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DIGESTÃO DE LIPÍDIOS

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DIGESTÃO DE LIPÍDIOS 
GERAL: 
Grupo heterogênio de moléculas orgânicas insolúveis em água (hidrofóbicas) que podem ser 
extraídas dos tecidos por solventes apolares. 
 
Forma: compartimentalizados como no caso de lipídios associados à membrana e de gotículas 
de triacilgliceróis (TAG) nos adipócitos brancos; transportados no plasma em associação com 
proteínas (como a albumina) ou nas partículas de lipoproteínas. 
Importância: fonte de energia para o corpo, fornece barreira hidrofóbica que permite a 
partição dos conteúdos aquosos das células e de estruturas subcelulares. Há ainda vitaminas 
lipossolúveis que tem funções regulatórias ou de coenzimas, e prostaglandinas e os 
hormônios esteroides que exercem papeis fundamentais no controle de homeostasia do 
metabolismo de lipídeos. 
 
Deficiência/Desequilíbrio: problemas clínicos como aterosclerose e obesidade. 
 
1º) ESTÔMAGO 
Enzimas (Lipases): 
Lipase lingual (estável em meio ácido) 
Origem: glândulas localizadas na base da língua 
Alvos: moléculas de TAG, particularmente aquelas que contem ácidos graxos de cadeias curta 
ou média (com menos de 12 C, como encontrados na gordura do leite) 
Lipase Gástrica: 
Origem: mucosa gástrica 
Alvo: IGUAL 
 
Importância: Essas lípases ácidas (pH entre 4 e 6) desempenham um papel importante na 
digestão de lipídios em neonatos, para quem a gordura do leite é a principal fonte de calorias. 
Também são importantes para indivíduos com insuficiência pancreática (portadores de 
fibrose cística), pois ajudam esses pacientes a degradar moléculas de TAG apesar da ausência 
completa ou parcial da lípase pancreática. 
Fibrose Cística 
Doença genética letal, autossômica recessiva. 
Causa: mutação no gene para a proteína reguladora de condutância transmembrana da FC 
(RTFC), que funciona como um canal de cloreto no epitélio 
Consequência: redução da secreção de cloreto e aumento da reabsorção de sódio e água. No 
pâncreas, a hidratação diminuída resulta no espessamento das secreções, de forma que as 
enzimas pancreáticas não são capazes de alcançar o intestino. 
Resultado: Insuficiência pancreática 
Tratamento: substituição dessas enzimas e suplementação com vitaminas lipossolúveis. 
2º) INTESTINO DELGADO 
• Emulsificação: aumenta a área de superfície das gotículas de lipídios hidrofóbicos para a 
ação das enzimas digestivas (que trabalham na interface da gotícula com uma solução aquosa 
que a envolve). 
 
Local: Duodeno 
 
Dois mecanismos complementares: uso das propriedades detergentes dos sais biliares e a 
mistura mecânica devida ao peristaltismo. 
 
Sais biliares: 
-Produzidos no fígado e armazenados na vesícula biliar. 
-Derivados do colesterol (estrutura em anéis de esterol com cadeia lateral a qual uma 
molécula de glicina ou taurina está covalentemente ligada por uma ligação amida). 
Os agentes emulsificantes interagem comas partículas de lipídios da dieta e com os conteúdos 
aquosos do duodeno, estabilizando assim as partículas a medida que elas se tornam menores e 
impedindo que coalesçam. 
 
• Enzimas Pancreáticas 
 TAG, Ésteres de colesterol e fosfolipídios da dieta são degradados enzimaticamente por 
enzimas pancreáticas, cuja secreção hormonal é controlada. 
 
- Degradação de TAG: moléculas muito grandes para serem captadas eficientemente pelas 
mucosas das vilosidades intestinais. 
Ação de duas enzimas: lípase pancreática e colipase. 
A Lipase Pancreática remove ácidos graxos preferencialmente dos carbonos 1 e 3, resultando 
em uma mistura de 2-monoacilglicerol e ácidos graxos livres. 
A Colipase liga-se a lípase na razão 1:1 e a ancora na interface lipídeo-água. A colipase 
restabelece a atividade da lípase na presença de substancias inibidoras, como ácidos biliares 
que ligam as micelas. Ela é secretada como zimogênio pró-colipase, ativado no intestino pela 
tripsina. 
 
OBS: um fármaco antiobesidade inibe as lipases pancreática e gástrica, diminuindo desse 
modo a absorção de gorduras, resultando na perda de peso. 
- Degradação de ésteres de colesterol 
Maior parte do colesterol da dieta está presente na forma livre (não esterificado) e 10 a 15% 
na forma esterificada. Os ésteres de colesterol são hidrolisados pela hidrolase dos ésteres de 
colesterol / colesterol-esterase, que produz ácidos graxos livres e colesterol. Essa enzima é 
muito aumentada na presença de sais biliares. 
- Degradação de fosfolipideo 
Sulco pancreático é rico em pró-enzima da fosfolipase A2, que também é ativada pela tripsina 
(como a pró-colipase) e também necessita de sais biliares para aumentar sua atividade (como 
a colesterol-esterase). 
Essa enzima fosfolipase A2 remove um ácido graxo do carbono 2 de um fosfolipideo, 
originando um lisofosfolipideo. 
Exemplo: fosfatidilcolina (predominante durante a digestão) -> lisofosfatidilcolina 
O ácido graxo que resta no carbono A1 pode ser removido pela lisofosfolipase, originando a 
base glicerilfosforil, que pode ser posteriormente degradada, absorvida ou excretada nas 
fezes. 
- Controle da digestão dos lipídeos 
A secreção pancreática das enzimas hidrolíticas que degradam lipídios da dieta no intestino 
delgado é controlada hormonalmente. 
 
Colecistocinina ou CCK (hormônio peptídico) 
Produzido pelas células na mucosa do duodeno inferior e do jejuno, em resposta a presença de 
lipídios e de proteínas parcialmente digeridas que entram nessas regiões do intestino delgado 
Ação: age sobre a vesícula biliar, fazendo-a contrair-se e liberar bile (uma mistura de sais 
biliares, fosfolipídios e colesterol livre); e sobre as células exócrinas do pâncreas, fazendo-as 
liberar enzimas digestivas. Também diminui a motilidade gástrica, resultando na liberação mais 
lenta dos conteúdos gástricos no intestino delgado. 
 
Secretina (hormônio peptídico) 
Produzida em resposta ao baixo pH do quimo ao entrar no intestino. 
Ação: induz o pâncreas e o fígado a liberarem uma solução aquosa rica em bicarbonato, que 
ajuda a neutralizar o pH do conteúdo intestinal, trazendo-o para o pH apropriado para a 
atividade digestiva das enzimas pancreáticas. 
 
3º) ABSORÇÃO 
Principais produtos da digestão de lipídeos no jejuno: ácidos graxos livres, colesterol livre e 2-
monoacilglicerol. 
 
Esses, juntamente com os sais biliares e as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), formam as 
micelas mistas –agregados em forma de disco de lipídios anfipáticos, que coalescem com seus 
grupos hidrofóbicos para o interior e seus grupos hidrofílicos para a superfície. As micelas 
mistas são, portanto, solúveis no meio aquoso do lúmen intestinal. 
 
Essas partículas se aproximam do principal local de absorção de lipídios: a membrana com 
borda em escova dos enterócitos (células da mucosa). Essa membrana é separada dos 
conteúdos líquidos do lúmen intestinal por uma camada aquosa estacionaria que se mistura 
pouco com o fluido total. 
 
Ação: a superfície hidrofílica das micelas facilita o transporte dos lipídios hidrofóbicos através 
da camada de água estacionaria para a membrana com borda em escova, onde eles são 
absorvidos. 
 
Os sais biliares são absorvidos no íleo e o colesterol é muito pouco absorvido nos enterócitos 
(e a terapia farmacológica pode reduzir ainda mais a absorção de colesterol no intestino 
delgado). 
 
Ácidos graxos com cadeias curta e média não necessitam da participação de micelas para sua 
absorção pela mucosa intestinal. Por isso, tornaram-se importantes na terapia dietética para 
indivíduos com distúrbios de má absorção. 
 
• Má absorção de lipídios 
Resulta em um aumento de lipídios (incluindo as vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos 
essenciais) nas fezes. 
Causadapor distúrbios na digestão e/ou absorção de lipídios. 
Pode causar diversas condições, como FC (causando digestão precária) e intestino encurtado 
(causando diminuição na absorção). 
 
4º) RESSÍNTESE DE TAG E ESTERES DE COLESTEROL 
A mistura de lipídios absorvida pelos enterócitos migra para o reticulo endoplasmático, onde 
ocorre a biossíntese de lipídios complexos. 
Primeiro, os ácidos graxos são convertidos em sua forma ativada pela sintetase dos acetil-CoA 
graxos (tiocinases). 
 
Usando derivados acetil-CoA graxos, os 2-monoacilglicerois absorvidos pelos enterocitos são 
convertidos em TAGs pelo complexo enzimático sintase dos TAG. Esse complexo sintetiza TAG 
pela ação consecutiva de duas atividades enzimáticas-> acetil-CoA:monoacilglicerol-
aciltransferase e acil-Coa:diacilglicerol-aciltransferase. 
 
Os lisofosfolipídios são reciclados para formar fosfolipideos por uma família de 
aciltransferases; 
 
O colesterol é esterificado com um ácido graxo, principalmente pela acil-CoA:colesterol-
aciltransferase. 
 
Praticamente todos os ácidos graxos de cadeia longa que entram nos enterócitos são usados 
dessa maneira para formar TAGs, fosfolipídios e ésteres de colesterol. 
 
Os ácidos graxos de cadeia curta e média não são convertidos em seus derivados CoA e não 
são reesterificados ao 2-monoacilglicerol. Em vez disso, eles são liberados para a circulação 
porta, sendo carregados pela albumina para o fígado. 
 
5º) SECREÇÃO DE LIPÍDIOS A PARTIR DOS ENTERÓCITOS. 
Os TAGs e os ésteres de colesterol novamente sintetizados são muito hidrofóbicos, agregam-se 
em meio aquoso e por isso são embalados como partículas na forma de pequenas gotas de 
gordura circundadas por uma fina camada (composta por fosfolipídios, colesterol não 
esterificados e uma molécula de proteína característica apolipoproteína B-48.). Essa camada 
estabiliza a partícula e aumenta a sua solubilidade, evitando assim que muitas partículas 
coalesçam. 
 
As partículas são liberadas por exocitose dos enterócitos para os lactélios (vasos linfáticos que 
se originam nas vilosidades do intestino). Dá a linfa uma aparência leitosa após uma refeição 
rica em lipidíos. Essa linfa é chamada de quilo e as partículas são chamadas de quilomicra. 
 
Os quilomicra seguem pelo sistema linfático até o ducto torácico e são, em seguida, 
transportados para a veia subclávia esquerda, onde entram no sangue. 
 
5º) Utilização dos lipídios da dieta pelos tecidos. 
TAG presentes nos quilomicra são hidrolisados principalmente nos capilares do músculo 
esquelético e do tecido adiposo, mas também são nos capilares do coração, dos pulmões, dos 
rins e do fígado. Eles são degradados a ácidos graxos livres e glicerol pela lipase lipoproteica. 
Essa enzima é sintetizada pelos adipócitos e pelas células musculares e se torna associada a 
superfície luminal das células endoteliais dos leitos capilares dos tecidos periféricos. 
 
- Destino dos ácidos graxos livres: derivados dos TAG hidrolisados, podem entrar diretamente 
tanto nas células musculares adjacentes como nos adipócitos, ou podem ser transportados no 
sangue em associação com a albumina sérica (proteína secretada pelo fígado) até serem 
captados pelas células. 
Muitas células podem oxidar ácidos graxos livres para produzir energia. 
Os adipócitos podem também reesterificar ácidos graxos livres para produzir molécula de 
TAG, as quais são armazenadas até os ácidos graxos seres necessário para o corpo. 
- Destino do glicerol: o glicerol a partir dos TAGs é utilizado quase exclusivamente pelo fígado 
para produzir glicerol-3-fosfato, que pode participar da glicólise e da gliconeogênese. 
- Destino dos demais componentes dos quilomicra: após a remoção da maior parte dos TAGs, 
os quilomicra remanescentes (que contem colesterol, fosfolipídios, apolipoproteínas, 
vitaminas lipossolúveis e alguns TAG) ligam-se a receptores no fígado e sofrem, então, 
endocitose. 
Os remanescentes são hidrolisados em seus constituintes. 
O colesterol e as bases nitrogenadas dos fosfolipídios podem ser reciclados no corpo.

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