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pode ser expressa como; A = L x d, onde: L = largura do implúvio, em m; d = comprimento crítico da sarjeta, em m. O comprimento crítico irá definir o espaçamento máximo entre bocas de lobo, para que não haja transbordamento da sarjeta. Igualando-se a capacidade hidráulica da sarjeta, equação 6.01, com a descarga afluente (equação 6.04), obtém-se: dxLxixCxx, n Ixzxyx, / / o 7 21 38 107823750 −= nxLxixCxx, IxZxyx,d // o 7 2138 10782 3750 −= (equação 6.05) Manual de Drenagem de Rodovias 282 MT/DNIT/DPP/IPR O tempo de percurso na sarjeta pode ser determinado através da equação: ov dtp 60 = (equação 6.06) onde: tp = tempo de percurso na sarjeta, em min; d = comprimento da sarjeta, em m; Vo = velocidade de escoamento, em m/s; 6.3 BOCAS-DE-LOBO Bocas de lobo são dispositivos especiais que têm a finalidade de captar as águas pluviais que escoam pelas sarjetas para, em seguida, conduzi-las às galerias subterrâneas. Basicamente, podem ser classificados em dois tipos, a saber: – Boca-de-lobo simples, isto é, com abertura no meio-fio, caso em que a caixa coletora fica situada sob o passeio, Fig. 108 (a) ; – Boca-de-lobo com grelha, caso em que a caixa coletora fica situada sob a faixa da sarjeta, Fig. 108 (b). Em casos especiais pode haver uma combinação dos dois tipos, Fig, 108 (c). Além desses tipos, podem ainda ser classificados quanto à localização em: – Bocas-de-lobo situadas em pontos intermediários das sarjetas; – Bocas-de-lobo situadas em pontos baixos das sarjetas. No primeiro caso, as bocas-de-lobo localizam-se em trechos contínuos e de declividade uniformes das sarjetas e a entrada das águas pluviais se dá através de apenas uma das extremidades da boca-de-lobo. No segundo caso, a boca-de-lobo localiza-se em pontos baixos das sarjetas ou junto à curvatura dos meio-fios, no cruzamento de ruas, e a entrada das águas pluviais ocorre peias duas extremidades da boca-de-lobo. A boca-de-lobo simples é constituída de uma abertura vertical no meio-fio denominada guia-chapéu, através da qual se permite a entrada da água pluvial que escoa sobre as sarjetas. Manual de Drenagem de Rodovias 283 MT/DNIT/DPP/IPR Figura 108 - Bocas-de-lobo A capacidade de esgotamento de uma boca-de-lobo simples é função da rapidez com que se processa a mudança de direção do fluxo na sarjeta. Manual de Drenagem de Rodovias 284 MT/DNIT/DPP/IPR Portanto, aumentando-se, por exemplo, esta altura de fluxo, através de uma depressão na sarjeta junto à face do meio-fio, a capacidade de esgotamento da boca-de-lobo será substancialmente aumentada. A principal vantagem da boca-de-lobo simples é que as obstruções por detritos, embora sejam inevitáveis, são menos freqüentes, por serem as aberturas maiores. A desvantagem principal é a baixa eficiência quando utilizada em sarjetas com declividades longitudinais acentuadas. A boca-de-lobo com grelha possui, uma abertura coberta com barras metálicas longitudinais ou transversais formando grelhas. As grelhas podem ser longitudinais ou transversais, segundo estejam localizadas paralela ou perpendicularmente em relação à direção do escoamento. A principal desvantagem das grelhas é a sua obstrução com detritos transportados pelas enxurradas, acarretando redução substancial em sua capacidade de esgotamento. Numerosas experiências têm mostrado que as grelhas constituídas de barras longitudinais são mais eficientes e menos sujeitas às obstruções do que aquelas compostas por barras transversais. A boca-de-lobo combinada é uma associação entre a boca-de-lobo simples e a grelha, funcionando como um conjunto único. Localiza-se em pontos intermediários das sarjetas ou em pontos baixos, sendo que normalmente a grelha é instalada defronte a abertura do meio-fio, podendo também ser colocada a montante ou a jusante. Ensaios de laboratório revelaram que na boca-de-lobo combinada, enquanto não houver obstrução da grelha, a abertura no meio-fio pouco influi em sua capacidade. Quando ocorre qualquer obstrução, porém, essa abertura torna-se importante para o funcionamento da boca-de-lobo. Se a grelha for colocada a jusante da abertura, obtém-se melhores resultados. 6.3.1 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO Boca-de-lobo simples em ponto baixo de sarjeta Segundo ensaios realizados no laboratório de hidráulica do "Bureau of Public Roads", a boca-de-lobo simples pode funcionar basicamente sob duas condições de escoamento: – Escoamento com superfície livre, no qual a boca-de-lobo funciona como um vertedor; – Escoamento afogado, no qual a boca-de-lobo funciona como orifício. Manual de Drenagem de Rodovias 285 MT/DNIT/DPP/IPR Para a determinação da capacidade de esgotamento da boca-de-lobo simples em pontos baixos das sarjetas, pode ser utilizada a Fig. 109. Trata-se de uma adaptação baseada em resultados obtidos pelo Bureau of Public Roads, sendo utilizado tanto para o escoamento como superfície livre quanto para o escoamento afogado. O nomograma da Fig. 109 foi construído sobre as seguintes hipóteses: – Para alturas d'água até a altura da abertura ( )1≤h/y , a boca-de-lobo funciona como vertedor, sendo a vazão dada pela fórmula: 237031 /y, L Q = (equação 6.07) Onde: h = altura da abertura no meio-fio, em m; L = comprimento da abertura, em m; y = altura da água na entrada, em m; Q = vazão máxima esgotada pela boca-de-lobo, em m3/s Manual de Drenagem de Rodovias 286 MT/DNIT/DPP/IPR Figura 109 - Capacidade de esgotamento das bocas-de-lobo simples em pontos baixos das sarjetas. Manual de Drenagem de Rodovias 287 MT/DNIT/DPP/IPR Para alturas d'água iguais ou maiores que duas vezes a altura da abertura ( )2≥h/y , supõe-se que a boca-de-lobo funciona como orifício, sendo a vazão dada pela fórmula derivada dos orifícios: ( ) 21231013 // h/'yh, L Q = (equação 6.08) onde fez-se c = 0,7 e y' igual à carga no meio da abertura do meio-fio, ou seja: 2hy,y −= – Para alturas d’água entre uma e duas vezes a altura da abertura no meio-fio, o funcionamento da boca-de-lobo é indefinido, tendo sido adotada uma transição no nomograma. Boca-de-lobo simples em ponto intermediário da sarjeta Para a determinação da capacidade de esgotamento da boca-de-lobo simples em "pontos intermediários das sarjetas" pode ser usada a seguinte equação, obtida através de pesquisas desenvolvidas pela Universidade John Hopkins: ( ) yxgxyxCK L Q + (equação 6.09) onde: g = aceleração da gravidade, em m/s2; C = constante; igual a zero para boca-de-lobo sem depressão; y = altura do fluxo na sarjeta imediatamente antes da boca-de-lobo; igual a y0 para a boca-de-lobo sem depressão; y0 = profundidade da lâmina d'água na sarjeta, em m; K = função do ângulo Ø, de acordo com a tabela abaixo: Tabela 44 - K em função do ângulo Υ tg Ø K 12 0,23 24 0,20 48 0,20 A equação 6.09 anterior assume a forma seguinte para boca de lobo sem depressão: oo yxgxyxKL Q = (equação 6.10) Manual de Drenagem de Rodovias 288 MT/DNIT/DPP/IPR Figura 110 - Seção na entrada de boca-de-lobo Figura 111 - Capacidade de esgotamento das bocas-de-lobo simples em pontos intermediários das sarjetas A equação 6.10 está representada na Fig. 111, e o cálculo do y é apresentado no item 6.2 Boca-de-lobo com grelha em pontos baixos das sarjetas Manual de Drenagem de Rodovias 289 MT/DNIT/DPP/IPR O dimensionamento das bocas-de-lobo com grelha situadas em pontos baixos das sarjetas pode ser feito baseado nas experiências efetuadas pelo United States Corps of Engineers (Hidraulic Laboratory Report nº 54), que permitiram constatar