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<p>14</p><p>ETEC Antônio Furlan</p><p>Ana Julia Ribeiro Santos</p><p>Laura Lima de Oliveira</p><p>Mariana Oliveira Fernandes</p><p>Mariane Medina Lima</p><p>Nathaly Nogueira Lopes</p><p>Rayssa Souza Rocha</p><p>OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA: UMA ANÁLISE SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONÔMICOS.</p><p>BARUERI</p><p>2024</p><p>ETEC Antônio Furlan</p><p>Ana Julia Ribeiro dos Santos</p><p>Laura Lima de Oliveira</p><p>Mariana Oliveira Fernandes</p><p>Mariane Medina Lima</p><p>Nathaly Nogueira Lopes</p><p>Rayssa de Souza Rocha</p><p>OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA: UMA ANÁLISE SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONÔMICOS.</p><p>Trabalho apresentado ao segundo ano do curso técnico em administração da instituição ETEC Antônio Furlan como requisito parcial para a obtenção de menção no componente curricular de Estudos Avançados em Ciências Humanas e Sociais aplicadas.</p><p>Orientador (a): Juliana Conartioli Rodrigues</p><p>Barueri</p><p>2024</p><p>RESUMO</p><p>Diante de uma sociedade globalizada, surgem mudanças drásticas para a economia mundial e novos desafios para as indústrias, impulsionados pela competição entre diferentes marcas. Com isso, uma nova estratégia é desenvolvida pelas empresas: a obsolescência programada, que consiste em reduzir o tempo de vida útil dos produtos ou torná-los obsoletos a partir da produção de modelos novos, estimulando o consumo constante. Atualmente esta prática é aderida por grande parte das empresas por ter um importante papel na maximização de seus lucros. Este fenômeno, porém, tem gerado impactos negativos, especialmente no que diz respeito ao ambiente e à sociedade. Nesse sentido, a partir de uma análise crítica, tem-se como principal objetivo investigar os problemas gerados pela produção de bens em alta escala e suas implicações sociais e econômicas, assim como suas origens, funcionamento, casos práticos e possíveis soluções.</p><p>Palavras-chave: obsolescência programada, sociedade, indústria, economia, consumo, produção, lucro.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO 4</p><p>2. CONCEITO E APLICAÇÃO DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA 5</p><p>3. TIPOS 6</p><p>4. FUNCIONAMENTO DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA 7</p><p>5. ORIGEM E ECONTEXTO HISTÓRICO 8</p><p>6. EXEMPLOS ATUAIS 9</p><p>7. IMPACTOS 10</p><p>8. ALTERNATIVAS E SOLUÇÕES 11</p><p>9. CONCLUSÃO 12</p><p>10. REFERÊNCIAS 13</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>É indiscutível que, nas últimas décadas, a durabilidade dos produtos consumidos pela população tem diminuído. Isso não ocorre por acaso: grande parte dos objetos comprados são fabricados com componentes que diminuem seu tempo de vida útil, gerando a necessidade de se comprar peças ou produtos novos com mais frequência. Este consumismo exacerbado é agravado pelo desenvolvimento de novos mecanismos, que tornam os anteriores obsoletos.</p><p>Estes eventos são exemplos claros daquilo que é chamado de “obsolescência programada”. Trata-se de uma estratégia mercadológica utilizada por grandes indústrias, que consiste em produzir bens que tem uma durabilidade menor do que se espera.</p><p>Este fenômeno surgiu no início do século XX e foi amplamente utilizada durante a grande depressão por empresas que buscavam recuperar seus lucros. Entretanto, é possível percebê-la de maneira mais abrupta atualmente, graças ao desenvolvimento de novas tecnologias, que fazem as demais parecerem desatualizadas</p><p>2. CONCEITO E APLICAÇÃO DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA</p><p>A obsolescência é definida como uma estratégia de negócios na qual os produtos são deliberadamente projetados para terem uma vida útil limitada de forma estratégica para que se torne inutilizável ou obsoleto em um período pré-estabelecido.</p><p>Este fenômeno ocorre de maneira intencional durante o processo de produção do produto, visando a restituição frequente de novos lançamentos para influenciar e motivar o consumidor a adquirir o novo modelo, gerando um ciclo de consumo contínuo e maximizando os lucros das empresas. Isto ocorre em diversas indústrias, porém é possível perceber a recorrência da obsolescência programada nas indústrias automobilísticas, de eletrônicos e eletrodomésticos.</p><p>A obsolescência programada é desfavorável ao consumidor, uma vez que o produto comprado não dura tempo o bastante para ser utilizado, frustrando o consumidor e obrigando-o a comprar um produto novo. Além disso, é lesiva principalmente do ponto de vista ecológico por aumentar a quantidade de resíduos que são descartados no meio ambiente e incentivar a produção de novos bens em um curto período, degradando o meio ambiente e estimulando a extração de matéria-prima em alta escala. Por estas e outras razões é considerado um procedimento antiético.</p><p>3. TIPOS</p><p>A obsolescência programada pode ser trabalhada de diferentes formas e todas elas levam ao mesmo objetivo, que é tornar os produtos obsoletos e incentivar o consumo de produtos novos. Os principais tipos de obsolescência programada são funcional, operacional, mecânico e restaurativo. Vejamos, a seguir, a definição e o funcionamento de cada um deles:</p><p>Funcional: Quando o fabricante insere uma modificação no produto para causar um defeito sem razão aparente, mas que impede a sua utilização. Um caso conhecido de obsolescência programada deste tipo foi demonstrado no documentário Light Bulb Conspiracy.</p><p>A obra mostra uma impressora que apresenta defeito e, a partir daí, descobre-se que o proprietário havia implantado um chip para impedir que ela continuasse imprimindo.</p><p>Operacional: Quando aparelhos antigos não comportam a atualização do sistema operacional, ou quando sistemas operacionais deixam de ser utilizados. É o caso de celulares ou tablets, por exemplo.</p><p>Neste caso e no anterior, a obsolescência programada obriga o usuário a comprar um novo aparelho, ainda que o atual esteja em perfeito funcionamento.</p><p>Mecânico: Quando aparelhos eletrônicos começam a emitir um aviso para troca obrigatória de peças com problema, embora elas continuem funcionando.</p><p>5</p><p>6</p><p>Restaurativo: Quando a troca de uma peça do produto tem valor superior ao da compra de um n</p><p>4. FUNCIONAMENTO DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA</p><p>A obsolescência programada consiste em encurtar a vida útil de um produto, mesmo que a tecnologia utilizada para a sua confecção permita uma duração maior.</p><p>Geralmente os fabricantes planejam um produto já antevendo o fim de seu funcionamento, obrigando o consumidor a comprar outro ou consertá-lo.</p><p>Além disso, para aumentar o desejo de consumo dos clientes, as empresas lançam coleções, edições ilimitadas e até mesmo versões atualizadas do mesmo produto em um curto espaço de tempo. Isso faz com que os produtos lançados anteriormente sejam desvalorizados, ainda que funcionem bem. Isto é agravado, principalmente, pela rápida evolução da tecnologia.</p><p>7</p><p>Por este motivo, é comum que as pessoas tenham a impressão de que produtos como smartphones estejam ultrapassados e acreditam que existe a necessidade de comprar um novo.</p><p>5. ORIGEM E ECONTEXTO HISTÓRICO</p><p>A origem da obsolescência programada é atribuída ao executivo norte-americano Alfred Pritchard Sloan Jr., que atuou como presidente da General Motors entre 1923 e 1937. Em 1924, o executivo buscou uma maneira para alavancar as vendas da empresa, induzindo os consumidores a fazerem constantes substituições, tendo como apelo a mudança anual de modelos e acessórios de seus veículos. Ele usou o termo “obsolescência dinâmica”, pois sua intenção era de que os consumidores, por si só, vissem seus carros como obsoletos em comparação aos novos modelos e os substituiriam mesmo que não fosse necessário.</p><p>Esta prática foi aderida, também, pelas maiores fabricantes de lâmpadas da época, que, naquele mesmo ano, deram origem ao cartel Phoebus. Esta organização estabeleceu um novo parâmetro de vida útil das lâmpadas que, até então, era de 2.000 horas e com a mudança foi reduzido para 1.000 horas.</p><p>O termo obsolescência programada só foi criado depois, no final da década desta década, em um artigo do escritor J. George Frederick, que, naquela época o autor já criticava o aumento desenfreado do consumismo.</p><p>8</p><p>Em 1932, o corretor de imóveis Bernard London sugeriu em um artigo intitulado de: “Mapear a obsolescência dos bens de capital e de consumo no momento da sua produção”, que a obsolescência</p><p>programada era uma forma de estimular o consumo e enfrentar a Grande Depressão.</p><p>6. EXEMPLOS ATUAIS</p><p>Em 2018, a agência antitruste italiana aplicou uma penalidade de 10 milhões de euros à Apple e de 5 milhões de euros à Samsung por condutas comerciais inadequadas, ao obrigar os clientes a realizar atualizações de software que reduziam a duração dos celulares.</p><p>Ambas as organizações infringiram os artigos 20, 21, 22 e 24 do Código do Consumidor da Itália e foram punidas pela primeira vez globalmente por "obsolescência programada", que ocorre quando os produtos têm sua vida útil reduzida intencionalmente para incentivar os consumidores a adquirirem os modelos mais recentes.</p><p>De acordo com a determinação do órgão italiano responsável por garantir a concorrência e regular o mercado, tanto a Apple quanto a Samsung foram acusadas de incentivar os consumidores a realizarem atualizações em seus aparelhos, mesmo sabendo que eles não tinham capacidade para suportá-las.</p><p>As companhias inundaram os clientes com solicitações e avisos para que atualizassem os programas, sem informar sobre a compatibilidade dos dispositivos ou permitir a volta às versões anteriores.</p><p>Os consumidores não recebiam informações sobre as demandas energéticas mais altas dos novos softwares, nem sobre os potenciais contratempos, como desligamentos inesperados, diminuição na rapidez de resposta do dispositivo e desativação de certas funcionalidades.</p><p>No exemplo da Samsung, a investigação está relacionada ao Galaxy Note 4; já no caso da Apple, ao iPhone 6. A penalidade aplicada à empresa dos Estados Unidos é mais alta devido à falta de transparência na divulgação das informações sobre a vida útil e cuidados necessários com as baterias de lítio.</p><p>9</p><p>Após a penalização, tanto a Apple quanto a Samsung estão obrigadas a divulgar um comunicado em seus sites em italiano, admitindo o erro e informando sobre a decisão das autoridades antitrust</p><p>7. IMPACTOS</p><p>A prática da obsolescência programada tem várias consequências, tanto positivas quanto negativas, que afetam diferentes partes interessadas, incluindo consumidores, empresas e meio ambiente. Aqui estão algumas das consequências mais comuns deste fenômeno:</p><p>Impacto econômico nos consumidores: Os consumidores muitas vezes são forçados a substituir produtos funcionais que se tornaram obsoletos devido à obsolescência programada, o que pode aumentar seus gastos e diminuir seu poder de compra.</p><p>Desperdício de recursos naturais: A obsolescência programada contribui para o aumento do consumo de recursos naturais, já que produtos são descartados e substituídos mais frequentemente do que seria necessário se fossem projetados para durar mais tempo.</p><p>Poluição ambiental: O descarte de produtos obsoletos pode levar à poluição do solo, da água e do ar devido à presença de materiais tóxicos em muitos dispositivos eletrônicos e produtos de consumo.</p><p>Pressão sobre os aterros sanitários: O aumento do descarte de produtos devido à obsolescência programada contribui para a sobrecarga de aterros sanitários, já que muitos desses produtos não são facilmente recicláveis e acabam sendo descartados em aterros.</p><p>Incentivo ao consumo excessivo: A obsolescência programada pode incentivar um ciclo de consumo excessivo, no qual os consumidores são encorajados a comprar repetidamente novos produtos, mesmo quando os antigos ainda estão em boas condições de funcionamento.</p><p>Impacto negativo na reputação das empresas: Empresas que são percebidas usando obsolescência programada em seus produtos podem enfrentar uma reação negativa dos consumidores e da opinião pública, o que pode prejudicar sua reputação e levar a uma perda de confiança do consumidor.</p><p>Desafios de reciclagem e gerenciamento de resíduos: Produtos obsoletos muitas vezes são difíceis de reciclar devido à sua complexidade ou à presença de materiais perigosos, o que cria desafios adicionais para o gerenciamento de resíduos.</p><p>Inovação prejudicada: A obsolescência programada pode desencorajar a inovação em design e tecnologia, já que as empresas podem optar por manter um ciclo constante de lançamento de produtos obsoletos em vez de investir em soluções mais duráveis e sustentáveis.</p><p>Condições precárias de trabalho: O grupo de pessoas que sofre diretamente as consequências das alterações do mercado são os trabalhadores envolvidos na produção desses produtos, que são submetidos a condições precárias de trabalho, como salários baixos, longas jornadas, vulnerabilidade a doenças e lesões.</p><p>10</p><p>Em resumo, a obsolescência programada tem uma série de consequências negativas que afetam os consumidores, o meio ambiente e a sociedade como um todo.</p><p>8. ALTERNATIVAS E SOLUÇÕES</p><p>Para evitar a obsolescência programada é necessário que as indústrias repensem o design de produtos para apoiar o reparo, a reutilização e a reciclagem. Além disso, é preciso melhorar a durabilidade dos produtos, estendendo sua vida útil, o que diminui a geração de resíduos e, consequentemente, reduz o desperdício.</p><p>O Estado deve regularizar e fiscalizar a durabilidade dos produtos e punir na forma da Lei os fornecedores que utilizem desta prática para vender mais produtos e incentivar o consumo.</p><p>Algumas ações que podem ser tomadas pela própria população para reduzir os impactos causados por esta prática são evitar compras desnecessárias ou ditadas pela moda e apostando em produtos reciclados e recicláveis, ou recondicionados no caso da eletrônica de consumo.</p><p>9. CONCLUSÃO</p><p>A obsolescência programada é uma estratégia amplamente utilizada por grandes indústrias desde o início do século XX por impulsionar rapidamente as vendas de uma empresa e a geração de lucros. Apesar disso, é uma prática considerada antiética por apresentar impactos negativos sobre o meio ambiente, uma vez que promove a extração de matéria-prima em alta escala e o desperdício e descarte indevido de produtos. Por conseguinte, a obsolescência programada está diretamente relacionada ao consumismo, incentivando constantes substituições de produtos.</p><p>13</p><p>12</p><p>Diante desses fatores e do que foi analisado previamente ao longo desta pesquisa, é possível concluir que é fundamental que sejam adotadas medidas para atenuar a obsolescência programada, como a fabricação de produtos duráveis, a fiscalização por parte do estado e a punição sobre os fabricantes que utilizem dessa prática, além da conscientização dos consumidores sobre os impactos de suas escolhas de produtos.</p><p>10. REFERÊNCIAS</p><p>Apple e Samsung são multadas por obsolescência programada. Época Negócios. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/10/apple-e-samsung-sao-multadas-por-obsolescencia-programada.html>. Acesso em: 23 mar. 2024.</p><p>Aprenda o que é obsolescência programada e como evitá-la. Neon. Disponível em: <https://neon.com.br/aprenda/financas-pessoais/obsolescencia-programada/>. Acesso em: 23 mar. 2024.</p><p>Efing, Antônio Carlos; Paiva, Leonardo Lindroth de. Consumo e Obsolescência Programada: Sustentabilidade e Responsabilidade do Fornecedor. Revista de Direito, Globalização e Responsabilidade nas Relações de Consumo, v. 2, n. 2, p. 117–135, 1 dez. 2016. ISSN 2526-0030.</p><p>Obsolescência programada: o que é e quais os seus impactos. Exame ESG. Disponível em: <https://exame.com/esg/obsolescencia-programada-o-que-e-e-quais-os-seus-impactos/>. Acesso em: 23 mar. 2024.</p><p>Obsolescência programada: pesquisadores explicam conceito. UFMG. Disponível em: <https://ufmg.br/comunicacao/noticias/obsolescencia-programada-pesquisadores-explicam-conceito>. Acesso em: 23 mar. 2024.</p><p>O que é obsolescência programada? Mundo Estranho. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-obsolescencia-programada/>. Acesso em: 23 mar. 2024</p><p>Sloan, Alfred e a administração. Portal da Administração. Disponível em: <https://www.portal-administracao.com/2014/03/alfred-sloan-e-administracao.html?m=1>. Acesso em: 23 mar. 2024.</p><p>Obsolescência programada. Blog Nubank. Disponível em: <https://blog.nubank.com.br/obsolescencia-programada/>. Acesso em: 23 mar. 2024.</p>