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obtém-se 4 superfícies conforme indicado na figura. Calculando as alturas dos triângulos e trapézios, podem-se determinar as áreas das superfícies e a partir daí as reações de apoio. 50,4 1x10,1x)70,050,4( 2 1x0,6 A )qg(v y 1 x +=+= l vx = 3,81 kN/m Capítulo 5 - Lajes maciças 106 4,50 1x0,70)x1,90(4,5 2 16,0x A q)(gv y 2' x +=+= l v’x = 6,59 kN/m 3,00 1xx3,0x1,9 2 16,0x A q)(gv x 3' y =+= l v’y = 5,70 kN/m 5.7.2 CÁLCULO MEDIANTE TABELAS Como se pode notar no desenvolvimento dos exemplos, o trabalho de cálculo das reações de apoio em lajes maciças é repetitivo, sendo viável a montagem de tabelas auxiliares para tornar o cálculo expedito. É possível também a montagem de programa para microcomputador com a mesma finalidade. Foram desenvolvidas tabelas para o cálculo das reações de apoio para as lajes com condições de vinculações tipos de 1 a 6, perfazendo 9 casos, lembrando que alguns precisaram ser desdobrados em dois, em função de se adotar lx o menor vão efetivo da laje. A tabela 2.3a, apresentada em PINHEIRO [1993] - Concreto Armado: Tabelas e Ábacos mostram as expressões com as quais se determinam os coeficientes, para cada tipo de vinculação, com os quais se calculam as reações de apoio. As reações de apoio são determinadas pela expressão típica: 10 )qg(v l+υ= sendo: ν : dado pelas expressões da tabela 2.3a; (g+q), l /10 : fator de multiplicação; l = menor vão da laje. As tabelas 2.3b e 2.3c foram montadas para os casos das lajes com relação entre vãos teóricos (λ = ly / lx) entre 1,0 e 2,0. Para os casos de lajes armadas em uma direção usam-se as linhas onde se encontra indicado λ > 2,0, ou se associam à laje faixas de vigas de largura unitária com as mesmas condições de vinculação da laje na direção perpendicular ao menor vão teórico. A seguir indica-se como a tabela para a laje tipo 1 foi elaborada. Usando o critério da NBR 6118:2003, traçam-se as retas formando, com os vértices, os ângulos de 45º pois os quatro lados são considerados apoiados. Conforme pode ser visto na figura 5.13 resultam dois trapézios e dois triângulos de áreas iguais, respectivamente. Considerando 1,0 ≤ λ = ly / lx ≤ 2,0, podem-se calcular as reações de apoio para a laje tipo 1, procurando determinar expressões válidas para qualquer λ no intervalo indicado. José Samuel Giongo – USP – EESC – SET – Concreto armado: projeto estrutural de edifícios – Setembro de 2006 107 Na montagem das expressões matemáticas para a determinação das reações de apoio vx e vy procurou-se escrevê-las em função do menor vão teórico da laje (lx) e, logicamente, em função da ação total uniformemente distribuída (g + q). Figura 5.14 - Reações de apoio, laje simplesmente apoiada Assim sendo a expressão com a qual se calcula a reação de apoio, atuante nos lados paralelos ao lado ly, em uma laje apoiada nas quatro bordas, resulta: [ ] y x xyyx 1 2 )( 2 1)qg(v l llll ⋅−+ ⋅+= y x xyx 1 2 )2( 2 1)qg(v l lll −+= A expressão final para cálculo de vx deve ter fator de multiplicação (g+q) (lx/10) o que sugere multiplicar e dividir o segundo membro da expressão por 10. Portanto: 2 10) 2 1( 10 )qg(v y xx x l ll −+= A expressão com a qual se calcula a reação de apoio vx, atuante ao longo dos apoios paralelos a ly pode ser escrita por: λ−+= 5,25 10 )qg(v xx l e para vy tem-se: x x xy 1) 22 1)(qg(v l ll+= 10) 4 1( 10 )qg(v xy l+= 2,5 10 q)(gv xy l+= Capítulo 5 - Lajes maciças 108 Resultando para νy o valor 2,5, constante para qualquer relação entre os lados ly e lx. 5.7.2.1 Exemplo 1 Para a laje com condição de vinculação tipo 1 calcular os coeficientes νx e νx para os valores de λ indicados, conforme mostrados na tabela a seguir. λ νx νy 1,00 1,30 1,75 2,00 2,00 2,50 3,08 3,57 3,75 5,00 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 Sugere-se ao leitor conferir estes valores calculados com os indicados na tabela 2.3b elaborada por Pinheiro [1993]. Se a laje for armada em uma direção λ = ly / lx > 2,0, na direção do menor vão (lx) calculam-se os esforços solicitantes, considerando faixas de vigas com bw = 1m e com a mesma condição de vinculação. Assim as reações de apoio ficam iguais a: v= (g+q) . lx / 2. Figura 5.15 - Laje armada em uma direção Sendo: ( ) 10 10. 2 .qgv xx l+= ( ) 2 10. 10 .qgv xx l+= e, portanto, νx = 5,0, conforme indicado na coluna 1, λ > 2,0, para laje tipo 1, das Tabelas de Pinheiro. José Samuel Giongo – USP – EESC – SET – Concreto armado: projeto estrutural de edifícios – Setembro de 2006 109 As reações de apoio atuantes nas bordas de menor comprimento, as que levam índice y, podem ser avaliadas usando as tabelas considerando λ = 2,0. 5.7.2.2 Exemplo 2 Calcular as reações de apoio da laje do exemplo 2, item 5.7.1.2, usando as tabelas de Pinheiro [1993]. Solução: 1) Identificação do tipo de laje Tipo 5A, pois ly é paralelo ao lado apoiado, tabela 2.3c. 2) Determinação dos coeficientes / reações 50,1 00,3 50,4 x y ===λ l l m/kN50,450,2 10 0,30,6v50,2 xx ===υ kN/m6,593,66 10 3,06,0v3,66υ 'x ' x === kN/m5,713,17 10 3,06,0v3,17υ 'y ' y === Comparação entre os resultados: vx v’x v’y NBR 6118:2003 3,8 6,6 5,7 Tabela 4,5 6,6 5,7 Como se pode notar há diferença entre os resultados obtidos pelo processo da NBR 6118:2003 e com os coeficientes obtidos na Tabela elaborada por Pinheiro [1993]. O processo com o qual se montaram as tabelas segue o mesmo roteiro prescrito pela NBR 6118:2003 porém, nas tabelas para os casos em que há engastamento se fizeram correções para os valores obtidos pelo processo da Norma. Essa correção leva em conta a possível situação de não ocorrer o engastamento por falha de construção, ou seja, deficiência no posicionamento das barras da armadura junto à face superior da laje ou falha de concretagem. Analisando a situação de vinculação dos lados ly, e isolando uma faixa de laje de largura unitária, percebe-se que se a condição de engastamento não ocorrer de modo integral, a reação de apoio do lado apoiado irá aumentar. Este fato acarreta deficiência de ação na viga onde se encontra o lado apoiado da laje. Esta situação preserva a viga de acréscimo de ação se o engastamento da laje não funcionar convenientemente, conforme figura 5.16. Os coeficientes indicados nas tabelas 2.3b e 2.3c, anotados com asterisco (*) foram obtidos considerando-se os alívios pela metade. Capítulo 5 - Lajes maciças 110 As expressões com as quais se obtém os coeficientes para o cálculo das reações de apoios indicadas na tabela 2.3a, Pinheiro [2003], não estão afetados desse alívio. Figura 5.16 - Cálculo das reações por tabelas Na figura 5.16 mostram-se as reações de apoio calculadas usando o processo da NBR 6118:2003. Se não houvesse engastamento as reações de apoio seriam: 2 vv v ' xNBR ' xNBR AP += O alívio gerado pelo engastamento no lado apoiado é dado por: 2 vv v ' xNBR ' xNBR' xNBR += Resultando para o cálculo da reação de apoio usando a tabela, com o alívio considerado pela metade a seguinte expressão: +−+= 2 vv v 2 1vv xNBR ' xNBR' NBRxNBRxTABx A equação anterior pode ser