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<p>INSTITUTO FEDERAL SUDESTE DE MINAS GERAIS - CAMPUS RIO POMBA</p><p>Bacharelado em Direito</p><p>Disciplina: Direito Penal I</p><p>Docente: Rafael Bitencourt</p><p>Discentes: Guilherme Gustavo Arantes, Iuri Afonso de Melo, Wallace Gonçalves</p><p>de Lima</p><p>2° Avaliação - Direito Penal I</p><p>1) Tício foi denunciado pela prática do delito do art. 16, caput, da Lei n.</p><p>10.826/2003: “No dia 11 de julho de 2015, por volta das 22:00 horas, na rua</p><p>Encanador, bairro Planalto, nesta cidade, o denunciado portava, sem</p><p>autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, uma</p><p>munição de uso proibido, especificamente um cartucho calibre 0.40 marca S ‹</p><p>W. Segundo se apurou, na ocasião dos fatos, policiais militares avistaram o</p><p>denunciado em via pública e o abordaram, para fiscalização de rotina. Após</p><p>breve busca pessoal, os policiais encontraram referido cartucho em poder do</p><p>denunciado, que foi preso em flagrante delito. A materialidade delitiva</p><p>consubstancia-se no Auto de Apreensão, e no Laudo Pericial de Eficiência em</p><p>Munição”. A denúncia foi recebida, autuou-se a Ação Penal. Em 20.3.2019, o</p><p>Juízo da Terceira Vara Criminal da Comarca de Uberlândia/MG julgou</p><p>procedente a denúncia para condenar o Paciente à pena de três anos de</p><p>reclusão, substituída por duas penas restritivas de direitos consistente em</p><p>prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária, e dez dias-multa,</p><p>sendo fixado o regime inicial aberto e concedido o direito de recorrer em</p><p>liberdade.</p><p>Analise o caso, justificando, por meio da exposição da violação ao bem jurídico,</p><p>indicando a(s) tese(s) defensiva(s) aplicável(is) ao caso. (1,0 ponto)</p><p>Primeiramente, é importante destacar que a proteção dos bens jurídicos é</p><p>uma das funções do direito penal, bem como a de garantia e controle social. Dentro</p><p>disso, bem jurídico seria nada mais nada menos do que valores e interesses</p><p>reconhecidos pelo Direito e imprescindíveis à satisfação do indivíduo e da sociedade,</p><p>no entanto é importante saber que nem todos os bens jurídicos serão elevados à</p><p>categoria de bens jurídicos penais, somente os mais importantes selecionados pelo</p><p>legislador em estado democrático de direito. Dessa forma, é importante dizer que a</p><p>proteção/a tutela de bens preciosos é missão precípua que fundamenta e confere</p><p>legitimidade ao direito penal (Cleber Masson). Nesse viés, é importante destacar que</p><p>no caso mencionado a quantidade de munição era muito pequena e não havia artefato</p><p>que estimulasse o disparo de projétil, não causando risco a integridade física de</p><p>ninguém. Por conseguinte, no caso exposto a defesa para obter sucesso poderia usar</p><p>o artigo 44 do código penal que traz a possibilidade de conversão de pena privativa</p><p>de liberdade em pena restritiva de direitos em casos como esse. E, os exemplos que</p><p>podem ser dados para mostrar que o caso encaixa-se nas situações estão no inc. I</p><p>do mesmo artigo que diz o seguinte: aplicada pena privativa de liberdade não superior</p><p>a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa</p><p>ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; e no §2º. Na</p><p>condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por</p><p>uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade</p><p>pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas</p><p>de direitos.</p><p>2) (OABRJ-2010.3 FGV - Adaptada) Caio, professor do curso de segurança no</p><p>trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo</p><p>Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa</p><p>a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade</p><p>ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio</p><p>reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar</p><p>o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em</p><p>direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro.</p><p>Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida,</p><p>acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na</p><p>calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o</p><p>excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade</p><p>policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério</p><p>Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três</p><p>vezes em concurso formal. Recebida a denúncia pelo magistrado da vara</p><p>criminal vinculada ao Tribunal do Júri da localidade e colhida a prova, o</p><p>Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial.</p><p>a) Diferencie objetivamente dolo direito, indireto, eventual, culpa consciente e</p><p>inconsciente; (1,0)</p><p>b) Em relação a denúncia por dolo eventual, qual(is) argumento(s) poderia(m)</p><p>ser deduzidos em favor de Caio? (1,0)</p><p>a) Primeiramente, é importante destacar que o dolo no Direito penal está</p><p>intrínseco com a violação da lei e nele há consciência e vontade. Dentro disso,</p><p>é importante não apenas ter a dimensão/noção se a lei foi ou não violada, mas</p><p>sim os pormenores e a forma que contribuiu para tal. O dolo direto, por</p><p>exemplo, se dá quando o agente é capaz de prever todo o resultado final, de</p><p>maneira a ainda assim agir de forma a atingir um resultado. Difere-se em dois</p><p>subgrupos: Dolo direto de primeiro e segundo grau, sendo que no primeiro o</p><p>agente tem como objetivo atingir o resultado desejado. Exemplo hipotético: Iuri</p><p>matou Guilherme com 1 tiro certeiro na cabeça. No dolo direto de segundo grau,</p><p>entretanto, há a vontade e consciência de Iuri em matar Guilherme, que é</p><p>motorista de ônibus, contudo ele coloca uma bomba no ônibus que Guilherme</p><p>viaja. Assim sendo, a relação entre Iuri e Guilherme é uma relação de dolo</p><p>direto de primeiro grau. A relação entre Iuri e os passageiros mortos pela</p><p>bomba com a qual ele pretendia atingir o mesmo, caracteriza dolo direto de</p><p>segundo grau, já que o objetivo de Iuri era matar Guilherme, esse era o</p><p>resultado que ele visava obter, mesmo que para tal ele atingisse outros</p><p>resultados em outrora não delimitados. O dolo indireto é um pouco diferente do</p><p>direto, já que aqui diferentemente de lá o agente não que a produção do</p><p>resultado, embora cerque suas ações de atitudes que o confira possibilidade</p><p>de prevê-lo. Desse modo, a doutrina divide o dolo indireto em alguns subgrupos</p><p>sendo eles o dolo indireto alternativo e o dolo indireto eventual. O primeiro</p><p>ocorre quando o agente consegue prever mais de um resultado possível</p><p>decorrente de suas ações, realizando-as, a fim de atingir qualquer um deles.</p><p>Exemplo hipotético: Wallace dá um tiro em Guilherme e quer lesionar ou matar</p><p>Guilherme e em função disso não importa se ele vai deixar Guilherme ferido,</p><p>ou matá-lo literalmente, só importa causar algum tipo de mal a Guilherme. A</p><p>vontade é mútua para qualquer um dos resultados. O dolo indireto eventual</p><p>não, porquanto aqui ao contrário dali o agente dirige sua conduta a um</p><p>resultado específico, o qual ele pretende atingir. Mas, no caminho assume o</p><p>risco de produzir um ou mais resultados diferentes do pretendido. Exemplo</p><p>hipotético: Praticar racha de carro no centro de Juiz de Fora. Diferentemente</p><p>do dolo, a culpa é marcada por imprudência e negligência, sem consciência e</p><p>vontade de se produzir qualquer resultado. O primeiro tipo de culpa é a</p><p>consciente, na qual, o agente mesmo prevendo o resultado não acredita nem</p><p>um pouco que ele venha a ocorrer. Exemplo hipotético: Guilherme desde o</p><p>nono ano do ensino fundamental é um grande arremessador de peso, só que</p><p>ele só faz arremessos em competições, já que nas mesmas há toda uma</p><p>estrutura para tal e preocupação em evitar riscos. Suponha que Guilherme</p><p>chegue no IF em um dia comum e confiando na sua habilidade só mostrada,</p><p>quando há todo um corpo de pessoas preparadas para qualquer deslize</p><p>(competições), arremesse</p><p>um peso e erre a direção matando alguém. A sua</p><p>ação, pois, terá decorrido de culpa consciente.</p><p>A culpa inconsciente, porém, é marcada por uma não previsão do resultado</p><p>por parte do agente, embora o mesmo seja previsível. Exemplo hipotético:</p><p>Estamos em 2035, Guilherme acabará de completar 35 anos e está</p><p>comemorando seu aniversário. Guilherme mora em um apartamento e seu filho</p><p>Arthur de quatro anos já está sendo estimulado pelos pais a fazer coisas</p><p>sozinho. Suponha que no banheiro do apartamento tenha uma janela aberta no</p><p>banheiro perto da sala que fica a uma altura razoável e Arthur vá a esse</p><p>banheiro, suba no vaso e alcance a janela caindo e vindo a óbito, podemos</p><p>dizer que a culpa foi inconsciente, uma vez que o resultado não foi em nenhum</p><p>momento previsto, porém era que o mesmo,como pai, tinha o dever de deduzir</p><p>ser algo possível de acontecer.</p><p>b) O dolo eventual, como dito, é aquele que ocorre quando o agente é capaz</p><p>de prever mais de um resultado típico da conduta e sabe qual pretende atingir.</p><p>Primeiro, de tudo é importante ressaltar que o ato de acelerar o carro por parte</p><p>de Caio decorre da discussão e talvez nada mais fosse do que uma tentativa</p><p>desesperada de retornar a uma situação de normalidade com a sua namorada</p><p>Madalena. Dito isso, em defesa de Caio pode-se dizer que Caio queria com o</p><p>ato de acelerar a discussão a pausa/o encerramento da discussão com a</p><p>mesma. Outrossim, por mais que no fundo soubesse que acelerar o carro</p><p>poderia desembocar em uma tragédia, confiava plenamente em seu título de</p><p>professor de curso de segurança de trânsito, o qual, já diferencia-o e o qualifica</p><p>mais que muitos motoristas. Uma coisa seria um motorista com 6 meses de</p><p>carteira adotar uma ação como a de Caio, outra coisa seria ele.</p><p>3) Considere que determinado agente, com intenção homicida, dispare tiros de</p><p>pistola contra um desafeto e, acreditando ter atingido seu objetivo, jogue o</p><p>suposto cadáver em um lago. Nessa situação hipotética, caso se constate</p><p>posteriormente que a vítima estava viva ao ser atirada no lago, tendo a morte</p><p>ocorrido por afogamento, o agente deve responder por homicídio consumado?</p><p>Justifique. (1,0)</p><p>Segundo Welzel, “dolo geral se trata do autor acreditar haver consumado o</p><p>delito quando na realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior”.</p><p>No caso mencionado, o agente responderá por homicídio consumado. Queria a morte</p><p>da vítima e a ela deu causa. Há perfeita congruência entre sua vontade e o resultado</p><p>naturalístico produzido.</p><p>4) (Prova da OAB 1ª Fase - XIV Exame - 2014.2 - Adaptada) Isadora, mãe da</p><p>adolescente Larissa, de 12 anos de idade, saiu um pouco mais cedo do trabalho</p><p>e, ao chegar à sua casa, da janela da sala, vê seu companheiro, Frederico,</p><p>mantendo relações sexuais com sua filha no sofá. Chocada com a cena, não</p><p>teve qualquer reação. Não tendo sido vista por ambos, Isadora decidiu, a partir</p><p>de então, chegar à sua residência naquele mesmo horário e verificou que o fato</p><p>se repetia por semanas. Isadora tinha efetiva ciência dos abusos perpetrados</p><p>por Frederico, porém, muito apaixonada por ele, nada fez. Assim, Isadora,</p><p>sabendo dos abusos cometidos por seu companheiro contra sua filha, deixa de</p><p>agir para impedi-los. Isadora deverá responder por qual crime? Justifique. (1,0)</p><p>Código Penal, art.13 “O resultado, de que depende a existência do crime,</p><p>somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão</p><p>sem a qual o resultado não teria ocorrido”.</p><p>Isadora responderá pelo crime omissivo impróprio. Segundo Rogério Greco,</p><p>no crime omissivo impróprio o agente se encontra na posição de garantidor, isto é,</p><p>tenha ele a obrigação legal de cuidado, proteção ou vigilância; de outra forma, assuma</p><p>a responsabilidade de impedir o resultado; ou, com o seu comportamento anterior,</p><p>tenha criado o risco da ocorrência do resultado.</p><p>Exemplo de crime omissivo impróprio seria o do salva-vidas que, tendo o</p><p>dever legal de agir, deixa de prestar socorro àquele que se afogava, porque o</p><p>reconhecera como seu inimigo, desejando, outrossim, a sua morte. Se houver o</p><p>resultado morte, será o salva- -vidas responsabilizado penalmente pelo delito de</p><p>homicídio doloso.</p><p>5) O que é conduta, segundo a teoria causal, neocausal e finalista? Justifique</p><p>(1,5)</p><p>Segundo Bitencourt, o Código Penal brasileiro assim como os de outros</p><p>países, não apresentaram um conceito de ação, ou omissão, deixando-o implícito, e</p><p>a sua elaboração acabou por ficar na responsabilidade da doutrina.</p><p>A teoria causal foi elaborada por Von Liszt a ação consiste em uma</p><p>modificação causal do mundo exterior, perceptível pelos sentidos, e produzida por</p><p>uma manifestação de vontade, isto é, por uma ação voluntária.</p><p>Nas palavras de Von Liszt: a volição que caracteriza a manifestação de</p><p>vontade e, por conseguinte, a ação significa, simplesmente, no sentido desta</p><p>concepção, o impulso da vontade. Pode-se defini-la fisiologicamente como a</p><p>inervação, e pode-se concebê-la psicologicamente como aquele fenômeno da</p><p>consciência pelo qual estabelecemos as causas.</p><p>Em linhas gerais, para Bitencourt a ação do movimento corporal voluntário</p><p>que causa modificação no mundo exterior.</p><p>Nesse sentido, a manifestação da vontade, o resultado e a relação de</p><p>causalidade são os três elementos do conceito de ação.</p><p>Welzel elaborou o conceito finalista em oposição ao conceito causal de ação,</p><p>e em especial a insustentável separação entre vontade e seu conteúdo.</p><p>A teoria finalista da ação teve o mérito de superar a taxativa superação dos</p><p>aspectos objetivos e subjetivos da ação e do próprio injusto, transformando assim, o</p><p>injusto naturalista em injusto pessoal.</p><p>Welzel acreditava que determinadas estruturas lógicas da natureza devem</p><p>ser analisadas e levadas em consideração pelo legislador, acreditava que a lógica</p><p>desses entes eram capazes de sugerir soluções para os problemas jurídicos penais.</p><p>Assim, segundo Bitencourt, Welzel afirma que “a ação humana é exercício de</p><p>atividade final ainda para Bitencourt a ação na teoria de Welzel seria um acontecer</p><p>final e não puramente causal com isso, a qualidade ou o caráter final da ação baseia-</p><p>se em que o homem, devido ao seu saber, poderia prever, dentro de certos limites, as</p><p>consequências possíveis de sua conduta. A teoria neocausal-Neokantista,</p><p>contrariando os positivistas “ao ser do Direito" os Neokantistas supervalorizam “O</p><p>dever ser”.</p><p>Movimento que surgiu no fim do séc. XIX, como superação do positivismo. Com metas</p><p>parecidas uniram-se nesse movimento: historicismo e o neokantismo.</p><p>No que diz respeito a preocupação científico naturalista de Von Liszt, ficaram claras,</p><p>segundo Bitencourt, as insuficiências do conceito positivista da ciência para o Direito</p><p>Penal. Para ele a reação neokantiana que se produziu na teoria jurídica alemã em</p><p>princípios do século XX, chegou primeiro ao Direito Penal e depois ao Direito privado.</p><p>Diante dessa interpretação valorativa do neokantismo foram inevitáveis as</p><p>significativas alterações produzidas na teoria geral do delito, dando origem a uma</p><p>ruptura epistemológica na dogmática penal.</p><p>O conceito neoclassista correspondia a influência no campo jurídico da</p><p>filosofia neokantiana, que priorizava o normativo e o axiológico.</p><p>Com a visão neokantiana, todos os elementos do conceito clássico de crime sofreram</p><p>um processo de transformação, que começou pelo conceito de ação, em que a</p><p>concepção, puramente naturalística, constituia o ponto mais frágil do conceito clássico</p><p>de crime, especialmente nos crimes omissivos, nos crimes culposos e na tentativa.</p><p>Diante o exposto, onde não houver lesão de relevante valor, o fato não poderá ser</p><p>qualificado como antijurídico.</p><p>O neokantismo, segundo Bitencourt, teve o mérito de constatar a necessidade</p><p>de harmonizar convivência entre o ser e o dever ser do Direito; e enquanto teoria do</p><p>direito penal, por conseguinte, teve</p><p>grande virtude de superar a ideia de crime como</p><p>um fenômeno físico causador de um resultado naturalístico; o crime seria identificado</p><p>axiologicamente por categorias jurídicas.</p><p>Em linhas gerais, no neokantismo a conduta é o comportamento humano</p><p>voluntário que produz modificação no mundo exterior. O conceito de conduta passa a</p><p>abranger a omissão (“comportamento” e não mais “ação”).</p><p>Com isso, o crime pode ser caracterizado como fato típico, ilícito, e culpável.</p><p>Nesse contexto, os elementos constitutivos são: imputabilidade, aqui não se trata</p><p>mais de um pressuposto; dolo e culpa, que não são mais espécie; e exigibilidade de</p><p>conduta diversa que é o elemento normativo.</p><p>6) Quais os requisitos para configuração de um crime culposo? (1,5)</p><p>De acordo com o Código Penal, o crime culposo pode ser caracterizado</p><p>segundo o art.18,ll,CP. Diz-se crime culposo, quando o agente deu causa ao resultado</p><p>por imprudência, negligência ou imperícia.</p><p>Para Bitencourt, a culpa é a inobservância do dever objetivo de cuidado</p><p>manifestada em conduta produtora de um resultado não querido, objetivamente</p><p>previsível.</p><p>A infração do dever de cuidado representa o injusto típico dos crimes</p><p>culposos.</p><p>Nesse contexto, o crime culposo segundo Bitencourt não tem existência real</p><p>sem o resultado. Assim, pode se observar que há crime culposo quando o agente não</p><p>quer e nem assume o risco de produção de um resultado previsível, mais que mesmo</p><p>assim acaba ocorrendo.</p><p>No que diz respeito à relação de causa e efeito, segundo Bitencourt, é</p><p>indispensável que o resultado seja consequência da inobservância do dever de</p><p>cuidado devido.</p><p>O resultado, por seu turno deve ser previsível a verificação da ação típica deve</p><p>obedecer às condições concretas existentes no momento do fato e da necessidade</p><p>objetiva naquele instante.</p><p>Em linhas gerais, os elementos para a configuração de um crime culposo são:</p><p>a) inobservância do dever de cuidado;</p><p>b) produção de um resultado e nexo causal;</p><p>c) previsibilidade objetiva do resultado;</p><p>d) conexão interna entre o desvalor da ação e o desvalor do resultado.</p><p>7) (XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2016.3) Paulo e Júlio, colegas de</p><p>faculdade, comemoravam juntos, na cidade de São Gonçalo, o título obtido pelo</p><p>clube de futebol para o qual o primeiro torce. Não obstante o clima de</p><p>confraternização, em determinado momento, surgiu um entrevero entre eles,</p><p>tendo Júlio desferido um tapa no rosto de Paulo. Apesar da pouca intensidade</p><p>do golpe, Paulo vem a falecer no hospital da cidade, tendo a perícia constatado</p><p>que a morte decorreu de uma fatalidade, porquanto, sem que fosse do</p><p>conhecimento de qualquer pessoa, Paulo tinha uma lesão pretérita em uma</p><p>artéria, que foi violada com aquele tapa desferido por Júlio e causou sua morte.</p><p>O órgão do Ministério Público, em atuação exclusivamente perante o Tribunal</p><p>do Júri da Comarca de São Gonçalo, denunciou Júlio pelo crime de lesão</p><p>corporal seguida de morte (Art. 129, § 3º, do CP).Considerando a situação</p><p>narrada e não havendo dúvidas em relação à questão fática, responda, na</p><p>condição de advogado(a) de Júlio:</p><p>A) É competente o juízo perante o qual Júlio foi denunciado? Justifique. (1,0)</p><p>O Tribunal do Júri não tem competência perante a denúncia, tendo em vista</p><p>que o crime praticado não é doloso contra a vida. Nos termos do Art. 74, § 1º, do</p><p>Código de Processo Penal, ao Tribunal do Júri cabe apenas o julgamento dos crimes</p><p>dolosos contra a vida e os conexos. No caso, mesmo de acordo com a imputação</p><p>contida na denúncia, o resultado de morte foi culposo; logo, a competência é do juízo</p><p>singular.</p><p>B) Qual tese de direito material poderia ser alegada em favor de Júlio?</p><p>Justifique. (1,0)</p><p>Júlio não poderia responder pelo crime de lesão corporal seguida de morte,</p><p>porque aquele resultado não foi causado a título de dolo nem culpa.</p><p>Um dos elementos da culpa é a previsibilidade objetiva, somente devendo alguém ser</p><p>punido na forma culposa quando o resultado não querido pudesse ser previsto por um</p><p>homem médio, sendo que a ausência de previsibilidade subjetiva, capacidade do</p><p>agente, no caso concreto, de prever o resultado, repercute na culpabilidade.</p><p>Na hipótese, não havia previsibilidade objetiva, o que impede a tipificação de</p><p>delito de lesão corporal seguida de morte. Também poderia o candidato responder</p><p>que havia uma concausa preexistente, relativamente independente, desconhecida,</p><p>impedindo Júlio de responder pelo resultado causado.</p><p>REFERÊNCIAS:</p><p>BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 11 ed. São</p><p>Paulo, Saraiva.</p><p>Greco, Rogério.Curso de Direito Penal: parte geral. 24 ed. Barueri; Atlas, 2022.</p>

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