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01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 1/33 Introdução Com a chegada da Revolução Industrial iríamos, naturalmente, observar um queda nas produções artesanais onde quer que tal transformação econômica acontecesse. Tal constatação é especialmente notável se considerarmos ainda a invenção da máquina a vapor por James Watt e o advento da divisão do trabalho, que elevaram sobremaneira a escala de produção. A partir daí foram desenvolvidos conceitos importantes para a área de Operações como: a padronização dos processos e dos produtos, o treinamento da mão- de-obra e o surgimento de gerentes/supervisores, além do desenvolvimento de técnicas de Gestão de operações Unidade 1 - Introdução à gestão de operações e à teoria das restrições Autor: Guilherme Garcez Lohmann Revisor técnico: Sueli Lopes Iniciar 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 2/33 planejamento e controle da produção. Naquela fase pós Revolução Industrial estas ideias foram postas em prática em primeiro lugar pelo exército americano dentro de uma vertente armamentista, sendo que posteriormente elas chegaram ao universo das empresas, onde têm se desenvolvido continuamente. Dentro deste enfoque, muitos pesquisadores passaram a comparar o funcionamento de uma empresa com o de um organismo vivo. Da mesma forma que um organismo vivo é formado por células com funções distintas, uma empresa possui diferentes tipos de recursos (humanos, �nanceiros, físicos como instalações, máquinas e equipamentos), os quais exercem funções especí�cas e isto faz com que a empresa como um todo consiga obter um bom desempenho. A partir da analogia do organismo vivo, a empresa deve procurar se manter sempre saudável e para tanto ela deve utilizar de modo adequado os seus recursos evitando que ocorra qualquer tipo de desperdício . O conceito de Gestão de Operações está muito ligado a esta ideia. Ao pensarmos em Gestão de Operações muitas pessoas tendem a associá-la com a Gestão do Estoque, Processos ou mesmo com a da Cadeia de Suprimentos, porém ela é mais abrangente do que isso e inclui questões como: Como se dá o planejamento dos recursos de produção? Como é feita a adequação entre capacidade produtiva e demanda? Quais são as políticas de manutenção? 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 3/33 Como é o processo de melhoria contínua? E qual a diferença entre o “Lean Manufacturing”, o “Seis Sigma” e a “Teoria das Restrições”? Estar informado sobre estas questões com certeza é algo crucial para todo gestor de empresas , independente da sua área de atuação, pois semelhante a um organismo vivo as diferentes áreas da empresa possuem diversos níveis de impactos umas nas outras, desse modo é algo muito valioso observarmos como isto se dá sob o prisma da Gestão de Operações! 1. Fundamentos da gestão de operações Inicialmente re�itamos sobre os níveis que regem uma corporação, a saber o institucional ou estratégico (que de�ne suas políticas e objetivos centrais), o intermediário ou tático (que desdobra estes objetivos a nível departamental) e o operacional (de onde saem às ações para serem atingidos os objetivos). Temos que se a gestão institucional de�ne as estratégias e a gestão intermediária se incumbe de liderar as equipes na direção das mesmas, a gestão operacional �ca justamente com a responsabilidade do acompanhamento de tudo o que precisa ser feito, o que no nosso caso especí�co tange a produção e a entrega aos clientes dos bens e serviços produzidos. Iremos nos aprofundar mais adiante, porém percebam pelo o que foi dito a quantidade enorme de processos que �ca a cargo da Gestão de Operações. Naturalmente que isso implica num papel atuante com relação à análise e ao controle dos processos por parte do gestor da área de operações e aqui cabe 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 4/33 lembrarmos que quanto melhores forem os processos menores serão as falhas, desperdícios, custos e assim maior será a produtividade fabril . Ao falarmos de produtividade dizemos que ela resulta na divisão da medida das saídas (valor quantitativo do que foi produzido, como por exemplo, as receitas sobre vendas de produtos ou serviços) pela medida das entradas (medida quantitativa dos insumos de produção, como por exemplo, o valor da mão-de-obra, matérias-primas, etc.). Numa ótica formal, temos a seguinte de�nição de Gestão de Operações: Gestão de operações tem a ver com a forma como as organizações geram seus produtos e serviços. Tudo que você veste, come, senta sobre, usa, lê chega até você graças aos gerentes de operações que organizam suas produções. Todo livro que você pega na biblioteca, todo atendimento que você recebe no hospital, todo atendimento que você tem nas lojas e toda aula a que você assiste na universidade — todos foram produzidos ( CORRÊA, 2008 ). 1.1 O Modelo de transformação De um modo esquemático a seguir temos que em toda empresa a ideia de “Operações” pressupõe o chamado “ modelo de transformação ”, no qual existe a Entrada/Inputs de insumos no ambiente de fabricação, onde são transformados em produtos, que correspondem às Saídas/Outputs a serem consumidos pelos clientes. Importante ressaltar que isto é válido tanto para produtos tangíveis como para serviços. Figura 1. Fonte: o autor, 2020 Notem que embora este modelo de transformação seja genérico existem particularidades conforme o tipo do produto envolvido. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 5/33 Por exemplo, se estamos nos referindo a fabricação de um objeto muito grande e pesado como é o caso de uma turbina de uma usina hidroelétrica, naturalmente que a sua estrutura �ca parada enquanto pessoas nela empregam máquinas, equipamentos e matérias-primas até que ela se torne um produto acabado e possa ser transportada para a usina. Neste caso a estrutura representa o recurso a ser transformado , enquanto que as pessoas, matérias-primas e máquinas correspondem aos recursos transformadores . Isto já é diferente numa linha de produção de televisores, na qual a estrutura inicial (carcaça do televisor que é o recurso a ser transformado) segue numa esteira de produção para que os funcionários dispostos em estações de trabalho possam instalar componentes sobre ela (estes, por sua vez são os recursos transformadores). Toda operação produz bens e serviços (ou um misto dos dois) e faz isso por um processo de transformação, o qual pode ser entendido pelo uso de recursos para se alterar um estado ou uma condição de alguma coisa e que irá para produzir outputs . É importante se deixar claro que um produto não precisa necessariamente ser um bem tangível, pois ele pode ser um serviço. Até a década de 1950 as chaminés das fábricas eram símbolo de status e poder, pois empregavam a maior parte da mão-de-obra e respondiam pela maior fatia do PIB dos países, porém isso não é mais verdadeiro, pois o setor de serviços já superou o de manufaturados. Dessa forma, as abordagens de Operações que outrora eram privilégio dos bens tangíveis passaram a ser utilizadas também pelo setor de serviços. De modo intuitivo podemos perceber que é a natureza dos inputs é que irá direcionar o modo e o processo de transformação. Se o nosso intuito for processar materiais podemos mudar as suas propriedades físicas (forma, composição, 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq…6/33 características), a maneira de estocar, acomodar ou até mesmo mudarmos a localização do material. Por outro lado, se formos processar informação (por exemplo, softwares) podemos alterar suas propriedades, características, aplicações/usos de diversas formas. 1.2 Papel estratégico da gestão de operações A Gestão de Operações envolve a tomada de decisão sobre todo o processo operacional de uma empresa, que deve resultar num bem ou serviço que tenha sido efetuado de acordo com as especi�cações, segundo as quantidades e prazos requeridos e no menor custo possível. Neste contexto, toda empresa que busca ser bem sucedida no longo prazo precisa ter um enfoque estratégico sobre a Gestão de Operações. Se coloque na posição de um gestor de um supermercado, ou de um hospital, ou de uma montadora de veículos, ou ainda de uma pizzaria. Quais os tipos de ações você faria para melhorar a competitividade da sua organização? Ao fazermos esta re�exão surge um conceito importante que é a busca pela vantagem competitiva , pela supremacia em relação aos concorrentes e nesta ótica analisaremos a seguir os Cinco Objetivos de Desempenho (SLACK, 1993) : 1) Qualidade: 2) Rapidez: 3) Confiabilidade: 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 7/33 4) Flexibilidade: 5) Custo: 1.3 Prioridades competitivas Dentro do enfoque estratégico, Michael Porter desenvolveu o “modelo das cinco forças”, que serviu de base para que Gaither e Frazier (2002) elaborassem o quadro a seguir: Tabela 1: De�nições de Prioridades Competitivas. Fonte: Adaptado de GAITHER, N. FRAZIER, G, 2002. Observamos que o tipo de prioridade competitiva adotado por uma empresa enseja ações que estão descritas na sua de�nição. Além disso se agrega a este quadro o per�l de liderança mais adequado àquela prioridade competitiva designada (liderança democrática, liberal e autocrática). Exempli�cando, caso estejamos falando de uma empresa que produz commodities , como suco de laranja concentrado, computadores pessoais (PC´s) ou café para exportação a tendência é que funcione melhor uma liderança autocrática (mais rígida) , pois nesse caso estamos falando de produção em massa, de processos mais automatizados e da busca da excelência operacional como fator de maior competitividade. A mão de obra deve ser bem treinada para não cometer erros, o que geraria retrabalho e aumento de custos. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 8/33 Já o exemplo oposto é uma empresa que produz itens de valor agregado , com bastante capital intelectual envolvido e inovação como fonte de diferenciação, como ocorre em empresas do tipo Google e Facebook. Nesta situação, a manufatura deve ser �exível, com alta capacidade de customização, pois os projetos são praticamente únicos, os estoques são pequenos, assim como os lotes de fabricação e a liderança liberal é a que melhor atende estes requisitos pois estimula que a criatividade de todos a�ore (estilo laissez-faire ), fator preponderante para o sucesso neste nicho de mercado. 1.4 Layout A denominação de Layout (sinônimo de Arranjo Físico) diz respeito a forma de utilização do espaço físico de uma empresa . O seu planejamento é abrangente e envolve decisões que atingem as mais diversas áreas produtivas da empresa e exercem grande impacto na sua estrutura de custos. Basicamente uma unidade produtiva pode ser qualquer coisa que utilize espaço: um prédio, um depósito, máquinas e equipamentos, uma pessoa ou uma equipe. Neste aspecto tudo precisa ser planejado em termos do arranjo físico. As próprias prioridades competitivas da empresa estão re�etidas nas decisões de layout . O seu processo de expansão ou eventualmente de retração, a melhor forma de ser efetuada a comunicação e a interligação interna (de pessoas, de informação e de materiais/produtos), o atendimento adequado aos fornecedores e aos clientes (vis-a- vis à concorrência) estão dentro deste prisma. Exempli�cando, se um dado varejista deseja aumentar a qualidade das suas mercadorias, o arranjo físico da loja deve transmitir mais exclusividade e luxo. Neste ponto �ca mais fácil entendermos que o arranjo físico possui diversas implicações práticas e estratégicas capazes de: otimizar o �uxo de informações,de pessoas e materiais; aumentar a utilização e�ciente de mão-de-obra e máquinas; aumentar a conveniência do cliente e as vendas; 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 9/33 reduzir os riscos aos trabalhadores; elevar a moral dos funcionários; dinamizar a comunicação interna e externa. 1.4.1 Tipos de layout A escolha do arranjo físico depende em grande parte do tipo de processo produtivo. Os tipos principais de arranjo físico são: funcional ou por processo, em linha ou por produto, celular e de posição �xa. a) Layout funcional (ou por processo, ou job shop) Nesse tipo de layout, todos os processos e os equipamentos do mesmo tipo (ou tem a mesma função) são desenvolvidos na mesma área, assim operações ou montagens semelhantes são agrupadas na mesma área. Ela é �exível, pois nela são utilizadas máquinas de uso geral, que podem rapidamente ser realocadas para novas operações em diferentes projetos. Figura 2. Fonte: o autor, 2020 b) Layout em linha (ou por produto, ou �ow shop) Neste outro tipo de layout conforme ilustração abaixo repare que o processo produtivo está em linha e desse modo obedece sequência pré-estabelecida das máquinas (vai da retirada da embalagem até o corte da peça). 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 10/33 Costuma ser uma produção com pouca diversi�cação e gera monotonia dos operadores. Figura 3. Fonte: o autor, 2020 c) Layout celular Este tipo de layout contém as seguintes características: as máquinas são agrupadas em células, sendo utilizado para uma “família de produtos”. Os transportes de material e os estoques são menores, a �exibilidade quanto ao tamanho é maior, o nível de satisfação do trabalho é maior e permite um elevado nível de produtividade e de qualidade. Figura 4. Fonte: o autor, 2020 d) Layout de posição �xa 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 11/33 Neste layout a estrutura principal permanece �xa e as pessoas e máquinas se deslocam para executarem as operações. Geralmente é um único produto em quantidade pequena ou unitária. Navios, aviões, grandes turbinas são exemplos. e) Layouts combinados Eles ocorrem para o aproveitamento dos benefícios de dois ou mais tipos de layouts. Por exemplo, numa empresa os departamentos são organizados num Layout em Linha, mas o produto �ui num Layout Funcional. 1.5 Processo de comunicação na empresa Esta análise denota o papel fundamental do processo de comunicação dentro de uma empresa, que precisa �uir de modo correto para a otimização do processo e do resultado. Dentro desse processo existem cinco elementos essenciais: o emissor, o receptor, a mensagem, o canal de comunicação e o código. Porém nem sempre o processo de comunicação na empresa é �uido e perfeito. Existem imperfeições chamadas de barreiras de comunicação, que merecem serem analisadas pois podem não somente desgastar a comunicação na empresa, mas representar uma fonte de falhas e desperdícios. Estas barreiras de comunicação são comumente classi�cadas em dois tipos: barreiras “internas” e barreiras “externas”. As chamadas barreiras internas têm por característica serem criadas pelo próprio indivíduo/colaborador da empresa e são provenientesde diferenças entre valores e culturas de cada um. Por exemplo, o uso de línguas diferentes pelo emissor e pelo receptor, ou o emprego de palavras ambíguas, ou a distância entre emissor e receptor. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 12/33 Já as chamadas barreiras externas não são criadas pelos colaboradores da empresa e estão relacionadas às circunstâncias e ao meio ambiente. Por exemplo, a iluminação do espaço, nível de eco do local, entre outros. 1.6 Ciclo de vida do produto em operações Outro conceito fundamental em Gestão de Operações e que se aplica tanto a bens tangíveis como a bens intangíveis é o do Ciclo de que Vida do Produto. Ele baliza as estratégias de desenvolvimento de novos produtos e impõe a adequação da área de Operações a estes parâmetros (sendo que esta adaptação das máquinas ou set up muitas vezes é lenta e assim demanda certo tempo ou lead-time para ocorrer). Tudo isto deve se dar sob o prisma da otimização da produção buscando eliminar desperdícios e aumentos de custos. Pelo fato deste assunto ser tratado de modo especí�co em Marketing iremos apenas pontuar as fases do Ciclo de Vida do Produto no enfoque de Operações: Figura 5. Fonte: o autor, 2020 1) Introdução: Fase inicial de existência do produto, na qual o volume de produção tende a ser baixo, os pedidos são geralmente por encomenda ou em pequenos lotes. Muitos produtos não passam dessa fase. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 13/33 2) Crescimento: O produto começa a se �rmar no mercado, portanto aumenta a sua demanda e a sua fabricação. A padronização da linha de produção e a automação dos processos elevam os volumes produzidos. 3) Maturidade: Fase em que acontece a estabilização da demanda, o que estabelece um parâmetro também aos processos industriais, que neste momento costumam estar com alto grau de padronização. 4) Declínio: Nessa fase a demanda passa a ser decrescente e o produto tende a perder participação de mercado. A decisão que cabe aqui �ca entre a retirada do produto do mercado, ou a busca de uma revitalização do mesmo que lhe dê uma sobrevida, sendo que ambas alternativas exercem impacto direto sobre a linha de produção. 2. O papel da logística A palavra logística tem a sua origem no verbo francês loger - alojar ou acolher. Foi inicialmente usado para descrever a ciência da movimentação, suprimento e manutenção de forças militares na batalha. Posteriormente foi usado para descrever a gestão do �uxo de materiais numa organização, desde a matéria-prima até aos produtos acabados. Considera-se que a logística nasceu da necessidade dos militares de se abastecerem com armamento, munições e rações, enquanto se deslocavam para posições avançadas na batalha. Na Grécia Antiga e no Império Romano, os o�ciais militares denominados Logistikas eram encarregados de todos os suprimentos. No cenário econômico atual, marcado pela globalização e pela alta competitividade é crucial associar os fatores logísticos ao plano estratégico da organização. Para Meirim (2017), os pontos centrais da Logística são: 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 14/33 - Visão integrada e sistêmica de todos os processos da empresa. - Fazer com que as “coisas” (materiais e informações) se movam o mais rápido possível - Enxergar toda a cadeia de suprimentos como parte importante do seu processo - O uso de sistemas de informação - O aumento da colaboração entre fornecedor e consumidor 2.1 Peculiaridades da logística A Logística tenta otimizar o uso de diferentes meios de transporte (também chamados de “modais” ) e nesse sentido este “equacionamento de transportes” visa reduzir custos e atingir os objetivos demandados pelo cliente. Neste contexto, uma das estruturas que comumente as empresas utilizam é o Centro de Distribuição (CD), que tem justamente este papel de se situar numa localização estratégica para o melhor atendimento dos clientes e também reduzindo os custos de transporte dos seus componentes provenientes dos fornecedores. Em linhas gerais um CD não é nada mais é do que um agrupamento de cargas de vários fornecedores (ou mesmo de um fabricante), que passam por um processo de desconsolidação e reagrupação. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 15/33 Neste processo as cargas são separadas por pedidos e enviadas por caminhão para vários destinos. Isso elimina processos desnecessários de armazenagem e de movimentação de produtos, conforme ilustra o quadro a seguir. Figura 6. Fonte: o autor, 2020 Do ponto de vista da operação logística este processo desconsolidação e reagrupação é conhecido por “ Cross Docking ”. Imaginem, por exemplo, uma empresa revendedora de eletrodomésticos que possui várias lojas. Ela recebe um carregamento do fabricante de televisores e outro do fabricante de geladeiras, então desconsolida estas cargas e as reagrupa conforme a demanda de cada loja (por exemplo, a loja “1” precisa de 10 televisores e 5 geladeiras, a Loja “2” de 15 televisores e 3 geladeiras e assim por diante). 2.2 Exercício sobre custo total de transporte No quadro a seguir existem fábricas e depósitos (ou CD) de uma empresa, além de custos de transporte, por tonelada (ton.), para cada rota designada. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 16/33 Figura 7. Fonte: o autor, 2020 Imagine que você seja dono de uma empresa que possua três fábricas e três depósitos em localizações e capacidades de armazenagem distintas e que toda a produção precise necessariamente ser transportada para um depósito. Assim calcularemos o custo total na hipótese da empresa decidir transportar 1.000 ton. da fábrica 3 para o depósito 2, 2.000 ton. da fábrica 2 para o depósito 1, 1.000 ton da fábrica 1 para o depósito 1 e a produção restante for atendida pelo depósito 2. Resolução: Neste caso multiplicamos a produção pelo custo por tonelada para cada trecho especí�co, ou seja, 1000 × $4,00 (Fábrica 3 >Depósito 2) = 4.000 2000 × $8,00 (Fábrica 2 >Depósito 1) = 16.000 1000 ×$4,00 (Fábrica 1 >Depósito 1) = 4.000 1000 × $4,00 (Fábrica 3 >Depósito 2) = 4.000 1000 ×$2,00 (Fábrica 1 > Depósito 2) = 2.000 Custo Total = $30.000 2.3 A logística reversa 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 17/33 A questão da logística reversa (símbolo a seguir) é de�nida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) como um "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação �nal ambientalmente adequada”. Desse modo a empresa que é adepta da logística reversa deve desenvolver ações sustentáveis de coleta, conserto/reaproveitamento de produtos ou de seus componentes. Isto tem sido uma prática muito difundida pelos norte-americanos no seu país, que utilizaram esta iniciativa como uma fonte adicional de lucro, uma vez que isto proporciona menos gasto de materiais e componentes quando comparado a um produto inteiramente novo. Porém para que eles tenham feito isto dar certo nos EUA houve dois fatores preponderantes: 1. a manifestação da opinião pública francamente favorável a ela, devido a uma preocupação com a questão do descarte de resíduosno meio ambiente; 2. um acordo entre fabricantes e distribuidores, no qual estes últimos recebem dos clientes os produtos defeituosos e na mesma hora lhe entregam outro que esteja consertado/funcionando. Posteriormente o distribuidor repassa o produto defeituoso ao fabricante e recebe um novo lote de produtos consertados. Infelizmente no Brasil, a Logística Reversa ainda é incipiente e alguns especialistas entendem que isso ainda não é uma preocupação cultural nossa. 2.4 Cadeia de suprimentos A cadeia de suprimentos é denominada em inglês, Supply Chain e é uma parte importante de Operações, desse modo faremos um “overview” desse assunto. Conceitualmente, ela pode ser de�nida como um sistema de organizações, pessoas, 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 18/33 atividades, informações e recursos envolvidos na atividade de transportar produtos (ou serviços) dos fornecedores aos clientes. Gerir essa estrutura com e�ciência é o grande desa�o das organizações e exige, acima de tudo, planejamento . Planejar cuidadosamente todo o percurso dos recursos, desde a fonte de matérias- primas até o consumidor �nal. Isso compreende, entre outras coisas, negociar com os fornecedores, providenciar o transporte, garantir a qualidade, gerir o armazenamento e coordenar a distribuição. Ao falarmos de Gestão da Cadeia de Suprimentos necessariamente precisa ser algo com certa complexidade e feito de forma multidisciplinar, pois se interliga com a Administração, Compras, Engenharia/Estatística, Logística Interna e Externa, Financeiro e os conhecimentos destas áreas devem ser integrados a �m de obtermos uma estratégia comum. Para estruturar a cadeia de suprimentos é preciso que a empresa saiba os tipos de demanda, nível do serviço requerido pelo consumidor, a distância que está do cliente, seus custos, além de algumas particularidades: 1. Produção 2. Fornecedor 3. Estoque 4. Localização 5. Transporte 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 19/33 6. Informação O foco da cadeia de suprimentos é gerar a satisfação do cliente , atendendo a todos os seus requisitos no menor tempo possível, buscando a redução de custos e aumento na qualidade do produto. Isso faz com que a cadeia de suprimentos seja muito utilizada dentro da metodologia Lean Manufacturing cujos princípios estão alinhados com este, os quais detalharemos mais adiante. 2.5 Diferenças entre logística e cadeia de suprimentos Neste aspecto podemos pontuar que enquanto a logística foca no transporte e no armazenamento de mercadorias, a cadeia de suprimentos abrange todos os aspectos de aquisição e o fornecimento de bens. De forma mais detalhada temos o seguinte: A logística inclui: • transporte de entrada; • armazenagem; • transporte de saída; • execução; • logística reversa. • fabricação; A cadeia de suprimentos envolve: • compras/aquisição; • planejamento de fornecimento; • planejamento de demanda; • ERP; • gestão de estoque; 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 20/33 • aprimoramento contínuo; • logística Sim, reparem que a logística está contida dentro da cadeia de suprimentos, que como já mencionado é algo abrangente e mais estratégico. 2.6 O transporte e os modais existentes Modal é sinônimo de tipo de transporte. Basicamente temos cinco modais que são: o ferroviário (feito por ferrovias), o rodoviário (feito por rodovias), o hidroviário (feito pela água, com a construção de portos para a atracação dos navios), o dutoviário (feito pelos dutos ou tubos, como gasodutos, oleodutos e cabos submarinos de �bra ótica) e o aeroviário (feito de forma aérea, com os aeroportos e aviões). Além disso existem operações de multimodalidade, nas quais se utiliza mais de um modal (tipo de transporte), a �m de as operações sejam mais e�cazes. 2.6.1 Questões envolvendo os transportes O transporte é uma das ferramentas mais importantes que a humanidade vem utilizando para inovar e transformar o seu modo de vida, a sua organização, o seu crescimento e até mesmo a sua cultura até os dias atuais. Um exemplo disso são as estradas criadas pelo Império Romano, que permitiram que ele tivesse acesso regular a outras regiões e povos abastecendo de riquezas a cidade de Roma. Estamos falando de 400.000 km de estradas, das quais 80.000 km eram pavimentadas e que interligam 113 províncias. Além das estradas não podemos nos esquecer dos aquedutos, que são outra invenção romana para transportar a água em grandes distâncias e por meio da gravidade. Isto originou outro tipo de transporte que conhecemos hoje como dutoviário. Já a invenção da locomotiva a vapor viabilizou o transporte de grandes quantidades de mercadorias por grandes distâncias terrestres. Esta mesma tecnologia impulsionou os navios dinamizando este tipo de transporte. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 21/33 Em 1955 surgiu uma inovação aparentemente simples, mas que revolucionou as operações marítimas no mundo inteiro que foi o contêiner . Ele conseguiu padronizar não apenas a “embalagem de transporte”, mas criou toda uma indústria para suportá-la e hoje 95% do comércio exterior é feito por meio dele. 3. A teoria das restrições Nos tempos atuais de enorme competitividade e de destaque da Gestão de Operações dentro das empresas, a busca por formas de obter melhores desempenhos e fontes de vantagem competitiva é algo praticamente incessante. Estudaremos agora uma teoria que se baseia nisso e que tenta “maximizar o desempenho operacional da empresa analisando as suas restrições”. 3.1 Conceito de restrição Para estudarmos a Teoria das Restrições (“Theory of Constraints” - TOC) primeiro é importante entendermos o signi�cado que “Restrição” possui neste contexto. Segundo os estudiosos WATSON, BLACKSTONE e GARDINER (2007) uma restrição é “qualquer elemento ou fator que impeça que um sistema atinja um nível maior de desempenho em relação a sua meta”. COX III (1995) agrega a este pensamento ao expressar que “as restrições podem ser físicas, como por exemplo, um equipamento, ou a falta de um material, mas elas podem também ser de ordem gerencial, como procedimentos, políticas e normas”. 3.2 Conceito de gargalo de produção Dizemos que gargalo de produção é a etapa mais lenta do processo produtivo . Em consequência do gargalo, a velocidade de toda a linha de produção é limitada e desse 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 22/33 modo a capacidade produtiva de uma linha de produção é diretamente impactada pelo gargalo. 3.3 Objetivo da TOC A TOC foi criada na década de 1980 por Eliyahu Goldratt, um físico israelense que estudava o comportamento dos sistemas, tendo sido divulgada em 1984 no livro de negócios intitulado “ A Meta ”, que popularizou a disseminação dos seus conceitos. A Teoria das Restrições é antes de tudo uma abordagem de Gestão de Operações, ou seja, ela é uma ferramenta que propõe melhorar a e�ciência dos processos que restringem o �uxo da produção. A seguir temos os seus objetivos nas palavras do seu próprio criador: A TOC tem por objetivo otimizar resultados globais, através de cinco passos essenciais para identi�cação das restrições de um sistema, visando elevá-las a condição de “não-restrição”, eliminando em casos de restrição física, “os gargalos” do processo ( GOLDRATT; COX, 2002 ). Gupta e Boyd (2008) analisaram a Teoria das Restrições no âmbito da Gestão deOperações e veri�caram que [...] a TOC oferece um novo paradigma em gestão de operações que substitui um ultrapassado consenso de se buscar e�ciência para alcançar a meta da empresa; e, assim, a busca da meta a partir de uma perspectiva global seria mais coerente para esse novo paradigma em gestão de operações [ grifo nosso ]. Em outras palavras, numa organização às vezes se faz o errado tentando fazer o certo, ou seja, se busca melhorar a e�ciência sem se ter uma preocupação genuína com os fatores que reduzem esta e�ciência, portanto falta foco, o que é combatido pela TOC. Na formulação da sua teoria, Goldratt (2013) recorre aos ensinamentos do italiano Vilfredo Pareto (1897), que deram origem a chamada “ Regra 20-80 de Pareto ”, na qual 20% dos problemas possuem um impacto de 80% na empresa (analogamente 80% dos problemas tem um impacto de apenas 20%), portanto o autor a�rma que 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 23/33 precisamos discernir quais são os problemas vitais para a empresa (e que causam 80% de impacto) e atacá-los primeiro. Figura 8.Fonte: o autor, 2020 3.3.1 Panorama anterior à TOC Desde a década de 1960 inúmeros pesquisadores estudaram as redes de projetos para identi�car problemas especí�cos pelo “método do caminho crítico” e outras alternativas (critical path method/program evaluation and review technique – CPM/PERT) para identi�car o menor tempo de conclusão de um projeto. No âmbito do gerenciamento, inúmeros pesquisadores e pro�ssionais estudaram o ambiente de gestão dos projetos para identi�car os problemas humanos que ocasionaram o fracasso dos projetos (falta de habilidades técnicas, falta de trabalho em equipe, falta de comunicação, entre outros). Poucas vezes esses pesquisadores reconheceram o trabalho um do outro e assim esta análise estava incompleta. Foi nesse panorama que na década de 1970 Goldratt criou um software denominado Optimized Production Technology (OPT) que auxilia as empresas a obterem maior rentabilidade a partir da identi�cação e gerenciamento dos recursos que forem considerados como gargalos (o que de certo modo procura incluir um pouco da vertente de redes de projetos e também a do gerenciamento). Este software foi a origem dos princípios que originaram a Teoria das Restrições (TOC). O OPT tem nove pontos principais: 1. Balancear o �uxo, não a capacidade; 2. O nível de utilização de um recurso não gargalo não é determinado por seu potencial, mas pela restrição do sistema; 3. Utilização e ativação de um recurso não são sinônimos; 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 24/33 4. Uma hora perdida em um gargalo é uma hora perdida no sistema como um todo; 5. Uma hora economizada em um recurso não gargalo é apenas uma miragem; 6. Os gargalos determinam tanto o ganho quanto os estoques; 7. O lote de transferência pode não ser, e muitas vezes não deveria ser, igual ao lote de proces- samento; 8. Os lotes de processamento devem ser variáveis, e não �xos; 9. As programações devem ser estabelecidas examinando-se simultaneamente todas as restrições. 3.3.2 Questões que in�uenciam a análise da TOC Segundo Cox III e Schleier (2013) a TOC se depara com as questões: a) Existe um alto grau de dependência b) As operações estão sujeitas a um alto grau de variabilidade 3.4 Fundamentos da TOC Segundo Cox III e Spencer (2002), a TOC aborda três áreas diferentes e inter- relacionadas: a logística, indicadores de desempenho e pensamento lógico . Estas áreas consistem nos seguintes elementos: (i) um ramo logístico , que inclui metodologias de programação tambor-pulmão-corda, gerenciamento do pulmão e as estruturas lógicas de análise V-A-T-I (utilizadas para projetar e analisar linhas de produção); (ii) um segundo ramo de focalização em cinco etapas nos indicadores de desempenho do sistema (ganho, inventário e despesas operacionais); (iii) um terceiro ramo envolvendo a solução de problemas ( pensamento lógico ) a partir de 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 25/33 diagramas efeito-causa-efeito (ECE) e seus componentes” e “a metodologia de dispersão de nuvens” (COX III, SPENCER, 2002). 3.4.1 Programação tambor-pulmão-corda A Programação Tambor-Pulmão-Corda (TPC) tem o objetivo de estabelecer a TOC numa organização de serviços ou de produção. Esta denominação advém do fato de que a estação de trabalho mais lenta (denominada Tambor) é que estabelece o ritmo de um processo produtivo (caso contrário o estoque aumentará de forma descontrolada nas estações mais lentas). O Pulmão é o material anterior ao Tambor que garante que ele nunca �que sem trabalho e a Corda é o mecanismo que abastece a fábrica de material e que sinaliza o Pulmão na medida que o Tambor termina o seu material. 3.4.2 Gerenciamento do pulmão O TPC corresponde a metodologia de planejamento da TOC e o Gerenciamento do Pulmão (GP) é a metodologia de controle de execução. Se denomina planejamento pois ele se refere àquelas atividades iniciadas quando já se conhece a demanda de mercado e desse modo se constroem planos para gerenciar o �uxo de material ao longo do sistema produtivo (inclusive identi�cando qual material deverá ser comprado e quando). O controle da execução é necessário para garantir que os planos sejam seguidos e compreende medidas corretivas no caso de desvios acontecerem ameaçando comprometer as datas de entrega e o ganho do sistema. 3.4.3 Análise V-A-T-I A estrati�cação de ambientes operacionais em quatro tipos genéricos chamados de: V, A, T e I. Todos eles têm um conjunto de efeitos indesejáveis que, apropriadamente identi�cados, tornam o gerenciamento operacional mais fácil. Os quatro tipos são chamados pela letra que se assemelha a um diagrama do �uxo lógico das matérias- primas. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 26/33 3.4.4 Focalização em cinco etapas Os cinco passos de focalização oferecem as regras para determinar de que forma qualquer operação deve ser gerenciada. Esses passos (Goldratt, 1990) são relacionados a seguir: Passo 1 : Identi�car (ou escolher) a restrição do sistema. Passo 2: Decidir como explorar a restrição do sistema ao máximo. Passo 3: Subordinar todo o resto à decisão anterior. Se desejarmos melhorar o desempenho do sistema para um nível superior ao que é possível com a restrição atual, então devemos: Passo 4: Elevar a restrição do sistema. Esse passo pode mudar a restrição ou as decisões sobre como explorar a restrição. Daí a necessidade do Passo 5. Passo 5: Se, no Passo 4, a restrição tiver sido eliminada, voltar ao primeiro passo, mas não permitir que a inércia torne-se a restrição do sistema 3.4.5 Diagramas ECE Os diagramas ECE (Efeito-Causa-Efeito) buscam estabelecer uma linha de raciocínio para os problemas de restrições envolvendo o sistema produtivo de uma empresa. Um exemplo disso a árvore da realidade atual. Veja a seguir: 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 27/33 Figura 9. Fonte: Cox III - HandBook Teoria das Restrições, 2013 Outro exemplo é a árvore do ramo negativo (RRN) que mapeia as relações de causa e efeito entre uma ideia (a causa) e os efeitos indesejáveis que alguém prevê que surgirão dessa ideia. Desse modo, ela é utilizada para mudar (normalmente para ampliar) a ideia de uma maneira que impeça que o efeito se torne uma realidade. 3.4.6 Metodologia de dispersão de nuvens Uma ferramenta padrão do processo de pensamento da TOC é adispersão ou evaporação das nuvens. A nuvem é a ferramenta que nos possibilita eliminar qualquer con�ito e que abre caminho para uma solução ganha-ganha. Em outras palavras, quando enfrentarmos um con�ito e não conseguirmos encontrar facilmente um meio-termo sustentamos que um dos pressupostos é falho. Ao eliminarmos o pressuposto subjacente eliminaremos a causa do con�ito e que assim estará solucionado. Estes são os conceitos da TOC cuja compreensão introduz o leitor nesta nova perspectiva. As aplicações da TOC no universo corporativo são múltiplas e o nosso enfoque sobre elas será manifestado na medida em que se tornem visíveis as suas interfaces com os demais tópicos que estudaremos em Gestão de Operações! 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 28/33 4. Movimentos precursores do Lean Manufacturing Nesta unidade temos mencionado importantes aspectos de Gestão de Produção, sendo uma ferramenta que merece destaque é o “ Lean Manufacturing ”, que a partir deste momento iniciaremos o seu detalhamento. 4.1 Sistema Toyota de produção Em 1918, Sakichi Toyoda desenvolveu um tear automático a vapor que pela primeira vez na história conseguiu detectar um �o quebrado e parar a produção automaticamente. Este sistema é justamente o embrião do conhecemos hoje como Sistema Toyota de Produção (TPS). Em 1937, o �lho de Sakichi, Kiichiro Toyoda, fundou a Toyota Motor Corporation. Ele aprimorou os princípios desenvolvidos pelo seu pai dentro da Toyota. Após a II Guerra Mundial, a necessidade de tornar a produção mais e�ciente cresceu. Um dos engenheiros mais jovens da Toyota, Taiichi Ohno, recebeu a tarefa de aumentar a produtividade da empresa. Ele observou como os clientes pegavam os produtos das prateleiras nos supermercados: somente o que era necessário, no momento necessário e na quantidade necessária. Em seu retorno ao Japão, Ohno desenvolveu o kanban , uma técnica que utiliza cartões de informação para controlar a produção de acordo com a necessidade. Tudo isto projetou a Toyota no mundo obtendo um reconhecimento não apenas em termos da sua qualidade na produção, mas do seu produto �na l. O Lean Manufacturing é diretamente inspirado nas práticas e resultados do TPS . 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 29/33 4.2 O que é Lean? No dicionário, Lean quer dizer magro, esguio, enxuto. No cenário pós-guerra no Japão todo o país passava necessidades principalmente em termos de produção. Nessa linha de raciocínio, a produção em massa como vinha sendo praticada era inviável devido às perdas, ao retrabalho e ao desperdício em geral que ocorria. A partir deste contexto nasce o Lean como uma �loso�a de gestão inspirada no TPS e preocupada com a otimização dos recursos. O Lean foi criado na empresa Toyota no Japão, naturalmente daí vem a enorme in�uência que recebeu dos ensinamentos do Sistema Toyota de Produção e com o tempo, em função da sua aplicação na manufatura recebeu a denominação de Lean Manufacturing . 4.3 O Lean Manufacturing Já o conceito de Lean Manufacturing (ou “Manufatura Enxuta”, ”Produção Enxuta”) representa uma estratégia de excelência operacional, que busca utilizar o mínimo de recursos, reduzindo ou até mesmo eliminando atividades que não agregam valor, por meio da identi�cação dos desperdícios , visando melhorar o uso dos indicadores de qualidade, custo e entrega. Ao nos confrontarmos com este conceito podemos notar as tangências que o Lean Manufacturing possui com a Teoria das Restrições , já que ambos são ferramentas que almejam melhorar o desempenho operacional combatendo os gargalos e desperdícios. Ao longo das últimas décadas, organizações de praticamente todos os setores têm usado Lean como meio fundamental para transformar realidades gerenciais, potencializar resultados e melhor aproveitar o potencial humano. 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 30/33 O interesse é crescente, novas técnicas e experiências continuam a ser desenvolvidas e compartilhadas e isso tem permitido que o aprendizado seja cada vez mais rápido e efetivo. Trata-se de um corpo de conhecimento cuja essência é a capacidade de eliminar desperdícios continuamente e resolver problemas de maneira sistemática. Isso implica repensar a maneira como se lidera, gerencia e desenvolve pessoas . É através do pleno engajamento das pessoas envolvidas com o trabalho que se consegue vislumbrar oportunidades de melhoria e ganhos sustentáveis. Toda iniciativa Lean precisa estar embasada em propósitos claramente de�nidos e orientados à criação de valor para o cliente. A partir dessa necessidade, estabelece-se uma relação com as mudanças requeridas nos processos e na maneira como o trabalho está organizado. Novos processos tornam explícitas lacunas de conhecimento e habilidades, criando oportunidades direcionadas para se desenvolver o conhecimento e as habilidades das pessoas envolvidas com o trabalho. Para sustentar o esforço de transformação, mecanismos gerenciais precisam ser criados ou modi�cados e o comportamento das lideranças deve ser condizente com as novas premissas fundamentais. Considerando esses importantes elementos, aumenta-se a chance de sucesso e sustentação dos esforços de transformação, tornando possível a incorporação do pensamento Lean às práticas do dia a dia de maneira perene. Percebam que ele se auto-alimenta ao �nal da cada ciclo produtivo, outro ponto em comum com a TOC ! Os aspectos a seguir são norteadores do Lean e nos incitam uma auto-re�exão da nossa atuação nas empresas: Como posso melhorar o trabalho? Como devo desenvolver as pessoas? Que estilo de liderança e sistema de gestão são necessários? 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq… 31/33 Qual é o propósito, qual é o problema que precisamos resolver? Qual é o pensamento básico? Esta última questão (sem prejuízo das demais) nos leva a procurarmos simpli�car os nossos objetivos (se for possível) e a pensarmos na essência daquilo que estamos fazendo e buscando. Isso, verdadeiramente, é um pensamento Lean! Síntese Gestão de operações tem como ponto de partida a forma como as empresas geram seus produtos e serviços. Dessa maneira tudo se relaciona com o chamado “modelo de transformação”, no qual insumos se transformam em produtos, sendo que o grau de e�ciência com que isto ocorre corresponde à produtividade. Na ótica de Operações existem cinco objetivos de desempenho (qualidade, rapidez, con�abilidade, �exibilidade e custo), os quais para serem alcançados atrelam uma série de decisões estratégicas dentro de Gestão de Operações e que são relativas às suas prioridades competitivas, ao seu layout, a sua logística, a análise do seu ciclo de vida e ao estudo aprofundado de toda a sua cadeia de valor. A partir do contexto da evolução dos processos fabris surgem ferramentas como a “Teoria das Restrições” e o “Lean Manufacturing”, que representam um genuíno esforço de não somente apoiar a Gestão de Operações, mas de torná-la a mais e�ciente possível e assim conseguir criar vantagem competitiva para ela. Oportunidades de aprendizagem desta unidade - Qual é o pensamento básico para a sua empresa... qual a essência que se está buscando nela (Pensamento Lean)? - Nem sempre uma fase de adversidade precisa gerar um resultado ruim … veja o Japão pós Segunda Guerra… é impressionante tudo que a Toyota criou norteada justamente por aquela situação ( Sistema Toyota de Produção, Lean Manufacturing )! 01/05/2024, 20:26 NEG_GESOPE_20_E1 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=eCvuY3lKvt8ajtEIpom03A%3d%3d&l=Mvxjc7%2bcrsE0NeRgiNU68w%3d%3d&cd=kDKeq…32/33 - Dentro deste mesmo prisma vejamos o que foi desenvolvido dentro da “ Teoria das Restrições ” para melhorar o sistema produtivo… neste sentido poderíamos por assim dizer que foram as restrições que moveram a capacidade humana adiante no sentido de superá-las! Download do PDF da unidade Bibliografia CORREA, H. CORREA, H. Cadeia de abastecimento Cadeia de abastecimento : Gestão do: Gestão do Estoque. Revista de Administração de Empresas,Estoque. Revista de Administração de Empresas, vol. 48, no. 1, São Paulo, 2008.vol. 48, no. 1, São Paulo, 2008. COX III, J, SCHLEIER, J. COX III, J, SCHLEIER, J. Handbook da Teoria dasHandbook da Teoria das Restrições Restrições . Bookman, Porto Alegre,2013. Bookman, Porto Alegre,2013 COX III, J, SPENCER, M. COX III, J, SPENCER, M. Manual da Teoria dasManual da Teoria das Restrições Restrições . Bookman, Porto Alegre,2002. Bookman, Porto Alegre,2002 GAITHER, N., FRAZIER, G. GAITHER, N., FRAZIER, G. OperationsOperations Management Management . 9th Edition, South-Western, Mason,. 9th Edition, South-Western, Mason, OH, 2002.OH, 2002. GAITHER, N. FRAZIER, G. GAITHER, N. FRAZIER, G. Administração daAdministração da Produção e Operações Produção e Operações . 8 ed. São Paulo: Pioneira. 8 ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002, p. 40.Thompson Learning, 2002, p. 40. GOLDRATT, E.M. GOLDRATT, E.M. 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