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Crimes de Trânsito (baseado nas aulas do Prof. Alexandre Salim) Artigos: 302 ao 312 do CTB – Lei 9.503/97. É importante estarmos atentos ao conceito de veículo automotor, pois se o condutor não está conduzindo um veículo automotor (por ex.: bicicleta) então não incidirá o CTB. Exemplo: não será aplicado o CTB para o condutor numa bicicleta que provoca um homicídio culposo, mas sim o Código Penal (CP). VEÍCULO AUTOMOTOR - veículo a motor de propulsão a combustão, elétrica ou híbrida que circula por seus próprios meios e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas, compreendidos na definição os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico). Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código. § 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais. Se houver uma morte culposa na direção de veículo automotor incide o CTB. è Estacionamento de shopping center. è Vias internas de um condomínio horizontal. Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. Agora iremos trabalhar uma pena alternativa (acessória): suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. Posição majoritária: a pena acima pode ser cominada de forma isolada com base no Art. 292 CTB. Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades. O artigo 292 não exige reincidência específica em crimes de trânsito. Existe uma posição minoritária, com base no artigo 296, que diz que a pena não pode ser aplicada de forma isolada. Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. Agora iremos falar sobre prazos... Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. O juiz analisa uma série de fatores para fixar a duração (2 meses a 5 anos) tais como as circunstâncias judiciais e a fixação da pena privativa de liberdade. § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Entrega da CNH: em 48 horas! No CTB temos previsão de recurso em sentido estrito (RESE). Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. Agora iremos falar sobre agravantes. Essas agravantes estão no Art. 298 CTB. As agravantes são aplicadas aos crimes de trânsito dolosos e culposos. Só existem dois crimes de trânsito culposos: homicídio e lesão corporal. Todos os demais crimes são dolosos! Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Na pena do Art. 302 temos uma cumulação com a pena de suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. O mesmo ocorre com o Art. 303 da lesão corporal culposa. Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Voltaremos a falar sobre as agravantes do Art. 298 CTB. Tínhamos falado que essas agravantes são aplicadas tanto aos crimes de trânsito dolosos quanto culposos. Essas agravantes não serão aplicadas quando constituírem elementares, qualificadoras ou majorantes do respectivo crime de trânsito em espécie. Exemplo: não se aplica a agravante do inciso III do Art. 298 ao crime do Art. 309 porque o delito do Art. 309 é justamente o crime de não ter CNH gerando perigo de dano, ou seja, é da própria essência desse delito. Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. A expressão dano potencial do inciso I do Art. 298 significa perigo. Crimes de dano exigem o dano ao bem jurídico tutelado para a consumação. Exemplo: o furto é um crime de dano. Já os crimes de perigo se consumam com a mera exposição ao risco. De um lado há um perigo concreto e do outro há um perigo abstrato (presumido). No perigo concreto o perigo não se presume, ou seja, precisa ser demonstrado. Já no crime de perigo abstrato se presume o perigo. Dano potencial equivale a perigo. Se dano potencial equivale a perigo, então a agravante de dano potencial só incidirá em crimes de perigo. Lembre-se: homicídio e lesão culposos são crimes de dano. Portanto, a agravante de “dano potencial para 2 ou mais pessoas” não se aplica aos crimes de homicídio e lesão corporal culposos na condução de veículo automotor. A agravante “utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas” não se aplica quando o próprio autor do crime de trânsito é quem falsifica ou adultera a placa do veículo. Quando é o próprio autor do crime de trânsito que falsifica ou adultera a placa do veículo, então teremos a aplicação do Art. 311 do Código Penal em concurso com o respectivo crime de trânsito. Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir número de chassi, monobloco, motor, placa de identificação, ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, de semirreboque ou de suas combinações, bem como de seus componentes ou equipamentos, sem autorização do órgão competente. Se o sujeito praticou o crime de lesão corporal culposa ou homicídio culposo na condução de veículo automotor, sem CNH, então não será aplicada a agravante: è sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação. Isso ocorre porque esses crimes (homicídio e lesão corporal culposos do CTB) já possuem previsão de aumento de pena de 1/3 até metade caso o sujeito não possua a permissão para dirigir ou carteira de habilitação. Seria bis in idem. Agravante em análise: quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga. No Art. 302 (homicídio culposo do CTB) existe a seguinte majorante: IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindoveículo de transporte de passageiros. Não incidirá a agravante em questão quando for transporte de passageiros porque o Art. 302 já tem uma previsão de aumento de pena nesse sentido. Agravante em análise: sobre a faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. Não incide a agravante acima no homicídio e lesão culposos para, novamente, fugirmos do bis in idem já que lá tem essa causa de aumento de pena. Todas as majorantes do homicídio culposo do Art. 302 valem para a lesão corporal culposa do Art. 303 CTB. Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do sinistro; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. § 2º - Revogado! § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302. § 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. Pode-se aplicar o perdão judicial aos crimes de trânsito. Entende-se que cabe perdão judicial no homicídio culposo e na lesão culposa de trânsito, aplicando-se, por analogia in bonam partem o perdão judicial previsto para o homicídio culposo e para a lesão culposa do Código Penal. Atenção: não haverá flagrante e não haverá fiança se o condutor prestar pronto e integral socorro à vítima. Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trânsito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. Vamos falar agora sobre o Art. 302 do CTB: homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor. O crime é praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor. Se não for veículo automotor, então incidirá o CP e não o CTB. Atenção: é crime culposo, ou seja, não cabe tentativa. Para o STJ é inadmissível o arrependimento posterior para o crime de homicídio culposo do CTB – Art. 302. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 à metade se o agente: è não possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação; è praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; è deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; è no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. O Art. 302 (homicídio culposo) também traz uma qualificadora no seu parágrafo 3º se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. Próximo assunto: lesão corporal culposa do Art. 303 CTB. O crime é: praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Como regra, esse crime é de ação penal pública condicionada à representação. Art. 88 – Lei nº 9.099. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Em regra, no crime de lesão corporal culposa do CTB, iremos aplicar a composição dos danos civis, transação penal e a necessidade da representação. Exceções: è condutor bêbado ou drogado; è condutor participando de racha ou de pega; è condutor correndo 50km/h a mais que o máximo permitido. Nessas exceções, o crime de lesão corporal culposa passa a ser ação penal pública incondicionada. O crime de lesão corporal culposa também prevê majorantes e qualificadora. Aumenta-se de 1/3 à metade se ocorrer qualquer das hipóteses do 1º do Art. 302 que já colocamos aqui: è não possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação; è praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; è deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; è no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. Qualificadora da lesão culposa: a pena privativa de liberdade é de reclusão de 2 a 5 anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. Próximo assunto: omissão de socorro do Art. 304 do CTB. Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do sinistro, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Essa infração é de menor potencial ofensivo: pena máxima de até 2 anos. Infrações de menor potencial ofensivo seguem o rito sumaríssimo. Vamos analisar as 3 hipóteses de omissão de socorro. Primeira hipótese: condutor envolve-se no acidente sem culpa. è Responde pelo Art. 304 do CTB. Segunda hipótese: condutor envolve-se no acidente com culpa. è Responde pelo 302 (homicídio culposo) ou 303 (lesão corporal culposa) com a majorante do inciso III, CTB: deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente. Terceira hipótese: condutor (ou outra pessoa) não se envolve no acidente. è Responde pelo Art. 135 do CP: deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Próximo assunto: fuga do local do acidente de trânsito – Art. 305 do CTB. Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Também é uma infração de menor potencial ofensivo. Próximo assunto: embriaguez ao volante – Art. 306 do CTB. Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igualou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. § 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. § 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. § 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo INMETRO para se determinar o previsto no caput. Não é infração de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é de 3 anos. Trata-se de crime de perigo abstrato. Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código: Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. O Art. 307 é crime de menor potencial ofensivo. O parágrafo único fala sobre o § 1º do art. 293 que se refere à entrega da permissão ou da carteira em até 48hrs à autoridade judiciária. Atenção: só haverá o crime do Art. 307 se tivermos uma decisão judicial, ou seja, violação de decisão judicial. Violação de decisão administrativa não se tipifica o crime do Art. 307. Próximo artigo: crime de racha ou de pega do Art. 308 – CTB. Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada: Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. § 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. O Art. 308 é um crime de perigo concreto. Nos parágrafos 1º e 2º temos as formas qualificadas. Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. O Art. 309 é um crime de perigo concreto. Trata-se de uma infração de menor potencial ofensivo. Dirigir simplesmente sem habilitação não é crime, mas sim infração administrativa, embora exista multa, apreensão de veículo. O crime do Art. 309 pressupõe 2 condições: è dirigir sem habilitação; e è gerar perigo de dano. Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. O Art. 310 é uma infração de menor potencial ofensivo. Trata-se de um crime de perigo abstrato. Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. É uma infração de menor potencial ofensivo. Trata-se de um crime de perigo concreto. Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de sinistro automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito ou o juiz: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. É uma infração de menor potencial ofensivo. Tipo especial de fraude processual. Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades: I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de sinistro de trânsito e politraumatizados; III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de sinistrados de trânsito; IV - outras atividades relacionadas a resgate, atendimento e recuperação de vítimas de sinistros de trânsito. Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º do art. 303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I do caput do art. 44 do CP. O Art. 312-B fala que não se aplica a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos na forma qualificada do homicídio culposo e lesão corporal culposa.