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MÓDULO 06 – DA EXECUÇÃO TRABALHISTA E DAS DEFESAS DO
DEVEDOR
 
01 – DA EXECUÇÃO TRABALHISTA - GENERALIDADES
 
Como já apontado na unidade anterior, a execução é uma a�vidade jurisdicional que tem por finalidade fazer
com que o credor alcance a sa�sfação de seu crédito.
Mauro Schiavi define execução como “conjunto de atos pra�cados pela Jus�ça do Trabalho des�nados a
sa�sfação de uma obrigação consagrada num �tulo execu�vo judicial ou extrajudicial, da competência da
Jus�ça do Trabalho, não voluntariamente sa�sfeita pelo devedor, contra a vontade deste úl�mo.”
A execução tem o obje�vo úl�mo de sa�sfazer efe�vamente o direito do exequente de receber aquilo a que faz
jus e é reconhecido pelo �tulo execu�vo, sendo, no Processo do Trabalho, quando baseada em �tulo execu�vo
judicial, uma mera fase da ação trabalhista, que poderá, em algumas situações, ser até promovida de o�cio pelo
Juiz do Trabalho (ar�go 878, da CLT, com redação original alterada pela Lei 13.467/17).
Pois bem. Após devidamente liquidado o �tulo execu�vo, inicia-se a prá�ca de uma série de atos que visam a
sa�sfação do crédito, compondo-se, assim, a execução propriamente dita, das fases de constrição, consolidada
na penhora de bens e na formalização do depósito e da fase de expropriação, consolidada pela transferência de
patrimônio do devedor para o credor e com a respec�va quitação do crédito (ver item 05 do módulo).
Assim, se o devedor não responde espontaneamente pela obrigação constante do �tulo execu�vo, são os bens
que integram o patrimônio que respondem por esta dívida, sendo objeto de potencial constrição patrimonial e
posterior expropriação.
Também como já apontado no item deste módulo, a CLT pouco tem de disciplina legal executória e, assim, em
tese, devem ser aplicadas, na ausência de regramento específico, a Lei 5.584/70, a Lei 6.830/80 (LEF) e, por fim,
o CPC, nos termos do ar�go 889, da própria CLT.
 
02 – DA LEGITIMIDADE PARA A EXECUÇÃO
Assim como em fase de conhecimento, também para a execução as partes devem ser legí�mas.
Em relação à LEGITIMIDADE ATIVA, tem legi�midade ordinária o credor, ou seja, aquele que figurou como autor
no processo de conhecimento e é portador do �tulo execu�vo.
O próprio devedor pode requerer o início da execução para não ficar sujeito aos efeitos da sentença
condenatória transitada em julgado, solicitando que o credor compareça em juízo para receber o valor.
Ainda, o juiz do trabalho, na hipótese em que as partes não es�verem representadas por advogado, também é
legi�mado para dar início à execução, de o�cio.
Já como legi�mados a�vos extraordinários, temos o espólio, os herdeiros e sucessores, em caso de falecimento
do �tular do crédito.
O espólio é o conjunto de bens e componentes do patrimônio do falecido, que ainda não foram par�lhados e é
representado pelo inventariante.
Os sucessores são os terceiros indicados pelo morto como des�natários de todos os seus bens (herdeiros a �tulo
universal) ou de bem determinado (legatário); já os herdeiros: são os sucessores causa mor�s do falecido, seja
por disposição legal ou testamentária.
Para adquirirem legi�midade a�va para a execução, em caso de morte do credor, os herdeiros ou sucessores
devem fazer prova da sua qualidade, permanecendo suspensa a execução até a formalização da habilitação
Na PARTE PASSIVA, é legi�mado ordinário o devedor, já que ele foi quem par�cipou como réu da fase cogni�va
e foi sucumbente no objeto da demanda.
Também podem responder pela dívida, de forma extraordinária, o espólio, os herdeiros e sucessores.
Neste caso, se a morte do devedor antes da sentença proferida, a habilitação dos herdeiros na fase de cognição
torna-os verdadeiros devedores (legi�mados ordinários); mas se a morte do devedor em fase de execução, eles
subs�tuirão o devedor, respondendo até a cota respec�va da herança.
 
03 – DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
A Reforma Trabalhista trouxe a inserção, na CLT, do ins�tuto da prescrição intercorrente, no ar�go 11-A.
Como é sabido, a prescrição consiste no escoamento do prazo para que um indivíduo que entende ter �do um
direito violado exerça seu direito de ação de modo a obter a apreciação do mérito da sua pretensão pelo Poder
Judiciário.
Na execução, após a Reforma Trabalhista, a prescrição pode acontecer tanto para o início da fase execu�va
quanto no curso do processo.
No início da fase de execução a prescrição é chamada de prescrição da pretensão execu�va e, nos termos da
Súmula 150 do STF, possui o mesmo prazo da ação de conhecimento, sendo seu termo inicial o dia imediato
após o trânsito em julgado da sentença líquida ou do trânsito em julgado da decisão de liquidação (no caso de
sentença ilíquida que tenha exigido a fase de liquidação).
A prescrição intercorrente é a prescrição que ocorre durante o curso do processo, geralmente em razão da
inércia da parte em pra�car determinado ato e, como dito acima, foi introduzida no ar�go 11-A, da CLT, que
assim dispõe:
 
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de
cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de o�cio em
qualquer grau de jurisdição. 
 
Neste sen�do e não obstante a execução seja impulsionada de o�cio pelo Juiz do Trabalho, para os atos que
exigirem a ação do exequente e este se quedar inerte, começará a escoar o prazo da prescrição intercorrente.
A prescrição intercorrente só tem cabimento na fase de execução, tem seu termo inicial no escoamento do
prazo do exequente para a prá�ca de ato necessário para a con�nuidade da execução e tem o prazo de dois
anos.
O ato deve ser exclusivo do exequente, essencial para a con�nuidade da execução, que deve ser in�mado para e
é com o seu escoamento que se iniciará o prazo prescricional.
O juiz do trabalho, ao final do biênio, pode declarar a ocorrência da prescrição intercorrente de o�cio ou a
pedido do executado, bem como pode ela ser declarada em qualquer grau de jurisdição.
 
04 – DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DEFINITIVA
No item 05 do presente módulo já se tratou brevemente sobre os dois principais �po de execução: a provisória e
a defini�va. Importante, porém, neste momento, acrescentar mais informações às matérias.
 
04.1) EXECUÇÃO DEFINITIVA
A execução defini�va é a baseada em sentença acobertada pela coisa julgada, sendo este o pressuposto para dar
a defini�vidade para a execução. No mesmo sen�do, também é defini�va a execução fundada em acordo
judicial inadimplido.
Na execução defini�va, caso o devedor não cumpra espontaneamente a obrigação, o credor (ou até o Juiz, de
o�cio, em determinadas situações) pode requerer a constrição patrimonial e a execução culminará com os atos
de transferência de patrimônio, até a sa�sfação integral do crédito reconhecido.
Importante destacar que a sentença condenatória pode dar ensejo a uma execução mesmo quando partes dela
ainda não tenham transitado em julgado em razão da pendência de análise de recurso de uma das partes ou de
ambas.
Assim, existem situações que permitem que parte da decisão seja executada defini�vamente e parte
provisoriamente, muito embora, nestas situações, ambas as modalidades tramitem por meio de Carta de
Sentença.
Após as modificações trazidas pela Lei 13.467/17, o ar�go 878, da CLT, permite que a execução seja promovida
pelas partes, mas restringe a atuação de o�cio do juiz apenas nos casos em que as partes não es�verem
representadas por advogado.
 
04.2) EXECUÇÃO PROVISÓRIA
A execução provisória, baseada em sentença da qual ainda pende o julgamento de recurso, é uma forma
excepcional de execução, na qual se admite a prá�ca de determinadas medidas execu�vas antes da sentença
adquirir a qualidade de coisa julgada material.
Esta modalidade de execução deve tramitar por meio de Carta de Sentença, com a apresentação das cópias
auten�cadas ou declaradas autên�cas pelo advogado (art.830, da CLT e art. 425, IV, CPC/15).
Na execução provisória, ao contrário da defini�va, o juiz não pode atuar de o�cio em nenhuma hipótese.
A execução provisória corre por inicia�va, conta e responsabilidade do exequente, que se obriga a reparar os
danos causados ao devedor, em case de reforma da decisão, sendo, nesta hipótese, aplicável o ar�go 520, I, CPC
de forma subsidiária.
Como a execução provisória está baseada em �tulo fundado em decisão pendente de recurso, é evidente que
fica ela sem efeito caso a decisão em que se baseia seja reformada no Tribunal, res�tuindo-se às partes o status
quo ante (ar�go 520, II, CPC)
O ar�go 899, da CLT é expresso ao afirmar que a execução provisória permite a prá�ca de atos apenas até a
penhora, o que, em tese, proibiria atos de expropriação e alienação do patrimônio do devedor, não havendo, em
regra, possibilidade de levantamento de depósito em dinheiro.
No entanto, a doutrina majoritária tem admi�do a aplicação do ar�go 520, inciso IV, do CPC, que fala:
 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito
suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento defini�vo, sujeitando-se ao
seguinte regime:
[...]
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prá�ca de atos que importem transferência de
posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave
dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e
prestada nos próprios autos.
 
No mesmo sen�do, a doutrina, em observância à hipossuficiência do trabalhador e a natureza alimentar do
crédito trabalhista, admite a dispensa do trabalhador de realizar a caução citada no disposi�vo acima transcrito,
pois o ar�go 521 do mesmo diploma afirma:
 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos
casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042;
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida es�ver em consonância com
súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Jus�ça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos
repe��vos.
 
Assim, entendendo que ambos os ar�gos são compa�veis com o Processo do Trabalho, a doutrina acredita que
é sim possível a liberação de valores em execução provisória, desde que feita a caução idônea ou demonstrada a
situação de necessidade.
A execução provisória, como apontado acima, é sempre iniciada pelo exequente (ou terceiros interessados), não
podendo ser iniciada pelo Juízo Trabalhista justamente porque deve correr por conta e risco do credor, que pode
ter que ressarcir o devedor pelos danos causados pela execução caso a decisão fundante do �tulo seja
reformada, tratando esta de responsabilidade obje�va (ar�go 520, I, CPC).
A execução provisória tramita, na hipótese de processo �sico, em autos apartados dos principais, denominados
de CARTA DE SENTENÇA, devendo ela ser cons�tuída pelo requerimento de início da execução por parte do
exequente e cópias das principais peças, nos termos do ar�go 522, do CPC, que fala:
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por pe�ção dirigida ao juízo
competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a pe�ção será acompanhada de cópias das
seguintes peças do processo, cuja auten�cidade poderá ser cer�ficada pelo próprio advogado,
sob sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
II - cer�dão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
V - faculta�vamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a
existência do crédito.
 
A execução provisória, no que for possível, seguirá o mesmo procedimento da defini�va, sendo admi�da,
inclusive, a execução provisória de obrigações de fazer ou não fazer.
Vale repisar que durante a execução provisória é plenamente aplicável o Princípio da Não Prejudicialidade ao
Devedor (favor debitoris), sendo impossível a conversão da penhora de bens em dinheiro (Súmula 417, TST)
O período entre a execução provisória e sua transformação em defini�va é denominado de período temporário
ou interino.
Por fim, nas execuções provisórias das obrigações de fazer e das antecipações de tutela, a OJ 142 DA SDI-2 DO
TST dispõe inexis�r direito líquido e certo a ser oposto contra ato do juiz que, antecipando a tutela jurisdicional,
determina a reintegração do empregado até a decisão final do processo, quando demonstrada a razoabilidade
do direito subje�vo material, como nos casos de anis�ado pela Lei n° 8.878/94, aposentado, integrante de
comissão de fábrica, dirigente sindical, portador de doença profissional, portador de vírus HIV ou detentor de
estabilidade provisória prevista em norma cole�va.”
 
05 – TIPO DE EXECUÇÃO
São diversos os �pos de execução, dependendo do objeto de sa�sfação do crédito indicado no �tulo execu�vo.
A CLT, em algumas hipóteses, não trata da questão, devendo ser aplicado ao item as disposições subsidiárias do
CPC.
 
05.1 – EXECUÇÃO DE PRESTAÇÕES SUCESSIVAS
A execução de prestações sucessivas está prevista nos ar�gos 890 a 892, da CLT, que assim dispõem:
 
Art. 890 - A execução para pagamento de prestações sucessivas far-se-á com observância das
normas constantes desta Seção, sem prejuízo das demais estabelecidas neste Capítulo.
Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo não-pagamento
de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem.
 Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a execução
compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na execução.
 
A lógica do legislador foi a de entender que o inadimplemento de uma das parcelas, tornaria todas as demais
também executáveis, desde que as prestações sejam por tempo determinado.
Já nas prestações sucessivas por tempo indeterminado, como, por exemplo, no pagamento de pensão mensal
vitalícia fixada até a morte do trabalhador, o credor deve pedir, em princípio, apenas as parcelas devidas até a
data de ingresso da execução, podendo as demais serem cobradas posteriormente, nos próprios autos.
 
05.2 – EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
Esta modalidade de execução decorre de pedido alterna�vo (ar�go 325, do CPC). Isto significa que a escolha de
como adimplir a execução, em princípio, é do devedor, que deve ser chamado para exercer a sua opção de
escolha e realizar o pagamento da parcela em dez dias ou em outro prazo assinalado pelo Juízo (ar�go 800,
CPC).
Caso o devedor não exerça seu direito de escolha, a opção de como a obrigação deve ser cumprida retorna ao
credor.
 
05.3 – EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER
As obrigações de fazer ou não fazer estão disciplinadas no CPC, nos ar�gos 536 e 814, tratando o primeiro
daquelas fundadas em �tulo judicial e o segundo das fundadas em �tulo execu�vo extrajudicial.
Quanto às obrigações de fazer (ou não fazer) fundadas em �tulo execu�vo judicial, a Instrução Norma�va nº 39,
do TST, afirma a aplicabilidade dos ar�gos 536 a 538, do CPC ao Processo do Trabalho.
Neste sen�do, na ação que tenha por objeto (ou ao menos um deles) uma prestação de fazer ou não fazer,
como, por exemplo, reclamação trabalhista em que o trabalhador pretenda impedir a efe�vação de uma
transferência de localidade ou uma alteração de horário de trabalho (obrigações nega�vas), ao acolher a
pretensão o obreira o juiz deve tomar todas as providências para assegurar o resultado ú�l do processo,
es�pulando penalidades caso a obrigação não seja cumprida. (ar�go 536, CPC)
Importante destacar que a obrigação de fazer ou não fazer somente pode ser conver�da em perdas e danos se o
autor requerer ou, ainda, se for impossível a concessão da tutela específica pretendida, nos termos do ar�go
499, do CPC.
A multa pecuniária pelo descumprimentoda obrigação é independente da indenização por perdas e danos
(ar�go 500, CPC).
O fato é que na execução das obrigações de fazer ou não fazer fundadas em �tulos judiciais, o juiz pode, de
o�cio ou a requerimento da parte, determinar a realização das medidas necessárias para a sa�sfação do
exequente (ar�go 536, CPC), podendo, dentre outras coisas, impor multas, determinar a busca e apreensão de
bens, a remoção de pessoas ou coisas, o desfazimento de obras ou o impedimento de a�vidades nocivas,
usando, se necessário for, de força policial.
O mandando de busca e apreensão, tanto de pessoas como de coisas, deve ser cumprido por dois oficiais de
jus�ça, podendo, inclusive, valer-se o juiz de ordem de arrombamento, nos termos do ar�go 846, §§1 a 4º, do
CPC.
A multa imposta pelo descumprimento da obrigação, repise-se, pode ser concedida de o�cio pelo
Juízo, independentemente de requerimento da parte, devendo ela ser compa�vel com a obrigação e
desde que seja determinado prazo compa�vel para o cumprimento do preceito (ar�go 537, CPC) e só
será devida a par�r do escoamento total do citado prazo para cumprimento da obrigação.
A decisão que fixa a multa é passível de execução provisória, devendo ser depositada em juízo, sendo
permi�do o levantamento do valor após o trânsito em julgada do �tulo execu�vo judicial sobre o qual
se baseia, conforme previsto no ar�go 537, §3º, do CPC.
O executado incide nas penas de li�gância de má-fé quando descumprir ordem judicial de forma
injus�ficada e, ainda, pode ser responsabilizado pelo crime de desobediência.
Ao executado, nas obrigações de fazer ou não fazer, é possível apresentar defesa na forma de
embargos à execução, aplicando-se, pois, a esta modalidade, o ar�go 525, do CPC, nada obstante este
disposi�vo estar ligado ao capítulo referente à obrigação de pagar quan�a certa.
Já as obrigações de fazer ou não fazer fundadas em �tulo extrajudicial (ar�go 814, do CPC), devem ser
executadas por meio de ação própria e ao despachar a inicial, o juiz deve fixar multa por período de
atraso no cumprimento da citada obrigação e a data inicial a par�r da qual ela é devida, podendo,
ainda, reduzir o valor, se entender excessivo.
Assim, uma vez proposta a ação de execução, o executado deve ser citado para sa�sfazer a obrigação
no prazo assinalado pelo juízo, sob pena de multa e caso não o faça, o exequente pode requerer a
conversão em indenização por perdas e danos, cujo valor será apurado em liquidação, convertendo-se
a execução para cobrança de quan�a certa.
Interessante apontar que o ar�go 817, do CPC afirma que se a execução puder ser sa�sfeita por
terceiro, o juiz pode autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a sa�sfaça às expensas do
executado. Nada obstante, é do exequente o dever de adiantas as quan�as apontadas na proposta
que, depois de ouvidas as partes, o juiz �ver aprovado.
Cumprida a obrigação, o juiz ouvirá as partes no prazo de dez dias e, em não havendo qualquer �po de
impugnação por meio de embargos à execução, a obrigação será considerada cumprida.
Se o terceiro contratado não realizar a prestação ou se o fizer de modo defeituoso, o exequente pode
requerer que, no prazo de 15 dias, o juiz o autorize a conclui-la, às custas do contratante (ar�go 819,
CPC).
Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua supervisão e direção, os trabalhos
necessários à realização da prestação, terá ele preferência, em igualdade de condições de oferta, ao
terceiro contratado ou indicado pelo executado, devendo este direito de preferência ser exercido no
prazo de cinco dias após a aprovação da proposta do terceiro (ar�go 820, CPC).
Especificamente quanto à obrigação de não fazer, se o executado pra�cou o ato a cuja abstenção
estava obrigado pela lei ou pelo contrato, o exequente deve requerer ao juiz que indique prazo ao
executado para desfazê-lo (ar�go 822, CPC) e, em havendo recusa ou mora do executado, o exequente
deve requerer que o juiz determine o desfazimento, às custas do executado, que responderá por
perdas e danos.
Não sendo possível desfazer o ato, a obrigação irá se resolver em perdas e danos, convertendo-se a
execução em obrigação de pagar quan�a certa (ar�go 823, do CPC).
 
05.4 - DA EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA
Do mesmo modo que as obrigações de fazer e não fazer, também a execução da obrigação de entregar coisa por
de se fundar em �tulo judicial, sendo regida pelo ar�go 538, do CPC, ou em �tulo extrajudicial, nos termos dos
ar�gos 806 a 813, do CPC.
A Instrução Norma�va nº 39, do TST, em seu ar�go 3º, já tratou da plena aplicabilidade das disposições do CPC
ao Processo do Trabalho, quando se tratar de obrigação de entregar coisa certa fundada em �tulo execu�vo
extrajudicial (ar�gos 536 a 538, do CPC).
Assim, nas ações que possuírem o objeto de entregar coisa certa, o juiz, concedendo a tutela, fixará, também, o
prazo para cumprimento da obrigação, nos termos do ar�go 498, do CPC.
Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de
busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel, nos
termos do ar�go 538, do CPC.
Este �po de obrigação somente poderá ser conver�da para perdas e danos se o autor da ação expressamente
fez tal pedido ou, ainda, se for impossível o cumprimento da tutela específica ou de resultado prá�co
equivalente (art. 499, CPC).
 
05.5 – DA EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
A execução de pagamento de quan�a certa é a mais u�lizada no Processo do Trabalho, tendo como finalidade o
pagamento, ao credor, de valor em dinheiro, se realizando pela re�rada de bens do patrimônio do devedor e
transferindo-os para o patrimônio do credor, por meio de atos chamados de expropriatórios.
Por ser o �po mais comum e mais u�lizado, bem como por ser o único realmente disciplinado na CLT, será
estudada em item próprio.
 
06 – DA EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
Como dito acima, a execução de pagamento de quan�a certa é a mais u�lizada no Processo do Trabalho e é a
mais profundamente disciplinada pela própria CLT.
Neste �po de execução, o obje�vo do credor é expropriar bens do devedor para sa�sfazer o seu crédito e,
nestes termos, uma vez quan�ficada a dívida - seja por meio da sentença, seja por meio da liquidação da
sentença – inicia-se a fase de execução propriamente dita, que envolve a citação do devedor, a garan�a do juízo
(de forma espontânea ou por meio de constrição judicial de bens do devedor), a apresentação de defesa pelo
executado e, finalmente, a expropriação de bens.
 
06.1 – DA CITAÇÃO DO DEVEDOR E DO MANDADO EXECUTIVO
Nos termos do ar�go 880, da CLT, iniciada a execução de o�cio ou a requerimento do credor, o juiz deve emi�r
um mandado, ou seja, uma ordem para o cumprimento de determinada diligência, que, no caso, consiste
justamente na citação do devedor.
Portanto, iniciada a execução, o juiz mandará expedir mandado de citação para cien�ficar o devedor que ele
deve cumprir a decisão ou o acordo, ou ainda garan�r o juízo, no prazo de 48 horas, sob pena de sofrer atos de
constrição legalmente cabíveis.
A citação do devedor, nos termos do ar�go 880, §2º, da CLT, deve acontecer por meio de oficial de jus�ça, sendo
feita de modo pessoal, o que significa que apenas o devedor ou pessoa que tenha poderes expressos para
representa-lo que podem recebe-la.
O mandado de citação tem que observar algumas formalidades, como conter obrigatoriamente a iden�ficação
das partes, a indicação do Juízo emissor do mandado, a iden�ficação do processo, o valor devido e uma cópia da
decisão exequenda ou do termo de acordo não cumprido, sendo praxe que no mandado de citação se contenha
uma reprodução do disposi�vo da decisão homologatória.
Se o oficial de jus�ça não encontrar o executado, ele pode pra�car o arresto de tantos bens quantos bastem
para a garan�a da execução, sendo este ato também chamado de “pré-penhora”, tendo por finalidade,
justamente, garan�r o adimplemento da execução.O arresto judicial está previsto no ar�go 830, do CPC e é
aplicável ao Processo do Trabalho.
Nos dez dias que se seguirem à efe�vação do arresto, o oficial deve procurar o executado mais duas vezes, em
dias diferentes e, não o encontrando, mas possuindo suspeitas de ocultação, ele realizará a citação por hora
certa
Por fim, o exequente pode requerer a citação por edital, com a publicação no jornal oficial ou, na falta deste,
que ele seja afixado na sede do juízo, durante cinco dias (ar�go 880, §3º, da CLT).
Importante se destacar que são requisitos necessários para que a citação por edital aconteça: que o executado
tenha sido procurado por duas vezes no espaço de 48 horas e que ele não tenha sido encontrado.
Nos termos do ar�go 881, da CLT, a realização do pagamento da execução deve ser feita “... perante o escrivão
ou secretário, lavrando-se termo de quitação, em 2 (duas) vias, assinadas pelo exeqüente, pelo executado e pelo
mesmo escrivão ou secretário, entregando-se a segunda via ao executado e juntando-se a outra ao processo.”
Caso o exequente não esteja presente no ato do pagamento, o valor devido deve ser depositado em conta
judicial, ficando, assim, à disposição do juízo para repasse ao credor.
O executado que não deseje pagar a dívida, por entender haver alguma discussão formal ou técnica pendente,
pode garan�r o juízo por meio de depósito do valor total devido, pela apresentação de seguro garan�a ou ainda
pela nomeação de bens à penhora (art. 882, da CLT),
 
06.2 – PENHORA
A penhora é o ato pelo qual o órgão judiciário submete a seu poder imediato determinados bens do executado,
fixando sobre eles a des�nação de servirem à sa�sfação do direito do exequente. Pode ser imposta pelo Poder
Judiciário ao devedor que, mesmo citado, se queda inerte ou pode ser feita por oferecimento espontâneo de
bens pelo próprio devedor (ar�gos 882 e 883, da CLT)
Ela é um ato de império do Estado, pra�cado na execução, que tem por finalidade vincular determinados bens
do devedor ao processo, tantos quantos bastem para o pagamento integral do crédito e, com o produto da
futura expropriação judicial destes bens, sa�sfazer o crédito do exequente.
As disposições legais rela�vas à penhora estão no CPC, nos ar�gos 831 a 869 e são aplicáveis subsidiariamente
ao Processo do Trabalho com autorização da própria CLT (ar�go 882, CLT), bem como da Instrução Norma�va nº
39, do TST (ar�go 3º, inciso XVI).
Podem ser objeto da penhora bens presentes ou futuros, de propriedade ou posse do devedor ou de posse de
terceiros, corpóreos ou incorpóreos.
O devedor pode oferecer bens, dependendo sua efe�vação do aceite do credor ou pode resultar da própria
indicação do credor, que diante da inércia do devedor ou da recusa quanto a eventuais bens oferecidos, indica
outros para serem penhorados.
Sendo oferecidos os bens pelo devedor ou sendo eles buscados pelo próprio Poder Judiciário, dever-se-á sempre
observar a ordem de preferência do ar�go 835, do CPC, que assim coloca:
 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em ins�tuição financeira;
II - �tulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;
III - �tulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisi�vos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em
garan�a;
XIII - outros direitos.
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem
prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2º Para fins de subs�tuição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro
garan�a judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de
trinta por cento.
§ 3º Na execução de crédito com garan�a real, a penhora recairá sobre a coisa dada em
garan�a, e, se a coisa pertencer a terceiro garan�dor, este também será in�mado da penhora.
 
A penhora de dinheiro é, via de regra, prioritária, podendo, nas demais hipóteses, o juiz alterar a ordem prevista
no ar�go acima transcrito, de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
Como bem destacado pelo ar�go 835, §2º, do CPC, a apresentação de fiança bancária ou de seguro garan�a
equivalem à penhora em dinheiro, desde que, nestas situações, o devedor apresente o valor devido acrescido de
30%, sendo este disposi�vo amplamente aceito do Processo do Trabalho, como, aliás, já disposto na OJ 59, da
SDI-II, do TST.
É possível ao Juiz do Trabalho rejeitar os bens oferecidos pelo devedor à penhora por entender que eles são de
di�cil liquidação, já que a preferência sempre se dá, após obviamente o dinheiro e seus equivalentes, por bens
que podem ser conver�dos em pecúnia mais facilmente.
Ainda, de acordo com o ar�go 836, do CPC, a penhora não será levada a efeito quando os bens oferecidos ou
encontrados forem absorvidos totalmente pelas custas da execução, sendo esta denominada “penhora inú�l”.
A penhora produz alguns efeitos que precisam ser destacados:
Ela individualiza os bem que irão responder pelo crédito, ficando eles sujeitos à a�vidade execu�va do
Poder Judiciário
Ela garan�a o juízo
Ela gerar preferência ao credor nas hipóteses em que há mais de uma penhora recaindo sobre o mesmo
bem, já que, neste cenário, o credor que primeiro penhorar o bem terá preferência sobre os demais
credores (princípio da preferência pela anterioridade da penhora), como disposto no ar�go 797, caput e
parágrafo único, do CPC
Ela re�ra do devedor a posse direta dos bens penhorados, quando não fica este como depositário do bem
(ar�go 840, §2º, do CPC)
Ela torna ineficazes os atos de alienação dos bens constritados em relação ao processo, sendo necessário
apenas destacar que este efeito não é automá�co, devendo o credor averbar a penhora para que,
eventualmente, possa ser alegada a fraude à execução.
A penhora é realizada no local onde os bens se encontrem, mesmo que estejam com terceiros (art. 845, do CPC),
podendo, porém, ocorrer também a chamada “penhora por termo”, que consiste na penhora realizada
mediante a simples apresentação de matrícula do imóvel, sem necessidade de comparecimento do oficial de
jus�ça ao local
No caso de penhora de bem comum do casal, metade do produto do bem penhorado é res�tuído ao cônjuge.
Ela deverá ocorrer em dias úteis, das 06h00 às 20h00 (art. 770, CLT) e somente poderá ser realizada em
domingos e feriados com autorização expressa do Juiz do Trabalho, assim como o ingresso em imóvel também
só se faz possível mediante autorização judicial, sendo absolutamente proibida a penhora após o anoitecer (art.
5º, XI, da CF).
Quando não forem encontrados quaisquer bens penhoráveis, o oficial descreverá na cer�dão os bens que
guarnecem a residência ou o estabelecimento comercial do devedor, nomeando-o como depositário provisórios
destes bens até decisão posterior do juiz.
Neste sen�do, a penhora será considerada feita mediante a apreensão e do depósito dos bens, lavrando-se um
só auto de infração se, desde logo foi possível nomear o depositário, devendo o auto conter, nos termos do
ar�go 838, do CPC, a indicação do dia, mês, ano e lugar da penhora, os nomes das partes da execução, a
descrição dos bens penhorados e a nomeação do depositário.
Importante destacar novamente que o DEPÓSITO é o ato que formaliza a penhora, tendo o depositário a função
publica de guardar e conservar os bens subme�dos à sua custódia, devendo entrega-los, quando assim
in�mado, no mesmo estado que os recebeu.
O TST já pacificou entendimento que o depositário deve, necessariamente, aceitar o encargo, assinando termo
de compromisso no auto de penhora, não exis�ndo, portanto, a aceitação tácita (OJ 89, SDI-II,TST)
As figuras que preferencialmente podem ser depositárias estão elencadas no ar�go 840, do CPC:
 
Art. 840. Serão preferencialmente depositados:
I - as quan�as em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no Banco do
Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua
mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em
qualquer ins�tuição de crédito designada pelo juiz;
II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisi�vos sobre imóveis
urbanos, em poder do depositário judicial;
III - os imóveis rurais, os direitos aquisi�vos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os
instrumentos necessários ou úteis à a�vidade agrícola, mediante caução idônea, em poder do
executado.
§ 1º No caso do inciso II do caput, se não houver depositário judicial, os bens ficarão em poder
do exequente.
§ 2º Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de di�cil remoção ou
quando anuir o exequente.
§ 3º As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor
es�mado de resgate.
 
Existem diversos �pos de penhoras, sendo necessário se especificar algumas.
 
06.2.1 – Da Penhora de Dinheiro e Bloqueio das Contas Bancárias e Seus Equivalentes
A penhora em dinheiro, como apontado acima, é sempre a primeira na ordem de preferência de bens, sendo a
ela igualados o seguro garan�a judicial e a fiança bancária.
Neste sen�do, é plenamente possível que o juiz do trabalho determine o bloqueio de contas correntes, inclusive
por ato de o�cio, mas apenas em execução defini�va, já que em execução provisória, como já estudado, os atos
devem ser pra�cados de forma menos prejudicial ao devedor.
Assim, uma vez bloqueada a conta do executado, esse bloqueio é convolado em penhora sendo que o prazo
para a defesa do devedor se inicia da in�mação que informa, justamente, esta conversão.
A penhora em dinheiro pode ser feita por meio digital, sendo conhecida como penhora on-line, que é resultado
de um convênio entre o TST e o Banco Central, denominado BACEN JUD. Este convênio possibilita a expedição
de o�cio pelo Magistrado para que as Ins�tuições Financeiras informem acerca da existência de contas e
aplicações do eventual executado, possibilitando, assim, o seu bloqueio.
Apesar do ar�go 854, do CPC, que é aplicado de forma subsidiária ao Processo do Trabalho, indicar que a
penhora on line só pode ser efe�vada a requerimento do exequente, na Jus�ça do Trabalho o bloqueio pode
acontecer de o�cio, valendo o juiz, especialmente, do ar�go 878, da CLT.
Ainda que a execução, após a Reforma Trabalhista, só possa ser instalada de o�cio quando as partes não
es�verem representadas por advogados, a expedição do o�cio solicitando a penhora on line pode ser pra�cada
de o�cio, pois não necessariamente diz respeito à instalação da execução.
De todo modo, requerida ou solicitada a penhora on line, as ins�tuições bancárias promoverão a busca de
patrimônio e após a resposta, o juiz tem 24 horas para liberar saldo excedente ao valor efe�vamente devido.
Após a efe�vação do bloqueio o executado será in�mado para que eventualmente alegue a impenhorabilidade
dos valores ou a excessividade do bloqueio, o que, sendo acatado, dá a ins�tuição bancária um prazo de 24 para
cancelamento do referido bloqueio.
Caso as alegações do executado sejam rejeitadas ou sequer tenham sido apresentadas, o bloqueio é convolado
em penhora, momento em que se determina a transferência dos valores para uma conta judicial, ficando, assim,
à disposição do Magistrado para eventual liberação.
Equiparada à penhora em dinheiro está o oferecimento de fiança bancária ou seguro-garan�a judicial, devendo
ser destacado que o valor do �tulo deve ser igual ao da dívida atualizada acrescido de 30%¸ nos termos do
ar�go 882, da CLT, modificado pela Lei 13.467/17, pelo ar�go 835, §2º, do CPC, bem como do entendimento
pacificado na OJ 59, da SDI-II, do TST.
 
06.2.2 – Da Penhora de Bem Imóvel
A penhora de bem imóvel é procedimento autorizado pelo CPC, que pode ser efetuada por auto ou por termo.
A penhora por auto exige a presença do oficial de jus�ça no imóvel, que já fará a vistoria e confeccionará o auto
com a descrição detalhada do bem, os limites de confrontação, o estado de conservação do imóvel. Caso alguma
destas informações não conste do auto, a penhora é passível de nulidade.
A penhora por termo é feita nos próprios autos, mediante a apresentação de cer�dão atualizada de matrícula do
imóvel, sem a necessidade da presença do oficial de jus�ça.
No entanto, eventuais divergências em relação ao valor do bem devem ser resolvidas por meio de uma avaliação
de profissional de confiança do Juízo.
Para que a penhora do bem possa gerar efeitos perante terceiros de boa-fé, ela precisa ser registrada na
matrícula do imóvel, ato este denominado averbação, sendo que no Processo do Trabalho, o juiz expedirá
mandado para o registro da penhora, com as despesas a cargo do executado
 
06.2.3 – Da Penhora de Faturamento
A penhora de faturamento é caracterizada como penhora sobre coisa futura e indeterminada, pois será feita
sobre um valor que ainda entrará no patrimônio da empresa.
A penhora de faturamento só pode ser feita se o seu valor for insuficiente para gerar prejuízos ao
funcionamento da empresa e desde que não haja outros bens penhoráveis ou que sejam eles de di�cil
liquidação como, aliás, já pacificou entendimento o TST, na sua OJ 93, da SDI-II, do TST.
Nesta modalidade, o juiz deverá nomear um “administrador/depositário”, o qual deverá prestar contas ao juízo
sobre o faturamento da empresa e a quitação do débito, até seu pagamento total.
 
06.2.4 – Da Penhora no Rosto dos Autos
A penhora no rosto dos autos está prevista no ar�go 860, do CPC e consiste no bloqueio de um crédito que está
sendo objeto de li�gio entre o executado e terceiro, sendo praxe na Jus�ça do Trabalho que o juízo determine a
“penhora no rosto de autos” em que o réu também é executado em outra ação trabalhista em que tenha havido
sobra de dinheiro ou de bens
 
06.3 - DOS BENS IMPENHORÁVEIS
Alguns bens não podem ser objeto de penhora, justamente com a finalidade de preservar a dignidade do
executado e até mesmo seu meio de subsistência, e, neste sen�do, o ar�go 833, do CPC, que é aplicável ao
Processo do Trabalho, por força do ar�go 3º, inciso XV, da Instrução Norma�va nº 39, do TST, dispõe sobre um
rol de bens impenhoráveis:
 
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as u�lidades domés�cas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado
valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quan�as recebidas por
liberalidade de terceiro e des�nadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por ins�tuições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X - a quan�a depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo par�dário recebidos por par�do polí�co, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienaçãode unidades imobiliárias, sob regime de incorporação
imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida rela�va ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento
de prestação alimen�cia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias
excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o
disposto no art. 528, § 8º , e no art. 529, § 3º .
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa �sica ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garan�a a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza
alimentar, trabalhista ou previdenciária.
 
Note-se que o ar�go 833, em seu inciso IV, proíbe que seja feita a penhora dos vencimentos e similares, sendo
esta, porém, uma impenhorabilidade rela�va, já que encontra exceção no §2º do mesmo ar�go, que afirma ser
possível a penhora dos salários e equivalentes quando a dívida �ver caráter alimentar e/ou quando o valor dos
vencimentos excederem 50 salários-mínimos mensais.
Ainda sobre esta hipótese, duas observações devem ser feitas: a primeira é a de que o TST, em sua OJ 153, da
SDI-II, pacificou entendimento que as penhoras realizadas com base no CPC de 1973 não poderiam se enquadrar
na exceção do §2º no que diz respeito à natureza alimentar das verbas, pois o revogado ar�go 649, §2º, do
CPC/73 não possuía a expressão “pagamento de prestação alimen�cia, independentemente de sua origem”, o
que restringia a possibilidade de bloqueio de vencimentos apenas às dívidas provenientes de pensões
alimen�cias.
A segunda observação que precisa ser feita é que a par�r da vigência do CPC 2015, não obstante o ar�go 833,
§2º permita a penhora dos vencimentos para as dívidas alimentares, ele também faz referencia expressa ao
ar�go 529, §3º, do CPC, que também determina que o valor do bloqueio “não ultrapasse cinquenta por cento
dos seus ganhos líquidos” e, assim, chega-se a conclusão que só é penhorável o salário do devedor até 50% do
montante mensal líquido que receber.
Outro ponto importante que deve ser comentado é que muito embora o ar�go 833, inciso X, indique que é
impenhorável a quan�a depositada em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos, essa
limitação não é aplicada no Processo do Trabalho.
Também é impenhorável, nos termos da Lei 8.009/90, o chamado “bem de família”, que é o imóvel des�nado
ao abrigo da en�dade familiar, com a finalidade, justamente, de resguardar a dignidade do devedor,
independentemente do indivíduo ser casado ou solteiro.
A impenhorabilidade abrange o solo, a construção, as plantações, as benfeitorias e os móveis que guarnecem a
casa, desde que quitados, nos termos do art. 1º, parágrafo único.
Importante destacar que a impenhorabilidade dos bens móveis que guarnecem a residência se limita aqueles
que sejam essenciais à sobrevivência digna e que não excedam à necessidade comum do padrão de vida médio.
Caso o imóvel de família seja locado, serão impenhoráveis os bens móveis que guarneçam a residência, feitas as
ressalvas indicadas no item anterior.
Caso o devedor tenha diversos bens imóveis, a impenhorabilidade recairá sobre o imóvel de menor valor,
independentemente de ser este a residência da família ou não. Esta regra só não se aplicará nos casos em que o
imóvel de valor maior tenha sido devidamente registrado em cartório como bem de família.
Por fim, a úl�ma importante ressalva está na execução promovida por empregado domés�co: o executado em
uma ação trabalhista que verse sobre direito dos domés�cos não pode invocar a exceção do bem de família.
 
07 – DAS DEFESAS DO DEVEDOR
 
07.1 – DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO
Os embargos à execução, medida processual prevista no ar�go 884, da CLT, podem ser definidos como uma
espécie de obstáculos ou impedimentos que o devedor procura opor à execução que corre contra si.
Como apontado acima, a CLT tem disposição específica sobre o tema
 
Art. 884 - Garan�da a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação. 
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo,
quitação ou prescrição da dívida.
§ 2º - Se na defesa �verem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do
Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das
provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de
liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo.
§ 4o Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as impugnações à liquidação apresentadas
pelos credores trabalhista e previdenciário.
§ 5o Considera-se inexigível o �tulo judicial fundado em lei ou ato norma�vo declarados
incons�tucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação �das por
incompa�veis com a Cons�tuição Federal.
§ 6o A exigência da garan�a ou penhora não se aplica às en�dades filantrópicas e/ou àqueles
que compõem ou compuseram a diretoria dessas ins�tuições.
Como se vê os embargos à execução são uma medida processual que deve ser u�lizada pelo devedor, no prazo
de 05 dias da garan�a da execução, que, como visto, pode ser feita por depósito judicial ou por penhora de
bens, sendo a garan�a, pois, requisito indispensável para a apresentação dos embargos.
Caso a garan�a de juízo tenha sido feita por meio da penhora, o termo inicial do prazo será a data da in�mação
da penhora, podendo, neste caso, ser aplicável o ar�go 841, do CPC, por força do ar�go 3º, inciso XVIII, da IN 39,
TST.
Importante destacar que, em princípio, a garan�a que possibilita a apresentação de embargos é a garan�a
integral da execução, exis�ndo porém, uma corrente muito forte na jurisprudência trabalhista de que se a
garan�a é somente parcial e não existem outros bens passiveis de execução, esta será suficiente para fazer o
prazo da medida processual começar a fluir, justamente porque o credor não pode ser prejudicado para
paralisação total da execução por ausência de bens do devedor que permitam o escoamento do lapso.
A Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista) inseriu ao ar�go 884, da CLT, o §6º, da CLT, excluindo a exigência da
garan�a para as en�dades filantrópicas e/ou os diretores destas ins�tuições.
Em princípio, a própria CLT, no ar�go 884, §1º, indica quais são as matérias passíveis de embargos à execução,
restringindo-as às alegações de cumprimento de decisão ou acordo, quitação da dívida ou alegação de
prescrição da dívida.
Este rol, porém, no entendimento pacífico da doutrina e da jurisprudência, que este rol é meramente
exemplifica�vo, podendo ser aplicados subsidiariamente os ar�gos 525, §1º e 917, ambos do CPC.
Também é possível alegar nos embargos à execução a inexigibilidade de �tulo judicial fundado em lei ou ato
norma�vo declarados incons�tucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação �das
por incompa�veis com a Cons�tuição Federal, nos termos do ar�go 884, §5º, da CLT.
Os embargos à execução serão apresentados ao juízo da execução e, nos termos do ar�go 918, do CPC, aplicado
subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do ar�go 3º, inciso XXII, da IN 39, TST, podem ser rejeitados
liminarmente nas hipóteses de intempes�vidade, indeferimento da pe�ção de embargos, improcedência liminar
e quando forem manifestamente protelatórios.
Caso não haja rejeição liminar, o embargado será in�mado para impugnar os embargos também no prazo de
cinco dias.
Os embargos à execução não têm, em princípio, o efeito de suspender a execução, mas pode o juiz do trabalho
concedê-lo quando o embargante apresentar fundamentos relevantes, que demonstre queo seguimento do
procedimento sem o julgamento dos embargos pode lhe gerar graves prejuízos e de di�cil reparação.
A competência para o julgamento dos embargos é do próprio juízo da execução, seja ele o juízo de 1º Grau,
sejam os tribunais nas hipóteses em que eles funcionem como os órgãos executores.
No entanto, na hipótese dos bens do executado não estarem no local onde tramita a execução, exigindo que
eventual penhora seja feita por meio de carta precatória, a competência seguirá as indicações do ar�go 20 da
Lei 6.830/80, que afirma que a interposição do embargos será no juízo deprecado, mas o julgamento será feito
pelo juízo deprecante.
A única exceção a esta regra ocorrente quando os embargos versarem sobre vícios ou irregularidades nos atos
do próprio juízo deprecado, situação em que o julgamento será feito pelo juízo deprecado.
Os embargos à execução comportam instrução processual, se necessário se fizer, inclusive com o arrolamento de
testemunhas e a realização de audiência, que deverá ser designada dentro de 5 dias, nos termos do ar�go 884,
§2º, da CLT e, encerrada a audiência, o processo irá à conclusão para proferimento de decisão, no prazo de 48
horas (ar�go 886, caput, da CLT).
Não havendo provas a serem produzidas, o juiz proferirá sua decisão dentro de 05 dias (ar�go 885, da CLT),
devendo as partes dela serem no�ficadas, por correio. (ar�go 886, §1º).
Obviamente que estando as partes representadas por advogados, serão elas in�madas, nas pessoas de seus
advogados, da decisão, cabendo, no prazo de 08 dias, agravo de pe�ção.
 
07.2 – IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO
Ao credor, para impugnar a execução, cabe uma medida processual denominada de impugnação à sentença de
liquidação, também prevista no próprio ar�go 884, da CLT e também no prazo de 05 dias da in�mação avisando
sobre a efe�vação da garan�a de juízo pelo devedor.
A impugnação é medida exclusiva do credor, que pode impugnar todos os atos pra�cados na execução até
aquele momento, inclusive os rela�vos aos cálculos e valores, CASO TENHA FEITO ISSO EM SEDE DE
LIQUIDAÇÃO, QUANDO E SE INTIMADO PARA TANTO (ar�go 879, §2º, da CLT.
Caso o credor apresente a impugnação, o devedor será in�mado para dela se manifestar no prazo de 05 dias,
seguindo-se, aqui, o rito dos embargos à execução.
Na hipótese de credor apresentar a impugnação e devedor apresentar embargos à execução, as medidas serão
decididas por meio de uma única sentença da qual caberá agravo de pe�ção, no prazo de 8 dias.
 
07.3 – EMBARGOS DE TERCEIRO
Os embargos de terceiro não têm previsão específica no Processo do Trabalho, mo�vo pelo qual u�liza-se o
ar�go 674, do CPC, de forma subsidiária.
Esta medida consiste em uma ação autônoma de natureza incidental que tem por finalidade descons�tuir
constrição judicial de bens pertencentes a terceiros que não tem relação com o processo e nem respondem pela
dívida.
Neste sen�do dispõe o ar�go 647, acima citado:
 
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição
sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompa�vel com o ato constri�vo,
poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação,
ressalvado o disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da
alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV - o credor com garan�a real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de
garan�a, caso não tenha sido in�mado, nos termos legais dos atos expropriatórios
respec�vos.
 
Uma observação importante que deve ser feita é que em relação aos sócios que foram incluídos na execução
por meio de incidente de desconsideração de personalidade jurídica, o TST tem entendimento predominante de
que devem eles lançar a mão de embargos à execução como meio de defesa e não embargos de terceiro.
Os sócios somente podem se u�lizar de embargos de terceiro enquanto não �verem sido incluídos no polo
passivo da demanda execu�va, nos termos do ar�go 674, §2º, III, do CPC.
Como apontado pelo §2º, do ar�go 674, do CPC, são legi�mados para a apresentação de embargos de terceiro
qualquer terceiro, estranho à execução e que nela não tenho sido oficialmente incluído no polo passivo e que
tenha sofrido constrição patrimonial.
O legi�mado passivo dos embargos é o sujeito a quem o ato de constrição aproveita.
Os embargos de terceiro podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não
transitada em julgado a sentença e, em fase de execução são cabíveis até 5 (cinco) dias depois da adjudicação,
da alienação por inicia�va par�cular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respec�va carta.
A competência para apreciação e julgamento dos embargos de terceiro é do juízo da execução, sendo eles
distribuídos por dependência à ação principal em que foi determinada a constrição do patrimônio do terceiro.
No caso de expedição de carta precatória para a constrição dos bens de terceiro, os embargos de terceiro serão
oferecidos no juízo deprecado e, via de regra por ele será julgado, com duas exceções: quando o juízo
deprecante �ver ordenado a constrição do bem ou quando a carta precatória já �ver sido devolvida.
Nos termos do ar�go 679, do CPC, uma vez apresentados os embargos de terceiro, eles poderão ser impugnados
no prazo de 15 dias, não provocando a medida, porém, a suspensão da execução, ao contrário do que
disciplinava o ar�go 1052, do CPC de 1973.
Nos embargos de terceiro também é possível a instrução probatória e caso sejam eles acolhidos, a constrição
judicial será cancelada e o bem retornará para a posse do terceiro.
Contra a sentença de embargos de terceiro, no Processo do Trabalho, também cabe agravo de pe�ção no prazo
de 08 dias
 
07.4 - AGRAVO DE PETIÇÃO
Agravo de pe�ção é o recurso apresentado contra as decisões dos juízes do trabalho proferidas em fase de
execução e, neste sen�do, como a Lei Trabalhista usa o termo genérico “das decisões do Juiz ou Presidente, nas
execuções”, é possível se entender que o apelo é cabível contra qualquer decisão do Juiz, na execução, após o
julgamento dos embargos do executado.
Previsto no ar�go 897, letra “a” e §§ 1º e 3º, da CLT, deve ser interposto no prazo de 8 dias, cabendo em geral,
das decisões dos juízes na execução, podendo ser abordados os mesmos pontos que foram objeto dos embargos
à execução, além de irregularidades no julgamento dos embargos, como o indeferimento de provas.
O Agravo de Pe�ção também poderá ser interposto contra outras decisões proferidas na fase executória para as
quais a lei não preveja expressamente outro recurso como, por exemplo, o Mandado de Segurança.
Da decisão que simplesmente homologa os cálculos de liquidação não cabe agravo de Pe�ção, que só é
interponível após apresentação e decisão dos Embargos à Execução.
Além dos pressupostos de admissibilidade genéricos já estudados, o Agravo de Pe�ção tem como requisito
fundamental e absolutamente indispensável a delimitação dos valores incontroversos e, da matéria, que deverá
ser efetuada em tópico específico (ar�go 897, §1º, da CLT)
Na delimitação dos valores, deverão ser transcritos todos os valores incorretos e as razões da impugnação.
Mesmo quando houver impugnação total do cálculo, deverão ser transcritos os valores impugnados e as razões.
A delimitação de valores tem o obje�vo de possibilitar o levantamento dos valores incontroversos, pelo
Exequente.
Como o Agravo de Pe�ção é cabível, geralmente, das sentenças que julgam os embargos à execução, a
impugnação à sentença de liquidação e os embargos de terceiro e todas estas medidas só são cabíveisapós a
garan�a de juízo, não há preparo exigido para interposição do recurso.
No entanto, o agravo de pe�ção é cabível, sem estar seguro o juízo, nas hipóteses em que o juiz considerar não
provada a liquidação ou quando trancar a execução, julgando-a ex�nta.
Quanto aos efeitos, como já estudado, a regra do art. 899 é a de que todos os recursos no Processo Trabalhista
têm efeito apenas devolu�vo.
Nada obstante, justamente em razão da delimitação do valor incontroverso, o agravo de pe�ção acaba tendo o
efeito de suspender a execução quanto à parte controver�da que é objeto do seu conteúdo, ficando, assim,
paralisada a execução quanto a este montante.
Ressalte-se, porém, que, a parte líquida, não devidamente impugnada, é exequível imediatamente após os
embargos, mesmo que, contra aquela parte, ou contra o todo, se tenha interposto o agravo.
O procedimento do Agravo de Pe�ção é exatamente igual ao procedimento do Recurso Ordinário, sendo ele
interposto no juiz que proferiu a decisão comba�da e julgado por uma das turmas do TRT, em trâmite
semelhante ao já estudado.
 
08 – DA EXPROPRIAÇÃO DE BENS
Esgotados os meios de impugnação da execução ou quedadas as partes inertes quando provocadas, seguir-se-á
a execução com a expropriação de bens, que, nos termos do ar�go 825, do CPC, consiste nos atos que o Estado
pra�ca, por intermédio do juiz com o fim de transferir, para outra pessoa, os bens penhorados do devedor, com
o obje�vo de sa�sfazer o direito do credor, consubstanciado em um �tulo execu�vo.
Basicamente, duas são as espécies de expropriação de bens: a adjudicação e a arrematação. No entanto, a
doutrina e a jurisprudência trabalhista também têm admi�do como formas de expropriação por alienação
inicia�va par�cular.
 
08.1 – ADJUDICAÇÃO
A ADJUDICAÇÃO é o ato processual pelo qual o próprio credor incorpora ao seu patrimônio o bem constrito que
será subme�do a hasta pública.
Está prevista no CPC, entre os ar�gos 876 e 878, com pacífica aplicação subsidiária no Processo do Trabalho.
Existe uma discussão na doutrina trabalhista sobre quem teria legi�midade para adjudicar, sendo que uma parte
dela entende que apenas o exequente teria permissão para tanto, já que o ar�go 888, §3º, da CLT é expresso ao
afirmar que “[...] § 3º Não havendo licitante, e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens
penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Presidente.” (destaque nosso)
Nada obstante, a outra parte da doutrina afirma que a aplicação subsidiária do ar�go 876, §5º, do CPC
suplementaria o ar�go 888, §3º, da CLT e permi�ria a adjudicação por outros sujeitos, como os credores
concorrentes, o cônjuge, companheiro, ascendentes ou descendentes do executado, entre outros.
Havendo, assim, mais de um pretendente à adjudicação (se o credor não �ver interesse, já que ele sempre tem a
preferência), ocorrerá, entre eles, uma licitação para ver quem oferece o maior lance. Em havendo igualdade de
ofertas, terão preferencia o cônjuge, companheiro, descendente ou ascendente do devedor, nesta ordem
obrigatória (ar�go 876, º6º, do CPC)
De todo modo, é fato que o direito de preferência na adjudicação é do credor e mesmo que arrematado o bem,
o credor tem preferência na adjudicação, desde que formule requerimento até antes da assinatura do auto de
arrematação. (ar�go 888, §1º, do CPC), mas somente será permi�da se o valor considerado para o bem não for
inferior ao valor da própria avaliação (ar�go 876, CPC).
Se o valor do crédito for inferior ao do bem (ou bens) adjudicado, o adjudicante depositará de imediato a
diferença. Por outro lado, se o valor do crédito for superior ao da adjudicação, a execução ainda prosseguirá
pelo saldo remanescente (ar�go 876, §4º, do CPC).
Uma vez requerida a adjudicação, o executado será in�mado do pedido, podendo ser impugnado o
requerimento por simples pe�ção, a ser apresentada no prazo de 5 dias, contados da data de cien�ficação do
devedor quanto ao acolhimento da adjudicação (ar�go 877, CPC). Após este prazo, será expedida carta de
adjudicação ou da ordem de entrega.
Neste sen�do, transcorrido o prazo de 5 dias, contado da úl�ma in�mação e decididas pendências, o juiz
ordenará a lavratura do auto de adjudicação, que será considerada perfeita e acabada com a assinatura do ato
pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão e pelo executado, se ele es�ver presente.
Após o aperfeiçoamento do ato, será expedida a carta e o mandado de imissão na posse, se se tratar de bem
imóvel ou a carta e a ordem de entrega, se se tratar de bem móvel, nos termos do ar�go 877, §1º, do CPC.
 
08.2 - ARREMATAÇÃO
A arrematação é a alienação do bem do executado pelo estado, realizado através de hasta pública.
Assim, a arrematação é o ato público de execução, que o Estado pra�ca por meio de um juiz, visando a transferir
ao patrimônio de outrem os bens penhorados do devedor, sem o consen�mento deste, e a propiciar, com o
produto pecuniário dessa transferência, a sa�sfação do direito do credor.
A arrematação, nos termos do ar�go 879, é feita por leilão judicial, que atualmente pode ser feito de forma
eletrônica ou presencial, havendo, porém, preferência da lei pelo ato pra�cado eletronicamente (ar�go 882,
CPC)
A CLT, em seu corpo, ainda faz referência à “praça” (ar�go 884, § 4º, da CLT), já que na lei processual anterior,
era a praça que era u�lizado para a venda de bens imóveis, sendo leilão reservado à venda de bens móveis, o
que faz com que a doutrina trabalhista entenda que ainda subsistem os dois �po de arrematação: por praça e
por leilão.
Assim, todo o ato concreto por meio do qual se torna possível a transferência coa�va do patrimônio do devedor
é denominado HASTA PÚBLICA dos bens, que engloba os �pos “praça” e “leilão”.
Nada obstante, no contexto trabalhista, o que define praça e leilão é o local onde é pra�cado o ato: a praça, é
presencialmente efe�vada no átrio do Fórum Trabalhista, por funcionário da secretaria, enquanto o leilão é feito
por leiloeiro, fora das dependências do fórum, INDEPENDENDO O TIPO DE BEM (SE MÓVEL OU IMÓVEL)
No Processo do Trabalho, a hasta pública é única, sendo o bem vendido pelo maior lance. No entanto, a CLT
admite a realização de outra praça na hipótese de não pagamento do lance ofertado pelo primeiro arrematante
(ar�go 888, §4º, da CLT).
Na prá�ca, os tribunais trabalhistas têm admi�do a hasta pública realizada por meio da internet, nos termos do
art. 882, CPC.
Como a CLT nada fala sobre os legi�mados para arrematar, o ar�go 890, do CPC é u�lizado de forma subsidiária,
permi�ndo a oferta do lance por todo aquele que es�ver na livre arrematação dos seus bens, com as exceções
ali elencadas:
 
Art. 890. Pode oferecer lance quem es�ver na livre administração de seus bens, com exceção:
I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes,
quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;
II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam
encarregados;
III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de
secretaria e dos demais servidores e auxiliares da jus�ça, em relação aos bens e direitos objeto
de alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que
servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados;
VI - dos advogados de qualquer das partes.
 
Nos termos do ar�go 888 da CLT, após DEZ DIAS da nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será
anunciada por edital na sede do juízo e publicada em jornal local, com a antecedência de 20 dias.
O edital DEVE, obrigatoriamente, conter os seguintes requisitos formais: descrição do bem, valor dos bens, lugar
onde es�verem os bens imóveis, autos em que o bem foi penhorado, dia, lugar e hora da hasta; existênciade
ônus ou pendência de julgamento de recurso, comunicação de que, se o bem não alcançar lanço superior à
importância da avaliação, o dia e hora (nos próximos 10 ou 20 dias), da alienação pelo maior lanço.
É obrigatória, também, a publicidade do ato, com a afixação de edital na sede do Juízo e publicação em jornal
local e que as partes sejam in�madas sobre a hasta na pessoa do advogado ou pessoalmente, se não houver
patrono cons�tuído nos autos.
Neste ponto específico, é importante se destacar que a CLT não prevê a necessidade de in�mação do executado
para a realização da hasta pública, de modo que a doutrina tem entendido pela aplicação subsidiária do ar�go
889, I, do CPC, que determina a in�mação do executado com antecedência mínima de 5 dias, para dar-lhe
ciência da alienação judicial.
No dia, hora e local mencionados no edital, os bens a serem expropriados serão anunciados, abrindo-se para os
lances dos licitantes.
O arrematante será o autor do maior lanço ofertado, ainda que inferior ao valor da avaliação (art. 888, §1º, da
CLT), devendo garan�-lo com o pagamento de 20% do valor em dinheiro, e com a complementação do restante
em até 24 horas da arrematação (art. 888, §4º, da CLT), salvo pronunciamento judicial diverso (art. 892, CPC/15)
Caso a complementação não seja feita dentro das 24 horas, o arrematante perderá o sinal e os bens retornarão
à hasta pública.
A CLT não trata sobre a questão da venda do bem por preço vil, que consiste na venda por peço irrisório ou
muito inferior ao da avaliação do mercado, exis�ndo uma parte da doutrina que entende que como a CLT não
es�pula o que é o preço vil, a arrematação pode se dar por qualquer valor
No entanto, para a parte da doutrina que entende que a execução deve ocorrer pelo menos gravoso para o
devedor, a limitação imposta no ar�go 891, do CPC é aplicável e, assim, o bem jamais poderá ser vendido por
preço vil, sendo este considerado como o inferior ao valor mínimo definido pelo juiz para a alienação ou valor
inferior a 50% do valor da avaliação (nos casos em que o juiz não �ver definido parâmetro mínimo).
Não havendo licitantes e não requerendo o exequente a adjudicação dos bens, eles poderão ser vendidos por
leiloeiro indicado pelo juiz, nos termos do ar�go 888, §3º, da CLT.
O ar�go 895, do CPC ainda traz a possibilidade do pagamento parcelado do lance, com aplicação subsidiária
autorizada pelo ar�go 3º, inciso XX, da IN 36, TST.
Nesta situação, na hipótese de um terceiro interessado querer arrematar o bem, poderá ele apresentar uma
proposta de parcelamento ao juízo por escrito, até o início da hasta pública, que é única. Esta proposta não pode
ter valor considerado vil e deve ofertar o pagamento de pelo menos 25% do valor do lance à vista e o restante
em 30 meses.
Ainda, a proposta deve apresentar, no caso de bens móveis, uma caução idônea; ou uma garan�a por hipoteca
quando se tratar de bens imóveis; bem como o prazo, a modalidade, o índice de correção a ser aplicado e as
condições de pagamento do saldo.
Caso haja inadimplemento ou atraso no pagamento de qualquer das parcelas, uma multa de 10% incidirá sobre
o montante vincendo.
A CLT não prevê os meios de impugnação da arrematação, mo�vo pelo qual aplica-se subsidiariamente o ar�go
902, §3º, do CPC, que prevê que a arrematação poderá ser ques�onada quando:
 
Art. 902
[...]
§ 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto,
ser:
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804 ;
III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
§ 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provocado em até 10 (dez) dias
após o aperfeiçoamento da arrematação.
 
Assim, a impugnação será feita por simples pe�ção, no prazo de 10 dias após o aperfeiçoamento da
arrematação. Ultrapassado este prazo, será expedida a carta de arrematação
 
08.3 – ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR
A alienação por inicia�va par�cular é aquela em que a venda do bem penhorado por ser realizada por inicia�va
do próprio exequente ou por intermédio do corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário,
nos termos do ar�go 880, do CPC.
A alienação por inicia�va par�cular somente pode ocorrer na ausência de adjudicação e surge como uma forma
de dar eficácia à alienação dos bens sem os custos e a demora do leilão judicial, não obstante ela seja um ato
controlado pelo juiz.
Na hipótese de ser o próprio exequente a alienar o bem, ele se encarrega de oferecer um bem no mercado e
conseguir um interessado para sua compra. Já no caso de ser feita por corretor credenciado, é ele o encarregado
de realizar a venda, dentro das condições fixadas pelo juiz.
Uma vez requerida ou até determinada de o�cio pelo juízo a alienação por inicia�va par�cular (o que vem sendo
admi�do no Processo do Trabalho), o juiz deverá fixar o prazo para que a alienação seja efe�vada, a forma de
publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garan�as e, se for o caso, a comissão de
corretagem.
Caso a alienação não seja feita no prazo es�pulado pelo juiz, a execução prossegue para a realização de leilão
judicial.
Por outro lado, realizada a alienação, esta será formalizada mediante termo nos autos, que deve contar com a
assinatura do juiz, do exequente, do adquirente do bem e do executado, se este es�ver presente.
Será ainda expedida carta de alienação e o respec�vo mandado de imissão na posse ou ordem de entrega do
bem.
 
09 – REMIÇÃO DA EXECUÇÃO
A remição da execução é o pagamento da dívida pelo executado e só será deferida se o executado oferecer
preço igual ao do valor da condenação, podendo ocorrer a qualquer tempo, desde que antes da adjudicação ou
da alienação dos bens (ar�go 826, CPC)
Além do pagamento do valor devido, para a remissão, o executado deve também cobrir todas as despesas
processuais.
 
10 – PAGAMENTO PARCELADO DO DÉBITO PELO EXECUTADO
O pagamento parcelado do débito está previsto no ar�go 916, do CPC e tem aplicação subsidiária ao Processo
do Trabalho por força do ar�go 3º, inciso XXI, da IN 39, do TST.
Para que o devedor possa ter direito ao pagamento parcelado da dívida, ele deve, no prazo de embargos à
execução, formular o requerimento:
Reconhecendo o crédito do exequente, o que implica em renúncia ao seu direito de embargar à execução
Depositando 30% do valor da execução, bem como custas, honorários e contribuições fiscais e
previdenciárias
Solicitar que o pagamento do remanescente seja feito em seis parcelas mensais, acrescidas de juros e
correção monetária.
Apresentada a proposta, o exequente deverá ser in�mado a se manifestar, devendo o juiz decidir sobre a
questão em 5 dias.
Importante destacar que enquanto o requerimento não for apreciado, o executado terá que depositar as
parcelas vincendas.
Caso o parcelamento seja deferido, os valores já depositados serão liberados ao credor, sendo suspensos todos
os demais atos execu�vos.
Nesta situação, caso o devedor não pague alguma parcela, as prestações abertas vencerão automa�camente,
sendo-lhe acrescida multa de 10%, bem como os atos execu�vos serão retomados.
Caso o parcelamento seja indeferido, o depósito será tomado como garan�a de juízo e os atos execu�vos terão
seguimento.
 
11 – DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Responsabilidade patrimonial consiste na susce�bilidade de um bem ou de todo um patrimônio a suportar os
efeitos da sanção execu�va.
Temos dois �pos de responsabilidade patrimonial: a ordinária, que cria uma confusão entre o devedor e seu
próprio patrimônio, sobre o qual ordinariamente recai a execução; e a terceiros ou secundária, que consistem
em situações em que a lei permite que a execução recaia sobre patrimônio de terceiro, mesmo que eles não
tenham assumido a posição de devedores ou sequer tenham sido partes na execução. (art. 790, CPC).
Vejamos as hipóteses de responsabilidade patrimonial secundária:
 
11.1 - Da Sucessão de EmpregadoresO Direito do Trabalho entende haver a sucessão de empregadores quando ocorre a transferência de �tularidade
de uma empresa ou estabelecimento com uma completa transmissão de crédito e dívidas trabalhistas, nos
termos dos ar�gos 10 e 448, da CLT, caracterizando uma verdadeira subs�tuição de uma pessoa por outra na
mesma relação jurídica
São requisitos para a caracterização da sucessão a transferência de unidade empresarial econômica de produção
de um �tular para outro e solução de con�nuidade dos contratos de trabalho, sendo exemplos desta situação
jurídica a fusão (união de duas ou mais sociedades para formação de uma terceira), incorporação (duas ou mais
sociedades são absorvidas por outra), cisão (uma companhia transfere parte do seu patrimônio para outra já
existente ou cons�tuída para esse fim).
Após a Lei 13.467/17, foi inserido na CLT o ar�go 448-A, que afirma que
 
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e
448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência.
 
Neste sen�do, uma vez caracterizada a sucessão de empregadores, o SUCESSOR SERÁ INTEGRALMENTE
RESPONSÁVEL pelas dívidas trabalhistas, ainda que anteriores a data da ocorrência da sucessão, sendo possível a
responsabilização solidária APENAS EM CASE DE FRAUDE.
Caberá, logicamente, ação de regresso do sucessor em face do sucedido, mas na esfera trabalhista apenas o
sucessor se torna automa�camente responsável pelas dívidas existentes, não tendo qualquer efeito cláusula
limitadora de períodos.
 
11.2 - Grupo Econômico
O ar�go 2º, §2º, da CLT afirma que existe a formação de grupo econômico quando diversas empresas, cada uma
com personalidade jurídica própria, es�verem sob a direção, controle ou administração de outra,
complementando o §3º do mesmo ar�go que para a caracterização do grupo deve haver a “...demonstração do
interesse integrado, a efe�va comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.”
As empresas integrantes de um grupo econômico serão responsáveis solidariamente pelas obrigações
decorrentes da relação de emprego, como expressamente indicado ao final do ar�go 2º, §2º, da CLT, não
havendo sequer necessidade de todas elas integrarem o polo passivo da demanda trabalhista.
 
11.3 - Sócio Re�rante
Após a edição da Lei 13.467/17, a CLT passou a contar com disposi�vo próprio que trata do sócio re�rante.
Neste sen�do, o ar�go 10-A afirma que:
 
Art. 10-A. O sócio re�rante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade rela�vas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de
preferência:
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
III - os sócios re�rantes.
Parágrafo único. O sócio re�rante responderá solidariamente com os demais quando ficar
comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.
 
Portanto, o sócio re�rante tem sua responsabilidade limitada às obrigações trabalhistas referentes às ações
ajuizadas até dois anos após a sua re�rada da sociedade, sendo este prazo contado apenas da AVERBAÇÃO DA
SAÍDA NO CONTRATO, sendo ainda, uma espécie de DEVEDOR SUBSIDIÁRIO, já que a execução só o a�nge se
esgotadas as tenta�vas de recebimento da empresa devedora e dos sócios atuais.
A exceção a esta regra se dá no caso de fraude, já que neste cenário, a responsabilidade do sócio re�rante é
solidária.
 
Exercício 1:
A decisão que indefere liminarmente o processamento de embargos à execução,
por intempestividade, comporta impugnação por meio de:
A)
Agravo de instrumento;
B)
Agravo de petição;
C)
Agravo regimental;
D)
Recurso ordinário.
E)
Mandado de Segurança. 
Exercício 2:
No processo do trabalho, a penhora on-line:
A)
Tem expressa previsão na CLT e pode ser usada apenas em favor do empregado;
B)
Não tem expressa previsão legal na CLT e pode ser usada em favor do empregado
ou do empregador;
C)
Não tem expressa previsão legal na CLT, mas só pode ser usada em favor do
empregado;
D)
Tem expressa previsão na CLT e pode ser usada em favor do empregado ou do
empregador.
E)
Não é medida processual cabível no processo do trabalho, mas somente aplicável
no processo civil.
Exercício 3:
Considere as seguintes assertivas a respeito dos Embargos à Execução:
I. Os Embargos à Execução poderão ser apresentados pelo executado no prazo de
cinco dias, cabendo ao exequente contrariá-los também no prazo de cinco dias.
II. Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o juiz designar
audiência para oitiva das testemunhas, a qual deverá realizar-se dentro de quinze
dias.
III. Considera-se inexigível o título judicial fundado em aplicação ou interpretação
tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.
IV. Julgar-se-ão em sentenças separadas os embargos e as impugnações à
liquidação apresentadas pelos credores trabalhistas e previdenciários.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho está correto o que se afirma
SOMENTE em:
A)
I e IV.
B)
I e III.
C)
II e IV.
D)
I, II e III.
E)
I, III e IV.
Exercício 4:
O Juiz de determinada Vara do Trabalho abriu vista às partes para se
manifestarem sobre o cálculo de liquidação. No momento oportuno, o executado
opôs embargos à execução impugnando os valores homologados. Manifestando-se
sobre os embargos, o exeqüente alegou que ficara preclusa a possibilidade de
impugnação, tendo em vista o silêncio do executado quando lhe fora aberta vista
do cálculo. Assinale a solução mais de acordo com a lei aplicável:
E)
nenhuma das alternativas anteriores.
D)
O Juiz, embora considerando preclusa a possibilidade de impugnação da sentença
de liquidação, houve por bem apreciar os embargos por economia processual,
dado, além de outros, o risco de nulidade.
C)
não existe preclusão em fase de execução, dado o resultado final atingir
diretamente o patrimônio do devedor;
B)
o Juiz considerou preclusa a possibilidade de impugnação porque, aberta vista do
cálculo ao exeqüente, seu silêncio importou concordância com o cálculo;
A)
o Juiz não considerou preclusa a possibilidade de impugnação porque somente
nos embargos à execução poderá o executado impugnar a sentença de liquidação;
Exercício 5:
Em relação ao mandado e à penhora, aponte a alternativa correta:
E)
As custas e juros de mora serão considerados quando da penhora de bens do
executado, sempre devidos a partir da data do fato que ensejou a reclamatória
D)
Caso o executado não garanta a execução mediante depósito, poderá nomear
bens à penhora observada a ordem preferencial estabelecida no artigo 835 do
CPC.
C)
O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução
mediante depósito da mesma, atualizada, sem acréscimo das despesas
processuais.
B)
Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e oito)
horas, não for encontrado, far-se-á a citação por oficial de justiça.
A)
Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir
notificação ao executado, para que cumpra a obrigação de fazer, de dar ou de não
fazer, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas
Exercício 6:
Em determinada reclamação trabalhista já em fase de execução de sentença, foi
desconsiderada a personalidade jurídica da empresa reclamada e penhorado bem
pertencente ao sócio. Nesse caso, e considerando quem a penhora ocorreu
ontem, o sócio deverá interpor:
E)
Embargos de Terceiro no prazo de dez dias
D)
Embargos de Terceiro no prazo de oito dias;
C)
Embargos à Execução;
B)
Embargos de Terceiro no prazo de cinco dias;
A)
Mandado de Segurança no prazo máximo de noventa dias da efetivação da
penhora;
Exercício 7:
Empregado e empregador celebraramacordo, nos autos da reclamação
trabalhista, obrigando-se o empregador a pagar R$ 100.000,00 (cem mil reais),
em 5 (cinco) parcelas iguais, mensais e sucessivas de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais), cada uma, com datas certas para os vencimentos. No acordo pactuaram,
também, multa de 40%, no caso de inadimplemento. Na data do vencimento da
1a parcela o empregador não efetua o pagamento. Em face do ex posto, assinale a
resposta correta:
A)
a execução far-se-á pelo valor da parcela insatisfeita com o acréscimo da multa
calculada sobre ela;
B)
a execução far-se-á pelo valor total, incluindo-se as parcelas vincendas e o valor
da multa;
C)
a execução far-se-á pelo valor das parcelas vencidas, até a data da expedição do
mandado, acrescida da multa calculada sobre estas parcelas;
D)
dar-se-á início à execução após o vencimento da última parcela do acordo
inadimplido;
E)
poderá o executado, mesmo após iniciativa da execução, depositar o valor das
prestações vencidas, acrescidas da multa e prosseguir com o parcelamento das
prestações futuras.
Exercício 8:
Verifica-se nos autos de uma ação trabalhista que a penhora incidira sobre o
direito de uso e gozo de linha telefônica, único bem restante de que lançou mão o
credor, quando já encerradas as atividades da empresa. Mesmo assim foram
interpostos embargos de terceiro que o juiz da execução rejeitou ao constatar que
aquela linha fora objeto de alienação ao tercei ro quando já ciente o empregador
do ato de constrição judicial. A sentença reconheceu validade a penhora:
A)
porque a alienação presumidamente se deu sem qualquer fraude à execução;
B)
porque o terceiro embargante estava de boa fé;
C)
a lei presume que toda penhora é válida porque emanada da autoridade
judiciária;
D)
porque a empresa já não operava e o terceiro es tava de boa fé;
E)
porque era o único bem restante do patrimônio do devedor que o alienara quando
ainda pendente a ação trabalhista.
Exercício 9:
Em execução de sentença de reclamação trabalhista, despacho de magistrado
determinou a realização de perícia contábil. A parte reclamante discordou da
decisão por meio de recurso cabível, tendo em vista a necessidade de celeridade
do processo para recebimento do crédito, indagando seu respectivo patrono da
necessidade de recorrer da decisão. O reclamante foi informado que, neste caso,
A)
não caberá agravo de petição, tendo em vista tratar- se de decisão interlocutória.
B)
caberá agravo de petição, no prazo de oito dias, em razão do despacho ter
ocorrido na execução de sentença trabalhista.
C)
caberá agravo de instrumento, no prazo de oito dias, tendo em vista tratar-se de
decisão interlocutória.
D)
caberá agravo de petição, no prazo de dez dias, em razão do despacho ter
ocorrido na execução de sentença trabalhista.
E)
caberá agravo de instrumento, no prazo de dez dias, tendo em vista tratar-se de
decisão interlocutória.
Exercício 10:
Em sede de impugnação à sentença de liquidação, o juiz julgou improcedente o
pedido, ocorrendo o mesmo em relação aos embargos à execução ajuizados pela
executada. A princípio, você, na qualidade de advogado(a) da executada,
entendeu por bem não apresentar recurso. Contudo, foi apresentado o recurso
cabível pelo exequente. Diante disso, assinale a afirmativa correta.
A)
A parte exequente interpôs agravo de petição, e a executada poderá interpor
agravo de petição na modalidade de recurso adesivo.
B)
Ambas as partes poderiam interpor agravo de petição na hipótese, porém não
mais existe essa possibilidade para a executada, pois esta não apresentou o
recurso no prazo próprio.
C)
A parte autora interpôs recurso de revista, e não resta recurso para a parte
executada.
D)
A parte autora apresentou recurso ordinário, e a executada poderá apresentar
agravo de petição.
E)
Nenhuma das afirmativas está correta
Exercício 11:
No que diz respeito às formas de expropriação, observe as proposições abaixo e
responda a alternativa que contenha proposituras corretas:
I. A adjudicação é uma das formas de pagamento do credor, e também um meio
de aquisição da propriedade.
II. A transferência da propriedade dos bens levados à praça poderá se dar contra
a vontade do devedor.
III. Pelo sistemática do Processo do Trabalho, a arrematação de bens por meio de
praça compreende somente os bens imóveis, que serão adquiridos pelo
exequente, quando regularmente processado o procedimento licitatório
IV. O credor somente pode requerer a adjudicação se houver praça e nela
comparecerem os licitantes.
V. A alienação por iniciativa particular somente pode ocorrer na ausência de
adjudicação e surge como uma forma de dar eficácia à alienação dos bens sem os
custos e a demora do leilão judicial
Está correta a alternativa:
A)
I, II e III.
B)
III, IV e V.
C)
II, IV e V.
D)
I, III e IV
E)
I, II e V
Exercício 12:
O juiz, em sede de execução trabalhista, intimou a parte para cumprir despacho,
determinando que o exequente desse seguimento à execução, indicando os meios
de
prosseguimento na execução, já que não foram encontrados bens no patrimônio
do réu. Com fundamento na legislação vigente, assinale a afirmativa correta:
A)
O processo ficará parado aguardando a manifestação do exequente por período
indefinido de tempo.
B)
A declaração de prescrição somente poderá ocorrer por requerimento da parte
contrária.
C)
A prescrição intercorrente ocorrerá após dois anos, se a parte não cumprir com o
comando judicial.
D)
O juiz deverá intimar novamente a parte, a fim de dar início ao curso do prazo
prescricional.
E)
Nenhuma das alternativas está correta.

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