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<p>Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ</p><p>ESTADO DE SÃO PAULO</p><p>concurso público</p><p>001. Prova objetiva</p><p>professor de educação básica i</p><p>� Você recebeu sua folha de respostas, este caderno, contendo 50 questões objetivas e um tema de redação a ser</p><p>desenvolvido, e a folha de redação para transcrição do texto definitivo.</p><p>� confira seus dados impressos na capa deste caderno e nas folhas de respostas e de redação.</p><p>� Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. caso haja algum</p><p>problema, informe ao fiscal da sala para a devida substituição deste caderno.</p><p>� a folha de redação deverá ser assinada apenas no local indicado; qualquer identificação ou marca feita pelo candidato</p><p>no verso da folha de redação, que possa permitir sua identificação, acarretará a atribuição de nota zero à redação.</p><p>� redija o texto definitivo e preencha a folha de respostas com caneta de tinta preta. os rascunhos não serão considerados</p><p>na correção. a ilegibilidade da letra acarretará prejuízo à nota do candidato.</p><p>� a duração das provas objetiva e de redação é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de</p><p>respostas e para a transcrição do texto definitivo.</p><p>� só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridos 50% do tempo de duração das provas.</p><p>� deverão permanecer em cada uma das salas de prova os 3 últimos candidatos, até que o último deles entregue sua</p><p>prova e assine o termo respectivo.</p><p>� ao sair, você entregará ao fiscal a folha de redação, a folha de respostas e este caderno.</p><p>� até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas.</p><p>aguarde a ordem do fiscal Para abrir este caderno.</p><p>nome do candidato</p><p>prédio sala carteirainscriçãorG</p><p>Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>3 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>conHecimentos gerais</p><p>Língua Portuguesa</p><p>Leia o texto a seguir para responder às questões de números</p><p>01 a 04.</p><p>Quando o cego, em reunião na casa dum amigo, disse</p><p>que gostaria de viver numa cidade cuja temperatura oscilasse</p><p>entre quinze e vinte graus e cujo céu todos os dias fosse azul,</p><p>ninguém sentiu vontade de sorrir. Nem cheguei a sentir um</p><p>alegre arrepio de tristeza. Ele falou com a voz clara e cheia</p><p>de sentido. Nós todos entendemos, entendemos de repente</p><p>um espaço emocional extraordinário, que desconhecíamos:</p><p>o azul do céu não é uma cor, mas uma qualidade do mundo,</p><p>uma luminosidade de todos os sentidos, uma fragrância, um</p><p>ar mais delicado, um concerto de sons, uma transparência</p><p>do universo.</p><p>Nos dias cinzentos, o mundo é opaco e áspero; as pesso-</p><p>as falam com um timbre de voz mais rouco e inquieto; os pás-</p><p>saros não cantam; a brisa é mais úmida; o ar, mais pesado. O</p><p>cego desejava que todos os dias fossem azuis; precisava dos</p><p>dias azuis mais do que nós, os distraídos na multiplicidade</p><p>do mundo, dispersados em tantas sensações supérfluas. Um</p><p>poeta disse uma vez que Deus é azul. Não creio. Mas creio</p><p>nos poetas. Creio nos cegos. Creio no azul.</p><p>(Paulo Mendes Campos. Palavras pessoais. 05.11.1960. Disponível em:</p><p>https://cronicabrasileira.org.br/. Acesso em 24.06.2024)</p><p>01. A partir da leitura da crônica, é correto afirmar que as</p><p>pessoas não sentiram vontade de sorrir das palavras do</p><p>cego porque</p><p>(A) compreenderam que ele não conhecia as cores e,</p><p>por isso, não era capaz de diferenciar um céu azula-</p><p>do de um céu cinzento.</p><p>(B) sentiram compaixão pelo fato de ele desejar um céu</p><p>azul, mesmo que isso não tivesse qualquer sentido</p><p>devido à sua deficiência visual.</p><p>(C) pensaram que falar da cor do céu poderia gerar um</p><p>constrangimento no grupo e preferiram desviar do</p><p>assunto falando de temperatura.</p><p>(D) perceberam que o azul do céu poderia ser sentido</p><p>não apenas pela visão, mas por outros atributos que</p><p>compõem um dia de céu aberto.</p><p>(E) notaram que o cego percebia o azul pela fragrância</p><p>do ar, do mesmo modo como ele notava, pelo cheiro,</p><p>as diferentes cores nos objetos ao seu redor.</p><p>02. Na crônica, é possível idenificar uma intenção expressiva</p><p>do autor por meio de recursos como</p><p>(A) a ironia, por meio da qual ele comenta de um cego</p><p>capaz de enxergar mais do que os demais partici-</p><p>pantes da reunião.</p><p>(B) a reiteração do verbo “creio”, por meio da qual ele</p><p>reforça sua opinião de que a cor azul está ligada a</p><p>diversas sensações.</p><p>(C) a ambiguidade, por meio da qual ele mantém a indi-</p><p>ferenciação que existe entre os dias cinzentos e os</p><p>dias de céu azul.</p><p>(D) a descrição, por meio da qual ele apresenta a pers-</p><p>pectiva do cego sobre os incômodos presentes em</p><p>uma grande cidade.</p><p>(E) o exagero, por meio do qual ele afirma incorretamen-</p><p>te que o cego desejava que todos os dias fossem de</p><p>céu azul.</p><p>03. O trecho – ... gostaria de viver numa cidade cuja tem-</p><p>peratura oscilasse entre quinze e vinte graus e cujo céu</p><p>todos os dias fosse azul... – (1o parágrafo) pode ser as-</p><p>sim reescrito, em conformidade com a norma-padrão de</p><p>regência e de emprego de pronomes:</p><p>(A) ... gostaria de viver numa cidade a qual a tempera-</p><p>tura oscilasse entre quinze e vinte graus e em cujo</p><p>céu todos os dias fosse azul...</p><p>(B) ... gostaria de viver numa cidade de que a tempera-</p><p>tura oscilasse entre quinze e vinte graus e da qual o</p><p>céu todos os dias fosse azul...</p><p>(C) ... gostaria de viver numa cidade onde a temperatura</p><p>oscilasse entre quinze e vinte graus e com a qual o</p><p>céu todos os dias fosse azul...</p><p>(D) ... gostaria de viver numa cidade de cuja temperatura</p><p>oscilasse entre quinze e vinte graus e em que o céu</p><p>todos os dias fosse azul...</p><p>(E) ... gostaria de viver numa cidade que a temperatura</p><p>oscilasse entre quinze e vinte graus e que o céu to-</p><p>dos os dias fosse azul...</p><p>04. Em – ... a brisa é mais úmida; o ar, mais pesado... – (2o</p><p>parágrafo), a vírgula foi empregada pelo mesmo motivo</p><p>pelo qual foi empregada em:</p><p>(A) No mar havia muitos barcos; no céu azul, apenas</p><p>duas nuvens esparsas.</p><p>(B) Embora fosse um dia chuvoso, todos estavam ani-</p><p>mados para chegar ao evento.</p><p>(C) Ontem o céu apresentou um espetáculo de nuvens,</p><p>raios e cores.</p><p>(D) As crianças olhavam para o céu, tentando descobrir</p><p>formas nas nuvens.</p><p>(E) Os amigos chegaram cedo; de imediato, começaram</p><p>a se queixar do mau tempo.</p><p>4PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>06. Assinale a alternativa em que o termo destacado foi em-</p><p>pregado em sentido figurado.</p><p>(A) Na história recente da educação, é comum ouvir a</p><p>respeito de distúrbios, transtornos, dificuldades ou</p><p>problemas de aprendizagem... (1o parágrafo)</p><p>(B) A introdução de tais termos no cotidiano das pesso-</p><p>as tem gerado uma crescente banalização deles...</p><p>(1o parágrafo)</p><p>(C) ... excluindo os demais fatores que podem, muitas</p><p>vezes, estar presentes e interferir no processo de en-</p><p>sino e aprendizagem. (2o parágrafo)</p><p>(D) É comum ainda, no ambiente escolar, entre os pro-</p><p>fessores, haver comentários acerca dos seus alunos</p><p>considerados diferentes... (3o parágrafo)</p><p>(E) ... passando suas impressões e percepções a res-</p><p>peito deles para outros professores, que podem aca-</p><p>bar assumindo aquelas opiniões... (3o parágrafo)</p><p>07. Assinale a alternativa em que um trecho do texto foi re-</p><p>escrito em conformidade com a norma-padrão de con-</p><p>cordância.</p><p>(A) Na história recente da educação, ouvem-se a respei-</p><p>to de distúrbios, transtornos, dificuldades ou proble-</p><p>mas de aprendizagem...</p><p>(B) A introdução de tais termos no cotidiano das pessoas</p><p>provocam uma crescente banalização deles...</p><p>(C) Com a utilização desse e de termos semelhantes,</p><p>atribui-se um problema médico ao aluno que apre-</p><p>senta dificuldades...</p><p>(D) É comum ainda, no ambiente escolar, entre os pro-</p><p>fessores, que hajam comentários acerca dos seus</p><p>alunos considerados diferentes...</p><p>(E) ... e suas impressões e percepções a respeito dos</p><p>alunos é passada para outros professores, que po-</p><p>dem acabar assumindo aquelas opiniões como ver-</p><p>dades...</p><p>08. No trecho – É comum ainda, no ambiente escolar, entre</p><p>os professores, haver comentários acerca dos</p><p>seus alu-</p><p>nos considerados diferentes… – (3o parágrafo), a expres-</p><p>são destacada por ser substituída, em conformidade com</p><p>a norma-padrão e sem prejuízo do sentido original, por:</p><p>(A) concernentes dos</p><p>(B) consoante aos</p><p>(C) em respeito aos</p><p>(D) próximos aos</p><p>(E) quanto aos</p><p>Leia o texto a seguir para responder às questões de números</p><p>05 a 08.</p><p>Na história recente da educação, é comum ouvir a res-</p><p>peito de distúrbios, transtornos, dificuldades ou problemas de</p><p>aprendizagem para designar os alunos que não apresentam</p><p>o desenvolvimento esperado. A introdução de tais termos no</p><p>cotidiano das pessoas tem gerado uma crescente banaliza-</p><p>ção deles, de modo que as pessoas que deles se valem nem</p><p>sempre têm conhecimento de seu significado.</p><p>A expressão “distúrbios de aprendizagem” se refere cla-</p><p>ramente a um quadro patológico gerado por uma alteração</p><p>drástica na ordem natural do processo de aprendizagem, es-</p><p>tando o problema diretamente centrado no aluno, ou seja,</p><p>naquele que aprende ou, nesse caso, deveria aprender. A uti-</p><p>lização desse e de termos semelhantes atribui um problema</p><p>médico, um diagnóstico de doença e de cunho unicamente</p><p>biológico ao aluno que apresenta dificuldades em relação ao</p><p>seu processo de aprendizado, excluindo os demais fatores</p><p>que podem, muitas vezes, estar presentes e interferir no pro-</p><p>cesso de ensino e aprendizagem.</p><p>É comum ainda, no ambiente escolar, entre os profes-</p><p>sores, haver comentários acerca dos seus alunos conside-</p><p>rados diferentes, passando suas impressões e percepções</p><p>a respeito deles para outros professores, que podem aca-</p><p>bar assumindo aquelas opiniões como verdades absolutas e</p><p>inquestionáveis, pautando suas ações perante aquele aluno</p><p>pelas informações advindas de outros professores, o que a</p><p>psicóloga e pesquisadora Maria Helena de Souza Patto no-</p><p>meou como “profecias autorrealizadoras”.</p><p>(Débora Cristina Fonseca; Paula Emmerich Maldonado. Distúrbios de</p><p>aprendizagem e fracasso escolar na visão de professores e licenciandos.</p><p>In: Psicologia da Educação. no 50, São Paulo jan./jun. 2020. Adaptado)</p><p>05. Segundo as autoras do texto, é correto afirmar que o uso</p><p>de termos como “distúrbios de aprendizagem”</p><p>(A) esconde a verdadeira causa das dificuldades na es-</p><p>colarização, que não é afetada por fatores biológicos</p><p>e individuais, pois, quando inseridos em um ambien-</p><p>te adequado, todos os alunos aprendem igualmente.</p><p>(B) reduz o problema da aprendizagem ao aluno e,</p><p>quando adotado no discurso dos professores, afeta</p><p>as diferentes relações que o aluno poderia desenvol-</p><p>ver no contexto escolar.</p><p>(C) aumenta a quantidade de diagnósticos aos quais es-</p><p>tão submetidos os alunos, tornando cada vez mais</p><p>fundamental a presença de profissionais como psi-</p><p>quiatras e psicólogos na formação de professores.</p><p>(D) constitui a chamada “profecia autorrealizadora”, que</p><p>consiste na diminuição do diálogo entre os professo-</p><p>res a respeito dos alunos em geral.</p><p>(E) exclui o fator “ensino” do processo de ensino e</p><p>aprendizagem e faz com que o processo de desvalo-</p><p>rização se intensifique.</p><p>5 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>Leia a tira a seguir para responder às questões de números 09 e 10.</p><p>O QUE VOCÊ</p><p>APRONTOU?</p><p>SOU O CAVALO</p><p>DO XERIFE!</p><p>EU VOU</p><p>SENTIR O PESO</p><p>DA LEI!</p><p>(Fernando Gonsales. Disponível em: https://www.instagram.com/niquel.nausea. Acesso em 24.06.2024)</p><p>09. A partir da leitura da tira, é correto afirmar que seu efeito de humor deriva, sobretudo,</p><p>(A) da afirmação inesperada, no 1o quadro, do cavalo que teme o peso da lei mesmo sendo um animal de carga, de re-</p><p>conhecida força física.</p><p>(B) da surpresa manifestada, no 1o quadro, pelo animal que não esperava que o outro pudesse ter descumprido a lei.</p><p>(C) da preocupação expressa pelo animal, no 1o quadro, de que ele não fosse forte o suficiente para suportar o peso de</p><p>um humano.</p><p>(D) do duplo sentido da palavra “peso”, que pode se referir ao vigor da lei ou à força exercida pelo corpo do xerife sobre</p><p>o cavalo.</p><p>(E) da forma inadequada como o animal se refere ao xerife como se ele fosse um representante inquestionável da lei.</p><p>10. Assinale a alternativa em que a frase – Eu vou sentir o peso da lei – (1o quadro) foi reescrita em conformidade com a</p><p>norma-padrão de emprego e colocação pronominal.</p><p>(A) Eu sentirei-lhe.</p><p>(B) Eu lhe sentirei.</p><p>(C) Eu sentir-o-ei.</p><p>(D) Eu senti-lo-ei.</p><p>(E) Eu sentirei-o.</p><p>6PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>11. Com base nas informações do texto, é correto afirmar</p><p>que a decisão do STF</p><p>(A) representou um enfraquecimento dos Juizados Es-</p><p>peciais Cíveis, visto que estes agora não têm mais</p><p>competência para dar prosseguimento a qualquer</p><p>ação caso o réu seja um jornalista.</p><p>(B) afetou principalmente os grupos da sociedade civil</p><p>que lutavam contra casos de injustiças cometidos por</p><p>jornalistas, nos casos em que estes agiram com ir-</p><p>responsabilidade e intenção de causar graves danos.</p><p>(C) considerou que o assédio judicial contra jornalistas,</p><p>que pode consistir na abertura de diversos proces-</p><p>sos em locais diferentes para prejudicar a realização</p><p>de seu trabalho, contraria o direito constitucional de</p><p>liberdade de imprensa.</p><p>(D) facilitou a realização de reportagens investigativas</p><p>feitas por grandes veículos de imprensa, pois tornou</p><p>ilegal a recusa de servidores em prestar informações</p><p>de interesse público.</p><p>(E) extinguiu sumariamente os processos contra jorna-</p><p>listas no país, por considerar como censura indireta</p><p>a impetração de qualquer tipo de processo contra</p><p>membros da profissão, mesmo quando não diziam</p><p>respeito ao trabalho jornalístico.</p><p>12. Assinale a alternativa em que os dois trechos expressam</p><p>a opinião do jornal a respeito do tema tratado.</p><p>(A) ... o Supremo Tribunal Federal (STF) contribuiu para</p><p>preservar a liberdade de imprensa, pilar fundamental</p><p>de qualquer democracia. / ... quando ficar caracte-</p><p>rizado o assédio judicial, o alvo das ações poderá</p><p>solicitar à Justi ça a reunião de todas na cidade onde</p><p>mora.</p><p>(B) Esse assédio acontece quando contrariados por</p><p>reportagens impetram ações judiciais em série em</p><p>diferentes locais contra jornalistas ou empresas... /</p><p>Eles são obrigados a se deslocar para acompanhar</p><p>audiências, muitas vezes em cidades distantes.</p><p>(C) Se não comparecem, as ações podem ser julgadas</p><p>à revelia. / Os que tentam cercear a imprensa por</p><p>meio dessa prática se aproveitam de um instrumento</p><p>democrático legítimo, os Juizados Especiais Cíveis</p><p>(JECs)...</p><p>(D) O ministro Edson Fachin afirmou que a decisão trata</p><p>“de evitar os efeitos nefastos da restauração indireta</p><p>de um procedimento de censura e autocensura”. / A</p><p>ministra Cármen Lúcia ressaltou o papel da liberda-</p><p>de de informação na democracia.</p><p>(E) Uma imprensa sem mordaças é condição inegociá-</p><p>vel de toda democracia. / Essa decisão do STF é</p><p>importante para assegurar a liberdade de imprensa.</p><p>Leia o texto a seguir para responder às questões de números</p><p>11 a 14.</p><p>Ao considerar inconstitucional o assédio judicial contra</p><p>jornalistas e veículos de comunicação, o Supremo Tribu-</p><p>nal Federal (STF) contribuiu para preservar a liberdade de</p><p>imprensa, pilar fundamental de qualquer democracia. Esse</p><p>assédio acontece quando contrariados por reportagens im-</p><p>petram ações judiciais em série em diferentes locais contra</p><p>jornalistas ou empresas, com o objetivo de constrangê-los,</p><p>onerá-los ou impedi-los de exercer a profissão.</p><p>Os ministros decidiram que, quando ficar caracterizado</p><p>o assédio judicial, o alvo das ações poderá solicitar à Justi-</p><p>ça a reunião de todas na cidade onde mora. A pulverização</p><p>por diferentes comarcas, geralmente orquestrada, é estraté-</p><p>gia infelizmente comum para intimidar jornalistas. Eles são</p><p>obrigados a se deslocar para acompanhar audiências, muitas</p><p>vezes em cidades distantes. Se não comparecem, as ações</p><p>podem ser julgadas à revelia.</p><p>Os que tentam cercear a imprensa por meio dessa prá-</p><p>tica se aproveitam de um instrumento democrático legítimo,</p><p>os Juizados Especiais Cíveis (JECs), que surgiram para faci-</p><p>litar o acesso do cidadão à Justiça.</p><p>O problema não está nos</p><p>JECs, mas no abuso deles para perseguir o jornalismo.</p><p>O ministro Edson Fachin afirmou que a decisão trata “de</p><p>evitar os efeitos nefastos da restauração indireta de um proce-</p><p>dimento de censura e autocensura”. A ministra Cármen Lúcia</p><p>ressaltou o papel da liberdade de informação na democracia:</p><p>“Assédio judicial contra jornalista tem sim um diferencial, por-</p><p>que a imprensa tem um diferencial no seu desempenho. A de-</p><p>mocracia é caudatária de uma imprensa livre e independente”.</p><p>Essa decisão do STF é importante para assegurar a liber-</p><p>dade de imprensa. Profissionais e veículos de comunicação</p><p>acossados por uma infinidade de ações — cujo único objetivo</p><p>é retaliar reportagens investigativas e seus autores — pode-</p><p>riam se sentir intimidados na hora de apurar e noticiar fatos</p><p>de interesse público que desagradem a certos grupos. Ao</p><p>estabelecer que jornalistas só têm responsabilidade civil em</p><p>“caso inequívoco de dolo ou culpa grave”, a Corte também</p><p>desestimula ações de reparação destinadas a restringir o tra-</p><p>balho do jornalismo profissional. Uma imprensa sem morda-</p><p>ças é condição inegociável de toda democracia.</p><p>(O Globo. Editorial: STF reafirma liberdade de imprensa</p><p>ao coibir assédio judicial a jornalistas. 25/05/2024. Adaptado)</p><p>7 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>MateMática</p><p>16. Uma professora preparou determinado número de fichas</p><p>coloridas para uma atividade pedagógica, sendo que</p><p>dessas fichas eram azuis. Entre as demais fichas,</p><p>eram amarelas e as outras 15 fichas eram verdes.</p><p>O número de fichas amarelas era igual a:</p><p>(A) 25</p><p>(B) 30</p><p>(C) 40</p><p>(D) 45</p><p>(E) 50</p><p>17. Uma folha de papel-cartão com 66 cm de comprimento</p><p>por 48 cm de largura foi totalmente dividida em quadra-</p><p>dinhos iguais e de maior lado possível.</p><p>Sabendo que desses quadradinhos foram utilizados na</p><p>confecção de um mosaico, o número de quadradinhos</p><p>não utilizados foi igual a:</p><p>(A) 11</p><p>(B) 22</p><p>(C) 33</p><p>(D) 44</p><p>(E) 55</p><p>18. Em uma empresa, o número de estagiários era 20% do</p><p>número de funcionários contratados. Após a contratação</p><p>de 60% desses estagiários, essa empresa passou a ter</p><p>28 funcionários contratados.</p><p>O número de estagiários contratados foi igual a:</p><p>(A) 1</p><p>(B) 2</p><p>(C) 3</p><p>(D) 4</p><p>(E) 5</p><p>13. Considere os trechos a seguir.</p><p>• … ações judiciais em série em diferentes locais contra</p><p>jornalistas ou empresas, com o objetivo de constrangê-</p><p>-los, onerá-los ou impedi-los de exercer a profissão.</p><p>(1o parágrafo)</p><p>• Os que tentam cercear a imprensa por meio dessa</p><p>prática se aproveitam de um instrumento democrático</p><p>legítimo... (3o parágrafo)</p><p>Os termos destacados têm, respectivamente, como sinô-</p><p>nimos:</p><p>(A) subestimá-los e cercar.</p><p>(B) desvalorizá-los e limitar.</p><p>(C) limitá-los e mapear.</p><p>(D) ameaçá-los e rondar.</p><p>(E) sobrecarregá-los e restringir.</p><p>14. Considere o trecho do 5o parágrafo:</p><p>• Essa decisão do STF é importante para assegurar a</p><p>liberdade de imprensa. Profissionais e veículos de co-</p><p>municação acossados por uma infinidade de ações</p><p>(...) poderiam se sentir intimidados na hora de apurar</p><p>e noticiar fatos de interesse público que desagradem a</p><p>certos grupos.</p><p>Mantendo o sentido original, as duas frases do trecho po-</p><p>deriam ser unidas pela conjunção</p><p>(A) “porque”, com sentido explicativo.</p><p>(B) “ainda que”, com sentido concessivo.</p><p>(C) “caso”, com sentido condicional.</p><p>(D) “assim”, com sentido consecutivo.</p><p>(E) “para que”, com sentido final.</p><p>15. Considere o texto a seguir.</p><p>A decisão do STF diz respeito que se</p><p>convencionou chamar de “assédio judicial” e visa</p><p>a Constituição, segundo qual está</p><p>assegurado o direito a informação confiável.</p><p>Assinale a alternativa que completa correta e respectiva-</p><p>mente as lacunas.</p><p>(A) àquilo ... à proteger ... a</p><p>(B) àquilo ... a proteger ... a</p><p>(C) aquilo ... a proteger ... à</p><p>(D) aquilo ... à proteger ... à</p><p>(E) aquilo ... proteger ... a</p><p>8PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>r a s c u n H o19. Um colégio realizou um simulado de Matemática para os</p><p>alunos do 2o e do 3o anos do Ensino Médio, no qual se</p><p>inscreveram 120 alunos, de modo que a razão do número</p><p>de alunos do 2o ano para o número de alunos do 3o ano</p><p>foi . No dia do simulado, determinado número de alunos</p><p>do 2o ano não compareceu e todos os alunos do 3o ano</p><p>que se inscreveram estavam presentes, de modo que a</p><p>razão do número de alunos do 2o ano para o número de</p><p>alunos do 3o ano que compareceram ao simulado foi .</p><p>O número de alunos do 2o ano que não compareceram</p><p>ao simulado foi igual a:</p><p>(A) 2</p><p>(B) 3</p><p>(C) 5</p><p>(D) 6</p><p>(E) 8</p><p>20. Em uma escola, há 2 professores de Português, ambos</p><p>de mesma eficiência, que juntos conseguem corrigir</p><p>50 redações em 6 horas. Para corrigir 90 redações, mais</p><p>um professor, com a mesma eficiência dos outros 2, irá</p><p>juntar-se à dupla.</p><p>Dessa forma, o tempo necessário para que esses 3 pro-</p><p>fessores corrijam 90 redações será de</p><p>(A) 6 horas e 50 minutos.</p><p>(B) 7 horas e 12 minutos.</p><p>(C) 7 horas e 20 minutos.</p><p>(D) 7 horas e 38 minutos.</p><p>(E) 7 horas e 44 minutos.</p><p>21. Em uma folha de papel, foi impressa uma malha quadri-</p><p>culada com 288 quadradinhos distribuídos em linhas e</p><p>colunas, de modo que o número de linhas era o dobro do</p><p>número de colunas.</p><p>O número de linhas dessa malha era igual a:</p><p>(A) 12</p><p>(B) 18</p><p>(C) 24</p><p>(D) 32</p><p>(E) 36</p><p>9 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>r a s c u n H o22. Uma escola comprou bolas de vôlei, de basquete e de</p><p>futebol de salão, no total de 30 bolas. A tabela a seguir</p><p>mostra algumas informações sobre o número de bolas</p><p>compradas de cada tipo e o respectivo valor unitário.</p><p>Bolas Número de bolas</p><p>compradas Valor unitário</p><p>Vôlei x R$ 160,00</p><p>Basquete 6 R$ 125,00</p><p>Futebol de salão 16 ?</p><p>Sabendo que o valor gasto na compra das bolas de fute-</p><p>bol de salão foi igual ao valor gasto na compra das bolas</p><p>de vôlei, é correto afirmar que o valor de uma bola de</p><p>futebol de salão era igual a:</p><p>(A) R$ 70,00</p><p>(B) R$ 72,00</p><p>(C) R$ 75,00</p><p>(D) R$ 78,00</p><p>(E) R$ 80,00</p><p>23. Um aluno fez 5 provas de Matemática no 1o semestre do</p><p>ano, e a média aritmética dessas 5 notas foi 6,8. Consi-</p><p>derando-se as três provas com maiores notas, a média</p><p>aritmética delas foi 7,5, e a diferença entre as notas obti-</p><p>das nas outras duas provas foi 1,5.</p><p>Se a maior nota obtida nessas provas foi 8, a diferença</p><p>entre a maior e a menor nota foi igual a:</p><p>(A) 2,5</p><p>(B) 3,0</p><p>(C) 3,5</p><p>(D) 4,0</p><p>(E) 4,5</p><p>24. Em um colégio, as duas maiores salas de aula, A e B, são</p><p>retangulares e têm a mesma área. A figura a seguir (fora</p><p>de escala) mostra as medidas, em metros, dos lados das</p><p>duas salas.</p><p>O perímetro da sala B, em metros, é igual a:</p><p>(A) 42,0</p><p>(B) 36,0</p><p>(C) 28,5</p><p>(D) 26,5</p><p>(E) 24,0</p><p>10PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>25. Um bloco de madeira no formato de um prisma reto tem</p><p>18 cm de altura, e sua base é um triângulo retângulo,</p><p>de hipotenusa medindo 17 cm e cateto maior medindo</p><p>15 cm, conforme mostra a figura a seguir (fora de escala).</p><p>O volume desse bloco, em cm3, é igual a:</p><p>(A) 1 080</p><p>(B) 1 300</p><p>(C) 2 160</p><p>(D) 2 290</p><p>(E) 4 590</p><p>r a s c u n H o</p><p>conHecimentos esPecÍficos</p><p>conheciMentos Pedagógicos e LegisLação</p><p>26. Na obra organizada por Barros (2018), há o relato de uma</p><p>experiência ocorrida em uma escola municipal de Novo</p><p>Hamburgo, quando as crianças começaram a frequentar</p><p>o jardim de uma igreja próxima à escola, já que nesta não</p><p>havia um espaço externo adequado: “passaram então a</p><p>frequentar esse espaço para fazer piqueniques, para ler</p><p>e ouvir histórias e, como é uma escola principalmente de</p><p>crianças ainda bem pequenas, para brincar ao ar livre</p><p>vivendo e sendo natureza. O início das visitas coincidiu</p><p>com o período final do ciclo das frutas e, como elas não</p><p>haviam sido colhidas, havia muitas laranjas caídas pelo</p><p>chão. Caídas de maduras, como dizemos popularmente.</p><p>As crianças ficaram inconformadas, quase revoltadas,</p><p>questionando: – Por que as laranjas estão no chão?</p><p>Quem fez isso?”. Fundamentalmente, a autora entende</p><p>essa observação das</p><p>crianças como</p><p>(A) a crescente ignorância das crianças em condições</p><p>socioeconômicas desfavorecidas quanto a conteú-</p><p>dos básicos sobre a natureza.</p><p>(B) uma justa revolta das crianças com o descuido mos-</p><p>trado pela igreja com o jardim, queixa que deve ser</p><p>levada aos padres ou responsáveis.</p><p>(C) a denúncia das próprias crianças sobre quanto per-</p><p>deram na ausência de interações e experiências</p><p>com a natureza.</p><p>(D) um exemplo das oportunidades de merenda gra tuita</p><p>que devem ser aproveitadas, de modo a combater</p><p>a baixa qualidade nutricional do que é ofertado</p><p>pela rede.</p><p>(E) uma lacuna de conteúdos conceituais sobre as ciên-</p><p>cias da natureza, comprovando que, antes de ir a</p><p>campo, é preciso apresentar esses fenômenos.</p><p>27. Moran (in Bacich, Tanzi Neto e Trevisani, 2015) discute</p><p>alguns sentidos do termo híbrido na educação. De modo</p><p>geral, em seu entendimento, a ideia de educação híbrida</p><p>envolve</p><p>(A) misturar e integrar diversos elementos, como valo-</p><p>res, processos, metodologias e conteúdos.</p><p>(B) migrar para a educação a distância ou virtual os con-</p><p>teúdos disciplinares, mantendo a sala de aula para</p><p>conteúdos socioemocionais.</p><p>(C) substituir a aprendizagem individual por um pro cesso</p><p>coletivo e colaborativo entre os alunos.</p><p>(D) reconhecer que aprendemos mais informalmente do</p><p>que com ações intencionais e dirigidas, razão pela</p><p>qual a primeira forma deve ser privilegiada.</p><p>(E) igualar as oportunidades educativas a partir de uma</p><p>maior padronização de conteúdos e métodos, por</p><p>meio de plataformas educativas acessíveis.</p><p>11 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>31. De acordo com o documento de Brasil/ONU (2015), pela</p><p>perspectiva do desenvolvimento sustentável, “a erradica-</p><p>ção da pobreza em todas as suas formas e dimensões,</p><p>o combate às desigualdades dentro dos países e entre</p><p>eles, a preservação do planeta, a criação do crescimento</p><p>econômico sustentado, inclusivo e sustentável e a pro-</p><p>moção da inclusão social”</p><p>(A) disputam os recursos econômicos e políticos com as</p><p>preocupações ecológicas.</p><p>(B) estão vinculados entre si e são interdependentes.</p><p>(C) dependem de uma solução complexa, embasada na</p><p>abordagem econômica neoliberal.</p><p>(D) são de responsabilidade, sobretudo, dos sistemas</p><p>educacionais.</p><p>(E) representam problemas específicos dos países</p><p>emergentes.</p><p>32. Leia o excerto a seguir.</p><p>“A inclusão escolar tem início na educação infan-</p><p>til, onde se desenvolvem as bases necessárias para a</p><p>construção do conhecimento e seu desenvolvimento</p><p>global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas dife-</p><p>renciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos</p><p>aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores</p><p>e sociais e a convivência com as diferenças favorecem</p><p>as relações interpessoais, o respeito e a valorização da</p><p>criança. Do nascimento aos três anos, o atendi mento</p><p>educacional especializado se expressa por meio de</p><p>”</p><p>(BRASIL/MEC, 2008)</p><p>Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.</p><p>(A) atividades fonoaudiológicas e fisioterapêuticas na</p><p>unidade escolar, para promover a emancipação físi-</p><p>co-motora.</p><p>(B) serviços de intervenção precoce que objetivam oti-</p><p>mizar o processo de desenvolvimento e aprendiza-</p><p>gem em interface com os serviços de saúde e assis-</p><p>tência social.</p><p>(C) aulas de reforço no contraturno, individuais ou em</p><p>pequenos grupos, de modo a acelerar os processos</p><p>psicossociais em defasagem.</p><p>(D) atividades cotidianas especiais dentro de sala regu-</p><p>lar, desde que ocultas em meio às demais demandas</p><p>escolares normais para se evitar o estigma.</p><p>(E) consultas pediátricas na unidade escolar, tendo em</p><p>vista as limitações de comunicação dessa faixa etária.</p><p>28. O artigo 12 do Decreto no 11.556/2023 delimita eixo s</p><p>e stru turantes para operacionalizar as estratégias de</p><p>implementação do Compromisso Nacional Criança Alfa-</p><p>betizada. Assinale a alternativa que apresenta, correta-</p><p>mente, um desses eixos.</p><p>(A) Uniformização de métodos e materiais didáticos a</p><p>partir de pesquisas acadêmicas sobre alfabetização</p><p>e letramento.</p><p>(B) Aceleração do programa de formação de professo-</p><p>res por meio de treinamentos modulares em educa-</p><p>ção a distância assíncrona.</p><p>(C) Centralização de informações sobre boas práticas</p><p>para fins de reconhecimento público das inovações</p><p>pedagógicas no campo da alfabetização.</p><p>(D) Formação de profissionais da educação e melhoria</p><p>das práticas pedagógicas e de gestão escolar.</p><p>(E) Iniciativas tanto formais quanto informais de acele-</p><p>ração de letramento para o público jovem e adulto.</p><p>29. Uma jovem professora de primeiro ano sabe que deve</p><p>explorar o desenho e a brincadeira no processo de</p><p>a lfabetização das crianças, mas tem dúvidas sobre</p><p>como essas atividades se relacionam ao aprender a</p><p>ler e escrever. Se a professora consultar o documento</p><p>A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino</p><p>Funda mental de nove anos (Brasil/MEC, 2009), ela deve</p><p>concluir, principalmente, que o desenho e a brincadeira</p><p>ajudam a criança a compreender</p><p>(A) a lógica gramatical.</p><p>(B) a importância do ato de estudar.</p><p>(C) a superioridade da escrita na comunicação.</p><p>(D) o caráter da representação.</p><p>(E) a alternância entre o lúdico e a aprendizagem.</p><p>30. O documento Indicadores da Qualidade na Educação</p><p>I nfantil (Brasil/MEC, 2009), conforme sua própria defini-</p><p>ção, consiste em</p><p>(A) um guia para avaliação externa das instituições, a</p><p>fim de garantir um padrão oficial de qualidade.</p><p>(B) uma diretriz de implementação compulsória para</p><p>escolas públicas.</p><p>(C) uma base comum para a comparação interunidades,</p><p>visando à promoção de qualidade.</p><p>(D) um manual de caráter prescritivo e diagnóstico, vol-</p><p>tado à intervenção local.</p><p>(E) um instrumento de autoavaliação da qualidade, com</p><p>adesão voluntária.</p><p>12PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>Leia o texto a seguir para responder as questões de números</p><p>35 e 36.</p><p>Artur e Gabriela estão brincando com bonecas na sala da</p><p>casa da avó. Artur é um ano e meio mais novo que sua prima</p><p>de 4 anos. A menina chama a boneca de filhinha, abraça,</p><p>beija e ralha quando a boneca “se recusa” a comer. Gabriel a</p><p>ainda leva sua filhinha para passear pela sala e depois,</p><p>d izendo que anoiteceu e está na hora de dormir, embala a</p><p>boneca, cantando suavemente uma cantiga de ninar. Já Artur</p><p>se concentra em levar repetidamente uma colher à boca de</p><p>outra boneca. Quando a avó pergunta o que estão fazendo,</p><p>Gabriela responde que está cuidando de sua filhinha e Artur</p><p>diz que está dando “papá”.</p><p>35. Observando essa cena a partir do que discute Lazaretti</p><p>(in Facci; Abrantes; Martins, 2016), percebe-se que as</p><p>diferenças entre a brincadeira de Artur e a de Gabriela</p><p>revelam o processo de desenvolvimento</p><p>(A) da brincadeira, que vai da atividade objetal manipu-</p><p>latória para a atividade brincadeira de papéis sociais,</p><p>mostrando que a menina busca se apropriar do mun-</p><p>do humano e das relações humanas.</p><p>(B) dos papéis de gênero, que vai responsabilizando</p><p>sutilmente as meninas por uma atuação social mais</p><p>intensa, com uma maior exigência de desempenho,</p><p>enquanto os meninos apresentam uma participação</p><p>reduzida.</p><p>(C) dos transtornos de aprendizagem, que surgem</p><p>e mbrio nariamente no brincar espontâneo, como se</p><p>vê nas ações repetitivas do menino, em contraste</p><p>com a complexidade das atividades da menina.</p><p>(D) dos laços afetivos, sendo que a menina mostra parti-</p><p>cipar de interações mais ricas com seus cuidadores,</p><p>enquanto o menino demonstra receber um trata-</p><p>mento mais objetivo e prático.</p><p>(E) da escolarização, que é responsável por tornar as</p><p>brincadeiras mais repertoriadas e complexas, como</p><p>a atividade da menina, indicando que esta já fre-</p><p>quenta a educação infantil, enquanto o menino ainda</p><p>é cuidado em casa.</p><p>33. Dahlberg, Moss e Pence (2019) discutem o poder do</p><p>discurso na educação, resgatando as contribuições</p><p>de F oucault. Os autores relembram a história de Hans</p><p>Christian Anderson, A Roupa Nova do Imperador, apon-</p><p>tando a passagem em que uma criança comenta sobre</p><p>o rei nu, de Hans Christian Anderson,</p><p>enquanto todas as</p><p>demais personagens supostamente enxergavam um tra-</p><p>je suntuoso. Em uma análise coerente com as definições</p><p>correntes de cultura infantil, os autores destacam que a</p><p>postura da criança funciona como</p><p>(A) um exercício de poder, pois a criança ridiculariza os</p><p>demais súditos, sentindo-se superior aos adultos.</p><p>(B) um símbolo de conformidade social, pois a crian-</p><p>ça aponta os erros das autoridades para manter a</p><p>ordem social.</p><p>(C) um contradiscurso, pois a criança ousa pensar o</p><p>impensável, entendendo o mundo de uma maneira</p><p>diferente.</p><p>(D) um exemplo de submissão coletiva, pois a criança</p><p>se submete coletivamente às visões impostas pela</p><p>sociedade, aceitando-as sem questionar.</p><p>(E) uma demonstração da falha da educação formal,</p><p>pois a criança desrespeita os indivíduos mais velhos</p><p>com sua impertinência discursiva.</p><p>34. A pedagogia desenvolvida em Reggio Emilia é uma refe-</p><p>rência para a educação da infância. Nessa abordagem,</p><p>os relacionamentos são fundamentais, compondo um</p><p>sistema simultaneamente real e simbólico e em que cada</p><p>pessoa tem um papel-relação formal com os outros. Na</p><p>obra de Edwards, Gandini e Forman (2016), Malaguzzi</p><p>explica que os papéis dos adultos e das crianças têm</p><p>caráter</p><p>(A) análogo.</p><p>(B) dissonante.</p><p>(C) hierárquico.</p><p>(D) concorrente.</p><p>(E) complementar.</p><p>13 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>39. A aprendizagem da leitura na escola passa, com fre-</p><p>quência, por uma série de modificações, o que leva</p><p>Lerner (2002) a se perguntar: “é necessário transfor-</p><p>mar – deformar – desse modo a leitura para conseguir</p><p>que as crianças aprendam a ler?”. Tais deformações se</p><p>r elacionam ao afastamento entre as práticas escolares</p><p>e as práticas sociais da leitura e da escrita. Se quiser-</p><p>mos seguir o que a autora propõe para evitar e ssas</p><p>d eformações, é preciso assegurar, como condição</p><p>n ecessária da aprendizagem,</p><p>(A) a prevalência da leitura oral e coletiva.</p><p>(B) a interpretação correta e uniforme dos textos tra-</p><p>balhados.</p><p>(C) o uso prioritário de textos do gênero escolar na sala</p><p>de aula.</p><p>(D) a construção do sentido pelas crianças.</p><p>(E) a correspondência estrita entre a leitura nas práticas</p><p>escolares e nas práticas sociais.</p><p>40. Há um fenômeno que afeta todos os saberes escolares,</p><p>inclusive a leitura e a escrita, e que diz respeito à dis-</p><p>tância entre o conhecimento fora da escola e o que é</p><p>ensinado dentro dela. Refere-se à conversão dos objetos</p><p>de conhecimento em objetos de ensino. De acordo com</p><p>Lerner (2002), esse fenômeno é</p><p>(A) a aula.</p><p>(B) a pesquisa educacional.</p><p>(C) o projeto político-pedagógico.</p><p>(D) o currículo oculto.</p><p>(E) a transposição didática.</p><p>41. Após ler a obra de Nacarato e Custódio (2018), uma pro-</p><p>fessora da educação infantil pretende trabalhar o pen-</p><p>samento algébrico com as crianças de 4 e 5 anos. Em</p><p>coerência com as autoras, a professora deve ter como</p><p>foco trabalhar</p><p>(A) as operações algébricas simplificadas e seu fun-</p><p>cionamento.</p><p>(B) a percepção de regularidades em sequências figu-</p><p>rativas repetitivas.</p><p>(C) as noções iniciais de aritmética, enquanto pré-requi-</p><p>sito do pensamento algébrico.</p><p>(D) as especificidades concretas da matemática, evitan-</p><p>do a abstração e generalização.</p><p>(E) a apropriação da leitura e escrita dos números, bem</p><p>como dos primeiros símbolos matemáticos.</p><p>36. Assumindo a perspectiva de Vygotsky sobre o jogo</p><p>( Pimentel in Formosinho, 2007), o modo como Gabriel a</p><p>brinca com sua boneca, que representa um bebê, e</p><p>sua atitude de imitar a mãe constituem um exemplo de</p><p>situação</p><p>(A) concreta explícita com regras igualmente explícitas.</p><p>(B) concreta implícita sem regras.</p><p>(C) imaginária implícita sem regras.</p><p>(D) imaginária explícita com regras implícitas.</p><p>(E) imaginária implícita com regras igualmente implícitas.</p><p>37. Conforme propõe a obra organizada por Fochi (2018), o</p><p>jogo heurístico, para as crianças bem pequenas, estru-</p><p>tura-se a partir da</p><p>(A) contagem, potencializando noções elementares da</p><p>matemática e da lógica.</p><p>(B) descoberta, potencializando a ação autônoma e a</p><p>liberdade em investigar.</p><p>(C) observação, potencializando a intervenção frequente</p><p>do adulto na atividade.</p><p>(D) sistematização exploratória, potencializando o uso</p><p>de guias de ação para atividades experimentais.</p><p>(E) promoção da cognição, potencializando a argumen-</p><p>tação oral descritiva.</p><p>38. A atividade da criança na vida diária revela o nível global</p><p>de seu desenvolvimento. Para Falk (2022), o motivador e</p><p>o instrumento dessa atividade diária são, respectivamente,</p><p>(A) a intervenção do adulto e a ação da criança.</p><p>(B) o pensamento e o corpo.</p><p>(C) a livre motricidade e a riqueza do ambiente.</p><p>(D) o objetivo pedagógico e a rotina estruturada.</p><p>(E) o currículo infantil e a escola ou creche.</p><p>14PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>Leia o texto a seguir para responder as questões de números 42 e 43.</p><p>Numa conversa informal com o aluno Ra na hora do recreio, a professora Brenda ficou sabendo que ele ajudava sua avó a</p><p>empacotar blusas, ganhando 5 centavos por blusa empacotada. Aproveitando esse contexto, ao retornar à classe, ela propôs</p><p>um problema aos alunos, para ser resolvido em duplas e coube a ela a escolha do escriba de cada dupla. O problema proposto</p><p>foi: “O nosso colega de sala Ra recebeu R$ 13,00 de sua avó por empacotar blusas. Cada blusa que ele empacota ganha</p><p>R$ 0,05. Quantas blusas ele teve que empacotar para ganhar os R$ 13,00? Explique como você chegou ao resultado”. Entre</p><p>os registros das duplas, Brenda encontrou a imagem a seguir:</p><p>(Nacarato, Mengali e Passos, 2019. Adaptado)</p><p>42. A professora Brenda, em sua prática, seleciona textos com problemas para o trabalho de reelaboração coletiva. Suas propostas</p><p>são sempre contextualizadas e, após a resolução das situações-problema, os alunos entregam a ela, que faz a leitura e escolhe</p><p>uma ou duas situações para compartilhar com a classe, a fim de realizar coletivamente a reelaboração. Ao final da atividade</p><p>descrita no texto, a professora leu para a turma a explicação dada pela dupla de alunos do registro anteriormente apresentado:</p><p>“Nós desenhamos blusas e vimos que um real tem 20 blusas. Então nós chegamos ao acordo que era 13x20 que dava</p><p>260 blusas”. De acordo com o que discutem Nacarato, Mengali e Passos (2019), a prática de Brenda deve ser considerada</p><p>(A) correta, porque desperta nos alunos a compreensão de que o sentido de se escrever um texto é que ele possa ser</p><p>bem interpretado pelo leitor, fazendo evoluir o registro.</p><p>(B) correta, porque o erro é exposto coletivamente, de modo que a vontade de pertença ao grupo funciona como incentivo</p><p>para uma postura mais comprometida no futuro.</p><p>(C) incorreta, porque se deve compartilhar apenas os sucessos dos alunos, oferecendo uma partilha do conhecimento</p><p>acertado e um modelo para os alunos com dificuldade.</p><p>(D) incorreta, porque a correção coletiva de atividades deve basear-se na exposição da estratégia correta e do raciocínio</p><p>esperado, sem exposição de eventuais erros ou acertos.</p><p>(E) incorreta, porque a intervenção mais apropriada para a resolução de problemas é sempre a correção individual dos</p><p>trabalhos, com retornos avaliativos direcionados.</p><p>43. A situação descrita no texto-base pode ser pensada à luz das concepções de ensino de Matemática propostas no</p><p>Currículo Jundiaiense (Ensino Fundamental). De acordo com o referido documento, é correto afirmar que</p><p>(A) a quantificação é uma prática regular e atemporal, de modo que o ensino dos números demanda a utilização de exem-</p><p>plos práticos atuais para a efetiva assimilação.</p><p>(B) o improviso deve ser um princípio da educação matemática, pois permite romper com as amarras da intencionalidade</p><p>pedagógica, que prejudica a aprendizagem significativa.</p><p>(C) o caráter abstrato da matemática requer um ensino idealmente distanciado da empiria, sendo favorecido pela com-</p><p>preensão teórica dos conceitos objetivos.</p><p>(D) o trabalho com grandezas e medidas possibilita um trabalho que amplia e interrelaciona as práticas sociais, estimu-</p><p>lando</p><p>reflexões matemáticas contextualizadas.</p><p>(E) a prática de registro das soluções encontradas simplifica a experiência vivida pelo aluno, evidenciando a adoção de</p><p>modelos tradicionais de resolução de problemas.</p><p>44. Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) observam que, para que a escola realize um trabalho coletivo que expresse sua autono-</p><p>mia, precisa conseguir que o grupo de educadores tenha pontos de partida e de chegada comuns, os quais se referem,</p><p>respectivamente,</p><p>(A) à formação inicial e à formação continuada.</p><p>(B) aos princípios e objetivos.</p><p>(C) ao ensino e à inserção laboral.</p><p>(D) ao currículo e à avaliação.</p><p>(E) à reunião de trabalho coletivo e à sala de aula.</p><p>15 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>49. O Decreto no 33.518/2023 estabelece o Regimento</p><p>C omum das Escolas Municipais de Educação Básica</p><p>de Jundiaí. Assinale a alternativa que apresenta uma</p><p>asser ção correta sobre a docência, conforme a definição</p><p>e xpressa no artigo 41 do documento.</p><p>(A) Consiste no trabalho planejado, contínuo e articula-</p><p>dor dos saberes inerentes à vivência dos estudantes</p><p>com os saberes sistematizados, em que educação</p><p>e cuidado são indissociáveis, conforme determina</p><p>l egislação vigente.</p><p>(B) É a instância responsável por articular, coordenar e</p><p>acompanhar programas, projetos e práticas peda-</p><p>gógicas desenvolvidas na unidade educacional, em</p><p>consonância com o Projeto Político-Pedagógico.</p><p>(C) Pressupõe a autor responsabilização pelas próprias</p><p>ações de formação permanente para aprimoramento</p><p>profissional, buscando espaços e oportunidades que</p><p>promovam seu desenvolvimento continuado.</p><p>(D) Configura-se pela organização e pelo funcionamen-</p><p>to da rotina pedagógica, em conformidade com o</p><p>Regimento Escolar e o currículo previsto, envol vendo</p><p>a opção, de forma voluntária, pela participação no</p><p>Conselho de Escola e no Núcleo Educacional.</p><p>(E) Constitui-se de ações pedagógicas e educativas,</p><p>planejadas e predefinidas pela gestão da escola, de</p><p>forma contínua e centralizada, devendo manter unifor-</p><p>midade de planejamento entre todos os profissionais.</p><p>50. O artigo 3o do Decreto no 23.740/2012 do Município de</p><p>Jundiaí estabelece, entre outros, o dever do servidor</p><p>público de</p><p>(A) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-</p><p>ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao</p><p>i nteresse público, mesmo que observando as forma-</p><p>lidades legais e não cometendo qualquer violação</p><p>expressa na lei.</p><p>(B) desempenhar as atribuições do cargo, função ou</p><p>emprego público em que seja adjunto, exercendo</p><p>suas atribuições sem rapidez, com o fim de escolher</p><p>sempre a melhor e a mais vantajosa opção para o</p><p>Estado.</p><p>(C) priorizar o processo de comunicação e contato com</p><p>o público, tratando cuidadosamente os usuários dos</p><p>serviços e retardando prestações de contas sempre</p><p>que necessário para garantir a gestão dos bens,</p><p>d ireitos e serviços a seu cargo.</p><p>(D) ter consciência de que seu trabalho é regido por</p><p>princípios éticos que se materializam na adequada</p><p>prestação dos serviços públicos, o que exige refrear</p><p>a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem</p><p>de direito.</p><p>(E) jamais se afastar da função nas situações em que</p><p>seus interesses pessoais possam conflitar com os</p><p>interesses do Município ou de terceiros perante a</p><p>Administração.</p><p>45. De acordo com Oliveira (2018), na educação infantil, o</p><p>campo de experiências Espaços, tempos, quantidades,</p><p>relações e transformações tem como chave para seu</p><p>bom encaminhamento um professor atento, que apoie as</p><p>crianças a compreender</p><p>(A) teórica e formalmente os componentes curriculares e</p><p>disciplinares previstos.</p><p>(B) as operações básicas da pesquisa e da investigação</p><p>científico-matemática.</p><p>(C) o ambiente diverso e intrigante que as circunda.</p><p>(D) um gênero de pensamento objetivo, metódico e, por</p><p>isso, superior aos demais.</p><p>(E) principalmente os saberes específicos das aulas de</p><p>ciências e matemática.</p><p>46. Santos (in Ropoli, 2010) sublinha que as práticas escola-</p><p>res inclusivas implicam</p><p>(A) um ensino individualizado para os alunos com pro-</p><p>blemas de aprendizagem.</p><p>(B) a formação de turmas escolares buscando a equali-</p><p>zação dos alunos.</p><p>(C) a apropriação de soluções utilitárias, prontas para o</p><p>uso eficiente.</p><p>(D) um ensino adaptado para os alunos com deficiência.</p><p>(E) um ensino diferente para todos, em que os alunos</p><p>t enham condições de aprender segundo suas pró-</p><p>prias capacidades.</p><p>47. De acordo com o Currículo Jundiaiense (Educação</p><p>infantil), assinale a alternativa que identifica corretamen-</p><p>te seus eixos estruturantes específicos, os quais “dizem</p><p>respeito à forma como devem ser desenvolvidos os prin-</p><p>cípios éticos, estéticos e políticos, em consonância com</p><p>a maneira peculiar como a criança apreende o mundo e</p><p>se relaciona com ele”.</p><p>(A) As linguagens escrita, artística e lógico-matemática.</p><p>(B) Os potenciais, os talentos e as visões de mundo.</p><p>(C) As interações, a brincadeira e a corporeidade.</p><p>(D) A cultura escolar, a cultura local e a cultura global.</p><p>(E) O ensinar, o aprender e o avaliar.</p><p>48. O Currículo Jundiaiense (Educação de Jovens e Adultos</p><p>– EJA), considerando o público que atende e suas expe-</p><p>riências de vida diferenciadas, pauta-se na concepção de</p><p>educação que enfatiza</p><p>(A) a eficiência e a aceleração dos processos educativos.</p><p>(B) a avaliação somativa e objetiva, sem espaço para</p><p>preconceitos.</p><p>(C) as expectativas das empresas locais.</p><p>(D) as demandas assistenciais e profissionalizantes.</p><p>(E) os contextos vivenciados pelos estudantes.</p><p>16PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>redaÇÃo</p><p>TexTo 1</p><p>O interesse pelo mórbido, suspense e brutal está na moda nas redes sociais, mas não relacionado ao ficcional. A adrenali-</p><p>na do público anseia por crimes recorrentes na vida real, e o gênero true crime (crime real, na tradução literal) nunca esteve tão</p><p>em alta como nos últimos anos. Aqueles que antes temiam o aviso de “baseado em fatos reais” no começo ou no final dos fil-</p><p>mes estão cada vez mais imersos em casos verdadeiros e no acompanhamento desses conteúdos em diferentes plataformas.</p><p>True crime é um gênero de entretenimento que retrata fatos verídicos em diferentes formas: documentários, livros,</p><p>podcasts, programas de TV e filmes. Nessas obras são apresentadas narrativas e análises de crimes verídicos, além de</p><p>investigações detalhadas. O gênero tem crescido nos últimos anos e, diferentemente de obras ficcionais baseadas em histó-</p><p>rias reais, o intuito do true crime é apresentar situações verdadeiras. Muitas vezes apresentam informações que não foram</p><p>amplamente divulgadas na época dos crimes, além do caráter, majoritariamente, jornalístico de apresentação de fatos. Os</p><p>conteúdos costumam ser formados por entrevistas com os envolvidos, gravações de tribunais, imagens da cobertura jornalís-</p><p>tica e outros elementos que podem ser exclusivos. Exemplos de produções do gênero true crime são “A menina que matou os</p><p>pais” e “O menino que matou meus pais”, filmes que retratam o assassinato do casal Richthofen; o documentário “Pacto brutal:</p><p>o assassinato de Daniella Perez”, que conta a história da atriz Daniella Perez, morta por um colega de profissão com quem</p><p>contracenava na época; e os podcasts “Praia dos ossos”, que conta a história de Ângela Diniz, socialite brasileira assassinada</p><p>pelo namorado na década de 1970, e “A mulher da casa abandonada”, que investiga a história de uma moradora misteriosa do</p><p>bairro de Higienópolis, em São Paulo, acusada de manter uma funcionária em condição análoga à escravidão.</p><p>(Samara Barboza. Não é apenas baseado em fatos reais: o aumento da produção e do consumo do gênero true crime.</p><p>Disponível em: https://jornalocasarao.uff.br. Acesso em 19.06.2023. Adaptado)</p><p>TexTo 2</p><p>Se, por um lado, o chamado true crime pode servir como forma de conscientizar sobre a criminalidade, também é pos-</p><p>sível que essas obras contribuam para um processo de banalização da violência, afirma o sociólogo Wellington Lopes. Para</p><p>ele, é preciso cuidado com a maneira como os crimes são retratados: “A forma</p><p>como uma história é narrada pode gerar uma</p><p>confusão entre a linha que separa a realidade do espetáculo, porque o público em geral pode tomar como verdade algo que,</p><p>em uma perspectiva ou outra, está sendo dramatizado”. Lopes ressalta ainda outro aspecto: o interesse do público pelo crime</p><p>caminha lado a lado com a expectativa de uma punição igualmente violenta. Além disso, as informações das obras podem</p><p>impactar negativamente as famílias das vítimas.</p><p>Há ainda outra questão importante: ao apresentar o criminoso, com suas singularidades, a abordagem de uma produção</p><p>pode criar certa admiração pelo autor do crime, que passa de alguém a quem se condena para uma pessoa que o público</p><p>consegue entender, pela qual sente empatia e até com quem se identifica, atribuindo um protagonismo positivo ao criminoso.</p><p>(Fernanda Pinotti. Séries true crime podem gerar confusão entre realidade e ficção, acreditam especialistas.</p><p>Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br. Acesso em 03.08.2022. Adaptado)</p><p>TexTo 3</p><p>André Komatsu, doutor em Psicologia, enxerga que essas produções do gênero true crime podem ser benéficas para o</p><p>público e para a sociedade, se os produtores souberem explorar bem o tema e serem cautelosos com assuntos tão delicados.</p><p>Ele opina que as produções true crime têm que ultrapassar o caráter de entreter o público, trazendo também reflexões e dis-</p><p>cussões: “O tema do podcast ‘A mulher da casa abandonada’ tem um amplo espaço para explorar questões de pessoas que</p><p>vivem em situação de escravidão, o que é muito frequente e tem números altíssimos no Brasil”.</p><p>Já Marcelo Nery, doutor em Sociologia, argumenta que as pessoas podem se interessar em estudar sobre o que é crime,</p><p>violência e violação de direito a partir dessas obras, algo que ele considera um grande ganho social: “É preciso pensar no</p><p>impacto social, no contexto político e econômico. Essas obras não são o fim, mas o começo de uma trajetória que pode levar</p><p>as pessoas a uma compreensão maior sobre quais são os fatores que contribuem para a redução ou para o aumento desses</p><p>eventos”.</p><p>(Ana Paula Medeiros. Gênero true crime pode gerar discussões sobre a sociedade, mas abordagem exige cuidados.</p><p>Disponível em: https://jornal.usp.br. Acesso em 28.09.2022. Adaptado)</p><p>Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empre-</p><p>gando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:</p><p>Entre a banalização da violência e o entretenimento:</p><p>os impactos do gênero True Crime</p><p>17 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>NÃO ASSINE ESTA FOLHA</p><p>RASCUNHO</p><p>REdAçÃO</p><p>Os rascunhos não serão considerados na correção.</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>4</p><p>5</p><p>6</p><p>7</p><p>8</p><p>9</p><p>10</p><p>11</p><p>12</p><p>13</p><p>14</p><p>15</p><p>16</p><p>17</p><p>18</p><p>19</p><p>20</p><p>21</p><p>22</p><p>23</p><p>24</p><p>25</p><p>26</p><p>27</p><p>28</p><p>29</p><p>30</p><p>31</p><p>32</p><p>33</p><p>18PMJU2402/001-PEB-I Confidencial até o momento da aplicação.</p><p>19 PMJU2402/001-PEB-IConfidencial até o momento da aplicação.</p><p>Confidencial até o momento da aplicação.</p>