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Prévia do material em texto

<p>■</p><p>■</p><p>■</p><p>■</p><p>■</p><p>■</p><p>O autor deste livro e a EDITORA SANTOS empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações e os procedimentos</p><p>apresentados no texto estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelo</p><p>autor até a data da entrega dos originais à editora. Entretanto, tendo em conta a evolução das ciências da saúde, as mudanças</p><p>regulamentares governamentais e o constante fluxo de novas informações sobre terapêutica medicamentosa e reações adversas a</p><p>fármacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que</p><p>as informações contidas neste livro estão corretas e de que não houve alterações nas dosagens recomendadas ou na legislação</p><p>regulamentadora.</p><p>O autor e a editora se empenharam para citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de</p><p>qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e involuntariamente, a</p><p>identificação de algum deles tenha sido omitida.</p><p>Direitos exclusivos para a língua portuguesa</p><p>Copyright © 2017 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA.</p><p>Publicado pela Editora Santos, um selo integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional</p><p>Travessa do Ouvidor, 11</p><p>Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040-040</p><p>Tels.: (21) 3543-0770/(11) 5080-0770 | Fax: (21) 3543-0896</p><p>www.grupogen.com.br | faleconosco@grupogen.com.br</p><p>Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por</p><p>quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da</p><p>EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA.</p><p>Capa: Bruno Sales</p><p>Produção digital: Geethik</p><p>Ficha catalográfica</p><p>M748f</p><p>2. ed.</p><p>Mondelli, José, 1937-</p><p>Fundamentos da dentística operatória / José Mondelli, Adilson Yoshio Furuse, Rafael Francisco Lia Mondelli e colaboradores. - 2.</p><p>ed. - [Reimpr.] - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018.</p><p>il.</p><p>ISBN: 978-85-277-3109-6</p><p>1. Dentística operatória. 2. Cavidade dentária - Preparo. I. Título.</p><p>16-38571 CDD: 617.6</p><p>CDU: 616.314</p><p>http://www.grupogen.com.br/</p><p>mailto:faleconosco@grupogen.com.br</p><p>http://www.geethik.com/</p><p>Coautores</p><p>Adilson Yoshio Furuse</p><p>Professor Doutor do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de</p><p>Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Rafael Francisco Lia Mondelli</p><p>Professor Titular do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de</p><p>Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Aquira Ishikiriama</p><p>Professor Titular Sênior do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia</p><p>de Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Eduardo Batista Franco</p><p>Professor Titular pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Adriano Lia Mondelli</p><p>Professor Doutor pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Diretor do Instituto Mondelli de</p><p>Odontologia.</p><p>Colaboradores</p><p>Sérgio Kiyoshi Ishikiriama</p><p>Professor Doutor do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de</p><p>Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Carlos Eduardo Francischone</p><p>Professor Titular do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de</p><p>Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Marcelo Agnoletti Pereira</p><p>Professor Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Odirlei Arruda Malaspina</p><p>Professor Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Rubens Carneiro Valera</p><p>Professor Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Juliana Fraga Soares Bombonatti</p><p>Professora Doutora da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.</p><p>Assessores Técnico-Científicos</p><p>Alfredo Esteban Llerena-Icochea</p><p>Angélica Feltrin dos Santos</p><p>Carlos Andres Villavicencio-Espinoza</p><p>Fabio Antonio Piola Rizzante</p><p>Fernanda Sandes de Lucena</p><p>Franco Naoki Mezarina-Kanashiro</p><p>Genine de Freitas Moreira Guimarães</p><p>Gisele Aihara Haragushiku</p><p>Mayara Hana Narimatsu</p><p>Assessores Técnicos</p><p>Clélia Rita Capossi dos Santos</p><p>Elizabeth dos Santos Cariani</p><p>Nelson Queiroz</p><p>Zuleica Valderes Roberto</p><p>Página de Honra</p><p>Nossa homenagem e gratidão a quatro excepcionais docentes, pesquisadores e grandes amigos que não se limitaram a fazer da</p><p>Odontologia uma extensão de vida. Eles deixaram a profissionais e instituições de todo o país exemplos e lições de muita</p><p>competência, respeito aos ideais de trabalho e, acima de tudo, compromisso com a ética e a lealdade. Aos Profs. Drs. Alceu</p><p>Berbert, Dioracy Fonterrada Vieira, Lincoln Stealgal e Pedro Américo Machado Bastos, obrigado pelo legado e pelos</p><p>ensinamentos.</p><p>Agradecimentos</p><p>Não é fácil dizer obrigado, porque em todos os ambientes há pessoas e entidades que, de imediato, se associam aos nossos</p><p>objetivos e, de maneira totalmente desprovida de interesses pessoais, oferecem preciosa colaboração. Difícil seria, portanto,</p><p>nominá-las e, assim, inicialmente, apresento meus mais profundos agradecimentos a todos que, presencialmente ou a distância,</p><p>participaram, de algum modo, de mais este trabalho em equipe.</p><p>É necessário, porém, dar destaque especial aos que de maneira mais efetiva estiveram conosco no desenvolvimento das</p><p>diferentes, árduas e minuciosas atividades que fizeram parte do preparo da segunda edição de meu livro.</p><p>Agradeço ao Prof. Dr. Adilson Yoshio Furuse, que assumiu a responsabilidade de fazer contatos com a Editora, combinar a</p><p>publicação, além de demonstrar segurança na revisão e na conferência dos capítulos, e redigir e confeccionar novos conteúdos.</p><p>Preciso salientar que só após 10 anos da primeira edição está sendo possível este lançamento, isto porque foi o Prof. Adilson,</p><p>coautor da primeira edição, que se dispôs a efetivar junto comigo a preparação deste livro que há algum tempo já necessitava de</p><p>nova edição. Agradeço, de modo especial, aos funcionários do departamento de Dentística, pela disponibilidade constante; ao</p><p>Prof. Dr. Amilcar Werneck de Carvalho Vianna, um dos professores responsáveis pela Odontologia Científica Latino-</p><p>Americana, exemplo de figura humana, competência, conhecimento e sabedoria, pela gentileza do Prefácio. Como é bom ter</p><p>alguém irmanado que vibra e se emociona com o que fazemos e oferece constantemente sua amizade sincera e comovente; ao</p><p>meu mais antigo colega e, por que não dizer, irmão de Departamento, Prof. Clovis Monteiro Bramante, exemplo de</p><p>competência e dedicação ao ensino, que me honrou com a Apresentação desta edição. É um dos professores que mais contribui</p><p>para elevar o nome da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo, no exterior e em nosso país.</p><p>Começamos, vivemos e crescemos juntos, unidos e leais aos nossos objetivos e a todos aos que compartilham deles, sempre</p><p>colocando os ideais do Departamento acima de tudo. Por isso, estamos trabalhando, produzindo, irmanados e juntos há 54 anos.</p><p>Agradeço também, pela colaboração, às empresas 3M Espe, São Paulo – SP; Angelus – Indústria de Produtos</p><p>Odontológicos Ltda., Londrina – PR; Coltene, Rio de Janeiro – RJ; Dentsply – Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis – RJ;</p><p>DFL – Indústria e Comércio Ltda., Rio de Janeiro – RJ; DMC Dental – Equipamentos Ltda., São Carlos – SP; FGM – Produtos</p><p>Odontológicos, Joinville – SC; Gnatus Equipamentos Médico-Odontológicos, Ribeirão Preto – SP; Golgran, São Caetano do</p><p>Sul – PR; Heraeus Kulzer South America, São Paulo – SP; Ivoclar Vivadent AG, São Paulo – SP; KG Sorensen, Cotia – SP;</p><p>Microdont Ltda., São Paulo – SP; MOM – Manequins Odontológicos Marília, Marília – SP; MM Optics, São Carlos – SP; P-</p><p>Oclusal Produtos Odontológicos Ltda., São Paulo – SP; SDI, São Paulo – SP; SS White – Artigos Dentários Ltda., Juiz de Fora</p><p>– MG; TDV Dental Ltda., Pomerode – SC; Ultradent Products Inc., Indaiatuba – SP; Wilcos do Brasil, Petrópolis – RJ.</p><p>Não posso, porém, deixar de fazer menção a algumas</p><p>é frequentemente</p><p>menos acentuada (Figura 2.9B). Para restaurações indiretas do tipo inlay e onlay, as paredes vestibular e lingual da caixa</p><p>proximal devem ser divergentes no sentido gêngivo-oclusal e axioproximal, em função da resistência de borda que o material</p><p>apresenta e, também, como forma de conveniência para o plano de inserção e remoção da peça (Figuras 2.9A e 2.17A).</p><p>No caso de presença de concavidades nas paredes pulpar e axial, após a remoção da cárie, convém que elas sejam</p><p>reconstruídas e/ou regularizadas com bases protetoras adequadas, porém com o material restaurador sempre apoiado em dentina</p><p>(Figuras 2.10 e 2.11).</p><p>Figura 2.8 A. Preparo cavitário com paredes circundantes paralelas entre si e perpendiculares à parede pulpar. B.</p><p>Preparo cavitário com paredes convergentes, que proporcionam bordas adequadas para o material restaurador</p><p>(amálgama).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-23</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-9</p><p>Figura 2.9 A. Preparo cavitário típico de classe II para restauração metálica fundida, cujas paredes vestibular e</p><p>lingual das caixas proximais encontram a superfície externa do dente em ângulo agudo. B. Para amálgama a</p><p>cavidade apresenta a curva reversa de Hollenback, principalmente na região vestibular, a fim de formar ângulo reto</p><p>com a superfície externa do dente.</p><p>Figura 2.10 Base protetora regularizando a parede pulpar. A. Visão oclusal. B. Corte no sentido mesiodistal.</p><p>Figura 2.11 Planificação das paredes pulpar e axial com base protetora.</p><p>Idealmente, o esmalte deve ficar apoiado em dentina hígida, a fim de evitar que fique sem suporte e, consequentemente,</p><p>fragilizado, podendo sofrer fratura sob ação dos esforços mastigatórios. Quando o apoio da estrutura de esmalte sobre dentina</p><p>sadia não for possível, o esmalte, quando não fragilizado, deverá ser calçado por material com características adesivas (resinas</p><p>compostas e cimentos ionoméricos), ou reduzido e depois protegido por material restaurador que apresente propriedades</p><p>mecânicas satisfatórias para essa finalidade, como amálgama ou a própria resina composta (Figura 2.12).</p><p>No caso de amálgama, a profundidade da cavidade deve ser adequada de modo a permitir uma espessura mínima de</p><p>material, suficiente para sua resistência. Se tal princípio não for seguido, poderá haver fratura do corpo da restauração.</p><p>Como se percebe, a forma de resistência também está diretamente relacionada com a própria resistência do material</p><p>restaurador, sendo fator preponderante a sua indicação precisa para cada caso. Materiais frágeis nas bordas, como o amálgama,</p><p>exigem restaurações mais espessas, que não permitem acabamento marginal em forma de bisel, e sim paredes terminando em</p><p>ângulo reto com a superfície externa do dente. As restaurações de resina composta oferecem a possibilidade de proteção às</p><p>estruturas remanescentes e resistência às forças mastigatórias, sem a necessidade de uma espessura mínima de material.</p><p>Deve-se dar atenção à obtenção da forma de resistência dos dentes tratados endodonticamente, em virtude de a estrutura</p><p>dentária remanescente muitas vezes apresentar-se enfraquecida e/ou quebradiça. Quando enfraquecidas e quebradiças, as</p><p>cúspides devem ser reduzidas pelo preparo da cavidade e cobertas com material restaurador adequado, no caso, restauração</p><p>metálica fundida, cerâmica ou à base de resina, a fim de evitar possíveis fraturas durante a mastigação (Figura 2.13).</p><p>Figura 2.12 A. Preparo conservador proporciona resistência à estrutura dentária e ao material restaurador. B.</p><p>Preparo cavitário para restauração indireta possibilita proteção da estrutura dentária remanescente. C. Apoio da</p><p>estrutura de esmalte com material adesivo, tal como resina composta ou cimento ionomérico.</p><p>O ângulo axiopulpar deverá ser arredondado, para diminuir a concentração de esforços capazes de provocar a fratura do</p><p>material restaurador, como por exemplo o caso de amálgama em cavidade de classe II (Figura 2.14).</p><p>Figura 2.13 Dente despolpado reconstruído internamente (núcleo de preenchimento) e restaurado por meio de</p><p>uma onlay.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-14</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 2.14 O ângulo axiopulpar arredondado possibilita maior volume do material restaurador (amálgama) e evita</p><p>concentração de esforços.</p><p>FORMA DE RETENÇÃO</p><p>As formas de resistência e retenção, apesar de serem consideradas de maneira isolada, em termos didáticos, são muitas vezes</p><p>obtidas simultaneamente. Portanto, todos os princípios que regem a forma de resistência são importantes e válidos para a forma</p><p>de retenção.</p><p>A forma de retenção é obtida mecanicamente pela configuração interna da cavidade (inclinação das paredes), por retenções</p><p>adicionais (sulcos, orifícios, canaletas, pinos metálicos) e pelo atrito friccional do material restaurador com as paredes da</p><p>cavidade, além de adesão micromecânica proporcionada pelos sistemas e materiais adesivos.</p><p>A finalidade da forma de retenção é evitar o deslocamento da restauração por: (1) ação das forças mastigatórias; (2) tração</p><p>por alimentos pegajosos; (3) diferença do coeficiente de expansão térmica entre o material restaurador e a estrutura dentária,</p><p>especialmente nos casos das resinas restauradoras.</p><p>Tipos de retenção</p><p>Os tipos de retenção incluem:</p><p>Retenção por atrito do material restaurador</p><p>Retenções mecânicas adicionais, sulcos, canaletas, orifícios e pinos reforçados com fibras e metálicos</p><p>Retenções micromecânicas, pelo condicionamento ácido do esmalte e da dentina para resinas restauradoras.</p><p>A abordagem para obter formas de retenção adequadas difere conforme o tipo de cavidade a ser preparada e o sistema</p><p>restaurador. Quando materiais adesivos como resinas compostas são utilizadas, em geral a forma de retenção é definida por</p><p>retenções micromecânicas e bisel. No caso de cimentos de ionômero de vidro, a união química às estruturas dentárias é o</p><p>principal mecanismo de retenção.</p><p>Cavidade simples</p><p>Nas cavidades simples em geral pode-se aplicar o princípio geral enunciado por Black:1 “quando a profundidade de uma</p><p>cavidade for igual ou maior que sua largura vestibulolingual, por si só ela será retentiva” (Figura 2.15A). Contudo, no caso de</p><p>amálgama, se a abertura vestibulolingual for maior que a profundidade, deverão ser providenciadas retenções mecânicas</p><p>adicionais internas determinadas em dentina, na base das cúspides (Figura 2.15B) ou, como recomenda Markley,6 devem ser</p><p>preparadas as paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal, tornando a cavidade autorretentiva (Figura 2.15C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-15</p><p>Figura 2.15 A. Cavidade com paredes paralelas com profundidade maior do que a largura. B. Cavidade com</p><p>retenções na base de cúspides. C. Cavidade com paredes convergentes para oclusal. As cavidades A e C são</p><p>consideradas autorretentivas.</p><p>Cavidades compostas e complexas</p><p>O problema da retenção nessas cavidades é mais complexo, pois, além das retenções individuais de cada caixa, existe</p><p>interdependência entre elas. Assim, alguns procedimentos poderão ser adotados, a fim de se obter a estabilidade da restauração.</p><p>Cauda de andorinha oclusal e sulcos proximais</p><p>A cauda de andorinha representada pela caixa oclusal auxilia a retenção de restaurações de cavidade próximo-oclusais (Figura</p><p>2.16A), no entanto, do ponto de vista biológico e mesmo da resistência da estrutura dentária remanescente, não é vantajosa,</p><p>como bem salientaram Mondelli et al.9 Por outro lado, em cavidades de classe II, próximo-oclusais conservadoras, enquanto a</p><p>cauda de andorinha aumenta em aproximadamente quatro vezes a retenção da restauração na cavidade no sentido axioproximal,</p><p>a confecção de sulcos proximais (Figura 2.16B), vestibular e lingual aumenta aproximadamente em dez vezes essa retenção,</p><p>com a vantagem de economizar estrutura dentária,4,8 constituindo um procedimento biomecânico mais recomendável.</p><p>Figura 2.16 A. Cavidade com cauda de andorinha. B. Cavidade tipo slot vertical e com canaletas proximais.</p><p>Inclinação das paredes vestibular e lingual da caixa proximal</p><p>Quando o material restaurador for de inserção direta (amálgama e resina composta), essas paredes podem ser convergentes para</p><p>oclusal e, na região oclusal, a restauração fica menos exposta às forças de mastigação (Figura 2.17A). Para amálgama, quando</p><p>houver necessidade de retenções adicionais, estas poderão ser feitas em forma de sulcos ou canaletas nas paredes vestibular e</p><p>lingual da caixa proximal, ou pela inclinação da parede gengival no sentido axiopulpar. Nas cavidades para restaurações</p><p>indiretas tipo inlay e onlay, as paredes devem apresentar divergência mínima para oclusal, apenas o suficiente para possibilitar a</p><p>moldagem e posterior eixo de inserção da peça protética ou incrustação (Figura 2.17B). A retentividade para restaurações</p><p>indiretas é promovida pelo embricamento mecânico entre as paredes das incrustações e as paredes cavitárias, além da ação do</p><p>agente cimentante.</p><p>Sulcos proximais</p><p>Recurso retentivo confeccionado à custa das paredes vestibular e lingual da caixa proximal, com o objetivo de se evitar o</p><p>deslocamento lateral da restauração quando da incidência de uma carga oclusal (Figura 2.18). De maneira geral, essas retenções</p><p>são confeccionadas com brocas troncocônicas e são efetivas espacialmente para as restaurações de amálgama próximo-oclusais</p><p>(MO ou MOD).7,8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref8</p><p>Pinos metálicos e reforçados por fibras</p><p>Outro recurso para aumentar a retenção e estabilidade das restaurações feitas em cavidades muito extensas, tanto para amálgama</p><p>(Figura 2.19A) como para restauração metálica fundida (Figura 2.20),é o uso de pinos ancorados em dentina. Em dentes</p><p>tratados endodonticamente e que apresentem grande destruição coronária, para obter forma de retenção para restaurações diretas</p><p>e/ou indiretas, podem-se empregar pinos pré-fabricados reforçados com fibras ou metálicos (Figura 2.19B).</p><p>Figura 2.17 A. Preparo cavitário com paredes expulsivas para restauração indireta. B. Preparo cavitário com</p><p>paredes retentivas para materiais restauradores diretos.</p><p>Figura 2.18 Retenção adicional em forma de sulco ou canaleta na caixa proximal.</p><p>Figura 2.19 Retenção adicional: pinos em dentina (A) e nos condutos radiculares (B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-19</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-19</p><p>Figura 2.20 Recurso para aumentar a retenção de restaurações metálicas fundidas (pinledge).</p><p>FORMA DE CONVENIÊNCIA</p><p>Esse ato operatório depende das propriedades do material restaurador, dos métodos empregados para a confecção da restauração</p><p>e da localização e extensão da lesão. Assim, para restaurações de dentes anteriores, certos passos prévios ao preparo da</p><p>cavidade, como isolamento absoluto do campo operatório e separação dos dentes, são formas de conveniência para se obter o</p><p>controle da saliva e/ou do sangramento gengival, e a retração da gengiva para melhor visibilidade e acesso ao campo a ser</p><p>operado. Quando houver necessidade de aumentar a extensão da cavidade, para facilitar a instrumentação, esse acesso, sempre</p><p>que possível e por motivos estéticos, deve ser feito por lingual.</p><p>Nos casos de cárie estritamente proximal em cavidades de classe II, o acesso à lesão proximal para instrumentação por</p><p>meio das faces oclusal ou vestibular, mesmo que estas não estejam cariadas, é considerado uma forma de conveniência (Figura</p><p>2.21).</p><p>A confecção da parede pulpar inclinada de vestibular para lingual, em pré-molares inferiores e da parede axial convexa, em</p><p>preparos de classe V, acompanhando a superfície externa do dente, constitui forma de conveniência biológica, pois evita a</p><p>exposição pulpar e preserva a estrutura dentária (Figura 2.22).</p><p>REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA REMANESCENTE</p><p>Quando a cárie é incipiente, a remoção da dentina cariada é concomitante com as outras fases do preparo cavitário. No entanto,</p><p>se permanecer cárie após as fases prévias, somente a porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão no</p><p>assoalho cavitário. Essa depressão deverá ser preenchida com uma base protetora adequada até atingir o nível da parede de</p><p>fundo (Figura 2.11), possibilitando distribuição uniforme das forças que incidem sobre a restauração. Por outro lado, quando a</p><p>cárie for extensa e profunda, a remoção poderá ser feita antes da delimitação da forma de contorno externa. A progressão da</p><p>cárie em dentina é caracterizada por duas áreas, segundo Sturdevant13 e Mondelli:10</p><p>Figura 2.21 Forma de conveniência: acesso oclusal (A) e acesso à lesão proximal sem comprometer a crista</p><p>marginal (B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-21</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-21</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-22</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref10</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 2.22 Inclinação da parede pulpar em pré-molar inferior (A) e parede axial convexa em preparo cavitário de</p><p>classe V (B e C).</p><p>Área de dentina profunda afetada: é a dentina desmineralizada, mas não infectada, sem presença de microrganismos; essa</p><p>dentina pode ser preservada e protegida no ato operatório</p><p>Área da dentina infectada: é a dentina mais superficial e significativamente invadida por microrganismos e que deve ser</p><p>removida.</p><p>ACABAMENTO DAS PAREDES E MARGENS DE ESMALTE</p><p>Clinicamente, após a confecção de uma cavidade ou o preparo protético, o esmalte pode apresentar-se em três condições:</p><p>O esmalte sem suporte dentinário, mas não friável, pode ser mantido e calçado com materiais adesivos</p><p>As camadas de esmalte sem suporte dentinário e friáveis devem ser eliminadas durante os procedimentos de clivagem e</p><p>acabamento das paredes adamantinas</p><p>Os prismas fragilizados da margem do esmalte com e sem suporte que ocorrem</p><p>no ângulo cavossuperficial e se soltam</p><p>facilmente sob qualquer pressão, devendo ser removidos durante o acabamento, seja com a utilização de instrumentos</p><p>cortantes manuais ou com instrumentos rotatórios.</p><p>A finalidade do acabamento das paredes e margens de esmalte é promover a remoção das suas irregularidades e prismas de</p><p>esmalte sem suporte, friáveis e fragilizados deixados pela instrumentação inicial, de modo a proporcionar a melhor adaptação</p><p>marginal possível entre o material restaurador e a estrutura dentária. Para tanto, as paredes internas de esmalte são alisadas e o</p><p>ângulo cavossuperficial recebe um tratamento de acordo com o material restaurador a ser empregado, podendo ser biselado ou</p><p>vivo; porém, deverá ser sempre nítido, liso e uniforme (Figura 2.23).</p><p>Esse acabamento pode ser realizado com instrumentos manuais cortantes ou instrumentos rotatórios, como brocas</p><p>multilaminadas, discos de lixa, pontas diamantadas e pedras montadas para acabamento.</p><p>Figura 2.23 A. Cavidade para amálgama com caixa proximal autorretentiva e ângulo cavossuperficial definido e</p><p>sem bisel. B. Cavidade com paredes divergentes para restauração metálica fundida e ângulo cavossuperficial</p><p>biselado.</p><p>LIMPEZA DA CAVIDADE</p><p>Tendo como base o princípio de que todo dente, antes de ser restaurado, deve apresentar-se devidamente limpo e seco, a</p><p>limpeza da cavidade, último tempo operatório de um preparo cavitário, é a remoção de detritos deixados durante a</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-23</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>8.</p><p>9.</p><p>10.</p><p>11.</p><p>12.</p><p>13.</p><p>instrumentação, tais como raspas de dentina e esmalte, bactérias, pequenos fragmentos abrasivos dos instrumentos rotatórios,</p><p>óleo proveniente dos aparelhos de alta e baixa velocidades etc. Os detritos (ou smear layer) deixados sobre a superfície do</p><p>preparo podem obliterar os canalículos dentinários recém-cortados e interferir na adaptação do material restaurador às paredes</p><p>cavitárias. O procedimento usual para se efetuar a limpeza da cavidade é o emprego de jatos de água e de ar, para livrá-la de</p><p>partículas remanescentes do preparo (muito embora esse procedimento só remova as partículas maiores). Assim, agentes para a</p><p>limpeza cavitária como clorexidina, água de hidróxido de cálcio etc. têm sido utilizados, mesmo ainda existindo por parte dos</p><p>pesquisadores e clínicos dúvidas sobre a real efetividade de limpeza que esses agentes possam apresentar, bem como sobre o</p><p>comportamento biológico diante do complexo dentinopulpar. Dessa forma, a solução de hidróxido de cálcio é a que mais</p><p>satisfaz os requisitos como agente de limpeza, principalmente pelo aspecto de compatibilidade biológica. Francischone et al.5</p><p>verificaram que os agentes ácidos fortes foram mais efetivos em termos de limpeza; entretanto, não podem ser esquecidos os</p><p>efeitos deletérios ao complexo dentinopulpar em diversos níveis, somando-se às lesões oriundas da lesão cariosa e do preparo</p><p>cavitário. Sendo assim, depois de preparada, toda a cavidade deve ser avaliada quanto à sua profundidade e em função dos</p><p>materiais de proteção e restaurador a serem utilizados, para se escolher o agente de limpeza (consultar o livro Proteção do</p><p>complexo dentinopulpar, de Mondelli).10</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908.</p><p>BLACK, G.V. The management of enamel margins. Dent Cosmos, 1891, p. 33.</p><p>BLACK, G.V. Extension for prevention. Dent Cosmos, 1905, n. 47, p. 860-9.</p><p>CROCKETT, W.D. et al. The influence of proximal retention grooves on the retention and resistance of Class II preparations</p><p>for amalgams. J Am Dent Assoc, 1975, v. 91, p. 1053-6.</p><p>FRANCISCHONE, C.E. et al. Efeito de alguns agentes de limpeza sobre a dentina observado através de microscopia</p><p>eletrônica de varredura. Estomatol Cult, 1984, v. 14, p. 49-56.</p><p>MARKLEY, M.R. Restorations of silver amalgam. J Am Dent Assoc, 1951, n. 43, p. 133-46.</p><p>MONDELLI, J. et al. Técnica de instrumentação de cavidades modernas de classe II para amálgama.Estomatol Cult, 1972, n.</p><p>6, p. 184-92.</p><p>MONDELLI, J. et al. Fracture strength of amalgam restorations in modern Class II preparations with proximal retentive</p><p>grooves. J Prosthet Dent, 1974, v. 32, p. 564-71.</p><p>MONDELLI, J. et al. Fracture strength of human teeth with different cavity preparation. J Prosthet Dent, 1980, v. 43, p. 419-</p><p>22.</p><p>MONDELLI, J. Proteção do complexo dentinopulpar. São Paulo: Artes Médicas, 1998.</p><p>MONDELLI, J. et al. The adhesive aesthetic dentistry and Black’s principles: what has changed over one century? RSBO,</p><p>2013, v. 10, p. 299.</p><p>SIMON, W.J. Clinica de operatoria dental. Buenos Aires: Mundi, 1959.</p><p>STURDEVANT, C.M. et al. The art and science of operative dentistry. New York: McGraw-Hill Book, 1968.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref10</p><p>P</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>ara estabelecer o preparo cavitário, são necessários instrumentos que proporcionem o acesso à lesão que afeta a estrutura</p><p>dentária, de modo a possibilitar diferentes abordagens, em função do tipo de procedimento que se pretende realizar.</p><p>A estrutura dentária, em especial o esmalte, é um elemento de grande dureza, o que implica a necessidade de instrumentos</p><p>suficientemente resistentes para cortar ou desgastar com eficiência o esmalte ou dentina.</p><p>A utilização racional e padronizada de instrumentos mecânicos ou manuais traz resultados benéficos tanto para o</p><p>profissional quanto para o paciente. Com o uso dos diferentes instrumentos operatórios é possível ter acesso às diferentes áreas</p><p>da cavidade bucal e, consequentemente, obter preparos de cavidades sistematizados.</p><p>Os instrumentos operatórios para o preparo de cavidades podem ser agrupados nas seguintes categorias:</p><p>Instrumentos cortantes manuais</p><p>Instrumentos rotatórios</p><p>Laser</p><p>Sistemas ultrassônicos.</p><p>As duas últimas categorias são instrumentos alternativos aos rotatórios, com grande enfoque para abordagens de lesões</p><p>cariosas e não cariosas, permitindo uma configuração cavitária especialmente adequada aos sistemas restauradores adesivos.</p><p>INSTRUMENTOS CORTANTES MANUAIS</p><p>São instrumentos empregados para cortar, clivar e planificar a estrutura dentária, ou complementar a ação dos instrumentos</p><p>rotatórios, durante o preparo das cavidades. Podem ser simples (Figura 3.1A) ou duplos (Figura 3.1B).</p><p>Em geral, cavidades acabadas com instrumentos cortantes manuais demonstram menor infiltração marginal se comparadas</p><p>com as realizadas com instrumentos rotatórios devido à melhor lisura de superfície e adaptação do material restaurador às</p><p>paredes da cavidade.</p><p>Os instrumentos cortantes manuais são constituídos por três partes: cabo, intermediário e lâmina ou ponta ativa (Figura</p><p>3.1).</p><p>A maioria dos instrumentos apresenta um cabo octavado e serrilhado, de modo a evitar deslizamentos quando em função.5</p><p>Entretanto, instrumentos de cabo circular oco são mais leves e de melhor empunhadura.</p><p>Os instrumentos auxiliares, de inserção e de acabamento, não apresentam fórmula, apenas um número de identificação,</p><p>como por exemplo a espátula de inserção no 1 (Figura 3.2).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-2</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.1 Instrumentos simples (A) e duplos (B), constituídos por cabo (c), intermediário (i) e lâmina ou ponta</p><p>ativa (L).</p><p>Figura 3.2 Exemplo de instrumento duplo, que não apresenta fórmula, e sim o número de série.</p><p>Tipos de instrumentos cortantes manuais</p><p>Os principais tipos, ou mais usados, de acordo com a classe (forma de ponta ativa) e a ordem (finalidade) são:</p><p>Cinzéis: instrumentos usados principalmente para planificar e clivar o esmalte. Podem ter diferentes formas e angulações e são</p><p>denominados:</p><p>Cinzéis retos: têm o intermediário e a lâmina retos e apresentam bisel em apenas um dos lados da lâmina (Figura 3.3A)</p><p>Cinzéis monoangulados: têm um ângulo intermediário. Podem ser usados para alisar as paredes de esmalte e dentina</p><p>Cinzéis biangulados: têm duas angulações no intermediário. Podem ser usados também para planificação das paredes</p><p>cavitárias em dentes superiores (Figura 3.3B)</p><p>Cinzéis de Wedelstaedt: têm o intermediário e a lâmina ligeiramente curvos. São os mais versáteis dos instrumentos</p><p>manuais de corte, servindo para diferentes propósitos (Figura 3.3C)</p><p>Enxadas: são muito semelhantes aos cinzéis, diferenciando-se por apresentar o ângulo da lâmina próximo a 25° centesimais.</p><p>Quando a angulação da lâmina for menor do que 12,5° centesimais, o instrumento pode ser considerado cinzel. As enxadas</p><p>são usadas para alisar as paredes cavitárias, principalmente as de classe V, em dentes anteriores. Seu uso é principalmente</p><p>indicado para o acabamento final das paredes internas das cavidades, apesar de também serem empregadas para planificar</p><p>as paredes de esmalte (Figura 3.4)</p><p>Machados: a lâmina do machado é paralela ao eixo longitudinal do instrumento. São usados para clivar, aplainar esmalte e</p><p>planificar as paredes vestibular e lingual das caixas proximais de cavidades de classe II (Figura 3.5B)</p><p>Figura 3.3 Cinzéis: reto (A); biangulado (B); de Wedelstaedt (C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-5</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.4 Enxadas: monoangulada (A); biangulada (B); triangulada (C).</p><p>Figura 3.5 Machados: biangulados (A); triangulado (B).</p><p>Recortadores de margem gengival: são usados especialmente para planificação do ângulo cavossuperficial gengival,</p><p>arredondamento do ângulo axiopulpar e determinação de retenção na parede gengival/cervical de cavidade de classe II</p><p>(Figura 3.6). As lâminas dos recortadores de margem gengival são curvas e anguladas para aplicações dos lados direito e</p><p>esquerdo, tanto nas superfícies mesial como distal, do dente</p><p>Formadores de ângulo: apresentam a extremidade da lâmina em ângulo agudo com o eixo longitudinal, em vez de ângulo reto</p><p>como a maioria dos instrumentos manuais de corte (Figura 3.7). São usados para acentuar ângulos diedros e triedros e</p><p>determinar forma de retenção, principalmente em cavidades de classes III e V</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-7</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.6 Recortadores de margem gengival.</p><p>Figura 3.7 Formadores de ângulos.</p><p>Colher de dentina: é um instrumento escavador usado para a remoção de tecido cariado. Esse instrumento tem um desenho</p><p>semelhante ao de machado, sendo a lâmina ligeiramente curva e com a extremidade arredondada. A colher de dentina pode</p><p>apresentar a extremidade em forma de disco. A escolha da forma desse instrumento depende do caso em particular e da</p><p>preferência do profissional (Figura 3.8).</p><p>Afiação dos instrumentos cortantes manuais</p><p>A manutenção dos instrumentos sempre afiados é essencial para a efetividade de corte e para o refinamento de preparos</p><p>cavitários.</p><p>A afiação pode ser manual ou mecânica. Qualquer que seja o tipo usado, alguns princípios básicos devem ser observados.</p><p>São eles:</p><p>Estabelecer um bisel adequado antes de iniciar a afiação e manter o instrumento fixo, em posição correta, durante todo o</p><p>procedimento</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-8</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Manter a pedra lubrificada com uma fina camada de óleo bem fluido</p><p>Usar pouca pressão contra a pedra para evitar o desenvolvimento de calor com o atrito</p><p>Usar, sempre que possível, uma guia para orientar o plano de desgaste do instrumento</p><p>Conservar as pedras de afiar limpas e livres de esquírolas de metal.</p><p>Figura 3.8 Tipos de escavadores ou colheres de dentina: de Black (A); de Gillet (B), de Darby-Perry (C); com</p><p>intermediário longo para pulpotomia (D).</p><p>Afiação mecânica</p><p>Para a afiação mecânica é possível empregar motores elétricos especiais, com pedras de Arkansas, cilíndricas ou em forma de</p><p>roda, montadas em seu próprio eixo.</p><p>Alguns profissionais preferem afiar os instrumentos em pedras de Arkansas ou discos de granulação fina montados em</p><p>mandril para peça de mão (Figura 3.9).</p><p>Técnica. Cinzéis, machados, enxadas, recortadores de margem gengival e formadores de ângulo devem ser colocados, de acordo</p><p>com o ângulo da extremidade cortante e o bisel do instrumento, em contato com a pedra, ligando-se em seguida o motor,</p><p>exercendo-se leve pressão sobre a pedra cilíndrica ou o disco em movimento.</p><p>Afiação manual</p><p>Para a afiação manual emprega-se, de preferência, uma pedra de Arkansas plana e previamente lubrificada, colocada sobre uma</p><p>superfície plana e lisa. Segura-se o instrumento com uma das mãos e adapta-se o bisel sobre a pedra; com a outra mão desliza-se</p><p>a pedra em um movimento de vaivém, deixando-se o instrumento fixo (Figura 3.10).</p><p>Figura 3.9 Alternativas de afiação mecânica, empregando pedra de Arkansas montada em mandril (A) ou disco de</p><p>granulação fina (B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-10</p><p>Figura 3.10 Técnica de afiação manual: o instrumento é mantido fixo enquanto a pedra de Arkansas é</p><p>movimentada.</p><p>Os instrumentos rotatórios são projetados em diferentes tamanhos, formas e tipos para adaptação a diferentes</p><p>equipamentos.</p><p>INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS</p><p>Equipamentos</p><p>Os equipamentos mais utilizados com os instrumentos rotatórios são: os motores de velocidade convencional, nos quais o</p><p>movimento é transmitido à peça de mão por meio de roldanas e cordas ou por ar comprimido (micromotores); turbinas de alta</p><p>velocidade movidas a ar comprimido, que giram diretamente na extremidade da peça de mão contra-angulada ou angulada</p><p>(Figura 3.11). Encontram-se ainda turbinas com cabeça reduzida para atuar em locais de difícil acesso, e com luz LED</p><p>transmitida por fibra ótica ou com luz gerada por dínamo, que favorece a visualização durante o preparo cavitário (Figura 3.12).</p><p>Em motores de baixa velocidade as peças de mão são utilizadas individualmente, no caso de instrumentos rotatórios de</p><p>haste longa, ou acopladas a contra-ângulos e ângulos, com os instrumentos de haste curta. As peças de mão retas são usadas</p><p>geralmente nos casos de preparos de cavidades em dentes anteriores, com acesso vestibular; para os demais, são empregadas as</p><p>peças anguladas ou contra-anguladas.</p><p>A rotação convencional geralmente é utilizada para o acabamento das paredes cavitárias, após a instrumentação com alta</p><p>rotação e também no preparo de cavidades de dentes anteriores, quando se requer um mínimo de extensão.</p><p>As turbinas de alta velocidade são utilizadas para a rápida redução da estrutura dentária e determinação das formas de</p><p>contorno.</p><p>Figura 3.11 Micromotor com peça reta (A); micromotor com contra-ângulo (B); turbina de alta rotação (C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-12</p><p>Figura 3.12 Turbinas de alta rotação com fibra ótica (A) e com dínamo (B).</p><p>As brocas utilizadas nas turbinas têm haste lisa e diâmetro menor do que as utilizadas em rotação convencional.</p><p>Existem no comércio</p><p>contra-ângulos especiais, empregados em rotação convencional, que possibilitam a utilização de</p><p>brocas para alta rotação. Adaptadores metálicos ou plásticos permitem a utilização de brocas para alta rotação em contra-ângulo</p><p>com rotação convencional em micromotor (Figura 3.13), mas não possibilitam a mesma precisão (maior vibração) e preensão da</p><p>broca.</p><p>Figura 3.13 Contra-ângulo empregado para brocas de intermediário curto com encaixe (A) ou brocas para alta</p><p>rotação (C), com emprego de adaptador especial (B).</p><p>Classificação das rotações</p><p>A velocidade de giro do instrumento recebe a denominação de rotação por minuto (rpm). Com o aumento contínuo das</p><p>velocidades, a partir do ano de 1946, têm sido sugeridas diferentes classificações e denominações para tais velocidades.</p><p>Objetivando simplificar a terminologia dessas velocidades, três variações têm sido utilizadas, a saber: baixa (menos de 40.000</p><p>rpm), média (40.000 a 200.000 rpm) e alta (mais de 200.000 rpm). O emprego da baixa velocidade (menos de 6.000 rpm) é</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-13</p><p>indicado para procedimentos de profilaxia dentária, remoção de cárie, acabamento da cavidade e polimento. Nessa velocidade, a</p><p>percepção tátil é maior e há menos geração de calor.</p><p>A média velocidade (40.000 a 200.000 rpm) pode ser utilizada para o preparo cavitário, embora não seja tão efetiva e</p><p>eficiente como a alta. Os procedimentos, como preparos de cavidades em dentes anteriores, sulcos de retenção e biséis, são mais</p><p>bem executados nessa velocidade. Também pode ser utilizada em áreas onde a visão é limitada e deve ser guiada pelo senso</p><p>tátil.</p><p>Os procedimentos que empregam a alta velocidade (acima de 100.000 rpm) relacionam-se com a remoção de restaurações</p><p>antigas, obtenção da forma de contorno (interna e externa), redução de cúspides e desgastes axiais para coroas totais.</p><p>Canetas de alta e baixa rotações com iluminação</p><p>Diversos fabricantes de altas rotações odontológicos têm oferecido soluções com um dispositivo de iluminação integrado,</p><p>podendo ser divididos em 2 tipos: iluminação via fibra ótica ou LED com gerador interno.</p><p>O primeiro depende da instalação de uma fibra ótica no equipo odontológico, sendo geralmente mais caro do que a solução</p><p>com o LED integrado, porém apresenta como vantagem a opção de manter a iluminação ligada mesmo com a caneta não</p><p>acionada.</p><p>A segunda opção apresenta como vantagens o fato de ser mais versátil, visto que não é necessária nenhuma instalação</p><p>adicional, podendo ser utilizada em qualquer cadeira odontológica, além do menor custo. Como desvantagem, a iluminação só</p><p>funciona quando a caneta de alta rotação está acionada.</p><p>Uma outra tendência é a utilização de canetas de alta rotação que têm duas opções de iluminação por LED, sendo uma</p><p>branca e outra violeta (fluorescente). Neste sistema, produzido pela Gnatus (Cobra LED Ultra Vision), na primeira opção o</p><p>aparelho funciona como uma caneta de alta rotação com LED convencional (Figura 3.14). Na segunda opção, o LED azul é</p><p>capaz de evidenciar a fluorescência de materiais resinosos, desde que a resina apresente esta propriedade. Clinicamente esta</p><p>evidenciação possibilita a remoção seletiva de restaurações em resina composta, resinas empregadas para colagem de</p><p>dispositivos ortodônticos e cimentação de restaurações indiretas, reduzindo a possibilidade de danos desnecessários às</p><p>estruturas dentárias e/ou cerâmicas (Figura 3.15A). Apesar de não se indicar a remoção de tecido cariado com o uso de alta</p><p>rotação, a luz violeta deste sistema pode ser empregada para a evidenciação das lesões e diferenciação do tecido sadio (Figura</p><p>3.15B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-15</p><p>Figura 3.14 A alta rotação com LED convencional (A) e LED azul (B). Esta caneta de alta rotação é acoplada a</p><p>uma base que é ligada à energia elétrica e à saída de alta rotação convencional presente em cadeiras</p><p>odontológicas (C).</p><p>Contra-ângulo multiplicador</p><p>Este contra-ângulo pode ser acoplado a um micromotor ou motor elétrico e é capaz de multiplicar por quatro a cinco vezes as</p><p>rotações do mesmo, atingindo uma rotação máxima de 200.000 rpm, com alto torque e baixa vibração. Outra característica</p><p>importante é que este sistema utiliza pontas ou brocas de alta rotação sem a necessidade de adaptadores, dessa forma</p><p>aumentando a precisão.</p><p>Por essas características, são ideais para o refinamento de preparos protéticos e restaurações diretas em resina composta</p><p>(Figura 3.16). Diversas empresas fabricam estes contra-ângulos, por exemplo: NSK, Kavo, Sirona, W&H, entre outras.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-16</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.15 Utilização de LED azul para evidenciar a fluorescência de cimento empregado para a colagem de</p><p>dispositivos ortodônticos (A). Uso alternativo para evidenciação de lesões cariosas e diferenciação do tecido sadio</p><p>(B).</p><p>Figura 3.16 Contra-ângulo multiplicador.</p><p>Instrumentos rotatórios de corte</p><p>Os instrumentos rotatórios podem ser classificados em dois grupos, segundo o seu modo de ação:</p><p>Por corte: representados pelas brocas</p><p>Por desgaste: representados pelas pontas diamantadas, pedras montadas de carborundum e outros abrasivos.</p><p>As brocas apresentam três partes: haste, intermediário e ponta ativa (Figura 3.17).</p><p>A haste é a porção da broca que é conectada à peça de mão, ao contra-ângulo ou à turbina. Ela pode ser longa, para peça de</p><p>mão (Figura 3.18A); curta, com encaixe, para contra-ângulo (Figura 3.18B); curta, sem encaixe e com menor diâmetro, para</p><p>turbina (Figura 3.18C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-18</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.17 Partes constituintes de uma broca: haste (H); intermediário (C); ponta ativa (P).</p><p>Figura 3.18 A. Broca para peça reta. B. Broca para contra-ângulo. C. Broca para turbina de alta rotação.</p><p>O intermediário ou colo une a ponta ativa à haste. A broca de haste longa tem um intermediário ligeiramente maior com</p><p>relação às outras duas. Por outro lado, as brocas para contra-ângulo e para turbinas de alta velocidade têm haste e intermediário</p><p>mais curtos, o que facilita o seu uso em dentes posteriores.</p><p>A ponta ativa é a parte de trabalho do instrumento, a qual atua por meio de pequenas lâminas. Sua forma e o material</p><p>usado para sua fabricação estão diretamente relacionados com sua utilização.</p><p>São utilizados diversos materiais para a fabricação das brocas, a saber:</p><p>Aço (liga ferro-carbono): mais empregado em brocas para os procedimentos de remoção de dentina cariada e acabamento das</p><p>cavidades com baixa rotação</p><p>Carbide (carboneto de tungstênio): mais resistente que o aço, constitui a base das brocas que são utilizadas para o preparo de</p><p>cavidades, tanto em baixa quanto em alta rotação.</p><p>Os instrumentos rotatórios apresentam a classificação do Council on Materials and Devices of the Dental Association, com</p><p>padronização das formas básicas; os números são usados para identificar a forma e tamanho das brocas.1</p><p>As formas básicas de ponta ativa das brocas (Figura 3.19) utilizadas para preparos cavitários são:</p><p>Esféricas: utilizadas principalmente para a remoção de tecido cariado, confecção de retenções e acesso em cavidades de dentes</p><p>anteriores</p><p>Cilíndricas: utilizadas para confeccionar paredes circundantes paralelas e avivar ângulos diedros; a maioria dessas brocas tem</p><p>corte na extremidade e nas partes laterais da ponta ativa</p><p>Troncocônicas:</p><p>utilizadas para dar forma e contorno em cavidades com paredes circundantes expulsivas e para determinar</p><p>sulcos ou canaletas em cavidades para restaurações metálicas fundidas; são indicadas também para determinar retenções</p><p>nas caixas proximais, em cavidades para amálgama</p><p>Cone invertido: utilizadas especialmente para determinar retenções adicionais, planificar paredes pulpares e, eventualmente,</p><p>avivar ângulos diedros</p><p>Roda: utilizada para determinar retenções, especialmente em cavidades de classe V.</p><p>Outros tipos de brocas encontradas no comércio são utilizados para a confecção de formas cavitárias especiais, para</p><p>amálgama ou restaurações metálicas fundidas (Figura 3.20). As brocas para acabamento apresentam formas variadas e têm</p><p>lâminas lisas, menores e em número maior que as brocas comuns.</p><p>Observação. As brocas esféricas, cilíndricas e troncocônicas podem ser lisas ou picotadas, com lâminas dispostas paralelamente</p><p>ao longo do eixo da haste ou em forma de espiral. As cilíndricas e as troncocônicas são também chamadas brocas de fissura.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-19</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-20</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.19 Formas básicas de brocas de aço empregadas para preparos cavitários.</p><p>Figura 3.20 Algumas brocas especiais para preparos cavitários com ângulos internos arredondados (557R e 331L);</p><p>broca tipo trépano spiral bur (A); broca para ombro (957); broca para acabamento (B).</p><p>Instrumentos rotatórios de desgaste</p><p>Podem ser divididos em dois grupos distintos, segundo o método de colocação do abrasivo na ponta ativa:</p><p>Instrumentos abrasivos aglutinados: confeccionados de pequenas partículas abrasivas fixadas com uma substância</p><p>aglutinante à haste metálica</p><p>Instrumentos abrasivos de revestimento: confeccionados com uma fina camada de abrasivo cimentado em base flexível.</p><p>Os instrumentos aglutinados são representados pelas pontas diamantadas, pedras e pontas de carborundum, de óxido de</p><p>alumínio, de carboneto de silício ou de abrasivo impregnado com borracha.</p><p>Os instrumentos diamantados são fornecidos em várias formas e tamanhos (Figura 3.21), assim como as brocas de</p><p>corboneto de tungstênio (carbide). Ao contrário das brocas, as pontas diamantadas não apresentam uma numeração de acordo</p><p>com a classificação da American Dental Association.1,2 Os fabricantes têm ignorado essa classificação e procuram criar sua</p><p>própria numeração para as diferentes formas de pontas diamantadas, sendo necessário consultar o catálogo dos fabricantes para</p><p>adquiri-las. Por outro lado, os fabricantes têm seguido a Norma ISO9 (International Organization for Standardization) 2157, de</p><p>1995, referente à padronização de denominação e tamanho das partes ativas de instrumentos cortantes rotatórios, e fazem</p><p>constar de seus catálogos o número ISO, que define o maior diâmetro da parte ativa do instrumento em décimos de milímetros.</p><p>As pontas diamantadas são indicadas para reduzir a estrutura dentária,tanto de esmalte como de dentina, e devem ser utilizadas</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-21</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref9</p><p>com refrigeração aquosa para eliminar os detritos que se depositam entre os grãos abrasivos, cuja consequência é a redução da</p><p>eficiência de desgaste e maior produção de calor friccional.</p><p>Figura 3.21 Principais formas de pontas diamantadas para preparar cavidades. A. Cilíndricas de extremo plano. B.</p><p>Troncocônicas de extremo plano. C. Troncocônica de extremo arredondado. D. Cilíndricas de extremo</p><p>arredondado. E. Cilíndrica de extremo ogival.</p><p>Além das pontas diamantadas convencionais, encontram-se no comércio pontas diamantadas para acabamento superficial</p><p>em resinas compostas, que apresentam diamantes de granulação fina (45 µm) e ultrafina (15 µm).</p><p>Os demais instrumentos abrasivos são empregados para dar acabamento às paredes cavitárias ou para remover excessos</p><p>mais grosseiros das restaurações. São apresentados em várias formas e tamanhos (Figura 3.22), diversos graus de abrasividade e</p><p>em diferentes materiais (carborundum e óxido de alumínio).</p><p>Além dessas formas, existem ainda os discos e as rodas para montar (diamantadas ou de carborundum), utilizados para</p><p>diferentes finalidades e cujo uso requer um mandril (Figura 3.23).</p><p>Os instrumentos abrasivos de revestimento, representados pelos discos, têm uma camada fina de abrasivos cimentados em</p><p>base flexível. São utilizados para dar refinamento ao preparo cavitário ou à restauração. Apresentam diferentes abrasividades,</p><p>com granulação grossa, média e fina. Esses discos são encontrados em vários diâmetros, a saber; 1/2, 5/8, 3/4 e 7/8”, e com</p><p>diferentes sistemas de encaixes nos mandris.</p><p>Figura 3.22 Formas básicas de pedras montadas de carborundum e de óxido de alumínio.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-22</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-23</p><p>Figura 3.23 Instrumentos montados em mandril (M): disco diamantado plano (A) e convexo (B); roda diamantada</p><p>(C); disco de lixa de papel (D).</p><p>Utilização dos instrumentos rotatórios</p><p>Para que o cirurgião-dentista aproveite ao máximo os benefícios dos instrumentos rotatórios, é imprescindível que ele conheça</p><p>os fatores envolvidos no mecanismo de ação de cada um.4,13-15</p><p>Dessa forma, a capacidade de corte e a penetrabilidade de uma ponta nos tecidos dentários é definida por uma conjunção</p><p>de fatores, dentre os quais destacam-se: o diâmetro e o desenho da ponta, a velocidade de rotação e o torque.</p><p>Pressão exercida e diâmetro da ponta</p><p>A pressão exercida pelo contato entre uma ponta e uma superfície é inversamente proporcional à superfície de contato, ou seja,</p><p>quanto maior o diâmetro/superfície da ponta em contato com a superfície dentária, menor a pressão exercida sobre os tecidos</p><p>dentários e vice-versa. Dessa forma, uma ponta de grande diâmetro gera menor pressão sobre a superfície dentária e, portanto,</p><p>tem menor penetrabilidade nos mesmos.</p><p>Velocidade axial e periférica</p><p>A velocidade que se desenvolve seguindo o eixo longitudinal do instrumento rotatório é denominada velocidade axial. Quando</p><p>se efetua um trabalho mecânico, ou seja, perfuração, corte ou desgaste de um elemento dentário ou outro qualquer, a velocidade</p><p>periférica do instrumento é mais importante que a velocidade linear de superfície do instrumento rotatório, que é mais elevada</p><p>quanto maior for o diâmetro do instrumento.13</p><p>Assim, um disco diamantado de 20,0 mm de diâmetro girando a uma velocidade axial de 24.000 rpm terá uma velocidade</p><p>periférica na extremidade cortante de 25 metros por segundo. Para que uma broca de 2,0 mm de diâmetro tenha a mesma</p><p>velocidade periférica é necessária uma velocidade axial de 240.000 rpm.13</p><p>Torque</p><p>Também denominado momento de torção, o torque representa a capacidade de o instrumento rotatório resistir à ação da pressão</p><p>produzida pelo contato de superfície que está sendo submetido ao corte, sem que seu movimento seja interrompido. Nos</p><p>motores convencionais, o torque é bastante elevado e podem ser exercidas cargas de até 1.000 g sem que o instrumento pare.13</p><p>Não é aconselhável exercer pressões elevadas, que possam gerar desenvolvimento de calor excessivo, o que causaria</p><p>reações pulpares indesejáveis. Com as turbinas, o torque é bem menor e a força exercida sobre a broca deve ser de</p><p>aproximadamente 60 g para possibilitar um corte efetivo da estrutura dental.13</p><p>Concentricidade</p><p>É a simetria da ponta ativa da broca; a excentricidade, por outro lado, está relacionada com o intermediário e a haste da broca.</p><p>Se esta apresentar excentricidade durante a utilização,</p><p>o intermediário pode estar inclinado em relação ao eixo longitudinal da</p><p>haste ou, ainda, a conexão da haste com a pinça das turbinas ou peça de mão e contra-ângulo pode estar ruim.13</p><p>Qualquer indício de desgaste nessas engrenagens ou pinças exige substituição, pois uma broca excêntrica tem menor</p><p>efetividade de corte, desgasta irregularmente a estrutura dentária e promove maior efeito vibracional, com desconforto para o</p><p>paciente.13</p><p>Calor friccional e refrigeração</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>Grande parte da energia cinética da broca ou da pedra, em contato com o dente, se transforma em calor. Esse calor por atrito</p><p>tem relação direta com a pressão de corte e a velocidade de rotação, dependendo também de tipo, tamanho, qualidade e tempo</p><p>de uso do instrumento cortante. Quando o instrumento rotatório gira a mais de 4.000 rpm, ele deve ser refrigerado para se</p><p>evitarem danos aos tecidos pulpares. A refrigeração mais adequada é o spray água-ar, que deve atuar diretamente sobre a parte</p><p>ativa da ponta; os instrumentos odontológicos devem adaptar-se com diferentes fontes para permitir refrigeração adequada.</p><p>Além de possibilitar a dissipação de calor friccional, a refrigeração atua como agente de limpeza, removendo os detritos</p><p>acumulados durante a redução da estrutura dentária, propiciando maior efetividade de trabalho13.</p><p>Contaminação</p><p>Durante a utilização de altas velocidades, partículas de restaurações antigas e fragmentos de estrutura dentária são deslocados</p><p>vigorosamente da boca do paciente e podem atingir os olhos do profissional, provocando irritação. Isso pode ser evitado com o</p><p>uso de óculos apropriados com lentes sem grau.</p><p>Outro tipo de contaminação pode ocorrer, tendo em vista que, nos procedimentos de corte e desgaste, vapores de água da</p><p>refrigeração combinam-se com a saliva e retornam ao meio ambiente em forma de aerossol. Como o profissional trabalha muito</p><p>próximo da boca do paciente, ele pode aspirar microrganismos comuns presentes na saliva e outros não usuais se o paciente for</p><p>portador de alguma moléstia infecciosa tal como hepatite, tuberculose, meningite etc. Pode-se evitar a contaminação, utilizando-</p><p>se máscaras cirúrgicas que impedem a aspiração desses vapores e funcionam como filtro.</p><p>ERGONOMIA</p><p>Posição de trabalho</p><p>O treinamento do aluno em laboratório, antes do ingresso em clínica, tem por finalidade primeira orientá-lo no exercício da</p><p>adequada posição de trabalho. Entende-se como posição adequada de trabalho “aquela que proporcione melhor visibilidade do</p><p>campo operatório e postura operatória ideal” e com a qual se alcance maior rendimento, com mínimo de desgaste físico do</p><p>operador.</p><p>As posições de trabalho variam de acordo com o arco dentário e a região em que se trabalha. Em laboratório, a posição do</p><p>aluno (operador) é, geralmente, sentado, variando de 9 a 12 horas (45 a 90°) em relação ao manequim.</p><p>Apesar de o treinamento técnico em laboratório ser similar aos procedimentos clínicos, existem diferenças, principalmente</p><p>quanto aos equipamentos didáticos, que exigem considerações à parte. Portanto, alguns princípios ergométricos básicos devem</p><p>ser mantidos. Assim, o manequim deverá ser fixado em posição que possibilite ao operador trabalhar com os antebraços</p><p>posicionados paralelamente ao solo; além disso, estando sentado, o operador deverá permanecer com o tronco ereto e as coxas</p><p>paralelas ao solo (Figura 3.24).</p><p>Para as cavidades de classes I e II, no hemiarco inferior esquerdo, o manequim deverá ser colocado de maneira que o plano</p><p>oclusal dos dentes inferiores forme um ângulo de aproximadamente 45° em relação ao solo e ligeiramente inclinado para o lado</p><p>direito (Figura 3.25).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-25</p><p>Figura 3.24 Operador trabalhando sentado, com o tronco ereto e as coxas e os antebraços paralelos ao solo.</p><p>Figura 3.25 Operador trabalhando sentado e na posição correspondente a 9 horas.</p><p>Com o manequim assim colocado, o operador trabalhará sentado e na posição correspondente a 12 horas (por trás do</p><p>manequim). O operador terá então uma visão direta, além de conseguir apoio suficiente para a execução do trabalho. É uma</p><p>posição adequada para todas as fases dos procedimentos operatórios, desde o preparo da cavidade até o término da restauração</p><p>propriamente dita (Figuras 3.25 e 3.26).</p><p>Em preparos e restaurações de cavidades de classes I e II, no hemiarco inferior direito, o manequim deverá ser fixado com</p><p>o plano oclusal dos dentes inferiores paralelo ao solo. O operador trabalhará sentado, na posição correspondente a 8 ou 9 horas,</p><p>isto é, lateralmente ao manequim (Figura 3.27). Também nessa posição o operador trabalha com visão direta. Quando a bancada</p><p>do laboratório não permitir esse posicionamento, ele é conseguido colocando-se o manequim lateralmente ao operador (Figura</p><p>3.28).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-27</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-28</p><p>Figura 3.26 Posição do operador correspondente a 12 horas.</p><p>Figura 3.27 Posição do manequim para intervenções nas regiões oclusal e proximal dos dentes posteriores do</p><p>hemiarco inferior esquerdo.</p><p>Figura 3.28 Posição do manequim para se atuar nas regiões oclusal e proximal do hemiarco inferior direito.</p><p>Preensão dos instrumentos</p><p>Os instrumentos, de modo geral, devem ser empunhados de modo a permitir o máximo de rendimento e o mínimo de desgaste</p><p>•</p><p>físico ao operador.</p><p>Certos princípios devem ser observados para que o operador utilize os instrumentos em posições corretas, até que sejam</p><p>assimiladas; então poderá escolher uma forma pessoal de manejá-los. Além da preensão correta do instrumento, o profissional</p><p>deverá lograr apoio em elementos dentários do mesmo arco, e o mais próximo possível do dente que está sendo tratado, para ter</p><p>certeza de que o instrumento não deslizará bruscamente, o que poderá provocar lesões nos tecidos vizinhos.</p><p>Fundamentalmente, existem duas formas de empunhar os instrumentos:</p><p>Posição de escrita: posição de preensão dos instrumentos mais usada e versátil, pois com ela é possível exercer grande pressão</p><p>ou atuar com extrema delicadeza, já que ela proporciona apoio dos dedos polegar, indicador e médio (Figura 3.29).</p><p>Durante o trabalho na área superior, utiliza-se a posição de escrita invertida (Figura 3.30)</p><p>Figura 3.29 Preensão do instrumento em posição de escrita.</p><p>Figura 3.30 Preensão do instrumento em posição de escrita invertida.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-29</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-30</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 3.31 Preensão do instrumento em posição digitopalmar.</p><p>Posição digitopalmar: é usada quando for necessária maior força do que a produzida com a posição de escrita. A estabilidade</p><p>é conseguida com alguma dificuldade, mas é uma posição muito útil, inclusive na remoção da estrutura dental debilitada</p><p>(Figura 3.31).</p><p>INSTRUMENTOS ALTERNATIVOS</p><p>Laser</p><p>A palavra laser é formada pelas letras iniciais da locução light amplification by stimulated emission of radiation (amplificação</p><p>da luz por emissão estimulada de radiação). Um cristal ou gás é excitado para emitir fótons</p><p>luminosos, com um comprimento de</p><p>onda específico, que são ampliados e filtrados para tornar um foco de luz coerente (de mesmo comprimento de onda), colimado</p><p>(ondas eletromagnéticas paralelas) e monocromático (uma única cor). Os efeitos do laser dependem da intensidade da energia</p><p>radiante emitida (joules/cm2), do modo e tempo de exposição e do tipo de substrato. A absorção da energia decorrente dos</p><p>diferentes comprimentos de ondas varia em função do tipo de tecido, ou seja, duro ou mole. Os melhores resultados são obtidos</p><p>quando o comprimento de onda do laser é próximo à banda de absorção do substrato. Altas densidades de energia e/ou tempos</p><p>maiores podem produzir ação equivalente ao desgaste ou corte da superfície com instrumentos rotatórios. O laser pode ser</p><p>operacionalizado com ondas contínuas ou pulsadas, sendo que comumente o controle da energia emitida pelo aparelho é</p><p>estabelecido na forma de pulsos. Normalmente a média de pulsos, que pode ser selecionada pelo operador, situa-se entre 20 e</p><p>1.000 hertz ou ciclos por segundos, e a duração do pulso entre 1 e 50 microssegundos.</p><p>As principais razões para a aplicação do laser em tecidos duros envolvem a esperança de reduzir a dor e desconforto do</p><p>paciente, que estão presentes quando se usa o processo tradicional de corte da estrutura dental, com instrumentos rotatórios de</p><p>alta e baixa rotação, possibilitando um tratamento mais conservador por meio de abordagem precisa de lesões incipientes e</p><p>remoção seletiva de tecidos sadio/cariado.12</p><p>O uso do laser na Odontologia tem apresentado evolução constante, principalmente devido às observações favoráveis</p><p>relacionadas à sua aplicabilidade clínica. A literatura científica odontológica está repleta de estudos revelando a ampla faixa de</p><p>utilização do laser, envolvendo tanto tecidos moles quanto tecidos duros, além da polimerização de resinas compostas e como</p><p>coadjuvante em procedimentos clareadores. Em 1990, a FDA (Food and Drug Administration), órgão governamental dos EUA,</p><p>aprovou o laser de neodímio:yttrium.aluminum.garnet (Nd:YAG) como opção viável para procedimentos odontológicos. Dessa</p><p>forma, o pioneirismo dos clínicos envolvidos com a tecnologia do laser permitiu o uso do laser de neodímio:YAG na remoção</p><p>de lesões cariosas incipientes em esmalte e dentina, sem nenhum dano ao tecido pulpar, e o condicionamento de superfície de</p><p>esmalte, demonstrando ainda potencial para prevenir lesões em esmalte quando este for irradiado com a energia do laser. Face</p><p>ao efeito de ablação do laser, podem-se remover debris orgânicos e inorgânicos presentes em cicatrículas e fissuras sem injuriar</p><p>o esmalte adjacente. Os fatores limitantes da tecnologia do laser relacionam-se com a inabilidade de se determinar a extensão da</p><p>lesão cariosa dentro da fissura para removê-la com eficiência. Em 1991, a Academia Internacional de Laser em Odontologia</p><p>estabeleceu instruções para a utilização do laser em preparos cavitários para restaurações estéticas, além de parâmetros de</p><p>energia e de técnicas para o emprego do laser de Nd:YAG em cicatrículas e fissuras e remoção de tecido cariado.</p><p>Em 1997, a FDA aprovou o uso do laser de érbio:YAG em procedimentos em tecidos duros, tais como remoção de tecidos</p><p>cariados e realização de preparos cavitários. O comprimento de onda desse tipo de laser é de 2,94 µm, sendo muito bem</p><p>absorvido pela água e pela hidroxiapatita. Seu modo de atuação permite remover esmalte e dentina por ablação de forma muito</p><p>rápida e sob refrigeração de spray de água, sendo menos traumático que a broca de alta rotação, e a lesão cariosa pode ser</p><p>vaporizada sem dano ao tecido vizinho e sem que o calor afete a polpa, oferecendo para o paciente um conforto com a ausência</p><p>de contato mecânico durante o tratamento e de ruído. Além disso, em alguns procedimentos, a anestesia não é necessária.</p><p>Face aos riscos eminentes na utilização dos aparelhos de laser, a Academia Americana de Laser em Odontologia</p><p>estabeleceu parâmetros gerais de segurança e que envolvem, entre outros, os seguintes cuidados:</p><p>Proteção dos olhos tanto da equipe de trabalho quanto do paciente</p><p>Proteção dos tecidos-alvo e não alvo</p><p>Ambiente de trabalho com avisos de advertência apropriados e com acesso de pessoas limitado durante utilização.</p><p>Não obstante o desenvolvimento e as vantagens inerentes ao uso do sistema laser em Odontologia, os aparelhos</p><p>disponíveis ainda têm alto custo. Sua aquisição só se justifica se o aparelho for usado de forma sistemática no consultório. Em</p><p>termos de preparo cavitário, apresentam limitação para remover grandes quantidades de estrutura dental, esmalte e dentina; não</p><p>permitem a definição de paredes cavitárias como se estabelece com instrumentos rotatórios, sendo, portanto, mais indicados</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-31</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref12</p><p>para procedimentos restauradores com materiais adesivos.</p><p>Sistemas ultrassônicos</p><p>Um sistema alternativo para preparos cavitários envolve a instrumentação ultrassônica (vibração acima de 20.000 Hz), por meio</p><p>de movimentos oscilatórios de pontas diamantadas com diferentes configurações, e cuja transmissão é estabelecida por uma</p><p>peça de mão acoplada a uma terminação de ar comprimido, permitindo a obtenção de cavidades com geometria precisa e melhor</p><p>acabamento, haja vista que as pontas estabelecem o desgaste da estrutura dentária com maior controle operacional,</p><p>diferentemente dos instrumentos rotatórios.8,14</p><p>Um sistema que utiliza ultrassom na confecção de cavidades foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros no Instituto</p><p>Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a partir da tecnologia CVD (do inglês chemical vapor deposition). Essa tecnologia foi</p><p>usada inicialmente na produção de equipamentos para engenharia de aeronaves e, posteriormente, para uso na Odontologia. Em</p><p>Odontologia, o diamante e sua forma de fixação nas pontas CVD são diferentes das pontas diamantadas convencionais, pelo</p><p>fato de ser um diamante obtido por deposição química, a partir da fase de vapor (chemical vapor deposition). É um processo</p><p>complexo, no qual a formação do diamante ocorre diretamente sobre uma haste de molibdênio, utilizando gases como metano</p><p>na presença de hidrogênio. Nesse processo, após algumas interações físico-químicas o diamante é formado como peça única</p><p>sobre a haste metálica sem necessidade de métodos de aderência, o que garante maior durabilidade ao instrumento.16</p><p>A tecnologia das pontas CVD associada ao ultrassom tem aplicação em algumas especialidades, como: Dentística,</p><p>Endodontia, Prótese, Periodontia e Odontopediatria.6,7 Essa ponta de diamante, por meio de um adaptador, é fixada em um</p><p>aparelho de ultrassom convencional (Figuras 3.32 e 3.33).</p><p>A ativação do instrumento cortante por ultrassom, de forma geral, pode proporcionar menor ruído, menor sensibilidade</p><p>operatória e preparos cavitários mais conservadores. Além disso, a vibração, em vez de rotação da ponta ativa do instrumento,</p><p>favorece sua utilização em contato com tecidos moles, produzindo mínima lesão a gengiva, língua ou lábios (Figura 3.34).</p><p>Alguns cuidados devem ser estabelecidos na utilização do sistema ultrassônico, tais como: a pressão durante o preparo não</p><p>deve ser exagerada, pois causaria o amortecimento da vibração sônica. Para melhorar a relação rendimento/pressão em um</p><p>preparo cavitário deve ser empregado o acionamento total do pedal de controle de ar. Para acabamento de margens,</p><p>acionamento reduzido e suficiente refrigeração de ar/água. Para facilitar o processo de esterilização em autoclave, as pontas</p><p>vêm acondicionadas em caixa metálica própria (Figura 3.32A).</p><p>Figura 3.32 A. Sistema de pontas de diamantes acopladas ao aparelho de ultrassom que funcionam por</p><p>movimento vibratório. B. Diferenças estruturais e no tamanho de partículas entre uma ponta diamantada</p><p>convencional de granulometria regular (esquerda) e uma ponta de</p><p>diamante CVDentus® (direita).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-34</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-32</p><p>Figura 3.33 A. Ponta CVDentus® posicionada sobre uma lesão de cárie primária e incipiente na cicatrícula oclusal</p><p>de um segundo pré-molar. B. Ponta CVDentus® sob refrigeração abundante, removendo o tecido cariado. C.</p><p>Instrumentação da cavidade de classe I conservadora.</p><p>Figura 3.34 A. Ponta de diamante do sistema CVDentus® sendo utilizada subgengivalmente para o acabamento de</p><p>faceta direta de resina composta. B. Imediatamente após o acabamento da superfície de resina em nível</p><p>subgengival, pode-se observar que a ponta de diamante causou mínima lesão à gengiva, o que é demonstrado</p><p>pela ausência de sangramento.</p><p>Microscópio operatório</p><p>O uso de recursos para ampliação ou magnificação de imagens na Odontologia para melhorar a qualidade dos procedimentos</p><p>operatórios tem sido relatado desde 1800. Os cirurgiões-dentistas têm recorrido às lupas cirúrgicas, com aumento entre 1 e 4</p><p>vezes, para favorecer as atividades clínicas e laboratoriais (Figura 3.35A). O microscópio operatório tem se apresentado como</p><p>um instrumento auxiliar, em substituição à lupa, em diversas especialidades médicas, e somente a partir do final da década de</p><p>1970 foi introduzido na Odontologia. Apesar da denominação de microscópio, o aparelho não permite a visualização dos</p><p>objetos em nível microscópico, e sim com um aumento que pode variar de 3 a 20 vezes (Figura 3.35B), permitindo refinamento</p><p>da técnica operatória na qual a acuidade visual é melhorada por meio do uso de magnificação ótica.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-35</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-35</p><p>Figura 3.35 Diferentes tipos de lupas (A) e microscópio operatório (B).</p><p>O uso de lupas é muito mais comum entre os profissionais, pois o custo é menor e elas são mais facilmente encontradas no</p><p>mercado; a magnificação, porém, é limitada. As lupas comumente apresentam de 1 a 4 vezes de aumento e oferecem benefícios</p><p>ergonômicos como maior distância entre o objeto e o operador, proporcionando uma postura mais ereta deste. Lupas com maior</p><p>capacidade de aumento tornam-se pesadas e, em procedimentos mais demorados, podem incomodar o operador e provocar</p><p>tremores no pescoço. O peso de uma lupa com aumento de 3 ou 4 vezes, como as fabricadas pela Lactona e Bio-Art, geralmente</p><p>é suportado pela maioria dos profissionais. Lentes que oferecem grandes aumentos podem dificultar o procedimento pois</p><p>tremores resultantes da cabeça do operador prejudicam a estabilidade do campo de visão.</p><p>Por outro lado, o uso do microscópio operatório vem crescendo dentro das especialidades odontológicas. O microscópio</p><p>oferece ao clínico uma tríade: iluminação, magnificação e precisão. Iluminação e acuidade visual melhoradas, juntamente com</p><p>mãos experientes, tornam os procedimentos clínicos mais precisos.</p><p>Desde o início da prática odontológica, a iluminação vem sendo continuamente melhorada. A tecnologia descobriu a fibra</p><p>ótica que é uma excelente condutora de luz focada e vem sendo utilizada juntamente com algumas turbinas de alta rotação e</p><p>alguns microscópios operatórios. Os refletores das cadeiras odontológicas apresentam em média 25.000 lux de potência,</p><p>enquanto alguns microscópios chegam a mais de 80.000 lux de luz fria transmitida por fibra ótica. Para procedimentos</p><p>restauradores que envolvem utilização da resina composta fotopolimerizável, essa potência de luz provoca a rápida</p><p>polimerização do material resinoso. Dessa forma, alguns microscópios implementaram filtros de luz de cor laranja na saída da</p><p>fonte de luz para evitar tal problema. Esse filtro deve ser utilizado somente no momento da aplicação de materiais</p><p>fotopolimerizáveis (Figura 3.36).</p><p>É ideal que a magnificação proporcionada pelo microscópio operatório varie de 3 a 20 vezes. Pelo fato de o microscópio</p><p>ser externo ao corpo do profissional, o peso proporcionado pelas lentes de aumento não afeta a estabilidade do campo de visão.</p><p>Apesar de alguns microscópios possibilitarem aumentos maiores, os procedimentos odontológicos não necessitam de aparelhos</p><p>que aumentem mais do que 20 vezes. Aumentos maiores, proporcionados pelos microscópios, podem gerar dificuldades para se</p><p>estabilizar o foco. Os dentes, objetos que devem ser visualizados em três dimensões, tendem a aparecer parcialmente fora de</p><p>foco quando muito aumentados. Para evitar esse problema, é necessário que seja acoplada ao microscópio uma lente de grande</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-36</p><p>profundidade de foco (p. ex., 200 mm). Vale ressaltar que os microscópios operatórios têm lupa com regulagem de</p><p>magnificação e um sistema binocular. A visão paralela resultante evita a fadiga dos olhos, o que não ocorre com as lupas que</p><p>oferecem visão convergente.</p><p>Tanto a magnificação como a microfocalização podem ser reguladas manualmente ou acionadas por motor. Apesar de</p><p>existirem campos esterilizáveis para proteção do aparelho, os microscópios utilizados em procedimentos cirúrgicos devem ser</p><p>preferencialmente motorizados, para evitar que o cirurgião contamine o microscópio e as luvas durante o seu ajuste. Os</p><p>microscópios utilizados em procedimentos que não envolvem procedimentos cirúrgicos, como por exemplo tratamentos</p><p>endodônticos não cirúrgicos e dentística restauradora, podem ser manuais.</p><p>Figura 3.36 A. Cabeça do microscópio operatório. B. Dispositivo acionador do filtro laranja (seta).</p><p>Outra vantagem proporcionada pelo microscópio é a postura do operador, que fica com a coluna e o pescoço eretos. Com a</p><p>lupa, já citada anteriormente, o operador se mantém com a coluna ereta, mas com a cabeça direcionada para o campo de</p><p>trabalho (Figura 3.37).</p><p>Alguns microscópios são especificamente projetados para Odontologia. Neles foram incorporadas algumas facilidades</p><p>diretamente ligadas à Odontologia. Podemos citar o handle, para movimentação e posicionamento do microscópio, o binóculo</p><p>inclinável e o sistema de giro acoplado ao binóculo, que oferecem uma otimização entre o posicionamento da área observada e a</p><p>boa postura do profissional.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-37</p><p>Figura 3.37 Posições ergonômicas com o uso da lupa (A) e do microscópio operatório (B).</p><p>Como resultado da magnificação associada à iluminação, os procedimentos realizados com microscópios apresentam maior</p><p>precisão e previsibilidade. Infelizmente não existe comprovação científica dos benefícios proporcionados pelos microscópios</p><p>operatórios, o que dificulta a divulgação da microscopia na Odontologia. Entretanto, a utilização do microscópio operatório tem</p><p>se propagado para as diferentes áreas da Odontologia, como a Endodontia, a Prótese (fixa), a Dentística e a Periodontia. Leknius</p><p>& Geissberger10 relataram que, entre estudantes de Odontologia, o número de erros nos preparos protéticos sem a utilização da</p><p>magnificação é duas vezes maior. Vale ressaltar que os procedimentos operatórios, com exceção feita à Periodontia, cuja técnica</p><p>para recobrimento radicular difere das técnicas convencionais, são exatamente os mesmos, porém, sob a magnificação os</p><p>detalhes tornam-se mais evidentes e os conceitos teóricos podem ser mais facilmente visualizados e precisamente aplicados na</p><p>atividade prática.</p><p>Segundo Michaelides,11 o treinamento para utilização do microscópio operatório exige maior tempo</p><p>de adaptação. O</p><p>processo de aprendizagem deve ser iniciado com treinamento em laboratório antes da implementação clínica. A aplicação do</p><p>microscópio requer controle das mãos, acuidade visual e coordenação mental, pois o campo visual fica restrito apenas à ponta</p><p>dos instrumentos. Em aumentos menores, tremores manuais transmitidos aos instrumentos não são muito aparentes, todavia, em</p><p>aumentos maiores, eles são agravados. Para adaptação dos movimentos, que devem ser mais suaves e de menor magnitude, o</p><p>treinamento deve ser iniciado com o uso de aumentos menores.</p><p>Na Dentística Restauradora em particular, o microscópio é uma ferramenta auxiliar que pode melhorar sobremaneira a</p><p>qualidade dos procedimentos operatórios. Sob magnificação, é possível realizar um preparo da cavidade visualizando-se todos</p><p>os detalhes salientados na teoria, como trincas de esmalte, desgastes etc. Dessa forma, tanto o preparo da cavidade, com</p><p>instrumentos rotatórios, como o acabamento, com cortantes manuais, são mais precisos e isso pode significar redução dos</p><p>problemas que, a longo prazo, comprometem as restaurações.</p><p>Em um aumento de 15 vezes é possível visualizar os limites do preparo e as estruturas dentárias com bastante nitidez. É</p><p>possível ainda distinguir dentina e esmalte, portanto, a escolha de cor da resina pode ser mais satisfatória, uma vez que a resina</p><p>destinada à reprodução das características óticas e estruturais da dentina será aplicada somente onde originalmente existia</p><p>dentina, o mesmo acontecendo com a resina para esmalte (Figura 3.38).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#ref11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-38</p><p>Vale ressaltar que as imagens expostas são vistas no microscópio em três dimensões e em uma distância muito pequena, o</p><p>que aumenta ainda mais os detalhes apresentados.</p><p>A magnificação é mais significativa na região cervical, a mais crítica no preparo de qualquer cavidade. A remoção dos</p><p>prismas de esmalte friáveis, que podem fraturar a longo prazo ou na contração de polimerização de um material resinoso, pode</p><p>ser diagnosticada e os prismas podem ser envolvidos ou removidos preventivamente durante o preparo da cavidade (Figura</p><p>3.39).</p><p>Com pontas diamantadas montadas em baixa rotação, com cortantes manuais ou com o auxílio de tiras de lixa, o</p><p>acabamento do preparo pode ser refinado sob a magnificação do microscópio, assegurando longevidade da restauração (Figura</p><p>3.40).</p><p>Figura 3.38 A. Foto do dente 22 (aumentado 15 vezes) com fratura transversal. B. Foto incisal do dente 22</p><p>(aumentado 15 vezes).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-39</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-39</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-40</p><p>Figura 3.39 Fotos obtidas a partir da imagem vista no microscópio com aumentos de 12 a 15 vezes. Ponta</p><p>diamantada em baixa rotação no preparo e no acabamento de uma cavidade classe IV.</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>8.</p><p>9.</p><p>10.</p><p>11.</p><p>12.</p><p>13.</p><p>14.</p><p>Figura 3.40 A. Cortante manual no acabamento da cavidade. B. Tira de lixa removendo prismas friáveis de</p><p>esmalte.</p><p>Concluindo, a utilização da magnificação com microscópios operatórios permite que o clínico realize procedimentos mais</p><p>precisos, pois os pormenores podem ser facilmente visualizados. Apesar da dificuldade inicial do manuseio do microscópio, é</p><p>importante que o clínico utilize o aparelho como instrumento auxiliar nos atos operatórios propriamente ditos, e não como</p><p>instrumento de verificação pós-operatória.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Council on Dental Research adopts standards for shape and dimensions of</p><p>excavating burs and diamond instruments. J Am Dent Assoc, 1963, v. 67, p. 943.</p><p>AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE. American Dental Association Specification no23 for dental</p><p>excavating burs. J Am Dent Assoc, 1982, v. 104, p. 887.</p><p>BARRANCOS MOONEY, J. Operatoria Dental. Buenos Aires: Panamericana, 1981.</p><p>BERRY, E.A.; EAKLE, W.S.; SUMMITT, J.B. Air abrasion: an old technology reborn. Compend Contin Educ Dent, 1999,</p><p>v. 20, n. 8, p. 751-9.</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medical-Dental,</p><p>1908.</p><p>FRANCISCHONE, A.C.; CUNHA, L.F; MONDELLI, J.; FURUSE, A.Y. Sistema de instrumentação ultrassônica em</p><p>dentística restauradora – CVD (Chemical Vapor Deposition). In: PEDROSA, S.F., PEREIRA, J.C., MASIOLI, M.A. Pró-</p><p>odonto estética. 2011, v. 5, n. 4, p. 37-64.</p><p>FURUSE, A.Y.; CUNHA, L.F.; RUNNACLES, P.; PIROLO, R.; ZIELAK, J.C. Using chemical vapor deposition diamond</p><p>finishing burs for conservative esthetic procedures. Gen Dent, 2013, v. 61, n. 4, p. 75-7.</p><p>HUGO, B. Nuevos métodos de preparación y restauratión para el tratamiento adecuado de las caris interproximales.</p><p>Quintessence, 1997. v. 10, p. 12-20.</p><p>INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION. Standard ISO 2157: head and neck dimensions of designated shape</p><p>of burs. Switzerland: Geneva, 1995.</p><p>LEKNIUS, C; GEISSBERGER, M. The effect of magnification on the performance of fixed prosthodontic procedure. J</p><p>Calif Dent Assoc, 1995, v. 23, p. 66-70.</p><p>MICHAELIDES, P.L. Use of the operating microscope in dentistry. CDA Journal, 1996, v. 24, n. 6, p. 45-50.</p><p>MYERS, T.D. Lasers in dentistry. J Am Dent Assoc, 1991, v. 122, p. 46-50.</p><p>PARULA, N.; BERNAN, L.E.M.; CARRER, A.O. Técnica de operatoria dental. 3. ed. Buenos Aires: ODA, 1964.</p><p>ROBERSON, T.M.; HEYMANN, H.O.; SWIFT Jr., E.J. Studervant’s art and science of operative dentistry. 4. ed. St.</p><p>Louis: Mosby, 2002.</p><p>15.</p><p>16.</p><p>UNTERBRINK, G. Acabado ultrasónico de lesions proximales. Signature (int), 1997, v. 2, p. 12-7.</p><p>VALERA, M.C. et al. Pontas de diamantes – CVD. Rev Gaucha Odontol, 1996, v. 44, n. 2, p. 104-8.</p><p>T</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>odos os materiais restauradores requerem campo operatório isolado, seco e perfeitamente limpo para serem inseridos ou</p><p>condensados nas cavidades.</p><p>O isolamento do campo operatório pode ser absoluto ou relativo. Como medida auxiliar, é possível usar medicamentos que</p><p>diminuem o fluxo salivar, contribuindo para a eficiência do isolamento.</p><p>ISOLAMENTO ABSOLUTO (DIQUE DE BORRACHA)</p><p>O uso do dique de borracha é essencial para se alcançar a mais alta qualidade da restauração, pois é o único meio de se obter um</p><p>campo totalmente livre de umidade. Além disso, há uma série enorme de outras vantagens, resumidas a seguir:</p><p>Retração e proteção dos tecidos moles para promover o acesso à área a ser operada</p><p>Melhor visibilidade do campo operatório</p><p>Condições adequadas para inserção e condensação dos materiais restauradores</p><p>Proteção do paciente contra a aspiração ou deglutição de instrumentos, restos de material restaurador ou qualquer outro tipo de</p><p>elemento estranho.</p><p>O isolamento absoluto deve sempre ser empregado, sendo preterido apenas em casos de total impraticabilidade. Para sua</p><p>aplicação, é necessário um conjunto de materiais, dispositivos e instrumentos9 (Figura 4.1).</p><p>Figura 4.1 Materiais, dispositivos e instrumentos necessários para o perfeito isolamento do campo operatório: (a)</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-1</p><p>pinça porta grampos; (b) perfurador de dique de borracha; (c) grampos; (d) lençol de borracha e arco de Young.</p><p>Lençol de borracha</p><p>É feito de látex natural e encontrado no comércio em cores e espessuras variadas (0,15 a 0,35 mm) para atender às mais</p><p>diferentes finalidades clínicas. A borracha espessa tem boa resistência ao rompimento e promove o máximo vedamento,</p><p>afastamento e proteção dos tecidos moles subjacentes. Tradicionalmente, o lençol de borracha escuro (preto) era o</p><p>pessoas que merecem nosso particular agradecimento: aos Srs.</p><p>Aluisio Affonso, Thiago Gregolin e Aline Carvalho de Mattos, do Grupo Gen, Grupo Editorial Nacional, pela preocupação em</p><p>apresentar um livro de boa qualidade e bastante acessível. Foram inúmeras vezes que se comunicaram conosco para sugerir,</p><p>estimular e orientarnos com suas competências editoriais.</p><p>Uma menção especial ao prezado Prof. Dr. José Alberto de Souza Freitas, o Gastão, como é mais conhecido. É um amigo,</p><p>a quem admiro pela lealdade e pelo espírito humanitário, que sempre atuou em nossa escola, vivenciando problemas e sucessos</p><p>e que transformou, ao longo de todos estes anos, o Centrinho em uma instituição de saúde exemplar, modelo de crescimento e</p><p>de oferecimento de um mundo novo a todos que ali procuram tratamento. Foi um dos criadores do hospital e o maior</p><p>responsável por ele, pulverizando, com fé, sementes que têm tornado todos que ali militam pessoas identificadas com o</p><p>trabalho, o conhecimento e a cordialidade, no objetivo maior de construir sorrisos, como ele mesmo diz. É muito gratificante</p><p>contar com sua presença e seu auxílio constantes, porque crescemos juntos na carreira universitária e na vida.</p><p>Agradeço também aos meus familiares pelo total apoio em todos os meus trabalhos.</p><p>Não poderia deixar de agradecer a todos que respeitam e procuram entender o nosso posicionamento e trabalho, sempre em</p><p>direção e defesa aos valores que fizeram crescer as nossas instituições.</p><p>Muito obrigado!</p><p>José Mondelli</p><p>Apresentação à primeira edição</p><p>Apresentar uma obra da literatura é sempre um momento muito especial. Mais especial ainda e gratificante quando essa</p><p>obra é de autoria do Prof. Dr. José Mondelli e de sua equipe.</p><p>Ao longo das últimas décadas, todos nós, de alguma forma tomamos contato com o Prof. Mondelli, seja por meio de</p><p>cursos, trabalhos publicados, ou, sua maior marca, por meio de livros. Quando as formas de comunicação eram pessoais e o</p><p>conhecimento estava tão distante e quase inalcançável para os rincões deste país, de sul a norte ou, como se convencionou dizer</p><p>quando se quer exprimir dimensões imensas, do Oiapoque ao Chuí, a voz de Bauru se fazia ouvir entre douradas areias</p><p>nordestinas, no calor industrializado do centro do país ou no frio do vento minuano que corta o pampa brasileiro. Na verdade, a</p><p>filosofia de Bauru e do Prof. Mondelli está em todos os lugares.</p><p>Foi assim, ali nos bancos escolares, no silêncio da sala de aula, na inquietude de congressos e jornadas, no dia a dia das</p><p>poucas faculdades de Odontologia, que todos fomos sendo influenciados por esse carisma, por esse saber que não se esgota, por</p><p>essa Dentística que, além de si mesma, é sinônimo de Odontologia.</p><p>Em 1972, surge a primeira obra que aborda questões da fase pré-clínica, norteia novos rumos e, assim, começa a surgir a</p><p>Dentística no Brasil. Surge outro e mais outro, e foram tantos, que já não importa saber quantos são; importa saber que sempre</p><p>um novo livro é um novo momento, uma nova fonte de consulta e de conhecimento.</p><p>Apresentar esta obra renovada é um grande prazer, e certamente o faço em nome da Odontologia brasileira, latino-</p><p>americana e mundial, na condição momentânea de Presidente do Conselho Federal de Odontologia do Brasil.</p><p>Que sirva esta façanha de modelo, como diz a letra do hino rio-grandense, notadamente porque nasce em um país com</p><p>tantas dificuldades sociais, mas que mostra que talento e criatividade estão diretamente relacionados com trabalho, dedicação e</p><p>pesquisa.</p><p>Prof. Dr. Miguel Álvaro Santiago Nobre</p><p>Professor de Prótese da Universidade Luterana do Brasil</p><p>Presidente do Conselho Federal de Odontologia</p><p>Apresentação à segunda edição</p><p>Para mim é uma honra e uma grande satisfação apresentar a segunda edição de Fundamentos de Dentística Operatória, de</p><p>autoria do eminente Professor José Mondelli.</p><p>Professor Mondelli, desde que ingressou na Faculdade de Odontologia de Bauru, USP, procurou oferecer aos odontólogos,</p><p>alunos e profissionais livros que lhes propiciassem aprendizado de modo simples, objetivo, com conhecimento científico</p><p>adequado à área da Dentística Operatória e que lhes pudessem ajudar em sua prática clínica.</p><p>Seus livros têm sido publicados, além do Brasil, na Alemanha e Itália.</p><p>A primeira edição da obra, em 2006, foi amplamente aceita no meio odontológico, motivo pelo qual levou a mesma a ser</p><p>reimpressa 6 vezes, e a última ser publicada em 2013.</p><p>Mais uma vez a referida obra se esgotou e se fazia necessária uma nova reimpressão, porém, o Professor Mondelli optou</p><p>por fazer uma nova edição. Para tanto, os novos tempos exigiram uma revisão de conceitos e a atualização dos diversos temas</p><p>tratados nesse livro. Por esse motivo, o Professor Mondelli e sua equipe se prontificaram a refazer completamente o livro,</p><p>acrescentando e atualizando conceitos e ilustrações, as quais já exibiam um padrão maravilhoso nas edições anteriores.</p><p>Nesta edição são abordados, com bastante clareza, temas referentes às restaurações com amálgama, com resinas</p><p>compostas, com ionômero de vidro, restaurações adesivas diretas, restaurações metálicas fundidas, inlays, onlays, coroas</p><p>estéticas e facetas estéticas, perfazendo um total de 36 capítulos.</p><p>Percebe-se em todo o livro o esmero dedicado às ilustrações, ora com desenhos, ora com sequências esquemáticas em</p><p>manequins, complementadas com casos clínicos, com o objetivo de facilitar o entendimento do assunto.</p><p>A Odontologia brasileira é brindada com mais uma obra do nosso eminente Professor Mondelli, e, por esse motivo, o</p><p>cumprimentamos junto a toda a sua equipe e ao Departamento de Dentística, Materiais e Endodontia da Faculdade de</p><p>Odontologia de Bauru, na certeza de que esta edição alcançará o sucesso de suas outras publicações.</p><p>Com certeza outras obras virão com o mesmo esmero com que esta foi realizada.</p><p>Clovis Monteiro Bramante</p><p>Professor Titular de Endodontia da</p><p>Faculdade de Odontologia de Bauru, USP</p><p>Cinquenta e três anos do ensino da Dentística na FOB-USP</p><p>A segunda edição de Fundamentos de Dentística Operatória foi preparada em comemoração aos 53 anos do Departamento</p><p>de Dentística da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB/1963-2016), que iniciou suas</p><p>atividades no segundo ano de funcionamento da FOB-USP, com destaque especial para a disciplina de Dentística.</p><p>Em 1962, eu já pertencia à equipe de docentes da FOB, na cadeira de Materiais Dentários, como assistente do Prof.</p><p>Dioracy Fonterrada Vieira, orientador em toda minha carreira universitária, e no ano seguinte fui convidado a atuar no</p><p>Departamento de Dentística, dirigido pelo Prof. Oswaldo dos Santos Cardoso. Nesse momento iniciei meu aprendizado e</p><p>desenvolvimento nessa área com grandes mestres e colegas, entre eles, os Drs. Adair Stefanello Busatto, Alceu Berbert, Almeno</p><p>Ferreira de Souza, Amilcar Werneck de Carvalho Vianna, Antônio Carlos Piccino, Antônio Goncalves Oliveira, Aquira</p><p>Ishikiriama, Carlos Eduardo Francischone, Clovis Monteiro Bramante, Darly Machado de Campos, Diógenes de Abreu,</p><p>Edésio Santos Siqueira, Elio Mezzomo, Eurico Estevam, Fausto Gabriele, Flávio Augusto Marciaj Oliveira, Gilberto</p><p>Henostroza, Guilherme Simões Gomes, Haroldo Cauduro, Henrique Teitembaum, Inácio Rodriguez Chiapini, Jean E. Gjorup,</p><p>Joaquim Ferreira Lima, José Alberto de Souza Freitas, José Valdes Conti, Laércio Niquel Ferreira, Lincoln Steagall, Luís</p><p>Carlos da Fontoura Frasca, Luiz Clovis Cardoso Vieira, Luiz Narciso Baratieri, Marcelo Augusto Galante, Michel Miguel,</p><p>Narciso Garone Neto, Newton Fahl Jr., Olimpio Faissol Pinto, entre tantos outros, e se tornou minha ciência por opção. A</p><p>filosofia de ensino do Departamento de Dentística visa à formação do clínico geral, que deve ter conhecimentos científicos,</p><p>mentalidade preventiva e formação humanística, e que seja capaz de resolver os problemas clínico-restauradores ou correlatos</p><p>de nossa população, em qualquer nível de atuação (clínica social ou privada).</p><p>Ao longo desses anos sigo o lema “a teoria e a técnica devem ser aprendidas, adquiridas, desenvolvidas e atualizadas</p><p>mais</p><p>indicado, porque contrastava com o dente e refletia menos luz.5 No mercado odontológico encontram-se pelo menos mais</p><p>quatro cores alternativas, conforme a preferência do operador: verde, azul, rosa e a cor natural do látex. Esse material é</p><p>geralmente fornecido em rolo ou já cortado de forma quadrangular, pronto para uso (Figura 4.2A).</p><p>Figura 4.2 A. Lençol de borracha apresentado em rolo e cortado em forma quadrangular. B. Tipos de portadiques –</p><p>(a) arco de Young;(b) arco de Ostby; (c) porta-dique Woodbury. C. Porta-dique desenvolvido pelo Prof. Dr. José</p><p>Mondelli.</p><p>Perfurador do lençol de borracha</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-2</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>A borracha deve ser perfurada na região correspondente aos dentes que serão isolados.</p><p>O perfurador (Figuras 4.1 [b] e 4.6B) deve ter número suficiente de furos, com diâmetros variados, para realizar orifícios</p><p>na borracha, de modo a acomodar dentes de diferentes tamanhos. É muito importante que os furos tenham a borda cortante bem</p><p>afiada e uniforme. Se o perfurador não cortar adequadamente, uma pequena moeda de borracha ficará presa ao lençol e sua</p><p>remoção poderá rasgar a borracha, causando perda de vedamento e penetração de saliva ao redor do colo do dente. Para</p><p>solucionar esse problema, a base dos orifícios deverá ser afiada com lixas ou borrachas abrasivas. O perfurador mais difundido,</p><p>fabricado e comercializado é o modelo de Ainsworth.</p><p>Porta-dique de borracha</p><p>O mantenedor de dique mais usado entre os profissionais é o arco de Young (Figuras 4.1 [d] e 4.2B), que tem forma de U, com</p><p>pequenas projeções ou pinos metálicos que prendem a borracha e a mantêm em posição, sob tensão. O porta-dique de Ostby,</p><p>feito de plástico, tem a forma de arco fechado e projeções pontiagudas que prendem a borracha por todos os lados. Existem</p><p>outros tipos de porta-diques, como o de plástico fabricado pela “Jon”, o de Woodbury e o de Wizzard, que empregam tiras</p><p>elásticas que passam por trás da cabeça do paciente e, por meio de garras, prendem a borracha de um lado a outro da face.</p><p>Recentemente, a SS White e a Dental Sem Limites lançaram no mercado um arco metálico baseado nos arcos de Young e</p><p>Ostby, o qual foi desenvolvido pelo Prof. Dr. José Mondelli, a fim de aumentar sua área e curvatura, possibilitando um campo</p><p>operatório mais amplo e visível, menos formação de dobras no lençol de borracha e permitindo a respiração mais livre do</p><p>paciente (Figura 4.2C).</p><p>Grampos</p><p>Para manter o lençol de borracha em posição estável junto aos dentes são necessários grampos encontrados em grande variedade</p><p>de tipos e marcas no mercado (Figura 4.1).</p><p>A utilização do grampo para manter a borracha em posição é indicada para todos os casos, especialmente para coroas</p><p>clínicas curtas, como as dos pacientes jovens, e para retração gengival. Nos casos de coroas clínicas mais altas que ofereçam</p><p>condições para a borracha se manter em posição, os grampos podem ser dispensados ou, se for o caso, utilizam-se amarrilhas</p><p>com fio dental ou até elásticos ortodônticos de borracha.</p><p>De modo geral, a série clássica de grampos é dividida em:</p><p>200-205: para molares</p><p>206-209: para pré-molares</p><p>210-211: para dentes anteriores.</p><p>Os grampos para dentes posteriores devem ser colocados na perfuração mais distal da borracha (Figura 4.11). Alguns</p><p>grampos adaptam-se a um grande número de dentes, como o W8A e o 14A, de Schultz (Figura 4.3A), que com pequenas</p><p>adaptações podem ser utilizados em quase todos os dentes posteriores (Figura 4.3B); o no 212, de Ferrier, indicado para retração</p><p>gengival (Figura 4.4) que necessita, em alguns casos, de modificações que consistem na curvatura da garra lingual para incisal e</p><p>da vestibular para apical, da seguinte maneira: as garras são aquecidas ao rubro em uma lamparina a álcool ou em um bico de</p><p>Bunsen, mantendo-se o grampo em posição com um alicate no 121; com outro alicate do mesmo tipo, faz-se a curvatura das</p><p>garras, conforme mostra a Figura 4.4A e B. Esse tipo de grampo deve ser sempre imobilizado com godiva (Figura 4.4D). Para</p><p>melhor aderência da godiva às superfícies dentárias e metálicas, pode-se aplicar previamente verniz cavitário sobre os dentes e</p><p>alças do grampo.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-4</p><p>Figura 4.3 A. Grampos especiais; W8A sem “projeções” ou “asas laterais” e 14A com “projeções” laterais. B.</p><p>Outros tipos de grampos usados para o isolamento absoluto.</p><p>Figura 4.4 Esquema para modificação do grampo no 212 (A) a fim de promover a retração ou o afastamento</p><p>temporário da gengiva marginal (B), favorecer a visualização e a instrumentação do preparo cavitário em lesões de</p><p>classe V (C) para posterior restauração, procurando sempre que possível fixar o grampo com godiva de baixa fusão</p><p>aos dentes adjacentes (D).</p><p>Visando facilitar o acesso, ou ainda trabalhos simultâneos em dois dentes, o grampo no 212 pode ainda sofrer</p><p>modificações, removendo-se a alça de um dos lados além das garras de preensão como mostra a Figura 4.5.</p><p>O grampo sem asas no 26 (Figura 4.14A) é indicado para molares, em especial os inferiores com pouca retenção, e para as</p><p>técnicas de colocação que empregam grampos sem projeções laterais.</p><p>Pinça porta-grampo</p><p>Para levar o grampo ao dente, é necessária a utilização de um porta-grampo. Um dos tipos de pinça porta-grampo mais eficiente</p><p>é o de Palmer, que aparece nas Figuras 4.1 e 4.6. Alguns modelos, com um intermediário longo e curvo próximo às garras</p><p>(Figura 4.6A), não se soltam facilmente do grampo, como é necessário, principalmente quando o dente posterior que vai receber</p><p>o respectivo grampo tem uma inclinação para mesial. Por isso, deve-se procurar uma pinça que seja útil para todos os casos.</p><p>Todo porta-grampo deve ter uma mola entre os seus cabos e uma alça corrediça para manter o grampo distendido entre as</p><p>pontas ativas das garras enquanto ele está sendo adaptado.10</p><p>Depois de selecionado todo o material, com os instrumentos e dispositivos necessários adequadamente dispostos na mesa</p><p>auxiliar (Figura 4.1), algumas etapas devem ser seguidas para o isolamento do campo operatório.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-1</p><p>Figura 4.5 Grampos no 212 com remoção das alças de um dos lados (A) para possibilitar a retração gengival em</p><p>preparos de classe V, próximo ao dente que recebe o grampo estabilizador do lençol de borracha (B) ou para</p><p>preparos e restaurações de classe V simultaneamente em dois dentes contíguos (C).</p><p>Figura 4.6 A. Pinças porta-grampos: (a) de Stockes e (b) de Palmer. B. Orifícios existentes na plataforma giratória</p><p>do perfurador, com diferentes calibres, de acordo com os vários grupos de dentes.</p><p>Preparação do lençol de borracha</p><p>O sucesso no isolamento dos dentes e da</p><p>área a ser operada depende muito da maneira pela qual são feitos os orifícios na</p><p>borracha. A dimensão dos dentes a serem incluídos no isolamento determina o tamanho dos orifícios que deverão ser</p><p>perfurados. A plataforma giratória do perfurador de Ainsworth geralmente apresenta cinco orifícios, com diâmetros variados.</p><p>Cada um deles é indicado para um determinado grupo de dentes (Figura 4.6B).</p><p>Em Clínica Restauradora é sempre vantajoso incluir o maior número de dentes possível no campo a isolar.4,5,9,12 Como</p><p>regra geral, o dique deve incluir no mínimo dois dentes a distal daquele que vai ser tratado (desde que o caso permita) e o</p><p>remanescente para mesial, até o canino pertencente ao hemiarco do lado oposto. No caso de dentes anteriores, deve-se isolar</p><p>sempre uma extensão que vai de pré-molar de um hemiarco ao pré-molar do lado oposto (Figura 4.7).</p><p>Deve-se lembrar, porém, de que, nos tratamentos de rotina, o profissional, e principalmente o mais experiente, prepara</p><p>vários dentes da mesma arcada, e assim o isolamento absoluto do campo operatório por região oferece melhores condições de</p><p>trabalho, além de permitir a intervenção em um número maior de dentes de uma só vez. Nos casos em que foi preparado apenas</p><p>um dente, por exemplo, o isolamento pode abranger um número menor de elementos, desde que isso não interfira no acesso</p><p>para a instrumentação, inserção do material restaurador e no contorno da restauração.</p><p>Posição do orifício no lençol de borracha</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-7</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Em geral, a distância entre os orifícios deve ser igual à distância entre os eixos longitudinais dos dentes e seguir a mesma</p><p>disposição destes no arco dental (Figura 4.8A). Existe uma pequena variação nos dentes anteriores inferiores, cujas áreas</p><p>gengivais apresentam dimensões vestibulolingual (VLs) maiores que as mesiodistais (MDs), onde frequentemente se torna</p><p>necessário posicionar esses orifícios ligeiramente um pouco mais espaçados que os eixos longitudinais dos dentes,</p><p>possibilitando maior quantidade de borracha para invaginação adequada e vedamento do campo.3</p><p>Figura 4.7 Isolamento absoluto adequado para intervenções em dentes anteriores.</p><p>Figura 4.8 Perfuração dos orifícios segundo a altura da gengiva interdental para pacientes sem recessão gengival</p><p>(A), para pacientes com recessão gengival (B), perfuração dos orifícios segundo a disposição dos dentes no arco</p><p>(C) e de acordo com a posição da cavidade no dente (D).</p><p>As condições seguintes determinarão o espaço e a relação entre os orifícios a serem perfurados na borracha:</p><p>Tamanho dos dentes: quanto maiores, mais espaçados os orifícios</p><p>Contorno dos dentes: dentes ovoides e cônicos requerem mais espaço entre os orifícios que os tipos quadrangulares, com</p><p>menor espaço interdental</p><p>Altura da gengiva interdental: quanto mais baixa a papila interdental, menor a distância entre os orifícios (Figura 4.8B)</p><p>Espaços entre os dentes ou ausência de dentes: nesses casos, o espaço na borracha é igual à distância entre os eixos</p><p>longitudinais dos dentes adjacentes. Isso é o suficiente para que a borracha cubra a área desdentada ou o espaço anormal,</p><p>possibilitando invaginação apropriada na área gengival</p><p>Má posição dos dentes no arco: os orifícios devem ser perfurados exatamente na mesma relação de posição de cada dente</p><p>(Figura 4.8C)</p><p>Posição da cavidade no dente: aplica-se principalmente para as cavidades de classe V, subgengivais vestibulares. Em caso de</p><p>restauração de área gengival, em que se emprega o grampo cervical para retração, o orifício que corresponde ao dente</p><p>envolvido deve ser deslocado aproximadamente 2,0 mm para vestibular. Isso tornará possível uma quantidade de borracha</p><p>suficiente para invaginação e retração gengival apropriadas (Figura 4.8D).</p><p>Métodos de perfuração da borracha</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-8</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Divisão em quadrantes: toma-se um quadrado de borracha e, com uma caneta esferográfica, traçam-se duas linhas, uma</p><p>vertical e outra horizontal, dividindo a borracha em quadrantes. Em geral, a marcação é feita a partir do centro, 3,0 cm para</p><p>cada lado nos segmentos horizontais; nos segmentos verticais, 5,0 cm no superior e 4,0 cm no inferior. As perfurações,</p><p>tanto para o arco superior como para o inferior, são feitas nos quadrantes correspondentes, segundo a orientação indicada</p><p>na Figura 4.9A. Assim, as perfurações devem ser feitas de acordo com a região a ser isolada, com o número, o tamanho e</p><p>distância entre os dentes. A marcação é feita a partir do centro devido a pequenas diferenças de medidas existentes entre as</p><p>marcas comerciais de lençol de borracha</p><p>Mordida em cera: o paciente impressiona, com a mordida, uma lâmina de cera no 7. Essa lâmina é colocada na região superior</p><p>ou inferior da borracha, conforme o arco a ser isolado, procurando manter as distâncias das margens previstas pelo método</p><p>de divisão em quadrantes. Em seguida, são feitas as perfurações, orientadas pelas impressões dos dentes na lâmina de cera</p><p>Marcação na boca: com a borracha presa pelo arco, marca-se com caneta esferográfica diretamente na boca a posição dos</p><p>dentes a serem isolados (Figura 4.9B), utilizando-se sempre os pontos de referência citados no método de divisão em</p><p>quadrantes. A seguir, perfura-se a borracha exatamente no local das marcas</p><p>Carimbo: marcam-se as posições padrão dos dentes decíduos e permanentes diretamente na borracha (Figura 4.9C). É um</p><p>método bastante prático e útil, principalmente para estudantes. Aqui também deve-se procurar manter as distâncias das</p><p>margens da borracha.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-9</p><p>Figura 4.9 A. Lençol de borracha dividido em quadrantes e com a localização das perfurações para isolamento do</p><p>3o molar inferior esquerdo ao canino do lado oposto. B. Marcação da borracha com caneta esferográfica feita</p><p>diretamente na boca. C. Carimbo para marcação da localização das perfurações na borracha.</p><p>Preparo dos dentes para receber o dique de borracha</p><p>Toda a área dos pontos de contato deve ser testada com fio dental, a fim de se verificar a sua regularidade (Figura 4.10A). Se o</p><p>fio ficar dilacerado, certamente a borracha interproximal romper-se-á durante a colocação. As cristas marginais e as áreas de</p><p>contato devem ser regularizadas adequadamente para a recepção da borracha. Esse procedimento é realizado com tiras de lixa</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-10</p><p>•</p><p>para o polimento de granulação fina, após prévia separação mecânica. As tiras de lixa de aço também são bastante eficientes e</p><p>muitas vezes evitam a necessidade de separação prévia. Caso o dente a ser preparado para restauração tenha um contato</p><p>cortante, pela presença de cárie, a forma de contorno da caixa proximal deve ser sempre determinada antes da colocação do</p><p>dique. Também deve ser dada atenção especial à extensão gengival do preparo, para se eliminar o contato com a superfície do</p><p>dente adjacente,</p><p>o que dificultaria a passagem da borracha para o espaço interdentário.</p><p>Além desses cuidados, são necessários outros tratamentos preliminares em relação aos dentes (limpeza e polimento</p><p>coronário) e tecidos moles (lubrificação dos lábios).</p><p>Figura 4.10 A. Verificação da relação de contato e existência de bordas cortantes com fio dental. B. Seleção do</p><p>grampo para a técnica de isolamento. C. Perfuração da borracha de acordo com os grupos de dentes a serem</p><p>envolvidos no isolamento. D. Colocação do grampo por meio de suas projeções laterais, no orifício mais posterior</p><p>da borracha. Visão das faces externa (E) e interna (F) do grampo preso à borracha.</p><p>Técnicas de colocação do dique de borracha</p><p>Coloca-se o grampo, depois a borracha e finalmente o mantenedor do dique (Figura 4.14). Opcionalmente pode-se colocar o</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-14</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>grampo e, em seguida, a borracha e o porta-dique, mantendo-se a borracha folgada no porta-dique</p><p>Técnica de Ingraham:5 coloca-se o grampo sem asas com a borracha e a seguir o porta-dique (Figura 4.13)</p><p>Coloca-se o conjunto borracha-arco, e a seguir o grampo</p><p>Coloca-se o conjunto grampo-arco-borracha a um só tempo (Figura 4.10D a F).</p><p>As duas primeiras técnicas exigem a utilização de grampos sem asas ou projeções laterais, como os no 26, 28 ou W8A,</p><p>porque a borracha deve ser passada por cima deles (Figuras 4.13D e 4.14C), após estarem adaptados aos dentes (Figuras 4.13C</p><p>e 4.14A). Essas técnicas são indicadas para isolar um hemiarco para trabalhos de Dentística, e quando há dificuldade para</p><p>empregar a técnica do conjunto grampo–borracha–porta-dique.</p><p>A terceira técnica é bastante utilizada em Endodontia e para isolamento de dentes isolados.</p><p>A quarta técnica é a mais utilizada em Dentística, geralmente para isolamento das regiões anterior e posterior, pela</p><p>facilidade operacional e por não necessitar de grampos especiais.</p><p>Entretanto, deve-se salientar que a técnica de colocação depende do caso em particular e da preferência do profissional. Por</p><p>exemplo, em pacientes com abertura de boca limitada, ou que apresentem o ramo ascendente da mandíbula próximo à face</p><p>distal dos 2o ou 3o molares inferiores, recomendam-se a 2a ou a 4a técnica, pois, devido a essas características, a passagem da</p><p>borracha sobre o grampo será difícil.</p><p>Por último, o trabalho a quatro mãos facilita e agiliza qualquer que seja a técnica e a região a ser isolada.</p><p>Sequência de colocação do dique de borracha</p><p>Selecionou-se a técnica de no 4 para servir de exemplo porque sua execução é uma das mais simples e é aplicável à maioria dos</p><p>casos; além disso, é a mais empregada pelos estudantes em trabalhos de laboratório.</p><p>A descrição será feita para intervenções no hemiarco inferior direito. Experimentam-se os grampos da série 200 a 205 no</p><p>2o molar inferior direito e seleciona-se aquele que melhor se adapte (Figura 4.10B). Os contatos dos dentes englobados no</p><p>isolamento, de 2o molar inferior direito a canino inferior esquerdo, são testados com fio dental (Figura 4.10A), a fim de se</p><p>eliminar qualquer aresta cortante que possa rasgar a borracha. Estando a borracha presa ao porta-dique e corretamente</p><p>posicionada na boca, são feitas as marcações correspondentes aos dentes a serem isolados com caneta esferográfica (Figura</p><p>4.9B). Com o perfurador de Ainsworth, perfura-se a borracha nos pontos marcados, de acordo com o diâmetro de cada dente</p><p>(Figura 4.10C).</p><p>Prende-se o grampo escolhido, por suas asas laterais, na perfuração mais distal da borracha que, neste caso, corresponde ao</p><p>2o molar inferior direito (Figura 4.10D a F); aplica-se lubrificante específico ou creme de barbear na porção interna da borracha</p><p>na região das perfurações (Figura 4.11A). Com as pontas ativas do porta-grampo acopladas aos orifícios do grampo, distende-se</p><p>este, juntamente com a borracha, levando o conjunto em posição (Figura 4.11B).</p><p>Essa colocação é feita com bastante cuidado, deslizando primeiramente a garra lingual no esmalte, até encontrar uma</p><p>posição estável, para depois estabilizar a garra vestibular. Remove-se o porta-grampo e, com um instrumento rombo, por</p><p>exemplo, a espátula no 1 para inserção, o brunidor no 33 de Bennett ou a pinça clínica, passa-se a borracha por baixo das asas</p><p>(Figuras 4.11C e D).</p><p>Em seguida, passa-se a borracha pelo dente localizado no extremo oposto daquele que tem o grampo, no caso o canino</p><p>inferior esquerdo (Figura 4.11E), e subsequentemente nos demais dentes a serem isolados. Para isso, a porção de borracha</p><p>localizada entre os orifícios é estirada, uma de cada vez, passando como uma “faca” nas regiões de contato; se ela não deslizar,</p><p>deve ser delicadamente movimentada de vestibular para lingual, ao mesmo tempo que se aplica pressão na direção gengival.</p><p>Caso não se logre êxito com os procedimentos mencionados, deve-se usar o fio dental como meio auxiliar (Figura 4.12D e</p><p>E). Ele deve ser enrolado nos dedos mínimos de cada mão, para que tenha comprimento adequado entre os dedos indicadores. O</p><p>fio deve ser forçado sempre de encontro às faces mesial ou distal dos dentes e nunca somente em direção apical, pois poderia</p><p>ferir a gengiva. Após a passagem da borracha pela área de contato, o fio dental é removido, puxando-se pelo lado vestibular.</p><p>Nesse momento, o sugador de saliva pode ser colocado pelo lado livre da boca, por trás do dique, ou então fazendo-o passar por</p><p>uma perfuração feita na borracha na região lingual (Figura 4.12F).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-12</p><p>Figura 4.11 A. Aplicação de lubrificante nas regiões dos orifícios. B. Colocação do grampo junto ao dente pela</p><p>técnica do conjunto grampo + borracha + porta-dique.C. Passagem da borracha sob as projeções laterais do</p><p>grampo com auxílio de instrumento rombo. D. Aspecto da borracha após a passagem desta sob as projeções do</p><p>grampo. E. Passagem da borracha, iniciada pelo orifício mais distante em relação ao grampo, correspondendo, no</p><p>caso, ao canino do hemiarco oposto.</p><p>Deve-se lavar toda a área isolada do lençol de borracha, a fim de eliminar o creme de barbear ou qualquer outro</p><p>lubrificante hidrossolúvel, caso contrário a borracha não se estabiliza e fica difícil sua invaginação.</p><p>Por último, deve ser feita a invaginação da borracha nas áreas gengivais do dente, com auxílio de instrumento adequado e</p><p>jatos de ar, introduzindo a borracha no sulco gengival (Figura 4.12D e E). Isso deve ser feito em todos os dentes, de modo que a</p><p>borracha fique invaginada em toda a extensão do colo, evitando-se com isso a passagem de saliva, principalmente nas</p><p>intervenções prolongadas.</p><p>Quando houver dificuldade para realizar esse procedimento do lado lingual, ele pode ser executado com auxílio do fio</p><p>dental, contornando-se</p><p>o dente por lingual e puxando-o firmemente por vestibular, enquanto um instrumento pressiona fio e</p><p>borracha em direção à área gengival, sob jatos de ar (Figura 4.12B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-12</p><p>Figura 4.12 Confecção da amarria com auxílio de fio dental (A) e de uma cureta, forçando o fio dental no sentido</p><p>gengival, do lado lingual (B), e realização de um nó cirúrgico seguido de nó simples, por vestibular (C). Invaginação</p><p>da borracha com auxílio de fio dental (D), cureta e jatos de ar (E). F. Campo operatório isolado.</p><p>Confecção de amarrias</p><p>Quando a invaginação da borracha no sulco gengival for difícil, por se tratar de coroa clínica curta ou muito expulsiva, pode-se</p><p>recorrer ao uso de amarria. Elas são elaboradas passando-se o fio dental pelos espaços interdentais de cada dente e dando-se um</p><p>nó cirúrgico por vestibular, sem apertá-lo demasiadamente. Em seguida, com um instrumento rombo, por exemplo, a espátula no</p><p>1 para inserção de material, leva-se o fio abaixo da borda gengival, ao mesmo tempo que se mantêm as pontas firmes por</p><p>vestibular, e aperta-se o nó. Depois, dá-se mais um nó simples para manter a ligadura em posição (Figura 4.12).</p><p>Remoção do dique</p><p>A etapa inicial da retirada do dique consiste no estiramento da borracha do lado vestibular e no seccionamento das porções</p><p>interdentais, com a tesoura (Figura 4.13F). O grampo é removido, a seguir o porta-dique e a borracha. Após a remoção do</p><p>conjunto, deve-se passar o fio dental por todos os contatos, a fim de se eliminar qualquer pedaço de borracha remanescente.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-13</p><p>Uma massagem deve ser feita na gengiva, com a ponta dos dedos, para reativar a circulação, principalmente na área que recebeu</p><p>o grampo.</p><p>Figura 4.13 A. Colocação do grampo sem asas na borracha, para o isolamento do campo operatório pela técnica</p><p>de Ingraham. Conjunto grampo + lençol de borracha, presos ao porta-grampo (B) para ser levado ao dente (C). D.</p><p>Complementação da passagem da borracha pelo grampo e pelo dente. E. Visão do campo operatório isolado. F.</p><p>Remoção do isolamento absoluto, com a borracha estirada e seccionamento nas porções interdentais.</p><p>Isolamento absoluto sobre prótese parcial fixa ou elementos esplintados</p><p>Algumas vezes é preciso realizar o isolamento absoluto em áreas que apresentam elementos unidos, para realização de um</p><p>tratamento endodôntico ou mesmo um procedimento restaurador complementar. Nesses casos, tendo em vista a impossibilidade</p><p>de se passar a borracha pelos pontos de contato, são requeridas algumas modificações na técnica do isolamento (Figura 4.14).</p><p>Serão descritas duas técnicas de isolamento absoluto, em manequim, simulando-se uma prótese parcial fixa – PPF – de três</p><p>elementos (Figura 4.15A).</p><p>Na primeira técnica as perfurações no lençol de borracha são feitas normalmente, sem a perfuração do local correspondente</p><p>ao pôntico. A sequência de colocação do dique de borracha é semelhante à técnica convencional, com exceção da área</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-15</p><p>correspondente ao pôntico, onde, por haver união entre os elementos da prótese, não há possibilidade da passagem da borracha</p><p>(Figura 4.16A).</p><p>Figura 4.14 A. Grampo sem asas posicionado para possibilitar a passagem da borracha com ele no lugar. B.</p><p>Deslizamento da borracha estirada com os dedos indicadores pelo arco do grampo. C. Passagem completa do</p><p>dente e do grampo pelo orifício da borracha. D. Aspecto do campo operatório isolado.</p><p>Para a fixação da borracha sob os pontos de contato, utiliza-se uma agulha para sutura preparada, com a ponta ativa</p><p>arredondada, e fio dental. Com esse conjunto preso em porta agulha, passa-se o fio dental de vestibular para lingual entre a</p><p>borracha e o dente pilar, abaixo do ponto de união entre esse dente e o pôntico (Figura 4.16B). Agora faz-se o movimento</p><p>inverso de lingual para vestibular, perfurando-se a borracha (Figura 4.16C e D). Dá-se um nó cirúrgico na região vestibular,</p><p>seguido de um nó simples (Figura 4.16E e F) e repete-se a manobra na outra região proximal.</p><p>Na outra técnica, as perfurações são feitas normalmente, inclusive a da área correspondente ao pôntico (Figura 4.15B e C).</p><p>Para fixação da borracha, repetem-se os procedimentos descritos anteriormente, passando-se a agulha com o fio dental,</p><p>inicialmente de vestibular para lingual abaixo do ponto de união, e em seguida de lingual para vestibular sem perfuração da</p><p>borracha, utilizando-se para isso o orifício correspondente ao pôntico (Figura 4.15D a J).</p><p>A modificação que simplifica sobremaneira essas duas técnicas consiste no corte com tesoura da área correspondente ao</p><p>pôntico, unindo os dois orifícios contíguos no lado lingual, a fim de que a aleta de borracha passe de vestibular para lingual por</p><p>baixo do pôntico e seja colada com cola à base de cianoacrilato ou cola especial para borracha.14</p><p>TIPOS ESPECIAIS DE ISOLAMENTO ABSOLUTO</p><p>O campo operatório a ser isolado deve englobar o maior número possível de dentes, mas há casos especiais nos quais um único</p><p>dente pode ser isolado, como acontece nos procedimentos endodônticos ou em restaurações de classe I. Outra exceção à regra</p><p>para um isolamento mais extenso é o caso de restaurações de classe II em molares de pacientes jovens, em que às vezes é</p><p>preferível isolar apenas os molares e pré-molares, pois os dentes anteriores pouco irrompidos não prendem adequadamente a</p><p>borracha.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref14</p><p>Figura 4.15 A. Simulação de uma prótese parcial fixa (PPF) de três elementos. B. Colocação do dique de borracha</p><p>com a perfuração correspondente ao pôntico. C. Posicionamento da borracha na região de união do pôntico aos</p><p>dentes pilares. Passagem da agulha com o fio dental de vestibular para lingual entre a borracha e o dente pilar (D),</p><p>e de lingual para vestibular, sem perfuração da borracha, utilizando-se para isso o orifício correspondente ao</p><p>pôntico (E). Visão da passagem do fio dental (F), para em seguida realizar o nó cirúrgico e o nó simples na região</p><p>vestibular (G). H. Visão vestibular. I. Visão oclusal. J. Visão lingual do isolamento da prótese parcial fixa.</p><p>Figura 4.16 A. Técnica opcional para isolamento de PPF sem perfuração da área correspondente ao pôntico.</p><p>Passagem da agulha + fio dental, de vestibular para lingual, entre a borracha e o dente pilar (B), perfurando em</p><p>seguida a borracha de lingual (C) para vestibular com auxílio de um porta-agulha (D). E. Visão vestibular do</p><p>isolamento absoluto. F. Visão oclusal do isolamento absoluto.</p><p>Técnicas especiais com grandes aberturas no lençol de borracha foram sugeridas para possibilitar o controle do fluxo</p><p>salivar por quadrante ou por segmentos dentários em procedimentos de cimentações adesivas, tratamento de dentes com</p><p>aparelhos ortodônticos fixos, fechamento de diastemas múltiplos, restaurações de várias cavidades contíguas e reconstruções de</p><p>guia anterior.1,2,6-8,11,13-15 Essa técnica, originalmente concebida por Wyse em 1971, sugere o seccionamento dos septos de</p><p>borracha entre os orifícios que isolam a área interdentária.</p><p>Isso, além de expor a região envolvida, facilita a colocação do dique</p><p>e possibilita uma visão operatória mais ampla e precisa do conjunto de dentes que estão sendo restaurados. Essa visão de</p><p>conjunto possibilita constatar a harmonia e a estética da composição dentária em relação à composição dentofacial, impossível</p><p>com a técnica convencional de isolamento absoluto, na qual só as coroas dos dentes são visíveis. A restrição a essa técnica é que</p><p>ela possibilita apenas o controle do fluxo salivar, e não da umidade. Atualmente, ela pode ser associada aos cianoacrilatos, rolos</p><p>de algodão e almofada absorvente adesiva (Pad).11</p><p>O cianoacrilato é um adesivo que se polimeriza na presença de íons hidroxila, abundantes na cavidade bucal. Sua</p><p>polimerização é rápida e a película de adesivo destaca-se facilmente da mucosa. É utilizado em determinadas situações clínicas</p><p>para auxiliar no bloqueio da saliva pela colagem da borracha em posição; nos casos de isolamento absoluto com a presença de</p><p>prótese fixa, para substituir a ligadura com fio dental; em pequenos reparos na borracha; e cola as bordas vestibular e lingual</p><p>dobradas internamente na abertura intencional do lençol de borracha, para isolamento por quadrante ou do segmento dentário</p><p>anterossuperior (Figuras 4.17 e 4.18).</p><p>As resinas bloqueadoras fotopolimerizáveis representam outro recurso disponível para controle da saliva e proteção do</p><p>tecido gengival. São aplicadas sobre a gengiva marginal, vedando os colos dentários, e utilizadas em associação com os rolos de</p><p>algodão. Esse recurso é particularmente útil quando da realização de clareamento dentário e condicionamento ácido nos quais</p><p>são utilizadas substâncias químicas fortes e agressivas à mucosa oral11 (Figura 4.19).</p><p>Figura 4.17 A. O seccionamento dos septos interdentários do lençol de borracha possibilita o isolamento do</p><p>segmento dentário anterossuperior sem remover o aparelho ortodôntico. B. A grande abertura do lençol de</p><p>borracha em vez dos furos permite acesso e ampla visão do campo operatório para abordagem palatina do dente</p><p>21.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#ref11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-19</p><p>Figura 4.18 A. Isolamento simultâneo para clareamento de dentes vitais associando-se o isolamento absoluto, para</p><p>os dentes superiores, à barreira de resina fotopolimerizável nos inferiores, pois estes apresentam contenção</p><p>ortodôntica lingual. B. Agente clareador aplicado nos dentes superiores depois de ativados e nos inferiores isolados</p><p>pela barreira de resina antes de ser ativado.</p><p>Figura 4.19 A. Isolamento das arcadas superior e inferior por meio da barreira de resina depois de</p><p>•</p><p>•</p><p>fotopolimerizada. B. Aplicação do agente clareador sobre as superfícies dentárias dos segmentos à direita da linha</p><p>média, estando os tecidos moles protegidos pela barreira de resina.</p><p>ISOLAMENTO RELATIVO</p><p>Pode ser empregado ao se realizarem restaurações provisórias ou em condições de total impraticabilidade de isolamento</p><p>absoluto.</p><p>São utilizados rolos de algodão, guardanapos ou gazes. No arco superior, os materiais são mantidos pela pressão da</p><p>musculatura das bochechas e do lábio (Figura 4.20A). No arco inferior, com auxílio de dispositivos, como:</p><p>Autômato de Eggler e dispositivo similar ao da Ivory (Figura 4.20B e C)</p><p>Dispositivo plástico Rolo-plast (Figura 4.20D), fabricado e fornecido pela Dental S.A., Rio de Janeiro.</p><p>Para complementar o isolamento relativo utilizam-se ejetores de saliva (Figura 4.20C), conectados ou não ao equipo</p><p>dentário, que promovem a eliminação da saliva acumulada por sucção.</p><p>SUBSTÂNCIAS SIALOPRESSORAS</p><p>Como foi salientado no início deste capítulo, a técnica tanto de isolamento absoluto quanto relativo pode ser complementada</p><p>com o uso de substâncias sialopressoras, que, atuando no sistema parassimpático, diminuem o fluxo salivar. Exemplos típicos</p><p>são os derivados da atropina e da escopolamina ou similares, que administrados em pequenas doses promovem um bloqueio</p><p>temporário do fluxo salivar. Alguns nomes comerciais que podem ser utilizados são Atroveran®, Dramamine® etc.</p><p>Podem ser observados efeitos colaterais com a utilização dessas substâncias, como taquicardia, inibição da secreção</p><p>gástrica, retenção urinária, dilatação e dificuldade de acomodação da pupila, diminuição da secreção sudorípara e aumento da</p><p>pressão intraocular. Na eventualidade dessas ocorrências, a substância deverá ser suprimida.</p><p>Figura 4.20 A. Isolamento relativo com rolos de algodão mantidos no lábio e nas bochechas. B. Autômato de</p><p>Eggler sendo empregado para isolar a região anterior-inferior. C. Grampo especial com asas para manter os rolos</p><p>de algodão em posição na região posteroinferior. D. Dispositivo plástico descartável para a mesma finalidade.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html#fig4-20</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>8.</p><p>9.</p><p>10.</p><p>11.</p><p>12.</p><p>13.</p><p>14.</p><p>15.</p><p>Nos pacientes que apresentam fluxo salivar intenso, aconselha-se administrar essas substâncias 30 minutos antes do</p><p>atendimento. Entretanto, são contraindicadas para pacientes portadores de glaucoma, por aumentarem a pressão intraocular.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>CROLL, T.P. Alternative methods for use of the rubber dam. Quintessence Int, 1985, v. 16, n. 6, p. 387-92.</p><p>CURZON, M.E.J.; BARENIE, J.T. A simplified rubber dam technique for children’s dentistry. British Dental Journal, 1973,</p><p>v. 135, n. 12, p. 532-6.</p><p>GILMORE, H.W.; LUND, M.R. Operative dentistry St. Louis: Mosby, 1973. p. 97-142.</p><p>HOWARD, W.W. Atlas of operative dentistry. St. Louis: Mosby, 1973. p. 9-16.</p><p>INGRAHAM, R.; KOSER J.R.; QUINT J.R.H. An atlas of gold foil and rubber dam procedures. 2. ed. West Orange: Bueno</p><p>Park, 1964.</p><p>LIEBENBERG, W.H. Extending the use of rubber dam isolation: alternative procedures. Part I. Quintessence Int, 1992, v.</p><p>23, n. 10, p. 657-65.</p><p>LIEBENBERG, W.H. General field isolation and the cementation of indirect restorations: part I. Journal of the Dental</p><p>Association of South Africa, 1994, v. 49, n. 7, p. 349-53.</p><p>LIEBENBERG, W.H. Secondary retention of rubber dam: effective moisture control and access considerations. Quintessence</p><p>Int, 1995, v. 26, n. 4, p. 243-52.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>PARULA, N. Técnica de operatória dental. 5. ed. Buenos Aires: ODA, 1972. p. 223-87.</p><p>SOUZA, J.B. et al. Isolamento do campo operatório. In: BUSATO, A.L.S. (ed). Dentística: filosofia, conceitos e prática</p><p>clínica – Grupo Brasileiro de Professores de Dentística. Cap. 7, p. 203-236, 2005.</p><p>STRICKLAND, W.D. Amalgam restorations for Class II cavity preparations. In: STURDEVANT, C. M. et al. The art and</p><p>science of operative dentistry. New York: McGraw-Hill, 1968.</p><p>SUMMIT, J.B. Field isolation. In: SUMMIT, J.; ROBBINS, J.W.; SCHWARTZ, R.S. Fundamentals of operative dentistry:</p><p>a contemporary approach. Illinois: Quintessence, 2001. p. 149-77.</p><p>SUMMITT, J.B.; ROBBINS, J.W.; SCHWARTZ, R.S. Fundamentals of operative dentistry: a contemporary approach. 2.</p><p>ed. Chicago: Quintessence, 2001.</p><p>WYSE, C.R. Simplified technique for rubber dam placement. Dental Digest, 1971, v. 77, n. 12, p. 714-7.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>D</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Contra-ângulo convencional</p><p>Turbina de alta rotação</p><p>Lençol de borracha</p><p>Porta-dique</p><p>Perfurador de borracha de Ainsworth</p><p>Pinça porta-grampo</p><p>de Palmer</p><p>Grampos para molares ou pré-molares</p><p>Pedra-pomes granulação fina</p><p>uas condições essenciais têm possibilitado uma abordagem terapêutica mais conservativa em casos de tratamento das</p><p>superfícies oclusais: (1) melhor entendimento sobre a cárie, o que resultou no tratamento mais adequado da lesão</p><p>(consequência da doença); e (2) evolução dos materiais adesivos envolvidos. Este conceito é denominado de Odontologia</p><p>Minimamente Invasiva.</p><p>As superfícies oclusais dos dentes têm sido consideradas as zonas mais vulneráveis à cárie dentária. Devido a sua anatomia</p><p>muito particular, apresentam grande variação quanto à forma, sendo geralmente estreitas e sinuosas, com invaginações</p><p>irregulares que impedem a correta profilaxia da região, facilitando a retenção de microrganismos e resíduos alimentares (Figura</p><p>5.1).</p><p>Sulcos e fóssulas são considerados pormenores anatômicos naturais decorrentes da coalescência de diversos lóbulos de</p><p>desenvolvimento, enquanto fissuras e cicatrículas constituem a união deficiente entre esses lóbulos na área sulcular, e da região</p><p>de fóssula, respectivamente.</p><p>A preocupação com a necessidade de proteger a superfície oclusal contra a cárie é histórica. De acordo com essa filosofia,</p><p>durante anos foram propostos inúmeros e variados procedimentos preventivos específicos, como a técnica da Odontomia</p><p>Profilática de Hyatt,5 de 1923, assim como a da erradicação das fissuras sugeridas por Bodecker,1 em 1924.</p><p>A partir da técnica proposta por Buonocore,3 em 1955, sobre o condicionamento ácido do esmalte, e da introdução da</p><p>resina fluida, por Bowen,2 desenvolveram-se diferentes investigações, materiais e técnicas destinados ao selamento de</p><p>cicatrículas e fissuras.6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref6</p><p>O diagnóstico clínico das lesões cariosas incipientes da superfície oclusal mostra-se limitado, uma vez que, em função da</p><p>característica de profundidade e estreitamento das regiões de cicatrículas e fissuras, diferentes abordagens têm sido sugeridas</p><p>devido à dificuldade de detecção da lesão nessas áreas.6</p><p>Basicamente, são duas as linhas filosóficas para abordagem das áreas de cicatrículas e fissuras, visando minimizar o</p><p>comprometimento de estrutura dentária envolvida: a técnica de selamento, que corresponde à clássica técnica de aplicação do</p><p>selante sobre áreas de cicatrículas e fissuras sem a necessidade de nenhum tipo de preparo mecânico. De acordo com De Craene</p><p>et al.,4 essa técnica estaria indicada em área onde não se suspeita de lesão cariosa; e a técnica em que há mínima intervenção</p><p>realizada, que seria preconizada por haver evidências ou suspeita mais acentuada de comprometimento do tecido dentinário.</p><p>Figura 5.1 A. Visão oclusal das áreas de cicatrículas e fissuras.B. Corte vestibulolingual de uma fissura.</p><p>SELAMENTO</p><p>Para a prática laboratorial desse procedimento, deverão ser selecionados dentes naturais, molares e pré-molares que apresentem</p><p>a superfície oclusal sem suspeita de lesão cariosa, ou seja, com sulcos pouco profundos, não fissurados e sem pigmentação</p><p>escura (Figura 5.3). Uma pigmentação escura sem sinal de desmineralização sugere selamento biológico que não necessita de</p><p>intervenção.</p><p>Antes do selamento propriamente, há de se considerar se o dente é semi-irrompido ou irrompido. No primeiro caso, o uso</p><p>de cimento de ionômero de vidro é uma alternativa mais interessante devido à liberação de flúor e melhor união à estrutura</p><p>dentária em ambiente com alta quantidade de umidade. Em caso de dente irrompido, podem-se indicar duas técnicas: (1) com o</p><p>uso de cimento de ionômero de vidro; ou (2) uso de selante resinoso.</p><p>Os dentes montados em manequim deverão receber isolamento absoluto do campo operatório, como forma de treinamento</p><p>(Figura 5.2A). Em seguida, realiza-se a profilaxia com pasta à base de pedra-pomes e água, com auxílio de escova tipo pincel</p><p>cônico, de forma intermitente, objetivando remover a placa bacteriana e favorecer o condicionamento ácido (Figura 5.2B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-2</p><p>Para que o selante tenha um embricamento mecânico satisfatório com a estrutura do esmalte, o condicionamento ácido é</p><p>considerado um passo importante para a retenção efetiva do material selador.</p><p>O condicionamento do esmalte é feito com ácido fosfórico a 37% ou conforme indicado pelo fabricante do selante. A</p><p>solução ácida deve ser, de preferência, aplicada com minipincel ou seringa, por 15 a 30 segundos, lavando-se em seguida com</p><p>jatos de água por um período mínimo correspondente ao tempo de condicionamento; logo após deverá ser seco com jatos de ar</p><p>(Figura 5.2C e D). A superfície do esmalte condicionada deverá então apresentar aparência esbranquiçada e opaca.</p><p>A utilização do selante deverá ser feita segundo as recomendações do fabricante, podendo ser foto e quimicamente ativado.</p><p>A aplicação do selante pode ser feita com auxílio de uma sonda exploradora (Figura 5.2E), minipincel, pontas infusoras</p><p>(microbrush) ou dispositivo próprio que acompanha o kit do selante. No caso de selantes fotopolimerizáveis, o tempo de</p><p>polimerização mínimo é de 20 segundos. Após a polimerização, o selante fotoativado deve ser verificado com auxílio de uma</p><p>sonda exploradora, garantindo o preenchimento da área sulcular e se não houve falha decorrente da polimerização. Deve-se</p><p>tomar cuidado para que o material não seja aplicado em excesso, pois clinicamente isso poderia interferir na oclusão do</p><p>paciente; portanto, a aplicação do selante deverá restringir-se à área de interesse.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-2</p><p>Figura 5.2 A. Isolamento absoluto do campo operatório, no qual podem ser observados pré-molares com e sem</p><p>suspeita de cárie. B. Realização da profilaxia com pasta de pedra-pomes e água. C. Condicionamento ácido do</p><p>esmalte. D. Remoção do ácido com jatos de água. E. Aplicação do selante com sonda exploradora.</p><p>PROCEDIMENTO MINIMAMENTE INVASIVO</p><p>Com a finalidade didática de se simular uma lesão cariosa incipiente em dentina e que necessita de intervenção restauradora</p><p>minimamente invasiva, para esta técnica, o dente selecionado para a prática laboratorial deve apresentar cicatrículas e/ou</p><p>fissuras escurecidas (Figura 5.2A). Além de considerar os aspectos clínicos e histórico do paciente, o uso de radiografias</p><p>interproximais também contribui nesta decisão de intervir de forma mais conservativa.</p><p>As etapas relacionadas à profilaxia e ao isolamento do campo operatório seguem as mesmas orientações anteriormente</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-2</p><p>descritas.</p><p>Para abordagem da área com evidência de lesão cariosa, deve-se empregar uma ponta diamantada com extremidade em</p><p>forma de ponta de lápis ou broca esférica carbide 1/4 (Figuras 5.3A), efetiva para desgastar o esmalte subjacente e para</p><p>favorecer a penetração do selante. De acordo com De Craene, é desnecessário estender a penetração até a região mais profunda</p><p>da cicatrícula ou fissura</p><p>envolvida, pois a lesão cariosa desenvolve-se fundamentalmente nas paredes laterais das fissuras, e não</p><p>em sua base. Com essa penetração é possível determinar a extensão real da profundidade da lesão (Figura 5.3B). Quando a</p><p>extensão de penetração se restringir ao esmalte, está indicado o selante com carga. Se o envolvimento alcançar a porção</p><p>dentinária e/ou se a extensão lateral proporcionar uma abertura significativa que implique volume considerável do material</p><p>(selante), deve-se optar por uma restauração preventiva com resina composta ou cimento ionomérico.6 Outra opção é a</p><p>utilização de sistema adesivo e resina composta de baixa densidade (fluida ou flow).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#ref6</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>Figura 5.3 A. Ponta diamantada executando a penetração na área com cárie incipiente. Alternativamente, a</p><p>cavidade pode ser executada com uma broca carbide esférica 1/4. B. Cavidade minimamente invasiva finalizada.</p><p>C. Condicionamento ácido do esmalte. D. Aplicação de jatos de água para remoção do ácido. E. Selante com carga</p><p>sendo aplicado com sonda exploradora. F. Fotopolimerização do selante. G. Aspecto final dos selamentos das</p><p>cicatrículas e fissuras pelas técnicas invasiva (esquerda) e não invasiva (direita).</p><p>Após envolvimento das cicatrículas e fissuras, os passos a serem seguidos são os mesmos da técnica de selamento (Figura</p><p>5.3C a G).</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BODECKER, C.F. Microscopic study of enamel fissures with reference to their operative treatment. Dent Cosmos, 1924, v.</p><p>66, p. 1065-7.</p><p>BOWEN, R.L. Use of epoxy resins in restorative materials. J Dent Res, 1956, v. 35, p. 360-9.</p><p>BUONOCORE, M.G. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filing materials to enamel surfaces. J Dent Res,</p><p>1955, v. 34, p. 849.</p><p>DE CRAENE, G.P.; MARTENS, C.; DERMAUT, R. The invasive pit-and-fissure sealing technique pediatric dentistry: an</p><p>SEM study of a preventive restoration. J Dent Child, 1988, p. 34-42.</p><p>HYATT, T.P. Prophylactic odontomy: the ideal procedure in dentistry for children. Dent Cosmos, 1923, n. 78, p. 353-70.</p><p>SIMONSEN, R.J. Clinical applications of the acid etch technique. Chicago: Quintessence, 1978.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html#fig5-3</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Lápis bem apontado</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Contra-ângulo convencional para micromotor</p><p>Escova para limpeza de brocas</p><p>Broca para canaleta de alta velocidade, com cone invertido longo de extremo plano e arestas arredondadas, no</p><p>245 (0,81 mm de diâmetro)</p><p>Enxada monoangulada nos 8 e 9</p><p>POSIÇÃO DE TRABALHO</p><p>O treinamento do aluno em laboratório, antes do ingresso em clínica, tem por finalidade primeira orientá-lo no exercício da</p><p>adequada posição de trabalho. Entende-se como posição adequada de trabalho “aquela que proporcione melhor visibilidade do</p><p>campo operatório e postura operatória ideal” e com a qual se alcance maior rendimento, com mínimo de desgaste físico do</p><p>operador.</p><p>As posições de trabalho variam de acordo com o arco dentário e a região em que se trabalha. Estas posições foram</p><p>apresentadas no Capítulo 3 (Figuras 3.24 a 3.31).</p><p>TÉCNICA DE PREPARO</p><p>Forma de contorno</p><p>Delimita-se a forma de contorno externo com lápis, envolvendo as áreas suscetíveis à cárie, preservando as estruturas de reforço</p><p>do dente, como vertentes de cúspides e cristas marginais (Figura 6.1).</p><p>Começa-se a penetração inicial com a broca no 245 colocada na fossa central, em movimento e com uma ligeira inclinação</p><p>para distal (Figura 6.2). A seguir a broca é posicionada paralela ao eixo longitudinal do dente e, com movimentos para distal e</p><p>mesial ao longo do sulco central, forma-se uma canaleta cuja profundidade deve corresponder à metade da ponta ativa da broca,</p><p>com largura igual ou ligeiramente maior que o diâmetro da broca (Figura 6.3). Essa largura deve corresponder a</p><p>2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html#fig3-31</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#ref2</p><p>aproximadamente 1/4 da distância entre os vértices das cúspides vestibular e lingual (Figura 6.4). No nível das paredes</p><p>vestibular e lingual, o plano axial da broca deve permanecer paralelo ao eixo longitudinal do dente e, na altura das fossetas</p><p>mesial e distal, a broca segue uma inclinação que determina as paredes mesial e distal com “esmalte” apoiado em “dentina” e</p><p>que proporciona borda de restauração de aproximadamente 70° (Figura 6.5). Deve-se salientar que a extensão da cavidade no</p><p>sentido mesiodistal deverá apenas envolver as respectivas fossetas e sulcos secundários e preservar ao máximo as cristas</p><p>marginais.</p><p>Figura 6.1 Delimitação da forma de contorno.</p><p>Completando a forma de contorno, a broca é movimentada ligeiramente para os lados, nos sulcos secundários vestibular e</p><p>lingual, e no nível dos sulcos que se originam nas fossetas mesial e distal (Figuras 6.6 e 6.7).</p><p>Figura 6.2 Penetração com a broca no 245 com ligeira inclinação para distal.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-7</p><p>Figura 6.3 Canaleta mesiodistal ao longo do sulco central.</p><p>A broca, ao mesmo tempo que determina com as arestas laterais as paredes circundantes, deve, com seu extremo plano,</p><p>aplainar a parede pulpar e definir os ângulos diedros do segundo grupo ligeiramente arredondados (Figura 6.8).</p><p>Figura 6.4 Paredes convergentes para oclusal e ângulos diedros do 2o grupo arredondados, obtidos com a broca</p><p>no 245.</p><p>Figura 6.5 Broca posicionada para determinar as paredes proximais (mesial e distal) ligeiramente divergentes para</p><p>oclusal. Dessa maneira, as paredes mesial e distal permanecem com “esmalte” apropriado em “dentina”, o que</p><p>proporciona borda de restauração de aproxidamente 70°.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-8</p><p>Figura 6.6 Posição da broca no envolvimento do sulco lingual.</p><p>Figura 6.7 Aspecto conservador da extensão vestibulolingual.</p><p>Figura 6.8 Arredondamento das arestas internas.</p><p>Figura 6.9 Determinação das paredes mesial e distal paralelas entre si.</p><p>Formas de resistência e de retenção</p><p>A confecção da parede pulpar plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente é um dos fatores que determinam as formas</p><p>de resistência e retenção. Esse detalhe é conseguido, como já salientado anteriormente, utilizando-se a broca paralela ao eixo</p><p>longitudinal do dente e mantendo uma profundidade uniforme, definindo as paredes circundantes e determinando os ângulos</p><p>diedros do segundo grupo, definidos ou arredondados, de acordo com o tipo de broca empregado.3 A determinação das paredes</p><p>vestibular, lingual, mesial e distal paralelas entre si1 ou convergentes para oclusal4 também satisfaz os requisitos de resistência e</p><p>retenção, tanto para a estrutura dentária como para o material restaurador. A divergência das paredes proximais para oclusal</p><p>caracteriza uma forma de resistência relacionada com a estrutura dentária remanescente (Figura 6.5), entretanto, essa</p><p>divergência proporciona, em determinadas situações, bordas de amálgama</p><p>com menor espessura, em comparação com as</p><p>obtidas a partir de paredes paralelas ou convergentes para oclusal (Figuras 6.9 e 6.10). A cavidade finalizada, antes da etapa de</p><p>acabamento pode ser vista na Figura 6.11. É importante destacar que, independente da inclinação das paredes proximais, o</p><p>esmalte em lesões incipientes fica suportado de forma ideal pela própria dentina.1</p><p>Figura 6.10 Convergência das paredes mesial e distal. Esta convergência é determinada pela broca no 245.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#ref1</p><p>Figura 6.11 Aspecto da cavidade antes do acabamento das paredes internas.</p><p>As retenções adicionais são dispensadas, uma vez que essas cavidades, por serem conservadoras, apresentam profundidade</p><p>maior que a abertura vestibulolingual. Além disso, as cavidades preparadas com a broca no 245 apresentam características de</p><p>autorretentividade (Figura 6.4).</p><p>Acabamento das paredes da cavidade</p><p>O acabamento inicial será realizado em baixa rotação com a broca cilíndrica no 245 (Figura 6.12). Em seguida, a enxada</p><p>monoangulada por ser usada para alisar as paredes circundantes e de fundo (Figura 6.13).</p><p>Nas cavidades para amálgama não é indicada a confecção de bisel no ângulo cavossuperficial. Ele deve apresentar-se em</p><p>linha nítida contínua e uniforme, depois da remoção dos prismas fragilizados. A cavidade finalizada pode ser vista na Figura</p><p>6.14.</p><p>Figura 6.12 Acabamento de paredes com broca lisa no 245.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html#fig6-14</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>Figura 6.13 Acabamento de paredes com enxada monoangulada.</p><p>Figura 6.14 Aspecto da cavidade depois do acabamento interno das paredes circundantes e das margens de</p><p>esmalte.</p><p>Acabamento das margens de esmalte</p><p>O acabamento das margens de esmalte é feito com broca de corte liso no 245, girando em baixa velocidade e posicionada no</p><p>angulo cavossuperficial das paredes circundantes. Esse acabamento final remove todos os prismas fragilizados não eliminados</p><p>durante o acabamento das paredes. Durante a ação da broca na margem de esmalte natural, é possível visualizar o</p><p>desprendimento dos prismas fragilizados (na forma de um pó branco depositado no interior da cavidade).</p><p>CARACTERÍSTICAS DA CAVIDADE</p><p>Abertura vestibulolingual na região do istmo, com 1/4 de distância entre os vértices das cúspides correspondentes</p><p>Parede pulpar plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente</p><p>Paredes vestibular, lingual, mesial e distal convergentes para oclusal</p><p>Ângulos diedros do primeiro e segundo grupos ligeiramente arredondados</p><p>Ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908, v. 2, p. 17-68.</p><p>MARKLEY, M.R. Restorations of silver amalgam.J Am Dent Assoc, 1951, n. 43, p. 133-46.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística Operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>4. SIMON, W.J. Clinica de operatoria dental. Buenos Aires: Mundi, 1959.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Lençol de borracha</p><p>Arco de Young</p><p>Perfurador para dique de borracha de Ainsworth</p><p>Pinça porta-grampo de Palmer</p><p>Grampos para molares nos 200 a 205</p><p>Pote de Dappen</p><p>Porta-amálgama</p><p>Condensadores para amálgama de Ward nos 1 e 2</p><p>Instrumentos para escultura de Frahn nos 2, 6 e 10</p><p>Esculpidor de Hollenback no 3S</p><p>Instrumentos cleoide e discoide</p><p>Condensador de Hollenback no 6, empregado como brunidor</p><p>Brunidor de Bennett no 33 para amálgama</p><p>Fio dental</p><p>Creme de barbear ou lubrificante para isolamento absoluto</p><p>AMÁLGAMA DENTÁRIO</p><p>O amálgama dentário é ainda um dos materiais restauradores mais indicados para os dentes posteriores, apesar da falta de</p><p>estética e da controvérsia que envolve o mercúrio. Seu grande sucesso clínico pode ser atribuído principalmente à diminuição da</p><p>infiltração marginal na interface dente/restauração, que ocorre com o passar do tempo.11 Além disso, esse material é facilmente</p><p>colocado dentro da cavidade, em fase plástica, condensado e esculpido, transformando-se em um bloco metálico restaurador</p><p>depois de cristalizado, com propriedades mecânicas capazes de resistir bem aos esforços mastigatórios. Em pesquisa realizada</p><p>em 1991, nos EUA, o total de restaurações executadas pela classe odontológica foi de, aproximadamente, 96 milhões e o</p><p>amálgama foi empregado como opção em 50% delas, segundo a American Dental Association2 em 1998.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref2</p><p>O que faz com que esse material seja utilizado até hoje são certas características inerentes: tempo clínico necessário para</p><p>realizar uma restauração a amálgama é menor, comparado a outros materiais; excelente resistência ao desgaste clínico; devido</p><p>aos óxidos produzidos pela corrosão, que ocorre na interface dente/restauração, o amálgama apresenta um mecanismo de</p><p>bloqueio ou de autovedamento que diminui significativamente a microinfiltração marginal com o passar do tempo; efeito</p><p>bacteriostático, devido aos íons metálicos de sua composição, especialmente de cobre, prata e estanho.</p><p>Mesmo com mais de 160 anos de bom serviço prestado a Odontologia, a porcentagem do uso do amálgama decresceu nos</p><p>últimos anos como demonstrado por Mjör et al.,9 que, em levantamento realizado na Noruega, registraram o uso de materiais</p><p>em todos os tipos de restaurações realizadas por clínicos, constatando que 1/3 era de amálgama e 2/3 de material da cor do dente</p><p>(sendo 40% em resina composta). Essa porcentagem aumenta significativamente quando se consideram lesões não cariosas</p><p>(abfração, abrasão e outros). Isso confirma a importância crescente da estética na Odontologia nos últimos anos.</p><p>Os principais componentes da liga para amálgama são: a prata (Ag), que confere grande dureza ao material restaurador,</p><p>promovendo resistência à compressão causada por esforços mastigatórios e boa resistência à corrosão; o estanho (Sn), que reduz</p><p>a expansão de presa do amálgama durante sua cristalização; o cobre (Cu), que apresenta características semelhantes às da prata.</p><p>O mercúrio (Hg), ao qual a liga é misturada, deve estar presente em quantidade mínima o suficiente para tornar a massa plástica,</p><p>pois ele promove aumento de expansão e toxicidade.5</p><p>Quanto à composição, as ligas para amálgama podem ser classificadas em convencionais (que apresentam constituintes</p><p>dentro dos limites propostos pela Especificação no 1 da ADA1 em 1977) e com alto teor de cobre (quantidade superior a 6%).</p><p>De acordo com a Especificação no 1 da ADA, toda liga para amálgama deveria conter no mínimo 65% de prata, 29% de</p><p>estanho no máximo, 6% de cobre e 2% de zinco, limitando dessa forma o teor de cobre na liga, pois acreditava-se que acima de</p><p>tal limite causaria corrosão do produto final, conferindo-lhe toxicidade.4 Dos produtos</p><p>finais da reação de cristalização desse</p><p>amálgama, a fase mais resistente à compressão era γ; a γ-1 apresentava resistência intermediária e a menos resistente era a fase</p><p>γ-2. A ordem decrescente em relação à resistência à corrosão era γ-1, γ e γ-2. Portanto, desejava-se obter a quantidade mínima</p><p>de fase γ-2 possível para serem alcançadas melhores características mecânicas e químicas do material.</p><p>Surgiram, então, as chamadas ligas com alto teor de cobre de fase dispersa. A adição de composto eutético AgCu (forma</p><p>esferoidal) à limalha convencional funcionaria como travas internas do material cristalizado, aumentando a resistência e</p><p>possibilitando a obtenção de um amálgama de alta qualidade (com menos corrosão e toxicidade). A ADA modificou a</p><p>Especificação no 1, determinando que apenas a prata fosse o componente de maior teor, seguida pelo estanho; além disso,</p><p>possibilitou a inclusão de outros metais. Esse novo tipo de amálgama cristalizava de acordo com a reação química para</p><p>amálgama convencional, e as partículas eutéticas de AgCu permaneciam íntegras. Com o material já endurecido, ocorria uma</p><p>segunda reação, na qual as partículas AgCu reagiam com a fase γ-2, resultando em Ag2Hg3 (fase γ-1) e Cu6Sn5 (fase η),</p><p>conferindo ao produto final maior resistência das bordas e por mais tempo.</p><p>A terceira geração de amálgamas dentários é chamada de liga com alto teor de cobre de composição única, e ainda não se</p><p>comprovou quais são as reações químicas envolvidas. Segundo Anusavice3 os metais das partículas da liga (Ag, Sn, Cu) reagem</p><p>com Hg, formando apenas fase γ-1 e fase η, sem formação intermediária de fase γ-2.</p><p>Atualmente, quase todas as ligas de amálgama são de alto teor de cobre (também chamadas ligas “non-γ-2”), pois têm 13 a</p><p>30% de cobre, e apresentam resistência a compressão e tração mais elevadas, menos corrosão, menor fratura marginal e baixo</p><p>creep (não distorcem e eliminam a deformação cervical causada pelas forças mastigatórias).</p><p>Há ainda várias formas de apresentação dessas ligas: de limalha (exigem relação liga-mercúrio de 1:1 ou 1:1,2 e pressão de</p><p>condensação mais elevada); esféricas (exigem relação liga-mercúrio de 1:0,8 e menos pressão de condensação); mescladas</p><p>(mistura de limalha convencional com partículas esferoidais de AgCu).</p><p>As ligas de partículas esferoidais são menos influenciadas pelas variáveis de manipulação, além de exigirem menos</p><p>mercúrio, pois os espaços vazios entre as partículas são nitidamente menores; porém, apresentam maior dificuldade durante sua</p><p>condensação na fase plástica, porque a massa “escapa” para os lados, sendo apenas acomodada na cavidade, sem a possibilidade</p><p>de obter uma condensação mais efetiva.10 Essa característica é amenizada quando se utilizam condensadores maiores. A</p><p>condensação está diretamente relacionada com a resistência final da restauração; é preciso obter massa compacta e sem</p><p>porosidades para se conseguir máxima resistência desse material restaurador. Após a escultura, a superfície se apresenta mais</p><p>lisa do que nas demais formas de partícula. As ligas mescladas apresentam uma inconveniência na fase de sua trituração, pois as</p><p>partículas esféricas (AgCu) podem se separar da limalha, sob condições desfavoráveis, conferindo enormes prejuízos para a</p><p>restauração final. Isso pode ser evitado usando-se o amalgamador de acordo com as recomendações do fabricante.</p><p>A resistência à compressão de restaurações de amálgama obtidas com ligas de alto teor de cobre, principalmente as de</p><p>composição única, tem valores superiores nas primeiras horas (em torno de 80 Mpa), tornando-se semelhante à das ligas</p><p>convencionais em período de 1 semana (em torno de 310 Mpa). Contanto que a restauração apresente espessura suficiente</p><p>(acima de 2,0 mm), a resistência à compressão do amálgama, tanto convencional quanto de alto teor de cobre, é adequada às</p><p>5,13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref13</p><p>cargas mastigatórias e de oclusão, sem riscos de fratura.</p><p>A corrosão ocorre quando o metal reage com oxigênio, formando óxidos. No caso do amálgama, a camada formada por</p><p>esses óxidos situa-se mais superficialmente, aderindo muito fracamente e soltando-se com facilidade, possibilitando que novas</p><p>partículas fiquem expostas e reajam do mesmo modo com o oxigênio, o que leva progressivamente à perda gradativa da massa</p><p>para o ambiente. Esse processo é influenciado por variação do pH, temperatura e composição do meio bucal. A resistência à</p><p>corrosão determina a manutenção de forma, contorno e anatomia, o polimento original da restauração e a fratura marginal.</p><p>Sabe-se que o amálgama de alto teor de cobre apresenta maior resistência que o convencional. Apesar disso, um dos meios para</p><p>se evitar a corrosão é o alto polimento das superfícies que serão expostas ao meio bucal, na tentativa de prolongar ao máximo a</p><p>vida útil dessa restauração. Segundo Markley,8 os dentistas deveriam dispensar o mesmo tempo utilizado em todas as etapas</p><p>anteriores, a fim de conseguir o polimento e o brilho corretos das restaurações de amálgama, requisitos fundamentais para a</p><p>grande longevidade que o citado autor conseguia com esse tipo de procedimento restaurador (Figura 7.1).</p><p>Enquanto a corrosão da superfície da restauração exposta ao meio bucal é nociva, ela se torna uma vantagem quando</p><p>ocorre na interface dente/restauração. Após a colocação do amálgama na cavidade seca e forrada com verniz à base de copal, a</p><p>dentina volta a se umedecer em poucas horas. Os fluidos atravessam a película semipermeável do verniz e tomam contato direto</p><p>com o amálgama, iniciando a formação paulatina de óxidos. Com o passar do tempo, esses óxidos vedam a interface</p><p>dente/restauração, dificultando a infiltração marginal e a cárie secundária, pelo efeito bacteriostático de alguns dos seus íons, e</p><p>pela adaptação, que melhora com o tempo. Essa característica é particular e exclusiva desse material, já que a infiltração na área</p><p>marginal com relação a outros materiais restauradores aumenta com o passar do tempo. Daí a afirmação: “uma restauração a</p><p>amálgama é sempre melhor do que parece, enquanto as demais são sempre piores do que parecem.”</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-1</p><p>Figura 7.1 A. Restaurações de classes I e II conservadoras de amálgama, com 59 anos de vida clínica, feitas pelo</p><p>Dr. Miles Markley em 1934 e fotografadas em 1993. B. Restauração extensa de amálgama reconstruindo cúspides,</p><p>logo após seu polimento, confeccionada em 1970. C. A mesma restauração com 26 anos de acompanhamento</p><p>clínico.</p><p>Sem uma união química com as estruturas dentárias, esse material depende única e exclusivamente da retenção friccional</p><p>com as paredes cavitárias. Dessa maneira, o contorno cavitário e as retenções adicionais internas são de extrema importância</p><p>para reter e estabilizar a restauração. O sucesso da restauração de amálgama depende do controle e da atenção com que o</p><p>operador a executa, pois todas as etapas, desde o preparo da cavidade ao acabamento final, têm efeito definido nas propriedades</p><p>mecânicas, físicas, químicas, biológicas e, consequentemente, no desempenho clínico da restauração. Está comprovado que a</p><p>maioria dos insucessos está relacionada ao preparo incorreto da cavidade e à manipulação inadequada do material.6</p><p>TÉCNICA DE RESTAURAÇÃO</p><p>A técnica de restauração</p><p>de uma cavidade de classe I simples, oclusal, como a face oclusal do segundo molar inferior, apresenta</p><p>poucas dificuldades, pois não necessita de artifícios especiais, como o emprego de matrizes e porta-matrizes. É, portanto, um</p><p>procedimento relativamente simples.10</p><p>Primeiro, realiza-se o isolamento absoluto do campo operatório, que deverá abranger todos os dentes a partir do terceiro</p><p>molar inferior esquerdo até o canino do lado oposto.</p><p>Após a trituração, mecânica ou manual, o amálgama é colocado em um recipiente que facilite a sua preensão com o porta-</p><p>amálgama; emprega-se normalmente um pote de Dappen. Com o porta-amálgama abastecido, deposita-se uma pequena porção</p><p>do material no interior da cavidade (Figura 7.2A). A porção de amálgama aí depositada é então comprimida com bastante força,</p><p>com auxílio de um condensador de Ward no 1, principalmente de encontro aos ângulos da cavidade12 (Figura 7.2B).</p><p>Algumas vezes, no entanto, nem mesmo o condensador de Ward no 1 possibilita a condensação adequada na altura do</p><p>istmo, principalmente quando a abertura nesse ponto é conservadora. Assim, torna-se necessário adaptar esse instrumento,</p><p>diminuindo o diâmetro de sua ponta ativa, desgastando-a com discos de carborundum e lixa. Sob pressão de condensação</p><p>vigorosa, o excesso de mercúrio aflora à superfície da massa de amálgama e essa “lama de amálgama” deve ser removida com o</p><p>auxílio do próprio condensador, com a saliência lateral superior de sua ponta ativa. Para isso, a ponta do condensador é</p><p>movimentada com pequena pressão, em direção às paredes laterais, e puxada para fora14 (Figura 7.2C). A camada de amálgama</p><p>que permanece no interior da cavidade deve ser firme e não penetrável pelo condensador após a remoção da “lama de</p><p>amálgama” com mercúrio excessivo. Para as porções subsequentes de amálgama repetem-se os procedimentos de condensação</p><p>e remoção do excesso de mercúrio até que a cavidade esteja completamente preenchida (Figura 7.3A). As últimas porções de</p><p>amálgama devem ser condensadas com condensador de ponta ativa maior (no 2 de Ward), de encontro às margens da cavidade,</p><p>com firmes movimentos vibratórios e com excesso de material, caracterizando uma sobrecondensação, o que previne a falta de</p><p>material nas margens cavitárias15 (Figura 7.3B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-3</p><p>Figura 7.2 A. Deposição de pequena porção de amálgama. B. Início da condensação nos ângulos da cavidade. C.</p><p>Remoção da camada superficial com excesso de mercúrio (“lama de amálgama”) durante a condensação.</p><p>Durante o procedimento de condensação final, a ponta condensadora, pressionada do centro da restauração para as margens</p><p>cavitárias, esboça a escultura oclusal (Figura 7.3C). Todo o procedimento de condensação deve ser completado em cerca de 3</p><p>minutos e meio.3</p><p>Terminada a condensação, sempre feita com ligeiro excesso, é iniciada a escultura, tomando-se por base as vertentes de</p><p>cúspide e as cristas marginais.</p><p>Empregando-se o esculpidor de Hollenback no 3S, uma das vertentes da lâmina do instrumento apoia-se contra a margem</p><p>da cavidade, de modo que a extremidade aguda atue no nível da porção central da restauração. Com movimentos de tração, no</p><p>sentido distomesial, inicia-se a escultura do sulco central e das vertentes de cúspide do lado lingual e depois vestibular (Figura</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-4</p><p>7.4A). Movimentos mesiodistais são necessários para definir os sulcos secundários vestibular e lingual. Podem ser ainda</p><p>empregados instrumentos cleoide e discoide para algum refinamento das fossetas mesial e distal e cristas marginais (Figura</p><p>7.4B e C).</p><p>A escultura poderá também ser efetuada utilizando-se instrumentos de Frahn nos 2, 6 e 10. Com o instrumento no 2 apoiado</p><p>de maneira similar à descrita antes, emprega-se o esculpidor de Hollenback no 3S para definição do sulco central e vertentes de</p><p>cúspides. Com os instrumentos de Frahn nos 6 e 10 realizam-se outros movimentos vestibulolinguais, para definição dos sulcos</p><p>secundários correspondentes (Figura 7.4D e E).</p><p>É necessário tomar todas as precauções para evitar descobrir as margens cavitárias, o que clinicamente provocaria</p><p>instalação posterior de nova cárie. Sulcos muito profundos ou deslocados para a margem devem ser evitados, uma vez que</p><p>podem enfraquecer a restauração.</p><p>Figura 7.3 A. Condensação de nova porção de amálgama e remoção do excesso de mercúrio. Depois dessas</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-4</p><p>manobras, a camada superficial deve ser firme e resistente à penetração da ponta condensadora. B. Término da</p><p>condensação com um condensador no 2. C. Condensação de encontro às margens e esboço da escultura.</p><p>Após a escultura, aguarda-se a cristalização inicial do amálgama para se realizar a brunidura.7 Emprega-se para isso o</p><p>condensador de Hollenback no 6 ou o brunidor de Bennett no 33, com ligeira pressão sobre a superfície esculpida, no sentido do</p><p>centro da restauração para as margens (Figura 7.4F a I). O acabamento e o polimento devem ser executados somente após</p><p>período mínimo de 48 horas do término da escultura.10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#fig7-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html#ref10</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>8.</p><p>9.</p><p>10.</p><p>11.</p><p>12.</p><p>13.</p><p>14.</p><p>15.</p><p>Figura 7.4 A. O esculpidor de Hollenback no 3S é usado para iniciar a escultura ou para executá-la totalmente.</p><p>Opção para a escultura: discoide para as fóssulas (B) ou cleoide para definir os sulcos principal e secundários (C).</p><p>D. Início da escultura com instrumento de Frahn no 2. E. Instrumento de Frahn no 6 atuando no lado vestibular. F.</p><p>Condensador de Hollenback no 6 brunindo a restauração. G. Condensador de Hollenback no 6 brunindo os sulcos</p><p>principal e secundários. H. Brunidor de Bennett no 33 aplicado nas bordas da restauração. I. Restauração após a</p><p>escultura de brunidura.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Council on dental materials and device. Revised American Dental Association</p><p>Specification no. 1 for alloy dental amalgam. J Am Dent Assoc, 1977, v. 95, n. 3, p. 614-7.</p><p>AMERICAN DENTAL ASSOCIATION. Council on scientific affairs. Dental amalgam: update on safety concerns. J Am</p><p>Dent Assoc, 1998, v. 129, n. 4, p. 494-503.</p><p>ANUSAVICE, K.J. Phillips materiais dentários. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908.</p><p>CARVALHO, R.M. et al. Amálgama – restaurações extensas. São Paulo: Premier, 1999.</p><p>HEALEY,</p><p>constantemente”, e, assim, tem sido a nossa conduta nestes 53 anos, acompanhando a evolução da Odontologia, de seus</p><p>materiais e procedimentos, e a “revolução estética”.</p><p>José Mondelli</p><p>Prefácio à primeira edição</p><p>Um livro é um ato de coragem.</p><p>Dois livros, um ato de determinação.</p><p>Três livros, uma convicção.</p><p>Muitos livros, uma devoção ao conhecimento, ao ensino e à pesquisa.</p><p>O Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP traz mais</p><p>uma notável contribuição ao mundo da Odontologia.</p><p>A equipe de Dentística de Bauru, liderada pelo Prof. Dr. Mondelli, com seus livros, trabalhos de Pesquisa e cursos de</p><p>Mestrado e Doutorado, transformou o perfil da Odontologia brasileira, sul-americana e, orgulhosamente, influenciou formas de</p><p>pensar e agir na Dentística em todos os continentes. Não há no mundo quem desconheça a obra do Prof. Mondelli: são 12 livros,</p><p>vários publicados na Europa e outros nos Estados Unidos, com mais de cem mil livros vendidos.</p><p>Cientificamente é uma obra magnífica. Poucos são os cientistas que apresentam produção tão destacada e relevante. É um</p><p>exemplo de determinação, convicção e dedicação. Aliás, como o próprio professor diz, são 40 anos de dedicação permanente à</p><p>arte de ensinar e formar novos mestres”. Nesse aspecto, tenho particular orgulho e eterno agradeci mento por ter tido a chance</p><p>de conviver com tão qualificada equipe de trabalho.</p><p>Foi em março de 1979 que, com expectativa e ansiedade, cheguei a Bauru. Durante dois anos, no mestrado, aprendemos</p><p>lições de Odontologia, disciplina, didática e determinação. Aliás, ali se aprende que não existe dificuldade que não se possa</p><p>vencer; não existe limite quando se acredita que somos nós mesmos quem criamos as dificuldades e as ultrapassagens.</p><p>Na entrada do Departamento, lia-se uma famosa assertiva de Victor Hugo: “Nada é tão estúpido quanto vencer. A</p><p>verdadeira glória é convencer”. Hoje, a filosofia de Bauru venceu, por convencimento. Tive, depois, em 1980, nova</p><p>oportunidade de ficar, agora para o doutorado. No dia a dia daquela longa jornada, com todas as horas dedicadas ao “aprender”,</p><p>tornei-me discípulo do Prof. Mondelli e de Bauru.</p><p>Na verdade, a Dentística de Bauru é uma equipe cuja sincronia é a força máxima. A formação de equipe é uma qualidade</p><p>rara. Nesta obra se observa que são quatro os autores e onze os coautores. Também assim se formam novas lideranças.</p><p>A leitura dos 37 capítulos que perfazem esta nova versão do livro Fundamentos de Dentística Operatória, cria um forte</p><p>alicerce para as atividades clínicas. É o início de tudo, é a visão que nasce, a filosofia que se revela como parâmetro para o</p><p>depois, quando a clínica chegar. A abordagem é pedagógica, objetiva e torna o fundamento, para acadêmicos de graduação,</p><p>estudantes de pós-graduação, professores e profissionais, um referencial para todas as horas.</p><p>Prefaciar este livro é um grande prazer, uma alegria, uma satisfação e um orgulho raro.</p><p>Parabéns à equipe.</p><p>Obrigado por estas oportunidades.</p><p>Prof. Dr. Adair Luiz Stefanello Busato</p><p>Prof. Titular em Dentística da</p><p>Universidade Luterana do Brasil, ULBRA</p><p>Coordenador do Curso de Mestrado em Dentística – ULBRA</p><p>Acadêmico Titular – Academia Brasileira de Odontologia</p><p>Prefácio à segunda edição</p><p>Ao receber a visita de dentistas professores da Universidade de São Paulo, vindos da cidade de Bauru, no início da década</p><p>de 1960, para conhecer o Programa de Técnica Odontológica da Faculdade de Odontologia da Universidade do Brasil (UB), na</p><p>Praia Vermelha, tive o prazer de conhecer José Mondelli e seus colaboradores. Vieram saber da Faculdade de Odontologia,</p><p>onde eu era assistente, qual era o programa do curso de graduação, seus períodos, e o que era ministrado na graduação em</p><p>Odontologia, principalmente ao que se referia à Técnica Odontológica – atualmente denominada Dentística – Clínica</p><p>Odontológica e Pós-Graduação. Iniciávamos esses cursos na UB, o que muito agradou aos visitantes, principalmente ao jovem</p><p>Professor de Dentística da Faculdade de Odontologia de Bauru, da USP, José Mondelli.</p><p>A honra foi nossa em servir de base para o programa de cursos da nova Faculdade de Odontologia da USP, em Bauru.</p><p>Na década de 1970 despontava com brilho a nova Faculdade e nela a pessoa do Professor José Mondelli. Organizador,</p><p>formador de novos professores, iniciador de cursos de pós-graduação. Assim aparecia para os estudantes de Odontologia o</p><p>estudioso e renovador Professor de Odontologia José Mondelli. Formou muitas equipes na área de Dentística e estimulou outras</p><p>disciplinas. Sua competência o tornava conhecido no Brasil, e seus cursos e palestras eram solicitados em todo o país e no</p><p>exterior, sempre com grande número de assistência. Participou na formação do “Centrinho”, tendo como seu grande idealizador</p><p>o “tio Gastão”, Dr. José Alberto de Souza Freitas, acadêmico da Academia Brasileira de Odontologia (AcBO). Este transformou</p><p>o “Centrinho” em Hospital de Reabilitação das Lesões Labiopalatais, o qual continua recebendo pacientes de todo Brasil.</p><p>José Mondelli foi diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru, USP, de 1982 a 1986. Além dos cursos de graduação e a</p><p>criação de cursos de pós-graduação, ele dirigiu inúmeras publicações que, em pouco tempo, passaram a fazer parte das</p><p>principais revistas especializadas no Brasil e no exterior. Sua originalidade e chancela foram os meios que levaram suas</p><p>publicações ao sucesso.</p><p>Fundou e dirigiu o Grupo Brasileiro de Professores de Dentística com memoráveis encontros em cidades no Brasil, de</p><p>onde provieram importantes resoluções para o ensino de Dentística. Autor de vários artigos científicos e agraciado com</p><p>condecorações honoríficas, publicou inúmeros livros, divulgando os mais atuais conhecimentos em Dentística. A prevenção, a</p><p>restauração e a manutenção em Odontologia passaram a ser ensino cotidiano, graças ao que se encontrava escrito em suas</p><p>publicações. Seus colaboradores estavam presentes em seus trabalhos, e assim o Professor projetava muitos de seus assistentes.</p><p>Seus cursos e palestras foram os mais concorridos pela atualização de seus pronunciamentos (os auditórios tinham sempre mais</p><p>de centena de lugares para assisti-lo).</p><p>Com estas palavras verdadeiras, escritas com o coração pleno de alegria, dirijo-me aos leitores deste importante livro de</p><p>Dentística e ao Professor José Mondelli, com a felicidade de quem aproveitou mais de meio século de convivência e amizade,</p><p>para saudar o mestre maior da Odontologia e o mais importante professor de Odontologia do Brasil no século 20.</p><p>Acompanhado de sua esposa Marisa Lia Mondelli e de seus filhos, que perpetuam sua atuação, José Mondelli criou,</p><p>produziu, divulgou e transformou a Odontologia em uma das mais importantes especialidades da Medicina. Sua inconteste</p><p>dedicação tem sido motivo para muitos que o reverenciam.</p><p>Esta segunda edição traz a atualização de materiais e técnicas que auxiliarão o profissional a melhor atender aos seus</p><p>pacientes ou a ensinar seus alunos.</p><p>Sou grato por ter sido convidado pelo autor Professor José Mondelli a prefaciar esta publicação e o parabenizo, assim</p><p>como o faço a seus colaboradores.</p><p>Com minha saudação e meus cumprimentos, recebam meu fraterno abraço.</p><p>Amilcar Werneck de C. Vianna</p><p>Professor Titular de Dentística</p><p>da Universidade do Brasil, UFRJ</p><p>CD – LD – MICD – Emérito AcBO.</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>11</p><p>12</p><p>13</p><p>14</p><p>15</p><p>16</p><p>17</p><p>18</p><p>19</p><p>20</p><p>21</p><p>22</p><p>23</p><p>24</p><p>25</p><p>Sumário</p><p>Nomenclatura e Classificação das Cavidades</p><p>Princípios Biomecânicos Aplicados aos Preparos Cavitários</p><p>Instrumentos Operatórios</p><p>Isolamento do Campo Operatório</p><p>Procedimentos Preventivos e de Mínima Intervenção em Dentística</p><p>Cavidade de Classe I, Oclusal, para Amálgama (Dente 47)</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de Classe I, Oclusal, com Amálgama</p><p>Evolução e Princípios Biomecânicos das Cavidades de Classe II para Amálgama</p><p>Cavidade de Classe II, Composta, DO, para Amálgama (Dente 35)</p><p>Cavidade de Classe II, Complexa, MOD, para Amálgama (Dente 36)</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de</p><p>H.L.; PHILLIPS, R.W. A clinical study of amalgam failures. J Dent Res, 1949, v. 28, p. 439-46.</p><p>KATO, S.; OKUSE, K.; FUSAYAMA, T. The effects of burnishing on the marginal seal of amalgam restoration.J Prosthet</p><p>Dent, 1968, v. 19, n. 4, p. 393-8.</p><p>MARKLEY, M.R. Restorations of silver amalgam. J Am Dent Assoc, 1951, n. 43, p. 133-46.</p><p>MJÖR, I.A.; MOORHEAD, J.E.; DAHL, J.E. Selection of restorative materials in permanent teeth in general dental practice.</p><p>Acta Odontol Scand, 1999, v. 57, n. 5, p. 257-62.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>PHILIPS, R.W.; SWARTZ, M.L.; NORMAN, R.D. Materials for the practicing dentist. St. Louis: Mosby, 1969.</p><p>SCHULTZ, L.C. et al. Oper Dent, Philadelphia: Lea & Febiger, 1966. p. 18-43.</p><p>SILVEIRA, R.R.; FRANCISCONI, P.A.S; MONDELLI, J. Amálgama – mais de 160 anos de serviços prestados à</p><p>Odontologia. Jornal Brasileiro de Clínica e Estética em Odontologia, 2000, v. 4, n. 24, p. 85-8.</p><p>STRICKLAND, W.D. Amalgam restorations for class II cavity preparations. In: STURDEVANT, C. M. et al. The art and</p><p>science of operative dentistry. New York: McGraw-Hill Book, 1968.</p><p>WILDER Jr., A.D. et al. Classes I, II and VI amalgam restorations. In: ROBERSON, T.M. et al. The art and science of</p><p>operative dentistry. 4. ed. St. Louis: Mosby, 2002.</p><p>Oconceito de prevenção, tendo em vista as técnicas e os princípios de preparos de cavidades, constitui um aspecto</p><p>importante da Odontologia Restauradora. Os procedimentos operatórios conservadores podem ser considerados como uma</p><p>medida preventiva, em uma fase mais avançada, quando a cárie ou outro tipo de lesão já iniciou seu ataque clínico às estruturas</p><p>dentárias.</p><p>Alguns fundamentos básicos e métodos de preparos cavitários para amálgama, que até recentemente eram baseados nos</p><p>conceitos universalmente aceitos de Black,4 foram sempre avaliados e progressivamente aperfeiçoados. Assim, os preparos</p><p>cavitários de classes I e II atualmente indicados para amálgama nas lesões primárias são mais conservadores do que aqueles</p><p>considerados clássicos, como os de Black,4 Bronner5 e de Ward.46 Apesar das modificações ocorridas nos conceitos de extensão</p><p>preventiva, os princípios fundamentais sobre ela enunciados por Black3 ainda continuam válidos. Atualmente se faz a prevenção</p><p>da extensão.</p><p>Várias formas cavitárias de classe II, consideradas modernas ou conservadoras, foram sugeridas para restaurações de</p><p>amálgama; todas elas derivam das formas de Black4 e de Ward46 (Figura 8.1), nas quais as paredes circundantes são paralelas</p><p>entre si e perpendiculares às paredes de fundo, o mesmo ocorrendo com a parede gengival, que apresenta também</p><p>perpendicularidade com as paredes vestibular e lingual da caixa proximal; e nas de Bronner,5 McGehee25 e Parula35 (Figura 8.1),</p><p>cujas paredes circundantes axiais convergem em direção oclusal, determinando uma forma autorretentiva. A forma cavitária</p><p>destes últimos autores limita a extensão vestibulolingual da caixa proximal na altura da crista marginal (acompanha a forma de</p><p>propagação da lesão de cárie abaixo do contato), visando a maior resistência da estrutura dentária remanescente, o que, ao</p><p>mesmo tempo, protege em escala maior o material restaurador amálgama, devido à convergência para oclusal das paredes</p><p>vestibular e lingual.</p><p>O conceito de extensão para prevenção foi formulado por Black3 em 1905, e a ideia básica era a de prevenir a reincidência</p><p>ou cárie secundária, estendendo as margens das cavidades das respectivas restaurações até áreas que pudessem ser facilmente</p><p>limpas (autóclise), pela língua, lábios, bochechas e passagem doa alimentos. Para obtenção do benefício da autolimpeza, de</p><p>acordo com os conceitos da época, o contorno da cavidade necessitava englobar maior quantidade de estrutura dentária do que</p><p>aquela comprometida pela cárie. Todavia, a extensão do contorno cavitário originalmente sugerida por Black3 foi ao longo dos</p><p>anos paulatinamente diminuída e, em 1928, enfrentou algumas objeções, como as de Prime,37 que considerou que os preparos</p><p>amplos e profundos favoreceriam a ocorrência de fratura dentária, necrose pulpar e lesão periodontal (devido à extensão</p><p>subgengival), o que poderia pôr em risco a saúde e a manutenção do dente. Prime37 propôs, então, cavidades mais</p><p>conservadoras, com istmos mais estreitos, caixa oclusal pouco profunda e caixa proximal com paredes convergentes para</p><p>oclusal e extensão vestibulolingual mais limitada. No entanto, suas sugestões não foram aceitas ou reconhecidas de imediato.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref46</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref46</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref25</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref35</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref37</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref37</p><p>Figura 8.1 Cavidades clássicas.</p><p>A secção oclusal, tanto na cavidade de Black4 e Ward46 como na de Bronner,5 McGehee25 e Parula,35 era relativamente</p><p>larga para lesões incipientes, abrangendo 1/3 da distância vestibulolingual entre os vértices das cúspides. Markley24 e Prime37</p><p>(Figura 8.2) podem ser considerados os primeiros a influenciar os profissionais quanto às modificações das cavidades para</p><p>amálgama, incorporando um istmo estreito (1/4 da distância entre os vértices das cúspides) e secção oclusal mais rasa, com</p><p>paredes vestibular e lingual da caixa proximal convergentes para oclusal, no tratamento de lesões primárias incipientes.</p><p>A forma geométrica da cavidade de Markley,24 excetuando-se o tipo de retenção da caixa proximal e a extensão da área de</p><p>superfície preparada, é semelhante à de Bronner.5 Além do estreitamento do istmo, uma das grandes contribuições</p><p>conservadoras de Markley24 foi idealizar a cavidade proximal envolvendo apenas pequena parte da face oclusal de pré-molares e</p><p>molares (slot vertical).</p><p>Figura 8.2 Cavidades conservadoras ou modernas.</p><p>A resistência dentária após o preparo de cavidades, com diferentes aberturas, mostra que independente da forma</p><p>geométrica todas enfraquecem a estrutura remanescente, sendo que cavidades com istmos estreitos (1/4 da distância</p><p>intercuspídea) são as que menos enfraquecem e proporcionam resistência mais próxima à do dente hígido.28,43</p><p>Gilmore17 também indica o estreitamento de secção oclusal, para possibilitar um istmo correspondente a 1/4 da distância</p><p>intercuspídea. A cavidade de Gilmore17 é geometricamente semelhante à de Black,4 com paredes circundantes paralelas entre si,</p><p>diferindo apenas na largura, que é menor vestibulolingualmente (Figura 8.2).</p><p>A concepção cavitária de Barrancos Mooney;1 Bell e Grainger;2 Echeverria;13 Mondelli et al.26 e Strickland42 é similar à de</p><p>Markley24 (Figura 8.2) quanto à forma geométrica, tanto da caixa oclusal quanto da proximal, tendo, porém, os ângulos diedros</p><p>arredondados e as retenções proximais em forma de sulco ou canaletas.</p><p>38</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref46</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref25</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref35</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref37</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref43</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref26</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref42</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref38</p><p>•</p><p>•</p><p>A cavidade de Rodda é conservadora na forma e constitui uma associação de ideias e concepções dos autores citados</p><p>anteriormente. Os ângulos diedros são arredondados e as paredes vestibular e lingual da caixa oclusal são paralelas, sendo,</p><p>portanto, nesse aspecto similares à de Black,4 Gilmore17 e Prime.37 O aspecto geométrico da caixa proximal é semelhante ao de</p><p>Markley;24 Bell e Grainger2 e Strickland,42 cujas paredes vestibular e lingual convergem para oclusal, com ângulos diedros</p><p>também arredondados.</p><p>Cavidades para amálgama com ângulos internos arredondados facilitam a adaptação do material durante a condensação e</p><p>permitem melhor dissipação de esforços ou tensões durante a mastigação, ao contrário de ângulos agudos ou definidos que, em</p><p>função da concentração de esforços nessas áreas, criam uma zona predisponente à fratura dentária.8,39</p><p>LIMITE CERVICAL</p><p>Do ponto de vista clínico, a extensão ideal da parede cervical das cavidades seria aquela que pudesse ser determinada o mais</p><p>distante possível do tecido gengival. Essa condição facilitaria todos os procedimentos operatórios, tais como acabamento de</p><p>margens, isolamento do campo operatório, adaptação de matriz, colocação de cunha, remoção de possíveis excessos etc.,</p><p>enquanto qualquer tipo de procedimento operatório é dificultado pelo tecido gengival, a começar pelo acesso e visibilidade.</p><p>Todavia, tal situação ideal só é conseguida em casos selecionados, como a ausência de dente vizinho, desde que a extensão</p><p>no sentido gengival seja governada por uma série de fatores, principalmente localização e extensão da cárie.</p><p>Os fatores técnico-clínicos determinantes da extensão por conveniência da parede cervical nas cavidades para amálgama, e</p><p>que devem ser considerados conjuntamente com as diversas categorias de pacientes, são:</p><p>A localização e a extensão do processo carioso e dos demais tipos de lesão; assim, em cavidades proximais incipientes (lesão</p><p>de cárie localizada em esmalte ou daquela que atingiu apenas a junção amelodentinária sem se estender em dentina), a</p><p>localização da margem cervical estará correta quando houver uma separação mínima da superfície proximal do dente</p><p>vizinho de aproximadamente 0,2 mm, após a remoção de todo o tecido cariado, e a realização da extensão de conveniência</p><p>para gengival (Figuras 8.3 e 8.4)</p><p>Em pacientes jovens (13 a 25 anos) e adultos jovens (25 a 35 anos), geralmente a margem da parede gengival em cavidade de</p><p>classe II conservadora ficará na dependência da localização e da extensão da cárie, isto é, supra, no nível ou</p><p>subgengivalmente (Figuras 8.5 e 8.6). Taticamente, tanto em pacientes jovens como nos adultos jovens, a separação da(s)</p><p>parede(s) cervical(is) entre si ou do dente vizinho pode eventualmente ser conseguida com os recortadores de margem</p><p>gengival ao se executar a planificação dos prismas de esmalte; assim, mais uma vez, o nível de separação poderá, em</p><p>função de localização da cárie, idade do paciente, forma de contorno proximal do dente, do espaço interproximal e da</p><p>papila interdentária, localizar-se supra, no nível ou subgengivalmente. Assim, por exemplo, quando a parede cervical</p><p>estiver localizada no nível gengival e ainda não se tiver alcançado a separação de conveniência desejada, segundo Black,4 é</p><p>possível consegui-la com um mínimo de afastamento prévio com borracha ou separação imediata com cunhas, no</p><p>momento de se realizar, com os recortadores de margem, a planificação dos prismas de esmalte.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref37</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref42</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref39</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>Figura 8.3 A extensão ideal da parede cervical para amálgama deve permitir uma separação do dente vizinho de</p><p>0,2 a 0,5 mm no nível supragengival, a fim de restabelecer a distância biológica horizontal.</p><p>Figura 8.4 Dentes de paciente com relativa resistência a lesões de cárie e não suscetível à doença periodontal (A)</p><p>possibilitam extensões conservadoras (B). Notar que as margens proximais estão ligeiramente separadas (0,2 a</p><p>0,5 mm) do dente vizinho, de modo que nessas situações é possível localizar a parede cervical</p><p>supragengivalmente, coincidindo com o nível de separação desejável.</p><p>Além disso, essa manobra, já sugerida por Black,4 conserva maior quantidade de estrutura dentária porque possibilita, à</p><p>semelhança do bisel cervical nos preparos para restaurações fundidas, a separação da parede cervical apenas com um ligeiro</p><p>desgaste inclinado para apical, evitando estendê-la totalmente com instrumento rotatório. Desse modo, quando for necessário</p><p>estender a parede cervical a fim de se obter sua separação, essa extensão a qualquer nível deve idealmente restringir-se à</p><p>dimensão apical da planificação gengival, ou seja, aproximadamente 0,2 a 0,3 mm (Figura 8.7). Todavia, a melhor tática</p><p>operatória para se conseguir a separação, no caso de contatos extensos no sentido oclusocervical, é a originalmente sugerida</p><p>também por Black,4 isto é, promover uma prévia separação dos dentes contíguos, interpondo entre eles, 24 horas antes, um</p><p>agente separador (argolas ortodônticas elásticas, tiras de borracha, molas de aço, fios de seda etc.) de efeito mediato, ou seja, de</p><p>atuação lenta e atraumática. Com essa tática operatória, consegue-se recompor a distância biológica horizontal a fim de:</p><p>acomodar a papila sem comprimi-la, facilitar o acabamento da margem de esmalte, da borda da restauração e restabelecer o</p><p>espaço interproximal cervical para higienização.31</p><p>Figura 8.5 A. Pré-molar superior de paciente jovem com a papila interdentária preenchendo as ameias. B. Cárie</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref31</p><p>•</p><p>interproximal, à primeira vista localizada supragengivalmente. C. Notar na radiografia interproximal que a cárie do</p><p>segundo pré-molar superior envolveu parte do tecido dentinário. D. A extensão de conveniência, mesmo sendo</p><p>conservadora na caixa proximal, condiciona, geralmente em situações como esta, a localização da parede cervical</p><p>no nível subgengival. E. Restaurações depois de polidas.</p><p>Figura 8.6 Dentes de paciente jovem com lesões interproximais localizadas clinicamente no nível gengival (A)</p><p>condicionam preparos subgengivais (B) devido à papila interdentária preencher quase totalmente o espaço</p><p>interdentário. C. A colocação do dique de borracha associada à ligadura com fio dental possibilita o afastamento</p><p>gengival e facilita os procedimentos operatórios subsequentes. Notar a separação entre as paredes cervicais das</p><p>cavidades, que restabelecem a distância biológica horizontal. D. Restaurações depois de polidas.</p><p>São comuns também, em pacientes adultos, situações em que os terços vestibular e lingual da parede cervical ficam</p><p>localizados subgengivalmente depois do aplainamento dessa parede, devido à morfologia da papila interdentária com área</p><p>de “col” côncava. Todavia, a reparação conseguida mesmo nesse nível restabelece a distância biológica horizontal</p><p>Em pacientes idosos muito frequentemente observa-se que a gengiva interproximal ocupa uma porção bem menor do espaço</p><p>interdentário do que em pacientes jovens e adultos, como causa da migração para apical da gengiva marginal; desta forma,</p><p>a margem da parede gengival em cavidades conservadoras ficará localizada com maior frequência supragengivalmente,</p><p>mesmo após a planificação dos prismas de esmalte.</p><p>Nas cavidades extensas, nas quais a cárie comprometeu o esmalte, atingiu a junção amelodentinária e se estendeu em</p><p>dentina, ou mesmo em casos de lesões cervicais secundárias ou reincidentes ou, ainda, em restaurações defeituosas a localização</p><p>da margem da parede gengival dependerá da remoção total do tecido cariado. Nessas condições, é necessário entender que a</p><p>extensão preventiva ou, melhor, de conveniência, já não está sendo considerada, pois a simples remoção do processo carioso da</p><p>restauração com reincidência ou mesmo de restaurações defeituosas já determina a localização da parede gengival, bastando</p><p>apenas regularizá-la. Como consequência, outros fatores devem ser considerados, tais como a posição e a saúde da área do</p><p>“col”, da papila interdentária e da crista óssea alveolar, a relação entre a crista óssea alveolar; e o limite cervical da lesão cariosa</p><p>(espaço ou distância biológica vertical [Figura 8.7]). Nos casos em que apenas a papila apresenta-se alterada, em forma de</p><p>cratera ou hiperplasiada, é recomendada a remoção cirúrgica da área ulcerada do “col” através da cunha interproximal, que</p><p>consiste na eliminação do tecido que se apresenta inflamado e sanguinolento. Essa conduta tenderá a transformar a área do “col”</p><p>côncava da papila interdentária em uma área mais convexa possível, no sentido vestibulolingual, e ao mesmo tempo recoberta</p><p>por epitélio queratinizado.30</p><p>Figura 8.7 Quando for necessário estender a parede cervical no sentido gengival, a fim de se obter sua separação,</p><p>essa extensão deve ser realizada com instrumento manual, restringindo-se à dimensão da planificação gengival</p><p>(aproximadamente 0,2 a 0,3 mm).</p><p>Quando a propagação da cárie compromete a distância biológica vertical e horizontal, além da remoção cirúrgica da área</p><p>do “col” é necessário aumentar o tamanho da coroa clínica por meio de osteotomia e/ou osteoplastia ou, então, promover a</p><p>extrusão do dente, a fim de se restabelecerem a um só tempo as distâncias biológicas vertical e horizontal, a reinserção, a</p><p>convexidade e a queratinização da papila interdentária, conforme descrito originalmente por Mondelli et al.30,31</p><p>FORMAS DE RESISTÊNCIA E RETENÇÃO</p><p>A forma de resistência é a característica geométrica da cavidade, que possibilita ao dente e à restauração resistirem às cargas</p><p>mastigatórias, às variações volumétricas dos materiais restauradores ou às pressões interdentinárias que são produzidas nos</p><p>dentes restaurados.</p><p>A forma de resistência deve ser considerada com base em dois conceitos: um relativo ao dente e outro relacionado à</p><p>restauração.</p><p>A forma de retenção é a característica geométrica da cavidade que previne por estabilidade o deslocamento da restauração</p><p>quando esta é exposta à ação das forças mastigatórias, das pressões interdentárias e dos esforços axiais de remoção.</p><p>Forma de resistência</p><p>Relacionada à restauração</p><p>Mecanicamente, quando uma carga é aplicada perpendicular ao eixo longitudinal de uma estrutura, esta recebe o nome de viga.</p><p>Por analogia com os tipos de restauração, devem-se considerar apenas três tipos de viga: a viga simples, apoiada em dois</p><p>extremos (classe I); a viga travada em dois extremos (MOD), e a viga travada em um extremo, tendo o outro livre (MO ou DO),</p><p>conforme ilustrado esquematicamente na Figura 8.8.</p><p>As cargas nas vigas podem ser concentradas ou distribuídas. A carga concentrada é aquela que incide em um só ponto da</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref30</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref30</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref31</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-8</p><p>viga, enquanto a distribuída é aquela em que a mesma intensidade de carga é repetida em diferentes pontos da viga (Figura 8.9).</p><p>Figura 8.8 A. Viga simples. B. Viga travada em dois extremos. C. Viga travada em apenas um extremo.</p><p>Figura 8.9 A. Carga distribuída. B. Carga concentrada.</p><p>Segundo Corrêa,9 as restaurações de classe II podem ser consideradas como sendo barras ou vigas encurvadas. Em uma</p><p>viga simplesmente apoiada nas duas extremidades (Figura 8.10), a atuação de uma carga concentrada provoca, na porção</p><p>côncava da viga, o aparecimento de tensões de compressão (Tc), que são maiores junto à carga e que vão diminuindo de</p><p>intensidade à medida que se aproximam do plano neutro (N), onde as tensões são iguais a zero. Na porção convexa da viga, a</p><p>partir do plano neutro surgem tensões de tração (Tt), que aumentam à medida que se afastam deste, e são máximas junto à</p><p>porção mais convexa da viga. Nas áreas correspondentes às extremidades de apoio surgirão tensões de cisalhamento ou esforços</p><p>de corte (Tc).</p><p>Para uma viga encurvada, travada em uma de suas extremidades e submetida à ação de carga concentrada (Figura 8.11), o</p><p>plano neutro (N) não passa mais pela porção mediana da secção, mas encontra-se mais deslocado para o lado da superfície</p><p>côncava. Como em termos de intensidade as tensões de tração e de compressão são iguais e como na porção côncava da viga há</p><p>menor espessura de material, considerado em relação ao plano neutro (N), haverá nessa região maior concentração de tensões de</p><p>compressão, concentração essa que será proporcional à curvatura da viga. Por exemplo, quanto</p><p>mais agudo o ângulo saliente</p><p>axiopulpar, mais aguda será a curvatura da viga (Figura 8.12). O arredondamento do ângulo diedro axiopulpar de uma cavidade</p><p>de classe II, do tipo MO ou OD, que corresponde, comparativamente, à porção côncava da barra vista na Figura 8.11, reduzirá a</p><p>concentração de tensões nesse nível da restauração (Figura 8.13).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-13</p><p>Figura 8.10 Carga concentrada (C); plano neutro (N); tensões de compressão (Tc); tensões de tração (Tt); tensões</p><p>de cisalhamento (Tcs).</p><p>Figura 8.11 Carga concentrada (C); plano neutro (N); tensões de compressão (Tc); tensões de tração (Tt).</p><p>Mahler,22 com um trabalho sobre fotoelasticidade (Figura 8.14), demonstrou que as tensões de tração crescem de pulpar</p><p>para oclusal (barra encurvada, proximidade da maior convexidade e das cargas), durante as solicitações mastigatórias de</p><p>compressão. Nessa região de superfície oclusal, qualquer descontinuidade (contato prematuro ou exagerado) ou uma escultura</p><p>profunda de sulcos e fóssulas provoca concentração de tensões. Essa concentração de tensões de tração é responsável, no caso</p><p>de restaurações de amálgama, pelas fraturas de corpo, cristas marginais e no nível do istmo da restauração. O istmo de uma</p><p>cavidade e/ou da respectiva restauração corresponde ao local de maior estrangulamento da cavidade, geralmente entre as</p><p>vertentes cuspídeas vestibular e lingual, caracterizando o limite de união entre o segmento proximal e oclusal da restauração.</p><p>Para maior resistência do material restaurador amálgama, o melhor preparo para classe II deve corresponder a um istmo</p><p>localizado o mais próximo possível da parede axial da caixa proximal, a uma parede pulpar plana e horizontal e a uma parede</p><p>axial ligeiramente inclinada, isto é, expulsiva no sentido cérvico-oclusal.9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref22</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref9</p><p>Figura 8.12 Fraturas clínicas de restaurações de amálgama. A. Fratura no istmo da restauração provocada por</p><p>contato exagerado devido a pouca espessura de material e falta de retenções adicionais na caixa proximal. B.</p><p>Deslocamento do segmento proximal da restauração por falta de retenções proximais. C. Visão vestibular de um</p><p>deslocamento do segmento proximal. O amálgama, antes de se deslocar, já sofreu fratura devido à sua friabilidade</p><p>e baixo módulo de elasticidade. D. Fratura no istmo devido a contato exagerado, em uma restauração recém-</p><p>condensada. Notar a marca da cúspide do antagonista gravada na restauração e a ausência de retenções na caixa</p><p>proximal.</p><p>Figura 8.13 Plano neutro (N); tensões de tração (T); tensões de compressão (C).</p><p>Figura 8.14 Barra encurvada submetida a duas cargas concentradas de 75 libras, C1 e C2, com as tensões</p><p>medidas em um plano situado a 4,0 mm do terço médio da parede axial.22</p><p>Do ponto de vista mecânico, a profundidade maior da caixa oclusal e o aumento da dimensão vestibulolingual do istmo</p><p>amplificam a resistência da restauração. Entretanto, tais procedimentos operatórios prejudicam a forma de resistência do dente e</p><p>contrariam determinados princípios biológicos que devem ser respeitados. O mais racional é lançar mão de retenções adicionais</p><p>internas (canaletas proximais) que não influenciam a resistência da estrutura dentária remanescente e melhoram a resistência à</p><p>fratura e ao deslocamento da restauração.10,29</p><p>Em uma cavidade próximo-oclusal, devido à ausência de uma das faces do dente (mesial ou distal), a carga mastigatória,</p><p>agravada pela inclinação da cúspide e pelo efeito de cunha, pode levar à fratura (restaurações diretas) ou ao deslocamento da</p><p>restauração (restaurações fundidas). Além disso, durante a mastigação há diversos tipos de cargas distribuídas pela superfície</p><p>oclusal da restauração; essas cargas dão origem a tensões complexas de compressão, tração e cisalhamento, no interior da</p><p>restauração, e todas elas são capazes de diminuir a longevidade da restauração, em condições funcionais, tanto por fratura</p><p>quanto por deslocamento (Figura 8.8). Como salientado anteriormente, podem ser determinadas retenções adicionais internas</p><p>(sulcos ou canaletas na caixa proximal), que aumentam a resistência à fratura da restauração sem ampliar o contorno externo ou</p><p>aprofundar a cavidade.29 Caracteriza-se assim a interdependência entre a forma de resistência e retenção do material restaurador</p><p>nas cavidades de classe II, onde a estabilidade ou travamento do material no interior da cavidade pelas retenções corretamente</p><p>localizadas possibilitam que a restauração suporte cargas oclusais de magnitude maior sem fraturar-se. Esse aumento da</p><p>resistência à fratura ocorre porque os sulcos retentivos verticais determinados na porção proximal da cavidade ultrapassam</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref22</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref29</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref29</p><p>ligeiramente, no sentido oclusal, o nível do ângulo axiopulpar. Estes evitam a deformação plástica do segmento proximal da</p><p>restauração, que ocorre devido à decomposição das cargas oclusais em esforços de tração que tangenciam o ângulo axiopulpar,</p><p>conforme demonstrado por Galan Jr. et al.16 (Figura 8.15). Por isso, as retenções adicionais localizadas abaixo do ângulo</p><p>axiopulpar (área triangular e dupla inclinação da parede gengival) não são tão efetivas como os sulcos ou canaletas proximais,</p><p>porque ficam localizadas abaixo dos esforços de tração originários das cargas compressivas16,29 (Figura 8.16).</p><p>Relacionada ao dente</p><p>A perda parcial das estruturas duras do dente, por cárie ou pelo preparo cavitário, tem sido apontada como a causa do</p><p>enfraquecimento do remanescente dentário. Em muitos casos, o estado avançado do processo carioso não permite um preparo</p><p>cavitário conservativo e a própria determinação da forma cavitária implica perda adicional dos tecidos duros do dente. Quando</p><p>submetidos aos esforços da mastigação, os dentes nessas condições, se não foram convenientemente protegidos pela</p><p>restauração, tenderão a sofrer fraturas, com consequências imprevisíveis. Isso é particularmente verdadeiro para os pré-molares</p><p>superiores, cuja forma anatômica oferece uma tendência à separação das cúspides durante os esforços mastigatórios.</p><p>Figura 8.15 A. Decomposição de cargas compressivas oclusais (seta com a letra “c”) em esforços de tração que</p><p>tangenciam o ângulo axiopulpar. B. Possibilidade de fratura da restauração se a cavidade não for provida de</p><p>retenções adequadas na caixa proximal.</p><p>Figura 8.16 A. A retenção proximal localizada abaixo do ângulo axiopulpar não é efetiva para evitar a fratura no</p><p>istmo da restauração ou o deslocamento do segmento proximal devido aos esforços de tração originados de cargas</p><p>compressivas. B. A retenção proximal em forma de sulco, ultrapassando o nível do ângulo axiopulpar, é mais</p><p>efetiva para travar o segmento proximal da restauração no interior da caixa proximal.</p><p>Diversos autores apreciaram o potencial das cavidades intracoronárias em aumentar a</p><p>altura mecânica das cúspides, ao se</p><p>conseguir acesso de instrumentação, extensão preventiva, contornos externo e interno, remoção da dentina cariada e retenção.</p><p>Normalmente as cúspides têm uma altura mecânica, que é igual à altura anatômica, medida a partir da ponta da cúspide até</p><p>o nível do sulco central (Figura 8.17A). Quando se prepara uma cavidade MOD, a altura mecânica fica muito exagerada, já que</p><p>sua altura efetiva torna-se a distância entre a ponta da cúspide e o nível da parede gengival do preparo (Figura 8.17B). Em um</p><p>dente como o pré-molar superior, esse alongamento do braço de alavanca pela remoção do septo dentinário e das cristas</p><p>marginais que unem as cúspides (fenômeno das cúspides alongadas) pode levar a resultados desastrosos, se o sistema</p><p>restaurador não compensar esse efeito mecânico, protegendo a estrutura dentária remanescente de possíveis fraturas por</p><p>esforços da mastigação. A própria evolução dos preparos cavitários para amálgama e para incrustações intracoronárias, cada vez</p><p>mais conservadoras, demonstra a preocupação com a preservação e proteção das estruturas do dente. Essa tendência foi</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref29</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-17</p><p>efetivada e adotada com base nos trabalhos de Vale,43,44 que compararam a resistência à fratura de dentes pré-molares superiores</p><p>humanos hígidos, com pré-molares superiores submetidos a preparos MO ou DO com aberturas de 1/3 e 1/4 na altura do istmo.</p><p>A resistência era diminuída em 35%, simplesmente pelo aumento da largura do istmo, de 1/4 para 1/3.</p><p>Figura 8.17 Potencial dos preparos em aumentar a altura das cúspides. A altura anatômica das cúspides com</p><p>dimensão L1 (medida do vértice da cúspide até o sulco central) em um dente hígido (A) pode ser mecanicamente</p><p>aumentada de 2 a 3 vezes pelo processo carioso e/ou preparo MOD intracoronário, ficando com uma altura</p><p>mecânica efetiva L2 (medida da ponta da cúspide até o nível da parede gengival), devido à remoção de esmalte e</p><p>dentina que uniam a cúspide vestibular com a lingual (B). (Adaptada por Shillingburg et al.,40 da pesquisa de</p><p>Mondelli et al.28)</p><p>Mondelli et al.28 concluíram que os pré-molares superiores sofrem diminuição progressiva de sua resistência à medida que</p><p>a largura dos preparos cavitários na altura do istmo aumenta de 1/4 para 1/3 e 1/2 da distância intercuspídea (Tabela 8.1)</p><p>(Figuras 8.18 e 8.19). Essa investigação ressaltou a importância de serem confeccionadas cavidades de maneira mais</p><p>conservadora possível, a fim de manter o máximo da resistência da estrutura dentária remanescente. Esses resultados confirmam</p><p>as observações clínicas de vários autores, principalmente Ingraham;20 Shillingburg, Jacobi e Brackett,40 de que as restaurações</p><p>com 1/3 ou mais de largura vestibulolingual na superfície oclusal podem provocar o efeito de cunha, com tendência de separar</p><p>as cúspides devido à significante diminuição da resistência à do dente. Daí, que a maioria das faculdades latino-americanas</p><p>ensinam que o uso de incrustações com três segmentos (MOD) sem cobertura oclusal estão restritas apenas às situações em que</p><p>o istmo pode ser mantido estreito, isto é, com 1/4 da distância intercuspídea e, ainda, somente nos dentes molares, porque seu</p><p>uso em pré-molares é muito arriscado e imprevisível durante a vida clínica da restauração.</p><p>Os resultados da pesquisa de Franco14 efetivaram a relação entre a quantidade do remanescente dentário e a resistência do</p><p>dente. Esse trabalho comprovou que, quanto maior o envolvimento das faces dentárias pela cárie, menor a resistência do dente</p><p>às forças compressivas, e que a remoção do teto da câmara pulpar proporciona perda da resistência em cerca de 90% quando</p><p>comparado, a um dente hígido. Quando se reduz e se executa a cobertura das cúspides enfraquecidas, com uma restauração</p><p>metálica fundida, ocorre um aumento acentuado na resistência da estrutura dentária remanescente, superando inclusive a do</p><p>dente hígido (Tabela 8.2).</p><p>Tabela 8.1 Média de resistência à fratura (em kgf) de pré-molares superiores com diferentes tipos de preparo e</p><p>abertura de istmo.22</p><p>Condição Abertura de istmo Resistência à</p><p>fratura</p><p>Diminuição percentual da</p><p>resistência em relação ao dente</p><p>hígido</p><p>Dentes hígidos (controle) – 180,8 –</p><p>Classe I</p><p>1/4 125,2 11,1%</p><p>1/3 85,4 39,3%</p><p>1/2 67,5 52,1%</p><p>Classe II</p><p>1/4 117,2 16,8%</p><p>1/3 67,9 51,5%</p><p>1/2 60,9 56,7%</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref43</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref44</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#tab8-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-19</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#tab8-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref22</p><p>Classe II MOD</p><p>1/4 86,4 38,6%</p><p>1/3 61 56,7%</p><p>1/2 51,2 63,6%</p><p>Figura 8.18 Influência da extensão dos preparos na resistência dos dentes. A. Uma coroa intacta de um pré-molar</p><p>superior pode resistir a uma compressão concentrada de carregamento de 140 a 176 kg, devido à integridade</p><p>estrutural. B. Um preparo do tipo mésio-oclusal intracoronário que mantém uma crista marginal diminui a</p><p>resistência do dente de 11 a 57% (na dependência da largura vestibulolingual no istmo do preparo). C. Um preparo</p><p>mésio-oclusodistal, que remove as cristas marginais e o septo dentinário que unem a cúspide vestibular com a</p><p>lingual, diminui a resistência do dente em uma faixa de 36 a 61% (outra vez, dependendo da largura</p><p>vestibulolingual do istmo – 1/4, 1/3 e 1/2). D. Um dente corre sério risco de fratura se o istmo tiver uma dimensão</p><p>de 1/2 ou mais da distância entre os vértices das cúspides e for bisseccionado por um preparo mésio-oclusodistal.</p><p>(Adaptada por Shillingburg et al.,40 da pesquisa de Mondelli et al.28)</p><p>Figura 8.19 Demonstração clínica dos problemas citados nos desenhos esquemáticos B e C da Figura 8.18. A.</p><p>Fratura longitudinal separando as cúspides através da crista marginal devido ao grande volume e extensão da</p><p>restauração tipo DO no primeiro pré-molar superior, nos sentidos vestibulolingual e pulpar. B. Fratura do dente com</p><p>uma lesão cavitária mésio-oclusodistal, sem a devida proteção de uma restauração adequada.</p><p>Segundo Pereira et al.,36 a remoção do teto da câmara pulpar provoca nos molares superiores uma diminuição significativa</p><p>de sua resistência mecânica, a qual deve ser levada em consideração no planejamento geométrico do preparo. A Tabela 8.3</p><p>mostra o quanto representa, em termos de porcentagem, a perda de resistência do molar superior pela remoção do teto da</p><p>câmara pulpar nos diferentes tipos de preparo, quando comparada com a dos dentes hígidos. A extrapolação desses dados para</p><p>uma situação clínica proporciona a dimensão da importância da proteção</p><p>cuspídea dos dentes submetidos à pulpotomia ou ao</p><p>tratamento endodôntico radical. Para os pré-molares superiores, como já comentado, a perda de resistência com a remoção do</p><p>teto da câmara pulpar pode atingir até 90%.14 Para os molares superiores esse índice pode alcançar 80% (Figura 8.20).</p><p>Tabela 8.2 Médias de resistência à fratura (em kgf) de pré-molares superiores nos diferentes grupos</p><p>experimentais.14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref36</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#tab8-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref14</p><p>Grupos Descrição Resistência à fratura (em kgf)</p><p>A Dentes hígidos (controle) 176</p><p>B Dentes com lesão cariosa na face oclusal 126</p><p>C Dentes com lesão na face proximal, sem comprometimento da</p><p>crista marginal</p><p>78</p><p>D Dentes com lesão na face proximal com comprometimento da</p><p>crista marginal</p><p>49</p><p>E Dentes com remoção do teto da câmara pulpar e da cavidade</p><p>MOD</p><p>21</p><p>F Dentes com remoção do teto da câmara pulpar e da cavidade</p><p>MOD com proteção de cúspides e cimentação da respectiva</p><p>restauração fundida</p><p>305</p><p>Tabela 8.3 Perda média da resistência à fratura (em %) de molares superiores submetidos a diferentes tipos de</p><p>preparo cavitário com e sem remoção do teto da câmara pulpar quando comparados ao grupo de controle (dentes</p><p>hígidos).36</p><p>Grupos Tipo de preparo Resistência à fratura (em</p><p>kgf)</p><p>Perda da resistência à</p><p>fratura (em %)</p><p>Hígidos – 203,62 0</p><p>Oclusal Sem remoção 94,03 53</p><p>Com remoção 89,83 55</p><p>Mésio-oclusal Sem remoção 102,54 49</p><p>Com remoção 71,08 65</p><p>Mésio-oclusodistal Sem remoção 92,33 54</p><p>Com remoção 53 80</p><p>Como pode-se observar, as resistências à fratura dos dentes submetidos aos diferentes tipos de preparos cavitários foram</p><p>sempre menores que aquelas do grupo de controle (dentes hígidos). Esses resultados ratificaram os de autores que</p><p>demonstraram a queda da resistência do dente relacionada com a perda da estrutura dentária.21,23,28,43,44</p><p>Os dados obtidos por Mondelli et al.33,34 nas diferentes condições experimentais de suas análises (Tabela 8.4) evidenciam a</p><p>diminuição da resistência dos dentes que sofreram preparos cavitários e restauração. Dessa forma, temos o grupo A, com dentes</p><p>hígidos, em que a média de resistência foi de 160 kgf. Nos dentes do grupo B com cavidade MOD e restauração a amálgama</p><p>sem proteção das cúspides, houve uma diminuição bastante acentuada da resistência, cerca de 71%, tendo em vista que a média</p><p>deste grupo foi a mais baixa (47 kgf). Já no grupo C, apesar de o desgaste dentário ter sido maior (redução das cúspides), a</p><p>diminuição da resistência foi bem menor (aproximadamente 21%, em que a média dos valores obtidos nos testes foi 127 kgf),</p><p>devido à cobertura oclusal feita com amálgama. Esses resultados mostram inicialmente que estavam corretas as afirmações de</p><p>Ingraham,20 Shillingburg et al.40 e as comprovações de Mondelli et al.,28 segundo as quais o efeito geral de uma cavidade</p><p>intracoronária, especialmente em pré-molares superiores, criaria cúspides extremamente longas, com tendência à separação,</p><p>além do efeito de cunha da própria restauração. Isso ficou bem demonstrado, mesmo porque todos os dentes do grupo B</p><p>apresentaram fratura da cúspide lingual até o nível do colo. No grupo dos dentes hígidos isto ocorreu apenas esporadicamente,</p><p>sendo mais comum a fragmentação de uma das cúspides. A análise da tabela indica ainda a importância da conservação das</p><p>14 28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref36</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref21</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref23</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref43</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref44</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref33</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref34</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#tab8-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>estruturas dentárias, como é facilmente verificado nas médias de resistência, reafirmando as conclusões de Franco, Mondelli,</p><p>Pereira et al.36 e Vale,43 que observaram a diminuição sistemática da resistência dos dentes à medida que havia maior perda de</p><p>estrutura dentária provocada pela lesão ou pelo preparo cavitário. Todavia, o resultado mais importante constatado nessas</p><p>pesquisas foi o aumento da resistência dos dentes dos grupos C e E, respectivamente, com cobertura cuspídea a amálgama e</p><p>resina, em relação aos dos grupos B e D, sem cobertura cuspídea. Sabe-se que a utilização de restaurações metálicas fundidas</p><p>com cobertura oclusal pode proporcionar a um dente enfraquecido um aumento significante em sua resistência, superando</p><p>inclusive a de dentes hígidos.14 Entretanto, ficou demonstrado que restaurações com recobrimento cuspídeo a amálgama ou</p><p>resina direta33,34 podem aumentar em cerca de 60% a resistência de um dente enfraquecido, com grandes perdas de estrutura</p><p>provocadas pela cárie e instrumentação da cavidade, o que comprova uma vez mais as recomendações originais de Black3 feitas</p><p>em 1905 e de Marckley24 em 1951, mesmo sabendo que essa porcentagem não atinge a resistência de um dente hígido.</p><p>Figura 8.20 Casos clínicos de fratura dentária que exemplificam o esquema visto na Figura 8.18 e as pesquisas de</p><p>Pereira et al.36 e Franco.14 A. Fratura da cúspide palatina de molar superior com uma lesão cavitária mésio-</p><p>oclusodistal, tratado endodonticamente e sem a devida proteção de uma adequada restauração. B. Outra fratura de</p><p>cúspide palatina de um molar superior em que a restauração não protegeu devidamente a estrutura remanescente,</p><p>tensionando como cunha: fratura das cúspides lingual (C) e vestibular (D) em primeiro molar inferior pelas mesmas</p><p>razões.</p><p>Tabela 8.4 Resistência à fratura de pré-molares superiores submetidos a diferentes tratamentos operatórios e</p><p>restauradores.33,34</p><p>Grupos Condições experimentais Resistência à fratura (em</p><p>kgf)</p><p>Perda da resistência à</p><p>fratura dos dentes</p><p>restaurados (em %)</p><p>A Dentes hígidos 160 0</p><p>B Mésio-oclusodistal com envolvimento da 47 71</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref36</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref43</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref33</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref34</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref36</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref33</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref34</p><p>câmara pulpar e restauração com</p><p>amálgama</p><p>C Mésio-oclusodistal com envolvimento da</p><p>câmara pulpar, redução cuspídea e</p><p>restauração usando cobertura de cúspides</p><p>com amálgama</p><p>127 21</p><p>D Mésio-oclusodistal com envolvimento da</p><p>câmara pulpar e restauração com resina</p><p>composta</p><p>60 63</p><p>E Mésio-oclusodistal englobando a câmara</p><p>pulpar, redução cuspídea e restauração</p><p>com cobertura cuspídea de resina composta</p><p>141 12</p><p>Levando-se em conta que todos os corpos de prova dos grupos C e F apresentaram fraturas somente do amálgama ou da</p><p>resina, não rompendo o remanescente dentário, isso traria uma grande vantagem clínica, pois tornaria o tratamento reversível, o</p><p>que sustenta uma vez mais as opiniões de Black,4 Brown,6 Doukoudakis e Doukoudakis,11 Engelman,12 Hansen et al.18 e</p><p>Markley,24 para os quais a utilização de restaurações de amálgama com cobertura de cúspides seria uma alternativa</p><p>perfeitamente viável, mesmo em dentes com lesões extensas (Figuras 8.21 e 8.22), como alternativa às restaurações indiretas, de</p><p>mais difícil confecção e mais onerosas. Os resultados dessas pesquisas apoiam também as observações de Smales41 e Van</p><p>Nieuwenhuysen,45 que encontraram altas taxas de sobrevida clínica em dentes tratados com a técnica de cobertura de cúspides</p><p>com amálgama em avaliações clínicas de longevidade de restaurações. O mesmo foi constatado por Heymann19 com base no</p><p>acompanhamento clínico de 5 anos de restaurações diretas de resina protegendo ou recobrindo cuspídes enfraquecidas.32</p><p>Figura 8.21 A. Concepção cavitária mésio-oclusodistal de Black com redução cuspídea em pré-molar tratado</p><p>endodonticamente.B. Restauração a amálgama ou ouro em folha com cobertura de cúspide (desenho esquemático</p><p>original de Black).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-21</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-22</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref41</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref45</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref19</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref32</p><p>Figura 8.22 Restaurações a amálgama com proteção de cúspide. A. Restauração extensa de amálgama com</p><p>proteção parcial de cúspide (tipo onlay), logo após o polimento e depois de 8 anos (B). C. Restauração complexa a</p><p>amálgama MDOVP, reconstruindo a cúspide mesiovestibular logo após o polimento. D. Controle pós-operatório de</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>9 anos. E. Controle pós-operatório de 35 anos. F. Cavidade extensa em dente tratado endodonticamente, com</p><p>sistema de retenção adicional por meio de pinos dentinários e câmara pulpar coronária. G. Restauração a</p><p>amálgama com cobertura total das cúspides (tipo overlay), logo após polimento e remoção do dique de borracha</p><p>(H). Convém salientar que tanto nas cavidades intracoronárias tipo caixa como naquelas com cobertura cuspídea,</p><p>as cavidades realizadas para restaurações diretas são mais conservadoras, porque não exigem extensão para</p><p>conseguir expulsividade e paralelismo das paredes opostas (eixo de inserção e remoção) especialmente no nível</p><p>das cristas marginais da caixa proximal. Portanto, as cavidades e as respectivas restaurações de uso direto são</p><p>mais conservadoras do que aquelas para as incrustrações indiretas para um mesmo tipo de lesão.</p><p>Verifica-se, portanto, que houve uma mudança radical quanto à largura do istmo das cavidades, tanto para amálgama</p><p>quanto para incrustações tipo caixa, que no começo do século correspondiam a 1/3 e 1/2 da distância entre os vértices</p><p>cuspídeos. Essa maior extensão das cavidades era devida, em parte, ao conceito de “extensão para prevenção” e, também, ao</p><p>desenho e tamanho inadequados dos instrumentos rotatórios da época, que eram muito volumosos, provocando grande</p><p>destruição da estrutura do dente, mesmo girando a baixa velocidade. O reconhecimento de que o istmo largo pode levar a falhas</p><p>clínicas (abertura de margem, fraturas e deslocamentos), propiciando efeito de cunha à respectiva restauração, e das mudanças</p><p>no conceito de extensão preventiva fez com que o istmo das cavidades para lesões incipientes fosse diminuído de 1/2 para 1/3 e</p><p>para 1/4 da distância entre os vértices cuspídeos, não apenas nos pré-molares como também nos molares. Tanto que, atualmente,</p><p>o emprego de incrustações MOD metálicas sem cobertura oclusal para pré-molares superiores é altamente questionável e a</p><p>maioria das faculdades das Américas ensina que o uso de incrustações metálicas com três segmentos está restrito a situações</p><p>especiais (complementação de tratamento em lesões incipientes), nas quais o istmo pode ser conservado estreito. As melhores</p><p>opções são o amálgama e a resina composta, cujas cavidades exigem base maior do que as aberturas oclusais (autorretentivas),</p><p>ao contrário das cavidades para indiretas, que exigem base menor e abertura maior (expulsividade), que acabam sacrificando</p><p>maior quantidade de tecido sadio na região das cristas marginais. A prática de aumentar a profundidade e a largura do istmo</p><p>para aumentar a resistência ao deslocamento proximal ou a resistência à ruptura da restauração deve ser evitada nas cavidades</p><p>tipo caixa ou sem cobertura cuspídea, porque o aumento na profundidade ou largura da cavidade enfraquece o remanescente</p><p>coronário.</p><p>Além disso, a restauração com cobertura de cúspides oferece várias vantagens: como a técnica de preparo reduz a</p><p>superfície oclusal, mudanças necessárias na anatomia da plataforma oclusal do dente podem ser executadas. Segundo</p><p>Shillingburg et al.,40 as concentrações de esforços resultantes das cargas oclusais sobre as cúspides enfraquecidas são evitadas,</p><p>pois essas forças transmitidas ao dente com proteção de cúspides são distribuídas de modo a preservar a integridade da estrutura</p><p>dentária, cuja tendência é manter as cúspides unidas em vez de separá-las (Figura 8.23).</p><p>As restaurações extensas a amálgama ou de resina direta com proteção parcial ou total de cúspides são indicadas nas</p><p>seguintes condições clínicas:</p><p>Dentes com cúspide(s) enfraquecida(s), mas que têm esmalte não friável suportado por dentina sadia ou material adesivo para</p><p>calçar as porções vestibular e lingual</p><p>Cavidades onde mais da metade da largura vestibulolingual da coroa do dente será ou foi envolvida na região do istmo</p><p>Dentes posteriores tratados endodonticamente, com suficiente volume de estrutura dentária sadia, vestibular e lingual, com ou</p><p>sem calçamento prévio com material adesivo para substituir a dentina ausente sob esmalte</p><p>Nos pré-molares superiores, por motivos estéticos e econômicos, a abordagem direta empregando o SRA (Sistema Restaurador</p><p>Adesivo) pode ser indicada como primeira opção de tratamento nos casos de substituição de restaurações insatisfatórias de</p><p>amálgama ou resina.19,32</p><p>Figura 8.23 Efeito de cunha das restaurações MOD intracoronárias quando o istmo é largo. A. A força oclusal</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-23</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref19</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref32</p><p>aplicada em uma restauração é transmitida ao longo das paredes axiais e em sua base (efeito de cunha),</p><p>pressionando a estrutura do dente que a circunda. B. A situação em A pode levar à fratura do dente, com</p><p>rachaduras em bisel causadas por restauração mesio-oclusodistal (MOD), que ocorrem tipicamente em ângulo de</p><p>40 a 50o, a partir do diedro cervical do preparo e na direção apical. C. Uma restauração metálica de amálgama ou</p><p>fundida com cobertura oclusal distribui a força sobre uma ampla área, reduzindo drasticamente o potencial de</p><p>fratura. Por essa razão, a restauração MOD a amálgama ou resina direta com cobertura oclusal adapta-se bem</p><p>para os dentes endodonticamente tratados, com superfícies vestibular e lingual sadias.4,28,32 (Adaptada de</p><p>Shillingburg et al.40)</p><p>Logicamente, esse tipo de restauração é contraindicado quando cárie, descalcificação, abrasão ou erosão tenham afetado</p><p>também as faces vestibular ou lingual de um dente, deixando as cúspides totalmente separadas, solapadas e sem nenhum septo</p><p>dentinário unindo-as.</p><p>Forma de retenção</p><p>As cargas e/ou carregamentos oclusais, devido às inclinações cuspídeas, originam forças oblíquas e horizontais em diferentes</p><p>direções (decomposições de forças), que podem provocar o deslocamento da restauração do interior da cavidade. Por outro lado,</p><p>o comportamento do material restaurador dentro da cavidade possibilita, em função de sua forma geométrica, o aparecimento de</p><p>esforços de compressão, tração e flexão contrários ao sentido de deslocamento, capazes de assegurar a estabilidade da</p><p>restauração.</p><p>Assim, é possível haver retenções positivas ou diretas contrárias aos esforços de remoção (pressões interdentárias e ação</p><p>dos alimentos pegajosos, por exemplo) cujas paredes são autorretentivas ou convergentes para oclusal; ou retenções negativas</p><p>ou indiretas, paralelas ao sentido da força mas contrárias ao sentido do deslocamento, tais como: as retenções adicionais (sulcos</p><p>proximais) nas cavidades de classe II, que evitam o deslocamento das porções proximais quando a restauração é submetida a um</p><p>carregamento oclusal, e consequente flexão dentinária, ou a decomposição sob esforços de tração.</p><p>Em uma cavidade de classe II, próximo-oclusal, devido à ausência de uma das faces do dente (mesial ou distal), a ação das</p><p>cargas mastigatórias, agravada pelas inclinações cuspídeas, pode levar ao deslocamento da restauração no sentido axioproximal</p><p>(Figura 8.24A). Existe uma interdigitação das cúspides dos dentes de um arco dentário com fossas e sulcos dos dentes do arco</p><p>oposto; isto é, as cúspides fazem contato por um ponto, ou por pontos, com as superfícies inclinadas dos dentes opostos. Aqui as</p><p>forças reagem em planos inclinados, com o aparecimento de componentes horizontais. Esses componentes serão suficientes</p><p>para deslocar uma restauração de classe II para fora de sua cavidade, desde que não exista condição mecânica suficiente para</p><p>impedir esse deslocamento. Para evitá-lo, as cavidades de classe II devem estender-se na superfície oclusal, incluindo os sulcos</p><p>vestibular e lingual ou preparando especificamente uma cauda de andorinha oclusal, a fim de se evitar aquele tipo de</p><p>deslocamento (Figura 8.24B). Nas cavidades convencionais e naquelas mais conservadoras (estritamente proximais), a</p><p>confecção de sulcos ou canaletas proximais determinados nos diedros axiovestibular e axiolingual também são capazes de</p><p>possibilitar o travamento do segmento proximal de uma restauração direta (Figura 8.24C e D), aperfeiçoando sua resistência e</p><p>retenção.</p><p>Continuando com o raciocínio, quando a carga C incidir sobre a crista marginal (Figura 8.25A), de uma restauração</p><p>indireta, esta tenderia a sair da cavidade, funcionando a parede gengival como eixo de rotação. Uma das maneiras de impedir</p><p>esse deslocamento das restaurações metálicas fundidas, além do arredondamento do ângulo axiopulpar, seria a dupla inclinação</p><p>da parede gengival (Figura 8.25B) ou a confecção de sulcos ou canaletas nas paredes vestibular e lingual da caixa proximal,</p><p>seguindo a inclinação expulsiva dessas paredes, ou seja, o eixo de inserção e remoção da restauração. Desse modo, as canaletas</p><p>para restaurações fundidas são canaletas para retenção, e, para o amálgama, são canaletas retentivas.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref28</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref32</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref40</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-25</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-25</p><p>Figura 8.24 A. Deslocamento axioproximal da restauração por falta de retenção. Com a finalidade de se evitar esse</p><p>tipo de deslocamento, confeccionam-se cauda de andorinha (B) e/ou canaletas nos diedros axiovestibular e</p><p>axiolingual das caixas proximais (C e D).</p><p>Figura 8.25 Teoria do deslocamento por carga incidente na crista marginal. A. Quando a carga incide na crista</p><p>marginal (seta com a letra “c”), a parede gengival funciona como eixo de rotação. B. A inclinação da parede axial</p><p>no sentido apical, além do arredondamento do ângulo axiopulpar (r/o) ou canaletas proximais (vistas na Figura</p><p>8.24C), impede esse tipo de deslocamento.</p><p>Considerando a diferença existente entre o módulo de elasticidade da dentina (1.700.000 lib/pol2) e dos materiais</p><p>restauradores (amálgama: 2.000.000 lib/pol2; liga de ouro: 11.300.000 lib/pol2), verifica-se que, sob a ação de uma carga de</p><p>compressão C, normal ao plano horizontal (Figura 8.25A), devido à flexão da parede pulpar localizada em dentina</p><p>(especialmente de pacientes jovens), a restauração (especialmente as metálicas fundidas) tende a girar com o diedro axiopulpar,</p><p>servindo como centro ou eixo de rotação. Consequentemente, a porção gengival do segmento proximal da restauração tende a</p><p>sair da cavidade. O arredondamento do diedro axiopulpar, distanciando o eixo de rotação de 0 para 0’, aumenta o raio de r para</p><p>r’, melhorando a estabilidade da restauração (Figura 8.26).</p><p>Novamente, uma das maneiras de impedir esse tipo de deslocamento, além de arredondamento do ângulo axiopulpar, é</p><p>determinar a inclinação da parede gengival, ou a confecção de canaletas nas paredes vestibular e lingual da caixa proximal.</p><p>Particularmente no caso de uma restauração MOD, quando uma força vertical é aplicada à superfície oclusal, parte desta atua</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-25</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-26</p><p>sobre a parede pulpar do dente e parte sobre a parede cervical. Se a rigidez do material restaurador for maior que a da dentina,</p><p>haverá uma deflexão dele em oclusal e maior compressão sobre a parede pulpar do que sobre a cervical. Isso tenderá a deslocar</p><p>a porção proximal da restauração para fora da cavidade. O travamento na parede gengival seria determinado apenas pelo grau de</p><p>elasticidade da dentina e do material restaurador (Figura 8.27A). A inclinação da parede gengival no sentido da extremidade</p><p>apical da parede axial, ou simplesmente no sentido apical, diminui significantemente o deslocamento proximal da restauração</p><p>(Figura 8.27B).7,27</p><p>Gabel15 considera importante a dupla inclinação da parede gengival, pois as restaurações metálicas têm módulos de</p><p>elasticidade muito mais elevados que os da dentina e, em consequência, a restauração próximo-oclusal apresenta forte tendência</p><p>a inclinar ou girar, tendo como centro de rotação o ângulo diedro axiopulpar. Se não for feito um artifício especial de retenção,</p><p>além do arredondamento, como inclinação para apical da parede gengival, a restauração poderá deslocar-se para proximal (isso</p><p>vai depender da idade do paciente, a qual tem influência na rigidez da dentina e no tamanho da câmara pulpar). Esse mesmo</p><p>artifício deve ser também empregado para a restauração MOD, mas por uma razão diferente. Quando submetida a cargas,</p><p>particularmente se elas atuam próximo ao centro da face oclusal, a restauração deforma-se ligeiramente, tornando-se convexa</p><p>em sua face pulpar, acompanhando a flexão da dentina, que tende a provocar deslocamento das porções proximo para fora da</p><p>cavidade; o atrito e mesmo um agente cimentante resinoso podem não ser suficientes para impedir tal deslocamento ou</p><p>rompimento de ligação adesiva.</p><p>Figura 8.26 Teoria do deslocamento por flexão dentinária. A. Deslocamento proximal devido à flexão da parede</p><p>pulpar ocasionada por uma carga compressiva (seta com a letra “c”), na qual o diedro saliente axiopulpar funciona</p><p>como eixo de rotação. B. O arredondamento do ângulo axiopulpar distanciando o eixo de rotação de O para O’</p><p>aumenta o raio de r para r’, proporcionando estabilidade à restauração.</p><p>Figura 8.27 A. Cargas compressivas oclusais (seta com a letra “c”) podem ocasionar o deslocamento proximal</p><p>devido à diferença no módulo de elasticidade entre o material restaurador e a dentina subjacente. Este</p><p>carregamento oclusal pode provocar a deflexão da restauração e a flexão da dentina e o consequente</p><p>deslocamento proximal. B. A dupla inclinação da parede gengival no sentido apical impede significantemente esse</p><p>tipo de deslocamento, travando as extremidades cervicais da restauração nessas áreas (R).</p><p>Outro fator que deve ser considerado na magnitude de retenção dos preparos de classe II é a profundidade do segmento</p><p>oclusal em relação à altura cérvico-oclusal e à profundidade axial do segmento proximal (degrau proximal). A Figura 8.28</p><p>ilustra esquematicamente uma restauração próximo-oclusal sujeita a uma carga C, sendo o comprimento no sentido mesiodistal</p><p>L e a altura h, que se estabelece desde a parede gengival até o plano neutro da viga N. Em uma restauração próximo-oclusal</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-27</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-27</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref27</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#ref15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-28</p><p>(viga em balanço ou travada em uma das extremidades), o momento das forças é igual ao produto da carga mastigatória pelo</p><p>comprimento mesiodistal da viga, ou seja, da restauração. Como a retenção varia diretamente de acordo com a distância</p><p>estabelecida entre a parede gengival e o plano neutro, e inversamente segundo o momento dos extremos, conclui-se que, quanto</p><p>mais extensa a cavidade no sentido cervical, mais retentiva ela será (Figura 8.29A), ao passo que, quanto maior for a carga e a</p><p>dimensão mesiodistal (L) da restauração e menor a extensão da parede cervical (altura h) mais fácil será seu deslocamento</p><p>(Figura 8.29B).</p><p>Outro aspecto, relacionado com a estabilidade, a ser constatado é a altura do degrau proximal, tanto nas cavidades MO</p><p>quanto nas MOD, a fim de se obterem estabilidade e retenção satisfatórias das restaurações metálicas. O degrau proximal</p><p>corresponde à distância entre a parede gengival e o ângulo axiopulpar. Do ponto de vista mecânico e biológico, o degrau</p><p>proximal deve ter no mínimo a mesma altura ou profundidade da caixa oclusal, a fim de proporcionar estabilidade e equilíbrio</p><p>às restaurações de classe II (Figura 8.30), qualquer que seja o material restaurador.</p><p>Figura 8.28 A estabilidade de uma restauração depende diretamente da distância estabelecida entre a parede</p><p>gengival e o plano neutro da restauração (N). Quanto mais extensa a caixa proximal no sentido apical, respeitando</p><p>os princípios biológicos, maior será a altura do segmento proximal (h) da restauração; consequentemente, mais</p><p>retentiva ou estável será ela. C: carga compressiva oclusal; L: dimensão mesiodistal.</p><p>Figura 8.29 A. Degrau proximal com altura correspondente à caixa oclusal possibilitando retenção e estabilidade</p><p>da restauração. B. Degrau proximal raso comprometendo a retenção e a estabilidade da restauração.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-29</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-29</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html#fig8-30</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>8.</p><p>9.</p><p>10.</p><p>11.</p><p>12.</p><p>13.</p><p>14.</p><p>15.</p><p>16.</p><p>Figura 8.30 Degrau proximal com a mesma altura ou profundidade da caixa oclusal proporciona estabilidade e</p><p>equilíbrio às restaurações de classe II, qualquer que seja o material restaurador.</p><p>Com um degrau proximal raso ou baixo (pouco profundo no sentido apical), diminuindo a altura proximal da restauração, a</p><p>mesma ficará sujeita a movimentos de alavanca, comprometendo sua estabilidade (Figuras 8.25 e 8.26B). Nessa condição,</p><p>mesmo com determinação de retenções adicionais na caixa proximal, há probabilidade de deslocamento ou até do rompimento</p><p>por fadiga da ligação adesiva do cimento resinoso nas restaurações indiretas de porcelana.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BARRANCOS MOONEY, J. Operatória dental. Buenos Aires: Panamericana, 1981, p. 58-120.</p><p>BELL, B.H.; GRAINGER, D. Basic operative dentistry procedures. 2. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1971.</p><p>BLACK, G.V. Extension for prevention. Dent Cosmos, 1905, v. 47, p. 860-9.</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908.</p><p>BRONNER, F.J. Mechanical, physiological and pathological aspects of operative procedures. Dent Cosmos, 1931, v. 73, p.</p><p>577-84.</p><p>BROWN, D.R. et al. Restoration of endodontically treated posterior teeth with amalgam. 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Quando existem duas cúspides linguais, o sulco lingual pode ocasionalmente se</p><p>estender para a face lingual. Nesse caso, a extensão engloba parcialmente o sulco lingual.</p><p>Inicialmente, faz-se a delimitação da forma de contorno conservadora com lápis, envolvendo as áreas de maior</p><p>suscetibilidade à cárie e preservando as estruturas de reforço do dente, como vertentes de cúspides e a crista marginal (Figura</p><p>9.1A).</p><p>Para penetração inicial, a broca no 245 ou no 556 (Figura 9.2A), colocada na fossa central, é inclinada ligeiramente para</p><p>lingual, acompanhando o plano que passa pelo vértice das cúspides vestibular e lingual (Figura 9.1B). A seguir, ela é</p><p>movimentada para mesial e para distal, com uma profundidade correspondente à metade da ponta ativa da broca, envolvendo</p><p>todas as cicatrículas e fissuras, preservando ao máximo a crista marginal mesial, as vertentes das cúspides e obedecendo à</p><p>abertura de 1/4 da distância intercuspídea na região do istmo (Figura 9.1C). Essa dimensão é praticamente determinada pelo</p><p>diâmetro da broca, que corresponde à abertura de 1/4 no caso dos pré-molares (Figura 9.3A).</p><p>A parede pulpar não é perpendicular ao eixo longitudinal do dente, mas sim, na maioria das vezes, paralela ao plano que</p><p>passa pelo vértice das cúspides vestibular e lingual. Por isso, a broca é posicionada perpendicularmente a esse plano e assim</p><p>mantida durante o preparo da caixa oclusal; isso é necessário para preservar clinicamente a dentina sob as cúspides linguais e</p><p>evitar a exposição do corno pulpar vestibular (Figura 9.4D). Por essa razão, a parede pulpar fica inclinada e oblíqua em relação</p><p>ao eixo longitudinal do dente. A seguir, com a mesma broca, faz-se um desgaste envolvendo parte da crista marginal distal,</p><p>deixando-a com a menor espessura possível, com a finalidade de facilitar o acesso proximal e proteger o dente vizinho (Figura</p><p>9.1D).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-1</p><p>Figura 9.1 A. Delimitação do contorno oclusal conservador. B. Broca no 556 posicionada ligeiramente inclinada</p><p>Classe II com Amálgama</p><p>Cavidade de Classe II, Estritamente Proximal (Slot Vertical), para Amálgama (Dente 26)</p><p>Cavidade de Classe II, Estritamente Proximal (Slot Horizontal), com Acesso Vestibular (Dente 35)</p><p>Acabamento e Polimento de Restaurações de Amálgama</p><p>Cavidade de Classe V para Amálgama (Dente 35)</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de Classe V com Amálgama</p><p>Princípios Gerais dos Preparos de Cavidades de Classe II para Restaurações Adesivas Diretas</p><p>Cavidade de Classe I e Restauração com Resina Composta (Dente 36)</p><p>Cavidade de Classe I para Substituição de Restauração Deficiente e Restauração com Resina Composta (Dente</p><p>26)</p><p>Cavidade de Classe II, MOD, e Restauração com Resina Composta (Dente 36)</p><p>Cavidade MOD com Proteção de Cúspides e Restauração com Resina Composta (Dente 36)</p><p>Cavidade de Classe III com Acesso Vestibular para Restauração com Resina Composta e Cimento Ionomérico</p><p>(Dente 12)</p><p>Cavidade de Classe III com Acesso Lingual para Restauração com Resina Composta e Cimento Ionomérico</p><p>(Dente 22)</p><p>Cavidade de Classe III, Complexa, para Restauração com Resina Composta (Dente 12)</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de Classe III com Cimento Ionomérico</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter16.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter17.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter18.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter19.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter20.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter21.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter22.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter23.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter24.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter25.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter03.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter04.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter05.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter06.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter07.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter08.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter16.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter17.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter18.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter19.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter19.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter20.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter21.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter22.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter22.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter23.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter23.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter24.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter25.html</p><p>26</p><p>27</p><p>28</p><p>29</p><p>30</p><p>31</p><p>32</p><p>33</p><p>34</p><p>35</p><p>36</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de Classe III com Resina Composta</p><p>Cavidade de Classe IV e Fratura de Ângulo Incisal (Dentes 11 e 21)</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de Classe IV e Fratura de Ângulo Incisal</p><p>Cavidade de Classe V para Resina Composta (Dente 21)</p><p>Técnica de Restauração de Cavidade de Classe V com Resina Composta</p><p>Cavidade MOD Tipo Caixa (Inlay) para Restauração Metálica Fundida (Dente 46)</p><p>Cavidade Tipo Caixa (Inlay) para Cerâmica e Resina Composta (Dente 24)</p><p>Cavidade MOD com Proteção de Cúspides (Onlay) para Restauração Metálica Fundida (Dente 36)</p><p>Cavidade MOD com Proteção de Cúspides (Onlay) para Cerâmica (Dente 24)</p><p>Coroa Total Estética</p><p>Facetas Estéticas</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter26.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter27.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter28.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter29.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter30.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter31.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter32.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter33.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter34.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter35.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter36.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter26.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter27.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter28.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter29.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter30.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter31.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter31.html</p><p>para lingual. C. Áreas de cicatrículas e fissuras envolvidas pelo contorno conservador, preservando, porém, as</p><p>vertentes e a crista marginal mesial. D. Desgaste complementar da crista marginal distal. E. Início da abertura da</p><p>caixa proximal com a mesma broca. F. Extensão para vestibular e lingual com movimentos pendulares.</p><p>Figura 9.2 Instrumentos de corte rotatórios (A) e manuais (B) utilizados no preparo.</p><p>Figura 9.3 A. Acabamento inicial das paredes circundantes e do fundo da caixa oclusal com a broca no 56. B.</p><p>Acabamento inicial das paredes circundantes e do fundo da caixa proximal com broca no 56. C. Acabamento final</p><p>da caixa oclusal com enxada monoangulada.</p><p>Figura 9.4 A. Extensão no nível da fosseta mesial denotando um aspecto de cauda de andorinha. B. Paredes</p><p>vestibular e lingual da caixa proximal convergentes para oclusal. C. Curva reversa de Hollenback nas paredes</p><p>vestibular e lingual. D. Inclinação da parede pulpar (P.P.) paralela ao plano intercuspídeo (P.I.).</p><p>Caixa proximal</p><p>Após a complementação da caixa oclusal, inicia-se a confecção do canal de penetração à caixa proximal, a partir da junção da</p><p>parede pulpar e do remanescente da crista marginal com movimentos pendulares para vestibular e lingual, esboçando-se as</p><p>paredes axial, gengival, vestibular e lingual (Figuras 9.1E e F e 9.5A). Em seguida, pressiona-se a broca em direção proximal e</p><p>perfura-se a face distal abaixo do ponto de contato (Figura 9.5B).</p><p>Com o auxílio de uma colher de dentina, por ação de alavanca fratura-se o remanescente da crista marginal, que até então</p><p>servia de proteção do dente vizinho (Figura 9.5C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-5</p><p>Figura 9.5 A. Esboço da caixa distal sem a remoção do “esmalte” proximal. B. Perfuração do “esmalte” proximal</p><p>abaixo do ponto de contato. C. Posicionamento da colher de dentina para rompimento da crista marginal</p><p>enfraquecida. D. Parede lingual sendo determinada com a porção lateral da broca no 556. E. Determinação da</p><p>parede vestibular com extensão, inclinação e profundidade corretas. F. Determinação das paredes axial e gengival</p><p>com extensão, inclinação e profundidade corretas.</p><p>A extensão de conveniência, realizada com a mesma broca (no 245 ou 556), deve separar as paredes circundantes da caixa</p><p>proximal aproximadamente 0,25 a 0,50 mm do dente vizinho. Esse procedimento preenche os requisitos de uma extensão de</p><p>conveniência conservadora e proporciona fácil acabamento das margens do preparo e das bordas da futura restauração,</p><p>facilitando também a higienização e a acomodação da papila gengival (Figura 9.5D a F).</p><p>Dessa forma, toda vez que se notar visualmente mínima separação das paredes circundantes, sem qualquer contato com o</p><p>dente vizinho, significa que a extensão de conveniência está correta5 sob o ponto de vista preventivo do complexo</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ref5</p><p>dentoperiodontal.</p><p>A largura da parede gengival, que consequentemente determina a profundidade da parede axial, corresponde a</p><p>aproximadamente uma vez e meia o diâmetro da ponta ativa da broca (Figura 9.5F).</p><p>Formas de resistência e de retenção</p><p>Caixa oclusal</p><p>A confecção da parede pulpar plana e paralela ao plano que passa pelo vértice das cúspides vestibular e lingual é um dos fatores</p><p>que determinam a forma de resistência do dente (Figura 9.4D).</p><p>A determinação de paredes vestibular e lingual formando um ângulo de aproximadamente 70° com a superfície externa do</p><p>dente também é um fator de resistência da estrutura dentária e das bordas da futura restauração1 (Figura 9.4D). Se essas paredes</p><p>forem confeccionadas paralelas ao eixo longitudinal do dente, as cúspides linguais ficam enfraquecidas. Dessa maneira, a broca</p><p>deve permanecer, durante todo o preparo da oclusal, perpendicular ao plano que passa pelo vértice das cúspides vestibular e</p><p>lingual.</p><p>As retenções adicionais são dispensadas, pois essa caixa, por ser conservadora, apresenta profundidade maior que a</p><p>largura. Além disso, as cavidades realizadas com a broca no 245 tendem a apresentar características de autorretentividade.</p><p>Caixa proximal</p><p>As paredes vestibular e lingual da caixa proximal são convergentes para oclusal, acompanhando o perfil das faces</p><p>correspondentes. Isso proporciona autorretentividade no sentido gêngivo-oclusal, preservando ao máximo a estrutura</p><p>remanescente da crista marginal; ao mesmo tempo, a restauração fica menos exposta aos esforços da mastigação e,</p><p>consequentemente, à fratura (Figura 9.4B). Essas paredes devem formar um ângulo reto com a superfície externa do dente, o</p><p>que é conseguido com a curva reversa de Hollenback; do lado lingual, essa curva reversa é, na maioria das vezes, dispensada</p><p>(Figura 9.4C).</p><p>A parede gengival é plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente, enquanto a axial é plana vestibulolingualmente e</p><p>ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal.6</p><p>O ângulo axiopulpar é arredondado, com a finalidade de diminuir a concentração de tensões nesse ponto, bem como</p><p>possibilitar uma espessura maior do material restaurador, diminuindo o risco de fratura da restauração. Esse procedimento pode</p><p>ser realizado com o recortador de margem gengival (Figura 9.6F).</p><p>Como descrito anteriormente, as retenções adicionais na caixa oclusal são dispensadas; entretanto, nas caixas proximais</p><p>nas paredes vestibular e lingual são confeccionados dois sulcos verticais com a broca no 699, com a finalidade de evitar o</p><p>deslocamento próximo-proximal e aumentar a resistência à fratura da restauração em consequência de um possível</p><p>deslocamento (Figura 9.6G e H). A cavidade finalizada pode ser vista na Figura 9.6I.2,3,4</p><p>Forma de conveniência</p><p>A confecção da parede pulpar inclinada de vestibular para lingual é também uma forma de conveniência biológica, pois evita a</p><p>exposição do corno pulpar vestibular (Figura 9.4D).</p><p>A expulsividade dada à parede axial, além de ser uma forma de resistência, é também considerada uma forma de</p><p>conveniência, pois facilita o acabamento da cavidade e a condensação do material restaurador na região gengival. Como nas</p><p>cavidades de classe II convencionais o acesso à face proximal é estabelecido através do segmento oclusal depois de preparado,</p><p>essa manobra constituiu também uma forma de conveniência.</p><p>Acabamento da cavidade</p><p>Quando o preparo for realizado com a broca cilíndrica picotada no 556, o acabamento inicial é realizado com broca cilíndrica</p><p>lisa no 56, com os mesmos movimentos efetuados pela primeira broca e, em seguida, com os instrumentos cortantes manuais</p><p>(Figura 9.2B). A enxada monoangulada é usada de distal para mesial, alisando as paredes circundantes e a de fundo da caixa</p><p>oclusal (Figura 9.3).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-3</p><p>Figura 9.6 Machado para “esmalte” planificando as paredes vestibular (A) e gengival da caixa proximal (B). C.</p><p>Recortador de margem gengival planificando a parede de “esmalte” cervical. Arredondamento do ângulo diedro</p><p>gengivolingual em “esmalte” (D), girando-se o instrumento de gengival para oclusal (E). F. Arredondamento do</p><p>ângulo axiopulpar. Retenções adicionais nos diedros vestibuloaxial (G) e linguoaxial com broca no 699, a expensas</p><p>das paredes vestibular e lingual (H). I. Dimensão vestibulolingual da caixa oclusal com abertura equivalente de 1/4</p><p>do diâmetro da broca na região do istmo.</p><p>Na caixa proximal, com o auxílio de um machado para esmalte é estabelecido o aplanamento das paredes vestibular e</p><p>lingual, com movimentos oclusogengivais (Figura 9.6A). Esse mesmo instrumento pode ser empregado para o acabamento</p><p>inicial da parede gengival, com movimentos vestibulolinguais de raspagem (Figura 9.6B). O acabamento da margem gengival</p><p>deve, na maioria das vezes, ser realizado com recortadores de margem gengival em movimentos de raspagem, a fim de eliminar</p><p>prismas fragilizados. Ao mesmo tempo que esse instrumento planifica a parede de esmalte, definindo o ângulo cavossuperficial,</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-6</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>sem prismas fragilizados, ele produz, ao ser dirigido para oclusal, um refinamento dos ângulos gengivovestibular e lingual (que</p><p>são arredondados com a broca no 245), facilitando e melhorando a adaptação do material restaurador nessa região (Figura 9.6C</p><p>a E). Como já salientado, mesmo quando se emprega a broca no 556, deve-se buscar o arredondamento dos ângulos nas paredes</p><p>de esmalte durante os movimentos de raspagem gêngivo-vestíbulo-oclusal e gêngivo-linguoclusal, realizados com os</p><p>recortadores.</p><p>CARACTERÍSTICAS DA CAVIDADE</p><p>Caixa oclusal</p><p>As características são as mesmas já descritas para a cavidade tipo classe I oclusal, com exceção da parede pulpar, que, nesse</p><p>caso, é plana e inclinada, acompanhando o plano que passa pelo vértice das cúspides vestibular e lingual (Figura 9.4A).</p><p>Caixa proximal</p><p>Paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal, acompanhando a inclinação das faces correspondentes (Figura 9.4B)</p><p>Paredes vestibular e lingual formando, com a superfície externa do dente, ângulos de 90°, em função da determinação da curva</p><p>reversa de Hollenback nessas paredes (Figura 9.4B)</p><p>Parede axial plana vestibulolingualmente e ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal (Figura 9.4B)</p><p>Parede gengival plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente, formando, em dentina, ângulos agudos com as paredes</p><p>vestibular e lingual (Figura 9.4B)</p><p>Ângulo axiopulpar arredondado (Figura 9.4B)</p><p>Ângulo cavossuperficial nítido, sem bisel, e prismas fragilizados (Figura 9.4B).</p><p>Observação. Quando se utiliza a broca no 245, todos os ângulos internos da cavidade são ligeiramente arredondados; já com a</p><p>broca no 556, os ângulos do segundo grupo são definidos.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BELL, B.H.; GRAINGER, D. Basic operative dentistry procedures. 2. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1971.</p><p>MONDELLI, J. et al. Fracture strength of amalgam restorations in modern class II preparations with proximal retentive</p><p>grooves. J Prosth Dent, 1974, v. 32, p. 564-71.</p><p>MONDELLI, J. et al. Resistência à fratura de restaurações a amálgama feitas em cavidades de classe II, com e sem retenções</p><p>proximais. Rev Paul Odont, 1981, v. 3, n. 4, p. 24-33.</p><p>MONDELLI, J. et al. Influence of proximal retention on the fracture strength of class II amalgam restorations. J Prosth Dent,</p><p>1981, v. 46, n. 4, p. 420-4.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>STRICKLAND, W.D. Amalgam restorations for class II cavity preparations. In: STURDEVANT, C.M. et al. The art and</p><p>science of operative dentistry. New York: McGraw-Hill Book, 1968.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter09.html#fig9-4</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Lápis bem apontado</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Contra-ângulo convencional</p><p>Escova para limpeza de brocas</p><p>Porta-matriz tipo Tofflemire com matriz de 5,0 mm</p><p>Cunha de madeira pré-fabricada</p><p>Mandril para peça de mão</p><p>Disco de lixa de granulação grossa</p><p>Broca para alta velocidade, cone invertido longo de extremo plano e arestas arredondadas no 245 (0,81 mm de</p><p>diâmetro)</p><p>Broca troncocônica picotada no 699, para rotação convencional</p><p>Enxada dupla monoangulada nos 8 e 9</p><p>Machado para esmalte nos 14 e 15</p><p>Recortadores de margem gengival nos 28 e 29</p><p>Colher de dentina 11 1/2</p><p>TÉCNICA DE PREPARO</p><p>Forma de contorno</p><p>Caixa oclusal</p><p>A determinação da forma de contorno do segmento oclusal para essa cavidade segue os mesmos princípios da cavidade de</p><p>classe I oclusal, já vista no Capítulo 6. Deve-se lembrar, entretanto, que o primeiro molar inferior apresenta três cúspides</p><p>vestibulares e duas cúspides linguais, que devem ser preservadas durante a instrumentação da forma de contorno. Assim, as</p><p>cicatrículas e as fissuras devem ser englobadas pelo preparo da cavidade, respeitando-se as vertentes de cúspides e cristas</p><p>marginais (Figura 10.1A). Como a determinação dessa caixa oclusal representa o início de uma cavidade oclusoproximal, com</p><p>o</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-1</p><p>auxílio da broca n 245, realiza-se uma extensão complementar envolvendo parte das cristas marginais mesial e distal,</p><p>deixando-as com a menor espessura possível sem, no entanto, rompê-las (Figura 10.1B e C). Esse procedimento tem a</p><p>finalidade de facilitar o acesso proximal, posteriormente diminuindo os riscos de desgaste do dente vizinho ou excessivo da</p><p>cavidade no sentido axial; ao mesmo tempo, caracteriza um segmento oclusal com maior dimensão mesiodistal do que em</p><p>cavidade de classe I simplesmente oclusal. Convém salientar ainda que o desgaste parcial das cristas marginais deve seguir</p><p>sempre em direção à região de contato, evitando a superextensão da futura caixa proximal no sentido vestibulolingual.1 Para a</p><p>proteção do dente vizinho, pode-se ainda lançar mão de matriz de aço inoxidável utilizada para restaurações. A caixa proximal</p><p>só deve ser iniciada após a complementação da caixa oclusal.</p><p>Caixa proximal</p><p>Com a mesma broca no 245, paralela ao eixo longitudinal da coroa, inicia-se a confecção de um túnel de penetração a partir da</p><p>junção da parede pulpar com o remanescente da crista marginal (clinicamente na junção esmalte-dentina proximal), em direção</p><p>gengival (Figura 10.2A). A broca, paralela ao eixo longitudinal da coroa do dente, começa a atuar com ligeira pressão e com</p><p>movimentos pendulares no sentido vestibulolingual. Esboçam-se, assim, as paredes axial, gengival, vestibular e lingual (Figura</p><p>10.2B). Em seguida, pressiona-se a broca em direção proximal e, com os mesmos movimentos, perfura-se a face proximal</p><p>abaixo do ponto de contato (Figura 10.2C). Nesse procedimento recomenda-se a colocação</p><p>de matriz metálica como recurso</p><p>adicional para evitar o desgaste do dente vizinho (Figura 10.1C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-1</p><p>Figura 10.1 A. Delimitação do contorno oclusal. B.Áreas de cicatrículas e fissuras englobadas pelo preparo da</p><p>caixa oclusal. C. Desgaste complementar das cristas marginais.</p><p>Com o auxílio de uma colher de dentina, com ação de alavanca, fratura-se o remanescente da crista marginal, que até então</p><p>servia como proteção ao dente vizinho (Figura 10.2D). Como o treinamento em laboratório é realizado em dentes de plástico, é</p><p>necessário o maior desgaste possível do remanescente da crista marginal e da parede proximal, para que, ao se empregar a</p><p>colher de dentina, a fratura não ocorra além do limite esperado. Após a fratura do remanescente das paredes proximais,</p><p>verificam-se projeções de “esmalte” em contato com os dentes vizinhos (Figura 10.2D), devido a características geométricas</p><p>(cilíndricas) da broca empregada. Assim, recomenda-se a remoção dessas projeções de “esmalte” com auxílio do machado para</p><p>esmalte, evitando-se a superextensão das caixas proximais no sentido vestibulolingual. Considera-se o desgaste ideal quando se</p><p>nota, por transparência, a ponta ativa da broca.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>A forma de contorno da caixa proximal é conservadora, de modo que a extensão de conveniência das paredes vestibular e</p><p>lingual determina, em relação ao dente vizinho, uma separação de aproximadamente 0,25 do lado vestibular e 0,5 mm no lado</p><p>lingual, espaços suficientes para separar adequadamente, na caixa proximal, o ângulo cavossuperficial das paredes vestibular e</p><p>lingual do dente vizinho. Esse procedimento atende às exigências de uma extensão de conveniência conservadora e preventiva,</p><p>facilitando o acabamento das margens do preparo e da futura restauração. A parede gengival também é determinada a 0,25 a 0,5</p><p>mm do dente adjacente. Dessa forma, toda vez que se notar visualmente a separação das paredes vestibular, lingual e gengival</p><p>da superfície proximal do dente vizinho, significa que a extensão de conveniência preventiva foi corretamente determinada</p><p>(Figura 10.4D).3,4 A profundidade da parede axial corresponde, em média, a aproximadamente uma vez e meia (1 1/2) o</p><p>diâmetro da broca (Figura 10.2E), o que significa, clinicamente, em média área de 0,5 mm além da junção amelodentinária.</p><p>Figura 10.2 Penetração na união da parede pulpar com o remanescente da crista marginal (A) na direção gengival,</p><p>a fim de esboçar as caixas proximais (B). C. Perfuração da parede de “esmalte” durante os movimentos</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-2</p><p>pendulares. D. Remanescente da crista marginal após rompimento. Paredes lingual, axial, gengival (E) e vestibular</p><p>(F) sendo definidas com a broca no 556.</p><p>Formas de resistência e de retenção</p><p>As formas de resistência e retenção da caixa oclusal são conseguidas da mesma maneira descrita para cavidade de classe I</p><p>oclusal (ver Capítulo 6). Após o término do preparo da cavidade, as paredes vestibular e lingual da caixa proximal ficam</p><p>convergentes para oclusal, possibilitando uma autorretentividade no sentido gêngivo-oclusal e preservando ao máximo a crista</p><p>marginal (Figuras 10.2E e F, 10.4E e F e 10.5A). Em uma vista por oclusal, as paredes vestibular e lingual da caixa proximal</p><p>devem formar um ângulo de 90° com a superfície externa do dente. Do lado vestibular, isso é obtido pela confecção da curva</p><p>reversa de Hollenback, enquanto do lado lingual essa curva reversa é quase sempre desnecessária (Figura 10.3A).</p><p>A parede gengival deve ser perpendicular ao eixo longitudinal do dente, enquanto a axial deve ficar plana</p><p>vestibulolingualmente e ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal5,6 (Figura 10.5B).</p><p>O arredondamento do ângulo axiopulpar reduz a concentração de tensões nessa região, diminuindo a possibilidade de</p><p>fratura da restauração.2,3 Esse procedimento pode ser realizado com o recortador de margem gengival (Figura 10.4A).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>Figura 10.3 A. Aspecto da cavidade após instrumentação inicial. Recortador de margem gengival planificando a</p><p>parede de “esmalte” gengival, eliminando prismas fragilizados da margem (B) e arredondando o diedro</p><p>gengivolingual em “esmalte” (C).</p><p>As retenções adicionais na caixa oclusal são dispensadas pelas razões descritas no Capítulo 6. Entretanto, nas caixas</p><p>proximais, especificamente nas paredes vestibular e lingual, são confeccionados sulcos verticais com a broca no 699, para evitar</p><p>o deslocamento proximal e aumentar a resistência à fratura da restauração, em consequência do quê se originam esforços de</p><p>tração nesse sentido, a partir de cargas compressivas mastigatórias.3 Esses sulcos são iniciados na altura dos ângulos triedros</p><p>vestíbulo- e linguogengivoaxial e se estendem ao longo dos ângulos axiovestibular e axiolingual, a expensas da parede</p><p>vestibular e lingual, até ligeiramente acima do ângulo axiopulpar5,6 (Figura 10.4B e C).</p><p>É importante ressaltar que a broca no 699 é ligeiramente inclinada para vestibular ou lingual, sendo pressionada contra</p><p>5,6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#ref6</p><p>essas paredes, de modo que os sulcos para retenção sejam feitos pelos dois terços inferiores da ponta ativa da broca (Figura</p><p>10.4B e C).</p><p>Forma de conveniência</p><p>A expulsividade dada à parede axial, além de ser um meio de resistência, é também considerada uma forma de conveniência,</p><p>pois facilita o acabamento da cavidade e a condensação do material restaurador na região gengival (Figura 10.5B). Nas</p><p>cavidades de classe II, na maioria das vezes a cavidade oclusal constitui uma forma de conveniência, uma vez que é por meio</p><p>dela que se estabelece o acesso proximal, mesmo quando a superfície oclusal não estiver acometida pela cárie. É importante</p><p>salientar que todo procedimento de instrumentação, à exceção das retenções adicionais e do acabamento, é realizado com uma</p><p>única broca (no 245).</p><p>Acabamento da cavidade</p><p>O acabamento inicial das caixas oclusal e proximais é realizado em baixa rotação com a broca no 245, empregando-se os</p><p>mesmos movimentos executados anteriormente.</p><p>Após o preparo da caixa oclusal, o acabamento final deverá ser realizado com os instrumentos cortantes manuais. A enxada</p><p>monoangulada é utilizada nos movimentos descritos para as cavidades tipo classe I simples oclusal. Na caixa proximal, com</p><p>auxílio de um machado para esmalte, realiza-se o refinamento das paredes vestibular e lingual, com movimentos de oclusal para</p><p>gengival, e definem-se os ângulos diedros e triedros. O acabamento da parede gengival é dado pelos recortadores de margem</p><p>gengival, com movimentos vestibulolinguais e linguovestibulares, eliminando prismas friáveis (Figura 10.3B e C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-3</p><p>Figura 10.4 A. Arredondamento do ângulo axiopulpar com recortador de margem gengival. Retenções adicionais</p><p>nos diedros linguoaxial (B)e vestibuloaxial (C) com a broca no 699. D. Vista oclusal do preparo cavitário após o</p><p>acabamento final. E. Caixa mesial com as paredes vestibular e lingual paralelas às respectivas faces. F. Caixa</p><p>distal com dimensão menor que a mesial, mas com as mesmas características.</p><p>A parede gengival é aplanada com os recortadores de margem gengival, com movimentos vestibulolingual e</p><p>linguovestibular. Ao mesmo tempo que o instrumento é acionado para vestibular ou lingual, o seu movimento continua para</p><p>oclusal, ao longo do terço cervical das paredes vestibular e lingual, “alisando” e acentuando o arredondamento dos ângulos</p><p>gengivolingual em esmalte, produzidos quando do emprego da broca no 245. Sendo arredondados, esses ângulos facilitam a</p><p>condensação do amálgama e permitem melhor adaptação do material restaurador.</p><p>Os ângulos vestibulogengival e linguogengival vivos constituem, frequentemente, pontos de reincidência de cárie, devido</p><p>às falhas de condensação do amálgama nessas áreas. Por essa razão, mesmo quando for empregada a broca no 556, deve-se</p><p>tentar o arredondamento desses ângulos no nível das “paredes de esmalte”.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>Figura 10.5 A. Cavidade preparada com a broca no 245: paredes convergentes para oclusal e ângulos</p><p>arredondados. B. Aspecto das paredes gengivais planificadas e ângulo diedro axiopulpar arredondado (setas).</p><p>A cavidade finalizada, após os procedimentos de acabamento e confecção de retenções adicionais, pode ser vista na Figura</p><p>10.4D.</p><p>CARACTERÍSTICAS DA CAVIDADE</p><p>Caixa oclusal | Quando se utiliza a broca no 245</p><p>Abertura vestibulolingual de 1/4 da distância entre os vértices das cúspides, na região do istmo</p><p>Paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal</p><p>Parede pulpar plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente</p><p>Ângulos diedros ligeiramente arredondados</p><p>Ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel.</p><p>Caixa proximal</p><p>Paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal, acompanhando a inclinação das faces correspondentes</p><p>Curva reversa de Hollenback na parede vestibular (e lingual), formando um ângulo de 90° com a superfície proximal do dente</p><p>Parede axial plana vestibulolingualmente e ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal</p><p>Parede gengival plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente, formando ângulos definidos com as paredes vestibular e</p><p>lingual</p><p>Ângulo axiopulpar arredondado</p><p>Ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel.</p><p>Observação. Quando se utiliza a broca no 245, os ângulos internos da cavidade são arredondados.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908.</p><p>GILMORE, H.W.; LUND, M.R. Operative Dentistry St. Louis: Mosby, 1973. p. 97-142.</p><p>MONDELLI, J. et al. Influence of proximal retention on the fracture strength of Class II amalgam restorations. J Prosthet</p><p>Dent, 1981, v. 46, n. 4, p. 420-4.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>SIMON, W.J. Clinica operatória dental. Buenos Aires: Mundi, 1959.</p><p>STRICKLAND, W. D. Amalgam restorations for class II cavity preparations. In: Sturdevant, C.M. et al. The art and science</p><p>of operative dentistry. New York: McGraw-Hill Book, 1968.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter10.html#fig10-4</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Lençol de borracha</p><p>Arco de Young</p><p>Perfurador para dique de borracha</p><p>Pinça porta-grampo de Palmer</p><p>Grampos para molares nos 200 a 205</p><p>Pote de Dappen</p><p>Porta-amálgama</p><p>Condensadores para amálgama nos 1 e 2 de Ward</p><p>Instrumentos para escultura de Frahn nos 2, 6 e 10</p><p>Esculpidor de Hollenback no 3S</p><p>Instrumentos cleoide e discoide</p><p>Condensador no 6 de Hollenback, empregado como brunidor</p><p>Brunidor para amálgama no 33</p><p>Porta-matriz (Tofflemire)</p><p>Tiras para matriz de 5,0 a 7,0 mm</p><p>Matriz em “T” pré-fabricada</p><p>Alicates nos 121 e 141</p><p>Tesoura para ouro</p><p>Cunhas de madeira</p><p>Discos de lixa de granulação grossa</p><p>Mandril para discos de lixa, para peça de mão</p><p>Pedra montada cilíndrica, para peça de mão</p><p>Godiva de “baixa fusão”</p><p>Fio dental</p><p>Creme de barbear</p><p>Os problemas encontrados na restauração de cavidades de classe II complexas (MOD) são iguais àqueles que atingem</p><p>apenas uma das cavidades proximais do dente (DO ou MO), pois a ausência de uma ou duas faces proximais, englobadas</p><p>no preparo cavitário, dificulta a condensação do amálgama. Por essa razão, no caso de restaurações de cavidades de classe II é</p><p>necessário o emprego de matrizes (como muralha de arrimo, substituindo a parede ausente), cuja finalidade é possibilitar a</p><p>condensação do material e auxiliar a reconstrução do contorno anatômico proximal.</p><p>Inicialmente, realiza-se o isolamento absoluto do campo operatório, que deverá abranger os dentes a partir do 3o molar até</p><p>o canino do lado oposto.</p><p>A opção de empregar matriz individual ou uma montada em um porta-matriz depende da localização do dente a ser</p><p>restaurado no conjunto de dentes isolados. Se o dente que receberá o grampo para isolamento for o mesmo a ser restaurado,</p><p>convém utilizar matriz individual, pois o grampo interfere no posicionamento do porta-matriz, impedindo sua adaptação correta.</p><p>Nos casos em que o dente a ser restaurado não contiver o grampo, a utilização de matriz mantida por um porta-matriz pode</p><p>ser tentada em primeiro lugar.</p><p>Entretanto, se uma cavidade de classe II possuir uma das caixas proximais bastante ampla no sentido vestibulolingual, a</p><p>escolha recairá sobre a matriz individual, pois as montadas em porta-matriz necessitam de estrutura remanescente que ofereça</p><p>suporte adequado para manter este em posição e não deformar o contorno pela consequente distensão da tira-matriz.1</p><p>Entre os porta-matrizes universais, os mais conhecidos e utilizados são descritos a seguir.</p><p>PORTA-MATRIZ DE TOFFLEMIRE</p><p>Pode ser de dois tipos (Figura 11.1): um reto para utilização do lado vestibular e um angulado para o lado lingual, de modo a</p><p>facilitar sua colocação sem interferência dos dentes anteriores. Um dos lados onde se prende a matriz é aberto, devendo ficar</p><p>voltado para cervical, para facilitar a remoção do porta-matriz por oclusal. Tem sido o mais utilizado pelos profissionais,</p><p>principalmente porque pode ser empregado tanto por vestibular como por lingual; possibilita três posições de colocação da tira-</p><p>matriz, além de permitir a utilização de tiras de matriz de diferentes tamanhos e larguras (5,0 e 7,0 mm); pode ser separado da</p><p>matriz antes que ela seja removida do dente que está sendo restaurado e possibilitar o</p><p>emprego de matrizes curvas,</p><p>proporcionando um diâmetro cervical menor que o oclusal.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-1</p><p>Figura 11.1 A. Porta-matriz circular (a) e Tofflemire (b). B. Porta-matriz de Siqveland (Apex), o qual apresenta</p><p>dispositivo que proporciona dois diâmetros à matriz.</p><p>PORTA-MATRIZ CIRCULAR No 8</p><p>É um dispositivo encontrado em dois tamanhos, que permite a colocação de tiras de aço flexíveis de 5,0 e de 7,0 mm de largura</p><p>e 0,03 a 0,05 mm de espessura e apresenta o mesmo diâmetro nas regiões gengival e oclusal (Figura 11.1). Pode ser utilizado</p><p>tanto para cavidades compostas como complexas.</p><p>PORTA-MATRIZ DE SIQVELAND</p><p>É também um porta-matriz circular, possuindo, contudo, um dispositivo que permite a obtenção de dois diâmetros, um maior na</p><p>região correspondente à superfície oclusal e outro menor, correspondente à gengival (Figura 11.1B).</p><p>Ao contrário do porta-matriz circular no 8 de Tofflemire, este não pode ser separado da tira-matriz na boca, a não ser que a</p><p>matriz seja seccionada; quando não, implica remoção oclusal, correndo-se o risco de danificar a área de contato e a crista</p><p>marginal da restauração. No entanto, a tira-matriz pode ser afrouxada colocando-se o dispositivo em posição perpendicular ao</p><p>eixo longitudinal do porta-matriz, de tal modo que o diâmetro gengival fique igual ao oclusal, realizando-se movimentos de</p><p>remoção no sentido vestibulolingual e gêngivo-oclusal.</p><p>Logicamente, nesses casos, a operação é bem mais difícil do que com a matriz livre, como no caso da utilização do porta-</p><p>matriz circular no 8 da Ivory e Tofflemire.</p><p>MATRIZES INDIVIDUAIS</p><p>A partir da matriz individual idealizada por Black,2 vários tipos foram desenvolvidos para serem utilizados em cavidades</p><p>compostas e complexas. Dentre os tipos mais empregados atualmente, destacam-se os abordados a seguir.</p><p>Matriz de aço soldada – técnica de utilização</p><p>Seleciona-se uma tira-matriz de 5,0 ou 7,0 mm de largura, cortando-a em um comprimento de 5,0 cm. Deve-se colocá-la em</p><p>posição ao redor do dente, prendendo-a por vestibular com a extremidade do alicate no 121, de modo que fique bem ajustada ao</p><p>dente (Figura 11.2A); a seguir, ela é removida do dente, levada à máquina de soldar e, com as pontas dos eletrodos o mais</p><p>próximo possível das marcas assinaladas pelo alicate, executam-se dois ou três pontos de solda (Figura 11.2B). Recorta-se o</p><p>excesso da tira-matriz, deixando-a cerca de 3,0 mm aquém da solda, e rebate-se essa porção de encontro à matriz (Figura 11.2C</p><p>e D).</p><p>Após confecção e adaptação da matriz individual, a mesma é posicionada no dente e as cervicais são adaptadas com auxílio</p><p>de cunha de madeira (Figura 11.2D). As cunhas, muitas vezes, necessitam ser personalizadas para melhor adaptação ao dente</p><p>(Figura 11.2E e F).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>Figura 11.2 A. Ajuste da tira-matriz ao dente com alicate no 121 ou porta-agulhas de Mathieu. B. Soldagem da tira-</p><p>matriz com auxílio de soldador elétrico. C. Avaliação do ajuste da matriz (soldada) ao dente. D. Matriz soldada com</p><p>as cunhas de madeira em posição. E. Cunhas de madeira pré-fabricadas. F. Preparo da cunha de madeira com</p><p>disco de lixa de granulação grossa.</p><p>Matriz rebitada – técnica de confecção</p><p>Seleciona-se uma tira-matriz de 5,0 ou 7,0 mm de largura e 5,0 cm de comprimento, colocando-a em posição ao redor do dente</p><p>e adaptando-a em seguida com o alicate no 121 ou com porta-agulhas de Mathieu (Figura 11.2A).</p><p>Remove-se a banda e faz-se uma ou duas perfurações com o alicate no 141 (Figura 11.3A e B), o mais próximo possível</p><p>das marcas assinaladas pelo alicate no 121; em seguida, inverte-se a posição do alicate e rebitam-se as rebarbas das perfurações,</p><p>a fim de unir firmemente as extremidades da matriz (Figura 11.3C).</p><p>Recorta-se o excesso da tira-matriz, deixando-a cerca de 2,0 a 3,0 mm aquém das perfurações, e rebate-se essa porção de</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-3</p><p>encontro à matriz (Figura 11.3D).</p><p>Matriz de latão em “T” – técnica de utilização</p><p>Confeccionada em latão, pode ser adquirida pronta no comércio odontológico, em forma curva (Figura 11.4A) ou reta. A</p><p>vantagem dessa matriz é que ela não precisa ser soldada.</p><p>Dobrando-se as projeções laterais do “T” e passando-se por elas a outra extremidade da tira, obtém-se um anel. Para ajustá-</p><p>lo ao dente, a extremidade livre da tira deve ser puxada e, em seguida, dobrada, a fim de manter convenientemente o diâmetro</p><p>do anel formado (Figura 11.4B e C). Os passos seguintes são os mesmos da matriz soldada. Para se conseguir a separação dos</p><p>dentes, usam-se as cunhas de madeira. Elas devem ser colocadas com alicate no 121. Para uma separação adicional dos dentes</p><p>de modo a compensar a espessura da tira-matriz (0,02 a 0,05 mm) e ainda melhorar a estabilidade da cunha de madeira, é</p><p>conveniente molhá-la depois de introduzida no espaço interdental.</p><p>Em alguns casos, o conjunto matriz e cunha de madeira deve ser estabilizado e reforçado com godiva de “baixa fusão”,</p><p>evitando-se que ele se desloque durante a condensação do amálgama.</p><p>TÉCNICA DE RESTAURAÇÃO</p><p>Antes de iniciar a restauração, é importante adaptar e estabilizar a matriz (Figura 11.5A). Após a colocação da cunha de</p><p>madeira, deve-se prunir a matriz contra o dentre vizinho para facilitar a obtenção do ponto de contato interproximal (Figura</p><p>11.5B).</p><p>Figura 11.3 A. Detalhe da ponta ativa do alicate no 141. B. Alicate no 141 rebitando a matriz. C. Prova da matriz e</p><p>detalhe do rebite promovido pelo alicate no 141. D. Aspecto final da matriz rebitada, após a colocação das cunhas e</p><p>dobra das extremidades.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>Figura 11.4 A. Tiras de matriz em “T”, curvas, pré-fabricadas em latão. B. Ajuste do anel formado com auxílio do</p><p>alicate no 121. C. Extremidade livre da tira-matriz dobrada contra o dente. D. Matriz individual em posição, com as</p><p>cunhas de madeira colocadas.</p><p>No caso de cavidades de classe II, o amálgama deve ser condensado primeiramente na caixa proximal, com um</p><p>condensador de ponta ativa ligeiramente menor que a cavidade, ou seja, que melhor se adapte ao contorno interno da referida</p><p>caixa. Para isso, o material é levado em pequenas porções com o auxílio do porta-amálgama e depositado na parede gengival</p><p>(Figura 11.5C). A condensação deve ser feita inicialmente no ângulo formado pela matriz e o cavossuperficial da parede</p><p>gengival, e também nos ângulos diedros e triedros correspondentes</p><p>àquela parede (Figura 11.5D).</p><p>Com firme pressão para vestibular e lingual, movimenta-se o condensador a fim de remover o amálgama com excesso de</p><p>mercúrio, tracionando o condensador para oclusal (Figura 11.5E). Esses procedimentos são repetidos para as porções</p><p>subsequentes de amálgama, em especial de encontro aos ângulos diedros vestíbulo- e linguoaxiais e os formados com a matriz,</p><p>condensando e removendo o amálgama rico em mercúrio, até que o material restaurador encontre o nível da parede pulpar. Os</p><p>mesmos procedimentos são realizados na caixa proximal do lado oposto (quando a cavidade for complexa). Dessa forma,</p><p>converte-se uma cavidade composta ou complexa em uma cavidade simples, continuando a condensação até preencher</p><p>totalmente a cavidade3 (Figura 11.5F).</p><p>A condensação final, como no caso da cavidade de classe I simples, deve ser feita com um condensador maior, como o no 2</p><p>de Ward, pressionando o material de encontro às margens da cavidade. A última porção de amálgama deve ser condensada com</p><p>excesso (1 mm de espessura aproximadamente) sobre as margens, de modo a permitir uma condensação correta de superfície</p><p>(Figura 11.5G e H).</p><p>Como foi salientado anteriormente (classe I simples), durante o procedimento de condensação, a borda da ponta</p><p>condensadora é pressionada do centro da restauração para as margens da cavidade, esboçando assim a escultura oclusal (Figura</p><p>11.5I e J). Todo esforço deve ser feito para completar o procedimento de condensação em cerca de 3 minutos e meio.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-5</p><p>Figura 11.5 A. Preparo mésio-oclusodistal com o porta-matriz e cunhas de madeira posicionados. B. Brunidura da</p><p>matriz com o dorso da colher de dentina. C. Deposição da primeira porção de amálgama na caixa proximal. Início</p><p>da condensação na caixa proximal com condensador no 1 de Ward (D) e remoção de excessos de mercúrio (E). F.</p><p>Material restaurador condensado até o nível da parede pulpar. Início da condensação da caixa oclusal (G) e</p><p>condensação de encontro ao ângulo formado pela matriz e a parede cavitária (H) e de encontro às margens da</p><p>cavidade (I). J. Condensação realizada com excesso sobre as margens.</p><p>A escultura é iniciada pela face oclusal, com o extremo da sonda exploradora no 5 apoiado na união do amálgama com a</p><p>matriz, movimentando-se de vestibular para lingual, esboçando a crista marginal (Figura 11.6A). Esse procedimento tem</p><p>também por finalidade remover o excesso de amálgama que fica nessa região após a condensação, evitando uma possível fratura</p><p>da crista marginal durante a remoção da matriz. Com os instrumentos de Frahn e/ou esculpidor de Hollenback no 3S, esboça-se</p><p>a escultura da face oclusal, tomando todas as precauções para evitar descobrir a margem cavitária, bem como confeccionar</p><p>sulcos muito profundos e deslocados para as margens da restauração (Figura 11.6B a E). Em seguida, passa-se à remoção da</p><p>matriz, que é uma etapa importante, pois em muitas ocasiões, qualquer descuido ou pressa poderá fraturar a crista marginal.</p><p>A técnica de remoção da matriz está diretamente relacionada com o tipo de matriz empregado. No caso das convencionais,</p><p>remove-se primeiramente o porta-matriz (quando o tipo de porta-matriz permitir) e a cunha de madeira, para depois remover a</p><p>tira metálica, puxando-a cuidadosamente por lingual e nunca no sentido oclusal, pois o risco de fratura da crista marginal é</p><p>maior (Figura 11.6F).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-6</p><p>Figura 11.6 A. Remoção dos excessos e esboço das cristas marginais com sonda exploradora no 5. Escultura</p><p>oclusal sendo realizada com esculpidor de Hollenback no 3S (B) e/ou instrumento de Frahn com lâmina reta no 2</p><p>(C), com lâmina curvada para o lado esquerdo (D) e para o lado direito (E). F. Remoção da tira-matriz por lingual.</p><p>Quando a matriz empregada for a individual, a técnica de remoção consiste em eliminar primeiramente o reforço de</p><p>godiva, com esculpidor Hollenback no 3S, para depois seccionar a matriz por vestibular e lingual, com tesoura reta para ouro.</p><p>Com o alicate no 121 remove-se a cunha de madeira e a matriz seccionada no sentido linguovestibular. Imediatamente</p><p>removem-se possíveis excessos de amálgama nas ameias proximais e por gengival, utilizando-se para isso um esculpidor de</p><p>Hollenback no 3S, ou ainda, a ponta ativa de uma sonda exploradora no 5 (Figura 11.7A).</p><p>Finalmente, é possível atravessar uma fita ou fio dental dobrado pelo espaço interdentário, sem passar pelo ponto de</p><p>contato, e movimentá-lo no sentido cérvico-oclusal, a fim de remover possíveis excessos gengivais e alisar a superfície</p><p>proximal da restauração. Agora, dá-se um melhor refinamento da escultura da face oclusal com os instrumentos de Frahn e/ou</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-7</p><p>esculpidor de Hollenback no 3S (Figura 11.7B). Os instrumentos cleoide e discoide podem ser usados para proporcionar um</p><p>refinamento da escultura das cristas marginais e fóssulas (Figura 11.7C a E). Em seguida, com o condensador no 6 de</p><p>Hollenback (Figura 11.8A) e/ou brunidor no 33 (Figura 11.8B), efetua-se a brunidura de toda a superfície oclusal, brunidura essa</p><p>que deverá acompanhar a escultura realizada, indo de encontro às bordas da restauração, para melhorar a adaptação do</p><p>amálgama nessas áreas (Figura 11.8C). Quando possível, as bordas proximais devem ser também brunidas.</p><p>Figura 11.7 A. Excessos proximais que, no manequim, podem ser removidos com sonda exploradora no 5.</p><p>Refinamento da escultura oclusal com esculpidor de Hollenback no 3S (B) e/ou instrumentos cleoide (C) e discoide</p><p>(D). E. Visão oclusal da restauração após a escultura.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter11.html#fig11-8</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>Figura 11.8 Brunidura sendo realizada com condensador no 6 de Hollenback (A) e/ou brunidor no 33 de Bennett</p><p>(B). C. Aspecto final da restauração após a brunidura.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BELL, B.H.; GRAINGER, D. Basic operative dentistry procedures. 2. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1971.</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>SIMON, W.J. Clinica operatoria dental. Buenos Aires: Mundi, 1959.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Lapiseira 0,5 mm</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Contra-ângulo convencional</p><p>Escova para limpeza de brocas</p><p>Porta-matriz circular (Ivory ou Tofflemire) com matriz de aço de 5,0 mm</p><p>Cunhas de madeira pré-fabricadas</p><p>Mandril para disco de lixa (para peça de mão) e disco de lixa de granulação grossa</p><p>Broca para alta velocidade, cone</p><p>invertido longo de extremo plano e arestas arredondadas, no 245 (0,81 mm de</p><p>diâmetro) (Figura 12.1A)</p><p>Broca troncocônica picotada no 699 para rotação convencional (Figura 12.1A)</p><p>Machado para esmalte nos 14 e 15 (Figura 12.1B)</p><p>Recortador de margem gengival nos 28 e 29 (Figura 12.1B)</p><p>Colher de dentina no 11 1/2 (Figura 12.1B)</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-1</p><p>Figura 12.1 Instrumentos cortantes rotatórios (A) e manuais (B) empregados na cavidade.</p><p>TÉCNICA DE PREPARO</p><p>Para abordagem de lesões cariosas exclusivamente proximais, o preparo da cavidade pode ser realizado envolvendo a área</p><p>atingida pela cárie, tendo como acesso o rompimento da crista marginal. De acordo com Almquist et al.,1 esse acesso à</p><p>superfície proximal proporciona um preparo conservador, simples e autorretentivo, como sugerido originalmente por Markley.3</p><p>A técnica de preparo cavitário descrita no presente capítulo destina-se à confecção de restaurações de amálgama e, por isso, são</p><p>realizadas canaletas para retenção adicional nas paredes vestibular e lingual. Caso o material restaurador de eleição apresente</p><p>características adesivas como as resinas compostas e os cimentos de ionômero de vidro, a cavidade é realizada de forma similar,</p><p>porém, sem a necessidade de execução de canaletas para retenção adicional.</p><p>Forma de contorno</p><p>Inicialmente, delimita-se com lapiseira (0,5 mm) a forma de contorno oclusal, envolvendo apenas a crista marginal mesial e</p><p>procurando englobar, no sentido vestibulolingual, a área correspondente ao ponto de contato (Figura 12.2A).</p><p>Com a broca no 245 ou 556 executa-se a penetração inicial junto à crista marginal mesial, com ligeira inclinação para</p><p>vestibular (Figura 12.2B). A seguir, a broca é colocada paralela ao eixo longitudinal da coroa do dente, atuando com ligeira</p><p>pressão para gengival e com movimento pendular vestibulolingual. Com a confecção desse canal, esboçam-se as paredes axial,</p><p>gengival, vestibular e lingual (Figura 12.2C). Continuando com esse movimento e com maior pressão para proximal, perfura-se</p><p>a face proximal abaixo do ponto de contato (Figura 12.2D). Esboçadas as paredes da caixa proximal, o remanescente da parede</p><p>mesial é fraturado com uma colher de dentina (Figura 12.2E).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-2</p><p>Figura 12.2 A. Delimitação da forma de contorno oclusal. B. Penetração inicial com a broca ligeiramente inclinada</p><p>para vestibular. C. Canal de penetração e esboço das paredes da caixa proximal. D. Perfuração do esmalte</p><p>proximal abaixo do ponto de contato. E. Rompimento, com colher de dentina, da porção proximal adelgaçada. F.</p><p>Proteção do dente vizinho com auxílio de matriz metálica e cunha de madeira.</p><p>Pode-se utilizar, também, matriz para amálgama, estabilizada com cunha de madeira, para proteger o dente vizinho caso se</p><p>opte pelo rompimento da parede mesial com broca (Figura 12.2F).</p><p>A extensão de conveniência das paredes vestibular, lingual e gengival é realizada com a mesma broca (Figura 12.3A e B) e</p><p>depois complementada com o machado para esmalte (Figura 12.3C). Essa extensão é de cerca de 0,25 a 0,5 mm, suficiente para</p><p>separar de forma adequada o ângulo cavossuperficial das paredes proximais do dente vizinho. Para economizar estrutura</p><p>dentária, pode-se também lançar mão da separação prévia dos dentes, para obter acesso técnico às margens da cavidade. Esses</p><p>procedimentos satisfazem os requisitos de uma extensão de conveniência conservadora, proporcionando fácil acabamento das</p><p>margens do preparo e das bordas da futura restauração, bem como espaço para limpeza durante a higienização. Desse modo,</p><p>toda vez que se notar visualmente a separação total das paredes circundantes do dente vizinho, é sinal de que essa extensão está</p><p>correta.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-3</p><p>Figura 12.3 Broca ligeiramente inclinada, a fim de determinar as paredes vestibular (A) e lingual (B) convergentes</p><p>para oclusal. C. Machado para esmalte regularizando as paredes vestibular e lingual.</p><p>Por outro lado, no sentido axioproximal a profundidade da parede axial é aproximadamente 1 1/2 vez o diâmetro da ponta</p><p>ativa da broca.7</p><p>Formas de resistência e de retenção</p><p>A confecção das paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal proporciona autorretentividade no sentido gêngivo-</p><p>oclusal e preserva ao máximo o remanescente da crista marginal2 (Figura 12.4A).</p><p>As paredes vestibular e lingual formam um ângulo de aproximadamente 90° com a superfície externa do dente. A parede</p><p>gengival em dentina deve ser plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente, enquanto a parede axial deve ficar plana</p><p>vestibulolingualmente e ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal.</p><p>As retenções adicionais da caixa proximal, em forma de canaleta, são realizadas nas paredes vestibular e lingual com o uso</p><p>da broca no 699, devendo nesse tipo de cavidade estender-se até próximo do ângulo cavossuperficial oclusal (Figura 12.5A e B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-5</p><p>Esse procedimento favorece a melhor estabilidade da restauração no sentido proximal, uma vez que o segmento da caixa oclusal</p><p>não está presente.1,3-6</p><p>Forma de conveniência</p><p>A expulsividade dada à parede axial, além de ser uma forma de resistência, facilita o acabamento da cavidade e a condensação</p><p>do material restaurador. Como o preparo da caixa proximal é estabelecido por meio do acesso oclusal (crista marginal), esse</p><p>procedimento também constitui forma de conveniência.</p><p>Figura 12.4 A. Acabamento inicial com broca girando em baixa velocidade. B. Acabamento final da caixa proximal</p><p>com machado para esmalte. Recortador de margem planificando e eliminando prismas de esmalte fragilizados da</p><p>parede gengival (C); em sequência, executando o arredondamento do diedro gengivovestibular (D) e planificação</p><p>da parede vestibular (E).</p><p>Acabamento da cavidade</p><p>O acabamento inicial deverá ser realizado em baixa rotação com a broca cone invertido longo de extremo plano e arestas</p><p>o</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1.</p><p>arredondadas n 245, com os mesmos movimentos realizados anteriormente (Figura 12.4A). Com o auxílio de um machado para</p><p>esmalte, elimina-se qualquer irregularidade das paredes vestibular e lingual, com movimentos oclusogengivais (Figura 12.4B).</p><p>O acabamento da parede gengival é dado com recortadores de margem gengival, em movimentos vestibulolinguais e</p><p>linguovestibulares (Figura 12.4C).</p><p>A planificação da parede de esmalte para eliminar prismas friáveis é realizada com recortador de margem gengival, em</p><p>movimentos vestibulolinguais. Em seguida ou a um só</p><p>tempo, esse instrumento é acionado em direção, planificando o esmalte</p><p>do terço gengival das paredes vestibular e lingual, eliminando a definição dos ângulos diedros gengivovestibular e</p><p>gengivolingual, os quais devem permanecer arredondados e sem prismas fragilizados no nível do cavossuperficial (Figura</p><p>12.4D e E). A cavidade finalizada pode ser vista na Figura 12.5C e D.</p><p>CARACTERÍSTICAS DA CAVIDADE</p><p>Paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal</p><p>Paredes vestibular e lingual formando um ângulo de 90° com a superfície externa do dente</p><p>Parede axial plana vestibulolingualmente e ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal</p><p>Parede gengival plana e perpendicular ao eixo longitudinal do dente e formando, em “dentina”, ângulos definidos com as</p><p>paredes vestibular e lingual</p><p>Ângulo cavossuperficial definido, livre de prismas fragilizados e sem bisel</p><p>Retenções adicionais em forma de canaleta estendendo-se até perto do ângulo cavossuperficial oclusal.</p><p>Figura 12.5 Retenções adicionais nos diedros vestibuloaxial (A) e linguoaxial (B) com a broca no 699. C. Aspecto</p><p>final da cavidade vista por oclusal. D. Visão proximal da cavidade, na qual se pode notar a extensão das canaletas</p><p>proximais.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ALMQUIST, T.C.; COWANS, R.D.; LAMBERT, R.L. Conservative amalgam restorations. J Prosthet Dent, 1973, v. 29, n.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter12.html#fig12-5</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>5, p. 524-8.</p><p>BELL, B.H.; GRAINGER, D. Basic operative dentistry procedures. 2. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1971.</p><p>MARKLEY, M.R. Restorations of silver amalgam.J Am Dent Assoc, 1951, n. 43, p. 133-46.</p><p>MONDELLI, J. et al. Fracture strength of amalgam restorations in modern class II preparations with proximal retentive</p><p>grooves. J Prosthet Dent, 1974, v. 32, p. 564-71.</p><p>MONDELLI, J. et al. Resistência à fratura de restaurações a amálgama feitas em cavidades de Classe II, com e sem retenções</p><p>proximais. Rev Paul Odont, 1981, v. 3, n. 4, p. 24-33.</p><p>MONDELLI, J. et al. Influence of proximal retention on the fracture strength of Class II amalgam restorations. J Prosthet</p><p>Dent, 1981, v. 46, n. 4, p. 420-4.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Lapiseira 0,5 mm</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Contra-ângulo convencional</p><p>Escova para limpeza de broca</p><p>Porta-matriz circular no 5 (Ivory ou Tofflemire) com matriz de aço de 5,0 mm</p><p>Cunha de madeira pré-fabricada</p><p>Mandril para disco de lixa (peça de mão)</p><p>Disco de lixa de granulação grossa</p><p>Broca para alta velocidade, cone invertido de extremo plano e arestas arredondadas, no 245 (Figura 13.1A)</p><p>Brocas esféricas nos 1/4 ou 1/2 e 2, para rotação convencional (Figura 13.1A)</p><p>Enxada dupla monoangulada nos 8 e 9 (Figura 13.1B)</p><p>Recortador de margem gengival no 28 (Figura 13.1B)</p><p>Formador de ângulo nos 18 e 19 (Figura 13.1B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-1</p><p>O</p><p>Figura 13.1 Instrumentos de corte rotatórios (A) e manuais (B) empregados no preparo da cavidade.</p><p>acesso para o preparo de uma cavidade estritamente proximal pode ser conseguido por vestibular ou lingual, preservando-</p><p>se a superfície oclusal e a crista marginal.</p><p>Esse tipo de cavidade, originalmente descrita por Schultz et al.,2 está indicado em situações selecionadas (pacientes idosos,</p><p>com recessão gengival e espaço interdentário amplo, ou casos em que a lesão cariosa encontra-se em estágio inicial, sem o</p><p>comprometimento da crista marginal, e com acesso favorável por vestibular ou lingual). Dentre algumas vantagens deste tipo de</p><p>restauração, citam-se: menor tempo para realização, por não estar sujeita a esforços diretos, pois preserva a resistência do dente</p><p>e mantém a crista marginal.1,2 A técnica de preparo cavitário descrita no presente capítulo destina-se à confecção de</p><p>restaurações de amálgama e, por isso, são realizadas canaletas para retenção adicional nas paredes gengivoaxiais e oclusoaxiais.</p><p>Caso o material restaurador de eleição apresente características adesivas como as resinas compostas e os cimentos de ionômero</p><p>de vidro, a cavidade é realizada de forma similar, porém, sem a necessidade de execução de canaletas para retenção adicional.</p><p>TÉCNICA DE PREPARO</p><p>Forma de contorno</p><p>Delimita-se com lapiseira a forma de contorno da porção vestibular, de tal maneira que as futuras paredes oclusal e gengival</p><p>fiquem ligeiramente abaixo do ponto de contato e 1,0 mm acima da gengiva marginal livre, respectivamente. A parede</p><p>vestibular deve estar localizada próximo à aresta mesiovestibular, preservando ao máximo a face vestibular (Figura 13.2A).</p><p>Recomenda-se a colocação de matriz de aço estabilizada com porta-matriz ou uma cunha de madeira para proteção do dente</p><p>vizinho (Figura 13.2B).</p><p>A penetração inicial é feita com a broca no 245 ou opcionalmente com a broca no 2 posicionada na região central</p><p>delimitada, de modo que o longo eixo da broca fique em ângulo agudo com a superfície mesial. Desta forma, a broca realiza o</p><p>corte da “estrutura dentária” sem o risco de deslizamento sobre a superfície do dente quando em movimento (Figura 13.2B e C).</p><p>Após a penetração inicial, a broca é posicionada paralelamente à superfície mesial e pressionada em direção à face lingual,</p><p>em uma extensão correspondente ao comprimento da ponta ativa da broca e profundidade axioproximal de 1 1/2 vez o seu</p><p>diâmetro (Figura 13.3A e B). A seguir, a broca é movimentada no sentido gêngivo-oclusal, delimitando-se, com a porção lateral</p><p>da broca, as paredes gengival, oclusal e axial e, com sua extremidade, a parede lingual (Figura 13.3C e D).3</p><p>As paredes gengival e oclusal ficam paralelas entre si e formam ângulos diedros do primeiro grupo arredondados. A parede</p><p>axial deverá seguir a configuração correspondente ao plano da face mesial (Figura 13.3E).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-3</p><p>Figura 13.2 A. Delimitação da forma de contorno. B. Penetração inicial com broca no 245. C. Como opção,</p><p>penetração com broca no 2.</p><p>Para a determinação da parede vestibular, a broca no 245 deverá ser posicionada perpendicularmente à parede axial,</p><p>formando um ângulo de 90° com a superfície externa do dente (Figura 13.4A).</p><p>Opcionalmente, essa técnica de preparo pode ser realizada</p><p>com broca esférica no 2, determinando-se uma cavidade com as</p><p>mesmas características obtidas com a broca no 245.</p><p>Forma de resistência</p><p>Por ser uma cavidade estritamente proximal, a forma de resistência não é muito crítica para esse tipo de cavidade, pois a área</p><p>em questão não está diretamente exposta aos esforços mastigatórios; contudo, as paredes circundantes formando ângulo reto</p><p>com a superfície externa do dente evitarão “prismas de esmalte” fragilizados e, consequentemente, uma restauração com</p><p>espessura de borda adequada.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-4</p><p>Figura 13.3 Extensão em direção à face lingual e determinação da parede axial com broca no 245 (A) ou,</p><p>opcionalmente, com broca no 2 (B). Extensão da cavidade para oclusal (C) e gengival (D) com a porção lateral da</p><p>broca no 245.E. Aspecto da cavidade após a determinação das paredes oclusal, lingual, gengival e axial.</p><p>A preservação da crista marginal mesial constitui uma forma de resistência para a estrutura dentária (Figura 13.4C).</p><p>Forma de conveniência</p><p>O acesso pela superfície vestibular ou lingual, de acordo com a localização da lesão de cárie e da facilidade de acesso, é por si</p><p>só uma forma de conveniência, pois permite acesso direto à lesão cariosa e preserva a crista marginal mesial.</p><p>Acabamento da cavidade</p><p>O acabamento é realizado com instrumentos de corte manuais, como a enxada monoangulada (Figura 13.4B), recortador de</p><p>margem gengival no 28 (Figura 13.4C a E) e formador de ângulo (Figura 13.4F).</p><p>Forma de retenção</p><p>As retenções adicionais são determinadas nos ângulos diedros gengivoaxiais e oclusoaxiais à custa das paredes gengival e</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-4</p><p>oclusal. Essas retenções devem se estender pelo comprimento total desses ângulos. As retenções podem ser determinadas com</p><p>formadores de ângulos ou, preferencialmente, com broca esférica no 1/4 ou 1/2 (Figura 13.5A e B).3 A cavidade finalizada pode</p><p>ser observada na Figura 13.5C e D.</p><p>Figura 13.4 A. Determinação da parede vestibular com a broca no 245. B. Acabamento final da parede axial com</p><p>enxada monoangulada.C. Acabamento da parede gengival com recortador de margem. D. Acabamento da parede</p><p>oclusal com recortador de margem. E. Acabamento da parede lingual com recortador de margem. F. Acabamento</p><p>da parede vestibular com o formador de ângulo.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter13.html#fig13-5</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>Figura 13.5 Determinação das retenções adicionais nas paredes gengival (A) e oclusal (B), com broca no 1/4 ou</p><p>1/2. C. Aspecto proximal da cavidade. D. Aspecto vestibular da cavidade.</p><p>CARACTERÍSTICAS DA CAVIDADE</p><p>Paredes circundantes formando ângulos retos com a superfície externa do dente</p><p>Parede axial paralela ao plano da superfície mesial</p><p>Ângulos internos arredondados</p><p>Retenções adicionais nas paredes gengival e oclusal livres de prismas fragilizados</p><p>Ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ROGERKAMP, C.L.; COCHRAN, M.A.; LUND, M.R. The facial slot preparation: monoclusal option for class II carious</p><p>lesions. Oper Dent, 1982, v. 7, p. 102-6.</p><p>SCHULTZ, L.C. et al. Operative Dentistry, Philadelphia: Lea & Febiger, 1966. p. 18-43.</p><p>WILDER Jr., A.D. et al. Classes I, II and VI amalgam restorations. In: ROBERSON, T.M. et al. The art and science of</p><p>operative dentistry. 4. ed. St. Louis: Mosby, 2002.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Contra-ângulo convencional</p><p>Lençol de borracha</p><p>Arco de Young</p><p>Perfurador para borracha de Ainsworth</p><p>Pinça porta-grampo de Palmer</p><p>Grampos para molares nos 200 a 205</p><p>Pote de Dappen de vidro (dois)</p><p>Brocas multilaminadas para acabamento de restaurações de amálgama</p><p>Pontas diamantadas de granulação fina</p><p>Pedra montada de granulação fina</p><p>Conjunto de pontas de borracha abrasivaspara polimento de amálgama</p><p>Escova Robinson tipo pincel cônica (Figura 14.3B)</p><p>Taça de borracha</p><p>Tiras estreitas de lixa de granulação finapara acabamento de resina composta</p><p>Fio ou fita dental</p><p>Palito dental com forma cilíndrico-cônica</p><p>Pasta para polimento composta de:</p><p>Pedra-pomes de granulação fina 60%</p><p>Corega® ou similar 5%</p><p>Creme dental 17,5%</p><p>Glicerina 20% (q.s.p.)</p><p>Amalgloss® ou óxido de zinco</p><p>Álcool 96°GL</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-3</p><p>TÉCNICAS DE ACABAMENTO E POLIMENTO</p><p>A sessão em que a restauração com amálgama é realizada deve limitar-se à máxima remoção de mercúrio durante a</p><p>condensação, à retirada dos excessos de material e à promoção de escultura e brunidura adequadas da restauração.</p><p>Deve-se sempre promover perfeita condensação do amálgama, pois, se houver falha, aparecerão porosidades e, como</p><p>consequência, será difícil conseguir polimento correto. Quanto menos riscos e irregularidades ficarem na restauração durante</p><p>esses procedimentos, mais fácil será conseguir o acabamento e o polimento. O tempo mínimo para o início dessas etapas é 48</p><p>horas após a condensação.2</p><p>O isolamento absoluto do campo operatório é indispensável, abrangendo todos os dentes a partir do terceiro molar até o</p><p>canino do lado oposto (Figura 14.1A). Antes do acabamento, deve-se realizar a brunidura pós-escultura das restaurações, com a</p><p>finalidade de obter a superfície mais lisa do amálgama e facilitar os procedimentos de acabamento e polimento das restaurações.</p><p>Figura 14.1 A. Aspecto inicial das restaurações após a realização do isolamento absoluto e da brunidura pós-</p><p>escultura. Início do acabamento, com brocas especiais de 12 lâminas, na região das fóssulas (B) e vertentes de</p><p>cúspides e sulcos (C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-1</p><p>Acabamento das restaurações</p><p>É iniciado com brocas de 12 lâminas específicas para acabamento, nos formatos que melhor se adaptem às vertentes de</p><p>cúspides, fóssulas e sulcos, salientando-os e procurando tornar a superfície o mais lisa possível (Figura 14.1B e C).</p><p>As pedras montadas ou pontas diamantadas de granulação fina são utilizadas para promover um refinamento maior da</p><p>escultura oclusal, bem como remover os possíveis riscos deixados pelas brocas para acabamento. Durante esse procedimento, é</p><p>preciso ter muito cuidado para não aprofundar sulcos e fóssulas, a fim de se evitar que o amálgama fique com pouca espessura</p><p>na porção oclusal, principalmente no nível do ângulo axiopulpar, no caso de restaurações de classe II (Figura 14.2A).</p><p>Após esse procedimento, passa-se a extremidade da sonda exploradora do dente pela restauração, a fim de verificar se não</p><p>existe excesso de material restaurador em sua margem3 (Figura 14.2B); caso haja, este deve ser removido com o auxílio de</p><p>broca multilaminada ou pedra montada. Opcionalmente, uma ponta de borracha abrasiva pode ser empregada para remoção de</p><p>irregularidades ou riscos remanescentes da ação das brocas e pedra montada (Figura 14.2C).</p><p>Se a restauração for próximo-oclusal, para acabamento da face proximal empregam-se tiras estreitas de lixa de granulação</p><p>fina para restaurações de resina composta, com a extremidade cortada em forma lanceolada, a fim de facilitar a passagem pelo</p><p>espaço interproximal (Figura 14.2D). Esta deverá atuar abaixo ou acima (dente superior ou inferior) do ponto de contato, com</p><p>movimentos vestibulolingual e vice-versa, e ser pressionada</p><p>contra a porção proximal da restauração, procurando evitar</p><p>desgaste do ponto de contato (Figura 14.3D).</p><p>Polimento das restaurações</p><p>Técnica convencional</p><p>Polimento inicial</p><p>É realizado com taça de borracha ou escova Robinson tipo pincel, modificada ou de forma cônica, juntamente com as pastas</p><p>abrasivas à base de pedra-pomes fina e glicerina como veículo (Figura 14.3A a C). A escova Robinson e a taça de borracha</p><p>deverão ser aplicadas intermitentemente e com leve pressão, para evitar o superaquecimento, que pode fazer com que o</p><p>mercúrio aflore à superfície da restauração; deverá ser repetida a aplicação tantas vezes quanto necessário para se obter o</p><p>resultado desejado, ou seja, superfícies lisas e sem riscos ou rugosidades. Na face proximal, o polimento inicial é feito com tiras</p><p>de lixa de granulação fina impregnadas com pasta abrasiva, tendo-se os mesmos cuidados descritos, sendo complementado com</p><p>fio ou fita dental também impregnado com a pasta de polir (Figura 14.3D). Após o polimento, a superfície da restauração deve</p><p>estar lisa e sem riscos (Figura 14.3E).4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ref4</p><p>Figura 14.2 A. Refinamento da escultura oclusal e cristas marginais com pedra montada. B. Verificação de</p><p>possíveis excessos com sondaexploradora no 5. C. Remoção de irregularidades e riscos com ponta de borracha</p><p>abrasiva (opcional). D. Tira de lixa para acabamento de resina composta com a extremidade lanceolada.</p><p>Figura 14.3 A. Polimento inicial sendo realizado com escova tipo pincel e pasta abrasiva. B. Aspecto de uma</p><p>escova tipo pincel original plana e uma modificada. C. Taça de borracha com pasta abrasiva efetuando uma das</p><p>fases do polimento. D. Realização do polimento inicial da superfície proximal. E. Aspecto das restaurações após o</p><p>polimento inicial.</p><p>Polimento final</p><p>O brilho final (Figura 14.4C) pode ser obtido com uma pasta de óxido de zinco e álcool 96°GL, aplicada com a escova</p><p>Robinson tipo pincel ou taça de borracha ou, ainda, com produtos comerciais como o Amalgloss® e álcool 96°GL, observando-</p><p>se os cuidados salientados durante o polimento inicial (Figura 14.4A).</p><p>Na face proximal, o brilho final pode ser obtido com as pastas citadas antes, colocadas em fio ou fita dental (Figura 14.4B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-4</p><p>Figura 14.4 Polimento final sendo realizado com escova tipo pincel e pasta de Amalgloss® e álcool 96o GL na</p><p>oclusal (A), e com fio ou fita dental na face proximal (B). C. Visão oclusal das restaurações após acabamento e</p><p>polimento final.</p><p>Quando os dentes forem de plástico, deve-se ter um cuidado especial para não desgastá-los durante esses procedimentos,</p><p>pois eles têm baixa resistência ao desgaste.</p><p>Polimento com borrachas abrasivas</p><p>Outra técnica que pode ser empregada para acabamento e polimento de restaurações de amálgama como opção à técnica</p><p>convencional é a utilização de borrachas abrasivas com diferentes granulações.1 Seu emprego deve ser feito após a realização do</p><p>isolamento absoluto, da brunidura pós-escultura (Figura 14.5A) e do acabamento com brocas de 12 lâminas e pedras montadas</p><p>ou pontas diamantadas de granulação fina, da mesma forma descrita para a técnica convencional (Figura 14.5B a F).</p><p>O conjunto de borrachas para polimento de amálgama é composto por instrumentos em forma de taças e cones, com</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-5</p><p>abrasividade decrescente: o marrom, de granulação mais grossa, é empregado para o pré-polimento; o verde, de granulação</p><p>média, para o polimento intermediário; o azul, de granulação fina, para polimento e brilho final. A utilização das borrachas</p><p>abrasivas deve ser intermitente, com leve pressão, para evitar os problemas mencionados anteriormente. O uso do gel</p><p>lubrificante para polimento de restaurações destina-se a minimizar a geração de calor e aumentar a durabilidade das borrachas.</p><p>O trabalho é iniciado com a borracha de maior abrasividade em forma de cone, exercendo ligeira pressão e acompanhando</p><p>a escultura determinada (Figura 14.6A). Uma área crítica para polimento é a dos sulcos, exigindo que se verifique se a</p><p>extremidade do cone tem a forma adequada para abranger tal área; caso contrário, o cone deve ser afilado com disco de</p><p>carborundum, lixa ou pedra de afiação. As taças devem ser empregadas de modo a envolver as áreas de vertentes de cúspides e</p><p>cristas marginais (Figura 14.6B). Após esse procedimento, a superfície da restauração não deverá apresentar riscos ou</p><p>rugosidades, para possibilitar a sequência de polimento com as borrachas abrasivas de granulações média e fina, que</p><p>proporcionarão o polimento final (Figura 14.6C a F).</p><p>O mesmo procedimento descrito para a técnica convencional deve ser estabelecido para acabamento e polimento das faces</p><p>proximais.</p><p>A Figura 14.7 demonstra a sequência clínica de polimento de uma restauração de amálgama.</p><p>Figura 14.5 A. Aspecto da restauração após a brunidura. Início do acabamento com brocas especiais de 12</p><p>lâminas nas regiões das fóssulas (B), dos sulcos (C) e das vertentes de cúspides (D). E. Visão oclusal da</p><p>restauração após o emprego das brocas especiais de 12 lâminas. F. Refinamento da escultura oclusal com pedra</p><p>montada.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter14.html#fig14-7</p><p>Figura 14.6 Pré-polimento com ponta (A) e taça de borracha de granulação média (marrom) (B). C. Aspecto da</p><p>restauração após o pré-polimento. D. Ponta de borracha de granulação fina (verde) realizando o polimento</p><p>intermediário. E. Ponta de borracha de granulação extrafina (azul) executando o polimento final. F. Aspecto final da</p><p>restauração após acabamento e polimento.</p><p>Figura 14.7 A. Aspecto inicial da restauração. B. Aspecto inicial das restaurações após a realização do isolamento</p><p>absoluto. C. Como alternativa às brocas multilaminadas, podem-se empregar pontas diamantadas de granulação</p><p>o</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>fina. D. Ponta diamantada n 1190F sendo empregada para o refinamento dos sulcos. Acabamento com brocas</p><p>especiais de 12 lâminas nas regiões da fossa medial (E) e dos sulcos (F). G. As pontas de borracha podem ser</p><p>modificadas para se obter melhor adaptação aos sulcos e fossas. H. Pré-polimento com ponta de borracha de</p><p>granulação média (marrom). I. Ponta de borracha de granulação fina (verde) realizando o polimento intermediário.</p><p>J. Em alguns casos, podem-se utilizar discos de lixa de granulometria sequencial para</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter31.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter32.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter32.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter32.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter33.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter33.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter33.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter34.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter34.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter34.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter35.html</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter36.html</p><p>A</p><p>•</p><p>•</p><p>Dentística é a especialidade da Odontologia que estuda e aplica de maneira integrada o conjunto de procedimentos</p><p>semiológicos, operatórios, preventivos, terapêuticos e educativos com o objetivo de preservar e devolver ao dente, órgão</p><p>do sistema estomatognático, sua integridade estrutural, funcional e estética.</p><p>NOMENCLATURA</p><p>Nomenclatura é um conjunto de termos específicos de uma ciência, arte ou técnica. Nomenclatura ou vocabulário técnico são</p><p>termos usados por indivíduos da mesma profissão como forma de comunicação. Na Odontologia o conhecimento da</p><p>nomenclatura das cavidades é fundamental para a compreensão do capítulo mais importante em Odontologia Restauradora, o</p><p>preparo de cavidades.</p><p>A cavidade preparada em um dente pode ser denominada de acordo com:</p><p>O número de faces em que ocorre:</p><p>Simples: uma só face (Figura 1.1)</p><p>Composta: duas faces (Figura 1.2)</p><p>Complexa: três ou mais faces (Figura 1.3)</p><p>As faces do dente envolvidas, recebendo o nome das respectivas faces. Exemplos:</p><p>Cavidade preparada na face oclusal: cavidade oclusal (Figura 1.1A)</p><p>Cavidade que se estende da face oclusal à face mesial: cavidade mésio-oclusal (Figura 1.2)</p><p>Cavidade que se estende às faces mesial, oclusal e distal: cavidade mésio-oclusodistal (Figura 1.3A)</p><p>Quando a preparação envolve as faces mesial, oclusal e lingual: cavidade mésio-oclusopalatina (Figura 1.3B)</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-3</p><p>•</p><p>Figura 1.1 Cavidades simples em forma de caixa (sem tampa) e confinada no interior da estrutura dentária oclusal</p><p>(A) e mesial (B).</p><p>Figura 1.2 Cavidades compostas mésio-oclusais.</p><p>Figura 1.3 Cavidades complexas mésio-oclusodistal (A) e mésio-oclusopalatina (B).</p><p>A forma e a extensão das cavidades:</p><p>Intracoronárias (inlay) são cavidades confinadas no interior da estrutura dentária, como se fosse uma caixa aberta</p><p>superiormente (sem tampa). Exemplos: cavidade de classe I oclusal, classe V vestibular, classe II composta MO ou</p><p>DO, e complexas MOD, sem redução cuspídea (Figura 1.4A)</p><p>Intraextracoronárias são preparos cavitários que podem apresentar cobertura parcial (onlay) ou total das cúspides</p><p>(overlay) e/ou de outras faces do dente. Exemplos: cavidades MOD, com redução de uma, duas ou mais cúspides</p><p>(onlay) ou cavidade MOD com redução de todas as cúspides (overlay) (Figura 1.4B)</p><p>Extracoronárias parciais são preparos dentários que envolvem três faces axiais do dente (mesial, distal e lingual) e a face</p><p>oclusal ou incisal. Exemplo: preparo dentário para coroa parcial 4/5 em dentes posteriores, com redução parcial</p><p>(onlay) ou total (overlay) das cúspides ou da borda incisal (Figura 1.4C)</p><p>Extracoronárias totais são preparos dentários em que todas as faces axiais e oclusal ou incisal do dente são reduzidas e</p><p>recobertas pelo material restaurador. Exemplo: preparo dentário para coroa total (Figura 1.4D).</p><p>Os termos em inglês inlay (incrustação ou restauração intracoronária), onlay (cobertura ou proteção parcial de cúspides) e</p><p>overlay (cobertura total das cúspides) são frequentemente empregados para definir cavidades ou restaurações indiretas, de</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-4</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>diferentes tamanhos, independentemente do material restaurador (liga metálica, cerâmica ou resina de laboratório).</p><p>Figura 1.4 A. Cavidades intracoronárias para incrustações (inlay). B. Cavidade intraextracoronária mésio-</p><p>oclusodistal (overlay). C. Cavidade extracoronária parcial (overlay). D. Cavidade extracoronária total (overlay).</p><p>Observação. A denominação das faces do dente costuma ser abreviada com as letras iniciais de cada uma, sem pontuação.</p><p>Exemplos:</p><p>O: oclusal</p><p>MO: mésio-oclusal</p><p>MOD: mésio-oclusodistal</p><p>PLANOS DENTÁRIOS</p><p>Para se determinar o sentido da inclinação e denominar as paredes que formam uma cavidade, supõe-se que os dentes são</p><p>atravessados por planos.</p><p>Considerando-se que o maior eixo é o longitudinal e que essa linha passa pelo centro do dente, desde a face oclusal (ou</p><p>incisal) até o ápice radicular, nela podem-se estudar três planos principais:</p><p>Plano horizontal: é perpendicular ao eixo longitudinal do dente e corta-o em qualquer ponto de sua longitude, recebendo o</p><p>nome da superfície por onde passa (Figura 1.5A)</p><p>Plano vestibulolingual: chamado também de axiobucolingual, é o plano paralelo ao eixo longitudinal. Divide o dente em duas</p><p>posições: uma mesial e outra distal e recebe o nome dessas faces, quando passa tangente a elas. Nos dentes anteriores</p><p>recebe a denominação de plano labiolingual ou palatino (Figura 1.5B)</p><p>Plano mesiodistal: é vertical e paralelo ao eixo longitudinal. Divide o dente em duas partes, uma vestibular e outra lingual.</p><p>Recebe o nome dessas faces quando passa tangente a elas. Também é denominado plano axiomesiodistal (Figura 1.5C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-5</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 1.5 Planos dentários. A. Plano horizontal. B. Plano vestibulolingual. C. Plano mesiodistal.</p><p>Figura 1.6 Paredes circundantes (c), paredes de fundo axial (a) e pulpar (p).</p><p>Nomenclatura das partes constituintes das cavidades</p><p>As partes constituintes das cavidades são:</p><p>Paredes</p><p>Ângulos diedros</p><p>Ângulos triedros</p><p>Ângulos cavossuperficiais.</p><p>Paredes</p><p>Paredes são os limites internos das cavidades e podem ser:</p><p>Circundantes: paredes laterais da cavidade que recebem o nome da face do dente à qual correspondem ou da qual estão mais</p><p>próximas (Figura 1.6)</p><p>De fundo: correspondem ao assoalho da cavidade e podem ser chamadas de axial, quando se apresentam paralelas ao eixo</p><p>longitudinal do dente (Figura 1.6A) e pulpar, quando perpendiculares ao eixo longitudinal do dente (Figura 1.6B).</p><p>Ângulos diedros</p><p>São formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados segundo a combinação de seus respectivos nomes.</p><p>1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-6</p><p>a realização do polimento</p><p>das cristas marginais e regiões adjacentes. K. Ponta de borracha de granulação extrafina (azul) executando o</p><p>polimento final. L. Taça de borracha de granulação extrafina (azul) complementando o polimento final. M. Remoção</p><p>de riscos remanescentes com pasta composta por pedra-pomes e glicerina. N. Aspecto imediatamente após a</p><p>utilização da pasta. O. Aspecto após remoção da pasta. P. Polimento final sendo realizado com escova tipo pincel e</p><p>pasta de Amalgloss® e álcool. Q. Visão oclusal após polimento final.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>GARONE NETTO, N. et al. Dentística restauradora – restaurações diretas/técnica – indicações – recursos. São Paulo:</p><p>Santos, 2003.</p><p>MONDELLI, J. et al. Dentística operatória. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1990.</p><p>PARULA, N. Técnica de operatória dental. 5. ed. Buenos Aires: ODA, 1972.</p><p>STURDEVANT, C.M. et al. The art and science of operative dentistry. 3. ed. St. Louis: Mosby, 1995.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Materiais e instrumentos necessários</p><p>Toalha plástica para bancada</p><p>Lapiseira 0,5 mm</p><p>Pinça clínica</p><p>Sonda exploradora no 5</p><p>Espelho clínico plano</p><p>Escova para limpeza de brocas</p><p>Contra-ângulo convencional</p><p>Brocas para baixa velocidade:</p><p>Cilíndricas nos 556 e 56 (Figura 15.1A)</p><p>Cone invertido no 33 1/2 ou 34 (Figura 15.1A)</p><p>Esféricas lisas nos 1/4, 1/2 e 1 (Figura 15.1A)</p><p>Tipo roda no 11 1/2 ou 12 (Figura 15.1A)</p><p>Enxada dupla monoangulada nos 8 e 9 (Figura 15.1B)</p><p>Formadores de ângulo nos 18 e 19 (Figura 15.1B)</p><p>Recortadores de margem gengival nos 28 e 29 (Figura 15.1B)</p><p>Figura 15.1 Instrumentos de corte rotatórios (A) e manuais (B) utilizados no preparo.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-1</p><p>As cavidades apresentadas neste capítulo e no Capítulo 16 destinam-se à restauração com amálgama. Apesar de este não ser</p><p>mais o material de eleição para a restauração de cavidades classe V em áreas onde a estética é um fator importante, a</p><p>forma de contorno definida pela extensão da lesão cariosa é a mesma para materiais adesivos como resinas compostas e</p><p>cimentos de ionômero de vidro. No caso de uso de materiais adesivos, como as resinas compostas, após a remoção de tecido</p><p>cariado com brocas de aço esféricas grandes compatíveis com o tamanho da cavidade girando em baixa rotação e acabamento</p><p>de margens, indica-se a confecção de um bisel somente na parede de esmalte. Este bisel é geralmente confeccionado em baixa</p><p>rotação com ponta diamantada em forma de chama no 1111. Quando o material de eleição para a restauração é o cimento de</p><p>ionômero de vidro, a cavidade limita-se à remoção de tecido cariado como brocas de aço esféricas grandes compatíveis com o</p><p>tamanho da cavidade girando em baixa rotação e acabamento de margens.</p><p>TÉCNICA DE PREPARO</p><p>Forma de contorno</p><p>Delimita-se a forma de contorno com lapiseira, de maneira que as futuras paredes oclusal e gengival acompanhem a curvatura</p><p>da “gengiva marginal” e as futuras paredes mesial e distal fiquem paralelas às respectivas faces, atingindo as arestas axiais</p><p>vestibulomesial e vestibulodistal (Figura 15.2A).</p><p>A penetração inicial é de aproximadamente 1 mm (1/3 do comprimento da ponta ativa da broca), na região central, com a</p><p>broca no 556 aplicada de modo que a extremidade plana fique em ângulo agudo com a superfície vestibular. Desse modo, a</p><p>broca penetra com mais eficiência, pois é a sua aresta que corta a “estrutura dentária”, reduzindo, quando em movimento, a</p><p>possibilidade de deslizamento sobre a superfície do dente (Figura 15.2B).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-2</p><p>Figura 15.2 A. Delimitação da forma de contorno. B. Penetração inicial com a broca no 556. Extensão da cavidade</p><p>e determinação das paredes axial, gengival (C), mesial (D) e distal (E). F. Parede axial de forma convexa e paralela</p><p>à superfície externa do dente.</p><p>Após a penetração inicial, a broca é levada a uma posição que proporcione paredes circundantes perpendiculares à</p><p>superfície externa do dente, ou seja, com a extremidade plana da ponta ativa da broca paralela à parede axial que está sendo</p><p>esboçada. Movimentando-se a broca nessa posição, o contorno cavitário é completado seguindo-se a delimitação anteriormente</p><p>traçada para as paredes circundantes (Figura 15.2C a E). A parede axial é formada durante os mesmos movimentos, assumindo</p><p>configuração convexa em todos os sentidos, mesiodistal e gêngivo-oclusal, e acompanhando a curvatura da superfície externa</p><p>do dente (Figura 15.2F).</p><p>Forma de resistência</p><p>A forma de resistência para as cavidades de classe V não é muito crítica, pois a área cervical do dente não está diretamente</p><p>exposta aos esforços mastigatórios; entretanto, as paredes circundantes do preparo devem ser confeccionadas com terminação</p><p>em ângulo reto com a superfície externa do dente, evitando-se “prismas de esmalte” friáveis e restaurações com pouca espessura</p><p>em nível marginal.3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#fig15-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter15.html#ref3</p><p>Para que as paredes circundantes fiquem perpendiculares à superfície externa do dente, estas deverão ser ligeiramente</p><p>expulsivas a partir da parede axial (Figura 15.2D e E). Em consequência, a forma de retenção da cavidade não é satisfatória,</p><p>necessitando de retenções adicionais para compensar essa expulsividade.1</p><p>Forma de conveniência</p><p>A confecção da parede axial convexa em todos os sentidos é uma forma de conveniência biológica para o dente, pois evita a</p><p>remoção de “dentina sadia” do centro da parede axial, oferecendo maior proteção ao “órgão pulpar” (Figuras 15.2F e 15.</p><p>6A),além de determinar uma profundidade uniforme em toda a cavidade.</p><p>Acabamento das paredes da cavidade</p><p>O acabamento inicial é executado com a broca cilíndrica lisa no 56, em ângulo reto com a parede axial da cavidade, realizando</p><p>movimentos mesiodistal e gêngivo-oclusal. As paredes circundantes e de fundo são, assim, alisadas (Figura 15.3A).</p><p>O acabamento final das paredes é realizado com instrumentos de corte manual, como a enxada monoangulada (Figura</p><p>15.3B) ou os recortadores de margem gengival (Figura 15.3C a E); os ângulos mésio e distoaxiais são definidos com o formador</p><p>de ângulo nos 18 e 19 (Figura 15.4).</p><p>Acabamento das margens de esmalte</p><p>Todo prisma fragilizado eventualmente não removido durante o acabamento final das paredes cavitárias deve ser removido do</p><p>ângulo cavossuperficial. Pode-se passar rapidamente e sem pressão a broca no 56, girando em baixa velocidade, acompanhando</p><p>a inclinação das paredes circundantes de esmalte, a fim de remover os prismas fragilizados ou, então, o recortador de margem</p><p>gengival ou mesmo as lâminas cortantes laterais da enxada monoangulada.</p><p>Forma de retenção</p><p>Retenções adicionais são determinadas nos ângulos diedros gêngivo e oclusoaxial.4 É importante que os sulcos retentivos não</p><p>sejam muito rasos, pois deles dependerá a retenção do material restaurador. Essas áreas retentivas devem se estender ao longo</p><p>do comprimento total dos ângulos ocluso e gengivoaxial, as expensas das paredes gengival e oclusal, e não da parede axial</p><p>(Figuras 15.5A e 15.6A).</p><p>As retenções podem ser determinadas com formadores de ângulo ou brocas de formatos diversos, dependendo da</p><p>preferência do operador:</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>Os ângulos diedros, segundo Black, podem ser do primeiro grupo, formados pela junção das paredes circundantes (Figura 1.7).</p><p>Exemplos: gengivolingual; vestibulogengival etc. Do segundo grupo, formados pela união de uma parede circundante com a</p><p>parede de fundo da cavidade (Figura 1.7). Exemplos: linguopulpar; gengivoaxial etc. Do terceiro grupo, formados pela união</p><p>das paredes de fundo da cavidade. Exemplos: axiopulpar (Figura 1.7A) e axioaxial (Figura 1.8).</p><p>Figura 1.7 Ângulos diedros do 1o, 2o e 3o grupos e ângulos triedros.</p><p>Ângulos triedros</p><p>São formados pelo encontro de três paredes (Figura 1.7A) e denominados de acordo com as suas respectivas combinações.</p><p>Exemplos: vestíbulo-pulpoaxial; linguogengivoaxial etc.</p><p>Observação. Uma exceção às regras de nomenclatura dos ângulos diedros e triedros é encontrada nas cavidades de classe III,</p><p>nas quais a junção das paredes constituintes forma ângulos diedros e triedros incisais, não recebendo, portanto, a denominação</p><p>das paredes que os formam (Figura 1.9).</p><p>Ângulo cavossuperficial</p><p>É o ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do dente (Figura 1.10).</p><p>O termo cavossuperficial é usado especialmente para indicar a forma que se deve dar a este ângulo em determinada porção</p><p>da margem do esmalte ou do contorno marginal externo da cavidade, como por exemplo: “o ângulo cavossuperficial da caixa</p><p>oclusal é nítido e sem bisel em cavidades para amálgama” (Figura 1.10).</p><p>O ângulo cavossuperficial também é denominado margem, embora este termo sirva para designar mais precisamente a</p><p>linha de união da superfície externa do dente com a borda do material restaurador colocado na cavidade (também denominado</p><p>interface dente/restauração).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-8</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-9</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-10</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-10</p><p>Figura 1.8 Exemplo de ângulo diedro do 3o grupo.</p><p>Figura 1.9 Ângulos diedro (D) e triedro (T) incisais (exceção à regra).</p><p>Figura 1.10 Ângulo cavossuperficial definido (setas com as letras “d”) de uma cavidade para amálgama.</p><p>Classificação</p><p>As cavidades, de modo geral, podem ser classificadas, de acordo com a finalidade, em terapêuticas e protéticas, e de acordo</p><p>com a profundidade. As terapêuticas são aquelas realizadas em casos nos quais lesão cariosa, abrasão, erosão, fratura ou outras</p><p>lesões dos tecidos duros dos dentes tenham comprometido a estrutura coronária parcial ou totalmente, cujo preparo cavitário é</p><p>condicionado a uma restauração individual do dente, visando à reconstrução morfológica, funcional e estética. As protéticas são</p><p>as preparadas para que as restaurações possam servir como retentores ou apoio para próteses fixas e removíveis, podendo ser</p><p>realizadas tanto em dentes afetados quanto em dentes hígidos. Quando realizadas em dentes com coroas clínicas parcial ou</p><p>totalmente destruídas, não deixam de ser também terapêuticas, pois reconstroem o dente e funcionam como retentores ou apoio</p><p>das próteses.</p><p>Segundo Mondelli,5 a profundidade das cavidades está relacionada com a espessura da dentina remanescente entre o seu</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref5</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>assoalho e a polpa, na dependência do grau de penetração das lesões dentárias, o que condiciona preparos cavitários em várias</p><p>profundidades (Figura 1.11).</p><p>Black1 propôs dois tipos de classificação: uma etiológica baseada nas áreas dos dentes suscetíveis à cárie, ou seja, regiões</p><p>de difícil higienização, divididas conforme a localização anatômica: cavidades de cicatrículas e fissuras (Figura 1.12); cavidades</p><p>de superfícies lisas (Figuras 1.13 a 1.16) e, outra, artificial, na qual reuniu cavidades em classes que requerem a mesma técnica</p><p>de instrumentação e restauração, assim descritas:</p><p>Classe I: cavidades preparadas em regiões de má coalescência de esmalte, cicatrículas e fissuras, na face oclusal de pré-</p><p>molares e molares; 2/3 oclusais da face vestibular dos molares e na face lingual dos incisivos superiores; ocasionalmente,</p><p>na face palatina dos molares superiores (Figura 1.12)</p><p>Classe II: cavidades preparadas nas faces proximais dos pré-molares e molares (Figura 1.13)</p><p>Classe III: cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção do ângulo incisal (Figura 1.14)</p><p>Classe IV: cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, com remoção e restauração do ângulo incisal</p><p>(Figura 1.15)</p><p>Classe V: cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, das faces vestibular e lingual de todos os dentes (Figura</p><p>1.16).</p><p>Observação. As classes II, III, IV e V ocorrem em superfícies lisas.</p><p>Figura 1.11 Visão esquemática das profundidades cavitárias. 1. Superficial. 2. Rasa. 3. Média. 4. Profunda. 5.</p><p>Bastante profunda.5</p><p>1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-13</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-14</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-15</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-16</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>Figura 1.12 Cavidades de classe I.</p><p>Figura 1.13 Cavidades de classe II.1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>Figura 1.14 Cavidades de classe III.1</p><p>Figura 1.15 Cavidades de classe IV.1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 1.16 Cavidades de classe V.1</p><p>Classificações complementares à classificação artificial de Black</p><p>Alguns autores, como Howard3 e Simon,7 acrescentam cavidades de classe VI à classificação de Black.1 Nessa classe, estariam</p><p>incluídas as cavidades preparadas nas bordas incisais e nas pontas de cúspides (Figura 1.17). Sockwell10 considera ainda como</p><p>cavidades de classe I aquelas preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes (de ponto), na face vestibular dos dentes</p><p>anteriores (Figura 1.18).</p><p>Para alguns autores, como Santos,6 não parece adequada a conduta de remoção da estrutura dentária sadia para prevenção</p><p>de futuras cáries, substituindo-a por materiais restauradores, sejam eles quais forem.</p><p>Saliente-se que a terapêutica restauradora da cárie dental é apenas um passo que precisa ser complementado por outras</p><p>medidas preventivas importantes para a manutenção da saúde oral do paciente, como adotar hábitos alimentares saudáveis,</p><p>evitando a ingestão de açúcares, e ter hábitos higiênicos</p><p>corretos, entre eles a adequada técnica de escovação, o uso de fio dental</p><p>e a utilização de flúor tópico e nas formas de bochecho. O cirurgião-dentista também deve mostrar ao paciente a importância do</p><p>selamento de fóssulas e fissuras.</p><p>Figura 1.17 Cavidade de classe VI de Howard e Simon.</p><p>Figura 1.18 Cavidade de classe I (de ponto) de Sockwell.</p><p>Classe I</p><p>Tipo ponto: pré-molares e molares – quando apenas um ponto do sulco principal foi atingido pela cárie (Figura 1.19)</p><p>Tipo risco: pré-molares e molares – quando apenas o sulco principal foi atingido pela cárie (Figura 1.20)</p><p>Tipo olho de cobra: pré-molares inferiores – quando a lesão não atingiu as estruturas de reforço do esmalte, ponte de esmalte</p><p>e cristas marginais (Figura 1.21)</p><p>Tipo shot gun (tiro de espingarda): molares inferiores – minicavidades nas superfícies oclusais dos molares (Figura 1.22).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-17</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-18</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref6</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-19</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-20</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-21</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-22</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 1.19 Cavidade de classe I tipo ponto.</p><p>Figura 1.20 Cavidade de classe I tipo risco.</p><p>Figura 1.21 Cavidade de classe I tipo olho de cobra.</p><p>Classe II</p><p>Slot vertical de Markley:4 pré-molares superiores e inferiores – quando apenas a face proximal cariada é incluída na</p><p>preparação, sem nenhum envolvimento da superfície oclusal (Figura 1.23)</p><p>Tipo túnel: pré-molares e molares – quando apenas a face proximal é envolvida, preservando a crista marginal (Figura 1.24).</p><p>Segundo Galan et al.,2 as fraturas de ângulo nos dentes anteriores devem ser classificadas separadamente, uma vez que a</p><p>classe IV é o resultado de uma lesão por cárie com envolvimento do ângulo incisal, e a fratura de ângulo resulta de um trauma.</p><p>Além disso, a técnica de preparo da cavidade e a tática restauradora são diferentes para os dois casos. Assim, esses autores</p><p>propuseram uma classificação dividida em seis tipos, tendo em vista o tratamento restaurador, de acordo com a extensão das</p><p>fraturas, sem considerar o envolvimento pulpar (Figura 1.25):</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-23</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-24</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#fig1-25</p><p>Figura 1.22 Cavidade de classe I tipo shot gun.</p><p>Figura 1.23 Cavidade tipo slot vertical.</p><p>Figura 1.24 Cavidade tipo túnel.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1.</p><p>2.</p><p>3.</p><p>4.</p><p>5.</p><p>6.</p><p>7.</p><p>8.</p><p>Figura 1.25 Classificação das fraturas de dentes anteriores, segundo Galan et al.2</p><p>Tipo I: ocorre de forma oblíqua na área incisal, envolvendo somente 1/3 no sentido mesiodistal e incisocervical</p><p>Tipo II: ocorre de forma oblíqua na área incisal envolvendo 2/3 no sentido mesiodistal e 1/3 incisocervical</p><p>Tipo III: ocorre de forma oblíqua, envolvendo 1/3 no sentido incisocervical e mais de 2/3 no sentido mesiodistal, sem atingir</p><p>um dos ângulos incisais</p><p>Tipo IV: ocorre de forma oblíqua, atingindo mais de 1/3 no sentido incisocervical e 2/3 ou mais no sentido mesiodistal</p><p>Tipo V: ocorre de forma horizontal, paralela à borda incisal, atingindo totalmente o terço incisal nos sentidos mesiodistal e</p><p>incisocervical</p><p>Tipo VI: ocorre de forma horizontal, paralela à borda incisal, envolvendo o terço médio no sentido incisocervical.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BLACK, G.V. A work on operative dentistry. Vol. II – The technical procedures in filling teeth. Chicago: Medico-Dental,</p><p>1908.</p><p>GALAN JUNIOR, J. et al. Estudo comparativo entre preparos cavitários em dentes anteriores fraturados (Classe IV). Ars</p><p>Curandi Odontol, 1981, v. 8, p. 26-31.</p><p>HOWARD, W.W. Atlas of operative dentistry. 2. ed. St. Louis: Mosby, 1973.</p><p>MARKLEY, M.R. Restorations of silver amalgam. J Am Dent Assoc, 1951, n. 43, p. 133-46.</p><p>MONDELLI, J. Proteção do complexo dentinopulpar. São Paulo: Artes Médicas, 1998.</p><p>SANTOS, J.F.F. Preparo cavitário – restaurações de amálgama. Cap. 1. São Paulo: Santos, 1990.</p><p>SIMON, W.J. Clinica operatoria dental. Buenos Aires: Mundi, 1959.</p><p>SOCKELL, C.L. Silicate cement and self-curing acrylic resin restorations. In: STURDEVANT, C.M. et al. The art and</p><p>science of operative dentistry. New York: McGraw-Hill Book, 1968.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter01.html#ref2</p><p>O</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>preparo de cavidades, do ponto de vista terapêutico, é o tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos</p><p>duros do dente, pelo qual as estruturas remanescentes recebem uma restauração que as proteja, seja resistente e previna a</p><p>reincidência de cárie. Para isso, alguns princípios devem ser seguidos a fim de nortear a execução desse tratamento restaurador,</p><p>como a máxima preservação da estrutura dentária, a retenção da restauração, a resistência estrutural tanto dos dentes e como das</p><p>restaurações, a integridade marginal e a obtenção e preservação de saúde pulpar e periodontal.</p><p>Black1 foi o primeiro a idealizar uma sequência lógica de procedimentos para o preparo de cavidades. Muitos de seus</p><p>conceitos são ainda relevantes. Porém, em função da evolução técnico-científica torna-se necessário adequá-los às condições</p><p>atuais, mantendo, contudo, os seus princípios básicos. Entre as evoluções ocorridas estão: o controle da incidência e da</p><p>gravidade da cárie, uma compreensão mais abrangente da lesão, do seu processo evolutivo e a possibilidade de detecção precoce</p><p>dessa doença, além dos progressos significativos de tecnologia, instrumentação e aperfeiçoamento dos materiais existentes para</p><p>restaurar a estrutura dentária. Assim, os conceitos de Black2,3 foram aperfeiçoados, mas seus princípios preventivos continuam</p><p>válidos. Por exemplo, até 1970, fazia-se a “extensão preventiva”; atualmente faz-se a “prevenção da extensão” durante a</p><p>instrumentação de uma cavidade.11</p><p>A finalidade de uma sequência de procedimentos é que ela sirva de guia geral, que possibilite a racionalização</p><p>dos preparos cavitários por etapas inter-relacionadas que conduzam ao fim almejado. Não constitui, portanto, um</p><p>conjunto de regras inflexíveis. Os princípios de Black podem e devem ser adaptados em função do material</p><p>restaurador, seja ele direto ou indireto, e da individualidade de cada situação clínica.</p><p>Para desenvolver um procedimento ordenado e satisfazer os requisitos das diferentes formas cavitárias possíveis, devem</p><p>ser seguidos princípios específicos para cada tipo de material restaurador.</p><p>Os procedimentos para a confecção de uma cavidade evoluíram. No entanto, continuam embasados nos princípios</p><p>preconizados por Black1 em 1908. São eles:</p><p>Forma de contorno: define a área de superfície do dente a ser incluída no preparo cavitário</p><p>Remoção da dentina cariada remanescente: procedimento para remover toda a dentina cariada que permaneça após as fases</p><p>prévias do preparo</p><p>Forma de resistência: característica dada à cavidade para que as estruturas remanescentes e a restauração sejam capazes de</p><p>resistir às forças mastigatórias</p><p>Forma de retenção: forma dada à cavidade para torná-la capaz de reter a restauração,</p><p>evitando o seu deslocamento</p><p>Forma de conveniência: etapa que visa possibilitar a instrumentação adequada da cavidade e a inserção do material</p><p>restaurador</p><p>Acabamento das paredes e margens de esmalte: consiste na remoção dos prismas de esmalte fragilizados pelo alisamento</p><p>das paredes internas de esmalte da cavidade, ou no acabamento adequado do ângulo cavossuperficial</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref3</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref11</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Limpeza da cavidade: remoção de partículas remanescentes das paredes cavitárias, possibilitando a colocação do material</p><p>restaurador em uma cavidade completamente limpa.</p><p>É importante notar que a sequência de procedimentos pode ser alterada, como, por exemplo, no caso de cáries extensas,</p><p>nas quais a remoção da dentina deve preceder as outras etapas do preparo.</p><p>FORMA DE CONTORNO</p><p>A forma de contorno deve englobar todo o tecido cariado e/ou a restauração deficiente a ser substituída.</p><p>Alguns princípios básicos devem ser considerados ao se determinar a forma de contorno de uma cavidade:</p><p>Idealmente, todo esmalte sem suporte dentinário deve ser removido ou então, quando não fragilizado, apoiado sobre um</p><p>material adesivo calçador (resina composta ou cimento ionomérico)</p><p>O ângulo cavossuperficial do preparo deve localizar-se em área de relativa resistência à cárie e que possibilite correto</p><p>acabamento das bordas da restauração</p><p>Devem ser observadas as diferenças de procedimentos para as cavidades de cicatrículas e fissuras e aquelas de superfícies lisas.</p><p>Cabe salientar que o esmalte dentário é uma estrutura friável que pode ou não estar fragilizada.</p><p>Cavidades de cicatrículas e fissuras</p><p>Para o correto planejamento da forma de contorno nessas áreas do dente, deve-se avaliar a extensão da cárie, considerando que</p><p>ela se propaga como dois cones superpostos pelas bases,1 na junção amelodentinária; a forma de contorno deve englobar tanto a</p><p>extensão superficial da cárie como a sua propagação ao longo dessa junção (Figura 2.1). As estruturas de reforço dos dentes,</p><p>como cristas marginais, pontes de esmalte, arestas e vertentes de cúspide, devem ser preservadas durante o preparo da cavidade,</p><p>a menos que tenham sido envolvidas pela cárie (Figuras 2.1A, 2.2A e D).</p><p>Quando duas cavidades distintas se encontram separadas por uma estrutura sadia de menos de 1 mm (Figura 2.2C e F), elas</p><p>devem ser unidas em uma única cavidade, a fim de eliminar essa estrutura dentária enfraquecida. Em caso contrário, essa</p><p>estrutura deverá ser mantida, preparando-se duas cavidades distintas (Figura 2.2B e E).</p><p>Cavidades de superfícies lisas</p><p>O processo carioso em superfícies lisas propaga-se mais em extensão do que em profundidade.1</p><p>Figura 2.1 Formas de contorno externo (A) e interno (B e C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-2</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Figura 2.2 Formas de contorno em 1o pré-molar inferior e 1o molar superior, com pontes de esmalte não atingidas</p><p>pela cárie e, portanto, não englobadas pelo contorno cavitário (A, B, D e E). Quando as pontes de esmalte</p><p>estiverem socavadas pela cárie ou ficarem com uma espessura menor do que 1,0 mm, após a remoção da lesão</p><p>cariosa, elas devem ser envolvidas no preparo cavitário (C e F). Caso essas estruturas sejam mantidas, devem ser</p><p>preparadas duas cavidades distintas.</p><p>Alguns fatores já citados para o caso das cavidades de cicatrículas e fissuras devem ser observados também para a</p><p>determinação da forma de contorno em cavidades de superfícies lisas:</p><p>A cárie, que nesses casos se propaga como dois cones superpostos, ápice contra base,1 na junção amelodentinária, deve ser</p><p>totalmente incluída no delineamento do contorno (Figura 2.3)</p><p>O ângulo cavossuperficial da cavidade deve ser estendido até que seja encontrada uma estrutura dental sadia e o preparo</p><p>possibilite um bom acabamento da margem da restauração</p><p>O esmalte remanescente deve estar idealmente suportado por dentina sã.</p><p>Além dessas considerações, outros fatores influenciam na determinação da forma de contorno dessas superfícies: a</p><p>extensão para gengival (término cervical) e a extensão para vestibular e lingual, descritas a seguir.</p><p>Extensão para gengival (término cervical)</p><p>Do ponto de vista clínico, a extensão ideal da parede gengival dos preparos cavitários seria aquela que pudesse ser determinada</p><p>o mais distante possível do tecido gengival. Essa condição facilitaria todos os procedimentos operatórios, como acabamento de</p><p>margem, isolamento do campo operatório, adaptação da matriz, remoção de possíveis excessos, moldagens etc. Todavia, essa</p><p>situação ideal não é alcançada em todos os casos, uma vez que a extensão no sentido gengival é governada por uma série de</p><p>fatores abordados a seguir.</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-3</p><p>Figura 2.3 Extensão cavitária para cárie incipiente (A) e extensa (B) no sentido vestibulolingual. Apesar de as</p><p>lesões cariosas serem de tamanhos diferentes, devido à extensão de conveniência, as duas cavidades tornam-se</p><p>semelhantes.</p><p>Cáries e outros tipos de lesões</p><p>Em função da extensão da cárie e de outros tipos de lesões, a parede gengival da cavidade poderá localizar-se</p><p>supragengivalmente, no nível da gengiva ou subgengivalmente. Em cavidades proximais, originadas de cáries incipientes, a</p><p>localização da parede gengival estará correta quando, após a remoção de todo tecido cariado e a realização da extensão para</p><p>gengival, houver uma separação da superfície proximal do dente vizinho de aproximadamente 0,2 a 0,5 mm para amálgama e de</p><p>0,5 e 1,0 mm para restaurações indiretas (Figura 2.4). Nos pacientes jovens, o término cervical em geral localiza-se</p><p>subgengivalmente, pois a papila gengival preenche quase todo o espaço interproximal (Figura 2.5A); nos pacientes adultos, a</p><p>parede gengival pode, em determinada faixa etária, localizar-se ao nível ou ligeiramente abaixo da gengiva marginal livre,</p><p>porque já ocorreu recessão fisiológica desta (Figura 2.5B); nos pacientes idosos, nos quais a recessão é mais pronunciada, a</p><p>parede gengival pode e deve localizar-se aquém da gengiva marginal livre (Figura 2.5C). Eventualmente, e em particular,</p><p>dependendo da situação clínica, a separação da parede gengival com o dente vizinho pode ser conseguida com a planificação</p><p>dos prismas de esmalte pela ação de recortadores de margem gengival. A separação entre os dentes na área cervical restabelece</p><p>a distância biológica horizontal a fim de acomodar a papila interdentária, evitando que os segmentos cervicais das restaurações</p><p>contíguas a comprimam e restabelecendo o espaço interdentário cervical para a higienização, e facilitar o acabamento</p><p>interproximal das restaurações. Já em cavidades cariosas extensas ou em casos de lesões cervicais secundárias ou reincidentes,</p><p>ou mesmo em restaurações defeituosas, a localização da margem gengival dependerá da remoção total do tecido cariado ou do</p><p>material restaurador.</p><p>Figura 2.4 Extensão de conveniência de 0,2 a 0,5 mm para cavidades para amálgama (A e B) e de 0,5 a 1,0 mm</p><p>para restaurações indiretas (C).</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-5</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-5</p><p>Figura 2.5 Posição da papila interdental em pacientes jovens (A), adultos (B) e idosos (C). A parede gengival, nos</p><p>três casos, apresenta a mesma extensão.</p><p>Outros fatores ainda devem ser considerados: posição e saúde da área do col, da papila interdentária e da</p><p>crista alveolar, relação entre a crista óssea alveolar e o limite gengival da lesão cariosa (espaço ou distância</p><p>biológica), que deve ser de 1,9 a 3,8 mm (Figura 2.6). Nos casos em que apenas a área do col (área não</p><p>queratinizada, compreendida entre os picos vestibular e lingual da papila interdentária) encontra-se ulcerada é</p><p>indicada sua remoção cirúrgica por meio da cunha interproximal. Com essa conduta o tecido mole inflamado é</p><p>removido e os picos vestibular e lingual são aproximados de maneira que a área do col, originariamente côncava,</p><p>seja transformada em área convexa no sentido vestibulolingual e, ao mesmo tempo, seja recoberta por epitélio</p><p>queratinizado.</p><p>Quando a propagação da cárie compromete a distância biológica, vertical e horizontal, além da remoção da</p><p>área inflamada do col, é necessário recuperar esses espaços perdidos por meio da osteotomia e/ou osteoplastia</p><p>ou pela tração do dente.</p><p>Figura 2.6 A. Distâncias normais das estruturas do periodonto com o dente (a: sulco gengival; b: epitélio juncional;</p><p>c: inserção conjuntiva). B. Limite cervical da restauração, respeitando o espaço biológico (d).</p><p>Estética</p><p>A estética, principalmente na região anterossuperior da boca, é importante e muitas vezes determina a localização subgengival</p><p>do limite cervical das restaurações diretas, como facetas de resina composta, e indiretas, como facetas cerâmicas e coroas.</p><p>Nesses casos, o limite cervical dos preparos deverá ser localizado subgengivalmente, cerca de 0,25 mm a 0,5 mm, a fim de</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-6</p><p>serem obtidos melhores resultados estéticos com o mínimo de problemas gengivais.</p><p>Retenção</p><p>Coroas clínicas curtas, pouca estrutura dentária remanescente ou cavidade com paredes axiais sem altura satisfatória, que</p><p>impossibilitam a retenção friccional da restauração, algumas vezes determinam a extensão subgengival do limite cervical das</p><p>restaurações indiretas. Nesses casos, este ultrapassa os limites da lesão cariosa, determinando o término cervical da restauração</p><p>subgengivalmente.</p><p>Extensões para vestibular e lingual</p><p>Além de englobar o processo carioso, o término da cavidade deve ser estendido para áreas que facilitem o acabamento das</p><p>bordas da restauração. Quando a cárie for incipiente, após a sua remoção as terminações vestibular e lingual da cavidade devem</p><p>ser estendidas em direção às respectivas faces, até que fiquem livres de contato com o dente vizinho. De acordo com esse</p><p>princípio, muitas vezes cáries com diferentes amplitudes e diferentes relações de contato com o dente adjacente determinam</p><p>uma cavidade com extensão semelhante. Esse procedimento visa fundamentalmente assegurar o acabamento da cavidade e</p><p>restaurações mais fáceis de serem executadas, além de favorecer a higienização da interface dente-restauração. Segundo Black,1</p><p>as margens deveriam ser estendidas de 0,8 a 1,2 mm do dente contíguo; nas cavidades “modernas” essa extensão deve ser de 0,2</p><p>a 0,5 mm (Figura 2.4A e B) e nas restaurações fundidas, de 0,5 a 1,0 mm (Figura 2.4C).</p><p>Segundo Simon,12 a separação entre a cavidade e o dente vizinho para amálgama é suficiente quando for possível passar</p><p>sem dificuldade, entre as margens proximais da cavidade e o dente vizinho, a ponta de um explorador no 5. De acordo com</p><p>Mondelli et al.,7 uma ligeira separação, visualmente perceptível, que possibilite a passagem de luz entre o limite periférico</p><p>marginal da caixa proximal e o dente adjacente, é suficiente para atender aos princípios de extensão de conveniência,</p><p>considerando-se as paredes vestibular, lingual e gengival.</p><p>A extensão preventiva, que foi por muito tempo uma das razões para uma ampla separação entre a cavidade e o dente</p><p>vizinho, atualmente passou a ser estabelecida atualmente, de forma preventivamente menor, em função da abordagem adotada</p><p>com relação à doença cárie. Com a sistemática adequação do paciente na fase inicial do tratamento, o risco da doença pode ser</p><p>controlado estabelecendo-se primeiramente um tratamento de choque com agentes antimicrobianos (pacientes de alto risco) e a</p><p>orientação sobre mudança de hábitos alimentares e higienização. Esses fatores determinariam um paciente com baixa</p><p>suscetibilidade à cárie e, portanto, sem a necessidade da tradicional extensão preventiva das paredes cavitárias, mas sim de uma</p><p>“extensão de conveniência conservadora”.</p><p>Em alguns casos, a ausência de um dente ou a má posição dentária condicionam uma relação de contato anormal, o que</p><p>exige extensões atípicas de paredes proximais (Figura 2.7).</p><p>Figura 2.7 Restaurações com contornos atípicos em consequência da relação de contato anormal entre os dentes,</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref1</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-4</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref12</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ref7</p><p>https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788527731102/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#fig2-7</p><p>ocasionada pela anomalia de posição do 1o pré-molar superior.</p><p>FORMA DE RESISTÊNCIA</p><p>A forma de resistência baseia-se em princípios mecânicos, pois os movimentos mandibulares dão origem a forças que podem</p><p>provocar a fratura das paredes cavitárias ou do material restaurador. Assim, certos princípios relacionados com a estrutura</p><p>dentária remanescente e com o material restaurador devem ser seguidos, a fim de se determinar a forma de resistência.</p><p>De acordo com os conceitos clássicos,1 as paredes circundantes da caixa oclusal para o material restaurador amálgama</p><p>devem ser paralelas entre si e perpendiculares à parede pulpar (Figura 2.8A). Paredes pulpar e gengival planas, paralelas entre si</p><p>e perpendiculares ao eixo longitudinal do dente possibilitam melhor distribuição dos esforços mastigatórios. Por outro lado, o</p><p>estabelecimento de paredes circundantes da caixa oclusal paralelas entre si proporcionam bordas de restauração com espessura</p><p>insuficiente para suportar as cargas mastigatórias, devendo-se, principalmente no caso de dentes com acentuado grau de</p><p>inclinação das vertentes de cúspides, confeccionar paredes circundantes convergentes para oclusal, a fim de permitir maior</p><p>volume de borda para a restauração. O ângulo cavossuperficial ideal das cavidades para amálgama deve ser de 90°, para</p><p>compensar a baixa resistência de borda desse material. Contudo, nem sempre a estrutura dentária possibilita essa angulação,</p><p>sem que os prismas de esmalte marginais das vertentes de cúspides fiquem fragilizados. Nesse caso, são aceitáveis margens com</p><p>pelo menos 70° (Figura 2.8B).</p><p>As paredes vestibular e lingual da caixa proximal em cavidades para amálgama devem ser convergentes para oclusal, pois,</p><p>além de oferecerem uma forma autorretentiva à caixa proximal no sentido gêngivo-oclusal, essa convergência preserva maior</p><p>quantidade de tecido da crista marginal e expõe em menor grau a restauração às forças mastigatórias nessa região, que são áreas</p><p>de apoio dos contatos oclusais (Figura 2.23). Vistas por oclusal, as paredes vestibular e lingual da caixa proximal devem formar</p><p>um ângulo de 90° com a superfície externa do dente, de maneira a acompanhar a orientação dos prismas de esmalte. Este ângulo</p><p>de 90° é conseguido por vestibular pela curva reversa de Hollenback. Do lado lingual, essa curva reversa</p>

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