Lei 
nº 13.506/2017, que dispõe sobre o processo administrativo sancionador na esfera de atuação 
do Banco Central e da CVM, abrangendo multa, inabilitação, proibições de prestar serviços e 
de realizar operações, ou até mesmo a cassação de autorização para funcionamento.
Compliance, Controles Internos e Estabilidade Financeira
178
Controles internos 
Os Princípios Fundamentais para uma Supervisão Bancária Efetiva, publicados originalmente 
em setembro de 1997 pelo Comitê para Supervisão Bancária da Basileia, têm sido usados pelos 
países como um padrão de referência a adoção de práticas sólidas de supervisão. Foram defi nidos 25 
princípios, que podem ser separados em sete grupos: 
objetivos, independência, poderes, transparência e cooperação; 
autorização e estrutura;
regulação prudencial e requerimentos;
métodos de supervisão bancária contínua; 
contabilidade e divulgação; 
ações corretivas e poderes formais dos supervisores; e
supervisão consolidada e entre países.
Como parte de seus esforços contínuos para abordar e aprimorar questões de supervisão, por meio de 
orientações que incentivam boas práticas de gestão de riscos, o Comitê de Basileia divulgou, em 1998, 
o documento intitulado Framework for Internal Control Systems in Banking Organisations, contendo 13 
princípios relativos aos controles internos nas instituições fi nanceiras, agrupados conforme abaixo:
controle pela gestão e cultura de controle;
avaliação de risco;
atividades de controle;
informação e comunicação; e
monitoramento.
Em observância a tais princípios, o Banco Central publicou a Resolução CMN nº 4.968/2021, que 
dispõe sobre os sistemas de controles internos nas instituições fi nanceiras, os quais devem ter como 
fi nalidade o atingimento de objetivos relacionados a:
desempenho: efi ciência e efetividade no uso dos recursos;
informação: divulgações que sejam úteis para o processo de tomada de decisão;
conformidade: cumprimento de disposições legais e regulamentares.
Os sistemas de controle interno devem:
ser contínuos e efetivos em todos os níveis de negócios e para todos os riscos aos 
quais a instituição está exposta; 
integrar as atividades rotineiras das áreas relevantes da instituição; e
ser revisados e atualizados periodicamente.
Compliance, Controles Internos e Estabilidade Financeira
179
Eles devem ainda prever, como caraterísticas essenciais, aspectos relacionados:
à cultura de controle, defi nidas as responsabilidades dos funcionários nos sistemas de controles 
internos e a obrigatoriedade de comunicação tempestiva ao adequado nível gerencial;
à identifi cação e à avaliação de riscos, inclusive de potencial ocorrência de fraudes;
a atividades de controle e segregação de funções, que abrangem, dentre outras, aquelas 
que visam identifi car, monitorar e evitar confl itos de interesse;
à informação e à comunicação, que assegurem, inclusive, o acesso adequado a 
informações compreensíveis, confi áveis, tempestivas e relevantes, além da confecção de 
planos de contingências de negócios;
ao monitoramento, que deve ser contínuo, incluindo avaliações periódicas e 
acompanhamento sistemático por parte da auditoria interna e demais órgãos de controle.
A Diretoria e o Conselho de Administração devem se envolver ativamente na defi nição dos sistemas 
de controles internos, promovendo elevados padrões éticos e de qualidade, além de manter estrutura 
organizacional adequada para garantir a qualidade e efetividade do sistema de controle interno.
A instituição deve ainda designar, perante o Banco Central, o diretor responsável pelos 
controles internos, que pode desempenhar outras funções na organização, desde que 
não haja confl itos de interesse.
A Resolução CMN nº 4893/2021 determina que as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central devem implementar e manter política de segurança cibernética compatível com seu porte, 
perfi l de risco e modelo de negócios, formulada com base em princípios e diretrizes que busquem 
assegurar a confi dencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de 
informação utilizados.
Política de segurança da informação
A política de segurança cibernética deve ser divulgada aos funcionários da instituição 
e às empresas prestadoras de serviços a terceiros mediante linguagem clara, 
acessível e em nível de detalhamento compatível com as funções desempenhadas e 
com a sensibilidade das informações.
Deve ainda ser estabelecido um plano de ação e de resposta a incidentes, além de ser elaborado 
relatório anual sobrea implementação do plano com data-base de 31 de dezembro.
As instituições devem designar diretor responsável pela política de segurança 
cibernética e pela execução do plano de ação e de resposta a incidentes, podendo ele 
desempenhar outras funções na instituição, desde que não haja confl ito de interesses.
Compliance, Controles Internos e Estabilidade Financeira
180
Previamente à contratação de serviços relevantes de processamento e armazenamento de dados e 
de computação em nuvem, as instituições devem verifi car a capacidade do potencial prestador de 
serviço de assegurar o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor, inclusive no tocante 
à confi dencialidade, à integridade, à disponibilidade e à recuperação dos dados e das informações 
processados ou armazenados.
As instituições devem comunicar ao Banco Central a contratação de serviços relevantes 
de processamento, armazenamento de dados e de computação em nuvem, assim 
como deixar à sua disposição, durante cinco anos, os documentos relacionados à 
implementação da Política de Segurança da Informação.
O termo Chinese Wall, também conhecido como Barreira de Informação, é o conjunto de procedimentos 
e políticas internas de uma instituição que estabelece uma barreira à comunicação entre seus diferentes 
indivíduos ou setores, de forma a restringir o acesso às informações privadas e assim evitar situações 
de confl itos de interesses ou de interesses concorrentes.
O Banco Central, através da Resolução CMN nº 2.451/1997, estabeleceu a obrigatoriedade de as 
instituições fi nanceiras promoverem a segregação da administração de recursos de terceiros das 
demais atividades da instituição. 
Chinese Wall
Um exemplo da necessidade de segregação é a coexistência, em um mesmo banco 
múltiplo, de atividades ligadas à área de assessoria dos clientes de alta renda, 
inerentes à carteira comercial, com atividades de intermediação de ofertas no 
mercado de capitais desempenhadas pela carteira de investimentos.
Por sua vez, a Comissão de Valores Mobiliários, através da Resolução CVM nº 21/2021, determina a 
segregação física de instalações entre a área responsável pela administração de carteiras e as áreas 
responsáveis pela intermediação e distribuição de valores mobiliários.
No caso das Asset Management, cujo foco é a gestão de recursos de terceiros, a 
barreira de informação visa, principalmente, evitar a utilização de informações 
privilegiadas, ou seja, relevantes e ainda não publicizadas, de forma a proporcionar 
vantagem indevida para si ou para terceiros.
 OE 096.03.a - Conhecer a importância da estabilidade fi nanceira das instituições para 
a solidez do sistema fi nanceiro, assim como os principais conceitos relacionados aos 
requerimentos prudenciais que visam à sua manutenção.
Estabilidade Financeira
Compliance, Controles Internos e Estabilidade Financeira
181
A estabilidade fi nanceira pode ser entendida como a manutenção, ao longo do tempo e em qualquer 
cenário econômico, do regular funcionamento do sistema de intermediação fi nanceira, sendo atribuição 
do Banco Central regular e supervisionar a atuação das instituições fi nanceiras para assegurar que esse 
sistema seja sólido e efi ciente.
Estabilidade do sistema fi nanceiro
O sistema fi nanceiro deve ser muito bem organizado e fi scalizado, de forma que os 
depositantes se sintam protegidos e os tomadores possam ter acesso ao crédito. 
A manutenção de níveis adequados de capital, de liquidez e de exposição aos riscos dos bancos 
promove a resiliência a crises e minimiza perdas para a sociedade, mesmo em caso de quebras de 
instituições que gerem instabilidade no Sistema Financeiro Nacional.
A saúde fi nanceira das instituições depende do cumprimento dos requerimentos prudenciais, que 
além de estarem relacionados à manutenção de reserva mínima de capital, de observação dos limites 
operacionais e do bom gerenciamento de riscos, envolve os seguintes conceitos:
Patrimônio de Referência (PR): montante das reservas mantidas pela instituição fi nanceira, 
é calculado conforme metodologia que defi ne itens a serem acrescidos e decrescidos na 
conta do capital social, que integra o seu patrimônio líquido;
Ativos Ponderados pelo Risco (RWA): somatório dos ativos da instituição fi nanceira, que 
é composto inclusive por empréstimos e fi nanciamentos concedidos, multiplicados pelos 
respectivos fatores de ponderação de risco;
Índice de Basileia (IB): resultante da divisão do PR pelo RWA, aponta o cumprimento do 
requerimento mínimo de manutenção do PR, sendo que, quanto maior o IB, mais sólida é 
a instituição fi nanceira.
A recomendação internacional é o que o IB mínimo requerido seja de 8%. Entretanto, o requerimento 
do Banco Central do Brasil é um IB mínimo de 11% para as instituições fi nanceiras em geral e 13% para 
os bancos cooperados.
Índice de Basileia
A exigência de um Índice de Basileia superior aos padrões internacionais proporciona 
ao Sistema Financeiro Nacional uma maior segurança, notadamente quanto ao risco 
de crédito, pois quando a inadimplência dos tomadores aumenta, a probabilidade 
de a instituição fi nanceira não poder honrar seus compromissos com os depositantes 
tende a diminuir se ela dispor de um patrimônio próprio representativo.
182
Crimes Financeiros
Preceitos Legais
 OE 397.01.a - Distinguir a conduta criminosa da conduta adequada aos preceitos da lei. 
Os seguintes preceitos legais estão defi nidos no Decreto-Lei nº 2.848/1940 (Código Penal Brasileiro): 
Anterioridade da Lei: não há crime sem lei anterior que o defi na. Não há pena sem prévia 
cominação legal.
Conduta criminosa
Assim, para se tipifi car uma conduta criminosa, a lei terá que ser anterior ao 
cometimento do delito. Ademais, deve haver uma norma tipifi cando uma conduta e 
cominando uma pena.
Lei penal no tempo: ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, 
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Dessa forma, uma conduta passa a ser considerada adequada caso compatível com 
os preceitos de lei posterior que doravante deixa de considerá-la crime.
 OE 397.01.b - Entender o conceito de tipologia aberta e a obrigação que cria de 
constante atualização por parte dos profi ssionais. 
O tipo penal é uma norma que descreve condutas criminosas em abstrato, podendo se classifi car em:
tipo fechado: a conduta proibida pode ser perfeitamente individualizada sem que haja 
necessidade de recorrer-se a outros elementos além daqueles fornecidos pela própria lei 
penal no tipo; e
tipo aberto: quando o tipo não individualiza totalmente a conduta proibida, exigindo que 
o juiz o faça, recorrendo a normas gerais ou regras de conduta, inclusive de caráter ético, 
que estão fora do tipo penal.
Tipo penal
Crimes Financeiros
183
Cabe então ao profi ssional fi nanceiro conhecer não apenas as normas jurídicas 
vigentes, como também as regras de conduta, mantendo-se em constante 
atualização, de forma a evitar que, por mero desconhecimento, sejam adotadas 
práticas tipifi cáveis como conduta criminosa.
 OE 397.01.c - Compreender a necessidade de reporte de operações criminosas, sob 
risco de confi guração de omissão imprópria. 
A omissão se caracteriza pela falta de ação no cumprimento de um dever, sendo a omissão imprópria 
um tipo penal atribuível àquele que se omite, como se ele tivesse causado o resultado ou o risco 
previsto na norma. 
Omissão imprópria
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado.
O Código Penal considera que omissão é penalmente relevante quando quem se omitiu devia e 
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; ou
com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Assim, todo aquele que cria um risco, mesmo permitido, tem o dever de mantê-lo dentro dos 
parâmetros toleráveis, defi nidos pelas normas de cuidado correspondentes.
Nos casos em que o profi ssional fi nanceiro toma conhecimento de atividades fraudulentas 
ou criminosas, ele tem o dever de reportá-las ao competente órgão regulador, sob pena de 
sua falta de ação poder se confi gurar como crime por omissão imprópria.
Dever Fiduciário na Profi ssão de Investimento
 OE 397.02.a - Descrever o dever fi duciário e sua importância para a profi ssão de 
investimentos. 
Os deveres fi duciários na profi ssão de investimentos existem para garantir que os agentes encarregados 
de administrar o dinheiro de outras pessoas ajam conforme o interesse dos benefi ciários e não em seu 
próprio interesse.
Crimes Financeiros
184
É dever fi duciário dos profi ssionais de investimento agir com honestidade, boa-fé, 
lealdade e prudência, pois suas decisões trazem consequência para a sociedade como 
um todo. 
Além da honestidade e boa-fé, que integram o complexo de virtudes representado pela integridade, 
cabe especifi car as seguintes obrigações, em face de sua relevância para os profi ssionais de 
investimento:
Lealdade: o agente fi duciário tem um dever de lealdade para com seus clientes, devendo 
usar cautela e discernimento razoáveis, além de agir para o benefício de seus clientes e 
colocar os interesses deles acima de seus próprios interesses ou dos interesses do seu 
empregador.
Prudência e Zelo: o agente fi duciário deve agir com o devido cuidado, habilidade e 
diligência, fazendo investimentos como qualquer pessoa comum e prudente faria.
A quebra dos deveres fi duciários deteriora a confi ança no mercado fi nanceiro e de 
capitais, nas instituições e nos profi ssionais de investimento, estimulando a crença 
que os detentores de informações, acessos e poder de decisão privilegiados podem 
obter vantagens indevidas e injustas às expensas dos interesses daqueles que 
deveriam zelar.
 OE 397.03.a - Conhecer e explicar os princípios fundamentais de ética empresarial 
aplicada a profi ssionais de investimentos. 
São considerados os seguintes seis princípios fundamentais para a ética empresarial, de acordo com 
o modelo de Robert Solomon, que formam uma estrutura integrada de propósitos entre a sociedade, a 
comunidade, a empresa e o indivíduo:
Empresas como comunidade: ao invés de visar exclusivamente o lucro, as empresas 
passam a ser movidas pela vontade coletiva e ambição de seus empregados.
Excelência: fazer bem e fazer o bem, o que indica um senso de missão e um compromisso 
que vai além do potencial da empresa.
Infl uência: o empregado é infl uenciado pela empresa na qual trabalha, desenvolvendo 
sua identidade pessoal, em grande parte, por meio dela.
Integridade: complexo de virtudes que formam um caráter coerente e uma personalidade 
identifi cável e confi ável.
Julgamento: orienta o papel dos indivíduos em situações confl ito, sendo aprendido 
através da experiência e devendo ser estimulado, enfatizado e praticado.
Princípios Gerais de Ética Empresarial
Crimes Financeiros
185
Crimes contra o Mercado de Capitais
 OE 397.04.a - Compreender a necessidade de autorização ou registro para a realização 
de condutas específi cas no mercado de valores mobiliários. 
A Lei nº 6.385/1976 conceitua o crime de exercício irregular de cargo, profi ssão, atividade ou função 
como:
Exercício irregular da profi ssão
A preocupação com o todo: relacionado ao holismo, cujo objetivo é cultivar seres 
humanos completos e preocupados com o todo. 
Um exemplo de holismo é a Responsabilidade Social Corporativa, que não deve 
ser vista apenas como uma forma de fi lantropia por parte das empresas, mas como 
objetivo central dessas, já que seu propósito deve ser enriquecer não apenas os 
empresários, como também a sociedade pela qual eles são responsáveis.
Exercer, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, a atividade de 
administrador de carteira, de assessor de investimento, de auditor independente, de 
analista de valores mobiliários, de agente fi duciário ou qualquer outro cargo, profi ssão, 
atividade ou função, sem estar, para esse fi m, autorizado ou registrado na autoridade 
administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento.
A pena atribuível à conduta criminosa de exercício irregular é de detenção de 6 meses a 2 anos, além 
de multa.
 OE 397.04.b - Identifi car a utilização indevida de informações privilegiadas, distinguir 
os diferentes tipos de Insider Trading (Primário e Secundário) e o dever de sigilo de 
informações privilegiadas.
Uso indevido de informações
Segundo a Lei nº 6.385/1976, informação privilegiada (inside information) é toda a informação 
relevante ainda não divulgada ao mercado. Assim, considera-se:
confi dencial: a informação não divulgada amplamente no mercado através da mídia. A 
informação divulgada aos analistas não é considerada pública até que seja fornecida para 
os investidores em geral; e
Inside information 
Crimes Financeiros
186
Insider trading ocorre quando pessoas que possuem informação privilegiada sobre as companhias 
realizam negócios com ativos dessas empresas em proveito próprio e/ou prejudiciais aos investidores 
em geral, podendo tal prática ser classifi cada como:
primário: quando o crime for cometido por quem recebe a informação privilegiada 
diretamente de sua fonte de origem, e sabe se tratar de uma informação privilegiada da 
qual deve ou não guardar sigilo; 
secundário: acontece quando o crime for cometido por alguém que não tem acesso à 
informação diretamente da sua origem, mas recebe a informação confi dencial de terceiros 
ou circunstâncias excepcionais, podendo, ainda, não saber se tratar de uma informação 
privilegiada; e
repasse: incorre na mesma conduta criminosa quem repassa informação sigilosa relativa a 
fato relevante a que tenha tido acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor 
de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profi ssional ou de confi ança com 
o emissor. 
Insider trading
relevante: se a divulgação da informação afetaria o preço de um título ou se os investidores 
gostariam de ter a informação antes de tomar uma decisão de investimento, ela é relevante. 
Se o efeito da disseminação desta informação no preço for ambíguo, a informação pode 
não ser considerada relevante.
Utilizar informação relevante de que tenha conhecimento, ainda não divulgada ao 
mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida, 
mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores mobiliários enseja 
pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa de até três vezes o montante da vantagem 
ilícita obtida em decorrência do crime. 
Incorre na mesma pena quem repassa informação sigilosa relativa a fato relevante a que tenha tido 
acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor de valores mobiliários ou em razão de 
relação comercial, profi ssional ou de confi ança com o emissor. 
A pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o agente se vale de informação relevante de 
que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo.
 OE 397.04.c - Analisar e interpretar situações apresentadas referentes à confi dencialidade 
das informações. Determinar se houve ou não violação de informações confi denciais.
Confi dencialidade
Crimes Financeiros
187
As informações privilegiadas devem ser preservadas, cabendo aos emissores e às 
entidades que atuam no mercado de valores mobiliários propiciar o controle de 
informações confi denciais, restritas e privilegiadas a que tenham acesso os seus sócios, 
diretores, administradores, profi ssionais e terceiros contratados.
 OE 397.04.d - Analisar, interpretar e identifi car situações apresentadase que sejam 
potenciais de confl ito de interesses.
O confl ito de interesses está relacionado a circunstâncias, a relacionamentos ou a outros fatos 
vinculados aos próprios interesses fi nanceiros, operacionais, de propriedade e/ou pessoais de um 
profi ssional que podem impedir, de alguma forma, tal profi ssional de prestar seu aconselhamento, 
suas recomendações ou serviços de forma desinteressada.
Confl ito de interesses
O profi ssional deve proteger a confi dencialidade de todas as informações dos clientes. Um 
relacionamento de confi ança com o cliente só pode ser construído sob o entendimento de que as 
informações serão tratadas de forma discreta e segura e não serão reveladas inadequadamente.
O uso de informação do cliente é impróprio, independente de causar ou não dano a este. É permitido 
usar informações confi denciais do cliente quando ele e o profi ssional estiverem em uma disputa 
civil, para se defender contra acusações de imperícia feitas pelo cliente ou, ainda, para cumprir com 
requerimentos ou processos legais. Em todas as outras situações, mesmo que não cause danos ao 
cliente, não é permitido revelar suas informações a terceiros.
O profi ssional deve manter com os clientes uma relação profi ssional íntegra, 
revelando e gerenciando possíveis confl itos de interesses. Ele deve compatibilizar os 
próprios sentimentos, preconceitos e desejos, de forma a alcançar um equilíbrio entre 
os interesses confl itantes.
Manipulação dos Mercados
 OE 397.05.a - Entender a conduta e o dolo específi co de manipulação de mercado.
Os profi ssionais de mercado não devem se envolver em práticas que distorçam preços de ativos ou 
artifi cialmente aumentem o volume de negociação com a intenção de enganar os participantes do 
mercado.
Exemplos incluem manipulações baseadas em transações que dão falsas impressões de volume e/ou 
preço, assim como disseminar informações falsas e enganosas para infl uenciar o preço de um ativo.
A Lei nº 6.385/1976 conceitua a prática de manipulação de mercado como:
Crimes Financeiros
188
Realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas destinadas a 
elevar, manter ou baixar a cotação, o preço ou o volume negociado de um valor mobiliário, 
com o fi m de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano 
a terceiros.
É imputável a pena de reclusão, de um a oito anos, além da multa de até três vezes o montante da 
vantagem ilícita obtida em decorrência do crime de manipulação.
As multas cominadas para os crimes de manipulação de mercado e uso indevido de informação 
privilegiada deverão ser aplicadas em razão do dano provocado ou da vantagem ilícita auferida pelo 
agente. Nos casos de reincidência, a multa pode ser de até o triplo dos valores fi xados em lei.
A existência de prejuízo ao investidor ou o efetivo recebimento da vantagem indevida 
não são requisitos necessários à caracterização da operação fraudulenta. Basta que o 
agente tenha tido a intenção de obter vantagem ilícita, utilizando para tanto de ardil 
ou artifício destinado a induzir ou manter terceiros em erro.
 OE 397.05.b - Conhecer as práticas não equitativas e de manipulação de mercado 
defi nidas em lei.
A Lei nº 6.385/1976 defi niu como uma de suas atribuições assegurar a observância de práticas 
equitativas no mercado de valores mobiliários. 
Nesse sentido é que a Resolução CVM nº 62/2022 veda aos administradores e acionistas de 
companhias abertas, aos intermediários e aos demais participantes do mercado de valores mobiliários, 
considerando falta grave passível de aplicação de penalidades previstas na Lei nº 6.385/76, práticas 
caracterizadas como:
I. criação de condições artifi ciais de demanda, oferta ou preço: aquelas criadas em 
decorrência de negociações pelas quais seus participantes ou intermediários, por ação 
ou omissão dolosa provocarem, direta ou indiretamente, alterações no fl uxo de ordens de 
compra ou venda de valores mobiliários;
II. manipulação de preços: utilização de qualquer processo ou artifício destinado, direta 
ou indiretamente, a elevar, manter ou baixar a cotação de um valor mobiliário, induzindo 
terceiros à sua compra e venda;
III. operação fraudulenta: aquela em que se utilize ardil ou artifício destinado a induzir ou 
manter terceiros em erro, com a fi nalidade de obter vantagem ilícita de natureza patrimonial 
para as partes na operação, para o intermediário ou para terceiros; e
IV. prática não equitativa: aquela de que resulte, direta ou indiretamente, efetiva ou 
potencialmente, um tratamento para qualquer das partes, em negociações com valores 
Práticas não equitativas
Crimes Financeiros
189
 OE 397.05.c - Identifi car os exemplos notórios de ilícitos de mercado (front running, 
spoofi ng, layering, money pass, churning e manipulação de benchmark).
O livro de ofertas, ou book, é onde são registradas e apresentadas as intenções de compra e venda 
de ativos na Bolsa de Valores.
Segundo as regras de negociação da B3, o livro de ofertas apresenta a seguinte ordenação:
ofertas de compra de maior preço têm prioridade na execução e, no caso de mais de uma 
oferta com o mesmo preço, a prioridade é daquela enviada mais previamente; e
ofertas de venda de menor preço têm prioridade na execução e, no caso de mais de uma 
oferta com o mesmo preço, a prioridade é daquela enviada mais previamente.
Ilícitos de mercado
mobiliários, que a coloque em uma indevida posição de desequilíbrio ou desigualdade em 
face dos demais participantes da operação.
As informações disponibilizadas no livro de ofertas são relevantes para as decisões 
de negociação, não podendo conter, portanto, falsas representações aos investidores.
Front running é a inserção de uma ordem de negociação no livro de ofertas por um operador, em 
proveito próprio ou de terceiros, em função do seu conhecimento sobre uma futura transação que irá 
impactar substancialmente o preço do ativo.
O operador também pode adotar essa conduta criminosa mediante a informação privilegiada de uma 
recomendação de compra ou venda de um ativo que poderá, com razoável grau de certeza, afetar o 
seu preço quando divulgada ao público em geral.
Front running
Um exemplo do ciclo de spoofi ng é um investidor que envia sua oferta de venda no preço pretendido, 
mesmo observando no book que ela fi cou posicionada atrás de outras de menor ou igual valor, inseridas 
previamente.
Ele então envia uma oferta artifi cial expressiva no lado oposto do book, ou seja, uma oferta de compra 
de valor abaixo e próximo ao da sua ordem de venda, o que induz os compradores a incluir ou ajustar 
a maior o preço de suas ofertas de compra visando à obtenção de posição de prioridade.
Com o novo fl uxo de ordens de compra, advindo da reação dos compradores à oferta fi ctícia, a oferta 
de venda inicial passa a dispor de maiores possibilidades de execução e, assim que executada, o 
investidor fecha o ciclo do spoofi ng, cancelando a oferta de compra fi ctícia.
Spoofi ng
Crimes Financeiros
190
Por sua vez, o layering é uma prática abusiva de criação de liquidez artifi cial no livro de ofertas por 
meio de camadas de ofertas artifi ciais em níveis sucessivos de preços, com o objetivo de induzir os 
investidores a superar as barreiras criadas pelas camadas, gerando assim ordens mais agressivas do 
lado oposto do book. 
Layering
Enquanto o spoofi ng é implementado com apenas uma ordem artifi cial, o layering utiliza 
camadas de ordens.
Após a execução do negócio originalmente pretendido, as camadas de ofertas e, por conseguinte, a 
liquidez artifi cial, são canceladas. 
O layering é mais adotado nos books com spreads mais abertos, isto é, quando a 
diferença entre a melhor oferta de compra e melhor oferta de venda é maior, já que, 
nesses casos, a manipulação tende a ser mais abrangente do que no spoofi ng.
A prática do money pass consiste na realização de operação no mercado de valores mobiliários 
acordada previamenteentre dois indivíduos, com o objetivo de ocultar a transferências de recursos 
entre eles.
Money pass
Um exemplo seria um investidor colocar ordens de compra e venda de sua conta e 
da conta de um terceiro em lados opostos do livro de ofertas, com uma diferença de 
poucos segundos entre elas. 
É também possível a utilização de operações de day trade, em que ocorre a abertura e o encerramento 
de posição no mesmo pregão, para a prática desse ilícito.
Churning, também conhecido como overtrading, consiste na prática irregular de realizar sucessivas 
operações com o objetivo preponderante de gerar maior volume de corretagens e comissões.
A prática de churning, comumente associada à gestão irregular de carteira de investidor, é caracterizada 
pela presença de três principais fatores:
controle sobre a conta do cliente;
Churning
Crimes Financeiros
191
A manipulação de benchmark ocorre mediante conluio de agentes de mercado, inclusive instituições 
fi nanceiras e entidades que atuam no mercado de capitais, visando afetar artifi cialmente os valores que 
servem de base ao cálculo de índices de referência (benchmarks).
Os operadores dos agentes envolvidos deliberadamente submetem ao provedor do índice informações 
de valores ou taxas artifi cialmente altos ou baixos, forçando a valorização ou desvalorização do 
indicador, de forma a apoiar as negociações de ativos e derivativos realizadas por seus empregadores.
Manipulação de benchmark
A prática de efetuar negócios de maneira excessiva, com o objetivo de gerar 
maiores receitas, é considerada quebra de lealdade, em razão da atuação contrária 
e fraudulenta ao melhor interesse do investidor, o que resulta em infração às 
disposições da Resolução CVM nº 62/2022.
negociação excessiva; e
custos excessivos.
Além de ensejar mudanças regulatórias, ações judiciais e multas, crimes dessa 
natureza ganham notoriedade, prejudicando a confi ança do público nos mercados 
fi nanceiros e de capitais.
192
 OE 185.02.a - Identifi car os objetivos pessoais e fi nanceiros do cliente, suas necessidades 
e prioridades assim como seus horizontes de tempo (objetivos de acumulação de capital, 
tais como geração de renda, aposentadoria, entre outros).
O processo de análise do perfi l do investidor envolve também compreender os objetivos do cliente. 
Em linhas gerais, um investimento pode ter como objetivo custear:
Objetivos do Investidor
educação;
aquisição de bens móveis e imóveis;
aposentadoria.
1
2
3
É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação de uma 
poupança como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar de Colchão de 
Segurança ou Reserva de Emergência.
Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles sejam atingidos. 
Por exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas gostaria de adquirir um novo 
imóvel em, no máximo, cinco anos. Tão importante quanto o objetivo é o horizonte desse investimento.
 OE 185.01.a - Identifi car os principais fatores que determinam a adequação de produtos 
de investimentos às necessidades dos investidores.
Os principais fatores que determinam a adequação dos produtos de investimentos às necessidades 
dos investidores são:
Objetivos do investidor;
Horizonte de investimento;
Risco versus retorno;
Diversifi cação;
Grau de conhecimento do mercado fi nanceiro;
Situação Financeira (Finanças Pessoais).
Vejamos cada um abaixo.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
193
Horizonte de Investimento
O horizonte de investimento, ou horizonte de tempo, corresponde aos períodos nos quais uma carteira 
é dividida, e defi ne a demanda de recursos para atender a importantes objetivos do investidor. Por 
exemplo:
Curto prazo: menos de 3 anos. 
Médio prazo: entre 3 e 10 anos. 
Longo prazo: mais de 10 anos.
1
2
3
Pré-aposentadoria Aposentadoria Pós-morte
Pré-aposentadoria: o período que engloba os anos associados à idade ativa, quando se 
gera renda por meio do trabalho (e de outras fontes), até a aposentadoria.
Aposentadoria: o número de anos que o investidor viverá, depois de aposentado, com a 
renda gerada pela sua carteira (e por outras fontes de renda, tais como planos de previdência 
e aposentadoria pública).
Pós-morte: a disposição da riqueza depois da morte do investidor, relacionada a questões 
de herança e transmissão de patrimônio.
Os horizontes mais longos de tempo indicam uma maior capacidade que um cliente tem de assumir 
riscos, mesmo quando sua disposição (ou seja, sua vontade) para tal não é evidente. Os prazos longos 
permitem menos pressão sobre uma carteira de investimentos para eventuais recuperações. O inverso 
também é verdadeiro. Entretanto, cada caso é específi co e exige atenção individual.
A defi nição desses prazos varia de instituição para instituição, portanto não é preciso decorá-los.
Uma mudança de horizonte de tempo acontece quando as circunstâncias e os padrões de gasto ou 
as receitas do investidor mudam signifi cativamente. Por exemplo, um indivíduo que está atualmente 
empregado terá pelo menos dois períodos: os anos restantes de trabalho (com renda) e os anos de 
aposentadoria.
Geralmente, os investidores individuais lidam com três horizontes de tempo:
Recomendação
Recomenda-se que os objetivos sejam separados de acordo com o horizonte de tempo.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
194
A regra geral é:
Quanto maior o retorno desejado, maior o risco.
Por isso, é imprescindível que durante o processo de análise do perfi l do investidor haja 
uma avaliação a respeito da tolerância que o cliente tem a riscos.
Tolerância a riscos
Veja os seguintes exemplos de situações referentes à tolerância ao risco (agregando tanto capacidade 
como disposição):
Baixa tolerância ao risco Alta tolerância ao risco
Metas a curto prazo. Metas a longo prazo.
Necessidade de liquidez a curto prazo. Reserva sufi ciente para casos de emergência.
Proximidade de aposentadoria. Carreira em crescimento ou início de carreira.
Grande parte da renda destinada a pagamentos 
de despesas e compromissos fi nanceiros.
Menor comprometimento da renda.
Alterações no mercado causam ansiedade e 
desconforto.
Tranquilidade frente às mudanças no mercado.
A tolerância ao risco é composta de dois fatores: pessoais (disposição para aceitar risco) 
e econômicos (capacidade para aceitar risco). 
A disposição para assumir risco é subjetiva e é determinada pelo perfi l psicológico do 
investidor. Já a capacidade para assumir risco é mais fácil de ser quantifi cada devido à 
conexão entre os objetivos e o limite de tempo para alcançá-los.
 OE 185.03.a - Analisar as informações do cliente e determinar sua tolerância a riscos.
Em fi nanças, qualquer avaliação acerca do retorno de um investimento deve necessariamente estar 
associada ao risco desse investimento.
O risco pode ser defi nido como o grau de incerteza a respeito de um evento, como um investimento. 
Podemos estabelecer uma probabilidade de ocorrência do evento (de perda, por exemplo).
Risco versus Retorno
A teoria de fi nanças tradicional pressupõe que os investidores são racionais e avesso a riscos, ou seja, 
preferem o maior retorno a dado nível de risco.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
195
Risco Total = 
Sistemático + Não Sistemático
Risco Não Sistemático
Risco Sistemático
Número de ações na carteira
Como se observa, a diversifi cação reduz o risco não sistemático (diversifi cável), mas não o sistemático 
(não diversifi cável). O risco total não pode ser reduzido abaixo do risco sistemático, ou de mercado.
Risco Sistemático e Não Sistemático
Em resumo, o risco total de um bem ou de uma carteira pode ser subdividido em:
Risco Sistemático, de Mercado ou Conjuntural Risco Não Sistemático ou Próprio
É o risco não diversifi cável. Consiste no risco que 
os sistemas econômico, político e social, vistos de 
forma ampla,impõem ao ativo.
É o risco diversifi cável. Consiste no risco 
intrínseco ao ativo e ao subsistema ao qual 
pertence. É gerado por fatos que atingem 
diretamente o ativo em estudo ou o setor a que 
está ligado, não atingindo os outros ativos e 
respectivos subsistemas.
A fi gura a seguir ilustra bem essa situação: o risco total ( ) é igual à soma do risco sistemático e do risco 
não sistemático, enfatizando o efeito da diversifi cação.
Diversifi cação
Diversifi cação
 OE 185.04.a - Conhecer, comparar e explicar os conceitos de risco diversifi cável e risco 
sistemático.
Em fi nanças, a máxima “não coloque todos os ovos no mesmo cesto” é bastante válida quando falamos 
de investimentos. O ato de distribuir investimentos em duas ou mais aplicações é conhecido como 
diversifi cação.
A grande vantagem da diversifi cação é a redução do risco total de uma carteira de ativos, simplesmente 
pelo fato de alocar os recursos em diferentes ativos.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
196
Grau de conhecimento do mercado fi nanceiro
A verifi cação da adequação do produto, operação ou serviço ao perfi l do cliente envolve avaliar se ele 
possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto oferecido.
Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento é verifi car qual a experiência desse 
cliente com investimentos. 
Clientes que investem há mais tempo, ou que investem em produtos mais sofi sticados, tendem a 
apresentar mais conhecimento do mercado fi nanceiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco 
tempo (ou que nunca investiram anteriormente), ou aqueles que concentram suas aplicações em 
produtos mais simplifi cados e de baixo risco, tendem a apresentar um conhecimento menos profundo 
do mercado fi nanceiro.
Ao identifi car o grau de conhecimento do mercado fi nanceiro de seu cliente, o profi ssional de 
investimentos saberá como se comunicar melhor com ele e também quais produtos (mais ou menos 
arriscados) lhe oferecer.
Um bom orçamento começa com o estabelecimento de objetivos e metas a serem 
alcançados, podendo estar voltados para curto, médio ou longo prazos. 
Finanças Pessoais
Conceitos de Orçamento e Fluxo de Caixa
Por sua vez, o risco não diversifi cável refere-se ao risco que o sistema em sua totalidade irá impor a todo 
e qualquer ativo e, portanto, mesmo em uma carteira bem diversifi cada, esse risco estará presente. Por 
isso, esse risco não diversifi cável foi chamado de risco sistemático.
É importante notar que a adição de novos títulos à carteira reduz o risco total até certo ponto. Quando 
atingimos o risco sistemático, ou de mercado, a diversifi cação atingiu seu ponto máximo (a curva não 
irá além do risco de mercado). Essa é a chamada diversifi cação efi ciente.
A chave para diversifi cação está na correlação dos títulos. Vale lembrar que o coefi ciente 
de correlação é um valor entre -1 e +1 e mede o grau do movimento conjunto entre duas 
variáveis aleatórias - nesse caso, os retornos da ação. 
A diversifi cação efi ciente ocorre em uma carteira na qual os retornos dos investimentos 
estão inversamente relacionados, ou seja, quando o valor de uma ação sobe, o da outra 
cai na mesma intensidade (coefi ciente de correlação é -1). 
 OE 185.05.a - Defi nir os principais conceitos para elaboração de orçamento pessoal: 
poupança, gastos correntes, receitas, despesas e fl uxo de caixa.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
197
O orçamento envolve planejar, defi nir necessidades e eleger prioridades dentro da renda disponível, 
ajudando o cliente a entender seus hábitos de consumo.
1. Comece com um histórico de extratos bancários e canhotos de cheques de 12 meses anteriores. 
• Crie uma planilha para todas as despesas, dividindo-as em categorias mês a mês. 
• Se necessário, recorra a extratos de cartões de crédito para assistir o cliente na 
determinação do orçamento para cada categoria de gastos. Também discrimine as 
receitas: salário, rendas, etc.
2. Faça um levantamento de gastos futuros, considerando também as despesas sazonais. 
Identifi que gastos que podem ser eliminados ou reduzidos. 
3. Planeje para o inesperado (sempre há despesas imprevistas).
4. Uma vez determinados os valores mensais por categoria, calcule-os como percentual da 
receita líquida.
5. Identifi que custos sensíveis à infl ação e custos fi xos (fi nanciamento da casa, etc.).
6. Projete as receitas mensais para o próximo ano.
7. Determine o total das despesas e em quais meses elas ocorrerão. Seguros e impostos 
geralmente são despesas anuais. A falta de planejamento pode gerar problemas de fl uxo de 
caixa.
8. Projete o orçamento para os próximos 12 meses.
9. Compare as despesas reais com as projetadas. Ajuste os próximos 11 meses de acordo.
10. Continue a analisar, selecionando categorias de despesas sobre as quais se tem controle (Ex.: 
lazer, telefone, entre outros).
As informações que geralmente fazem parte do orçamento são:
Receitas Despesas
Salários Aplicações mensais (previdência e investimentos).
Receita de juros
Custos fi xos obrigatórios:
― Despesas de moradia (aluguel, 
fi nanciamento, água, luz e gás).
― Despesas de carros (seguro, prestações, 
estacionamento, lavagem, combustível e 
manutenção).
― Impostos.
― Seguros.
Passos do orçamento
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
198
Exemplo de Orçamento:
Jonas e Maria Carvalho - Ano de 2018
Entradas - Anuais 
Salário de Jonas R$ 42.000,00 
Salário de Maria R$ 55.000,00 
Receita de dividendos R$ 1.220,00 
Receita de juros R$ 1.110,00
Total de Entradas Anuais R$ 99.330,00
Saídas - Anuais 
Poupança e Investimentos 
 Previdência R$ 5.000,00 
 Aplicações R$ 10.530,00 
 Juros R$ 1.000,00
 R$ 16.530,00
Custos Fixos - Anuais 
Financiamento da casa R$ 9.592,00 
IPTU R$ 2.000.00 
Seguro Residencial R$ 720,00 
Água, luz e gás R$ 1.200,00 
Telefone R$ 1.200,00 
Financiamento do carro R$ 9.000,00 
Seguro do carro R$ 1.800,00 
Receitas de dividendos
Custos fi xos facultativos:
― TV a cabo, telefone, internet, etc.
― Clube/ginástica.
Receitas de aluguéis
Custos variáveis obrigatórios: 
― Alimentação.
Reembolso de impostos
Custos variáveis facultativos:
― Férias.
― Lazer.
Outras receitas
Fluxo de Caixa Líquido = Fluxos positivos –
negativos:
― Analisar Fluxo de Caixa Líquido Facultativo.
Pensão alimentícia
Renda de aposentadoria
Notas de rodapé devem ser usadas para explicar detalhes de receitas e despesas.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
199
Em resumo, o orçamento doméstico refere-se a uma previsão de entradas e saídas da 
família em determinado período. 
Por sua vez, o Fluxo de Caixa relaciona as movimentações fi nanceiras (entradas e saídas) 
de acordo com o seu real valor e no momento (geralmente no dia) em que ocorreram.
Gasolina/óleo/manutenção R$ 2.600,00 
Pagamento de cartões de crédito R$ 5.000,00
 R$ 33.112,00
Custos Variáveis - Anual 
Impostos R$ 26.142,00 
Alimentação R$ 6.490,00 
Saúde (dentista/médico/remédios) R$ 2.400,00 
Vestuário / Despesas pessoais R$ 2.600,00 
Educação R$ 3.000,00 
Empregados R$ 2.000,00 
Férias/Lazer R$ 3.000,00 
Despesas discricionárias R$ 4.056,00
 R$ 49.688,00
Total de Saídas Anuais R$ 99.330,00
Deve-se fazer o balanceamento das receitas e despesas mensais, e reservar uma parcela das receitas 
para poupança e investimentos (plano de investimentos).
Se o orçamento assim se concretizar, o fl uxo de caixa terá exatamente as mesmas informações, mas 
agrupadas conforme a data em que as movimentações ocorreram.
As contas do Balanço Patrimonial Pessoal 
 OE 185.05.b - Identifi car e explicaras contas do Balanço Patrimonial Pessoal.
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativamente e 
quantitativamente, a posição patrimonial e fi nanceira de uma pessoa ou família, em uma determinada 
data.
No balanço patrimonial, as contas deverão ser classifi cadas conforme os elementos 
patrimoniais registrados, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise 
da situação fi nanceira da pessoa física ou família.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
200
ATIVOS1
Dinheiro & Instrumentos (Alta Liquidez)
Conta banco / Poupança R$ 40.000,00 
Total Dinheiro R$ 40.000,00
Ativos Investidos 
Carteira Invest. Denise R$ 90.000,00 
Carteira Invest. Roberto R$ 110.801,00
Previdência Denise R$ 200.000,00
Previdência Roberto R$ 400.000,00
Confeitaria Denise R$ 100.000,00
PASSIVOS & PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Passivos de Curto Prazo 
Cartão de crédito 1 R$ 5.000,00 
Cartão de crédito 2 R$ 7.000,00
Cartão de crédito 3 R$ 8.000,00
Financiamento Carro 1 R$ 10.000,00
Financiamento Carro 2 R$ 10.000,00
Total Passivos Curto R$ 40.000,00
Passivos de Longo Prazo 
Financ. res. praia R$ 120.000,00 
Financ. res. principal R$ 150.000,00
Exemplo de Balanço Familiar:
Roberto e Denise de Oliveira - Dezembro de 2019
Nele são registrados os bens, direitos e obrigações da pessoa física ou da família em um determinado 
momento, agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez, do lado dos ativos, e 
por ordem crescente de vencimento (maturidade), do lado dos passivos. Veja o exemplo abaixo:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens de Uso: Dívidas:
Residência Saldo de fi nanciamento imobiliário
Carros Empréstimos bancários
Casa de veraneio Cartões de crédito
Bens de não uso: Saldo de fi nanciamento de automóvel
Participações societárias Patrimônio Líquido
Investimentos Ativo - Passivo
Fazenda arrendada
As contas de ativos e passivos podem ser classifi cadas de acordo com seus prazos. Ativos e passivos 
circulantes (ou de curto prazo) são aqueles realizáveis no prazo de até um ano.
Segue abaixo um exemplo de um balanço para uma família:
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
201
Notas:
1 Todos os bens foram avaliados no valor atual de mercado.
2 Casal com comunhão universal de bens.
Índice de endividamento
 OE 185.05.c - Conhecer o índice de endividamento e sua utilização.
O índice de endividamento é calculado por meio do quociente entre o Passivo Total, que representa o 
total de dívidas, e o Ativo Total (AT).
Esse índice mede quanto do Ativo Total (patrimônio líquido) está comprometido com o pagamento de 
dívidas e obrigações fi nanceiras em um certo prazo.
Índice de Endividamento (IE) = PT 
 AT
Considere o balanço patrimonial de uma família:
Saldo Caderneta de Poupança R$ 50.000,00 Saldo devedor 
fi nanciamento 
carro Bernardo
R$ 12.500,00
Saldo líquido CDB R$ 120.000,00
Total Ativo Circulante R$ 170.000,00 Saldo devedor 
fi nanciamento 
imobiliário
R$ 68.500,00
Carro Adriana R$ 50.000,00 
Carro Bernardo R$ 30.000,00 
Total Passivo 
(Exigível)
R$ 81.000,00
Ag. Publicidade Roberto R$ 300.000,00
Total de Investimentos R$ 1.280.801,00
Bens de Uso Pessoal 
Automóvel 1 R$ 20.000,00 
Automóvel 2 R$ 22.000.00 
Bens pessoais e móveis R$ 100.000,00
Residência na praia R$ 180.000,00
Residência principal R$ 300.000,00
Total Bens Uso Pessoal R$ 622.000,00
TOTAL ATIVOS R$ 1.902.801,00
Total Passivos Longo R$ 270.000,00
Patrimônio Líquido R$ 1.592.801,00
TOTAL PASSIVOS E PL R$ 1.902.801,00
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
202
Imóvel Residencial
R$ 
500.000,00 Patrimônio Líquido = Ativos – Passivos
R$ 969.000,00
Valor acumulado PGBL
R$ 
300.000,00 
Total Ativo Permanente
R$ 
880.000,00 PASSIVO TOTAL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 1.050.000,00
ATIVO TOTAL R$ 1.050.000,00
Calcule o índice de endividamento dessa família.
Endividamento = PT
 AT
O Passivo Total, ou Exigível, é calculado a partir da soma do Passivo Circulante (R$ 
12.500,00) com o Exigível de Longo Prazo (R$ 68.500,00), o que resulta em R$ 81.000,00. 
Como o Ativo Total é de R$ 1.050.000,00, temos:
Endividamento = 81.000 = 0,077 = 7,7%.
 1.050.000
A família tem uma situação fi nanceira bem confortável, com um índice de endividamento 
relativamente baixo.
Finanças Sustentáveis
 OE 185.06.a - Conhecer o conceito de investimento ASG e identifi car os riscos 
relacionados a tais investimentos.
Finanças Sustentáveis é um termo utilizado para referenciar a integração das questões ASG, isto é, dos 
aspectos Ambientais, Sociais e de Governança, nos processos de tomada de decisão de investimento. 
Estudos apontam que a observância de questões ASG pelas empresas implica um diferencial positivo 
de retorno fi nanceiro. Sendo assim, investir nas empresas que se preocupam com questões ASG tende 
a proporcionar uma performance superior, notadamente no longo prazo.
Consideram-se investimentos ASG aqueles que fi nanciam setores, empresas ou projetos que foquem 
em questões ASG, tais como: 
Ambiental: uso sustentável de recursos naturais, emissão de carbono, efi ciência energética, 
poluição e tecnologia.
Social: políticas e relações de trabalho, política de inclusão e diversidade, treinamento da 
força de trabalho, direitos humanos e a privacidade e segurança de dados.
Governança: independência, remuneração e diversidade na composição do conselho de 
administração, ética e transparência.
Adequação de Produtos e Finanças Pessoais
203
Embora tradicionalmente de maior interesse de investidores profi ssionais, tais como fundos de pensão, 
seguradoras e gestores de recursos, esses temas vêm atraindo uma atenção cada vez maior dos 
investidores de varejo, tanto dos qualifi cados como do público em geral.
Uma forma do investidor tomar ciência dos riscos ASG aos quais as empresas 
emissoras de ações e títulos estão sujeitas é acessando o Formulário de Referência 
(FRE), documento disponibilizado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou 
nas respectivas seções de Relação com Investidores (RI) das companhias. 
No FRE constam informações sobre a existência ou não de políticas socioambientais, custos de 
recuperação ambiental, riscos de impactos ao meio ambiente, além da descrição sobre as práticas de 
governança corporativa adotadas pelas empresas.
204
 OE 398.01.a - Compreender o tratamento isolado dos riscos social, climático e ambiental 
no âmbito das instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB).
A Resolução CMN nº 4.557/2017, que dispõe sobre estrutura de gerenciamento de riscos e a 
estrutura de gerenciamento de capital nas instituições fi nanceiras autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central do Brasil (BCB), enquadradas nos segmentos 1, 2, 3 ou 4, exige a identifi cação, a avaliação, a 
mensuração e o monitoramento dos riscos.
Nesse sentido, tais instituições devem estabelecer mecanismos de identifi cação e monitoramento 
dos riscos, além de uma estrutura de gerenciamento e requerimentos mínimos prudenciais a serem 
observados para cada tipo de risco, assinalando, dentre outros, o risco socioambiental.
Riscos Social, Ambiental e Climático 
ASG nas Instituições Financeiras 
A Resolução CMN nº 4.553/2017 classifi ca as instituições fi nanceiras em cinco 
segmentos:
— segmento 1 (S1): bancos cujo porte, medido pelo nível de exposição total, for 
igual ou superior a 10% do PIB ou que sejam internacionalmente ativos;
— segmento 2 (S2): instituições de porte entre 1% e 10% do PIB, podendo conter 
instituição de porte superior a 10% do PIB se não for sujeita ao enquadramento 
no S1;
— segmento 3 (S3): instituições de porte entre 0,1% e 1% do PIB;
— segmento 4 (S4): instituições de porte inferior a 0,1% do PIB; e
— segmento 5 (S5): cooperativas de crédito e instituições nãobancárias que tenham 
perfi l de risco simplifi cado.
A Network of Central Banks and Supervisors for Greening the Financial System – NGFS (rede de 
bancos centrais e supervisores para tornar o sistema fi nanceiro verde) foi constituída em dezembro 
de 2017 e atualmente conta com 42 membros, inclusive o BCB, além de oito observadores, que 
representam os cinco continentes.
A NGFS visa fortalecer a resposta global necessária para cumprir os objetivos do Acordo de Paris e 
melhorar o papel do sistema fi nanceiro para gerenciar riscos e mobilizar capital para investimentos 
verdes e de baixo carbono no contexto mais amplo de desenvolvimento ambientalmente sustentável.
ASG nas Instituições Financeiras 
205
Em sua primeira publicação, em outubro de 2018, a NGFS reconheceu e divulgou 
explicitamente que os riscos relacionados a mudanças climáticas são fonte de riscos 
fi nanceiros e, como tal, estão sob o mandato dos bancos centrais.
Em setembro de 2020, o BCB lançou a dimensão de sustentabilidade da sua Agenda Institucional. 
Entre as diversas iniciativas, previu-se a remessa de informações por parte das instituições fi nanceiras 
sobre riscos ambiental, social e climático, com o objetivo de captar a exposição a contrapartes cujas 
práticas, projetos ou atividades econômicas apresentem, direta ou indiretamente, potencial de gerar 
perdas para as instituições ocasionadas por eventos associados:
— à violação de direitos e garantias fundamentais ou a atos lesivos a interesse comum;
— à degradação do meio ambiente, incluindo o uso excessivo de recursos naturais;
— ao processo de transição para uma economia de baixo carbono; e
— às intempéries frequentes e severas ou a alterações ambientais de longo prazo, que possam 
ser relacionadas a mudanças em padrões climáticos.
Intencionando o aprimoramento das regras de gestão de risco desses eventos nas instituições 
fi nanceiras, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o BCB publicaram, em 2021, o seguinte conjunto 
de normas:
— Resolução CMN nº 4.943/2021: alterou a Resolução CMN nº 4.557/2017, desmembrando 
o risco socioambiental e passando a tratar isoladamente os riscos social, ambiental e 
climático;
— Resolução CMN nº 4.944/2021: dispõe sobre a estrutura simplifi cada de gerenciamento 
contínuo de riscos para as instituições do segmento 5, passando também a tratar os riscos 
ambiental, social e climático de forma isolada.
— Resolução CMN nº 4.945/2021: trata da Política de Responsabilidade Social, Ambiental e 
Climática (PRSAC) e prevê a implementação de ações com vistas à sua efetividade;
— Resolução BCB nº 139/2021: dispõe sobre a divulgação anual do Relatório de Riscos e 
Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas (Relatório GRSAC) por parte das instituições 
que se enquadram nos segmentos 1, 2, 3 e 4; e
— Instrução Normativa BCB nº 153/2021: defi ne tabelas padronizadas para fi ns de divulgação 
do Relatório GRSAC.
Risco social
A Resolução CMN nº 4.943/2021 defi ne o risco social como a possibilidade de ocorrência de perdas 
para a instituição ocasionadas por eventos associados à violação de direitos e garantias fundamentais 
ou a atos lesivos a interesse comum.
ASG nas Instituições Financeiras 
206
Interesse comum é aquele associado a grupos de pessoas ligadas jurídica ou 
factualmente pela mesma causa ou circunstância, quando não relacionada à defi nição 
de risco ambiental, de risco climático de transição ou de risco climático físico.
São exemplos de eventos de risco social a ocorrência ou, conforme o caso, os indícios da ocorrência 
de:
— ato de assédio, de discriminação ou de preconceito com base em atributos pessoais, tais 
como etnia, raça, cor, condição socioeconômica, situação familiar, nacionalidade, idade, 
sexo, orientação sexual, identidade de gênero, religião, crença, defi ciência, condição 
genética ou de saúde e posicionamento ideológico ou político;
— prática relacionada ao trabalho em condições análogas à escravidão;
— exploração irregular, ilegal ou criminosa do trabalho infantil;
— prática relacionada ao tráfi co de pessoas, à exploração sexual ou ao proveito criminoso da 
prostituição;
— não observância da legislação previdenciária ou trabalhista, incluindo a legislação referente 
à saúde e segurança do trabalho;
— ato irregular, ilegal ou criminoso que impacte negativamente povos ou comunidades 
tradicionais, entre eles indígenas e quilombolas, incluindo a invasão ou a exploração 
irregular, ilegal ou criminosa de suas terras;
— ato lesivo ao patrimônio público, ao patrimônio histórico, ao patrimônio cultural ou à ordem 
urbanística;
— prática irregular, ilegal ou criminosa associada a alimentos ou a produtos potencialmente 
danosos à sociedade, sujeitos a legislação ou regulamentação específi ca, entre eles 
agrotóxicos, substâncias capazes de causar dependência, materiais nucleares ou 
radioativos, armas de fogo e munições;
— exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais, relativamente à violação de 
direito ou de garantia fundamental ou a ato lesivo a interesse comum, entre eles recursos 
hídricos, fl orestais, energéticos e minerais, incluindo, quando aplicável, a implantação e o 
desmonte das respectivas instalações;
— tratamento irregular, ilegal ou criminoso de dados pessoais;
— desastre ambiental resultante de intervenção humana, relativamente à violação de direito 
ou de garantia fundamental ou a ato lesivo a interesse comum, incluindo rompimento de 
barragem, acidente nuclear ou derramamento de produtos químicos ou resíduos nas águas;
— alteração em legislação, em regulamentação ou na atuação de instâncias governamentais, 
associada a direito ou garantia fundamental ou a interesse comum, que impacte 
negativamente a instituição; e
— ato ou atividade que, apesar de regular, legal e não criminoso, impacte negativamente a 
reputação da instituição, por ser considerado lesivo a interesse comum.
ASG nas Instituições Financeiras 
207
O risco ambiental é defi nido como a possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição 
ocasionadas por eventos associados à degradação do meio ambiente, incluindo o uso excessivo de 
recursos naturais.
São exemplos de eventos de risco ambiental a ocorrência ou, conforme o caso, os indícios da ocorrência 
de:
— conduta ou atividade irregular, ilegal ou criminosa contra a fauna ou a fl ora, incluindo 
desmatamento, provocação de incêndio em mata ou fl oresta, degradação de biomas ou da 
biodiversidade e prática associada a tráfi co, crueldade, abuso ou maus-tratos contra animais;
— poluição irregular, ilegal ou criminosa do ar, das águas ou do solo;
— exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais, relativamente à degradação 
do meio ambiente, entre eles recursos hídricos, fl orestais, energéticos e minerais, incluindo, 
quando aplicável, a implantação e o desmonte das respectivas instalações;
— descumprimento de condicionantes do licenciamento ambiental;
— desastre ambiental resultante de intervenção humana, relativamente à degradação do 
meio ambiente, incluindo rompimento de barragem, acidente nuclear ou derramamento 
de produtos químicos ou resíduos no solo ou nas águas;
— alteração em legislação, em regulamentação ou na atuação de instâncias governamentais, 
em decorrência de degradação do meio ambiente, que impacte negativamente a instituição; 
e
— ato ou atividade que, apesar de regular, legal e não criminoso, impacte negativamente a 
reputação da instituição, em decorrência de degradação do meio ambiente.
Risco ambiental
O risco climático é dividido em duas vertentes, de transição e físico:
— risco climático de transição: possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição 
ocasionadas por eventos associados ao processo de transição para uma economia de 
baixo carbono, em que a emissão de gases do efeito estufa é reduzida ou compensada e 
os mecanismos naturais de captura desses gases são preservados. São exemplos de risco 
climáticode transição:
• alteração em legislação, em regulamentação ou em atuação de instâncias 
governamentais, associada à transição para uma economia de baixo carbono, que 
impacte negativamente a instituição;
• inovação tecnológica associada à transição para uma economia de baixo carbono 
que impacte negativamente a instituição;
• alteração na oferta ou na demanda de produtos e serviços, associada à transição para 
uma economia de baixo carbono, que impacte negativamente a instituição; e
Risco climático
ASG nas Instituições Financeiras 
208
• percepção desfavorável dos clientes, do mercado fi nanceiro ou da sociedade em 
geral que impacte negativamente a reputação da instituição relativamente ao seu 
grau de contribuição na transição para uma economia de baixo carbono;
— risco climático físico: possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição ocasionadas 
por eventos associados às intempéries frequentes e severas ou a alterações ambientais 
de longo prazo, que possam ser relacionadas a mudanças em padrões climáticos. São 
exemplos de eventos no âmbito do risco físico:
• condição climática extrema, incluindo seca, inundação, enchente, tempestade, 
ciclone, geada e incêndio fl orestal; e
• alteração ambiental permanente, incluindo aumento do nível do mar, escassez de 
recursos naturais, desertifi cação e mudança em padrão pluvial ou de temperatura.
 OE 398.02.a - Identifi car a fi nalidade da estrutura de gerenciamento de riscos social, 
ambiental e climático, bem como sua distinção entre os segmentos das instituições 
autorizadas a funcionar pelo BCB.
Gerenciamento de Riscos ASG
Segundo a Resolução CMN nº 4.943/2021, a estrutura de gerenciamento de riscos das instituições 
fi nanceiras dos S1, S2, S3 e S4 deve prever, adicionalmente, para o risco social, o risco ambiental e o 
risco climático:
— mecanismos para a identifi cação e o monitoramento do risco social, do risco ambiental e 
do risco climático incorridos pela instituição em decorrência dos seus produtos, serviços, 
atividades ou processos e das atividades desempenhadas por:
• contrapartes da instituição;
• entidades controladas pela instituição; e
• fornecedores e prestadores de serviços terceirizados da instituição, quando relevantes, 
com base em critérios por ela estabelecidos;
Instituições dos segmentos 1 a 4
A relação de controle da instituição sobre uma entidade ocorre quando atendido pelo 
menos um dos seguintes critérios:
— a instituição detém mais de 50% (cinquenta por cento) do capital votante da 
entidade;
— o acordo de voto assegura preponderância da instituição nas deliberações sociais 
da entidade;
— a instituição detém o poder de eleger ou de destituir a maioria dos administradores 
da entidade; ou
ASG nas Instituições Financeiras 
209
— identifi cação, avaliação, classifi cação e mensuração do risco social, do risco ambiental e do 
risco climático com base em critérios e informações consistentes e passíveis de verifi cação, 
incluindo informações de acesso público;
— registro de dados relevantes para o gerenciamento, incluindo, quando disponíveis, dados 
referentes às perdas incorridas pela instituição, discriminadas, conforme o caso, em risco 
social, risco ambiental ou risco climático e com respectivo detalhamento de valores, 
natureza do evento, região geográfi ca, defi nida com base em critérios claros e passíveis de 
verifi cação, e setor econômico associado à exposição;
— identifi cação tempestiva de mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas ou 
de mercado, incluindo alterações signifi cativas nas preferências de consumo, que possam 
impactar de maneira relevante o risco social, o risco ambiental ou o risco climático incorrido 
pela instituição, bem como procedimentos para a mitigação desses impactos;
— monitoramento de concentrações de exposições a setores econômicos ou a regiões 
geográfi cas, defi nidas com base em critérios consistentes e passíveis de verifi cação, mais 
suscetíveis de sofrer ou de causar danos sociais, ambientais ou climáticos, e, quando 
apropriado, estabelecimento de limites para essas exposições;
— identifi cação tempestiva de percepção negativa de clientes, do mercado fi nanceiro e 
da sociedade em geral sobre a reputação da instituição, quando essa percepção possa 
impactar de maneira relevante o risco social, o risco ambiental e o risco climático por ela 
incorrido; e
— realização de análise de cenários, no âmbito do programa de testes de estresse que 
considerem hipóteses de mudanças em padrões climáticos e de transição para uma 
economia de baixo carbono.
A Resolução CMN nº 4.606/2017, que dispõe, dentre outras deliberações, sobre os requisitos 
adicionais para gerenciamento de riscos para as instituições enquadradas no S5, exige a implantação 
de estrutura simplifi cada de gerenciamento contínuo de riscos:
— compatível com o modelo de negócio, com a natureza das operações e com a complexidade 
dos produtos, dos serviços, das atividades e dos processos da instituição;
— proporcional à dimensão e à relevância da exposição aos riscos, segundo critérios defi nidos 
pela instituição; e 
— adequada ao perfi l de riscos da instituição. 
Instituições do segmento 5
— a instituição detém preponderância nas decisões de gestão operacional da 
entidade.
ASG nas Instituições Financeiras 
210
 OE 398.03.a - Entender a política, atribuições, informações e documentos relacionados 
com a responsabilidade social, ambiental e climática nas instituições autorizadas a 
funcionar pelo BCB.
Responsabilidade Social, Ambiental e Climática
A Resolução CMN nº 4.945/2021 determina que as instituições autorizadas a funcionar pelo BCB, 
enquadradas em todos os segmentos, devem implantar Política de Responsabilidade Social, 
Ambiental e Climática (PRSAC), que deve ser:
— proporcional ao modelo de negócio, à natureza das operações e à complexidade dos 
produtos, dos serviços, das atividades e dos processos da instituição; e
— adequada à dimensão e à relevância da exposição ao risco social, ao risco ambiental e ao 
risco climático.
A PRSAC consiste no conjunto de princípios e diretrizes de natureza social, de natureza ambiental 
e de natureza climática a ser observado pela instituição na condução dos seus negócios, das suas 
atividades e dos seus processos, bem como na sua relação com as partes interessadas. 
Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC)
São consideradas partes interessadas no âmbito da PRSAC:
— os clientes e usuários dos produtos e serviços da instituição;
— a comunidade interna à instituição;
— os fornecedores e os prestadores de serviços terceirizados relevantes da 
instituição;
— os investidores em títulos ou valores mobiliários emitidos pela instituição; e 
— as demais pessoas impactadas pelos produtos, serviços, atividades e processos 
da instituição, segundo critérios por ela defi nidos.
Os princípios e as diretrizes da PRSAC estão relacionados:
— de natureza social: com o respeito, a proteção e a promoção de direitos e garantias 
fundamentais e de interesse comum;
Visando aprimorar o gerenciamento dos riscos socioambientais nas instituições 
enquadradas no segmento 5, a Resolução CMN nº 4.606/2017 foi alterada pela 
Resolução CMN nº 4.944/2021 que, de forma similar à Resolução CMN nº 4.943/2021, 
mas com nível de exigência comparativamente menor, passou a tratar isoladamente 
os riscos ambiental, social e climático.
ASG nas Instituições Financeiras 
211
— de natureza ambiental: com a preservação e a reparação do meio ambiente, incluindo sua 
recuperação, quando possível; e
— de natureza climática: com a contribuição positiva da instituição:
• na transição para uma economia de baixo carbono, em que a emissão de gases do 
efeito estufa é reduzida ou compensada e os mecanismos naturais de captura desses 
gases são preservados; e
• na redução dos impactos ocasionados por intempéries frequentes e severas ou por 
alterações ambientais de longoprazo, que possam ser associadas a mudanças em 
padrões climáticos;
Para fi ns do estabelecimento da PRSAC, devem ser considerados:
— os impactos de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza climática das 
atividades e dos processos da instituição, bem como dos produtos e serviços por ela 
oferecidos;
— os objetivos estratégicos da instituição, bem como as oportunidades de negócios 
relacionadas a aspectos de natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática; 
e
— as condições de competitividade e o ambiente regulatório em que a instituição atua.
Deve ser mantida à disposição do BCB, por cinco anos, a documentação relativa ao 
estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua efetividade.
Governança
A instituição deve indicar diretor responsável pelo cumprimento das normas relacionadas à 
responsabilidade social, ambiental e climática, cujas atribuições abrangem:
— prestação de subsídio e participação no processo de tomada de decisões relacionadas ao 
estabelecimento e à revisão da PRSAC, auxiliando o conselho de administração;
— implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC;
— monitoramento e avaliação das ações implementadas;
— aperfeiçoamento das ações implementadas, quando identifi cadas eventuais defi ciências; e
— divulgação adequada e fi dedigna das informações relacionadas à responsabilidade social, 
ambiental e climática.
Desde que assegurada a inexistência de confl ito de interesses, admite-se que o 
diretor responsável desempenhe outras funções na instituição, incluindo, quando 
aplicável, a responsabilidade pela divulgação das informações.
ASG nas Instituições Financeiras 
212
O diretor responsável deve ser designado pela instituição junto ao BCB, sendo que o regimento interno 
da instituição, ou equivalente, deve dispor, de forma expressa, sobre suas atribuições.
O comitê de responsabilidade social, ambiental e climática nas instituições autorizadas a funcionar 
pelo BCB tem como atribuições:
— propor recomendações ao conselho de administração sobre o estabelecimento e a revisão 
da PRSAC;
— avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PRSAC e, quando necessário, 
propor recomendações de aperfeiçoamento; e
— manter registros das recomendações.
A constituição de comitê de responsabilidade social, ambiental e climática, vinculado ao conselho de 
administração, é:
— obrigatória: para instituição enquadrada no S1 ou no S2; e 
— facultativa: para instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5.
Sua composição deve ser divulgada no sítio da instituição na internet e, desde que 
assegurada a inexistência de confl itos de interesses, admite-se a designação das 
atribuições do comitê de responsabilidade social, ambiental e climática a outro 
comitê constituído pela instituição.
São atribuições do conselho de administração da instituição, relacionadas com a PRSAC:
— aprovar e revisar a PRSAC, com o auxílio do diretor responsável e do comitê de 
responsabilidade social, ambiental e climática;
— assegurar a aderência da instituição à PRSAC e às ações com vistas à sua efetividade;
— assegurar a compatibilidade e a integração da PRSAC às demais políticas estabelecidas 
pela instituição, incluindo, quando existentes, políticas de crédito, de gestão de recursos 
humanos, de gerenciamento de riscos, de gerenciamento de capital e de conformidade;
— assegurar a correção tempestiva de defi ciências relacionadas à PRSAC;
— estabelecer a organização e as atribuições do comitê de responsabilidade social, ambiental 
e climática;
— assegurar que a estrutura remuneratória adotada pela instituição não incentive 
comportamentos incompatíveis com a PRSAC; e
— promover a disseminação interna da PRSAC e das ações com vistas à sua efetividade.
A revisão da PRSAC deve ser feita no mínimo a cada três anos ou quando da ocorrência 
de eventos considerados relevantes pela instituição, incluindo:
— oferta de novos produtos ou serviços relevantes;
ASG nas Instituições Financeiras 
213
— modifi cações relevantes nos produtos, nos serviços, nas atividades ou nos 
processos da instituição;
— mudanças signifi cativas no modelo de negócios da instituição;
— reorganizações societárias signifi cativas;
— mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas ou de mercado, 
incluindo alterações signifi cativas nas preferências de consumo, que impactem de 
forma relevante os negócios da instituição, tanto positiva quanto negativamente; e 
— alterações relevantes em relação à dimensão e relevância da exposição aos riscos 
social, ambiental e climático.
Divulgação de informações
Devem ser divulgadas ao público externo, em local único e de fácil identifi cação no sítio da instituição 
na internet, as seguintes informações:
— obrigatoriamente: a PRSAC e as ações implementadas com vistas à sua efetividade, bem 
como os critérios para a sua avaliação;
— obrigatoriamente, quando existentes:
• a relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos negócios realizados pela 
instituição em decorrência de aspectos de natureza social, de natureza ambiental ou 
de natureza climática;
• a relação de produtos e serviços oferecidos pela instituição que contribuam 
positivamente em aspectos de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza 
climática;
• a relação de pactos, acordos ou compromissos nacionais ou internacionais de natureza 
social, de natureza ambiental ou de natureza climática de que seja participante a 
instituição ou, conforme o caso, sua matriz estrangeira, quando essa participação 
envolver a subsidiária brasileira; e
• os mecanismos utilizados para promover a participação de partes interessadas, caso 
incluídas no processo de estabelecimento e de revisão da PRSAC; e
— facultativamente: a avaliação das ações quanto à sua contribuição para a efetividade da 
PRSAC.
As informações divulgadas devem ser tempestivamente atualizadas na ocorrência de 
revisão da PRSAC, de alterações a ela relacionadas ou de inconsistência/erros nas 
informações anteriormente divulgadas.
ASG nas Instituições Financeiras 
214
A Resolução BCB nº 139/2021 estabelece que as instituições enquadradas nos segmentos S1, S2, S3 
e S4 devem elaborar e divulgar o Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas 
(Relatório GRSAC), que deve conter informações referentes aos seguintes tópicos associados ao risco 
social, ao risco ambiental e ao risco climático:
— governança do gerenciamento dos riscos acima mencionados, incluindo as atribuições 
e as responsabilidades das instâncias da instituição envolvidas com o gerenciamento do 
risco social, do risco ambiental e do risco climático, como o conselho de administração, 
quando existente, e a diretoria da instituição;
— impactos reais e potenciais, quando considerados relevantes, dos riscos acima mencionados 
nas estratégias adotadas pela instituição nos negócios e no gerenciamento de risco e de 
capital nos horizontes de curto, médio e longo prazos, considerando diferentes cenários, 
segundo critérios documentados; e
— processos de gerenciamento dos riscos acima mencionados. 
Tais informações devem ser divulgadas, respectivamente, na forma das seguintes tabelas, conforme 
padronização estabelecida na Resolução BCB nº 153/2021:
— tabela GVR: governança do gerenciamento dos riscos social, ambiental e climático:
Objetivo: Descrição da governança do gerenciamento do risco social, do risco ambiental e do risco 
climático.
Conteúdo: Informações qualitativas.
Frequência: Anual.
Deve ser descrito o papel do conselho de administração (CA), da diretoria da instituição, do diretor para 
gerenciamento de riscos (CRO) e do comitê de riscos no processo de governança para a identifi cação, 
a mensuração, a avaliação, o monitoramento, o reporte, o controle e a mitigação do risco social, do 
risco ambiental e do risco climático, conforme disposto na Resolução n° 4.557, de 23 de fevereiro de 
2017.
Detalhamento das informações(a)
Identifi cação das instâncias de governança da instituição com atribuições no gerenciamento 
do risco social, do risco ambiental e do risco climático.
Considerar as instâncias em seus diversos níveis (estratégico, tático, operacional, de controle e 
de conformidade, nos termos da Resolução n° 4.595, de 28 de agosto de 2017), com destaque 
para o CA, a diretoria, o CRO, o comitê de riscos, o comitê de auditoria, outros comitês existentes 
e unidades de negócio e de gerenciamento de risco.
(b)
Descrição das responsabilidades atribuídas às instâncias identifi cadas no item (a) e do 
relacionamento entre elas.
Considerar entre as atribuições as formas de controle, a delegação de autoridade e a divisão 
de responsabilidades.
Relatório GRSAC
ASG nas Instituições Financeiras 
215
(c)
Processo e frequência de recebimento, pelo CA e, na ausência deste, pela diretoria, de 
informações relativas ao risco social, ao risco ambiental e ao risco climático, tendo em vista o 
descrito no item (b).
(d)
Descrição dos critérios utilizados pelo CA e, na ausência deste, pela diretoria para assegurar a 
consideração do risco social, do risco ambiental e do risco climático, quando relevantes, nos 
processos de aprovação e revisão:
dos níveis de apetite por riscos da instituição;
das políticas, estratégias e limites de gerenciamento de riscos e de gerenciamento de 
capital;
do programa de testes de estresse;
das políticas para a gestão de continuidade de negócios;
do plano de contingência de liquidez;
do plano de capital e do plano de contingência de capital; e
da política de remuneração.
(e)
Formas de monitoramento pelo CA e, na ausência deste, pela diretoria dos objetivos 
estratégicos e, se aplicável, das metas da instituição relacionadas a aspectos sociais, 
ambientais e climáticos.
— tabela EST: estratégias utilizadas no tratamento dos riscos social, ambiental e climático:
Objetivo: Identifi cação e descrição dos impactos reais e potenciais, quando considerados relevantes, 
do risco social, do risco ambiental e do risco climático sobre os negócios, as estratégias e o 
gerenciamento de risco e de capital da instituição.
Conteúdo: Informações qualitativas.
Frequência: Anual.
Devem ser descritos aspectos do risco social, do risco ambiental e do risco climático com potenciais 
impactos, quando considerados relevantes, nos negócios, nas estratégias e no gerenciamento de 
risco e de capital, conforme disposto na Resolução n° 4.557, de 23 de fevereiro de 2017.
Detalhamento das informações
(a)
Identifi cação dos eventos de risco social, de risco ambiental e de risco climático que geram 
possibilidade de perdas relevantes para a instituição em diferentes horizontes de tempo.
Dividir, quando possível, em (a.1) para os eventos de risco social, (a.2) para os eventos de risco 
ambiental e (a.3) para os eventos de risco climático, em suas vertentes de risco climático 
físico e de risco climático de transição.
Indicar percentualmente as perdas da carteira de crédito e demais atividades de 
intermediação fi nanceira, considerando o setor econômico, a região geográfi ca e o prazo 
médio das exposições.
Indicar os critérios adotados para defi nir as diferentes regiões geográfi cas e os critérios 
temporais adotados para defi nir os diferentes horizontes (curto, médio e longo prazos).
ASG nas Instituições Financeiras 
216
Indicar as respectivas fontes de informação no processo de identifi cação dos eventos de 
risco.
(b)
Identifi cação de concentrações signifi cativas dos riscos mencionados no item (a), nas 
exposições de crédito da instituição, observado o disposto no art. 38-D, inciso V, da Resolução 
n° 4.557, de 2017.
(c)
Descrição de como os eventos mencionados no item (a) são considerados nos negócios, nas 
estratégias e no gerenciamento de capital da instituição, detalhando o horizonte de tempo 
considerado e os critérios adotados na priorização dos riscos avaliados.
(d)
Descrição das hipóteses de mudanças em padrões climáticos e de transição para uma 
economia de baixo carbono utilizadas na realização de análises de cenários, no âmbito do 
programa de testes de estresse de que trata o art. 7°, inciso VII, da Resolução n° 4.557, de 2017.
(e)
Descrição da capacidade de adaptação da instituição, considerando as hipóteses 
mencionadas no item (d).
— tabela GER: processos de gerenciamento dos riscos social, ambiental e climático:
Objetivo: Descrição da estrutura de gerenciamento do risco social, do risco ambiental e do risco 
climático.
Conteúdo: Informações qualitativas.
Frequência: Anual.
Devem ser descritos os processos para a identifi cação, mensuração, avaliação, monitoramento, 
reporte, controle e mitigação do risco social, do risco ambiental e do risco climático, conforme 
disposto na Resolução n° 4.557, de 23 de fevereiro de 2017.
Detalhamento das informações
(a)
Descrição do processo de identifi cação, mensuração e avaliação do risco social, do risco 
ambiental e do risco climático.
(b)
Descrição dos critérios utilizados para a classifi cação das exposições quanto ao risco social, 
ao risco ambiental e ao risco climático, considerando o setor econômico, a região geográfi ca 
e o prazo médio das exposições.
(c)
Descrição dos mecanismos utilizados para a identifi cação tempestiva de mudanças políticas, 
legais ou regulamentares que possam impactar o risco climático de transição incorrido pela 
instituição.
(d)
No âmbito do gerenciamento integrado de riscos, descrição dos mecanismos utilizados para 
o tratamento das interações entre o risco social, o risco ambiental e o risco climático, e entre 
esses e os demais riscos incorridos pela instituição, observado o disposto no art. 38-E da 
Resolução n° 4.557, de 2017.
(e)
Descrição dos processos de gerenciamento do risco social, do risco ambiental e do risco 
climático, destacando o monitoramento, o controle e a mitigação desses riscos.
(f)
Descrição dos mecanismos utilizados para o monitoramento de concentrações em setores 
econômicos, regiões geográfi cas ou segmentos de produtos e serviços mais suscetíveis a 
sofrer ou causar impactos sociais, ambientais e climáticos.
ASG nas Instituições Financeiras 
217
As instituições enquadradas no S1 e no S2 devem publicar todas as tabelas acima 
mencionadas, enquanto as instituições enquadradas no S3 e no S4 devem divulgar 
obrigatoriamente a tabela GVR, sendo facultativa a divulgação das demais.
É facultativa a divulgação no Relatório GRSAC:
— dos indicadores quantitativos utilizados no gerenciamento dos riscos, através da tabela 
MEM:
Objetivo: Descrição dos indicadores quantitativos utilizados no gerenciamento do risco social, do 
risco ambiental e do risco climático.
Conteúdo: Informações quantitativas.
Frequência: Anual.
Devem ser descritos os indicadores quantitativos utilizados no gerenciamento do risco social, do 
risco ambiental e do risco climático, conforme disposto na Resolução n° 4.557, de 23 de fevereiro de 
2017.
Detalhamento das informações
(a)
Indicadores quantitativos utilizados no gerenciamento do risco social, do risco ambiental e 
do risco climático, destacando aqueles associados:
à classifi cação das exposições quanto a esses riscos, considerando o setor econômico, a 
região geográfi ca e o prazo médio das exposições; e
às concentrações signifi cativas nas exposições da instituição, observado o disposto no 
art. 38-D, inciso V, da Resolução n° 4.557, de 2017.
(b)
Descrição das metodologias utilizadas para o cálculo ou estimação dos indicadores 
mencionados no item (a).
— das oportunidades associadas aos temas sociais, ambientais e climáticos, através da 
tabela OPO:
Objetivo: Descrição das oportunidades de negócios associadas aos temas social, ambiental e 
climático.
Conteúdo: Informações qualitativas.
Frequência: Anual.
Devem ser descritas as oportunidades de negócios associadas aos temas social, ambiental e 
climático, conforme disposto na Resolução BCB n° 139, de 15 desetembro de 2021.
Detalhamento das informações
(a)
Instâncias de governança da instituição com atribuições na identifi cação das oportunidades 
de negócios associadas aos temas social, ambiental e climático, considerando as instâncias 
em seus diversos níveis (estratégico, tático e operacional).
ASG nas Instituições Financeiras 
218
(b)
Descrição das responsabilidades atribuídas às instâncias identifi cadas no item (a) e do 
relacionamento entre elas.
(c)
Processo e frequência de recebimento, pelo CA e, na ausência deste, pela diretoria, de 
informações relativas às oportunidades de negócios associadas aos temas social, ambiental 
e climático.
(d)
Identifi cação das oportunidades de negócios associadas aos temas social, ambiental e 
climático que geram possibilidade de ganhos relevantes para a instituição em diferentes 
horizontes de tempo.
Dividir, quando possível, em (d.1) para os temas sociais, (d.2) para os temas ambientais e 
(d.3) para os temas climáticos.
Indicar os critérios adotados para defi nir as diferentes regiões geográfi cas e os critérios 
temporais adotados para defi nir os diferentes horizontes (curto, médio e longo prazos).
(e)
Descrição do processo de identifi cação das oportunidades de negócios mencionadas no 
item (d).
(f)
Descrição de como as oportunidades de negócios mencionadas no item (d) são consideradas 
nas estratégias da instituição, detalhando o horizonte de tempo considerado e os critérios 
adotados na priorização dessas oportunidades.
O Relatório GRSAC deve ser divulgado sob a responsabilidade do diretor indicado, com 
periodicidade anual, relativamente à data-base de 31 de dezembro, observado o prazo 
máximo de noventa dias após a referida data-base, devendo estar disponível no sítio da 
instituição pelo período de cinco anos contados a partir da data de sua divulgação.
219
Esse novo ramo de estudo parte do princípio de que algumas variáveis econômicas não 
podem ser descritas pelas condições de equilíbrio preconizadas pela teoria moderna, 
visto que os agentes fi nanceiros tomam decisões que, muitas vezes, são incompatíveis 
com atitudes baseadas em expectativas racionais.
Um assunto cada vez mais importante no mundo acadêmico fi nanceiro, que vem ganhando espaço 
em discussões e estudos nas grandes academias do pensamento econômico mundial, diz respeito às 
fi nanças comportamentais (behavioral fi nance). 
Trata-se de uma ramifi cação das fi nanças modernas que defende serem os agentes decisórios dotados 
de racionalidade limitada. 
 OE 083.01.a - Analisar como a teoria de fi nanças comportamentais pode impactar as 
hipóteses de mercados efi cientes ou explicar anomalias nos mercados.
Essa contestação se dá a partir da incorporação de conceitos de outras áreas (como Psicologia e 
Sociologia) à Economia para explicar as decisões fi nanceiras dos indivíduos. 
As fi nanças comportamentais não buscam substituir os pressupostos da teoria econômica tradicional, 
mas sim incluir aspectos psicológicos em suas análises para explicar situações práticas que não são 
contempladas na teoria tradicional. 
Esses estudos foram incorporados ao contexto das fi nanças nas últimas décadas, em decorrência de 
fortes correções nos preços de ativos durante crises fi nanceiras que não conseguiram ser inteiramente 
explicadas pelo modelo moderno de fi nanças. 
 OE 083.01.b - Contrastar as premissas assumidas pela teoria tradicional de fi nanças 
(agentes racionais) e a teoria de fi nanças comportamentais.
As fi nanças comportamentais contestam a Hipótese do Mercado Efi ciente e suas 
premissas de que os agentes econômicos operam de forma inteiramente racional e que 
buscam, em suas decisões, a maximização da utilidade esperada.
Finanças Tradicionais vs. Finanças Comportamentais
Finanças Comportamentais
Finanças Comportamentais
220
A concepção tradicional de fi nanças assume que os investidores possuem três características 
principais:
Em contraste com a concepção tradicional de fi nanças, a escola de fi nanças comportamentais
considera que os investidores não agem sempre de forma inteiramente racional e, dessa forma, 
cometem erros sistemáticos. 
As fi nanças comportamentais assumem que os investidores:
São avessos a riscos: investidores procuram minimizar risco e maximizar retornos para 
suas aplicações;
Expectativas racionais: as avaliações e projeções do investidor refl etem toda a informação 
relevante disponível; e
Integração dos seus investimentos: o investidor avalia seus investimentos como um 
todo. Ele conhece a teoria moderna de carteiras.
São avessos a perdas: investidores procuram evitar incorrer em perdas, mesmo que 
isso implique manter ativos perdedores nas carteiras;
Operam sob racionalidade limitada: o processo decisório é infl uenciado por uma série 
de fatores, o que nem sempre leva o investidor à decisão que irá maximizar a utilidade 
esperada; e
A batalha entre as fi nanças comportamentais e a teoria tradicional de fi nanças está 
concentrada principalmente na efi ciência de mercado – conceito que, segundo Statman 
(1999), tem dois signifi cados: 
Não há uma forma sistemática de vencer o mercado; 
Os preços das ações são racionais, isto é, refl etem somente características utilitaristas 
ou fundamentais, tais como risco, mas não características psicológicas e sentimentos. 
Segregam seus investimentos: os investidores tendem a visualizar seus investimentos 
de forma separada, o que pode implicar diversifi cações desfavoráveis.
Finanças Comportamentais
221
Por sua vez, o foco das fi nanças comportamentais são, precisamente, os atores que 
tomam decisões constantemente, cujas consequências serão refl etidas justamente 
nos preços dos ativos.
 OE 083.02.a - Identifi car e analisar as limitações cognitivas descritas pela teoria de 
fi nanças comportamentais e explicar seu impacto sobre as decisões de investimento.
Com base em procedimentos que podem ser considerados rudimentares, em termos científi cos, Daniel 
Kahneman e Amos Tversky, pesquisadores que podem ser considerados os principais precursores das 
Finanças Comportamentais, fi zeram experimentos com alunos para tentar averiguar se os conceitos 
das Finanças Modernas poderiam ser sempre verifi cados. 
Conforme os resultados expressos em artigos científi cos publicados nos anos 1970, os pesquisadores 
notaram que os alunos-objetos dos experimentos aceleravam os processos decisórios, simplifi cando 
a tomada de decisão. Em vez de buscar mais informações para tomada de decisões em condições 
de incerteza, como preconizado pelas fi nanças modernas, os alunos pesquisados se mostravam mais 
aptos a concluir o processo decisório assim que acreditavam ter feito análises sufi cientes.
Segundo os pesquisadores, isso ocorreria porque as pessoas, para avaliarem probabilidades e prever 
valores em processos decisórios, se baseiam em um número limitado de princípios heurísticos, ou 
seja, regras de bolso, capazes de simplifi car essa tarefa de avaliação e previsão. O problema é que, ao 
se valer dessas heurísticas, fi ca-se sujeito a incorrer em erros severos e sistemáticos.
Esse processo de interpretação do ambiente, visando a tomada de decisão, englobaria uma 
transformação dos dados conforme essas regras de bolso, infl uenciando, defi nitivamente, o processo 
decisório. Com isso, os autores defendem que os decisores não são 100% racionais, mas operam sob 
o que chamaram de racionalidade limitada.
 OE 083.02.b - Distinguir entre erros cognitivos e vieses emocionais.
Os Erros Cognitivos são causados pela aplicação incorreta de princípios científi cos como matemática, 
estatística e economia, erros de memória e raciocínio falho. Já os vieses emocionais são causados 
por sentimentos e emoções, fatores sociais, intuições ou impulsos. Eles afetam como os investidores 
veem a informação e reagem a ela.
Eles enumeram três tipos de heurísticas que infl uenciam o processo de tomada de decisão: 
Ancoragem, Representatividadee Disponibilidade. 
Heurísticas e Vieses Comportamentais
O foco das fi nanças modernas está voltado para os resultados do mercado, tais como preço, volume, 
dividendos e assim por diante, relevando as causas que produzem estes resultados. 
Nenhuma atenção é dada aos atores que atuam no mercado, como os investidores, gestores de 
carteiras, entre outros. 
Finanças Comportamentais
222
A heurística de Representatividade remete à infl uência de acontecimentos passados no processo 
decisório. Trata-se de uma tendência que o decisor apresenta a extrapolar o futuro a partir de 
acontecimentos passados. 
Representatividade
Tversky e Kahneman verifi caram essa heurística com uma pesquisa que fi zeram, na 
qual pediam aos respondentes que inferissem a profi ssão de determinado sujeito, a 
partir de um breve relato de sua personalidade.
 OE 083.02.c - Entender e explicar os principais erros cognitivos: representatividade, 
disponibilidade, ancoragem e framing.
A heurística da Ancoragem refere-se à elevada relevância dada a uma informação inicial, geralmente 
um valor, que pode ter sido sugerida pela formulação do problema ou pelo resultado de uma 
computação parcial. 
Ancoragem
A partir dessa informação inicial, os decisores tomam esse valor como ponto de partida 
para realizar estimações que, com frequência, acabam sendo próximas desse valor inicial.
Nesse sentido, esse valor é semelhante a uma âncora, mesmo quando essa informação não é relevante 
à situação.
Os autores perceberam essa heurística a partir de um simples experimento. Foi solicitado aos 
pesquisados que estimassem várias porcentagens e, antes de responderem, os pesquisadores 
forneciam números arbitrários. 
Num dos exemplos, foram fornecidos números a partir de uma roleta e, em seguida, perguntado aos 
pesquisados quanto países africanos pertenciam à ONU (Organização das Nações Unidas). 
As estimativas médias das porcentagens foram de 25% para os grupos que receberam o número 
arbitrário 10, e de 45% para os grupos que receberam o número arbitrário 65, indicando que os números 
previamente fornecidos infl uenciaram as estimativas dos respondentes.
Outros exemplos típicos são de um investidor que venderá suas ações somente se o preço ultrapassar 
determinado valor e de um analista ou gestor de ativos que foca a decisão de negociar um ativo 
somente se atingir determinado preço, geralmente um preço-alvo. 
Note que, nas duas situações, a informação prévia é considerada sufi ciente para que o decisor encerre 
rapidamente o processo de tomada de decisão com base nessa informação.
O relato afi rmava ser esse sujeito tímido e reservado, disponível para ajudar, mas sem muito interesse 
pelo convívio social. 
Finanças Comportamentais
223
Suas pesquisas indicaram que as pessoas esperam que os resultados sigam uma 
sequência representativa de determinado evento, como se o acaso fosse visto como 
um processo “autocorretor”, em que o desvio em uma direção induziria a outro desvio, 
mas na direção oposta, como forma de ‘contrabalancear’ e restaurar o equilíbrio. 
Um exemplo típico dessa heurística é de um investidor que se baseia somente no desempenho 
passado do preço de um ativo para adquiri-lo, assumindo que se comportará no futuro da mesma 
forma que no passado. 
Ou, ainda, um investidor que compre determinado ativo simplesmente porque o preço vem caindo 
há alguns dias, acreditando numa tendência de mercado de que tal ativo recupere seu preço, como 
ocorrido no passado.
Se esse fosse o caso, era de se esperar que os respondentes levassem em consideração a proporção 
de bibliotecários na população, assim como a das outras ocupações listadas para responderem a 
enquete.
Com isso, os pesquisadores também constataram que os decisores são insensíveis a probabilidades 
anteriores de resultados, o que infl uencia o julgamento sobre probabilidade de cada evento e, 
consequentemente, o processo decisório como um todo. 
Em outros experimentos descritos no artigo, os autores constataram serem os decisores insensíveis, 
também, ao tamanho da amostra e à proporção de determinados eventos na amostra. 
Ao invés disso, os respondentes se basearam na representatividade de cada evento a partir de 
julgamentos subjetivos, especialmente estereótipos.
Outra conclusão a que os autores chegaram foi de que as pessoas têm concepções errôneas 
sobre o acaso, pois esperam que uma sequência de eventos gerados aleatoriamente represente as 
características essenciais de determinado processo, mesmo se a sequência for curta. 
Os autores identifi caram nova contradição aos pressupostos da racionalidade dos 
processos decisórios, uma vez que são as probabilidades subjetivas (no caso, o estereótipo 
de um bibliotecário), frutos da avaliação no processo decisório, que determinaram 
preferências entre apostas – e não o contrário, como previsto em processos de decisão 
estritamente racionais. 
Os pesquisadores também descreveram, no perfi l do sujeito, os adjetivos fraco, meticuloso e 
organizado, e solicitaram aos pesquisados preverem sua profi ssão a partir de uma lista contendo as 
seguintes ocupações: fazendeiro, vendedor, piloto de avião, bibliotecário e médico.
Como resultado, os pesquisadores verifi caram que a resposta mais frequente para profi ssão do sujeito 
relatado era bibliotecário e, com isso, identifi caram a presença da heurística da representatividade. 
A partir de um estereótipo de bibliotecário, os pesquisados parecem ter simplifi cado o processo 
decisório para previsão da profi ssão do sujeito, uma vez que não havia informação sufi ciente para 
justifi car, racionalmente, qual seria sua ocupação.
Finanças Comportamentais
224
Seus julgamentos seriam bastante infl uenciados pela facilidade com que ocorrências de eventos 
podem ser lembradas ou resgatadas por livre associação: pela sua visibilidade, exposição e saliência. 
Por exemplo, pode-se avaliar a probabilidade de uma dada especulação fi nanceira falhar ou dar certo 
em função de acontecimentos recentes com o investidor ou com pessoas de sua relação.
Um episódio que ilustra o efeito da disponibilidade foi a signifi cativa queda da procura por passagens 
aéreas nos Estados Unidos logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. 
Apesar de o transporte aéreo ser o mais seguro, se avaliarmos o número de acidentes comparativamente 
ao número de viagens realizadas, muitos optaram por transportes terrestres, que são menos seguros, 
usando o mesmo raciocínio.
Porém, como houve maciça repercussão e divulgação dos ataques terroristas, que foram caracterizados 
pelo uso de aviões, muitos passageiros passaram a optar, naquele momento, por um transporte mais 
arriscado – o transporte terrestre.
Devido à teoria da disponibilidade, as pessoas estimam a frequência de uma
classe ou a probabilidade de um evento pela facilidade com que instâncias ou 
ocorrências podem ser trazidas à mente.
 OE 083.02.d - Entender e explicar os efeitos de estruturação e a infl uência da decisão 
de investimento em função da forma como o problema é apresentado (framing).
Muitos artigos publicados na área de Finanças Comportamentais trouxeram relatos de experimentos 
que confi rmam a ideia de que se tende a avaliar de forma parcial perspectivas futuras envolvendo 
incerteza e risco, entrando em rota de colisão com a Teoria da Utilidade Esperada. 
Uma das respostas defendidas por muitos pesquisadores para esse problema remete ao conceito de 
enquadramento ou framing: a forma como as informações são apresentadas pode gerar alterações de 
percepções e de julgamento.
Framing
A disponibilidade remete à facilidade com que determinadas ideias, lembranças, situações ou 
memórias recentes vêm à mente e infl uenciam, de alguma forma, o processo decisório.
Os autores identifi caram que grupos de eventos recorrentes normalmente são relembrados de maneira 
mais rápida e fácil do que conjuntos de eventos menos frequentes.
Além disso, eventoscom maior probabilidade de ocorrer são mais fáceis de serem imaginados do 
que os menos prováveis, assim como conexões associativas entre eventos são fortalecidas quando 
eventos ocorrem juntos. 
Disponibilidade 
Finanças Comportamentais
225
Em outras palavras, seria como se fosse tomada determinada decisão frente a um cenário que, se 
apresentado (enquadrado) de forma diferente, levaria a outra decisão.
 OE 083.02.f - Entender e explicar o conceito de Aversão à Perda e relacioná-lo aos 
problemas de manutenção de investimentos não lucrativos e venda de investimentos 
com ganho certo.
A aversão a perdas refere-se à relutância do investidor em aceitar uma perda.
Aversão à perda
Uma ação pode estar consideravelmente desvalorizada em relação ao seu preço de 
compra, mas o investidor a mantém, esperando que seu preço se recupere.
Esse conceito pode ser relacionado com o jogador que continua jogando os dados, na esperança de 
recuperar suas perdas. 
Note que há uma leve diferença entre aversão a perdas e ancoragem. Um investidor que não quer 
assumir uma perda não venderá a ação enquanto o preço de compra não for superado. 
Para confi gurar a presença da ancoragem, o investidor deve tomar a decisão única e exclusivamente 
com base em um número previamente fornecido.
Kahneman e Tversky, em artigo publicado em 1979, relataram o seguinte exemplo: uma 
doença infectou 600 pessoas e os decisores deveriam optar entre os programas A e B:
Programa A: 200 pessoas serão salvas;
Programa B: haverá 1/3 de chance de que 600 pessoas serão salvas e 2/3 de chances 
de que todos morrerão.
Os pesquisadores relatam que a maioria dos decisores optou pelo programa A. 
Foi então que eles enquadraram esses mesmos programas de formas diferentes, 
renomeando-os para C e D:
Programa C: 400 pessoas morrerão;
Programa D: haverá 2/3 de chances de 600 pessoas morrerem e 1/3 de chances de 
todas se salvarem.
Nesse cenário, a maioria dos decisores optou pelo Programa D. Note que o problema 
é o mesmo, mas foi formulado de maneiras diferentes, o que nitidamente impactou o 
processo decisório, levando a resultados diferentes.
 OE 083.02.e - Entender e explicar os principais vieses emocionais: aversão à perda e 
excesso de confi ança.
Finanças Comportamentais
226
Os decisores tendem a confi ar de forma demasiada na própria capacidade para tomar 
decisões, acreditando serem capazes de fazer escolhas melhores do que a média. 
Uma maneira de ilustrar isso é pedir aos investidores para preverem um intervalo de confi ança para 
o retorno esperado de uma ação. Os investidores tendem a estipular um intervalo muito estreito (que 
defi nirá um leque muito estreito de possíveis retornos). 
Ou seja, eles tendem a subestimar sistematicamente o risco (desvio padrão) dos retornos das ações. 
Note que o excesso de confi ança pode levar a surpresas. Dado que os investidores continuamente 
subestimam o leque de possíveis retornos, há uma probabilidade maior do que a normal de um retorno 
fora do intervalo de confi ança (ou seja, uma surpresa). 
O excesso de confi ança está relacionado ao fato de os decisores atribuírem excessiva confi ança a sua 
habilidade de previsão. 
Excesso de confi ança
Por sua vez, muitos autores identifi caram que investidores preferem vender rapidamente ações que 
registram ganhos, como forma de realizar os lucros.
A aversão à perda pode levar ao comportamento de “sede de risco”. Um gestor de carteira, por 
exemplo, pode ter tido perdas recentes. 
Sabendo que ele deve reportar seus resultados no fi nal do trimestre, relutante em relatar as perdas, ele 
começa a tomar posições progressivamente mais arriscadas, na esperança de, pelo menos, empatar. 
Bazerman (2004) reforça essa questão da aversão a perdas, destacando que 
investidores preferem manter ações a vendê-las quando seu preço fi ca abaixo 
daquele pago para adquiri-las, pois aliená-las, nessas condições, implicaria 
reconhecer uma estratégia perdedora e, consequentemente, arcar com a perda.
Existem duas importantes implicações do excesso de confi ança e o fracasso resultante 
de reconhecer o verdadeiro risco de um investimento: 
1. Os investidores tendem a fazer “apostas” injustifi cadas, sendo demasiadamente 
confi antes na sua capacidade de interpretar a informação e prever desempenho, e 
não percebem que não têm todas as informações necessárias para formar projeções 
imparciais; e
2. Com base na sua capacidade para interpretar as informações, os investidores 
tendem a operar com mais frequência do que o justifi cado pela informação.
Finanças Comportamentais
227
A seguir, um resumo das heurísticas e vieses comportamentais mais importantes: 
Heurísticas de Julgamento Descrição Exemplo característico
Ancoragem
Infl uência de uma informação 
prévia (geralmente um número) 
na tomada de decisão.
Com base no preço-alvo de 
uma ação, informado por um 
analista, um investidor não toma 
qualquer decisão se o papel não 
atingir o valor esperado.
Representatividade
Infl uência de eventos passados 
na previsão de comportamentos 
futuros.
Adquirir um ativo analisando 
simplesmente o retorno 
passado.
Disponibilidade
Facilidade com que 
determinadas ideias, 
lembranças ou situações vêm 
à mente infl uenciando, dessa 
forma, o processo decisório.
Memória recente do decisor 
acerca de determinada situação 
impacta o processo de decisão 
no presente.
Fatores Comportamentais e Relação com Clientes
O exemplo típico do comportamento viesado de excesso de confi ança refere-se a um investidor 
que, baseado na crença de uma capacidade superior de previsão do futuro, gira excessivamente sua 
carteira de ativos, procurando antecipar-se constantemente aos movimentos do mercado. 
O resultado é que esse investidor nem sempre consegue superar o benchmark apropriado e, quando 
o faz, muitas vezes incorre em elevados custos de transação (pelo giro excessivo da carteira) em que 
o ganho líquido fi ca aquém da variação do benchmark.
 OE 083.03.a - Explicar o impacto de fatores comportamentais na relação entre um 
cliente e seu assessor de investimentos.
Muitos investidores desconhecem os conceitos das fi nanças comportamentais. Sendo assim, esse 
ramo do conhecimento pode ser valioso aos profi ssionais fi nanceiros, notadamente aos assessores de 
investimentos, no sentido de auxiliarem seus clientes investidores a entenderem mais sobre o próprio 
comportamento. 
Identifi cando o que os vieses e heurísticas representam, assim como eles funcionam, 
é possível aprimorar a experiência do assessor de investimentos com seus clientes, 
ajudando-os a alcançarem resultados melhores. 
Finanças Comportamentais
228
Comportamentos Viesados Descrição Exemplo característico
Framing
Resposta dada é afetada pela 
maneira como a pergunta foi 
feita (resposta é infl uenciada).
Decisor muda sua preferência 
quando a mesma situação é 
apresentada em um formato 
diferente.
Aversão a perdas
Difi culdade de assumir uma 
perda e admitir uma decisão 
malsucedida.
Relutar em desfazer uma 
posição perdedora para não 
admitir que tomou uma decisão 
que resultou em prejuízo.
Excesso de confi ança
Investidor confi a 
demasiadamente em sua 
capacidade de prever o futuro e 
se antecipar aos movimentos de 
mercado.
Girar demais sua carteira de 
ativos e ter o desempenho 
prejudicado pelos custos de 
transação decorrentes, fi cando 
o resultado fi nal geralmente 
abaixo do benchmark.
229
Em qualquer ambiente econômico existe uma quantidade de variáveis econômicas, índices e 
indexadores. 
Os indicadores demonstram a variação dos preços, o nível de atividade, as contas externas e fi scais 
de um país.
 OE 008.01.a - Defi nir, interpretar e diferenciar Produto Interno Bruto (PIB) de Produto 
Nacional Bruto (PNB). 
Um dos principais indicadores que demonstram a realidade econômica de um país ou de uma região é 
o PIB (Produto Interno Bruto). Tal indicador contempla a mensuraçãode todas as riquezas produzidas
(bens ou serviços) dentro dos limites de um país (a referência é o local de produção, por isso o termo 
interno). 
Nesse sentido, é importante saber as seguintes defi nições:
― Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE), como a remuneração dos ativos pertencentes 
a estrangeiros, englobando:
• Renda Enviada ao Exterior (RE) – valores remetidos por empresas atuantes no Brasil 
ao exterior na forma de remessa de lucros, royalties, juros e outras transferências. 
• Renda Recebida do Exterior (RR) – na direção contrária, contabiliza renda recebida de 
empresas estabelecidas no Brasil em função de sua atuação no exterior.
O PIB pode ser calculado sob três diferentes metodologias:
A seguir, veremos em detalhes cada um desses indicadores e os conceitos a eles inerentes.
PIB
PRINCIPAIS INDICADORES E CONCEITOS ECONÔMICOS
PIB e PNB
Infl ação/defl ação
IGP, INPC, IPCA, IGP-M
Taxa de câmbio e PTAX
Taxa Selic
Nível de renda
Nível de emprego
Salários
TLP, TBF, TR
Indicadores Econômicos
Indicadores Econômicos
230
O PIB representa todas as riquezas produzidas dentro das fronteiras de uma região,
independentemente do destino dessa renda, e descarta a entrada de verbas do exterior. 
É considerado, simplesmente, aquilo que é produzido dentro das fronteiras da região ou 
do país. 
Já o PNB considera todos os valores que um país, por exemplo, recebe do exterior, além 
das riquezas que foram apropriadas por outras economias, ou seja, os valores que saem.
A primeira hipótese assumida para o cálculo do PIB é que existe uma identidade macroeconômica 
em que a demanda agregada (demanda total da economia) é igual à oferta agregada (oferta total da 
economia). A partir desta hipótese, constitui-se a fórmula do PIB:
 Y = CF + GG + IE + EL 
Em que temos:
CF = Consumo das famílias;
GG = Gastos líquidos do governo;
IE = Investimento das empresas (aumento das empresas e de estoque);
EL = Exportações líquidas (tudo o que foi exportado menos o que foi importado).
Uma das maiores confusões em relação ao PIB é a diferença entre este e outro importante indicador 
econômico: o PNB (Produto Nacional Bruto).
Ótica da demanda ou do dispêndio
O PIB pela ótica de oferta é representado pela soma do valor adicionado por todas as empresas 
que operam na economia. Esse incremento é conhecido como Valor Adicionado Bruto (VAB), sendo 
representado pela diferença entre o valor da produção e o consumo intermediário. 
Dessa forma, exclui-se todos os bens e serviços intermediários utilizados na produção dos bens e 
serviços fi nais, visando evitar a dupla contagem.
Ótica da oferta 
Sob a ótica da renda, o PIB corresponde à soma das seguintes rendas, recebidas pelos respectivos 
agentes econômicos:
Salários: auferidos pelas famílias;
Juros: decorrentes da remuneração do capital emprestado;
Lucros: advindos do processo de produção; e
Aluguéis: recebidos pela locação de instalações físicas.
Ótica da renda
Indicadores Econômicos
231
Indicadores de Infl ação
A principal diferença entre o PIB e o PNB se dá pela Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE), pois 
esta não entra no cálculo do PIB. Desta forma, temos:
PNB = PIB + RLFE
Ou seja, quando a RLFE é positiva, as rendas recebidas superam as enviadas, o que resulta em PNB 
superior ao PIB. Por outro lado, quando a RLFE é negativa, as rendas enviadas superam as recebidas 
e o PNB será inferior ao PIB.
Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o PNB normalmente é menor do que o PIB, porque as 
multinacionais enviam grande parte de seus lucros para seus países de origem. Da mesma forma, em 
países com muitas empresas de atuação global, como nos Estados Unidos, o PNB tende a ser maior, 
pois há uma grande absorção dos lucros gerados por suas empresas no exterior.
 OE 008.02.a - Entender, analisar, diferenciar e relacionar os principais índices de 
infl ação (IPC-A, IGP-M, IGP-DI e INPC). 
O equilíbrio de mercado ocorre quando a quantidade procurada é igual à quantidade ofertada, sendo 
que no preço de equilíbrio não existe tendência de aumento ou de redução no preço do bem ou do 
serviço. 
Entretanto, no caso de desequilíbrio entre oferta e demanda, ocorrem movimentos nos preços 
conhecidos como infl ação e defl ação:
A economia pode se balizar por diversos índices de preços. A estabilização dos preços é um indicativo 
para os agentes econômicos preverem os retornos em termos efetivos de seus investimentos em 
ativos reais ou fi nanceiros.
Infl ação é o contínuo aumento no nível geral de preços que pode ter distintas causas. 
Defl ação é a variação negativa dos preços na economia. Pode ter origem na redução 
da demanda ou no aumento da oferta (aumento de produtividade, por exemplo). A 
defl ação permanente pode ser um agravante e um sinal de uma futura recessão.
IGP-DI
IGP-DI/FGV (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna): foi criado em 1947 com o objetivo de 
balizar o comportamento de preços em geral na economia. Trata-se de uma média ponderada de 
outros três índices:
Indicadores Econômicos
232
IGP-M
IGP-M/FGV (Índice Geral de Preços do Mercado): criado a pedido do setor privado, contém uma 
cláusula que impede sua modifi cação pelo governo e serve para corrigir os contratos bancários, sendo 
aplicável já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro índice a ser divulgado e tem como base os 
mesmos preços e a mesma ponderação do IGP-DI, mas do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês 
em questão. É calculado mensalmente pela FGV, havendo divulgações de prévias a cada decêndio do 
período de coleta.
INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de 
Geografi a e Estatística) mensalmente, seu objetivo era balizar os reajustes de salário dos trabalhadores. 
Foi o índice ofi cial de infl ação no período de 1979 a 1986. A pesquisa é composta por famílias que 
ganham de 1 a 5 salários mínimos nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, 
Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos 
municípios de Goiânia e Campo Grande.
INPC
A composição dos grupos de despesas para o cálculo do índice INPC-IBGE é a seguinte:
22% 4% 6% 18% 18% 6% 9% 10% 7%
― IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): acompanha os preços de produtos no mercado 
atacadista, representando 60% do IGP-DI.
― IPC (Índice de Preços ao Consumidor): representa 30% do IGP-DI e apura a infl ação das 
famílias que têm uma renda de 1 a 33 salários mínimos.
― INCC (Índice Nacional de Custo de Construção): avalia os preços no setor de construção 
civil (materiais e mão de obra) e representa 10% do IGP-DI.
IPCA-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): calculado pelo IBGE com o objetivo de 
corrigir os balanços e as demonstrações fi nanceiras trimestrais e semestrais das companhias abertas. 
A pesquisa é composta de informações sobre famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos nas 
regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, 
São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, 
IPCA
Indicadores Econômicos
233
A composição dos grupos de despesas para o cálculo do índice IPCA-IBGE é a seguinte:
20% 7% 5% 14% 21% 7% 6% 11% 9%
IPCA 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) difere do IPCA Amplo no período de 
coleta, que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência, assim como 
na menor cobertura geográfi ca, já que sua coleta é efetuada em apenas 11 áreas urbanas.
 OE 008.03.a - Defi nir e interpretar a taxa de câmbio (PTAX). 
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira, medido em unidades ou frações (centavos) da 
moeda nacional. A taxa de câmbio refl ete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra, dividindo-
se em taxa de venda e taxa de compra. 
Taxa de Câmbio e PTAX
Rio Branco, São Luíse Aracaju, o que corresponde a cerca de 30% da população do país. O período de 
coleta vai do 1º ao último dia do mês de referência. Atualmente, o IPCA é calculado a partir da coleta 
de 200.000 cotações de preços de 1.360 produtos. O IPCA é o índice ofi cial do governo, funcionando 
como parâmetro para o sistema de metas infl acionárias desde julho de 1999. 
Usamos o termo taxa de câmbio spot ou à vista quando nos referimos à compra ou à venda de uma 
moeda estrangeira com base na cotação daquele momento.
Do ponto de vista do banco (ou de outro agente autorizado a operar pelo Banco Central):
Taxa de venda é o preço que o banco cobra para vender
a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo).
Taxa de compra refl ete o preço que o banco aceita
pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada
(por um exportador, por exemplo).
Indicadores Econômicos
234
Por sua vez, o câmbio turismo ou dólar turismo são expressões utilizadas, comumente, para classifi car as 
operações relativas à compra e venda de moeda para viagens internacionais, via de regra em espécie. 
Já as expressões câmbio comercial ou dólar comercial são usadas para as demais operações realizadas 
no mercado de câmbio, tais como: exportação, importação, transferências fi nanceiras, entre outras. 
As taxas PTAX de compra e de venda correspondem, respectivamente, às médias aritméticas das taxas 
das operações interbancárias de compra e de venda informadas nas consultas realizadas diariamente. 
São feitas quatro consultas de taxas aos dealers de câmbio: entre 10h e 10h10; 11h e 11h10; 12h e 12h10; 
e 13h e 13h10. As taxas de câmbio de compra e de venda referentes a cada consulta correspondem, 
respectivamente, às médias das cotações de compra e de venda efetivamente fornecidas pelos 
dealers, excluídas, em cada caso, as duas maiores e as duas menores.
Normalmente, os contratos de derivativos de câmbio são liquidados com base na PTAX divulgada 
para o dia útil anterior.
 OE 008.03.b - Interpretar os conceitos de taxa de juros, taxa de câmbio e taxa de 
infl ação. Entender e explicar a formação destes indicadores. 
A taxa de juros básica da economia, taxa Selic, tem um papel importante no controle da infl ação e na 
formação das expectativas dos agentes.
A taxa de juros se forma a partir da chamada Taxa Intertemporal de Substituição, que signifi ca o valor 
que atribuímos a algo por consumir agora contra o valor que será consumido no futuro.
Então, M(t) = Consumo Marginal 1 / Consumo Marginal 0
Geralmente os agentes preferem consumir algo agora a esperar. Então M(t) geralmente é menor do 
que 1. A partir de M(t), a taxa livre de risco é defi nida como TLR= [1/m(t)] -1.
Então, quanto menor M(t), maior a TLR. Na prática, como os agentes econômicos preferem consumir 
algo agora, os juros pagos a esses agentes deverão ser mais altos para que aceitem postergar o 
consumo.
O governo, portanto, ao alterar a taxa de juros, está na verdade alterando a preferência intertemporal 
de consumo das pessoas. Uma taxa de juros alta faz com que as pessoas optem por não comprar 
agora, preferindo o consumo no futuro. Com isso, os preços atuais não sobem e a infl ação é controlada. 
Por outro lado, uma taxa de juros baixa incita o consumo imediato, fazendo com que a infl ação suba.
A taxa de câmbio nos mostra o valor relativo de uma moeda no que diz respeito à outra. Quando lemos 
5,30 BRL/ USD signifi ca que precisamos de 5,30 reais para cada dólar. Podemos encontrar a recíproca, 
quantos dólares são necessários para cada real invertendo a taxa de câmbio (1/5,30) = 0.188 USD/BRL. 
O câmbio se altera à medida que mais dólares entram ou saem do país, desequilibrando essa paridade. 
Os dólares podem ser colocados ou tirados do mercado de câmbio através de três grandes fontes:
― Conta corrente: é o comércio internacional de bens e serviços.
― Conta capital: são os investimentos estrangeiros feitos no país e as emissões de dívidas que 
o país faz com estrangeiros.
Indicadores Econômicos
235
A taxa de juros ajuda a explicar tanto o câmbio quanto a infl ação interna. Com os juros 
mais altos, os investidores estrangeiros tendem a trazer os seus recursos para o Brasil, 
pois eles estarão relativamente mais rentáveis. Isso faz com que o BRL aprecie em 
relação ao dólar e o câmbio caia. Ambos efeitos resultarão em uma infl ação local mais 
baixa. Em contrapartida, com os juros mais baixos os investimentos no Brasil fi cam 
menos atrativos, impulsionando os investidores a levarem o capital estrangeiro embora 
e proporcionando o aumento do câmbio e da infl ação interna. 
Taxas de Juros e o Mercado Financeiro Nacional
 OE 008.04.a - Entender, analisar, interpretar e explicar o conceito de taxa de juros (Selic, 
DI, TLP, TBF e TR) e avaliar os impactos nos reajustes de contratos fi nanceiros.
A taxa de juros nada mais é do que o custo do dinheiro. Em geral, quanto menos dinheiro disponível 
para empréstimos, maior a taxa de juros e vice-versa. 
Veremos, a seguir, como as principais taxas do mercado fi nanceiro infl uenciam a 
dinâmica da economia nacional: 
― Taxa Básica Financeira (TBF);
― Taxa Referencial (TR);
― Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP);
― Taxa de Longo Prazo (TLP);
― Taxa Selic; e
― Taxa CDI.
― Conta fi nanceira: são as reservas internacionais que um governo faz de moeda estrangeira 
para usar com o objetivo de evitar grandes volatilidades no câmbio.
Embora a taxa Selic tenha uma infl uência importante sobre a determinação da taxa básica da 
economia, o governo não determina a taxa a ser cobrada pelos doadores dos recursos que fi nanciam 
constantemente sua dívida. 
As características e o tamanho da dívida pública são fatores levados em consideração e explicam, em 
partes, os motivos pelos quais as taxas de juros são historicamente tão altas no Brasil. 
A taxa básica também acaba indicando o quanto o setor privado precisa pagar para obter recursos. 
Tanto os bancos, na forma de CDI (fi nanciamento junto a outros bancos) ou na forma de CDB (junto ao 
público), quanto as empresas usam a Selic como referência básica para determinar suas taxas.
Indicadores Econômicos
236
No que diz respeito às taxas cobradas ao consumidor, os principais fatores são:
― Risco de inadimplência: quanto maior o risco dos devedores de inadimplência, 
maior a taxa cobrada pelo credor;
― Nível dos compulsórios exigidos pelo governo para garantir a segurança e a 
liquidez do sistema fi nanceiro: quanto maior o percentual dos compulsórios, 
menor a oferta do dinheiro no mercado e, consequentemente, maior o custo do 
dinheiro (juros).
As principais taxas fl utuantes e pós-fi xadas são: a TBF, a TR, a TLP, a Selic e a CDI.
De modo geral, os títulos de renda fi xa no Brasil são remunerados por taxas prefi xadas, fl utuantes e 
pós-fi xadas e índices de preços.
Foi criada em 30/06/1995, por meio da Resolução BC nº 2.171, com o objetivo de alongar o perfi l das 
aplicações em títulos por meio da criação de uma taxa de juros com remuneração superior à da TR.
Taxa Básica Financeira (TBF)
Em sua metodologia de cálculo, consolidada pela Resolução BC nº 4.624, de 18/01/2018, 
a Taxa Básica Financeira é calculada a partir de taxas de juros negociadas no mercado 
secundário com Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Será constituída, a cada dia útil, base de dados composta por todas as operações 
defi nitivas realizadas no mercado secundário, registradas no Sistema Especial de 
Liquidação e de Custódia (Selic), com LTNs de prazo de vencimento imediatamente 
anterior, ou coincidente, e imediatamente posterior ao prazo de um mês.
Para cada dia do mês, chamado de dia de referência, o Banco Central calcula e divulga a TBF para o 
período de um mês, com início no próprio dia de referência e término no dia correspondente ao dia 
de referência no mês seguinte. 
A TBF é calculada inclusive para os dias não úteis, sendo sua divulgação feita em termos percentuais 
ao mês no primeiro dia útil posterior ao diade referência. O prazo mínimo das operações ativas e 
passivas do mercado fi nanceiro com remuneração pela TBF está fi xado em dois meses.
Foi criada em 01/02/1991 para servir como uma referência dos juros praticados no mercado fi nanceiro. 
Taxa Referencial (TR)
Indicadores Econômicos
237
Já modifi cado diversas vezes, seu cálculo tem atualmente como base o valor da TBF 
sobre o qual é aplicado um redutor (R) defi nido pelo Banco Central:
TR = max {0; 100 x {[(1 + TBF/100)/R] – 1}
R = (a + b x TBF/100), a = 1,005 e b corresponde a um valor detalhado na tabela da 
Resolução BC nº 4.624, em função da TBF relativa ao dia de referência.
Este método de cálculo tem por objetivo reduzir a instabilidade da TR em função da variação do 
número de dias úteis em cada mês e tornar transparente seu cálculo, minimizando as fl utuações na 
remuneração entre a caderneta de poupança e as taxas de juros negociadas no mercado secundário 
com Letras do Tesouro Nacional (LTN).
A TR é a taxa que defi ne o rendimento das cadernetas de poupança e de algumas 
modalidades de fi nanciamentos rurais e imobiliários. É também usada como referência 
de vários contratos, entre eles os de pagamentos a prazo e de seguros em geral.
Taxa de Longo Prazo (TLP)
A Taxa de Longo Prazo (TLP) é, desde o início de 2018, o principal custo fi nanceiro dos fi nanciamentos 
do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 
A TLP é composta (1) por uma parcela de juros reais prefi xados (“TLP-Pré”) e (2) pela 
infl ação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A TLP-Pré 
que vai ser utilizada pelo BNDES é anunciada no início de cada mês pelo Banco Central 
e é baseada na média de três meses da taxa de juro real do título público NTN-B de 
cinco anos.
A partir da data de início de vigência dos contratos indexados pela TLP, a parcela de juro real (“TLP-
Pré”) será fi xa, variando apenas o componente da infl ação (IPCA) ao longo da vida dos contratos. 
Todos os empréstimos contratados junto ao BNDES até Dez/17 continuam sendo remunerados em 
TJLP, enquanto os empréstimos feitos a partir de Jan/18 são remunerados pela TLP. Ao longo de cinco 
anos, a TLP sairá de patamares próximos à TLP vigente para o patamar da taxa de juros real de uma 
NTN-B com prazo de cinco anos. Isso porque, para uma transição, foi defi nido um fator de redução da 
taxa de juro real da NTN-B de cinco anos, denominado alfa ( ). Este fator é válido por um ano e sobe 
progressivamente até 2023, quando chegará a 1 e, nesse momento, a TLP-Pré igualará a taxa de juro 
real da NTN-B. 
O cálculo da TLP é feito da seguinte forma: 
TLP = (1 + IPCA) x (1 + x JURO REAL NTN-B) - 1
Indicadores Econômicos
238
A taxa Selic é a taxa básica da economia, sendo usada como referência para a determinação das 
demais taxas do mercado, tanto as de empréstimos como as de remuneração das aplicações em 
renda fi xa. 
A Selic over corresponde à taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia de prazo 
entre as instituições fi nanceiras que utilizam títulos públicos federais como garantia de operações 
compromissadas. É divulgada pelo Banco Central, em termos percentuais ao ano, no primeiro dia útil 
posterior ao dia de referência.
Taxa Selic 
Os valores do fator alfa ( ) são: 
2018: 0,57
2019: 0,66
2020: 0,74
2021: 0,83
2022: 0,91
2023 em diante: 1,00
A taxa Selic over pode divergir da Selic meta, que é a taxa que serve como meta para remuneração 
dos títulos públicos pós-fi xados transacionados no âmbito do Selic. Essa meta é defi nida pelo Comitê 
de Política Monetária do Banco Central (Copom).
Copom
 OE 008.04.b - Interpretar e explicar como as decisões do Copom impactam as decisões 
de investimento, na oferta e no custo efetivo das diversas modalidades de crédito. 
O Comitê de Política Monetária (Copom) estabelece metas periódicas para a taxa Selic, levando em 
consideração a importância desta na formação dos juros cobrados do tomador fi nal, além de questões 
de ordem macroeconômica relacionadas à meta de infl ação e à estrutura e ao fi nanciamento da dívida 
mobiliária da União.
O Copom foi instituído em 1996, tendo por objetivos o estabelecimento das diretrizes da política 
monetária e a defi nição da taxa de juros.
 OE 008.04.c - Entender e explicar o sistema de metas de infl ação.
Em termos gerais, a taxa over, ou overnight, é aquela adotada nas operações 
interbancárias, isto é, nos empréstimos realizados entre bancos, vigente do dia de 
negociação até o dia útil seguinte.
Indicadores Econômicos
239
A partir de 2006, as reuniões ordinárias do Copom deixaram de ser mensais e passaram 
a ocorrer a cada seis semanas. Com isso, as reuniões, antes em número de 12 por ano, 
passaram a ser de 8 por ano. As datas de cada reunião são divulgadas previamente 
e cada reunião se divide em dois dias. O Bacen divulga em novembro a agenda de 
reuniões ordinárias de Copom do ano seguinte.
A taxa de juros fi xada na reunião do Copom é a meta para a taxa Selic que vigorará por todo o período 
entre as reuniões ordinárias.
O Copom é composto pelos diretores do BC, sendo presidido pelo presidente do BC, que tem o “voto 
de Minerva” em caso de empate. 
Com a implantação do sistema de metas de infl ação em 1999, as decisões do Copom 
passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a infl ação defi nidas pelo CMN.
Taxa CDI 
 OE 008.04.d - Caracterizar a Taxa DI, seu uso, formação e a dinâmica do mercado 
interfi nanceiro.
Quando um banco fi ca sem caixa sufi ciente para cobrir sua conta de reservas bancárias, tenta recorrer 
a outros bancos antes de ir ao Banco Central solicitar redesconto. Se outro banco tem disponibilidade, 
empresta seu excesso de caixa para o banco que está com escassez, reequilibrando assim o sistema 
interbancário. 
O Depósito Interfi nanceiro (DI) é um título privado de renda fi xa que auxilia no fechamento de caixa 
dos bancos, como instrumento de captação de recursos ou de aplicação de recursos excedentes. Ele 
não pode ser vendido a outros investidores e não há incidência de impostos sobre a rentabilidade. 
As negociações entre os bancos geram a taxa DI, ou taxa CDI, como é mais conhecida, sendo referência 
para a maior parte dos títulos de renda fi xa ofertados ao investidor. 
Esses títulos têm elevada liquidez e embutem um baixíssimo risco, normalmente 
associado à solidez dos bancos que participam do mercado. 
A taxa CDI é considerada o principal benchmark do mercado. 
Indicadores Econômicos
240
A taxa DI é obtida ao se calcular a média ponderada das taxas das transações prefi xadas e com prazo 
de um dia útil efetuadas na B3 entre instituições fi nanceiras. A B3 faz a apuração diária das médias 
dessas taxas, divulgando-as ao mercado como parâmetro das taxas praticadas. 
Considerando que a taxa para o prazo de um dia é muito pequena, convencionou-se adotar a taxa 
DI over, ou CDI over, que corresponde à taxa DI em termos percentuais ao ano, como padrão de 
divulgação.
241
A cada decisão sobre a meta da taxa Selic, o mercado passa a ter referencial atualizado para a cobrança 
de novas taxas de juros junto aos créditos fornecidos aos clientes. 
Os investimentos fi nanceiros atrelados sofrem alterações nas taxas de juros. Por exemplo, a redução 
da Selic reduz a rentabilidade dos fundos que a têm como parâmetro. Outro exemplo: as empresas 
ou os consumidores podem ter empréstimos a taxas menores proporcionando, assim, estímulo para 
novos investimentos ou consumo. 
Política Monetária
Defi nição
estabilidade de preços (controle da infl ação) - este é o principal objetivo da política monetária;
promoção do crescimento ou do desenvolvimento econômico;
promoção do maior nível possível de emprego e manutenção de sua estabilidade;
realização do equilíbrio em transações econômicas com o exterior (isto é, equilíbrio do 
balanço internacional de pagamentos);
promoção mais equitativa de distribuição da riqueza edas rendas.
A política monetária é a atuação das autoridades monetárias por meio de 
instrumentos de efeito direto ou induzido, com os seguintes objetivos:
Instrumentos de política monetária 
O Banco Central controla a expansão (ou a contração) dos meios de pagamento por meio dos seguintes 
instrumentos de política monetária: 
1. operações de mercado aberto (open market); 
2. alterações na taxa de depósitos compulsórios; e 
3. redesconto.
Políticas Monetária e Fiscal
 OE 024.01.a - Entender, analisar, interpretar e explicar os principais instrumentos de 
política monetária, tais como taxa básica de juros, depósito compulsório, taxa de 
redesconto, operações de mercado aberto, sistema de metas de infl ação, decisões 
do Copom e impacto nas decisões de investimento, na oferta e no custo efetivo das 
diversas modalidades de crédito.
Políticas Monetária e Fiscal
242
As operações de mercado aberto constituem o principal instrumento de política 
monetária em função da fl exibilidade e da rapidez com que podem ser implementadas. 
Os principais objetivos são:
— controlar o volume de reservas bancárias; e 
— infl uenciar a taxa de juros vigente no mercado.
Elas ocorrem por intermédio de compras e vendas de títulos públicos pelo Bacen junto 
ao mercado fi nanceiro. 
Nesta situação, as instituições fi nanceiras envolvidas podem recorrer ao mercado 
interbancário (via CDI, por exemplo) ou às operações de redesconto (assistência 
fi nanceira de liquidez) junto ao BC, o emprestador de última instância. 
Quando há compra de títulos pelo Bacen, há aumento das reservas livres dos bancos comerciais, 
possibilitando a expansão dos empréstimos ao público, da base monetária e do volume dos meios de 
pagamento. Ocorre de forma análoga, se houver a venda. 
Além disso, ao alterar o volume de títulos em poder do público, há uma variação da composição da 
dívida pública, infl uenciando as taxas de juros desses títulos e, indiretamente, as dos demais ativos 
fi nanceiros.
Vale dizer que a redução da dívida mobiliária minimiza a necessidade de fi nanciamento do setor público 
e reduz, também, a taxa de juros paga ao mercado. 
O depósito compulsório é um mecanismo de controle da liquidez no médio prazo, 
regulando o multiplicador bancário.
Os agentes que compõem o sistema bancário comercial são obrigados a depositar no BC uma 
parte dos depósitos à vista, a prazo e poupança recebidos, alterando o volume global de reservas e, 
consequentemente, o total de empréstimos e de meios de pagamento.
Quando há insufi ciência de liquidez de curto prazo, adota-se uma política expansionista via liberação 
imediata de parte do depósito compulsório em moeda.
Por outro lado, é preciso que decorra algum tempo entre os aumentos da taxa de depósitos compulsórios 
ao se implementar uma política contracionista, pois os recolhimentos sofrem defasagem de quase um 
mês e o sistema bancário precisa se adaptar ao novo nível de reservas exigido.
Uma vez que os agentes fi nanceiros não mantenham reservas iguais ao total de depósitos à vista, 
pode haver problemas de liquidez temporários, isto é, difi culdades para entregar moeda corrente ao 
portador de um depósito à vista por insufi ciência de recursos em caixa. 
Políticas Monetária e Fiscal
243
Política monetária expansionista vs. política monetária contracionista
A política monetária representa a atuação das autoridades monetárias por meio de 
instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global 
do sistema econômico.
Política monetária expansionista (ou expansiva): é formada por medidas que tendem a 
acelerar a quantidade de moeda e a baratear os empréstimos (baixar as taxas de juros). 
Incide positivamente sobre a demanda agregada e apresenta como instrumentos:
— Diminuição do recolhimento compulsório: o Banco Central diminui os valores 
que toma em custódia dos bancos comerciais, possibilitando um aumento do 
efeito multiplicador e da liquidez da economia como um todo.
— Diminuição da taxa de redesconto: o Banco Central diminui a taxa de juros e 
aumenta o prazo do pagamento ao emprestar dinheiro aos bancos comerciais. Essas 
medidas ajudam a diminuir a taxa de juros da economia e a aumentar a liquidez. 
— Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra títulos públicos, 
há uma expansão dos meios de pagamento, que é a moeda dada em troca dos 
títulos. Com isso, ocorre uma redução na taxa de juros e um aumento da liquidez.
Política monetária contracionista (ou restritiva): engloba um conjunto de medidas que 
tendem a reduzir o crescimento da quantidade de moeda e a encarecer os empréstimos. 
Instrumentos:
— Aumento do recolhimento compulsório: consiste na custódia, pelo Banco Central, 
de parcela dos depósitos recebidos do público pelos bancos comerciais. Esse 
instrumento é ativo, pois atua diretamente sobre o nível de reservas bancárias, 
reduzindo o efeito multiplicador e, consequentemente, a liquidez da economia.
— Aumento da taxa de redesconto: o Banco Central empresta dinheiro aos bancos 
comerciais, sob determinado prazo e determinada taxa de pagamento. Quando 
esse prazo é reduzido e a taxa de juros do empréstimo é aumentada, a taxa de 
juros da própria economia aumenta, causando uma diminuição na liquidez.
— Venda de títulos públicos: quando o Banco Central vende títulos públicos, ele retira 
moeda da economia, que é trocada pelos títulos. Dessa forma, há uma contração 
dos meios de pagamento e da liquidez da economia.
Diferente dos depósitos compulsórios, o redesconto é um instrumento passivo, não agindo sobre 
o sistema como um todo, pois a iniciativa de sua utilização é apenas dos bancos comerciais que 
estiverem com insufi ciência de liquidez, e não do BC. 
Relação juros e atividade econômica
Em uma política monetária expansionista, o BC aumenta a oferta monetária. A economia passa a ter 
mais moeda do que é demandado pelas pessoas. A taxa de juros reduz, de modo que a demanda 
monetária aumente e se iguale à nova oferta monetária. 
Políticas Monetária e Fiscal
244
O balanço de pagamentos é composto pelas seguintes contas: 
Transações Correntes (TC); 
Conta Capital e Conta Financeira (CA); 
Erros e Omissões (EO).
BC aumenta 
oferta monetária
Redução de juros Mais investimentos
Para estimular a economia, a redução na taxa de juros é um fator para elevar o nível de atividade. O 
efeito da taxa de juros pode ser observado não apenas sobre os investimentos. As famílias também 
podem ser infl uenciadas a consumir mais devido à melhora no custo do crédito concedido. 
A política monetária tem um papel fundamental sobre a atividade econômica. Todas 
as decisões, no entanto, têm uma defasagem de tempo para o surgimento dos 
primeiros resultados sobre a economia como um todo.
Contas externas: balança comercial, transações correntes, 
conta de capital
 OE 024.01.b - Explicar quais fatores impactam a taxa de câmbio e a apreciação ou 
depreciação de uma moeda: reservas cambiais, balanço de pagamentos, balança 
comercial e fl uxos internacionais de capital. 
As contas externas medem todos os valores de todas as transações fi nanceiras e comerciais entre 
residentes e não residentes em um determinado período. 
O balanço de pagamentos (BP) refl ete o resultado entre remessas e entradas. Como o BP é um fl uxo 
variável, se ele for positivo, haverá um aumento nas reservas internacionais e vice-versa. O valor das 
transações é, geralmente, medido em dólares norte-americanos. 
Com uma taxa de juros menor, os investimentos são estimulados e aumenta a demanda agregada pelo 
processo do multiplicador. Poderemos observar um raciocínio inverso se as autoridades monetárias 
pretenderem fazer uma política monetária contracionista.
Como o objetivo é manter o balanço de pagamentos em equilíbrio, o défi cit em transações correntes, 
por exemplo, é compensado por um superávit na conta de capital e fi nanceiro. 
Políticas Monetária e Fiscal
245
Abalança comercial é o saldo entre as exportações (X) e as importações (M) de bens 
sem os valores dos fretes e seguros. Um saldo superavitário signifi ca que o país mais 
exporta do que importa bens. 
O balanço de serviços e renda mensura as transações de dois componentes:
Serviços: transportes, viagens internacionais, serviços governamentais, pagamento de 
royalties, serviços de informática, etc; e
Renda: juros, lucros e dividendos.
Conta Capital e Conta Financeira (CA)
Esta conta é composta por Conta Capital e Conta Financeira. A primeira mede o saldo da transferência 
de patrimônio entre migrantes. Por exemplo, a aquisição de marcas e patentes.
Já a conta fi nanceira é o resultado de:
Investimento direto: venda e aquisição de participação duradoura no capital das empresas;
Investimento em carteira: transações em títulos mobiliários adquiridos no mercado 
secundário;
Derivativos: valores negociados no mercado de derivativos;
Empréstimos/fi nanciamento: transação de empresas e/ou do governo brasileiro com 
empresas/investidores no exterior; e/ou
Outros investimentos: créditos de comércio. 
Erros e Omissões (EO):
Por fi m, a conta Erros e Omissões representa a diferença entre o saldo do Balanço de Pagamentos e a 
soma das demais rubricas. 
Isso pode ser um sinal de que há excesso de investimento sobre a poupança doméstica. Nesse caso, o 
país está “importando” poupança externa. Da mesma forma, se há superávit em transações correntes, 
o país está “exportando” poupança doméstica.
Transações Correntes
As transações correntes (TC) medem as transações comerciais em bens, serviços e as transferências 
unilaterais (sem contrapartida). 
Esta conta é composta pela balança comercial (BC), pelo balanço de serviços e renda (BS) e pelas 
transferências unilaterais (TU):
TC = BC + BS + TU
 OE 024.01.c - Analisar a formação da balança comercial e sua relação com as demais 
contas que compõem o balanço de pagamentos. 
Políticas Monetária e Fiscal
246
É resultante da difi culdade de se compatibilizar transações físicas e fi nanceiras e aquelas provenientes 
de várias fontes de informações.
Paridade de juros e cupom cambial 
 OE 024.01.d - Entender e explicar o cupom cambial, diferenciando o conceito de cupom 
limpo versus cupom sujo. 
Segundo o teorema da paridade descoberta da taxa de juros, espera-se que a diferença entre os juros 
que remuneram ativos de dois países deve refl etir a expectativa de valorização, ou de desvalorização, 
entre as moedas desses dois países. Nesse sentido, a diferença entre a taxa de juros interna no Brasil 
e a expectativa de variação cambial é denominada cupom cambial. 
O cupom cambial pode ser interpretado como o rendimento, em dólares, para 
estrangeiros que assumem o risco de investir no Brasil. Quanto maior o cupom cambial, 
maior a atratividade para entrada de dólares. 
Considerando a necessidade do investidor estrangeiro que deseja investir na taxa de juros brasileira, 
mas que precisa se proteger contra o risco da variação cambial, a B3 disponibiliza ferramentas de 
proteção contra fl utuações da taxa de juros referenciada em dólar. Elas consistem em instrumentos 
fi nanceiros cujo ativo subjacente é o cupom cambial, ou seja, a diferença entre a taxa de juros doméstica 
e a variação cambial no correspondente período. 
Dentre tais instrumentos, o FRA é conhecido como cupom cambial limpo, já que não 
é contaminado pela variação cambial, por ser calculado com base no dólar spot da 
data de vencimento. Por sua vez, o DDI é considerado um cupom cambial sujo, por ser 
contaminado pela variação cambial, pois é calculado com base na taxa PTAX de D-1. 
PIB real e PIB potencial
 OE 024.01.e - Distinguir entre PIB real e PIB potencial. 
A oferta agregada de longo prazo pode ser compreendida como a representação da relação existente 
entre a extensão da produção, o preço dos produtos e a demanda. 
Há uma similaridade signifi cativa entre o termo mencionado e o conceito de PIB potencial ou PIB de 
pleno emprego. O PIB potencial acompanha a quantidade máxima de bens e serviços que um país 
consegue produzir em determinado período de tempo sem causar pressões infl acionárias, permitindo 
que a economia atinja o pleno emprego. 
Apesar de o PIB potencial espelhar a produção em seu nível máximo, é possível que um país produza 
além desse nível no curto prazo. Isso porque no curto prazo ao menos um fator de produção é fi xo, o 
Políticas Monetária e Fiscal
247
Essa diferença entre o PIB real e o PIB potencial recebe o nome de hiato do produto. 
Se o PIB real for maior do que o PIB potencial, o hiato do produto será positivo, um indicativo de 
que a economia está sobreaquecida, ou seja, há mais demanda do que oferta. Esse cenário traz 
consequências como a infl ação e o decorrente aumento do preço dos produtos e serviços.
Em contrapartida, se o hiato do produto for negativo, o país estará abaixo do seu potencial, o que 
signifi ca que existe capacidade não sendo utilizada. Esse panorama proporciona uma recessão 
econômica, isto é, o aumento do desemprego e a redução no consumo. 
que viabiliza a produtividade acima de sua capacidade utilizando meios como horas extras feitas por 
funcionários ao mesmo custo. 
Contudo, no longo prazo essa dinâmica torna-se impraticável, já que haverá a necessidade de reajustar 
o salário daqueles que trabalharam além da sua carga convencional, limitando fi nanceiramente o 
montante do produto fi nal. 
Se o PIB do país fi car abaixo do seu potencial, na prática, haverá máquinas desligadas, caminhões 
parados no pátio, desemprego, etc. 
 OE 024.01.f - Descrever o hiato de infl ação e o hiato de recessão.
Como visto anteriormente, o PIB real pode se deslocar para cima ou para baixo do PIB potencial. 
O cenário ideal para proporcionar o pleno emprego da economia e a estabilidade dos preços é o 
equilíbrio entre esses dois indicadores. Com esse intuito, os países aplicam esforços constantes para 
ajustar a oferta agregada no longo prazo.
 OE 024.01.g - Analisar os ciclos econômicos e seus impactos no emprego, renda, preço 
dos ativos, oferta de crédito e taxas de juros.
O ciclo de negócios é caracterizado por fl utuações nas atividades econômicas. O PIB real e a taxa de 
desemprego são variáveis importantes usadas para determinar a atual fase do ciclo.
O ciclo de negócios possui quatro fases diferentes: expansão (PIB crescente), pico (PIB para de crescer 
e começa a cair), contração ou recessão (PIB está em queda) e fundo (PIB para de cair e começa a 
subir). As fases estão ilustradas na fi gura a seguir:
Análise de ciclos econômicos
Políticas Monetária e Fiscal
248
A expansão apresenta crescimento na maioria dos setores da economia, com aumento de empregos, 
consumo e investimentos. Conforme uma expansão se aproxima do pico, as taxas de crescimento 
de consumo, investimento e emprego começam a desacelerar, mantendo-se positivas, enquanto a 
infl ação acelera.
A contração ou recessão está associada ao declínio na maioria dos setores, com a infl ação diminuindo. 
Quando a contração atinge o fundo e a economia começa uma nova recuperação ou expansão, o 
crescimento econômico se torna positivo novamente e a infl ação é, no geral, moderada. Já a taxa de 
emprego pode começar a crescer apenas depois da expansão estar mais consolidada.
Uma regra de bolso é considerar dois trimestres consecutivos de crescimento do PIB como o começo 
de uma expansão ou dois trimestres consecutivos de queda do PIB como o começo de uma contração. 
Um aspecto típico do ciclo de negócios é que ele reaparece, mas não em intervalos regulares. Ciclos 
passados podem ser tão curtos como um ano e tão longos como uma década.
A seguir apresentam-se as características de cada fase:
Fundo
Taxa de crescimento do PIB muda de negativa para positiva;
Alta taxa de desemprego, elevando o uso de empregos temporários e horas extras;
Gastos com bens duráveis e imóveis podem aumentar; e
Taxa deinfl ação moderada ou decrescente.
Expansão
Taxa de crescimento do PIB aumenta;
A taxa de desemprego diminui conforme cresce a contratação;
Investimentos em equipamentos agrícolas e construção de casas aumentam;
Taxa de infl ação pode subir; e
Importações crescem conforme a taxa de renda doméstica aumenta.
Políticas Monetária e Fiscal
249
Pico
Taxa de crescimento do PIB diminui;
A taxa de desemprego diminui, mas a contratação desacelera;
Gastos com consumo e investimentos em negócios crescem a uma taxa menor; e
Taxa de infl ação aumenta.
Contração/Recessão
Taxa de crescimento do PIB é negativa;
Horas trabalhadas diminuem, taxa de desemprego aumenta;
Consumo, investimentos em negócios e construções de casa diminuem;
Taxa de infl ação diminui com atraso (lag); e
Importações diminuem conforme o crescimento da renda doméstica desacelera.
Política Fiscal
Dívida pública 
 OE 024.02.a - Entender, analisar, interpretar e explicar como as necessidades de 
fi nanciamento do setor público impactam a política fi scal e a dívida pública. 
A dívida pública é a soma de tudo aquilo que todos os órgãos do Estado brasileiro devem, incluindo o 
Governo Federal e os estados, municípios e empresas estatais. É formada por:
dívida interna, a qual pode ser paga em moeda nacional; e 
dívida externa, a qual deve ser paga em moeda estrangeira. 
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) refere-se ao total das obrigações do setor público não 
fi nanceiro (desconsiderando, por exemplo, bancos estatais), deduzido dos seus ativos fi nanceiros. No 
caso brasileiro, o conceito de dívida líquida abrange os ativos e os passivos fi nanceiros do Banco 
Central, incluindo, dentre outros itens, as reservas internacionais (ativo) e a base monetária (passivo).
A DLSP considera ainda o principal e os encargos de juros da dívida, sendo estes apurados conforme 
abaixo:
a) para os títulos da dívida interna: pelo regime de competência, ou seja, a apropriação dos juros é 
contabilizada na medida que forem devidos.
b) para os títulos da dívida externa: pelo regime de caixa, isto é, a apropriação ocorre tão somente 
quando os pagamentos forem efetivamente realizados.
 OE 024.02.b - Analisar as fontes de recursos para investimentos e a infl uência da 
política fi scal nos mercados de capitais.
Políticas Monetária e Fiscal
250
Para que seu PIB potencial cresça no longo prazo, um país atua de duas maneiras: a primeira maneira 
é com mais produtividade, ou seja, fazer mais PIB por hora trabalhada do que fazia antes. A segunda 
maneira é através do aumento do estoque de capital, seja capital humano (mais pessoas, baby boom, 
imigração, etc), seja capital físico (mais máquinas, mais infraestrutura).
Para que um país consiga investir em novas tecnologias que trarão produtividade e ter mais capital 
físico, é importante ter altas taxas de poupança interna. Sem poupança interna, não há recursos para 
investimento. Essa poupança interna pode vir das pessoas e empresas, que consomem menos do 
que ganham (chamamos de poupança privada) ou vir do governo, que gasta menos do que arrecada 
(chamada de poupança pública). Há uma terceira via de poupança que vem de um país que exporta 
muito e importa pouco, fazendo assim uma poupança de moeda estrangeira. Ainda assim, não é 
considerado uma poupança interna, porque depende do grau de abertura da economia.
Portanto, um país cujos cidadãos poupam muito pode fi nanciar investimentos de longo prazo. Mas 
como projetos de infraestrutura e de pesquisa e desenvolvimento são longos e incertos, o governo é 
parte importante, porque também investe e incentiva essas iniciativas. Sem o governo, o setor privado 
difi cilmente terá apetite ao risco e disposição para fi nanciar o desenvolvimento de um país sozinho.
Para que um governo possa fazer esses investimentos, é fundamental que tenha superávits fi scais
e que mantenha seu orçamento equilibrado. Quando um governo apresenta défi cit fi scal, sobretudo 
por um período prolongado, leva os credores e investidores de ações a verem mais risco de que a 
expansão do PIB daquele país.
Por consequência, o Mercado de Capitais pedirá mais prêmio de risco tanto de dívidas quanto de 
equities, porque terá mais incerteza sobre a capacidade das empresas crescerem e entregarem 
resultados melhores em um cenário econômico menos próspero.
Assim, a manutenção de uma situação fi scal positiva é condição fundamental para que investidores 
formem melhores expectativas de crescimento econômico, descontem os títulos e ações a menores 
taxas e para o crescimento do mercado de capitais.
 OE 024.02.c - Explicar as ferramentas empregadas pelo governo para implementar a 
política fi scal, classifi cando-as como expansionistas ou contracionistas e identifi car as 
consequências sobre a economia de sua utilização. 
O governo pode infl uenciar a demanda agregada de três maneiras básicas:
I. Diretamente para a demanda, por meio do seu próprio consumo de bens e serviços;
II. Política de transferências de renda, como previdência social, seguro desemprego, outros 
programas assistenciais, etc; ou
III. Tributação sobre a renda das famílias e das empresas.
A política fi scal está justamente relacionada com o gerenciamento das receitas e das despesas 
do governo. Ela pode ser um instrumento de política econômica para compensar os efeitos da 
política monetária. 
Políticas Monetária e Fiscal
251
Política fi scal expansionista vs. política fi scal contracionista
Política fi scal é a manipulação dos tributos e dos gastos do governo para regular a 
atividade econômica. Ela é usada para neutralizar as tendências à depressão e à infl ação.
Política fi scal expansionista (ou expansiva): é usada quando há uma insufi ciência de 
demanda agregada em relação à produção de pleno emprego. 
As medidas, nesse caso, seriam:
aumento dos gastos públicos; 
diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e investimentos; 
aumento das transferências de renda (por exemplo: Programa Bolsa Família);
aumento na renda nacional e possível aumento nas importações, contribuindo, 
desta forma, para um défi cit de balança comercial.
Política fi scal contracionista (ou restritiva): é usada quando a demanda agregada 
supera a capacidade produtiva da economia, em que os estoques desaparecem e os 
preços sobem. 
As medidas seriam:
diminuição dos gastos públicos; 
elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando esses 
gastos;
extinção de transferências de renda (por exemplo: Programa Leve Leite);
redução na renda nacional e possível aumento nas exportações, contribuindo, 
assim, para um superávit de balança comercial.
O orçamento público pode se tornar defi citário, ou seja, um cenário com despesas maiores do que 
receitas, havendo a necessidade de o governo recorrer a empréstimos junto ao setor privado via 
emissão de títulos pela Secretaria do Tesouro Nacional ou emissão de moeda. Nesse último caso, a 
emissão monetária poderá elevar os preços na economia (infl ação).
A necessidade de fi nanciamento do setor público (NFSP) é o resultado fi nal da soma 
do superávit primário (S) e o pagamento dos juros (J). O superávit primário, que mede 
o saldo das receitas menos despesas, entra na NFSP com sinal contrário, ou seja, em 
um superávit positivo, ele é computado com sinal negativo. 
NFSP = - S + J
O superávit primário é o resultado contábil usado pelo governo para o pagamento de juros sobre 
a dívida pública e redução do fi nanciamento quando o pagamento de juros exceder o superávit. 
Recentemente, no Brasil, o superávit primário como porcentagem do PIB tornou-se medida importante 
Políticas Monetária e Fiscal
252
O aumento do volume da dívida intensifi ca os pagamentos de juros no orçamento 
do governo. Se o desequilíbrio orçamentário persistir, o governo deverá empreender 
novos fi nanciamentos, agravando esta situação ao implicar pior percepção de risco 
por parte dos agentes econômicos,o que se traduzirá em maiores taxas de juros 
e menores prazos de vencimento dos títulos.
Ainda assim, um superávit nominal (superávit primário mais correção monetária e despesas com juros, 
câmbio e outros) ou melhora nas contas públicas só será alcançado quando houver uma redução 
signifi cativa das taxas de juros e um choque de gestão. 
para a “saúde” das fi nanças públicas e um fator para reduzir o endividamento público e o pagamento 
de juros exigido pelo mercado.
A dívida mobiliária federal constitui a maior parte da dívida pública e é composta por diferentes 
títulos emitidos com diferentes características de formação de taxa, remuneração aos investidores e 
prazos de vencimento. 
253
Política Cambial
Taxas de Câmbio Nominal e Real
 OE 347.01.a - Defi nir e distinguir taxa de câmbio real da taxa de câmbio nominal, bem 
como explicar como essas taxas impactam importações e exportações. 
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira, medido em unidades ou frações (centavos) 
da moeda nacional. A taxa de câmbio refl ete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra, 
dividindo-se em taxa de venda e taxa de compra. Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou 
outro agente autorizado a operar pelo Banco Central), a taxa de venda é o preço que o banco cobra 
para vender a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra refl ete 
o preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por 
exemplo).
A taxa de câmbio nominal (l) é o valor em moeda nacional para adquirir uma unidade de moeda 
estrangeira. Cada país possui uma paridade diferente com cada uma das moedas dos países que 
possuem comércio. 
O câmbio nominal afeta diretamente o preço de um produto nacional em moeda estrangeira ou a 
rentabilidade das exportações. Por exemplo, a desvalorização reduz o preço dos bens nacionais em 
moeda estrangeira, aumentando a demanda. As importações ocorrem de maneira análoga a essa 
dinâmica. 
Outro conceito muito analisado é a taxa de câmbio real (e), um valor corrigido da taxa de câmbio 
nominal pelo preço estrangeiro (P*) e o doméstico (P). 
e = l.P*/P
O câmbio real mede a paridade em termos de bens dos dois países. Um câmbio real mais valorizado 
signifi ca que um bem nacional pode ser adquirido em maior quantidade do que o similar estrangeiro. 
A mudança no câmbio nominal pode compensar a infl ação doméstica e, assim, manter a paridade do 
câmbio real. O câmbio real pode ser considerado uma medida de competitividade para um país. 
A taxa de câmbio real efetiva é uma medida da taxa de câmbio nominal efetiva corrigida pelo preço 
doméstico e os preços vigentes em cada país. 
A intervenção do BC, via dealers, pode ser feita sobre o estoque de moeda da seguinte forma:
e = Câmbio real
l = Real/dólar (câmbio nominal)
P* = Infl ação internacional de preços ao consumidor
P = Infl ação doméstica de preços ao consumidor 
Política Cambial
254
Se a taxa de câmbio cai, fi cando muito abaixo do nível desejado pelo governo, indicando 
que a oferta de moeda estrangeira é maior do que a procura, o BC entra no mercado 
e compra o excesso de divisas, o que implica gradual elevação de taxa (a intervenção 
continua até que a taxa retorne ao nível desejado);
Se a taxa de câmbio sobe, fi cando acima das expectativas ofi ciais, indicando que a oferta de 
moeda é menor do que a procura, o BC lança mão de seus estoques de divisas das reservas 
internacionais e vende, no mercado, um determinado montante, aumentando, desta forma, 
a oferta de moeda estrangeira e fazendo cair a taxa, voltando ao nível desejado.
A depreciação cambial ocorre quando há um aumento no valor da moeda estrangeira em relação à 
moeda doméstica, enquanto a apreciação cambial é o aumento do valor da moeda doméstica em 
relação à moeda estrangeira.
Relações de Paridade entre as Moedas 
 OE 347.02.a - Defi nir a paridade do poder de compra entre moedas. 
Paridade é a relação de preço que se verifi ca entre duas moedas estrangeiras. 
A paridade cambial é o resultado de uma equação que leva em conta o diferencial de 
taxas de juros interna e externa, a desvalorização das outras moedas de países com 
os quais o Brasil mantém relações comerciais e as necessidades de pagamentos por 
parte do governo brasileiro aos credores.
A taxa de câmbio real entre dois países é equiparada durante um período no qual 
a infl ação doméstica do país foi mais alta do que a estrangeira. Nesse caso, o que 
provavelmente ocorrerá com a taxa de câmbio doméstica e as exportações desse país?
Resposta: Haverá depreciação cambial e as exportações serão favorecidas.
Suponha que a taxa de câmbio está equiparada em BRL 1,00/USD. No caso de uma 
infl ação maior no Brasil (doméstica) do que nos E.U.A. (estrangeira), o câmbio está 
apreciado, ou seja, o Real está excessivamente valorizado. Sendo assim, haverá uma 
depreciação cambial, isto é, o preço da moeda estrangeira, expresso pela taxa de 
câmbio BLR/USD, irá se valorizar para, por exemplo, BRL 1,50/USD. Por conseguinte, 
as exportações serão mais rentáveis para os exportadores brasileiros enquanto as 
importações serão mais caras.
Com isso, qualquer alteração nas taxas de juros ou nas taxas de câmbio internacionais provoca 
instabilidade e opiniões divergentes sobre os rumos da economia. 
Política Cambial
255
Se o valor da moeda é representado pelo poder aquisitivo, a compra de moeda 
estrangeira equivale à troca de poder aquisitivo nacional por poder aquisitivo 
estrangeiro. Então, o novo tipo de câmbio deve refl etir as respectivas modifi cações 
dos preços nos dois países considerados.
Segundo a teoria da Paridade do Poder de Compra (Purchasing Power Parity ou PPP), os níveis de 
preços nacionais seriam iguais quando mensurados em uma mesma moeda. 
Isso ocorreria devido à arbitragem internacional de bens, sob as hipóteses de ausência de custos 
de transação e de barreiras ao comércio internacional, e considerando-se informação perfeita e 
homogeneidade de bens. 
Essa teoria pode ser expressa pela seguinte fórmula:
Pt = St x Pt*
Em que:
Pt = nível doméstico de preços;
Pt*= nível externo de preços; e
St = taxa nominal de câmbio defi nida como o preço doméstico da moeda externa. 
Todas as variáveis são retratadas pela data “t”. 
Expressando essa relação em logaritmo natural, tem-se:
St = Pt - Pt*
A paridade entre moedas pode variar de país para país. Atualmente, o dólar e o euro são as duas 
moedas utilizadas como referência cambial. No entanto, faz-se importante ressaltar dois pontos: a 
paridade entre as moedas de outros países que não utilizam o dólar e o euro pode ser diferente, e a 
paridade cambial também pode ocorrer entre dois países que possuem um fl uxo de comércio intenso. 
Taxas de Câmbio Spot e Forward
 OE 347.03.a - Entender a paridade de taxa de juros entre moedas, bem como calcular 
qualquer variável da relação considerando as demais variáveis: taxa de câmbio spot, 
taxa de câmbio forward e taxas de juros vigentes para cada moeda. 
A taxa de câmbio spot é aquela que mostra a relação entre duas moedas para troca imediata, atual. Já 
a taxa forward mostra a taxa de câmbio para troca de duas moedas a uma data futura, preestabelecida.
Se uma taxa spot está em BRL/USD 2.20 e a taxa forward está em BLR/USD 2.40, dizemos que esta 
última está sendo negociada com um prêmio em relação à primeira. Se estivesse mais baixa, diríamos 
que está sendo negociada com um desconto.
Política Cambial
256
Taxa de Câmbio Cruzada
A taxa de câmbio cruzada simplesmente mostra a relação entre três moedas. Por exemplo, é possível 
afi rmar que BRL/USD = 2,20 e que USD/GBP = 1,4. Para calcular o câmbio entre BRL e GBP, é necessário 
multiplicar as duas cotações, cancelando USD do numerador com denominador. O resultado será 2,20 
x 1,4 = 3,08. Para achar GBP/BRL, basta calcular o recíproco de 3,08, que é 1/3,08 = 0,3247.
Regimes Cambiais 
 OE 347.04.a - Entender, analisar,interpretar e explicar os diversos regimes cambiais 
(fl utuante, fi xo e bandas cambiais), o impacto nas reservas internacionais e sua relação 
com o balanço de pagamentos.
Existem, basicamente, três regimes cambiais:
Regime com taxa de câmbio fi xa: por meio de uma política monetária passiva, o BC se 
compromete a ofertar moeda estrangeira para ajustar automaticamente um nível que 
assegure que a taxa de câmbio de equilíbrio se iguale à taxa de câmbio anunciada. Em 
outras palavras, o BC compra e vende moeda estrangeira, de forma a manter a taxa de 
câmbio no nível anunciado;
Regime com taxa de câmbio fl utuante: a taxa de câmbio fl utua livremente em função 
de mudanças das condições econômicas de oferta e demanda de divisas estrangeiras. 
Em períodos de grande entrada de recursos externos, a tendência da taxa de câmbio é a 
valorização e vice-versa; e
Regime cambial de fl utuações sujas (dirty fl oating): o BC, mesmo dentro de um regime 
de câmbio fl utuante, intervém no mercado cambial quando a taxa de câmbio se afasta 
em demasia do valor considerado adequado, o que pode acarretar sérias instabilidades 
na economia. Apesar de ofi cialmente o governo brasileiro admitir que adota o regime com 
taxa de câmbio fl utuante, é utilizado, na prática, um regime de fl utuações sujas, pois o BC 
intervém no mercado quando julga necessário.
Defi ne-se política cambial como a atuação da autoridade monetária na administração 
dos ativos em moedas estrangeiras, além do ouro, visando dar estabilidade à paridade 
da moeda e induzir o desempenho das transações internacionais de acordo com as 
diretrizes da política econômica.
A política cambial é fortemente associada à política monetária. 
Por exemplo, se há um forte ingresso de divisas em função do bom desempenho das exportações, 
crescimento do volume de recursos captados pela emissão de títulos no exterior ou signifi cativo fl uxo 
para aplicações em bolsas de valores, o governo é obrigado a aumentar a dívida pública mobiliária, 
emitindo títulos para enxugar a moeda que entra em circulação pela troca de dólares por reais. 
Política Cambial
257
As reservas monetárias internacionais, também denominadas reservas cambiais ou 
reservas internacionais compreendem moedas livremente conversíveis e o ouro. 
Suponha que um exportador busque vender um bem no exterior e receba o pagamento 
em dólares. Finalizada a transação, ele vende esses dólares ao Banco Central, que faz o 
pagamento em reais. Isso signifi ca que as reservas internacionais aumentarão, uma vez 
que o Banco Central comprou dólares, e o efeito disso consiste na elevação da oferta 
monetária na economia. O Banco Central injeta reais na economia via pagamento em 
moeda local ao exportador (expansionista).
Ainda pensando na balança comercial, pensemos na importação. O importador compra 
um bem no exterior e, para isso, precisa dispor de dólares. A importação exerce a 
redução das reservas internacionais, uma vez que o Banco Central vende os dólares 
ao importador, reduzindo sua disponibilidade na economia, ao passo que retira reais da 
economia por meio do pagamento feito pelo importador em moeda local (contracionista).
Reservas Internacionais
 OE 347.05.a - Explicar como as reservas internacionais impactam as taxas cambiais e 
sua relação com o balanço de pagamentos. 
Assim como as pessoas ou as empresas necessitam de reservas para atender às suas obrigações 
fi nanceiras, é essencial que os países mantenham reservas monetárias para atendimento de seus 
compromissos internacionais. É o que se denomina “liquidez internacional”. 
Além de permitir que os países fi nanciem défi cit temporários em seus balanços de pagamentos, as 
reservas exercem uma função importante na defesa da estabilidade de suas taxas cambiais, pois, ao 
aumentarem em caso de superávit no balanço de pagamentos (BP), viabilizam que todas as transações 
comerciais e fi nanceiras do país com outros países sejam positivas. 
Com isso, a política monetária enfrenta difi culdades para controlar os juros, dado que o custo do 
governo aumenta.
O BC classifi ca as reservas em:
Reservas de caixa: representadas por haveres prontamente disponíveis; e
Reservas de liquidez: são as reservas de caixa mais os valores representativos de títulos de 
exportação e outros haveres de médio e longo prazos.
Como a remuneração no exterior é menor do que o custo do carregamento interno da correspondente 
dívida em títulos, o BC monitora constantemente a relação entre essa perda quantitativa e os ganhos 
qualitativos e de credibilidade no exterior.
Política Cambial
258
O cupom cambial é a remuneração efetiva dos dólares convertidos em reais e aplicados 
no mercado fi nanceiro brasileiro. Seu valor expressa o interesse do investidor estrangeiro 
em aplicar seus recursos no Brasil, levando em consideração o risco de crédito soberano 
que passa a assumir e o retorno que teria em seu país.
Cupom Cambial 
 OE 347.06.a - Defi nir e calcular o cupom cambial, bem como distinguir cupom limpo de 
cupom sujo e analisar os fatores que impactam seu valor. 
O cupom cambial foi um elemento fundamental na política da taxa de câmbio nominal brasileira, vigente 
até 1999, passando a desempenhar um papel coadjuvante na atual política cambial de taxas fl utuantes.
O cupom é dito limpo (clean) quando incorpora a cotação corrente da taxa de câmbio. Em contrapartida, 
é considerado sujo (dirty) quando a referência inicial é a taxa de câmbio de venda (PTAX800) do dia 
anterior ao da compra do título.
A taxa do cupom cambial varia conforme a oferta e a demanda por dólar ou proteção cambial. 
Se houver uma pressão vendedora de papéis lastreados em dólar, a tendência do cupom é subir, pois 
o vendedor dará um prêmio ou juros maiores para atrair o comprador. 
Caso haja uma pressão compradora, a tendência é que o prêmio baixe, pois os compradores estarão à 
procura de papel e proteção cambial a ponto de aceitarem até um cupom cambial negativo.
O cálculo do cupom cambial pode ser feito por meio da seguinte fórmula:
Taxa de Cupom Cambial =
 (1 + Taxa de Juros Doméstica)252
-1
 
x 
360
 Dólar Forward
 Dólar Spot
Qual é o cupom cambial de um título com 90 dias corridos (63 dias úteis, com base 252), 
taxa livre de risco de 12,5% a.a. (base 252), taxa spot de R$ 2,05/US$ e forward para 3 
meses equivalente a R$ 2,07/US$?
Taxa em real efetiva do papel: (12,50/100+1)^(63/252) = 1,029884
Variação cambial do período = 2,07/2,05 = 1,009756
O cupom cambial equivale aos juros em dólar que faltam para que a soma deste com 
a variação cambial do período seja igual à taxa de juros em real efetiva do período. Ou 
seja:
Taxa em real efetiva do papel = (Variação cambial do período) * (1 + cupom cambial efetivo)
1,029884 = 1,009756 * ( 1 + cupom cambial efetivo)
Du
[ ( ( dc( ([
Política Cambial
259
Swap Cambial 
 OE 347.07.a - Explicar o papel do swap cambial como ferramenta de política cambial e 
seus efeitos na taxa de câmbio spot.
A crescente demanda por proteção cambial levou o BC a oferecer o chamado swap cambial como 
forma de evitar a aceleração da desvalorização cambial. 
O swap nada mais é do que uma operação de troca, na qual dois agentes 
que possuem ativos diferentes podem trocar o rendimento destes 
em uma data futura previamente acordada.
No caso do swap cambial reverso, o governo paga, em uma data futura, uma taxa de juros (o 
certifi cado de depósito interbancário – CDI) e recebe em troca a variação do câmbio, no caso de 
desvalorização do real. Caso haja valorização, o Banco Central paga o CDI e a apreciação da taxa de 
câmbio.
Essas operações de swaps cambiais reversos são puramente fi nanceiras, não envolvendo troca 
efetiva de moeda. Nelas, o BC assume posição compradora de dólares e fi ca benefi ciário da variação 
cambial positiva, enquanto os bancos assumem posição vendedora de dólares e fi cam benefi ciários 
da remuneraçãocom juro.
Todavia, ocorrendo variação cambial negativa, o BC arcará com ônus e os bancos receberão ganhos 
adicionais. . A queda do preço da moeda americana nessas circunstâncias agrega uma segunda fonte 
de renda, a mais expressiva, para os bancos na operação.
(1 + Cupom cambial efetivo) = (1,01993)
Cupom cambial efetivo = 0,01993.
Para anualizar o cupom cambial, basta multiplicar por: (360 / número de dias corridos)
0,01993 * (360 / 90 ) = 7,97%
260
Dessa forma, tem-se que:
M = C + J
O que você prefere?
Receber R$1.000 hoje ou daqui a um mês?
Salvo raríssimas exceções, provavelmente você deve ter preferido a primeira opção. Apesar de parecer 
bastante intuitivo, à primeira vista, esse raciocínio da preferência pelos R$ 1.000 na data de hoje decorre 
basicamente de três razões:
Risco: sempre existirá a possibilidade de você esperar um mês (ou o prazo que for estipulado) 
e não receber os R$ 1.000 combinados. Dessa forma, a preferência pela antecipação de 
valores iguais busca justamente mitigar esse risco.
Utilidade: deixar de receber R$ 1.000 hoje implica a postergação do uso desse recurso, o 
que será atraente somente se existir alguma compensação.
Oportunidade: se você optasse por não receber hoje, provavelmente correria o risco de 
“deixar passar” uma oportunidade porque não teria o dinheiro naquele momento (ou no 
intervalo compreendido nesse mês).
Por essas razões, ter R$ 1.000 hoje vale mais do que tê-lo daqui a um mês, pois, para que seja interessante 
postergar o recebimento, será necessária alguma compensação. Nesse caso, estamos falando dos juros.
A matemática fi nanceira, por sua vez, é justamente o campo de fi nanças que estuda o valor do dinheiro 
no tempo. Ela compreende basicamente quatro fatores:
Capital (C): importância inicialmente aplicada sobre a qual incidirão os juros.
Taxa de juros (i): taxa de juros (expressa na forma unitária ou porcentual) que incidirá sobre 
o capital aplicado.
Prazo (n): período durante o qual o capital será aplicado.
Montante (M): valor decorrente do capital investido acrescido dos juros (J) apropriados.
 OE 186.01.a - Entender, interpretar e explicar as taxas de juros real e nominal.
A taxa de juros é uma das variáveis macroeconômicas mais importantes para o bom funcionamento 
da economia, apresentando papel fundamental na determinação do nível de atividade, do emprego, 
da taxa de câmbio e de diversas outras variáveis econômicas.
Taxas de Juros Nominal e Taxa de Juros Real
Conceitos de Finanças
Conceitos de Finanças
261
Taxa de Juros Real = Taxa de Juros Nominal - Taxa de Infl ação
Importante: os cálculos usados nesta lição não serão cobrados no exame de CPA-10 e 
CPA-20. Eles foram introduzidos para exemplifi car e tornar mais clara a compreensão 
dos conceitos.
Na economia, existem diversas taxas de juros: taxas para títulos a longo prazo, a curto prazo, de alto 
risco e de baixo risco. Portanto, usar o termo “taxa de juros” é simplifi car a estrutura fi nanceira da 
economia.
A Taxa de Juros Nominal é aquela divulgada ou usada pelos bancos para diversos tipos de 
investimentos.
Já a Taxa de Juros Real é a taxa nominal, descontada a taxa de infl ação esperada dos níveis de preços1:
É importante lembrar que o governo tem o controle exclusivo dos meios de pagamento e da emissão 
de títulos públicos, considerados ativos de menor risco. Assim, defi ne-se a taxa pura ou “Taxa Livre de 
Risco (TLR)” como aquela que precifi ca tais ativos no mercado. Essa taxa só inclui a remuneração pelo 
sacrifício da poupança, constituindo a taxa básica ou referencial às outras no mercado.
1 Na verdade, trata-se de uma aproximação válida se a infl ação esperada () for 
pequena. Caso contrário, a relação entre as Taxas de Juros Real (TR) e Nominal (TN) 
é dada por (1+TR) = (1+TN) / (1+ ). Vale notar que a lógica de cálculo é a mesma da 
Fórmula de Fisher.
Taxa de Juros Equivalente x Taxa de Juros 
Proporcional
Taxa de juros equivalente
Duas taxas são ditas equivalentes se produzirem o mesmo montante quando aplicadas a um mesmo 
capital.
Para tornar mais rápido o cálculo de equivalência de taxas, utilize a regra “Quero/Tenho”:
 OE 186.02.a - Entender, interpretar e explicar as taxas de juros equivalente e 
proporcional.
Conceitos de Finanças
262
Para uma taxa de juros de 18% ao ano, se a capitalização for defi nida mensalmente (os 
juros ocorrerão 12 vezes no período de um ano), o percentual de juros que incidirá sobre 
o capital a cada mês será representado pela operação abaixo:
Taxa Proporcional= 18% / 12 = 1,5% ao mês
Em suma: uma aplicação que rende 214% ao ano é equivalente, ou seja, produzirá o mesmo montante 
que uma aplicação mensal de 10% proporcionará no período de um ano.
Taxa de juros proporcional
No regime de juros simples, diante de sua própria natureza linear, tal transformação é processada pela 
taxa proporcional de juros, também denominada de taxa linear ou nominal. Ela é obtida por meio da 
divisão da taxa de juros considerada na operação pelo número de vezes em que ocorrerão os juros 
(quantidade de períodos de capitalização).
A aplicação de taxas proporcionais é muito difundida, principalmente em operações a curto e curtíssimo 
prazo, tais como: cálculo de juros de mora, descontos bancários, créditos a curtíssimo prazo, apuração 
de encargos sobre saldo devedor de conta corrente bancária, etc.
Capitalização Simples x Capitalização Composta
Juros Simples 
Para compreender o conceito de juros simples, um exemplo será formulado dentro desse contexto:
Para calcular a taxa equivalente mensal a 214% ao ano utilizando a regra do “Quero/
Tenho”, deve-se proceder da seguinte forma:
IQ = ((1 + 2,14)1/12 -1) x 100 = 10% ao mês
IQ = ?
IT = 2,14 (utilizar sempre a forma decimal)
q = 1 mês
t = 12 meses
 OE 186.03.a - Entender, interpretar e explicar as taxas de juros simples e composta.
Conceitos de Finanças
263
Tempo t = 0 t = 1 t = 2 t = 3 t = 4 t = 5
Juros - R$ 6 R$ 6,36 R$ 6,74 R$ 7,15 R$ 7,57
Valor R$ 100 R$ 106 R$ 112,36 R$ 119,10 R$ 126,25 R$ 133,82
Calculando com o auxílio da HP 12C:
N = 5. 
PV = - 100.
I = 6.
FV = R$ 133,82.
Resposta: O valor futuro será de R$ 133,82 ao fi nal de cinco anos.
No caso de fundos de renda fi xa, o retorno relativo é calculado por meio da divisão do 
retorno do fundo pelo retorno do benchmark, como ilustrado abaixo.
CDI: 17% a.a.
Fundo: 17,9% a.a.
Juros Compostos
Utilizando os dados do exemplo anterior, observe como o cálculo é feito no caso de juros compostos:
Benchmark e Volatilidade
Índice de Referência (Benchmark)
 OE 186.04.a - Entender e interpretar um índice de referência e seu uso.
Benchmark é um parâmetro de comparação de investimentos, muito utilizado na análise de 
performance de investimentos. Os fundos de renda fi xa, por exemplo, normalmente adotam o 
Certifi cado de Depósito Interbancário (CDI) como seu referencial comparativo (benchmark).
Qual é o valor futuro de um investimento inicial de R$100,00 com juros ganhos a uma 
taxa de 6% por cinco anos?
R$ 100 x 6% = R$ 6 ao ano
Tempo t=0 t=1 t=2 t=3 t=4 t=5
Juros - R$ 6 R$ 6 R$ 6 R$ 6 R$ 6
Valor R$ 100 R$ 106 R$ 112 R$ 118 R$ 124 R$ 130
Resposta: O valor futuro será de R$ 130 ao fi nal de cinco anos.
Conceitos de Finanças
264
Dois títulos preveem o seguinte fl uxo de pagamentos:
Semestre/Fluxo Título 1 Título 2
0 (Aquisição) R$ -1.000 R$ -1.000
1 0,00 R$ 50
2 0,00 R$ 50
3 0,00 R$ 50
4 R$ 1.200 R$ 1.050
O Título 1 exigiu o desembolso de R$ 1.000 para sua aquisição. Após quatro semestres, 
o resgate foi de R$ 1.200, contabilizando ganho total de R$ 200 na operação como um 
todo (desconsiderando o custo de oportunidade existente). O fl uxo de pagamentos não 
registrou recebimentos intermediários .
Volatilidade
 OE 186.04.b - Entender e interpretar a volatilidade e seu uso.
A volatilidade mede a oscilação dos preços de um ativo, ou seja, evidencia a incerteza em relação aos 
retornos futuros. Por sua relevância, é umadas medidas mais utilizadas para essa fi nalidade.
Por exemplo, um ativo-objeto que possui oscilação de preços entre a mínima de R$ 20 e a máxima 
de R$ 100, em um determinado período, é considerado mais volátil do que um ativo que oscila, no 
mesmo intervalo de tempo, entre R$ 50 e R$ 70.
Prazo Médio Ponderado de uma Carteira de Títulos
 OE 186.05.a - Entender e interpretar o prazo médio de uma carteira ou título.
O prazo médio calcula a previsão para o recebimento da soma dos fl uxos de caixa que ocorrem em 
períodos distintos. 
Para melhor compreensão desse conceito, considere o exemplo:
Retorno relativo do fundo (investimento de 1 ano) = (Retorno do fundo/ Retorno do CDI) * 
100 = 17,9% / 17% = 105%
Uma vez calculado o retorno relativo do fundo, muitos analistas contam o número de 
meses em que esse retorno fi cou acima ou abaixo do benchmark. O retorno pode ser 
calculado diariamente, desde o início do fundo, permitindo o desenvolvimento de um 
histograma para ilustrar e mensurar a quantidade de dias (para um determinado período) 
nos quais o investidor poderia comprar cotas do fundo e obter um retorno acima do 
benchmark. 
Conceitos de Finanças
265
O risco de mercado do Título 1 é superior ao do Título 2. O risco de mercado está 
associado a variações no preço atual do título em função de variações em taxas de 
juros. Em outras palavras, o fato de o Título 2 apresentar pagamentos intermediários 
(juros) permite que o investidor recupere o seu investimento com mais rapidez, reduzindo 
sua exposição ao risco. Por outro lado, o Título 1, ao apresentar apenas um pagamento no 
período de seu vencimento, acaba fi cando suscetível às variações supracitadas.
Em contrapartida, o Título 2 também exigiu o desembolso de R$ 1.000 para sua 
aquisição, mas apresentou três recebimentos intermediários de R$ 50 e um último de 
R$ 1.050, quando houve o resgate.
O cálculo do prazo médio dos recebimentos do Título 1 é intuitivo: quatro semestres, 
pois todos os recebimentos foram concentrados nesse momento. Já no caso do Título 2, 
o cálculo deve considerar os recebimentos intermediários, tanto em termos de volume 
quanto do momento em que ocorreram.
Para isso, é necessário multiplicar o valor de cada fl uxo pelo momento em que ocorreu, 
somá-los e dividi-los pelo valor total dos fl uxos:
No caso do Título 2, o cálculo possui os seguintes dados:
Como o último pagamento concentra a maior parte dos recebimentos, é possível inferir 
que o prazo médio está próximo desse período, ou melhor, um pouco antes, em função 
dos recebimentos intermediários.
d = = 3,75 semestresR$ 50 x 1 + R$ 50 x 2 + R$ 50 x 3 + R$ 1.050 x 4 
R$ 50 + R$ 50 + R$ 50 + R$ 1.050
O fato de o prazo médio do Título 1 (4 semestres) ser superior ao do Título 2 (3,75 semestres) conduz 
o raciocínio a uma conclusão importante:
Marcação a Mercado
 OE 186.06.a - Entender e interpretar a marcação a mercado e sua função.
O preço de um título, em linhas gerais, pode ser calculado de acordo com o valor presente dos fl uxos de caixa 
que serão gerados, isto é, com base no fl uxo de pagamentos que o título proporcionará ao seu detentor.
Os modelos de avaliação de investimentos são baseados no conceito de valor presente de fl uxos 
de caixa futuros. Para títulos de renda fi xa, os fl uxos de caixa incluem juros ou pagamentos fi xos e o 
retorno do valor principal no fi m ou valor de venda.
Por sua vez, títulos negociados em mercados secundários estão sujeitos a movimentos de compra e 
venda. Via de regra, quanto maior for o número de investidores que quiserem comprar determinado 
d = F1d1 + F2d2 + ... + Fndn
F1 + F2 + ... + Fn
Conceitos de Finanças
266
O Mercado Secundário é, portanto, o local onde os investidores negociam e transferem 
entre si os valores mobiliários emitidos pelas companhias. Além disso, ele possui a 
fi nalidade de oferecer liquidez aos títulos emitidos no mercado primário.
Mercado Primário e Mercado Secundário
É o mercado no qual a empresa emite ações pela primeira vez (abertura de capital) ou realiza uma 
nova captação de recursos, emitindo novas ações. Na emissão primária ou oferta primária, há entrada de 
recursos no caixa da empresa, que serão direcionados para investimentos, redução de passivos, etc. Uma 
vez ocorrido o lançamento inicial ao mercado, as ações passam a ser negociadas no mercado secundário.
Mercado Primário
É a simples movimentação de ações em bolsa de valores ou mercados de balcão (organizados ou 
não), caracterizada pela transferência de propriedade das ações entre investidores. As negociações 
diárias na B3 são exemplos de mercado secundário.
Quando faz um IPO – Initial Public Off ering, a empresa está ofertando publicamente suas ações pela 
primeira vez (abrindo o seu capital ao público). Para ofertar ações, a empresa precisa necessariamente 
ser de capital aberto, cumprir uma série de exigências que visam dar proteção aos novos sócios 
(acionistas minoritários) e estar constituída na forma jurídica de uma sociedade anônima. Quando 
a empresa já tem o capital aberto e já realizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são 
conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo em inglês, follow on.
Quando um ou vários acionistas detentores de expressiva parcela do capital da empresa decidem 
vender sua posição, eles podem realizar uma oferta secundária em conjunto. O mercado secundário 
tem a importante função de prover liquidez para os compradores do mercado primário, assim como 
informação contínua para precifi cação.
Mercado Secundário
ativo, maior será seu preço; em sentido contrário, quanto maior for a força vendedora, maior a 
desvalorização desse título. Com isso, pode ocorrer de o valor do título a preço de mercado ser 
diferente do valor do título calculado com base no modelo de desconto de fl uxos de caixa.
Por isso, é recomendável, ou até mesmo obrigatório — como no caso da maioria dos fundos de 
investimento —. que os ativos sejam contabilizados pelo preço de mercado. Essa prática é conhecida 
como Marcação a Mercado e tem como principal objetivo proteger o investidor, uma vez que o 
patrimônio dele, representado pelo título que possui, será corretamente valorizado a cada momento. 
Isso porque, caso o investidor deseje vender esse título, ele receberá o valor que está sendo precifi cado 
pelo mercado, que pode ser diferente daquele calculado pelo modelo de desconto de fl uxos de caixa.
 OE 186.07.a - Entender e diferenciar os mercados primário e secundário e suas funções.
267
Maria tem uma aplicação de R$ 100, que remunera esses recursos investidos à taxa de 
juros de 10%, composta anualmente. No fi nal de cinco anos, quanto Maria terá?
Resolução:
Assumindo que se trata de capitalização composta, a equação abaixo deve ser usada 
para achar o valor futuro da conta de Maria:
FVn = PV(1 + i)n
FV5 = R$ 100 (1 + 0,10)5 = R$ 161,05
Isto signifi ca que o valor futuro (FV) no fi nal de cinco períodos é o valor presente (PV) 
multiplicado por 1, mais a taxa de juros, elevados ao número de períodos.
É importante notar que a taxa de desconto usada deve estar de acordo com a frequência 
dos fl uxos, ou seja, se o prazo (n) usado for medido em meses, a taxa deve ser mensal; 
caso a taxa de juros esteja expressa em uma base anual, deve-se assumir que o prazo 
(n) também é anual.
 OE 231.01.a - Entender e explicar os conceitos de valor presente, futuro e taxa de 
desconto.
O valor do dinheiro no tempo (em inglês, time value of money - TVM) é um dos conceitos mais 
importantes utilizados em fi nanças e no planejamento fi nanceiro pessoal.
O TVM remete ao fato de o dinheiro recebido hoje valer mais do que o mesmo montante recebido em 
algum tempo no futuro. Por exemplo, R$ 1 recebido hoje pode ser investido e valerá mais daqui a um 
ano. Assim, R$ 1 a ser recebido daqui a um ano valerá menos do que recebido hoje.
Fluxo de PagamentosAs aplicações de TVM frequentemente são feitas para determinar o valor futuro (FV) do fl uxo de caixa 
de um investimento, como resultado do efeito das taxas de juros compostas. Calcular o FV requer 
projetar o fl uxo de caixa no futuro, com base na taxa de juros apropriada, até vencer o investimento .
O FV é o valor futuro, ou seja, quanto o dinheiro de hoje valerá, depois de aplicada uma taxa de juros 
defi nida em certo período de tempo.
Valor futuro (ou future value - FV)
Conceitos Básicos de Finanças II
Conceitos Básicos de Finanças II
268
O cálculo do valor presente (PV) funciona de maneira oposta ao FV. O PV é o valor presente de uma 
série de fl uxos de caixa futuros, descontados pela taxa de juros, durante um período. Esse cálculo é 
utilizado para descobrir quanto uma soma de dinheiro a ser recebida no futuro vale hoje, baseado em 
uma taxa de juros específi ca.
A calculadora fi nanceira pode ser usada para achar o PV dos R$ 161,05 calculados no exemplo passado.
Uma forma de resolver o problema de PV é por meio da equação (2) do PV, que nada mais é do que a 
transformação da equação (1) do FV.
FVn = PV (1+i)n
PV = Fvn 
 (1+i)n
Existem quatro variáveis nas equações:
PV = valor presente;
FV = valor futuro;
i = taxa de juros (ou desconto); e
n = número de períodos.
Se os valores de três variáveis forem fornecidos,o da quarta pode ser determinado.
Representação da linha do tempo:
Valor presente (ou present value - PV)
CF0 CF1 CF2 ... CFn
t = 0 t = 1 t = 2 ... t = n
i1 i2 ...in
CF = cash fl ow ou fl uxo de caixa
 OE 231.02.a - Entender e explicar a taxa de cupom e amortização.
Taxa de cupom é o percentual de juros a ser pago por período ao investidor, durante o prazo do título. 
É defi nido como uma percentagem do valor de face do título e representa um pagamento em dinheiro 
(cupom) periódico ao seu detentor.
Fluxo de Caixa: Cupom e Amortizações
Conceitos Básicos de Finanças II
269
Esta é a taxa de juros que o emissor se compromete a pagar ao portador do título. Ela pode variar 
como prefi xada ou pós-fi xada. Essa medida de retorno só leva em consideração os pagamentos de 
juros, ignorando apreciação ou depreciação do valor do título.
Amortização é a devolução da parte do capital ao credor ou ao detentor do título. Os títulos de renda 
fi xa geralmente devolvem o capital investido no seu vencimento.
Há outras formas alternativas de amortização: anual, semestral, trimestral, mensal ou esporádica. É 
muito comum haver amortizações periódicas em contratos de fi nanciamento, tais como os imobiliários.
Nesses casos, as prestações mensais embutem uma parcela relativa ao pagamento de juros e outra 
de amortização do principal.
Zero cupom é um título que não paga juros (cupons) periodicamente.
Ele é vendido com desconto ou deságio (valor inferior ao de face). O investidor receberá o principal, 
acrescido de juros uma única vez, no vencimento ou em algum momento anterior, caso consiga 
negociar o título no mercado secundário.
Zero cupom
 OE 231.02.b - Entender e explicar o custo de oportunidade.
O custo de oportunidade é o custo de renúncia a alguma opção de investimento.
Todo investidor sempre tem opções para investir, cada opção com sua rentabilidade e com o retorno 
mínimo disponível. Diante de um novo investimento (típico caso das questões referentes à análise de 
projetos), um plano qualquer deve render, no mínimo, aquilo que já está disponível a esse investidor. É 
esse retorno mínimo de que o investidor já dispõe que baliza a escolha.
Não é correto falar em “custo de oportunidade de projetos”, já que esse conceito está vinculado ao 
investidor, e não ao projeto ou ao investimento.
Projetos têm uma taxa mínima de atratividade (ou taxa de retorno mínimo exigido). Quando o retorno 
proporcionado pelo projeto é igual ao custo de oportunidade do investidor, este torna-se neutro 
quanto a investir ou não nesse projeto. Em outras palavras, qualquer projeto deve render, no mínimo, 
o custo de oportunidade do investidor.
Custo de oportunidade
Um título com uma taxa de cupom de 9% pagará R$ 90 para cada R$ 1.000 de títulos 
por ano (9% de R$1.000).
Conceitos Básicos de Finanças II
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 OE 231.02.c - Entender e explicar a taxa interna de retorno e sua utilização na análise 
de investimentos.
A Taxa Interna de Retorno - TIR (em inglês, Internal Rate of Return - IRR) também é usada em análise de 
investimentos e equivale à taxa de retorno de um projeto.
Um projeto será considerado viável pela análise da taxa interna de retorno se proporcionar rentabilidade 
superior a algum outro.
Então, para analisar a viabilidade de um projeto, deve-se comparar o retorno que será obtido com o 
ganho que o investidor obteria se tivesse aplicado seus recursos em um projeto alternativo. Este pode, 
genericamente, ser:
― um custo de oportunidade; e
― a taxa de retorno requerida por uma empresa para aceitar projetos.
Independentemente da forma, podemos genericamente afi rmar que a taxa de juros desse projeto 
alternativo recebe o nome de Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Nesse sentido, a regra decisiva em 
análise de projetos é:
― Aceitar projetos em que a TIR (o retorno do projeto) é maior do que a Taxa Mínima de 
Atratividade (taxa da qual o investidor está abrindo mão para investir no projeto analisado).
― Rejeitar projetos em que a TIR (o retorno do projeto) é menor do que a Taxa Mínima de 
Atratividade (neste caso, seria melhor investir no projeto alternativo e, portanto, recusar o 
projeto que está sendo analisado).
Taxa Interna de Retorno - TIR
Vantagem Desvantagem
A TIR mede, em percentual, o retorno 
de cada real (ou qualquer outra moeda) 
investido.
Por trazer uma informação em percentual 
de retorno, pode ser facilmente interpretada 
pelo decisor.
Por exemplo: um investimento com TIR de 
15% é melhor do que outro com TIR de 10%. 
Porém, se a Taxa Mínima de Atratividade 
(projeto alternativo) for de 20%, nenhum dos 
dois projetos analisados é economicamente 
viável (é melhor aplicar no projeto 
alternativo e receber remuneração de 20% 
a aplicar em qualquer um dos dois projetos 
analisados, pois o investidor ganharia 
menos em qualquer um deles).
Existe a possibilidade de ocorrerem múltiplos 
resultados para a TIR de um mesmo projeto, 
principalmente se os fl uxos envolverem 
valores negativos ao longo do tempo.
A TIR parte do princípio de que fl uxos de 
caixas intermediários serão reinvestidos 
à própria TIR, porém isso nem sempre 
acontece. Por exemplo: um investidor 
adquiriu um título público que prevê 
pagamentos periódicos (cupons). Esse 
investidor obterá a TIR prevista caso ele 
consiga, com o dinheiro recebido dos cupons 
ao longo do tempo, comprar outros títulos 
(reinvestir) com características idênticas de 
rentabilidade ao primeiro, o que nem sempre 
acontecerá.
Taxa interna de retorno - TIR
Conceitos Básicos de Finanças II
271
A partir desta taxa básica (TLR), insere-se ainda a remuneração pelo risco do ativo, 
ou prêmio de risco, que remunera o investidor pelo risco de mercado, de crédito, de 
liquidez, cambial, etc.
O capital total à disposição da empresa corresponde à soma do capital próprio 
(patrimônio líquido) com o capital de terceiros (dívidas ou obrigações).
O custo do capital próprio (custo do patrimônio líquido) é dado pela expectativa de 
retorno sobre o patrimônio líquido (PL) durante um determinado período (normalmente 
um ano), baseado nos níveis de taxa de juros e de retorno de mercado do PL no tempo.
O custo do capital de terceiros representa a remuneração que a empresa paga para 
seus credores nos empréstimos obtidos — ou seja, é o custo da sua dívida.
 OE 231.04.a - Entender e explicar os componentes do custo médio ponderado de 
capital e seu uso.
O custo médio ponderado de capital pode ser representado pela taxa de juros que as empresas usam 
para calcular, descontando ou compondo, o valor do

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