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5Melhoramento genético animal

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Melhoramento genético animal
Prof.ª Marina Jorge de Lemos

Descrição
A compreensão do melhoramento genético em animais de produção e de companhia.

Propósito
Compreender o melhoramento genético animal, seus métodos e as metodologias, é importante para o profissional médico-veterinário, pois auxiliará na sua atuação tanto em sala de aula quanto no campo, com relevância no aumento da produtividade animal, entre outros.

Objetivos
Módulo 1
Melhoramento genético de ruminantes
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em ruminantes.

Módulo 2
Melhoramento genético de aves e suínos
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em aves e suínos.

Módulo 3
Melhoramento genético de peixes
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em peixes.

Módulo 4
Melhoramento genético de animais de companhia
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em animais de companhia.

Introdução
O conhecimento sobre a importância e aplicação do melhoramento genético animal, assim como a compreensão dos caracteres desejados de diferentes espécies, é um aspecto importante para diversas áreas de estudo, como produção de ruminantes, de aves e suínos, de peixes e criação de animais de companhia.

Por meio do melhoramento genético é possível reduzir a incidência de doenças genéticas, aumentar a rusticidade e resistência a doenças, além de aumentar a produtividade animal, por exemplo, a fim de atender ao mercado extremamente competitivo no Brasil.

Neste conteúdo, entenderemos os métodos e as técnicas do melhoramento genético de animais de produção, como ruminantes, suínos, aves e peixes. Por fim, veremos as metodologias utilizadas em animais de companhia, como cães e gatos.

1 - Melhoramento genético de ruminantes
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em ruminantes.

Importância e aplicação do melhoramento de ruminantes
É um grande desafio para os produtores de ruminantes estabelecerem seus sistemas de produção no Brasil, um país reconhecido por sua grande dimensão territorial e ampla variedade climática e de manejo nos rebanhos comerciais.

Atenção!
Entre os ruminantes de importância econômica podemos citar os bovinos, tanto de corte quanto de leite. No ramo de produção de carne, o Brasil ocupa lugar de destaque como um dos maiores produtores e exportadores do mundo.
A bovinocultura brasileira teve seu início na colonização, com a introdução de espécimes da Península Ibérica. Esses animais, inicialmente, eram utilizados para trabalho, devido à sua força, e também para transporte, principalmente de madeira. Os bovinos foram importantes na exploração do país, pois foi com esses animais que expandimos as fronteiras.
Os animais de origem europeia tiveram, portanto, papel fundamental para sobrevivência e consolidação do Brasil Colônia. Porém, com o passar do tempo, observou-se que o clima tropical exerceu efeito negativo sobre os animais, com consequente redução do seu desempenho.
As raças europeias, como Holandesa e Jersey, para leite, e Angus e Hereford, para corte, quando em condições de criação semelhantes às de países de clima temperado, ambientes aos quais elas estão adaptadas, são capazes de expressar seu máximo potencial de produção. Veja as raças:
Raça Holandesa.
Raça Jersey.
Raça Angus.
Raça Hereford.
Observe a seguir a evolução histórica da demanda por animais produtivos nos séculos XIX e XX:
Final do século XIX e início do XX
Entre o final do século XIX e o início do século XX, observou-se uma crescente demanda por animais mais produtivos, o que fez com que as raças zebuínas fossem introduzidas no Brasil. As raças zebuínas são consideradas as responsáveis pela primeira grande revolução na pecuária do país, tanto de corte quanto de leite. Ao realizar o cruzamento entre as raças zebuínas e europeias, foi observado resultado satisfatório de produção, provocando uma grande expectativa em relação às raças zebuínas, animais que cresceram em número e se espalharam pelo Brasil e por vários outros países da América do Sul.
Nesse período, no Brasil, teve início a criação orientada para produção comercial, com grandes importações de gado oriundo da Índia. O melhoramento observado na época era voltado para realização de uma seleção sem embasamento científico, objetivando principalmente a fixação de caracteres desejados e à formação de raças puras.
Caracteres desejados no melhoramento de ruminantes
De um modo geral, os fenótipos ou características dos animais podem ser classificadas como quantitativas e qualitativas.
Fenótipos
Fenótipo é a expressão dos genes e resulta em características morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, entre outras, num organismo.
Metade do século XX
Na metade do século XX, o Brasil já possuía um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, mas o país precisava importar alimento para atender a demanda nacional, devido à baixa produtividade e qualidade.
Características qualitativas
Podem ser definidas como características que não conseguimos mensurar numericamente, mas as quais podemos classificar. Dentro das características qualitativas, observamos também, de maneira geral, poucos genes envolvidos na sua expressão, além de pouco ou nenhum efeito ambiental sobre ela. São características qualitativas: ausência e presença de chifres, cor de pelagem, formato do chanfro e de pescoço, entre outras.
Características quantitativas
São aquelas que podem ser mensuradas numericamente, como a produção de leite, por exemplo, que possui uma unidade de medida em litros ou quilos. De modo geral, as características quantitativas são influenciadas por vários genes em vários loci e possuem grande influência do ambiente. Outros exemplos, além da produção de leite, são todas as características métricas, como medidas corporais, peso etc.
Dentro da bovinocultura de corte, o foco principal dos programas de melhoramento genético está nas características quantitativas ligadas ao peso animal e ganho de peso diário, à precocidade para atingir determinado peso, ao rendimento de carcaça e à qualidade da carne, com atributos como maciez e porcentagem de gordura na carne.
Em relação à bovinocultura de leite, as principais características que possuem grande impacto econômico e representam a base dos principais programas de melhoramento são produção de leite por ciclo produtivo, intervalo entre partos, precocidade para atingir maturidade sexual, longevidade produtiva e características relacionadas à qualidade do leite, como porcentagens de gordura, lactose, proteína e sólidos totais.
Como a criação de bovinos no Brasil, tanto de corte quanto de leite, possui predominância no sistema extensivo, os animais são criados com pouco ou nenhum controle do ambiente.
Nesse sistema, os animais são criados sem tecnologia associada e as características quantitativas, mais afetadas pelo ambiente, podem ser influenciadas. Os animais taurinos e zebuínos, utilizados na bovinocultura brasileira, respondem de forma diferente a esse sistema, principalmente devido à sua genética. Confira!
Gado taurino
Pertencente à subespécie Bos taurus taurus, é típico de região temperada com estações climáticas bem definidas. Evoluiu naturalmente em condições de abundância hídrica e alimentar, na ausência de contato com parasitas e doenças típicos da região tropical.
Esse gado – mesmo possuindo ótimo potencial genético produtivo, com altos índices de ganho de peso, precocidade, rendimento de carcaça, produção e qualidade do leite e qualidade da carne – quando criado a campo, possui sua produção afetada, pois não apresenta rusticidade, nem resistência a parasitas e doenças típicos de clima tropical.
Gado Zebu
Pertencente à subespécie Bos taurus indicus, é típico de região tropical com estações bem definidas e grande

Variedade climática. Evoluiu em condições totalmente contrastantes com aquelas do gado europeu, contando com escassez alimentar e hídrica, em ambientes com alto desafio sanitário, em contato com parasitas e doenças tropicais. Esse gado possui características como resistência e rusticidade, adapta-se bem às diferentes condições climáticas, alimentares, de topografia etc. Quando comparamos as raças zebuínas com as europeias, as primeiras não são tão produtivas quanto as segundas, contudo, adaptam-se bem às nossas condições climáticas. Veja as raças zebuínas Nelore, Guzerá e Gir: Raça Nelore. Raça Guzerá. Raça Gir. O desejado, portanto, são a rusticidade e a resistência do gado Zebu e as características ligadas à maior produção do gado europeu. Com esse pensamento, os principais programas de melhoramento genético surgiram. Métodos e técnicas no melhoramento de ruminantes. Duas são as ferramentas utilizadas para se promover o melhoramento genético animal: a seleção artificial e o acasalamento: Seleção artificial. É o processo de escolha que indica quais animais de uma geração se tornarão pais da próxima geração, ou seja, podemos entender seleção como a escolha dos melhores animais de uma geração que serão pais da geração subsequente. Acasalamento. Termo bastante amplo que para os animais domésticos, com finalidade comercial, é de suma importância quando resulta em concepção, gestação e nascimento de filhos. Dessa maneira, o acasalamento é um elemento complementar essencial no processo de seleção (EUCLIDES FILHO, 2009). Seleção artificial. A seleção tem como objetivo a melhoria e/ou fixação de alguma característica de importância, o que significa que possui a finalidade de aumentar a frequência de genes favoráveis na população. A seleção envolve a escolha dos animais com melhores genótipos por meio dos melhores fenótipos. Para isso, a variação das diferentes características na população é fundamental, pois se não houvesse variação não seria possível selecionar (todos os animais seriam iguais), nem obter ganhos genéticos. É importante ressaltar que a seleção, mesmo possibilitando a mudança da frequência gênica da população, com aumentos dos genes favoráveis, não permite a criação de novos genes. Existem diferentes tipos de técnicas de seleção nos programas de ruminantes, como a seleção baseada em pedigrees, na aparência visual, em resultados de testes de desempenho e em valores genéticos (DEPs – diferenças esperadas na progênie). Veja! A seleção baseada em informações de pedigree pode ser utilizada quando necessitamos obter maior segurança na informação animal ou quando o animal é muito jovem, além das situações em que as características que desejamos melhorar são limitadas pelo sexo ou quando não podem ser medidas diretamente no animal. O pedigree não deve ser ignorado pelos selecionadores, pois é por meio dele que se evita a prática de endogamia nos acasalamentos e, por conseguinte, o aumento da consanguinidade do rebanho. Já está comprovado que o aumento da consanguinidade tem efeito negativo na produtividade do rebanho. Quando nos baseamos na aparência visual para a seleção, a população animal é dividida em grupos de acordo com sua finalidade, como padrões raciais e padrões para exposições, que normalmente não estão relacionadas com produtividade e funcionalidade. Os padrões raciais são extremamente relevantes, com intuito de diferenciar os valores genéticos dos animais, já os padrões voltados para as exposições apresentam pouco valor genético. A seleção baseada em resultados de teste de desempenho está relacionada diretamente à avaliação animal para determinadas características produtivas, como ganho de peso, por exemplo. Para que ocorra a correta medição de desempenho é formado o que chamamos grupo de animais contemporâneos, que inclui animais de idade semelhante e submetidos a um mesmo manejo; dessa maneira, há maior facilidade na coleta de dados com menor erro, e há garantia de menor interferência do ambiente sobre os diferentes animais. Na seleção baseada em valores genéticos, os dados de desempenho coletados dos animais são utilizados para determinar os seus valores genéticos, ou seja, as diferenças esperadas na progênie (DEPs), que nada mais são que a metade do valor genético dos animais. Essa metade corresponde à parcela que cada animal contribui na carga genética do seu descendente. Vamos entender melhor as DEPs! DEP é a previsão da diferença esperada entre a performance média da futura progênie de um indivíduo e a performance de um animal referência teórico com DEP de valor zero. Por exemplo, para um touro A que possui DEP de +1,5kg para peso ao nascimento, espera-se que sua progênie seja em média 1,5kg mais pesada que a progênie do touro referência com DEP assumida para peso ao nascimento igual a zero. Podemos esperar que o touro A produza bezerros 2,5kg mais leves que um touro com DEP +4,0 (4,0 – 1,5 = 2,5). As DEPs são designadas com a finalidade de comparar os animais e são calculadas por meio da utilização de procedimentos estatísticos correspondentes a uma categorial geral chamada Best linear unbiased prediction (BLUP) ou, em português, melhor previsão linear não viesada. Entenda: Análise e vantagens das DEPs. Essas análises adequam os valores das informações disponíveis sobre um indivíduo e seus parentes, utilizados nas análises. O uso das DEPs tem como vantagem em relação a outras análises para seleção, como o teste de desempenho, a possibilidade de comparar indivíduos entre rebanhos diferentes. Comparação e teste de desempenho. Essa comparação só é possível porque para os cálculos das DEPs são utilizadas informações disponíveis dos animais, tanto de pedigree quanto da performance individual e das progênies. Já o teste de desempenho se baseia apenas nos resultados individuais dos animais. Portanto, as DEPs são as melhores previsões que podem ser feitas sobre mérito genético dos indivíduos e é baseado nelas que os criadores podem definir os objetivos de seleção de seus rebanhos. Acasalamento. Os diferentes tipos de acasalamento também são muito importantes nos programas de melhoramento de ruminantes, entre eles podemos citar a exogamia e a endogamia. Exogamia. A exogamia ou cruzamento é o acasalamento que ocorre entre animais de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura. Os produtos do cruzamento são denominados de mestiços, já o acasalamento entre mestiços é denominado de mestiçagem. Um dos efeitos da exogamia é o aumento da heterozigose, permitindo a inibição de manifestação de genes recessivos que geralmente tem efeito deletério. Entenda seus objetivos a seguir: Entre os cruzamentos utilizados na bovinocultura podemos citar o cruzamento contínuo ou absorvente, que utiliza duas raças diferentes, no qual a raça “que se deseja apurar” absorve a outra raça utilizada, pelo uso contínuo de reprodutores, gerando os animais puros por cruza (PC). Como exemplo, podemos citar o cruzamento entre as raças Simental e Nelore. Veja! Exemplo Simental X Nelore F1 – ½ Simental ½ Nelore x Simental F2 – ¾ Simental ¼ Nelore x Simental F3 – ⅞ Simental ⅛ Nelore x Simental F4 – ¹⁵⁄₁₆ Simental ¹⁄₁₆ Nelore x Simental F5 – ³¹⁄₃₂ Simental ¹⁄₃₂ Nelore = Puro por cruza (PC) Confira exemplares das raças Simental e Nelore: Raça Simental. Raça Nelore. O objetivo do cruzamento contínuo ou absorvente é produzir animal puro e adaptado, que atualmente não é muito usado em gado de corte devido ao tempo e custo ligado à geração dos puros por cruza. Porém, no passado, quando havia um foco maior no padrão racial, esse cruzamento atendia o objetivo. Existe também o cruzamento rotacional entre duas ou três raças, que ocorre ao alterná-las entre

Em relação ao melhoramento de suínos, seu início ocorreu na Dinamarca, considerado o primeiro país a investir em melhoramento genético de suínos, com a realização de testes de progênies em 1910. No Brasil, em São Paulo, foi fundada, em 1916, a fazenda de criação com objetivos voltados ao melhoramento do suíno nacional Canastrão, por meio de seleção e acasalamento. Nos anos que se seguiram, vários trabalhos foram desenvolvidos e na década de 1960 houve grande importação de raças americanas, como Duroc, Yorkshire e Hampshire, além de raças oriundas da Europa, como Landrace e Large White. A elevada concentração de raças internacionais com alta seleção e boa qualidade permitiu um avanço considerável no melhoramento nacional dentro da suinocultura, propiciando a substituição de raças nacionais, que eram predominantemente do tipo banha e marcou o início da intensificação de criações de suínos do tipo carne. Caracteres desejados no melhoramento de aves e suínos. As características classificadas como quantitativas são as principais dentro dos programas de melhoramento genético animal, observe: Avicultura de corte As características como precocidade, ganho de peso, conformação corporal, conversão alimentar e rendimento de carcaça representam o foco dos principais programas de melhoramento genético, sem deixar de lado o bom potencial de postura para as matrizes de corte. Avicultura de postura A longevidade produtiva, precocidade, fertilidade, eclodibilidade, menor peso da ave ao início e ao final da postura, maior peso inicial do ovo, maior produção de ovos, qualidade de ovos, resistência da casca, resistência da ave e rusticidade são algumas das principais características envolvidas nos programas genéticos. Com a aplicação dos programas de melhoramento genético dentro da avicultura, podemos observar uma evolução considerável no segmento de carne, com redução do tempo de abate que era de quatro meses para atingir 1,5kg para a idade de abate atual que é de 42 dias com média de 2,2kg de peso corporal, com redução na conversão alimentar. No segmento de postura, podemos observar grande avanço também, com a média de 40 ovos por ano produzidos pelas aves, tendo subido para a média atual de 300 ovos por ano. Dentro da suinocultura, com a mudança do mercado consumidor exigindo maior porcentagem de carne magra na carcaça e menor espessura de toucinho, o perfil do suíno produzido no Brasil mudou totalmente, acompanhe: Tipo banha Saindo do tipo banha, que apresentava no máximo 45 a 46% de carne magra na carcaça e 5 a 6cm de espessura de toucinho. Tipo carne Tornando-se do tipo carne, com no mínimo 60 a 65% de carne magra na carcaça e 0,8 a 1,2cm de espessura de toucinho. O mercado consumidor, mais exigente e mais esclarecido, começou a demandar uma carne diferenciada, com menos gordura. Além dessa mudança no mercado consumidor, o advento da tecnologia dos óleos vegetais também provocou a diminuição do uso da banha produzida pela suinocultura. A partir daí, iniciaram os programas focando características diferenciadas, como maior precocidade aos animais, maior ganho de peso, menos gordura, maior rendimento de carcaça, mais habilidade materna, com maior número de leitões nascendo por leitegada. Métodos e técnicas no melhoramento de aves e suínos. Avicultura Dentro da avicultura, os programas, geralmente, utilizam quatro raças puras diferentes e o melhoramento inicia com a seleção nessas raças puras. Como as raças apresentam semelhanças para as principais características desejadas, uma prática que pode ser realizada é a endogamia. A endogamia ocorrerá dentro de cada raça, assim, ela contribui, após gerações, com a prática da seleção em cada raça, para aumentar a variabilidade fenotípica entre as raças. É importante ressaltar que a consequência direta da endogamia, como citada para os ruminantes, é o aumento da homozigose, ou seja, os animais ficam cada vez mais parecidos dentro da raça. Contudo, ao compararmos as raças após endogamia percebemos um distanciamento, uma variabilidade fenotípica entre elas. Após alcançar essa variabilidade, as raças podem ser cruzadas para geração de mestiços. Linhagem Raças utilizadas Linha Pura A X A B X B C X C D X D Bisavós A X A B X B C X C D X D Avós A X B C X D Matrizes e reprodutores Macho AB X Fêmea CD Linhagem comercial ABCD (frango de corte ou poedeira comercial) Marina Jorge de Lemos. O esquema ilustra a formação das linhagens comerciais, aquelas utilizadas na avicultura comercial. As letras A, B, C e D representam as raças puras utilizadas, com aplicação de endogamia e seleção dos melhores animais baseados nas suas características superiores. Bisavós Os descendentes do primeiro acasalamento chamamos de bisavós, que são criados nas granjas bisavozeiras e selecionados para novo acasalamento dentro da raça pura. Avós Desse acasalamento são gerados os animais chamados de avós, criados nos avozeiros, onde crescem, são selecionados e os melhores da raça A são acasalados com os melhores da raça B, assim como os melhores da raça C são acasalados com os melhores da raça D. Reprodutores e matrizes Desse acasalamento são gerados os mestiços, conhecidos como reprodutores e matrizes, que são criados nos matrizeiros. Uma vez nos matrizeiros, essas aves crescem e são selecionadas, e o melhor macho mestiço AB acasalará com a melhor fêmea mestiça CD, para finalmente gerar a linhagem comercial, que representa o animal que irá para granja comercial para produção de carne ou de ovos. Esse animal possuirá características de quatro raças diferentes, devido aos genes herdados. O que diferencia a linhagem de corte ou de postura? E dentro da postura, o que determina se será ovo branco ou vermelho? São as raças puras utilizadas no programa. Para a formação das linhagens comerciais de frango de corte são utilizadas duas raças pesadas (que possuem aptidão para corte) na linha paterna, como a Cornish, por exemplo, até chegar ao reprodutor AB que será pai do frango de corte; e duas raças semipesadas (que possuem dupla aptidão, carne e ovos), na linha materna, como a Plymouth Rock, por exemplo, até chegar à matriz CD que será mãe do frango de corte. Raça leve Legorne, usada no melhoramento genético de poedeiras comerciais de ovos brancos. Poedeiras de ovos brancos Para a formação das linhagens comerciais de poedeiras de ovos brancos são utilizadas raças leves nas duas linhas (materna e paterna), que possuem aptidão para postura, como a Legorne, por exemplo. Raça semipesada Rhode Island Red, usada no melhoramento genético de poedeiras comerciais de ovos vermelhos. Poedeiras de ovos vermelhos Para a formação da linhagem comercial de poedeiras de ovos vermelhos, são utilizadas raças semipesadas nas duas linhas (materna e paterna) que possuem dupla aptidão, como a Rhode Island Red, por exemplo. As linhagens geradas são utilizadas nos setores produtivos, são marcas comerciais que dominam o mercado da avicultura nacional. Entre as principais linhagens comercializadas no Brasil, podemos citar as internacionais Hy-line e a Lohmann para poedeiras, tanto de ovos brancos quanto vermelhos e a linhagem Cobb, para frangos de corte. A Embrapa também possui linhagens desenvolvidas, como a Embrapa 051 para postura e a Embrapa 021 para corte. As linhagens nacionais são bastante utilizadas, mas o mercado nacional ainda é dominado pelas linhagens internacionais, das quais importamos ovos de avós e realizamos o restante do programa de melhoramento no Brasil. Suinocultura Dentro da suinocultura, os programas são voltados para atender os mercados de carne suína nacional e internacional, uma vez que o Brasil é grande exportador de carne suína no mundo. Da mesma forma que ocorre para os bovinos, os cruzamentos entre raças também se constituíram em importante forma de aumentar a produtividade dos plantéis, ao alcançar a complementaridade de raças e o aumento da heterose. Ao acasalarmos raças diferentes de suínos, observamos aumento na taxa de

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Questões resolvidas

Melhoramento genético animal
Prof.ª Marina Jorge de Lemos

Descrição
A compreensão do melhoramento genético em animais de produção e de companhia.

Propósito
Compreender o melhoramento genético animal, seus métodos e as metodologias, é importante para o profissional médico-veterinário, pois auxiliará na sua atuação tanto em sala de aula quanto no campo, com relevância no aumento da produtividade animal, entre outros.

Objetivos
Módulo 1
Melhoramento genético de ruminantes
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em ruminantes.

Módulo 2
Melhoramento genético de aves e suínos
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em aves e suínos.

Módulo 3
Melhoramento genético de peixes
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em peixes.

Módulo 4
Melhoramento genético de animais de companhia
Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em animais de companhia.

Introdução
O conhecimento sobre a importância e aplicação do melhoramento genético animal, assim como a compreensão dos caracteres desejados de diferentes espécies, é um aspecto importante para diversas áreas de estudo, como produção de ruminantes, de aves e suínos, de peixes e criação de animais de companhia.

Por meio do melhoramento genético é possível reduzir a incidência de doenças genéticas, aumentar a rusticidade e resistência a doenças, além de aumentar a produtividade animal, por exemplo, a fim de atender ao mercado extremamente competitivo no Brasil.

Neste conteúdo, entenderemos os métodos e as técnicas do melhoramento genético de animais de produção, como ruminantes, suínos, aves e peixes. Por fim, veremos as metodologias utilizadas em animais de companhia, como cães e gatos.

1 - Melhoramento genético de ruminantes
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do melhoramento genético em ruminantes.

Importância e aplicação do melhoramento de ruminantes
É um grande desafio para os produtores de ruminantes estabelecerem seus sistemas de produção no Brasil, um país reconhecido por sua grande dimensão territorial e ampla variedade climática e de manejo nos rebanhos comerciais.

Atenção!
Entre os ruminantes de importância econômica podemos citar os bovinos, tanto de corte quanto de leite. No ramo de produção de carne, o Brasil ocupa lugar de destaque como um dos maiores produtores e exportadores do mundo.
A bovinocultura brasileira teve seu início na colonização, com a introdução de espécimes da Península Ibérica. Esses animais, inicialmente, eram utilizados para trabalho, devido à sua força, e também para transporte, principalmente de madeira. Os bovinos foram importantes na exploração do país, pois foi com esses animais que expandimos as fronteiras.
Os animais de origem europeia tiveram, portanto, papel fundamental para sobrevivência e consolidação do Brasil Colônia. Porém, com o passar do tempo, observou-se que o clima tropical exerceu efeito negativo sobre os animais, com consequente redução do seu desempenho.
As raças europeias, como Holandesa e Jersey, para leite, e Angus e Hereford, para corte, quando em condições de criação semelhantes às de países de clima temperado, ambientes aos quais elas estão adaptadas, são capazes de expressar seu máximo potencial de produção. Veja as raças:
Raça Holandesa.
Raça Jersey.
Raça Angus.
Raça Hereford.
Observe a seguir a evolução histórica da demanda por animais produtivos nos séculos XIX e XX:
Final do século XIX e início do XX
Entre o final do século XIX e o início do século XX, observou-se uma crescente demanda por animais mais produtivos, o que fez com que as raças zebuínas fossem introduzidas no Brasil. As raças zebuínas são consideradas as responsáveis pela primeira grande revolução na pecuária do país, tanto de corte quanto de leite. Ao realizar o cruzamento entre as raças zebuínas e europeias, foi observado resultado satisfatório de produção, provocando uma grande expectativa em relação às raças zebuínas, animais que cresceram em número e se espalharam pelo Brasil e por vários outros países da América do Sul.
Nesse período, no Brasil, teve início a criação orientada para produção comercial, com grandes importações de gado oriundo da Índia. O melhoramento observado na época era voltado para realização de uma seleção sem embasamento científico, objetivando principalmente a fixação de caracteres desejados e à formação de raças puras.
Caracteres desejados no melhoramento de ruminantes
De um modo geral, os fenótipos ou características dos animais podem ser classificadas como quantitativas e qualitativas.
Fenótipos
Fenótipo é a expressão dos genes e resulta em características morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, entre outras, num organismo.
Metade do século XX
Na metade do século XX, o Brasil já possuía um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, mas o país precisava importar alimento para atender a demanda nacional, devido à baixa produtividade e qualidade.
Características qualitativas
Podem ser definidas como características que não conseguimos mensurar numericamente, mas as quais podemos classificar. Dentro das características qualitativas, observamos também, de maneira geral, poucos genes envolvidos na sua expressão, além de pouco ou nenhum efeito ambiental sobre ela. São características qualitativas: ausência e presença de chifres, cor de pelagem, formato do chanfro e de pescoço, entre outras.
Características quantitativas
São aquelas que podem ser mensuradas numericamente, como a produção de leite, por exemplo, que possui uma unidade de medida em litros ou quilos. De modo geral, as características quantitativas são influenciadas por vários genes em vários loci e possuem grande influência do ambiente. Outros exemplos, além da produção de leite, são todas as características métricas, como medidas corporais, peso etc.
Dentro da bovinocultura de corte, o foco principal dos programas de melhoramento genético está nas características quantitativas ligadas ao peso animal e ganho de peso diário, à precocidade para atingir determinado peso, ao rendimento de carcaça e à qualidade da carne, com atributos como maciez e porcentagem de gordura na carne.
Em relação à bovinocultura de leite, as principais características que possuem grande impacto econômico e representam a base dos principais programas de melhoramento são produção de leite por ciclo produtivo, intervalo entre partos, precocidade para atingir maturidade sexual, longevidade produtiva e características relacionadas à qualidade do leite, como porcentagens de gordura, lactose, proteína e sólidos totais.
Como a criação de bovinos no Brasil, tanto de corte quanto de leite, possui predominância no sistema extensivo, os animais são criados com pouco ou nenhum controle do ambiente.
Nesse sistema, os animais são criados sem tecnologia associada e as características quantitativas, mais afetadas pelo ambiente, podem ser influenciadas. Os animais taurinos e zebuínos, utilizados na bovinocultura brasileira, respondem de forma diferente a esse sistema, principalmente devido à sua genética. Confira!
Gado taurino
Pertencente à subespécie Bos taurus taurus, é típico de região temperada com estações climáticas bem definidas. Evoluiu naturalmente em condições de abundância hídrica e alimentar, na ausência de contato com parasitas e doenças típicos da região tropical.
Esse gado – mesmo possuindo ótimo potencial genético produtivo, com altos índices de ganho de peso, precocidade, rendimento de carcaça, produção e qualidade do leite e qualidade da carne – quando criado a campo, possui sua produção afetada, pois não apresenta rusticidade, nem resistência a parasitas e doenças típicos de clima tropical.
Gado Zebu
Pertencente à subespécie Bos taurus indicus, é típico de região tropical com estações bem definidas e grande

Variedade climática. Evoluiu em condições totalmente contrastantes com aquelas do gado europeu, contando com escassez alimentar e hídrica, em ambientes com alto desafio sanitário, em contato com parasitas e doenças tropicais. Esse gado possui características como resistência e rusticidade, adapta-se bem às diferentes condições climáticas, alimentares, de topografia etc. Quando comparamos as raças zebuínas com as europeias, as primeiras não são tão produtivas quanto as segundas, contudo, adaptam-se bem às nossas condições climáticas. Veja as raças zebuínas Nelore, Guzerá e Gir: Raça Nelore. Raça Guzerá. Raça Gir. O desejado, portanto, são a rusticidade e a resistência do gado Zebu e as características ligadas à maior produção do gado europeu. Com esse pensamento, os principais programas de melhoramento genético surgiram. Métodos e técnicas no melhoramento de ruminantes. Duas são as ferramentas utilizadas para se promover o melhoramento genético animal: a seleção artificial e o acasalamento: Seleção artificial. É o processo de escolha que indica quais animais de uma geração se tornarão pais da próxima geração, ou seja, podemos entender seleção como a escolha dos melhores animais de uma geração que serão pais da geração subsequente. Acasalamento. Termo bastante amplo que para os animais domésticos, com finalidade comercial, é de suma importância quando resulta em concepção, gestação e nascimento de filhos. Dessa maneira, o acasalamento é um elemento complementar essencial no processo de seleção (EUCLIDES FILHO, 2009). Seleção artificial. A seleção tem como objetivo a melhoria e/ou fixação de alguma característica de importância, o que significa que possui a finalidade de aumentar a frequência de genes favoráveis na população. A seleção envolve a escolha dos animais com melhores genótipos por meio dos melhores fenótipos. Para isso, a variação das diferentes características na população é fundamental, pois se não houvesse variação não seria possível selecionar (todos os animais seriam iguais), nem obter ganhos genéticos. É importante ressaltar que a seleção, mesmo possibilitando a mudança da frequência gênica da população, com aumentos dos genes favoráveis, não permite a criação de novos genes. Existem diferentes tipos de técnicas de seleção nos programas de ruminantes, como a seleção baseada em pedigrees, na aparência visual, em resultados de testes de desempenho e em valores genéticos (DEPs – diferenças esperadas na progênie). Veja! A seleção baseada em informações de pedigree pode ser utilizada quando necessitamos obter maior segurança na informação animal ou quando o animal é muito jovem, além das situações em que as características que desejamos melhorar são limitadas pelo sexo ou quando não podem ser medidas diretamente no animal. O pedigree não deve ser ignorado pelos selecionadores, pois é por meio dele que se evita a prática de endogamia nos acasalamentos e, por conseguinte, o aumento da consanguinidade do rebanho. Já está comprovado que o aumento da consanguinidade tem efeito negativo na produtividade do rebanho. Quando nos baseamos na aparência visual para a seleção, a população animal é dividida em grupos de acordo com sua finalidade, como padrões raciais e padrões para exposições, que normalmente não estão relacionadas com produtividade e funcionalidade. Os padrões raciais são extremamente relevantes, com intuito de diferenciar os valores genéticos dos animais, já os padrões voltados para as exposições apresentam pouco valor genético. A seleção baseada em resultados de teste de desempenho está relacionada diretamente à avaliação animal para determinadas características produtivas, como ganho de peso, por exemplo. Para que ocorra a correta medição de desempenho é formado o que chamamos grupo de animais contemporâneos, que inclui animais de idade semelhante e submetidos a um mesmo manejo; dessa maneira, há maior facilidade na coleta de dados com menor erro, e há garantia de menor interferência do ambiente sobre os diferentes animais. Na seleção baseada em valores genéticos, os dados de desempenho coletados dos animais são utilizados para determinar os seus valores genéticos, ou seja, as diferenças esperadas na progênie (DEPs), que nada mais são que a metade do valor genético dos animais. Essa metade corresponde à parcela que cada animal contribui na carga genética do seu descendente. Vamos entender melhor as DEPs! DEP é a previsão da diferença esperada entre a performance média da futura progênie de um indivíduo e a performance de um animal referência teórico com DEP de valor zero. Por exemplo, para um touro A que possui DEP de +1,5kg para peso ao nascimento, espera-se que sua progênie seja em média 1,5kg mais pesada que a progênie do touro referência com DEP assumida para peso ao nascimento igual a zero. Podemos esperar que o touro A produza bezerros 2,5kg mais leves que um touro com DEP +4,0 (4,0 – 1,5 = 2,5). As DEPs são designadas com a finalidade de comparar os animais e são calculadas por meio da utilização de procedimentos estatísticos correspondentes a uma categorial geral chamada Best linear unbiased prediction (BLUP) ou, em português, melhor previsão linear não viesada. Entenda: Análise e vantagens das DEPs. Essas análises adequam os valores das informações disponíveis sobre um indivíduo e seus parentes, utilizados nas análises. O uso das DEPs tem como vantagem em relação a outras análises para seleção, como o teste de desempenho, a possibilidade de comparar indivíduos entre rebanhos diferentes. Comparação e teste de desempenho. Essa comparação só é possível porque para os cálculos das DEPs são utilizadas informações disponíveis dos animais, tanto de pedigree quanto da performance individual e das progênies. Já o teste de desempenho se baseia apenas nos resultados individuais dos animais. Portanto, as DEPs são as melhores previsões que podem ser feitas sobre mérito genético dos indivíduos e é baseado nelas que os criadores podem definir os objetivos de seleção de seus rebanhos. Acasalamento. Os diferentes tipos de acasalamento também são muito importantes nos programas de melhoramento de ruminantes, entre eles podemos citar a exogamia e a endogamia. Exogamia. A exogamia ou cruzamento é o acasalamento que ocorre entre animais de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura. Os produtos do cruzamento são denominados de mestiços, já o acasalamento entre mestiços é denominado de mestiçagem. Um dos efeitos da exogamia é o aumento da heterozigose, permitindo a inibição de manifestação de genes recessivos que geralmente tem efeito deletério. Entenda seus objetivos a seguir: Entre os cruzamentos utilizados na bovinocultura podemos citar o cruzamento contínuo ou absorvente, que utiliza duas raças diferentes, no qual a raça “que se deseja apurar” absorve a outra raça utilizada, pelo uso contínuo de reprodutores, gerando os animais puros por cruza (PC). Como exemplo, podemos citar o cruzamento entre as raças Simental e Nelore. Veja! Exemplo Simental X Nelore F1 – ½ Simental ½ Nelore x Simental F2 – ¾ Simental ¼ Nelore x Simental F3 – ⅞ Simental ⅛ Nelore x Simental F4 – ¹⁵⁄₁₆ Simental ¹⁄₁₆ Nelore x Simental F5 – ³¹⁄₃₂ Simental ¹⁄₃₂ Nelore = Puro por cruza (PC) Confira exemplares das raças Simental e Nelore: Raça Simental. Raça Nelore. O objetivo do cruzamento contínuo ou absorvente é produzir animal puro e adaptado, que atualmente não é muito usado em gado de corte devido ao tempo e custo ligado à geração dos puros por cruza. Porém, no passado, quando havia um foco maior no padrão racial, esse cruzamento atendia o objetivo. Existe também o cruzamento rotacional entre duas ou três raças, que ocorre ao alterná-las entre

Em relação ao melhoramento de suínos, seu início ocorreu na Dinamarca, considerado o primeiro país a investir em melhoramento genético de suínos, com a realização de testes de progênies em 1910. No Brasil, em São Paulo, foi fundada, em 1916, a fazenda de criação com objetivos voltados ao melhoramento do suíno nacional Canastrão, por meio de seleção e acasalamento. Nos anos que se seguiram, vários trabalhos foram desenvolvidos e na década de 1960 houve grande importação de raças americanas, como Duroc, Yorkshire e Hampshire, além de raças oriundas da Europa, como Landrace e Large White. A elevada concentração de raças internacionais com alta seleção e boa qualidade permitiu um avanço considerável no melhoramento nacional dentro da suinocultura, propiciando a substituição de raças nacionais, que eram predominantemente do tipo banha e marcou o início da intensificação de criações de suínos do tipo carne. Caracteres desejados no melhoramento de aves e suínos. As características classificadas como quantitativas são as principais dentro dos programas de melhoramento genético animal, observe: Avicultura de corte As características como precocidade, ganho de peso, conformação corporal, conversão alimentar e rendimento de carcaça representam o foco dos principais programas de melhoramento genético, sem deixar de lado o bom potencial de postura para as matrizes de corte. Avicultura de postura A longevidade produtiva, precocidade, fertilidade, eclodibilidade, menor peso da ave ao início e ao final da postura, maior peso inicial do ovo, maior produção de ovos, qualidade de ovos, resistência da casca, resistência da ave e rusticidade são algumas das principais características envolvidas nos programas genéticos. Com a aplicação dos programas de melhoramento genético dentro da avicultura, podemos observar uma evolução considerável no segmento de carne, com redução do tempo de abate que era de quatro meses para atingir 1,5kg para a idade de abate atual que é de 42 dias com média de 2,2kg de peso corporal, com redução na conversão alimentar. No segmento de postura, podemos observar grande avanço também, com a média de 40 ovos por ano produzidos pelas aves, tendo subido para a média atual de 300 ovos por ano. Dentro da suinocultura, com a mudança do mercado consumidor exigindo maior porcentagem de carne magra na carcaça e menor espessura de toucinho, o perfil do suíno produzido no Brasil mudou totalmente, acompanhe: Tipo banha Saindo do tipo banha, que apresentava no máximo 45 a 46% de carne magra na carcaça e 5 a 6cm de espessura de toucinho. Tipo carne Tornando-se do tipo carne, com no mínimo 60 a 65% de carne magra na carcaça e 0,8 a 1,2cm de espessura de toucinho. O mercado consumidor, mais exigente e mais esclarecido, começou a demandar uma carne diferenciada, com menos gordura. Além dessa mudança no mercado consumidor, o advento da tecnologia dos óleos vegetais também provocou a diminuição do uso da banha produzida pela suinocultura. A partir daí, iniciaram os programas focando características diferenciadas, como maior precocidade aos animais, maior ganho de peso, menos gordura, maior rendimento de carcaça, mais habilidade materna, com maior número de leitões nascendo por leitegada. Métodos e técnicas no melhoramento de aves e suínos. Avicultura Dentro da avicultura, os programas, geralmente, utilizam quatro raças puras diferentes e o melhoramento inicia com a seleção nessas raças puras. Como as raças apresentam semelhanças para as principais características desejadas, uma prática que pode ser realizada é a endogamia. A endogamia ocorrerá dentro de cada raça, assim, ela contribui, após gerações, com a prática da seleção em cada raça, para aumentar a variabilidade fenotípica entre as raças. É importante ressaltar que a consequência direta da endogamia, como citada para os ruminantes, é o aumento da homozigose, ou seja, os animais ficam cada vez mais parecidos dentro da raça. Contudo, ao compararmos as raças após endogamia percebemos um distanciamento, uma variabilidade fenotípica entre elas. Após alcançar essa variabilidade, as raças podem ser cruzadas para geração de mestiços. Linhagem Raças utilizadas Linha Pura A X A B X B C X C D X D Bisavós A X A B X B C X C D X D Avós A X B C X D Matrizes e reprodutores Macho AB X Fêmea CD Linhagem comercial ABCD (frango de corte ou poedeira comercial) Marina Jorge de Lemos. O esquema ilustra a formação das linhagens comerciais, aquelas utilizadas na avicultura comercial. As letras A, B, C e D representam as raças puras utilizadas, com aplicação de endogamia e seleção dos melhores animais baseados nas suas características superiores. Bisavós Os descendentes do primeiro acasalamento chamamos de bisavós, que são criados nas granjas bisavozeiras e selecionados para novo acasalamento dentro da raça pura. Avós Desse acasalamento são gerados os animais chamados de avós, criados nos avozeiros, onde crescem, são selecionados e os melhores da raça A são acasalados com os melhores da raça B, assim como os melhores da raça C são acasalados com os melhores da raça D. Reprodutores e matrizes Desse acasalamento são gerados os mestiços, conhecidos como reprodutores e matrizes, que são criados nos matrizeiros. Uma vez nos matrizeiros, essas aves crescem e são selecionadas, e o melhor macho mestiço AB acasalará com a melhor fêmea mestiça CD, para finalmente gerar a linhagem comercial, que representa o animal que irá para granja comercial para produção de carne ou de ovos. Esse animal possuirá características de quatro raças diferentes, devido aos genes herdados. O que diferencia a linhagem de corte ou de postura? E dentro da postura, o que determina se será ovo branco ou vermelho? São as raças puras utilizadas no programa. Para a formação das linhagens comerciais de frango de corte são utilizadas duas raças pesadas (que possuem aptidão para corte) na linha paterna, como a Cornish, por exemplo, até chegar ao reprodutor AB que será pai do frango de corte; e duas raças semipesadas (que possuem dupla aptidão, carne e ovos), na linha materna, como a Plymouth Rock, por exemplo, até chegar à matriz CD que será mãe do frango de corte. Raça leve Legorne, usada no melhoramento genético de poedeiras comerciais de ovos brancos. Poedeiras de ovos brancos Para a formação das linhagens comerciais de poedeiras de ovos brancos são utilizadas raças leves nas duas linhas (materna e paterna), que possuem aptidão para postura, como a Legorne, por exemplo. Raça semipesada Rhode Island Red, usada no melhoramento genético de poedeiras comerciais de ovos vermelhos. Poedeiras de ovos vermelhos Para a formação da linhagem comercial de poedeiras de ovos vermelhos, são utilizadas raças semipesadas nas duas linhas (materna e paterna) que possuem dupla aptidão, como a Rhode Island Red, por exemplo. As linhagens geradas são utilizadas nos setores produtivos, são marcas comerciais que dominam o mercado da avicultura nacional. Entre as principais linhagens comercializadas no Brasil, podemos citar as internacionais Hy-line e a Lohmann para poedeiras, tanto de ovos brancos quanto vermelhos e a linhagem Cobb, para frangos de corte. A Embrapa também possui linhagens desenvolvidas, como a Embrapa 051 para postura e a Embrapa 021 para corte. As linhagens nacionais são bastante utilizadas, mas o mercado nacional ainda é dominado pelas linhagens internacionais, das quais importamos ovos de avós e realizamos o restante do programa de melhoramento no Brasil. Suinocultura Dentro da suinocultura, os programas são voltados para atender os mercados de carne suína nacional e internacional, uma vez que o Brasil é grande exportador de carne suína no mundo. Da mesma forma que ocorre para os bovinos, os cruzamentos entre raças também se constituíram em importante forma de aumentar a produtividade dos plantéis, ao alcançar a complementaridade de raças e o aumento da heterose. Ao acasalarmos raças diferentes de suínos, observamos aumento na taxa de

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<p>Melhoramento genético animal</p><p>Prof.ª Marina Jorge de Lemos</p><p>Descrição</p><p>A compreensão do melhoramento genético em animais de produção e</p><p>de companhia.</p><p>Propósito</p><p>Compreender o melhoramento genético animal, seus métodos e as</p><p>metodologias, é importante para o profissional médico-veterinário, pois</p><p>auxiliará na sua atuação tanto em sala de aula quanto no campo, com</p><p>relevância no aumento da produtividade animal, entre outros.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Melhoramento genético de ruminantes</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em ruminantes.</p><p>Módulo 2</p><p>Melhoramento genético de aves e suínos</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em aves e suínos.</p><p>Módulo 3</p><p>Melhoramento genético de peixes</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em peixes.</p><p>Módulo 4</p><p>Melhoramento genético de animais de</p><p>companhia</p><p>Reconhecer a importância e os conceitos para aplicação do</p><p>melhoramento genético em animais de companhia.</p><p>Introdução</p><p>O conhecimento sobre a importância e aplicação do</p><p>melhoramento genético animal, assim como a compreensão dos</p><p>caracteres desejados de diferentes espécies, é um aspecto</p><p>importante para diversas áreas de estudo, como produção de</p><p>ruminantes, de aves e suínos, de peixes e criação de animais de</p><p>companhia.</p><p></p><p>Por meio do melhoramento genético é possível reduzir a</p><p>incidência de doenças genéticas, aumentar a rusticidade e</p><p>resistência a doenças, além de aumentar a produtividade animal,</p><p>por exemplo, a fim de atender ao mercado extremamente</p><p>competitivo no Brasil.</p><p>Neste conteúdo, entenderemos os métodos e as técnicas do</p><p>melhoramento genético de animais de produção, como</p><p>ruminantes, suínos, aves e peixes. Por fim, veremos as</p><p>metodologias utilizadas em animais de companhia, como cães e</p><p>gatos.</p><p>1 - Melhoramento genético de ruminantes</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em ruminantes.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de ruminantes</p><p>É um grande desafio para os produtores de ruminantes estabelecerem</p><p>seus sistemas de produção no Brasil, um país reconhecido por sua</p><p>grande dimensão territorial e ampla variedade climática e de manejo nos</p><p>rebanhos comerciais.</p><p>Atenção!</p><p>Entre os ruminantes de importância econômica podemos citar os</p><p>bovinos, tanto de corte quanto de leite. No ramo de produção de carne, o</p><p>Brasil ocupa lugar de destaque como um dos maiores produtores e</p><p>exportadores do mundo.</p><p>A bovinocultura brasileira teve seu início na colonização, com a</p><p>introdução de espécimes da Península Ibérica. Esses animais,</p><p>inicialmente, eram utilizados para trabalho, devido à sua força, e</p><p>também para transporte, principalmente de madeira. Os bovinos foram</p><p>importantes na exploração do país, pois foi com esses animais que</p><p>expandimos as fronteiras.</p><p>Os animais de origem europeia tiveram, portanto, papel</p><p>fundamental para sobrevivência e consolidação do</p><p>Brasil Colônia. Porém, com o passar do tempo,</p><p>observou-se que o clima tropical exerceu efeito</p><p>negativo sobre os animais, com consequente redução</p><p>do seu desempenho.</p><p>As raças europeias, como Holandesa e Jersey, para leite, e Angus e</p><p>Hereford, para corte, quando em condições de criação semelhantes às</p><p>de países de clima temperado, ambientes aos quais elas estão</p><p>adaptadas, são capazes de expressar seu máximo potencial de</p><p>produção. Veja as raças:</p><p>Raça Holandesa.</p><p>Raça Jersey.</p><p>Raça Angus.</p><p>Raça Hereford.</p><p>Observe a seguir a evolução histórica da demanda por animais</p><p>produtivos nos séculos XIX e XX:</p><p> Final do século XIX e início do XX</p><p>Entre o final do século XIX e o início do século XX,</p><p>observou-se uma crescente demanda por animais</p><p>mais produtivos, o que fez com que as raças</p><p>zebuínas fossem introduzidas no Brasil. As raças</p><p>zebuínas são consideradas as responsáveis pela</p><p>primeira grande revolução na pecuária do país,</p><p>tanto de corte quanto de leite. Ao realizar o</p><p>cruzamento entre as raças zebuínas e europeias, foi</p><p>observado resultado satisfatório de produção,</p><p>provocando uma grande expectativa em relação às</p><p>raças zebuínas, animais que cresceram em número</p><p>e se espalharam pelo Brasil e por vários outros</p><p>países da América do Sul.</p><p>Nesse período, no Brasil, teve início a criação</p><p>orientada para produção comercial, com grandes</p><p>importações de gado oriundo da Índia. O</p><p>melhoramento observado na época era voltado para</p><p>realização de uma seleção sem embasamento</p><p>científico, objetivando principalmente a fixação de</p><p>í i i i li d à f b l</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de ruminantes</p><p>De um modo geral, os fenótipos ou características dos animais podem</p><p>ser classificadas como quantitativas e qualitativas.</p><p>Fenótipos</p><p>Fenótipo é a expressão dos genes e resulta em características</p><p>morfológicas, bioquímicas, fisiológicas, entre outras, num organismo.</p><p> </p><p>características animais ligadas à forma e beleza</p><p>racial, sem focar características produtivas. Essa</p><p>fase foi importante para permitir a padronização</p><p>racial, resultando no estabelecimento de várias</p><p>raças de origem indiana (EUCLIDES FILHO, 1999).</p><p> Metade do século XX</p><p>Na metade do século XX, o Brasil já possuía um dos</p><p>maiores rebanhos bovinos do mundo, mas o país</p><p>precisava importar alimento para atender a</p><p>demanda nacional, devido à baixa produtividade e</p><p>qualidade.</p><p>Nesse sentido, os programas com embasamento</p><p>científico surgiram para atender a uma nova</p><p>demanda de produção animal, com foco no</p><p>alimento gerado por esses animais. Era uma</p><p>demanda crescente de uma população cada vez</p><p>mais consciente de suas exigências.</p><p>Características</p><p>qualitativas</p><p>Podem ser definidas</p><p>como características</p><p>que não conseguimos</p><p>mensurar</p><p>numericamente, mas as</p><p>quais podemos</p><p>classificar. Dentro das</p><p>características</p><p>qualitativas,</p><p>observamos também,</p><p>de maneira geral,</p><p>poucos genes</p><p>envolvidos na sua</p><p>expressão, além de</p><p>pouco ou nenhum efeito</p><p>ambiental sobre ela.</p><p>São características</p><p>qualitativas: ausência e</p><p>presença de chifres, cor</p><p>de pelagem, formato do</p><p>chanfro e de pescoço,</p><p>entre outras.</p><p>Características</p><p>quantitativas</p><p>São aquelas que podem</p><p>ser mensuradas</p><p>numericamente, como a</p><p>produção de leite, por</p><p>exemplo, que possui</p><p>uma unidade de medida</p><p>em litros ou quilos. De</p><p>modo geral, as</p><p>características</p><p>quantitativas são</p><p>influenciadas por vários</p><p>genes em vários loci e</p><p>possuem grande</p><p>influência do ambiente.</p><p>Outros exemplos, além</p><p>da produção de leite,</p><p>são todas as</p><p>características</p><p>métricas, como</p><p>medidas corporais,</p><p>peso etc.</p><p>Dentro da bovinocultura de corte, o foco principal dos programas de</p><p>melhoramento genético está nas características quantitativas ligadas ao</p><p>peso animal e ganho de peso diário, à precocidade para atingir</p><p>determinado peso, ao rendimento de carcaça e à qualidade da carne,</p><p>com atributos como maciez e porcentagem de gordura na carne.</p><p>Em relação à bovinocultura de leite, as principais características que</p><p>possuem grande impacto econômico e representam a base dos</p><p>principais programas de melhoramento são produção de leite por ciclo</p><p>produtivo, intervalo entre partos, precocidade para atingir maturidade</p><p>sexual, longevidade produtiva e características relacionadas à qualidade</p><p>do leite, como porcentagens de gordura, lactose, proteína e sólidos</p><p>totais.</p><p>Como a criação de bovinos no Brasil, tanto de corte</p><p>quanto de leite, possui predominância no sistema</p><p>extensivo, os animais são criados com pouco ou</p><p>nenhum controle do ambiente.</p><p></p><p>Nesse sistema, os animais são criados sem tecnologia associada e as</p><p>características quantitativas, mais afetadas pelo ambiente, podem ser</p><p>influenciadas. Os animais taurinos e zebuínos, utilizados na</p><p>bovinocultura brasileira, respondem de forma diferente a esse sistema,</p><p>principalmente devido à sua genética. Confira!</p><p>Gado taurino</p><p>Pertencente à subespécie Bos taurus taurus, é típico de região</p><p>temperada com estações climáticas bem definidas. Evoluiu</p><p>naturalmente em condições de abundância hídrica e alimentar,</p><p>na ausência</p><p>de contato com parasitas e doenças típicos da</p><p>região tropical.</p><p>Esse gado – mesmo possuindo ótimo potencial genético</p><p>produtivo, com altos índices de ganho de peso, precocidade,</p><p>rendimento de carcaça, produção e qualidade do leite e</p><p>qualidade da carne – quando criado a campo, possui sua</p><p>produção afetada, pois não apresenta rusticidade, nem</p><p>resistência a parasitas e doenças típicos de clima tropical.</p><p>Gado Zebu</p><p>Pertencente à subespécie Bos taurus indicus, é típico de região</p><p>tropical com estações bem definidas e grande variedade</p><p>climática. Evoluiu em condições totalmente contrastantes com</p><p>aquelas do gado europeu, contando com escassez alimentar e</p><p>hídrica, em ambientes com alto desafio sanitário, em contato</p><p>com parasitas e doenças tropicais.</p><p>Esse gado possui características como resistência e</p><p>rusticidade, adapta-se bem às diferentes condições climáticas,</p><p>alimentares, de topografia etc. Quando comparamos as raças</p><p>zebuínas com as europeias, as primeiras não são tão</p><p>produtivas quanto as segundas, contudo, adaptam-se bem às</p><p>nossas condições climáticas.</p><p>Veja as raças zebuínas Nelore, Guzerá e Gir:</p><p>Raça Nelore.</p><p>Raça Guzerá.</p><p>Raça Gir.</p><p>O desejado, portanto, são a rusticidade e a resistência do gado Zebu e</p><p>as características ligadas à maior produção do gado europeu. Com esse</p><p>pensamento, os principais programas de melhoramento genético</p><p>surgiram.</p><p>Métodos e técnicas no melhoramento</p><p>de ruminantes</p><p>Duas são as ferramentas utilizadas para se promover o melhoramento</p><p>genético animal: a seleção artificial e o acasalamento:</p><p>Seleção arti�cial</p><p>É o processo de escolha que indica quais animais de uma geração se</p><p>tornarão pais da próxima geração, ou seja, podemos entender seleção</p><p>como a escolha dos melhores animais de uma geração que serão pais</p><p>da geração subsequente.</p><p>Acasalamento</p><p>Termo bastante amplo que para os animais domésticos, com finalidade</p><p>comercial, é de suma importância quando resulta em concepção,</p><p>gestação e nascimento de filhos. Dessa maneira, o acasalamento é um</p><p>elemento complementar essencial no processo de seleção (EUCLIDES</p><p>FILHO, 2009).</p><p>Seleção arti�cial</p><p>A seleção tem como objetivo a melhoria e/ou fixação de alguma</p><p>característica de importância, o que significa que possui a finalidade de</p><p>aumentar a frequência de genes favoráveis na população. A seleção</p><p>envolve a escolha dos animais com melhores genótipos por meio dos</p><p>melhores fenótipos.</p><p>Para isso, a variação das diferentes características na população é</p><p>fundamental, pois se não houvesse variação não seria possível</p><p>selecionar (todos os animais seriam iguais), nem obter ganhos</p><p>genéticos.</p><p>É importante ressaltar que a seleção, mesmo</p><p>possibilitando a mudança da frequência gênica da</p><p>população, com aumentos dos genes favoráveis, não</p><p>permite a criação de novos genes.</p><p>Existem diferentes tipos de técnicas de seleção nos programas de</p><p>ruminantes, como a seleção baseada em pedigrees, na aparência visual,</p><p>em resultados de testes de desempenho e em valores genéticos (DEPs</p><p>– diferenças esperadas na progênie). Veja!</p><p>A seleção baseada em informações de pedigree pode ser</p><p>utilizada quando necessitamos obter maior segurança na</p><p>informação animal ou quando o animal é muito jovem, além das</p><p>situações em que as características que desejamos melhorar</p><p>são limitadas pelo sexo ou quando não podem ser medidas</p><p>diretamente no animal.</p><p>O pedigree não deve ser ignorado pelos selecionadores, pois é</p><p>por meio dele que se evita a prática de endogamia nos</p><p>acasalamentos e, por conseguinte, o aumento da</p><p>consanguinidade do rebanho. Já está comprovado que o</p><p>Pedigree </p><p>aumento da consanguinidade tem efeito negativo na</p><p>produtividade do rebanho.</p><p>Quando nos baseamos na aparência visual para a seleção, a</p><p>população animal é dividida em grupos de acordo com sua</p><p>finalidade, como padrões raciais e padrões para exposições, que</p><p>normalmente não estão relacionadas com produtividade e</p><p>funcionalidade. Os padrões raciais são extremamente relevantes,</p><p>com intuito de diferenciar os valores genéticos dos animais, já os</p><p>padrões voltados para as exposições apresentam pouco valor</p><p>genético.</p><p>A seleção baseada em resultados de teste de desempenho está</p><p>relacionada diretamente à avaliação animal para determinadas</p><p>características produtivas, como ganho de peso, por exemplo.</p><p>Para que ocorra a correta medição de desempenho é formado o</p><p>que chamamos grupo de animais contemporâneos, que inclui</p><p>animais de idade semelhante e submetidos a um mesmo</p><p>manejo; dessa maneira, há maior facilidade na coleta de dados</p><p>com menor erro, e há garantia de menor interferência do</p><p>ambiente sobre os diferentes animais.</p><p>Na seleção baseada em valores genéticos, os dados de</p><p>desempenho coletados dos animais são utilizados para</p><p>determinar os seus valores genéticos, ou seja, as diferenças</p><p>esperadas na progênie (DEPs), que nada mais são que a metade</p><p>do valor genético dos animais. Essa metade corresponde à</p><p>parcela que cada animal contribui na carga genética do seu</p><p>descendente.</p><p>Vamos entender melhor as DEPs!</p><p>Aparência visual </p><p>Resultados de testes de desempenho </p><p>Valores genéticos </p><p>DEP é a previsão da diferença esperada entre a performance média da</p><p>futura progênie de um indivíduo e a performance de um animal</p><p>referência teórico com DEP de valor zero. Por exemplo, para um touro A</p><p>que possui DEP de +1,5kg para peso ao nascimento, espera-se que sua</p><p>progênie seja em média 1,5kg mais pesada que a progênie do touro</p><p>referência com DEP assumida para peso ao nascimento igual a zero.</p><p>Podemos esperar que o touro A produza bezerros 2,5kg mais leves que</p><p>um touro com DEP +4,0 (4,0 – 1,5 = 2,5).</p><p>As DEPs são designadas com a finalidade de comparar os animais e</p><p>são calculadas por meio da utilização de procedimentos estatísticos</p><p>correspondentes a uma categorial geral chamada Best linear unbiased</p><p>prediction (BLUP) ou, em português, melhor previsão linear não viesada.</p><p>Entenda:</p><p>Análise e vantagens das</p><p>DEPs</p><p>Essas análises</p><p>adequam os valores das</p><p>informações</p><p>disponíveis sobre um</p><p>indivíduo e seus</p><p>parentes, utilizados nas</p><p>análises. O uso das</p><p>DEPs tem como</p><p>vantagem em relação a</p><p>outras análises para</p><p>seleção, como o teste</p><p>de desempenho, a</p><p>possibilidade de</p><p>comparar indivíduos</p><p>entre rebanhos</p><p>diferentes.</p><p>Comparação e teste de</p><p>desempenho</p><p>Essa comparação só é</p><p>possível porque para os</p><p>cálculos das DEPs são</p><p>utilizadas informações</p><p>disponíveis dos</p><p>animais, tanto de</p><p>pedigree quanto da</p><p>performance individual</p><p>e das progênies. Já o</p><p>teste de desempenho</p><p>se baseia apenas nos</p><p>resultados individuais</p><p>dos animais.</p><p>Portanto, as DEPs são as melhores previsões que podem ser feitas</p><p>sobre mérito genético dos indivíduos e é baseado nelas que os</p><p>criadores podem definir os objetivos de seleção de seus rebanhos.</p><p>Acasalamento</p><p>Os diferentes tipos de acasalamento também são muito importantes</p><p>nos programas de melhoramento de ruminantes, entre eles podemos</p><p>citar a exogamia e a endogamia.</p><p></p><p>Exogamia</p><p>A exogamia ou cruzamento é o acasalamento que ocorre entre animais</p><p>de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura. Os produtos do</p><p>cruzamento são denominados de mestiços, já o acasalamento entre</p><p>mestiços é denominado de mestiçagem.</p><p>Um dos efeitos da exogamia é o aumento da heterozigose, permitindo a</p><p>inibição de manifestação de genes recessivos que geralmente tem</p><p>efeito deletério. Entenda seus objetivos a seguir:</p><p>Entre os cruzamentos utilizados na bovinocultura podemos citar o</p><p>cruzamento contínuo ou absorvente, que utiliza duas raças diferentes,</p><p>no qual a raça “que se deseja apurar” absorve a outra raça utilizada, pelo</p><p>uso contínuo de reprodutores, gerando os animais puros por cruza (PC).</p><p>Como exemplo, podemos citar o cruzamento entre as raças Simental e</p><p>Nelore. Veja!</p><p>Exemplo</p><p>Simental X Nelore</p><p>F1 – ½ Simental ½ Nelore x Simental</p><p>F2 – ¾ Simental ¼ Nelore x Simental</p><p> Benefícios da heterose</p><p>Explorar os benefícios da heterose ou vigor híbrido,</p><p>que é um fenômeno genético no qual os filhos</p><p>possuem média superior que a média de seus pais</p><p>para diferentes características</p><p>produtivas.</p><p> Reunião de características das raças</p><p>Permitir que as raças se complementem, ou seja,</p><p>reunir em um animal características desejáveis de</p><p>duas ou mais raças, como adaptação, resistência a</p><p>parasitas e habilidade materna do gado Zebu com a</p><p>precocidade, potencial de ganho de peso e carcaça</p><p>de melhor qualidade do gado europeu.</p><p>F3 – ⅞ Simental ⅛ Nelore x Simental</p><p>F4 – ¹⁵⁄₁₆ Simental ¹⁄₁₆ Nelore x Simental</p><p>F5 – ³¹⁄₃₂ Simental ¹⁄₃₂ Nelore = Puro por cruza (PC)</p><p>Confira exemplares das raças Simental e Nelore:</p><p>Raça Simental.</p><p>Raça Nelore.</p><p>O objetivo do cruzamento contínuo ou absorvente é produzir animal</p><p>puro e adaptado, que atualmente não é muito usado em gado de corte</p><p>devido ao tempo e custo ligado à geração dos puros por cruza. Porém,</p><p>no passado, quando havia um foco maior no padrão racial, esse</p><p>cruzamento atendia o objetivo.</p><p>Existe também o cruzamento rotacional entre duas ou três raças, que</p><p>ocorre ao alterná-las entre as gerações, e é ideal para criadores que</p><p>desejam usar as fêmeas produtos do cruzamento para reprodução,</p><p>aproveitando o seu potencial reprodutivo. Entenda a seguir como</p><p>funciona cada sistema de cruza:</p><p>Criss-cross</p><p>O cruzamento que utiliza duas raças é chamado de criss-cross, e nesse</p><p>sistema duas raças são acasaladas e as fêmeas mestiças geradas são</p><p>mantidas para acasalar com uma das raças parentais.</p><p>Tri-cross</p><p>O cruzamento que utiliza três raças é chamado de tri-cross, no qual duas</p><p>raças puras acasalam e as fêmeas mestiças geradas são mantidas para</p><p>acasalar com uma terceira raça.</p><p>Os animais F2, tanto criss-cross quanto tri-cross, são muito valorizados</p><p>no mercado nacional, devido ao potencial produtivo dos bovinos.</p><p>Outro cruzamento bastante utilizado na bovinocultura é o cruzamento</p><p>industrial ou de terminação, que utiliza duas raças puras, geralmente</p><p>uma zebuína e uma europeia, que são acasaladas e toda a</p><p>descendência (F1) é utilizada para produção, seja para carne ou para</p><p>leite.</p><p>Dentro da bovinocultura, várias raças puras sintéticas</p><p>foram desenvolvidas. No Brasil, podemos citar uma de</p><p>grande potencial econômico dominante do mercado</p><p>leiteiro, que é a raça Girolando.</p><p>A raça Girolando é fruto do acasalamento da raça pura de origem</p><p>zebuína Gir leiteira com a pura de origem europeia Holandesa; são</p><p>várias gerações de acasalamento até chegar na raça pura sintética, que</p><p>possui constituição genética com 5/8 Holandês e 3/8 Gir, e apresenta</p><p>produção elevada, precocidade, longevidade na produção, além da</p><p>rusticidade, mansidão e resistência.</p><p>Vacas Girolando se alimentando.</p><p>Endogamia</p><p>Diferentemente da exogamia, a endogamia é um acasalamento que</p><p>ocorre entre animais parentes, gerando os animais consanguíneos. A</p><p>endogamia já foi bastante utilizada no passado, devido ao apreço pela</p><p>raça pura e manutenção do padrão racial. Esse tipo de acasalamento</p><p>possui como vantagem o aumento da prepotência, que é a capacidade</p><p>do animal gerar filhos muito parecidos com ele, devido à consequência</p><p>direta da consanguinidade que é o aumento da homozigose.</p><p>De um modo geral, a endogamia precisa ser controlada, pois quando o</p><p>rebanho possui altos níveis de consanguinidade, apresenta baixa</p><p>heterose ou vigor híbrido, podendo propiciar o surgimento de anomalias</p><p>e doenças. Entre as principais causas da endogamia nos rebanhos</p><p>comerciais podemos citar o uso de tecnologias como a inseminação</p><p>artificial, fazendo com que os rebanhos fiquem cada vez menores, o que</p><p>acaba propiciando o aproveitamento de reprodutores, inclusive com</p><p>seus descendentes.</p><p>Saiba mais</p><p>Após as bases científicas mostrarem a superioridade da exogamia e do</p><p>mestiço gerado, a endogamia é extremamente controlada na</p><p>bovinocultura e na produção de outros ruminantes. Ela é utilizada na</p><p>bovinocultura para manter padrão racial e fixar características.</p><p>Potencial produtivo da raça pura</p><p>sintética Girolando</p><p></p><p>Veja as diversas características ligadas ao gado Girolando no setor</p><p>leiteiro brasileiro.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Um dos principais desafios indicados por pesquisadores com</p><p>relação ao melhoramento genético na espécie bovina tem sido a</p><p>avaliação genética dos animais. Afinal, é baseando-se nesse valor</p><p>que teremos o ganho genético atingido nas gerações futuras. A</p><p>partir desse contexto, julgue os itens a seguir e marque a alternativa</p><p>correta.</p><p>I. A avaliação genética pelo pedigree do animal não é recomendada</p><p>para bovinos, pois possui baixa acurácia e é de difícil aplicação.</p><p>II. As DEPs se baseiam nas informações apenas geradas pelos</p><p>ascendentes do animal a ser avaliado e não é muito aplicada no</p><p>melhoramento devido à baixa eficiência.</p><p>III. A avaliação pelo desempenho animal, pedigree e progênie é a</p><p>forma mais completa de chegarmos a uma estimativa do valor</p><p>genético animal.</p><p>A Apenas os itens I e II estão corretos.</p><p>B Apenas o item III está correto.</p><p>C Apenas o item I está correto.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A avaliação pelo pedigree é recomendada quando possível, quando</p><p>se tem informações genéticas relevantes presentes nele, e possui</p><p>boa acurácia e é de fácil aplicação. A seleção baseada no pedigree</p><p>fornece maior segurança na informação animal. É pelo pedigree</p><p>que se evita a endogamia nos acasalamentos e o aumento da</p><p>consanguinidade do rebanho. E as DEPs se baseiam nas</p><p>informações geradas pelo próprio animal, pelos ascendentes e pela</p><p>progênie e é o mais aplicado na bovinocultura devido à alta</p><p>eficiência.</p><p>Questão 2</p><p>Umas das ferramentas aplicadas no melhoramento genético de</p><p>ruminantes é o acasalamento. Entre os tipos de acasalamento,</p><p>podemos citar a endogamia, que é o acasalamento entre animais</p><p>parentes, e a exogamia, definida como o acasalamento entre</p><p>animais de raças diferentes, em que pelo menos uma é pura.</p><p>Baseado nesse contexto e nos seus conhecimentos de</p><p>melhoramento genético, marque a alternativa correta.</p><p>D Apenas os itens II e III estão corretos.</p><p>E Apenas o item II está correto.</p><p>A</p><p>Podemos citar como consequência direta da</p><p>exogamia o aumento da heterozigose e da</p><p>prepotência animal.</p><p>B</p><p>Atualmente, a endogamia é o tipo de acasalamento</p><p>mais aplicado na produção de ruminantes, devido</p><p>ao grande apreço pela raça pura e manutenção do</p><p>padrão racial dos animais.</p><p>C</p><p>A heterose é um fenômeno genético em que os</p><p>filhos, oriundos de cruzamentos de raças diferentes,</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>A exogamia possui como consequência direta o aumento da</p><p>heterozigose, com aumento da heterose e complementaridade</p><p>entre raças. A endogamia possui como consequência direta o</p><p>aumento da homozigose, com aumento da prepotência. Na</p><p>bovinocultura, a endogamia já foi utilizada quando o apreço pelo</p><p>padrão racial era grande, mas, atualmente, a exogamia é mais</p><p>aplicada, com a geração de mestiços utilizados na produção.</p><p>2 - Melhoramento genético de aves e suínos</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em aves e suínos.</p><p>possuem média produtiva superior à média de seus</p><p>pais.</p><p>D</p><p>Tanto a exogamia quanto a endogamia são</p><p>aplicadas apenas na bovinocultura de leite,</p><p>principalmente devido à consequência direta da</p><p>endogamia que é a complementaridade entre raças.</p><p>E</p><p>O aumento da homozigose como consequência da</p><p>exogamia é a principal vantagem desse</p><p>acasalamento dentro da produção de ruminantes no</p><p>Brasil.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de aves e suínos</p><p>O Brasil é um dos maiores produtores do mundo de carne de frango e de</p><p>suínos, produzindo em 2020 mais de 13 milhões de toneladas de carne</p><p>de frango e mais de 4 milhões de toneladas de carne suína. Ocupamos a</p><p>primeira posição no ranking mundial de exportação de carne de frango,</p><p>a quarta posição em relação à carne suína (ABPA, 2021).</p><p>Em relação aos ovos, o Brasil ocupa lugar de destaque na produção</p><p>desse ramo da avicultura, com mais de 53 bilhões de ovos produzidos</p><p>em 2020, produção voltada em sua maioria para atender à demanda</p><p>nacional.</p><p>Há</p><p>relatórios de 1943, que citam a necessidade de se iniciar o</p><p>desenvolvimento de novas modalidades de produção animal, entre as</p><p>quais mencionou-se a avicultura. Essa preocupação inicial evoluiu para</p><p>ações reais e, assim, na década de 1950, teve início o trabalho pioneiro</p><p>com genética de aves no Brasil.</p><p>Até aquele período, a avicultura nacional era tida como de subsistência,</p><p>sem tecnologia, nem relevância social ou econômica. Em 1957, o Brasil</p><p>iniciou a importação de poedeiras comerciais e as pesquisas destinadas</p><p>ao ramo de produção de carne. Vários trabalhos pioneiros de</p><p>cruzamentos envolvendo as raças Cornish Branca, New Hampshire e</p><p>Plymouth Rock Branca foram iniciados, com o intuito de obter frangos</p><p>mais precoces, resistentes e eficientes, além de melhor conformação</p><p>quando comparados com as raças puras.</p><p>Raça Cornish.</p><p>Raça New Hampshire.</p><p>Raça Plymouth Rock.</p><p>A partir de meados dos anos 1970, a seleção de linhagens deu lugar às</p><p>pesquisas em genética. Várias instituições de pesquisa se envolveram</p><p>nessa fase, tendo início o programa de formação de linhagens de aves</p><p>comerciais para produção de carne que, posteriormente, incluiu também</p><p>programas de linhagens para produção de ovos. Essas linhagens</p><p>comerciais são utilizadas até hoje na avicultura e são animais com alto</p><p>índice produtivo.</p><p>Em relação ao melhoramento de suínos, seu início</p><p>ocorreu na Dinamarca, considerado o primeiro país a</p><p>investir em melhoramento genético de suínos, com a</p><p>realização de testes de progênies em 1910.</p><p>No Brasil, em São Paulo, foi fundada, em 1916, a fazenda de criação</p><p>com objetivos voltados ao melhoramento do suíno nacional Canastrão,</p><p>por meio de seleção e acasalamento. Nos anos que se seguiram, vários</p><p>trabalhos foram desenvolvidos e na década de 1960 houve grande</p><p>importação de raças americanas, como Duroc, Yorkshire e Hampshire,</p><p>além de raças oriundas da Europa, como Landrace e Large White.</p><p>Conheça as raças citadas:</p><p>Suíno da raça Canastra brasileira (Canastrão).</p><p>Suíno da raça Duroc.</p><p>Suíno da raça Large White.</p><p>Suíno da raça Landrace.</p><p>A elevada concentração de raças internacionais com alta seleção e boa</p><p>qualidade permitiu um avanço considerável no melhoramento nacional</p><p>dentro da suinocultura, propiciando a substituição de raças nacionais,</p><p>que eram predominantemente do tipo banha e marcou o início da</p><p>intensificação de criações de suínos do tipo carne.</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de aves e suínos</p><p>As características classificadas como quantitativas são as principais</p><p>dentro dos programas de melhoramento genético animal, observe:</p><p>Avicultura de corte</p><p>As características como precocidade, ganho de peso, conformação</p><p>corporal, conversão alimentar e rendimento de carcaça representam o</p><p>foco dos principais programas de melhoramento genético, sem deixar</p><p>de lado o bom potencial de postura para as matrizes de corte.</p><p>Avicultura de postura</p><p>A longevidade produtiva, precocidade, fertilidade, eclodibilidade, menor</p><p>peso da ave ao início e ao final da postura, maior peso inicial do ovo,</p><p>maior produção de ovos, qualidade de ovos, resistência da casca,</p><p>resistência da ave e rusticidade são algumas das principais</p><p>características envolvidas nos programas genéticos.</p><p>Com a aplicação dos programas de melhoramento genético dentro da</p><p>avicultura, podemos observar uma evolução considerável no segmento</p><p>de carne, com redução do tempo de abate que era de quatro meses para</p><p>atingir 1,5kg para a idade de abate atual que é de 42 dias com média de</p><p>2,2kg de peso corporal, com redução na conversão alimentar. No</p><p>segmento de postura, podemos observar grande avanço também, com a</p><p>média de 40 ovos por ano produzidos pelas aves, tendo subido para a</p><p>média atual de 300 ovos por ano.</p><p>Dentro da suinocultura, com a mudança do mercado consumidor</p><p>exigindo maior porcentagem de carne magra na carcaça e menor</p><p>espessura de toucinho, o perfil do suíno produzido no Brasil mudou</p><p>totalmente, acompanhe:</p><p>Tipo banha</p><p>Saindo do tipo banha,</p><p>que apresentava no</p><p>máximo 45 a 46% de</p><p>carne magra na carcaça</p><p>e 5 a 6cm de espessura</p><p>de toucinho.</p><p>Tipo carne</p><p>Tornando-se do tipo</p><p>carne, com no mínimo</p><p>60 a 65% de carne</p><p>magra na carcaça e 0,8</p><p>a 1,2cm de espessura</p><p>de toucinho.</p><p>O mercado consumidor, mais exigente e mais esclarecido, começou a</p><p>demandar uma carne diferenciada, com menos gordura. Além dessa</p><p>mudança no mercado consumidor, o advento da tecnologia dos óleos</p><p>vegetais também provocou a diminuição do uso da banha produzida</p><p>pela suinocultura. A partir daí, iniciaram os programas focando</p><p>características diferenciadas, como maior precocidade aos animais,</p><p>maior ganho de peso, menos gordura, maior rendimento de carcaça,</p><p>mais habilidade materna, com maior número de leitões nascendo por</p><p>leitegada.</p><p>Métodos e técnicas no melhoramento</p><p>de aves e suínos</p><p>Avicultura</p><p>Dentro da avicultura, os programas, geralmente, utilizam quatro raças</p><p>puras diferentes e o melhoramento inicia com a seleção nessas raças</p><p>puras. Como as raças apresentam semelhanças para as principais</p><p>características desejadas, uma prática que pode ser realizada é a</p><p>endogamia.</p><p>A endogamia ocorrerá dentro de cada raça, assim, ela contribui, após</p><p>gerações, com a prática da seleção em cada raça, para aumentar a</p><p>variabilidade fenotípica entre as raças. É importante ressaltar que a</p><p>consequência direta da endogamia, como citada para os ruminantes, é o</p><p>aumento da homozigose, ou seja, os animais ficam cada vez mais</p><p>parecidos dentro da raça. Contudo, ao compararmos as raças após</p><p></p><p>endogamia percebemos um distanciamento, uma variabilidade</p><p>fenotípica entre elas. Após alcançar essa variabilidade, as raças podem</p><p>ser cruzadas para geração de mestiços.</p><p>Linhagem Raças utilizadas</p><p>Linha Pura A X A    B X B    C X C    D X D</p><p>Bisavós A X A    B X B    C X C    D X D</p><p>Avós A X B    C X D</p><p>Matrizes e</p><p>reprodutores</p><p>Macho AB X Fêmea CD</p><p>Linhagem comercial</p><p>ABCD (frango de corte ou poedeira</p><p>comercial)</p><p>Marina Jorge de Lemos.</p><p>O esquema ilustra a formação das linhagens comerciais, aquelas</p><p>utilizadas na avicultura comercial. As letras A, B, C e D representam as</p><p>raças puras utilizadas, com aplicação de endogamia e seleção dos</p><p>melhores animais baseados nas suas características superiores.</p><p>Bisavós</p><p>Os descendentes do primeiro acasalamento chamamos de</p><p>bisavós, que são criados nas granjas bisavozeiras e</p><p>selecionados para novo acasalamento dentro da raça pura.</p><p>Avós</p><p>Desse acasalamento são gerados os animais chamados de</p><p>avós, criados nos avozeiros, onde crescem, são selecionados e</p><p>os melhores da raça A são acasalados com os melhores da</p><p>raça B, assim como os melhores da raça C são acasalados</p><p>com os melhores da raça D.</p><p>Reprodutores e matrizes</p><p>Desse acasalamento são gerados os mestiços, conhecidos</p><p>como reprodutores e matrizes, que são criados nos</p><p>matrizeiros. Uma vez nos matrizeiros, essas aves crescem e</p><p>são selecionadas, e o melhor macho mestiço AB acasalará</p><p>com a melhor fêmea mestiça CD, para finalmente gerar a</p><p>linhagem comercial, que representa o animal que irá para</p><p>granja comercial para produção de carne ou de ovos. Esse</p><p>animal possuirá características de quatro raças diferentes,</p><p>devido aos genes herdados.</p><p>O que diferencia a linhagem de corte ou de postura? E dentro da postura,</p><p>o que determina se será ovo branco ou vermelho? São as raças puras</p><p>utilizadas no programa.</p><p>Para a formação das linhagens comerciais de frango de corte são</p><p>utilizadas duas raças pesadas (que possuem aptidão para corte) na</p><p>linha paterna, como a Cornish, por exemplo, até chegar ao reprodutor AB</p><p>que será pai do frango de corte; e duas raças semipesadas (que</p><p>possuem dupla aptidão, carne e ovos), na linha materna, como a</p><p>Plymouth Rock, por exemplo, até chegar à matriz CD que será mãe do</p><p>frango de corte.</p><p>Raça leve Legorne, usada no melhoramento genético de poedeiras comerciais de</p><p>ovos brancos.</p><p>Poedeiras de ovos brancos</p><p>Para a formação das linhagens comerciais de poedeiras de</p><p>ovos brancos são utilizadas raças leves nas duas linhas</p><p>(materna e paterna), que possuem</p><p>aptidão para postura, como</p><p>a Legorne, por exemplo.</p><p>Raça semipesada Rhode Island Red, usada no melhoramento genético de poedeiras</p><p>comerciais de ovos vermelhos.</p><p>Poedeiras de ovos vermelhos</p><p>Para a formação da linhagem comercial de poedeiras de ovos</p><p>vermelhos, são utilizadas raças semipesadas nas duas linhas</p><p>(materna e paterna) que possuem dupla aptidão, como a Rhode</p><p>Island Red, por exemplo.</p><p>As linhagens geradas são utilizadas nos setores produtivos, são marcas</p><p>comerciais que dominam o mercado da avicultura nacional. Entre as</p><p>principais linhagens comercializadas no Brasil, podemos citar as</p><p>internacionais Hy-line e a Lohmann para poedeiras, tanto de ovos</p><p>brancos quanto vermelhos e a linhagem Cobb, para frangos de corte.</p><p>A Embrapa também possui linhagens desenvolvidas, como a Embrapa</p><p>051 para postura e a Embrapa 021 para corte. As linhagens nacionais</p><p>são bastante utilizadas, mas o mercado nacional ainda é dominado</p><p>pelas linhagens internacionais, das quais importamos ovos de avós e</p><p>realizamos o restante do programa de melhoramento no Brasil.</p><p>Suinocultura</p><p>Dentro da suinocultura, os programas são voltados para atender os</p><p>mercados de carne suína nacional e internacional, uma vez que o Brasil</p><p>é grande exportador de carne suína no mundo. Da mesma forma que</p><p>ocorre para os bovinos, os cruzamentos entre raças também se</p><p>constituíram em importante forma de aumentar a produtividade dos</p><p>plantéis, ao alcançar a complementaridade de raças e o aumento da</p><p>heterose.</p><p>Ao acasalarmos raças diferentes de suínos,</p><p>observamos aumento na taxa de ganho de peso diário,</p><p>melhoria na precocidade, maior número de embriões</p><p>viáveis e maior número de leitões por leitegada.</p><p>Atualmente, os programas de melhoramento genético incluem também</p><p>a seleção para aumento do rendimento de carne na carcaça. São</p><p>usados os testes de desempenho animal para avaliação e seleção dos</p><p>animais que irão para o acasalamento.</p><p>Entre os principais tipos de cruzamentos realizados na suinocultura,</p><p>podemos citar o industrial, no qual duas raças puras diferentes são</p><p>acasaladas e toda F1 (animais mestiços) é usada para produção de</p><p>carne.</p><p>Exemplo</p><p>Cruzamento entre a raça Landrace, originária da Dinamarca, que se</p><p>destaca pela qualidade materna, e a raça Large White, originária da</p><p>Inglaterra, que apresenta rusticidade, habilidade materna, facilidade de</p><p>manejo e precocidade. Nesse cruzamento, podemos aproveitar machos</p><p>e fêmeas Landrace para acasalar com fêmeas e machos Large White,</p><p>gerando F1 mestiça que irá para produção.</p><p>O cruzamento alternado também é aplicado na suinocultura. Veja o</p><p>esquema de um cruzamento alternado com duas raças:</p><p>Ao cruzar a raça Landrace com Large White, a F1 gerada será composta</p><p>por animais mestiços meios sangues (metade Landrace e metade Large</p><p>White), as fêmeas são mantidas para acasalar com uma das raças</p><p>parentais. No exemplo, ela é acasalada com a raça Large White e gera</p><p>uma F2 ¾ Large White e ¼ Landrace. Essa F2 é utilizada nas granjas</p><p>suínas comerciais para produção de carne, animal com resistência,</p><p>rusticidade, ganho de peso e precocidade.</p><p>Agora veja o esquema de um cruzamento alternado com três raças:</p><p>Ao cruzar a raça Landrace com Duroc, a F1 gerada será composta por</p><p>animais mestiços meios sangues (metade Landrace e metade Duroc),</p><p>as fêmeas são mantidas para acasalar com uma terceira raça, no</p><p>exemplo, ela é acasalada com a raça Pietrain e gera uma F2 ¼ Landrace</p><p>¼ Duroc ½ Pietrain. Essa F2, chamada de tri-cross, é utilizada nas</p><p>granjas suínas comerciais para produção de carne, animal com</p><p>rusticidade, ganho de peso, conformação, maior rendimento de carne</p><p>magra na carcaça e precocidade.</p><p>Além desses tipos de acasalamentos, também podem ser formadas</p><p>linhagens comerciais de modo similar ao realizado na avicultura, em que</p><p>são usadas quatro raças puras diferentes, duas na linha paterna e duas</p><p>na linha materna, até chegar aos animais comerciais com</p><p>características de quatro raças diferentes.</p><p>Duroc</p><p>Raça originária dos Estados Unidos, possui aptidão para fornecer carne</p><p>magra e é muito usada também para produção de toucinho e banha quando</p><p>selecionada para essa finalidade.</p><p>Pietrain</p><p>Originária da Bélgica e usada no melhoramento genético devido à sua</p><p>tranquilidade e capacidade reprodutiva e leiteira, ótima taxa de conversão</p><p>alimentar e melhor produtividade de carne na carcaça.</p><p>Linhagem MS58 da Embrapa.</p><p>A Embrapa tem lançado, nos últimos anos, várias linhagens comerciais</p><p>de suínos que são amplamente utilizados nas granjas comerciais</p><p>nacionais.</p><p>Entre tais linhagens, podemos citar a MS58, lançada em 1996, com o</p><p>cruzamento das raças Duroc, Hampshire e Pietrain, e características</p><p>superiores, como rendimento de carne na carcaça de, no mínimo, 58%.</p><p>Esses amimais da linhagem MS58 são recomendados para acasalar</p><p>com fêmeas F1 mestiças de Landrace e Large White, que possuem alta</p><p>prolificidade. Essa combinação genética garante ao produto final</p><p>destinado ao abate um excelente desempenho, além de carcaça com</p><p>destacado índice de bonificação na tipificação.</p><p>Em 2000, foi lançada a linhagem MS60, ao acasalar raças Duroc, Large</p><p>White e Pietrain, novamente, com intuito de selecionar animais livres do</p><p>gene halotano, responsável pelo estresse dos suínos terminados,</p><p>afetando a qualidade da carne produzida.</p><p>O macho MS60 também é recomendado para o cruzamento com</p><p>fêmeas F1 mestiças de Landrace e Large White.</p><p>Linhagem MS60 da Embrapa.</p><p>Produção de suínos sem o gene</p><p>halotano</p><p>Veja o efeito do gene halotano ligado ao estresse dos animais</p><p>terminados e a importância da seleção de animais sem este gene.</p><p>Em 2008, a Embrapa lançou a linhagem MS115 após cruzar raças Duroc,</p><p>Large White e Pietrain, com o objetivo de aumentar o potencial para</p><p>carne na carcaça acima de 62% e atingir menor espessura de toucinho</p><p>com ótima conformação.</p><p>Em 2014, a Embrapa lançou a linhagem MO25C após cruzar raças</p><p>Landrace, Large White e Moura. Essa linhagem foi concebida para alta</p><p>produtividade da matriz, desempenho zootécnico dos suínos de abate e</p><p>melhoria da qualidade da carne, com aumento da suculência da carne,</p><p>maior marmoreio, percebida principalmente na fabricação de produtos</p><p>curados.</p><p>Linhagem MS115 da Embrapa.</p><p></p><p>Linhagem MO25C da Embrapa.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Sobre o melhoramento genético na suinocultura, julgue os itens</p><p>abaixo e marque a alternativa correta.</p><p>I. A endogamia e o cruzamento entre raças, além da seleção, são os</p><p>principais métodos utilizados na suinocultura.</p><p>II. O animal tri-cross é muito apreciado nas granjas comerciais</p><p>suínas.</p><p>III. Para produção de suínos comerciais, é padrão o uso de quatro</p><p>raças puras, não permitindo outros cruzamentos.</p><p>IV. O cruzamento industrial, muito utilizado na bovinocultura, não é</p><p>aplicado na suinocultura devido ao alto custo.</p><p>Estão corretos os itens:</p><p>A I e II.</p><p>B I, III e IV.</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>O item I está correto, uma vez que a endogamia é vantajosa, pois</p><p>aumenta a prepotência e o cruzamento entre raças aumenta a</p><p>produtividade ao atingir a correlação delas e o aumento da</p><p>heterose. O item II também está correto, visto que a tri-cross é</p><p>comum nas granjas suínas comerciais, pois gera animais com</p><p>rusticidade e maior rendimento de carne magra na carcaça. O item</p><p>III está incorreto, pois além do uso de quatro raças puras, outros</p><p>cruzamentos são realizados na suinocultura. O item IV está</p><p>incorreto, pois o cruzamento industrial é bastante aplicado na</p><p>suinocultura.</p><p>Questão 2</p><p>Um produtor quer aumentar a heterose no seu plantel de aves, mas</p><p>ele possui animais muito semelhantes e uma frequência de</p><p>homozigose alta. Baseado nisso, marque a alternativa que indica</p><p>corretamente o que esse produtor pode fazer para atingir o seu</p><p>objetivo.</p><p>C II e III.</p><p>D I e IV.</p><p>E I e III.</p><p>A</p><p>O produtor pode selecionar os animais semelhantes</p><p>que, ao se acasalarem, aumentará a heterose.</p><p>B</p><p>O produtor deve adquirir um novo lote e descartar</p><p>todos os seus animais.</p><p>C</p><p>O produtor pode separar seu rebanho em dois e</p><p>realizar endogamia, com o objetivo de formar</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Para aumentar a heterose em plantel com animais com pouca</p><p>variabilidade fenotípica, o recomendado é fazer endogamia dentro</p><p>das raças ou famílias de animais, para que eles fiquem cada vez</p><p>mais parecidos dentro da raça ou das famílias, mas de modo a</p><p>ocorrer um distanciamento quando compararmos as raças ou</p><p>famílias distintas, para que, após realizarem exogamia, a heterose</p><p>aumente.</p><p>3 - Melhoramento genético de peixes</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em peixes.</p><p>linhagens de famílias consanguíneas distintas para</p><p>aumentar a heterose, quando acasalados entre si.</p><p>D</p><p>O produtor deve fazer uma prova de desempenho,</p><p>para selecionar os animais mais similares e, assim,</p><p>o aumento da heterose será alcançado.</p><p>E</p><p>O produtor deve realizar a exogamia entre os</p><p>animais do plantel, pois mesmo com pouca</p><p>variabilidade, a complementaridade de raças</p><p>ocorrerá e a heterose aumentará.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de peixes</p><p>O aumento da demanda por produtos de qualidade de pesca de água</p><p>doce tem estimulado a piscicultura no Brasil. O Brasil produz com a</p><p>pesca, em média, 700 mil toneladas de peixe por ano e apresenta um</p><p>consumo nacional de quase um milhão de toneladas de peixe por ano.</p><p>Além de ser uma atividade econômica que permite às pessoas acesso à</p><p>renda e gera empregos – no país, são mais de um milhão de vagas</p><p>diretas e indiretas – a piscicultura impacta outros mercados e</p><p>impulsiona o agronegócio.</p><p>Com a domesticação de várias espécies animais, é possível a sua</p><p>criação em cativeiro, aumentando a produtividade para atender ao</p><p>mercado. Veja, a seguir, os pontos importantes para a domesticação:</p><p>Seleção de indivíduos</p><p>A domesticação</p><p>depende das mudanças</p><p>nos hábitos das</p><p>espécies, e inicia com a</p><p>seleção de indivíduos</p><p>mais aptos ao cativeiro,</p><p>que sobrevivem às</p><p>situações de estresse e</p><p>suportam melhor o</p><p>aumento de densidade.</p><p>Controle da reprodução</p><p>e alimentação</p><p>Os pontos-chaves para</p><p>a domesticação são o</p><p>controle da reprodução</p><p>e da alimentação</p><p>animal, com isso, é</p><p>possível observar um</p><p>ganho de 2 a 6% no</p><p>crescimento das</p><p>diferentes espécies de</p><p>peixes.</p><p>Podemos citar três espécies realmente consideradas domesticadas e</p><p>criadas no Brasil: a carpa, a tilápia e a truta, todas espécies introduzidas</p><p>no país. Veja a seguir:</p><p></p><p>Da esquerda para direita em cima, carpa e tilápia; embaixo truta.</p><p>Entre as principais espécies criadas no Brasil, a tilápia se destaca,</p><p>possuindo grande importância na piscicultura nacional, o que pode ser</p><p>explicado pelos números associados à sua produção, que atualmente</p><p>representa mais de 51% da piscicultura nacional, com mais de 360 mil</p><p>toneladas produzidas.</p><p>Vários são os fatores que favorecem o cultivo da tilápia no país, o clima</p><p>favorável, a rusticidade da espécie, que aceita bem diferentes sistemas</p><p>produtivos, a alta demanda de seus produtos e o bom resultado de</p><p>desempenho frente aos cultivos intensivos.</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de peixes</p><p>Entre as principais características desejadas dos peixes, podemos citar:</p><p>Habilidade de reprodução em cativeiro, pois muitas espécies</p><p>passam pela piracema, o que dificulta o comportamento</p><p>reprodutivo em cativeiro.</p><p>Precocidade sexual, pois várias espécies são tardias, entrando na</p><p>maturidade sexual com idade avançada, o que prejudica o ciclo</p><p>produtivo.</p><p>Fertilidade e as características de crescimento e de carcaça, como</p><p>peso corporal, comprimento corporal, taxa de crescimento,</p><p>tamanho da cabeça em relação ao tamanho do corpo, rendimento</p><p>de carcaça e rendimento de filé.</p><p>Resistência às variações do ambiente, como temperatura,</p><p>oxigênio, pH e poluição da água, todas extremamente importantes</p><p>para a produção de peixes em cativeiro.</p><p>Piracema</p><p>Período de migração no qual o peixe sobe o rio, contra a correnteza, para</p><p>desovar na época de reprodução.</p><p>Vários são os fatores não genéticos que influenciam o desempenho dos</p><p>peixes. Pelo fato de viverem em um ambiente aquático, existe uma</p><p>grande variação ambiental associada. Cada espécie possui uma</p><p>exigência ambiental para expressar o máximo de sua capacidade</p><p>genética, o que dificulta um pouco a padronização dos programas de</p><p>melhoramento. O ideal, portanto, é selecionar animais rústicos e</p><p>resistentes às variações ambientais para atuar na produção de peixes.</p><p>Atenção!</p><p>Ainda hoje existe pouco conhecimento das consequências totais dos</p><p>efeitos ambientais sobre a expressão genética e as variações</p><p>fenotípicas e genotípicas. Os efeitos ambientais podem mascarar os</p><p>efeitos genéticos verdadeiros, como vimos quando estudamos</p><p>herdabilidade das características.</p><p>Para atuar selecionando os melhores animais e organizar os programas</p><p>de melhoramento genético, o ideal é padronizar o ambiente,</p><p>considerando os seguintes fatores: animais criados com mesma idade,</p><p>densidade adequada, boa qualidade da água, manejo alimentar similar,</p><p>sexo, homogeneização do tamanho corporal e peso dos animais.</p><p>Métodos e técnicas de melhoramento</p><p>em peixes</p><p>O melhoramento genético de peixes consiste na formação de indivíduos</p><p>com potencial produtivo maior, por meio das ferramentas básicas</p><p>seleção e acasalamento. A fase de seleção dentro dos programas de</p><p>melhoramento é essencial, com objetivo de escolher animais com</p><p>atributos genéticos superiores, possibilitando melhor desempenho.</p><p>Observe como é feita a seleção:</p><p> Formação da população base</p><p>O d lh d d</p><p>A tilápia, principal espécie de peixe criada no Brasil, adaptou-se</p><p>facilmente às condições ambientais nacionais e é extremamente</p><p>resistente. Além de atingir maturidade sexual rapidamente em</p><p>comparação às outras espécies de peixes e reagir bem em altas</p><p>densidades de criação. A seleção focando características superiores e</p><p>gerando lotes de animais cada vez melhores tem permitido que essa</p><p>espécie domine o mercado e continue crescendo como preferência de</p><p>criação pelos produtores nacionais.</p><p>Na piscicultura também são realizados cruzamentos entre espécies</p><p>diferentes, para obtenção de híbridos, processo conhecido como</p><p>hibridação. Veja os objetivos e consequências deste cruzamento:</p><p>Objetivo</p><p>Esse cruzamento possui como finalidade o aumento da heterose, a</p><p>complementaridade entre as espécies, a introdução de genes</p><p>Os programas de melhoramento dentro da</p><p>piscicultura iniciam com uma coleta de peixes de</p><p>diferentes rios para avaliação das características</p><p>quantitativas nas diferentes linhagens. Se as</p><p>diferentes linhagens apresentarem desempenhos</p><p>diferentes, os animais devem permanecer</p><p>separados e deve ser feita seleção dentro das</p><p>linhagens; se o desempenho das linhagens for</p><p>semelhante, poderão ser criados juntos e deve ser</p><p>feita seleção unificada, com intuito final de formar a</p><p>população base.</p><p> Acasalamento, seleção pelo desempenho, pela</p><p>progênie e combinada</p><p>Para a seleção, são realizados acasalamentos entre</p><p>um macho com duas a três fêmeas para avaliar</p><p>grupos de meios-irmãos e de irmãos completos.</p><p>Também é realizada a seleção pelo desempenho</p><p>para características de crescimento e seleção pela</p><p>progênie para características de carcaça. A seleção</p><p>combinada pode ser realizada para características</p><p>reprodutivas e de resistência a doenças.</p><p>pertencentes a uma espécie de forma isolada em outra, o aumento de</p><p>produção e o rendimento de carcaça.</p><p>Consequências</p><p>A hibridação é bastante utilizada, mesmo possuindo como</p><p>consequências possíveis o desvio na taxa sexual e a esterilidade, pois</p><p>são animais que geralmente possuem número de cromossomos</p><p>diferentes, uma vez que pertencem a espécies diferentes.</p><p>Um exemplo de hibridação é o cruzamento entre o peixe macho da</p><p>espécie pacu com a fêmea tambaqui, ambas espécies de peixes nativas</p><p>do Brasil, gerando o tambacu. O tambacu apresenta maior resistência</p><p>ao inverno que os progenitores, maior peso e rusticidade, mas por ser</p><p>híbrido é incapaz de se</p><p>reproduzir. O acasalamento do macho tambaqui</p><p>com a fêmea pacu gera o híbrido paqui.</p><p>Ao comparar os peixes híbridos tambacu e paqui, o primeiro possui</p><p>valor comercial agregado superior, por causa de maiores</p><p>desenvolvimento e resistência. Veja abaixo:</p><p>Peixe pacu.</p><p>Peixe tambaqui.</p><p>Peixe híbrido tambacu.</p><p>Existem riscos associados ao acasalamento entre híbridos e espécies</p><p>que lhe deram origem. O Ibama proíbe a introdução de híbridos na</p><p>aquicultura; sua criação de forma isolada para atender ao mercado é</p><p>possível.</p><p>Produção de híbridos como</p><p>ferramenta de melhoramento</p><p>genético na piscicultura</p><p>Veja como ocorre a formação de híbridos de peixes e sua importância</p><p>dentro da cultura animal.</p><p>Outra metodologia aplicada no melhoramento genético de peixes é a</p><p>endogamia, com intuito de desenvolver linhagens para posterior</p><p>cruzamento. A endogamia permite identificar genes recessivos</p><p>deletérios, para que sejam descartados da população animal no</p><p>cativeiro.</p><p>Entre os programas de sucesso, podemos citar o da tilápia do Nilo</p><p>(Oreochromis niloticus), espécie oriunda da África que possui um tempo</p><p>de geração relativamente curto, próximo a seis meses de idade.</p><p>A tilápia do Nilo é extremamente resistente a doenças, às altas</p><p>densidades e aos baixos níveis de oxigênio dissolvido na água do seu</p><p>ambiente.</p><p>Além disso, apresenta boa aceitação a uma diversidade de alimentos e</p><p>demonstra um retorno positivo à fertilização dos viveiros. Possui um</p><p>excelente rendimento de filé, com carne saborosa e baixo teor de</p><p>gordura.</p><p></p><p>Tilápia do Nilo.</p><p>O foco inicial do programa de melhoramento desse peixe foi na seleção</p><p>da característica taxa de crescimento, uma vez que o desempenho de</p><p>crescimento da tilápia do Nilo nas pisciculturas era considerado ruim.</p><p>Após cinco primeiras gerações de seleção, a resposta</p><p>em relação ao aumento da taxa de crescimento foi de</p><p>12 a 17% por geração, mostrando a superioridade da</p><p>espécie em responder ao programa.</p><p>No Brasil, o primeiro programa de melhoramento genético com tilápia do</p><p>Nilo começou com a importação da linhagem GIFT, em 2005, quando o</p><p>Brasil se tornou o primeiro país da América Latina a adquirir tilápias</p><p>provenientes de programas de melhoramento genético. O programa teve</p><p>como objetivos principais:</p><p>Maior taxa de crescimento</p><p>Maior ganho de peso diário</p><p>Melhores medidas corporais (largura, largura caudal, altura, altura</p><p>caudal, comprimento de cabeça, padrão e total)</p><p>Mortalidade à idade comercial</p><p>Atualmente, são vários os incentivos à pesquisa e à produção de peixes,</p><p>muitas são as políticas de extensão e crédito voltadas aos produtores</p><p>que vêm sendo constantemente discutidas, com o intuito de</p><p>desenvolver esse ramo tão promissor no país.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>O melhoramento genético dentro da piscicultura tem crescido cada</p><p>vez mais, com investimento em seleção focando em características</p><p>de rusticidade, maturidade sexual, resistência ao ambiente e às</p><p>doenças e maior produtividade. Entre as espécies de peixes que se</p><p>consolidaram no mercado nacional devido às suas características,</p><p>como superioridade produtiva e alta resistência a diferentes</p><p>ambientes, podemos citar</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>Espécie consolidada no mercado nacional, a tilápia, possui</p><p>características superiores quando comparada às outras espécies</p><p>de peixes, e o seu melhoramento genético permitiu que se</p><p>desenvolvesse cada vez mais.</p><p>Questão 2</p><p>Na piscicultura são realizados cruzamentos entre espécies</p><p>diferentes para obtenção de híbridos – processo conhecido como</p><p>hibridação. Baseado nos seus conhecimentos de melhoramento</p><p>genético de peixes, julgue os itens a seguir e marque a alternativa</p><p>correta.</p><p>A tilápia.</p><p>B carpa.</p><p>C pacu.</p><p>D tambaqui.</p><p>E tambacu.</p><p>I. A finalidade desse cruzamento inclui, entre outros fatores:</p><p>diminuir a heterose e aumentar a similaridade gênica.</p><p>II. A complementaridade entre as espécies é alcançada com esse</p><p>tipo de cruzamento, pois permite a introdução de genes</p><p>pertencentes a uma espécie de forma isolada em outra.</p><p>III. Como consequências desse acasalamento, observamos</p><p>aumento de produção e rendimento de carcaça.</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>Os itens II e III estão corretos, pois com a hibridação ocorre o</p><p>melhoramento de espécies com a introdução de genes</p><p>pertencentes a uma espécie de forma isolada em outra, gerando</p><p>uma espécie terciária com maior desenvolvimento e resistência. O</p><p>item I está errado, pois a hibridação permite o aumento da heterose,</p><p>devido ao aumento da heterozigose associada e não da</p><p>semelhança gênica.</p><p>A Apenas os itens I e III estão corretos.</p><p>B Apenas os itens II e III estão corretos.</p><p>C Apenas o item III está correto.</p><p>D Apenas o item I está correto.</p><p>E Apenas os itens I e II estão corretos.</p><p>4 - Melhoramento genético de animais de companhia</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância e os conceitos para</p><p>aplicação do melhoramento genético em animais de companhia.</p><p>Importância e aplicação do</p><p>melhoramento de animais de</p><p>companhia</p><p>Estudos genéticos mostraram que o gato doméstico é descende do</p><p>Felis silvestris lybica – o qual teve sua origem há mais de 130 mil anos, a</p><p>partir do cruzamento de cinco espécies selvagens distintas. Tais</p><p>descobertas foram possíveis por meio do estudo do DNA mitocondrial</p><p>dos animais.</p><p>Já a domesticação do gato começou há cerca de 12 mil anos, na região</p><p>do Oriente Médio. O gato doméstico pertence à espécie Felis catus e</p><p>possui 38 cromossomos, divididos em 19 pares. Atualmente, existem</p><p>mais de 250 raças registradas dentro da espécie.</p><p>O melhoramento genético em gatos tem por finalidade</p><p>selecionar as características que sejam mais</p><p>desejáveis de cada raça. Podemos citar como</p><p>exemplos a cor e o tipo da pelagem, a ausência de</p><p>determinadas doenças genéticas, como a</p><p>cardiomiopatia hipertrófica de origem familiar.</p><p>Em relação aos cães, animais da espécie Canis familiaris, observamos</p><p>maior coleção de diversidade fenotípica ao considerar todos os animais</p><p>domésticos. São aproximadamente 400 raças de cães catalogadas, com</p><p>características comportamentais e morfológicas diferentes.</p><p>Origem das raças</p><p>A maior parte das raças de cães, animais que possuem 78</p><p>cromossomos (39 pares), teve origem a partir das</p><p>necessidades do ser humano relacionadas à segurança, ao</p><p>pastoreio, à caça, competição e companhia.</p><p>Cruzamento para aperfeiçoar características</p><p>Ao longo de décadas, os diversos tipos de cães passaram a ser</p><p>cruzados, com o intuito de buscar o aperfeiçoamento das</p><p>características de interesse, tais como: morfologia, estatura,</p><p>pelagem, comportamento e temperamento, dando origem a</p><p>uma gama de transformações e, por conseguinte, a uma ampla</p><p>diversidade de raças caninas.</p><p>Diversos são os fatores que promovem um crescente interesse pelo</p><p>melhoramento genético dos animais de companhia, merecendo</p><p>destaque a valorização econômica de animais com índices genéticos</p><p>superiores, além da probabilidade de maior longevidade do animal</p><p>aliada à sua qualidade de vida.</p><p>Caracteres desejados no</p><p>melhoramento de animais de</p><p>companhia</p><p>A utilização do melhoramento genético para a seleção dos caracteres</p><p>desejados nos animais de companhia tem por finalidade utilizar</p><p>ferramentas que possibilitem a concentração na progênie de</p><p>determinada característica de interesse em animais semelhantes, e a</p><p>correção de determinada característica em animais diferentes.</p><p>As características de importância econômica no melhoramento</p><p>genético dos animais de companhia são divididas em:</p><p>Características</p><p>quantitativas</p><p>São governadas por um</p><p>grande número de</p><p>genes, em que cada</p><p>gene apresenta um</p><p>pequeno efeito, sendo</p><p>denominadas de</p><p>características</p><p>poligênicas, métricas ou</p><p>quantitativas.</p><p>Características</p><p>qualitativas</p><p>São governadas por</p><p>poucos pares de genes,</p><p>como exemplo temos a</p><p>cor da pelagem, sendo</p><p>denominadas de</p><p>características</p><p>monogênicas ou</p><p>qualitativas.</p><p>Da mesma maneira que para os animais de produção, citados nos</p><p>módulos anteriores, as características quantitativas possuem maior</p><p>interesse econômico quando comparadas às qualitativas, no entanto,</p><p>necessitam de maior esforço para serem selecionadas, devido à grande</p><p>influência ambiental na expressão gênica.</p><p>Atenção!</p><p>Quando falamos da seleção de caracteres em gatos, merece destaque a</p><p>seleção em relação ao tipo de pelagem e à possibilidade de diminuição</p><p>da ocorrência de algumas doenças, para atender a um mercado</p><p>exigente desses atributos.</p><p>As raças de gatos possuem uma grande variedade de padrões e cores,</p><p>podendo ser divididas em três categorias distintas de pelagem: longa,</p><p>curta e rala.</p><p>As características que serão expressas por cada animal estão</p><p>intimamente ligadas à composição existente em cada loco, veja!</p><p>Loco Função Genótipo</p><p>A</p><p>Responsável pela</p><p>quantidade e</p><p>localização de</p><p>eumelanina e</p><p>feomelanina</p><p>A_</p><p>aa</p><p></p><p>Loco Função Genótipo</p><p>B</p><p>Responsável pela</p><p>concentração de</p><p>eumelanina</p><p>B_</p><p>bb</p><p>C</p><p>Responsável pela</p><p>pigmentação</p><p>C_</p><p>Cᶜʰ</p><p>Cʰ</p><p>Cˢ</p><p>cc</p><p>D</p><p>Responsável pela</p><p>intensidade de</p><p>eumelanina</p><p>D_</p><p>dd</p><p>S</p><p>Responsável por</p><p>determinar</p><p>desenhos das</p><p>manchas brancas</p><p>pelo corpo</p><p>S_</p><p>ss</p><p>T</p><p>Responsável por</p><p>linhas ou manchas</p><p>mais escuras</p><p>transversais</p><p>(tigrado, listrado ou</p><p>rajado)</p><p>Tᵃ Tᵃ</p><p>Tᵃ T</p><p>tᵇ tᵇ</p><p>W</p><p>Responsável por</p><p>conferir pelagem</p><p>branca</p><p>W_</p><p>ww</p><p>O Ligado ao</p><p>cromossomo X</p><p>(macho com</p><p>Macho Oy</p><p>Macho oy</p><p>Fêmea OO</p><p>Loco Função Genótipo</p><p>pelagem laranja ou</p><p>amarela e fêmeas</p><p>com pelagem</p><p>salpicada)</p><p>Fêmea Oo</p><p>Fêmea oo</p><p>Diferentes lócus, genes e características ligados à pelagem de gatos.</p><p>*Acromelanizados (extremidades escuras, corpo claro e olhos azuis).</p><p>Marina Jorge de Lemos.</p><p>Ainda em relação à pelagem, merecem destaque os gatos tricolores,</p><p>sendo esta característica ligada ao cromossomo X. Logo, para um gato</p><p>ter as três cores, ele precisa possuir um cromossomo X com o gene</p><p>amarelo, e o outro X com o gene dominante branco, ou seja, pelagem</p><p>que se manifesta nas fêmeas, e somente em casos ocasionais em</p><p>machos, quando normalmente associados a alguma raridade genética</p><p>(inferior a 1%).</p><p>Em cães, a cor da pelagem é uma característica que também possui</p><p>apelo comercial significativo, além da ausência de doenças genéticas,</p><p>como observado em gatos. Além delas, o comportamento, a aptidão</p><p>para trabalho, as características reprodutivas e a resistência também</p><p>atraem grande atenção dos melhoristas da área.</p><p>Os cães são divididos em grupos, de acordo com suas</p><p>características e foram melhorados dentro desses</p><p>grupos para atender a alguma necessidade humana,</p><p>para segurança, trabalho, caça ou para companhia.</p><p>Métodos e técnicas de melhoramento</p><p>de animais de companhia</p><p>O melhoramento genético em animais de companhia, como cães e</p><p>gatos, baseia-se na seleção artificial dos animais pela avaliação de suas</p><p>características (de interesse humano) e acasalamento.</p><p>Gato da raça Ragdoll.</p><p>O conhecimento das características, independentemente se de cães ou</p><p>gatos, e como funciona sua genética, é de suma importância para o</p><p>melhoramento genético animal, para que possamos selecionar animais</p><p>sem os genes ligados às doenças ou com aptidão específica para</p><p>executar uma ação ou até mesmo com a pelagem específica que atenda</p><p>aos desejos humanos. A seleção em gatos e cães é realizada baseada</p><p>na análise do pedigree do animal e na expressão da característica pelo</p><p>animal alvo da seleção. A grande preocupação acerca desses animais</p><p>está ligada com a endogamia alta observada.</p><p>Diferentemente de animais de produção, que possuem mais controle,</p><p>animais de companhia são acasalados, muitas vezes, com seus</p><p>parentes próximos, podendo propiciar o aparecimento de anomalias</p><p>genéticas.</p><p>Saiba mais</p><p>Um exemplo de doenças genéticas que possuem maior probabilidade</p><p>de se manifestar em animais frutos de acasalamento endogâmico,</p><p>devido ao aumento de homozigose e, portanto, de genes homozigotos</p><p>recessivos ligados muitas vezes a efeitos deletérios, é a ausência ou</p><p>deformidade da cauda e a hemofilia A felina.</p><p>Vamos conhecer melhor estas doenças!</p><p>Para essa característica, os animais que apresentarem a</p><p>genética MM (genótipo homozigoto dominante), morrem antes</p><p>do nascimento. Já os animais Mn (heterozigotos), não</p><p>apresentarão cauda.</p><p>Os animais podem apresentar ausência total da cauda, anca</p><p>arredondada, onde nenhuma vértebra caudal poderá ser sentida,</p><p>sendo classificados como fenótipo rumpy.</p><p>Podem apresentar algumas vértebras fundidas, no entanto, sem</p><p>apresentar movimento, sendo classificados como fenótipo</p><p>rumpy riser.</p><p>Podem apresentar um reduzido número de vértebras com</p><p>aparência de toco, sendo classificados como fenótipo stumpy.</p><p>Podem apresentar um número maior de vértebras, dando origem</p><p>a uma cauda curta e deformada, sendo classificados como</p><p>fenótipo longie. Essa herança é classificada como autossômica</p><p>dominante.</p><p>É uma doença ligada à diminuição da coagulação sanguínea nos</p><p>animais, acarretando uma forte tendência a hemorragias pela</p><p>deficiência do fator VIII de coagulação. Esse tipo de herança é</p><p>classificada como sexual ligada ao cromossomo X, recessiva.</p><p>Nesse caso, há maior incidência em gatos machos do que em</p><p>fêmeas, pois os machos possuem apenas um cromossomo</p><p>sexual X, enquanto as fêmeas dois cromossomos X. Portanto,</p><p>para os machos manifestarem essa doença genética basta um</p><p>gene, já para as fêmeas manifestarem, precisam possuir dois</p><p>genes recessivos.</p><p>Veja uma imagem de gato da raça Manx com deformidade da cauda</p><p>(ausência).</p><p>Ausência ou deformidade da cauda </p><p>Hemofilia A felina </p><p>Endogamia e suas consequências</p><p>negativas em animais de companhia</p><p>Veja como ocorre a endogamia e seus efeitos sobre os animais de</p><p>companhia.</p><p>Em cães, durante séculos, o homem promoveu cruzamentos entre</p><p>diversos tipos de raças, a fim de buscar aperfeiçoamentos de</p><p>características que pudessem gerar avanços no desempenho desses</p><p>animais. Morfologia, estatura, pelagem, comportamento e</p><p>temperamento dos cães serviram de incentivo para uma expressiva</p><p>transformação, resultando em diferentes raças caninas. Com o passar</p><p>dos anos, tais modificações transformaram o cão no animal que</p><p>apresenta o maior grau de polimorfismo entre todas as espécies</p><p>animais.</p><p>Os programas de melhoramento caninos focam características ligadas</p><p>a trabalho, assistência, estrutura, pelagem, doenças, reprodução e</p><p>comportamento. Da mesma maneira que para outras espécies, as</p><p>ferramentas utilizadas são seleção e acasalamento, tomando cuidado</p><p>com a endogamia. As raças caninas são divididas em 11 grupos, veja:</p><p></p><p> Grupo 1</p><p>Sã h d d ã b i d i</p><p>São chamados de cães pastores ou boiadeiros,</p><p>apresentando como características vigor físico,</p><p>velocidade, resistência a longas caminhadas e</p><p>inteligência. Podemos citar como exemplos de</p><p>raças desse grupo o Border Collie, Australian Cattle</p><p>e Pastor Belga. Na imagem, cão da raça Border</p><p>Collie, pertencente ao grupo dos pastores.</p><p> Grupo 2</p><p>São chamados de cães de guarda, trabalho e</p><p>utilidade, apresentando como característica aptidão</p><p>física e psíquica para atender aos requisitos</p><p>necessários para desempenhar as tarefas do grupo.</p><p>Podemos citar como exemplos de raças Bulldog,</p><p>Dobermann e Fila Brasileiro. Na imagem, cão da</p><p>raça Dobermann, pertencente ao grupo dos cães de</p><p>guarda e trabalho.</p><p> Grupo 3</p><p>São os terrier, animais pequenos e resistentes, o</p><p>que facilita a sua manutenção, sendo muito úteis na</p><p>atividade de caça em toca. Podemos citar como</p><p>exemplos de raças o Bull Terrier, Yorkshire Terrier e</p><p>W i N i ã d B ll T i</p><p>Westie. Na imagem, cão da raça Bull Terrier,</p><p>pertencente ao grupo dos cães de caça terrier.</p><p> Grupo 4</p><p>São os cães Dachshund, possuindo como</p><p>características um olfato apurado, corpo alongado</p><p>e membros curtos, extremamente aptos para a</p><p>caça em toca. Na imagem, cão da raça Dachshund,</p><p>pertencente ao grupo dos cães caçadores.</p><p> Grupo 5</p><p>Neste grupo, encontramos os Spitz e cães do tipo</p><p>primitivo, possuindo como característica uma vasta</p><p>pelagem dupla, as orelhas de forma triangular e o</p><p>rabo pontudo, apresentando aparência</p><p>e</p><p>comportamento semelhantes ao do lobo. Podemos</p><p>utilizar como exemplos desse grupo os Akita Inu,</p><p>Basenji e o Chow Chow. Na imagem, cão da raça</p><p>Basenji, pertencente ao grupo dos cães primitivos.</p><p> Grupo 6</p><p>Neste grupo, temos os cães sabujos e os</p><p>farejadores, possuindo, como características,</p><p>excepcional resistência física, inigualável olfato,</p><p>capacidade de perseguição, além da conservação</p><p>do instinto de trabalho coletivo. Podemos citar</p><p>como exemplos os Basset Hound, Dálmata e</p><p>Beagle. Na imagem, cão da raça Dálmata,</p><p>pertencente ao grupo dos cães farejadores.</p><p> Grupo 7</p><p>São os cães apontadores, que possuem como</p><p>característica a aptidão para a caça, inclusive com</p><p>a presença de armas de fogo. Podemos citar como</p><p>exemplos o Setter irlandês, o Pointer inglês e o</p><p>Perdigueiro português. Na imagem, cão da raça</p><p>Perdigueiro português, pertencente ao grupo dos</p><p>cães apontadores.</p><p> Grupo 8</p><p>Os cães deste grupo são conhecidos como</p><p>retrievers, levantadores e cães de água,</p><p>apresentando como características uma boa</p><p>aptidão para a caça, facilidade de adestramento e</p><p>excelente faro. Podemos citar como exemplos o</p><p>Labrador e o Golden. Na imagem, cão da raça</p><p>Golden, pertencente ao grupo dos cães retrievers.</p><p> Grupo 9</p><p>São conhecidos como cães de companhia,</p><p>apresentando como principal finalidade a</p><p>companhia e diversão. Podemos citar como</p><p>exemplos o Poodle, o Maltês e o Pug. Na imagem,</p><p>cão da raça Pug, pertencente ao grupo dos cães de</p><p>companhia.</p><p> Grupo 10</p><p>São os cães lebreis ou galgos, que têm por</p><p>característica possuir uma aparência elegante, com</p><p>focinho comprido e afilado, patas longas, pelo</p><p>estreito e profundo, além de ótima visão, sendo</p><p>muito aptos a corrida. Selecionados inicialmente</p><p>para caçar animais rápidos como lebres. Podemos</p><p>citar como exemplos o Borzoi, Saluki e Afghan</p><p>Hound. Na imagem, cães da raça Borzoi,</p><p>pertencente ao grupo dos galgos.</p><p> Grupo 11</p><p>Neste grupo estão as raças de cães não</p><p>reconhecidos pela Federação de Cinológica</p><p>Internacional (FCI), ou seja, os cães não</p><p>reconhecidos internacionalmente, mas que podem</p><p>obter registro no Brasil. Podemos citar como</p><p>exemplos o American Pit Bull Terrier e o Bulldog</p><p>Campeiro. Na imagem, cão da raça American Pitt</p><p>Bull Terrier, pertencente ao grupo de raças não</p><p>reconhecidas pela FCI.</p><p>Dentro de cada grupo, o melhoramento genético tem por função tornar</p><p>as características de interesse cada vez mais proeminentes. Além disso,</p><p>o melhoramento genético nos cães tem por finalidade a seleção dos</p><p>melhores exemplares para finalidades de reprodução, comportamento,</p><p>conformação corporal e ausência de doenças.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Um especialista em reprodução animal, durante a consultoria a um</p><p>produtor rural, descreveu que a característica que ele desejava para</p><p>seu animal era governada por um grande número de genes, em que</p><p>cada gene iria representar um pequeno efeito. Em relação a essa</p><p>característica, julgue os itens a seguir e marque a alternativa</p><p>correta.</p><p>I – Pode ser classificada como poligênica.</p><p>II – Pode ser classificada como monogênica.</p><p>III – Pelagem é um exemplo desse tipo de característica.</p><p>IV – Pode ser classificada como quantitativa.</p><p>A Apenas o item IV está correto.</p><p>B Os itens I, III e IV estão corretos.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Os itens I e IV estão corretos, cada característica é governada por</p><p>um grande número de genes e cada gene apresenta um pequeno</p><p>efeito, logo, características poligênicas, métricas ou quantitativas. O</p><p>item II está errado, pois a característica não é monogênica, mas sim</p><p>poligênica; o item III está errado, pois a pelagem é um exemplo de</p><p>característica monogênica e qualitativa.</p><p>Questão 2</p><p>Um fazendeiro consulta um especialista em relação ao grupo</p><p>canino ideal para o trabalho em sua propriedade, descrevendo que o</p><p>cão deve ter habilidade de pastoreio, inteligência, vigor físico e</p><p>resistência a grandes caminhadas, pois vai trabalhar na lida com</p><p>ovelhas. O grupo canino que deve ser indicado pelo especialista é?</p><p>C Os itens I e IV estão corretos.</p><p>D Apenas o item III está correto.</p><p>E Os itens II e III estão corretos.</p><p>A Grupo 11.</p><p>B Grupo 2.</p><p>C Grupo 1.</p><p>D Grupo 7.</p><p>E Grupo 8.</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>O animal citado no exercício se enquadra no grupo 1, grupo de cães</p><p>boiadeiros e pastores, que possuem inteligência, resistência e</p><p>habilidade de pastoreio.</p><p>Considerações �nais</p><p>Conhecemos os conceitos genéticos dentro da área do melhoramento</p><p>animal, com ênfase para sua importância e sua aplicação. Conhecemos</p><p>também os principais caracteres desejados dentro dos diferentes</p><p>programas de melhoramento para diversas espécies animais. Além</p><p>disso, identificamos as principais técnicas e ferramentas utilizadas</p><p>nesses programas.</p><p>Os conhecimentos do melhoramento genético nos diferentes grupos,</p><p>como ruminantes, suínos, aves, peixes e animais de companhia,</p><p>propiciam uma visão mais ampla e clara sobre a relevância desta área</p><p>de atuação profissional.</p><p>É fundamental ter em mente que para entender a dinâmica dos</p><p>elementos avaliados no melhoramento animal, é necessário definir o</p><p>real objetivo do programa, que varia de acordo com cada grupo e</p><p>espécie, assim como dentro das diferentes raças animais.</p><p>Podcast</p><p>Para encerrar, ouça a importância dos conhecimentos genéticos,</p><p>quantitativos e técnicas de melhoramento para as culturas animais</p><p>brasileiras.</p><p></p><p>Explore +</p><p>Confira o que separamos para você!</p><p>Pesquise o artigo Melhoramento genético animal aplicado à</p><p>aquicultura: atualidades e perspectivas futuras nos programas de</p><p>melhoramento de tilápia (Oreochromis niloticus) no Brasil e conheça</p><p>como Bruna G. de Moraes e colaboradores abordam os programas de</p><p>melhoramento em peixes.</p><p>Leia o artigo Melhoramento genético em aves de corte e entenda como</p><p>Guilherme Guimaro Costa Moura e colaboradores abordam essa</p><p>temática.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório Anual de</p><p>2021. São Paulo: ABPA, 2021.</p><p>EUCLIDES FILHO, K. O melhoramento genético animal no Brasil:</p><p>fundamentos, história e importância. Campo Grande, MS: Embrapa</p><p>Gado de Corte, 1999.</p><p>EUCLIDES FILHO, K. Evolução do melhoramento genético de bovinos de</p><p>corte no Brasil. Revista Ceres, v. 56, n. 5, p. 620-626, 2009.</p><p>TINOCO, A. C. C. et al. Métodos de cruzamento utilizados em cães:</p><p>estudo nos canis dos municípios de São Luís e São José de Ribamar –</p><p>MA. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 4, n.3, p.</p><p>3810-3817, 2021.</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do</p><p>conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p>

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