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1- Identificar os fatores que levam a prematuridade (tempo de prematuridade) FONTE: Artigo “Parto Pretermo – Rotina assistenciais da maternidade escola da Universidade F. do RJ” É parto pré-termo (PPT) = antes de 37 semanas e é dividido em: · Prematuridade extrema, < 28 semanas (5%). · Prematuridade grave, 28-30 semanas (15%). · Prematuridade moderada, 31-33 semanas (20%). · Prematuridade quase-termo, 34-36 semanas (60%). FATORES DE RISCO História reprodutiva de PPT. Hemorragia anteparto, rotura prematura das membranas, anomalias uterinas Fatores fetais/intrauterinos: anomalias fetais Infecção: corioamnionite, bacteriúria, vaginose bacteriana. Fatores demográficos: baixo-nível socioeconômico e educacional, etnicidade (em países desenvolvidos), idade materna 35 anos. Hábitos de vida: tabagismo, uso de drogas ilícitas, estresse, abuso físico. Assistência pré-natal deficiente, baixo peso pré-gravídico e ganho de peso inadequado na gravidez. Os diagnósticos mais frequentemente associados ao parto pretermo indicado são as desordens hipertensivas, hemorragia e sofrimento fetal agudo e crônico (CIUR). PREDIÇÃO Após um parto pretermo, as oportunidades de repeti-lo chegam a 20 Atualmente existem três grandes marcadores de parto pretermo: Vaginose bacteriana – existem evidências de aumento significativo do risco de parto pretermo nas portadoras de vaginose bacteriana assintomática. Medida do comprimento do colo uterino o O comprimento do colo na população obstétrica geral é relativamente estável nos 2 primeiros trimestres da gravidez. o Em mulheres assintomáticas, com 24 semanas de gestação, o comprimento cervical < 25 mm (avaliado sempre pela ultrassonografia transvaginal) define o risco aumentado de parto pretermo; quanto mais curto o colo, maior o risco. O comprimento do colo pode discriminar entre as mulheres que não estão em verdadeiro trabalho de parto e aquelas com risco pronunciado de parto pretermo. Quando o comprimento do colo for > 30 mm a probabilidade de parto na semana subsequente é de apenas 1%. Fibronectina fetal o É marcador bioquímico de parto pretermo – glicoproteína presente na secreção cervicovaginal, marcadora de disrupção coriodecidual. o Tipicamente a fibronectina está ausente da secreção vaginal de 24 semanas até o termo; todavia, 3 4% das mulheres com fibronectina positiva (> ou = 50 ng/ml), no rastreamento de 24-26 semanas, apresentam risco elevado de parto pretermo. Em virtude de seu alto custo, não é utilizado na prática clínica Artigo: Fatores de risco maternos mais prevalentes relacionados à ocorrência de partos prematuros: revisão de literatura. TOXOPLASMOSE Os Taquizoítos cruzam a placenta pela circulação fetal e causam necrose dos cotilédones fetais, prejudicando a nutrição do feto. RUBÉOLA Acometem as vilosidades coriônicas e comprometem a placenta prejudicando o aporte sanguíneo do feto. CITOMEGALOVÍRUS Não permite que as células progenitoras do trofoblasto se desenvolvam, causando hipóxia e restrição do crescimento fetal. HERPES VÍRUS Causa prematuridade e passa para o feto SÍFILIS As espiroquetas do Troponema passam pelas camadas coriônicas do saco amniótico, causando infecção placentária e diminui o fluxo sanguíneo. 2- Explicar placenta prévia Fonte: Livro Willians, obstetrícia No latim, prévia significa ir antes e nesse sentido a placenta entra no canal de parto antes do feto. Nesse caso a placenta está implantada do segmento uterino inferior, próximo ao orifício cervical interno onde passaria o bebê. Migração da placenta: Esse termo foi utilizado para descrever o movimento da placenta quando ela se afasta do orifício interno, entre tanto esse termo “migração” não está completamente correto porque a invasão decidual ancora as vilosidades coriônicas no orifício cervical. Sanderson e Milton estudaram em 1991, 4300 mulheres no meio da gestação e demonstrou que: 12% tiveram placenta com implantação baixa e entre essas, placentas que não cobriam os orifícios internos, a placenta PREVIA não persistiu, nem tiveram hemorragia. 40% das placentas que cobriam o orifício cervical continuaram com a PP até o fim da gestação. Este estudo mostrou que placentas que LOCALIZAM PRÓXIMAS, MAS não cobrem o orifício cervical interno até o início do TERCEIRO TRIMESTRE (NOVE MESES), provavelmente não vão persistir na forma de PP. Porém um estudo por Bohrer e colaboradores de 2012 demonstraram que as placentas com implantação baixa no segundo trimestre estavam associadas a internação hospitalar antes da época de parto e hemorragia. CLASSIFICAÇÃO: Segundo o INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE quando classificamos em PLACENTA PREVIA: O orifício interno está coberto parcial ou totalmente pela placenta sendo subdividido em PPP (placenta previa parcial) ou PPT (placenta previa total). PLACENTA COM IMPLANTAÇÃO BAIXA ou PLACENTA PREVIA MARGINAL: É uma implantação da placenta no segmento inferior do útero de forma que não cobre o orifício interno, mas está localizada no máximo a 2cm. Alguns casos vão depender da dilatação cervical no momento da avaliação, por exemplo uma PLACENTA COM IMPLANTAÇÃO BAIXA se tiver uma dilatação de 2cm pode se tornar uma placenta previa parcial e assim por diante. Dessa forma, no momento da avaliação na tentativa de estimar as relações alternantes, pode ocorrer uma hemorragaia grave. Com qualquer grau de placenta prévia, vai ocorrer uma DPP (descolamento prematuro de placenta) quando houver uma dilatação cervical, levando a uma hemorragia. VASA PREVIA pode ocorrer em alguns casos de placenta previa. FATORES DE RISCO: IDADE: Aumenta o risco: Mulheres com mais ou iguais a 35 anos MULTIPARIDADE: Principalmente com mais de 5 gestações TABAGISMO: Hipoxemia causada pelo monóxido de carbono causa hipertrofia placentária e está associado a vasculopatia decidual. UMA OU MAIS CESÁREAS: ALFACETOPROTEÍNA NO SORO MATERNO: Quando está elevada por razões desconhecidas REPRODUÇÃO ASSISTIDA: Por todo a questão envolvida, por serem mulheres mais velhas principalmente, gestação múltipla, por causa da fertilização IN VITRO. MANIFESTAÇÕES: Sangramento indolor, ocorrendo sem sinais premonitórios DIAGNÓSTICO: Sempre que houver sangramento uterino depois do meio da gestação sempre deve-se considerar placenta previa ou DPP. ULTRASSONOGRAFIA TRANSABDOMINAL OU PALPAÇÃO (a palpação não deve ser feita a menos que se planeje realizar o parto) pois mesmo o exame mais delicado pode causar hemorragia. PARA A ultrassonografia a mulher deve estar de bexiga vazia para não dar falsos resultados. 3- Analisar os resultados dos exames (USG e cardiotocografia); Artigo: Artigo: Cardiotocografia anteparto, anteparo Febrasgo n81-2018 A ULTRASSONOGRAFIA é um exame de imagem formada através de sons é um método muito utilizado para acompanhar pré-natal e para avaliar estruturas moles do corpo humano. Cada vez que o feixe sonoro encontra no seu caminho interfaces acústicas, isto é, alterações na densidade ou elasticidade do meio, uma fração (em geral pequena) da energia sonora é refletida ou espalhada. Isso pode acontecer nas paredes de um órgão ou mesmo ao longo de um tecido com estrutura heterogênea. A cardiotocogra a (CTG), também conhecida como monitorização fetal eletrônica, é um método não invasivo de monitorização dos batimentos cardíacos fetais, cujo objetivo primário é a avaliação da vitalidade do concepto (oxigenação) e consiste no registro gráfico simultâneo da FCF, dos movimentos fetais e das contrações uterinas.(1,4) Ela é classificada em anteparto (ou basal) e intraparto. A Cardiotocografia acompanha os batimentos fetais e no momento do parto também é utilizado para monitorar esses batimentos. É uma ferramenta de extrema importância para verificar se há algo de errado com o feto. VANTAGENS: Facilidade de realização, baixo custo, boa aceitação, ou seja, não é invasivo. TÉCNICA: Um transdutor é acoplado ao ventre materno, sobre o dorso fetal, para captação dos batimentos cardíacos fetais. Um segundo dispositivo é posicionado próximo ao fundouterino para registrar a atividade contrátil miometrial. Esses sinais são transmitidos a um monitor que gera registro gráfico da FCF e das contrações uterinas. Recomendações para a realização do exame 1. Colocar a gestante em decúbito lateral, posição semideitada (de semi-Fowler = 30º - 35º), em posição de Fowler (45º) ou sentada.(1) 2. Evitar período prévio de jejum prolongado.(1) 3. Duração média da avaliação: 10 minutos, embora seja exigido tempo adicional de até 30 minutos para que uma anormalida de seja atestada. No caso de dúvidas em relação à interpretação do traçado, aumentar o tempo de observação. 4. Avaliar todos os parâmetros da CTG (FCF basal – linha de base, oscilações da frequência cardíaca fetal – variabilidade da FCF, acelerações e desacelerações da FCF). 5. Utilizar estimulação vibroacústica caso acelerações ausentes. 6. Classificar a CTG – conduzir de acordo com a categoria do exame, gravidade e estabilidade do quadro clínico materno, e a idade gestacional. • A administração de glicose à mãe e o uso de manipulação fetal não diminuemos resultados anormais à CTG anteparto, não havendo indicações para tais práticas.(6) 6 Protocolos Febrasgo | Nº81 | 2018 Oliveira CA, Sá RA • A estimulação vibroacústica (buzina adaptada ao ventre ma terno, próximo ao polo cefálico do concepto – pressão sonora: 110 a 120 db; frequência sonora: 500 a 1.000 Hz, duração: 1-3 segundos, podendo ser repetido até 3 vezes). Parâmetros avaliados na Cardiotocografia • Frequência cardíaca fetal basal (FCF) – linha de base. • Oscilações da frequência cardíaca fetal – variabilidade da FCF. • Acelerações da frequência cardíaca fetal. • Desacelerações da frequência cardíaca fetal. 4 - Identificar os parâmetros utilizados para classificar o RN - capurro e balardi Segundo o artigo “Método de Capurro: como forma de avaliar IG em recém-nascidos: um relato de experiência” A escala é um método prático e não invasivo de avaliar o RN logo quando nasce, de forma física, a fim de atingir um ESCORE, onde através deste escore a equipe médica vai traçar um plano individualizado para cada neonato. Este método é utilizado principalmente quando a mãe não sabe a data da sua última menstruação e nem realizou nenhuma ultrassonografia precoce (14 semanas) para estimar a IG do feto. O método DUM (data da última menstruação) e a USG são métodos mais precisos para obter a IG. O método é dividido em duas etapas: A primeira é (Método de Capurro Somático) que são avaliados 5 fatores como: 1) Textura da pele 2) Pregas plantares 3) Glândulas mamárias 4) Formação do mamilo 5) Formação da orelha O segundo método é estimar a IG com o método somático e neurológico: 1) Textura da pele 2) Pregas plantares 3) Glândulas mamárias 4) Formação da orelha 5) Sinal do xale 6) Posição da cabeça ao levantar o RN P = x + 240/7 · Textura da pele Fina, gelatinosa (0 pontos) Fina, lisa (5 pontos) Lisa, com leve descamação superficial (10 pontos) Grossa, com sulcos superficiais, mas descamação nas regiões palmares (15 pontos) · Pregas plantares Ausentes (0 pontos) Marcas mal definidas na metade anterior das plantas (5 pontos) Marcas bem definidas sobre a metade anterior e sulcos no terço anterior (10 pontos) Sulcos na metade anterior da planta (15 pontos) Sulcos em mais da metade anterior da planta (20 pontos) · Glândulas mamárias Não palpável (0 pontos) Palpável menor do 5 mm (5 pontos) Entre 5mm e 10 mm (10 pontos) Maior que 10 mm (15 pontos) · Formação do mamilo Apenas visível, sem aréola (0 pontos) Mamilo bem definido, aréola lisa e diâmetro menor que 7,5 mm (5 pontos) Mamilo bem definido, aréola pontilhada, bordo levantado, diâmetro menor que 7,5 mm (10 pontos) Mamilo bem definido, aréola pontilhada, bordo levantado, diâmetro maior que 7,5 mm (15 pontos) · Formação da orelha Chata, disforme, pavilhão não encurvado (0 pontos) Pavilhão facilmente encurvado no bordo (8 pontos) Pavilhão parcialmente encurvado em todo o bordo superior (16 pontos) Pavilhão totalmente encurvado (24 pontos) · Sinal do xale Cotovelo alcança a linha axilar anterior do lado oposto (0 pontos) Cotovelo situado entre a linha axilar anterior do lado oposto e a linha média (6 pontos) Cotovelo situado entre a linha média e a linha axilar anterior do mesmo lado (8 pontos) Cotovelo situado no nível da linha média (12 pontos) · Posição da cabeça ao levantar o RN Cabeça totalmente deflexionada, ângulo toráxico 270° (0 pontos) Ângulo cérvico-toráxico entre 180° e 270° (4 pontos) Ângulo cérvico-toráxico igual a 180° (8 pontos) Ângulo cérvico-toráxico menor que 180° (12 pontos) Já o método de NEW BALLARD é um método mais confiável para avaliar um RN prematuro porque possui um número maior de avaliação das características neurológicas. Além disso, deve ser feito em até 96 horas após o nascimento do bebê prematuro. Avalia-se 6 parametros neurológicos e 6 parametros físicos 4- Apresentar o tratamento na UTIN e o metodo canguru. Artigo: Da disseminação à implantação do método canguru em Santa Catarina A prematuridade é um problema de saúde pública. Nascem por ano cerca de 15 milhões de bebês pré-termos no mundo, sendo que o Brasil ocupa a 10ª posição entre os países com maiores taxas de nascimento prematuro. Os desafios no atendimento a estes bebês de risco estão relacionados com o peso do nascimento, idade gestacional e tempo de internação, o que pode configurar risco para o estabelecimento do vínculo familiar e ainda influenciar nas taxas de aleitamento materno, além de configurar risco para possíveis sequelas relacionadas à prematuridade. O Método Canguru (MC) é uma tecnologia leve, segura, que deve ser priorizada no cuidado ao Recém-Nascido Pré-termo de baixo peso em comparação aos Cuidados Neonatais convencionais4, permitindo que bebês menores sobrevivam e melhorem sua qualidade de vida3. No Brasil, o MC está organizado, enquanto política pública de saúde, a partir do lançamento da “Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru. O método é realizado em três etapas com ações integradas de cuidados relacionados à humanização, a inclusão dos pais durante o processo de internação, bem como cuidados para o desenvolvimento neurocomportamental do bebê. O Cuidado Canguru imediato, aquele que é realizado continuamente logo após o nascimento, melhorou a sobrevida neonatal em 25%, quando comparado com a iniciação deste cuidado apenas após a estabilização3. É importante ponderar, no entanto, que estudos internacionais avaliam o contato pele a pele como Cuidado Canguru. Segundo o Ministério da Saúde O Método Canguru – Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – é uma estratégia que busca reverter esta realidade. A iniciativa, que integra a Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso, busca melhorar a qualidade da atenção prestada à gestante, ao recém-nascido e sua família, promovendo, a partir de uma abordagem humanizada e segura, o contato pele a pele (posição canguru) precoce entre a mãe/pai e o bebê, de forma gradual e progressiva, favorecendo vínculo afetivo, estabilidade térmica, estímulo à amamentação e o desenvolvimento do bebê. Benefícios do Método Canguru · Menor tempo de internação do bebê; · Oxigenação adequada; · Aumento da temperatura do corpo e estabilidade; · Menos episódios de apneia – paradas respiratórias durante o sono; · Diminuição do choro; · Aumento do aleitamento materno; · Aumento do vínculo pai-mãe-bebê-família; · Diminuição do tempo de separação pai-mãe-bebê-família; · Melhor relacionamento família/equipe; · Estimulação sensorial positiva; · Diminuição de infecção hospitalar; · Controle e alívio da dor; · Acolhimento ao bebê e sua família; · Respeito às individualidades; · Promoção do contato pele a pele precoce. CASO O BEBÊ PRECISE FICAR INTERNADO, É DIREITO DOS PAIS TEREM LIVRE ACESSO A ELE. 24H POR DIA, MESMO QUE ESTE ESTEJA EM CTIN A Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde (CGSCAM/MS) coordena todo o processo de implantação, implementação eavaliação do Método Canguru no âmbito nacional. Acompanha e avalia o processo em nível estadual, elabora e disponibiliza material de capacitação e forma tutores que servirão de multiplicadores do método. image1.png image2.png image3.jpeg image4.jpeg