Prévia do material em texto
<p>Qualidade do Solo</p><p>Qualidade do Solo e</p><p>Recuperação de Áreas</p><p>Degradadas</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>ANA JUSSARA SILVA DO NASCIMENTO</p><p>AUTORIA</p><p>Ana Jussara Silva do Nascimento</p><p>Olá. Sou graduada em Ciências Econômicas, com Mestrado</p><p>em Administração e em Meio Ambiente e Qualidade de Vida. Tenho</p><p>experiência como docente e pesquisadora em estudos sobre o Meio</p><p>Ambiente desenvolvidos nos últimos sete anos. Amo o que faço e, por</p><p>isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de</p><p>autores independentes. Estou muito feliz em contribuir nesta sua fase</p><p>de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento</p><p>de uma nova</p><p>competência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando necessárias</p><p>observações ou</p><p>complementações</p><p>para o seu</p><p>conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas</p><p>e links para</p><p>aprofundamento do</p><p>seu conhecimento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a</p><p>necessidade de</p><p>chamar a atenção</p><p>sobre algo a</p><p>ser refletido ou</p><p>discutido;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso</p><p>acessar um ou mais</p><p>sites para fazer</p><p>download, assistir</p><p>vídeos, ler textos,</p><p>ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>fazer um resumo</p><p>acumulativo das</p><p>últimas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de</p><p>autoaprendizagem</p><p>for aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando uma</p><p>competência</p><p>for concluída e</p><p>questões forem</p><p>explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>Qualidade do Solo: Conceitos e Indicadores de Qualidade ..... 12</p><p>Qualidade do Solo ........................................................................................................................ 12</p><p>Técnicas para Avaliação da Fertilidade ........................................................................... 15</p><p>Indicadores de Qualidade ......................................................................................................... 18</p><p>Fertilidade do Solo e Uso de Fertilizantes .......................................22</p><p>Conceitos Importantes Quanto a Fertilidade do Solo ..........................................22</p><p>Fertilidade do Solo e Produtividade ................................................................................25</p><p>O Uso de Fertilizantes e o Solo ............................................................................................26</p><p>Solo e Água: Funções Ecológicas e Irrigação.................................. 31</p><p>Água: O Elemento Natural e Essencial ............................................................................ 31</p><p>O Uso da Irrigação ..........................................................................................................................34</p><p>A Irrigação no Brasil .......................................................................................................................37</p><p>Solos Brasileiros .......................................................................................... 41</p><p>Histórico da Evolução dos Solos Brasileiros ............................................................... 41</p><p>Tipos de Solos Brasileiros .........................................................................................................44</p><p>Solo Brasileiro e Agricultura ....................................................................................................47</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>02</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>10</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Você sabia que o estudo acerca de temas relacionados ao Meio</p><p>Ambiente está em crescente ascensão? Esse crescimento reflete na</p><p>demanda por profissionais que estejam qualificados para o exercício</p><p>profissional de atividades voltadas à indústria e à agricultura, mediante</p><p>a busca de meios que tornem os processos produtivos menos danosos</p><p>ao Meio Ambiente.</p><p>A produção de alimentos compreende uma necessidade constante</p><p>e para isso, técnicas devem ser aprimoradas, e é nesse quesito que sua</p><p>qualificação fará grande diferença.</p><p>No decorrer desta unidade, vamos dar ênfase aos estudos da</p><p>qualidade do solo, aos cuidados e uso de técnicas de manejo adequadas.</p><p>Abordaremos também a relação água e solo tanto relacionada às funções</p><p>ecológicas quanto ao uso na irrigação. São conteúdos enriquecedores e</p><p>de fácil entendimento. Vamos iniciar nosso estudo? Motivado? Seguimos!</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>11</p><p>OBJETIVOS</p><p>Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Qualidade do solo. Nosso</p><p>objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências</p><p>profissionais até o término desta etapa de estudos:</p><p>1. Aplicar os indicadores de qualidade e discernir sobre a qualidade</p><p>do solo.</p><p>2. Avaliar a fertilidade do solo e a necessidade de uso de fertilizantes,</p><p>tomando cuidados e providências acerca dos impactos potenciais</p><p>desse uso.</p><p>3. Aplicar as técnicas de manejo da água no solo.</p><p>4. Classificar e identificar as principais características dos solos</p><p>brasileiros.</p><p>Essa nova unidade constituirá mais uma fonte de conhecimento</p><p>a engrandecer sua vida e carreira profissional. Aproveite esses</p><p>momentos agradáveis de leitura e saiba que todo o tempo investido em</p><p>conhecimento e preparação não é tempo perdido.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>12</p><p>Qualidade do Solo: Conceitos e</p><p>Indicadores de Qualidade</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar</p><p>e avaliar a qualidade do solo. Para tanto, serão dadas</p><p>as bases teóricas e isto é fundamental para uma prática</p><p>profissional bem-sucedida. Vamos juntos avançar em</p><p>mais uma etapa da nossa disciplina.</p><p>Qualidade do Solo</p><p>O solo possui múltiplas funções no ambiente, entre elas atuar</p><p>como substrato para produção agrícola, como regulador dos fluxos</p><p>de água, gases e energia, filtro e tampão para materiais descartados. A</p><p>sua capacidade de funcionar adequadamente no desempenho dessas</p><p>funções pode ser chamada de qualidade do solo, embora ainda muito</p><p>discutido enquanto conceito, devido à sua natureza dinâmica e complexa</p><p>(MELO FILHO; SOUZA; SOUZA, 2007).</p><p>Figura 1 – Qualidade do solo</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>13</p><p>Em meados da década de 1990, a comunidade científica despertou</p><p>um crescente interesse na importância do solo para a qualidade</p><p>ambiental global e para a sustentabilidade agrícola, iniciando estudos</p><p>sobre a qualidade do solo (QS).</p><p>Figura 2 – Solo</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>A discussão sobre a qualidade do solo intensificou-se com</p><p>produções acadêmicas que demonstravam a preocupação com a</p><p>degradação dos recursos naturais e com a sustentabilidade agrícola.</p><p>Nesse contexto, com a importância e a função do solo, que apresentava</p><p>números alarmantes de áreas degradadas física e quimicamente, e</p><p>previsões nada animadoras, tornou-se necessário otimizar de modo</p><p>sustentável seus recursos (VEZZANI; MIELNICZUK, 2009).</p><p>A qualidade do solo reflete significativamente na saúde e</p><p>produtividade de dado ecossistema e nos ambientes a ele relacionados.</p><p>No entanto, a quantificação da qualidade do solo não é simples em</p><p>decorrência da complexidade dos fatores envolvidos, como os atributos</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>14</p><p>intrínsecos, fatores externos, práticas de uso e manejo e das interações</p><p>com o ecossistema, como também das prioridades socioeconômicas e</p><p>políticas (GOMES, 2021).</p><p>Retomando o conceito de qualidade do solo, o tema é controverso e</p><p>até então não houve um consenso, dessa forma, podem ser encontrados</p><p>diversos estudiosos e autores com definições múltiplas.</p><p>Segundo Araújo et al. (2012), o termo qualidade</p><p>do solo ganhou</p><p>evidência após a publicação do relatório intitulado “Soil and water</p><p>quality – an agenda for agriculture”, no qual a qualidade do solo havia</p><p>sido concebida em razão de seu papel em ecossistemas naturais e</p><p>agroecossistemas, uma vez que a qualidade deste estava sempre</p><p>atrelada à sua produtividade.</p><p>Ainda sobre o conceito de qualidade do solo, para Vezzani e</p><p>Mielniczuk (2009), a QS é a integração das propriedades biológicas,</p><p>físicas e químicas do solo, que o habilita a exercer suas funções na</p><p>plenitude.</p><p>Para Doran e Parkin (1994), a qualidade do solo corresponde à</p><p>capacidade de um solo funcionar dentro dos limites de um ecossistema</p><p>natural ou manejado, para sustentar a produtividade por um longo</p><p>período, ou seja, uma produtividade sustentável.</p><p>A qualidade do solo vai depender da extensão em que o solo</p><p>funcionará, considerando o “benefício humano, de acordo com a</p><p>composição natural do solo, sendo também fortemente relacionada com</p><p>as práticas intervencionistas do homem” (ARAÚJO et al., 2012, p. 187).</p><p>Quando submetidos a certos sistemas de cultivo, os solos tendem</p><p>a um novo estado de equilíbrio, perceptível pelas diversas manifestações</p><p>de seus atributos, desfavorecendo a sua capacidade produtiva. Esses</p><p>efeitos devem-se ao tipo de preparo caracter��stico de cada sistema de</p><p>cultivo, dependem de aspectos como o trânsito de máquinas, tipo de</p><p>equipamento utilizado, manejo dos resíduos vegetais e condições de</p><p>umidade. Essa relação entre o manejo e a qualidade do solo podem ser</p><p>avaliadas por meio do comportamento de indicadores físicos, químicos</p><p>e biológicos (GOMES, 2021).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>15</p><p>A qualidade do solo e a sustentabilidade agrícola estabelecem</p><p>suas relações fundamento-as no tempo, ou seja, desempenham suas</p><p>funções buscando preservá-las para uso futuro. Portanto, “a relação</p><p>entre QS e sustentabilidade agrícola consiste na produção de alimentos</p><p>e fibras em um solo capaz de cumprir suas funções, num processo</p><p>de produção ambientalmente seguro, economicamente viável e</p><p>socialmente aceito” (VEZZANI; MIELNICZUK, 2009, p. 744).</p><p>A sustentabilidade agrícola está fundamentada em cinco pilares:</p><p>produtividade, segurança, proteção, viabilidade e aceitabilidade (IBID, 2009).</p><p>No âmbito das atividades agrícolas, a sustentabilidade pode ser</p><p>conceituada de diversas formas, no entanto, a definição base fundamenta-</p><p>se na valorização dos recursos internos dos sistemas agrícolas produtivos,</p><p>traduzidos historicamente pela manutenção da produtividade ao longo</p><p>do tempo (GOMES, MELLO, MANGABEIRA, 2009).</p><p>Técnicas para Avaliação da Fertilidade</p><p>Temos diversos métodos de avaliação da fertilidade ou dos</p><p>nutrientes no solo para as plantas. Dentre eles, vantagens e desvantagens</p><p>são apresentadas; a escolha normalmente segue os objetivos aos quais</p><p>determinado solo será utilizado.</p><p>Figura 3 – Avaliação da fertilidade</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>16</p><p>A amostragem compreende em obter uma porção que possa</p><p>representar uma população para estudo. A população consiste em um</p><p>conjunto de elementos que possuam entre si característica em comum.</p><p>A finalidade da amostragem é estimar parâmetros de uma população</p><p>visando satisfazer às necessidades para estudo baseados nessas</p><p>informações.</p><p>O processo de estratificação considera a uniformidade da</p><p>vegetação, da topografia, da drenagem, da cor do solo, da textura e</p><p>independe do tamanho da área (MENDES, 2007), podemos entender</p><p>cada um desses elementos conforme a figura a seguir.</p><p>Figura 4 – Fatores do processo de estratificação do solo</p><p>VEGETAÇÃO</p><p>É um dos principais fatores de</p><p>estratificação, porque ao mesmo</p><p>tempo em que é um fator</p><p>pedogenético, permite estimar as</p><p>diferenças entre solos. Para fins</p><p>de amostragem de solos, devem</p><p>ser consideradas a vegetação</p><p>passada, a atual e também as</p><p>culturas a serem realizadas.</p><p>TOPOGRAFIA</p><p>É um fator tão importante que</p><p>poderá determinar a presença</p><p>de diferentes solos, por exemplo,</p><p>em nível de grande grupo, além</p><p>de determinar variações em</p><p>fertilidade e de disponibilidade</p><p>de água.</p><p>COR DO SOLO</p><p>Pode indicar diferenças no</p><p>material parental, na quantidade</p><p>e qualidade de matéria orgânica.</p><p>TEXTURA</p><p>É de difícil avaliação. Deve ser</p><p>considerada com muito cuidado</p><p>para não agrupar unidades de</p><p>solo de texturas diferentes. Será</p><p>considerada como um critério</p><p>específico na interpretação dos</p><p>resultados e na recomendação</p><p>do uso de fertilizantes.</p><p>FATORES DE</p><p>ESTRATIFICAÇÃO</p><p>Fonte: Adaptada de Mendes (2007).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>17</p><p>A amostragem e a estratificação são dois termos importantes</p><p>para a avaliação da fertilidade do solo. Assim, é possível identificar as</p><p>melhores formas de manejo e os fertilizantes adequados que tornarão o</p><p>solo mais saudável e produtivo.</p><p>Vamos discorrer acerca dos seguintes métodos de avaliação</p><p>da fertilidade do solo, considerados os utilizados: sintomas visuais de</p><p>deficiência, experimento de campo, análises microbiológicas, análises</p><p>de tecido e análises químicas de solo. Para tanto, utilizaremos as</p><p>abordagens de Miranda (1982).</p><p>• Sintomas visuais de deficiência</p><p>São percebidos visualmente quando as plantas apresentam</p><p>deficiência de nutrientes. Entretanto, algumas plantas demonstram</p><p>mais tal deficiência que outras, o que dificulta essa identificação. Como</p><p>também os sintomas de deficiência podem ser confundidos com</p><p>doenças, sendo que muitas vezes a detecção da deficiência é tardia,</p><p>prejuízos ao desenvolvimento da lavoura podem ser gerados. Indica-se</p><p>seu uso em plantios de culturas perenes e não anuais.</p><p>• Experimento de campo</p><p>O experimento de campo é o método ideal para a avaliação,</p><p>entretanto, esse método é dispendioso e necessita de pessoas</p><p>especializadas para a supervisão. Permite identificar efeitos isolados de</p><p>cada nutriente e suas interações sob as condições de manejo e climáticas.</p><p>As limitações dessa avaliação consistem em suas informações voltadas</p><p>para a cultura, solo e o ano que foi plantado.</p><p>• Análises microbiológicas</p><p>Análises microbiológicas são feitas por meio da absorção de</p><p>nutrientes por microrganismos. Os microrganismos são desenvolvidos</p><p>em meio a cultura durante um período de 4 a 10 dias. São acrescidos</p><p>todos os nutrientes necessários, exceto aquele que é alvo do estudo.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>18</p><p>• Análises de tecido</p><p>A análise de tecido constitui um método de determinação química</p><p>do teor total de nutrientes no tecido vegetal. Possui maior aplicação em</p><p>plantas perenes, nas quais a partir das deficiências identificadas essas</p><p>serão corrigidas.</p><p>• Análises químicas de solo</p><p>As análises químicas de solo constituem as mais empregadas na</p><p>avaliação da fertilidade do solo e para a identificação das necessidades</p><p>de nutrientes das plantas. Suas vantagens:</p><p>(i) Permite analisar um grande volume de forma rápida.</p><p>(ii) Sua realização é possível em qualquer período do ano.</p><p>(iii) Método relativamente barato e de boa precisão.</p><p>(iv) Os dados obtidos servirão de base para a recomendação da</p><p>adubação.</p><p>Indicadores de Qualidade</p><p>Após a visibilidade do tema, os estudos que envolvem as relações</p><p>entre a agricultura e o Meio Ambiente tornou crescente a necessidade</p><p>da adoção de critérios no intuito de avaliar as condições ideais do</p><p>agroecossistema e estabelecer as referências que pudessem reproduzir,</p><p>satisfatoriamente, os limites ou índices desejáveis ou aceitáveis de</p><p>determinados parâmetros, particularmente no meio agrícola (GOMES;</p><p>FILIZOLA, 2006). Por isso, a importância da avaliação da qualidade do</p><p>solo:</p><p>A correta avaliação da qualidade exige métodos</p><p>sistemáticos para medir e interpretar as contribuições das</p><p>propriedades e atributos do solo que podem ser utilizados</p><p>como indicadores de qualidade. Existem diversas</p><p>proposições de métodos e modelos para avaliação do</p><p>índice de qualidade do solo. Todos</p><p>são conceitualmente</p><p>similares e derivam daqueles propostos para determinação</p><p>dos índices de produtividade (MELO FILHO; SOUZA;</p><p>SOUZA, 2007, p. 1601).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>19</p><p>Para a manutenção do sistema agrícola produtivo, os indicadores</p><p>físicos e químicos de qualidade do solo são condições indispensáveis.</p><p>Indicadores químicos de qualidade do solo</p><p>A determinação dos indicadores químicos é muito importante, pois</p><p>relacionam os nutrientes necessários ao desenvolvimento e crescimento</p><p>das plantas, relevantes a agricultura, em que a produtividade é</p><p>fundamental.</p><p>Gomes e Filizola (2006, p. 6) elencam as quatro classes</p><p>normalmente agrupadas de indicadores químicos:</p><p>(i) aqueles que indicam os processos do solo ou de comportamento.</p><p>(ii) aqueles que indicam a resistência a troca de cátions.</p><p>(iii) aqueles que indicam as necessidades nutricionais das plantas.</p><p>(iv) aqueles que indicam contaminação ou poluição.</p><p>Os principais indicadores químicos de qualidade de solo do ponto</p><p>de vista agronômico são: ph, carbono orgânico, CTC efetiva, nitrogênio</p><p>do solo, nutrientes disponíveis para as plantas, condutividade elétrica e</p><p>sais solúveis totais (GOMES; FILIZOLA, 2006).</p><p>Indicadores físicos de qualidade do solo</p><p>Normalmente, os principais indicadores físicos utilizados e</p><p>recomendados são: textura, espessura, densidade do solo, resistência à</p><p>penetração, porosidade, capacidade de retenção d’água, condutividade</p><p>hidráulica e estabilidade de agregados. Na sequência, observe com</p><p>atenção o quadro.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>20</p><p>Quadro 1 – Principais indicadores físicos do solo</p><p>INDICADORES CONSIDERAÇÕES</p><p>Textura</p><p>É uma propriedade que tem estreita relação com a</p><p>retenção e o transporte de água, estrutura do solo,</p><p>teor de nutrientes e de matéria orgânica, além de</p><p>influenciar fortemente os processos erosivos do solo.</p><p>Espessura</p><p>Estreita relação entre a produtividade agrícola e a</p><p>profundidade do solo, levando-se em consideração</p><p>sua importância na armazenagem de água e</p><p>suprimento de nutrientes para as plantas.</p><p>Densidade do</p><p>solo</p><p>É a propriedade física mais dinâmica e varia em</p><p>função da textura, de acordo com as condições</p><p>estruturais do solo, sendo alterada pelo cultivo,</p><p>pela compressão de máquinas agrícolas, por</p><p>animais e condições ambientais do meio.</p><p>Resistência à</p><p>penetração</p><p>É uma estratégia útil para avaliar a limitação à</p><p>penetração e o crescimento e desenvolvimento</p><p>do sistema radicular, mas pode haver divergências</p><p>quanto à correlação entre a pressão exercida pelo</p><p>penetrômetro e a real capacidade das raízes em</p><p>exercer a referida pressão.</p><p>Porosidade</p><p>Costuma-se classificar os poros do solo de acordo</p><p>com as classes de tamanho, ou seja, macroporos e</p><p>microporos.</p><p>Retenção</p><p>d’água</p><p>Esta propriedade está relacionada ao transporte e</p><p>armazenamento de água no solo, à erosividade do</p><p>solo e ao teor de água disponível.</p><p>Condutividade</p><p>hidráulica</p><p>Descreve sua capacidade em transmitir água</p><p>e depende da geometria dos poros e das</p><p>propriedades do fluido contido neles.</p><p>Estabilidade de</p><p>agregados</p><p>O parâmetro que melhor se correlaciona</p><p>com a erodibilidade do solo, pois influencia a</p><p>infiltração, a retenção de água, a aeração e a</p><p>resistência à penetração de raízes, o selamento e</p><p>o encrostamento superficial, a erosão hídrica e a</p><p>eólica.</p><p>Fonte: Adaptado de Araújo et al. (2012).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>21</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu</p><p>mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de</p><p>que você realmente entendeu o tema de estudo deste</p><p>capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.</p><p>Em meados da década de 1990, a comunidade científica</p><p>despertou o interesse à importância do solo para a</p><p>qualidade ambiental global e para a sustentabilidade</p><p>agrícola, iniciando estudos sobre a Qualidade do Solo</p><p>(QS).</p><p>O conceito de qualidade do solo não chegou a um consenso,</p><p>entretanto, considerando a definição de Doran e Parkin (1994), a qualidade</p><p>do solo corresponde à capacidade do solo funcionar dentro dos limites</p><p>de um ecossistema natural ou manejado, para sustentar a produtividade</p><p>por um longo período, ou seja, uma produtividade sustentável.</p><p>Quanto as técnicas para avaliação da fertilidade, as mais comuns</p><p>são: sintomas visuais de deficiência, experimento de campo, análises</p><p>microbiológicas, análises de tecido e análises químicas de solo. Após</p><p>a visibilidade do tema, foram necessários ao desenvolvimento de</p><p>critérios no intuito de avaliar as condições ideais do agroecossistema e</p><p>estabelecer as referências que pudessem reproduzir, satisfatoriamente,</p><p>os limites ou índices desejáveis ou aceitáveis de determinados</p><p>parâmetros, neste caso, os indicadores de qualidade do solo, que</p><p>podem ser: os indicadores físicos e químicos.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>22</p><p>Fertilidade do Solo e Uso de Fertilizantes</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar</p><p>e avaliar a qualidade do solo. Para tanto, serão dadas</p><p>as bases teóricas e isto é fundamental para uma prática</p><p>profissional bem-sucedida. Vamos juntos avançar em</p><p>mais uma etapa da nossa disciplina.</p><p>Conceitos Importantes Quanto a</p><p>Fertilidade do Solo</p><p>A fertilidade do solo ao longo do tempo foi alvo de inúmeras</p><p>tentativas visando conceituá-la, tendo em vista que sempre houve a</p><p>tendência de associar a fertilidade em termos de produtividade, usando</p><p>os termos fertilidade e produtividade como sinônimos.</p><p>Figura 5 – Uso de fertilizante</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>23</p><p>Baseado no desenvolvimento de técnicas analíticas, foi possível</p><p>desvincular, parcialmente, a produção da planta da fertilidade do solo</p><p>como um índice para calcular o nível de nutrientes passíveis de serem</p><p>absorvidos (MENDES, 2007).</p><p>A fertilidade do solo está relacionada a capacidade do solo</p><p>em suprir elementos essenciais às plantas. O solo com uma boa</p><p>fertilidade indica que suas quantidades e proporções de nutrientes estão</p><p>adequadas ao crescimento e produtividade das plantas (MORAES, 2021).</p><p>Para Mendes (2007), além das condições físicas e microbiológicas,</p><p>a equação de produção considera a fertilidade como um de seus</p><p>componentes, envolvendo também outros fatores, como a mineralogia</p><p>e a química.</p><p>A equação da produção:</p><p>P = f (s, c, p, m)</p><p>Os quais representam:</p><p>P = Produção.</p><p>s = Solo.</p><p>c = Clima.</p><p>p = Planta.</p><p>m = Manejo.</p><p>O solo fértil sustenta as plantas, armazena água, filtra a poluição e</p><p>fonte de alimento. Por isso, a necessidade do cuidado e gerenciamento</p><p>da fertilidade do solo.</p><p>Na produção agrícola, o solo representa um dos recursos naturais</p><p>mais importantes. Um solo produtivo é um solo fértil que ainda apresenta</p><p>boas características físicas e biológicas, livre de elementos tóxicos e</p><p>localizado em regiões com fatores climáticos favoráveis (MORAES, 2021).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>24</p><p>As principais formas de fertilidade são: fertilidade natural, fertilidade</p><p>potencial, fertilidade atual e fertilidade operacional, apresentadas no</p><p>quadro abaixo.</p><p>Quadro 2 - Principais formas de fertilidade</p><p>TIPO DEFINIÇÃO</p><p>Fertilidade</p><p>natural</p><p>É a formação natural do solo: material de origem +</p><p>ambiente + organismos + tempo.</p><p>Fertilidade</p><p>potencial</p><p>Pode manifestar determinadas condições, as</p><p>quais vão identificar o que pode estar limitando a</p><p>real capacidade do solo em fornecer nutrientes</p><p>à plantação, como acontece com os solos</p><p>denominados ácidos.</p><p>Fertilidade</p><p>atual</p><p>É a fertilidade do solo depois da ação antrópica (do</p><p>homem). Práticas de manejo por meio da correção e</p><p>adubação mineral ou adubação orgânica do solo são</p><p>exemplos de práticas humanas.</p><p>Fertilidade</p><p>operacional</p><p>Diferentemente das outras, essa é feita a partir</p><p>dos teores de nutrientes no solo por determinados</p><p>extratores químicos.</p><p>Fonte: Moraes (2021).</p><p>A fertilidade natural considera a fertilidade do solo quando</p><p>este não</p><p>sofreu manejo algum, ou seja, um solo que não foi trabalhado e, portanto,</p><p>não sofreu interferência antrópica. Seu uso é bastante comum para avaliar</p><p>e classificar solos onde não existe atividade agrária (MENDES, 2007).</p><p>A fertilidade potencial evidencia a existência de algum elemento</p><p>ou característica, o qual impede o solo de mostrar a sua real capacidade</p><p>de ceder nutrientes. Essas condições limitantes, ao persistirem, torna a</p><p>capacidade de ceder elementos obstruída, mesmo em condições de</p><p>fertilidade alta (IBID., 2007).</p><p>A fertilidade atual representa o solo após o uso de práticas de</p><p>manejo mediante as necessidades das culturas; seria a fertilidade de um</p><p>solo já trabalhado (MENDES, 2007).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>25</p><p>Fertilidade do Solo e Produtividade</p><p>A fertilidade do solo constitui um dos fatores pelos quais os</p><p>resultados da agricultura no século XXI está elevado. Entretanto, mesmo</p><p>apresentando ganhos em alta escala, o solo é o principal limitador</p><p>para o avanço da produtividade. O produtor, mesmo investindo em</p><p>tecnologias avançadas, não consegue potencializá-lo, mediante a baixa</p><p>fertilidade e a falta de equilíbrio do solo. Ao buscar meios sustentáveis,</p><p>a agricultura consegue melhorar a fertilidade resultando no aumento da</p><p>produtividade da agropecuária, como também melhorias na produção</p><p>rural, que resultam em melhor qualidade de vida do produtor rural</p><p>(SUTIL, 2021).</p><p>Alguns procedimentos são usados para favorecer a composição</p><p>química do solo, com o intuito de ampliar a produção agrícola. São eles:</p><p>•• Plantio direto.</p><p>•• Rotação, consorciamento ou sucessão de culturas.</p><p>•• Melhor aproveitamento dos fertilizantes.</p><p>•• Adubação verde.</p><p>•• Integração lavoura-pecuária-floresta.</p><p>Um bom crescimento e desenvolvimento vegetal necessita da</p><p>absorção de nutrientes em proporções adequadas, pois uma deficiência</p><p>ou o excesso desses nutrientes pode causar o desequilíbrio e até mesmo</p><p>a morte da planta.</p><p>É muito importante realizar a gestão completa dos nutrientes</p><p>visando o aumento da eficiência dos recursos e o aprimoramento da</p><p>produtividade das plantas. A elaboração de um plano de estruturação e</p><p>manejo correto do solo corresponde a pontos fundamentais no cultivo</p><p>de qualquer lavoura (MORAES, 2021).</p><p>O processo produtivo pode ser visto como a relação entre os</p><p>seguintes fatores: planta, clima, manejo e solo.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>26</p><p>Figura 6 – Relação dos elementos do processo produtivo</p><p>Fonte: Elaborada pela autora (2021).</p><p>Para que sejam atingidos índices elevados de produtividade, são</p><p>necessários a interação entre esses elementos: solo saudável, clima</p><p>favorável, manejo adequado e plantio. As características do solo também</p><p>podem ser alteradas mediante a escolha ideal de manejo desse solo.</p><p>Para Franzoni (2018), o manejo fortalece esses componentes e</p><p>diminui os impactos da escassez de chuvas, por exemplo. O nível de</p><p>fertilidade do solo resulta das características naturais e também da</p><p>interação dos componentes físico, químico e biológico.</p><p>O Uso de Fertilizantes e o Solo</p><p>O objetivo do manejo de nutrientes consiste em um suprimento</p><p>adequado de todos os nutrientes principais para o período de</p><p>crescimento da cultura, visto que inferiores quantidades de nutrientes</p><p>podem ocasionar perda da produção. Nesse sentido, os fertilizantes</p><p>desempenham uma função vital ao desenvolvimento das plantas ao</p><p>propiciar os nutrientes que ela apresenta deficiências.</p><p>Os fertilizantes podem ser divididos como minerais ou orgânicos,</p><p>naturais ou sintéticos, de um ou mais nutrientes para as plantas. O uso</p><p>consciente e adequadas técnicas agrícolas constituem a chave para o</p><p>incremento e decorrente aumento da produtividade agrícola e, como</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>27</p><p>consequência, os custos dos alimentos são reduzidos. Sendo assim,</p><p>podem levar ao expressivo aumento da produtividade das culturas,</p><p>qualidade de alimentos e para sustentabilidade econômica e ambiental</p><p>(MORAES, 2021).</p><p>Os fertilizantes orgânicos são divididos em:</p><p>• Simples: produto natural de origem vegetal ou animal; contém um</p><p>ou mais nutrientes de plantas.</p><p>• Misto: sua natureza é orgânica, oriunda da junção de dois ou mais</p><p>fertilizantes orgânicos simples; contém um ou mais nutrientes de</p><p>plantas.</p><p>• Composto: a sua obtenção advém de processos físicos, químicos,</p><p>físico-químicos ou bioquímicos, naturais ou controlados, por meio</p><p>de matéria-prima de origem industrial, urbana ou rural, vegetal ou</p><p>animal, isoladas ou misturadas (Ibid., 2021)</p><p>Os fertilizantes minerais são divididos em:</p><p>• Simples: sua formação contém apenas um composto químico;</p><p>contém um ou mais nutrientes de plantas.</p><p>• Misto: resulta da mistura física de dois ou mais fertilizantes</p><p>minerais.</p><p>• Complexo: sua formação advém da junção de dois ou mais</p><p>compostos químicos; contém dois ou mais nutrientes de plantas</p><p>(MORAES, 2021).</p><p>Quando se torna deficiente o suprimento de nutrientes do solo,</p><p>a área vem a receber a suplementação desses por meio do uso de</p><p>fertilizantes. Estes podem ser aplicados em todos os tipos de sistemas</p><p>de produção das culturas, visando a obtenção de níveis adequados de</p><p>produtividades. Reetz (2017) destaca a importância da prática:</p><p>O uso adequado de fertilizantes minerais é um dos</p><p>principais fatores para promover a segurança alimentar</p><p>global nos tempos atuais. Mais de 48% dos 7 bilhões</p><p>de pessoas hoje, estão vivendo por causa do aumento</p><p>da produção das culturas obtido pela aplicação de</p><p>fertilizantes nitrogenados. A extensão pela qual a produção</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>28</p><p>mundial de alimentos depende do uso de fertilizantes irá,</p><p>inevitavelmente, aumentar no futuro. Sem fertilizantes, o</p><p>mundo poderia produzir somente cerca da metade dos</p><p>alimentos básicos, e mais áreas sob florestas teriam que</p><p>ser convertidas em áreas para a produção com culturas</p><p>(REETZ, 2017, p. 18).</p><p>Na qualidade de substâncias minerais ou orgânicas, naturais</p><p>ou sintéticas, os nutrientes fornecidos são divididos em macro e</p><p>micronutrientes. Os macronutrientes fazem parte das moléculas</p><p>essenciais para a vida da planta, sendo necessárias grandes quantidades,</p><p>e sua função é estrutural, enquanto os micronutrientes necessitam em</p><p>menores quantidades, sendo sua função reguladora, além de fazer parte</p><p>das enzimas. Ambos podem ser identificados na figura seguinte:</p><p>Figura 7 – Os macronutrientes e micronutrientes do solo</p><p>Nitrogênio (N)</p><p>Fósforo (P)</p><p>Potássio (K)</p><p>Cálcio (CA)</p><p>Magnésio (Mg)</p><p>Enxofre (S)</p><p>MACRONUTRIENTES</p><p>Cloro (Cl)</p><p>Manganês (Mn)</p><p>Boro (B)</p><p>Zinco (Zn)</p><p>Ferro (Fe)</p><p>Cobre (Cu)</p><p>Níquel (Ni)</p><p>Molibdênio (Mo)</p><p>Cobalto (Co)</p><p>MICRONUTRIENTES</p><p>Fonte: Moraes (2021).</p><p>Franzoni (2018) apresenta um plano de fertilidade do solo em sete</p><p>etapas. Conforme a autora, uma gestão integrada do solo maximiza a</p><p>eficiência do uso de nutrientes e melhora a produtividade das culturas,</p><p>sendo essas:</p><p>1. Planejamento da necessidade de fertilizantes</p><p>Deverá considerar a cultura específica; poderá ser pesquisado</p><p>na Internet (em sites institucionais) ou por meio de um consultor</p><p>especializado. É indicado que sejam observados os registros e os custos.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>29</p><p>2. Saiba seu tipo de solo</p><p>É importante conhecer o seu solo para adequá-lo a melhor forma</p><p>de manejo. Para a identificação do solo tem-se a observação em campo</p><p>ou a coleta de amostras com uma análise física.</p><p>3. Faça a análise química do solo</p><p>Necessária para o conhecimento dos fertilizantes e corretivos que</p><p>serão usados no solo.</p><p>4. Realize a calagem adequada</p><p>Para maximizar a eficiência desse procedimento, é necessário a</p><p>análise do solo para que os cálculos da calagem estejam corretos.</p><p>5. Faça a adubação necessária</p><p>Adubar não mais que o necessário. Utilizar a quantidade necessária</p><p>de nutrientes mediante o resultado da análise do solo.</p><p>6. Realize</p><p>a análise de adubos orgânicos</p><p>Esses tipos de adubo necessitam de análises para que sejam</p><p>conhecidos o quanto de nutrientes foram aplicados e o quanto de</p><p>complemento de fertilizantes naturais será necessário.</p><p>7. Proteja o seu solo</p><p>Como exemplo dessa prática, o cerrado brasileiro, que utilizando</p><p>do manejo conservacionista do solo, em especial o plantio direto e a</p><p>calagem, tornaram os solos de baixa produtividade em um dos solos</p><p>mais produtivos do mundo.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>30</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que aprendeu na segunda</p><p>competência? Aprendeu mesmo? Agora, só para termos</p><p>certeza de que você realmente entendeu o tema de</p><p>estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.</p><p>A fertilidade do solo está relacionada à capacidade do</p><p>solo em suprir elementos essenciais às plantas. O solo</p><p>com uma boa fertilidade indica que suas quantidades</p><p>e proporções de nutrientes estão adequadas ao</p><p>crescimento e produtividade das plantas. O solo fértil</p><p>sustenta as plantas, armazena água, filtra a poluição e</p><p>fonte de alimentos, por isso, a necessidade do cuidado e</p><p>gerenciamento da fertilidade do solo.</p><p>As principais formas de fertilidade são: fertilidade natural,</p><p>fertilidade potencial, fertilidade atual e fertilidade operacional. Quanto</p><p>ao manejo do solo, seu objetivo consiste em um suprimento adequado</p><p>de todos os nutrientes principais para o período de crescimento da</p><p>cultura, visto que inferiores quantidades de nutrientes podem ocasionar</p><p>perda da produção.</p><p>Os fertilizantes desempenham uma função vital ao</p><p>desenvolvimento das plantas ao propiciar os nutrientes que ela</p><p>apresenta deficiências. Os fertilizantes podem ser divididos como</p><p>minerais, sendo estes classificados em: simples, mistos ou compostos;</p><p>ou orgânicos, sendo estes classificados em: simples, mistos ou</p><p>complexos. Na qualidade de substâncias minerais ou orgânicas,</p><p>naturais ou sintéticas, os nutrientes fornecidos são divididos em macro</p><p>e micronutrientes.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>31</p><p>Solo e Água: Funções Ecológicas e</p><p>Irrigação</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar</p><p>e avaliar a qualidade do solo. Para tanto, serão dadas</p><p>as bases teóricas e isto é fundamental para uma prática</p><p>profissional bem-sucedida. Vamos juntos avançar em</p><p>mais uma etapa da nossa disciplina.</p><p>Água: O Elemento Natural e Essencial</p><p>A água é essencial à vida, demonstrando utilidade a diversas</p><p>atividades humanas e constitui componente fundamental da paisagem</p><p>e Meio Ambiente. Sua utilidade é múltipla, como na geração de energia</p><p>elétrica, abastecimento doméstico e industrial, irrigação, navegação,</p><p>recreação, turismo, aquicultura, piscicultura, pesca e, ainda, assimilação</p><p>e condução de esgoto (LIMA; FERREIRA; CHRISTOFIDIS, 1999).</p><p>Figura 8 – Irrigação</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>32</p><p>Segundo Mantovani (2021), o crescimento populacional e a</p><p>demanda de alimentos no mundo estão em constante crescimento.</p><p>Segundo estudos da FAO, estima-se que em 2050 a população</p><p>mundial esteja em nove bilhões de habitantes. Com esse crescimento,</p><p>haverá a expansão da produção de alimentos entre 60% e 70%. Nesse</p><p>contexto, haverá também a expansão da agricultura irrigada mundial</p><p>para o atendimento dessas necessidades. Essas estimativas podem ser</p><p>observadas atualmente, conforme relata PAZ et al. (2000):</p><p>As taxas de crescimento da produção agrícola mundial,</p><p>superadas pelas dos incrementos populacionais nos</p><p>últimos anos, vêm causando certa intranquilidade</p><p>com relação à segurança alimentar. Ao lado da oferta</p><p>de alimentos, estão a degradação dos solos, a baixa</p><p>resposta positiva da produtividade ao uso de fertilizantes e</p><p>defensivos e a escassez de água, principais entraves que</p><p>inviabilizaram o aumento da produção agrícola compatível</p><p>com a população (PAZ et al., 2000, p. 466).</p><p>Segundo o autor, a maioria dos países conhecem seus próprios</p><p>problemas de disponibilidade e uso dos recursos naturais, no entanto,</p><p>apresentam dificuldades tecnológicas para aplicação e para o</p><p>estabelecimento de programas de preservação desses recursos. A</p><p>escassez de água para muitos países constitui um fator limitante ao</p><p>desenvolvimento.</p><p>O ciclo da água são as mudanças tanto de lugar quanto de estado</p><p>físico, que ocorrem com a água ao longo do tempo, compreendendo as</p><p>seguintes fases:</p><p>• Evaporação: mudança da água do estado líquido ao gasoso.</p><p>• Condensação: mudança da água do estado gasoso ao estado</p><p>líquido.</p><p>• Solidificação: mudança da água do estado líquido ao sólido.</p><p>• Precipitação: corresponde às águas que caem na superfície</p><p>terrestre, as chuvas (ZONTA; MONTA, 2008).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>33</p><p>A chuva corresponde a um dos fatores climáticos de influência</p><p>para a erosão dos solos. A intensidade é o fator pluviométrico que mais</p><p>contribui a erosão; quanto mais intensas as chuvas, maiores as perdas</p><p>por erosão.</p><p>A erosão ocasionada por meio da água, a erosão hídrica, pode</p><p>ser de diversas formas e ocorrer simultaneamente na mesma área. A</p><p>classificação da erosão está condicionada às enxurradas na superfície</p><p>do solo.</p><p>Quadro 3 – Formas de erosão hídrica</p><p>TIPO CONSIDERAÇÕES</p><p>Erosão pelo</p><p>impacto da</p><p>chuva</p><p>Os danos causados pelas gotas de chuvas que</p><p>golpeiam o solo a uma alta velocidade constituem o</p><p>primeiro passo no processo da erosão, rompendo os</p><p>grânulos e torrões, reduzindo-os a partículas menores</p><p>e, em consequência, fazendo diminuir a capacidade de</p><p>infiltração de água do solo.</p><p>Erosão</p><p>laminar</p><p>É a remoção de camadas delgadas de solo sobre toda</p><p>área, sendo, portanto, a forma de erosão menos notada,</p><p>e por isso a mais perigosa. Entretanto, em culturas</p><p>perenes pode-se perceber, após alguns anos, que as</p><p>raízes ao serem expostas indicam a profundidade da</p><p>camada de solo que foi arrastada.</p><p>Erosão em</p><p>sulcos</p><p>Resulta de pequenas irregularidades na declividade do</p><p>terreno que faz com que a enxurrada, concentrando-</p><p>se em alguns pontos do terreno, atinja volume e</p><p>velocidade suficientes para formar sulcos mais ou</p><p>menos profundos.</p><p>Voçorocas</p><p>É a forma espetacular da erosão ocasionada por</p><p>grandes concentrações de enxurrada que passam, anos</p><p>após anos, no mesmo sulco, que vai se ampliando pelo</p><p>deslocamento de grandes massas de solo e formando</p><p>grandes cavidades em extensão e em profundidade</p><p>Fonte: Zonta e Monta, 2008.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>34</p><p>O Uso da Irrigação</p><p>A irrigação consiste em uma prática comum em nosso dia a dia tanto</p><p>nos campos de futebol ou quando consumimos alimentos. Ela utiliza um</p><p>conjunto de equipamentos e técnicas visando o fornecimento de água às</p><p>plantas, complementando o que foi fornecido pelas chuvas e solo. Torna-se</p><p>fundamental em muitas regiões que sofrem com as secas e a consequente</p><p>escassez de água, nas quais muitas culturas apenas conseguem ser</p><p>produzidas pela complementação da irrigação (ANA, 2017).</p><p>Da agricultura advém os alimentos necessários a subsistência</p><p>humana, sendo necessário que o produtor busque as melhores técnicas</p><p>de manejo para que o plantio possa ser bem-sucedido. Devido às</p><p>instabilidades dos climas de muitas regiões, as quais a escassez de</p><p>chuvas é comum, limitando assim a produtividade, tem-se na irrigação</p><p>o fator primordial a produção agrícola.</p><p>A produção de alimentos passou a ser um negócio competitivo,</p><p>controlada pelo mercado e regulamentada por legislações ambientais</p><p>e sanitárias a cada dia mais exigentes. Na irrigação pode-se considerar</p><p>os baixos índices de eficiência como a grande problemática, sejam</p><p>por fatores técnicos, climatológicos, de manejo do solo e dos cultivos.</p><p>Podemos considerar também as perdas por evaporação e lixiviação</p><p>(BRITO et al., 2012). Nesse sentido, o melhor caminho consiste na</p><p>maximização da eficiência de utilização de água:</p><p>A palavra-chave é maximização da eficiência de utilização</p><p>de água, aumentando-se</p><p>o seu rendimento econômico,</p><p>pois em tempos remotos o setor que será mais prejudicado</p><p>pela escassez do recurso em quantidade e qualidade,</p><p>será o agrícola. A eficiência de irrigação, tomada como</p><p>a razão entre a quantidade de água efetivamente usada</p><p>pela cultura e a quantidade retirada da fonte, no âmbito</p><p>mundial, é ainda muito baixa, situando-se, em termos</p><p>médios, em torno de 37 % (BRITO et al., 2012, p.7)</p><p>O uso da irrigação de forma racional pode promover uma economia</p><p>média de 20% da água e 30% da energia consumida. Esta última se refere</p><p>a não aplicação da água e uso otimizado dos equipamentos utilizados</p><p>(IBID, 2012).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>35</p><p>As técnicas de irrigação podem ser agrupadas, considerando a</p><p>forma de aplicação da água. Tem-se, assim, quatro métodos principais:</p><p>• Irrigação por superfície – a água é disposta na superfície do</p><p>solo, ocorrendo o controle de seu nível para aproveitamento das</p><p>plantas.</p><p>• Irrigação subterrânea – nesse método, a aplicação da água é</p><p>feita abaixo da superfície do solo, de modo a controlar o lençol</p><p>freático, possibilitando o aproveitamento pelas raízes das plantas.</p><p>• Irrigação por aspersão – aqui, a água é aplicada sob pressão</p><p>acima do solo, utilizando de aspersores ou orifícios, formando</p><p>uma chuva artificial.</p><p>• Irrigação localizada – esta faz uso da aplicação em uma área</p><p>bastante limitada, por meio de pequenos volumes de água, sob</p><p>pressão, com alta frequência (ANA, 2017).</p><p>A qualidade da água utilizada na agricultura pode ser inferior</p><p>àquela usada para fins comerciais e residenciais, sendo possível o</p><p>tratamento da água, tornando-se cada vez mais comum essa prática</p><p>em sistemas agrícolas, que recorrem a águas recicladas como forma de</p><p>superar os problemas causados pelas secas (BRITO et al., 2012). Assim,</p><p>podemos perceber que o reuso da água, na condição de água reciclada,</p><p>apresenta-se como uma alternativa sustentável, racionalizando o uso</p><p>desse bem.</p><p>Muitos países adotam essa prática investindo em tecnologia e</p><p>possuem regulamentação específica de usabilidade, tendo em vista que</p><p>os custos da água reciclada são inferiores comparados a outras fontes</p><p>não convencionais. Entretanto, mostra-se necessária a atenção aos</p><p>investimentos e custos, conforme consideram Brito et al. (2012):</p><p>Mas para isso, o efluente deve sofrer um tratamento, depois</p><p>ser armazenado e transportado para as áreas de produção</p><p>agrícola. Esses processos apresentam custos variáveis</p><p>que devem ser calculados para obtenção do custo total da</p><p>água de reuso na agricultura. Dessa somatória de custo de</p><p>produção da água reciclada deve ser deduzido o custo o</p><p>custo necessário para tratamento do efluente que atenda</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>36</p><p>as normas ambientais, caso se optasse por sua disposição</p><p>direta nos corpos d’água ao invés de se reutilizar na</p><p>agricultura, e o custo referente à economia na fertilização</p><p>do solo, uma vez que a água residuária contém diversos</p><p>nutrientes (BRITO ET. AL., 2012, p. 9).</p><p>Nessa perspectiva, com menos custos com o tratamento da água</p><p>residuária, a lucratividade será maior. A redução dos custos ao processo</p><p>produtivo poderá reduzir os preços dos alimentos, interferindo na melhor</p><p>qualidade de vida da população e na economia.</p><p>O que também devemos considerar são as contribuições ao</p><p>desenvolvimento sustentável, ao qual permitirá suprir as necessidades</p><p>atuais para a sobrevivência humana e garantir esse bem, a água, para</p><p>que as gerações futuras também possam garantir a sua subsistência, ou</p><p>seja, um consumo consciente e sustentado.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>Com a melhoria na eficiência do uso da água na irrigação</p><p>de 1% nos países em desenvolvimento de clima semiárido</p><p>ou árido, isso resultaria na economia de cerca de 200 mil</p><p>litros de água por hectare/ano.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>37</p><p>A Irrigação no Brasil</p><p>No Brasil, a irrigação teve início na década de 1900 visando a</p><p>produção de arroz no Rio Grande do Sul, apresentando um crescimento</p><p>continuado a partir dos anos 50, com uma taxa média de crescimento ao</p><p>ano de 3,3% (FOLEGATTI et al., 2021).</p><p>Figura 9 – Recursos hídricos no Brasil</p><p>Fonte: Elaborada pela autora (2022).</p><p>A intensificação da atividade em outras regiões do país ocorreu</p><p>a partir das décadas de 1970 e 1980, tendo continuidade nas décadas</p><p>seguintes (ANA, 2017).</p><p>A irrigação no Brasil é o maior usuário de água e a estimativa da</p><p>área irrigável atinge cerca de 29,6 milhões de hectares. Mediante esses</p><p>altos percentuais, a agricultura irrigada requer a maior atenção dos</p><p>órgãos gestores, visando seu uso consciente, tendo em vista que da</p><p>água resulta o aumento da oferta de alimentos e preços inferiores em</p><p>relação aqueles provenientes de áreas não irrigadas, ao possibilitar o</p><p>aumento substancial da produtividade (BRITO et al., 2012).</p><p>Inúmeros fatores contribuem para a necessidade do uso da</p><p>irrigação, como a região do semiárido brasileiro, em que a irrigação é</p><p>fundamental devido à escassez contínua de água; a agricultura só se</p><p>viabiliza mediante a aplicação artificial de água (ANA, 2017).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>38</p><p>O Brasil, mesmo em situação privilegiada perante inúmeros</p><p>outros países, contando com 8% da água doce disponível no mundo</p><p>e concentrando 18% do potencial de água de superfície do planeta,</p><p>apresenta uma considerável desigualdade regional quanto a distribuição</p><p>dos recursos hídricos (PAZ et al., 2000). O gráfico seguinte demonstra a</p><p>distribuição dos recursos hídricos no Brasil.</p><p>Figura 10 – Recursos hídricos no Brasil</p><p>Fonte: Elaborada pela autora (2021).</p><p>O Nordeste possui 27% da população brasileira e 3,3% dos recursos</p><p>hídricos; a Amazônia possui 7% da população e 80% dos recursos,</p><p>tornando evidente a desigualdade regional demonstrada através da</p><p>distribuição dos recursos hídricos entre as regiões brasileiras.</p><p>O país permaneceu por muito tempo sem dar a devida importância</p><p>ao uso e preservação de seus recursos hídricos. Essa constatação levou</p><p>a mudança de conduta e o país passou a buscar formas de recuperar</p><p>essas perdas e melhor aproveitamento das potencialidades hídricas de</p><p>que o país dispõe (LIMA; FERREIRA; CHRISTOFIDIS, 1999).</p><p>O Brasil está entre os dez países com a maior área equipada para</p><p>irrigação do mundo. Os líderes mundiais são a China e a Índia, seguidos</p><p>dos EUA, Paquistão e do Irã. No entanto, isso não significa uma posição</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>39</p><p>privilegiada ao considerarmos as potencialidades hídricas brasileiras,</p><p>conforme as considerações seguintes:</p><p>Entretanto, a irrigação no nosso País é considerada</p><p>pequena frente ao potencial estimado, à área agrícola</p><p>total, à extensão territorial e ao conjunto de fatores físico-</p><p>climáticos favoráveis, inclusive a boa disponibilidade</p><p>hídrica. Esse panorama é o oposto do verificado nos demais</p><p>países líderes em irrigação, já que, de forma geral, estão</p><p>mais próximos do aproveitamento total do seu potencial</p><p>estimado (ANA, 2017, p. 12).</p><p>Além disso, no Brasil, a relação entre a área irrigada e a área</p><p>plantada ainda apresenta pouca expressividade, ou seja, é considerada</p><p>baixa. Entretanto, a participação da produção das lavouras irrigadas</p><p>é significativa. Estima-se uma área total estruturada para a irrigação</p><p>estimada em 278 milhões de hectares (FOLEGATTI, et. al., 2021).</p><p>A situação atual brasileira se mostra diferente de alguns anos</p><p>atrás. Foram ampliadas a capacidade de implementação de formas</p><p>sustentáveis em novas áreas irrigadas, expansão de grandes projetos em</p><p>diversas regiões e a eficiência do sistema de produção irrigada tornou-</p><p>se comum no agronegócio brasileiro, além da ampliação da capacidade</p><p>industrial e de importação, da profissionalização da área comercial e</p><p>de serviços e no conhecimento e formação técnica dos profissionais</p><p>(MANTOVANI, 2021).</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>A irrigação no Brasil</p><p>é responsável por 46% das retiradas</p><p>nos corpos hídricos e por 67% do consumo (água que não</p><p>retorna diretamente). Acesse o Atlas Irrigação e conheça</p><p>mais sobre a irrigação no Brasil.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>http://atlasirrigacao.ana.gov.br/</p><p>40</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que aprendeu na terceira</p><p>competência? Aprendeu mesmo? Agora, só para termos</p><p>certeza de que você realmente entendeu o tema de</p><p>estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.</p><p>A água é essencial à vida, demonstrando utilidade a</p><p>diversas atividades humanas e constitui componente</p><p>fundamental da paisagem e do Meio Ambiente. As</p><p>mudanças que ocorreram ao longo do tempo na</p><p>água compreendem as seguintes fases: evaporação,</p><p>condensação e precipitação.</p><p>A chuva corresponde a um dos fatores climáticos de</p><p>influência para a erosão hídrica, classificadas em: erosão</p><p>pelo impacto da chuva, erosão laminar, erosão em sulcos</p><p>e voçorocas.</p><p>Quanto à irrigação, esta utiliza de um conjunto de equipamentos e</p><p>técnicas visando o fornecimento de água, as plantas, complementando</p><p>o que foi fornecido pelas chuvas e solo, tendo sido fundamental em</p><p>muitas regiões que sofrem com as secas e a consequente escassez de</p><p>água, nas quais muitas culturas apenas conseguem ser produzidas pela</p><p>complementação da irrigação. Tem-se, assim, quatro métodos principais:</p><p>irrigação por superfície, irrigação subterrânea, irrigação por aspersão e</p><p>irrigação localizada. A irrigação no Brasil é a maior usuária de água e a</p><p>estimativa da área irrigável atinge cerca de 29,6 milhões de hectares.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>41</p><p>Solos Brasileiros</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar</p><p>e avaliar a qualidade do solo. Para tanto, serão dadas</p><p>as bases teóricas e isto é fundamental para uma prática</p><p>profissional bem-sucedida. Vamos juntos avançar em</p><p>mais uma etapa da nossa disciplina.</p><p>Histórico da Evolução dos Solos Brasileiros</p><p>Lopes e Guilherme (2007, p. 19) discorrem acerca da evolução</p><p>histórica do desenvolvimento da agricultura no Brasil e destacam que</p><p>desde o seu descobrimento, há uma ligação direta à fertilidade do</p><p>solo, tendo em vista “os grandes ciclos da cana-de-açúcar e do café,</p><p>baseados na fertilidade natural dos solos das matas e na migração para</p><p>novas áreas, quando essa fertilidade natural se exauria”.</p><p>Foram muitas décadas, por meio de observações práticas, que</p><p>surgiram trabalhos envolvendo a fertilidade e o uso de fertilizantes</p><p>orgânicos e minerais para que assim pudessem ocorrer a exploração</p><p>contínua das propriedades rurais.</p><p>Figura 11 – Solo brasileiro</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>42</p><p>Os autores citados anteriormente apresentaram pontos importantes</p><p>da evolução da ciência do solo no Brasil como área do conhecimento:</p><p>• Trabalhos pioneiros em fertilidade do solo e adubação –</p><p>Estrumes nacionais (1895) e Aplicação de adubos artificiais na</p><p>cultura das arvores frutíferas, legumes, flores e nos jardins (1893).</p><p>• Programa do IRI – iniciado em 1950, tinha como uma das missões</p><p>identificar os motivos do declínio da produção de café em terras</p><p>exauridas de São Paulo e corrigi-las economicamente.</p><p>• Projeto FAO/ANDA/ABCAR – em 1969, a ANDA (Associação</p><p>Nacional para Difusão de Adubos) iniciou um projeto para instalar</p><p>campos de demonstração dos resultados de adubos em diferentes</p><p>lavouras; teve como parceira a Organização das Nações Unidas</p><p>para a Alimentação e Agricultura (FAO) e a Associação Brasileira</p><p>de Crédito e Assistência Rural (ABCAR).</p><p>• Operação Tatu – o intuito consistia na identificação das razões que</p><p>levavam a baixa produtividade dos solos situados no Estado do</p><p>Rio Grande do Sul, nome dado pela forma de coleta de amostras</p><p>do solo (cavando buracos).</p><p>• International Soil Fertility Evaluation and Improvement Project</p><p>– tinha como objetivos primários: documentar as necessidades</p><p>quanto a fertilidade do solo e uso de adubos, visando o aumento</p><p>da produção agrícola na América Latina, e ajudar governos e</p><p>agências no desenvolvimento de programas relacionados ao solo.</p><p>• Tropical Soils Research Project – foram desenvolvidas</p><p>dissertações e teses em meados dos anos 70 e 80 envolvendo</p><p>temas de manejo da fertilidade dos solos sob vegetação de</p><p>cerrados; muito desses princípios são válidos e aplicáveis até hoje.</p><p>• Programas Interlaboratoriais de Controle de Qualidade de</p><p>Análises de Solos – tinham como princípio básico de atuação em</p><p>programas regionais a inclusão de amostras-controle de solos,</p><p>visando a verificação de possíveis desvios comparados a média</p><p>dos resultados obtidos.</p><p>• Programa Interlaboratorial de Análise de Tecido Vegetal – a</p><p>análise de tecido vegetal foi o principal objetivo do programa, de</p><p>modo a estimular e fomentar essa prática, constituindo um valioso</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>43</p><p>instrumento na avaliação da fertilidade do solo e na recomendação</p><p>de fertilizantes.</p><p>• Recomendações oficiais de corretivos e fertilizantes – foram</p><p>elaboradas recomendações de corretivos e fertilizantes para as</p><p>mais diversas culturas, por órgãos ligados ao ensino, pesquisa e</p><p>extensão de vários estados no Brasil.</p><p>• Comitê de Qualidade da ANDA – além do uso em doses</p><p>adequadas de fertilizantes e corretivos, também são necessárias</p><p>as garantias quanto à sua qualidade. Foram criados o Programa</p><p>Interlaboratorial de Metodologia de Análise de Fertilizantes e o</p><p>Programa Colaborativo de Controle de Qualidade, constituindo o</p><p>comitê.</p><p>• Plano Nacional de Fertilizantes e Calcário Agrícola – PNFCA –</p><p>seu objetivo principal consistia na ampliação e modernização da</p><p>indústria brasileira de fertilizantes e calcário agrícola, considerado</p><p>um marco ao crescimento da indústria nacional de fertilizantes.</p><p>• Gesso Agrícola – Uma Descoberta Casual – foram descobertos</p><p>o efeito do gesso, promovendo o crescimento radicular com</p><p>aproveitamento da água em camadas mais profundas de solos</p><p>durante veranicos.</p><p>• Método de Extração de Nutrientes com Resina de Troca Iônica</p><p>– em 1983, trabalhos de pesquisa permitiram a implantação desse</p><p>método complexo, considerado inapropriado para uso em análises</p><p>de rotina.</p><p>• Método de Saturação por Bases – tornou-se o método oficial</p><p>para recomendação de calagem no Estado de São Paulo e usado</p><p>em outros estados.</p><p>• Evolução das Análises de Micronutrientes nos Solos – pode ser</p><p>dividida em três fases: (i) envolve a determinação do Mn extraído</p><p>por HCl 1 mol L-1 ou HNO3 0,01 mol L-1; (ii) os trabalhos de pesquisa</p><p>enfocaram a seleção de extratores químicos para B, Cu, Fe, Mn e</p><p>Zn e (iii) marcada por uma vasta produção científica envolvendo</p><p>micronutrientes.</p><p>• Fixação Biológica de Nitrogênio – o aprofundamento do</p><p>conhecimento sobre a fixação biológica no Brasil ocorreu</p><p>principalmente em plantas leguminosas.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>44</p><p>ACESSE:</p><p>Para o aprofundamento do conhecimento e entendimento</p><p>detalhado, recomendamos a leitura completa do artigo</p><p>Fertilidade do solo e produtividade agrícola. Acesse-o</p><p>clicando aqui.</p><p>Tipos de Solos Brasileiros</p><p>Os tipos de solo ao longo do território brasileiro são bastante</p><p>diversificados, refletindo a variabilidade dos seus fatores de formação</p><p>como o clima, o material de origem, o relevo, os organismos e o tempo</p><p>(RAMIRO, 2021).</p><p>Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS),</p><p>são contidas 13 classes de solos. A ampla peculiaridade observada nos</p><p>pedoambientes possibilita avaliar as potencialidades e limitações de</p><p>cada solo, orientando para um uso sustentável mediante as práticas de</p><p>manejo aplicadas (EMBRAPA, 2021).</p><p>Desde o ano de 1999, o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos</p><p>(SiBCS) está disponível. Nele, os solos são organizados em categorias,</p><p>considerando as propriedades em comum, e baseados no conhecimento</p><p>científico, recebem denominações. No SiBCS, a classificação é baseada</p><p>nos processos de gênese do</p><p>solo, ou seja, mediante o processo de</p><p>formação (LIMA, 2021).</p><p>Conforme dados da Embrapa (2021), predominam o conjunto</p><p>dos Latossolos, Argissolos e Neossolos, que correspondem a cerca</p><p>de 70% do território nacional. As classes Latossolos e Argissolos são</p><p>solos profundos, altamente intemperizados, ácidos, de baixa fertilidade</p><p>natural. As classes Neossolos, Luvissolos, Planossolos, Nitossolos,</p><p>Chernossolos e Cambissolos possuem de média a alta fertilidade e</p><p>pouca profundidade. Vejamos os tipos de solos presentes no Brasil:</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>https://docs.ufpr.br/~nutricaodeplantas/fertisolo.pdf</p><p>45</p><p>Argissolos – podem ser encontrados em praticamente todas</p><p>as regiões brasileiras e em diferentes condições de clima e relevo.</p><p>Representando cerca de 24% da superfície do país, ocupam a segunda</p><p>opção em extensão geográfica.</p><p>Cambissolos – podem ser encontrados por todo o território</p><p>nacional, ocupando cerca de 2,5% da área do país.</p><p>Chernossolos – pouco encontrados no Sul e no Nordeste do</p><p>Brasil e em pequenas áreas no Centro-Oeste, ocupam cerca de 0,5% do</p><p>território nacional.</p><p>Espodossolos – estão distribuídos nos domínios da restinga e por</p><p>toda a costa brasileira, como também em áreas interioranas da Amazônia</p><p>Ocidental. Ocupam cerca de 2% do território nacional.</p><p>Gleissolos – encontrados na planície amazônica, estados de</p><p>Goiás, Tocantins, Rio de Janeiro e São Paulo, às margens das lagoas dos</p><p>Patos, Mirim e Mangueira no Rio Grande do Sul. Ocupam cerca de 4% do</p><p>território nacional</p><p>Latossolos – são encontrados em praticamente todo o território</p><p>nacional. Constituem os solos mais representativos do país, ocupando</p><p>cerca de 39% da área do país.</p><p>Luvissolos – encontrados com expressividade no Nordeste</p><p>brasileiro, distribuídos principalmente na zona semiárida. Ocupam cerca</p><p>de 3% do território nacional.</p><p>Neossolos – encontrados em aproximadamente 15% do território</p><p>nacional.</p><p>Nitossolos – extensas áreas são encontradas em São Paulo que</p><p>se estendem até o Rio Grande do Sul. Ocupam cerca de 1,5% do território</p><p>nacional.</p><p>Organossolos – de ocorrência muito dispersa, em pequenas</p><p>manchas, não constituem áreas representativas.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>46</p><p>Planossolos – encontrados frequentemente no Rio Grande do Sul</p><p>e com pastagem na região Nordeste e no Pantanal. Ocupam cerca de</p><p>2% do território nacional.</p><p>Plintossolos – as maiores extensões são encontradas na região</p><p>Amazônica, Amapá, Ilha de Marajó, baixada maranhense, Norte do Piauí,</p><p>Sudeste de Tocantins e Nordeste de Goiás, Pantanal Mato-Grossense</p><p>e baixadas da região da Ilha do Bananal e em bordas de chapadas do</p><p>Planalto Central, totalizando aproximadamente 6% do território nacional.</p><p>Vertissolos - as maiores extensões são encontradas na zona seca</p><p>do Nordeste, no Pantanal Mato-grossense, na Campanha Gaúcha e no</p><p>Recôncavo Baiano. Ocupam cerca de 2% do território nacional.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>A EMBRAPA disponibiliza em sua página o SiBCS, que</p><p>é a principal referência para a classificação de solos</p><p>brasileiros. Acesse clicando aqui.</p><p>As classes de solo predominantes no Brasil são os Latossolos (39%),</p><p>seguidos dos Argissolos (24%), e de menor ocorrência, ou melhor, sem a</p><p>descrição percentual, são os Organossolos, seguidos dos Chernossolos</p><p>(0,5%).</p><p>Os solos também podem ser identificados por símbolos. Veja</p><p>como são representados os solos brasileiros no quadro 4.</p><p>Quadro 4 – Símbolos dos solos</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>https://docs.ufpr.br/~nutricaodeplantas/fertisolo.pdf</p><p>47</p><p>TIPO DE SOLO SÍMBOLO</p><p>Argissolos P</p><p>Cambissolos C</p><p>Chernossolos M</p><p>Espodossolos E</p><p>Gleissolos G</p><p>Latossolos L</p><p>Luvissolos T</p><p>Neossolos R</p><p>Nitossolos N</p><p>Organossolos O</p><p>Planossolos S</p><p>Plintossolos F</p><p>Vertissolos V</p><p>Fonte: Adaptado de Embrapa (2021).</p><p>Solo Brasileiro e Agricultura</p><p>No Brasil, investimentos são percebidos em técnicas visando a</p><p>melhoria da qualidade dos solos, que podem ser observados a partir</p><p>de números que comprovam a eficácia e o bom retorno destes. Lopes e</p><p>Guilherme (2007) destacam a representatividade desses investimentos:</p><p>O manejo da fertilidade do solo por meio do uso eficiente de</p><p>corretivos e fertilizantes é responsável, dentre os diversos</p><p>fatores de produção, por cerca de 50 % dos aumentos de</p><p>produção e produtividade das culturas. Dados traçam um</p><p>paralelo entre a evolução do consumo de fertilizantes, em</p><p>termos de N + P2O5 + K2O, e a evolução da produção de</p><p>16 culturas (matéria seca) no Brasil, de 1970/71 a 2002/03.</p><p>O que fica evidente é a relação estreita entre essas duas</p><p>variáveis (LOPES; GUILHERME, 2007, p. 46).</p><p>Figura 12 – Solo e agricultura</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>48</p><p>Fonte: Pixabay.</p><p>O aumento do consumo, juntamente com o uso mais eficiente</p><p>de fertilizantes minerais, ocorrido no Brasil, é certamente a razão</p><p>do considerável aumento da produção e produtividade da maioria</p><p>das culturas, principalmente voltadas à exportação. Esse fato torna</p><p>inquestionável que o aumento no uso de fertilizantes alterou a</p><p>produtividade positivamente.</p><p>Tem-se três macronutrientes primários: N, P e K. Dentre esses,</p><p>foi observado que no Brasil a utilização de N estava bem abaixo nas</p><p>décadas de 50 e 60, e de 1970 até 2004. Isso não significa que P e K estão</p><p>sendo consumidos em quantidade adequada, mas que dentre os três, o</p><p>subconsumo é mais crítico em relação ao N. Essa deficiência evidencia</p><p>um déficit total de nutrientes, o que pode levar, no longo prazo, a danos</p><p>para a sustentabilidade da nossa agricultura (LOPES; GUILHERME, 2007).</p><p>Diante do crescimento populacional estimado para as próximas</p><p>décadas, um dos desafios previstos compreende a demanda na produção</p><p>de alimentos. Nesse processo, o Brasil é um dos poucos países com</p><p>potencial para tornar-se importante participante nesse processo devido</p><p>algumas razões (IBID,2007):</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>49</p><p>• Produtividade: por suas técnicas sustentáveis de produção, as</p><p>quais permitem avanços na produtividade média de muitas</p><p>culturas principalmente de alimentos básicos.</p><p>• Expansão da fronteira agrícola: o país dispõe da maior fronteira</p><p>mundial para expansão da agricultura.</p><p>• Disponibilidade de água: possui cerca de 1/5 da água doce do</p><p>planeta, permitindo maiores áreas irrigáveis e assim crescentes</p><p>incrementos na produtividade das culturas.</p><p>ACESSE:</p><p>O artigo Fertilidade do solo e produtividade agrícola</p><p>aborda pontos significativos sobre o assunto ao qual</p><p>discutimos, tratando desde a fertilidade do solo (conteúdo</p><p>geral) à agricultura brasileira. Acesse-o clicando aqui.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que aprendeu na última competência?</p><p>Conseguiu até então entender todos os conteúdos?</p><p>Aproveite e revise todo o material estudado. Vamos</p><p>resumir tudo o que vimos nesse último capítulo.</p><p>A evolução da história do desenvolvimento da agricultura</p><p>no Brasil, desde o seu descobrimento, demonstra uma</p><p>ligação direta à fertilidade do solo, tendo em vista os</p><p>grandes ciclos da cana-de-açúcar e do café, baseados</p><p>na fertilidade natural dos solos das matas e na migração</p><p>para novas áreas, quando essa fertilidade natural se</p><p>exauria.</p><p>A evolução da ciência do solo no Brasil como área do</p><p>conhecimento apresenta importantes antecedentes,</p><p>como os trabalhos pioneiros em fertilidade do solo e</p><p>adubação, o Programa do IRI, o Projeto FAO/ANDA/</p><p>ABCAR, a Operação Tatu, dentre outros.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>https://docs.ufpr.br/~nutricaodeplantas/fertisolo.pdf</p><p>50</p><p>Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS),</p><p>são contidas 13 classes de solos no Brasil, sendo elas: Argissolos,</p><p>Cambissolos, Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos, Latossolos,</p><p>Luvissolos, Neossolos, Nitossolos, Organossolos, Plano ssolos,</p><p>Plintossolos e Vertissolos. As classes de solo predominantes no Brasil</p><p>são os Latossolos (39%) seguidos dos Argissolos (24%), e de menor</p><p>ocorrência, ou melhor, sem a descrição percentual, os Organossolos</p><p>seguidos dos Chernossolos (0,5%).</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>51</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Atlas Irrigação: uso da água na</p><p>agricultura irrigada. ANA, 2017. Disponível em: http://atlasirrigacao.ana.</p><p>gov.br/. Acesso em: 25 mar. 2022.</p><p>ARAÚJO, E. A. et al. Qualidade do solo: conceitos, indicadores e</p><p>avaliação. Applied Research & Agrotechnology, v. 5, n. 1, p. 187-206,</p><p>2012.</p><p>BRITO, R. R. et al. Uso da água na irrigação. In: FÓRUM AMBIENTAL</p><p>DA ALTA PAULISTA, 8., 2012, Tupã. Anais [...]. Tupã: UNIVAG, 2012. p. 373-</p><p>383.</p><p>DORAN, J. W.; PARKIN, T. B. Defining and assessing soil quality. In:</p><p>DORAN, J. W. et al. Defining soil quality for a sustainable environment,</p><p>Madison, n. 35, p. 1-20, 1994.</p><p>FOLEGATTI, M. V. et al. Panorama da irrigação no Brasil. IWRA,</p><p>[s. d.]. Disponível em: https://iwra.org/member/congress/resource/</p><p>PAP00-6024.pdf. Acesso em: 05 jan. 2022.</p><p>FRANZONI, M. A fertilidade do solo como seu plano para alcançar</p><p>altas produtividades. Aegro, 2018. Disponível em: https://blog.aegro.</p><p>com.br/fertilidade-do-solo/#:~:text=O%20uso%20cont%C3%ADnuo%20</p><p>de%20fertilizantes,aplica%C3%A7%C3%A3o%20de%20glufosinato%20</p><p>de%20am%C3%B4nio. Acesso em: 25 mar. 2022.</p><p>GOMES, A. S. Qualidade do solo: conceito, importância e</p><p>indicadores da qualidade. Cultivar, 2015. Disponível em: https://www.</p><p>grupocultivar.com.br/artigos/qualidade-do-solo-conceito-importancia-</p><p>e-indicadores-da-qualidade. Acesso em: 25 mar. 2022.</p><p>GOMES, E. G; MELLO, J. C. C.; MANGABEIRA, J. A. C. Estudo</p><p>da sustentabilidade agrícola em município amazônico com análise</p><p>envoltória de dados. Pesquisa Operacional, v. 29, n. 1, p. 23-42, 2009.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>http://atlasirrigacao.ana.gov.br/</p><p>http://atlasirrigacao.ana.gov.br/</p><p>52</p><p>GOMES, M. A. F.; FILIZOLA, H. F. Indicadores físicos e químicos</p><p>de qualidade de solo de interesse agrícola. Jaguariúna: Embrapa Meio</p><p>Ambiente, 2006.</p><p>LIMA, J. E. F. W.; FERREIRA, R. S. A.; CHRISTOFIDIS, D. O uso da</p><p>irrigação no Brasil. O estado das águas no Brasil. Brasília: Agência</p><p>Nacional de Energia Elétrica, 1999.</p><p>LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Fertilidade do solo e produtividade</p><p>agrícola. Fertilidade do Solo, p. 2-64, 2007.</p><p>MANTOVANI, E. O futuro da agricultura irrigada no Brasil. CopaSul,</p><p>2015. Disponível em: http://www.copasul.coop.br/noticias/o-futuro-da-</p><p>agricultura-irrigada-no-brasil/452. Acesso em: 25 mar. 2022.</p><p>MELO FILHO, J. F.; SOUZA, A. L. V; SOUZA, L. S. Determinação do</p><p>índice de qualidade subsuperficial em um Latossolo Amarelo Coeso dos</p><p>Tabuleiros Costeiros, sob floresta natural. Revista Brasileira de Ciência</p><p>do Solo, v. 31, n. 6, p. 1599-1608, 2007.</p><p>MENDES, I. C.; SOUZA, L. V.; RESCK, D. V. S.; GOMES, A. C.</p><p>Propriedades biológicas em agregados de um Latossolo Vermelho-</p><p>Escuro sob plantio convencional e direto no Cerrado. Revista Brasileira</p><p>de Ciência do Solo, v. 27, n. 3, p. 435-443, maio/jun. 2007.</p><p>MIRANDA, L. N. Métodos de avaliação da fertilidade do</p><p>solo. Planaltina, Embrapa-CEPAC. 1982.</p><p>MORAES, M. O que são fertilizantes? Saiba a Importância para a</p><p>Agricultura. AGROPÓS, 2021. Disponível em: https://agropos.com.br/o-</p><p>que-sao-fertilizantes. Acesso em: 25 mar. 2022.</p><p>OS SOLOS do Brasil. Embrapa, [s. d.]. Disponível em: https://www.</p><p>embrapa.br/tema-solos-brasileiros/solos-do-brasil. Acesso em: 25 mar.</p><p>2022.</p><p>PAZ, V. P. S.; TEODORO, R. E. F.; MENDONÇA, F. C. Recursos hídricos,</p><p>agricultura irrigada e Meio Ambiente. Revista Brasileira de Engenharia</p><p>Agrícola e Ambiental, v. 4, n. 3, p. 465-473, 2000.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>53</p><p>RAMIRO, J. Tipos de solo: saiba quais são e os tipos existentes</p><p>no Brasil. Boas Práticas Agronômicas, 2019. Disponível em: https://</p><p>boaspraticasagronomicas.com.br/artigos/tipos-de-solo/. Acesso em:</p><p>07 jan. 2022.</p><p>REETZ, H. F. Fertilizantes e seu uso eficiente. São Paulo: ANDA,</p><p>2017.</p><p>SUTIL, I. A. Fertilidade do solo x produtividade. +Soja, 2018.</p><p>Disponível em: https://maissoja.com.br/fertilidade-do-solo-x-</p><p>produtividade. Acesso em: 25 mar. 2022.</p><p>VEZZANI, F. M.; MIELNICZUK, J. Uma visão sobre qualidade do</p><p>solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 33, n. 4, p. 743-755, 2009.</p><p>ZONTA, E. MONTE, J. A. Projeto de extensão ecossocial “formação</p><p>profissional de agentes de reflorestamento”: projeto de extensão</p><p>ecossocial “formação profissional de agentes de reflorestamento”. Rio de</p><p>Janeiro: UFRRJ, 2008.</p><p>Qualidade do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas</p><p>_Hlk102389920</p><p>Qualidade do Solo: Conceitos e Indicadores de Qualidade</p><p>Qualidade do Solo</p><p>Técnicas para Avaliação da Fertilidade</p><p>Indicadores de Qualidade</p><p>Fertilidade do Solo e Uso de Fertilizantes</p><p>Conceitos Importantes Quanto a Fertilidade do Solo</p><p>Fertilidade do Solo e Produtividade</p><p>O Uso de Fertilizantes e o Solo</p><p>Solo e Água: Funções Ecológicas e Irrigação</p><p>Água: O Elemento Natural e Essencial</p><p>O Uso da Irrigação</p><p>A Irrigação no Brasil</p><p>Solos Brasileiros</p><p>Histórico da Evolução dos Solos Brasileiros</p><p>Tipos de Solos Brasileiros</p><p>Solo Brasileiro e Agricultura</p>