Uma introdução a arquitetura sustentável (1)

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Projetos 
Uma introdução a arquitetura sustentável 
Por meio do conceito de sustentabilidade, espera-se que grandes e inevitáveis mudanças ocorram na prática do projeto
arquitetônico. 
Texto de Lilian Sales | Publicado em 09/11/2010
Reprodução: Rio Citarum na Indonésia - um problema ambiental
Reprodução: London City Hall - Projeto sustentável do Arquiteto Normam Foster
Introdução:
Escolhi como titulo deste trabalho “Uma introdução a arquitetura sustentável”. Introdução porque
seria pretensioso tentar em alguns artigos passar tudo o que foi e está sendo estudado em termos de
sustentabilidade.
Sendo um assunto tão atual e abrangente, são diversas as definições de sustentabilidade. O conceito
de desenvolvimento sustentável começou a ser delineado na Assembléia Geral das Nações Unidas,
realizado em Estocolmo, em 1972, mas foi definido em 1987 pela Comissão Brundtland, criada pela
Comissão para o meio ambiente da ONU, sob direção da primeira ministra da Noruega, Gro Harlem
Brundtland. “Sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades". Esta
definição gerou subdefinições que atendem as necessidades particulares de cada setor. No setor da
construção civil, por exemplo, a subdefinição usada pelo arquiteto Norman Foster é: “a criação de
edificações eficientes do ponto de vista energético, saudáveis, confortáveis, de uso flexível e
projetadas para terem uma longa vida útil”. (Adaptação do livro O guia básico da sustentabilidade,
p.3, Brian Edwards)
Breve Histórico:
Já no século I A.C., Vitruvio tinha uma preocupação por fatores ambientais na determinação do
projeto arquitetônico. “A arquitetura desempenha um papel fundamental no sentido de explorar os
recursos naturais, como iluminação solar e ventilação natural, em vez de excluí-los.” (extraído do
livro O guia básico da sustentabilidade, p.37, Brian Edwards)
O conceito do projeto bioclimatico é muito mais recente e se deve principalmente a visionários da
década de 1960, como Richard Buckminster Fuller e Reyner Banham. Fuller sugeriu englobar todas
as atividades humanas sob uma grande redoma de vidro, onde os alimentos seriam cultivados, os
resíduos seriam reciclados para a composição de adubo, a demanda de energia seria reduzida e as
integrações sociais seriam alcançadas. Seu utopismo marcou arquitetos como Norman Foster, como
pode-se observar no pátio do British Museum de Londres. 
Reprodução: Pavilhão Norte - Americano da Exposição Mundial de 1967
(Ilha de Santa Helena, Montreal, Quebec, Canadá) projetada por Fuller
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Reprodução: British Museum de Londres - projeto de Norman Foster
A Eco 92, conferência sobre o meio ambiente realizada no Rio de Janeiro, consolidou o conceito de
desenvolvimento sustentável, colocando os termos meio ambiente e desenvolvimento juntos e
estabelecendo um programa de ação visando a sustentabilidade no século XXI, a Agenda 21.
Em 2002 a Cúpula da Terra sobre o desenvolvimento sustentável, em Johanesburgo reafirmou os
compromissos da Agenda 21 e propôs uma maior integração entre as três dimensões do
desenvolvimento sustentável: ambiental, social e econômica.
“As 3 principais vertentes da sustentabilidade – ambiental, social e econômica – impulsionaram a
renovação e a consolidação da própria arquitetura. O projeto ecológico converteu-se no maior motor
de regeneração da arquitetura ao longo de 1990. Os preceitos fundamentais da arquitetura foram
abalados por correntes ecológicas que influenciam todos os aspectos da construção, desde a
engenharia da edificação até o projeto e os espaços internos ou a especificação de materiais
construtivos. Embora seja possível considerar a arquitetura sustentável um estilo, pois as edificações
ecológicas são facilmente identificáveis, o projeto ecológico é muito mais que um simples estilo.
Trata-se de uma reordenação fundamental dos princípios básicos de projeto e tecnológicos,
consistindo, portanto, em uma nova configuração de todos os elementos essenciais da arquitetura.”
(extraído do livro O guia básico da sustentabilidade, p. 48, Brian Edwards).
 
Construção Civil e os 4 Rs da sustentabilidade:
 
A construção civil é uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento econômico e social
de um país. Entretanto ainda e’ uma atividade pouco sustentável, desde a fabricação das matérias
primas, durante a obra, durante o uso, até o final da vida útil das edificações. 
 
Por isso é importante uma conscientização coletiva no âmbito da sustentabilidade, na importância de
reduzir o consumo, de reciclar, reutilizar e reabilitar (os 4 Rs da sustentabilidade), criando uma
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educação sustentável e conseqüentemente visando um futuro melhor.
 
A solução mais simples e de curto prazo para esses problemas causados ao meio ambiente é
trabalhar a edificação de forma auto-suficiente de modo que elas possam “produzir sua própria
energia, captar e reciclar sua própria água, utilizar materiais reciclados e promover a reutilização
dos resíduos (...)”. 
 
Desta forma, as características do desempenho da edificação são previsíveis, pois podem ser
medidas facilmente por meio de seu consumo e produção. A partir daí, o desenvolvimento
sustentável das cidades será uma conseqüência. 
 
Conclusão:
 
O desafio do arquiteto da atualidade é criar mais beleza com menor intervenção na natureza, o que
envolve utilizar materiais de construção de modo a contribuir com a diversidade local; utilizar
materiais ecológicos, ou seja, que causam menor impacto ao meio ambiente; utilizar tecnologia que
diminua o consumo energético e o consumo de água; e favorecer o contato dos seres humanos com a
natureza.
 
Reprodução: Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou – Nouméa - Nova Caledônia - projeto de Renzo
Piano
 
Reprodução: Old Market Library – Min Buri, Bangkok, Tailandia
Por meio do conceito de sustentabilidade, espera-se que grandes e inevitáveis mudanças ocorram na
prática do projeto arquitetônico, que passará a apresentar uma visão alternativa, possibilitando que
a estética ecológica surja gradualmente como um “novo estilo” ou um novo “movimento
arquitetônico”, como afirma o autor do livro já citado.
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Esta nova maneira de projetar será tratada de forma mais detalhada nos próximos artigos. 
 
 
Referencia:
 
EDWARDS, Brian. O Guia básico para a sustentabilidade. Barcelona, Ed Gustavo Gili, SL, 2008, 2ª
edição.Titulo original: Rough guide to sustainability. Londres, RIBA Enterprises, 2005. 
 
 
Próximos assuntos a serem abordados:
- Soluções simples adotadas nos projetos de arquitetura 
- Projetos sustentáveis 
 
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Fonte:
http://discole.com.br/posts.php?id=7#83
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