Prévia do material em texto
Histórico e de�nições em qualidade Prof. Marcello Romani-Dias Prof. Marcus Brauer Descrição Importância da gestão de qualidade nas empresas. Conceitos e definições de qualidade. Histórico da qualidade. Eras da qualidade. Considerações sobre a qualidade total. Abordagem dos gurus da qualidade. Propósito Apresentar a qualidade em seus aspectos mais importantes, desde a evolução histórica dessa abordagem nas organizações até os gurus e suas principais definições sobre o tema. Objetivos Módulo 1 Conceitos e descrições sobre qualidade Módulo 2 A evolução histórica da qualidade em empresas Definir os principais conceitos e as descrições sobre qualidade. Reconhecer a evolução histórica e as eras da qualidade em empresas. Módulo 3 Gurus da qualidade e suas contribuições para as organizações Reconhecer os gurus da qualidade e suas contribuições para as organizações. Introdução A gestão da qualidade é um processo essencial em todas as organizações que procuram a sustentabilidade de suas atividades e a otimização de seus recursos. Para compreender a importância desse tema, é necessária uma visão concreta dos seus conceitos e da evolução de estudos teóricos e práticos. A preocupação com a qualidade de bens e/ou serviços não é algo tão recente. Estudos mostram que atividades de inspeção e preocupação com a qualidade existem desde o período medieval. Entretanto, foi a partir da década de 1930 que a qualidade despertou a atenção de pesquisadores do mundo inteiro com a aplicação de métodos e análises de qualidade dentro de indústrias nos EUA e no Japão. Essa preocupação adquiriu grande proporção devido às transformações tecnológicas da nossa era, ou seja, pelo surgimento da internet, pela velocidade com que as informações geram um novo conhecimento, e, principalmente, pela substituição de mão de obra e produtos. Diante de tal cenário, a qualidade passa a se mostrar essencial para determinados tipos de produtos, sendo um diferencial competitivo em relação às demandas do mercado. Diante da importância de buscarmos qualidade em nosso mercado de ação, tanto em nível individual quanto no nível das organizações, abordaremos neste conteúdo o histórico das principais definições para a gestão da qualidade, pois elas são fundamentais para nossa atuação e nosso sucesso nos mercados contemporâneos. 1 - Conceitos e descrições sobre qualidade Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir os principais conceitos e as descrições sobre qualidade. Palavras iniciais O que é qualidade? Qual é sua importância? Neste vídeo, faremos uma breve abordagem sobre a importância da qualidade para as empresas, item fundamental para a conquista dos clientes. Afinal, por que é importante se preocupar com a gestão da qualidade nas empresas? O mundo moderno vem sendo alvo de diversas transformações e adaptações econômicas e sociais, o que nos leva a entender por que as empresas precisam estar frequentemente atentas às necessidades da sociedade. Isso envolve compreender o padrão de qualidade exigido pelos mais variados públicos. A melhoria da qualidade se caracteriza pelo foco no aperfeiçoamento contínuo de um serviço ou bem. Para garantir essa constante melhoria, é preciso que uma organização tenha os recursos e os treinamentos necessários para se adequar aos padrões exigidos nacionalmente - e, em determinados casos, internacionalmente. No Brasil, a preocupação com qualidade teve um avanço considerável a partir dos anos 1990, fato que foi incentivado pela abertura do comércio internacional. Organizações e governos passaram a entender os padrões exigidos internacionalmente e realizaram adaptações para a realidade do país. Essa abertura econômica foi determinante para que os empresários pudessem avaliar as barreiras e vantagens de exportações e importações e garantir o avanço da economia nacional. Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a preocupação com a qualidade passa por todas as etapas do negócio, desde a administração, a escolha da matéria-prima e a seleção de colaboradores qualificados até métodos de produção com o mínimo desperdício. O SEBRAE entende que essa preocupação não deve ser apenas das grandes corporações, mas também dos pequenos e médios empresários. Os estudos recentes dessa organização também mostram que grande parte das empresas fundadas no país não ultrapassa a marca de um ano de funcionamento. Será que a preocupação com a qualidade pode ajudar a diminuir o número daquelas cuja duração é breve? Para responder a essa questão, precisamos nos aprofundar no conceito e nas características da qualidade. Principais conceitos e de�nições Em relação à preocupação com a qualidade de maneira estruturada e científica, os primeiros questionamentos surgiram com W.A. Shewhart, estatístico norte- americano que, na década de 1920, já estudava e analisava a variação da qualidade encontrada nos produtos. Esse esforço desencadeou diversos questionamentos sobre o tema e fez aumentar o interesse de pesquisadores e empresários do mundo inteiro. Existem realmente diversos conceitos apresentados por diferentes teóricos sobre a definição de qualidade. Não é tarefa simples, portanto, estabelecer um conceito para a palavra “qualidade”, já que se trata de um termo de domínio público, utilizado em muitos contextos e diversas situações. Veremos adiante algumas abordagens mais frequentes. De maneira objetiva, um dos conceitos mais difundido no Brasil é que “a qualidade visa atender e superar as expectativas implícitas e explícitas do cliente, com o objetivo de �delização à organização”. Esse conceito corrobora o de Joseph Juran, que define qualidade como adequação ao uso ou ao propósito, ou seja, com foco no consumidor final. Se ela é um tema dinâmico que se transforma ao longo dos anos de acordo com o momento histórico em que se desenvolvem as organizações, seus princípios clássicos, porém, se mantêm sólidos com o passar dos anos. 1982 Para Deming (1982), a qualidade precisa ser tratada com muita atenção nos detalhes - em especial, por parte de quem avalia e trabalha diretamente na produção. Nosso objetivo aqui é compreender os principais conceitos utilizados na área para explicar o que é a qualidade. Podemos considerar que não há um termo único, e sim diversas considerações de autores, as quais precisam ser levadas em conta por uma organização preocupada com o impacto da qualidade interna e externa. Saiba mais Com base no que vimos, procure um produto ou serviço de seu interesse e investigue como a empresa fornecedora se posiciona em relação às garantias da 1990 Seguindo os principais autores sobre qualidade no mundo, Taguchi (1990) cria uma nova terminologia chamada “engenharia da qualidade”. Para o autor, existe uma relação direta entre o preço e a qualidade de um bem ou serviço: “[O] preço representa para o consumidor uma perda na hora da compra, e a baixa qualidade representa uma perda adicional para ele durante o uso do produto. Um dos objetivos da engenharia da qualidade deve ser a redução da perda total para o consumidor.” Nesse sentido, identificamos que o preço é um novo elemento para a análise da qualidade, ou seja, ele faz parte dos requisitos, os quais, de maneira geral, o consumidor utiliza ao avaliar as vantagens de adquirir um novo bem ou serviço. 1992 Na visão de Crosby (1992), a qualidade “depende de uma predefinição correta dos requisitos que devem ser atendidos para a produção do bem ou a prestação do serviço”, sendo, assim, “perfeitamente mensurável”. qualidade oferecidas. Utilize o site oficial da organização, compare-a com a concorrência e analise principalmente quão transparente é a empresa no que diz respeito à concepção do bem ou serviço. Utilize também a avaliação de outros clientes e busque encontrar a que oferece o melhor bem/serviço sobre o preço praticado. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos?Questão 1 Nos últimos anos, diversos autores exploraram o que é a qualidade nas organizações. Sendo assim, podemos considerar que não há um conceito único sobre ela, e sim diversas contribuições, as quais devem ser consideradas ao nos preocuparmos com o impacto da qualidade no desenvolvimento das organizações. Com base nas informações vistas até aqui, a qualidade nas empresas precisa: Parabéns! A alternativa C está correta. As empresas precisam pensar cada vez mais na qualidade de seus produtos e serviços como um posicionamento estratégico perante o cliente. Diversos A atender às expectativas dos gestores e empresários. B ser o foco apenas de grandes corporações. C atender e superar as expectativas implícitas e explícitas do cliente. D apenas identificar falhas nos serviços e produtos. E ser o foco apenas de pequenas corporações. autores assinalam que o consumidor final é o principal alvo. Desse modo, o foco deve estar na qualidade de entrega e na fidelização dos clientes de maneira sustentável. Questão 2 Um dos conceitos sobre a qualidade se destaca por se preocupar com a relação de perda do consumidor. Taguchi, que é seu criador, indica que as organizações precisam estudar formas de evitar que o consumidor se sinta prejudicado ao adquirir um produto ou serviço, principalmente em relação ao preço ofertado. Esse conceito é chamado de: Parabéns! A alternativa B está correta. Taguchi estabelece uma relação direta entre o preço e a qualidade de um produto ou serviço, além de indicar claramente que as organizações precisam se preocupar em minimizar as perdas dos consumidores. A otimização da qualidade. B engenharia da qualidade. C produção de qualidade. D qualidade produtiva. E qualidade projetada. 2 - A evolução histórica da qualidade em empresas Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a evolução histórica e as eras da qualidade em empresas. Linha do tempo da qualidade Breve histórico Vamos apresentar um breve histórico sobe como a qualidade foi incorporada nas atividades e no dia a dia das organizações. Um dos fatores mais importantes para essa preocupação foi a evolução da administração em geral. Com o crescimento do ambiente socioeconômico, as empresas incorporaram práticas para diminuição dos custos e aumento da rentabilidade. Dessa forma, também foi possível elevar a quantidade e a variedade de produtos e serviços com foco na conquista e na fidelidade de mais consumidores. A importância da produtividade, portanto, foi identificada. 1920 A década de 1920 ficou marcada pela observação de Walter A. Shewhart sobre a qualidade. Ele identificou a frequente variabilidade na produção de bens e serviços, sendo responsável pela criação do controle estatístico de processos (CEP), sistema que permitiu avaliar as variações entre os produtos entregues. Japanese Union of Scientists and Engineers – JUSE Outro marco importante para o desenvolvimento da qualidade ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, período em que o Japão sofreu grandes abalos devido à derrota e às bombas atômicas. Por isso, o país precisava retomar rapidamente a infraestrutura para sua reconstrução. W. Edwards Deming foi convidado pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE) para trabalhar com os empresários, ensinando e apresentando um processo estruturado de gestão de qualidade. Japanese Union of Scientists and Engineers União Japonesa de Cientistas e Engenheiros, a JUSE foi criada em maio de 1946 pela Agência de Ciência e Tecnologia do Governo do Japão. O objetivo dessa iniciativa era lidar com o rápido avanço da tecnologia e o desenvolvimento da sociedade. Ichiro Ishikawa foi um dos fundadores da JUSE. Na mesma época, Joseph Juran, que integrou a equipe que atuou no Japão no período do pós-guerra, contribuiu significativamente no pensamento japonês sobre os sistemas de qualidade. Essa integração foi essencial para estabelecer a visão da qualidade sob a ótica do consumidor. Um bom exemplo é a empresa Japonesa Toyota, que saiu na frente trabalhando com os processos de qualidade total de seus produtos. Nas últimas décadas do século XX, verifica-se que as práticas da qualidade total continuam sendo executadas nas empresas ao redor do mundo. Atualmente, os princípios e as práticas adotados que visam à melhoria da qualidade vão além dos setores industriais tradicionais, já que atuam em novos serviços de modelos de negócios inovadores e na Administração Pública. A empresa norte-americana Apple também destaca-se pela busca constante na melhoria da qualidade em seus produtos. Saiba mais Dentro da atual discussão sobre qualidade total, destaca-se a metodologia do Lean Six Sigma. O termo “six sigma” tem origem no sigma, um símbolo que, em qualidade, significa uma medida de variabilidade utilizada para calcular erros de um processo. Em muitas organizações, quer dizer simplesmente uma medida de qualidade que busca quase a perfeição. Além de ser chamado de Six Sigma, ele pode ter um nome genérico ou personalizado para a organização, como “excelência operacional”, “zero defeitos” ou “perfeição do cliente”. Atualmente, entende-se que as novas práticas voltadas para a qualidade buscam cada vez mais a sustentabilidade nas empresas, incorporando o conceito de qualidade de forma mais ampla e integrando a ele outros conceitos complementares dentro da abrangência organizacional, como, por exemplo, meio ambiente, saúde ocupacional e responsabilidade social. Com essa breve apresentação sobre a história da qualidade, já entendemos a sua importância no desenvolvimento das organizações. A partir de agora, podemos estudar, de maneira mais detalhada, as chamadas “eras da qualidade”. Dica Busque sempre identificar um problema com precisão. Diversos teóricos apontam que boa parte dos gestores gasta muitas horas de trabalho para resolver questões que sequer se aproximam do problema central de uma empresa. Encontre a causa central de um problema: desse modo, você vai aumentar exponencialmente as chances e a velocidade de solução. Converse com outros colaboradores e esteja engajado com outros departamentos. Dessa forma, a empresa pode usufruir dos esforços já realizados no passado juntamente com soluções inovadoras. Eras da qualidade O movimento da qualidade passou, ao longo dos anos, por diferentes eras. Cada etapa possui sua concepção (existente na época) relacionada à realidade empresarial, às ferramentas existentes e às exigências mercadológicas. Houve, portanto, as seguintes eras: Da inspeção Do controle estatístico da qualidade Da garantia da qualidade Da qualidade total Atualmente, a preocupação com a qualidade está em todas as atividades realizadas ao longo do processo. No entanto, isso nem sempre foi assim. A figura abaixo ilustra as eras da inspeção até a qualidade total: Gestão da qualidade - de Deming ao modelo de excelência da EFQM. Inspeção do produto No início do século XIX, as atividades produtivas eram artesanais e individuais, sem um sistema de produção avançado. A partir da produção em massa, foi necessário, com a industrialização, adotar um sistema baseado em inspeções. As inspeções eram realizadas para identificar, por meio de medições, se as características essenciais do produto foram alcançadas, ou seja, se a qualidade se mantinha a cada produção. Estamos falando, portanto, de uma inspeção do produto depois de pronto. Note que, nessa fase, a orientação é direcionada ao processo interno da empresa. Se o produto não estivesse de acordo com o padrão, a equipe o descartaria. Era preciso lidar ainda com a insatisfação do consumidor. Controle estatístico da qualidade Para começar, vamos analisar a seguinte questão: no início dos trabalhos nas fábricas, como era possível inspecionar todos os seus produtos? A partir da década de 1930, outras áreas foram integradas à gestão da qualidade. Além disso, desenvolvimentos significativos começaram a acontecer. Entre eles, destaca-se otrabalho pioneiro de pesquisadores nos EUA para resolver problemas referentes à qualidade dos produtos da Bell Telephone. Esse grupo era composto por: Walter A. Shewhart; Harold Dodge; Harry Romig; W. Edwards Deming; Joseph Juran. Com esse avanço estatístico, identificou-se, durante a Segunda Guerra Mundial, que era impraticável inspecionar todos os produtos de uma fábrica. Nasce então a técnica da amostragem, que possui grande aceitação nos EUA. Com essa nova concepção, florescia a ideia de que qualidade é o ato de prevenir falhas, enfatizando o controle de modo a analisar as causas dos defeitos. Resumindo Hoje em dia, a ideia de amostragem é, para nós, bastante simples, já que consiste em selecionar uma amostra da produção para fazer inferências sobre a qualidade da produção como um todo. Mas isso nem sempre foi assim. A verdade é que, nessa época, a técnica da amostragem foi uma verdadeira revolução! Garantia da qualidade Um dos focos na garantia da qualidade foi a quantificação dos custos da qualidade. Era importante conhecer os custos obtidos quando a qualidade desejada não era alcançada. Em relação ao produto, esses custos são de: Produção Comercialização Devolução Reposição Dessa forma, seria possível quantificar a vantagem de ter um produto com qualidade. Uma das ferramentas mais importantes nessa fase foram as técnicas de confiabilidade. Elas tinham como objetivo evitar falhas do produto ao longo de sua vida útil. Para isso, utilizavam-se técnicas estatísticas. O programa foi inspirado nos trabalhos de Philip Crosby, cuja abordagem filosófica era “fazer certo na primeira vez”. Qualidade total Como a ideia de qualidade total evoluiu? O conceito se desenvovleu a partir dos estudos de vários gurus. Entre eles, Deming, Juran, Crosby, Feigenbaum e Ishikawa. Com a entrada dos produtos japoneses, muitos empresários precisaram rever o enfoque da qualidade. Percebeu-se que seria necessário realinhar as políticas de recursos humanos, dando mais importância ao colaborador, bem como reavaliar as práticas administrativas. Outro ponto importante é que a qualidade deveria ser uma filosofia de gestão, fazendo parte da estratégia das empresas. A orientação voltou-se para a melhoria contínua com ênfase em pessoal, processos e planejamento, o que acaba por englobar a organização como um todo. Buscou-se, com isso, tornar a voz do consumidor efetiva e operacional. Saiba mais A certificação ISO8402 é uma das certificações que trata da gestão da qualidade nas empresas. A ISO8402 define gestão da qualidade total como a abordagem gerencial de uma organização centrada na qualidade e baseada na participação de todos os seus membros, buscando sucesso de longo prazo por meio da satisfação de seus clientes e beneficiando todos os membros da organização e a sociedade. Outros importantes “ISOS” que abordam a qualidade são os de número 9001, 14001 e, mais recentemente, 45001. Para saber mais sobre as certificações de qualidade, visite o site da ISO (sigla para International Organization for Standardization). Esse curso tem o seguinte objetivo: “[F]ornecer aos participantes o conhecimento a respeito dos conceitos, de�nições, requisitos, técnicas e práticas envolvidas no planejamento e condução de auditorias de 1ª, 2ª e 3ª partes de um sistema de gestão da qualidade da ISO 9001, em conformidade com as normas ISO 19011 e ISO 17021”. Observando esse contexto, vamos analisar agora as empresas que são referências de qualidade no Brasil e no mundo. Petrobras A Petrobras está presente em 19 países de diversos continentes, administrando a exploração de óleo e gás dessas áreas. Por meio de joint ventures e demais parcerias, nossas unidades incorporam o mais avançado em tecnologia, mantendo-se referência mundial no setor energético. Fonte: Petrobras. BMW Um dos símbolos da indústria alemã, a empresa nasceu em 7 de março de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, como "Fábrica Bávara de Aviões" (em alemão, Bayerische Flugzeugwerke). Atualmente, a companhia fabrica os carros de luxo e as motos da marca, além dos caríssimos Rolls-Royce e dos elegantes Mini. Com 30 fábricas em 14 países, ela emprega cerca de 116.000 funcionários. Em 2014, seu volume de negócios ficou na casa dos 80 bilhões de euros. EMBRAER A Embraer nasceu de um sonho: o de transformar o Brasil em um país com a mais alta tecnologia. A partir de sonhos e desafios, a Embraer se tornou uma das maiores companhias de jatos comerciais do mundo. Pensando além do impossível e abraçando cada oportunidade desde 1969 até os dias de hoje, construímos o inimaginável nos mundos da aviação comercial, executiva, defesa e de segurança. Mas qual é a relação entre o tempo e a qualidade? Tempo X qualidade Quando falamos em qualidade, nem sempre nos lembramos de uma questão muito importante: o fator tempo. Para uma empresa ou para a vida de um colaborador, não há nada mais valioso que ele. Por isso, sugerimos a você os seguintes passos: Faça um teste de planejamento de horário semanal com horários preestabelecidos para cada atividade matinal, vespertina e noturna. Verifique os horários mais ociosos e adeque seu tempo para lazer e descanso criativo. A qualidade dos nossos estudos e do rendimento do trabalho está diretamente ligada à organização de nossos esforços mentais e físicos. Adote um planejamento adequado à sua rotina, trazendo mais qualidade e resultados positivos nas áreas pessoal e profissional. Normas ISO e certi�cações da gestão da qualidade Passo 1 Passo 2 Passo 3 Para reforçar seu aprendizado, faremos neste vídeo uma breve abordagem sobre as normas ISO e as certificações da gestão da qualidade nas empresas. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 No início do século XX, o objetivo da gestão de qualidade era garantir a uniformidade e manter a qualidade dos produtos e serviços. Desse modo, as organizações tiveram como foco principal a preocupação com os: Parabéns! A alternativa C está correta. A fornecedores B colaboradores C produtos D clientes E funcionários Em um primeiro momento, o foco era apenas o produto, analisando-se internamente os seus benefícios e vantagens (custos etc.). Posteriormente, ele passou para o consumidor final (cliente). Questão 2 Em relação à evolução do conceito de qualidade, uma das abordagens mais significativas para a compreensão do tema foram as “eras da qualidade”: inspeção, controle estatístico da qualidade, garantia da qualidade e qualidade total. A respeito desse tópico, assinale a afirmativa incorreta. Parabéns! A alternativa A está correta. A Na era da garantia da qualidade, foram introduzidas as análises estatísticas. B Na era da qualidade total, o foco foi a melhoria contínua com ênfase em pessoal, processos e planejamento - enfim, em toda a organização. C Na era de inspeção, os produtos era avaliados ao serem finalizados. D Na era do controle estatístico da qualidade, identificou-se que era impraticável inspecionar todos os produtos de uma fábrica. E Na era de garantia da qualidade, houve o foco na quantificação dos custos da qualidade. A questão com a afirmativa incorreta afirma que as análises estatísticas foram aplicadas na era da inspeção, mas na verdade foram na era do controle estatístico de qualidade. 3 - Gurus da qualidade e suas contribuições para as organizações Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os gurus da qualidade e suas contribuições para as organizações. Gurus da qualidade Como já entendemos o conceito de qualidade e realizamos uma breve revisão histórica, podemos estudar, de maneira mais detalhada, as principais contribuições que os gurus da qualidade nos deram por meio de suas ideias e aplicações práticas. William Edwards Deming (1900-1993) William Edwards Deming nasceu em Sioux City, no estado do Iowa (EUA), e se formou em engenharia elétrica pela Universidade do Wyoming,com PhD pela Universidade de Yale. Estudioso de métodos estatísticos e suas aplicações, passou a empregá-los a partir de metade do século XX. Com Deming, surge a primeira corrente em busca da qualidade. A maior aplicação de seus métodos ocorreu na indústria japonesa. Por isso, ele foi considerado um dos responsáveis por seu ressurgimento. William Edwards Deming (1900-1993). O método permitia identificar quando seria necessário intervir no processo para atingir o que havia sido especificado pelo consumidor. Para Deming: Não existe um sistema único estruturado para a condução da qualidade. A responsabilidade pela implantação dos pontos é atribuída aos gestores da empresa. Para a implantação da qualidade dentro da empresa, é de primordial importância o conhecimento dos chamados pontos, isto é, os 14 princípios estabelecidos por Deming para a qualidade. Deming estabeleceu um conjunto de 14 princípios que serviu de base para o estabelecimento de um processo de qualidade: Princípio 1 M lh i tí d b i b Melhoria contínua de bens e serviços com base na elaboração de um plano para tornar o negócio mais competitivo. Princípio 2 Adoção de uma filosofia de trabalho moderna, não aceitando a convivência com atrasos, erros, materiais defeituosos e mão de obra inadequada. Princípio 3 Eliminação da dependência da inspeção em massa: o foco deve ser a garantia da qualidade do processo. Princípio 4 Consideração da qualidade ao selecionar fornecedores de bens e serviços. Princípio 5 Antecipação às consequências da falta da qualidade por meio da identificação de problemas e de suas causas. Princípio 6 E t b l i t d ét d t li d d t i t Estabelecimento de métodos atualizados de treinamento no trabalho. Princípio 7 Introdução de métodos de supervisão e criação de condições para realização adequada do trabalho. Princípio 8 Criação de um clima de confiança e respeito mútuo, afastando o medo. Princípio 9 Eliminação das barreiras entre departamentos e conhecimento das necessidades dos clientes. Princípio 10 Eliminação de metas numéricas, cartazes e rótulos que solicitam maiores níveis de produtividade para os trabalhadores sem indicar métodos ou ideias para atingi-los. O estabelecimento das metas deve ter uma clara indicação de como elas podem ser atingidas. Princípio 11 P d õ d t b lh i i t t ã d Para Deming, a qualidade é definida conforme as exigências e as necessidades do consumidor. Como ambas estão em permanente mudança, as especificações de qualidade precisam ser alteradas constantemente. Ele entende que é preciso utilizar o controle estatístico da qualidade e fazer uma seleção criteriosa dos fornecedores da empresa para que não haja defeitos nas matérias-primas utilizadas no processo produtivo. Os gestores são responsáveis por muitos dos problemas de qualidade na Padrões de trabalho inconsistentes não devem ser impostos. Os padrões numéricos precisam ser utilizados como instrumentos para que todos tenham consciência de sua situação e do resultado de seus esforços. Princípio 12 Estabelecimento de um programa de educação e treinamento para todos a fim de afastar o medo e as barreiras que impedem as pessoas de se sentirem responsáveis pelo seu trabalho. Princípio 13 Manter a equipe atualizada em relação às mudanças de modelo, estilo, materiais, métodos e novas máquinas. Princípio 14 Organizar a empresa de tal forma que os princípios operacionais apresentados passem a orientar as decisões no dia a dia. empresa. Seu papel principal é o de remover as barreiras que impedem a realização de um bom trabalho. Percursor do tema da gestão da qualidade, Deming foi seguido por muitos outros estudiosos. Walter A. Shewhart (1891-1967) Nascido em New Canton (EUA), Shewhart foi um engenheiro, físico e estatístico que ficou conhecido por suas contribuições na área da qualidade para inauguração do campo do controle estatístico de qualidade (CEQ) ou controle estatístico de processo (CEP). Walter A. Shewhart (1891-1967). Entre as suas principais conquistas, está o Ciclo PDCA. Posteriormente difundido por Deming, o ciclo PDCA começa pelo planejamento. Em seguida, a ação ou o conjunto de ações planejadas é executado. Posteriormente, ocorre uma conferência para verificar, de maneira cíclica, se o que foi feito estava de acordo com o planejado. Entende-se, com isso, que a principal questão levantada por Shewhart foi a variabilidade encontrada na produção de bens e serviços. Para mensurar essas variações, ele criou ferramentas. Joseph M. Juran (1904-2008) Nascido em 1904 na cidade de Braila, Romênia, Joseph Moses mudou-se para Minnesota, nos Estados Unidos, em 1912. Ele foi um consultor de negócios que ficou conhecido pelo seu trabalho com qualidade e gestão da qualidade. Em 1951, Juran publicou o livro Quality control handbook (em português, Manual de controle de qualidade), no qual apresentou o modelo de custos da qualidade. Esse modelo explicitava uma série de custos de falhas: falhas internas, como, por exemplo, custo com produtos defeituosos, falhas externas e custos com garantias. Esses custos poderiam ser reduzidos por meio de investimentos em inspeção e prevenção de defeitos. O modelo representava uma ferramenta de gestão que permitia justificar investimentos em programas de melhoria da qualidade. Juran divide o processo em três fases diferentes: Na primeira etapa, deve ser feita a descrição dos clientes e de suas necessidades, além dos objetivos de qualidade e da forma como ela será mensurada. Com base nessas informações, devem ser desenvolvidos o plano de qualidade, os recursos necessários para conseguir o padrão almejado e a implementação efetiva das ações relacionadas. Em seguida, vem o controle da qualidade, que consiste na implementação de um sistema de métricas que possibilita mensurar a qualidade com o objetivo de identificar ações para a melhoria da qualidade e possíveis ações corretivas para os defeitos identificados. Existe, por fim, a melhoria de qualidade ou aperfeiçoamento. Juran deixa claro que as organizações precisam estabelecer políticas, programas e procedimentos, além de infraestrutura, que possibilite a melhoria Planejamento da qualidade Controle da qualidade Melhoria da qualidade contínua da qualidade, reduzindo desperdícios e melhorando a satisfação dos empregados e dos clientes. O trabalho desenvolvido por Juran torna evidente que a administração da qualidade exige processos de gestão específicos nas organizações. Podemos estabelecer os 10 fatores que resumem as principais ideias de Juran sobre modos de se alcançar a qualidade: 1. Ter consciência da necessidade e oportunidade de melhorar; 2. Estabelecer metas para melhoria; 3. Criar comitês da qualidade visando ao alcance das metas estabelecidas; 4. Formar e treinar pessoas; 5. Implementar soluções imediatas para os problemas detectados; �. Relatar os progressos; 7. Reconhecer o trabalho efetuado; �. Comunicar os resultados; 9. Manter, no mínimo, os resultados obtidos; 10. Tornar o programa anual de qualidade parte da rotina da empresa. Armand V. Feigenbaum (1922-2014) Nascido em Nova York (EUA), Feigenbaum, doutor pelo Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do conceito de qualidade total. Armand V. Feigenbaum construiu sua carreira na empresa GE. Segundo ele, diferentes departamentos devem intervir nas parcelas do processo que resultam no produto. Com uma bibliografia sucinta, embora seja impactante, ele é autor da obra inaugural da área intitulada Total quality control (Controle de qualidade total, em português), publicada em 1961. Segundo Feigenbaum (1951): os modernos programas de controle da qualidade total pretendem possibilitar controle mais efetivo dessa complexidade e, de forma correspondente, eliminar as lacunas na qualidade e reduzir os custos da qualidade. O objetivo básicoera criar um controle preventivo desde o início do projeto até sua entrega final ao cliente, com base em um trabalho multifuncional. Feigenbaum observou que é difícil de alcançar uma alta qualidade nos produtos se o trabalho for realizado de maneira isolada. (Feigenbaum, 1951) “Segundo Feigenbaum (1951), os modernos programas de controle da qualidade total pretendem possibilitar controle mais efetivo dessa complexidade e, de forma correspondente, eliminar as lacunas na qualidade e reduzir os custos da qualidade. O objetivo básico era criar um controle preventivo desde o início do projeto até sua entrega final ao cliente, com base em um trabalho multifuncional. Feigenbaum observou que é difícil de alcançar uma alta qualidade nos produtos se o trabalho for realizado de maneira isolada.” Philip B. Crosby (1926-2001) Natural do estado de Ohio (EUA), Philip B. Crosby foi um engenheiro formado pela Kent State University, montando, no fim dos anos 1970, a sua firma de consultoria de qualidade. Pai da filosofia zero defeito, Crosby baseia-se na teoria de que a qualidade será assegurada se todos se esforçarem para fazer seu trabalho corretamente da primeira vez. Para que seu programa de qualidade pudesse ser implementado, foram instituídos 14 pontos, que compõem as etapas de sua abordagem: 1. Dedicação da alta gerência e comprometimento por meio da elaboração de um documento com a política e os objetivos da empresa; 2. Constituição de equipes para melhorias coordenadas pelos gerentes; 3. Mensuração dos resultados; 4. Avaliação dos custos da qualidade; 5. Comunicação dos resultados aos supervisores e aos trabalhadores; �. Reunião para identificação de problemas; 7. Estabelecimento de um comitê informal para a divulgação do programa; �. Treinamento da gerência e supervisão; 9. Criação de zero defeitos, quando os resultados anuais são divulgados, e reconhecimento a todos os participantes do programa; 10. Estabelecimento dos objetivos a serem seguidos; 11. Consulta aos trabalhadores sobre a origem dos problemas; 12. Recompensa para aqueles que atingiram seus objetivos; 13. Formação de conselhos da qualidade; 14. Faça tudo de novo. A filosofia de Crosby é voltada para o comportamento humano como único meio de garantia da qualidade. Em seus princípios e em sua abordagem, ele não considera outros aspectos que afetam a qualidade e que estão fora do controle dos trabalhadores, como, por exemplo, os problemas com a matéria-prima fornecida e os erros de projeto. Para Crosby, o comportamento humano zero defeito é conseguido por meio de motivação e compensações. Kaoru Ishikawa (1915-1989) Formado pela Universidade de Tóquio, Ishikawa foi um engenheiro, professor e teórico acerca das culturas organizacionais. Entre as ferramentas propostas por ele, estão o diagrama espinha de peixe (também conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama de causa e efeito) e os círculos de qualidade. Para Ishikawa, a gestão de qualidade se caracteriza pelo desenvolvimento, produção e serviço de um produto da forma mais econômica, útil e satisfatória para o consumidor. Kaoru Ishikawa (1915-1989). O essencial da obra de Ishikawa tem fundamento nas noções básicas de controle de qualidade que aprendeu com os norte-americanos. Com base nessas lições, ele desenvolveu uma estratégia de qualidade para o Japão. Uma de suas principais contribuições é a criação das sete ferramentas do controle da qualidade. O nome de Ishikawa está associado principalmente aos círculos de controle da qualidade (ou CCQ), ideia que obteve grande sucesso até mesmo fora do Japão. O CCQ consiste na formação de grupos de trabalho que se reúnem periodicamente para discutir e resolver problemas de qualidade que afetam o dia a dia da empresa. Outra contribuição de Ishikawa para a qualidade foi o desenvolvimento de métodos de apoio à resolução de problemas relacionados à qualidade – com destaque para o famoso diagrama de causa- efeito. Diagrama de espinha de peixe de Ishikawa. O diagrama de causa-efeito procura chegar à origem ou à causa de uma falha de qualidade, explorando as causas primárias do problema, as causas de tais causas primárias - e assim sucessivamente. Além de desenvolver ideias sobre qualidade, Ishikawa preocupou-se fundamentalmente em elaborar ferramentas que possibilitassem melhorar os processos a partir do conhecimento das causas que impediam a obtenção de produtos ou serviços de acordo com os padrões estabelecidos inicialmente. Genichi Taguchi (1924-2012) Taguchi foi um engenheiro e estatístico formado pela Gunma University, no Japão. Ele contribuiu para a teoria da qualidade e o conjunto de ferramentas da qualidade, defendendo que a qualidade deve ser garantida por meio do design dos produtos. Se o design não facilitar a produção com qualidade, os esforços de melhoria no processo produtivo serão, em grande parte, frustrados. Ele deu nova ênfase aos efeitos nocivos da variabilidade já anunciados por Deming, defendendo que é preferível ter um produto com um desempenho médio fora de especificação, mas muito consistente, a um com desempenho médio próximo da especificação, ainda que pouco consistente. Taguchi de�ne a qualidade em termos das perdas geradas pelo produto para a sociedade. Essas perdas podem ser estimadas em função do tempo, que compreende a fase de expedição de um produto até o �nal de sua vida útil. As ideias apresentadas são um extrato de diferentes contribuições para se ampliar o conceito de qualidade e compreender como ela pode ser implementada nos processos produtivos, originando, dessa forma, melhores produtos e serviços. Essas ideias são complementares, ou seja, cada autor identifica pontos que, em sua concepção, seriam os mais importantes para que a qualidade se torne um atributo identificado pelo consumidor. Desse modo, podemos dizer que ainda estamos no processo de melhoria - e que ele não tem fim! Dica Uma das formas mais eficazes de aprendizado é examinar o que já foi feito e não cometer novamente determinados equívocos. Até o momento, vimos conceitos e características históricas que nos ajudam a entender como as coisas se transformaram no que são hoje. Entretanto, é de suma importância continuar avaliando e identificando novas experiências ao redor de mundo. A ferramenta mais adequada para esse processo é a pesquisa, ou seja, incorporar nos seus hábitos de estudo e trabalho frequentes pesquisas sobre determinados temas, o que contribuirá substancialmente para o seu pensamento crítico frente aos problemas pessoais e profissionais. O guru da qualidade Vicente Falconi e sua contribuição Para auxiliar na sua aprendizagem, destacaremos neste vídeo abordagens sobre o guru da qualidade Vicente Falconi e sua contribuição para os processos de qualidade no Brasil. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Deming estabeleceu um conjunto de princípios para o processo de qualidade completo, exceto: Parabéns! A alternativa D está correta. Deming desenvolveu seu conceito de qualidade buscando ampliar a visão sobre qualidade e inovar em métodos de treinamento do trabalho. Questão 2 O diagrama de causa-efeito criado pelo guru Kaoru Ishikawa ajuda os gestores a chegar à origem ou à causa de uma falha de qualidade, explorando: A antecipação às consequências da falta de qualidade por meio da identificação de problemas e de suas causas. B eliminação das barreiras entre departamentos e conhecimento das necessidades dos clientes. C introdução de métodos de supervisão e criação de condições para realização adequada do trabalho. D estabelecimento de métodos clássicos e antigos de treinamento no trabalho. E melhoria contínua de produtos e serviços com base na elaboração de um plano para tornar o negócio mais competitivo. Parabéns! A alternativa C está correta. O diagrama de causa-efeito procura chegar à origem ou à causa de uma falha de qualidade, explorando causas primáriasdo problema, causas de causas primárias - e assim sucessivamente. Ishikawa preocupou-se fundamentalmente em elaborar ferramentas que possibilitassem melhorar os processos a partir do conhecimento das causas que impediam a obtenção de produtos ou serviços com a qualidade esperada. Considerações �nais Neste conteúdo, destrinchamos os principais conceitos sobre qualidade e entendemos como as empresas se preocupam com o tópico. Pudemos verificar ainda o que caracteriza uma gestão com qualidade dentro de uma organização. Outro ponto importante que nós abordamos foi o breve resgate histórico da evolução do conceito de qualidade nos últimos anos. Em seguida, apresentamos A causas primárias do problema. B causas primárias e secundárias do problema. C causas primárias, causas de causas primárias, e assim sucessivamente. D causas finais do problema, independente de serem primárias. E causas primárias, causas de causas secundárias, e assim sucessivamente. autores seminais sobre o tema que aplicaram suas ideias e seus métodos em empresas de diversos setores. Entender os gurus da qualidade, afinal, é de extrema importância para ações atuais dentro das organizações no mundo contemporâneo. Após esse esforço, você já terá compreendido os conceitos iniciais sobre o tópico e começado a se preparar para os desafios profissionais que compõem o tema da gestão de qualidade nas empresas. Podcast Este podcast apresenta uma conversa sobre qualidade entre os doutores Marcello Romani e Aline Barbosa. Explore + Artigos complementares: BARBOSA, F. M.; GAMBI, L. do N.; GEROLAMO, M. C. Liderança e gestão da qualidade: um estudo correlacional entre estilos de liderança e princípios da gestão da qualidade. Gestão & produção. v. 24. n. 3. 2017. p. 438-449. DA SILVA, R. K. V.; BARBOSA, A. de F. B. Gestão da qualidade: principais marcos e como influenciaram as empresas. Revista de engenharia e pesquisa aplicada. v. 1. n. 1. 2016. LEMOS, M. B. et al. A gestão da qualidade e a melhoria da produtividade: o papel dos 55’s para uma melhor gestão. Revista da Mostra de Iniciação Científica e Extensão. v. 4. n. 1. 2018. SANTOS, L. C. et al. Gestão da qualidade total em serviços: estudo de caso em uma empresa de telecomunicação. Brazilian journal of development. v. 5. n. 12. 2019. NETO, J. B. M. R.; TAVARES, J. da C.; HOFFMANN, S. C. Sistemas de gestão integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, segurança e saúde no trabalho. São Paulo: Senac, 2019. Livros e trabalhos acadêmicos: FALCONI, V. TQC: controle da qualidade total (no estilo japonês). Escola de Engenharia. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1992. FALCONI, V. Qualidade total: "padronização de empresas". Belo Horizonte: INDG, 2004. UENO, J. T. Gestão da qualidade. São Paulo: Senac, 2017. Filmes: Coach Carter, de Thomas Carter (2005). Jobs, de Joshua Michael Stern (2013). O homem que mudou o jogo, de Bennett Miller (2012). Referências ANTÓNIO, N. S.; TEIXEIRA; ROSA, A. Gestão da qualidade: de Deming ao modelo de excelência da EFQM. Lisboa: Sílabo, 2007. CROSBY, P. Quality for the 21st. century. Nova York: Dutton, 1992. DEMING, W. E.; EDWARDS, D. W. Quality, productivity, and competitive position. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, Center for advanced engineering study, 1982. FEIGENBAUM, A. V. Quality control ― principles, practice and administration: an industrial management tool for improving product quality and design and for reducing operating costs and losses. Nova York: McGraw-Hill, 1951. GABOR, A.; TARRANT, J. The man who discovered quality ― how W. Edwards Deming brought the quality revolution to America: the stories of Ford, Xerox, and GM. Nova York: Times Books, 1990. GARVIN, D. A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. JURAN, J. M. (Ed.). A history of managing for quality: the evolution, trends, and future directions of managing for quality. Milwaukee: Asq Press, 1995. LOBO, R. N. Gestão da qualidade. Rio de Janeiro: Saraiva Educação, 2019. LONGO, R. M. J. Gestão da qualidade: evolução histórica, conceitos básicos e aplicação na educação. Brasília: Ipea, 1996. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. 10 dicas para a gestão da qualidade na sua empresa. Consultado na internet em: 13 jul. 2022. TAGUCHI, G. Engenharia da qualidade em sistemas de produção. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF() Qualidade em serviços e competitividade Prof. Marcello Romani-Dias Descrição Conhecimento do planejamento estratégico para qualidade em serviços e aplicação dos fundamentos da competitividade. Propósito Compreender os conceitos de estratégia necessários à qualidade dos serviços e à competitividade das organizações, com vistas a permitir sua aplicabilidade, sob a ótica de gestor, colaborador ou público externo, em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Objetivos Módulo 1 Qualidade em serviços Reconhecer os conceitos gerais de planejamento estratégico para a gestão da qualidade de serviços. Módulo 2 Competitividade Empregar os fundamentos da competitividade para a identificação da qualidade nas empresas. Introdução Sabemos que a obtenção da qualidade não é algo simples, por isso precisamos de métodos e conhecimentos teóricos, além da prática. O que é qualidade, então? Pode significar o oferecimento de um valor maior que o valor oferecido pelo seu concorrente, ao mesmo tempo que para o cliente pode significar uma boa relação custo-benefício com sua empresa. Apesar das múltiplas possibilidades de entendermos e de gerirmos a qualidade nas organizações, uma coisa é certa: precisamos conhecer as etapas das estratégias das organizações que influenciam na percepção da qualidade por parte de nossos clientes, que envolvem nosso diagnóstico de mercado, a formulação da estratégia propriamente dita, sua implementação e seu controle. Além disso, precisamos utilizar nossos recursos organizacionais do melhor modo possível, e assim, almejar vantagem competitiva para nossa empresa. Esses conceitos serão tratados neste conteúdo. Com estes conhecimentos você se tornará um profissional capaz de realizar novas reflexões sobre a gestão da qualidade e, principalmente, de desenvolver um senso crítico aprimorado sobre como podemos alcançar qualidade superior nas empresas com base no que nos ensina o campo da estratégia organizacional. Dito isso, mãos à obra! 1 - Qualidade em serviços Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos gerais de planejamento estratégico para a gestão da qualidade de serviços. Planejamento estratégico e qualidade Etapas do planejamento estratégico Vamos partir da seguinte questão: Se você fosse chamado por um amigo que acabou de montar uma pizzaria no bairro para desenvolver o planejamento estratégico dos serviços da empresa, o que você faria? Como montaria esse planejamento? É fundamental compreendermos as etapas do planejamento, os principais componentes de cada etapa e os erros cometidos pelos gestores em sua relação com os recursos das organizações. Não há ordem rígida entre essas etapas no tempo, isto é, uma pode ocorrer antes ou após a outra, ainda que usualmente faça sentido fazermos um diagnóstico antes de formularmos nossas estratégias. Mas há também o caso de empresas que são abertas antes do diagnóstico de mercado ou de seus possíveis pontos internos de força e fraqueza. Independentemente da ordem de precedência, o fato é que as etapas do planejamento estratégico são voltadas a uma visão de longo prazo da organização, que costuma gerar efeitos globais para toda empresa, e que, geralmente, são desenhadas pela alta administração da organização, contando, preferencialmente, com a participaçãodos demais grupos de colaboradores da empresa. Vamos ver cada uma dessas etapas agora. Diagnóstico Na fase de diagnóstico, olhamos para: O ambiente interno Dentro da empresa. O ambiente externo Fora da empresa. No caso da pizzaria em questão, teríamos que investigar, entre outros aspectos, quais são os pontos fortes e fracos da empresa, como qualidade, capital inicial disponível, pessoal necessário, atendimento, localização, e assim por diante. Também teríamos que olhar para fora da pizzaria, em especial, para o que tem sido feito pela concorrência e para nossos potenciais clientes. É nesta fase de diagnóstico que muitos negócios aparentemente promissores são descartados por seus idealizadores, após perceberem que não possuirão a diferenciação de mercado que esperavam ter e, portanto, que sua qualidade estará comprometida. Formulação Após essa minuciosa análise inicial, formulamos, com base nas informações obtidas, nossa estratégia em si. Neste momento, traçamos nossa direção estratégica, em que definimos: Nossos principais objetivos, nosso propósito, representado por nossa missão. Nosso ideal de futuro, representado por nossa visão. Todos esses aspectos influenciarão sobremaneira na qualidade de nossos serviços e, claro, de nossos produtos. No caso da pizzaria, teríamos que decidir sobre qual é o propósito central da empresa, isto é, qual é sua razão de existir (missão), o que ela almeja para seu futuro (visão) e quais são seus valores centrais. Há pizzarias que têm o propósito de: oferecerem a pizza mais saborosa da região; oferecerem a pizza de melhor custo-benefício do bairro; oferecerem maior número de opções de sabores para seus clientes. É necessário adotar um propósito para “chamar de seu”. O mesmo vale para a visão. Há aquelas que desejam, para o futuro, serem líderes de vendas na região em que atuam. Há outras possibilidades, como o desejo de querer atuar em outras regiões, ser uma das melhores empresas para trabalhar, com o melhor clima organizacional no mercado, alcançar a melhor excelência de serviço de atendimento do mercado, e assim por diante. Quanto aos valores, devem estar alinhados à missão e à visão adotadas pela empresa. Observe os possíveis critérios: Excelência de atendimento O respeito ao cliente pode ser um valor norteador. Entrega em tempo recorde A praticidade e a comodidade podem ser valores importantes em minha pizzaria. Nossos traços de cultura organizacional, representados por aspectos como valores, crenças e costumes. Excelência de atendimento O reconhecimento aos colaboradores e à meritocracia podem ser valores fundamentais para minha organização, e assim por diante. Nota-se, portanto, que além de serem condizentes com a missão e com a visão, os valores da empresa devem convergir com os valores de seus colaboradores. Alguns aspectos adicionais sobre a missão organizacional devem ser destacados. Enquanto a visão é usualmente descrita no tempo verbal futuro, por tratar de um ideal de referência da empresa, a missão, em geral, é descrita no presente, e não deve servir apenas como um discurso da empresa, isto é, deve refletir sua razão de ser, sendo disseminada e compreendida por todos os seus colaboradores. Quando isso não ocorre, corre-se o risco de ser seguida apenas por seus altos gestores, o que possivelmente acarretará em perda de motivação de parte de seus funcionários, falha no cumprimento de seus objetivos e consequente perda de qualidade. Uma boa missão pode ser construída de diversas maneiras. Orienta-se que em sua escrita sejam utilizadas ao menos três das seguintes categorias: (I) Produto Os produtos e serviços que ofereceremos aos compradores. (II) Mercado Os segmentos de compradores e suas necessidades. (III) Área geográ�ca A iõ í Posto de outro modo, a missão serve para orientar as atividades da organização e para unir os esforços de seus membros. Atividade discursiva Leia a Missão H. Stern: “Encantar nosso cliente vendendo luxo e emoção em forma de joias, relógios, acessórios e serviços. Transformar ideias em produtos, respeitando nossos princípios e valores.” Das categorias como: produto; mercado; área geográfica e competências distintivas, qual é a única que não pode ser identificada na elaboração dessa missão? Digite sua resposta aqui Chave de resposta No caso da H. Stern, observamos que a missão trata dos produtos oferecidos (joias, relógios, acessórios e serviços) e de aspectos do mercado (deixando claro tratar-se do mercado de luxo), mas não da área geográfica de atuação (possivelmente por atuar em diversas regiões e considerar tal informação como não estratégica para sua missão).Trata, modestamente, de uma possível competência distintiva (a de encantar, proporcionando emoção aos clientes) e de uma possível contribuição As regiões ou países em que a empresa atuará. (IV) Competências distintivas Os recursos e competências que permitem à empresa explorar as oportunidades e combater as ameaças do ambiente. (V) Contribuição social Como a empresa contribui para o bem-estar da sociedade em geral. social, relacionada à observância de princípios éticos em sua relação com a sociedade. Outro ponto importante, respeitado pela H.Stern, é o de que a missão não pode ser genérica, isto é, deve ser precisa ao cuidar do propósito de determinada empresa. O melhor cenário seria aquele em que conseguimos descobrir de que empresa se trata apenas lendo sua missão. Exemplo Considere a missão da empresa x que é a de contribuir com o progresso da mobilidade de pessoas e produtos, facilitando a liberdade, segurança, eficiência e também o prazer de viajar. Você seria capaz de identificar de que empresa é esta missão? Em aulas presenciais, os alunos já tentaram adivinhar o nome dessa empresa, escolhendo por nomes conhecidos de diferentes setores: Uber, 99 táxi, Latam, Gol, Azul, FedEx, Correios, Boeing, Embraer, Viação Cometa, entre outros. Apesar das inúmeras tentativas, ninguém descobriu que a empresa em questão é a fabricante de pneus Michelin. Isso ocorre porque a missão da Michelin é muito genérica, isto é, valeria para uma série de outras empresas (inclusive de outros setores), o que dificulta sua compreensão por parte do pessoal interno. Isso prejudica nossa oferta de qualidade! As etapas que envolvem o posicionamento estratégico das empresas Veja as principais etapas que envolvem o posicionamento estratégico das empresas no contexto da gestão de serviços. Implementação Na implementação, são definidos aspectos como: a estrutura da empresa; seu processo decisório e suas linhas de autoridade; seu fluxo de informação e incentivos aos colaboradores; seus planos operacionais; seus orçamentos. Nesta fase, é fundamental compreendermos os principais erros cometidos pelas empresas que influenciarão na qualidade. Há, obviamente, uma série de possíveis equívocos na fase de implementação da estratégia. Tais erros podem ser decorrentes da resistência das pessoas à mudança, devido, às vezes, ao perfil do pessoal da organização, ou à ausência de explicação mais detalhada sobre os caminhos que serão tomados pela empresa. Também há casos em que o planejamento não é bem feito, o que implica uma implementação baseada em uma série de desastrosos improvisos, especialmente quando há pressão de tempo nas atividades da empresa, ou quando o time de colaboradores não é capacitado para as tarefas. Dificuldades financeiras e falta de comprometimento do grupo de trabalho também estão entre os principais fatores geradores de erros na fase de implementação da estratégia da empresa, e que devem ser evitados pelos gestores. Controle Na etapa de feedback e controle, ocorre a avaliação do desempenho empresarial em suas diversas áreas, também por meio de ferramentas como o Balanced Score Card, e de seu sistema de inteligência competitiva, reavaliação, correção e adaptação. Devido à importância de seu uso, cabe uma explicaçãomais detalhada sobre a ferramenta Balanced Score Card, mais conhecida como BSC, amplamente utilizada nas gestões da qualidade e organizacional. Essa ferramenta foi desenvolvida no início da década de 1990 por David Norton e Robert Kaplan, da Universidade de Harvard. O BSC é utilizado na etapa de controle do planejamento estratégico, também conhecida como monitoramento ou feedback. Trata-se de uma ferramenta que expõe os objetivos da empresa dentro dessas quatro dimensões: 1. financeira; 2. clientes; 3. processos internos; 4. aprendizado. Cada objetivo, classificado dentro de uma das quatro dimensões, possui sua respectiva meta. Esta se diferencia do objetivo porque o quantifica, por exemplo, por meio de números relativos aos resultados esperados, dentro de períodos específicos. A literatura em Administração defende que as metas devem ser claramente explicadas, especificadas e metrificadas, daí a necessidade do uso de números. Além dos objetivos e metas, também observamos o resultado alcançado, que pode ou não superar aquilo que estava previsto pela organização. O BSC é, portanto, uma ferramenta de avaliação de desempenho. Observe a tabela que ilustra o uso dessa ferramenta: BSC PARA EMPRESA FICTÍCIA Perspectivas Objetivos Metas Resultados Financeira Tornar-se líder de mercado. Aumentar as vendas em 20% no decorrer do 1º trimestre de 2020. A empresa conseguiu aumentar as vendas em apenas 5%. Ser mais atrativa para potenciais investidores. Ter aumentado o ROI em 15% ao final do ano de 2021. A empresa conseguiu aumentar o ROI em 20%. Clientes Ter excelência no atendimento aos clientes. Diminuir em 10% o número semestral de reclamações. A empresa conseguiu reduzir as reclamações em 10%. Ser mais atrativa junto aos clientes da concorrência. Aumentar a taxa de conversão em 20% no decorrer do 1º bimestre de 2021. A empresa conseguiu aumentar a taxa de conversão em 25%. BSC PARA EMPRESA FICTÍCIA Processos internos Ser a empresa com a maior capacidade produtiva do setor. Ter aumentado a capacidade de produção em 30% ao final do ano de 2021. Melhorar a gestão de perdas das plantas fabris. Diminuir em 13% a taxa de desperdício de insumos de produção. A empresa conseguiu reduzir o desperdício de produção em 10%. Aprendizado Ter excelência na capacitação de colaboradores. Capacitar, por meio do apoio a cursos, 30% da equipe de colaboradores por semestre, com oferta de bolsas de estudo. A empresa conseguiu capacitar 30% dos colaboradores no período mencionado. Desenvolver o grau de instrução dos colaboradores. Ter ao menos 80% dos colaboradores de nível de gerência com MBA completo até o final de 2022. A empresa alcançou o percentual de 95% de colaboradores em nível de gerência com MBA completo. Tabela: Aumento da capacidade produtiva de uma empresa em 35% Marcello Romani-Dias A primeira coluna do BSC, “Perspectivas”, refere-se às suas quatro dimensões de objetivos organizacionais. Agora, vamos entender as partes tocantes a objetivos e aprendizados: Os objetivos financeiros, como o nome sugere, podem ser expressos por metas baseadas em indicadores econômico-financeiros, como no caso do aumento das vendas e de ROI. Os objetivos dos clientes dizem respeito à melhora nos processos de trabalho, que, por sua vez, pode influenciar na satisfação dos clientes — no exemplo, temos a excelência de atendimento. Esta dimensão também pode se referir na conquista de clientes da concorrência. Os objetivos de processos internos, como o nome já sugere, dizem Objetivos respeito à melhoria da operação da empresa como um todo. Dentro destes objetivos, temos, como exemplo, a melhoria da capacidade produtiva das fábricas e a redução de desperdícios em seus processos. Os objetivos do aprendizado dizem respeito aos conhecimentos e habilidades fundamentais aos funcionários para a inovação e melhoria da empresa. Na tabela, foram descritos os objetivos de capacitação de colaboradores e de desenvolvimento de seu grau de instrução. Além dos resultados fictícios obtidos pela empresa hipotética, temos, na última coluna, denominada status, as cores verde, amarelo, e vermelho, que dizem respeito, respectivamente, à superação, à obtenção e à não obtenção da meta. Uma série de objetivos adicionais também podem ser trazidos pelo BSC, mas é sempre fundamental que essses objetivos sejam classificados dentro de uma das quatro perspectivas, e que tenham metas claras e associadas a elas, e também que, ao final do período de monitoramento, sejam apresentados os seus resultados, para que possamos melhorar, justamente, a qualidade dos processos. Desse modo, a empresa fornecerá feedback detalhado para seus colaboradores sobre o andamento de seus diversos objetivos, sejam de dimensão organizacional, departamental ou individual. Perceba que há dois objetivos para cada perspectiva, e uma meta associada a cada objetivo, sendo exposta de forma clara e quantificável em quantidade e tempo. Além disso, vale destacar que tem sido cada vez mais frequente o uso do BSC individual, no qual cada colaborador possui seus próprios objetivos, metas e resultados. Nesse contexto, o BSC se consolidou como uma das principais ferramentas da gestão detalhada da qualidade nas organizações. A adequação entre a missão organizacional e a real entrega dos serviços ao cliente Veja a adequação entre a missão organizacional e a real entrega dos serviços ao cliente. Aprendizados Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Sobre os conceitos de estratégia empresarial aplicáveis à qualidade nas organizações, assinale a afirmativa incorreta: Parabéns! A alternativa D está correta. A alternativa inverte os conceitos de missão e de visão organizacional. É, portanto, a visão que deve ser descrita no tempo futuro, por ser um ideal de referência da organização, conforme exposto no tópico denominado. As demais alternativas explicam, de forma correta, as etapas do planejamento estratégico, bem como alguns de seus principais componentes. Questão 2 (Modificada com base em: 2019 ‒ UFMA/ADMINISTRADOR). Sobre planejamento estratégico para a qualidade organizacional, assinale a alternativa correta: A O processo de planejamento estrátégico é composto por quatro etapas principais: análise, formulação, implementação e controle (ou feedback). Essas etapas se relacionam e, por isso, não há rígida relação temporal de precedência entre todas elas. B A etapa de análise pode ser dividida em análise externa e interna. Na análise externa, o gestor estuda a estrutura da indústria, analisa as concorrências, os clientes, o ambiente político e econômico, entre outros fatores externos, mas que influenciam a empresa em sua atividade. O foco da análise externa não é, portanto, o grupo de colaboradores da empresa. C Na etapa de formulação, há um componente denominado direção estratégica. Este inclui a definição dos objetivos da empresa e o desenvolvimento de sua missão, visão e exposição de valores. Um dos desafios desta etapa consiste na convergência entre os valores da empresa e os de seus colaboradores. D A missão da empresa define aquilo que a organização deseja ser no futuro, seu ideal de referência. Por essa razão, frequentemente, é descrita com os verbos no futuro. E A visão organizacional define aquilo que a organização deseja ser no futuro, seu ideal de referência. Por essa razão, frequentemente, é descrita com os verbos no futuro. Parabéns! A alternativa A está correta. De fato, o planejamento estratégico envolve a capacitação de líderes para o enfrentamento de incertezas ligadas aos ambientes interno e externo da organização. 2 - Competitividade Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar os fundamentos da competitividade para a identi�cação da qualidade nas empresas. A Propicia capacitar os líderespara enfrentar as incertezas ambientais internas e externas da empresa. B Busca alcançar os objetivos operacionais propostos, impulsionando a empresa na direção correta, auxiliando-a na antecipação às ameaças e no diagnóstico de oportunidades e melhorias de qualidade. C Por ser voltado para o presente, reduz as incertezas em ambientes competitivos, visando alcançar resultados de qualidade em curto prazo. D O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia comumente utilizada pelas organizações na gestão da qualidade, e para a implementação de seu planejamento estratégico, sendo voltado, fundamentalmente, para os aspectos financeiros, tais como: balanço, fluxo de caixa e indicadores de desempenho. E Na prática, apenas propicia capacitar os líderes para enfrentar as incertezas ambientais externas da empresa. Vantagem competitiva por meio da qualidade O conceito de vantagem competitiva, tão utilizado atualmente, é baseado na necessidade de estar à frente dos concorrentes em tempos de competições cada vez mais acirradas. Aí está um termo fácil de se compreender teoricamente, porém difícil de se adquirir na prática, não é mesmo? Veremos como a qualidade é fundamental para o alcance de uma posição de destaque de uma empresa em seu concorrido mercado de atuação. Uma empresa pode estar posicionada de três seguintes maneiras diferentes no mercado em que oferta seus serviços e seus produtos: Desvantagem competitiva Significa estar atrás dos rivais em termos de estratégia. Este é o pior cenário, e ao se prolongar, acaba impossibilitando a continuidade da organização. Igualdade competitiva Sugere que a empresa não está necessariamente atrás da média do mercado em termos de estratégia. Pode ser comparado com a imagem do copo ou “meio cheio” ou “meio vazio”: se por um lado a empresa pode estar a um passo de adquirir uma vantagem competitiva modesta em seu mercado de atuação; por outro, pode estar a um passo da desvantagem frente aos rivais! Vantagem competitiva Dividi-se entre vantagens não aproveitadas, vantagens de curto prazo e vantagens de longo prazo, também conhecidas como vantagens competitivas sustentáveis (“sustentáveis” diz respeito ao tempo, ao que se sustenta no longo prazo). O termo “não aproveitada” indica, por exemplo, que uma empresa não está explorando bem sua vantagem competitiva. Já a ideia de vantagem de curto prazo pode ser ilustrada com a obtenção de uma vantagem hoje e uma possível perda dela em um curto espaço de tempo. E por fim, a vantagem duradoura é aquela que, em termos relativos, somente um grupo seleto de empresas conquistou desde a Revolução Industrial, e que parece ser cada vez mais difícil de se atingir em meio ao acirramento da concorrência nos mercados capitalistas. A percepção de longo prazo, portanto, varia de acordo com cada sociedade. De acordo com a perspectiva um tanto exagerada do economista britânico John Maynard Keynes, em longo prazo todos estaremos mortos. Resumindo, empresas que estão há meia década liderando em seus mercados de atuação têm tido vantagem competitiva sustentável. Ainda assim, é bom ter em mente que isto não garante a continuidade de sua vantagem para os próximos cinquenta anos. Longo Prazo? Afinal, como obter vantagem competitiva por meio da qualidade? A Visão Baseada em Recursos, uma corrente da Administração, defende que a obtenção de vantagens na luta contra os rivais do mercado vem dos recursos da organização, ou seja, aquilo que é intrínseco e necessário para que a empresa oferte, ou continue a ofertar seus serviços e seus produtos no mercado em que atua. Recursos organizacionais e modelo VRIO para qualidade Não temos a intenção de cobrir a discussão sobre os recursos organizacionais, porém é necessário saber que há dois tipos básicos de recursos nas organizações: Recursos tangíveis São aqueles percebidos pelos nossos sentidos, como máquinas, equipamentos, instalações e pessoas — simplificando, podemos ver estes recursos a olho nu. Recursos intangíveis Estão a reputação da marca e as patentes da empresa, que embora sejam recursos abstratos, são fundamentais para a manutenção da empresa no mercado. Dentre os recursos tangíveis, nota-se que as pessoas são os recursos-chave das organizações, sendo estratégicas para a posição competitiva das empresas. Para melhor compreensão sobre este papel fundamental das pessoas, recorreremos à ferramenta denominada VRIO, ou seja, valor, raridade, dificuldade de imitação e boa organização. A ferramenta (ou modelo) VRIO sintetiza a aplicabilidade, baseada em recursos, das ideias e da visão, defendendo que a empresa só atinge vantagem competitiva sustentável se tiver recursos valiosos, raros, difíceis de imitar e bem explorados pela organização. Uma empresa estará bem posicionada se tiver um conjunto de recursos, como um todo, que contribua para sua vantagem. O modelo VRIO é uma ferramenta de diagnóstico para a organização voltada para a competitividade no mercado em que a empresa atua. A ferramenta demonstra que se determinado recurso tiver valor no mercado de atuação, for raro naquele mercado, difícil de ser imitado pelos concorrentes e bem organizado ou explorado pelos gestores, ele contribuirá para uma vantagem competitiva de longo prazo para a empresa, pautada por sua qualidade de entrega. Exemplo Poderíamos citar Steve Jobs, fundador e ex-CEO da Apple. Ele foi um recurso humano da empresa que, analisado isoladamente, contribuiu para a vantagem competitiva dela, justamente por ele ter sido valioso (haviam filas para participar de suas apresentações de lançamentos de novos produtos da Apple); raro e difícil de imitar (até hoje a empresa busca um sucessor à sua altura); e por ter sido, em seu segundo mandato junto à Apple, bem explorado/organizado pela empresa, isto é, por ter alcançado ampla autonomia em sua atuação como CEO. Um cuidado que devemos tomar ao utilizar a ferramenta VRIO é o de analisarmos os recursos da empresa, sejam eles tangíveis ou intangíveis, em conjunto, e não apenas isoladamente. Isso porque nenhuma empresa conseguirá obter vantagem competitiva a partir de somente um recurso, não é mesmo? No caso da Apple, Steve Jobs foi importante sim, mas se não houvesse um produto à altura de seu talento, alta tecnologia e capital na empresa, possivelmente o “recurso Steve Jobs” não seria suficiente para o alcance de vantagem competitiva para a Apple. Devemos olhar, portanto, sempre o conjunto de recursos das organizações. Veja um exemplo de como pode ser montado o modelo VRIO: Modelo VRIO Valioso? Raro? Difícil de imitar? Explorado pela organização Implicância competitiva não não desvantagem competitiva sim não não paridade competitiva sim sim não não vantagem temporária sim sim sim sim vantagem sustentável Tabela: Modelo VRIO Marcello Romani-Dias Demos um exemplo positivo de vantagem competitiva, mas como seria um exemplo negativo? Simples. Você deve se lembrar do caso das paleterias mexicanas que foram febre em 2014 (veja matéria completa da Exame disponível na seção Explore +). Elas adotavam um preço médio de cerca de R$10,00 por picolé, e neste período de 2014 havia certo valor de mercado para o produto, dado que as pessoas procuravam e até faziam filas para comprar o sorvete. Porém, depois de um tempo, devido à facilidade de imitação do produto, a exclusividade acabou, e passamos a ver uma série de paleterias mexicanas espalhadas pelas cidades brasileiras. Quanto à organização destas empresas, não podemos dizer que havia de fato grandes diferenças entre a maioria dos concorrentes. Um exemplo disso estava em recursos humanos, no qual os atendentes se portavam de modo similar, isto é, o atendimento ao cliente era feito sem grandes distinções pelos atendentes. Se meu produto, apesar de não ter raridade, tiver certo valor, é difícil de ser imitado e é organizado de forma similar entre meus concorrentes e minha empresa, euterei, na melhor das hipóteses, um cenário de igualdade competitiva. Quando uma série de empresas de determinado mercado possui igualdade competitiva, esse mercado, por lógica, passa a ter uma concorrência muito acirrada. Foi o que aconteceu com as paleterias mexicanas, que em meados de 2015, ou seja, cerca de apenas um ano e meio após seu lançamento, já enfrentavam prejuízos consideráveis. A crise gerou o fechamento de diversas paleterias espalhadas pelo Brasil, salvo as raras exceções, representadas pelas pioneiras deste mercado, especialmente por serem marcas um pouco mais conhecidas e por terem economia de escala. Dentro da lógica da ferramenta VRIO, proposta por Jay Barney, ainda na década de 1990, o diagnóstico de competitividade pode me trazer um resultado que vai, no pior cenário, de uma desvantagem competitiva (quando meu serviço ou produto sequer tem valor para o mercado – o que ocorre quando, por exemplo, ele não é ao menos procurado pelos clientes), até o cenário de vantagem competitiva de longo prazo, quando alcanço as quatro letras do VRIO. Dica Dentro da aplicabilidade da ferramenta para a gestão pessoal da qualidade, podemos enxergá-la a partir de um nível de análise individual. Por exemplo, se você quiser montar sua própria ferramenta, você pode substituir a ideia de recursos por competências ao listar uma série de competências que possui e ao investigar quais e em que medida têm valor, raridade, dificuldade de imitação e boa organização. Dessa forma, você descobrirá quais competências contribuem para sua vantagem frente aos outros profissionais, sempre em relação aos objetivos e metas que traçou para si em termos de qualidade. Sobre as críticas ao uso dessa ferramenta temos a ideia de que ela só analisa os aspectos internos da organização – por ser focada nos seus recursos a ferramenta não analisa, por exemplo, os aspectos econômicos, políticos e sociais que podem impactar na competitividade da empresa. Por essa razão, sugere-se seu uso em conjunto com outras ferramentas de estratégia para a qualidade, como as Cinco Forças de Porter e a análise SWOT. Mesmo diante de suas limitações, esta é uma das principais ferramentas de gestão para os administradores que lidam com gestão da qualidade e com os mais diversos recursos organizacionais. A gestão da qualidade como geradora de vantagem competitiva Confira mais sobre gestão da qualidade como peça fundamental para a obtenção de vantagens competitivas para as empresas. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 1. Sobre vantagem competitiva no contexto da gestão da qualidade, julgue a veracidade das seguintes afirmações: I. Há diferentes tipos de vantagens competitivas para as organizações, podendo ser elas, por exemplo, de curto prazo, de longo prazo ou não aproveitadas. II. A vantagem competitiva de longo prazo é a mais difícil de ser alcançada pelas empresas, ao mesmo tempo em que é a mais almejada. III. Uma vantagem desaproveitada pode significar que a empresa possui os recursos necessários para sair na frente da concorrência, mas que não explora de forma adequada estes recursos, isto é, não os administra bem. Está correto o que se afirma em: A I, II e III. B II e III. C I e II. D I e III. Parabéns! A alternativa A está correta. Todas as afirmativas estão corretas. Essa questão ilustra adequadamente exemplos de tipos de vantagem competitiva, e a segunda afirmação ratifica a ideia de que a vantagem competitiva de longo prazo é a mais duradoura para as empresas, sendo, por esta razão, a mais almejada. Questão 2 Sobre o modelo VRIO, no contexto da gestão da qualidade, julgue a veracidade das seguintes afirmações: I. Este modelo ilustra adequadamente a Visão Baseada em Recursos; II. O modelo defende que só posso atingir vantagem competitiva sustentável se meu conjunto de recursos for valioso, raro, difícil de imitar e bem exlorado por mim como organização; III. Não devo comparar meus recursos com os de meus concorrentes para desenvolver o modelo VRIO de minha organização; IV. O modelo VRIO se aplica a todos os tipos de recursos organizacionais, isto é, tangíveis e intangíveis. Está correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa B está correta. A afirmação III é a única incorreta, pois deve-se olhar para os concorrentes para diagnosticar se os recursos são de fato valiosos, raros e difíceis de serem imitados por minha concorrência. Cabe destacar que o modelo VRIO pode, realmente, ser utilizado para a análise de recursos tangíveis, como pessoal e máquinas, e intangíveis, como reputação de mercado. E nenhuma das alternativas. A II e III. B I, II e IV. C I e IV. D I e III. E III e IV. Considerações �nais Tratamos de alguns dos principais conceitos de estratégia aplicáveis à gestão da qualidade. Vimos a importância do planejamento, em suas diferentes etapas, para qualidade superior frente à concorrência. Sobre fundamentos da competitividade, vimos que a qualidade superior tende a gerar vantagem competitiva para a empresa, podendo ser de curto ou de longo prazo, a depender de suas estratégias e, claro, das estratégias da concorrência. Toda empresa deve refletir sobre estes aspectos de seu planejamento. Com este material, você terá as informações necessárias para uma rica reflexão sobre qualidade nas organizações, o que também possibilitará seu preparo para a ação em mercados cada vez mais competitivos. Desejamos sucesso nesta jornada! Podcast Para encerrar, ouça um resumo sobre os principais assuntos abordados neste conteúdo. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Leia os seguintes livros: AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. MINTZBERG, H. Safári da Estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2009. BARNARD, C.I. As funções do executivo. São Paulo: Atlas, 1971. PORTER, M. E. What is strategy? Boston: Harvard Business Review, 1996. Pesquise nos sites das revistas citadas e leia os seguintes artigos: Exame: Picolé recheado é nova febre de empreendedores, 2014. Veja: Paleterias não sobrevivem nem mesmo a um inverno quente, 2015. Referências BARNEY, J. Firm resources and sustained competitive advantage. In: Journalof Management, v.17, n. 1, pp. 99-120, 1991. BARNEY, J. O futuro da estratégia [entrevistado por Flávio Carvalho de Vasconcelos e Luiz Artur Ledur Brito]. GV Executivo, v. 3, n. 2, pp. 45-48, 2004 Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF() Princípios e abordagens da questão da qualidade Prof. Marcello Romani-Dias Descrição Apresentação dos princípios da qualidade e dos fatores da gestão dela, além de suas abordagens baseadas no produto, no usuário, na produção e no valor. Propósito Compreender os princípios e as abordagens fundamentais da gestão da qualidade nas organizações para sua aplicação, sob a ótica de gestor, colaborador ou público externo, em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Objetivos Módulo 1 O que é qualidade? Reconhecer as principais abordagens conceituais da gestão da qualidade. Módulo 2 Princípios da qualidade Identificar princípios da qualidade e produtividade de bens e serviços. Módulo 3 Melhoria da qualidade Comparar as definições de melhoria contínua e de melhoramento revolucionário na gestão da qualidade. Introdução Você saberia explicar o que é qualidade? Esse parece ser mais um daqueles importantes conceitos “fáceis de entender” e “difíceis de explicar”. Por isso, devemos agir sobre tal problema, tratando dos princípios e das abordagens da gestão da qualidade. Há diversas definições sobre qualidade: 1. Atender aos desejos e às necessidades dos clientes — visão que se aproxima de um dos conceitos tradicionais de marketing. 2. Um processo fabril que funcione exatamente como foi planejado em seu projeto formador. 3. Inserção domaior número de atributos positivos em seus produtos ou serviços, oferecendo mais valor ao cliente que os concorrentes. Essas múltiplas possibilidades — todas, aliás, corretas — de definição da qualidade são o que torna tal tema tão instigante e, ao mesmo tempo, complexo e desafiador. Desse modo, este conteúdo foi construído para que você possa entender os conceitos da qualidade e da sua gestão. Afinal, a qualidade — ou sua ausência ― sempre fará parte de nosso cotidiano tanto na vida profissional quanto na pessoal. 1 - O que é qualidade? Ao �nal deste vídeo, você será capaz de reconhecer as principais abordagens conceituais da gestão da qualidade. De�nições de qualidade Origem da palavra “qualidade” Vamos observar o que Shigunov Neto e Campos (2016, p. 45) dizem sobre ela. Eles ensinam que a palavra “qualidade” tem origem no latim – mais especificamente, nos termos qualitas ou qualitatis – e significa propriedade, característica, atributo ou condição das coisas ou das pessoas capaz de distingui-las das outras e de determinar a natureza delas. Ao pensarmos sobre esses termos no contexto das empresas, já podemos frisar o seguinte: qualidade superior tem a ver, dentro dessa definição possível, com ser diferente da concorrência, oferecendo um “algo a mais” valioso. Fatores da questão da qualidade Podemos analisar os aspectos de qualidade com base em diversos fatores. Entre eles, Shigunov Neto e Campos (2004) destacam os seguintes: Processos produtivos; Trabalho realizado; Relação com clientes; Procedimentos e técnicas empregados; Controle. Produto �nal Será muito interessante pensar um pouco mais sobre os fatores com capacidade para “passar pelo crivo da qualidade”. Analisemos este exemplo: Se você é dono de uma fábrica de biscoitos, pode querer conferir uma maior qualidade ao seu processo produtivo por meio de, por exemplo, um rígido controle de desperdício em sua produção. Nesse mesmo sentido, você também pode ser exigente quanto ao tempo de produção, procurando produzir um mesmo volume de biscoitos no menor tempo possível – ou, posto de outro modo, sua ideia é produzir um volume maior de unidades por dia. Fábrica de biscoitos No caso da YDUQS, cada material elaborado passa por um departamento responsável pela análise dos seguintes critérios de qualidade presentes (ou ausentes) nos conteúdos: Quantidade mínima e máxima de páginas; Adequação de título ao tema proposto; Uso correto de template prévio encaminhado ao conteudista; Presença de exemplos práticos; Adequação entre os objetivos propostos aos estudantes e as questões elaboradas para a verificação da aprendizagem; Uso de referências bibliográficas consagradas; Equilíbrio entre teoria e prática. Tais itens – e uma série de outros critérios – fazem parte da alta exigência da YDUQS. Note que esse exemplo ilustra ainda mais a complexidade da gestão da qualidade. E falamos apenas de um dos diversos materiais didáticos produzidos pela YDUQS! A qualidade também pode ser julgada na relação de uma empresa com seus clientes e na consequente aprovação (ou desaprovação) deles sobre o produto final oferecido. Produto �nal O conceito de produto é tomado aqui em sentido amplo, englobando, portanto, os serviços ofertados pela empresa. Exemplo Material YDUQS Um serviço de atendimento ao consumidor (SAC) de uma empresa de telefonia móvel com milhões de clientes espalhados pelo Brasil. Apresentaremos uma dica prática que ilustra a complexidade envolvida em nosso processo de gestão da qualidade. Ter um bom relacionamento com o cliente, no contexto apresentado, pode significar: Nesse caso, a qualidade de atendimento envolveria três consagradas dimensões: tempo, resolução e cortesia. Se nosso atendimento não as atende, dificilmente se consegue falar em qualidade superior. Vejamos o que acontece se só atendermos a uma das dimensões citadas: Tempo Se meu call center atende rapidamente e resolve, mas não é gentil, tenho um problema de qualidade. Resolução Se meu call center demora para atender, resolve e é gentil, sigo tendo um problema de qualidade. Cortesia Se meu call center atende rapidamente, não resolve e é gentil, também vivencio um problema de qualidade, 1 Atendê-lo no tempo adequado. 2 Solucionar sua demanda. 3 Ter cortesia de atendimento (gentileza e educação). embora ele seja de outra natureza. Agora vamos nos aprofundar um pouco mais acerca das diferentes definições de qualidade. Principais de�nições de qualidade Qualidade e de�nições de qualidade Neste vídeo, o especialista Marcello Romani fala sobre a qualidade e explica como ela pode ser percebida de diversas formas. De acordo com Garvin (1992), a definição de qualidade envolve cinco principais abordagens: Qualidade transcendental Nessa perspectiva, ela é vista como uma condição de excelência que implica um grau ótimo, distinto de má qualidade. Posto de outro modo, esse tipo é alcançado quando buscamos o padrão mais alto possível para nossos produtos e serviços em vez de nos contentarmos com o malfeito – e ainda menos com o fraudulento. Qualidade baseada no produto Devemos olhar para ingredientes ou atributos desejados para nossos bens ou serviços. Para essa abordagem, as dif d lid d i Por conta de sua fundamental importância e do destaque dado pela literatura especializada, nos aprofundaremos mais em relação às definições 3 e 4, ou seja, compararemos a noção de qualidade de acordo com as perspectivas do usuário e da produção. Isso é feito porque as duas visões podem ser complementares ou contrastantes conforme a realização da gestão da qualidade em cada organização. diferenças de qualidade entre os concorrentes existem a partir das discrepâncias na quantidade de algum ingrediente ou atributo desejado. Qualidade baseada no usuário Ela consiste na capacidade de satisfação das necessidades e dos desejos de clientes e consumidores. Isso indica que, na perspectiva do usuário, a qualidade de um produto ou serviço depende de até que ponto ele se ajusta aos padrões das preferências do consumidor. Qualidade baseada na produção Ela significa conformidade com as exigências determinadas por um projeto prévio. Em outras palavras, qualidade é o grau em que o produto específico está de acordo com o projeto ou a especificação. Qualidade baseada no valor Ela constitui o grau de excelência a um preço aceitável pelo mercado em conjunto o controle da variabilidade de qualidade a um custo aceitável. Qualidade baseada no usuário Como vimos, essa noção de qualidade tem como princípio norteador a satisfação das necessidades ou dos desejos dos consumidores. Levando essa noção ao extremo, mesmo que o produto não saia exatamente de acordo com seu projeto inicial, a qualidade permanece – desde que ela obviamente agrade e supere as expectativas dos consumidores. Então do que se trata a qualidade baseada no usuário? Ela configura uma abordagem mais voltada para o mercado do que para o próprio ambiente interno da empresa. Essa visão ganhou força pelo acirramento da competitividade entre as empresas nas décadas recentes. Suprindo as necessidades Em decorrência da pressão para que as empresas atendam de forma cada vez mais precisa às necessidades e aos desejos de seus clientes, outro fenômeno tem crescido substancialmente nos mercados competitivos: a customização ou personalização. Customização Ela seria o ápice da visão baseada no usuário, já que a empresa personaliza seu bem ou serviço para atender, da forma mais detalhada possível, a seus clientes. A Mini Cooper é uma empresa tradicionalmente conhecida no setor automotivo por personalizar seus carros de diversos modos para seus clientes. Ela permite que uma parte substancial dos veículos seja personalizada. Essa customização inclui desde a pintura exclusiva no veículo até as cores dos estofados, passando pela oferta de uma série de acessórios, como difusor de ar traseiro e até mesmoretrovisores externos personalizados. Versões especiais do carro podem contar até com uma versão personalizada da cadeirinha para crianças. Qualidade baseada na produção Já sabemos que, para a perspectiva baseada na produção, há qualidade em um produto ou serviço quando ele é feito conforme as exigências determinadas por um projeto prévio. O ponto de referência principal nessa abordagem não é o cliente, e sim o grau em que o produto ou serviço está (ou não) de acordo com as especificações desenhadas para ele. Exemplo A montagem de um lanche em um fast-food. O exemplo citado é ótimo para ilustrarmos a visão da qualidade com base na produção. Como clientes — ou seja, alguém que não conhece de forma aprofundada os processos internos da empresa para a montagem dos lanches —, podemos questionar um produto final caso ele não esteja com um aspecto adequado ou seja diferente do prometido, apresentando menos ingredientes que os oferecidos no cardápio da lanchonete ou do restaurante. Não precisamos conhecer os procedimentos internos da empresa para realizar esse julgamento. Bastaria ocorrer algo similar ao ilustrado pela imagem a seguir: Na imagem da esquerda, aparece o lanche “prometido” por propagandas e anúncios; na da direita, o que, de fato, foi entregue, sendo intitulado “lanche de verdade”. Observe que há ainda uma sátira mencionando que a foto do lanche entregue foi realizada no “ângulo mais atrativo”. Imagine então como seria o menos atrativo! Note como nossa visão sobre qualidade também pode ser exclusivamente pautada pelo fato de o produto final entregue não estar em conformidade com aquilo que é prometido ou especificado em um projeto prévio. Atividade discursiva Você acha que, no caso mencionado, o questionamento sobre a qualidade precisaria partir do cliente? Digite sua resposta aqui Chave de resposta Se você observar a foto do segundo hambúrguer, verá ingredientes faltando; por isso, o questionamento sobre a qualidade não precisaria partir do cliente, e sim dos gestores de produção. Isso vai contra as especificações do produto desenhadas previamente pela empresa. Portanto, a não conformidade com o projeto não afeta somente a percepção de qualidade da turma da produção, mas também, muitas vezes, a própria percepção do cliente. Pontos em comum dentro das diferentes visões de qualidade Para que nosso entendimento sobre o significado da qualidade em bens e serviços seja consolidado, devemos esmiuçar um conceito básico que acaba por englobar os demais já apresentados até aqui. Ele está ilustrado no esquema a seguir: A boa gestão da qualidade está sempre procurando equilibrar três principais variáveis: 1 Redução de custos 2 A d d i id d É muito difícil eleger uma qualidade superior para uma empresa que sequer consegue equilibrar as três. Satisfação do cliente Devemos satisfazer às necessidades e aos desejos de clientes, como nos ensina a abordagem do usuário, mas isso não pode ocorrer sob qualquer custo financeiro, uma vez que, em um cenário extremo, geraria clientes satisfeitos e empresa deficitária. Redução de custos O contrário também não pode acontecer, isto é, não podemos buscar somente uma redução de custos, colocando em segundo plano a qualidade de nossos produtos. Em um cenário extremo, a redução de custos poderia significar uma empresa com margens atrativas de lucro, porém sem uma procura por parte dos clientes. Isso seria capaz de levar ao mesmo cenário de prejuízos para a continuidade do negócio. Aumento de produtividade 3 Satisfação do cliente Gestão inteligente Precisa ser gerida de forma inteligente pela empresa, já que, ao produzirmos pouco, deixamos de ser beneficiados pelo fenômeno da economia de escala, que gera diminuições em nosso custo unitário. Lélis (2012, p.7) apresenta um ótimo exemplo sobre a relação entre a satisfação do cliente e a redução de custos dentro do conceito básico de qualidade: “A Toyota teve de convocar todos os clientes que compraram carros modelo Corolla, fabricados a partir de 2008, por causa de uma falha na fixação do tapete — ele podia escorregar e se prender no pedal do acelerador, provocando um acidente. Só no Brasil, esse recall (solicitação de devolução) atingiu mais de 100 mil clientes. Imagine quanto dinheiro foi gasto para divulgar a convocação, sem falar nas despesas com os consertos e as indenizações pagas pelos acidentes que já tinham acontecido. Todos esses gastos poderiam ter sido evitados se o produto tivesse saído da fábrica sem defeito”. Você consegue notar que a insatisfação dos clientes, a ausência de segurança e a não conformidade com o projeto inicial do veículo acarretaram elevados custos para a Toyota? Dica Como consequência dessas análises, não olhe para a gestão da qualidade apenas sob uma ótica, isto é, somente sob uma abordagem. As abordagens apresentadas aqui não devem ser excludentes, e sim complementares! Produção excessiva a custo da qualidade Em contrapartida, quando nos concentramos excessivamente em um alto volume de produção, também corremos o risco de não entregar produtos com a maior qualidade possível, além de estarmos sujeitos à realização de uma oferta deles que esteja abaixo da procura por parte dos clientes. Exemplo Toyota Precisamos produzir em conformidade, já que devemos procurar atender às expectativas dos consumidores e oferecer um valor maior que o dos concorrentes em nosso mercado de atuação. Ao gerir a qualidade de um produto ou serviço, seja, portanto, um gestor atento às múltiplas possibilidades de desenvolvimento da qualidade. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Sobre a gestão da qualidade, julgue se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F). As duas principais abordagens sobre qualidade tomam como referência os clientes e a produção. A primeira defende que qualidade é satisfazer às necessidades ou aos desejos dos consumidores; a segunda, que qualidade significa produzir conforme o projeto predefinido. Redução de custos, aumento de produtividade e satisfação do cliente fazem parte das preocupações de um conceito simplificado de qualidade. Qualidade tem origem no latim (mais especificamente, nos termos qualitas ou qualitatis) e significa propriedade, característica, atributo ou condição das coisas ou das pessoas capaz de distingui-las das outras e de determinar a natureza delas. Processos produtivos, relação com clientes, procedimentos e técnicas organizacionais, controle e produto final estão entre os aspectos que podem ser geridos ou julgados pela qualidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A V, V, V, V B V, V, F, F C F, F, V, V Parabéns! A alternativa A está correta. Todas as afirmações são verdadeiras. A primeira trata corretamente das visões de qualidade sob a ótica do usuário e da produção. A segunda, do que foi visto no esquema do conceito básico de qualidade. Já a terceira apresenta uma breve etimologia do termo “qualidade”. Por fim, a quarta afirmação aborda corretamente os aspectos que podem, de fato, ser julgados ou geridos pela qualidade que possuem. Questão 2 (IF-AP – assistente de alunos – 2016) Nas organizações, é importante identificar as necessidades dos clientes para melhorar a qualidade do atendimento e da prestação dos serviços. Sobre a qualidade no atendimento ao cliente, assinale a alternativa correta. D V, F, V, F E V, F, V, V A A qualidade no atendimento consiste na prestação de serviços para satisfazer às necessidades internas da organização. B Um dos fatores relacionados à satisfação do usuário com a qualidade do serviço é a rapidez no atendimento da demanda — esta é a variável mais importante dentro do atendimento de clientes. Parabéns! A alternativa C está correta. Vamos analisar as alternativas: A – Incorreta - A qualidade no atendimento não tem, no contexto trazido, foco central nas necessidadesinternas da organização, e sim no cliente. B – Incorreta - A rapidez não é a variável mais importante do atendimento ao cliente. Há outras de grande relevância, como a resolução das demandas dos clientes e a cortesia no atendimento. C – Correta - A falta de gentileza pode causar uma má impressão, ainda que a organização execute suas tarefas de forma adequada e atenda a todas demandas de seus clientes. D – Incorreta - Simpatia não é garantia de eficiência. E – Incorreta - A busca pela qualidade e a gentileza podem ocorrer de forma simultânea dentro da organização. C Uma atitude de falta de gentileza (cortesia ou cordialidade) por parte do colaborador responsável pelo atendimento ao público pode dar a impressão de insatisfação do funcionário com a organização e ser motivo de reclamação por parte do cliente, ainda que esse funcionário resolva rapidamente as demandas dos clientes. D As organizações estimulam atitudes simpáticas da parte dos atendentes, pois elas agradam aos usuários e garantem a eficiência dos serviços. E A busca pela qualidade obriga os funcionários a serem menos gentis com o público, pois esse não é o objetivo principal das organizações. 2 - Princípios da qualidade Ao �nal deste vídeo, você será capaz de identi�car princípios da qualidade e produtividade de bens e serviços. Vamos começar Princípios da qualidade Neste vídeo, o especialista Marcello Romani lista os 14 princípios e suas definições, explicando, na sequência, cada um deles. Princípios 1, 2 e 3 Princípios fundamentais da qualidade A partir de agora, falaremos sobre princípios fundamentais relacionados à qualidade que são importantes para a gestão de bens e serviços. Autores clássicos na abordagem do tema qualidade falam sobre diversos princípios. Adotaremos aqui a classificação de Deming (1990) por ele ser um dos principais gurus dessa área e por ter trazido 14 princípios com um grande poder de abrangência e aplicabilidade dentro de diversos tipos de organizações. Princípio 1 Destaca a importância da estratégia para que se possa alcançar uma qualidade superior. O que isso signi�ca? Esse princípio também traz o termo melhoria contínua. Qualidade constante Isso indica que a qualidade não pode ser pensada somente de tempos em tempos ou quando uma crise assola o mercado de atuação da empresa. Responsabilidade geral T d ã diá i d d A empresa Apple busca visivelmente essa melhoria contínua por meio de um plano que contempla, de maneira frequente, a atualização de seus produtos. É o caso do iPhone, que já conta com mais de 21 versões desde seu lançamento em 2007. Princípio 2 Aponta um compromisso ético da empresa, isto é, defende que devemos nos antecipar aos problemas e demonstrar disciplina nos pequenos detalhes de nosso trabalho, pois só assim conseguiremos caminhar no sentido de uma qualidade superior. Princípio 3 Frisa a importância da estratificação na gestão da qualidade. Em outras palavras, não é possível inspecionar, por exemplo, todos os produtos de uma fábrica, o que seria o caso de uma inspeção em massa. Isso atrasaria a operação e implicaria custos elevados de produção. Para evitar essa situação, deve-se selecionar, portanto, uma amostra significativa dos produtos a fim de fazer sua verificação ou inspeção. Exemplo Ao contrário do que fizemos no módulo anterior, poderíamos pensar agora na empresa japonesa Toyota como um exemplo positivo, já que ela é bastante rígida quanto aos horários de trabalho e ainda mais criteriosa em relação à necessidade de mão de obra qualificada e à minimização de erros em seu processo produtivo. No ano de 2018, a Toyota figurou tanto na lista das 10 marcas mais valiosas do mundo quanto na das 10 organizações de maior faturamento anual publicada pela Fortune (SALOMÃO, 2018). Trata-se de uma preocupação diária da empresa, sendo inclusive uma responsabilidade de todos os colaboradores, e não somente de uma área específica. Quanto menor o número de erros do processo, menor também será o tamanho da amostra a ser inspecionada. Empresas que erram mais precisam realizar inspeções mais generalizadas e frequentes. Portanto, a chave para o sucesso aqui é errar pouco. Além de evitar o desperdício de materiais, ainda há um ganho ao se despender menos tempo para a inspeção e se concentrar mais no aumento de produtividade e qualidade do produto. Princípios 4, 5 e 6 Princípio 4 Ele nos alerta para a importância de selecionarmos bem nossos fornecedores, pois, ao nos fornecerem insumos de baixa qualidade, consequentemente faremos produtos inferiores para nossos clientes. A mensagem é esta: nosso cliente não saberá separar o erro de qualidade de nossa parte do que era responsabilidade de nosso fornecedor. O resultado desse contexto negativo é que seremos responsabilizados integralmente pelos nossos clientes devido à ausência de qualidade em nossos produtos. Devemos, portanto, pensar nela como um “efeito dominó”, em que todas as peças do jogo estão interligadas positiva ou negativamente. Princípio 5 Frisa mais uma vez a importância de uma visão estratégica dentro da organização. Precisamos nos antecipar aos possíveis fatores capazes de gerar prejuízos na qualidade dos produtos. Conhecemos, no contexto popular, a velha máxima de que “é melhor prevenir do que remediar”. É disso que estamos falando no princípio 5. Torna-se mais caro para a empresa remediar uma série de problemas, como defeitos generalizados em seus produtos, do que adotar certas medidas de precaução e prevenção para que eles não ocorram. Princípio 6 Defende a ideia de que a organização precisa ter métodos atualizados de treinamento no trabalho. Para ilustrar a importância desse princípio, podemos refletir sobre o fato de que milhões de professores espalhados ao redor do mundo tiveram de se reinventar para lidar com situações geradas pela Parte deles foi pega de surpresa em relação à necessidade de adequar o conteúdo de suas aulas para a modalidade online diante da proibição de aulas presenciais decorrente da pandemia e da necessidade de isolamento social. pandemia provocada pela doença covid-19. Observe as situações a seguir: Algumas instituições de ensino treinaram melhor seus professores para lidar com a necessidade de realizar aulas exclusivamente em meios digitais.Trata-se do ensino a distância (EaD). Algumas instituições de ensino, por não terem atualizado o treinamento de seus professores, tiveram um prejuízo enorme quanto à percepção de qualidade por parte de seus alunos, os quais, em muitos casos, cancelaram matrículas nessas instituições, especialmente naquelas em que os treinamentos adequados não ocorreram. Essa situação ilustra a importância dos treinamentos atualizados dentro das organizações. Princípios 7, 8 e 9 Anteriormente, tratamos da importância de se realizar um bom diagnóstico de mercado e um bom planejamento da qualidade. Princípio 7 Aborda a importância de mecanismos de controle e supervisão dentro das empresas e indica que isso deve ser feito com inteligência. Essa inteligência significa que não é possível supervisionar toda e qualquer ação dos colaboradores, ao mesmo tempo que salienta a necessidade de um controle Situação 1 Situação 2 geral dos processos. Uma forma de atender a tal princípio é por meio da criação de condições adequadas de trabalho. Condições adequadas de trabalho Ao utilizar máquinas adequadas no processo fabril, a necessidade de supervisão diminui em alguma medida devido à confiabilidade adquirida no processo por meio da compra do maquinário. Princípio 8 Também está relacionado à discussão sobre supervisão, uma vez que defende um clima de confiança e respeito mútuo na organização como elemento estratégico da qualidade. Quando chegamos a esse clima de confiança, evidentemente não precisamos de uma supervisão tão acirrada sobre os colaboradores. É interessante, portanto, refletir sobre a importância da confiança para a qualidadede processos, produtos e serviços. Princípio 9 O clima de confiança se relaciona com esse princípio de eliminação de barreiras entre departamentos, o que significa uma boa comunicação entre as áreas da empresa e um bom relacionamento em geral. O princípio 9 destaca ainda a importância de conhecermos as necessidades de nossos clientes. Já falamos disso antes (especialmente durante o módulo 1) ao mostrarmos a definição da qualidade na perspectiva do usuário. Sob essa ótica, não conseguiremos pensar em uma qualidade superior sem conhecer muito bem as necessidades de nossos clientes. Relembrando Vimos que as estratégias de personalização e customização têm crescido no mercado competitivo justamente como forma de conhecer em detalhes não somente as necessidades, mas também os desejos dos clientes. Vamos voltar ao exemplo do módulo 1, em que mencionamos o caso da Mini Cooper. Essa montadora de automóveis possui um padrão de entrega de valor que naturalmente fica em convergência com as expectativas de seus consumidores, como o desenho do carro, a reputação da marca e a confiabilidade do veículo, entre outros aspectos. Tal empresa também proporciona a seus clientes a possibilidade de diversos tipos de customização dos veículos. Suas ações são, portanto, muito voltadas para o atendimento desse princípio. Princípios 10 e 11 Princípio 10 Sugere um possível erro cometido por muitas empresas: exigir dos trabalhadores maior produtividade sem a indicação de métodos ou ideias para atingi-la. Isso seria o mesmo que dizer: “Você está indo por um caminho ruim”, causando, assim, prejuízos para o clima organizacional e deixando de apontar o que seria então “o bom caminho”. Como podemos atender a tal princípio? Uma forma de atender a esse princípio é deixar sempre muito claro, inclusive por meio de números, a necessidade do aumento da produtividade, isto é, por que ela é necessária, quanto deve haver de aumento e, principalmente, como essa maior produtividade pode ser alcançada. O colaborador precisa primeiramente compreender a necessidade de seu esforço para o alcance dos objetivos organizacionais. Com certeza, isso afetará sua motivação durante o trabalho. Princípio 11 A visão do princípio 10 está muito relacionada com a do 11, que também defende o uso dos números como norteadores. Na mesma medida, ele ataca os chamados padrões de trabalho inconsistentes, o que pode significar, por exemplo, uma falta de clareza dada pelos gestores aos demais colaboradores sobre o resultado de seus esforços para a empresa. Princípios 12, 13 e 14 Princípio 12 Defende que a educação e o treinamento são necessários para todo e qualquer colaborador independentemente do nível hierárquico que ele ocupa na organização. Sempre podemos evoluir como profissionais. Ao contrário do que muitas vezes pensa o senso comum, o medo e as barreiras estão presentes tanto no trabalho do chão de fábrica quanto no do presidente da empresa. Princípio 13 Possui uma ideia similar à do princípio 12, que também trata da necessidade de atualização por parte da equipe em relação aos métodos empregados pela empresa. Atenção! A nossa atualização não pode ser apenas no âmbito interno da organização, já que também temos de fazê-lo em relação a nosso mercado de atuação e à sociedade como um todo. Vivemos em um mundo globalizado e estamos na era do conhecimento: não podemos nunca perder isso de vista. Tudo está integrado. Princípio 14 Tal princípio pode ser visto como uma espécie de conclusão ou consequência dos demais, pois defende a necessidade de organizar a empresa para que, por exemplo, todos esses princípios possam ser recebidos e bem trabalhados por todos dentro da rotina organizacional. Vamos deixar aqui uma reflexão: Todos nós sempre precisaremos de treinamento para o aperfeiçoamento de nossa capacidade de pensar e agir no sentido de uma qualidade superior para nossa organização. Devemos nos renovar a todo instante como profissionais, ainda mais em tempos como o de hoje, em que as mudanças são muito velozes. Educação e treinamento são, portanto, peças-chave para que essa renovação possa ocorrer. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (JUCEPAR/PR – administrador – 2017) Uma das contribuições de Deming (1990) para as competências da gestão da qualidade é a relação dos 14 princípios norteadores da qualidade, como, por exemplo: “Não dependa da inspeção para atingir a qualidade. Incorpore qualidade desde o começo”. Assinale a alternativa que contempla apenas princípios propostos por Deming (1990). Parabéns! A alternativa B está correta. A alternativa B expressa corretamente o princípio 8 proposto por Deming (1990). O autor não trata diretamente do aumento de preços e do mercado de luxo em seus princípios, tampouco do monitoramento, como a grande prioridade da empresa. Com isso, podemos descartar as alternativas A, C e E. Por fim, a alternativa D está incorreta, porque Deming (1990) defende a eliminação de barreiras e a proximidade entre os departamentos. A Aperfeiçoar, constante e continuamente, todo o processo de planejamento, produção e serviço com o objetivo de manter a produtividade e possibilitar o aumento do preço. B Criar um clima de confiança e respeito mútuo no trabalho, afastando o medo e promovendo a gestão da qualidade. C Adotar e estabelecer liderança com o intuito maior de implementar monitoramento e controle do trabalho das pessoas, visando a aumentar a produtividade e reduzir custos. D Promover a especialização das atividades das pessoas para que possam ser progressivamente mais produtivas, agrupando-as em departamentos especializados, isolados e autônomos. E Adotar e estabelecer liderança visando a aumentar a produtividade e se posicionar melhor no mercado de luxo. Questão 2 (Tribunal de Justiça – analista judiciário – 2017) Deming (1990) tornou-se um dos mais reconhecidos e influentes pioneiros da qualidade, especialmente no Japão e, mais tarde, nos Estados Unidos. Sobre os princípios de qualidade propostos por esse guru, avalie as afirmações a seguir. I. Um dos 14 princípios apresenta o direcionamento para que não se dependa exclusivamente do processo de inspeção para o atingimento da qualidade. II. Um dos 14 princípios apresenta o direcionamento para que se institua um treinamento constante de funcionários, com exceção da alta administração. III. A consideração da qualidade ao selecionar fornecedores de produtos e serviços não é responsabilidade da empresa. IV. Devemos nos antecipar às consequências da falta da qualidade por meio da identificação de problemas e de suas causas. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa D está correta. A afirmação II está incorreta, porque Deming (1990) não defende treinamento somente para determinado grupo de funcionários, e sim para todos os integrantes da organização. Da mesma forma, a III também está errada, pois A II e III B I e III C III e IV D I e IV E I e II o autor ratifica a importância de olharmos com cautela para nossos fornecedores, pois poderemos ser responsabilizados por tal escolha pelos clientes e pelo mercado. 3 - Melhoria da qualidade Ao �nal deste vídeo, você será capaz de comparar as de�nições de melhoria contínua e de melhoramento revolucionário na gestão da qualidade. Melhoria contínua Andreoli e Bastos ensinam que: [...] pensar em qualidade nos dias atuais não é só uma questão vantajosa para as organizações, mas também uma prática mandatória para a competitividade. Isso acontece, primeiramente, em virtude da vantagem econômica de se investir em qualidade, pois essa medida reduz ou mesmo elimina os custos com processos e produtos considerados sem qualidade (além de também minimizar, como consequência, os esforços e custos relacionados à correção e à reparação dos resultados indesejados). Além disso, melhora-se o desempenho da empresa em termos qualitativos, pois, ao trabalharpara conseguir a satisfação dos consumidores, a instituição reduz a problemática das reclamações. A organização deve, portanto, buscar a melhoria contínua, repensando e gerenciando processos e práticas pautados pela busca de qualidade de maneira constante. (ANDREOLI; BASTOS, 2017, p. 51) A fala das autoras é propícia para iniciarmos este módulo. O que signi�ca para você melhorar continuamente? Se você respondeu buscar como empresa, de forma ininterrupta, resultados de qualidade cada vez maiores, acertou. Esses resultados valem tanto para os produtos quanto para os serviços e processos. Eles estão presentes nas atividades operacionais da empresa e nas suas decisões estratégicas. Pensar em melhoria contínua significa agregar todos os colaboradores para que eles remem juntos rumo à qualidade superior da empresa. Resposta Acompanharemos agora um exemplo de melhoria contínua. No ramo há mais de 20 anos, Marta tem uma pequena rede de salões de beleza composta por três unidades localizadas nos bairros Interlagos, Liberdade e Morumbi, todos na grande São Paulo. Exigente que é, ela não aceita que o tempo de espera para que seus clientes sejam atendidos seja maior do que 15 minutos, já que Marta enxerga isso como uma falta de qualidade em seu serviço. Ao verificar que, em média, seus clientes esperam aproximadamente 16,5 minutos para serem atendidos, a empresária decidiu tomar algumas atitudes: Presença em empresas de todos os portes A busca por melhoria contínua é tão importante que está presente, por exemplo, em empresas de pequeno, médio e grande porte de todos os setores da economia e de todas as nações. Melhoria contínua aplicada em todos os sentidos Em sentido amplo, ao se pensar em seres humanos exercendo uma atividade profissional, existe a possibilidade de falar da busca por melhoria contínua. Até mesmo no âmbito pessoal é possível refletir sobre tais fundamentos. Primeiro Ela decidiu treinar exaustivamente todos os funcionários de todas as unidades de sua rede. Segundo Além de atuar sobre o tempo de atendimento, Marta aproveitou a oportunidade para intensificar o treinamento diário feito com eles a fim de que seus funcionários sejam cada vez mais gentis no atendimento aos clientes. Terceiro Fez uma consulta a seu time para pesquisar produtos capilares ainda melhores do que aqueles atualmente utilizados em seus salões. Esse é um exemplo de busca por melhoria contínua. Não estamos falando de uma multinacional farmacêutica nem de uma gigante da tecnologia do Vale do Silício: trata-se apenas de uma pequena rede de salões de beleza, que possivelmente é fundamental para a vida de seus funcionários e clientes. Por essa razão, esse pequeno negócio tem inclusive um compromisso ético de buscar incrementos diários de qualidade, assim como todos nós temos. Muitas vezes, esse é o único modo de uma empresa manter-se no competitivo mercado brasileiro. Portanto, estamos tratando de um assunto muito sério. Ainda na discussão sobre melhoria contínua, podemos pensar em dois grandes grupos de ações para sua consecução. Trata-se das ações de: Caráter corretivo Caráter preventivo No caso de Marta, ocorre uma ação corretiva quanto ao tempo de atendimento, pois estamos falando, nesse caso, de uma correção feita posteriormente a problemas ou fragilidades identificados. Podemos pensar na melhoria dos produtos capilares usados em seus salões. No caso, não foi relatada nenhuma fragilidade em relação àqueles usados atualmente; ainda assim, nem por isso devemos deixar de agir. Esse é o espírito da melhoria contínua. Isso significa que Marta pode estar se antecipando de forma estratégica a seus concorrentes. É a partir desse tipo de iniciativa que aumentamos consideravelmente a probabilidade de êxito em nosso mercado de atuação. No exemplo de Marta, deve ter ficado claro para você que a melhoria contínua é um daqueles termos fáceis de serem compreendidos e difíceis de serem postos em prática com excelência. Uma cultura de excelência é fundamental para que a empresa consiga atingir tal melhoria — cultura essa que deve ser nutrida diariamente por Marta e seus colaboradores, já que ela não é construída de um dia para o outro. Modelos de gestão da qualidade Nosso intuito central agora não é o de tratar de ferramentas e modelos de gestão da qualidade. Mesmo assim, é importante que você saiba que os modelos PDCA e kaizen são os mais utilizados para se pensar na qualidade como um processo de melhoria contínua. Veja o que as quatro letras do PDCA significam: P = plan/planejar; D = do/executar/fazer; C = control/controlar/monitorar; A = act/agir/ajustar. Originário do Japão, kaizen pode ser traduzido como: Kai = mudar + zen = melhor → mudar para melhor Agora veja as ilustrações que representam uma síntese dos dois modelos apresentados: Ciclo PDCA. Ciclo kaizen. Melhoramento revolucionário Para que você possa se aprofundar um pouco mais nos conceitos pertinentes à gestão da qualidade, é importante que também conheça a ideia de melhoramento revolucionário ou melhoramento radical. Normalmente, essa noção envolve grandes mudanças dentro da organização de natureza tecnológica ou de conceitos e técnicas de administração. Melhoria contínua É feita de forma gradativa, sendo responsabilidade de todos na organização. Melhoramento revolucionário É uma mudança abrupta, cujo envolvimento central costuma ficar nas mãos de alguns colaboradores selecionados para tal. Existe, portanto, um fenômeno que costuma ser de efeito de curto prazo, sendo capaz de gerar grandes mudanças para a qualidade da empresa. De acordo com Carvalho e outros autores (2009), o melhoramento revolucionário é uma reinvenção que, muitas vezes, visa a melhorar drasticamente o desempenho em termos de custos, qualidade, serviços e velocidade. É comum observar processos de “melhoramento revolucionário” pautados pelo individualismo e por uma gestão autocrática. Isso não significa que esse tipo de projeto não possa ser benéfico para as empresas, mas é preciso sempre refletir sobre a forma com que ele será implementado. Com isso, não se corre o risco até de prejudicar o clima organizacional, a produtividade e o senso de propósito dos funcionários. Acompanhe agora um exemplo de melhoramento revolucionário: João é dono de uma pequena pizzaria em um bairro de um município do interior do Paraná. Sua pizzaria é tradicional entre a vizinhança, pois há 15 anos oferece os mesmos sabores no mesmo layout de restaurante, além de contar praticamente com o mesmo time de garçons. Filho de João, Pedro tenta, há cinco anos, convencer o pai a aumentar os critérios de qualidade de sua pizzaria por meio da indicação de uma série de mudanças necessárias. No entanto, até hoje ele ainda não havia tido sucesso com seus argumentos. Um belo dia, pensando no futuro da pizzaria, João resolveu acatar as ideias de Pedro e o indicou como o principal responsável por implementar um processo de melhoramento revolucionário do estabelecimento: Seu único forno a lenha deu lugar a três fornos elétricos para aumentar a capacidade produtiva, já que, nos finais de semana, a pizzaria enfrentava – e com uma certa frequência – filas. Os clientes gostaram das novidades. Ao ser perguntado sobre o que motivou essa mudança, João respondeu: “Meu filho Pedro me ensinou o conceito de melhoramento revolucionário e, assim, conseguiu me convencer a realizar essas mudanças em minha pizzaria. Espero que vocês, caros clientes, fiquem satisfeitos com nossa nova fase!”. Com esse exemplo da pizzaria, podemos notar as características de melhoramento revolucionário, não é mesmo? Melhoria contínua e melhoramento revolucionário O especialista Marcello Romani contextualiza alguns aspectos de melhoria contínua e melhoramento revolucionário vistos neste módulo. Parte da equipe de garçons foi substituída por profissionais mais jovens. Foi realizada uma reformapara ampliar o local também em virtude das filas ocasionais. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Sobre a melhoria contínua, leia as seguintes afirmações. I. A mudança substancial tende a ocorrer no curto prazo e é posta de forma mais dramática. II. Tem foco contínuo e incremental, com mudança gradual e constante. III. Costuma envolver somente alguns colaboradores predefinidos para o projeto de melhoria. Por isso, tende a ter uma abordagem mais individualista. IV. Trata-se de uma melhoria marcada pelo coletivismo, isto é, pelo esforço de todos os colaboradores da organização. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa C está correta. As afirmações I e III se referem ao conceito de melhoramento revolucionário, e não ao de melhoria contínua. Foco contínuo e incremental, bem como senso de coletivismo, constituem, de fato, características da melhoria contínua nas organizações. Questão 2 A I e III B I, II e IV C II e IV D II, III e IV E II Sobre melhoria contínua e melhoramento revolucionário, julgue se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F). Os dois modelos buscam a melhoria da qualidade da organização, porém o primeiro o faz de forma gradual; o segundo, de maneira radical. O melhoramento revolucionário pode ser adotado por empresas de todos os portes, mas a melhoria contínua só é possível para grandes organizações em virtude de seus altos custos de implementação. O melhoramento revolucionário pode ocorrer por meio de inovações tecnológicas, o que não é possível na melhoria contínua. A melhoria contínua pode ser implementada tanto por meio das ações preventivas quanto por intermédio das corretivas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. Parabéns! A alternativa B está correta. A afirmação II é falsa ao excluir a possibilidade de também se adotar a melhoria contínua em organizações mais modestas, como micro e pequenas empresas. Já a III é falsa por ser possível usar a tecnologia para a realização de melhorias incrementais na empresa. A V, V, F, F B V, F, F, V C F, V, F, V D F, V, V, F E V, V, F, V Considerações �nais Ao longo deste estudo, tivemos a oportunidade de reconhecer as principais abordagens conceituais da gestão da qualidade e identificar princípios da qualidade e produtividade de produtos e serviços. Além disso, pudemos comparar as definições de melhoria contínua e melhoramento revolucionário nesse tipo de gestão. Observamos que, entre as abordagens de qualidade, é preciso dar uma especial atenção tanto para as necessidades e os desejos dos clientes quanto para a qualidade da produção, que é marcada pela conformidade de bens e serviços às especificações da operação. Também pudemos perceber que a gestão da qualidade é complexa, englobando uma série de diferentes princípios norteadores, os quais, em sua maioria, funcionam de forma complementar entre si. Por fim, demos uma grande ênfase ao fato de ser importante pensar na qualidade como um processo de melhoria contínua caracterizado pelas necessidades de melhorias diárias e pela responsabilização de todos os colaboradores da organização. Esperamos que, após esses ensinamentos, você seja capaz de compreender as múltiplas facetas da qualidade e, sobretudo, de lidar com elas no dia a dia, especialmente no âmbito profissional. Podcast Neste podcast, o especialista Marcello Romani fala sobre os princípios e as abordagens da gestão da qualidade. Explore + Pesquise na internet e acesse os sites das seguintes empresas citadas ao longo do conteúdo: Liderança da Apple – Apple (BR); Mini Brasil – veículos novos e seminovos; Prêmios e certificações – Toyota; Histórico e perfil corporativo – YDUQS. Busque e assista aos seguintes filmes, pois eles são capazes de ilustrar situações nas quais a gestão da qualidade foi necessária: Ford vs. Ferrari. Direção: James Mangold. Estados Unidos: Walt Disney Studios Motion Pictures, 2019. 153 min. Whiplash — em busca da perfeição. Direção: Damien Chazelle. Estados Unidos: Sony Pictures, 2014. 107 min. Referências ANDREOLI, T. P.; BASTOS, L. T. Gestão da qualidade: melhoria contínua e busca pela excelência. Curitiba: InterSaberes, 2017. CARVALHO, E. de S. et al. Melhoramento contínuo: a alternativa para alavancar produtividade e competitividade na indústria. Lins: Unisalesiano, 2009. CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Elsevier; Abepro, 2012. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. GARVIN, D. Gerenciando da qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. GOZZI, M. P. Gestão da qualidade em bens e serviços. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. JURAN, J. M.; GRYNA, F. M. Controle da qualidade: conceitos, políticas e filosofia da qualidade. São Paulo: Makron; McGraw-Hill, 1991. KIRSCHNER, A. et al. Gestão da qualidade: segurança no trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Blucher, 2008. LÉLIS, E. C. (Org.). Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. LOBO, R. N. Gestão da qualidade. São Paulo: Érica, 2010. MARSHALL JUNIOR, I. Gestão da qualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2008. SALOMÃO, K. As 25 maiores empresas do mundo, segundo a Fortune. In: Exame. 20 jul. 2018. SHIGUNOV NETO, A.; CAMPOS, L. M. F. Manual de gestão da qualidade: aplicado aos cursos de Graduação. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 2004. SHIGUNOV NETO, A.; CAMPOS, L. M. F. Introdução à gestão da qualidade e produtividade: conceitos, história e ferramentas. Curitiba: InterSaberes, 2016. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? javascript:CriaPDF() Relatar problema Atributos e modelos em qualidade Prof. Dr. Marcello Romani-Dias Descrição Atributos de Qualidade de Produtos. Gestão da Qualidade Total (TQM). Seis Sigma. 5S. PDCA. SDCA. CAPDo. Controle Estatístico do Processo (CEP). Kaizen. Propósito Compreender os atributos de produtos e os principais modelos de gestão da qualidade nas organizações com vistas a permitir sua aplicabilidade, sob a ótica de gestor, colaborador ou público externo, em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Objetivos Módulo 1 Os atributos do produto e a gestão da qualidade Reconhecer os atributos do produto e a gestão da qualidade. Módulo 2 Gestão da Qualidade Total (TQM) Descrever a Gestão da Qualidade Total (TQM). Módulo 3 Os modelos Seis Sigma, 5S, PDCA, SDCA, CAPDo, CEP e Kaizen Identificar os modelos Seis Sigma, 5S, PDCA, SDCA, CAPDo, CEP e Kaizen. Introdução Sabemos que o conceito de qualidade é bastante abrangente, a depender de qual público o enxerga. Posto de outro modo, qualidade para o cliente pode não ser sinônimo de qualidade para o pessoal da produção. Qualidade para a equipe de vendas pode não ser sinônimo de qualidade para o time do marketing, nem para a área financeira da empresa. Apesar das múltiplas possibilidades de entendermos e de gerirmos a qualidade nas organizações, uma coisa é certa: precisamos conhecer os principais fatores que influenciam a percepção da qualidade por parte de nossos clientes, que chamamos aqui de atributos do produto, ao mesmo tempo em que precisamos conhecer diferentes modelos que podem nos auxiliar nos caminhos necessários para o alcance da chamada gestão da qualidade total, que também será visto neste tema. Com esses conhecimentos, você se tornará um profissional capaz de realizar novas reflexões sobre a gestão da qualidade e, principalmente, capaz de ter um senso crítico aprimorado sobre como podemos alcançar qualidade superior nas empresas. 1 - Os atributos do produto e a gestão da qualidade Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os atributos do produto e a gestão da qualidade. Os atributos de produto É fundamental estabelecermosuma relação entre os atributos de produtos e o grau de qualidade que possuem. A literatura especializada define, por exemplo, que qualidade pode significar que o produto está de acordo com um projeto anterior que o desenhou. Outra vertente entende que qualidade é atender as necessidades ou desejos dos consumidores. Dentro dessa segunda visão, a qualidade deve ser determinada pelo usuário, e não pela própria empresa, diferentemente do que ocorre no primeiro conceito trazido, que é pautado pela produção, e não pelo mercado/usuário. Independentemente do conceito que tomamos sobre o significado de qualidade, o fato é que os atributos dos produtos são fundamentais para seu alcance. Podemos destacar oito principais atributos. São eles: Desempenho Refere-se às características operacionais básicas do produto. Características São as funções secundárias do produto, que suplementam seu funcionamento básico. Con�abilidade Refere-se à probabilidade de mau funcionamento de um produto. Conformidade Refere-se ao grau em que o projeto e as características operacionais de um produto estão de acordo com padrões preestabelecidos. Durabilidade Refere-se à vida útil de um produto, considerando suas dimensões econômicas e técnicas. Atendimento Refere-se à rapidez, cortesia, facilidade de reparo ou substituição. Estética R f j l t l fl d Vamos agora detalhar cada um deles, por meio de exemplos práticos. Os atributos e sua relação com a qualidade Desempenho O primeiro atributo que destacamos é o desempenho. Podemos notar que todo e qualquer produto gera em seus consumidores determinada expectativa de desempenho. Neste conceito, se as características operacionais funcionam bem, há um bom desempenho. Por outro lado, se as características operacionais falham, o desempenho é ruim, afetando a percepção de qualidade que o consumidor terá deste produto. Vamos pensar em dois exemplos: Koenigsegg One:1 – 450Km/h Serviços (TV à cabo) – Sem sinal Conforme ilustração, o primeiro exemplo é de um dos carros mais velozes do mundo, que pode atingir a velocidade de incríveis 450km/h. Ao atingir esta velocidade, o carro demonstra um bom desempenho, porque se espera isso dele, posto que faz parte de suas características operacionais básicas. Portanto, uma primeira observação que devemos fazer ao analisarmos o desempenho de um produto é a de que podemos selecionar para análise um fator específico, neste caso a velocidade, ou podemos analisar o desempenho do produto como um todo. Note que, diante desse cenário, o mesmo carro veloz poderia apresentar, por exemplo, problemas de desempenho em relação à suspensão, dirigibilidade, ou até mesmo ao conforto mínimo. Isso também é esperado do carro pelos clientes, concorda? Dica Não devemos olhar somente um fator ao tratarmos do desempenho de determinado produto, e sim para "o conjunto da obra." Refere-se ao julgamento pessoal e ao reflexo das preferências individuais. Qualidade percebida Refere-se à opinião subjetiva do usuário acerca do produto. O segundo exemplo trazido é o de uma empresa de TV por assinatura. Nesse caso, há relatos de consumidores que, em algumas ocasiões, ficam sem sinal em alguns canais. Quando isso ocorre, temos um problema de desempenho, que, certamente, afetará a percepção da qualidade desse serviço por parte do consumidor. Características O atributo a ser analisado refere-se às próprias características do produto, que também podem ser vistas como suas funções secundárias e que, por consequência, permitem o alcance de um bom desempenho ou impedem que o primeiro ocorra. Vejamos: Pensando no mesmo exemplo do carro Koenigsegg One, para que ele possa atingir os 450km/h, uma série de características são necessárias, como ter um motor potente, peso adequado, quantidade suficiente de cilindros e válvulas, entre outras características. No caso da prestadora de serviços, temos o mesmo cenário, posto que, se há falha de sinal, isso significa que há também alguma característica (ou ausência de característica) que pode estar dificultando o atingimento de qualidade superior por parte da empresa. Um exemplo para o caso mencionado, apenas para fins didáticos, poderia ser a ausência de cabo de fibra ótica no produto ofertado pela empresa. Con�abilidade O terceiro atributo a ser trabalhado é a confiabilidade. Quando a probabilidade do mau funcionamento de um produto é baixa, significa dizer que o produto é confiável. Por lógica, a confiabilidade também está entre os principais fatores que influenciarão em grande medida o que o cliente entende por qualidade. Vamos ver a seguir um exemplo de duas marcas de fogões: Brastemp BF050CB Clean – Alta con�abilidade Empresa X – escapamento de gás – Baixa con�abilidade Este exemplo foi pautado por pesquisa realizada pela Proteste no ano de 2012. Enquanto o fogão Brastemp demonstrou alta confiabilidade, por ter sido aprovado em todos os testes de segurança, a Empresa X teve problemas, como o vazamento de gás em seus fogões. Você poderá notar que a reputação de qualidade que a Brastemp carrega até hoje não é apenas decorrente de uma boa estratégia de comunicação, mas também de uma real confiança que consegue transmitir para seus consumidores. Esse é um ótimo exemplo de como os atributos de fato interferem na qualidade do produto. Conformidade Nosso próximo atributo é a conformidade, isto é, o produto deve estar conforme o projeto. Vamos ver a seguir um exemplo: McDonalds – Lanche bem montado - Exemplo positivo na mesma empresa McDonalds – Lanche mal montado - Exemplo negativo na mesma empresa O McDonald's é conhecido por ser um dos grupos mais padronizados do mundo em relação aos produtos que oferece. Isso significa que um lanche Big Mac, por exemplo, tende a ter a mesma receita e sabor nas diferentes partes do mundo. No entanto, até mesmo uma empresa reconhecidamente padronizada pode apresentar problemas de conformidade. A ilustração, utilizada para fins didáticos, traz a diferença que pode existir entre o lanche anunciado nas propagandas (em inglês, advertisements), e o lanche de fato entregue ao cliente (em inglês, actual burger). Atenção! Não significa que o McDonald's não tenha padrão em sua entrega, mas que a percepção de qualidade do consumidor poderá ser prejudicada caso o lanche não venha montado como prometido, seguindo o cardápio e a propaganda da empresa. Com certeza, neste caso, teríamos uma discrepância entre a expectativa do consumidor e o que de fato está sendo entregue para ele. O contrário também é verdadeiro, ou seja, a empresa ganharia pontos ao entregar o que realmente promete, não é mesmo? Durabilidade Nosso quinto atributo é a durabilidade. Não devemos confundir durabilidade e confiabilidade, pois, apesar de terem relação, esses dois conceitos não são sinônimos. Confiabilidade é a probabilidade de mau funcionamento, enquanto durabilidade diz respeito ao tempo de vida do produto. Comentário A confusão existe porque se um produto não for confiável, pode significar que ele irá durar menos. Contudo, nem sempre isso é verdade. É possível que um produto dure mesmo funcionando mal, concorda? Seria o caso de um fogão cujo gás escapa. Em tese, esse fogão poderia durar 20 anos nessa condição e, em todo este período, não seria confiável. Vamos a um exemplo de durabilidade: Bateria Moura – líder de mercado – maior durabilidade Bateria Ajax – menor durabilidade de acordo com os consumidores Ao lado esquerdo, temos a baterias Moura, que é líder de mercado e reconhecida como uma das baterias com maior durabilidade. Ao lado direito, temos as baterias Ajax, que competem neste mercado por meio de preços populares e que são, sabidamente, menos duráveis do que as baterias Moura. Não significa que não exista espaço para a Ajax atuar neste mercado, mas a percepção de durabilidade por parte dos consumidores não é a mesma quando comparada com a líder Moura.Também não significa que a Ajax seja, como um todo, de má qualidade, mas, novamente, teremos a percepção de qualidade por parte do consumidor sendo impactada, desta vez, pelo atributo de durabilidade. Atendimento Nosso próximo atributo é o atendimento, que possui três dimensões fundamentais: capacidade de solução, cortesia/gentileza e rapidez. Vamos dar mais um exemplo: Mentos – criatividade e atendimento de desejos dos consumidores Operadora de celular – desrespeito, insistência e demora nas soluções Nosso exemplo positivo fica por conta da Mentos que, após perceber que os consumidores faziam postagens em suas redes sociais pedindo uma edição da bala Mentos exclusiva do sabor morango, decidiu lançar essa versão. Ainda, premiou os consumidores que fizeram esta solicitação com um baú cheio de Mentos sabor morango entregue no domicílio dos consumidores. Para quem não conhece, é relevante destacar que a principal versão da bala Mentos é de sabores sortidos, isto é, contém balas de diferentes sabores, em que o sabor morango aparecia apenas de vez em quando. Note que os clientes queriam mais “Mentos morango” e tiveram o seu desejo atendido após o lançamento desta edição especial, só com seu sabor predileto. Saiba mais Para obter mais detalhes sobre esta inteligente ação, leia a matéria: As 10 melhores ações de SAC 2.0 de 2013. In: Digai. O exemplo negativo fica por conta da operadora de celular, que demonstrou, no caso analisado, falta de cordialidade, insistência e demora nas soluções para seu cliente. Abaixo temos um relato do prestigiado site Reclame Aqui, do ano de 2017, que ilustra bem os aspectos negativos do atendimento desta empresa neste caso: Estou contestando na ANATEL uma conta de celular a qual possuía um plano corporativo de telefonia há alguns meses atrás, e agora uma empresa contratada da operadora de celular faz cobranças me ligando insistentemente, pelo menos, 20 vezes ao dia em todas as minhas linhas, me cobrando por algo que já está em recurso. Já informei, ao menos, 10 vezes a situação do processo, bem como pedi para retirarem meus dados do sistema, pois trata-se de cobrança indevida, e mesmo que fosse devida, está em recurso na ANATEL, eles não podem ficar me cobrando até que saia o resultado. Saibam que já documentei e estou registrando todas as ligações e gravando as ligações nas quais informo educadamente ao atendente sobre o caso, e irei fazer um BO e procurar meus direitos nos meios legais por constrangimento de cobrança indevida. Enfim, saibam que não sairão impunes por estarem me causando todo esse transtorno. Péssimos, a operadora e essa outra empresa totalmente desqualificada. (RELATO DE CONSUMIDOR. RECLAME AQUI, 2017.) Estética Por vezes, esquecida dentro da discussão sobre qualidade, a estética é outro atributo que tem um grande poder na percepção de qualidade por parte dos consumidores. Vamos dar um exemplo: Fiat Viaggio (não vingou no Brasil) Fiat Multipla (1998 a 2010) Observe os dois carros representados pela ilustração. Sem informações adicionais, qual deles você acredita ter maior qualidade? Se sua resposta foi Fiat Viaggio, você acaba de perceber como a estética influencia em sua percepção. Este carro, infelizmente, não vingou no Brasil. Já o Fiat Multipla, fabricado entre os anos de 1998 e 2010, ganhou o prêmio de Carro do Ano (1999) no programa britânico Top Gear, assim como o de “carro mais feio" no mesmo programa prestigiado de prêmios. O Multipla também não é muito conhecido no Brasil, mas, se olhássemos apenas para sua estética, dificilmente, adivinharíamos tratar-se de um carro premiado, não é mesmo? Possivelmente, tenderíamos a acreditar que o Fiat Multipla tem menor qualidade em diferentes aspectos do que o Fiat Viaggio. Os indicadores parecem não demonstrar isto. Temos que ter, portanto, a ciência de que é assim que pensa parte de nossos consumidores. Comentário Cabe destacar que a estética não diz respeito somente ao que as pessoas consideram bonito ou feio, mas também ao que consideram adequado ou inadequado. Seria o caso de um palestrante realizar uma palestra para uma empresa multinacional trajando regata e correntes grossas de ouro, por exemplo. O traje não é necessariamente feio, mas é provável que parte dessa audiência considere as vestimentas inadequadas para a ocasião, talvez por não ter o costume de presenciar palestrantes vestidos de tal forma. Mas será que deveríamos julgar a qualidade do palestrante por seus trajes? Lembre-se, portanto, de que o conceito de estética é mais amplo do que apenas falarmos em bonito ou feio e que, obviamente, varia de acordo com cada indivíduo. Situação que torna nossa tarefa, enquanto gestores, ainda mais desafiadora. Qualidade percebida Como último atributo a ser trabalhado, temos a qualidade percebida, que está associada à opinião subjetiva do usuário acerca do bem ou serviço. Apple SPTrans – Recordista em reclamações Note que, no caso da Apple, há fãs da marca que nunca utilizaram seus produtos, indicando que a qualidade percebida é alta. Por outro lado, a SPTrans, empresa de transportes de São Paulo, é recordista em reclamações, o que indica que parte de seus usuários não associa a empresa a um serviço de qualidade. Essa questão pode ou não corresponder com a realidade, mas o fato é que a qualidade percebida tem um poder enorme sobre os consumidores e que, quando uma marca ganha fama de ter ou não qualidade, é sempre difícil revertê- la, especialmente, quando essa percepção é negativa. Dica Para que você possa aplicar um pouco mais o que vimos, vale a pena entrar no site do Reclame Aqui. A título de ilustração, selecionamos as 10 empresas mais reclamadas em um período de seis meses. O número que aparece ao lado do nome da empresa na imagem abaixo refere-se à quantidade de reclamações dentro deste período de análise. Principais atributos de qualidade No vídeo a seguir, veremos mais detalhes dos principais atributos de qualidade. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Modificado com base em: 2012 – INEP – ENADE – TECNOLOGIA EM MARKETING) O salão de beleza Sempre Linda existe desde 1998. A proprietária, Marta Miranda, afirma que as atividades se desenvolvem de forma acentuada. Essa evolução, segundo ela, é decorrência de mudança nas necessidades das pessoas, que se mostram cada vez mais preocupadas em estar sempre bem arrumadas e saudáveis. O aumento da renda e a disponibilidade para gastos, considerados antes não essenciais, explicam essa nova situação. Ciente desse novo cenário, a proprietária acredita ser necessário diferenciar-se da concorrência, agregando novos serviços às atividades atuais. Para isso, contratou uma consultoria especializada que fez as seguintes sugestões: I. Tornar disponível um estacionamento, para solucionar a falta de vagas para os clientes que chegam de carro. II. Utilizar produtos químicos com maior prazo de validade. III. Treinar funcionários para desenvolver sua capacidade de empatia com o cliente. IV. Redecorar o salão de beleza. Assinale a ordem que melhor descreve os atributos da qualidade envolvidos nas sugestões trazidas pela empresa de consultoria: Parabéns! A alternativa A está correta. Conforme vimos, durabilidade é diferente de confiabilidade, posto que a primeira se refere ao tempo útil para uso, sendo mais adequada quando tratamos do prazo de validade de um produto. A confiabilidade, por sua vez, tem a ver com probabilidade de mau uso, e não reflete a situação trazida. Por fim, ao redecorar o salão de beleza, Dona Marta não está, necessariamente, modificando o desempenho de seu serviço, pois, em princípio, a característica operacional básica do salão não está sendo modificada por causa da nova decoração. Questão 2 (Modificado com base em: 2012 – INEP – ENADE – TECNOLOGIA EM MARKETING) A empresa Alfa é uma das concessionárias de automóveis mais atuantes da sua região e se destaca por seupós-venda. Segundo o gerente da empresa, hoje, a concessionária detém 12% do mercado de carros novos da região, contra 4% da marca em nível nacional. "Não perdemos negócios. Sempre procuramos valorizar ao máximo o veículo do cliente na troca e nosso pós- venda tem sido apontado como um dos melhores do mercado. Estamos sempre inovando para bem atender nossos clientes. Investimos muito na reforma da loja, procurando oferecer mais conforto e praticidade". Manter um bom cliente hoje exige muito das empresas. A qualidade, o bom atendimento e o cumprimento de prazos deixaram de ser os diferenciais de concorrência. A redução da diferenciação entre os produtos fez com que, hoje, as empresas procurassem uma nova forma de comunicar sua marca e seu produto. Uma das estratégias de diferenciação mais fortes no mercado é o pós-venda, que deve ser encarado com seriedade porque, cada vez mais, o serviço é um elemento de fidelização dos clientes. Considerando a situação acima descrita, avalie as afirmações seguintes: A Atendimento, durabilidade, atendimento, estética. B Atendimento, confiabilidade, atendimento, estética. C Atendimento, durabilidade, atendimento, desempenho. D Desempenho, confiabilidade, atendimento, desempenho. E Atendimento, desempenho, atendimento, estética. I. Os clientes esperam que o serviço de atendimento pós-venda seja um atributo do produto, tanto quanto a estética e a confiabilidade dos carros. II. A satisfação que um produto proporciona é relacionada ao produto em si, somada ao pacote de serviço de atendimento que o acompanha. III. A função do pós-venda é garantir a satisfação, ajudando a fidelizar o cliente e divulgar a boa reputação da empresa também para outros possíveis compradores. É correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa B está correta. Note que todas as alternativas estão corretas. Elas tratam da importância do pós-venda e dos diferentes atributos de qualidade. A principal mensagem da questão é a de que devemos pensar no atendimento como tão importante quanto a estética do produto ou até mesmo sua confiabilidade. Esse é o intuito da gestão da qualidade total. 2 - Gestão da qualidade total (TQM) Ao �nal deste módulo, você será capaz de escrever a Gestão da Qualidade Total (TQM). A I, apenas. B I, II e III. C I e II, apenas. D II e III, apenas. E II, apenas A gestão da qualidade total De acordo com Pearson (2011), o movimento da gestão da qualidade total (Total Quality Management, ou TQM) veio como uma reação do Ocidente em meio à hegemonia de qualidade presente em produtos japoneses na década de 1970. Esse movimento já nasce com duas grandes características: Foco nos clientes Foco nos processos de gestão Estar na frente da concorrência passou a ser mais importante do que apenas prevenir defeitos e diminuir perdas. Destaca-se que, tanto o Ocidente quanto os japoneses aderiram ao movimento da qualidade total, e que o Japão o fez com menor dificuldade, justamente, por já estar mais avançado em alguns dos princípios fundamentais da TQM. Na verdade, foi o Japão que lançou as bases desse movimento para o mundo, principalmente com a Toyota, tendo sido um movimento que se espalharia rapidamente e, em especial, no decorrer das décadas de 1980 e 1990. Re�exão Pare e pense um pouco sobre o que seria qualidade total. Como você deve ter notado, qualidade total é algo complexo, pois seria similar a dizer qualidade na íntegra, concorda? Como podemos ter qualidade na íntegra? Significa ter qualidade em cada pequeno movimento dos processos da empresa? Sim. Quer dizer que se deve olhar minuciosamente para as necessidades e desejos dos clientes? Também. Significa que só é possível pensar em uma qualidade desse tamanho se todos na empresa levantarem essa bandeira, sendo responsáveis pela qualidade no dia a dia? Sim, está igualmente correto. Evolução dos conceitos da qualidade e princípios da TQM Assim como toda a discussão de gestão organizacional, o conceito de qualidade total não nasceu da noite para o dia. Na verdade, três grandes movimentos o antecederam, conforme a figura a seguir: Evolução do conceito de qualidade no âmbito organizacional. Inspeção Conformidade do produto com um padrão. Inspeção do produto acabado, sem análise do processo. Evolução dos conceitos de qualidade no âmbito organizacional Entenda melhor a evolução dos conceitos de qualidade no âmbito organizacional no vídeo que veremos agora. Vamos entender mais a fundo essa evolução: Controle estatístico Inspeção por amostragem. Setores responsáveis pela qualidade. Ferramentas estatísticas para detecção de variações no processo produtivo. Garantia da qualidade Foco na prevenção de defeitos. Envolvimento de todos os setores da empresa. Criação de sistemas de qualidade. Conceito de qualidade total. Gestão da qualidade total Foco na gestão. Superação das expectativas do cliente. Surgimento das normas ISO. O primeiro grande movimento foi o da inspeção, em que a qualidade era vista como uma forma de atender a um projeto específico para um produto, e em que buscava inspecionar rigidamente o maior número de produtos possível dentro dos processos da empresa. É interessante observarmos que esses movimentos da qualidade não são antagônicos, isto é, não apresentam ideias opostas, pelo que devem ser entendidos como complementares, sempre no sentido da evolução sobre a forma com que enxergamos a qualidade nas empresas. Além disso, no movimento da Qualidade Total, não olhamos apenas para a interação entre cliente e produto, e sim para a ampla relação entre cliente e empresa, o que, obviamente, aumenta a importância dos serviços prestados. Só podemos falar em qualidade total quando todos da organização “colocam a mão na massa” para que a empresa Em um segundo momento, ganhou forçou o controle estatístico, que revolucionou a forma de enxergarmos a qualidade. Não mais olhávamos para todos os produtos, e sim para amostras de produtos. Em outras palavras, passou a haver uma seleção de quais produtos seriam inspecionados nos processos da empresa. Neste movimento, também foram criados setores inteiros responsáveis pela qualidade, perdendo assim força a figura do inspetor, característico da fase anterior, de inspeção. Começamos, portanto, a pensar a qualidade por meio de um setor responsável por sua gestão e não mais por meio de apenas um indivíduo ou de um grupo que fazia o papel de inspetores. O terceiro movimento ficou conhecido como garantia da qualidade. Foi mais um avanço, posto que passamos a prevenir os defeitos de nossos produtos no processo fabril. Isso quer dizer que, dentro desse movimento, foram realizados grandes esforços para nos anteciparmos ao processo. A qualidade começa a ganhar maior ênfase estratégica, passando a ser responsabilidade de todos os setores da empresa, e não mais somente de um setor específico. Apesar de ainda não ser chamado de movimento, o conceito de qualidade total começa a ser gradativamente assimilado pelas organizações. Chegamos então à gestão da qualidade total. Nesse movimento, o avanço é ainda mais disruptivo, posto que nele a qualidade deixa de ser uma responsabilidade de um indivíduo, de um setor específico, ou dos conjuntos de setores da empresa. Passa a ser responsabilidade de cada colaborador, isto é, de todos aqueles que fazem parte da organização. Passa a haver maior ênfase nas expectativas dos clientes, e é neste contexto que a qualidade ganha seu ápice dentro da gestão estratégica. possa alcançar qualidade superior. Significa que o presidente é tão responsável pela qualidade quanto o operário mais modesto das fábricas da empresa. Você já deve ter ouvido falar: todos têm que pensar em termos de qualidade. Se o responsável por apertar o parafuso da asa do avião não pensar em termos de qualidade, um desastre pode ocorrer. Do mesmo modo, pode haver uma tragédia se o CEO da mesma companhia aérea, por ganância, quiser maximizaro lucro da empresa em detrimento da boa manutenção de suas aeronaves. Ambos podem levar ao desastre. Em um ambiente hipercompetitivo, devemos pensar em qualidade superior tomando como base cada indivíduo da empresa, e de forma detalhada. Em cada processo, em cada rotina, em cada interação, em cada serviço prestado. Em todas as áreas, em todos os anos, em todas as operações da empresa. Esse é o verdadeiro espírito da TQM. Uma outra forma de enxergarmos a gestão da qualidade total pode ser ilustrada pelo famoso efeito borboleta, que defende que o bater das asas de uma borboleta aqui no Brasil, por exemplo, poderá causar algum tipo de efeito do outro lado do mundo. Pode ser uma analogia exagerada, mas é extremamente didática para refletirmos sobre as consequências, sejam positivas sejam negativas, de cada pensar e agir em termos de qualidade dentro da empresa. Tudo está, de algum modo, interligado, conforme podemos observar na imagem a seguir. Apesar de serem os clientes o foco principal do controle total da qualidade (TQC), que pode ser visto com uma das vertentes da TQM, não podemos nos limitar a pensar somente no atingimento de suas necessidades e desejos. Dica Outros públicos também são fundamentais em nossa busca, como acionistas, empregados e vizinhos. Isso ocorre porque atender a esses grupos significa atender a partes interessadas que estão interligadas e que afetam todo o resultado de nossa empresa. Com colaboradores desmotivados, produz-se menos; com vizinhos indignados, sofre-se denúncias; com acionistas sem retorno adequado de investimentos, pode-se perder o cargo enquanto gestor. Você consegue notar que estamos falando de uma visão holística sobre o significado da gestão da qualidade? Bem diferente daquilo que ocorria no primeiro movimento, de inspeção, você se lembra? Outro ponto que devemos ter em mente ao tratarmos da gestão da qualidade total são seus benefícios. Para Custodio (2015, p. 42), as principais vantagens da TQM são o crescimento da satisfação e a confiança dos consumidores, o incremento da produtividade, a redução dos custos de produção, o estímulo à melhoria contínua de produtos e processos e a permissão à conquista de mercados. Agora que terminamos o nosso conteúdo elaboramos algumas questões para você verificar o seu nível de entendimento sobre o assunto. Se tiver alguma dúvida, não tenha receio de voltar ao conteúdo e revisá-lo. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 São características do movimento da Gestão da Qualidade Total (TQM), quando comparados aos demais movimentos da gestão da qualidade, exceto: Parabéns! A alternativa D está correta. A Foco na gestão da qualidade como um todo (visão holística). B Envolvimento de todos os membros da empresa. C Foco no atingimento e na superação das expectativas dos clientes. D Início do uso de ferramentas estatísticas para a gestão da qualidade, como a estratificação. E A qualidade assume um caráter mais estratégico dentro das empresas, como meio de geração de vantagem competitiva para as organizações. A afirmação exposta na letra D está incorreta, porque o uso das ferramentas estatísticas já ocorria desde o segundo movimento da qualidade, denominado controle estatístico, em que foram introduzidas as primeiras técnicas de estratificação para a análise dos processos das empresas. As demais alternativas expressam com precisão as características da TQM. Questão 2 São possíveis benefícios do movimento da Gestão da Qualidade Total (TQM) para as empresas, exceto: Parabéns! A alternativa C está correta. A alternativa C está incorreta porque a figura do inspetor como sendo praticamente o único responsável por controlar a qualidade da empresa não é defendida pela gestão da qualidade total, que preza o envolvimento de todos os colaboradores neste processo. A Crescimento da satisfação e da confiança dos clientes e consumidores no mercado de atuação. B Possibilidade de conquista de novos mercados, pela melhoria contínua de seus produtos e serviços. C Valorização da figura do inspetor como grande responsável pela qualidade na empresa. D Incremento da produtividade e redução dos custos de produção da organização. E Caráter estratégico da gestão da qualidade que passa ser responsabilidade de todos os setores da empresa. 3 - Os modelos Seis Sigma, 5S, PDCA, SDCA, CAPDo, CEP e Kaizen Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os modelos Seis Sigma, 5S, PDCA, SDCA, CAPDo, CEP e Kaizen. Modelos Seis Sigma E 5S De acordo com Person (2011), o modelo Seis Sigma foi inicialmente desenvolvido pela Motorola na década de 1980, e logo ganhou fama pela sua capacidade de melhorar a qualidade geral de produtos e serviços ofertados pelas empresas. Hoje, milhares de empresas espalhadas ao redor do globo utilizam a metodologia Seis Sigma, que significa reduzir os defeitos a 3,4 peças por milhão. Em números absolutos, é o mesmo que dizer que 99,9997% do processo ocorre sem erros, ou seja, estamos falando de uma margem de erro que beira a zero. Deve ter ficado claro para você como o Seis Sigma é eficiente e, ao mesmo tempo, como é difícil alcançar esses números, não é mesmo? Você deve ter a curiosidade de saber o que significa Seis Sigma. Trata-se de uma letra grega (sigma) que está relacionada à variação do processo. A imagem a seguir ilustra essa quantidade de variação com um nível de sigma que vai de dois a seis, sendo que seis indica o menor índice possível de erro, ou, posto de outro modo, o maior percentual de aproveitamento do processo. Tabela: O Seis Sigma e sua interpretação. Pearson, 2011, p. 152. Pearson (2011) também destaca que as empresas costumam operar no nível de três sigmas, que significa ter um processo com 93,32% de aproveitamento. Você pode perceber a dificuldade de alcançarmos o Seis Sigma ao mesmo tempo e notar as vantagens na competitividade de uma empresa em seu mercado de atuação caso alcance essa estratégica posição. Exemplo Pense em uma fábrica de móveis que deseja reduzir seu defeito de dois para seis sigma. Neste caso, fala-se de ir de um percentual de aproveitamento do processo de cerca de 69% para quase 100%. Aqui, podemos perceber o tamanho do desafio de implementarmos o Seis Sigma. Você deve estar se perguntando: como determinada empresa pode passar de um estágio de três sigma para o estágio de seis sigma? Essa resposta se dá, entre outros aspectos, pela implementação da metodologia denominada de DMAIC, conforme a seguir: De acordo com o esquema anterior, para termos qualidade superior e erro beirando a zero, devemos realizar cinco grandes etapas: compreensão clara sobre o projeto de melhoria, medição dos aspectos críticos, identificação dos fatores que causam esses aspectos, melhoria dos problemas e monitoramento das possíveis soluções para verificarmos se, de fato, surtiram os efeitos necessários. Atenção! Essas cinco etapas devem ser realizadas frequentemente pela empresa em seus diferentes processos, posto que, como já foi comentado, a qualidade de uma organização não diz respeito somente a um projeto específico. Não temos como atingir números tão altos de percentual de aproveitamento sem pensarmos nos projetos da empresa como um todo, posto que, muitas vezes, nossos processos organizacionais estão interligados. Curiosidade O modelo 5S, por sua vez, pode ser visto como um programa que orienta a qualidade das empresas e que surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial (Custodio, 2015). De�nir (de�ne) Definir o escopo do projeto de melhoria, mapeando o problema e definindo oportunidade de melhoria. Medir (meadure) Identificar os pontos críticos do processo e desenvolver medições do desempenho do processo. Analisar (analyze) Encontrar as causas dos problemas. Melhorar (improve) Propor e implementar soluções de melhoria. Controlar (control) Verificar se as soluções implementadas surtiram efeitos esperadose incorporá-las aos padrões do processo. Podemos interpretar o 5S como ações que as empresas devem fazer para que consigam alcançar maiores níveis de qualidade. Os S são de Seiri (utilização), Seiton (ordenação), Seisou (limpeza), Seiketsu (saúde) e Shitsuke (disciplina). Corporativa Brasil, 2020, p. 1. Posto de outro modo, utilizar o 5S significa adotar um senso de utilização, de ordenação, de limpeza, de saúde e de disciplina. Esse modelo japonês defende que esses cinco conjuntos de ações, de responsabilidades por parte da empresa, são fundamentais para melhorarmos a qualidade de nossos processos. Não podemos pensar somente em ordenar materiais sem haver limpeza do local, na mesma medida em que não podemos pensar só na saúde de nossos funcionários, sem utilizarmos adequadamente as ferramentas necessárias ao desenvolvimento de nossos processos. Note, portanto, que a metodologia 5S deve ser usada enquanto conjunto, caso contrário, não podemos falar em busca por qualidade superior ou em melhoria contínua, muito menos em gestão da qualidade total por parte da empresa. Dica Procure adotar o modelo 5S em sua vida particular. Essa é uma forma de compreender a metodologia e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de seus processos. Para que você possa fazer isso, pense naquilo que realmente é útil dentre os materiais que possui (S de Seiri, utilização), por exemplo em sua casa. Em seguida, ordene esses materiais (S de Seiton, ordenação). Procure deixar sempre seu ambiente limpo, além de você estar saudável (S de Seisou, limpeza, e S de Seiketsu, saúde). Além disso, seja disciplinado, também no sentido de gerir bem o seu tempo (S de Shitsuke, disciplina). Com essas medidas, certamente, a qualidade de suas atividades, sejam profissionais sejam pessoais, irá aumentar substancialmente. Esse processo é similar com as empresas. Ciclo PDCA, SDCA E Cap-Do O ciclo PDCA também é chamado de ciclo de Deming ou Ciclo de Shewhard, e é um dos modelos mais conhecidos dentro da gestão da qualidade. Esse modelo ficou tão consagrado que acabou dando origem a diferentes variações de sua ideia central. Na verdade, os modelos DMAIC, SDCA e CAP-Do acabam por complementar a ideia original exposta pelo PDCA. Comentário Alguns entendem o PDCA como uma ferramenta de gestão, mas, para a maior parte da literatura, ele é algo mais amplo do que uma ferramenta para a resolução de um problema específico. Ele é considerado um modo de proceder da organização em geral - trata-se de um modelo a ser seguido pelos gestores. A figura a seguir ilustra o Ciclo PDCA. Esse é um daqueles modelos fáceis de serem compreendidos, mas nada simples de serem implementados em todos os processos da empresa. Tal modelo defende que a gestão da qualidade é um processo cíclico, em que devemos sempre planejar (plan), isto é, definir nossos objetivos, metas e métodos. Devemos realizá-los (do), treinando, executando e coletando dados de nossos processos, além de controlar (check), ou seja, monitorar e medir nossos resultados. Por fim, devemos agir (act), sempre ajustando nosso processo com base nas etapas realizadas anteriormente, e com vistas a sua melhoria contínua. Dica Este processo é cíclico porque não se encerra com o agir, posto que estamos sempre replanejando, realizando e monitorando novas etapas de nossas atividades. Se você tiver interesse em melhorar a qualidade de sua atividade profissional, procure verificar se realiza essa lógica de raciocínio do PDCA em sua rotina. Reflita se você investe tempo suficiente para planejar bem suas ações antes de executá-las e, ainda, se utiliza instrumentos de verificação de qualidade antes de entregar seus projetos profissionais. Como exemplo, ao elaborarmos este material didático, enquanto professores conteudistas, temos que realizar um ciclo PDCA para entregarmos qualidade superior. O que se quer dizer é que investimos horas planejando quais serão os objetivos dos materiais e quais serão seus tópicos (plan). Para montá-los, coletamos informações em uma série de livros, artigos e portais de internet (do). Inclusive, monitoramos, por exemplo, se os livros inicialmente selecionados possuem relevância dentro da discussão dos tópicos escolhidos para o tema (check). Após a realização das etapas anteriores (action), finalmente, ajustamos nosso material. Você concorda que, se não cumpríssemos todas essas etapas, teríamos, possivelmente, um material didático de qualidade inferior? Por isso, o ciclo PDCA é tão importante e válido para uso dentro de sua trajetória profissional. Conforme já destacado, uma das derivações do PDCA é o modelo SDCA, ilustrado na imagem a seguir. A grande contribuição do SDCA, em relação ao PDCA, é a previsão de uma ação de padronização do processo, que, originalmente, não era explicitada pelo PDCA. Posto de outro modo, o PDCA menciona ação, implementação e ajustes, mas não menciona explicitamente a necessidade de definição de um procedimento padrão de trabalho. Comentário Posto de outro modo, enquanto no PDCA temos uma menção sobre a necessidade de planejarmos os processos, no SDCA esta menção é mais específica. Isso porque não estamos falando de todo e qualquer planejamento, e sim de um planejamento que visa estabelecer padrões de ação (ilustrado pela letra S). Além do modelo SDCA, o CAP-Do também é derivado do PDCA, mas acaba por ser destinado à correção de um problema específico e está organizado em sete diferentes etapas, não mais em quatro. Veja na figura a seguir. Modelo CAP-Do: Esse ciclo, portanto, envolve desde a identificação de um problema até a consolidação dos resultados relacionados à sua correção. Nesse modelo, percebemos que o início do ciclo diz respeito ao Check (verificação/controle), e engloba tanto a id tifi ã d bl t d t lh t CEP e Kaizen Além dos modelos já exemplificados, é importante você conhecer o Controle Estatístico do Processo (CEP) e o Kaizen. Vamos tratar inicialmente do CEP. Podemos afirmar com tranquilidade que o CEP passou a ganhar força na gestão da qualidade quando a era da inspeção, pautada pela tentativa de inspecionar todos os produtos produzidos, deu lugar ao controle estatístico. Isso ocorreu por meio da amostragem, que nada mais é do que o estabelecimento de critérios de seleção de quais produtos deveriam ser inspecionados pela empresa, por exemplo, em um processo fabril. Desde então, muitas técnicas estatísticas foram incorporadas dentro da discussão sobre a gestão da qualidade. Em decorrência disso, o que conhecemos hoje como CEP é, na verdade, pautado pelo conjunto de ferramentas estatísticas que nos ajudam no controle e na qualidade de nossos processos. Exemplo O CEP investiga variações nos processos, conforme vimos ao tratar do modelo Seis Sigma. Isso pode ser feito por meio de diferentes cálculos dentro da estatística descritiva, como desvio-padrão, média, mediana, amplitude, moda, quartil, entre outros. Podemos calcular, conforme foi visto ao tratarmos de Seis Sigma, a probabilidade de um produto ou processo apresentar defeito. Vimos que o Seis Sigma significa uma probabilidade de quase 0% de defeito, a saber: identificação do problema, quanto seu detalhamento. A fase seguinte é denominada Analysis (não confundir com o action do PDCA), que diz respeito à análise do problema, o que também envolve a identificação de suas causas. Depois passamos para a fase denominada Plan (planejamento), que envolve a determinação das ações corretivas que devem ser tomadas. Por fim, temos a fase denominada do (fazer/executar), que envolve três diferentes ações, isto é, implementação das ações corretivas, verificação e consolidação dos resultados. Note que este ciclo é muito útil para nos guiar rumo ao tratamento de problemas e, consequentemente, à melhoria de qualidade em nossa empresa. Eliminar todo e qualquer desperdício. O processo de melhoria contínua deve envolver todos os trabalhadores. As ações devem trazer aumento de produtividadecom baixo investimento. Pode ser aplicado em qualquer local ou empresa. Comunicar o resultado das melhorias é uma necessidade. As ações de melhoria são pontuais e devem incidir nos locais de maior necessidade. Foco específico na melhoria dos processos. Enxerga a melhoria por meio da ação das pessoas. Aprendizado na prática. O Kaizen é, na verdade, sinônimo de melhoria contínua, e estes princípios acabam por refletir esta ideia, ou diretriz, conforme podemos ver a seguir: [...] filosofia de melhoria contínua que também tem sua origem no Japão pós- guerra, especificamente nas discussões acerca da qualidade incentivadas por Deming e Juran. É preciso melhorar sempre - as pessoas, os ambientes, os processos - e quem pode fazer isso, melhor do que ninguém, são as próprias pessoas envolvidas nos ambientes e nos processos. (PEARSON, 2011, p 149) Pela definição trazida, podemos notar que atingir o Kaizen significa ter uma visão holística sobre a qualidade, isto é, não pensar somente no produto. Essa mesma definição também deixa claro o papel primordial das pessoas neste processo. Evolução dos conceitos de qualidade no âmbito organizacional Neste vídeo, faremos uma breve contextualização do Modelo de gestão PDCA, seus derivados e sua relação com a metodologia Seis Sigma. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Modificado com base em: 2014 – UFCA - ADMINISTRADOR) Rita trabalha no hospital escola da universidade há três anos, no setor administrativo. Por tratar-se de uma instituição pública, o hospital funciona ininterruptamente, por turnos, com equipes interativas. O atual diretor convocou Rita para melhorar o ambiente administrativo, repleto de papéis, dificuldade de deslocamento dentro da sala por acúmulo de equipamentos quebrados, mofo, lâmpadas queimadas dentre outros problemas. A servidora convocada fez curso de gestão da qualidade-5s e o processo de melhoria foi iniciado com o descarte de todos os materiais inservíveis (papéis, máquinas quebradas, armários defeituosos, cadeiras rasgadas, dentre outros). Após o descarte do que não é mais importante para o setor o próximo passo será o senso de: Parabéns! A alternativa A está correta. Vimos que o ciclo do 5s tem início com a fase de utilização, em que selecionamos os materiais que são úteis e descartamos os materiais que não nos servirão. Após termos em mãos os materiais úteis, passamos então a ordená-los, o que torna a afirmação A correta. Questão 2 (Modificado com base em: 2020-VUNESP-VALIPREV-AGENTE ADMINISTRATIVO) Um gestor público preocupado com a qualidade no atendimento aos cidadãos solicitou seu apoio no sentido de implementar o modelo PDCA. Ou seja, a proposta a ser apresentada para esse gestor se refere a um ciclo baseado em 4 etapas: A Ordenação. B Utilização. C Limpeza. D Higiene. E Estética. A Planejar, executar, verificar e agir. Parabéns! A alternativa A está correta. É fundamental que você conheça as etapas e os significados do modelo PDCA, sem o que terá dificuldades em aplicá-lo em uma situação real. PDCA vem de plan, do, check e action, que, em português, pode ser traduzido para planejar, executar, verificar e agir, conforme indica a alternativa A. Note que as demais alternativas não se referem ao ciclo PDCA. A alternativa B, por exemplo, inclui uma etapa de concentrar, que não está prevista pelo PDCA. A alternativa C fala em caracterizar, que também não se refere ao ciclo. Por fim, a alternativa D menciona agilizar, atividade não prevista pelo PDCA. Considerações �nais No decorrer deste tema, tratamos dos atributos e modelos em qualidade. Dentro desta discussão, vimos que a reputação de uma empresa quanto aos seus aspectos de qualidade é influenciada pelos atributos de seus produtos, como desempenho, durabilidade, confiabilidade, estética, entre outros. Vimos também que vivemos a era da gestão da qualidade total (TQM), o que implica em todos nós sermos responsáveis por buscar qualidade superior nos processos de nossas empresas, e que devemos fazê-lo diariamente, sempre tendo como base as necessidades de nossos consumidores. Para que a TQM possa ser alcançada, trabalhamos com uma série de modelos, como Seis Sigma, 5S, PDCA, SDCA, CAPDo, Controle Estatístico do Processo (CEP) e Kaizen. Esses modelos são úteis para empresas de diferentes portes, setores, nacionalidades e estratégias, o que os torna mundialmente consagrados. Podcast Para encerrar, ouça agora um resumo dos principais pontos abordados neste conteúdo. B Preparar, delinear, concentrar e atuar. C Pré-definir, defender, caracterizar e agir. D Propor, disseminar, controlar e agilizar. E Pré- definir, planejar, agir e verificar. Explore + Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia: DEMING, W.E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques-Saraiva, 1990. JURAN, J.M.; GRYNA, F.M. Controle da Qualidade: Conceitos, políticas e filosofia da qualidade. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991. KIRSCHNER, A.; KAUFFMAN, H.; SCHMID, D.; FISCHER, G. Gestão da Qualidade: segurança no trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Blucher, 2008. SHIGUNOV NETO, A.; CAMPOS, L.M.F. Introdução à Gestão da Qualidade e Produtividade: conceitos, história e ferramentas. Curitiba: Intersaberes, 2016. Pesquise: Sobre a reputação de certas empresas no portal do Reclame Aqui. Nesse site, há muitos casos ilustrativos de problemas de atendimento dentro dos aspectos de falta de cortesia, demora de atendimento e baixa capacidade resolutiva. Referências ADVANCED CONSULTING & TRAINING. Glossário: CAP-Do, 2020. Consultado em meio eletrônico em: 16 jul. 2020. CORPORATIVA BRASIL. Metodologia dos 5s, 2020. Consultado em meio eletrônico: 16 jul. 2020. CUSTODIO, M.F. Gestão da qualidade e produtividade. São Paulo: Person Education do Brasil, 2015. O GLOBO. Doze fogões são reprovados em avaliação da Proteste por falta de segurança, São Paulo, 10 out. 2012. PEARSON. Gestão da Qualidade. São Paulo: Editora Pearson, 2011. RECLAME AQUI. Ligações constantes por cobrança indevida da Vivo. In: Reclame aqui. Publicado em: 17 fev 2017. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF() Ferramentas qualitativas da qualidade Prof. Dr. Marcello Romani-Dias Prof. Marcus Brauer Descrição Identificação da aplicabilidade das ferramentas da qualidade: fluxograma, diagrama de causa e efeito (Ishikawa), 5W2Hs, brainstorming, matriz GUT e análise S.W.O.T. Propósito Compreender as principais ferramentas de gestão de abordagem predominantemente qualitativa é fundamental para que o profissional possa exercer ou diagnosticar a gestão da qualidade em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Objetivos Módulo 1 Ferramentas da Qualidade: Fluxograma e Diagrama de Causa e Efeito Empregar as seguintes ferramentas da qualidade: Fluxograma e Diagrama de Causa e Efeito. Módulo 2 Ferramentas da qualidade: 5W2H e brainstorming Aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: 5W2H e brainstorming. Módulo 3 Ferramentas da qualidade: matriz GUT e análise S.W.O.T Aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: matriz GUT e análise S.W.O.T. Introdução A complexidade do atual ambiente de negócios e o acirramento da concorrência entre as empresas são fatores que estimulam o estudo e a aplicação de tópicos relacionados à gestão da qualidade. Isso ocorre porque a sociedade espera por um padrão de qualidade cada vez mais elevado por parte das empresas. Além disso, o número médio de concorrentes aumentou substancialmente nos mais diversos mercados de atuação das empresas. Mais concorrência significa uma tendência a produtos e serviços mais similares entre si, o que aumenta a necessidade de pensarmos estrategicamente sobre a gestão de uma qualidade superior, para buscarmos vantagemcompetitiva em nosso mercado de atuação. Neste estudo, trataremos de ferramentas que são fundamentais para buscarmos essa qualidade. Para isso, veremos seis ferramentas da gestão da qualidade, bem como seus propósitos. Existem ferramentas de monitoramento, controle ou diagnóstico. Há, ainda, ferramentas para a proposição de projetos, atividades ou ideias. Existem, também, aquelas utilizadas para a gestão de riscos empresariais. 1 - Ferramentas da Qualidade: Fluxograma e Diagrama de Causa e Efeito Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar as seguintes ferramentas da qualidade: Fluxograma e Diagrama de Causa e Efeito. Fluxograma O fluxograma é uma representação gráfica que permite a fácil visualização dos passos de um processo. Apresenta a sequência lógica e de encadeamento de atividades e decisões, de modo a se obter uma visão integrada do fluxo de um processo técnico, administrativo ou gerencial, o que permite a realização de análise crítica para a detecção de falhas e de oportunidades de melhorias (LOBO, 2010). O fluxograma utiliza símbolos padronizados, que facilitam a representação dos processos. Conheça alguns desses símbolos: Indica o início ou fim do processo. Indica cada atividade que precisa ser executada. Indica um ponto de tomada de decisão. Indica a direção do fluxo. Indica os documentos utilizados no processo. Indica uma espera. Indica que o fluxograma continua a partir desse ponto em outro círculo, com a mesma letra ou número que aparece em seu interior. Note que o fluxograma profissional tem sua própria linguagem de símbolos, sendo que os quatro primeiros símbolos são os mais frequentes, por indicarem, respectivamente, o início ou o fim do processo, cada atividade que precisa ser executada e um ponto de tomada de decisão e, por fim, a direção em que o fluxo ocorre. É difícil pensarmos em um fluxograma profissional que não tenha ao menos essas quatro informações. Vamos a um exemplo: Figura 1 – Exemplo de fluxograma 1. Esse fluxograma trata de um processo necessário para assistir a uma programação televisiva, e contempla suas mais diversas etapas de formação. Note, na figura anterior, os símbolos utilizados e os possíveis caminhos a serem percorridos neste processo. A elipse representa o início e o fim do processo. Os retângulos representam as atividades a serem desempenhadas nos diferentes caminhos, como ligar a TV, realizar ajustes, conectar na energia, solicitar visita técnica e, se tudo correr bem, assistir à programação. Elipse Retângulos Os losangos representam as decisões a serem tomadas, expressas na forma de perguntas, tais como: a imagem aparece? Está conectado na energia? A imagem é boa? A depender de sua resposta, sim ou não, o fluxograma o levará a um outro caminho, sempre com o propósito final de assistir à programação televisiva. Há, ainda, a possibilidade de o processo acabar com a solicitação de visita técnica, caso as soluções tentadas não sejam suficientes. Lélis (2012) e outros autores nos trazem algumas vantagens da utilização do fluxograma, tais como: Losangos Melhora a compreensão do processo de trabalho. Mostra os passos necessários para a realização do trabalho. Você já havia refletido sobre o poder que um bom fluxograma pode ter para atingirmos nosso objetivo em determinado processo? Vamos pensar em mais um exemplo de fluxograma, desta vez mais específico para a área de gestão de qualidade, e que contempla, além dos símbolos já trabalhados, o símbolo circular, que indica haver uma continuação do processo a partir deste ponto circular. Vejamos o exemplo trazido na Figura 2: Cria normas padrão para a execução dos processos. Demonstra a sequência e a interação entre atividades/projetos. Pode ser utilizado para encontrar falhas no processo. Pode ser utilizado como fonte de informação para análise crítica. Facilita a consulta em caso de dúvidas sobre o processo. Figura 2 – Exemplo de fluxograma 2. Note que esse fluxograma é um pouco mais complexo, e que também possui duas possibilidades de fim: sucateamento do produto ou liberação do produto. O fluxograma trata, portanto, de um procedimento de controle de produto. O círculo com o número 1 representa que devemos continuar o processo no outro círculo com o número 1 demarcado. Neste caso, ao seguirmos as setas, notamos que mesmo que o produto não seja reprovado em um primeiro momento, seguindo, portanto, para as atividades de recuperação e análise (expressas pelos retângulos), ele pode ser reprovado após a realização destas duas atividades, retornando ao status determinado pelo círculo com o número 1 localizado na lateral esquerda do fluxograma e, desse modo, tendo como fim seu sucateamento. Existem diferentes tipos de fluxograma, tais como: Linear de operações. Linhas de montagem. Setorial. Arranjo físico funcional. Esses fluxogramas se diferenciam pelo tipo de processo que estão a descrever. Independentemente do tipo de fluxograma que estamos construindo, é fundamental, conforme destaca Lobo (2010), conhecermos muito bem o processo que queremos desenhar, senão torna-se praticamente impossível a construção de um fluxograma adequado. Sobre esse ponto, é fundamental uma adequada comunicação organizacional, bem como a coleta de dados sobre o processo em questão. Nesse sentido, é relativamente comum que o fluxograma de um processo tenha de ser revisto de tempos em tempos pela empresa. Atenção! O mais importante é que o fluxograma seja utilizado como uma poderosa ferramenta para nossa gestão da qualidade! Diagrama de causa e efeito Esse diagrama também é conhecido como diagrama espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa, que foi seu criador e um dos principais gurus da qualidade. O diagrama representa possíveis causas que levam a determinado efeito. As causas são agrupadas por categorias e semelhanças previamente estabelecidas, ou percebidas durante o processo de classificação (NETO; CAMPOS, 2016). A grande vantagem desta ferramenta é que nos permite trabalhar de um modo mais específico e direcionado no detalhamento das causas possíveis de determinado resultado (LOBO, 2010). Em linhas gerais, as etapas de elaboração do diagrama são as seguintes: Discussão do assunto a ser analisado pelo grupo de trabalho, contemplando seu processo, como ocorre, onde ocorre, áreas envolvidas e escopo. Descrição do efeito (problema ou condição específica) no lado direito do diagrama. Levantamento das possíveis causas e seu agrupamento por categorias no diagrama. Lembre-se sempre de que o resultado analisado por essa ferramenta pode ser positivo ou negativo! Ainda que o mais frequente dentro da gestão da qualidade seja trabalharmos com problemas vividos pela empresa, também podemos construir o diagrama para tratarmos de efeitos positivos. Exemplo Podemos, ainda, realizar um benchmarking com nossa concorrência para compreendermos as razões (ou causas) que fazem com que eles tenham maior facilidade para conquistar clientes do que nós. A situação do exemplo seria o extremo oposto do diagrama de causa e efeito ilustrado pela a seguir. Lembre-se de que o diagrama não trata somente de problemas, pois nem todo efeito é negativo. Por exemplo, o diagrama pode trazer como efeito a realização de uma boa aula e as causas necessárias para que ela ocorra. Seriam muitas, concorda? Figura 3 - Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito. A figura anterior traz um exemplo de um diagrama de causa e efeito clássico. Note que, nos quadros azuis, estão as cinco causas desse exemplo, e, com fundo branco, o seu efeito, ou seja, a dificuldade para conseguir clientes. Dentro de cada “espinha”, são detalhadas as categorias de causas. Por exemplo, na categoria de causas denominada relacionamento com clientes, temos fatores como a não realização de nenhuma ação pós-venda e a não obtenção da lista de e-mails dos clientes, que com certeza contribuíram para esse resultado negativo.Ao ser desenhado, o diagrama assemelha-se à espinha de um peixe, nome pelo qual ficou popularmente conhecido. Ao longo da “espinha”, são colocadas as causas e, na “cabeça do peixe”, escrevemos o efeito ou o resultado ocorrido. Análise do diagrama elaborado e coleta de dados para determinar a frequência de ocorrência das diferentes causas. Ao montar seu diagrama de causa e efeito, busque o maior número de informações que você puder sobre o resultado em questão e sobre suas possíveis causas. Você pode consultar documentos da empresa, realizar conversas informais com funcionários, agendar reuniões ou entrevistas, quando isso for possível, e observar situações do cotidiano. Lembre-se de que a informação é a chave para a construção de um diagrama poderoso. Dica Para potencializar o poder dessa ferramenta, você pode estabelecer frequências para cada causa! No caso do diagrama estudado, você poderia realizar entrevistas na empresa para verificar com que frequência os entrevistados mencionam cada um dos fatores que podem levar ao cenário de dificuldade a fim de conseguir clientes. Muitas vezes, o diagrama, ao não ter uma medida de frequência, pode nos induzir ao erro de pensarmos que todas as causas têm o mesmo peso sobre determinado efeito, o que raramente será verdade. Na figura 3, a frequência de ocorrência (ou de percepção no caso das entrevistas) impediria, por exemplo, maiores investimentos em ações de pesquisa com o público-alvo, caso seja comprovado pelos dados que o relacionamento com os clientes tem um peso maior que as pesquisas sobre a dificuldade de se conseguir/manter clientes. Identi�cação de causas e efeitos - O diagrama de Ishikawa O vídeo a seguir discutirá a importância da determinação de causas corretas para determinados resultados organizacionais, sejam eles positivos ou negativo, no contexto da gestão da qualidade. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em um fluxograma, são utilizados os seguintes símbolos: Na sequência em que se encontram, da esquerda para a direita, é correto afirmar que os símbolos apresentados significam: Parabéns! A alternativa C está correta. A alternativa C é a única que traz corretamente o significado de cada um destes cinco principais símbolos do fluxograma. A seta simboliza a direção do fluxo do processo, o círculo simboliza a continuação a partir deste ponto em outro círculo; o retângulo simboliza as ações ou atividades executadas no decorrer do processo, o losango simboliza um ponto de tomada de decisão; e a forma similar a uma elipse simboliza o início ou o fim do processo. A Direção do fluxo do processo; ponto de tomada de decisão; início ou fim do processo; ações ou atividades executadas; continuação a partir deste ponto em outro círculo. B Direção do fluxo do processo; ações ou atividades executadas; continuação a partir deste ponto em outro círculo; ponto de tomada de decisão; início ou fim do processo. C Direção do fluxo do processo; continuação a partir deste ponto em outro círculo; ações ou atividades executadas; ponto de tomada de decisão; início ou fim do processo. D Direção do fluxo do processo; continuação a partir deste ponto em outro círculo; ponto de tomada de decisão; início ou fim do processo; ações ou atividades executadas. E Continuação a partir deste ponto em outro círculo; ações ou atividades executadas; ponto de tomada de decisão; início ou fim do processo; direção do fluxo do processo. Questão 2 A ferramenta de qualidade denominada diagrama de Ishikawa permite a obtenção direta e imediata: Parabéns! A alternativa A está correta. O principal propósito do diagrama de Ishikawa é identificar as causas geradoras de um efeito. A alternativa B trata do fluxograma, a alternativa C está incorreta porque substitui causas por problemas e a alternativa D não reflete esta ferramenta, pois ela é uma ferramenta de diagnóstico/controle, e não de proposta de projeto. A Das causas que geram determinado efeito, podendo ser ele positivo ou negativo. B Das etapas que compõem um determinado processo gerencial. C Da priorização dos principais problemas existentes na organização. D De uma síntese do escopo do projeto a ser desenvolvido. E Dos efeitos positivos geram determinado evento. 2 - Ferramentas da qualidade: 5W2H e brainstorming Ao �nal deste módulo, você será capaz de aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: 5W2H e brainstorming. Ferramenta 5W2H Essa ferramenta clássica da Administração é uma verdadeira carta na manga de todo gestor. Em nossa vida, estamos, frequentemente, utilizando parte do 5W2H sem sabermos! Essa ferramenta serve para organizar um projeto, bem como para diagnosticar se esse projeto está bem detalhado/consistente ou se está incompleto em sua concepção. Para usar a ferramenta, basta responder às seguintes perguntas: Como podemos notar, a ferramenta tem o nome de 5W2H porque possui cinco perguntas iniciadas com W e duas perguntas com H, em inglês. As traduções podem ser observadas no desenho anterior. W What? Why? Who? When? Where? H How? How much? A dificuldade na utilização dessa ferramenta não está na sua proposta, que é extremamente simples, e sim em responder a todas as perguntas da forma mais completa possível! Esse é o grande desafio. Aplicação A seguir, vamos utilizar a 5W2H para propor a entrada de uma nova empresa no mercado e criar livremente as informações necessárias para a construção da ferramenta, para fins didáticos. Note que essa ferramenta é adequada para propor projetos de diferentes portes, tanto em sua vida profissional quanto em sua vida pessoal. RESPOSTAS PARA WHAT?/O QUÊ? Criação de nova pizzaria com preço competitivo no bairro dos sonhos. RESPOSTAS PARA WHY?/POR QUÊ? Porque o bairro é carente desse tipo de produto. Há apenas duas pizzarias existentes, e ambas praticam preços exorbitantes. RESPOSTAS PARA WHO?/QUEM? Sócios Luiz Pereira e Marco Túlio, e inicialmente com mais dez funcionários. Os operadores do caixa serão inicialmente os sócios. What? O quê? Why? Por quê? Who? Quem? When? Quando? RESPOSTAS PARA WHO?/QUEM? A inauguração do restaurante está prevista para a primeira semana do próximo semestre do ano. As obras terão início na próxima semana… RESPOSTAS PARA WHERE? /ONDE? Rua do Bairro dos Sonhos, 1.234, localizada na Cidade Encantada… RESPOSTAS PARA HOW? / COMO? Será uma sociedade LTDA entre Luiz e Marco, com aporte de capital de 50% para cada sócio. RESPOSTAS PARA HOW MUCH? / QUANTO CUSTA? O investimento inicial na pizzaria será de R$150.000,00. Note que existem inúmeras formas de respondermos a essas perguntas propostas pela ferramenta 5W2H. Usualmente, a mais difícil de ser respondida é a do tipo “como”. Isso ocorre pela dificuldade de detalharmos os métodos ou os meios que serão utilizados para levarmos um projeto adiante. Você pode montar essa ferramenta até para propor uma teoria alternativa à teoria da relatividade de Einstein, mas, possivelmente, demonstrará a fragilidade de seu projeto quando tiver de explicar como alcançará esse difícil objetivo. Atenção! Independentemente da forma como você irá responder às perguntas, o mais importante é que tenha informações suficientes para detalhar seu projeto ou atividade, pois só assim conseguirá apresentar um projeto consistente e passível de aprovação em cenários competitivos dentro de uma empresa. Where? Onde? How? Como? How much? Quanto custa? Brainstorm Para que sejam efetivas, as ferramentas de qualidade devem ser utilizadas em prol dos objetivos da organização. Cabe, portanto, um alerta quanto ao uso da ferramenta denominada brainstorming, por tratar-se de um modelo muitas vezes mal utilizado no contexto organizacional. Muitas pessoas pensam que realizar um brainstorming significa apenas reunir algumas pessoas em uma sala e perguntar suas ideias sobre algo. A tradução de brainstorming para o português seria “tempestadede ideias”. Trata-se de um processo em grupo no qual os indivíduos emitem ideias livremente. Esse processo precisa seguir alguns passos: Durante o brainstorming, não pode haver críticas enquanto uma pessoa apresenta sua ideia aos demais participantes, que, portanto, precisam ouvi-la sem interrupções, sendo proibido tolher o processo criativo dos colegas. É sobre esse ponto que já reside uma primeira atenção muito grande ao uso dessa ferramenta. O brainstorming deve acontecer no menor espaço de tempo possível, o que significa dizer que os participantes devem colocar suas ideias de uma forma bastante objetiva. É necessário, portanto, que os participantes estruturem seu modo de pensar para que o encontro seja produtivo. No brainstorming, também recomenda-se a participação voluntária de quem vai fazer parte do grupo. Logo, se você é um chefe que obriga os funcionários a participarem do brainstorming, acaba por limitar a veia criativa daqueles funcionários, e a “tempestade de ideias” será possívelmente prejudicada. Outra característica do brainstorming adequado é a de que ele deve contar com a figura dos facilitadores, ou de pelo menos de um facilitador, adequadamente treinado para lidar com os grupos. O facilitador tem o papel fundamental de organizar as ideias que são colocadas, além de ter a missão de impedir que o assunto passe a caminhar para um tema que não seja o tópico central do Brainstormg - outra atribuição adicional do facilitador pode ser a de intervir em casos de desrespeito no processo, assemelhando-o à figura do mediador nesta situação. Participação voluntária Você deve notar que é comum, na prática empresarial, que o brainstorming aconteça por meio de convocação para uma reunião como qualquer outra e, novamente, este não é o intuito original da ferramenta. Por isso, critérios como participação voluntária devem ser respeitados, para que se tenha uma gestão transparente e pautada na boa geração de ideias. Facilitador Adicionalmente, é comum que o facilitador seja também o responsável por registrar as ideias apresentadas por cada integrante do grupo de trabalho. Longe da ideia de pautar-se em opiniões soltas, o propósito central do brainstorming está em lançar e detalhar ideias com um certo enfoque; isto é, deve haver uma clareza também sobre o tema a ser trabalhado. O tema pode ser, por exemplo, como melhorar a qualidade de determinado produto ou serviço, ou, de forma mais específica, pode ser como melhorar o tempo de atendimento na empresa. Toda a discussão deve girar em torno do Os grupos formados têm usualmente de cinco a doze integrantes. Um número maior de pessoas pode causar dificuldades para se coordenar o grupo de trabalho; e um número menor pode resultar em um menor volume de ideias. Obviamente, essa recomendação varia conforme a complexidade de cada projeto. Aqui o mais importante é que haja, antes do brainstorming, uma reflexão sobre a quantidade adequada de participantes. tema escolhido. O facilitador deve intervir se, por exemplo, participantes passarem a trazer ideias para o lançamento de um novo produto no mercado, evitando uma possível fuga temática. Atenção! Não é recomendável que superiores hierárquicos ocupem o papel de facilitadores do brainstorming, uma vez que isso pode gerar algum tipo de inibição por parte dos colaboradores. Além disso, o brainstorming deve ter hora de início e término (pode durar, por exemplo, 15 minutos preestabelecidos), para que os participantes possam ter uma noção do tempo que o grupo como um todo terá para a geração de boas ideias. O brainstorming apresenta três fases típicas para sua realização: Clareza e objetividade na apresentação do assunto, problema ou situação. Geração e documentação das ideias. Análise e seleção das ideias. Nas fases finais do brainstorming, o facilitador pode colocar as ideias, por exemplo, em um quadro branco e, ao final selecionar, por meio de votação ou consenso do grupo, as melhores ideias (no caso de serem os participantes especialistas na temática em questão). A depender dos objetivos do brainstorming ou dos resultados do primeiro grupo, pode haver uma segunda rodada, com o mesmo grupo ou com outro com características diferentes, para que haja uma maior probabilidade de geração de ideias do tipo “fora da caixa.” Saiba mais Você sabia que existe também um processo denominado brainwriting? Esse processo de geração e seleção de ideias reside na substituição da linguagem falada pela linguagem escrita. Seu uso pode ser especialmente estratégico em climas organizacionais que não permitem a livre expressão de ideias ou a não interrupção por parte de outros participantes. Mitos e realidades no uso das ferramentas 5W2H e brainstorming Neste vídeo, será apresentada uma breve contextualização sobre a realidade e os mitos no uso adequado do brainstorming. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma escola que utiliza a ferramenta 5W2H fez um estudo sobre uma reforma que deve ser feita no prédio da diretoria. As pessoas responsáveis pelo estudo entregaram o resultado em folhas numeradas de 1 a 7. O resumo dos estudos apresentados em cada folha foi: a folha 1 mostra que deve ser contratada uma empresa de construção para a execução do serviço; a folha 2 sinaliza o senhor João José da Silva para o serviço; a folha 3 explica que se trata de uma reforma do prédio da diretoria para adequar o setor à demanda de atendimento de matrícula; a folha 4 explica que algumas pessoas a serem atendidas ficam atualmente na área externa do prédio, o que gera um problema; a folha 5 diz que a obra deve ser realizada de 20/08/2017 a 20/10/2017; a folha 6 descreve que o orçamento máximo previsto é de R$25.000,00; e na folha 7 está descrito que a obra vai ser realizada no prédio da diretoria da escola. Conforme a ferramenta 5W2H utilizada pela escola para realizar o estudo, qual é a sequência que representa as perguntas correspondentes às respostas constantes nas folhas entregues e enumeradas? Parabéns! A alternativa D está correta. A What, Who, How, Why, Where, How Much e When. B How, Who, Why, What, When, How Much e Where. C Who, Why, What, How, When, Where e How Much. D How, Who, What, Why, When, How Much e Where. E How, Whose, What, Why, When, How Much e Where. A contratação de uma empresa de construção simboliza o “como” desse projeto. João José da Silva ilustra “quem”. A explicação de qual é o projeto ilustra “o quê”. O problema ocasionado pela espera na parte externa do prédio simboliza o “porquê”, e tem o intuito de justificar a realização do projeto. Por fim, as folhas 5, 6 e 7 tratam, respectivamente, de “quando”, “quanto custará”, e “onde” será realizado o projeto, neste caso no prédio da diretoria da escola. Questão 2 São características de um brainstorming adequado: I – Ausência de críticas e ambiente acolhedor. II – Dispensa da figura do facilitador e não objetividade na exposição de ideias. III – Predefinição do tempo de duração do brainstorming. IV – Preferência pela participação de superior hierárquico. V –Predefinição do tema a ser tratado no brainstorming. Está correto apenas o que se afirma em: Parabéns! A alternativa D está correta. As afirmações II e IV estão incorretas, e as demais estão corretas. Como vimos, o brainstorming deve ser formado com base em ambiente acolhedor e livre de críticas, de preferência sem a participação de superiores hierárquicos, para que boas e livres ideias possam ser geradas. Além disso, o facilitador é fundamental para a boa condução das dinâmicas, bem como a objetividade dos participantes, para que não haja fuga temática e para facilitar o registro de ideias. Ademais, deve haver tempo predeterminado para a realização do brainstorming , bem como uma boa explicação sobre o tema que será tratado. A I, II, III, IV e V. B I, II, III e V. C I, III, IV e V. D I, III e V. E I, II e V. 3 - Ferramentasda qualidade: matriz GUT e análise S.W.O.T Ao �nal deste módulo, você será capaz de aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: matriz GUT e análise S.W.O.T. Matriz GUT A matriz GUT é utilizada para priorizarmos problemas a serem tratados no contexto organizacional. A ferramenta recebe esse nome porque, ao tratarmos de determinado problema, devemos analisar suas três dimensões: G Gravidade U Urgência T Tendência Após analisarmos diversos problemas dentro destas três dimensões, estaremos aptos a selecionar aqueles que devem ser entendidos como prioritários. A tabela a seguir ilustra essa ferramenta: MATRIZ GUT (para priorizar problemas a se VALOR GRAVIDADE URGÊNCIA 5 Extremamente grave Extremamente urgente 4 Muito grave Muito urgente MATRIZ GUT (para priorizar problemas a se VALOR GRAVIDADE URGÊNCIA 3 Grave Urgente 2 Pouco grave Pouco urgente 1 Sem gravidade Sem urgência G GRAVIDADE Impacto do problema so que surgirão a longo pra U URGÊNCIA O tempo disponível e ne T TENDÊNCIA Potencial de cresciment Tabela 1 - Matriz GUT. Gp4us.com.br Você deve atribuir um valor, de 1 a 5, para cada problema que irá compor sua tabela da matriz GUT, com base nos critérios anteriores. Exemplo Um problema extremamente grave, urgente e que possui uma tendência a se agravar rápido recebe valor 5 em cada uma dessas três dimensões. Após valorar cada problema em cada uma das três dimensões, você deve multiplicar esses valores. No caso mencionado, teríamos o valor máximo permitido, isto é, 5 x 5 x 5 = 125. O extremo oposto desse caso seria um problema que não é grave nem urgente e que não possui tendência de piorar. Neste caso, o problema receberia valor 1 nas três categorias de análise e seu resultado também seria de 1 ponto. 1 ponto Obtido pelo cálculo 1X1X1. Note que a construção da tabela exige muita informação por parte da empresa. Além disso, para usar a ferramenta GUT, é fundamental entedermos os seguintes conceitos: Gravidade Diz respeito ao grau de impacto do problema sobre operações e pessoas da empresa. Diz respeito ao tempo disponível e necessário para a resolução do problema. Diz respeito ao potencial de crescimento (piora) do problema no tempo (GP4US, 2020). A seguir, vemos um exemplo fictício de matriz GUT de montadoras de automóveis chinesas que estão tentando ter sucesso no Brasil. Na tabela, são listados problemas enfrentados pelas montadoras e são estabelecidos pontos para a gravidade, urgência e tendência de cada problema: PROBLEMAS ENFRENTADOS GRAVIDADE URGÊNCIA Mercado brasileiro em desaceleração 5 5 Atraso nas obras da fábrica e início do período de chuvas 4 5 Suspensão de contrato de funcionários 4 4 Alta do dólar 4 5 Desvalorização dos automóveis 3 5 Aumento de 30% no imposto de importação 4 5 Urgência Tendência PROBLEMAS ENFRENTADOS GRAVIDADE URGÊNCIA Aumento de 30% no imposto de importação 3 3 Carros desatualizados 3 4 Falta de mão de obra especializada 3 3 Servidores chineses dificultando o processo 3 3 Servidores chineses dificultando o processo 3 4 Atrasos na liberação de crédito 3 3 Atrasos na obtenção de licenças ambientais 3 3 Cobrança de 180 mi pelo Ministério do Planejamento 3 3 Financiamento do governo da Bahia não cumprido 2 3 Financiamento do governo da Bahia não cumprido 2 2 Tabela 2 – Matriz GUT de montadoras chinesas. Marcello Romani-Dias. Essa tabela traz uma possível forma de montagem da matriz GUT e foi elaborada somente para fins didáticos. Os principais problemas enfrentados pelas montadoras estão expressos com fundo cinza na tabela. Fatores como desaceleração do mercado brasileiro e atrasos nas obras das fábricas dessas empresas estão entre os problemas que devem ser enfrentados de forma prioritária pelas montadoras, devido aos elevados pontos expressos na Tabela 1. Análise S.W.O.T. Trataremos agora da análise S.W.O.T., também conhecida no Brasil como matriz F.O.F.A. Essa análise se trata de uma das principais ferramentas de gestão estratégica das empresas e seu uso pode auxiliar gestores de diferentes segmentos, entre os quais tem destaque a gestão da qualidade. S.W.O.T Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats F.O.F.A. Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças. Desde sua origem, a análise S.W.O.T. vem sendo adaptada de diferentes formas. A S.W.O.T. se tornou uma importante ferramenta estratégica e é utilizada em grande parte dos cursos de Graduação, MBA, consultorias, empresas, e até mesmo em estudos científicos internacionais e nacionais na área de Administração. Compreender sua utilidade para a criação e implementação de estratégias empresariais é um fator relevante para os estrategistas, que em algum momento precisarão lidar com avaliações da empresa e do ambiente externo na busca de vantagem competitiva em relação aos concorrentes de qualidade superior. A análise S.W.O.T pode ser aplicada nos mais diferentes tipos de organização, tais como: Nas organizações privadas, públicas e não governamentais. Em variados setores da indústria, como turismo, varejo, agroindústria, educação e saúde. Em diferentes níveis de análise, como em países, regiões, organizações e até mesmo em indivíduos. O seu uso está cada vez mais frequente na área de gestão de pessoas, para diagnosticar características e potencial de crescimento de executivos. Em empresas de diferentes portes – microempresas, pequenas empresas, médias empresas e grandes empresas, sejam estas nacionais ou multinacionais. A S.W.O.T pode ser decomposta em uma matriz 2 x 2 a partir da análise interna e externa organizacional, conforme ilustração: Análise interna Forças e franquezas. Análise externa Oportunidades e ameaças. Figura 4 - Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito. Na análise interna, as forças são definidas como os fatores que auxiliam a organização a atingir seus objetivos, trazendo benefícios ao negócio e vantagem em relação à concorrência; do contrário, as fraquezas irão contar com elementos que irão dificultar tais vantagens. O diagnóstico das forças e fraquezas internas deve levar em consideração uma série de variáveis organizacionais, tais como os recursos e ativos utilizados na empresa, sua estrutura, as competências individuais dos funcionários, as rotinas e capacidades construídas, entre outros elementos internos que podem auxiliar ou atrapalhar a organização em seu cenário de atuação. A definição dessas variáveis dependerá das problemáticas enfrentadas pelos gestores e de suas intenções no processo de criação das estratégias e da busca por qualidade pela empresa. Nesse aspecto, as oportunidades correspondem aos elementos externos que poderão afetar positivamente a organização, criando um cenário favorável às estratégias pretendidas e ao rumo do negócio, enquanto as ameaças serão as condições desfavoráveis que podem atrapalhar. Assim como na análise interna, os fatores a serem considerados podem ser os mais variados, tais como as condições macroeconômicas e políticas em que a empresa está inserida, as ações da concorrência e dos fornecedores, e o comportamento de seus consumidores. Conforme vimos, a matriz S.W.O.T. nos ajuda a analisar os diferentes ambientes de atuação da empresa, estando estes divididos em ambiente interno e ambiente externo. Como exemplo, o escritório da empresa, suas fábricas e suas reuniões e decisões realizadas no interior da empresa formam seu ambiente interno. O ambiente externo, por sua vez, relaciona-se ao “mundo exterior à empresa”, em que podemos destacar seus clientes e fornecedores, seu ambiente político e social com o qual se relaciona, entre outros aspectos. A compreensão de ambos os ambientes é fundamental para a adequada utilização da ferramenta e para a busca de qualidade superior por parte da empresa. Alguns dos erros mais frequentes de alunos e gestores ao utilizarem a ferramenta reside na confusão sobre o que deve ser classificado como ambiente interno e oque deve ser classificado como ambiente externo ao construir a matriz S.W.O.T. Para evitarmos esses erros, vamos a um exemplo de aplicação da S.W.O.T. em uma pequena empresa fictícia: Aplicação A Bonecário é uma fábrica de bonecas que atua na cidade dos Sonhos, no interior do estado de Arco-íris. Essa empresa fabrica bonecas de todos os tipos para crianças e também para adultos. A Bonecário começou suas atividades em fevereiro de 2016 e tem como principal diferencial a velocidade com que sua operação fabril é realizada: “Aqui conseguimos produzir uma boneca em apenas cinco minutos, de seu contorno, primeira etapa do processo produtivo, até a colocação de seus adereços, última etapa de nossa esteira de produção”, afirma o supervisor da fábrica. O gerente de qualidade, por sua vez, comenta sobre a qualidade alcançada pela empresa: “Não aceitamos falhas e nossos engenheiros estão a postos para garantir que não teremos erros no decorrer do processo. Calculamos os pontos críticos da fabricação e indicadores importantes de nossa produtividade, como o tempo médio que levamos para a fabricação das bonecas, o desvio padrão dessa fabricação e as probabilidades de ocorrência de eventuais percalços no processo.” Com esse sistema, a Bonecário está se tornando um dos principais players no segmento de bonecas da cidade, mercado que tem crescido nos últimos anos devido ao aumento na demanda por este tipo de produto. Atualmente, a empresa fornece seus produtos para grandes lojas de brinquedos, como a Brinque Mais e a Diversão Garantida, grandes redes que planejam aumentar seus volumes de compras de bonecas exclusivas da Bonecário no próximo trimestre. Com o objetivo de crescimento, a empresa pretende ampliar suas operações, por meio da compra de novas fábricas em municípios que possuem políticas tributárias mais vantajosas em relação aos impostos indiretos, como ISS e ICMS, o que poderá resultar em redução de custos a Bonecário. Apesar das boas possibilidades para o futuro, nem tudo são flores na empresa, conforme afirma sua diretora de Recursos Humanos: “A empresa cresceu rápido demais, e isso também nos trouxe problemas. A verdade é que o ambiente demasiadamente competitivo tem afastado as pessoas, e isso tem gerado diversos problemas de comunicação entre (e dentro de) nossas áreas. O pessoal de vendas simplesmente não aceita dialogar com os colegas do marketing, e vice-versa. Além disso, os clientes frequentemente reclamam sobre a demora de atendimento de nossa central, e da falta de cortesia de nossas atendentes.” Outro ponto negativo para a Bonecário refere-se ao novo governo da cidade, formado por políticos corruptos que pretendem cobrar pesadas tarifas de luz. Como os gastos com eletricidade já são altos para a empresa, devido à sua atividade fabril, os gestores da Bonecário estão temerosos com essa mudança política. Além disso, um antigo gerente da empresa montou uma concorrente, que conta com um modelo de negócio bastante similar ao da Bonecário, e que atuará na cidade dos Sonhos. Diante de tantos desafios, a empresa terá de se reinventar para manter-se competitiva no mercadonos próximos anos. A partir das informações do caso, podemos pensar na montagem da matriz S.W.O.T. para a Bonecário. Primeiro, devemos pensar nos ambientes internos e externos da empresa e em como esses ambientes ajudam ou atrapalham sua atividade. Como sugestão, vamos elencar as constatações favoráveis à Bonecário a seguir: A A empresa é rápida em sua produção. B O processo fabril possui baixo número de erros. C As bonecas produzidas têm qualidade. D E i d Pensemos agora nas constatações desfavoráveis para a empresa: Existe um aumento de procura por bonecas na cidade dos Sonhos. E As grandes redes almejam trabalhar mais com a Bonecário. F Existe a possiblidade de ampliação da empresa para um município que reduzirá os custos tributários da empresa. G Há diversos problemas de comunicação entre seus colaboradores. H O atendimento feito pelas centrais demora demasiadamente. I As atendentes não têm cortesia no trato com os clientes. J O l i d d Uma vez organizadas as informações, entre positivas e negativas, temos de pensar em como classificá-las no ambiente externo ou interno da empresa. Conforme visto, esse é um momento crítico na construção da ferramenta. O que é positivo e faz parte do ambiente interno da empresa? Pensando de forma simplificada, a velocidade de sua operação, seu baixo número de erros na produção e a qualidade de suas bonecas são constatações referentes a seu ambiente interno, pois estão “dentro das portas” da empresa, sendo diretamente controláveis pela organização. Perceba que há outros pontos positivos para a empresa, mas que não estão nem em seu escritório, nem em sua fábrica, tampouco são diretamente decididos por seus gestores. Podemos pensar no aumento da demanda por bonecas, no interesse das novas redes pela Bonecário e na possibilidade de ampliação para municípios com melhores políticas tributárias. Veja que essas decisões, apesar de serem influenciáveis pela Bonecário, não pertencem a ela, pois cabem, respectivamente, aos seus clientes (demanda), aos parceiros (grandes redes) e aos governantes (política tributária). Em contrapartida, o que é negativo e faz parte do ambiente interno da empresa? Nesse caso, temos os problemas de comunicação, a demora de atendimento nas centrais e a falta de cortesia das atendentes. De forma análoga aos pontos positivos, perceba que essas constatações são diretamente geridas pela empresa, contemplando seu ambiente interno. Note que há outros pontos negativos para a empresa, sobre os quais ela tem baixo O governo eleito pretende adotar altas tarifas elétricas. K Possivelmente, a cidade dos Sonhos irá se tornar a mais corrupta nos próximos anos. L A concorrência direta com a Bonecário está aumentando. poder de influência e ação, como os relacionados ao governo e aos concorrentes. Como consequência, percebemos que uma forma de classificar de qual ambiente estamos falando refere-se, primeiro, se estamos analisando algo que ocorre dentro da própria empresa, ou se estamos falando de algo que ocorre fora dela, ou seja, no mercado em que atua. Além disso, como segundo ponto, quando a empresa não possui poder direto de decisão, salvo exceções, estamos falando de ambiente externo. Em contrapartida, quando a empresa possui poder direto de decisão, grosso modo, estamos falando de seu ambiente interno. Diante do exposto, a seguir veja um exemplo de como poderia ser montada a análise S.W.O.T. da Bonecário: Governo Tarifas elétricas e corrupção. Concorrentes Instalações de modelo de negócios similares. Dentro No âmbito. Exceções Como controle direto sobre governantes. Decisão Como o que há sobre o tipo de treinamento de seus funcionários. S.W.O.T POSITIVOS NEGATIVOS INTERNOS (Organização) PONTOS FORTES: (a) Velocidade de sua operação fabril; (b) Baixo índice de erros na produção; (c) Qualidade das bonecas fabricadas. PONTOS FRACOS: (g) Problemas de comunicação entre colaboradores; (h) Demora de atendimento das centrais; (i) Falta de cortesia das atendentes. EXTERNO (Ambiente) OPORTUNIDADES: (d) Aumento de demanda por AMEAÇAS: (j) Tarifas elétricas pretendidas pelo S.W.O.T POSITIVOS NEGATIVOS bonecas; (e) Aumento de interesse de grandes redes pela Bonecário; (f) Atuação em município com política tributária vantajosa. novo governo; (k) Aumento de corrupção na cidade; (l) Aumento de concorrência direta; Marcello Romani-Dias. Cabe destacar que o caso trazido, evidentemente, não tem o intuito de esgotar as análises internas e externas de uma empresa, tampouco de esgotar as possíveis interpretações sobre o uso da matriz S.W.O.T. O objetivo dessa seção, ao contrário, é o de explorar, didaticamente, como alunos e gestores podem construir e analisar essa ferramenta estratégica dentro das organizações.A importância da priorização de problemas e o uso da Matriz GUT Neste vídeo, falaremos sobre a importância da priorização de problemas no contexto da gestão da qualidade com base no uso da matriz GUT. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Considere que a seguinte matriz de prioridades GUT tenha sido elaborada com base nos problemas diagnosticados pela gestão da qualidade de determinada empresa: Assinale a opção que apresenta, corretamente, a sequência de priorização dos problemas a serem resolvidos nesse caso. Parabéns! A alternativa A está correta. A matriz GUT prioriza os problemas de uma empresa a serem solucionados. Os que possuem maior pontuação na última coluna da tabela são aqueles, ao mesmo tempo, mais graves, urgentes e com tendência a se agravarem com rapidez, representando, portanto, prioridade de solução. Então, a ordem de prioridade deve ser 4, 2, 1, 5, 3. Questão 2 Considere um produtor de cachaça com forte reputação de marca no mercado nacional. Indique, no contexto da gestão da qualidade, como você classificaria cada um dos itens a seguir em termos de forças, fraquezas, oportunidades ou ameaças: A 4 - 2 - 1 - 5 - 3. B 3 - 5 - 1 - 2 - 4. C 2 - 4 - 1 - 5 - 3. D 4 - 3 - 2 - 1- 5. E 4 - 2 - 3 - 1 - 5. Indique a sequência correta: Parabéns! A alternativa B está correta. Desperdício na produção é negativo e diz respeito ao ambiente interno da empresa, log se trata de uma fraqueza. A qualidade do produto é uma realidade positiva, construída no ambiente interno da empresa, logo é uma força (ou fortaleza). Aumento da consciência social e inflação são fenômenos que ocorrem no ambiente externo da organização. Ambos, neste caso, são negativos, sendo classificados como ameaças (se sou produtor de cachaça, a menor procura pelo meu produto, fruto da consciência coletiva, é negativa para a empresa). A presença da empresa junto ao seu público-alvo é escolha feita no âmbito interno da organização, e por ser positiva é classificada como força. Com isso, temos a sequência correta: fraqueza, força, ameaça, ameaça e força, o que nos leva a letra B. A Ameaça; oportunidade; fraqueza; oportunidade; força. B Fraqueza; força; ameaça; ameaça; força. C Fraqueza; oportunidade; fraqueza; oportunidade; força. D Fraqueza; força; ameaça; fraqueza; força. E Ameaça; força; ameaça; fraqueza; força. Considerações �nais Ao longo dos módulos da instigante temática das ferramentas da qualidade de abordagem predominantemente qualitativa, foi possível aprender os conceitos e as aplicações das seguintes ferramentas: fluxograma, Diagrama de causa e Efeito, 5W2Hs, brainstorming, matriz GUT e análise S.W.O.T. Esperamos que você tenha compreendido a importância das ferramentas de gestão da qualidade para a tomada de decisão em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Destacamos a importância de se estar munido de informações para que ocorra uma utilização adequada das ferramentas vistas. Desejamos a você uma ótima jornada profissional com o uso dessas ferramentas! Podcast Escute agora uma reflexão sobre as ferramentas qualitativas da qualidade. Explore + Para ajudar na elaboração da Matriz S.W.O.T: Uma dica de site é o Canva. As Matrizes mais simples são gratuitas no site. Para ajudar no mapeamento e na modelagem de processo: Dois softwares que podem auxiliar são os Microsoft Visio e o Bizagi, duas das mais conhecidas ferramentas. Leia mais sobre o BPMN (Business Process Model and Notation) no próprio site da organização. Dicas de filmes: JOBS. Direção: Joshua Michael Stern. Ano: 2013. O filme retrata até onde um empreendedor está disposto a ir para alcançar a qualidade total de seus produtos. É interessante, após assistir ao filme, montar uma matriz GUT para a Apple, priorizando os problemas da empresa que são retratados. A Meta. Direção: Joshua Michael Stern. Ano: 2013. O filme retrata diversos aspectos da gestão da qualidade. Convido você a, após assistir ao filme, montar um diagrama de causa e efeito para a empresa em questão, em que o efeito esperado é o atingimento da meta, e as causas são os fatores e eventos que permitirão este atingimento. Referências ANDREOLI, T. P.; BASTOS, L. T. Gestão da Qualidade: melhoria continua e busca pela excelência. Curitiba: Intersaberes, 2017. CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: Teoria e Casos. Rio de Janeiro: Elsevier, ABEPRO, 2012. CONSULTORIA GESTÃO E MÍDIAS SOCIAIS. Cinco ferramentas de gestão para micro e pequena empresa, 2020. Consultado na internet em: 20 de maio de 2020. CUSTÓDIO, M. F. Gestão da Qualidade e Produtividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro, RJ: Marques-Saraiva, 1990. DORNELLES, M. ISO 9000: certificando a empresa. Salvador, BA: Casa da Qualidade, 1997. Fluxograma de Processo. Blog de Qualidade, 2020. Consultado na internet em: 20 de maio de 2020. GOZZI, M.P. Gestão da Qualidade em Bens e Serviços. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. GP4U. Matriz GUT – Ferramenta para priorização na solução de problemas, 2020. Consultado na internet em: 18 de maio de 2020. JUNIOR, I. M. Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro, RJ: Editora FGV, 2008. JURAN, J. M.; GRYNA, F. M. Controle da qualidade: conceitos, políticas e filosofia da qualidade. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991. KIRSCHNER, A.; KAUFFMAN, H.; SCHMID, D.; FISCHER, G. Gestão da qualidade: segurança no trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Editora Blucher, 2008. LÉLIS, E. C. Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. LOBO, R. N. Gestão da Qualidade. São Paulo: Érica, 2010. NETO, A. S; CAMPOS, L. M. F. Introdução à Gestão da Qualidade e Produtividade: conceitos, história e ferramentas. Curitiba: Editora Intersaberes, 2016. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão da Qualidade. São Paulo: Editora Pearson, 2011. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF() Ferramentas quantitativas da qualidade Prof. Marcello Romani-Dias Descrição Identificação e emprego da ferramenta de estratificação, da folha de verificação e do histograma na gestão da qualidade, bem como do diagrama de dispersão, do gráfico de Pareto e de cartas ou gráficos de controle. Propósito Compreender as principais ferramentas de gestão de abordagem predominantemente quantitativa a fim de exercer ou diagnosticar a gestão da qualidade em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Objetivos Módulo 1 Ferramentas da qualidade: Módulo 2 Ferramentas da qualidade: diagrama estrati�cação, folha de veri�cação e histograma Empregar as seguintes ferramentas da qualidade: estratificação, folha de verificação e histograma. de dispersão, grá�co de Pareto e cartas de controle Aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: diagrama de dispersão, gráfico de Pareto e cartas de controle. Introdução A complexidade do atual ambiente de negócios e o acirramento da concorrência entre as empresas são fatores que estimulam o estudo e a aplicação de tópicos relacionados à gestão da qualidade. Isso ocorre porque a sociedade espera por um padrão de qualidade cada vez mais elevado por parte das empresas, ou porque os clientes já se acostumaram com certo padrão de qualidade (e, por essa razão, tendem a buscar padrões mais elevados), ou porque o número médio de concorrentes aumentou substancialmente nos mais diversos mercados de atuação das empresas. Mais concorrência significa uma tendência a produtos e serviços mais similares entre si, o que aumenta a necessidade de pensarmos estrategicamente sobre a gestão de uma qualidade superior para buscarmos vantagem competitiva em nosso mercado de atuação. Neste conteúdo, conheceremos ferramentas de abordagem quantitativa (numérica) que sãoimportantes para buscarmos essa qualidade. Veremos seis ferramentas fundamentais da gestão da qualidade e você aprenderá também que cada ferramenta serve para determinado propósito. Existem ferramentas que nos ajudam na identificação de problemas, outras em sua priorização. Há, ainda, ferramentas que podem servir para a proposição de um projeto ou de uma atividade. Dentro de suas peculiaridades, todas são úteis para a gestão da qualidade nas organizações. É fundamental, portanto, que conheçamos essas ferramentas e que saibamos utilizá-las adequadamente, pois, no atual ambiente competitivo, não podemos contar somente com nossa intuição ou habilidade. Além disso, precisamos de métodos precisos ao gerirmos a qualidade de uma empresa ou demais tipos de organizações. 1 - Ferramentas da qualidade: estrati�cação, folha de veri�cação e histograma Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar as seguintes ferramentas da qualidade: estrati�cação, folha de veri�cação e histograma. Estrati�cação A estratificação é uma das ferramentas, ou um dos procedimentos, mais frequentes dentro do contexto da gestão da qualidade e ganhou força a partir da denominada era do controle estatístico da qualidade, em especial após a década de 1930. O uso da ferramenta consiste no desdobramento de dados a partir de um levantamento ocorrido em categorias, grupos, ou seja, estratos para determinar sua composição. O objetivo de seu uso é auxiliar na análise e na pesquisa para o desenvolvimento de oportunidades de melhoria, na medida em que possibilita a visualização da composição real dos dados por seus estratos. Segundo Martins (2013) A estratificação é um método para separar em grupos diferentes. Essa divisão pode ser feita por local, data, equipe etc. Obter dados mais precisos nos ajuda, por exemplo, a identificar uma possível causa de um problema. Daí decorre a importância dessa ferramenta, fundamental para a gestão da qualidade, posto que permite a identificação, por exemplo, de contextos que podem estar levando a resultados ruins para uma organização em termos de qualidade. Veja o exemplo a seguir: Pode-se imaginar, como informação global, o número de acidentes em uma indústria, por exemplo, 180. Mas essa informação não ajuda a compreender o problema. Quando o total de ocorrências é estratificado por departamento, por turno, por dia da semana, por tipo, por categoria, entre outras classificações (estratos), aí sim temos fornecidas valiosas informações sobre onde, efetivamente, ocorre o problema na organização para que ele seja, então, tratado de forma sistemática. Exemplo Vamos detalhar o contexto do exemplo trazido sobre os acidentes na indústria: Supondo que esses dados sejam reais, realizando a separação em estratos (estratificação) de categorias, conseguimos chegar a uma análise mais adequada. As perguntas que podem ser feitas, para esse exemplo, são as seguintes: Onde estão os maiores focos de acidentes a serem evitados? Onde você investiria mais tempo e dinheiro? Após a análise da estratificação, percebemos facilmente que os acidentes ocorrem especialmente no turno A e dentro do departamento X da empresa. Com essa informação em mãos, conseguiríamos ser mais assertivos em nossa tomada de decisão e investir nossos esforços no turno e departamento adequados. Exemplo de aplicação Vamos pensar em uma situação um pouco mais complexa. Dona Marta, no ramo há mais de 20 anos, tem uma pequena rede de salões de beleza, composta por três salões localizados nos bairros Interlagos, Liberdade e Morumbi, na grande São Paulo. Dona Marta, exigente que é, não aceita que o tempo de espera para que seus clientes sejam atendidos seja maior do que 15 minutos e enxerga isso como uma falta de qualidade em seu serviço. Ao verificar que, em média, seus clientes esperam aproximadamente 16,5 minutos para serem atendidos, a empresária decidiu contratar uma consultoria para diagnosticar em que parte do processo está ocorrendo esse problema. A partir da construção de um gráfico de estratificação, a missão da consultoria é identificar as principais fontes de problemas na empresa e mostrar para Dona Marta os pontos em que ela deverá investir mais para atender às necessidades de seus consumidores. Em outras palavras, que conselhos você daria para Dona Marta? Informações fornecidas pela Dona Marta para sua equipe de consultoria: Situação Tempo médio de espera Manicure 18 minutos Período matutino 15 minutos Período da noite 18 minutos Salão Morumbi 17 minutos Salão Liberdade 14 minutos Clientes homens 16 minutos Período da tarde 17 minutos Corte de cabelo 15 minutos Salão Interlagos 19 minutos Clientes mulheres 17 minutos Alisamento capilar 17 minutos A primeira dica aqui consiste na separação das categorias. Considerando que todas dizem respeito ao tempo médio de espera, devemos ver quais são, então, as subcategorias. Nesse caso, teríamos: Tipo de serviço (manicure, corte Período (matutino, tarde e noite) de cabelo e alisamento capilar) Unidade (Morumbi, Liberdade e Interlagos) Gênero (clientes mulheres e homens) Ao montar o seu gráfico, por exemplo, em Excel, você chegaria à conclusão de que as maiores taxas de demora ocorrem no salão de Interlagos, no serviço de manicure, no atendimento às mulheres e, principalmente, no período da noite. Re�exão Note que essas informações são valiosas para que Dona Marta possa concentrar seus esforços nos principais fatores que estão impactando a qualidade de atendimento de sua rede. Podemos pensar o contrário: não parece estratégico que Dona Marta concentre seus esforços prioritariamente no salão da Liberdade, no período da manhã em cortes de cabelo masculino, pois essas subcategorias, ou extratos, apresentam tempo médio de atendimento que já atende ao limite de 16,5 minutos estabelecidos pela empresária como adequados. Isso não significa dizer que não devemos melhorar sempre todos os serviços ofertados, e sim que devemos priorizar, como gestores, nossos esforços de tempo, desgaste mental e financeiro. Para utilizar a ferramenta estratificação, é importante conhecer os conceitos de variáveis numéricas (quantitativas) e de variáveis qualitativas, veja: Variáveis quantitativas e qualitativas. As variáveis quantitativas são representadas por meio de números resultantes de uma contagem ou mensuração. Elas podem ser de dois tipos: As variáveis qualitativas, por sua vez, representam uma qualidade (ou um atributo) de um indivíduo pesquisado e são definidas por várias categorias. Essas variáveis podem ser de dois tipos: Variáveis discretas Os valores representam um conjunto finito ou não de números e resultam de uma contagem, por exemplo: número de filhos (0,1,2,…), número de bactérias por amostra, número de copos de cerveja tomados por dia. No caso do salão de Dona Marta, não tivemos essa categoria de variável presente, mas poderíamos pensar no número de clientes como uma variável discreta. Variáveis contínuas Os valores pertencem a um intervalo de números reais e representam uma mensuração, como altura ou peso de uma pessoa. Nesses casos, números fracionais fazem sentido. Exemplo: tempo (relógio) e pressão arterial. No caso do salão de Dona Marta, o tempo de atendimento poderia representar uma variável contínua, dentro das demais categorias. Variável nominal Quando não existe nenhuma ordenação nas possíveis representações. Exemplos: sexo, cor dos olhos, cor do cabelo, fumante/não fumante. No caso do salão de Dona M t ê d li t d i t Folha de veri�cação A estratificação pode ser utilizada em conjunto com as denominadas folhas de verificação ou folhas de checagem. Trata-se de uma ferramenta bastante simples usada para quantificar a frequência com que certos eventos ocorrem, em determinado período. Como exemplo, podemos pensar na frequência de reclamações de hóspedes em uma rede de hotéis durante um mês, veja: Marta, o gênero dos clientes poderia representaruma variável nominal. Variável ordinal Quando apresentam uma ordem nos seus resultados. Exemplos: escolaridade, mês de observação. No caso do salão de Dona Marta, o período do serviço prestado, se matutino, tarde ou noite, poderia representar uma variável ordinal. Note que, para o exemplo trazido, há 80 reclamações registradas por parte dos clientes, sete grandes categorias de reclamações (ou estratos) e uma categoria genérica, denominada outras categorias. Dentro dessa análise do mês de abril, listamos os principais problemas relatados pelos clientes: O tópico 8, denominado “outras categorias”, também merece certa atenção por sua frequência relativamente alta no conjunto de respostas (25% dos relatos, isto é, 20/80). A principal mensagem que podemos extrair do uso dessa ferramenta é a de que temos dificuldades, como gestores, de “atacarmos” todos os problemas da empresa de uma só vez. Essa simples ferramenta nos ajuda, portanto, a estabelecer prioridades após conhecermos os fatores que mais estão levando ao descontentamento dos clientes. A demora na entrega de refeições Frequência = 15. Problemas com check in e check out Frequência = 10. Falta de toalhas ou cobertas Frequência = 10. Apesar de sua facilidade, utilidade e baixo custo, a folha de verificação não considera pesos ou níveis de importância relativa entre os eventos, o que pode limitar seu uso diante da necessidade de realizar análises mais aprofundadas. Por outro lado, essa ferramenta deixa claro que nem sempre precisamos investir em ferramentas caras para que possamos melhorar a qualidade de nossa organização. Histograma O histograma também é utilizado como ferramenta fundamental dentro da gestão da qualidade. Podemos defini-lo como um tipo de gráfico de frequência que trata da distribuição de determinada amostra ou população. Gráfico: exemplo de Histograma. FMS2S. O gráfico trazido trata de um exemplo ilustrado no site FM2S: Para estudar o comportamento das vendas, um administrador coleta informações sobre o número de itens vendidos nos últimos 30 dias e constrói um histograma. Com esse gráfico, ele percebeu que suas vendas variavam entre 28 e 52 unidades e na maioria dos dias ele vendia em torno de 40. (FM2S, 2022) Vamos analisar: No eixo vertical, temos a frequência e, no eixo horizontal, o número de unidades vendidas. Como interpretar o histograma? É bastante simples. Dentro do mês analisado foram vendidas, em média, 40 unidades por dia (o histograma coloca o número médio sempre no centro, mesmo que esse número não represente a maior frequência). Veja que em cinco dias foram vendidas exatamente 40 unidades, que em oito dias foram vendidas 44 unidades, e que o maior número de unidades vendidas por dia foi 52, fato que aconteceu duas vezes no mês de análise, e assim por diante. Você já deve ter notado que o histograma é útil para termos um excelente panorama da distribuição de um fenômeno (neste caso, vendas) no tempo. Conseguimos rapidamente extrair informações importantes do gráfico, como o número mínimo vendido, o número máximo vendido, o volume médio de vendas por dia, a simetria do processo e assim por diante. Saiba mais O software estatístico MiniTab pode ser útil para a construção de seu histograma. Pesquise-o na internet. O uso de ferramentas qualitativas de baixo custo operacional Veja exemplos do uso de ferramentas da qualidade de baixo custo operacional. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Dona Marta, no ramo há mais de 20 anos, tem uma pequena rede de salões de beleza, composta por três salões localizados nos bairros Interlagos, Liberdade e Morumbi, na grande São Paulo. Dona Marta, exigente que é, não aceita que o tempo de espera para que seus clientes sejam atendidos seja maior do que 15 minutos, e enxerga isso como uma falta de qualidade em seu serviço. Ao verificar que, em média, seus clientes esperam aproximadamente 16,5 minutos para serem atendidos, a empresária decidiu contratar uma consultoria para diagnosticar em que parte do processo está ocorrendo esse problema. Veja as informações do caso de Dona Marta: Tempo médio de espera para manicure – 15 minutos Tempo médio de espera no período matutino – 15 minutos Tempo médio de espera no período da noite – 18 minutos Tempo médio de espera no salão Morumbi – 17 minutos Tempo médio de espera no salão Liberdade – 14 minutos Tempo médio de espera para clientes homens – 17 minutos Tempo médio de espera no período da tarde – 17 minutos Tempo médio de espera para corte de cabelo – 18 minutos Tempo médio de espera no salão Interlagos – 19 minutos Tempo médio de espera para clientes mulheres – 16 minutos Tempo médio de espera para alisamento capilar – 17 minutos Com base na técnica da estratificação, que recomendações você daria para que ela melhore a qualidade de seus serviços? A Investir prioritariamente para a melhoria do salão de Interlagos, do serviço de manicure, no atendimento às Parabéns! A alternativa B está correta. A primeira recomendação, vista no tópico de estratificação, consiste na separação das categorias de análise. Considerando que todas dizem respeito ao tempo médio de espera, devemos ver quais são as subcategorias. Teríamos tipo de serviço (manicure, corte de cabelo e alisamento capilar), período (matutino, tarde e noite), unidade (Morumbi, Liberdade e Interlagos) e gênero (clientes mulheres e homens). As maiores taxas de demora ocorrem no salão de Interlagos, no serviço de corte de cabelo, no atendimento aos homens e, principalmente, no período da noite. Essa configuração torna correta a alternativa B. Questão 2 Sobre a ferramenta denominada folha de verificação, julgue a veracidade das seguintes assertivas: mulheres e, principalmente, no período da noite. B Investir prioritariamente para a melhoria do salão de Interlagos, do serviço de corte de cabelo, no atendimento aos homens e, principalmente, no período da noite. C Investir prioritariamente para a melhoria do salão do Morumbi, do serviço de manicure, no atendimento às mulheres e, principalmente, no período da noite. D Investir prioritariamente para a melhoria do salão do Morumbi, do serviço de manicure, no atendimento às mulheres e, principalmente, no período da noite. E Investir prioritariamente para a melhoria do salão de Interlagos, do serviço de corte de cabelo, no atendimento aos homens e, principalmente, no período do dia. I – Não é adequado que essa ferramenta seja utilizada em conjunto com outras ferramentas da qualidade. II – Uma das vantagens de seu uso está no baixo custo envolvido para seu desenvolvimento. III – Um dos desafios para sua construção está em ter informações suficientes sobre os processos da organização. IV – Essa ferramenta permite que analisemos, por exemplo, a frequência com que determinados problemas vêm ocorrendo na prestação do serviço. Está correto o que se afirma em: Parabéns! A alternativa D está correta. O uso de diferentes ferramentas da qualidade, em conjunto, é incentivado pela literatura de Administração. Vimos que a folha de verificação é comumente utilizada, por exemplo, juntamente com a técnica de estratificação. As demais alternativas trazem características corretas dessa importante ferramenta da qualidade. A I, II, III e IV. B I, III e IV. C I, II e IV. D II, III e IV. E I e IV. 2 - Ferramentas da qualidade: diagrama de dispersão, grá�co de Pareto e cartas de controle Ao �nal deste módulo, você será capaz de aplicar as seguintes ferramentas da qualidade: diagrama de dispersão, grá�co de Pareto e cartas de controle. Diagrama de dispersão Gráfico ilustrativo. O diagrama de dispersão, muito usado na Estatística, ajuda a visualizar a alteração sofrida por uma variável quando outra se modifica. Um bom exemplo é a influência do grau de escolaridade sobre a renda de um indivíduo. À medida que se aumenta o grau de estudo do indivíduo (nesse caso,mediremos por anos de estudo), aumenta-se a renda dele. No eixo vertical do gráfico, temos a variável renda, que está variando entre aproximadamente 2000 reais e 13000 reais por mês. No eixo horizontal, temos a variável tempo, expressa pelos anos de estudo, que varia entre 2 e 16 anos. Os pontos em azul no gráfico representam cada indivíduo que faz parte da amostra. Exemplo Você pode notar que há somente dois indivíduos que possuem exatos 2 anos de escolaridade, e que um deles tem renda próxima aos 2000 reais, e o outro renda próxima aos 3000 reais. Se você compreendeu esse exemplo, significa que conseguirá interpretar o gráfico como um todo. Além dos pontos, você pode observar também uma linha tracejada em azul, cortando o gráfico. Ela é apenas uma linha de tendência, colocada para facilitar a interpretação da relação entre as duas variáveis que estamos investigando. Esse gráfico mostra que há uma grande correlação positiva entre as variáveis renda e anos de estudo. Isso significa dizer que quando uma variável aumenta, a outra também aumenta em proporções similares. Além disso, quando uma variável diminui, a outra também diminui em proporções similares. Logo, quanto maior for o tempo de estudo do indivíduo, maior tenderá a ser sua renda dentro desse exemplo hipotético. Outra forma de perceber o tipo de relação que há entre as variáveis seria por meio do índice de correlação entre ambas, que, nesse caso, se fosse calculado, seria igual a 0,85. Aqui você precisa saber que esse índice varia de 0 até 1, e que quanto mais próximo de 1, mais forte é considerada a relação entre as variáveis, podendo ser ela positiva, como nesse caso (em que conforme uma variável aumenta, a outra também aumenta), ou negativa (em que conforme uma variável aumenta, a outra diminui). Exemplo de gráfico de dispersão. Se tivéssemos, por exemplo, uma correlação de -0,85, isso significaria uma forte correlação negativa. Ao lado, veja um exemplo de como poderia ser um gráfico de dispersão com correlação negativa. Neste mesmo exemplo, temos outro gráfico com correlação positiva, similar ao gráfico mostrado anteriormente, e um gráfico em que não há correlação entre as variáveis (veja que y e x representam duas variáveis quaisquer, que, em nosso caso, são, respectivamente, renda e anos de estudo). Aprofundando um pouco mais o gráfico de não correlação, ou mesmo de correlação muito baixa, poderíamos vincular a renda do indivíduo a uma variável fora de contexto, como o número do calçado do indivíduo, variável que não teria, em princípio, razão para ter alta relação com a primeira. Brincadeiras à parte, vejamos como poderia ficar esse gráfico: Gráfico ilustrativo de uma correlação fraca. Para esse caso, a correlação entre as variáveis é muito baixa e ainda é negativa. Se fosse calculada, ela seria de -0,22 ( esse exemplo foi criado apenas para fins didáticos). Note que os modelos estatísticos são interessantes quando conseguem partir de pelo menos uma correlação moderada entre as variáveis. Nesse caso, não conseguiríamos ir muito longe se tentássemos explicar a renda de um indivíduo pelo número de seu calçado. Grá�co de Pareto Esta tradicional ferramenta da gestão da qualidade leva o nome de Vilfredo Pareto (1848-1923), que foi pioneiro no esforço de enunciar uma lei de distribuição de rendimentos. Em essência, ele percebeu que 80% da riqueza de uma população estava concentrada em apenas 20% de seus membros. O gráfico de Pareto é um gráfico em layout de colunas ordenadas de acordo com suas frequências de ocorrências, isto é, da que mais ocorre para a que menos ocorre. Isso possibilita uma priorização de problemas por parte dos gestores – muitas vezes, nessa análise, os gestores encontram resultado similar ao que Pareto encontrou ao criar seu princípio do oitenta vinte, isto é, o de que 80% das consequências advêm de 20% das causas, o que pode nos levar, em alguns casos, à conclusão de que há muitos problemas sem importância diante de outros mais graves nos processos de nossa organização. Exemplo de gráfico de Pareto. Vamos pensar no uso do gráfico de Pareto com base em exemplo trazido pelo site FM2S: Uma empresa de embalagens precisava reduzir custos com peças defeituosas encontradas em sua produção. Como a empresa não sabia por onde começar, decidiu-se utilizar o conceito do gráfico de Pareto para analisar quais defeitos ocorriam com mais frequência. Durante duas semanas, os dados foram coletados, resultando no gráfico. Para que você possa interpretar o problema trazido, é importante que conheça os componentes do gráfico de Pareto. Temos dois eixos verticais no gráfico, em que o da esquerda é denominado frequência de ocorrência e o da direita é denominado porcentagem. Há também um eixo horizontal, que ilustra alguma categoria de ocorrência dentro de determinado fenômeno – nesse caso, temos no gráfico os tipos de defeito dentro de seis categorias possíveis. Além desses eixos, você deve ter notado uma linha vermelha no gráfico. Ela trata, nesse exemplo, da porcentagem acumulada dos defeitos. Note que a linha tem início logo acima da primeira barra, a barra de defeito de não selagem no topo, e caminha até atingir 100% de representatividade dentro de determinado processo. A ausência dessa linha não prejudica nossa interpretação do gráfico, mas sua presença nos ajuda a rapidamente identificar, por exemplo, que poucos tipos de defeitos têm grande representatividade para as falhas dentro do processo da empresa ilustrada. Nesse caso hipotético, a interpretação do gráfico seria fundamental para compreendermos qual problema devemos “atacar” primeiro. Note que a não selagem do topo da embalagem foi um problema observado 60 vezes no período de análise, o que, como nos mostra o gráfico, corresponde a 40% do total de observações de defeitos nessa fábrica. Não selagem topo + Não selagem fundo + Não selagem lateral = 80% Exemplo Perceba como essa ferramenta pode, portanto, ser poderosa para priorizarmos nossas ações dentro da gestão da qualidade e, muitas vezes, evitarmos gastos demasiados em variáveis que pouco impactam o resultado da qualidade de nossa empresa como um todo. Sendo assim, o gráfico de Pareto pode ser estratégico para a tomada de decisão. Cartas de controle Carta de controle é um tipo de gráfico utilizado para o acompanhamento de um processo. Esse gráfico determina estatisticamente uma faixa denominada limites de controle, que é limitada pela linha superior (limite superior de controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle), além de uma linha média. O objetivo é verificar, por meio do gráfico, se o processo está sob controle, isto é, isento de causas especiais. Atenção! Apesar do nome, essa ferramenta é um gráfico que permite a verificação de um processo em relação às metas previamente estabelecidas para ele. Posto de outro modo, as cartas de controle permitem verificar se um processo atingiu determinada meta, ou especificação técnica estabelecida. Suponha que você seja dono de uma fábrica de chocolates. Por meio de uma consulta de mercado, você notou que seus clientes gostam que os tabletes estejam dentro de determinado tamanho. Após essa pesquisa, você percebeu que o tamanho ideal do chocolate deveria ser 2,85cm. E construiu, então, o seguinte gráfico de controle: Exemplo Gráfico de controle do tamanho de tabletes de chocolate. Marcello Romani-Dias. O gráfico ilustra o comprimento dos chocolates (eixo vertical) no decorrer dos lotes produzidos (eixo horizontal). Note que, nesse caso, a empresa até vai bem, já que apenas um ponto está abaixo do limite inferior de especificação, que seria o tamanho mínimo do chocolate (2,7). Veja pelo gráfico que os lotes (ilustrados pelo eixo horizontal) não atingiram a excelência esperada, que em um mundo ideal seria ter o chocolate sempre dentro do mesmo valor, de 2,85cm. Ocorre que esse processo não é ruim, uma vez que a quase totalidadedo processo atende aos limites superiores e inferiores de controle, e que em nenhum momento os lotes ultrapassam as linhas dos limites superiores e inferiores de especificação. Entenda a diferença entre os limites de controle e especificação: Limites de controle Os limites de controle dizem respeito aos valores toleráveis dentro de seu processo. Limites de especi�cação Os limites de especificação tratam do limite mínimo e máximo que serão aceitos para que o lote não tenha que ser descartado ou retrabalhado. De acordo com o texto Carta ou Gráfico de Controle, publicado no site Portal Action, um dos benefícios do uso dessa ferramenta dentro do contexto da qualidade nas organizações é que: Os gráficos de controle, ao distinguir as causas comuns das causas especiais de variação e indicar se o problema é local ou merece atenção gerencial, evita frustrações e o custo de erros no direcionamento da solução de problemas. Ao melhorar o processo, os gráficos de controle produzem: Aumento na porcentagem de produtos capazes de satisfazer os requisitos do cliente; Diminuição do retrabalho e da sucata, reduzindo, consequentemente, os custos de fabricação; Aumento da probabilidade geral de produtos aceitáveis; Informações para melhoria do processo. Cuidado! Note que, assim como as demais ferramentas da qualidade, é necessário conhecer o processo da empresa para conseguir (i) estabelecer os limites de operação e (ii) registrar as ocorrências dentro, por exemplo, dos lotes produzidos. Atenção! Em uma série de categorias de produtos, essas exigências são determinadas por lei, especialmente quando estamos tratando dos limites superiores e inferiores de especificação. A importância da correta interpretação de variáveis no contexto da gestão da qualidade Entenda como interpretar corretamente as variáveis no contexto da gestão da qualidade. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Adaptado de: 2017 – IFTO – ESTATÍSTICA – PROFESSOR) Utiliza-se para identificar visualmente o tipo de associação entre duas variáveis quantitativas. Organizam-se pares ordenados de valores (X, Y), em que cada par ordenado (x, y) representa as observações das duas variáveis em um mesmo sujeito. Essa definição refere-se a: Parabéns! A alternativa D está correta. A alternativa D define corretamente o que é o diagrama de dispersão. Vimos que essa ferramenta nos ajuda a visualizar a alteração sofrida por uma variável quando outra se modifica. O diagrama é fundamental para A regressão linear. B gráfico de Pareto. C distribuição de frequência. D diagrama de dispersão. E pesquisa operacional. verificarmos a associação entre duas variáveis, o que também pode ser realizado pelo cálculo do índice de correlação entre ambas. Questão 2 (Adaptado de: 2009 – TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ – TJPR – ESTATÍSTICO) Uma empresa de equipamentos eletrônicos verificou que, nos últimos meses, houve um acréscimo no número de reclamações sobre defeitos em determinado componente produzido. O responsável pelo controle estatístico do processo, querendo eliminar a fonte dessa variabilidade indesejável, quantificou a frequência de casos, segundo os tipos de defeitos detectados. Esses números foram obtidos de uma amostra de itens produzidos durante uma semana de trabalho por meio de uma folha de verificação. Utilizando esses dados, os técnicos da empresa construíram um gráfico de Pareto e identificaram o tipo de defeito que a empresa deveria solucionar em primeiro lugar. Assinale a alternativa incorreta sobre gráfico de Pareto: A O gráfico de Pareto apresenta, além da distribuição de frequências dos tipos de defeitos, uma linha que trata da porcentagem acumulada dos defeitos de determinado processo. B É uma importante ferramenta da qualidade que identifica automaticamente os defeitos mais importantes ocorridos na produção. C É uma importante ferramenta da qualidade que identifica os tipos de defeitos que ocorrem mais frequentemente na produção e quais devem ser solucionados primeiramente pela empresa. D O gráfico de Pareto também pode ser utilizado em aplicações não industriais. Parabéns! A alternativa B está correta. Não podemos afirmar que uma ferramenta da qualidade nos traz automaticamente algum tipo de resultado, posto que todas exigem interpretação por parte do gestor, o que torna a alternativa B incorreta. As demais alternativas definem corretamente o gráfico de Pareto, com destaque para a letra D, que corretamente expõe que a ferramenta não precisa, necessariamente, ser utilizada somente para aplicações industriais. Considerações �nais Ao longo da temática das ferramentas da qualidade de abordagem predominantemente quantitativa, foi possível aprender os conceitos e as aplicações das seguintes ferramentas: estratificação, histograma, diagrama de dispersão, gráfico de Pareto e cartas ou gráficos de controle. Vimos que essas ferramentas são importantes para identificarmos os principais aspectos associados à gestão da qualidade nas organizações, ao mesmo tempo em que devemos conhecer os tipos de uso para os quais cada uma delas é indicada. Você também compreendeu a importância das ferramentas de gestão da qualidade para a tomada de decisão em diferentes contextos organizacionais contemporâneos. Por fim, destacamos que é fundamental estar munido de informações para que ocorra uma utilização adequada das ferramentas vistas. Desejamos a você uma ótima jornada profissional com o uso delas! E O gráfico é composto por dois eixos verticais; o da esquerda é denominado frequência de ocorrência e o da direita é denominado porcentagem. Podcast Para encerrar, ouça um resumo dos principais aspectos do conteúdo e algumas tendências da área de gestão da qualidade. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Assista ao filme: A Meta, de Joshua Michael Stern.Baseado no livro de mesmo nome escrito por Eliyahu Goldratt em 1984, o filme retrata a realidade de um gerente que se vê em difícil situação, pois o dono da fábrica deseja aumentar a lucratividade dentro do período de 3 meses; caso contrário, a fábrica seria fechada. O filme retrata diversos aspectos da gestão da qualidade. Após assisti-lo, reflita sobre como poderia ser montada uma estratificação nessa empresa, ou mesmo um histograma para auxiliar no alcance da meta em questão. Consulte os livros: ANDREOLI, T. P.; BASTOS, L. T. Gestão da Qualidade: melhoria contínua e busca pela excelência. Curitiba: Intersaberes, 2017. CARVALHO, M. M.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: Teoria e Casos. Rio de Janeiro: Elsevier/ ABEPRO, 2012. MOREIRA, F. Cinco ferramentas de gestão para micro e pequena empresa. 2014. In: Consultoria Gestão e Mídias Sociais. Consultado na internet em: 11 ago. 2020. Referências PORTAL ACTION. Carta ou gráfico de Controle. Consultado na internet em: 05 ago. 2022. FASTFORMAT. Estatística básica: Tipos de Variáveis. FastFormat, 2019. MARTINS, R. Estratificação. Qualiex – Blog da Qualidade, 2013. FM2S. O que é histograma? Quando utilizar? Como construir? FM2S. Consultado na internet em 05 de ago. 2022. FM2S. O que é e para que serve o gráfico de Pareto? FM2S. Consultado na internet em 05 de ago. 2022. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()