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<p>PODCAST 1 | INDIVIDUALIDADE COMO PARTE DA COLETIVIDADE</p><p>CURSO</p><p>Estratégias para uma Educação Antirracista</p><p>Olá, cursista. Aqui é a professora Lavini Castro, que tal ampliarmos a reflexão iniciada na</p><p>atividade anterior?</p><p>Para começar, eu gostaria de pontuar que, ao se pensar sobre como a cultura local influencia o</p><p>cotidiano escolar, há necessidade de considerar a individualidade como parte da coletividade,</p><p>para não cairmos em equívocos na tentativa de trabalhar as diferenças em sala de aula.</p><p>Reflita comigo:</p><p>1. Você considera todos os europeus iguais em suas percepções culturais?</p><p>2. A cultura italiana, alemã, polonesa são iguais entre si?</p><p>Se sua resposta foi não, você está correto, pois apesar de serem também conhecidos como</p><p>países e culturas europeias, devido sua definição geográfica continental, você consegue</p><p>defini-los como diferentes ao considerar suas configurações culturais diversas.</p><p>3. Contudo, se falarmos negros e indígenas, você consegue fazer esse mesmo exercício de</p><p>diferenciação?</p><p>4. Pense de que negros estamos falando? Africanos ou afro-brasileiros? Que povo</p><p>indígena está sendo mencionado? Ao falar de africanos, você consegue diferenciar qual</p><p>país africano está sendo mencionado?</p><p>Se você respondeu NÃO a essas questões, você precisa compreender o que acontece</p><p>cognitivamente tanto com você como com qualquer pessoa que ainda não aprendeu a ter um</p><p>olhar antirracista.</p><p>CURSO</p><p>Estratégias para uma Educação Antirracista</p><p>Povos herdeiros da colonização aprenderam a racializar determinados grupos étnicos</p><p>colocados em condição de marginalização negando-lhes a sua dignidade e sua humanidade,</p><p>retirando deles suas subjetividades.</p><p>É muito comum individualizar pessoas brancas e coletivizar pessoas negras e indígenas</p><p>porque esses dois últimos grupos tiveram sua organização política, cultural, econômica e</p><p>social desrespeitada e, até mesmo demonizada. Ou seja, foram compreendidos pelos grupos</p><p>étnicos colonizadores como não sendo seres humanos, foram vistos como povos infantis que</p><p>precisavam de uma tutela e foram escravizados. Hoje, precisamos lidar com isso e assumir</p><p>nossa visão racista.</p><p>Apesar de hoje os brancos não mais escravizarem os negros, ou não fazê-lo abertamente,</p><p>possuímos as heranças desses antigos elementos históricos e precisamos enxergar as</p><p>sequelas dessas antigas relações e entender que elas deixaram um legado de privilégio para</p><p>os brancos e de inferioridade para os negros.</p><p>Professora, professor… você percebe o privilégio que a raça branca possui?</p><p>Só é possível perceber tal privilégio se considerarmos a maneira pela qual a sociedade</p><p>brasileira se organiza, garantindo acesso a poderes materiais e simbólicos nas mãos</p><p>exclusivamente de pessoas brancas. Às pessoas negras, os espaços de poder ainda são</p><p>definidos por representatividade e não por realidade do quantitativo populacional.</p><p>Quando há representatividade, uma pessoa negra representa seu coletivo racial, como é</p><p>o caso do questionamento da população brasileira sobre a vaga no STF majoritariamente</p><p>branca, ou da população carcerária majoritariamente negra.</p><p>Por isso, o objetivo desse curso, é exatamente ajudar você e tantos outros educadores a se</p><p>identificar com uma pedagogia de percepção antirracista, porque entendemos que pensar em</p><p>educação antirracista é pensar em projetos mais amplos de sociedade.</p><p>Partindo da individualidade dos seus alunos e alunas, como você pode trabalhar uma aula</p><p>antirracista?</p>

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