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<p>RESUMO DE TODOS OS CASOS DA TUTORIA 02</p><p>1º CASO</p><p>Desenvolvimento humano:</p><p>"Estudo científico dos processos de transformação e estabilidade ao longo de todo</p><p>o ciclo de vida humano".</p><p>O desenvolvimento humano é um processo de transformação que se inicia na</p><p>concepção e termina com a morte. Cada indivíduo é único, mas o desenvolvimento</p><p>segue um padrão determinado pela nossa história evolutiva. Bebês nascem, crescem e se</p><p>tornam crianças, adolescentes e adultos. O campo do desenvolvimento humano estuda</p><p>as mudanças e estabilidades que ocorrem nas pessoas ao longo da vida.</p><p>O trabalho dos cientistas do desenvolvimento pode ter um grande impacto na vida</p><p>das pessoas. As pesquisas podem ser aplicadas na criação, educação e saúde das</p><p>crianças, e também nas diretrizes sociais em relação a elas.</p><p>Existem três domínios:</p><p>- Desenvolvimento físico: crescimento do corpo, cérebro, habilidades motoras</p><p>- Desenvolvimento cognitivo: envolve os aspectos mentais como aprendizagem,</p><p>memória, linguagem, raciocínio e criatividade</p><p>- Desenvolvimento social: inclui emoções, interações sociais, a forma que o indivíduo</p><p>se porta com outras pessoas, como ele vê o mundo em sociedade.</p><p>Os domínios são inter-relacionados.</p><p>Perspectivas Teóricas:</p><p>• Psicanálise: o comportamento é governado por processos conscientes e</p><p>inconscientes, mas tanto Erikson quanto Freud também acreditam que o social</p><p>também influencia no comportamento e desenvolvimento humano. O desenvolvimento</p><p>é reativo para Freud, e ativo para Erikson. Sendo o primeiro organicista e o</p><p>segundo mecanicista (o meio modifica o indivíduo).</p><p>Erikson traz que as exigências trazidas a criança é que vai tornar ela quem é, além de</p><p>trazer o conceito de crises: para passar por cada estágio o indivíduo passa por uma crise,</p><p>ao passar precisa-se encontrar o equilíbrio superando a crise para que possa passar para</p><p>a próxima. Caso o conflito não seja resolvido, a criança demora a sair de um estágio. E</p><p>segundo sua teoria é com o social que ela consegue superar as crises, com aquilo que</p><p>ela aprende com o meio.</p><p>• Aprendizagem: diferente da psicanálise, veem a mente como uma tábula rasa, não</p><p>levam em consideração os processos internos e valorizam os comportamentos que</p><p>podem ser vistos.</p><p>Tanto a teoria de Bandura como a do Behaviorismo são mecanicistas, mas o</p><p>Behaviorismo considera o indivíduo reativo enquanto Bandura considera o</p><p>indivíduo reativo e ativo também. Nessa perspectiva, é dito que a criança aprende e</p><p>se desenvolve repetindo ações que ela vê. E que o ambiente é um divisor de águas no</p><p>desenvolvimento de alguém.</p><p>É bidirecional pois depende como a criança reage ao ambiente, mas Bandura traz que</p><p>nem tudo depende do estímulo. A criança não imita todos os modelos, imita aqueles</p><p>em que se identifica, segundo Bandura.</p><p>• Cognitiva: Advinda de Piaget e Vygotsky, podem ser tanto mecanicistas quanto</p><p>organicistas, e consideram o indivíduo ativo.</p><p>A teoria de Piaget é dos estágios cognitivos, e a de Vygotsky se chama</p><p>sociocultural. Essas teorias têm foco no processamento de pensamentos e</p><p>comportamentos, levando em consideração memória, linguagem, e aspectos</p><p>cognitivos do desenvolvimento.</p><p>Vygotsky fala que a interação social é o que vai modular nosso desenvolvimento</p><p>cognitivo.</p><p>Existe uma zona de desenvolvimento proximal, que é um espaço de</p><p>desenvolvimento da criança, sendo o estágio em que a criança descobre as ações</p><p>que pode fazer sem ajuda do “andaime” que seria o pai ou a mãe dessa criança.</p><p>Essa teoria tem a aplicação de testes de inteligência para avaliar a zona de</p><p>desenvolvimento proximal, e até onde vai a mesma. Essa teoria também pode ser</p><p>considerada contextual pois leva em consideração o contexto em que o indivíduo está</p><p>inserido.</p><p>Já Piaget fala que não somente as experiências influenciam no desenvolvimento</p><p>cognitivo, mas também as experiências inatas.</p><p>Existem estágios:</p><p>- Organização: Quando a criança cria categorias que são esquemas;</p><p>• Termo de Piaget para a criação de categorias ou sistemas de conhecimento.</p><p>• Envolve o desenvolvimento de estruturas cognitivas chamadas esquemas, que são</p><p>modos de organizar informações sobre o mundo.</p><p>• Os esquemas começam como estruturas concretas e simples e se tornam</p><p>progressivamente mais abstratos e complexos à medida que a criança adquire</p><p>mais informações</p><p>- Adaptação: Refere-se ao modo como a criança lida com novas informações à luz do</p><p>que ela já sabe;</p><p>• Envolve dois processos complementares:</p><p>• Assimilação: incorporação de novas informações em estruturas cognitivas</p><p>existentes.</p><p>• Acomodação: ajuste das estruturas cognitivas para incorporar novas informações.</p><p>- Equilibração: Termo de Piaget para a tendência a procurar um equilíbrio estável entre</p><p>os elementos cognitivos;</p><p>• Obtido através do equilíbrio entre assimilação e acomodação.</p><p>• A busca pelo equilíbrio é uma força motivadora por trás do crescimento cognitivo,</p><p>levando a criança a ajustar suas estruturas cognitivas para corresponder às novas</p><p>experiências.</p><p>Vygotsky é mecanicista e considera o indivíduo ativo, já Piaget considera o indivíduo</p><p>ativo, mas é organicista e mecanicista.</p><p>A teoria do processamento de informação observa e analisa os processos mentais</p><p>envolvidos no processamento de informações, foi criada por diversos teóricos e bebe do</p><p>behaviorismo quando cita estímulo; o cérebro funciona como um computador, existem os</p><p>dados de entrada e de saída, onde os teóricos aqui estão interessados no que ocorre no</p><p>meio disso.</p><p>• Contextual: Nessa perspectiva, a criança está no centro e é tanto moldada pelo</p><p>ambiente, como molda ele, existindo cinco níveis de influência: o microssistema</p><p>(influência direta na criança: a família, escola e vizinhos), o mesossistema (interação</p><p>de microssistemas, como uma reunião de pais dentro da escola, onde a criança não</p><p>participa diretamente), exossistema (interação entre um microssistema e uma</p><p>instituição, como as políticas públicas), macrossistema (ideologias políticas, crenças,</p><p>sistemas econômicos, são padrões culturais abrangentes), cronossistema (dimensão</p><p>do tempo e mudanças decorrentes dele, como guerras e mudança ideológica).</p><p>Todos os níveis são interligados e a criança é mais influenciada pelos níveis mais</p><p>próximos, não tirando a importância dos níveis mais distantes. É uma teoria</p><p>organicista e considera o indivíduo ativo. E o teórico dessa perspectiva é Brofenbrenner.</p><p>• Evolucionista/Sociobiológica: foi proposta por Wilson que foi influenciado por Darwin,</p><p>que acredita na seleção natural e diz que nossas características mais adaptativas</p><p>serão transmitidas. Já Bowlby tem a teoria do apego: propõe a proximidade entre o</p><p>comportamento humano e animal, usando como exemplo a criança que quer colo</p><p>estaria com medo de um possível predador. Esta perspectiva considera o indivíduo ativo</p><p>e reativo (dependendo do teórico), e organicista.</p><p>INDIVÍDUO MODELOS</p><p>ATIVO: Os psicólogos que acreditam no</p><p>desenvolvimento ativo defendem que as pessoas</p><p>criam experiências para si e são motivadas a</p><p>aprender sobre o mundo à sua volta.</p><p>TEORIAS:</p><p>• Psicanálise de Erikson</p><p>• Aprendizagem com Bandura (ambos)</p><p>• Cognitiva com Piaget e Vygotsky</p><p>• Contextual</p><p>• Evolucionista (depende do teórico);</p><p>MECANICISTA: modelo que vê o desenvolvimento</p><p>humano como uma série de respostas previsíveis a</p><p>estímulos; influenciado por Locke.</p><p>Nessa perspectiva, as pessoas são comparadas a</p><p>máquinas que reagem automaticamente a forças ou</p><p>entradas de dados. Assim como um carro se move</p><p>quando o tanque é enchido e a chave é virada, o</p><p>comportamento humano é considerado uma</p><p>resposta às forças internas e externas. Os</p><p>pesquisadores mecanicistas buscam identificar os</p><p>fatores que influenciam o comportamento humano,</p><p>como influências ambientais e interações sociais,</p><p>para entender por que as pessoas se comportam de</p><p>determinadas maneiras.</p><p>TEORIAS:</p><p>• Psicanálise de Erikson</p><p>• Aprendizagem com Bandura</p><p>• Piaget (ambos)</p><p>• Vygotsky</p><p>REATIVO: Os psicólogos que acreditam no</p><p>desenvolvimento reativo conceitualizam</p><p>a criança</p><p>em desenvolvimento como uma esponja sedenta</p><p>por experiências, que as absorve e é moldada por</p><p>esses insumos com o passar do tempo.</p><p>TEORIAS:</p><p>• Psicanálise de Freud</p><p>• Aprendizagem com o behaviorismo</p><p>• Aprendizagem com Bandura (ambos)</p><p>• Evolucionista (depende do teórico);</p><p>ORGANICISTA: modelo que vê o desenvolvimento</p><p>humano como algo iniciado internamente por um</p><p>organismo ativo e que ocorre em uma sequência de</p><p>etapas qualitativamente diferentes; influenciado por</p><p>Rosseau.</p><p>Vê as pessoas como organismos ativos em</p><p>crescimento que iniciam eventos e não apenas</p><p>reagem a estímulos. Nessa visão, a força que</p><p>impulsiona a mudança é interna, e as influências</p><p>ambientais podem apenas acelerar ou desacelerar</p><p>o desenvolvimento, mas não o causam.</p><p>TEORIAS:</p><p>• Freud</p><p>• Piaget (ambos)</p><p>• Contextual</p><p>• Evolucionista</p><p>2º CASO</p><p>Gestação é o período da concepção da bebê até o nascimento do bebê e a idade</p><p>gestacional começa no primeiro dia do último ciclo menstrual até o nascimento, é contada</p><p>por semanas e normalmente vai até 40 semanas.</p><p>Desenvolvimento pré-natal:</p><p>Germinal: ocorre no período da fecundação até a segunda semana e tem o maior risco</p><p>de aborto.</p><p>Embrionário: ocorre entre a segunda e a oitava semana, é o período de maior</p><p>desenvolvimento, desenvolve o sistema respiratório, cardiovascular, digestivo e nervoso,</p><p>isso se chama Organogênese. É quando o bebê está mais vulnerável as influências</p><p>ambientais.</p><p>Fetal: é a fase final da gestação, da segunda semana até o nascimento, acontece o</p><p>crescimento do feto em até 20 vezes e os órgãos ficam mais complexos, período de</p><p>maturação.</p><p>• Influências ambientais: idade da mãe, ISTs, ingestão de álcool, nicotina,</p><p>cafeína, maconha, exposição ao chumbo, entre outros.</p><p>• Influencias genéticas: síndromes, diabetes tipo 2, transtornos de humor,</p><p>depressão, entre outros.</p><p>Correlações passivas: geralmente pais que dão os genes que predispõe o traço também</p><p>fornecem um ambiente que estimula esse traço.</p><p>Correlações reativas: não nasce com o gene, mas é estimulada pelos pais.</p><p>Correlações Ativas: busca ambientes compatíveis para estimular esse traço.</p><p>GENÓTIPO X FENÓTIPO</p><p>Genótipo é “receita para fazer você”, determina o fenótipo, são as características</p><p>herdadas, é escrito no DNA.</p><p>Fenótipo “como você ficou de fato” é a expressão de genótipo, são as características</p><p>observáveis.</p><p>Transmissão multifatorial: combinação de fatores genéticos e ambientais que produz</p><p>novos traços.</p><p>Epigênese é uma expressão do gene que é controlada por um terceiro componente, um</p><p>mecanismo regulador, que influencia a atividades dos genes dentro das células, podendo</p><p>alterar a estrutura do DNA. Esses genes podem ser ativados ou desativados conforme a</p><p>necessidade do corpo ou devido a uma resposta de um estimulo.</p><p>Aspectos psicológicos da mãe durante a gestação</p><p>1° trimestre: Ambivalência, medo de abortar, mudança de humor, primeiras alterações</p><p>corporais.</p><p>2° trimestre: ansiedade, começa a ter mais desejo (libido), quando a criança começa a</p><p>chutar.</p><p>3° trimestre: ansiedade com a aproximação do parto, queixas físicas.</p><p>Baby blues</p><p>- Acontece em toda gestação, é uma depressão natural no pós-parto; pode desenvolver</p><p>uma psicose puerperal ou uma depressão pós-parto.</p><p>********* Pendência: epigenética (Noro) e aspectos psicológicos durante a gestação</p><p>(Sarmento)*********</p><p>TEXTO DE NORO (EPIGENÉTICA)</p><p>O estudo sobre como as experiências iniciais na vida influenciam o comportamento adulto</p><p>tem sido um tema antigo, impulsionando pesquisas sobre como os sistemas celulares são</p><p>modificados pela interação com o ambiente, resultando em características específicas que</p><p>afetam a fisiologia e as respostas comportamentais ao longo da vida. Avanços na</p><p>Genética têm levado os cientistas a investigar como células com o mesmo material</p><p>genético podem desenvolver-se de maneira diferente devido a influências ambientais.</p><p>McEwen (2008) destaca a profunda influência das experiências desde a concepção na</p><p>qualidade e na duração da vida. Identificar intervenções eficazes no início do</p><p>desenvolvimento infantil é crucial devido às alterações fisiológicas nesse período e suas</p><p>consequências para a saúde física, emocional e cognitiva. Hyman (2009) argumenta que</p><p>entender como as experiências precoces moldam o comportamento humano é</p><p>fundamental para o desenvolvimento de intervenções eficazes no tratamento e prevenção</p><p>de transtornos neuropsiquiátricos.</p><p>Estudos recentes têm mostrado que eventos ambientais, especialmente nos primeiros</p><p>anos de vida, estão associados a mudanças epigenéticas que podem ser transmitidas</p><p>para a próxima geração. Mecanismos epigenéticos, como alterações moleculares no</p><p>DNA induzidas por eventos ambientais, desempenham um papel crucial nesse processo e</p><p>estão ligados ao desenvolvimento de distúrbios neurocomportamentais.</p><p>Os cuidados maternais durante os primeiros anos de vida são particularmente influentes,</p><p>afetando as alterações epigenéticas e a vulnerabilidade ao estresse na prole. Estudos em</p><p>animais mostraram que cuidados maternais deficientes estão relacionados a mudanças</p><p>epigenéticas na prole, afetando sua resposta ao estresse.</p><p>O objetivo deste trabalho é investigar teoricamente como os cuidados maternais</p><p>influenciam as alterações epigenéticas que afetam a vulnerabilidade ao estresse. Isso é</p><p>baseado em estudos empíricos e revisões da literatura sobre epigenética, estresse e</p><p>cuidados maternais, com destaque para pesquisas em animais e em humanos. O estudo</p><p>inclui uma análise de artigos sobre a resposta neurofisiológica ao estresse,</p><p>vulnerabilidade ao estresse, e o papel dos cuidados maternais nessas dinâmicas.</p><p>Por meio deste estudo, busca-se compreender melhor como as experiências iniciais</p><p>moldam a vulnerabilidade ao estresse, destacando a importância da epigenética e das</p><p>intervenções comportamentais na promoção da saúde mental e emocional ao longo da</p><p>vida.</p><p>A epigenética descreve os processos pelos quais as experiências ambientais moldam a</p><p>expressão genética sem alterar a sequência de DNA. Essas modificações envolvem</p><p>alterações químicas nos nucleotídeos do DNA e nas proteínas histonas associadas ao</p><p>DNA, afetando a acessibilidade do DNA para a transcrição e, portanto, a expressão</p><p>gênica.</p><p>O DNA é armazenado no núcleo celular de forma compacta, e para que os genes sejam</p><p>expressos, o DNA deve ser descompactado e acessível aos fatores de transcrição. As</p><p>modificações epigenéticas, como a acetilação, deacetilação, metilação, fosforilação e</p><p>ubiquitinação das histonas, podem alterar a estrutura da cromatina, afetando a transcrição</p><p>gênica. Por exemplo, a acetilação das histonas relaxa a interação entre histonas e DNA,</p><p>promovendo a transcrição gênica, enquanto a deacetilação aumenta a compactação do</p><p>DNA, inibindo a transcrição.</p><p>A metilação do DNA é outro mecanismo epigenético importante, onde grupos metil são</p><p>adicionados às bases de citosina. A metilação do DNA resulta em uma cromatina mais</p><p>compacta e, portanto, em genes menos acessíveis para a transcrição. Isso pode levar à</p><p>ativação ou inibição da expressão gênica, dependendo do contexto.</p><p>Essas modificações epigenéticas são estáveis e podem ser transmitidas para as células</p><p>filhas durante a divisão celular, desempenhando um papel fundamental na diferenciação</p><p>celular e no desenvolvimento. A compreensão desses mecanismos epigenéticos é</p><p>essencial para entender como as experiências precoces na vida influenciam a expressão</p><p>genética e contribuem para a vulnerabilidade ao estresse e a outros aspectos da saúde</p><p>mental e física ao longo da vida.</p><p>A compreensão da epigenética reforça a importância das influências ambientais na</p><p>expressão dos genes e, consequentemente, no comportamento humano. Embora a</p><p>aprendizagem possa ensinar indivíduos a lidar com o estresse, há componentes</p><p>neurobiológicos que são moldados pela experiência e influenciam as respostas</p><p>comportamentais ao longo da vida. A interação entre o ambiente e o</p><p>neurodesenvolvimento é crucial, pois estabelece o epigenoma, que</p><p>por sua vez influencia</p><p>as respostas comportamentais.</p><p>A influência do ambiente na expressão dos genes tem sido estudada há séculos.</p><p>Pesquisadores como Caspar Friederich Wolff e os lamarckistas epigeneticistas</p><p>contribuíram para a compreensão desses mecanismos, assim como Jean Piaget e</p><p>Burrhus Frederic Skinner, que exploraram a influência do ambiente na expressão gênica</p><p>através do condicionamento operante.</p><p>Estudos empíricos em humanos têm demonstrado os efeitos do comportamento operante</p><p>na expressão gênica. Por exemplo, a pesquisa de Guegan et al. (2013) mostrou</p><p>alterações na circuitaria cerebral do sistema de recompensa após o condicionamento</p><p>operante da ingestão de alimentos, sugerindo possíveis contribuições para a obesidade.</p><p>Além disso, o exercício do comportamento operante, como o exercício físico, pode</p><p>influenciar o fluxo sanguíneo no cérebro, melhorando a capacidade de tomada de decisão</p><p>e autocontrole em casos de transtornos mentais como ansiedade e depressão.</p><p>A psicoterapia também pode ser considerada uma forma de "intervenção epigenética",</p><p>juntamente com a terapia farmacológica. Estudos mostram que modificações estruturais</p><p>no cérebro estão associadas ao sucesso da psicoterapia. Além disso, o enriquecimento</p><p>ambiental tem sido destacado como uma intervenção terapêutica com implicações diretas</p><p>no desenvolvimento neurobiológico, com potencial para restaurar fatores neurotróficos e</p><p>atenuar sintomas de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Doença de</p><p>Huntington.</p><p>Esses exemplos evidenciam como as intervenções ambientais podem influenciar a</p><p>expressão gênica e ter impacto significativo no comportamento humano e na saúde</p><p>mental e emocional.</p><p>TEXTO DE SARMENTO (ASPECTOS PSICOLÓGICOS)</p><p>O avanço científico em Obstetrícia tem proporcionado habilidades fundamentais aos</p><p>médicos para um atendimento mais confiável às pacientes grávidas. No entanto, além das</p><p>habilidades técnicas, é crucial compreender os processos psicológicos envolvidos no</p><p>período grávido-puerperal. Este artigo enumera aspectos emocionais como ansiedades,</p><p>medos e mudanças nos vínculos afetivos durante esse período e sugere abordagens para</p><p>lidar com eles, visando principalmente prevenção, alívio e elaboração psíquica dos</p><p>problemas emergentes.</p><p>Na primeira consulta pré-natal, a gestante busca confirmar a gravidez, obter amparo para</p><p>suas dúvidas e ansiedades, garantir que tem condições físicas adequadas para a</p><p>gestação e que o bebê está saudável, e buscar apoio para enfrentar essa nova fase. É</p><p>essencial que o médico reconheça e acolha a ambivalência natural da gestante em</p><p>relação à gravidez, suas dúvidas sobre capacidade de ser mãe e as condições</p><p>emocionais da gestação. Estabelecer uma relação de confiança, permitir a participação do</p><p>parceiro e evitar julgamentos são práticas fundamentais nessa fase.</p><p>Nas consultas subsequentes ao longo da gestação, as ansiedades típicas variam de</p><p>acordo com os trimestres. No primeiro trimestre, surgem ambivalência, medo de aborto,</p><p>oscilações de humor e desconfortos físicos. No segundo, a ansiedade se relaciona à</p><p>introversão, mudanças no desejo sexual e no esquema corporal. No terceiro,</p><p>intensificam-se os temores relacionados ao parto e aumentam as queixas físicas.</p><p>É importante que o médico evite o excesso de tecnicismo e esteja atento às</p><p>características emocionais de cada etapa da gravidez, criando um ambiente de escuta</p><p>acolhedora e oferecendo orientações claras e simples sobre a evolução da gestação e do</p><p>parto. Além disso, preparar a paciente para os procedimentos médicos do pré-parto pode</p><p>ajudar a aliviar as vivências negativas associadas a esses momentos.</p><p>No período do parto, a gestante enfrenta uma série de expectativas, medos e</p><p>ansiedades relacionados à dor, ao desconhecido e ao ambiente hospitalar. É fundamental</p><p>que o médico reconheça e acolha esses sentimentos, evitando excesso de tecnicismo e</p><p>fornecendo orientações claras sobre o controle da dor e os recursos médicos disponíveis.</p><p>Além disso, é importante preparar a gestante para diferentes cenários de parto, sem</p><p>valorizar excessivamente um tipo específico, e permitir a participação do parceiro no</p><p>processo.As intercorrências durante a gestação, como perda fetal, aborto espontâneo,</p><p>aborto provocado, aborto terapêutico e interrupção legal, representam momentos de</p><p>grande angústia e sofrimento para os pais. É essencial que os profissionais de saúde</p><p>estejam preparados para oferecer suporte emocional e orientação adequada em cada</p><p>uma dessas situações.</p><p>No caso de perda fetal, seja por aborto espontâneo ou por outras razões, é importante</p><p>reconhecer a dor dos pais e evitar minimizá-la. Oferecer apoio psicológico, esclarecer</p><p>sobre possíveis exames diagnósticos e respeitar o processo de luto são aspectos cruciais.</p><p>Quando se trata de aborto provocado, terapêutico ou interrupção legal, é fundamental</p><p>que os profissionais atendam a paciente sem julgamentos morais, compreendam suas</p><p>angústias e dúvidas, e forneçam orientações sobre métodos seguros de anticoncepção</p><p>para evitar futuros sofrimentos.</p><p>A prematuridade também é uma intercorrência que traz desafios emocionais para os</p><p>pais, especialmente quando o bebê nasce com problemas de saúde. Nesses casos, é</p><p>necessário oferecer apoio emocional, orientar os pais sobre como lidar com a situação e</p><p>estimulá-los a interagir com o bebê, mesmo diante das dificuldades.</p><p>Já a descoberta de malformações fetais pode ser devastadora para os pais, exigindo um</p><p>acompanhamento psicológico cuidadoso e uma abordagem empática por parte dos</p><p>profissionais de saúde. É essencial envolver os pais no processo diagnóstico, fornecer</p><p>informações claras sobre o prognóstico e as opções de tratamento, e oferecer suporte</p><p>emocional durante todo o processo.</p><p>Por fim, a morte fetal é uma tragédia que causa um profundo impacto emocional nos</p><p>pais. Nesses casos, é fundamental acolher a dor, esclarecer o processo de parto,</p><p>incentivar a participação ativa da mãe e oferecer suporte psicológico ao longo de todo o</p><p>processo de luto.</p><p>Em todas essas intercorrências, o papel dos profissionais de saúde vai além do aspecto</p><p>clínico, envolvendo também o suporte emocional, o acolhimento e a orientação adequada</p><p>para ajudar os pais a enfrentar essas situações tão difíceis.</p><p>No puerpério, ocorrem importantes mudanças emocionais e físicas na mulher, que</p><p>podem desencadear sintomas de baby blues ou até mesmo depressão pós-parto em</p><p>casos mais graves. É essencial oferecer apoio emocional e orientação sobre os diferentes</p><p>aspectos do puerpério, incluindo a amamentação, as alterações na sexualidade e os</p><p>ajustes na dinâmica familiar. O acompanhamento próximo e a intervenção adequada</p><p>podem ajudar a mulher a enfrentar essa fase de transição e promover sua saúde mental e</p><p>bem-estar, assim como o estabelecimento de um vínculo saudável com o bebê.</p><p>3º CASO</p><p>• Influência da cultura no desenvolvimento humano (desde o parto até cuidados</p><p>iniciais)</p><p>A cultura influencia diretamente no desenvolvimento da criança sendo responsável pelos</p><p>valores da criança e influenciando na forma de criação dos pais. Também vai influenciar</p><p>nas decisões do parto (onde, como, quem vai fazer). A cultura não é questionada entre as</p><p>pessoas que fazem parte dela por isso tem influência direta no parto e no</p><p>desenvolvimento da vida. Os costumes em torno do nascimento refletem nas implicações,</p><p>valores e recursos de cada cultura. Em cada cultura inclusive pode ter trajes diferentes no</p><p>momento do parto. Em alguns países, como a Tailândia, as mães voltam as atividades</p><p>normais poucas horas depois de dar à luz. A forma de cuidado de uma mãe não vem</p><p>apenas do instinto materno mas tem uma influência cultural, uma construção social. A</p><p>mãe imigrante por exemplo vai estar em contradição, pois vai viver abdicando de</p><p>costumes e aceitando novos para se adaptar ao novo lugar que mora.</p><p>• Nicho desenvolvimental</p><p>Foi um conceito criado para analisar o desenvolvimento da criança, sendo dividido em 3</p><p>subsistemas: ambiente físico e social,</p><p>crenças dos cuidadores, práticas de cuidados</p><p>culturalmente estabelecidas. Práticas ditas como ‘insalubres’ na abertura de caso, não</p><p>são contestadas pois fazem parte de uma cultura. O desenvolvimento ocorre durante toda</p><p>a vida, e não apenas na infância, os nichos vão se desenvolvendo da infância até a</p><p>velhice sendo influenciado pela cultura, cada fase com uma intensidade diferente.</p><p>• Rede de apoio (influência da rede de apoio no desenvolvimento humano)</p><p>A rede apoio é um componente importante para o desenvolvimento saudável da criança</p><p>auxiliando psicologicamente no desenvolvimento. Em alguns lugares e culturas, o parto é</p><p>de formas diferentes, tendo o “calor humano” de forma distante como Israel e EUA. O</p><p>apoio pode ser indireto (através do contato da criança com os membros da rede social</p><p>dos pais proporcionando novos modelos de comportamento e oportunidades de</p><p>aprendizado) e direto (modificando as crenças, atitudes, conhecimentos e</p><p>comportamentos dos pais, tornando pais mais preparados para lidar com o desafio da</p><p>criação dos filhos). A relação conjugal é muito importante no período pós-parto.</p><p>O pai precisa prestar apoio e divisão de cargas com a mãe. Naturalmente as mães tem a</p><p>tendência de ter a rede de apoio informal (família, amigos, parentes), já no caso de</p><p>famílias imigrantes têm a tendência de ter mais apoio formal (instituições, médicos).</p><p>Existe também os tipos de apoio: relacional (a quantidade das relações sociais</p><p>existentes), estrutural (características das redes sociais de apoio), funcional (tipo,</p><p>quantidade, qualidade do apoio prestado), constitucional (conjunto das necessidades</p><p>sentidas e os recursos disponíveis), satisfação com apoio. A rede de apoio também</p><p>influencia no desenvolvimento infantil; cognitivamente (estimula o desenvolvimento da</p><p>linguagem), socialmente (promove interações sociais ajudando a desenvolver habilidades</p><p>de comunicação), emocionalmente (contribui para autoestima, confiança e bem-estar da</p><p>criança). Quanto maior a rede social, maior a probabilidade da criança se desenvolver de</p><p>forma positiva.</p><p>4º CASO</p><p>O objeto libidinal é o objeto pelo qual a pessoa utiliza para alcançar seu prazer da libido,</p><p>sendo alterado o tempo todo e podendo ser, até mesmo, o próprio corpo do sujeito, e sua</p><p>relação objetal a forma de interação do sujeito com o objeto. No recém-nascido não existe</p><p>uma relação objetal pelo fato do desconhecido do bebê, tendo seu desenvolvimento</p><p>aflorando suas relações e progredindo com o tempo. Uma referência com relação a isso é</p><p>o falo, conceito trazido por Freud, mostrando como a criança vai se relacionar com o</p><p>objeto (relação objetal).</p><p>Com relação ao desenvolvimento do bebê, Spitz dedicou seus estudos a compreende-</p><p>lo, fazendo uma proposta sobre 3 estágios de desenvolvimento, sendo um processo</p><p>gradual que culmina na linguagem e em suas relações. Um exemplo desse</p><p>desenvolvimento é um experimento que Spitz fez com uma criança e um macaco,</p><p>mostrando o avanço que o bebê tem devido a linguagem. A importância dos estímulos se</p><p>mostra aí, com a presença da mãe provocando no bebê a vontade de avanço.</p><p>Estágio não objetal/sem objeto: o bebê (0-2 meses) não distingue seu corpo de outro</p><p>objeto, mente de corpo, não tendo uma diferenciação entre os objetos e coincidindo com</p><p>o narcisismo primário por não entender interno e externo, vendo o mundo como uma</p><p>extensão de si mesmo e se vendo como onipotente. Por isso, não ocorre relação objetal.</p><p>Estágio do precursor do objecto: O rosto humano torna-se conhecido para o bebê (2-6</p><p>meses), tendo um organizador do sorriso e futuramente entrando a Gestalt Privilegiada</p><p>(parte que chama a atenção do bebê, dita por Spitz como a testa, o nariz e os olhos,</p><p>estando em movimento e com uma comprovação em um experimento de colocar um bebê</p><p>para ver um homem de perfil e ele não reagir por não estar vendo de frente).</p><p>Isso não se relaciona necessariamente com a mãe, tendo uma associação do rosto de</p><p>uma pessoa qualquer, um exemplo é a típica brincadeira de esconder o rosto e falar</p><p>“achou”. Nesse estágio, o bebê já separa o interno do externo, iniciando agora a sua</p><p>atividade maior, exemplificada no sorriso da criança. No quesito físico, ele aumenta seu</p><p>desenvolvimento físico, mesmo com os movimentos ainda não coordenados, tendo sua</p><p>mãe como um ego auxiliar e tentando pegar objetos e fazer atividades mais significativas.</p><p>Estágio do objeto libidinal: a criança (8-15 meses) imita as palavras que lhe são</p><p>apresentadas e distingue pessoas conhecidas e desconhecidas (ansiedade dos 8 meses).</p><p>Ele começa a ter uma autonomia maior, desenvolvendo seu aparelho sensorial e motor,</p><p>nesse estágio ocorre também a formação do ego e a emergência de mecanismo de</p><p>defesas. O fim do estágio se dá na aquisição da linguagem, com o bebê respondendo não</p><p>mais somente de forma motora, mas agora verbal (fase do não). Curiosamente, durante</p><p>esse período seria possível entender uma personalidade na criança dependendo de sua</p><p>reação ao desconhecido.</p><p>Os organizadores psíquicos, por sua vez, são os marcos ocorridos durante os estágios</p><p>de desenvolvimento do bebê, divididos em 3: sorriso como resposta (indica a separação</p><p>de consciente e inconsciente, tendo um ego rudimentar e ocorrendo no estágio</p><p>precursor), ansiedade dos 8 meses (começa a desenvolver uma expressão de</p><p>desconforto, diferenciando pessoas estranhas das conhecidas e se angustiando.</p><p>Estabelece o ego como estrutura psíquica organizada. Ocorre no estágio do objeto</p><p>libidinal) e o domínio do não (ocorre inicialmente como gesto e depois como palavra,</p><p>ocorrendo a completa distinção de si mesmo e de outros objetos, substituindo assim a</p><p>comunicação somente de forma motora por uma comunicação verbalizada. Abre caminho</p><p>para as relações sociais humanas e para as relações objetais).</p><p>Por fim, o balbucio é um dos estágios iniciais da aquisição da linguagem, momento que o</p><p>bebê produz sons na tentativa de falar. Aos 3 meses reproduzindo vogais, aos 6 meses</p><p>falando palavras curtas por conseguir reproduzi-las (não compreendendo ainda) e aos 8</p><p>meses a compreensão maior de sons e palavras.</p><p>5º CASO</p><p>- Desenvolvimento Físico</p><p>É através do desenvolvimento físico que as crianças desenvolvem habilidades e</p><p>capacidades motoras, esse desenvolvimento segue dois princípios que se complementam</p><p>e ocorrem paralelamente.</p><p>• Princípio cefalocaudal e Princípio próximo-distal</p><p>O princípio cefalocaudal refere-se ao crescimento de cima para baixo, onde ocorre o</p><p>desenvolvimento do cérebro, sendo o momento em que se desenvolve a parte sensorial e</p><p>motora da criança.</p><p>O princípio próximo-distal ocorre do centro para as extremidades.</p><p>- Desenvolvimento Motor e Motricidade</p><p>O desenvolvimento motor, é o aspecto do comportamento motor e do controle motor,</p><p>que está relacionado com o estudo das mudanças e transformações na performance</p><p>motora durante os diferentes momentos da evolução da vida do indivíduo. A motricidade</p><p>refere-se à relação das funções motoras com o meio em que a criança está inserida,</p><p>esses fatores serão determinantes para a forma como a criança vai se desenvolver.</p><p>Teste de Denver: é um teste que serve para avaliar o desenvolvimento motor,</p><p>diferenciando a motricidade fina, que se refere aos movimentos mais detalhados, da</p><p>motricidade grossa, que são movimentos mais “normais” (usa grandes grupos de</p><p>músculos).</p><p>Desenvolvimento sensorial: trata dos 5 sentidos, o tato é o primeiro sentido a ser</p><p>desenvolvido, já olfato e paladar começam a se desenvolver no útero, a audição começa</p><p>a se desenvolver após o nascimento e a visão é o sentido mais limitado inicialmente.</p><p>Desenvolvimento neurológico: ao contrário dos demais desenvolvimentos, o</p><p>desenvolvimento neurológico ocorre progressivamente, mas majoritariamente através de</p><p>surtos de crescimento (ex: estirões do crescimento). Ao nascer, o nosso mesencéfalo e</p><p>a medula estão bem desenvolvidos, nos primeiros dois anos de vida, o córtex cerebral vai</p><p>se desenvolvendo e só a partir dos 13 anos o córtex pré-frontal se desenvolve.</p><p>Neuroplasticidade do cérebro: é um fenômeno que permite que o cérebro se modifique</p><p>e se aprimore através de experiências vividas, onde o cérebro se molda também, a partir</p><p>das influencias do ambiente.</p><p>• Fatores de risco e fatores de proteção</p><p>Os fatores de risco são os fatores que aumentam as tendências de o bebê estar em</p><p>perigo, podendo ser tanto ambientais quanto biológicos e mentais (psicológicos).  É</p><p>através da identificação dos fatores de risco, que se identificam os problemas e se</p><p>desenvolvem os fatores de proteção, que visam o bem-estar e a segurança do bebê.</p><p>Fatores de risco: nutrição, ambiente, socioeconômico, baixa escolaridade da mãe,</p><p>questões pre peri e pós natais, fatores clínicos do parto e do pré parto.</p><p>Fatores de proteção: redes de apoio formal e informal, características da família e</p><p>atributos disposicionais da criança.</p><p>• Nutrição, sono e estado de alerta</p><p>Sobre a nutrição, até os 6 meses o bebê deveria ser nutrido exclusivamente pelo leite</p><p>materno e a qualidade do relacionamento do bebê com os pais, é tão importante quanto a</p><p>nutrição do bebê, onde não adianta amamentar sem existir o aleitamento materno. O</p><p>baixo peso do bebê pode ocorrer devido a influência de fatores socioeconômicos, pré-</p><p>natais, ao nascer prematuro entre outros.</p><p>O bebê precisa dormir, pois isso acarreta no desenvolvimento do cérebro do bebê, o</p><p>relógio biológico interno auxilia no sono. Sobre o sono do bebê, de 0-2 meses eles</p><p>dormem 14 horas por dia já aos 2 meses, o recém-nascido dorme de 5 a 9 horas. O</p><p>estado de alerta, é justamente o que regula atividades como o sono, humor e a</p><p>alimentação bebê.</p><p>6º CASO</p><p>Explicar o desenvolvimento perceptivo em recém-nascidos (paladar, visão, olfato,</p><p>audição e tato).</p><p>Durante os primeiros meses de vida, as áreas do cérebro responsáveis pela</p><p>recompensa e pelo processamento da informação sensorial experimentam um</p><p>rápido desenvolvimento.</p><p>Isso permite que os recém-nascidos tenham uma compreensão inicial do mundo ao</p><p>seu redor através do toque, visão, olfato, paladar e audição. Essas áreas do cérebro</p><p>são fundamentais para a formação das primeiras experiências sensoriais e para o</p><p>desenvolvimento inicial da percepção e da interação com o ambiente.</p><p>Tato: O tato é um dos sentidos mais importantes na primeira infância. Ele é o primeiro</p><p>sentido a se desenvolver, e nos primeiros meses de vida é o sistema sensorial mais</p><p>maduro. Desde cerca de 32 semanas de gestação, todas as partes do corpo do feto</p><p>são sensíveis ao toque, e essa sensibilidade continua a aumentar nos primeiros dias de</p><p>vida após o nascimento.</p><p>Ofato e paladar: Os sentidos do olfato e do paladar começam a se desenvolver já no</p><p>útero. Os sabores dos alimentos que a mãe consome são detectados pelo líquido</p><p>amniótico, que é ingerido pelo feto. Portanto, as preferências por certos gostos e cheiros</p><p>podem começar a se formar ainda durante a gestação. Além disso, os sabores dos</p><p>alimentos que a mãe consome também são transmitidos pelo leite materno após o</p><p>nascimento do bebê. As preferências alimentares desenvolvidas nos primeiros</p><p>meses de vida podem persistir ao longo da infância, e as crianças que são expostas</p><p>a uma variedade de sabores tendem a ter preferências alimentares menos restritas</p><p>no futuro.</p><p>Audição: A discriminação auditiva se desenvolve rapidamente após o nascimento.</p><p>Bebês com apenas 2 dias de idade já conseguem reconhecer palavras que ouviram no</p><p>dia anterior. Com um mês de idade, eles podem distinguir sons semelhantes, como "ba" e</p><p>"pa". Por volta de 11 a 17 semanas, bebês conseguem reconhecer e lembrar frases</p><p>completas após um curto período de tempo. Com 4 meses, seus cérebros mostram</p><p>lateralização para a linguagem, respondendo preferencialmente à fala, especialmente na</p><p>língua materna.</p><p>Visão: A visão é o sentido menos desenvolvido quando um bebê nasce, em parte</p><p>porque há pouco para ver dentro do útero. No entanto, à medida que os bebês ficam mais</p><p>alertas e ativos, a percepção visual e a capacidade de utilizar informações visuais se</p><p>tornam mais importantes para eles.</p><p>A teoria ecológica da percepção de Eleanor e James Gibson destaca a</p><p>interdependência entre a percepção e a ação no desenvolvimento motor infantil. Um</p><p>experimento clássico realizado por Richard Walk e Eleanor Gibson envolvendo bebês de</p><p>6 meses ilustrou essa teoria. Os bebês foram colocados em uma situação onde parecia</p><p>haver um "abismo" entre eles e suas mães, incentivando-os a engatinhar sobre uma</p><p>superfície transparente. Essa abordagem investigava os fatores que influenciam a decisão</p><p>dos bebês sobre como explorar seu ambiente.</p><p>De acordo com a teoria ecológica da percepção, o desenvolvimento locomotor depende</p><p>da sensibilidade crescente à interação entre as mudanças físicas do bebê e as</p><p>características do ambiente. Os bebês aprendem a adaptar seus movimentos às</p><p>demandas do ambiente, testando alternativas e resolvendo problemas de forma flexível.</p><p>Esse processo de "aprender a aprender" é uma consequência da percepção e da ação,</p><p>onde os bebês exploram visual e manualmente, ajustando seus movimentos de acordo</p><p>com suas experiências e as demandas do ambiente atual.</p><p>Essa abordagem não considera um desenvolvimento em estágios fixos e universais, mas</p><p>sim como uma exploração contínua de novas ideias em cada situação. Os bebês se</p><p>tornam "minicientistas", adaptando-se às diferentes demandas do ambiente à medida que</p><p>ganham experiência e aprendem sobre suas próprias capacidades.</p><p>Compreender a importância desses estímulos para o desenvolvimento dos sentidos</p><p>A percepção sensorial desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos bebês,</p><p>permitindo-lhes aprender sobre si mesmos e seu ambiente. A conexão entre percepção e</p><p>ação, mediada pelo cérebro em desenvolvimento, fornece aos bebês informações</p><p>valiosas sobre o mundo ao seu redor.</p><p>Inicialmente, os bebês começam a querer agarrar objetos por volta dos 4 ou 5 meses,</p><p>mas seus movimentos são desajeitados e requerem correções frequentes.</p><p>Embora os olhos sejam tradicionalmente considerados essenciais para orientar esses</p><p>movimentos, pesquisas recentes questionam essa visão, sugerindo que os bebês mais</p><p>jovens dependem mais de feedback proprioceptivo e tátil para corrigir seus movimentos.</p><p>Além disso, a percepção de profundidade e a percepção tátil desempenham papéis</p><p>importantes no desenvolvimento dos bebês. A percepção de profundidade depende de</p><p>vários indicadores, incluindo movimento e coordenação binocular, enquanto a percepção</p><p>tátil permite aos bebês adquirir informações sobre objetos por meio do manuseio,</p><p>inclusive antes do nascimento.</p><p>Embora os bebês possam usar o sentido do tato desde o período pré-natal, seu</p><p>desenvolvimento motor limitado significa que eles só podem explorar objetos de forma</p><p>mais eficaz depois de desenvolverem coordenação olhos-mãos suficiente para alcançar e</p><p>agarrar objetos, geralmente aos 5-7 meses de idade.</p><p>O desenvolvimento da percepção na criança é um processo complexo e em</p><p>constante evolução. No início da vida, as percepções são primitivas e distintivas, sendo</p><p>influenciadas pela herança biológica e pelas interações sociais. O sistema sensorial do</p><p>recém-nascido é limitado, e sua percepção do mundo é rudimentar, dependendo</p><p>principalmente do toque e da proximidade visual.</p><p>Ao longo do desenvolvimento, a percepção se torna mais elaborada, influenciada</p><p>pelo ambiente social e cultural. A linguagem desempenha um papel crucial nesse</p><p>processo, permitindo que a criança categorize, interprete e generalize suas percepções. A</p><p>percepção inicial é afetiva e integrada à ação motora, mas com o tempo torna-se mais</p><p>independente e complexa.</p><p>A linguagem não apenas modifica a forma como a criança percebe o mundo, mas</p><p>também influencia o pensamento e a organização das percepções. À medida que a</p><p>criança adquire a linguagem, suas percepções se tornam mais generalizadas e</p><p>contextualizadas, permitindo uma compreensão mais abrangente do ambiente.</p><p>O desenvolvimento da percepção continua ao longo da infância, com a introdução</p><p>de</p><p>novos elementos, como memória, atenção voluntária e atribuição de sentido. A percepção</p><p>deixa de ser uma função isolada e torna-se parte de um sistema complexo e dinâmico,</p><p>que é influenciado pela experiência e pelo ambiente cultural do indivíduo.</p><p>Para o bebê, desenvolver as suas habilidades perceptivas é de extrema importância, uma</p><p>vez que em um momento inicial, “perceber” é tudo o que ele pode fazer. Até os dois</p><p>primeiros anos de vida, o principal modo de interação da criança com o ambiente se dá</p><p>através dos seus olhos, ouvidos, nariz, língua e dedos.</p><p>Todavia, até o final do primeiro ano de vida do bebê, não pode-se esperar que ele veja</p><p>as coisas claramente, pois por mais que a acuidade visual da criança - habilidade de</p><p>distinguir forma ou padrão de um outro a diferentes distâncias - se aprimore bastante, o</p><p>recém-nascido não possui a capacidade de enxergar nitidamente, ao menos que as</p><p>coisas estejam perto dele. Já a acuidade auditiva, parece se desenvolver até a</p><p>adolescência, enquanto em relação ao tato, sabe-se que o bebê é extremamente sensível</p><p>a ele.</p><p>Diferenciar as teorias inatista e empirista no desenvolvimento perceptivo do bebê</p><p>A abordagem inatista-maturacionista considera que as características físicas,</p><p>intelectuais e traços de personalidade são determinados no nascimento, sendo</p><p>influenciados pela hereditariedade e pelo processo de maturação. Teóricos como Alfred</p><p>Binet e Gesell defendem essa ideia, enfatizando que o desenvolvimento ocorre de dentro</p><p>para fora, de forma inata.</p><p>Essa visão pode limitar as práticas pedagógicas, pois desvaloriza a influência das</p><p>experiências sociais e educacionais no desenvolvimento do aluno. Consequentemente, a</p><p>responsabilidade pelo progresso acadêmico recai exclusivamente sobre as capacidades</p><p>inatas do aluno, desconsiderando o papel da escola e do contexto social na sua</p><p>formação.</p><p>A abordagem comportamentalista, em contraste com a inatista-maturacionista, atribui</p><p>ao ambiente a responsabilidade exclusiva pelo desenvolvimento das características e</p><p>capacidades do sujeito. Nessa concepção, as experiências ambientais são consideradas</p><p>essenciais para o desenvolvimento, aprendizagem e formação da personalidade. Watson</p><p>e Skinner são os principais teóricos dessa abordagem, destacando a importância da</p><p>aprendizagem na formação do comportamento humano.</p><p>A aprendizagem é explicada por meio do condicionamento clássico e operante, onde os</p><p>comportamentos são moldados por estímulos e consequências do ambiente. No contexto</p><p>educacional, o professor desempenha um papel central na modelagem do comportamento</p><p>do aluno, utilizando reforços positivos e negativos para incentivar o aprendizado.</p><p>As teorias inatista e empirista oferecem perspectivas contrastantes sobre o</p><p>desenvolvimento perceptivo do bebê, destacando diferentes influências na formação das</p><p>habilidades perceptivas desde o nascimento. Aqui estão as principais diferenças entre</p><p>elas:</p><p>1. Teoria Inatista:</p><p>- Essa teoria enfatiza a ideia de que grande parte das habilidades perceptivas e</p><p>cognitivas do bebê são inatas, ou seja, presentes desde o nascimento ou adquiridas por</p><p>meio de fatores genéticos.</p><p>- Acredita-se que os bebês nascem com certas estruturas mentais ou mecanismos de</p><p>processamento perceptivo pré-programados, que influenciam sua capacidade de perceber</p><p>e interpretar o mundo ao seu redor.</p><p>- Os defensores dessa teoria argumentam que os bebês têm um conjunto básico de</p><p>habilidades perceptivas, como reconhecimento de rostos, habilidades de localização</p><p>auditiva e sensibilidade tátil, que não dependem exclusivamente da experiência sensorial.</p><p>2. Teoria Empirista:</p><p>- Em contraste, a abordagem empirista sugere que o bebê nasce com uma "tábula</p><p>rasa", ou seja, uma mente em branco, e que suas habilidades perceptivas são formadas</p><p>principalmente pela experiência sensorial e pela interação com o ambiente.</p><p>- Os empiristas argumentam que as percepções e habilidades cognitivas dos bebês são</p><p>adquiridas gradualmente por meio da exposição aos estímulos ambientais e da</p><p>aprendizagem a partir dessas experiências.</p><p>- Segundo essa teoria, os bebês desenvolvem suas habilidades perceptivas e cognitivas</p><p>por meio da assimilação e acomodação de novas informações, conforme interagem com o</p><p>ambiente e recebem feedback sobre suas ações.</p><p>Em resumo, enquanto os inatistas acreditam que as habilidades perceptivas do bebê</p><p>são inatas e determinadas geneticamente, os empiristas argumentam que essas</p><p>habilidades são adquiridas por meio da experiência sensorial e da interação com o</p><p>ambiente. Essas teorias representam abordagens distintas para entender como os bebês</p><p>começam a perceber e compreender o mundo ao seu redor desde os estágios iniciais de</p><p>desenvolvimento.</p><p>______________________________________________________________________</p><p>O Desenvolvimento perceptivo na primeira infância está intimamente relacionado ao</p><p>desenvolvimento motor, resultando em um sistema interdependente.</p><p>Percepção: processo pelo qual obtemos consciência imediata do que está acontecendo</p><p>ao redor.</p><p>- Percepção-motora: processo de organização de novas informações a partir daquelas já</p><p>armazenadas, que gera um movimento. Todo movimento voluntário envolve a percepção.</p><p>Percepção -> sentidos = Sistema Sensorial</p><p>Recém-nascidos reagem a estímulos que atingem o sistema sensorial, porém, as</p><p>sensações estimuladas fazem sentido quando se integram às informações armazenadas:</p><p>por exemplo, para um bebê, o toque pode ter pouco significado se não estiver associado</p><p>a outros estímulos.</p><p>Durante a primeira infância, o desenvolvimento do sistema perceptivo tende a ser mais</p><p>rápido do que o desenvolvimento do sistema motor.</p><p>FECHAMENTO DO CASO 06</p><p>- Inatismo e Empirismo</p><p>Inatismo é uma corrente de pensamento que infere uma série de informações e</p><p>tendências preconcebidas desde o nascimento e o empirismo infere que as diversas</p><p>facetas da experiência moldam as habilidades expressas na primeira infância.</p><p>trazendo pra uma lógica sensorial, a empirista defende que as habilidades sensoriais vem</p><p>de experiências que sustentam ao menos uma base necessária para o desenvolvimento,</p><p>enquanto o inatismo entende que o desenvolvimento sensorial ocorre em tendência</p><p>natural.</p><p>Ex1: Uma criança que não é estimulada a engatinhar, na teoria empirista, pode ter</p><p>dificuldades em desenvolver essa habilidade.</p><p>Ex2: A capacidade de diferenciação de sabores e por consequência a recusa dos sabores</p><p>amargos que podem se relacionar com toxinas na natureza, ocorre de maneira inata.</p><p>Ao fim, as competências inatas e adquiridas precisam de estimulação para o seu bom</p><p>desenvolvimento.</p><p>- 5 Sentidos sensoriais:</p><p>Tato é o primeiro sentido a ser desenvolvido, sendo o mais maduro e se estruturando em</p><p>poucos meses. Aos 3 meses de gestação o feto começa a apresentar sistemas de</p><p>recepção de dor e estímulos</p><p>Quando falamos sobre o Olfato e Paladar ambos os sentidos são desenvolvidos na</p><p>gestação e vão ser influenciados pelos hábitos alimentares da mãe. Nesse mister, o olfato</p><p>e paladar também promovem a conexão cuidador-bebe mediante aos contatos com esses</p><p>sentidos</p><p>Audição é funcional na gestação mas apenas no nascimento ocorre a discriminação</p><p>sonora e desenvolvimento espacial do som.</p><p>A acuidade auditiva se expressa na aprimoração e distinção dos diferentes sons e vai</p><p>sendo aprimorado até a adolescência, a audição também é imprescindível para o</p><p>desenvolvimento da linguagem.</p><p>Visão o recém-nascido apresenta uma visão pouco desenvolvida, mostrando pouca</p><p>distinção das diversas informações que são apresentadas ao bebe. No entanto, o bebe</p><p>apresenta tendência de preferência sobre figuras familiares e cores de alto contraste além</p><p>de ter pouca distância disponível em seu campo de visão (cerca de 30 cm).</p><p>Com isso, os sentidos sensoriais são expressos inatamente e se refinam com o tempo de</p><p>maneira empirista.</p><p>- Percepção sensorial:</p><p>A percepção na primeira infância vai sendo desenvolvido com o tempo, a percepção está</p><p>relacionada com a capacidade de sentir</p><p>e inferir informação dessa sensação para agir</p><p>sobre o meio. Não está presente logo após o nascimento.</p><p>A percepção permite que o bebe aprenda sobre si mesmo e o ambiente que o rodeia,</p><p>podendo inferir informações úteis.</p><p>7º CASO</p><p>Desenvolvimento Psicossocial</p><p>Embora os bebês apresentem padrões de comportamento semelhantes, cada um possui</p><p>uma personalidade e temperamento únicos, influenciados pela sua criação, cultura e</p><p>ambiente. A personalidade, composta por emoções, pensamentos e temperamento, é o</p><p>que nos torna distintos.</p><p>Emoções</p><p>O desenvolvimento emocional é um processo ordenado no qual emoções complexas</p><p>surgem a partir das mais simples. A partir dos seis meses, as emoções começam a se</p><p>diferenciar. Elas são relações subjetivas que podem ser influenciadas por fatores</p><p>biológicos e ambientais, como o choro e o sorriso, que servem como reflexos para suprir</p><p>necessidades básicas e estabelecer comunicação. A cultura também desempenha um</p><p>papel na forma como a criança reage ao ambiente. Por exemplo, o choro expressa dor,</p><p>desconforto e serve para estabelecer vínculos com a mãe, e existem padrões distintos de</p><p>choro que podem indicar diferentes necessidades. Quanto ao sorriso, há diferentes tipos,</p><p>desde o instintivo até o antecipatório, influenciados também pelo humor dos pais. Além</p><p>disso, as emoções autoconscientes, como orgulho, culpa e empatia, começam a se</p><p>desenvolver por volta dos três anos de idade.</p><p>Temperamento</p><p>Embora o temperamento não seja totalmente determinado pela biologia, uma grande</p><p>parte dele é influenciada por fatores genéticos. Ele molda a forma como a criança reage</p><p>ao ambiente e pode persistir por um período maior em comparação com a personalidade.</p><p>No entanto, o temperamento também é influenciado pelo ambiente. Existem diferentes</p><p>tipos de temperamento, como crianças fáceis, difíceis e de aquecimento lento, cada uma</p><p>com características específicas que afetam a sua adaptação ao ambiente e a interação</p><p>com os pais.</p><p>Interação adulto-bebê</p><p>A família, inserida no microssistema conforme a teoria ecológica, é o primeiro ambiente de</p><p>contato do indivíduo com outras pessoas. É nesse contexto que ele experimenta</p><p>diferentes relações, atividades e aprendizados. A cultura desempenha um papel</p><p>significativo nessa interação, influenciando os padrões familiares em cada país. O papel</p><p>da mãe é essencial não apenas na nutrição física, mas também no apego emocional e</p><p>conforto. Já o papel do pai varia de acordo com a cultura, abrangendo aspectos sociais,</p><p>cognitivos, econômicos, entre outros. O estilo de parentalidade dos pais desempenha um</p><p>papel fundamental na formação da identidade de gênero da criança.</p><p>8º CASO</p><p>ESTÁGIOS COGNITIVOS</p><p>Sensório-motor (nascimento aos 2 anos)</p><p>Este estágio é subdividido em seis subestágios, que representam a evolução dos</p><p>esquemas cognitivos dos bebês à medida que eles se tornam mais elaborados.</p><p>Durante os primeiros cinco subestágios, os bebês aprendem a coordenar suas</p><p>percepções sensoriais e a organizar suas ações em relação ao ambiente. No sexto</p><p>subestágio, eles começam a usar símbolos e conceitos para resolver problemas simples.</p><p>Um aspecto importante desse desenvolvimento cognitivo é a ocorrência de reações</p><p>circulares, onde o bebê repete eventos que inicialmente foram descobertos ao</p><p>acaso. Por exemplo, o prazer resultante da sucção leva o bebê a repetir essa ação,</p><p>consolidando-a em um novo esquema cognitivo.</p><p>Aos poucos o bebê torna-se capaz de organizar atividades em relação ao ambiente</p><p>através das atividades sensorial e motora.</p><p>Pré-operatório (2 a 7 anos)</p><p>A criança desenvolve um sistema representacional e utiliza símbolos para representar</p><p>pessoas, lugares e eventos. A linguagem e o jogo imaginativo são importantes</p><p>manifestações desse estágio. O pensamento ainda não é lógico.</p><p>Os avanços no pensamento pré-operatório são marcados por um aumento significativo no</p><p>uso do pensamento simbólico, que permite às crianças representar mentalmente objetos</p><p>e ações através de símbolos como palavras, números e imagens. Este estágio, que vai</p><p>dos 2 aos 7 anos, é caracterizado por uma expansão gradual na compreensão do espaço,</p><p>causalidade, identidades, categorização e número.</p><p>A função simbólica, essencial neste estágio, permite que as crianças pensem em algo na</p><p>ausência de estímulos sensoriais ou motores, utilizando símbolos que atribuem</p><p>significado. Por exemplo, quando uma criança de 4 anos diz "Quero sorvete!" sem</p><p>estímulos imediatos que justifiquem esse desejo, ela está demonstrando a função</p><p>simbólica, recuperando o conceito de sorvete da memória.</p><p>As crianças pré-escolares demonstram a função simbólica de várias maneiras, como</p><p>através da imitação diferida, onde repetem ações observadas após um intervalo de</p><p>tempo, e através do jogo de faz de conta, onde objetos representam outras coisas. A</p><p>linguagem, sendo fundamentalmente um sistema de símbolos, é a expressão mais</p><p>proeminente da função simbólica nesta idade, permitindo às crianças comunicar-se</p><p>verbalmente e representar conceitos abstratos.</p><p>Esses avanços no pensamento pré-operatório refletem a progressão gradual das</p><p>habilidades cognitivas das crianças nessa faixa etária, fornecendo uma base crucial para</p><p>o desenvolvimento futuro da lógica e do raciocínio formal.</p><p>Operatório-concreto (7 a 11 anos)</p><p>A criança pode resolver problemas logicamente se estiverem focados no aqui e agora,</p><p>mas não consegue pensar abstratamente.</p><p>No estágio operatório-concreto, por volta dos 7 anos, as crianças demonstram uma</p><p>melhoria significativa em seu pensamento lógico, sendo capazes de usar operações</p><p>mentais para resolver problemas concretos e reais. Elas podem considerar vários</p><p>aspectos de uma situação e pensar de forma lógica, embora ainda limitado ao contexto</p><p>imediato.</p><p>Durante este estágio, os avanços cognitivos típicos incluem um melhor entendimento dos</p><p>conceitos espaciais, causalidade, categorização, raciocínio indutivo e dedutivo,</p><p>conservação e números. Isso significa que as crianças são capazes de compreender</p><p>melhor relações de espaço, entender as causas e efeitos das situações, agrupar objetos</p><p>em categorias, realizar raciocínio baseado em padrões e fazer inferências lógicas.</p><p>Esses avanços representam um desenvolvimento substancial em relação ao estágio pré-</p><p>operatório, preparando as crianças para enfrentar desafios cognitivos mais complexos à</p><p>medida que continuam a crescer e desenvolver-se. O estágio operatório-concreto é</p><p>fundamental para o desenvolvimento cognitivo, fornecendo uma base sólida para o</p><p>pensamento lógico e abstrato que se desenvolverá no próximo estágio, o estágio</p><p>operatório-formal.</p><p>Operatório-formal (11 anos até a idade adulta)</p><p>A pessoa consegue pensar abstratamente, lidar com situações hipotéticas e pensar sobre</p><p>possibilidades.</p><p>O estágio operatório-formal, o mais alto nível de desenvolvimento cognitivo de acordo</p><p>com Piaget, ocorre quando os adolescentes desenvolvem a capacidade de pensar em</p><p>termos abstratos, liberando-os da dependência de estímulos concretos do mundo real.</p><p>Isso geralmente ocorre por volta dos 11 anos e permite que os adolescentes manipulem</p><p>informações de maneira mais flexível, usando símbolos para representar outros símbolos</p><p>e explorando possibilidades além do presente imediato.</p><p>Com o pensamento operatório-formal, os adolescentes podem compreender conceitos</p><p>abstratos, apreciar mensagens ocultas em metáforas e alegorias, e formular e testar</p><p>hipóteses. Eles são capazes de imaginar possibilidades e pensar não apenas no que é,</p><p>mas no que poderia ser. Isso também tem implicações emocionais, já que os</p><p>adolescentes podem se envolver em questões abstratas como liberdade e justiça, além</p><p>de ter um entendimento mais profundo de suas próprias emoções e aspirações.</p><p>Um aspecto crucial do pensamento operatório-formal é o raciocínio hipotético-dedutivo,</p><p>que envolve uma abordagem metódica e científica para resolver problemas, permitindo</p><p>que os adolescentes desenvolvam, considerem e testem hipóteses de forma sistemática.</p><p>A transição para</p><p>o raciocínio formal é atribuída por Piaget a uma combinação de</p><p>maturação cerebral e oportunidades ambientais. A educação e a cultura desempenham</p><p>um papel fundamental nesse processo, fornecendo estímulos e desafios que promovem o</p><p>desenvolvimento do pensamento abstrato.</p><p>A habilidade de raciocínio formal é evidenciada em situações práticas, como resolver</p><p>problemas matemáticos complexos, elaborar teorias científicas e até mesmo tomar</p><p>decisões políticas. É um marco significativo no desenvolvimento cognitivo dos</p><p>adolescentes, preparando-os para enfrentar os desafios intelectuais e emocionais da vida</p><p>adulta.</p><p>SUBESTÁGIOS</p><p>No primeiro subestágio, que vai do nascimento até cerca de um mês de idade, os</p><p>recém-nascidos demonstram principalmente reflexos, como o reflexo de sucção quando</p><p>seus lábios são tocados. No entanto, eles rapidamente aprendem a associar a sucção</p><p>com a presença do mamilo, mesmo quando não são estimulados diretamente, ampliando</p><p>assim seu esquema de sucção.</p><p>No segundo subestágio, que ocorre aproximadamente entre 1 e 4 meses de idade, os</p><p>bebês começam a repetir intencionalmente ações que produzem sensações agradáveis,</p><p>como chupar o polegar, enquanto também demonstram interesse em sons, mostrando</p><p>uma capacidade crescente de coordenar diferentes estímulos sensoriais.</p><p>No terceiro subestágio, ocorrendo por volta dos 4 aos 8 meses, os bebês demonstram</p><p>um interesse renovado em manipular objetos e aprender sobre suas características. Eles</p><p>repetem ações não apenas por repetição, mas para alcançar resultados além do próprio</p><p>corpo, como agitar um chocalho para produzir som.</p><p>Quando atingem o quarto subestágio, em torno de 8 a 12 meses, os bebês começam a</p><p>generalizar experiências passadas para resolver novos problemas, modificando e</p><p>coordenando esquemas anteriores para alcançar um objetivo específico.</p><p>No quinto subestágio, entre 12 e 18 meses, os bebês começam a experimentar novos</p><p>comportamentos de forma mais ativa, envolvendo-se em reações circulares terciárias,</p><p>onde variam suas ações para alcançar resultados semelhantes, demonstrando uma</p><p>originalidade emergente na resolução de problemas.</p><p>Finalmente, no sexto subestágio, entre 18 meses e 2 anos, os bebês fazem a transição</p><p>para o estágio pré-operacional da infância, onde desenvolvem capacidades de</p><p>representação mental, permitindo-lhes pensar em ações antes de realizá-las e</p><p>experimentar soluções mentalmente, sem depender apenas do processo de tentativa e</p><p>erro.</p><p>Durante esses subestágios, os bebês desenvolvem a capacidade de pensar, lembrar e</p><p>adquirem conhecimento sobre o mundo físico ao seu redor. Embora os conceitos de</p><p>Piaget tenham sido validados em muitos aspectos pela pesquisa posterior, descobriu-se</p><p>que alguns processos de desenvolvimento, como a capacidade de representação, podem</p><p>ocorrer em idades mais precoces do que inicialmente sugerido pelo autor.</p><p>2. Explicar esquema, assimilação, acomodação e processo de equilibração</p><p>ESQUEMA</p><p>- Na terminologia de Piaget, padrões de pensamento e comportamento utilizados em</p><p>determinadas situações.</p><p>- São estruturas cognitivas que as pessoas constroem para organizar informações sobre</p><p>o mundo.</p><p>- Guiam o pensamento e o comportamento em diferentes situações.</p><p>- Tornam-se mais complexos à medida que adquirimos mais informações.</p><p>ADAPTAÇÃO</p><p>- Termo de Piaget para a adaptação a novas informações sobre o ambiente, obtida por</p><p>meio dos processos de assimilação e acomodação.</p><p>- Processo de lidar com novas informações em relação ao conhecimento existente.</p><p>- Composto por dois processos complementares:</p><p>• Assimilação: Absorção de novas informações e incorporação às estruturas</p><p>cognitivas existentes.</p><p>• Acomodação: Ajuste das estruturas cognitivas para acomodar a nova informação.</p><p>EQUILIBRAÇÃO</p><p>- Termo de Piaget para a tendência a procurar um equilíbrio estável entre os elementos</p><p>cognitivos, obtido por meio do equilíbrio entre assimilação e acomodação.</p><p>- Busca pelo equilíbrio entre nossas estruturas cognitivas e novas experiências.</p><p>- Envolve:</p><p>• Estado de desequilíbrio: Surge quando o entendimento do mundo não</p><p>corresponde às experiências.</p><p>• Motivação para a acomodação: O estado de desequilíbrio motiva a necessidade</p><p>de ajustar nossas estruturas cognitivas para refletir melhor as observações e</p><p>experiências.</p>

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