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<p>Licenciamento Ambiental</p><p>Gestão Ambiental</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>CAROLINA GALVÃO SARZEDAS</p><p>AUTORIA</p><p>Carolina Galvão Sarzedas</p><p>Olá! Sou formada em Ciências Biológicas, com mestrado e</p><p>doutorado em Ciências, com experiência técnico-profissional na área de</p><p>Meio Ambiente há mais de 18 anos. Minha formação acadêmica começou</p><p>na UFRJ, local em que me apaixonei pela ciência e pela educação. Tenho</p><p>experiência tanto na área de orientação acadêmica quanto na produção</p><p>de material didático para grandes empresas de educação. Por isso, fui</p><p>convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores</p><p>independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de</p><p>muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento de</p><p>uma nova compe-</p><p>tência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de se apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando forem</p><p>necessários obser-</p><p>vações ou comple-</p><p>mentações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas e links</p><p>para aprofundamen-</p><p>to do seu conheci-</p><p>mento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a neces-</p><p>sidade de chamar a</p><p>atenção sobre algo</p><p>a ser refletido ou dis-</p><p>cutido sobre;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso aces-</p><p>sar um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>se fazer um resumo</p><p>acumulativo das últi-</p><p>mas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de au-</p><p>toaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando o desen-</p><p>volvimento de uma</p><p>competência for</p><p>concluído e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>Definições e Tipos de Licenças Ambientais ..................................... 10</p><p>Meio Ambiente e sua História ................................................................................................ 10</p><p>Marco Internacional: Conferência de Estocolmo .................................. 12</p><p>Marco Brasileiro: Criação da Política Nacional do Meio Ambiente</p><p>(PNMA) ................................................................................................................................. 13</p><p>Conceito de Licenciamento Ambiental ........................................................................... 14</p><p>Tipos de Licença Ambiental .................................................................................................... 15</p><p>Licença Prévia (LP): ..................................................................................................... 16</p><p>Licença de Instalação (LI): ..................................................................................... 17</p><p>Licença de Operação (LO): .................................................................................... 18</p><p>Procedimentos Para Obtenção das Licenças Ambientais ......... 19</p><p>Órgãos Licenciadores .................................................................................................................. 19</p><p>Passos Para a Obtenção da Licença ................................................................................ 20</p><p>Concessão de Licença Prévia (LP) ..................................................................22</p><p>Concessão de Licença de Instalação (LI) ...................................................23</p><p>Concessão de Licença de Operação (LO) .................................................24</p><p>Documentos Exigidos para Obtenção da Licença .................................................24</p><p>Condicionantes e Prazos de Validade ................................................27</p><p>Condicionantes Ambientais .....................................................................................................27</p><p>Condicionantes de Prevenção, Mitigação e Compensação ........29</p><p>Condicionantes de Estudos e Monitoramento ...................................... 30</p><p>Condicionantes Administrativos e de Procedimentos ..................... 30</p><p>Controle das Condicionantes ............................................................................ 31</p><p>Prazos de Validade das Licenças Ambientais ............................................................32</p><p>Prazos de Validade – Licença Prévia .............................................................33</p><p>Prazos de Validade – Licença de Instalação ...........................................33</p><p>Prazos de Validade – Licença de Operação ............................................34</p><p>Importância do Licenciamento .............................................................36</p><p>Conservação dos Recursos Naturais ............................................................................... 36</p><p>Controle Ambiental ....................................................................................................................... 39</p><p>Importância do Licenciamento Ambiental .................................................................. 40</p><p>Atividades Passíveis de Licenciamento Ambiental ................................................42</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>01</p><p>Gestão Ambiental</p><p>8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Você sabia que a área de Licenciamento Ambiental é muito importante</p><p>para o Meio Ambiente? Isso mesmo. Sabemos que até a década de 1970 a</p><p>poluição e os impactos ambientais eram considerados consequências do</p><p>desenvolvimento desordenado, mesmo assim eram um mal necessário</p><p>em relação aos benefícios proporcionados pelo progresso. Nessa época,</p><p>a Conferência de Estocolmo teve como resultado a Declaração sobre o</p><p>Ambiente Humano, em que ficou determinado que a tarefa de planificar,</p><p>administrar e controlar a utilização dos recursos naturais dos Estados</p><p>ficaria a cargo de instituições nacionais competentes, com o objetivo de</p><p>melhorar a qualidade do Meio Ambiente. No Brasil, o PNMA (Programa</p><p>Nacional do Meio Ambiente) cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente</p><p>(SISNAMA) com o intuito de fundamentar a proteção ambiental no Brasil.</p><p>Um dos instrumentos do PNMA é o Licenciamento Ambiental, que é um</p><p>documento emitido por órgãos licenciadores, no qual regras, condições,</p><p>restrições e medidas de controle ambiental ficam estabelecidas a fim</p><p>de serem seguidas pela empresa solicitante. Entendeu? Ao longo desta</p><p>unidade letiva, você vai mergulhar neste universo!</p><p>Gestão Ambiental</p><p>9</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Licenciamento Ambiental.</p><p>Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de</p><p>aprendizagem até o término desta etapa de estudos:</p><p>1. Entender as definições e os tipos de Licenciamento Ambiental.</p><p>2. Aplicar procedimentos para licenciar um empreendimento.</p><p>3. Acompanhar e controlar os prazos de validade das licenças</p><p>ambientais e suas condicionantes.</p><p>4. Discernir sobre a importância da fiscalização e do monitoramento</p><p>para o Licenciamento Ambiental.</p><p>Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?</p><p>Ao trabalho!</p><p>Gestão Ambiental</p><p>10</p><p>Definições e Tipos de Licenças Ambientais</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender</p><p>o que é e para que serve o Licenciamento Ambiental.</p><p>Esse importante instrumento da Política Nacional do Meio</p><p>Ambiente analisa a viabilidade ambiental das atividades</p><p>econômicas. E, então? Motivado para desenvolver esta</p><p>competência? Então, vamos lá. Avante!.</p><p>Meio Ambiente e sua História</p><p>Você deve estar pensando que Meio Ambiente é um termo</p><p>corriqueiro na nossa sociedade e que sua preservação sempre foi alvo</p><p>de preocupação. Porém, até a década de 60, o termo “Meio Ambiente”</p><p>era simplesmente usado com o objetivo de designar unidades ecológicas</p><p>que se comportam como um sistema natural.</p><p>Figura 1 – Representação de Meio Ambiente</p><p>Fonte: Freepik.</p><p>Gestão</p><p>Ambiental</p><p>11</p><p>É possível afirmar que até poucas décadas atrás o desenvolvimento</p><p>econômico advindo da Revolução Industrial impediu que os problemas</p><p>ambientais fossem levados em consideração. Nesse sentido, a poluição</p><p>e os impactos ambientais como consequência do desenvolvimento</p><p>desordenado sempre foram visíveis, contudo, eram considerados um mal</p><p>necessário em relação aos benefícios proporcionados pelo progresso.</p><p>Como dito anteriormente, o termo Meio Ambiente só foi usado</p><p>pela primeira vez na década de 60, durante a reunião do Clube de Roma,</p><p>cujo objetivo era reconstruir os países destruídos pela Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>O Clube de Roma foi criado em 1968 e era constituído</p><p>por políticos, cientistas e donos de indústrias. O objetivo</p><p>do clube era analisar e discutir quais eram os limites do</p><p>crescimento econômico, levando em consideração (pela</p><p>primeira vez), o crescente uso dos recursos naturais. Os</p><p>maiores problemas discutidos foram o rápido crescimento</p><p>da população, a industrialização acelerada, a escassez</p><p>de alimentos, a deterioração do Meio Ambiente e o</p><p>esgotamento de recursos naturais não renováveis. O</p><p>Relatório do Clube de Roma (ou Relatório Meadows) foi um</p><p>dos documentos mais importantes advindos dessa reunião.</p><p>Até então, uma avaliação, com consequente priorização de projetos,</p><p>era limitada a uma análise econômica, sem nenhum objetivo de levar em</p><p>consideração as consequências ou efeitos ambientais de um projeto. As</p><p>degradações ambientais no entorno ou o bem-estar social nunca foram</p><p>preocupações.</p><p>Vemos, pela primeira vez, uma manifestação institucionalizada de</p><p>política a favor do Meio Ambiente e ao impacto ambiental na criação, em</p><p>1969, nos EUA, da NEPA (do inglês: National Environmental Policy Act).</p><p>Mais tarde, esse instrumento também foi adotado pela França, Canadá,</p><p>Holanda, Grã-Bretanha e Alemanha.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>12</p><p>A partir desse ato, o processo de Avaliação do Impacto Ambiental</p><p>(AIA) foi institucionalizado como um importante instrumento de política</p><p>ambiental, dispondo de objetivos e princípios de maneira a exigir de todos</p><p>os empreendimentos, a fim de que o funcionamento possa impactar o</p><p>Meio Ambiente, as seguintes observações:</p><p>• Identificação dos possíveis impactos ambientais.</p><p>• Efeitos ambientais negativos da proposta e suas alternativas de</p><p>ação.</p><p>• Relação dos recursos ambientais negativos no curto prazo.</p><p>• Manutenção ou mesmo melhoria do seu padrão ambiental no</p><p>longo prazo.</p><p>• Definição clara quanto a possíveis comprometimentos dos</p><p>recursos ambientais para o caso de implantação da proposta.</p><p>Marco Internacional: Conferência de Estocolmo</p><p>Em 1972, na Suécia, foi realizada a I Conferência Mundial de Meio</p><p>Ambiente, com o objetivo de estabelecer uma visão global e princípios</p><p>comuns, que sirvam de inspiração e orientação à humanidade para</p><p>preservação e melhoria do ambiente (UNEP, 1972).</p><p>Diante disso, a Conferência de Estocolmo é considerada um marco</p><p>para as preocupações acerca das questões ambientais, passando a fazer</p><p>parte de políticas de desenvolvimento adotadas por países desenvolvidos</p><p>e em processo de desenvolvimento. Teve como resultado a Declaração</p><p>sobre o Ambiente Humano, na qual ficou determinado que a tarefa de</p><p>planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos naturais dos</p><p>Estados fica a cargo de instituições nacionais competentes, com o objetivo</p><p>de melhorar a qualidade do Meio Ambiente.</p><p>Desde então, vem ocorrendo grandes avanços nas discussões das</p><p>questões ambientais, tanto no que diz respeito às legislações, quanto à</p><p>conscientização das pessoas.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>13</p><p>Marco Brasileiro: Criação da Política Nacional do</p><p>Meio Ambiente (PNMA)</p><p>A implantação de metodologias de avaliação dos impactos</p><p>ambientais no Brasil se deu a partir da exigência de órgãos internacionais</p><p>de financiamento, que, para aprovar empréstimos a projetos do governo,</p><p>cobravam medidas de proteção ou mitigação ambiental. Toda essa</p><p>pressão internacional gerou conscientização da população, que começou</p><p>a cobrar a adoção de práticas de preservação ambiental e levou o governo</p><p>a estabelecer, em 1981, a Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA (Lei</p><p>no 6.938).</p><p>A PNMA cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA),</p><p>com o intuito de fundamentar a proteção ambiental no Brasil, por meio</p><p>de normas, portarias, decretos e resoluções dos Conselhos Nacional,</p><p>Estaduais e Municipais.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>SISNAMA: é uma estrutura político-administrativa composta</p><p>por um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras</p><p>e práticas responsáveis pela proteção e melhoria da</p><p>qualidade ambiental.</p><p>Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Brasil</p><p>assumiu a relevância das questões ambientais para o país, definindo,</p><p>no seu Capítulo VI, Art. 125, os direitos e deveres do Poder Público e da</p><p>sociedade no papel de responsáveis pela conservação do Meio Ambiente</p><p>e, tornando-o um bem de uso comum.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>14</p><p>Conceito de Licenciamento Ambiental</p><p>Como vimos anteriormente, até a década de 70 não havia uma</p><p>preocupação com a qualidade ambiental, uma vez que o poder público</p><p>atuava apenas em caráter corretivo, com alcance restrito aos centros</p><p>urbanos e às indústrias. A única exceção eram regiões cujo objetivo era</p><p>a criação de estações ecológicas com uso de investimento federal e de</p><p>áreas com potencial turístico.</p><p>Nesse contexto, as ideias sobre Meio Ambiente começaram a</p><p>ser difundidas pelo mundo, o que forçou a política interna brasileira a</p><p>assumir uma postura mais preventiva. Para isso, foi instituído, como um</p><p>dos instrumentos da PNMA, o Licenciamento Ambiental, o qual tem como</p><p>finalidade a promoção de um controle prévio de construção, instalação,</p><p>ampliação e funcionamento dos estabelecimentos cujas atividades</p><p>façam uso de recursos ambientais, e que sejam considerados efetivos ou</p><p>potencialmente poluidores.</p><p>Inicialmente, o LA foi aplicado às indústrias de transformação e</p><p>depois foi estendido, de modo a abranger projetos de infraestrutura</p><p>(promovidos por órgãos do governo ou empresas particulares), indústrias</p><p>de extração e projetos de expansão urbana, turismo e agropecuária, além</p><p>de toda e qualquer atividade cuja implantação ou funcionamento possa</p><p>ser efetivo, ou potencialmente danoso para o Meio Ambiente.</p><p>A exigência do LA em determinadas atividades, principalmente</p><p>para aquelas potencialmente poluidoras como mineradoras, indústrias</p><p>metalúrgicas, entre outras, tem como objetivo controlar as intervenções</p><p>ambientais que possam vir a comprometer sua qualidade, de modo a</p><p>dispor sanções penais e administrativas ao infrator.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Qualidade ambiental é definida como o conjunto das</p><p>características de um ecossistema que pode ser de</p><p>natureza física, química, biológica, social, política,</p><p>tecnológica ou econômica, isto é, natural ou construído. É</p><p>medido por meio das variações em padrões e normas pré-</p><p>-estabelecidas, como: qualidade do ar, nível de poluição,</p><p>qualidade da água, entre outros.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>15</p><p>Tipos de Licença Ambiental</p><p>Anteriormente, vimos o conceito de LA e sua importância no controle</p><p>das atividades e empreendimentos com potencial poluidor. Agora, vamos</p><p>mostrar efetivamente o que é o LA e dar ênfase aos tipos de licenciamento</p><p>existentes. Sob esse viés, o LA é feito a partir da emissão de uma licença</p><p>ambiental, que nada mais é do que um documento com validade definida,</p><p>emitido por órgãos competentes, o qual estabelece regras, condições,</p><p>restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser seguidas</p><p>pela empresa solicitante.</p><p>Mas, quais são as avaliações feitas durante o processo? Podemos</p><p>citar alguns exemplos como:</p><p>• Emissões de gases nocivos.</p><p>• Poluição sonora.</p><p>• Riscos de explosão e incêndio.</p><p>• Geração de líquidos poluentes.</p><p>• Geração de resíduos sólidos.</p><p>• Entre outros.</p><p>O recebimento da Licença Ambiental obriga o empreendedor a</p><p>assumir compromissos com a manutenção da qualidade</p><p>ambiental do</p><p>local da instalação e do funcionamento da atividade em questão.</p><p>O processo de LA se constitui de três tipos de licenças exigidas em</p><p>etapas específicas do processo: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação</p><p>(LI) e Licença de Operação (LO). A seguir veremos cada uma das etapas</p><p>em detalhes:</p><p>Gestão Ambiental</p><p>16</p><p>Licença Prévia (LP):</p><p>É a primeira etapa no processo de licenciamento, em que o órgão</p><p>licenciador (pode ser da esfera Federal, Estadual ou Municipal) avalia</p><p>desde a localização do empreendimento, onde a área de instalação</p><p>é testada com base no zoneamento municipal, até sua concepção, de</p><p>maneira a atestar a viabilidade ambiental e estabelecer os requisitos para</p><p>as próximas fases.</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>Zoneamento municipal é uma delimitação de áreas com</p><p>características comuns dentro do município. Com base</p><p>nessa divisão, a área prevista no projeto é avaliada, de</p><p>modo que, no futuro, o empreendimento não sofra sanções</p><p>(multas e interdições) ou precise ser realocado. A LP define</p><p>o alicerce ambiental da empresa, com todos os aspectos</p><p>referentes ao controle do Meio Ambiente que pode ser</p><p>afetado pela atividade do empreendimento.</p><p>Alguns estudos ambientais, como Estudo de Impacto Ambiental</p><p>(EIA) ou Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e Relatório de Controle</p><p>Ambiental (RCA), podem ser solicitados pelo órgão licenciador, para que</p><p>esse órgão defina onde a atividade será enquadrada para cumprir as</p><p>referentes normas ambientais.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>O EIA/ RIMA (Estudo de Impactos Ambientais): é uma</p><p>exigência legal, instituída pela Resolução CONAMA 001/86,</p><p>na implantação de projetos com significativo impacto</p><p>ambiental. É um estudo realizado no solo, água e ar para</p><p>verificar se a área contém algum passivo ambiental, além</p><p>de prever como o meio socioeconômico-ambiental será</p><p>afetado pela implantação do empreendimento.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>17</p><p>Já o RCA (Relatório de Controle Ambiental) é um documento</p><p>que fornece informações de caracterização do empreendimento a ser</p><p>licenciado, contendo: descrição do empreendimento; do processo de</p><p>produção; caracterização das emissões geradas nos diversos setores do</p><p>empreendimento (ruídos, efluentes líquidos, efluentes atmosféricos e</p><p>resíduos sólidos).</p><p>Licença de Instalação (LI):</p><p>Depois de detalhado o projeto inicial na LP, é necessário requerer a</p><p>LI. Só depois de autorizado por meio do documento de LI, o empreendedor</p><p>poderá dar início à construção do empreendimento e instalação de</p><p>equipamentos.</p><p>A solicitação deve ser publicada conforme a Resolução CONAMA</p><p>no 6/86 e deverá ser executada de acordo com o projeto apresentado.</p><p>Qualquer modificação na planta ou nos sistemas precisa ser avaliada</p><p>novamente pelo órgão licenciador, que é responsável por avaliar</p><p>a instalação do empreendimento e dos equipamentos, inclusive, a</p><p>implantação dos programas de monitoramento e, se for o caso, das</p><p>medidas mitigadoras.</p><p>Depois da aprovação do Plano Básico Ambiental e deferimento da</p><p>solicitação da concessão da LI, um parecer é emitido com as condições a</p><p>serem atendidas antes da solicitação da Licença de Operação.</p><p>NOTA:</p><p>Projeto Básico Ambiental (PBA) é o conjunto de documentos</p><p>técnicos que atende às condicionantes da LP e apresenta</p><p>programas e projetos ambientais detalhados.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>18</p><p>Licença de Operação (LO):</p><p>Essa licença autoriza o funcionamento do empreendimento e</p><p>deve ser requerida somente quando a empresa estiver edificada e após</p><p>a verificação das medidas de controle ambiental exigidas pelo órgão</p><p>licenciador nas licenças anteriores.</p><p>Portanto, a LO somente é solicitada quando a empresa estiver</p><p>pronta para operar ou para regularizar alguma atividade em operação.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Caso queira se aprofundar no assunto e saber quais são as</p><p>atividades passíveis de Licença Ambiental consulte o site</p><p>do Ministério do Meio Ambiente clicando aqui.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu</p><p>mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que</p><p>você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,</p><p>vamos resumir tudo o que vimos. Aprendemos que a</p><p>Política Nacional do Meio Ambiente (Lei no 6.938/81)</p><p>determina que a construção, a instalação, a ampliação</p><p>e o funcionamento de estabelecimentos e atividades</p><p>utilizadoras de recursos ambientais, que são considerados</p><p>efetiva ou potencialmente poluidores, dependerão de</p><p>prévio licenciamento expedido por órgãos competentes</p><p>(IBAMA e Estadual). Tal licenciamento, conhecido</p><p>como Licença Ambiental, é um processo que pode ser</p><p>simplificado para atividades ou empreendimentos de</p><p>pequeno potencial de impacto ambiental que, nesse caso,</p><p>serão submetidos à aprovação de Conselhos Municipais de</p><p>Meio Ambiente. As licenças são divididas em Prévia (LP),</p><p>de Instalação (LI) e de Operação (LO). A LP é a primeira</p><p>etapa do licenciamento, na qual são definidos os aspectos</p><p>referentes ao controle ambiental. A LI autoriza o início da</p><p>construção, e a LO autoriza o funcionamento ou regulariza</p><p>a situação das atividades, determinando os métodos de</p><p>controle e as condições de operação.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf</p><p>19</p><p>Procedimentos Para Obtenção das</p><p>Licenças Ambientais</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o</p><p>passo a passo do Licenciamento Ambiental. Aqui estarão</p><p>descritos quais os órgãos responsáveis por cada tipo</p><p>de atividade e quais os documentos necessários para</p><p>o processo de licenciamento. E, então? Motivado para</p><p>desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.</p><p>Órgãos Licenciadores</p><p>Você deve estar se perguntando a quem s solicita um pedido de</p><p>Licenciamento Ambiental para uma empresa?” E a resposta é: DEPENDE.</p><p>A atividade desenvolvida é de pequeno potencial de impacto</p><p>ambiental? Então, pode ser submetida aos Conselhos de Meio Ambiente</p><p>dentro da esfera municipal.</p><p>A atividade desenvolvida é similar às atividades da vizinhança?</p><p>Então, o conjunto dos empreendimentos poderá solicitar um único</p><p>processo ambiental, desde que a responsabilidade legal pelo conjunto</p><p>de empreendimentos seja definida.</p><p>Seu empreendimento desenvolverá atividades em mais de um</p><p>estado ou os impactos ambientais podem ultrapassar os limites do</p><p>território estadual? Nesse caso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e</p><p>dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) será responsável pela emissão</p><p>do licenciamento.</p><p>Se a atividade desenvolvida estiver dentro dos limites regionais,</p><p>então caberá aos órgãos estaduais de Meio Ambiente a competência do</p><p>licenciamento, porém essa competência pode ser delegada ao município,</p><p>caso os impactos ambientais sejam locais.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>20</p><p>É importante saber que a Resolução 237/97 do CONAMA determina</p><p>que só é preciso solicitar o licenciamento em uma única esfera de ação</p><p>(Federal, Estadual ou Municipal), contudo o LA exige que as Secretarias</p><p>Municipais de Meio Ambiente se manifestem.</p><p>NOTA:</p><p>O IBAMA tem por finalidade executar as políticas e diretrizes</p><p>governamentais definidas para o Meio Ambiente.</p><p>Passos Para a Obtenção da Licença</p><p>Agora você já sabe a quem solicitar seu pedido de licença ambiental,</p><p>portanto falta saber o passo a passo desse processo.</p><p>1º passo:</p><p>Situação do empreendimento:</p><p>• Novo empreendimento.</p><p>• Solicita-se a LP para planejamento e concepção da</p><p>localização da empresa.</p><p>• Após, solicita-se a LI para dar início às instalações do</p><p>empreendimento ou ampliação das unidades já existentes.</p><p>• Por fim, solicita-se a LO para início das atividades.</p><p>• Empreendimento já existente, no caso da empresa operar sem</p><p>licença ou ter sido implantada antes do Sistema de Licenciamento</p><p>de Atividades Poluidoras (SLAP)).</p><p>• É necessária a apresentação conjunta dos documentos,</p><p>estudos e projetos para as fases LP e LI.</p><p>2º Passo:</p><p>A quem solicitar a licença?</p><p>Como dito anteriormente, as atividades com baixo potencial de</p><p>impactos ambientais e restritos ao local de funcionamento (como a maior</p><p>Gestão Ambiental</p><p>21</p><p>parte dos empreendimentos) deverão ter suas licenças solicitadas junto</p><p>aos conselhos municipais ou aos órgãos estaduais que poderão delegar</p><p>a função aos municípios.</p><p>Empreendimentos cujas atividades ou potencial de impacto</p><p>ambiental ultrapassem os limites do território estadual devem ser</p><p>licenciados pelo IBAMA.</p><p>3º passo:</p><p>Solicitação de requerimento junto ao órgão responsável.</p><p>Já sabe qual é o tipo de licença e qual é o órgão licenciador? Agora</p><p>é só solicitar os formulários adequados ao seu caso.</p><p>4º passo:</p><p>Coleta de dados e documentos.</p><p>Os procedimentos exigidos e a relação de documentos vão variar</p><p>de acordo com o tamanho da empresa, sua atividade, seu grau de risco e</p><p>qual fase de licenciamento solicitada.</p><p>5º passo:</p><p>Preenchimento do cadastro da atividade.</p><p>O cadastro nada mais é do que um documento descritivo que</p><p>deve conter todas as informações acerca da empresa e das atividades</p><p>desenvolvidas. Entre as informações devem estar descritos: o endereço</p><p>de funcionamento, o produto ou serviço oferecido, produtos estocados,</p><p>efluentes gerados, destino dos resíduos. Além disso, em casos industriais,</p><p>deverá haver levantamento de plantas e descrição dos processos</p><p>industriais desenvolvidos.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Algumas empresas contratam profissionais especializados</p><p>na área de licenciamento para realizar o cadastro, porém</p><p>todas as dúvidas podem ser esclarecidas direto com o</p><p>órgão ambiental onde será feita a solicitação.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>22</p><p>6º passo:</p><p>Abertura do processo de licenciamento.</p><p>Com os passos anteriores realizados, basta procurar o órgão</p><p>ambiental municipal ou estadual e solicitar a abertura do processo de</p><p>Licenciamento Ambiental.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Nessa etapa, as taxas referentes ao custo do processo já</p><p>deverão ter sido pagas.</p><p>7º passo:</p><p>Publicação da abertura do processo.</p><p>Agora, a empresa terá 30 dias para publicar a abertura do processo</p><p>no Diário Oficial e, então, fazer um ofício e protocolar junto à publicação</p><p>do órgão licenciador.</p><p>Concessão de Licença Prévia (LP)</p><p>Como já dito anteriormente, a LP é concedida na fase preliminar do</p><p>planejamento da atividade ou do empreendimento. A LP aprova o local</p><p>do empreendimento, o grau de geração de impactos ambientais e, se</p><p>for o caso, programas de redução e mitigação de impactos negativos e</p><p>maximização dos positivos.</p><p>Para isso, é necessário que o órgão licenciador tenha informações</p><p>suficientes do empreendimento ou atividade a ser desenvolvida para</p><p>tomar as decisões cabíveis.</p><p>O órgão licenciador, então, elabora o Termo de Referência (TR)</p><p>que norteará o processo de Licenciamento Ambiental e o submete ao</p><p>conhecimento de outras instituições que possam ter relação com o</p><p>empreendimento, se for preciso, como: IPHAN, Vigilância Sanitária e</p><p>FUNAI.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>23</p><p>O órgão licenciador ainda pode solicitar que o empreendimento</p><p>apresente Análise ou Avaliação dos Riscos.</p><p>NOTA:</p><p>Obrigatoriamente, na solicitação de licenciamento precisa</p><p>conter uma Certidão Municipal atestando que o local e o</p><p>tipo de atividade a ser desenvolvida pelo empreendimento</p><p>estão de acordo com a legislação aplicável.</p><p>Depois de concluída a análise, o órgão licenciador elabora um parecer</p><p>técnico conclusivo sobre a viabilidade ambiental do empreendimento.</p><p>A partir disso, a concessão da LP estabelece as condicionantes que o</p><p>empreendedor deverá cumprir.</p><p>Concessão de Licença de Instalação (LI)</p><p>Nesse momento, serão analisados os programas e planos propostos</p><p>no estudo ambiental realizado para a LP.</p><p>O empreendedor, quando solicita a LI, entrega ao órgão licenciador</p><p>os planos e projetos ambientais, assim como o projeto de engenharia</p><p>detalhado, documentos esses que já foram estabelecidos nos estudos</p><p>ambientais e na LP.</p><p>É preciso ficar claro que o órgão licenciador poderá modificar</p><p>os condicionantes e as medidas de controle e adequação, bem como</p><p>suspender ou cancelar uma licença já concedida se houver inadequação</p><p>ou violação das normas legais ou dos condicionantes, caso haja omissão</p><p>e falsa descrição de informações por parte do empreendedor, ou ainda,</p><p>se houver algum incidente que cause riscos ambientais ou à saúde.</p><p>O parecer conclusivo e a LI com as condicionantes são emitidos</p><p>pelo órgão licenciador após o deferimento da solicitação da licença e a</p><p>aprovação do Plano Básico Ambiental. As condicionantes exigidas devem</p><p>ser cumpridas antes da solicitação da LO.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>24</p><p>Concessão de Licença de Operação (LO)</p><p>O órgão licenciador precisa acompanhar a instalação e a implantação</p><p>dos programas e medidas ambientais propostos, de maneira a realizar</p><p>modificações, se forem necessárias.</p><p>Para solicitar a LO, o empreendedor precisa apresentar um relatório</p><p>provando ter atendido às condicionantes da LI. Após isso, o órgão</p><p>licenciador analisa o relatório, faz uma vistoria no local e depois emite um</p><p>parecer técnico sobre a concessão da LO.</p><p>Documentos Exigidos para Obtenção da</p><p>Licença</p><p>Anteriormente, descrevemos a sequência do processo de</p><p>concessão de licenças ambientais, agora listaremos os documentos</p><p>necessários para solicitar as licenças. Vamos a eles:</p><p>• Memorial descritivo do processo da empresa.</p><p>• Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo</p><p>representante legal.</p><p>• CPF e identidade do representante legal que assinar o</p><p>requerimento.</p><p>• CPFs e registros nos conselhos de classe dos profissionais</p><p>responsáveis pelo projeto, construção e operação do</p><p>empreendimento.</p><p>• CPF e identidade da pessoa encarregada do contato entre a</p><p>empresa e o órgão ambiental.</p><p>• Procuração, CPF e identidade do procurador (se houver).</p><p>• Ata da eleição da última diretoria, quando se tratar de sociedade</p><p>anônima, ou contrato social registrado, quando se tratar de</p><p>sociedade por cotas de responsabilidade limitada.</p><p>• CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>25</p><p>• Registro de propriedade do imóvel ou de certidão de aforamento</p><p>ou cessão de uso.</p><p>• Certidão da Prefeitura indicando que o enquadramento do</p><p>empreendimento está em conformidade com o a Lei de</p><p>Zoneamento Municipal.</p><p>• Licença Ambiental anterior (se houver).</p><p>• Guia de Recolhimento (GR) do custo de Licença. A efetuação do</p><p>pagamento e custo da taxa referente deverá ser orientada pelo</p><p>órgão.</p><p>• Planta de localização do empreendimento. Poderá a empresa</p><p>anexar cópia de mapas do Guia Rex ou outros mapas de ruas,</p><p>indicando sua localização.</p><p>• Croquis ou planta hidráulica, das tubulações que conduzem os</p><p>despejos industriais, esgotos sanitários, águas de refrigeração,</p><p>águas pluviais etc. Essas tubulações deverão ser representadas</p><p>com linhas em cores ou traços diferentes.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>Todos os documentos originais devem ter a firma</p><p>reconhecida, e as cópias apresentadas precisam ser</p><p>autenticadas. As plantas são exceção e deverão ser</p><p>assinadas pelo responsável técnico e pelo proprietário.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site do</p><p>Ministério do Meio Ambiente clicando aqui.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>https://www.mma.gov.br/informma/item/10201-licenciamento-ambiental.html</p><p>26</p><p>RESUMINDO:</p><p>E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu</p><p>mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de</p><p>que você realmente entendeu o tema de estudo deste</p><p>capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Aprendemos</p><p>que o PNMA estabelece quais atividades efetiva ou</p><p>potencialmente poluidoras devem ser submetidas ao</p><p>Licenciamento Ambiental. Vimos também que o IBAMA</p><p>é o órgão responsável pelo LA na esfera Federal; já os</p><p>órgãos Estaduais têm a competência de licenciar as</p><p>atividades localizadas em seus limites regionais, porém,</p><p>em caso de atividades com impactos locais, as Secretarias</p><p>Municipais de Meio Ambiente têm a competência para</p><p>fornecer o licenciamento. Uma série de passos precisam</p><p>ser seguidos desde a obtenção dos documentos pessoais</p><p>dos responsáveis pelo empreendimento até a planta do</p><p>local de funcionamento para abertura e</p><p>acompanhamento</p><p>do processo. Depois de concluída a análise e a vistoria, o</p><p>órgão licenciador emite um parecer técnico e concede as</p><p>licenças (uma de cada vez) onde estão estabelecidas as</p><p>condicionantes que o empreendedor deverá cumprir.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>27</p><p>Condicionantes e Prazos de Validade</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender</p><p>como funcionam as condicionantes ambientais e os prazos</p><p>de validade para cada licença. Vamos entender que os</p><p>compromissos com o impacto ambiental gerado por um</p><p>empreendimento são responsabilidades do empreendedor</p><p>e garantem a manutenção da licença. E, então? Motivado</p><p>para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.</p><p>Condicionantes Ambientais</p><p>O que são condicionantes ambientais e para que servem?</p><p>Condicionantes nada mais são do que compromissos e condições que</p><p>o empreendedor precisa assumir com o órgão licenciador para que</p><p>consiga obter e manter suas licenças ambientais. Nessas condicionantes</p><p>estão estabelecidas as garantias da sustentabilidade ambiental e a</p><p>conformidade do empreendimento ou atividade a ser realizada.</p><p>Figura 2 - O desenvolvimento precisa estar em equilíbrio com o Meio Ambiente</p><p>Fonte: Freepik.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>28</p><p>Parece simples, né? Mas são cláusulas que estabelecem restrições,</p><p>condições e medidas de controle ambiental que, obrigatoriamente,</p><p>precisam ser seguidas pelo empreendedor. Nelas, ainda, estão incluídas</p><p>as compensações que o responsável pela atividade deve promover de</p><p>acordo com os impactos ambientais causados.</p><p>O desenvolvimento das condicionantes é fundamentado na</p><p>avaliação dos impactos previstos no Estudo de Impacto Ambiental</p><p>e no Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que foi elaborado</p><p>pelo empreendedor ao solicitar a licença ambiental. Portanto, o órgão</p><p>responsável pelo processo de licenciamento (IBAMA, órgãos estaduais ou</p><p>Secretaria do Meio Ambiente do Município) estabelece as condicionantes</p><p>a serem cumpridas.</p><p>Cada etapa do processo de licenciamento (LP, LI ou LO) terá</p><p>condicionantes específicas, e a licença seguinte só será emitida se todas</p><p>as condicionantes anteriores tiverem sido cumpridas.</p><p>Para decidir o conjunto de condicionantes, o órgão licenciador</p><p>deverá analisar o EIA/RIMA em reuniões com a sociedade em audiências</p><p>públicas, nas quais o projeto deve ser amplamente debatido. Deverá</p><p>também consultar o empreendedor e, dependendo da natureza do</p><p>empreendimento, da localização e do impacto gerado, outros órgãos</p><p>governamentais, como Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto do</p><p>Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério da Saúde,</p><p>Vigilância Sanitária, entre outros, devem ser consultados.</p><p>NOTA:</p><p>O principal documento que define as condicionantes</p><p>é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que é</p><p>elaborado pelo empreendedor. Neste estudo, haverá o</p><p>diagnóstico ambiental, com a avaliação dos impactos do</p><p>empreendimento e as medidas preventivas, compensatórias</p><p>e mitigadoras para os impactos previstos.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>29</p><p>As condicionantes podem ser divididas em três grupos principais e</p><p>são definidas pelos órgãos licenciadores:</p><p>1. Mitigação e compensação.</p><p>2. Estudos e monitoramento.</p><p>3. Caráter administrativo e de procedimentos.</p><p>Condicionantes de Prevenção, Mitigação e</p><p>Compensação</p><p>As condicionantes podem ser realizadas por meio de ações</p><p>concretas no empreendimento ou a partir de estudos e monitoramento</p><p>das atividades.</p><p>O que isso quer dizer?</p><p>As ações concretas podem ser, por exemplo, o replantio de um</p><p>tipo de vegetação em uma dada região, de maneira a compensar o</p><p>desmatamento (inevitável) cometido durante o processo de licenciamento.</p><p>As condicionantes podem ser divididas em preventivas, mitigatórias</p><p>ou compensatórias.</p><p>As preventivas, como o nome sugere, tendem a evitar que a</p><p>atividade em questão cause danos ambientais.</p><p>Já as medidas mitigadoras têm como objetivo minimizar ou</p><p>reduzir os danos ambientais causados pela instalação ou operação do</p><p>empreendimento ou atividade.</p><p>Por fim, a compensação é feita de maneira a substituir um dano</p><p>ambiental que não teve como ser prevenido nem mitigado. Podemos citar</p><p>como exemplo o caso de uma comunidade pesqueira que é prejudicada</p><p>pela introdução de um novo empreendimento no local da pesca. Nessa</p><p>situação, os responsáveis pelo novo empreendimento podem ter como</p><p>condicionante a geração de um programa de apoio à pesca artesanal.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>30</p><p>Condicionantes de Estudos e Monitoramento</p><p>Esse tipo de condicionante exige do empreendedor um</p><p>monitoramento de determinada atividade ou característica da região,</p><p>que pode ser um meio físico, biótico, socioeconômico ou relacionado</p><p>ao impacto ambiental que o empreendimento causou ou está causando</p><p>durante a sua implantação.</p><p>O empreendedor também pode ser responsável por realizar</p><p>estudos adicionais ao EIA, para mapear, de maneira adequada, o que</p><p>uma nova atividade ou empreendimento podem impactar nos aspectos</p><p>socioeconômicos, bióticos e físicos da região.</p><p>Condicionantes Administrativos e de Procedimentos</p><p>As condicionantes administrativas estão relacionadas à legalidade</p><p>e à regularidade do processo de Licenciamento Ambiental. É como</p><p>o empreendedor se adequa a procedimentos legais, impessoais,</p><p>morais e de publicidade e eficiência. Podemos exemplificar as medidas</p><p>administrativas como a obediência dos prazos para apresentação dos</p><p>documentos técnicos exigidos ou a apresentação de relatórios que</p><p>comprovem a execução das obrigações previstas para se obter a licença.</p><p>As condicionantes administrativas ainda podem ser divididas em</p><p>genéricas, sem prazo; e específica, com prazo.</p><p>As genéricas são as mais comuns e aplicáveis a praticamente</p><p>todos os empreendimentos licenciados. Estão associadas ao padrão de</p><p>qualidade ambiental exigido pelo órgão responsável pelo licenciamento.</p><p>Podemos tomar como exemplo de condicionante genérica o controle das</p><p>emissões ambientais de acordo com a atividade exercida, como efluentes</p><p>líquidos e atmosféricos, ruídos, entre outros.</p><p>As condicionantes sem prazo definido são direcionadas</p><p>especificamente para a atividade ou o empreendimento objeto daquele</p><p>licenciamento. Isso significa dizer que o cumprimento da condição não</p><p>está relacionado a um prazo fixo, e sim deve ser realizado durante todo o</p><p>prazo de vigência da licença.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>31</p><p>As condicionantes específicas e com prazo têm dias, meses ou</p><p>anos para o seu cumprimento e devem ser realizadas ou justificadas</p><p>formalmente ao órgão ambiental, por meio de ofício. Exemplo: construção</p><p>de uma contenção onde serão armazenados os óleos usados e o local</p><p>dos compressores em um dado empreendimento. Nesse caso, solicita-se</p><p>o envio de um arquivo fotográfico e determina-se um prazo de X dias a</p><p>partir da emissão da licença.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>O não cumprimento de quaisquer condicionantes pode</p><p>gerar consequências como pagamento de multas ou até</p><p>suspensão e cancelamento da licença, ficando a punição à</p><p>critério do órgão ambiental licenciador.</p><p>Controle das Condicionantes</p><p>Quem acompanha a implementação das medidas e condicionantes</p><p>solicitadas nas licenças são os órgãos envolvidos no licenciamento. Isto é,</p><p>o acompanhamento do cumprimento ou não das condicionantes deve ser</p><p>informado aos respectivos órgãos competentes, que pode ser o IBAMA</p><p>ou órgão estadual responsável.</p><p>Condicionantes de naturezas distintas podem ser acompanhados</p><p>e vistoriados por órgãos distintos. Em caso de não cumprimento, cabe</p><p>ao órgão licenciador a responsabilidade de revogar a licença ou aplicar</p><p>outras penas, como multas.</p><p>O acompanhamento e a validação do cumprimento das</p><p>condicionantes recebem as seguintes classificações: cumprida,</p><p>descumprida, em atendimento ou encerrada.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>32</p><p>NOTA:</p><p>Uma condicionante cumprida pode ser considerada</p><p>“encerrada”, porém em alguns casos, a condicionante,</p><p>mesmo “cumprida”, pode gerar uma nova condicionante,</p><p>dependendo</p><p>do seu resultado. Esse fato é comum em</p><p>condicionantes de monitoramento que acabam por indicar</p><p>a necessidade de ações concretas.</p><p>Prazos de Validade das Licenças</p><p>Ambientais</p><p>As licenças ambientais (LP, LI e LO) são emitidas para autorizar</p><p>as etapas desde o planejamento de um empreendimento ou atividade</p><p>até seu pleno funcionamento. Por isso, prazos de validade distintos são</p><p>determinados para cada uma das licenças, como veremos em detalhes</p><p>nas explicações a seguir. O prazo de validade vai depender de inúmeros</p><p>fatores relacionados ao empreendimento. Entre eles, podemos destacar</p><p>a atividade exercida, a situação ambiental do local de instalação e a</p><p>tipologia do empreendimento. Por isso, o órgão ambiental licenciador vai</p><p>estabelecer prazos e especificá-los a partir dos parâmetros estabelecidos</p><p>na Resolução CONAMA nº 237/97.</p><p>Quadro 1 – Tipos de licenças e seus prazos</p><p>Etapa do</p><p>Licenciamento Prazo mínimo Prazo Máximo</p><p>Licença Prévia (LP).</p><p>Estabelecido pelo</p><p>cronograma.</p><p>Não superior a 5 anos.</p><p>Licença de</p><p>Instalação (LI).</p><p>Estabelecido pelo</p><p>cronograma.</p><p>Não superior a 6 anos.</p><p>Licença de</p><p>Operação (LO).</p><p>4 anos. 10 anos.</p><p>Fonte: CONAMA (1997).</p><p>Gestão Ambiental</p><p>33</p><p>NOTA:</p><p>Os prazos só valem se forem obedecidas as condicionantes</p><p>especificadas na expedição das licenças.</p><p>Prazos de Validade – Licença Prévia</p><p>Para a LP, determina-se que com a elaboração dos planos, dos</p><p>programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, o prazo</p><p>de execução precisa estar entre o mínimo estabelecido na licença, não</p><p>podendo ultrapassar 5 anos.</p><p>Caso seja necessário, o empreendedor poderá solicitar renovações</p><p>da LP, porém seu prazo total, desde a emissão original não poderá</p><p>ultrapassar 5 anos. Contudo, se as condicionantes ambientais não</p><p>forem atendidas dentro do prazo definido na licença, o processo de</p><p>licenciamento será arquivado.</p><p>Prazos de Validade – Licença de Instalação</p><p>Havendo a aprovação do Plano Básico Ambiental e o consequente</p><p>deferimento da solicitação da concessão da licença, o órgão ambiental</p><p>licenciador vai emitir um parecer para a emissão da LI. O prazo de</p><p>validade para a implantação e a instalação deverá estar entre o mínimo</p><p>estabelecido pelo cronograma, não podendo ser superior a 6 anos.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>O conjunto de documentos técnicos em atendimento às</p><p>condicionantes da LP, programas e projetos ambientais</p><p>detalhados compõe o Projeto Básico Ambiental - PBA.</p><p>A licença de concessão da LI conterá todas as condicionantes que</p><p>deverão ser atendidas antes do empreendedor solicitar a Licença de</p><p>Operação (LO).</p><p>Gestão Ambiental</p><p>34</p><p>Prazos de Validade – Licença de Operação</p><p>O parecer técnico emitido para o deferimento da concessão da LO</p><p>necessita contemplar todas as condicionantes que deverão ser atendidas</p><p>durante o prazo de validade dessa concessão. Dentro da LO, serão</p><p>considerados os planos de controle ambiental, e sua validade estará entre</p><p>4 e 10 anos no máximo.</p><p>Durante o prazo da LO, o empreendedor deverá apresentar</p><p>relatórios periódicos e o órgão licenciador é responsável por acompanhar</p><p>a execução dos programas de monitoramento, além de fazer vistorias ao</p><p>local.</p><p>Para renovar a LO, o empreendedor solicita com antecedência</p><p>mínima de 120 dias para a expiração do prazo de validade, junto ao</p><p>órgão ambiental, a prorrogação da licença do empreendimento. Por sua</p><p>vez, o órgão licenciador responsável poderá modificar as medidas de</p><p>controle e adequação, suspender ou cancelar a licença ou substituir as</p><p>condicionantes já existentes, se porventura o empreendedor:</p><p>• Violar ou não se adequar a quaisquer condicionantes ou normas</p><p>legais.</p><p>• Omitir ou descrever falsamente informações relevantes que</p><p>subsidiaram a expedição da licença.</p><p>• Se houver graves riscos ambientais e de saúde.</p><p>NOTA:</p><p>O monitoramento da atividade precisa ser realizado</p><p>de maneira contínua, procedendo-se a sua revisão e</p><p>atualização periódica.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>35</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>Caso queira se aprofundar no assunto e ter mais informações</p><p>acerca de Licenciamento Ambiental, consulte a página de</p><p>Licenciamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente</p><p>clicando aqui.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu</p><p>mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de</p><p>que você realmente entendeu o tema de estudo deste</p><p>capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Refletimos</p><p>que as condicionantes ambientais nada mais são do que</p><p>compromissos e condições que o empreendedor precisa</p><p>assumir com o órgão licenciador para que consiga obter</p><p>e manter suas licenças ambientais. Nessas condicionantes</p><p>estão contidas restrições, condições e medidas de controle</p><p>ambiental que precisam ser seguidas pelo empreendedor e,</p><p>ainda, as compensações que o responsável pela atividade</p><p>deve promover de acordo com os impactos ambientais</p><p>causados. Cada etapa do processo de licenciamento (LP, LI</p><p>ou LO) terá condicionantes específicas e a licença seguinte</p><p>só será emitida se todas as condicionantes anteriores</p><p>tiverem sido cumpridas. As condicionantes podem ser</p><p>divididas em grupos principais e definidas pelos órgãos</p><p>licenciadores. Estudamos os seguintes grupos: de mitigação</p><p>e compensação de estudos, de monitoramento e de caráter</p><p>administrativo e de procedimentos. As LP, LI e LO autorizam</p><p>etapas entre o planejamento de um empreendimento ou</p><p>atividade até seu pleno funcionamento, por isso, prazos de</p><p>validades distintos são determinados para cada uma delas:</p><p>LP inferior a 5 anos, LI inferior a 6 anos e LO entre 4 e 10</p><p>anos de validade.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>http://pnla.mma.gov.br/</p><p>36</p><p>Importância do Licenciamento</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo, você será capaz de entender</p><p>a importância do processo de Licenciamento Ambiental,</p><p>compreendendo que o LA é muito mais do que um</p><p>processo burocrático. E, então? Motivado para desenvolver</p><p>esta competência? Então vamos lá. Avante!</p><p>Conservação dos Recursos Naturais</p><p>Os recursos naturais são elementos úteis ao homem desde o</p><p>processo de desenvolvimento da civilização até a manutenção da</p><p>sobrevivência e conforto das sociedades em geral.</p><p>Figura 3 - Progresso x Sustentabilidade</p><p>Fonte: Freepik.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>37</p><p>A conservação e a preservação são termos distintos e dependem</p><p>de diversos fatores aliados ao processo de conscientização ambiental</p><p>tanto do poder público quando da sociedade.</p><p>Sob essa perspectiva, a conservação contempla o amor à natureza,</p><p>sem esquecer o uso racional e o manejo criterioso das espécies existentes.</p><p>Os conservacionistas prezam pelo papel de gestor e, por serem parte</p><p>integrante do ecossistema, trabalham em conjunto com políticas de</p><p>desenvolvimento sustentável, de maneira a reduzir o uso de matérias-</p><p>primas, de energias não-renováveis e até mesmo estimular mudanças</p><p>nos padrões de consumo em prol da sobrevivência dos ecossistemas.</p><p>A preservação já tem o foco em proteger a natureza independente do</p><p>seu valor econômico e ou utilitário, e aponta o homem como causador da</p><p>quebra do equilíbrio ecológico. O preservacionismo tem caráter protetor,</p><p>com propostas de criação de santuários intocáveis, sem interferência</p><p>dos avanços do progresso e sua consequente degradação. Sua posição</p><p>radical não permite ações como explorar, consumir, pesquisar e, até</p><p>mesmo, tocar.</p><p>Figura 4 – Preservar e conservar</p><p>Fonte: Freepik.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>38</p><p>Porém, a realidade atual exige de nós uma reflexão cada vez</p><p>menos linear sobre a inter-relação homem/natureza. Nesse sentido, ao</p><p>avançar sobre os mais diversos ecossistemas, o homem vem gerando</p><p>diversas formas de impacto ambiental e desequilíbrio ecológico, o que</p><p>implica a necessidade de se aumentarem as práticas sociais com base no</p><p>fortalecimento do direito ao acesso à informação e à educação ambiental</p><p>em uma perspectiva integradora.</p><p>O dilema das sociedades modernas é conciliar o desenvolvimento</p><p>tecnológico e o uso de recursos naturais com o equilíbrio da natureza.</p><p>Isso porque temos visto, desde a década de 80, o início</p><p>da preocupação</p><p>do homem com os danos causados pelos seus atos, como chuvas ácidas,</p><p>aumento do efeito estufa, ilhas de calor cada vez mais comuns nas</p><p>cidades, buraco na camada de ozônio, poluição dos oceanos, extinção</p><p>de diversas espécies e, também, o esgotamento rápido de recursos não</p><p>renováveis.</p><p>A partir de 1987, com a divulgação do Relatório Brundtland (Nosso</p><p>Futuro Comum), começou a ser defendida a ideia do Desenvolvimento</p><p>Sustentável, não só reforçando as necessárias relações entre economia,</p><p>tecnologia, sociedade e política, mas também chamando a atenção para</p><p>a necessidade de uma nova postura ética em relação à preservação do</p><p>Meio Ambiente.</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>O Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso</p><p>Futuro Comum, publicado em 1987. O relatório faz parte de</p><p>uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, as quais</p><p>reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento</p><p>adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas</p><p>nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos</p><p>do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar</p><p>a capacidade de suporte dos ecossistemas. Quer saber</p><p>sobre ele? Clique aqui.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>http://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/viewer.html?pdfurl=https%3A%2F%2Fambiente.files.wordpress.com%2F2011%2F03%2Fbrundtland-report-our-common-future.pdf&clen=16827805&chunk=true</p><p>39</p><p>Desse modo, o conceito de Desenvolvimento Sustentável surge para</p><p>enfrentar a crise ecológica e estimular que as pesquisas tecnológicas e a</p><p>exploração de matéria-prima levem em consideração não só o presente,</p><p>mas a preservação para as gerações futuras.</p><p>Controle Ambiental</p><p>O controle ambiental se baseia em grupos de regras destinados</p><p>à fiscalização dos impactos ambientais negativos gerados pela ação</p><p>antrópica (do homem), como emissões atmosféricas de gases do efeito</p><p>estufa e descarte de resíduos sólidos gerados pela atividade de efluentes</p><p>líquidos, de modo a corrigir ou reduzir os seus impactos sobre a qualidade</p><p>ambiental.</p><p>Esse importante controle se dá por meio de três princípios:</p><p>licenciamento, monitoramento e fiscalização.</p><p>O licenciamento, como vimos até o momento, trabalha com a</p><p>prevenção de possíveis intervenções negativas no Meio Ambiente. Para</p><p>isso, utiliza o EIA/RIMA como ferramentas que possibilitam a prevenção</p><p>e fornecem a um órgão do governo o poder de decisão sobre a melhor</p><p>alternativa para um empreendimento a fim de minimizar os impactos</p><p>ambientais gerados.</p><p>O monitoramento é um instrumento que faz um elo entre o</p><p>licenciamento e a fiscalização. É um órgão de controle que tem por</p><p>responsabilidade estabelecer metas a serem atingidas pelo empreendedor,</p><p>visando a manutenção da qualidade ambiental da atividade exercida.</p><p>A fiscalização é considerada um instrumento de correção, em que é</p><p>possível reparar um dano ou identificar um potencial risco de degradação</p><p>ambiental. É uma ferramenta muito usada para corrigir os rumos do</p><p>empreendimento, de maneira a minimizar ou reparar qualquer impacto</p><p>que possa ser causado.</p><p>Nesse contexto, é possível afirmar que métodos de monitoramento</p><p>são uma importante ferramenta do Licenciamento Ambiental. A seguir,</p><p>listaremos alguns desses métodos de avaliação de contaminantes que</p><p>podem gerar riscos para o organismo:</p><p>Gestão Ambiental</p><p>40</p><p>Método químico:</p><p>• Avalia a exposição, de modo a aferir os níveis de contaminantes</p><p>bem conhecidos nos compartimentos ambientais.</p><p>Método de bioacumulação:</p><p>• Avalia a exposição, de modo a aferir os níveis de contaminantes na</p><p>biota ou determinando a dose crítica no local de interesse.</p><p>Método do efeito biológico:</p><p>• Avalia a exposição e o efeito, de modo a determinar se as primeiras</p><p>alterações adversas são parciais ou totalmente reversíveis.</p><p>Método da saúde:</p><p>• Avalia o efeito do contaminante por meio do exame da ocorrência</p><p>de doenças irreversíveis ou danos no tecido dos organismos.</p><p>Método de Análise dos Ecossistemas:</p><p>• Avalia a integridade de um ecossistema por meio de um inventário</p><p>de composição, densidade e diversidade das espécies, entre</p><p>outros.</p><p>Método biológico ou de biomonitoramento:</p><p>• Avalia mudanças no Meio Ambiente ou na qualidade da água por</p><p>meio do uso de organismos vivos.</p><p>Importância do Licenciamento Ambiental</p><p>O Licenciamento Ambiental tem por objetivo principal promover</p><p>uma análise sobre a viabilidade ambiental das atividades econômicas, de</p><p>maneira a assegurar que os empreendimentos sejam instalados em locais</p><p>ambientalmente adequados.</p><p>Dessa forma, os responsáveis pelas atividades precisam adotar</p><p>tecnologias que minimizem os possíveis impactos ambientais causados</p><p>pelo seu empreendimento, de maneira a compatibilizar o desenvolvimento</p><p>socioeconômico com a proteção ambiental.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>41</p><p>As atividades de acompanhamento e monitoramento dos impactos</p><p>ocorrem de maneiras distintas:</p><p>• Empreendedor: responsável pela proposição e execução do</p><p>Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos impactos</p><p>decorrentes da implantação do seu empreendimento ou</p><p>atividade. O programa é apresentado ao longo do processo de</p><p>Licenciamento Ambiental para subsidiar a obtenção das licenças</p><p>ambientais.</p><p>• Órgão ambiental licenciador: responsável por acompanhar o</p><p>programa proposto pelo empreendedor, de maneira a avaliar e</p><p>fiscalizar o seu cumprimento.</p><p>Os importantes procedimentos adotados pelo órgão licenciador</p><p>para o acompanhamento e monitoramento ambientais garantem a</p><p>diminuição dos danos ambientais. Para isso, é preciso muita atenção nos</p><p>seguintes momentos:</p><p>• Recebimento e análise dos relatórios de monitoramento ambiental,</p><p>elaborados pelo empreendedor por força das exigências das</p><p>licenças ambientais concedidas.</p><p>• Realização de vistorias ao empreendimento ou atividade. Nesse</p><p>caso, são elaborados relatórios com emissão de pareceres</p><p>técnicos sobre a necessidade de aprimoramento das técnicas</p><p>de controle propostas e implantadas, comunicando oficialmente</p><p>ao empreendedor a necessidade de se rever seu programa de</p><p>monitoramento e, se for o caso, aplicando-se as penalidades</p><p>previstas em lei.</p><p>Os dados referentes ao monitoramento podem conduzir a uma</p><p>modificação do projeto, de modo a contribuir para que normas ambientais</p><p>sejam estabelecidas, e que critérios e métodos de avaliação ambiental</p><p>sejam definidos. Sendo assim, abre-se para uma melhor previsão dos</p><p>impactos ambientais de projetos ou programas semelhantes.</p><p>Os resultados do monitoramento são subsídios importantíssimos</p><p>na análise dos impactos cumulativos ou sinérgicos em regiões como</p><p>bacias hidrográficas, por exemplo, tornando-se objetos de planejamento</p><p>regional.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>42</p><p>Atividades Passíveis de Licenciamento</p><p>Ambiental</p><p>• Extração e tratamento de minerais.</p><p>• Indústria de produtos minerais não metálicos.</p><p>• Indústria metalúrgica.</p><p>• Indústria mecânica.</p><p>• Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicação.</p><p>• Indústria de material de transporte.</p><p>• Indústria de madeira.</p><p>• Indústria de papel e celulose.</p><p>• Indústria de borracha.</p><p>• Indústria de couros e peles.</p><p>• Indústria química.</p><p>• Indústria de produtos de matéria plástica.</p><p>• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos.</p><p>• Indústria de produtos alimentares e bebidas.</p><p>• Indústria de fumo.</p><p>• Obras civis.</p><p>• Serviços de utilidade.</p><p>• Transporte, terminais e depósitos.</p><p>• Turismo.</p><p>• Atividades agropecuárias.</p><p>• Uso de recursos naturais.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>43</p><p>IMPORTANTE:</p><p>A atuação da fiscalização é de suma importância</p><p>na realização de inspeções nas instalações de</p><p>empreendimentos, uma vez que a situação é verificada do</p><p>ponto de vista documental perante o órgão ambiental (se a</p><p>atividade tem licença ambiental, se está dentro do prazo de</p><p>validade etc.), bem como pontos críticos são observados</p><p>nas instalações passíveis de provocar alguma degradação</p><p>ambiental.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E, então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu</p><p>mesmo, tudinho? Agora, só para termos certeza de</p><p>que você</p><p>realmente entendeu o tema de estudo deste</p><p>capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. A Constituição</p><p>Federal de 1988 incumbiu à coletividade o dever de</p><p>defender e preservar o Meio Ambiente para os presentes</p><p>e futuras gerações. Isso foi traduzido como o princípio da</p><p>participação popular no trato das questões ambientais.</p><p>Porém, nós só defendemos algo que conhecemos, não é</p><p>verdade? Por isso, é de suma importância que a sociedade</p><p>esteja informada para defender adequadamente o</p><p>patrimônio ambiental brasileiro. O governo também tem</p><p>como obrigação zelar pelo bem ambiental, de modo a ser</p><p>responsável pela imputação genérica de publicidade e de</p><p>dever de informação.. Esse importante controle público se</p><p>dá por meio de três princípios: Licenciamento Ambiental,</p><p>monitoramento e fiscalização. O licenciamento funciona</p><p>com a prevenção de possíveis intervenções negativas</p><p>no Meio Ambiente; a fiscalização é um instrumento de</p><p>correção, em que é possível reparar um dano ou identificar</p><p>um potencial risco de degradação ambiental, enquanto o</p><p>monitoramento é um instrumento que faz um elo entre o</p><p>licenciamento e a fiscalização.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>44</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília: Ministério</p><p>do Meio Ambiente, 2009.</p><p>CONDICIONANTES. Instituto Pólis, [s. d.]. Disponível em: https://</p><p>polis.org.br/wp-content/uploads/BO-03_26_10_16.pdf. Acesso em: 18</p><p>nov. 2019.</p><p>PINTO, E. C. A importância do cumprimento de condicionantes</p><p>da licença Ambiental. Mata Nativa, 2017. Disponível em: http://www.</p><p>matanativa.com.br/blog/cumprimento-de-condicionantes-da-licenca-</p><p>ambiental. Acesso em: 18 nov. 2019.</p><p>SEBRAE-RJ. Manual de Licenciamento Ambiental: guia de</p><p>procedimentos passo a passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004.</p><p>Gestão Ambiental</p><p>Definições e Tipos de Licenças Ambientais</p><p>Meio Ambiente e sua História</p><p>Marco Internacional: Conferência de Estocolmo</p><p>Marco Brasileiro: Criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)</p><p>Conceito de Licenciamento Ambiental</p><p>Tipos de Licença Ambiental</p><p>Licença Prévia (LP):</p><p>Licença de Instalação (LI):</p><p>Licença de Operação (LO):</p><p>Procedimentos Para Obtenção das Licenças Ambientais</p><p>Órgãos Licenciadores</p><p>Passos Para a Obtenção da Licença</p><p>Concessão de Licença Prévia (LP)</p><p>Concessão de Licença de Instalação (LI)</p><p>Concessão de Licença de Operação (LO)</p><p>Documentos Exigidos para Obtenção da Licença</p><p>Condicionantes e Prazos de Validade</p><p>Condicionantes Ambientais</p><p>Condicionantes de Prevenção, Mitigação e Compensação</p><p>Condicionantes de Estudos e Monitoramento</p><p>Condicionantes Administrativos e de Procedimentos</p><p>Controle das Condicionantes</p><p>Prazos de Validade das Licenças Ambientais</p><p>Prazos de Validade – Licença Prévia</p><p>Prazos de Validade – Licença de Instalação</p><p>Prazos de Validade – Licença de Operação</p><p>Importância do Licenciamento</p><p>Conservação dos Recursos Naturais</p><p>Controle Ambiental</p><p>Importância do Licenciamento Ambiental</p><p>Atividades Passíveis de Licenciamento Ambiental</p>