Buscar

COMENTÁRIOS AULAS 1-9 DE PENAL I

Prévia do material em texto

Anotações - Direito Penal I
Princípio da Adequação Social 
As condutas socialmente aceitas/toleradas pela sociedade não devem ser consideradas criminosas, apesar de estarem previstas na lei como crime.
Princípio da Culpabilidade
Não há crime sem culpa (responsabilidade). Nullum crimen sine culpa. Ninguém pode ser punido por um crime se não foi por ele responsável.
Dolo e Culpa (Art. 18) são elementos subjetivos do crime.
Sobre o crime praticado por pessoa jurídica há duas correntes:
1) A pessoa jurídica pode cometer crimes, que são punidos de acordo com a sua natureza. (Art. 225 § 3º e Art. 173 § 5º CF e Lei 9605/98 Art. 3º) - Jurisprudência STJ
2) Pessoa jurídica não tem compatibilidade de praticar crime porque crime é uma ação humana. A sanção do crime é a pena privativa de liberdade e a pessoa jurídica não pode cumprir a pena privativa de liberdade. (Art. Art. 225 § 3º CF (Condutas resultam em pena e atividades resultam em infrações administrativas) , Lei 9605/98 Art. 3º (Os dirigentes da pessoa jurídica se responsabilizam pelo crime)) - Doutrina Penal
Semana 3
Caso 2
O artigo especial (art. 312) sobressairá ao artigo geral (art. 168). Baseando-se no princípio da especialidade, a conduta de Fábio será tipificado como peculato. Alexandre também responderá por peculato de acordo com os art. 29 e 30.
Caso 3
c) Kleber poderá ser beneficiado pelo instituto da remição penal em decorrência da aplicação de Analogia, forma de Integração da Lei Penal, desde que em benefício do réu.
Caso 4
d) proporcionalidade
Semana 4
Princípio da Especialidade - Sempre que houver conflito aparente de normas, a lei especial se sobressairá à regra geral.
Princípio da Consunsão - O crime fim/objetivado absorve o crime meio.(crime meio de passagem fica asborvido pelo crime fim) Absorção ou consunsão
Princípio da Subsidiariedade – Norma principal afasta secundária – haverá uma relação de normas principal e normas menos grave .A norma mais grave afasta a norma menos grave dita secundária(acessora)
Princípio da Alternatividade - Ocorre no caso de um crime se utilizar de vários verbos/condutas.
Crime alternativo - Várias condutas que resultam em um só crime. Ex.: Art. 33 da Lei 11.343/2006.
Local do crime – ao contrário do art 4º que adotou a teoria da atividade , considerando Tempo do Crime o momento da ação art 6º ,adotou a teoria da Ubiquidade ,considerando o local do crime tanto aquele em que se desenvolveu a ação ,como o que ocorreu o resultado
Lei Penal No Tempo
Conflito de leis no tempo
1) Abolitio Crimins (Abolição/Extinção do crime) - Art. 5º XL da CF; Caput do Art. 2º do CP; Art. 107 III do CP - Causa de extinção da punibilidade. A lei que beneficia ao acusado, retroage. Não atinge a esfera cível pois o Estado não pode abolir uma sentença que garante direito a outra pessoa, e não ao próprio Estado. 
2) Novatio Legis in Pejus (Nova lei que prejudica) - Não retroage, porque a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu. - Art. 5º XL da CF (Princípio da irretroatividade da lei penal); art. 2º Parágrafo único da CP (Efeito da ultratividade - A lei é extinta mas ainda vale para frente, se for para benefício).
3) Novatio Legis en Mellius (Nova lei que melhora/beneficia) ou Lex Mitior (Lei melhor) - Retroatividade (mesmos artigos).
4) Novatio Legis Incriminadora (Lei nova incriminadora) - Art. 5º XXXIX da CF
Art. 3º do CP - Lei Temporária (Tem prazo determinado para vigência - início e fim)
 - Lei Excepcional (Criada por motivo excepcional, dura enquanto o motivo excepcional durar.)
Tem efeito de ultratividade.
Aula 4 - 
Homicídio é um crime instantâneo (consumação instantânea). Já o sequestro é um crime permanente (consumação se protrai (alonga, estende) um tempo), enquanto durar a conduta, o crime está acontecendo. Outro exemplo de crime permanente: Formação de quadrilha. Enquanto durar a associação, dura o crime.
01.09 ______________________ 07.09 _______________________ 10.09
01.09 - Homicídio
07.09 - Lei nova que aumenta a pena
10.09 - Pessoa morre
A lei nova não é aplicada pois surgiu após a consumação do crime.
01.09 - Sequestro
07.09 - Lei nova que aumenta a pena
10.09 - Pessoa libertada
Se a lei nova surgir no curso da permanência, a esse crime pode ser aplicada.
Crime Permanente é diferente de Crime Continuado.
>> Crime continuado é uma modalidade de concurso de crimes (Vários crimes acontecendo). Art. 71 da CP - Vários crimes em sequência da mesma espécie, tempo, lugar e modo de execução. Pena de um dos crimes, a mais grave + 1/6 ou 2/3 da pena.
Súmula 711 do STF está errada por igualar crime permanente e crime continuado.
Art. 6º CP (lugar do crime) - local onde ocorreu a ação/omissão, no todo ou em parte + onde ocorreu ou deveria ocorrer o resultado. (Teoria da ubiquidade/mista) - Evitar a impunidade dos crimes praticados à distância.
Casos Concretos
1) Terá relevância, pois a pena será reduzida com a extinção do aumento da pena. A retroatividade será em benefício do réu. Entretanto, no que tange a criação do novo dispositivo legal 306, esta não irá retroagir, princípio da irretroatividade da lei mais grave.
2) O caso apresentado, de acordo com o art. 6º da CP que adota a teoria mista ou da ubiquidade, o crime foi prontuado em território nacional. O fato da acusada ser peruana, em nada altera o lugar do crime.
3) d) A lei nova, mais severa, não se aplica ao fato, porque o nosso ordenamento penal considera como tempo do crime, com vistas à aplicação da lei penal, o momento da ação ou omissão e o momento do resultado, aplicando-se a sanção da lei anterior, por ser mais branda.
4) d) atividade e ubiquidade.
Aula 5
Princípio da territorialidade temperada (art. 5º da CP) - Admite tratados e convenções internacionais, além das leis penais brasileiras.
Art. 7º - I - Extraterritorialidade incondicionada
 II - Extraterritorialidade condicionada
Revisão
Qual a função do direito penal? 
Proteger bens jurídicos mais importantes.
Na Constituição Federal estão relacionados os bens jurídicos e aqueles que são considerados mais importantes.
= Princípio da Intervenção Mínima
Aplicação Ultima Ratio (em último caso) da lei penal.
O Direito Penal tem função subsidiária. É usado quando nenhum outro ramo do Direito puder resolver.
= Direito Penal Mínimo
Princípio da Legalidade = Art. 5º XXXIX da CF (1ª Parte) e Art. 1º do CP = Não há crime sem lei que o defina.
No campo penal, não comporta o emprego da analogia para encriminar alguém. É baseado no positivismo clássico. Só é crime o que está previsto por lei.
Lei no sentido formal. Votada pelo Congresso Nacional.
Art. 22 da CF - Compete privativamente à união legislar sobre a lei penal.
Parágrafo único - Excepcionalmente, por lei complementar, a União autoriza ao Estado legislar sobre as leis penais, mas com regras específicas.
Princípio da Anterioridade = Art. 5º XXXIX da CF (1ª Parte) e Art. 1º do CP = Não há crime sem lei anterior que o defina.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana = Art. 1º III da CF = Qualquer atividade do Estado deve respeitar a condição de pessoa humana.
Princípio da Humanidade = Art. 5º XLV da CF = As penas não podem ser cruéis, perpétuas, de trabalho forçado, de banimento, de morte. Devem respeitar o caráter humano.
Princípio da Fragmentariedade = O bem jurídico protegido possui diversos fragmentos. O Direito Penal só interfere nos bens (fragmentos) mais valiosos, mais importantes.
Princípio da Insignificância (Crimes de bagatela) = Crimes que não provocam grande lesão ao bem jurídico.
Aplicação a um caso concreto.
Fato Típico + Ilícito + Culpável
Conduta = Subtrair
Resultado = - 1 lata
Nexo Causal = ok
Tipicidade - Formal = Art. 155 CP
 - Material = x
Fato Atípico = Sem Crime
Princípio da Lesividade = Não há crime sem lesão ou risco efetivo de lesão ao bem jurídico.
Princípio da Culpabilidade = Não há crime sem culpa (responsabilidade).Não se pode responder por um crime se não for o responsável por ele. Por ser o causador do fato.
>> Fundamentos para aplicar a pena 
- Inimputáveis Penalmente (Art. 228 da CF (menores de 18 anos) e Art. 27 da CP) - Estatuto da Criança e do Adolescente (Medidas Socioeducativas) / Portadores de transtornos mentais (Art. 26 da CF) - Parcial -> Punido com redução da pena (Parágrafo único, art. 26 da CF).
- Potencial conhecimento da ilicitude do fato (A pessoa tem que ter a capacidade de entender o que é certo e o que é errado) - Erro de proibição (não conhece a proibição do fato). - Art. 21 do CP
- Inexigibilidade de conduta diversa (Causa Supralegal (não está na lei) de exclusão da culpabilidade) - Não tinha outra forma de agir se não aquela.
>> Contrário à responsabilidade objetiva - No Direito Penal a responsabilidade é atribuída subjetivamente, é avaliada também a intenção, além do fato. Crime doloso ou culposo.
>> Medição da Pena - Cada acusado responderá na medida da sua culpabilidade. A pena é calculada individualmente.
Princípio da Proporcionalidade das Penas = As penas não podem ser desproporcionais à conduta.
Individualização das Penas = As penas devem ser calculadas individualmente de acordo com a culpabilidade de cada um.
Princípio da Adequação Social = As condutas socialmente aceitas/toleradas não devem ser consideradas criminosas em respeito ao princípio da adequação social.
Norma Penal - Incriminadora - Criam crimes ou de qualquer forma prejudicam o acusado. - Art. 5º XL (Irretroatividade)
 - Não incriminadora - Permissivas, justificantes, explicativas, complementares ou de extinção da culpabilidade ou da punibilidade. - Art. 5º XL (Retroativas)
Conflitos de leis no tempo
1) Abolitio Criminis (Abolição do crime) - Art. 5º XL, Art. 2º CP e 107 III CP - Extinção da punibilidade.
2) Novatio Legis In Pejus (Lei nova que prejudica) - Não retroage, segundo princípio da irretroatividade da lei penal mais grave.
3) Novatio Legis In Mellius (Lei nova que melhora) - Retroage, segundo o princípio da retroatividade, em benefício do réu.
4) Novatio Legis Incriminadora - Está criando um crime, deve respeitar o princípio da anterioridade.
Leis Temporárias = Tem data de revogação já definida quando entra em vigor.
Leis Excepcionais = Tem duração enquanto o seu motivo de ser criada existir (guerra, epidemia etc.)
- Essas leis punem os atos praticados até a data da sua revogação. (Art. 3º do CP - Ultratividade da lei)
Art. 4º - Tempo do crime - Momento da ação ou omissão, não importando o tempo do resultado.
Crime Continuado - Concurso de crimes (vários crimes) da mesma natureza, com as mesmas características, condições de tempo, lugar, maneira de execução. - Art. 71 do CP.
Lugar do Crime
Art. 6º do CP - Tanto o lugar da ação/omissão, todo ou em parte, quanto o local onde se produziu ou deveria produzir o resultado. (Teoria mista ou da Ubiquidade) 
- A importância desse artigo é a repressão dos crimes à distância.
Aula 4
Art. 7º - Extraterritorialidade 
I - Incondicionada - a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - Condicionada - a) por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir
 b) praticados por brasileiro
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Para que essa aplicação da lei é preciso que ocorra algumas condições (no caso do inciso II). Essas condições estão previstas no parágrafo 2º do CP. Depende da presença do concurso de todas as condições ali expostas. Sendo elas:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado (Dupla Tipicidade);
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
No caso do inciso I, o agente é julgado pelas leis brasileiras, mesmo que absolvido ou condenado no estrangeiro, segundo o parágrafo 1º da CP.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Ação penal condicionada à requisição do Ministro da Justiça)
Condições de persequibilidade - Só pode ser iniciado uma ação penal quando todas as condições forem atingidos. (Parágrafo 2º Art. 7º CP - Exemplo)
Aula 5
Infração Penal - Crimes - Pena Privativa de Liberdade - Reclusão
- Detenção
- Contravenções Penais - Prisão Simples
Lei de Introdução ao Código Penal (LICP) - Art. 1º - DL 3914/41
Conceitos de Infração Penal (Crime)
1) Conceito formal de crime: É o que a lei define. (Art. 5º XXXIX da CF - Não há crime sem lei)
2) Conceito material de crime: Conduta que provoca lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido.
3) Conceito analítico de crime: Fato Típico, Ilícito e Culpável.
Fato Típico
1) Conduta - Ação - Comissivo
 - Omissão - Omissivo - Própria
 - Imprópria
2) Resultado
3) Nexo Causal
4) Tipicidade (Encaixe do fato ocorrido à hipótese que a lei descreveu como crime)
- Tipicidade Formal - Encaixe quanto à forma, modelo de conduta.
- Tipicidade Material - Lesão efetiva e real ao bem jurídico protegido.
(Obs: O verbo do crime define a sua classificação)
* Relevância da omissão (Art. 13)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Omissões de um Agente Garantidor são omissões impróprias. Crimes comissivos praticados por omissão.
Semana 6
Teorias da Conduta
1) Teoria causal/causalista da ação (Liszt) - A ação é o movimento corporal voluntário que provoca modificação no mundo exterior. Na ação não é ponderado o dolo ou a culpa, os mesmos são ponderados na culpabilidade.
Fato Típico
Ação -> Resultado
A omissão modifica o plano abstrato, ocorrendo o resultado jurídico (violação à norma), enquanto o resultado da ação é natural.
2) (MAIS APLICADA) Teoria final/finalista da ação (Welzel) - Ação é uma conduta voltada para uma finalidade. O dolo e a culpa, que são considerados elementos subjetivos do crime, não pertencem à culpabilidade, mas sim ao fato típico. 
Fato Típico
1) Conduta - Ação } - Dolo
 - Omissão } - Culpa
No dolo há a intenção do resultado fim. Já na culpa, há a intenção de ser imprudente, negligente ou imperito, resultando em um fim (crime).
3) Teoria social da ação - Se um comportamento, apesar de previsto na lei como crime, for socialmente aceito/tolerado, ele não deve ser considerado criminoso.
4) (MAIS MODERNA) Teoria da imputação objetiva/funcionalismo - Para esta teoria, a conduta típica será analisada de acordo com os seguintes critérios: 
- Será típica a conduta que criar um risco não autorizado pelo Direito.
- Aumento ou incremento do risco.
- Violação ao princípio da confiança.
Aula 7 - Elementos Subjetivos do Crime
Em regra, todo crime édoloso. Os crimes culposos são excessão, e isso precisa estar expresso na lei.
É um crime quando há escala penal (ex: Art. 121 - Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.), enquanto onde há frações (ex: § 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.) são causas especias de diminuição/aumento de pena.
No caso do aborto, por exemplo, como não há o aborto culposo, no caso de imprudência, o fato será atípico, não há crime.
Só há culpa quando expresso por lei.
Crime Preterdoloso - Crime doloso cujo resultado mais grave é punido a título de culpa (em geral se inicia por "Se resulta..." Ex: Art. 129 Parágrafos 1, 2 e 3 do CP).
Art. 18 I - O crime é doloso quando - O agente quer o resultado (dolo direto - Teoria da 
 vontade);
 - Assume os riscos de produzir o resultado (dolo
 indireto - Teoria do assentimento).
Elementos do Dolo:
1) Consciência - Conhecer os elementos do crime. + 2) Vontade
Semana 6
1) Sim, ela responderá pelo crime de lesão corporal, por não ter evitado. Praticando o crime comissivo por omissão (omissão imprópria).
2) a
3) c
Exercícios - Semana 7
2) d
3) c
28.10.2011
Relação de Causalidade
Fato Típico				Ilícito				Culpável
1) Conduta
2) Resultado
3) Nexo Causal 
(Relação de Causalidade)
4) Tipicidade - Formal
 - Material
Relação de Causalidade - É a ligação direta da conduta com o resultado. (Art. 13 CP)
Teoria da Conditio Sine qua Non 
(Condição) (Sem a qual não)
(Concurso de Pessoas - Art. 29 CP)
Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais 
Qualquer ato anterior/antecedente que é causa se equivale à ação do crime.
Método Hipotético de Thyrén
Concausas
São fatos que concorrem com a causa podendo ou não romper o nexo causal. Podem ocorrer sem qualquer relação com a conduta, essas são chamadas de absolutamente independentes. Quando a concausa decorre da conduta ou com ela tem relação são chamadas de relativamente independentes. Quanto ao momento da ocorrência da concausa, tendo como parâmetro a conduta, elas podem ser:
- Pré-existentes - Existiam antes da conduta.
- Concomitantes - No mesmo momento da conduta.
- Supervenientes - Após a conduta.
Se a concausa for absolutamente independente e romper o nexo causal, sempre afastará o crime (consumado, não o tentado).
Só afastará o nexo causal quando o agente morrer por si só (Art. 13 §1 CP).
Aula 8
1) Haroldo após longo e exaustivo dia de trabalho ingressa em um ônibus para retornar à sua casa. Em razão do cansaço adormece durante o trajeto sendo acordado com o estrondo causado pela colisão do coletivo com um poste de iluminação pública. Felizmente não sofre nenhum ferimento. Atordoado e meio zonzo, Haroldo desce do ônibus e pisa no fio de alta tensão do poste caído ao chão devido à colisão vindo a levar uma descarga elétrica muito forte e a falecer instantaneamente em razão desta. Diante desta situação, com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor: 
Há relação de causalidade, para fins de caracterização de responsabilidade penal entre a conduta do motorista do coletivo e o resultado morte de Haroldo? Responda, fundamentadamente, consoante as teorias adotadas pelo Código Penal.
A descarga elétrica que provocou a morte de Haroldo é considerada uma concausa relativamente independente superveniente que por si só provocou a morte, excluindo assim a imputação do resultado para o motorista, de acordo com o Art. 13 §1º CP.
 
2)Tendo em vista as teorias adotadas pelo Código Penal acerca da relação de causalidade analise as assertivas abaixo de modo a tipificar a conduta do agente. Responda de forma justificada, indicando a teoria adotada, a relação de causalidade, a espécie de causa aplicável e o respectivo dispositivo legal.
 
I.Flávio desentendeu-se com um transeunte, Lauro, e desferiu-lhe dois tiros, os quais o acertaram, levemente, na perna, sem que, contudo, tenha a vítima caído ou cambaleado. Flávio, inobstante tivesse mais balas em seu revólver, não mais aciona sua arma e deixou o local. Entretanto, a vítima veio a falecer, uma vez que era hemofílica.. Neste caso o resultado morte será imputável a Flávio.
 PORQUE
 II. a hemofilia, é causa relativamente independente preexistente à conduta de Flávio e, consoante a teoria da equivalência das condições, não interrompe o nexo causal.
A hemofilia é uma concausa relativamente independente pré-existente que provocou a morte por si só, sendo assim exclui a imputação do crime de homicídio consumado.
 
3) No que se refere à teoria da conditio sine qua non, julgue os itens subseqüentes: (Procurador do Estado/RR -2004 1° fase).OBS. comente se a assertiva é verdadeira ou falsa e fundamente sua resposta apontando a teoria aplicável e o respectivo dispositivo legal.
 1.1. Causa é toda circunstância anterior sem a qual o resultado ilícito não teria ocorrido; 
Verdadeira.
1.2 Amauri quis matar Beto e o esfaqueou; porém, Carlos já havia ministrado veneno a Beto, que morreu em virtude da ação de Carlos. Nessa situação, o envenenamento é causa preexistente absolutamente independente em relação à conduta de Amauri, que exclui o nexo de causalidade; 
Verdadeiro
1.3. Ana atirou com um revólver contra Bia, atingindo-lhe o braço. A vítima, por ser hemofílica, sangrou até a morte. Nessa situação, a hemofilia é causa concomitante absolutamente independente em relação à conduta de Ana;
Falso
1.4. Um indivíduo mortalmente ferido por outro foi colocado em uma ambulância, que, no trajeto para o hospital, colidiu com um poste, oportunidade em que a vítima morreu em razão dos novos ferimentos. Nessa situação, por se tratar de hipótese de causa relativamente independente, o autor responde por tentativa pela tentativa de homicídio. 
Verdadeiro
Semana 9
Iter Criminis
Caminho/Itinerário do crime. São as fases que o agente percorre para realizar um crime. 
Fases do Iter Criminis:
1) Cogitação - O agente pensa/idealiza o crime que vai cometer. Cogitationes Poena Nemo Patitur (A cogitação não é punida).
2) Preparação/Atos Preparatórios - Preparação dos elementos para o crime. Em regra a preparação não é punida, mas quando o ato preparatório já é um crime autônomo, é punido. 
3) Execução - O agente põe em prática (passa a executar) a ação do crime. É punível, porque quando se inicia a ação já é, no mínimo, crime tentado.
4) Consumação - A reunião do fato de todos os elementos definidos na lei como crime.
5) Exaurimento - Fim do crime. Não é punido.
Ante Factum Impunivel - Crime anterior (preparação/ato preparatório) que o crime fim absorveu, pela princípio da consunsão.
Post Factum Impunível - Exaurimento.
Semana 9
Critérios que definem se o agente iniciou ou não a execução de um crime:
1) Objetivo-material - Considera-se iniciada a execução quando o agente coloca em perigo o bem jurídico protegido.
2) Objetivo-formal - Considera-se iniciada a execução quando o agente realiza o verbo (a ação) descrito no crime. Realizando a ação contida no tipo penal. (É o adotado, pois respeita o princípio da legalidade)
Classificação do Crime:
Crime Material - É aquele que exige a ocorrência de um resultado natural, que é o resultado que modifica o mundo exterior. Admite o crime tentado. (Ex: Homicídio, Lesão Corporal)
Crime Formal - É aquele que não exige a ocorrência de um resultado natural, basta a ocorrência de um mero resultado jurídico, que é o resultado abstrato, no plano normativo. Em regra, não admite tentativa, pois não exige resultado natural. A execução e a consumação do crime ocorrem ao mesmo tempo. (Ex: Extorsão) = Crime de Consumação Antecipada.
O verbo do crime define sua classificação.
Crimes Omissivos- Não admitem tentativa.
Crime Habitual - Requer habitualidade, reiteração de atos. (Ex: Exercício ilegal da profissão (ato contínuo)) - Não admite tentativa.
Crimes Unissubsistentes - São aqueles crimes que não admitem fracionamento completa do Iter Criminis.
Crimes Plurissubsistentes - É aquele que admite o fracionamento completo do Iter Criminis. 
Espécies de Tentativa
Tentativa Perfeita - É aquela que o agente esgota os meios executórios que tinha ao seu dispor de acordo com o seu entendimento.
Tentativa Imperfeita - É aquela que o agente não esgota os meios executórios que tinha ao seu dispor.
Branca/Incruenta - O agente inicia a execução do crime, mas a vítima não sofre nenhum tipo de ferimento, lesão. A vítima não é atingida.
Cruenta - A vítima é atingida.
Inidônea - É aquela no qual o ato executório é impossível de alcançar o resultado desejado, seja pela completa ineficácia do meio, ou pela total impropriedade do objeto. = Crime Impossível (Art. 17 CP)
(Súmula 145 - STF)
Artigo 15 
Desistência Voluntária - O agente inicia a execução do crime, não esgota o meio executório e desiste de prosseguir voluntáriamente. O agente responde apenas pelas ações já praticadas. O agente pode prosseguir, mas não quer.
Arrependimento Eficaz - O agente esgota o meio executório, se arrepende, e salva a vítima, procurando que o resultado não aconteça mais. O agente responde apenas pelas ações já praticadas. 
>> O artigo 15 tem natureza jurídica de causa de exclusão da tipicidade penal. > O artigo 16 tem natureza de causa geral de diminuição da pena. > CRIME NORMAL

Outros materiais

Perguntas Recentes