Aula 03 - CONTRATOS - FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Prévia do material em texto

<p>Curso: Direito</p><p>Disciplina: DIREITO CIVIL 3</p><p>4º Semestre</p><p>Profª GABRIELA MARTINS</p><p>UNIDADE I: FORMAÇÃO DOS CONTRATOS.</p><p>MANIFESTAÇÃO DE VONTADE</p><p>�O contrato nasceu de duas vontade coincidentes</p><p>�Autonomia privada</p><p>�Sem a manifestação de vontade, não há contrato</p><p>FASE PRELIMINAR OU DE PUNTAÇÃO</p><p>PERÍODO PRÉ-CONTRATUAL</p><p>�Debates, conversas, entendimentos</p><p>�Não prevista no CC/02</p><p>�Proposta não formalizada</p><p>�Não vincula as partes*</p><p>�Não há o consentimento necessário ao contrato definitivo*</p><p>�Logo, não há responsabilidade contratual nesta fase*</p><p>�Não cria direitos, nem obrigações. *</p><p>�Obs.: boa-fé e a legítima expectativa de contratar</p><p>(responsabilidade pré-contratual)</p><p>�Aquele que desrespeita a boa-fé, comete abuso de direito, o</p><p>que gera a consequência de indenizar (com base no art. 927,</p><p>CC/02)</p><p>“Responsabilidade pré-contratual. Despesas realizadas pela</p><p>autora, de forma antecipada, com o objetivo de viabilizar</p><p>negócio futuro com o réu. Não celebração do contrato, após uma</p><p>série de diligências e pagamentos feitos pela autora.</p><p>Comportamento concludente do réu que gerou expectativa da</p><p>autora de finalização do contrato e estimulou a realização de</p><p>despesas para a regularização do imóvel. Composição de</p><p>interesses negativos, consistentes nos danos que sofrem a autora</p><p>com a frustação do negócio na fase de puntação”. (TJSP – APL</p><p>0134186-53.2006.8.26.000, DEJSP 07/05/2010)</p><p>�Regra: na fase preliminar NÃO se gera direitos e obrigações,</p><p>apenas expectativas.</p><p>�Exceção: Se, diante da confiança depositada, há a quebra dos</p><p>deveres anexos ao contrato, cabe responsabilidade civil.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Oferta formalizada</p><p>�Manifestação de vontade de uma das partes que solicita a</p><p>concordância da outra</p><p>�Declaração unilateral de vontade</p><p>�Só produz efeitos quando recebida pela outra parte</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Art. 427, CC/02. A proposta de contrato obriga o proponente,</p><p>se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do</p><p>negócio, ou das circunstâncias.</p><p>�Policitante, proponente ou solicitantes: aquele que formula a</p><p>proposta.</p><p>�Policitado, oblato ou solicitado: aquele que recebe a proposta.</p><p>• Ex.: João fez uma proposta para comprar o veículo de Francisca por</p><p>R$ 40.000,00. Nos termos da proposta constava que “para o contrato</p><p>ser firmado, é necessário a anuência do comprador (João) após a</p><p>concordância do vendedor (Francisca)”.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Se este aceitar, há o aperfeiçoamento do contrato.</p><p>�A proposta vincula o proponente, resultando no dever de</p><p>concluir o contrato definitivo.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�E se o ofertante se recusar a contratar?</p><p>�Os tribunais entendem que cabe indenização em face da</p><p>negativa de celebração do contrato.</p><p>�Ex.: João fez uma proposta para comprar o veículo de Francisca</p><p>por R$ 40.000,00. Francisca aceitou. João informou que não</p><p>quer mais. Neste caso, Francisca poderá ingressar com uma</p><p>ação judicial contra João requerendo o pagamento de</p><p>indenização.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>Compra e venda de imóvel. Desistência de negócio após a</p><p>aceitação pelo vendedor da proposta feita pelo comprador.</p><p>Vinculação das partes ao contrato, nos termos do art. 427 do CC,</p><p>o que impõe a condenação do comprador a indenizar o autor o</p><p>valor correspondente a primeira parcela do contrato, que já</p><p>estava vencida e não paga. (TJSP APL 5.698.894.000, CJ</p><p>16/07/2009)</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Logo, a proposta é obrigatória e irrevogável, em regra.</p><p>�Exceção:</p><p>�1) quando resulte de seus termos.</p><p>�Ex.: “salvo confirmação” ou “sem compromisso”</p><p>�O aceitante já sabe que é permitido ao ofertante a retratação.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�2) em virtude da natureza do negócio</p><p>�Ex.: prestação de serviços advocatícios: o advogado faz a</p><p>proposta, mas não é obrigado a mantê-la, pois a essência deste</p><p>negócio jurídico é a confiança. Se não houver confiança entre</p><p>as partes, a oferta não é obrigatória.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�3) pelas circunstâncias do caso:</p><p>�Previstas no art. 428, CC/02.</p><p>�art. 428, CC/02. Deixa de ser obrigatória a proposta:</p><p>�I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi</p><p>imediatamente aceita. Considera-se também presente a</p><p>pessoa que contrata por telefone ou por meio de</p><p>comunicação semelhante (e-mail).</p><p>�Contrato com declaração consecutiva.</p><p>• Ex.: O Banco X telefona para Maria ofereceu uma</p><p>proposta para que esta quite seu débito.</p><p>• Maria respondeu dizendo que ia pensar e qualquer coisa</p><p>entrava em contato.</p><p>• Posteriormente, Maria telefone para o Banco X</p><p>informando que deseja aceitar a proposta.</p><p>• Contudo, o Banco X informa que não tem mais aquela</p><p>proposta, pois ela deixou de ser obrigatória quando não</p><p>foi imediatamente aceita por Maria.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Contrato com declaração consecutiva (declaração de aceitação</p><p>que vem logo após a proposta).</p><p>�A aceitação deve ser feita após o oferecimento da proposta. Se</p><p>não houver aceitação imediata, a proposta deixa de ser</p><p>obrigatória.</p><p>�“meio de comunicação semelhante” pode também ser</p><p>considerada a aceitação na Internet e outros meios de</p><p>comunicação em tempo real.</p><p>�Ex.: Skype, facetime.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido</p><p>tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do</p><p>proponente;</p><p>�Contrato com declarações intervaladas.</p><p>�Foi enviada a proposta, passou tempo suficiente e não houve</p><p>resposta de aceitação ou não. Logo, deixa de ser obrigatória a</p><p>proposta.</p><p>�“tempo suficiente” deverá ser analisado pelo juiz, de acordo</p><p>com cada caso.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a</p><p>resposta dentro do prazo dado;</p><p>�O proponente determinou um prazo para resposta, mas não</p><p>houve retorno dentro deste período.</p><p>• Ex.: O Banco X enviou por carta uma proposta para Ana quitar sua</p><p>dívida. Na proposta, constava que a proposta tinha o prazo de</p><p>validade de 10 (dez) dias após o recebimento por Ana, conforme seria</p><p>possível constatar em AR.</p><p>• O Banco X recebeu AR com assinatura de Ana datava em 01/08/2020.</p><p>Após 10 dias sem a resposta de Ana, a proposta que o Banco X havia</p><p>enviado deixa de ser obrigatória.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao</p><p>conhecimento da outra parte a retratação do proponente.</p><p>�Ex.: O Banco X enviou uma proposta à Erick por carta e logo</p><p>após enviou uma retratação por Sedex a fim de que a proposta</p><p>não tenha validade.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>Este inciso está de acordo com o art.</p><p>433: Considera-se inexistente a</p><p>aceitação, se antes dela ou com ela</p><p>chegar ao proponente a retratação do</p><p>aceitante.</p><p>Ex2.: a aceitação da proposta ocorreu</p><p>por carta, ao passo que a retratação</p><p>ocorreu por Sedex.</p><p>Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Este artigo (art. 433) permite a retratação do aceitante desde</p><p>que seja antes ou concomitante com o recebimento pelo</p><p>proponente.</p><p>�Se a retratação do aceitante for fora deste prazo, o contrato vai</p><p>ser considerado válido.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>A oferta ao público equivale a proposta</p><p>quando possui todos os requisitos do</p><p>contrato (art. 429).</p><p>Oferta ao público: dirigido a um número</p><p>indeterminado de pessoas.</p><p>Esta oferta será equivalente a proposta</p><p>quando tiver os requisitos de um contrato.</p><p>Logo, será vinculante.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO</p><p>OU OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>Proposta: dirigida a um</p><p>destinatário determinado.</p><p>Oferta: dirigida ao público em</p><p>geral.</p><p>Ex.: propaganda de uma</p><p>geladeira é uma oferta pública</p><p>(ao público).</p><p>Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>É possível revogar a oferta na mesma</p><p>forma que divulgada, desde que essa</p><p>possibilidade esteja ressalvada na</p><p>própria oferta (art. 429, p. ú).</p><p>Ex.: “oferta por tempo limitado” é um</p><p>meio de informar ao público que é</p><p>possível a revogação desta oferta.</p><p>�CONTRAPROPOSTA</p><p>�O proponente se transforma em</p><p>aceitante, e o aceitante em</p><p>proponente.</p><p>�Art. 431, CC/02. A aceitação</p><p>fora do prazo, com adições,</p><p>restrições, ou modificações,</p><p>importará nova proposta.</p><p>• Ex: Daniel está interessado na compra de um imóvel de Eli que</p><p>está oferecendo o imóvel por R$ 100.000,00.</p><p>• Daniel faz uma proposta para comprar o imóvel por R$ 95.000,00.</p><p>Quem é o proponente? Daniel, pois ele está fazendo a proposta.</p><p>Quem é o aceitante? Eli, pois ele deve aceitar ou não.</p><p>• Contudo, Eli fez uma contraproposta para que Daniel pague o</p><p>valor de R$ 97.500,00. Agora, quem é proponente? Eli, pois ele fez</p><p>a nova proposta. Quem é o aceitante? Daniel, pois ele deve aceitar</p><p>ou não.</p><p>�Em regra, a aceitação deve ser expressa.</p><p>�Exceção: aceitação tácita, aplicável aos negócios que não</p><p>precise de aceitação expressa (art. 423).</p><p>�Ex.: Envio da proposta com a informação que se não houver</p><p>recusa em 10 dias, considera-se aceita.</p><p>Proposta entre presentes: pode ser</p><p>estipulado prazo ou se não houver, a</p><p>aceitação deverá ser manifestada</p><p>imediatamente.</p><p>Proposta entre ausentes: o contrato</p><p>considera-se “fechado” a partir da</p><p>aceitação – teoria da expedição (art.</p><p>434, CC/02).</p><p>• Ex.: O Banco X enviou, por carta, uma proposta para quitação da</p><p>dívida de Carlos, afirmando que a proposta tinha validade de 10</p><p>(dez) dias.</p><p>• Carlos decidiu aceita-la. Para tanto, enviou a aceitação por carta.</p><p>Ocorre que, por circunstância imprevista, a aceitação chegou</p><p>depois do prazo de validade dado pelo Banco X.</p><p>• Com base na teoria da expedição, o contrato foi fechado no</p><p>momento em que Carlos expediu a aceitação.</p><p>• Em virtude do princípio da boa-fé, o Banco X deve informar de</p><p>imediato à Carlos que a aceitação chegou depois do prazo e o</p><p>contrato não foi realizado.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU</p><p>OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>�Exceções: o contrato é “fechado” quando a proposta é</p><p>recebida pelo proponente – teoria da recepção (art. 434,</p><p>CC/02).</p><p>• Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos</p><p>desde que a aceitação é expedida, exceto:</p><p>• I - no caso do artigo antecedente;</p><p>art. 433: Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou</p><p>com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.</p><p>• Ex.: O Banco X enviou, por carta, uma proposta para quitação da</p><p>dívida de Carlos, afirmando que a proposta tinha validade de 10</p><p>(dez) dias.</p><p>• Carlos respondeu aceitando, dentro do prazo e mandou a resposta</p><p>por carta normal.</p><p>• No dia seguinte, Carlos se arrependeu e enviou uma retratação</p><p>por Sedex.</p><p>• A aceitação e a retratação chegaram ao Banco X ao mesmo tempo.</p><p>Nesse caso, a aceitação é inexistente.</p><p>FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO</p><p>OU OBLAÇÃO</p><p>OFERTA OU PROPOSTA</p><p>• II - se o proponente se</p><p>houver comprometido a</p><p>esperar resposta;</p><p>• III - se ela não chegar no</p><p>prazo convencionado.</p><p>• Exemplo do inciso II</p><p>• Ex.: O Banco X enviou, por carta, uma proposta para</p><p>quitação da dívida de Carlos, afirmando que a proposta</p><p>tinha validade de 10 (dez) dias e que iria aguardar o</p><p>recebimento da proposta para considerar o contrato</p><p>feito.</p><p>• Carlos enviou a proposta que chegou no Banco X dentro</p><p>do prazo.</p><p>• Neste caso, o contrato é considerado realizado no</p><p>momento em que Banco X recebeu a proposta, pois isto</p><p>estava previsto na proposta.</p><p>�Logo, o CC/02 adotou:</p><p>1) Regra: teoria da expedição.</p><p>2) Exceção: teoria da recepção.</p><p>�Se houver a aceitação,</p><p>onde o contrato é</p><p>considerado celebrado?</p><p>�No lugar em que foi</p><p>proposto (art. 435).</p><p>�Se houver</p><p>contraproposta, o local é</p><p>de onde esta foi</p><p>formulada.</p><p>• Ex.: O Banco X, localizado em Fortaleza, enviou, por</p><p>carta, uma proposta para quitação da dívida de Carlos,</p><p>que mora em Sobral.</p><p>• O Banco X destacou que a proposta tinha validade de 10</p><p>(dez) dias e que iria aguardar o recebimento da proposta</p><p>para considerar o contrato feito.</p><p>• Carlos enviou a proposta e o recebimento pelo Banco X</p><p>se deu dentro do prazo.</p><p>• Neste caso, considera-se realizado o contrato em</p><p>Fortaleza, pois é o lugar em que o contrato foi proposto.</p><p>FASE DO CONTRATO PRELIMINAR</p><p>�Não é uma fase</p><p>obrigatória.</p><p>�Contrato principal</p><p>consiste em uma</p><p>obrigação de dar, fazer ou</p><p>não fazer.</p><p>�Contrato preliminar</p><p>consiste em uma</p><p>obrigação de fazer, qual</p><p>seja, realizar um contrato</p><p>principal.</p><p>�Também chamado de</p><p>pré-contrato ou</p><p>promessa de contrato.</p><p>Cilene</p><p>Caneta</p><p>FASE DO CONTRATO PRELIMINAR</p><p>“Contrato preliminar como uma avença através da qual as partes</p><p>criam em favor de uma ou mais delas a faculdade de exigir o</p><p>cumprimento de um contrato apenas projetado. Trata-se,</p><p>portanto, de um negócio jurídico que tem por objeto a obrigação</p><p>de fazer um contrato definitivo” (Pablo Stolze e Rodolfo</p><p>Pamplona Filho)</p><p>FASE DO CONTRATO</p><p>PRELIMINAR</p><p>O exemplo mais comum desse</p><p>tipo de promessa é a de</p><p>compra e venda (promessa de</p><p>compra e venda), a qual,</p><p>quando devidamente</p><p>registrada o Cartório de</p><p>Imóveis, produz eficácia real,</p><p>facultando ao promitente-</p><p>comprador, se for necessário,</p><p>recorrer à ação de adjudicação</p><p>compulsória para a</p><p>concretização do seu direito.</p><p>Ex.: João deseja comprar uma casa de Maria que custa R$ 100.000,00.</p><p>Para tanto, ofereceu a Maria que o pagamento fosse realizado diretamente</p><p>a ela, por meio de 10 parcelas de R$ 10.000,00. Maria aceitou, contudo,</p><p>disse que só iria passar a casa para o nome do João quando houvesse o</p><p>pagamento total.</p><p>Para formalizar esse negócio, deve ser realizado o CONTRATO PRELIMINAR.</p><p>João promete que vai pagar as parcelas e Maria promete que quando ele</p><p>vai transferir a propriedade.</p><p>Ocorre que João pagou tudo, e Maria se recusou a realizar o contrato</p><p>definitivo que seria o documento utilizado para transferir a propriedade</p><p>para João.</p><p>De posse do contrato preliminar, João poderá ingressar com uma ação de</p><p>adjudicação compulsória.</p><p>FASE DO CONTRATO</p><p>PRELIMINAR</p><p>Ação de adjudicação</p><p>compulsória:</p><p>É cabível a ação de adjudicação</p><p>compulsória (obrigatória)</p><p>quando um bem imóvel for</p><p>adquirido mediante pagamento</p><p>do preço em prestações, isto é,</p><p>compromisso de compra e</p><p>venda, o compromissário</p><p>comprador (aquele que se</p><p>obriga por compromisso).</p><p>FASE DO CONTRATO PRELIMINAR</p><p>�Há o consentimento dos pré-contratantes.</p><p>�Acordos provisórios ou cartas de intenção.</p><p>• Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve</p><p>conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser</p><p>celebrado.</p><p>• Dotado dos requisitos do art. 104, CC/02, é perfeito e válido.</p><p>FASE DO CONTRATO PRELIMINAR</p><p>Art. 463. Concluído (FECHADO-ACERTADO) o contrato</p><p>preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente,</p><p>e desde que dele não conste cláusula de arrependimento,</p><p>qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do</p><p>definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.</p><p>Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao</p><p>registro competente.</p><p>• Ex.: João celebrou um contrato de promessa de compra</p><p>e venda com Maria com cláusula de arrependimento.</p><p>• João pagou duas parcelas e Maria informou que deseja</p><p>se utilizar do direito de arrependimento e desistir do</p><p>negócio.</p><p>• É possível? Sim, pois estava prevista uma cláusula de</p><p>arrependimento. Nesta caso, Maria terá que devolver as</p><p>duas parcelas pagas.</p><p>Ex.: Ana comprou um imóvel de José. Para formalizar, realizaram um</p><p>contrato preliminar ou contrato de promessa de compra e venda.</p><p>Ana pagou todas as parcelas e José se recusa a transferir a</p><p>propriedade do imóvel para ela.</p><p>De posse desse contrato, Ana poderá ingressar com uma ação judicial</p><p>chamada Adjudicação compulsória.</p><p>O que Ana vai pedir o juiz?</p><p>1ª) pedir que o juiz determine José transfira a propriedade, sob pena</p><p>de multa.</p><p>Mas passou o prazo determinado pelo juiz e ele não transferiu.</p><p>2ª) que o juiz dê essa ordem autorizando</p><p>a transferência.</p><p>FASE DO CONTRATO PRELIMINAR</p><p>Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob</p><p>pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no</p><p>prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for</p><p>razoavelmente assinado pelo devedor.</p><p>Contrato preliminar unilateral.</p><p>FASE DO CONTRATO</p><p>DEFINITIVO</p><p>• Quando ocorre o encontro de</p><p>vontades originário da</p><p>autonomia privada.</p><p>• Os diferentes tipos de</p><p>contrato definitivos em</p><p>espécies serão estudados em</p><p>momento posterior.</p><p>VAMOS EXERCITAR?</p><p>QUESTÃO 01</p><p>Ano: 2023 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Rio Branco - AC Prova: IBADE - 2023 -</p><p>Prefeitura de Rio Branco - AC - Procurador Municipal</p><p>Sobre os contratos e sua formação, é correto afirmar que:</p><p>Alternativas</p><p>A - não deixa de ser obrigatória a proposta se e, antes dela, ou simultaneamente,</p><p>chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.</p><p>B - não é lícito às partes estipular contratos atípicos.</p><p>C - a aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova</p><p>proposta.</p><p>D - não se considera como inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao</p><p>proponente a retratação do aceitante.</p><p>QUESTÃO 01 – R – C</p><p>• A) Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: IV - se, antes dela,</p><p>ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a</p><p>retratação do proponente.</p><p>• B) Art. 425, “É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas</p><p>as normas gerais fixadas neste Código”.</p><p>• C) Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou</p><p>modificações, importará nova proposta.</p><p>• D) Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou</p><p>com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.</p><p>QUESTÃO 02</p><p>Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-SC Prova: CESPE /</p><p>CEBRASPE - 2023 - MPE-SC - Promotor de Justiça Substituto (fase</p><p>matutina)</p><p>Em relação ao direito das obrigações, julgue o item a seguir, à luz do</p><p>Código Civil.</p><p>Aquele que, por anúncios públicos, assumir compromisso de</p><p>recompensar ou gratificar a quem preencha certa condição ou</p><p>desempenhe certo serviço obriga-se ao cumprimento do prometido.</p><p>Alternativas</p><p>Certo X Errado</p><p>QUESTÃO 02 – R – CERTO</p><p>• Art. 854, CC. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a</p><p>recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou</p><p>desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.</p><p>QUESTÃO 03</p><p>• Ano: 2023 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEGEP - RO Prova: Instituto</p><p>Consulplan - 2023 - SEGEP - RO - Analista de Desenvolvimento Social - Direito</p><p>• Carla e Julia, respectivamente com seus 20 e 25 anos de idade, são colegas de</p><p>trabalho há dez anos. Certo dia elas decidem realizar uma aposta de jogo do bicho.</p><p>Antes da aposta, Carla e Julia redigem um contrato particular estabelecendo que,</p><p>em caso de êxito na aposta, o prêmio deverá ser dividido em partes iguais. Em</p><p>consideração ao fato narrado é correto afirmar que:</p><p>• Alternativas</p><p>• A - Estão presentes todos os requisitos do negócio jurídico.</p><p>• B - O objeto do negócio realizado entre Carla e Júlia é ilícito.</p><p>• C - O negócio é inválido pela falta de agente capaz e legitimado.</p><p>• D - A forma como o negócio foi celebrado não condiz com a prescrita em lei.</p><p>• E - Trata-se de negócio que tem objeto indeterminado, pois há mera expectativa do</p><p>prêmio.</p><p>QUESTÃO 03 – R – B</p><p>QUESTÃO 04</p><p>• Ano: 2022 Banca: Instituto UniFil Órgão: Câmara de Mandaguaçu - PR Prova:</p><p>Instituto UniFil - 2022 - Câmara de Mandaguaçu - PR - Advogado</p><p>Conforme disposto no Código Civil - Dos contratos, assinale a alternativa incorreta.</p><p>Alternativas</p><p>A - Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,</p><p>dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente</p><p>B - A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.</p><p>C - É licito ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.</p><p>D - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como</p><p>em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.</p><p>E - Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia</p><p>antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.</p><p>QUESTÃO 04 – R – C</p><p>• Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função</p><p>social do contrato.</p><p>• Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão</p><p>do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-</p><p>fé.</p><p>• Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou</p><p>contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao</p><p>aderente</p><p>• Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as</p><p>normas gerais fixadas neste Código.</p><p>• Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa</p><p>viva. (pacto corvina)</p><p>QUESTÃO 05</p><p>Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-MG Prova: FGV - 2022 - TJ-MG - Juiz de Direito</p><p>Substituto</p><p>Em 2020, o Brasil e o mundo foram assolados pela pandemia da Covid-19. Houve graves</p><p>consequências econômicas, que interferiram no cumprimento dos contratos.</p><p>Sobre a possibilidade de revisão contratual, em tempos de pandemia, assinale a afirmativa</p><p>correta.</p><p>A - É possível a revisão dos contratos, desde que, analisado cada caso concreto, fique</p><p>demonstrado que a prestação de uma das partes se tornou excessivamente onerosa, com</p><p>extrema vantagem para a outra.</p><p>B - É possível a revisão dos contratos de maneira geral e abstrata, porque, na ocorrência de</p><p>pandemia, é presumida a onerosidade excessiva.</p><p>C - A cláusula pacta sunt servanda protege a segurança jurídica de modo absoluto,</p><p>impedindo a revisão de contratos.</p><p>D - A cláusula rebus sic stantibus flexibiliza de modo absoluto a segurança jurídica na</p><p>ocorrência de pandemia, permitindo a revisão de contratos.</p><p>QUESTÃO 05 – R – A</p><p>A alternativa A está correta, pois tanto a doutrina quanto a jurisprudência concordam que a</p><p>aplicação da previsão do art. 480 do CC permite que uma das partes pleiteie a redução de sua</p><p>prestação ou que seja alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva do</p><p>contrato.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois como já analisado, não se presume a onerosidade excessiva,</p><p>de maneira que a resolução ou revisão contratual deve ser ajustada conforme cada circunstância.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois a proteção da cláusula pacta sunt servanda não é absoluta,</p><p>uma vez que existem hipóteses de revisão e/ou extinção contratual, como é o caso por exemplo,</p><p>das situações que se encaixam da chamada Teoria da Imprevisão.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois assim como a cláusula pacta sunt servanda não é absoluta,</p><p>também não o é a cláusula rebus sic standibus.</p><p>QUESTÃO 06</p><p>Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2021 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de</p><p>Registros - Remoção</p><p>No pequeno município de Traziburgo, as contratações a distância ainda são feitas por correspondência</p><p>física. O mercado situado na capital envia ao pequeno agricultor já cadastrado no seu banco de dados um</p><p>pedido, informando a quantidade e a qualidade das frutas e dos legumes que demanda, o preço que está</p><p>disposto a pagar por eles e o prazo para a entrega. Como o correio leva até dois dias entre a capital e o</p><p>interior, o agricultor deve responder imediatamente, por meio de nova carta, concordando com os termos</p><p>do pedido.</p><p>Nesses casos, se não houver retratação, atraso no correio ou estipulação em contrário, considera-se</p><p>celebrado o contrato entre o mercado e o agricultor quando:</p><p>Alternativas</p><p>A - o mercado envia o pedido;</p><p>B - o agricultor recebe o pedido;</p><p>C - o agricultor envia o aceite;</p><p>D - o aceite é entregue pelo correio ao mercado;</p><p>E - o responsável pelo mercado lê o aceite.</p><p>QUESTÃO 06 – R – C</p><p>Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a</p><p>aceitação é expedida, exceto:</p><p>I - no caso do artigo antecedente;</p><p>II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;</p><p>III - se ela não chegar no prazo convencionado.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:</p><p>GAGLIANO, Pablo</p><p>Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil: Contratos. v. 4. Tomo I. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2022. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/ 9786553622289/.</p><p>Acesso em: 01 maio 2023</p><p>GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: contratos e atos unilaterais. v. 3. São Paulo: Saraiva, 2023.</p><p>Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553628434/. Acesso em: 01 maio</p><p>2023</p><p>GAZETA DO POVO. Quando o Contrato vira uma cilada. Imagem disponível em:</p><p>https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/consumidor/quando-o-contrato-vira-uma-cilada-</p><p>4bjs9vp6fjt7m7umnbbmy98u4/. Acesso em: 01 maio 2023</p>