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Lista de Exercícios – Aula 07 – Política I: Do Pensamento Clássico à Política Secularizada Cursinho Libertas - Felipe (01) Enem 2012 Texto I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provem de suas descendências. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os eventos são ar condensados. As nuvens formam-se a partir do ar pro filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo, transforma-se em pedras. BAURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). Texto II Brasílio Magno, filósofo medieval, escreveu: "Deus, como criador de todas as coisas, esta no principio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha." GILSON, E.; BOEHNER, P. Historia da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Brasílio, fi lósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que: A) eram baseadas nas ciências da natureza. B) refutavam as teorias de filósofos da religião. C) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. D) postulavam um principio originário para o mundo. E) defendiam que Deus é o principio de todas as coisas. (02) Enem 2013 “A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos: „das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos‟. Todos esses atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.” (ARISTÓTELES, A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010). Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como a) Busca por bens materiais e títulos de nobreza. b) Plenitude espiritual e ascese pessoal. c) Finalidade das ações e condutas humanas. d) Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. e) Expressão do sucesso individual e reconhecimento público. (03) Enem 2009 Segundo Aristóteles, ―na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas‖. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994. O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania: A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade. C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica. D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais. E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade. (04) Enem 2010 O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente de outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levam ao assassinato e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009. No século XVI, Maquiavel escreveu "O Príncipe", reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na A) inércia do julgamento de crimes polêmicos. B) bondade em relação ao comportamento dos mercenários. C) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas. http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/A-Pol%C3%ADtica-Arist%C3%B3teles.pdf http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/A-Pol%C3%ADtica-Arist%C3%B3teles.pdf http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/A-Pol%C3%ADtica-Arist%C3%B3teles.pdf D) neutralidade diante da condenação dos servos. E) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe. (05) Enem 2013 Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand. 1991. A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser: a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré- social e portando seus direitos naturais. e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares. (06) Enem 2012 Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais não escapam inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe, Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado). Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vinculo entre o seu pensamento político e humanismo renascentista ao: A) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidos do seu tempo. B) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos. C) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana. D) romper com a tradição que valoriza o passado como fonte de aprendizagem. E) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão. (07) Maquiavel contradiz a visão de política dos pensadores mais antigos afirmando como princípios que regulam as ações de um príncipe os conceitos de Virtú (virtude) e Fortuna (sorte). Sobre essa questão, ASSINALE o que for CORRETO: (01) A virtú não consiste num conjunto fixo de qualidades morais opostas à fortuna. Virtú é a capacidade do príncipe para ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para agarrar e dominar a fortuna. (02) Virtú e Fortuna significam, simultaneamente, a justiça e a busca do bem comum. (04) Um príncipe deve mudar com a fortuna, deve ser volúvel, inconstante. Dependendo das circunstâncias, será cruelou generoso, mentirá ou será honrado, deverá ceder à vontade dos outros ou ser inflexível. (08) Tanto Virtú quanto Fortuna obedecem à lógica racional da justiça. (16) A fortuna é sempre favorável para quem deseja agarrá-la. É a sorte que se oferece como presente para quem é ousado e está disposto a vencê-la. (08) A respeito da Teoria Política de Maquiavel em sua obra O Príncipe, CONSIDERE o que for CORRRETO: (01) Para formular sua teoria política, Maquiavel partiu da experiência real de seu tempo. (02) Maquiavel afirmou que o príncipe ao agir deve considerar os princípios éticos e morais que regulam a nova concepção política (04) Concebia a natureza humana como egoísta, ambiciosa, ingrata, volúvel, movida pelas paixões e desejos insaciáveis. (08) O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder. (16) O príncipe precisa ter virtú, ou seja, as qualidades para tomar e permanecer no poder, mesmo que use a violência, a mentira, a astúcia e a força. (09) Nicolau Maquiavel (1.469 - 1527) assim se expressara em sua obra O Príncipe: ―(...) O mesmo acontece com a fortuna, que demonstra sua força onde não encontra uma virtú (virtude) ordenada, pronta para resistir-lhe e volta seu ímpeto [impulso; força] para onde sabe que não foram erguidos diques ou barreiras para contê-las. Se considerares a Itália, que é sede e origem dessas alterações, verás que ela é um campo sem diques e sem qualquer defesa; caso ela fosse convenientemente ordenada pela virtú, como a Alemanha, a Espanha e a França, ou esta cheia não teria causado as grandes mudanças que ocorrem, ou estas nem sequer teriam acontecido.‖ (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1973 – p. 109.) Sobre o conceito de Virtú, peça chave para se entender as ações de um governante (ou príncipe), CONSIDERE as assertivas abaixo: I – A virtú é a qualidade dos oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam, exclusivamente, sua vantagem pessoal. II – O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito. III – Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-la a seu favor. IV – Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo que não depende dos fatores históricos. ASSINALE a ÚNICA alternativa que contém as assertivas verdadeiras: (A) I, II, III (B) II e III (C) II e IV (D) II, III e IV (E) I, II e IV (10) (UEL – 2004) ―O maquiavelismo é uma interpretação deO Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.‖ (BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é: a) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito político. b) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida em sociedade. c) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja. d) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e necessariamente. e) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado. (11) (UEL – 2003) ―Toda cidade [pólis], portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é seu estágio final. (...) Estas considerações deixam claro que a cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade.‖ (ARISTÓTELES.Política. 3. ed. Trad. De Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1997. p. 15.) De acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a pólis: a) É instituída por uma convenção entre os homens. b) Existe por natureza e é da natureza humana buscar a vida em sociedade. c) Passa a existir por um ato de vontade dos deuses, alheia à vontade humana. d) É estabelecida pela vontade arbitrária de um déspota. e) É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam. (12) (UEL – 2003) Leia o texto, que se refere à idéia de cidade justa de Platão. ―Como a temperança, também a justiça é uma virtude comum a toda a cidade. Quando cada uma das classes exerce a sua função própria, ‗aquela para a qual a sua natureza é a mais adequada‘, a cidade é justa. Esta distribuição de tarefas e competências resulta do fato de que cada um de nós não nasceu igual ao outro e, assim, cada um contribui com a sua parte para a satisfação das necessidades da vida individual e coletiva. (...) Justiça é, portanto, no indivíduo, a harmonia das partes da alma sob o domínio superior da razão; no estado, é a harmonia e a concórdia das classes da cidade.‖ (PIRES, Celestino. Convivência política e noção tradicional de justiça. In: BRITO, Adriano N. de; HECK, José N. (Orgs.). Ética e política. Goiânia: Editora da UFG, 1997. p. 23.) Sobre a cidade justa na concepção de Platão, é correto afirmar: a) Nela todos satisfazem suas necessidades mínimas, e inexistem funções como as de governantes, legisladores e juízes. b) É governada pelos filósofos, protegida pelos guerreiros e mantida pelos produtores econômicos, todos cumprindo sua função própria. c) Seus habitantes desejam a posse ilimitada de riquezas, como terras e metais preciosos. d) Ela tem como principal objetivo fazer a guerra com seus vizinhos para ampliar suas posses através da conquista. e) Ela ambiciona o luxo desmedido e está cheia de objetos supérfluos, tais como perfumes, incensos, iguarias, guloseimas, ouro, marfim, etc. (13) (UEL – 2004) Observe a charge e leia o texto a seguir. ―Animal Político‖/‖Não Alimente‖ Fonte: LAERTE. Classificados. São Paulo: Devir, 2001. p. 25. ―É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade, é um ser vil ou superior ao homem [...].‖ (ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor Silveira Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 13.) Com base no texto de Aristóteles e na charge, é correto afirmar: a) O texto de Aristóteles confirma a idéia exposta pela charge de que a condição humana de ser político é artificial e um obstáculo à liberdade individual. b) A charge apresenta uma interpretação correta do texto de Aristóteles segundo a qual a política é uma atividade nociva à coletividade devendo seus representantes serem afastados do convívio social. c) A charge aborda o ponto de vista aristotélico de que a dimensão política do homem independe da convivência com seus semelhantes, uma vez que o homem bastasse a si próprio. d) A charge, fazendo alusão à afirmação aristotélica de que o homem é um animal político por natureza, sugere uma crítica a um tipo de político que ignora a coletividade privilegiando interesses particulares e que, por isso, deve ser evitado. e) Tanto a charge quanto o texto de Aristóteles apresentam a idéia de que a vida em sociedade degenera o homem, tornando-o um animal. (14) (UEL – 2004) ―Uma vez que constituição significa o mesmo que governo, e o governo é o poder supremo em uma cidade, e o mando pode estar nas mãos de uma única pessoa,ou de poucas pessoas, ou da maioria, nos casos em que esta única pessoa, ou as poucas pessoas, ou a maioria, governam tendo em vista o bem comum, estas constituições devem ser forçosamente as corretas; ao contrário, constituem desvios os casos em que o governo é exercido com vistas ao próprio interesse da única pessoa, ou das poucas pessoas, ou da maioria, pois ou se deve dizer que os cidadãos não participam do governo da cidade, ou é necessário que eles realmente participem.‖ (ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora UNB, 1997. p. 91.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre as formas de governo em Aristóteles, analise as afirmativas a seguir. I. A democracia é uma forma de governo reta, ou seja, um governo que prioriza o exercício do poder em benefício do interesse comum. II. A democracia faz parte das formas degeneradas de governo, entre as quais destacam-se a tirania e a oligarquia. III. A democracia é uma forma de governo que desconsidera o bem de todos; antes, porém, visa a favorecer indevidamente os interesses dos mais pobres, reduzindo-se, desse modo, a uma acepção demagógica. IV. A democracia é a forma de governo mais conveniente para as cidades gregas, justamente porque realiza o bem do Estado, que é o bem comum. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) I, II e III. e) II, III e IV. (15) (UEL – 2005) ―- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - ―Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade‖. (PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar: http://1.bp.blogspot.com/_N4-7hzJJjR4/SiLKEyaR0KI/AAAAAAAAACY/Z5Esx0ap8Vg/s1600-h/Aristoteles.bmp a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros. b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio universal de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres. c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece. d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas. e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz. (16) (UEL – 2005) ―A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca importância: os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe demonstrar. A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre dele fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido cometido ao escolher os assessores‖. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto afirmar: a) As atitudes do príncipe são livres da influência dos ministros que ele escolhe para governar. b) Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para que seu governo obtenha pleno êxito e seja reconhecido pelo povo. c) O povo distingue e julga, separadamente, as atitudes do príncipe daquelas de seus ministros. d) A escolha dos ministros é irrelevante para garantir um bom governo, desde que o príncipe tenha um projeto político perfeito. e) Um príncipe e seu governo são avaliados também pela escolha dos ministros. (17) (UEL – 2006) Analise a imagem e leia o texto a seguir. Mobilização pelas ―Diretas já‖, Praça da Sé, São Paulo. ―Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nem nada menos que pelo direito de administrar a justiça e exercer funções públicas [...].‖ (ARISTÓTELES. Política. Trad. Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: UNB, 1997. p. 78.) Tendo como base o conceito de cidadania de Aristóteles, é correto afirmar que o fato político retratado na imagem: a) Confirma o ideal aristotélico de cidadão como aquele que se submete passivamente a uma autoridade coercitiva e ilimitada. b) Ilustra o conceito que Aristóteles construiu de cidadãos como aqueles que estão separados em três classes, sendo que uma delas governa, de modo absoluto, as demais. c) Manifesta contradição com a concepção de liberdade e de manifestação pública presente no exercício da cidadania grega, ao revelar uma campanha submissa e tutelada pela minoria. d) Mostra o ideário aristotélico de cidade e de cidadania, que exalta o individualismo e a supremacia do privado em detrimento do público. e) Caracteriza um exemplo contemporâneo de participação que demonstra o debate de assuntos públicos, assim como faziam os cidadãos livres de Atenas. (18) (UEL – 2007) ―Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram http://1.bp.blogspot.com/_N4-7hzJJjR4/SiLLDI_IucI/AAAAAAAAACg/7V4uEaXbsw0/s1600-h/pra%C3%A7a+da+s%C3%A9.bmp cessem de existir‖. Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102. Com base no texto e nos conhecimentos sobre O Príncipe de Maquiavel, assinale a alternativa correta: a) Os homens não devem recorrer ao combate pela força porque é suficiente combater recorrendo-se à lei. b) Um príncipe que interage com os homens, servindo- se exclusivamente de qualidades morais, certamente terá êxito em manter-se no poder. c) O príncipe prudente deve procurar vencer e conservar o Estado, o que implica o desprezo aos valores morais. d) Para conservar o Estado, o príncipe deve sempre partir e se servir do bem. e) Para a conservação do poder, é necessário admitir a insuficiência da força representada pelo leão e a importância da habilidade da raposa. (19) (UEM – Inverno 2008) Há uma diferença fundamental entre a concepção da democracia concebida pelos pensadores modernos, que combateram o Antigo Regime com a Revolução Francesa, e a democracia concebida pela Antiguidade Clássica grega em Atenas. Essa diferença caracteriza-se, entre outras coisas, pela maneira de articular a relação entre a esfera pública e a esfera privada da sociedade. Assinale o que for correto. 01) A democracia ateniense era limitada, pois impedia o acesso à esfera pública de um grande contingente da população, composto pelas mulheres, pelos escravos e pelos estrangeiros, todos eles relegados à vida privada. 02) O homem grego realizava-se como cidadão participando da esferapública, era nela que adquiria notoriedade e podia afirmar sua individualidade como homem livre. 04) Na esfera pública, a relação entre os cidadãos era regida pelo princípio de igualdade diante da lei e do igual direito à palavra. Os cidadãos formavam uma assembléia em que a prática da violência estava excluída. Na esfera privada, esses princípios eram negados. 08) Benjamin Constant (1776-1830), ao conceber um sistema de governo fundamentado na representatividade, pretendia resolver, no Estado moderno, as relações entre a esfera privada e a esfera pública, dando ao cidadão a liberdade de participar diretamente da esfera pública ou de delegar essa prerrogativa para dedicar-se exclusivamente aos negócios da vida privada. 16) A república democrática representativa – que deveria, em princípio, ampliar a liberdade política por permitir ao cidadão escolher entre a dedicação à vida privada ou à vida pública – apresentou inicialmente um caráter de exclusão sociopolítica semelhante à da democracia ateniense. Isso se considerar que, em duas das maiores potências mundiais, isto é, na França e na Inglaterra, as mulheres alcançaram plena cidadania pelo sufrágio universal só depois da Segunda Guerra Mundial. (20) (UEM – Verão 2008) Maquiavel inaugura o pensamento político moderno. Seculariza a política, rejeitando o legado ético-cristão. Maquiavel tem uma visão do homem e da política como elas são e não como deveriam ser. A política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de governo. Assinale o que for correto. 01) Para Maquiavel, o príncipe virtuoso é aquele que governa com justiça, estabelecendo, entre seus súditos, a igualdade social e uma participação político- democrática. 02) Maquiavel redefine as relações entre ética e política, não julga mais as ações políticas em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função da necessidade dos resultados que as ações políticas devem alcançar. 04) Maquiavel faz a apologia da tirania, pois considera ser a forma mais eficiente de o príncipe manter-se no poder e garantir a segurança da ordem social e política para seus súditos. 08) Na concepção política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política, todavia a primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da ação política implicam uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos na vida privada. 16) Para Maquiavel, a sociedade é dividida entre os grandes, isto é, os que possuem o poder político e econômico, e o povo oprimido. A sociedade é cindida por lutas sociais, não pode, portanto, ser vista como uma comunidade homogênea voltada para o bem comum. Gabarito: 1-D 2-C 3-B 4-E 5-C 6-C 7-21 8-29 9-B 10-A 11-B 12-B 13-D 14-C 15-D 16-E 17-E 18-30 19-31 20-26