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<p>1</p><p>Di</p><p>re</p><p>it</p><p>o</p><p>Co</p><p>ns</p><p>ti</p><p>tu</p><p>ci</p><p>on</p><p>al</p><p>Polícia Federal</p><p>Noções de Direito Constitucional</p><p>1 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida,</p><p>à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania</p><p>e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos</p><p>direitos coletivos, sociais e políticos. ....................................................................................... 1</p><p>2 Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de governo. .. 43</p><p>3 Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da</p><p>segurança pública. ................................................................................................................ 60</p><p>4 Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; meio ambiente; família,</p><p>criança, adolescente, idoso, índio. .......................................................................................... 66</p><p>Olá Concurseiro, tudo bem?</p><p>Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua</p><p>dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do</p><p>edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando</p><p>conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha</p><p>uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.</p><p>Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail</p><p>professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou</p><p>questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam</p><p>por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior</p><p>aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens:</p><p>01. Apostila (concurso e cargo);</p><p>02. Disciplina (matéria);</p><p>03. Número da página onde se encontra a dúvida; e</p><p>04. Qual a dúvida.</p><p>Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,</p><p>pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até</p><p>cinco dias úteis para respondê-lo(a).</p><p>Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado!</p><p>Bons estudos e conte sempre conosco!</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>1</p><p>DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS</p><p>A Constituição Federal de 1988 (CF) trouxe em seu Título II os direitos e garantias fundamentais,</p><p>subdivididos em cinco capítulos: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade,</p><p>direitos políticos e partidos políticos.</p><p>Na concepção de Bahia1, Direitos e Garantias podem ser entendidos como, Direito em sua acepção</p><p>clássica, seria a disposição meramente declaratória que imprime existência legal ao direito reconhecido.</p><p>É a proteção ao bem, ao interesse tutelado pela norma jurídica configurando verdadeiro patrimônio</p><p>jurídico. Ao lado dos direitos encontramos os deveres, que são normas de caráter limitativo, que buscam</p><p>impor comportamento de respeito às normas que definem a proteção ao direito fundamental. A todo direito</p><p>corresponde um dever. Exemplo: ao lado da norma que declara a liberdade de expressão (art. 5", IV),</p><p>encontramos o dever de exercício dessa liberdade sem ofensa a terceiros, sob pena de aplicação de</p><p>sanção a quem dele abusa (art. 5", V).</p><p>As "garantias", por sua vez, traduzem-se no direito dos cidadãos de exigir dos Poderes Públicos a</p><p>proteção de seus direitos. Servem para assegurar os direitos através da limitação do poder, possuindo</p><p>caráter instrumental, atuando como mecanismos prestacionais na tutela dos direitos.</p><p>As garantias constitucionais, segundo a visão bipartida2 da doutrina, classificam-se em gerais e</p><p>específicas:</p><p>a) garantias fundamentais gerais: são aquelas que vêm convertidas em normas constitucionais que</p><p>proíbem os abusos de poder e todas as espécies de violação aos direitos que elas asseguram e procuram</p><p>tomar efetivos.</p><p>Realizam-se por meio de princípios e preceitos constitucionais como o princípio da legalidade, o</p><p>princípio da liberdade, princípio do devido processo legal, e pelas cláusulas de inviolabilidade (art. 5°, VI,</p><p>X, XI, XII etc.);</p><p>b) garantias fundamentais específicas: são aquelas que instrumentalizam, verdadeiramente, o</p><p>exercício dos direitos, fazendo valer o conteúdo e a materialidade das garantias fundamentais gerais. Por</p><p>elas, os titulares do direito encontram a forma, o procedimento, a técnica, o meio de exigir a proteção</p><p>incondicional de suas prerrogativas, como por exemplo o habeas corpus, o mandado de segurança, o</p><p>habeas data, o mandado de injunção, a ação popular, o direito de petição etc. São chamados de</p><p>"remédios constitucionais" por designar um recurso àquilo que combate o mal, qual seja, o desrespeito</p><p>ao direito fundamental</p><p>Garantias Constitucionais Individuais</p><p>Diz-se Garantias Constitucionais Individuais para se exprimir os meios, instrumentos, procedimentos</p><p>e instituições destinados a assegurar o respeito, a efetividade do gozo e a exigibilidade dos direitos de</p><p>cada um. Direitos estes, que se fazem presente nos incisos do Art.5º da Carta Magna.</p><p>Garantias dos Direitos , Coletivos, Sociais e Político</p><p>A Constituição Federal de 1988 tutela os direitos difusos e coletivos; o art. 129, III, da CF/88, ao dispor</p><p>sobre as funções institucionais do Ministério Público, destaca a de promover o inquérito civil e a ação civil</p><p>pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos</p><p>e coletivos.</p><p>A previsão constitucional, além de reconhecer os interesses difusos e, ao mesmo tempo, destinar a</p><p>sua proteção ao Ministério Público, demonstra não se tratar de norma meramente programática, mas</p><p>preceptiva ou atributiva de direitos. A própria Constituição confere os meios de investigação, constantes</p><p>1 BAHIA, Flávia. Direito Constitucional. 2018.</p><p>2 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 2004.</p><p>1 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos;</p><p>direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos</p><p>sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos;</p><p>garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e</p><p>políticos.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>2</p><p>do inquérito civil, e o instrumento de proteção judicial, a ação civil pública. Dispõe, inclusive, sobre a</p><p>titularidade da ação, ao conferi-la ao Ministério Público.</p><p>Nesse sentido, o art. 5.º, LXXIII, da Carta Constitucional, que trata da ação popular, também reconhece</p><p>a existência de interesses difusos e coletivos e estabelecendo que qualquer cidadão é parte legítima para</p><p>propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio</p><p>ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.</p><p>A Magna Carta reconhece os interesses difusos e coletivos e impõe a sua proteção pelo próprio</p><p>cidadão, conforme os direitos e garantias fundamentais, por meio da ação popular. A Constituição Federal</p><p>não somente reconheceu a existência dos interesses difusos e coletivos, mas também estabeleceu um</p><p>"sistema de garantia" desses interesses, definindo titulares do direito à proteção e instrumentos jurídicos</p><p>de proteção, ao conferi-la ao Ministério Público, por intermédio do inquérito civil e da ação civil pública, e</p><p>ao cidadão, por meio da ação popular.</p><p>Ao Ministério Público coube a titularidade ampla, uma vez que poderá tutelar, além dos interesses</p><p>especificamente mencionados pela Constituição, como o meio ambiente e o patrimônio público e social,</p><p>os demais interesses difusos e coletivos, conforme a fórmula genérica</p><p>de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente</p><p>convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”;</p><p>Item II) INCORRETA: Art. 5º, XVII - “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de</p><p>caráter paramilitar”;</p><p>Item III CORRETA: Art. 5º, XXVII - “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação</p><p>ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar”;</p><p>03. Resposta: D</p><p>Art 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da</p><p>tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes</p><p>hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.</p><p>04. Resposta: D</p><p>Artigo 5°, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;</p><p>05. Resposta: C</p><p>A alternativa “A” está incorreta, porque é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o</p><p>anonimato (art. 5º, IV); a “B” está incorreta, porque é plena a liberdade de associação para fins lícitos,</p><p>vedada a de caráter paramilitar (art. 5º, XVII); a “D” está incorreta, pois é livre a expressão da atividade</p><p>intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença (art. 5º, IX).</p><p>Assim, resta somente como correta a alternativa “C”, que traz a redação do art.5º, II, da CF.</p><p>06. Resposta: B</p><p>É o que prevê o art. 5º, XII, da CF/88: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações</p><p>telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas</p><p>hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual</p><p>penal”.</p><p>07. Resposta: B</p><p>Conforme Art. 5°, XVI da CF/88: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos</p><p>ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente</p><p>convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.”</p><p>O advento das revoluções (americana e francesa) no século XVIII, promoveu a ascensão da burguesia</p><p>ao poder, garantindo-os alguns direitos individuais, como: a inviolabilidade de domicílio e de</p><p>correspondência, o devido processo legal e a proibição da prisão ilegal.</p><p>Direitos Sociais</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>18</p><p>Originando por conseguinte a emersão do capitalismo, que aumentou significativamente a produção</p><p>de bens de consumo, mas que trouxe consigo a miséria da classe trabalhadora, devido ao aumento da</p><p>produção de riquezas, sua má distribuição e da ausência do amparo estatal (prestação negativa do</p><p>Estado).</p><p>Sendo assim apesar da classe trabalhadora ser a produtora da riqueza da burguesia, esta era excluída</p><p>dos benefícios sociais e de uma qualidade de vida condigna. Fato que os motivou a se organizarem na</p><p>luta por seus direitos e por uma estabilidade maior quanto ao desenvolvimento econômico, levando o</p><p>Estado a intervir em prol dos menos favorecidos.</p><p>No Brasil os direitos sociais vieram com a Constituição de 1934, que permanece até a Constituição</p><p>atual.</p><p>Conceito</p><p>Consiste em direito econômico-social e tem por objetivo melhorar as condições de vida e de trabalho</p><p>para todos. Veio para criar garantias positivas prestadas pelo Estado em favor dos menos favorecidos,</p><p>bem como dos setores da sociedade economicamente mais fracos.</p><p>Segundo Silva6, os direitos sociais “são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou</p><p>indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos</p><p>mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. São, portanto,</p><p>direitos que se ligam ao direito de igualdade”.</p><p>Os direitos sociais exigem a intermediação do Estado para sua concretização; consideram o homem</p><p>para além de sua condição individualista, e guardam íntima relação com o cidadão e a sociedade, então</p><p>abrangem a pessoa humana na perspectiva de que ela necessita de condições mínimas de subsistência.</p><p>Por tratarem de direitos fundamentais, há de reconhecer a eles aplicabilidade imediata (artigo 5º, § 1º</p><p>da CF/88), e no caso de omissão legislativa haverá meios de buscar sua efetividade, como o mandado</p><p>de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão.</p><p>Classificação</p><p>O art. 6º da Constituição deixa claro que os direitos sociais não são somente os que estão enunciados</p><p>nos artigos 7º, ao 11. Também são encontrados no Título VIII - Da Ordem Social, artigos 193 e seguintes.</p><p>Os direitos sociais podem ser agrupados em grandes categoriais:</p><p>a) os direitos sociais dos trabalhadores (subdivididos em individuais e coletivos);</p><p>b) os direitos sociais de seguridade social (saúde e previdência social);</p><p>c) os direitos sociais de natureza econômica;</p><p>d) os direitos sociais da cultura e esporte;</p><p>e) os de segurança;</p><p>f) família, criança, adolescente, idoso e pessoas portadoras de deficiência.</p><p>José Afonso da Silva7 propõe a divisão dos direitos sociais em:</p><p>a) Relativos aos trabalhadores: direitos relativos ao salário, às condições de trabalho, à liberdade de</p><p>instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, artigos 7º a 11).</p><p>b) Relativos ao homem consumidor: direito à saúde, à educação, à segurança social, ao</p><p>desenvolvimento intelectual, o igual acesso das crianças e adultos à instrução, à cultura e garantia ao</p><p>desenvolvimento da família, que estariam no título da ordem social.</p><p>Direitos Relativos aos Trabalhadores</p><p>As relações individuais do trabalho estão previstas no artigo 7° CF/88 e, os direitos coletivos dos</p><p>trabalhadores estão previstos nos artigos 8° à 11.</p><p>Os direitos sociais e coletivos são aqueles que os trabalhadores exercem coletivamente ou no</p><p>interesse da coletividade. Podem ser classificados da seguinte forma:</p><p>a) Direito de associação sindical ou profissional (artigo 8°, caput)</p><p>b) Direito de greve (artigo 9°)</p><p>c) Direito de substituição processual (artigo 8°, III)</p><p>d) Direito de participação (artigo 10)</p><p>e) Direito de representação classista (artigo 11).</p><p>6 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. Rev. E atual. – São Paulo: Malheiros Editores, 2009.</p><p>7 Idem.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>19</p><p>Princípios norteadores de proteção aos Direitos Sociais</p><p>Reserva do Possível</p><p>A reserva do possível, nas suas diversas dimensões, está ligada diretamente às limitações</p><p>orçamentárias que o Estado possui. Para que se determine a razoabilidade de determinada prestação</p><p>estatal é importante pensar no contexto: a saída adequada para “A” deve ser a saída adequada para</p><p>todos os que se encontram na mesma situação que “A”, como o princípio da isonomia.</p><p>Alguns autores denominam este princípio como a reserva do “financeiramente possível”, relacionando-</p><p>o com a necessidade de disponibilidade de recursos, principalmente pelo Estado, para sua efetiva</p><p>concretização.</p><p>A cláusula da reserva do possível não pode servir de argumento, ao Poder Público, para frustrar e</p><p>inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição. A noção de “mínimo</p><p>existencial” é extraída implicitamente de determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º,</p><p>III), e compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir</p><p>condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito</p><p>geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição</p><p>de direitos sociais básicos.</p><p>Mínimo Existencial</p><p>Trata-se do básico da vida humana, um direito fundamental e essencial previsto na Constituição</p><p>Federal. Tem como objetivo garantir condições mínimas para uma vida digna ao ser humano. Assim, é</p><p>dever do Estado garantir</p><p>que os direitos fundamentais sejam aplicados de maneira eficaz. Pode ser</p><p>conceituado como “conjunto de condições materiais essenciais e elementares cuja presença é</p><p>pressuposto da dignidade para qualquer pessoa. Se alguém viver abaixo daquele patamar, o</p><p>mandamento constitucional estará sendo desrespeitado”.8</p><p>Em casos que o Poder Público não cumpra seu dever de implementar políticas públicas definidas no</p><p>texto constitucional, estará infringindo a própria Constituição. A falta de agir do Estado configura desprezo</p><p>e desrespeito à Constituição e, por isso mesmo, configura comportamento juridicamente reprovável.</p><p>O mínimo existencial abrange direitos socioeconômicos e culturais, como o direito a educação, lazer,</p><p>trabalho, salário mínimo, etc.</p><p>Vedação ao Retrocesso / Princípio do Não Retrocesso Social / Proibição da Evolução</p><p>Reacionária</p><p>O legislador, dentro da reserva do possível, deve implementar políticas públicas. Uma vez concretizado</p><p>esses direitos, não poderá ser diminuído. Assim, os direitos sociais já consagrados devem ser</p><p>resguardados.</p><p>Direitos Sociais em Espécie</p><p>Educação: o direito à educação está previsto nos artigos 6º e 205 da Constituição Federal. Esse direito</p><p>é de todos e um dever do Estado e a família, que visa o desenvolvimento intelectual da pessoa,</p><p>preparando-a para o exercício da cidadania e de uma vida profissional. O Estado tem o dever de promover</p><p>políticas públicas de acesso à educação de acordo com os princípios elencados na própria CF (art. 206),</p><p>e, por expressa disposição, obriga-se a fornecer o ensino fundamental gratuito (art. 208, § 1º).</p><p>O STF editou a súmula vinculante número 12, com a finalidade de evitar violação do disposto no artigo</p><p>206, IV da CF: “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206,</p><p>IV, da Constituição Federal”.</p><p>Saúde: foi em 1988 que a saúde passou a ser tratada pela ordem constitucional brasileira, como direito</p><p>fundamental. É um direito de todos e dever do Estado garantir políticas sociais e econômicas que tenha</p><p>como objetivo diminuir riscos de doenças.</p><p>Alimentação: A alimentação adequada está ligada à dignidade da pessoa humana, portanto, é dever</p><p>do poder público adotar medidas necessárias para uma alimentação digna e nutritiva a toda população.</p><p>8 BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>20</p><p>Trabalho: está previsto na Constituição Federal como um direito social. O direito de ter um trabalho</p><p>ou de trabalhar, é o meio de se obter uma existência digna9.</p><p>Aparece como um dos fundamentos do Estado democrático de Direito os valores sociais do trabalho</p><p>(previsto na CF, artigo 1º, inciso IV), e, no artigo 170 da CF/88 funda a ordem econômica na valorização</p><p>do trabalho humano e na livre iniciativa, tudo a assegurar uma existência digna a todos, em atenção à</p><p>justiça social.</p><p>Moradia: o direito à moradia visa consagrar o direito de habitação digna e adequada. Não quer dizer</p><p>que necessariamente é direito a uma casa própria, mas sim a um teto, um abrigo em condições condignas</p><p>para preservar a intimidade pessoal dos membros da família (art. 5, X e XI), uma habitação digna e</p><p>adequada. A própria impenhorabilidade do bem de família, levada a efeito pela Lei n° 8.009/90, encontra</p><p>fundamento no artigo 6º da Constituição Federal.</p><p>Transporte: com o advento da Emenda Constitucional nº 90, de 15 de setembro de 2015, o transporte</p><p>passou a figurar no rol dos direitos sociais. A inserção de um direito ao transporte guarda sintonia com o</p><p>objetivo de assegurar a todos uma efetiva fruição de direitos (fundamentais ou não), mediante a garantia</p><p>do acesso ao local de trabalho, bem como aos estabelecimentos de ensino, serviços de saúde e outros</p><p>serviços essenciais, assim como ao lazer e mesmo ao exercício dos direitos políticos, sem falar na</p><p>especial consideração das pessoas com deficiência (objeto de previsão específica no artigo 227, § 2º,</p><p>CF) e dos idosos, resulta evidente e insere o transporte no rol dos direitos e deveres associados ao</p><p>mínimo existencial, no sentido das condições materiais indispensáveis à fruição de uma vida com</p><p>dignidade.</p><p>Lazer: prevê a Constituição no § 3º do Artigo 217 que “o Poder Público incentivará o lazer, como forma</p><p>de promoção social”. Esse direito relaciona-se com o direito ao descanso dos trabalhadores, ao resgate</p><p>de energias para retomada das atividades.</p><p>Costuma-se condenar os empregadores que, entregando excessiva carga de trabalho ao empregado,</p><p>retiram-lhe o intervalo interjornada10 de modo a inibir o convívio social e familiar. Em poucas palavras, o</p><p>tempo destinado ao lazer, é uma garantia constitucional.</p><p>Segurança: a segurança no artigo 6° não é a mesma que a mencionada no caput do artigo 5°. Lá no</p><p>artigo 5° ela está ligada a garantia individual e, no artigo 6°, prevê um direito social, ligada a segurança</p><p>pública, tratada no artigo 144 da Constituição Federal.</p><p>O STF afirmou que o direito à segurança “é prerrogativa constitucional indisponível, garantido mediante</p><p>a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que</p><p>possibilitem o efetivo acesso a tal serviço. É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação</p><p>pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja</p><p>ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo.”11</p><p>Previdência social: É um conjunto de direitos relativos à seguridade social. Os benefícios, são</p><p>prestações pecuniárias para</p><p>a) Aposentadoria por invalidez (CF, art. 201, I), por velhice e por tempo de contribuição (CF, art. 201,</p><p>§ 7º)</p><p>b) Nos auxílios por doença, maternidade, reclusão e funeral (art. 201, I, II, IV e V);</p><p>c) No salário-desemprego (artigos 7º, II, 201, II, e 239);</p><p>d) Na pensão por morte do segurado (art. 201, V).</p><p>Os serviços que são prestações assistenciais: médica, farmacêutica, odontológico, hospitalar, social e</p><p>de reeducação ou readaptação profissional.</p><p>Proteção à maternidade e à infância: a proteção à maternidade aparece tanto como um direito</p><p>previdenciário (artigo 201, II) como direito assistencial (artigo 203, I e II). Destaca-se, também, no artigo</p><p>7º, XVIII da CF a previsão de licença à gestante.</p><p>9 SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 8ª ed., atual. Até a Emenda Constitucional 70, de 22.12.2011. – São Paulo: Malheiros Editores,</p><p>2012</p><p>10 Interjornada: período de descanso entre um dia e outro de trabalho – mínimo de 11 horas de descanso.</p><p>11 RE 559.646-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 7-6-2011, Segunda Turma, DJE de 24-6-2011.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>21</p><p>Assistência aos desamparados: materializa-se nos termos do artigo 203, que estabelece que a</p><p>assistência social será prestada aos necessitados, independentemente contribuírem ou não com a</p><p>previdência social.</p><p>Texto Constitucional a respeito:</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DOS DIREITOS SOCIAIS</p><p>Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o</p><p>lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos</p><p>desamparados, na forma desta Constituição. (NR Emenda Constitucional Nº 90, de 15 de setembro de</p><p>2015)</p><p>Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua</p><p>condição social:</p><p>I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei</p><p>complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;</p><p>II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;</p><p>III - fundo de garantia do tempo de serviço;</p><p>IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades</p><p>vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,</p><p>transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo</p><p>vedada sua vinculação para qualquer fim;</p><p>V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;</p><p>VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;</p><p>VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;</p><p>VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;</p><p>IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;</p><p>X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;</p><p>XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,</p><p>participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;</p><p>XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;</p><p>XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,</p><p>facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de</p><p>trabalho;</p><p>XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo</p><p>negociação coletiva;</p><p>XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;</p><p>XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;</p><p>(Vide Del 5.452, art. 59 § 1º).</p><p>XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;</p><p>XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;</p><p>XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;</p><p>Observação: A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa empresa Cidadã, que permite que seja</p><p>prorrogada a licença à gestante por mais 60 (sessenta) dias, ampliando, com isso o prazo de 120 (cento</p><p>e vinte) para 180 (cento e oitenta) dias. Contudo, não é obrigatória a adesão a este programa.</p><p>Assim, a prorrogação é uma faculdade para as empresas privadas (que ao aderirem o programa</p><p>recebem incentivos fiscais) e para a Administração Pública direita, indireta e fundacional.</p><p>Cabe destacar, ainda, que esta lei foi recentemente alterada pela lei nº 13.257/2016, sendo instituída</p><p>a possibilidade de prorrogação da licença-paternidade por mais 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) já</p><p>assegurados constitucionalmente as empresas que fazem parte do programa. Contudo, para isso, o</p><p>empregado tem que requerer o benefício no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprovar a</p><p>participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável.</p><p>XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;</p><p>XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>22</p><p>XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;</p><p>XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;</p><p>XXIV - aposentadoria;</p><p>XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade</p><p>em creches e pré-escolas;</p><p>XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;</p><p>XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;</p><p>XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que</p><p>este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;</p><p>XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de</p><p>cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato</p><p>de trabalho;</p><p>XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo</p><p>de sexo, idade, cor ou estado civil;</p><p>XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador</p><p>portador de deficiência;</p><p>XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais</p><p>respectivos;</p><p>XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer</p><p>trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;</p><p>XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o</p><p>trabalhador avulso</p><p>Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos</p><p>incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,</p><p>atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações</p><p>tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos</p><p>nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada</p><p>pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013).</p><p>Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:</p><p>I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro</p><p>no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;</p><p>II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de</p><p>categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou</p><p>empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;</p><p>III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive</p><p>em questões judiciais ou administrativas;</p><p>IV - a Assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será</p><p>descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,</p><p>independentemente da contribuição prevista em lei;</p><p>V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;</p><p>VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;</p><p>VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;</p><p>VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de</p><p>direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,</p><p>salvo se cometer falta grave nos termos da lei.</p><p>Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de</p><p>colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.</p><p>Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de</p><p>exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.</p><p>§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das</p><p>necessidades inadiáveis da comunidade.</p><p>§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.</p><p>Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos</p><p>públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e</p><p>deliberação.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>23</p><p>Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante</p><p>destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.</p><p>Questões</p><p>01. (SETRABES - Contador - UERR/2018) São Direitos Sociais expressamente previstos na</p><p>Constituição Federal, exceto:</p><p>(A) O livre exercício de qualquer trabalho.</p><p>(B) A assistência aos desamparados.</p><p>(C) O transporte.</p><p>(D) A proteção à maternidade.</p><p>(E) A educação.</p><p>02. (PC/MA</p><p>- Investigador de Polícia - CESPE/2018) Entre os direitos sociais previstos pela</p><p>Constituição Federal de 1988 (CF) inclui-se o direito à</p><p>(A) amamentação aos filhos de presidiárias.</p><p>(B) moradia.</p><p>(C) propriedade.</p><p>(D) gratuidade do registro civil de nascimento.</p><p>(E) assistência jurídica e integral gratuita.</p><p>03. (ITEP/RN - Agente de Necropsia - INSTITUTO AOCP/2018) O artigo 8° da Constituição Federal</p><p>determina que é livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:</p><p>(A) ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive</p><p>em questões judiciais ou administrativas.</p><p>(B) a lei poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato.</p><p>(C) é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de</p><p>categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou</p><p>empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um estado.</p><p>(D) o trabalhador será obrigado a filiar-se e a manter-se filiado a sindicato.</p><p>(E) o aposentado filiado não pode votar e ser votado nas organizações sindicais.</p><p>04.(IF/PA - Assistente em Administração - FUNRIO) Constituem direitos sociais conforme</p><p>Constituição Federal de 1988, dentre outros, os seguintes:</p><p>(A) a religião, o lazer e a segurança.</p><p>(B) o voto, a cultura e a integração nacional.</p><p>(C) o trabalho, a moradia e a segurança.</p><p>(D) a igualdade tributária, a cultura e a segurança.</p><p>(E) a cultura, a religião e o transporte.</p><p>05. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário - NUCEPE) Sobre a disciplina constitucional dos direitos</p><p>sociais, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) A assistência gratuita aos filhos e dependentes é garantida desde o nascimento até oito anos de</p><p>idade em creches e pré-escolas.</p><p>(B) É garantido seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização</p><p>a que este está obrigado, desde que tenha agido com dolo.</p><p>(C) É proibido trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a</p><p>menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.</p><p>(D) É garantido o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos.</p><p>(E) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de</p><p>direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até três anos após o final do mandato,</p><p>salvo se cometer falta grave nos termos da lei.</p><p>06. (Câmara de Natal/RN - Guarda Legislativo - COMPERVE) Os direitos sociais fundamentais,</p><p>também apelidados pelos juristas como direitos de segunda dimensão ou de segunda geração, têm, em</p><p>sua ontologia, a intenção de reduzir desigualdades para fins de concretização da igualdade material,</p><p>substancial ou isonômica. Uma das ideias que os permeia é a de tratar igualmente os iguais e</p><p>desigualmente os desiguais na proporção de suas desigualdades. O constituinte brasileiro, visualizando</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>24</p><p>a importância desses direitos, tratou de expressamente tutelá-los. Nesse sentido, a Constituição Federal</p><p>prevê direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, tais como</p><p>(A) a ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de sete</p><p>anos.</p><p>(B) o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho e a proteção em face da</p><p>automação, na forma da lei.</p><p>(C) o gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, dois terços a mais que o salário normal.</p><p>(D) a remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em quarenta por cento relativamente</p><p>à do normal.</p><p>07. (Câmara de Natal/RN - Guarda Legislativo - COMPERVE) A liberdade do indivíduo, direito</p><p>fundamental tradicionalmente caracterizado como de primeira dimensão ou geração, possui</p><p>desdobramentos e se expressa em variadas espécies no âmbito do atual Estado Constitucional</p><p>Democrático, sendo possível falar em liberdade de ir e vir, liberdade religiosa, liberdade profissional,</p><p>dentre outras. No que diz respeito especificamente à liberdade de associação sindical, de acordo com as</p><p>diretrizes constitucionais, é possível observar que no Brasil é livre a associação sindical, cabendo aos</p><p>sindicatos a defesa dos</p><p>(A) direitos individuais da categoria em questões judiciais, excluídas as questões administrativas e de</p><p>ordem internacional.</p><p>(B) interesses individuais da categoria, excluídos os coletivos, inclusive em questões judiciais ou</p><p>administrativas.</p><p>(C) direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou</p><p>administrativas.</p><p>(D) interesses coletivos da categoria em questões judiciais, excluídos os interesses individuais e as</p><p>questões administrativas e incluídas as questões internacionais.</p><p>08. (SJC/SC - Agente de Segurança Socioeducativo - FEPESE) Assinale a alternativa correta sobre</p><p>os direitos sociais previstos na Constituição Federal.</p><p>(A) É proibida a prática de qualquer espécie de trabalho a menores de dezoito anos.</p><p>(B) É vedada a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de</p><p>sexo, idade, cor ou estado civil.</p><p>(C) A distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos deverá</p><p>ser aferida por meio de critérios objetivos e previamente estabelecidos.</p><p>(D) O prêmio do seguro contra acidentes do trabalho contratado pelo empregador exclui a sua</p><p>responsabilidade civil, mesmo quando incorrer em dolo ou culpa.</p><p>(E) O empregador poderá descontar até o limite de dez por cento da remuneração do trabalhador em</p><p>razão da restrição decorrente de sua deficiência, física ou motora.</p><p>Gabarito</p><p>01.A / 02.B / 03.A / 04.C / 05.C / 06.B / 07.C / 08.B</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: A</p><p>Os direitos sociais estão previstos no art. 6º da Constituição Federal: “São direitos sociais a educação,</p><p>a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a</p><p>proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.</p><p>02. Resposta: B</p><p>Novamente, artigo 6°, CF: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a</p><p>moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,</p><p>a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.</p><p>03. Resposta: A</p><p>Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:</p><p>[...]</p><p>III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive</p><p>em questões judiciais ou administrativas;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>25</p><p>04. Resposta: C</p><p>Os direitos assegurados na categoria de direitos sociais encontram menção genérica no artigo 6º, da</p><p>CF/88: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o</p><p>lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos</p><p>desamparados, na forma desta Constituição”.</p><p>05. Resposta: C</p><p>Dispõe o art. 7º, XXXIII, da CF/88: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros</p><p>que visem à melhoria de sua condição social: [...] proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a</p><p>menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,</p><p>a partir de quatorze anos.</p><p>06. Resposta: B</p><p>Está correta a alternativa “B”, tendo em vista que é uma junção do que dispõe os incisos XXVI e XXVII</p><p>do art. 7º, da CF/88.</p><p>07. Resposta: C</p><p>Prevê o art. 8º, III, da CF/88, que é livre a associação profissional ou sindical e dentre outros requisitos,</p><p>que cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive</p><p>em questões judiciais ou administrativas.</p><p>08. Resposta: B</p><p>Nos termos do previsto no</p><p>art. 7º, XXX, da CF/88: “é proibido a diferença de salários, de exercício de</p><p>funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.</p><p>Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga uma pessoa a um determinado Estado Soberano</p><p>que gera direitos e acarreta deveres. Cabe a cada país estabelecer seu direito interno para conceituar</p><p>seus nacionais. No Brasil quem determina com exclusividade a aquisição e a perda da nacionalidade</p><p>brasileira é a própria Constituição.</p><p>Definições Correlatas</p><p>Cidadão: é aquele que está no pleno gozo de seus direitos políticos (votar e ser votado). Cidadão é o</p><p>nacional, mas pode ocorrer de ser nacional e não ser cidadão (Exemplo: Um indivíduo preso é nacional,</p><p>mas não é cidadão, visto estarem suspensos seus direitos políticos, em razão da prisão).</p><p>Povo: é o elemento humano da nação, do país soberano. É o conjunto de pessoas que fazem parte</p><p>do Estado.</p><p>População: é conceito demográfico, engloba nacionais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que</p><p>estão em um território.</p><p>Nação: são os brasileiros natos e naturalizados. A nação é formada por um conjunto de pessoas</p><p>nascidas em um território, cercadas pela mesma língua, costumes, cultura, tradições que adquirem a</p><p>mesma identidade social-cultural.</p><p>Espécies de Nacionalidade</p><p>Nacionalidade originária / primária / involuntária: é a nacionalidade dos natos, não dependendo de</p><p>qualquer requerimento ou da vontade do indivíduo. É um direito subjetivo, potestativo, que nasce com a</p><p>pessoa. É potestativo, pois depende exclusivamente de seu titular. Somente a CF poderá estabelecer</p><p>quem são os natos.</p><p>Nacionalidade adquirida / secundária / voluntária: é a nacionalidade dos naturalizados, sempre</p><p>dependendo de um requerimento sujeito à apreciação. Em geral, não é um direito potestativo, visto não</p><p>ser automático.</p><p>A pessoa é livre para escolher sua nacionalidade ou optar por outra. A pessoa não pode ser</p><p>constrangida a manter sua nacionalidade, podendo optar por outra, sendo aceita ou não.</p><p>Nacionalidade</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>26</p><p>Considerando que compete ao direito interno de cada país fixar os critérios de aquisição da</p><p>nacionalidade, é possível a existência de polipátridas (pessoas com diversas nacionalidades) e apátridas,</p><p>também denominados heimatlos ou apólidos (pessoas que não possuem pátria).</p><p>Critérios de Definição</p><p>Critério jus soli ou jus loci: é considerado brasileiro nato aquele que nasce na República Federativa</p><p>do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que nenhum deles esteja a serviço de seu país. A</p><p>República Federativa do Brasil é o seu território nacional mais suas extensões materiais e jurídicas. Se o</p><p>estrangeiro estiver em território nacional a serviço de um terceiro país, que não o seu de origem, o filho</p><p>deste que nascer no Brasil será brasileiro nato.</p><p>Critério jus sanguinis: é considerado brasileiro nato o filho de brasileiros que nascer no estrangeiro</p><p>estando qualquer um dos pais a serviço da República Federativa do Brasil (União, os Estados, os</p><p>Municípios, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista, ou seja, o brasileiro deve estar a serviço da Administração Direta ou da Administração Indireta).</p><p>Critério misto: também poderá exigir a nacionalidade, os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou</p><p>de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir</p><p>na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela</p><p>nacionalidade brasileira.</p><p>Distinção entre Brasileiro Nato e Naturalizado</p><p>Em que pese a Constituição declarar em seu artigo 12, §2° estabelecer que não há distinção entre os</p><p>brasileiros natos e naturalizados, no mesmo dispositivo relata que cabe exceções que devem ser previstas</p><p>na própria Constituição Federal.</p><p>Extradição</p><p>O brasileiro nato não poderá ser extraditado, enquanto o naturalizado pode em duas ocasiões:</p><p>-Crime comum ANTES da naturalização;</p><p>-Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, não importando o tempo, se antes ou depois da</p><p>naturalização.</p><p>Cargos Privativos de Brasileiros Natos</p><p>Alguns cargos são reservados aos brasileiros natos, vejamos:</p><p>- Presidente e Vice-Presidente da República.</p><p>- Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Senado Federal: estão na linha de</p><p>substituição do Presidente da República, portanto deverão ser brasileiros natos;</p><p>- Presidente do STF: considerando que todos os Ministros do STF poderão ocupar o cargo de</p><p>presidência do órgão, também deverão ser brasileiros natos. Os demais cargos do Poder Judiciário</p><p>poderão ser ocupados por brasileiros natos ou naturalizados;</p><p>- Ministro de Defesa: cargo criado pela Emenda Constitucional 23/99, deverá necessariamente ser</p><p>ocupado por um brasileiro nato;</p><p>- Membros da Carreira Diplomática: deverão ser, necessariamente, brasileiros natos. Não se impõe</p><p>essa condição ao Ministro das Relações Exteriores;</p><p>- Parte dos Conselheiros da República (art. 89, VII, da CF/88): o Conselho da República é um órgão</p><p>consultivo do Presidente da República, devendo ser composto por seis brasileiros natos;</p><p>- As empresas jornalísticas, de radiodifusão, som e imagem são privativas de brasileiros natos ou</p><p>naturalizados.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>27</p><p>Perda da Nacionalidade</p><p>- Cancelamento da Naturalização: o elemento básico que gera o cancelamento é a prática de</p><p>atividade nociva ao interesse nacional, reconhecida por sentença judicial transitada em julgado. Entende-</p><p>se que a prática de atividade nociva tem pressuposto criminal (deve ser fato típico considerado como</p><p>crime). A sentença tem efeitos ex nunc (não retroativos, valem dali para frente) e atinge brasileiros</p><p>naturalizados. A reaquisição deve ser requerida por meio de ação rescisória que desconstitua os efeitos</p><p>da decisão judicial anterior.</p><p>- Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalidade: atinge tanto os brasileiros natos quanto os</p><p>naturalizados. O instrumento que explicita a perda da nacionalidade nesta hipótese é o decreto do</p><p>Presidente da República. Essa perda ocorre por meio de um processo administrativo que culmina com o</p><p>decreto do Presidente da República, que tem natureza meramente declaratória e efeitos ex nunc.</p><p>Nem sempre a aquisição de outra nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira. O Brasil,</p><p>além de admitir a dupla nacionalidade, admite a múltipla nacionalidade. Em regra, a aquisição de outra</p><p>nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira, entretanto, há exceções:</p><p>- O reconhecimento de outra nacionalidade originária pela lei estrangeira;</p><p>- Imposição da naturalização pelo Estado estrangeiro para o brasileiro residente em outro país como</p><p>condição de permanência ou para exercício de direitos civis.</p><p>Exercício de Função</p><p>O artigo 89 da CF/88, que prevê, em seu inciso VII, a privatividade de 6 (seis) vagas para cidadãos</p><p>brasileiros natos. São as pessoas em contato direto com as decisões da própria Presidência. Não</p><p>significa, contudo, que o Conselho não pode ter brasileiros naturalizados em sua composição. Os incisos</p><p>IV, V e VI daquele artigo fazem referência a cargos que também podem ser exercidos por brasileiros</p><p>natos e naturalizados (os chefes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputado e no Senado e o</p><p>Ministro da Justiça).</p><p>Propriedade de empresa de Radiodifusão</p><p>O artigo 222 da CF/88 menciona que, a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora</p><p>e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas</p><p>jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.</p><p>Estatuto da Igualdade (Quase Nacionalidade)</p><p>O Estatuto da Igualdade é decorrente do Tratado entre Brasil e Portugal de 1971. Quando são</p><p>conferidos direitos</p><p>especiais aos brasileiros residentes em Portugal são conferidos os mesmos direitos</p><p>aos portugueses residentes no Brasil. O núcleo do Estatuto é a reciprocidade. Os portugueses que</p><p>possuem capacidade civil e residência permanente no Brasil podem requerer os benefícios do Estatuto</p><p>da Igualdade e, consequentemente, há reciprocidade em favor dos brasileiros que residem em Portugal.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>28</p><p>Texto Constitucional a respeito do assunto:</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA NACIONALIDADE</p><p>Art. 12. São brasileiros:</p><p>I - natos:</p><p>a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes</p><p>não estejam a serviço de seu país;</p><p>b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a</p><p>serviço da República Federativa do Brasil;</p><p>c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em</p><p>repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em</p><p>qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;</p><p>II - naturalizados:</p><p>a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de</p><p>língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;</p><p>b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais</p><p>de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.</p><p>§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de</p><p>brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta</p><p>Constituição.</p><p>§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos</p><p>previstos nesta Constituição.</p><p>§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:</p><p>I - de Presidente e Vice-Presidente da República;</p><p>II - de Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - de Presidente do Senado Federal;</p><p>IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;</p><p>V - da carreira diplomática;</p><p>VI - de oficial das Forças Armadas.</p><p>VII - de Ministro de Estado da Defesa</p><p>§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:</p><p>I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse</p><p>nacional;</p><p>II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:</p><p>a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;</p><p>b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado</p><p>estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;</p><p>Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.</p><p>§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.</p><p>§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.</p><p>Os símbolos da República Federativa do Brasil são, a bandeira (instituída em 19 de novembro de 1889,</p><p>a Bandeira Nacional é composta por 27 estrelas que simbolizam as unidades federativas do país - sendo</p><p>26 estados e o Distrito Federal), o hino, as armas e o selo nacionais.</p><p>Questões</p><p>01. (CRP 2º Região - Psicólogo Orientador - Quadrix/2018) Com relação à nacionalidade, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) Com exceção dos casos previstos na CF, a lei não pode estabelecer distinção entre brasileiros</p><p>natos e naturalizados.</p><p>(B) O estrangeiro residente no Brasil há mais de quinze anos, sem condenação penal, adquire</p><p>automaticamente a nacionalidade brasileira.</p><p>(C) O brasileiro naturalizado será extraditado somente na hipótese de crime político ou de</p><p>responsabilidade praticado antes da naturalização.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>29</p><p>(D) Embora não conste expressamente da CF, considera-se a língua portuguesa como idioma oficial</p><p>da República Federativa do Brasil.</p><p>(E) Aos portugueses com residência fixa no País e sem condenação penal serão atribuídos direitos</p><p>inerentes ao brasileiro nato.</p><p>02. (TRT 15ª Região - Técnico Judiciário - FCC/2018) Consideradas as formas de aquisição da</p><p>nacionalidade previstas na Constituição Federal, são brasileiros</p><p>(A) naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do</p><p>Brasil há mais de dez anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade</p><p>brasileira.</p><p>(B) natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que</p><p>estes estejam a serviço de seu país.</p><p>(C) naturalizados os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro e mãe brasileira, desde que qualquer</p><p>deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.</p><p>(D) natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados</p><p>em repartição brasileira competente.</p><p>(E) naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigida dos originários</p><p>de países de língua portuguesa apenas residência por cinco anos ininterruptos e idoneidade moral.</p><p>03. (PC/PI - Agente de Polícia Civil - NUCEPE/2018) Pode-se afirmar que Nacionalidade é o vínculo</p><p>jurídico que se estabelece entre um indivíduo e o Estado, pelo qual aquele se torna parte integrante do</p><p>povo deste. Acerca da Nacionalidade, marque a alternativa CORRETA.</p><p>(A) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que</p><p>venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, desde que não atingida a maioridade, pela</p><p>nacionalidade brasileira.</p><p>(B) São brasileiros natos os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos</p><p>originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.</p><p>(C) São brasileiros natos os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República</p><p>Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram</p><p>a nacionalidade brasileira.</p><p>(D) São brasileiros natos todos os que nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais</p><p>estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.</p><p>(E) Em nenhuma hipótese será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro nato.</p><p>04. (TJ/MT - Analista Judiciário - UFMT) Sobre a nacionalidade, assinale a afirmativa INCORRETA.</p><p>(A) São brasileiros natos os filhos de pais estrangeiros nascidos no Brasil, desde que estes não estejam</p><p>a serviço de seu país.</p><p>(B) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer um</p><p>deles esteja a serviço do Brasil.</p><p>(C) São brasileiros naturalizados os originários dos países de língua portuguesa, na forma da lei,</p><p>residentes por um ano ininterrupto no Brasil.</p><p>(D) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há</p><p>mais de dez anos e sem condenação penal.</p><p>05. (TRT 14ª Região - Técnico Judiciário - FCC) As irmãs Catarina e Gabriela são brasileiras</p><p>naturalizadas. Ambas possuem carreira jurídica brilhante, destacando-se profissionalmente. Catarina</p><p>almeja ocupar o cargo de Ministra do Supremo Tribunal Federal e Gabriela almeja ocupar o cargo de</p><p>Ministra do Tribunal Superior do Trabalho. Neste caso, com relação ao requisito nacionalidade,</p><p>(A) nenhuma das irmãs poderá alcançar o cargo almejado.</p><p>(B) ambas as irmãs poderão alcançar o cargo almejado, independentemente de qualquer outra</p><p>exigência legal.</p><p>(C) apenas Gabriela poderá alcançar o cargo almejado.</p><p>(D) apenas Catarina poderá alcançar o cargo almejado.</p><p>(E) ambas as irmãs só poderão alcançar o cargo almejado se tiverem mais de quinze anos de</p><p>naturalização.</p><p>06. (IF/BA - Assistente em Administração - FUNRIO) De acordo com a Constituição Federal de</p><p>1988, são privativos de brasileiro</p><p>nato, dentre outros, os cargos de</p><p>(A) Procurador da República e de Ministro do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>30</p><p>(B) Secretário Nacional da Infância e da Juventude e de oficial das Forças Armadas.</p><p>(C) Ministro do Supremo Tribunal Federal e de Presidente da Câmara dos Deputados.</p><p>(D) Advogado Geral da União e de Auditor da Receita Federal.</p><p>(E) Ministro do Tribunal de Contas do Distrito Federal e de Procurador da República.</p><p>07. (SJC/SC - Agente de Segurança Socioeducativo - FEPESE) Assinale a alternativa correta</p><p>acerca da nacionalidade.</p><p>(A) Apenas os nascidos na República Federativa do Brasil poderão ser considerados brasileiros</p><p>naturalizados.</p><p>(B) As pessoas originárias de países de língua portuguesa que contarem com residência permanente</p><p>por um ano ininterrupto e possuírem idoneidade moral poderão adquirir a nacionalidade brasileira nata.</p><p>(C) O filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, ainda que nascido no estrangeiro, sempre será</p><p>considerado brasileiro nato.</p><p>(D) Passados dez anos de residência ininterrupta na República Federativa do Brasil, poderá o</p><p>estrangeiro de qualquer nacionalidade requerer a nacionalidade brasileira.</p><p>(E) É brasileiro nato o nascido na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,</p><p>desde que estes não estejam a serviço de seu país.</p><p>08. (Prefeitura de Teresina/PI - Técnico de Nível Superior - FCC) Paula, filha de diplomatas</p><p>americanos, nasceu no Brasil quando seus pais estavam a serviço dos Estados Unidos da América.</p><p>Camilla, que é cidadã inglesa, sem condenação penal e residente há 10 anos no Brasil, deseja obter a</p><p>cidadania brasileira. João, estrangeiro originário de país de língua portuguesa, tem comprovada</p><p>idoneidade moral e reside há 1 ano ininterrupto no Brasil. De acordo com as normas da Constituição</p><p>Federal que disciplinam os requisitos para a aquisição da nacionalidade brasileira, Paula, por</p><p>(A) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camilla preenche</p><p>os requisitos e já pode, caso requeira, ser naturalizada brasileira. João, por não cumprir o requisito</p><p>temporal mínimo exigido, ainda não pode ser naturalizado brasileiro.</p><p>(B) ter nascido no Brasil, é cidadã brasileira. Camilla preenche os requisitos e já pode, caso requeira,</p><p>ser naturalizada brasileira. João, por não cumprir o requisito temporal mínimo exigido, ainda não pode ser</p><p>naturalizado brasileiro.</p><p>(C) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camilla preenche</p><p>os requisitos e já pode, caso requeira, ser naturalizada brasileira. João, por cumprir todos os requisitos,</p><p>já pode ser naturalizado brasileiro, caso requeira.</p><p>(D) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camila, por não</p><p>cumprir o requisito temporal mínimo, ainda não pode ser naturalizada brasileira. João, por cumprir todos</p><p>os requisitos, já pode ser naturalizado brasileiro, caso requeira.</p><p>(E) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camilla, por não</p><p>cumprir o requisito temporal mínimo, ainda não pode ser naturalizada brasileira. João, por não cumprir o</p><p>requisito temporal mínimo exigido, ainda não pode ser naturalizado brasileiro.</p><p>Gabarito</p><p>01.A / 02.D / 03.D / 04.D / 05.C / 06.C / 07.E / 08.D</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: A</p><p>Art. 12. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos</p><p>casos previstos nesta Constituição.</p><p>02. Resposta: D</p><p>Art. 12. São brasileiros:</p><p>I - natos:</p><p>(...)</p><p>c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em</p><p>repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em</p><p>qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>31</p><p>03. Resposta: D</p><p>. Art. 12. São brasileiros:</p><p>I - natos:</p><p>a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes</p><p>não estejam a serviço de seu país;</p><p>04. Resposta: D</p><p>São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República</p><p>Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram</p><p>a nacionalidade brasileira (art. 12, II, “b” da CF).</p><p>05. Resposta: C</p><p>Somente Gabriela poderá alcançar o cargo almejado, tendo em vista não existe nenhuma vedação</p><p>expressa a concessão deste a brasileiro naturalizado. Já, o cargo que almeja Catarina de Ministro do</p><p>Supremo Tribunal Federal é privativo de brasileiro nato, nos termos do que dispõe o art. 12, §3º, IV, da</p><p>CF.</p><p>06. Resposta: C</p><p>É o que dispõe o art. 12, § 3º, da CF: São privativos de brasileiro nato os cargos:</p><p>I - de Presidente e Vice-Presidente da República;</p><p>II - de Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - de Presidente do Senado Federal;</p><p>IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;</p><p>V - da carreira diplomática;</p><p>VI - de oficial das Forças Armadas.</p><p>VII - de Ministro de Estado da Defesa</p><p>07. Resposta: E</p><p>A alternativa “A” está incorreta, porque, como regra geral, todos os nascidos no Brasil são considerados</p><p>brasileiros natos e não naturalizados, sendo exceção somente os casos em que os pais, ambos</p><p>estrangeiros, estiverem a serviço de seu país. A alternativa “B”, pois aqueles mencionados na alternativa</p><p>serão brasileiros naturalizados e não brasileiros natos. A alternativa “C” está incorreta, pois neste caso, o</p><p>filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, nascido no estrangeiro, somente será considerado brasileiro nato,</p><p>se qualquer um deles estiver a serviço da República Federativa do Brasil. A alternativa “D” está incorreta,</p><p>uma vez que o tempo exigido é de mais de 15 anos ininterruptos e não 10 anos.</p><p>08. Resposta: D</p><p>De acordo com o que prevê a CF/88 os requisitos para aquisição da nacionalidade brasileira, podemos</p><p>afirmar que: Paula não é cidadã brasileira (art. 12, I, a); Camila não possui tempo mínimo de residência</p><p>no país (art. 12, II, b) e João poderá ser naturalizado brasileiro (art. 12, II, a).</p><p>São as regras que disciplinam o exercício da soberania popular e a participação nos negócios jurídicos</p><p>do Estado. São os direitos de participar da vida política do País, da formação da vontade nacional</p><p>incluindo os de votar e ser votado. Os direitos políticos consistem no exercício da soberania popular das</p><p>mais diversas formas, como o da inciativa popular no processo legislativo, o de propor ação popular e o</p><p>de organizar e participar dos partidos políticos.</p><p>Definições Correlatas</p><p>Regime de governo ou regime político: é um complexo estrutural de princípios e forças políticas que</p><p>configuram determinada concepção do Estado e da Sociedade, e que inspiram seu ordenamento jurídico.</p><p>Estado de direito: é aquele em que todos estão igualmente submetidos à força das leis.</p><p>Estado democrático de direito: é aquele que permite a efetiva participação do povo na administração</p><p>da coisa pública, visando sobretudo alcançar uma sociedade livre, justa e solidária em que todos (inclusive</p><p>os governantes) estão igualmente submetidos à força da lei.</p><p>Direitos Políticos</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>32</p><p>Cidadão: na linguagem popular, povo, população e nacionalidade são expressões que se confundem.</p><p>Juridicamente, porém, cidadão é aquele nacional que está no gozo de seus direitos políticos, sobretudo</p><p>o voto.</p><p>População: é conceito meramente demográfico.</p><p>Povo: é o conjunto dos cidadãos.</p><p>Cidadania: é conjunto de direitos fundamentais e de participação nos destinos do Estado. Tem sua</p><p>face ativa (direito de escolher os governantes) e sua face passiva (direito de ser escolhido governante).</p><p>Alguns, porém, por imposição constitucional, podem exercer a cidadania</p><p>ativa (ser eleitor), mas não</p><p>podem exercer a cidadania passiva (ser candidato), a exemplo dos analfabetos (art. 14, § 4.º, da CF).</p><p>Alguns atributos da cidadania são adquiridos gradativamente, a exemplo da idade mínima exigida para</p><p>alguém concorrer a um cargo eletivo (18 anos para Vereador, 21 anos para Deputado etc.).</p><p>Segundo Dallari12: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de</p><p>participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou</p><p>excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo</p><p>social”.</p><p>Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua</p><p>dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um</p><p>caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva.</p><p>Cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a</p><p>um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira.</p><p>Cidadania substantiva é definida como a posse de direitos civis, políticos e sociais. Essa última forma</p><p>de cidadania é a que nos interessa.</p><p>A cidadania moderna se constituiu por três tipos de direito:</p><p>Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento; direito de</p><p>propriedade e de conclusão de contratos; direito à justiça; que foi instituída no século 18;</p><p>Política: direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto das</p><p>instituições de autoridade pública, constituída no século 19;</p><p>Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até ao direito</p><p>de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade, que são conquistas do</p><p>século 20.</p><p>Modalidades</p><p>Há duas modalidades de Direitos Políticos, os positivos (ativos e passivos) e os negativos.</p><p>Direitos Políticos Positivos</p><p>São normas que possibilitam ao cidadão a participação na vida pública, incluindo os direitos de votar</p><p>e ser votado13.</p><p>Por muitas vezes as bancas examinadoras trazem o nome sufrágio em certames, que nas palavras de</p><p>Motta14, O sufrágio constitui a essência dos direitos políticos, e corresponde ao direito de participar da</p><p>vida política do Estado. Na lição de José Afonso da Silva15, é um direito público subjetivo, de natureza</p><p>política, que confere ao cidadão a prerrogativa de eleger, de ser eleito e de participar da organização e</p><p>da atividade política do Estado.</p><p>O núcleo do direito ao sufrágio é, pois, constituído pela capacidade eleitoral ativa – denominada</p><p>alistabilidade, que corresponde à capacidade de votar – e pela capacidade eleitoral passiva – denominada</p><p>elegibilidade, que corresponde à capacidade de ser eleito.</p><p>No Brasil, o sufrágio possui caráter universal. Todos os brasileiros, sejam natos ou naturalizados (bem</p><p>como os portugueses equiparados) têm o direito de exercê-lo, uma vez preenchidos os requisitos legais</p><p>e constitucionais, nenhum deles discriminatório, vinculado a aspectos culturais ou econômicos.</p><p>Direitos políticos ativos (cidadania ativa ou capacidade eleitoral ativa)</p><p>É o direito de votar. Pressupostos:</p><p>12 DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.</p><p>13 Rodrigo Cesar Rebello Pinho, Teoria Geral da Constituição e Direitos Fundamentais, 12ª edição.</p><p>14 MOTTA, Sylvio. Direito Constitucional. 27ª edição, 2018.</p><p>15 Apud MOTTA, Sylvio. Direito Constitucional. 27ª edição, 2018.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>33</p><p>a) Alistamento eleitoral na forma da lei;</p><p>b) Nacionalidade brasileira;</p><p>c) Idade mínima de 16 anos;</p><p>d) Não ser conscrito16 durante o serviço militar obrigatório.</p><p>Características do Voto</p><p>a) Direto: o cidadão vota diretamente no candidato a que se pretende eleger.</p><p>b) Secreto: não há publicidade do voto, para garantir a lisura das votações, inibindo a intimidação e o</p><p>suborno.</p><p>c) Universal: não há distinção ou discriminação, como as de ordem econômica ou intelectual.</p><p>d) Periódico: os mandatos são por tempo determinado.</p><p>e) Livre: o cidadão escolhe o candidato em que quer votar livremente.</p><p>f) Personalíssimo: não há possibilidade de voto por procuração.</p><p>g) Obrigatório: além de um direito, é também um dever jurídico, social e político.</p><p>h) Igualitário: o voto tem valor igual a todos. É a aplicação do Direito Político da garantia de que todos</p><p>são iguais perante a lei (cada eleitor vale um único voto - one man, one vote).</p><p>Não se confunde voto direto com democracia direta. Na verdade, a democracia direta em que os</p><p>cidadãos se reúnem e exercem sem intermediários os poderes governamentais, administrando e</p><p>julgando, pode ser classificada como reminiscência histórica. Afinal, o tamanho dos Estados modernos e</p><p>a complexidade de suas administrações já não permitem tal forma de participação.</p><p>Direitos políticos passivos (cidadania passiva ou capacidade eleitoral passiva)</p><p>É o direito de ser votado (normas de elegibilidade). Para que isso ocorra, o candidato deve seguir</p><p>algumas condições:</p><p>a) Nacionalidade brasileira (observada a questão da reciprocidade, quanto aos portugueses, e que</p><p>apenas alguns cargos são privativos de brasileiros natos);</p><p>b) Pleno exercício dos direitos políticos;</p><p>c) Alistamento eleitoral;</p><p>d) Domicílio eleitoral na cidade ou estado para o qual concorre;</p><p>e) Filiação partidária;</p><p>f) Idade mínima de acordo com o cargo que se pleiteia candidatar.</p><p>A aquisição da elegibilidade, portanto, ocorre gradativamente. De acordo com o § 2.º do art. 11 da Lei</p><p>nº 9.504/97, a idade mínima deve estar preenchida até a data da posse. Há, contudo, entendimento</p><p>jurisprudencial no sentido de que o requisito da idade mínima deve estar satisfeito na data do pleito. Não</p><p>há idade máxima limitando o acesso aos cargos eletivos.</p><p>É critério para elegibilidade contar com:</p><p>35 anos 30 anos 21 anos 18 anos</p><p>- Presidente e Vice-</p><p>Presidente da</p><p>República e Senador</p><p>- Governador e Vice-</p><p>Governador de Estado</p><p>e do Distrito Federal</p><p>- Deputado Federal,</p><p>Deputado Estadual ou Distrital,</p><p>- Prefeito, Vice-Prefeito e</p><p>Juiz de paz</p><p>- Vereador</p><p>Direitos Políticos Negativos</p><p>São as circunstâncias que acarretam a perda ou suspensão dos direitos políticos, ou que caracterizam</p><p>a inelegibilidade, restringindo ou mesmo impedindo que uma pessoa participe dos negócios jurídicos de</p><p>uma nação.</p><p>Inelegibilidades</p><p>São circunstâncias previstas na constituição ou em leis complementares que impedem o cidadão de</p><p>exercer total ou parcial sua capacidade de eleger-se.</p><p>A inelegibilidade se divide em absoluta e relativa:</p><p>a) Inelegibilidade absoluta: são os inelegíveis para qualquer cargo eletivo em todo o território nacional,</p><p>os inalistáveis (incluídos os conscritos e os estrangeiros – quem não pode votar, não pode ser votado) e</p><p>os analfabetos. O exercício do mandato não afasta a inelegibilidade, conforme estabelece a Súmula nº</p><p>15 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).</p><p>16 Conscrito: são os recrutados para o serviço militar obrigatório.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>34</p><p>b) Inelegibilidade relativa: o cidadão pode se candidatar apenas para determinados cargos, não para</p><p>todos. Ex.:</p><p>I) Terceiro mandato sucessivo;</p><p>II) Função na qual ocupa para concorrer a outros cargos: o Presidente, Governadores e Prefeitos, que</p><p>pretendem concorrer a outros cargos, devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do</p><p>pleito;</p><p>III) Parentesco: são inelegíveis no território na circunscrição do titular o cônjuge e os parentes</p><p>consanguíneos e afins até o segundo grau ou por adoção do Presidente da República, Governador,</p><p>Prefeito ou quem haja substituído dentro de 6 meses anteriores ao pleito. Os parentes e o cônjuge, porém,</p><p>são elegíveis para quaisquer cargos fora da jurisdição do respectivo titular do mandato</p><p>e mesmo para</p><p>cargo de jurisdição mais ampla. Exemplo: O filho de um Prefeito Municipal pode ser candidato a Deputado,</p><p>a Senador, a Governador ou a Presidente da República, ainda que não haja desincompatibilização de</p><p>seu pai;</p><p>IV) Militares: o militar alistável é elegível, porém, se tiver menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-</p><p>se de suas atividades e, se tiver mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e,</p><p>caso eleito, será no ato da diplomação automaticamente inativo.</p><p>Perda e Suspensão dos Direitos Políticos</p><p>É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda (privação definitiva) ou suspensão (privação</p><p>temporária) acontecerá nos casos previstos no art. 15 da CF/88. A perda (reaquisição depende de</p><p>requerimento) diferencia-se da suspensão (reaquisição dos direitos políticos é automática).</p><p>Perda dos Direitos Políticos</p><p>a) Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: somente os nacionais (natos</p><p>ou naturalizados) e os portugueses com residência permanente no Brasil (preenchido o requisito da</p><p>reciprocidade) podem alistar-se como eleitores e candidatos. O cancelamento da naturalização é hipótese</p><p>de perda dos direitos políticos, e a Lei nº 818/49 prevê sua incidência em caso de atividades nocivas ao</p><p>interesse nacional.</p><p>b) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa: a recusa de cumprir</p><p>obrigações a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VII, da CF, implica a perda</p><p>dos direitos políticos, pois não há hipótese de restabelecimento automático. A Lei nº 8.239/91 incluiu a</p><p>hipótese como sendo de suspensão dos direitos políticos, pois a qualquer tempo o interessado pode</p><p>cumprir as obrigações devidas e regularizar a sua situação.</p><p>Suspensão dos Direitos Políticos</p><p>a) Incapacidade civil absoluta: são as hipóteses previstas na lei civil, em especial no art. 5º do Código</p><p>Civil, e supervenientes à aquisição dos direitos políticos. Desde a Constituição Federal de 1946, a</p><p>incapacidade civil absoluta está incluída como causa de suspensão dos direitos políticos.</p><p>b) Condenação criminal transitada em julgado: a condenação criminal transitada em julgado, enquanto</p><p>durarem seus efeitos, é causa de suspensão dos direitos políticos.</p><p>c) Improbidade administrativa (art. 15, V, da CF): a improbidade administrativa, prevista no art. 37, §4º,</p><p>da CF, é uma imoralidade caracterizada pelo uso indevido da Administração Pública em benefício do</p><p>autor da improbidade ou de terceiros, não dependendo da produção de danos ao patrimônio público</p><p>material. Seu reconhecimento gera a suspensão dos direitos políticos do improbo.</p><p>d) Condenação por crime de responsabilidade: a condenação por crime de responsabilidade pode</p><p>resultar na inelegibilidade do condenado por até oito anos, mas não afeta o direito de votar.</p><p>Democracia Participativa ou Semidireta</p><p>É a possibilidade da participação popular no poder por meio de um processo. Os principais institutos</p><p>da democracia direta (participativa) no Brasil são a iniciativa popular, o referendo popular e o plebiscito.</p><p>Iniciativa Popular</p><p>Uma das formas de o povo exercer diretamente seu poder é a iniciativa popular, pela qual 1% do</p><p>eleitorado nacional, distribuídos por pelo menos cinco Estados-Membros, com não menos de três</p><p>décimos de 1% dos eleitores de cada um deles, apresenta à Câmara dos Deputados um projeto de lei</p><p>(complementar ou ordinária).</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>35</p><p>Referendo</p><p>O referendo popular é a forma de manifestação popular pela qual o eleitor aprova ou rejeita uma atitude</p><p>governamental já manifestada. Normalmente, verifica-se quando uma emenda constitucional ou um</p><p>projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo é submetido à aprovação ou rejeição dos cidadãos antes</p><p>de entrar em vigor. Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do</p><p>Poder Executivo (matéria constitucional, administrativa ou legislativa), bem como no caso do § 3.º do art.</p><p>18 da CF (incorporação, subdivisão ou desmembramento de um Estado), a autorização e a convocação</p><p>do referendo popular e do plebiscito são da competência exclusiva do Congresso Nacional, nos termos</p><p>do art. 49, XV, da Constituição Federal, combinado com a Lei nº 9.709/98 (em especial os artigos 2º e</p><p>3º).</p><p>A iniciativa da proposta do referendo ou do plebiscito deve partir de 1/3 dos Deputados Federais ou de</p><p>1/3 dos Senadores. A aprovação da proposta é manifestada (exteriorizada) por decreto legislativo que</p><p>exige o voto favorável da maioria simples dos Deputados Federais e dos Senadores (voto favorável de</p><p>mais da metade dos presentes à sessão, observando-se que para a votação ser iniciada exige-se a</p><p>presença de mais da metade de todos os parlamentares da casa). O referendo deve ser convocado no</p><p>prazo de trinta dias, a contar da promulgação da lei ou da adoção de medida administrativa sobre a qual</p><p>se mostra conveniente à manifestação popular direta.</p><p>Plebiscito</p><p>O plebiscito é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem ou demostram sua posição</p><p>sobre determinadas questões. A convocação de plebiscitos é de competência exclusiva do Congresso</p><p>Nacional quando a questão for de interesse nacional.</p><p>Veto Popular</p><p>O veto popular é um modo de consulta ao eleitorado sobre uma lei existente, visando revogá-la pela</p><p>votação direta. Foi aprovado em 1º turno pela Assembleia Nacional Constituinte, mas acabou sendo</p><p>rejeitado no 2º turno, não sendo incluído na Constituição Federal de 1988.</p><p>Recall</p><p>É a chamada para voltar, que também não está prevista em nosso sistema constitucional. É uma forma</p><p>de revogação de mandato, de destituição, pelos próprios eleitores, de um representante eleito, que é</p><p>submetido a uma reeleição antes do término do seu mandato.</p><p>Impeachment</p><p>É parecido com o recall-político, mas com ele não se confunde. Apesar de ambos servirem para pôr</p><p>fim ao mandato de um representante político, os dois institutos diferem quanto à motivação e à iniciativa</p><p>(titularidade) do ato de cassação do mandato. Para que se desencadeie o processo de impeachment, é</p><p>necessário motivação, ou seja, é preciso que se suspeite da prática de um crime ou de uma conduta</p><p>inadequada para o cargo. Já no recall, tal exigência não existe: o procedimento de revogação do mandato</p><p>pode ocorrer sem nenhuma motivação específica. Ou seja, o recall é um instrumento puramente político.</p><p>Outra diferença é que, no impeachment, o procedimento é geralmente desencadeado e decidido por</p><p>um órgão legislativo, enquanto que, no recall, é o povo que toma diretamente a decisão de cassar ou não</p><p>o mandato.</p><p>Pluralismo Político</p><p>Há que se relembrar inexistir uma democracia substancial sem a garantia do pluralismo político,</p><p>caracterizado pela convivência harmônica dos interesses contraditórios. Para tanto, há que se garantir a</p><p>ampla participação de todos (inclusive das minorias) na escolha dos membros das casas legislativas,</p><p>reconhecer a legitimidade das alianças (sem barganhas espúrias) que sustentam o Poder Executivo e</p><p>preservar a independência e a transparência dos órgãos jurisdicionais a fim de que qualquer lesão ou</p><p>ameaça de lesão possa ser legitimamente reparada por um órgão imparcial do Estado.</p><p>Sistemas Eleitorais</p><p>O sistema eleitoral é o procedimento que vai orientar o processo de escolha dos candidatos.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>36</p><p>Para Silva17, sistema eleitoral é “o conjunto de técnicas e procedimentos que se empregam na</p><p>realização das eleições, destinados a organizar a representação do povo no território nacional”. São</p><p>conhecidos três tipos de sistemas eleitorais:</p><p>a) Majoritário;</p><p>b) Proporcional;</p><p>c) Misto.</p><p>O sistema majoritário é aquele em que são eleitos os candidatos que tiveram o maior número de votos</p><p>para o cargo disputado. Por esse sistema são disputadas, no Brasil, as eleições para os cargos</p><p>de</p><p>presidente da República, governadores, prefeitos e senadores. Deve-se observar, ainda, que, para os</p><p>cargos de presidente, governador e prefeitos de municípios com mais de duzentos mil eleitores, é</p><p>necessária a obtenção da maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos, no</p><p>primeiro turno, sob pena de se realizar o segundo turno com os dois candidatos mais votados.</p><p>O sistema proporcional, por sua vez, é utilizado para os cargos que têm várias vagas, como vereadores</p><p>e deputados, e por ele são eleitos os candidatos mais votados de cada partido ou coligação.</p><p>Tal sistema objetiva distribuir proporcionalmente as vagas entre os partidos políticos que participam</p><p>da disputa e, com isso, viabilizar a representação de todos os setores da sociedade no parlamento.</p><p>A ideia do sistema proporcional é de que a votação seja transformada em mandato, na ordem da sua</p><p>proporção, isto é, o partido que obtiver, por exemplo, 10% dos votos deve conseguir transformá-los em</p><p>torno de 10% das vagas disputadas.</p><p>Por fim, o sistema misto é aquele que procura combinar o sistema proporcional com o sistema</p><p>majoritário. Muito se tem debatido sobre sua implantação no Brasil e há propostas para que esse sistema</p><p>seja chamado de distrital misto, já que, por ele, parte dos deputados é eleita pelo voto proporcional e</p><p>parte pelo majoritário.</p><p>Alistamento Eleitoral (Capacidade Eleitoral Ativa)</p><p>Cabe privativamente à União legislar sobre matéria eleitoral. Tanto o Presidente da República quanto</p><p>o Tribunal Superior Eleitoral podem expedir as instruções que julgarem convenientes à boa execução das</p><p>leis eleitorais; poder regulamentar que excepcionalmente pode ser exercido também pelos Tribunais</p><p>Regionais Eleitorais nas suas respectivas circunscrições.</p><p>O alistamento eleitoral (integrado pela qualificação e pela inscrição) e o voto são obrigatórios para os</p><p>maiores de dezoito anos. São facultativos, contudo, para o analfabeto, para os maiores de dezesseis</p><p>anos (até a data do pleito, conforme prevê o art. 12 da Resolução n. 20.132/98) e menores de dezoito,</p><p>bem como para os maiores de setenta anos.</p><p>O art. 7.º do Código Eleitoral especifica as sanções para quem não observa a obrigatoriedade de se</p><p>alistar e votar. Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou se justificou</p><p>devidamente, o eleitor não poderá obter passaporte ou carteira de identidade, inscrever-se em concurso</p><p>público, receber remuneração dos entes estatais ou paraestatais, renovar matrícula em estabelecimento</p><p>oficial de ensino etc.</p><p>Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o serviço militar obrigatório, o conscrito</p><p>(aquele que, regularmente convocado, presta o serviço militar obrigatório ou serviço alternativo, incluindo-</p><p>se no conceito os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam o serviço militar</p><p>obrigatório após o encerramento da faculdade). O conscrito que se alistou e adquiriu o direito de voto</p><p>antes da conscrição tem sua inscrição mantida, mas não pode exercer o direito de voto até que o serviço</p><p>militar ou alternativo esteja cumprido.</p><p>Vamos conferir os artigos pertinentes da Constituição Federal:</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DOS DIREITOS POLÍTICOS</p><p>Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com</p><p>valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:</p><p>I - plebiscito;</p><p>II - referendo;</p><p>17 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed. Rev. E atual. – São Paulo: Malheiros Editores, 2009</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>37</p><p>III - iniciativa popular.</p><p>§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:</p><p>I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;</p><p>II - facultativos para:</p><p>a) os analfabetos;</p><p>b) os maiores de setenta anos;</p><p>c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.</p><p>§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar</p><p>obrigatório, os conscritos.</p><p>§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:</p><p>I - a nacionalidade brasileira;</p><p>II - o pleno exercício dos direitos políticos;</p><p>III - o alistamento eleitoral;</p><p>IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;</p><p>V - a filiação partidária;</p><p>VI - a idade mínima de:</p><p>a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;</p><p>b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;</p><p>c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz</p><p>de paz;</p><p>d) dezoito anos para Vereador.</p><p>§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.</p><p>§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem</p><p>os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período</p><p>subsequente.</p><p>§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do</p><p>Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.</p><p>§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou</p><p>afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou</p><p>Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores</p><p>ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.</p><p>§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:</p><p>I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;</p><p>II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará</p><p>automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.</p><p>§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a</p><p>fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida</p><p>pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder</p><p>econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.</p><p>§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias</p><p>contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou</p><p>fraude.</p><p>§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na</p><p>forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.</p><p>Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:</p><p>I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;</p><p>II - incapacidade civil absoluta;</p><p>III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;</p><p>IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;</p><p>V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.</p><p>Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se</p><p>aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.</p><p>Questões</p><p>01.(Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo - FCC/2018) De acordo com a</p><p>Constituição Federal, a soberania popular é exercida, nos termos da lei, por meio de instrumentos como</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>38</p><p>(A) o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular e o voto direto e aberto.</p><p>(B) a iniciativa popular e o voto indireto e secreto.</p><p>(C) o sufrágio universal e o voto indireto e secreto.</p><p>(D) a iniciativa popular, o referendo e o voto indireto e aberto</p><p>(E) o plebiscito e o referendo.</p><p>02. (Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo - FCC/2018) A respeito do que</p><p>estabelece a Constituição Federal sobre a nacionalidade e os direitos políticos,</p><p>(A) não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros</p><p>utilizada pelo mencionado art. 129</p><p>da CF/88.</p><p>Aos cidadãos coube também uma titularidade, mas restrita, uma vez que a ação popular somente pode</p><p>ter por objeto a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou a entidade de que o Estado participe, à</p><p>moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.</p><p>O texto constitucional não define os interesses difusos, tarefa realizada pelo Código de Defesa do</p><p>Consumidor (Lei n° 8.078/90), que, em seu art. 82, I, os reconhece como interesses transindividuais, de</p><p>natureza indivisível, de que são titulares pessoas indetermináveis e ligadas por circunstâncias de fato.</p><p>Direitos e Deveres Individuais e Coletivos</p><p>A CF foi a primeira a estabelecer direitos não só de indivíduos, mas também de grupos sociais, os</p><p>denominados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser coletivamente consideradas. Por outro lado,</p><p>pela primeira vez, junto com os direitos, foram também estabelecidos expressamente deveres</p><p>fundamentais. Tanto os agentes públicos como os indivíduos têm obrigações específicas, inclusive a de</p><p>respeitar os direitos das demais pessoas que vivem na ordem social.</p><p>Analisaremos o Artigo 5º da CF com apontamentos em todos os incisos para melhor compreensão do</p><p>tema.</p><p>Constituição Federal:</p><p>TÍTULO II</p><p>Dos Direitos e Garantias Fundamentais</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS</p><p>Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos</p><p>brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à</p><p>igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:</p><p>Esta norma constitucional protege os bens jurídicos dos cidadãos, que são: vida, liberdade, igualdade,</p><p>segurança e propriedade.</p><p>A relação extensa de direitos individuais estabelecida neste artigo tem caráter meramente enunciativo,</p><p>não se trata de rol taxativo. Existem outros direitos individuais resguardados em outras normas previstas</p><p>na própria Constituição (por exemplo, o previsto no art. 150, contendo garantias de ordem tributária).</p><p>I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;</p><p>Este inciso traz um dos princípios mais importantes existentes, que é o princípio da isonomia ou da</p><p>igualdade. Tal princípio igualou os direitos e obrigações dos homens e mulheres, porém, deve-se observar</p><p>que este princípio permite que seja possível as diferenciações na medida das desigualdades de cada um.</p><p>II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;</p><p>Destacamos o princípio da legalidade. Ele garante a segurança jurídica e impede que o Estado atue</p><p>de forma arbitrária. Tal princípio tem por escopo explicitar que nenhum cidadão será obrigado a realizar</p><p>ou deixar de realizar condutas que não estejam definidas em lei. Além disso, se não existe uma lei que</p><p>proíba uma determinada conduta ao cidadão, significa que ela é permitida.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>3</p><p>III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;</p><p>Garante que nenhum cidadão será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.</p><p>Fundamenta-se pelo fato de que, o sujeito que cometer tortura estará cometendo crime tipificado na Lei</p><p>nº 9.455/97. Cabe ressaltar, ainda, que a prática de tortura caracteriza-se como crime inafiançável e</p><p>insuscetível de graça ou anistia. Não obstante, o crime de tortura ainda é considerado hediondo, conforme</p><p>explicita a Lei nº 8.072/90. Crimes hediondos são aqueles considerados como repugnantes, de extrema</p><p>gravidade, os quais a sociedade não compactua com a sua realização. São exemplos de crimes</p><p>hediondos: tortura, homicídio qualificado, estupro, extorsão mediante sequestro, estupro de vulnerável,</p><p>dentre outros.</p><p>IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;</p><p>Estabelece a liberdade de manifestação de pensamento. Não somente por este inciso, mas por todo</p><p>o conteúdo, que a CF consagrou-se como a “Constituição Cidadã”. Um ponto importante a ser citado</p><p>neste inciso é a proibição do anonimato. Cabe ressaltar que a adoção de eventuais pseudônimos não</p><p>afeta o conteúdo deste inciso, mas tão somente o anonimato na manifestação do pensamento.</p><p>V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,</p><p>moral ou à imagem;</p><p>O referido inciso assegura o direito de resposta, de forma proporcional ao ocorrido. Exemplo:</p><p>propagandas partidárias, quando um eventual candidato realiza ofensas ao outro. Desta maneira, o</p><p>candidato ofendido possui o direito de resposta proporcional à ofensa, ou seja, a resposta deverá ser</p><p>realizada nos mesmos parâmetros que a ofensa. Assim, se a resposta possuir o mesmo tempo que durou</p><p>a ofensa, deverá ocorrer no mesmo veículo de comunicação em que foi realizada a conduta ofensiva.</p><p>Não obstante, o horário obedecido para a resposta deverá ser o mesmo que o da ofensa.</p><p>Embora exista o direito de resposta proporcional ao agravo, ainda há possibilidade de ajuizamento de</p><p>ação de indenização por danos materiais, morais ou à imagem. Assim, estando presente a conduta lesiva,</p><p>que tenha causado um resultado danoso e seja provado o nexo de causalidade com o eventual elemento</p><p>subjetivo constatado, ou seja, a culpa, demonstra-se medida de rigor, o arbitramento de indenização ao</p><p>indivíduo lesado.</p><p>VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos</p><p>religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;</p><p>Em um primeiro momento, este inciso garante a liberdade de escolha da religião pelas pessoas. A</p><p>segunda parte resguarda a liberdade de culto, garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto</p><p>e liturgias. Este direito não é absoluto, exemplo: uma determinada religião utiliza em seu culto, alta</p><p>sonorização, que causa transtornos aos vizinhos do recinto. Aqui estamos diante de dois direitos</p><p>constitucionalmente tutelados. O primeiro que diz respeito à liberdade de culto e o segundo, referente ao</p><p>meio ambiente ecologicamente equilibrado, explicitado pelo artigo 225 da CF/88. Como é possível</p><p>perceber com a alta sonorização empregada, estamos diante de um caso de poluição sonora, ou seja,</p><p>uma conduta lesiva ao meio ambiente. Curiosamente, estamos diante de um conflito entre a liberdade de</p><p>culto e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ambos direitos constitucionalmente</p><p>expressos. Tal conflito é solucionado por meio da adoção do princípio da cedência recíproca, ou seja,</p><p>cada direito deverá ceder em seu campo de aplicabilidade, para que ambos possam conviver</p><p>harmonicamente no ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>O Brasil é um país LAICO ou LEIGO, ou seja, não tem uma religião oficial, não condiciona orientação</p><p>religiosa específica.</p><p>VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e</p><p>militares de internação coletiva;</p><p>Quando o inciso se refere às entidades civis e militares de internação coletiva está abarcando os</p><p>sanatórios, hospitais, quartéis, dentre outros. Cabe ressaltar que a assistência religiosa não abrange</p><p>somente uma religião, mas todas. Logo, por exemplo, os protestantes não serão obrigados a assistirem</p><p>os cultos religiosos das demais religiões, e vice-versa.</p><p>VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou</p><p>política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir</p><p>prestação alternativa, fixada em lei;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>4</p><p>Este inciso expressa a possibilidade de perda dos direitos pelo cidadão que, para não cumprir</p><p>obrigação legal imposta a todos e para recusar o cumprimento de prestação alternativa, alega como</p><p>motivo crença religiosa</p><p>e, durante o período do serviço militar</p><p>obrigatório, os conscritos.</p><p>(B) as idades mínimas para a elegibilidade relativa aos cargos de Presidente da República e Senador</p><p>são, respectivamente, de 35 e 30 anos.</p><p>(C) entre os cargos privativos de brasileiro nato, estão o de Presidente da República, Senador, Ministro</p><p>do Supremo Tribunal Federal e oficial da Forças Armadas.</p><p>(D) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de 60 anos.</p><p>(E) a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos</p><p>previstos na Constituição ou na Lei de Migração.</p><p>03. (IFF - Operador de Máquinas Agrícolas - FCM) Sobre os Direitos Políticos, previstos na</p><p>Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, analise as afirmativas abaixo, e marque (V) para</p><p>verdadeiro ou (F) para falso:</p><p>( ) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, na forma e</p><p>gradação previstas em lei.</p><p>( ) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto indireto e aberto, com valor</p><p>igual para todos.</p><p>( ) A filiação partidária é uma condição de elegibilidade.</p><p>( ) O alistamento e o voto são obrigatórios para os maiores de dezesseis anos.</p><p>A sequência correta é</p><p>(A) V, V, F, V.</p><p>(B) F, V, F, F.</p><p>(C) V, V, V, F.</p><p>(D) F, V, F, V</p><p>(E) V, F, V, F.</p><p>04. (TRT 23ª REGIÃO/MT) - Técnico Judiciário - FCC) A respeito dos direitos políticos, considere:</p><p>I. São condições de elegibilidade, dentre outras, a idade mínima de trinta e cinco anos para Presidente</p><p>e Vice-Presidente da República e Senador, trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e</p><p>do Distrito Federal e vinte um anos para Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz.</p><p>II. O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios, inclusive para os conscritos, durante o período de</p><p>serviço militar obrigatório.</p><p>III. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do</p><p>Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.</p><p>IV. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou</p><p>afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, do Governador de Estado ou</p><p>Território, do Distrito Federal, do Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores</p><p>ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.</p><p>Está correto o que consta APENAS em</p><p>(A) II e IV.</p><p>(B) I e IV.</p><p>(C) I, III e IV.</p><p>(D) II e III.</p><p>(E) I e III.</p><p>05. (Prefeitura de Ilhéus/BA - Procurador - CONSULTEC) É vedada a cassação de direitos políticos,</p><p>cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de</p><p>(A) suspensão da naturalização por sentença transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.</p><p>(B) incapacidade civil relativa.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>39</p><p>(C) condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.</p><p>(D) recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do Art. 5º, XVIII</p><p>da CF.</p><p>(E) improbidade administrativa, exclusivamente para os ocupantes de mandato eletivo.</p><p>Gabarito</p><p>01.E / 02.A / 03.E / 04.C / 05.C</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: E</p><p>Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com</p><p>valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:</p><p>I - plebiscito;</p><p>II - referendo;</p><p>III - iniciativa popular.</p><p>02.Resposta: A</p><p>Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com</p><p>valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:</p><p>[...]</p><p>§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar</p><p>obrigatório, os conscritos.</p><p>03. Resposta: E</p><p>Somente são falsas a segunda e quarta afirmativas, tendo em vista que nos termos do que prevê a</p><p>Constituição Federal de 1988, “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto</p><p>e secreto, com valor igual para todos” (art. 14, caput) e o alistamento e o voto são obrigatórios para os</p><p>maiores de dezoito anos (art. 14, §1º, I).</p><p>04. Resposta: C</p><p>O item II está errado, tendo em vista que os conscritos não podem se alistar durante o serviço militar</p><p>(art. 14, §2º, da CF/88).</p><p>05. Resposta: C</p><p>A condenação criminal transitada em julgado justifica a suspensão dos direitos políticos, o que é</p><p>disposto no artigo 15, III, CF/88: “é vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só</p><p>se dará nos casos de: [...] III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”.</p><p>São as pessoas jurídicas de direito privado, destinadas a assegurar, no interesse do regime</p><p>democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais. São ainda,</p><p>associações constituídas para a participação da vida política de um país, para a formação da vontade</p><p>nacional, com objetivos de propagação de ideias e de conquista, total ou parcial do poder político. São</p><p>peças fundamentais de um sistema político democrático, destinadas “a assegurar, no interesse do regime</p><p>democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos</p><p>na Constituição Federal”18.</p><p>Dentro desse contexto, compete aos partidos de situação, além de propagar e implantar as ideias</p><p>constantes do estatuto do partido, dar sustentação política ao governo no Parlamento, aprovando seus</p><p>projetos. Aos partidos de oposição, além da propaganda de ideias e da luta pela conquista do poder</p><p>político, compete à fiscalização dos atos do governo, bem como a formulação de políticas alternativas.</p><p>Deve existir uma identidade política do candidato com o partido pelo qual concorre às eleições</p><p>populares. Pelo princípio da fidelidade partidária, o parlamentar eleito deve observar o programa</p><p>ideológico do partido em que se inscreveu e as diretrizes dos órgãos de direção partidária.</p><p>18 PINHO, Rodrigo Cesar Rebello. Teoria Geral da Constituição e Direitos Fundamentais, 12ª edição.</p><p>Partidos Políticos</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>40</p><p>Natureza Jurídica</p><p>Após a constituição de 1988 a natureza jurídica dos partidos políticos passaram a ser de pessoa</p><p>jurídica de direito privado. Os partidos políticos são criados de acordo com a lei civil, para depois ter o</p><p>seu estatuto registrado no órgão máximo da Justiça Eleitoral.</p><p>Regras e Princípios Constitucionais</p><p>Ampla Liberdade Partidária</p><p>Assegura aos partidos políticos a liberdade de criação (fundar novo partido político), fusão (união de</p><p>dois ou mais em um só), incorporação (inclusão de um partido em outro) e a extinção (dissolução de seus</p><p>integrantes) dos partidos políticos. Porém, essa liberdade partidária não é absoluta, pois deve ser</p><p>resguardada a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da</p><p>pessoa humana e observados os seguintes aspectos19:</p><p>1) Caráter nacional;</p><p>2) Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de</p><p>subordinação a estes;</p><p>3) Prestação de contas à Justiça Eleitoral;</p><p>4) Funcionamento parlamentar de acordo com a lei;</p><p>5) Vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.</p><p>Autonomia Partidária</p><p>Os partidos políticos são dotados de AUTONOMIA, para que possam definir sua estrutura interna,</p><p>organização e funcionamento. Deve constar nos estatutos partidários normas a respeito da fidelidade e</p><p>disciplina partidária. É permitido também sanções partidárias, em caso de infidelidade, podendo acarretar</p><p>advertência ou até mesmo a exclusão, mas NUNCA a perda de mandato, por estar expressamente</p><p>prevista no artigo 15 da CF.</p><p>Modelos de Organização Partidária</p><p>Há três modelos de organização partidária:</p><p>- Unipartidarismo: o regime é autoritário e só aceita a existência</p><p>de um único partido que divulgue as</p><p>ideias do grupo político dominante;</p><p>- Bipartidarismo: dois grandes partidos que se alternam no poder com programas parcialmente</p><p>definidos.</p><p>- Pluripartidarismo: é o método adotado em nosso país. É a existência de diversos partidos políticos</p><p>representativo de todas as correntes de opinião da sociedade.</p><p>Vejamos a seguir o texto constitucional pertinente ao tema:</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DOS PARTIDOS POLÍTICOS</p><p>Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania</p><p>nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e</p><p>observados os seguintes preceitos:</p><p>I - caráter nacional;</p><p>II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de</p><p>subordinação a estes;</p><p>III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;</p><p>IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.</p><p>§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer</p><p>regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua</p><p>organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas</p><p>eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de</p><p>vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus</p><p>19 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16ª Edição.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>41</p><p>estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 97, de 2017)</p><p>§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus</p><p>estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.</p><p>§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na</p><p>forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº</p><p>97, de 2017)</p><p>I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos</p><p>válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois</p><p>por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)</p><p>II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das</p><p>unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)</p><p>§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.</p><p>§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado</p><p>o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo</p><p>essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito</p><p>ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)</p><p>Questões</p><p>01. (PGE/SP - Procurador do Estado - VUNESP/2018) Acerca dos partidos políticos, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) A filiação partidária é condição de elegibilidade, cabendo aos partidos políticos, após adquirirem</p><p>personalidade jurídica de direito público interno no cartório de registro civil do respectivo ente federativo</p><p>ao qual é vinculado, promover o registro de seus estatutos no Tribunal Regional Eleitoral, ato conhecido</p><p>como “notícia de criação de partido político”.</p><p>(B) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o regime de suas coligações nas</p><p>eleições proporcionais, uma vez que há o vínculo de obrigatoriedade entre as candidaturas em âmbito</p><p>nacional, estadual, distrital ou municipal.</p><p>(C) O direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, é</p><p>garantido aos partidos políticos que tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos</p><p>em pelo menos um terço das unidades da Federação.</p><p>(D) Ao eleito por partido que não preencher os requisitos constitucionais que asseguram o direito ao</p><p>fundo partidário é vetado filiar-se a outro partido que os tenha atingido, uma vez que a lei procura</p><p>assegurar a igualdade na distribuição dos recursos e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.</p><p>(E) Os partidos políticos não podem estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária, assim</p><p>como são proibidos de receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de</p><p>subordinação a estes.</p><p>02. (PC/BA - Investigador de Polícia - VUNESP/2018) De acordo com a Constituição, assinale a</p><p>alternativa correta sobre os partidos políticos.</p><p>(A) É livre a criação, a fusão e a incorporação de partidos políticos, mas a extinção, em função de sua</p><p>importância na democracia, exige a aprovação do Poder Público.</p><p>(B) Poderão possuir caráter regional nos Estados cuja população seja superior a 1 (um) milhão de</p><p>habitantes.</p><p>(C) É defeso aos partidos políticos o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo</p><p>estrangeiros ou de subordinação a estes.</p><p>(D) Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus</p><p>estatutos perante o Tribunal Regional Eleitoral da respectiva entidade da federação de sua sede.</p><p>(E) O acesso aos recursos do fundo partidário e ao rádio e à televisão será destinado a todos os</p><p>partidos políticos, indiscriminadamente, para garantia da isonomia na representação política.</p><p>03. (SANEAGO/GO - Advogado - UFG/2018) Nos termos da Constituição da República Federativa do</p><p>Brasil de 1988, somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à</p><p>televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente obtiverem, nas eleições para a</p><p>Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em, pelo menos,</p><p>(A) um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos</p><p>em cada uma delas ou tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em, pelo</p><p>menos, um terço das unidades da Federação.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>42</p><p>(B) dois terços das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos</p><p>em cada uma delas ou tiverem elegido pelo menos dez Deputados Federais distribuídos em, pelo menos,</p><p>dois terços das unidades da Federação.</p><p>(C) dois terços das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos</p><p>em cada uma delas ou tiverem elegido pelo menos doze Deputados Federais distribuídos em, pelo menos,</p><p>dois terços das unidades da Federação.</p><p>(D) três quintos das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos</p><p>em cada uma delas ou tiverem elegido pelo menos quatorze Deputados Federais distribuídos em, pelo</p><p>menos, três quintos das unidades da Federação.</p><p>04. (TRT 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta acerca do</p><p>que dispõe a CF sobre partidos políticos.</p><p>(A) Os partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito público.</p><p>(B) A previsão constitucional de que a lei regrará a função parlamentar autoriza o estabelecimento,</p><p>pela legislação infraconstitucional, de padrões mínimos de desempenho eleitoral como condição para</p><p>funcionamento do partido nas casas legislativas.</p><p>(C) É inconstitucional, por ofensa ao pluripartidarismo e ao pluralismo político, a fixação de</p><p>proporcionalidade entre a representatividade partidária e a distribuição do fundo partidário e do tempo na</p><p>televisão e no rádio.</p><p>(D) A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio federativo da</p><p>unidade nacional.</p><p>(E) A vedação à utilização de organização paramilitar não obsta que os partidos, em razão da</p><p>autonomia que lhe é constitucionalmente assegurada, convencionem indumentária</p><p>uniformizada ou que</p><p>estabeleçam, em seu âmbito interno, relação de comando e obediência baseada em hierarquia rígida e</p><p>fidelidade partidária.</p><p>05. (AMOSC/SC - Técnico administrativo - Cursiva) Na Constituição Federal, Art. 17. É livre a</p><p>criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime</p><p>democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes</p><p>preceitos. Assinale a alternativa correta.</p><p>I - caráter nacional</p><p>II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de</p><p>subordinação a estes;</p><p>III - prestação de constas à Justiça Eleitoral;</p><p>IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.</p><p>(A) I, II, III estão corretos</p><p>(B) I, III, IV estão corretos</p><p>(C) II, III, IV estão corretos</p><p>(D) Todas estão corretos</p><p>06. (TRE/MA - Analista Judiciário - IESES) Sobre os partidos políticos é INCORRETO afirmar que:</p><p>(A) É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.</p><p>(B) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à</p><p>televisão, na forma da lei.</p><p>(C) Os partidos políticos não podem receber recursos financeiros de entidades ou governo estrangeiros</p><p>ou de subordinação a estes.</p><p>(D) Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma civil e comercial, registrarão</p><p>seus estatutos no Tribunal Regional Eleitoral.</p><p>07. (AL/GO - Procurador - CS-UFG) A Constituição Federal dispõe em capítulo próprio acerca dos</p><p>partidos políticos no Brasil, dizendo que é livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção,</p><p>resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais</p><p>da pessoa humana e ainda observando, dentre outros, o seguinte preceito:</p><p>(A) redução das desigualdades regionais e sociais.</p><p>(B) independência nacional.</p><p>(C) caráter nacional.</p><p>(D) igualdade entre os Estados.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>43</p><p>Gabarito</p><p>01.C / 02.C / 03.A / 04.D / 05.D / 06.D / 07.C</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: C</p><p>Art. 17. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à</p><p>televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente</p><p>II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das</p><p>unidades da Federação</p><p>02. Resposta: C</p><p>Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania</p><p>nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e</p><p>observados os seguintes preceitos.</p><p>II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de</p><p>subordinação a estes;</p><p>03. Resposta: A</p><p>Art. 17, §3º. Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à</p><p>televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:</p><p>I - Obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% dos votos válidos,</p><p>distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em</p><p>cada uma delas; ou</p><p>II - Tiverem elegido pelo menos 15 Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades</p><p>da Federação.</p><p>04. Resposta: D</p><p>A verticalização impõe unidade nacional aos partidos políticos, os quais devem ter caráter nacional,</p><p>por força do art. 17, I, CF/88, ou seja, os partidos políticos que ajustassem coligação para eleição de</p><p>Presidente da República não poderiam formar coligações para eleição de Governador, Senador e</p><p>Deputado (Federal, Estadual ou Distrital) com outros partidos políticos que tivessem, isoladamente ou em</p><p>aliança diversa, lançado candidato à eleição presidencial (TSE - Res. 21.002/2002).</p><p>05. Resposta: D</p><p>Todos os itens apresentados são corretos, tendo em vista que trazem a literalidade do que prevê o</p><p>artigo 17 da CF.</p><p>06. Resposta: D</p><p>Prevê o art. 17, § 2º, da CF: Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da</p><p>lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.</p><p>07. Resposta: C</p><p>São os preceitos que devem ser observados para criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos</p><p>políticos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo</p><p>estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento</p><p>parlamentar de acordo com a lei.</p><p>PODER EXECUTIVO</p><p>O Poder Executivo é o órgão constitucional cuja função típica é a prática de atos relacionados à função</p><p>executiva, ou seja, a tarefa de realizar, dentro da lei, as atividades materiais atinentes à chefia do Estado,</p><p>2 Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de</p><p>governo.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>44</p><p>do Governo e da Administração Pública, e que no exercício das suas funções atípicas, também legisla e</p><p>julga20.</p><p>A função do poder Executivo é administrar e implementar políticas públicas nas mais diversas áreas</p><p>de atuação do Estado, de acordo com as leis elaboradas pelo Poder Legislativo. É da atribuição do Poder</p><p>Executivo, o governo e a administração do Estado.</p><p>O Poder Executivo é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 76 a 91. É exercido, no</p><p>âmbito federal, desde 1891, pelo Presidente da República, eleito por sufrágio popular e direto, em eleição</p><p>de dois turnos, e substituído em alguns casos pelo Vice-Presidente. Colaboram com o chefe do executivo</p><p>os Ministros de Estado, por ele nomeados.</p><p>O Presidente acumula as funções de Chefe de Estado (representação externa e interna do Estado) e</p><p>Chefe de Governo (liderança política e administrativa dos órgãos do Estado), que são eleitos com</p><p>mandato fixo, não dependendo de maioria política no Congresso Nacional para investir-se no cargo ou</p><p>para nele permanecer.</p><p>No plano estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador, substituído em seus impedimentos</p><p>pelo Vice-Governador, e auxiliado pelos Secretários de Estado.</p><p>Já no plano municipal, é exercido pelo Prefeito, substituído pelo Vice-Prefeito e auxiliado pelos</p><p>Secretários Municipais. A sede de cada município toma seu nome e tem oficialmente a categoria de</p><p>cidade.</p><p>Formas de Estado</p><p>Estado pode ser definido como uma ordenação global das relações sociais entre os indivíduos</p><p>integrantes de um povo sobre um determinado território. José Afonso da Silva destaca que:</p><p>“O Estado, como se nota, constitui-se de quatro elementos essenciais: um poder soberano de um</p><p>povo situado num território com certas finalidades. E a constituição, como dissemos antes, é o conjunto</p><p>de normas que organizam estes elementos constitutivos do Estado: povo, território, poder e fins”21.</p><p>Entre as tentativas de conceituar o que seja Estado, figura na doutrina sempre três elementos</p><p>básicos:</p><p>1) território: base física do Estado. Cuida-se da esfera territorial de validade da ordem jurídica nacional</p><p>(KELSEN).</p><p>2) povo: associação humana. Conjunto das pessoas dotadas de capacidade jurídica para exercer os</p><p>direitos políticos assegurados pela organização estatal.</p><p>3) governo: comando por parte de autoridade soberana. É o conjunto das funções necessárias à</p><p>manutenção da ordem jurídica e da administração pública.</p><p>Kelsen afirma que a soberania é qualidade do poder do Estado, sendo ABSOLUTA, já que nenhuma</p><p>outra manifestação pode se contrapor à vontade estatal. Doutrina tradicional (características): Una (um</p><p>poder acima dos outros; Indivisível (aplicável a todos os acontecimentos internos ao Estado); Inalienável</p><p>(se o Estado a perder, ele desaparece) e Imprescritível (não há limite de duração).</p><p>No plano do direito público internacional, os Estados são vistos ou como entidade unitária (Estado</p><p>unitário) ou como uniões estatais (Estados Compostos).</p><p>Nesses termos, Estados unitários são aquelas</p><p>formas estatais clássicas, em que se identificam grupos populacionais e território tradicionais, com</p><p>governo nacional único, não importando o grau de descentralização interna dos órgãos que o</p><p>constituem22.</p><p>Por outro lado, os Estados compostos são formados por dois ou mais Estados, com esferas distintas</p><p>de poder governamental, conforme regime jurídico especial, cuja personalidade de direito público</p><p>internacional é atribuída a uma entidade única (união).</p><p>No plano do direito constitucional, a tipologia dos Estados varia conforme a organização interna</p><p>disciplinada nas respectivas constituições (visto por dentro).</p><p>20 BAHIA, Flávia. Direito Constitucional. 2018.</p><p>21 SILVA, José Afonso da. CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL POSITIVO. 2005, p. 98</p><p>22 BERNARDES, Juliano Taveira. FERREIRA, Olavo Augusto Vianna Alves. Direito Constitucional. Tomo I, 5ª ed., Revista, ampliada e atualizada. 2015. Editora</p><p>JusPODIVM.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>45</p><p>O que define a forma de um Estado no âmbito do direito público interno é o grau de centralização dos</p><p>poderes estatais. Portanto, a depender do nível de centralização estatal, os Estados se dividem entre</p><p>unitários e complexos.</p><p>Nos Estados unitários, a descentralização, quando existente, é incompleta. Está sujeita ao critério do</p><p>poder central, o qual poderá suprimi-la, ampliá-la ou restringi-la. Embora possa haver deslocamento</p><p>competências para entidades inferiores, estas não possuem autonomia político-constitucional, pois se</p><p>qualificam, no máximo, como autarquias territoriais.</p><p>Nos Estados complexos convivem entes estatais dotados de competências políticas próprias, que</p><p>não podem ser alteradas pela simples vontade de alguma entidade superior. A descentralização é</p><p>completa, porque a distribuição de competências é conservada por força de normas constitucionais ou de</p><p>tratados internacionais. Numa base territorial comum, exercem sobreposta e simultaneamente poderes</p><p>políticos tanto a entidade central (União) quanto cada entidade parcial (Estados-membros). Este tipo de</p><p>figura estatal divide-se em dois principais subtipos: Estado federal e Estado confederal.</p><p>A) Estado federal (Federação): é constituído por entidades parciais que detêm núcleo próprio de</p><p>competências políticas, conservando autonomia e personalidade jurídica de direito público interno.</p><p>Todavia, a soberania estatal e a personalidade jurídica de direito internacional concentram-se num</p><p>mesmo ente central (União).</p><p>B) Estado confederal (Confederação): caracteriza-se pela reunião permanente de Estados</p><p>independentes e soberanos, geralmente com a finalidade de defesa externa e paz interna. A reunião é</p><p>precedida por tratado internacional, reservando-se a cada um dos Estados a prerrogativa de desligamento</p><p>a qualquer tempo da confederação.</p><p>Formas de Estado</p><p>- Forma de Estado Unitário (Unitarismo): tem um único centro com capacidade Legislativa,</p><p>Administrativa e Política, bem como qualquer competência constitucional.</p><p>- Forma de Estado Federativo (Federalismo): As capacidades políticas, administravas e legislativas</p><p>são regionais. Elas têm autonomias, apesar de não ter soberania em relação à União.</p><p>Forma de Governo</p><p>Governo é a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que tem como finalidade regrar</p><p>e organizar a sociedade.</p><p>Denomina-se forma de governo (ou sistema político), como o conjunto de instituições políticas por</p><p>meio das quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. Em um sentido</p><p>mais simples, podemos considerar como a definição abstrata de um modo de atribuição do poder. Cabe</p><p>notar que esta definição é válida mesmo que o governo seja considerado ilegítimo.</p><p>Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício,</p><p>inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os demais membros da</p><p>sociedade (os administrados).</p><p>A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida com a forma de Estado (unitária</p><p>ou federal) nem com seu sistema de governo (Monarquismo, presidencialismo, parlamentarismo, dentre</p><p>outros).</p><p>Tendo em mente a dificuldade existente na doutrina em classificar as formas de governo, vamos</p><p>acompanhar em seguida duas das classificações tradicionalmente mais utilizadas a de Aristóteles e de</p><p>Maquiavel:</p><p>1) De acordo com os ensinamentos deixados por ARISTÓTELES, as formas de governo podem ser</p><p>divididas em: normais e anormais.</p><p>a) Normais: aquelas cujo objetivo é o bem da comunidade. Subdivididas em:</p><p>- Monarquia: governo de uma só pessoa;</p><p>- Aristocracia: o governo de uma classe restrita; e</p><p>- Democracia: o governo de todos os cidadãos</p><p>b) Anormais: aquelas que visavam somente a vantagens para os governantes. Subdivididas em:</p><p>- Tirania: como uma forma corrompida de monarquia, onde o governo não respeita os princípios</p><p>constitucionais.</p><p>- Oligarquia: como uma forma corrompida de aristocracia, onde o grupo do governante busca,</p><p>arbitrariamente, a consecução de seus próprios interesses, agindo em seu benefício.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>46</p><p>- Demagogia: forma corrompida de democracia, onde prevalece a força pelo número e não traduzindo</p><p>um convivência cívica pensamento de governo.</p><p>2) Nos ensinamentos de MAQUIAVEL este concebeu somente duas formas de governo: o da maioria</p><p>e o da minoria.</p><p>a) Governo da minoria, é divido em:</p><p>- Monarquia: onde a forma de governo se caracteriza: pela vitaliciedade do governante; a</p><p>hereditariedade como mecanismo de sucessão governamental; a irresponsabilidade do monarca pelos</p><p>atos praticados; e a ausência de representatividade popular.</p><p>- Ditadura: governo desenvolvido por governante que reúne para si amplos poderes públicos,</p><p>exercendo arbitraria e absolutamente o Executivo e o Legislativo, em algumas situações até mesmo o</p><p>Judiciário.</p><p>b) Governo da maioria, com uma só espécie:</p><p>- República: caracteriza-se pela exigência de renovação do governo por meio de eleições periódicas:</p><p>o governo deve ser temporário e eletivo. O governo republicano está baseado em nas seguintes</p><p>premissas: a temporariedade; a eletividade; a responsabilidade dos agentes públicos e a</p><p>representatividade popular.</p><p>Por fim, cabe mencionar que a ausência de Estado, o autogoverno, é denominado de Anarquia.</p><p>O Brasil adota a República desde 1891, quando passou a ser cláusula pétrea; deixou de ser,</p><p>entretanto, com a CF/88, uma vez que não houve consenso na Assembleia Nacional Constituinte. Então,</p><p>em todas as CF brasileiras, desde a primeira da CF republicana de 1891, a república sempre foi uma</p><p>cláusula pétrea. Tradicionalmente, as CR brasileiras tiveram duas cláusulas pétreas, a República e a</p><p>Federação. Então, o tipo de Estado e o tipo de governo sempre foram valores muito caros aos</p><p>constituintes brasileiros na análise histórica.</p><p>A Federação continua sendo uma cláusula pétrea no artigo 60, parágrafo 4º, da CF/88 e a República,</p><p>em virtude de não haver consenso na Assembleia Nacional Constituinte, foi submetida a um plebiscito</p><p>em 1992, sendo esta inserida formalmente como princípio constitucional sensível no artigo 34, VII da</p><p>CF/88 e não no artigo 60, parágrafo 4º.</p><p>Sistemas de Governo</p><p>Ao optar pela adoção de determinado sistema de governo, cada Estado escolhe como será a</p><p>organização e estruturação do governo. Ou seja, quais serão as normas que irão reger as relações entre</p><p>os Poderes Legislativo e Executivo no exercício das funções governamentais.</p><p>Assim, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no âmbito</p><p>de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separação dos poderes, indo desde</p><p>a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo (presidencialismo), de que é exemplo o</p><p>sistema de governo brasileiro até a dependência completa</p><p>do governo junto ao legislativo</p><p>(parlamentarismo), caso do sistema de governo do Reino Unido.</p><p>O presidencialismo é um sistema de governo no qual há uma nítida separação dos poderes entre o</p><p>executivo e o legislativo, de maneira que o poder executivo é exercido independentemente do parlamento,</p><p>não é diretamente responsável perante este e não pode ser demitido em circunstâncias normais.</p><p>O parlamentarismo é um sistema de governo em que o poder legislativo (parlamento) oferece a</p><p>sustentação política (apoio direito ou indireto) para o poder executivo. Logo, o poder executivo necessita</p><p>do poder do parlamento para ser formado e também para governar.</p><p>Esse sistema é usado tanto em monarquias quanto em repúblicas. Nele, o chefe do Estado, seja ele</p><p>rei ou presidente, não é o chefe do governo e por isso não tem responsabilidades políticas. Ao invés dele,</p><p>o chefe de governo é o Primeiro Ministro, o qual é indicado pelo Parlamento. A aprovação do Primeiro</p><p>Ministro e do seu Conselho de ministros pela Câmara dos Deputados é feita pela aprovação de um plano</p><p>de governo a eles apresentado. A Câmara ficará encarregada de empenhar-se pelo cumprimento desse</p><p>plano perante o povo.</p><p>Típico das Monarquias Constitucionais, tal sistema de governo acabou por se estender às Repúblicas</p><p>Europeias. Na Inglaterra, França e Alemanha, esse ainda é o sistema em vigor. O Poder Executivo é</p><p>exercido pelo Gabinete dos Ministros, estes são indicados pelo primeiro ministro e aprovados pelo</p><p>parlamento.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>47</p><p>No Brasil, o parlamentarismo foi adotado no final do Império, entra 1847 e 1889. Após a proclamação</p><p>da república o Brasil adotou o presidencialismo como sistema governamental. Porém, com a renúncia de</p><p>Jânio Quadros o Brasil passou por uma crise política muito grande e o sistema acabou por ser adotado</p><p>como uma tentativa de solucionar a crise. Isso aconteceu, porém, durante um curto período: de setembro</p><p>de 1961 a janeiro de 1963. Atualmente o Brasil adota o presidencialismo como sistema de governo.</p><p>Distinção entre os institutos</p><p>Forma de Estado Forma de Governo Sistema de Governo</p><p>- definido pelo grau de</p><p>centralização dos poderes</p><p>estatais.</p><p>- norma federativa e</p><p>cláusula pétrea expressa</p><p>(art. 60, §4º, I, CF.</p><p>- é a definição abstrata</p><p>de um modo de atribuição</p><p>de poder.</p><p>- forma republicana é</p><p>princípio sensível (art. 34,</p><p>VII, “a”, CF)</p><p>- conjunto de normas</p><p>que estabelecem como</p><p>será a relação entre o</p><p>Poder Legislativo e o</p><p>Poder Executivo</p><p>Estado Unitário</p><p>X</p><p>Estado composto</p><p>Monarquia</p><p>X</p><p>República</p><p>Presidencialismo</p><p>X</p><p>Parlamentarismo</p><p>A seguir iremos analisar os dispositivos constitucionais sobre o tema.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DO PODER EXECUTIVO</p><p>Seção I</p><p>DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>Esta seção tem por objetivo estabelecer normas sobre Presidente e Vice-Presidente da República,</p><p>como por ex. o regime jurídico-constitucional, como a eleição, a posse e o exercício do mandato.</p><p>Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de</p><p>Estado.</p><p>Observe que neste dispositivo houve respeito a teoria clássica da separação dos poderes pelo qual o</p><p>Poder Executivo será exercido por apenas um titular, no caso de ser em âmbito federal pelo Presidente</p><p>da República, Estadual pelo Governador e Municipal pelo Prefeito.</p><p>Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no</p><p>primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se</p><p>houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.</p><p>O dispositivo em exame estatui parâmetros básicos à eleição do Presidente e do Vice-Presidente da</p><p>República. Estabelece que o pleito para tais cargos não ocorre necessariamente em turno único, podendo</p><p>haver, conforme o caso, segundo turno de votação.</p><p>§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.</p><p>§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a</p><p>maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.</p><p>§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em</p><p>até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e</p><p>considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.</p><p>§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de</p><p>candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.</p><p>§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato</p><p>com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.</p><p>Ainda que a probabilidade seja ínfima, cumpre cogitar sobre situação extrema em que prevaleça o</p><p>empate como resultado eleitoral. Desse modo, é conveniente que critérios subsidiários sejam</p><p>estabelecidos com a finalidade de resolver a questão e apontar o candidato eleito.</p><p>Nesse particular, o impasse é resolvido pelo § 5° do art. 77, que classifica o candidato mais idoso para</p><p>participar do segundo turno.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>48</p><p>Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso</p><p>Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,</p><p>promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.</p><p>É a posse o ato pelo qual o candidato eleito manifesta formalmente sua aceitação ao cargo, bem como</p><p>às responsabilidades, obrigações e prerrogativas a ele inerentes.</p><p>Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-</p><p>Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.</p><p>(declarar vago é uma pena dada aos candidatos eleitos).</p><p>Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-</p><p>Presidente.</p><p>Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas</p><p>por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.</p><p>A principal23 função do Vice-Presidente consiste em assumir a Presidência da República nas hipóteses</p><p>de impedimento de seu titular ou de vacância do cargo. Há impedimento quando o titular fica privado, por</p><p>razões de fato ou de direito, voluntárias ou não, de exercer as atribuições do cargo. A vacância, por sua</p><p>vez, ocorre quando o cargo fica sem titular, ou seja, é o estado resultante da perda do cargo, seja por</p><p>causa natural (por exemplo, morte), voluntária (por exemplo, renúncia) ou jurídica (por exemplo,</p><p>condenação por crime de responsabilidade).</p><p>Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos</p><p>cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos</p><p>Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Vale lembrar que além do vice-presidente, existe substitutos para o chefe do executivo, contemplando</p><p>respectivamente os Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal</p><p>Federal.</p><p>Importante ressalvar que salvo o vice-presidente, as demais autoridades mencionadas apenas</p><p>substituem, não ocupando a presidência mediante sucessão. Como vamos ver no próximo artigo, vago</p><p>os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta</p><p>a última vaga.</p><p>Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa</p><p>dias depois de aberta a última vaga.</p><p>§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os</p><p>cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma</p><p>da lei.</p><p>§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.</p><p>Então vamos lá, se por ventura vier ocorrer a vacância no cargo de Presidente da República, sucede-</p><p>lhe, nos termos do art. 79. Se, porém, ficarem vagos os cargos de Presidente e Vice-Presidente, impõe o</p><p>texto constitucional a realização de nova eleição.</p><p>Ademais, a eleição será indireta, realizada pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Por sua vez, a</p><p>Lei n. 4.321, de 07.04.1964, tem como objeto a eleição indireta no último biênio do mandato, sendo, em</p><p>grande parte, compatível com a Constituição de 1988.</p><p>Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro</p><p>do ano seguinte ao da sua eleição.</p><p>Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso</p><p>Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.</p><p>Quando o afastamento se dá por menos de 15 dias não é necessária autorização do Congresso</p><p>Nacional. Já em relação a perda do cargo, cabe ao Congresso Nacional o exame da inobservância de tal</p><p>formalidade e decretar ou não a perda do cargo como prevê a Constituição.</p><p>Questões</p><p>01. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC) Cabe ao Vice-Presidente da República substituir o Presidente</p><p>da República no caso de</p><p>(A) recebimento pelo Supremo Tribunal Federal de denúncia pela prática de infração penal comum.</p><p>23 LEAL, Roger Stiefelmann. Constituição Federal Interpretada. 2018</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>49</p><p>(B) decretação de estado de sítio em face de comoção grave de repercussão nacional.</p><p>(C) autorização pela Câmara dos Deputados para instauração de processo por crime de</p><p>responsabilidade.</p><p>(D) condenação pelo Senado Federal por crime de responsabilidade.</p><p>02. (PC/RJ - Papiloscopista Policial de 3ª Classe - IBFC). Segundo dispõe a Constituição Federal,</p><p>ocorrendo a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República nos últimos dois anos do</p><p>período presidencial, a eleição para ambos os cargos será realizada:</p><p>(A) Noventa dias depois da última vacância, pela Câmara dos Deputados, na forma da lei.</p><p>(B) Noventa dias depois da última vacância, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.</p><p>(C) Sessenta dias depois da última vacância, pelo Senado Federal, na forma da lei.</p><p>(D) Trinta dias depois da última vacância, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.</p><p>(E) Trinta dias depois da última vacância, pelo Câmara dos Deputados, na forma da lei.</p><p>03. (PC/PI - Delegado de Polícia - UESPI). Considerando o que estabelecem as normas</p><p>constitucionais sobre o Poder Executivo, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>(A) A perda do cargo é a consequência inafastável para o Prefeito que assumir outro cargo ou função</p><p>na Administração Pública, seja direta ou indireta.</p><p>(B) A vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, verificada nos últimos dois</p><p>anos do mandato, ensejará a realização de eleição, pelo Congresso Nacional, para ambos os cargos</p><p>vagos, a ser realizada trinta dias depois da última vaga.</p><p>(C) Do Conselho da República participam, também, seis cidadãos brasileiros, com mais de trinta e</p><p>cinco anos de idade, nomeados pelo Presidente da República, todos com mandato de quatro anos,</p><p>admitida uma única recondução.</p><p>(D) Os requisitos constitucionais para assumir o cargo de Ministro de Estado, auxiliar do Presidente da</p><p>República, são os seguintes: ter mais de vinte e um anos de idade; estar no exercício dos direitos políticos;</p><p>e ser brasileiro nato.</p><p>(E) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República é julgado pela Câmara dos Deputados,</p><p>sob a direção do Presidente do Supremo Tribunal Federal, com a necessária autorização prévia do</p><p>Senado Federal.</p><p>04. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV). Imagine a hipótese na qual o avião presidencial sofre um</p><p>acidente, vindo a vitimar o Presidente da República e seu Vice, após a conclusão do terceiro ano de</p><p>mandato.</p><p>A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) O Presidente do Senado Federal assume o cargo e completa o mandato.</p><p>(B) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o cargo e convoca eleições que realizar-se-ão</p><p>noventa dias depois de abertas as vagas.</p><p>(C) O Presidente do Congresso Nacional assume o cargo e completa o mandato.</p><p>(D) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o cargo e convoca eleições que serão realizadas</p><p>trinta dias após a abertura das vagas, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.</p><p>05. (PC/SE - Agente de Polícia Judiciária - IBFC) Segundo a Constituição Federal, no capítulo “Do</p><p>Poder Executivo”, o Presidente e o Vice-Presidente da República poderão, sem licença do Congresso</p><p>Nacional, ausentar-se do país, sob pena de perda do cargo, por até:</p><p>(A) 15 dias.</p><p>(B) 30 dias.</p><p>(C) 45 dias.</p><p>(D) 60 dias.</p><p>Gabarito</p><p>01.A / 02.D / 03.B / 04.D / 05.A</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: A</p><p>Nos termos do artigo 79, caput, CF, “substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-</p><p>á, no de vaga, o Vice-Presidente”. Neste viés, o artigo 86, § 1º, CF prevê que “o Presidente ficará</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>50</p><p>suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo</p><p>Supremo Tribunal Federal [...]”.</p><p>02. Resposta: D</p><p>Disciplina o artigo 81, §1º, CF: “Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,</p><p>a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional,</p><p>na forma da lei”.</p><p>03. Resposta: B</p><p>Disciplina, neste sentido, o artigo 81, §1º, CF: “Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da</p><p>República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância nos</p><p>últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da</p><p>última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei”.</p><p>04. Resposta: D</p><p>Quem assume no lugar do Vice-Presidente, segundo a ordem prevista no artigo 80, CF, é</p><p>sucessivamente, “o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo</p><p>Tribunal Federal”. Como vagaram os dois cargos, Presidência e Vice-Presidência, “[...] far-se-á eleição</p><p>noventa dias depois de aberta a última vaga (artigo 81, caput, CF), mas “ocorrendo a vacância nos</p><p>últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois</p><p>da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei” (artigo 81, §1º, CF).</p><p>05. Resposta: A</p><p>Prevê o artigo 83, CF: O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do</p><p>Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do</p><p>cargo.</p><p>Das Atribuições do Presidente da República</p><p>Tradicionalmente, o Poder Executivo tem a função de governo, com atribuições políticas, co-</p><p>legislativas, de decisão e função administrativa, manifestada pela intervenção, fomento e prestação de</p><p>serviços públicos.</p><p>O art. 84 atribui ao Presidente da República competências privativas, tanto de natureza de Chefe de</p><p>Estado (representando a República Federativa do Brasil nas relações internacionais e, internamente, sua</p><p>unidade, previstas nos incisos VII, VIII e XIX do art. 84) como de Chefe de Governo (prática de atos de</p><p>administração e de natureza política - estes últimos quando participa do processo legislativo – conforme</p><p>se percebe pela leitura das atribuições previstas nos incisos I a VI; IX a XVIII e XX a XXVII).</p><p>Seção II</p><p>Das Atribuições do Presidente da República</p><p>Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (Compete somente ao Presidente da</p><p>República, via de regra).</p><p>Apesar24 de o caput do artigo valer-se do termo privativamente, as competências definidas em seus</p><p>diversos incisos em regra são exclusivas, ou seja, insuscetíveis de</p><p>delegação pelo Presidente da</p><p>República a outras autoridades, à exceção das arroladas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, que</p><p>são efetivamente privativas, pois passíveis de delegação pelo chefe do Executivo federal, nos termos do</p><p>seu parágrafo único.</p><p>I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;</p><p>Como anteriormente visto os Ministros de Estado tem a função de auxiliar o Presidente da República</p><p>no exercício de suas atribuições. Por se tratar de cargos de estrita confiança, cabe ao Presidente a sua</p><p>livre disposição nomear ou mesmo exonerar, ou em termos mais simples, colocar ministro ou tirar.</p><p>Podemos destacar 2 formas de Ministros:</p><p>a) os de livre nomeação e exoneração pelo presidente; e</p><p>b) e os que cuja escolha dependa de aprovação de outro órgão ou poder.</p><p>24 MOTTA, Silvio. Direito Constitucional. 2018.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>51</p><p>Nesta segunda forma podemos exemplificar por ex. o presidente do Banco Central e diretores de</p><p>agências reguladoras, cuja a nomeação dependa de aprovação (art. 52, III, d, CF).</p><p>II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;</p><p>Perceba que a constituição colocou o presidente como instância máxima da estrutura administrativa</p><p>federal.</p><p>III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;</p><p>IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua</p><p>fiel execução;</p><p>Observe que o texto constitucional atribuiu ao presidente a consecução de atos conclusivos do</p><p>processo legislativo, como sancionar e promulgar leis.</p><p>Interessante trazer a diferença de lei e regulamento, que, no Direito brasileiro, não se limita à origem</p><p>ou à supremacia daquela sobre este. A distinção substancial reside no fato de que a lei pode inovar</p><p>originariamente no ordenamento jurídico, enquanto o regulamento não o altera, mas tão somente fixa as</p><p>regras orgânicas e processuais destinadas a colocar em execução os princípios institucionais</p><p>estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro</p><p>da órbita por ele circunscrita, isto é, às diretrizes por ela determinada.</p><p>V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;</p><p>Como estudo já estudado em processo legislativo, o veto consiste na manifestação de discordância</p><p>emitida pelo chefe do Executivo, contrário a um projeto de lei. Ocorrendo em duas circunstâncias:</p><p>1) projeto de lei contrário ao interesse público: conhecido como veto político (veto político: se dá em</p><p>razão do interesse público, ex. uma lei que vai contra a economia do país);</p><p>2) projeto de lei inconstitucional: denominado veto jurídico (veto jurídico: se dá por questões de</p><p>ilegalidade ou inconstitucionalidade).</p><p>Deve o veto ser motivado pelo Chefe do Executivo, sendo sempre expresso e nunca tácito. Há</p><p>possibilidade de ser total ou parcial, abrangendo sempre texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso</p><p>ou de alínea. O presidente da república terá 48 horas para apresentação das razões do veto.</p><p>VI - dispor, mediante decreto, sobre: (trata-se, aqui, de decreto autônomo, com força de lei. Atribuição</p><p>delegável).</p><p>a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa</p><p>nem criação ou extinção de órgãos públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;</p><p>VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;</p><p>VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;</p><p>O referendo se dá por decreto legislativo.</p><p>IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;</p><p>O Estado de sítio somente é decretado após autorização do Congresso Nacional por Decreto</p><p>Legislativo.</p><p>X - decretar e executar a intervenção federal;</p><p>XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão</p><p>legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;</p><p>XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;</p><p>(Atribuição delegável).</p><p>O indulto25 implica extinção da punibilidade. Libera do cumprimento da pena, ou do que lhe resta, o</p><p>condenado por sentença criminal transitada em julgado. A comutação da pena, por sua vez, consiste na</p><p>substituição da sanção judicial aplicada por outra, geralmente mais branda.</p><p>O indulto e a comutação da pena não afastam, porém, os efeitos civis e administrativos que decorrem</p><p>da condenação criminal.</p><p>XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do</p><p>Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são</p><p>privativos;</p><p>XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos</p><p>Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e</p><p>os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; (aprovação mediante</p><p>resolução)</p><p>XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;</p><p>XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;</p><p>25 LEAL, Roger Stiefelmann. Constituição Federal Interpretada. 2018</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>52</p><p>XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;</p><p>XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;</p><p>XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou</p><p>referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,</p><p>decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;</p><p>XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; (autorização ou referendo</p><p>feito por decreto legislativo)</p><p>XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;</p><p>XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo</p><p>território nacional ou nele permaneçam temporariamente;</p><p>XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e</p><p>as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;</p><p>XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da</p><p>sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;</p><p>XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; (Atribuição delegável somente</p><p>quanto ao provimento).</p><p>XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;</p><p>XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.</p><p>Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos</p><p>VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-</p><p>Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.</p><p>O art. 84, lista as atribuições do Presidente. Em seus incisos, podemos ver sua atividade não só como</p><p>Chefe de Estado e Chefe de Governo, mas também como Chefe da Administração Federal.</p><p>Exemplos:</p><p>- Chefe de Estado: art. 84, VII, VIII, XIX, XX, XXI, XXII.</p><p>- Chefe de Governo: art. 84, I, III, IV, V, IX, X, XI, XIII.</p><p>- Chefe da Administração Federal: art. 84, II, VI, XXV.</p><p>Alguns incisos misturam funções: art. 84, XIV, XVI, XXIV, XVIII.</p><p>Questões</p><p>01. (CBTU - Assistente Operacional – FUMARC) Compete privativamente ao Presidente da</p><p>República, EXCETO:</p><p>(A) Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua</p><p>fiel execução.</p><p>(B) Remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão</p><p>legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias.</p><p>(C) Nomear, unilateralmente, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,</p><p>os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco</p><p>central e outros servidores, quando determinado em lei.</p><p>(D) Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei.</p><p>02. (Prefeitura de São Paulo/SP - Analista Fiscal de Serviços - VUNESP) Assinale a alternativa que</p><p>contempla uma atribuição privativa do Presidente da República que a Constituição permite seja delegada</p><p>aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União.</p><p>(A) Vetar projetos de lei, total ou parcialmente.</p><p>(B) Editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62 da Constituição Federal.</p><p>(C) Iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição.</p><p>(D) Conferir condecorações e distinções honoríficas.</p><p>(E) Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei.</p><p>03. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV) O Presidente da República possui uma série de competências</p><p>privativas, que lhe são atribuídas diretamente pela Constituição. Admite-se que algumas delas possam</p><p>ser delegadas ao Ministro de Estado da pasta relacionada ao tema. Dentre as competências delegáveis,</p><p>inclui-se.</p><p>(A) editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do artigo 62 da Constituição.</p><p>(B) nomear, observado o disposto no artigo 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>53</p><p>(C) prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.</p><p>(D) iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição.</p><p>04. (PGE/AC - Procurador - FMP/RS) Compete privativamente ao Chefe do Executivo Federal:</p><p>(A) vetar projetos de lei, parcial ou totalmente, sendo, neste último caso, necessária a aquiescência do</p><p>Vice-Presidente.</p><p>(B) decretar o estado de defesa e o estado de sítio, bem como a intervenção federal nos demais entes</p><p>federados, assim como, se for o caso, nos demais poderes da República, quando necessário à ordem</p><p>pública.</p><p>(C) expedir decretos para a criação de órgãos públicos ou para a extinção de funções ou cargos</p><p>públicos, ficando seus ocupantes em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.</p><p>(D) nomear os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dependendo previamente de aprovação do</p><p>Senado Federal, o qual sabatinará o(a) candidato(a) indicado pelo próprio Presidente da República.</p><p>05. (UNICAMP - Procurador - VUNESP) Assinale a alternativa que contempla atribuição privativa do</p><p>Presidente da República passível de delegação.</p><p>(A) Prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.</p><p>(B) Vetar projetos de lei, total ou parcialmente.</p><p>(C) Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.</p><p>(D) Nomear membros do Conselho da República.</p><p>(E) Conferir condecorações e distinções honoríficas.</p><p>Gabarito</p><p>01.C / 02.E / 03.C / 04.D / 05.A</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: C</p><p>A nomeação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, dos</p><p>Governadores de Territórios, do Procurador-Geral da República, do presidente e dos diretores do banco</p><p>central e outros servidores, não é realizada unilateralmente pelo Presidente da República, sendo</p><p>necessária anterior aprovação pelo Senado Federal. É o que dispõe o art. 84, XIV, da CF/88.</p><p>02. Resposta: E</p><p>Prevê o Art. 84, parágrafo único, da CF. que poderá o Presidente da República delegar as atribuições</p><p>mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da</p><p>República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas</p><p>delegações. Deste modo, a estes será permitido:</p><p>VI – dispor, mediante decreto, sobre:</p><p>a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa</p><p>nem criação ou extinção de órgãos públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;</p><p>XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;</p><p>XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.</p><p>03. Resposta: C</p><p>Prover e extinguir os cargos públicos federais, tratam-se das competências privativas administrativas,</p><p>que são delegáveis, enumeradas no artigo 84, CF (“Compete privativamente ao Presidente da</p><p>República”), sendo que a hipótese da alternativa “C” está prevista no inciso XXV do dispositivo.</p><p>04. Resposta: D</p><p>“A” está incorreta porque o veto não depende de aquiescência do Vice-Presidente; “B” está incorreta</p><p>porque a intervenção federal não é permitida com relação aos demais Poderes da República; “C” está</p><p>incorreta porque não é possível criar e extinguir órgãos por Decreto; somente restando “D”, que está</p><p>correta, nos termos do artigo 84, XIV, CF: “Compete privativamente ao Presidente da República: [...]</p><p>nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais</p><p>Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores</p><p>do banco central e outros servidores, quando determinado em lei”.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>54</p><p>05. Resposta: A</p><p>Neste sentido, é a disciplina constitucional: “Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da</p><p>República: [...] XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; [...]. Parágrafo único.</p><p>O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV,</p><p>primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da</p><p>União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações”.</p><p>Responsabilidade do Presidente da República</p><p>Nesta seção vamos estudar as responsabilidades do Presidente da República. Nesse sentido, além</p><p>de estabelecer as linhas gerais sobre o regime jurídico dos crimes de responsabilidade, define normas e</p><p>procedimentos específicos para a responsabilização do Presidente da República, tanto nos casos de</p><p>crime de responsabilidade, como nos de infração penal comum.</p><p>Seção III</p><p>Da Responsabilidade do Presidente da República</p><p>Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a</p><p>Constituição Federal e, especialmente, contra:</p><p>Os crimes de responsabilidade são as infrações político-administrativas cujas sanções consistem na</p><p>perda da investidura dos cargos ocupados pelo agente e sua inabilitação para o exercício de funções</p><p>públicas por um período de oito anos – é o chamado impeachment.</p><p>A Constituição26 admite expressamente (art. 52, parágrafo único) que o mesmo fato pode constituir</p><p>crime de responsabilidade e crime comum. Nesse caso, o Presidente da República fica sujeito a ser</p><p>condenado pelo Senado Federal por crime de responsabilidade (art. 52, I) e pelo STF por crime comum</p><p>(art. 102, I, b). Tal circunstância suscita a aplicação de sanções com naturezas distintas: uma político-</p><p>administrativa e outrapenal.</p><p>I - a existência da União;</p><p>II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes</p><p>constitucionais das unidades da Federação;</p><p>III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;</p><p>IV - a segurança interna do País;</p><p>V - a probidade na administração;</p><p>VI - a lei orçamentária;</p><p>VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.</p><p>Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de</p><p>processo e julgamento.</p><p>Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos</p><p>Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais</p><p>comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes</p><p>de responsabilidade.</p><p>Inicialmente caberá a Câmara dos Deputados fazer o juízo de admissibilidade quanto a acusação em</p><p>face do Presidente, se sua decisão for acusatória, irá produzir efeitos e passa-se à fase de instauração</p><p>do processo, realizada perante o Senado Federal, se o crime for de responsabilidade e ao STF, no caso</p><p>de infração penal comum. Se a Câmara dos Deputados decidir pela inadmissibilidade a peça acusatória</p><p>é arquivada.</p><p>§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:</p><p>I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal;</p><p>II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.</p><p>§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o</p><p>afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.</p><p>§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República</p><p>não estará sujeito a prisão.</p><p>§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos</p><p>estranhos ao exercício de suas funções.</p><p>26 LEAL, Roger Stiefelmann. Constituição Federal Interpretada. 2018</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>55</p><p>Quando mencionado que não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas</p><p>funções, ou seja, não seria cabível responsabilizar o chefe do Poder Executivo pelas infrações e ilicitudes</p><p>por ele cometidas quando não guardassem relação com o exercício da função.</p><p>Questões</p><p>01. (TJ/MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - CONSULPLAN) São crimes de</p><p>responsabilidade do Presidente da República os atos que atentem contra a Constituição Federal, e</p><p>especialmente, contra</p><p>(A) o exercício dos direitos individuais.</p><p>(B) a ordem tributária.</p><p>(C) a segurança externa.</p><p>(D) o livre exercício da Controladoria Geral.</p><p>02. (Prefeitura de Teresina/PI - Analista Administrativo - FCC) Sobre a responsabilidade do</p><p>Presidente da República,</p><p>(A) o Presidente não ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns, ainda que</p><p>recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>(B) os crimes de responsabilidade estão definidos taxativamente pela Constituição Federal, não</p><p>competindo à lei aumentar o rol de condutas.</p><p>(C) admitida a acusação contra o Presidente da República, por maioria absoluta da Câmara dos</p><p>Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal nos crimes de</p><p>responsabilidade.</p><p>(D) os crimes de responsabilidade serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de</p><p>processo e julgamento.</p><p>(E) decorrido o prazo de cento e oitenta dias, se o julgamento não estiver concluído, cessará o</p><p>afastamento do Presidente, extinguindo-se o processo.</p><p>03. (PC/PA - Delegado de Polícia Civil - FUNCAB) Assinale a alternativa correta no que concerne à</p><p>responsabilidade do Presidente da República.</p><p>(A) Nas infrações penais comuns, admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois</p><p>terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.</p><p>(B) Se, decorrido o prazo de cento e vinte dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o</p><p>afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.</p><p>(C) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas funções se recebida a</p><p>denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>(D) No crime de responsabilidade, admitida a acusação contra o Presidente da República, por um terço</p><p>da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Senado Federal.</p><p>(E) Nas infrações penais comuns, o Presidente ficará suspenso de suas funções após a instauração</p><p>do processo pelo Senado Federal.</p><p>04. (TRT 3ª - Analista Judiciário - FCC) A suspensão do exercício das funções de Presidente da</p><p>República dar-se-á nas infrações penais comuns</p><p>(A) se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de</p><p>responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.</p><p>(B) apenas depois de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de responsabilidade,</p><p>após a instauração do processo pelo Senado Federal.</p><p>(C) apenas depois de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de responsabilidade,</p><p>apenas após o julgamento do processo pelo Senado Federal.</p><p>(D) e nos crimes de responsabilidade depois de recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal.</p><p>(E) e nos crimes de responsabilidade depois de recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>Gabarito</p><p>01.A / 02.D / 03.A / 04.A</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>56</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: A</p><p>De acordo com o previsto pela Constituição Federal de 1988, dentre outros, são crimes de</p><p>responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e,</p><p>especialmente, contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais (art. 85, III).</p><p>02. Resposta: D</p><p>Consoante o que dispõe o parágrafo único do art. 85 da CF/88, os crimes de responsabilidade serão</p><p>definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Atualmente são</p><p>definidos e tem o processo regulamentado pela Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950.</p><p>03. Resposta: A</p><p>É o que dispõe o art. 86 da CF/88: Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois</p><p>terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,</p><p>nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.</p><p>04. Resposta: A.</p><p>Segundo a redação do Art. 86 da CF, admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois</p><p>terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,</p><p>nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º O</p><p>Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou</p><p>queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do</p><p>processo pelo Senado Federal.</p><p>Os Ministros de Estado</p><p>Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República na direção superior da</p><p>Administração Federal. Os Ministros são de livre nomeação pelo Presidente da República, podendo ser</p><p>por ele exonerados a qualquer tempo, sendo desnecessária a sabatina do Senado Federal, salvo em</p><p>alguns casos (art. 52, III, CF), por exemplo, para o presidente do Banco Central.</p><p>Requisitos Especiais para Determinados Cargos de Ministros e Ministros Equiparados</p><p>Tema interessante colocou-se na ação direta de inconstitucionalidade proposta contra a Medida</p><p>Provisória n. 207, de 2004, convertida na Lei n. 11.036/2004, que transformou o cargo de Presidente do</p><p>Banco Central em cargo de Ministro de Estado.</p><p>Sustentou-se que o Presidente do Banco Central não poderia ser titular de cargo de Ministro de Estado</p><p>por estar submetido, nos termos da Constituição, a um regime próprio de nomeação — aprovação pelo</p><p>Senado Federal (CF, arts. 52, III, d, e 84, I e XIV).</p><p>Suscitou-se que o ato impugnado seria ofensivo ao princípio da separação de Poderes. Quando a</p><p>Constituição diz, no art. 84, I, que compete privativamente ao Presidente da República nomear e exonerar</p><p>os Ministros de Estado, obviamente está implícito que tal nomeação se dará na forma da Constituição e</p><p>da lei. Não poderá, por exemplo, o Presidente nomear um menor de 21 anos para chefiar um Ministério.</p><p>Também não poderá nomear alguém que esteja privado de seus direitos políticos (CF, art. 87).</p><p>No caso da nomeação do Presidente do Banco Central, por evidente, haverá um procedimento</p><p>constitucional específico, que terá como pressuposto a aprovação prévia pelo Senado, nos termos do art.</p><p>52,</p><p>III, d.</p><p>De resto, o modelo constitucional contém algumas situações que demonstram tratamento bastante</p><p>casuístico no que toca aos cargos mais elevados da República.</p><p>Notório exemplo é o do Advogado-Geral da União, que é Ministro por determinação legal. No plano</p><p>constitucional, o Advogado-Geral, nomeado e diretamente subordinado ao Presidente, possui requisitos</p><p>para a nomeação que são mais rigorosos em relação aos demais Ministros. Exige-se idade mínima de 35</p><p>anos, reputação ilibada e notório conhecimento jurídico. No que toca à prerrogativa de foro, também há</p><p>um tratamento constitucional diferenciado. O Advogado-Geral, em relação ao crime de responsabilidade,</p><p>é sempre julgado perante o Senado (CF, art. 52, II), tal como o Presidente da República, o Procurador-</p><p>Geral da República e os Ministros do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Outro exemplo interessante de situação singular é o dos Comandantes Militares. Não obstante os</p><p>Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica estarem subordinados ao Ministério da Defesa,</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>57</p><p>remanescem eles com foro especial perante o Supremo Tribunal Federal. Note-se que tais autoridades</p><p>nem sequer possuem status de Ministro.</p><p>Por fim, estão abrangidos pela mesma disposição que confere prerrogativa de foro aos Comandantes</p><p>Militares os chefes de missão diplomática de caráter permanente (CF, art. 102, I, c). Também aqui tem-</p><p>se tratamento idêntico entre autoridades de diferentes hierarquias, tendo em vista que os chefes de</p><p>missão diplomática estão subordinados ao Ministro das Relações Exteriores.</p><p>Seção IV</p><p>DOS MINISTROS DE ESTADO</p><p>Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no</p><p>exercício dos direitos políticos.</p><p>Perceba algumas condições pessoais para o exercício deste cargo:</p><p>a) ser brasileiro;</p><p>b) pleno exercício dos direitos políticos;</p><p>c) maior de 21 anos.</p><p>Uma observação pertinente ao tema que pode ser objeto de questão em prova, é em relação ao art.</p><p>12 § 3º,VII, que ao Ministro de Estado de Defesa é necessário também que este seja brasileiro NATO.</p><p>Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta</p><p>Constituição e na lei:</p><p>I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal</p><p>na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;</p><p>II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;</p><p>III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;</p><p>IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente</p><p>da República.</p><p>Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.</p><p>Questão</p><p>01. (ANAC - Técnico Administrativo ESAF) Em relação às atribuições do Presidente da República,</p><p>nos termos do disposto na Constituição Federal, não compete a este</p><p>(A) nomear o Advogado-Geral da União.</p><p>(B) presidir o Conselho de Defesa Nacional.</p><p>(C) expedir instruções para a execução das leis</p><p>(D) nomear os Ministros do Tribunal de Contas da União</p><p>(E) executar a Intervenção Federal.</p><p>Gabarito</p><p>01. C</p><p>Comentário</p><p>01. Resposta: C</p><p>Expedir instruções para a execução das leis compete aos Ministros de Estado, nos termos do que</p><p>prevê o art. 87, II, da CF.</p><p>Conselho da República e de Defesa Nacional</p><p>Conselho da República</p><p>O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, que atua de</p><p>maneira opinativa, sendo reunido mediante convocação e sob a presidência do Presidente da República.</p><p>Tem sua organização e funcionamento estabelecidos pela Lei n° 8.041/1990.</p><p>Conforme previsão constitucional, pode o Presidente da República convocar Ministro de Estado para</p><p>participar da reunião do Conselho, quando da pauta constar questão relacionada com o respectivo</p><p>Ministério. A participação no Conselho da República é considerada atividade relevante e não remunerada.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>58</p><p>Conforme previsto no art. 90 da CF/88, compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:</p><p>I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões relevantes para a</p><p>estabilidade das instituições democráticas.</p><p>Do Conselho de Defesa Nacional</p><p>O Conselho de Defesa Nacional também é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos</p><p>relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Sua regulamentação é prevista</p><p>na Lei n° 8.183/1991. Conforme previsto na lei regulamentadora, a participação, efetiva ou eventual, no</p><p>Conselho de Defesa Nacional, constitui serviço público relevante e seus membros não poderão receber</p><p>remuneração sob qualquer título ou pretexto.</p><p>O artigo 91, §1º, da CF/88 dispõe sobre as competências do Conselho de Defesa Nacional.</p><p>Texto constitucional a respeito:</p><p>Seção V</p><p>DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL</p><p>Subseção I</p><p>Do Conselho da República</p><p>Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele</p><p>participam:</p><p>I - o Vice-Presidente da República;</p><p>II - o Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - o Presidente do Senado Federal;</p><p>IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;</p><p>V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;</p><p>VI - o Ministro da Justiça;</p><p>VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados</p><p>pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos</p><p>Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.</p><p>Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:</p><p>I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;</p><p>II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.</p><p>§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do</p><p>Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.</p><p>§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.</p><p>Subseção II</p><p>Do Conselho de Defesa Nacional</p><p>Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos</p><p>relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como</p><p>membros natos:</p><p>I - o Vice-Presidente da República;</p><p>II - o Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - o Presidente do Senado Federal;</p><p>IV - o Ministro da Justiça;</p><p>V - o Ministro de Estado da Defesa;</p><p>VI - o Ministro das Relações Exteriores;</p><p>VII - o Ministro do Planejamento.</p><p>VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.</p><p>§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:</p><p>I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta</p><p>Constituição;</p><p>II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;</p><p>III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território</p><p>nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a</p><p>preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>59</p><p>IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a</p><p>independência nacional e a defesa do Estado democrático.</p><p>§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.</p><p>Questões</p><p>01. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Consultor Legislativo - Prefeitura do Rio de</p><p>Janeiro/RJ) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, compete ao</p><p>Conselho de Defesa Nacional:</p><p>(A) propor critérios e condições de utilização</p><p>ou convicção filosófica ou política.</p><p>Um exemplo de obrigação estipulada por lei a todos os cidadãos do sexo masculino é a prestação de</p><p>serviço militar obrigatório. Nesse passo, se um cidadão deixar de prestar o serviço militar obrigatório</p><p>alegando como motivo a crença em determinada religião que o proíba poderá sofrer privação nos seus</p><p>direitos.</p><p>IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,</p><p>independentemente de censura ou licença;</p><p>Este inciso tem por escopo a proteção da liberdade de expressão, sendo expressamente vedada a</p><p>censura e a licença. Como é possível perceber, mais uma vez nossa Constituição visa proteger o cidadão</p><p>de alguns direitos fundamentais que foram abolidos durante o período da ditadura militar. Para melhor</p><p>compreensão do inciso, a censura consiste na verificação do pensamento a ser divulgado e as normas</p><p>existentes no ordenamento. Desta maneira, a Constituição veda o emprego de tal mecanismo, visando</p><p>garantir ampla liberdade, taxado como um bem jurídico inviolável do cidadão.</p><p>X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito</p><p>à indenização por dano material ou moral decorrente de sua violação;</p><p>Os direitos da personalidade decorrem da dignidade humana. O direito à privacidade decorre da</p><p>autonomia da vontade e do livre-arbítrio, permitindo à pessoa conduzir sua vida da forma que julgar mais</p><p>conveniente, sem intromissões alheias, desde que não viole outros valores constitucionais e direitos de</p><p>terceiro.</p><p>A honra pode ser subjetiva (estima que a pessoa possui de si mesma) ou objetiva (reputação do</p><p>indivíduo perante o meio social em que vive). As pessoas jurídicas só possuem honra objetiva.</p><p>O direito à imagem, que envolve aspectos físicos, inclusive a voz, impede sua captação e difusão sem</p><p>o consentimento da pessoa, ainda que não haja ofensa à honra. Neste sentido, a súmula 403 do STJ diz:</p><p>“Súmula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da</p><p>imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”.</p><p>Este direito, como qualquer outro direito fundamental, pode ser relativizado quando em choque com</p><p>outros direitos. Por exemplo, pessoas públicas, tendem a ter uma restrição do direito à imagem frente ao</p><p>direito de informação da sociedade. Também a divulgação em contexto jornalístico de interesse público,</p><p>a captação por radares de trânsito, câmeras de segurança ou eventos de interesse público, científico,</p><p>histórico, didático ou cultural são limitações legítimas ao direito à imagem.</p><p>Por outro lado, o inciso em questão traz a possibilidade de ajuizamento de ação que vise à indenização</p><p>por danos materiais ou morais decorrentes da violação dos direitos expressamente tutelados. Não</p><p>obstante a responsabilização na esfera civil, ainda é possível constatar que a agressão a tais direitos</p><p>também encontra guarida no âmbito penal. Tal fato se abaliza na existência dos crimes de calúnia, injúria</p><p>e difamação, expressamente tipificados no Código Penal Brasileiro.</p><p>XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do</p><p>morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por</p><p>determinação judicial;</p><p>O conceito de “casa” é amplo, alcançando os locais habitados de maneira exclusiva. Exemplo:</p><p>escritórios, oficinas, consultórios e locais de habitação coletiva (hotéis, motéis etc.) que não sejam abertos</p><p>ao público, recebendo todos estes locais esta proteção constitucional.</p><p>O referido inciso traz a inviolabilidade do domicílio do indivíduo. Todavia, tal inviolabilidade não possui</p><p>cunho absoluto, sendo que o mesmo artigo explicita os casos em que há possibilidade de penetração no</p><p>domicílio sem o consentimento do morador. Os casos em que é possível a penetração do domicílio são:</p><p>Durante o dia Durante a noite</p><p>Consentimento do morador Consentimento do morador</p><p>Caso de flagrante delito Caso de flagrante delito</p><p>Desastre ou prestar socorro Desastre ou prestar socorro</p><p>Determinação judicial --</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>5</p><p>Note-se que o ingresso em domicílio por determinação judicial somente é passível de realização</p><p>durante o dia. Tal ingresso deverá ser realizado com ordem judicial expedida por autoridade judicial</p><p>competente, sob pena de considerar-se o ingresso desprovido desta como abuso de autoridade, além da</p><p>tipificação do crime de Violação de Domicílio, que se encontra disposto no artigo 150 do Código Penal.</p><p>XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das</p><p>comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei</p><p>estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;</p><p>- Sigilo de Correspondência: possui como regra a inviolabilidade trazida no Texto Constitucional.</p><p>Todavia, pode haver limitação na inviolabilidade em caso de decretação de estado de defesa ou estado</p><p>de sítio. Outra possibilidade de quebra de sigilo de correspondência entendida pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal diz respeito às correspondências dos presidiários, visando a segurança pública e a preservação</p><p>da ordem jurídica.</p><p>- Sigilo de Comunicações Telegráficas: assim como a inviolabilidade do sigilo de correspondência,</p><p>é possível a quebra deste em caso de estado de defesa e estado de sítio.</p><p>- Sigilo das Comunicações Telefônicas: apesar da inviolabilidade de tal direito, será possível a</p><p>quebra do sigilo telefônico, desde que esteja amparado por decisão judicial de autoridade competente</p><p>para que seja possível a instrução processual penal e a investigação criminal. A quebra do sigilo telefônico</p><p>foi regulamentada por meio da Lei Federal 9.296/96.</p><p>Isso demonstra que não será possível a quebra dos sigilos por motivos banais, haja vista estarmos</p><p>diante de um direito constitucionalmente tutelado.</p><p>A quebra desse tipo de sigilo pode ocorrer por determinação judicial ou por Comissão Parlamentar de</p><p>Inquérito (CPI).</p><p>O sigilo de dados engloba dados fiscais, bancários e telefônicos (referente aos dados da conta e não</p><p>ao conteúdo das ligações).</p><p>Quanto às comunicações telefônicas (conteúdo das ligações), existe reserva jurisdicional, ou seja, a</p><p>interceptação só pode ocorrer com ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução</p><p>processual penal, sob pena de constituir prova ilícita.</p><p>XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações</p><p>profissionais que a lei estabelecer;</p><p>Aqui estamos diante de uma norma de aplicabilidade contida que possui total eficácia, dependendo,</p><p>no entanto, de uma lei posterior que reduza a aplicabilidade da primeira. Como é possível perceber o</p><p>inciso em questão demonstra a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou profissão, devendo, no</p><p>entanto, serem obedecidas às qualificações profissionais que a lei posterior estabeleça. Note-se que essa</p><p>lei posterior reduz os efeitos de aplicabilidade da lei anterior o que garante a liberdade de exercício de</p><p>trabalho, ofício ou profissão.</p><p>Exemplo: o Exame aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil aos bacharéis em Direito, para que</p><p>estes obtenham habilitação para exercer a profissão de advogados. Como é notório, a lei garante a</p><p>liberdade de trabalho, sendo, no entanto, que a lei posterior, ou seja, o Estatuto da OAB, prevê a</p><p>realização do exame para que seja possível o exercício da profissão de advogado.</p><p>XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário</p><p>ao exercício profissional;</p><p>Aqui estamos tratando do direito de informar e de ser informado. Cabe ressaltar que, o referido inciso</p><p>traz a possibilidade de se resguardar o sigilo da fonte. Esse sigilo diz respeito àquela pessoa que prestou</p><p>as informações. Todavia, esse sigilo não possui conotação absoluta, haja vista</p><p>das águas internacionais e opinar sobre normas relativas</p><p>à defesa do Estado e das Instituições Democráticas</p><p>(B) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a</p><p>independência nacional e a defesa do Estado Democrático</p><p>(C) exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os comandantes da Marinha, do</p><p>Exército e da Aeronáutica e promover seus oficiais</p><p>(D) pronunciar-se sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, por</p><p>meio dos Órgãos de Defesa Nacional.</p><p>02. (MPE/SC - Promotor de Justiça Substituto - FEPESE) Analise os enunciados das questões</p><p>abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.</p><p>Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre as questões relevantes para a estabilidade</p><p>das instituições democráticas; estado de defesa; estado de sítio; intervenção federal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>03. (OAB - Exame de Ordem Unificado - FGV) O Presidente da República, à luz da CRFB/88, dispõe</p><p>de dois órgãos de cúpula para consulta em determinados assuntos. Assinale a opção que elenca</p><p>corretamente esses órgãos e suas atribuições constitucionalmente definidas.</p><p>(A) Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre a decretação do estado de defesa, do</p><p>estado de sítio e da intervenção federal. Ao Conselho Nacional de Justiça compete o controle da atuação</p><p>administrativa e financeira do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Poder Executivo.</p><p>(B) Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre as questões relevantes para a estabilidade</p><p>das instituições democráticas. Ao Conselho da República compete opinar sobre as hipóteses de</p><p>declaração de guerra e de celebração de paz.</p><p>(C) Ao Conselho Nacional de Justiça compete o controle da atuação administrativa e financeira do</p><p>Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Poder Executivo. Ao Conselho da República compete opinar</p><p>sobre as hipóteses de declaração de guerra e de celebração de paz</p><p>(D) Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre as hipóteses de declaração de guerra e de</p><p>celebração de paz. Ao Conselho da República compete pronunciar-se sobre intervenção federal, estado</p><p>de defesa e estado de sítio.</p><p>Gabarito</p><p>01.B / 02.Certo / 03.D</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: B</p><p>Prevê o art. 91, §1º, da CF/88: Compete ao Conselho de Defesa Nacional:</p><p>I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta</p><p>Constituição;</p><p>II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;</p><p>III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território</p><p>nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a</p><p>preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;</p><p>IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a</p><p>independência nacional e a defesa do Estado democrático.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>60</p><p>02. Resposta: Certo</p><p>É o que prevê o artigo 90, CF: “Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I - intervenção</p><p>federal, estado de defesa e estado de sítio; II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições</p><p>democráticas”.</p><p>03. Resposta: D</p><p>Nos termos do artigo 91, §1º, I, “compete ao Conselho de Defesa Nacional [...] opinar nas hipóteses</p><p>de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição” e nos termos do artigo</p><p>90, I, CF, “compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre [...] intervenção federal, estado de</p><p>defesa e estado de sítio”.</p><p>Da Segurança Pública</p><p>A Segurança é um direito constitucionalmente consagrado e constitui, juntamente com a Justiça e o</p><p>Bem-estar, um dos três fins do Estado Social. Viver em segurança é uma necessidade básica dos</p><p>cidadãos, é um direito destes e uma garantia a ser prestada pelo Estado.</p><p>Assim, o objetivo fundamental da segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de</p><p>todos, é a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.</p><p>No título V da Constituição Federal de 1988, “Da defesa do Estado e das instituições democráticas”,</p><p>está o capítulo III, “Da segurança pública” que em seu único artigo dispõe: “Art. 144. A segurança pública,</p><p>dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e</p><p>da incolumidade das pessoas e do patrimônio...”.</p><p>A segurança pública é um serviço público que deve ser universalizado, sendo “dever do estado” e</p><p>“direito de todos”. O art. 5º da Constituição Federal, em seu caput, eleva a segurança à condição de direito</p><p>fundamental. Como a convivência harmônica reclama a preservação dos direitos e garantias</p><p>fundamentais, é necessário existir uma atividade constante de vigilância, prevenção e repressão de</p><p>condutas delituosas.</p><p>O poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais</p><p>em benefícios do interesse público.</p><p>A atividade policial divide-se, então em duas grandes áreas: administrativa e judiciária. A polícia</p><p>administrativa (polícia preventiva ou ostensiva) atua preventivamente, evitando que o crime aconteça e</p><p>preservando a ordem pública, fica a cargo das polícias militares, forças auxiliares e reserva do Exército.</p><p>Já a polícia judiciária (polícia de investigação) atua repressivamente, depois de ocorrido o ilícito. A</p><p>investigação e a apuração de infrações penais (exceto militares e aquelas de competência da polícia</p><p>federal), ou seja, o exercício da polícia judiciária, em âmbito estadual, cabe às policias civis, dirigidas por</p><p>delegados de polícia de carreira.</p><p>Órgãos da segurança pública</p><p>A segurança pública efetiva-se por meio dos seguintes órgãos:</p><p>- Polícia Federal - instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e</p><p>estruturado em carreira, destina-se a:</p><p>a) apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e</p><p>interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações</p><p>cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se</p><p>dispuser em lei;</p><p>b) prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,</p><p>sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;</p><p>c) exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; e</p><p>d) exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.</p><p>- Polícia rodoviária federal - órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em</p><p>carreira, destina-se, nos termos da Lei n° 9.654, de 2 de junho de 1998, ao patrulhamento ostensivo das</p><p>rodovias federais.</p><p>3 Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública;</p><p>organização da segurança pública.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>61</p><p>- Polícia ferroviária federal - órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em</p><p>carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.</p><p>- Polícias civis - dirigidas por delegados de carreira, exercem, ressalvada a competência da União,</p><p>as funções de polícia judiciária e de apuração de infrações penais, exceto as militares. Deve ser</p><p>observado que a Resolução n° 2, de 20 de fevereiro de 2002, do Conselho Nacional de Segurança</p><p>Pública, estabelece diretrizes para as polícias civil e militar dos Estados e do Distrito Federal em relação</p><p>às Corregedorias e recomenda a criação de Ouvidorias autônomas e independentes dos órgãos policiais.</p><p>- Polícias militares - realizam o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública; aos corpos</p><p>de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de</p><p>defesa civil. Nesse</p><p>caso, há a Resolução n° 4, de 20 de fevereiro de 2002, do Conselho Nacional de</p><p>Segurança Pública, que estatui os procedimentos a serem adotados pela Polícia Militar em relação às</p><p>suas atribuições legais, e dá outras providências.</p><p>- Corpos de bombeiros militares - são forças auxiliares que se subordinam, conjuntamente com as</p><p>polícias civis, aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.</p><p>Importante lembrar que os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção</p><p>de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei e a segurança viária, exercida para a</p><p>preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas</p><p>compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em</p><p>lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e compete, no âmbito dos Estados,</p><p>do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de</p><p>trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.</p><p>O homicídio cometido contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra seus</p><p>familiares) passa a ser considerado como homicídio qualificado, se o delito tiver relação com a função</p><p>exercida.</p><p>A Lei n° 13.142/2015 acrescentou o inciso VII ao § 2º do art. 121 do CP prevendo o seguinte:</p><p>Art. 121. Matar alguém:</p><p>Pena - reclusão, de seis a vinte anos.</p><p>(...)</p><p>Homicídio qualificado</p><p>§ 2° Se o homicídio é cometido:</p><p>(...)</p><p>VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes</p><p>do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em</p><p>decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em</p><p>razão dessa condição:</p><p>Pena - reclusão, de doze a trinta anos.</p><p>2) A pena da LESÃO CORPORAL será aumentada de 1/3 a 2/3 se essa lesão tiver sido praticada</p><p>contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra seus familiares), desde que o delito</p><p>tenha relação com a função exercida.</p><p>A Lei n° 13.142/2015 acrescentou o § 12 ao art. 129 do CP, prevendo o seguinte:</p><p>Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:</p><p>Pena - detenção, de três meses a um ano.</p><p>(...)</p><p>Aumento de pena</p><p>(...)</p><p>§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da</p><p>Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no</p><p>exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente</p><p>consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.</p><p>3) Foram previstos como crimes hediondos (Lei nº 8.072, de 25 de Julho de 1990):</p><p>- Lesão corporal dolosa gravíssima (art. 129, § 2º)</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>62</p><p>- Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º)</p><p>- Homicídio qualificado praticados contra integrantes dos órgãos de segurança pública (ou contra</p><p>seus familiares), se o delito tiver relação com a função exercida.</p><p>Dispositivos constitucionais pertinentes ao tema:</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA SEGURANÇA PÚBLICA</p><p>Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a</p><p>preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes</p><p>órgãos:</p><p>I - polícia federal;</p><p>II - polícia rodoviária federal;</p><p>III - polícia ferroviária federal;</p><p>IV - polícias civis;</p><p>V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.</p><p>VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Incluído pela Emenda Constitucional 104 de 2019)</p><p>O direito a segurança é prerrogativa constitucional indisponível, garantido mediante a implementação</p><p>de políticas públicas, impondo ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o</p><p>efetivo acesso a tal serviço. É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado,</p><p>quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em</p><p>questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo27</p><p>O conceito jurídico de ordem pública não se confunde com incolumidade das pessoas e do patrimônio</p><p>(art. 144 da CF/1988). Sem embargo, ordem pública se constitui em bem jurídico que pode resultar mais</p><p>ou menos fragilizado pelo modo personalizado com que se dá a concreta violação da integridade das</p><p>pessoas ou do patrimônio de terceiros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de</p><p>entorpecentes e drogas afins).</p><p>Daí sua categorização jurídico-positiva, não como descrição do delito nem cominação de pena, porém</p><p>como pressuposto de prisão cautelar; ou seja, como imperiosa necessidade de acautelar o meio social</p><p>contra fatores de perturbação que já se localizam na gravidade incomum da execução de certos crimes.</p><p>Não há incomum gravidade abstrata desse ou daquele crime, mas da incomum gravidade na</p><p>perpetração em si do crime, levando à consistente ilação de que, solto, o agente reincidirá no delito.</p><p>Donde o vínculo operacional entre necessidade de preservação da ordem pública e acautelamento do</p><p>meio social. Logo, conceito de ordem pública que se desvincula do conceito de incolumidade das pessoas</p><p>e do patrimônio alheio (assim como da violação à saúde pública), mas que se enlaça umbilicalmente à</p><p>noção de acautelamento do meio social28.</p><p>§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e</p><p>estruturado em carreira, destina-se a:"</p><p>I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e</p><p>interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações</p><p>cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se</p><p>dispuser em lei;</p><p>II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,</p><p>sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;</p><p>III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;</p><p>IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.</p><p>Cabe salientar que a mútua cooperação entre organismos policiais, o intercâmbio de informações, o</p><p>fornecimento recíproco de dados investigatórios e a assistência técnica entre a Polícia Federal e as</p><p>polícias estaduais, com o propósito comum de viabilizar a mais completa apuração de fatos delituosos</p><p>gravíssimos, notadamente naqueles casos em que se alega o envolvimento de policiais militares na</p><p>formação de grupos de extermínio, encontram fundamento, segundo penso, no próprio modelo</p><p>constitucional de federalismo cooperativo cuja institucionalização surge, em caráter inovador, no plano de</p><p>nosso ordenamento constitucional positivo, na CF de 1934, que se afastou da fórmula do federalismo</p><p>27 RE 559.646-AgR, rel. min.Ellen Gracie, julgamento em 7-6-2011, Segunda Turma, DJE de 24-6-2011. No mesmo sentido: ARE 654.823-AgR, rel. min. Dias</p><p>Toffoli, julgamento em 12-11-2013, Primeira Turma, DJE de 5-12-2013</p><p>28 HC 101.300, rel. min. Ayres Britto, julgamento em 5-10-2010, Segunda Turma, DJE 18-11-2010</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>63</p><p>dualista inaugurada pela Constituição republicana de 1891, que impunha, por efeito da outorga de</p><p>competências estanques, rígida separação entre as atribuições federais e estaduais29.</p><p>A cláusula de exclusividade inscrita no art. 144, § 1º, IV, da Constituição da República – que não inibe</p><p>a atividade de investigação criminal do Ministério Público – tem por única finalidade conferir à Polícia</p><p>Federal, dentre os diversos organismos policiais que compõem o aparato repressivo da União Federal</p><p>(Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal), primazia investigatória</p><p>na</p><p>apuração dos crimes previstos no próprio texto da Lei Fundamental ou, ainda, em tratados ou convenções</p><p>internacionais30.</p><p>§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em</p><p>carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.</p><p>§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado</p><p>em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.</p><p>§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a</p><p>competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as</p><p>militares.</p><p>A Constituição do Brasil – art. 144, § 4º – define incumbirem às polícias civis ‘as funções de polícia</p><p>judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares’. Não menciona a atividade penitenciária,</p><p>que diz com a guarda dos estabelecimentos prisionais; não atribui essa atividade específica à polícia</p><p>civil31.</p><p>§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de</p><p>bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa</p><p>civil.</p><p>“(...) reputo não haver que se falar em manifesta ilegalidade em ato emanado de superior hierárquico</p><p>consistente em determinar a subordinado que se dirija à cadeia pública, a fim de reforçar a guarda do</p><p>local. Por outro lado, tenho para mim que a obediência reflete um dos grandes deveres do militar, não</p><p>cabendo ao subalterno recusar a obediência devida ao superior, sobretudo levando-se em conta os</p><p>primados da hierarquia e da disciplina. Ademais, inviável delimitar, de forma peremptória, o que seria,</p><p>dentro da organização militar, ordem legal, ilegal ou manifestamente ilegal, uma vez que não há rol</p><p>taxativo a determinar as diversas atividades inerentes à função policial militar. Observo ainda que,</p><p>levando-se em conta a quadra atual a envolver os presídios brasileiros, com a problemática da</p><p>superpopulação carcerária em contraste com a escassez de mão de obra, entendo razoável a participação</p><p>da Polícia Militar em serviços de custódia e guarda de presos, sobretudo a fim manter a ordem nos</p><p>estabelecimentos prisionais. Por fim, emerge dos documentos acostados aos autos que a ordem foi dada</p><p>no sentido de reforçar a guarda, temporariamente, em serviços inerentes à carceragem, e não para</p><p>substituir agentes penitenciários como afirma a defesa32.”</p><p>§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa</p><p>a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Emenda Constitucional</p><p>104 de 2019)</p><p>§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército</p><p>subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos</p><p>Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Nova redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional 104 de 2019)</p><p>§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança</p><p>pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.</p><p>§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços</p><p>e instalações, conforme dispuser a lei.</p><p>§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será</p><p>fixada na forma do § 4º do art. 39.</p><p>§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das</p><p>pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:</p><p>I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas</p><p>em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e</p><p>29 RHC 116.002, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 12-3-2014, decisão monocrática, DJE de 17-3-2014.</p><p>30 HC 89.837, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 20-10-2009, Segunda Turma, DJE de 20-11-2009.</p><p>31 ADI 3.916, rel. min.Eros Grau, julgamento em 3-2-2010, Plenário, DJE de 14-5-2010.</p><p>32 HC 101.564, voto do rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-11-2010, Segunda Turma, DJE de 15-12-2010.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>64</p><p>II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou</p><p>entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.</p><p>Questões</p><p>01. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP/2017) Nos termos da Constituição Federal,</p><p>os policiais militares estaduais têm, entre suas funções,</p><p>(A) a segurança nacional, se o caso.</p><p>(B) a garantia dos poderes constitucionais.</p><p>(C) a preservação da ordem pública.</p><p>(D) a de polícia judiciária.</p><p>(E) a apuração de infrações penais.</p><p>02. (SJC/SC - Agente de Segurança Socioeducativo - FEPESE/2016) De acordo com a Constituição</p><p>Federal, a segurança pública é composta pelos seguintes órgãos:</p><p>1. Bombeiro militar</p><p>2. Defesa civil</p><p>3. Polícia federal</p><p>Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.</p><p>(A) É correta apenas a afirmativa 1.</p><p>(B) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.</p><p>(C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.</p><p>(D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.</p><p>(E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.</p><p>03. (Câmara de Natal/RN - Guarda Legislativo - COMPERVE) A segurança pública, dever do Estado,</p><p>direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade</p><p>das pessoas e do patrimônio, por meio de órgãos variados, dentre eles a polícia federal, cujas</p><p>competências envolvem</p><p>(A) exercer, sem exclusividade, as funções de polícia judiciária da União e atuar no patrulhamento</p><p>ostensivo das ferrovias federais.</p><p>(B) prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, não cabendo a esse órgão atuar</p><p>para prevenir e reprimir o contrabando e o descaminho.</p><p>(C) executar as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras e exercer as atividades de</p><p>patrulhamento ostensivo das rodovias federais.</p><p>(D) apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e</p><p>interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas.</p><p>04. (Câmara de Natal/RN - Guarda Legislativo - COMPERVE) Além da polícia federal, outros órgãos</p><p>atuam para promover a segurança pública no âmbito do território brasileiro, como é o caso das polícias</p><p>civis, das polícias militares e corpos de bombeiros militares. A Constituição, tratando das diretrizes</p><p>referentes a esses entes, determinou que</p><p>(A) às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a</p><p>competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as</p><p>militares.</p><p>(B) às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a</p><p>competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, inclusive das</p><p>militares.</p><p>(C) as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,</p><p>subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Prefeitos e Governadores dos Estados.</p><p>(D) as polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,</p><p>subordinam-se, juntamente com as polícias civis, ao Presidente da República, Prefeitos e Governadores</p><p>dos Estados.</p><p>05. (PC/DF - Perito Criminal - IADES) A segurança pública é dever do Estado e direito e</p><p>responsabilidade de todos. É exercida pela Polícia Federal e por outros órgãos, com base na Constituição</p><p>Federal, para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Acerca</p><p>desse tema, assinale a alternativa correta.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>65</p><p>(A) Juntamente com a Polícia Civil, cabe</p><p>à Polícia Federal exercer funções de Polícia Judiciária da</p><p>União.</p><p>(B) A Polícia Federal é um órgão permanente, organizado e mantido pela União, e estruturado em</p><p>carreira que se destina, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.</p><p>(C) As Polícias Federais, Militares e os Corpos de Bombeiros Militares, as forças auxiliares e a reserva</p><p>do Exército subordinam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos governadores dos estados, do Distrito</p><p>Federal e dos territórios.</p><p>(D) À Polícia Federal cabe apurar as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento</p><p>de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas.</p><p>(E) Às Polícias Civis incumbe, ressalvada a competência da União, a apuração de infrações penais,</p><p>incluindo as militares.</p><p>Gabarito</p><p>01.C / 02.C / 03.D / 04.A / 05.D</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: C</p><p>Dispõe o art. 144, §5º, da CF/88: Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da</p><p>ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a</p><p>execução de atividades de defesa civil.</p><p>02. Resposta: C</p><p>A segurança pública é exercida através dos seguintes órgãos:</p><p>I - polícia federal;</p><p>II - polícia rodoviária federal;</p><p>III - polícia ferroviária federal;</p><p>IV - polícias civis;</p><p>V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.</p><p>VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.</p><p>03. Resposta: D</p><p>É a disciplina constitucional: “Artigo 144, § 1º, CF/88. A polícia federal, instituída por lei como órgão</p><p>permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações</p><p>penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de</p><p>suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha</p><p>repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II -</p><p>prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem</p><p>prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III -</p><p>exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as</p><p>funções de polícia judiciária da União.</p><p>04. Resposta: A</p><p>A alternativa “A” se enquadra na redação literal do que disciplina o artigo 144, § 4º, da CF/88: “Às</p><p>polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da</p><p>União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares”.</p><p>05. Resposta: D</p><p>Consoante o que dispõe o art. 144, §1º, I, da CF/88, a polícia federal, dentre outras atribuições, destina-</p><p>se a apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e</p><p>interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações</p><p>cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se</p><p>dispuser em lei.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>66</p><p>ORDEM SOCIAL</p><p>A Constituição de 1988, traz o Título VIII, denominado “Da ordem social”. Nos termos do art. 193 da</p><p>CF, a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivos o bem-estar e a justiça social.</p><p>Princípios</p><p>Dentre os capítulos que compõem o Título da Ordem Social na Constituição Federal, temos a descrição</p><p>da seguridade social, tida como o conjunto integrado de iniciativas geradas pela sociedade em conjunto</p><p>com poder público, que visa assegurar saúde, assistência e previdência social, em respeito ao disposto</p><p>no artigo 194 da Constituição Federal.</p><p>Os princípios constitucionais são alicerces do ordenamento jurídico, servem para garantir um estado</p><p>democrático de direito. Nessa linha, os princípios da seguridade social são compostos por um conjunto</p><p>de normas programáticas que trazem objetivos orientadores para elaboração das leis e um conjunto de</p><p>garantias a serem observadas pela administração pública na execução de programas de seguridade</p><p>social. Esses princípios não são aplicados somente pela previdência social, mas em toda a estrutura da</p><p>seguridade social, que abrange os seus três seguimentos: Além da previdência social, a saúde e</p><p>assistência social.</p><p>1) Princípio da Universalidade e cobertura no atendimento (art.194, parágrafo único, I CF/88 –</p><p>universalidade de cobertura e do atendimento). A seguridade deve abranger a todos que dela necessitam</p><p>e atender a cobertura dos riscos sociais da forma mais ampla possível. Destaca-se que na previdência</p><p>social é aplicado o regime de contribuição com filiação obrigatória daqueles que exercem função</p><p>remunerada e facultativa para alguns seguimentos. A universalidade da cobertura, significa que a</p><p>Seguridade deve contemplar todas as contingências sociais que geram necessidade de proteção social</p><p>das pessoas, tais como: maternidade; velhice; doença; acidente; invalidez; reclusão e morte. Já a</p><p>universalidade do atendimento, significa dizer que qualquer pessoa será indistintamente acolhida pela</p><p>Seguridade Social. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos</p><p>Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à</p><p>assistência. Convém esclarecermos um ponto que pode suscitar dúvidas. Não podemos confundir,</p><p>previdência social com seguridade social, aquela é espécie dessa. Assim, quando o princípio assegura</p><p>universalidade de atendimento, não significa dizer que qualquer pessoa tenha direito aos benefícios</p><p>previdenciários, já que, a Previdência Social tem caráter contributivo, ou seja, somente aqueles que</p><p>contribuem para o sistema é que terão direito aos benefícios.</p><p>2) Princípio da uniformidade e equivalência (art. 194, parágrafo único, II CF/88 – uniformidade e</p><p>equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais). Os direitos e benefícios da</p><p>seguridade social devem abranger de forma isonômica, tanto as populações urbanas como as rurais.</p><p>Equivale dizer, que as mesmas contingências (morte, velhice, maternidade...) serão cobertas tanto para</p><p>os trabalhadores urbanos como para os rurais. Além disso, deverão possuir o mesmo valor econômico.</p><p>Observe que este princípio da Seguridade Social coaduna-se com o disposto no artigo 7º, da CF/88, que</p><p>garante direitos sociais idênticos aos trabalhadores urbanos e rurais.</p><p>3) Princípio da seletividade e distributividade na prestação (art. 194, parágrafo único, III CF/88 –</p><p>a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços). A prestação do benefício e do</p><p>serviço é feita de acordo com a capacidade econômico-financeira do sistema que custeia a seguridade</p><p>social, atendendo as necessidades de benefícios e serviços mais relevantes. A seguridade social visa</p><p>garantir a sobrevivência digna da população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é</p><p>a distribuição de renda, tendo, portanto, caráter social. Esse princípio apregoa que nem todos os</p><p>segurados terão direito a todas as prestações que o sistema pode fornecer. Por exemplo, os benefícios</p><p>salário-família e o auxílio-reclusão só serão pagos aos segurados de baixa renda.</p><p>4 Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; meio</p><p>ambiente; família, criança, adolescente, idoso, índio.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>67</p><p>4) Princípio da irredutibilidade no valor dos benefícios (art. 194, parágrafo único, IV –</p><p>irredutibilidade do valor dos benefícios). Visa garantir o valor real dos benefícios prestados pela</p><p>seguridade social. Para isso, há garantia de reajustamento periódico dos proventos e pensões.</p><p>5) Princípio da equidade no custeio – (art. 194, parágrafo único, V – equidade na forma de</p><p>participação no custeio).</p><p>Este princípio é um desdobramento do Princípio da Igualdade que estabelece</p><p>que deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. A legislação da seguridade social</p><p>deve prever contribuições iguais para quem se encontra nas mesmas condições. Quem possui maior</p><p>capacidade contributiva, contribui com mais. Quem possui menor capacidade contributiva, contribui com</p><p>menos, ou, não contribui. Importante destacar que não há anterioridade quanto ao exercício financeiro</p><p>instituído em relação às contribuições sociais.</p><p>Princípio da Anterioridade, art. 150, III, b: os tributos não podem ser cobrados no mesmo exercício</p><p>financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.</p><p>Princípio da Anterioridade Nonagesimal, art. 150, III, c: o tributo não pode ser cobrado no mesmo</p><p>exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, e, antes de decorridos</p><p>noventa dias da data em que haja sido publicada esta lei.</p><p>6) Princípio da diversidade na base de financiamento (art. 194, parágrafo único, VI). O maior</p><p>número possível de fontes de custeio deve ser agregado ao sistema de seguridade social, para, dessa</p><p>forma, diminuir os riscos financeiros do sistema, evitando a falta de recursos para prover os serviços e</p><p>benefícios. Estabelece a CF/88 em seu artigo 195, que a Seguridade Social será financiada por toda a</p><p>sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos</p><p>da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, da empresa incidente sobre a folha, a receita, o lucro, a</p><p>remuneração paga ao trabalhador e sobre a receita de concursos de prognósticos, visando assegurar os</p><p>direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. As receitas dos Estados, Distrito Federal</p><p>e Municípios destinadas à Seguridade Social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o</p><p>orçamento da União. Além disso, o artigo 195, parágrafo 4o estabelece que lei da União poderá instituir</p><p>outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da Seguridade Social desde que sejam</p><p>não-cumulativas e tenham fato gerador e base de cálculo diferentes das contribuições sociais existentes.</p><p>7) Princípio do caráter democrático e descentralizado da administração (art. 194, parágrafo único,</p><p>VII). A gestão da seguridade social tem a participação de todos os envolvidos, é feita por meio de</p><p>conselhos espalhados na estrutura do sistema de seguridade social. Essa gestão é chamada de</p><p>quadripartite, pois conta com a participação da sociedade civil;</p><p>a) dos aposentados e pensionistas;</p><p>b) dos trabalhadores em atividade;</p><p>c) do governo federal; e</p><p>d) dos empregadores.</p><p>8) Princípio da solidariedade – (art. 3º, I, CF/88 - construir uma sociedade livre, justa e solidária).</p><p>Esse objetivo programático deve ser perseguido pelo sistema de seguridade social, pois trata de sistema</p><p>de ajuda mútua em benefício da coletividade. A seguridade social visa garantir a sobrevivência digna da</p><p>população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é a distribuição de renda.</p><p>9) Forma de custeio (art. 195, CF/88). Segundo esse dispositivo constitucional a seguridade social</p><p>deve ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, por meio de recursos provenientes</p><p>da contribuição do governo, das empresas e dos trabalhadores. A prestação do benefício e do serviço é</p><p>feita de acordo com a capacidade econômico-financeira do sistema que custeia a seguridade social,</p><p>atendendo as necessidades de benefícios e serviços mais relevantes. A seguridade social visa garantir a</p><p>sobrevivência digna da população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é a</p><p>distribuição de renda. Importante destacar que, com a reforma da previdência social (emenda</p><p>constitucional nº 41/2003), foi introduzida a contribuição dos aposentados para o financiamento do</p><p>sistema previdenciário.</p><p>Da seguridade social</p><p>De acordo com o art. 194 da CF/88, a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações</p><p>de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,</p><p>à previdência e à assistência social.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>68</p><p>Disposições gerais</p><p>Segundo o artigo 194, a seguridade social é composta de três pilares:</p><p>a) Saúde: A universalidade é a nota característica desse subsistema, que é destinado a toda e</p><p>qualquer pessoa que dele necessita. Não se limita à prestação de serviços de recuperação, visto que o</p><p>conceito constitucional é bem mais amplo, dando ênfase à prevenção do risco, através de políticas sociais</p><p>e econômicas. A saúde estrutura-se através de um sistema unificado e hierarquizado denominado SUS</p><p>– Sistema Único de Saúde. As condições de saúde, qualidade de vida e longevidade, influem diretamente</p><p>no sistema previdenciário, pois, apenas como exemplos, pessoas mais saudáveis, aposentam-se menos</p><p>por invalidez.</p><p>b) Previdência: Está disciplinada nos artigos 201 e 202 da Constituição Federal, que dispõem ser,</p><p>esse, um sistema contributivo, mediante o qual os trabalhadores estarão protegidos contra as</p><p>contingências elencadas em seu art. 201: doença, morte, invalidez, idade avançada, encargos familiares,</p><p>prisão do segurado de baixa renda, além de proteção à maternidade e desemprego involuntário.</p><p>c) Assistência Social: A assistência social encontra-se disciplinada nos artigos 203 e 204 da</p><p>Constituição Federal. É destinada aos hipossuficientes, ou seja, àqueles que dela necessitam,</p><p>independente de contribuição. Direciona-se, portanto, àquelas pessoas que estão fora do mercado de</p><p>trabalho, sem proteção previdenciária e em condições indignas de vida. Interagem com os dois outros</p><p>subsistemas, completando-os, em busca da realização de princípios constitucionais fundamentais, como</p><p>a dignidade da pessoa humana, o bem-estar e a justiça social.</p><p>A seguridade social, no que tange a gestão do Regime Geral de Previdência Social, é organizada pelo</p><p>Ministério do Trabalho e da Previdência Social (MTPS) e executada principalmente pelo Instituto Nacional</p><p>do Seguro Social, com o auxílio das secretarias estaduais de assistência social.</p><p>Estão também diretamente envolvidos na seguridade social, o Ministério da Saúde (e as respectivas</p><p>secretarias dos Estados da federação), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego.</p><p>A seguridade social é uma obrigação constitucional do Estado brasileiro, o que não significa que outros</p><p>órgãos (filantrópicos ou com finalidade de lucro/iniciativa privada) também não possam atuar nas áreas</p><p>previdenciárias (previdência privada), saúde pública (planos particulares) e assistência social (entidades</p><p>religiosas).</p><p>Nesse caso, os órgãos podem firmar convênios com os entes públicos e seguirem leis gerais para que</p><p>possam atuar com uniformidade e responsabilidade.</p><p>Importante destacar que a seguridade social não abrange todas as políticas sociais, afinal, a</p><p>seguridade compreende saúde, assistência e previdência, enquanto as políticas sociais abarcam campo</p><p>mais amplo, tais como; educação, trabalho, justiça, agricultura, saneamento, habitação popular, meio</p><p>ambiente, dentre outros.</p><p>Dispositivos Constitucionais a respeito do assunto:</p><p>TÍTULO VIII</p><p>Da Ordem Social</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÃO GERAL</p><p>Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça</p><p>sociais.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DA SEGURIDADE SOCIAL</p><p>Seção I</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes</p><p>Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à</p><p>assistência social.</p><p>Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com</p><p>base nos seguintes objetivos:</p><p>I - universalidade da cobertura e do atendimento;</p><p>II - uniformidade e equivalência</p><p>dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;</p><p>III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>69</p><p>IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;</p><p>V - equidade na forma de participação no custeio;</p><p>VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para</p><p>cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social,</p><p>preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº</p><p>103, de 2019);</p><p>VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com</p><p>participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos</p><p>colegiados.</p><p>Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos</p><p>termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal</p><p>e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:</p><p>I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:</p><p>a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à</p><p>pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;</p><p>b) a receita ou o faturamento;</p><p>c) o lucro;</p><p>II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas</p><p>progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre</p><p>aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 103, de 2019);</p><p>III - sobre a receita de concursos de prognósticos.</p><p>São considerados concursos de prognósticos: todo e qualquer sorteio de números, loterias, apostas,</p><p>inclusive a realizada em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal. A</p><p>receita da Seguridade Social será a renda líquida de tais concursos, assim considerada o total da arrecadação,</p><p>deduzidos os valores destinados a pagamento de prêmios, impostos e despesas de administração, conforme</p><p>for determinado na legislação específica.</p><p>IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.</p><p>As formas de custeio previstas no art. 195, incisos I a IV, materializam-se por lei ordinária e no exercício da</p><p>denominada competência discriminada da União. Isso porque, não se aplica a regra do art. 146, III, “a” (que</p><p>exige Lei Complementar para a modalidade imposto tributo), nem a regra do art. 195, § 4º, que trata de</p><p>outras fontes de custeio da seguridade social (de acordo com entendimento consolidado no Supremo</p><p>Tribunal Federal).</p><p>Por outro lado, para a instituição de outras fontes de custeio destinadas a garantir a manutenção ou</p><p>expansão da seguridade social, obedecido o art. 154, I, e nos termos do art. 195, §4º, indispensável será a lei</p><p>complementar. Trata-se da denominada competência residual da União.</p><p>§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social</p><p>constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.</p><p>§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos</p><p>responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades</p><p>estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.</p><p>§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não</p><p>poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.</p><p>§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade</p><p>social, obedecido o disposto no art. 154, I.</p><p>§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem</p><p>a correspondente fonte de custeio total.</p><p>§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa</p><p>dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto</p><p>no art. 150, III, "b".</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>70</p><p>§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência</p><p>social que atendam às exigências estabelecidas em lei.</p><p>§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os</p><p>respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados</p><p>permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o</p><p>resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.</p><p>§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas</p><p>diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da</p><p>empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases</p><p>de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de</p><p>assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os</p><p>Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.</p><p>§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma</p><p>de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso</p><p>I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na</p><p>forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,</p><p>de 19.12.2003)</p><p>§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de</p><p>Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal</p><p>exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>Questões</p><p>01. (IF/BA - Assistente de Alunos - FUNRIO) A Constituição Federal de 1988 dispõe que a ordem</p><p>social tem como base</p><p>(A) o bem estar.</p><p>(B) o primado do trabalho.</p><p>(C) a justiça social.</p><p>(D) a integração nacional.</p><p>(E) a equidade de direitos.</p><p>02. (Prefeitura de Natal/RN – Advogado - IDECAN) Estabelece a Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil que compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com</p><p>base em alguns objetivos. Dentre os objetivos citados está o caráter democrático e descentralizado da</p><p>administração, mediante gestão quadripartite, com participação:</p><p>(A) Da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos órgãos colegiados.</p><p>(B) Dos aposentados, dos servidores, da comunidade e dos empresários, nos órgãos colegiados.</p><p>(C) Dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados</p><p>(D) Dos aposentados, dos pensionistas, dos contribuintes e dos empregadores, nos órgãos colegiados.</p><p>03. (EBSERH – Fisioterapeuta - INSTITUTO AOCP) De acordo com o que dispõe a Constituição</p><p>Federal, a proposta de orçamento da seguridade social será elaborada</p><p>(A) de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social,</p><p>tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a</p><p>cada área a gestão de seus recursos.</p><p>(B) de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, educação, previdência social e</p><p>assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,</p><p>ficando a gestão dos recursos de cada área sob a competência exclusiva do Ministério da Saúde.</p><p>(C) pelo órgão responsável pela previdência social, tendo em vista as metas e prioridades</p><p>estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias para saúde e assistência social, ficando a gestão dos</p><p>recursos sob a competência exclusiva do Ministério da Previdência Social.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>71</p><p>(D) pelo órgão responsável pela previdência social, tendo em vista as metas e prioridades</p><p>estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias para saúde, educação e assistência social assegurada a</p><p>cada área a gestão de seus recursos.</p><p>(E) de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, educação, previdência social e</p><p>assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,</p><p>assegurada a cada área a gestão de seus recursos.</p><p>Gabarito</p><p>01. B / 02. C / 03. A</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: B</p><p>Atenção! Cuidado para não confundir o que dispõe o art. 193 da CF/88, tendo em vista que assinala</p><p>como base da ordem social apenas o primado do trabalho, sendo o bem-estar e a justiça sociais seus</p><p>objetivos.</p><p>02. Resposta: C</p><p>Assim, dispõe o art. 194, VII, da CF: “caráter democrático e descentralizado da administração,</p><p>mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados</p><p>e do Governo nos órgãos colegiados”.</p><p>03. Resposta: A</p><p>Art. 195, §2º, da CF/88. A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma</p><p>integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista</p><p>as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão</p><p>de seus recursos.</p><p>Da Saúde</p><p>O direito à saúde pública encontra-se positivado na Constituição Federal expressamente nos artigos</p><p>6º e 196, sendo um direito social e fundamental, é um dever do Estado. A saúde é inerente ao ser humano,</p><p>bem como à sua vida com dignidade, sedo fundamento da República Federativa do Brasil, expresso na</p><p>Constituição Federal em seu artigo 1º, inciso III.</p><p>Dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a Constituição Federal de 1988,</p><p>em seu artigo 3º apresenta expressamente a busca por uma sociedade livre, justa e solidária; a</p><p>erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e por fim</p><p>promoção do bem de todos. A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 196 apresenta a concepção</p><p>de saúde.</p><p>O Sistema Único de Saúde (SUS), institucionalizado pela Lei Federal nº 8.080, em 1990 – Lei Orgânica</p><p>da Saúde (LOS) – possui, como princípios, a universalidade de acesso aos serviços de saúde e a</p><p>integralidade da assistência, cabendo a ele a execução de ações de assistência terapêutica integral,</p><p>inclusive farmacêutica (art. 6º). Ambas, a Constituição Federal e a Lei Federal nº 8.080/90 – Lei Orgânica</p><p>da Saúde – definem o objeto do direito à saúde incorporando o conceito da Organização Mundial da</p><p>Saúde: “[...] um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a simples ausência</p><p>de doenças e outros danos”.</p><p>O direito à saúde é um dever Estado, sendo inerente ao direito à vida com dignidade, concretizando</p><p>assim o direito fundamental e social, conforme considera Pedro Lenza, o ser humano é o destinatário</p><p>destes direitos tutelados na atual Constituição Federal da República de 1988.33</p><p>As políticas de saúde (SUS), de previdência social e de assistência social se pautam pelos princípios</p><p>constitucionais relacionados pelo legislador:</p><p>- a universalidade de cobertura e atendimento;</p><p>- uniformidade e equivalência de benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;</p><p>- seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços;</p><p>- irredutibilidade do valor dos benefícios;</p><p>- equidade da forma de participação no custeio;</p><p>- diversidade da base de financiamento;</p><p>33 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 12 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2008</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>72</p><p>- caráter democrático e descentralizado de administração, mediante gestão quadripartite, com</p><p>participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos</p><p>colegiados.</p><p>SEÇÃO II</p><p>DA SAÚDE</p><p>Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e</p><p>econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e</p><p>igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.</p><p>Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,</p><p>nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita</p><p>diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.</p><p>Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e</p><p>constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:</p><p>I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;</p><p>II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços</p><p>assistenciais;</p><p>III - participação da comunidade.</p><p>§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento</p><p>da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.</p><p>§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços</p><p>públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:</p><p>I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser</p><p>inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)</p><p>II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere</p><p>o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as</p><p>parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;</p><p>III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se</p><p>refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.</p><p>§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:</p><p>I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional</p><p>nº 86, de 2015)</p><p>II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito</p><p>Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a</p><p>progressiva redução das disparidades regionais;</p><p>III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal,</p><p>estadual, distrital e municipal;</p><p>IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)</p><p>§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e</p><p>agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e</p><p>complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.</p><p>§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para</p><p>os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de</p><p>combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira</p><p>complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,</p><p>para o cumprimento do referido piso</p><p>salarial.</p><p>§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o</p><p>servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate</p><p>às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em</p><p>lei, para o seu exercício.</p><p>Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.</p><p>§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde,</p><p>segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades</p><p>filantrópicas e as sem fins lucrativos.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>73</p><p>§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas</p><p>com fins lucrativos.</p><p>§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência</p><p>à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.</p><p>§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e</p><p>substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento</p><p>e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.</p><p>Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:</p><p>I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar</p><p>da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;</p><p>II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;</p><p>III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;</p><p>IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;</p><p>V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como</p><p>bebidas e águas para consumo humano;</p><p>VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e</p><p>produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;</p><p>VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.</p><p>Questões</p><p>01. (MPE/SP - Analista Técnico Científico – Pedagogo - VUNESP) Nos termos do artigo 196 da</p><p>Constituição Federal de 1988, a saúde, no Brasil, é dever do Estado, garantido mediante</p><p>(A) atendimento especializado, voltado à população em situação de vulnerabilidade econômica e</p><p>social.</p><p>(B) atendimento regionalizado, o mais próximo da residência, a toda a população.</p><p>(C) atendimento diferenciado a cada faixa etária da população.</p><p>(D) acesso universal igualitário às ações e aos serviços voltados à promoção da saúde, à proteção e</p><p>à recuperação.</p><p>(E) política pública centralizada de atendimento à população, com prioridade ao primeiro ano de vida</p><p>02. (MPE/SP - Analista Técnico Científico – Pedagogo - VUNESP) A Constituição Federal de 1988</p><p>(art.197) estabelece que são de relevância pública as ações e serviços de saúde pública, cabendo ao</p><p>Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua</p><p>execução ser feita</p><p>(A) diretamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.</p><p>(B) por empresas filantrópicas, exclusivamente em convênio com o Governo Federal.</p><p>(C) pelos Estados, que poderão estabelecer convênio, desde que autorizados pelo Governo Federal.</p><p>(D) diretamente pelos serviços terceirizados contratados unicamente pelo Governo Federal.</p><p>(E) por pessoas físicas, desde que credenciadas pelo Ministério da Saúde.</p><p>03. (MPE/SP - Analista Técnico Científico – Pedagogo - VUNESP) A Constituição Federal de 1988,</p><p>quando trata do atendimento à saúde, em seu artigo 198, inciso II, estabelece prioridade às atividades</p><p>(A) curativas.</p><p>(B) preventivas.</p><p>(C) coletivas.</p><p>(D) assistencialistas.</p><p>(E) comunitárias.</p><p>04. (MPE-SC - Promotor de Justiça - MPE-SC) Julgue o item a seguir:</p><p>A Constituição Federal estabeleceu que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, sendo</p><p>vedada, contudo, a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas</p><p>com fins lucrativos.</p><p>(A) Certo (B) Errado</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>74</p><p>Gabarito</p><p>01. D / 02. A / 03 B / 04. A</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: D</p><p>É o que dispõe o art. 196 da CF/88.</p><p>Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e</p><p>econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e</p><p>igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.</p><p>02. Resposta: A</p><p>É o que dispõe o art. 197 da CF/88.</p><p>Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,</p><p>nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita</p><p>diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.</p><p>03. Resposta: B</p><p>Dispõe o art. 198, II, da CF/88: As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada</p><p>e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: II -</p><p>atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços</p><p>assistenciais.</p><p>04. Resposta: A</p><p>É o que dispõe o art. 199, §2º, da CF/88.</p><p>Da previdência social</p><p>Está disciplinada nos artigos 201 e 202 da Constituição Federal, que dispõem ser, esse, um sistema</p><p>contributivo, mediante o qual os trabalhadores estarão protegidos contra as contingências elencadas em</p><p>seu art. 201: doença, morte, invalidez, idade avançada, encargos familiares, prisão do segurado de baixa</p><p>renda, além de proteção à maternidade e desemprego involuntário.</p><p>A previdência se direciona essencialmente aos trabalhadores (facultada nos termos da lei, a adesão</p><p>voluntária de não-trabalhadores), garantindo-lhes, por meio do pagamento de contribuição, a proteção</p><p>contra contingências que os coloquem em situação de necessidade social. Importante destacar que</p><p>somente àqueles que contribuem financeiramente para o sistema possuem direito aos seus benefícios,</p><p>diferentemente da saúde e da assistência social.</p><p>SEÇÃO III</p><p>DA PREVIDÊNCIA SOCIAL</p><p>Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de</p><p>caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e</p><p>atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019);</p><p>II - proteção à maternidade, especialmente à gestante</p><p>III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;</p><p>IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;</p><p>V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,</p><p>observado o disposto no § 2º.</p><p>§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios,</p><p>ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição</p><p>distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe</p><p>multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>Apostila gerada especialmente</p><p>para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>75</p><p>II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos</p><p>prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional</p><p>ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).</p><p>§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado</p><p>terá valor mensal inferior ao salário mínimo.</p><p>§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente</p><p>atualizados, na forma da lei.</p><p>§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor</p><p>real, conforme critérios definidos em lei.</p><p>§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo,</p><p>de pessoa participante de regime próprio de previdência.</p><p>§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do</p><p>mês de dezembro de cada ano.</p><p>§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas</p><p>as seguintes condições:</p><p>I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher,</p><p>observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para</p><p>os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes</p><p>incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o</p><p>professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no</p><p>ensino fundamental e médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº</p><p>103, de 2019).</p><p>§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição</p><p>entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre</p><p>si, observada a compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação</p><p>dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o</p><p>tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social</p><p>terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira</p><p>será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos</p><p>demais regimes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os</p><p>decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência</p><p>Social e pelo setor privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito</p><p>de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.</p><p>§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para</p><p>atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade,</p><p>e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua</p><p>residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios</p><p>previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios</p><p>previdenciários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia</p><p>mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo</p><p>mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma</p><p>estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma</p><p>em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas</p><p>que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>76</p><p>§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de</p><p>entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos</p><p>planos.</p><p>§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos,</p><p>regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de</p><p>trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a</p><p>remuneração dos participantes, nos termos da lei.</p><p>§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e</p><p>outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua</p><p>contribuição normal poderá exceder a do segurado.</p><p>§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,</p><p>inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou</p><p>indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de</p><p>previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas</p><p>permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos</p><p>de benefícios em entidades de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional</p><p>nº 103, de 2019)</p><p>§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das</p><p>entidades fechadas de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e</p><p>disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses</p><p>sejam objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>Questões</p><p>01. (AparecidaPrev - Assistente Administrativo - CS-UFG/2018) A Constituição Federal de 1988,</p><p>em seu artigo 201, incs. de I a V, estabelece diretrizes que o legislador ordinário e a administração devem</p><p>seguir para bem conduzir os rumos do Regime Geral de Previdência Social, como a seguinte:</p><p>(A) é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos</p><p>beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob</p><p>condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados</p><p>portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.</p><p>(B) nenhum benefício pago pela previdência social pode ter valor inferior a um salário-mínimo.</p><p>(C) é vedada a filiação ao regime geral de previdência social na qualidade de segurado obrigatório, de</p><p>pessoa participante</p><p>de regime próprio de previdência.</p><p>(D) em dispositivo dotado de autoaplicabilidade, inovou no ordenamento jurídico ao assegurar, para</p><p>os benefícios concedidos após a sua vigência, a correção monetária de todos os salários de contribuição</p><p>considerados no cálculo da renda mensal inicial.</p><p>02. (Ano: 2018Banca: FCCÓrgão: TRT - 6ª Região (PE)Prova: Analista Judiciário - Área</p><p>Judiciária) Em conformidade com a disciplina constitucional atinente à Ordem Social,</p><p>(A) é indevida a diferenciação de alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas para as contribuições</p><p>sociais para a seguridade social dos empregadores, em razão do porte das empresas ou de sua atividade</p><p>econômica.</p><p>(B) compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base no caráter</p><p>democrático e descentralizado da Administração, mediante gestão tripartite, com participação dos</p><p>trabalhadores, dos empregadores e do Governo nos órgãos colegiados.</p><p>(C) a assistência à saúde é livre à iniciativa privada sendo, contudo, vedada a destinação de recursos</p><p>públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas sem fins lucrativos.</p><p>(D) é vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de</p><p>pessoa participante de regime próprio de previdência.</p><p>(E) a lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e</p><p>substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento</p><p>e transfusão de sangue e seus derivados, somente admitida a comercialização após a aprovação de junta</p><p>médica autorizada pelo Poder Público.</p><p>Gabarito</p><p>01. A / 02. D</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>77</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: A</p><p>Art. 201, § 1º da Constituição Federal – “É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para</p><p>a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os</p><p>casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física</p><p>e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar”.</p><p>02. Resposta: D</p><p>Art. 201, § 5º da Constituição Federal – “É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na</p><p>qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência”.</p><p>Da Assistência Social</p><p>A Assistência Social é uma política pública, direito do cidadão que dela necessitar e um dever do</p><p>Estado. É uma política social que integra a seguridade social brasileira, de caráter não contributivo. Por</p><p>meio das ações da Assistência Social é possível garantir o acesso a recursos mínimos e provimento de</p><p>condições para atender contingências sociais e promover a universalização dos direitos sociais. A Política</p><p>de Assistência Social tem como fundamento legal a Constituição Federal Brasileira (1988), a Lei Orgânica</p><p>da Assistência Social (Loas), além de normas, portarias, decretos, entre outros dispositivos.</p><p>A Loas determina que a assistência social seja organizada em um sistema descentralizado e</p><p>participativo, composto pelo poder público e pela sociedade civil. A IV Conferência Nacional de</p><p>Assistência Social deliberou, então, a implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas).</p><p>Cumprindo essa deliberação, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)</p><p>implantou o Suas, que passou a articular meios, esforços e recursos para a execução dos programas,</p><p>serviços e benefícios socioassistenciais.</p><p>A atuação da política de assistência social se realiza de forma integrada às demais políticas setoriais</p><p>e se organiza por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O SUAS é organizado em níveis</p><p>de proteção: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, de modo a atender às demandas dos</p><p>cidadãos de acordo com o nível de complexidade.</p><p>A gestão das ações socioassistenciais segue o previsto na Norma Operacional Básica do Suas</p><p>(NOB/Suas), que disciplina a descentralização administrativa do Sistema, a relação entre as três esferas</p><p>do Governo e as formas de aplicação dos recursos públicos. Entre outras determinações, a NOB reforça</p><p>o papel dos fundos de assistência social como as principais instâncias para o financiamento da PNAS.</p><p>A gestão da assistência social brasileira é acompanhada e avaliada tanto pelo poder público quanto</p><p>pela sociedade civil, igualmente representados nos conselhos nacional do Distrito Federal, estaduais e</p><p>municipais de assistência social. Esse controle social consolida um modelo de gestão transparente em</p><p>relação às estratégias e à execução da política.</p><p>A transparência e a universalização dos acessos aos programas, serviços e benefícios</p><p>socioassistenciais, promovidas por esse modelo de gestão descentralizada e participativa, vem</p><p>consolidar, definitivamente, a responsabilidade do Estado brasileiro no enfrentamento da pobreza e da</p><p>desigualdade, com a participação complementar da sociedade civil organizada, através de movimentos</p><p>sociais e entidades de assistência social.</p><p>Por fim, cabe destacar que algumas pessoas confundem o benefício de prestação continuada (BPC),</p><p>previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, com “aposentadoria”, o que traduz equívoco. O referido</p><p>benefício é de cunho assistencial, no valor de um salário mínimo, sem direito à 13º salário, destinados a</p><p>idosos ou inválidos para o trabalho, cuja renda familiar não ultrapasse ¼ (um quarto) do salário mínimo</p><p>por pessoa na família. Esse benefício, por sua vez, não depende de prévia contribuição, portanto, como</p><p>já mencionado, não se trata de benefício previdenciário, mas assistêncial (assistência social).</p><p>SEÇÃO IV</p><p>DA ASSISTÊNCIA SOCIAL</p><p>Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de</p><p>contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:</p><p>I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;</p><p>II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;</p><p>III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;</p><p>IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração</p><p>à vida comunitária;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>78</p><p>V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso</p><p>que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,</p><p>conforme dispuser a lei.</p><p>Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do</p><p>orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base</p><p>nas seguintes diretrizes:</p><p>I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal</p><p>e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a</p><p>entidades beneficentes e de assistência social;</p><p>II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas</p><p>e no controle das ações em todos os níveis.</p><p>Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão</p><p>e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses</p><p>recursos no pagamento de:</p><p>I - despesas com pessoal e encargos sociais;</p><p>II - serviço da dívida;</p><p>III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.</p><p>Questões</p><p>01. (TRT - 6ª Região - Técnico Judiciário - FCC/2018) A Constituição Federal brasileira garante o</p><p>recebimento de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência que comprove não</p><p>possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Tal benefício está</p><p>relacionado constitucionalmente à área de</p><p>(A) direitos humanos.</p><p>(B) trabalho</p><p>que há possibilidade de</p><p>revelação da fonte informadora, em casos expressos na lei.</p><p>XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos</p><p>da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;</p><p>O inciso em questão prega o direito de locomoção. Esse direito abrange o fato de se entrar,</p><p>permanecer, transitar e sair do país. Quando o texto constitucional explicita que qualquer pessoa está</p><p>abrangida pelo direito de locomoção, não há diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados, bem</p><p>como nenhuma questão atinente aos estrangeiros. Desta forma, como é possível perceber a locomoção</p><p>será livre em tempo de paz. Porém tal direito é relativo, podendo ser restringido em casos excepcionais</p><p>e expressamente dispostos na Constituição, como por exemplo, no estado de sítio e no estado de defesa.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>6</p><p>XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,</p><p>independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para</p><p>o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;</p><p>Neste inciso encontra-se garantido o direito de reunião. A grande característica da reunião é a</p><p>descontinuidade, ou seja, pessoas se reúnem para discutirem determinado assunto, e finda a discussão,</p><p>a reunião se encerra. Cabe ressaltar que a diferença entre reunião e associação está intimamente ligada</p><p>a tal característica. Enquanto a reunião não é contínua, a associação tem caráter permanente.</p><p>É importante salientar que o texto constitucional não exige que a reunião seja autorizada, mas tão</p><p>somente haja uma prévia comunicação à autoridade competente.</p><p>De forma similar ao direito de locomoção, o direito de reunião também é relativo, pois poderá ser</p><p>restringido em caso de estado de defesa e estado de sítio.</p><p>XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;</p><p>Este inciso garante a liberdade de associação. É importante salientar que a associação deve ser para</p><p>fins lícitos, haja vista que a ilicitude do fim pode tipificar conduta criminosa.</p><p>O inciso traz uma vedação, que consiste no fato da proibição de criação de associações com caráter</p><p>paramilitar, ou seja, àquelas que buscam se estruturar de maneira análoga às forças armadas ou policiais.</p><p>XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,</p><p>sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;</p><p>Neste inciso está presente o desdobramento da liberdade de associação, onde a criação de</p><p>cooperativas e associações independem de autorização. É importante salientar que o constituinte também</p><p>trouxe no bojo deste inciso uma vedação no que diz respeito à interferência estatal no funcionamento de</p><p>tais órgãos. O constituinte vedou a possibilidade de interferência estatal no funcionamento das</p><p>associações e cooperativas obedecendo à própria liberdade de associação.</p><p>XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas</p><p>por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;</p><p>O texto constitucional traz expressamente as questões referentes à dissolução e suspensão das</p><p>atividades das associações. Neste inciso estamos diante de duas situações diversas. Quando a questão</p><p>for referente à suspensão de atividades da associação, a mesma somente se concretizará através de</p><p>decisão judicial. Todavia, quando falamos em dissolução compulsória das entidades associativas só</p><p>alcançará êxito por meio de decisão judicial transitada em julgado (decisão definitiva por ter esgotado</p><p>todas as fases recursais).</p><p>Logo, para ambas as situações, seja na dissolução compulsória, seja na suspensão de atividades,</p><p>será necessária decisão judicial. Entretanto, como a dissolução compulsória possui uma maior gravidade</p><p>exige-se o trânsito em julgado da decisão judicial.</p><p>XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;</p><p>XXI- as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar</p><p>seus filiados judicial ou extrajudicialmente;</p><p>Cabe ressaltar que, de acordo com a legislação processual civil, ninguém poderá alegar em nome</p><p>próprio direito alheio, ou seja, o próprio titular do direito buscará a sua efetivação. No entanto, aqui</p><p>estamos diante de uma exceção a tal regra, ou seja, há existência de legitimidade extraordinária na defesa</p><p>dos interesses dos filiados. Assim, desde que expressamente previsto no estatuto social, as entidades</p><p>associativas passam a ter legitimidade para representar os filiados judicial ou extrajudicialmente. Quando</p><p>falamos em legitimidade na esfera judicial, estamos nos referindo à tutela dos interesses no Poder</p><p>Judiciário. Porém, quando falamos em tutela extrajudicial, pode ser realizada administrativamente (Vale</p><p>esclarecer, é REPRESENTAÇÃO e não substituição processual).</p><p>XXII- é garantido o direito de propriedade;</p><p>De acordo com a doutrina civilista, o direito de propriedade caracteriza-se pelo uso, gozo e disposição</p><p>de um bem. Todavia, o direito de propriedade não é absoluto, pois existem restrições ao seu exercício,</p><p>como por exemplo, a obediência à função social da propriedade. Há duas garantias de propriedade, a de</p><p>conservação (ninguém pode ser privado de seus bens, exceto hipóteses previstas nesta constituição) e</p><p>a de compensação (se privado de seus bens, há o direito de ressarcimento no valor equivalente ao</p><p>prejuízo sofrido).</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>7</p><p>XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;</p><p>A função social é uma das limitações ao direito de propriedade. A propriedade urbana estará atendendo</p><p>sua função social quando obedecer às exigências expressas no plano diretor (é obrigatório para as</p><p>cidades que possuam mais de vinte mil habitantes e tem por objetivo traçar metas que serão obedecidas</p><p>para o desenvolvimento das cidades). Quanto à propriedade rural, deve ser obedecida a preservação do</p><p>meio ambiente, os critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, à utilização adequada dos recursos</p><p>naturais disponíveis e à exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.</p><p>XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou</p><p>por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos</p><p>nesta Constituição;</p><p>A Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público, fundado na necessidade pública,</p><p>utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente, priva alguém de certo bem, móvel ou imóvel,</p><p>adquirindo-o para si em caráter originário, mediante justa e prévia indenização. É, em geral, um ato</p><p>promovido pelo Estado, mas poderá ser concedido a particulares permissionários ou concessionários de</p><p>serviços públicos, mediante autorização da Lei ou de Contrato com a Administração.</p><p>Requisitos para desapropriação: 1) Necessidade pública; 2) Utilidade pública; 3) Interesse social;</p><p>Mediante: 1) justa e prévia indenização; 2) Indenização em dinheiro.</p><p>XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade</p><p>particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;</p><p>Neste caso estamos diante do instituto da requisição administrativa, que permite à autoridade</p><p>competente utilizar propriedades particulares em caso de iminente perigo público (calamidade pública) -</p><p>já ocorrido ou prestes a ocorrer. Desta maneira, utilizada a propriedade particular será seu proprietário</p><p>indenizado, posteriormente, caso seja constatada a existência de dano. Em caso negativo, este não será</p><p>indenizado. Um exemplo típico do instituto da requisição administrativa é o encontrado no caso de</p><p>guerras.</p><p>XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que</p><p>e emprego.</p><p>(C) educação.</p><p>(D) beneficência.</p><p>(E) assistência social.</p><p>02. (CRM/DF - Serviço Administrativo – Quadrix/2018) No que se refere à ordem social na CF,</p><p>julgue o item seguinte.</p><p>A assistência social, parte integrante do sistema de seguridade social, será mantida mediante</p><p>contribuição dos assistidos, a exemplo do que ocorre com a previdência oficial.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>Gabarito</p><p>01. E / 02. Errado</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: E</p><p>Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de</p><p>contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:</p><p>[...]</p><p>IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração</p><p>à vida comunitária;</p><p>V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso</p><p>que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,</p><p>conforme dispuser a lei.</p><p>02. Resposta: Errado</p><p>Art. 203. “A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de</p><p>contribuição à seguridade social, e tem por objetivos”</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>79</p><p>Da Educação, da Cultura e do Desporto</p><p>Da educação</p><p>A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada</p><p>com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o</p><p>exercício e sua qualificação para o trabalho.</p><p>Há se chamar atenção ao fato de que a Constituição torna a família compromissária para com o direito</p><p>social à educação. Nenhuma política governamental que seja estabelecida para diminuir a evasão escolar</p><p>será profícua se não contar com o auxílio da família e da sociedade.</p><p>Princípios que movem o ensino</p><p>O art. 206 da Constituição dispõe que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:</p><p>a) Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (inciso I);</p><p>É concretizado, dentre outras, pela norma que assegura o acesso aos níveis mais elevados do ensino,</p><p>da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um (CF, art. 208, V). Neste dispositivo</p><p>está implícito o critério republicano do mérito, segundo o qual as pessoas devem ser recompensadas de</p><p>acordo com o seu esforço e aperfeiçoamento.</p><p>b) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (inciso</p><p>II);</p><p>A liberdade de aprender é concretizada em diversos dispositivos, dentre eles, os que impõem a</p><p>garantia de padrão de qualidade (CF, art. 206, VII), a adoção de ações que conduzam à melhoria da</p><p>qualidade do ensino (CF, art. 214, III) e a fixação de conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de</p><p>maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e</p><p>regionais (CF, art. 210). Outrossim, a Constituição estabelece que o ensino religioso, de matrícula</p><p>facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental (CF,</p><p>art. 210, § 1.°). Quanto ao conteúdo a ser ministrado, o ensino religioso pode ser de três espécies: I)</p><p>confessional, quando transmite os princípios e dogmas de uma determinada religião; II) interconfessional,</p><p>no qual são ensinados os princípios comuns às várias religiões; e, III) não confessional, quando voltado</p><p>a uma visão expositiva das diversas religiões. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996)</p><p>determinava que o ensino religioso seria oferecido nas escolas públicas em caráter confessional ou</p><p>interconfessional. Com a nova redação dada pela Lei 9.475, de 22.07.1997, ficou estabelecido que os</p><p>conteúdos do ensino religioso serão definidos após os sistemas de ensino ouvirem a entidade civil,</p><p>constituída pelas diferentes denominações religiosas (art. 33, § 2.°), devendo ser assegurado o respeito</p><p>à diversidade cultural religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo (LDB, art. 33).</p><p>Considerando o disposto na LDB e a laicidade do Estado brasileiro (CF, art. 19), é lícito concluir que o</p><p>conteúdo do ensino religioso a ser ministrado nas escolas públicas e definido pelos sistemas de ensino</p><p>não mais poderá ser do tipo confessional, mas apenas interconfessional ou não confessional.</p><p>A liberdade de ensinar tem como destinatários os que devem ofertar o ensino, sendo limitada pelas</p><p>normas gerais que regem a educação. Este subprincípio se aplica não apenas à instituições públicas,</p><p>mas também à iniciativa privada, a qual depende de autorização do Poder Público e se submete às</p><p>normas gerais da educação nacional e à avaliação de qualidade (CF, art. 209). Às universidades também</p><p>foi assegurada autonomia didático-científica, além da administrativa e de gestão financeira e patrimonial</p><p>(CF, art. 207).</p><p>c) Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas</p><p>e privadas de ensino (inciso III);</p><p>Este princípio assegura a diversidade de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de</p><p>instituições públicas e privadas de ensino. As definições das linhas pedagógicas a serem adotadas nas</p><p>escolas devem contar com a participação e interferência da sociedade, não podendo “o ensino regular</p><p>ser ambiente para imposição de concepção pedagógica dos governantes de época”.</p><p>d) Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais (inciso IV);</p><p>Vem sendo consagrada no âmbito constitucional, com abrangência maior ou menor, desde o advento</p><p>da primeira Constituição brasileira (1824). Como decorrência dessa imposição constitucional, o STF</p><p>sumulou o entendimento de que “a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o</p><p>disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal” (Súmula Vinculante 12/ STF).</p><p>Apesar de elencada na Constituição de 1988 como um princípio, a rigor esta norma possui a estrutura</p><p>de regra a ser aplicada na medida exata de sua prescrição (mandamento de definição). A gratuidade</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>80</p><p>também está assegurada, em outra regra expressa, para a educação básica, obrigatória e gratuita dos 4</p><p>aos 17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso</p><p>na idade própria (CF, art. 208, I).</p><p>e) Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de</p><p>carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes</p><p>públicas (inciso V);</p><p>O princípio da valorização impõe o investimento nos profissionais que atuam no setor, mediante o</p><p>reconhecimento social e econômico compatível com a relevância da missão que desempenha enquanto</p><p>formador de pessoas e opiniões. A Lei 9.424/1996, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e</p><p>Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, impôs aos Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios o dever de criar um novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, de modo</p><p>a assegurar a remuneração condigna dos professores do ensino fundamental público, em efetivo</p><p>exercício no magistério; o estímulo ao trabalho em sala de aula; e a melhoria da qualidade do ensino (art.</p><p>9.°).</p><p>f) Gestão democrática do ensino público, na forma da lei (inciso VI);</p><p>Este princípio, enquanto concretização do princípio da democracia participativa (CF, art. 1.°, parágrafo</p><p>único),4 reforça o princípio do pluralismo. A LDB estabelece que os sistemas de ensino definirão as</p><p>normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas</p><p>peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I) participação dos profissionais da educação na</p><p>elaboração do projeto pedagógico da escola; e II) participação das comunidades escolar e local em</p><p>conselhos escolares ou equivalentes (Lei 9.434/96, art. 14)</p><p>Ademais, há se lembrar que o ensino é livre à iniciativa privada, desde que cumpridas as normas gerais</p><p>da educação nacional, sujeitando-se à autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.</p><p>Também, o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das</p><p>escolas públicas de ensino fundamental.</p><p>Por fim, o ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às</p><p>comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de</p><p>aprendizagem.</p><p>g) Garantia de padrão de qualidade (inciso VII);</p><p>h) Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos</p><p>termos de lei federal (inciso VIII).</p><p>Foi estabelecido pela Lei 11.738, de 16 de julho de 2008. Para que haja uma harmonização com o</p><p>princípio da valorização dos profissionais da educação escolar pública, o valor fixado deve ser compatível</p><p>com a relevância da função desempenhada.</p><p>Ademais, há se lembrar que o ensino é livre à iniciativa privada, desde que cumpridas as normas gerais</p><p>da educação nacional, sujeitando-se à autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.</p><p>Também, o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das</p><p>escolas públicas de ensino fundamental.</p><p>Por fim, o ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às</p><p>comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de</p><p>aprendizagem.</p><p>i) garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>Dever do Estado com a educação</p><p>Conforme o previsto no art. 208, da CF/88, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante</p><p>a garantia de:</p><p>a) Educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, assegurada</p><p>inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (inciso I). Neste</p><p>diapasão, a Lei nº 12.796/13 alterou a Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional</p><p>- para, dentre outros, fazer constar em seu art. 4º que o dever do Estado com a educação escolar pública</p><p>será efetivado mediante a garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete</p><p>anos (inciso I), organizada na forma escalonada de pré-escola (alínea “a”), ensino fundamental (alínea</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>81</p><p>“b”) e ensino médio (alínea “c”). Tal preceito nada mais fez que regulamentar o inciso I, do art. 208, CF,</p><p>com redação atual dada pela Emenda Constitucional nº 59/2009;</p><p>b) Progressiva universalização do ensino médio gratuito (inciso II);</p><p>c) Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede</p><p>regular de ensino (inciso III);</p><p>d) Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até cinco anos de idade (inciso IV);</p><p>e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a</p><p>capacidade de cada um (inciso V);</p><p>f) Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando (inciso VI);</p><p>g) Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas</p><p>suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde (inciso VII).</p><p>O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. Isto significa que pode um cidadão</p><p>cobrar do Estado o direito ao ensino gratuito (inclusive judicialmente), já que se trata de uma garantia que</p><p>lhe é pré-estabelecida pelo parágrafo primeiro, do art. 208, da Constituição. Isso tanto é verdade que o</p><p>não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa</p><p>responsabilidade da autoridade competente (art. 208, §2º, CF).</p><p>Universidades</p><p>Conforme o art. 207, da CF/88, as universidades gozam de autonomia didático-científica,</p><p>administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao “Princípio de indissociabilidade entre</p><p>ensino, pesquisa e extensão”.</p><p>É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.</p><p>Tais disposições também se aplicam às instituições de pesquisa científica e tecnológica.</p><p>Súmula 570 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se discute a</p><p>ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino superior no Ministério da</p><p>Educação como condição de expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes.</p><p>Súmula 595 do STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados</p><p>pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual</p><p>não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação.</p><p>Plano Nacional de Educação</p><p>A Lei (trata-se do diploma normativo de nº 13.005, de 25 de junho de 2014) estabelecerá o plano</p><p>nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação</p><p>em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para</p><p>assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades</p><p>por meio de ações integradas dos Poderes Públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a</p><p>(art. 214, CF):</p><p>a) Erradicação do analfabetismo (inciso I);</p><p>b) Universalização do atendimento escolar (inciso II);</p><p>c) Melhoria da qualidade do ensino (inciso III);</p><p>d) Formação para o trabalho (inciso IV);</p><p>e) Promoção humanística, científica e tecnológica do país (inciso V).</p><p>f) Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do</p><p>produto interno bruto (inciso VI).</p><p>Dispositivos Constitucionais a respeito do assunto</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO</p><p>SEÇÃO I</p><p>DA EDUCAÇÃO</p><p>Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada</p><p>com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o</p><p>exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.</p><p>Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>82</p><p>I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;</p><p>II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;</p><p>III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e</p><p>privadas de ensino;</p><p>IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;</p><p>V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,</p><p>com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;</p><p>VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;</p><p>VII - garantia de padrão de qualidade.</p><p>VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos</p><p>de lei federal.</p><p>IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.(Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da</p><p>educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira,</p><p>no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão</p><p>financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e</p><p>extensão.</p><p>§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da</p><p>lei.</p><p>§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.</p><p>Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:</p><p>I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)</p><p>anos de idade, assegurada</p><p>inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;</p><p>II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;</p><p>III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede</p><p>regular de ensino;</p><p>IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;</p><p>V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a</p><p>capacidade de cada um;</p><p>VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;</p><p>VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas</p><p>suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.</p><p>§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.</p><p>§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa</p><p>responsabilidade da autoridade competente.</p><p>§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a</p><p>chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.</p><p>Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:</p><p>I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;</p><p>II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.</p><p>Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar</p><p>formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.</p><p>§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das</p><p>escolas públicas de ensino fundamental.</p><p>§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às</p><p>comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de</p><p>aprendizagem.</p><p>Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração</p><p>seus sistemas de ensino.</p><p>§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de</p><p>ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>83</p><p>a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante</p><p>assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;</p><p>§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.</p><p>§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.</p><p>§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os</p><p>Municípios definirão formas de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a</p><p>equidade do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.</p><p>§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação redistributiva em relação</p><p>a suas escolas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo considerará as condições</p><p>adequadas de oferta e terá como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em regime de</p><p>colaboração na forma disposta em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. 23 desta</p><p>Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os</p><p>Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a</p><p>proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.</p><p>§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e</p><p>aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo</p><p>previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.</p><p>§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas</p><p>de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.</p><p>§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do</p><p>ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos</p><p>termos do plano nacional de educação.</p><p>§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII,</p><p>serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.</p><p>§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do</p><p>salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.</p><p>§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão</p><p>distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas</p><p>redes públicas de ensino.</p><p>§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de</p><p>aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percentuais referidos</p><p>no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à</p><p>manutenção e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que</p><p>trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente praticadas. (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das despesas com educação</p><p>nas esferas estadual, distrital e municipal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se</p><p>refere o caput do art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação</p><p>básica e à remuneração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições: (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus</p><p>Municípios é assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um</p><p>Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da</p><p>Educação (Fundeb), de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>II - os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento)</p><p>dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os</p><p>incisos II, III e IV do caput do art. 158 e as alíneas "a" e "b" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159</p><p>desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>III - os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distribuídos entre cada Estado e seus</p><p>Municípios, proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação</p><p>básica presencial matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária, conforme</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>84</p><p>estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição, observadas as ponderações referidas na alínea</p><p>"a" do inciso X do caput e no § 2º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo;</p><p>(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo,</p><p>23% (vinte e três por cento) do total</p><p>de recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma:(Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor</p><p>anual por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido</p><p>nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais em cada rede pública de ensino</p><p>municipal, estadual ou distrital, sempre que o valor anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do</p><p>caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído pela Emenda Constitucional</p><p>nº 108, de 2020)</p><p>c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas redes públicas que, cumpridas</p><p>condicionalidades de melhoria de gestão previstas em lei, alcançarem evolução de indicadores a serem</p><p>definidos, de atendimento e melhoria da aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do</p><p>sistema nacional de avaliação da educação básica;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput deste artigo, com base</p><p>nos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, acrescidos de outras receitas e de</p><p>transferências vinculadas à educação, observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas nos</p><p>termos do inciso III do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados</p><p>e pelos Municípios exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido</p><p>nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212</p><p>desta Constituição suportará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União,</p><p>considerados para os fins deste inciso os valores previstos no inciso V do caput deste artigo; (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>IX - o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se aos recursos referidos nos incisos II</p><p>e IV do caput deste artigo, e seu descumprimento pela autoridade competente importará em crime de</p><p>responsabilidade;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>X - a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º do</p><p>art. 208 e as metas pertinentes do plano nacional de educação, nos termos previstos no art. 214 desta</p><p>Constituição, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo e a distribuição proporcional de</p><p>seus recursos, as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas,</p><p>modalidades, duração da jornada e tipos de estabelecimento de ensino, observados as respectivas</p><p>especificidades e os insumos necessários para a garantia de sua qualidade; (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput deste artigo e do VAAT referido no</p><p>inciso VI do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea "c" do inciso V do caput deste artigo; (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno, externo e social dos fundos</p><p>referidos no inciso I do caput deste artigo, assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a</p><p>consolidação de conselhos de acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos</p><p>de educação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do órgão responsável, dos efeitos</p><p>redistributivos, da melhoria dos indicadores educacionais e da ampliação do atendimento;(Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>XI - proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada fundo referido no inciso I do caput deste</p><p>artigo, excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do inciso V do caput deste artigo, será destinada</p><p>ao pagamento dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, observado, em relação aos</p><p>recursos previstos na alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, o percentual mínimo de 15% (quinze</p><p>por cento) para despesas de capital;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>XII - lei específica disporá sobre o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério</p><p>da educação básica pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>85</p><p>XIII - a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta Constituição para a</p><p>complementação da União ao Fundeb, referida no inciso V do caput deste artigo, é vedada. (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste artigo, deverá considerar, além dos</p><p>recursos previstos no inciso II do caput deste artigo, pelo menos, as seguintes disponibilidades: (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vinculadas à manutenção e ao</p><p>desenvolvimento do ensino não integrantes dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo; (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-educação de que trata o § 6º do art. 212</p><p>desta Constituição;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>III - complementação da União transferida a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos da</p><p>alínea "a" do inciso V do caput deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 2º Além das ponderações previstas na alínea "a" do inciso X do caput deste artigo, a lei definirá</p><p>outras relativas ao nível socioeconômico dos educandos e aos indicadores de disponibilidade de recursos</p><p>vinculados à educação e de potencial de arrecadação tributária de cada ente federado, bem como seus</p><p>prazos de implementação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50% (cinquenta por cento) dos recursos globais</p><p>a que se refere a alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 108, de 2020)</p><p>Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas</p><p>comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:</p><p>I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;</p><p>II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,</p><p>ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.</p><p>§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino</p><p>fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando</p><p>houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando</p><p>o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.</p><p>§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por</p><p>universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio</p><p>financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de</p><p>articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração</p><p>e definir diretrizes, objetivos, metas</p><p>e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus</p><p>diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes</p><p>esferas federativas que conduzam a:</p><p>I - erradicação do analfabetismo;</p><p>II - universalização do atendimento escolar;</p><p>III - melhoria da qualidade do ensino;</p><p>IV - formação para o trabalho;</p><p>V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.</p><p>VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do</p><p>produto interno bruto.</p><p>Questões</p><p>01. (IF/PI - Professor - Administração - IFPI) A Constituição Federal de 1988, também denominada</p><p>de Constituição Cidadã, estabeleceu no Capítulo III, especificamente no Art. 206, os princípios que regem</p><p>o ensino no Brasil. Dentre estes, a gestão do ensino público passou a ser:</p><p>(A) Autônoma e livre de qualquer poder, considerando os princípios de igualdade e liberdade do ensino.</p><p>(B) Democrática em todos estabelecimentos de ensino públicos e privados.</p><p>(C) Democrática do ensino público, na forma da lei.</p><p>(D) Oligárquica em todas as escolas em conformidade com o projeto pedagógico de cada escola.</p><p>(E) Participativa e democrática em todas as instituições de ensino, em consonância com o que</p><p>preconiza o direito público.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>86</p><p>02. (IF/TO – Técnico de laboratório – IFTO/2017) Considerando as normas constitucionais sobre a</p><p>educação, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>(A) As instituições de pesquisa científica e tecnológica gozam de autonomia didático-científica,</p><p>administrativa e de gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre</p><p>ensino, pesquisa e extensão.</p><p>(B) O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo do cidadão.</p><p>(C) O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou de sua oferta irregular, importa</p><p>responsabilidade da autoridade competente.</p><p>(D) É vedado às instituições de pesquisa científica e tecnológica admitir professores, técnicos e</p><p>cientistas estrangeiros.</p><p>(E) A gestão democrática do ensino público é um dos princípios do sistema educacional brasileiro.</p><p>Gabarito</p><p>01. C / 02. D</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: C</p><p>Nos termos do art. 206, VI, da CF/88, o ensino será ministrado, dentre outros princípios, na gestão</p><p>democrática do ensino público, na forma da lei.</p><p>02. Resposta: D</p><p>Conforme o que prevê o art. 207, da CF/88: “Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-</p><p>científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de</p><p>indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É facultado às universidades admitir</p><p>professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. § 2º O disposto neste artigo aplica-se às</p><p>instituições de pesquisa científica e tecnológica”.</p><p>Da cultura</p><p>O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura</p><p>nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Protegerá também</p><p>as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos</p><p>participantes do processo civilizatório nacional.</p><p>A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos</p><p>étnicos nacionais.</p><p>Plano Nacional de Cultura</p><p>A lei estabelecerá o “Plano Nacional de Cultura”, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento</p><p>cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à (art. 215, § 3º, CF):</p><p>a) Defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro (inciso I);</p><p>b) Produção, promoção e difusão de bens culturais (inciso II);</p><p>c) Formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões (inciso III);</p><p>d) Democratização do acesso aos bens de cultura (inciso IV);</p><p>e) Valorização da diversidade étnica e regional (inciso V).</p><p>Sistema Nacional de Cultura</p><p>O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e</p><p>participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura,</p><p>democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo</p><p>promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. Tal</p><p>sistema fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano</p><p>Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios (art. 216-A e § 1º, ambos da Constituição):</p><p>a) Diversidade das expressões culturais (inciso I);</p><p>b) Universalização do acesso aos bens e serviços culturais (inciso II);</p><p>c) Fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais (inciso III);</p><p>d) Cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural</p><p>(inciso IV);</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>87</p><p>e) Integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas (inciso</p><p>V);</p><p>f) Complementaridade nos papéis dos agentes culturais (inciso VI);</p><p>g) Transversalidade das políticas culturais (inciso VII);</p><p>h) Autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil (inciso VIII);</p><p>i) transparência e compartilhamento das informações (inciso IX);</p><p>j) Democratização dos processos decisórios com participação e controle social (inciso X);</p><p>k) Descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações (inciso XI);</p><p>l) Ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura (inciso XII).</p><p>Patrimônio cultural brasileiro</p><p>Com supedâneo no art. 216, da Constituição Federal, constituem patrimônio cultural brasileiro os bens</p><p>de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à</p><p>identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se</p><p>incluem:</p><p>a) As formas de expressão (inciso I);</p><p>b) Os modos de criar, fazer e viver (inciso II);</p><p>c) As criações científicas, artísticas e tecnológicas (inciso III);</p><p>d) As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações</p><p>artístico-culturais (inciso IV);</p><p>e) Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,</p><p>ecológico e científico (inciso V).</p><p>O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural</p><p>brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas</p><p>de acautelamento e preservação.</p><p>Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as</p><p>providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.</p><p>A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.</p><p>Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.</p><p>Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos</p><p>quilombos.</p><p>SEÇÃO II</p><p>DA CULTURA</p><p>Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da</p><p>cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.</p><p>§ 1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das</p><p>de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.</p><p>§ 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes</p><p>segmentos étnicos nacionais.</p><p>§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento</p><p>cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à:</p><p>I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;</p><p>II produção, promoção e difusão de bens culturais;</p><p>III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;</p><p>IV democratização do acesso aos bens de cultura;</p><p>V valorização da diversidade étnica e regional.</p><p>Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados</p><p>individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes</p><p>grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:</p><p>I - as formas de expressão;</p><p>II - os modos de criar, fazer e viver;</p><p>III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;</p><p>IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações</p><p>artístico-culturais;</p><p>V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,</p><p>ecológico e científico.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>88</p><p>§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural</p><p>brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas</p><p>de acautelamento e preservação.</p><p>§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as</p><p>providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.</p><p>§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.</p><p>§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.</p><p>§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos</p><p>antigos quilombos.</p><p>§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até</p><p>cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos</p><p>culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:</p><p>I - despesas com pessoal e encargos sociais;</p><p>II - serviço da dívida;</p><p>III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.</p><p>Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma</p><p>descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas</p><p>de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo</p><p>por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos</p><p>culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012)</p><p>§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes,</p><p>estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:</p><p>I - diversidade das expressões culturais;</p><p>II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;</p><p>III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais;</p><p>IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural;</p><p>V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas;</p><p>VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;</p><p>VII - transversalidade das políticas culturais;</p><p>VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;</p><p>IX - transparência e compartilhamento das informações;</p><p>X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social;</p><p>XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações;</p><p>XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura.</p><p>§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação:</p><p>I - órgãos gestores da cultura;</p><p>II - conselhos de política cultural;</p><p>III - conferências de cultura;</p><p>IV - comissões intergestores;</p><p>V - planos de cultura;</p><p>VI - sistemas de financiamento à cultura;</p><p>VII - sistemas de informações e indicadores culturais;</p><p>VIII - programas de formação na área da cultura; e</p><p>IX - sistemas setoriais de cultura.</p><p>§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua</p><p>articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo.</p><p>§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura</p><p>em leis próprias.</p><p>Questões</p><p>01. (IPHAN - Conhecimentos Básicos – CESPE/2018) A partir da Segunda Guerra Mundial,</p><p>movimentos internacionais surgiram em prol da proteção dos patrimônios no mundo. A preocupação com</p><p>a proteção do patrimônio mundial, cultural e natural incluía a preservação dos sítios culturais e a</p><p>conservação da natureza. Tendo em vista os marcos internacionais e nacionais da preservação,</p><p>incluindo-se convenções, decreto-lei e a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>89</p><p>Conforme a CF, o Estado é responsável por garantir o direito à cultura e o acesso às fontes da cultura</p><p>nacional.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>02. (CRM/DF - Assistente Administrativo – Quadrix/2018) No que se refere à ordem social na CF,</p><p>julgue o item subsequente.</p><p>A garantia, por parte do Estado, à cultura passa pela valorização e pela proteção de manifestações</p><p>populares e regionais, como o folclore e as danças típicas.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>Gabarito</p><p>01. Certo / 02. Certo</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: Certo</p><p>Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da</p><p>cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.</p><p>02. Resposta: Certo</p><p>Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da</p><p>cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.</p><p>§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das</p><p>de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.</p><p>Do desporto</p><p>É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um,</p><p>observados (art. 217, CF/88):</p><p>A) A autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e</p><p>funcionamento (inciso I);</p><p>B) A destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos</p><p>específicos, para a do desporto de alto rendimento (inciso II);</p><p>C) O tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional (inciso III);</p><p>D) A proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional (inciso IV).</p><p>O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após</p><p>esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.</p><p>A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para</p><p>proferir decisão final.</p><p>O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.</p><p>SEÇÃO III</p><p>DO DESPORTO</p><p>Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada</p><p>um, observados:</p><p>I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e</p><p>funcionamento;</p><p>II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos</p><p>específicos, para a do desporto de alto rendimento;</p><p>III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;</p><p>IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.</p><p>§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após</p><p>esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.</p><p>§ 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo,</p><p>para proferir</p><p>decisão final.</p><p>§ 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>90</p><p>Questões</p><p>01. (IF/BA - Auxiliar em Administração - FUNRIO) É dever do Estado, nos termos da Constituição</p><p>da República, fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, devendo</p><p>ser observado</p><p>(A) o tratamento igualitário para o desporto profissional e o não-profissional.</p><p>(B) o incentivo às atividades desportivas oriundas de outros países.</p><p>(C) a destinação de recursos públicos ao desporto educacional de forma não prioritária.</p><p>(D) a submissão das entidades desportivas, quanto a sua organização e funcionamento.</p><p>(E) a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.</p><p>02. (CRM/DF - Serviço Administrativo – Quadrix/2018) No que se refere à ordem social na CF,</p><p>julgue o item seguinte.</p><p>A exigência de submissão prévia à Justiça Desportiva de ações relativas a competições e à disciplina</p><p>importa flexibilização constitucional do direito fundamental de acesso à Justiça estatal.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>Gabarito</p><p>01. E / 02. Certo</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: E</p><p>Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada</p><p>um, observados:</p><p>I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e</p><p>funcionamento;</p><p>II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos</p><p>específicos, para a do desporto de alto rendimento;</p><p>III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;</p><p>IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.</p><p>02. Resposta: Certo</p><p>Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada</p><p>um, observados:</p><p>§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após</p><p>esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.</p><p>Ciência, Tecnologia e Inovação</p><p>Nos termos do art. 218, caput, da Constituição Federal, o Estado promoverá e incentivará o</p><p>desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação (redação dada</p><p>pela EC nº 85/2015).</p><p>Neste sentido, são nuanças pertinentes à ciência e tecnologia:</p><p>a) A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista</p><p>o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação;</p><p>b) A pesquisa tecnológica voltar-se-á, preponderantemente, para a solução dos problemas brasileiros</p><p>e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional;</p><p>c) O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e</p><p>inovação, inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas</p><p>se ocupem meios e condições especiais de trabalho;</p><p>d) A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada</p><p>ao país, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de</p><p>remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos</p><p>econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho;</p><p>e) É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a</p><p>entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>91</p><p>f) O Estado, na execução das atividades previstas no caput do art. 215, estimulará a articulação entre</p><p>entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo;</p><p>g) O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência,</p><p>tecnologia e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput do art. 215;</p><p>h) O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o</p><p>desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do</p><p>país, nos termos de lei federal;</p><p>i) O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos</p><p>demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de</p><p>demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação,</p><p>absorção, difusão e transferência de tecnologia;</p><p>j) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação</p><p>com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de</p><p>recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de</p><p>desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não</p><p>financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei;</p><p>k) O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), cujas normas gerais serão</p><p>disciplinadas por lei federal, será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto</p><p>privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação (Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios legislarão de modo concorrente à União sobre suas peculiaridades).</p><p>Dispositivos Constitucionais a respeito do assunto</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação</p><p>científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em</p><p>vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>§ 2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros</p><p>e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.</p><p>§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e</p><p>inovação, inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas</p><p>se ocupem meios e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85,</p><p>de 2015)</p><p>§ 4º - A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia</p><p>adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de</p><p>remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos</p><p>econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.</p><p>§ 5º - É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a</p><p>entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.</p><p>§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará a articulação entre entes,</p><p>tanto públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional</p><p>nº 85, de 2015)</p><p>§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência,</p><p>tecnologia e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o</p><p>desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do</p><p>País, nos termos de lei federal.</p><p>Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem</p><p>como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos</p><p>tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e</p><p>a criação, absorção,</p><p>difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85,</p><p>de 2015)</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>92</p><p>Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de</p><p>cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o</p><p>compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de</p><p>projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida</p><p>financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime</p><p>de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento</p><p>científico e tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº</p><p>85, de 2015)</p><p>§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas</p><p>peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)</p><p>Questões</p><p>01. (MPE/MG - Promotor de Justiça Substituto - FUNDEP/Gestão de Concursos/2017) Sobre a</p><p>pesquisa, ciência, tecnologia e inovação, previstas na Constituição Federal, é INCORRETO dizer:</p><p>(A) O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica</p><p>e tecnológica e a inovação.</p><p>(B) A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista</p><p>o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação.</p><p>(C) A pesquisa de inovação voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros</p><p>e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.</p><p>(D) É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a</p><p>entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.</p><p>02. (UNICAMP - Procurador de Universidade Assistente – VUNESP/2018) Assinale a alternativa</p><p>correta a respeito das normas constitucionais que tratam da ciência e tecnologia.</p><p>(A) É obrigatório aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a</p><p>entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.</p><p>(B) A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros</p><p>e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.</p><p>(C) O monopólio do mercado interno será protegido pelo Estado de modo a priorizar o desenvolvimento</p><p>cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País.</p><p>(D) O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação tecnológica nos entes públicos</p><p>com prioridade sobre as empresas ou entes privados.</p><p>(E) As empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País e que ofereçam</p><p>participação dos empregados nos seus lucros devem ter tratamento prioritário do Estado por meio de</p><p>isenções fiscais.</p><p>Gabarito</p><p>01. C / 02. B</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: C</p><p>De acordo com o que dispõe o art. 218, §2º, da CF/88, onde consta “pesquisa de inovação” deveria</p><p>ter constado “pesquisa tecnológica”. Deste modo, está incorreta essa afirmativa.</p><p>02. Resposta: B</p><p>Art. 218. § 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará a articulação entre</p><p>entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>93</p><p>Da comunicação social</p><p>Por proteger a Constituição Federal, entre outros, a liberdade de expressão, a livre manifestação do</p><p>pensamento, e o direito à informação, ganhou a comunicação social importância singularizada na Lei</p><p>Fundamental, por se tratar do modo como se materializa os direitos que partem do pensamento como</p><p>princípio ativo. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer</p><p>forma, processo ou veículo, pois, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na Constituição</p><p>Federal.</p><p>Princípios que regem a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão</p><p>São eles, segundo o art. 221, da Constituição:</p><p>a) Preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas (inciso I);</p><p>b) Promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua</p><p>divulgação (inciso II);</p><p>c) Regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em</p><p>lei (inciso III);</p><p>d) Respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família (inciso IV).</p><p>Propriedade de empresa de comunicação social</p><p>A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de</p><p>brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis</p><p>brasileiras e que tenham sede no país.</p><p>Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas</p><p>jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a</p><p>brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das</p><p>atividades e estabelecerão o conteúdo da programação.</p><p>A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são</p><p>privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação</p><p>social.</p><p>Concessão/permissão/autorização para serviço de comunicação</p><p>Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço</p><p>de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas</p><p>privado, público e estatal.</p><p>O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, §2º e §4º, CF, a contar do recebimento da</p><p>mensagem.</p><p>A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do</p><p>Congresso Nacional, em votação nominal.</p><p>O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso</p><p>Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.</p><p>O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial.</p><p>O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze anos</p><p>para as de televisão.</p><p>Conselho de Comunicação Social</p><p>Para os efeitos do disposto na parte da Constituição que trata sobre a “comunicação social”, o</p><p>Congresso Nacional instituirá, como órgão auxiliar, o “Conselho de Comunicação Social”, na forma da lei.</p><p>A lei a que se refere o dispositivo constitucional é a de nº 8.389/91.</p><p>Dispositivos Constitucionais a respeito do assunto</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DA COMUNICAÇÃO SOCIAL</p><p>Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,</p><p>processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.</p><p>§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação</p><p>jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e</p><p>XIV.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>94</p><p>§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.</p><p>§ 3º - Compete à lei federal:</p><p>I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza</p><p>deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre</p><p>inadequada;</p><p>II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem</p><p>de programas ou programações de rádio e televisão</p><p>que contrariem o disposto no art. 221, bem como da</p><p>propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.</p><p>§ 4º - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias</p><p>estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que</p><p>necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.</p><p>§ 5º - Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio</p><p>ou oligopólio.</p><p>§ 6º - A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.</p><p>Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes</p><p>princípios:</p><p>I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;</p><p>II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua</p><p>divulgação;</p><p>III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos</p><p>em lei;</p><p>IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.</p><p>Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é</p><p>privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas</p><p>sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.</p><p>§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas</p><p>jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a</p><p>brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das</p><p>atividades e estabelecerão o conteúdo da programação.</p><p>§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são</p><p>privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação</p><p>social.</p><p>§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a</p><p>prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica,</p><p>que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.</p><p>§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º.</p><p>§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao</p><p>Congresso Nacional.</p><p>Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o</p><p>serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos</p><p>sistemas privado, público e estatal.</p><p>§ 1º - O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento</p><p>da mensagem.</p><p>§ 2º - A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois</p><p>quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.</p><p>§ 3º - O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso</p><p>Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.</p><p>§ 4º - O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão</p><p>judicial.</p><p>§ 5º - O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze</p><p>para as de televisão.</p><p>Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão</p><p>auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>95</p><p>Questões</p><p>01. (DPE/MA - Defensor Público - FCC) Entre os princípios que, nos termos do texto constitucional,</p><p>devem ser observados na produção e programação das emissoras de rádio e televisão, encontram-se:</p><p>(A) diversidade das expressões culturais; e fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento</p><p>e bens culturais.</p><p>(B) preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; e acesso à informação</p><p>sobre a natureza dos programas, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que</p><p>sua apresentação se mostre inadequada.</p><p>(C) diversidade das expressões culturais; e promoção da cultura nacional e regional e estímulo à</p><p>produção independente que objetive sua divulgação.</p><p>(D) respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família; e promoção da cultura nacional e</p><p>regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação.</p><p>(E) regionalização da produção jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; e fomento à</p><p>produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais.</p><p>02. (PGE/SP - Procurador do Estado – VUNESP/2018) Assinale a alternativa correta a respeito do</p><p>direito à comunicação social.</p><p>(A) Na análise do caso de publicação de biografias não autorizadas, o Supremo Tribunal Federal fixou</p><p>o entendimento da necessidade de autorização prévia do interessado ou de seu representante legal, uma</p><p>vez que o caso envolve tensão entre direitos fundamentais da liberdade de expressão, do direito à</p><p>informação e dos direitos da personalidade (privacidade, imagem e honra).</p><p>(B) Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a</p><p>prestação do serviço, deverão observar os princípios constitucionais que regem a produção e a</p><p>programação das emissoras de rádio e televisão, como dar preferência a finalidades educativas,</p><p>artísticas, culturais e informativas.</p><p>(C) Nenhuma lei poderá conter dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de</p><p>informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, sendo resguardado o sigilo da fonte,</p><p>em todas as circunstâncias.</p><p>(D) Compete ao Congresso Nacional outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o</p><p>serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos</p><p>sistemas privado, público e estatal.</p><p>(E) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislar sobre</p><p>os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou</p><p>programações de rádio e televisão que vinculem propaganda de produtos, práticas e serviços que possam</p><p>ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.</p><p>Gabarito</p><p>01. D / 02. B</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: D</p><p>É o que dispõe o artigo 221 da CF/88:</p><p>Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes</p><p>princípios:</p><p>I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;</p><p>II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua</p><p>divulgação;</p><p>III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos</p><p>em lei;</p><p>IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.</p><p>02. Resposta: B</p><p>Artigo 222, § 3º “Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia</p><p>utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma</p><p>de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de</p><p>produções nacionais”.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>96</p><p>Do meio ambiente</p><p>A Constituição Federal de 1988, tida como inovadora quanto a proteção do meio ambiente, utiliza pela</p><p>primeira vez em um texto constitucional a expressão “meio ambiente”.</p><p>O Capítulo VI, inserto no Título VIII da Ordem Social, traz no artigo 225, a noção de direito ao meio</p><p>ambiente coletivo, dispondo que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem</p><p>de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à</p><p>coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DO MEIO AMBIENTE</p><p>Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente</p><p>equilibrado, bem de uso comum do povo</p><p>e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-</p><p>lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.</p><p>§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:</p><p>I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies</p><p>e ecossistemas;</p><p>II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades</p><p>dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;</p><p>III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem</p><p>especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada</p><p>qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;</p><p>IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de</p><p>significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará</p><p>publicidade;</p><p>V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que</p><p>comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;</p><p>VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a</p><p>preservação do meio ambiente;</p><p>VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função</p><p>ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.</p><p>§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de</p><p>acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.</p><p>§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,</p><p>pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de</p><p>reparar os danos causados.</p><p>§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense</p><p>e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições</p><p>que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.</p><p>§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,</p><p>necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.</p><p>§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,</p><p>sem o que não poderão ser instaladas.</p><p>§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as</p><p>práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do</p><p>art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio</p><p>cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais</p><p>envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017)</p><p>Questões</p><p>01. (Prefeitura de Porto Ferreira/SP - Procurador Jurídico - VUNESP/2017) É correto afirmar que</p><p>a Constituição Federal dispõe, sobre o meio ambiente, que</p><p>(A) incumbe à coletividade definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus</p><p>componentes a serem especialmente protegidos.</p><p>(B) incumbe aos órgãos ambientais, na forma definida pelo Poder Público, exigir, para instalação de</p><p>obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio</p><p>de impacto ambiental.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>97</p><p>(C) aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de</p><p>acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.</p><p>(D) as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas</p><p>físicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos</p><p>causados, respondendo as pessoas jurídicas em caso de condenação de seus agentes.</p><p>(E) compete privativamente à União legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente.</p><p>02. (IGP/RS - Perito Criminal - Química/ Engenharia Química - FUNDATEC/2017) Assinale a</p><p>alternativa que contém todos os entes elencados como patrimônio nacional pelo art. 225 da Constituição</p><p>Federal Brasileira.</p><p>(A) Sertão, Caatinga, Serra do Mar, Mata de Araucárias e Zona Costeira.</p><p>(B) Floresta Amazônica brasileira, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal Mato-Grossense e Zona</p><p>Costeira.</p><p>(C) Floresta Amazônica brasileira, Caatinga, Tundra brasileira, Mata de Araucárias e Sertão.</p><p>(D) Mata de Araucárias, Tundra brasileira, Serra do Mar, Pantanal Mato-Grossense e Cerrado.</p><p>(E) Sertão, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Zona Costeira.</p><p>Gabarito</p><p>01. C / 02. B</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: C</p><p>É a exata redação do que prevê o art. 225, § 2º, CF/88: “Aquele que explorar recursos minerais fica</p><p>obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão</p><p>público competente, na forma da lei”.</p><p>02. Resposta: B</p><p>Dispõe o art. 225, §4º, da CF/88: “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o</p><p>Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma</p><p>da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos</p><p>recursos naturais”.</p><p>Da família, da criança, do adolescente e do idoso</p><p>A família é tida pelo texto constitucional como base da sociedade, tendo especial proteção por parte</p><p>do Estado.</p><p>O conceito de família no decorrer dos anos vem se moldando e adequando as novas realidades que</p><p>encontramos em nossa sociedade. Neste contexto, a Constituição de 1988 ampliou o conceito de família</p><p>reconhecendo como “entidade familiar” a união estável entre o homem e a mulher, devendo a lei facilitar</p><p>sua conversão em casamento.</p><p>Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus</p><p>descendentes, é a chamada família monoparental.</p><p>Cabe destacar, ainda, que a decisão proferida pelo STF no julgamento da Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade (ADI) 4277/DF e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)</p><p>132/RJ, deu interpretação conforme a Constituição Federal ao art. 1.723 do Código Civil para dele excluir</p><p>qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas</p><p>do mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como sinônimo perfeito de família. Ademais,</p><p>atualmente tramita projeto de lei (PLS 612/11) que inclui no Código Civil o reconhecimento da união</p><p>estável entre casais do mesmo sexo.</p><p>O casamento é civil e gratuita a sua celebração, sendo que o casamento religioso tem efeito civil, nos</p><p>termos da lei. Aos cônjuges, a Constituição assegura o exercício dos direitos e deveres em igualmente,</p><p>sendo possível a dissolução do casamento pelo divórcio.</p><p>Como postulado da Constituição, os princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade</p><p>responsável são expressos ao dispor sobre o planejamento familiar como livre decisão do casal,</p><p>competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada</p><p>qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Cabe também ao Estado assegurar</p><p>a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>98</p><p>violência no âmbito de suas relações, como caso das disposições penais e legislação visando coibir a</p><p>violência doméstica, contra a mulher e contra o idoso.</p><p>Tutela da criança e do adolescente: A Constituição impõe como dever da família, da sociedade e do</p><p>Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com</p><p>trabalhada pela família, não será</p><p>objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei</p><p>sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;</p><p>Este inciso traz a impenhorabilidade da pequena propriedade rural. É importante salientar que a regra</p><p>de impenhorabilidade da pequena propriedade rural para pagamento de débitos decorrentes da atividade</p><p>produtiva abrange somente aquela trabalhada pela família.</p><p>Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel</p><p>pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.</p><p>Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a</p><p>terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da</p><p>sua família.</p><p>XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,</p><p>transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;</p><p>Este inciso tem por escopo a tutela do direito de propriedade intelectual, sendo a propriedade industrial</p><p>e os direitos do autor. Esses direitos podem ser morais (inalienáveis e irrenunciáveis) - consiste na</p><p>paternidade da obra, ou patrimoniais (os direitos são transmissíveis e renunciáveis). Como é possível</p><p>extrair do inciso esses direitos são passíveis de transmissão por herança, sendo, todavia, submetidos a</p><p>um tempo fixado pela lei. Desta maneira, não é pelo simples fato de ser herdeiro do autor de uma</p><p>determinada obra que lhe será garantida a propriedade da mesma, pois a lei estabelecerá um tempo para</p><p>que os herdeiros possam explorar a obra. Após o tempo estabelecido a obra pertencerá a todos.</p><p>XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:</p><p>a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz</p><p>humanas, inclusive nas atividades desportivas;</p><p>b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem</p><p>aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>8</p><p>Este inciso preza a proteção dos direitos individuais do autor quando participe de uma obra coletiva.</p><p>Um exemplo que pode ilustrar o conteúdo da alínea “a” diz respeito à gravação de um clipe musical por</p><p>diversos cantores. Não é pelo simples fato da gravação ser coletiva que não serão garantidos os direitos</p><p>autorais individuais dos cantores. Pelo contrário, serão respeitados os direitos individuais de cada cantor.</p><p>O inciso “b” traz o instituto do direito de fiscalização do aproveitamento das obras. A alínea em questão</p><p>expressa que o próprio autor poderá fiscalizar o aproveitamento econômico da obra, bem como os</p><p>intérpretes, representações sindicais e associações.</p><p>XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,</p><p>bem como às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos</p><p>distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;</p><p>Este inciso trata, da tutela do direito de propriedade intelectual, explicitando o caráter não-definitivo de</p><p>exploração das obras, haja vista a limitação temporal de exploração por lei. Isso ocorre pelo fato de que</p><p>há induzido um grande interesse da sociedade em conhecer o conteúdo das pesquisas e inventos que</p><p>podem trazer maior qualidade de vida à população.</p><p>XXX- é garantido o direito de herança;</p><p>A herança é o objeto da sucessão. Com a morte abre-se a sucessão, que tem por objetivo transferir o</p><p>patrimônio do falecido aos seus herdeiros. É importante salientar que são transferidos aos herdeiros tanto</p><p>créditos (ativo) como dívidas (passivo), até que seja satisfeita a totalidade da herança.</p><p>XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em</p><p>benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal do</p><p>de cujus;</p><p>A regra é que a sucessão dos bens do estrangeiro será regulada pela lei brasileira. Todavia, o próprio</p><p>inciso traz uma exceção, no caso de sucessão de bens de estrangeiros situados no país, admite-se aplicar</p><p>a lei mais favorável ao cônjuge ou filhos brasileiros da pessoa falecida, a lei brasileira ou a lei do país de</p><p>origem do de cujus.</p><p>XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;</p><p>Com o objetivo de dar cumprimento a este inciso, no dia 11 de setembro de 1990 entrou em vigor o</p><p>código de defesa do consumidor, Lei Federal n° 8.078/90.</p><p>XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de</p><p>interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,</p><p>ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;</p><p>Aqui encontramos um desdobramento do direito à informação. É direito fundamental de obter</p><p>informações do poder público, que será exercitado na via administrativa e se relaciona com um interesse</p><p>particular, geral ou coletivo. Nesse caso, havendo recusa no fornecimento de certidões, ou informações</p><p>de terceiros, o remédio cabível será o mandado de segurança.</p><p>XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:</p><p>a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de</p><p>poder;</p><p>b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de</p><p>situações de interesse pessoal;</p><p>O fato de ser independente de pagamento de taxas não quer dizer que o exercício desses direitos seja</p><p>realizado gratuitamente, mas sim, que podem ser isentos de taxas para as pessoas reconhecidamente</p><p>pobres.</p><p>A alínea “a” traz, em seu bojo, o direito de petição, que consiste na possibilidade de levar ao</p><p>conhecimento do Poder Público a ocorrência de atos revestidos de ilegalidade ou abuso de poder.</p><p>A alínea “b” trata da obtenção de certidões em repartições públicas. De acordo com a Lei nº 9.051/95</p><p>o prazo para o esclarecimento de situações e expedição de certidões é de quinze dias.</p><p>XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;</p><p>Neste inciso encontra-se consagrado o princípio da inafastabilidade da jurisdição. Não poderão haver</p><p>óbices para o acesso ao Poder Judiciário. Havendo lesão ou ameaça de lesão a direito, tal questão deverá</p><p>ser levada até o Poder Judiciário para que possa ser dirimida. Quando a lesão acontecer no âmbito</p><p>administrativo não será necessário o esgotamento das vias administrativas. Exceção: Justiça Desportiva,</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>9</p><p>que exige para o ingresso no Poder Judiciário, o esgotamento de todos os recursos administrativos</p><p>cabíveis.</p><p>XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;</p><p>A real intenção deste inciso é a preservação da segurança jurídica, pois com essa observância,</p><p>estaremos diante da estabilidade das relações jurídicas. Conceitualmente, de acordo com o artigo 6º da</p><p>LINDB (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro) temos:</p><p>- Direito adquirido: Os direitos já adquiridos por uma pessoa não podem ser prejudicados por novas</p><p>leis, exemplo: aposentadoria (quem já a recebe, não pode ser prejudicado por leis posteriores);</p><p>- Ato jurídico perfeito: Ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou;</p><p>- Coisa julgada: Decisão judicial de que não caiba mais recurso.</p><p>XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;</p><p>São considerados juízos ou tribunais de exceção, aqueles organizados posteriormente à ocorrência</p><p>do caso concreto. O juízo de exceção é caracterizado pela transitoriedade e pela arbitrariedade aplicada</p><p>a cada caso.</p><p>XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:</p><p>a)</p><p>absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,</p><p>à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade</p><p>e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,</p><p>discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.</p><p>O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem,</p><p>admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo</p><p>aos seguintes preceitos:</p><p>I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;</p><p>II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de</p><p>deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador</p><p>de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens</p><p>e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de</p><p>discriminação.</p><p>A proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:</p><p>I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;</p><p>II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;</p><p>III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;</p><p>IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação</p><p>processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;</p><p>V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa</p><p>em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;</p><p>VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos</p><p>termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;</p><p>VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem</p><p>dependente de entorpecentes e drogas afins.</p><p>Como forma de garantir a mencionada proteção especial, a Constituição Federal prevê que a lei punirá</p><p>severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente, e ainda, que são</p><p>penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial.</p><p>A Constituição impõe como dever dos pais de assistir, criar e educar os filhos menores, sendo que aos</p><p>filhos maiores cabe o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Os filhos,</p><p>havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,</p><p>proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação, sendo que a adoção será assistida</p><p>pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de</p><p>estrangeiros, os quais são considerados todos aqueles residentes fora do Brasil, independentemente da</p><p>nacionalidade.</p><p>Segundo o art. 228, são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da</p><p>legislação especial, sendo prevista a punição severa do abuso, violência e exploração sexual da criança</p><p>e do adolescente através de lei.</p><p>Tutela de idosos: vários dispositivos mencionam a velhice como objeto de direitos específicos, como</p><p>o previdenciário (201, I, da CF/88), assistencial (203, I, da CF/88); o art. 230 estatui que a família, a</p><p>sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na</p><p>comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. O principal</p><p>instrumento de proteção e garantia dos direitos dos idosos é o Estatuto do Idoso (Lei nº. 10.741/2003),</p><p>que regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.</p><p>Dispositivos da CF pertinentes ao tema:</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso</p><p>Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.</p><p>§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.</p><p>§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>99</p><p>§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como</p><p>entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.</p><p>§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus</p><p>descendentes.</p><p>§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e</p><p>pela mulher.</p><p>§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.</p><p>§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o</p><p>planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e</p><p>científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais</p><p>ou privadas.</p><p>§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando</p><p>mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.</p><p>Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,</p><p>com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à</p><p>profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,</p><p>além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade</p><p>e opressão.</p><p>§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do</p><p>jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e</p><p>obedecendo aos seguintes preceitos:</p><p>I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;</p><p>II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de</p><p>deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador</p><p>de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens</p><p>e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de</p><p>discriminação.</p><p>§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de</p><p>fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras</p><p>de deficiência.</p><p>§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:</p><p>I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;</p><p>II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;</p><p>III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;</p><p>IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação</p><p>processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;</p><p>V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa</p><p>em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;</p><p>VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos</p><p>termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;</p><p>VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem</p><p>dependente de entorpecentes e drogas afins.</p><p>§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.</p><p>§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições</p><p>de sua efetivação por parte de estrangeiros.</p><p>§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos</p><p>a plenitude da defesa;</p><p>A plenitude de defesa admite a possibilidade de todos os meios de defesa, sendo caracterizado como</p><p>um nível maior do que a ampla defesa, defendida em todos os procedimentos judiciais, sob pena de</p><p>nulidade processual.</p><p>b) o sigilo das votações;</p><p>Após os debates, o juiz presidente do Tribunal do Júri efetua a leitura dos quesitos formulados acerca</p><p>do crime para os sete jurados, que compõe o Conselho de Sentença, e os questiona se estão preparadas</p><p>para a votação. Caso seja afirmativa a resposta, estes serão encaminhados, juntamente com o</p><p>magistrado até uma sala onde será realizada a votação. Neste ato, o juiz efetua a leitura dos quesitos e</p><p>um oficial entrega duas cédulas de papel contendo as palavras sim e não aos jurados. Posteriormente,</p><p>estas são recolhidas, para que seja possível chegar ao resultado final do julgamento. É importante</p><p>salientar que essa característica de sigilo atribuída à votação deriva do fato que inexiste possibilidade de</p><p>se descobrir qual o voto explicitado pelos jurados individualmente. Isso decorre que inexiste qualquer</p><p>identificação nas cédulas utilizadas para a votação.</p><p>c) a soberania dos veredictos;</p><p>Essa característica pressupõe que as decisões tomadas pelo Tribunal do Júri não poderão ser</p><p>alteradas pelo Tribunal de Justiça respectivo.</p><p>d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;</p><p>Os crimes dolosos3 contra a vida estão previstos nos artigos 121 a 128 do Código Penal (homicídio,</p><p>induzimento, instigação, auxílio ao suicídio, infanticídio e aborto).</p><p>XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;</p><p>Esse princípio, muito utilizado no Direito Penal, encontra-se divididos em dois subprincípios, da reserva</p><p>legal (não será possível imputar determinado crime a um indivíduo, sem que a conduta cometida por este</p><p>esteja tipificada) e da anterioridade (demonstra que há necessidade uma lei anterior ao cometimento da</p><p>conduta para que seja imputado o crime).</p><p>XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;</p><p>O réu é o sujeito ativo praticante da conduta criminosa. No caso específico deste inciso estamos diante</p><p>de aplicação de leis penais no tempo. A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor, não se</p><p>admitindo sua retroatividade maléfica, ou seja, somente será admitida a retroatividade da lei, se for para</p><p>benefício do réu. É proibida a aplicação da lei penal inclusive aos fatos praticados durante seu período</p><p>de vacatio4.</p><p>XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;</p><p>Destaca neste inciso que é necessária a pré-existência de uma lei punitiva aos que atentam os direitos</p><p>e liberdades fundamentais.</p><p>3 Crime doloso: o sujeito praticante da conduta lesiva quer que o resultado se produza ou assume o risco de produzi-lo. Crime culposo: o sujeito ativo praticante</p><p>da conduta agiu sob imprudência, negligência ou imperícia.</p><p>4 Vacatio refere-se ao tempo em que a lei é publicada até a sua entrada em vigor. A lei somente será aplicável a fatos praticados posteriormente a sua vigência.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>10</p><p>XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos</p><p>termos da lei;</p><p>O caráter de inafiançabilidade deriva do fato que não será admitido o pagamento de fiança em razão</p><p>do cometimento de crime racial. A fiança consiste na prestação de caução pecuniária ou prestação de</p><p>obrigações que garantam a liberdade ao indivíduo até sentença condenatória. Outrossim, a prática do</p><p>racismo constitui crime imprescritível. A prescrição consiste na perda do direito do Estado em punir, em</p><p>razão do elevado tempo para apuração dos fatos.</p><p>A reclusão é uma modalidade de pena privativa de liberdade que comporta alguns regimes prisionais,</p><p>quais sejam: o fechado, o semiaberto e o aberto.</p><p>XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 5graça ou anistia a prática de tortura, o</p><p>tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por</p><p>eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;</p><p>O inciso em questão tem por objetivo vetar alguns benefícios processuais aos praticantes de crimes</p><p>considerados como repugnantes pela sociedade.</p><p>XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra</p><p>a ordem constitucional e o Estado Democrático;</p><p>A constituição protege o Estado de ação de grupos armados militares ou civis que agem contra o</p><p>sistema político.</p><p>XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a</p><p>decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles</p><p>executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;</p><p>Destaca-se neste inciso princípio da personalização da pena. Há responsabilidades nos âmbitos civil</p><p>e penal. No âmbito penal, a pena é personalíssima, não podendo ser transferida a seus herdeiros.</p><p>Quanto à responsabilidade no âmbito civil, a interpretação é realizada de maneira diversa, a obrigação</p><p>de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens podem se estender aos sucessores, no limite</p><p>do valor do patrimônio transferido.</p><p>XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:</p><p>a) privação ou restrição de liberdade;</p><p>b) perda de bens;</p><p>c) multa;</p><p>d) prestação social alternativa;</p><p>e) suspensão ou interdição de direitos;</p><p>Este inciso expressa o princípio da individualização da pena. Há também o emprego da</p><p>individualização no cumprimento da pena, pois é necessário que exista uma correspondência entre a</p><p>conduta externalizada pelo sujeito e a punição descrita pelo texto legal.</p><p>Apresenta ainda um rol exemplificativo das penas admissíveis no ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>XLVII- não haverá penas:</p><p>a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX;</p><p>b) de caráter perpétuo;</p><p>As penas cumpridas no Brasil, não podem ser superiores a 30 anos (artigo 75, CP).</p><p>c) de trabalhos forçados;</p><p>Os condenados não são obrigados a trabalharem em serviços desgastantes e exaustivos.</p><p>d) de banimento;</p><p>Consiste na expulsão do brasileiro do território nacional</p><p>e) cruéis;</p><p>Penas que ferem o princípio da dignidade humana.</p><p>XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a</p><p>idade e o sexo do apenado;</p><p>Um exemplo a ser citado é o da Fundação CASA, para onde são destinados os adolescentes que</p><p>cometem atos infracionais.</p><p>5 A graça é o perdão da pena à um condenado, enquanto a anistia é o perdão da pena, generalizada.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>11</p><p>XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;</p><p>A tutela do preso cabe ao Estado. O fato de estar preso não significa que ele poderá receber tratamento</p><p>desumano ou degradante.</p><p>L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante</p><p>o período de amamentação;</p><p>Neste inciso não se busca a proteção dos direitos da presidiária, mas sim dos filhos, pois é de extrema</p><p>importância à alimentação das crianças com leite materno.</p><p>LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes</p><p>da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na</p><p>forma da lei;</p><p>Em hipótese alguma o brasileiro nato será extraditado. Contudo, o brasileiro naturalizado, poderá ser</p><p>extraditado desde que ocorram as seguintes situações:</p><p>Antes da naturalização Depois da naturalização</p><p>- prática de crime comum - não será extraditado por crime comum</p><p>- comprovado envolvimento em tráfico ilícito</p><p>de entorpecentes e drogas afins</p><p>- comprovado envolvimento em tráfico ilícito</p><p>de</p><p>entorpecentes e drogas afins.</p><p>LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;</p><p>É importante não confundir a expressão “crime político” com a expressão “crime eleitoral”. Crimes</p><p>políticos são aqueles que atentam contra a estrutura política de um Estado, enquanto os crimes eleitorais</p><p>são aqueles referentes ao processo eleitoral, explicitados pelo respectivo Código.</p><p>Com relação aos crimes de opinião, podemos defini-los como aqueles que sua execução consiste na</p><p>manifestação de pensamento. Sendo estes a calúnia, a difamação e a injúria.</p><p>LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por autoridade competente;</p><p>Há dois princípios importantes, o princípio do promotor natural e o princípio do juiz natural. O princípio</p><p>do promotor natural consiste no fato que ninguém será processado, senão por autoridade competente,</p><p>ou seja, será necessária a existência de um Promotor de Justiça previamente competente ao caso. O</p><p>princípio do juiz natural, há a consagração que ninguém será sentenciado, senão por autoridade</p><p>competente. Isso importa dizer que não será possível existência de juízos ou tribunais de exceção, ou</p><p>seja, especificamente destinados à análise de um caso concreto.</p><p>LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;</p><p>Para que haja um processo legal, há necessidade da observância do contraditório e da ampla defesa</p><p>(direito de defesa à acusação).</p><p>LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados</p><p>o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;</p><p>Contraditório é a ciência dos atos processuais e a possibilidade de contrariá-los naquilo que houver</p><p>discordância. A ampla defesa é o direito do acusado apresentar argumentos em favor, provando-os nos</p><p>limites legais. Frisa-se que, tanto o contraditório quanto a ampla defesa são direitos de respostas do réu.</p><p>LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;</p><p>Prova ilícita é a que viola regra de direito material, seja constitucional ou legal, no momento de sua</p><p>obtenção (ex.: confissão mediante tortura).</p><p>LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;</p><p>Aqui estamos diante do princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade. Trânsito em</p><p>julgado da sentença penal condenatória, significa que não há mais possibilidade de interposição de</p><p>recursos. Assim, após o trânsito em julgado da sentença será possível lançar o nome do réu no rol dos</p><p>culpados.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>12</p><p>LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses</p><p>previstas em lei;</p><p>Atualmente, a Lei nº 12.037/2009, traz em seu artigo 3º, as hipóteses em que o civilmente identificado</p><p>deverá proceder à identificação criminal. São elas:</p><p>- se o documento apresentado tiver rasura ou tiver indício de falsificação;</p><p>- se o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;</p><p>- se o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;</p><p>- se a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade</p><p>judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do</p><p>Ministério Público ou da defesa;</p><p>- constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; e</p><p>- se o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento</p><p>apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.</p><p>LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;</p><p>Quando o Ministério Público (órgão competente para ajuizar a ação) permanecer inerte e não oferecer</p><p>denúncia no prazo legal, o ofendido poderá fazê-la. Esse mecanismo chama-se ação penal privada</p><p>subsidiária da pública.</p><p>LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o</p><p>interesse social o exigirem;</p><p>A regra é a publicidade de todos os atos processuais. Contudo, segundo este inciso, poderá haver</p><p>restrição. Exemplo: Ações que envolvem menores e incapazes - correm em segredo de justiça.</p><p>LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade</p><p>judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em</p><p>lei;</p><p>De acordo com este inciso só existem duas maneiras de se efetuar a prisão de um indivíduo. A primeira</p><p>se dá por meio da prisão em flagrante e a segunda é a prisão realizada por ordem escrita e fundamentada</p><p>de autoridade judiciária competente (mandado de prisão). Para os militares, há duas ressalvas, poderão</p><p>ser presos em razão de transgressão militar (violação dos princípios da ética, dos deveres e das</p><p>obrigações militares) ou pelo cometimento de crime militar, previstos em lei.</p><p>LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao</p><p>juiz competente e à família ou à pessoa por ele indicada;</p><p>Este inciso demonstra o direito de comunicação imediata do preso, restrito na forma legal.</p><p>LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe</p><p>assegurada a assistência da família e de advogado;</p><p>A Constituição traz mais um direito ao preso, o de permanecer calado (o preso não é obrigado a</p><p>produzir prova contra si) e assegura a assistência de sua família e de um advogado.</p><p>LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório</p><p>policial;</p><p>A autoridade policial deve estar devidamente identificada, ex. estar fardada, com nome aparente.</p><p>LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;</p><p>Caso a prisão tenha ocorrido de forma ilegal (alguma nulidade, ou abuso de autoridade no ato da</p><p>prisão, etc.), a peça cabível para soltá-lo é o relaxamento de prisão, deferida ou não pelo juiz de direito.</p><p>LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com</p><p>ou sem fiança;</p><p>Estamos diante de uma prisão legalmente realizada. Contudo, a lei permite que o acusado responda</p><p>em liberdade, com ou sem o pagamento da fiança. A liberdade com fiança pode ser decretada pelo Juiz</p><p>de Direito ou pelo Delegado de Polícia (o delegado apenas poderá decretar a liberdade provisória com</p><p>fiança quando a pena privativa de liberdade máxima não for superior a 4 anos). Já a liberdade sem fiança,</p><p>somente poderá ser decretada pelo Juiz de Direito.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>13</p><p>LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e</p><p>inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;</p><p>A prisão civil é medida privativa de liberdade, sem caráter de pena, com a finalidade de compelir o</p><p>devedor a satisfazer uma obrigação. O Pacto de San José da Costa Rica, ratificado pelo Brasil</p><p>(recepcionado de forma equivalente a norma constitucional), autoriza a prisão somente em razão de</p><p>dívida alimentar. Assim, não é admitida a prisão do depositário infiel.</p><p>Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade</p><p>de depósito.</p><p>LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer</p><p>violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;</p><p>Este remédio constitucional tem por escopo assegurar a efetiva aplicação do direito de locomoção, ou</p><p>seja, o direito de ir, vir e permanecer em um determinado local.</p><p>Este remédio constitucional poderá ser utilizado tanto no caso de iminência de violência ou coação à</p><p>liberdade de locomoção, como no caso de efetiva ocorrência de</p><p>ato atentatório à liberdade.</p><p>Assim, são duas as espécies de habeas corpus:</p><p>- Preventivo ou salvo-conduto: Neste caso o habeas corpus será impetrado pelo indivíduo que se achar</p><p>ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de</p><p>poder. Tem por finalidade obter um salvo-conduto, ou seja, um documento para garantir o livre trânsito</p><p>em sua liberdade de locomoção (ir, vir e permanecer). Exemplo: Fulano está sendo acusado de cometer</p><p>um crime de roubo, porém há indícios de que não foi ele que cometeu o crime. Então, ele impetra o</p><p>Habeas Corpus preventivo, o juiz reconhecendo legítimos seus argumentos o concede o salvo-conduto,</p><p>que permitirá que este se mantenha solto até a decisão final do processo.</p><p>- Repressivo ou liberatório: Aqui haverá a impetração quando alguém sofrer violência ou coação em</p><p>sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Nesse passo, o habeas corpus será</p><p>impetrado com a finalidade de obter a expedição de um alvará de soltura (documento no qual consta</p><p>ordem emitida pelo juiz para que alguém seja posto em liberdade).</p><p>LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por</p><p>habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade</p><p>pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público;</p><p>LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:</p><p>a) partido político com representação no Congresso Nacional;</p><p>b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento</p><p>há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;</p><p>O objeto do Mandado de Segurança é a proteção de direito líquido e certo (aquele que pode ser</p><p>demonstrado de plano, por meio de prova pré-constituída, sendo, portanto, dispensada a dilação</p><p>probatória).</p><p>A impetração de mandado de segurança, nos casos não amparados por habeas corpus ou habeas</p><p>data, ocorre pelo fato de que é necessário utilizar o remédio processual adequado a cada caso. Cabe</p><p>ressaltar que um dos requisitos mais importantes para a impetração do mandado de segurança é a</p><p>identificação da autoridade coatora pela ilegalidade ou abuso do poder. Para fins de impetração de</p><p>mandado de segurança, autoridade é o agente investido no poder de decisão. É importante tal</p><p>caracterização, pois, desta maneira, não há o risco de ilegitimidade passiva na impetração do mandado</p><p>de segurança.</p><p>Similarmente ao habeas corpus, existem duas espécies de mandado de segurança:</p><p>- Preventivo: Quando estamos diante de ameaça ao direito líquido e certo, por ilegalidade ou abuso de</p><p>poder.</p><p>- Repressivo: Quando a ilegalidade ou abuso de poder já foram praticados.</p><p>LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne</p><p>inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,</p><p>à soberania e à cidadania;</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>14</p><p>O mandado de injunção tem por objetivo combater a falta de efetividade das normas constitucionais.</p><p>Para que seja possível a impetração de mandado de injunção há necessidade da presença de dois</p><p>requisitos:</p><p>- Existência de norma constitucional que preveja o exercício de direitos e liberdades constitucionais e</p><p>das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.</p><p>- Inexistência de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades</p><p>constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.</p><p>A grande consequência do mandado de injunção consiste na comunicação ao Poder Legislativo para</p><p>que elabore a lei necessária ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais.</p><p>LXXII- conceder-se-á habeas data:</p><p>a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de</p><p>registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;</p><p>b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou</p><p>administrativo;</p><p>O habeas data assegura o direito de informação. De acordo com o princípio da informação todos têm</p><p>direito de receber informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros ou banco de dados</p><p>de entidades governamentais ou de caráter público.</p><p>LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao</p><p>patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio</p><p>ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas</p><p>judiciais e do ônus da sucumbência;</p><p>A Ação Popular é regida pela Lei nº 4.717/65 que confere legitimidade de propositura ao cidadão (os</p><p>que estão em gozo dos direitos políticos - direito de votar e ser votado), imbuído de direitos políticos, civis</p><p>e sociais. Este remédio constitucional, cuja legitimidade para propositura, é do cidadão, visa um</p><p>provimento jurisdicional (sentença) que declare a nulidade de atos lesivos ao patrimônio público.</p><p>Não confunda ação civil pública com ação popular: A ação civil pública, explicitada pela Lei nº 7.347/85,</p><p>é um instrumento processual tendente a tutelar interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.</p><p>Neste caso, a Lei da Ação Civil Pública, dispõe um rol de legitimados à propositura da ação, como por</p><p>exemplo: a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, o Ministério Público, dentre outros. Desta</p><p>maneira, podemos perceber que o cidadão individualmente considerado, detentor de direitos políticos,</p><p>não é legitimado para a propositura de tal ação.</p><p>LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de</p><p>recursos;</p><p>Com a finalidade de atender aos indivíduos mais necessitados financeiramente, a própria Constituição</p><p>em seu artigo 134, trata da Defensoria Pública, instituição especificamente destinada a este fim, que</p><p>incumbe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus.</p><p>LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do</p><p>tempo fixado na sentença;</p><p>Estamos diante de responsabilidade objetiva do Estado, ou seja, comprovado o nexo de causalidade</p><p>entre a conduta e o resultado danoso, será exigível a indenização, independentemente da comprovação</p><p>de culpa ou dolo.</p><p>LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:</p><p>a) o registro civil de nascimento;</p><p>b) a certidão de óbito;</p><p>LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da lei, os atos necessário</p><p>ao exercício da cidadania;</p><p>Exemplo: a emissão de título de eleitor - que garante ao indivíduo o caráter de cidadão, para fins de</p><p>propositura de ação popular.</p><p>LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo</p><p>e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>15</p><p>A duração razoável do processo deverá ser empregada tanto na esfera judicial como na administrativa,</p><p>fazendo com que o jurisdicionado não necessite aguardar longos anos à espera de um provimento</p><p>jurisdicional.</p><p>§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.</p><p>Os direitos e garantias fundamentais constantes na C.F. passaram a ter total validade com sua entrada</p><p>em vigor, independentemente, da necessidade de regulamentação de algumas matérias por lei</p><p>infraconstitucional.</p><p>§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e</p><p>dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil</p><p>seja parte.</p><p>Além dos direitos e garantias já existentes, este parágrafo consagra a possibilidade de existência</p><p>de</p><p>outros decorrentes do regime democrático. Quando o assunto abordado diz respeito aos tratados, cabe</p><p>ressaltar a importante alteração trazida pela Emenda Constitucional nº 45/04, que inseriu o parágrafo 3º,</p><p>que será analisado posteriormente.</p><p>§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada</p><p>Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão</p><p>equivalentes às emendas constitucionais.</p><p>Este parágrafo trouxe uma novidade inserida pela Emenda Constitucional nº 45/04 (Reforma do</p><p>Judiciário). Cabe ressaltar que este parágrafo somente abrange os tratados e convenções internacionais</p><p>sobre direitos humanos. Assim, os demais tratados serão recepcionados pelo ordenamento jurídico</p><p>brasileiro com o caráter de lei ordinária, diferentemente do tratamento dado aos tratados de direitos</p><p>humanos, com a edição da Emenda nº 45/04.</p><p>§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado</p><p>adesão.</p><p>Este parágrafo é outra novidade inserida ao ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional nº</p><p>45/04. O referido tribunal foi criado pelo Estatuto de Roma em 17 de julho de 1998, o qual foi subscrito</p><p>pelo Brasil. Trata-se de instituição permanente, com jurisdição para julgar genocídio, crimes de guerra,</p><p>contra a humanidade e de agressão, e cuja sede se encontra em Haia, na Holanda. Os crimes de</p><p>competência desse Tribunal são imprescritíveis, dado que atentam contra a humanidade como um todo.</p><p>O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às leis ordinárias. Em que pese tenha</p><p>adquirido este caráter, o mencionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui</p><p>característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em nosso ordenamento jurídico antes da</p><p>edição da Emenda Constitucional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas</p><p>constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas.</p><p>Questões</p><p>01. (ABIN - Técnico de Inteligência - CESPE/2018) A respeito dos direitos e das garantias</p><p>fundamentais, julgue o item a seguir.</p><p>O direito à liberdade de expressão artística previsto constitucionalmente não exclui a possibilidade de</p><p>o poder público exigir licença prévia para a realização de determinadas exposições de arte ou concertos</p><p>musicais.</p><p>( ) Certo ( ) Errado</p><p>02. (DPE/SC - Técnico Administrativo - FUNDATEC/2018) Em relação aos Direitos e Garantias</p><p>fundamentais previstos na Constituição Federal, analise as seguintes assertivas:</p><p>I. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente</p><p>de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,</p><p>sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.</p><p>II. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.</p><p>III. Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,</p><p>transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>16</p><p>Quais estão corretas?</p><p>(A) Apenas I.</p><p>(B) Apenas III.</p><p>(C) Apenas I e II.</p><p>(D) Apenas I e III.</p><p>(E) I, II e III.</p><p>03. (Pref. de Penalva/MA - Procurador Municipal - IMA/2017) Nos termos da Constituição Federal</p><p>de 1988, acerca dos direitos e garantias individuais e coletivos, é CORRETO afirmar que:</p><p>(A) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável</p><p>o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania</p><p>e à cidadania.</p><p>(B) São gratuitas as ações de habeas corpus e mandado de segurança, e, na forma da lei, os atos</p><p>necessários ao exercício da cidadania.</p><p>(C) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata.</p><p>(D) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o</p><p>tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por</p><p>eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.</p><p>04. (PC/AP - Agente de Polícia - FCC/2017) A Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e</p><p>deveres individuais e coletivos,</p><p>(A) assegura-os aos brasileiros residentes no País, mas não aos estrangeiros em trânsito pelo território</p><p>nacional, cujos direitos são regidos pelas normas de direito internacional.</p><p>(B) prescreve que a natureza do delito praticado não pode ser critério para determinar o</p><p>estabelecimento em que a pena correspondente será cumprida pelo réu.</p><p>(C) atribui ao júri a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, assegurando a</p><p>plenitude de defesa, a publicidade das votações e a soberania dos veredictos.</p><p>(D) excepciona o princípio da irretroatividade da lei penal ao permitir que a lei seja aplicada aos crimes</p><p>cometidos anteriormente a sua entrada em vigência, quando for mais benéfica ao réu, regra essa que</p><p>incide, inclusive, quando se tratar de crime hediondo.</p><p>(E) determina que a prática de crime hediondo constitui crime inafiançável e imprescritível.</p><p>05. (Pref. de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito - IOBV) De acordo com o texto constitucional, é</p><p>direito fundamental do cidadão:</p><p>(A) A manifestação do pensamento, ainda que através do anonimato.</p><p>(B) A liberdade de associação para fins lícitos, inclusive de caráter paramilitar.</p><p>(C) Ser compelido a fazer ou deixar de fazer alguma coisa somente em virtude de lei.</p><p>(D) Ser livre para expressar atividade intelectual e artística, mediante licença do Ministério da</p><p>Educação e Cultura.</p><p>06. (Pref. de Valença/BA - Técnico Ambiental - AOCP) Sobre os direitos fundamentais, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do</p><p>morador, exceto apenas no caso de flagrante delito.</p><p>(B) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das</p><p>comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei</p><p>estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.</p><p>(C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, não podendo a lei estabelecer qualquer</p><p>requisito.</p><p>(D) O homicídio constitui crime inafiançável e imprescritível.</p><p>(E) No Brasil, não se admite pena de morte em hipótese alguma.</p><p>07. (TRF 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC) Sobre o disposto nos incisos do art. 5º da</p><p>Constituição Federal, é INCORRETO afirmar que é</p><p>(A) livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações</p><p>profissionais que a lei estabelecer.</p><p>(B) permitido se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente</p><p>de autorização ou prévio aviso, desde que a iniciativa não frustre outra reunião anteriormente convocada</p><p>para o mesmo local.</p><p>Apostila gerada especialmente para: Celio Vanderlei Motta da Motta 949.916.260-72</p><p>17</p><p>(C) livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,</p><p>independentemente de censura ou licença.</p><p>(D) assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nos estabelecimentos</p><p>penitenciários.</p><p>(E) livre a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, independentemente de</p><p>autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.</p><p>Gabarito</p><p>01.Errado / 02.D / 03.D / 04.D / 05.C / 06.B /07.B</p><p>Comentários</p><p>01. Resposta: Errado</p><p>A resposta encontra-se no artigo 5°, inciso IX, vejamos:</p><p>“É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,</p><p>independentemente de censura ou licença”.</p><p>02. Resposta: D</p><p>Item I) CORRETA: Art. 5º, XVI - “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos</p><p>ao público, independentemente</p>