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<p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>1</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>CONCURSO: GMF – Guarda Municipal de Fortaleza</p><p>ASSUNTO: História de Fortaleza</p><p>PROFESSOR: EPIFÂNIO CAVALCANTE.</p><p>@epifanio.cavalcante</p><p>Vamos iniciar a História de Fortaleza a partir das</p><p>primeiras tentativas de “conquista” do próprio território</p><p>“cearense”. Como sabemos a colonização do Brasil pelos</p><p>portugueses vai ser iniciada na primeira metade do século</p><p>XVI. No entanto, isso não inclui as terras onde futuramente</p><p>dar-se-ia origem ao atual Estado do Ceará.</p><p>Do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que</p><p>uma das primeiras tentativas de colonização portuguesa em</p><p>nossas terras iniciou-se com a criação da Capitania do Siará,</p><p>doada, em 1535, ao fidalgo português Antônio Cardoso de</p><p>Barros. Essa tentativa, no entanto, não logrou êxito. A</p><p>capitania do Siará devido, sobretudo, a falta de grandes</p><p>atrativos econômicos permaneceu por todo o século XVI</p><p>quase abandonada.</p><p>O não encontro de metais preciosos e de especiarias,</p><p>artigos de luxo que gerassem riquezas na Metrópole foi</p><p>fator determinante para este quadro. A prova maior do</p><p>quase abandono cearense é que o donatário da capitania,</p><p>Antônio Cardoso de Barros, nunca chegou a tomar posse.</p><p>Apenas no século XVII é que Portugal decidiu</p><p>colonizar o litoral cearense, por razões estratégico-</p><p>militares: defender a faixa litorânea setentrional do Brasil</p><p>contra estrangeiros (em especial os franceses que chegaram</p><p>a fundar uma colônia no Maranhão – A França Equinocial) e</p><p>criar no Ceará uma base de apoio logístico que facilitasse a</p><p>conquista da região norte da colônia (daí a História do</p><p>Ceará ter começado inicialmente em torno de fortes).</p><p>A primeira tentativa oficial de colonizar o Ceará</p><p>deu-se em 1603, na administração de Diogo Botelho,</p><p>governador-geral do Brasil, com Pero Coelho de Sousa,</p><p>açoriano e antigo capitão de esquadra portuguesa. Na</p><p>condição de capitão-mor, este organizou uma expedição,</p><p>cujo objetivo era explorar o rio Jaguaribe, combater piratas,</p><p>fazer a paz com os índios, além de tentar encontrar metais</p><p>preciosos.</p><p>Desbravador e ousado, após combater franceses e</p><p>índios na Ibiapaba, Pero Coelho e seus homens instalaram-</p><p>se nas margens do rio Ceará, onde foi erguido o Forte de</p><p>São Tiago. Não encontrando riquezas na região, Pero</p><p>Coelho passou a escravizar os índios. Como estes reagiram,</p><p>Pero recuou e ergueu em 1605 o Forte de São Lourenço nas</p><p>margens do rio Jaguaribe. Mas, como as hostilidades dos</p><p>índios não passavam e, sofrendo os pesados efeitos da seca</p><p>de 1606-1607 viu-se obrigado a deixar o Ceará, partindo em</p><p>direção ao Rio Grande do Norte.</p><p>A segunda tentativa de colonização deu-se com os</p><p>padres jesuítas Francisco Pinto e Luis Filgueiras, em 1607. A</p><p>catequização e a colonização andavam juntas no Brasil. Os</p><p>dois religiosos fizeram praticamente o mesmo caminho de</p><p>Pero Coelho, indo parar na Ibiapaba. Ali procuraram</p><p>cristianizar os nativos. Tudo parecia correr bem, quando em</p><p>1608, a pequena aldeia foi atacada por índios que</p><p>lembravam ainda dos maus tratos impostos por Pero</p><p>Coelho e seu grupo. Assim em 1608 os Tocarijus atacaram o</p><p>aldeamento dos jesuítas e mataram Francisco Pinto. Luis</p><p>Filgueiras conseguiu escapar, partindo para o Rio Grande do</p><p>Norte.</p><p>A presença jesuítica no Ceará foi muito importante,</p><p>já que os jesuítas fundaram importantes aldeias ou missões</p><p>e entre elas destacaram-se no então território cearense:</p><p>(Arronches) Parangaba, (Soure) Caucaia, (Messejana)</p><p>Paupina. Logo após a expulsão dos jesuítas do Brasil, essas</p><p>aldeias entraram em um acelerado processo de dissolução.</p><p>Desprotegidas ficaram á mercê da pirataria e dos assaltos</p><p>de aventureiros estrangeiros.</p><p>A terceira tentativa de ocupação do Ceará veio a</p><p>acontecer em 1611, com a expedição de Martin Soares</p><p>Moreno, no governo do governo-geral de Diogo de</p><p>Mendonça Furtado (9º governador-geral do Brasil) que com</p><p>a ajuda de índios da região, chefiados por Jacaúna, um índio</p><p>já catequizado, conseguiu fundar as margens do rio Ceará o</p><p>Forte de São Sebastião. Apesar de suas pretensões</p><p>colonizadoras, no ano seguinte foi convocado pela coroa</p><p>portuguesa para combater os franceses que haviam</p><p>fundado no Maranhão uma colônia.</p><p> A CONSTRUÇÃO DO FORTE SCHOONENBORCH</p><p>No ano de 1630, os holandeses invadiram</p><p>Pernambuco na pretensão de dominar a região açucareira e</p><p>de encontrar riquezas. Em 1637, tropas flamengas, sob a</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>2</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>liderança do major Gartimam Hendrick conquistam o forte</p><p>cearense de São Sebastião. Na costa cearense os</p><p>holandeses estavam interessados principalmente na</p><p>exploração das salinas, na retirada de sal. De início,</p><p>contaram os holandeses com ajuda dos índios revoltados</p><p>com a dominação portuguesa.</p><p>Depois, contudo a aliança se desfez, pois os</p><p>holandeses não se diferenciavam do português quanto aos</p><p>maus tratos dados aos índios. Revoltados, em 1644 os</p><p>nativos atacaram e destruíram o forte de São Sebastião,</p><p>trucidando e expulsando os holandeses daquelas áreas. Os</p><p>holandeses retornariam ao Ceará em 1649, sob o comando</p><p>do capitão Matias Beck que desembarcou na baía do</p><p>Mucuripe em busca de metais preciosos, este ergueu no</p><p>monte Marajaitiba, nas margens do riacho Pajeú o Forte de</p><p>Schoonenborch, em torno do qual, depois, iria</p><p>espontaneamente surgir a atual cidade de Fortaleza. A</p><p>permanência dos holandeses no Ceará durou até 1654,</p><p>quando estes se retiram em virtude da derrota em</p><p>Pernambuco e a expulsão do Brasil. Sob a liderança do</p><p>capitão-mor Álvares de Azevedo, os portugueses tomam o</p><p>forte flamengo para si e o batizam de Fortaleza de Nossa</p><p>Senhora de Assunção.</p><p> O POVOAMENTO EM TORNO DO FORTE</p><p>SCHOONENBORCH TORNA-SE VILA</p><p>Em 1699, Portugal autorizou a instalação da</p><p>primeira vila do Ceará, chamada de São José de Ribamar. A</p><p>instalação no litoral liga-se a ideia do Ceará como um ponto</p><p>de apoio logístico à conquista do norte.</p><p>O problema é que em 1699 não houve especificação</p><p>quanto ao local onde seria erguido o pelourinho (símbolo da</p><p>elevação de uma localidade à condição de vila). Isso deu</p><p>início a uma disputa pela sede da vila como forma de</p><p>aumentar o prestígio social e político na colônia. Assim,</p><p>entre anos o Pelourinho ficou deslocado entre o Forte de</p><p>Nossa Senhora de Assunção, no qual viviam os militares e</p><p>os religiosos, a Barra do Ceará, habitada por índios,</p><p>mestiços e brancos pobres, e o “Arraial do Iguape”, no</p><p>Aquiraz, local onde moravam os homens bons (a elite</p><p>econômica). Em 1713, por fim, o pelourinho foi</p><p>definitivamente instalado em Aquiraz – daí muitos</p><p>historiadores afirmarem que Aquiraz foi a primeira vila do</p><p>Ceará.</p><p>Somente em 13 de Abril de 1726, o povoado em</p><p>torno da fortaleza de Nossa Senhora de Assunção foi</p><p>elevado à categoria de Vila, sob a liderança do capitão-mor</p><p>Manuel Francês.</p><p>É importante ressaltar que a importância econômica</p><p>de Fortaleza aquela época era muito pequena, já que a</p><p>atividade econômica principal do Ceará era a pecuária e</p><p>esta se concentrava quase que em sua totalidade no</p><p>interior.</p><p>* Cuidado!</p><p> Oficialmente, segundo dados do IBGE Fortaleza é</p><p>elevada à condição de CIDADE, com a denominação de</p><p>Fortaleza, por Resolução Imperial de 02-01-1823, Decreto</p><p>Imperial de 24-02-1823 e Carta Imperial de 17-03-1823, e</p><p>por este último ato Fortaleza, passou a denominar-se</p><p>Fortaleza da Nova Bragança.</p><p> Em divisão administrativa referente ao ano de</p><p>1911, o município aparece constituído de 2 distritos:</p><p>Fortaleza e Patrocínio.</p><p> Pelo Decreto Estadual n.º 1.156, de 04-12-1933,</p><p>são criados os distritos de Messejana e Mondubim. Sob o</p><p>mesmo Decreto, o município de Fortaleza adquiriu o extinto</p><p>município de Porangaba.</p><p> Em divisão administrativa referente ao ano de</p><p>1933, o município aparece constituído de 7 distritos:</p><p>Fortaleza, Alto da Balança, Barro Vermelho, Messejana,</p><p>Mondubim, Porangaba e Pajuçara. Não figurando o distrito</p><p>de Patrocínio.</p><p> Pela Lei n.º 226, de 30-11-1936, o distrito de</p><p>Pajuçara passou a denominar-se Rodolfo Teófilo.</p><p> Em divisão territorial datada de 31-XII-1936, o</p><p>município é constituído de 7 distritos: Fortaleza, Alto da</p><p>Balança, Barro Vermelho, Messejana, Mondubim,</p><p>Porangaba e Roldolfo Teófilo (ex-Pajuçara).</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>3</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p> Pela Lei Municipal n.º 79, de 28-06-1937, o distrito</p><p>de Barro Vermelho passou a denominar-se Antônio Bezerra.</p><p> Em divisão territorial datada de 31-XII-1937, o</p><p>município é constituído de 7 distritos: Fortaleza, Alto da</p><p>Balança, Antônio Bezerra (ex-Barro Vermelho), Messejana,</p><p>Mondubim, Porongaba e Rodolfo Teófilo.</p><p> Pelo Decreto Estadual n.º 448, de 20-12-1938, são</p><p>extintos os distritos de Rodolfo Teófílo, sendo seu território</p><p>anexado ao distrito de Maracanaú, do município de</p><p>Maranguape e Alto Balança, sendo seu território anexado</p><p>ao distrito sede de Fortaleza.</p><p> No quadro fixado para vigorar no período de 1939-</p><p>1943, o município é constituído de 5 distritos: Fortaleza,</p><p>Antônio Bezerra, Messejana, Mondubim e Porangaba.</p><p> Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.114, de 30-12-1943,</p><p>o distrito de Porangaba passou a denominar-se Parangaba.</p><p> Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o</p><p>município é constituído de 5 distritos: Fortaleza, Antônio</p><p>Bezerra, Messejana, Mondubim e Parangaba (ex-</p><p>Porangaba). Assim permanecendo em divisão territorial</p><p>datada de 2020.</p><p>(consulte:</p><p>https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/fortaleza/historico)</p><p> SEGUNDO CONSTA NO SITE DO IPECE, EIS OS CINCO</p><p>DISTRITOS ATUAIS DE FORTALEZA:</p><p>DISTRITO ANO DE CRIAÇÃO</p><p>Antônio Bezerra 1926</p><p>Fortaleza 1725</p><p>Messejana 1758</p><p>Mondubim 1926</p><p>Parangaba 1926</p><p>Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de</p><p>Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)</p><p> A HEGEMONIZAÇÃO DE FORTALEZA</p><p>Muitas grandes cidades brasileiras que surgiram no</p><p>período colonial já nasceram hegemônicas: Salvador, Rio de</p><p>Janeiro, Recife, São Luís, Belém, dentre outras. Esse não foi</p><p>o caso de Fortaleza. Fortaleza, até o início do século XIX, era</p><p>um povoado sem nenhuma importância econômica.</p><p>Somente no século XIX é que observamos o processo de</p><p>hegemonização de Fortaleza e apenas na 2ª metade do</p><p>século XIX é que a cidade se torna uma cidade hegemônica</p><p>no Ceará. Até então, as cidades que se destacavam no</p><p>cenário econômico cearense, sobretudo até a 2ª metade do</p><p>século XVIII eram aquelas que estavam diretamente ligadas</p><p>à pecuária e à atividade charqueadora: Aracati, Icó,</p><p>Camocim, Acaraú, Sobral, etc.</p><p>Podemos afirmar que os principais fatores que</p><p>contribuíram para o processo de hegemonização de</p><p>Fortaleza a partir do século XIX foram:</p><p> Fortaleza vai se tornar no século XIX o grande</p><p>centro coletor e exportador da produção agroexportadora</p><p>cearense, sobretudo do nosso algodão.</p><p> A política centralizadora pretendida pelo</p><p>imperador do Brasil, Dom Pedro II (que governou de 1840 a</p><p>1889). Dom Pedro II determinou que a capital de cada</p><p>província deveria ser o “centro” do poder e das decisões</p><p>administrativas além do núcleo principal da captação da</p><p>produção e dos recursos financeiros.</p><p> O fechamento da alfândega de Aracati. Assim,</p><p>Fortaleza passa a monopolizar o comércio exportador da</p><p>província cearense.</p><p> A construção da Estrada de Ferro de Baturité (EFB).</p><p>Com a ferrovia, Fortaleza assume de vez a posição de centro</p><p>coletor e exportador da produção interiorana. Lembrando</p><p>que o primeiro trecho da ferrovia (Fortaleza – Parangaba)</p><p>foi inaugurado em 1873 e em 1883 os trilhos chegavam a</p><p>Baturité.</p><p>Ao mesmo tempo que assistíamos a esse processo</p><p>de “hegemonização” de Fortaleza, havia toda uma</p><p>influência cultural europeia (principalmente da França) que</p><p>tomava conta de várias grandes cidades do Brasil naquele</p><p>momento. Paris era o grande exemplo de “civilidade” a ser</p><p>imitado, sobretudo pelas elites e pela nossa classe média.</p><p>Utilizar roupas e sapatos franceses, falar o idioma francês,</p><p>ter em casa utensílios e artigos de decoração vindos da</p><p>França, fazer compras em lojas com suas fachadas</p><p>“afrancesadas”, tudo isso era a moda em Fortaleza naquele</p><p>momento. Essa “febre” se estenderia sobretudo da 2ª</p><p>metade do século XIX até meados do XX. Era a “Fortaleza</p><p>Belle Époque”, momento em que a cidade passava por um</p><p>intenso processo de “modernização” e “aformoseamento”,</p><p>ganhando “ares franceses”.</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>4</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>Dentro desse contexto, Fortaleza passará por</p><p>profundas mudanças em sua infraestrutura, surgindo:</p><p> Passeio Público (inaugurado em 1880): virou local</p><p>de encontro para se “desfilar” a elegância francesa e para a</p><p>prática do “flerte”. Tornou-se de pronto a principal área de</p><p>lazer e sociabilidade de Fortaleza na 2ª metade do século</p><p>XIX.</p><p> Calçamento nas ruas centrais (a partir de 1857).</p><p> Canalização de água potável (a partir de 1867, feita</p><p>pela empresa inglesa Ceará Water Company Limited).</p><p> Instalação de bondes à tração animal (a partir de</p><p>1880, feita pela empresa inglesa Cia. Ferro Carril).</p><p> Iluminação a gás carbônico. (a partir de 1866).</p><p> Academia Cearense de Letras (1894)</p><p> Biblioteca (1867).</p><p> Fábricas de tecido (a partir de 1883).</p><p> Santa Casa de Misericórdia (1861).</p><p> Asilo para alienados (1886).</p><p> Telégrafo (1881).</p><p> Telefone (1883).</p><p> Seminário da Prainha (1864).</p><p> Liceu do Ceará (1845).</p><p> Colégio da Imaculada Conceição (1864).</p><p> Teatro José de Alencar (1910).</p><p> Cine Majestic (1917).</p><p> PLANEJAMENTO URBANO</p><p>No princípio do século XIX o planejamento urbano</p><p>emerge no seio das cidades como modo de disciplinamento</p><p>na forma do delineamento da expansão citadina, firmando</p><p>o discurso do poder do Estado na materialização do</p><p>ordenamento dos centros urbanos. O discurso se expressa,</p><p>em termos formais, pela regularidade do traçado urbano.</p><p>De modo geral, os urbanistas do século XIX, recorriam</p><p>ao traçado reticular com inclusão das diagonais, tendo a</p><p>origem dessa forma de ordenamento por meio do traçado</p><p>xadrez remontando aos assentamentos urbanos mais</p><p>antigos, visando uma melhor divisão racional do solo,</p><p>prometendo não apenas ordem e clareza, mas também</p><p>igualdade na distribuição do espaço.</p><p>A proposta do plano em xadrez em Fortaleza surge</p><p>a partir dos primeiros projetos de planejamento urbano</p><p>rascunhados no início do século XIX. Sobre opção por esse</p><p>traçado, o arquiteto José Liberal de Castro (1977) afirma</p><p>que tal proposição encontra-se intimamente interligado à</p><p>objetivos de expansão urbana de um povoado ainda</p><p>timidamente desenvolvido naquele período. É nesse</p><p>contexto que o engenheiro Antônio José da Silva Paulet,</p><p>ajudante-de-ordem do então governador da Província do</p><p>Ceará, Coronel Manuel Inácio de Sampaio, elaborou em</p><p>1813 uma planta da vila.</p><p>Na Planta do Porto e Villa da</p><p>Fortaleza Paulet</p><p>apresenta uma primeira proposta de redirecionamento da</p><p>capital cearense no formato em xadrez. Apesar de não ser o</p><p>principal foco do desenho, Paulet destaca a necessidade de</p><p>orientar o crescimento de Fortaleza, sobretudo em direção</p><p>ao oeste e sul, demonstrando o desinteresse em apontar</p><p>uma ocupação do litoral, bem como da zona a leste do</p><p>riacho Pajeú. Longe de propor um aprofundamento entorno</p><p>do plano urbano da vila, Paulet propõe a partir dessa</p><p>proposta detalhar o litoral fortalezense e as informações</p><p>oceânicas próximas à costa, destacando principalmente o</p><p>aspecto do perfil litorâneo e a localização dos recifes,</p><p>procurando esmiuçar informações acerca da faixa costeira</p><p>na busca pelo melhor lugar para fixação de uma zona</p><p>portuária que permitisse atracação de navios de grande</p><p>porte. Possuindo mais características de carta náutica do</p><p>que propriamente uma planta, tal fato é justificado pela</p><p>história do urbanista, que, antes de sua inserção no</p><p>Exército, já havia trabalhado na Marinha Real, daí a origem</p><p>do provável interesse na representação da zona costeira em</p><p>seus planos e representações urbanas.</p><p>Como o objetivo no período era a forma urbes</p><p>fortalezense, e não os aspectos físicos da zona costeira –</p><p>notoriamente ignorada pela sociedade local no período –</p><p>foi solicitado outra planta que destacasse a estrutura</p><p>urbana de Fortaleza. Assim, Paulet elaborou em 1818 a</p><p>Planta da Vila de Fortaleza. Nesse plano, o urbanista</p><p>apresenta uma proposta de expansão para a vila, no qual</p><p>proporciona o desenvolvimento da proposta do plano em</p><p>xadrez. Constam nessa proposição as primeiras ruas em</p><p>linha reta, servindo de baliza para os futuros arruamentos</p><p>para que se desdobrassem de norte a sul, indo do mar para</p><p>o sertão, modelo adotado até na atualidade. Na planta são</p><p>estabelecidos caminhos demandando para o interior e</p><p>litoral: caminhos de Arronches, de Aquiraz, de Soure, de</p><p>Jacarecanga, de Messejana, Picada do Mocuripe e da</p><p>Precabura.</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>5</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>Observa-se que essa planta urbanística também</p><p>registra a área edificada em torno do forte Schoonenborch</p><p>e os inícios de uma aglomeração de edificações ao leste do</p><p>rio Pajeú, nas imediações da atual Avenida Pessoa Anta.</p><p>Esse plano contrariava a ideia que era dada sobre</p><p>urbanismo em Fortaleza até então – como é possível</p><p>observar no desenho do Capitão-mor Manuel Francês –</p><p>quando os arruamentos eram elaborados fazendo</p><p>contornos de acordo com os percursos de estruturas</p><p>naturais, notadamente o riacho Pajeú.</p><p>Tal característica dava-se pelo número de residências</p><p>na época de elaboração do projeto de Paulet, tendo a</p><p>capital cearense aproximadamente 3000 habitantes. Dessa</p><p>forma, Paulet buscou em seu projeto respeitar o traçado</p><p>original que encontrou, no entanto justapôs a ela uma nova,</p><p>em “xadrez, ajustável ao terreno quase plano, levemente</p><p>ondulado, do sítio onde se desenvolveu o aglomerado</p><p>urbano”. A proposta do plano xadrez vem traduzir a</p><p>imposição de uma autoridade central (a cabeça do poder e</p><p>a estrutura social que ele erige e impõe) capaz de forçar a</p><p>regularidade do esquema e a sua coerência.</p><p>Sobre a estrutura da vila, o viajante inglês Henry</p><p>Koster, em visita a Fortaleza nos primórdios do século XIX,</p><p>relatou em seus diários de bordo a precariedade da</p><p>infraestrutura do lugar. Nos seus registros, Koster afirmava</p><p>que Fortaleza se encontrava: “[...] edificada em chão de</p><p>areias e formando quadro, tendo quatro ruas que partem</p><p>de uma praça e mais outra rua extensa, que se alonga</p><p>paralella ao lado septentrional da praça. As casas constam</p><p>somente de andar térreo. Calçamento não há e apenas</p><p>calçadas de tijolos na frente de algumas casas. Contém a</p><p>cidade três igrejas, o Palácio do Governo, a casa da Câmara,</p><p>a Cadeia, a Alfândega e a Thesouraria. O número de</p><p>habitantes, tanto quanto posso julgar, é de mil a mil</p><p>duzentos. A fortaleza de que a cidade tira o duplo nome</p><p>está levantada sobre um monte de areia, perto da cidade e</p><p>consiste numa muralha da banda do mar e um forte</p><p>palanque do lado da terra”.</p><p>Outras dificuldades apresentadas por Koster na sua</p><p>passagem pela cidade foram a constatação da ausência de</p><p>transporte, o cotidiano enfrentado com as constantes secas</p><p>e principalmente o fato de uma capital de província,</p><p>assentado na zona litorânea, não possuir um porto que</p><p>possibilitasse a atracação de grandes navios. Nesse período</p><p>a ocupação do litoral fortalezense consistia basicamente na</p><p>fortaleza, uma vila de pescadores nos arredores da Prainha</p><p>e um trapiche, como podem ser observados no desenho de</p><p>Paulet.</p><p>Na mesma época, há também as visitas do missionário</p><p>metodista americano Daniel Kidder, que vem à localidade</p><p>por duas vezes. Kidder afirmava que “ao longo da Fortaleza</p><p>só se avistava areia que molestava os pés, pois os queimava</p><p>quando o sol estava a pino. Ao soprar um vento forte a areia</p><p>açoitava, incomodava os olhos das pessoas, freqüentemente</p><p>gerando irritações. Tal situação trazia inconvenientes até</p><p>para a locomoção a cavalo ou em veículos de tração”.</p><p>Contudo, Kidder atestava um “ar de progresso”. Com</p><p>muitos prédios em construção, existindo apenas uma</p><p>igrejinha concluída e outra inacabada.</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>6</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>O viajante ironizava o repouso cotidiano de seus</p><p>habitantes, cujo embalo em redes se fazia nas horas de sol a</p><p>pino, vivendo a maioria ao “... Deus dará”. Sobre sua visita</p><p>em 1842, existe o registro no livro South Atlantic Ocean, de</p><p>Alexander G. Findlay: “O Sr. Kidder diz em 1842 que no</p><p>momento de nossa chegada, percebemos a inércia que</p><p>nossa brigada inglesa sofreu no porto.</p><p>O desembarque não é bom em nenhuma parte, em</p><p>conta as pesadas ondas que continuamente afrontam nossa</p><p>vertente. Passado este primeiro momento eu e meu</p><p>comandante recebemos uma forte retranca para impedir</p><p>nosso atracamento. Mesmo não de bom grado, entramos</p><p>em contato com a terra [...]. Os passageiros são</p><p>desembarcados numa paviola, uma espécie de cadeira</p><p>levantada em postes, e transportado por quatro homens do</p><p>mesmo modo como um Bier.” (FINDLAY, 1867, p. 272).</p><p>Os ventos, que dificultavam a ocupação costeira,</p><p>passam a contribuir para um maior interesse lusitano pela</p><p>Vila. Tal fato decorre de que todas as embarcações que</p><p>partissem do norte brasileiro para as principais cidades da</p><p>época (Salvador, Recife e Rio de Janeiro) necessitavam de</p><p>um ancoradouro para aguardar a diminuição dos ventos</p><p>quando passassem pela costa cearense. Assim nasceria o</p><p>interesse de se manter a povoação fortificada na costa</p><p>fortalezense “para prever apoio logístico, como se diz hoje,</p><p>onde as naus pudessem fazer eventuais paradas ou, em</p><p>caso extremo, descer-se a terra e continuar viagem. Um</p><p>marco desse crescente interesse exógeno pelo litoral da vila</p><p>como ponto de atracação é, em março de 1803, a chegada</p><p>do primeiro navio direto da Europa, a escuna Flor do Mar,</p><p>em dezembro, a polaca Felicidade, em 1805, 1806 e 1807, a</p><p>galera Dous Amigos, fazendo seguidamente essa nova linha</p><p>direto com Lisboa. A vila, no entanto, não crescia no mesmo</p><p>ritmo que o interesse estrangeiro desejava. Para uma</p><p>melhor visualização da Fortaleza do início do século XIX,</p><p>observe-se o Perspecto da Villa de Fortaleza de 1811 (figura</p><p>abaixo) onde se pode percebê-la ainda na gênese.</p><p>É possível observar principalmente a</p><p>precariedade do</p><p>porto, além da longa distância de atracação dos navios até a</p><p>zona portuária. Nota-se, também, o maior adensamento</p><p>residencial distante da zona costeira, resultando num litoral</p><p>quase desabitado, com exceção da pequena vila de</p><p>pescadores, localizada na margem esquerda da imagem.</p><p> A “PLANTA TOPOGRÁFICA DA CIDADE DE FORTALEZA E</p><p>SUBÚRBIOS” DATADA DE 1875</p><p>Em 1875, Adolf Herbster elaborou a “Planta</p><p>Topográfica da Cidade de Fortaleza e Subúrbios”,</p><p>influenciado pelo urbanismo do Barão Haussmann,</p><p>reformador de Paris (1853-1870). Nela, Herbster projetou</p><p>uma sequência de “ruas largas”, limitando o núcleo urbano</p><p>da cidade e que receberiam os nomes de Boulevard do</p><p>Imperador (Avenida do Imperador), Boulevard da Conceição</p><p>(Avenida D. Manuel) e Boulevard do Livramento (Avenida</p><p>Duque de Caxias). Esse plano urbanístico ampliava o</p><p>traçado da cidade em uma forma de “tabuleiro de xadrez” e</p><p>é considerado um dos marcos daquela “modernização”</p><p>fruto da Belle Époque. Tal traçado facilitaria o fluxo de</p><p>pessoas e mercadorias além de disciplinar o uso do espaço</p><p>urbano, facilitando o controle e a vigilância sobre a</p><p>população fortalezense que se mostrava cada vez mais</p><p>numerosa e com um grande número de pobres, mendigos e</p><p>prostitutas. Veja abaixo a planta de 1875 com suas vias</p><p>longas, alinhadas e cruzadas em ângulos de 90°:</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>7</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p> FORTALEZA NA BELLE ÉPOQUE</p><p>A elite formada notadamente por</p><p>comerciantes e profissionais liberais vindos de outras</p><p>regiões brasileiras e do exterior ajudou a promover</p><p>mudanças importantes em Fortaleza. De influência europeia</p><p>e guiada por ideais de civilidade, esse contingente teve</p><p>atuação destacada. O período da vida da cidade</p><p>compreendido entre as últimas décadas do século XIX e as</p><p>primeiras do século XX, que foi amplamente influenciado</p><p>pelas ideias de modernidade estética e comportamental,</p><p>especialmente francesas, ficou conhecido como Belle</p><p>Époque.</p><p>Como explica Sebastião Rogério Ponte, Belle</p><p>Époque é um “termo francês cunhado para traduzir a</p><p>euforia europeia com as novidades decorrentes da</p><p>revolução científico-tecnológica (1850-1870 em diante).</p><p>Com efeito, esse período, momento fundante do nosso</p><p>mundo contemporâneo, é marcado por um intenso fluxo de</p><p>mudanças que não só produziu transformações de ordem</p><p>urbana, política e econômica, como também afetou</p><p>profundamente o cotidiano e a subjetividade das pessoas,</p><p>alterando seus comportamentos e condutas, seus modos de</p><p>perceber e de sentir”.</p><p>Segundo Rogério Ponte, "no que toca a</p><p>Fortaleza, o processo remodelador que significou sua</p><p>inserção na belle époque teve como base econômica as</p><p>grandes exportações de algodão, através de seu porto, a</p><p>partir da década de 1860. Daí em diante, a capital cearense</p><p>acumulou capital, expandiu-se em todos os sentidos –</p><p>comercial, populacional, espacial, cultural etc. – e tornou-</p><p>se, ainda no final do século XIX, o principal centro urbano</p><p>do Ceará e um dos oito primeiros do Brasil. Empolgados</p><p>com esse crescimento, a burguesia enriquecida com as</p><p>vendas do algodão, negociantes estrangeiros radicados na</p><p>cidade, médicos e demais elites políticas e intelectuais</p><p>procuraram modernizar a cidade por meio de reformas e</p><p>empreendimentos que a alinhassem aos padrões materiais</p><p>e estéticos das grandes metrópoles ocidentais."</p><p>"Fortaleza inicia sua belle époque na década</p><p>de 1880 mesmo, absorvendo com imediatez algumas</p><p>inovações que acabavam de despontar nos centros de</p><p>referência, o que demonstra o estreito contato que a capital</p><p>tinha com a Europa."</p><p>A cidade incorporou equipamentos urbanos</p><p>(bondes, fotografia, telégrafo, telefone, praças, boulevards</p><p>e cafés) que causaram sensação. O Passeio Público, no</p><p>Centro, foi um deles. Com jardins floridos, árvores</p><p>frondosas, lagos artificiais, estátuas de deuses mitológicos e</p><p>visão privilegiada do mar, o espaço virou ponto de encontro</p><p>das elites, sendo passarela para o desfile de elegantes e</p><p>cenário de sociabilidade.</p><p>A Praça do Ferreira recebeu amplos jardins -</p><p>com gradil e adornos idênticos ao do Passeio Público - e</p><p>cafés ao estilo francês. Frequentadores desses cafés (Java,</p><p>Fênix, Bien-Bien Garapière, do Comércio) contemplavam</p><p>fascinados os jardins da Praça do Ferreira, enquanto as</p><p>senhoras renovavam os seus guarda-roupas nas famosas</p><p>lojas Maison Art-Nouveau e Torre Eiffel.</p><p>Fortaleza se encheu de sobrados, palacetes e</p><p>mansões que ornamentaram o novo perfil urbano da</p><p>cidade. A exemplo de outras cidades ditas civilizadas,</p><p>Fortaleza tinha a Cidade Luz como referência de</p><p>modernidade. Dessa forma, a Capital foi arrebatada por</p><p>uma febre de afrancesamento. Ser moderno era</p><p>acompanhar as modas vindas de Paris, usar expressões em</p><p>francês e abrir lojas com nomes franceses.</p><p>O período que se seguiu à proclamação da</p><p>República foi marcado por anos politicamente conturbados</p><p>e o Ceará viveu os reflexos desses tempos de golpes e</p><p>revoltas. O governador José Clarindo de Queiroz foi deposto</p><p>em 16 de fevereiro de 1892 pela força do golpe de Floriano</p><p>Peixoto, que queria fora dos governos estaduais todos os</p><p>aliados de Deodoro da Fonseca. Alunos da escola militar e</p><p>da marinha, usando canhões e metralhadoras, cercaram o</p><p>palácio do governo e exigiram a renúncia do governador.</p><p>Clarindo de Queiroz dispôs- se a resistir. Na</p><p>manhã de 17 de fevereiro, com o palácio crivado de balas,</p><p>Clarindo de Queiroz, sem munição, rendeu- se e entregou o</p><p>cargo ao Coronel Bezerril, então comandante do Colégio</p><p>Militar de Fortaleza.</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>8</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>Após o movimento armado que depôs</p><p>Clarindo de Queirós, o Vice-Governador Major Benjamin</p><p>Liberato Barroso, em 18 de fevereiro de 1892, dissolveu o</p><p>Congresso Constituinte Cearense e convocou um novo</p><p>Congresso com poderes ilimitados e constituintes para</p><p>reorganizar o Estado do Ceará sobre as bases da</p><p>Constituição promulgada a 16 de junho de 1891.</p><p>Mas, segundo Raimundo Girão, “é no terreno</p><p>espiritual e cultural que vem acentuar-se a estimulação</p><p>francesa, principalmente graças aos fluxos de duas</p><p>eficientes instituições de ensino e educação: o Seminário</p><p>Arquidiocesano e o Colégio da Imaculada Conceição, ambos</p><p>em Fortaleza.”.</p><p>O Pão do Espírito</p><p>Nas duas últimas décadas do século XIX</p><p>Fortaleza viveu movimentos sociais e culturais marcantes</p><p>como a Padaria Espiritual e o movimento abolicionista, nas</p><p>décadas de 1870 e 1880 que culminou na libertação dos</p><p>escravos no Ceará, em 25 de março de 1884, quatro anos</p><p>antes de a abolição ser oficialmente decretada em todo o</p><p>país, em 13 de maio de 1888.</p><p>Fac-símile do jornal "O Pão" editado pela Padaria Espiritual</p><p>Foi nesse período de efervescência cultural e</p><p>política que surgiram os famosos cafés na Praça do Ferreira,</p><p>praça que juntamente com o Passeio Público eram os</p><p>principais pontos de diversão dos jovens fortalezenses,</p><p>assim como local de reunião de intelectuais e artistas.</p><p>O movimento literário Padaria Espiritual,</p><p>surgido em 30 de maio de 1892, foi pioneiro na divulgação</p><p>de ideias modernas na literatura no Brasil. Tinham por</p><p>influência grandes nomes da literatura nacional e mundial.</p><p>A cada domingo, um jornalzinho de oito páginas chamado O</p><p>Pão era "amassado" e distribuído à população.</p><p>Café Java, berço do movimento Padaria Espiritual</p><p>Tida por eles próprios como uma agremiação</p><p>de rapazes</p><p>e letras, a Padaria nasceu em um famoso</p><p>quiosque da Praça do Ferreira, o Café Java. Antônio Sales</p><p>idealizador e o responsável principal pela originalidade da</p><p>agremiação junto a Lopes Filho, Ulisses Bezerra, Sabino</p><p>Batista, Álvaro Martins, Temístocles Machado e Tibúrcio De</p><p>Freitas compunham o grupo dos que frequentavam o Café</p><p>Java e fundaram a agremiação.</p><p>O programa de instalação foi escrito por</p><p>Antônio Sales o qual foi transcrito em um jornal da então</p><p>capital federal, o Rio de Janeiro, o que deu notoriedade ao</p><p>movimento. Seu lema era "alimentar com pão o espírito dos</p><p>sócios e da população em geral". Os Padeiros fizeram</p><p>circular 36 números de O Pão, até que em dezembro de</p><p>1898, depois de seis anos de atividades, a Padaria fecha.</p><p>http://3.bp.blogspot.com/-PlfKnqgJ-7w/UEUo8f5ezzI/AAAAAAAAAbA/hFaQnLZ0FWU/s1600/O+P%C3%A3o.jpg</p><p>http://2.bp.blogspot.com/-3zXiLJw50Ok/TfQt8QKeEHI/AAAAAAAAAPI/KvyVPfArj9c/s1600/Caf%C3%A9+Java.jpg</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>9</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>No centro da Foto, sentado à esquerda da</p><p>mesa, o poeta Antônio Sales. Do outro lado da Mesa,</p><p>Waldemiro Cavalcante. Em pé, entre os dois, Rodolfo</p><p>Teófilo. Á esquerda de Rodolfo Teófilo, o escritor José Nova,</p><p>e na estrema esquerda, Papi Júnior. (Acervo do MIS)</p><p>Paralelamente ao movimento da Padaria</p><p>acontece a fundação da Academia Cearense de Letras, 15</p><p>de agosto de 1896. Trata-se da primeira Academia de Letras</p><p>do país, antes, portanto da fundação da própria Academia</p><p>Brasileira de Letras.</p><p>No entendimento do professor Geraldo Nobre</p><p>"a iniciação literária, no Ceará, liga-se ao Liceu, que</p><p>começou a funcionar em 1845, mais do que a influências</p><p>exteriores, e, por motivos óbvios, teve nos jornais o</p><p>instrumento principal, visto como os jovens não dispunham</p><p>de meios para publicar livros. O movimento alcançou maior</p><p>intensidade no decênio 1870-1879, quando o cearense José</p><p>de Alencar, na Corte, já se havia firmado como um dos mais</p><p>insignes homens de letras do Império oferecendo-se à</p><p>imitação de seus conterrâneos".</p><p>A Guerra de Secessão (1861-1865) beneficiou</p><p>a nascente indústria algodoeira cearense. Ao interromper a</p><p>exportação do produto para a Europa, os Estados Unidos</p><p>deixaram espaço para que o algodão saísse do porto de</p><p>Fortaleza, vindo do Interior, em direção às fábricas inglesas</p><p>de tecido.</p><p>Assim a capital viu florescer uma elite</p><p>burguesa, ávida por imitar Paris e executar um projeto de</p><p>cidade com traçado urbano planejado, belos jardins e</p><p>grandes hospícios, regras rígidas de conduta e alijamento</p><p>dos mais pobres dos melhores espaços, meios inéditos de</p><p>transporte público com divisões sociais.</p><p>Era a chamada “belle époque”, termo</p><p>controverso de um período igualmente cheio de</p><p>contradições, que o professor do departamento de História</p><p>da UFC, Sebastião Ponte, detalhou há exatos 20 anos no</p><p>livro Fortaleza Belle Époque – reforma urbana e controle</p><p>social (1860-1930). O estudo, fruto de um mestrado,</p><p>tornou-se um marco nas pesquisas sobre o assunto.</p><p>Dentre suas contribuições mais importantes,</p><p>está a capacidade de perceber, largamente influenciado</p><p>pelo filósofo francês Michel Foucault, as manifestações do</p><p>poder, e seus diversos vetores de controle social, que se</p><p>forjavam aqui na intenção de pôr em prática um projeto</p><p>nitidamente racional de cidade. Era um fenômeno global.</p><p>Começava pelo traçado das ruas. Em 1875, o</p><p>pernambucano Adolfo Hebster propunha ampliar o formato</p><p>de tabuleiro de xadrez para as ruas, criando três boulevards</p><p>- as avenidas do Imperador, Duque de Caxias e Dom</p><p>Manuel. Além disso, um Código de Postura disciplinava a</p><p>vida “para manter a harmonia do conjunto urbano”,</p><p>conforme o texto de 1893.</p><p>Com o advento dos bondes, ninguém podia</p><p>passear se não fosse bem vestido. Hospícios foram criados</p><p>para enquadrar loucos e vagabundos. O Passeio Público,</p><p>com suas alamedas específicas para as classes sociais,</p><p>reforça a marca de uma sociedade dividida.</p><p>Segundo Ponte, teorias científicas como o</p><p>positivismo daquele fim de século dão o arcabouço teórico</p><p>para as metamorfoses urbano-sociais feitas pelas elites. “Os</p><p>homens de saberes racionais se reuniram nas academias</p><p>científicas para interpretar o Ceará e fomentar o seu</p><p>progresso material e tecnológico”, afirma.</p><p>Não à toa a Padaria Espiritual (1892), grupo</p><p>de irreverentes escritores locais, surgiu nesse período. Além</p><p>disso, o fortalezense viu a emergência de instituições que</p><p>duram até hoje, como a Academia Cearense de Letras</p><p>(1894) e o Instituto Histórico e Antropológico (1887). É o</p><p>tempo também das comunicações mais modernas:</p><p>“telégrafo (1881), cabo submarino para a Europa (1882),</p><p>serviço telefônico (1883) e caixas postais (1889)”.</p><p>“A ideia na época é que o progresso só será</p><p>alcançado na fábrica e na ciência. E os médicos eram a</p><p>vanguarda disso. Como a medicina é voltada para o estado</p><p>sanitário e higiênico, tudo que é urbano não pode escapar a</p><p>esse olhar”, afirma.</p><p>Disciplina da vida urbana para o progresso e a</p><p>civilidade são as palavras de ordem. E, num contexto de</p><p>euforia em relação ao futuro, referendado pela imprensa da</p><p>época, o modelo afrancesado de cidade não fica sem a</p><p>http://2.bp.blogspot.com/-RfPgodXKiTc/UEUgErJoTFI/AAAAAAAAAao/z-MDdcngbek/s1600/P+Espiritual.jpg</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>10</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>resistência da “arraia-miúda”. O povo percebeu a</p><p>estranheza desse jeito de ser.</p><p>“O chamado ‘Ceará moleque’ era a forma</p><p>pejorativa que as elites tratavam os comportamentos</p><p>irreverentes e debochados. As revistas de moda e luxo</p><p>ainda falam do espírito da molecada que ‘nos governa e</p><p>macula nossa imagem de gente civilizada’. Nessa</p><p>irreverência, havia uma forma de resistência e</p><p>descontentamento. E é bem diferente do Ceará moleque</p><p>que é vendido hoje como turístico”, diz Ponte.</p><p>Legado</p><p>O que entendemos pela história de Fortaleza</p><p>está, em grande medida, nesse período da “belle époque”.</p><p>Alguns exemplos: Theatro José de Alencar (1910), Palacete</p><p>Senador Alencar (1871), Estação João Felipe (1873) e</p><p>Edifício da Secretaria da Fazenda (1927) – e ainda o Sobrado</p><p>Doutor José Lourenço ou o Mercado dos Pinhões.</p><p>Esses edifícios são uma parte importante do</p><p>que entendemos hoje por ser o complexo conceito da</p><p>“identidade” de Fortaleza. “Podemos dizer que a capital</p><p>tem várias identidades: uma delas é a que lhe é a mais</p><p>antiga, que habita seu centro histórico, a Fortaleza Belle</p><p>Époque”, destaca Ponte.</p><p>Ao mesmo tempo em que legou para nós seus</p><p>monumentos, aqueles anos também se encarregaram de</p><p>construir a Fortaleza excludente que é hoje, dado que as</p><p>décadas seguintes, com uma explosão demográfica</p><p>assustadora, só aprofundaria.</p><p>Mas o que aquela Fortaleza poderia ensinar à</p><p>cidade de quase três milhões de habitantes? “Havia talvez</p><p>mais vontade política para realmente resolver alguns</p><p>problemas. Eles acreditavam que os loucos poderiam ser</p><p>mesmo recuperados no asilo e voltar à ação do trabalho.</p><p>Havia uma preocupação em cuidar da cidade. Os jardins</p><p>eram muito bem cuidados. A população não tinha o</p><p>usufruto que as elites tinham, mas tudo trazia um fascínio”,</p><p>pondera o professor.</p><p> OS SÍMBOLOS DE FORTALEZA</p><p>De acordo com a Lei Orgânica de Fortaleza, no seu</p><p>Art. 1°, § 2º:</p><p>“São símbolos oficiais do Município: a bandeira, o hino</p><p>e o brasão, além de outros representativos de sua cultura e</p><p>história que sejam estabelecidos em lei”.</p><p>BRASÃO</p><p>O Brasão de</p><p>Fortaleza foi idealizado por Tristão de</p><p>Alencar Araripe, em meados de 1890, e é utilizado em</p><p>documentos oficiais da prefeitura e do poder legislativo da</p><p>cidade, bem como na ornamentação e na composição de</p><p>prédios públicos da cidade. O brasão figura também</p><p>na bandeira de Fortaleza. A atual imagem do Brasão se deu</p><p>a partir da gestão do prefeito Roberto Cláudio que realizou</p><p>algumas alterações, no ano de 2013, poucas semanas após</p><p>assumir o comando do município. Em Fortaleza, existe lei</p><p>específica que determina o uso obrigatório do brasão do</p><p>município como símbolo da cidade — a Lei 023/2005, de</p><p>autoria do vereador Iraguassu Teixeira — que tem como</p><p>principal argumento "a necessidade de haver a indexação</p><p>do símbolo à cidade, e não às pessoas que a governam,</p><p>exercem cargos políticos ou assumem cargos</p><p>comissionados, evitando promoções pessoais”.</p><p>BANDEIRA</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>11</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>HINO</p><p>O hino do município de Fortaleza é um dos</p><p>símbolos da cidade de Fortaleza e foi oficializado pela lei</p><p>1269, em 31 de maio de 1958. Sua letra foi escrita</p><p>por Gustavo Barroso e a música composta por Antônio</p><p>Gondim.</p><p>No esplendor da manhã cristalina</p><p>Tens as bênçãos dos céus que são teus</p><p>E das ondas que o Sol ilumina</p><p>As jangadas te dizem adeus</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Irmã do Sol e do mar</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Sempre havemos de te amar</p><p>O emplumado e virente coqueiro</p><p>Da alva luz do luar colhe a flor</p><p>A Iracema lembrando o guerreiro</p><p>De sua alma de virgem senhor</p><p>Canta o mar nas areias ardentes</p><p>Dos teus bravos eternas canções</p><p>Jangadeiros, caboclos valentes</p><p>Dos escravos partindo os grilhões</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Irmã do Sol e do mar</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Sempre havemos de te amar</p><p>Ao calor do teu Sol ofuscante</p><p>Os meninos se tornam viris</p><p>A velhice se mostra pujante</p><p>As mulheres formosas, gentis</p><p>Nesta terra de luz e de vida</p><p>De estiagem por vezes hostil</p><p>Pela Mãe de Jesus protegida</p><p>Fortaleza és a flor do Brasil</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Irmã do Sol e do mar</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Sempre havemos de te amar</p><p>Onde quer que teus filhos estejam</p><p>Na pobreza ou riqueza sem par</p><p>Com amor e saudade desejam</p><p>Ao teu seio o mais breve voltar</p><p>Porque o verde do mar que retrata</p><p>O teu clima de eterno verão</p><p>E o luar nas areias de prata</p><p>Não se apagam no seu coração</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Irmã do Sol e do mar</p><p>Fortaleza! Fortaleza!</p><p>Sempre havemos de te amar</p><p>QUESTÕES</p><p>01. Sobre a estimativa da população em 2018 que foi</p><p>divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística (IBGE), Fortaleza destacou-se como a 6ª</p><p>Região Metropolitana mais populosa do Brasil, com</p><p>4.074.730 milhões de habitantes. A líder da lista é</p><p>São Paulo com 21.571.281 milhões. Fortaleza tem a</p><p>maior Região Metropolitana do Nordeste à frente de</p><p>Recife (PE) e Salvador (BA). Segundo o texto, a Cidade</p><p>de Fortaleza é uma das maiores cidades, em</p><p>população, do Brasil. Neste quesito, quais fatores</p><p>demográficos podem ser associados?</p><p>A) Proximidade do litoral, favorecendo o maior</p><p>aproveitamento da cidade devido aos ventos e à</p><p>pluviometria.</p><p>B) A forte migração do século XX, resultante</p><p>principalmente da rápida urbanização e do êxodo</p><p>rural.</p><p>C) Pela industrialização e a urbanização rápidas que</p><p>favorecera maior número de empregos na RMF para</p><p>populações que possuíam exclusivamente ensinos</p><p>mais avançados.</p><p>D) Pela RMF ser uma das metrópoles mais avançadas do</p><p>Planeta, sendo, assim, atrator de vários migrantes de</p><p>vários países.</p><p>02. Na segunda metade do século XIX, a cidade de</p><p>Fortaleza passou por um processo de urbanização</p><p>inicial que influenciou a sua promoção para a capital</p><p>do Ceará. Podemos destacar como principais</p><p>construções:</p><p>A) a Santa Casa de Misericórdia, a Biblioteca Pública e a</p><p>Cadeia Pública.</p><p>B) o Liceu do Ceará, o Farol do Mucuripe e a Praça</p><p>Marques de Herval.</p><p>C) a Santa Casa de Misericórdia, o Liceu do Ceará e a</p><p>Cadeia Pública.</p><p>D) a Biblioteca Pública, o Farol do Mucuripe e o Passeio</p><p>Público.</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>12</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>03. Sobre o perímetro urbano de Fortaleza no século XIX,</p><p>podemos dizer que se tratava de uma capital com um</p><p>centro urbano e os arredores compostos de chácaras</p><p>e sítios, constatando uma forte área campestre.</p><p>Fortaleza tinha como limites urbanos as seguintes</p><p>avenidas:</p><p>A) Clarindo de Queiroz, Imperador e Dom Manuel.</p><p>B) Duque de Caxias, Imperador e Tristão Gonçalves.</p><p>C) Tristão Gonçalves, Dom Manuel e Imperador.</p><p>D) Duque de Caxias, Imperador e Dom Manuel.</p><p>04. Na segunda metade do século XIX, a cidade de</p><p>Fortaleza atingiu seu auge em prosperidade e o seu</p><p>desenvolvimento foi maior do que o das outras</p><p>cidades que estavam pleiteando o título de capital do</p><p>estado. O cultivo do algodão e a abertura direta para</p><p>a comercialização com a Europa facilitaram a</p><p>modernização e a disputa pelo status de capital.</p><p>Nessa perspectiva, Fortaleza concorria com quais</p><p>cidades?</p><p>A) Aquiraz e Aracati.</p><p>B) Juazeiro do Norte e Aracati.</p><p>C) Aquiraz e Sobral.</p><p>D) Sobral e Juazeiro do Norte.</p><p>05. Sobre a estimativa da população em 2018 que foi</p><p>divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística (IBGE), Fortaleza destacou-se como a 6ª</p><p>Região Metropolitana mais populosa do Brasil, com</p><p>4.074.730 milhões de habitantes. A líder da lista é</p><p>São Paulo com 21.571.281 milhões. Fortaleza tem a</p><p>maior Região Metropolitana do Nordeste à frente de</p><p>Recife (PE) e Salvador (BA).</p><p>Segundo o texto, a Cidade de Fortaleza é uma das</p><p>maiores cidades, em população, do Brasil. Neste</p><p>quesito, quais fatores demográficos podem ser</p><p>associados?</p><p>A) Proximidade do litoral, favorecendo o maior</p><p>aproveitamento da cidade devido aos ventos e à</p><p>pluviometria.</p><p>B) A forte migração do século XX, resultante</p><p>principalmente da rápida urbanização e do êxodo</p><p>rural.</p><p>C) Pela industrialização e a urbanização rápidas que</p><p>favorecera maior número de empregos na RMF para</p><p>populações que possuíam exclusivamente ensinos</p><p>mais avançados.</p><p>D) Pela RMF ser uma das metrópoles mais avançadas do</p><p>Planeta, sendo, assim, atrator de vários migrantes de</p><p>vários países.</p><p>06. Fortaleza, até o ano de 1799, quando a cidade se</p><p>tornou a capital da recém-independente capitania do</p><p>Ceará, não despertava grandes interesses no reino de</p><p>Portugal, postura que começou a mudar quando seus</p><p>portos se tornaram importantes postos do comércio</p><p>entre colônia e metrópole. Dentre os fatores</p><p>econômicos que auxiliaram a ascensão de Fortaleza,</p><p>podemos citar:</p><p>A) A proibição do trabalho escravo na região, que obrigou</p><p>a dinamizar a economia.</p><p>B) A expulsão dos Holandeses, tendo em vista que neste</p><p>período, os fortes da cidade foram base da resistência</p><p>portuguesa.</p><p>C) O declínio da pecuária após a Seca Grande de 1790-</p><p>1793, que prejudicou tal atividade.</p><p>D) A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, que</p><p>necessitou de novos portos para transferir produtos.</p><p>07. Existia ainda naquele tempo toda uma pressão</p><p>popular na defesa por melhores condições de vida,</p><p>expressa num forte movimento de bairros e favelas.</p><p>Não surpreende, portanto, que, quando da volta das</p><p>eleições livres e diretas para prefeito nos anos 1980,</p><p>no contexto do fim de Regime Autoritário Civil-</p><p>Militar de 1964, a eleita tenha sido alguém que</p><p>opunha, totalmente, à lógica das gestões municipais</p><p>até então exercidas, fazia tenaz oposição aos</p><p>agastados grupos</p><p>urbanos.</p><p>D) das quermesses feitas pela Igreja para a distribuição</p><p>de alimentos para os retirantes.</p><p>14. “Outra forma de resistência podia ser encontrada na</p><p>compulsão dos populares ao deboche, ironia e sátira.</p><p>No final do século XIX e primeiras décadas do século</p><p>XX ficaram famosos em Fortaleza 'tipos populares’</p><p>que riam e faziam rir de qualquer coisa jocosa que</p><p>acontecesse nas ruas”</p><p>(FARIAS, Airton de. BRUNO, Artur. Fortaleza uma breve história).</p><p>De acordo com o trecho, esses tipos populares</p><p>hilários formaram o chamado:</p><p>A) Banco da Praça do Ferreira.</p><p>B) Ceará Moleque.</p><p>C) Ceará de Luz.</p><p>D) A vaia coletiva.</p><p>15. Diante das novas concepções de História e de</p><p>Memória do século XXI, as discussões em torno de</p><p>patrimônio histórico ganharam visibilidade e</p><p>interesse na preservação de uma identidade local.</p><p>Nesse sentido, instituições privadas em Fortaleza</p><p>criaram recentemente centros de memória dentro</p><p>dos seus setores de trabalho.</p><p>Podemos considerar parte dessa política do setor</p><p>privado</p><p>A) o Museu da Fotografia e o Museu da Indústria.</p><p>B) o Museu do Ceará e o Sobrado José Lourenço.</p><p>C) o Museu da Imagem e do Som e o Museu da Indústria.</p><p>D) o Museu da Imagem e do Som e o Museu da Boneca</p><p>de Pano.</p><p>16. Na Ditadura Civil- Militar (1964-85), o município</p><p>passou a contar com ajuda financeira nacional,</p><p>proveniente do Fundo de Participação dos Municípios</p><p>e de empréstimos externos, embora as finanças</p><p>continuassem delicadas. A autonomia municipal foi</p><p>mais uma vez tolhida, com a ingerência do governo</p><p>da União (Executivo Federal) nas gestões de</p><p>prefeitos. (...) Assim, os prefeitos nomeados durante</p><p>o regime autoritário apresentaram como</p><p>característica a subordinação às diretrizes</p><p>estabelecidas pelo poder central. O Executivo</p><p>planejava e instruía das diretrizes, que a</p><p>administração municipal buscava executar.</p><p>(BRUNO, Arthur. FARIAS, Airton de. Fortaleza: Uma breve história.</p><p>Fortaleza, Ed. Demócrito Rocha, 2012. pp.159.)</p><p>Durante o Regime Militar, os prefeitos nomeados</p><p>pelo presidente foram denominados de “prefeitos</p><p>biônicos”. O nosso último prefeito nomeado foi</p><p>A) Lúcio Alcântara.</p><p>B) César Cals Neto.</p><p>C) Juraci Magalhães.</p><p>D) José Maria de Barros Pinho.</p><p>17. “No Ceará não se embarca mais escravos”. Essa frase</p><p>ficou muito conhecida na cidade de Fortaleza, num</p><p>episódio do movimento contra o tráfico interno de</p><p>escravos no Ceará. Essa ousada frase foi dita para os</p><p>jangadeiros que estavam no porto do Mucuripe, com</p><p>escravos para embarcar, e foi aceita pelos presentes.</p><p>HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS</p><p>Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante</p><p>CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222</p><p>CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220</p><p>15</p><p>OS: 0033/2/22-Gil</p><p>O autor da frase é o conhecido:</p><p>A) Dragão do Mar.</p><p>B) Quintino Cunha.</p><p>C) João Cordeiro.</p><p>D) Antônio Bezerra.</p><p>18. Eleito prefeito de Juazeiro do Norte em 1911,</p><p>envolveu-se na disputa com o presidente Hermes da</p><p>Fonseca para manter a família Accioly no poder</p><p>regional. Em 1912, por conta da dura repressão a</p><p>uma passeata de crianças a favor de Franco Rabelo, a</p><p>intervenção federal baniu Nogueira Accioly do meio</p><p>político. Ainda no mesmo ano, o coronel Franco</p><p>Rabelo foi nomeado interventor federal, havendo</p><p>eleição apenas para o cargo de vice-governador, para</p><p>o qual foi eleito, acumulando o cargo de intendente</p><p>(administrador municipal) de Juazeiro do Norte.</p><p>Estamos nos referindo:</p><p>A) ao Padre Cícero/Sedição de Juazeiro.</p><p>B) ao Dragão do Mar/Abolição dos escravos no Ceará.</p><p>C) a Antônio Conselheiro/Canudos.</p><p>D) ao Beato José Lourenço/Sedição do Juazeiro.</p><p>19. Sobre a colonização do Ceará, podemos considerar</p><p>que, antes da consolidação do domínio português,</p><p>outros colonizadores tentaram tomar posse com</p><p>invasões e guerras com portugueses e indígenas. O</p><p>primeiro forte construído em Fortaleza foi o de São</p><p>Sebastião localizado na Barra do Ceará, sendo</p><p>destruído por invasores, que construíram um Forte às</p><p>margens do rio Pajeú.</p><p>Sobre esse fato, podemos dizer que:</p><p>I. Estamos nos referindo aos franceses e ao Forte</p><p>Schoonenborch que depois foi renomeado pelos</p><p>holandeses de Nossa Senhora da Assunção, padroeira</p><p>de Fortaleza.</p><p>II. Estamos nos referindo ao Forte de Schooneborch que</p><p>foi construído pelos holandeses e depois tomado pelos</p><p>portugueses e renomeado de Nossa Senhora da</p><p>Assunção.</p><p>III. Estamos nos referindo à presença de holandeses que</p><p>invadiram o forte São Sebastião às margens do rio</p><p>Ceará, tornando-se marco inicial de Fortaleza, depois</p><p>de ser tomado.</p><p>IV. Os franceses tiveram sua passagem pelo Ceará e</p><p>construíram o forte às margens do rio Pajeú em</p><p>homenagem à Nossa Senhora de Assunção, padroeira</p><p>de Fortaleza.</p><p>V. Os holandeses vinham em busca de matéria-prima,</p><p>principalmente prata, sal e âmbar e, por isso,</p><p>construíram o Forte de Schooneborch às margens do</p><p>rio Pajeú.</p><p>VI. O Forte de Schooneborch foi tomado pelos</p><p>portugueses e pelos indígenas e foi renomeado de</p><p>Nossa Senhora da Assunção e, hoje, é o Comando da</p><p>10ª Região Militar de Fortaleza.</p><p>Estão corretas:</p><p>A) I, II e III.</p><p>B) I, III e IV.</p><p>C) IV, V e VI.</p><p>D) II, V e VI.</p><p>20. No dia 13 de fevereiro de 2021, o jornal O Povo</p><p>publicou uma matéria sobre a descoberta do túmulo</p><p>de um líder abolicionista o qual liderou o movimento</p><p>grevista no porto de Fortaleza que pôs fim ao tráfico</p><p>interno de escravos no Ceará. Essa insurreição levou</p><p>outros estados também a se manifestarem contra a</p><p>escravidão, resultando na abolição adiantada do</p><p>Ceará e, em seguida, do restante do país.</p><p>Estamos falando de</p><p>A) Quintino Cunha.</p><p>B) Francisco José do Nascimento.</p><p>C) Adolfo Caminha.</p><p>D) João Cordeiro.</p><p>GABARITO</p><p>01 02 03 04 05 06 07 08 09 10</p><p>11 12 13 14 15 16 17 18 19 20</p>urbanos. D) das quermesses feitas pela Igreja para a distribuição de alimentos para os retirantes. 14. “Outra forma de resistência podia ser encontrada na compulsão dos populares ao deboche, ironia e sátira. No final do século XIX e primeiras décadas do século XX ficaram famosos em Fortaleza 'tipos populares’ que riam e faziam rir de qualquer coisa jocosa que acontecesse nas ruas” (FARIAS, Airton de. BRUNO, Artur. Fortaleza uma breve história). De acordo com o trecho, esses tipos populares hilários formaram o chamado: A) Banco da Praça do Ferreira. B) Ceará Moleque. C) Ceará de Luz. D) A vaia coletiva. 15. Diante das novas concepções de História e de Memória do século XXI, as discussões em torno de patrimônio histórico ganharam visibilidade e interesse na preservação de uma identidade local. Nesse sentido, instituições privadas em Fortaleza criaram recentemente centros de memória dentro dos seus setores de trabalho. Podemos considerar parte dessa política do setor privado A) o Museu da Fotografia e o Museu da Indústria. B) o Museu do Ceará e o Sobrado José Lourenço. C) o Museu da Imagem e do Som e o Museu da Indústria. D) o Museu da Imagem e do Som e o Museu da Boneca de Pano. 16. Na Ditadura Civil- Militar (1964-85), o município passou a contar com ajuda financeira nacional, proveniente do Fundo de Participação dos Municípios e de empréstimos externos, embora as finanças continuassem delicadas. A autonomia municipal foi mais uma vez tolhida, com a ingerência do governo da União (Executivo Federal) nas gestões de prefeitos. (...) Assim, os prefeitos nomeados durante o regime autoritário apresentaram como característica a subordinação às diretrizes estabelecidas pelo poder central. O Executivo planejava e instruía das diretrizes, que a administração municipal buscava executar. (BRUNO, Arthur. FARIAS, Airton de. Fortaleza: Uma breve história. Fortaleza, Ed. Demócrito Rocha, 2012. pp.159.) Durante o Regime Militar, os prefeitos nomeados pelo presidente foram denominados de “prefeitos biônicos”. O nosso último prefeito nomeado foi A) Lúcio Alcântara. B) César Cals Neto. C) Juraci Magalhães. D) José Maria de Barros Pinho. 17. “No Ceará não se embarca mais escravos”. Essa frase ficou muito conhecida na cidade de Fortaleza, num episódio do movimento contra o tráfico interno de escravos no Ceará. Essa ousada frase foi dita para os jangadeiros que estavam no porto do Mucuripe, com escravos para embarcar, e foi aceita pelos presentes. HISTÓRIA DE FORTALEZA PARA CONCURSOS Módulo Completo | Prof. Epifânio Cavalcante CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 15 OS: 0033/2/22-Gil O autor da frase é o conhecido: A) Dragão do Mar. B) Quintino Cunha. C) João Cordeiro. D) Antônio Bezerra. 18. Eleito prefeito de Juazeiro do Norte em 1911, envolveu-se na disputa com o presidente Hermes da Fonseca para manter a família Accioly no poder regional. Em 1912, por conta da dura repressão a uma passeata de crianças a favor de Franco Rabelo, a intervenção federal baniu Nogueira Accioly do meio político. Ainda no mesmo ano, o coronel Franco Rabelo foi nomeado interventor federal, havendo eleição apenas para o cargo de vice-governador, para o qual foi eleito, acumulando o cargo de intendente (administrador municipal) de Juazeiro do Norte. Estamos nos referindo: A) ao Padre Cícero/Sedição de Juazeiro. B) ao Dragão do Mar/Abolição dos escravos no Ceará. C) a Antônio Conselheiro/Canudos. D) ao Beato José Lourenço/Sedição do Juazeiro. 19. Sobre a colonização do Ceará, podemos considerar que, antes da consolidação do domínio português, outros colonizadores tentaram tomar posse com invasões e guerras com portugueses e indígenas. O primeiro forte construído em Fortaleza foi o de São Sebastião localizado na Barra do Ceará, sendo destruído por invasores, que construíram um Forte às margens do rio Pajeú. Sobre esse fato, podemos dizer que: I. Estamos nos referindo aos franceses e ao Forte Schoonenborch que depois foi renomeado pelos holandeses de Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza. II. Estamos nos referindo ao Forte de Schooneborch que foi construído pelos holandeses e depois tomado pelos portugueses e renomeado de Nossa Senhora da Assunção. III. Estamos nos referindo à presença de holandeses que invadiram o forte São Sebastião às margens do rio Ceará, tornando-se marco inicial de Fortaleza, depois de ser tomado. IV. Os franceses tiveram sua passagem pelo Ceará e construíram o forte às margens do rio Pajeú em homenagem à Nossa Senhora de Assunção, padroeira de Fortaleza. V. Os holandeses vinham em busca de matéria-prima, principalmente prata, sal e âmbar e, por isso, construíram o Forte de Schooneborch às margens do rio Pajeú. VI. O Forte de Schooneborch foi tomado pelos portugueses e pelos indígenas e foi renomeado de Nossa Senhora da Assunção e, hoje, é o Comando da 10ª Região Militar de Fortaleza. Estão corretas: A) I, II e III. B) I, III e IV. C) IV, V e VI. D) II, V e VI. 20. No dia 13 de fevereiro de 2021, o jornal O Povo publicou uma matéria sobre a descoberta do túmulo de um líder abolicionista o qual liderou o movimento grevista no porto de Fortaleza que pôs fim ao tráfico interno de escravos no Ceará. Essa insurreição levou outros estados também a se manifestarem contra a escravidão, resultando na abolição adiantada do Ceará e, em seguida, do restante do país. Estamos falando de A) Quintino Cunha. B) Francisco José do Nascimento. C) Adolfo Caminha. D) João Cordeiro. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20