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<p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Unidade 1</p><p>Fundamentos e Atitudes para o Desenho</p><p>Aula 1</p><p>Sensibilização do olhar</p><p>Sensibilização do olhar</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula sobre o desenho enquanto fonte de conhecimento e visão de</p><p>mundo, exploraremos as raízes do conceito, destacando sua essencialidade na comunicação</p><p>humana. Descobriremos como o desenho transcende barreiras linguísticas e aprimora sua</p><p>capacidade de expressão. Tal conhecimento será fundamental para aprimorar sua prática</p><p>pro�ssional, então não perca essa oportunidade de enriquecer suas habilidades.</p><p>Vamos juntos nesta jornada!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>O desenho é uma espécie de projeto do pensamento, é a compreensão das ideias que se</p><p>encontram em nosso intelecto e também a materialização do que vivenciamos e vemos. O</p><p>objetivo deste estudo é embasar o conhecimento sobre os procedimentos para o ato de</p><p>desenhar, atentando para a experimentação de materiais e suportes, assim como pensar no</p><p>desenho como recurso poético, de registro, percepção de mundo, e uma ferramenta na resolução</p><p>de problemas.</p><p>No Brasil, o mercado de ilustração está em plena expansão, e a sua área de atuação é</p><p>extremamente ampla e diversi�cada. O ilustrador pode atuar em agências de publicidade,</p><p>mercado editorial, ilustração cientí�ca, cinema, teatro, moda, revistas em quadrinhos, games e</p><p>muitas outras possibilidades. Alguns pro�ssionais conseguem executar diversos estilos em seu</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u1a1_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>trabalho, modi�cando-o dependendo da demanda do cliente, e há outros que mantêm o estilo em</p><p>todas as suas criações, deixando sua marca em seus projetos.</p><p>O trabalho do ilustrador pressupõe saber desenhar, porém, com o avanço das tecnologias, alguns</p><p>segmentos do mercado acabam buscando pro�ssionais que dominam as ferramentas digitais</p><p>em detrimento do desenho à mão livre. Por esse motivo, muitas vezes alguns pro�ssionais</p><p>avançam no estudo dessas ferramentas e negligenciam o ato de observar e desenhar.</p><p>É o caso de Natália, uma ilustradora do mercado editorial que acaba de saber que terá que criar</p><p>um produto a partir de desenhos de observação. A �m de produzir esse trabalho, ela precisará</p><p>recordar e exercitar aprendizados do tempo em que era estudante de Design, além de se</p><p>aventurar em processos de criação mais expressivos e poéticos.</p><p>Acostumada a produzir ilustrações com o uso de ferramentas digitais, Natália recebe um cliente</p><p>do ramo da moda que tem interesse em um material grá�co que aproxime seus produtos do</p><p>público da faixa etária de 15 a 30 anos. Ele encomenda, então, uma espécie de diário, no qual um</p><p>jovem personagem percorre a cidade registrando suas experiências em forma de desenho. O</p><p>produto deverá ter como características principais a espontaneidade, sensação de liberdade,</p><p>expressividade, além de ter uma aparência contemporânea e dinâmica para que seu público se</p><p>sinta atraído e representado. Quais serão as estratégias que Natália utilizará para desenvolver</p><p>esse produto? Onde ela buscará referências? Que tipo de pesquisa ela precisará desenvolver para</p><p>construir esse diário de imagens?</p><p>Para re�etir sobre tais questões, na primeira seção deste material introduziremos a</p><p>sensibilização do olhar através de exercícios focados no desenvolvimento do ato de desenhar.</p><p>Em um segundo momento, iremos explorar o desenvolvimento do traço e suas qualidades; na</p><p>terceira seção, direcionaremos os estudos para a apresentação de algumas possibilidades de</p><p>representação. Por �m, na quarta seção, o trabalho estará voltado para os diversos caminhos de</p><p>expressão pela linguagem do desenho. Vamos acompanhar Natália neste percurso? Boa viagem!</p><p>Vamos Começar!</p><p>O desenho como fonte de conhecimento e visão de mundo</p><p>A palavra desenho tem origem no vocábulo italiano disegno e surgiu há pelo menos dois mil</p><p>anos. No italiano, assim como na língua portuguesa, o seu signi�cado está ligado à ação de</p><p>deixar rastros, marcas, designar, de�nir, relatar, sendo que o desígnio é o caminho, o destino. Em</p><p>outros idiomas, como no inglês, ela está dividida em design e drawing. A primeira, ligada ao</p><p>desenvolvimento de práticas da produção industrial; a outra, relacionada diretamente à ação</p><p>física de construir o desenho (Martins, 2007).</p><p>O desenho está presente em toda a história da humanidade. O ser humano sempre sentiu a</p><p>necessidade de representar e atribuir signi�cados ao mundo. As pinturas rupestres, nesse</p><p>contexto, narravam o cotidiano do homo sapiens e exploravam o seu imaginário. Símbolos eram</p><p>criados para traduzir suas experiências em busca de conhecimento.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Pinturas rupestres no Parque Nacional da Capivara, Brasil. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Quando crianças, nossas experiências com o desenho são naturais e parte importante do</p><p>desenvolvimento. O desenho surge como um impulso de rabiscar e descobrir como as linhas e</p><p>as cores se comportam nas superfícies. Já adultos, sentimos a necessidade de julgar, nomear e</p><p>identi�car o desenho, o que acaba frustrando grande parte das pessoas que não conseguem se</p><p>aproximar de uma abordagem realista. Para Leonardo Da Vinci, o desenho é cosa mentale, ou</p><p>seja, o seu fazer está diretamente relacionado ao ato primário de traçar as ideias do intelecto,</p><p>como se fosse a memória da ação, e está ligado tanto ao campo das subjetividades quanto ao</p><p>das ciências. Portanto, desenhar é a relação entre o pensamento e o ato físico. Nós desenhamos</p><p>a todo momento. Mesmo quando escrevemos ou lemos, estamos criando imagens. Quando</p><p>traçamos nossos caminhos, nossos planos, nossas ideias, estamos, de certo modo,</p><p>desenhando.</p><p>O desenho é uma maneira muito importante de nos fazer ver. O ato de desenhar e de olhar estão</p><p>altamente amalgamados. Quando desenhamos, criamos novos sentidos, percorremos novos</p><p>espaços, recriamos o nosso cotidiano, estabelecemos relações entre o real, a imaginação e a</p><p>memória. Para Georges Didi-Huberman (1992 apud Tessler, 2002, p. 2), “ver é algo que nos</p><p>escapa”. O �lósofo propõe que fechemos os olhos para ver e os abramos para experimentar o</p><p>que não vemos. Nesse sentido, Didi-Hubermam está deslocando a função do olhar e nos</p><p>provocando a criar novas experiências para o ato de observar.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Siga em Frente...</p><p>Para exercitar o desenho de observação, necessitamos, primeiro, atentar para as possibilidades</p><p>do olhar. Podemos ver e perceber a mesma referência de maneiras muito diferentes. O desenho</p><p>de observação não precisa necessariamente ser realista. O resultado pode, muito bem, estar</p><p>ligado à sua experiência com o real observado. Assim, a sua aparência não está relacionada</p><p>somente com imagens que se parecem com o modelo desenhado, mas pode ser a tradução da</p><p>sua relação com o próprio ato de desenhar e com a sua referência. A produção, então, exprime</p><p>experiências de vida, repertório, a maneira como se lida e se observa o mundo, além de todas as</p><p>especi�cidades físicas. Para a artista Edith Derdyk, o desenho diz respeito ao percurso do corpo</p><p>e do olhar:</p><p>O desenho é a matriz e a força de meu traçado: ir e vir com o gra�te no espaço do papel está tão</p><p>calcado em meu sistema neurológico que a própria ação de desenhar se sobrepõe à força da</p><p>representação. O desenho é feito de linhas. A linha mede e potencializa a sutileza do limite:</p><p>divisória incerta. Ponto de partida e ponto de chegada, ao mesmo tempo. O meio é o lugar. A</p><p>linha possui uma natureza dupla: percurso material e traço material (Derdyk, 2013, p. 169).</p><p>As palavras a seguir são do arquiteto, urbanista, escultor e pintor francês Le Corbusier.</p><p>Desenhar é, primeiramente, ver com os olhos, observar, descobrir. Desenhar é aprender a ver, a</p><p>ver nascer, crescer, expandir-se,</p><p>de desenvolver o seu desenho. A ilustradora iniciou uma pesquisa em</p><p>alguns livros que possuía em casa e que tratavam de diversos assuntos. Ela diversi�cou sua</p><p>busca consultando livros de arte, �loso�a, geogra�a e antropologia, mas um lhe provocou maior</p><p>interesse: o catálogo da exposição do artista Joan Miró.</p><p>Natália havia comprado a publicação na época em que esteve no evento. Lembrou-se de que</p><p>�cou muito impressionada com as formas e as cores que o artista trazia para a obra, mas</p><p>recordou-se, também, que não conseguia compreender muito bem a sua pesquisa poética. Foi</p><p>estudando esse material que a ilustradora percebeu que Miró possuía uma forma muito peculiar</p><p>de criar suas pinturas, gravuras e esculturas. Explorando o catálogo, a ilustradora entendeu que a</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>produção do artista estava muito ligada ao movimento surrealista, e que o seu imaginário estava</p><p>repleto de símbolos de seu país, a Espanha. Outros fatos que Natália considerou importante</p><p>observar em sua obra foram a constante experimentação da matéria e o abandono de padrões</p><p>técnicos. De fato, Miró foi considerado um artista transgressor no campo da pintura.</p><p>A partir dessa pesquisa e in�uenciada pelos experimentalismos de Miró, Natália decidiu</p><p>encontrar novas maneiras de produzir seus desenhos. Para tanto, iniciou um processo mais</p><p>experimental, seguindo instruções por ela mesma criadas, inventando desa�os práticos e</p><p>poéticos a serem cumpridos. Ao mesmo tempo, estabeleceu que seu trabalho deveria conter três</p><p>discussões principais: observação, imaginação e memória. Ela decidiu que esses três temas</p><p>seriam explorados por meio de exercícios desa�adores, pouco tradicionais, e que seriam, de</p><p>alguma forma, demonstrados em seu caderno de esboços.</p><p>Durante uma semana, Natália percorreu a cidade investigando esses três temas e registrou em</p><p>seu sketchbook tal processo. Finalmente, ela �cou satisfeita com o produto, pois ele se mostrava</p><p>mais espontâneo e continha não só os acertos, os melhores desenhos, mas as tentativas e os</p><p>erros do processo. Ao tomar conhecimento da trajetória criativa de Natália em uma</p><p>apresentação, o cliente pôde perceber que, desta vez, o material revelava a verdadeira</p><p>experiência de uma jovem na cidade. Era um produto honesto, que continha os dramas e êxitos</p><p>dessa personagem. Diante dessa constatação, ele �nalmente, com muita satisfação, o aprovou.</p><p>En�m, para resolver as di�culdades de Natália na produção de seus desenhos, recorremos, nesta</p><p>aula, a propostas que tratam do desenho de observação e de suas possibilidades e que exploram</p><p>as experiências de criar imagens grá�cas a partir da observação, imaginação e memória. Esses</p><p>exercícios constituem uma abertura para abordagens mais subjetivas da linguagem. Vimos que o</p><p>fato de a personagem aprofundar suas vivências com outras formas de criação fez com que o</p><p>seu desenho ampliasse em qualidade expressiva e em características poéticas.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: Saul Steinberg: as aventuras da linha</p><p>O documentário combina os desenhos de Saul Steinberg com efeitos sonoros e reúne</p><p>entrevistas com cartunistas brasileiros e especialistas, como Cássio Loredano, Jaguar,</p><p>Ziraldo e Rodrigo Naves. Produzido por ocasião da mostra "Saul Steinberg - As aventuras da</p><p>linha", que esteve em cartaz em 2011 no IMS-RJ e na Pinacoteca de São Paulo.</p><p>SAUL Steinberg: as aventuras da linha. Produção: Bruno Ferreira. Direção: Alexandre</p><p>Wahrhaftig. 1 vídeo (14 min), widescreen, color. São Paulo: Mira Filmes / Rio de Janeiro:</p><p>Instituto Moreira Salles, 2010.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 1 - Técnicas do desenho a mão livre e expressão artística</p><p>do objeto construído: desenho de imitação</p><p>O desenho de imitação consiste na observação direta de uma imagem bidimensional.</p><p>Nesta técnica, as linhas não são traçadas sobre a imagem, mas reproduzidas por meio da</p><p>observação da imagem. No mencionado capítulo, você irá conhecer a técnica do desenho</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>de imitação e as cinco habilidades básicas para desenhar, além de exercícios e dicas para</p><p>aprimorar os seus desenhos.</p><p>Podcast: HQ Brasil: Sirlene Barbosa e João Pinheiro</p><p>O programa Brasil em quadrinhos, uma, uma parceria do Itamaraty com a Bienal de</p><p>Quadrinhos de Curitiba, lança o podcast HQ Brasil – Quadrinhos, Cultura e Educação.</p><p>O Podcast HQ Brasil recebe, neste episódio, Sirlene Barbosa e João Pinheiro, autores da HQ</p><p>Carolina, publicada em 2016 pela editora Veneta, inspirada na vida e na obra da escritora</p><p>Carolina Maria de Jesus. O ilustrador João Pinheiro é ainda autor das HQs Burroughs e</p><p>Kerouac, sobre os escritores americanos, e ainda Depois que o Brasil acabou e, mais</p><p>recentemente, Barrela, inspirada na peça do dramaturgo Plínio Marcos. Em 2023, João</p><p>também participou, como autor e editor, da revista Mil Grau, lançamento da editora goiana</p><p>MMarte.</p><p>Referências</p><p>CIDADE, D. M. Desenho de observação: uma re�exão sobre o ensino do desenho na formação do</p><p>arquiteto na era da informatização. Curitiba: Graphica, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>EDWARDS, B. Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.</p><p>FIGURA e fundo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/busca?q=�gura+e+fundo.</p><p>Acesso em: 19 jan. 2024.</p><p>MEURER, C. E. de C. Um caderno de guerra de Joan Miró. Tessituras & Criação, São Paulo, n. 1,</p><p>mai. 2011. Disponível em: https://revistas.pucsp.br//index.php/%20tessituras/article/view/5613.</p><p>Acesso em: 19 jan. 2024.</p><p>PREMONT, R-M.; PHILIPPI, N. Aprenda a desenhar. Coleção Cultura e tempos livres. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1980.</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>https://enciclopedia.itaucultural.org.br/busca?q=figura+e+fundo</p><p>https://revistas.pucsp.br/index.php/%20tessituras/article/view/5613</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula de encerramento, exploraremos as fascinantes possibilidades do</p><p>desenho e sua relevância para a prática pro�ssional do ilustrador. Descobriremos como a</p><p>escolha de materiais, técnicas e o processo de desenho contribuem para a expressividade</p><p>artística e mergulharemos na interação entre artista e materiais, compreendendo como ela</p><p>molda a linguagem única de cada obra. Pronto para esta jornada? Assista e aprimore suas</p><p>habilidades!</p><p>Clique aqui e acesse os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Para desenvolver a competência desta unidade, que é aprimorar a capacidade de sensibilização</p><p>visual, promovendo um olhar aguçado e aperfeiçoar a destreza do traço, foi essencial mergulhar</p><p>nos conceitos fundamentais que abordam as origens do desenho e sua evolução na História.</p><p>O desenho, desde os primórdios, tem desempenhado um papel crucial na comunicação humana</p><p>e na expressão de ideias. Seu desenvolvimento ao longo do tempo re�ete não apenas a</p><p>habilidade técnica, mas também a necessidade intrínseca do ser humano de dar forma às suas</p><p>percepções e compreensões do mundo. Nas sociedades mais antigas, como evidenciam as</p><p>pinturas rupestres, o desenho era uma ferramenta essencial para narrar o cotidiano, transmitir</p><p>conhecimento e explorar o imaginário.</p><p>No decurso da História, o desenho assumiu diversas formas e signi�cados, sendo empregado</p><p>em rituais, cerimônias, registros e expressões artísticas. A representação visual através do</p><p>desenho transcende, pois, barreiras linguísticas, tornando-se uma linguagem universal que</p><p>conecta culturas e gerações. A necessidade de desenhar está, de fato, intrinsecamente</p><p>ligada à</p><p>nossa natureza criativa, à busca pela compreensão do ambiente que nos cerca e à expressão de</p><p>nossas emoções e pensamentos.</p><p>Além de ser uma ferramenta de comunicação, o desenho também desa�a a percepção individual</p><p>e coletiva, aguçando o olhar e promovendo uma compreensão mais profunda do entorno. A</p><p>destreza do traço, mencionada na competência desta Unidade, não se refere apenas à habilidade</p><p>técnica de desenhar, mas também à capacidade de transmitir intencionalmente emoções,</p><p>narrativas e conceitos através de linhas e formas.</p><p>Portanto, investigar as origens do desenho é mais do que uma jornada pelo passado artístico: é</p><p>uma imersão nas raízes de nossa expressão visual como seres humanos. Ao compreendermos a</p><p>necessidade intrínseca do desenho e sua evolução no decorrer dos tempos, estaremos melhor</p><p>preparados para aprimorar nossa sensibilização visual e a destreza do traço, conectando-nos,</p><p>assim, a uma tradição milenar de comunicação e expressão artística.</p><p>Assimilando o desenho como fonte de conhecimento e visão de mundo, é possível desenvolver</p><p>habilidades que transcendem a técnica, permitindo que o ato de desenhar seja uma expressão</p><p>poética e uma ferramenta de pesquisa. Assim, pudemos explorar, nas últimas aulas, os modos de</p><p>representação da realidade observada, experimentando linhas, texturas, pesos e ritmos, além de</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u1Enc_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>compreender a relação entre �gura e fundo na arte, analisando os conceitos de negativo e</p><p>positivo.</p><p>A abordagem de materiais, suportes e ferramentas para o desenho foi igualmente crucial para</p><p>ampliarmos a compreensão das possibilidades práticas do artista, permitindo a escolha</p><p>adequada para cada expressão visual. Ao considerarmos o desenho como processo,</p><p>examinamos a expressão de memória e imaginação, fundamentais para a construção de um</p><p>repertório artístico rico e único.</p><p>No universo do desenho, a seleção cuidadosa desses aparatos desempenha um papel</p><p>determinante na expressão artística. Sua triagem não apenas in�uencia a estética do trabalho</p><p>�nal, como também impacta diretamente a experiência do artista durante o processo criativo. Ao</p><p>abordarmos essa variedade de aspectos, ampliamos a compreensão das possibilidades práticas</p><p>do desenho.</p><p>Os materiais utilizados, como lápis, carvão, canetas, pastéis e tintas, têm características distintas</p><p>que oferecem diferentes texturas, tonalidades e níveis de detalhe. Compreender suas</p><p>propriedades permite ao artista criar efeitos especí�cos, transmitindo emoções, profundidade e</p><p>atmosfera em suas obras. Além disso, a escolha do suporte, que pode variar de papel a tecido ou</p><p>outras superfícies, contribui para a singularidade da obra e interfere na durabilidade.</p><p>Já as ferramentas, como pincéis, esfuminhos e borrachas, são extensões das mãos do artista,</p><p>cada uma desempenhando uma função distinta na manipulação dos materiais. Dominá-las é</p><p>essencial para a execução precisa das ideias visuais e aprimora a destreza do traço mencionada</p><p>na competência da unidade.</p><p>Ao entendermos o desenho como um processo, entramos no domínio da experimentação e da</p><p>expressão pessoal. O artista reproduz o observado e transmite sua memória e imaginação</p><p>através das linhas e formas. Nesse contexto, a escolha dos materiais torna-se uma parte</p><p>essencial da narrativa visual, enriquecendo o conteúdo emocional e conceitual da obra.</p><p>Em resumo, o entendimento aprofundado dos materiais, técnicas e materialidades do desenho</p><p>expande não somente as ferramentas à disposição do artista, como também oferece um leque</p><p>de possibilidades expressivas. A interação entre o artista e os materiais torna-se uma conversa</p><p>visual, em que cada traço, textura e escolha de ferramenta contribui para a construção de uma</p><p>linguagem única e autêntica.</p><p>Ainda nesta unidade, mergulhamos nas diversas possibilidades de representação grá�ca,</p><p>explorando a expressividade do traço e a relação entre forma e conteúdo. Trouxemos exemplos</p><p>na arte que ilustram as diferentes abordagens e estimulam a criatividade.</p><p>Como forma de consolidar o aprendizado, nos dedicamos ao desenho de observação, permitindo</p><p>que o estudante aprimorasse a sua capacidade de perceber e representar a realidade com</p><p>precisão e sensibilidade.</p><p>Durante esta jornada, a competência foi, então, desenvolvida de maneira integrada, permitindo</p><p>que o estudante não apenas conhecesse os fundamentos do desenho, mas os aplicasse de</p><p>forma prática e criativa. Lembre-se, a chave está em praticar constantemente, experimentar</p><p>diferentes abordagens e explorar as in�nitas possibilidades do desenho.</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>João, um talentoso desenhista pro�ssional, enfrenta diversos desa�os em sua carreira. Ele busca</p><p>aprimorar sua capacidade de sensibilização visual e destreza no traço para se destacar no</p><p>competitivo mundo das artes visuais.</p><p>Ao longo de sua carreira, percebe a importância de entender as origens do desenho e sua</p><p>evolução no decorrer da História. Ele se depara com a necessidade intrínseca do ser humano de</p><p>se comunicar visualmente, compreendendo como as pinturas rupestres eram essenciais para</p><p>narrar o cotidiano em sociedades antigas.</p><p>O desenvolvimento do desenho como linguagem universal conecta João às raízes profundas da</p><p>expressão artística. Ele encara a di�culdade de alinhar sua criatividade com a percepção</p><p>individual e coletiva do público, aguçando seu olhar para promover uma compreensão mais</p><p>profunda do mundo ao seu redor através de suas obras.</p><p>A competência de João na destreza do traço transcende a mera habilidade técnica. Ele busca</p><p>transmitir intencionalmente emoções, narrativas e conceitos em suas criações, enfrentando o</p><p>desa�o de equilibrar a técnica com a expressividade visual.</p><p>Ao abordar materiais, suportes e ferramentas, João escolhe cuidadosamente entre lápis, carvão,</p><p>canetas e tintas para criar efeitos especí�cos. Ele enfrenta o desa�o de selecionar o suporte</p><p>adequado, considerando não apenas a estética �nal, mas também a durabilidade. As</p><p>ferramentas, como pincéis, esfuminhos e borrachas, tornam-se extensões vitais das mãos de</p><p>João. Ele as domina para aprimorar a execução precisa de suas ideias visuais, contribuindo para</p><p>a construção de uma linguagem única e autêntica.</p><p>No desenho como processo, João experimenta e expressa sua memória e imaginação através</p><p>das linhas e formas. Ele enfrenta o desa�o de reproduzir o observado e, além disso, de transmitir</p><p>sua narrativa visual única, enriquecendo o conteúdo emocional e conceitual de suas obras:</p><p>Como equilibrar a técnica e a expressividade visual para criar obras que transcendam a</p><p>mera representação?</p><p>Qual é a importância da escolha dos materiais, suportes e ferramentas na construção da</p><p>identidade visual de um desenhista pro�ssional?</p><p>Como enfrentar os desa�os de transmitir uma narrativa visual única, levando em</p><p>consideração a percepção individual e coletiva do público?</p><p>Eis, aqui, algumas perguntas para re�exão:</p><p>1. Como a sensibilização visual pode in�uenciar a qualidade do traço e a expressividade no</p><p>desenho?</p><p>2. Qual é a importância da escolha adequada de materiais, suportes e ferramentas no</p><p>processo de criação artística?</p><p>3. Como a exploração do desenho de observação pode contribuir para o desenvolvimento da</p><p>competência de sensibilização visual?</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Equilíbrio técnica e expressividade</p><p>João decide investir tempo em estudar diferentes abordagens artísticas para encontrar o</p><p>equilíbrio entre técnica e expressividade. Ele participa de workshops e cursos que incentivam a</p><p>experimentação, permitindo-lhe desenvolver um estilo próprio que transmite emoções e</p><p>conceitos de forma autêntica.</p><p>Escolha de materiais, suportes e ferramentas</p><p>João realiza uma pesquisa aprofundada sobre os materiais, suportes</p><p>e ferramentas disponíveis</p><p>no mercado. Ele experimenta novos materiais para entender suas propriedades e impacto visual.</p><p>João mantém um diálogo constante com outros artistas para trocar experiências sobre a</p><p>escolha adequada de suportes e ferramentas, contribuindo para sua tomada de decisão</p><p>informada.</p><p>Transmitir uma narrativa visual única</p><p>João aprimora sua capacidade de contar histórias visualmente, buscando inspiração em sua</p><p>própria vida, experiências e na diversidade cultural. Ele realiza exposições interativas para obter</p><p>feedback diretamente do público, ajustando suas abordagens conforme a percepção individual e</p><p>coletiva. João entende que a comunicação visual e�caz requer adaptabilidade e sensibilidade às</p><p>diferentes interpretações.</p><p>Com a abordagem proativa de João em relação a esses desa�os, ele fortalece sua posição como</p><p>um desenhista pro�ssional de destaque, contribuindo para o desenvolvimento contínuo de sua</p><p>competência na sensibilização visual e destreza do traço.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura | Técnicas de desenho de linhas</p><p>v</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>ARTIGAS, V. Caminhos da Arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.</p><p>DERDYK, E. Desde sempre, sempre desenhei. Visualidades, Goiânia, v. 11, n. 2, p. 165-171, jul.-</p><p>dez. 2013. Disponível em: https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30690. Acesso em: 19 jan.</p><p>2024.</p><p>DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.</p><p>MARTINS, L. G. F. A etimologia da palavra desenho (e design) na sua língua de origem e em</p><p>quatro de seus provincianismos: desenho como forma de pensamento e de conhecimento. In:</p><p>CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30., 2007, Santos. Anais [...]. São</p><p>Paulo: Intercom, 2007. Disponível em:</p><p>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1866-1.pdf. Acesso em: 19 jan.</p><p>2024.</p><p>TESSLER, E. Tudo é �gura ou faz �gura. In: BARTUCCI, Giovana (Org.). Psicanálise, arte e</p><p>estéticas de subjetivação. Rio de Janeiro: Imago, 2002.</p><p>,</p><p>Unidade 2</p><p>Representação da Forma, Volume e Proporção no Desenho</p><p>Aula 1</p><p>Forma</p><p>Forma</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos os fundamentos da linguagem do desenho,</p><p>focando, especialmente, no desenho de observação. Veremos como os elementos básicos, tais</p><p>quais linha e forma, são utilizados para representar objetos no papel e mantêm relações com o</p><p>mundo real. Compreender esses conceitos é essencial para desenvolver habilidades</p><p>pro�ssionais sólidas em diversas áreas, como design, moda, arquitetura e artes visuais. Não</p><p>perca essa oportunidade de aprimorar suas competências como desenhista!</p><p>Clique aqui e acesse os slides da sua videoaula.</p><p>https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30690</p><p>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1866-1.pdf</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u2a1_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ponto de Partida</p><p>Durante os estudos, veremos formalmente os fundamentos da linguagem do desenho.</p><p>Abordaremos os diversos conteúdos relacionados ao tema, especialmente à produção do</p><p>desenho de observação, a base para o desenvolvimento do desenho. Aprender a desenhar</p><p>signi�ca desenvolver maior consciência da percepção visual e das possibilidades de</p><p>representação, procurando reproduzir, no papel, aquilo que se vê. Para tanto, é necessário</p><p>entender a con�guração dos volumes e das massas, as proporções dos corpos e objetos e suas</p><p>relações com o espaço. Também serão tratados conteúdos relacionados às competências</p><p>especí�cas do desenho: identi�car e construir formas, utilizar os elementos básicos da</p><p>linguagem visual e representar volumes e proporções por meio dos recursos do desenho.</p><p>Nesse percurso de aprendizado, conheceremos algumas possibilidades do desenho ao longo da</p><p>História da Arte até a contemporaneidade e entender um pouco mais sobre o seu papel em</p><p>algumas pro�ssões. Para compreender tais assuntos, acompanharemos a trajetória de Gustavo,</p><p>um jovem de 19 anos interessado em desenho que se candidata a uma bolsa para estudar em</p><p>Londres.</p><p>Recém-formado em um curso de Desenho Técnico e Artístico, Gustavo procura um programa de</p><p>residência para aprofundamento e pesquisa. A formação em Londres para a qual decide, en�m,</p><p>se inscrever tem como objetivo receber jovens com interesse em diferentes áreas que lidam com</p><p>o desenho – design, moda, arquitetura, artes – para que estes tenham vivências com nomes</p><p>importantes da área, troquem ideias e possam aprofundar suas pesquisas e identidade pessoal.</p><p>Para conseguir a bolsa, Gustavo deverá passar por um processo seletivo com foco no desenho.</p><p>O percurso que o jovem deve trilhar e apresentar para participar dessa seleção é o do</p><p>aprendizado e desenvolvimento do desenho, da construção de suas competências como</p><p>desenhista e do domínio dos recursos da linguagem visual. Na primeira etapa para a obtenção da</p><p>bolsa, Gustavo deve escrever um texto contando como e porque começou a desenhar e explicar</p><p>seus primeiros passos como desenhista. Ele deverá relatar como se deu o seu percurso de</p><p>aprendizagem formal, revelando os modos/meios por meio dos quais conheceu os fundamentos</p><p>do desenho.</p><p>Gustavo consultou as pastas nas quais arquivou suas produções nos três anos de curso. Ele se</p><p>recorda de que havia uma grande ênfase no desenho de observação e no exercício dos recursos</p><p>necessários para registrar as formas por meio de linhas e traços. Ele passa a observar</p><p>atentamente tudo o que está guardado e suas anotações. Seu objetivo é descrever, no texto,</p><p>como se começa a estudar, de maneira focada, os elementos fundamentais do desenho de</p><p>observação. Quais são esses elementos e de que forma o jovem pode apresentar o papel deles</p><p>na aprendizagem do desenho? De que forma articular os fundamentos da linguagem do desenho</p><p>para representar a visualidade? Como o desenho representa o mundo visível?</p><p>Nesta primeira aula, para entender o que Gustavo precisa e pretende apresentar nessa etapa do</p><p>processo seletivo, examinaremos quais são os recursos da linguagem do desenho utilizados</p><p>para representar os objetos. Veremos como as formas podem ser observadas e analisadas para</p><p>serem reconstruídas no papel, procurando manter relações com o objeto real. Neste estudo,</p><p>aprenderemos como a linha, o elemento fundamental da linguagem do desenho, é articulada</p><p>para criar formas simples que estruturam as formas compostas e complexas dos objetos.</p><p>Bom aprendizado!</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Vamos Começar!</p><p>Os elementos da linguagem grá�ca</p><p>Na gramática e na sintaxe da linguagem grá�ca, o ponto é o elemento básico. Com o simples ato</p><p>de pressionar a ponta de um lápis, caneta ou giz no papel, já estamos fazemos uma marca, um</p><p>registro ou um ponto. Para realizar esse tipo de registro, podemos utilizar diferentes materiais e</p><p>suportes, como caneta, giz de cera etc.</p><p>Com o ponto como base, um desenhista pode elaborar texturas ou retículas, noções que</p><p>estudaremos na próxima unidade com mais profundidade, que permitem construir superfícies e</p><p>preenchimentos.</p><p>Mas é a linha, com certeza, o elemento fundamental do desenho, o que dá contorno às formas</p><p>simples, estrutura as formas mais complexas e as composições visuais. Ela é a unidade básica</p><p>da composição e da elaboração do desenho. Uma simples linha traçada numa folha de papel</p><p>divide o espaço e organiza o desenho em áreas. É pela manipulação da linha e pelo domínio de</p><p>seu uso e de suas propriedades que um desenhista estabelece sua produção. As linhas de�nem</p><p>a estrutura de um desenho, como veremos adiante, seja ele um esboço ou um estudo livre, seja</p><p>uma composição mais controlada e sistematizada, usando construções geométricas como base.</p><p>Além disso, no desenvolvimento e na �nalização do desenho, o uso das linhas pode de�nir ou</p><p>diferenciar</p><p>a luz da sombra, a �gura do fundo, o espaço positivo do negativo.</p><p>Ao encararmos a linha como um elemento da linguagem grá�ca e um recurso do desenho,</p><p>precisamos atentar às variações e maneiras de uso existentes: linha reta, linha curva, tracejada,</p><p>espessa, �na, tremida, ondulante, pontilhada e tantas outras. Você pode pegar um lápis e fazer</p><p>um exercício, traçando os tipos de linha mencionados aqui, além de outros, numa folha de papel.</p><p>Experimente diversas maneiras de segurar, deslizar e fazer pressão com o lápis: traçar uma linha</p><p>segurando-o pela ponta e pela base; deslizá-lo, deitado, segurando-o pela ponta ou pela base;</p><p>traçar uma linha com bastante pressão (forte) e pouca pressão (fraco). Experimente mudanças</p><p>sutis, gradualmente da pressão mais forte até a mais fraco possível.</p><p>As linhas podem ser traçadas de in�nitas maneiras. Veja, a seguir, alguns exemplos:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Inventário de linhas: desenhando círculo, forma, tinta, feltro. Fonte: Freepik.</p><p>Além desses elementos básicos, quando desenhamos, utilizamos ainda outros recursos, como</p><p>textura, retícula e cor. Muitas vezes, a utilização da cor é mais atribuída à pintura, mas veremos,</p><p>ao longo desta unidade, que mesmo para fazer um desenho a lápis, é preciso atentar às cores</p><p>para transpor o colorido para o preto e branco, identi�cando os contrastes presentes nos</p><p>elementos observados.</p><p>O contraste é o efeito visual resultante da justaposição de diferenças. Podemos notar contrastes</p><p>entre luz e sombra, entre claro e escuro ou entre cores com diferentes propriedades. Por</p><p>exemplo, o contraste entre cores complementares, como azul e laranja ou amarelo e violeta,</p><p>causa uma sensação visual que chamamos de vibração, a qual atrai e estimula o olhar. Já os</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>contrastes entre claro e escuro ou luz e sombra �cam mais evidentes nos desenhos a lápis, já</p><p>que podem ser usadas diversas estratégias para representá-los. Saber observar esses contrastes</p><p>é, pois, importante para a representação do volume (tridimensionalidade) no desenho.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Observar e desenhar</p><p>A linhas e suas con�gurações são a base para a construção das formas no desenho. Quando há</p><p>um conjunto de linhas ou várias linhas no papel, elas estabelecem contornos que fazem com que</p><p>nossos olhos separem a �gura do fundo, estabelecendo as formas. Formas elementares, como</p><p>as geométricas, podem estabelecer o suporte para a elaboração de formas mais complexas</p><p>(compostas por conjuntos de formas).</p><p>A utilização de formas simples para estruturar objetos mais complexos é uma estratégia para</p><p>observar e para fazer desenhos de criação ou projetos. Veja, por exemplo, as �guras planas a</p><p>seguir, as quais mostram, basicamente, desenhos de cadeiras e poltronas. Perceberemos que as</p><p>qualidades características desses móveis, como a simetria, podem ser obtidas pela construção</p><p>com formas geométricas básicas. Quais formas, ou partes de formas, você identi�ca.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Cadeira e conjunto de ilustração vetorial de ícones de estar. Fonte: Freepik.</p><p>Muitos artistas, ao elaborarem uma ilustração – seja de observação, memória ou imaginação –,</p><p>desenham essas formas básicas utilizando o que podemos chamar de linhas de construção,</p><p>linhas �nas, traçadas de maneira muito fraca (com pouca pressão), somente o su�ciente para</p><p>serem vistas. Na produção do desenho, linhas mais fortes, a lápis ou à caneta, vão sendo</p><p>traçadas, acrescentando-se as linhas e os contornos de diferentes qualidades, detalhes e</p><p>texturas. Essas linhas, ao �nal, não farão parte do resultado de�nitivo, mas auxiliam na sua</p><p>construção. Muitas vezes, depois da �nalização do desenho, elas podem permanecer ou ser</p><p>apagadas com uma borracha, dependendo das intenções do desenhista.</p><p>Portanto, para fazer um bom desenho de observação, é preciso aprender a identi�car, nos</p><p>objetos que são desenhados, quais são as formas simples que os compõem, pois elas servirão</p><p>de base para elaborar o objeto inteiro. Para uma boa formação como desenhista, é importante</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>exercitar e praticar aquilo que chamamos de desenho à mão livre. Com exceção do desenho</p><p>técnico ou cientí�co, que, por de�nição, é realizado com o apoio de instrumentos como</p><p>compassos, transferidores, esquadros e escalímetros, pela necessidade de precisão nos</p><p>projetos, quase todo pro�ssional que trabalha com desenhos – na cenotecnia, moda, arquitetura,</p><p>paisagismo, design – inicia o processo de colocar suas ideias no papel por meio do desenho à</p><p>mão livre.</p><p>Ao realizar os primeiros desenhos de observação, seu traçado inicial pode ser bem leve para que</p><p>você experimente as mais diversas possibilidades e descubra, ao longo das produções, quais</p><p>procedimentos são mais signi�cativos e produtivos para você. Muitas pessoas começam seus</p><p>esboços já de�nindo diretamente os contornos do tema ou objeto que estão representando, e</p><p>esta é uma habilidade que se constrói com a prática. Outras precisam desenvolver suas obras a</p><p>partir de linhas de construção e formas básicas. Como qualquer aprendizado na vida, o desenho</p><p>só melhora com a prática. Portanto, repetir, experimentar e variar inúmeras vezes os</p><p>procedimentos de desenho é fundamental.</p><p>Vamos ver, então, como se dá o desenho na prática. Observe, por exemplo, o vaso que está de pé</p><p>na �gura a seguir:</p><p>Figura 3 | Desenho de vasos egipcíos. Fonte: Freepik.</p><p>Propomos, assim, o seguinte experimento inicial: faça um desenho de observação do vaso da</p><p>Figura 3 em uma folha de papel, usando um lápis. Nesse desenho, concentre-se apenas na</p><p>forma, em seus contornos, não sendo preciso fazer o trabalho de sombra e volume que a</p><p>ilustração apresenta.</p><p>Você verá que uma das maiores di�culdades nesta tarefa é a simetria. Observe: se cortado ao</p><p>meio, os dois lados do vaso serão exatamente iguais, espelhados? Muito provavelmente seu</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>desenho, se você for um iniciante, não vai possuir essa simetria perfeita: como estão as curvas</p><p>externas dos dois lados? Elas se espelham perfeitamente?</p><p>Há algumas maneiras de se obter uma simetria satisfatória em um desenho, mas aqui falaremos</p><p>sobre a utilização de formas geométricas como base.</p><p>Observe, novamente, o vaso da Figura 3: podemos dividi-lo em pé, corpo central, tubo superior,</p><p>alças e boca. A parte mais proeminente, que de�ne o tamanho e as proporções do objeto, é o seu</p><p>corpo central. Você consegue ver quais são as formas geométricas que o estruturam? Examine a</p><p>�gura mais uma vez: vemos que o corpo é formado por três círculos ou que ele contém três</p><p>círculos dentro dele, um maior, embaixo, centralizado; e dois outros, um pouco menores, em cima</p><p>do círculo maior.</p><p>Para elaborar um desenho de observação desse vaso, perceba sua estrutura: comece fazendo os</p><p>três círculos no papel com as linhas fracas de construção, para, depois, com base nelas, traçar o</p><p>contorno de�nitivo do objeto.</p><p>Ao desenhar os círculos, você verá como é difícil deixá-los perfeitos e, além disso, fazer os dois</p><p>menores do mesmo tamanho. Você poderia usar um compasso, mas isso também nos leva a</p><p>uma outra questão do desenho: como ilustrar as formas básicas? Quando desenhamos à mão</p><p>livre, sem o uso de instrumentos de apoio, dominar as formas básicas é fundamental. Para tanto,</p><p>você pode partir de um quadrado para, em seguida, traçar um círculo circunscrito a ele.</p><p>Trace um quadrado no papel. Mesmo sem o auxílio de uma régua, o quadrado é uma forma inicial</p><p>mais fácil do que o círculo. Mas existe uma maneira de garantir que os quatro segmentos de reta</p><p>sejam iguais: você pode fazer uma marca em um lápis e usar a distância de sua ponta do até o</p><p>sinal como gabarito (Figuras 4 (a) a (g)).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Traçando um quadrado com uma medida marcada no lápis. Fonte: Garcez (2017).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Desenhe uma linha horizontal e uma diagonal, dividindo o quadrado em quatro. Em seguida, trace</p><p>também duas linhas diagonais, indo de uma extremidade a outra, formando um</p><p>“X” no quadrado.</p><p>Todas essas linhas se encontram no centro do quadrado. Perceba que, agora, você tem quatro</p><p>diagonais partindo do canto para o centro do quadrado. Divida essas diagonais em três</p><p>segmentos iguais e você poderá traçar um círculo, passando pela primeira divisão de cada uma</p><p>das diagonais (Figuras 5 (a) a (c)).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Traçando um círculo circunscrito ao quadrado. Fonte: Garcez (2017).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Por que um processo tão complexo para fazer um círculo? Desenhar um quadrado garante que</p><p>você saiba o tamanho do círculo e que as diagonais se cruzem em ângulos de 90º; desenhar as</p><p>linhas horizontal e vertical ajuda a alinhar o círculo ao quadrado, e dividir as diagonais em três</p><p>segmentos assegura que os primeiros deles, usados para traçar o círculo, estejam à mesma</p><p>distância do centro.</p><p>Muito bem! Agora podemos voltar ao desenho de observação do vaso, desta vez fazendo</p><p>primeiro três quadrados, depois três círculos dentro deles (circunscritos) usando linhas de</p><p>construção e, �nalmente, com um traçado mais forte, de�nindo seus contornos.</p><p>Você vai perceber, realizando essas experiências, que linhas retas e linhas curvas são a base</p><p>para construir as formas básicas no desenho. Já vimos que as linhas retas com medidas</p><p>idênticas podem ser obtidas com o uso de um gabarito, mas há uma maior complexidade nas</p><p>possibilidades e variações das linhas curvas. Se você precisa traçar um semicírculo perfeito,</p><p>basta usar a estratégia do círculo circunscrito e desenhar somente metade da forma.</p><p>Quanto ao vaso da Figura 3, restam as perguntas: como fazer suas alças, que são curvadas, mas</p><p>não são semicírculos perfeitos? Novamente, é preciso saber observar e dividir a forma em partes:</p><p>perceba que o topo da alça, a parte mais alta que aboca do vaso, é quase um círculo completo.</p><p>Sua continuação é basicamente uma reta, que se junta ao corpo central. Ou seja, se você</p><p>desenhar um círculo circunscrito a um quadrado de cada lado da boca do vaso, poderá traçá-las.</p><p>Veremos, igualmente, que o restante do vaso – o pé, o tubo superior e a boca – pode ser</p><p>organizados em três retângulos. Se você dividir esses retângulos com linhas verticais,</p><p>horizontais e diagonais, poderá traçar as outras formas com maior precisão e simetria.</p><p>Esse processo é chamado construção geométrica ou construção com formas geométricas. No</p><p>desenho de observação, este é um recurso usado para aprender a observar e traduzir para o</p><p>papel o que está sendo visto. Dessa maneira, é possível estruturar a ilustração atentando,</p><p>primeiramente, ao conjunto e às relações entre as formas e, depois, aos detalhes. As</p><p>construções com formas geométricas são também são muito utilizadas em processos de</p><p>criação como o design, a arquitetura e a cenogra�a. Ao criar seus projetos com esses recursos,</p><p>os pro�ssionais dessas áreas se asseguram de que o equilíbrio das formas e suas proporções</p><p>serão garantidos.</p><p>No entanto, para observar e desenhar formas orgânicas, como plantas e animais, a estruturação</p><p>em formas geométricas, muitas vezes, pode não ser tão e�ciente. As formas orgânicas possuem</p><p>maior irregularidade e, portanto, não é possível organizá-las assim.</p><p>Examinemos, por exemplo, o trabalho de artistas naturalistas com seus desenhos botânicos, os</p><p>quais têm por objetivo registrar as características visuais de diferentes espécies de plantas para</p><p>que possam ser identi�cadas. Nesses desenhos, diferentemente do desenho de objetos, além da</p><p>forma, as texturas são extremamente importantes para que as plantas sejam reconhecidas.</p><p>Observando a Figura 6, quantas texturas e tipos de linhas diferentes você identi�ca?</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Flores e ervas selvagens desenhadas à mão. Fonte: Freepik.</p><p>O desenho botânico, como o que vimos anteriormente, é uma modalidade artística em si. O</p><p>desenho das plantas e de suas características é, até mesmo, ensinado em cursos e escolas</p><p>especí�cas. Por ser produzido com �nalidades de uso cientí�co e registro das morfologias das</p><p>espécies botânicas, esse tipo de desenho é minucioso na observação de detalhes. Além disso,</p><p>como é possível notar, ele tem suas próprias formas de observação, como mostruário, por</p><p>exemplo; outras vezes, os artistas devem fazer cortes e desenhar partes internas dos</p><p>espécimes.</p><p>Essa modalidade utiliza, também, os recursos de representação de volume, luz, sombras e</p><p>texturas, que veremos mais adiante. Nesta seção, nos dedicamos à observação e ao registro das</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>formas dos objetos e aos recursos do desenho usados para tanto. A estruturação com linhas de</p><p>construção e formas geométricas é um dos procedimentos possíveis para o desenho de</p><p>observação, porém há outras formas de desenhar que podem ser experimentadas. Se você</p><p>praticar a utilização desses procedimentos em diferentes situações e com objetos variados, vai</p><p>aprimorar seus talentos e passar a desenvolver seus próprios recursos para produção.</p><p>Mãos à obra!</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Como vimos, o desa�o de Gustavo é explicar como ele começou a desenhar formalmente. Isso</p><p>quer dizer que ele precisa contar e especi�car quais etapas �zeram parte do início de seu</p><p>aprendizado e desenvolvimento, e de que forma ele deu seus primeiros passos como</p><p>desenhista.</p><p>Entendemos, como qualquer outra forma de linguagem capaz de expressar ideias e sentimentos,</p><p>o desenho tem sua própria gramática, assim como a escrita, que parte da letra para elaborar a</p><p>sílaba e, então, a palavra, a frase, e assim por diante. O elemento grá�co mais simples é o ponto,</p><p>mas a linha é o elemento construtivo de formas simples e básicas que são estruturantes de</p><p>desenhos mais complexos. As formas orgânicas, como animais (incluindo o homem),</p><p>apresentam maiores desa�os, pois suas formas estruturantes não são tão evidentes.</p><p>No caso de Gustavo, seu percurso formal se iniciou pelo desenho de observação de objetos</p><p>inanimados, partindo dos mais simples, como o vaso de nosso exemplo, até outros mais</p><p>complexos, envolvendo mais formas. Ao mesmo tempo, ele também foi desa�ado a encarar as</p><p>formas orgânicas.</p><p>Na redação sobre o seu processo de aprendizagem como desenhista, Gustavo deve apontar</p><p>como esses exercícios o ajudaram a desenvolver sua percepção e a identi�car de que forma os</p><p>objetos que observou e desenhou o auxiliaram a entender como estruturar um desenho. Seu</p><p>texto poderá conter a explicação do que é e como funciona a estruturação de um desenho</p><p>usando linhas de construção para con�gurar as formas simples e, a partir delas, as formas</p><p>complexas.</p><p>Nesta seção, também analisamos imagens de desenhos de artistas naturalistas, tanto de</p><p>desenhistas botânicos quanto de viajantes, e identi�camos as características de seus trabalhos.</p><p>Apreciar imagens com o objetivo ampliar o repertório e perceber como os desenhos são feitos é</p><p>uma forma de aprendizado pela qual certamente Gustavo também passou. Esse é mais um</p><p>aspecto que deve constar em seu texto de apresentação para a seleção da bolsa.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Podcast: HQ Brasil: André Toral</p><p>O programa Brasil em quadrinhos, uma, uma parceria do Itamaraty com a Bienal de</p><p>Quadrinhos de Curitiba, lança o podcast HQ Brasil – Quadrinhos, Cultura e Educação.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>O podcast HQ Brasil recebe, neste episódio, o roteirista e ilustrador André Toral. Professor,</p><p>gravador e desenhista, André Toral é formado em Ciências Sociais, mestre em Antropologia</p><p>e doutor em História. Trabalhou com grupos indígenas brasileiros por mais de 30 anos</p><p>como pesquisador, consultor e indigenista. Suas HQs têm como inspiração o Brasil, seus</p><p>personagens, sua história e sua cultura. As obras mais recentes de André Toral, todas</p><p>publicadas pela editora Veneta, são Holandeses, A alma que caiu do corpo e O Filho do</p><p>Norte, inspirada no poeta maranhense Gonçalves Dias.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 02 - Hachuras, pontilhismo, manchas</p><p>No mencionado capítulo, é abordada a utilização</p><p>de técnicas de desenho chamadas de</p><p>texturas. As texturas servem para trazer mais expressão ao desenho e podem gerar efeitos</p><p>de volumetria, sombreamento e acabamentos variados. Ao traçarmos as linhas bases do</p><p>desenho, geramos os contornos das formas, contudo, mesmo existindo técnicas que</p><p>tornam interessante o delineamento, o preenchimento é muito importante para o efeito de</p><p>percepção geral dos elementos.</p><p>Artigo: Hachura (Enciclopédia Itaú cultural)</p><p>Técnica usada em desenho e gravura que consiste em traçar linhas �nas e paralelas, retas</p><p>ou curvas, muito próximas umas das outras, criando um efeito de sombra ou meio-tom. O</p><p>termo encontra sua origem no francês hachure - hache, que signi�ca machado.</p><p>Referências</p><p>ARNHEIN, R. Arte e percepção visual. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.</p><p>ARTISTAS viajantes. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-</p><p>viajantes. Acesso em: 5 fev. 2024.</p><p>DERDYK, E. (Org.). Disegno, desenho, desígnio. São Paulo: Senac, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>GARCEZ. U. Trabalhos da categoria desenho. Ulisses Garcez, 2017. Disponível em:</p><p>http://ulissesgarcez.com.br/trabalhos/categoria/desenho. Acesso em: 02 maio 2024.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo57/hachura</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>http://ulissesgarcez.com.br/trabalhos/categoria/desenho</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Aula 2</p><p>Proporção</p><p>Proporção</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos a importância da composição no desenho e na</p><p>linguagem visual. Aprender a dominar as relações entre os elementos de uma imagem é</p><p>fundamental para qualquer pro�ssional que trabalhe com comunicação visual, seja em arte,</p><p>publicidade ou design. Além disso, vamos abordar as habilidades essenciais de observação e</p><p>registro de proporções no desenho, tanto de objetos quanto de �guras humanas.</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Na segunda etapa do processo seletivo para a bolsa de residência em Londres, Gustavo deve</p><p>enviar um portfólio com desenhos que mostrem seus interesses e, ao mesmo tempo, suas</p><p>habilidades como desenhista. A orientação é que ele escolha alguns temas de sua preferência e</p><p>realize desenhos de observação que revelem seus talentos competências em trabalhar com os</p><p>elementos fundamentais no registro de cenas reais, mostrando, acima de tudo, que ele domina a</p><p>representação grá�ca de objetos tridimensionais. Gustavo resolve se dedicar a montar um</p><p>portfólio especialmente para o processo. De que forma ele vai produzir esses trabalhos? O que</p><p>ele pode destacar nessa vitrine, de modo a apresentar sua trajetória no desenho? Quais técnicas</p><p>de desenho ele deve apresentar?</p><p>Aqui veremos a importância de um conceito capital não só para o desenho, como também para a</p><p>comunicação e a linguagem visual como um todo: a composição. O domínio das relações entre</p><p>os elementos de uma peça de comunicação visual – seja ela uma obra de arte ou um anúncio</p><p>publicitário – é uma competência fundamental para quem produz e trabalha com imagens. Este</p><p>será um conhecimento importante para que Gustavo expresse seu potencial para participar do</p><p>programa de residência e se integre de forma produtiva com os outros bolsistas.</p><p>Além dele, o jovem precisará mostrar a qualidade de seu trabalho como desenhista, ou seja,</p><p>quais técnicas e procedimentos ele domina. Na seção sobre as habilidades necessárias ao</p><p>desenho, estudaremos, pois, os princípios de observação e registro de proporções no desenho,</p><p>tanto dos objetos como das �guras humanas. Aprenderemos, também, o papel que esses</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u2a2_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>elementos desempenham em diversas produções estéticas.</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Composição: organizando uma cena</p><p>Uma composição visual é a organização, por diversas maneiras ou estratégias, dos elementos do</p><p>desenho. Quando falamos em composição, nos referimos ao desenho, à forma como ele se</p><p>apresenta, à estrutura pela qual se organizam as partes que o compõem, que resultam na</p><p>impressão que ele causa. Ou seja, a composição se refere ao conjunto total de um trabalho</p><p>visual, seja ele um desenho, uma pintura, uma peça publicitária ou de design, um cartaz ou uma</p><p>cenogra�a.</p><p>A noção de composição e o domínio de seus elementos é muito importante para quem trabalha</p><p>com produções visuais, pois ela se refere justamente ao resultado. Em atividades como a</p><p>arquitetura, a cenogra�a e a cenotecnia, por exemplo, esse é um aspecto fundamental, pois a</p><p>elaboração de projetos nessas áreas consiste, em grande parte, em elaborar uma composição</p><p>visual levando em conta a estética que se busca e os recursos materiais e técnicos disponíveis.</p><p>Para tanto, devemos observar alguns aspectos e estratégias de construção, que vão dos mais</p><p>simples aos mais complexos:</p><p>Margens</p><p>São os limites da composição que de�nem o enquadramento da imagem. As margens podem</p><p>limitar o desenho, ou ele pode ser sangrado, o que signi�ca que partes da composição são</p><p>cortadas pela margem.</p><p>Enquadramento</p><p>É a maneira pela qual serão dispostos os elementos contidos nas margens da composição.</p><p>Enquadrar signi�ca determinar de que forma a cena e seus elementos serão dispostos no papel.</p><p>É uma ação semelhante a tirar uma fotogra�a: ao apontar a lente de seu celular para registrar</p><p>uma situação, você escolhe a distância, determina quais espaços são ocupados pela pessoa ou</p><p>pelo fundo, move o celular para escolher os elementos do fundo que vão aparecer, procura o</p><p>melhor ângulo do fundo ou da pessoa retratada ou, se ela vai ser retratada de corpo inteiro ou até</p><p>a cintura. Essas escolhas são ações de enquadramento e podem ser feitas em um desenho</p><p>também. Elas incluem determinar se a composição é horizontal ou vertical, a proporção e</p><p>distância entre �gura e fundo, o espaço que cada elemento ocupa no papel, a centralização e</p><p>posicionamento dos elementos, entre outros pontos.</p><p>No desenho de observação, examina-se uma composição para registrá-la no papel, portanto é</p><p>muito importante identi�car e reconhecer esses aspectos. Podemos determinar o ângulo, a</p><p>distância da qual vamos desenhar e como vamos enquadrar o que estamos vendo no papel,</p><p>limitados pelas margens do desenho. Você pode fazer uma rápida experiência para compreender</p><p>melhor como enquadrar uma cena, determinar como desenhá-la no papel e construir a sua</p><p>composição:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Recorte um retângulo de papel - cartão.</p><p>Com um estilete, recorte uma janela retangular dentro do retângulo de papel - cartão.</p><p>Pronto! Agora você tem um visor com o qual poderá exercitar o enquadramento visual. Basta</p><p>apontá-lo para uma cena e olhar por dentro da janela. Ao afastar ou aproximar o visor de seus</p><p>olhos, você altera o que cabe nas margens e, ao movê-lo, você encontra diferentes ângulos para</p><p>seu enquadramento. Segurando-o a uma distância �xa de seus olhos e movendo-o para a frente e</p><p>para trás em relação à cena enquadrada, você altera o espaço que os elementos ocupam na</p><p>composição – é um zoom.</p><p>Para realizar um desenho de observação de uma cena com vários elementos, esse tipo de visor</p><p>pode ser usado como um excelente recurso para enquadrar, observando e selecionando o que vai</p><p>fazer parte da composição da cena através dele. Mas</p><p>vale tomar alguns cuidados: a linha de</p><p>margem inferior do seu papel ou do enquadramento do visor não pode ser colocada como</p><p>suporte para a representação de objetos, pois isso desequilibra a centralização do quadro. Ou</p><p>seja, sempre coloque no visor ou desenhe na cena observada um pedaço do chão ou da</p><p>superfície sobre a qual estão os elementos da cena: o chão não deve ser a margem do papel.</p><p>Uma composição visual, en�m, é a organização dos elementos ou partes em um todo de acordo</p><p>com as escolhas e critérios do autor. Conhecer suas propriedades e como ela pode se apresentar</p><p>como resultado é importante, tanto para criar uma peça visual como para realizar desenhos de</p><p>observação, pois assim o desenhista terá melhor percepção de como a cena que está sendo</p><p>registrada se organiza.</p><p>As características gerais de uma composição visual</p><p>Há muitas maneiras de categorizar e identi�car as propriedades e características do resultado de</p><p>uma composição visual. Numa composição contrastante, as diferenças e oposições entre seus</p><p>elementos chamam a atenção. Não vemos muitos padrões, ou mesmo repetições, e pode haver</p><p>pequenas diferenças entre cada conjunto de elementos. Geralmente, os contrastes aparecem</p><p>com mais evidência nas cores e tonalidades: luz e sombra, cores quentes e cores frias, tons</p><p>fortes e tons pastel. Mas contrastes entre texturas também podem ser explorados, como é o</p><p>caso de texturas cheias e texturas vazias. Alguns contrastes podem passar também a sensação</p><p>de movimento, pois as diferenças visuais são dinâmicas.</p><p>Ao observar uma cena para registrá-la em desenho, é importante identi�car seus contrastes para</p><p>determinar como eles devem atuar na sua composição. Quando uma composição explora as</p><p>características contrastantes, ela pode apresentar elementos e resultados como instabilidade,</p><p>assimetria, irregularidade, complexidade, fragmentação, profusão, exagero, espontaneidade,</p><p>atividade, ousadia, ênfase, transparência, variação, distorção, profundidade, justaposição, acaso</p><p>e agudeza.</p><p>Uma composição visual também pode explorar as características e os aspectos visuais para</p><p>uma cena �nal mais harmônica. A harmonia pode ser obtida por meio de elementos visuais</p><p>similares, como a utilização de cores ou texturas análogas, por exemplo. Em sua disposição,</p><p>vemos menos movimento e diferença na cena: as partes são semelhantes, seus tamanhos e os</p><p>espaços que ocupam também são semelhantes, e as posições, alinhadas, por exemplo.</p><p>Quando uma composição apresenta harmonia em seu resultado, o observador pode perceber as</p><p>seguintes características: equilíbrio, simetria, regularidade, simplicidade, unidade, economia,</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>minimização, previsibilidade, sutileza, neutralidade, estabilidade, exatidão, planura, singularidade,</p><p>sequencialidade. Assim como no caso dos elementos contrastantes, é importante observar se</p><p>uma cena a ser desenhada apresenta características harmônicas e determinar como apresentá-</p><p>las em sua composição.</p><p>A imagem a seguir é uma reprodução da obra A Escola de Atenas, pintada pelo artista</p><p>renascentista Rafael. A escola artística do Renascimento valorizava a harmonia nas</p><p>composições, característica que podemos observar nesta cena: as cores são similares e as</p><p>cores contrastantes não estão próximas. Além disso, não há elementos que destoam ou se</p><p>destacam do restante. Notamos, também, que a composição é bastante simétrica: se</p><p>imaginarmos uma linha vertical cortando a cena ao meio, veremos que quase todos os</p><p>elementos de um lado correspondem a um outro elemento, espelhado, do outro. Tal obra, então,</p><p>apresenta uma impressão geral mais harmônica do que contrastante.</p><p>Figura 1 | Escola de Atenas, de Rafael Sanzio (1509). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Siga em Frente...</p><p>A proporção</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Outro aspecto importante de uma composição visual quando seu objetivo é retratar uma</p><p>situação naturalista ou �gurativa, ou seja, retratar a realidade, é a proporção. Observar</p><p>atentamente as medidas das diferentes partes de um animal, de uma edi�cação, de um objeto ou</p><p>de uma �gura humana é essencial para que um desenho de observação possa, de fato, remeter</p><p>ao seu motivo, àquilo que ele representa. Assim, quando um designer, um arquiteto ou um</p><p>cenógrafo desenvolvem um projeto, é essencial que as proporções sejam consideradas.</p><p>Em um projeto de design, por exemplo, é muito importante dominar as proporções para que o</p><p>objeto realmente seja manuseado e cumpra seu papel como planejado. Ao observá-lo e registrar</p><p>sua estrutura por meio das formas simples, como aprendemos na seção anterior, podemos medir</p><p>essas formas de maneira bem prática, usando o lápis ao desenhar. Vamos tentar?</p><p>Feche um olho, olhe para uma parte do objeto e coloque o lápis à sua frente, entre o olho e a</p><p>parte observada, sobrepondo um ao outro. Ao ver o lápis sobre a parte observada, “encoste” sua</p><p>ponta em uma extremidade vertical e coloque o dedo polegar no ponto do lápis que bate com a</p><p>outra extremidade vertical. Você já tem a medida da altura, marcada no lápis. Faça uma linha</p><p>vertical com essa medida no papel e repita a operação para obter a linha horizontal – a distância</p><p>entre o lápis e o seu olho deve ser a mesma –, e faça a linha horizontal “em cruz” com a linha</p><p>vertical. Essa cruz marca exatamente as medidas das extremidades da forma que você deve</p><p>desenhar para estruturar seu objeto, parte por parte (Figura 2). Por exemplo, se você estiver</p><p>desenhando uma caneca, usará este procedimento para fazer dois retângulos, um que de�nirá o</p><p>corpo dela e outro que de�nirá sua alça. Veja, na �gura a seguir, como o desenhista registra a</p><p>medida vertical do vaso com a planta.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Ilustração de procedimento de registro de medida com o lápis. Fonte: Premont e Philippi (1980, p. 40).</p><p>A proporção é a razão ou relação de medidas entre diferentes partes de um objeto ou diferentes</p><p>objetos. Se desenhamos um cão com a cabeça muito grande, dizemos que ele está sem</p><p>proporção, ou desproporcional, pois a relação entre o tamanho do corpo e da cabeça do animal</p><p>não foi observada ou respeitada.</p><p>Na Grécia Antiga e no Renascimento italiano, os artistas buscavam representar o corpo humano</p><p>com o que chamavam de proporções perfeitas, de acordo com seus ideais de beleza. Para eles,</p><p>se os homens fossem desenhados e pintados segundo as regras de proporção de�nidas em</p><p>seus estudos, os resultados seriam corpos sempre belos. Esses artistas perceberam que o</p><p>estudo e o controle das proporções resultavam em composições mais harmoniosas e, portanto,</p><p>mais agradáveis ao olhar.</p><p>O Homem Vitruviano é um famoso estudo das proporções do corpo humano feito por Leonardo</p><p>da Vinci em 1492. Baseado na obra do arquiteto Vitrúvio, da Grécia Antiga, ele mostra como seria</p><p>um corpo humano harmônico em suas medidas. Observe como ele está centralizado</p><p>perfeitamente no círculo e tem as pernas e os braços impecavelmente limitados por ele.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci (1492). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Hoje sabemos que há inúmeros padrões de beleza, todos igualmente válidos para os corpos</p><p>humanos, e não é possível de�nir um único modelo de representação. No entanto, continua</p><p>sendo igualmente importante observar e levar em conta as proporções entre as partes do corpo</p><p>para realizar um bom desenho, seja ele de observação ou criativo, como um croqui de moda, por</p><p>exemplo. Para que um estilista desenhe peças de fato interessantes, é fundamental que ele</p><p>conheça as formas e o desenho do corpo humano.</p><p>Os croquis dos estilistas de moda são desenhos feitos à mão livre, com uma forte característica</p><p>artística, mas que, ao mesmo tempo, devem dar uma ideia bastante precisa do resultado</p><p>esperado para a peça �nal. Por essa razão, é importante dominar as proporções do corpo</p><p>humano neste tipo de produção.</p><p>Figura 4 | Croquis de moda. Fonte: Freepik.</p><p>Ao examinar uma �gura humana para realizar um desenho de observação, é possível identi�car</p><p>as formas</p><p>básicas de um objeto. Você também pode começar esboçando as proporções entre as</p><p>partes do corpo.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Desenho de �gura feminina.Fonte: Freepik.</p><p>Nesta �gura, percebemos, nas articulações da bailarina, pequenos círculos desenhados</p><p>marcando seus joelhos, cotovelos e tornozelos. Ainda poderia haver esses círculos em seus</p><p>ombros. Vemos, também, que há linhas internas nos braços e pernas, assim como no tronco da</p><p>personagem. Essas são as linhas de construção para o desenho da �gura humana. A bailarina</p><p>está numa posição difícil de desenhar, com as pernas dobradas, um braço à frente e outro para</p><p>trás. A distância altera o tamanho em que enxergamos as partes do corpo: o braço mais distante</p><p>é visto ligeiramente menor.</p><p>Tais linhas são úteis para estruturar o corpo e ajustam suas proporções antes de serem traçadas</p><p>as linhas de�nitivas. Porém, as linhas que vão dar a forma �nal da �gura humana que está sendo</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>observada também precisam levar em conta a proporção, entre outras medidas, das partes do</p><p>corpo humano, como tamanho, largura e forma. É necessário examinar atentamente, entre outros</p><p>aspectos, as medidas da cintura em relação ao ombro e em relação à barriga, por exemplo.</p><p>Na Figura 6, vemos como essas medidas podem se proporcionar de diversas formas entre si e</p><p>também que é possível estruturar o tronco a partir de uma �gura geométrica.</p><p>Figura 6 | Tipos de corpo feminino. Fonte: Freepik.</p><p>Ao fazermos um desenho de observação da �gura humana, se a posição em que o modelo se</p><p>encontra permitir que identi�quemos uma forma a partir da qual estruturar seu corpo, poderemos</p><p>expressar, de maneira bem mais precisa, suas proporções.</p><p>Experimente: peça a um colega ou amigo que faça uma pose para você. Trabalhe da forma como</p><p>aprendeu aqui, estruturando as linhas de construção para determinar os tamanhos de cada parte</p><p>do corpo e marcando as articulações com círculos ou pontos. Procure, também, identi�car uma</p><p>forma simples para iniciar o desenho do tronco. Comece seus exercícios de desenho de</p><p>observação da �gura humana pedindo aos modelos que façam poses simples, de preferência</p><p>virados de frente para você. À medida em que for se aprimorando, você poderá explorar outras</p><p>posições.</p><p>Outra atividade que exige uma atenção especial às proporções é o desenho de �guras humanas</p><p>em situações com fundo ou cenários. A ilustração de locais com uma ou mais pessoas</p><p>dispostas nele exige que o desenhista observe cuidadosamente as proporções entre as �guras</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>humanas, o contexto arquitetônico e os objetos presentes, assim como as proporções entre os</p><p>objetos e local.</p><p>Figura 7 | Casal na cozinha. Fonte: Freepik.</p><p>Note, por exemplo, na Figura 7: um fogão não pode ser grande demais em relação à porta, o</p><p>cozinheiro não pode ser grande demais em relação ao fogão e a panela não pode ser grande</p><p>demais em relação ao cozinheiro. Por essa razão, é importante sempre mapear a cena toda</p><p>antes de se dedicar a desenhar cada elemento isoladamente em seus detalhes. É preciso traçar</p><p>todas as linhas de construção e organizar todas as formas estruturantes antes de dar atenção</p><p>especial a um determinado item.</p><p>Assim como você aprendeu a usar o olhar, o lápis e o dedo para identi�car as proporções entre</p><p>as partes de um objeto, você pode lançar mão do mesmo procedimento para identi�car as</p><p>medidas e as proporções dos diferentes elementos de uma cena complexa. A representação de</p><p>um espaço e dos itens nele contidos depende da observação das proporções combinada ao uso</p><p>da perspectiva. Mais adiante, na próxima unidade, aprenderemos também como usar as técnicas</p><p>de perspectiva para representar o espaço tridimensional. Mas, mesmo sem dominá-la, você pode</p><p>realizar uma excelente composição de espaço se observar corretamente as proporções das</p><p>pessoas e dos objetos.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Como vimos na situação-problema, para dar continuidade ao processo seletivo do qual Gustavo</p><p>está participando para ganhar uma bolsa de residência em Londres, ele deve enviar um portfólio</p><p>com seus trabalhos para mostrar como domina as técnicas e os procedimentos do desenho.</p><p>Soubemos, também, que ele decidiu produzir uma série de obras exclusivamente para enviar à</p><p>seleção.</p><p>Nesta seção, aprendemos que a composição visual, ou seja, a organização dos diversos</p><p>elementos que fazem parte do desenho, é um princípio fundamental para a elaboração de bons</p><p>trabalhos, tanto de desenhos de observação quanto na criação de originais, como projetos de</p><p>design grá�co e croquis de moda ou projetos de cenogra�as.</p><p>No desenho de observação, podemos criar uma cena ou uma composição com objetos. Neste</p><p>caso, Gustavo poderia organizar móveis em uma sala ou até mesmo orientar seus amigos para</p><p>que posassem e, assim, criar diferentes cenas. Conhecendo os princípios da composição visual,</p><p>ele poderia conceber diversas situações com características diferentes, variando de</p><p>composições mais contrastantes a composições mais harmônicas. Portanto, para elaborar sua</p><p>série de desenhos, ele poderia explorar a simetria e a assimetria na organização dos elementos;</p><p>poderia criar diferentes ambientes de luz e sombra; explorar diferentes distâncias e posições</p><p>para os objetos e para as pessoas em suas cenas. Explorando essas outras propriedades e</p><p>características da composição visual que conhecemos nesta seção, Gustavo pode criar variadas</p><p>situações, cada uma delas abrindo novas passibilidades para que ele mostre, em seus desenhos</p><p>de observação, o domínio que tem do uso do contraste, da luz e da sombra e da representação</p><p>do espaço.</p><p>Além disso, ao desenhar inúmeras combinações de pessoas e objetos em uma cena, Gustavo</p><p>teria que fazer um bom uso da proporção. Como um desenhista interessado em participar de um</p><p>intercâmbio para jovens estudantes de diferentes áreas, é importante também que ele mostre</p><p>que tem interesse nas diversas aplicações artísticas e pro�ssionais do desenho e repertório para</p><p>realizar pesquisas em comum com outros bolsistas.</p><p>E o que Gustavo pode fazer para obter bons resultados com as proporções em seus desenhos e</p><p>ser bem avaliado na seleção?</p><p>Primeiramente, há algumas �guras que exigem maior domínio da proporção, como a �gura</p><p>humana, por exemplo. Ao preparar as cenas para seus desenhos de observação, Gustavo pode</p><p>optar por destacar e valorizar a �gura humana em diferentes posições. Como vimos no exemplo</p><p>da bailarina, a distância, o posicionamento e o ponto de vista in�uem muito em como o</p><p>observador vai ver a �gura e qual será a forma de registrá-la em desenho. Além disso, o jovem</p><p>deverá dar especial atenção às proporções entre os elementos de sua composição. Há algumas</p><p>estratégias para trabalhar esses aspectos no desenho, como a observação atenciosa e</p><p>cuidadosa da composição como um todo e o trabalho com a estruturação da cena a ser</p><p>desenhada com as linhas de construção antes dos detalhes e traços de�nitivos de cada objeto.</p><p>Ele também pode usar o procedimento de medir com o lápis à frente do olho para ter uma</p><p>percepção melhor dos tamanhos e proporções na cena.</p><p>Se Gustavo trabalhar com o cuidado e a atenção devidos, terá um excelente portfólio para</p><p>apresentar à comissão de seleção.</p><p>Saiba mais</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Podcast: HQ Brasil: Marcello Quintanilha e Rogério de Campos</p><p>O programa Brasil em quadrinhos, uma, uma parceria do Itamaraty com a Bienal de</p><p>Quadrinhos de Curitiba, lança o podcast HQ Brasil – Quadrinhos, Cultura e Educação.</p><p>O podcast HQ Brasil recebe, neste episódio, o roteirista e ilustrador Marcello Quintanilha e o</p><p>editor Rogério de Campos. Nascido em Niterói e radicado em Barcelona há mais de 20</p><p>anos, Marcello Quintanilha é, atualmente, o mais internacional dos autores brasileiros de</p><p>histórias em quadrinhos, com obras traduzidas para diversos idiomas. Sua HQ Tugstênio foi</p><p>adaptada para o cinema em 2018 e sua obra mais recente,</p><p>Escuta, formosa Márcia, recebeu</p><p>prêmios importantes, como o brasileiro Jabuti e o francês Fauve D’or, a principal premiação</p><p>do festival de quadrinhos de Angoulême. O paulistano Rogério de Campos, por sua vez,</p><p>possui uma longa trajetória no mundo editorial, sendo o responsável por publicações</p><p>emblemáticas, caso da revista Animal, além de ter uma passagem marcante pela editora</p><p>Conrad. Atualmente comandando a editora Veneta, Rogério de Campos é ainda autor de</p><p>livros sobre quadrinhos, caso de Imageria e HQ – Uma pequena história dos quadrinhos</p><p>para uso das futuras gerações.</p><p>PODCAST HQ BRASIL: Marcello Quintanilha e Rogério de Campos. [Locução de]: Pedro</p><p>Brandt. Curitiba, 16 dez. 2024. Entrevistados: Marcello Quintanilha e Rogério de Campos.</p><p>Podcast.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 1 - Como construir um desenho de imitação</p><p>Existem diversas formas de construir um desenho de imitação de um objeto. Veremos,</p><p>neste capítulo, alguns métodos básicos e e�cazes para praticar esse tipo de desenho.</p><p>Primeiramente, após uma avaliação da �gura a ser reproduzida, deve ser estudado o</p><p>posicionamento no qual o objeto será inserido na folha. A posição dos objetos é importante</p><p>para que o conjunto da composição �que equilibrado.</p><p>Artigo: Homem Vitruviano, a resposta genial de Da Vinci a um enigma da Antiguidade para</p><p>criar 'edifícios perfeitos'</p><p>Este artigo explora o icônico desenho do Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, criado</p><p>no século XV. O desenho foi uma resposta genial a um desa�o proposto por Vitrúvio sobre</p><p>as proporções ideais de edifícios em relação ao corpo humano. Da Vinci resolveu o enigma</p><p>com uma solução harmoniosa e simétrica, destacando a relação entre o corpo humano e</p><p>formas geométricas perfeitas como o círculo e o quadrado. O texto também destaca a</p><p>importância histórica e cultural do desenho, além de explorar como as proporções</p><p>corporais ideais in�uenciaram a arquitetura renascentista.</p><p>Referências</p><p>ARNHEIN, R. Arte e percepção visual. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.</p><p>ARTISTAS viajantes. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-</p><p>viajantes. Acesso em: 5 fev. 2024.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://www.bbc.com/portuguese/geral-54265749#:~:text=%22Para%20que%20qualquer%20edif%C3%ADcio%20seja,as%20propor%C3%A7%C3%B5es%20do%20corpo%20humano</p><p>https://www.bbc.com/portuguese/geral-54265749#:~:text=%22Para%20que%20qualquer%20edif%C3%ADcio%20seja,as%20propor%C3%A7%C3%B5es%20do%20corpo%20humano</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>DERDYK, E. (Org.). Disegno, desenho, desígnio. São Paulo: Senac, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>PREMONT, R-M.; PHILIPPI, N. Aprenda a desenhar. Coleção Cultura e tempos livres. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1980.</p><p>Aula 3</p><p>Tom</p><p>Tom</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, mergulharemos no fascinante mundo da construção de volumes</p><p>no desenho. Aprenderemos a observar sombras e fontes de luz para dar vida e profundidade às</p><p>nossas criações, além de explorar as tonalidades de cinza para transmitir emoções e criar efeitos</p><p>visuais cativantes. Esses conhecimentos são essenciais não apenas a artistas visuais, mas</p><p>também a pro�ssionais de áreas como ilustração, design e arquitetura. Prepare-se para</p><p>aprimorar suas habilidades e expandir o seu horizonte criativo!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Por �m, chegamos à última etapa da seleção para a bolsa de estudos em Londres, que consiste</p><p>em uma aula-teste presencial. O programa no qual Gustavo se inscreveu busca incentivar jovens</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u2a3_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>que sejam produtores e pesquisadores e, portanto, que dominem os conhecimentos sobre</p><p>desenho e que re�itam sobre os processos de construção da identidade e do estilo de um</p><p>desenhista. Para este momento, Gustavo deve escolher um tema e apresentar uma aula-teste</p><p>aos jurados.</p><p>Ele decide falar sobre um aspecto especial do desenho: a construção de volumes. Esse é um</p><p>aprendizado importante para os desenhistas de diversas áreas, pois é pela construção de</p><p>volumes que se conseguem os efeitos de tridimensionalidade. Quais conteúdos Gustavo pode</p><p>abordar em sua aula? De que forma ele pode apresentá-la?</p><p>Nesta aula, você será introduzido a diversas estratégias, técnicas e procedimentos fundamentais</p><p>no desenho. Desde a observação das sombras e fontes de luz até a sua representação através</p><p>das tonalidades de cinza, aprenderemos as bases essenciais para criar desenhos realistas e</p><p>expressivos. Esses elementos são cruciais para qualquer artista visual, pois permitem a</p><p>compreensão e a representação �el da luz e da forma, adicionando profundidade e vida às suas</p><p>obras.</p><p>Como podemos utilizar a observação das sombras e fontes de luz para aprimorar a qualidade</p><p>dos nossos desenhos? De que maneira as tonalidades de cinza podem ser empregadas para</p><p>criar diferentes efeitos visuais e transmitir emoções através do desenho? Como esses</p><p>conhecimentos podem ser aplicados em diversas áreas pro�ssionais, como ilustração, design,</p><p>arquitetura, entre outras?</p><p>Preparar-se para dar um passo importante rumo ao domínio do desenho. Ao compreender e</p><p>praticar os conceitos de observação de sombras, fontes de luz e uso de tonalidades de cinza,</p><p>você fortalecerá suas habilidades artísticas de forma signi�cativa. Lembre-se de que esses</p><p>conhecimentos não se restringem apenas ao mundo artístico, mas têm aplicações práticas em</p><p>várias áreas. Esteja aberto para explorar as possibilidades e desa�os que este tema oferece, pois</p><p>cada técnica aprendida será uma ferramenta valiosa no seu arsenal criativo.</p><p>Aproveite esta oportunidade para expandir sua visão e competências no universo do desenho!</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>No desenho e na pintura, a luz e a sombra são os elementos essenciais para produzir o efeito de</p><p>volume nos objetos e �guras representados, ou seja, é necessário observá-los e utilizá-los para</p><p>representar a tridimensionalidade.</p><p>No desenho, trabalhamos com duas dimensões: exploramos os eixos da altura e da largura no</p><p>papel. Na escultura, por exemplo, podemos reproduzir uma visão de 360o de pessoa ao fazer seu</p><p>retrato em argila, pois estamos trabalhando em meio tridimensional, o qual, além da largura e da</p><p>altura, também comporta a profundidade. No papel, não existe a profundidade física, mas o</p><p>desenho pode criar essa ilusão. É por essa razão que a luz e a sombra são fundamentais para a</p><p>representação dos objetos tridimensionais no desenho: é por meio delas que se obtém a</p><p>impressão de volume.</p><p>O volume é a expressão do objeto na realidade tridimensional. É a dinâmica pela qual suas</p><p>formas se projetam no espaço. É o que de�ne e distingue os objetos que nos rodeiam. É a</p><p>percepção da luz que eles recebem e, consequentemente, das sombras que eles produzem e</p><p>projetam. A luz e a sombra incidem sobre os objetos tridimensionais e atuam na forma pela qual</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>os vemos. Elas são a expressão visual do volume. Objetos maiores e menores recebem mais ou</p><p>menos luz e projetam sombras maiores ou menores no espaço. Ao observarmos,</p><p>cuidadosamente, esses aspectos e passá-los para o desenho, podemos representar o volume</p><p>dos objetos no papel.</p><p>A esfera é uma �gura simples e, talvez, a mais e�ciente</p><p>para entendermos como a incidência de</p><p>luz e sombra evidencia o volume. O simples contorno das esferas é um círculo, uma �gura</p><p>bidimensional.</p><p>Se desenharmos um círculo no papel, é impossível que ele seja compreendido como uma esfera.</p><p>A tridimensionalidade de uma esfera só pode ser obtida no desenho por meio da representação</p><p>das sombras, como as que observamos na Figura 1. Olhando atentamente, você verá de que lado</p><p>a luz incide, quais são as áreas mais iluminadas das esferas e onde há mais sombra. Essas</p><p>sombras, chamadas de sombras próprias – as sombras formadas em um objeto por seus</p><p>próprios volumes –, são as que nos ajudam a perceber a sua tridimensionalidade.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Esferas. Fonte: Freepik.</p><p>Existem várias maneiras de registar as sombras em um desenho, mas, primeiramente,</p><p>precisamos compreender como elas se comportam e quais são seus efeitos para que você</p><p>possa entender como observá-las e representá-las para obter os efeitos desejados.</p><p>Observando os tipos de sombras</p><p>Muitas referências sobre o desenho de observação e as técnicas de desenho apontam para a</p><p>percepção e observação de dois tipos básicos de sombras quando se olha para um objeto: as</p><p>próprias e as projetadas.</p><p>As sombras próprias são as que atuam nos jogos de luz e sombra no próprio objeto observado:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>quando a luz incide sobre ele, suas texturas, detalhes e reentrâncias criam sombras que ajudam</p><p>a de�nir seu volume e a visualizá-lo. Repare no seu rosto no espelho do banheiro, por exemplo,</p><p>especialmente se houver uma luz direcional sobre ele. Com a luz geral do ambiente acesa, você</p><p>verá um determinado conjunto de pequenas sombras em seu rosto. Com a luz geral apagada, as</p><p>sombras criadas pela luz direcional serão diferentes. Sua �sionomia pode até parecer que mudou</p><p>um pouco. Isso porque a forma pela qual você vê os volumes em seu rosto é de�nida pela</p><p>quantidade e pela qualidade de luz que incide sobre ele, pelo ângulo do qual chega a fonte de luz</p><p>e pela sua intensidade. Considere, a título de ilustração, as duas fotogra�as a seguir (Figuras 2 e</p><p>3). Nelas, a diferença da direção e da intensidade de luz muda radicalmente a forma como os</p><p>rostos aparecem.</p><p>Figura 2 | Cena de horror - fotogra�a feita com a luz posicionada de baixo para cima. Fonte: Freepik.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Grito - fotogra�a feita com mais de uma fonte luz, sendo que a luz principal está posicionada de forma frontal ao</p><p>rosto do retratado. Fonte: Freepik.</p><p>Já as sombras projetadas são aquelas que os objetos produzem sobre outras superfícies,</p><p>vizinhas a eles. Assim como as sombras próprias dos objetos, as sombras projetadas se</p><p>comportam e se projetam de acordo com a fonte de luz. A maneira pela qual as sombras se</p><p>projetam no espaço vai depender da intensidade da fonte de luz, de seu ângulo e altura de</p><p>incidência, da distância e da inclinação na qual ela se encontra. Você já notou, por exemplo, no</p><p>�nal da tarde, como as sombras �cam alongadas porque o sol está mais baixo? Ou como �cam</p><p>compactas quando o sol está a pino, incidindo quase que em ângulo reto sobre as coisas?</p><p>Outra maneira de perceber como as sombras projetadas agem é pelo uso de uma lanterna no</p><p>escuro. Se a apontarmos para a parede e colocarmos um objeto à sua frente, a sombra será</p><p>projetada e veremos, de maneira bem nítida, o que acontece com ela. Se afastarmos o objeto da</p><p>lanterna, ele diminuirá; se o aproximarmos, ele aumentará. Se alterarmos a posição do objeto em</p><p>relação à lanterna, apontando suas diferentes faces para a luz, a sombra que será projetada</p><p>mudará de forma e de direção. A posição da fonte em relação ao objeto in�ui, portanto, na</p><p>sombra, e vice-e-versa.</p><p>Em um desenho, as sombras projetadas nos mostram o espaço que o objeto ocupa na cena,</p><p>ajudam a de�nir sua posição e distância em relação aos demais objetos e superfícies e atuam na</p><p>con�guração do espaço como um todo. Em uma composição que pretende reproduzir, da melhor</p><p>forma possível, as relações espaciais da cena original, os jogos de luz e sombra são</p><p>fundamentais. Observá-los e dominar os procedimentos para esse tipo de representação são</p><p>aspectos do trabalho do desenho de observação.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Na imagem a seguir, que representa dois sólidos simples, podemos notar como se comportam</p><p>as sombras próprias e as projetadas. Veja que tanto a esfera quanto o cubo têm seus lados</p><p>recebendo luz de forma diferente, o que faz com que a esfera tenha o lado de baixo menos</p><p>iluminado que o de cima, e a face frontal do cubo seja mais iluminada do que a face que vemos à</p><p>nossa esquerda. Estas são as suas sombras próprias, que de�nem os volumes neste desenho.</p><p>Agora, veja como há, também, uma sombra triangular na parede que se origina do ponto no qual</p><p>a esfera encosta nela. Esta é a sombra projetada dos objetos, que ajuda a de�nir, na composição,</p><p>como eles ocupam o espaço.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Desenho a lápis de esfera e cubo. Fonte: i.pinimg.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Luz e sombra: as tonalidades e gradações de cinza</p><p>Exercitando o conhecimento e o domínio das possibilidades técnicas dos lápis, você dará o</p><p>primeiro passo para trabalhar com os cinzas que existem entre a luz e a sombra, a zona de</p><p>transição ou de “meia sombra” que pode variar em extensão dependendo da intensidade da luz.</p><p>Construir uma escala tonal é um excelente exercício para o olhar, para sensibilizar a percepção</p><p>da luz e da iluminação. Ao identi�car quantos cinzas podem ser produzidos pelo lápis, você</p><p>construirá um repertório que poderá utilizar na tradução das luzes e sombras para as tonalidades</p><p>de cinza no desenho. Fazer uma escala tonal consiste em extrair do lápis todas as tonalidades ou</p><p>gradações de cinza que ele pode oferecer. Este é um exercício de técnica para a mão e também</p><p>para o olhar pois, ao fazê-lo, você precisará ter a sensibilidade para diferenciar os cinzas e</p><p>identi�car as pequenas diferenças tonais entre eles. Em uma folha de papel (de preferência de</p><p>gramatura acima de 140 g/m², mas também pode ser sul�te), desenhe uma coluna dividida em</p><p>muitas células, como no exemplo:</p><p>Figura 5 | Coluna horizontal dividida em células</p><p>Preencha a primeira célula inteiramente com o cinza mais forte que você puder obter, com</p><p>máxima pressão sobre o lápis. O exercício é importante para que você pratique a regularidade da</p><p>pressão. Em seguida, preencha as demais células, diminuindo a pressão levemente, para</p><p>conseguir tonalidades o mais próximo possível umas das outras, mas, ainda assim, diferentes.</p><p>Com a prática, você poderá aumentar o número de células e as tonalidades de cinza.</p><p>Tendo esse embasamento técnico, o passo seguinte é tornar seu olhar mais atento à presença</p><p>da luz e da sombra nas cenas que você observa para desenhar.</p><p>Nesta aula, aprendemos sobre a importância da percepção e observação das sombras próprias e</p><p>projetadas no desenho de observação. As sombras próprias, formadas pela interação da luz com</p><p>o objeto, são essenciais para de�nir seu volume e textura. Já as sombras projetadas revelam a</p><p>posição e distância dos objetos no espaço, in�uenciadas pela intensidade e direção da fonte de</p><p>luz.</p><p>A compreensão desses elementos é fundamental para criar desenhos realistas e expressivos,</p><p>pois contribuem para a sensação de profundidade e tridimensionalidade nas obras. Construir</p><p>uma escala tonal ajuda a sensibilizar a percepção da luz e a desenvolver a habilidade de</p><p>diferenciar sutis variações no tom. Os artistas podem, assim, aprimorar sua capacidade de</p><p>observação e representação da luz e da sombra em suas criações.</p><p>Portanto, é crucial persistir nos estudos e práticas do desenho. Dominar os conceitos e técnicas</p><p>apresentados nesta aula é apenas o começo de uma jornada emocionante de aprendizado e</p><p>aprimoramento artístico. Ao continuar explorando e experimentando, você desenvolverá suas</p><p>habilidades e ampliará seu repertório criativo. Aproveite cada desa�o como uma oportunidade de</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO</p><p>morrer, a ver as coisas e as pessoas. É preciso desenhar para</p><p>interiorizar aquilo que foi visto e que permanecerá em nossa memória para o resto de nossa vida</p><p>(Corbusier apud Bachelard, 1993).</p><p>Será que esta forma de encarar a prática do desenho é importante para o desenvolvimento do</p><p>desenho autoral? Para iniciarmos nossos exercícios de ampliação do olhar, portanto, seguem</p><p>duas propostas:</p><p>1. Observação de linhas no espaço</p><p>1. Vá para um espaço arquitetônico (casa, apartamento, igreja, museu etc.).</p><p>2. Observe atentamente as linhas que se cruzam nesse espaço (chão, teto, parede, janelas,</p><p>objetos etc.) durante aproximadamente três minutos e tente memorizar essas linhas.</p><p>3. Feche os olhos e tente relembrar como essas linhas se comportam no espaço.</p><p>4. Agora, em uma folha de papel, tente representar essas linhas, mas sem olhar para o espaço</p><p>previamente observado. Não se preocupe em representar exatamente aquilo que observou.</p><p>Pense que este é um exercício para você experimentar um olhar diferente daquele do</p><p>cotidiano.</p><p>2. Olhar, registrar e modi�car</p><p>1. Escolha dois objetos para observar: um com forma simples (como um copo), e outro com</p><p>forma mais complexa (como um sapato).</p><p>2. Olhe para cada um durante algum tempo.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>3. Tente descrever os dois objetos, como se você estivesse apresentando a uma pessoa que</p><p>nunca os viu.</p><p>4. Registre essa descrição em palavras.</p><p>5. Re�ita sobre especi�cidades dos dois objetos que você nunca havia percebido.</p><p>O desenho, pois, é uma prática ancestral que transcende culturas e eras, sendo intrínseco à</p><p>necessidade humana de signi�car o seu entorno. Desde as pinturas rupestres até os estudos</p><p>anatômicos renascentistas, o desenho tem servido como um meio essencial para explorar,</p><p>compreender e expressar a visão de mundo individual.</p><p>Quando crianças, experienciamos naturalmente o impulso de desenhar, mas à medida que</p><p>crescemos, a pressão para produzir desenhos realistas pode criar barreiras que nos afastam</p><p>desse ato criativo. O desenho vai além do simples ato de ver, desa�ando-nos a fechar os olhos</p><p>para ver e os abrir para experimentar o não visível.</p><p>Nesse contexto, o desenho de observação se torna uma ferramenta poderosa, permitindo-nos</p><p>explorar as possibilidades do olhar e traduzir nossa experiência única para o papel. O desenho,</p><p>como vimos expresso por Edith Derdyk e Le Corbusier, é um processo de aprendizado contínuo,</p><p>uma prática que nos ensina a ver e a internalizar o que observamos.</p><p>Encorajo você, deste modo, a participar dos exercícios propostos, observando linhas no espaço</p><p>arquitetônico e registrando objetos com uma atenção renovada. Essas práticas não apenas</p><p>desenvolvem habilidades técnicas, mas também promovem uma expansão do olhar e uma</p><p>compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor. Ao mergulhar nos estudos sobre o</p><p>desenho, convido-o a explorar sua criatividade, a abraçar o processo de aprender a ver de</p><p>maneira única e a descobrir o potencial transformador dessa ferramenta em sua jornada</p><p>artística.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Ao longo do processo, Natália percebe que não existe uma regra exata para resolver este</p><p>problema, pois ele se encontra no campo das subjetividades, assim como o próprio desenho de</p><p>observação.</p><p>Ela se questiona sobre o momento em que perdeu essa habilidade de observar as coisas quando</p><p>constata que seu cotidiano atribulado e a demanda excessiva de trabalho haviam tornado</p><p>automática a sua prática de criar desenhos. Em sua pro�ssão, Natália sempre pensava no</p><p>desenho como um produto destinado a um cliente especí�co, e já havia estabelecido padrões</p><p>que a ajudassem nessas criações. Esses padrões foram se repetindo e ela foi negligenciando a</p><p>capacidade de re�etir sobre a sua própria criação e de produzir manualmente suas ideias.</p><p>Diante dessa percepção, ela considera que praticar diversas maneiras de observar o mundo</p><p>poderá auxiliá-la em suas di�culdades. As propostas de exercícios de observação que ela</p><p>estudou na universidade poderão lhe ser muito úteis, assim como buscar referências</p><p>bibliográ�cas sobre o assunto. Outra maneira de perceber a pluralidade de traduções sobre</p><p>visões de mundo em forma de desenho é conhecer mais artistas que trabalham com essa</p><p>linguagem. Esse conhecimento poderá ser adquirido na internet, em livros, revistas, exposições, e</p><p>ao frequentar espaços culturais e manter diálogos sobre o assunto com diferentes pessoas.</p><p>Observar não é um ato exato. Ele depende de inúmeras escolhas e de como as percebemos e</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>lidamos com elas. Alguns caminhos interessantes para essa prática partem de certas mudanças</p><p>de postura em nosso cotidiano, tais como:</p><p>Escolher trajetos diferentes para se locomover.</p><p>Atentar para as relações entre as pessoas e os espaços.</p><p>Observar mais demoradamente a natureza, a arquitetura e as obras de arte.</p><p>Estabelecer relações inéditas sobre você e os objetos.</p><p>Criar conexões entre suas experiências.</p><p>Dar-se tempo para que o conhecimento se estabeleça, respeitando seus limites e aceitando</p><p>suas interpretações de mundo.</p><p>Abrir-se para novas possibilidades de ver.</p><p>Re�etindo profundamente sobre a autonomização de sua prática artística, Natália reconhece a</p><p>importância de resgatar a habilidade de observar o mundo de forma mais atenta e consciente.</p><p>Ela percebe que a subjetividade do desenho de observação requer uma abordagem mais �exível,</p><p>afastada dos padrões estabelecidos. Ela reconhece que a observação não é um ato exato, mas</p><p>uma prática permeada por escolhas e interpretações individuais. Encorajando-se a adotar novas</p><p>posturas no cotidiano, como escolher trajetos diferentes, observar relações sociais, apreciar a</p><p>natureza e arquitetura, Natália busca abrir-se para novas possibilidades de ver, permitindo que</p><p>seu conhecimento se estabeleça respeitando seus limites e aceitando suas interpretações de</p><p>mundo.</p><p>Esse compromisso com a redescoberta da arte de observar serve como estímulo não apenas</p><p>para sua prática pro�ssional, mas também para uma jornada de autoconhecimento e criatividade</p><p>contínua. Então, vamos praticar?</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: Iberê Camargo em processo</p><p>O artista brasileiro Iberê Camargo (1914-1994) possuía uma maneira muito interessante</p><p>construir imagens a partir da observação. Artista de rigor e sensibilidade únicos, Iberê</p><p>Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX. Autor de uma obra</p><p>extensa, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nasceu em Restinga Seca,</p><p>cidade do interior do Rio Grande do Sul, em novembro de 1914.</p><p>Assista ao documentário e re�ita sobre seu processo de produção. Visite também o site da</p><p>Fundação Iberê Camargo.</p><p>IBERÊ Camargo em processo. Produção: Fundação Iberê Camargo. Edição: Vicente Moreno.</p><p>1 vídeo (14 min), widescreen, color. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2009.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 1 - Técnicas do desenho à mão livre e expressão artística</p><p>do objeto construído</p><p>Não existe certo e errado quando se trata da escolha de ferramentas de desenho. O</p><p>segredo é sempre experimentar para encontrar os melhores instrumentos, conforme o tipo</p><p>http://iberecamargo.org.br/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>de trabalho que se pretende executar. O desenho de imitação consiste na observação direta</p><p>de uma imagem bidimensional. No mencionado capítulo, você tomará contato com os</p><p>preceitos das técnicas de observação. Nela, as linhas não são traçadas sobre a imagem,</p><p>mas reproduzidas por meio da observação da imagem. Você irá conhecer, também, a</p><p>técnica do desenho de imitação e as cinco habilidades básicas para desenhar, além de</p><p>exercícios e dicas para aprimorar seus desenhos.</p><p>Artigo: Desenho (Enciclopédia Itaú cultural)</p><p>O texto aborda a diversidade de materiais e técnicas utilizados no desenho ao longo da</p><p>história, desde instrumentos como</p><p>DE OBSERVAÇÃO</p><p>crescimento e se inspire na beleza e da complexidade da luz e da sombra para criar obras que</p><p>cativem e emocionem.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Na aula sobre a construção de volumes, Gustavo pode abordar uma variedade de conteúdos</p><p>essenciais. Ele pode começar explicando os princípios básicos da perspectiva e como ela</p><p>in�uencia na criação de volumes tridimensionais. Em seguida, pode explorar técnicas de</p><p>sombreamento e uso de luz e sombra para dar profundidade aos desenhos. Além disso, é</p><p>importante que Gustavo discuta sobre a anatomia básica dos objetos e corpos humanos,</p><p>mostrando como entender a forma ajuda na representação realista. Para ilustrar esses conceitos,</p><p>ele pode utilizar exemplos práticos, como objetos simples em diferentes posições e �guras</p><p>humanas em diversos ângulos. Incorporar exercícios empíricos durante a aula, como desenhar</p><p>formas básicas em perspectiva e aplicar técnicas de sombreamento, pode ajudar os alunos a</p><p>internalizarem os temas apresentados.</p><p>Re�etindo sobre os assuntos abordados, Gustavo deve enfatizar a importância da compreensão</p><p>dos processos de construção de volumes para os desenhistas. Ao dominar esses</p><p>conhecimentos, os artistas serão capazes de criar obras visualmente impactantes e expressivas,</p><p>que transcenderão o papel e ganharão vida própria. Além disso, ao re�etir sobre como a</p><p>construção de volumes está intimamente ligada à identidade e ao estilo de um desenhista, os</p><p>alunos serão incentivados a explorar sua própria criatividade e a desenvolver uma linguagem</p><p>visual única.</p><p>Para encerrar, é fundamental que os alunos continuem seus estudos e práticas no desenho,</p><p>lembrando-se de que a jornada de aprendizado é contínua e grati�cante. Ao explorar temas como</p><p>a construção de volumes, Gustavo está dando passos importantes em direção ao aprimoramento</p><p>de suas habilidades artísticas e ao desenvolvimento de suas próprias vozes criativas. Que ele</p><p>continue explorando, experimentando e se dedicando ao maravilhoso mundo do desenho,</p><p>sempre buscando expandir seus horizontes e aperfeiçoar suas técnicas.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Ana Luiza Koehler</p><p>A série HQUEM percorre os ateliês de treze quadrinistas, em diferentes regiões do Brasil,</p><p>para mostrar como é feita a arte de desenhar histórias, oferecendo um panorama</p><p>abrangente do universo maravilhoso das histórias em quadrinhos brasileiras.</p><p>O episódio com a gaúcha e quadrinista Ana Luiza Koehler, que cativou o mercado franco-</p><p>belga com suas ilustrações, apresenta arte de desenhar histórias que resgatam a memória</p><p>cultural e arquitetônica de cidades.</p><p>Ana Luiza Koehler. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Produção. Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color.</p><p>Rio de Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho Artístico, Unidade 2 - Luz e sombra</p><p>No mencionado capítulo, estudaremos o conceito e a aplicação de luz e sombra nos</p><p>desenhos. Luz e sombra são os elementos básicos para gerar o efeito de volume nos</p><p>objetos; sem eles não é possível representar a tridimensionalidade. A descoberta da</p><p>utilização de claro e escuro na história da arte modi�cou radicalmente os parâmetros de</p><p>representação que se conheciam até então. Na arquitetura, a luz e a sombra são</p><p>basicamente elementos que fazem parte de sua constituição. A correta representação</p><p>desses elementos é essencial para compreensão e apresentação dos estudos</p><p>arquitetônicos.</p><p>Livros: Desenho de observação, Capítulo 4 - Maiores desa�os</p><p>O desenho de observação apresenta uma série de desa�os que exigem habilidade,</p><p>paciência e prática para serem superados. O maior deles é a capacidade de observar com</p><p>precisão e atenção aos detalhes, capturando não apenas a forma externa, como também a</p><p>essência e a personalidade do objeto ou cena. Além disso, a percepção e interpretação</p><p>corretas das proporções, perspectiva e valores tonais são fundamentais para criar uma</p><p>representação �el e expressiva. Outro desa�o signi�cativo é a gestão do tempo, já que o</p><p>desenho de observação muitas vezes requer períodos prolongados de concentração e</p><p>dedicação. Adicionalmente, lidar com a frustração e os erros inevitáveis durante o processo</p><p>de aprendizado é crucial para o desenvolvimento contínuo das habilidades. Em suma, o</p><p>desenho de observação é um exercício de disciplina, sensibilidade e persistência que</p><p>oferece inúmeros desa�os, mas também recompensas profundas em termos de</p><p>crescimento artístico e autoconhecimento.</p><p>Referências</p><p>ARNHEIN, R. Arte e percepção visual. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.</p><p>ARTISTAS viajantes. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-</p><p>viajantes. Acesso em: 5 fev. 2024.</p><p>DERDYK, E. (Org.). Disegno, desenho, desígnio. São Paulo: Senac, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/197430/pdf/0?keep=False</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Aula 4</p><p>Volume</p><p>Volume</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos como o tratamento de luz e sombra nos desenhos</p><p>pode criar a ilusão de tridimensionalidade em objetos bidimensionais. Tais conceitos são</p><p>essenciais para artistas visuais e permitem representar, com precisão e realismo, os volumes e</p><p>proporções dos objetos em suas obras. Aprender a manipular luz e sombra abrirá portas para</p><p>uma expressão mais rica e impactante em suas criações artísticas. Prepare-se para mergulhar</p><p>neste universo fascinante e desenvolver suas habilidades no desenho!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Nesta aula, veremos como o tratamento de luz e sombra nos desenhos pode ser usado para</p><p>representar os volumes dos objetos. Compreenderemos de que forma esses recursos permitem</p><p>que, em um desenho bidimensional, sejam representados objetos com a ilusão de</p><p>tridimensionalidade graças à representação dos volumes.</p><p>Quando falamos em volume, referimo-nos à sensação de tridimensionalidade que os objetos</p><p>parecem ter em uma superfície bidimensional, como um papel. Esse efeito é alcançado através</p><p>da habilidosa aplicação de luz e sombra, que cria a ilusão de profundidade e forma nos</p><p>desenhos. Entender os conceitos de volume e proporção é fundamental para qualquer artista</p><p>visual, pois permite que eles representem, de forma precisa e convincente, os objetos em suas</p><p>obras. A proporção refere-se à relação entre os diferentes elementos dentro de uma composição,</p><p>enquanto o volume diz respeito à sensação de peso, massa e espaço ocupado pelos objetos.</p><p>A luz e a sombra desempenham papéis distintos na criação do volume em um desenho. A luz</p><p>destaca as áreas iluminadas de uma peça, enquanto a sombra de�ne as áreas que estão na</p><p>penumbra ou completamente na escuridão. Ao entender como a luz incide sobre os objetos e</p><p>como as sombras são projetadas, os artistas podem criar desenhos que parecem saltar da</p><p>página, mesmo que sejam apenas representações planas. A manipulação habilidosa da luz e da</p><p>sombra permite que eles controlem a percepção de profundidade, forma e textura, dando vida e</p><p>realismo às suas criações.</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u2a4_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Como os conceitos de volume e proporção in�uenciam a representação de objetos em um</p><p>desenho? De que maneira a manipulação da luz e da sombra pode criar a ilusão de</p><p>tridimensionalidade em uma superfície bidimensional? Quais técnicas e estratégias os artistas</p><p>podem utilizar para dominar o tratamento de luz e sombra em seus desenhos e alcançar</p><p>resultados convincentes? Como esses conhecimentos podem ser aplicados no cotidiano</p><p>pro�ssional, em áreas como ilustração, design grá�co, arquitetura e animação?</p><p>Ao embarcarmos no estudo do tratamento de luz e sombra no desenho, exploraremos um</p><p>aspecto fundamental da arte visual e permitiremos uma expressão mais rica e impactante.</p><p>Esteja, pois, preparado para se dedicar ao estudo e prática, pois a maestria nesses elementos</p><p>requer tempo e paciência. Lembre-se de que a aplicação desses conhecimentos não se limita ao</p><p>campo artístico, sendo determinante em diversas áreas pro�ssionais. Ao compreender e dominar</p><p>esses conceitos, você estará equipado para criar trabalhos que cativam e inspiram, deixando sua</p><p>marca no mundo da arte e do design.</p><p>Então, mergulhe nesse universo fascinante e deixe sua criatividade �uir!</p><p>Vamos Começar!</p><p>A representação da luz e sombras no desenho</p><p>Para que se use, em uma composição, as tonalidades de cinza adequadas para representar</p><p>valores apropriados que ilustrem a luz e as sombras observadas em uma cena, é preciso</p><p>identi�car, visualmente, os seguintes pontos:</p><p>Fonte de luz: é o ponto do qual se origina uma luz dominante e a direção na qual ela se</p><p>projeta – deve-se, também, identi�car qual é o seu alcance, até onde ela chega. Isso vai</p><p>determinar quais objetos ela toca e em que direção e tamanho projeta suas sombras.</p><p>Sombras próprias: são as áreas em um objeto (ou pessoa) que recebem a luz e forma de</p><p>modo diferente (pouca ou nenhuma) e, por isso, criam diversas gradações de luz e sombra</p><p>no objeto.</p><p>Sombras projetadas: são as áreas escurecidas de objetos, superfícies ou áreas da</p><p>composição, devido a outros objetos ou elementos que bloqueiam a fonte de luz.</p><p>A direção, intensidade e incidência da fonte de luz nos indica onde e como trabalhar com todos</p><p>os valores de luz e sombras, utilizando as gradações de cinza da escala tonal. Obviamente é</p><p>necessário ter um pouco de prática para identi�car essa fonte e sua direção, bem como as</p><p>sombras próprias e projetadas de um objeto e de seu entorno. Para entender como as sombras</p><p>de uma cena podem ser desenhadas, pense nas seguintes questões: de onde vem a luz? Qual é a</p><p>sua intensidade? Que trajetórias ela percorre? Quais são os objetos mais iluminados? Observe</p><p>como a luz incide sobre os objetos e quais são as áreas mais claras de cada um deles. Procure</p><p>identi�car quais são as áreas mais brilhantes e as que recebem luz de forma mais suave. Onde</p><p>estão as sombras? Quais são suas gradações? Qual é o seu tamanho? Em que direções as</p><p>sombras se projetam? Sobre quais objetos ou superfícies elas incidem?</p><p>Examine os detalhes das sombras, especialmente em relação às suas tonalidades, para</p><p>identi�car como representá-las no desenho por meio dos cinzas da escala tonal. Note que a</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>sombra é geralmente mais escura quando mais próxima do objeto que a projetam e que sua</p><p>direção, tamanho e profundidade estão diretamente relacionados às fontes de luz. Portanto, na</p><p>representação de uma cena, ou seja, na elaboração de uma composição visual, esses elementos</p><p>devem ser coerentes.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Em todos os tipos de composição com desenho a lápis, a luz e a sombra podem ser</p><p>representadas pelo branco, preto e pelas tonalidades de cinza. Se o desejo do desenhista for</p><p>expressar volumes e tridimensionalidade, este será o recurso ideal. Certos tipos de produção,</p><p>como avisos, símbolos e alguns elementos de publicidade e comunicação visual devem ter uma</p><p>aparência �nal mais sintética e simples, ou seja, uma solução mais grá�ca, baseada em linhas,</p><p>cores e formas simples. Mas desenhos como retratos artísticos, apresentações de cenogra�as,</p><p>de moda ou estudos preliminares de arquitetura podem se valer das características de um</p><p>desenho tridimensional para comunicar melhor seu conteúdo e suas intenções.</p><p>A seguir, vamos observar uma composição em desenho para ver quais são os resultados obtidos</p><p>pelo uso de cinzas para a representação das sombras e con�guração dos volumes dos objetos.</p><p>Figura 1 | Natureza-morta com maçã - desenho a lápis. Fonte: Shutterstock.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>O desenho apresentado na Figura 1 é uma natureza-morta. A natureza-morta é um dos sete</p><p>gêneros da pintura acadêmica, que inclui também o retrato, a paisagem, as alegorias, o religioso,</p><p>histórico e as cenas do cotidiano. Nos fundamentos da arte acadêmica, que passaram a ser</p><p>elaborados com mais força nas escolas de arte da Europa a partir do século XVII, esses gêneros</p><p>se caracterizam, como se vê nos próprios nomes, pelos tipos de tema que abordam. O gênero</p><p>natureza-morta é voltado a composições com objetos inanimados, especialmente de uso</p><p>doméstico e, muitas vezes, com a presença de comida. Na época de sua criação, a natureza-</p><p>morta era uma forma de representar usos, costumes e valores burgueses e familiares por meio</p><p>de itens presentes no cotidiano.</p><p>Natureza morta</p><p>A natureza-morta é um gênero da pintura e como tal se consagrou. Por se tratar da</p><p>representação de objetos inanimados e dispostos em ambientes controlados – internos –,</p><p>permite aos artistas o aprofundamento e a exploração das técnicas de representação de</p><p>elementos tridimensionais, entre eles o uso das sombras para retratar os volumes. É bastante</p><p>comum encontrarmos pinturas bastante realistas de natureza-morta, sejam antigas ou atuais.</p><p>Com frequência, os artistas utilizam a técnica do desenho para realizarem estudos para as</p><p>pinturas desse gênero.</p><p>Observando a Figura 1, podemos identi�car facilmente onde está a fonte de luz e como ela</p><p>projeta as sombras de cada objeto, determinando sua inclinação, tamanho e intensidade. Você</p><p>consegue ver as sombras projetadas? A sombra do bule projetada sobre a parede e as sombras</p><p>da maçã e do conjunto de xícara e pires sobre a mesa são as sombras projetadas dos objetos. O</p><p>formato, o tamanho e a extensão dessas sombras são decorrentes da direção de onde a luz vem</p><p>e de sua distância. Ao realizar um desenho de observação, pois, precisamos estar atentos a</p><p>esses aspectos para identi�cá-los e representá-los corretamente.</p><p>Vejamos, também, outros aspectos e detalhes:</p><p>O bico do bule: no lado oposto ao que recebe a incidência da fonte de luz, vemos a sombra</p><p>própria. É o contraste entre o lado iluminado e a sombra própria que nos faz perceber o</p><p>bico como um cilindro, e não como uma forma geométrica plana. Além disso, observe a</p><p>discreta transição de graus de cinza entre os dois lados. Ela reforça, ainda mais, o volume e</p><p>a tridimensionalidade do cilindro.</p><p>Agora, examine a xícara e o pires e perceba como as sombras se comportam neles. Na</p><p>parte externa dos objetos, o lado de onde a luz vem é mais iluminado, e o lado oposto, mais</p><p>sombrio. Assim como no bico do bule, há uma gradação de tons entre essas áreas. Já</p><p>dentro da xícara e na parte interna do pires, essa direção é inversa: no lado voltado para a</p><p>fonte de luz, a luz é bloqueada pela parte externa dos objetos, e eles estão mais escuros.</p><p>Dentro, uma luz mais sutil, com o mínimo de sombra, incide de cima. É uma luz mais fraca,</p><p>porque ela vem do ambiente, e não diretamente da fonte de luz dominante na composição.</p><p>Podemos, assim, re�etir sobre como seria trabalhar numa composição baseada na observação</p><p>de uma cena mais ampla, com maior variedade ou intensidade de fontes de luz, e com sombras</p><p>mais dinâmicas. Um exemplo é o espaço arquitetônico, como um cômodo ou uma sala, ou, até</p><p>mesmo, um espaço aberto, onde estejam dispostos diferentes objetos, com distâncias e</p><p>posicionamentos variados. Essa tarefa exige um exame ainda mais acurado.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Paisagem urbana. Fonte: Shutterstock.</p><p>Quanto à Figura 2,</p><p>ela nos apresenta uma gama e complexidade de sombras e volumes bem</p><p>maior do que o desenho de natureza-morta. Neste espaço externo, os elementos arquitetônicos e</p><p>paisagísticos formam sombras mais difusas, produzidas por uma fonte de luz mais suave num</p><p>campo aberto, neste caso, mais ampla e esparsa do que os exemplos anteriores. Os espaços</p><p>arquitetônicos produzem sombras maiores, mais extensas, que se distribuem por eles mesmos:</p><p>são sombras projetadas mais complexas, que se espalham por espaços mais complexos. No</p><p>exemplo da Figura 2, podemos ver as sombras mais de�nidas, projetadas pelos móveis e pela</p><p>construção ao fundo, e as sombras orgânicas e muito variáveis: as sombras próprias e</p><p>projetadas das plantas. Como dissemos, a simples percepção, identi�cação e observação da</p><p>fonte de luz e das sombras numa cena como esta já é muito mais complexa do que no caso do</p><p>arranjo da natureza-morta.</p><p>A realização de um desenho como este passa pela observação detalhada e pelos conhecimentos</p><p>que o desenhista tem acerca da estrutura de uma composição. É preciso entender a cena como</p><p>um todo e procurar compreender como suas partes se comportam. Deve-se procurar a trajetória</p><p>da luz e identi�car qual é a intensidade das sombras que ela projeta. Existe um desa�o muito</p><p>maior do que desenhar uma natureza-morta. Por exemplo, em uma cena externa, como a da</p><p>Figura 2, depois de um período observando, vemos que o sol muda; portanto, as sombras</p><p>também mudam. Se o desenhista começar se dedicando a registrar as sombras de um objeto de</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>cada vez, o desenho �cará sem coerência, pois a localização da fonte de luz vai mudar e as</p><p>sombras não obedecerão à mesma referência. Assim, como vimos em composições anteriores e</p><p>neste caso também, é necessário que, primeiramente, o desenhista crie todas as estruturas, em</p><p>seguida, faça os preenchimentos e, só então, as sombras.</p><p>A ampla variedade de tons de cinza que é necessária para representar todas as variações das</p><p>sombras na cena da Figura 2. Observe, também, que determinadas sombras repetem suas</p><p>características: as sombras das cadeiras têm tonalidades semelhantes, enquanto as sombras</p><p>das plantas são mais densas e mais escuras.</p><p>A percepção e a ciência desses aspectos são os primeiros passos para aguçar a sua percepção</p><p>como desenhista. Mas o desenvolvimento das habilidades e das competências para o desenho</p><p>vêm com a prática, a dedicação e a paciência. Você pode se exercitar examinando cenas como</p><p>esta e começando o desenho de observação pela estrutura para que chegue até o ponto da</p><p>con�guração das sombras, utilizando uma escala tonal de valores de cinza como referência.</p><p>Voltando ao exemplo de Gustavo, lembremos que, na última etapa do processo de seleção para a</p><p>bolsa de residência em Londres, o jovem precisa dar uma aula para os examinadores. Em uma</p><p>situação como esta, além de apresentar seus conhecimentos acerca do tema escolhido, o</p><p>candidato também precisa mostrar habilidade e competência para explicar o assunto de maneira</p><p>didática.</p><p>Os conteúdos que você estudou e nos quais se aprofundou nesta seção são importantes para o</p><p>aprendizado do desenho de observação e para a formação do repertório de um desenhista.</p><p>Como vimos, há até situações pro�ssionais nas quais o domínio das questões de luz e sombra</p><p>são importantes para a apresentação de um projeto ou de uma proposta.</p><p>Nesta aula, também vimos que o desenho de retratos, por exemplo, ajuda a destacar as feições e</p><p>marcas de expressão, bem como as características das pessoas retratadas, dados os volumes e</p><p>as pequenas sombras que se formam sobre nossos rostos. Outras produções, como</p><p>apresentações de projetos arquitetônicos e de cenogra�a, podem igualmente se valer do efeito</p><p>tridimensional conferido pelos volumes para que seus resultados sejam valorizados. Outro ponto</p><p>a ser destacado em uma aula sobre este tema é a relevância da representação dos volumes nas</p><p>composições e nos desenhos de observação. Além dele, deve-se tratar da observação prática, da</p><p>percepção da fonte de luz de uma composição e das sombras que ela cria.</p><p>Para a abordagem desses conteúdos, uma experiência prática seria bastante e�ciente. Imagine</p><p>levar os objetos apropriados e montar, sobre uma mesa, um arranjo de natureza-morta. Com esse</p><p>arranjo montado, o que você faria? Eis uma ótima ideia para exercitar esses conteúdos: apagar</p><p>as luzes e fechar as cortinas. Iluminar a cena com uma luminária direcionada para ela. Nesta</p><p>situação, as sombras próprias e as sombras projetadas poderão ser percebidas e observadas</p><p>com nitidez, assim como a forma pela qual elas são determinadas pela fonte de luz. Elaborar</p><p>uma escala de cinza e fazer um desenho de observação da própria natureza-morta seriam boas</p><p>opções.</p><p>Vamos praticar?</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Nesta aula, exploramos como o tratamento de luz e sombra nos desenhos pode ser utilizado</p><p>para representar os volumes dos objetos, criando a ilusão de tridimensionalidade em uma</p><p>superfície bidimensional. Compreendemos que o volume se refere à sensação de profundidade e</p><p>forma que os objetos parecem ter, enquanto a proporção diz respeito à relação entre os</p><p>diferentes elementos dentro de uma composição. A luz destaca as áreas iluminadas dos objetos,</p><p>enquanto a sombra de�ne as áreas na penumbra ou na escuridão, permitindo aos artistas</p><p>controlar a percepção de profundidade, forma e textura em seus desenhos.</p><p>Resolvendo as problematizações apresentadas, podemos observar que os conceitos de volume e</p><p>proporção in�uenciam diretamente a representação de objetos em um desenho, pois são</p><p>fundamentais para criar uma sensação de realismo e tridimensionalidade. A manipulação</p><p>habilidosa da luz e da sombra gera profundidade e forma nos desenhos, permitindo aos artistas</p><p>representarem objetos de forma convincente, mesmo em uma superfície bidimensional. Para</p><p>dominar o tratamento de luz e sombra, os artistas podem utilizar diversas técnicas e estratégias,</p><p>como observação cuidadosa, estudo da anatomia dos objetos e prática constante. Esses</p><p>conhecimentos são essenciais para pro�ssionais de diversas áreas, como ilustração, design</p><p>grá�co, arquitetura e animação, nas quais a representação visual é fundamental.</p><p>Para encerrar, é importante que você continue com seus estudos e práticas no tratamento de luz</p><p>e sombra no desenho. Dominar esses conceitos não apenas aprimora suas habilidades</p><p>artísticas, como também abre portas para oportunidades pro�ssionais em diversas áreas</p><p>criativas. Que cada desa�o seja encarado como uma oportunidade de aprendizado e</p><p>crescimento, e que a paixão pela arte o impulsione a explorar novos horizontes e a expressar sua</p><p>criatividade de maneira única e inspiradora. Continue a mergulhar nesse universo fascinante do</p><p>desenho, sempre deixando sua marca pessoal em cada obra que criar!</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Entrevista: Julia Bax</p><p>Nesta entrevista conduzida por Pedro Brandt para o Correio Braziliense, conheceremos a</p><p>quadrinista paulista Julia Bax, que vem se destacando na criação de HQs com personagens</p><p>e enredos instigantes da vida em uma grande metrópole, publicadas com recursos</p><p>captados por �nanciamento coletivo e editais públicos.</p><p>BRANDT, P. Entrevista com Julia Bax. Correio Braziliense, Diversão e Arte, Brasília, 17 fev.</p><p>2010.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 4 - Desenho de objetos tridimensionais</p><p>No mencionado capítulo, conheceremos os materiais básicos para desenhar e</p><p>aprenderemos sobre como a posição do desenhista e a pega do lápis podem interferir no</p><p>resultado da composição. Ainda conheceremos a técnica mais utilizada no desenho</p><p>artístico, o desenho de observação, bem como as cinco habilidades básicas para desenhar.</p><p>Livros: Desenho de observação, Capítulo 6 - Recompensas do desenho de observação</p><p>O desenho pode ser uma estratégia potencializar nossas ações criativas, visto que</p><p>representa, gra�camente, uma ideia. Neste capítulo aqui sugerido, são detalhados alguns</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/197430/pdf/0?keep=False</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>aspectos do desenho da �gura humana e apresentadas outras técnicas artísticas além do</p><p>uso das mídias digitais no desenho.</p><p>Referências</p><p>ARNHEIN, R. Arte e percepção visual. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.</p><p>ARTISTAS viajantes. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-</p><p>viajantes. Acesso em: 5 fev. 2024.</p><p>DERDYK, E. (Org.). Disegno, desenho, desígnio. São Paulo: Senac, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula de encerramento da Unidade 2, mergulharemos no fascinante</p><p>universo do desenho enquanto expressão poética e ferramenta pesquisa, e não apenas técnica.</p><p>Essa concepção será fundamental para aprimorar a sua prática pro�ssional, permitindo que você</p><p>explore novas formas de comunicação visual e desenvolva a sua capacidade de transmitir</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>emoções e conceitos através do desenho. Não perca esta oportunidade de expandir seus</p><p>horizontes criativos e técnicos! Estamos ansiosos para compartilhar esse conhecimento com</p><p>você!</p><p>Clique aqui e acesse os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Para desenvolver a competência desta Unidade, que é desenvolver a habilidade de representação</p><p>visual precisa, explorando a complexidade das formas, proporção e interação de tonalidades e</p><p>volumes no desenho, tivemos, primeiramente, que conhecer os conceitos fundamentais</p><p>relacionados aos conteúdos abordados em cada aula.</p><p>Na aula sobre forma, aprendemos a identi�car e compreender as diferentes formas presentes</p><p>nos objetos, pessoas ou paisagens que desejamos representar. Dominar esse conteúdo é</p><p>essencial para criar representações grá�cas precisas e detalhadas e nos capacita a expressar</p><p>visualmente a diversidade das formas encontradas no mundo ao nosso redor. Além disso, ao</p><p>compreender as formas básicas e suas variações, poderemos simpli�car objetos complexos em</p><p>formas mais simples, facilitando o processo de desenho e aumentando sua e�ciência.</p><p>Quanto à proporção, exploramos a relação entre os diversos elementos dentro de uma</p><p>composição visual. Ao compreender como os objetos se relacionam entre si em termos de</p><p>tamanho e proporção, estaremos aptos a criar desenhos equilibrados e harmoniosos, re�etindo</p><p>uma compreensão profunda da estrutura visual. Dominar a proporção não apenas permite-nos</p><p>representar com precisão a aparência dos objetos, mas também nos ajuda a criar composições</p><p>visualmente agradáveis e coesas.</p><p>Na aula sobre tom, pudemos nos aprofundar na análise das tonalidades presentes nas imagens.</p><p>Entender como as diferentes tonalidades de cores se relacionam e interagem é fundamental para</p><p>criar representações visuais dinâmicas e expressivas, permitindo emoções e atmosferas sejam</p><p>transmitidas por meio do uso e�caz da cor. Além disso, o estudo do tom ajuda a compreender</p><p>como a luz e a sombra se manifestam nos objetos e contribuem para a representação</p><p>tridimensional e a profundidade das criações.</p><p>Por �m, no estudo do volume, aprendemos a representar tridimensionalidade em uma superfície</p><p>bidimensional. Dominar esse conceito nos permitirá criar desenhos que parecem ganhar vida,</p><p>adicionando profundidade e realismo às suas obras. Compreender como os objetos ocupam o</p><p>espaço tridimensional e como a luz interage com eles é crucial para criar representações visuais</p><p>convincentes e impactantes, elevando a qualidade e o impacto estético do trabalho.</p><p>Ao internalizar esses conteúdos e dominar as habilidades associadas a cada um deles, você</p><p>estará preparado para criar representações grá�cas contemporâneas e dinâmicas. Capacitado a</p><p>interpretar e representar com precisão as formas, proporções, tonalidades e volumes, você</p><p>poderá expressar sua visão de mundo de maneira impactante e envolvente através do desenho.</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u2Enc_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Lucas, um estudante de Artes Visuais, está determinado a aprimorar suas habilidades de</p><p>representação visual. Ele deseja criar desenhos que transmitam precisão, profundidade e</p><p>expressão artística, mas enfrenta desa�os nesse processo.</p><p>Como Lucas pode desenvolver uma compreensão mais profunda das formas e proporções para</p><p>melhorar a precisão dos seus desenhos?</p><p>De que maneira Lucas pode explorar as tonalidades para transmitir emoções e criar atmosferas</p><p>em suas obras?</p><p>Quais estratégias Lucas deve utilizar para dominar o uso do volume e adicionar profundidade e</p><p>realismo aos seus desenhos?</p><p>Nesta jornada de aprendizado sobre o desenho de observação, exploramos conceitos que são</p><p>essenciais para o desenvolvimento da habilidade de representação visual precisa. Desde a</p><p>compreensão das formas e proporções até a análise das tonalidades e volumes, cada conteúdo</p><p>abordado contribui para a capacidade de criar representações grá�cas contemporâneas e</p><p>dinâmicas. Ao dominar esses temas, você estará preparado para expressar sua visão de mundo</p><p>através do desenho. Agora, é hora de re�etir sobre o que foi aprendido:</p><p>Como a compreensão das formas básicas pode simpli�car o processo de representação de</p><p>objetos complexos em desenhos?</p><p>De que forma a análise das proporções contribui para a criação de composições visuais</p><p>equilibradas e harmoniosas?</p><p>Qual é a importância da manipulação e�caz das tonalidades e volumes na criação de</p><p>desenhos que parecem ganhar vida e transmitir emoções de forma convincente?</p><p>Para atender a tais necessidades, é fundamental que Lucas se aprofunde nos conceitos</p><p>fundamentais abordados em cada aula sobre forma, proporção, tom e volume. Primeiramente,</p><p>ele deve dedicar um tempo ao estudo e prática da identi�cação e compreensão das diferentes</p><p>formas presentes nos objetos e paisagens que deseja representar, transformando objetos</p><p>complexos em formas mais simples para facilitar o processo.</p><p>Em seguida, o jovem deve explorar a relação entre os elementos dentro de suas composições</p><p>visuais, buscando criar desenhos equilibrados e harmoniosos através da compreensão das</p><p>proporções. Ele deve também aprimorar sua análise das tonalidades de cores, utilizando-as de</p><p>forma e�caz para transmitir emoções e atmosferas, adicionando profundidade e realismo às</p><p>suas obras.</p><p>Por �m, Lucas deve focar no estudo do volume, procurando representar tridimensionalidade em</p><p>uma superfície bidimensional através do uso habilidoso da luz e da sombra. Ao dominar esses</p><p>conceitos e habilidades, ele estará preparado para expressar sua visão de mundo, elevando a</p><p>qualidade e o impacto estético de seu trabalho.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Essa resolução proporcionará a Lucas uma base sólida para desenvolver sua competência de</p><p>representação visual precisa, capacitando-o a criar reproduções grá�cas contemporâneas e</p><p>dinâmicas que expressem sua própria interpretação artística. Aplicando esses conhecimentos</p><p>em seus projetos futuros, o jovem estará pronto para enfrentar os desa�os e oportunidades de</p><p>sua carreira como artista visual.</p><p>Figura</p><p>| Escala de valor tonal</p><p>ARNHEIN, R. Arte e percepção visual. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>ARTISTAS viajantes. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-</p><p>viajantes.  Acesso em: 5 fev. 2024.</p><p>DERDYK, E. (Org.). Disegno, desenho, desígnio. São Paulo: Senac, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>,</p><p>Unidade 3</p><p>Representação do Espaço Tridimensional no Desenho.</p><p>Aula 1</p><p>Profundidade no desenho</p><p>Profundidade no desenho</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar o tema da representação da profundidade no</p><p>desenho. Compreenderemos como os artistas conseguem criar a ilusão do espaço</p><p>tridimensional em uma superfície bidimensional e por que razão isso é relevante para a sua</p><p>prática pro�ssional. Prepare-se para mergulhar neste universo fascinante e descobrir as técnicas</p><p>essenciais para aprimorar suas habilidades em desenho. Não perca esta oportunidade de</p><p>aprender e evoluir!</p><p>Clique aqui para acessar os slides das aulas.</p><p>Ponto de Partida</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3778/artistas-viajantes</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u3a1_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>O mercado de trabalho relacionado à produção e à criatividade tem crescido e se diversi�cado</p><p>nos grandes centros urbanos. Ações como divulgação de marcas, lançamentos de produtos e</p><p>eventos variados geram a procura por uma gama cada vez mais ampla de pro�ssionais de</p><p>criação e de atividade integradas entre diferentes linguagens, como arquitetura, cenogra�a,</p><p>moda, design, arte, decoração etc. Todo esse movimento gera uma diversidade de demandas</p><p>tanto no tipo de trabalho quanto no tamanho dele. Muitos projetos, por exemplo, não precisam do</p><p>trabalho de um escritório de arquitetura, mas somente de um arquiteto que possa planejar e</p><p>desenhar o ambiente. Por essa razão, muitos professionais contemporâneos precisam encontrar</p><p>uma forma de ter um espaço de trabalho que atenda ao tamanho de suas necessidades sem</p><p>custos altos. Assim surgiram os chamados coworkings, grandes salas alugadas em grupo por</p><p>diferentes pessoas que instalam seu material de trabalho e dividem, com os demais, as contas</p><p>de luz, água e internet e, geralmente, um espaço compartilhado para receber clientes e fazer</p><p>reuniões.</p><p>Pro�ssionais de áreas a�ns se juntam nesses locais e, muitas vezes, acabam indicando uns aos</p><p>outros para oportunidades de trabalho. É o caso do espaço compartilhado por Regiane, arquiteta,</p><p>e uma dupla de pro�ssionais da cenogra�a, Gabriela e Júlio. Regiane viu, em um site direcionado</p><p>a arquitetos, que foi aberto um concurso para apresentar o projeto de um stand de exposição e</p><p>espaço de convivência para um evento de uma grande empresa. O primeiro colocado será</p><p>contratado, e ainda haverá prêmios em dinheiro para o segundo e o terceiro classi�cados. Para</p><p>participar do concurso, é preciso apresentar um estudo preliminar. Um estudo preliminar é um</p><p>desenho que oferece para o cliente uma ideia de como �cará o projeto, ou seja, não é uma planta</p><p>arquitetônica, mas, sim, uma ilustração. Além disso, é preciso exibir o resultado não só do</p><p>espaço, mas de como ele vai �car preenchido com toda a decoração e os elementos</p><p>cenográ�cos. Logo, Regiane convida Gabriela e Júlio para participarem do concurso em</p><p>parceria.</p><p>Primeiramente, o grupo precisa decidir de que forma será feita a apresentação desse estudo</p><p>preliminar. Depois de muita conversa, eles elaboram uma lista das estratégias geralmente</p><p>usadas para esse tipo de apresentação: impressão em plot, modelagem 3D no computador,</p><p>croquis feitos à mão, estudos detalhados em aquarela, maquetes e, até mesmo, fotogra�as de</p><p>maquetes. Por �m, entram em um acordo: o objetivo é se destacarem, mostrando identidade.</p><p>Portanto, decidem que produzir desenhos à mão nos estudos preliminares atrairá, de maneira</p><p>mais efetiva, o interesse da banca. Júlio e Gabriela, no entanto, se lembram de que os jurados</p><p>precisam ter uma ideia bem clara do resultado, que será em um espaço amplo e aberto, e atenta</p><p>para o fato de que existem programas de computador especí�cos para isso. É possível que o</p><p>desenho transmita a sensação de grandeza e profundidade de um grande espaço arquitetônico e</p><p>cenográ�co? De que forma o desenho pode apresentar e valorizar esses elementos?</p><p>Para re�etir sobre essas questões, fazer as escolhas necessárias e realizar a produção da sua</p><p>apresentação de forma objetiva, mas com qualidades artísticas e autorais como desejam, o</p><p>grupo de jovens pro�ssionais precisará se dedicar ao estudo dos recursos e dos elementos que a</p><p>linguagem do desenho dispõe para representar, de forma e�ciente, o espaço tridimensional.</p><p>Nesta aula, então, estudaremos as formas de representação da profundidade, a propriedade que</p><p>distingue os objetos no espaço tridimensional utilizada pelos desenhistas em suas produções</p><p>bidimensionais. Você vai entender melhor o que são esses conceitos e como se trabalha para</p><p>criar a ilusão de profundidade no desenho.</p><p>Bons estudos!</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Vamos Começar!</p><p>Profundidade no desenho</p><p>Uma das principais atribuições do desenho é a possibilidade de representar o espaço</p><p>tridimensional em um meio bidimensional. Retomemos, pois, esses conceitos.</p><p>O desenho é uma forma de representação bidimensional. Trabalhamos desenhando sobre uma</p><p>superfície na qual podemos explorar a largura e a altura, suas duas dimensões. No espaço</p><p>tridimensional, além da largura e da altura, percebemos, também, a profundidade dos objetos,</p><p>que é então a terceira dimensão. Visualmente, a profundidade é percebida pela distância que um</p><p>ponto está do observador. Se observamos dois copos, um a dez centímetros de distância de</p><p>você, e outro, a um metro e meio, veremos essa diferença. Voltando ao papel no qual fazemos</p><p>um desenho, não é possível desenhar literalmente o primeiro copo, que está a dez centímetros, e</p><p>o segundo, a um metro e meio, pela seguinte razão: não podemos esticar o braço e colocá-lo</p><p>dentro do papel para desenhar um objeto mais longe que o outro. O que fazemos é desenhar,</p><p>sobre a mesma superfície, à mesma distância dos nossos olhos, dois copos que reproduzem a</p><p>impressão de distância que temos ao observar o espaço tridimensional, pois a superfície não nos</p><p>oferece a terceira dimensão, a profundidade.</p><p>Uma boa parte de produção em desenho consiste em criar a ilusão da tridimensionalidade no</p><p>papel, uma vez que se trata, muitas vezes, da representação de objetos do mundo real, que é</p><p>tridimensional.</p><p>A profundidade e as propriedades do bidimensional e do</p><p>tridimensional</p><p>Iniciamos esta aula falando sobre o desejo, que sempre marcou o desenho, de representar a</p><p>profundidade do espaço tridimensional em uma superfície bidimensional. No entanto, no mundo</p><p>em que vivemos, no qual a comunicação visual é tão presente, potente e explorada nos mais</p><p>diversos meios, as imagens bidimensionais também expressam, de forma sintética, os objetos</p><p>reais, pois é exatamente esta a propriedade que elas têm: a de síntese. Ao realizar um desenho</p><p>que renuncia à representação da tridimensionalidade, da profundidade e do volume dos objetos,</p><p>o desenhista deve dar atenção às suas linhas principais, às formas que os caracterizam. Essa</p><p>potencialidade de representar um objeto por meio de suas linhas e formas essenciais, é bastante</p><p>característica da comunicação visual e do design em geral, como</p><p>na criação de logomarcas,</p><p>estampas, símbolos, avisos etc.</p><p>Observe, por exemplo, a Figura 1, um tipo de ilustração produzido para ser utilizado em</p><p>apresentações corporativas, infográ�cos ou, até, em algum material institucional impresso. Sua</p><p>função é comunicar uma ideia para apresentar um conceito. Neste caso, representa um grupo de</p><p>executivos trabalhando em um brainstorming. Veja como não são usados os efeitos de sombra e</p><p>luz que conferem o volume aos objetos. Além disso, não há a representação da sala: eles estão</p><p>sobre um fundo azul. Este é um trabalho grá�co: o desenho dos personagens é geometrizado e</p><p>bidimensional porque não vemos seus volumes ou as relações de profundidade representados</p><p>no espaço. Mesmo assim, a ilustração é, sem dúvida, bastante e�ciente em cumprir seu papel,</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>apresentando a cena com uma solução visual sintética. É possível identi�car e reconhecer todos</p><p>os elementos, ainda que não tenham sido representados de forma tão realista.</p><p>Figura 1 | Design: ilustração representando uma reunião de brainstorming,conceito em 2D para infográ�co.Fonte: Freepik.</p><p>A profundidade é a qualidade do que é tridimensional. É a expressão das distâncias entre os</p><p>objetos do desenho e, especialmente, dos objetos em relação ao observador – seja ele o</p><p>desenhista ou o espectador da imagem. Quando o espaço tridimensional é traduzido para a</p><p>superfície bidimensional, é necessária a utilização de recursos que permitam a representação da</p><p>profundidade. O uso das técnicas de desenho em perspectiva é o mais conhecido e complexo</p><p>deles. A perspectiva se baseia na de�nição do ponto de vista do desenhista (ou artista) como</p><p>referencial para a construção da obra, mas veremos, na seção seguinte, que ela não se organiza</p><p>somente na observação. Os diferentes tipos de perspectiva seguem princípios e pressupostos</p><p>acerca de como vemos e entendemos o espaço e produzem resultados que se aproximam mais</p><p>ou menos da maneira como percebemos visualmente a profundidade.</p><p>A profundidade é a marca registrada do espaço tridimensional. Na segunda unidade,</p><p>aprendemos como o volume é visualmente de�nido pelas luzes e sombras, que podem ser</p><p>representadas no desenho por meio das tonalidades de cinza. Vimos, também, que o volume é a</p><p>expressão da tridimensionalidade dos corpos ou objetos. É importante atentar para a diferença</p><p>de como a tridimensionalidade é expressa pelo volume e pela profundidade. Examine a imagem a</p><p>seguir (Figura 2):</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Estampa de fundo com abacaxis. Fonte: Freepik.</p><p>Esta �gura é uma estampa decorativa, ilustrada com imagem de um abacaxi repetida como um</p><p>padrão. Nela, reconhecemos o tratamento de volumes com o uso de luzes e sombras: vemos um</p><p>lado mais iluminado e outro no qual aparecem as sombras próprias da casca do abacaxi, além de</p><p>uma pequena sombra projetada, na base da fruta. O uso de luzes e sombras no desenho</p><p>evidencia os volumes, a massa e a ocupação de espaço dos objetos.</p><p>Já a profundidade no desenho é a expressão do próprio espaço e das relações dos diferentes</p><p>objetos nele dispostos. Assim, ela informa a localização, as distâncias entre os elementos e a</p><p>posição do observador ou espectador, estabelecendo, assim, um ponto de vista. Veja, agora, a</p><p>Figura 3:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Ilustração do interior de um quarto.Fonte: Shutterstock.</p><p>Neste desenho, apesar de conseguirmos perceber – ou intuir – a massa e os volumes dos</p><p>objetos, não há um trabalho elaborado de luz e sombra para destacá-los, como notamos nos</p><p>abacaxis. Esta é uma imagem com predominância de linhas. Contudo, as distâncias e o ponto de</p><p>vista do observador estão bem claros: vemos, em diferentes distâncias, o pé da cama, os</p><p>travesseiros, as mesas de cabeceira e a cabeceira. Cada uma dessas partes é percebida numa</p><p>distância diferente: são suas localizações no espaço e em relação ao observador. Isso é a</p><p>profundidade.</p><p>O volume é, pois, a expressão da tridimensionalidade dos objetos. No desenho, o uso de luz e</p><p>sombra é o principal recurso para expressar essa qualidade. Esses elementos evidenciam os</p><p>volumes e traduzem, para a linguagem bidimensional do desenho, a forma como os objetos</p><p>ocupam o espaço.</p><p>Já a profundidade é a expressão da tridimensionalidade do espaço. No desenho, ela é a</p><p>representação da localização dos objetos no espaço, das distâncias entre os elementos de uma</p><p>composição e da referência do observador. Assim, ela pode estabelecer um ponto de vista para</p><p>quem vê a imagem.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Planos e enquadramentos</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Antes de analisarmos as técnicas e os recursos da linguagem visual para a representação da</p><p>profundidade, precisamos falar sobre a noção de ponto de vista: o enquadramento. Se</p><p>recorrermos à linguagem cinematográ�ca, que guarda diversas relações com o desenho,</p><p>entenderemos melhor o que é o enquadramento e o ponto de vista como uma referência para a</p><p>descrição do espaço.</p><p>Nos roteiros cinematográ�cos, deparamo-nos com expressões como plano geral, plano médio,</p><p>plano americano, close-up, travelling, entre outras. Esses termos se referem a diferentes</p><p>enquadramentos – um dos elementos mais importantes da linguagem cinematográ�ca.</p><p>Enquadrar é decidir o que será visto em cada cena e determinar o modo como o espectador</p><p>perceberá o �lme ou, no caso de um desenho ou de uma pintura, a imagem.</p><p>Durante a ascensão dos primeiros grandes estúdios nos Estados Unidos, os cineastas criaram</p><p>três tipos básicos de planos: o plano aberto, no qual a câmera ou o observador está distante dos</p><p>objetos de modo que podemos ver toda a cena: é um plano de ambientação; o plano médio, em</p><p>que a câmera está a uma distância média de um objeto ou pessoa, que ocupa uma parte</p><p>considerável da tela, mas ainda tem espaço à sua volta: é um plano de posicionamento e</p><p>movimentação; e o plano fechado ou close-up, quando a câmera está bem próxima, de modo que</p><p>o que ou quem é �lmado ocupa quase toda a tela, sem deixar grandes espaços à sua volta: é um</p><p>plano de intimidade e expressão.</p><p>Observe que o termo plano tem quase o mesmo sentido que distância. Outra expressão usada</p><p>por cineastas e fotógrafos é estar em primeiro plano, o que signi�ca estar mais perto da câmera,</p><p>ou do observador. Ou seja, o que está em segundo plano está mais afastado ou fora do centro da</p><p>cena. No desenho, quando representamos elementos a diferentes distâncias do observador,</p><p>representamos diferentes planos, diferentes distâncias. A noção de enquadramento, isto é,</p><p>determinar o alcance a distância da cena, é fundamental para essa percepção.</p><p>De�nir quais são os planos para cada cena ou sequência de um �lme é responsabilidade do</p><p>diretor, normalmente em parceria com um diretor de fotogra�a. Os dois trabalham, basicamente,</p><p>a partir das noções de planos aberto, médio e fechado, fazendo ajustes e alterações para</p><p>planejar todas as sequências, estipulando o tipo de câmera, cenário e equipamento que será</p><p>necessário. O estudo visual dessas cenas se chama storyboard, uma espécie de versão</p><p>desenhada do roteiro, como uma história em quadrinhos sem balões. A e�ciência do processo de</p><p>edição da forma �nal depende muito de como são �lmados os planos de cada sequência,</p><p>planejados no storyboard. A seguir, um exemplo do que é um storyboard:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Storyboard. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ao longo da história da produção cinematográ�ca, pequenas mudanças, ajustes e variações dos</p><p>planos básicos foram surgindo, a saber:</p><p>Plano geral: com um ângulo visual bem amplo, a câmera mostra todo o cenário ou locação.</p><p>Plano de conjunto: com um ângulo aberto, a câmera mostra uma boa parte do cenário. É</p><p>possível identi�car os rostos das pessoas mais próximas à câmera.</p><p>Plano médio: a �gura humana é enquadrada da cintura para cima.</p><p>Plano americano: o ator (ou a atriz) é enquadrado de corpo inteiro ou do joelho para cima.</p><p>Primeiro plano: a câmera mostra os ombros e o rosto do personagem.</p><p>Primeiríssimo plano: é mostrado apenas</p><p>o rosto do personagem.</p><p>Plano detalhe: a câmera enquadra uma parte do rosto ou do corpo bem de perto.</p><p>Há, também, o chamado extraquadro, o que não é mostrado pela câmera, mas que pode ser</p><p>intuído pelo espectador; aquilo que não está visível no enquadramento, mas faz parte da cena.</p><p>Tem-se, ainda, a preocupação em detalhar, no roteiro e no storyboard, outros componentes do</p><p>enquadramento que dependem do ângulo que a câmera está em relação ao objeto �lmado. Os</p><p>diretores de�nem se cenários, objetos ou atores deverão ser �lmados de frente, de trás, de cima,</p><p>de baixo ou pela lateral.</p><p>Esses elementos, mais do que termos técnicos da cinematogra�a, são os recursos por meio dos</p><p>quais os diretores contam uma história e constroem, nos espectadores, a relação com o �lme.</p><p>Assim como no desenho e na pintura, a escolha de planos e enquadramentos é uma forma de</p><p>localizar o observador e situar os lugares de uma cena, determinando, então, a profundidade e o</p><p>ponto de vista.</p><p>A profundidade na História da Arte</p><p>A expressão da profundidade tem sido uma das mais características formas de representação</p><p>do espaço na História da Arte. Em diferentes momentos, culturas e contexto, a linguagem visual</p><p>encontrou caminhos e soluções para tanto. O trabalho de representar o espaço tridimensional</p><p>com recursos bidimensionais (o desenho, a pintura sobre o papel ou a tela) sempre foi um dos</p><p>desa�os mais signi�cativos dos artistas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Egito Antigo, papiro. Fonte: Freepik.</p><p>Na Figura 5, por exemplo, vemos como era a representação do espaço característica dos murais,</p><p>pinturas e papiros do Egito Antigo. Trata-se de uma situação com vários personagens</p><p>interagindo, o que pressupõe a existência de um espaço tridimensional por onde eles circulam.</p><p>Mas, para o nosso olhar, as �guras parecem achatadas, sem volume, e o espaço, sem</p><p>profundidade. Repare que as pessoas, nessa composição, estão en�leiradas lado a lado, ou seja,</p><p>não estão posicionadas em diferentes distâncias do observador da imagem. É como se não</p><p>houvesse a preocupação de elaborar essa cena a partir de um ponto de vista, o que implicaria em</p><p>perguntas como: em que ponto está o observador? A qual distância cada personagem está dele?</p><p>Qual é o tamanho do lugar onde esses personagens estão? Mesmo a postura corporal dos</p><p>personagens é bidimensional: se pensarmos em temos de realismo, volume e profundidade, seus</p><p>corpos estariam torcidos, com o tronco virado para a frente e as pernas de per�l, deixando a</p><p>cintura e o ombro em posições anatomicamente inviáveis.</p><p>Vemos, pois, que, nessa civilização, nesse período, a representação da tridimensionalidade do</p><p>espaço por meio da profundidade provavelmente não era uma questão, ou uma necessidade.</p><p>Para nossos estudos neste momento, interessa-nos perceber quais são as diferenças e,</p><p>consequentemente, os recursos utilizados em cada forma de interpretação do espaço.</p><p>Apreciemos, então, uma outra forma de representação: a do Renascimento Italiano, escola</p><p>artística que tem sua origem na Itália no século XIV e se estende até o �nal do XVI, período que</p><p>se convencionou dividir em três fases: o Trecento, o Quattrocento e o Cinquecento. Os elementos</p><p>estéticos do Renascimento eram inspirados pela retomada dos princípios da arte da Antiguidade</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Grega, focada em ideais de beleza e de excelência técnica. Os renascentistas se dedicaram a</p><p>estudos de perspectiva e de proporção como fundamentos técnicos de sua arte. Para dar conta</p><p>desse tipo de representação, inúmeras técnicas foram elaboradas por esses artistas, como o</p><p>desenho de perspectiva; a utilização do ponto de fuga; e o efeito sfumatto, criado por Leonardo</p><p>da Vinci para dar a impressão de objetos embaçados à distância entre outras.</p><p>Figura 6 | Escola de Atenas, de Rafael Sanzio (1509). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>A obra Escola de Atenas (Figura 6), do pintor renascentista Rafael Sanzio, mostra como os</p><p>artistas na época se dedicavam a uma representação detalhista do espaço tridimensional.</p><p>Diferentemente dos desenhos egípcios, aqui temos a clara impressão de um ponto de vista do</p><p>espectador, de onde se vê, em diferentes localizações e distâncias, todos os personagens da</p><p>cena. Na pintura, enxergamos claramente como os elementos estão distribuídos no espaço e</p><p>quais são as relações de proximidade entre cada um deles e em relação ao ponto de vista do</p><p>observador. Além disso, a própria profundidade do espaço está representada na pintura graças</p><p>às técnicas de desenho em perspectiva utilizadas por Rafael. Ao examinarmos essa imagem,</p><p>percebemos o tamanho e as dimensões da construção e as relações de profundidade em seu</p><p>espaço interno.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 7 | Jogo de Cartas, de Paul Cézanne (cerca de 1895). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Na modernidade, artistas como Cézanne revolucionaram essas noções, representando o espaço</p><p>e os objetos tridimensionais de maneira considerada distorcida, desobedecendo às técnicas de</p><p>perspectiva e mostrando objetos de pontos de vista que não correspondem à experiência real. Os</p><p>pintores simbolistas também criaram ambientes nos quais não podemos sentir a gravidade ou</p><p>identi�car de que tipo de espaço se trata.</p><p>Os artistas renascentistas usavam técnicas de pintura com o objetivo de representar da maneira</p><p>mais �el possível o ponto de vista de um espectador e as relações de distância e profundidade</p><p>em um espaço real. Para os egípcios, o importante era o retrato dos personagens e passagens</p><p>de histórias míticas de sua cultura. A preocupação com a verossimilhança do espaço não estava</p><p>em pauta. Já no início do século XX, vimos como Cézanne subverte os princípios clássicos da</p><p>perspectiva para criar um espaço exclusivo da obra de arte que contesta a ilusão de</p><p>profundidade real como única forma de representação. Perceba que, ao estudar a História da</p><p>Arte ou mesmo as formas de representação do real, o contexto histórico e cultural in�ui na forma</p><p>como se pensa e se produz a arte. Nos dias atuais, como pensamos nisso?</p><p>O que observamos nesses exemplos foi um pouco de como a representação da profundidade foi</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>tratada em diferentes momentos da história por meio do uso das técnicas de perspectiva que</p><p>têm sido uma das mais recorrentes não só na arte, como também nos mais diversos usos do</p><p>desenho.</p><p>Para desenhar o que se vê, o homem demonstrou curiosidade em relação à visão que tem, por</p><p>exemplo, das linhas de um trilho de trem em direção ao horizonte. Embora saibamos que são</p><p>paralelas, elas parecem se juntar num ponto distante ao olharmos para o horizonte. Em nosso</p><p>campo de visão, percebemos que quanto mais afastado um objeto de se encontra de nós, menor</p><p>é o seu tamanho. Ou seja, a maneira pela qual os objetos são percebidos pelo nosso olhar no</p><p>espaço em profundidade depende do nosso ponto de vista.</p><p>As técnicas de desenho em perspectiva, que conheceremos melhor na próxima seção, tratam</p><p>das formas de representação do espaço e dos objetos por esse viés, a partir de um ponto de</p><p>vista. Mas não é só na arte que vemos a aplicação das técnicas de perspectiva. Especialmente</p><p>na arquitetura, na cenogra�a e no design, uma correta representação do espaço é essencial para</p><p>a realização de projetos. Veja, por exemplo, na �gura a seguir (Figura 8), na projeção</p><p>tridimensional de uma planta arquitetônica, como a perspectiva serve a essa área.</p><p>Figura 8 | Desenho de interior de casa. Fonte: Shutterstock.</p><p>Nesta aula, aprendemos o que é profundidade, sua relação com a ideia de tridimensionalidade e</p><p>como ela pode ser representada pela linguagem do desenho. Ademais, vimos como ela é</p><p>utilizada na arte. A observação desses aspectos é importante para que você compreenda como</p><p>funciona a representação da profundidade do espaço na superfície bidimensional.</p><p>Na próxima seção, veremos que existem diferentes formas de desenho em perspectiva, alterando</p><p>a forma de localizar os pontos de vista, que servem a demandas e necessidades de diversas</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>áreas, como a engenharia</p><p>mecânica, hidráulica e civil. São as perspectivas técnicas, as quais têm</p><p>utilidades especí�cas em projetos de construção ou no corte e no molde de peças, por exemplo.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Como vimos, a representação do espaço, da profundidade e das distâncias entre os elementos</p><p>de uma composição visual, seja ela um registro da realidade ou uma invenção, como um projeto</p><p>ou uma obra de arte, é uma das questões presentes nas linguagens visuais há muito tempo.</p><p>Em nossa situação-problema, a questão que o grupo se coloca é se há meios, tão ou mais</p><p>interessantes que o programas de 3D dos computadores, para criar e apresentar uma</p><p>representação espacial. Como colocado pelos jovens ao elaborarem o projeto, eles buscam uma</p><p>apresentação com mais identidade e personalidade do que os objetos desenhados no</p><p>computador para se destacarem e mostrarem iniciativa no concurso. Aprendemos, nesta aula,</p><p>que a representação do tridimensional envolve volume e profundidade. Isso abrange representar</p><p>as dimensões dos objetos, a maneira como estão dispostos no espaço, bem como as relações e</p><p>as distâncias entre eles e em relação ao observador.</p><p>Vimos alguns exemplos de como a profundidade pode ser tratada no desenho, como nas �guras</p><p>egípcias, cuja execução não demonstra preocupação com as relações de profundidade, ou na</p><p>arte renascentista, que desenvolve uma série de técnicas de representação para reproduzir a</p><p>mais �el sensação de profundidade com base na ideia de ponto de vista do espectador, expressa</p><p>pelos princípios da perspectiva. Discutimos, também, que, numa abordagem mais artística, como</p><p>a de Cézanne, essas técnicas podem ser subvertidas ou transformadas para criar um estilo</p><p>próprio.</p><p>Sabemos que Júlio e Gabriela querem apresentar um trabalho com forte característica autoral e</p><p>se destacar pela qualidade artística de sua apresentação. No entanto, uma forma de</p><p>representação como a de Cézanne poderia não ser e�ciente, já que o cliente precisa ter uma ideia</p><p>bastante aproximada da produção �nal do projeto. Entretando, um trabalho sem profundidade,</p><p>como o dos desenhos egípcios, também seria totalmente ine�ciente para mostrar as qualidades</p><p>do projeto de cenogra�a que eles estão desenvolvendo. Uma cenogra�a, quando vista ao vivo,</p><p>estabelece uma relação espacial com o espectador, o envolve.</p><p>Por esse motivo, a melhor forma de apresentar seu estudo preliminar para a cenogra�a do stand</p><p>deverá levar em conta a necessidade de mostrar a especialidade do projeto. Você viu, nesta aula,</p><p>que profundidade espacial pode ser obtida de diversas formas no desenho. Avançando na</p><p>construção do estudo preliminar, Júlio e Gabriela poderão explorar essas possiblidades para</p><p>chegar a ao resultado desejado para se inscreverem no concurso.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Wagner William</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar como as premiações como ilustrador e quadrinista</p><p>impulsionaram a carreira do paulista Wagner Willian, que tem experimentado tanto</p><p>inovações artísticas quanto modelos de �nanciamento da publicação de suas obras.</p><p>Wagner William. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e</p><p>Produção. Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color.</p><p>Rio de Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 4 - Mecânica do desenho</p><p>A posição para desenhar interfere no resultado do desenho, portanto, o desenhista deve</p><p>estar afastado do objeto desenhado, cerca de 60 cm – mais ou menos um braço seu de</p><p>distância –, para obter uma visualização clara dele. O desenhista também deve se manter</p><p>em uma posição �xa para não perder o ponto de observação. A localização da mesa,</p><p>prancheta ou suporte deve formar um ângulo de 90° em relação à linha de visão para que o</p><p>desenho não se deforme. Esses e outros assuntos relacionados à mecânica do desenho</p><p>serão explorados no mencionado capítulo.</p><p>Livros: Desenho de Perspectiva, Conceito de perspectiva</p><p>Neste capítulo, aprenderemos sobre o isocírculo (falsa elipse), uma curva plana fechada</p><p>utilizada na perspectiva isométrica para a representação do círculo. Serão demonstrados o</p><p>passo a passo e as técnicas para a realização do procedimento.</p><p>Referências</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia grá�ca. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo,</p><p>2005.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2010.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>PERSPECTIVA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva.</p><p>Acesso em: 14; fev. 2024.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024212/</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Aula 2</p><p>Perspectiva</p><p>Perspectiva</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, conheceremos os fundamentos da perspectiva no desenho,</p><p>aprendendo como representar relações de distância, profundidade e pontos de vista no espaço</p><p>tridimensional. Entender esses conceitos é crucial para arquitetos e cenógrafos, pois os auxilia</p><p>na criação de projetos precisos e visualmente impactantes. Prepare-se para aprimorar suas</p><p>habilidades e elevar suas criações ao próximo nível! Vamos lá!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Retomando o nosso contexto de aprendizagem, Regiane, arquiteta, e seus colegas cenógrafos,</p><p>Gabriela e Júlio, decidem participar de um concurso de projetos para um stand de exposição e</p><p>espaço de convivência do evento de uma grande empresa. Para tanto, é preciso apresentar um</p><p>estudo preliminar, que será uma ilustração. Além disso, é preciso mostrar o resultado não só do</p><p>espaço, mas de como ele vai �car preenchido com toda a decoração e os elementos</p><p>cenográ�cos.</p><p>Depois de discutirem suas ideias para o projeto, os três colaboradores precisam começar a</p><p>trabalhar. Cada um apresenta suas percepções separadamente, em um esboço. Com tudo</p><p>alinhado e a proposta construída, fazem, primeiramente, um rascunho coletivo e, então, dividem a</p><p>produção do estudo preliminar em duas fases. Em primeiro lugar, o trio deve desenhar a cena e</p><p>os elementos decorativos, como luminárias, móveis e objetos de arte. É nessa fase que vão</p><p>de�nir o espaço tridimensional e os elementos dispostos nele. De que maneiras se realiza esse</p><p>tipo de produção? Quais são os conhecimentos, procedimentos, recursos, estratégias e</p><p>habilidades necessários para executar um desenho que represente o espaço tridimensional?</p><p>Como a dupla vai implementar essa atividade?</p><p>Nesta segunda aula, daremos continuidade à re�exão, ao estudo e à prática de uma questão</p><p>fundamental do desenho, que se coloca como parte do desa�o de Regiane, Júlio e Gabriela nesta</p><p>etapa de criação de seu estudo preliminar: a representação ou simulação do espaço</p><p>tridimensional no desenho. Depois de entendermos como a profundidade é abordada no desenho</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u3a2_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>e em alguns momentos da História da Arte, e compreender o que é esse conceito, agora vamos</p><p>conhecer como funciona a perspectiva, que utiliza diversos recursos e técnicas para representar</p><p>as relações de distância, profundidade e pontos de vista no espaço tridimensional. Ao �m,</p><p>retornaremos a estes conteúdos e veremos como se articulam para a realização do estudo</p><p>preliminar dos colegas.</p><p>Vamos Começar!</p><p>Perspectiva</p><p>Desenhar em perspectiva é uma técnica, ou uma arte, que se presta a um dos maiores desa�os</p><p>do desenho como linguagem ou tradução do mundo: a representação de objetos tridimensionais</p><p>em uma superfície ou meio bidimensional (ou seja, plano). O objetivo desse procedimento ou</p><p>recurso é de recriar ou dar a sensação a quem vê a obra, de quais são as posições relativas e a</p><p>profundidade desses objetos. Ou seja, quando desenhamos usando os princípios e as técnicas</p><p>da perspectiva, é possível reproduzir a forma e a disposição na qual os objetos são percebidos</p><p>pelo olhar do observador. De certa forma, a perspectiva procura colocar o espectador no ponto</p><p>de vista do artista. Perceber as relações de distância e profundidade entre elementos de uma</p><p>composição implica, justamente, em ter um ponto de vista em relação a todos eles. O princípio</p><p>de representação da perspectiva consiste, portanto, em estabelecer um ponto de vista como</p><p>referente da composição no que diz respeito à profundidade e às distâncias relativas.</p><p>Para entender quais são as qualidades que a representação da profundidade confere ao desenho,</p><p>veja, por exemplo, a ilustração a seguir feita em aquarela (Figura 1). Por meio da técnica, o</p><p>ilustrador trabalhou luzes e sombras que de�nem o volume dos objetos. No entanto, vemos os</p><p>objetos representados separadamente, sem um espaço comum no qual estejam todos</p><p>localizados. Podemos, também, inferir que cada objeto foi desenhado isoladamente, ou seja, de</p><p>um ponto de vista de cada vez. Perceba que nada nesta ilustração nos dá a impressão de que os</p><p>objetos estejam todos em cima de uma mesa, sendo olhados ao mesmo tempo pelo desenhista,</p><p>ou seja, todos de um mesmo ponto de vista ou perspectiva.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Ilustração de conjunto de ramos de pinheiro, e bolas e pinhas. Fonte: Shutterstock.</p><p>Já em uma produção na qual há a representação da profundidade, o ponto de vista é um</p><p>referente importante. Neste estudo, vamos nos concentrar nas formas, abordagens e técnicas de</p><p>perspectiva utilizadas para reproduzir, no desenho, a experiência visual dos objetos e cenas</p><p>reais.</p><p>Entre as diversas formas de representação perspectiva que serão apresentadas nesta aula,</p><p>algumas se prestam mais a produções artísticas; umas, à arquitetura ou design; outras, ainda, a</p><p>projetos técnicos, como na engenharia mecânica, por exemplo. O desenho em perspectiva se</p><p>baseia na ideia de que, em uma superfície plana, as formas podem ser descritas por projeções,</p><p>ou seja, pela formação de uma imagem por meio de raios virtuais de visão levados a uma direção</p><p>particular, do objeto até o plano no qual a imagem se projeta.</p><p>Para melhor compreender esse conceito, podemos comparar o princípio da projeção para o</p><p>desenho em perspectiva com funcionamento da câmara obscura. A câmara obscura, aparelho</p><p>que antecedeu a máquina fotográ�ca, era utilizada para desenhar, entre outras funcionalidades.</p><p>Ela consiste, basicamente, em uma caixa com um único furo por onde entra a luz. Os raios de luz</p><p>que são re�etidos pelo objeto são projetados para dentro da caixa por este pequeno furo e</p><p>formam uma imagem re�etida na face interna oposta, como mostra a Figura 2.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Ilustração de uma câmara obscura, 1910. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Os artistas se baseavam nessa imagem projetada para desenhar, colocando um papel</p><p>translúcido na face onde o objeto se formava e acrescentado outra caixa, na continuação, para</p><p>manter a penumbra. Observando o funcionamento desse aparato, entenderemos os princípios de</p><p>projeção que estruturam a perspectiva. Assim como os raios de luz (re�etidos por todos os</p><p>pontos do objeto) projetam a imagem em uma superfície plana (a face oposta da câmara</p><p>obscura), a técnica de desenho em perspectiva consiste em projetar, virtualmente, pontos em</p><p>diferentes distâncias e profundidades em relação ao observador para fazer uma representação</p><p>bidimensional. Cada ponto da cena desenhada se con�gura de uma determinada maneira.</p><p>Chamamos esses raios de raios projetantes, pois que representam a direção e a distância do</p><p>ponto de vista do observador.</p><p>Os métodos projetivos (meios de projetar as imagens no papel ao desenhar) podem variar de</p><p>acordo com a direção em que os raios projetantes atingem o plano, ou seja, de acordo com a</p><p>posição do observador.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Projeções cônicas e projeções cilíndricas</p><p>A partir desse princípio, as técnicas e os recursos do desenho em perspectiva são divididos em</p><p>duas categorias básicas: a projeção cilíndrica ou paralela e a projeção cônica ou central.</p><p>Devemos lembrar, também, que a de�nição dessas projeções envolve a determinação do</p><p>observador, ou ponto de vista.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Sabemos que, ao desenharmos um objeto a partir de um determinado ponto de vista, suas</p><p>medidas podem ser deformadas em relação ao original. Vejamos o exemplo Figura 3. Temos</p><p>dois desenhos de um trilho de trem. O primeiro, uma projeção cilíndrica, parece distorcido se</p><p>comparado à maneira como o enxergamos, porque a escala de algumas medidas é mantida. Já o</p><p>segundo é uma projeção cônica que se assemelha mais à maneira como vemos, pois os trilhos</p><p>vão diminuindo à medida que se afastam do observador.</p><p>É como se a distância de quem observa fosse ignorada em algumas partes do desenho.</p><p>Veremos, a seguir, que essa deformação tem uma utilidade: por exemplo, para um torneiro</p><p>mecânico ou um marceneiro compreenderem se os dois lados de um objeto a ser manufaturado</p><p>têm o mesmo tamanho ou não.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Projeções cilíndrica e cônica de um trilho. Fonte: Garcez (2017).</p><p>Projeções cilíndricas</p><p>A projeção cilíndrica não reproduze exatamente a maneira como o olho humano enxerga. Ela</p><p>funciona como se raios paralelos fossem projetados em um ângulo de 90º com o plano do</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>desenho e apontam para uma única direção. As perspectivas baseadas nessa projeção são</p><p>usadas, especialmente, em contextos de desenho técnico, como projetos de engenharia</p><p>mecânica, ou para a apresentação de peças de design para a confecção. O resultado apresenta,</p><p>ao mesmo tempo, uma ideia da vista do objeto e medidas exatas de suas faces. As projeções</p><p>cilíndricas são divididas em dois tipos: ortogonais e oblíquas.</p><p>Projeção ortogonal</p><p>Perspectiva axonométrica</p><p>A partir de uma projeção ortogonal, são obtidas as perspectivas axonométricas, por meio das</p><p>quais se pode ver três faces do objeto em diferentes ângulos. A aplicação mais usual da</p><p>axonometria se dá na representação em perspectiva de instalações hidráulicas e na confecção</p><p>de peças em que a expressão de medidas é fundamental. Esse método é e�ciente para a</p><p>apresentação de objetos e projetos para manufatura. Observe nas imagens adiante, as três</p><p>formas de perspectivas axonométricas.</p><p>Perspectiva isométrica</p><p>Neste exemplo de perspectiva isométrica (Figura 4), um armário está posicionado de maneira</p><p>que todos os eixos do cubo que vemos são simétricos. O objeto é desenhado mantendo-se as</p><p>proporções entre esses eixos, resultando em leves deformações no restante da imagem, se</p><p>comparada com a forma como a enxergamos. Ele é visto de forma que o ponto onde se</p><p>encontram as três linhas ilustrativas na imagem (verde, azul e vermelha) está centralizado.</p><p>Temos uma visão igual dos três eixos.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Perspectiva isométrica. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Perspectiva dimétrica</p><p>Na perspectiva dimétrica do mesmo armário (Figura 5), um dos três eixos tem uma escala</p><p>diferente dos outros dois. Dessa forma, há uma mudança no posicionamento</p><p>do ponto de</p><p>encontro dos eixos, e a representação do objeto parece mais próxima de uma observação real.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Perspectiva dimétrica. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Perspectiva trimétrica</p><p>A perspectiva ortogonal trimétrica é aquela cujo resultado mais se aproxima da maneira como</p><p>enxergamos. Isso porque os três eixos que vemos do cubo perdem a relação de escala original e</p><p>podem ser desenhados com medidas diferentes entre si (Figura 6).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Perspectiva trimétrica. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Essas perspectivas não apresentam os objetos exatamente como os vemos, mas são úteis na</p><p>elaboração de projetos de design, peças mecânicas e mobiliários, como nos exemplos</p><p>apresentados. Em alguns programas de computação grá�ca e jogos de videogame, são usadas</p><p>as referências de perspectivas axonométricas para a movimentação (mudança de ponto de</p><p>posição em relação ao observador) de objetos tridimensionais.</p><p>Mesmo na arquitetura, a perspectiva axonométrica pode ser usada como forma de apresentação</p><p>técnica de um projeto. Na �gura a seguir, temos um diagrama que apresenta uma representação</p><p>trimétrica de uma planta arquitetônica. Note, tendo como referência a base sob a casa (um</p><p>cubo), que uma aresta está virada para a frente e os três eixos têm medidas diferentes. Seguindo</p><p>as linhas vermelhas, você perceberá que todas as retas que de�nem o desenho da casa são</p><p>paralelas, perpendiculares ou diagonais às linhas do cubo, o que mostra que a casa está contida</p><p>na perspectiva trimétrica do cubo.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 7 | Casa com dimensões em diagrama arquitetônico. Fonte: Shutterstock.</p><p>Projeção oblíqua</p><p>Na projeção oblíqua, os raios projetantes não são perpendiculares ao plano: eles formam</p><p>diferentes ângulos. Assim, as faces de um objeto diminuem em proporção à sua profundidade –</p><p>quanto mais distantes, menores.</p><p>Perspectiva cavalera</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Na perspectiva cavalera, uma das faces do objeto é representada paralelamente ao plano – ou</p><p>seja, à superfície do desenho. As demais são desenhadas segundo os raios projetantes em</p><p>profundidade. Veja, na Figura 8 a seguir, o esquema de uma peça de encanamento em</p><p>perspectiva cavalera. Diferentemente das perspectivas axonométricaa, que colocavam uma</p><p>aresta do cubo voltada para a frente, na perspectiva cavalera uma face é que �ca paralela ao</p><p>papel, e as demais se projetam em profundidade.</p><p>A perspectiva cavalera é tida como uma das de mais simples execução.</p><p>Figura 8 | Perspectiva cavalera. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Perspectivas cônicas</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Na projeção cônica, também chamada de projeção central, os raios projetantes que designam a</p><p>representação dos objetos no plano de representação são todos originários de um mesmo</p><p>vértice do cone, como as geratrizes de uma forma cônica. Esse é o ponto de vista do observador.</p><p>Por essa razão, o método de perspectiva baseado na projeção cônica representa os objetos de</p><p>maneira muito mais �el do que apareceriam ao olho humano. Este é o método mais usado em</p><p>desenhos, pinturas artísticas e pranchas de apresentações de projetos arquitetônicos, de design</p><p>e de cenogra�a.</p><p>Elementos do desenho em perspectiva</p><p>Uma vez que a perspectiva cônica imita a visão do olho humano, devemos compreender quais</p><p>são os elementos e os componentes dessa representação e como esse tipo de abordagem se</p><p>organiza.</p><p>Vamos começar analisando a relação entre um observador e uma cena para compreender quais</p><p>são os aspectos que determinam um ponto de vista, que são, ao desenhar, aqueles que devem</p><p>ser levados em consideração para um coerente retrato da profundidade.</p><p>O desenho em perspectiva é a reprodução do que se vê a partir de um ponto de vista especí�co.</p><p>Essa técnica se baseia na noção de que, ao reproduzirmos o campo de visão de um ângulo</p><p>especí�co, damos a quem aprecia o desenho uma visão mais �el ao real, reproduzindo as</p><p>condições do observador original. Para compreender quais são os aspectos e as variáveis que</p><p>envolvem esse processo, examinemos a imagem a seguir.</p><p>Figura 9 | Perspectivas. Fonte: Garcez (2017).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Nesta �gura, vemos três situações nas quais o observador está posicionado em três alturas</p><p>diferentes em relação a um objeto. Em cada uma delas, o seu campo de visão é alterado em</p><p>relação a como ele vê o espaço. No exemplo, veremos como essas diferenças ocorrem devido à</p><p>altura relativa da qual ele observa o objeto.</p><p>Iniciemos pelo referencial básico da perspectiva: a linha do horizonte.</p><p>A linha do horizonte é o ponto focal, no in�nito, para onde olha o observador. Qualquer que seja a</p><p>altura desse observador, a linha do horizonte será sempre a referência da altura dos olhos do</p><p>observado. Veja, na Figura 9, que o campo de visão em relação ao objeto é maior à medida que a</p><p>altura do observador aumenta.</p><p>Nas três situações, a altura da linha do horizonte corresponde sempre à altura relativa dos olhos</p><p>do observador, o que de�ne a amplitude e ângulo do campo de visão e in�uencia o</p><p>enquadramento da cena ou da composição. Perceba que, nos três exemplos, a distância ou o</p><p>tamanho do cubo em relação ao observador não foram alterados. O que mudou foi apenas a sua</p><p>altura em relação ao objeto, o que já altera a perspectiva da visão do cubo.</p><p>Investiguemos o que acontece se modi�carmos apenas a altura do observador: na primeira</p><p>situação, ele está sentado em uma altura inferior à do cubo e não pode observar a sua face</p><p>superior. Seu campo de visão do horizonte, a medida Z (o que está além do cubo), é bastante</p><p>reduzido. Note que a medida Z é o campo de visão, em altura, do observador, e que, na primeira</p><p>situação, ele é todo ocupado pelo cubo em observação (Y). Aumentando a medida X, que é a</p><p>altura do ponto de vista, o observador já consegue ver a face superior do cubo, e a visão do</p><p>horizonte em seu campo de visão (Z) aumenta e ganha profundidade. Na última situação, o</p><p>observador tem ainda mais visão do horizonte em consequência da altura em que se encontra.</p><p>Um aspecto importante para compreender as projeções em perspectiva é a relação da linha do</p><p>horizonte com o plano de onde o observador vê a cena: a linha do horizonte é sempre paralela ao</p><p>plano da terra, também chamado de plano geometral. Plano da terra ou plano geometral é a</p><p>superfície – ou superfícies – sobre a qual estão os elementos representados em perspectiva no</p><p>desenho. Ao desenhar, é importante ter a consciência dessa relação. Na ilustração a seguir,</p><p>vemos todos os elementos envolvidos no enquadramento a partir do ponto de vista do</p><p>observador.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 10 | Elementos que compõem a vista em perspectiva. Fonte: Garcez (2017).</p><p>Se a linha do horizonte está situada na altura do ponto de vista do observador, seu campo de</p><p>visão se estende acima e abaixo dela, e também para os lados. O que está no campo de visão do</p><p>observador ao �xar seu olhar na linha do horizonte é chamado de quadro. Determinar, ao</p><p>desenhar, qual será o recorte desse total, é enquadrar, como já vimos.</p><p>O enquadramento, portanto, funciona da seguinte maneira: o observador �xa o olhar na linha do</p><p>horizonte, determinando seu quadro, seu ponto de vista. Isto feito, ele segura uma moldura vazia</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>entre si e a cena observada: ao aproximá-la de si mesmo, mais elementos estarão contidos na</p><p>cena. Ao afastá-la, o recorte da cena dentro da moldura vai �cando cada vez menor. A cada</p><p>localização em uma determinada distância, obtemos um novo enquadramento. A linha inferior</p><p>desse enquadramento, ou seja, a que toca no plano geometral, é chamada linha de terra.</p><p>A imagem a seguir (Figura 11) é de uma pintura cubista do artista Juan Gris. É o retrato de um</p><p>homem, na mesa de um café, lendo jornal. Os princípios da representação do espaço no</p><p>cubismo, como propostos por Pablo Picasso e Georges Braque, consistiam em fragmentar a</p><p>imagem em diversos pontos de vista e sobrepor as perspectivas decorrentes na mesma</p><p>imagem.</p><p>Disciplina</p><p>a pena e o lápis até as modalidades especí�cas como o</p><p>desenho cientí�co e técnico. Destaca, igualmente, a importância do desenho no</p><p>Renascimento, que serviu como base para estudos anatômicos e preparatório para obras</p><p>de arte. Ao explorar o desenvolvimento histórico do conceito, o artigo enfatiza a transição</p><p>desse papel secundário do desenho para uma forma de expressão artística autônoma na</p><p>era moderna, exempli�cando com artistas como Van Gogh, Seurat e Picasso.</p><p>Referências</p><p>ARTIGAS, V. Caminhos da Arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.</p><p>DERDYK, E. Desde sempre, sempre desenhei. Visualidades, Goiânia, v. 11, n. 2, p. 165-171, jul.-</p><p>dez. 2013. Disponível em: https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30690. Acesso em: 19 jan.</p><p>2024.</p><p>DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.</p><p>MARTINS, L. G. F. A etimologia da palavra desenho (e design) na sua língua de origem e em</p><p>quatro de seus provincianismos: desenho como forma de pensamento e de conhecimento. In:</p><p>CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30., 2007, Santos. Anais [...]. São</p><p>Paulo: Intercom, 2007. Disponível em:</p><p>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1866-1.pdf. Acesso em: 19 jan.</p><p>2024.</p><p>TESSLER, E. Tudo é �gura ou faz �gura. In: BARTUCCI, Giovana (Org.). Psicanálise, arte e</p><p>estéticas de subjetivação. Rio de Janeiro: Imago, 2002.</p><p>Aula 2</p><p>Desenvoltura do traço</p><p>Desenvoltura do traço</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo4625/desenho</p><p>https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30690</p><p>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1866-1.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos a profundidade do desenho como processo</p><p>criativo. Descobriremos as diversas formas de representação grá�ca e aprimoraremos sua</p><p>capacidade de retratar a realidade com precisão. Esses conteúdos serão cruciais para</p><p>aperfeiçoar suas habilidades pro�ssionais e investigar novas abordagens criativas. Não perca</p><p>esta oportunidade de aprofundar seus conhecimentos.</p><p>Venha aprender conosco!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Nesta aula, abordaremos a importância do desenho como processo criativo, explorando desde</p><p>os desenhos tradicionais até experimentações mais contemporâneas. Destacaremos, também, a</p><p>relevância do traço na poética do artista, ressaltando a célebre frase “só se aprende a desenhar</p><p>desenhando”. Os casos de Picasso e Egon Schiele exempli�carão como artistas expressam suas</p><p>visões e estados psicológicos através do desenho, ampliando o entendimento sobre as</p><p>possibilidades dessa linguagem visual.</p><p>O sketchbook, nesse contexto, será apresentado como um instrumento valioso, não apenas</p><p>como um caderno de esboços, mas como uma extensão do processo criativo, revelando a</p><p>intimidade e liberdade do artista. A proposta de exercícios práticos, como diferentes maneiras de</p><p>segurar o lápis e o uso da borracha de forma criativa, estimulará a experimentação e o</p><p>desenvolvimento técnico.</p><p>Como diferentes artistas exploram o traço em seus desenhos e de que maneira isso in�uencia a</p><p>expressividade e poética de suas obras? Como o percurso artístico de Picasso re�ete sua</p><p>constante busca por inovação, rompendo com convenções estéticas e estudando novas formas</p><p>de representação? Como as linhas �uidas e marcantes de Egon Schiele contribuem para a</p><p>representação psicológica de seus modelos e de que forma o artista expressa suas</p><p>investigações sobre a mente humana? Qual é o papel dos sketchbooks na prática artística e</p><p>como eles se tornam diários grá�cos que registram experiências, re�exões e experimentações</p><p>dos artistas?</p><p>O mundo do desenho é vasto e repleto de possibilidades fascinantes. Ao desvendar este</p><p>conteúdo, você mergulhará não apenas nas técnicas, mas também na expressividade única que</p><p>o desenho oferece.</p><p>Desa�e-se a experimentar diferentes maneiras de segurar o lápis, explore a versatilidade da</p><p>borracha e, principalmente, abrace a prática dos sketchbooks como um diário visual de suas</p><p>experiências e descobertas. Ao compreender como artistas moldaram seus caminhos, você se</p><p>inspirará a desenvolver a sua própria voz artística. O desenho não é apenas uma habilidade, é</p><p>uma jornada de autodescoberta e expressão. Inicie-a com curiosidade e dedicação e verá como</p><p>o desenho pode se tornar uma parte essencial de sua vida e pro�ssão.</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u1a2_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Vamos Começar!</p><p>Desenho como processo: possibilidades de representação</p><p>grá�ca da realidade observada</p><p>As discussões sobre o desenho não estão somente ligadas ao universo grá�co. Porém, dos</p><p>desenhos mais tradicionais aos mais experimentais, a importância do traço é indiscutivelmente</p><p>fundamental. Só se aprende a desenhar desenhando. A prática constante da observação e do</p><p>traço são exigências para o desenvolvimento da poética do artista e do desenho de observação.</p><p>Analisemos o caso de Pablo Picasso (1881-1973), que desenhava desde criança e possuía o</p><p>domínio da �guração. A trajetória do artista espanhol é marcada por rompimentos de regras e</p><p>padrões e pela busca por novos modos de representação, o que se percebe na primeira pintura</p><p>considerada cubista, Les Demoiselles d’Avignon:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Les Demoiselles d'Avignon, de Pablo Picasso (1907). Fonte: WikiArt.</p><p>Artista intensamente inquieto, Picasso discute o esgotamento da representação naturalista. Sua</p><p>produção é marcada pela inovação de formas, estilos, fazeres e materiais, e pelo abandono da</p><p>concepção tradicional de beleza.</p><p>Ao longo da vida, Picasso experimentou diversas práticas do desenho, sendo um dos artistas que</p><p>mais diversi�cou sua produção. Seus desenhos estão, em sua maioria, ligados à feitura de</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>pinturas, como Guernica (1937), e a projetos para painéis. Esses trabalhos foram, em grande</p><p>parte, registrados em um caderno.</p><p>Figura 2 | Guernica, de Pablo Picasso (1937). Fonte: WikiArt.</p><p>As pinturas do artista são extremamente grá�cas, uma vez que os traços e linhas feitos com</p><p>pincéis manifestam a aproximação com o desenho. Em suas gravuras em metal, nas quais</p><p>trabalha com linhas �uidas e hachuras, é possível observar, por exemplo, a representação de</p><p>mitos gregos, como o Minotauro.</p><p>O processo criativo de Picasso, no entanto, está mais ligado à observação de seu cotidiano e</p><p>percorre diversos caminhos. A forma como desenha também mantém essa versatilidade. O</p><p>artista utiliza linhas contínuas e hachuras, inclui colagens e objetos e faz desenhos expressivos,</p><p>além de linhas �nas e seguras.</p><p>Vale a pena pesquisar mais sobre seu percurso artístico e perceber as diversas formas que</p><p>Picasso encontrou para representar seus modelos.</p><p>O desenho de observação diz respeito a como nos comunicamos com o espaço, com o nosso</p><p>corpo e mente, e com o outro. O treino do traço faz com que nossas habilidades para essa</p><p>comunicação sejam cada vez mais e�cientes.</p><p>A seguir, apresentamos alguns desenhos de Egon Schiele (1890-1918), um pintor �gurativo e</p><p>representante do chamado expressionismo austríaco. Seus trabalhos são caracterizados por</p><p>linhas �uidas e marcantes que revelam o estado psicológico de seus  modelos. Schiele estava</p><p>interessado na mente humana, retratada em �guras contorcidas e angustiadas. Mesmo em suas</p><p>paisagens, o artista mantém o traço com os mesmos atributos.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Estúdio Liebesakt, de Egon Schiele (1915). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Krumauer Stadtviertel, de Egon Schiele (1914). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Autorretrato com fundo</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 11 | Homem no café, de Juan Gris (1914). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Pontos de fuga</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Chegamos, �nalmente, ao ponto de fuga, um elemento fundamental tanto para a compreensão</p><p>da observação de elementos em perspectiva quanto para a elaboração de composições nesse</p><p>termo.</p><p>Você se lembra do desenho em perspectiva cônica dos trilhos de trem que foi apresentada</p><p>anteriormente nesta seção (Figura 3)? Nele, a noção de perspectiva, ou seja, de profundidade e</p><p>distância, era dada pelas linhas de ferro que se dirigiam em direção ao horizonte, dando a</p><p>impressão visual de acabarem por se encontrar em um ponto distante. Essa ilusão – a de que os</p><p>trilhos se encontram com um ponto – é característica da visão em perspectiva. O que vemos no</p><p>desenho é a convergência das retas paralelas a um ponto em comum na linha do horizonte. Isso</p><p>também ocorre na perspectiva cavalera (projeção cilíndrica oblíqua) com os planos laterais</p><p>oblíquos a 45º dirigidos ao horizonte, como é o caso das paredes laterais na ilustração a seguir</p><p>(Figura 12). Repare que se trata de uma perspectiva cavalera, uma vez que as vistas de frente,</p><p>como a parede ao fundo, são paralelas ao plano de representação.</p><p>Figura 12 | Desenho de interior. Fonte: Shutterstock.</p><p>Nesta ilustração, a casa é basicamente um cubo, com a aresta virada para o observador, do qual</p><p>podemos ver dois lados. Cada um desses lados é um plano virado para direções diferentes.</p><p>Esses planos encontram o plano de projeção ou de representação, cada um deles incidindo em</p><p>ângulos ou inclinações próprias. No desenho em perspectiva, cada um desses ângulos pede um</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>novo ponto de fuga, situado na linha do horizonte, para o qual devem convergir todas as linhas</p><p>que sejam paralelas ao plano.</p><p>Retomando o que aprendemos anteriormente sobre os elementos que compõem a perspectiva,</p><p>lembre-se de que o plano da representação é paralelo ao enquadramento. Portanto, a escolha do</p><p>enquadramento vai determinar quantos pontos de fuga são necessários para o desenho em</p><p>perspectiva.</p><p>Para entender melhor esse funcionamento, veja a �gura na sequência, que mostra uma</p><p>composição do interior de uma casa. Há vários objetos na sala, cada um deles em um ângulo</p><p>diferente em relação ao plano de projeção (enquadramento) da cena, de�nindo um ou mais</p><p>planos com inclinações distintas em relação ao enquadramento. Acompanhe as linhas</p><p>tracejadas que mostram os trajetos das retas paralelas a esses planos até seus pontos de fuga</p><p>(F, F1, F2, F3, F4), todos situados na linha do horizonte, à altura dos olhos do observador. Vemos</p><p>como são utilizados diversos pontos de fuga devido ao ângulo, à distância e à posição dos vários</p><p>objetos dispostos nesta sala.</p><p>Figura 14 | Ilustração com diversos pontos de fuga na linha do horizonte. Fonte: Garcez (2017).</p><p>No exemplo a seguir (Figura 15), observamos desenhos de um cubo visto por ângulos diferentes</p><p>em três situações. Em cada situação, vemos as faces de maneiras distintas. Veja como são</p><p>�xados pontos de fuga (F e F1) para cada um dos lados do cubo. Além disso, quando é</p><p>necessário desenhar uma visão aérea do objeto (o observador se encontra acima), é preciso</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>determinar um terceiro ponto de fuga, abaixo da linha do horizonte (LH), para direcionar as linhas</p><p>de profundidade. Quando o objeto está no mesmo plano geometral (superfície) do observador, a</p><p>vista da perspectiva é chamada de paralela.</p><p>Figura 15 | Três perspectivas de um cubo.Fonte: Garcez (2017).</p><p>Para executarmos o desenho em perspectiva, é necessário, pois, identi�car os elementos que</p><p>compõem a cena em relação à profundidade. Os elementos básicos são:</p><p>Ponto de vista: a localização ou posição do observador em relação à cena.</p><p>Altura e distância do observador: resultantes do ponto de vista, de�nem o campo de visão</p><p>(alcance visual) do observador.</p><p>Linha do horizonte: o ponto, na cena observada, que corresponde à altura dos olhos do</p><p>observador e de�ne a localização dos pontos de fuga.</p><p>Plano geometral: o plano terra, paralelo à superfície sobre a qual se encontra o observador.</p><p>Quadro ou enquadramento: recorte (escolha) da cena observada, determinado também</p><p>pela distância do observador.</p><p>Linha de terra: a base do enquadramento; é o encontro do enquadramento com o plano</p><p>geometral.</p><p>Ponto de fuga: é o ponto localizado na linha do horizonte para onde todas as linhas</p><p>paralelas convergem quando vistas em perspectiva.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A utilização dos pontos de fuga em perspectiva cônica se tornou notória na arte, especialmente a</p><p>partir do período renascentista, pois permitia aos artistas criarem ilusões de profundidade e</p><p>espacialidade em suas obras.</p><p>Figura 16 | Detalhe de teto do Vaticano, na Itália, por Rafael Sanzio. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Nesta �gura, vemos um teto pintado pelo artista renascentista Rafael Sanzio, em um processo</p><p>chamado trompe l'oeil, que usava a técnica da perspectiva cônica com ponto de fuga para criar</p><p>imagens que pareciam sair  céu afora. Essa técnica também foi muito usada para a pintura de</p><p>cenários para teatro.</p><p>O desenho em perspectiva cônica que utiliza os recursos dos pontos de fuga é, de fato, o mais</p><p>bem-sucedido em reproduzir a maneira como o olho enxerga e, por isso, obtém resultados</p><p>satisfatórios em diversas atuações pro�ssionais nas quais o desenho – especialmente a</p><p>apresentação de projetos – é necessário. Você já viu como a perspectiva é útil aos técnicos,</p><p>designers e arquitetos. Ela também é uma forma muito e�ciente para apresentar propostas para</p><p>interiores, decoração e cenogra�a, como no exemplo  da Figura 17, composta por vários pontos</p><p>de fuga.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 17 | Projeto de decoração cenográ�ca para ambiente interno. Fonte: Shutterstock.</p><p>Como vemos, a utilização de vários pontos de fuga confere mais detalhes e variação à</p><p>composição e dá conta de expressar a dinâmica do posicionamento dos elementos na sala, que</p><p>é o objetivo de uma apresentação como esta.</p><p>Nesta segunda aula, apresentamos os diversos usos da perspectiva e as várias maneiras de criar</p><p>composições e produções a partir desta técnica. Aprendemos que as perspectivas cilíndricas</p><p>não apresentam os objetos como o olho humano os vê, causando distorções, mas elas são úteis</p><p>a diversas aplicações técnicas devido à maneira como preservam as medidas dos objetos.</p><p>Ademais, a perspectiva cônica expressa, de forma mais precisa, o ponto de vista do observador,</p><p>chegando a um resultado visualmente mais rico e interessante para o olhar.</p><p>Em seus estudos de desenho, ao examinar uma cena ou um local para desenhar, esteja atento a</p><p>todos os elementos que compõem a perspectiva, como distância, enquadramento, linha do</p><p>horizonte, plano geometral e, especialmente, pontos de fuga. Mesmo que você não utilize</p><p>tecnicamente esses elementos, ao ter consciência de como eles se articulam em sua</p><p>composição, você terá maior domínio do desenho e do resultado.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Como discutimos no início da aula, o desa�o de Júlio e Gabriela é elaborar a forma de</p><p>apresentação de seu estudo preliminar de modo a valorizar seu projeto e dar ao cliente uma boa</p><p>visão do que estão propondo. O projeto em questão se trata de uma cenogra�a para um stand, e</p><p>é necessário que o estudo preliminar revele previamente qual será o resultado.</p><p>Uma cenogra�a é um espaço que envolve o público e cujo sucesso se baseia nessa relação: o</p><p>público deve se sentir absorvido e entretido pela proposta cenográ�ca. Portanto, é indispensável</p><p>que, na apresentação do estudo preliminar, as noções de grandeza e dimensões desse espaço</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>sejam bem de�nidas. Também preciso apresentar ao potencial cliente alguns detalhes para</p><p>passar uma ideia de como seria a execução do projeto.</p><p>Nesta aula, aprendemos como funcionam as técnicas de desenho em perspectiva, que se</p><p>prestam à representação do espaço e suas dimensões, à profundidade e à tridimensionalidade</p><p>dos objetos. Compreendemos, do mesmo modo, que a perspectiva</p><p>pode ter uma função</p><p>projetiva, ou seja, ser usada para determinar, em projetos, quais são as proporções, as relações</p><p>entre as partes e as dimensões de um objeto a ser construído. Além disso, a perspectiva também</p><p>pode desempenhar uma função descritiva: certos princípios e leis da perspectiva cônica podem</p><p>ser utilizados para realizar registros da realidade que se aproximam da maneira como o olho</p><p>humano enxerga.</p><p>Ao se verem diante da necessidade de apresentar um estudo preliminar de um projeto para a</p><p>realização de uma cenogra�a em um espaço amplo, real e, portanto, com todas as propriedades</p><p>da tridimensionalidade, Júlio e Gabriela podem lançar mão de algumas das diferentes técnicas e</p><p>possibilidades do desenho em perspectiva para dar forma às suas ideias.</p><p>O desenho em perspectiva baseado em uma projeção cônica resulta em um efeito mais próximo</p><p>da maneira como enxergamos, gerando desenhos (ou pinturas) que podem conseguir maior</p><p>impacto visual sobre quem as aprecia, pela sua grande verossimilhança. Usar suas em grandes</p><p>pranchas pode ser uma estratégia para causar uma ótima primeira impressão na apresentação</p><p>do estudo preliminar pelos jovens colegas. A partir de suas ideias, eles podem realizar desenhos</p><p>em diferentes pontos de vista para que o cliente tenha uma ideia bastante aproximada das</p><p>impressões que essa cenogra�a poderá causar no público que irá frequentar o stand da</p><p>empresa. Nessa linha de construção, é importante considerar que a perspectiva estabelece um</p><p>ponto de vista para o observador, portanto, Júlio e Grabriela podem oferecer vistas aéreas e</p><p>rebaixadas da cenogra�a que podem dar a impressão de grandeza e imposição dos elementos</p><p>do espaço. Outras pranchas podem, ainda, apresentar vistas mais aproximadas das áreas mais</p><p>convidativas e aconchegantes do stand, ou de detalhes da decoração, como forma de valorizar o</p><p>projeto em seus diversos aspectos – da concepção geral aos elementos coadjuvantes.</p><p>Ademais, pelo uso das perspectivas baseadas em projeções cilíndricas, com as axonométricas</p><p>ou a perspectiva cavalera, Júlio e Gabriela ainda podem apresentar, em seu projeto, detalhes dos</p><p>elementos cenográ�cos, como bancos, mesas e peças de design e marcenaria. Dessa forma, o</p><p>cliente que avaliará o estudo preliminar também perceberá que os dois pro�ssionais têm domínio</p><p>técnico para a execução da proposta que estão apresentando.</p><p>Por �m, com os conteúdos estudados nesta seção, aprendemos que existem aplicações para o</p><p>desenho em perspectiva, desde a estritamente técnica até produções com qualidades artísticas.</p><p>Essas possibilidades atendem, de diversas maneiras, às demandas de Júlio e Gabriela para</p><p>elaborarem uma boa apresentação do estudo preliminar de seu projeto de cenogra�a para o</p><p>concurso.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Fabiane Langona</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar a expressão feminina do humor irreverente e</p><p>escrachado do cotidiano nas tiras de quadrinhos dos jornais e nas HQs é a essência da arte</p><p>da cartunista gaúcha Fabiane Langona, também conhecida como Chiquinha.</p><p>Fabiane Langona. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e</p><p>Produção. Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color.</p><p>Rio de Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 4 - Desenho de observação</p><p>O desenho de observação consiste na observação real do objeto tridimensional. Na técnica</p><p>de observação in loco, apreendemos do objeto aquilo que é mais relevante, captamos a sua</p><p>essência. Nesse processo, contamos com a ajuda dos posicionamentos corretos do papel</p><p>e do desenhista e das habilidades de percepção necessárias para desenhar (percepção das</p><p>bordas, dos espaços, dos relacionamentos, de luz e sombra e do todo). O desenho de</p><p>observação, além de propiciar o desenvolvimento de seu próprio traçado, produz um</p><p>resultado personalizado, gestual e muito expressivo em todos os seus elementos, como as</p><p>linhas, os preenchimentos, a luz e a sombra.</p><p>Livros: Desenho de perspectiva, Sistemas de projeção</p><p>Neste capítulo, você aprenderá sobre os sistemas de projeção, que são padrões utilizados</p><p>para o desenho de perspectivas e de suas vistas. Você conhecerá, também, o passo a</p><p>passo e as técnicas para a realização dos desenhos com determinados sistemas de</p><p>projeção.</p><p>Referências</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia grá�ca. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo,</p><p>2005.</p><p>GARCEZ. U. Trabalhos da categoria desenho. Ulisses Garcez, 2017. Disponível em:</p><p>http://ulissesgarcez.com.br/trabalhos/categoria/desenho. Acesso em: 02 maio 2024.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2010.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024212/</p><p>http://ulissesgarcez.com.br/trabalhos/categoria/desenho</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>PERSPECTIVA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva.</p><p>Acesso em: 14; fev. 2024.</p><p>Aula 3</p><p>Texturas</p><p>Texturas</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos as técnicas de hachuras, texturas, retículas e</p><p>padronagens no desenho. Entender como utilizar esses recursos é essencial para a �nalização e</p><p>detalhamento de projetos artísticos e técnicos, desde desenhos �gurativos até composições de</p><p>moda e design. Aprofunde seus conhecimentos e aprimore suas habilidades nesta importante</p><p>área da representação visual. Está preparado para mergulhar nesse universo criativo? Boa aula!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Até aqui, estudamos diversas técnicas e recursos do desenho que, em sua maioria, são utilizados</p><p>na estruturação das composições: construção de objetos complexos pelo uso de formas</p><p>geométricas, uso de linhas de construção, proporção dos objetos e corpos orgânicos, volume,</p><p>tridimensionalidade, profundidade e perspectiva.</p><p>De volta ao nosso contexto de aprendizagem, Regiane, arquiteta, e seus colegas cenógrafos,</p><p>Gabriela e Júlio, decidem participar de um concurso de projetos para um stand de exposição e</p><p>espaço de convivência de um evento de uma grande empresa. É preciso, para tanto, apresentar</p><p>um estudo preliminar, que consiste em uma ilustração, com o resultado não só do espaço, mas</p><p>de como ele vai �car preenchido com toda a decoração e os elementos cenográ�cos.</p><p>Com o espaço construído no projeto, está pronta a representação tridimensional da proposta, o</p><p>que dá uma ideia bem clara da amplitude e da profundidade desse local. O toque �nal, no</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u3a3_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>entanto, é tão importante quanto a parte já �nalizada: a inserção do paisagismo, dos elementos</p><p>decorativos e a realização da arte �nal do estudo preliminar. Lembre-se: um stand é um</p><p>espaço</p><p>de convivência e deve ser um ambiente agradável para estimular as pessoas. Por essa razão, o</p><p>paisagismo também é uma forma de cenogra�a. Para valorizar essa função, o estudo preliminar</p><p>deve destacar visualmente as qualidades das plantas. Como Júlio e Gabriela devem fazer essas</p><p>ilustrações? Como usar a arte �nal para enriquecer o projeto? Quais características podem</p><p>marcar e diferenciar os elementos da decoração do stand? De que forma eles apresentarão</p><p>satisfatoriamente seu projeto paisagístico e as características das plantas escolhidas?</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Nesta aula, você verá as possibilidades de trabalho com hachuras, texturas, retículas e</p><p>padronagens no desenho. Em composições �gurativas e desenhos de observação, o papel</p><p>desses recursos é de �nalização ou acabamento, de inclusão de detalhes, com exceção das</p><p>hachuras, que, especialmente as obras feitas com nanquim, podem ser usadas para criar áreas</p><p>de luz e sombra e dar a ilusão de volume, como discutimos nas aulas anteriores.</p><p>Para além dos desenhos �gurativos, as texturas, retículas e padronagens são largamente</p><p>utilizadas como recurso decorativo na moda, no design e em outras áreas da produção estética.</p><p>Texturas, hachuras e retículas no desenho não são nada mais do que construções – simples ou</p><p>complexas – feitas com linhas e pontos para trabalhar ou preencher áreas e superfícies no</p><p>desenho, resultando em uma série de efeitos. Aprenderemos, a seguir, como usar esses recursos</p><p>em diversas situações e quais são os efeitos de sua aplicação.</p><p>Hachuras</p><p>No desenho, seja artístico ou técnico, a hachura é uma técnica utilizada para criar efeitos de tons</p><p>ou sombras a partir de grupos de linhas paralelas próximas entre si. Como vimos na Unidade 2, a</p><p>ilusão de volume tridimensional no desenho pode ser criada por jogos de luz e sombra. Com o</p><p>uso dos lápis gra�te macios, obtemos essas variações tonais das sombras graças à pressão</p><p>com a qual desenhamos. Quando usamos nanquim para fazer um desenho, essa técnica já não é</p><p>possível, pois o nanquim é uma tinta líquida que pode ser aplicada ao papel com pincéis, penas</p><p>ou canetas tinteiro carregadas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Caneta tinteiro. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Para a utilização da tinta nanquim, as pontas das penas de aves devem ser mergulhadas em</p><p>recipientes com o conteúdo para que, com a quantidade que resta, se faça o desenho. As</p><p>canetas tinteiro são uma extensão dessa ideia. Dentro delas, há um pequeno reservatório no qual</p><p>se coloca o nanquim, o qual escorre delicadamente pela ponta (chamada também de pena) para</p><p>que seja aplicada ao papel, no desenho. Mesmo com o advento desse instrumento, até hoje</p><p>muitos artistas e desenhistas ainda preferem utilizar a pena de ave.</p><p>Quando usamos pincéis e o nanquim diluído em água, assim como é feito com a aquarela, o</p><p>resultado pode se dar em diferentes tons de cinza. Essa técnica pode ser utilizada para se obter</p><p>os efeitos de luz e sombra, mas é muito difícil e não resulta em efeitos tão e�cientes.</p><p>Figura 2 | Pinheiros, de Hasegawa Tohaku (século XVI), nanquim sobre papel. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Na imagem Pinheiros, do artista japonês do século XVI, Hasegawa Tohaku, podemos conferir o</p><p>uso da tinta nanquim diluída em água e aplicada com pincel para obter as tonalidades de cinza.</p><p>Observe o aspecto aguado das �guras, o que dá um efeito de névoa, umidade, comum nos</p><p>trabalhos com essa técnica.</p><p>Contudo, quando o nanquim é usado com canetas tinteiro ou bico de , é necessária uma técnica</p><p>diferente para se obter tonalidades de cinza. Essa técnica é a hachura.</p><p>Como dissemos anteriormente, a hachura consiste no uso de linhas paralelas justapostas ou</p><p>sobrepostas para criar uma área, menos ou mais densa, que resulta em efeitos de diferentes</p><p>tonalidades de claro e escuro. O princípio desse método é o de que a quantidade, a espessura e o</p><p>espaçamento entre as linhas vão criar áreas de maior ou menor sombreamento – sombra e luz –</p><p>e enfatizar as formas, dando a ilusão de volume tridimensional, ou diferenças na textura e na</p><p>tonalidade. As linhas traçadas nessa técnica seguem o formato do objeto desenhado, assim</p><p>como as sombras feitas com gra�te.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Não existe uma única e predeterminada maneira de criar os conjuntos de linhas que compõem</p><p>uma hachura. Elas podem ser todas tracejadas, pontilhadas, paralelas, cruzadas, perpendiculares,</p><p>diagonais entre si ou, até mesmo, em diversas direções diferentes. O princípio fundamental é</p><p>que, quanto mais juntas estão, mais escura é a tonalidade e mais densa é a sombra.</p><p>Figura 3 | Hachuras, desenho à mão. Fonte: Freepik.</p><p>Na Figura 3, vemos uma série de hachuras com linhas retas, que usam basicamente linhas</p><p>paralelas e perpendiculares, com variações tracejadas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Hachuras, desenho à mão.Fonte: Freepik..</p><p>As variações são tantas quantas forem possíveis. Tradicionalmente, as hachuras são mais</p><p>associadas às linhas retas – provavelmente devido à forma como aparecem no desenho técnico</p><p>–, mas podem ser utilizados pontos, linhas curvas e tracejados. Na Figura 4, notamos as</p><p>possibilidades de tipos de linhas, as variações de traços e a utilização de pontos.</p><p>As hachuras são uma forma de textura visual. Sempre que temos a organização de elementos</p><p>repetidos para preencher uma superfície no desenho, os chamamos de texturas. As hachuras são</p><p>texturas mais simples, nas quais os elementos são mais simples (linhas e pontos), pois</p><p>cumprem o papel de criar áreas claras e escuras. Se quisermos um efeito mais decorativo ou de</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>preenchimento mais organizado das áreas, as texturas mais complexas resultarão em retículas e</p><p>padronagens, que veremos adiante.</p><p>Figura 5 | Desenho à mão de �ores exóticas, plantas tropicais e de palmeiras. Fonte: Shutterstock.</p><p>A Figura 5 apresenta um desenho botânico, descritivo de folhas de diferentes espécies de</p><p>plantas. Nele, é possível observar a aplicação de diversos tipos de hachuras, nas quais, além de</p><p>veri�carmos as variações de densidade da trama como modo de obter mais ou menos sombra,</p><p>também percebemos a riqueza de possibilidades de formas e tipos de linhas e pontos. Note</p><p>como, neste caso, é importante que a con�guração das hachuras acompanhe os formatos dos</p><p>elementos desenhados. O desenho botânico é um ótimo exemplo de como as hachuras podem</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>ser usadas em desenhos de objetos com superfícies irregulares ou rugosas, que</p><p>consequentemente necessitam de uma representação detalhada dos complicados jogos de luz e</p><p>sombra que de�nem os volumes dessas superfícies de aspecto desigual.</p><p>Já na Figura 6, o uso das hachuras revela um caráter mais artístico, devido à característica mais</p><p>rústica das linhas que as compõem: são maiores, e os tamanhos e as direções variam bastante.</p><p>As hachuras marcam as sombras sobre as garrafas, enquanto os pontos transparentes e mais</p><p>iluminados dos objetos estão em branco, obtendo-se, assim, o contraste entre claro e escuro que</p><p>caracteriza o volume tridimensional. Diferentemente dos elementos naturais observados no</p><p>exemplo anterior, as garrafas são objetos lisos, cuja de�nição dos volumes pela utilização de luz</p><p>e sombra é mais simples.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Ilustração de garrafas. Fonte: Freepik.</p><p>Siga em Frente...</p><p>O uso de hachuras é bastante característico do nanquim e do desenho a lápis, mas podemos</p><p>encontrá-las em trabalhos com outros meios e suportes. Na gravura em metal com ponta-seca,</p><p>por exemplo, diversos artistas, ao longo da história, a utilizaram como recurso para obter</p><p>variações tonais. Nesta técnica, o artista grava seu desenho com um instrumento de incisão</p><p>(uma ponta metálica, como a ponta a�ada de um prego) sobre uma placa de cobre, a seco.</p><p>Posteriormente, ele espalha cuidadosamente a tinta sobre a placa e limpa o excesso para que ela</p><p>se acumule nos sulcos criados pelas incisões. Com a ajuda de uma prensa, a placa é</p><p>pressionada contra</p><p>o papel. A tinta passa para o papel, no qual �ca registrada a imagem. Por</p><p>meio desse método, várias cópias da mesma imagem podem ser feitas até que a placa se</p><p>desgaste.</p><p>Figura 7 | Sudarium Displayed by Two Angel, de Albrecht Dürer (1513). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>A gravura em ponta-seca não permite que a diferença de pressão resulte em variações de</p><p>tonalidades de cinza, como o gra�te. Assim, o recurso dos artistas para obter efeitos de luz e</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>sombra é a hachura. Observe, na Figura 7, as hachuras usadas por Albrecht Dürer em sua</p><p>composição: os traços são bastante delicados e de�nem áreas de sombra sutilmente diferentes</p><p>devido a pequenas variações da distância entre os tracejados em cada área ou elemento do</p><p>desenho.</p><p>Como vimos nos exemplos apresentados, assim como no caso do uso de tonalidades de cinza</p><p>com o gra�te, é possível obter gradações de luz e sombra com as hachuras, variando a</p><p>densidade, os tipos de linha e a forma de construção das tramas. Ademais, se o objetivo for</p><p>chegar a um efeito �nal mais pessoal ou artístico, o trabalho com hachuras oferece um amplo</p><p>campo exploratório.</p><p>Além do uso em contextos nos quais o desenho pode ter características mais artísticas, como a</p><p>cenogra�a, as apresentações de projetos de arquitetura, de design e moda, hachuras também</p><p>são usadas no desenho técnico (de produção, mecânico, industrial, plantas arquitetônicas etc.)</p><p>com a função especí�ca de preencher as secções num desenho em corte para diferenciar as</p><p>partes não seccionadas do objeto. Observe, no exemplo a seguir, um desenho para a produção</p><p>de uma peça mecânica, no qual a parte seccionada está hachurada.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 8 | Desenho de uma peça mecânica (embaixo, a aplicação de umahachura preenchendo a seção). Fonte: Wikimedia</p><p>Commons.</p><p>A hachura é uma técnica que consiste em criar tramas – ou texturas – com linhas de diversas</p><p>formas. Seu uso mais comum no desenho a lápis ou a nanquim é a con�guração de áreas de luz</p><p>e sombra. As variações nos efeitos de luminosidade são obtidas especialmente pela densidade</p><p>das tramas – ou seja, pela concentração das linhas. A aplicação de hachuras, portanto, cria</p><p>gradações de sombra que dão a ilusão de volume, característica do desenho, nos objetos.</p><p>Em suma, em desenhos artísticos, inúmeras variedades de linhas, pontos e elementos grá�cos</p><p>podem ser exploradas para conferir qualidades estéticas diferenciadas às hachuras. Nos</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>desenhos técnicos, a hachura é usada para indicar as partes seccionadas em uma vista em corte</p><p>dos objetos.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Ao iniciar esta aula, partimos da questão encarada por Júlio e Gabriela para a �nalização das</p><p>pranchas de apresentação de seu estudo preliminar para um concurso a �m de obter o projeto de</p><p>cenogra�a para o stand de uma empresa. A proposta da dupla é criar um ambiente no qual a</p><p>identidade, os produtos e o trabalho da empresa possam ser mostrados ao público, e que</p><p>também seja um espaço de permanência e convivência para as pessoas que passarem pela feira,</p><p>para que criem uma relação amigável com a marca.</p><p>Nas etapas anteriores da execução desse estudo preliminar, vimos que a dupla decidiu por uma</p><p>apresentação com características mais artísticas e autorais. Eles optam pela criação de</p><p>pranchas com desenhos feitos à mão através da utilização de técnicas de desenho em</p><p>profundidade e perspectiva para retratar um ambiente amplo e acolhedor, com decoração e</p><p>paisagismo modernos. Até este momento, eles desenharam várias vistas do ambiente em</p><p>perspectiva, colocando o observador em vários pontos de sua cenogra�a. O espaço e os</p><p>mobiliários, assim como outros elementos, já estão praticamente �nalizados nos desenhos das</p><p>pranchas da apresentação.</p><p>A tarefa, agora, é a �nalização do trabalho. E é justamente no acabamento das ilustrações que a</p><p>qualidade mais artística que os dois professionais desejam para a apresentação deve ser mais</p><p>explorada e explicitada.</p><p>Nesta aula, estudamos a utilização das hachuras e texturas no desenho. Vimos que a aplicação</p><p>de hachuras no desenho a nanquim ou a lápis é geralmente usada como um recurso para criar</p><p>áreas de claro e escuro e conferir volume nos objetos, e que esses efeitos são obtidos devido à</p><p>variação das densidades das tramas das hachuras. Nas ilustrações que foram apresentadas</p><p>como exemplo, observamos a variedade e a diversidade que pode ser trabalhada nas hachuras</p><p>graças às diferentes linhas, direções e outras formas de combinações possíveis entre os</p><p>elementos de suas tramas. Conhecemos hachuras mais técnicas, como as que preenchem</p><p>partes seccionadas de objetos desenhados e corte e hachuras mais artísticas.</p><p>Nos desenhos das pranchas da apresentação de seu estudo preliminar, Júlio e Gabriela podem</p><p>explorar esse enorme campo de experimentações e possibilidades que as hachuras oferecem.</p><p>Vimos que a sua intenção é trazer uma proposta diferenciada, que conquiste o cliente pelo seu</p><p>arrojo e pelo toque artístico. Assim, para dar a ilusão de tridimensionalidade e volume aos</p><p>objetos e elementos de sua cenogra�a, as variedades de luz e sombra podem ser feitas através</p><p>da aplicação de hachuras variadas.</p><p>Além das hachuras, aprendemos que o campo de pesquisa e criação das texturas, padronagens</p><p>e retículas na arte e no desenho é muito extenso. No projeto de Júlio e Gabriela, como a intenção</p><p>é criar um ambiente aconchegante, eles pretendem colocar elementos de paisagismo na</p><p>cenogra�a do stand. O uso de diferentes texturas explorando variações tonais, linhas, pontos e</p><p>outros recursos para desenhar as plantas no estudo preliminar vai passar ao cliente, que avaliará</p><p>seu projeto de acordo com a sensação visual que pretende a riqueza da diversidade que compõe</p><p>o paisagismo da cenogra�a. A utilização de texturas no projeto cenográ�co da dupla pode ir</p><p>ainda além. O stand, para ser um espaço de convivência, deve contar com mobiliário, como</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>cadeiras, poltronas e sofás. Júlio e Gabriela podem criar as estampas e padronagens exclusivas</p><p>para este objetivo, buscando referências, até mesmo, na identidade visual da empresa para a</p><p>qual vão apresentar o projeto.</p><p>Com o uso de hachuras, texturas e padronagens, e aproveitando todas as propriedades e</p><p>características que esses recursos têm, o projeto de Júlio e Gabriela terá o acabamento</p><p>diferenciado e artístico que eles buscavam desde o início.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Roger Vieira</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar como a cultura popular e os problemas</p><p>socioeconômicos dos moradores da periferia de Recife são a inspiração para a criação das</p><p>HQs nostálgicas do pernambucano Roger Vieira, também conhecido como Rogi Silva.</p><p>Roger Vieira. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e Produção.</p><p>Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color. Rio de</p><p>Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 4 - Materiais e superfícies de desenho</p><p>A escolha do material adequado certamente contribui para a confecção de um bom</p><p>desenho. Os materiais para desenho podem ser classi�cados em três categorias:</p><p>pro�ssional, universitário e escolar. Os materiais escolares são especialmente produzidos</p><p>para serem atóxicos, e a diferença de manejo entre os materiais pro�ssionais e</p><p>universitários é pequena, embora as linhas pro�ssionais sejam mais extensas e duráveis.</p><p>Livros: Desenho de perspectiva, Sistemas de representação</p><p>Os sistemas de representação em perspectivas de�nem como podemos identi�car</p><p>parâmetros</p><p>muitas vezes não identi�cados pelas linhas cheias ou tracejadas do desenho</p><p>em duas dimensões. As formas de representação na arquitetura de edi�cações e no design</p><p>de interiores são bem diversi�cadas, incluindo o método de representação pelos sistemas</p><p>de vistas ortográ�cas ou por perspectivas, os detalhes dessas vistas, como os cortes, e as</p><p>aplicações que representam elementos como paredes, aberturas, portas, janelas, projeções,</p><p>anotações, níveis, pisos, outros equipamentos, vagas de garagem etc.</p><p>Neste capítulo, você vai aprender sobre os sistemas de representação em perspectivas e</p><p>sobre como eles aparecem em diversas aplicações de elementos do cotidiano</p><p>arquitetônico e civil.</p><p>Referências</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024212/</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia grá�ca. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo,</p><p>2005.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2010.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>PERSPECTIVA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva..</p><p>Acesso em: 14; fev. 2024.</p><p>Aula 4</p><p>Superfícies</p><p>Superfícies</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, discutiremos o papel essencial das texturas na arte e no design,</p><p>destacando sua importância na criação de composições visualmente impactantes e</p><p>sensorialmente envolventes. Aprenderemos como as texturas podem ser utilizadas para</p><p>transmitir emoções, contar histórias e agregar valor estético às obras. Se você busca se destacar</p><p>no mundo do design, esta aula é para você! Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e</p><p>explorar novas possibilidades criativas. Não perca!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva.</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u3a4_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ponto de Partida</p><p>As texturas desempenham um papel crucial na arte, no design e em várias outras áreas criativas,</p><p>oferecendo uma in�nidade de possibilidades para enriquecer a expressão visual e tátil das obras.</p><p>Do toque suave de uma superfície lisa à rugosidade perceptível de um objeto áspero, as texturas</p><p>nos conectam sensorialmente ao mundo ao nosso redor. Além disso, na esfera visual, as texturas</p><p>podem ser expressas de maneiras variadas, seja através de linhas, pontos, manchas ou efeitos</p><p>grá�cos, permitindo que artistas e designers criem composições que evocam sensações,</p><p>contam histórias e cativam o espectador.</p><p>No campo do design, as texturas desempenham um papel fundamental na criação de produtos</p><p>visualmente atraentes e funcionalmente e�cientes. Os designers utilizam texturas para transmitir</p><p>a essência de uma marca, criando identidades visuais coesas e memoráveis que ressoam com o</p><p>público-alvo. As texturas são também frequentemente empregadas no design de embalagens,</p><p>ajudando a comunicar a qualidade e o propósito de um produto através da sensação tátil que</p><p>transmitem. Da mesma forma, no design de interiores, as texturas são essenciais para criar</p><p>atmosferas acolhedoras e personalizadas, adicionando camadas visuais que enriquecem a</p><p>experiência do espaço.</p><p>Já nas artes visuais, o uso do desenho e das texturas é diversi�cado e ilimitado. Artistas</p><p>exploram uma ampla variedade de técnicas para criar obras que expressem suas ideias e</p><p>emoções de forma única e marcante. A aplicação de texturas em pinturas, por exemplo, pode</p><p>acrescentar profundidade e dimensão às composições, enquanto no campo da escultura, as</p><p>texturas são utilizadas para dar forma e detalhe aos formatos tridimensionais. Além disso, nas</p><p>artes grá�cas e digitais, as texturas são frequentemente usadas para criar efeitos visuais</p><p>interessantes e estilizados, incorporando uma camada de complexidade e beleza às obras de</p><p>arte. Em todas essas áreas, o uso do desenho e das texturas permite que os artistas expressem</p><p>sua criatividade e transmitam suas mensagens de forma poderosa e envolvente.</p><p>Imagine que você é um designer grá�co recém-formado, ansioso para iniciar sua carreira</p><p>pro�ssional e deixar sua marca na área. Você recebe a oportunidade de trabalhar em um projeto</p><p>emocionante para uma marca de roupas de alta costura conhecida por suas coleções luxuosas e</p><p>inovadoras. O desa�o apresentado é criar uma série de estampas exclusivas que re�itam a</p><p>identidade única da marca e transmitam uma sensação de elegância e so�sticação. No entanto,</p><p>você se depara com a complexidade de encontrar o equilíbrio perfeito entre padrões intrigantes e</p><p>texturas sutis que agreguem valor estético às peças, sem sobrecarregar visualmente o design.</p><p>Como você abordaria essa situação, explorando diferentes técnicas e materiais para criar</p><p>composições visualmente impactantes e re�nadas? Como você garantirá que suas criações</p><p>atendam às expectativas da marca e se destaquem no competitivo mundo da moda?</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Texturas</p><p>As hachuras criam texturas visuais. Os artistas e desenhistas, em geral, também exploram as</p><p>texturas como recursos com diversos usos e �nalidades em sua produção. Nós percebemos a</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>textura dos objetos quando os tocamos ou observamos atentamente a sua superfície, que pode</p><p>ser macia, áspera, lisa ou enrugada. As texturas são elementos táteis, mas podem ser expressas</p><p>visualmente, como nas artes grá�cas, no desenho e na pintura. A composição de uma textura</p><p>visual é feita por meio da utilização e combinação de linhas e pontos, e também com manchas e</p><p>efeitos grá�cos.</p><p>Na �gura a seguir, observamos um exemplo da diversidade das texturas. Variando linhas,</p><p>direções, padrões de combinação, espessuras, tamanho e dimensão, e outras propriedades dos</p><p>elementos visuais, obtemos uma ampla gama de texturas.</p><p>Figura 1 | Conjunto de texturas Fonte: Freepik.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A aplicação de texturas é uma arte em si, permeando diversas áreas criativas, desde o desenho</p><p>artístico até o design de moda e decoração. No mundo do desenho, as texturas são utilizadas</p><p>para adicionar profundidade, interesse visual e, até mesmo, contar histórias através da sensação</p><p>tátil que transmitem.</p><p>Ao criar um desenho, seja observacional, de memória ou imaginativo, a escolha e uso das</p><p>texturas certas podem fazer toda a diferença na representação de superfícies e materiais. Assim,</p><p>ao desenhar uma paisagem urbana, a textura áspera do concreto contrasta com a suavidade das</p><p>nuvens no céu, enquanto em um retrato, a textura da pele pode comunicar características como</p><p>idade e expressão emocional.</p><p>Ademais, as texturas têm um papel fundamental na criação de atmosfera e estilo. Em um</p><p>desenho de moda, as texturas dos tecidos podem comunicar luxo, conforto e, inclusive, rebeldia,</p><p>in�uenciando diretamente a mensagem que a peça transmite. Da mesma forma, no design de</p><p>interiores, as texturas são essenciais para criar ambientes acolhedores, so�sticados ou</p><p>descontraídos, adicionando camadas visuais que enriquecem a experiência do espaço.</p><p>A pesquisa e experimentação com texturas são parte integrante do processo criativo, permitindo</p><p>que artistas e designers explorem novas técnicas e materiais para alcançar resultados</p><p>inovadores. Seja através de linhas, pontos, manchas ou efeitos grá�cos, a combinação e</p><p>variedade de texturas oferecem in�nitas possibilidades de expressão criativa.</p><p>Portanto, ao criar</p><p>um trabalho visual, é importante considerar não apenas a forma e a cor, mas</p><p>também a textura como um elemento-chave na construção da narrativa visual e na comunicação</p><p>e�caz com o espectador. Através da aplicação cuidadosa e imaginativa das texturas, é possível</p><p>transformar simples linhas e formas em obras de arte que cativam e inspiram.</p><p>Figura 2 | Conjunto de texturas Fonte: Freepik.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A criação e pesquisa de texturas pode ser um trabalho extenso, que gera inúmeros resultados.</p><p>No desenho artístico, existe uma diversidade de aplicações para as texturas. Há artistas que</p><p>realizam trabalhos e pinturas só com texturas. Na moda e no design, as texturas e retículas</p><p>podem preencher e embelezar os tecidos e peças ou cobrir e personalizar os objetos. No campo</p><p>da ilustração, as texturas são usadas constantemente em livros infantis, pois dão riqueza visual</p><p>aos desenhos e encantam as crianças.</p><p>Além do uso para de�nição de áreas de claro e escuro com as hachuras, texturas diversi�cadas</p><p>em um desenho ajudam a criar mais contraste e dinâmica graças à sua variedade. E mais: seja</p><p>no desenho de observação, memória ou imaginação, a aplicação de texturas em trabalhos</p><p>�gurativos diferencia as superfícies, destacando as mais lisas das mais rugosas, por exemplo.</p><p>Na imagem a seguir, as folhagens e o tronco da árvore são, basicamente, aplicações de texturas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Café com árvore e mesa de centro. Fonte: Shutterstock.</p><p>As texturas são um recurso importantíssimo na arte, no design, na decoração e na moda, entre</p><p>outras áreas. Com sua aplicação, os produtos ganham uma identidade única, diferenciada. Na</p><p>ideia do funcionamento da textura, tem-se a repetição de um elemento por toda uma superfície,</p><p>assim como na padronagem há a aplicação de um padrão decorativo – uma estampa – sobre</p><p>todo um tecido. Veja, na Figura 4, um exemplo de um tecido no qual a estampa cria um efeito de</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>textura que preenche a superfície com conjuntos de linhas semelhantes, criando uma</p><p>padronagem, isto é, a repetição padronizada do mesmo elemento visual.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Padronagem</p><p>As retículas e padronagens têm um papel capital no mundo do design, da arte e da moda,</p><p>oferecendo uma vasta gama de possibilidades criativas para preencher superfícies e produzir</p><p>efeitos visuais interessantes. As retículas, compostas por linhas ou pontos dispostos</p><p>regularmente, são utilizadas para criar texturas uniformes, padrões geométricos e efeitos</p><p>grá�cos complexos. Já as padronagens são composições repetitivas de elementos visuais,</p><p>como formas, cores ou texturas, que se combinam para formar um design coeso e harmonioso.</p><p>Na moda e no design de interiores, as padronagens são determinantes na criação de identidade</p><p>visual e estilo. Desde estampas �orais delicadas até padrões geométricos ousados, as</p><p>padronagens são usadas para decorar tecidos, papel de parede, móveis e uma variedade de</p><p>outros produtos adicionando personalidade e interesse visual.</p><p>Na arte, as retículas e padronagens são exploradas de maneiras diversas e inovadoras. Artistas</p><p>contemporâneos frequentemente incorporam elementos grá�cos em suas obras, criando</p><p>composições abstratas ou �gurativas que desa�am as percepções do espectador. Além disso, as</p><p>retículas são usadas como ferramenta técnica em processos como a impressão serigrá�ca e a</p><p>fotogravura, permitindo a reprodução precisa de imagens em grande escala.</p><p>A pesquisa e experimentação com retículas e padronagens oferecem aos artistas e designers a</p><p>oportunidade de investigar novas técnicas, materiais e conceitos estéticos. Através da</p><p>combinação cuidadosa de elementos visuais, é possível criar designs únicos e expressivos que</p><p>cativam a imaginação e inspiram o público.</p><p>Em suma, as retículas e padronagens são elementos versáteis e poderosos no arsenal criativo,</p><p>proporcionando in�nitas possibilidades para a expressão artística e o design inovador. Ao</p><p>dominar esses conceitos e técnicas, os artistas e designers poderão criar obras que</p><p>transcendem os limites da imaginação e deixam uma marca indelével no mundo visual.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Estampa com repetição padronizada do mesmo elemento visual. Fonte: Freepik.</p><p>Na moda, no design e na decoração em geral, padronagens, texturas e retículas são amplamente</p><p>usadas.</p><p>Vimos, nesta aula, como funcionam alguns recursos para o tratamento e preenchimento de</p><p>superfícies no desenho. Na unidade anterior, aprendemos que a ilusão de volume pode ser criada</p><p>com efeitos de luz e sombra no desenho. Essa impressão pode ser obtida por meio de</p><p>tonalidades de cinza com o lápis gra�te. Nesta terceira unidade, mostramos que a criação de</p><p>gradações de sombra e luz também pode ser conseguida com a aplicação das hachuras graças</p><p>às variações de densidade de suas tramas. Salientamos, também, como a linhas ou até mesmo</p><p>pontos que compõem essas tramas podem ter inúmeras variações em suas qualidades e</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>propriedades e que, por essa razão, as hachuras são tão dinâmicas.</p><p>Se as hachuras são recursos usados para expressar, no desenho, a luz e as sombras que atuam</p><p>sobre as superfícies dos objetos, as texturas podem ilustrar as qualidades táteis desses objetos,</p><p>como as diferentes gradações de rugosidade das superfícies e materiais. A pesquisa, a criação e</p><p>a aplicação de texturas, assim, é um campo de trabalho em si. As texturas, retículas e</p><p>padronagens são usadas em diversas áreas, como ilustração, moda, design, e na própria arte. Em</p><p>sua trajetória pro�ssional, você verá que há inúmeras situações nas quais é preciso encontrar um</p><p>elemento que traga dinâmica, contraste ou que, simplesmente, seja decorativo para uma</p><p>apresentação ou uma produção, e que as texturas podem atender a essa função. Portanto, �que</p><p>atento, observe as texturas na moda, nos objetos, nos elementos do cotidiano e, quando for</p><p>executar um desenho ou projeto, tenha sempre em mente a possiblidade de aplicá-las em sua</p><p>produção.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Nesta aula, exploramos a importância das texturas na arte, no design e em diversas áreas</p><p>criativas, destacando sua capacidade de enriquecer a expressão visual e tátil das obras. Desde a</p><p>suavidade de uma superfície até a aspereza de um objeto, as texturas nos conectam</p><p>sensorialmente ao mundo ao nosso redor, permitindo que artistas e designers transmitam</p><p>sensações e contem histórias através de suas composições.</p><p>Na sequência, discutimos como as texturas desempenham um papel fundamental tanto no</p><p>design quanto nas artes visuais. No design, as texturas são essenciais para criar identidades</p><p>visuais coesas, comunicar a qualidade dos produtos e criar ambientes visualmente atraentes e</p><p>acolhedores. Já nas artes visuais, as texturas são exploradas de maneiras diversas, adicionando</p><p>profundidade e detalhe às obras e permitindo a expressão única das ideias e emoções dos</p><p>artistas.</p><p>Diante do desa�o proposto de criar estampas exclusivas para uma marca de moda de alta</p><p>costura, é crucial explorar diferentes técnicas e materiais para encontrar o equilíbrio entre</p><p>padrões intrigantes e texturas sutis. Uma abordagem cuidadosa e re�nada garantirá que as</p><p>criações atendam às expectativas da marca e se destaquem no competitivo mundo da moda,</p><p>transmitindo uma sensação de elegância e so�sticação aos seus produtos.</p><p>Por �m, encorajo a você aluno a continuar explorando e aprimorando suas habilidades no uso do</p><p>desenho e das texturas, pois esses são elementos essenciais para o sucesso em diversas áreas</p><p>criativas. Cada desa�o apresentado é uma oportunidade para aprender e crescer, e ao se</p><p>dedicarem aos estudos, os alunos estarão preparados para enfrentar os desa�os emocionantes</p><p>que os esperam no mundo pro�ssional.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Arthur Garcia</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado</p><p>para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar o criador de HQs de super-heróis brasileiros, Arthur</p><p>Garcia é também um dos precursores na utilização do formato mangá e ensina as técnicas</p><p>peculiares de desenho e roteiro dessa arte de origem japonesa.</p><p>Arthur Garcia. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e Produção.</p><p>Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color. Rio de</p><p>Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho Artístico, Unidade 2 - Texturas: hachuras, pontilhismo, manchas</p><p>Neste capítulo, estudaremos a utilização de técnicas de desenho chamadas texturas. As</p><p>texturas servem para trazer mais expressão ao desenho e podem gerar efeitos de</p><p>volumetria, sombreamento e acabamentos variados. Ao traçarmos as linhas bases do</p><p>desenho, gerarmos os contornos das formas. Contudo, mesmo existindo técnicas que</p><p>tornam o desenho mais interessante nos contornos, o preenchimento é muito importante</p><p>para o efeito de percepção geral dos elementos. A variação de tonalidades comunica luz e</p><p>sombra, além de realçar as formas. Portanto, veremos algumas das técnicas de</p><p>combinação de traços que atribuem essa aparência tátil que conhecemos como textura.</p><p>Livros: Desenho de perspectiva, Posição do observador, do quadro e do objeto</p><p>A posição do observador, do quadro e do objeto são distintas e bastante importantes no</p><p>desenho de perspectiva. Na posição do observador, observam-se os pontos de linhas</p><p>fugantes possíveis de serem direcionadas até o objeto; já com o quadro, é possível</p><p>delimitar o tamanho ou o que se quer enquadrar em uma perspectiva; e o objeto é o foco do</p><p>que se quer mostrar em uma perspectiva.</p><p>Neste capítulo, aprenderemos a caracterizar cada uma das posições com exemplos do</p><p>cotidiano e veremos como elas aparecem em diversas aplicações de elementos do</p><p>cotidiano arquitetônico e civil.</p><p>Referências</p><p>DONDIS, D. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>FERREIRA, P.; MICELI, M. T. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2010.</p><p>FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia grá�ca. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo,</p><p>2005.</p><p>GONÇALVES, Rainer. Arte e arquitetura japonesa: história da arte e arquitetura japonesa. UOL,</p><p>[s.d.]. Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/japonesa/arte-earquitetura-</p><p>japonesa.htm. Acesso em: 14 fev. 2024</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024212/</p><p>http://historiadomundo.uol.com.br/japonesa/arte-earquitetura-japonesa.htm</p><p>http://historiadomundo.uol.com.br/japonesa/arte-earquitetura-japonesa.htm</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: H. Blume</p><p>Ediciones, 1980.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: SENAC, 1996.</p><p>PERSPECTIVA. Enciclopédia Itaú Cultural, 2017. Disponível em:</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva. Acesso em: 14; fev. 2024.</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula de encerramento, vamos explorar as técnicas essenciais para</p><p>criar desenhos envolventes e visualmente impactantes. Aprenderemos sobre a importância da</p><p>profundidade no desenho, utilizando técnicas de perspectiva para criar ilusões de espaço</p><p>tridimensional. Além disso, abordaremos a reprodução realista de texturas e superfícies,</p><p>adicionando um toque de realismo e profundidade às suas obras. Prepare-se para aprimorar suas</p><p>habilidades e mergulhar no mundo da arte! Bons estudos!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Olá, estudante! Exploramos, em um primeiro momento, nesta Unidade, a importância da</p><p>profundidade no desenho. Para desenvolver essa competência, foi essencial compreender e</p><p>aplicar diversas técnicas que criam a ilusão de espaço tridimensional em uma superfície</p><p>bidimensional. Uma abordagem fundamental foi a utilização de diferentes planos, que podem ser</p><p>distinguidos por suas características de tamanho, sobreposição e nitidez. Por exemplo, objetos</p><p>ou elementos mais próximos ao observador tendem a ser maiores e mais nítidos, enquanto</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u3Enc_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>aqueles mais distantes tendem a parecer menores e menos de�nidos.</p><p>Outra técnica importante é o uso de linhas convergentes que se encontram em um ou mais</p><p>pontos de fuga. Essas linhas ajudam a criar a sensação de profundidade, sugerindo a</p><p>continuidade das formas para além da superfície do papel ou da tela. Ao desenhar objetos em</p><p>perspectiva, é crucial que as linhas paralelas convirjam em direção aos pontos de fuga</p><p>apropriados, criando a ilusão de distância e espaço.</p><p>Além disso, a variação no contraste e na intensidade das cores e sombras pode ser empregada</p><p>para indicar profundidade. Cores mais claras e tons suaves tendem a parecer mais distantes,</p><p>enquanto cores mais escuras e sombras mais profundas podem sugerir proximidade. Essa</p><p>técnica, conhecida como perspectiva atmosférica, simula os efeitos ópticos que ocorrem quando</p><p>observamos objetos à distância através da atmosfera terrestre.</p><p>Por �m, a sobreposição de elementos e a criação de espaços vazios entre eles também</p><p>contribuem para a sensação de profundidade. Posicionando objetos de diferentes tamanhos e</p><p>formas de forma apropriada, é possível criar camadas visuais que sugerem a existência de um</p><p>espaço tridimensional além da superfície do desenho.</p><p>Ao dominar estas técnicas e aplicá-las de forma consciente e criativa, é possível desenvolver a</p><p>profundidade no desenho, criando obras que parecem saltar da página e envolvendo o</p><p>espectador em uma experiência visual imersiva.</p><p>Além desses tópicos, abordamos, nesta Unidade, a importância das texturas e superfícies na</p><p>representação visual. Ao aprender a reproduzir �elmente diferentes texturas e a capturar a</p><p>variedade de superfícies, você será capaz de adicionar mais realismo e profundidade aos seus</p><p>desenhos.</p><p>Para desenvolver a representação grá�ca de texturas e superfícies de forma e�caz, é essencial</p><p>observar cuidadosamente os detalhes e características distintivas de cada elemento que se</p><p>deseja retratar. Isso envolve estudá-las em sua forma natural, examinando sua aparência,</p><p>padrões, relevo e interação com a luz.</p><p>Um passo importante é praticar o desenho de linhas e traços variados que podem representar</p><p>diferentes tipos de texturas. Por exemplo, linhas curtas e espaçadas podem sugerir uma textura</p><p>áspera, enquanto linhas longas e suaves podem evocar uma superfície lisa e macia.</p><p>Experimentar desenhar com diferentes técnicas de esboço e sombreamento também é</p><p>fundamental para criar efeitos de textura realistas.</p><p>Além disso, é importante atentar à distribuição de luz e sombra sobre as superfícies. A forma</p><p>como a luz incide sobre um objeto afeta a sua aparência e textura. Ao observar a direção da luz</p><p>em uma cena, é possível identi�car áreas de destaque e sombra que ajudam a de�nir a textura e</p><p>a forma dos objetos.</p><p>Outro aspecto capital é a observação da escala e proporção dos detalhes. Para reproduzir</p><p>texturas e superfícies, é importante garantir que os elementos individuais estejam em proporção</p><p>adequada uns aos outros e ao conjunto da obra. Isso ajuda a criar uma representação visual</p><p>precisa e convincente.</p><p>Experimentar com uma variedade de materiais e técnicas de desenho</p><p>também pode ser útil para</p><p>capturar uma ampla gama de texturas e superfícies. Por exemplo, lápis de gra�te, carvão, giz</p><p>pastel e técnicas de aquarela podem ser utilizados de forma complementar para criar diferentes</p><p>efeitos.</p><p>Praticando regularmente e observando atentamente os detalhes ao seu redor, você poderá</p><p>desenvolver sua habilidade de representar texturas e superfícies de forma mais realista e</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>expressiva, com profundidade e interesse visual. Assim você estará capacitado a criar desenhos</p><p>imersivos e visualmente impactantes.</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Você é um estudante de Artes Visuais participando de um concurso de desenho. O desa�o é criar</p><p>uma representação visual convincente de uma paisagem natural, destacando a profundidade, a</p><p>perspectiva e a reprodução realista das texturas e superfícies. A paisagem consiste em uma</p><p>�oresta densa, com árvores altas, vegetação exuberante e um riacho serpenteando pelo cenário.</p><p>Seu objetivo é conceber um desenho imersivo e visualmente impactante que transporte o</p><p>espectador para dentro da cena.</p><p>Como você pode aplicar as técnicas de perspectiva para criar a sensação de profundidade</p><p>na paisagem?</p><p>Quais estratégias você pode utilizar para reproduzir �elmente as texturas e superfícies</p><p>encontradas na natureza?</p><p>De que forma a variação no contraste e na intensidade das cores pode contribuir para a</p><p>representação da atmosfera e profundidade na paisagem?</p><p>Eis algumas perguntas para re�exão:</p><p>Como podemos utilizar as técnicas de perspectiva para criar uma sensação de</p><p>profundidade em um desenho?</p><p>Quais são as texturas e superfícies que você gostaria de dominar na sua prática de</p><p>desenho realista?</p><p>Como a profundidade, a perspectiva e o uso de texturas e superfícies podem contribuir para</p><p>a narrativa ou o impacto emocional de uma obra de arte?</p><p>Para elaborar uma representação convincente da paisagem natural, é crucial aplicar os conceitos</p><p>aprendidos nesta Unidade sobre perspectiva, profundidade e reprodução de texturas e</p><p>superfícies.</p><p>Primeiramente, ao desenhar a �oresta, lembre-se de utilizar diferentes planos para causar a</p><p>ilusão de profundidade. As árvores e elementos mais próximos devem ser maiores e mais</p><p>nítidos, enquanto os elementos mais distantes devem parecer menores e menos de�nidos.</p><p>Utilize linhas convergentes para sugerir a continuidade das formas para além da superfície do</p><p>papel, criando a sensação de espaço tridimensional.</p><p>Em relação às texturas e superfícies, observe cuidadosamente os detalhes da vegetação, das</p><p>árvores e do riacho. Experimente diferentes técnicas de desenho para representar as texturas</p><p>variadas encontradas na natureza, como folhagens, cascas de árvores e a superfície da água.</p><p>Preste atenção à distribuição de luz e sombra sobre essas superfícies, utilizando contrastes para</p><p>áreas de destaque e sombra para profundidade.</p><p>Finalmente, ao trabalhar com cores, lembre-se da perspectiva atmosférica. Utilize cores mais</p><p>claras e tons suaves para representar elementos mais distantes e cores mais escuras e sombras</p><p>mais profundas para indicar proximidade. Isso ajudará a criar uma sensação de atmosfera na</p><p>paisagem e a reforçar a ilusão de profundidade.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ao seguir essas orientações e aplicar as técnicas aprendidas, você será capaz de criar um</p><p>desenho imersivo e visualmente impactante que transmita a beleza e a complexidade da</p><p>paisagem natural. Boa sorte!</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura | Desenho em perspectiva</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>DONDIS, D. A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991.</p><p>FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia grá�ca. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo,</p><p>2005.</p><p>GOMBRICH, E. H. A história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>HAYES, C. Guia completo de pintura y dibujo, técnicas y materiales. Barcelona: Hermann Blume,</p><p>1980.</p><p>MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2010.</p><p>PENTEADO, J. A. Curso de desenho. São Paulo: Senac, 1996.</p><p>PERSPECTIVA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultura de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva.</p><p>Acesso em: 14; fev. 2024.</p><p>,</p><p>Unidade 4</p><p>Experimentando Materiais</p><p>Aula 1</p><p>Técnicas secas</p><p>Técnicas secas</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar diversas técnicas de desenho, desde o uso do</p><p>carvão até o pastel seco e oleoso, passando por estudos de paisagem, objetos e composição.</p><p>Esses conteúdos são fundamentais para aprimorar suas habilidades artísticas e expandir seu</p><p>repertório técnico, preparando-o para enfrentar desa�os criativos em sua prática pro�ssional.</p><p>Prepare-se para mergulhar em um universo de possibilidades e aprimorar suas habilidades</p><p>artísticas! Vamos lá!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3636/perspectiva</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u4a1_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ponto de Partida</p><p>Até aqui, percorremos inúmeros caminhos para entender as especi�cidades da linguagem do</p><p>desenho, porém chegou o momento de aprofundarmos a prática com alguns materiais e</p><p>reforçarmos os exercícios do olhar. Mas de que forma o desenho pode auxiliar na solução de</p><p>problemas da pro�ssão? Onde buscar pesquisas sobre a linguagem? De que maneira podemos</p><p>ampliar nossos conhecimentos e nossas práticas com o desenho?</p><p>Para entender como a prática do desenho com diferentes materiais e em diversas situações</p><p>pode ser essencial em um processo de criação, conheceremos a personagem Paula, uma</p><p>designer de moda que está em busca de um trabalho mais autoral e direciona sua pesquisa para</p><p>a área do desenho de observação.</p><p>Para expandir seus conhecimentos sobre o assunto, Paula resolve iniciar seus estudos nas</p><p>chamadas técnicas secas, utilizando materiais como carvão, gra�te e pastéis. Porém, a designer</p><p>se lembra de que na universidade trabalhou pouco com esses itens e percebe que necessita de</p><p>ajuda. A partir dessa constatação, Paula se inscreve em um curso regular de desenho, no qual a</p><p>ênfase se dará nas aplicações e nos usos de técnicas secas. Nesse curso, ela irá aprender a</p><p>utilizar o material no desenho de observação de modelos vivos e objetos.</p><p>Durante as aulas, a designer nota que as práticas de observação estão ajudando muito no</p><p>entendimento do comportamento da composição, da forma, da luz, do volume e das texturas,</p><p>além de oferecerem muitas ideias para peças de sua nova coleção. Com o decorrer do processo,</p><p>Paula se sente muito mais segura para criar seus desenhos de moda de maneira mais ousada e</p><p>artística, mas acredita que seus conhecimentos deverão crescer ainda mais. Ela quer dominar a</p><p>linguagem do design de moda e ampliar suas possiblidades de criação e pesquisa.</p><p>Então, para se direcionar, a designer elabora as seguintes questões: como representar a �uidez</p><p>de um tecido da melhor maneira? De que modo posso falar mais profundamente da</p><p>transparência em meus desenhos? Onde buscar referências na história da arte que me auxiliem e</p><p>me inspirem na produção de novos desenhos?</p><p>Vamos Começar!</p><p>Como vimos, o desenho é uma linguagem que abrange uma in�nidade de práticas e está</p><p>presente em muitos momentos de nossas vidas. Um dos procedimentos para maior</p><p>compreensão da linguagem está na pesquisa dos usos de diferentes materiais e suportes. Essa</p><p>prática permite um maior conhecimento da técnica, mas também pode proporcionar uma</p><p>re�exão sobre a execução, transformando o processo criativo. As possibilidades de usos e</p><p>aplicações de materiais são imensas. Nesta primeira seção, começaremos pelas técnicas secas,</p><p>que basicamente são materiais fabricados com pigmento e aglutinante apresentados em forma</p><p>de barra, bastão ou lápis que, aplicados</p><p>em superfícies, deixam partículas de si mesmos.</p><p>O uso do carvão</p><p>O carvão é usado desde a antiguidade e possibilita tanto traços expressivos e fortes quanto</p><p>traços �nos e leves, além de manchas e efeitos de sombreamento. É um material que desliza</p><p>facilmente por superfícies lisas como o papel, mas também pode ser aplicado em superfícies</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>texturizadas e ásperas. Conforme discutimos na Unidade 1, o carvão é um material muito</p><p>utilizado em esboços, mas também pode ser usado em um trabalho �nal, principalmente na Arte</p><p>Contemporânea.</p><p>É preciso cuidado ao manusear o carvão no momento da feitura do desenho, pois ele pode</p><p>facilmente deixar marcas escuras em locais não desejados. Para auxiliar nesse momento, o ideal</p><p>é ter em mãos uma borracha tipos, uma espécie de borracha que retira o excesso de</p><p>pigmentação – e uma borracha branca e limpa. Uma boa estratégia para não manchar o desenho</p><p>com as suas mãos enquanto produz o trabalho é encaixar uma folha de papel entre a sua mão e</p><p>a superfície do papel. Deixar a folha inclinada enquanto desenha também pode evitar o problema</p><p>de marcá-lo. Porém, as manchas podem ser bem-vindas em locais de�nidos por você, pois há a</p><p>possibilidade de se construir um desenho utilizando borrões com o dedo ou com o esfuminho. É</p><p>importante utilizar um �xador spray assim que terminar a obra, pois ela pode manchar com</p><p>facilidade.</p><p>Para que as varetas de carvão vegetal não se quebrem com facilidade, é ideal segurá-las entre o</p><p>polegar e o indicador, com o apoio da palma da mão no papel. Desta maneira, você poderá</p><p>movimentar o material com menor risco de ruptura e obter maior �rmeza nos traços.</p><p>Na paisagem (Figura 1) do artista francês considerado um dos maiores representantes do</p><p>Simbolismo, Odilon Redon, é possível observar a utilização do carvão de forma dinâmica na</p><p>aplicação de linhas, manchas, texturas e hachuras diversas.</p><p>Como vimos, o desenho é uma linguagem que abrange uma in�nidade de práticas e está</p><p>presente em muitos momentos de nossas vidas. Um dos procedimentos para maior</p><p>compreensão da linguagem está na pesquisa dos usos de diferentes materiais e suportes. Essa</p><p>prática permite um maior conhecimento da técnica, mas também pode proporcionar uma</p><p>re�exão sobre a execução, transformando o processo criativo. As possibilidades de usos e</p><p>aplicações de materiais são imensas. Nesta primeira seção, começaremos pelas técnicas secas,</p><p>que basicamente são materiais fabricados com pigmento e aglutinante apresentados em forma</p><p>de barra, bastão ou lápis que, aplicados em superfícies, deixam partículas de si mesmos.</p><p>O uso do carvão</p><p>O carvão é usado desde a antiguidade e possibilita tanto traços expressivos e fortes quanto</p><p>traços �nos e leves, além de manchas e efeitos de sombreamento. É um material que desliza</p><p>facilmente por superfícies lisas como o papel, mas também pode ser aplicado em superfícies</p><p>texturizadas e ásperas. Conforme discutimos na Unidade 1, o carvão é um material muito</p><p>utilizado em esboços, mas também pode ser usado em um trabalho �nal, principalmente na Arte</p><p>Contemporânea.</p><p>É preciso cuidado ao manusear o carvão no momento da feitura do desenho, pois ele pode</p><p>facilmente deixar marcas escuras em locais não desejados. Para auxiliar nesse momento, o ideal</p><p>é ter em mãos uma borracha tipos, uma espécie de borracha que retira o excesso de</p><p>pigmentação – e uma borracha branca e limpa. Uma boa estratégia para não manchar o desenho</p><p>com as suas mãos enquanto produz o trabalho é encaixar uma folha de papel entre a sua mão e</p><p>a superfície do papel. Deixar a folha inclinada enquanto desenha também pode evitar o problema</p><p>de marcá-lo. Porém, as manchas podem ser bem-vindas em locais de�nidos por você, pois há a</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>possibilidade de se construir um desenho utilizando borrões com o dedo ou com o esfuminho. É</p><p>importante utilizar um �xador spray assim que terminar a obra, pois ela pode manchar com</p><p>facilidade.</p><p>Para que as varetas de carvão vegetal não se quebrem com facilidade, é ideal segurá-las entre o</p><p>polegar e o indicador, com o apoio da palma da mão no papel. Desta maneira, você poderá</p><p>movimentar o material com menor risco de ruptura e obter maior �rmeza nos traços.</p><p>Na paisagem (Figura 1) do artista francês considerado um dos maiores representantes do</p><p>Simbolismo, Odilon Redon, é possível observar a utilização do carvão de forma dinâmica na</p><p>aplicação de linhas, manchas, texturas e hachuras diversas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | As árvores, de Odilon Redon (1890). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Já a obra da Figura 2 possui, basicamente, esfumados e linhas bem leves e �nas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Retrato de mademoiselle Jeanne Roberte De Domecy, de Odilon Redon (1905). Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Siga em Frente...</p><p>Modelo vivo</p><p>O ser humano sempre sentiu a necessidade de representar-se. A utilização do modelo vivo</p><p>consiste na prática de desenhar o corpo humano em diversas situações a partir da observação</p><p>direta. Ao longo da história, esse método foi extremamente importante para a produção de</p><p>grandes obras de arte e, ainda hoje, é um dos pilares nos estudos dessa linguagem. Embora</p><p>houvesse períodos em que essa prática tenha sido questionada, ela nunca deixou de ser uma</p><p>forma importante de estudo sobre a representação do corpo, impulsionando diversos artistas</p><p>para novas direções estéticas.</p><p>A prática de desenhar um modelo vivo pode ser realizada de maneira lenta e gradual, com</p><p>aprofundamento nos detalhes, ou de modo rápido e sintético. Pode-se utilizar uma in�nidade de</p><p>materiais, suportes e ferramentas. Os resultados não necessitam ser exatamente idênticos à</p><p>referência representada, pois dependem da intenção do produtor da imagem.</p><p>Figura 3 | O desenho da sala de aula, de Michael Sweerts (1650-1660). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>A seguir, proporemos práticas de observação de modelo vivo, nas quais será utilizado o carvão</p><p>vegetal:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Olhar, perceber e desenhar:</p><p>1. Peça para um colega atuar como modelo vivo.</p><p>2. Em uma sala iluminada, acomode-o em uma cadeira, propondo que ele �que em uma</p><p>posição confortável.</p><p>3. Fique de frente para o modelo e o observe durante alguns minutos.</p><p>4. Estabeleça um tempo de dez minutos para desenhá-lo da maneira mais detalhada possível.</p><p>Nessa proposta, você utilizará o carvão em varetas e trabalhará com as várias possibilidades que</p><p>o material oferecer, ou seja, com linhas, manchas, texturas e hachuras. Quando terminar o</p><p>desenho, mude de posição e represente o modelo de outro ponto de vista com menor tempo.</p><p>Repita a operação modi�cando o tempo, a pose e a sua posição na sala.</p><p>Lembre-se de que não existe uma maneira exata de desenhar o modelo vivo. A atenção maior</p><p>deve se concentrar na observação e na apreensão das formas, para, posteriormente, pensar em</p><p>sombras, luzes e volumes. Você poderá utilizar a técnica de medição com o lápis para auxiliá-lo</p><p>nas proporções e inclinações da imagem. A princípio, não se prenda a representar cada detalhe</p><p>do modelo, pois isso irá atrapalhar o desenvolvimento do desenho.</p><p>Dicas sobre o uso do pastel seco e oleoso</p><p>O pastel seco tem uma forma de utilização muito parecida com a do carvão vegetal. Os dois</p><p>materiais têm comportamentos similares em superfícies como o papel e podem ser utilizados</p><p>para produção de linhas e manchas a partir de seu pó. A maior diferença está na variedade de</p><p>cores do carvão e na di�culdade de apagá-lo em um desenho sem deixar marcas. A maior</p><p>vantagem no uso do pastel seco é a possibilidade de sobreposição de cores e linhas.</p><p>Há muitas maneiras de se trabalhar com o material. Existem artistas que iniciam o desenho</p><p>riscando a forma ou a composição e marcando as luzes e as sombras para, em seguida, fazerem</p><p>os tons médios. Há outros que trabalham as sombras e, depois, as luzes, mas o mais indicado é</p><p>aplicar primeiramente os tons escuros e adicionar, aos poucos, os tons claros. Para esfumar o</p><p>desenho feito com o pastel, pode-se utilizar o</p><p>esfuminho, o dedo ou um lenço de papel dobrado.</p><p>O giz pastel seco é um material muito versátil, por isso é importante que você explore as suas</p><p>possibilidades e não �que preso a regras. O giz pastel oleoso, como vimos na Unidade 1, tem</p><p>uma característica muito próxima da tinta a óleo. Por ser feito de pigmento e cera, não</p><p>conseguimos sobrepor cores e nem esfumar áreas desenhadas e pintadas da mesma forma</p><p>como fazemos no pastel seco. Porém, é possível experimentar novas maneiras de utilizar o</p><p>material. Ele proporciona vários graus de saturação da cor, sendo possível trabalhar um efeito</p><p>aguado com a adição de terebentina.</p><p>Estudos de paisagem</p><p>A representação de paisagens na pintura acompanha toda a História da Arte. Esse gênero</p><p>pictórico se modi�cou ao longo dos tempos, tendo sido construído a partir de tradições</p><p>acadêmicas ou subvertido e ressigni�cado nas vanguardas artísticas. Na contemporaneidade, a</p><p>paisagem não ocupa o mesmo lugar que na Arte Clássica e está muito ligada a cenários</p><p>urbanos. Contudo, os estudos de paisagem podem oferecer experiências importantes para a</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>observação de luzes, cores, sombras e texturas, além de direcionar o olhar para uma composição</p><p>visual complexa, que se transforma ininterruptamente. Como escolher uma paisagem para</p><p>representar?</p><p>Olhar para uma paisagem e eleger a melhor composição visual para representá-la vai depender</p><p>muito da intenção do produtor da imagem. O olhar atento para os planos e enquadramentos é</p><p>uma ótima estratégia para conseguir o melhor ângulo. Existem outros elementos importantes</p><p>nessa escolha, tais como as cores, as possíveis narrativas que a imagem pode proporcionar, as</p><p>texturas, as proporções, as contradições, as similaridades, as aproximações e o diálogo entre os</p><p>componentes da imagem.</p><p>Figura 4 | Clifftop Walk at Pourville, de Claude Monet (1882).Fonte: WikiArt.</p><p>2. Estudos de paisagem com giz pastel</p><p>a. Escolha uma paisagem a ser representada.</p><p>b. Utilize um visor para enquadrar. Se preferir, recorte um visor em formato paisagem para</p><p>acomodar melhor  a composição.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>c. Após determinar a composição visual a ser representada,  inicie o desenho utilizando o giz</p><p>pastel seco. Experimente o material de diversas maneiras, faça linhas, manchas, hachuras e</p><p>texturas.</p><p>d. Repita todas as operações construindo um desenho de paisagem com o giz pastel oleoso.</p><p>Estudos de objetos</p><p>Há no ser humano uma necessidade enorme de representar a sua presença no mundo. Seja por</p><p>meio de seu próprio retrato, da paisagem por onde transita, de seus deuses, suas crenças, seus</p><p>objetos, a representação imagética segue o comportamento humano desde sempre. O estudo</p><p>de objetos acompanha a História da Arte em praticamente todos os seus momentos, mas</p><p>também está muito presente na arquitetura, no design de produtos, na engenharia, na moda e em</p><p>muitas outras áreas.</p><p>A natureza-morta é um dos gêneros de pintura em que há a representação de uma cena com</p><p>seres inanimados. Presente em grande parte da História, ela geralmente representa uma</p><p>composição com elementos fortemente simbólicos, como objetos de cozinha, livros, frutas e</p><p>�ores. Mas, como vimos nas aulas anteriores, o pintor francês Paul Cézanne renovou o seu</p><p>conceito. Ele não pretendia pintar uma representação naturalista dos objetos, mas, sim,</p><p>demonstrar, justamente, a arti�cialidade da composição. O artista pintava inúmeras vezes a</p><p>mesma cena e estava interessado, principalmente, na geometria dos volumes e nas cores.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Tigela de frutas, jarro e frutas, de Paul Cézanne (1894). Fonte: WikiArt.</p><p>Para fazer a representação grá�ca de objetos, o primeiro passo deve ser enquadrá-los. Lembre-se</p><p>de que esse enquadramento não precisa ser do objeto total. Você pode escolher apenas uma</p><p>parte do objeto para representar. Também não é necessário que o objeto esteja no centro da</p><p>folha de papel ou de outro suporte. É importante de�nir a posição do papel conforme o formato</p><p>do objeto. Por exemplo, se o objeto for um  vaso longo, é providencial que você utilize a folha na</p><p>vertical.</p><p>Estudos de composição com materiais diversos</p><p>A composição no desenho é a disposição de elementos em uma superfície. Trata-se do</p><p>momento mais importante dos problemas visuais, pois irá apontar a relação do espectador com</p><p>a imagem. Há algumas regras de composição clássicas que vão tratar da distribuição e da</p><p>organização dos objetos e dos espaços vazios da composição. No alfabetismo visual, a partir da</p><p>compreensão de determinadas ordenações na cena, é possível tomar decisões acertadas sobre</p><p>o resultado do trabalho. O alfabetismo visual não está somente presente em regras, mas na</p><p>potência da observação, da percepção e da experimentação de possibilidades. Quando estamos</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>criando uma composição, é importante investigarmos os seus elementos e a sua ordenação,</p><p>além de atentarmos para a intenção  da imagem. Isso nos leva às seguintes perguntas: o que</p><p>quero dizer com esse desenho? A partir da composição, será possível comunicar determinada</p><p>ideia?</p><p>A seguir, sugerimos mais propostas para o exercício de composição e representação de objetos,</p><p>utilizando o lápis gra�te:</p><p>3. Estudos de objetos com gra�te:</p><p>a. Escolha cinco objetos simples de tamanhos e formas variados, por exemplo: garrafa, livro,</p><p>esfera, caixa, tecido.</p><p>b. Pense na intenção que você quer transmitir com a composição, tais como conforto,</p><p>equilíbrio, raiva, honestidade, desagregação, natureza, caos etc. Experimente algumas</p><p>possibilidades de construção da composição até chegar ao melhor resultado.</p><p>c. Busque o melhor ângulo para o estudo e inicie a representação com variadas gradações de</p><p>lápis gra�te, a partir de linhas.</p><p>d. Repita a operação modi�cando a composição diversas vezes, assim como a intenção da</p><p>imagem.</p><p>e. Construa outras composições e represente-as com volumes, sombras, luzes e texturas.</p><p>f. Além disso, lembre-se de praticar sempre o seu desenho.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>A designer de moda Paula encontrou um ótimo caminho para o seu aprendizado em desenho a</p><p>partir das práticas com as chamadas técnicas secas. Nos estudos com carvão, a designer</p><p>conseguiu entender mais sobre a potência expressiva que o material pode oferecer para o</p><p>desenho e, assim, determinar um caminho para uma produção mais livre e orgânica. Com esse</p><p>material, ela produziu trabalhos mais rápidos e instantâneos, lidando com a representação de</p><p>luzes, sombras e diversidade de linhas.</p><p>Em suas experiências com o giz pastel, Paula descobriu um bom aliado nos estudos de cor e</p><p>texturas. Com o giz pastel seco, ela pôde discutir a leveza e a sobreposição de cores. Já com o</p><p>pastel oleoso, ela trabalhou com a saturação das cores. Com essa experiência, a designer</p><p>descobriu que sua busca por efeitos de transparência e �uidez no desenho poderia ser satisfeita</p><p>com o uso desses materiais. No entanto, com a intenção de avançar em seus estudos, Paula</p><p>resolveu adentrar mais profundamente no universo da pintura. Assim, foi visitar todas as</p><p>exposições em cartaz em sua cidade e assistiu a vários documentários disponíveis na internet</p><p>sobre artistas importantes na história da arte. Sua atenção, no momento, se dirige ao período</p><p>impressionista e pós-impressionista. Aprofundando seu conhecimento nesses períodos, Paula</p><p>quer encontrar respostas para o comportamento da luz e das cores nos desenhos. A designer</p><p>descobriu, nesses períodos, artistas e obras que a in�uenciam muito na criação de novas peças</p><p>para o vestuário. As texturas das pinturas e as cores a direcionaram para um caminho mais</p><p>investigativo no campo do design de moda.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Fabio Zimbres</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar</p><p>marrom (1912). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Depois de conhecer as obras de Picasso (1881-1973) e Schiele (1890-1918), chegou o momento</p><p>de você experimentar algumas possibilidades para o desenvolvimento do traço. Essas propostas</p><p>são muito simples e poderão ser exercitadas sempre que você sentir necessidade.</p><p>Três maneiras de segurar o lápis</p><p>1. Primeira etapa: segure o lápis com os dedos próximos à ponta, como se fosse escrever.</p><p>2. Em uma folha de papel, faça pequenos rabiscos, linhas, círculos, ondas e zigue-zagues.</p><p>3. Segunda etapa: segure o lápis no meio de sua extensão. Você irá perceber que desta forma</p><p>a sua mão irá �car mais distante do papel.</p><p>4. Preencha outra folha de papel com rabiscos, texturas, linhas, círculos etc.</p><p>5. Terceira etapa: segure o lápis na extremidade contrária à sua ponta.</p><p>�. Em outra folha de papel, repita os procedimentos de desenho das outras etapas.</p><p>7. Compare as três folhas e perceba a diferença no traço que a maneira como segurar o lápis</p><p>proporciona.</p><p>É comum que algumas pessoas, ao desenhar, se sintam inseguras e utilizem a borracha em</p><p>excesso. A borracha é uma ferramenta importante, mas usá-la demasiadamente, principalmente</p><p>no início da aprendizagem, pode atrapalhar o desenvolvimento do desenho. A proposta seguinte</p><p>busca, pois, empregar essa ferramenta de uma outra maneira, como recurso de criação, e não de</p><p>apagamento de supostos erros.</p><p>Lápis e borracha</p><p>1.    Rabisque uma folha de papel até preencher sua superfície por completo.</p><p>2.    Observando algum objeto, inicie um desenho nesta folha utilizando uma borracha.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Sketchbook ou caderno de esboços</p><p>O sketchbook é uma espécie de caderno/livro de esboços, um suporte no qual se realiza</p><p>desenhos dos mais diversos tipos. São inúmeros os aspectos materiais que podem compreendê-</p><p>lo, sendo o mais comum o bloco de papel encadernado artesanalmente. Os cadernos de esboços</p><p>podem ser feitos de diferentes tamanhos, tipos de folhas e capas.</p><p>Esse suporte para anotações visuais sempre esteve presente ao longo da História. Muitos</p><p>artistas o utilizam como meio de pesquisa, registrando ideias, desenhos, rabiscos, projetos,</p><p>rascunhos, mapas e poesias, mas são também usados por pessoas em atividades diversas. Na</p><p>arte contemporânea, esse material tem sido considerado obra �nal, como espaço em que o</p><p>artista expõe o seu processo criativo. Um procedimento muito usual no universo dos cadernos</p><p>de desenho é a aproximação entre produtor e o espaço urbano. É comum que muitos artistas</p><p>representem nesses sketchbooks suas experiências de transitar pela cidade a partir de um olhar</p><p>re�exivo e poético sobre o tema. As viagens também são momentos que proporcionam intensa</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>produção de esboços. Os sketchbooks são, portanto, como diários grá�cos, nos quais há intensa</p><p>conexão entre o que se vê, o que se sente, o que se imagina e onde são marcadas as traduções,</p><p>apropriações e recriações desses momentos.</p><p>Figura 6 | Sketchbooks, de Lourenço Mutarelli (2012). Fonte: Mutarelli (2012, apud Souza, 2015, p. 21).</p><p>Para o artista grá�co, quadrinista e escritor Lourenço Mutarelli, os cadernos de esboços são</p><p>espaços para a liberdade, nos quais acontece “o ritual de gerar imagens” (Souza, 2015, p. 21).</p><p>[...] A ideia é rabiscar coisas escritas ou desenhos sem nenhum valor crítico. Coisas sem a</p><p>preocupação de �nalização. São o que são. Gosto de jogar coisas, imagens e textos nonsense,</p><p>muitas vezes algo próximo ao humor. Um humor bobo. E isso se tornou meu maior prazer. A</p><p>relação com esses caderninhos se torna cada vez mais prazerosa. É, hoje em dia, o meu hobby.</p><p>Quando estou trabalhando pro�ssionalmente com desenho, acabo me afastando deles. Eles não</p><p>fazem sentido se forem como uma brincadeira (Mutarelli, 2012 apud Souza, 2015, p. 21).</p><p>No caso de Mutarelli, está disponível, no mercado editorial, uma versão fac-símile de alguns de</p><p>seus cadernos de esboços. Isso signi�ca que seu sketchbook foi reproduzido e transformado em</p><p>livro, incluindo todos os detalhes do original, até mesmo manchas, amassados, rabiscos, páginas</p><p>em branco etc.</p><p>O artista constrói seus cadernos de esboço a partir do exercício da liberdade de criação, sem o</p><p>compromisso de que sejam um produto com um propósito de�nido. Essa maneira de produzir</p><p>em sketchbooks é, deste modo, essencial para o aprimoramento do desenho e da poética de seu</p><p>produtor.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A prática de desenhar em sketchbooks é muito antiga e acompanhou diversos momentos</p><p>históricos, acontecimentos sociais e pensamentos em várias culturas.</p><p>Figura 7 | Desenho de árvores de Colwall Oaks, de Henri Haris Lines (1877). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Os esboços sempre estiveram presentes no fazer humano, mas somente nos últimos tempos</p><p>foram reconhecidos como parte da linguagem. Depois de conhecê-los, que tal adotar essa</p><p>prática para o desenvolvimento de seu desenho?</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Ao mergulharmos nos meandros do desenho, encontramos uma rica tessitura de expressões</p><p>artísticas que vão além do papel e do lápis, alcançando a essência de artistas visionários.</p><p>A exploração do traço, desde os desenhos tradicionais até experimentações contemporâneas,</p><p>revela a diversidade de linguagens visuais e a singularidade que cada artista incorpora em sua</p><p>obra. Nesse contexto, as trajetórias de Picasso e Egon Schiele destacam-se como fontes de</p><p>inspiração, proporcionando insights sobre a evolução artística e o poder expressivo contido nas</p><p>linhas. Os sketchbooks emergem, então, como diários visuais, testemunhando a liberdade</p><p>criativa e os processos íntimos dos artistas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Quanto às questões que colocamos no início desta aula buscando desvendar os segredos por</p><p>trás dessas formas de expressão, seguem algumas considerações:</p><p>Exploração do traço: a variedade de abordagens na exploração do traço re�ete a</p><p>diversidade de estilos e intenções artísticas. Enquanto alguns artistas optam por linhas</p><p>�uidas para expressar movimento e emoção, outros podem empregar traços �rmes e</p><p>precisos para criar detalhes realistas. A chave está na experimentação e na busca por um</p><p>traço que ressoe com sua própria voz artística. Permita-se explorar diferentes técnicas,</p><p>descubra o que mais lhe é a�m e como suas escolhas de traço podem ampliar a narrativa</p><p>visual.</p><p>A evolução de Picasso: o percurso artístico de Picasso destaca-se por sua coragem em</p><p>romper com convenções e buscar incessantemente novas formas de representação. A</p><p>resolução para sua evolução reside na disposição para desa�ar o status quo. Assim como</p><p>Picasso, esteja aberto a experimentar, a questionar as normas estabelecidas e a abraçar a</p><p>inovação em seu próprio processo criativo.</p><p>Egon Schiele e a psicologia nas linhas: as linhas expressivas de Schiele proporcionam uma</p><p>visão única sobre a mente humana. Ao abordar a resolução dessa questão, incentivo-o a</p><p>explorar como suas próprias escolhas de traço podem capturar emoções e estados de</p><p>espírito. Desa�e-se a representar não apenas formas físicas, mas também as</p><p>complexidades psicológicas por meio do seu desenho.</p><p>O papel dos sketchbooks: os sketchbooks são espaços sagrados para a liberdade criativa,</p><p>como testemunhado por artistas como Lourenço Mutarelli. Ao adotar essa prática, você</p><p>transforma seu caderno de esboços em um diário visual que re�ete seu crescimento</p><p>artístico, suas ideias mais íntimas e suas experiências únicas.</p><p>Não hesite em utilizar o sketchbook como um campo de experimentação, onde cada página</p><p>conta a história de sua jornada criativa.</p><p>Ao considerar essas informações, convido-o a embarcar no mundo do desenho. Deixe a</p><p>curiosidade guiá-lo, permita-se errar e descubra a beleza no processo de aprendizado. O desenho</p><p>não é apenas uma habilidade técnica, mas uma forma de expressar sua singularidade. Então,</p><p>pegue papel e lápis; comece com pequenos traços, experimente segurar o lápis de maneiras</p><p>diferentes e mergulhe na prática dos esboços. Seja o autor de sua própria narrativa visual, e que</p><p>cada traço seja um passo em</p><p>como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar o artista plástico Fabio Zimbres, que transita entre as</p><p>HQs e a pintura expressionista em suas múltiplas criações, das tirinhas publicadas em</p><p>jornais aos livros de histórias inspiradas em rock and roll pesado.</p><p>Fabio Zimbres. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e Produção.</p><p>Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color. Rio de</p><p>Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Manuseio dos instrumentos de desenho</p><p>Não existe certo e errado quando se trata da escolha de instrumentos de desenho. O</p><p>segredo é sempre experimentar para encontrar as melhores ferramentas conforme o tipo</p><p>de trabalho que se pretende executar. Materiais de gra�cação são aqueles que pigmentam</p><p>ou apagam os desenhos, e devem ser escolhidos de acordo com o efeito a ser gerado,</p><p>desde desenhos rápidos com traços marcados até desenhos mais técnicos com traços</p><p>�nos e detalhamentos. Além disso, você precisa saber, também, quais instrumentos</p><p>auxiliares serão necessários e qual o melhor papel a ser utilizado (visto que existem</p><p>diversos tipos, os quais variam em espessura, textura, transparência e capacidade de</p><p>absorção). Neste capítulo, estudaremos os variados tipos de utensílios utilizados no</p><p>desenho técnico, conhecendo suas características, funções e possíveis aplicações.</p><p>Livros: Desenho a cores, Materiais para colorir e tipos de papel</p><p>Você provavelmente está familiarizado com os diversos materiais para colorir, tais como</p><p>lápis de cor, pastéis e hidrocores, e tipos de papel utilizados no desenho a cores, uma vez</p><p>que seu primeiro contato com eles provavelmente aconteceu durante a infância. O fato de</p><p>as crianças lidarem com esses materiais nos primeiros anos de vida é a prova não só́ da</p><p>facilidade de seu uso, mas também de sua capacidade de ajudar a pessoa a atuar como</p><p>uma conexão visceral entre o objeto observado (quer seja visualmente ou na imaginação) e</p><p>a imagem resultante criada a partir dessa observação e lançada sobre uma superfície</p><p>bidimensional. De fato, a abordagem do desenho de projeto a cores apresentada nesta obra</p><p>é, na verdade, um tratamento mais re�nado de um caderno de colorir, no qual, depois de</p><p>feito um desenho a traço, aplicam-se as cores sobre ele. Assim, talvez você̂ tenha uma</p><p>vivência maior com esta técnica de ilustração e estes materiais do que possa imaginar.</p><p>Este capítulo pretende refrescar a sua memória.</p><p>Referências</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577801640/</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2012.</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>ELIAS, H.; VASCONCELOS, M. Desmaterialização e campo expandido: dois conceitos para o</p><p>desenho contemporâneo. In: CONGRESSO LUSOCOM, 8., 2009, Lisboa. Anais [...]. Lisboa: CICANT</p><p>– Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2009, p. 1183-1198.</p><p>HARRISON, C. Modernismo: movimentos da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>MACHADO, A. Tecnologia e arte contemporânea: como politizar o debate. Revista de Estudios</p><p>Sociales, n. 22, p. 71-79, dez. 2005.</p><p>MINK, J. Marcel Duchamp: a arte como contra-ataque. São Paulo: Paisagem, 2006.</p><p>REHENIGLEI, R. Moça com brinco de pérola: a mulher, o estético e o cultural. In: SMITH, R. Manual</p><p>prático do artista: materiais, procedimentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Ambientes e Costumes,</p><p>2012.</p><p>WOLF, N. Dürer. São Paulo: Taschen, 2006.</p><p>Aula 2</p><p>Técnicas molhadas</p><p>Técnicas molhadas</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar técnicas úmidas na arte, desde o uso versátil do</p><p>lápis aquarelável até a expressividade da tinta nanquim e do guache. Entendê-las é fundamental</p><p>para expandir suas habilidades artísticas, permitindo criar obras com efeitos diversos e ricos em</p><p>texturas. Prepare-se para mergulhar nesse universo criativo e descobrir novas possibilidades</p><p>para a sua prática pro�ssional!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da aula.</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u4a2_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ponto de Partida</p><p>Depois de conhecermos e experimentarmos algumas técnicas secas, chegou o momento de</p><p>trabalharmos com alguns materiais inseridos no contexto das técnicas molhadas, ou úmidas.</p><p>Nesta segunda aula, conheceremos algumas referências importantes na História da Arte a</p><p>respeito do retrato e do desenho de natureza. O tema da abstração será tratado e com ele uma</p><p>pesquisa sobre o desenho como possibilidade que se afasta da imitação de mundo e levanta</p><p>discussões para outros campos do conhecimento. A personagem Paula irá nos representar em</p><p>uma situação-problema que trata de todos os conteúdos que iremos estudar.</p><p>Depois de adquirir alguma experiência em técnicas secas, assim, Paula entende que deve ampliar</p><p>sua pesquisa plástica para as técnicas úmidas. Então, ela se inscreve em um segundo módulo do</p><p>curso de Desenho de Observação que prevê práticas com tinta nanquim, lápis aquarelável e tinta</p><p>guache. A ênfase se dará na linguagem do retrato, bem como nos estudos sobre abstração.</p><p>Durante o curso, a designer aprenderá a trabalhar de diversas maneiras com os materiais e</p><p>ampliará signi�cativamente seus conhecimentos sobre a �gura humana. Nesta fase, ela iniciará</p><p>uma coleção que aborda o corpo, estudando sua forma e seu comportamento na sociedade</p><p>contemporânea. Porém, ela percebe que precisará aprofundar sua pesquisa a partir de outros</p><p>elementos que não estão presentes somente em técnicas e aplicações de materiais.</p><p>Vamos ajudar Paula a encontrar as soluções necessárias para esses problemas?</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Técnicas molhadas</p><p>Depois de conhecer e experimentar as técnicas secas, chegou o momento de expandirmos</p><p>nossos conhecimentos em técnicas úmidas, conhecendo tais materiais e suas especi�cidades.</p><p>Porém, para enriquecer nossas experiências nesse universo, é fundamental que vivenciemos</p><p>alguns modos de aplicação desses materiais a partir da observação de artistas que, em</p><p>diferentes momentos históricos, utilizaram tais técnicas para expressar suas ideias.</p><p>Tinta nanquim</p><p>Conhecida como tinta da China, a tinta nanquim é um material líquido de cor preta, preparado</p><p>com negro de fumo, gelatina e cânfora, criado há mais de dois mil anos a. C. por chineses da</p><p>região de Nanjing. O nanquim possui característica opaca e, controlando a adição de água, pode-</p><p>se obter de um preto mais potente a um cinza mais claro. Essa tinta pode ser utilizada com bico</p><p>de pena, caneta técnica, pincéis e bambus (usados para fazer canetas bico de pena).</p><p>O uso de bicos de pena resulta em desenhos com traços irregulares, e a força aplicada no</p><p>momento do traço determina a espessura da linha. Já as canetas técnicas possuem uma</p><p>variedade de numeração e resultam em desenhos mais uniformes. Já o bambu e os pincéis</p><p>oferecem muitas possibilidades de traço, assim como a experimentação de texturas e</p><p>movimentos diferenciados no desenho. Na paisagem a seguir (Figura 1), é possível observar que</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>o artista se valeu de alguns tipos de traços, texturas e vários tons de cinza provenientes do</p><p>controle da adição de água.</p><p>Figura 1 | Bambu na chuva de verão, de Xia Chang (1388-1410). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Lápis aquarelável</p><p>Esse material pode ser usado como um lápis de cor comum ou com o auxílio de pincel e água,</p><p>oferendo um efeito de tinta aquarela. O lápis aquarelável é muito utilizado em ilustrações e</p><p>desenho de moda por ser um</p><p>material dinâmico e de fácil manuseio. Se empregado a seco, ele</p><p>se assemelha a um lápis de cor comum, com a diferença de ser um material mais macio, com</p><p>cores mais intensas. Para trabalhá-lo de maneira aguada, é recomendável que o papel possua</p><p>uma textura mais porosa e gramatura alta (acima de 200g). Uma vantagem do material é a</p><p>possibilidade de se trabalhar com a sobreposição de cores e transparências.</p><p>Sua utilização pode ser feita de diversas maneiras, mas a mais comum é que se faça o desenho</p><p>com o lápis seco e depois se adicione água aos poucos com um pincel. Desta maneira, o</p><p>processo será parecido com a pintura em tinta aquarela. Após a tinta secar, também é possível</p><p>desenhar por cima da pintura aguada, criando efeitos interessantes de texturas e linhas.</p><p>Tinta guache</p><p>Material de efeito opaco, a tinta guache é feita de uma mistura de aglutinante e pigmentos</p><p>moídos em pó com alto poder de cobertura. Sua origem aponta para a Idade Média, período no</p><p>qual a tinta era utilizada na feitura de iluminuras. Esse material pode ser encontrado em tubo ou</p><p>em pastilhas em qualidade pro�ssional ou de estudante. Porém, alguns resultados só são</p><p>possíveis com a utilização de tintas pro�ssionais. É possível trabalhar com a tinta guache de</p><p>maneira bem aguada e, assim, conseguir o efeito aquarelado; ou com pouca adição de água,</p><p>deixando a tinta mais pastosa, com uma consistência parecida com a de azeite, mantendo a cor</p><p>mais saturada e a superfície mais aveludada.</p><p>A guache é muito utilizada em ilustrações, estudos para futuras pinturas a óleo, ou como</p><p>trabalhos �nais de pintura e desenho. Assim como com a aquarela e a tinta nanquim, o papel a</p><p>receber a tinta guache deverá ter gramatura mais alta e maior resistência à água. Na imagem que</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>segue (Figura 2), o artista italiano Giacomo Balla (1871-1958), um dos expoentes do movimento</p><p>futurista, apresenta um estudo para uma pintura a óleo feito com tinta guache.</p><p>Figura 2 | Futuro (estudo), de Giacomo Balla (1918). Fonte: WikiArt.</p><p>Lembre-se de que os materiais apresentados têm maneiras mais e�cazes de utilização, mas isso</p><p>não deve descartar formas experimentais de se lidar com eles. Em sua experiência com tais</p><p>materiais, você saberá qual será a melhor forma de trabalhar com suas especi�cidades e como</p><p>descobrir subterfúgios não convencionais para conseguir efeitos inesperados.</p><p>O retrato</p><p>Com a intenção de representar o rosto de uma pessoa ou grupo de pessoas, o retrato se</p><p>encontra nas mais diversas linguagens artísticas e pode ser criado com muitos materiais e</p><p>suportes. Presente em praticamente todos os momentos da História da Arte, ele pode ser</p><p>elaborado a partir de um modelo vivo, de uma fotogra�a ou da memória. Na pintura, o retrato se</p><p>estabelece como um gênero artístico e tem diferentes �nalidades, como a a�rmação de poder, de</p><p>superioridade econômica, ou refere-se a datas comemorativas e instituições religiosas. No</p><p>Renascimento, o gênero teve uma produção acentuada e papel de destaque. Foi naquele</p><p>momento histórico que se deu a criação de um dos retratos mais conhecidos da história, a Mona</p><p>Lisa (1503), de Leonardo Da Vinci (1452-1519).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Moça com brinco de pérola, de Johannes Vermeer (1665?). Fonte: WikiArt.</p><p>A pintura Moça com brinco de pérola, do pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675), trazida</p><p>na Figura 3, é, igualmente, um dos retratos mais importantes da História da Arte. Ao contrário</p><p>dos pintores holandeses de sua época, Vermeer se negou a pintar paisagens. Há vários</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>elementos nessa obra que causam re�exões, como o uso do turbante, que não se encontra em</p><p>nenhuma outra pintura da época.</p><p>O �lme Moça com brinco de pérola, de 2004, do diretor inglês Peter Webber, conta a história</p><p>sobre a produção dessa obra. Trata-se de uma �cção retirada do romance de Tracy Chevalier. O</p><p>�lme é interessante para se perceber o modo como o artista lidava com o material, com a</p><p>composição e com a observação e interpretação do modelo retratado. Além disso, é possível</p><p>conhecer um pouco da atmosfera de seu ateliê e do momento histórico representado.</p><p>Durante muito tempo, o retrato esteve estritamente ligado à representação �el de seu referente e</p><p>do mundo, e era produzido por encomenda. Porém, a partir do Impressionismo e do surgimento</p><p>da fotogra�a, inicia-se o rompimento com a tradição naturalista da representação, e os retratos</p><p>passam a conter elementos mais expressivos e livres. Na contemporaneidade, o retrato continua</p><p>a povoar as produções artísticas em larga escala. Sem nenhuma preocupação com regras,</p><p>tendências ou transgressões, o retrato na Arte Contemporânea se encontra fundado nas mais</p><p>variadas concepções estéticas, plásticas e conceituais, com processos e pensamentos</p><p>singulares. Encontramos, na produção atual, tanto retratos hiper-realistas quanto retratos</p><p>extremamente abstratos e distorcidos. Na Arte Contemporânea, não há regra para a</p><p>representação.</p><p>Há uma in�nidade de maneiras de se desenhar um retrato. Existem algumas técnicas que</p><p>estabelecem demarcações e estruturas que auxiliam na construção do rosto humano. No</p><p>entanto, o mais importante a se considerar quando estamos criando um retrato a partir da</p><p>observação de um modelo vivo é atentarmos ao que estamos vendo. Cultivar a capacidade de</p><p>enxergar e perceber é fundamental para a elaboração de um retrato que contenha a sua</p><p>expressão pessoal. Você pode utilizar linhas guias provenientes da marcação com lápis para</p><p>auxiliá-lo no desenho, mas evite �car preso a regras de confecção rígidas. Dessa forma, a</p><p>produção pode se tornar um desenho com expressões estereotipadas e sem a sua marca</p><p>autoral.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Exercício: retrato com nanquim</p><p>Produza um autorretrato com a tinta nanquim. Observe o seu rosto em um espelho e inicie o</p><p>desenho a partir de pinceladas bem diluídas em água. Marque as formas, as luzes, as sombras e</p><p>os volumes. Trabalhe com a sobreposição de cinzas e faça os detalhes �nais com a tinta mais</p><p>saturada.</p><p>Artistas e suas pesquisas sobre a natureza</p><p>Dürer</p><p>Albrecht Dürer (1471-1528) foi um importante artista do Renascimento. Circulou por diferentes</p><p>técnicas como pintura a óleo, o desenho, a gravura e a aquarela. Era um assíduo pesquisador dos</p><p>aspectos do mundo natural e por preocupar-se com a representação do real, utilizava intensa</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>observação e métodos da pesquisa cientí�ca para compreender aquilo que o cercava. Apesar</p><p>disso, uma de suas mais famosas obras, a xilogravura de um rinoceronte (Figura 4), foi produzia</p><p>a partir de uma descrição e de um desenho do animal feito por um desconhecido. Mesmo que tal</p><p>imagem mostre um animal coberto com uma espécie de armadura, o que não corresponde à</p><p>realidade, foi só no século XVII que se concluiu que tal rinoceronte não seria idêntico a um animal</p><p>verdadeiro.</p><p>Figura 4 | Rinoceronte, de Albrecht Dürer (1515). Fonte: WikiArt.</p><p>Já o desenho A jovem lebre (Figura 5), feito com aquarela e guache, é considerado um dos mais</p><p>detalhados trabalhos de observação do artista. Feito com linhas delicadas e gradações variadas,</p><p>a obra apresenta uma aparência tridimensional.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | A jovem lebre, de Albrecht Dürer (1502). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Estudos de natureza com lápis aquarelável</p><p>Agora que você já estudou as formas de utilização do lápis aquarelável, que tal fazer exercícios</p><p>de observação utilizando elementos naturais? Inicie com o desenho de plantas, �ores e árvores.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Depois, se possível, utilize animais como modelos. Não se esqueça de que a observação deverá</p><p>ser atenta aos detalhes. Procure trabalhar com a aquarela de forma seca e aguada.</p><p>Desenho de abstração</p><p>Quando nos referimos à abstração nas artes visuais, estamos falando de imagens que não se</p><p>aproximam da �guração e da representação literal do mundo. In�uenciadas pelo avanço da</p><p>ciência e da tecnologia, das guerras e das transformações urbanas, as vanguardas</p><p>do século XX</p><p>foram fundamentais na busca por novas formas de conceber imagens.</p><p>Se pensarmos em um sentido mais abrangente, a abstração na arte existe há muito tempo.</p><p>Pense nos gra�smos de diversos povos indígenas, na arte do continente africano, nas pinturas</p><p>corporais, nos tecidos, nos complexos desenhos dos povos de cultura árabe e nas cerâmicas</p><p>orientais, por exemplo.</p><p>Apesar de muitos desdobramentos, podemos dizer que a abstração nas artes visuais tem duas</p><p>vertentes: uma ligada às formas da geometria e ao rigor matemático, o abstracionismo</p><p>geométrico; e outra ligada à expressão, à emoção, à exploração da cor, ao movimento e ao</p><p>improviso, o abstracionismo lírico.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Centro branco (amarelo, rosa e lavanda sobre rosa), de Mark Rothko (1950). Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Mark Rothko é um exemplo de artista que produziu pintura abstrata. Apesar de não ter aceitado o</p><p>termo, o pintor é um dos maiores representantes do Expressionismo abstrato. Nesse movimento,</p><p>os artistas se afastavam do abstracionismo lírico e davam ênfase às formas e cores, sem a</p><p>intenção de expressar emoções. Também estavam distantes do rigor matemático da abstração</p><p>geométrica.</p><p>Mark Rothko é considerado um importante colorista. Ele pintava grandes faixas de cor dispostas</p><p>verticalmente e paralelamente. A sobreposição de cores e as formas imprecisas também são</p><p>características de suas obras.</p><p>O uso de pigmentos e suas aplicações no desenho</p><p>Os pigmentos nas artes visuais são matérias sólidas apresentadas em mínimas partículas. Eles</p><p>são utilizados para dar cor a tintas, papéis, gizes, lápis e outros materiais. No mercado, existem</p><p>pigmentos orgânicos, inorgânicos, sintéticos e especiais, sendo que, na feitura de tintas,</p><p>geralmente são utilizados corantes secos e moídos de origem orgânica ou sintética. Os</p><p>pigmentos devem ser diluídos em algum tipo de aglutinante, que pode ser água, óleos, gema de</p><p>ovo e acrílica. É possível trabalhar com pigmentos naturais encontrados em nosso cotidiano na</p><p>fabricação de tintas. Terra, barro, �ores, plantas, temperos, café e legumes podem oferecer cores</p><p>interessantes e texturas expressivas. Experimente produzir desenhos abstratos com esses</p><p>materiais diluídos em água (você pode utilizar um pouco de cola branca na mistura para ajudar a</p><p>�xar melhor o pigmento no suporte).</p><p>Desenho como síntese: abstração com guache</p><p>Ao tratar do desenho como síntese no campo da abstração, estamos nos referindo a um</p><p>agrupamento de elementos abstratos que de alguma forma tenha um sentido estético como</p><p>resultado. Para experimentar, na prática, esse pensamento, vamos propor um exercício:</p><p>1. Em uma folha de tamanho A2, faça algumas linhas com �ta-crepe. Cole a �ta de maneira</p><p>arbitrária em várias posições. Deixe alguns espaços livres.</p><p>2. Pinte os espaços com somente uma cor de tinta.</p><p>3. Depois de seco, faça mais marcações com �tas e pinte os espaços de outra cor.</p><p>4. Repita a operação até formar uma imagem que lhe agrade plasticamente.</p><p>Lembre-se de que se trata de um desenho abstrato, portanto, não se deve obter um �m �gurativo</p><p>para a imagem.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>A partir do aprendizado das técnicas úmidas, a designer de moda Paula encontra uma abertura</p><p>para tratar de temas nos quais até então ela não conseguia se aprofundar. Quando estava</p><p>experimentando o uso da tinta nanquim na confecção de retratos, ela percebeu que as manchas</p><p>aguadas não lhe possibilitavam muito controle no desenho, formando, assim, imagens mais</p><p>abstratas. Por essa experiência, Paula inicia um estudo mais profundo sobre abstração. Ela</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>pesquisa inúmeros artistas na História da Arte que tratam do abstracionismo geométrico e lírico.</p><p>Estudar esses artistas, suas produções e ideias sobre a abstração levou-a a iniciar um trabalho</p><p>com o tema. Ela pensa que trabalhar a questão da abstração em um contexto mais expressivo irá</p><p>trazer resultados inovadores para a sua coleção, e, por essa razão, decide partir do princípio das</p><p>manchas de nanquim, com o uso da técnica da aguada, para criar estampas e desenhos mais</p><p>�uidos. Por �m, para abordar as cores da produção, a designer acentua sua pesquisa nas cores</p><p>aguadas da aquarela. O resultado lhe agrada muito, e Paula resolve investir suas criações no</p><p>tema corpo em movimento.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Gabriel Jardim</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar Gabriel Jardim, que traz, para suas histórias, elementos</p><p>regionais da Paraíba sem deixar de mesclar as demais questões universais, tornando seu</p><p>trabalho um recorte preciso de uma das muitas brasilidades.</p><p>Gabriel Jardim. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e Produção.</p><p>Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color. Rio de</p><p>Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 3 - Composição: noções básicas e conceitos</p><p>fundamentais</p><p>Os elementos visuais e formais, ou simplesmente formas, estão presentes em</p><p>composições de qualquer natureza, sejam arquitetônicas, artísticas ou de design. Sua</p><p>escolha e ordenação no espaço quali�cam uma boa composição do ponto de vista formal.</p><p>Neste capítulo, portanto, você irá estudar o que é uma composição e seus aspectos</p><p>construtivos por meio dos elementos compositivos da linguagem visual.</p><p>Livros: Desenho a cores, Capítulo 3 -Técnicas</p><p>Os projetistas, em geral, trabalham com prazos curtos. Os motivos são muitos, desde</p><p>honorários baixos até a iminência do início das obras. Essa pressão de tempo obviamente</p><p>permeia todas as partes do processo de design, inclusive a ilustração das ideias de</p><p>projeto.</p><p>As técnicas discutidas e ilustradas neste capítulo formam a base para a abordagem ao</p><p>desenho de projeto a cores apresentado no livro. Elas evoluíram porque ajudam a tornar o</p><p>processo de ilustrar ideias mais produtivo e e�ciente durante o decorrer de um projeto –</p><p>desde a sua concepção até o seu desenvolvimento.</p><p>Este capítulo oferece alguns procedimentos para você tirar o máximo proveito desses</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577801640/</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>materiais e papéis. Sinta-se à vontade para modi�cá-los da forma que melhor se adaptar à</p><p>sua abordagem especí�ca para a ilustração de suas ideias.</p><p>Referências</p><p>ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2012.</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>ELIAS, H.; VASCONCELOS, M. Desmaterialização e campo expandido: dois conceitos para o</p><p>desenho contemporâneo. In: CONGRESSO LUSOCOM, 8., 2009, Lisboa. Anais [...]. Lisboa: CICANT</p><p>– Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2009, p. 1183-1198.</p><p>HARRISON, C. Modernismo: movimentos da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>MACHADO, A. Tecnologia e arte contemporânea: como politizar o debate. Revista de Estudios</p><p>Sociales, n. 22, p. 71-79, dez. 2005.</p><p>MINK, J. Marcel Duchamp: a arte como contra-ataque. São Paulo: Paisagem, 2006.</p><p>REHENIGLEI, R. Moça com brinco de pérola: a mulher, o estético e o cultural. In: SMITH, R. Manual</p><p>prático do artista: materiais, procedimentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Ambientes e Costumes,</p><p>2012.</p><p>WOLF, N. Dürer. São Paulo: Taschen, 2006.</p><p>Aula 3</p><p>Técnica mista</p><p>Técnica mista</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo.</p><p>Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, você irá explorar as técnicas clássicas e contemporâneas de</p><p>desenho na pintura, desde o tradicional afresco até a versatilidade da pintura acrílica. Entender</p><p>esses métodos é fundamental para aprimorar sua prática pro�ssional, permitindo que você</p><p>escolha a estratégia mais adequada para cada projeto. Prepare-se para ampliar seu</p><p>conhecimento e suas habilidades artísticas! Vamos lá!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Você, como aspirante a artista plástico, está diante de um desa�o: selecionar a técnica de</p><p>desenho mais adequada para expressar sua criatividade. Diante da vasta gama de opções, desde</p><p>métodos com material seco e material úmido, até o clássico afresco passando pela moderna</p><p>pintura acrílica, como fazer essa escolha?</p><p>Imagine que você precise criar uma obra que transmita a sensação de movimento e leveza.</p><p>Nesse caso, a pintura acrílica pode ser a melhor opção devido à sua versatilidade e rapidez de</p><p>secagem, permitindo sobrepor cores e criar texturas que evocam a sensação desejada.</p><p>Por outro lado, se seu objetivo é uma obra duradoura e imponente, como um mural em uma praça</p><p>pública, o afresco pode ser a técnica ideal. Sua integração com o reboco proporciona uma</p><p>aderência permanente, resistente às intempéries.</p><p>Entender essas técnicas, portanto, não apenas amplia seu repertório artístico, mas também</p><p>desenvolve sua capacidade de selecionar a abordagem mais e�caz para cada projeto. Assim, ao</p><p>explorar as nuances do afresco, da têmpera, da encáustica, da pintura a óleo e da acrílica, você</p><p>estará mais preparado para enfrentar os desa�os artísticos com con�ança e criatividade.</p><p>Agora, instigo você a aplicar seus conhecimentos em algumas situações práticas. Que tal</p><p>experimentar criar uma pequena obra utilizando cada uma das técnicas abordadas? Explore as</p><p>características únicas de cada uma e observe como in�uenciam o resultado �nal. Pense em</p><p>como você pode transmitir diferentes emoções e mensagens através dessa escolha e da</p><p>combinação de cores. Além disso, procure identi�car os pigmentos utilizados em algumas</p><p>pinturas famosas e re�ita sobre como esses materiais contribuíram para a expressão artística do</p><p>autor.</p><p>Lembre-se, a prática é essencial para o aprimoramento das habilidades artísticas. Continue</p><p>estudando e experimentando novas técnicas e materiais. Cada obra é uma oportunidade de</p><p>aprendizado e crescimento como artista. Mantenha-se curioso, abuse de sua criatividade e</p><p>nunca deixe de buscar inspiração no mundo ao seu redor. Seja persistente e dedicado, e você</p><p>verá seu talento �orescer.</p><p>Vamos Começar!</p><p>A técnica mista no desenho e na pintura é uma abordagem versátil que combina diferentes</p><p>métodos e materiais artísticos para criar obras de arte únicas e expressivas. Essa prática envolve</p><p>a integração de diversas técnicas, desde o desenho de observação até a aplicação de tintas</p><p>tanto de forma seca quanto úmida. No desenho, isso pode signi�car a utilização de lápis, carvão,</p><p>pastel seco ou giz de cera, combinados com técnicas de sombreamento e texturização. Já na</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u4a3_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>pintura, a técnica mista pode incluir o uso de afresco, uma técnica mural que combina pigmentos</p><p>com uma superfície úmida, assim como a aplicação de tinta a óleo e acrílica em camadas</p><p>sobrepostas para criar efeitos visuais interessantes e complexos. Tal abordagem permite aos</p><p>artistas explorarem uma ampla gama de possibilidades criativas, combinando diferentes</p><p>materiais e processos para alcançar resultados únicos e cativantes.</p><p>Diversidade técnica</p><p>A diversidade técnica e a prática de técnicas mistas no desenho proporcionam aos artistas uma</p><p>riqueza de possibilidades expressivas. Valendo-se de diferentes abordagens, desde o afresco até</p><p>a pintura acrílica, os desenhistas têm a oportunidade de experimentar texturas, cores e efeitos</p><p>visuais sem iguais. A combinação de técnicas tradicionais e contemporâneas permite um</p><p>tratamento mais amplo e inovador na criação de obras de arte, incentivando a exploração criativa</p><p>e o desenvolvimento de um estilo pessoal distintivo. Essa variedade promove a liberdade</p><p>artística e estimula a imaginação, resultando em desenhos que transcendem os limites das</p><p>técnicas convencionais e re�etem a singularidade de cada artista.</p><p>O afresco é uma técnica muito antiga de pintura mural e consiste na aplicação de pigmentos</p><p>puros, moídos e misturados com água sobre um suporte preparado com uma camada de gesso</p><p>ou nata de cal ainda úmida. O suporte, que pode ser uma parede, muro ou teto, recebe o</p><p>pigmento colorido que, ao ser absorvido pela camada de reboco, penetra no revestimento e</p><p>passa a integrar a superfície em que foi aplicado, formando um fundo permanente, sólido e de</p><p>grande durabilidade.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Funerary Offerings, Nebamun's Chapel, Egito Antigo 1550-1296 a.C.. Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A têmpera é um método de pintura que resulta em cores opacas, no qual o pigmento é diluído em</p><p>água e misturado a algum aglutinante, como gemas de ovo ou ovos inteiros, historicamente os</p><p>mais comuns. A têmpera seca rápido, o que di�culta a gradação de tons, apresenta pouca</p><p>variedade de cores e um aspecto fosco nas superfícies onde é aplicada.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | St George and the Youth of Mytilene, ícone ortodoxo, 1250. Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A encáustica é uma técnica de pintura na qual os pigmentos são diluídos em cera quente. Para a</p><p>sua boa manipulação, é importante manter a cera aquecida, senão a mistura endurece. É muito</p><p>usada com espátula ou pincel para produzir grossas camadas de tinta sobre o suporte.]</p><p>Figura 3 | Flag Above White, de Jasper Johns (1955). Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A pintura a óleo constitui-se de pigmentos moídos aglutinados a óleos vegetais (linho ou nozes,</p><p>principalmente). O emprego do óleo como meio permite maior possibilidade de mistura e</p><p>sobreposição de cores, já que não seca rapidamente. Isso possibilita um trabalho lento e</p><p>laborioso por parte do artista, gerando uma grande fusão de tons e o uso das velaturas, camadas</p><p>transparentes de cor, como se fossem vernizes, e que são usadas para destacar certas cores no</p><p>quadro.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | St. Barbara, de Jan van Eyck (1437). Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A pintura acrílica é uma técnica que combina cola plástica ou resina sintética como aglutinante e</p><p>pigmento, usada em pintura desde os anos 1940. Sua principal qualidade é a versatilidade, pois</p><p>permite a obtenção de efeitos que vão desde aguadas (aquarela) a diversos empastamentos</p><p>semelhantes aos da pintura a óleo. Além dessas qualidades, a pintura acrílica se caracteriza pela</p><p>rapidez de secagem, permitindo que o artista possa sobrepor as cores mais facilmente do que na</p><p>pintura a óleo.</p><p>Figura 5 | Riu-Kiu-C, de Victor Vasarely (1960) . Fonte: WikiArt.</p><p>No campo do desenho e do desenho contemporâneo, as técnicas de afresco, têmpera,</p><p>encáustica, óleo e acrílica oferecem uma ampla gama de possibilidades criativas. O afresco, com</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>sua aplicação de pigmentos sobre uma superfície úmida, permite a integração das cores</p><p>diretamente no suporte, permitindo a criação de desenhos com uma sensação de frescor e</p><p>permanência. A têmpera, com sua mistura de pigmento em água e aglutinante, oferece uma</p><p>abordagem versátil que pode ser aplicada em diversas superfícies, desde o papel até o tecido,</p><p>possibilitando uma ampla variedade de efeitos e texturas. Já a encáustica, com sua mistura de</p><p>pigmentos em cera quente, oferece uma profundidade única ao desenho e a criação de camadas</p><p>translúcidas e texturizadas que adicionam dimensão e interesse visual. Por sua vez, a pintura</p><p>a</p><p>óleo proporciona ao desenhista a oportunidade de explorar uma paleta rica e sutil de cores, além</p><p>da criação de detalhes re�nados e transições suaves entre tons. Finalmente, a acrílica traz um</p><p>tratamento contemporâneo e versátil ao desenho, com sua rápida secagem e capacidade de</p><p>sobrepor camadas, permitindo ao artista experimentar uma variedade de estilos e métodos. Em</p><p>conjunto, essas técnicas proporcionam aos artistas do desenho contemporâneo um leque de</p><p>ferramentas e possibilidades para expressar sua visão criativa de forma única e cativante.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Teoria da cor: cor pigmento</p><p>Cor é a sensação provocada pela ação da luz (estímulo) sobre um objeto físico e captada pelo</p><p>olho (aparelho receptor). Os estímulos podem ser de dois tipos: cor-luz (visto na Unidade 2) e</p><p>cor-pigmento. A cor-luz é “radiação luminosa visível que tem como síntese aditiva a luz branca”</p><p>(Pedrosa, 1989, p. 17). Cor-pigmento “é a substância material que, conforme sua natureza,</p><p>absorve, refrata e re�ete os raios luminosos componentes da luz que se difunde sobre ela”</p><p>(ibidem, p. 17). Também chamamos de cor-pigmento “as substâncias corantes que fazem parte</p><p>do grupo de cores químicas” (ibidem, p. 17). Isto é, são as cores que podemos criar. Embora haja</p><p>uma grande variação de cores encontradas nos pigmentos, há três que não podem ser criadas a</p><p>partir de misturas, são elas: o vermelho (magenta), o amarelo e o azul (ciano). Também</p><p>conhecida como cores primárias, elas permitem, quando misturadas de maneira correta, a</p><p>produção de todas as outras cores que conhecemos. Assim, se misturarmos duas cores</p><p>primárias em proporções mais ou menos equivalentes, teremos o que se chama de cor</p><p>secundária. O vermelho misturado com o amarelo, forma o laranja; com o azul, forma o violeta; e</p><p>o amarelo com o azul, forma o verde. E se misturarmos novamente uma cor secundária com</p><p>qualquer uma das duas primárias que lhe dão origem, obteremos uma cor terciária (ou</p><p>intermediária).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Círculo cromático de cores. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Assim como classi�camos as cores em primárias, secundárias e terciárias, há alguns outros</p><p>pontos que devem ser lembrados a �m de compreendermos melhor as cores e suas</p><p>possibilidades. Destacamos, aqui, as cores complementares, as cores quentes e as cores frias.</p><p>Cor complementar é aquela formada a partir de uma cor primária e oriunda da combinação das</p><p>duas outras do seu grupo ou, ainda, das duas cores que estão no extremo oposto do círculo</p><p>cromático (Figura 6). Por exemplo, no grupo de cores primárias, o vermelho tem como cor</p><p>complementar o verde, que é a mistura em partes iguais do azul e do amarelo.</p><p>Quanto às cores quentes, elas são compostas pelo vermelho, amarelo e as demais cores em que</p><p>eles predominam; as cores frias, pelo verde, azul e demais cores em que predominam. Quando</p><p>falamos das propriedades físicas da cor, essas são divididas em matiz, valor tonal e intensidade.</p><p>O matiz se refere à própria cor, como o vermelho ou amarelo. O valor tonal (ou tonalidade) diz</p><p>respeito ao seu valor de luminosidade ou escuridão, isto é, o quanto uma cor é escura ou clara,</p><p>relacionado à quantidade de luz que ela re�ete. E intensidade, ao quanto a cor é saturada ou não,</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>e signi�ca perceber o quanto a cor é pura ou o quanto ela é brilhante ou opaca. Quanto mais</p><p>intensa a cor, mais brilhante ela será.</p><p>Desenvolvimento das tintas e pigmentos</p><p>O desenvolvimento contínuo de pigmentos ao longo da História da Arte tem sido fundamental</p><p>para a evolução da técnica mista. Com o surgimento de novos pigmentos, tanto naturais quanto</p><p>sintéticos, os artistas ganharam acesso a uma gama ainda mais ampla de cores e texturas para</p><p>explorar em suas obras. A técnica mista, que envolve a combinação de diferentes materiais e</p><p>mídias, se bene�cia enormemente desse progresso. A capacidade de misturar pigmentos de</p><p>diferentes origens e propriedades abre portas para experimentações artísticas inovadoras,</p><p>permitindo que os artistas alcancem resultados únicos e personalizados em seus trabalhos. A</p><p>fusão de pigmentos tradicionais com materiais contemporâneos oferece possibilidades</p><p>ilimitadas de expressão criativa, inspirando os artistas a descobrir novas formas de arte e a</p><p>expandir os limites do convencional.</p><p>O pigmento é o elemento mais importante do processo da pintura. É a matéria sólida que fornece</p><p>as cores ao trabalho. Ele pode ser dividido em: (1) inorgânico (mineral) e (2) orgânico. No</p><p>primeiro tipo, temos: (a) terras naturais (ocre, sombra-natural etc.); (b) terras naturais calcinadas</p><p>(sombra-queimada, siena-queimada etc.); e (c) cores sintéticas inorgânicas (amarelo–de-cádmio,</p><p>óxido de zinco etc.). No segundo: (a) vegetal (gamboge ou goma-guta, índigo, garança etc.); (b)</p><p>animal (cochonilha, amarelo-indiano etc.); e (c) pigmentos orgânicos sintéticos (Mayer, 2002).</p><p>Por muito tempo, os pigmentos para a produção da pintura foram retirados de fontes minerais,</p><p>vegetais e animais. Após serem triturados ou esmagados, eram misturados a aglutinantes que</p><p>permitiam que a tinta fosse aplicada a um suporte, tudo feito manualmente. Porém, o processo</p><p>da Revolução Industrial, entre os séculos XVIII e XIX, permitiu a produção em escala de tintas</p><p>sintéticas para o uso artístico, oriundas do surgimento de corantes arti�ciais.</p><p>Pincéis, espátulas e suportes</p><p>Os pincéis podem ser divididos em confeccionados com pelos naturais e confeccionados com</p><p>pelos sintéticos; os de pelo natural são classi�cados em macios e ásperos. Entre os macios, os</p><p>principais são de pelo de marta, esquilo e boi; entre os ásperos, destaca-se o de cerda de porco.</p><p>Quanto aos sintéticos, também são produzidos em pelo macio e áspero. Cada tipo tem a sua</p><p>especi�cidade de uso, embora isso não seja uma regra �xa, e pode depender do pintor e dos</p><p>resultados desejados.</p><p>Os pincéis de pelo macio, em geral, são usados para a prática de aquarela, pois produzem</p><p>excelentes aguadas de cor, mas também são utilizados na pintura a óleo e na acrílica, e mesmo</p><p>para alguns efeitos em têmpera e afresco. Os pincéis de cerda (ásperos) comumente são</p><p>recomendados para o uso na pintura a óleo e acrílica, adaptando-se muito bem à realização de</p><p>obras em grande escala. Já os pincéis sintéticos podem ser uma alternativa econômica em</p><p>relação aos de pelos naturais, principalmente aos pincéis de pelo de marta, todavia, não são tão</p><p>duráveis.</p><p>Os pincéis possuem os formatos redondo, �lbert (plano com extremidade arredondada), chato ou</p><p>plano. Sua largura e comprimento possuem variações de acordo com o seu uso. Para a aplicação</p><p>em grandes áreas, deve-se usar um pincel mais largo; se a aplicação da tinta se situa em um</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>contato mais próximo entre pintor e suporte, a escolha deverá ser um pincel de cabo curto.</p><p>Além dos pincéis, é possível usar outros métodos alternativos, como espátulas, raspadores,</p><p>esponjas e rolos. Muitas espátulas são de plástico, mas há também as de metal (lâminas</p><p>�exíveis), as quais servem para criar efeitos de textura. Já os raspadores oferecem a</p><p>oportunidade de remover ou arranhar áreas de tinta, revelando camadas subjacentes e</p><p>adicionando profundidade à obra. Quanto às esponjas, elas são usadas na aquarela pois</p><p>permitem criar efeitos de textura, mas também podem ser usadas com tinta acrílica. Na prática</p><p>do desenho de técnica mista, podem ser utilizadas para aplicar e suavizar camadas de tinta de</p><p>forma mais orgânica, criando transições suaves entre cores ou produzindo texturas interessantes</p><p>No caso dos rolos, os artistas usam esse utensílio para aplicar base, produzir efeitos</p><p>texturizados com a tinta líquida, semelhantes aos da esponja ou, com a tinta espessa, produzir</p><p>texturas mais “encorpadas”, ou, ainda, simplesmente pintar grandes áreas de cor. São</p><p>recomendáveis para suportes rígidos e �exíveis, neste último caso, somente se for com a tela</p><p>contra uma parede ou algo semelhante e antes de ser esticada em um tensor ou chassi.</p><p>Materiais menos usuais, como palhetas, folhas, tecidos ou objetos</p><p>encontrados também podem</p><p>ser usados para criar padrões e texturas incomuns. Essa variedade de ferramentas e itens não</p><p>convencionais amplia ainda mais as possibilidades criativas na técnica mista, permitindo que os</p><p>artistas explorem novas formas de expressão e experimentação em seus trabalhos.</p><p>Suporte</p><p>Os tipos de suporte desempenham têm um papel importantíssimo no desenho em técnica mista,</p><p>pois in�uenciam diretamente na textura, na aderência da tinta e na durabilidade da obra.</p><p>Suportes rígidos, como madeira compensada ou painéis de �bra de densidade média, oferecem</p><p>uma superfície sólida e estável para aplicação de diferentes materiais, permitindo a</p><p>experimentação com técnicas mais agressivas, como raspagem e gravação. Por outro lado,</p><p>suportes �exíveis, como tela de algodão ou linho preparada com gesso acrílico, proporcionam</p><p>uma superfície mais maleável, ideal para técnicas que requerem movimentos amplos e gestuais,</p><p>como a aplicação de tinta com espátula ou pincel largo. A escolha do suporte apropriado</p><p>depende das preferências estéticas do artista, do efeito desejado e das características</p><p>especí�cas de cada técnica mista empregada no desenho.</p><p>Lembre-se: se você quiser que o seu trabalho dure mais, deve preparar a tela antes de pintá-la.</p><p>Nas lojas especializadas, é possível comprar diversos tipos de base acrílica ou gesso prontos</p><p>para a preparação de telas.</p><p>Além deles, os acessórios, como paletas e godês, facilitam o processo de preparo e mistura das</p><p>tintas, contribuindo para uma prática mais e�ciente e organizada. É crucial, também, estar ciente</p><p>dos aspectos de segurança ao lidar com materiais artísticos, optando sempre por produtos não</p><p>tóxicos e seguindo as orientações de uso adequado.</p><p>Cada obra de arte é uma oportunidade de expressão única e valiosa: não se esqueça! Continue</p><p>explorando diferentes técnicas, materiais e suportes, pois é através da experimentação e da</p><p>prática constante que se desenvolve a habilidade artística. Mantenha-se curioso, perseverante e</p><p>dedicado aos estudos, pois o caminho da arte é uma jornada grati�cante e in�nitamente</p><p>enriquecedora.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Diante da situação proposta, você teve a oportunidade de explorar os fundamentos das técnicas</p><p>mistas diversas, desde o afresco até a pintura acrílica, e de compreender os conceitos da teoria</p><p>da cor-pigmento. Ao mergulhar nas características únicas de cada técnica e compreender a</p><p>importância dos pigmentos na produção artística, você pôde perceber como esses</p><p>conhecimentos são essenciais para a prática pro�ssional de um artista.</p><p>Agora, para enfrentar os desa�os práticos colocados, você pôde aplicar seus conhecimentos de</p><p>forma criativa e experimental. Ao utilizar diferentes técnicas e materiais, você expandiu sua</p><p>compreensão sobre as possibilidades expressivas da arte e desenvolveu suas habilidades como</p><p>artista. Essa experiência prática certamente enriqueceu seu repertório e contribuiu para o seu</p><p>crescimento pro�ssional.</p><p>Lembre-se sempre de que a arte é uma jornada de constante descoberta e aprendizado. Continue</p><p>explorando, experimentando e aprimorando suas habilidades. Seja perseverante, curioso e</p><p>dedicado, pois é através do estudo e da prática que você continuará a evoluir como artista. Que</p><p>sua paixão pela arte continue a inspirar seu caminho de crescimento e realização.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Diego Gerlach</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste episódio, vamos acompanhar o quadrinista gaúcho que encontrou, no mercado</p><p>editorial dos fanzines, o nicho ideal para a sua arte de desenhar HQs bizarras com</p><p>personagens marginalizados que expressam uma profunda crítica política, cultural e social.</p><p>Diego Gerlach. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e Produção.</p><p>Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color. Rio de</p><p>Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 3 - Formas e processos de síntese da forma</p><p>Os elementos compositivos visuais e formais, ou simplesmente formas, estão presentes</p><p>em composições de qualquer natureza, sejam elas arquitetônicas, artísticas ou de design.</p><p>A escolha dos elementos visuais e sua ordenação no espaço compositivo quali�cam uma</p><p>boa composição do ponto de vista formal. Neste capítulo, você irá estudar o que é uma</p><p>composição e seus aspectos construtivos por meio dos elementos compositivos da</p><p>linguagem visual.</p><p>Livro: Desenho a cores, Capítulo 4 - Elementos, materiais e acabamentos</p><p>Neste capítulo, será abordado um tipo de material, acabamento ou elemento de cada vez.</p><p>Entretanto, quando se faz um desenho completo, todas estas partes são criadas ao mesmo</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577801640/</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>tempo. No início, os seus desenhos podem não parecer grande coisa depois das primeiras</p><p>etapas, mas não desanime; normalmente, eles só́ vão parecer "vivos" depois das etapas</p><p>�nais ou, às vezes, apenas depois de aplicados os toques �nais.</p><p>Referências</p><p>ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2012.</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>ELIAS, H.; VASCONCELOS, M. Desmaterialização e campo expandido: dois conceitos para o</p><p>desenho contemporâneo. In: CONGRESSO LUSOCOM, 8., 2009, Lisboa. Anais [...]. Lisboa: CICANT</p><p>– Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2009, p. 1183-1198.</p><p>HARRISON, C. Modernismo: movimentos da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>MACHADO, A. Tecnologia e arte contemporânea: como politizar o debate. Revista de Estudios</p><p>Sociales, n. 22, p. 71-79, dez. 2005.</p><p>MAYER. R. E.; Cognitive Theory and the Design of Multimedia Instruction: An Example of the Two-</p><p>Way Street Between Cognition and Instruction. New Directions for Teaching and Learning, 2002.</p><p>MINK, J. Marcel Duchamp: a arte como contra-ataque. São Paulo: Paisagem, 2006.</p><p>PEDROSA, M. I. (1989). Interação criança-criança: um lugar de construção do sujeito. Tese de</p><p>doutorado não-publicada, Universidade de São Paulo.</p><p>REHENIGLEI, R. Moça com brinco de pérola: a mulher, o estético e o cultural. In: SMITH, R. Manual</p><p>prático do artista: materiais, procedimentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Ambientes e Costumes,</p><p>2012.</p><p>WOLF, N. Dürer. São Paulo: Taschen, 2006.</p><p>Aula 4</p><p>Desenho em campo expandido</p><p>Desenho em campo expandido</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, mergulharemos no fascinante universo do desenho na Arte</p><p>Moderna e Contemporânea. Exploraremos como os artistas revolucionaram as práticas</p><p>tradicionais, rompendo com conceitos estabelecidos e introduzindo novas formas de expressão.</p><p>Compreender essas transformações é fundamental para ampliar sua visão artística e enriquecer</p><p>sua prática pro�ssional. Embarque nessa jornada de descoberta e inspiração!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Nesta aula, iremos embarcar em um universo no qual o desenho é visto e concebido como uma</p><p>linguagem que escapa a maneiras tradicionais. Estudaremos o desenho em campo expandido,</p><p>um lugar em que a prática, os materiais, os suportes e os conceitos serão vivenciados de</p><p>maneira experimental. E mais, uma vez, a nossa personagem Paula nos apresentará suas</p><p>experiências com esta arte,</p><p>assim como o seu percurso de aprendizado.</p><p>Após sua última vivência com materiais e desenho de observação, Paula resolveu levar sua</p><p>investigação para o campo do desenho expandido, conhecendo práticas nessa área no contexto</p><p>da Arte Moderna e Contemporânea. Para adquirir esse conhecimento, ela iniciou uma pesquisa</p><p>bastante densa sobre o tema em plataformas digitais, bem como em livros e revistas. Durante</p><p>esse período, descobriu inúmeras possibilidades de criação e aplicação do desenho, bem como</p><p>as incontáveis relações que ela poderia estabelecer entre a linguagem e suas coleções. Paula</p><p>passou, então, a pensar no corpo humano e em sua relação com a tecnologia. Nesse processo,</p><p>ela criou uma coleção totalmente inovadora, utilizando materiais descartados da indústria de</p><p>celulares atrelados a materiais tradicionais da técnica do bordado. O resultado foi apresentado</p><p>em um des�le multimídia no qual os corpos dos modelos não seguiam os padrões previstos na</p><p>indústria da moda.</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Desenho na Arte Moderna</p><p>Os artistas considerados modernos pensavam o desenho de maneira muito plural. É nesse</p><p>momento histórico que a arte tem como principal intenção o rompimento com as práticas</p><p>legitimadas pela arte acadêmica e a busca por novos paradigmas. Os processos e</p><p>procedimentos são compostos de ideias inusitadas sobre cores, formas, materiais e suportes,</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u4a4_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>bem como de visões distorcidas sobre o conceito de realidade. As vanguardas artísticas do</p><p>século XX foram as principais responsáveis pela intensa transição no modo de pensar e</p><p>representar o mundo, porém observamos que, em períodos anteriores, tais como nos</p><p>movimentos artísticos do �nal do século XIX, os artistas já estavam fortemente preocupados</p><p>com o esgotamento da representação realista.</p><p>As rápidas mudanças estilísticas �zeram do século XX o ambiente para as mais diversas ideias</p><p>sobre a produção de imagens. Esses artistas apontaram novos caminhos estéticos e marcaram</p><p>�rmes posicionamentos críticos com relação à sociedade.</p><p>Aplicar o conceito de modernismo à história da arte é, pois, referir-se a uma tendência que atribui</p><p>prioridade à imaginação [...]; que rati�ca o valor da experiência direta e vê com olhos críticos as</p><p>ideias que resistem à mudança. [...] Poderíamos dizer que dos signos distintivos da arte</p><p>modernista seria uma espécie de ceticismo ou cansaço no que diz respeito a qualquer relação</p><p>�xa entre o quadro e o seu tema – uma espécie de autoconsciência, em outras palavras, de como</p><p>é praticado o ato de retratar (Harrison, 2004, p. 18).</p><p>Um dos movimentos que mais romperam com a representação naturalista foi o Cubismo. Com</p><p>artistas como Georges Braque, Henri Laurens e Pablo Picasso como representantes, o Cubismo</p><p>nega efeitos naturalistas, como a perspectiva ou qualquer outro efeito que tenha a intenção de</p><p>representar a realidade tal como ela é. O Cubismo que trata as formas da natureza de maneira</p><p>geométrica é dividido em duas fases: o Cubismo analítico, que persegue a decomposição de</p><p>objetos, e o Cubismo sintético, que agrega elementos tridimensionais e colagens às pinturas.</p><p>Apesar de lidar com a decomposição da representação e com formas geométricas, podemos</p><p>dizer que o Cubismo não rompe totalmente com a arte �gurativa.</p><p>O artista Georges Braque esteve presente nos dois períodos do Cubismo. Na �gura seguir (Figura</p><p>1) observamos sua fase mais analítica, com as formas partidas, fragmentadas e superpostas e a</p><p>utilização de poucas cores.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 1 | Castelo de La Roche Guyon, de Georges Braque (1909). Fonte: WikiArt</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Já no período do Cubismo sintético, vemos a representação das formas de maneira essencial, e</p><p>são adicionadas letras, números, recortes de jornais, rótulos e revistas, pedaços de madeira e</p><p>vidro. Esses trabalhos apresentavam maior variedade de cores e formas menos geométricas</p><p>(Figura 2).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Vidro, jarra e jornal, de Georges Braque (1914). Fonte: WikiArt .</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>O movimento dadaísta, considerado o mais radical das vanguardas do século XX, tem como seu</p><p>maior expoente o artista Marcel Duchamp (1887-1968). Com a intenção de romper</p><p>completamente com os procedimentos chamados por ele de retinianos (puramente visuais),</p><p>Duchamp foi um dos artistas que mais ampliaram os caminhos das artes no século XX. Ele</p><p>reagiu radicalmente às transformações ocorridas no universo da arte na era industrial, criando</p><p>uma espécie de antiarte, quebrando paradigmas e criando novas formas de pensar e conceber</p><p>arte. Duchamp concebeu os Redymades, que são um ou mais objetos retirados do cotidiano e</p><p>expostos em espaços destinados a exposições de arte. Esses objetos são uma espécie de</p><p>manifesto que critica o sistema da arte. No campo do desenho, o artista produzia esquemas de</p><p>suas produções, com croquis de montagem e estruturas, unidos a notas escritas de maneira</p><p>absurda. Esse procedimento resultava, muitas vezes, em objetos inesperados e inéditos.</p><p>Figura 3 | Nove moluscos de malícia, de Marcel Duchamp (1915). Fonte: WikiArt.</p><p>Desenho na Arte Contemporânea</p><p>O desenho contemporâneo é entendido como um campo do conhecimento que transborda</p><p>limites materiais e plásticos, lida com práticas multidisciplinares e incorpora cada vez mais a</p><p>interatividade. Desde o período moderno, o desenho vem se desprendendo do fazer tradicional e</p><p>cada vez mais é compreendido como processo, chegando até à sua desmaterialização. O</p><p>desenho chamado de expandido, assim, está mais ligado à espontaneidade, experimentação,</p><p>pensamento e projeto do que propriamente à representação do real. Ele persegue práticas</p><p>inovadoras, transforma a matéria em ação e busca a participação do espectador como um dos</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>produtores da obra.</p><p>É claro que o desenho mais tradicional e representativo também é necessário e extremamente</p><p>produzido na contemporaneidade, mas, quando estamos tratando de desenho em campo</p><p>expandido, nos referimos àquele que alarga fronteiras entre as práticas artísticas e diversas</p><p>áreas do conhecimento. Trata-se de compreender o desenho como possibilidade de</p><p>experimentação que intersecciona procedimentos e valoriza as experiências.</p><p>A título de ilustração, trazemos o argentino León Ferrari (1920-2013), considerado um artista</p><p>multimídia. Seus trabalhos foram realizados no campo da pintura, do desenho, da escultura, do</p><p>vídeo e dos livros. Um de seus trabalhos mais signi�cativos foi a série Escrituras, Manuscritos.</p><p>Nela, o artista trabalhou com o desenho caligrá�co, utilizando a livre associação de ideias e</p><p>palavras, buscando um sentido poético e crítico. Nesses desenhos, feitos no período da ditadura</p><p>militar na Argentina, as palavras misturam-se e sobrepõem-se em composições ondulantes. Em</p><p>sua maioria, trata-se de manifestos contra os sistemas político e religioso.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Carta ao General, de Leon Ferrari (1963). Fonte: WikiArt.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Siga em Frente...</p><p>Desenho e tecnologia</p><p>As ferramentas tecnológicas estão presentes em vários campos que envolvem a produção de</p><p>desenhos. Há, disponíveis no mercado, inúmeros softwares que são constantemente utilizados</p><p>por pro�ssionais na confecção de seus desenhos em áreas como Arquitetura, Desenho de Moda,</p><p>Design, Animação, Quadrinhos, Ilustrações e muitas outras. As inovações tecnológicas estão</p><p>cada vez mais inseridas em nossa sociedade e, no contexto da arte, ela representa parte</p><p>importante das produções contemporâneas. Porém, alguns pensadores são extremamente</p><p>críticos quanto ao uso excessivo das tecnologias na arte e acreditam que esse assunto deveria</p><p>ser discutido mais amplamente.</p><p>Nos últimos anos, temos visto multiplicar-se em todo o mundo os festivais, encontros e mostras</p><p>dedicados exclusivamente a experiências de intersecção da arte com a tecnologia</p><p>e a ciência.</p><p>Cada vez mais, artistas lançam mão do computador para construir suas imagens, suas músicas,</p><p>seus textos, seus ambientes; o vídeo é agora uma presença quase inevitável em qualquer</p><p>instalação; a incorporação interativa das respostas do público se transformou numa norma</p><p>(quando não numa mania) em qualquer proposta artística que pretende ser atualizada e em</p><p>sintonia com o estágio atual da cultura (Machado, 2005, [s.p.]).</p><p>Tendo em vista as discussões que o professor Arlindo Machado (2005) nos apresenta nesse</p><p>trecho de seu texto, re�ita sobre o papel da tecnologia no universo da arte e, principalmente, na</p><p>linguagem do desenho. Você acredita que o uso de novas tecnologias promove a</p><p>democratização do acesso à arte?</p><p>Desenho como performance</p><p>Como vimos, o desenho é uma linguagem que está presente em todas as civilizações e em todos</p><p>os períodos históricos. Podemos dizer que o conhecimento humano se estabelece a partir do</p><p>desenho e que se trata de uma prática que domina todo o universo da arte.</p><p>O campo do desenho vem se modi�cando, principalmente durante as vanguardas e na</p><p>concepção contemporânea, a partir da segunda metade do século XX, quando a linguagem não</p><p>precisou mais estar restrita a um campo formalista ou representacional. Na ampliação das</p><p>possibilidades de se pensar e fazer o desenho, a atitude corporal durante a ação de desenhar</p><p>adquire mais importância. A performance e o desenho são duas linguagens artísticas que cada</p><p>vez mais dialogam e se misturam.</p><p>A performance, vale lembrar, é uma categoria das artes visuais que implica em proposições ou</p><p>ações feitas por artistas, envolvendo ou não o público, nas quais são incluídas várias áreas do</p><p>conhecimento. O desenho no âmbito performático direciona o corpo como um produtor ativo,</p><p>como se fosse a extensão do desenho – o corpo é o gesto e, ao mesmo tempo, o suporte.</p><p>Podemos mencionar, como representante desse viés, o artista estadunidense Jackson Pollock</p><p>(1912-1956), o qual dissolveu as fronteiras entre pintura e desenho. As Actions Paintings,</p><p>pinturas feitas com a sobreposição de diferentes movimentos corporais, eram produzidas a partir</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>do gotejamento de tinta sobre lona localizada no chão, acumulando cores, texturas e</p><p>movimentos. Com a criação de suas “pinturas de ação", Pollock projeta o corpo como principal</p><p>ator da obra e transforma a pintura e o desenho em um único elemento. O resultado é</p><p>praticamente o vestígio de uma dança, de um caminho percorrido.</p><p>Figura 5 | Ritmo de outono, de Jackson Pollock (1950). Fonte: WikiArt.</p><p>Na contemporaneidade, existem muitos artistas que trabalham com a linguagem do desenho</p><p>aplicada à performance. Um exemplo é da artista Vânia Medeiros. Ao lado dos artistas Mônica</p><p>Santana e Daniel Guerra, ela criou a performance Modelo vivo, que consiste em uma sessão de</p><p>modelo vivo na qual uma artista desenha a outra, enquanto são fotografadas por Daniel.</p><p>Enquanto as artistas, uma branca e uma negra, representam-se nos desenhos, elas discutem</p><p>vários temas como a questão do privilégio branco, do racismo, da solidão da mulher negra e</p><p>outros.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Modelo vivo, de Vânia Medeiros, Mônica Santana e Daniel Guerra (2017). Fonte: Medeiros (2017 )..</p><p>Desenho como instalação</p><p>A instalação é uma modalidade da arte que se apropria de um certo espaço, permitindo inúmeros</p><p>suportes, materiais e variadas formas de interação com o seu público. Trata-se de uma proposta</p><p>tridimensional feita em um ambiente no qual são dispostos elementos que compõem uma</p><p>ocupação não tradicional do espaço.</p><p>O desenho está intimamente presente quando tratamos de instalação. Essa relação se inicia na</p><p>construção mental do trabalho e no esboço de um projeto, mas também aparece em muitas</p><p>instalações nas quais o desenho é o principal tema a ser discutido.</p><p>No Brasil, a artista Edith Derdyk trabalha com o desenho de uma forma bastante ampliada. Em</p><p>suas instalações feitas com linhas, ela trata do território do desenho em um contexto de</p><p>instalação. Nesses trabalhos, a artista utiliza centenas de metros de linha para construir um</p><p>espaço com a sobreposição de �os, resultando em um desenho de grandes dimensões.</p><p>A artista alemã, naturalizada venezuelana, Gego (1912-1984), criou inúmeras instalações com um</p><p>sistema de estruturas baseado em linhas e �guras geométricas. A artista ocupava os espaços</p><p>arquitetônicos com esses objetos, construindo uma espécie de desenho tridimensional em que o</p><p>espectador podia passear por dentro das linhas.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 7 | Reticulária, de Gego (1969) – Instalação. Fonte: WikiArt</p><p>A análise da evolução do desenho na arte moderna e contemporânea revela uma progressão</p><p>notável, caracterizada pela busca incessante por novos paradigmas, pela ruptura com</p><p>convenções estabelecidas e pela ampliação das fronteiras da expressão artística. Desde os</p><p>movimentos vanguardistas do século XX até as práticas multidisciplinares da</p><p>contemporaneidade, o desenho tem se desdobrado em diferentes formas, incorporando</p><p>tecnologia, performance e instalação. O Cubismo, o Dadaísmo, os Redymades de Duchamp e as</p><p>performances de artistas como Jackson Pollock e Vânia Medeiros são exemplos marcantes</p><p>desse processo de transformação. O desenho contemporâneo expandiu-se para além do papel,</p><p>abraçando a experimentação, a interatividade e a participação do espectador, enquanto artistas</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>como Edith Derdyk e Gego exploram o espaço tridimensional como suporte para suas criações,</p><p>desa�ando as noções tradicionais de desenho.</p><p>À medida que nos valemos da riqueza e da diversidade do desenho ao longo da História da Arte,</p><p>somos convidados a re�etir sobre a natureza �uida e em constante evolução da expressão</p><p>humana. Cada movimento, cada técnica, cada experimentação nos apresenta novas perspectivas</p><p>e desa�os, convidando-nos a questionar, a criar e a nos envolver com o mundo ao nosso redor de</p><p>maneiras cada vez mais inovadoras.</p><p>Que este estudo te inspire a continuar explorando, aprendendo e criando, mantendo viva a chama</p><p>da curiosidade e da imaginação. Que você possa encontrar no desenho não apenas uma forma</p><p>de expressão, mas também um caminho para compreender a si mesmo e ao mundo que nos</p><p>cerca.</p><p>Bons estudos!</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Depois de criar uma coleção unindo tecnologia e bordado, a designer de moda Paula amplia sua</p><p>pesquisa para o campo da instalação e da performance. Ela passa a estudar os artistas que</p><p>abordam a questão do corpo no espaço urbano. Nesse processo, ela encontra artistas que</p><p>tratam do tema desde a década de 1960 até os dias atuais.</p><p>Ela se interessou muito pela brasileira Edith Derdyk e pelo modo com que ela lida com a questão</p><p>das linhas no espaço. A partir de uma investigação intensa sobre a obra da artista, Paula passou</p><p>a desenvolver um pensamento multidisciplinar com relação ao seu trabalho como designer de</p><p>moda. Ela já não se contenta em apenas desenhar roupas: ela quer que seu trabalho alcance</p><p>outros universos, para além do consumo.</p><p>Depois de ler muito sobre instalação, performance e desenho em campo expandido, Paula criou</p><p>um projeto no qual o foco foi a construção interativa de uma coleção de roupas. Amparada por</p><p>dispositivos tecnológicos, a designer construiu, então, uma plataforma digital exposta em um</p><p>espaço público para interação. Essa plataforma oferecia ao espectador a possibilidade de</p><p>desenhar uma parte da coleção que será posteriormente produzida por Paula.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Roberta Cirne</p><p>Em cada encontro desta série, o ateliê de um quadrinista será visitado para mostrar como é</p><p>o trabalho de passar a imaginação para o papel e contar como foi a descoberta de seus</p><p>talentos, quais foram suas inspirações e motivações, como se dá a construção de seus</p><p>personagens e narrativas, como publicam seus projetos e como estão integrados ao</p><p>mercado editorial.</p><p>Neste</p><p>episódio, conheceremos as assombrações lendárias e personagens folclóricos que</p><p>são as inspirações para Roberta Cirne criar HQs de terror, como a Emparedada, o Papa �go</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>e o Boca de ouro, que fazem parte do imaginário cultural de Recife.</p><p>Roberta Cirne. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e Produção.</p><p>Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color. Rio de</p><p>Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 4 - Colagens e técnicas diversas</p><p>Neste capítulo, você irá estudar três técnicas artísticas: a colagem, a monotipia e o guache</p><p>lavado. A monotipia, provavelmente de origem italiana, remonta ao século XVIII, mas</p><p>reaparece no século XIX com o pintor francês Edgar Degas. A colagem inicia seu trajeto</p><p>como técnica de arte no século XX, com a chegada da Arte Moderna, mais especi�camente</p><p>do movimento cubista de Georges Braque. Ambas as técnicas são empregadas na arte</p><p>contemporânea por artistas brasileiros como Carlos Vergara e Beatriz Milhazes. Já sobre a</p><p>técnica de guache lavada, não se encontram muitas informações disponíveis, portanto, não</p><p>se consegue traçar uma linha do tempo de sua existência no universo artístico, embora seja</p><p>uma técnica ensinada em faculdades de arte e empregada por diversos artistas</p><p>contemporâneos.</p><p>Livros: Desenho a cores, Capítulo 6 - Cor e composição em ilustração</p><p>Este capítulo vai mostrar que se pode fazer qualquer combinação de matizes "parecer bem"</p><p>e que o sucesso de um desenho de projeto a cores para apresentação depende da</p><p>habilidade do projetista em orquestrar os três parâmetros da cor dentro da ilustração como</p><p>um todo. A discussão proposta aqui é uma visão geral da abordagem à cor e à composição</p><p>do desenho que normalmente se usa quando se elaboram ilustrações de projeto a cores.</p><p>Você pode considerar essa visão geral como uma lista de veri�cação para usar quando for</p><p>fazer os seus próprios desenhos de projeto a cores para apresentação.</p><p>Referências</p><p>ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2012.</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>ELIAS, H.; VASCONCELOS, M. Desmaterialização e campo expandido: dois conceitos para o</p><p>desenho contemporâneo. In: CONGRESSO LUSOCOM, 8., 2009, Lisboa. Anais [...]. Lisboa: CICANT</p><p>– Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2009, p. 1183-1198.</p><p>HARRISON, C. Modernismo: movimentos da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>MACHADO, A. Tecnologia e arte contemporânea: como politizar o debate. Revista de Estudios</p><p>Sociales, n. 22, p. 71-79, dez. 2005.</p><p>MEDEIROS, V. Modelo vivo. 2017. Fotogra�as. Disponível em:</p><p>https://www.vaniamedeiros.com/modelo-vivo. Acesso em: 19 jan. 2024.</p><p>MINK, J. Marcel Duchamp: a arte como contra-ataque. São Paulo: Paisagem, 2006.</p><p>REHENIGLEI, R. Moça com brinco de pérola: a mulher, o estético e o cultural. In: SMITH, R. Manual</p><p>prático do artista: materiais, procedimentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Ambientes e Costumes,</p><p>2012.</p><p>WOLF, N. Dürer. São Paulo: Taschen, 2006.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577801640/</p><p>https://www.vaniamedeiros.com/modelo-vivo</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Aula 5</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>Videoaula de Encerramento</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula de encerramento, vamos mergulhar no fascinante universo do</p><p>desenho como linguagem artística. Exploraremos técnicas secas e úmidas, como carvão, gra�te,</p><p>pastéis, tinta nanquim, lápis aquarelável e tinta guache, ampliando nosso repertório de expressão</p><p>e compreensão dos elementos visuais e formais. Esses conteúdos são essenciais para a prática</p><p>pro�ssional, pois aprimoram as habilidades técnicas e sensibilidade artística. Prepare-se para</p><p>essa jornada de conhecimento!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Nesta Unidade, exploramos os conceitos fundamentais das técnicas secas e úmidas,</p><p>experimentando materiais como carvão, gra�te, pastéis, tinta nanquim, lápis aquarelável e tinta</p><p>guache. Aprofundamos nossa prática por meio de observação de modelos vivos e objetos,</p><p>desenvolvendo a sensibilidade para composição, forma, luz, volume e texturas.</p><p>Compreendemos, assim, os conceitos fundamentais de cada técnica. Por exemplo, o carvão e o</p><p>gra�te permitem uma ampla gama de tonalidades e efeitos de textura, enquanto os pastéis</p><p>oferecem cores vibrantes e uma aplicação suave ou texturizada. A tinta nanquim proporciona</p><p>linhas precisas e profundas, enquanto os lápis aquareláveis e a tinta guache permitem a criação</p><p>de trabalhos translúcidos e com camadas de cor.</p><p>Ao experimentar cada material, dedicamo-nos à observação de modelos vivos e objetos. Essa</p><p>prática aprofunda nossa sensibilidade para a composição, a forma, a luz, o volume e as texturas.</p><p>Observar e desenhar a partir da vida real permite desenvolver habilidades essenciais de</p><p>representação e interpretação, além de cultivar um olhar aguçado para os detalhes e nuances do</p><p>mundo ao nosso redor.</p><p>Lembre-se de que a prática constante é fundamental para aprimorar essas habilidades. Reserve</p><p>um tempo regularmente para desenhar e experimentar com diferentes materiais e técnicas. Não</p><p>tenha medo de cometer erros ou experimentar novas abordagens: é através da experimentação e</p><p>da tentativa e erro que você expande seu conhecimento e desenvolve o seu estilo.</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u4Enc_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Além da prática individual, considere participar de cursos ou workshops que ofereçam orientação</p><p>especializada e oportunidades de aprendizado colaborativo. Trocar ideias e experiências com</p><p>outros artistas pode enriquecer sua jornada de desenvolvimento artístico e fornecer novas</p><p>perspectivas sobre o processo criativo.</p><p>Ao mergulhar no universo do desenho e analisar suas diversas facetas, você expandirá suas</p><p>habilidades técnicas, re�nando sua sensibilidade artística e desenvolvendo uma compreensão</p><p>mais profunda da expressão visual. Continue investigando, experimentando e se desa�ando, e</p><p>você verá seu talento e con�ança crescerem ao longo do tempo.</p><p>Explorar o campo do desenho na Arte Moderna e Contemporânea é uma jornada fascinante que</p><p>nos permite romper com as convenções tradicionais e conhecer novas fronteiras de expressão.</p><p>Nesse contexto, o desenho se torna não apenas uma representação bidimensional, mas uma</p><p>prática multifacetada que dialoga com outras linguagens artísticas e tecnológicas.</p><p>Uma maneira de percorrer esse campo expandido é experimentar novos materiais e suportes.</p><p>Por exemplo, artistas modernos e contemporâneos frequentemente incorporam elementos não</p><p>convencionais, como tecidos, objetos encontrados, mídias digitais e instalações, em suas</p><p>práticas de desenho. Essa abordagem amplia as possibilidades expressivas do desenho e</p><p>desa�a os limites tradicionais do meio.</p><p>Ademais, ao mergulhar nos elementos visuais e formais do desenho, podemos manipulá-los de</p><p>maneiras inovadoras para transmitir diferentes sensações e conceitos. Assim, podemos abusar</p><p>de técnicas de representação da �uidez de tecidos, transparência e movimento, experimentando,</p><p>com gestos expressivos, sobreposições de camadas e texturas variadas. Essas técnicas nos</p><p>permitem criar obras dinâmicas e emocionantes que cativam o espectador e convidam à</p><p>re�exão.</p><p>Ao buscar referências na História da Arte, encontramos uma rica fonte de inspiração para nossas</p><p>criações. Podemos nos espelhar em artistas modernos e contemporâneos que exploram o</p><p>desenho de maneiras inovadoras, como Cy Twombly, que combina gestos espontâneos e</p><p>caligra�a em suas obras, ou Olafur Eliasson, que cria instalações imersivas que aproveitam a</p><p>percepção e o espaço.</p><p>Em suma, ao</p><p>explorar o campo expandido do desenho na Arte Moderna e Contemporânea,</p><p>somos desa�ados a pensar de forma criativa e experimental. Com novos materiais, técnicas e</p><p>abordagens, podemos ampliar nossos horizontes artísticos e nossa capacidade de expressão</p><p>inovadora. O desenho se torna, assim, uma ferramenta poderosa para discutir questões</p><p>complexas, provocar emoções e promover o diálogo entre diferentes formas de conhecimento e</p><p>experiência.</p><p>Desenvolva sua pesquisa além dos materiais e técnicas, trazendo temas como a relação do</p><p>corpo humano com a tecnologia e sua representação na sociedade contemporânea. Experimente</p><p>combinar materiais tradicionais com elementos inovadores, criando coleções de moda que</p><p>desa�em os padrões estabelecidos e promovam uma re�exão sobre identidade e expressão.</p><p>Ao longo deste processo, esteja aberto à experimentação, à pesquisa e ao diálogo com outras</p><p>áreas do conhecimento. Lembre-se de que o desenho é uma linguagem poderosa e versátil,</p><p>capaz de transcender fronteiras e inspirar novas formas de pensar e criar.</p><p>Em cada traço, em cada experimento e em cada descoberta ao longo da jornada de estudos,</p><p>você construirá não apenas habilidades, mas também uma conexão mais profunda consigo</p><p>mesmo e com o mundo ao seu redor. Cada desa�o superado e cada nova habilidade adquirida</p><p>será testemunho do seu crescimento pessoal e artístico.</p><p>O caminho do aprendizado é uma jornada contínua e recompensadora, cheia de oportunidades</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>para explorar, criar e se reinventar. Mantenha-se curioso, persistente e aberto às possibilidades</p><p>que se apresentam diante de você. Com dedicação e paixão, você estará no caminho certo para</p><p>alcançar seus objetivos e tornar-se a melhor versão de si mesmo. Continue estudando, continue</p><p>pesquisando e nunca deixe de acreditar no poder transformador do conhecimento. O mundo</p><p>espera ansiosamente para ver as maravilhas que você ainda vai criar.</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>Paula é uma designer de moda em busca de uma abordagem mais autoral e inovadora para suas</p><p>criações. Ela reconhece a importância do desenho como ferramenta fundamental em seu</p><p>processo criativo e decide aprofundar seus conhecimentos e habilidades nessa área. Para tanto,</p><p>a pro�ssional se matricula em um curso de Desenho de Observação, no qual estuda técnicas</p><p>secas e úmidas, bem como o campo expandido do desenho na Arte Moderna e Contemporânea.</p><p>Durante as aulas, Paula enfrenta desa�os para representar a �uidez dos tecidos, a transparência</p><p>e o movimento em seus desenhos. Ela também busca referências na História da Arte para</p><p>inspirar suas criações e se questiona sobre como ampliar as possibilidades de expressão no</p><p>design de moda.</p><p>Perguntas para re�exão:</p><p>Como as técnicas secas e úmidas de desenho podem ser aplicadas de forma</p><p>complementar para enriquecer uma obra artística?</p><p>De que maneira a pesquisa sobre desenho expandido na Arte Moderna e Contemporânea</p><p>in�uenciou sua percepção sobre as possibilidades do desenho como linguagem artística?</p><p>Quais são os desa�os e oportunidades de utilizar materiais tradicionais e inovadores na</p><p>criação de uma coleção de moda que dialogue com questões sociais e tecnológicas</p><p>contemporâneas?</p><p>Após imergir no universo do desenho e explorar diversas técnicas e materiais, Paula adquire uma</p><p>compreensão mais profunda dos elementos visuais e formais da linguagem do desenho. Ela</p><p>desenvolve sua sensibilidade para representar a �uidez dos tecidos através de gestos</p><p>expressivos e texturas variadas, usando técnicas de sobreposição de camadas e materiais</p><p>inovadores. Procurando referências na História da Arte, a designer encontra inspiração em</p><p>artistas como Cy Twombly e Olafur Eliasson, que desa�am os limites tradicionais do desenho e</p><p>exploram novas fronteiras de expressão. Com base em seus estudos e experimentações, Paula</p><p>amplia suas possibilidades de criação e pesquisa no design de moda, elaborando uma coleção</p><p>inovadora que combina materiais tradicionais e tecnológicos para reprensar questões de</p><p>identidade, movimento e transformação na sociedade contemporânea.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura | Elementos da linguagem grá�ca</p><p>ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2012.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>ELIAS, H.; VASCONCELOS, M. Desmaterialização e campo expandido: dois conceitos para o</p><p>desenho contemporâneo. In: CONGRESSO LUSOCOM, 8., 2009, Lisboa. Anais [...]. Lisboa: CICANT</p><p>– Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2009, p. 1183-1198.</p><p>HARRISON, C. Modernismo: movimentos da arte moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>MACHADO, A. Tecnologia e arte contemporânea: como politizar o debate. Revista de Estudios</p><p>Sociales, n. 22, p. 71-79, dez. 2005.</p><p>MINK, J. Marcel Duchamp: a arte como contra-ataque. São Paulo: Paisagem, 2006.</p><p>REHENIGLEI, R. Moça com brinco de pérola: a mulher, o estético e o cultural. In: SMITH, R. Manual</p><p>prático do artista: materiais, procedimentos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Ambientes e Costumes,</p><p>2012.</p><p>WOLF, N. Dürer. São Paulo: Taschen, 2006.</p><p>direção à descoberta do seu potencial artístico. A arte do desenho</p><p>é uma jornada contínua – aproveite cada linha desenhada como um capítulo único e valioso de</p><p>sua história criativa.</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: HQUEM – A arte de desenhar histórias: Marcelo D’Salete</p><p>Essa série documental apresenta o panorama do universo maravilhoso da arte de desenhar</p><p>histórias através dos desenhos, personagens e histórias criados por artistas. Conheça o</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>ateliê de um quadrinista e veja como é o trabalho de passar a imaginação para o papel.</p><p>MARCELO D’Salete. HQUEM – A arte de desenhar histórias. Produção: FBL Criação e</p><p>Produção. Direção: Rozane Braga e Adriana Miranda. 1 vídeo (25 min), widescreen, color.</p><p>Rio de Janeiro: FBL Criação e Produção, 2019</p><p>Livro: Desenho para leigos, Capítulo 7 - Vendo e desenhando linhas e formas</p><p>Para ver o mundo como artista, você tem que renunciar a todas ideias pré-concebidas</p><p>sobre ele. Em outras palavras, você precisa olhar os objetos e as pessoas que deseja</p><p>desenhar como se nunca os tivesse visto antes. Tente descrevê-los usando palavras como</p><p>“redondo, retangular, claro ou escuro” em vez de usar os nomes reais. Aquilo que você já</p><p>sabe sobre o seu objeto de desenho pode atrapalhar a sua habilidade de vê-los em um nível</p><p>puramente visual: é preciso superar esses bloqueios mentais antes de começar a desenhar.</p><p>Podcast: HQ Brasil: Gidalti Moura Jr.</p><p>O programa Brasil em quadrinhos, uma parceria do Itamaraty com a Bienal de Quadrinhos</p><p>de Curitiba, lança o podcast HQ Brasil – Quadrinhos, Cultura e Educação. O podcast HQ</p><p>Brasil recebe, neste episódio, o roteirista e ilustrador Gidalti Moura Jr. Nascido em Belo</p><p>Horizonte, Gidalti vive e trabalha há muitos anos em Belém do Pará. A capital paraense,</p><p>aliás, é importante inspiração para as HQs do autor, como se vê em Castanha do Pará,</p><p>premiada na categoria histórias em quadrinhos do Prêmio Jabuti em 2017, e Brega story,</p><p>�nalista para essa mesma premiação em 2022. Mais recentemente, Gidalti Jr. participou da</p><p>HQ coletiva Grandes Sucessos, com sua leitura para “Adocica”, sucesso do cantor Beto</p><p>Barbosa.</p><p>PODCAST HQ BRASIL: Gidalti Moura Jr. [Locução de]: Pedro Brandt. Curitiba, 13 jan. 2024.</p><p>Entrevistado: Gidalti Moura Jr. Podcast.</p><p>Referências</p><p>ARTIGAS, V. Caminhos da Arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2004.</p><p>BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.</p><p>DERDYK, E. Desde sempre, sempre desenhei. Visualidades, Goiânia, v. 11, n. 2, p. 165-171, jul.-</p><p>dez. 2013. Disponível em: https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30690. Acesso em: 19 jan.</p><p>2024.</p><p>DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.</p><p>MARTINS, L. G. F. A etimologia da palavra desenho (e design) na sua língua de origem e em</p><p>quatro de seus provincianismos: desenho como forma de pensamento e de conhecimento. In:</p><p>CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30., 2007, Santos. Anais [...]. São</p><p>Paulo: Intercom, 2007. Disponível em:</p><p>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1866-1.pdf. Acesso em: 19 jan.</p><p>2024.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555207811/</p><p>https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/30690</p><p>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1866-1.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>SOUZA, M. L. Do objeto à camada intersubjetiva: sketchbook como extrato do pensar grá�co.</p><p>2015. Tese (Doutorado em Comunicação) – Faculdade de Comunicação e Pós-Graduação,</p><p>Universidade de Brasília, Brasília, 2015. Disponível em:</p><p>http://www.realp.unb.br/jspui/handle/10482/19365. Acesso em: 19 jan. 2024.</p><p>TESSLER, E. Tudo é �gura ou faz �gura. In: BARTUCCI, Giovana (Org.). Psicanálise, arte e</p><p>estéticas de subjetivação. Rio de Janeiro: Imago, 2002.</p><p>Aula 3</p><p>Conhecendo o desenho</p><p>Conhecendo o desenho</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula sobre experimentações das linhas e do desenho, descobriremos</p><p>como manipular linhas, texturas e materiais para criar obras envolventes. Esses conhecimentos</p><p>serão fundamentais para aprimorar sua prática pro�ssional, proporcionando novas perspectivas</p><p>e técnicas. Não perca esta oportunidade de expandir suas habilidades. Venha aprender conosco!</p><p>Clique aqui e acesse os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Agora que você já percorreu alguns caminhos ligados aos conceitos de desenhar e observar,</p><p>podemos nos dedicar à prática do desenho e à exploração das possibilidades grá�cas. Você já</p><p>se perguntou por que alguns desenhos e composições grá�cas lhe chamam mais a atenção? Já</p><p>observou a quantidade de possibilidades de utilização dos materiais e suportes? Como as cores</p><p>in�uenciam em seu cotidiano?</p><p>A prática do desenho está atrelada à pesquisa e oferece uma gama enorme de aplicações.</p><p>Conhecê-las e experimentá-las é fundamental ao processo de aprendizagem e desenvolvimento</p><p>do desenho de observação. Para compreender esses processos, recorreremos, novamente, à</p><p>experiência de Natália, a ilustradora que precisa produzir um caderno de esboços para um cliente</p><p>e tem encontrado alguns percalços no caminho. Depois de se deparar com a di�culdade de</p><p>http://www.realp.unb.br/jspui/handle/10482/19365</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u1a3_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>observar o mundo de uma forma mais atenta e propositora, a ilustradora encontrou um segundo</p><p>problema. Ela estava acostumada a criar a partir de referências pré-estabelecidas pelos clientes</p><p>e por sua diretora de criação, além de desenhar todos os produtos do estúdio digitalmente. Em</p><p>seu percurso, Natália percebeu que já não tinha muita facilidade para o desenho à mão livre.</p><p>Seus traços estavam rígidos, extremamente diferentes do que pedia a proposta do cliente, que</p><p>buscava um trabalho expressivo de um jovem que está vivenciando a cidade. Para elaborar o</p><p>processo, colocamos algumas re�exões: como Natália poderá obter mais desenvoltura em seus</p><p>desenhos? Será que, além de observar a realidade, ela poderá encontrar outras referências para</p><p>suas criações? Quais materiais se adaptam melhor ao tipo de desenho que ela gostaria de</p><p>produzir?</p><p>Para auxiliar na resolução deste problema enfrentado por Natália, serão apresentados, nesta</p><p>seção, materiais, suportes e ferramentas como meios de expressão para o desenho, utilização de</p><p>linhas e texturas, e estudos sobre as representações cromáticas e como elas podem ser</p><p>utilizadas como recurso expressivo.</p><p>Vamos continuar?</p><p>Vamos Começar!</p><p>Materiais, suportes e ferramentas para o desenho</p><p>O conhecimento sobre materiais, suportes e ferramentas é essencial para que se ampliem as</p><p>possibilidades no desenvolvimento de processos para a construção do desenho. Dominar as</p><p>formas de utilização desses itens facilita o domínio da linguagem, assim como a re�exão sobre</p><p>suas etapas de aprendizagem. Além disso, quanto mais se conhece e se experimenta as variadas</p><p>técnicas de utilização desses materiais, mais se permite adequá-las à sua intenção de desenho.</p><p>Na sequência, pois, listaremos alguns materiais importantes para este aprendizado:</p><p>Gra�te</p><p>Os lápis gra�te possuem diversas graduações, que variam desde os mais duros até os mais</p><p>macios, ou seja, do 9H ao 9B. Os mais duros propiciam traços mais claros, já os mais macios</p><p>deslizam melhor sobre o papel e outros suportes, além de proporcionarem traços mais escuros.</p><p>Figura 1 | Nomenclatura das graduações do gra�te</p><p>Um desenho pode ser produzido com diferentes graduações de lápis e com justaposição de</p><p>traços, o que pode resultar em um trabalho com grande variedade de cinzas e texturas. Há</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>também a opção da barra de gra�te integral, que pode ser utilizada da mesma maneira que o</p><p>lápis, porém, enquanto</p><p>bastão inteiriço, tem a vantagem de não precisar ser apontado.</p><p>Carvão</p><p>De origem mineral, esse material é bastante dinâmico. O carvão reponde muito bem à variação</p><p>de pressão e a movimentos sobre o suporte, podendo ser usado não só de maneira leve,</p><p>esfumaçada, manchada, como também com traços vigorosos e expressivos. Muitos artistas</p><p>utilizam o carvão como estudo para pinturas e murais. No entanto, alguns consideram o trabalho</p><p>com esse material como obra �nal. Uma ferramenta muito utilizada em conjunto com o carvão é</p><p>o esfuminho, que possibilita efeitos de sombra e luz nos desenhos.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | O homem velho. Desenho em carvão [s.d.]. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Sanguínea</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>A sanguínea se aproxima do efeito do carvão, porém possui uma cor castanho-avermelhada,</p><p>semelhante à terracota. Sua composição é uma mistura de caulino e hematita, e é usada, há</p><p>muitos séculos, principalmente na produção de modelos vivos e paisagens. Assim como o</p><p>carvão e o giz pastel seco, que não aderem totalmente ao papel, a sanguínea necessita de um</p><p>spray �xador para que o desenho não se perca ao ser tocado.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Homem – 5 (Giz sanguínea) (1985). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Giz pastel seco e oleoso</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>O giz pastel é utilizado em desenhos e pinturas. Encontrado em barras, bastões e em forma de</p><p>lápis, esse material pode ser aplicado em inúmeras superfícies de papel. Foi amplamente</p><p>utilizado por pintores impressionistas, como Edgar Degas, Odilon Redon e Pierre-Auguste Renoir,</p><p>que buscavam grande diversidade de cores em suas obras. A diferença entre o giz pastel seco e</p><p>o giz pastel oleoso está no efeito: o primeiro se parece com um giz de lousa, oferecendo efeitos</p><p>de manchas, e segundo tem cores mais marcantes e efeito quase pastoso, se aproximando da</p><p>tinta a óleo.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 4 | Bailarinas no palco, de Edgar Degas (1883). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Bico de pena</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Ferramenta utilizada para a escrita e o desenho, é uma ponta de metal com um orifício,</p><p>encaixada em um cabo. Seu formato se parece com o de uma caneta, porém a tinta não está</p><p>contida em um depósito. A ponta da pena deverá, então, ser mergulhada na tinta (nanquim) para</p><p>que se inicie o traço. Esse aparato proporciona traços das mais diversas espessuras e é um</p><p>pouco difícil de ser manipulado. No entanto, há, no mercado, canetas nanquim, as quais se</p><p>assemelham à pena e são mais fáceis de serem manejadas. Esse material é muito empregado</p><p>em desenhos técnicos, em caligra�a e em trabalhos com hachuras e mínimos detalhes.</p><p>Figura 5 | A borboleta do cavalo (Gasterophilus Intestinalis), de Amedeo John Engel Terzi. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Os suportes</p><p>A escolha de ferramentas e suportes depende dos materiais que serão utilizados e da intenção</p><p>estética que se tem. Há diversos tipos de suportes para o desenho, sendo o mais comum o</p><p>papel. Para desenhos a lápis, qualquer papel poderá ser utilizado, mas existem inúmeras</p><p>gramaturas, cores e texturas, que oferecem diferentes efeitos. Gramaturas mais altas constituem</p><p>papéis mais encorpados e se adaptam melhor a trabalhos com alta carga de pressão, ou a</p><p>materiais aguados, como a aquarela ou o nanquim. Os papéis mais �nos são ideais para lápis,</p><p>mas podem acomodar outras ferramentas, como o bico de pena e o giz pastel. Menos comuns,</p><p>mas possíveis como suportes, são a tela de tecido, a madeira e outros materiais não</p><p>convencionais, como a parede, no caso de murais e gra�tes.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Na arte contemporânea, vale destacar, o suporte pode ser o corpo, a areia, a terra, a arquitetura</p><p>etc. En�m, não há uma regra para a sua utilização, bastando experimentá-los e empregá-los às</p><p>necessidades plásticas e conceituais do projeto artístico.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Experimentando linhas, texturas, pesos e ritmos</p><p>Com base no conhecimento das possibilidades grá�cas, técnicas, poéticas e práticas de</p><p>observação, o ato de desenhar poderá tornar-se dinâmico e adaptar-se a projetos, buscando</p><p>melhores soluções, mas essas possibilidades e práticas também podem ser elementos potentes</p><p>na busca pelo trabalho autoral. Como discutimos anteriormente, o desenho de observação não</p><p>está preso à realidade, pois a sua criação passa por um processo intelectual complexo e envolve</p><p>muitas especi�cidades. Ao longo desta seção, ofereceremos conteúdos para que o desenhar</p><p>seja experimentado a partir de alguns procedimentos e práticas, tais como aqueles que</p><p>relacionam à linha. O papel da linha é dinâmico, sendo ela o principal instrumento de</p><p>representação das ideias do desenho:</p><p>[...] Dessa maneira, contribui enormemente para o processo visual. Sua natureza linear e �uida</p><p>reforça a liberdade de experimentação. Contudo, apesar de sua �exibilidade e liberdade, a linha</p><p>não é vaga: é decisiva, tem propósito e direção, vai para algum lugar, faz algo de de�nitivo</p><p>(Dondis, 2007, p. 56).</p><p>A linha representa o objeto estudado de muitas maneiras. A partir de suas formas, pode</p><p>demonstrar a intenção de quem as produz. Ela revela um alto grau de expressão já no delinear,</p><p>assim como em sua materialidade (material sobre superfície).</p><p>As linhas podem ser hesitantes, delicadas, grosseiras, dinâmicas, nervosas, confusas, apenas</p><p>uma pesquisa visual, um exercício, mas, de toda forma, possuem a capacidade de expressar</p><p>modos singulares de ver o mundo. Existe, portanto, uma in�nidade de possibilidades de linhas,</p><p>texturas e traços para se construir o desenho. A seguir, trazemos alguns exemplos de desenhos</p><p>em que foram aplicados diferentes procedimentos de expressão grá�ca.</p><p>Linhas delicadas com sombras e luzes:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Salgueiro (espécie Salix): ramo com folhas, de S. Kawano. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Linhas leves com sombreamentos e esfumaçados:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 7 | Desenho a lápis de criança dormindo, Vanderpoel (1907). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Diversidade de linhas e efeitos:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 8 | Retrato 1, de Ricce (2004). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 9 | Dois Moinhos (1862). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Efeito esfumaçado e texturas:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 10 | Desenho a lápis de jovem mulher, de Vanderpoel (1907). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Hachuras e traço partido:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 11 | Estudo de nu, Michelangelo (1504). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Para que você vivencie algumas formas de se comunicar a partir de linhas, experimentaremos</p><p>determinados procedimentos:</p><p>Traçando ritmos</p><p>1. Escolha duas músicas diferentes, uma muito calma e outra mais agitada e barulhenta.</p><p>2. Em uma folha de papel, experimente desenhar linhas a partir do que escuta na música mais</p><p>calma, parando nos silêncios, percorrendo o papel e segurando o lápis da maneira que</p><p>conseguir expressar o que percebe a partir dessa experiência. Fique atento aos ritmos,</p><p>volumes, batidas, harmonias da música, que deverão ser acompanhados pelo seu traço.</p><p>3. Em seguida, troque a música e desenhe a partir da sensação de ouvi-la. Neste caso, a</p><p>música mais ruidosa deverá oferecer sobreposições, batidas mais pesadas, ritmos mais</p><p>acelerados, que poderão ser descritos em seus traços. É importante salientar que esta</p><p>proposta é uma experiência sobre a linha. Não é necessário que se observe nenhum</p><p>referente, nem que seja elaborado um desenho �gurativo.</p><p>Figura e fundo</p><p>A percepção de �gura e fundo está diretamente relacionada à legibilidade da imagem. Ao</p><p>observarmos uma forma, vemos também sua relação com o espaço em que se insere. Mas a</p><p>nossa capacidade de representar �gura e fundo não foi sempre a mesma. Na história da arte, foi</p><p>só a partir do século XVII que as pinturas passaram a priorizar o efeito de profundidade,</p><p>distinguindo de forma mais elaborada e contundente a �gura do fundo.</p><p>Tais conceitos também estão muito ligados ao campo da psicologia nos estudos da Gestalt que</p><p>considera que a percepção humana das formas ocorre a partir de um conjunto de relações. A</p><p>teoria da Gestalt acredita que a �gura não possui maior importância que o fundo, pois ela só</p><p>existe porque há um fundo que a revele.</p><p>Dependendo da forma como observamos uma �gura, perceberemos imagens diferentes. Na</p><p>Figura 12, por exemplo, existe um triângulo vazado no centro da composição ou os três círculos e</p><p>o triângulo contornado de preto estão cortados?</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 12 | Triângulo Kanizsa. Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Espaço negativo e forma positiva</p><p>O espaço negativo encontra-se em volta do objeto, e a forma positiva é o espaço que preenche o</p><p>objeto. A habilidade de perceber esses elementos na composição auxilia na representação do</p><p>desenho de observação pois, desta maneira, podemos nos concentrar nas formas-espaços com</p><p>mais clareza. Na imagem a seguir, é possível notar a forma positiva e o espaço negativo de uma</p><p>cadeira:</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 13 | Figura e fundo</p><p>No desenho de observação, é comum que voltemos nossa atenção ao objeto em detrimento de</p><p>outros elementos da composição. Dar ênfase à contemplação dos espaços negativos é uma</p><p>estratégia para que não nos prendamos inicialmente aos detalhes do que estamos</p><p>representando, o que pode proporcionar uma relação mais tranquila com o desenhar, além de</p><p>ampliar nosso campo de percepção.</p><p>Tensão entre �gura e fundo</p><p>1. Escolha um objeto para observar.</p><p>2. Localize esse objeto em um fundo neutro (se o objeto for claro, pre�ra fundo escuro, se for</p><p>escuro, busque fundo claro).</p><p>3. Agora, observe os espaços negativos da composição, ou seja, você desenhará o fundo com</p><p>a intervenção do objeto, e não o objeto em si. Sabendo que a forma é considerada positiva</p><p>e o fundo, negativo, seria como se o objeto não estivesse mais presente, deixando sua</p><p>forma estampada na composição.</p><p>Para produzir tais desenhos, utilize uma diversidade de linhas, traçados e texturas. Essas</p><p>propostas necessitam de muita concentração para que não se �rme o olhar no objeto. Lembre-se</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>a todo momento de que o fundo está sendo observado. Basta desenhar o que estiver vendo.</p><p>Agora é hora de praticar!</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Ao nos aprofundarmos no universo do desenho, percebemos que a prática vai além de simples</p><p>traços no papel; ela é uma jornada rica e multifacetada, capaz de capturar a essência do mundo</p><p>que nos cerca. Nossa experiência ao seguir a trajetória de Natália, a ilustradora em busca de</p><p>expressividade, trouxe à tona questões cruciais: a importância da observação atenta, a procura</p><p>por referências variadas e a seleção adequada de materiais e suportes. Agora, retomemos os</p><p>principais pontos discutidos nesta aula e pesquisemos soluções para os desa�os enfrentados</p><p>pela ilustradora.</p><p>Natália percebeu a necessidade de aprimorar a sua capacidade de observação e de abandonar a</p><p>rigidez de seus traços. A resolução para este desa�o está na prática constante. Encoraje-a a</p><p>dedicar um tempo à observação detalhada do mundo ao seu redor. Além disso, incentive-a a</p><p>experimentar técnicas de desenho mais soltas, explorando gestos livres e expressivos.</p><p>A limitação da ilustradora em criar apenas com referências pré-estabelecidas é uma barreira à</p><p>sua expressividade. A solução, aqui, está em expandir suas in�uências. Sugerimos que Natália</p><p>busque inspiração em diferentes formas de arte, culturas diversas e, até mesmo, na sua própria</p><p>imaginação. Isso enriquecerá sua linguagem visual e trará originalidade aos seus desenhos.</p><p>Para superar a di�culdade de adaptar seus traços à proposta do cliente, Natália precisará</p><p>experimentar diferentes materiais e suportes. Recomende a ela que teste lápis de diferentes</p><p>durezas, canetas de variadas espessuras, papéis texturizados e suportes digitais. A versatilidade</p><p>nos materiais abrirá novas possibilidades de expressão.</p><p>Ao enfrentar os desa�os de Natália, percebemos que o desenho é uma prática em constante</p><p>evolução, enraizada na observação, na experimentação e na autenticidade. Convido você, caro</p><p>estudante, a trilhar esse caminho de aprendizado. Ao explorar diferentes técnicas, materiais e</p><p>perspectivas, você não apenas desenvolve suas habilidades, como também descobre uma</p><p>linguagem única e pessoal no universo do desenho. Não tenha medo de errar, pois cada traço é</p><p>uma oportunidade de aprendizado. Deixe sua criatividade �uir e embarque nessa jornada de</p><p>autodescoberta artística. O desenho aguarda a sua expressão única, ansioso para contar a</p><p>história que só você pode narrar.</p><p>Vamos desenhar o futuro juntos!</p><p>Saiba mais</p><p>Para ampliarmos nosso conhecimento a respeito dos conteúdos tratados até aqui, indicamos os</p><p>seguintes materiais:</p><p>Documentário: Desenho: arte e criação</p><p>O documentário Desenho: arte e criação faz parte do acervo do Instituto Arte na Escola e é</p><p>dividido em três partes. A primeira apresenta os desenhos de Di Cavalcanti, mestre</p><p>modernista, presentes no acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Paulo - MAC/USP, comentados pela curadora Helouise Costa. No segundo bloco, Silvio</p><p>Dworecki, em seu estúdio, introduz conceitos do desenho como processo signi�cante de</p><p>toda estrutura das artes visuais. O artista provoca seus alunos em processos expressivos</p><p>que enfatizam a observação atenta e desinibição do traço. A última seção traz a</p><p>construção poética da artista Carla Caffé com seus desenhos da cidade e da presença</p><p>humana no contexto urbano, realizados em suas viagens.</p><p>DESENHO: arte e criação. Produção: Instituto Arte na Escola. 1 DVD (23 min), widescreen,</p><p>color. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2006.</p><p>Livro: Desenho artístico, Unidade 2 - Croquis: técnicas e materiais diversos</p><p>Neste capítulo, você irá estudar técnicas e materiais para a produção de croquis. A palavra</p><p>croqui, do francês croquis, signi�ca esboço. Croquis são, pois, desenhos com bastante</p><p>expressão e pouco re�namento, apesar de alguns serem extremamente detalhados. O</p><p>objetivo é utilizar-se da liberdade do desenho à mão para gerar formas que, futuramente,</p><p>serão desenvolvidas de maneira mais técnica. Croquis são muito úteis para expor</p><p>propostas de conceito para aprovação do cliente, as quais deverão ser, na sequência,</p><p>detalhadas. Nessas situações, são muito importantes em razão de sua característica visual</p><p>e por serem de fácil entendimento para a maioria das pessoas.</p><p>Podcast: HQ Brasil: André Diniz</p><p>O programa Brasil em quadrinhos, uma parceria do Itamaraty com a Bienal de Quadrinhos</p><p>de Curitiba, lança o podcast HQ Brasil – Quadrinhos, Cultura e Educação.</p><p>O Podcast HQ Brasil recebe, neste episódio, o roteirista e ilustrador André Diniz, um dos</p><p>mais prolí�cos autores de quadrinhos brasileiros. Vivendo desde 2016 em Portugal, André</p><p>Diniz tem em sua biogra�a tanto obras em parceria com outros autores, nas quais assina o</p><p>roteiro, quanto HQs nas quais é responsável pela arte e pela história. Para suas obras, o</p><p>autor se inspira tanto em personalidades e tradições da história do Brasil quanto em</p><p>histórias em cenários e contextos mais contemporâneas.</p><p>Referências</p><p>CIDADE, D. M. Desenho de observação: uma re�exão sobre o ensino do desenho na formação do</p><p>arquiteto na era da informatização. Curitiba: Graphica, 2007.</p><p>DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>EDWARDS, B. Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.</p><p>FIGURA e fundo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú</p><p>Cultural, 2017. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/busca?q=�gura+e+fundo.</p><p>Acesso em: 19 jan. 2024.</p><p>MEURER, C. E. de C. Um caderno de guerra de Joan Miró. Tessituras & Criação, São Paulo, n. 1,</p><p>mai. 2011. Disponível em: https://revistas.pucsp.br//index.php/%20tessituras/article/view/5613.</p><p>Acesso em: 19 jan. 2024.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022423/</p><p>https://enciclopedia.itaucultural.org.br/busca?q=figura+e+fundo</p><p>https://revistas.pucsp.br/index.php/%20tessituras/article/view/5613</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>PREMONT, R-M.; PHILIPPI, N. Aprenda a desenhar. Coleção Cultura e tempos livres. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1980.</p><p>Aula 4</p><p>O desenho e suas possibilidades</p><p>O desenho e suas possibilidades</p><p>Este conteúdo é um vídeo!</p><p>Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo</p><p>computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo</p><p>para assistir mesmo sem conexão à internet.</p><p>Olá, estudante! Nesta videoaula, exploraremos o fascinante mundo do desenho enquanto</p><p>expressão poética e ferramenta de pesquisa, e não apenas técnica. Essa concepção será</p><p>essencial para enriquecer sua prática pro�ssional, proporcionando uma abordagem única e</p><p>expressiva. Não perca esta oportunidade de aprimorar suas habilidades e ampliar sua</p><p>compreensão artística. Estamos animados para compartilhar esse conhecimento com você!</p><p>Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.</p><p>Ponto de Partida</p><p>Até aqui, você teve a oportunidade de conhecer diversos materiais e suportes, além de exemplos</p><p>de sua utilização no campo das artes e da ilustração. Nesta aula, você irá colocar em prática o</p><p>que aprendeu a partir de propostas nas quais tais materiais poderão ser empregados. Com base</p><p>nesses exercícios, você iniciará uma re�exão sobre seu processo criativo e sua pesquisa poética.</p><p>Os problemas que a ilustradora Natália encontra em na construção de seu caderno de esboços</p><p>serão, deste modo, abordados mais uma vez. Como sabemos, ela já enfrentou algumas</p><p>di�culdades nessa produção e buscou diversos procedimentos para solucioná-las.</p><p>Depois de uma semana, a ilustradora já havia elaborado seu diário de desenhos que, no universo</p><p>da arte, é chamado de sketchbook. Como tinha mais sete dias de prazo para a produção, ela</p><p>resolveu mostrar uma prévia para o seu cliente. Caso ele não aprovasse o processo, Natália teria</p><p>que criar e vivenciar tudo novamente durante mais alguns dias. O cliente estudou o caderno,</p><p>gostou muito, mas sentiu que ainda não era o que esperava. Os desenhos estavam bons, mas</p><p>faltava mais movimento e �uidez, segundo ele.</p><p>No início, essa observação incomodou profundamente a ilustradora, pois ela achava que já havia</p><p>feito todo o possível para produzir um sketchbook que se comunicasse com o público jovem.</p><p>https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/DESENHO_DE_OBSERVACAO/PPT/u1a4_des_obs_1p.pdf</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Porém, mais tarde, Natália percebeu que talvez pudesse recomeçar o seu trabalho com um outro</p><p>olhar e com uma nova postura de desenho. Ela o reiniciou com as seguintes perguntas: de que</p><p>forma a pesquisa pode tornar mais signi�cativo o ato de desenhar? Será que explorei as variadas</p><p>possibilidades de pensar, fazer e experimentar o desenho?</p><p>Para ajudar Natália em seu processo, nesta seção iremos abordar a pesquisa poética a partir da</p><p>ação de desenhar, experimentando diversas possibilidades práticas e expressivas.</p><p>Vamos produzir?</p><p>Vamos Começar!</p><p>O desenho de observação, imaginação e memória</p><p>O desenho de observação não representa somente o objeto visto, mas também as relações entre</p><p>o produtor da imagem e o que ele está representando. Trata-se de um processo físico e</p><p>intelectual, no qual a imaginação e a memória são elementos igualmente decisivos. Para</p><p>compreender melhor essas três dimensões da criação imagética (observação, imaginação e</p><p>memória), iremos tratá-las de maneira especí�ca, assim como de forma interseccionada.</p><p>Nesta seção, o desenho será vivenciado em propostas visuais que serão fundamentais para uma</p><p>pesquisa poética mais aprofundada. Exercitar diferentes maneiras de desenhar nos oferece</p><p>meios para que excedamos os caminhos mais convencionais da linguagem. Isso não quer dizer</p><p>que, desta forma, estamos negando métodos tradicionais, mas sim que desejamos ampliar as</p><p>possibilidades de desenvolvimento do desenho.</p><p>É muito comum que a concepção de “desenho bem-sucedido” esteja ligada à beleza, habilidade e</p><p>semelhança com a realidade. Ainda que não descartemos essa concepção, é importante levar o</p><p>desenho para outras dimensões de aprendizagem. Por esse motivo, trabalhar com as</p><p>subjetividades e sem pré-julgamentos pode proporcionar a liberdade da escolha do traço, da</p><p>composição, das cores, dos temas e cooperar para um avanço mais global no conhecimento da</p><p>linguagem e das experiências criativas.</p><p>O desenho de observação não deve ser discutido somente pelo aspecto grá�co, pelo uso de</p><p>matérias e suportes ou mesmo pela qualidade técnica, mas também como fonte de re�exão</p><p>sobre o mundo e sobre as experiências singulares.</p><p>Cada pro�ssão exige relações diferentes com o desenho. Por exemplo, um arquiteto certamente</p><p>não necessita se relacionar com o desenho da mesma maneira que um artista visual ou um</p><p>designer de moda. No entanto, passar por etapas de construções subjetivas é importante no</p><p>processo de pesquisa sobre a linguagem, seja qual for a sua aplicação.</p><p>Observemos o caso dos arquitetos, para quem o desenho pode transitar por caminhos que,</p><p>embora diferentes, se conectam e se completam. Geralmente, o pro�ssional inicia sua ideia com</p><p>um desenho mais livre, chamado de croqui, que introduz um conceito de forma mais espontânea,</p><p>com materiais mais expressivos, como bico de pena, pastéis e giz de cera. Essa espécie de</p><p>esboço pode ter a função de projeto, ensaio, registro, e é fundamental para a elaboração do</p><p>produto �nal. No entanto, depois do croqui, é necessário elaborar uma proposta mais didática,</p><p>com a função de exibir os detalhes e sistematizar os conteúdos da ideia. O croqui, na arquitetura,</p><p>é a linguagem que investiga a relação entre o sujeito e o espaço e extrapola a função do desenho</p><p>apenas como técnica.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Para a arquiteta Daniela Mendes Cidade (2007), o papel do esboço na arquitetura tem a função</p><p>de desprender seu produtor de ideias preconcebidas:</p><p>Valorizar as referências e as necessidades individuais, os sonhos, as ideias, os desejos, as</p><p>fantasias, a intuição e o conhecimento anterior de cada sujeito, assim como saber aprender com</p><p>o erro, compreender com o incerto e inesperado, são aspectos importantes [...] (Cidade, 2007, p.</p><p>6).</p><p>A presença do croqui na elaboração de um projeto pode proporcionar experiências sobre a</p><p>relação subjetiva do arquiteto com o espaço, o que certamente irá enriquecer o seu processo de</p><p>criação.</p><p>Figura 1 | Croquis, de Gabriel de Andrade (2005). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>Já no desenho de moda, a produção de croquis é a primeira fase da criação de um produto. Esse</p><p>desenho mais livre e �uido é uma espécie de mapa que irá guiar toda a produção da peça de</p><p>vestuário.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>No croqui, a roupa é representada com dobras, amassados, texturas e caimento no corpo de um</p><p>modelo o mais próximo do real possível. É uma espécie de desenho conceitual com alto grau de</p><p>subjetividade que irá de�nir a atmosfera que o designer de moda deseja para a sua composição.</p><p>Para produzir croquis, é essencial que se tenha o domínio da representação do corpo humano e</p><p>do caimento de tecidos, assim como de estudos de formas, volumes e movimentos. Na indústria</p><p>do vestuário, é comum que a coleção seja primeiramente apresentada por croquis e, em seguida,</p><p>transformada em desenho técnico.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 2 | Desenho técnico de moda. Fonte: Pexels.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>O desenho técnico é mais plani�cado e representa a peça de roupa a partir de traçados mais</p><p>precisos, os quais seguirão uma espécie de legenda. Esse desenho mais legível geralmente é</p><p>produzido antes da modelagem, e acompanha as etapas de produção da peça, pois nelas há</p><p>informações que servirão de base para a confecção da roupa.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 3 | Desenho técnico de moda. Fonte: Pexels.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Algumas estratégias são válidas quando estamos produzindo um desenho de observação. A</p><p>primeira, é claro, se refere a observar, de maneira atenta,</p><p>o objeto de estudo, estabelecendo</p><p>relações entre as partes da composição. Para que o desenho se assemelhe ao modelo</p><p>observado, é necessário respeitar suas proporções.</p><p>A utilização de um lápis como referência é um caminho interessante para medi-lo, mas também é</p><p>muito útil para auxiliar na percepção de ângulos. Tal medição possibilita ampliar ou reduzir as</p><p>dimensões do objeto observado, conservando sua proporção.</p><p>Para exercitar a medição de um objeto utilizando um lápis, é necessário seguir os seguintes</p><p>passos:</p><p>Figura 4 | Como fazer medições. Fonte: Premont e Philippi (1980, p. 40).</p><p>Observe, com atenção, o objeto a ser representado:</p><p>•    Segure o lápis com a ponta dos dedos e em posição vertical.</p><p>•    Com os braços esticados, aponte para o objeto com um dos olhos fechados.</p><p>•    Inicie a medição com a movimentação do dedo polegar no lápis.</p><p>•    Movimente o lápis, conforme o seu objetivo de medição. Por exemplo, para medir a altura, o</p><p>lápis estará na vertical; para medir a largura, estará na horizontal.</p><p>•    Ao desenhar, não utilize a medida exata, pois ela deve ser proporcionada.</p><p>•    Se o objeto observado possui a medida de aproximadamente 2 cm, você deve estabelecer</p><p>uma proporção compatível com o objeto, por exemplo 1:3, ou seja, se a medida for de 2 cm, em</p><p>seu desenho, ela terá 6 cm.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Na sequência, sugerimos algumas imersões no desenho de observação. Lembre-se de que são</p><p>exercícios que não estão ligados a uma representação realista, mas a uma investigação visual</p><p>sobre o objeto de estudo.</p><p>Proposta 1 – Olhar fragmentado</p><p>1. Com um espelho pequeno em mãos, posicione o objeto em frente ao seu rosto de modo</p><p>que possa vê-lo, bem como o espaço atrás de você.</p><p>2. Olhando para o espelho, inicie um movimento com o objeto a �m de explorar o espaço.</p><p>3. Aponte o espelho para o teto, os cantos e os detalhes da composição espacial onde você</p><p>se encontra.</p><p>4. Fixe em uma composição.</p><p>5. Desenhe o que você observa no espelho, da maneira mais detalhada possível.</p><p>Proposta 2 – Acúmulo</p><p>1. Construa uma composição com algumas cadeiras empilhadas de forma desordenada.</p><p>2. Observe atentamente a imagem e desenhe-a.</p><p>3. Repita a operação algumas vezes, mas em diferentes pontos de observação.</p><p>Siga em Frente...</p><p>Imaginação</p><p>Quando falamos em desenho de imaginação, nos referimos ao poder de produzir imagens</p><p>mentais, mesmo que uma referência não esteja presente no momento da produção.</p><p>A imaginação é um conceito muito explorado pela psicologia, �loso�a, psicanálise e</p><p>antropologia, e é elemento essencial quando tratamos de criação, principalmente a artística.</p><p>Desde os primórdios, a imaginação é a principal ferramenta do conhecimento. Tudo o que</p><p>imaginamos está conectado com nossas experiências e memórias, porém a imaginação pode</p><p>extrapolar qualquer limite, criando ambientes, personagens e ações completamente hipotéticos e</p><p>absurdos. Ao tratarmos de desenho de imaginação, estamos falando de criações que evocam o</p><p>surpreendente e ressigni�cam memórias e experiências.</p><p>O artista espanhol Joan Miró (1893-1983), integrante do movimento surrealista, produzia seus</p><p>trabalhos com base em questões da psicanálise. Dedicando sua carreira inicialmente a pinturas</p><p>�gurativas, o artista passou, após a década de 1920, a produzir trabalhos de característica</p><p>abstrata.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 5 | Campo de cultivo, de Joan Miró (1923). Fonte: WikiArt.</p><p>Com essa produção, Miró persegue um universo simbólico muito particular. O seu processo</p><p>criativo consiste em total liberdade com relação a formas, cores, materiais e temas. O artista não</p><p>possui nenhuma amarra com o real e está inteiramente ligado ao entendimento de seu próprio</p><p>processo artístico. Nas re�exões retiradas de um de seus cadernos de esboços, podemos ter</p><p>uma ideia de tais mecanismos de produção:</p><p>Se me vierem a faltar materiais para trabalhar, ir à praia e fazer gra�smos sobre a areia com um</p><p>caniço, desenhar urinando sobre a terra seca, desenhar no espaço vazio, o grá�co do canto dos</p><p>pássaros, o barulho da água e do vento e de uma roda de carroça e o canto dos insetos, que tudo</p><p>isso seja em seguida levado pelo vento, pela água, mas ter a convicção de que todas estas puras</p><p>realizações do meu espírito terão por magia e por milagre uma repercussão do meu espírito nos</p><p>outros homens (Miró, 1942 apud Meurer, 2011, p. 25).</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Figura 6 | Mural para o Museu de Ludwygshafen, de Joan Miró, Alemanha (1979). Fonte: Wikimedia Commons.</p><p>As propostas que se seguem enfatizarão a criação a partir da imaginação. Portanto, quanto</p><p>menos se buscar uma coerência, mais perto da proposta você irá chegar.</p><p>Proposta 3 – Desenhar o sonho</p><p>1. Durante uma semana, anote seus sonhos assim que acordar, ou anote sonhos recorrentes</p><p>em sua vida.</p><p>2. Tente representar esses sonhos em desenhos. Lembre-se de que esses desenhos não</p><p>precisam de uma coerência. A�nal, a criação corresponde à imaginação. Pense nos</p><p>símbolos e imagens absurdos e fantásticos que os sonhos proporcionam e misture essas</p><p>ideias na produção.</p><p>Proposta 4 – Criação de símbolos</p><p>1. Faça uma pesquisa de sons em um ambiente urbano durante alguns minutos.</p><p>2. Tente representar esses sons a partir de desenhos abstratos, com linhas, cores, texturas e</p><p>formas orgânicas.</p><p>Memória</p><p>O desenho de memória diz respeito à representação grá�ca de imagens observadas</p><p>anteriormente. Conservar uma imagem na memória e resgatá-la para representação posterior é</p><p>um exercício inteiramente dependente da observação atenta. Ou seja, quanto mais a habilidade</p><p>de observar estiver desenvolvida, mais elementos teremos para relembrar na produção do</p><p>desenho. Isso não quer dizer que a memória não seja in�uenciada pela �cção, imaginação e</p><p>fantasia. Como já vimos nesta seção, esses elementos estão sempre interligados em maior ou</p><p>menor grau, sendo impossível separá-los. É muito comum, quando narramos uma história, que</p><p>ela esteja permeada por fatos, assim como por pedaços de imaginação e recordações. A mesma</p><p>história pode se tornar diferente a cada dia, a não ser que a decoremos minuciosamente.</p><p>As propostas a seguir dizem respeito à criação visual a partir de imagens mentais, histórias,</p><p>sentimentos e percepções que se encontram guardados em nossas memórias.</p><p>Disciplina</p><p>DESENHO DE OBSERVAÇÃO</p><p>Proposta 5 – Retrato</p><p>1. Observe um colega de sala durante cinco minutos.</p><p>2. Esteja atento a todos os detalhes do rosto, como formato da cabeça, distância entre os</p><p>olhos, comprimento e largura do nariz, formato da sobrancelha, tamanho da boca, volume</p><p>das bochechas e do maxilar. Guarde na memória todos os detalhes.</p><p>3. Sem olhar para o modelo, represente esse retrato em uma folha de papel, utilizando carvão</p><p>para desenho.</p><p>Proposta 6 – Um objeto na memória/desenho cego</p><p>1. Escolha um objeto para representar.</p><p>2. Observe-o atentamente durante alguns minutos.</p><p>3. Desenhe esse objeto sem olhar para o papel. Repita a prática por pelo menos três vezes.</p><p>Proposta 7 – Misturar memórias</p><p>1. Escolha três imagens fotográ�cas.</p><p>2. Observe atentamente cada uma delas durante um minuto.</p><p>3. Sem olhar para as imagens, faça um desenho, misturando as três referências.</p><p>Vimos, nesta aula, que há uma in�nidade de maneiras de se aproximar da linguagem do desenho.</p><p>Para vivenciá-lo de uma maneira mais ampla, é necessário que estejamos abertos para explorar</p><p>diferentes dimensões da prática.</p><p>Mergulhar nas subjetividades da mesma maneira como nos ancorarmos nas técnicas e</p><p>procedimentos são formas de experimentarmos o desenho, mas, sobretudo, é importante que</p><p>estejamos atentos ao nosso processo de desenvolvimento tanto da prática quanto do território</p><p>da poética.</p><p>Desenhar é um desa�o, mesmo para aqueles que dominam a técnica, pois é um eterno duelo</p><p>entre a tradição e a inovação. É a relação entre as expectativas e as experiências reais.</p><p>Agora, é a hora de começar a experimentar os exercícios aqui propostos!</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Depois de ter a prévia de seu caderno de esboços recusada por seu cliente, Natália resolveu</p><p>pesquisar outras maneiras</p>

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