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<p>MBA Análise, Gestão e Monitoramento Ambiental</p><p>IEC PUC MINAS</p><p>Professora: Ma. Camila Pita Figueiredo</p><p>Direito Ambiental</p><p>Disciplina:</p><p>1</p><p>ENERGIA NUCLEAR</p><p>o artigo 21, inciso XXIII, da Constituição Federal prevê que compete à União explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, mediante a implementação dos princípios seguintes:</p><p>toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;</p><p>sob o regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas;</p><p>(3) a responsabilidade civil por danos nucleares independe de culpa.</p><p>A competência legislativa da União em matéria nucelar é privativa, podendo lei complementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas (CF artigo 22, parágrafo único). O Congresso Nacional tem competência exclusiva para aprovar iniciativas do Executivo referentes a atividades nucleares (CF, artigo 49, inciso XIV), independentemente de sanção do Chefe do Poder Executivo (CF, artigo 48, caput).</p><p>Responsabilidade por Danos Nucleares</p><p>A responsabilidade civil por danos nucleares possui características próprias, tais como a (1) canalização, a (2) limitação e a (3) exclusão de responsabilidade em relação à vítima que tenha dado causa ao dano nuclear. A matéria é regulada pela Lei 6.453/1977 que dispõe sobre responsabilidade civil e penal em matéria nuclear.</p><p>REJEITOS RADIOATIVOS</p><p>Rejeito nuclear ou lixo nuclear é todo material contaminado cuja produção seja resultado da atividade desenvolvida em uma instalação nuclear. Atualmente, o rejeito produzido pelos reatores nucleares em atividade em todo o mundo é equivalente a algumas centenas de toneladas e cresce constantemente, sendo o seu armazenamento e descarte extremamente problemáticos. Os rejeitos nucleares podem se revestir de várias formas e cada uma delas possui características bastante diversas das demais modalidades. Os rejeitos radioativos podem ser classificados como de radioatividade: (1) baixa; (2) média; ou (3) alta No Brasil, atualmente, somente a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto produz rejeitos de alta radioatividade, a matéria está regulada pela Lei 10.308/2001.</p><p>A Lei 10.308/2001, que “dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos, e dá outras providências”.</p><p>O objetivo da lei é estabelecer normas para o destino final dos rejeitos radioativos produzidos no território nacional, bem para a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos radioativos.</p><p>A VEGETAÇÃO NATIVA E SUA PROTEÇÃO LEGAL</p><p>As florestas são um dos principais temas do direito ambiental, como já foi sublinhado, em razão da importância que têm para a preservação da vida em todas as suas formas. As principais normas federais para a proteção das florestas são: (1) Lei 9.985/2000 [Sistema Nacional de Unidades de Conservação]; (2) Lei 11.284/2006 [concessão de florestas nacionais]; (3) Lei 11.428/2006 [Lei da Mata Atlântica]; (4) Lei 12.651/2012 [proteção da vegetação nativa]; e (5) Lei 14.119/2021 [Pagamento por Serviços Ambientais].</p><p>CÓDIGO FORESTAL- Lei 12.651/2012</p><p>Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.</p><p>O direito brasileiro não possui um conceito normativo de floresta, motivo pelo qual o vocábulo floresta deve ser tomado pelo seu sentido popular ou corriqueiro. A floresta, em princípio, é uma formação arbórea densa; uma grande extensão de terra coberta por árvores e arbustos, uma mata.</p><p>Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Preservação Permanente (APP), Reserva Biológica (REBIO), EIA (Estudo de Impacto Ambiental) RIMA (Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente)</p><p>Áreas de preservação permanente</p><p>As Áreas de preservação permanente [APP], nos termos da Lei 12.651/2012 podem ser de duas espécies: as (1) que decorrem de lei [por força de lei] e as (2) dependentes de ato do poder público.</p><p>Áreas de preservação permanente [APP] em decorrência de lei</p><p>A APP, conforme o artigo 3º, II, da Lei 12.651/2012 é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.</p><p>A preservação, como conceito normativo é o “conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais.</p><p>Assim, as APP são espaços territoriais cuja finalidade básica é a proteção de espécies e ecossistemas a longo prazo.</p><p>Do ponto de vista jurídico, as APP, por força de lei, se caracterizam por dois fatores essenciais (1) a presença da função ecológica e o (2) preenchimento dos requisitos constantes do artigo 4º da Lei de proteção à vegetação nativa.</p><p>O § 10 ao artigo 4º da Lei 12.651/2012, prevê as APPs urbanas.</p><p>§ 10. Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os conselhos estaduais, municipais ou distrital de meio ambiente, lei municipal ou distrital poderá definir faixas marginais distintas daquelas estabelecidas no inciso I do caput deste artigo, com regras que estabeleçam: (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021)</p><p>I – a não ocupação de áreas com risco de desastres; (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021)</p><p>II – a observância das diretrizes do plano de recursos hídricos, do plano de bacia, do plano de drenagem ou do plano de saneamento básico, se houver; e (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021)</p><p>III – a previsão de que as atividades ou os empreendimentos a serem instalados nas áreas de preservação permanente urbanas devem observar os casos de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental fixados nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.285, de 2021)</p><p>Áreas de preservação permanente por ato do Poder Público</p><p>O artigo 6º da Lei 12.651/2012 estabelece que o Chefe do poder Executivo, qualquer que seja o nível federativo, poderá declarar áreas de interesse social para os fins de proteção ambiental de:</p><p>conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;</p><p>(2) proteger as restingas ou veredas;</p><p>(3) proteger várzeas;</p><p>(4) abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;</p><p>(5) proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; (6) formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;</p><p>(7) assegurar condições de bem-estar público;</p><p>(8) auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares;</p><p>9) proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.</p><p>Reserva (florestal) legal</p><p>A Reserva (Florestal) Legal é parte integrante da propriedade ou posse rural, sendo constituída por uma área, cujo percentual da propriedade ou posse é definido em lei, variando conforme as peculiares condições ecológicas, em cada uma das regiões geopolíticas do país.</p><p>O conceito normativo de reserva (florestal) legal [artigo 3º, III da Lei 12.651/2012] é: a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do artigo 12 da Lei 12651/2012, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos</p><p>recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.</p><p>A floresta, os desmatamentos e a utilização de fogo</p><p>As queimadas são, certamente, um dos mais graves problemas enfrentados pelas florestas brasileiras, pois, além da diminuição da área florestada, elas causam um enorme aumento da emissão de material particulado, ampliam a poluição atmosférica e contribuem para o aquecimento global.</p><p>A Lei 12.651/2012 proibe o uso de fogo na vegetação estabelecendo exceções, conforme o artigo 38. As exceções são as seguintes: (i) em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; (ii) emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; (iii) atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama.</p><p>ESPAÇOS TERRITORIAIS (ÁREAS) ESPECIALMENTE PROTEGIDOS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO</p><p>A Lei 9.985/2000 que regulamenta o artigo 225, § 1º, I, II, III e IV, da Constituição Federal instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação [SNUC], constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. O conceito normativo de unidade de conservação é “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”.</p><p>As unidades de conservação integrantes do SNUC será apresentada pelo Grupo 1.</p><p>PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL E LICENCIAMENTO AMBIENTAL</p><p>O uso dos recursos ambientais está sujeito ao poder de polícia e, em especial, ao licenciamento ambiental que é o procedimento administrativo que estabelece os limites e as condicionantes para o acesso, exploração e utilização dos recursos naturais. É o exercício do poder de polícia que balizará os seus legítimos limites de utilização. O Estado deve assegurar aos indivíduos a liberdade para a realização de seus projetos pessoais e privados, desde que não produzam danos a terceiros.</p><p>O conceito de polícia do meio ambiente é, essencialmente, um conceito jurídico-administrativo que faz referência à atuação dos órgãos ambientais e à função de fiscalização e controle por eles exercidos. O direito de fiscalizar instalações industriais para verificar a sua adequação às normas de proteção ao meio ambiente é inerente à atividade de órgãos ambientais que tenham concedido a licença ou autorização ambiental (LC 140/2011, artigo 17).</p><p>O CONTROLE AMBIENTAL</p><p>O controle ambiental é a atividade estatal consistente na exigência da observância da legislação de proteção ao meio ambiente, por parte de toda e qualquer pessoa, natural ou jurídica, utilizadora de recursos ambientais.</p><p>Os instrumentos de controle ambiental se dividem em (1) instrumentos de controle lato senso e instrumentos (2) de controle estrito senso (licenciamento ambiental).</p><p>Os estudos ambientais, as auditorias ambientais, os termos de compromisso ambiental, os embargos, a interrupção de atividades, a apreensão de instrumentos de ilícitos ambientais e outros documentos e atos da mesma natureza são instrumentos de controle ambiental em sentido amplo; por sua vez, as licenças e autorizações ambientais se classificam como instrumentos de controle ambiental em sentido estrito.</p><p>Os diferentes estudos ambientais</p><p>A Resolução Conama 237/1997, em seu artigo 1º, III, define os estudos ambientais como todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado, como subsídio para a análise da licença requerida.</p><p>O mesmo dispositivo legal relaciona uma série de estudos ambientais tais como: (1) relatório ambiental, (2) plano e projeto de controle ambiental, (3) relatório ambiental preliminar, (4) diagnóstico ambiental, (5) plano de manejo, (6) plano de recuperação de área degradada e (7) análise preliminar de risco.</p><p>A relação não é exaustiva, podendo haver solicitação de outros estudos específicos por parte dos órgãos de controle ambiental.</p><p>A orientação para as atividades estão no Canvas.</p><p>Bom trabalho!</p><p>image2.png</p><p>image3.jpeg</p><p>image1.png</p>