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<p>Melhoramento genético animal</p><p>Prof.ª Marina Jorge de Lemos</p><p>Descrição</p><p>A compreensão do melhoramento genético em animais de produção e</p><p>de companhia.</p><p>Propósito</p><p>Compreender o melhoramento genético animal, seus métodos e as</p><p>metodologias, é importante para o profissional médico-veterinário, pois</p><p>auxiliará na sua atuação tanto em sala de aula quanto no campo, com</p><p>relevância no aumento da produtividade animal, entre outros.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Melhoramento genético de ruminantes</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em ruminantes.</p><p>Módulo 2</p><p>Melhoramento genético de aves e suínos</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em aves e suínos.</p><p>Módulo 3</p><p>Melhoramento genético de peixes</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em peixes.</p><p>Módulo 4</p><p>Melhoramento genético de animais de</p><p>companhia</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em animais de companhia.</p><p>Introdução</p><p>O conhecimento sobre a importância e aplicação do</p><p>melhoramento genético animal, assim como a compreensão dos</p><p>caracteres desejados de diferentes espécies, é um aspecto</p><p>importante para diversas áreas de estudo, como produção de</p><p>ruminantes, de aves e suínos, de peixes e criação de animais de</p><p>companhia.</p><p></p><p>Por meio do melhoramento genético é possível reduzir a</p><p>incidência de doenças genéticas, aumentar a rusticidade e</p><p>resistência a doenças, além de aumentar a produtividade animal,</p><p>por exemplo, a fim de atender ao mercado extremamente</p><p>competitivo no Brasil.</p><p>Neste conteúdo, entenderemos os métodos e as técnicas do</p><p>melhoramento genético de animais de produção, como</p><p>ruminantes, suínos, aves e peixes. Por fim, veremos as</p><p>metodologias utilizadas em animais de companhia, como cães e</p><p>gatos.</p><p>1 - Melhoramento genético de ruminantes</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em ruminantes.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de ruminantes</p><p>É um grande desafio para os produtores de ruminantes estabelecerem</p><p>seus sistemas de produção no Brasil, um país reconhecido por sua</p><p>grande dimensão territorial e ampla variedade climática e de manejo nos</p><p>rebanhos comerciais.</p><p>Atenção!</p><p>Entre os ruminantes de importância econômica podemos citar os</p><p>bovinos, tanto de corte quanto de leite. No ramo de produção de carne, o</p><p>Brasil ocupa lugar de destaque como um dos maiores produtores e</p><p>exportadores do mundo.</p><p>A bovinocultura brasileira teve seu início na colonização, com a</p><p>introdução de espécimes da Península Ibérica. Esses animais,</p><p>inicialmente, eram utilizados para trabalho, devido à sua força, e</p><p>também para transporte, principalmente de madeira. Os bovinos foram</p><p>importantes na exploração do país, pois foi com esses animais que</p><p>expandimos as fronteiras.</p><p>Os animais de origem europeia tiveram, portanto, papel</p><p>fundamental para sobrevivência e consolidação do</p><p>Brasil Colônia. Porém, com o passar do tempo,</p><p>observou-se que o clima tropical exerceu efeito</p><p>negativo sobre os animais, com consequente redução</p><p>do seu desempenho.</p><p>As raças europeias, como Holandesa e Jersey, para leite, e Angus e</p><p>Hereford, para corte, quando em condições de criação semelhantes às</p><p>de países de clima temperado, ambientes aos quais elas estão</p><p>adaptadas, são capazes de expressar seu máximo potencial de</p><p>produção. Veja as raças:</p><p>Raça Holandesa.</p><p>Raça Jersey.</p><p>Raça Angus.</p><p>Raça Hereford.</p><p>Observe a seguir a evolução histórica da demanda por animais</p><p>produtivos nos séculos XIX e XX:</p><p> Final do século XIX e início do XX</p><p>Entre o final do século XIX e o início do século XX,</p><p>observou-se uma crescente demanda por animais</p><p>mais produtivos, o que fez com que as raças</p><p>zebuínas fossem introduzidas no Brasil. As raças</p><p>zebuínas são consideradas as responsáveis pela</p><p>primeira grande revolução na pecuária do país,</p><p>tanto de corte quanto de leite. Ao realizar o</p><p>cruzamento entre as raças zebuínas e europeias, foi</p><p>observado resultado satisfatório de produção,</p><p>provocando uma grande expectativa em relação às</p><p>raças zebuínas, animais que cresceram em número</p><p>e se espalharam pelo Brasil e por vários outros</p><p>países da América do Sul.</p><p>Nesse período, no Brasil, teve início a criação</p><p>orientada para produção comercial, com grandes</p><p>importações de gado oriundo da Índia. O</p><p>melhoramento observado na época era voltado para</p><p>realização de uma seleção sem embasamento</p><p>científico, objetivando principalmente a fixação de</p><p>í i i i li d à f b l</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de ruminantes</p><p>De um modo geral, os fenótipos ou características dos animais podem</p><p>ser classificadas como quantitativas e qualitativas.</p><p>Fenótipos</p><p>Fenótipo é a expressão dos genes e resulta em características</p><p>morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, entre outras, num organismo.</p><p> </p><p>características animais ligadas à forma e beleza</p><p>racial, sem focar características produtivas. Essa</p><p>fase foi importante para permitir a padronização</p><p>racial, resultando no estabelecimento de várias</p><p>raças de origem indiana (EUCLIDES FILHO, 1999).</p><p> Metade do século XX</p><p>Na metade do século XX, o Brasil já possuía um dos</p><p>maiores rebanhos bovinos do mundo, mas o país</p><p>precisava importar alimento para atender a</p><p>demanda nacional, devido à baixa produtividade e</p><p>qualidade.</p><p>Nesse sentido, os programas com embasamento</p><p>científico surgiram para atender a uma nova</p><p>demanda de produção animal, com foco no</p><p>alimento gerado por esses animais. Era uma</p><p>demanda crescente de uma população cada vez</p><p>mais consciente de suas exigências.</p><p>Características</p><p>qualitativas</p><p>Podem ser definidas</p><p>como características</p><p>que não conseguimos</p><p>mensurar</p><p>numericamente, mas as</p><p>quais podemos</p><p>classificar. Dentro das</p><p>características</p><p>qualitativas,</p><p>observamos também,</p><p>de maneira geral,</p><p>poucos genes</p><p>envolvidos na sua</p><p>expressão, além de</p><p>pouco ou nenhum efeito</p><p>ambiental sobre ela.</p><p>São características</p><p>qualitativas: ausência e</p><p>presença de chifres, cor</p><p>de pelagem, formato do</p><p>chanfro e de pescoço,</p><p>entre outras.</p><p>Características</p><p>quantitativas</p><p>São aquelas que podem</p><p>ser mensuradas</p><p>numericamente, como a</p><p>produção de leite, por</p><p>exemplo, que possui</p><p>uma unidade de medida</p><p>em litros ou quilos. De</p><p>modo geral, as</p><p>características</p><p>quantitativas são</p><p>influenciadas por vários</p><p>genes em vários loci e</p><p>possuem grande</p><p>influência do ambiente.</p><p>Outros exemplos, além</p><p>da produção de leite,</p><p>são todas as</p><p>características</p><p>métricas, como</p><p>medidas corporais,</p><p>peso etc.</p><p>Dentro da bovinocultura de corte, o foco principal dos programas de</p><p>melhoramento genético está nas características quantitativas ligadas ao</p><p>peso animal e ganho de peso diário, à precocidade para atingir</p><p>determinado peso, ao rendimento de carcaça e à qualidade da carne,</p><p>com atributos como maciez e porcentagem de gordura na carne.</p><p>Em relação à bovinocultura de leite, as principais características que</p><p>possuem grande impacto econômico e representam a base dos</p><p>principais programas de melhoramento são produção de leite por ciclo</p><p>produtivo, intervalo entre partos, precocidade para atingir maturidade</p><p>sexual, longevidade produtiva e características relacionadas à qualidade</p><p>do leite, como porcentagens de gordura, lactose, proteína e sólidos</p><p>totais.</p><p>Como a criação de bovinos no Brasil, tanto de corte</p><p>quanto de leite, possui predominância no sistema</p><p>extensivo, os animais são criados com pouco ou</p><p>nenhum controle do ambiente.</p><p></p><p>Nesse sistema, os animais são criados sem tecnologia associada e as</p><p>características quantitativas, mais afetadas pelo ambiente, podem ser</p><p>influenciadas. Os animais taurinos e zebuínos, utilizados na</p><p>bovinocultura brasileira, respondem de forma diferente a esse sistema,</p><p>principalmente devido à sua genética. Confira!</p><p>Gado taurino</p><p>Pertencente à subespécie Bos taurus taurus, é típico de região</p><p>temperada com estações climáticas bem definidas. Evoluiu</p><p>naturalmente em condições de abundância hídrica e alimentar,</p><p>na ausência</p><p>de contato com parasitas e doenças típicos da</p><p>região tropical.</p><p>Esse gado – mesmo possuindo ótimo potencial genético</p><p>produtivo, com altos índices de ganho de peso, precocidade,</p><p>rendimento de carcaça, produção e qualidade do leite e</p><p>qualidade da carne – quando criado a campo, possui sua</p><p>produção afetada, pois não apresenta rusticidade, nem</p><p>resistência a parasitas e doenças típicos de clima tropical.</p><p>Gado Zebu</p><p>Pertencente à subespécie Bos taurus indicus, é típico de região</p><p>tropical com estações bem definidas e grande variedade</p><p>climática. Evoluiu em condições totalmente contrastantes com</p><p>aquelas do gado europeu, contando com escassez alimentar e</p><p>hídrica, em ambientes com alto desafio sanitário, em contato</p><p>com parasitas e doenças tropicais.</p><p>Esse gado possui características como resistência e</p><p>rusticidade, adapta-se bem às diferentes condições climáticas,</p><p>alimentares, de topografia etc. Quando comparamos as raças</p><p>zebuínas com as europeias, as primeiras não são tão</p><p>produtivas quanto as segundas, contudo, adaptam-se bem às</p><p>nossas condições climáticas.</p><p>Veja as raças zebuínas Nelore, Guzerá e Gir:</p><p>Raça Nelore.</p><p>Raça Guzerá.</p><p>Raça Gir.</p><p>O desejado, portanto, são a rusticidade e a resistência do gado Zebu e</p><p>as características ligadas à maior produção do gado europeu. Com esse</p><p>pensamento, os principais programas de melhoramento genético</p><p>surgiram.</p><p>Métodos e técnicas no melhoramento</p><p>de ruminantes</p><p>Duas são as ferramentas utilizadas para se promover o melhoramento</p><p>genético animal: a seleção artificial e o acasalamento:</p><p>Seleção arti�cial</p><p>É o processo de escolha que indica quais animais de uma geração se</p><p>tornarão pais da próxima geração, ou seja, podemos entender seleção</p><p>como a escolha dos melhores animais de uma geração que serão pais</p><p>da geração subsequente.</p><p>Acasalamento</p><p>Termo bastante amplo que para os animais domésticos, com finalidade</p><p>comercial, é de suma importância quando resulta em concepção,</p><p>gestação e nascimento de filhos. Dessa maneira, o acasalamento é um</p><p>elemento complementar essencial no processo de seleção (EUCLIDES</p><p>FILHO, 2009).</p><p>Seleção arti�cial</p><p>A seleção tem como objetivo a melhoria e/ou fixação de alguma</p><p>característica de importância, o que significa que possui a finalidade de</p><p>aumentar a frequência de genes favoráveis na população. A seleção</p><p>envolve a escolha dos animais com melhores genótipos por meio dos</p><p>melhores fenótipos.</p><p>Para isso, a variação das diferentes características na população é</p><p>fundamental, pois se não houvesse variação não seria possível</p><p>selecionar (todos os animais seriam iguais), nem obter ganhos</p><p>genéticos.</p><p>É importante ressaltar que a seleção, mesmo</p><p>possibilitando a mudança da frequência gênica da</p><p>população, com aumentos dos genes favoráveis, não</p><p>permite a criação de novos genes.</p><p>Existem diferentes tipos de técnicas de seleção nos programas de</p><p>ruminantes, como a seleção baseada em pedigrees, na aparência visual,</p><p>em resultados de testes de desempenho e em valores genéticos (DEPs</p><p>– diferenças esperadas na progênie). Veja!</p><p>A seleção baseada em informações de pedigree pode ser</p><p>utilizada quando necessitamos obter maior segurança na</p><p>informação animal ou quando o animal é muito jovem, além das</p><p>situações em que as características que desejamos melhorar</p><p>são limitadas pelo sexo ou quando não podem ser medidas</p><p>diretamente no animal.</p><p>O pedigree não deve ser ignorado pelos selecionadores, pois é</p><p>por meio dele que se evita a prática de endogamia nos</p><p>acasalamentos e, por conseguinte, o aumento da</p><p>consanguinidade do rebanho. Já está comprovado que o</p><p>Pedigree </p><p>aumento da consanguinidade tem efeito negativo na</p><p>produtividade do rebanho.</p><p>Quando nos baseamos na aparência visual para a seleção, a</p><p>população animal é dividida em grupos de acordo com sua</p><p>finalidade, como padrões raciais e padrões para exposições, que</p><p>normalmente não estão relacionadas com produtividade e</p><p>funcionalidade. Os padrões raciais são extremamente relevantes,</p><p>com intuito de diferenciar os valores genéticos dos animais, já os</p><p>padrões voltados para as exposições apresentam pouco valor</p><p>genético.</p><p>A seleção baseada em resultados de teste de desempenho está</p><p>relacionada diretamente à avaliação animal para determinadas</p><p>características produtivas, como ganho de peso, por exemplo.</p><p>Para que ocorra a correta medição de desempenho é formado o</p><p>que chamamos grupo de animais contemporâneos, que inclui</p><p>animais de idade semelhante e submetidos a um mesmo</p><p>manejo; dessa maneira, há maior facilidade na coleta de dados</p><p>com menor erro, e há garantia de menor interferência do</p><p>ambiente sobre os diferentes animais.</p><p>Na seleção baseada em valores genéticos, os dados de</p><p>desempenho coletados dos animais são utilizados para</p><p>determinar os seus valores genéticos, ou seja, as diferenças</p><p>esperadas na progênie (DEPs), que nada mais são que a metade</p><p>do valor genético dos animais. Essa metade corresponde à</p><p>parcela que cada animal contribui na carga genética do seu</p><p>descendente.</p><p>Vamos entender melhor as DEPs!</p><p>Aparência visual </p><p>Resultados de testes de desempenho </p><p>Valores genéticos </p><p>DEP é a previsão da diferença esperada entre a performance média da</p><p>futura progênie de um indivíduo e a performance de um animal</p><p>referência teórico com DEP de valor zero. Por exemplo, para um touro A</p><p>que possui DEP de +1,5kg para peso ao nascimento, espera-se que sua</p><p>progênie seja em média 1,5kg mais pesada que a progênie do touro</p><p>referência com DEP assumida para peso ao nascimento igual a zero.</p><p>Podemos esperar que o touro A produza bezerros 2,5kg mais leves que</p><p>um touro com DEP +4,0 (4,0 – 1,5 = 2,5).</p><p>As DEPs são designadas com a finalidade de comparar os animais e</p><p>são calculadas por meio da utilização de procedimentos estatísticos</p><p>correspondentes a uma categorial geral chamada Best linear unbiased</p><p>prediction (BLUP) ou, em português, melhor previsão linear não viesada.</p><p>Entenda:</p><p>Análise e vantagens das</p><p>DEPs</p><p>Essas análises</p><p>adequam os valores das</p><p>informações</p><p>disponíveis sobre um</p><p>indivíduo e seus</p><p>parentes, utilizados nas</p><p>análises. O uso das</p><p>DEPs tem como</p><p>vantagem em relação a</p><p>outras análises para</p><p>seleção, como o teste</p><p>de desempenho, a</p><p>possibilidade de</p><p>comparar indivíduos</p><p>entre rebanhos</p><p>diferentes.</p><p>Comparação e teste de</p><p>desempenho</p><p>Essa comparação só é</p><p>possível porque para os</p><p>cálculos das DEPs são</p><p>utilizadas informações</p><p>disponíveis dos</p><p>animais, tanto de</p><p>pedigree quanto da</p><p>performance individual</p><p>e das progênies. Já o</p><p>teste de desempenho</p><p>se baseia apenas nos</p><p>resultados individuais</p><p>dos animais.</p><p>Portanto, as DEPs são as melhores previsões que podem ser feitas</p><p>sobre mérito genético dos indivíduos e é baseado nelas que os</p><p>criadores podem definir os objetivos de seleção de seus rebanhos.</p><p>Acasalamento</p><p>Os diferentes tipos de acasalamento também são muito importantes</p><p>nos programas de melhoramento de ruminantes, entre eles podemos</p><p>citar a exogamia e a endogamia.</p><p></p><p>Exogamia</p><p>A exogamia ou cruzamento é o acasalamento que ocorre entre animais</p><p>de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura. Os produtos do</p><p>cruzamento são denominados de mestiços, já o acasalamento entre</p><p>mestiços é denominado de mestiçagem.</p><p>Um dos efeitos da exogamia é o aumento da heterozigose, permitindo a</p><p>inibição de manifestação de genes recessivos que geralmente tem</p><p>efeito deletério. Entenda seus objetivos a seguir:</p><p>Entre os cruzamentos utilizados na bovinocultura podemos citar o</p><p>cruzamento contínuo ou absorvente, que utiliza duas raças diferentes,</p><p>no qual a raça “que se deseja apurar” absorve a outra raça utilizada, pelo</p><p>uso contínuo de reprodutores, gerando os animais puros por cruza (PC).</p><p>Como exemplo, podemos citar o cruzamento entre as raças Simental e</p><p>Nelore. Veja!</p><p>Exemplo</p><p>Simental X Nelore</p><p>F1 – ½ Simental ½ Nelore x Simental</p><p>F2 – ¾ Simental ¼ Nelore x Simental</p><p> Benefícios da heterose</p><p>Explorar os benefícios da heterose ou vigor híbrido,</p><p>que é um fenômeno genético no qual os filhos</p><p>possuem média superior que a média de seus pais</p><p>para diferentes características</p><p>produtivas.</p><p> Reunião de características das raças</p><p>Permitir que as raças se complementem, ou seja,</p><p>reunir em um animal características desejáveis de</p><p>duas ou mais raças, como adaptação, resistência a</p><p>parasitas e habilidade materna do gado Zebu com a</p><p>precocidade, potencial de ganho de peso e carcaça</p><p>de melhor qualidade do gado europeu.</p><p>F3 – ⅞ Simental ⅛ Nelore x Simental</p><p>F4 – ¹⁵⁄₁₆ Simental ¹⁄₁₆ Nelore x Simental</p><p>F5 – ³¹⁄₃₂ Simental ¹⁄₃₂ Nelore = Puro por cruza (PC)</p><p>Confira exemplares das raças Simental e Nelore:</p><p>Raça Simental.</p><p>Raça Nelore.</p><p>O objetivo do cruzamento contínuo ou absorvente é produzir animal</p><p>puro e adaptado, que atualmente não é muito usado em gado de corte</p><p>devido ao tempo e custo ligado à geração dos puros por cruza. Porém,</p><p>no passado, quando havia um foco maior no padrão racial, esse</p><p>cruzamento atendia o objetivo.</p><p>Existe também o cruzamento rotacional entre duas ou três raças, que</p><p>ocorre ao alterná-las entre as gerações, e é ideal para criadores que</p><p>desejam usar as fêmeas produtos do cruzamento para reprodução,</p><p>aproveitando o seu potencial reprodutivo. Entenda a seguir como</p><p>funciona cada sistema de cruza:</p><p>Criss-cross</p><p>O cruzamento que utiliza duas raças é chamado de criss-cross, e nesse</p><p>sistema duas raças são acasaladas e as fêmeas mestiças geradas são</p><p>mantidas para acasalar com uma das raças parentais.</p><p>Tri-cross</p><p>O cruzamento que utiliza três raças é chamado de tri-cross, no qual duas</p><p>raças puras acasalam e as fêmeas mestiças geradas são mantidas para</p><p>acasalar com uma terceira raça.</p><p>Os animais F2, tanto criss-cross quanto tri-cross, são muito valorizados</p><p>no mercado nacional, devido ao potencial produtivo dos bovinos.</p><p>Outro cruzamento bastante utilizado na bovinocultura é o cruzamento</p><p>industrial ou de terminação, que utiliza duas raças puras, geralmente</p><p>uma zebuína e uma europeia, que são acasaladas e toda a</p><p>descendência (F1) é utilizada para produção, seja para carne ou para</p><p>leite.</p><p>Dentro da bovinocultura, várias raças puras sintéticas</p><p>foram desenvolvidas. No Brasil, podemos citar uma de</p><p>grande potencial econômico dominante do mercado</p><p>leiteiro, que é a raça Girolando.</p><p>A raça Girolando é fruto do acasalamento da raça pura de origem</p><p>zebuína Gir leiteira com a pura de origem europeia Holandesa; são</p><p>várias gerações de acasalamento até chegar na raça pura sintética, que</p><p>possui constituição genética com 5/8 Holandês e 3/8 Gir, e apresenta</p><p>produção elevada, precocidade, longevidade na produção, além da</p><p>rusticidade, mansidão e resistência.</p><p>Vacas Girolando se alimentando.</p><p>Endogamia</p><p>Diferentemente da exogamia, a endogamia é um acasalamento que</p><p>ocorre entre animais parentes, gerando os animais consanguíneos. A</p><p>endogamia já foi bastante utilizada no passado, devido ao apreço pela</p><p>raça pura e manutenção do padrão racial. Esse tipo de acasalamento</p><p>possui como vantagem o aumento da prepotência, que é a capacidade</p><p>do animal gerar filhos muito parecidos com ele, devido à consequência</p><p>direta da consanguinidade que é o aumento da homozigose.</p><p>De um modo geral, a endogamia precisa ser controlada, pois quando o</p><p>rebanho possui altos níveis de consanguinidade, apresenta baixa</p><p>heterose ou vigor híbrido, podendo propiciar o surgimento de anomalias</p><p>e doenças. Entre as principais causas da endogamia nos rebanhos</p><p>comerciais podemos citar o uso de tecnologias como a inseminação</p><p>artificial, fazendo com que os rebanhos fiquem cada vez menores, o que</p><p>acaba propiciando o aproveitamento de reprodutores, inclusive com</p><p>seus descendentes.</p><p>Saiba mais</p><p>Após as bases científicas mostrarem a superioridade da exogamia e do</p><p>mestiço gerado, a endogamia é extremamente controlada na</p><p>bovinocultura e na produção de outros ruminantes. Ela é utilizada na</p><p>bovinocultura para manter padrão racial e fixar características.</p><p>Potencial produtivo da raça pura</p><p>sintética Girolando</p><p></p><p>Veja as diversas características ligadas ao gado Girolando no setor</p><p>leiteiro brasileiro.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Um dos principais desafios indicados por pesquisadores com</p><p>relação ao melhoramento genético na espécie bovina tem sido a</p><p>avaliação genética dos animais. Afinal, é baseando-se nesse valor</p><p>que teremos o ganho genético atingido nas gerações futuras. A</p><p>partir desse contexto, julgue os itens a seguir e marque a alternativa</p><p>correta.</p><p>I. A avaliação genética pelo pedigree do animal não é recomendada</p><p>para bovinos, pois possui baixa acurácia e é de difícil aplicação.</p><p>II. As DEPs se baseiam nas informações apenas geradas pelos</p><p>ascendentes do animal a ser avaliado e não é muito aplicada no</p><p>melhoramento devido à baixa eficiência.</p><p>III. A avaliação pelo desempenho animal, pedigree e progênie é a</p><p>forma mais completa de chegarmos a uma estimativa do valor</p><p>genético animal.</p><p>A Apenas os itens I e II estão corretos.</p><p>B Apenas o item III está correto.</p><p>C Apenas o item I está correto.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A avaliação pelo pedigree é recomendada quando possível, quando</p><p>se tem informações genéticas relevantes presentes nele, e possui</p><p>boa acurácia e é de fácil aplicação. A seleção baseada no pedigree</p><p>fornece maior segurança na informação animal. É pelo pedigree</p><p>que se evita a endogamia nos acasalamentos e o aumento da</p><p>consanguinidade do rebanho. E as DEPs se baseiam nas</p><p>informações geradas pelo próprio animal, pelos ascendentes e pela</p><p>progênie e é o mais aplicado na bovinocultura devido à alta</p><p>eficiência.</p><p>Questão 2</p><p>Umas das ferramentas aplicadas no melhoramento genético de</p><p>ruminantes é o acasalamento. Entre os tipos de acasalamento,</p><p>podemos citar a endogamia, que é o acasalamento entre animais</p><p>parentes, e a exogamia, definida como o acasalamento entre</p><p>animais de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura.</p><p>Baseado nesse contexto e nos seus conhecimentos de</p><p>melhoramento genético, marque a alternativa correta.</p><p>D Apenas os itens II e III estão corretos.</p><p>E Apenas o item II está correto.</p><p>A</p><p>Podemos citar como consequência direta da</p><p>exogamia o aumento da heterozigose e da</p><p>prepotência animal.</p><p>B</p><p>Atualmente, a endogamia é o tipo de acasalamento</p><p>mais aplicado na produção de ruminantes, devido</p><p>ao grande apreço pela raça pura e manutenção do</p><p>padrão racial dos animais.</p><p>C</p><p>A heterose é um fenômeno genético em que os</p><p>filhos, oriundos de cruzamentos de raças diferentes,</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>A exogamia possui como consequência direta o aumento da</p><p>heterozigose, com aumento da heterose e complementaridade</p><p>entre raças. A endogamia possui como consequência direta o</p><p>aumento da homozigose, com aumento da prepotência. Na</p><p>bovinocultura, a endogamia já foi utilizada quando o apreço pelo</p><p>padrão racial era grande, mas, atualmente, a exogamia é mais</p><p>aplicada, com a geração de mestiços utilizados na produção.</p><p>2 - Melhoramento genético de aves e suínos</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em aves e suínos.</p><p>possuem média produtiva superior à média de seus</p><p>pais.</p><p>D</p><p>Tanto a exogamia quanto a endogamia são</p><p>aplicadas apenas na bovinocultura de leite,</p><p>principalmente devido à consequência direta da</p><p>endogamia que é a complementaridade entre raças.</p><p>E</p><p>O aumento da homozigose como consequência da</p><p>exogamia é a principal vantagem desse</p><p>acasalamento dentro da produção de ruminantes no</p><p>Brasil.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de aves e suínos</p><p>O Brasil é um dos maiores produtores do mundo de carne de frango e de</p><p>suínos, produzindo em 2020 mais de 13 milhões de toneladas de carne</p><p>de frango e mais de 4 milhões de toneladas de carne suína. Ocupamos a</p><p>primeira posição no ranking mundial de exportação de carne de frango,</p><p>a quarta posição em relação à carne suína (ABPA, 2021).</p><p>Em relação aos ovos, o Brasil ocupa lugar de destaque na produção</p><p>desse ramo da avicultura, com mais de 53 bilhões de ovos produzidos</p><p>em 2020, produção voltada em sua maioria para atender à demanda</p><p>nacional.</p><p>Há</p><p>relatórios de 1943, que citam a necessidade de se iniciar o</p><p>desenvolvimento de novas modalidades de produção animal, entre as</p><p>quais mencionou-se a avicultura. Essa preocupação inicial evoluiu para</p><p>ações reais e, assim, na década de 1950, teve início o trabalho pioneiro</p><p>com genética de aves no Brasil.</p><p>Até aquele período, a avicultura nacional era tida como de subsistência,</p><p>sem tecnologia, nem relevância social ou econômica. Em 1957, o Brasil</p><p>iniciou a importação de poedeiras comerciais e as pesquisas destinadas</p><p>ao ramo de produção de carne. Vários trabalhos pioneiros de</p><p>cruzamentos envolvendo as raças Cornish Branca, New Hampshire e</p><p>Plymouth Rock Branca foram iniciados, com o intuito de obter frangos</p><p>mais precoces, resistentes e eficientes, além de melhor conformação</p><p>quando comparados com as raças puras.</p><p>Raça Cornish.</p><p>Raça New Hampshire.</p><p>Raça Plymouth Rock.</p><p>A partir de meados dos anos 1970, a seleção de linhagens deu lugar às</p><p>pesquisas em genética. Várias instituições de pesquisa se envolveram</p><p>nessa fase, tendo início o programa de formação de linhagens de aves</p><p>comerciais para produção de carne que, posteriormente, incluiu também</p><p>programas de linhagens para produção de ovos. Essas linhagens</p><p>comerciais são utilizadas até hoje na avicultura e são animais com alto</p><p>índice produtivo.</p><p>Em relação ao melhoramento de suínos, seu início</p><p>ocorreu na Dinamarca, considerado o primeiro país a</p><p>investir em melhoramento genético de suínos, com a</p><p>realização de testes de progênies em 1910.</p><p>No Brasil, em São Paulo, foi fundada, em 1916, a fazenda de criação</p><p>com objetivos voltados ao melhoramento do suíno nacional Canastrão,</p><p>por meio de seleção e acasalamento. Nos anos que se seguiram, vários</p><p>trabalhos foram desenvolvidos e na década de 1960 houve grande</p><p>importação de raças americanas, como Duroc, Yorkshire e Hampshire,</p><p>além de raças oriundas da Europa, como Landrace e Large White.</p><p>Conheça as raças citadas:</p><p>Suíno da raça Canastra brasileira (Canastrão).</p><p>Suíno da raça Duroc.</p><p>Suíno da raça Large White.</p><p>Suíno da raça Landrace.</p><p>A elevada concentração de raças internacionais com alta seleção e boa</p><p>qualidade permitiu um avanço considerável no melhoramento nacional</p><p>dentro da suinocultura, propiciando a substituição de raças nacionais,</p><p>que eram predominantemente do tipo banha e marcou o início da</p><p>intensificação de criações de suínos do tipo carne.</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de aves e suínos</p><p>As características classificadas como quantitativas são as principais</p><p>dentro dos programas de melhoramento genético animal, observe:</p><p>Avicultura de corte</p><p>As características como precocidade, ganho de peso, conformação</p><p>corporal, conversão alimentar e rendimento de carcaça representam o</p><p>foco dos principais programas de melhoramento genético, sem deixar</p><p>de lado o bom potencial de postura para as matrizes de corte.</p><p>Avicultura de postura</p><p>A longevidade produtiva, precocidade, fertilidade, eclodibilidade, menor</p><p>peso da ave ao início e ao final da postura, maior peso inicial do ovo,</p><p>maior produção de ovos, qualidade de ovos, resistência da casca,</p><p>resistência da ave e rusticidade são algumas das principais</p><p>características envolvidas nos programas genéticos.</p><p>Com a aplicação dos programas de melhoramento genético dentro da</p><p>avicultura, podemos observar uma evolução considerável no segmento</p><p>de carne, com redução do tempo de abate que era de quatro meses para</p><p>atingir 1,5kg para a idade de abate atual que é de 42 dias com média de</p><p>2,2kg de peso corporal, com redução na conversão alimentar. No</p><p>segmento de postura, podemos observar grande avanço também, com a</p><p>média de 40 ovos por ano produzidos pelas aves, tendo subido para a</p><p>média atual de 300 ovos por ano.</p><p>Dentro da suinocultura, com a mudança do mercado consumidor</p><p>exigindo maior porcentagem de carne magra na carcaça e menor</p><p>espessura de toucinho, o perfil do suíno produzido no Brasil mudou</p><p>totalmente, acompanhe:</p><p>Tipo banha</p><p>Saindo do tipo banha,</p><p>que apresentava no</p><p>máximo 45 a 46% de</p><p>carne magra na carcaça</p><p>e 5 a 6cm de espessura</p><p>de toucinho.</p><p>Tipo carne</p><p>Tornando-se do tipo</p><p>carne, com no mínimo</p><p>60 a 65% de carne</p><p>magra na carcaça e 0,8</p><p>a 1,2cm de espessura</p><p>de toucinho.</p><p>O mercado consumidor, mais exigente e mais esclarecido, começou a</p><p>demandar uma carne diferenciada, com menos gordura. Além dessa</p><p>mudança no mercado consumidor, o advento da tecnologia dos óleos</p><p>vegetais também provocou a diminuição do uso da banha produzida</p><p>pela suinocultura. A partir daí, iniciaram os programas focando</p><p>características diferenciadas, como maior precocidade aos animais,</p><p>maior ganho de peso, menos gordura, maior rendimento de carcaça,</p><p>mais habilidade materna, com maior número de leitões nascendo por</p><p>leitegada.</p><p>Métodos e técnicas no melhoramento</p><p>de aves e suínos</p><p>Avicultura</p><p>Dentro da avicultura, os programas, geralmente, utilizam quatro raças</p><p>puras diferentes e o melhoramento inicia com a seleção nessas raças</p><p>puras. Como as raças apresentam semelhanças para as principais</p><p>características desejadas, uma prática que pode ser realizada é a</p><p>endogamia.</p><p>A endogamia ocorrerá dentro de cada raça, assim, ela contribui, após</p><p>gerações, com a prática da seleção em cada raça, para aumentar a</p><p>variabilidade fenotípica entre as raças. É importante ressaltar que a</p><p>consequência direta da endogamia, como citada para os ruminantes, é o</p><p>aumento da homozigose, ou seja, os animais ficam cada vez mais</p><p>parecidos dentro da raça. Contudo, ao compararmos as raças após</p><p></p><p>endogamia percebemos um distanciamento, uma variabilidade</p><p>fenotípica entre elas. Após alcançar essa variabilidade, as raças podem</p><p>ser cruzadas para geração de mestiços.</p><p>Linhagem Raças utilizadas</p><p>Linha Pura A X A B X B C X C D X D</p><p>Bisavós A X A B X B C X C D X D</p><p>Avós A X B C X D</p><p>Matrizes e</p><p>reprodutores</p><p>Macho AB X Fêmea CD</p><p>Linhagem comercial</p><p>ABCD (frango de corte ou poedeira</p><p>comercial)</p><p>Marina Jorge de Lemos.</p><p>O esquema ilustra a formação das linhagens comerciais, aquelas</p><p>utilizadas na avicultura comercial. As letras A, B, C e D representam as</p><p>raças puras utilizadas, com aplicação de endogamia e seleção dos</p><p>melhores animais baseados nas suas características superiores.</p><p>Bisavós</p><p>Os descendentes do primeiro acasalamento chamamos de</p><p>bisavós, que são criados nas granjas bisavozeiras e</p><p>selecionados para novo acasalamento dentro da raça pura.</p><p>Avós</p><p>Desse acasalamento são gerados os animais chamados de</p><p>avós, criados nos avozeiros, onde crescem, são selecionados e</p><p>os melhores da raça A são acasalados com os melhores da</p><p>raça B, assim como os melhores da raça C são acasalados</p><p>com os melhores da raça D.</p><p>Reprodutores e matrizes</p><p>Desse acasalamento são gerados os mestiços, conhecidos</p><p>como reprodutores e matrizes, que são criados nos</p><p>matrizeiros. Uma vez nos matrizeiros, essas aves crescem e</p><p>são selecionadas, e o melhor macho mestiço AB acasalará</p><p>com a melhor fêmea mestiça CD, para finalmente gerar a</p><p>linhagem comercial, que representa o animal que irá para</p><p>granja comercial para produção de carne ou de ovos. Esse</p><p>animal possuirá características de quatro raças diferentes,</p><p>devido aos genes herdados.</p><p>O que diferencia a linhagem de corte ou de postura? E dentro da postura,</p><p>o que determina se será ovo branco ou vermelho? São as raças puras</p><p>utilizadas no programa.</p><p>Para a formação das linhagens comerciais de frango de corte são</p><p>utilizadas duas raças pesadas (que possuem aptidão para corte) na</p><p>linha paterna, como a Cornish, por exemplo, até chegar ao reprodutor AB</p><p>que será pai do frango de corte; e duas raças semipesadas (que</p><p>possuem dupla aptidão, carne e ovos), na linha materna, como a</p><p>Plymouth Rock, por exemplo, até chegar à matriz CD que será mãe do</p><p>frango de corte.</p><p>Raça leve Legorne, usada no melhoramento genético de poedeiras comerciais de</p><p>ovos brancos.</p><p>Poedeiras de ovos brancos</p><p>Para a formação das linhagens comerciais de poedeiras de</p><p>ovos brancos são utilizadas raças leves nas duas linhas</p><p>(materna e paterna), que possuem</p><p>aptidão para postura, como</p><p>a Legorne, por exemplo.</p><p>Raça semipesada Rhode Island Red, usada no melhoramento genético de poedeiras</p><p>comerciais de ovos vermelhos.</p><p>Poedeiras de ovos vermelhos</p><p>Para a formação da linhagem comercial de poedeiras de ovos</p><p>vermelhos, são utilizadas raças semipesadas nas duas linhas</p><p>(materna e paterna) que possuem dupla aptidão, como a Rhode</p><p>Island Red, por exemplo.</p><p>As linhagens geradas são utilizadas nos setores produtivos, são marcas</p><p>comerciais que dominam o mercado da avicultura nacional. Entre as</p><p>principais linhagens comercializadas no Brasil, podemos citar as</p><p>internacionais Hy-line e a Lohmann para poedeiras, tanto de ovos</p><p>brancos quanto vermelhos e a linhagem Cobb, para frangos de corte.</p><p>A Embrapa também possui linhagens desenvolvidas, como a Embrapa</p><p>051 para postura e a Embrapa 021 para corte. As linhagens nacionais</p><p>são bastante utilizadas, mas o mercado nacional ainda é dominado</p><p>pelas linhagens internacionais, das quais importamos ovos de avós e</p><p>realizamos o restante do programa de melhoramento no Brasil.</p><p>Suinocultura</p><p>Dentro da suinocultura, os programas são voltados para atender os</p><p>mercados de carne suína nacional e internacional, uma vez que o Brasil</p><p>é grande exportador de carne suína no mundo. Da mesma forma que</p><p>ocorre para os bovinos, os cruzamentos entre raças também se</p><p>constituíram em importante forma de aumentar a produtividade dos</p><p>plantéis, ao alcançar a complementaridade de raças e o aumento da</p><p>heterose.</p><p>Ao acasalarmos raças diferentes de suínos,</p><p>observamos aumento na taxa de ganho de peso diário,</p><p>melhoria na precocidade, maior número de embriões</p><p>viáveis e maior número de leitões por leitegada.</p><p>Atualmente, os programas de melhoramento genético incluem também</p><p>a seleção para aumento do rendimento de carne na carcaça. São</p><p>usados os testes de desempenho animal para avaliação e seleção dos</p><p>animais que irão para o acasalamento.</p><p>Entre os principais tipos de cruzamentos realizados na suinocultura,</p><p>podemos citar o industrial, no qual duas raças puras diferentes são</p><p>acasaladas e toda F1 (animais mestiços) é usada para produção de</p><p>carne.</p><p>Exemplo</p><p>Cruzamento entre a raça Landrace, originária da Dinamarca, que se</p><p>destaca pela qualidade materna, e a raça Large White, originária da</p><p>Inglaterra, que apresenta rusticidade, habilidade materna, facilidade de</p><p>manejo e precocidade. Nesse cruzamento, podemos aproveitar machos</p><p>e fêmeas Landrace para acasalar com fêmeas e machos Large White,</p><p>gerando F1 mestiça que irá para produção.</p><p>O cruzamento alternado também é aplicado na suinocultura. Veja o</p><p>esquema de um cruzamento alternado com duas raças:</p><p>Ao cruzar a raça Landrace com Large White, a F1 gerada será composta</p><p>por animais mestiços meios sangues (metade Landrace e metade Large</p><p>White), as fêmeas são mantidas para acasalar com uma das raças</p><p>parentais. No exemplo, ela é acasalada com a raça Large White e gera</p><p>uma F2 ¾ Large White e ¼ Landrace. Essa F2 é utilizada nas granjas</p><p>suínas comerciais para produção de carne, animal com resistência,</p><p>rusticidade, ganho de peso e precocidade.</p><p>Agora veja o esquema de um cruzamento alternado com três raças:</p><p>Ao cruzar a raça Landrace com Duroc, a F1 gerada será composta por</p><p>animais mestiços meios sangues (metade Landrace e metade Duroc),</p><p>as fêmeas são mantidas para acasalar com uma terceira raça, no</p><p>exemplo, ela é acasalada com a raça Pietrain e gera uma F2 ¼ Landrace</p><p>¼ Duroc ½ Pietrain. Essa F2, chamada de tri-cross, é utilizada nas</p><p>granjas suínas comerciais para produção de carne, animal com</p><p>rusticidade, ganho de peso, conformação, maior rendimento de carne</p><p>magra na carcaça e precocidade.</p><p>Além desses tipos de acasalamentos, também podem ser formadas</p><p>linhagens comerciais de modo similar ao realizado na avicultura, em que</p><p>são usadas quatro raças puras diferentes, duas na linha paterna e duas</p><p>na linha materna, até chegar aos animais comerciais com</p><p>características de quatro raças diferentes.</p><p>Duroc</p><p>Raça originária dos Estados Unidos, possui aptidão para fornecer carne</p><p>magra e é muito usada também para produção de toucinho e banha quando</p><p>selecionada para essa finalidade.</p><p>Pietrain</p><p>Originária da Bélgica e usada no melhoramento genético devido à sua</p><p>tranquilidade e capacidade reprodutiva e leiteira, ótima taxa de conversão</p><p>alimentar e melhor produtividade de carne na carcaça.</p><p>Linhagem MS58 da Embrapa.</p><p>A Embrapa tem lançado, nos últimos anos, várias linhagens comerciais</p><p>de suínos que são amplamente utilizados nas granjas comerciais</p><p>nacionais.</p><p>Entre tais linhagens, podemos citar a MS58, lançada em 1996, com o</p><p>cruzamento das raças Duroc, Hampshire e Pietrain, e características</p><p>superiores, como rendimento de carne na carcaça de, no mínimo, 58%.</p><p>Esses amimais da linhagem MS58 são recomendados para acasalar</p><p>com fêmeas F1 mestiças de Landrace e Large White, que possuem alta</p><p>prolificidade. Essa combinação genética garante ao produto final</p><p>destinado ao abate um excelente desempenho, além de carcaça com</p><p>destacado índice de bonificação na tipificação.</p><p>Em 2000, foi lançada a linhagem MS60, ao acasalar raças Duroc, Large</p><p>White e Pietrain, novamente, com intuito de selecionar animais livres do</p><p>gene halotano, responsável pelo estresse dos suínos terminados,</p><p>afetando a qualidade da carne produzida.</p><p>O macho MS60 também é recomendado para o cruzamento com</p><p>fêmeas F1 mestiças de Landrace e Large White.</p><p>Linhagem MS60 da Embrapa.</p><p>Produção de suínos sem o gene</p><p>halotano</p><p>Veja o efeito do gene halotano ligado ao estresse dos animais</p><p>terminados e a importância da seleção de animais sem este gene.</p><p>Em 2008, a Embrapa lançou a linhagem MS115 após cruzar raças Duroc,</p><p>Large White e Pietrain, com o objetivo de aumentar o potencial para</p><p>carne na carcaça acima de 62% e atingir menor espessura de toucinho</p><p>com ótima conformação.</p><p>Em 2014, a Embrapa lançou a linhagem MO25C após cruzar raças</p><p>Landrace, Large White e Moura. Essa linhagem foi concebida para alta</p><p>produtividade da matriz, desempenho zootécnico dos suínos de abate e</p><p>melhoria da qualidade da carne, com aumento da suculência da carne,</p><p>maior marmoreio, percebida principalmente na fabricação de produtos</p><p>curados.</p><p>Linhagem MS115 da Embrapa.</p><p></p><p>Linhagem MO25C da Embrapa.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Sobre o melhoramento genético na suinocultura, julgue os itens</p><p>abaixo e marque a alternativa correta.</p><p>I. A endogamia e o cruzamento entre raças, além da seleção, são os</p><p>principais métodos utilizados na suinocultura.</p><p>II. O animal tri-cross é muito apreciado nas granjas comerciais</p><p>suínas.</p><p>III. Para produção de suínos comerciais, é padrão o uso de quatro</p><p>raças puras, não permitindo outros cruzamentos.</p><p>IV. O cruzamento industrial, muito utilizado na bovinocultura, não é</p><p>aplicado na suinocultura devido ao alto custo.</p><p>Estão corretos os itens:</p><p>A I e II.</p><p>B I, III e IV.</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>O item I está correto, uma vez que a endogamia é vantajosa, pois</p><p>aumenta a prepotência e o cruzamento entre raças aumenta a</p><p>produtividade ao atingir a correlação delas e o aumento da</p><p>heterose. O item II também está correto, visto que a tri-cross é</p><p>comum nas granjas suínas comerciais, pois gera animais com</p><p>rusticidade e maior rendimento de carne magra na carcaça. O item</p><p>III está incorreto, pois além do uso de quatro raças puras, outros</p><p>cruzamentos são realizados na suinocultura. O item IV está</p><p>incorreto, pois o cruzamento industrial é bastante aplicado na</p><p>suinocultura.</p><p>Questão 2</p><p>Um produtor quer aumentar a heterose no seu plantel de aves, mas</p><p>ele possui animais muito semelhantes e uma frequência de</p><p>homozigose alta. Baseado nisso, marque a alternativa que indica</p><p>corretamente o que esse produtor pode fazer para atingir o seu</p><p>objetivo.</p><p>C II e III.</p><p>D I e IV.</p><p>E I e III.</p><p>A</p><p>O produtor pode selecionar os animais semelhantes</p><p>que, ao se acasalarem, aumentará a heterose.</p><p>B</p><p>O produtor deve adquirir um novo lote e descartar</p><p>todos os seus animais.</p><p>C</p><p>O produtor pode separar seu rebanho em dois e</p><p>realizar endogamia, com o objetivo de formar</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Para aumentar a heterose em plantel com animais com pouca</p><p>variabilidade fenotípica, o recomendado é fazer endogamia dentro</p><p>das raças ou famílias de animais, para que eles fiquem cada vez</p><p>mais parecidos dentro da raça ou das famílias, mas de modo a</p><p>ocorrer um distanciamento quando compararmos as raças ou</p><p>famílias distintas, para que, após realizarem exogamia, a heterose</p><p>aumente.</p><p>3 - Melhoramento genético de peixes</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em peixes.</p><p>linhagens de famílias consanguíneas distintas para</p><p>aumentar a heterose, quando acasalados entre si.</p><p>D</p><p>O produtor deve fazer uma prova de desempenho,</p><p>para selecionar os animais mais similares e, assim,</p><p>o aumento da heterose será alcançado.</p><p>E</p><p>O produtor deve realizar a exogamia entre os</p><p>animais do plantel, pois mesmo com pouca</p><p>variabilidade, a complementaridade de raças</p><p>ocorrerá e a heterose aumentará.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de peixes</p><p>O aumento da demanda por produtos de qualidade de pesca de água</p><p>doce tem estimulado a piscicultura no Brasil. O Brasil produz com a</p><p>pesca, em média, 700 mil toneladas de peixe por ano e apresenta um</p><p>consumo nacional de quase um milhão de toneladas de peixe por ano.</p><p>Além de ser uma atividade econômica que permite às pessoas acesso à</p><p>renda e gera empregos – no país, são mais de um milhão de vagas</p><p>diretas e indiretas – a piscicultura impacta outros mercados e</p><p>impulsiona o agronegócio.</p><p>Com a domesticação de várias espécies animais, é possível a sua</p><p>criação em cativeiro, aumentando a produtividade para atender ao</p><p>mercado. Veja, a seguir, os pontos importantes para a domesticação:</p><p>Seleção de indivíduos</p><p>A domesticação</p><p>depende das mudanças</p><p>nos hábitos das</p><p>espécies, e inicia com a</p><p>seleção de indivíduos</p><p>mais aptos ao cativeiro,</p><p>que sobrevivem às</p><p>situações de estresse e</p><p>suportam melhor o</p><p>aumento de densidade.</p><p>Controle da reprodução</p><p>e alimentação</p><p>Os pontos-chaves para</p><p>a domesticação são o</p><p>controle da reprodução</p><p>e da alimentação</p><p>animal, com isso, é</p><p>possível observar um</p><p>ganho de 2 a 6% no</p><p>crescimento das</p><p>diferentes espécies de</p><p>peixes.</p><p>Podemos citar três espécies realmente consideradas domesticadas e</p><p>criadas no Brasil: a carpa, a tilápia e a truta, todas espécies introduzidas</p><p>no país. Veja a seguir:</p><p></p><p>Da esquerda para direita em cima, carpa e tilápia; embaixo truta.</p><p>Entre as principais espécies criadas no Brasil, a tilápia se destaca,</p><p>possuindo grande importância na piscicultura nacional, o que pode ser</p><p>explicado pelos números associados à sua produção, que atualmente</p><p>representa mais de 51% da piscicultura nacional, com mais de 360 mil</p><p>toneladas produzidas.</p><p>Vários são os fatores que favorecem o cultivo da tilápia no país, o clima</p><p>favorável, a rusticidade da espécie, que aceita bem diferentes sistemas</p><p>produtivos, a alta demanda de seus produtos e o bom resultado de</p><p>desempenho frente aos cultivos intensivos.</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de peixes</p><p>Entre as principais características desejadas dos peixes, podemos citar:</p><p>Habilidade de reprodução em cativeiro, pois muitas espécies</p><p>passam pela piracema, o que dificulta o comportamento</p><p>reprodutivo em cativeiro.</p><p>Precocidade sexual, pois várias espécies são tardias, entrando na</p><p>maturidade sexual com idade avançada, o que prejudica o ciclo</p><p>produtivo.</p><p>Fertilidade e as características de crescimento e de carcaça, como</p><p>peso corporal, comprimento corporal, taxa de crescimento,</p><p>tamanho da cabeça em relação ao tamanho do corpo, rendimento</p><p>de carcaça e rendimento de filé.</p><p>Resistência às variações do ambiente, como temperatura,</p><p>oxigênio, pH e poluição da água, todas extremamente importantes</p><p>para a produção de peixes em cativeiro.</p><p>Piracema</p><p>Período de migração no qual o peixe sobe o rio, contra a correnteza, para</p><p>desovar na época de reprodução.</p><p>Vários são os fatores não genéticos que influenciam o desempenho dos</p><p>peixes. Pelo fato de viverem em um ambiente aquático, existe uma</p><p>grande variação ambiental associada. Cada espécie possui uma</p><p>exigência ambiental para expressar o máximo de sua capacidade</p><p>genética, o que dificulta um pouco a padronização dos programas de</p><p>melhoramento. O ideal, portanto, é selecionar animais rústicos e</p><p>resistentes às variações ambientais para atuar na produção de peixes.</p><p>Atenção!</p><p>Ainda hoje existe pouco conhecimento das consequências totais dos</p><p>efeitos ambientais sobre a expressão genética e as variações</p><p>fenotípicas e genotípicas. Os efeitos ambientais podem mascarar os</p><p>efeitos genéticos verdadeiros, como vimos quando estudamos</p><p>herdabilidade das características.</p><p>Para atuar selecionando os melhores animais e organizar os programas</p><p>de melhoramento genético, o ideal é padronizar o ambiente,</p><p>considerando os seguintes fatores: animais criados com mesma idade,</p><p>densidade adequada, boa qualidade da água, manejo alimentar similar,</p><p>sexo, homogeneização do tamanho corporal e peso dos animais.</p><p>Métodos e técnicas de melhoramento</p><p>em peixes</p><p>O melhoramento genético de peixes consiste na formação de indivíduos</p><p>com potencial produtivo maior, por meio das ferramentas básicas</p><p>seleção e acasalamento. A fase de seleção dentro dos programas de</p><p>melhoramento é essencial, com objetivo de escolher animais com</p><p>atributos genéticos superiores, possibilitando melhor desempenho.</p><p>Observe como é feita a seleção:</p><p> Formação da população base</p><p>O d lh d d</p><p>A tilápia, principal espécie de peixe criada no Brasil, adaptou-se</p><p>facilmente às condições ambientais nacionais e é extremamente</p><p>resistente. Além de atingir maturidade sexual rapidamente em</p><p>comparação às outras espécies de peixes e reagir bem em altas</p><p>densidades de criação. A seleção focando características superiores e</p><p>gerando lotes de animais cada vez melhores tem permitido que essa</p><p>espécie domine o mercado e continue crescendo como preferência de</p><p>criação pelos produtores nacionais.</p><p>Na piscicultura também são realizados cruzamentos entre espécies</p><p>diferentes, para obtenção de híbridos, processo conhecido como</p><p>hibridação. Veja os objetivos e consequências deste cruzamento:</p><p>Objetivo</p><p>Esse cruzamento possui como finalidade o aumento da heterose, a</p><p>complementaridade entre as espécies, a introdução de genes</p><p>Os programas de melhoramento dentro da</p><p>piscicultura iniciam com uma coleta de peixes de</p><p>diferentes rios para avaliação das características</p><p>quantitativas nas diferentes linhagens. Se as</p><p>diferentes linhagens apresentarem desempenhos</p><p>diferentes, os animais devem permanecer</p><p>separados e deve ser feita seleção dentro das</p><p>linhagens; se o desempenho das linhagens for</p><p>semelhante, poderão ser criados juntos e deve ser</p><p>feita seleção unificada, com intuito final de formar a</p><p>população base.</p><p> Acasalamento, seleção pelo desempenho, pela</p><p>progênie e combinada</p><p>Para a seleção, são realizados acasalamentos entre</p><p>um macho com duas a três fêmeas para avaliar</p><p>grupos de meios-irmãos e de irmãos completos.</p><p>Também é realizada a seleção pelo desempenho</p><p>para características de crescimento e seleção pela</p><p>progênie para características de carcaça. A seleção</p><p>combinada pode ser realizada para características</p><p>reprodutivas e de resistência a doenças.</p><p>pertencentes a uma espécie de forma isolada em outra, o aumento de</p><p>produção e o rendimento de carcaça.</p><p>Consequências</p><p>A hibridação é bastante utilizada, mesmo possuindo como</p><p>consequências possíveis o desvio na taxa sexual e a esterilidade, pois</p><p>são animais que geralmente possuem número de cromossomos</p><p>diferentes, uma vez que pertencem a espécies diferentes.</p><p>Um exemplo de hibridação é o cruzamento entre o peixe macho da</p><p>espécie pacu com a fêmea tambaqui, ambas espécies de peixes nativas</p><p>do Brasil, gerando o tambacu. O tambacu apresenta maior resistência</p><p>ao inverno que os progenitores, maior peso e rusticidade, mas por ser</p><p>híbrido é incapaz de se</p><p>reproduzir. O acasalamento do macho tambaqui</p><p>com a fêmea pacu gera o híbrido paqui.</p><p>Ao comparar os peixes híbridos tambacu e paqui, o primeiro possui</p><p>valor comercial agregado superior, por causa de maiores</p><p>desenvolvimento e resistência. Veja abaixo:</p><p>Peixe pacu.</p><p>Peixe tambaqui.</p><p>Peixe híbrido tambacu.</p><p>Existem riscos associados ao acasalamento entre híbridos e espécies</p><p>que lhe deram origem. O Ibama proíbe a introdução de híbridos na</p><p>aquicultura; sua criação de forma isolada para atender ao mercado é</p><p>possível.</p><p>Produção de híbridos como</p><p>ferramenta de melhoramento</p><p>genético na piscicultura</p><p>Veja como ocorre a formação de híbridos de peixes e sua importância</p><p>dentro da cultura animal.</p><p>Outra metodologia aplicada no melhoramento genético de peixes é a</p><p>endogamia, com intuito de desenvolver linhagens para posterior</p><p>cruzamento. A endogamia permite identificar genes recessivos</p><p>deletérios, para que sejam descartados da população animal no</p><p>cativeiro.</p><p>Entre os programas de sucesso, podemos citar o da tilápia do Nilo</p><p>(Oreochromis niloticus), espécie oriunda da África que possui um tempo</p><p>de geração relativamente curto, próximo a seis meses de idade.</p><p>A tilápia do Nilo é extremamente resistente a doenças, às altas</p><p>densidades e aos baixos níveis de oxigênio dissolvido na água do seu</p><p>ambiente.</p><p>Além disso, apresenta boa aceitação a uma diversidade de alimentos e</p><p>demonstra um retorno positivo à fertilização dos viveiros. Possui um</p><p>excelente rendimento de filé, com carne saborosa e baixo teor de</p><p>gordura.</p><p></p><p>Tilápia do Nilo.</p><p>O foco inicial do programa de melhoramento desse peixe foi na seleção</p><p>da característica taxa de crescimento, uma vez que o desempenho de</p><p>crescimento da tilápia do Nilo nas pisciculturas era considerado ruim.</p><p>Após cinco primeiras gerações de seleção, a resposta</p><p>em relação ao aumento da taxa de crescimento foi de</p><p>12 a 17% por geração, mostrando a superioridade da</p><p>espécie em responder ao programa.</p><p>No Brasil, o primeiro programa de melhoramento genético com tilápia do</p><p>Nilo começou com a importação da linhagem GIFT, em 2005, quando o</p><p>Brasil se tornou o primeiro país da América Latina a adquirir tilápias</p><p>provenientes de programas de melhoramento genético. O programa teve</p><p>como objetivos principais:</p><p>Maior taxa de crescimento</p><p>Maior ganho de peso diário</p><p>Melhores medidas corporais (largura, largura caudal, altura, altura</p><p>caudal, comprimento de cabeça, padrão e total)</p><p>Mortalidade à idade comercial</p><p>Atualmente, são vários os incentivos à pesquisa e à produção de peixes,</p><p>muitas são as políticas de extensão e crédito voltadas aos produtores</p><p>que vêm sendo constantemente discutidas, com o intuito de</p><p>desenvolver esse ramo tão promissor no país.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>O melhoramento genético dentro da piscicultura tem crescido cada</p><p>vez mais, com investimento em seleção focando em características</p><p>de rusticidade, maturidade sexual, resistência ao ambiente e às</p><p>doenças e maior produtividade. Entre as espécies de peixes que se</p><p>consolidaram no mercado nacional devido às suas características,</p><p>como superioridade produtiva e alta resistência a diferentes</p><p>ambientes, podemos citar</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>Espécie consolidada no mercado nacional, a tilápia, possui</p><p>características superiores quando comparada às outras espécies</p><p>de peixes, e o seu melhoramento genético permitiu que se</p><p>desenvolvesse cada vez mais.</p><p>Questão 2</p><p>Na piscicultura são realizados cruzamentos entre espécies</p><p>diferentes para obtenção de híbridos – processo conhecido como</p><p>hibridação. Baseado nos seus conhecimentos de melhoramento</p><p>genético de peixes, julgue os itens a seguir e marque a alternativa</p><p>correta.</p><p>A tilápia.</p><p>B carpa.</p><p>C pacu.</p><p>D tambaqui.</p><p>E tambacu.</p><p>I. A finalidade desse cruzamento inclui, entre outros fatores:</p><p>diminuir a heterose e aumentar a similaridade gênica.</p><p>II. A complementaridade entre as espécies é alcançada com esse</p><p>tipo de cruzamento, pois permite a introdução de genes</p><p>pertencentes a uma espécie de forma isolada em outra.</p><p>III. Como consequências desse acasalamento, observamos</p><p>aumento de produção e rendimento de carcaça.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>Os itens II e III estão corretos, pois com a hibridação ocorre o</p><p>melhoramento de espécies com a introdução de genes</p><p>pertencentes a uma espécie de forma isolada em outra, gerando</p><p>uma espécie terciária com maior desenvolvimento e resistência. O</p><p>item I está errado, pois a hibridação permite o aumento da heterose,</p><p>devido ao aumento da heterozigose associada e não da</p><p>semelhança gênica.</p><p>A Apenas os itens I e III estão corretos.</p><p>B Apenas os itens II e III estão corretos.</p><p>C Apenas o item III está correto.</p><p>D Apenas o item I está correto.</p><p>E Apenas os itens I e II estão corretos.</p><p>4 - Melhoramento genético de animais de companhia</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em animais de companhia.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de animais de</p><p>companhia</p><p>Estudos genéticos mostraram que o gato doméstico é descende do</p><p>Felis silvestris lybica – o qual teve sua origem há mais de 130 mil anos, a</p><p>partir do cruzamento de cinco espécies selvagens distintas. Tais</p><p>descobertas foram possíveis por meio do estudo do DNA mitocondrial</p><p>dos animais.</p><p>Já a domesticação do gato começou há cerca de 12 mil anos, na região</p><p>do Oriente Médio. O gato doméstico pertence à espécie Felis catus e</p><p>possui 38 cromossomos, divididos em 19 pares. Atualmente, existem</p><p>mais de 250 raças registradas dentro da espécie.</p><p>O melhoramento genético em gatos tem por finalidade</p><p>selecionar as características que sejam mais</p><p>desejáveis de cada raça. Podemos citar como</p><p>exemplos a cor e o tipo da pelagem, a ausência de</p><p>determinadas doenças genéticas, como a</p><p>cardiomiopatia hipertrófica de origem familiar.</p><p>Em relação aos cães, animais da espécie Canis familiaris, observamos</p><p>maior coleção de diversidade fenotípica ao considerar todos os animais</p><p>domésticos. São aproximadamente 400 raças de cães catalogadas, com</p><p>características comportamentais e morfológicas diferentes.</p><p>Origem das raças</p><p>A maior parte das raças de cães, animais que possuem 78</p><p>cromossomos (39 pares), teve origem a partir das</p><p>necessidades do ser humano relacionadas à segurança, ao</p><p>pastoreio, à caça, competição e companhia.</p><p>Cruzamento para aperfeiçoar características</p><p>Ao longo de décadas, os diversos tipos de cães passaram a ser</p><p>cruzados, com o intuito de buscar o aperfeiçoamento das</p><p>características de interesse, tais como: morfologia, estatura,</p><p>pelagem, comportamento e temperamento, dando origem a</p><p>uma gama de transformações e, por conseguinte, a uma ampla</p><p>diversidade de raças caninas.</p><p>Diversos são os fatores que promovem um crescente interesse pelo</p><p>melhoramento genético dos animais de companhia, merecendo</p><p>destaque a valorização econômica de animais com índices genéticos</p><p>superiores, além da probabilidade de maior longevidade do animal</p><p>aliada à sua qualidade de vida.</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de animais de</p><p>companhia</p><p>A utilização do melhoramento genético para a seleção dos caracteres</p><p>desejados nos animais de companhia tem por finalidade utilizar</p><p>ferramentas que possibilitem a concentração na progênie de</p><p>determinada característica de interesse em animais semelhantes, e a</p><p>correção de determinada característica em animais diferentes.</p><p>As características de importância econômica no melhoramento</p><p>genético dos animais de companhia são divididas em:</p><p>Características</p><p>quantitativas</p><p>São governadas por um</p><p>grande número de</p><p>genes, em que cada</p><p>gene apresenta um</p><p>pequeno efeito, sendo</p><p>denominadas de</p><p>características</p><p>poligênicas, métricas ou</p><p>quantitativas.</p><p>Características</p><p>qualitativas</p><p>São governadas por</p><p>poucos pares de genes,</p><p>como exemplo temos a</p><p>cor da pelagem, sendo</p><p>denominadas de</p><p>características</p><p>monogênicas ou</p><p>qualitativas.</p><p>Da mesma maneira que para os animais de produção, citados nos</p><p>módulos anteriores, as características quantitativas possuem maior</p><p>interesse econômico quando comparadas às qualitativas, no entanto,</p><p>necessitam de maior esforço para serem selecionadas, devido à grande</p><p>influência ambiental na expressão gênica.</p><p>Atenção!</p><p>Quando falamos da seleção de caracteres em gatos, merece destaque a</p><p>seleção em relação ao tipo de pelagem e à possibilidade de diminuição</p><p>da ocorrência de algumas doenças, para atender a um mercado</p><p>exigente desses atributos.</p><p>As raças de gatos possuem uma grande variedade de padrões e cores,</p><p>podendo ser divididas em três categorias distintas de pelagem: longa,</p><p>curta e rala.</p><p>As características que serão expressas por cada animal estão</p><p>intimamente ligadas à composição existente em cada loco, veja!</p><p>Loco Função Genótipo</p><p>A</p><p>Responsável pela</p><p>quantidade e</p><p>localização de</p><p>eumelanina e</p><p>feomelanina</p><p>A_</p><p>aa</p><p></p><p>Loco Função Genótipo</p><p>B</p><p>Responsável pela</p><p>concentração de</p><p>eumelanina</p><p>B_</p><p>bb</p><p>C</p><p>Responsável pela</p><p>pigmentação</p><p>C_</p><p>Cᶜʰ</p><p>Cʰ</p><p>Cˢ</p><p>cc</p><p>D</p><p>Responsável pela</p><p>intensidade de</p><p>eumelanina</p><p>D_</p><p>dd</p><p>S</p><p>Responsável por</p><p>determinar</p><p>desenhos das</p><p>manchas brancas</p><p>pelo corpo</p><p>S_</p><p>ss</p><p>T</p><p>Responsável por</p><p>linhas ou manchas</p><p>mais escuras</p><p>transversais</p><p>(tigrado, listrado ou</p><p>rajado)</p><p>Tᵃ Tᵃ</p><p>Tᵃ T</p><p>tᵇ tᵇ</p><p>W</p><p>Responsável por</p><p>conferir pelagem</p><p>branca</p><p>W_</p><p>ww</p><p>O Ligado ao</p><p>cromossomo X</p><p>(macho com</p><p>Macho Oy</p><p>Macho oy</p><p>Fêmea OO</p><p>Loco Função Genótipo</p><p>pelagem laranja ou</p><p>amarela e fêmeas</p><p>com pelagem</p><p>salpicada)</p><p>Fêmea Oo</p><p>Fêmea oo</p><p>Diferentes lócus, genes e características ligados à pelagem de gatos.</p><p>*Acromelanizados (extremidades escuras, corpo claro e olhos azuis).</p><p>Marina Jorge de Lemos.</p><p>Ainda em relação à pelagem, merecem destaque os gatos tricolores,</p><p>sendo esta característica ligada ao cromossomo X. Logo, para um gato</p><p>ter as três cores, ele precisa possuir um cromossomo X com o gene</p><p>amarelo, e o outro X com o gene dominante branco, ou seja, pelagem</p><p>que se manifesta nas fêmeas, e somente em casos ocasionais em</p><p>machos, quando normalmente associados a alguma raridade genética</p><p>(inferior a 1%).</p><p>Em cães, a cor da pelagem é uma característica que também possui</p><p>apelo comercial significativo, além da ausência de doenças genéticas,</p><p>como observado em gatos. Além delas, o comportamento, a aptidão</p><p>para trabalho, as características reprodutivas e a resistência também</p><p>atraem grande atenção dos melhoristas da área.</p><p>Os cães são divididos em grupos, de acordo com suas</p><p>características e foram melhorados dentro desses</p><p>grupos para atender a alguma necessidade humana,</p><p>para segurança, trabalho, caça ou para companhia.</p><p>Métodos e técnicas de melhoramento</p><p>de animais de companhia</p><p>O melhoramento genético em animais de companhia, como cães e</p><p>gatos, baseia-se na seleção artificial dos animais pela avaliação de suas</p><p>características (de interesse humano) e acasalamento.</p><p>Gato da raça Ragdoll.</p><p>O conhecimento das características, independentemente se de cães ou</p><p>gatos, e como funciona sua genética, é de suma importância para o</p><p>melhoramento genético animal, para que possamos selecionar animais</p><p>sem os genes ligados às doenças ou com aptidão específica para</p><p>executar uma ação ou até mesmo com a pelagem específica que atenda</p><p>aos desejos humanos. A seleção em gatos e cães é realizada baseada</p><p>na análise do pedigree do animal e na expressão da característica pelo</p><p>animal alvo da seleção. A grande preocupação acerca desses animais</p><p>está ligada com a endogamia alta observada.</p><p>Diferentemente de animais de produção, que possuem mais controle,</p><p>animais de companhia são acasalados, muitas vezes, com seus</p><p>parentes próximos, podendo propiciar o aparecimento de anomalias</p><p>genéticas.</p><p>Saiba mais</p><p>Um exemplo de doenças genéticas que possuem maior probabilidade</p><p>de se manifestar em animais frutos de acasalamento endogâmico,</p><p>devido ao aumento de homozigose e, portanto, de genes homozigotos</p><p>recessivos ligados muitas vezes a efeitos deletérios, é a ausência ou</p><p>deformidade da cauda e a hemofilia A felina.</p><p>Vamos conhecer melhor estas doenças!</p><p>Para essa característica, os animais que apresentarem a</p><p>genética MM (genótipo homozigoto dominante), morrem antes</p><p>do nascimento. Já os animais Mn (heterozigotos), não</p><p>apresentarão cauda.</p><p>Os animais podem apresentar ausência total da cauda, anca</p><p>arredondada, onde nenhuma vértebra caudal poderá ser sentida,</p><p>sendo classificados como fenótipo rumpy.</p><p>Podem apresentar algumas vértebras fundidas, no entanto, sem</p><p>apresentar movimento, sendo classificados como fenótipo</p><p>rumpy riser.</p><p>Podem apresentar um reduzido número de vértebras com</p><p>aparência de toco, sendo classificados como fenótipo stumpy.</p><p>Podem apresentar um número maior de vértebras, dando origem</p><p>a uma cauda curta e deformada, sendo classificados como</p><p>fenótipo longie. Essa herança é classificada como autossômica</p><p>dominante.</p><p>É uma doença ligada à diminuição da coagulação sanguínea nos</p><p>animais, acarretando uma forte tendência a hemorragias pela</p><p>deficiência do fator VIII de coagulação. Esse tipo de herança é</p><p>classificada como sexual ligada ao cromossomo X, recessiva.</p><p>Nesse caso, há maior incidência em gatos machos do que em</p><p>fêmeas, pois os machos possuem apenas um cromossomo</p><p>sexual X, enquanto as fêmeas dois cromossomos X. Portanto,</p><p>para os machos manifestarem essa doença genética basta um</p><p>gene, já para as fêmeas manifestarem, precisam possuir dois</p><p>genes recessivos.</p><p>Veja uma imagem de gato da raça Manx com deformidade da cauda</p><p>(ausência).</p><p>Ausência ou deformidade da cauda </p><p>Hemofilia A felina </p><p>Endogamia e suas consequências</p><p>negativas em animais de companhia</p><p>Veja como ocorre a endogamia e seus efeitos sobre os animais de</p><p>companhia.</p><p>Em cães, durante séculos, o homem promoveu cruzamentos entre</p><p>diversos tipos de raças, a fim de buscar aperfeiçoamentos de</p><p>características que pudessem gerar avanços no desempenho desses</p><p>animais. Morfologia, estatura, pelagem, comportamento e</p><p>temperamento dos cães serviram de incentivo para uma expressiva</p><p>transformação, resultando em diferentes raças caninas. Com o passar</p><p>dos anos, tais modificações transformaram o cão no animal que</p><p>apresenta o maior grau de polimorfismo entre todas as espécies</p><p>animais.</p><p>Os programas de melhoramento caninos focam características ligadas</p><p>a trabalho, assistência, estrutura, pelagem, doenças, reprodução e</p><p>comportamento. Da mesma maneira que para outras espécies, as</p><p>ferramentas utilizadas são seleção e acasalamento, tomando cuidado</p><p>com a endogamia. As raças caninas são divididas em 11 grupos, veja:</p><p></p><p> Grupo 1</p><p>Sã h d d ã b i d i</p><p>São chamados de cães pastores ou boiadeiros,</p><p>apresentando como características vigor físico,</p><p>velocidade, resistência a longas caminhadas e</p><p>inteligência. Podemos citar como exemplos de</p><p>raças desse grupo o Border Collie, Australian Cattle</p><p>e Pastor Belga. Na imagem, cão da raça Border</p><p>Collie, pertencente ao grupo dos pastores.</p><p> Grupo 2</p><p>São chamados de cães de guarda, trabalho e</p><p>utilidade, apresentando como característica aptidão</p><p>física e psíquica para atender aos requisitos</p><p>necessários para desempenhar as tarefas do grupo.</p><p>Podemos citar como exemplos de raças Bulldog,</p><p>Dobermann e Fila Brasileiro. Na imagem, cão da</p><p>raça Dobermann, pertencente ao grupo dos cães de</p><p>guarda e trabalho.</p><p> Grupo 3</p><p>São os terrier, animais pequenos e resistentes, o</p><p>que facilita a sua manutenção, sendo muito úteis na</p><p>atividade de caça em toca. Podemos citar como</p><p>exemplos de raças o Bull Terrier, Yorkshire Terrier e</p><p>W i N i ã d B ll T i</p><p>Westie. Na imagem, cão da raça Bull Terrier,</p><p>pertencente ao grupo dos cães de caça terrier.</p><p> Grupo 4</p><p>São os cães Dachshund, possuindo como</p><p>características um olfato apurado, corpo alongado</p><p>e membros curtos, extremamente aptos para a</p><p>caça em toca. Na imagem, cão da raça Dachshund,</p><p>pertencente ao grupo dos cães caçadores.</p><p> Grupo 5</p><p>Neste grupo, encontramos os Spitz e cães do tipo</p><p>primitivo, possuindo como característica uma vasta</p><p>pelagem dupla, as orelhas de forma triangular e o</p><p>rabo pontudo, apresentando aparência</p><p>e</p><p>comportamento semelhantes ao do lobo. Podemos</p><p>utilizar como exemplos desse grupo os Akita Inu,</p><p>Basenji e o Chow Chow. Na imagem, cão da raça</p><p>Basenji, pertencente ao grupo dos cães primitivos.</p><p> Grupo 6</p><p>Neste grupo, temos os cães sabujos e os</p><p>farejadores, possuindo, como características,</p><p>excepcional resistência física, inigualável olfato,</p><p>capacidade de perseguição, além da conservação</p><p>do instinto de trabalho coletivo. Podemos citar</p><p>como exemplos os Basset Hound, Dálmata e</p><p>Beagle. Na imagem, cão da raça Dálmata,</p><p>pertencente ao grupo dos cães farejadores.</p><p> Grupo 7</p><p>São os cães apontadores, que possuem como</p><p>característica a aptidão para a caça, inclusive com</p><p>a presença de armas de fogo. Podemos citar como</p><p>exemplos o Setter irlandês, o Pointer inglês e o</p><p>Perdigueiro português. Na imagem, cão da raça</p><p>Perdigueiro português, pertencente ao grupo dos</p><p>cães apontadores.</p><p> Grupo 8</p><p>Os cães deste grupo são conhecidos como</p><p>retrievers, levantadores e cães de água,</p><p>apresentando como características uma boa</p><p>aptidão para a caça, facilidade de adestramento e</p><p>excelente faro. Podemos citar como exemplos o</p><p>Labrador e o Golden. Na imagem, cão da raça</p><p>Golden, pertencente ao grupo dos cães retrievers.</p><p> Grupo 9</p><p>São conhecidos como cães de companhia,</p><p>apresentando como principal finalidade a</p><p>companhia e diversão. Podemos citar como</p><p>exemplos o Poodle, o Maltês e o Pug. Na imagem,</p><p>cão da raça Pug, pertencente ao grupo dos cães de</p><p>companhia.</p><p> Grupo 10</p><p>São os cães lebreis ou galgos, que têm por</p><p>característica possuir uma aparência elegante, com</p><p>focinho comprido e afilado, patas longas, pelo</p><p>estreito e profundo, além de ótima visão, sendo</p><p>muito aptos a corrida. Selecionados inicialmente</p><p>para caçar animais rápidos como lebres. Podemos</p><p>citar como exemplos o Borzoi, Saluki e Afghan</p><p>Hound. Na imagem, cães da raça Borzoi,</p><p>pertencente ao grupo dos galgos.</p><p> Grupo 11</p><p>Neste grupo estão as raças de cães não</p><p>reconhecidos pela Federação de Cinológica</p><p>Internacional (FCI), ou seja, os cães não</p><p>reconhecidos internacionalmente, mas que podem</p><p>obter registro no Brasil. Podemos citar como</p><p>exemplos o American Pit Bull Terrier e o Bulldog</p><p>Campeiro. Na imagem, cão da raça American Pitt</p><p>Bull Terrier, pertencente ao grupo de raças não</p><p>reconhecidas pela FCI.</p><p>Dentro de cada grupo, o melhoramento genético tem por função tornar</p><p>as características de interesse cada vez mais proeminentes. Além disso,</p><p>o melhoramento genético nos cães tem por finalidade a seleção dos</p><p>melhores exemplares para finalidades de reprodução, comportamento,</p><p>conformação corporal e ausência de doenças.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Um especialista em reprodução animal, durante a consultoria a um</p><p>produtor rural, descreveu que a característica que ele desejava para</p><p>seu animal era governada por um grande número de genes, em que</p><p>cada gene iria representar um pequeno efeito. Em relação a essa</p><p>característica, julgue os itens a seguir e marque a alternativa</p><p>correta.</p><p>I – Pode ser classificada como poligênica.</p><p>II – Pode ser classificada como monogênica.</p><p>III – Pelagem é um exemplo desse tipo de característica.</p><p>IV – Pode ser classificada como quantitativa.</p><p>A Apenas o item IV está correto.</p><p>B Os itens I, III e IV estão corretos.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Os itens I e IV estão corretos, cada característica é governada por</p><p>um grande número de genes e cada gene apresenta um pequeno</p><p>efeito, logo, características poligênicas, métricas ou quantitativas. O</p><p>item II está errado, pois a característica não é monogênica, mas sim</p><p>poligênica; o item III está errado, pois a pelagem é um exemplo de</p><p>característica monogênica e qualitativa.</p><p>Questão 2</p><p>Um fazendeiro consulta um especialista em relação ao grupo</p><p>canino ideal para o trabalho em sua propriedade, descrevendo que o</p><p>cão deve ter habilidade de pastoreio, inteligência, vigor físico e</p><p>resistência a grandes caminhadas, pois vai trabalhar na lida com</p><p>ovelhas. O grupo canino que deve ser indicado pelo especialista é?</p><p>C Os itens I e IV estão corretos.</p><p>D Apenas o item III está correto.</p><p>E Os itens II e III estão corretos.</p><p>A Grupo 11.</p><p>B Grupo 2.</p><p>C Grupo 1.</p><p>D Grupo 7.</p><p>E Grupo 8.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>O animal citado no exercício se enquadra no grupo 1, grupo de cães</p><p>boiadeiros e pastores, que possuem inteligência, resistência e</p><p>habilidade de pastoreio.</p><p>Considerações �nais</p><p>Conhecemos os conceitos genéticos dentro da área do melhoramento</p><p>animal, com ênfase para sua importância e sua aplicação. Conhecemos</p><p>também os principais caracteres desejados dentro dos diferentes</p><p>programas de melhoramento para diversas espécies animais. Além</p><p>disso, identificamos as principais técnicas e ferramentas utilizadas</p><p>nesses programas.</p><p>Os conhecimentos do melhoramento genético nos diferentes grupos,</p><p>como ruminantes, suínos, aves, peixes e animais de companhia,</p><p>propiciam uma visão mais ampla e clara sobre a relevância desta área</p><p>de atuação profissional.</p><p>É fundamental ter em mente que para entender a dinâmica dos</p><p>elementos avaliados no melhoramento animal, é necessário definir o</p><p>real objetivo do programa, que varia de acordo com cada grupo e</p><p>espécie, assim como dentro das diferentes raças animais.</p><p>Podcast</p><p>Para encerrar, ouça a importância dos conhecimentos genéticos,</p><p>quantitativos e técnicas de melhoramento para as culturas animais</p><p>brasileiras.</p><p></p><p>Explore +</p><p>Confira o que separamos para você!</p><p>Pesquise o artigo Melhoramento genético animal aplicado à</p><p>aquicultura: atualidades e perspectivas futuras nos programas de</p><p>melhoramento de tilápia (Oreochromis niloticus) no Brasil e conheça</p><p>como Bruna G. de Moraes e colaboradores abordam os programas de</p><p>melhoramento em peixes.</p><p>Leia o artigo Melhoramento genético em aves de corte e entenda como</p><p>Guilherme Guimaro Costa Moura e colaboradores abordam essa</p><p>temática.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório Anual de</p><p>2021. São Paulo: ABPA, 2021.</p><p>EUCLIDES FILHO, K. O melhoramento genético animal no Brasil:</p><p>fundamentos, história e importância. Campo Grande, MS: Embrapa</p><p>Gado de Corte, 1999.</p><p>EUCLIDES FILHO, K. Evolução do melhoramento genético de bovinos de</p><p>corte no Brasil. Revista Ceres, v. 56, n. 5, p. 620-626, 2009.</p><p>TINOCO, A. C. C. et al. Métodos de cruzamento utilizados em cães:</p><p>estudo nos canis dos municípios de São Luís e São José de Ribamar –</p><p>MA. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 4, n.3, p.</p><p>3810-3817, 2021.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p>