Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>EAD E MÉTODOS</p><p>DE AVALIAÇÃO</p><p>Autoria: Andreia de Bem Machado</p><p>Indaial - 2020</p><p>UNIASSELVI-PÓS</p><p>2ª Edição</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI</p><p>Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito</p><p>Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC</p><p>Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090</p><p>Impresso por:</p><p>Reitor: Prof. Hermínio Kloch</p><p>Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol</p><p>Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD:</p><p>Carlos Fabiano Fistarol</p><p>Ilana Gunilda Gerber Cavichioli</p><p>Jóice Gadotti Consatti</p><p>Norberto Siegel</p><p>Julia dos Santos</p><p>Ariana Monique Dalri</p><p>Marcelo Bucci</p><p>Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais</p><p>Diagramação e Capa:</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2020</p><p>Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri</p><p>UNIASSELVI – Indaial.</p><p>M149e</p><p>Machado, Andreia de Bem</p><p>EAD e métodos de avaliação. / Andreia de Bem Machado. –</p><p>Indaial: UNIASSELVI, 2019.</p><p>114 p.; il.</p><p>ISBN 978-85-7141-426-6</p><p>ISBN Digital 978-85-7141-427-3</p><p>1. Ensino a distância. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da</p><p>Vinci.</p><p>CDD 370</p><p>Sumário</p><p>APRESENTAÇÃO ............................................................................5</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>História e Concepção Sobre Avaliação ......................................7</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>Estratégias Avaliativas ...............................................................45</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>Avaliação no Contexto da EAD ..................................................81</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático EAD e Métodos de</p><p>Avaliação! Como você já deve ter observado, a educação está presente em</p><p>nossa vida em todos os lugares, seja presencialmente na escola, no trabalho,</p><p>no cinema, no shopping e também no mundo digital, no espaço da virtualidade.</p><p>Assim, a educação permeia nossa vida desde quando nascemos, pois através</p><p>dela aprimoramos nossas relações com outros seres e com a natureza. Dentro do</p><p>contexto virtual, a educação estabelece interações de trocas que fortalecem nosso</p><p>conhecimento e que nos fazem aprender sobre saberes que foram deixados pela</p><p>humanidade. Esse saber escolar é compartilhado dentro do espaço digital, ou</p><p>seja, a Educação a Distância (EAD). A EAD é a modalidade de ensino que permite</p><p>a interatividade e que pode ser realizada em tempos e espaços diversos, por</p><p>meio da tecnologia da informação e comunicação (TIC). Dentro desse cenário, há</p><p>momentos de reflexão, feedbacks e avaliações, a fim de verificar o conhecimento</p><p>de cada um sobre determinados conteúdos. Além disso, para cada assunto há</p><p>uma estratégia avaliativa no universo da EAD.</p><p>Você pode perceber com esse pensamento que a EAD passa a integrar</p><p>diferentes metodologias, tanto de aprendizagem, como avaliativas. Você</p><p>deve estar se perguntando: como são os métodos de avaliação na EAD? Para</p><p>compreendermos o tema da disciplina EAD e Métodos de Avaliação, devemos ter</p><p>em mente que a EAD se constitui de diferentes metodologias que permitem avaliar</p><p>o conhecimento do estudante. Assim, essa disciplina visa estudar as tomadas</p><p>de decisões acerca das questões relacionadas com a EAD. Essa concepção</p><p>é importante para você, que será um professor e atuará nos vários âmbitos e</p><p>modalidades de ensino.</p><p>No primeiro capítulo, você identificará a história e a concepção sobre a</p><p>avaliação, compreendendo através dos tempos o processo avaliativo no cenário</p><p>educacional. Além disso, estudará as diferentes concepções sobre a avaliação</p><p>dentro da modalidade presencial e do contexto da EAD. Para finalizar, o capítulo</p><p>compreenderá a avaliação, suas características e suas funções no cenário virtual,</p><p>ou seja, dentro da modalidade EAD.</p><p>No Capítulo 2, você compreenderá as estratégias avaliativas no contexto</p><p>da EAD. Primeiramente, estudará sobre as formas de avaliação: diagnóstica,</p><p>somativa e formativa, compreendendo cada uma delas no contexto educacional,</p><p>seja virtual ou presencial. Além disso, compreenderá a prática avaliativa</p><p>Portfólio dentro da sala de aula digital, como é essa metodologia e as principais</p><p>características dessa ferramenta de ensino. Por fim, compreenderá os tipos de</p><p>questões no processo avaliativo no cenário da educação.</p><p>No terceiro capítulo, você estudará a avaliação no contexto da EAD,</p><p>compreendendo as ferramentas e metodologias utilizadas nesta modalidade.</p><p>Primeiramente, estudará a avaliação nos ambientes virtuais de aprendizagem,</p><p>entendendo sobre estes ambientes que permitem a interatividade entre professor</p><p>e estudante e vice-versa. Da mesma maneira, compreenderá os critérios</p><p>avaliativos dentro do mundo da EAD, identificando a avaliação de aprendizagem e</p><p>o feedback no processo ensino-aprendizagem nessa modalidade de ensino.</p><p>Boa leitura e bons estudos!</p><p>Professora Andreia de Bem Machado</p><p>CAPÍTULO 1</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>A partir do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:</p><p> Identifi car a linha histórica do processo avaliativo.</p><p> Analisar os diferentes conceitos sobre avaliação.</p><p> Estudar e relacionar as características das avaliações e suas funções.</p><p>8</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>9</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>1 CONTEXTUALIZAÇÃO</p><p>A sociedade do conhecimento é marcada pela conectividade das informações.</p><p>Praticamente não há distâncias do saber, pois um acontecimento que, por</p><p>exemplo, acontece na China, em questão de segundos poderá ser divulgada no</p><p>Brasil. Isso demonstra o quanto a comunicação mudou e consequentemente a</p><p>nossa metodologia pedagógica também se alterou, visto que hoje podemos</p><p>estudar a qualquer momento e em qualquer lugar, interligados pelas tecnologias</p><p>de informação e comunicação.</p><p>Diante destas primeiras considerações sobre o novo formato educacional,</p><p>intitulado de Educação a Distância (EAD), percebemos que há várias ferramentas</p><p>ligadas a essa nova forma do fazer pedagógico que facilitam o processo ensino-</p><p>aprendizagem. Assim, no aprender-ensinar a distância, também se estabelece</p><p>métodos diferenciados para o processo avaliativo.</p><p>Neste primeiro capítulo, estudaremos a linha histórica do processo avaliativo,</p><p>as diferentes concepções de avaliação, bem como as características e funções da</p><p>avaliação.</p><p>Boa leitura e bons estudos!</p><p>2 HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO</p><p>Avaliar sempre marcou a vida do ser humano. Atualmente, a avaliação é</p><p>utilizada em vários contextos, como: teste esportivo; compra de um produto; para</p><p>saber as condições da saúde individual; no processo seletivo de emprego ou na</p><p>universidade; para analisar o processo de ensino-aprendizagem etc. Porém, o</p><p>processo avaliativo não é contemporâneo, pois ele já era utilizado por algumas</p><p>tribos indígenas brasileiras com a fi nalidade de verifi car se o jovem já estava apto</p><p>para a vida adulta.</p><p>Um exemplo é o ritual praticado pelos índios da tribo Sateré-Mawé. O ritual</p><p>é uma maneira de iniciar o jovem índio na vida adulta. Essa prática avaliativa é</p><p>repassada de geração em geração e é considerada pela tribo um ato de força,</p><p>coragem e resistência à dor. O jovem índio precisa vestir uma luva cheia de</p><p>formigas tucandeiras e resistir quinze minutos para ser considerado apto para a</p><p>vida adulta (PINTO, 2018).</p><p>10</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>O referido ritual pode ser conferido no link do vídeo: Ritual da</p><p>Tucandeira na Tribo Sateré-Mawé. FONTE: <https://www.youtube.</p><p>com/watch?v=1RO1QetxF8I>. Acesso em: 5 ago. 2019.</p><p>O processo avaliativo é muito antigo, anterior à comunidade indígena. Os</p><p>chineses e os gregos iniciaram esta prática com o intuito de selecionar determina-</p><p>dos cidadãos para trabalhos específi cos dentro da comunidade. No mapa concei-</p><p>tual a seguir, você verifi cará o objetivo da avaliação para esses povos.</p><p>FIGURA 1 – OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO</p><p>FONTE: A autora</p><p>Os chineses utilizavam a avaliação desde 360 a.C. por meio de um sistema</p><p>de exames que permitiam o acesso a cargos que tinham prestígio e poder dentro</p><p>da sociedade.</p><p>Já na Grécia,</p><p>A avaliação pode ser diagnóstica, somativa e formativa. Um</p><p>exemplo de instrumento avaliativo é o portfólio.</p><p>Este capítulo explicitará as estratégias avaliativas e os tipos de questões no</p><p>processo avaliativo.</p><p>Assim, você compreenderá as relações entre a avaliação e as diferentes for-</p><p>mas avaliativas: a diagnóstica, a somativa e a formativa. Além disso, entenderá a</p><p>usabilidade do portfólio como ferramenta da avaliação no contexto escolar e per-</p><p>ceberá a aplicabilidade dos diferentes tipos de questões no cenário escolar.</p><p>2 FORMAS DE AVALIAÇÃO:</p><p>DIAGNÓSTICA, SOMATIVA E</p><p>FORMATIVA</p><p>A avaliação nos diferentes contextos escolares geralmente acontece no fi nal</p><p>do processo de produção do conhecimento.</p><p>Você, estudante, acredita que a avaliação deve ser realizada apenas no fi nal</p><p>do processo de avaliação?</p><p>FIGURA 1 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO</p><p>FONTE: A autora</p><p>48</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>A avaliação deve ser realizada durante todo o processo de ensino. Você talvez</p><p>questione: “Por que?” A avaliação deve ser realizada durante todo o processo com</p><p>o objetivo de analisar o transcorrer da aprendizagem do estudante. Assim, a avalia-</p><p>ção pode ser diagnóstica, formativa e somativa, conforme a Figura 2 a seguir:</p><p>FIGURA 2 – AVALIAÇÃO</p><p>FONTE: A autora</p><p>Você sabe o que é avaliação diagnóstica?</p><p>FIGURA 3 – CONCEITO AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA</p><p>FONTE: A autora</p><p>A avaliação diagnóstica é embasada na verifi cação dos conhecimentos dos</p><p>estudantes no início do processo de aprendizagem, para que o professor tenha</p><p>conhecimento de quais os conteúdos que o estudante sabe. Assim, o professor</p><p>terá dados para planejar situações de aprendizagem que possibilitem que o</p><p>estudante apreenda novos conteúdos a partir do que ele já sabe. Portanto, o papel</p><p>da avaliação diagnóstica é diagnosticar os conceitos que os estudantes sabem e</p><p>o que eles não sabem, e avançar assim a partir dos conhecimentos prévios, para</p><p>novos conhecimentos.</p><p>49</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>E a avaliação formativa? Você sabe o que é?</p><p>FIGURA 4 – CONCEITO AVALIAÇÃO FORMATIVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>A avaliação formativa tem como objetivo demonstrar ao educando</p><p>e ao educador o desempenho da aprendizagem ao longo do ano escolar.</p><p>Isso acontece por meio das atividades realizadas na jornada, com o intuito</p><p>de detectar as difi culdades no processo de ensino aprendizagem, na as-</p><p>similação e na construção do conhecimento. Esses dados darão ao profes-</p><p>sor a oportunidade de correção e recuperação do planejamento didático.</p><p>E a avaliação somativa, você sabe o que signifi ca?</p><p>FIGURA 5 – CONCEITO AVALIAÇÃO SOMATIVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>50</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>A avaliação somativa é oriunda da proposta de ensino tradicional, em que o</p><p>estudante é medido pelo seu resultado no momento da prova, dos testes. Nesse</p><p>contexto, o professor é o centro do processo de aprendizagem. O objetivo é averi-</p><p>guar o desempenho do educando perante as diretrizes estabelecidas no planeja-</p><p>mento do professor. Para realizar essa verifi cação são realizados testes, provas,</p><p>questionários entre outros instrumentos, com o intuito de observar se os objetivos</p><p>traçados foram alcançados. Essa mensuração é feita quantitativamente, ou seja,</p><p>por meio de notas.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 O que é avaliação diagnóstica?</p><p>2 Como é aplicada a avaliação formativa?</p><p>3 Em qual cenário é aplicada a avaliação somativa?</p><p>Você já percebeu que a avaliação tem várias funções. No contexto da</p><p>Educação a Distância, como ela aconteceria?</p><p>Caso você queira conhecer mais sobre avaliação a distância,</p><p>um bom livro que aborda este assunto é:</p><p>RUHE, V.; ZUMBO, B. D. Avaliação de educação a distância e</p><p>e-learning. Porto Alegre: Penso Editora Ltda., 2014. 336 p.</p><p>As questões acerca da avaliação da aprendizagem são pensadas e refl etidas</p><p>no contexto educacional e estão interligadas às concepções de ensino e aprendi-</p><p>zagem abordadas no Capítulo 1. A concepção adotada pelo professor dará a dire-</p><p>triz ao seu fazer pedagógico. Assim, a avaliação pode ser diagnóstica, formativa</p><p>ou somativa, exercendo função quantitativa ou qualitativa, interligada aos instru-</p><p>mentos e métodos de avaliação.</p><p>51</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>A avaliação, no contexto da educação a distância, é algo</p><p>polêmico. Há muitos educadores que ainda questionam a legitimidade</p><p>da avaliação dos estudantes na EAD. Porém, o foco da avaliação foi</p><p>se voltando à questão do conceito da avaliação e do desempenho</p><p>dos estudantes dentro dessa modalidade de ensino.</p><p>Essas questões são discutidas no cenário da educação a distância e um dos</p><p>focos é a relação da legitimidade da avaliação de estudantes a distância:</p><p>A educação a distância em modalidade de e-learning, como</p><p>qualquer outro cenário de inovação no ensino e formação, tem</p><p>originado simultaneamente um coro de entusiastas e outros</p><p>detractores, uns e outros esgrimindo argumentos nem sempre</p><p>bem fundamentados. Um dos aspectos frequentemente evoca-</p><p>dos prende-se com a questão da avaliação das aprendizagens</p><p>e com todo um clima de suspeita em torno da legitimidade da</p><p>avaliação a distância. Essa questão, complexa e importan-</p><p>te, remete para toda uma discussão em torno do conceito de</p><p>avaliação e das funções que esta pode desempenhar (SILVA;</p><p>PESCE; ZUIN, 2006, p. 229).</p><p>As problemáticas em relação à avaliação são várias. Em termos gerais, refe-</p><p>rentes aos modelos de educação presencial e a distância. As questões são relati-</p><p>vas a: qual deve ser a função da avaliação? Quais aspectos devem ser valoriza-</p><p>dos? Quem deve avaliar quem? O que devemos avaliar? O professor, no contexto</p><p>escolar, refl etirá acerca dessas questões que estão atreladas à tendência peda-</p><p>gógica, ou seja, com a postura pedagógica que ele exerce no contexto escolar.</p><p>A avaliação pode promover melhoria e qualidade nas condições de ensino e</p><p>aprendizagem na conjuntura escolar. Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012,</p><p>p. 507), a avaliação é um requisito para a melhoria das condições que afetam di-</p><p>retamente a qualidade de ensino. Considerando-se que:</p><p>Ela pode melhorar a qualidade de aprendizagem dos estudan-</p><p>tes [...]: uma proposta de avaliação dos estabelecimentos es-</p><p>colares por meio dos resultados de aprendizagem dos alunos</p><p>(embora essa aferição não deva ser utilizada para classifi car</p><p>as escolas, determinando quais serão benefi ciados por recur-</p><p>sos públicos, algo totalmente inaceitável), a descentralização</p><p>das escolas, favorecendo a identifi cação e necessidades lo-</p><p>cais, o envolvimento dos professores e pais.</p><p>52</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Assim, a avaliação deve contemplar todos os envolvidos no âmbito esco-</p><p>lar, para que sirva como um termômetro dos resultados das aprendizagens dos</p><p>estudantes. Além disso, estabelece formas e maneiras de melhorar a qualidade</p><p>da aprendizagem, a inovação de metodologias de ensino, visando a efi cácia da</p><p>aprendizagem dos estudantes. Dentro desse cenário, aprofundaremos a seguir as</p><p>funções diagnóstica, formativa e somativa da avaliação.</p><p>2.1 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA</p><p>A avaliação diagnóstica pode ser chamada de avaliação inicial ou avaliação</p><p>diagnóstica inicial. Essa avaliação geralmente acontece no início do ano escolar,</p><p>antes mesmo de qualquer conhecimento ou conteúdo ser trabalhado. A principal</p><p>função da avaliação é reconhecer o que o estudante sabe ou não, acerca de de-</p><p>terminado conhecimento. Além disso, busca descobrir pré-requisitos para novos</p><p>saberes que acontecerão durante a trajetória do ano letivo. Com esse diagnóstico,</p><p>o professor poderá manter o planejamento ou replanejar a prática docente, tendo</p><p>em vista os resultados obtidos na avaliação dos alunos.</p><p>Para saber mais sobre o tema da avaliação diagnóstica leia a</p><p>reportagem: <https://novaescola.org.br/conteudo/7743/avaliar-o-tem-</p><p>po-todo>. Acesso em: 30 ago. 2019.</p><p>O psicólogo americano Benjamin Samuel Bloom foi um autor da avaliação</p><p>diagnóstica, ligado à educação e fez diferentes contribuições nessa área, em</p><p>consonância com os objetivos</p><p>da aprendizagem.</p><p>A avaliação diagnóstica é:</p><p>Investigar seriamente o que os alunos ainda não compreende-</p><p>ram, o que ainda não produziram, o que ainda necessitam de</p><p>maior atenção e orientação [...] enfi m, localizar cada estudante</p><p>em seu momento e trajetos percorridos, alterando-se radical-</p><p>mente o enfoque avaliativo e as práticas de recuperação (HO-</p><p>FFMANN, 2008, p. 68).</p><p>A avaliação diagnóstica é embasada no estudante, nos seus procedimentos e</p><p>experiências pessoais, para constatar as necessidades e as difi culdades do edu-</p><p>53</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>cando. Esse modelo de avaliação possibilita ao educador um detalhamento do pro-</p><p>cesso de aprendizagem realizada no início do ano letivo ou no fi nal de um momento</p><p>escolar, seja uma unidade de estudo mensal ou bimestral, no contexto escolar.</p><p>O processo avaliativo que acontece no início do ano letivo tem o objetivo de</p><p>realizar uma sondagem, pois este é o momento em que se verifi ca o conhecimento</p><p>prévio de cada estudante em relação ao conhecimento novo que será explicitado.</p><p>Este processo fornece diferentes informações para o docente, não só o conheci-</p><p>mento prévio do estudante, mas a metodologia, a linguagem, o método e os mate-</p><p>riais adequados para ensinar determinado conteúdo. No fi nal do processo ensino-</p><p>-aprendizagem, pode-se avaliar os resultados da avaliação realizada no início.</p><p>Podemos observar as funções da avaliação diagnóstica na Figura 6, a seguir:</p><p>FIGURA 6 – AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA</p><p>FONTE: Adaptado Ballester (2003)</p><p>Você deve lembrar do processo avaliativo que seu professor</p><p>aplicava quando você estudava na educação básica. Porém, você</p><p>sabe como avaliar por meio da avaliação diagnóstica? Quando e por</p><p>que realizá-la?</p><p>54</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Então, vamos lá! Aprenderemos como fazer. Você sabe que a avaliação</p><p>verifi ca a presença e/ou ausência dos pré-requisitos para aprender determinado</p><p>conteúdo. Todavia, como podemos fazer tal avaliação? É preciso entender que</p><p>não há um modelo para a avaliação diagnóstica, pois o professor defi nirá se esta</p><p>será por meio de atividades, questionários ou perguntas, no início do ano letivo.</p><p>Quando e por que realizamos a avaliação diagnóstica? Ela é realizada no</p><p>início de um curso, de um ano letivo ou no ensino um novo conhecimento. Tem o</p><p>objetivo de verifi car se os educandos apresentam os conhecimentos necessários</p><p>ou não para aprender novos conteúdos. A função é diagnosticar e identifi car os</p><p>estudantes mais distraídos e/ou desmotivados.</p><p>Após o professor realizar a avaliação diagnóstica, poderá auxiliar os</p><p>estudantes da seguinte maneira:</p><p>• Realizar Momentos De Interação Entre Os Estudantes Através De Dinâmi-</p><p>cas De Grupos E Jogos.</p><p>• Possibilitar Momentos Pedagógicos Com Atividades Que Proporcionem</p><p>Superação Das Difi culdades De Aprendizagem.</p><p>• Alterar O Arranjo Do Espaço Escolar No Intuito Do Favorecimento De No-</p><p>vas Aprendizagens.</p><p>• Aplicar Novas Metodologias Que Estimulem A Participação Dos Estu-</p><p>dantes Nas Atividades Do Contexto Escolar.</p><p>Você pode questionar: afi nal, o que é avaliar? Os professores, na avaliação</p><p>diagnóstica, devem avaliar os aprendizados anteriores dos estudantes. Por</p><p>exemplo: o professor do quinto ano, quando recebe os estudantes aprovados do</p><p>quarto ano, realiza a avaliação diagnóstica com os seus estudantes.</p><p>Primeiro, o professor estabelece os requisitos necessários para os estudantes</p><p>aprenderem naquele ano, ou seja, no quinto ano, por exemplo. Assim, o professor</p><p>elabora atividades, dinâmicas, textos, vídeos e perguntas para que seja possível a</p><p>realização do diagnóstico do estudante naquele ano específi co.</p><p>Pense em como eram as provas realizadas pelo seu professor</p><p>quando você frequentava a educação básica. Como eram feitas as</p><p>práticas avaliativas do seu professor? O que e como ele avaliava?</p><p>55</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>A avaliação diagnóstica pode ser realizada de diversas formas, ou seja, podemos</p><p>utilizar diferentes ferramentas e instrumentos para realizá-la, como, por exemplo:</p><p>• Pré-teste.</p><p>• Problematização.</p><p>• Autoavaliação.</p><p>• Discussão em grupos.</p><p>• Provas.</p><p>• Questionários.</p><p>• Perguntas sobre o tema, a fi m de aferir o aprendizado do estudante,</p><p>entre outras coisas.</p><p>Você pode conhecer mais sobre a avaliação diagnóstica no link:</p><p><http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/pagina-exemplo/tipos-</p><p>de-avaliacao/avaliacao-diagnostica/>.</p><p>A utilização de ferramentas deve ser adequada ao contexto em que o professor</p><p>está inserido. Exemplo: há disciplinas que a avaliação pode ser realizada apenas</p><p>com a observação do docente. Normalmente, o professor analisa o estudante</p><p>durante a aula, enquanto ele está realizando uma atividade, assim o educador</p><p>verifi ca qual o grau de difi culdade do aluno na realização daquela atividade,</p><p>pertinente naquela disciplina. No segundo momento, o professor poderá verifi car</p><p>se há necessidade de aplicação de testes e/ou instrumentos mais precisos para</p><p>aferir a aprendizagem do estudante.</p><p>Após fazer a avaliação diagnóstica, o professor pode permanecer com o</p><p>mesmo planejamento ou fazer ajustes. Isso acontece porque o planejamento é</p><p>realizado no início do ano letivo e naquele momento o professor não conhece</p><p>os estudantes. Após a realização da avaliação diagnóstica, é possível ajustar o</p><p>planejamento para que o estudante aprenda o conteúdo, conforme as habilidades</p><p>e competências diagnosticadas na avaliação inicial.</p><p>A avaliação deve ser realizada durante todo o processo de aprendizagem.</p><p>Além da avaliação diagnóstica, temos a avaliação formativa. Aprenderemos mais</p><p>sobre a avaliação, agora com foco na avaliação formativa.</p><p>56</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>2.2 AVALIAÇÃO FORMATIVA</p><p>Este formato de avaliação tem como intuito situar o estudante e o professor</p><p>durante o processo de ensino e aprendizagem. É sempre realizada durante o</p><p>processo, isto é, durante todo o trabalho docente com os discentes. A avaliação</p><p>formativa tem o objetivo de corroborar os resultados parciais da aprendizagem, no</p><p>decorrer das atividades desenvolvidas no contexto escolar. É importante ressaltar</p><p>que tal avaliação dá indicativos se os objetivos propostos nas atividades foram ou</p><p>não alcançados pelos estudantes.</p><p>Falar sobre avaliação no contexto escolar é algo muito complexo.</p><p>Ela está sempre atrelada com as políticas públicas que estão imersas</p><p>na nossa sociedade e no contexto escolar, através da adoção em</p><p>algumas escolas e do regime de progressão continuada. Você já</p><p>ouviu falar? Nesse regime, os estudantes não são reprovados, eles</p><p>vão progredindo sempre.</p><p>A avaliação formativa é uma prática contínua realizada no contexto escolar</p><p>e tem como objetivo o desenvolvimento da aprendizagem. A expressão avaliação</p><p>formativa foi explicitada pela primeira vez em um artigo de Scriven em 1967. A</p><p>avaliação formativa pode ser compreendida como a que se encontra no centro</p><p>do processo avaliativo, participando ativamente da formação do discente. Essa</p><p>avaliação levanta informações importantes para o processo ensino aprendizagem</p><p>e contribui para o ensino no contexto escolar.</p><p>No processo formativo é importante que a avaliação seja realizada</p><p>em um momento apenas? Ou em vários momentos da trajetória</p><p>pedagógica?</p><p>Assim, a avaliação formativa é realizada durante todo o processo pedagógico,</p><p>ou seja, na prática do ensinar e aprender.</p><p>57</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>[...] visa orientar o aluno quanto ao trabalho escolar, procurando</p><p>localizar as suas difi culdades para o ajudar a descobrir os</p><p>processos que lhe permitirão progredir na sua aprendizagem. A</p><p>avaliação formativa opõe-se à avaliação somativa que constitui</p><p>um balanço parcial ou total de um conjunto de aprendizagens.</p><p>A avaliação formativa se distingue ainda da avaliação de</p><p>diagnóstico por uma conotação menos patológica, não</p><p>considerando o aluno como um caso a tratar, considera os</p><p>erros como normais e característicos de um determinado nível</p><p>de desenvolvimento</p><p>na aprendizagem (ALLAL; CARDINET;</p><p>PERRENOUD, 1986, p. 14).</p><p>Para compreender mais sobre o processo de avaliação for-</p><p>mativa, convidamos você para ler o capítulo que se encontra em:</p><p>VILLAS BOAS, B. M. F. de. Compreendendo a Avaliação Formativa.</p><p>In: VILLAS BOAS, B. M. F. de. (Org.). Avaliação formativa: práticas</p><p>inovadoras. Campinas: Papirus, 2011.</p><p>A avaliação tem a função de informar, conforme Hadji (2001). Já segundo</p><p>Villas Boas:</p><p>A avaliação, não somente testagem, começou a ganhar cor-</p><p>po. A avaliação educacional passou a ter função mais ampla</p><p>do que a testagem. Buscava não apenas a medida do desem-</p><p>penho do estudante, mas também a qualidade dos conteúdos</p><p>curriculares, o tipo das atividades desenvolvidas, a facilidade</p><p>com que os professores tinham acesso aos materiais curricula-</p><p>res e a formação que os professores tinham. Resumidamente,</p><p>o movimento da reforma curricular fez nascer uma concepção</p><p>mais rica e complexa de avaliação do que aquela vinculada às</p><p>práticas de medida educacional (VILLAS BOAS, 2011, p. 16).</p><p>Na avaliação formativa, o estudante percebe e tem consciência das suas</p><p>difi culdades no processo ensino-aprendizagem. Essa prática permite ao professor</p><p>verifi car as suas ações interventivas para que o planejamento seja adequado,</p><p>com metodologias que proporcionem o aprendizado diferenciado, principalmente</p><p>para aquele estudante que apresenta difi culdades de aprendizagem. O estudante,</p><p>por sua vez, percebe a sua situação no processo de aprendizagem, o que precisa</p><p>superar, quais são as suas difi culdades e pode tentar corrigir os seus próprios</p><p>erros no processo. Assim, a característica da avaliação formativa é a continuidade,</p><p>pois é processual, cíclica e contínua, acontece com a análise do processo de</p><p>aprendizagem do estudante, por meio da ação docente.</p><p>58</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Você pode conhecer mais sobre a avaliação formativa no link:</p><p><http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/pagina-exemplo/tipos-de-</p><p>avaliacao/avaliacao-formativa/>.</p><p>A avaliação formativa, segundo Perrenoud (1999), tem a função de ser</p><p>remediadora. Para o autor, a avaliação escolar se assemelha à avaliação</p><p>que é realizada por um médico no momento de diagnosticar uma doença. O</p><p>médico atende o paciente de maneira individualizada e após a consulta, indica</p><p>um tratamento para aquela enfermidade. Assim, o diagnóstico que o médico</p><p>prescreveu deve ser acompanhada de uma intervenção diferenciada. Perrenoud</p><p>compara a avaliação realizada pelo médico com a avaliação no contexto escolar,</p><p>pois a avaliação precisa ser diferenciada, já que cada um é único e não há sala</p><p>de aula homogênea, pelo contrário, apenas heterogênea. Cada aluno é único,</p><p>pois cada um aprende em um ritmo diferente e o professor pode providenciar</p><p>metodologias adequadas para cada difi culdade. A avaliação formativa é, portanto:</p><p>[...] uma possibilidade oferecida aos professores que compre-</p><p>enderam que podiam colocar as constatações pelas quais se</p><p>traduz uma atividade de avaliação dos alunos, qualquer que</p><p>seja a sua forma, a serviço de uma relação de ajuda. É a von-</p><p>tade de ajudar que, em última análise, instala a atividade ava-</p><p>liativa em um registro formativo (HADJI, 2001, p. 22).</p><p>Esta prática avaliativa é subjetiva com a prática pedagógica do professor,</p><p>realizada no processo ensino aprendizagem, durante a formação integral do</p><p>educando. Além dessa avaliação, temos a avaliação somativa. Você sabe o que</p><p>é? A seguir, veremos sobre essa prática avaliativa.</p><p>2.3 AVALIAÇÃO SOMATIVA</p><p>A avaliação somativa tem como objetivo classifi car o estudante no fi nal do</p><p>ano letivo ou do bimestre/trimestre, ou seja, segundo cada momento didático</p><p>realizado no contexto educacional. Assim, a avaliação somativa é:</p><p>A avaliação fi nal ou somativa refere-se aos resultados obtidos e</p><p>aos conhecimentos adquiridos, e o termo avaliação somativa ou</p><p>integradora para o conhecimento de todo o percurso do aluno.</p><p>Esta avaliação somativa ou integradora é entendida como um</p><p>informe global do processo, que, a partir do conhecimento ini-</p><p>59</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>cial (avaliação inicial), manifesta a trajetória seguida pelo aluno,</p><p>as medidas específi cas que foram tomadas, o resultado fi nal de</p><p>todo o processo e, especialmente, a partir deste conhecimento,</p><p>as previsões sobre o que é necessário continuar fazendo ou o</p><p>que é necessário fazer de novo (ZABALA, 1998, p. 201).</p><p>A avaliação somativa pode ser utilizada, por exemplo, no fi nal de um curso</p><p>de pós-graduação como demonstra a fi gura a seguir:</p><p>FIGURA 7 – CERTIFICADO COM NOTAS DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO</p><p>FONTE: A autora</p><p>A avaliação explicita, de maneira geral, os resultados obtidos em um curso</p><p>durante e no fi nal. Os objetivos individuais são a base para que o professor</p><p>verifi que o rendimento do grupo de estudantes. Por exemplo, se um grupo de</p><p>estudantes não atingiu os objetivos desejados (SANT’ANNA, 1995), esta</p><p>habilidade, atitude e/ou conhecimento, precisa ser retomado pelo professor, pois</p><p>não aconteceu a aprendizagem esperada, conforme o objetivo traçado.</p><p>60</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Você pode conhecer mais sobre a avaliação somativa no link:</p><p><http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/pagina-exemplo/tipos-</p><p>de-avaliacao/avaliacao-somativa/>.</p><p>A avaliação somativa é um instrumento utilizado no contexto escolar com o</p><p>uso de notas, sendo quantitativa, ou seja, numérica ou conceitual, atribui uma</p><p>letra para o conceito alcançado pelo estudante. Portanto, cada contexto escolar</p><p>busca a melhor ferramenta que se adapte aos objetivos de aprendizagem propos-</p><p>tos pelo professor.</p><p>Você lembra como era realizada a prova no seu contexto</p><p>educacional? A avaliação era realizada durante o processo de ensino</p><p>aprendizagem? Qual é o signifi cado da avaliação somativa?</p><p>A avaliação somativa signifi ca verifi car se o estudante está apto, aprovado,</p><p>inapto ou reprovado para o próximo ano letivo. Apresenta o princípio básico de</p><p>mensurar, ou seja, medir o nível do aprendizado do estudante. Assim:</p><p>Medir signifi ca determinar a quantidade, a extensão ou o grau</p><p>de alguma coisa, tendo por base um sistema de unidades</p><p>convencionais. Na nossa vida diária estamos constantemente</p><p>usando unidades de medidas, unidades de tempo. O resultado</p><p>de uma medida é expresso em números. Daí a sua objetividade</p><p>e exatidão. A medida se refere sempre ao aspecto quantitativo</p><p>do fenômeno a ser descrito (HAYDT, 2000, p. 9).</p><p>Tal avaliação tem a pretensão de verifi car se o estudante alcançou as aprendi-</p><p>zagens propostas para o ano letivo, visando uma classifi cação, qualifi cação, atrela-</p><p>da ao nível de aproveitamento que o estudante atingiu naquele período.</p><p>61</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>Para compreender mais sobre o processo de avaliação formativa</p><p>leia o artigo:</p><p>TREVISAN, A. L.; AMARAL, R. G. do. A Taxionomia revisada de</p><p>Bloom aplicada à avaliação: um estudo de provas escritas de Matemá-</p><p>tica. Ciência & Educação (Bauru), v. 22, n. 2, p. 451-464, jun. 2016.</p><p>Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1516-731320160020011. Aces-</p><p>so em: 13 ago. 2019.</p><p>Assim, a avaliação formativa é aplicada no fi nal de cada etapa do ciclo</p><p>escolar do estudante, no fi nal de uma unidade ou de um tema. Nessa avaliação,</p><p>poderá acontecer a avaliação diagnóstica e a formativa. Porém, no momento de</p><p>atribuir um conceito ao estudante, todo o processo pode ser lembrado.</p><p>A avaliação pode ser realizada de várias maneiras e usando diferentes</p><p>elementos. Isso é o que verifi caremos na próxima seção.</p><p>No Capítulo 3, você encontra um detalhamento sobre a avaliação</p><p>no contexto da EAD. Você saberá mais da ferramenta portfólio e como</p><p>trabalhar com ele no contexto escolar. Vamos para a próxima seção?</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Qual o conceito de avaliação diagnóstica?</p><p>2 Como o professor pode auxiliar o estudante através da avaliação</p><p>diagnóstica?</p><p>3 Qual o conceito de avaliação formativa?</p><p>4 Qual a principal característica da avaliação formativa?</p><p>5 Qual o seu entendimento</p><p>de avaliação somativa?</p><p>62</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>3 PRÁTICA AVALIATIVA: PORTFÓLIO</p><p>Você sabe o que é um Portfólio? Portfólio é um instrumento avaliativo que</p><p>reúne atividades dos estudantes, mas pode ser uma coletânea de trabalhos que</p><p>o ser humano fez durante a sua vida, chamada de currículo. Ex.: no portfólio pode</p><p>conter registro fotográfi co.</p><p>A prática do portfólio era utilizada por arquitetos, engenheiros e fotógrafos</p><p>que guardavam os trabalhos feitos durante a sua vida. Em 1990, nos Estados</p><p>Unidos, o uso do portfólio começou a ser utilizado no campo educacional. Primei-</p><p>ramente, na educação infantil e posteriormente, em todo o contexto educacional,</p><p>tanto no ensino presencial como a distância.</p><p>Aprendemos que entre as inúmeras práticas avaliativas, encontra-se o por-</p><p>tfólio. Esse instrumento avaliativo é utilizado no contexto educacional com o obje-</p><p>tivo de reunir trabalhos, avaliações, fotografi as, entre outras atividades realizadas</p><p>no período letivo.</p><p>Você lembra de ter sido avaliado com a prática do portfólio?</p><p>Sabe qual é objetivo?</p><p>O objetivo do portfólio é reunir a produção do estudante, para</p><p>no fi nal do período letivo, o professor verifi car a aprendizagem. Esse</p><p>instrumento avaliativo permite que o professor trace um cenário da</p><p>turma, pois o educador terá acesso ao material de todos os discentes.</p><p>Para compreender e entender o uso do portfólio no cenário</p><p>educacional, indicamos a leitura do livro: O Uso do Portfólio no</p><p>Ensino Superior de Márcia Ambrósio, Rio de Janeiro: Vozes, 2013.</p><p>Alguns docentes utilizam o portfólio como instrumento metodológico de</p><p>avaliação periódica. Assim, verifi cam quais as difi culdades dos estudantes, ou</p><p>seja, as questões que precisam ser melhoradas, ajustadas, através da realização</p><p>de atividades e ações diferenciadas para os alunos assimilarem o conteúdo. A</p><p>Figura 8, a seguir, apresenta um exemplo de portfólio da educação infantil.</p><p>63</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>FIGURA 8 – EXEMPLO DE PORTFÓLIO</p><p>FONTE: <http://educarbeatrizdornelas.blogspot.com/2013/06/</p><p>avaliacao-na-educacao-infantil.html>. Acesso em: 5 mar. 2019.</p><p>O portfólio pode ser armazenado fi sicamente em pastas ou pode ser inserido</p><p>na nuvem, ou seja, on-line, em algum drive. O professor, após toda a organização</p><p>do portfólio, terá o mapeamento do aprendizado de cada aluno e depois de</p><p>verifi car isto, o material poderá ser devolvido ao estudante.</p><p>O portfólio é um instrumento de avaliação moderno, que privilegia uma</p><p>aprendizagem colaborativa, a autonomia do estudante, as atividades criativas</p><p>realizadas pelos educandos e a parceria aluno-professor no processo de ensino</p><p>aprendizagem.</p><p>Esta prática avaliativa é baseada na integração das atividades e no olhar glo-</p><p>balizado do aprender do estudante. Assim, o professor não observa apenas uma</p><p>etapa do caminhar do aluno, mas todo o processo, desde o primeiro portfólio produ-</p><p>zido pelo estudante. “[...] O portfólio é tido como um conjunto de registros, informa-</p><p>ções sobre o trabalho realizado, ou em processo de realização, sendo considerado</p><p>não apenas como procedimento de avaliação, mas como eixo organizador do traba-</p><p>lho pedagógico” (NASCIMENTO; RAMOS; AROREIRA, 2011, p. 3).</p><p>O portfólio pode ser construído pelo próprio estudante, em que ele inserirá</p><p>na pasta todas as atividades realizadas por ele no caminhar pedagógico. Através</p><p>desse documento, o estudante verifi cará o seu desenvolvimento durante o</p><p>processo de aprendizagem.</p><p>A utilização dos portfólios de aprendizagem fundamentou-se na necessidade</p><p>de articular a teoria e a prática da avaliação (ZILIO, 2010, p.1).</p><p>64</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Você pode conhecer mais sobre o portfólio acessando o link:</p><p><https://novaescola.org.br/conteudo/436/portfolio-como-instrumento-</p><p>de-avaliacao-a-fotografi a-da-turma>.</p><p>A utilização do portfólio como prática avaliativa estimula o aprendizado do es-</p><p>tudante. Quando é aplicado na formação docente, poderá corroborar com a trans-</p><p>posição didática em situações de ensino-aprendizagem que farão parte da prática</p><p>docente. Com o uso do portfólio, o professor passa a mudar a sua concepção sobre</p><p>avaliação, deixando de ser fi scalizador do conhecimento e o estudante deixa de ser o</p><p>fi scalizado. O professor, com o uso do portfólio passa a ser parceiro do conhecimento,</p><p>ou seja, compartilha o conhecimento com o estudante, sem perder a diretriz do pro-</p><p>cesso educativo e a complexidade do processo de avaliação. “Assim, o portfólio tem</p><p>uma perspectiva mais ampla do que instrumento de coleta de dados do desempenho</p><p>escolar do estudante, sendo observado como um instrumento que oportuniza viven-</p><p>ciar refl exivamente o próprio processo de formação, permitindo identifi car difi culda-</p><p>des, necessidades e concepções que o compõem” (ZÍLIO, 2010, p. 3).</p><p>Cada portfolio é único, ou seja, é a reunião de atividades, fatos, avaliações de</p><p>uma pessoa, pois é o próprio indivíduo que inclui neste documento as suas produ-</p><p>ções. Alguns exemplos de portfólio podem ser verifi cados na Figura 9 a seguir.</p><p>FIGURA 9 – PORTFÓLIOS DIVERSOS DE UMA TURMA DA EDUCAÇÃO INFANTIL</p><p>FONTE: <http://www.tempodecreche.com.br/registros-e-avaliacoes/</p><p>portfolios-historias-da-vida-real/>. Acesso em: 5 mar. 2019.</p><p>65</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>Já na Figura 10, há um registro de uma festa realizada na turma da educação</p><p>infantil. Percebe-se que esse portfólio é coletivo, ou seja, é um registro de todas</p><p>as atividades realizadas na turma e não um registro individual.</p><p>FIGURA 10 – PORTFÓLIOS REGISTRO DE FESTA</p><p>FONTE: <http:/ /www.tempodecreche.com.br/registros-e-avaliacoes/</p><p>portfolios-historias-da-vida-real/> Acesso em: 5 mar. 2019.</p><p>O portfólio da Figura 11 apresenta uma atividade em que cada estudante</p><p>colaborou com a construção da escrita de uma carta para a África.</p><p>FIGURA 11 – PORTFÓLIO COM O REGISTRO DA CARTA PARA A ÁFRICA.</p><p>FONTE: <http://www.tempodecreche.com.br/registros-e-avaliacoes/</p><p>portfolios-historias-da-vida-real/>. Acesso em: 5 mar. 2019.</p><p>66</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Na Figura 12, há no porfólio o registro de uma festa realizada no cenário de</p><p>uma turma da educação infantil. A professora construiu um texto coletivo sobre</p><p>a festa e, além disso, inseriu algumas fotos dos estudantes no registro da festa,</p><p>conforme imagem a seguir:</p><p>FIGURA 12 – PORTFÓLIOS NOSSA FESTA</p><p>FONTE: <http://www.tempodecreche.com.br/registros-e-avaliacoes/</p><p>portfolios-historias-da-vida-real/>. Acesso em: 5 mar. 2019.</p><p>O portfólio é usado no ensino superior como ferramenta para inserir relatórios</p><p>de discussões de artigos, realizados em um momento pedagógico, nas avaliações</p><p>realizadas no semestre. A elaboração, confecção do portfólio, depende da criativi-</p><p>dade do estudante e do professor.</p><p>O portfólio é um instrumento e um elemento da metodologia da avaliação.</p><p>Como metodologia, compõe a postura do educador e dos educandos compro-</p><p>metidos com o fazer pedagógico, embasados na transformação e na superação</p><p>das difi culdades do estudante. Como instrumento, o portfólio tem como propósito</p><p>cumprir os objetivos de coletar e registrar as informações. Assim, vai além da fa-</p><p>ceta instrumental, na medida em que intersecta com a relação de teoria e prática.</p><p>Conforme Villas Boas (2011), há seis critérios para o uso do portfólio:</p><p>• Construção do portfólio pelo próprio educando.</p><p>• Refl exão sobre as produções realizadas pelos estudantes e/ou professo-</p><p>res.</p><p>67</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>• O discente ser criativo na organização do material do portfólio.</p><p>• Autoavaliação do estudante.</p><p>• Interatividade e interação entre professor-aluno e aluno-aluno.</p><p>• Autonomia do estudante na realização do portfólio.</p><p>O portfólio dará oportunidade ao professor em formação, experenciar</p><p>situações diversifi cadas e refl etir sobre a possibilidade de utilização futura na vida</p><p>profi ssional docente.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Para que é utilizado o portfólio?</p><p>2 Qual o objetivo do portfólio?</p><p>3 Quais os</p><p>critérios do uso do portfólio?</p><p>3.1 PORTFÓLIO: O QUE É? E PARA</p><p>QUÊ SERVE?</p><p>A avaliação pode ser realizada de diferentes maneiras. O portfólio é uma</p><p>ferramenta de avaliação que pode ser utilizada para verifi cação da aprendizagem</p><p>individual de cada estudante no contexto escolar.</p><p>Você já fez algum portfólio, já utilizou esta prática na avaliação?</p><p>Sabe o que é e para que serve?</p><p>A seguir, você conhecerá mais sobre o portfólio, ou seja, o que é e para serve.</p><p>68</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>3.1.1 O que é?</p><p>Portfólio é uma reunião/coleção de trabalhos acadêmicos que os estudantes</p><p>fazem durante o trimestre, semestre ou durante o ano letivo. Os trabalhos que</p><p>comporão o portfólio são escolhidos pelos estudantes e em algumas situações</p><p>pelo professor. Por exemplo, poderão compor o portfólio duas atividades iguais,</p><p>porém, que foram aplicadas em épocas diferentes no mesmo ano letivo.</p><p>O portfólio é uma coletânea de atividades e tem como objetivo demonstrar</p><p>o aprendizado do estudante durante aquele período letivo. O portfólio pode ser</p><p>considerado um arquivo que amplia a visão da aprendizagem do estudante e</p><p>deve ser estruturado em consonância com sua área de interesse, conhecimento,</p><p>habilidade, conteúdo, disciplina, tema e conforme o momento didático.</p><p>São mais que simples arquivos ou uma coleção de performan-</p><p>ces dos alunos. Um portfólio pode ser considerado como um</p><p>arquivo em expansão dos trabalhos do estudante. Pode ser</p><p>estruturado de acordo com a área de interesse, conhecimento,</p><p>habilidades, temas e progressos diários (GELFER; PERKINS,</p><p>1998, p. 44).</p><p>O professor pode utilizar o portfólio para observação da aprendizagem dos</p><p>estudantes, registrar fatos ocorridos no contexto escolar ou algum registro de</p><p>descobertas das crianças, dentro da rotina em que estão inseridas.</p><p>O recurso avaliativo portfólio pode ser organizado pelo docente com as</p><p>crianças menores e pelo estudante do ensino superior no registro das atividades.</p><p>Esse recurso pode ser utilizado como autoavaliação das aprendizagens. O próprio</p><p>estudante pode produzir o seu portfólio e verifi car a evolução e desenvolvimento</p><p>da aprendizagem durante aquele momento letivo.</p><p>3.1.2 Para que serve o portfólio?</p><p>O portfólio permite ao professor e estudante a refl exão dos processos de</p><p>aprendizagem do período em que foi confeccionado o instrumento. É uma fer-</p><p>ramenta que possibilita uma visão ampla e personalizada da criança, bem como</p><p>perceber se ela alcançou ou não os objetivos propostos para aquele espaço de</p><p>meses ou semestre de determinado ano letivo.</p><p>Este instrumento avaliativo permite que o professor faça uma observação</p><p>individual do estudante, para que possa traçar novas estratégias em seu plane-</p><p>jamento de modo a suprir as difi culdades de aprendizagem de cada estudante.</p><p>69</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>Assim, o portfólio serve como uma oportunidade para analisar por qual motivo</p><p>uma criança não demonstrou conhecimentos em uma prova e foi mal em um tema</p><p>específi co. Porém, se, de repente, o tema for avaliado de outra maneira, a criança</p><p>obterá êxito. Portanto, se no portfólio o aluno consegue resolver a atividade e no</p><p>momento da prova não, pode-se concluir que difi culdades aconteceram e outras</p><p>estratégias de aprendizagem serão necessárias.</p><p>Para saber mais sobre a prática do portfólio acesse o link:</p><p><http://www.abrapecnet.org.br/enpec/x-enpec/anais2015/resumos/</p><p>R1394-1.PDF>.</p><p>Através do portfólio, o professor poderá visualizar a aprendizagem do estudan-</p><p>te e verifi car como ele se comporta em situações do cotidiano escolar. Para que o</p><p>professor perceba o comportamento do estudante e sua aprendizagem, é neces-</p><p>sário que no portfólio tenha anotações semanais do comportamento das crianças.</p><p>O portfólio é uma ferramenta refl exiva, proporciona a refl exão do processo</p><p>ensino-aprendizagem tanto do professor quanto do estudante. Esse instrumento</p><p>auxilia o professor a redirecionar, replanejar suas práticas diárias, para suprir as</p><p>difi culdades e/ou necessidades de uma turma específi ca. O maior objetivo da prá-</p><p>tica do portfólio é a observação detalhada do processo da prática pedagógica e da</p><p>aprendizagem.</p><p>3.1.3 Portfólio: passo a passo</p><p>O portfólio é uma criação que envolve a participação do estudante e do</p><p>professor, pois atuam ativamente. Se a quantidade das atividades do portfólio</p><p>for elevada, o professor e/ou o estudante podem organizá-lo da forma que</p><p>acreditam ser mais atraente, com desenhos, atividades, textos. Outra questão é a</p><p>identifi cação em cada atividade realizada nesse documento.</p><p>70</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Você sabe como produzir um portfólio? Quais são os passos</p><p>para produzi-lo?</p><p>Vamos aprender como se faz a produção do portfólio:</p><p>QUADRO 1 – PRODUÇÃO DO PORTFÓLIO</p><p>Produção do Portfólio</p><p>Primeiro Identifi cação, ou seja, o nome de quem produziu o portfólio. Essa identifi cação é</p><p>visualizada na primeira página do portfólio, contendo o nome do estudante e uma</p><p>foto, caso o professor considerar interessante. Além disso, poderá conter um texto</p><p>refl exivo do estudante, falando sobre si mesmo.</p><p>Segundo Atividades anteriores, ou seja, as atividades que os estudantes realizaram nos</p><p>anos anteriores ou no último ano.</p><p>Terceiro Atividades mais importantes realizadas pelo estudante naquele ano letivo. O</p><p>Portfólio é contínuo, algo vivo, sempre muda e está em construção constante. Essa</p><p>ferramenta pode ser construída com o passar do tempo. É possível que professor</p><p>faça uma seleção das atividades que serão apresentadas no portfólio. Assim, o</p><p>professor escolhe as mais signifi cativas para o aprendizado do estudante.</p><p>Quarto Registros de fotos, ou seja, apresentações dos estudantes, realizadas no contexto</p><p>escolar no decorrer do ano letivo, em situações importantes.</p><p>Quinto Faz menção a individualidade de cada estudante na construção individual,</p><p>respeitando a particularidade de cada um desde o início até o fi nal do ano letivo.</p><p>FONTE: A autora</p><p>O portfólio pode ser apresentado em arquivo físico e arquivo digital, pen</p><p>drive, CD e DVD, em pastas de papelão, com desenhos do estudante.</p><p>O portfólio pode ser de uma pessoa, de um projeto e/ou de uma turma. Além</p><p>disso, pode ser on-line e físico. É importante inserir nesse instrumento o maior</p><p>número de informações, anotações, refl exões e fotos de atividades que foram</p><p>marcantes para aquela turma, durante o ano letivo.</p><p>Você já imaginou o que deve conter um portfólio de turma? O portfólio de</p><p>uma turma deve conter:</p><p>71</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>• Nome da escola, professor, data e foto da turma.</p><p>• Lista com o nome dos estudantes da turma.</p><p>• Texto explicativo elaborado pelo professor.</p><p>• Planejamento de estratégias pedagógicas.</p><p>• Espaço para registro do processo de aprendizagem dos estudantes.</p><p>Com relação aos portfólios para projetos escolares específi cos, pode-se ter a</p><p>seguinte estrutura:</p><p>• Nome da escola, Professor, data e foto da turma.</p><p>• Introdução, justifi cativa e cronograma do projeto.</p><p>• Objetivos.</p><p>• Relatório de atividades e ações.</p><p>• Conclusões sobre o projeto</p><p>• As fotos do projeto.</p><p>• Material utilizado no projeto (fi lmes, livros e textos).</p><p>• Referências bibliográfi cas.</p><p>O portfólio pode ser utilizado em diferentes situações, tanto individualmente</p><p>como coletivamente, no caso de turma ou um projeto.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Para que serve o portfólio?</p><p>2 O que deve conter em um portfólio de uma turma?</p><p>3 O que é o Portfólio?</p><p>4 TIPOS DE QUESTÕES NO</p><p>PROCESSO AVALIATIVO</p><p>A avaliação conta com diferentes possibilidades para o acompanhamento do</p><p>processo do aprendizado do estudante, para o professor verifi car o que o estu-</p><p>dante aprendeu e o que precisa aprender. Os estudantes utilizam diferentes ins-</p><p>trumentos para registrar o processo avaliativo com questões que iremos explicitar</p><p>72</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>como ferramentas da avaliação. Os estudantes podem fazer o registro avaliativo</p><p>por meio de provas (discursiva ou objetiva), além disso,</p><p>há o relatório, portfólios e</p><p>mapas mentais. Já os professores podem expressar o seu olhar sobre o processo</p><p>avaliativo através de pareceres, registro de observações e fi chas.</p><p>Há muitos instrumentos avaliativos utilizados que precisam de um olhar refl e-</p><p>xivo com relação a sua elaboração, adequação aos objetivos, conteúdos e meto-</p><p>dologias, bem como a sua aplicabilidade, ao feedback e a devolução dos resulta-</p><p>dos aos estudantes.</p><p>O professor precisa refl etir sobre os instrumentos avaliativos para que sejam</p><p>preparados com o intuito de conduzir a um estudo e correção que proporcione</p><p>a análise do aprendizado do estudante. É possível verifi car se o que foi traçado</p><p>inicialmente, no planejamento daquele conteúdo, foi atingido pelo estudante como</p><p>resultado da avaliação. A elaboração da avaliação é crucial para realizar a refl e-</p><p>xão do processo ensino-aprendizagem (VASCONELLOS, 2003).</p><p>No cotidiano escolar é importante o professor verifi car critérios essenciais que</p><p>proporcionem refl exão do processo de aprendizagem do estudante e que sejam com-</p><p>patíveis com a prática pedagógica realizada na interação entre aluno e professor.</p><p>Você sabe quais seriam os critérios, ou seja, instrumentos utilizados pelo pro-</p><p>fessor no fazer pedagógico com o estudante? Seriam: as provas, o relatório, o</p><p>portfólio (assunto visto anteriormente) e o mapa conceitual. Vamos aprender mais</p><p>sobre cada um deles? Bons estudos!</p><p>1.1 PROVA</p><p>A prova é um elemento do processo avaliativo muito utilizado pelo professor</p><p>no contexto escolar. Em algumas escolas, todo o processo avaliativo é concentrado</p><p>nas provas, pois possibilita a verifi cação do aprendizado do estudante, tornando-o</p><p>apto a um novo aprendizado e/ou aprovação para um novo ano letivo.</p><p>“O professor já traz na sua bagagem a cultura da prova, considerando</p><p>que, em sua vida escolar, repetiu inúmeras vezes o ritual da prova e do exame”</p><p>(LUCKESI, 1996, p. 17). A prova pode ser aplicada desde os anos iniciais do</p><p>ensino fundamental até o ensino superior.</p><p>A avaliação é vivenciada tanto pelo estudante como pelo professor. O</p><p>educador vivencia essa questão na sua formação, ou seja, na sua trajetória</p><p>enquanto estudante na universidade em que fez o seu curso formativo.</p><p>73</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>Na sua prática de aula, o professor segue a tendência em</p><p>reproduzir modelos vivenciados, visto que essa lhe oferta</p><p>segurança ao devolver os resultados aos alunos, pais, direção,</p><p>equipe pedagógica e sociedade, transformando-se em uma</p><p>rede de segurança do professor (HOFFMANN, 2008, p. 18).</p><p>A prova é um instrumento que permite a sensibilidade do professor em</p><p>verifi car a aprendizagem do estudante, porém, é um momento de tensão visto</p><p>por alguns educandos, já que nestes momentos não conseguem explicitar o que</p><p>aprenderam no contexto escolar.</p><p>Para saber mais sobre prova acesse o link:</p><p><http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-255</p><p>51997000100015>.</p><p>É mais cômodo (permite um tempo para “respirar”, corrige tudo</p><p>de uma vez etc.); o docente tema visão de que “sempre foi</p><p>assim”; não percebe a necessidade de mudar; não sabe como</p><p>fazer diferente; sente-se segura assim, já que há uma legitima-</p><p>ção social para este tipo de prática (especialmente em termos</p><p>de preparação para os exames); existe a possibilidade de usá-</p><p>-lo como ameaça para o aluno (forma de controle do compor-</p><p>tamento); e localiza o problema no aluno, não se questiona o</p><p>processo (VASCONCELLOS, 2003, p. 125).</p><p>A prova não é o único instrumento avaliativo existente, pois há o projeto polí-</p><p>tico pedagógico da escola, além do processo educativo, como fatores que infl uen-</p><p>ciam na avaliação.</p><p>“A avaliação deixa de ser considerada como dimensão da aprendizagem, para</p><p>ser apenas a comprovação do que o aluno sabe (VASCONCELLOS, 2003, p. 125)”.</p><p>Para a elaboração da prova o professor deve contextualizar as questões, ou</p><p>seja, cada questão deve ter um contexto explicativo que proporcione ao estudante</p><p>refl exão sobre o conteúdo. Ao ler a parte introdutória, o estudante observará um</p><p>caminho, um raciocínio para responder à questão.</p><p>O professor deve ter alguns cuidados ao utilizar as provas como: as questões</p><p>elaboradas na prova devem ser relevantes, ter sentido e signifi cado ao estudante;</p><p>propor situações problemas inéditas; a redação da prova deve ser clara e muito</p><p>74</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>objetiva; os elementos que são expostos no enunciado devem ter clareza ao estu-</p><p>dante que fará a prova.</p><p>Os enunciados das questões das provas devem ter uma lógica, ou seja, é</p><p>complicado mesclar questões optativas e diversifi car muito as questões e não ofe-</p><p>recer lógica ao leitor. O nível de difi culdade da prova deve ser coerente com a pro-</p><p>posta metodológica dos professores e as questões da prova devem ser pautadas</p><p>nas competências e habilidades trabalhadas no contexto escolar, as que foram</p><p>realizadas em conformidade ao contrato didático explicitado. Assim, as questões</p><p>devem ser ordenadas, numeradas e alocadas em cada página. A apresentação da</p><p>prova deve conter o valor que será atribuído em cada questão.</p><p>A prova, no contexto escolar, pode ser discursiva ou objetiva. Independen-</p><p>temente do formato que o educador utilizará, é importante que ele refl ita sobre a</p><p>metodologia, os conteúdos abordados no contexto escolar, o projeto político pe-</p><p>dagógico da escola e o objetivo da prova para aquele determinado estudante.</p><p>Você, estudante, lembra das provas que você realiza? Elas são</p><p>discursivas ou objetivas? Você sabe o que é prova discursiva e o que</p><p>é prova objetiva?</p><p>Aprenderemos sobre cada uma delas no item a seguir.</p><p>4.1.1 Prova Discursiva</p><p>A prova discursiva é elaborada com questões que explicitam situações livres,</p><p>em que os estudantes expressam livremente o seu pensamento através das pala-</p><p>vras. Apesar da liberdade de expressão através de palavras, a prova não perde a</p><p>objetividade. Essa prova é subjetiva, as questões são dissertativas, para verifi car</p><p>a aprendizagem do estudante, com relação a temática proposta na avaliação.</p><p>A prova discursiva ou questão discursiva busca resultados mais complexos</p><p>no processo avaliativo, pois possibilita que o estudante demonstre sua capacida-</p><p>de de sintetizar uma determinada temática; traçar um comparativo ou classifi car</p><p>dados e informações; criar um posicionamento frente a alguma informação; expli-</p><p>citar problemas e propor soluções.</p><p>75</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>Conforme Hoff mann (2008), a elaboração das provas discursivas deve seguir</p><p>alguns critérios:</p><p>• A avaliação deve conter espaços para as respostas dos estudantes.</p><p>• Apresentar clareza, compreensão e ser coerente com a metodologia de-</p><p>senvolvida nas aulas. Além de transmitir o signifi cado que se deseja al-</p><p>cançar.</p><p>• Os objetivos que se pretendem alcançar com a realização da prova de-</p><p>vem ser explicitados de maneira clara e nortear as questões da prova</p><p>realizada.</p><p>• Há expressões que devem ser evitadas na formulação das provas discursi-</p><p>vas como: dê sua opinião, comente sobre, dê exemplos, diga o que sabe.</p><p>A prova discursiva é mais difícil de ser elaborada, possui menos questões,</p><p>porém, as respostas são mais amplas. Você sabe como é a prova objetiva?</p><p>Vamos compreender?</p><p>4.1.2 Prova Objetiva</p><p>A prova objetiva é um conjunto de questões, é um teste. Nela o estudante</p><p>precisa interpretar os fatos, as questões que direcione a interpretação correta dos</p><p>fatos, para que o estudante possa responder corretamente.</p><p>Necessita ser organizada com questões de vários níveis: fáceis, médias, difí-</p><p>ceis, para que, de acordo com o grau de difi culdade, o estudante possa interpretá-la</p><p>e respondê-la. É aconselhável que na prova não tenha mais do que três tipos de</p><p>questões na prova. Assim, a prova não pode ter mais que dois grupos de questões.</p><p>Pode ter questões com lacunas; com respostas curtas; questão de alternativa ver-</p><p>dadeiro ou falso; questões com múltipla escolha; de certo ou errado entre outras.</p><p>Para a elaboração da</p><p>prova objetiva é necessário levarmos em consideração</p><p>algumas questões como:</p><p>• O enunciando das questões deve conter um problema ou uma situação</p><p>que deve ser analisada e suscitar uma resposta.</p><p>• As alternativas devem ser homogêneas, ou seja, com a mesma exten-</p><p>são, dispostas em ordem natural ou conforme critérios crescentes ou de-</p><p>crescentes, não dando possibilidades para indicar a resposta correta.</p><p>Os aspectos que merecem destaques na prova objetiva são relevância, equi-</p><p>líbrio, efi ciência, objetividade, especifi cidade, difi culdade e clareza, além de ade-</p><p>76</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>quação ao tempo de resposta dos estudantes. A prova objetiva é difícil de ser ela-</p><p>borada, o professor ajusta a prova com os temas propostos no contexto escolar.</p><p>Você sabe o que é o relatório? Como é essa questão avaliativa?</p><p>1.2 RELATÓRIO</p><p>O relatório é utilizado como instrumento avaliativo e constitui um documento</p><p>escrito pelo estudante em forma de narração, com o objetivo de expressar o</p><p>estudo ou uma atividade proposta pelo professor no contexto escolar. Esse</p><p>documento tem como fi m informar, relatar resultados coletados da experiência do</p><p>professor e de todos os envolvidos no processo de aprendizagem.</p><p>A estrutura do relatório tem que ser elaborada, ou seja, defi nida pelo professor</p><p>com os seus estudantes, em consonância com as atividades desenvolvidas, com</p><p>os objetivos e conteúdos trabalhados em sala de aula.</p><p>O uso do relatório é indicado em situações que desenvolvam relatos de</p><p>experimentos ou práticas que são vivenciadas pelo grupo, como, por exemplo:</p><p>excursões, visitas a museus, feiras ou outros ambientes e situações de ensino,</p><p>nas quais seja necessário descrever a experiência vivenciada pelo estudante.</p><p>Os instrumentos que comporão o relatório devem ser explicitados para</p><p>o estudante antes da realização da atividade proposta pelo professor. A</p><p>apresentação anterior ao trabalho possibilitará que o educando volte seu olhar</p><p>para aspectos importantes que serão desenvolvidos na atividade.</p><p>O relatório pode ser relacionado a uma apresentação, desde que explicitado</p><p>e informado no contrato realizado entre estudante e professor, ou seja, o contrato</p><p>didático. Além desse processo de questões avaliativas, ainda temos os mapas</p><p>mentais. Vamos aprender sobre ele!</p><p>1.3 MAPAS MENTAIS</p><p>O mapa conceitual é utilizado como instrumento de avaliação e pode ser in-</p><p>serido como parte do processo avaliativo. Cada mapa conceitual tem sua especifi -</p><p>cidade e é necessário que os alunos sejam informados e orientados quanto a sua</p><p>construção e atividades. Os mapas podem ser recurso de ensino ou instrumento</p><p>de avaliação. O mapa conceitual pode ser elaborado conforme a fi gura a seguir:</p><p>77</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>FIGURA 13 – MAPA MENTAL SOBRE O TEMA LAZER</p><p>FONTE: <http://lazer.pbworks.com/w/page/15534303/</p><p>Mapa%20conceitual>. Acesso em: 13 ago. 2019</p><p>Os mapas conceituais podem ser realizados a partir de um conteúdo traba-</p><p>lhado em sala de aula indicando as relações deles com os conceitos que foram</p><p>trabalhadas na disciplina. “É uma técnica de análise que pode ser usada para</p><p>ilustrar a estrutura conceitual de uma fonte de conhecimentos” (MOREIRA; BU-</p><p>CHWEITZ,1993, p. 9).</p><p>O uso avaliativo do mapa conceitual possibilita, ao educador, verifi car as con-</p><p>cepções prévias dos estudantes e acompanhar a evolução durante o processo de</p><p>aprendizagem.</p><p>Assim, o mapa mental possibilita:</p><p>1) enfatizar a estrutura de uma disciplina e o papel dos sistemas</p><p>conceituais no seu desenvolvimento;</p><p>2) mostrar que os conceitos de uma certa disciplina diferem</p><p>quanto ao grau</p><p>de inclusividade e generalidade e apresentar esses conceitos</p><p>numa certa ordem hierárquica de inclusividade que facilite a</p><p>aprendizagem e retenção dos mesmos;</p><p>78</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>3) promover uma visão integrada do assunto e uma espécie de</p><p>listagem daquilo que foi abordado nos materiais instrucionais</p><p>(MOREIRA; BUCHWEITZ, 1993, p. 43).</p><p>O uso do mapa conceitual como processo de avaliação poderá contribuir</p><p>para o processo de ensino aprendizagem. Esse instrumento, como tipo de es-</p><p>trutura, demonstra para o professor o conhecimento que o aluno tem sobre de-</p><p>terminada temática. Assim, evidencia ao professor como o estudante “organiza,</p><p>relaciona, diferencia e integra conceitos de uma determinada unidade de estudo”</p><p>(MOREIRA; BUCHWEITZ, 1993, p. 45).</p><p>O mapa conceitual pode ser utilizado antes de iniciar um novo conteúdo, ou</p><p>seja, como instrumento da avaliação diagnóstica, pois possibilita ao professor ve-</p><p>rifi car o aprendizado que o estudante tem sobre determinado conteúdo, o ponto</p><p>de início do estudo e as decisões que serão planejadas a partir do diagnóstico. O</p><p>mapa conceitual pode ser usado no fi nal do processo, como avaliação do que o</p><p>estudante aprendeu sobre aquela temática durante o processo avaliativo.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Qual as diferentes ferramentas do processo avaliativo?</p><p>2 A prova pode ser realizada de diferentes formas. Quais são?</p><p>3 O que o relatório signifi ca no processo avaliativo?</p><p>4 Os mapas mentais no processo avaliativo podem ser usados em</p><p>qual contexto?</p><p>5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES</p><p>Neste capítulo, explicitamos sobre as Formas de Avaliação: Diagnóstica, So-</p><p>mativa e Formativa. Verifi camos que a avaliação diagnóstica verifi ca os conhe-</p><p>cimentos dos estudantes no início do processo de aprendizagem. A formativa é</p><p>realizada durante o processo avaliativo. Já a avaliação somativa é oriunda da pro-</p><p>posta de ensino tradicional de ensino, em que o conhecimento do estudante é</p><p>79</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>medido pelo seu resultado no momento da prova, dos testes.</p><p>O Portfólio é um instrumento avaliativo que reúne uma série de atividades</p><p>dos estudantes. No entanto, pode ser uma coletânea dos trabalhos que o ser hu-</p><p>mano fez em toda a sua vida, que intitulamos de currículo e pode, por exemplo,</p><p>ser registro fotográfi co reunido em um só material. Além disso, explicitamos os</p><p>tipos de questões do processo avaliativo.</p><p>No próximo capítulo, abordaremos as questões relacionadas com a avalia-</p><p>ção nos ambientes virtuais de aprendizagem: os critérios avaliativos, bem como a</p><p>avaliação de aprendizagem: o feedback.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALLAL, L.; CARDINET, J.; PERRENOUD, P. A avaliação formativa num ensino</p><p>diferenciado. Coimbra: Livraria Almedina, 1986.</p><p>BALLESTER, M. et al. Avaliação como apoio à aprendizagem. Tradução de</p><p>Valério Campos. Porto Alegre: Artmed, 2003.</p><p>GELFER, J. I.; PERKINS, P. G. Portfólios: focus on young children. Teaching</p><p>Exceptional Children, v. 31, n. 2, p. 44-47, nov./dez. 1998.</p><p>HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática,</p><p>2000.</p><p>HADJI, C. Avaliação desmistifi cada. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.</p><p>LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas,</p><p>estrutura e organização. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012.</p><p>LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1996.</p><p>HOFFMANN, J. M. L. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. Porto Alegre:</p><p>Mediação, 2008.</p><p>NASCIMENTO, J. V.; RAMOS, T. T.; AROEIRA, K. P. A formação do professor:</p><p>contribuição do processo de estágio supervisionado em educação física. Fiep</p><p>Bulletin, v. 81, Special Edition, Article I, 2011. Disponível em: http://www.fi epbul-</p><p>letin.net/index.php/fi epbulletin/article/viewFile/88/133. Acesso: 5 mar. 2019.</p><p>80</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>MOREIRA, M. A.; BUCHWEITZ, B. Novas estratégias de ensino e aprendi-</p><p>zagem: os mapas conceituais e o Vê epistemológico. Lisboa: Plátano Edições</p><p>Técnicas, 1993.</p><p>PERRENOUD, Philippe. MAGNE, B. C. Construir: as competências desde a</p><p>escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.</p><p>SANT’ANNA, I. M. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos.</p><p>Petrópolis: Vozes, 1995.</p><p>SILVA, M.; PESCE, L.; ZUIN, A. (Orgs.). Educação Online: cenários, formação e</p><p>questões didático-metodológicas. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2006.</p><p>ZABALA, A. A Prática educativa:</p><p>como ensinar. Porto Alegre: Artemed, 1998.</p><p>ZÍLIO, C. Uma proposta para (re)signifi car a avaliação na formação de professo-</p><p>res. RENOTE - Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 8, n. 3, s. p., dez.</p><p>2010. Disponível</p><p>em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/18089/10665. Acesso</p><p>em: 5 mar. 2019.</p><p>VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança</p><p>- por uma práxis transformadora. São Paulo: Libertad, 2003.</p><p>VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação: concepção dialético-libertadora do pro-</p><p>cesso do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 1994.</p><p>VILLAS BOAS, B. M. F. Compreendendo a Avaliação Formativa. In: VILLAS</p><p>BOAS, B. M. de F. (Org.). Avaliação formativa: práticas inovadoras. Campinas:</p><p>Papirus, 2011.</p><p>CAPÍTULO 3</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD</p><p>A partir do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:</p><p> defi nir o processo avaliativo nos ambientes virtuais de aprendizagem;</p><p> identifi car os critérios referentes à avaliação;</p><p> estudar sobre o feedback no processo avaliativo;</p><p> constatar a avaliação dentro dos ambientes virtuais de aprendizagem;</p><p> compreender os critérios do processo da avaliação;</p><p> empregar o feedback no processo de avaliação.</p><p>82</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>83</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>1 CONTEXTUALIZAÇÃO</p><p>A educação a distância mediada por tecnologia da informação e comunicação</p><p>(TIC), na qual as salas são em lugares digitais, tem modifi cado as metodologias</p><p>educacionais. Podemos estar conectados de qualquer lugar e a qualquer momento</p><p>com o conhecimento. Somos ligados em tecnologias digitais com o saber. A</p><p>Educação a Distância faz parte de nosso contexto didático no fazer pedagógico.</p><p>Com essa modalidade também pensamos em novos formatos de avaliação.</p><p>Diante dessas primeiras considerações, observamos que há diferentes</p><p>maneiras de avaliar.</p><p>A avaliação pode ser diagnóstica, somativa e formativa. Há várias maneiras</p><p>de avaliar e uma delas é o Portfólio. Neste sentido, este capítulo explicitará sobre</p><p>as estratégias avaliativas e os tipos de questões no processo avaliativo.</p><p>Assim, você compreenderá o processo avaliativo nos ambientes virtuais</p><p>de aprendizagem. Além desse entendimento, também estudaremos os critérios</p><p>avaliativos e o emprego do feedback na avaliação da aprendizagem.</p><p>2 A AVALIAÇÃO NOS AMBIENTES</p><p>VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM</p><p>Neste capítulo, você estudará a avaliação nos ambientes virtuais de</p><p>aprendizagem. A avaliação é uma ferramenta que possibilita ao professor verifi car</p><p>o aprendizado do aluno. No cenário da educação a distância, ela é aplicada em</p><p>ambientes virtuais de aprendizagem. Então, vamos aos estudos.</p><p>A avaliação pode ser compreendida como a aplicabilidade metodológica</p><p>de procedimento para atingir um determinado objetivo, embasada em critérios</p><p>internos e externos, de acordo com a sua importância e com o intuito de tomada</p><p>de um novo planejamento, ou seja, uma decisão.</p><p>Há várias defi nições referente à avaliação nos ambientes virtuais de</p><p>aprendizagem:</p><p>A avaliação, como uma prática educativa, deve ser compreendida</p><p>sempre como uma atividade política, cuja principal função é</p><p>a de propiciar subsídios para tomadas de decisões quanto</p><p>ao direcionamento das ações em determinado contexto</p><p>educacional. Através do processo de avaliação os educadores</p><p>84</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>e educandos devem ter condições para compreensão crítica</p><p>da realidade escolar em que estão inseridos, com vistas à</p><p>tomada de decisões educacionais (DIAS; LEITE, 2010, p. 72).</p><p>A avaliação tem como principal objetivo observar um processo de aprendi-</p><p>zagem, através de uma lente que permite que o professor possa tomar decisões</p><p>sobre o seu fazer pedagógico, percebendo se as metodologias que estão sendo</p><p>adotadas em sala de aula estão atingindo o objetivo da aprendizagem ou não.</p><p>Hoff man (2001) questiona a interrelações entre avaliação e controle. Porém,</p><p>explicita duas dimensões para o controle: cerceamento ou acompanhamento.</p><p>Quando se controla para julgar, basta andar ao lado de</p><p>alguém, observando registrando, coletando provas do caminho</p><p>que trilhou [...]. Quando se acompanha para ajudar no trajeto</p><p>é necessário percorrê-lo junto, sentindo as difi culdades,</p><p>apoiando, conversando, sugerindo rumos adequados a cada</p><p>aluno (HOFFMAN, 2001, p. 89).</p><p>A dinâmica da avaliação é complexa e é preciso acompanhar os percursos</p><p>individuais do estudante que ocorrem dentro do espaço escolar. Assim, o professor</p><p>deve avaliar continuamente, sendo que a sua intervenção pontual nesse processo</p><p>de avaliação contínua se dará de forma diferente em cada momento.</p><p>Você pode imaginar como é avaliação dentro do contexto esco-</p><p>lar? Você sabia que a avaliação tem duas funções dentro do contexto</p><p>escolar?</p><p>São duas as funções relativas à avaliação da aprendizagem ex-</p><p>plicitadas a seguir:</p><p>• Caráter social envolvendo seleção e classifi cação realizada</p><p>principalmente no fi nal de cada ano letivo, de forma a atestar (ou</p><p>não) a aquisição de conhecimentos que irão permitir (ou não) um</p><p>determinado aluno cursar o ano letivo seguinte.</p><p>• Caráter pedagógico ou formativo que contém informações</p><p>importantes com grande relevância para que o educador possa</p><p>alinhar as atividades as necessidades de seus estudantes. Assim,</p><p>nesse prisma, a avalição não pode concentrar-se apenas no fi nal</p><p>do processo de ensino-aprendizagem, mas tem que estar em</p><p>todo o processo de aprendizagem.</p><p>85</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>Há diferentes modalidades de avaliação conforme você viu no Capítulo 2.</p><p>Vamos relembrá-las aqui. Há a avaliação diagnóstica que é realizada no início</p><p>do processo de ensino e tem como objetivo informar, ou seja, proporcionar</p><p>informações sobre o processo de conhecimento dos estudantes, quer dizer,</p><p>sobre o conhecimento prévio dos alunos no início do ano letivo. Essa avaliação</p><p>pode esclarecer ao professor conhecimentos sobre a bagagem, ou seja, os</p><p>conhecimentos prévios dos seus estudantes. Segundo Behar (2009), quando</p><p>a informação é obtida por meio da avaliação em grupo chama-se prognose e</p><p>quando é individual é chamada de diagnose. Assim é realizada no AVA (moodle)</p><p>conforme Figura 1 a seguir:</p><p>FIGURA 1 – AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM</p><p>FONTE: <http://bit.ly/2Osyqed>. Acesso em: 7 out. 2019.</p><p>Um dos ambientes virtuais de aprendizagem mais utilizado é o Moodle. Você</p><p>sabe o que é?</p><p>O moodle é um AVA desenvolvido em código aberto (open sour-</p><p>ce) a partir dos princípios pedagógicos. Este ambiente possibi-</p><p>lita o acompanhamento das atividades realizadas por meio de</p><p>relatórios de acesso. A avaliação das atividades realizadas por</p><p>meio de notas, permitindo a defi nição de categorias e a confi -</p><p>guração pesos. O ambiente permite também a conversão au-</p><p>tomática dos pesos para conceitos fi nais. O acompanhamento</p><p>do percurso do aluno, neste ambiente, é realizado a partir do</p><p>86</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>relatório de acessos. Este relatório apresenta os espaços e as</p><p>atividades visitados pelo aluno. Também permite a visualiza-</p><p>ção das atividades realizadas e registro de parecer descritivo</p><p>da avaliação. O ambiente possibilita a visualização das mensa-</p><p>gens postadas por determinado aluno de forma isolada, ou no</p><p>seu contexto de origem, apresentando a lista de enunciados/</p><p>citações de forma agrupada (BEHAR, 2009, p. 110).</p><p>A avaliação formativa é realizada ao longo de todo o processo de ensino</p><p>aprendizagem e tem correspondência com uma concepção de ensino que consi-</p><p>dera que aprender é um longo processo por meio do qual o aluno vai desenvol-</p><p>vendo o seu conhecimento a partir das atividades que ele faz. Assim, o educador</p><p>poderá acompanhar o desenvolvimento do estudante por meio de aproximações</p><p>sucessivas (BEHAR, 2009). Já a avaliação somativa ressalta os resultados obti-</p><p>dos no processo de ensino aprendizagem que acontece normalmente no fi nal do</p><p>processo e tem como propósito verifi car se os objetivos propostos foram totalmen-</p><p>te alcançados</p><p>pelos estudantes. Essa modalidade de avaliação é predominante</p><p>na maioria das escolas e nas universidades; a prova e/ou teste é o instrumento</p><p>muito utilizado para realizar a avaliação somativa. Você sabe qual é o problema</p><p>da avaliação somativa?</p><p>É que muitas vezes a avaliação somativa é utilizada como única fonte de</p><p>avaliação educativa.</p><p>Segundo Quinquer (2003, p. 15), “a avaliação está interligada à concepção</p><p>de ensino, assim os enfoques mais recentes da avaliação concebem a avaliação</p><p>como um instrumento que facilita a construção dos conhecimentos na aula”.</p><p>Você sabia que QUINQUER (2003) aborda três modelos de</p><p>avaliação? Explicitaremos cada um deles para que você os conheça:</p><p>• Modelo psicométrico: esse modelo explicita os resultados da</p><p>aprendizagem.</p><p>• Modelo sistemático: é característico da avaliação formativa e é</p><p>inserida no processo de aprendizagem. Atua como instrumento</p><p>adequado para regular e adaptar a programação com as</p><p>necessidades e difi culdades dos estudantes (QUINQUER, 2003).</p><p>• Modelo comunicativo ou psicossocial: surgiu a partir da</p><p>década de 1980 e adquire relevância especial no contexto social</p><p>em que se produz a aprendizagem (QUINQUER, 2003).</p><p>87</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>Você sabia que no modelo comunicativo ainda temos mais aspectos que o</p><p>torna muito relevante? Aprenda:</p><p>• Aprendizagem é entendida como construção pessoal do sujeito/apren-</p><p>dente infl uenciada tanto pelas características pessoais do aluno como</p><p>pelo contexto social que se cria na sala de aula.</p><p>• As mediações produzidas entre os agentes implicados (os outros alunos e</p><p>os professores) são consideradas especialmente relevantes, pois também</p><p>intervêm na reelaboração dos conhecimentos (QUINQUER, 2003, p. 19).</p><p>• A avaliação é entendida como instrumento que possibilita a melhoria da</p><p>comunicação e facilita a aprendizagem, uma vez que permite aos estu-</p><p>dantes a apropriação dos instrumentos e critérios de avaliação. Nesse</p><p>contexto, não se estabelecem limites preciosos entre as atividades de</p><p>avaliação e as de aprendizagem (QUINQUER, 2003, p. 20).</p><p>• Busca-se a promoção da autonomia dos estudantes, “propondo-se a</p><p>transferir para os alunos o controle e a responsabilidade de sua aprendi-</p><p>zagem mediante o uso de estratégias e instrumentos de autoavaliação”</p><p>(QUINQUER, 2003, p. 20).</p><p>A partir dos estudos de QUINQUER (2003, p. 20) compreende-se que:</p><p>O enfoque comunicativo da avaliação abre novas perspectivas</p><p>à aprendizagem que superam os limites da avaliação formati-</p><p>va, já que o recurso que propõe da interação, da gestão social</p><p>da aula e da transferência da responsabilidade da aprendiza-</p><p>gem aos próprios alunos aumenta consideravelmente as pos-</p><p>sibilidades da avaliação ser posta em prática com muito menos</p><p>difi culdade para o professor e mais benefício para os estudan-</p><p>tes, em termos de aprendizagem.</p><p>Se você quiser conhecer mais sobre avaliação: conceitos e méto-</p><p>dos, um bom livro sobre este assunto é: BROUSSELLE, A. et al. (Orgs.).</p><p>Avaliação: conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2011.</p><p>Compreende-se, segundo Romão (2001), que a avaliação no ensino a</p><p>distância, no ambiente de ensino-aprendizagem, perpassa por duas concepções</p><p>pedagógicas que são construtivistas e positivistas conforme o Quadro 1 a seguir:</p><p>88</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>QUADRO 1 – CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO</p><p>Concepção Construtivista Concepção Positivista</p><p>Auto Hetero</p><p>Interna Externa</p><p>Qualitativa Quantitativa</p><p>Diagnóstica Classifi catória</p><p>Permanente Periódica</p><p>Códigos locais e sociais Padrões de qualidade e desempenhos universais aceitos</p><p>Ritmos pessoais Padrões de qualidade e desempenhos universais aceitos</p><p>FONTE: Adaptado de Romão (2001)</p><p>Como é possível observar no Quadro 1, na concepção construtivista há</p><p>uma preocupação com o processo desqualifi cando o produto, já a concepção</p><p>positivista enfatiza o produto, bem como o resultado.</p><p>A educação e a avaliação positivista enfatizam a permanência,</p><p>a estrutura, o estático, o existente e o produto; as construtivistas</p><p>reforçam a mudança, a mutação, a dinâmica, o desejado e o</p><p>processo. A educação e a avaliação cidadãs devem levar</p><p>em consideração os dois polos, pois não há mudança sem a</p><p>consciência da permanência, não há processo de estruturação-</p><p>desestruturação-reestruturação sem domínio teórico das</p><p>estruturas; não há percepção da dinâmica sem a consciência</p><p>da estática (ROMÃO, 2001, p. 89)</p><p>Para Romão (2001), há três funções da avaliação que estão ligadas com as</p><p>fi nalidades e momento do processo ensino-aprendizagem. São elas:</p><p>• Função prognóstica: verifi cação de pré-requisitos no início do processo</p><p>de aprendizagem e cada vez em que um tema e/ou unidade se inicia.</p><p>• Função diagnóstica: é realizada durante o processo, acompanhamento</p><p>e verifi cação das difi culdades para disponibilizar instrumentos e</p><p>estratégias de superação.</p><p>• Função classifi catória: é realizada no fi nal do processo para verifi car se</p><p>os estudantes atingiram os objetivos propostos na atividade, ou seja, se</p><p>incorporaram os conhecimentos.</p><p>As práticas avaliativas classifi catórias fundam-se na competição</p><p>e no individualismo, no poder e na arbitrariedade presentes nas</p><p>relações entre os professores e alunos, entre os alunos e entre</p><p>os próprios professores. À medida que os estudos apontam</p><p>para o caráter interativo e intersubjetivo da avaliação, alertam</p><p>também para a essencialidade do diálogo entre todos os que</p><p>fazem parte desse processo, para a importância das relações</p><p>interpessoais e dos projetos coletivos (HOFFMAN, 2001, p. 20).</p><p>89</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>Podemos intersectar conforme Behar (2009), os tipos, funções e modelos da</p><p>avaliação conforme o Quadro 2, a seguir:</p><p>QUADRO 2 – TIPOS, FUNÇÕES E MODELOS DA AVALIAÇÃO</p><p>Avaliação Função Modelo</p><p>Diagnóstica Prognóstica —</p><p>Formativa Diagnóstica Sistemática</p><p>Somativa Classifi catória Psicométrico</p><p>— — Comunicativo ou Psicossocial</p><p>FONTE: Adaptado de Behar (2009)</p><p>A avaliação nos ambientes virtuais de aprendizagem deve ser realizada</p><p>durante o processo, ou seja, na entrada do estudante no início do curso, seja</p><p>na participação no fórum, nos debates em grupo, na webconferência, enfi m,</p><p>durante todo o processo de realização da disciplina. Assim, será uma avaliação</p><p>processual, isto é, uma avaliação que é realizada durante toda a produção do</p><p>estudante e não apenas nos momentos de prova.</p><p>A avaliação processual não signifi ca que não terá instrumentos de avaliação,</p><p>porém sugere um conjunto de práticas para a avaliação que seja efetivada durante</p><p>o processo. Essa prática avaliativa foi explanada conforme a Figura 2, a seguir:</p><p>FIGURA 2 – MAPA MENTAL AVALIAÇÃO PROCESSUAL</p><p>FONTE: A autora</p><p>A implementação de práticas de avaliação continua, envol-</p><p>vendo, uma diversifi cação de instrumentos e de atividades de</p><p>avaliação, que podem considerar aspectos como o grau de</p><p>participação dos estudantes em fóruns de discussão, a análise</p><p>de níveis de consulta dos recursos disponibilizados, o desen-</p><p>volvimento de portfólios digitais etc. podem ajudar o professor</p><p>a construir o perfi l de envolvimento e desempenho de cada</p><p>90</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>estudante e, dessa forma, adquirir maior grau de confi ança na</p><p>identidade de cada um dos participantes de um curso/forma-</p><p>ção online (SILVA, PESCE; ZUIN, 2010, p. 316).</p><p>A avaliação processual é realizada continuamente possibilitando a percepção</p><p>do comportamento do estudante, permitindo a identifi cação dos problemas e</p><p>maneiras de autenticação da identidade.</p><p>Se você quiser conhecer mais sobre a avaliação on-line, leia o ar-</p><p>tigo: A avaliação on-line num ambiente virtual de aprendizagem no link:</p><p>https://etic2008.fi les.wordpress.com/2008/11/unesalanasilva.pdf.</p><p>Nos ambientes de ensino-aprendizagem, a avalição envolve componentes</p><p>on-line e alguns também podem ser visualizados em momentos presenciais</p><p>permitindo conhecer o perfi l do estudante. Esse ambiente possibilita o confronto</p><p>e o cruzamento de informações sobre</p><p>o desempenho dos estudantes, tanto nos</p><p>momentos presenciais como nos momentos a distância.</p><p>[...] assegurando um maior grau de confi ança em termos da</p><p>apreciação da autoria dos trabalhos e das atividades realizadas</p><p>pelos estudantes e que serão objeto de avaliação permitindo</p><p>também, quando considerado adequado, conjugar momentos</p><p>de avaliação presenciais com momentos de avaliação online</p><p>(BEHAR, 2009, P.49)</p><p>FIGURA 3 – AVALIAÇÃO EM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM</p><p>FONTE: A autora</p><p>91</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>A avaliação nos ambientes virtuais conforme observado na Figura 3, pode</p><p>ser realizada por meio de testes de escolha múltipla, quizzes, fóruns eletrônicos,</p><p>chats e portfólios digitais.</p><p>Na próxima seção você conhecerá cada uma dessas avaliações</p><p>que podem ser realizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Quais são as funções da avaliação da aprendizagem?</p><p>2 Quais são as funções da avaliação segundo Romão (2001)?</p><p>Escreva um pouco sobre cada uma delas.</p><p>3 Cite o nome da informação obtida por meio da avaliação em</p><p>grupo e individual segundo Behar (2009).</p><p>2.1 TESTES DE ESCOLHA MÚLTIPLA</p><p>E QUIZZES</p><p>No ambiente virtual de aprendizagem, há avaliações que são realizadas</p><p>através de testes de múltipla escolha. O professor tem outras formas de avaliar</p><p>sem a presença do estudante, ou seja, a avaliação pode acontecer através de</p><p>quizzes (exercícios realizados no meio digital).</p><p>[...] Embora existam diferenças entre os sistemas, com frequ-</p><p>ência encontram-se disponíveis opções de criação de questio-</p><p>nários de múltipla escolha, verdadeiro, falso, preenchimento de</p><p>lacunares, correspondência de elementos e envio de fi cheiros</p><p>que podem corresponder a diferentes tipos de trabalhos. Mes-</p><p>mo quando estão integrados no ambiente virtual de aprendiza-</p><p>gem, existe software diverso disponível na internet que permite</p><p>criar este tipo de exercícios de avaliação e associá-los de uma</p><p>ou outra forma a um determinado curso ou disciplina (SILVA;</p><p>PESCE; ZUIN, 2010, p. 323).</p><p>92</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Os testes de múltiplas escolhas e o quiz (que é um jogo em forma de atividade)</p><p>são utilizados como instrumentos no ambiente virtual de aprendizagem. Tal</p><p>instrumento é utilizado a partir de um banco de questões que são disponibilizados</p><p>para o estudante da educação a distância.</p><p>Se você quer saber mais sobre como elaborar testes para</p><p>ambientes virtuais de aprendizagem consulte o link: www.moodlelivre.</p><p>com.br/3338-como-criar-teste-e-prova-online-no-google-forms.</p><p>Alguns softwares de construção de exercícios/testes de ava-</p><p>liação do tipo que referenciamos permite proceder à geração</p><p>automática e aleatória dos mesmos, a partir de um banco de</p><p>questões pré-elaboradas, bem como à sua correção automá-</p><p>tica. Embora muitos dos testes de avaliação baseados em</p><p>exercícios do tipo “estabelecimento de correspondências”,</p><p>“preenchimento de espaços em branco” ou “múltipla escolha”</p><p>possam ser bastante limitados no que concerne à avaliação</p><p>de aspectos como a capacidade de refl exão crítica, de análi-</p><p>se, de síntese e até de expressão escrita, o recurso aos mes-</p><p>mos apresenta algumas potencialidades interessantes (SILVA;</p><p>PESCE; ZUIN, 2010, p. 323).</p><p>Os testes de múltipla escolha podem ser corrigidos automaticamente e é</p><p>possível os alunos realizá-los frequentemente, assim podem constituir situações</p><p>de avalição autoformativa. Para os estudantes do ambiente virtual de aprendi-</p><p>zagem, ou seja, da educação a distância, essa possibilidade pode auxiliá-los a</p><p>verifi car o grau de aprendizagens, bem como regular o seu trajeto de estudo de</p><p>aprendizagem.</p><p>2.2 FÓRUNS ELETRÔNICOS</p><p>Os fóruns são ferramentas dos AVAs que permitem a interatividade através</p><p>da construção coletiva do conhecimento e tem implicação direta de todos os</p><p>participantes que disponibilizam informações para discussões em grupo com</p><p>todos os estudantes do curso em questão.</p><p>A participação dos alunos nestes fóruns é um dos elementos</p><p>essenciais na promoção de atividades de discussão e de</p><p>construção coletiva do conhecimento e, quando assim é,</p><p>93</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>esse aspecto deve ser ponderado no processo de avaliação</p><p>e classifi cação do aluno. De fato, as atividades de avaliação</p><p>devem estar ligadas e ser coerentes com os objetivos e as</p><p>atividades desenvolvidas. Todavia, se a quantifi cação do</p><p>número de mensagens de cada aluno é um processo simples e</p><p>normalmente realizada automaticamente pela generalidade dos</p><p>AVAs, já a apreciação qualitativa do conteúdo dos diferentes</p><p>contributos, essencial para a sua utilização como indicador a</p><p>considerar na avaliação apresenta algumas difi culdades que</p><p>urge ultrapassar (SILVA; PESCE; ZUIN, 2010, p. 324).</p><p>O processo de analisar qualitativamente a mensagem em fóruns de</p><p>discussão é executado manualmente pelo professor, porém alguns sistemas do</p><p>AVA permitem que essa análise seja feita de maneira simples pelo professor.</p><p>O sistema moodle, por exemplo inclui um sistema de descrição</p><p>e classifi cação de contributos em um fórum de acordo com</p><p>aquilo que o seu autor, Martin Dougiamas, classifi ca de modos</p><p>de aprendizagem isolada e conexa. Adicionalmente, o sistema</p><p>permite que qualquer professor/utilizador crie um sistema de</p><p>categorização de mensagens de acordo com os objetivos.</p><p>Note-se que, apesar de esta possibilidade facilitar a tarefa</p><p>de classifi cação/categorização das mensagens, a análise</p><p>do conteúdo das mesmas de modo que se atribua a cada</p><p>mensagem uma categoria continua a ter de ser realizada pelo</p><p>professor, sem qualquer automatismo por parte do sistema</p><p>(SILVA, PESCE; ZUIN, 2010, p. 325).</p><p>Os fóruns eletrônicos têm o objetivo de possibilitar a refl exão e a pesquisa</p><p>antes da apresentação de alguma mensagem, por ser um formato de comunicação</p><p>assíncrona. Por outro lado, a natureza textual das mensagens e o fato de estas</p><p>fi carem gravadas/registradas podem possibilitar que o educador tenha uma visão</p><p>mais contextualizada dos seus estudantes. Os fóruns podem ser explicitados</p><p>como aprendizagem colaborativa, ou seja, todos colaboram com a aprendizagem</p><p>através de trocas de informações entre os estudantes.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Como são usados os testes de múltipla escolha?</p><p>2 O que são fóruns eletrônicos?</p><p>94</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>2.3 CHATS</p><p>As conversas realizadas sincronamente por texto são os chats em que as</p><p>informações são trocadas instantaneamente e com diferentes funções como:</p><p>discussão sobre temas, esclarecimentos de dúvidas, coordenação e distribuição</p><p>de tarefas ou simplesmente um espaço para o café, para o lazer para troca de</p><p>informações entre os participantes do curso. Esses momentos de conversão</p><p>síncrona têm como principal objetivo conhecer o perfi l dos estudantes que fazem</p><p>parte desse ambiente síncrono: chat.</p><p>A análise das intervenções dos diferentes participantes em</p><p>uma sessão de chat, particularmente quando a mesma tem</p><p>objetivos pedagógicos relacionados com a discussão de</p><p>aspectos conteudais da área de estudo, não é tarefa fácil e</p><p>a intervenção humana é inevitável, sendo que normalmente</p><p>a mesma segue um processo de análise de conteúdo tendo</p><p>por base o registro das conversas em fi cheiros de texto,</p><p>possibilidade assegurada em muitos sistemas (SILVA; PESCE;</p><p>ZUIN, 2010, p. 327).</p><p>Se você quiser conhecer mais sobre a avaliação em ambientes</p><p>virtuais de aprendizagem, um bom livro sobre este assunto é: MU-</p><p>NHOZ, A. S. O estudo em ambiente virtual de aprendizagem: um</p><p>guia prático do autor. Curitiba: InterSaberes, 2013.</p><p>Observamos que a conversação realizada em chats deve ser bem preparada,</p><p>com regras bem defi nidas antecipadamente para que o processo síncrono fi que</p><p>claro e bem delimitado entre os participantes.</p><p>Caso essa preparação não tenha sido previamente feita ou</p><p>as indicações fornecidas não tenham sido respeitadas pelos</p><p>participantes, o trabalho de análise do teor das intervenções</p><p>de cada aluno será muito moroso e</p><p>a avaliação era usada como uma autoavaliação, sugerindo que</p><p>cada pessoa tinha que fazer uma refl exão sobre o seu ser, seu comportamento</p><p>dentro do contexto que vivia, buscando se conhecer para melhor viver na socieda-</p><p>de. Nesse contexto, surgiu a frase “Conhece-te a ti mesmo” do fi lósofo Sócrates</p><p>(GHIRALDELLI, 2009), mensagem chave para o processo avaliativo.</p><p>Então, vamos conhecer um pouco sobre a avaliação ao longo da história?</p><p>Você perceberá na linha histórica a seguir, a avaliação ao longo dos anos.</p><p>11</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>FIGURA 2 – LINHA HISTÓRICA</p><p>FONTE: A autora</p><p>A avaliação na Idade Média acontecia por meio de exercícios orais. Tais testes</p><p>eram realizados nas universidades e pelos jesuítas. Esses exames averiguavam</p><p>o conhecimento do professor para exercer o magistério. O procedimento era</p><p>realizado na graduação, nos cursos de bacharelado. Na pós-graduação, o</p><p>estudante só era considerado doutor se lesse os livros das Sentenças de Pedro</p><p>Lobardo. Após a leitura e exposição oral do livro, para a banca avaliadora, é que o</p><p>estudante estaria qualifi cado para defender a sua tese.</p><p>No século XVII, a avaliação passou a ser pensada e estruturada com um formato</p><p>diferenciado, ou seja, por meio da representação de palavras para atestar o aprendizado</p><p>sobre determinado tema, com a utilização de exames e testes que controlavam e</p><p>mensuravam o nível de conhecimento de cada estudante. Nessa época, os estudos da</p><p>docimologia eram requeridos para tal atividade. Você sabe o que é docimologia?</p><p>“Docimologia é originária do grego e quer dizer dokimé, teste. Foi</p><p>utilizada no ano de 1920, por Henri Piéron, para designar o estudo refl exi-</p><p>vo dos exames e das ferramentas de atribuição de notas, bem como dos</p><p>comportamentos dos educandos e educadores” (CUNHA, 2010, p. 227).</p><p>Os exames aplicados nas escolas atualmente tiveram sua história datada do</p><p>século XVI até a primeira metade do século XVII, quando os Jesuítas elaboraram</p><p>um documento publicado no ano de 1599, chamado Ratio atque Institutio</p><p>Studiorum Societatis Jesus, que signifi ca Ordenamento e Institucionalização dos</p><p>Estudos na Sociedade de Jesus, conhecido na comunidade acadêmica como</p><p>Ratio Studiorum. Esse documento marcou a história da Didática, pois estabelecia</p><p>metodologias pedagógicas das escolas jesuítas e orientações para os testes/</p><p>exames no fi nal do ano letivo.</p><p>12</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Para saber mais sobre Ratio Studiorum, leia o artigo: Algumas</p><p>considerações sobre o Ratio Studiorum e a Organização da Educa-</p><p>ção nos Colégios Jesuíticos, disponível em:</p><p><http://www.uel.br/grupoestudo/processoscivilizadores/portugues/</p><p>sitesanais/anais14/arquivos/textos/Comunicacao_Oral/Trabalhos_</p><p>Completos/Ana_Toyshima_e_Gilmar_Montagnoli_e_Celio_Costa.</p><p>pdf>. Acesso em: 5 ago. 2019.</p><p>A partir do fi nal do século XIX e início do século XX, os testes para aferir o quo-</p><p>ciente de inteligência e o desempenho de cada estudante começaram a ser utiliza-</p><p>dos. Esses testes faziam parte do estudo da psicometria. Você sabe o que signifi ca?</p><p>“Psicometria é o estudo do conjunto de exames de método</p><p>quantitativo utilizado na Psicologia” (CUNHA, 2010, p. 529).</p><p>Com o passar dos anos, no contexto educacional, os testes quantitativos</p><p>foram substituídos por novas metodologias com o intuito de avaliar o educando</p><p>em sua totalidade, assim observava-se os alunos em todas as especifi cidades, ou</p><p>seja, o ser global (FERNANDES, 2014).</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 A avaliação era realizada na Antiguidade por quais civilizações?</p><p>Qual a metodologia avaliativa utilizada por essas comunidades?</p><p>2 Como era a avaliação na Idade Média?</p><p>13</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>Em 1934, surgiu pela primeira vez o termo “avaliação educacional”, proposto</p><p>por Tyler (1949). No mesmo período, foi pensada a educação por objetivos. A</p><p>meta era planejar objetivos e verifi car se eles eram alcançados. Por volta de</p><p>1950, Tyler entendia que a avaliação não era apenas uma aplicação de exames</p><p>e testes com lápis e papel, mas outras maneiras poderiam verifi car alterações</p><p>comportamentais e nas aprendizagens.</p><p>Segundo Tyler, era necessário uma diversidade de procedimentos avaliativos,</p><p>como: testes, escalas de atitude, inventários, questionários, fi chas de registros de</p><p>comportamento, entre outras maneiras de conceber informações relevantes sobre</p><p>o rendimento dos estudantes de uma forma longitudinal, intersectada aos objetivos</p><p>curriculares. Para o teórico, a avaliação estava ligada aos objetivos educacionais</p><p>relacionados aos programas curriculares. Assim, a ideia de avaliação tem duas</p><p>questões importantes: primeiramente, a avaliação verifi caria o comportamento do</p><p>estudante e em segundo lugar, envolveria mais de um julgamento alinhado ao</p><p>contexto vivenciado pelo educando, com a intenção de identifi car as mudanças</p><p>que poderiam acontecer no cenário que esse aluno estivesse inserido.</p><p>Há três critérios no entendimento de Tyler sobre a avaliação: o estudante, a</p><p>sociedade e a área do conhecimento a ser desenvolvida em relação aos objetivos</p><p>da Psicologia da Aprendizagem e da Filosofi a da Educação. Assim, o autor parte da</p><p>questão educacional tendo como fonte tanto o estudante quanto os especialistas,</p><p>e, como fi ltros, a Filosofi a e a Psicologia Educacional, conforme a Figura 3 a seguir:</p><p>FIGURA 3 – MODELO DE AVALIAÇÃO CONFORME TYLER</p><p>FONTE: Adaptado de Tyler (1949)</p><p>14</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>A avaliação, segundo Tyler (1949), segue os seguintes procedimentos:</p><p>• Verifi cação atrelada aos objetivos interceptados a cada nível de especifi -</p><p>cidade de conteúdo.</p><p>• Estabelecimento de cada objetivo em temas comportamentais.</p><p>• Verifi cação de situações que explicitem os comportamentos estabelecidos.</p><p>• Seleção, construção e coleta de informações atrelada a cada objetivo</p><p>proposto.</p><p>• Elaboração de procedimentos para interpretação dos resultados.</p><p>Tyler arguia que o objetivo da avaliação era apreciar o comportamento</p><p>dos estudantes, verifi car os objetivos educacionais atrelados às questões</p><p>comportamentais, de maneira precisa e clara. Assim, a avaliação ocorreria</p><p>processualmente, analisados por mais de um prisma de julgamento. Esse enfoque</p><p>avaliativo fi cou conhecimento como avaliação por objetivos.</p><p>Para saber mais sobre Tyler e os modelos de avaliação, acesse</p><p>e leia o artigo de Léa Depresbiteris: Avaliação de Programas e</p><p>Avaliação da Aprendizagem, disponível em: <http://www.fcc.org.br/</p><p>pesquisa/publicacoes/es/artigos/163.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2019.</p><p>Na década de 50, outro grande pensador da avaliação foi Benjamin S.</p><p>Bloom, responsável pela Taxionomia atrelada aos objetivos educacionais e que</p><p>enfatizava a aprendizagem processual no desenvolvimento do ser humano.</p><p>Os estudos da Taxinomia de Bloom são fundamentais para a compreensão</p><p>do processo de aprendizagem a luz da Psicologia da Aprendizagem. A Taxionomia</p><p>auxilia no planejamento da atividade de sala de aula e pode aferir o nível de</p><p>aprendizagem de cada educando, compreendendo o nível cognitivo de alguns</p><p>materiais utilizados no contexto educacional. A Taxionomia parte de três domínios:</p><p>cognitivo, afetivo e psicomotor, conforme a tabela a seguir:</p><p>TABELA 1 – DOMÍNIOS DA TAXIONOMIA DE BLOOM</p><p>Domínio cognitivo. Domínio afetivo. Domínio Psicomotor.</p><p>Foco no saber. Foco nas emoções. Foco no corpo, movimento.</p><p>FONTE: A autora</p><p>15</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>Os domínios explicitados por Bloom, são intersectados (Figura 4). Cada</p><p>domínio analisa uma dimensão do ser humano. O domínio cognitivo examina o</p><p>saber. Por sua vez, o domínio afetivo observa e compreende questões atreladas</p><p>às emoções, aos sentimentos e ao grau de aceitação ou rejeição do indivíduo. Já</p><p>o domínio psicomotor compreende questões relacionadas à coordenação motora/</p><p>corporal e à manipulação dos objetos.</p><p>FIGURA 4 – DOMÍNIOS DA TAXIONOMIA DE BLOOM</p><p>FONTE: A autora</p><p>A Taxionomia de Bloom é subdivida</p><p>complexo dada a possível</p><p>existência de múltiplas interrupções e discussão cruzadas</p><p>(SILVA; PESCE; ZUIN, 2010, p. 327).</p><p>Essa comunicação realizada sincronicamente por textos possibilita as</p><p>interações em tempo real entre professor e estudantes; estudantes e estudantes</p><p>possibilitando discussões sobre trabalhos a serem realizados, sobre conceitos,</p><p>textos ou materiais que possibilitam momentos de avaliação. Um dos exemplos de</p><p>momentos síncronos é o Skype, uma ferramenta que proporciona essa interação.</p><p>95</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>2.4 PORTFÓLIOS DIGITAIS</p><p>Os portfólios são instrumentos que também permitem momentos de avaliação</p><p>das atividades que são realizadas durante o processo. Estudamos um pouco o</p><p>conceito de portfólio no Capítulo 2. Aqui, no Capítulo 3, relembraremos um pouco</p><p>o conceito conforme explicitam Silva, Pesce e Zuin (2010, p. 328):</p><p>Embora o conceito e a produção de portfólios tenham as suas</p><p>origens nas áreas relacionadas com a imagem e o grafi smo, sen-</p><p>do normalmente utilizados como forma de apresentação e melho-</p><p>res produções de designers, pintores, fotógrafos, modelos etc., a</p><p>sua utilização em contextos educacionais é cada vez mais usual,</p><p>constituindo com frequência uma forma alternativa de avaliação.</p><p>A adoção de portfólios em contextos educacionais pode obedecer</p><p>a diferentes objetivos e cumprir diferentes funções.</p><p>O portfólio é um dos instrumentos utilizados como ferramenta avaliativa, pois</p><p>pode apresentar os produtos dos estudantes que foram elaborados durante o</p><p>momento de aprendizagem evidenciando a evolução da aprendizagem individual</p><p>durante o ano letivo.</p><p>Outra maneira de utilização do portfólio é a promoção de momentos de</p><p>refl exão dos estudantes, ou seja, na visualização do portfólio o estudante</p><p>percebe o quanto aprendeu durante o processo daquele ano letivo, promovendo</p><p>a capacidade de percepção do motivo da escolha de determinada atividade para</p><p>compor o acervo do seu portfólio e não outra.</p><p>Os portfólios digitais são disponibilizados tanto off -line como on-line e surgem</p><p>como instrumentos para portfólios multimídia. São outras formas de representação</p><p>e produção de trabalhos pelos estudantes permitindo que eles sejam adequados</p><p>as diferentes inteligências as quais explicitam Howard Gardner (2000). O portfólio</p><p>on-line pode ser realizado de diferentes maneiras, utilizar variadas ferramentas</p><p>digitais, pode incluir várias atividades, sendo uma ferramenta colaborativa feita</p><p>em diferentes momentos. Além disso, pode ser feita coletivamente por meio de</p><p>diferentes mãos, com comentários de diferentes alunos e/ou professores nas</p><p>atividades e partilhado para o público em geral.</p><p>Os elementos a considerar na avaliação dos portfólios digitais</p><p>variam em função dos objetivos subjacentes aos mesmos, bem</p><p>como em função da faixa etária dos alunos pelo que apenas al-</p><p>gumas considerações de caráter muito geral podem ser apresen-</p><p>tadas relativamente a esta questão como seja o seu desenvolvi-</p><p>mento ao longo de um período de tempo razoável; a exploração</p><p>do potencial multimídia da tecnologia de suporte ou a inclusão de</p><p>elementos de refl exão pessoal. Outros aspectos adicionais po-</p><p>dem ser considerados em função de indicações prévias do pro-</p><p>fessor como seja o número de artefatos a incluir, a diversidade de</p><p>temáticas a focar (SILVA; PESCE; ZUIN, 2010, p. 327).</p><p>96</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Você sabia que o Portfólio é usado na educação a distância?</p><p>Como ele pode ser usado em meio digital? No cenário da educação</p><p>a distância o desenvolvimento de portfólios ao longo de um curso e/</p><p>ou uma disciplina apresenta muitas vantagens: entre elas pode-se</p><p>destacar que é uma ferramenta que o professor utiliza no acompa-</p><p>nhamento da aprendizagem dos estudantes, visto que proporcio-</p><p>na feedback das aprendizagens e das produções realizadas pelos</p><p>alunos. Porém, também apresenta a informação que pode levar o</p><p>educador a realizar reajustes no nível de conteúdo ou estratégias do</p><p>curso, caso sejam necessários. Além disso, o portfólio permite que o</p><p>professor observe o desenvolvimento do estudante no mundo virtual,</p><p>mesmo sem conhecê-lo presencialmente.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 No mundo digital há muitas ferramentas avaliativas e entre</p><p>elas podemos destacar o chat. Fale um pouco sobre o seu</p><p>entendimento quanto a esse instrumento.</p><p>2 O que são os portfólios digitais?</p><p>3 Quais são as vantagens do professor em utilizar os portfólios</p><p>digitais?</p><p>3 CRITÉRIOS AVALIATIVOS</p><p>A avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem possibilita analisar a fre-</p><p>quência de acesso do estudante, pois armazena uma grande quantidade de infor-</p><p>mações nesse cenário digital. Entre as informações podemos destacar algumas:</p><p>• Frequência e assiduidade (data e hora de acessos ao ambiente e a cada</p><p>uma das ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem).</p><p>• Resultados dos testes que são realizados nesse ambiente.</p><p>97</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>• Trabalhos que podem ser realizados e publicados no ambiente virtual ou</p><p>organizados e planejados para inclusão em uma data e hora, conforme</p><p>organização e planejamento do professor.</p><p>• Mensagens que são trocadas entre os usuários, ou seja, os participantes</p><p>do referido curso ou disciplina.</p><p>Se você quer saber mais sobre critérios avaliativos leia o artigo:</p><p>Critérios de Avaliação e o Papel do Tutor na Avaliação de Aprendi-</p><p>zagem em Fóruns, no link: http://www.abed.org.br/congresso2016/</p><p>trabalhos/71.pdf.</p><p>Segundo Behar (2009), a avaliação no ambiente virtual de aprendizagem</p><p>pode ser realizada a partir de três critérios:</p><p>• Avaliação por meio de testes on-line.</p><p>• Avaliação da produção individual dos estudantes.</p><p>• Análise das interações entre os alunos a partir das mensagens postadas</p><p>e trocadas por meio das diversas ferramentas de comunicação.</p><p>Podemos compreender a avaliação como um processo de múltiplas facetas,</p><p>incluindo os aspectos afetivos e sociais envolvidos no processo de aprendizagem.</p><p>Logo, acredita-se que a avaliação não pode ser conduzida somente de forma ele-</p><p>trônica. Entende-se que independentemente do ambiente de aprendizagem ado-</p><p>tado, seja no mundo físico (a sala de aula) ou no mundo digital (o ambiente virtual</p><p>de aprendizagem), a avaliação do estudante é tarefa do professor (BEHAR, 2009).</p><p>Se você quiser conhecer mais sobre critérios avaliativos leia o</p><p>livro: SANT’ANNA, I. M. Por que Avaliar? Como Avaliar? Critérios</p><p>e Instrumentos. Petrópolis: Vozes, 2014.</p><p>A avaliação realizada por meio de testes on-line apresenta uma limitação</p><p>subjetiva, pois cabe ao estudante responder uma série de questões disponibilizadas</p><p>98</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>no ambiente virtual de aprendizagem e cabe ao sistema computacional realizar a</p><p>correção dessas atividades. O professor recebe no fi nal do processo uma nota/</p><p>conceito do resultado enfatizando o produto de conhecimento, ou seja, o valor</p><p>quantitativo que o estudante obteve na realização daquela atividade.</p><p>Os critérios avaliativos podem ser postados no AVA, conforme imagem a</p><p>seguir, que detalham os aspectos referentes ao manual do curso e constam as</p><p>avaliações.</p><p>FIGURA 4 – AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM UNIASSELVI</p><p>FONTE: <http://www.uniasselvi.com.br/extranet/o-2.0/download/</p><p>arqu_download.php?link=20527>. Acesso em: 9 out. 2019.</p><p>A avaliação realizada por meio da produção escrita e individual do estudante</p><p>ou os relatórios de pesquisas, respostas subjetivas de enquetes, também</p><p>podem ser produto de uma avaliação desde que planejado pelo professor como</p><p>ferramenta que pode computar na nota avaliativa.</p><p>Além da avaliação individual, pode ocorrer avaliações em âmbito coletivo.</p><p>99</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>[...] avaliação baseada nas interações entre os participantes de</p><p>um curso a distância vem ao encontro dessa nova perspectiva</p><p>avaliativa, em que se busca avaliar o produto no processo.</p><p>Assim, além de possibilitar ao professor o acompanhamento</p><p>do processo de construção</p><p>de conceitos dos conhecimentos</p><p>do aluno, também permite a este tornar-se consciente de seu</p><p>processo de aprendizagem (BEHAR, 2009, p. 100).</p><p>As avaliações podem ser realizadas por meio das mensagens subjetivas de</p><p>um coletivo de estudantes pertencentes a uma determinada turma. As mensagens</p><p>trocadas em uma lista de discussão podem ser analisadas permitindo categorizar</p><p>a avaliação em quatro dimensões (BEHAR, 2009):</p><p>• Avaliação do processo de aprendizagem quanto aos aspectos teóricos,</p><p>envolvendo os conceitos do estudo realizado pelos estudantes.</p><p>• Avaliação do processo de aprendizagem quanto a contextos mais</p><p>amplos, envolvendo refl exões dos sujeitos sobre suas experiências</p><p>pessoais, profi ssionais etc.</p><p>• Avaliação quanto ao uso do acoplamento tecnológico, abordando</p><p>possibilidades e limitações em relação a tecnologia.</p><p>• Avaliação quanto a interação entre participantes no grupo e quanto aos</p><p>aspectos teóricos.</p><p>Assim, teremos um mapeamento de como os estudantes podem ser avalia-</p><p>dos em situações de realizações de tarefas cooperativas. As atividades realiza-</p><p>das coletivamente podem ter diferentes signifi cados, assim como explicita Behar</p><p>(2009, p. 101):</p><p>• Suporte à divisão de tarefas (cada integrante é responsável</p><p>por uma parte) ou apoio para realização de uma tarefa sem</p><p>divisão do trabalho.</p><p>• Processo para realização de tarefas.</p><p>• Meio para auxiliar a aprendizagem de conhecimento espe-</p><p>cífi co.</p><p>• Fim em si mesmo, de forma a exercitar a cooperação.</p><p>Cada maneira de avaliar uma tarefa cooperativa será diferenciada</p><p>dependendo muito da postura do professor mediante a prática avaliativa que esse</p><p>profi ssional adota.</p><p>100</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>QUADRO 3 – CRITÉRIOS AVALIATIVOS NO AVA</p><p>INDICADORES DE AVALIAÇÃO COMO AVALIAR?</p><p>Como o aluno chegou aos resultados apresentados? Análise das interações individuais.</p><p>Quais caminhos percorreu no material didático</p><p>fornecido pelo professor?</p><p>Histórico de navegação.</p><p>Que fontes consultou? Análise das interações individuais.</p><p>Com que frequência? Análise das interações individuais.</p><p>O aluno pesquisa e utiliza fontes suplementares</p><p>fornecidas pelo professor?</p><p>Análise das interações individuais.</p><p>O aluno pesquisa e utiliza fontes suplementares</p><p>localizadas por ele mesmo?</p><p>Análise das contribuições.</p><p>Qual é a contribuição/medida aplicada nas atividades</p><p>que envolvem a cooperação entre pares? Em chats,</p><p>videoconferências, listas de discussões, grupo de</p><p>discussões.</p><p>Número de perguntas e de pontos de vista</p><p>apresentados.</p><p>Número de sessões assistidas.</p><p>Número e quantidade das mensagens postadas.</p><p>Número e quantidade de mensagem por tema.</p><p>Qual é o estilo de trabalho:</p><p>Acessa fontes suplementares de informação?</p><p>Restringe-se a acessar as fontes dadas pelo</p><p>professor?</p><p>Participa das reuniões síncronas do grupo?</p><p>Entra em contato com o professor e com os</p><p>instrutores somente em datas próximas da entrega</p><p>dos trabalhos?</p><p>Mantém contato regular com o professor e com</p><p>instrutores do curso?</p><p>Histórico da navegação.</p><p>Número de reuniões/intervenções.</p><p>Análise do número de mensagens e datas.</p><p>Qual é a assiduidade em atividades apoiadas em</p><p>chats, videoconferências, grupos de discussões?</p><p>Análise se a assiduidade é 100%, 75%,</p><p>50% ou < 50%.</p><p>Qual é o grau de participação nesses encontros? Análise se a participação é intensa,</p><p>mediana ou baixa.</p><p>Os trabalhos e as provas demonstram boa utilização</p><p>dos recursos disponíveis no curso?</p><p>Média binária: sim ou não.</p><p>Os trabalhos e as provas, mesmo corretos,</p><p>demonstram baixa exploração destes recursos?</p><p>Média binária: sim ou não.</p><p>FONTE: Adaptado de Behar (2009)</p><p>A avaliação deve ser compreendida como um processo de construção indi-</p><p>vidual que implica em momentos de refl exão do saber pedagógico do estudante.</p><p>No AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem): “[...] o produto caracteriza-se pelo</p><p>resultado das interações, evidenciado pelo conteúdo das mensagens/contribui-</p><p>ções postadas por determinado sujeito. Neste sentido, conteúdo e processo (inte-</p><p>101</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>rações) são entendidos como duas faces da mesma realidade cognitiva” (BEHAR,</p><p>2009, p.101).</p><p>O modelo de avaliação no AVA contempla os diferentes contextos de análise</p><p>envolvendo sujeito-usuário – AVA – sujeito-usuário – ferramenta e sujeito-usuário</p><p>– disciplina, atrelados as regras que estão contempladas nesse espaço.</p><p>FIGURA 5 – ATORES ENVOLVIDOS NO PROCESSO AVALIATIVO NO AVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>A avaliação no AVA tem dois aspectos que é a avaliação individual e a</p><p>interindividual (BEHAR, 2009).</p><p>3.1 AVALIAÇÃO NO PLANO</p><p>INDIVIDUAL AVA</p><p>A avaliação no plano individual concentra-se nas ações e resultados do estu-</p><p>dante, ou seja, do sujeito que está sendo avaliado. Considera-se que a avaliação</p><p>é um processo de construção individual resultante da interação do sujeito com o</p><p>contexto em que vive, ou seja, com o meio em que está inserido.</p><p>Você pode questionar: como é a avaliação no plano individual?</p><p>102</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Segundo Behar (2009), a avaliação no plano individual pode levar em conta</p><p>aspectos quantitativos evidenciados a partir do número de acessos (no AVA, na</p><p>disciplina ou ferramenta) e/ou qualitativos diretamente relacionados ao conteúdo</p><p>das mensagens postadas.</p><p>FIGURA 6 – AVALIAÇÃO NO PLANO INDIVIDUAL</p><p>FONTE: A autora</p><p>Considerando a análise do conteúdo das mensagens percebemos que constituem</p><p>importante referência na avaliação, pois permitem verifi cação e observação sobre o ob-</p><p>jetivo do conhecimento que está sendo estudado e/ou avaliado pelo estudante.</p><p>Uma proposta para o mapeamento de conteúdos no AVA teve</p><p>origem a partir de estudos envolvendo as dimensões consti-</p><p>tuintes do sujeito-AVA, sendo dimensões cognitiva, tecnológi-</p><p>ca, social e afetiva. Considerando que essas dimensões são</p><p>complementares e que cada interação sujeito-AVA-meio pro-</p><p>duz diferentes pontos de contato, em determinados momentos</p><p>uma dimensão pode estar mais em evidência do que as outras</p><p>(BEHAR, 2009, p.101).</p><p>FIGURA 7 – DIMENSÕES AVALIATIVAS SUJEITO AVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>103</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>Dentro dos critérios avaliativos no plano individual podemos analisar as men-</p><p>sagens postadas no AVA conforme o conteúdo das mensagens da seguinte forma:</p><p>• Analisando epistemologicamente a mensagem por meio da construção</p><p>do pensamento do sujeito conforme o estudo por ele apresentando, o</p><p>conteúdo da matéria por ele estudado, o material inserido no AVA e estu-</p><p>dado pelo aluno para fi ns avaliativos.</p><p>• Analisando pelo parâmetro tecnológico quando se faz referência ao geren-</p><p>ciamento dos aspectos tecnológicos atrelados com questões relacionadas</p><p>a tecnologia com funcionamento e regras, lógica do sistema computacio-</p><p>nal (AVA) e demais softwares de apoio e conhecimento necessário para</p><p>comunicação e interação que são proporcionados por esse ambiente.</p><p>• Focando na análise social e o que envolve o processo de construção</p><p>coletiva, as relações individuais, bem como as relações interindividuais.</p><p>• Analisando afetivamente podendo focar nas expressões e emoções</p><p>como desejos, sentimentos expressos no AVA.</p><p>No campo individual, a análise referente ao AVA pode ter como critérios as</p><p>seguintes dimensões: epistemológica, social, afetiva e tecnológica.</p><p>3.2 AVALIAÇÃO NO PLANO</p><p>INTERINDIVIDUAL – AVA</p><p>No plano interindividual as mensagens são trocadas entre os estudantes, ou</p><p>seja, entre os participantes de um curso. O pensamento, isto é, o mapeamento</p><p>das trocas realizadas no AVA refl ete a dinâmica das interações que ocorrem nes-</p><p>se ambiente.</p><p>As trocas realizadas no AVA são interativas e dinâmicas, favorecem um olhar</p><p>sobre a avaliação. A visualização desse processo e o seu acompanhamento pos-</p><p>sibilitam um percurso de aprendizagem atrelado aos participantes do curso ao</p><p>qual estão inseridos no AVA.</p><p>Percebe-se que as avaliações são proporcionadas por trocas interindividuais</p><p>em que podem ser observados três critérios:</p><p>104</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>FIGURA</p><p>8 – CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO INTERINDIVIDUAL NO AVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>O conteúdo da mensagem trocada no AVA pode ser observado segundo o</p><p>critério epistemológico, tecnológico, afetivo e social. O conteúdo que é trocado</p><p>nesse ambiente pode proporcionar a interação entre os usuários, ou seja, entre os</p><p>pares ou pode não proporcionar essa interação.</p><p>Já o valor de troca é relacionado ao valor que uma mensagem postada no</p><p>grupo tem, ou seja, o valor que a mensagem produz ao grupo, pois quanto maior o</p><p>número de mensagem vinculada a mensagem postada, maior pode-se considerar</p><p>o valor desta mensagem.</p><p>Referente ao tipo de texto postado pode ser comentário, resposta, refl exão</p><p>ou até mesmo uma pergunta entre outras coisas. Assim como o conteúdo, o tipo</p><p>de mensagem pode ser relacionado a continuidade ou não de troca entre os</p><p>membros do grupo.</p><p>105</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>FIGURA 9 – AVALIAÇÃO INTERINDIVIDUAL NO AVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>Os critérios da avaliação interindividual devem ser explicitados e pensados</p><p>de forma contextualizada pela equipe muldisciplinar que elaborará o curso.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 O momento de avaliação ocorre na sala de aula presencial e na</p><p>educação a distância o momento de avaliação ocorre no ambiente</p><p>virtual de aprendizagem. Nesse ambiente a avaliação é realizada</p><p>a partir de três critérios. Quais são?</p><p>2 No ambiente virtual de aprendizagem a avaliação pode ser</p><p>realizada por testes on-line. Como acontece?</p><p>3 No ambiente virtual de aprendizagem, segundo Behar (2009), a</p><p>avaliação é realizada através de dois critérios. Quais são?</p><p>106</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>4 Como é realizada a avaliação no plano individual no ambiente</p><p>virtual de aprendizagem?</p><p>5 Como é realizada a avaliação no plano interindividual no ambiente</p><p>virtual de aprendizagem?</p><p>4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:</p><p>FEEDABACK</p><p>A comunicação é realizada ao longo dos anos por meio do compartilhamento</p><p>de informações de experiência. Comunicar é um ato essencial para nós seres</p><p>humanos.</p><p>O processo de comunicação é regado por compartilhamentos de informações,</p><p>trocas de experiências e é através da troca de uma informação que ocorre a</p><p>interpretação de um texto, mensagem e/ou informação. Nesse ato, temos o canal</p><p>de comunicação que pode ser no mundo presencial ou no ensino a distância, por</p><p>meio de mensagens ou no momento de avaliação, conforme a Figura 10, a seguir:</p><p>FIGURA 10 – PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NO AVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>107</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>No processo de comunicação do AVA temos o emissor que envia a</p><p>mensagem o canal de comunicação que é o AVA e o receptor que é quem recebe</p><p>a mensagem.</p><p>Na sala de aula virtual, entendida como AVA, temos os agentes da</p><p>comunicação que são os estudantes, professores e tutores. Nos processos de</p><p>interação e nos momentos de avaliação realizada nos fóruns, chats, portfólios</p><p>entre outros, há elementos fundamentais que consistem no processo de</p><p>comunicação realizado dentro desse contexto.</p><p>Os elementos do processo de comunicação no AVA são:</p><p>• Emissor – aquele que emite a mensagem, seja professor, aluno ou tutor.</p><p>• Codifi cação – o código, ou seja, a informação enviada através do AVA.</p><p>• Mensagem – o conteúdo propriamente dito no AVA.</p><p>• Decodifi cação – a interpretação feita pelo receptor da mensagem</p><p>enviada.</p><p>• Receptor – aquele que recebe a mensagem.</p><p>• Resposta – a mensagem enviada como retorno ao emissor.</p><p>• Feedback – o retorno realizado pelo emissor ou receptor da mensagem</p><p>enviada, explicitando as informações e/ou mensagens necessárias para</p><p>aquele conteúdo que fez parte da interação entre os agentes do AVA.</p><p>FIGURA 11 – PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NO AVA – FEEDBACK</p><p>FONTE: A autora</p><p>No AVA temos trocas de informações e comunicações e por meio delas</p><p>geramos o feedback. Nesses momentos podem ocorrer ruídos na comunicação,</p><p>ou seja, uma interpretação errada de algo que foi escrito ou comentado nesse</p><p>ambiente.</p><p>108</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>O ruído na comunicação pode ocorrer em todos os espaços do AVA.</p><p>Isso ocorre devido a interpretação do sentido e do signifi cado da mensagem</p><p>pelo receptor. Esse fato também pode ocorrer em um momento subjetivo de</p><p>avaliação, pois o professor pode explicitar e questionar ao estudante algo do</p><p>tipo: “O que você entende sobre esse conceito”? A resposta do estudante será</p><p>o seu entendimento sobre determinado tema e o professor terá que expressar</p><p>o feedback, ou seja, o signo da mensagem da informação que será interpretada</p><p>por meio de um signifi cado que será enviado ao estudante — como feedback —</p><p>através da mensagem conforme a fi gura a seguir:</p><p>FIGURA 12 – PROCESSO DE FEEDBACK NO AVA</p><p>FONTE: A autora</p><p>O conceito de feedback no AVA é relacionado à informação explicitada ao</p><p>estudante que informa, descreve o seu desempenho em determinada atividade</p><p>realizada no AVA. Tal processo de retorno explicita ao estudante uma orientação</p><p>efetiva, clara e objetiva para que possa melhorar a aprendizagem e o seu</p><p>desempenho no mundo acadêmico. O aluno pode desenvolver-se constantemente</p><p>no processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Para que o processo de comunicação do feedback seja claro é preciso muita</p><p>lucidez nas palavras e na mensagem informada ao estudante, permitindo que o</p><p>aluno ao receber a mensagem compreenda os erros e acertos que ocorreram no</p><p>momento avaliativo no AVA.</p><p>Se você quer saber mais sobre o feedback no ambiente virtual</p><p>de aprendizagem acesse o link: http://www.opet.com.br/faculdade/</p><p>revista-pedagogia/pdf/n8/artigo-2.pdf.</p><p>109</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>No cenário avaliativo, o feedback no AVA deve sempre conter mensagens</p><p>positivas, com informações motivadoras que proporcionem aos estudantes estí-</p><p>mulos para a correção dos seus erros, motivando o aluno a estudar e a refl etir em</p><p>que está errando para em uma próxima oportunidade acertar. Nesse contexto, o</p><p>feedback é intitulado como feedback formativo e os resultados dessa troca entre</p><p>estudante e professor potencializam o estudante na sua aprendizagem motivando</p><p>ao estudo e a refl exão para melhorias no seu processo formativo.</p><p>O professor pode dar o feedback no AVA como maneira de orientar e indicar os</p><p>pontos fortes e fracos do estudante, pois possibilita atitudes e ações de melhoria no</p><p>processo ensino-aprendizagem tanto para o estudante como para o professor.</p><p>Você sabe de onde vem o termo feedback e qual é a sua origem?</p><p>Vamos aprender mais sobre o termo feedback!</p><p>Feedback é oriundo da Biologia e está atrelado ao processo de resposta que</p><p>o nosso organismo emite após interagir com o ambiente. No cenário da educação</p><p>o feedback pode ser compreendido como: “o conjunto de respostas que o profes-</p><p>sor fornece ao aluno sobre a correção das diferentes atividades propostas, como</p><p>por exemplo, deveres de casa, trabalhos extraclasse e contribuições em sala de</p><p>aula” (VRASIDAS; MCISAAC, 1999, p. 25).</p><p>O feedback também pode ser compreendido como a correção de tarefas em</p><p>que o professor emite ao estudante um parecer sobre a atividade realizada, ou</p><p>seja, o feedback é qualquer resposta que o professor emite ao estudante. No AVA,</p><p>o feedback está fortemente ligado ao processo formativo da avaliação, pois possi-</p><p>bilita o aumento de conhecimentos, habilidades, atitudes e compreensão do estu-</p><p>dante mediante a tarefa realizada.</p><p>Podemos defi nir feedback como o retorno de um processo que explicita uma</p><p>informação. O papel do professor nesse processo é fundamental para que o estu-</p><p>dante tenha organização e motivação para melhorar no processo de aprendizagem.</p><p>Junto ao feedback é fundamental que o professor organize e planeje as ativi-</p><p>dades alinhadas ao seu propósito de trabalho. O feedback inicia no planejamento</p><p>110</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>e na organização das aulas e das provas realizadas pelo professor. Segundo Cas-</p><p>tro, Tucunduva e Arns (2008, p. 60), “o planejamento não deve ser usado como</p><p>um regulador das ações humanas e</p><p>sim um norteador na busca da autonomia e</p><p>nas escolhas dos caminhos a serem percorridos”.</p><p>O planejamento está intersectado como cenário do ensino-aprendizagem,</p><p>pois o professor só poderá transmitir o feedback se as aulas e as avaliações fo-</p><p>rem estruturadas, organizadas e planejadas de forma clara e objetiva.</p><p>Outra questão fundamental nesse cenário é o uso do feedback como instru-</p><p>mento contínuo no processo avaliativo e não apenas como um momento privile-</p><p>giado, ou seja, realizado apenas nos momentos de testes no AVA.</p><p>Existem várias formas de transmitir o feedback: mensagens, esquemas e</p><p>modelos. O fundamental é que o professor observe e motive o estudante a parti-</p><p>cipar do processo, compreender os seus erros, seus acertos e suas falhas para</p><p>se desenvolver dentro do processo de aprendizagem. A Legislação na Lei de Di-</p><p>retrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9394/96, explicita no Artigo 24:</p><p>Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio,</p><p>será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:</p><p>I- a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, dis-</p><p>tribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho</p><p>escolar, excluído o tempo reservado aos exames fi nais, quan-</p><p>do houver;</p><p>II- a classifi cação em qualquer série ou etapa, exceto a primei-</p><p>ra do ensino fundamental, pode ser feita:</p><p>a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveita-</p><p>mento, a série ou fase anterior, na própria escola;</p><p>b) por transferência, para candidatos procedentes de outras</p><p>escolas;</p><p>c) independentemente de escolarização anterior, mediante</p><p>avaliação feita pela escola, que defi na o grau de desenvolvi-</p><p>mento e experiência do candidato e permita sua inscrição na</p><p>série ou etapa adequada, conforme regulamentação do res-</p><p>pectivo sistema de ensino;</p><p>III- nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por</p><p>série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão</p><p>parcial, desde que preservada a sequência do currículo, obser-</p><p>vadas as normas do respectivo sistema de ensino;</p><p>IV- poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de</p><p>séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na</p><p>matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros</p><p>componentes curriculares;</p><p>V- A verifi cação do rendimento escolar observará os seguintes</p><p>critérios:</p><p>a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno,</p><p>com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitati-</p><p>vos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventu-</p><p>ais provas fi nais;</p><p>b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com</p><p>atraso escolar;</p><p>111</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante</p><p>verifi cação do aprendizado;</p><p>d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;</p><p>e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência</p><p>paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento</p><p>escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em</p><p>seus regimentos (BRASIL, 1996).</p><p>O professor observa e considera o contexto de aprendizado do estudante,</p><p>ou seja, o educador deve levar em consideração o processo formativo do apren-</p><p>dizado. As avaliações segundo a LDB 9394/96, devem ser de caráter somativo e</p><p>cumulativo durante o processo de ensino aprendizagem. Assim, as avalições no</p><p>AVA por meio de testes, provas, portfólios e demais processos avaliativos devem</p><p>ocorrer de maneira contextualizada adotando a prática do feedback.</p><p>A avaliação escrita proporciona ao professor um olhar mais amplo sobre o pro-</p><p>cesso de aprendizagem do estudante, explicitando o que acertou ou errou durante</p><p>o processo. O feedback é importante para o estudante e faz com que repense os</p><p>acertos, erros e o que precisa melhorar no processo de aprendizagem. Tanto a ava-</p><p>liação como o feedback passam a ser atividades reguladoras do processo de ensi-</p><p>no-aprendizagem, proporcionando ao professor um repensar no seu planejamento</p><p>didático, fazendo com que permaneça ou não com o mesmo conteúdo e metodolo-</p><p>gia didática ou alternado sua maneira de organizar didaticamente as aulas.</p><p>Segundo Pereira e Flores (2013, p. 50): “os participantes consideram o fee-</p><p>dback um elemento importante para a sua aprendizagem e valorizam as informa-</p><p>ções transmitidas pelos docentes quando a sua aprendizagem depende delas”.</p><p>Percebemos que o feedback é importante para o estudante, pois permite re-</p><p>pensar a aprendizagem, além de transmitir um retorno sobre uma atividade, uma</p><p>avaliação ou um teste realizado no AVA. É importante que o retorno ocorra em</p><p>um curto espaço de tempo, pois caso tardar, as informações perdem o sentido e</p><p>signifi cado para o estudante.</p><p>Continuando o pensamento de Pereira e Flores (2013, p. 51): “os estudantes</p><p>afi rmam que a efi cácia aumenta quando obtêm feedback do professor relativamen-</p><p>te à nota atribuída e consideram que todo o feedback fornecido ao longo das suas</p><p>experiências acadêmicas terá implicações nas tomadas de decisão profi ssionais”.</p><p>O feedback pode ser fundamental quando o professor compreende o proces-</p><p>so ensino-aprendizagem e quando o estudante compreende os benefícios dessa</p><p>prática avaliativa de retorno que começa com a qualidade das observações reali-</p><p>zadas e que explicitam os objetivos de aprendizagem e motivam o estudante na</p><p>interatividade pedagógica.</p><p>112</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Se você quer saber mais sobre o feedback no ambiente virtual</p><p>de aprendizagem acesse o link: http://www.educacao-a-distancia.</p><p>com/feedback-ao-aluno-de-ead/.</p><p>O feedback deve ter uma linguagem clara, objetiva e de fácil compreensão</p><p>no momento avaliativo proporcionado no AVA, conforme explicitado a seguir:</p><p>A avaliação pode ter diversas funções, normalmente designa-</p><p>das de diagnóstica, formativa, somativa, sendo que, em termos</p><p>muito simplistas, a avaliação diagnóstica, cabe a responsabili-</p><p>dade de permitir identifi car o nível do aluno relativamente aos</p><p>conhecimentos a adquirir e as competências a desenvolver no</p><p>curso, e à avaliação formativa, compete facultar ao aluno e ao</p><p>professor um feedback relativamente ao desenvolvimento das</p><p>aprendizagens, permitindo introduzir reajustes que se revelam</p><p>necessários e, sobre a avaliação somativa, recai normalmente</p><p>a necessidade de facilitar a atribuição de uma classifi cação ao</p><p>aluno (SILVA; PESCE; ZUIN, 2010, p. 333).</p><p>O feedback tem que ter efeito claro que proporcione uma comunicação asser-</p><p>tiva, respeitosa e direta ao estudante. A mensagem comunicativa será compreen-</p><p>dida pelo estudante como um ato de melhoria no seu processo de aprendizagem.</p><p>O respeito é um elemento de sucesso no feedback entre professor e estudante,</p><p>pois permite trocas objetivas e sem julgamentos pessoais entre os dois agentes.</p><p>Para que o professor transmita o feedback, é necessário ter habilidade no</p><p>ato da comunicação, compreender o seu conceito, o processo, a criação de um</p><p>ambiente no AVA com confi ança entre o educador e o educando.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 O Qual o conceito de feedback no AVA?</p><p>2 Como o professor pode realizar o feedback no AVA?</p><p>3 Por que o feedback é importante no AVA?</p><p>113</p><p>AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EAD Capítulo 3</p><p>5 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Neste capítulo, explicitamos a avaliação nos ambientes virtuais de aprendi-</p><p>zagem e percebemos que deve ocorrer durante o processo, ou seja, na entrada</p><p>do estudante e durante todo o percurso formativo. A avaliação pode acontecer por</p><p>meio da participação no fórum, nos debates em grupos, em uma webconferên-</p><p>cia, enfi m, durante o processo de realização da disciplina. Essa avaliação deve</p><p>ocorrer de maneira processual, ou seja, uma avaliação realizada durante toda a</p><p>produção do estudante e não apenas nos momentos de prova.</p><p>Discutimos sobre os critérios avaliativos que podem ser analisados através</p><p>de três formas: avaliação por meio de testes on-line; avaliação da produção indi-</p><p>vidual dos estudantes e análise das interações entre os alunos, a partir das men-</p><p>sagens postadas e trocadas por meio das diversas</p><p>ferramentas de comunicação.</p><p>Finalizamos o capítulo discutindo sobre a avaliação de aprendizagem: Feedba-</p><p>ck. Compreendemos que esse processo deve ter clareza nas palavras e também na</p><p>mensagem informada ao estudante no processo de comunicação, para que o aluno</p><p>compreenda os erros e acertos do momento avaliativo ocorrido no AVA.</p><p>Concluímos o material didático EAD e Métodos de Avaliação compreendendo</p><p>que a avaliação faz parte do processo de ensino seja na modalidade presencial</p><p>ou a distância e que as metodologias adotadas na avaliação estão diretamente</p><p>ligadas a postura pedagógica do professor.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BEHAR, P. A. Modelos Pedagógicos para a Educação a Distância. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 2009.</p><p>BRASIL. Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e</p><p>bases da educação nacional. Diário Ofi cial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.</p><p>Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 9</p><p>out. 2019.</p><p>CASTRO, P. A. P. P.; TUCUNDUVA, C. C.; ARNS, E. M. A importância do</p><p>planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua</p><p>prática docente. Athena Revista Científi ca de Educação, São Paulo, v. 10, n.</p><p>10, p. 49-62, jan./jun. 2008.</p><p>114</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>DIAS, R. A.; LEITE, L. S. Educação a distância: da legislação ao pedagógico.</p><p>Petrópolis: Vozes, 2010.</p><p>GARDNER, H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva,</p><p>2000.</p><p>HOFFMAN, J. Avaliar para promover. Porto Alegre: Mediação, 2001.</p><p>PEREIRA, D. R.; FLORES, M. A. Avaliação e feedback no ensino superior: um</p><p>estúdio na Universidade do Minho. Revista Iberoamericana de Educación</p><p>Superior, v. 4, n. 10, p. 40- 54, 2013.</p><p>QUINQUER, D. Modelos e Enfoques sobre a Avaliação: O modelo Comunicativo.</p><p>In:</p><p>BALLESTER, M, et al. Avaliação como apoio à aprendizagem. Porto Alegre:</p><p>Artmed,</p><p>2003.</p><p>ROMÃO, J. E. Avaliação dialógica: desafi os e perspectivas. São Paulo: Cortez,</p><p>2001.</p><p>SILVA, M.; PESCE, L.; ZUIN, A. Educação on-line cenário, formação e</p><p>questões didático-metodológicas. Rio de Janeiro: WAK, 2010.</p><p>VRASIDAS, C.; MCISAAC, M. S. Factors infl uencing interaction in an on-line</p><p>course. American Journal of Distance Education, v. 13, n. 3, p. 22-36, 1999.</p><p>em seis categorias e cada uma é ligada</p><p>aos verbos, com o objetivo de dar suporte ao planejamento pedagógico, elaborado</p><p>pelo professor, e são ligados ao domínio cognitivo, conforme a fi gura a seguir:</p><p>FIGURA 5 – SUBCATEGORIAS DA TAXIONOMIA DE BLOOM</p><p>FONTE: A autora</p><p>16</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>No domínio cognitivo, a Taxionomia de Bloom é explicitada por seis critérios,</p><p>a saber: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. No</p><p>domínio afetivo são interligadas as questões referentes ao comportamento, atitu-</p><p>de, responsabilidade, respeito, emoção e valores. Já no domínio psicomotor, estão</p><p>relacionadas as questões referentes ao refl exo, movimentos básicos, comunicação</p><p>verbal e não verbal, entre outras questões relacionadas ao movimento psicomotor.</p><p>Nas décadas de 60 e 70, nos Estados Unidos, as questões relacionadas com a</p><p>avaliação e com os programas educacionais ganharam espaço com a preocupação</p><p>dos governantes com o fracasso do desempenho escolar, resultando em investi-</p><p>mento públicos para essa demanda. No governo de John Kennedy, iniciaram os</p><p>modelos de avaliações para aplicabilidade em larga escala. Tais modelos chegaram</p><p>ao Brasil por volta de 1980-1990 e atualmente ainda são utilizados, com o intuito de</p><p>verifi car a efetividade e a efi cácia dos resultados oriundos dos exames escolares.</p><p>Nos Estados Unidos, a partir daquela época, a avaliação era obrigatória a</p><p>todos os programas sociais. Além disso, foram incluídas as seguintes áreas do</p><p>conhecimento: Filosofi a, Sociologia, Economia e Administração. O conhecimento</p><p>era avaliado de forma ampla, com métodos atrelados aos objetivos curriculares.</p><p>No Brasil, as questões referentes à teoria e à prática avaliativa da aprendiza-</p><p>gem, sofreram infl uências dos acontecimentos e das metodologias norte-america-</p><p>nas e do pensamento positivista.</p><p>O Positivismo está relacionado ao conhecimento científi co en-</p><p>quanto único conhecimento existente e verdadeiro, ou seja, o conhe-</p><p>cimento só é verdadeiro quando é comprovado cientifi camente.</p><p>Um exemplo da corrente positivista é a Lei n° 5.692/71, no Artigo 14:</p><p>Art. 14. A verifi cação do rendimento escolar fi cará, na forma</p><p>regimental, a cargo dos estabelecimentos, compreendendo a</p><p>avaliação do aproveitamento e a apuração da assiduidade.</p><p>§ 1º Na avaliação do aproveitamento, a ser expressa em notas</p><p>ou menções, preponderarão os aspectos qualitativos sobre os</p><p>quantitativos e os resultados obtidos durante o período letivo</p><p>sobre os da prova fi nal, caso esta seja exigida.</p><p>§ 2º O aluno de aproveitamento insufi ciente poderá obter apro-</p><p>vação mediante estudos de recuperação proporcionados obri-</p><p>gatoriamente pelo estabelecimento.</p><p>17</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>§ 3º Ter-se-á como aprovado quanto à assiduidade:</p><p>a) o aluno de frequência igual ou superior a 75% na respectiva</p><p>disciplina, área de estudo ou atividade;</p><p>b) o aluno de frequência inferior a 75% que tenha tido apro-</p><p>veitamento superior a 80% da escala de notas ou menções</p><p>adotadas pelo estabelecimento;</p><p>c) o aluno que não se encontre na hipótese da alínea anterior,</p><p>mas com frequência igual ou superior, ao mínimo estabeleci-</p><p>do em cada sistema de ensino pelo respectivo Conselho de</p><p>Educação, e que demonstre melhoria de aproveitamento após</p><p>estudos a título de recuperação.</p><p>§ 4º Verifi cadas as necessárias condições, os sistemas de en-</p><p>sino poderão admitir a adoção de critérios que permitam avan-</p><p>ços progressivos dos alunos pela conjugação dos elementos</p><p>de idade e aproveitamento (BRASIL, 1971).</p><p>No referido Artigo, assegura-se a ordem e a disciplina no contexto escolar</p><p>como um dos critérios de verifi cação do rendimento, ou seja, da avaliação.</p><p>Caso tenha interesse, acesse e leia na íntegra a Lei n° 5.692/71, em:</p><p><http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-</p><p>agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html>.</p><p>Entre 1965 e início da década de 80, período intitulado de profi ssionalização</p><p>da avaliação, aconteceram vários debates sobre a educação, porém, todos tinham</p><p>como ponto em comum: a valorização de métodos qualitativos, incluindo no</p><p>processo avaliativo a participação e a interação do estudante no contexto escolar.</p><p>Conforme a discussão histórica sobre a avaliação analisada neste capítulo,</p><p>observamos que em algumas salas de aulas a preocupação maior é com a</p><p>disciplina e o comportamento do estudante, do que com o processo de ensino-</p><p>aprendizagem.</p><p>No entanto, há contextos escolares em que o enfoque da avaliação é o</p><p>processo ensino-aprendizagem, sendo este processual, com função diagnóstica,</p><p>formativa e somativa, estabelecendo critérios para o acompanhamento do</p><p>estudante no contexto escolar.</p><p>18</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 O termo avaliação educacional foi utilizado pela primeira vez</p><p>quando e por qual autor?</p><p>2 Segundo Tyler, quais são os passos do modelo de avaliação?</p><p>3 Outro autor que também explicita sobre a avaliação é o Bloom.</p><p>Segundo esse teórico, a avaliação é constituída por três domínios.</p><p>Quais são?</p><p>Acerca do domínio cognitivo, a Taxionomia de Bloom cita seis critérios, a</p><p>saber: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. O</p><p>domínio afetivo é interligado as questões referentes ao comportamento, atitude,</p><p>responsabilidade, respeito, emoção e valores. O domínio psicomotor é relacionado</p><p>as questões relativas ao refl exo, movimentos básicos, comunicação verbal e não</p><p>verbal, entre outras.</p><p>3 CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO</p><p>No cenário educacional, a avaliação é utilizada no contexto da sala de aula</p><p>como ferramenta pedagógica para verifi car o processo de aprendizagem do</p><p>estudante. E você, já se perguntou o que é avaliação? Qual é o seu signifi cado?</p><p>Diferentes teóricos estudaram e conceituaram a avaliação. Vamos começar</p><p>com a raiz do termo, ou seja, de onde deriva-se a palavra “avaliação”.</p><p>Avaliação é proveniente do latim, signifi ca valor e mérito ao objeto de</p><p>pesquisa, conexão entre o ato de avaliar e medir os conhecimentos adquiridos por</p><p>um indivíduo (KRAEMER, 2006).</p><p>A avaliação é um instrumento utilizado no contexto escolar que pode averiguar/</p><p>desenhar os conhecimentos, atitudes, habilidades ou aptidões que o estudante</p><p>se apropria. Assim, a avaliação pode mensurar, através dos objetivos propostos</p><p>no planejamento didático do professor, os conceitos que já foram aprendidos pelo</p><p>estudante e as difi culdades apresentadas no processo ensino-aprendizagem.</p><p>19</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>Nos estudos de avaliação de Luckesi:</p><p>Esses casos atestam a possibilidade efetiva de desenvolvimento</p><p>de pesquisas de vários tipos, até da mais rigorosa pesquisa</p><p>acadêmica, mesmo nas nossas escolas. É verdade que elas</p><p>não representam a situação comum das escolas da rede</p><p>pública no país, como já fi cou dito. Mas, guardadas as devidas</p><p>distâncias, creio que podemos, a partir de seu estudo, discutir</p><p>um pouco o estado atual da questão do professor-pesquisador</p><p>e seu saber, tal como vem sendo apresentada por alguns dos</p><p>seus estudiosos (1998, p.14).</p><p>Para Luckesi (2011), o professor é um pesquisador e o ato de avaliar é um</p><p>ato de observar, verifi car, e não é restrito a um só objetivo, pois vai além da di-</p><p>mensão da sala de aula, permitindo ao professor avaliar-se para uma tomada de</p><p>decisão: permanecer com a mesma metodologia adotada ou mudar a prática pe-</p><p>dagógica utilizada até então.</p><p>Outro teórico que conceitua avaliação é Sant’Anna (1995). Para a autora, a</p><p>avaliação é um procedimento possível de identifi car, aferir e averiguar, pois anali-</p><p>sa as alterações do comportamento e rendimento do estudante, do professor, do</p><p>contexto escolar, além disso, verifi ca se a aprendizagem aconteceu tanto mental-</p><p>mente, quanto se o estudante aprendeu a prática do conhecimento compartilhado.</p><p>A avaliação, ainda segundo Sant’Anna (1995), é global, visto que permite</p><p>analisar todas as dimensões da vida do estudante, na sua totalidade, percebendo</p><p>primeiramente o contexto, a partir do diagnóstico realizado no início do processo</p><p>de aprendizagem. Desse modo, é possível verifi car as difi culdades do educando</p><p>no início de sua jornada acadêmica. Essa avaliação inicial (diagnóstica) avalia</p><p>tanto a parte prática quanto a teórica.</p><p>Both (2007) é outro autor que explicita sobre a avaliação. Segundo o teóri-</p><p>co, ela vem atrelada a duas questões que são: a qualidade do desempenho do</p><p>estudante relacionada à quantidade de atividades que são propostas ao aluno.</p><p>Essas questões precisam ser equilibradas e planejadas pelo professor. Para Both,</p><p>o importante é a qualidade do ensino, assim a avaliação vai além da questão da</p><p>verifi cação de aprendizagem.</p><p>Para você saber mais sobre a avaliação, indicamos a leitura dos</p><p>seguintes livros:</p><p>Avaliação da Aprendizagem Componente do Ato Pedagógico</p><p>de Cipriano Carlos Luckesi, São Paulo: Editora Cortez, 2011.</p><p>20</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>A Avaliação da Aprendizagem na Escola da Ponte de José</p><p>Pacheco e Maria de Fátima Pacheco (Org.), Rio de Janeiro: Editora</p><p>Wake, 2012.</p><p>Você já pensou na avaliação como processo de refl exão e planejamento para</p><p>atingir um determinado objetivo?</p><p>O teórico Fernandes (2014) defi ne a avaliação como um ato de refl etir,</p><p>planejar, bem como estabelecer metas e objetivos. Assim, os critérios de avaliação</p><p>podem estar atrelados aos resultados e relacionados tanto com a fi nalidade como</p><p>aos objetivos propostos no início da caminhada acadêmica.</p><p>Conforme o pensamento deste autor, a avaliação requer refl exão e</p><p>planejamento para atingir o objetivo. Além disso, propõe avaliar se intersecta com</p><p>todo o processo avaliativo, social e político.</p><p>Outra concepção de avaliação vem do autor Libâneo (1994). Segundo esse</p><p>autor, a avaliação é um instrumento que permite ao professor observar se o</p><p>estudante aprendeu ou não determinado conteúdo. Além disso, permite perceber</p><p>o que o aluno sabe sobre determinado tema.</p><p>A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a reali-</p><p>zação de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas</p><p>proporciona dados que devem ser submetidos a uma aprecia-</p><p>ção qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógi-</p><p>co-didáticas, de diagnóstico e de controle em relação as quais</p><p>se recorrem a instrumentos de verifi cação do rendimento esco-</p><p>lar (LIBÂNEO, 1994, p. 195).</p><p>Neste contexto, a avaliação tem como meta auxiliar o professor no processo</p><p>de aprendizagem, observando o aprendizado de determinado conteúdo. Assim,</p><p>mediante os aprendizados conquistados ou não pelo estudante, o planejamento</p><p>do professor poderá ser alterado, caso o estudante não esteja aprendendo deter-</p><p>minado conteúdo ou permanecer com aquele planejamento, pois o aluno demons-</p><p>tra que está aprendendo o tema proposto com facilidade.</p><p>A avaliação pode ser percebida como transformadora da realidade escolar,</p><p>pois proporciona mudanças no planejamento do professor, quando o educando</p><p>apresentar difi culdades, a fi m de que o aprendizado aconteça por meio de outras</p><p>técnicas.</p><p>21</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 A avaliação faz parte do cenário escolar e ocorre em diferentes</p><p>momentos pedagógicos, no início ou no fi nal do ano letivo.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA sobre o conceito de avaliação:</p><p>a) ( ) A avaliação é a conexão entre o ato de avaliar e de medir os</p><p>conhecimentos adquiridos por um indivíduo.</p><p>b) ( ) A avaliação é pontual, é uma ferramenta que está contida no</p><p>livro didático.</p><p>c) ( ) A avaliação é um termo em latim que signifi ca escolare.</p><p>d) ( ) A avaliação é realizada nas férias escolares.</p><p>2 Há várias concepções sobre avaliação. Entre os autores que</p><p>explicitam sobre esse tema, temos Sant´Anna (1995). O que ela</p><p>explicita sobre esse assunto?</p><p>4 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>Na relação entre teoria e prática no trabalho pedagógico, atrelados a avalia-</p><p>ção, é necessário clareza em questões importantes do contexto da sala de aula.</p><p>Uma delas é o planejamento, a escolha do método e a avaliação utilizadas nesse</p><p>cenário. Outra é a organização dos educadores no fazer pedagógico, para propor-</p><p>cionar a melhor interação e assimilação dos conteúdos.</p><p>Planejar exige cuidado com as tarefas que são traçadas para serem alcan-</p><p>çadas, ou seja, verifi car objetivamente os procedimentos para executá-los de ma-</p><p>neira que responda a problemática inicial. O modelo educacional do saber fazer</p><p>é baseado no planejamento e ganha lugar de destaque no programa curricular</p><p>de ensino, bem como nos planos de aula docente. “A racionalidade do processo</p><p>aparece como necessidade básica para o alcance dos objetivos do ensino” (MAR-</p><p>TINS, 2008, p. 18-19).</p><p>Analisaremos a efi ciência dos métodos na atividade pedagógica e compre-</p><p>enderemos as formas e práticas de interação e avaliação no contexto escolar.</p><p>Vamos lá?</p><p>22</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>No contexto da organização das escolas e da formação do professor, perce-</p><p>bemos na caminhada algumas iniciativas que infl uenciaram a prática do docente</p><p>no percurso histórico, brevemente assinalados a seguir:</p><p>FIGURA 6 – MAPA CONCEITUAL: PERCURSO HISTÓRICO</p><p>FONTE: A autora</p><p>Dentro desta organização escolar e deste histórico, uma das questões as-</p><p>sinaladas e importantes nesse espaço do conhecimento, é o método de ensino</p><p>utilizado pelo professor. Para a escolha do método adequado a ser utilizado em</p><p>sala de aula, verifi camos primeiramente, qual a nossa intenção educacional, qual</p><p>o objetivo que queremos alcançar.</p><p>O método a ser utilizado, portanto, deve levar em conta o contexto do educando,</p><p>a realidade sociocultural do aluno. Nesse fazer pedagógico, devemos observar que</p><p>há uma diferenciação entre método e técnica, como explicita Martins (2008, p. 35):</p><p>Tendo como direção uma intencionalidade educativa, método é</p><p>o elemento unifi cador e sistematizador do processo de ensino,</p><p>que determina o tipo de interação a ser estabelecida entre pro-</p><p>fessor, alunos e conteúdo, conforme a orientação que o funda-</p><p>menta. Tal orientação envolve concepções de homem, mundo,</p><p>sociedade, educação, escola, respondendo, em última análise,</p><p>a um ponto de vista de classe social. Já as técnicas são as ins-</p><p>tâncias intermediárias, os componentes operacionais de cada</p><p>proposta metodológica que viabilizarão a implementação do</p><p>método em situações práticas.</p><p>23</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>O signifi cado do termo “método” vem do grego e signifi ca methodos. Esse</p><p>termo tem o sentido de uma meta a ser seguida, um caminho, um traço. Assim,</p><p>podemos explicitar que método é um conjunto de procedimentos para atingir</p><p>um fi m, ou seja, para atingir um objetivo que foi traçado no começo de qualquer</p><p>planejamento.</p><p>Para elaborar os métodos, como abordados pelo autor, é necessário saber</p><p>qual a visão de mundo, de homem e de sociedade. Enfi m, é preciso escolher o</p><p>melhor caminho a seguir, dentro das metodologias de ensino existentes para o</p><p>seu fazer pedagógico. “A escolha do método é determinada pela matéria a ser</p><p>ensinada, pela maneira como o professor considera o aluno e pelos objetivos”</p><p>(MARTINS, 2008, p. 42).</p><p>Dentro da escolha da metodologia, é importante considerarmos quais são os</p><p>objetivos de ensino propostos para aquela aula, o conteúdo que será ministrado</p><p>e qual será a melhor técnica a ser utilizada para que os educandos aprendam</p><p>conforme o proposto para aquele momento pedagógico. Portanto, essa escolha</p><p>deve levar em consideração a relação entre os procedimentos de ensino e os</p><p>objetivos propostos, ou seja, a intenção educacional almejada.</p><p>Esta seleção do método deve apreciar a realidade sociocultural do aluno, da</p><p>escola, da sociedade em que ambos estão inseridos. Assim, o caminho escolhido</p><p>alcança a intenção educacional proposta pelo educador. Como explicita Martins</p><p>(2008, p. 40): “[...] unifi cador e sistematizador do processo de ensino, determinando</p><p>o tipo de relação a ser estabelecida entre professor e alunos, conforme</p><p>orientação</p><p>fi losófi ca que o fundamenta; tal orientação envolve uma concepção de homem e</p><p>de mundo, respondendo, em última análise, a um ponto de vista de classe”.</p><p>O ensino proporciona muitas formas de assimilação do conteúdo. Martins</p><p>(2008) cita que Comênio, no século XVII, propôs a ruptura da interação particular</p><p>entre professor e aluno para a concepção de um professor para vários alunos.</p><p>Segundo o autor, existia um método único de ensinar tudo a todos, afi rmando:</p><p>“Não é necessário que o professor ouça sempre todos os alunos, nem que</p><p>examine sempre os cadernos e os livros de todos, pois tendo como ajudantes</p><p>os chefes de turma, estes estarão atentos a que os alunos, colocados sob sua</p><p>responsabilidade, procedam como devem (MARTINS, 2008, p. 36)”.</p><p>É importante que saibamos que atualmente a escola é uma construção do</p><p>capitalismo (POCHMANN, 2007), tendo como objetivo instruir a sociedade através</p><p>da comunicação vertical (professor-aluno). Essa instrução é o caminho que se</p><p>faz para unifi cação, seleção e organização dos conteúdos e dos procedimentos</p><p>didáticos para alcançar o objetivo determinado (conhecimento).</p><p>24</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Nesta concepção, o professor ensina e o aluno aprende, sendo considerado</p><p>uma tábula rasa, um mero receptor de conteúdo, informações. Assim, o estudante</p><p>aprende o que o professor transmite, ou seja, o conteúdo produzido historicamente</p><p>pela sociedade.</p><p>A interação pela transmissão-assimilação é estudada por Herbat, conforme</p><p>explicita Martins (2008), o aluno se prepara através do estudo da lição anterior,</p><p>motivando-se para assimilação de outros conteúdos, o educador apresenta um</p><p>novo conteúdo através de aulas expositivas e o aluno assimila o conteúdo pela</p><p>comparação do conhecimento anteriormente adquirido.</p><p>Podemos destacar outras formas de interseção entre professor e aluno. São</p><p>elas:</p><p>• Transmissão-assimilação: o processo didático ocorre pela transmissão,</p><p>pelo professor, de conteúdos didáticos produzidos e acumulados pela</p><p>humanidade. O aluno, conforme explicitado anteriormente, é um assimi-</p><p>lador de conteúdo. Conforme Martins (2008, p. 38), esse método é com-</p><p>posto por cinco etapas: “instâncias operacionais (técnicas) tais como: au-</p><p>las expositivas, exercícios, demonstração didática, entre outros”.</p><p>• Aprender a aprender: o processo didático é enfatizado através da redes-</p><p>coberta do conhecimento, sendo que a questão central aqui é aprender o</p><p>método de aprender. A proposta, portanto, é o método estudado por Dewey,</p><p>composto por cinco etapas: “dinâmica de grupo, pesquisa bibliográfi cas e de</p><p>campo, entrevista, entre outros” (MARTINS, 2008, p. 41). Nesse contexto,</p><p>as atividades são realizadas em grupos, com o objetivo de integrar os estu-</p><p>dantes e trabalhar as relações interpessoais. Observa-se que nessa propos-</p><p>ta a ênfase do processo pedagógico foca-se no estudante.</p><p>• Aprender a fazer: nesta prática, os procedimentos didáticos são intitula-</p><p>dos de estratégias, sendo que o controle do tempo em cada etapa do mo-</p><p>mento pedagógico é enfatizado como objetivo de ser produtivo. A seleção</p><p>dos conteúdos programáticos é atrelada ao objetivo político da sociedade.</p><p>Assim, o foco do processo encontra-se nos meios, sendo importante o alu-</p><p>no aprender a fazer, dando respostas defi nidas pelos objetivos propostos.</p><p>Bloom (1975) abordou práticas que defi niu como instâncias operacionais que</p><p>podem ser avaliadas em três dimensões: cognitiva, psicomotora e afetiva. Essas</p><p>possibilitam diretrizes com o foco no aprender a fazer, na realização de exames de</p><p>avaliação, provas, programas, módulos de aprendizagem, entre outras práticas.</p><p>25</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>• Sistematização coletiva do conhecimento: nesta interação, o foco é a</p><p>práxis social, em que a relação dialética da compreensão-transformação</p><p>é a abordagem central. A interação entre educador e educando acontece</p><p>pela atuação do docente como mediador do processo pedagógico e do</p><p>conhecimento para o aluno na sala de aula. Nessa prática, como ressalta</p><p>Martins (2008, p. 45), as técnicas utilizadas são: “atividades coletivas de</p><p>sistematização do conhecimento, grupos diversos, exposições, plenários,</p><p>projetos, entre outras”.</p><p>Como você percebeu, a prática de interação no contexto escolar entre edu-</p><p>cadores e educandos são diversas, e estão ligadas diretamente aos diferentes</p><p>momentos históricos da sociedade.</p><p>Além disto, estas práticas indicam as possibilidades de organização do ensi-</p><p>no, do professor e da escola, e estão vinculadas ao contexto pedagógico. Assim,</p><p>é importante que ao planejar o ensino, o professor faça a opção do método (ca-</p><p>minho) que pretende utilizar em sala de aula, favorecendo a seleção de procedi-</p><p>mentos (técnicas) que serão mais apropriadas para atingir os objetivos propostos.</p><p>Na trajetória educacional brasileira há diferentes métodos e técnicas de</p><p>aprendizagem que foram implementadas, segundo a visão de mundo, sociedade</p><p>e cultura de cada período histórico brasileiro.</p><p>Analisaremos o histórico da educação no Brasil sustentado pelos papéis do</p><p>aluno e do professor no contexto escolar. Vamos estudar!</p><p>A educação no Brasil está relacionada com as concepções de homem, mun-</p><p>do, sociedade e cultura de cada momento histórico.</p><p>O primeiro momento histórico no Brasil ocorreu no século XV que se faz</p><p>referência a Pedro Álvares Cabral, cuja chegada em terras brasileiras é considerada o</p><p>marco inaugural da História do Brasil. A partir de então, de 1500 em diante, sobretudo</p><p>a partir da década de 1530, teve início a fase do Brasil Colônia. E com relação à</p><p>educação os primeiros passos foram dados nesse mesmo século, qual seja, o XV.</p><p>Ao avançar chegamos no século XVIII que foi marcado pelo período pós</p><p>Primeira Guerra Mundial, crise do café, com a substituição deste pela indústria.</p><p>Aqui a Pedagogia era intitulada tradicional, o conteúdo era assimilado pelo</p><p>estudante e o professor era o responsável por transmitir o conhecimento.</p><p>Neste contexto, as aulas eram expositivas, predominando a comunicação ver-</p><p>tical, em que o professor ordenava a sequência das atividades. A memorização tor-</p><p>nou-se muito importante e quanto maior o número de exercícios que o estudante</p><p>26</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>realizava, maior era a sua memorização e assim ele aprenderia (decoraria) o con-</p><p>ceito transmitido em sala de aula. O aluno tinha o papel de aprender (assimilar) o</p><p>conteúdo através da repetição de exercícios e fórmulas que proporcionariam a assi-</p><p>milação. A avaliação era o instrumento de verifi cação do conhecimento e os temas</p><p>propostos eram temas articulados com a repetição das atividades que eram minis-</p><p>tradas em sala de aula. Você lembra das provas em que a resposta tinha que ser</p><p>decorada, memorizada? Lembra dos verbos que eram decorados, sem sabermos</p><p>quando seriam utilizados? Pois bem, essa era a época vivenciada na educação</p><p>tradicional, em que a avaliação era o mecanismo de reprodução e assimilação de</p><p>conteúdo, além de ser usada como meio de punição para alguns estudantes.</p><p>Nestas décadas, a educação era marcada pela transmissão e assimilação do</p><p>conhecimento conforme o quadro explicativo a seguir:</p><p>QUADRO 1 – ENSINO BASEADO NA TRANSMISSÃO-ASSIMILAÇÃO DE CONTEÚDOS</p><p>FONTE: Adaptado de Martins (2008)</p><p>O professor era considerado o centro do processo, assumindo o papel de</p><p>transmissor do conhecimento e o aluno, por sua vez, uma tábula rasa, conforme o</p><p>mapa conceitual a seguir.</p><p>FIGURA 7 – ENSINO BASEADO NA TRANSMISSÃO-ASSIMILAÇÃO DE CONTEÚDOS</p><p>FONTE: A autora</p><p>Professor</p><p>Expõe a matéria. Cobra do aluno a defi nição do conteúdo e a recordação das</p><p>matérias anteriores, fazendo associação da matéria nova com um assunto</p><p>visto anteriormente para melhor fi xação. Além disso, o educador dá ênfase</p><p>em formular exercícios de repetição sobre conceitos ou fórmulas para os</p><p>estudantes, visando disciplinar a mente e formar hábitos.</p><p>Aluno</p><p>Aprendia através da repetição e memorização de conteúdo. É receptivo e</p><p>mecânico,</p><p>através de exercícios sistemáticos e retenção da matéria.</p><p>Avaliação A avaliação era mecânica, baseada na repetição da matéria pelo estudante.</p><p>27</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>No período de 1985 a 1988, o ato pedagógico foi marcado pela participação</p><p>social e foi mais percebida no fi nal dos anos 70 e início dos anos 80, com os</p><p>movimentos sociais. “O objetivo era mobilizar a sociedade para uma nova</p><p>organização e impactar a escola. Os grupos sociais se defi niram como classe,</p><p>com ênfase na problemática política” (MARTINS, 2008, p. 25).</p><p>A prática pedagógica buscava compreender a intersecção entre o contexto</p><p>escolar e a sociedade, iniciando-se a pedagogia crítico-social dos conteúdos,</p><p>proposta por Dermeval Saviani e José Carlos Libâneo . A abordagem educacional</p><p>entendia o ser humano como resultante das infl uências do contexto social,</p><p>como consequência de um processo de evolução, entendendo este como um</p><p>ser produtivo e efi ciente. Nessa abordagem, o homem era externo ao mundo e</p><p>aperfeiçoado pela produção. Acreditava-se no “aprender a fazer”, ou seja, “só se</p><p>ensina o que é mensurável e observável” (MARTINS, 2008, p. 42).</p><p>O segundo período no Brasil, entre os anos de 1989 a 1993, foi marcado por</p><p>movimentos sociais, sendo denominado por Martins (2008), de organização do</p><p>trabalho na escola. “No interior da organização escolar, fazem tentativas de alterar</p><p>as relações sociais estabelecidas no seu interior, burlando as normas, agindo de</p><p>maneira diferente daquela que é prescrita na escola (MARTINS, 2008, p. 25)”.</p><p>Este período foi consolidado pela transição. Os professores quebraram</p><p>normas com iniciativas que consolidavam nova estrutura educacional. Assim,</p><p>a educação era baseada no “aprender fazendo”, em que o papel do professor,</p><p>segundo Martins (2008), era de intermediário entre o planejamento e o aluno,</p><p>conforme o quadro a seguir:</p><p>QUADRO 2 – APRENDER A FAZER</p><p>Professor O elo entre a verdade científi ca e o aluno é a comunicação técnica</p><p>que garante a efi cácia da transmissão do conhecimento.</p><p>Aluno Comportamento de entrada e saída visando uma profi ssão.</p><p>Resposta a estímulos externos, comportamento operante</p><p>seguido pela apresentação de um estímulo.</p><p>Avaliação É um instrumento que permite o professor observar se o</p><p>estudante aprendeu ou não determinado conteúdo. Além disso,</p><p>possibilita perceber o que o aluno sabe de determinado tema.</p><p>FONTE: Adaptado de Martins (2008)</p><p>O planejamento era considerado o centro do processo (MARTINS, 2008),</p><p>conforme ilustrado em seguida:</p><p>28</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>FIGURA 8 – O PLANEJAMENTO É O CENTRO DO PROCESSO</p><p>FONTE: Adaptado de Martins (2008)</p><p>No terceiro período, ocorreram mudanças devido aos movimentos sociais.</p><p>Portanto, o contexto cultural foi marcado por confl itos. Nesta abordagem, a</p><p>ênfase do processo ensino-aprendizagem centrava-se na práxis social, sendo o</p><p>cerne da questão a relação dialética entre a compreensão e a transformação. O</p><p>período entre 1994 a 2000 é intitulado por Martins (2008) de: a produção e a</p><p>sistematização de conhecimento, em que o foco é o aluno como sujeito da sua</p><p>prática social.</p><p>O aluno é concebido como um ser historicamente situado,</p><p>pertencente a uma determinada classe, portador de uma prática</p><p>social com interesses próprios e de um conhecimento adquirido</p><p>nessa prática, os guias não podem mais ser ignorados pela</p><p>escola (MARTINS, 2008, p. 26).</p><p>Neste contexto, no cenário educacional, a prática social era considerada o</p><p>centro do processo. O professor tinha o papel de mediador do conhecimento sis-</p><p>tematizado e da prática social, e o aluno assumia o papel de sujeito do processo,</p><p>um ser histórico (MARTINS, 2008).</p><p>29</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>QUADRO 3 – SISTEMATIZAÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO</p><p>FONTE: Adaptado de Martins (2008)</p><p>Neste método pedagógico, o processo passa a ser o mediador do conheci-</p><p>mento sistematizado e o estudante é o sujeito-centro do processo educativo.</p><p>FIGURA 9 – A PRÁTICA SOCIAL COMO CENTRO DO PROCESSO</p><p>Professor Organiza atividades em grupo.</p><p>Organiza o conhecimento coletivo com os estudantes.</p><p>Aluno</p><p>Sujeito histórico.</p><p>Ser problematizador do seu contexto.</p><p>Avaliação</p><p>Instrumento alinhado ao planejamento que verifi ca como está o</p><p>aprendizado do estudante, para que o plano permaneça igual ou seja</p><p>alterado.</p><p>FONTE: Martins (2008, p. 46).</p><p>Para saber mais sobre aprender a fazer leia: O ato de apren-</p><p>der e o sujeito que aprende. Acesse o link: <http://pepsic.bvsalud.</p><p>org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542010000100010>.</p><p>Acesso em: 30 ago. 2019.</p><p>O quarto momento histórico no Brasil é caracterizado por Martins (2008)</p><p>pela ênfase na aprendizagem e no aprender a aprender. Na educação, por sua</p><p>vez, foi um período marcado por práticas do ensino do aprender a aprender, em</p><p>30</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>que o papel do professor era orientar o aluno, criando desafi os e estimulando</p><p>a investigação. A escola, portanto, assumia a função de preparar estudantes</p><p>criativos, produtivos para a vida profi ssional. O aluno assumia o papel de centro do</p><p>processo. Assim, a abordagem era considerada existencialista, focada na vida, na</p><p>atividade. Nessa perspectiva, o homem era mutável, determinado pela existência,</p><p>como explicita Martins (2008, p. 39): “O homem é um sistema aberto, em evolução</p><p>contínua, desenvolve-se em etapas, buscando um estágio fi nal alcançado. O</p><p>homem é um animal social e o mundo, um meio rico em transformação a ser</p><p>descoberto pelo indivíduo, constitui-se num espaço das vontades individuais”.</p><p>QUADRO 4 – APRENDER A APRENDER</p><p>Professor • Promove situações com experiências interessantes e propõe situações</p><p>problemas.</p><p>• Realiza pesquisa para a descoberta de soluções.</p><p>Aluno • Motivados, estimulados, interessados, autoaprendizagem, tendo o</p><p>ambiente como estímulo para novas descobertas.</p><p>Avaliação • A avaliação é realizada durante o processo de aprendizado.</p><p>FONTE: Adaptado de Martins (2008)</p><p>O estudante, portanto, era o foco do processo ensino aprendizagem. O</p><p>professor, por sua vez, era o orientador das situações de aprendizagem, conforme</p><p>ilustra a Figura 10 a seguir.</p><p>FIGURA 10 – ALUNO COMO CENTRO DO PROCESSO</p><p>FONTE: Martins (2008, p. 41)</p><p>A avaliação ao longo da história, conforme você observou, está relacionada</p><p>com as tendências pedagógicas de cada período, ou seja, a avaliação está atrela-</p><p>da a cada período histórico e educacional vivenciado na sociedade.</p><p>Um exemplo é a educação tradicional, em que conteúdo é transmitido e as-</p><p>similado. Na concepção do aprender a fazer, a avaliação é realizada através de</p><p>31</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>exames, com o objetivo de verifi cação dos conhecimentos. Assim, podemos en-</p><p>tender que a avaliação é mais conservadora e crítica.</p><p>Na abordagem tradicional explicitada como transmissão e assimilação de con-</p><p>teúdo [...] os conteúdos e procedimentos didáticos não tinham nenhuma relação</p><p>com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. “É a predomi-</p><p>nância da palavra do professor, das regras impostas” (LUCKESI, 1998, p. 55).</p><p>E para Luckesi (2011), como deve ser a avaliação? Para este teórico, a ava-</p><p>liação perpassa quatro aspectos que estão imbuídos na prática de algumas esco-</p><p>las que trabalham com a abordagem tradicional. São elas:</p><p>• Planejar uma lista de perguntas, para questionar os alunos depois de mi-</p><p>nistrar um determinado número de aulas, para verifi cação do aprendizado.</p><p>• Para os estudantes responderem as perguntas, adotar a seguinte me-</p><p>todologia: organizar a sala de aula de tal forma que um estudante fi que</p><p>bem distante do outro. Distribuir os questionários e fi scalizar para que</p><p>não copiem as respostas.</p><p>• Corrigir o questionário, de forma a analisar a nota quantitativamente, ou</p><p>seja, de forma classifi catória.</p><p>• Na última etapa, fazer o registro no diário de classe.</p><p>Esses passos comentados por Luckesi (2011) evidenciam a educação</p><p>como</p><p>transmissão e assimilação de conteúdos em que há apenas a reprodução dos te-</p><p>mas abordados no contexto escolar. Ao estudante é necessário apenas reprodu-</p><p>zir o conteúdo sem refl exão e nem problematização assunto. A avaliação, nesse</p><p>contexto, é um instrumento de mensuração, de classifi cação, com o objetivo de</p><p>incentivar o estudante a buscar as melhores notas através do método de memori-</p><p>zação do conteúdo. Você lembra como era o estudo da tabuada?</p><p>O estudo da tabuada era realizado por meio da memorização dos cálculos e</p><p>na sequência o professor aplicava uma prova oral, para verifi car se o estudante</p><p>tinha aprendido a tabuada, perguntando a ele cada uma das sentenças de multi-</p><p>plicação.</p><p>Busca respostas prontas, e quando as perguntas são propostas</p><p>que objetivam respostas pré-determinadas, não possibilitam a</p><p>formulação de novas perguntas. Este fator impede os alunos</p><p>de serem criativos, refl exivos e questionadores. A avaliação,</p><p>de maneira geral, única e bimestral, contempla questões que</p><p>envolvem a reprodução dos conteúdos propostos, enfatizando e</p><p>valorizando a memorização, a repetição e a exatidão, perguntas</p><p>que envolvem reprodução buscam respostas prontas, ela</p><p>é única e bimestral, impede aos alunos o questionamento,</p><p>valorizando a memorização (BEHRENS, 2005, p. 46).</p><p>32</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Na proposta do aprender a fazer, também intitulada de escola tecnicista, a</p><p>técnica está sempre à frente da afetividade (LUCKESI, 2011). Nesse modelo, é</p><p>importante fazer os testes, exames para analisar se o estudante aprendeu, além</p><p>de também fazer testes práticos para mensurar o aprendizado daquela técnica.</p><p>Na abordagem tradicional e tecnicista, conforme explicita Behrens (2005), o</p><p>educando e o professor não são elementos principais no processo. O elemento</p><p>principal é o planejamento dos meios para atingir os fi ns propostos. O planejamento</p><p>e o controle fazem com que o objetivo do processo educacional seja alcançado.</p><p>Tanto a sistematização do conhecimento quanto o aprender a aprender são</p><p>propostas baseadas em uma abordagem sistêmica, segundo Behrens (2005). É</p><p>uma concepção que visa o processo avaliativo, o crescimento progressivo do es-</p><p>tudante, respeitando-o como pessoa, contemplando no processo as inteligências</p><p>múltiplas, os limites e qualidades. Assim, a construção do conhecimento estará</p><p>em harmonia com os conteúdos propostos e com a aceitação dos diferentes pro-</p><p>cessos de aprendizagem.</p><p>Avaliação no ensino com pesquisa apresenta-se contínua,</p><p>processual e participativa. O acompanhamento dos alunos</p><p>em projetos e pesquisas tem como norteador a proposição</p><p>de critérios discutidos e construídos com os alunos antes de</p><p>começar o processo... O aluno é avaliado pelo desempenho</p><p>geral e globalizado, com acompanhamento do seu ritmo</p><p>participativo e produtivo, todos os dias e não por momentos de</p><p>grande esforço de memorização e cópia no fi nal do bimestre</p><p>(BEHRENS, 2005, p. 102).</p><p>A avaliação é processual e diagnóstica, voltada ao aprendizado, com o objeti-</p><p>vo de averiguar o processo ensino-aprendizagem, ou seja, verifi car o andamento do</p><p>aprendizado do estudante para prosseguir ou modifi car o planejamento pedagógico.</p><p>O importante dentro deste contexto é observar qual a tendência pedagógica</p><p>que o professor adota em sala de aula, pois por meio desta observação você per-</p><p>ceberá a escolha avaliativa do profi ssional aplicada no contexto educacional.</p><p>Atividade de Estudo:</p><p>1 Estudamos que as tendências pedagógicas estão ligadas aos</p><p>acontecimentos históricos. Disserte aqui sobre a linha histórica</p><p>das tendências pedagógicas.</p><p>33</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>2 Na abordagem tradicional, conhecida como transmissão e assimi-</p><p>lação de conteúdo, o processo avaliativo é muito importante. So-</p><p>bre a avaliação nessa abordagem, assinale com V as sentenças</p><p>verdadeiras e F as falsas:</p><p>( ) A avaliação era a repetição dos conteúdos aprendidos no contex-</p><p>to educacional.</p><p>( ) A avaliação é realizada em vários momentos do contexto escolar.</p><p>( ) A avaliação é feita através de exames para verifi cação dos co-</p><p>nhecimentos.</p><p>( ) A avaliação é feita através da autoavaliação.</p><p>Agora assinale a alternativa com a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V - V - V - F.</p><p>b) ( ) F - F - F - V.</p><p>c) ( ) F - V - F - V.</p><p>d) ( ) V - F - V – F</p><p>3 Na perspectiva da escola tecnicista, do aprender a fazer, a avalia-</p><p>ção era primordial, pois nesse processo o professor a utiliza para</p><p>qual fi nalidade?</p><p>4 Na concepção pedagógica da sistematização dos conteúdos, uma</p><p>abordagem crítica da educação, a avaliação exercia qual papel?</p><p>5 Na tendência do aprender a aprender, em que professores e es-</p><p>tudantes participam ativamente do processo pedagógico, qual era</p><p>a metodologia avaliativa?</p><p>5 AVALIAÇÃO: CARACTERÍSTICAS E</p><p>FUNÇÕES</p><p>Você sabia que a avaliação pode ser estudada por diferentes prismas? Isto</p><p>acontece devido às características e funções do contexto escolar. O ato de avaliar</p><p>tem a intenção de emitir quantitativamente um valor ou julgamento, seja de um</p><p>assunto, um objetivo ou uma pessoa.</p><p>34</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>A avaliação é usada em nossa sociedade em diferentes cenários para men-</p><p>surar numericamente. As notas podem ser mensuradas em números e expressas</p><p>em gráfi cos, classifi cando os estudantes, como no gráfi co a seguir:</p><p>GRÁFICO 1 – NOTA DOS ESTUDANTES DA SALA X</p><p>FONTE: A autora</p><p>O aluno Mi recebeu nota 10; o estudante Do, nota 8, já o estudante Re, nota</p><p>7 e o aluno Si, nota 6. O estudante Lá ganhou nota 4 e o estudante Só, nota 5.</p><p>Assim, o professor verifi ca os estudantes que precisam mais atenção para criar</p><p>novos formatos e metodologias de ensino.</p><p>Há avaliações realizadas por letras, ou seja, conceitos, como expresso no</p><p>gráfi co a seguir:</p><p>GRÁFICO 2 – GRÁFICO DE ALUNOS CONCEITO</p><p>FONTE: A autora</p><p>35</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>No Gráfi co 2, o conceito A é o maior na escala. Na turma analisada, três estu-</p><p>dantes alcançaram o conceito A, dois atingiram o conceito B e um o conceito C. A</p><p>avaliação pode ser mensurada por nota ou conceito, porém, as duas maneiras de</p><p>avaliar explicitam um ato voltado ao processo de ensino aprendizagem. O objetivo</p><p>é avaliar o desenvolvimento da aprendizagem do estudante, explicitando valores</p><p>em escalas atreladas a questões quantitativas e/ou qualitativas.</p><p>A avaliação tem como meta verifi car se os objetivos pensados no início do</p><p>processo do planejamento de ensino foram alcançados. A intenção é saber o que</p><p>foi proposto no planejamento de ensino. Para Luckesi (2011), avaliar é apreciar</p><p>os conceitos teóricos sobre avaliação e aprender a prática da avaliação, pois para</p><p>compreender a teoria avaliativa, é preciso buscar teorias e fontes de estudo. Con-</p><p>tudo, a prática avaliativa é algo que só será efetivamente compreendida no con-</p><p>texto escolar.</p><p>Neste contexto, faz-se necessário conceituar os tipos de avaliação tanto na</p><p>concepção tradicional e na construtivista, em que o erro faz parte do processo de</p><p>aprendizagem.</p><p>QUADRO 5 – CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO</p><p>Concepção tradicional Concepção construtivista</p><p>Avaliação como instrumento de controle. Avaliação como construção da aprendizagem.</p><p>FONTE: A autora</p><p>Na concepção tradicional, a avaliação é vista como um instrumento de contro-</p><p>le, de medida, de comparação e de classifi cação. Segundo Libâneo (1994), a práti-</p><p>ca da avaliação que é utilizada no contexto escolar é interligada ao controle e men-</p><p>surada numa expressão quantitativa que é obtida por meio da realização de provas.</p><p>Na visão tradicional, a função da avaliação está ligada a um instrumento de</p><p>controle que é usado para mensurar os conteúdos que muitas vezes são memori-</p><p>zados. O estudante realiza a prova para verifi car se aprendeu ou não o tema que</p><p>foi abordado pelo docente, no contexto da sala de aula. A avaliação no contexto</p><p>educacional é uma prática que refl ete uma sociedade reprodutora e autoritária,</p><p>em que o professor tem o papel de autoridade</p><p>na sala de aula. Além disso, o</p><p>professor é o detentor do conhecimento e o estudante é o que recebe o conteúdo</p><p>como uma tabúla rasa.</p><p>36</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>Para saber mais sobre avaliação, acesse o link e leia o artigo:</p><p>A Avaliação da Aprendizagem na Perspectiva Formativa e na Clas-</p><p>sifi catória de Thais Salomão e Mari Nascimento: <http://www.uel.br/</p><p>eventos/semanaeducacao/pages/arquivos/ANAIS/ARTIGO/SABE-</p><p>RES%20E%20PRATICAS/A%20AVALIACAO%20DA%20APREN-</p><p>DIZAGEM%20NA%20PERSPECTIVA%20FORMATIVA%20E%20</p><p>NA%20CLASSIFICATORIA.pdf>.</p><p>Outra questão fundamental na concepção tradicional é o fator medo. O estu-</p><p>dante tem medo das notas baixas, medo do professor e consequentemente medo</p><p>da avaliação. Nesse contexto, a avaliação é usada como instrumento de castigo,</p><p>de ameaça, para controlar uma situação. Podemos observar isso em sala de aula,</p><p>por meio da postura do professor, quando os estudantes estão fazendo barulho,</p><p>desorganizados e o professor diz: “já que estão nessa bagunça, vamos fazer uma</p><p>prova?” Com essa atitude, o professor usa a punição para controlar o comporta-</p><p>mento dos estudantes. Em algumas escolas, a avaliação tem sido utilizada com</p><p>esse objetivo de punir, intimidar, como instrumento de controle social e elemento</p><p>disciplinador (LUCKESI, 2011).</p><p>A avaliação classifi catória seleciona o estudante em primeiro, segundo e terceiro</p><p>lugar e assim sucessivamente. Os discentes são mensurados pela qualidade de res-</p><p>postas, conforme o padrão utilizado pelo professor. A nota obtida na prova é usada</p><p>para promoções, para mensurar o comportamento ideal do estudante e as provas</p><p>têm as respostas prontas em um gabarito que é padrão para todos os estudantes.</p><p>Este modelo avaliativo classifi catório é distante do processo de ensino e pode</p><p>ser considerado como um recorte da aprendizagem. Nessa concepção, a avaliação</p><p>é vista como controladora de condutas e a sua atuação é realizada em sala de aula</p><p>como excludente, pois os estudantes que não sabem o conteúdo são excluídos do</p><p>contexto escolar. O erro, nesse processo, é relacionado ao fracasso. A prova é um</p><p>instrumento utilizado pelo professor como um meio de acerto de contas.</p><p>Dessa forma, passamos a atribuir desmesurado valor às ques-</p><p>tões de única e múltipla escolha, questões de lacunas, de res-</p><p>postas ditas “objetivas” a serem respondidas pelos educandos,</p><p>como garantia de uma suposta previsão dos resultados confe-</p><p>ridos pelos professores. Contudo, o cotidiano da sala de aula</p><p>apresenta certos fatos que apontam para a urgente necessida-</p><p>de de refl exão de algumas tarefas propostas as crianças (HO-</p><p>FFMAN, 2011, p. 60).</p><p>37</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>Observa-se, neste processo, que a avaliação é uma prova com respostas</p><p>prontas como mostra a fi gura a seguir, de um teste de Ciências.</p><p>FIGURA 11 –TESTE DE CIÊNCIAS</p><p>FONTE: Hoff man (2011, p. 61)</p><p>Este formato de avaliação é oriundo da metodologia tradicional. O estudante</p><p>que não tivesse memorizado o conteúdo, linha por linha, com certeza não iria</p><p>responder o teste de Ciências exemplifi cado anteriormente, pois não saberia as</p><p>respostas certas para preencher cada lacuna.</p><p>Já a avaliação processual é realizada durante o processo, no momento da</p><p>aprendizagem. Nesses casos, observa-se que a avaliação é dinâmica, contínua,</p><p>realizada desde o início do processo educacional, ou seja, acontece em todas as</p><p>etapas do planejamento de ensino.</p><p>A avalição processual é inclusiva, pois observa, analisa os erros dos</p><p>estudantes e verifi ca o que precisa ser realizado no contexto escolar, ou seja, no</p><p>processo de ensino aprendizagem, para que o estudante aprenda o conteúdo que</p><p>errou no momento da avaliação.</p><p>Você sabe o que é uma avaliação processual?</p><p>A avaliação processual, como explicitado, é realizada durante</p><p>todo o processo de aprendizagem. A prova é um elemento da</p><p>avaliação, realizada para verifi cação dos estudos que o estudante</p><p>realizou no contexto escolar. A prova permite que o aluno perceba</p><p>os seus erros e busque alternativas para o acerto. Além disso, o</p><p>38</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>professor busca novas metodologias para o ensino daquele tópico</p><p>escolar. Assim, a avaliação faz parte da construção do conhecimento.</p><p>O contexto escolar usa a prova como promoção para outro grau de ensino,</p><p>ou seja, grau escolar. Então, a prova torna apto ou reprova o estudante para a</p><p>etapa seguinte. Você sabe como isso é feito?</p><p>O sistema escolar utiliza os resultados quantitativos para a aprovação e</p><p>os pais dos estudantes aguardam o resultado positivo deste instrumento. Os</p><p>professores usam a prova apenas para elencar quem está aprovado ou reprovado,</p><p>aproveitando-a como critério de comportamento. Já os estudantes pensam</p><p>na prova apenas como fator para aprovação. Nesse contexto, a aprendizagem</p><p>e todo o processo pedagógico da avaliação são deixados para segundo plano,</p><p>pois é valorizado o maior número de estudantes com conceitos para aprovação</p><p>(LUCKESI, 2011).</p><p>Você sabia que a avaliação também tem função punitiva?</p><p>A avaliação como metodologia de punição e hierarquização é utilizada como</p><p>excludente, ou seja, como elemento de controle e de reprodução do contexto</p><p>social. A observação da avaliação como punição ou sistema de medida é</p><p>notável em determinadas atitudes que são repassadas por professores a outros</p><p>professores, ou seja, professores que aprenderam com essa metodologia, na</p><p>maioria das vezes, utilizarão esse mesmo formato em sala de aula.</p><p>Você já percebeu como o seu professor avalia?</p><p>Pode-se observar que avaliação realizada no contexto escolar é fruto do</p><p>histórico escolar do professor, ou seja, como esse docente aprendeu, qual a</p><p>metodologia usada pelo professor no cenário educacional. Assim, o formato</p><p>avaliativo, na maioria das vezes, é consequência da repetição do modelo</p><p>tradicional do século XIX.</p><p>Você sabe qual a concepção que é contrária à tradicional?</p><p>É a concepção da avaliação mediadora de aprendizagem. Essa é contrária</p><p>à tradicional, considerando a avaliação como um processo. A compreensão</p><p>da avaliação como verifi cação é um ato que tem uma fi nalidade no próprio ato</p><p>(LUCKESI, 2011).</p><p>39</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>VILLAS BOAS, B. M. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico.</p><p>Campinas, SP: Papirus, 2006. Nesse livro o autor explicitará sobre a</p><p>avaliação e o processo de aprendizagem.</p><p>As novas concepções de aprendizagem são baseadas na construção do co-</p><p>nhecimento para que o estudante tenha autonomia no processo. A avaliação é</p><p>vista como contribuição para que o educando e o educador refl itam nos objetivos</p><p>que serão alcançados no processo ensino-aprendizagem. O docente verifi ca e es-</p><p>tuda os procedimentos a serem adotados para a superação das difi culdades dos</p><p>estudantes no processo de ensino.</p><p>Você já ouviu falar em avaliação mediadora?</p><p>A avaliação mediadora é um conceito de Hoff mann (2011) e tem o intuito de au-</p><p>xiliar o estudante, aproximando o professor e o educador. É a transformação realiza-</p><p>da pelos atos de agir-refl etir-agir. O educador passa a ser um pesquisador que obser-</p><p>va a sua prática pedagógica. A partir da observação e refl exão da sua postura e ação</p><p>no contexto escolar, o professor busca recriações pedagógicas para melhor orientar</p><p>o estudante na construção do conhecimento. A avaliação mediadora oportuniza aos</p><p>estudantes muitos momentos para expressar suas ideias (HOFFMANN2011).</p><p>As atividades escolares são fundamentais para a observação das hipóteses</p><p>que são construídas pelos estudantes no contexto escolar. Por meio delas, o edu-</p><p>cador poderá estabelecer diálogo pedagógico com o estudante, com o objetivo de</p><p>analisar a produção do conhecimento para compreender em qual momento este</p><p>estudante se encontra, qual a dimensão do entendimento dele.</p><p>Você pode questionar como acontece a avaliação neste cenário mediador?</p><p>A avaliação será inovadora, pois respeitará o saber elaborado pelo estudan-</p><p>te, o seu ato espontâneo, as ações que desencadeiam</p><p>refl exões do saber e o</p><p>desafi am a evoluir, encontrando novas e diferentes soluções para as atividades</p><p>determinadas pelo docente.</p><p>No contexto escolar, na proposta da avaliação mediadora, é importante a re-</p><p>alização de atividades diversifi cadas. Essas podem ser feitas em casa, em sala</p><p>de aula, umas extensas e outras curtas. O essencial nesse contexto é garantir a</p><p>espontaneidade do estudante ao realizá-las.</p><p>40</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>O professor, ao propor atividades para o estudante, precisa ter em mente a</p><p>seguinte questão: “Por que elaborar tais questões sobre este tema e neste mo-</p><p>mento escolar? O que eu pretendo apurar ou observar em relação ao saber dos</p><p>estudantes?” O professor adota uma postura de valorização das ideias dos alu-</p><p>nos, tendo como ponto de partida os conhecimentos ou difi culdades deles, para a</p><p>reformulação do planejamento.</p><p>Outro ponto importante da avaliação mediadora, segundo Hoff mann (2011, p. 73)</p><p>é “oportunizar a discussão entre os alunos a partir de situações desencadeadoras”.</p><p>Na proposta de construção do saber que adota a avaliação mediadora na</p><p>sua prática educativa, é essencial a interação entre os iguais, a fi m de desen-</p><p>volver o conhecimento lógico matemático. O estudante, ao interagir com os seus</p><p>colegas, não está submetido a uma relação de autoridade com o seu professor.</p><p>Discute, briga, busca argumentos convincentes, estabelece</p><p>melhores relações entre suas ideias e as dos outros. Muitas</p><p>vezes compreende rápido o que não entendeu através da</p><p>discussão com os colegas. Não me refi ro aqui aos tradicionais</p><p>trabalhos feitos em grupo, em que cada um copia trechos de</p><p>um livro ou contribui com a elaboração de uma parte da tarefa,</p><p>mas se trata de proporcionar aos alunos situações-problemas</p><p>que desencadeiem vários pontos de vista e que os levem a</p><p>encontrar uma solução dentre várias alternativas colocadas</p><p>(HOFFMAN, 2011, p. 73).</p><p>A avaliação mediadora propõe a observação individual de cada estudante,</p><p>a fi m de perceber o seu desenvolvimento do processo de construção do conhe-</p><p>cimento. Isso permite uma relação direta entre estudante e professor, a partir das</p><p>atividades realizadas pelo educando, sejam orais ou escritas. Assim, o educador</p><p>pode interpretar as atividades dos estudantes com olhar subjetivo, respeitar a indi-</p><p>vidualidade de cada um, refl etir sobre as soluções dos estudantes, considerar os</p><p>estágios do pensamento e a área de conhecimento proposta na atividade, atrela-</p><p>da com a experiência do discente.</p><p>Além da avaliação mediadora, estudaremos a avaliação diagnóstica, somati-</p><p>va e formativa no Capítulo 2.</p><p>Bons estudos e até a próxima!</p><p>41</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>Atividade de Estudo</p><p>1 A avaliação é realizada de várias maneiras no contexto escolar.</p><p>Quais são os critérios utilizados no contexto escolar para a ava-</p><p>liação?</p><p>2 Neste capítulo, estudamos duas concepções educativas que re-</p><p>fl etem a proposição da avaliação. Quais são as concepções?</p><p>3 A avaliação no contexto escolar pode ser realizada de diferentes</p><p>maneiras. Apresente como é a avaliação processual.</p><p>4 No cenário escolar há a avaliação que permite o olhar subjetivo</p><p>do estudante, que verifi ca a construção do conhecimento. Como</p><p>é o nome dessa avaliação? Disserte um pouco sobre ela.</p><p>6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES</p><p>Neste capítulo, procuramos detalhar o histórico da avaliação, além de explici-</p><p>tar suas concepções. Estudamos as características e as funções de cada avalia-</p><p>ção, na concepção tradicional e construtivista.</p><p>A avaliação é um tema desafi ador no contexto escolar, pois está relacionada</p><p>à prática docente e pode ser usada como um ato punitivo, de controle do compor-</p><p>tamento do estudante. No entanto, a avaliação pode ser utilizada como ferramenta</p><p>de observação da construção do conhecimento do estudante. A prova, os exames e</p><p>outras atividades são instrumentos da avaliação e além destes, o professor poderá</p><p>utilizar outras ferramentas. A avaliação pode ser realizada durante todo o processo</p><p>de ensino-aprendizagem, sendo processual e mediadora no contexto escolar.</p><p>No próximo capítulo, abordarmos as questões relacionadas às formas de</p><p>avaliação diagnóstica, somativa e formativa. Você compreenderá a prática avalia-</p><p>tiva do Portfólio e os tipos de questões utilizadas no processo avaliativo.</p><p>42</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AB RAMOWICZ, M. Avaliando a Avaliação da Aprendizagem: um novo olhar.</p><p>São Paulo: Lúmem, 1996.</p><p>BEHRENS, M. A. O Paradigma emergente e a prática pedagógica. 4. ed.</p><p>Curitiba: Editora Universitária Champagnat, 2005.</p><p>BLOOM, B. S.; HASTINGS, J. T.; MADAUS, G. F. Evaluación del aprendizagen.</p><p>Argentina: Troquel, 1975, Tomo 1.</p><p>BOTH, I. J. Avaliação planejada, aprendizagem consentida: a fi siologia do</p><p>conhecimento.</p><p>Curitiba: Ibpex, 2007</p><p>BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: http://www2.</p><p>camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-</p><p>publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 19 fev. 2019.</p><p>CUNHA, A. G. da. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 4. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Lexikon, 2010.</p><p>DEMO, P. Avaliação Qualitativa. 6. ed. Campina, SP: Autores Associados, 1999.</p><p>KRAEMER, M. E. P. Avaliação da aprendizagem como construção do saber.</p><p>Revista Gestão Universitária, Porto Alegre - RS, n. 204, p. 02-15, 2006.</p><p>FERNANDES, C. O. de. Por que avaliar as aprendizagens é tão importante? In:</p><p>(Org.). Avaliação das aprendizagens: sua relação com o papel social da escola.</p><p>São Paulo: Cortez, 2014.</p><p>GHIRALDELLI, J. P. História Essencial da Filosofi a. São Paulo: Universo dos</p><p>Livros, 2009.</p><p>HOFFMANN J. M. L. Avaliação: mito e desafi o – uma perspectiva construtivista.</p><p>41 ed. Porto</p><p>Alegre: Mediação, 2011.</p><p>LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.</p><p>LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico.</p><p>São Paulo: Cortez, 2011.</p><p>43</p><p>HISTÓRIA E CONCEPÇÃO SOBRE AVALIAÇÃO Capítulo 1</p><p>LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 8. ed. São Paulo: Cortez,</p><p>1998.</p><p>MARTINS, P. L. O. Didática. Curitiba: IBPEX, 2008.</p><p>PINTO, L. F. O ritual de iniciação masculina do povo Saterê-Mawé. Disponível</p><p>em: https://www.xapuri.info/sagrado-indigena/tucandeira-o-ritual-de-iniciacao-</p><p>masculina-do-povo-satere-mawe/. Acesso em: 5 ago. 2019.</p><p>POCHMANN, M. O trabalho sob fogo cruzado: exclusão, desemprego e</p><p>precarização no fi nal do século. São Paulo: Contexto, 2007.</p><p>SANT’ANNA, I. M. Por que avaliar? Como avaliar? - Critérios e instrumentos.</p><p>3. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.</p><p>SOEIRO, L.; AVELINE, S. Avaliação Educacional. Porto Alegre: Editora Sulina,</p><p>1982.</p><p>TYLER, R. W. Basic principles of curriculum and insmction. Chicago:</p><p>University of Chicago Press, 1949.</p><p>44</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>CAPÍTULO 2</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS</p><p>A partir do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:</p><p> identifi car os diferentes e variados formatos de avaliação;</p><p> estudar o uso do portfólio como prática avaliativa no cenário educacional;</p><p> apresentar os diferentes tipos de questões no processo avaliativo;</p><p> estabelecer relações entre a avaliação e as diferentes formas de avaliar:</p><p>diagnóstica, somativa e a formativa;</p><p> aplicar no cenário escolar os diferentes tipos de questões do processo</p><p>avaliativo.</p><p>46</p><p>EAD e Métodos de Avaliação</p><p>47</p><p>ESTRATÉGIAS AVALIATIVAS Capítulo 2</p><p>1 CONTEXTUALIZAÇÃO</p><p>O momento cibernético alterou o modo como nos comunicamos. Atualmente,</p><p>a comunicação acontece por meio digital, como, por exemplo, nas redes sociais. A</p><p>modalidade de ensino acompanhou essas mudanças. Agora estudamos de qual-</p><p>quer lugar e a qualquer momento, através das tecnologias de informação e comu-</p><p>nicação (TIC). Somos ligados por megabytes. A Educação a Distância (EAD) faz</p><p>parte do nosso contexto pedagógico. Com essa modalidade também pensamos</p><p>em novos formatos de avaliação.</p><p>Diante destas primeiras considerações, observamos que há maneiras di-</p><p>ferentes de avaliar.</p>

Mais conteúdos dessa disciplina