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<p>A LEITURA E A FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>Monique Bispo dos Santos Oliveira</p><p>RESUMO</p><p>Em um mundo em constante evolução tem sido cada vez necessário acabar todos os tipo de analfabetismo, quem não saber ler ou sabe, mas não compreende o que lê tem muita dificuldade em interagir socialmente, diante disso este artigo apresenta algumas definições sobre a leitura e o ato de ler, fundamentada na obra de alguns pesquisadores desse tema. Após uma pesquisa bibliográfica e uma reflexão sobre o que foi lido, foram propostos meios para despertar o aluno para o mundo da leitura e ajudá-los a ler corretamente de forma que entendam o que lêem e a leitura contribua de alguma forma para o seu desenvolvimento, como aluno e como pessoa.</p><p>Palavras-chave: Literatura; Formação; Educação</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Como é dito constantemente, ler é atribuir um significado ao que se lê, significado esse que varia de uma pessoa para outra e que ao fim da leitura pode influenciar o leitor ou mesmo mudar completamente a visão que ele tem de algo relacionado à leitura feita. Existem diferentes tipos de leitura, cada uma com uma função diferente: entreter, informar, instruir, ensinar, entre outras, todas são válidas e proveitosas e cada leitura exige estratégias específicas para que ela seja compreendida e o objetivo dela seja alcançado.</p><p>No decorrer desse trabalho, serão relacionados conceitos sobre a leitura, sua importância na vida de todos, os tipos de leitura existentes e suas funções. Serão apresentadas estratégias para o ensino de leitura a serem praticadas nas escolas com o objetivo de despertar o aluno para o mundo da leitura, incentivá-los a ler, introduzir nele o gosto pela leitura, apresentá-los a todo tipo de leitura e ensiná-los a ler para que possam utilizar a leitura socialmente e, mais do que alfabetizados, eles sejam letrados.</p><p>Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como metodologia escolhida a pesquisa bibliográfica, que buscou um aprofundamento do tema pesquisado, através de leituras, análises e reflexões da produção de autores, sendo estes ANDRADE(1999), GROSSI(2008), SILVA(1998) e SILVA(2017), além de publicações oficiais do governo como os PCNs: língua portuguesa(1999) e da Ação Educativa(2006). Espera-se que esta pesquisa nos permita aos professores ampliar seus conhecimentos e que os resultados ofereçam caminhos para melhorar sua docência de forma que possibilitem aos seus alunos aproveitar a leitura de todas as formas possíveis a ela.</p><p>DESENVOLVIMENTO</p><p>A leitura é uma habilidade fundamental na vida do indivíduo, através dela é possível expandir os limites do conhecimento e sua aquisição permite ao homem agir com autonomia na sociedade, emitindo opiniões sobre qualquer tema, questionando e criticando construtivamente. Ler possibilita ao indivíduo que não tem internet, mal tem TV e mora em lugares afastados da civilização conhecerem e compreenderem um pouco o mundo.</p><p>Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias próximas das suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que temos a chance de entrar em contato com o desconhecido, conhecer outras épocas e outros lugares – e, com eles, abrir a cabeça. Por isso, incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica entre todos e o respeito à diversidade. (GROSSI, 2008, p.03)</p><p>Nos dias de hoje, a leitura é um dos melhores meios para transformar os alunos em "cidadãos capazes de respeitar direitos, cumprir deveres, reivindicar melhorias, preservar e transmitir cultura, enfim, construir a história e construírem sua formação social"(SILVA, 2017). É preciso proporcionar aos alunos o contato com os livros já na educação infantil e desenvolver o hábito de leitura nos alunos a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, desenvolvendo neles o gosto e o prazer pela leitura, fundamentais para manter o hábito de ler e transformar o educando em um adulto leitor.</p><p>As práticas de leitura estão mais presentes nas séries iniciais do ensino fundamental e poucos alunos das séries finais mantém o hábito de ler, geralmente lêem por obrigação ou para alguma avaliação, no caso do livro didático. No entanto o incentivo à prática da leitura deve continuar nas séries finais do ensino fundamental, pois:</p><p>A leitura e a escrita são fundamentais para o aprendizado de todas as matérias escolares. Por isso, em cada ano/série, o aluno precisa desenvolver mais e mais sua capacidade de ler e escrever. (BRASIL, 2006)</p><p>Ler vai além de decifrar códigos ou reconhecer as letras e formar palavras, ler é dar sentido ao que foi lido, é agregar o que se lê à sua vida, ampliando seus conhecimentos. Um bom leitor é aquele que consegue compreender o que leu, fazer reflexões sobre a leitura feita, comparando com outras leituras feitas por ele próprio e com seu conhecimento de mundo, suas experiências, como diz os PCNs(BRASIL, 1999, p.69):</p><p>[...] formar um leitor competente, supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto [...]</p><p>Infelizmente, grande parte dos brasileiros não têm o hábito de ler, que se deve, em parte, ao desenvolvimento histórico e cultural do país, já que até certo período poucos tinham acesso à educação e, portanto, aos livros. A falta do hábito de leitura também é resultado da falta de incentivos na família e na escola. O contato com a leitura na escola pode se a única oportunidade que o educando tem de criar o hábito de ler e por isso educador deve procurar conhecer o gosto, as dificuldades de cada aluno, apresentar textos relacionados aos gostos dos alunos, adaptados às dificuldade de cada um, tornando a leitura mais fácil e agradável.</p><p>Muitos professores ainda são influenciados pelas concepções de língua e de leitura transmitidas a eles quando eram estudantes, na qual a atividade de leitura estava intimamente associada à leitura dos clássicos, voltada para a instrução cultural e que desprezava qualquer outro tipo de leitura. Esses educadores têm dificuldade em aceitar que toda leitura é importante, considerando que a leitura possui várias finalidades, e que o aluno precisa conhecer todos os gêneros textuais para descobrir do qual ele gosta e qual é mais adequado ao objetivo com o qual ele lê ou escreve. Baseado em Andrade (1999, p.19-20), podemos resumir as finalidades da leitura em: de higiene mental ou recreativa, técnica, de informação e de estudo.</p><p>Na “leitura de higiene mental ou recreativa” lê-se pelo prazer de ler, para entreter e distrair, como a leitura de revistas em quadrinhos, romances etc; A “leitura de informação” está sempre ligada aos fatos da cultura em geral, como revistas, jornais; A “leitura técnica” necessita da capacidade de ler e interpretar gráficos e tabelas, como relatórios e obras de cunho científico; A “leitura de estudo" feita para obter um conhecimento efetivo de um objeto que está sendo estudado. Quem lê buscando informações sobre determinado acontecimento, dificilmente alcançará seu objetivo lendo um livro de poesias ou conseguirá se divertir lendo um relatório sobre uma empresa.</p><p>A escola deve disponibilizar recursos para a prática da leitura, como uma biblioteca, um acervo variado de livros, sala de leitura, mas caso a escola não tenha condições de oferecer esses recursos o professor pode organizar visitas na biblioteca municipal ou de outras escolas, fazer uma roda de leitura com a leitura coletiva de um livro ou de textos, promover leituras individuais em voz alta ou silenciosas, estimular a criação ou reescrita de textos, sempre com um objetivo específico e com a orientação do professor, permitindo que o aluno decida o que será lido, quando possível.</p><p>Um ponto importante para o</p><p>ensino de leitura é a prática de leitura do professor envolvido nesse processo. Para formar bons leitores é necessário que o professor seja um leitor, goste de ler. Você não consegue fazer alguém gostar de algo de que você não gosta. Segundo Silva(1998, p.22)</p><p>Sem professores que leiam, que gostem de livros, que sintam prazer na leitura, muito dificilmente modificaremos a paisagem atual da leitura escolar. Mesmo com o preenchimento de todos os quesitos e ideias para a efetivação da leitura na escola, sem a presença devidamente instrumentalizados na comunicação escrita, não existe a mínima possibilidade de transformação e avanço.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>É fato que muitos alunos concluem o ensino médio sem saber ler corretamente, ou seja, lêem uma frase ou um texto, mas são incapazes de dizer qual o assunto do conteúdo lido, em síntese são alfabetizados, mas não são letrados. Isso é um grande problema, como visto nesta pesquisa, pois quem não compreende aquilo que lêem não conseguem usá-lo socialmente, são chamados analfabetos funcionais, por exemplo: têm dificuldade de conversar sobre determinado assunto porque quando lêem sobre ele não captam as informações sobre o assunto presentes no conteúdo lido; tem dificuldade em se informar sobre algo ou alguém lendo porque não conseguem encontrar a informação que precisam dentro de algum material relacionado.</p><p>Através dessa pesquisa pode-se concluir que ainda há muito a fazer para acabar com esses problemas, como incentivar mais os alunos a ler, aumentar as possibilidades de acesso à leitura para todos, trabalhar a leitura em suas diversas funções sociais e que a leitura e o ensino de leitura devem estar sempre presentes desde a educação infantil até o ensino médio, sendo um aprendizado contínuo. Além disso, é preciso trabalhar a leitura na formação do professor para que ele seja um leitor eficiente e goste de ler, servindo assim, de exemplo, aos próprios alunos.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4° ed. São Paulo: Atlas, 1999.</p><p>GROSSI, Gabriel Pillar. Leitura e sustentabilidade. Nova Escola, São Paulo, SP, n° 18, abr. 2008.</p><p>BRASIL. Indicadores da qualidade na educação: dimensão ensino e aprendizagem da leitura e da escrita /Ação Educativa. São Paulo: Ação Educativa, 2006.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília: SEED, 1999.</p><p>SILVA, Ezequiel Theodoro da. Elementos de pedagogia da leitura. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.</p><p>SILVA, Gerson Pindaíba da. A Importância da Leitura para a Formação Social. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Vol. 01. pp 540-549, Abril de 2017. ISSN:2448-0959</p>

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