Prévia do material em texto
Aula 1 Citoesqueleto Larissa do Amaral, turma 265 É uma rede de filamentos proteicos que se propagam pelo citoplasma da célula eucariótica. Imagem 1 Mostra uma célula fixada com microtúbulos destacados em verde, com distribuição radial, partindo de próximo ao núcleo. Em vermelho, podemos ver os filamentos intermediários. Composição Os três principais elementos presentes no citoesqueleto são os microtúbulos, filamentos intermediários e filamentos de actina. Microtúbulos São longos, ocos e rígidos, formados por dímeros de tubulina (α-tubulina e β-tubulina) organizados em 13 protofilamentos que formam a parede do cilindro. Eles se originam-se de uma região próxima ao núcleo chamada de Centro Organizador de Microtúbulos (MTOC), com o centrossomo sendo a estrutura principal. Funções: Fornecem suporte estrutural à célula. Atuam no transporte intracelular de vesículas e organelas. Participam na formação do fuso mitótico durante a divisão celular. Formam a base estrutural de cílios e flagelos, permitindo o movimento celular. Filamentos de Actina (Microfilamentos) São os elementos mais finos do citoesqueleto, formados por monômeros de actina que se polimerizam em polímeros helicoidais de duas cadeias. Os filamentos concentram-se abaixo da membrana plasmática, formando o córtex celular. Funções: Proporcionam sustentação à membrana plasmática. Participam na motilidade celular e na fagocitose de microrganismos. Envolvem-se na formação de estruturas como microvilosidades e lamelipódios. Características: Flexíveis, formando feixes lineares, redes bidimensionais e géis tridimensionais. Filamentos Intermediários Possuem tamanho intermediário entre microfilamentos e microtúbulos. São formados por proteínas fibrosas e alongadas, ao invés de proteínas globulares. Estendem-se do núcleo à periferia da célula, com uma concentração significativa abaixo do envelope nuclear, formando a lâmina nuclear. Funções: Proporcionam resistência mecânica e ajudam a manter a integridade estrutural das células. São especialmente abundantes em células sujeitas a tensão mecânica, como células epiteliais, neurônios e células musculares. Não participam do movimento celular. Características: Apolares, constituídos por uma família heterogênea de proteínas (como queratinas, vimentina, desmina). Imagem 2 Os filamentos intermediários, mostrados na coloração verde, se estendem por toda a célula. Há uma concentração significativa desses filamentos abaixo do envelope nuclear, onde formam a lâmina nuclear, proporcionando suporte estrutural à carioteca. Formação dos Filamentos Intermediários Estruturas poliméricas formadas pela associação organizada de proteínas fibrosas, com uma organização antiparalela dos dímeros ao longo dos protofilamentos e uma posterior associação lateral entre protofilamentos para formar o filamento intermediário completo. Imagem 3 Associação de Monômeros: Inicialmente, duas proteínas monoméricas se associam para formar um dímero. Esses dímeros são estruturalmente alongados e fibrosos. Formação de Tetrameros: Os dímeros subsequentemente se associam em uma orientação antiparalela para formar tetrameros. Aqui, dois dímeros se alinham lado a lado, com suas extremidades opostas conectadas. Formação de Protofilamentos: Os tetrameros de proteínas se organizam em protofilamentos. A organização dos tetrameros geralmente ocorre de forma paralela, com os monômeros adjacentes ao longo do protofilamento orientados na mesma direção. Associação Lateral: Vários protofilamentos se associam lateralmente para formar o filamento intermediário completo. Essa associação lateral entre os protofilamentos confere ao filamento intermediário sua estrutura de cordão. Resistência Mecânica: A organização em protofilamentos e a associação lateral proporcionam uma estrutura altamente resistente mecanicamente, adequada para suportar tensões e estresses celulares. Categorias de filamentos intermediários Os filamentos intermediários podem ser divididos em duas categorias principais com base na sua localização dentro da célula. Imagem 4 Os filamentos intermediários nucleares estão localizados abaixo do envelope nuclear (carioteca) e são responsáveis por fornecer suporte estrutural a essa membrana nuclear. Esses filamentos são encontrados em todas as células animais e desempenham um papel crucial na manutenção da forma e na integridade do núcleo celular. Os filamentos intermediários citoplasmáticos se organizam em famílias e são distribuídos de forma específica entre diferentes tipos celulares. Por exemplo, a queratina é encontrada em células epiteliais, os neurofilamentos estão presentes em neurônios, e a vimentina é comum em células musculares. Na ausência desses filamentos, a célula se torna mais vulnerável à ruptura sob tensões mecânicas, como trações causadas pelo crescimento de tecidos adjacentes. Os filamentos intermediários, ao limitarem o estiramento da célula, preservam sua estrutura e integridade, impedindo que ela se rompa facilmente. Assim, essas estruturas são essenciais para a estabilidade e a resistência das células frente a forças mecânicas externas. Mutação no gene da queratina Mutação no gene da queratina pode levar a condições como a epidermólise bolhosa simples, onde há um defeito do gene da queratina e a não expressão queratinas. Quando há ausência ou defeito na queratina, isso pode resultar no enfraquecimento da camada epidermal da pele, levando à formação de bolhas e à fragilidade da pele. Na micrografia de uma pele afetada, pode-se observar rupturas na camada basal da epiderme, devido à falta de suporte estrutural proporcionado pelas queratinas normais. Uma doença resultante de defeitos em proteínas que fazem parte da estrutura da lâmina nuclear, como a laminina, é chamada Síndrome de Hutchinson-Gilford Progeria (HGPS). Esta condição ocorre quando há um defeito no gene LMNA, que codifica a proteína lamina, uma componente crucial da lâmina nuclear. Quando a lamina não é expressa ou não funciona adequadamente, a criança envelhece prematuramente, perdendo dentes e cabelos, apresentando pele enrugada e frequentemente enfrentando problemas cardiovasculares na adolescência. Embora o mecanismo exato ainda não seja completamente descrito, a ausência ou defeito da lamina provoca a perda de estrutura do envelope nuclear, levando a processos inadequados de divisão celular e, também deve estar relacionado a uma diminuição na capacidade de reparo dos tecidos. QUESTÕES CITOESQUELETO (F) Os filamentos de actina são os mais rígidos entre os três elementos do citoesqueleto. (V) Os microtúbulos são filamentos longos e ocos formados por dímeros de tubulina. (F) Os filamentos intermediários estão presentes em todas as células animais e são essenciais para resistir a tensões mecânicas. (V) Os filamentos de actina se concentram abaixo da membrana plasmática, formando o córtex celular que dá suporte estrutural à célula. (F) A ausência de filamentos intermediários pode aumentar a resistência à tensão mecânica das células. (F) A Síndrome de Hutchinson-Gilford Progeria é causada por mutações nos genes que codificam proteínas do citoesqueleto. (V) Os filamentos intermediários são formados por polímeros helicoidais de duas cadeias de monômeros de actina. (V) Os microtúbulos organizam e mantêm a forma das células eucarióticas, além de participar no transporte intracelular. (F) A queratina é uma proteína associada à resistência mecânica das células e é encontrada principalmente em células nervosas. (F) Os filamentos intermediários nucleares estão presentes em todas as células animais e ajudam a preservar a integridade do envelope nuclear.