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ADM I - Princípios administrativos - UNESA. (1)

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UNESA.
Dir. Administrativo I.
Profª Patrícia Knöller.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
Os princípios, de um modo geral, constituem o fundamento, o alicerce de um sistema, condicionando as estruturas subsequentes, garantindo-lhe validade.
Os princípios são postulados fundamentais que servem de inspiração a todo o modo de agir da Administração Pública, norteando a conduta estatal quando necessário no exercício de atividades administrativas. De forma que não se pode encontrar qualquer instituto do Dir. Administrativo que não seja informado pelos respectivos princípios. Considerar que são de observância obrigatória, de forma que a transgressão a um princípio é muito mais grave do que o desrespeito a uma norma, pois implica em ofensa a todo o sistema de comandos, a todo o ordenamento jurídico.
Tais princípios não precisam estar expressos na legislação, tendo validade e produzindo seus efeitos independentemente de positivação. Se estiverem presentes na lei, diz-se que se tratam de normas principiológicas.
Os princípios são dotados de determinado valor e razão, mas não há que se falar em hierarquia entre eles, de modo que, se houver algum conflito entre eles, este se resolverá pela ponderação de valores (ou de interesses), devendo o intérprete averiguar, no caso concreto, qual deles tem maior grau de preponderância.
1) Princípios expressos (constitucionais): 
Princípio da Legalidade: é a diretriz básica da conduta dos agentes administrativos. 
Significa que toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei (caso contrário, a atividade é ilegal, ilícita). Sua origem é a do próprio Estado de Direito, onde o Estado deve respeitar as próprias leis que edita.
	Aqui, há uma subordinação completa do administrador à lei. E enquanto os particulares podem fazer tudo o que a lei não proíbe no campo privado (art. 5º, II CF), ao administrador público só é permitido atuar onde a lei autoriza. Só será legítima a atividade do administrador público se estiver condizente com o disposto em lei.
	Ver também arts. 5º, XXXV, 37, caput e 84, IV CF.
Princípio da Impessoalidade: tem-se que impessoal é o que não pertence a uma pessoa em
especial, ou seja, aquilo que não pode ser voltado especialmente a determinadas pessoas. Qualquer agente público deverá ter como finalidade o interesse público, e não o próprio interesse ou de algum interessado específico, ou seja, seus atos devem ser impessoais. O escopo deste princípio é garantir um tratamento igualitário a todos os administrados na mesma situação jurídica.
	Atenção! Este princípio pode ser examinado sob dois enfoques distintos:
Princípio da Isonomia: em que a Adm. Pública deve dispensar aos administrados que se encontrem em mesma situação jurídica um tratamento idêntico, vedando-se qualquer tipo de favorecimento ou privilégio.
Princípio da Finalidade: em que a Adm. Pública deve sempre perseguir o interesse público, sem discriminação dos administrados.
Como o escopo deste princípio é a garantia de um tratamento igualitário aos administrados, 
se o ato administrativo se afastar dessa impessoalidade, o ato conterá um desvio de finalidade, passível de correção pela própria Administração e pelo Poder Judiciário.
	Ainda uma outra vertente desse princípio da impessoalidade é a insculpida no § 1º do art. 37 da CF, vedando a promoção pessoal de agentes ou autoridades públicas, in verbis:
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. (grifos nossos)
	
Príncípio da Moralidade Administrativa: impõe que o administrador não dispense os 
preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta, devendo não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é honesto do que é desonesto. E deverá tal conduta ser empregada nas relações externas (entre a Adm. e os administrados) e nas internas (entre a Adm. e os agentes públicos que a integram).
	Só quando os administrados e os agentes públicos estiverem realmente imbuídos de espírito público é que este princípio será efetivamente observado.
	Quando a imoralidade consistir em atos de improbidade, que, como regra, causam prejuízos ao erário público, o diploma regulador será a Lei nº 8.429/92 (c/c art. 37, § 4º CF).
	Atente-se para o fato de nem tudo que for legal significa estar de acordo com a moralidade: muitas vezes, o agente público pode estar agindo dentro da lei, mas com inobservância da moralidade administrativa. Ex: Caso de um prefeito que, após ser derrotado no pleito municipal, ás vésperas do encerramento do mandato, congela o IPTU, com a intenção de reduzir as receitas, inviabilizando, portanto, a administração seguinte. 
	Ver os arts. 37, caput; 14, § 9º e 85, V CF.
Princípio da Publicidade: indica que os atos administrativos devem merecer a maior
divulgação possível entre os administrados, e isso porque constitui fundamento do princípio propiciar-lhe a possibilidade de controle de legitimidade da conduta dos agentes administrativos. Só com a transparência dessa conduta é que poderão os indivíduos arguirem a legalidade ou não dos atos e o grau de eficiência de que se revestem. 
	Para permitir a observação desse princípio os atos administrativos são publicados em órgãos de imprensa oficial ou afixados em determinado local das repartições administrativas.
	A própria CF prevê algumas exceções ao princípio da publicidade, logo, vê-se que o mesmo pode ser relativizado. Ver art. 5º. XIV; XXXIII; XXXIV, alínea b; LX; LXXII, alínea a, todos da CF.
	Com a publicação através do órgão oficial, presume-se o conhecimento dos atos praticados pelos interessados, iniciando-se, também, o prazo para interposição de recursos, bem como a contagem dos prazos de prescrição e decadência.
	Lembre-se que a publicação é requisito de eficácia dos atos administrativos.
Princípio da Eficiência: é quando a Adm. atua prestando o serviço público da melhor 
maneira possível entre os administrados, relacionando-se à qualidade do serviço prestado. O núcleo do princípio é a busca de produtividade e economicidade, esperando que os agentes públicos ajam com presteza, perfeição, rapidez e bom rendimento funcional, de modo a evitar os desperdícios de dinheiro público, traduzindo-se no dever de boa administração (Hely Lopes Meirelles). 
	Assim, tem-se que o princípio foi introduzido no ordenamento pela EC nº 19/98, obrigando a Adm. Pública a aperfeiçoar seus serviços e atividades, otimizando seus resultados, de forma a atender melhor o interesse público.
	Ver art. 37, caput, CF.
2) Princípios Reconhecidos (implícitos):
Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado: quando o interesse da 
Adm. Pública sobrepõe-se ao interesse particular, de modo a resguardar o interesse da coletividade.
Sempre que houver algum confronto entre os interesses, prevalecerá o coletivo.
	Este princípio também é chamado de princípio da finalidade pública (Maria Sylvia Zanella Di Pietro), eis que as ações da Adm. têm como fim maior a satisfação do interesse público. Logo, a ausência de finalidade pública conduz à invalidade do ato administrativo. Ex: a CF/88 consagra em seu art. 5º, XXII o direito de propriedade ao particular. Mas dispõe que esse direito deve ser exercido de forma a atender uma função social (inc. XXIII). E prevê, ainda, a possibilidade do instituto da desapropriação, quando vai retirar o título de propriedade do particular, se esse particular desrespeitar a função social dessa propriedade a tal ponto, que permita o plantio de cultura ilegal de plantas psicotrópicas em sua propriedade, quando a Adm., então, dará uma destinação social a essa propriedade (art. 243 da CF). 
Princípio da Indisponibilidade dos Bens e Interesses Públicos: em que os bens e 
interesses públicosnão pertencem à Administração ou ao administrador, mas à coletividade. Assim, cabe aos agentes estatais apenas a gestão desses interesses e bens públicos.
	Atente-se que devido à indisponibilidade do interesse público, os poderes atribuídos à Adm. Pública têm a característica de um poder-dever, não podendo deixar de ser exercido, sob pena de caracterizar a omissão da Adm. Pública. Ex: O administrador público não pode concretizar transações de qualquer natureza sem prévia e correspondente norma legal.
Princípio da Autotutela: sempre que um ato ilegal for identificado, deverá ser anulado 
própria Administração, cabendo-lhe também fazer a revogação daqueles atos que não sejam mais convenientes e oportunos, de acordo com critérios de mérito. É o poder-dever de a Adm. rever seus atos, seja anulando-os ou revogando-os, respeitando sempre o direito de terceiros de boa-fé. 
	Há duas Súmulas do STF acerca desse princípio, in verbis:
“A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”.
Súmula 346 STF.
“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Súmula 473 STF.
	Atenção! Não se confunda o princípio da autotutela com tutela administrativa! Tutela administrativa diz respeito ao controle e fiscalização da Adm. Pública Direta sobre as entidades da Adm. Pública Indireta que cria. A tutela é controle externo, enquanto a autotutela é controle interno, da própria estrutura administrativa.
Princípio da Presunção de Legitimidade, Veracidade ou Legalidade: os atos 
administrativos, quando editados, já trazem consigo a presunção de que nasceram em conformidade com a lei. Fundamenta-se no pressuposto de que os atos emanados de agentes públicos, detentores de parcela do Poder Público, estão imbuídos do objetivo de alcançar o interesse, a finalidade pública que lhes cabe proteger. Logo, pressupõe-se que tais atos estão em conformidade com a lei (iuris tantum). 
	Desse princípio decorre a característica da autoexecutoriedade dos atos administrativos, o que permite a execução direta, imediata desse ato administrativo, mesmo sem a concordância do particular, sem que a Adm. Pública precise recorrer ao Poder Judiciário, dispensando sua autorização para agir. Ex: Para conter uma passeata na qual os manifestantes estejam incitando a população à violência, à prática de atos de vandalismo, a Adm. poderá usar da força policial, chegando às últimas conseqüências, para conter os manifestantes, sem precisar recorrer ao Judiciário para tanto.
Princípio da Hierarquia: os órgãos administrativos devem ser estruturados de forma que 
haja uma relação de coordenação e subordinação entre eles, de acordo com as atribuições que a lei lhes confere. Este princípio fundamenta a possibilidade de revisão de atos dos subordinados dentro da estrutura administrativa, a possibilidade de atos de delegação e avocação de competências e atribuições, também a aplicação de penalidades, fazendo nascer para o subordinado, por sua vez, o dever de obediência. 
	Atenção! Só há hierarquia nas atividades administrativas, não havendo se falar nas atividades legislativas ou judiciais.
Princípio da Segurança Jurídica: que também é chamado de princípio da estabilidade 
das relações jurídicas, buscando a ideia da importância de permanência das relações jurídicas, impedindo ou reduzindo, portanto, as possibilidades de alterações dos atos administrativos sem uma devida fundamentação. Inclusive, evitando que haja constantes mudanças na interpretação da lei feitas pela Adm. Pública, prejudicando terceiros de boa-fé, proporcionando um mínimo de garantia aos administrados.
	Atenção! Porém, muitas vezes, a invalidação de um ato que esteja eivado de pequeno vício formal será ainda mais prejudicial do que o seu aproveitamento, quando a Administração, então, convalidará esse ato, aproveitando seus efeitos jurídicos, não o invalidando. Ex: Lembrar o agente de fato – o aposentado que retorna à repartição pública.
Princípio do Devido Processo Legal: de base constitucional, insculpido no art. 5º, LV da 
CF, com aplicação, também, do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV da CF). O devido processo legal é aquele que segue as normas processuais em vigor, legalmente previstas.
	O contraditório assegura que a parte tem o direito de manifestar-se sobre todas as provas produzidas e sobre as alegações feitas pela parte adversa. A ampla defesa compreende a possibilidade que o acusado tem de se valer de todos os meios lícitos admitidos para provar o que alega, inclusive o direito de manter-se calado (art. 5º, LXIII da CF). 
Princípios da Razoalidade e Proporcionalidade: que sinalizam padrões de aceitabilidade 
(standards jurídicos), em que o ato será razoável quando estiver dentro daquilo que a coletividade entende que é razoável ou aceitável. Também deve haver uma proporção entre os meios e o fim pretendido pela Administração Pública, buscando-se um equilíbrio lógico entre o fim a que determinado ato se destina e a decisão administrativa empregada.
	Revela-se um princípio de grande importância, principalmente para o controle do ato administrativo discricionário, onde a lei confere ao administrador mais de uma opção válida para decidir. Em caso de inobservância deste princípio, implicará na nulidade do ato.
	Este princípio também é chamado princípio da vedação do excesso, de forma que o administrador não haja com excessivo rigor, evitando restrições desnecessárias (“Não se abatem pardais com tiros de canhão” – Jellinek).
	Ex: Art. 2º, parágrafo único, VI, VIII e IX da Lei nº 9.784/99, in verbis:
“Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados”.
Princípio da Motivação: pelo qual a Adm. Pública deve indicar os fundamentos de fato e 
de direito que sustentem determinada decisão ou ato administrativo. Encontra-se positivado no art. 93, X da CF.
	O STF já entendeu que a motivação é necessária em todo e qualquer ato administrativo.
	O princípio também está positivado no art. 2º, parágrafo único, VII e art. 50 da Lei nº 9.784/99:
“Art. 2º. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram a decisão”.
“Art. 50. 
Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I – neguem, limitem ou afetem direitos e interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato”. 
	Um reforço para a motivação é a Teoria dos Motivos Determinantes (a ser detalhada no estudo dos atos administrativos), pela qual o motivo declarado pelo administrador público deve ser legítimo para que oato também o seja, de forma que a motivação declarada vincula o ato administrativo.
Princípio do Poder-Dever: (Hely Lopes Meirelles) pelo qual a conduta de agir, para o 
particular, é uma faculdade, mas para o administrador, é verdadeira obrigação de atuar. Quem detém o poder tem obrigação de exercitá-lo. O administrador é obrigado a atuar de ofício na defesa do interesse público. 
Princípio da Continuidade ou Manutenção dos Serviços Públicos: em que os serviços 
mais importantes prestados pela Adm. Pública não podem ser interrompidos, pois os desejos e necessidades da coletividade são contínuos. O Estado deve prestar os serviços públicos de forma contínua para atender às necessidades da coletividade. A atividade administrativa não pode sofrer paralisações de forma a causar prejuízo na prestação dos serviços públicos, devendo ser ininterrupta.

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