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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
XXXX
 
SEMINÁRIO VI - IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA JURÍDICA
Bauru
2024 
Questões
1.	A respeito do imposto de renda pessoa jurídica, responda às seguintes questões:
(a)	Quais as formas de apuração e de recolhimento do IRPJ determinados pelo legislador ordinário? Diferencie-as. 
	A luz do artigo 44[footnoteRef:1] do CTN, temos que a forma de apuração e recolhimento do IRPJ é determinado de acordo com regime tributário em que a pessoa jurídica se enquadra, assim, o IRPJ pode ser apurado e recolhido pelo lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado ou pelo sistema do simples nacional.  [1: O CTN define como será calculada a renda: Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.] 
	Cada uma dessas formas tem suas características específicas, métodos de cálculo e periodicidade de apuração e recolhimento. A seguir, diferencio cada uma dessas formas:
1. Lucro Real - Apuração:
· Periodicidade: Pode ser apurado anualmente ou trimestralmente.
· Base de Cálculo: O lucro líquido do período, ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação fiscal.
· Ajustes: Inclui ajustes como provisões, variações monetárias, receitas e despesas não operacionais.
Recolhimento:
	Mensal por Estimativa: As empresas podem optar por recolher o IRPJ mensalmente com base em estimativas de lucro. Neste caso, o valor pago é deduzido do total apurado ao final do período.
	Trimestral: Se apurado trimestralmente, o imposto é recolhido ao final de cada trimestre.
	Anual: Se apurado anualmente, as empresas devem recolher mensalmente com base em estimativas e fazer um ajuste no final do ano.
2. Lucro Presumido - Apuração:
· Periodicidade: Trimestral.
· Base de Cálculo: A receita bruta do trimestre é multiplicada por um percentual de presunção de lucro (8% para atividades industriais e comerciais, 32% para atividades de prestação de serviços, e outros percentuais específicos para outras atividades).
· Percentuais de Presunção: Variam conforme a atividade da empresa.
· Recolhimento:
	O IRPJ é recolhido trimestralmente, com base no lucro presumido calculado.3. Lucro Arbitrado - Apuração:
· Periodicidade: Trimestral.
· Base de Cálculo: Utilizado quando a empresa não mantém escrituração contábil adequada ou quando os livros contábeis são rejeitados pela fiscalização. O lucro é arbitrado pela autoridade fiscal com base em uma presunção sobre a receita bruta ou outra base.
· Método de Cálculo: A Receita Federal arbitra o lucro com base em percentuais sobre a receita bruta ou outra base de cálculo determinada.
· Recolhimento:
	Trimestral: O imposto é apurado e recolhido ao final de cada trimestre.
4. Simples Nacional - Apuração:
· Periodicidade: Mensal.
· Base de Cálculo: A receita bruta acumulada no mês.
· Sistema Simplificado: As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional recolhem o IRPJ de forma unificada junto com outros tributos federais, estaduais e municipais, através de uma guia única de recolhimento (DAS - Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
Recolhimento:
· Mensal: O IRPJ, junto com outros tributos, é recolhido mensalmente.
Diferenciação das Formas de Apuração
· Complexidade Contábil:
· Lucro Real: Requer contabilidade completa e detalhada, com ajustes e adições específicos.
· Lucro Presumido: Simplifica a apuração, usando percentuais fixos sobre a receita bruta.
· Lucro Arbitrado: Aplicado em situações excepcionais, com lucro determinado pela autoridade fiscal.
· Simples Nacional: Extrema simplificação, com apuração mensal baseada na receita bruta.
· Periodicidade:
· Lucro Real: Anual ou trimestral, com possibilidade de recolhimento mensal por estimativa.
· Lucro Presumido: Trimestral.
· Lucro Arbitrado: Trimestral.
· Simples Nacional: Mensal.
· Base de Cálculo:
· Lucro Real: Lucro líquido ajustado.
· Lucro Presumido: Receita bruta com percentuais de presunção.
· Lucro Arbitrado: Receita bruta ou outra base determinada pela fiscalização.
· Simples Nacional: Receita bruta acumulada mensalmente.
	No caso das alíquotas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) para empresas tributadas pelos regimes de lucro real, lucro presumido ou lucro arbitrado, a alíquota é de 15% sobre os resultados obtidos (base de cálculo).
	O IRPJ sobre o lucro real pode ser apurado tomando como base o lucro efetivamente obtido pela pessoa jurídica. Nesse regime, são considerados os valores reais que a empresa apresenta, aplicando-se uma alíquota de 15% sobre o faturamento. Ademais, caso o faturamento ultrapasse R$20.000,00 por mês, haverá um adicional de 10% sobre o valor excedente.
	No regime de lucro presumido, destinado a pessoas jurídicas de alto faturamento, as empresas não precisam apresentar a contabilidade de forma detalhada. O lucro tributado é determinado com base no faturamento obtido, enquadrando-se em um percentual que varia de 1,6% a 32% do faturamento. Sobre o valor presumido, aplica-se a alíquota de 15%.
	O IRPJ sobre o lucro arbitrado é apurado quando a pessoa jurídica não atende às condições necessárias na prestação de contas. Nesta modalidade, quem apura o valor do lucro é a autoridade tributária.
(b)	Quais os requisitos para a tributação pelo lucro presumido? 
1. Faturamento anual não superior a R$ 78 milhões.
2. Não ser instituição financeira, seguradora, ou empresas equiparadas.
3. Escolha do regime pela empresa, atendendo os critérios de atividade e receita bruta. O lucro é presumido conforme um percentual fixado por lei, variando de acordo com a atividade econômica​.
(c)	Em que circunstâncias há obrigatoriedade de tributação pelo lucro real? 
1. Empresas com receita total anual superior a R$ 78 milhões.
2. Instituições financeiras, corretoras de títulos, seguradoras, e entidades equiparadas.
3. Empresas que obtiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior.
4. Quando houver obrigatoriedade legal por práticas contábeis inadequadas ou outras irregularidades​
(d)	Há direito subjetivo do contribuinte ao arbitramento do lucro?
	O lucro arbitrado é uma maneira de calcular a base de imposto de renda, usada tanto pela autoridade tributária quanto pelo próprio contribuinte, especialmente quando este não cumpre as obrigações relacionadas ao lucro real ou presumido. As normas que regem esse processo incluem diversas leis, como as Leis nº 8.981/1995, 9.430/1996 e a IN RFB nº 1.700/2017, entre outras.
	Esse método pode ser aplicado pela autoridade fiscal em várias situações previstas na legislação ou pelo próprio contribuinte, desde que a receita bruta seja conhecida e as condições legais estejam presentes. Quando o lucro é arbitrado, a tributação é efetuada pelo pagamento do imposto devido no trimestre em que as condições para o arbitramento forem atendidas.
	Uma empresa que tenha seu lucro arbitrado em qualquer trimestre pode escolher a tributação com base no lucro presumido nos trimestres seguintes, desde que não esteja obrigada a apurar pelo lucro real. Mesmo com a tributação pelo lucro arbitrado, as empresas ainda precisam comprovar a origem de suas receitas e estão sujeitas a penalidades, já que o arbitramento não elimina as sanções aplicáveis.
	O arbitramento do lucro ocorre em casos como a falta de escrituração adequada, indícios de fraude ou quando o contribuinte não apresenta os documentos exigidos. O imposto é apurado trimestralmente e o lucro arbitrado é calculado aplicando percentuais sobre a receita bruta conhecida ou sobre bases fixadas na legislação fiscal, sendo esses percentuais os mesmos do lucro presumido, acrescidos de 20%.
	A receita bruta abrange o produto da venda de bens, o preço da prestação de serviços, resultados de operações de conta alheia e receitas da atividade principal da empresa, descontadas devoluções, descontos incondicionais, tributos incidentes e ajustes a valor presente. O ganho de capital é determinado pela diferençapositiva entre o valor da alienação e o valor contábil do ativo, seguindo regras específicas para ajustes e reavaliação.
	Portanto, o contribuinte não tem um direito absoluto ao arbitramento do lucro, mas pode optar por ele nas situações previstas pela legislação, desde que a receita bruta seja conhecida.
2.	Qual o conceito jurídico de permuta? Ela pode ser equiparada ao instituto da compra e venda? A permuta implica acréscimo patrimonial? Há incidência do imposto sobre a renda nas operações de permuta? Quais os impactos tributários sobre a operação de permuta trazidos pela Lei n. 12.973 de 2014? O regime de apuração (lucro real ou lucro presumido) influencia no tratamento tributário a ser dispensado às permutas imobiliárias para fins de incidência do IRPJ? (Vide Parecer COSIT/RFB nº 09/14, Parecer PGFN nº 454/92 e Anexo I).
	Permuta é um contrato pelo qual as partes trocam entre si bens ou direitos, sem envolver dinheiro, ou com o envolvimento de quantias que não constituem o preço principal. Diferente da compra e venda, onde um bem ou direito é transferido mediante o pagamento de um preço em dinheiro, a permuta envolve a troca de bens de natureza equivalente.
	Juridicamente, a permuta não é equiparada à compra e venda, embora tenha similaridades. Ambos são contratos translativos de propriedade. No entanto, a diferença principal reside na contraprestação: na permuta, a contraprestação é outro bem ou direito, enquanto na compra e venda é o dinheiro. Para fins fiscais, porém, a legislação pode equiparar a permuta à compra e venda, especialmente no que diz respeito à incidência tributária.
	A permuta, dependendo das circunstâncias, pode ou não implicar acréscimo patrimonial. Se a troca de bens ou direitos resulta em um valor maior do que o bem ou direito permutado, há um acréscimo patrimonial que pode ser tributável.
	Segundo a legislação tributária e conforme os pareceres da Receita Federal e da PGFN, a permuta pode resultar na incidência de imposto sobre a renda se resultar em ganho de capital. O Parecer COSIT/RFB nº 09/2014 esclarece que, nas operações de permuta de imóveis, há a incidência do IRPJ sobre a diferença entre o valor do imóvel recebido e o valor contábil do imóvel permutado.
	A Lei n. 12.973/2014 trouxe mudanças significativas na apuração do lucro real e presumido, afetando também as operações de permuta. Em relação à permuta, a lei esclareceu que:
· Para empresas que adotam o lucro presumido: A permuta é tratada como uma operação de venda para fins de determinação da receita bruta. O valor de mercado do bem ou direito recebido na permuta deve ser reconhecido como receita, sendo tributável pelo IRPJ.
· Para empresas que adotam o lucro real: A diferença entre o valor contábil do bem permutado e o valor de mercado do bem recebido deve ser reconhecida como ganho ou perda, sendo tributável.
	Para empresas no regime de lucro real, a permuta implica reconhecimento de ganho ou perda com base na diferença entre o valor contábil do bem permutado e o valor justo do bem recebido. Essa diferença será tributada pelo IRPJ e CSLL. Agora, para as empresas no regime de lucro presumido, a permuta é considerada como venda. O valor justo do bem recebido na permuta é incluído na receita bruta, sendo tributado pelo IRPJ com base no percentual presumido aplicado à receita bruta.
	Parecer COSIT/RFB nº 09/2014, estabelece que a permuta de imóveis entre pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido implica a tributação do valor justo do bem recebido como receita bruta. Já o parecer PGFN nº 454/92, confirma a incidência do IRPJ sobre o ganho de capital nas operações de permuta, considerando a diferença entre o valor de mercado do bem recebido e o valor contábil do bem permutado.
3.	Com relação à base de cálculo do IRPJ pergunta-se: 
(a)	“Entradas” e “ingressos” são sinônimos de “receita”? Que se entende por “receita”? A atualização monetária das aplicações financeiras pode ser entendida como uma receita? Justifique. 
	No contexto tributário e contábil, a definição de "receita" é essencial para a determinação da base de cálculo do IRPJ. Receita pode ser entendida como o valor bruto auferido por uma empresa na venda de bens ou na prestação de serviços, incluindo outras fontes de ganhos que aumentam o patrimônio da empresa. A receita é, portanto, um conceito mais restrito do que "entradas" ou "ingressos".
	"Entradas" e "ingressos" referem-se a qualquer fluxo de recursos que ingressa no caixa ou nas contas bancárias da empresa. Esses termos são mais amplos e podem incluir empréstimos, adiantamentos, reembolsos de despesas e outras entradas que não necessariamente configuram aumento do patrimônio da empresa.
	Nem todas as entradas ou ingressos representam receita. Por exemplo, um empréstimo bancário aumenta o caixa da empresa, mas não é considerado receita, pois gera uma obrigação de pagamento futuro. Da mesma forma, reembolsos de despesas não configuram receita, pois representam apenas a recuperação de valores gastos em nome de clientes.
	A atualização monetária das aplicações financeiras, como rendimentos de investimentos ou juros sobre capital próprio, é considerada receita, pois representa um acréscimo patrimonial. 
(b)	As despesas reembolsadas por clientes integram a receita bruta dos escritórios e empresas que trabalham com bens e direitos de terceiros (como escritórios de advocacia, contabilidade, empresas de cobrança etc.) que adotam o lucro presumido? Esses reembolsos podem ser tributados pelo IRPJ? (Vide anexos II e III). 
	Para escritórios de advocacia, contabilidade e empresas de cobrança que adotam o lucro presumido, as despesas reembolsadas por clientes devem sim integrar a receita bruta para fins de apuração do IRPJ. Apesar de o artigo 2º, §4º, da IN RFB nº 1.700/2017 mencionar que valores recebidos a título de reembolso de despesas incorridas em nome e por conta de terceiros não constituem receita bruta, essa interpretação não se aplica de forma generalizada a todos os reembolsos. No caso específico de escritórios de advocacia e similares, as decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) são claras ao afirmar que esses reembolsos devem compor a receita bruta.
	No Acórdão nº 1803-002.463, o CARF decidiu que os reembolsos de despesas ou custos integram a receita bruta, argumentando que a receita bruta é representada pelo valor total contratado, incluindo honorários e reembolsos. Essa decisão reflete o entendimento de que, para fins fiscais, todos os valores recebidos no exercício da atividade empresarial, mesmo aqueles inicialmente suportados em nome do cliente, compõem a base de cálculo do IRPJ.
	O STJ, no Recurso Especial nº 1.986.304/RS, também reforçou a incidência do IRPJ sobre todas as receitas financeiras, incluindo reembolsos de despesas, considerando-os como parte da receita bruta. O tribunal adotou uma interpretação ampla do conceito de receita bruta, que abrange qualquer valor recebido no curso das atividades empresariais. Excluir esses valores abriria precedentes para evasão fiscal e distorceria a real capacidade contributiva da empresa.
	Além disso, incluir os reembolsos na receita bruta está em conformidade com o princípio da capacidade contributiva, pois reflete a totalidade dos valores movimentados pela empresa. Excluir esses reembolsos poderia levar a uma menor tributação do que a efetivamente devida. Incluir os reembolsos também facilita a transparência e a rastreabilidade das operações financeiras da empresa, evitando a fragmentação das receitas e custos, e permitindo uma visão mais clara e precisa das finanças empresariais, tanto para fins fiscais quanto gerenciais.
	Portanto, apesar das disposições da IN RFB nº 1.700/2017, as decisões do CARF e do STJ, juntamente com os princípios fiscais e contábeis, sustentam que os valores reembolsados por clientes devem ser incluídos na receita bruta para fins de apuração do IRPJ. 
(c)	O art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.316/96 prevê a impossibilidade de dedução do valorcorrespondente à CSLL para efeito da determinação do lucro real, compondo, portanto, a base de cálculo do IRPJ. A inclusão desse valor se coaduna com o conceito constitucional de renda? A exigência legal de adição da CSLL, registrada como custo ou despesa ao lucro líquido, se afigura como hipótese de ficção jurídica apta a alterar o critério quantitativo da regra-matriz de incidência do IRPJ? Esta disposição legal viola algum princípio constitucional do imposto incidente sobre a renda? (Vide anexo IV).
	A inclusão do valor correspondente à CSLL na base de cálculo do IRPJ, conforme estabelecido pelo art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 9.316/96, está em conformidade com o conceito constitucional de renda. A Constituição Federal, em seu art. 153, III, define a competência da União para instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza, exigindo que a base de cálculo reflita a capacidade contributiva dos contribuintes.
	Segundo o parágrafo único do artigo 43 do CTN, a renda sujeita à tributação é a disponibilidade econômica ou jurídica de acréscimos patrimoniais. A inclusão da CSLL, registrada como custo ou despesa no lucro líquido, na base de cálculo do IRPJ, configura-se como uma ficção jurídica que ajusta a base tributável para refletir a real capacidade contributiva da empresa. Isso é necessário para que o imposto sobre a renda capture a totalidade dos acréscimos patrimoniais, garantindo que todas as formas de incremento sejam consideradas na base de cálculo.
	De acordo com a Constituição Federal, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza incide sobre a renda líquida da pessoa jurídica, que corresponde ao lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas em lei. A CSLL, ao não ser dedutível, mantém-se como uma adição ao lucro líquido, alinhando-se ao conceito de renda líquida sujeita à tributação pelo IRPJ.
	O Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 582.525, decidiu que o valor pago a título de CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte, mesmo quando utilizado para solver obrigação tributária. A disposição legal que proíbe a dedução da CSLL não viola os princípios constitucionais aplicáveis ao imposto sobre a renda. A inclusão da CSLL na base de cálculo do IRPJ não fere o princípio da capacidade contributiva previsto no Art. 145, §1º da Constituição. 	A CSLL é uma contribuição social que incide sobre o lucro líquido, representando a capacidade econômica da pessoa jurídica. A impossibilidade de sua dedução apenas ajusta a base de cálculo do IRPJ para refletir a totalidade da capacidade contributiva da empresa.
	Além disso, a vedação à dedução da CSLL está prevista em lei ordinária (Lei nº 9.316/96), cumprindo o princípio da legalidade tributária disposto no Art. 150, I da Constituição. O STF já afirmou que normas gerais sobre tributação não exigem a edição de lei complementar, sendo a lei ordinária suficiente para regular a matéria. A alteração na forma de cálculo do lucro real para incluir a CSLL na base de cálculo do IRPJ não viola o princípio da anterioridade, conforme os Arts. 150, III, a e 195, § 7º da Constituição, pois segue o rito previsto para a implementação de normas tributárias.
	A decisão do STF no RE 582.525 reforça que a não dedução da CSLL está em conformidade com os princípios da neutralidade fiscal e da não cumulatividade, garantindo que o valor total de tributos pagos reflita a real capacidade contributiva da empresa. 
	
4.	A legislação do imposto sobre a renda prescreve que a compensação dos prejuízos fiscais apurados é limitada à denominada trava de 30% (conforme artigo 261 do RIR/2018). Por outro lado, regula ainda a forma com que o direito à compensação subsiste, especialmente em face de eventos de cisão, incorporação ou fusão de sociedades (conforme artigos 584 e 585 do RIR/2018). Indaga-se: 
(a)	é cabível a denominada “incorporação reversa” ou “incorporação às avessas”, isto é, a operação em que figura como incorporadora a sociedade detentora de prejuízos fiscais, realizada justamente para que estes não se percam? 
	A incorporação reversa, também conhecida como "incorporação às avessas", é uma operação em que a sociedade detentora de prejuízos fiscais incorpora outra sociedade, visando principalmente a utilização dos prejuízos fiscais acumulados pela sociedade incorporadora.
	A legislação tributária brasileira, especialmente o artigo 261 do RIR/2018, estabelece a limitação de compensação dos prejuízos fiscais a 30% do lucro líquido ajustado de cada período. Além disso, os artigos 584 e 585 do RIR/2018 regulam a compensação dos prejuízos fiscais em eventos de cisão, incorporação ou fusão de sociedades, determinando que os prejuízos fiscais só podem ser compensados pela pessoa jurídica sucessora que continuar a exploração do mesmo ramo de atividade da sucedida.
	No contexto de uma incorporação reversa, onde a sociedade detentora de prejuízos fiscais incorpora outra empresa, o principal objetivo é justamente preservar a capacidade de compensação desses prejuízos, evitando que se percam. Do ponto de vista estritamente legal, não há proibição explícita para a realização de uma incorporação reversa desde que a operação atenda aos requisitos legais, incluindo a continuidade da exploração do mesmo ramo de atividade, conforme exigido pelo RIR/2018.
	No entanto, essa operação deve ser sustentada por um propósito econômico legítimo, além do aproveitamento de prejuízos fiscais. A falta de substância econômica e a caracterização da operação como um planejamento tributário abusivo podem levar à sua desconsideração pela Receita Federal.
(b)	trata-se de planejamento tributário lícito, ou seria, esse caso específico, hipótese de fraude ou simulação? Estaria essa operação proibida pelo parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional? Justifique suas respostas. (Vide anexos V, VI e VII).
	A denominada "incorporação reversa" ou "incorporação às avessas", em que a sociedade detentora de prejuízos fiscais atua como incorporadora, pode ser considerada um planejamento tributário lícito, desde que realizada com propósitos econômicos legítimos e não exclusivamente para o aproveitamento de prejuízos fiscais. A legislação do imposto sobre a renda, conforme o art. 261 do RIR/2018, limita a compensação de prejuízos fiscais a 30% do lucro real, e os artigos 584 e 585 do RIR/2018 regulam a continuidade do direito à compensação em eventos de cisão, incorporação ou fusão de sociedades.
	A jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), nos Acórdãos nº 107-07.596 e nº CSRF/01-05.413, decidiu que a "incorporação às avessas" não é proibida pelo ordenamento jurídico e não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva quando realizada entre empresas operativas que sempre estiveram sob controle comum, visando à busca de melhor eficiência operacional e não apenas à preservação de prejuízos fiscais. Esses acórdãos indicam que, mesmo havendo a intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, a operação é lícita se há um propósito econômico legítimo.
	Por outro lado, o parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional (CTN), introduzido pela Lei Complementar nº 104/2001, estabelece uma regra anti-dissimulação que permite a desconsideração de atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. No entanto, o Acórdão CARF nº 3401-005.228 esclarece que a aplicação dessa norma depende de regulamentação específica, que até o momento não foi editada, impossibilitando seu uso como fundamento para desconsiderar a incorporação reversa.
	Portanto, para que a "incorporação reversa" seja considerada um planejamento tributário lícito, é essencial que haja justificativa econômica real e documentada que demonstre benefícios operacionais além da preservação dos prejuízos fiscais. Operações desprovidas de substânciaeconômica e realizadas exclusivamente para elidir a tributação podem ser desconsideradas pela Receita Federal com base no princípio da vedação ao planejamento tributário abusivo. Assim, a operação não está proibida pelo parágrafo único do artigo 116 do CTN, desde que os motivos econômicos válidos estejam devidamente documentados, demonstrando que a finalidade da reorganização societária vai além do mero aproveitamento de prejuízos fiscais acumulados.
5.	A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN, dispondo que “na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto...”. 
	Indaga-se: o regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas e coligadas no exterior, nos moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014, está de acordo com o ordenamento jurídico? Considerar em sua resposta a manifestação do STF a respeito do tema na ADI 2.588. (Vide anexo VIII)
	A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN, estipulando que, no caso de receita ou rendimento provenientes do exterior, a lei determinará as condições e o momento em que esses valores serão considerados disponíveis para fins de incidência do imposto. A Lei 12.973/2014 implementou essa disposição ao estabelecer que os lucros auferidos por controladas e coligadas no exterior são tributáveis no Brasil na data do balanço em que foram apurados, independentemente de sua efetiva disponibilização no país.
	Esse regime de tributação em bases universais visa alinhar o Brasil às práticas internacionais, assegurando que a receita global das empresas brasileiras, incluindo os lucros de suas controladas e coligadas no exterior, seja tributada pelo fisco brasileiro. A intenção é evitar a evasão fiscal através da transferência de lucros para jurisdições com tributação favorecida e garantir que os lucros globais de uma empresa sejam tributados de forma justa.
	A constitucionalidade dessa abordagem foi analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2.588. A ADI questionou o artigo 74 da Medida Provisória 2.158-35/2001, que previa a tributação dos lucros auferidos por controladas e coligadas no exterior antes da efetiva distribuição desses lucros para a matriz no Brasil. O STF decidiu que a tributação dos lucros auferidos por controladas no exterior é constitucional, mas fez ressalvas quanto à forma e ao momento da incidência. O tribunal afirmou que a mera previsão contábil dos lucros não pode ser considerada disponibilidade jurídica para fins de incidência do imposto.
	Com base na decisão do STF na ADI 2.588 e na implementação da Lei 12.973/2014, podemos concluir que o regime de tributação em bases universais está de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, desde que observadas certas condições. A tributação deve respeitar o conceito de disponibilidade econômica e jurídica, significando que os lucros devem estar efetivamente disponíveis para o contribuinte. A Lei 12.973/2014 procurou abordar essa questão ao estabelecer critérios mais claros para a incidência do imposto sobre lucros no exterior.
	A legislação deve proporcionar previsibilidade e transparência aos contribuintes sobre quando e como os lucros no exterior serão tributados. A Lei 12.973/2014, ao incorporar o princípio da universalidade, visa evitar práticas abusivas de elisão fiscal e garantir a equidade na tributação de lucros globalmente auferidos. Além disso, a aplicação da Lei 12.973/2014 deve estar alinhada com a interpretação do STF, que reafirmou a constitucionalidade da tributação dos lucros de controladas no exterior, mas com ressalvas quanto à definição de disponibilidade econômica.
	Portanto, a Lei 12.973/2014 está em conformidade com o ordenamento jurídico brasileiro, especialmente quando interpretada à luz da manifestação do STF na ADI 2.588. A legislação atende ao princípio da tributação em bases universais, desde que a incidência do imposto respeite os critérios de disponibilidade econômica e jurídica estabelecidos pelo STF, garantindo assim a conformidade constitucional e a segurança jurídica para os contribuintes.
Anotações da Aula – IRPJ
Critério Material – Conceito construído a partir da constituição – acréscimo patrimonial
Critério da realização de rendimento – Já precisa estar incorporado ao meu rendimento (Ex: Ação na bolsa de valores- valor é variável)
Permuta – valor reconhecido pelo valor justo – Solução de consulta COSIT n° 166, de 28 de Maio de 2019
CTN: Art. 43.
· Disponibilidade Econômica (Dinheiro em caixa) x Jurídica (Direito sem aquisição em dinheiro)
Regime de caixa X regime de competência
Conceito de renda e os regimes com bases presumidas
· Para Holding que possuem Cnae/atividade de imobiliária, é interessante os imóveis ficarem no estoque da empresa, para que esses, em momento que forem vendidos como mercadorias, serem tributados a 8%. No caso dos imóveis que estão classificados como ativos, deverão ser tributados pela diferença do valor venal x valor de venda
Critério Temporal – Fato gerador instantâneo, continuado ou complexivo?
STF Súmula 584 - Revogado
RFB Ato declaratório n° 3/2016 
Compensação de prejuízos – Trava de 30%
Em caso de extinção da PJ – Ainda deverá ser mantida a trava de 30% e a PJ irá morrer com esse prejuízo
Critério Pessoal – Sujeito passivo
Estabelecimento permanente? Ex > Empresas que mandam material para o Brasil para construir e treinar pessoas e ficam dois anos aqui. 
Alguns países entendem como estabelecimento permanente e deveria ter incidência sobre essa situação. Aqui no Brasil não temos, somente no câmbio.
Base de cálculo – Lucro Real
Dedutibilidade de multas – Art. 352, § 5° RIPI/2018.
Dedutibilidade de atividades ilícitas 
A Redução de capital
Art. 22 – Lei 9249/95 (Contabilidade usa hoje o valor justo e nesse caso, não poderíamos utilizar esse dispositivo)
Lucros de controladas e coligadas no exterior – Lei 9249/1995 (Art. 25)
Lei 9532/1997 (Art. 1°)
MP 2158-35/01 – Art. 74°
MEP (IN 213/02)
Julgamento STF ADI 2588/DF – Razões
Lei 12973/14 –
Disponibilização com o pagamento X disponibilização fácta
Lei 9430/96 –
 Preços de transferência entre empresas vinculadas
Preço das aquisições de importação e exportação. – Preço deveria ser o preço a ser utilizado caso a operação não fosse entre empresas vinculadas.
Métodos OCDE – Transacionais x Não transacionais
MP – 1152/22 (Aprovada no governo atual) – Uniformizar as regras de preço de transferência entre o Brasil e as regras do OCDE.
Lei 14596/23 – ECF de 2025 a validade. Válida para 2024 
· Delineamento da transação
Lei nº 12.249 – Subcapitalização
Arbitramento no IRPJ – Parâmetros para arbitramento
Não se aceita alteração do arbitramento após o lançamento, como por exemplo a apresentação de documentos que não foram apresentados anteriormente.
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