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1 E-book_ Como resolver pecas (1)

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Questões resolvidas

Dessa forma, deve ser excluída a culpabilidade do agente, em razão da inimputabilidade, diante da embriaguez completa e proveniente de caso fortuito, na forma do Art. 28, §1º, do Código Penal. Sendo assim, deve Júlio ser absolvido, conforme artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.

O Juiz elevou a pena em 05 meses, pois reconheceu a presença da agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal. Todavia, a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de modo que a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve ser afastada, por configurar bis in idem OU a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal deve ser afastada, por não haver a intenção de ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime.

O Juiz fixou a pena em 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias a ser cumprida em regime semiaberto. Todavia, em sendo a pena aplicada no mínimo legal, não sendo superior a quatro anos, deve ser fixado o regime inicial aberto para cumprimento da pena, conforme artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal.

Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o recurso, com a REFORMA da decisão, a fim de que: a) Seja reconhecida a nulidade na oitiva das vítimas; b) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da atipicidade da conduta; c) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da ausência de culpabilidade; d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que não há fundamento para reconhecimento de maus antecedentes; e) Seja afastada a agravante reconhecida na sentença; f) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea; g) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto, para cumprimento da pena; h) Seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;

Logo, considerando que entre a data da intimação e da interposição do recurso passaram mais de cinco dias, já que o prazo vencia no dia 21 de setembro de 2015, conclui-se que o recurso de agravo em execução é intempestivo. Diante disso, o recurso de agravo em execução não deve ser conhecido.

B) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO
C) DOS MAUS ANTECEDENTES PARA CUMPRIMENTO ½ DA PENA
D) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO

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Questões resolvidas

Dessa forma, deve ser excluída a culpabilidade do agente, em razão da inimputabilidade, diante da embriaguez completa e proveniente de caso fortuito, na forma do Art. 28, §1º, do Código Penal. Sendo assim, deve Júlio ser absolvido, conforme artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.

O Juiz elevou a pena em 05 meses, pois reconheceu a presença da agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal. Todavia, a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de modo que a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve ser afastada, por configurar bis in idem OU a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal deve ser afastada, por não haver a intenção de ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime.

O Juiz fixou a pena em 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias a ser cumprida em regime semiaberto. Todavia, em sendo a pena aplicada no mínimo legal, não sendo superior a quatro anos, deve ser fixado o regime inicial aberto para cumprimento da pena, conforme artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal.

Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o recurso, com a REFORMA da decisão, a fim de que: a) Seja reconhecida a nulidade na oitiva das vítimas; b) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da atipicidade da conduta; c) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da ausência de culpabilidade; d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que não há fundamento para reconhecimento de maus antecedentes; e) Seja afastada a agravante reconhecida na sentença; f) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea; g) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto, para cumprimento da pena; h) Seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;

Logo, considerando que entre a data da intimação e da interposição do recurso passaram mais de cinco dias, já que o prazo vencia no dia 21 de setembro de 2015, conclui-se que o recurso de agravo em execução é intempestivo. Diante disso, o recurso de agravo em execução não deve ser conhecido.

B) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO
C) DOS MAUS ANTECEDENTES PARA CUMPRIMENTO ½ DA PENA
D) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO

Prévia do material em texto

<p>Como resolver as</p><p>peças</p><p>2ª FASE OAB | PENAL | 39º EXAME</p><p>Como resolver peças</p><p>SUMÁRIO</p><p>⭐ ⭐ ⭐</p><p>Como resolver queixa-crime ................................................................................................................ 10</p><p>Como resolver resposta à acusação ................................................................................................... 12</p><p>Como resolver memoriais .................................................................................................................... 14</p><p>Como resolver apelação....................................................................................................................... 16</p><p>Como resolver contrarrazões de apelação ......................................................................................... 18</p><p>Como resolver embargos infringentes ................................................................................................ 20</p><p>Como resolver resposta à acusação no procedimento do júri .......................................................... 23</p><p>Como resolver memoriais no procedimento do júri ............................................................................ 24</p><p>Como resolver revisão criminal ............................................................................................................ 26</p><p>Como resolver recurso ordinário constitucional .................................................................................. 28</p><p>Como resolver agravo em execução................................................................................................... 29</p><p>⭐ ⭐</p><p>Como resolver apelação no Tribunal do Júri ...................................................................................... 30</p><p>Como resolver contrarrazões de apelação do júri .............................................................................. 31</p><p>Como resolver apelação do assistente de acusação no procedimento do júri ................................ 32</p><p>Como resolver defesa preliminar da lei de drogas ............................................................................. 33</p><p>Como resolver defesa preliminar de funcionário público ................................................................... 34</p><p>Como resolver relaxamento de prisão ................................................................................................ 35</p><p>Como resolver liberdade provisória ..................................................................................................... 36</p><p>Como resolver revogação de prisão preventiva ................................................................................. 37</p><p>⭐</p><p>Como resolver queixa-crime subsidiária ............................................................................................. 38</p><p>Como resolver razões de apelação ..................................................................................................... 39</p><p>Como resolver contrarrazões de recurso em sentido estrito ............................................................. 41</p><p>Como resolver contrarrazões de agravo em execução ..................................................................... 42</p><p>Como resolver recurso especial........................................................................................................... 44</p><p>Como resolver carta testemunhável .................................................................................................... 45</p><p>Como resolver mandado de segurança .............................................................................................. 46</p><p>Padrão de respostas .............................................................................................................................. 48</p><p>Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para</p><p>a 2ª Fase do 39º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas.</p><p>Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.</p><p>Bons estudos, Equipe Ceisc.</p><p>Atualizado em setembro de 2023.</p><p>Olá, alunos!</p><p>Sejam bem-vindos e-book “Como resolver as peças”.</p><p>O presente e-book contém as peças que são resolvidas nas aulas de</p><p>“como resolver”. A nossa sugestão é que você utilize o e-book para</p><p>imprimir as peças e resolvê-las, para depois, acompanhar a peça sendo</p><p>resolvida em aula pelo professor.</p><p>É muito importante que você assista as aulas de “como resolver”, pois</p><p>nelas os professores explicam como desenvolver as peças, como</p><p>localizar as teses nos enunciados, bem como dão dicas valiosas sobre</p><p>como encontrar as palavras-chave no seu Vade Mecum (o que ajuda</p><p>MUITO na hora da prova).</p><p>Qualquer dúvida, estaremos à disposição para auxiliá-los através da</p><p>ferramenta “Pergunte ao professor”!</p><p>Bons estudos,</p><p>Abraços, Equipe Ceisc.</p><p>⭐ ⭐ ⭐</p><p>Como resolver queixa-crime</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XV EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das</p><p>redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus</p><p>amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet</p><p>para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo</p><p>contemporâneo.</p><p>No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite</p><p>com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói,</p><p>no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por</p><p>meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para</p><p>todos os seus contatos.</p><p>Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está</p><p>adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então,</p><p>de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em</p><p>Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.</p><p>Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte</p><p>comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado,</p><p>irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas</p><p>de trabalho e atingir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No</p><p>dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado</p><p>no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para</p><p>socorrê-lo!”.</p><p>Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de</p><p>seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de</p><p>Helena em seu perfil pessoal.</p><p>Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez,</p><p>que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o</p><p>constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de</p><p>ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em</p><p>Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o</p><p>conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia</p><p>ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de</p><p>advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.</p><p>Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e</p><p>Juizados Especiais Criminais.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>de Francisco, formula pedido de</p><p>habilitação na condição de assistente à acusação, acompanhado do respectivo contrato de união</p><p>estável. O Magistrado indeferiu o pedido, sob o argumento de que o artigo 268 do Código de</p><p>Processo Penal não prevê legitimidade à companheira para intervir como assistente à acusação.</p><p>Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore, na</p><p>condição de advogado de Maria, a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.</p><p>⭐ ⭐ ⭐</p><p>Como resolver queixa-crime</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XV EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das</p><p>redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus</p><p>amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet</p><p>para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo</p><p>contemporâneo.</p><p>No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite</p><p>com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói,</p><p>no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por</p><p>meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para</p><p>todos os seus contatos.</p><p>Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está</p><p>adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então,</p><p>de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em</p><p>Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.</p><p>Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte</p><p>comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado,</p><p>irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas</p><p>de trabalho e atingir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No</p><p>dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado</p><p>no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para</p><p>socorrê-lo!”.</p><p>Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de</p><p>seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de</p><p>Helena em seu perfil pessoal.</p><p>Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez,</p><p>que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o</p><p>constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de</p><p>ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em</p><p>Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o</p><p>conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia</p><p>ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de</p><p>advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.</p><p>Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e</p><p>Juizados Especiais Criminais.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas</p><p>corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a no último dia do prazo.</p><p>(Valor: 5,00 pontos)</p><p>A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE NITERÓI/RJ</p><p>ENRICO, nacionalidade..., estado civil..., engenheiro, RG..., CPF..., com</p><p>endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...., por meio do seu procurador</p><p>infra-assinado, com procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à</p><p>presença de Vossa Excelência, oferecer a presente QUEIXA-CRIME, com base nos</p><p>artigos 30, 41, 44, todos do Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal,</p><p>contra HELENA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., endereço</p><p>eletrônico..., residente na Rua ..., pelos fatos a seguir expostos.</p><p>I – DA TEMPESTIVIDADE</p><p>A presente queixa-crime é tempestiva, pois oferecida dentro do prazo de 6</p><p>meses, previsto nos artigos 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do Código Penal.</p><p>II – DOS FATOS</p><p>No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em Niterói/RJ, a</p><p>querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-lhe fato ofensivo à sua</p><p>reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o decoro.</p><p>Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui</p><p>perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos do querelante, por meio do</p><p>seu computador pessoal, instalado em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico</p><p>o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de</p><p>um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”.</p><p>Na sequência, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas</p><p>de trabalho e atingir a sua reputação, acrescentou que “ele trabalha todo dia embriagado!</p><p>No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava</p><p>tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar</p><p>uma ambulância para socorrê-lo!”.</p><p>Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões</p><p>injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou</p><p>a divulgação da difamação e injúria, incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no</p><p>artigo 141, § 2º, do Código Penal.</p><p>III – DO DIREITO</p><p>Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10</p><p>de abril, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário</p><p>do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para</p><p>socorrê-lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código</p><p>Penal.</p><p>Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável</p><p>e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código</p><p>Penal.</p><p>Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões</p><p>injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou</p><p>a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo,</p><p>por isso, a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, § 2º, do Código Penal.</p><p>Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante</p><p>única publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes,</p><p>nos termos do artigo 70, 2ª parte, do Código Penal.</p><p>IV – DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, o querelante requer:</p><p>a) A designação de audiência reconciliação, prevista no artigo 520 do Código de Processo</p><p>Penal;</p><p>b) O recebimento da queixa-crime;</p><p>c) A citação da querelada;</p><p>d) A procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada pela prática</p><p>dos crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, § 2º, e artigo 70, todos do Código Penal;</p><p>e) A fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, inciso IV, do</p><p>Código de Processo Penal;</p><p>f) A produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.</p><p>ROL DE TESTEMUNHAS:</p><p>1) CARLOS...;</p><p>2) MIGUEL...;</p><p>3) RAMIREZ...</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 6 de novembro de 2021.</p><p>ADVOGADO...</p><p>OAB...</p><p>Distribuição dos pontos:</p><p>Peça do XV Exame:</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>Item 1 – Endereçamento correto:</p><p>Juizado Especial Criminal de Niterói (0,10)</p><p>(OBS: Trata-se de uma adaptação da peça do XV Exame,</p><p>considerando a alteração do artigo 141, § 2º, do Código Penal, razão</p><p>pela qual o endereçamento seria para a Vara Criminal).</p><p>0,00 / 0,10</p><p>Item 2 – Indicação correta do dispositivo legal que embasa a queixa-</p><p>crime: art. 41 do CPP OU Art. 100, §2º, do CP OU o Art. 30, do CPP</p><p>OU Art. 145 do CP (0,10)</p><p>0,00 / 0,10</p><p>Item 3.1 – Qualificação do querelante e da querelada: Indicação da</p><p>qualificação do querelante (0,10) e da querelada (0,10)</p><p>0,00 / 0,10 / 0,20</p><p>Item 3.2 – Existência de Procuração com poderes especiais de acordo</p><p>com o artigo 44 do CPP em anexo ou menção acerca de sua</p><p>existência no corpo da qualificação. (0,30)</p><p>0,00 / 0,30</p><p>Item 4.1- a exposição dos fatos criminosos: Descrição do delito de</p><p>injúria (0,50) e sua classificação típica (Art. 140 do CP) (0,10)</p><p>0,00 / 0,10 / 0,50/</p><p>0,60</p><p>Item 4.2- Descrição do delito de difamação (0,50) e sua classificação</p><p>típica (Art. 139 do CP) (0,10)</p><p>0,00 / 0,10 / 0,50</p><p>/ 0,60</p><p>Item 4.3 – Incidência da causa de aumento de pena por estar na</p><p>presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da</p><p>calúnia, da difamação ou da injúria- (0,20), nos termos do Art. 141, III</p><p>do CP. (0,10)</p><p>0,00 /0,10 / 0,20 /</p><p>0,30</p><p>Item 4.4 – Incidência do concurso formal de delitos (0,30), previsto no</p><p>Art. 70, do CP (0,10)</p><p>0,00 / 0,10 / 0,30</p><p>/0,40</p><p>Item 5. Dos pedidos: a) designação de audiência preliminar ou de</p><p>conciliação (0,20)</p><p>(OBS: Considerando que se trata de uma peça adaptada, o pedido é</p><p>de audiência de reconciliação, conforme o art. 520 do CPP).</p><p>0,00 / 0,20</p><p>b) a citação da querelada (0,20); 0,00 / 0,20</p><p>c) recebimento da queixa (0,20) 0,00 / 0,20</p><p>d) a oitiva das testemunhas arroladas (0,20) 0,00 / 0,20</p><p>e) a condenação da querelada (0,50) pelo crime de injúria (Art. 140 do</p><p>CP) (0,10) e pelo crime de difamação (Art. 139 do CP) (0,10) com a</p><p>causa de aumento de pena (Art. 141, III do CP) (0,10) em concurso</p><p>formal de delitos (Art. 70 do CP) (0,10)</p><p>0,00 / 0,50 /0,60 /</p><p>0,70 / 0,80/ 0,90</p><p>f) a fixação de valor mínimo de indenização (0,30), nos termos do Art.</p><p>387, IV, do CPP (0,10). OBS:. A mera indicação de dispositivo legal</p><p>não pontua</p><p>0,00 / 0,30 / 0,40</p><p>Item 6– Rol de testemunhas: Arrolar as testemunhas Carlos, Miguel e</p><p>Ramirez (0,20). OBS:.É necessária indicação do nome das</p><p>testemunhas.</p><p>0,00 / 0,20</p><p>Item 7 - Estrutura correta (divisão das partes / indicação de local, data,</p><p>assinatura). (0,10)</p><p>0,00 / 0,10</p><p>Como resolver resposta à acusação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 36º EXAME</p><p>Enunciado</p><p>No dia 31 de dezembro de 2019, Matheus, nascido em 10 de fevereiro de 2000, compareceu a</p><p>uma festa de Ano Novo, em Vitória, Espírito Santo, juntamente com seus amigos. Animados com</p><p>o evento, os amigos de Matheus ingeriram grande quantidade de bebida alcoólica, enquanto</p><p>Matheus permaneceu bebendo somente água tônica, pois sabia que tinha intolerância ao álcool</p><p>e que qualquer pequena quantidade de bebida alcoólica já o colocaria em situação de</p><p>embriaguez. Ocorre que, em determinado momento, solicitou água tônica ao funcionário do bar,</p><p>que, contudo, em erro, entregou a Matheus o drink “gin tônica”, que é feito com uma dose de gin</p><p>misturada com água tônica. Matheus, com sede, deu um grande gole na bebida, vindo a ficar</p><p>completamente embriagado, em razão da intolerância ao álcool. Sentindo-se mal, quando</p><p>deixava o local dos fatos, Matheus é surpreendido com a presença de Caio, 25 anos, com quem</p><p>já discutira em diversas oportunidades em jogos de futebol. Caio, ao verificar a situação de</p><p>completa embriaguez de seu rival, começa a rir, momento em que Matheus usa a garrafa de</p><p>refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para desferir um golpe na cabeça de Caio. Caio</p><p>é imediatamente encaminhado para o hospital e, após atendimento médico, comparece à</p><p>Delegacia, narra o ocorrido e informa que teve de levar 15 pontos na cabeça, razão pela qual</p><p>ficaria incapacitado de trabalhar por 45 dias. Em razão da dor que sentia na cabeça, deixou de</p><p>comparecer, naquele momento, para a realização de exame de corpo de delito, informando,</p><p>ainda, que não teve acesso ao Boletim de Atendimento Médico (BAM) no hospital, não sabendo</p><p>se ele foi, efetivamente, realizado. Concluído o procedimento, o inquérito foi encaminhado ao</p><p>Ministério Público, que, com base apenas nas declarações de Caio, ofereceu denúncia em face</p><p>de Matheus, perante a 2ª Vara Criminal de Vitória/ES, imputando-lhe a prática do crime do Art.</p><p>129, § 1º, inciso I, do Código Penal. Informou o Parquet que deixou de oferecer proposta de</p><p>suspensão condicional do processo, em razão da significativa pena máxima prevista para o delito</p><p>(05 anos de reclusão), bem como diante da Folha de Antecedentes Criminais, que registrava</p><p>apenas uma condenação anterior de Matheus, com trânsito em julgado no ano de 2018, pela</p><p>prática da infração prevista no Art. 42 do Decreto-lei no 3.688/41. Como documentação, o</p><p>Ministério Público apresentou apenas imagens da câmera de segurança do local da festa e a</p><p>Folha de Antecedentes Criminais. Após recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente</p><p>citado e intimado para adoção das medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira,</p><p>data em que os mandados foram juntados aos autos, vindo a procurar seu advogado para</p><p>assistência técnica. Informou ao patrono que, na data dos fatos, realizou exame de alcoolemia e</p><p>atendimento médico, que constatou que ele se encontrava completamente embriagado em razão</p><p>da ingestão de bebida alcóolica (gin) e sua intolerância, bem como, que era inteiramente incapaz</p><p>de determinar-se sobre o caráter ilícito do fato. Forneceu, ainda, o nome do funcionário do bar</p><p>que teria lhe atendido (Carlos) e dos seus amigos José e Antônio, que teriam presenciado os</p><p>fatos. Confirmou, todavia, que desferiu o golpe de garrafa na cabeça de Caio, que deixou o local</p><p>com sangramento. Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado de</p><p>Matheus, a peça jurídica cabível diferente de habeas corpus e embargos de declaração, expondo</p><p>todas as teses jurídicas de direito material e direito processual pertinentes. A peça deverá ser</p><p>datada no último dia do prazo, considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em todo</p><p>o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE VITÓRIA/ES</p><p>Processo nº</p><p>Matheus, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,</p><p>com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência</p><p>apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 396 e 396-A, ambos do Código</p><p>de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DA TEMPESTIVIDADE</p><p>A presente Resposta à Acusação é tempestiva, uma vez que</p><p>apresentada dentro do prazo de 10 dias, na forma do artigo 396 do Código de Processo</p><p>Penal.</p><p>II) DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal qualificada, previsto</p><p>no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal.</p><p>A vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, em razão de</p><p>dores que sentia na cabeça.</p><p>O Ministério Público deixou de oferecer proposta de suspensão</p><p>condicional do processo, em razão da pena máxima prevista para o delito (05 anos de</p><p>reclusão), bem como diante da Folha de Antecedentes Criminais.</p><p>Após o recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente citado e</p><p>intimado para adoção das medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira.</p><p>III) DO DIREITO</p><p>A) Da rejeição da denúncia</p><p>O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática</p><p>do</p><p>crime previsto no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal.</p><p>Todavia, a vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, em</p><p>razão de dores de cabeça, não havendo informações sobre a realização ou juntada do</p><p>Boletim de Atendimento Médico.</p><p>Logo, não há prova da materialidade, razão pela qual deve ser</p><p>rejeitada a denúncia, com base no artigo, 395, inciso III, do Código de Processo Penal.</p><p>B) Da ausência de exame de corpo de delito</p><p>O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do</p><p>crime previsto no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal.</p><p>Todavia, a vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, em</p><p>razão de dores na cabeça, não havendo informações sobre a realização ou juntada do</p><p>Boletim de Atendimento Médico.</p><p>Considerando que o crime de lesão corporal qualificada deixa</p><p>vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, conforme artigo 158 do Código de</p><p>Processo Penal, não bastando as declarações do ofendido.</p><p>Logo, deve ser reconhecida a nulidade do recebimento da denúncia,</p><p>conforme o artigo 564, III, “b”, do Código de Processo Penal.</p><p>C) Da suspensão condicional do processo</p><p>O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do</p><p>crime previsto no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal, sem oferecer proposta de</p><p>suspensão condicional do processo, em razão da pena máxima prevista ao delito ser de</p><p>cinco anos.</p><p>Todavia, nos termos do artigo 89 da Lei 9.099/95, caberá ao Ministério</p><p>Público oferecer proposta de suspensão condicional do processo quando a pena mínima</p><p>cominada ao delito imputado for de até 01 ano, não sendo, portanto, requisito a pena</p><p>máxima cominada ao delito.</p><p>Além disso, o que impede a concessão do benefício é o trânsito em</p><p>julgado da sentença condenatória pela prática de crime, e não pela prática de contravenção</p><p>penal, conforme prevê o artigo 89 da Lei 9.099/95.</p><p>Logo, deve ser declarada a nulidade dos atos processuais, uma vez</p><p>que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do processo, pois preenchidos</p><p>os requisitos do artigo 89 da Lei 9.099/95.</p><p>D) Da embriaguez completa acidental</p><p>O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal qualificada, previsto</p><p>no artigo 129, §1º, inciso I, do Código Penal.</p><p>Todavia, conforme exame de alcoolemia, foi constatado que Matheus</p><p>estava completamente embriagado ao tempo do fato, em razão de situação não esperada,</p><p>uma vez que Matheus solicitou água tônica ao funcionário do bar, mas este, por erro,</p><p>entregou a Matheus o drink “gin tônica”.</p><p>Assim, ao ingerir a bebida, Matheus ficou completamente</p><p>embriagado, em razão da intolerância ao álcool. Dessa forma, deve ser excluída a</p><p>culpabilidade do agente, em razão da inimputabilidade, diante da embriaguez completa e</p><p>proveniente de caso fortuito, na forma do Art. 28, §1º, do Código Penal.</p><p>Sendo assim, deve Matheus ser absolvido sumariamente, conforme</p><p>artigo 397, inciso II, do Código de Processo Penal.</p><p>IV) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer o denunciado:</p><p>a) Nulidade do ato de recebimento da denúncia, com base no artigo 564, III, “b”, do Código</p><p>de Processo Penal.</p><p>b) Rejeição da denúncia, com base no artigo 395, III, do Código de Processo Penal;</p><p>c) Nulidade do processo OU encaminhamento dos autos ao Ministério Público, pelo não</p><p>oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo;</p><p>d) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso II, do Código de Processo Penal;</p><p>e) Produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a testemunhal.</p><p>ROL DE TESTEMUNHAS</p><p>a) Carlos...</p><p>b) José...</p><p>c) Antônio...</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 28 de novembro de 2022.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>1. A resposta à acusação deve ser encaminhada à 2ª Vara Criminal</p><p>da Comarca de Vitória/ES (0,10).</p><p>0,00/0,10</p><p>2. Fundamento legal: Art. 396 ou 396-A, ambos do CPP (0,10). 0,00/0,10</p><p>Tempestividade</p><p>3. Prazo de 10 (dez) dias, na forma do Art. 396 do CPP (0,10). 0,00/0,10</p><p>Fundamentação</p><p>4.1. Pedido de nulidade do recebimento da denúncia ou rejeição da</p><p>denúncia por ausência de justa causa (0,30), nos termos do Art.</p><p>395, inciso III, do CPP ou Art. 564, inciso III, alínea b, do CPP (0,10)</p><p>0,00/0,30/0,40</p><p>4.2. A infração penal imputada deixa vestígios (0,35) e não consta</p><p>do procedimento qualquer prova pericial ou boletim de atendimento</p><p>médico (0,20).</p><p>0,00/0,20/0,35/0,55</p><p>4.3. Nulidade em razão da ausência de exame de corpo de delito,</p><p>direto ou indireto (0,40), nos termos do Art. 158 do CPP (0,10).</p><p>0,00/0,40/0,50</p><p>5.1. Cabimento de proposta de suspensão condicional do processo</p><p>(0,50), nos termos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95 (0,10).</p><p>0,00/0,50/0,60</p><p>5.2. O sursis processual é admitido mesmo a infração não sendo</p><p>de menor potencial ofensivo ou relevante é que a pena mínima seja</p><p>fixada em até 01 ano e não a pena máxima (0,20)</p><p>0,00/0,20</p><p>5.3. A condenação anterior por contravenção penal não impede a</p><p>concessão do benefício ou a lei somente proíbe a proposta quando</p><p>houver condenação por crime (0,20).</p><p>0,00/0,20</p><p>6.1. A conduta do agente não configura crime (0,20), em razão da</p><p>ausência de culpabilidade (0,40).</p><p>0,00/0,20/0,40/0,60</p><p>6.2. A embriaguez de Matheus era completa e decorrente de caso</p><p>fortuito ou força maior (0,45), nos termos do Art. 28, §1º, do CP</p><p>(0,10).</p><p>0,00/0,45/0,55</p><p>Pedidos:</p><p>7. Pedido de acolhimento das alegações para reconhecer a</p><p>nulidade no ato de recebimento da denúncia ou rejeição da</p><p>denúncia pela ausência de justa causa (0,20).</p><p>0,00/0,20</p><p>8.1. Oferecimento de proposta de suspensão condicional do</p><p>processo (0,10).</p><p>0,00/0,10</p><p>8.2. Absolvição sumária (0,30), nos termos do Art. 397, inciso II, do</p><p>CPP (0,10).</p><p>0,00/0,30/0,40</p><p>9. Apresentação de rol de testemunhas (0,20). 0,00/0,20</p><p>10. Prazo: 28 de novembro de 2022 (0,10). 0,00/0,10</p><p>Fechamento:</p><p>11. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10</p><p>Como resolver memoriais</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXII EXAME OAB</p><p>Enunciado</p><p>Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em</p><p>sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em</p><p>29 de novembro de 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel. Em determinado</p><p>momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar</p><p>a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que começou a</p><p>pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz, em razão</p><p>de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da</p><p>residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em segundos,</p><p>Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar</p><p>o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família,</p><p>sangrando em razão do golpe recebido.</p><p>Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria</p><p>do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz,</p><p>verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde</p><p>e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado,</p><p>narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado</p><p>criminalmente.</p><p>Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao</p><p>Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a</p><p>existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara Criminal</p><p>de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do</p><p>Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou</p><p>o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão</p><p>condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação</p><p>dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu</p><p>nova pena para o delito imputado.</p><p>Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na</p><p>aplicação do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados durante a</p><p>instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em</p><p>responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi</p><p>acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência</p><p>de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que</p><p>registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela</p><p>prática de contravenção penal.</p><p>O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos</p><p>termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a</p><p>defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da</p><p>medida cabível.</p><p>Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz,</p><p>a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas</p><p>as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do</p><p>prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em todo</p><p>o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS</p><p>Processo nº</p><p>LUIZ, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar</p><p>MEMORIAIS, com base no artigo 403 § 3º OU artigo 404, parágrafo único, ambos do Código</p><p>de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DA TEMPESTIVIDADE</p><p>Os presentes memoriais são tempestivos, já que apresentados dentro do</p><p>prazo de 5 dias, previsto no artigo 403, §3°, do Código de Processo Penal.</p><p>II) DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal previsto no</p><p>artigo 129, § 9º, do Código Penal.</p><p>Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, a qual confirmou a</p><p>agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em responsabilizá-lo. O réu</p><p>permaneceu em silêncio durante o interrogatório.</p><p>O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,</p><p>destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal.</p><p>A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021.</p><p>III) DO DIREITO</p><p>A) DA FALTA DE REPRESENTAÇÃO</p><p>O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do delito</p><p>previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto</p><p>Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de vontade da vítima.</p><p>Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de lesão corporal</p><p>leve é de ação penal pública condicionada à representação. No caso, a vítima demonstrou</p><p>não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente, não havendo, pois,</p><p>representação para o oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal</p><p>pública condicionada à representação.</p><p>Logo, incidiu a extinção da punibilidade pela decadência, nos termos do</p><p>artigo 107, IV, do Código Penal, já que entre a data do fato e pelo menos até a intimação para</p><p>manifestação defensiva já teria passado mais de seis meses, nos termos do artigo 38 do</p><p>Código de Processo Penal e artigo 103, do Código Penal, sem representação.</p><p>Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos</p><p>termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal.</p><p>B) DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO</p><p>O Ministério Publico deixou de oferecer proposta de suspensão condicional</p><p>do processo com fundamento no artigo 41 da Lei nº 11.340/06.</p><p>Todavia, o crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e</p><p>familiar contra a mulher, não sendo aplicável a previsão do artigo 41 da Lei nº 11.340/06 pelo</p><p>fato da vítima ser homem. Logo, pugna-se pela nulidade decorrente do não oferecimento da</p><p>proposta de suspensão condicional do processo.</p><p>C) DO ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve empregada contra</p><p>seu irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela dificuldade</p><p>de locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da residência.</p><p>Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu agiu em</p><p>estado de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme artigo 24 e artigo 23, inciso I,</p><p>ambos do Código Penal, pois utilizou meios disponíveis para se defender, não sendo razoável</p><p>a exigência do sacrifício.</p><p>Assim, deve o réu ser absolvido, com base no artigo 386, inciso VI, do Código</p><p>de Processo Penal.</p><p>D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL</p><p>A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias</p><p>judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis.</p><p>E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA</p><p>O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,</p><p>com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante da condenação definitiva pela</p><p>prática de contravenção anterior.</p><p>Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela</p><p>prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código Penal,</p><p>que prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em julgado da</p><p>sentença condenatória pela prática de crime anterior.</p><p>Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61,</p><p>inciso I, do Código Penal.</p><p>F) DA ATENUANTE DA IDADE</p><p>O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual deve ser</p><p>reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal.</p><p>G) DA ATENUANTE DO ARTIGO 65, INCISO III, ALÍNEA “B”, DO CP</p><p>O réu, verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o</p><p>irmão para unidade de saúde e pagou pelo tratamento médico necessário. Logo, o réu</p><p>procurou, logo após o crime, evitar ou minorar as consequências de seus atos, levando a</p><p>vítima para o hospital e pagando pelo seu tratamento.</p><p>Assim, pugna-se pelo reconhecimento da atenuante do artigo 65, inciso III,</p><p>alínea “b”, do Código Penal.</p><p>H) DO REGIME ABERTO</p><p>O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve qualificada, nos</p><p>termos do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena de três meses a três anos.</p><p>Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a</p><p>quatro anos. Além disso, trata-se de crime apenado com detenção, não sendo possível a</p><p>fixação de regime fechado, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal.</p><p>Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do</p><p>cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal.</p><p>I) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA</p><p>Considerando a primariedade do réu e a pena a ser aplicada, que não será</p><p>superior a dois anos, será cabível a concessão da suspensão condicional da pena, nos termos</p><p>do artigo 77 do Código Penal.</p><p>IV) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do artigo 107,</p><p>inciso IV, do Código Penal;</p><p>b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo</p><p>564, III, “a”, e inciso IV, do Código de</p><p>Processo Penal;</p><p>c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de</p><p>suspensão condicional do processo;</p><p>d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo</p><p>Penal;</p><p>e) Aplicação da pena-base no mínimo legal;</p><p>f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do</p><p>Código Penal;</p><p>g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do</p><p>Código Penal;</p><p>h) Concessão de suspensão condicional da pena.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 25 de janeiro de 2021.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>1. Endereçamento: 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre/RS</p><p>(0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>2. Fundamento legal: Art. 403, § 3º, do CPP ou Art. 404, parágrafo</p><p>único do CPP (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>Preliminares</p><p>3. Preliminarmente, extinção da punibilidade do agente OU nulidade</p><p>em razão da ausência de representação (0,20), com reconhecimento</p><p>da decadência (0,15), conforme o Art. 107, inciso IV, do CP OU 564,</p><p>inciso III, alínea a, ou inciso IV, CPP (0,10)</p><p>0,00/0,15/0,20/</p><p>0,25/0,30/0,35/0,45</p><p>3.1. O crime de lesão corporal leve do Art. 129, § 9º, do CP é de ação</p><p>penal pública condicionada à representação (0,20), nos termos do</p><p>Art. 88 da Lei nº 9.099/95 (0,10), e a vítima demonstrou não ter</p><p>interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente</p><p>(0,15)</p><p>0,00/0,15/0,20/</p><p>0,25/0,30/0,35/0,45</p><p>4. Nulidade decorrente do não oferecimento de proposta de</p><p>suspensão condicional do processo (0,30), tendo em vista que o</p><p>crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar</p><p>contra mulher ou tendo em vista não ser aplicável a previsão do Art.</p><p>41 da Lei nº 11.340 pelo fato de a vítima ser homem (0,20).</p><p>0,00/0,20/0,30/0,50</p><p>MÉRITO</p><p>5. No mérito, reconhecimento do estado de necessidade (0,40), que</p><p>é causa excludente da ilicitude (0,20), na forma do Art. 24 ou do Art.</p><p>23, inciso I, ambos do CP (0,10)</p><p>0,00/0,20/0,30/0,40/</p><p>0,50/0,60/0,70</p><p>5.1. Luiz agiu diante de perigo atual para sua integridade física</p><p>(0,20), utilizando meios disponíveis, não sendo razoável a exigência</p><p>do sacrifício (0,10)</p><p>0,00/0,10/0,20/0,30</p><p>6. Aplicação da pena base no mínimo legal, já que circunstâncias do</p><p>art. 59 do CP são favoráveis (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>7. Afastamento da agravante da reincidência OU afastamento da</p><p>agravante do art. 61, I, do CP (0,20), tendo em vista que a</p><p>0,00/0,10/0,20/0,30</p><p>condenação anterior se refere à contravenção ou tendo em vista que</p><p>não ostenta condenação anterior definitiva pela prática de crime</p><p>(0,10)</p><p>8. Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso I, do CP</p><p>(0,20), tendo em vista que o réu era maior de 70 anos na data da</p><p>sentença (0,10)</p><p>0,00/0,10/0,20/0,30</p><p>9. Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso III, alínea</p><p>b, do CP (0,20), pois Luiz procurou reduzir as consequências de seus</p><p>atos levando Igor para o hospital e pagando por seu tratamento</p><p>(0,10)</p><p>0,00/0,10/0,20/0,30</p><p>10. Fixação do regime aberto para início do cumprimento da pena</p><p>(0,20), considerando a pena a ser aplicada ou considerando que o</p><p>delito é punido apenas com pena de detenção (0,10)</p><p>0,00/0,10/0,20/0,30</p><p>11. Requerimento de suspensão condicional da pena (0,20), nos</p><p>termos do Art. 77 do CP (0,10)</p><p>0,00/0,20/0,30</p><p>Pedidos</p><p>12. Preliminar de nulidade do processo OU reconhecimento da</p><p>extinção da punibilidade OU decadência OU oferecimento de</p><p>proposta de suspensão condicional do processo (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>13. Absolvição (0,20), na forma do Art. 386, VI, do CPP (0,10) 0,00/0,20/0,30</p><p>14. Aplicação da pena no mínimo legal OU reconhecimento das</p><p>atenuantes (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>15. Fixação do regime aberto OU concessão de suspensão</p><p>condicional da pena (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>Fechamento:</p><p>16. Data: 25 de janeiro de 2021 (0,10) 0,00/0,10</p><p>17. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10</p><p>Como resolver apelação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 35º EXAME</p><p>Enunciado</p><p>No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a falta de ajuda de sua mãe no tratamento</p><p>que vinha fazendo contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel da família em</p><p>fazenda localizada longe do centro da cidade. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava</p><p>desabitada, e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado destruiu de maneira significativa</p><p>o imóvel, que era completamente afastado de outros imóveis, e, como ninguém costumava</p><p>passar pelo local, o crime demorou algumas horas para ser identificado.</p><p>Júlio foi localizado, confessou a prática delitiva e, realizado exame de alcoolemia, foi constatado</p><p>que se encontrava completamente embriagado, sem capacidade de determinação do caráter</p><p>ilícito do fato, em razão de situação não esperada, já que ele solicitou uma água com gás e limão</p><p>em determinado bar, mas o proprietário, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida,</p><p>que ingerida junto com o remédio que vinha tomando para combater a dependência química,</p><p>causou sua embriaguez. Foi, ainda, realizado exame de local, constando da conclusão que o</p><p>imóvel foi destruído, havendo prejuízo considerável aos proprietários, mas que não havia</p><p>ninguém no local no momento do crime e nem outras pessoas ou bens de terceiros a serem</p><p>atingidos.</p><p>Com base em todos os elementos informativos produzidos, o Ministério Público ofereceu</p><p>denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo</p><p>competente, imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código Penal. Foi concedida</p><p>liberdade provisória. Após citação e apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar</p><p>produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e</p><p>julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de</p><p>processos de réu solto estava para data longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. Após</p><p>oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e julgamento, que foi realizada em 05 de</p><p>março de 2021, ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados. Em seu</p><p>interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva, destacando que pouco, porém, se recordava</p><p>sobre o ocorrido.</p><p>Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o juiz proferiu sentença condenando</p><p>o réu nos termos da denúncia. No momento de aplicar a pena base, reconheceu a existência de</p><p>maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na Folha de</p><p>Antecedentes Criminais, acostada ao procedimento, constava uma condenação de Júlio pela</p><p>prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019, cujo trânsito em julgado</p><p>ocorreu em 10 de março de 2020. Na segunda fase, reconheceu a presença da agravante do</p><p>Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal, aumentando a pena em 05 meses, já que o meio</p><p>empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não foram reconhecidas atenuantes da</p><p>pena. Na terceira fase, não foram aplicadas causas de aumento ou de diminuição de pena, sendo</p><p>mantida a pena de 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime</p><p>semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade por restritiva de direitos com base no</p><p>Art. 44, III, do CP. Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve inerte, sendo a defesa</p><p>técnica de Júlio intimada em 11 de julho de 2022, segunda-feira.</p><p>Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, redija a</p><p>peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas</p><p>as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição,</p><p>considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: o(a) examinando(a) deve abordar todas os fundamentos de Direito</p><p>que possam ser</p><p>utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC</p><p>Processo nº</p><p>JÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor</p><p>RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal.</p><p>O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5 dias,</p><p>previsto no artigo 593, caput, do Código de Processo Penal. Assim, requer seja recebido e</p><p>processado o recurso, já com as razões inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de</p><p>Justiça do Estado de Santa Catarina.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento</p><p>Local..., 18 de julho de 2022.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA</p><p>Apelante: Júlio</p><p>Apelado: Ministério Público</p><p>Processo nº</p><p>RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 250 do Código</p><p>Penal.</p><p>Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o Juiz proferiu</p><p>sentença, condenando Júlio nos termos da denúncia.</p><p>O Ministério Público não interpôs recurso.</p><p>A defesa foi intimada da sentença no dia 11 de julho de 2022, segunda-</p><p>feira.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA NULIDADE DA OITIVA DAS VÍTIMAS</p><p>Após citação e apresentação de defesa, entendeu o Magistrado por realizar</p><p>produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e</p><p>julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de</p><p>processos de réu solto estava para data longínqua.</p><p>Todavia, o mero decurso natural do tempo não é fundamento idôneo para</p><p>justificar tal medida. No caso, o magistrado determinou a produção antecipada da prova</p><p>simplesmente porque a data da audiência de instrução e julgamento estava longe, sem</p><p>qualquer fato concreto a indicar o risco de perecimento da prova.</p><p>Diante disso, considerando ainda o inconformismo manifestado pela defesa,</p><p>requer a nulidade da oitiva das vítimas, com base no artigo 225 do Código de Processo Penal</p><p>Ou art. 564, inciso IV, do Código de Processo Penal OU Súmula 455 do Superior Tribunal de</p><p>Justiça.</p><p>B) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA OU DESCLASSIFICAÇÃO</p><p>O réu foi acusado pela prática do crime de incêndio, previsto no artigo 250</p><p>do Código Penal. Todavia, Júlio colocou fogo em um imóvel isolado, sendo constatado na</p><p>perícia que não havia pessoas ou bens de terceiros nas proximidades para serem atingidos.</p><p>Logo, a conduta não se enquadra no crime de incêndio, que exige perigo</p><p>comum, sendo necessário que o agente exponha a perigo a vida, integridade física ou</p><p>patrimônio de outrem, causando risco para número indeterminado de pessoas, sendo,</p><p>portanto, o fato atípico, ou, no máximo, crime de dano qualificado, previsto no artigo 163.</p><p>Parágrafo único, inciso II, do Código Penal.</p><p>Dessa forma, deve Júlio ser absolvido, diante da atipicidade da conduta,</p><p>conforme artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal OU deve ser o fato</p><p>desclassificado para o crime de dano qualificado.</p><p>C) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA ACIDENTAL</p><p>O recorrente foi denunciado pelo crime previsto no artigo 250 do Código</p><p>Penal.</p><p>Todavia, conforme exame de alcoolemia, foi constatado que Júlio estava</p><p>completamente embriagado ao tempo do fato, em razão de situação não esperada, já que o</p><p>proprietário do bar, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida. Assim, ao ingerir</p><p>a bebida junto com medicamento que vinha tomando para combater dependência química,</p><p>Júlio ficou completamente embriagado.</p><p>Dessa forma, deve ser excluída a culpabilidade do agente, em razão da</p><p>inimputabilidade, diante da embriaguez completa e proveniente de caso fortuito, na forma do</p><p>Art. 28, §1º, do Código Penal. Sendo assim, deve Júlio ser absolvido, conforme artigo 386,</p><p>inciso VI, do Código de Processo Penal.</p><p>D) DOS MAUS ANTECEDENTES</p><p>No momento de aplicar a pena base, o juiz reconheceu a existência de</p><p>maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na Folha de</p><p>Antecedentes Criminais acostada no procedimento, constava uma condenação de Júlio pela</p><p>prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019.</p><p>Todavia, equivocou-se o magistrado, uma vez que o fato que justificou a</p><p>condenação definitiva de Júlio por tráfico ocorreu depois da suposta prática do crime de</p><p>incêndio.</p><p>Dessa forma, devem ser afastados os maus antecedentes, devendo a</p><p>pena-base ser aplicada no mínimo legal.</p><p>E) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE</p><p>O Juiz elevou a pena em 05 meses, pois reconheceu a presença da</p><p>agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal.</p><p>Todavia, a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de</p><p>modo que a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve ser afastada,</p><p>por configurar bis in idem OU a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal</p><p>deve ser afastada, por não haver a intenção de ocultação, vantagem ou impunidade de outro</p><p>crime.</p><p>F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA</p><p>O recorrente, em seu interrogatório, confirmou a autoria delitiva.</p><p>Desta forma, deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea,</p><p>nos termos do artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal.</p><p>G) DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA</p><p>O Juiz fixou a pena em 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias</p><p>a ser cumprida em regime semiaberto. Todavia, em sendo a pena aplicado no mínimo legal,</p><p>não sendo superior a quatro anos, deve ser fixado o regime inicial aberto para cumprimento</p><p>da pena, conforme artigo 33, §2º, alínea “c”, do Código Penal.</p><p>H) DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS</p><p>O Juiz fixou a pena em 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias,</p><p>não sendo substituída por pena restritiva de direitos com base no artigo 44, III, do Código</p><p>Penal.</p><p>Todavia, o réu possui direito à substituição da pena privativa de liberdade</p><p>por pena restritiva de direitos, tendo em vista que estão presentes todos os requisitos do</p><p>artigo 44 do Código Penal.</p><p>III) DOS PEDIDOS</p><p>Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o recurso, com a</p><p>REFORMA da decisão, a fim de que:</p><p>a) Seja reconhecida a nulidade na oitiva das vítimas;</p><p>b) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da atipicidade da conduta;</p><p>c) Seja declarada a absolvição do crime de incêndio em razão da ausência de culpabilidade;</p><p>d) Seja aplicada a pena base no mínimo legal, tendo em vista que não há fundamento para</p><p>reconhecimento de maus antecedentes;</p><p>e) Seja afastada a agravante reconhecida na sentença;</p><p>f) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea;</p><p>g) Seja fixado o regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto, para cumprimento</p><p>da pena;</p><p>h) Seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 18 de julho de 2022.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>Petição de interposição</p><p>1. Endereçamento: 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC</p><p>(0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>2. Fundamento legal: Art. 593, inciso I, do CPP (0,10) 0,00/0,10</p><p>3. Tempestividade: Prazo de 5 dias na forma do Art. 593, caput, do</p><p>CPP (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>Razões de apelação</p><p>4. Endereçamento: Tribunal de Justiça de Santa Catarina (0,10) 0,00/0,10</p><p>5. Preliminarmente, nulidade na oitiva das vítimas (0,35), tendo em</p><p>vista que o mero decurso de tempo não é fundamento idôneo para</p><p>produção antecipada de provas (0,15), nos termos do Art. 225 do CPP,</p><p>ou Art. 564, inciso IV, do CPP, ou Súmula 455 do STJ (0,10).</p><p>0,00/0,15/0,25/0,35/</p><p>0,45/0,50/0,60</p><p>6. No mérito, absolvição de Júlio (0,20), na forma do Art. 386, incisos</p><p>III ou VI, do CPP (0,10).</p><p>0,00/0,20/0,30</p><p>7. Atipicidade da conduta ou desclassificação para crime de dano</p><p>qualificado (0,25), tendo em vista que a conduta de Júlio de colocar</p><p>fogo no imóvel não gerou perigo a número indeterminado de pessoas</p><p>(0,15) e o crime de incêndio é crime de perigo comum, exigindo prova</p><p>de perigo concreto (0,35).</p><p>0,00/0,15/0,25/0,35/</p><p>0,40 /0,50/0,60/0,75</p><p>8.1 Excludente de culpabilidade (0,30), em razão da inimputabilidade</p><p>(0,20).</p><p>0,00/0,20/0,30/0,50</p><p>8.2 Pois a embriaguez era completa e proveniente de caso fortuito ou</p><p>de força maior (0,25), na forma do Art. 28, §1º, do CP (0,10).</p><p>0,00/0,25/0,35</p><p>9. Subsidiariamente: aplicação da pena base no mínimo legal (0,15),</p><p>tendo em vista que o fato posterior ao crime julgado não pode ser</p><p>considerado maus antecedentes (0,20).</p><p>0,00/0,15/0,20/0,35</p><p>10. Afastamento da agravante do Art. 61, inciso II, alínea d (ou b), do</p><p>CP (0,15), pois a situação de perigo comum é elementar do tipo</p><p>imputado ou por configurar bis in idem ou por não haver a intenção de</p><p>ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime (0,25).</p><p>0,00/0,15/0,25/0,40</p><p>11. Reconhecimento da atenuante da confissão espontânea (0,15), na</p><p>forma do Art. 65, inciso III, alínea d, do CP (0,10).</p><p>0,00/0,15/0,25</p><p>12. Aplicação do regime inicial aberto para cumprimento da pena</p><p>(0,15), na forma do Art. 33, § 2º, alínea c, do CP (0,10).</p><p>0,00/0,15/0,25</p><p>13. Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos</p><p>(0,15), nos termos do Art. 44 do CP (0,10).</p><p>0,00/0,15/0,25</p><p>14. Pedido: Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40</p><p>15. Prazo: 18 de julho de 2022 (0,10). 0,00/0,10</p><p>16. Fechamento: local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10</p><p>Como resolver contrarrazões de apelação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XIX EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>No dia 24 de dezembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não</p><p>identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir</p><p>bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia</p><p>do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu,</p><p>mediante emprego de uma faca, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava</p><p>tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e</p><p>saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática</p><p>de crime de roubo duplamente majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código</p><p>Penal. Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde</p><p>constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado</p><p>e três ações penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver</p><p>sentença com trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento</p><p>ouvidos a vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens</p><p>subtraídos. Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução,</p><p>após alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo</p><p>condenado a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto,</p><p>e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer</p><p>agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu a majorante</p><p>mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta. O Ministério Público</p><p>foi intimado da sentença em 14 de setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia</p><p>útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação perante o juízo de</p><p>primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de</p><p>2015, requerendo:</p><p>i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de</p><p>Antecedentes Criminais do acusado;</p><p>ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código</p><p>Penal;</p><p>iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art.</p><p>157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as</p><p>majorantes;</p><p>iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem</p><p>assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a</p><p>sociedade.</p><p>A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do</p><p>Ministério Público e intimou, no dia 19 de outubro de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia</p><p>útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível.</p><p>Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas</p><p>do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último</p><p>dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ</p><p>Processo nº...</p><p>RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer</p><p>as CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600 do Código</p><p>de Processo Penal.</p><p>As presentes contrarrazões são tempestivas, já que oferecidas dentro do</p><p>prazo de 8 dias, previsto no artigo 600 do Código de Processo Penal.</p><p>Nesse sentido, requer sejam recebidas, com posterior remessa ao Tribunal</p><p>de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 27 de outubro de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Apelado: RODRIGO</p><p>CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do</p><p>artigo 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal.</p><p>Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória,</p><p>aplicando a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime</p><p>semiaberto, e 13 dias-multa.</p><p>Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação,</p><p>acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015.</p><p>O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e</p><p>intimou a defesa para apresentar a medida cabível.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO</p><p>O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 14 de setembro de</p><p>2015 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro de 2015. Todavia, nos termos</p><p>do artigo 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor recurso de apelação é</p><p>de 05 dias.</p><p>Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da</p><p>interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso</p><p>de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo.</p><p>Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido.</p><p>B) DO AUMENTO DA PENA-BASE</p><p>O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a</p><p>existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia,</p><p>nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações</p><p>penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o</p><p>reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob</p><p>pena de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII,</p><p>da Constituição Federal/88.</p><p>Logo,</p><p>não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no</p><p>mínimo legal.</p><p>C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ</p><p>O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática</p><p>de crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal.</p><p>Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima</p><p>recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês,</p><p>não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima.</p><p>Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob pena de</p><p>responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa circunstância, não agiu com</p><p>dolo ou culpa.</p><p>D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA</p><p>O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da embriaguez</p><p>preordenada, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l”, do Código Penal. Todavia, o réu não</p><p>ingeriu bebida alcóolica com o objetivo de praticar crime ou para tomar coragem para</p><p>cometer delito, uma vez que bebeu em comemoração durante evento festivo.</p><p>Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária ou, até</p><p>mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada.</p><p>E) DO AUMENTO DA PENA</p><p>O Ministério Público postulou a majoração do quantum de aumento em razão</p><p>das causas de aumentos previstas no Art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal,</p><p>exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes.</p><p>Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que a elevação</p><p>da fração da pena exige motivação idônea, não sendo suficiente fundamentar o aumento</p><p>apenas com base no número de majorantes, conforme a Súmula 443 do Superior Tribunal</p><p>de Justiça.</p><p>Logo, deve ser mantida a majoração da pena.</p><p>F) DO REGIME CARCERÁRIO</p><p>O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de</p><p>cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro,</p><p>causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.</p><p>Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal,</p><p>eventual gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea para a fixação do</p><p>regime mais severo do que a pena aplicada permitir.</p><p>Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo,</p><p>portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com</p><p>base na gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula 440 do Superior Tribunal</p><p>de Justiça.</p><p>Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população do</p><p>Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais</p><p>severo, porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o regime</p><p>carcerário semiaberto fixado na sentença.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, IMPROVIDO o</p><p>recurso de apelação interposto, mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos</p><p>seus exatos termos.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 27 de outubro de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>PETIÇÃO DE JUNTADA</p><p>1 – Endereçamento: Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro</p><p>(0,10)</p><p>0,00 / 0,10</p><p>2 – Fundamento legal: Art. 600 do CPP (0,10) 0,00 / 0,10</p><p>RAZÕES DO APELADO OU CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO</p><p>3 – Endereçamento: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 0,00 / 0,10</p><p>4 – Preliminarmente: Não conhecimento do recurso de Apelação,</p><p>em razão da intempestividade (0,50), nos termos do art. 593 do CPP</p><p>(0,10) Obs.: A mera indicação do dispositivo legal ou do número de</p><p>súmula não pontua.</p><p>0,00 / 0,50 / 0,60</p><p>5 – No mérito: manter a pena-base no mínimo legal (0,15), pois a</p><p>existência de ações penais em curso sem trânsito em julgado ou</p><p>inquéritos policiais não justificam o reconhecimento de</p><p>circunstâncias judiciais prejudiciais (0,40), sob pena de violação do</p><p>princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da CF/88)</p><p>OU na forma do Enunciado 444 da Súmula do STJ (0,10). Obs.: A</p><p>mera indicação do dispositivo legal ou do número de súmula não</p><p>pontua.</p><p>0,00 / 0,15 / 0,25 / 0,40 /</p><p>0,50 / 0,55 / 0,65</p><p>6 - Não deve ser aplicada a agravante da gravidez da vítima (0,15),</p><p>pois Rodrigo não tinha conhecimento de tal circunstância OU sob</p><p>pena de configurar responsabilidade objetiva (0,40)</p><p>0,00 / 0,15 / 0,40 / 0,55</p><p>7 – Não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada</p><p>(0,15), pois não existe prova que Rodrigo ingeriu bebida alcoólica</p><p>com objetivo de cometer crime OU para aumentar sua coragem</p><p>para cometer o delito OU porque a embriaguez foi voluntária ou</p><p>culposa, mas não preordenada (0,40).</p><p>0,00 / 0,15 / 0,40 / 0,55</p><p>8 – A fração do aumento de pena em razão do roubo</p><p>circunstanciado não deve ser aumentada (0,15), pois o número de</p><p>majorantes, de maneira isolada, não configura fundamentação</p><p>idônea OU porque deve ser apresentada fundamentação concreta</p><p>para o aumento de pena acima do mínimo previsto, não sendo o</p><p>número de majorantes suficientes (0,40), na forma do Enunciado</p><p>0,00 / 0,15 / 0,25 / 0,40 /</p><p>0,50 / 0,55 / 0,65</p><p>443 da Súmula do STJ (0,10). Obs.: A mera indicação do dispositivo</p><p>legal ou do número de súmula não pontua.</p><p>9 – Deverá ser mantido o regime semiaberto para cumprimento de</p><p>pena (0,15), pois a gravidade em abstrato do crime não configura</p><p>motivação idônea para aplicação de regime mais severo do que o</p><p>compatível com a pena aplicada (0,40), na forma do Enunciado 718</p><p>OU 719 da Súmula do STF OU do Enunciado 440 da Súmula do</p><p>STJ (0,10) Obs.: A mera indicação do dispositivo legal ou do número</p><p>de súmula não pontua.</p><p>0,00 / 0,15 / 0,25 / 0,40</p><p>/0,50 / 0,55 / 0,65</p><p>10 – Pedido: Não conhecimento do recurso (0,35) e,</p><p>subsidiariamente, não provimento do recurso OU que seja mantida</p><p>a sentença de 1º grau em sua integralidade (0,50)</p><p>0,00 / 0,35 / 0,50 / 0,85</p><p>11 – Data específica (último dia do prazo): 27.10.2015 (0,10) 0,00 / 0,10</p><p>12 – Data, local, OAB e assinatura (0,10) 0,00 / 0,10</p><p>Como resolver embargos infringentes</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XI EXAME</p><p>(Adaptado da peça cobrada no XI Exame da OAB, que foi recurso em sentido estrito)</p><p>Enunciado</p><p>Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante</p><p>preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide</p><p>ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a</p><p>referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo</p><p>e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,</p><p>conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após</p><p>o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos</p><p>sofridos pela colisão.</p><p>Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público</p><p>decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso</p><p>simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).</p><p>Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que</p><p>poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar</p><p>para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos</p><p>processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz</p><p>competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime</p><p>apontado na inicial acusatória. Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito,</p><p>ao qual, por maioria, foi julgado improvido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça,</p><p>mantendo a decisão de pronúncia, tendo um</p><p>desembargador proferido voto pela</p><p>desclassificação. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos</p><p>fornecidos, elabore a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.</p><p>A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.</p><p>Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Acórdão da 2ª Câmara Criminal</p><p>do Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Processo nº</p><p>JERUSA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-</p><p>assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa</p><p>Excelência, opor o presente RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES, com base no</p><p>artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal, requerendo seja recebido e</p><p>processado.</p><p>O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do</p><p>prazo de 10 dias, na forma do artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>Embargante: Jerusa</p><p>Embargado: Ministério Público</p><p>Processo nº</p><p>RAZÕES DE RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Colenda Câmara Criminal ou Colendo Grupo Criminal</p><p>(conforme o regime interno do Tribunal)</p><p>I) DOS FATOS</p><p>A recorrente dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta da vítima, que,</p><p>em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via.</p><p>Após o encerramento do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu</p><p>denúncia imputando a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo</p><p>eventual.</p><p>O Juiz pronunciou a recorrente pelo delito descrito na denúncia. Contra</p><p>essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, que, por maioria, foi julgado</p><p>improvido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a</p><p>morte de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e</p><p>pronunciada pela prática do crime de homicídio doloso simples, na modalidade dolo</p><p>eventual. A 2ª Câmara Criminal, por maioria, manteve a decisão recorrida.</p><p>Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a</p><p>morte de Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima, tanto que conduzia o seu veículo</p><p>respeitando o limite de velocidade.</p><p>Nesse sentido, a conduta da recorrente se enquadra, em tese, no artigo</p><p>302 do Código de Trânsito Brasileiro, razão pela qual deve responder pela prática, em tese,</p><p>de homicídio culposo na condução de veículo automotor, devendo haver, portanto, a</p><p>desclassificação e remessa do presente feito ao juízo competente, nos termos do artigo 419</p><p>do Código de Processo Penal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma</p><p>do acórdão, a fim de que:</p><p>Seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso para o delito de</p><p>homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97,</p><p>encaminhando-se os autos para o Juízo competente, nos termos do artigo 419 do Código</p><p>de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., data...</p><p>Advogado ...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXIV EXAME OAB</p><p>Enunciado</p><p>Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento</p><p>prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de</p><p>São Paulo. De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma</p><p>boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João,</p><p>além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro</p><p>que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo</p><p>acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os</p><p>fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo</p><p>imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP.</p><p>Diante da inicial acusatória, Rodrigo procurou seu (sua) advogado(a), narrando que, no dia dos</p><p>fatos, câmeras de segurança registraram o momento em que uma pessoa desconhecida, de</p><p>maneira furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua bebida, o que teria causado</p><p>uma embriaguez completa. Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem motivação,</p><p>teria desferido um soco na barriga de João, empurrando-o em seguida apenas para que, dele,</p><p>se afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria com uma garrafa de cerveja nas</p><p>mãos. Destacou sequer saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o resultado morte</p><p>não foi pretendido e nem aceito pelo mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a tratamento</p><p>psicológico em razão dos fatos. Apresentou laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido,</p><p>constatando que estaria completamente embriagado em razão da ingestão daquela substância</p><p>entorpecente que teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele momento, era</p><p>inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos.</p><p>Após recebimento da denúncia, citação e apresentação de defesa, foi designada audiência de</p><p>instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, para oitiva das</p><p>testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Os policiais responsáveis</p><p>pelas investigações e pela oitiva dos envolvidos, arrolados como testemunhas pelo Ministério</p><p>Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para o ato judicial, pois estavam em</p><p>importante diligência. Não querendo fracionar a colheita da prova, o magistrado determinou a</p><p>oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, apesar do registro do inconformismo</p><p>da defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas indicaram que a versão apresentada</p><p>por Rodrigo ao seu advogado era totalmente verdadeira. Considerando que foi constatado o</p><p>desferimento do soco e do empurrão por parte de Rodrigo em João, após manifestação das</p><p>partes, o juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia. Intimado, o Ministério Público se</p><p>manteve inerte. Rodrigo e sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de abril de 2021,</p><p>segunda-feira. Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de</p><p>advogado(a) de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de</p><p>declaração, expondo todas as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. A peça</p><p>deverá ser datada do último dia do prazo para interposição, devendo ser considerado que</p><p>segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO</p><p>TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP</p><p>Processo nº</p><p>RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o</p><p>presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, inciso IV, do Código</p><p>de Processo Penal.</p><p>Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de</p><p>retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão,</p><p>requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de</p><p>Justiça do Estado de São Paulo, para o devido processamento.</p><p>O presente recurso é tempestivo, já que interposto dentro do prazo de 5 dias,</p><p>previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento</p><p>Local..., 12 de abril de 2021.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO</p><p>Recorrente: RODRIGO</p><p>Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Processo nº</p><p>RAZÕES</p><p>DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de homicídio simples</p><p>consumado, com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do</p><p>Código Penal.</p><p>Designada a audiência de instrução e julgamento para a oitiva das</p><p>testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Encerrada a instrução, o</p><p>Magistrado proferiu decisão pronunciando o réu nos termos da denúncia.</p><p>A defesa foi intimada da decisão no dia 05 de abril de 2021, segunda-feira.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA NULIDADE DO PROCEDIMENTO</p><p>Na audiência de instrução e julgamento o magistrado determinou a oitiva das</p><p>testemunhas de defesa antes das de acusação, em virtude do atraso dos policiais arrolados</p><p>pelo Ministério Público. Todavia, conforme dispõe artigo 411 do Código de Processo Penal,</p><p>na audiência de instrução e julgamento deverão ser ouvidas as testemunhas de acusação e</p><p>defesa, nesta ordem.</p><p>.</p><p>A inversão da ordem de oitiva das testemunhas prejudicou o exercício da</p><p>ampla defesa e contraditório, previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.</p><p>Logo, deve ser reconhecida a nulidade de todos os atos processuais</p><p>praticados a partir da audiência, tendo em vista a inversão da ordem de inquirição de</p><p>testemunhas.</p><p>B) DA EMBRIAGUEZ COMPLETA E ACIDENTAL</p><p>O recorrente foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado,</p><p>com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal,</p><p>pois teria desferido um soco na barriga de João, além de ter lhe dado um empurrão, que</p><p>fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro que segurava.</p><p>Todavia, conforme laudo hospitalar elaborado logo após o ocorrido,</p><p>Rodrigo estava completamente embriagado, em razão de substância entorpecente que</p><p>havia sido inserida em sua bebida sem que ele percebesse, de modo que não entendia o</p><p>caráter ilícito dos fatos.</p><p>Dessa forma, o recorrente deve ser isento de pena, em virtude da</p><p>embriaguez completa, proveniente de caso fortuito, nos termos do artigo 28, §1º, do Código</p><p>Penal, causa excludente de culpabilidade. Sendo assim, deve Rodrigo ser absolvido</p><p>sumariamente, conforme artigo 415, inciso IV, do Código de Processo Penal.</p><p>C) DA DESCLASSIFICAÇÃO</p><p>O réu foi denunciado pelo crime de homicídio doloso, com causa de aumento</p><p>de pena. Todavia, em que pese tenha ocorrido o resultado morte de João, o recorrente não</p><p>pretendia esse resultado e nem o aceitava.</p><p>No caso, Rodrigo teve a intenção de praticar o crime de lesão corporal. Em</p><p>relação a morte, vislumbra-se a ocorrência de culpa, de modo que o delito em tese praticado</p><p>seria o de lesão corporal seguida de morte, previsto no artigo 129, § 3º, do Código Penal, o</p><p>qual não é um crime doloso contra a vida.</p><p>Dessa forma, caso não seja reconhecida a absolvição sumária, requer a</p><p>desclassificação do crime imputado para o delito de lesão seguido de morte, na forma do</p><p>artigo 419 do Código de Processo Penal, encaminhando-se os autos ao juízo singular.</p><p>D) DO AFASTAMENTO DA CAUSA DE AUMENTO</p><p>O réu foi pronunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a</p><p>causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal.</p><p>Todavia, tal causa de aumento somente é aplicável ao crime de homicídio</p><p>culposo, conforme se extrai da primeira parte do artigo 121, § 4º, do Código Penal. No caso,</p><p>o delito imputado ao recorrente foi de homicídio doloso, sendo inaplicável a causa de</p><p>aumento de pena.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso,</p><p>com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que:</p><p>a) Seja reconhecida a nulidade dos atos praticados desde a audiência de instrução e</p><p>julgamento;</p><p>b) Seja o réu absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 415, inciso IV, do</p><p>Código de Processo Penal;</p><p>c) Seja desclassificado o delito de homicídio simples consumado para o crime de lesão</p><p>corporal seguida de morte, com a consequente remessa para o juízo comum, na forma do</p><p>artigo 419 do Código de Processo Penal;</p><p>d) Seja afastada a causa de aumento de pena, previsto no artigo 121, §4º, do Código</p><p>Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 12 de abril de 2021</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>Petição de interposição</p><p>1. Endereçamento: Juízo do Tribunal do Júri da Comarca de São</p><p>Paulo/SP (0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>2. Fundamento legal: Art. 581, inciso IV, do CPP (0,10) 0,00/0,10</p><p>3. Requerimento do juízo de retratação ou exercício do efeito</p><p>regressivo (0,30), nos termos do Art. 589 do CPP (0,10)</p><p>0,00/0,30/0,40</p><p>Razões de Recurso</p><p>4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo</p><p>(0,10)</p><p>0,00/0,10</p><p>5. Preliminarmente, nulidade da pronúncia ou nulidade da</p><p>instrução (0,30), por violação ao princípio da ampla defesa e</p><p>contraditório ou devido processo legal (0,15), nos termos do Art.</p><p>5º, inciso LIV ou LV, da CRFB/88 ou do Art. 564, inciso IV, do</p><p>CPP (0,10)</p><p>0,00/0,15/0,25/0,30/</p><p>0,40/0,45/0,55</p><p>5.1. Houve inadequada inversão da ordem de oitiva das</p><p>testemunhas ou as testemunhas de defesa foram ouvidas antes</p><p>das testemunhas de acusação (0,30), em desrespeito à previsão</p><p>do Art. 411 do CPP (0,10)</p><p>0,00/0,30/0,40</p><p>6. No mérito, pedido de absolvição sumária (0,30), diante da</p><p>manifesta causa de isenção de pena ou excludente de</p><p>culpabilidade (0,15), nos termos do Art. 415, inciso IV, do CPP</p><p>(0,10)</p><p>0,00/0,15/0,25/0,30/</p><p>0,40/0,45/0,55</p><p>6.1. A imputabilidade penal restou afastada em razão da</p><p>embriaguez (0,30), que foi completa, decorrente de caso fortuito</p><p>ou força maior, e que tornou o réu inteiramente incapaz de</p><p>entender o caráter ilícito do fato (0,15), conforme o Art. 28, §1º,</p><p>do CP (0,10)</p><p>0,00/0,15/0,25/0,30/</p><p>0,40/0,45/0,55</p><p>7. Subsidiariamente, desclassificação para crime não doloso</p><p>contra a vida (0,30), nos termos do Art. 419 do CPP (0,10), pois</p><p>Rodrigo pretendia desferir um soco na barriga da vítima e um</p><p>empurrão, tendo apenas intenção de causar lesão, mas não o</p><p>resultado morte ou houve dolo na lesão e culpa em relação ao</p><p>resultado morte (0,25)</p><p>0,00/0,25/0,30/</p><p>0,35/0,40/0,55/0,65</p><p>7.1. Deveria Rodrigo responder, caso reconhecida a</p><p>imputabilidade, pelo crime de lesão corporal seguida da morte</p><p>(0,30), previsto no Art. 129, §3º, do CP (0,10)</p><p>0,00/0,30/0,40</p><p>8. Ainda de maneira subsidiária, afastamento da causa de</p><p>aumento imputada na denúncia (0,30), tendo em vista que</p><p>somente aplicável ao homicídio culposo ou tendo em vista que</p><p>foi imputada a prática do crime de homicídio doloso (0,40)</p><p>0,00/0,30/0,40/0,70</p><p>Pedidos</p><p>9. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,20) 0,00/0,10/0,20/0,30</p><p>10. Prazo: 12 de abril de 2021 (0,10) 0,00/0,10</p><p>Fechamento</p><p>11. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10</p><p>Como resolver resposta à acusação no procedimento do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém</p><p>completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela</p><p>informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem</p><p>mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus</p><p>pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para</p><p>realizar um aborto.</p><p>Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era</p><p>proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer</p><p>uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.</p><p>Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem</p><p>à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos</p><p>concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas</p><p>corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a no último dia do prazo.</p><p>(Valor: 5,00 pontos)</p><p>A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão.</p><p>Como resolver resposta à acusação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 36º EXAME</p><p>Enunciado</p><p>No dia 31 de dezembro de 2019, Matheus, nascido em 10 de fevereiro de 2000, compareceu a</p><p>uma festa de Ano Novo, em Vitória, Espírito Santo, juntamente com seus amigos. Animados com</p><p>o evento, os amigos de Matheus ingeriram grande quantidade de bebida alcoólica, enquanto</p><p>Matheus permaneceu bebendo somente água tônica, pois sabia que tinha intolerância ao álcool</p><p>e que qualquer pequena quantidade de bebida alcoólica já o colocaria em situação de</p><p>embriaguez. Ocorre que, em determinado momento, solicitou água tônica ao funcionário do bar,</p><p>que, contudo, em erro, entregou a Matheus o drink “gin tônica”, que é feito com uma dose de gin</p><p>misturada com água tônica. Matheus, com sede, deu um grande gole na bebida, vindo a ficar</p><p>completamente embriagado, em razão da intolerância ao álcool. Sentindo-se mal, quando</p><p>deixava o local dos fatos, Matheus é surpreendido com a presença de Caio, 25 anos, com quem</p><p>já discutira em diversas oportunidades em jogos de futebol. Caio, ao verificar a situação de</p><p>completa embriaguez de seu rival, começa a rir, momento em que Matheus usa a garrafa de</p><p>refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para desferir um golpe na cabeça de Caio. Caio</p><p>é imediatamente encaminhado para o hospital e, após atendimento médico, comparece à</p><p>Delegacia, narra o ocorrido e informa que teve de levar 15 pontos na cabeça, razão pela qual</p><p>ficaria incapacitado de trabalhar por 45 dias. Em razão da dor que sentia na cabeça, deixou de</p><p>comparecer, naquele momento, para a realização de exame de corpo de delito, informando,</p><p>ainda, que não teve acesso ao Boletim de Atendimento Médico (BAM) no hospital, não sabendo</p><p>se ele foi, efetivamente, realizado. Concluído o procedimento, o inquérito foi encaminhado ao</p><p>Ministério Público, que, com base apenas nas declarações de Caio, ofereceu denúncia em face</p><p>de Matheus, perante a 2ª Vara Criminal de Vitória/ES, imputando-lhe a prática do crime do Art.</p><p>129, § 1º, inciso I, do Código Penal. Informou o Parquet que deixou de oferecer proposta de</p><p>suspensão condicional do processo, em razão da significativa pena máxima prevista para o delito</p><p>(05 anos de reclusão), bem como diante da Folha de Antecedentes Criminais, que registrava</p><p>apenas uma condenação anterior de Matheus, com trânsito em julgado no ano de 2018, pela</p><p>prática da infração prevista no Art. 42 do Decreto-lei no 3.688/41. Como documentação, o</p><p>Ministério Público apresentou apenas imagens da câmera de segurança do local da festa e a</p><p>Folha de Antecedentes Criminais. Após recebimento da denúncia, Matheus foi pessoalmente</p><p>citado e intimado para adoção das medidas cabíveis, em 16 de novembro de 2022, quarta-feira,</p><p>data em que os mandados foram juntados aos autos, vindo a procurar seu advogado para</p><p>assistência técnica. Informou ao patrono que, na data dos fatos, realizou exame de alcoolemia e</p><p>atendimento médico, que constatou que ele se encontrava completamente embriagado em razão</p><p>da ingestão de bebida alcóolica (gin) e sua intolerância, bem como, que era inteiramente incapaz</p><p>de determinar-se sobre o caráter ilícito do fato. Forneceu, ainda, o nome do funcionário do bar</p><p>que teria lhe atendido (Carlos) e dos seus amigos José e Antônio, que teriam presenciado os</p><p>fatos. Confirmou, todavia, que desferiu o golpe de garrafa na cabeça de Caio, que deixou o local</p><p>com sangramento. Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado de</p><p>Matheus, a peça jurídica cabível diferente de habeas corpus e embargos de declaração, expondo</p><p>todas as teses jurídicas de direito material e direito processual pertinentes. A peça deverá ser</p><p>datada no último dia do prazo, considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em todo</p><p>o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>Como resolver memoriais</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXII EXAME OAB</p><p>Enunciado</p><p>Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em</p><p>sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em</p><p>29 de novembro de 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel. Em determinado</p><p>momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar</p><p>a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que começou a</p><p>pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz, em razão</p><p>de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da</p><p>residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em segundos,</p><p>Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar</p><p>o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família,</p><p>sangrando em razão do golpe recebido.</p><p>Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria</p><p>do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz,</p><p>verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde</p><p>e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado,</p><p>narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado</p><p>criminalmente.</p><p>Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao</p><p>Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a</p><p>existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara Criminal</p><p>de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do</p><p>Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão</p><p>condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação</p><p>dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu</p><p>nova pena para o delito imputado.</p><p>Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na</p><p>aplicação do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados durante a</p><p>instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em</p><p>responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi</p><p>acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência</p><p>de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que</p><p>registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela</p><p>prática de contravenção penal.</p><p>O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos</p><p>termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a</p><p>defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da</p><p>medida cabível.</p><p>Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz,</p><p>a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas</p><p>as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do</p><p>prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados</p><p>que, na verdade,</p><p>Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.</p><p>Em face disso, foi determinada realização de perícia. Como não havia perito oficial na comarca,</p><p>o inquérito policial demorou para ser concluído, sendo acostados ao procedimento investigatório</p><p>o laudo médico pericial, no qual consta a informação de que Joaquina não estivera grávida no</p><p>momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um</p><p>exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na</p><p>adolescente. Após conclusão do inquérito policial, no dia 20/01/2018, Túlio vem a ser denunciado</p><p>pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do</p><p>Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto</p><p>despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A denúncia foi recebida em 22/01/2018. O réu foi</p><p>citado no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.</p><p>Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a</p><p>peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas</p><p>pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-</p><p>se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO</p><p>TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS</p><p>Processo nº ...</p><p>TÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar</p><p>RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 406 do Código de Processo Penal, pelos</p><p>fatos e fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DA TEMPESTIVIDADE</p><p>A presente peça é tempestiva, uma vez que apresentada dentro do prazo</p><p>de 10 dias, na forma do artigo 406 do Código de Processo Penal.</p><p>II) DOS FATOS</p><p>O Ministério Público denunciou o réu pelo crime de tentativa de aborto,</p><p>previsto no artigo 126, caput, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal.</p><p>A denúncia foi recebida no dia 22 de janeiro de 2018.</p><p>O réu foi citado no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.</p><p>III) DO DIREITO</p><p>A) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO</p><p>O Ministério Público deixou de oferecer a suspensão condicional do</p><p>processo, mesmo sendo postulado pela defesa. Todavia, nos termos do artigo 89 da Lei nº</p><p>9.099/95, caberá ao Ministério Público oferecer proposta suspensão condicional do</p><p>processo quando a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano, abrangidos</p><p>ou não por esta Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais se destacam</p><p>a primariedade e a presença dos requisitos do artigo 77 do Código Penal.</p><p>O réu faz jus ao benefício, pois o crime de aborto tentando pelo qual foi</p><p>denunciado possui pena mínima não superior a um ano. Além disso, o recorrente é primário</p><p>e de bons antecedentes, conforme folha de antecedentes criminais sem outras anotações</p><p>juntada no processo.</p><p>Logo, deve ser declarada a nulidade do recebimento da denúncia, uma vez</p><p>que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do processo.</p><p>B) DA PRESCRIÇÃO</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime do artigo 126, caput, combinado</p><p>com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A pena máxima do delito de aborto é 04</p><p>anos de reclusão. Logo, o prazo prescricional é de 8 anos, nos termos do artigo 109, inciso</p><p>IV, do Código Penal.</p><p>Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época do fato, o</p><p>prazo prescricional deverá ser contado pela metade, forte artigo 115 do Código Penal.</p><p>Assim o prazo prescricional, no caso, é de 04 anos.</p><p>Entre a data da consumação do delito, dia 03 de janeiro de 2014, e a do</p><p>recebimento da denúncia, 22/01/2018, decorreram mais de 04 anos, configurando a</p><p>prescrição da pretensão punitiva em abstrato do delito em tela.</p><p>Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela prescrição,</p><p>devendo o réu ser absolvido sumariamente, nos termos do artigo 397, IV, do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>C) DO CRIME IMPOSSÍVEL</p><p>O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto. Todavia, conforme</p><p>boletim de atendimento médico, Joaquina não estava grávida no momento dos fatos. Nos</p><p>termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia</p><p>absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o</p><p>delito. Trata-se, portanto, de crime impossível.</p><p>No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que Joaquina não estava</p><p>grávida para causar o aborto. O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da</p><p>conduta e, consequentemente, a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir</p><p>crime, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal.</p><p>IV) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento de proposta de</p><p>suspensão condicional do processo;</p><p>b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal;</p><p>c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso IV, do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 28 de junho de 2018.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver memoriais no procedimento do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Memoriais no tribunal do júri</p><p>Enunciado</p><p>Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém</p><p>completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela</p><p>informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem</p><p>mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus</p><p>pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para</p><p>realizar um aborto.</p><p>Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era</p><p>proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer</p><p>uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.</p><p>Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem</p><p>à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,</p><p>Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.</p><p>Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput,</p><p>c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca</p><p>de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo</p><p>defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014.</p><p>Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e</p><p>Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. Foram juntados aos</p><p>autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela</p><p>não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem</p><p>outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não</p><p>causara lesões na adolescente. Encerrada a instrução, o Ministério Público pugnou pela</p><p>pronúncia, nos termos da denúncia. A defesa foi intimada para se manifestar no dia seja, 18 de</p><p>junho de 2018, segunda-feira.</p><p>Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a</p><p>peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas</p><p>pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-</p><p>se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO</p><p>TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS</p><p>Processo nº ...</p><p>TÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,</p><p>com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,</p><p>apresentar Memoriais, com base no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelos</p><p>fatos e fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DA TEMPESTIVIDADE</p><p>Os presentes memoriais são tempestivos, uma vez que apresentada</p><p>dentro do prazo de 5 dias, na forma do artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal.</p><p>II) DOS FATOS</p><p>O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de tentativa de</p><p>aborto, previsto no artigo 126, caput, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código</p><p>Penal.</p><p>Durante a instrução, foram ouvidas as testemunhas e Joaquina, bem ainda</p><p>realizado o interrogatório. Encerrada a instrução, o Ministério Público pugnou pela</p><p>pronúncia nos termos da denúncia.</p><p>A defesa foi intimada da decisão no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.</p><p>III) DO DIREITO</p><p>A) DA PRESCRIÇÃO</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime do artigo 126, caput, combinado</p><p>com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A pena máxima do delito de aborto é 04</p><p>anos de reclusão. Logo, o prazo prescricional é de 8 anos, nos termos do artigo 109, inciso</p><p>IV, do Código Penal.</p><p>Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época do fato, o prazo</p><p>prescricional deverá ser contado pela metade, forte artigo 115 do Código Penal. Assim o</p><p>prazo prescricional, no caso, é de 04 anos.</p><p>Entre a data de recebimento da denúncia, 22/01/2014, até a data de</p><p>publicação da sentença de pronúncia, dia 18/06/2018, decorreram mais de 04 anos,</p><p>configurando a prescrição da pretensão punitiva em abstrato do delito em tela.</p><p>Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela prescrição,</p><p>nos termos no artigo 107, inciso IV, do Código Penal.</p><p>B) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO</p><p>O Ministério Público deixou de oferecer a suspensão condicional do</p><p>processo, mesmo sendo postulado pela defesa. Todavia, nos termos do artigo 89 da Lei nº</p><p>9.099/95, caberá ao Ministério Público oferecer proposta suspensão condicional do processo</p><p>quando a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano, abrangidos ou não</p><p>por esta Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais se destacam a</p><p>primariedade e a presença dos requisitos do artigo 77 do Código Penal.</p><p>O réu faz jus ao benefício, pois o crime de aborto tentando pelo qual foi</p><p>denunciado possui pena mínima não superior a um ano. Além disso, o recorrente é primário</p><p>e de bons antecedentes, conforme folha de antecedentes criminais sem outras anotações</p><p>juntada no processo.</p><p>Logo, deve ser declarada a nulidade da instrução e da decisão de pronúncia,</p><p>uma vez que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do processo.</p><p>C) DO CRIME IMPOSSÍVEL</p><p>O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto. Todavia, conforme</p><p>boletim de atendimento médico, Joaquina não estava grávida no momento dos fatos. Nos</p><p>termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta</p><p>do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito. Trata-</p><p>se, portanto, de crime impossível.</p><p>No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que Joaquina não estava</p><p>grávida para causar o aborto. O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da</p><p>conduta e, consequentemente, a absolvição sumária pelo fato evidente não constituir crime,</p><p>com base no artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal.</p><p>IV) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) Seja declarada a extinção da punibilidade, com base no artigo 107, inciso IV, do Código</p><p>Penal;</p><p>b) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento de proposta de</p><p>suspensão condicional do processo;</p><p>c) Absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 25 de junho de 2018.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver revisão criminal</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – X Exame da OAB</p><p>Enunciado</p><p>Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de</p><p>propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro</p><p>para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na</p><p>ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no</p><p>Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta,</p><p>tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava</p><p>cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado.</p><p>Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas</p><p>arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e</p><p>que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas</p><p>declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e</p><p>reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte</p><p>à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua</p><p>subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.</p><p>Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial</p><p>fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a</p><p>confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais</p><p>sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua</p><p>subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento</p><p>da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de</p><p>advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único</p><p>parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de</p><p>outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde</p><p>o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no</p><p>mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem</p><p>como que tal veículo estava em seu poder desde então.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas</p><p>corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO</p><p>JANE, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., RG..., CPF..., com</p><p>endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., por seu procurador infra-assinado,</p><p>com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência ajuizar</p><p>a presente REVISÃO CRIMINAL, com base no artigo 621, inciso I e III, do Código de</p><p>Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DOS FATOS</p><p>A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,</p><p>ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de</p><p>Gabriela.</p><p>Após o encerramento da instrução e oferecimento das alegações finais, o</p><p>Magistrado proferiu decisão condenando a requerente a 05 anos de reclusão no regime</p><p>fechado.</p><p>Após o trânsito em julgado, o filho da vítima informou que, no dia 27 de</p><p>outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local</p><p>onde o veículo estava escondido.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DO ARREPENDIMENTO</p><p>POSTERIOR</p><p>A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,</p><p>ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de</p><p>Gabriela.</p><p>Todavia, não foi considerada na sentença condenatória a causa de</p><p>diminuição da pena consistente no arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do</p><p>Código Penal.</p><p>O filho da vítima, que nunca fora mencionado no processo que deu origem</p><p>à condenação do requerente, informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo</p><p>os conselhos maternos, lhe telefonou indicando o local onde o veículo estava escondido,</p><p>acrescentando que no mesmo dia do telefonema foi ao local e pegou o veículo de volta,</p><p>sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então.</p><p>Logo, surgiu prova nova no sentido de que a requerente teria restituído o</p><p>veículo antes do recebimento da denúncia, razão pela qual deve ser considerada a causa</p><p>de diminuição da pena em face do arrependimento posterior, no se grau máximo, qual seja,</p><p>em 2/3, já que o bem subtraído foi devolvido na sua integralidade.</p><p>B) DA QUALIFICADORA</p><p>A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,</p><p>ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de</p><p>Gabriela, sendo qualificado porque teria subtraído para transportar para o Paraguai.</p><p>Todavia, o fato novo, consistente nas declarações do filho da vítima,</p><p>comprova que o veículo não chegou a ser transportado para o exterior, já que teria sido</p><p>restituído à vítima.</p><p>Logo, não incidiu a qualificadora prevista no §5º do artigo 155 do Código</p><p>Penal. Por isso, cabível a desclassificação do furto qualificado para o furto simples (artigo</p><p>155, “caput”, do Código Penal).</p><p>C) DO REGIME FECHADO</p><p>A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,</p><p>ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de</p><p>Gabriela, sendo condenada a cinco anos de reclusão, em regime fechado.</p><p>Todavia, considerando o afastamento da qualificadora e do</p><p>arrependimento posterior e a consequente diminuição em 2/3, a pena não será superior a</p><p>quatro anos. Além disso, a reparação do dano promovida pela requerente prepondera sobre</p><p>os maus antecedentes, sendo, portanto, as circunstâncias judiciais favoráveis.</p><p>Logo, nos termos da Súmula 269 do Superior Tribunal de Justiça, é</p><p>possível a fixação do regime semiaberto ao condenado à pena não superior a quatro anos,</p><p>com circunstâncias judiciais favoráveis.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja julgada procedente a ação de revisão criminal,</p><p>a fim de que seja, nos termos do artigo 626 do Código de Processo Penal:</p><p>a) Desclassificada a conduta de furto qualificado para o furto simples;</p><p>b) A diminuição da pena privativa de liberdade, em face do arrependimento posterior;</p><p>c) A fixação do regime semiaberto (ou a mudança para referido regime) para o</p><p>cumprimento da pena privativa de liberdade.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver recurso ordinário constitucional</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta</p><p>Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse</p><p>envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos</p><p>assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a passar a</p><p>frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de</p><p>confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial disfarçado</p><p>convence o investigado a com ele praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante</p><p>disso, no dia 15 de outubro de 2021, previamente engendrados, o policial disfarçado e o</p><p>investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária e</p><p>anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha</p><p>em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final, o</p><p>Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades</p><p>legais, e encaminhou à autoridade judiciária. Durante a audiência de custódia, após ouvir o</p><p>flagrado, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em</p><p>flagrante em prisão preventiva, com base no artigo 310, inciso II, do Código de Processo Penal.</p><p>Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado(a), impetrou Habeas corpus, que foi</p><p>denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Com base somente</p><p>nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na</p><p>qualidade de advogado(a) de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva de advogado(a), no</p><p>que tange à liberdade de seu cliente. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>PEDRO ROCHA, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-</p><p>assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, a presença de Vossa</p><p>Excelência, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, com</p><p>base no artigo 105, inciso II, “a” da Constituição Federal/88, combinado com os artigos</p><p>30 e 32, ambos da Lei 8.038/90, requerendo seja o recurso recebido e processado e,</p><p>ao final, remetido ao Superior Tribunal de Justiça.</p><p>O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5</p><p>dias, previsto no artigo 30 da Lei nº 8.038/1990.</p><p>Nestes termos,</p><p>pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>Recorrente/Impetrante: Pedro Rocha</p><p>Recorrido: Ministério Público</p><p>Autos nº</p><p>RAZÕES DE RECURSO ORDINARIO CONSTITUCIONAL</p><p>EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>COLENDA TURMA</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o</p><p>delito de roubo majorado tentado.</p><p>O auto de prisão em flagrante foi lavrado e encaminhado à autoridade</p><p>judiciária, que converteu em prisão preventiva.</p><p>O recorrente impetrou habeas corpus, que, por maioria, foi denegado pelo</p><p>Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DO FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO</p><p>O recorrente foi preso acusado de ter praticado, em tese, o crime de roubo</p><p>majorado tentado. Todavia, trata-se de prisão ilegal, já que um policial disfarçado</p><p>convenceu o requerente a ingressar na agência bancária e anunciar o assalto, momento</p><p>em que foi preso em flagrante, caracterizando o chamado flagrante preparado ou</p><p>provocado.</p><p>Nos termos da Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, não configura</p><p>crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.</p><p>Logo, em se tratando de flagrante preparado e crime impossível, previsto</p><p>no artigo 17 do Código Penal, verifica-se que a prisão é ilegal, devendo ser relaxada.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a</p><p>consequente reforma do acórdão recorrido, para o fim de que seja concedido o habeas</p><p>corpus e relaxada a prisão em flagrante do recorrente, com a expedição do alvará de soltura.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>ADVOGADO...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver agravo em execução</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XVI EXAME OAB</p><p>Enunciado</p><p>Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo</p><p>simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um</p><p>aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela</p><p>vítima. Os fatos foram</p><p>praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto</p><p>denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, “caput”, do Código Penal</p><p>a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado</p><p>e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro</p><p>de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro</p><p>de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo</p><p>progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos</p><p>subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal.</p><p>No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de</p><p>livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de</p><p>Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em</p><p>tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de</p><p>roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena</p><p>privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos</p><p>objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes,</p><p>deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c)</p><p>indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo,</p><p>de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade.</p><p>Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma</p><p>segunda-feira.</p><p>Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último dia do</p><p>prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO</p><p>PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ</p><p>Processo nº...</p><p>GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,</p><p>com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,</p><p>interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197 da Lei de Execução</p><p>Penal.</p><p>O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5 dias,</p><p>nos termos da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal e artigo 586 do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de</p><p>retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão,</p><p>requer seja encaminhado o recurso ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 30 de março de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>Recorrente: GILBERTO</p><p>Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Processo nº...</p><p>RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais</p><p>do artigo 157, caput, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de</p><p>04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença</p><p>transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013.</p><p>O agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto</p><p>ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, que foi indeferido.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO</p><p>O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o</p><p>fundamento de que o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o</p><p>momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade.</p><p>Todavia, o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não</p><p>está previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90.</p><p>Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão</p><p>do benefício, mas 1/3 da pena, já que o agravante não é reincidente, conforme prevê o</p><p>artigo 83, inciso I, do Código Penal.</p><p>B) DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO</p><p>O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, argumentando,</p><p>ainda, que não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em</p><p>vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena</p><p>imposta para obtenção do livramento condicional.</p><p>Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da legalidade, uma vez</p><p>que o artigo 83, inciso II, do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na</p><p>prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus</p><p>ao livramento condicional.</p><p>Logo, embora conste no artigo 83, inciso I, do Código Penal, que o</p><p>condenado não reincidente e portador de bons antecedentes deve cumprir 1/3 da pena,</p><p>essa fração deve ser aplicada também caso o acusado seja portador de maus</p><p>antecedentes, além de não reincidente.</p><p>Diante do exposto, deverá observar o requisito objetivo para o livramento</p><p>condicional após cumprimento de 1/3 da pena.</p><p>C) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO</p><p>O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, porque</p><p>considera indispensável a realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes</p><p>de roubo, de maneira abstrata, são graves e causam severos prejuízos para a sociedade.</p><p>Todavia, o exame criminológico não é obrigatório para fins de obtenção da</p><p>progressão de regime ou do livramento condicional, bastando atestado de bom</p><p>comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento carcerário, nos termos do artigo</p><p>112, § 1º, da Lei nº 7.210/84.</p><p>O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a</p><p>realização do exame criminológico, devendo a decisão ser devidamente fundamentada</p><p>considerando o caso concreto, nos termos da Súmula 439 do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta grave dentro</p><p>do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame.</p><p>III – DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso,</p><p>com a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o livramento condicional, com a</p><p>consequente expedição do alvará de soltura, já que o recorrente preenche os requisitos.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 30 de março de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>ITEM PONTUAÇÃO</p><p>PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO</p><p>Item 1 - Endereçamento correto: Juízo da Vara de Execuções Penais do</p><p>Rio de Janeiro/RJ (0,10). 0,00/0,10</p><p>Item 2 – Fundamento legal: Art. 197 da Lei nº 7.210/84 (0,10) 0,00/0,10</p><p>Item 3 - Pedido de retratação (0,30). 0,00/0,30</p><p>RAZÕES DO RECURSO</p><p>Item 4 – Endereçamento correto: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro</p><p>(0,10).</p><p>0,00/0,10</p><p>Item 5 – Desenvolvimento jurídico acerca da concessão do livramento</p><p>condicional, pois a fundamentação trazida pelo magistrado é</p><p>equivocada (0,40). 0,00/0,40</p><p>Item 6 - Afastamento da hediondez do crime de roubo simples (0,50),</p><p>pois este não está no rol dos crimes hediondos ou por violação ao</p><p>princípio da taxatividade (0,20).</p><p>0,00/0,20/</p><p>0,50/0,70</p><p>Item 7.1 - O requisito objetivo para a concessão do livramento</p><p>condicional de condenado não reincidente portador de maus</p><p>antecedentes é de 1/3 e não de metade (0,50);</p><p>0,00/0,50</p><p>Item 7.2 - Aplicação do Art. 83, I, do CP (OU não aplicabilidade do Art.</p><p>83, II, do CP) (0,20), diante do princípio da legalidade, que veda a</p><p>aplicação de analogia in malam partem (OU aplicação da interpretação</p><p>mais favorável ao apenado) (0,50).</p><p>0,00/0,20/</p><p>0,50/0,70</p><p>Item 8 – A realização do exame criminológico</p><p>não é indispensável (0,50),</p><p>porque a decisão que determina o exame criminológico deve ser</p><p>devidamente fundamentada em fatores concretos (OU a mera gravidade</p><p>em abstrato do delito não é suficiente para a exigência do exame</p><p>criminológico) (0,40), conforme Súmula 439 do STJ (0,10).</p><p>0,00/0,40/0,50/</p><p>0,60/0,90/1,00</p><p>Item 9 – Dos Pedidos: Conhecimento e provimento do recurso OU</p><p>concessão do livramento condicional (0,50); com a consequente</p><p>expedição do alvará de soltura (0,20).</p><p>0,00/0,20/</p><p>0,50/0,70</p><p>Item 10 - Prazo: 30.03.2015 (0,30). 0,00/0,30</p><p>Item 11 - Estrutura – duas petições (interposição e razões); aposição de</p><p>local, data, assinatura e OAB (0,10).</p><p>0,00/0,10</p><p>⭐ ⭐</p><p>Como resolver apelação no Tribunal do Júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Fernando foi pronunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve</p><p>como vítima Henrique. No dia 07 de julho de 2015, numa terça-feira, em sessão plenária do</p><p>Tribunal do Júri, todas as testemunhas asseguraram que Henrique iniciou agressões contra</p><p>Fernando e que este agiu em legítima defesa. No momento do julgamento, os jurados</p><p>reconheceram a autoria e materialidade e optaram por condenar Fernando pela prática do delito</p><p>de homicídio doloso. Após a prolação da sentença condenatória, que impôs ao réu a pena de 06</p><p>(seis) anos, em regime semiaberto, a família de Fernando toma conhecimento de que dois dos</p><p>jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. A intimação da sentença ocorreu na sessão</p><p>plenária. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do</p><p>caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia</p><p>do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00</p><p>pontos)</p><p>Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não</p><p>confere pontuação.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO TRIBUNAL</p><p>DO JÚRI DA COMARCA...</p><p>Processo nº ...</p><p>FERNANDO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-</p><p>assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente</p><p>RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso III, “a” e “d”, do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>O presente recurso de apelação é tempestivo, já que interposto</p><p>dentro do prazo de 5 dias, previsto no artigo 593, “caput”, do Código de Processo Penal.</p><p>Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as</p><p>razões anexas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento</p><p>Local..., 13 de julho de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...</p><p>Apelante: Fernando</p><p>Apelado: Ministério Público</p><p>Processo nº</p><p>RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I – DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado e pronunciado pela prática do crime de</p><p>homicídio doloso.</p><p>Durante a sessão plenária do Júri, todas as testemunhas disseram</p><p>que a vítima iniciou as agressões e que o réu agiu em legítima defesa.</p><p>Os jurados decidiram pela condenação do réu.</p><p>O Magistrado fixou a pena em 06 (seis) anos, em regime semiaberto.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) Da nulidade posterior à pronúncia</p><p>Após a sessão plenária, a família do réu tomou conhecimento de que</p><p>dois dos jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. Todavia, nos termos do artigo</p><p>448, inciso IV, do Código de Processo Penal, irmãos são impedidos de servirem de jurados</p><p>no mesmo Conselho de Sentença.</p><p>Logo, considerando que dois dos jurados eram irmãos, deve ser</p><p>anulada a sessão do plenário do Júri, nos termos do artigo 593, inciso III, “a”, do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>B) Da decisão manifestamente contrária à prova dos autos</p><p>Os jurados reconheceram a autoria e a materialidade e optaram por</p><p>condenar o réu pela prática do delito de homicídio doloso. Todavia, todas as testemunhas</p><p>asseguraram que a vítima iniciou as agressões contra Fernando e que este agiu em legítima</p><p>defesa.</p><p>Logo, a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos</p><p>autos, devendo o presente recurso ser provido, a fim de sujeitar o réu a novo julgamento,</p><p>nos termos do artigo 593, § 3º, do Código de Processo Penal.</p><p>III – DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a</p><p>reforma da decisão, a fim de que:</p><p>a) Seja anulada a sessão do plenário do Júri, nos termos do artigo 593, III, “a”, do</p><p>Código de Processo Penal;</p><p>b) Seja o réu submetido a novo julgamento pelo plenário da Sessão do Júri, nos</p><p>termos do artigo 593, § 3º, do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 13 de julho de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver contrarrazões de apelação do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo motivo fútil (art. 121,</p><p>§2º, II, do CP). No dia 25 de junho de 2021 foram designados para comparecerem na sessão em</p><p>Plenário, 25 jurados, porém somente compareceram 16 jurados daqueles convocados, tendo o</p><p>juiz Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS realizado o sorteio para</p><p>formação do Conselho de Sentença. Na ocasião, o Ministério Público se insurgiu consignando</p><p>em ata a ausência da formação do número necessário à composição do júri, nos termos do artigo</p><p>447 do CPP, o que não foi considerado pelo magistrado. Após a devida formação do Conselho</p><p>de Sentença, foi iniciada a instrução. A tese da acusação consistia em reforçar a prática de</p><p>homicídio qualificado nos termos trazidos pela pronúncia, enquanto à defesa insistiu na tese de</p><p>absolvição em face da ocorrência de legítima defesa. A alegação defensiva foi construída em</p><p>plenário com base no relato das testemunhas defesa. Encerrados os debates orais, sem que o</p><p>Ministério Público postulasse pela réplica, os jurados dirigiram-se para a votação, ocasião em</p><p>que absolveram Carlos da imputação, reconhecendo a incidência da legítima defesa. Após a</p><p>votação o magistrado proferiu a sentença absolutória, inconformado o Ministério Público interpôs</p><p>recurso com base no art. 593, III, alíneas “a” e “d”, do CPP, apresentando suas razões recursais</p><p>no sentido da ocorrência de nulidade na formação do Conselho de Sentença, por não estarem</p><p>presentes os 25 jurados, bem como o julgamento dos jurados ter sido manifestamente contrário</p><p>à prova dos autos, visto que estava provada a prática de homicídio qualificado. O magistrado</p><p>recebeu o recurso da acusação e determinou a sua intimação, no dia 20 de julho de 2021 (terça-</p><p>feira), para manifestar-se na condição de advogado de Carlos. Elabore a peça processual,</p><p>privativa de advogado, utilizando o último dia do respectivo prazo.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DA VARA DO TRIBUNAL DO</p><p>JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.</p><p>Processo nº...</p><p>CARLOS, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar</p><p>as presentes CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600</p><p>do Código de Processo Penal.</p><p>As presentes contrarrazões são tempestivas, já que apresentadas dentro</p><p>do prazo de 8 dias, previsto no artigo 600 do Código de Processo Penal. Nesse sentido,</p><p>requer sejam recebidas, com posterior remessa ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio</p><p>Grande do Sul.</p><p>Nestes termos.</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local ..., 28 de julho de 2021.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL</p><p>Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Apelado: CARLOS</p><p>CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo</p><p>motivo</p><p>fútil (art. 121, §2º, II, do CP).</p><p>No dia 25 de junho de 2021 foi submetido a julgamento perante o Plenário</p><p>do Júri da Comarca de Porto Alegre, tendo sido absolvido pelos jurados.</p><p>Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação, com</p><p>fundamento nas alíneas “a” e “d”, do CPP.</p><p>O Magistrado recebeu o recurso ministerial e determinou a intimação da</p><p>defesa para apresentar a medida cabível. Por tal razão, neste momento a defesa apresenta</p><p>as presentes Contrarrazões.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA INOCORRÊNCIA DE NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA</p><p>Não assiste razão ao representante do Ministério Público ao sustentar a</p><p>ocorrência de nulidade na formação do Conselho de Sentença, vejamos.</p><p>O artigo 447 do Código de Processo Penal informa a composição do</p><p>Tribunal do Júri com 25 jurados. Entretanto, a lei autoriza,</p><p>no artigo 463 do Código de Processo Penal, para o sorteio do Conselho de Sentença, ou</p><p>seja, dos 7 jurados que julgarão o caso em plenário, a existência de um número mínimo de</p><p>15 jurados, o que se verificou no caso em exame, sem qualquer situação que ensejasse o</p><p>reconhecimento de nulidade.</p><p>Logo, não há nulidade a ser reconhecida, conforme pretende o Ministério</p><p>Público, ao interpor a apelação nos termos do artigo 593, III, alínea “a”, do CPP.</p><p>B) DA INEXISTÊNCIA DE DECISÃO DOS JURADOS MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À</p><p>PROVA DOS AUTOS</p><p>Da mesma forma, não assiste razão a acusação ao sustentar que a decisão</p><p>dos jurados está manifestamente contrária à prova dos autos, pois conforme restou</p><p>demonstrado em Plenário havia duas teses definidas.</p><p>Primeiro a acusação sustentando a ocorrência de homicídio qualificado</p><p>mediante motivo fútil. Segundo a defesa, com amparo em acervo probatório confrontando</p><p>a tese e alegando a legítima defesa.</p><p>Ora Excelência, o julgamento dos jurados se dá nos termos do artigo 472</p><p>do Código de Processo Penal com base na sua consciência após analisar as teses expostas</p><p>em Plenário, estando os jurados, portanto, livres para escolherem os fundamentos e</p><p>formarem a sua convicção. Desta forma, considerando que a manifestação dos jurados foi</p><p>no sentido de reconhecer a legítima defesa, discutida e debatida em plenário, não há</p><p>decisão manifestamente contrária à prova dos autos, motivo pelo qual deverá ser também</p><p>improvido o recurso, com base no artigo 593, III, “d”, do Código de Processo Penal,</p><p>respeitando assim a soberania dos vereditos como assegura o artigo 5º, XXXVIII, da</p><p>Constituição Federal de 1988.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja IMPROVIDO o recurso de apelação interposto,</p><p>mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos.</p><p>Nestes termos.</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local ..., 28 de julho de 2021.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver apelação do assistente de acusação no procedimento do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VII Exame</p><p>Enunciado</p><p>Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o</p><p>qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é</p><p>tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não</p><p>saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,</p><p>vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em</p><p>flagrante delito. Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual</p><p>atestou que Ana agira sob influência de estado puerperal.</p><p>Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o</p><p>laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal do Júri pela prática do crime de homicídio</p><p>triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o Parquet que Ana fora movida por motivo fútil,</p><p>empregara meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que</p><p>tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça</p><p>reiterou os argumentos da denúncia, sustentando que Ana teria agido impelida por motivo fútil</p><p>ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado feio e teria empregado meio cruel ao bater a</p><p>cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede, além de impossibilitar a defesa da vítima,</p><p>incapaz, em razão da idade, de defender-se.</p><p>A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,</p><p>se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao</p><p>proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em</p><p>razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se</p><p>autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o</p><p>Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis</p><p>sem manifestação do Parquet.</p><p>Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,</p><p>Wilson, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a</p><p>decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo</p><p>caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas</p><p>pertinentes, datando do último dia do prazo. (valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA</p><p>CRIMINAL/TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA...</p><p>Processo nº</p><p>Wilson, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., na</p><p>qualidade de pai da vítima, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a</p><p>sua HABILITAÇÃO COMO ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO, com base no artigo 268 do</p><p>Código de Processo Penal, após oitiva do Ministério Público.</p><p>Ainda, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o</p><p>presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de</p><p>Processo Penal, e artigo 416 do Código de Processo Penal, e artigo 598 do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de</p><p>15 dias, de acordo com o artigo 598, parágrafo único, do Código de Processo Penal e</p><p>Súmula 448 do STF.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 31 de janeiro de 2011.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>Apelante: Wilson</p><p>Apelada: Ana</p><p>Processo nº</p><p>RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I – DOS FATOS</p><p>Ana foi denunciada pela prática do delito de homicídio triplamente</p><p>qualificado pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que tornou impossível a</p><p>defesa da vítima.</p><p>Ao proferir sentença, o Magistrado absolveu sumariamente a ré, sob o</p><p>fundamento de que seria inimputável por conta do seu estado puerperal.</p><p>Intimado da decisão no dia 11 de janeiro de 2011, o Ministério Público</p><p>deixou transcorrer o prazo recursal.</p><p>Em 20 de janeiro de 2011, o pai da vítima procurou o advogado para se</p><p>habilitar como assistente da acusação e impugnar a decisão.</p><p>II – DO DIREITO</p><p>A) DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA</p><p>O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré</p><p>inimputável. Todavia, nos termos do artigo 415, parágrafo único, do Código de Processo</p><p>Penal, somente seria possível a absolvição sumária pela inimputabilidade se fosse a única</p><p>tese defensiva.</p><p>No caso, além da inimputabilidade, a defesa apresentou a tese de negativa</p><p>de autoria, ao alegar que a ré não praticou o fato imputado a ela.</p><p>Logo, não poderia o Magistrado absolver sumariamente a ré, mas deveria</p><p>proferir sentença de pronúncia, encaminhando-a para julgamento pelo Tribunal do Júri pela</p><p>prática do crime de homicídio triplamente qualificado ou, alternativamente,</p><p>pelo delito de</p><p>infanticídio.</p><p>B) DA INIMPUTABILIDADE</p><p>O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré</p><p>inimputável, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se autodeterminar</p><p>em consequência da influência do estado puerperal. Todavia, o estado puerperal não</p><p>constitui causa de inimputabilidade, ou seja, causa excludente de culpabilidade, sendo,</p><p>portanto, elementar do crime de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal.</p><p>Logo, não cabia ao Magistrado absolver sumariamente a ré pela</p><p>inimputabilidade, mas proferir decisão de pronúncia pela prática do delito de homicídio</p><p>triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou</p><p>a defesa da vítima, ou alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto no artigo 123 do</p><p>Código Penal.</p><p>III – DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja CONHECIDO O RECURSO E REFORMADA</p><p>A DECISÃO RECORRIDA, com o PROVIMENTO, a fim de que:</p><p>Seja a ré pronunciada, encaminhando-a a julgamento pelo Tribunal do Júri</p><p>pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego do</p><p>meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, nos termos do artigo 121, §2º,</p><p>incisos II, III e IV, do Código Penal, ou, alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto</p><p>no artigo 123 do Código Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 31 de janeiro de 2011.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver defesa preliminar da lei de drogas</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi abordado por policiais, acusado de estar</p><p>portando 02 gramas de maconha. Após constatar por sua experiência profissional que</p><p>efetivamente se tratava de cannabis sativa, o policial deu voz de prisão em flagrante,</p><p>encaminhando Roniquito à Delegacia de Polícia. Durante a lavratura da prisão em flagrante,</p><p>verificou-se que Roniquito não registrava procedimento policial em seu desfavor. Ao final, a</p><p>autoridade policial indiciou Roniquito como incurso no crime tráfico ilícito de entorpecentes,</p><p>previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou</p><p>ser traficante, reconhecendo, contudo, ser dependente químico, já tendo sido, inclusive,</p><p>internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, responsáveis pela Clínica</p><p>de Tratamento. Após o encerramento do procedimento policial, o Ministério Público ofereceu</p><p>denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a prática do delito do artigo 33, “caput”, da Lei nº</p><p>11.343/2006. O Magistrado determinou a notificação de Roniquito, que ocorreu no dia 03 de</p><p>junho de 2016, que caiu numa sexta-feira.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Roniquito, redija a peça cabível, exclusiva de</p><p>advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte, datando a peça no</p><p>último dia do prazo. (valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA....</p><p>Processo nº</p><p>Roniquito Vieira, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-</p><p>assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa</p><p>Excelência, oferecer DEFESA PRELIMINAR, com base no artigo 55 da Lei 11.343/2006,</p><p>pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha.</p><p>Ao longo do seu interrogatório, o réu disse que não era traficante,</p><p>reconhecendo ser dependente de substância entorpecente.</p><p>O Ministério Público ofereceu denúncia imputando ao réu a prática do</p><p>delito do artigo 33 da Lei 11.343/2006.</p><p>O réu foi notificado.</p><p>A presente defesa preliminar é tempestiva, já que apresentada dentro</p><p>do prazo de 10 dias, previsto no artigo 55 da Lei 11.343/2006.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA</p><p>O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha, sendo acusado</p><p>de tráfico de drogas. Todavia, o fato é materialmente atípico, incidindo, no caso, o princípio</p><p>da insignificância, já que a pequena quantidade de droga apreendida em poder do réu não</p><p>é capaz de ofender à coletividade ou a saúde pública.</p><p>Logo, deve ser rejeitada a denúncia, com base no artigo 395, incisos</p><p>II e III, do Código de Processo Penal.</p><p>B) DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE</p><p>O réu foi preso acusado de estar portando substância entorpecente.</p><p>Todavia, a natureza da substância supostamente apreendida em poder do réu foi atestada</p><p>a partir da experiência profissional do policial que realizou a prisão em flagrante. Logo, não</p><p>há registro de que tenha sido realizado o laudo de constatação preliminar da natureza da</p><p>substância, nos termos do artigo 50, §1º, da Lei 11.343/2006.</p><p>Diante disso, não há prova da materialidade do delito, devendo a</p><p>denúncia ser rejeitada, por ausência de justa causa, com base no artigo 395, inciso III, do</p><p>Código de Processo Penal.</p><p>C) DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DO ARTIGO 28 DA LEI 11.343/2006</p><p>O Ministério Público denunciou o réu pela prática do delito de tráfico</p><p>ilícito de entorpecentes. Todavia, deve ser desclassificado o crime de tráfico de drogas para</p><p>o delito previsto no artigo 28 da Lei 11.343/2006.</p><p>O réu, perante a autoridade policial, disse não ser traficante,</p><p>reconhecendo ser dependente de substância entorpecente, tendo sido, inclusive, internado</p><p>para tratamento de dependência química, o que foi confirmado por Manuel e Joaquim,</p><p>responsáveis pela Clínica de Tratamento.</p><p>Além disso, o réu não registra contra si nenhuma ocorrência policial.</p><p>Assim, nos termos do artigo 28, §2º, da Lei 11.343/2006,</p><p>considerando a pequena quantidade de droga apreendida, as condições pessoais do réu e</p><p>a circunstância de ser primário, cabe a desclassificação do delito de tráfico de drogas para</p><p>o delito previsto no artigo 28 da Lei 11.343/2006, com a remessa dos autos ao Juizado</p><p>Especial Criminal, juízo competente para processar e julgar infrações de menor potencial</p><p>ofensivo.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) A rejeição da denúncia, pela atipicidade da conduta, com base</p><p>no artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal;</p><p>b) A rejeição da denúncia, pela ausência de materialidade, com</p><p>base no artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal;</p><p>c) Seja desclassificado o crime previsto no artigo 33 da Lei</p><p>11.343/2006 para o delito do artigo 28 da Lei 11.343/2006, remetendo-se os autos ao</p><p>Juizado Especial Criminal;</p><p>d) A produção de todas as provas admitidas em direito,</p><p>principalmente a testemunhal, conforme rol abaixo.</p><p>ROL DE TESTEMUNHAS:</p><p>a)Joaquim</p><p>b) Manuel</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 15 de junho de 2016</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver defesa preliminar de funcionário público</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Wilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, após o</p><p>encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar a esposa até o</p><p>Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do município onde trabalha. Duas horas</p><p>depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o automóvel no mesmo lugar em que</p><p>o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de segurança do Prédio Municipal, guardas</p><p>municipais perceberam a ação de Wilson, relatando o fato e dando ensejo a instauração de</p><p>procedimento administrativo disciplinar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato,</p><p>utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como</p><p>demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do procedimento</p><p>administrativo, concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo encaminhada cópia dos</p><p>autos ao</p><p>Ministério Público. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson pela prática</p><p>do delito de peculato, previsto no artigo 312, “caput”, do Código Penal. Wilson foi notificado no</p><p>dia 03 de junho de 2016, sexta-feira.</p><p>Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo</p><p>para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA....</p><p>Wilson Ferdinando, já qualificado nos autos, por seu procurador</p><p>infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar</p><p>DEFESA PRELIMINAR, com base no artigo 514 do Código de Processo Penal, pelos fatos</p><p>e fundamentos a seguir expostos.</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime de peculato, previsto no</p><p>artigo 312, “caput”, do Código Penal, porque teria utilizado, sem autorização, o veículo do</p><p>Município.</p><p>O réu foi notificado no dia 03 de junho de 2016.</p><p>A presente defesa preliminar é tempestiva, já que apresentada</p><p>dentro do prazo de 15 dias, previsto no artigo 514 do Código de Processo Penal.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA AUSÊNCIA DE DOLO OU PECULATO DE USO</p><p>O réu foi acusado de ter utilizado o veículo automotor do Município,</p><p>sem autorização. Todavia, o réu não teve a intenção de se apropriar do bem, nem tampouco</p><p>o desviou da Administração Municipal.</p><p>Pretendia, apenas, utilizar o veículo para levar sua esposa até o</p><p>Posto de Saúde do Município vizinho e depois devolvê-lo no mesmo lugar que retirou.</p><p>Assim, não há que se falar em peculato-apropriação, peculato-desvio ou peculato-furto.</p><p>Logo, o réu não tinha dolo de se apropriar, desviar ou subtrair o</p><p>veículo, tanto que, após encher o tanque de gasolina, devolveu-o no mesmo local que</p><p>pegou e nas mesmas condições, caracterizando, no caso, peculato de uso, que constitui</p><p>fato atípico.</p><p>Assim, trata-se de fato atípico, devendo a denúncia ser rejeitada, nos</p><p>termos do artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer o réu seja a denúncia rejeitada, com base no</p><p>artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 20 de junho de 2016.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver relaxamento de prisão</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VI EXAME OAB (adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves</p><p>pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade</p><p>rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves</p><p>foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo</p><p>foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo</p><p>trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais</p><p>lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste,</p><p>foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar</p><p>expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia</p><p>Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo</p><p>306 da Lei 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de</p><p>entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.</p><p>Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter</p><p>permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob</p><p>protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo</p><p>competente, tampouco à Defensoria Pública.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de</p><p>advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais</p><p>ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito</p><p>pertinente ao caso. (Valor 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA...</p><p>Autos nº...</p><p>JOSÉ ALVES, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF...,</p><p>endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., vem, por seu procurador infra-</p><p>assinado, com procuração em anexo, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,</p><p>requerer o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no artigo 310, inciso</p><p>I, do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/88, pelos</p><p>fatos e fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado o</p><p>delito previsto no artigo 306 da Lei nº 9.503/97.</p><p>O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em</p><p>aparelho alveolar, sendo-lhe negado no auto de prisão em flagrante o direito de se</p><p>entrevistar com advogado e com seus familiares.</p><p>O requerente permaneceu preso dois dias após a lavratura da</p><p>prisão em flagrante, sendo que a autoridade policial não comunicou o fato ao juízo</p><p>competente nem à Defensoria Pública.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA PROVA ILÍCITA</p><p>O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de</p><p>ar alveolar. Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou o direito do requerente de não</p><p>produzir prova contra si mesmo, previsto no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição</p><p>Federal/88 e artigo 8º, § 2, alínea “g”, do Decreto 678/92.</p><p>Além disso, o requerente foi forçado a realizar o teste de alcoolemia. Logo,</p><p>trata-se de prova ilícita, nos termos do artigo 157 do Código de Processo Penal, e artigo 5º,</p><p>inciso LVI, da Constituição Federal/88.</p><p>B) DO DIREITO À ADVOGADO E COMUNICAÇÃO À FAMÍLIA</p><p>A autoridade policial negou ao requerente o direito de se entrevistar com</p><p>advogado, bem como não permitiu comunicação com a família.</p><p>Todavia, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de Processo Penal, e</p><p>artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal/88, o preso tem direito à assistência de</p><p>advogado. Logo, deveria a autoridade policial viabilizar a presença de advogado ou</p><p>encaminhar a cópia dos autos à defensoria Pública.</p><p>Além disso, a família do preso não foi imediatamente comunicada sobre a</p><p>prisão, havendo, portanto, violação ao artigo 306, “caput”, do Código de Processo Penal, e</p><p>artigo 5º, inciso LXII, da Constituição Federal/88.</p><p>C) DA AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ COMPETENTE E À DEFENSORIA</p><p>PÚBLICA</p><p>A autoridade policial não comunicou a prisão ao juiz competente, nem</p><p>tampouco à Defensoria Pública.</p><p>Todavia, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de Processo Penal, e</p><p>artigo 5º, inciso LXII, da Constituição Federal, a prisão deveria ser comunicada</p><p>imediatamente ao juiz competente, bem como à Defensoria Pública, no prazo de 24 horas.</p><p>Logo, trata-se de prisão ilegal.</p><p>D) DA NOTA DE CULPA</p><p>Após o decurso de dois dias da lavratura da prisão em flagrante, o Delegado</p><p>não havia comunicado e, portanto, encaminhado os autos ao juiz competente, não</p><p>entregando, pois, a nota de culpa.</p><p>Todavia, conforme o artigo 306, §2º, do Código de Processo Penal, no prazo</p><p>de 24 horas após a realização da prisão, deveria ser entregue a nota de culpa ao flagrado.</p><p>Logo, trata-se de prisão ilegal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) O relaxamento da prisão em flagrante;</p><p>b) Expedição do alvará de soltura;</p><p>c) Vista ao Ministério Público.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Distribuição dos Pontos</p><p>Item Pontuação</p><p>1 - Estrutura</p><p>correta (divisão das partes / indicação de local, data,</p><p>assinatura).</p><p>0,00/0,25</p><p>2 - Indicação correta dos dispositivos legais que dão ensejo ao pedido</p><p>de relaxamento de prisão – art. 5º, LXV, da CRFB OU art. 310, I, do</p><p>CPP.</p><p>0,00/0,50</p><p>3 - Endereçamento correto – Juiz de Direito da XX Vara Criminal da</p><p>Comarca...</p><p>0,00/0,25</p><p>4.1 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em</p><p>flagrante por violação ao direito a não produzir prova contra si (0,5) [art.</p><p>5º, LXIII, da CRFB OU art. 8º, 2, “g” do Decreto 678/92 (Pacto de San</p><p>José da Costa Rica)] (0,25)</p><p>Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.</p><p>0,00/0,50/0,75</p><p>4.2 - em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico e</p><p>consequente ilicitude da prova (0,5) [art. 5º, LVI, OU art. 157 do CPP]</p><p>(0,25)</p><p>Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.</p><p>0,00/0,50/0,75</p><p>5 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em</p><p>flagrante por violação ao direito à comunicação entre o preso e o</p><p>advogado, bem como familiares (0,8), nos termos do art. 5º, LXIII, da</p><p>CRFB OU art 7º, III, do EOAB (0,2).</p><p>Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.</p><p>0,00/0,80/1,0</p><p>6 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em</p><p>flagrante por violação à exigência de comunicação da medida à</p><p>autoridade judiciária e à defensoria pública dentro de 24 horas (0,8),</p><p>nos termos do art. 306, §1º, do CPP OU art. 5º, LXII, da CRFB (0,2).</p><p>Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.</p><p>0,00/0,80/1,0</p><p>7 - Pedido de relaxamento de prisão em razão da nulidade do auto de</p><p>prisão em flagrante (0,25) e expedição de alvará de soltura (0,25).</p><p>0,00/0,25/0,50</p><p>Como resolver liberdade provisória</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 15 de janeiro de 2022, por volta das 14 horas, na Rua das Mocas, nº 2000, São Paulo/SP,</p><p>Josué da Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no artigo 180,</p><p>“caput”, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto</p><p>de crime. Ao ser interrogado, Josué disse que era trabalhador e que tinha carteira de trabalho,</p><p>embora estivesse, na ocasião, desempregado. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de</p><p>Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto.</p><p>Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial</p><p>representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco</p><p>concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato</p><p>judicial.</p><p>Você, como advogado(a) indicado por Josué, é comunicado da ocorrência da prisão em</p><p>flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma</p><p>forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado,</p><p>sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. O juiz recebeu o auto de prisão</p><p>em flagrante, deixando para se manifestar na audiência de custódia. Josué, no entanto,</p><p>desesperado com a situação disse para você, na condição de advogado (a), buscar soltá-lo o</p><p>mais rápido possível, antes mesmo da designação da audiência de custódia.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de</p><p>advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos</p><p>pertinentes ao caso. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE SÃO PAULO/SP</p><p>Autos nº</p><p>Josué da Silva, nacionalidade, estado civil, desempregado,</p><p>RG..., CPF..., residente e domiciliado..., por seu procurador infra-assinado, vem,</p><p>respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a presente LIBERDADE</p><p>PROVISÓRIA, com base no artigo 310, inciso III, do Código de Processo Penal, artigo 321</p><p>do Código de Processo Penal e artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal/88, pelos fatos e</p><p>fundamentos a seguir expostos:</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado</p><p>o delito de receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal.</p><p>O auto de prisão em flagrante observou todas as formalidades</p><p>e foi encaminhado, no prazo legal, ao Poder Judiciário.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) Da impossibilidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva</p><p>O requerente foi preso em flagrante acusado de ter praticado</p><p>o delito de receptação, previsto no artigo 180, “caput”, do Código Penal.</p><p>Todavia, nos termos do artigo 313, inciso I, do Código de</p><p>Processo Penal, se o acusado não for reincidente em crime doloso, somente será admitida</p><p>a prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com pena máxima privativa de liberdade</p><p>superior a quatro anos.</p><p>Logo, no caso, considerando que o acusado não é reincidente</p><p>e o crime de receptação simples prevê a pena máxima de quatro anos, não é possível a</p><p>conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, já que não estão presentes</p><p>nenhuma das hipóteses do artigo 313 do Código de Processo Penal.</p><p>Diante disso, a medida cabível é a concessão da liberdade</p><p>provisória.</p><p>B) Da ausência dos requisitos da prisão preventiva</p><p>A autoridade policial representou pela conversão da prisão</p><p>em flagrante em prisão preventiva, para preservação da ordem pública. Todavia, não</p><p>estão presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva, uma vez que o</p><p>requerente é primário, além de ser trabalhador, embora esteja desempregado.</p><p>Logo, o requerente não representa perigo à ordem pública,</p><p>ordem econômica, à conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal, estando,</p><p>portanto, ausentes os fundamentos do artigo 312 do Código de Processo Penal.</p><p>Assim, deve-se conceder a liberdade provisória, nos termos</p><p>do artigo 321 do Código de Processo Penal.</p><p>C) Do princípio da presunção da inocência</p><p>Convém destacar que prevalece no nosso ordenamento</p><p>jurídico o princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da</p><p>Constituição Federal/88, razão pela qual deve o requerente responder a eventual</p><p>procedimento criminal em liberdade.</p><p>D) Da fiança ou medida cautelar diversa da prisão</p><p>Na hipótese de não ser concedida a liberdade plena, cabe, no</p><p>caso, a concessão de fiança ao requerente, uma vez que o delito pelo qual está sendo</p><p>acusado não se enquadra nas hipóteses de inafiançabilidade previstas nos artigos 323</p><p>e 324, ambos do Código de Processo Penal.</p><p>Em não sendo fixada fiança, postula-se, ainda de forma</p><p>subsidiária, a fixação de outra medida cautelar diversa da prisão, prevista no artigo 319</p><p>do Código de Processo Penal, por ser tratar de medida mais conveniente e adequada</p><p>do que a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, nos termos do artigo</p><p>282 do Código de Processo Penal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) a concessão da liberdade provisória, a fim de que possa responder eventual processo</p><p>em liberdade;</p><p>b) Subsidiariamente, requer seja concedida a fiança ou outra medida cautelar diversa da</p><p>prisão;</p><p>c) Expedição de alvará de soltura;</p><p>d) Vista ao Ministério Público.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver revogação de prisão preventiva</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto na sua residência, localizada</p><p>no Município de Petrópolis/RJ. Ao longo da investigação, a partir das declarações da testemunha</p><p>Marieta Lemos, a autoridade policial passou a suspeitar que Cláudio Valentino tenha sido o autor</p><p>do delito. Na ocasião, Marieta Lemos disse ter recebido mensagem de texto enviada por Cláudio,</p><p>em tom ameaçador, no sentido de que seria melhor ela não testemunhar, para evitar problemas</p><p>a ela e à sua família. Em razão disso, a autoridade policial representou pela prisão preventiva de</p><p>Cláudio, anexando na representação as mensagens enviadas pelo acusado. O Magistrado</p><p>decretou a prisão preventiva, em despacho motivado, aduzindo, como razão de decidir, a</p><p>conveniência da instrução criminal, sendo o mandado de prisão cumprido. Após a conclusão do</p><p>inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Cláudio, imputando-lhe a prática</p><p>de crime de homicídio, previsto no art. 121, “caput”, do Código Penal. Durante a audiência de</p><p>instrução, após ser ouvida sobre os fatos relacionados à morte de Paulo, Marieta disse que a</p><p>ameaça sofrida foi a única proferida por Cláudio. Diante do avançado da hora, o Magistrado</p><p>suspendeu a audiência e designou outra data para oitiva de uma testemunha de defesa faltante</p><p>e interrogatório do réu. Insatisfeito com a atuação do seu antigo defensor, já que ainda estava</p><p>preso, Cláudio contrata você para defendê-lo.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado (a) de Cláudio Valentino, redija a peça cabível,</p><p>exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a</p><p>matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO</p><p>TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PETRÓPOLIS/RJ</p><p>Autos nº</p><p>CLÁUDIO VALENTINO, já qualificado nos autos, por seu</p><p>procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,</p><p>requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com base no artigo 316 do Código</p><p>de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.</p><p>I) DOS FATOS</p><p>No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto</p><p>na sua residência.</p><p>O requerente teve a sua prisão preventiva decretada, sob o</p><p>fundamento da conveniência da instrução criminal.</p><p>O Ministério Público denunciou o requerente pela prática do delito</p><p>previsto no artigo 121, “caput”, do Código Penal.</p><p>A testemunha Marieta foi ouvida em juízo e diante do avançado da hora,</p><p>o Magistrado suspendeu a audiência e designou outra data para inquirição da testemunha</p><p>de defesa faltante e interrogatório do réu.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A PRISÃO PREVENTIVA</p><p>No caso, a revogação da prisão preventiva é medida que se impõe,</p><p>pois não mais subsiste o motivo que o levou o juiz a decretá-la.</p><p>Conforme se verifica, o Magistrado decretou a prisão preventiva por conveniência da</p><p>instrução criminal.</p><p>Todavia, a testemunha Marieta foi ouvida em juízo e disse não ter</p><p>sido mais ameaçada ao longo da instrução criminal. Assim, o motivo que ensejou a prisão</p><p>do requerente não mais subsiste, uma vez que a testemunha já prestou declarações em</p><p>juízo.</p><p>Logo, não subsiste nenhum fundamento para a manutenção da</p><p>prisão preventiva do requerente, já que não representa perigo à ordem pública, à ordem</p><p>econômica, à conveniência da instrução criminal ou aplicação da lei penal, estando,</p><p>portanto, ausentes os pressupostos e requisitos previstos no artigo 312 do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>B) DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA</p><p>Convém destacar que prevalece no nosso ordenamento jurídico o</p><p>princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição</p><p>Federal/88.</p><p>Logo, o requerente faz jus a responder ao processo em liberdade.</p><p>C) DA MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO</p><p>Da mesma forma, em não sendo concedida a liberdade plena,</p><p>possível a fixação de medida cautelar diversa da prisão, prevista no artigo 319 do Código</p><p>de Processo Penal, por se tratar de medida mais conveniente e adequada ao caso, nos</p><p>termos do artigo 282 do Código de Processo Penal.</p><p>Nesse caso, a medida cautelar diversa da prisão mais adequada</p><p>seria a proibição de o réu manter contato com a testemunha, o que desde logo se</p><p>compromete, nos termos do artigo 319, III, do Código de Processo Penal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer:</p><p>a) A revogação da prisão preventiva, com expedição do alvará de soltura;</p><p>b) Subsidiariamente, a concessão de medida cautelar diversa da prisão.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>⭐</p><p>Como resolver queixa-crime subsidiária</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 06 de abril de 2020, na cidade de Niterói, Carla, que contava com 19 anos de idade,</p><p>caminhava sozinha pela rua, quando foi surpreendida por um indivíduo, que, por meio de</p><p>emprego de uma faca, subtraiu o seu celular. A ação foi visualizada por Amarildo e Carlos, que</p><p>conversavam próximo ao local. De imediato, Clara procurou a Delegacia de Polícia Especializada</p><p>em Crimes Contra o Patrimônio e narrou os fatos à autoridade policial, apontando a fisionomia</p><p>do agente. Depois das investigações, a autoridade policial conseguiu reunir elementos</p><p>informativos no sentido de que João teria sido o autor da subtração, já que, além de ter sido</p><p>regularmente reconhecido pela vítima, foi apreendido em seu poder o celular subtraído e a arma</p><p>branca utilizada. Após a conclusão do inquérito policial, os autos são encaminhados ao Ministério</p><p>Público com relatório final de investigação, indiciando João, que se encontrava em liberdade</p><p>provisória. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no</p><p>gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. Indignada, Carla</p><p>procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima.</p><p>Você, na qualidade de advogado(a) de Carla deve adotar a medida cabível. Informa-se que a</p><p>cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais</p><p>Criminais.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.</p><p>(Valor: 5,00 pontos)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE NITERÓI/RJ</p><p>CARLA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., com</p><p>endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua...., por meio do seu procurador infra-</p><p>assinado, com procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à presença de</p><p>Vossa Excelência, oferecer a presente QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA, com base nos</p><p>artigos 29, 30, 41, 44, todos do Código de Processo Penal, artigo 100, § 3º, do Código</p><p>Penal e artigo 5º, LIX, da Constituição Federal, contra JOÃO, nacionalidade..., estado</p><p>civil..., profissão..., RG..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua ...,</p><p>pelos fatos a seguir expostos.</p><p>I) DA TEMPESTIVIDADE E LEGITIMIDADE</p><p>A presente queixa-crime subsidiária foi oferecida dentro do prazo de 6</p><p>meses, a contar da inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia dentro do prazo</p><p>do artigo 46 do Código de Processo Penal, nos termos dos artigos 38 do Código de</p><p>Processo Penal e art. 103 do Código Penal.</p><p>Considerando ter extrapolado o prazo para o Ministério Público oferecer a</p><p>denúncia, a ofendida passou a ter legitimidade para oferecer a presente queixa-crime</p><p>subsidiária.</p><p>II) DOS FATOS</p><p>No dia 06 de abril de 2020, na cidade de Niterói/RJ, o querelado João</p><p>subtraiu, mediante grave ameaça, por meio de emprego de uma faca, o celular que</p><p>pertencia à querelante.</p><p>Na ocasião, a querelante, que contava com 19 anos de idade, caminhava</p><p>sozinha pela rua, quando foi surpreendida pelo querelado, que, por meio de grave ameaça,</p><p>com emprego de uma faca, subtraiu o seu celular.</p><p>A subtração ocorreu por meio de emprego de faca, incidindo, por isso, a</p><p>causa de aumento de pena prevista no artigo 157, §2º, VII, do Código Penal.</p><p>III) DO DIREITO</p><p>Ao subtrair o celular da querelante, com emprego de uma faca, o querelado</p><p>praticou</p><p>dias úteis em todo</p><p>o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>Como resolver apelação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – 35º EXAME</p><p>Enunciado</p><p>No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a falta de ajuda de sua mãe no tratamento</p><p>que vinha fazendo contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel da família em</p><p>fazenda localizada longe do centro da cidade. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava</p><p>desabitada, e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado destruiu de maneira significativa</p><p>o imóvel, que era completamente afastado de outros imóveis, e, como ninguém costumava</p><p>passar pelo local, o crime demorou algumas horas para ser identificado.</p><p>Júlio foi localizado, confessou a prática delitiva e, realizado exame de alcoolemia, foi constatado</p><p>que se encontrava completamente embriagado, sem capacidade de determinação do caráter</p><p>ilícito do fato, em razão de situação não esperada, já que ele solicitou uma água com gás e limão</p><p>em determinado bar, mas o proprietário, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida,</p><p>que ingerida junto com o remédio que vinha tomando para combater a dependência química,</p><p>causou sua embriaguez. Foi, ainda, realizado exame de local, constando da conclusão que o</p><p>imóvel foi destruído, havendo prejuízo considerável aos proprietários, mas que não havia</p><p>ninguém no local no momento do crime e nem outras pessoas ou bens de terceiros a serem</p><p>atingidos.</p><p>Com base em todos os elementos informativos produzidos, o Ministério Público ofereceu</p><p>denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis/SC, juízo</p><p>competente, imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código Penal. Foi concedida</p><p>liberdade provisória. Após citação e apresentação de defesa, entendeu o magistrado por realizar</p><p>produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de instrução e</p><p>julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de audiência de</p><p>processos de réu solto estava para data longínqua, tendo a defesa questionado a decisão. Após</p><p>oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e julgamento, que foi realizada em 05 de</p><p>março de 2021, ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados. Em seu</p><p>interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva, destacando que pouco, porém, se recordava</p><p>sobre o ocorrido.</p><p>Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o juiz proferiu sentença condenando</p><p>o réu nos termos da denúncia. No momento de aplicar a pena base, reconheceu a existência de</p><p>maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo em vista que, na Folha de</p><p>Antecedentes Criminais, acostada ao procedimento, constava uma condenação de Júlio pela</p><p>prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019, cujo trânsito em julgado</p><p>ocorreu em 10 de março de 2020. Na segunda fase, reconheceu a presença da agravante do</p><p>Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal, aumentando a pena em 05 meses, já que o meio</p><p>empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não foram reconhecidas atenuantes da</p><p>pena. Na terceira fase, não foram aplicadas causas de aumento ou de diminuição de pena, sendo</p><p>mantida a pena de 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime</p><p>semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade por restritiva de direitos com base no</p><p>Art. 44, III, do CP. Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve inerte, sendo a defesa</p><p>técnica de Júlio intimada em 11 de julho de 2022, segunda-feira.</p><p>Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, redija a</p><p>peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas</p><p>as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição,</p><p>considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: o(a) examinando(a) deve abordar todas os fundamentos de Direito que possam ser</p><p>utilizados para dar respaldo à pretensão. A mera citação do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>Como resolver contrarrazões de apelação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XIX EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>No dia 24 de dezembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não</p><p>identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir</p><p>bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia</p><p>do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu,</p><p>mediante emprego de uma faca, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava</p><p>tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e</p><p>saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática</p><p>de crime de roubo duplamente majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código</p><p>Penal. Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde</p><p>constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado</p><p>e três ações penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver</p><p>sentença com trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento</p><p>ouvidos a vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens</p><p>subtraídos. Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução,</p><p>após alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo</p><p>condenado a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto,</p><p>e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer</p><p>agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu a majorante</p><p>mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta. O Ministério Público</p><p>foi intimado da sentença em 14 de setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia</p><p>útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação perante o juízo de</p><p>primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de</p><p>2015, requerendo:</p><p>i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de</p><p>Antecedentes Criminais do acusado;</p><p>ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código</p><p>Penal;</p><p>iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art.</p><p>157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as</p><p>majorantes;</p><p>iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem</p><p>assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a</p><p>sociedade.</p><p>A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do</p><p>Ministério Público e intimou, no dia 19 de outubro de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia</p><p>útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível.</p><p>Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas</p><p>do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último</p><p>dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver embargos infringentes</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XI EXAME</p><p>(Adaptado da peça cobrada no XI Exame da OAB, que foi recurso em sentido estrito)</p><p>Enunciado</p><p>Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante</p><p>preocupada, mas respeitando</p><p>o crime previsto no artigo 157, § 2º, VII, do Código Penal.</p><p>IV) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, a querelante requer:</p><p>a) O recebimento da presente queixa-crime subsidiária;</p><p>b) A citação do querelado;</p><p>c) A condenação do querelado pela prática do crime previsto no artigo 157, § 2º, VII, do</p><p>Código Penal;</p><p>d) A fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código</p><p>de Processo Penal;</p><p>e) A produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.</p><p>ROL DE TESTEMUNHAS:</p><p>1) Amarildo...;</p><p>2) Carlos...</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., data...</p><p>Advogado ...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver razões de apelação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de</p><p>roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do</p><p>caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir.</p><p>Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele</p><p>ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o</p><p>ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de</p><p>subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica</p><p>guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário</p><p>que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido,</p><p>antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas,</p><p>já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem,</p><p>verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano</p><p>criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público</p><p>requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso</p><p>nas sanções penais do art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.</p><p>Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG,</p><p>de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular.</p><p>O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos</p><p>fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório,</p><p>Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que</p><p>pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem</p><p>qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela</p><p>prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da</p><p>ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em</p><p>alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da</p><p>denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de</p><p>imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.</p><p>Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-</p><p>base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada</p><p>procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 (seis)</p><p>meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase,</p><p>incrementou o magistrado em 2/3 (dois terços) a pena, justificando ser desnecessária a</p><p>apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado</p><p>à vítima. Com a redução de 1/3 (um terço) pela modalidade tentada, a pena final ficou</p><p>acomodada em 5 (cinco) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o</p><p>fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza</p><p>os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência</p><p>da decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas</p><p>cabíveis. Constituída nos autos, a defesa interpôs o recurso cabível. O Magistrado recebeu o</p><p>recurso, sendo a defesa intimada no dia 06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira</p><p>dia útil em todo o país.</p><p>Com base nas informações expostas acima e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do</p><p>prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG</p><p>Processo nº</p><p>LEONARDO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,</p><p>com procuração em anexo, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência,</p><p>oferecer as presentes RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 600 do</p><p>Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, com posterior remessa dos autos</p><p>ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.</p><p>As presentes razões de recurso de apelação são tempestivas, pois</p><p>oferecidas dentro do prazo de 8 dias, previsto no artigo 600 do Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento</p><p>Local..., 14 de maio de 2019.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS</p><p>Apelante: Leonardo</p><p>Apelado: Ministério Público</p><p>Processo nº ...</p><p>RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado tentado,</p><p>previsto no art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.</p><p>O réu foi interrogado. Encerrada a instrução, o Ministério Público requereu</p><p>a condenação.</p><p>Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal, fixando</p><p>a pena de 05 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado.</p><p>Intimada da sentença, a defesa interpôs o recurso cabível, que foi recebido</p><p>pelo Magistrado. Após, a defesa foi intimada para apresentar a peça correspondente no dia</p><p>06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA NULIDADE</p><p>O advogado do réu renunciou aos poderes, tendo o Magistrado, de</p><p>imediato, concedido vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.</p><p>Todavia, o processo deve ser anulado a partir da apresentação das</p><p>alegações finais pela Defensoria Pública, uma vez que deveria o Magistrado intimar o réu,</p><p>que estava preso, para se manifestar acerca do interesse de constituir novo advogado ou</p><p>ser defendido pela Defensoria Pública. A abertura, de imediato, de vista dos autos à</p><p>Defensoria Pública violou princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da</p><p>Constituição Federal/1988, uma vez que as alegações finais foram apresentadas sem</p><p>nenhum contato com o réu, acarretando-lhe prejuízo, já que restou condenado.</p><p>B) DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA</p><p>O réu foi denunciado pela prática de crime de roubo majorado tentado.</p><p>Todavia, ao verificar que o único funcionário que estava trabalhando no local era um senhor</p><p>que utilizava cadeiras de rodas, o réu, mesmo antes de ser notado, desistiu de prosseguir</p><p>a subtração, deixando o local sem nada subtrair.</p><p>Logo, não poderia ter sido imputado ao réu a prática de roubo na</p><p>modalidade tentada, uma vez que, incidindo hipótese de desistência voluntária, o agente</p><p>responde pelos atos praticados, nos termos do artigo 15 do Código Penal, afastando a</p><p>possibilidade de tentativa, sendo o fato atípico, já que os atos praticados não constituem</p><p>crime.</p><p>Em relação à ameaça, crime de ação penal pública condicionada à</p><p>representação, como o cliente ameaçado demonstrou não ter interesse</p><p>em ver o réu</p><p>responsabilizado, operou-se, no caso, a decadência do direito de representação.</p><p>Logo, os fatos até então praticados não constituem crime, ensejando a absolvição, com</p><p>base no artigo 386, III, do Código de Processo Penal.</p><p>C) DOS MAUS ANTECEDENTES</p><p>O Juiz aumentou a pena-base em razão da representação julgada</p><p>procedente em face do réu enquanto era inimputável. Todavia, não poderia o Magistrado</p><p>elevar a pena-base, porque a existência de representação pela prática de ato infracional,</p><p>ainda que com decisão definitiva, não enseja maus antecedentes, já que decisão</p><p>reconhecendo a prática de ato infracional não constitui fundamento idôneo a elevar a</p><p>pena- base. Logo, na eventualidade de ser mantida a condenação, deve ser afastado o</p><p>aumento da pena pelos maus antecedentes, devendo a pena-base ficar no mínimo legal.</p><p>D) DA ATENUANTE DA MENORIDADE</p><p>O Juiz não reconheceu a atenuante da menoridade. Todavia, o réu era</p><p>menor de 21 (vinte e um) anos na data dos fatos. Logo, incide a atenuante da menoridade</p><p>relativa, prevista no art. 65, inciso I, do Código Penal. Assim, requer seja reconhecida a</p><p>atenuante da menoridade relativa.</p><p>E) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA</p><p>Ao ser interrogado, o réu confessou os fatos, confirmando integralmente</p><p>os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que pretendia praticar.</p><p>Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, prevista no art. 65,</p><p>inciso III, alínea d, do Código Penal.</p><p>F) DO AFASTAMENTO DO AUMENTO DE PENA PELO EMPREGO DE ARMA</p><p>O magistrado aplicou o aumento de 2/3 (dois terços) da pena, sob o</p><p>fundamento de ser desnecessária a apreensão da arma de fogo, sendo suficiente a</p><p>simulação do porte da arma para ensejar a causa de aumento de pena.</p><p>Todavia, nos termos do art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código Penal, a pena</p><p>do delito de roubo aumenta-se até 2/3 (dois terços) se a violência ou ameaça é exercida</p><p>com emprego de arma. No caso, não há provas do emprego de arma de fogo, já que</p><p>nenhuma arma foi apreendida. Além disso, a simulação do uso de arma de fogo, por si só,</p><p>não autoriza a incidência da causa de aumento de pena, uma vez que não gera risco à</p><p>integridade física da vítima.</p><p>Assim, deve ser afastada a majorante do art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código</p><p>Penal.</p><p>G) DA DIMINUIÇÃO DA PENA PELA TENTATIVA E SURSIS</p><p>O Magistrado reduziu a pena em 1/3 (um terço), restando a pena definitiva</p><p>em cinco anos. Todavia, o réu ficou distante da consumação do delito, tanto que desistiu</p><p>da empreitada delituosa antes mesmo de ser visto pelo funcionário do estabelecimento</p><p>comercial.</p><p>Logo, a diminuição da pena pela tentativa deveria ser considerada pela</p><p>redução máxima, ou seja, em 2/3 (dois terços), o que levaria a pena definitiva a ficar abaixo</p><p>de 02 (dois) anos. Assim, considerando a pena abaixo de 02 (dois) anos, bem como o fato</p><p>de o réu ser primário e não ser cabível a substituição da pena privativa de liberdade por</p><p>restritiva de direitos, cabe, no caso, o sursis, ou seja a suspensão condicional da pena, nos</p><p>termos do art. 77 do Código Penal.</p><p>H) DO REGIME CARCERÁRIO</p><p>O Juiz fixou o regime inicial fechado, justificando que o crime de roubo é</p><p>extremamente grave e que atemoriza os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias.</p><p>Todavia, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do delito não</p><p>constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que permitia a pena</p><p>aplicada, nos termos das Súmula nº 718 e 719, ambas do Supremo Tribunal</p><p>Federal, e Súmula nº 440 do Superior Tribunal de Justiça. Assim, considerando que a pena</p><p>não supera 04 anos, deveria ser fixado o regime carcerário aberto, nos termos do art. 33, §</p><p>2º, alínea c, do Código Penal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma da</p><p>decisão recorrida, para o fim de que:</p><p>a) Seja declarada a nulidade do processo a partir das alegações finais pela Defensoria</p><p>Pública;</p><p>b) Seja o réu absolvido, com base no art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal;</p><p>c) Seja afastado o aumento pelos maus antecedentes, fixando a pena-base no mínimo legal;</p><p>d) Seja reconhecida a atenuante da menoridade relativa, nos termos do art. 65, inciso I, do</p><p>Código Penal;</p><p>e) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea, nos termos do art. 65, inciso III,</p><p>alínea d, do Código Penal;</p><p>f) Seja afastado o aumento da pena pelo emprego de arma de fogo, fixando a pena no</p><p>mínimo legal;</p><p>g) Seja considerada a redução máxima pela tentativa, ou seja, em 2/3 (dois terços) da pena;</p><p>h) Seja concedido o sursis, nos termos do art. 77 do Código Penal;</p><p>i) Seja fixado o regime inicial aberto de cumprimento de pena, nos termos do art. 33, § 2º,</p><p>alínea c, do Código Penal;</p><p>j) Seja expedido o alvará de soltura do réu.</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local..., 14 de maio de 2019.</p><p>Advogado....</p><p>OAB...</p><p>Como resolver contrarrazões de recurso em sentido estrito</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de</p><p>cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum</p><p>procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura</p><p>do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no</p><p>art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar vista dos autos, o Ministério Público requereu a conversão</p><p>da prisão em flagrante em preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e</p><p>concedeu a liberdade provisória a Roniquito. O Ministério Público foi intimado da decisão no dia</p><p>04 de maio de 2016, quarta-feira, e apresentou recurso em sentido estrito perante o juízo de</p><p>primeira instância, acompanhado das respectivas razões, no dia 19 de maio de 2016 (quinta-feira),</p><p>argumentando que: a) o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória, nos</p><p>termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006; b) estão presentes os requisitos da prisão preventiva,</p><p>sobretudo a garantia da ordem pública, já que o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta</p><p>a existência de um Estado paralelo e a prática de outros delitos. O Magistrado, então, recebeu o</p><p>recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público e intimou, no dia 09 de junho de 2016</p><p>(quinta-feira), você, advogado(a) de Roniquito, para apresentar a medida cabível. Com base nas</p><p>informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo,</p><p>sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Considerando apenas as informações narradas,</p><p>na condição de advogado(a) de Roniquito, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas</p><p>corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia</p><p>do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis</p><p>em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA</p><p>COMARCA...</p><p>Autos nº...</p><p>RONIQUITO VIEIRA, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-</p><p>assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa</p><p>Excelência, oferecer CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com</p><p>base no art. 588 do Código de Processo Penal.</p><p>As presentes contrarrazões são tempestivas, já que oferecidas dentro do</p><p>prazo de 2 dias, previsto no artigo 588 do Código de Processo Penal1. Nesse sentido,</p><p>requer sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação,</p><p>previsto no artigo</p><p>589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos ao</p><p>Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 13 de junho de 2016.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é</p><p>tempestiva.</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....</p><p>RECORRENTE: Ministério Público</p><p>RECORRIDO: Roniquito Vieira</p><p>Autos nº...</p><p>CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O recorrido foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o</p><p>delito de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006.</p><p>O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão</p><p>preventiva.</p><p>O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e concedeu a liberdade</p><p>provisória.</p><p>Inconformado, o Ministério Público interpôs Recurso em Sentido Estrito. O</p><p>recurso foi recebido e a defesa intimada para apresentar a medida cabível.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO</p><p>O Ministério Público foi intimado da decisão no dia 04 de maio de 2016,</p><p>numa quarta-feira, e apresentou Recurso em Sentido Estrito no dia 19 de maio de 2016.</p><p>Todavia, nos termos do art. 586 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor o</p><p>Recurso em Sentido Estrito é de 05 dias.</p><p>Logo, considerando que entre a data da intimação da decisão e da</p><p>interposição do recurso passaram mais de 05 dias, já que o último dia do prazo seria 09 de</p><p>maio de 2016, conclui-se que o Recurso em Sentido Estrito é intempestivo.</p><p>Logo, não deve ser conhecido o recurso.</p><p>B) DA INCONSTITUCIONALIDADE DA VEDAÇÃO DA CONCESSÃO DA LIBERDADE</p><p>PROVISÓRIA</p><p>O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão</p><p>preventiva, alegando que o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória,</p><p>nos termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006. Todavia, conforme entendimento consolidado</p><p>pelo Supremo Tribunal Federal, a vedação da concessão de liberdade provisória afronta o</p><p>princípio da presunção da inocência, previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição</p><p>Federal/1988, segundo o qual a prisão cautelar é medida excepcional, já que ninguém pode</p><p>ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória.</p><p>Além disso, viola o princípio do devido processo legal, previsto no art. 5º,</p><p>inciso LIV, da Constituição Federal/1988, já que, com a vedação prevista no art. 44 da Lei</p><p>nº 11.343/2006, retira do juiz a possibilidade de analisar a necessidade da prisão cautelar</p><p>ou soltura do flagrado.</p><p>C) DA GRAVIDADE EM ABSTRATO</p><p>O Ministério Público busca a prisão do recorrido, afirmando que estão</p><p>presentes os requisitos da prisão preventiva, sobretudo a garantia da ordem pública, já que</p><p>o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta a existência de um Estado paralelo e a</p><p>prática de outros delitos.</p><p>Todavia, a opinião do julgador acerca da gravidade em abstrato do delito</p><p>não constitui motivação idônea e suficiente para embasar um decreto de prisão, sendo</p><p>necessária decisão fundamentada, apontando de forma concreta, um dos motivos</p><p>ensejadores da prisão preventiva, constantes no art. 312 do Código de Processo Penal,</p><p>bem como nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal/1988 e art. 5º, inciso</p><p>LXI, da Constituição de Federal/1988, bem como o artigo 312, § 2º, do Código de Processo</p><p>Penal, e artigo 315, § 2º, II, do Código de Processo Penal.</p><p>Logo, considerando que não estão presentes os requisitos que autorizam</p><p>a preventiva, sobretudo porque o recorrido é primário, o recurso em sentido estrito deve ser</p><p>improvido.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO e que seja IMPROVIDO o</p><p>recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público, MANTENDO-SE a decisão</p><p>recorrida nos seus exatos termos.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 13 de junho de 2016.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver contrarrazões de agravo em execução</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo</p><p>simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um</p><p>aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela</p><p>vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto</p><p>denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal</p><p>a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado</p><p>e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro</p><p>de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro</p><p>de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo</p><p>progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos</p><p>subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de agosto de 2015, você,</p><p>advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo</p><p>da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente.</p><p>O pedido foi deferido pelo Magistrado. O Ministério Público foi intimado da decisão em 14 de</p><p>setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério</p><p>Público apresentou recurso de agravo em execução perante o juízo competente, acompanhado</p><p>das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015, alegando:</p><p>a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do</p><p>requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade;</p><p>b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o</p><p>benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir</p><p>metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;</p><p>c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de</p><p>roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a</p><p>sociedade.</p><p>O magistrado, então, recebeu o recurso de agravo em execução e intimou, no dia 19 de outubro</p><p>de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Gilberto,</p><p>para apresentar a medida cabível.</p><p>Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas</p><p>do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia</p><p>do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00)</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO</p><p>PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ</p><p>Processo nº ...</p><p>GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-</p><p>assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar</p><p>CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 588 do Código de</p><p>Processo Penal.</p><p>As presentes contrarrazões são tempestivas, pois interpostas dentro</p><p>do prazo de 2 dias, nos termos do artigo 588 do Código de Processo Penal2. Nesse sentido,</p><p>requer sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação,</p><p>nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos</p><p>ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., 21 de outubro de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é</p><p>tempestiva.</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>Agravante:</p><p>Ministério Público</p><p>Agravado: Gilberto</p><p>Processo nº...</p><p>CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>O agravado foi denunciado e condenado como incurso nas</p><p>sanções penais do artigo 157, “caput”, do Código Penal, a uma pena privativa de liberdade</p><p>de 04 anos e 06 meses de reclusão, em regime inicial fechado.</p><p>A sentença transitou em julgado para ambas as partes no dia 11 de</p><p>setembro de 2013.</p><p>No dia 25 de agosto de 2015, o agravado formulou pedido de</p><p>livramento condicional, que foi deferido pelo Juiz da Execução Penal.</p><p>Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de agravo em</p><p>execução, acompanhado das razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015.</p><p>O Magistrado recebeu o recurso interposto pelo Ministério Público</p><p>e intimou a defesa para apresentar e medida cabível.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) DA INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO EM EXECUÇÃO</p><p>O Ministério Público foi intimado da decisão no dia 14 de setembro</p><p>de 2015 e interpôs o recurso de agravo em execução no dia 30 de setembro de 2015.</p><p>Todavia, nos termos do artigo 586 do Código de Processo Penal e Súmula 700 do Supremo</p><p>Tribunal Federal, o prazo para interposição do recurso é de cinco dias.</p><p>Logo, considerando que entre a data da intimação e da interposição</p><p>do recurso passaram mais de cinco dias, já que o prazo vencia no dia 21 de setembro de</p><p>2015, conclui-se que o recurso de agravo em execução é intempestivo.</p><p>Diante disso, o recurso de agravo em execução não deve ser</p><p>conhecido.</p><p>B) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO</p><p>O Ministério Público postulou o indeferimento do livramento</p><p>condicional, sob o fundamento de que o crime de roubo simples é hediondo, devendo,</p><p>portanto, cumprir 2/3 da pena para o livramento condicional. Todavia, o crime de roubo</p><p>simples não é hediondo, porque não consta do rol previsto no artigo 1º da Lei 8.072/90.</p><p>Assim, não há necessidade de cumprir 2/3 da pena para o livramento</p><p>condicional, mas 1/3 da pena, já que o agravado não é reincidente, nos termos do artigo</p><p>83, inciso I, do Código Penal.</p><p>C) DOS MAUS ANTECEDENTES PARA CUMPRIMENTO ½ DA PENA</p><p>O Ministério Público postulou o indeferimento do pedido de livramento</p><p>condicional, argumentando que não estaria preenchido o requisito objetivo, já que o</p><p>agravado ostenta maus antecedentes, devendo cumprir ½ da pena para obtenção do</p><p>livramento condicional.</p><p>Todavia, a pretensão do Ministério Público fere o princípio da</p><p>legalidade, uma vez que o artigo 83, inciso II, do Código Penal, prevê que apenas o</p><p>condenado reincidente em crime doloso deverá cumprir ½ da pena para obtenção do</p><p>livramento condicional.</p><p>Logo, embora o artigo 83, inciso I, do Código Penal, disponha que o</p><p>condenado não reincidente em crime doloso e portador de bons antecedentes, deve cumprir</p><p>1/3 da pena, essa fração deve ser aplicada também na hipótese de o condenado ser</p><p>portador de maus antecedentes e primário, por ausência de previsão legal para adotar a</p><p>fração de ½.</p><p>Assim, diante da omissão legislativa, deve ser considerado o</p><p>percentual mais favorável ao agravado, pois não cabe falar em analogia in malam partem.</p><p>D) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO</p><p>O Ministério Público postula o indeferimento do livramento</p><p>condicional, porque considera indispensável a realização do exame criminológico, tendo</p><p>em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam</p><p>severos prejuízos para a sociedade.</p><p>Todavia, nos termos do artigo 112 da Lei de Execução Penal (Lei</p><p>7.210/84), para fins de progressão de regime e livramento condicional, basta atestado de</p><p>bom comportamento carcerário durante a execução da pena.</p><p>O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a</p><p>realização do exame criminológico, não constituindo motivação idônea para exigir a</p><p>realização de tal exame, devendo a fundamentação considerar a gravidade em concreto do</p><p>caso, nos termos da Súmula 439 do Superior Tribunal de Justiça.</p><p>Além disso, o agravado nunca foi punido pela prática de falta grave</p><p>dentro do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame</p><p>criminológico.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO e que seja</p><p>IMPROVIDO o recurso de agravo em execução, MANTENDO-SE, por conseguinte, a</p><p>decisão recorrida nos seus exatos termos.</p><p>Local..., 21 de outubro de 2015.</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver recurso especial</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples em sua</p><p>modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime aberto.</p><p>Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o</p><p>benefício da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, não</p><p>fixou nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição</p><p>de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do benefício</p><p>concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento</p><p>da apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão,</p><p>fixou as condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na</p><p>sentença condenatória. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos</p><p>fornecidos, você, advogado(a) de Daniel foi intimado, para apresentar a medida cabível. Com base</p><p>nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...</p><p>Recurso Recorrido nº ...</p><p>DANIEL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o</p><p>presente RECURSO ESPECIAL, com base no art. 105, III, “a”, da Constituição Federal,</p><p>requerendo seja o recurso recebido e processado e, ao final, remetido ao Superior Tribunal</p><p>de Justiça.</p><p>O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 15</p><p>dias3.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é</p><p>tempestiva.</p><p>COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA</p><p>Recorrente: DANIEL</p><p>Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Recurso nº ...</p><p>RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL</p><p>Colendo Superior Tribunal de Justiça</p><p>Douta Turma</p><p>Eminentes Ministros</p><p>I) DOS FATOS</p><p>Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do</p><p>delito de roubo simples em sua modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de</p><p>dois anos de reclusão em regime aberto, concedendo-lhe o benefício da suspensão</p><p>condicional da execução da pena, não fixando nenhuma condição.</p><p>Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a</p><p>absolvição de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a</p><p>substituição do benefício concedido por uma pena restritiva de direitos.</p><p>O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento da apelação,</p><p>de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão, fixou as</p><p>condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na</p><p>sentença condenatória.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>O recorrente foi condenado pela prática do delito de roubo</p><p>simples tentado,</p><p>sendo-lhe concedido o benefício da suspensão condicional da pena, sem,</p><p>no entanto, terem sido fixadas condições. Todavia, em recurso exclusivo da defesa, o</p><p>Tribunal de Justiça negou provimento ao pedido formulado e, ainda, fixou as condições do</p><p>sursis, violando o disposto no art. 617 do Código de Processo Penal, já que a fixação das</p><p>condições cabia ao juiz de 1º grau.</p><p>Como não houve impugnação por parte do Ministério Público,</p><p>a decisão proferida pelo Tribunal configura verdadeira reformatio in pejus, vedada pelo art.</p><p>617 do Código de Processo Penal.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente</p><p>recurso especial, para o fim de que seja REFORMADO O ACÓRDÃO e, consequentemente,</p><p>mantida a decisão que concedeu o sursis, sem estabelecer as condições do benefício.</p><p>Nestes temos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver carta testemunhável</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante</p><p>preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide</p><p>ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a</p><p>referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo</p><p>e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,</p><p>conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após</p><p>o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos</p><p>sofridos pela colisão.</p><p>Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público</p><p>decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso</p><p>simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).</p><p>Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que</p><p>poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar</p><p>para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos</p><p>processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz</p><p>competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime</p><p>apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de</p><p>agosto de 2013 (sexta-feira). Contra essa decisão, a defesa interpôs, no dia 09 de agosto de</p><p>2013, recurso em sentido estrito. Ao proceder ao juízo de admissibilidade, o Magistrado não</p><p>recebeu o recurso, sob o fundamento de que foi interposto de forma intempestiva, já que,</p><p>considerando o dia de início 02 de agosto de 2013, o prazo venceu no dia 06 de agosto de 2013.</p><p>Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o</p><p>recurso cabível, instruindo-o com a cópia integral do processo.</p><p>A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.</p><p>ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DO CARTÓRIO DA ... VARA CRIMINAL DO</p><p>TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA ...</p><p>Processo nº ...</p><p>JERUSA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, com</p><p>procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, interpor o</p><p>presente recurso de CARTA TESTEMUNHÁVEL, com base no artigo 639, I, do Código de</p><p>Processo Penal, requerendo seja recebido e processado, pelos fatos e fundamentos</p><p>expostos nas razões inclusas.</p><p>O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 48</p><p>horas, previsto no artigo 640 do Código de Processo Penal4.</p><p>Diante disso, requer seja procedido o juízo de retratação, com base no</p><p>artigo 589 do Código de Processo Penal, requerendo, se mantida a decisão, seja</p><p>encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos expressamente que a peça é</p><p>tempestiva.</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...</p><p>Testemunhante/recorrente: Jerusa</p><p>Testemunhado/recorrido: Ministério Público</p><p>Processo nº ...</p><p>RAZÕES DE RECURSO DE CARTA TESTEMUNHÁVEL</p><p>Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...</p><p>Colenda Câmara Criminal</p><p>I) DOS FATOS</p><p>A recorrente dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta de Diogo. Não</p><p>obstante a presteza do socorro, Diogo faleceu em razão dos ferimentos sofridos pela</p><p>colisão.</p><p>Após o encerramento do respectivo inquérito policial, o Ministério Público</p><p>ofereceu denúncia contra a recorrente Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de</p><p>homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final,</p><p>ambos do Código Penal).</p><p>Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente</p><p>fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória.</p><p>Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, que não</p><p>foi recebido pelo Magistrado, sob o fundamento de que é intempestivo.</p><p>II) DO DIREITO</p><p>A) Da carta testemunhável/Do recurso em sentido estrito denegado</p><p>O Magistrado não recebeu o recurso, sob o fundamento de que seria</p><p>intempestivo, já que a data fatal, segundo ele, seria o dia 06 de agosto de 2013.</p><p>Todavia, como se trata de prazo processual, o termo inicial para a</p><p>contagem do prazo do recurso é o primeiro dia útil após a intimação, nos termos do artigo</p><p>798 do Código de Processo Penal.</p><p>Assim, considerando que a intimação ocorreu no dia 02 de agosto de 2013,</p><p>que caiu numa sexta-feira, o prazo recursal começou a correr no primeiro dia útil, segunda-</p><p>feira, qual seja, 05 de agosto de 2013, vencendo no dia 09 de agosto de 2013.</p><p>Logo, requer o testemunhante seja recebido o recurso em sentido estrito</p><p>denegado, pois interposto dentro do prazo previsto em lei.</p><p>B) DA DESCLASSIFICAÇÃO</p><p>Estando o presente recurso suficientemente instruído, verifica-se a</p><p>possibilidade de analisar o mérito do recurso denegado, nos termos do artigo 644 do Código</p><p>de Processo Penal.</p><p>A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a</p><p>morte de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e</p><p>pronunciada pela prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo</p><p>eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).</p><p>Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a</p><p>morte de Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima. Ou seja, a recorrente não agiu</p><p>com dolo, uma vez que não assumiu o risco nem aceitou o resultado morte, conforme prevê</p><p>o artigo 18, I (parte final), do Código Penal, que adotou, em relação ao dolo eventual, a</p><p>teoria do consentimento.</p><p>Nesse sentido, o fato atribuído à recorrente deveria, em tese, ser</p><p>classificado como homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo</p><p>302 do Código de Trânsito Brasileiro.</p><p>Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do</p><p>Júri não é competente para julgar o processo, razão pela qual deve ocorrer a</p><p>desclassificação do delito, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal,</p><p>remetendo-se os autos ao juízo competente.</p><p>III) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, requer seja conhecido o recurso, reformada a decisão e</p><p>provido o presente recurso, para o fim de que:</p><p>a) seja recebido o recurso em sentido estrito denegado;</p><p>b) seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso, para o delito</p><p>de homicídio culposo na condução de veículo automotor (Art. 302 do Código de Trânsito</p><p>Brasileiro), remetendo-se os autos para o Juízo Competente, nos termos do artigo 419 do</p><p>Código de Processo Penal.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local..., data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>Como resolver mandado</p><p>de segurança</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Jurema, atrasada para um encontro pessoal, dirige seu carro sem observar o limite de velocidade</p><p>exigida para o local. Em uma via de mão dupla, Jurema atravessou a via preferencial e, de forma</p><p>imprudente, acabou atingindo a motocicleta conduzida por Francisco. Não obstante o socorro</p><p>rápido, Francisco vem a falecer em decorrência dos ferimentos sofridos pela colisão provocada</p><p>por Jurema. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o</p><p>Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jurema, imputando-lhe a prática do delito de</p><p>homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 do Código de</p><p>Trânsito Brasileiro, sendo a peça acusatória recebida pelo juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca</p><p>de Niterói/RJ. Ao longo da ação penal, Maria, companheira de Francisco, formula pedido de</p><p>habilitação na condição de assistente à acusação, acompanhado do respectivo contrato de união</p><p>estável. O Magistrado indeferiu o pedido, sob o argumento de que o artigo 268 do Código de</p><p>Processo Penal não prevê legitimidade à companheira para intervir como assistente à acusação.</p><p>Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore, na</p><p>condição de advogado de Maria, a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>MARIA, nacionalidade, união estável, profissão, RG..., domiciliada..., por</p><p>seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência</p><p>impetrar MANDADO DE SEGURANÇA, com pedido liminar, com base no artigo 5º, inciso</p><p>LIX, da Constituição Federal/88, combinado com o artigo 1º da Lei 12.016/2009, contra ato</p><p>do Juiz de Direito da 5ª Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ, pelos fatos e fundamentos</p><p>jurídicos a seguir expostos:</p><p>I) DA TEMPESTIVIDADE</p><p>O presente mandado de segurança é tempestivo, uma vez que impetrado</p><p>dentro do prazo de 120 dias, na forma do artigo 23 da Lei nº 12.016/2009.5</p><p>II) DOS FATOS</p><p>O Ministério Público ofereceu denúncia contra Jurema, imputando-lhe a</p><p>prática do delito de homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo</p><p>302 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97).</p><p>A impetrante, companheira da vítima Francisco, formulou pedido de</p><p>habilitação na condição de assistente à acusação, acompanhado do respectivo contrato de</p><p>união estável.</p><p>Considerando a exigência da tempestividade na peça do 35º Exame, sugerimos mencionar a que o mandado de</p><p>segurança é tempestivo.</p><p>O Magistrado indeferiu o pedido, sob o argumento de que o artigo 268 do</p><p>Código de Processo Penal não prevê legitimidade à companheira para intervir como</p><p>assistente à acusação.</p><p>III) DO DIREITO</p><p>O Magistrado indeferiu o pedido de habilitação à assistente à acusação</p><p>formulado pela impetrante, sob o argumento de que o artigo 268 do Código de Processo</p><p>Penal não prevê legitimidade da companheira para intervir como assistente à acusação.</p><p>Todavia, embora o artigo 268 do Código de Processo Penal não faça</p><p>referência à legitimidade do companheiro nos casos de união estável, o artigo 226, § 3º, da</p><p>Constituição Federal, reconheceu a união estável entre homem e mulher como entidade</p><p>familiar para fins de proteção do Estado.</p><p>Logo, a própria Constituição Federal legitima a companheira como</p><p>sucessor no caso de falecimento do ofendido para fins de habilitação como assistente da</p><p>acusação.</p><p>Assim, a decisão proferida pelo Magistrado violou direito líquido e certo da</p><p>impetrante, a concessão do mandado de segurança é medida que se impõe.</p><p>IV) DA LIMINAR</p><p>Como se vê, estão presentes o fumus boni juris e o periculum in mora,</p><p>pressupostos autorizadores da concessão liminar do mandado de segurança postulado.</p><p>A impetrante juntou aos autos o contrato de união estável, demonstrando</p><p>sua condição de companheira da vítima e parte legítima para figurar como assistente da</p><p>acusação.</p><p>Além disso, a liminar se faz necessária dada a impossibilidade de</p><p>reversão do ato da autoridade judiciária, já que a impetrante não poderá se manifestar</p><p>nos atos processuais produzidos ao longo do procedimento criminal em que seu</p><p>companheiro figura como vítima.</p><p>V) DO PEDIDO</p><p>Ante o exposto, o impetrante requer a concessão do mandado de</p><p>segurança, para o fim de:</p><p>a) Seja ouvido o ilustre representante do Ministério Público;</p><p>b) Seja expedido ofício à autoridade coatora, a fim de que preste informações, nos termos</p><p>do artigo 7º, inciso I, da Lei 12.016/2009;</p><p>c) Liminarmente, seja deferida a habilitação da impetrante como assistente da acusação</p><p>na ação penal em que seu falecido companheiro figura como vítima;</p><p>d) Seja concedido de forma definitiva o mandado de segurança, mantendo-se a liminar</p><p>postulada, para o fim de que seja cassada a decisão do Juiz da 5ª Vara Criminal da</p><p>Comarca de Niterói, com a consequente habilitação da impetrante como assistente da</p><p>acusação na ação penal em que seu falecido companheiro figura como vítima;</p><p>e) Atribui-se à causa o valor de Alçada</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado...</p><p>OAB...</p><p>os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide</p><p>ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a</p><p>referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo</p><p>e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,</p><p>conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após</p><p>o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos</p><p>sofridos pela colisão.</p><p>Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público</p><p>decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso</p><p>simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).</p><p>Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que</p><p>poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar</p><p>para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos</p><p>processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz</p><p>competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime</p><p>apontado na inicial acusatória. Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito,</p><p>ao qual, por maioria, foi julgado improvido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça,</p><p>mantendo a decisão de pronúncia, tendo um desembargador proferido voto pela</p><p>desclassificação. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos</p><p>fornecidos, elabore a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.</p><p>A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.</p><p>Como resolver recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXIV EXAME OAB</p><p>Enunciado</p><p>Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento</p><p>prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de</p><p>São Paulo. De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma</p><p>boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João,</p><p>além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro</p><p>que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo</p><p>acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os</p><p>fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo</p><p>imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP.</p><p>Diante da inicial acusatória, Rodrigo procurou seu (sua) advogado(a), narrando que, no dia dos</p><p>fatos, câmeras de segurança registraram o momento em que uma pessoa desconhecida, de</p><p>maneira furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua bebida, o que teria causado</p><p>uma embriaguez completa. Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem motivação,</p><p>teria desferido um soco na barriga de João, empurrando-o em seguida apenas para que, dele,</p><p>se afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria com uma garrafa de cerveja nas</p><p>mãos. Destacou sequer saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o resultado morte</p><p>não foi pretendido e nem aceito pelo mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a tratamento</p><p>psicológico em razão dos fatos. Apresentou laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido,</p><p>constatando que estaria completamente embriagado em razão da ingestão daquela substância</p><p>entorpecente que teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele momento, era</p><p>inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos.</p><p>Após recebimento da denúncia, citação e apresentação de defesa, foi designada audiência de</p><p>instrução e julgamento, na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, para oitiva das</p><p>testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu. Os policiais responsáveis</p><p>pelas investigações e pela oitiva dos envolvidos, arrolados como testemunhas pelo Ministério</p><p>Público, informaram ao magistrado que se atrasariam para o ato judicial, pois estavam em</p><p>importante diligência. Não querendo fracionar a colheita da prova, o magistrado determinou a</p><p>oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, apesar do registro do inconformismo</p><p>da defesa. Ao final, o réu foi interrogado. As provas colhidas indicaram que a versão apresentada</p><p>por Rodrigo ao seu advogado era totalmente verdadeira. Considerando que foi constatado o</p><p>desferimento do soco e do empurrão por parte de Rodrigo em João, após manifestação das</p><p>partes, o juiz pronunciou o acusado nos termos da denúncia. Intimado, o Ministério Público se</p><p>manteve inerte. Rodrigo e sua defesa técnica foram intimados da decisão em 05 de abril de 2021,</p><p>segunda-feira. Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de</p><p>advogado(a) de Rodrigo, a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de</p><p>declaração, expondo todas as teses jurídicas de direito material e processual aplicáveis. A peça</p><p>deverá ser datada do último dia do prazo para interposição, devendo ser considerado que</p><p>segunda a sexta-feira são dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver resposta à acusação no procedimento do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém</p><p>completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela</p><p>informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem</p><p>mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus</p><p>pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para</p><p>realizar um aborto.</p><p>Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era</p><p>proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer</p><p>uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.</p><p>Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem</p><p>à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,</p><p>Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.</p><p>Em face disso, foi determinada realização de perícia. Como não havia perito oficial na comarca,</p><p>o inquérito policial demorou para ser concluído, sendo acostados ao procedimento investigatório</p><p>o laudo médico pericial, no qual consta a informação de que Joaquina não estivera grávida no</p><p>momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um</p><p>exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na</p><p>adolescente. Após conclusão do inquérito policial, no dia 20/01/2018, Túlio vem a ser denunciado</p><p>pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do</p><p>Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto</p><p>despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A denúncia foi recebida em 22/01/2018. O réu foi</p><p>citado no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.</p><p>Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a</p><p>peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas</p><p>pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-</p><p>se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver memoriais no procedimento do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME OAB (Adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém</p><p>completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela</p><p>informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem</p><p>mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus</p><p>pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para</p><p>realizar um aborto.</p><p>Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era</p><p>proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer</p><p>uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.</p><p>Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem</p><p>à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,</p><p>Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.</p><p>Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput,</p><p>c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca</p><p>de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo</p><p>defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014.</p><p>Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e</p><p>Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. Foram juntados aos</p><p>autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela</p><p>não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem</p><p>outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não</p><p>causara lesões na adolescente. Encerrada a instrução, o Ministério Público pugnou pela</p><p>pronúncia, nos termos da denúncia. A defesa foi intimada para se manifestar no dia seja, 18 de</p><p>junho de 2018, segunda-feira.</p><p>Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a</p><p>peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas</p><p>pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-</p><p>se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver revisão criminal</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – X Exame da OAB</p><p>Enunciado</p><p>Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de</p><p>propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro</p><p>para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na</p><p>ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no</p><p>Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta,</p><p>tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava</p><p>cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado.</p><p>Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas</p><p>arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e</p><p>que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas</p><p>declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e</p><p>reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte</p><p>à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua</p><p>subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.</p><p>Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial</p><p>fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a</p><p>confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais</p><p>sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua</p><p>subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento</p><p>da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de</p><p>advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único</p><p>parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de</p><p>outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde</p><p>o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no</p><p>mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem</p><p>como que tal veículo estava em seu poder desde então.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas</p><p>corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)</p><p>Como resolver recurso ordinário constitucional</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta</p><p>Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse</p><p>envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos</p><p>assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a passar a</p><p>frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de</p><p>confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial disfarçado</p><p>convence o investigado a com ele praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante</p><p>disso, no dia 15 de outubro de 2021, previamente engendrados, o policial disfarçado e o</p><p>investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária e</p><p>anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha</p><p>em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final, o</p><p>Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades</p><p>legais, e encaminhou à autoridade judiciária. Durante a audiência de custódia, após ouvir o</p><p>flagrado, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em</p><p>flagrante em prisão preventiva, com base no artigo 310, inciso II, do Código de Processo Penal.</p><p>Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado(a), impetrou Habeas corpus, que foi</p><p>denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Com base somente</p><p>nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na</p><p>qualidade de advogado(a) de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva de advogado(a), no</p><p>que tange à liberdade de seu cliente. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver agravo em execução</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XVI EXAME OAB</p><p>Enunciado</p><p>Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo</p><p>simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um</p><p>aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela</p><p>vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto</p><p>denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, “caput”, do Código Penal</p><p>a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado</p><p>e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro</p><p>de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde</p><p>o dia 15 de setembro</p><p>de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo</p><p>progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos</p><p>subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal.</p><p>No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de</p><p>livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de</p><p>Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em</p><p>tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de</p><p>roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena</p><p>privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos</p><p>objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes,</p><p>deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c)</p><p>indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo,</p><p>de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade.</p><p>Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma</p><p>segunda-feira.</p><p>Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de “habeas corpus”, no último dia do</p><p>prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)</p><p>⭐ ⭐</p><p>Como resolver apelação no Tribunal do Júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Fernando foi pronunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve</p><p>como vítima Henrique. No dia 07 de julho de 2015, numa terça-feira, em sessão plenária do</p><p>Tribunal do Júri, todas as testemunhas asseguraram que Henrique iniciou agressões contra</p><p>Fernando e que este agiu em legítima defesa. No momento do julgamento, os jurados</p><p>reconheceram a autoria e materialidade e optaram por condenar Fernando pela prática do delito</p><p>de homicídio doloso. Após a prolação da sentença condenatória, que impôs ao réu a pena de 06</p><p>(seis) anos, em regime semiaberto, a família de Fernando toma conhecimento de que dois dos</p><p>jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. A intimação da sentença ocorreu na sessão</p><p>plenária. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do</p><p>caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia</p><p>do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00</p><p>pontos)</p><p>Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não</p><p>confere pontuação.</p><p>Como resolver contrarrazões de apelação do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo motivo fútil (art. 121,</p><p>§2º, II, do CP). No dia 25 de junho de 2021 foram designados para comparecerem na sessão em</p><p>Plenário, 25 jurados, porém somente compareceram 16 jurados daqueles convocados, tendo o</p><p>juiz Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS realizado o sorteio para</p><p>formação do Conselho de Sentença. Na ocasião, o Ministério Público se insurgiu consignando</p><p>em ata a ausência da formação do número necessário à composição do júri, nos termos do artigo</p><p>447 do CPP, o que não foi considerado pelo magistrado. Após a devida formação do Conselho</p><p>de Sentença, foi iniciada a instrução. A tese da acusação consistia em reforçar a prática de</p><p>homicídio qualificado nos termos trazidos pela pronúncia, enquanto à defesa insistiu na tese de</p><p>absolvição em face da ocorrência de legítima defesa. A alegação defensiva foi construída em</p><p>plenário com base no relato das testemunhas defesa. Encerrados os debates orais, sem que o</p><p>Ministério Público postulasse pela réplica, os jurados dirigiram-se para a votação, ocasião em</p><p>que absolveram Carlos da imputação, reconhecendo a incidência da legítima defesa. Após a</p><p>votação o magistrado proferiu a sentença absolutória, inconformado o Ministério Público interpôs</p><p>recurso com base no art. 593, III, alíneas “a” e “d”, do CPP, apresentando suas razões recursais</p><p>no sentido da ocorrência de nulidade na formação do Conselho de Sentença, por não estarem</p><p>presentes os 25 jurados, bem como o julgamento dos jurados ter sido manifestamente contrário</p><p>à prova dos autos, visto que estava provada a prática de homicídio qualificado. O magistrado</p><p>recebeu o recurso da acusação e determinou a sua intimação, no dia 20 de julho de 2021 (terça-</p><p>feira), para manifestar-se na condição de advogado de Carlos. Elabore a peça processual,</p><p>privativa de advogado, utilizando o último dia do respectivo prazo.</p><p>Como resolver apelação do assistente de acusação no procedimento do júri</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VII Exame</p><p>Enunciado</p><p>Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o</p><p>qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é</p><p>tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não</p><p>saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,</p><p>vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em</p><p>flagrante delito. Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual</p><p>atestou que Ana agira sob influência de estado puerperal.</p><p>Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o</p><p>laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal do Júri pela prática do crime de homicídio</p><p>triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o Parquet que Ana fora movida por motivo fútil,</p><p>empregara meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que</p><p>tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça</p><p>reiterou os argumentos da denúncia, sustentando que Ana teria agido impelida por motivo fútil</p><p>ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado feio e teria empregado meio cruel ao bater a</p><p>cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede, além de impossibilitar a defesa da vítima,</p><p>incapaz, em razão da idade, de defender-se.</p><p>A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,</p><p>se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao</p><p>proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em</p><p>razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se</p><p>autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o</p><p>Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis</p><p>sem manifestação do Parquet.</p><p>Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,</p><p>Wilson, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a</p><p>decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo</p><p>caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas</p><p>pertinentes, datando do último dia do prazo. (valor: 5,00)</p><p>Como resolver defesa preliminar da lei de drogas</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi abordado por policiais, acusado de estar</p><p>portando 02 gramas de maconha. Após constatar por sua experiência profissional que</p><p>efetivamente se tratava de cannabis sativa, o policial deu voz de prisão em flagrante,</p><p>encaminhando Roniquito à Delegacia de Polícia. Durante a lavratura da prisão em flagrante,</p><p>verificou-se que Roniquito não registrava</p><p>procedimento policial em seu desfavor. Ao final, a</p><p>autoridade policial indiciou Roniquito como incurso no crime tráfico ilícito de entorpecentes,</p><p>previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou</p><p>ser traficante, reconhecendo, contudo, ser dependente químico, já tendo sido, inclusive,</p><p>internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, responsáveis pela Clínica</p><p>de Tratamento. Após o encerramento do procedimento policial, o Ministério Público ofereceu</p><p>denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a prática do delito do artigo 33, “caput”, da Lei nº</p><p>11.343/2006. O Magistrado determinou a notificação de Roniquito, que ocorreu no dia 03 de</p><p>junho de 2016, que caiu numa sexta-feira.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Roniquito, redija a peça cabível, exclusiva de</p><p>advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte, datando a peça no</p><p>último dia do prazo. (valor: 5,00)</p><p>Como resolver defesa preliminar de funcionário público</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Wilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, após o</p><p>encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar a esposa até o</p><p>Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do município onde trabalha. Duas horas</p><p>depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o automóvel no mesmo lugar em que</p><p>o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de segurança do Prédio Municipal, guardas</p><p>municipais perceberam a ação de Wilson, relatando o fato e dando ensejo a instauração de</p><p>procedimento administrativo disciplinar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato,</p><p>utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como</p><p>demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do procedimento</p><p>administrativo, concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo encaminhada cópia dos</p><p>autos ao Ministério Público. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson pela prática</p><p>do delito de peculato, previsto no artigo 312, “caput”, do Código Penal. Wilson foi notificado no</p><p>dia 03 de junho de 2016, sexta-feira.</p><p>Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo</p><p>para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver relaxamento de prisão</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VI EXAME OAB (adaptada)</p><p>Enunciado</p><p>No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves</p><p>pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade</p><p>rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves</p><p>foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo</p><p>foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo</p><p>trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais</p><p>lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste,</p><p>foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar</p><p>expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia</p><p>Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo</p><p>306 da Lei 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de</p><p>entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.</p><p>Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter</p><p>permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob</p><p>protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo</p><p>competente, tampouco à Defensoria Pública.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de</p><p>advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais</p><p>ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito</p><p>pertinente ao caso. (Valor 5,00)</p><p>Como resolver liberdade provisória</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 15 de janeiro de 2022, por volta das 14 horas, na Rua das Mocas, nº 2000, São Paulo/SP,</p><p>Josué da Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no artigo 180,</p><p>“caput”, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto</p><p>de crime. Ao ser interrogado, Josué disse que era trabalhador e que tinha carteira de trabalho,</p><p>embora estivesse, na ocasião, desempregado. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de</p><p>Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto.</p><p>Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial</p><p>representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco</p><p>concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato</p><p>judicial.</p><p>Você, como advogado(a) indicado por Josué, é comunicado da ocorrência da prisão em</p><p>flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma</p><p>forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado,</p><p>sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. O juiz recebeu o auto de prisão</p><p>em flagrante, deixando para se manifestar na audiência de custódia. Josué, no entanto,</p><p>desesperado com a situação disse para você, na condição de advogado (a), buscar soltá-lo o</p><p>mais rápido possível, antes mesmo da designação da audiência de custódia.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de</p><p>advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos</p><p>pertinentes ao caso. (Valor: 5,00)</p><p>Como resolver revogação de prisão preventiva</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto na sua residência, localizada</p><p>no Município de Petrópolis/RJ. Ao longo da investigação, a partir das declarações da testemunha</p><p>Marieta Lemos, a autoridade policial passou a suspeitar que Cláudio Valentino tenha sido o autor</p><p>do delito. Na ocasião, Marieta Lemos disse ter recebido mensagem de texto enviada por Cláudio,</p><p>em tom ameaçador, no sentido de que seria melhor ela não testemunhar, para evitar problemas</p><p>a ela e à sua família. Em razão disso, a autoridade policial representou pela prisão preventiva de</p><p>Cláudio, anexando na representação as mensagens enviadas pelo acusado. O Magistrado</p><p>decretou a prisão preventiva, em despacho motivado, aduzindo, como razão de decidir, a</p><p>conveniência da instrução criminal, sendo o mandado de prisão cumprido. Após a conclusão do</p><p>inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Cláudio, imputando-lhe a prática</p><p>de crime de homicídio, previsto no art. 121, “caput”, do Código Penal. Durante a audiência de</p><p>instrução, após ser ouvida sobre os fatos relacionados à morte de Paulo, Marieta disse que a</p><p>ameaça sofrida foi a única proferida por Cláudio. Diante do avançado da hora, o Magistrado</p><p>suspendeu a audiência e designou outra data para oitiva de uma testemunha de defesa faltante</p><p>e interrogatório do réu. Insatisfeito com a atuação do seu antigo defensor, já que ainda estava</p><p>preso, Cláudio contrata</p><p>você para defendê-lo.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, na qualidade de advogado (a) de Cláudio Valentino, redija a peça cabível,</p><p>exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a</p><p>matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,00)</p><p>⭐</p><p>Como resolver queixa-crime subsidiária</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 06 de abril de 2020, na cidade de Niterói, Carla, que contava com 19 anos de idade,</p><p>caminhava sozinha pela rua, quando foi surpreendida por um indivíduo, que, por meio de</p><p>emprego de uma faca, subtraiu o seu celular. A ação foi visualizada por Amarildo e Carlos, que</p><p>conversavam próximo ao local. De imediato, Clara procurou a Delegacia de Polícia Especializada</p><p>em Crimes Contra o Patrimônio e narrou os fatos à autoridade policial, apontando a fisionomia</p><p>do agente. Depois das investigações, a autoridade policial conseguiu reunir elementos</p><p>informativos no sentido de que João teria sido o autor da subtração, já que, além de ter sido</p><p>regularmente reconhecido pela vítima, foi apreendido em seu poder o celular subtraído e a arma</p><p>branca utilizada. Após a conclusão do inquérito policial, os autos são encaminhados ao Ministério</p><p>Público com relatório final de investigação, indiciando João, que se encontrava em liberdade</p><p>provisória. Após 90 (noventa) dias do recebimento do inquérito, os autos permanecem no</p><p>gabinete do Promotor de Justiça, sem que qualquer medida tenha sido adotada. Indignada, Carla</p><p>procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima.</p><p>Você, na qualidade de advogado(a) de Carla deve adotar a medida cabível. Informa-se que a</p><p>cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais</p><p>Criminais.</p><p>Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso</p><p>concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.</p><p>(Valor: 5,00 pontos)</p><p>.</p><p>Como resolver razões de apelação</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de</p><p>roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do</p><p>caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir.</p><p>Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele</p><p>ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o</p><p>ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de</p><p>subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica</p><p>guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário</p><p>que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido,</p><p>antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas,</p><p>já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem,</p><p>verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano</p><p>criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público</p><p>requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso</p><p>nas sanções penais do art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.</p><p>Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG,</p><p>de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular.</p><p>O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos</p><p>fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório,</p><p>Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que</p><p>pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem</p><p>qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela</p><p>prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da</p><p>ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em</p><p>alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da</p><p>denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de</p><p>imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.</p><p>Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-</p><p>base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada</p><p>procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 (seis)</p><p>meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase,</p><p>incrementou o magistrado em 2/3 (dois terços) a pena, justificando ser desnecessária a</p><p>apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado</p><p>à vítima. Com a redução de 1/3 (um terço) pela modalidade tentada, a pena final ficou</p><p>acomodada em 5 (cinco) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o</p><p>fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza</p><p>os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência</p><p>da decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas</p><p>cabíveis. Constituída nos autos, a defesa interpôs o recurso cabível. O Magistrado recebeu o</p><p>recurso, sendo a defesa intimada no dia 06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira</p><p>dia útil em todo o país.</p><p>Com base nas informações expostas acima e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do</p><p>prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.</p><p>Como resolver contrarrazões de recurso em sentido estrito</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de</p><p>cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum</p><p>procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura</p><p>do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no</p><p>art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar vista dos autos, o Ministério Público requereu a conversão</p><p>da prisão em flagrante em preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e</p><p>concedeu a liberdade provisória a Roniquito. O Ministério Público foi intimado da decisão no dia</p><p>04 de maio de 2016, quarta-feira, e apresentou recurso em sentido estrito perante o juízo de</p><p>primeira instância, acompanhado das respectivas razões, no dia 19 de maio de 2016 (quinta-feira),</p><p>argumentando que: a) o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória, nos</p><p>termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006; b) estão presentes os requisitos da prisão preventiva,</p><p>sobretudo a garantia da ordem pública, já que o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta</p><p>a existência de um Estado paralelo e a prática de outros delitos. O Magistrado, então, recebeu o</p><p>recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público e intimou, no dia 09 de junho de 2016</p><p>(quinta-feira), você, advogado(a) de Roniquito, para apresentar a medida cabível. Com base nas</p><p>informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo,</p><p>sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Considerando apenas as informações</p><p>narradas,</p><p>na condição de advogado(a) de Roniquito, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas</p><p>corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia</p><p>do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis</p><p>em todo o país. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>Como resolver contrarrazões de agravo em execução</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo</p><p>simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um</p><p>aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela</p><p>vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto</p><p>denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal</p><p>a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado</p><p>e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro</p><p>de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro</p><p>de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo</p><p>progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos</p><p>subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de agosto de 2015, você,</p><p>advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo</p><p>da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente.</p><p>O pedido foi deferido pelo Magistrado. O Ministério Público foi intimado da decisão em 14 de</p><p>setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério</p><p>Público apresentou recurso de agravo em execução perante o juízo competente, acompanhado</p><p>das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015, alegando:</p><p>a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do</p><p>requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade;</p><p>b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o</p><p>benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir</p><p>metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;</p><p>c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de</p><p>roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a</p><p>sociedade.</p><p>O magistrado, então, recebeu o recurso de agravo em execução e intimou, no dia 19 de outubro</p><p>de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Gilberto,</p><p>para apresentar a medida cabível.</p><p>Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas</p><p>do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia</p><p>do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00)</p><p>Como resolver recurso especial</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples em sua</p><p>modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime aberto.</p><p>Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o</p><p>benefício da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, não</p><p>fixou nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição</p><p>de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do benefício</p><p>concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento</p><p>da apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão,</p><p>fixou as condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na</p><p>sentença condenatória. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos</p><p>fornecidos, você, advogado(a) de Daniel foi intimado, para apresentar a medida cabível. Com base</p><p>nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso</p><p>concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus. (Valor: 5,00)</p><p>Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar</p><p>respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere</p><p>pontuação.</p><p>Como resolver carta testemunhável</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante</p><p>preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide</p><p>ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a</p><p>referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo</p><p>e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,</p><p>conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após</p><p>o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos</p><p>sofridos pela colisão.</p><p>Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público</p><p>decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso</p><p>simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).</p><p>Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que</p><p>poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar</p><p>para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos</p><p>processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz</p><p>competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime</p><p>apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de</p><p>agosto de 2013 (sexta-feira). Contra essa decisão, a defesa interpôs, no dia 09 de agosto de</p><p>2013, recurso em sentido estrito. Ao proceder ao juízo de admissibilidade, o Magistrado não</p><p>recebeu o recurso, sob o fundamento de que foi interposto de forma intempestiva, já que,</p><p>considerando o dia de início 02 de agosto de 2013, o prazo venceu no dia 06 de agosto de 2013.</p><p>Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o</p><p>recurso cabível, instruindo-o com a cópia integral do processo.</p><p>A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.</p><p>Como resolver mandado de segurança</p><p>PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL</p><p>Enunciado</p><p>Jurema, atrasada para um encontro pessoal, dirige seu carro sem observar o limite de velocidade</p><p>exigida para o local. Em uma via de mão dupla, Jurema atravessou a via preferencial e, de forma</p><p>imprudente, acabou atingindo a motocicleta conduzida por Francisco. Não obstante o socorro</p><p>rápido, Francisco vem a falecer em decorrência dos ferimentos sofridos pela colisão provocada</p><p>por Jurema. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o</p><p>Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jurema, imputando-lhe a prática do delito de</p><p>homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 do Código de</p><p>Trânsito Brasileiro, sendo a peça acusatória recebida pelo juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca</p><p>de Niterói/RJ. Ao longo da ação penal, Maria, companheira</p>

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