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<p>EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO</p><p>O conceito de deficiência</p><p>O filosofo Hipócrates, considerado o “pai da medicina” conectou o que denominou “loucura” a implicações orgânicas. Nesse sentido, foi pioneiro ao propor uma interpretação conectada a doenças ou deficiências baseadas em origens e manifestações biológicas. Foi somente no início do século XIX, depois de muita barbárie no tratamento de pessoas com algum tipo de deficiência, que Philippe Pinel conseguiu inserir uma evolução do conceito de loucura ao caracterizá – la como doença mental e, em seguida, como deficiência mental.</p><p>O primeiro esboço da formulação da declaração dos direitos humanos também ocorreu nos estados unidos o documento alertava para a necessidade de fiscalizar e orientar as instituições que ofereciam tratamento ás pessoas com deficiências intelectuais, buscando inibir internações arbitrarias e maus tratos que poderiam estar disfarçados sob a forma de tratamento.</p><p>O conceito de deficiência passou a ser percebido de maneira ampliada, buscando compreender o sujeito de maneira integrada ao seu contexto, dessa maneira, as políticas que promovem o apoio e o assistencialismo buscam se caracterizar como instrumentos de emancipação da pessoa com deficiência.</p><p>Na primeira metade do século XX, surgiu o modelo biomédico sobre o conceito de deficiência, interpretando – a como mera barreira ou incapacidade a ser superada pela pessoa que a portava. As políticas públicas garantem á pessoa com deficiência o recebimento de benefício assistencial, tendo garantia de benefícios como isenção de impostos como IPI; preenchimento do percentual de funcionários com deficiência em empresas com mais de cem empregados; vagas destinadas ás pessoas com deficiência em concursos públicos; participação nas paraolimpíadas e atendimento prioritário.</p><p>Nos tempos mais remotos, em civilizações arcaicas, é possível encontrar registros sobre os métodos adotados para o manejo com as pessoas com deficiência, levando muitas vezes á sua aniquilação. Métodos semelhantes são encontrados em estudos antropológicos sobre tribos indígenas de diversas regiões do planeta, demonstrando visivelmente um estigma criando em relação aqueles que possuíam alguma diferença.</p><p>As religiões contribuíram para o entendimento de que as pessoas com deficiência deveriam ser vistas como pessoas em uma situação passível de cuidado e atenção, ainda que essa perspectiva tenha seus aspectos excludentes, por meio da criação de instituições como asilos e hospitais, onde as pessoas acabavam ficando confinadas sobre a alegação de que deveriam receber assistência.</p><p>A década de 1980 foi um marco importante para as pessoas com deficiência, em especial para a construção de considerações relacionadas á sua educação, o ano de 1981 foi declarado como o Ano Internacional da Pessoa Deficiente e deu o primeiro pontapé para as tessituras da efetivação dos direitos humanos das pessoas com deficiência.</p><p>Somente em 1986, a expressão “ alunos excepcionais” foi substituída por “ aluno portadores de necessidades especiais” nesse sentido, a partir dessa apropriação das pessoas com deficiência, a sociedade passou a desenvolver a sua aceitação e respeito, buscando superar a idéia de que esses indivíduos deveriam ter superado as suas diferenças, para somente depois se inserirem no convívio social.</p><p>Dessa maneira, a tolerância á pessoa com deficiência também foi consubstanciada na proteção e no paternalismo da sociedade em relação esse grupo de pessoas, por meio de declarações como a de Salamanca, em 1994, sobre princípios, políticas e praticas na área das necessidades educativas especiais, e as convenções internacionais da organização das nações unidas ( ONU) de 1996 e 1997.</p><p>A pessoa com deficiência passou por estigmas relacionados á sua aparência ou apresentação, á sua maneira de se comportar e de pensar ou reproduzir o seu pensamento por meio da comunicação. Outra modalidade da educação especial foi a criação de escolas especificas e exclusivas para as pessoas com deficiência.</p><p>Desde os anos 1990 existe um esforço da sociedade para que se possibilite a efetiva inclusão das pessoas com deficiência, a partir desse ideal, construiu – se a idéia da educação inclusiva, na qual pessoas com deficiência convivem na mesma turma de educação regular, mas com ensino adaptado ás suas singularidade, mediante a consecução de projetos de desenvolvimento específicos para cada sujeito.</p><p>O agente educador como mediador do processo educacional pode atuar de múltiplas maneiras, podendo facilitar o processo e estimular o desenvolvimento, no entanto também pode causar prejuízos, como pressupor condutas vitimizadoras e limitantes das pessoas com deficiência ou ainda inibir o convívio entre os pares.</p><p>A verdadeira inclusão é proveniente do tratamento de respeito pleno, da admiração e do sentimento de amor entre as pessoas, com base na igualdade e na aceitação plena.</p><p>As terminologias designadas para nomear as pessoas com deficiência acompanharem o desenvolvimento de sua compreensão e respeito ao longo da trajetória histórica da sociedade.</p><p>“Deficiente” é outro termo perjorativo reconhecidamente associado á incapacidade e ineficiência, que não deve ser utilizado. Já o termo “ pessoa com necessidade especiais” engloba um conceito muito amplo, pois compreende idosos, gestantes, obesos e outras pessoas que possam ter dificuldades para realizar alguma atividade.</p><p>Outra terminologia bastante utilizada entre 1986 e 1996, foi a expressão “ portador de deficiência”, todavia não é adequado o uso desse termo, já que a deficiência não é algo que possa ser portado, pois portar algo implica a possibilidade de não portar, se assim se desejar, como uma bolsa ou outro objeto. O termo mais adequado é, portanto, “ pessoa com deficiência”.</p><p>As causas das deficiências sensoriais, de forma geral, são variadas, podendo ser congênitas ou adquiridas, a origem da surdez não pode ser identificada com exatidão e há uma incidência entre 30% e 50% de causas hereditárias. Quanto á deficiência visual as causas congênitas incluem a prematuridade, por retinopatia da prematuridade ou por excesso de oxigênio na incubadora a toxoplasmose, que pode levar a corioretinite, a rubéola e infecções na gestação, que podem levar a catarata ou glaucoma.</p><p>Com relação ás causas adquiridas, podem ser destacados os traumas oculares, as lesões cerebrais por acidente, doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, degeneração senil, infecções virais, tumores cerebrais.</p><p>DEFICIÊNCIA VISUAL</p><p>O termo deficiência visual se refere á diminuição ou perda da resposta visual, de caráter congênito ou adquirido, a deficiência visual pode ser classificada de duas formas:</p><p>BAIXA VISÃO- quando ocorre a perda profunda da acuidade visual, indicando significativa redução do campo visual e da sensibilidade aos contrastes, se classifica como incapacidade de enxergar com clareza suficiente para contar os dedos da mão a uma distância de 3 metros, á luz do dia.</p><p>CEGUEIRA – quando ocorre a ausência total da resposta visual ou mesmo ausência da projeção de luz pelo aparelho ocular, na maioria dos casos, as pessoas cegas conseguem captar alterações de luz no ambiente, sombras ou mesmos nuances de cores.</p><p>DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ</p><p>A pessoa surda é aquela cuja audição não é funcional para todos os sons e ruídos ambientais da vida, apresentando altos graus de perda auditiva, o que pode limitar a aquisição da linguagem oral e escrita. A audição é geralmente medida e descrita em decibéis ( dB),uma medida relativa da intensidade do som zero decibéis representa audição normal, e uma perda auditiva de até 25 decibéis não é considerada uma deficiência significativa a surdez parcial é também denominada de hipoacusia.</p><p>As crianças cegas podem construir o seu desenvolvimento, apesar das limitações no acesso a informações visuais isso ocorre porque há um processo de compensação pelos demais órgãos do sentido, que passam a ser vias alternativas de conhecimento de mundo.</p><p>O nível funcional dessa criança, entretanto,</p><p>pode, estar reduzido, pela restrição de experiências que, adequadas ás suas necessidades de maturação, sejam capazes de minimizar os prejuízos decorrentes do distúrbio visual.</p><p>IDADE EM QUE MANIFESTOU A DEFICIÊNCIA</p><p>Se uma criança possui cegueira congênita ou perdeu a visão nos primeiros anos de vida, a sua aprendizagem dependerá dos outros sentidos</p><p>CAUSA DA DEFICIÊNCIA</p><p>O conhecimento da causa da deficiência pode auxiliar os educadores a identificarem se algum aspecto da conduta visual pode afetar o processo de ensino aprendizagem, bem como os cuidados necessários.</p><p>ACEITAÇÃO DA DEFICIÊNCIA</p><p>Quando o aluno aceita a sua condição de deficiência, apresenta – se mais aberto á utilização dos seus próprios recursos sensoriais remanescentes e dos recursos de ensino para aprender.</p><p>TEMPO TRANSCORRIDO E ESTRUTURA EMOCIONAL</p><p>A capacidade de aceitação da deficiência depende, em grande parte, da estrutura emocional, bem como das condições oferecidas pelo meio social e familiar, em especial quando a perda da visão ocorre de forma súbita.</p><p>GRAU DA PERDA VISUAL</p><p>O fato de o aluno ter visão residual interfere diretamente nas estratégias didático – pedagógicas, indicando a necessidade de utilização ou não de determinados materiais adaptados.</p><p>OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM</p><p>A criança com deficiência visual necessita de oportunidades para aprender, num ambiente em que possa ser estimulada em seu desenvolvimento, por meio de experiências sensoriais compensatórias e convívio social.</p><p>Um fator de influência sobre o modo como ocorrerá o desenvolvimento da criança surda é a idade em que se produziu a perda auditiva, que o autor diferenciou em dois tempos: antes dos três anos e depois dos três anos de idade, o primeiro caso denomina – se surdez pré – locutiva, pois a surdez ocorre antes que a criança tenha consolidado a fala, o segundo denomina – se surdez pós – locutiva, pois ocorre posterior á consolidação do desenvolvimento da fala.</p><p>A deficiência visual pode limitar a experiência da criança com o mundo. As atividades da vida diária são uma área da educação especial voltada ao desenvolvimento de competências relacionadas á autonomia na resolução de problemas cotidianos.</p><p>O desenvolvimento de um programa de AVD não se limita ao objetivo de conquistar maior independência do deficiente visual, mas contribui também para a sua autoconfiança e para que a sociedade possa enxergar as suas potencialidades e capacidades, tendo em vista a sua participação social ativa.</p><p>A orientação e mobilidade faz parte dos programas de atendimento educacional especializado, envolve o desenvolvimento do esquema corporal, a orientação, o reconhecimento da natureza dos ambientes e terrenos, bem como o reconhecimento dos obstáculos geográficos a percepção de distância, de profundidade e altura, e o desenvolvimento do sentido sinestésico, para a criação de mapas mentais.</p><p>A leitura e escrita do aluno cego tem como recurso o sistema Braile, que é um código universal de leitura tátil inventado na França, em 1825, o Braile consiste na combinação de seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. As diferentes disposições desses seis pontos permitem a formação de 63 combinações ou símbolo Braile os símbolos formados pelo Braile representam não só as letras do alfabeto, mas também os sinais de pontuação, números e notas musicais, permitindo ao cego uma comunicação ampla.</p><p>A política nacional de educação especial, a inclusão de alunos deficientes requer a estruturação do atendimento educacional especializado pela formação da sala de recursos, para apoiar o professor da classe regular.</p><p>Na abordagem oralista, a pessoa surda é ensinada a comunicar – se pela voz, para que possa utilizar a língua dos ouvintes.</p><p>A comunicação total considera a pessoa com surdez de forma natural, valorizando suas características e admitindo o uso de todo e qualquer recurso possível para que a comunicação e a interação social ocorram, ou seja, a linguagem gestual/ visual, textos orais e escritos.</p><p>Quanto ao bilingüismo enfatizam que é a forma de comunicação que capacita a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas: a língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte.</p><p>A língua brasileira de sinais é reconhecida como uma língua oficial na Lei n° 5.626, que preconiza a oferta obrigatória do ensino da libras e da língua portuguesa como a segunda língua para os surdos, desde a educação infantil, e prevê que os sistemas educacionais devem contar com : A) professor de libras ou instrutor de libras; B) tradutor e interprete de libras – lingua portuguesa; C) professor para o ensino de língua portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; D) professor regente de classe com conhecimento da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos;</p><p>Com a constituição federal de 1988, passou – se a dar ênfase aos direitos sociais, nos quais considera – se o acesso á educação um direito subjetivo. Nesse contexto, há duas conferencias da qual o Brasil é signatário: a conferencia mundial sobre educação para todos, e a conferencia mundial sobre necessidades educativas especiais : acesso e qualidade, ocorrida em salamanca, Espanha. A primeira refere – se á responsabilidade dos países signatários em assegurar a universalização do direito á educação; e a segunda, aos princípios, ás políticas e praticas na área das necessidades educativas especiais.</p><p>TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA</p><p>O TEA é um TGD infantil caracterizado por dificuldades acentuadas em comportamento, interação social, comunicação e sensibilidades sensoriais, as pessoas com TEA aderem rigidamente ás rotinas e podem apresentar comportamentos repetitivos que são uma forma de manter a previsibilidade do ambiente.</p><p>E comum que as crianças com TEA apresentem no ambiente escolar manifestações exacerbadas de sua inflexibilidade devido á presença de múltiplos estímulos e pessoas que não lhe são familiares, as salas com muitas cores, informações visuais e os ambientes de muito barulho e agitação tendem a assustá – las .</p><p>DEFICIÊNCIA MÚLTIPLAS</p><p>A deficiência múltipla ocorre quando há duas ou mais deficiências associadas, as quais podem ser de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social.</p><p>AUTISMO</p><p>Autismo é o nome dado a um transtorno intitulado “ Demência precoce e o grupo das esquizofrenias”.</p><p>Os sintomas do autismo podem começar em qualquer momento da infância, principalmente antes dos três anos, e variam de intensidade de criança para criança, que apresentam tanto traços discretos como severos.</p><p>A criança com autismo leve apresenta dificuldades de comunicação, socialização e comportamento, não conseguem se expressar por meio das palavras corretas, e a sua fala ocorre mais tardiamente. O TEA implica em um comprometimento no desenvolvimento adaptativo e social do individuo e pode limitar seriamente seu funcionamento no dia a dia ao longo da vida.</p><p>PRÁTICAS EDUCACIONAIS</p><p>A inclusão dos estudantes com necessidades especiais implica na reestruturação dos sistemas de ensino a partir da qualificação dos professores e na reorganização do espaço escolar para assegurar aos alunos as condições de acesso e a permanência nas classes comuns.</p><p>Postanto, faz – se necessário:</p><p>° elaborar propostas pedagógicas baseadas na interação com os alunos;</p><p>° reconhecer todos os tipos de capacidades presentes na escola;</p><p>° seqüenciar conteúdos e adequá – los aos diferentes ritmos de aprendizagem;</p><p>° adotar metodologias diversas e motivadoras;</p><p>° avaliar os educandos em função do seu progresso e do que podem vir a conquistar;</p><p>O projeto pedagógico escolar inclusivo deve:</p><p>° estar aberta para diversificar e flexibilizar o processo de ensino – aprendizagem atendendo ás diferenças individuais dos alunos;</p><p>° identificar as necessidades educacionais especiais para disponibilizar os recursos e meios mais favoráveis ao educando;</p><p>° adotar currículos abertos e propostas curriculares diversificadas;</p><p>° flexibilizar a organização e o funcionamento da escola;</p><p>° incluir professores especializados, serviços de apoio</p><p>e outros meios não convencionais que possam favorecer o processo educacional;</p><p>TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA</p><p>O programa curricular de uma criança com autismo deve seguir o mesmo de uma normal, com três importantes ressalvas, pois a primeira :</p><p>° necessita que lhe sejam ensinadas coisas que a criança normal aprende sozinha, por isso, o programa deve incluir esse tipo de ensino;</p><p>° tem perfil de desenvolvimento irregular, que deve ser respeitado;</p><p>° pode apresentar problemas de comportamento graves e difíceis de compreender;</p><p>A educação inclusiva é atualmente um dos temas discutidos com significativa relevância no cenário educacional brasileiro. A educação especial assume que as diferenças individuais fazem parte da diversidade humana e que, por isso, a aprendizagem deve ser pensada a partir das necessidades de cada individuo.</p><p>O individuo deve demostrar incapacidade tanto no funcionamento intelectual como na conduta adaptativa, na comunicação, nos cuidados pessoais, nas habilidades sociais, no desempenho na família e na comunidade, na independência na locomoção, na saúde e segurança, no desempenho escolar, no lazer e no trabalho.</p><p>O domínio dos distúrbios emocionais associados a dificuldades no desempenho escolar é foco de atenção de pais, professores e pesquisadores do desenvolvimento humano.</p><p>A atenção aos alunos com altas habilidades, por meio da adoção de praticas educacionais especificas, que favoreçam o seu desenvolvimento e a estimulação de seu potencial, é um desafio para os sistemas de ensino.</p><p>A compreensão da deficiência intelectual a partir de um olhar pedagógico possibilita que o aluno seja identificado dentro da escola como um sujeito capaz de aprender cabe ao professor identificar nesse aluno um potencial a ser investido.</p><p>A oferta do AEE para o aluno com deficiência intelectual representa um dos suportes para efetivação de propostas inclusivas.</p><p>Pensar atividades e estratégias pedagógicas que estimulem a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual exige envolvimento de todos os sujeitos do processo educacional.</p><p>O AEE sublinham claramente um grupo especifico de alunos, e não mais todos os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. O atendimento educacional especializado caracteriza – se como um serviço pedagógico que opera na oferta de recursos de acessibilidade que visam á participação e aprendizagem dos alunos público – alvo da educação especial no ensino regular.</p><p>A educação deve incluir todos os sujeitos, considerando as especifidades e necessidades individuais de ensino. Dessa maneira, a inclusão se refere a um processo educacional no qual toda e qualquer diferença ou diversidade dos sujeitos é compreendida e respeitada.</p><p>Uma rede de apoio é caracterizada pelo desenvolvimento de um sistema de suporte composto por diversos agentes implicados no processo educativo: educadores, especialistas, profissionais, família e comunidade.</p><p>O envolvimento e as responsabilidades da comunidade escolar e das autoridades publicas que administram as escolas devem possibilitar a troca de experiências, considerando todos os atores envolvidos no processo de educação inclusiva, por meio da criação de espaços para a reflexão.</p><p>Historicamente, a formação de profissionais especializados em educação inclusiva tinha como enfoque a chamada educação especial, a qual estava voltada apenas ao ensino das pessoas com deficiência organizado, portanto, a partir de uma vertente medica pedagógica.</p><p>O papel do educador é imprescindível para a efetivação de uma educação legitimamente inclusiva, pois a sua atuação rompe as barreiras do compartilhamento de conhecimentos e se expande sobre a maneira como manifesta o seu ensino e a sua relação com o saber.</p><p>A inclusão está intimamente ligada á manutenção de um ambiente colaborativo entre as escolas e as instituições que se relacionam com ela, como as gestões administrativas, as instituições de saúde, as instituições de esporte e lazer, entre outras.</p><p>a educação especial que antes seguia o modelo medico e se configurava em um sistema paralelo de ensino por meio de instituições especializadas, assume um outro papel, o de dar suporte á escola regular na recepção desses alunos.</p><p>A partir da constituição de 1988, iniciam –se políticas de caráter mais social, e a educação passa a adotar uma visão inclusiva em que se repensa o espaço do deficiente, o qual não é apenas físico.</p><p>Assim, o papel dos professores não é apenas ensinar, eles também precisam estar preparados para:</p><p>° Lidar e compreender as diferenças dos seus alunos;</p><p>° Valorizar as potencialidades de cada estudante;</p><p>° Estabelecer relações interativas dentro e fora da escola;</p><p>O Mec desenvolve programas de capacitação para a formação continuada de professores de educação especial da rede publica de ensino para atuar nas salas de recursos multifuncionais e em classes comuns do ensino regular, por meio de duas modalidades: educação a distância ( EAD) e presencial.</p><p>Com base no art. 59 da lei de diretrizes e bases ( LDB) da educação nacional propõe a existência de dois tipos de formação profissional docente:</p><p>° Professores generalistas do ensino regular, com um mínimo de conhecimento e pratica com o aluno diversificado</p><p>° Professores especialistas de caráter geral, com aprofundamentos específicos para um atendimento especializado, sendo encarregados de auxiliar o professor regular.</p><p>Embora exista um sistema que colabora com o professor gestão e equipe de apoio, é somente ele que está em sala de aula, convivendo e atuando com seus alunos, conhece o grupo e sua dinâmica, podendo eleger metodologias e atualizar seu planejamento de acordo com a evolução do estudante.</p><p>O ideal seria que a escola regular tivesse a sala de recursos multifuncionais e a equipe especialista para oferecer o AEE, mas como isso não é possível, as escolas especiais e o centros especializados podem ficar responsáveis por realizá – lo, ou ainda surge a possibilidade de sua itinerancia, essa modalidade é nova e há poucos estudos a seu respeito.</p><p>O AEE deve disponibilizar programas de enriquecimento curricular no caso de alunos com altas habilidades, ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas, recursos de tecnologias assistiva, entre outros. Ao longo de todo o processo de escolarização, ele precisa estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum.</p><p>A lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência prevê uma pena de reclusão de ate cinco anos aos infratores. Os dados do censo escolar da educação básica mostram que, entre os anos 1990 e 2014, o numero de matriculas dos estudantes com deficiência cresceu em torno de 160%, já o numero de alunos inscritos em escolas exclusivamente especializadas ou classes especiais caiu 56% nesse período, e a freqüência em classes comuns aumentou quase 16 vezes.</p><p>A formação adequada e continua dos professores é indispensável para o sucesso da inclusão, a legislação brasileira prevê que todos os cursos de formação, do magistério á licenciatura, devem capacitá – los para receber, em suas salas de aula, alunos com e sem necessidades educacionais especiais ou com deficiências.</p><p>Os recursos pedagógicos especiais não costumam ir á sala de aula, como recomenda a literatura de inclusão, embora assegurados pela lei, o material em braile ou as aulas em LIBRAS ainda não estão disponíveis.</p><p>Lobo relata a dificuldade do professor em fazer adaptações em trabalhos e nas avaliações.</p><p>A freqüência da ida á sala de recursos também é baixa, de duas vezes na semana e, em muitos lugares, as atividades do AEE são desconectados do currículo. Nessas condições, o suporte que o AEE poderia prestar aos docentes se torna precário, quando não inexistente sua sobrecarga de trabalho também contribui para isso.</p><p>A proposta do novo modelo educacional parace não estar clara ainda, a escola trabalha com o modelo único de aluno e baseia suas atividades em uma capacidade media de aprendizagem, o desempenho padrão, quando não consegue isso, justamente com os que são considerados</p><p>diferentes, ela julga que não tem o preparo adequado.</p><p>Não há controle sobre o que é ensinado aos alunos – alvos da educação especial e algumas escolas acham que eles tem de ser aprovados automaticamente, assim o tema inclusão é ainda bastante polemico.</p><p>O aluno com deficiência precisa de ações pedagógicas diferenciadas, e cabe á escola organizar o espaço físico e os materiais pedagógicos, respeitando as capacidades e habilidades motoras, já o papel do professor é observar as especificidades do estudante e atuar a partir da sua experiência e criatividade.</p>