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2013-2-APOSTILA DO ALUNO DE TRAFO-VERSÃO 7

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
 DISCIPLINA
 MÁQUINAS ELÉTRICAS
 TRANSFORMADORES
 PROFESSOR AILTON G. RODRIGUES
 
 
 FIGURA 1 – Transformador de baixa potência
 
 
 CARACTERÍSTICAS DE UM TRANSFORMADOR IDEAL
O transformador básico é formado por duas bobinas isoladas eletricamente e enroladas em torno de um núcleo comum (Fig. 2). Para se transferir a energia elétrica de uma bobina para a outra usa-se o acoplamento magnético. A bobina que recebe a energia de uma fonte ca é chamada de primário. A bobina que fornece energia para uma carga ca é chamada de secundário. O núcleo dos transformadores usados em baixa freqüência é feito geralmente de material magnético, comumente se usa aço laminado. Os núcleos dos transformadores usados em altas freqüências são feitos de ferro em pó e cerâmica ou de materiais não magnéticos. Algumas bobinas são simplesmente enroladas em tomo de fôrmas ocas não magnéticas como por exemplo papelão ou plástico, de modo que o material que forma o núcleo na verdade é o ar.
Se assumir que um transformador funcione sob condições ideais ou perfeitas, a transferência de energia de uma tensão para outra se faz sem nenhuma perda.
 
 
A capacidade do transformador é dada em quilovolt-ampères. Como a potência num circuito ca depende do fator de potência da carga e da corrente que passa pela carga, uma especificação de saída em quilowatts deve se referir ao fator de potência.
Exemplo - Qual a saída em quilowatts de um transformador de 5 kVA 2.400/120 V que alimenta a carga nominal com os seguintes fatores de potência: (a) 100 por cento, (b) 80 por cento, e (c) 40 por cento? Qual a corrente de saída especificada para o transformador?
Como a corrente especificada é determinada através da especificação da quilovolt-amperagem, a corrente com carga máxima de 41,7 A é fornecida pelo transformador para os três diferentes FPS mesmo que a saída em quilowatts seja diferente em cada caso.
RELAÇÃO OU RAZÃO DE TRANSFORMAÇÃO
 Razão ou Relação de Tensão
A tensão nas bobinas de um transformador é diretamente proporcional ao número de espiras das bobinas. Esta relação é expressa através da fórmula:
 Eq. 01
 
Onde :	Vp = tensão na bobina do primário, V 
Vs = tensão na bobina do secundário, V
Np = número de espiras da bobina do primário 
Ns = número de espiras da bobina do secundário
A razão VP/ Vs é chamada de razão ou relação de tensão (RT). A razão Np / Ns é chamada de razão ou relação de espiras (RE). Substituindo estes termos na equação anterior, obtemos uma fórmula equivalente.
 RT = RE		Eq. 02				
Uma razão de tensão de 1:4 (lê-se um para quatro) significa que para cada volt no primário do transformador há 4 volts no secundário. Quando a tensão do secundário é maior do que a tensão do primário. o transformador é chamado de transformador elevador. Uma razão de tensão de 4:1 significa que para 4 V no primário há somente 1 V no secundário. Quando a tensão no secundário for menor do que a tensão no primário, o transformador é chamado de transformador abaixador.
Exemplo1- Um transformador de filamento (Fig. 3) reduz os 120 V no primário para 8 V no secundário. Havendo 150 espiras no primário e 10 espiras no secundário, calcule a razão de tensão e a razão de espiras.
Exemplo2- Um transformador com núcleo de ferro funcionando numa linha de 120 V possui 500 espiras no primário e 100 espiras no secundário. Calcule a tensão no secundário.
 								
Vp = 120V		Vs = 8V
Np = 150 espiras		Ns = 10 espiras
Fig. 03 - Transformadores de filamento
Exemplo 3- Um transformador de potência tem uma razão de espiras de 1:5. Se a bobina do secundário tiver 1.000 espiras e a tensão no secundário for de 30 V, qual a razão de tensão, a tensão no primário e o número de espiras do primário?
	Razão ou Relação de Corrente
A corrente que passa pelas bobinas de um transformador é inversamente proporcional à tensão nas bobinas. Esta relação é expressa pela equação:
 	 Eq. 03
	
			 
onde 		Ip = corrente na bobina do primário, A 
Is = corrente na bobina do secundário, A
Da Eq. (03) podemos substituir Vp / Vs por Np / Ns, de modo que temos
 	 Eq. 04				 
Exemplo 4- Deduza a equação para a razão de corrente Vp / Vs por Is / Ip.
Exemplo 5- Quando o enrolamento do primário de um transformador de núcleo de ferro funciona com 120 V, a corrente no enrolamento é de 2 A. Calcule a corrente no enrolamento do secundário se a tensão for aumentada para 600 V.
Exemplo 6- Um transformador para campainha com 240 espiras no primário e 30 espiras no secundário retira 0,3 A de uma linha de 120 V. Calcule a corrente no secundário.
 Fig.4
 Fig.5
 Fig. 06
 
 Fig. 07
 Fig. 08
 Fig. 09
 			 		
				
 Fig. 10
 
 
POLARIDADE DA BOBINA
O símbolo usado para o transformador não dá indicação sobre a fase da tensão através do secundário, uma vez que a fase dessa tensão na verdade depende do sentido dos enrolamentos em volta do núcleo. Para resolver este problema são usadas pintas de polaridade para indicar a fase dos sinais do primário e do secundário. As tensões estão ou em fase (Fig. 15a) ou 180° fora de fase com relação à tensão do primário (Fig. 15b).
 
 Fig. 16
 
 EFICIÊNCIA DO TRANSFORMADOR
A eficiência de um transformador é igual à razão entre a potência de saída do enrolamento do secundário e a potência de entrada no enrolamento do primário. Um transformador ideal tem 100 por cento de eficiência porque ele libera toda a energia que recebe. Devido às perdas no núcleo e no cobre, a eficiência do melhor transformador na prática é menor que 100 por cento. Exprimindo na forma de equação,
Ef = =			Eq. 05			
onde:	Ef = eficiência
PS = potência de saída no secundário, W 
Pp = potência de entrada no primário, W
Exemplo 7- Qual a eficiência de um transformador se ele consome 900 W e fornece 600 W?
				
Exemplo 8-Um transformador tem uma eficiência de 90 por cento. Se ele fornece 198 W de uma linha de 110 V, qual a potência de entrada e a corrente no primário?
Exemplo 9- Um transformador consome 160 W de uma linha de 120 V e libera 24 V em 5 A. Calcule a sua eficiência.
 RAZÃO DE IMPEDÁNCIA
É transferida uma quantidade máxima de potência de um circuito para outro quando a impedância dos dois circuitos for a mesma ou quando estiverem "casadas". Se os dois circuitos tiverem irnpedâncias diferentes, deve ser usado um transformador de acoplamento como um dispositivo "casador" de impedância entre os dois circuitos. Construindo-se o enrolamento do transformador, de modo que ele tenha uma razão de espiras definida, o transformador pode desempenhar qualquer função como "casador" de impedância. A razão de espiras estabelece a relação correta entre a razão das impedâncias dos enrolamentos do primário e do secundário.
Esta relação é expressa através da equação
 = 								Eq. 06
Tirando-se a raiz quadrada dos dois lados, obtemos
 = 									 Eq. 07
onde 	NP = número de espiras do primário 
NS = número de espiras do secundário
ZP= impedância do primário, 
ZS = impedância do secundário, 
Exemplo 11- Calcule a razão de espiras de um transformador usado para "casar" uma carga de 14.400 com uma carga de 400 .
Exemplo 12 - Calcule a razão de espiras de um transformador para "casar" uma carga de 20 com uma outra de 72.000 .
Exemplo 13 - A carga do secundário de um transformador abaixador com ama razão de espiras de 5: 1 é de 900 Calcule a impedância do primário.
							
PERDAS E EFICIÊNCIA DE UM TRANSFORMADOR
Os transformadores reais apresentam perdas no cobre e perdas no núcleo. A perda no cobre é representada pela potência perdida nos enrolamentos do primário e do secundário devido à resistência ôhmica dos enrolamentos. A perda no cobre dada em watts é calculada através da fórmula.
Perda no cobre = I2P RP+ I2S RS					Eq. 08
Onde:	 IP = corrente do primário, A 
IS = corrente do secundário, A
RP = resistência do enrolamento do primário,
RS = resistência do enrolamento do secundário, 
As perdas no núcleo têm origem em dois fatores: perda por histerese e perdas por correntes parasitas. A perda por histerese se refere à energia perdida pela inversão do campo magnético no núcleo à medida que a corrente alternada de magnetização aumenta e diminui e muda de sentido. A perda por correntes parasitas ou correntes de Foucault resulta das correntes induzidas que circulam no material do núcleo.
A perda no cobre dos dois enrolamentos pode ser medida por meio de um wattímetro. 0 wattímetro é inserido no circuito do primário do transformador enquanto o secundário é curto-circuitado. A tensão aplicada ao primário aumenta até que a corrente especificada para carga máxima flua através do secundário curto-circuitado. Neste ponto, o wattímetro indicará a perda total no cobre. A perda no núcleo também pode ser determinada por meio de um wattímetro colocado no circuito do primário aplicando-se a tensão especificada ao primário, com o circuito secundário aberto.
A eficiência de um transformador real é expressa da seguinte forma:
Ef = 
= 
Ef = 			
onde FP = fator de potência da carga ( Cos )
Exemplo 9 - Um transformador abaixador de 10:1 de 5 kVA tem uma especificação para a corrente do secundário com carga máxima de 50 A. Um teste de perda no cobre por meio de curto-circuito com carga máxima dá uma leitura no wattímetro de 100 W. Se a resistência do enrolamento do primário for de 0,6 , qual a resistência do enrolamento do secundário e a perda no cobre do secundário?
Exemplo10 - Um teste com circuito aberto para a avaliação da perda no núcleo do transformador de 5 kVA do Exemplo 09, fornece uma leitura no wattímetro de 70 W. Se o FP da carga for de 85 por cento, qual a eficiência do transformador com carga máxima?
TRANSFORMADOR DESCARREGADO
Se o enrolamento secundário de um transformador estiver formando um circuito aberto (Fig. 18a), a corrente do primário será muito baixa e será chamada de corrente sem carga A corrente sem carga produz o fluxo magnético e alimenta as perdas por histerese e por correntes parasitas no núcleo. Portanto, a corrente sem carga IE é formada por duas componentes: a componente da corrente de magnetização IM e a componente de perda no núcleo, IH. A corrente de magnetização IM está atrasada em relação à tensão aplicada ao primário VP de 90°, enquanto a componente de perda no núcleo IH está sempre em fase com VP (Fig. 18b). Observe também que a tensão aplicada ao primário VP e a tensão induzida no secundário VS estão representadas 180º fora de fase. Como na pratica IH é pequena comparada a IM a corrente de magnetização IM é praticamente igual à corrente total sem carga IE. IE também é chamada de corrente de excitação.
 
 
 (a) Condição sem carga					 (b) Diagrama de fasores
Fig. 18 - Transformador com núcleo de ferro com circuito no secundário aberto
Exemplo 11 - Quando o secundário de um transformador de 120/240 V está aberto, a corrente no primário é de 0,3 A para um FP de 20 por cento. A especificação do transformador é de 4 kVA. Calcule (a) a corrente de carga máxima IP, (b) a corrente de excitação sem carga IE, (c) a corrente de perda no núcleo IH e (d) a corrente de magnetização IM (e). Determine a porcentagem de cada corrente relativamente à corrente de carga máxima. (f) Desenhe o diagrama de fasores.
NÚCLEO DO TRANSFORMADOR
O núcleo do transformador é notado com chapas de ferro-silício.
As chapas de ferro- silício comumente usadas em pequenos transformadores monofásicos estão enquadradas nas seguintes características:
espessura – de n.º 24 a n.º 26 BS;
teor de silício – 1,5% a 4,6%
máxima permeabilidade admissível – de 5.600 a 10.000 gawes.
Para pequenos transformadores, no comércio são encontradas chapas já cortadas, cujos formatos mais comuns são os seguintes: ( Fig. 20 )
 Fig. 20
Observe na figura 21, abaixo o formato de chapa EI
 Fig. 21
A tabela 01, abaixo mostra as dimensões que essas chapas podem ter: 
 Dimensões de Chapas EI
	Dimensões (cm)
	Potência
	N.º
	a
	b
	c
	d
	e
	VA
	2
	2,3
	1,3
	1,3
	3,8
	7,5
	50
	3
	3,0
	1,5
	1,3
	4,5
	9,0
	100
	4
	3,5
	1,8
	1,8
	5,3
	10,7
	150
	5
	4,0
	2,0
	2,0
	6,0
	12,0
	250
	6
	4,8
	2,5
	2,5
	7,5
	14,8
	500
	7
	6,0
	3,0
	3,0
	9,0
	18,0
	1000
NÚCLEOS MAGNÉTICOS
São peças metálicas, fabricadas em diversas formas, que constituem o circuito magnético de aparelhos e máquinas eletromagnéticas.
Os núcleos podem ser maciços ou laminados.
Os núcleos maciços são empregados para montar as bobinas nas máquinas de corrente contínua. São constituídos com ferro doce ou fundido.
Veja, na figura 22, abaixo, a sapata polar do núcleo maciço do estator de motor de corrente contínua.
 Fig. 22
Os núcleos laminados são empregados em máquinas de corrente alternada, transformadores e retores das máquinas de corrente contínua. São constituídos com chapas metálicas. O metal mais utilizado é o ferro-silício.
A espessura das lâminas varia de acordo com o tamanho e tipo de núcleo. O núcleo terá melhor qualidade quando suas lâminas forem mais finas.
As chapas, previamente cortadas com matrizes, são isoladas entre si por finas camadas de vernizes, goma-laca, papéis isolantes ou simplesmente através de oxidação.
Os núcleos são formados montando-se as chapas e unindo-se com parafusos ou rebites.
Os núcleos laminados para transformadores são constituídos de maneira que se podem montar e desmontar facilmente para colocar as bobinas. Existem diversos tipos de núcleos laminados para transformadores.
Os mais utilizados são: núcleo de coluna, núcleo encouraçado e núcleos distribuído.
O núcleo de colunas é formados por duas colunas e duas armações. Ao redor de uma coluna se aloja o bobinado primário e, na outra, o secundário. Também podem ser colocadas as duas bobinas na mesma coluna (Fig. 23)
 
 Fig. 23
 
 Fig. 23
O núcleo encouraçado é formado por três colunas e duas armações. Na coluna central, que é de maior seção, estão os bobinados. As armações e as outras colunas completam o circuito magnético ( Fig.24 )
 Fig. 24 
O núcleo distribuído é formado por três núcleos de coluna, unidos como mostra a figura abaixo. As bobinas estão sobre a ramificação central, formado por três colunas (Fig.25).
 Fig. 25
 
RESFRIAMENTO DO TRANSFORMADOR
	Transformadores a Seco
São resfriados diretamente pelo ar circundante (resfriamento a ar). Por essa razão, só são construídos, economicamente, para pequenas potências ( Fig. 26 ) Fig.26
	Transformadores a Óleo
São constituídos em caixa de chapa pretae hermeticamente fechadas. O óleo, de excelente qualidade, deve transmitir o calor do transformador, o mais rapidamente possível, para as paredes do recipiente, na maioria das vezes aumentadas por aletas de resfriamento( Fig. 27 )
Por meio de um recipiente de dilatação, que é conservador do óleo, consegue-se que o óleo se dilate ao ser aquecido e se retraia ao se esfriar, sem que entre em contato com o ar externo, o que poderia absorver umidade. O ar altera a composição química do óleo. A água contida no óleo reduz a resistência dielétrica.
 Fig. 27
 
	Transformadores com Líquidos Não-Combustíveis
Esse tipo de transformador evita incêndios.. O óleo nos transformadores é substituído por líquido isolante incombustível, o clofênio. O clofênio é um óxido de carbono aromático e clorado, produzido com matéria –prima Alemã. É incolor, com características oleosas.
Estes transformadores podem ser instalados, por exemplo, em teatros, armazéns, etc. Economizam condutores, já que podem ser colocados junto aos locais de maior demanda de energia (Fig.28).
 Fig.28
	Relé Buchholz
Encontra-se entre a carcaça e o recipiente de dilatação. Esse relé faz um sinal de alerta quando há um superaquecimento, o que libera a formação de gás no interior da carcaça. O superaquecimento pode ocorrer se o nível do óleo baixar demasiadamente ou se entrar ar na carcaça do transformador, devido a má vedação no circuito do óleo. Observe na figura 29 , abaixo, um relé Buchholz.
 Fig.29
Resfriamento Externo de Transformador de Grande Potência
O óleo do transformador é retirado da parte superior da carcaça por meio de um a bomba, é conduzido através da serpentina e, em seguida, de volta, penetra pela parte inferior ( Fig.30 ).
 Fig.30
Óleo Isolante Ascarel
É o óleo empregado para resfriamento de transformadores a óleo. Este óleo é muito tóxico, porém ainda é muito empregado até hoje. É fabricado desde 1929 e, apesar dos danos que causa à saúde, é muito usado devido a suas vantagens técnicas para a formação de:
lubrificantes especiais;
tintas epoxi;
óleos isolantes para eletricidade;
óleos isolantes para capacitores;
vernizes de proteção à madeira;
fluidos de corte.
Conforme o país de origem, o óleo ascarel é conhecido por nomes como: Araclor, DK, Fenclor, Inerterrn, Pinalene, Santotherm, Clofen, etc. Seu principal componente é o bifenilpoliclorado – PCB. Este componente é o principal causador de danos à saúde e ao meio ambiente.
Seus efeitos negativos não aparecem de imediato se o contato com o óleo for distante. Porém, se for aspirado ou ingerido, pode causar a morte.
Os danos que o óleo ascarel pode causar são:
se introduzido no óleos, decompõe a córnea a causa cegueira;
em contato com a pele, provoca coceiras que se tornam feridas abertas, pois é cancerígeno;
ser ingerido ou aspirado, danifica o fígado e o rins.
Em outubro de 1975 foi proibido o uso do ascarel em novos equipamentos a serem fabricados ou comprados pelo Brasil. Foi sugerida a substituição do óleo ascarel por fluido silicone – polidimetil-hiloxano, para transformadores e capacitores.(Fig. 31)
 
 Fig. 31
Observe sempre estes cuidados especiais ao trabalhar com ascarel:
use óculos de segurança com videira;
use luvas de punho comprido, que cubra todo o braço, feitas de clorivinil;
use avental comprido de clorivinil;
use protetor para pernas e sapatos de clorivinil.
 Fig.33
 Fig. 33
0 autotransformador constitui um tipo especial de transformador de potência. Ele é formado por um só enrolamento.
Fazendo-se derivações ou colocando-se terminais em pontos ao longo do comprimento do enrolamento, podem ser obtidas diferentes tensões. O autotransformador possui um único enrolamento entre os terminais A e C (Fig. 33). É colocada uma terminação no enrolamento, de onde sai um fio que forma o terminal B. O enrolamento AC é o primário enquanto o enrolamento BC forma o secundário. A simplicidade do autotransformador o torna mais econômico e de dimensões mais compactas. Entretanto, ele não fornece isolação elétrica entre os circuitos do primário e do secundário.
 
Fig. 34- Diagrama esquemático do autotransformador
Exemplo 14 - Um autotransformador contendo 200 espiras é ligado a uma linha de 120 V (Fig. 2-3). Para se obter uma saída de 24 V, calcule o número de espiras do secundário e o número da espira onde deverá ficar o terminal móvel do transformador contando a partir do terminal A .
Como as espiras do secundário incluem o primário, o terminal B deve estar onde o número de espiras é de 160 (160 = 200 - 40). Se o terminal B for móvel, o autotransformador torna-se um transformador variável. À medida que o terminal desloca-se para baixo em direção a C, a tensão do secundário diminui.
TRANSFORMADOR TRIFÁSICO
É um dispositivo, sem partes em movimento, que transforma a energia elétrica trifásica por meio de indução eletromagnética. Esse dispositivo mantém a mesma freqüência, mas, geralmente, apresenta tensões e intensidade de corrente diferentes.
O transformador trifásico constitui o estágio evoluído de um sistema de três transformadores monofásicos. Com a finalidade de economizar ferro foi dada uma disposição conveniente aos núcleos.
Observe na figura 35, a seguir, de um transformador trifásico.
 		 	
Os núcleos do transformador trifásico, assim como dos monofásicos, são formados pelo empacotamento de chapas de ferro-silício comum ou orientado, nas espessuras de 0,635 mm e 0,470 mm, ou seja, chapas 24 e 26 ESG, respectivamente.
Os núcleos podem ser shell ou core;
Os mais comuns são núcleos core.
Os núcleos core apresentam-se em dois modelos:	convencional plano e spirakore.
	Núcleo Convencional Plano
 O Núcleo Convencional Plano pode ser formado de duas maneiras quando se emprega ferro comum, empacotam-se chapas com formatos E e I; quando se trabalha com ferro orientado, usam-se apenas chapas de formato I.
 Fig. 36
Esses núcleos dispõem de três colunas unidas por duas armaduras. Na junção das armaduras com colunas, as chapas são entrelaçadas e fixadas por meio de cantoneiras, parafusos e porcas, como mostra a figura 36.
	Núcleo Spirakore
 O Núcleo Spirakore possui armaduras em formas de coroa, obtidas pelo enrolamento de uma fita de chapa de ferro, geralmente orientado como mostra a figura 37.
 Fig. 37
	Meio Envolvente para Transformadores Trifásicos
Os transformadores trifásicos de uso mais generalizado são os tipo imerso em líquido isolante.
O transformador e o líquido estão contidos em um tanque fabricado de chapa preta, em diferentes formatos, com ou sem aletas de refrigeração. Esses tanques devem ser hermeticamente fechados para impedir a contaminação do óleo isolante por poeira e umidade. Por essa razão, todas as emendas de chapa são isoladas e todas as peças móveis são parafusadas e seladas com gaxeta de papel especial, cortiça ou borracha nitrila.
A gaxeta deve ser isenta de substâncias condutoras, como o grafite, o que transformará o óleo em condutor.
Os tanques dispõem de aberturas de visita, usadas para desligar terminais ou peças que impeçam a remoção da tampa.
Para a ligação dos transformadores à rede são feitas saídas de terminais isolantes. Esses terminais podem ser fixados à parede lateral do tanque, à tampa ou, simultaneamente, à parede e à tampa, como mostram as figuras 38.
 Fig. 38
 	 Fig. 38
Nos modernos transformadores de distribuição, os terminais de baixa tensãosão colocados na parede lateral e os alta tensão na tampa.
Os isoladores são montados de fora para dentro e fixados sobre gaxetas por meio de braçadeiras e parafusos. Observe, na figura 39, a montagem de um isolador na tampa.
 Fig. 39
 
A ligação dos transformadores aos terminais de baixa tensão é sempre feita por dentro do tanque;. os isoladores dispõem de haste roscada, à qual são ligados os enrolamentos.
Para as saídas de alta tensão existem dois tipos de isoladores:
isoladores que servem de bainha, na qual se enfia a saída de lata tensão do transformador; neste caso, a ligação é feita por fora do tanque;
isolares que dispõem de haste roscada para se fazer a ligação por dentro do tanque.
Para ligar adequadamente os transformadores trifásicos em paralelo, é indispensável que se conheçam as marcações dos terminais e suas polaridades.
No Brasil, as normas recomendam a indicação dos terminais de transformadores trifásicos com as marcas:
H1, H2 e H3 para os de mais alta tensão;
X1, X2 e X3 para os de mais alta tensão.
	Disposição dos Terminais
Imagine que o observador esteja ao lado do tanque, por onde saem os terminais de tensão mais baixa; então o terminal H1 deve ficar à esquerda, o H2 no centro e o H3 à direita.
O terminal X1 deve ficar em frente ao H1; o X2 ,em frente ao X2 e o X3, em frente ao H3.
Veja a seguir um transformador e a disposição de seus terminais.
Embora os transformadores trifásicos apresentem externamente seis terminais, dispõem, internamente de 12 a 18 pontas do enrolamento que devem ser interligadas.
Para essas ligações internas, existem seis métodos que figuram nas duas tabelas abaixo, cada uma com três deles.
Nos diagramas dessas tabelas, as extremidades dos enrolamentos são identificadas com números correspondentes aos usados nos seguintes esquemas.
 Fig. 41
TIPOS DE LIGAÇÃO DO “GRUPO A” DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
	Símbolo e denominação
	Diagrama
	Relação de transformação (tensão entre fases)
	
	Enrolamento de mais alta tensão
	Enrolamento de mais baixa tensão
	
	
/
Triângulo
triângulo
	
	
	
EX = 
	
/
Estrela
estrela
	
	
	
EX = 
	
/
Triângulo
ziguezague
	
	
	
EX = 
Para se verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos lides de tensão mais elevada com uma fonte de corrente trifásica conveniente; depois, ligam-se os lides H1 e X1 entre si e , finalmente, medem-se as tensões entre vários pares de lides.O resultado deve ser :
tensão entre H2 e X3 igual a tensão entre H3 e X2;
tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H1 e H2;
tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3.
TIPOS DE LIGAÇÃO DO “GRUPO B” DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
	Símbolo e denominação
	Diagrama
	Relação de transformação (tensão entre fases)
	
	Enrolamento de mais alta tensão
	Enrolamento de mais baixa tensão
	
	
/
Triângulo
triângulo
	
	
	
EX = 
	
/
Estrela
triângulo
	
	
	
EX = 
	
/
Triângulo
ziguezague
	
	
	
EX = 
Para se verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelo lides de tensão mais elevada com uma fonte de corrente trifásica conveniente; ligam-se os lides H1 e X1 entre si e mede-se a tensão entre vários pares de lides.
O resultado deve ser:
tensão entre H3 e X3 igual à tensão entre H3 e X3;
tensão entre H3 e X2 menor que a tensão entre H1 e H3;
tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3;
tensão entre H2 e X2 menor que tensão entre H1 e X3.
Observações:
Para determinar as tensões secundárias, existem os seguintes símbolos:
EH – tensão entre fases na rede primária;
EX – tensão entre fases na rede secundária;
NH – número de espiras do enrolamento de mais alta tensão;
NX – número de espiras do enrolamento de mais baixa tensão.
No caso de enrolamento em zigue e zague, esse número compreende o total de espiras das duas metades.
A ligação em paralelo de dois transformadores trifásicos só pode ser feita se os sistemas de ligação entre ambos pertencerem ao mesmo grupo e se entre os dois transformadores houver correspondência de tensões e impedâncias.
Em nenhuma hipótese pode-se ligar em paralelo dois transformadores cujos sistemas de ligações internas não pertencem ao mesmo grupo. Portanto, um transformador do “grupo A” nunca pode ser ligado em paralelo com um transformador do “grupo B”. Veja agora exemplos de outras ligações que podem ser feitas quando se necessita de tensão correspondente à conexão.
	
/
	
	
	
EX = 
	
/
	
	
	
EX = 
Cálculo de Corrente nos Transformadores Trifásicos
Para se calcular a corrente de linha nos transformadores trifásicos usa-se a formula:
I = 
onde:	I = corrente de ampères
KVA = potência em 100 voltampères;
E = tensão da conexão.
A densidade de corrente nos condutores bobinados varia de 1,8 a 5 ampères por milímetro quadrado, conforme o projeto, a potência e o meio de refrigeração usado no transformador.

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