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<p>Autores: Prof. Márcio Antoni Santana</p><p>Prof. Luís Gustavo Dias da Silva</p><p>Colaboradoras: Profa. Ana Paula de Andrade Trubbianelli</p><p>Profa. Angélica Carlini</p><p>Profa. Leila Dutra Rodrigues</p><p>Ética e Legislação:</p><p>Trabalhista e Empresarial</p><p>Professores conteudistas: Márcio Antoni Santana / Luís Gustavo Dias da Silva</p><p>Márcio Antoni Santana</p><p>Pós-graduando em Direito Empresarial pela Escola Paulista de Direito. Especialista em Direito Processual,</p><p>Psicopedagogia Clínica e Educacional e MBA em Mercado de Capitais pela Universidade Nove de Julho. Possui extensão</p><p>universitária em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Docência do Ensino</p><p>Superior pela Universidade Nove de Julho. Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Bandeirante de</p><p>São Paulo e Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade de Araras.</p><p>Atua como advogado e defensor público conveniado pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo nas áreas</p><p>Cível, Criminal, de Família e Trabalhista, com ênfase na advocacia preventiva, há mais de 10 anos. É também palestrante</p><p>pela Ordem dos Advogados do Brasil.</p><p>Na área acadêmica é professor há mais de 15 anos, tendo atuado em diversas universidades do Estado de São Paulo,</p><p>trabalhando com turmas de formação de professores em nível de pós-graduação nos anos de 2008 a 2011. Atualmente</p><p>é professor das disciplinas de Ética e Legislação: Empresarial e Trabalhista; Direito Constitucional e Ciências Sociais na</p><p>Universidade Paulista – UNIP, atuando também como orientador de trabalhos para conclusão de curso.</p><p>Luís Gustavo Dias da Silva</p><p>Advogado, economista e contador pela PUC-SP. Possui mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP e</p><p>é doutorando em Educação pela mesma universidade. Diversas palestras proferidas em Câmaras de Comércio quanto</p><p>às questões tributárias e societárias envolvendo fusões, aquisições, incorporação e vendas de empresas por fundos</p><p>de Private Equity. Experiência em ministrar aulas na American Chamber of Commerce, envolvendo o ambiente de</p><p>negócios de empresas em geral. Foi professor do curso de pós-graduação nas Faculdades Oswaldo Cruz. É professor</p><p>dos cursos de graduação e de pós-graduação da UNIP, onde ministra aulas de Direito Tributário, Direito Cível, Direito</p><p>Econômico e Financeiro, direito constitucional, Direito Penal, Direito Processual Penal, Economia Aplicada, Economia</p><p>Internacional, Contabilidade Societária, Contabilidade Geral e Análise de Balanços Patrimoniais.</p><p>© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou</p><p>quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem</p><p>permissão escrita da Universidade Paulista.</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)</p><p>S232e Santana, Márcio Antoni.</p><p>Ética e Legislação: trabalhista e empresarial / Márcio Antoni</p><p>Santana, Luís Gustavo Dias da Silva. – São Paulo: Editora Sol, 2024.</p><p>152 p., il.</p><p>Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e</p><p>Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.</p><p>1. Ética. 2. Legislação. 3. Direito. I. Silva, Luís Gustavo Dias</p><p>da II. Título.</p><p>CDU 340:17</p><p>U519.37 – 24</p><p>Profa. Sandra Miessa</p><p>Reitora</p><p>Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez</p><p>Vice-Reitora de Graduação</p><p>Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo</p><p>Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa</p><p>Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini</p><p>Vice-Reitora de Administração e Finanças</p><p>Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia</p><p>Vice-Reitor de Extensão</p><p>Prof. Fábio Romeu de Carvalho</p><p>Vice-Reitor de Planejamento</p><p>Profa. Melânia Dalla Torre</p><p>Vice-Reitora das Unidades Universitárias</p><p>Profa. Silvia Gomes Miessa</p><p>Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal</p><p>Profa. Laura Ancona Lee</p><p>Vice-Reitora de Relações Internacionais</p><p>Prof. Marcus Vinícius Mathias</p><p>Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária</p><p>UNIP EaD</p><p>Profa. Elisabete Brihy</p><p>Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto</p><p>Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli</p><p>Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar</p><p>Material Didático</p><p>Comissão editorial:</p><p>Profa. Dra. Christiane Mazur Doi</p><p>Profa. Dra. Ronilda Ribeiro</p><p>Apoio:</p><p>Profa. Cláudia Regina Baptista</p><p>Profa. M. Deise Alcantara Carreiro</p><p>Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes</p><p>Projeto gráfico: Revisão:</p><p>Prof. Alexandre Ponzetto Carla Moro</p><p>Juliana Mendes</p><p>Título da Disciplina</p><p>APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9</p><p>INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10</p><p>Unidade I</p><p>1 ÉTICA ................................................................................................................................................................... 11</p><p>1.1 Conceitos de moral e de justiça ..................................................................................................... 11</p><p>1.2 Ética empresarial ................................................................................................................................ 12</p><p>1.3 Responsabilidade social ..................................................................................................................... 13</p><p>1.4 Responsabilidade social empresarial (RSE) ................................................................................ 13</p><p>1.5 Código de conduta de ética ............................................................................................................ 15</p><p>2 DIREITO .............................................................................................................................................................. 19</p><p>2.1 O que é direito? ..................................................................................................................................... 19</p><p>2.2 Distinção entre moral e direito ....................................................................................................... 19</p><p>2.3 Principais fontes de direito .............................................................................................................. 20</p><p>2.4 Ramos do direito .................................................................................................................................. 21</p><p>2.5 Direito constitucional e Constituição .......................................................................................... 22</p><p>2.5.1 A Carta Magna – Constituição da República federativa do Brasil ..................................... 23</p><p>Unidade II</p><p>3 DIREITO EMPRESARIAL ................................................................................................................................. 31</p><p>3.1 Teoria da Empresa no direito brasileiro ....................................................................................... 31</p><p>3.2 Empresa e empresário ....................................................................................................................... 31</p><p>3.2.1 Conceito de empresa ............................................................................................................................. 31</p><p>3.2.2 Conceito de empresário ....................................................................................................................... 32</p><p>3.2.3 Espécies de empresário ...................................................................................................................... 33</p><p>3.2.4 Condições para ser empresário individual ou administrador de sociedade empresária ....... 34</p><p>3.2.5 Abertura ou registro de empresa ...................................................................................................... 35</p><p>3.2.6 Passos iniciais para abrir uma empresa ......................................................................................... 43</p><p>3.2.7 Classificação quanto à responsabilidade dos sócios ................................................................</p><p>na Corregedoria da Polícia Civil, órgão que cuida exatamente dos fatos que dizem respeito à</p><p>conduta dos policiais e à adequação dessa conduta àquilo que determina a legislação.</p><p>30</p><p>Unidade I</p><p>C) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: não basta uma atitude de respeito para livrar alguém da cadeia, é preciso que existam</p><p>fundamentos jurídicos para isso.</p><p>D) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: a solidariedade cristã não é argumento jurídico que permita que alguém saia da</p><p>situação de prisão em que se encontra.</p><p>E) Alternativa correta.</p><p>Justificativa: a Constituição Federal garante que todas as pessoas têm direito a um processo judicial</p><p>com regras claras, durante o qual poderão se defender livremente para tentar provar suas razões e, ao</p><p>final, receberão uma sentença proferida por um juiz, único agente público em condições de determinar</p><p>que uma pessoa seja condenada a cumprir pena.</p><p>46</p><p>3.2.8 Juntas Comerciais (artigo 32 da Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 1994) ................. 48</p><p>3.2.9 Estabelecimento empresarial (artigo 1.142 do Código Civil de 2002) .............................. 48</p><p>3.3 Ação renovatória de aluguel (artigo 51 da Lei n. 8.245/1991) .......................................... 49</p><p>4 PROPRIEDADE INDUSTRIAL (LEI DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL N. 9.279/96) –</p><p>MARCAS E PATENTES......................................................................................................................................... 50</p><p>4.1 Bens da propriedade industrial ....................................................................................................... 50</p><p>4.1.1 Invenção – art. 13, LPI .......................................................................................................................... 50</p><p>Sumário</p><p>4.1.2 Modelo de Utilidade – art. 14, LPI (Brasil, 1996) ....................................................................... 51</p><p>4.1.3 Desenho industrial – art. 95, LPI (Brasil, 1996)........................................................................... 51</p><p>4.1.4 Marca – art. 122, LPI (Brasil, 1996) .................................................................................................. 52</p><p>4.1.5 Das Invenções e dos Modelos de Utilidade não patenteáveis ............................................ 52</p><p>4.1.6 Segredo de empresa ............................................................................................................................. 53</p><p>4.2 Desconsideração da personalidade jurídica ............................................................................. 53</p><p>4.2.1 Desconsideração inversa ...................................................................................................................... 54</p><p>4.2.2 Empresa controladora ........................................................................................................................... 54</p><p>Unidade III</p><p>5 DIREITO DO TRABALHO ................................................................................................................................. 63</p><p>5.1 Relação entre o direito do trabalho e outras searas .............................................................. 64</p><p>5.2 Direito coletivo do trabalho ............................................................................................................. 65</p><p>5.2.1 Relações coletivas de trabalho .......................................................................................................... 65</p><p>5.2.2 Liberdade e organização sindical, previstas no artigo 8º da Constituição Federal</p><p>de 1988 .................................................................................................................................................................. 65</p><p>5.2.3 Negociação coletiva ............................................................................................................................... 67</p><p>5.2.4 Representação dos trabalhadores nas empresas ....................................................................... 68</p><p>6 DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO ....................................................................................................... 69</p><p>6.1 Definições ................................................................................................................................................ 69</p><p>6.1.1 Relação de trabalho ............................................................................................................................... 69</p><p>6.1.2 Relação de emprego .............................................................................................................................. 70</p><p>6.1.3 Elementos caracterizadores da relação de emprego e de empregado .............................. 70</p><p>6.1.4 Empregado ................................................................................................................................................. 70</p><p>6.1.5 Formas de contratação de trabalhadores ..................................................................................... 71</p><p>6.1.6 Empregador (artigo 2º da CLT)........................................................................................................... 75</p><p>6.2 Contrato de trabalho .......................................................................................................................... 76</p><p>6.3 Admissão do empregado ................................................................................................................... 76</p><p>6.4 Alterações no contrato de trabalho .............................................................................................. 80</p><p>6.5 Suspensão e interrupção do contrato de trabalho ................................................................. 82</p><p>6.6 Regras aplicadas às relações individuais do trabalho ........................................................... 84</p><p>6.6.1 Jornada de trabalho ............................................................................................................................... 84</p><p>6.6.2 Intervalos.................................................................................................................................................... 85</p><p>6.6.3 Intervalo intrajornada ........................................................................................................................... 85</p><p>6.6.4 Intervalo entre jornadas ....................................................................................................................... 86</p><p>6.6.5 Repouso Semanal Remunerado (RSR) ........................................................................................... 86</p><p>6.6.6 Férias ............................................................................................................................................................ 87</p><p>6.6.7 Aquisição do direito de férias ............................................................................................................ 88</p><p>6.6.8 Remuneração de férias ......................................................................................................................... 88</p><p>6.6.9 Sanção ao empregador pela não concessão das férias no período concessivo ............ 88</p><p>6.6.10 Férias coletivas ...................................................................................................................................... 89</p><p>6.6.11 Abono de férias ...................................................................................................................................... 89</p><p>6.6.12 Formalidades para concessão das férias ..................................................................................... 89</p><p>6.7 Conceito de salário e remuneração .............................................................................................. 89</p><p>6.7.1 Formas de pagamento do salário ..................................................................................................... 90</p><p>6.7.2 Meios de pagamento do salário ....................................................................................................... 90</p><p>6.7.3 Décimo terceiro salário ......................................................................................................................... 91</p><p>6.8 Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)...................................................................... 91</p><p>6.8.1 Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio</p><p>do Servidor Público (Pasep) ........................................................................................................................... 92</p><p>6.9 Extinção do contrato de trabalho .................................................................................................. 93</p><p>6.9.1 Rescisão por demissão – pedido de demissão ............................................................................ 93</p><p>6.9.2 Despedida sem justa causa .................................................................................................................</p><p>94</p><p>6.9.3 Demissão em comum acordo ............................................................................................................ 94</p><p>6.9.4 Justa causa ................................................................................................................................................ 94</p><p>6.9.5 Despedida indireta ou rescisão indireta ........................................................................................ 96</p><p>6.9.6 Rescisão do contrato por culpa recíproca .................................................................................... 96</p><p>6.9.7 Morte do empregador individual ..................................................................................................... 97</p><p>6.9.8 Falência ....................................................................................................................................................... 97</p><p>6.9.9 Extinção da empresa por força maior ............................................................................................ 97</p><p>6.9.10 Segurança e medicina do trabalho ............................................................................................... 97</p><p>6.10 Assédio moral ou violência moral no trabalho ...................................................................... 98</p><p>6.10.1 O que a vítima deve fazer? .............................................................................................................102</p><p>6.10.2 A quem recorrer? ................................................................................................................................103</p><p>6.11 A OIT e o seu surgimento ..............................................................................................................103</p><p>Unidade IV</p><p>7 DIREITO DO CONSUMIDOR........................................................................................................................112</p><p>7.1 Código de Defesa do Consumidor (CDC) — Lei n. 8.078/1990 .........................................112</p><p>7.2 Relação de consumo .........................................................................................................................113</p><p>7.3 Conceito de consumidor .................................................................................................................113</p><p>7.4 Conceito de fornecedor ..................................................................................................................114</p><p>7.4.1 Espécies de fornecedores responsáveis ........................................................................................ 115</p><p>7.5 Conceito de produto .........................................................................................................................115</p><p>7.6 Conceito de serviço ...........................................................................................................................117</p><p>7.7 Política nacional de consumo .......................................................................................................117</p><p>7.7.1 Proteção da vida, saúde e segurança ........................................................................................... 117</p><p>7.7.2 Recall .........................................................................................................................................................118</p><p>7.7.3 Educação e informação do consumidor ......................................................................................118</p><p>7.7.4 Proteção contra publicidade enganosa e práticas comerciais abusivas.........................118</p><p>7.7.5 Prevenção de danos individuais e coletivos ..............................................................................118</p><p>7.7.6 Inversão do ônus da prova ................................................................................................................ 119</p><p>8 DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR ..................................................................................................119</p><p>8.1 Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço .........................................................120</p><p>8.1.1 Produtos com vícios ...........................................................................................................................121</p><p>8.1.2 Responsabilidade por vício do produto ou serviço .................................................................121</p><p>8.1.3 Espécies de vício ..................................................................................................................................121</p><p>8.1.4 Vícios de qualidade ..............................................................................................................................121</p><p>8.1.5 Prazo para saneamento do vício ................................................................................................... 122</p><p>8.1.6 Sanções para os vícios de qualidade ............................................................................................ 122</p><p>8.1.7 Vícios de quantidade .......................................................................................................................... 122</p><p>8.1.8 Vícios de serviço .................................................................................................................................. 123</p><p>8.2 Prazo da garantia legal (decadência) .........................................................................................123</p><p>8.3 Prazo de validade ...............................................................................................................................124</p><p>8.4 Produtos com defeito .......................................................................................................................124</p><p>8.5 Responsabilidade por danos ..........................................................................................................124</p><p>8.6 Responsabilidade civil ......................................................................................................................125</p><p>8.7 Causas excludentes............................................................................................................................126</p><p>8.8 Qualidade e segurança dos produtos e serviços ....................................................................128</p><p>8.9 Informações necessárias e adequadas .......................................................................................128</p><p>8.10 Impressos .............................................................................................................................................128</p><p>8.11 Direito de arrependimento ..........................................................................................................129</p><p>8.12 Prazo de reflexão: sete dias (para evitar abusos) ................................................................129</p><p>8.13 Práticas comerciais abusivas .......................................................................................................129</p><p>8.13.1 Hipóteses legais ................................................................................................................................. 129</p><p>8.14 Decadência e prescrição ...............................................................................................................131</p><p>8.15 Da proteção contratual .................................................................................................................133</p><p>8.15.1 Cláusulas abusivas ............................................................................................................................ 133</p><p>8.15.2 Cláusulas exemplificativas ............................................................................................................. 133</p><p>8.15.3 Compra e venda à prestação ........................................................................................................ 133</p><p>8.15.4 Contratos de adesão ........................................................................................................................ 133</p><p>8.15.5 Cobrança</p><p>de dívidas ......................................................................................................................... 133</p><p>8.16 Publicidade e propaganda ............................................................................................................135</p><p>8.16.1 Formas comuns de publicidade enganosa .............................................................................. 137</p><p>8.16.2 Responsabilidade do fornecedor-anunciante, das agências e do veículo ................. 137</p><p>8.16.3 Oferta e publicidade ......................................................................................................................... 137</p><p>8.16.4 Conceitos de publicidade enganosa e abusiva ...................................................................... 138</p><p>8.16.5 Princípio da vinculação................................................................................................................... 139</p><p>8.16.6 Princípio da transparência ............................................................................................................. 139</p><p>8.17 Serviço de Atendimento Telefônico aos Consumidores (SAC) ......................................140</p><p>9</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Prezados alunos,</p><p>Buscaremos dar o suporte necessário para que o futuro profissional possa utilizar os conceitos éticos</p><p>e a legislação não só para tornar melhor o ambiente de trabalho, mas também para gerar e promover</p><p>um ambiente mais saudável e harmonioso, minimizando os conflitos que possam surgir na gestão de</p><p>seus colaboradores, como diante de uma despedida por justa causa ou para saber escolher a melhor</p><p>forma de contratação de seus colaboradores para serviços de prazo determinado.</p><p>Estudaremos, portanto, assuntos de grande interesse para vocês, futuros profissionais da área,</p><p>tratando e refletindo sobre ética, moral e valores sociais e suas implicações na conduta do indivíduo</p><p>diante da sociedade. Mais especificamente nos ateremos à ética profissional e às questões sociais,</p><p>propondo uma abordagem capaz de fornecer elementos para melhorar a atuação do gestor em sua</p><p>prática cotidiana e em seu comportamento profissional.</p><p>Nosso intuito é permitir que o aluno relacione os conteúdos com aspectos da sua prática</p><p>e realidade.</p><p>Dessa forma, espera-se que o futuro profissional possa conhecer e dominar as leis que regulam</p><p>a profissão de gestor e estão presentes nela, bem como a importância do compromisso social na</p><p>busca de uma atuação comprometida com a garantia dos direitos fundamentais do cidadão.</p><p>Com a entrada da Reforma Trabalhista em 11 de novembro de 2017 (Lei n. 13.467), todo o</p><p>conteúdo desta disciplina foi revisto e atualizado com a nova lei, proporcionando a você informações</p><p>recentes e precisas.</p><p>Assim, tomando como base as premissas de ensino, pesquisa e extensão, nossos objetivos são:</p><p>• formar gestores humanistas e críticos capazes de intervir no âmbito social e profissional com</p><p>uma sólida, coerente e consistente fundamentação teórico-metodológica, técnico-operativa e</p><p>ético-política;</p><p>• preparar novos profissionais para o mercado de trabalho a partir de uma visão total dos processos</p><p>sociais e da intervenção no movimento contraditório da sociedade, bem como prepará-lo para</p><p>lidar com a legislação vigente sobre assuntos relacionados à sua área de atuação;</p><p>• possibilitar ao profissional o exercício de uma postura ética que respeite, acima de tudo, a</p><p>diversidade de ideias.</p><p>10</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Partindo do pressuposto de que o profissional precisa exercer suas funções com competência e</p><p>responsabilidade para com a sua organização e seus colaboradores, ele necessita, para isso, conhecer seu</p><p>espaço de trabalho e a legislação que rege e ampara sua profissão. Este livro-texto traz elementos capazes</p><p>de fornecer ao futuro profissional uma base teórica que fundamente sua prática.</p><p>Os mais relevantes objetivos desta disciplina são a conceituação e a identificação da Ética, do Direito</p><p>e da Moral como norteadores da ampla execução das atividades sociais e profissionais e suas relações</p><p>com os diversos campos de atuação do profissional; a compreensão das fontes e dos princípios do</p><p>Direito; e um aprofundado estudo sobre o Direito Constitucional, o Direito Empresarial, o Direito</p><p>do Trabalho e, por fim, os direitos dos consumidores abrangidos pelo Código de Defesa e pelas</p><p>fontes do Direito.</p><p>De início, o aluno é convidado a refletir sobre a formação da sociedade e suas peculiaridades que,</p><p>somadas aos conceitos históricos e culturais, constituíram a Ética e a forma de agir perante a sociedade.</p><p>Também serão abordados temas como a Responsabilidade Social e ambiental empresarial, além do Código</p><p>de Ética e da Conduta Empresarial. O aluno receberá, ainda, instruções preliminares sobre o Direito e sua</p><p>atuação, bem como adquirir conhecimentos sobre o Direito Constitucional e suas características.</p><p>Em seguida, o tema em pauta será o Direito Empresarial. O discente conhecerá cada elemento que</p><p>compõe a estrutura do conceito de empresa, bem como os tipos de organização e suas peculiaridades</p><p>perante o mercado. Serão tratados também os aspectos e características da propriedade industrial com</p><p>base na legislação vigente.</p><p>O aluno conhecerá e refletirá sobre o Direito do Trabalho, suas características, tipos de empregado,</p><p>relações de emprego, direitos e obrigações dos trabalhadores, os tipos de contratos, além de outras</p><p>características abordadas na CLT e nas práticas trabalhistas com exemplos de jurisprudências e casos</p><p>práticos. Serão abordados temas importantes e atuais, como a questão do assédio moral e sexual nas</p><p>relações de emprego, aspectos históricos relevantes sobre a proteção internacional do trabalhador, o</p><p>papel da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e tratados internacionais.</p><p>Por fim, haverá um estudo do Código de Defesa do Consumidor, observando os conceitos e as</p><p>características dos envolvidos nas relações de consumo e alguns julgados recentes sobre a matéria.</p><p>Durante a leitura do livro-texto, o aluno encontrará jurisprudências e julgados sobre os casos</p><p>tratados em cada item, podendo, assim, entender como aqueles conceitos são aplicados no dia a</p><p>dia pelo Judiciário, evitando conflitos que possam gerar ações na prática como futuro gestor.</p><p>11</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>Unidade I</p><p>1 ÉTICA</p><p>Em um mundo cada vez mais globalizado e com migrações acentuadas de pessoas, a ética ganha</p><p>um destaque relevante na sociedade atual.</p><p>De origem grega e oriunda do vocábulo éthos, essa palavra helênica tem, na verdade, duas origens</p><p>aceitáveis no mundo acadêmico e filosófico. Se for pronunciada com a letra “e” curta, é traduzida</p><p>por “costume”. Na outra variação da pronúncia, com a letra “e” no som silábico mais longo, teremos a</p><p>tradução para “caráter”.</p><p>Sabemos que no mundo inteiro existem várias sociedades agindo e convivendo de forma diferente,</p><p>com seus próprios costumes, religiões, regras de sobrevivência e outros aspectos diversos. Avaliar o que</p><p>é correto vai além da forma pela qual fomos educados: é necessário saber avaliar que cada sociedade</p><p>está ligada as suas origens e história.</p><p>Há inúmeros costumes adotados em certas sociedades que diferem radicalmente daqueles praticados</p><p>nas sociedades ocidentais. Há tribos na África que adotam tarefas diárias e rituais periódicos que seriam</p><p>amplamente rejeitados pela sociedade ocidental.</p><p>Alguém está errado? Claro que não. A ética precisa ser entendida e vista dentro do regramento</p><p>aceito pela sociedade; aquilo que é certo e admitido como correto ou tolerado dentro dos próprios</p><p>costumes herdados de antepassados e da história de cada povo.</p><p>Para Aristóteles (384 a.C-322 a.C), um dos maiores pensadores e filósofos gregos, a ética é a</p><p>observação do mundo, o questionamento e a aceitação das condutas humanas e das organizações</p><p>sociais, atingindo, no mundo moderno, também as empresas e demais corporações profissionais.</p><p>Portanto, a sociedade é uma comunidade, uma comunhão, uma organização onde uns suprem o</p><p>que aos outros falta</p><p>e onde todos, em conjunto, realizam o que nenhum, isoladamente, seria capaz</p><p>de conseguir.</p><p>1.1 Conceitos de moral e de justiça</p><p>Diferentemente da ética, que foca nos valores da sociedade, a moral representa as regras da sociedade</p><p>que disciplinam e regulam o comportamento do Homem no meio em que vive.</p><p>Segundo o filósofo grego Platão (427 a.C.-347 a.C.), a justiça é a base de todas as virtudes; logo,</p><p>justiça é aquilo que o Homem acha certo fazer por ser virtuoso na sua própria análise ou concepção.</p><p>12</p><p>Unidade I</p><p>Exemplificando: alguns acham justo desligar uma máquina médica que mantém um paciente em estado</p><p>vegetativo e sem possibilidade de cura; outros acham que é justo a pessoa continuar vivendo. Nesse tipo</p><p>de justiça, as convicções pessoais, familiares e eclesiásticas podem influenciar na percepção de justiça</p><p>da própria pessoa.</p><p>Podemos identificar padrões morais estabelecidos em épocas diferentes na mesma sociedade.</p><p>À medida que a sociedade evolui, ou até mesmo se globaliza, ela modifica os seus conceitos morais.</p><p>Há algumas décadas, na sociedade brasileira, como em outras culturas, era totalmente imoral uma</p><p>mulher ser mãe ou engravidar sem ter, anteriormente, feito os votos do matrimônio, bem como era</p><p>imoral casar sem ser virgem; inclusive, em determinada época, era quase que obrigatório estender</p><p>o lençol sujo de sangue na varanda das casas para provar o defloramento da esposa. Atualmente, a</p><p>sociedade em geral entende como aceitável esse tipo de acontecimento, sendo um assunto apenas</p><p>discutido no seio de cada família.</p><p>O comportamento moral não se baseia numa reflexão, mas nos costumes de determinada sociedade</p><p>em determinado lugar, em um tempo histórico preciso.</p><p>A moral é habitualmente um meio mais poderoso do que a lei para reger o comportamento humano.</p><p>Embasando qualquer decisão que tomamos, na vida profissional ou na vida privada, estarão sempre</p><p>os nossos valores morais como orientação.</p><p>Diante do conceito de ética descrito no tópico anterior e do conceito de moral disposto, podemos</p><p>concluir que a moral se baseia no comportamento da sociedade e que a ética, a partir da reflexão sobre</p><p>esse comportamento, criará normas universais com a finalidade de estabelecer as melhores ações.</p><p>1.2 Ética empresarial</p><p>A ética empresarial pode ser definida como o comportamento da pessoa jurídica de Direito Público</p><p>(empresas públicas) ou de Direito Privado, quando elas agem em conformidade com os princípios morais</p><p>e éticos aceitos pela sociedade, ou seja, quando agem em conformidade com as regras éticas provindas</p><p>do senso comum de uma sociedade.</p><p>Este comportamento ético e moral é o que espera a sociedade na qual a pessoa jurídica esta inserida,</p><p>devendo a empresa agir com ética em todos os seus relacionamentos, especialmente com clientes,</p><p>fornecedores, empregados, concorrentes e governo.</p><p>É importante ressaltar que toda empresa tem o dever ético de cumprir a lei e os costumes.</p><p>Na década de 1970, foi aprovado, nos EUA, o Foreign Corrupt Practices Act. Essa normatização</p><p>legal proibiu que empresas (e seus respectivos executivos e funcionários) praticassem ou oferecessem</p><p>vantagens ilícitas (subornos) a autoridades estrangeiras com o objetivo de facilitar ou materializar</p><p>contratos ou negócios comerciais.</p><p>13</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>Há inúmeras vantagens em uma empresa ser ética, dentre elas:</p><p>• demonstrar responsabilidade econômica e financeira com os fornecedores e clientes;</p><p>• cumprir preceitos éticos nas negociações comerciais;</p><p>• exigir que todos os colaboradores (funcionários, prestadores de serviços e acionistas) da empresa</p><p>seguiam o Código de Ética adotado;</p><p>• promover ações de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente.</p><p>1.3 Responsabilidade social</p><p>Podemos conceituar a responsabilidade social como um processo constante e evolutivo, envolvendo</p><p>ações de cidadãos comuns, empresas governamentais e não governamentais pelos direitos fundamentais</p><p>para a vida, as relações sociais e o equilíbrio ambiental.</p><p>Essas manifestações, além de regras de ordem moral, estão disciplinadas em códigos e instrumentos</p><p>pátrios, como as leis de proteção ao consumidor, as crianças e adolescentes, as mulheres e as pessoas</p><p>idosas; no âmbito internacional, temos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração</p><p>Universal dos Direitos da Criança e nas Convenções sobre as condições de Trabalho entre outros.</p><p>Dentro das sociedades encontramos diversas formas de manifestação de responsabilidade social</p><p>que podem ser exercidas pelas diversas esferas governamentais (municipal, estadual e federal) –</p><p>por meio de políticas públicas, e pelos cidadãos – desenvolvimento social com ações individuais,</p><p>coletivas ou empresariais junto a órgãos públicos ou entidades privadas com a execução de</p><p>trabalhos voluntários.</p><p>1.4 Responsabilidade social empresarial (RSE)</p><p>Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é a forma de gestão empresarial que se define pela</p><p>relação ética, moral e transparente da empresa com todos os seus públicos (clientes, fornecedores,</p><p>empregados etc.) e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionam o desenvolvimento</p><p>sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações presentes e</p><p>futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.</p><p>A responsabilidade empresarial, seguindo os ensinamentos de Robert Henry Srour (2000), adquire o</p><p>caráter social pela adoção de um conjunto de práticas, descritas a seguir.</p><p>• Conjugar o desenvolvimento profissional dos colaboradores e sua coparticipação em decisões</p><p>técnicas, estimular investimentos em segurança e melhores condições de trabalho, conceder</p><p>participação nos lucros e nos resultados, assim como outros benefícios sociais. Seus impactos</p><p>imediatos são: maior produtividade, mais eficiência nos processos, incremento do capital</p><p>intelectual, maior assiduidade do pessoal e menor rotatividade.</p><p>14</p><p>Unidade I</p><p>• Valorizar a diversidade interna da empresa, por meio do combate às discriminações – no</p><p>recrutamento, no acesso ao treinamento, na remuneração, na avaliação do desempenho e na</p><p>promoção das “minorias políticas”, como é o caso de uma política de emprego para pessoas com</p><p>deficiência física, da adaptação do ambiente de trabalho às suas necessidades e da previsão de</p><p>vagas para jovens de pouca qualificação que recebem formação e capacitação adequadas.</p><p>• Exigir dos prestadores de serviços que seus trabalhadores desfrutem de condições de trabalho</p><p>semelhantes às dos próprios funcionários da empresa contratante.</p><p>• Constituir parcerias entre clientes e fornecedores para gerar produtos e serviços de qualidade,</p><p>garantir preços competitivos, estabelecer um fluxo de informações precisas e tempestivas, e para</p><p>assegurar relações confiáveis e duradouras.</p><p>• Contribuir para o desenvolvimento da comunidade local e, por extensão, da sociedade inclusiva,</p><p>através da implantação de projetos que aumentem o bem-estar coletivo.</p><p>• Incluir investimentos em pesquisa tecnológica para inovar processos e produtos, além de melhor</p><p>satisfazer os clientes ou usuários.</p><p>• Exigir a conservação e a restauração do meio ambiente por meio de intervenções não predatórias</p><p>(consciência da vulnerabilidade do planeta) e de medidas que evitem externalidades negativas.</p><p>• Implicar a publicação de um “balanço social”.</p><p>No ano de 1998, o Conselho Empresarial Mundial, em convenção na Holanda, institui as bases para</p><p>o conceito de Responsabilidade Social Corporativa (Empresarial), estabelecendo o comprometimento</p><p>permanente dos empresários com comportamentos eticamente orientados e com o desenvolvimento</p><p>econômico no intuito de melhorar a qualidade de vida dos empregados e de suas famílias, bem como da</p><p>comunidade local e da sociedade de modo geral.</p><p>As consequências trazidas para as empresas que adotam dentre as suas estratégias a Responsabilidade</p><p>Social podem ser resumidas da seguinte forma:</p><p>• contribuição decisiva para a perenidade das empresas, uma</p><p>vez que diminui sua vulnerabilidade ao</p><p>reduzir desvios de conduta, processos judiciais e possíveis retaliações por parte dos stakeholders;</p><p>• promoção da reputação das empresas, sobretudo, junto aos clientes e às comunidades locais em</p><p>que suas sedes estão implantadas;</p><p>• conciliação da eficácia econômica com preocupações sociais;</p><p>• fortalecimento interno à empresa, conquistando e retendo talentos, além de cultivar um</p><p>relacionamento duradouro com clientes e fornecedores;</p><p>15</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>• faz os projetos sociais serem agregados como valor aos produtos ou serviços prestados;</p><p>• operar como fator inovador para alcançar o sucesso empresarial.</p><p>Nesse sentido, as empresas têm a missão de competir não somente pela conquista do mercado para</p><p>auferir lucros, mas também para conquistar um capital de reputação, de prestígio; elas querem dispor</p><p>de uma reserva de credibilidade que lhes confira a “licença para operar” e, por conseguinte, o benefício</p><p>da dúvida em situação de crise. Procuram obter, sobretudo, um crédito de confiança que lhes outorgue</p><p>uma vantagem competitiva para incrementar sua rentabilidade (Srour, 2000).</p><p>1.5 Código de conduta de ética</p><p>O Código de Ética é um instrumento adotado nas empresas em geral e que discorre sobre a visão,</p><p>a missão e os valores da empresa. Serve para orientar e disciplinar as ações de seus colaboradores e</p><p>explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage, como</p><p>clientes, fornecedores e público em geral. É importante que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das</p><p>pessoas a que se dirige e encontre respaldo tanto na alta administração da empresa quanto no último</p><p>empregado contratado, pois todos têm a responsabilidade de vivenciá-lo e praticá-lo.</p><p>O Código de Ética formaliza um padrão de conduta considerado adequado para uma organização.</p><p>Quando uma empresa decide adotar uma postura ética em seus relacionamentos é muito importante</p><p>que essa resolução conste em um documento interno que será chamado de Código de Ética ou</p><p>Código de Conduta.</p><p>Sabemos que as pessoas que integram uma organização possuem formações culturais, intelectuais</p><p>e científicas diferentes, experiências sociais diferentes e opiniões diferentes sobre os fatos da vida.</p><p>Contudo, o Código de Ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização</p><p>empresarial, incluindo seus colaboradores em seus diversos relacionamentos e operações. A existência</p><p>do Código de Ética evita que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação</p><p>plena dos princípios.</p><p>Podem-se traçar algumas formas para que a organização cumpra, ou melhor, obedeça, o Código de</p><p>Ética estabelecido. São elas:</p><p>1. Treinamento dos conceitos constantes do Código.</p><p>2. Sistema de revisão e verificação do efetivo cumprimento das normas do Código de Ética.</p><p>3. Criação de um canal de comunicação destinado a receber e a processar relatos sobre eventuais</p><p>violações as normas traçadas no Código de Ética.</p><p>A consciência ética das empresas manifestadas através de seus gestores cresce a cada dia como se</p><p>pode perceber pelo grande número de causas submetidas à justiça. Essas causas revelam que em todos</p><p>os relacionamentos da empresa, a sociedade deseja obediência à legislação e a ética.</p><p>16</p><p>Unidade I</p><p>O profissional da atualidade está vivendo uma experiência ímpar ao integrar o mundo dos negócios,</p><p>onde a preocupação com a ética tornou-se mais imperiosa pela rápida dinâmica e complexidade dos</p><p>negócios atuais e pela velocidade da Internet e das comunicações instantâneas.</p><p>O Código de Ética, como já ressaltado, irá formalizar numa espécie de documento da empresa, seus</p><p>padrões éticos e morais, criando assim regras de condutas.</p><p>O autor Robert Henry Srour (2008), em Ética Empresarial, apresenta uma lista de alguns temas</p><p>recorrentes nos códigos de ética no Brasil:</p><p>• relacionamento com clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores e prestadores de serviços,</p><p>distribuidores, autoridades governamentais, órgãos reguladores, mídia, concorrentes, sindicatos,</p><p>comunidades locais, Terceiro Setor, associações empresariais;</p><p>• conflitos de interesse entre os vários públicos de interesse;</p><p>• regulamentação da troca de presentes, gratificações, favores, cortesias, brindes, convites de</p><p>fornecedores ou clientes;</p><p>• observância das leis vigentes;</p><p>• segurança e confidencialidade das informações não públicas, em especial das informações</p><p>privilegiadas;</p><p>• teor dos balanços, das demonstrações financeiras e dos relatórios da diretoria endereçados aos</p><p>acionistas, e seu nível de transparência;</p><p>• propriedade intelectual dos bens simbólicos, patentes ou marcas;</p><p>• espionagem econômica ou industrial versus pesquisas tecnológicas e uso do benchmarking e da</p><p>inteligência competitiva;</p><p>• postura diante do trabalho infantil e do trabalho forçado;</p><p>• formação de lobbies ou tráfico de influência;</p><p>• formação de cartéis e participação em associações empresariais;</p><p>• contribuição para campanhas eleitorais;</p><p>• prestação de serviços profissionais por parte dos colaboradores a fornecedores, prestadores de</p><p>serviços, clientes ou concorrentes;</p><p>• respeito aos direitos do consumidor;</p><p>17</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>• relação com o meio ambiente: uso de energia, água e papel; consumo de recursos naturais;</p><p>poluição do ar; disposição final de resíduos;</p><p>• uso do tempo de trabalho para assuntos pessoais;</p><p>• uso do nome da empresa para obter vantagens pessoais;</p><p>• discriminação das pessoas em função de gênero, etnia, raça, religião, classe social, idade, orientação</p><p>sexual, incapacidade física ou qualquer outro atributo, e regulação de sua seleção e promoção</p><p>(questão da diversidade social);</p><p>• assédio moral e assédio sexual;</p><p>• segurança no trabalho com adequação dos locais de trabalho e dos equipamentos para prevenir</p><p>acidentes de trabalho e doenças ocupacionais;</p><p>• uso de drogas ilícitas, ingestão de bebidas alcoólicas e prática de jogos de azar;</p><p>• porte de armas;</p><p>• relações de apadrinhamento (nepotismo, favoritismo, paternalismo, compadrio, amizade) e</p><p>contratação de parentes ou amigos como colaboradores ou como terceiros;</p><p>• troca de informações com concorrentes, fornecedores e clientes;</p><p>• adoção de critérios objetivos e justos na contratação e no pagamento dos fornecedores ou</p><p>prestadores de serviços, para afastar qualquer favorecimento;</p><p>• existência de interesses financeiros ou vínculos de qualquer espécie com empresa que mantenha</p><p>negócios com a empresa para não ensejar suspeita de favorecimento;</p><p>• posicionamento com relação à concorrência desleal;</p><p>• difusão interna de fofocas ou rumores maliciosos;</p><p>• privacidade dos colaboradores;</p><p>• direito de associação dos colaboradores a sindicatos, igrejas, associações, partidos políticos ou</p><p>organizações voluntárias;</p><p>• restrição do fumo a locais ao ar livre ou a áreas reservadas;</p><p>• proibição da comercialização interna de produtos ou serviços por colaboradores;</p><p>18</p><p>Unidade I</p><p>• uso dos bens e recursos da empresa para que não ocorram danos, manejos inadequados,</p><p>desperdícios, perdas, furtos ou retiradas sem prévia autorização;</p><p>• Utilização dos equipamentos e das instalações da empresa para uso pessoal dos colaboradores ou</p><p>para assuntos políticos, sindicais ou religiosos;</p><p>• proteção da confidencialidade dos registros pessoais que ficam restritos a quem tem necessidade</p><p>funcional de conhecê-los, salvo exceções legais.</p><p>Assim, pode-se dizer que adotar a ética dentro de uma empresa é gerir o alinhamento do</p><p>comportamento dos seus colaboradores com um conjunto de normas que consideramos indispensáveis</p><p>e que formam a base da cultura desejada para a corporação.</p><p>O que se procura com essa “Era Ética”, assim denominada por vários doutrinadores, é estabelecer, de</p><p>forma constante, que todos os negócios e transações comerciais precisam ser honestas, que será ostentado</p><p>por empresários, acionistas, administradores, empregados, parceiros e agentes das organizações empresariais.</p><p>O respeito</p><p>aos Códigos de Ética depende da determinação de cada um dos envolvidos na organização</p><p>empresarial em conhecer, seguir e disseminar os princípios éticos, assim como exigir a sua observância</p><p>por parte de todos.</p><p>Observação</p><p>O Código de Ética é um instrumento que busca a realização e a satisfação</p><p>dos princípios, visão, valores e missão da empresa.</p><p>Lembrete</p><p>A ética serve para qualificar as organizações (empresa ética), as pessoas</p><p>(sujeito ético) e os comportamentos (conduta ética), dentro de uma sociedade.</p><p>Saiba mais</p><p>Os filmes a seguir podem propiciar uma inter-relação com os conteúdos</p><p>desta unidade:</p><p>WALL Street. Direção: Oliver Stone. EUA: Fox Film, 1987. 126 min.</p><p>UMA SECRETÁRIA de futuro. Direção: Mike Nichols. EUA: Fox Film, 1988.</p><p>113 min.</p><p>19</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>2 DIREITO</p><p>2.1 O que é direito?</p><p>Desde o momento em que o homem decidiu viver em sociedade foi necessária a criação de algumas</p><p>regras de conduta e convivência. A partir desse marco surge a figura do direito.</p><p>O direito é um fenômeno da rotina diária que encontramos a todo o momento e em toda parte. Desde</p><p>que acordamos até quando dormimos estamos assegurados e disciplinados pelas regras de direito; ele</p><p>resguarda, defende, ampara, protege e serve o indivíduo em todos os instantes. Agimos ou abstemo-nos</p><p>de agir de alguma maneira dentro de moldes traçados pelo direito.</p><p>Seguindo os ensinamentos do mestre Miguel Reale Júnior (2004):</p><p>Aos olhos do homem comum o Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto de</p><p>regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento</p><p>de limites à ação de cada um de seus membros. Assim sendo, quem age de</p><p>conformidade com essas regras comporta-se direito; quem não o faz,</p><p>age torto.</p><p>Consequentemente, por querer e viver em sociedade, a ação de um ser humano interfere na</p><p>vida de outros, provocando a reação dos seus semelhantes, ou seja, uma conduta interfere direta ou</p><p>indiretamente na outra.</p><p>Para que essa interferência de condutas tivesse um sentido construtivo, como apontado, foi</p><p>necessária a criação de regras capazes de preservar a paz no convívio social. Dessa forma nasceu o</p><p>Direito, ou seja, da necessidade de se estabelecer um conjunto de regras que dessem certa ordem, no</p><p>sentido de organização à vida em sociedade.</p><p>2.2 Distinção entre moral e direito</p><p>Durante o processo de formação e crescimento do homem são agregados vários ensinamentos que</p><p>formam o caráter do indivíduo e a sua moral. Essas experiências irão ditar sua consciência e, muitas</p><p>vezes, determinar seu futuro profissional e social.</p><p>O processo de formação da “moral” dita diretamente ao sujeito uma escolha entre as ações que</p><p>pode praticar, mas diz respeito apenas ao próprio sujeito, levando em consideração seus aprendizados</p><p>culturais e familiares. Enfim, em regra, somos todos frutos do meio.</p><p>No entanto, o Direito leva a confronto vários atos diversos de vários sujeitos que agem de acordo</p><p>com o que acham correto dentro de sua formação. A moral é unilateral porque emana do próprio</p><p>sujeito, e o Direito é bilateral porque assiste um ou mais indivíduos.</p><p>20</p><p>Unidade I</p><p>A moral indica um dever/poder, mas não impõe regras, não há imperatividade de uma ordem superior,</p><p>que lhe impõe repressão. A sanção pelo descumprimento da regra moral é apenas de consciência. O</p><p>descumprimento da regra de direito implica sanção (punição) e repressão externa e objetiva.</p><p>Assim, como as normas de Direito envolvem padrões de ética, moral e justiça, podemos nos deparar</p><p>com comportamentos que são classificados como legais e éticos. Contudo, alguns comportamentos</p><p>podem ser somente legais (baseados em lei), mas não éticos; outros podem ser éticos, mas não possuírem</p><p>o respaldo legal (por exemplo, o comerciante trocar um produto fora do prazo de garantia legal). Da</p><p>mesma forma, muitas vezes, um comportamento moral pode infringir o direito de outrem (outra pessoa),</p><p>ou o direito de alguém pode estar em desacordo com a moral de outra pessoa.</p><p>2.3 Principais fontes de direito</p><p>A palavra fonte significa o lugar de onde a água surge, nasce ou jorra. Nesse sentido, vamos entender</p><p>de onde o Direito surge, ou seja, as formas pelas quais ele se manifesta.</p><p>São cinco as fontes formais do Direito:</p><p>I. Lei – É a norma escrita ou não, vigente em um país, elaborada pelo</p><p>Poder Legislativo; podemos definir a lei como uma norma aprovada</p><p>pelo povo de um país por meio de seus representantes. Em outras</p><p>palavras, lei é a regra escrita feita pelo legislador com a finalidade</p><p>de tornar expresso o comportamento considerado desejável ou</p><p>indesejável (âmbito penal) para a coletividade. As leis brasileiras, exceto</p><p>disposição em contrário, começam a vigorar (terem validade) 45 dias</p><p>depois de oficialmente publicadas no Diário Oficial da União (Jornal</p><p>Oficial da União). Entretanto, em geral, as próprias leis estabelecem</p><p>em seu próprio texto o prazo inicial de sua vigência (validade), sendo</p><p>comum declararem que “entram em vigor na data de sua publicação”.</p><p>Este procedimento é denominado vigência da lei no tempo.</p><p>II. Costume – é o conjunto de normas de comportamento que a sociedade</p><p>pratica ao longo dos tempos e [a que] obedece de maneira uniforme e</p><p>constante pela convicção de sua obrigatoriedade, mas que não estão</p><p>escritas em códigos ou qualquer legislação. É criado espontaneamente</p><p>pela sociedade, sendo produzido por uma prática geral, constante e</p><p>reiterada. Exemplo: a caderneta de anotações utilizadas por alguns</p><p>comerciantes na venda de produtos a prazo (fiado), ou a fila[;] não há</p><p>uma lei determinando a obediência à fila em locais de atendimento,</p><p>mas as pessoas por costume a respeitam, por ordem de chegada.</p><p>III. Princípios Gerais de Direito – é o que inspira e dá alicerce ao sistema</p><p>jurídico na elaboração das leis ou na decisão que deverá ser tomada</p><p>num conflito de interesses. Exemplo: Princípio da Boa-Fé, que</p><p>21</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>deve estar presente em todas as relações de negócios. Ele significa</p><p>que a honestidade e a transparência devem fazer parte de todo</p><p>relacionamento entre os indivíduos, principalmente nas relações</p><p>contratuais. A partir desses princípios, os legisladores criam e aprovam</p><p>as leis que irão reger toda a sociedade.</p><p>IV. Jurisprudência – é o conjunto de decisões judiciais (sentenças,</p><p>acórdãos – decisão de tribunais – etc.) reiteradas (repetidas) sobre</p><p>determinadas questões idênticas. A jurisprudência vai se formando</p><p>a partir das soluções adotadas pelos órgãos judiciais ao julgar</p><p>casos jurídicos.</p><p>V. Doutrina Jurídica – o parecer sobre determinados assuntos, que pode ser</p><p>manifestado através de livros, artigos, notas, entre outras manifestações</p><p>escritas de diversos especialistas de notório saber jurídico; constitui</p><p>verdadeiras normas que orientam legisladores, juízes e advogados.</p><p>Observação</p><p>As cinco fontes do Direito estão presentes em todas as decisões judiciais</p><p>na aplicação do Direito.</p><p>2.4 Ramos do direito</p><p>O direito, primeiro, pode ser dividido em dois ramos, ou duas classes fundamentais: Direito Público</p><p>e Direito Privado.</p><p>• Direito Público: regula as relações em que predominam os interesses gerais da sociedade.</p><p>• Direito Privado: regula as relações em que predominam os interesses dos particulares.</p><p>O Direito Público é subdividido nos seguintes ramos do direito:</p><p>• Direito Constitucional: regulamenta a lei suprema da Nação.</p><p>• Direito Administrativo: regulamenta a organização e o funcionamento da Administração Pública</p><p>e dos órgãos que executam serviços públicos.</p><p>• Direito Penal: regulamenta os crimes e as contravenções, determinando as penas e medidas</p><p>de segurança.</p><p>• Direito Processual: regulamenta as atividades do Poder Judiciário e das partes em conflito dentro</p><p>de um processo judicial.</p><p>22</p><p>Unidade I</p><p>• Direito Tributário: regulamenta os tributos responsáveis pela arrecadação de receita para o Estado.</p><p>• Direito Internacional Público: regulamenta as relações entre Estados, por meio de normas aceitas</p><p>como obrigatórias</p><p>pela comunidade internacional.</p><p>O Direito Privado é subdividido nos seguintes ramos do direito:</p><p>• Direito Civil: regulamenta a vida civil do indivíduo, com exercício de direitos e obrigações, ou seja,</p><p>nascimento, aquisição de capacidade, casamento, morte, bens etc.</p><p>• Direito Empresarial: regula as práticas de atos mercantis pelo empresário e pelas sociedades empresariais.</p><p>• Direito do Trabalho: regula as relações de trabalho entre empregado e empregador, bem como as</p><p>condições em que o mesmo é exercido.</p><p>• Direito do Consumidor: regula as relações de consumo de bens ou serviços, entre fornecedor</p><p>e consumidor.</p><p>• Direito Internacional Privado: regula os problemas particulares, ocasionados pelo conflito de leis</p><p>de diferentes países.</p><p>Saiba mais</p><p>O filme e o vídeo a seguir podem propiciar uma inter-relação com os</p><p>conteúdos apresentados:</p><p>DESMUNDO. Direção: Alain Fresnot. Brasil: A. F. Cinema, 2002. 101 min.</p><p>HISTÓRIAS DO PODER. Direção: Ana Dip. Brasil: Digital Produções; TV</p><p>Câmara, 2006. Série de 5 documentários. Disponível em: http://www2.</p><p>camara.leg.br/camaranoticias/tv/programa/50-HISTORIAS-DO-PODER.</p><p>html. Acesso em: 16 mar. 2015.</p><p>2.5 Direito constitucional e Constituição</p><p>Direito Constitucional é o ramo do Direito Público composto por regras ligadas à forma do Estado,</p><p>à forma de Governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento dos órgãos do</p><p>poder e aos direitos e garantias fundamentais.</p><p>23</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>2.5.1 A Carta Magna – Constituição da República federativa do Brasil</p><p>A última e atual Constituição promulgada (divulgada, publicada, proclamada) no ano de 1988 vem</p><p>sofrendo diversas alterações conferidas por Emendas Constitucionais ao longo dos anos.</p><p>A Constituição garantiu os direitos tanto da população civil quanto dos administradores do país, dos</p><p>militares, de outras entidades etc. Organizou a estrutura administrativa do país tendo como marco o direito</p><p>restabelecido da população a votar novamente em seus governantes, por meio de eleições diretas.</p><p>Antes dessa última promulgação, o Brasil havia passado por longos anos sob o regime ditatorial militar,</p><p>em que a população não tinha voz ativa e seus atos eram ditados pelos militares que estavam no poder.</p><p>Conforme a nossa última Constituição de outubro de 1988, o Presidente da República é o chefe</p><p>do Poder Executivo que acumula as funções de Chefe de Estado (representa o país perante os Estados</p><p>estrangeiros) e Chefe de Governo.</p><p>A instituição do dia 25 de março como o Dia da Constituição foi realizada em virtude de a primeira</p><p>Carta Magna do Brasil ter sido outorgada (concedida, conferida, consentida, aprovada) por D. Pedro I</p><p>no ano de 1824.</p><p>O Brasil contou até hoje com oito Constituições diferentes, cada uma com suas peculiaridades.</p><p>A última foi promulgada no governo de José Sarney, tendo como principal conquista e característica a</p><p>restituição dos direitos democráticos da população brasileira.</p><p>A Constituição é a lei máxima do país. Nenhum ordenamento pode ser superior a ela, ou seja, não</p><p>pode existir nenhuma lei ou ordem que passe por cima das regras constitucionais.</p><p>CF</p><p>Demais normas</p><p>Figura 1</p><p>No topo da pirâmide estão as normas constitucionais, logo todas as demais normas do ordenamento</p><p>jurídico devem buscar seu fundamento de validade no texto constitucional, sob pena de inconstitucionalidade,</p><p>ou seja, a regra ou lei que for contrária ao que está escrito na Constituição não será válida.</p><p>A Constituição é conhecida por diversos sinônimos, sempre realçando o caráter de superioridade das</p><p>normas constitucionais em relação às demais normas jurídicas. Destacamos os mais frequentes, como</p><p>Carta Magna, Lei Fundamental, Código Supremo, Lei Máxima, Lei Maior e Carta Política.</p><p>24</p><p>Unidade I</p><p>Pode-se concluir que a Constituição da República Federativa do Brasil é a lei fundamental de</p><p>organização do Estado ao estruturar e delimitar os seus poderes políticos.</p><p>O estudo das normas de direito pressupõe o conhecimento de certas noções básicas de Teoria Geral</p><p>do Estado, que serão abordadas a seguir.</p><p>Lembrete</p><p>Direito Constitucional é o ramo do Direito Público composto por regras</p><p>ligadas à forma do Estado, à forma de Governo, ao modo de aquisição e</p><p>exercício do poder, ao estabelecimento dos órgãos do poder e aos direitos</p><p>e garantias fundamentais.</p><p>25</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>Resumo</p><p>Nesta unidade, aprendemos que a palavra ética é de origem grega e</p><p>diz respeito aos costumes, aos hábitos dos homens vivendo em sociedade.</p><p>No entanto, a difícil missão é saber como avaliar o comportamento do ser</p><p>humano na “sociedade”.</p><p>Abordamos ainda que a ética de um indivíduo, grupo, organização ou</p><p>comunidade seria a manifestação visível, por meio de comportamentos,</p><p>hábitos, práticas e costumes, de um conjunto de princípios, normas,</p><p>pressupostos e valores que regem a sua relação com o mundo.</p><p>Em seguida, vimos que a sociedade é formada por um grupo de pessoas</p><p>localizadas no mesmo espaço geográfico ou virtual que compartilham o</p><p>mesmo objetivo ou a mesma perspectiva. No mundo inteiro existem várias</p><p>comunidades com regras e costumes diferentes, portanto a sociedade é</p><p>uma comunidade, uma comunhão, uma organização, em que uns suprem o</p><p>que aos outros falta e em que todos, em conjunto, realizam o que nenhum</p><p>isoladamente seria capaz de conseguir.</p><p>Aprendemos que, se a ética pode ser entendida como a forma pela qual</p><p>o indivíduo se comporta em sociedade, a moral pode ser definida como a</p><p>maneira pela qual a sociedade enxerga este “ser” e seus atos perante ela.</p><p>Vimos que o conceito de justiça, ou seja, o conceito do indivíduo</p><p>sobre o que ele considera justo ou injusto está diretamente ligado as suas</p><p>convicções pessoais, íntimas, sobre o que ele entende como certo ou errado</p><p>dentro daquilo que mais lhe convém.</p><p>Aprendemos também que a Responsabilidade Social é um processo</p><p>instrutivo e dinâmico baseado na ciência do dever humano e na ética,</p><p>envolvendo ações governamentais e não governamentais pelos direitos</p><p>fundamentais para a vida, as relações sociais e o equilíbrio ambiental.</p><p>Vimos que dentro das sociedades podemos encontrar diversas formas</p><p>de manifestação de Responsabilidade Social que podem ser exercidas</p><p>pelo Governo Municipal, por meio de políticas públicas, e pelos cidadãos,</p><p>por meio de desenvolvimento social com ações individuais, coletivas ou</p><p>empresariais junto a órgãos públicos ou entidades privadas, com a execução</p><p>de trabalhos voluntários.</p><p>26</p><p>Unidade I</p><p>Vimos que a ética empresarial pode ser definida como o comportamento</p><p>da Pessoa Jurídica de Direito Público (empresas públicas) ou de Direito</p><p>Privado, quando agem em conformidade com os princípios morais e éticos</p><p>aceitos pela sociedade, ou seja, quando agem de acordo com as regras</p><p>éticas provindas do senso comum de uma sociedade.</p><p>Em seguida, vimos que Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é a forma</p><p>de gestão empresarial que se define pela relação ética, moral e transparente</p><p>da empresa com todos os seus públicos (clientes, fornecedores, empregados</p><p>etc.) e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionam</p><p>o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos</p><p>ambientais e culturais para as gerações presentes e as futuras, respeitando</p><p>a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.</p><p>Vimos também que o Código de Ética é um instrumento que busca a</p><p>realização e a satisfação dos princípios, da visão e da missão da empresa.</p><p>Serve para orientar e disciplinar as ações de seus colaboradores e explicitar</p><p>a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais</p><p>interage, como clientes, fornecedores e público em geral.</p><p>Abordamos que o direito é um fenômeno da rotina diária que</p><p>encontramos a todo o momento e em toda parte. Desde que acordamos</p><p>até quando dormimos estamos assegurados e disciplinados pelas regras</p><p>de direito; ele resguarda, defende, ampara, protege e serve o indivíduo em</p><p>todos os instantes. Agimos</p><p>ou abstemo-nos de agir de alguma maneira</p><p>dentro de moldes traçados pelo direito.</p><p>Vimos que as cinco fontes do direito são: Leis, Costumes, Princípios</p><p>Gerais do Direito, Jurisprudência e Doutrina Jurídica.</p><p>Aprendemos ainda que o direito, primeiro, pode ser dividido em dois</p><p>ramos, ou duas classes fundamentais: Direito Público e Direito Privado.</p><p>No Direito Público encontramos matérias de interesse geral da população</p><p>e do Estado, como assuntos ligados a Constituição Federal, Direito</p><p>Administrativo e Direito Tributário. No Direito Privado, que cuida das</p><p>relações pessoais dos cidadãos, encontramos matérias de Direito Civil,</p><p>Direito Comercial e Legislação Trabalhista.</p><p>Para terminar, vimos que Direito Constitucional é o ramo do Direito</p><p>Público composto por regras ligadas a forma do Estado, forma de Governo,</p><p>modo de aquisição e exercício do poder, estabelecimento dos órgãos do</p><p>poder e aos direitos e garantias fundamentais.</p><p>27</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>Exercícios</p><p>Questão 1. A Responsabilidade Social Empresarial é um tema que ganhou grande importância</p><p>na sociedade contemporânea, e, em decorrência, muitas empresas se preocupam em estabelecer</p><p>práticas que possam ser qualificadas como de Responsabilidade Social, especialmente para associar</p><p>seu nome e sua marca a uma prática que gere credibilidade e confiabilidade nos clientes. Você, como</p><p>gestor de uma empresa de produção de derivados de petróleo, deverá adotar algumas medidas dentre</p><p>as relacionadas a seguir, como parte do planejamento estratégico de Responsabilidade Social da</p><p>empresa. Analise as afirmativas a seguir.</p><p>I – Procurar a escola pública do bairro em que se situa a empresa e se comprometer a colaborar com</p><p>a compra de livros para a biblioteca.</p><p>II – Entrar em contato com a Igreja Católica da localidade para se dispor a contribuir nas festas</p><p>organizadas para arrecadar fundos, tais como festa junina, doando prendas e alimentos para as barracas.</p><p>III – Criar um programa de reforço de aprendizagem profissional para os funcionários da empresa, de</p><p>modo que os atualize no conhecimento técnico das suas diferentes áreas de atuação.</p><p>IV – Implantar uma rede de intranet na empresa para que os funcionários tenham sempre acesso a</p><p>cursos e informações sobre assuntos diversos, todos focados no aprimoramento profissional.</p><p>V – Criar um programa de verificação da cadeia de produção para certificar-se de que a</p><p>matéria-prima adquirida pela empresa não utilize mão de obra infantil.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas com as medidas corretas a serem tomadas:</p><p>A) I, II e IV.</p><p>B) I e V.</p><p>C) I, II e V.</p><p>D) II e IV.</p><p>E) III, IV e V.</p><p>Resposta correta: alternativa E.</p><p>28</p><p>Unidade I</p><p>Análise das afirmativas</p><p>I – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: o auxílio à escola pública para aquisição de livros para a biblioteca é uma iniciativa</p><p>filantrópica, mas não uma ação de Responsabilidade Social Empresarial. A filantropia se relaciona com</p><p>aspectos externos à empresa, enquanto a Responsabilidade Social Empresarial tem por foco as ações</p><p>internas da empresa que têm por objetivo fazer toda a atividade empresarial atender a princípios e</p><p>valores éticos e sociais.</p><p>II – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: a escolha pela ajuda exclusiva a uma Igreja Católica já é um complicador porque a empresa</p><p>pode ter funcionários e consumidores de outras religiões, e priorizar uma única religião em detrimento de</p><p>outras pode ser suscetível de repercussão negativa. Além disso, conforme explicado, a contribuição para a festa</p><p>da Igreja é uma atividade filantrópica, e não de Responsabilidade Social Empresarial.</p><p>III – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: um programa de reforço de aprendizagem empresarial que tenha por objetivo</p><p>atualizar os conhecimentos profissionais dos funcionários é uma iniciativa de Responsabilidade Social</p><p>Empresarial, porque foca a própria empresa e a comunidade que ela organiza. Além disso, a capacitação</p><p>é útil não apenas para a empresa, mas também para toda a sociedade, porque, se o funcionário mudar</p><p>de emprego, ele levará o conhecimento adquirido e poderá utilizá-lo em outros locais em que venha a</p><p>trabalhar, aprimorando inclusive outros futuros colegas de trabalho.</p><p>IV – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: a Responsabilidade Social Empresarial tem por foco as atividades da própria empresa,</p><p>de modo que imprima parâmetros éticos a todas as etapas da produção e a todos os envolvidos, sejam</p><p>eles funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, representantes, dentre outros. Um sistema</p><p>interno na rede mundial de computadores que permita a todos os funcionários se aprimorarem como</p><p>profissionais e como cidadãos é uma prática própria da Responsabilidade Social Empresarial.</p><p>V – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: a Responsabilidade Social Empresarial tem por objetivo, conforme salientado</p><p>anteriormente, a implantação de princípios e valores éticos em todas as fases de trabalho da empresa, o</p><p>que exige certificar-se de que a matéria-prima adquirida seja produzida por empresas que não utilizam</p><p>mão de obra infantil, mesmo quando se dedicam a atividades extrativistas, ou seja, que retiram bens</p><p>da natureza para utilizá-los na produção de bens industriais. O combate ao trabalho infantil só será</p><p>verdadeiramente implantado neste país quando nenhuma empresa adquirir bens ou mercadorias que</p><p>tenham utilizado a mão de obra infantil.</p><p>29</p><p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL</p><p>Questão 2. Você é gerente de Recursos Humanos de uma empresa de prestação de serviços</p><p>de limpeza. Na última terça-feira foi informado pela família do funcionário José Geraldo que ele</p><p>não compareceria ao trabalho porque havia sido preso. De fato, o funcionário José Geraldo saiu do</p><p>trabalho na segunda no final da tarde e parou no ponto do ônibus para esperar a condução e voltar</p><p>para casa. Nesse momento, foi acusado por duas mulheres de ser responsável pelo assalto que elas</p><p>haviam sofrido no período da tarde, naquele mesmo bairro, no horário entre 14 e 15 horas. Elas</p><p>chamaram a polícia, que compareceu ao ponto de ônibus e prendeu José Geraldo. Ele afirma que não</p><p>assaltou ninguém, até porque, no horário apontado pelas vítimas, ele estava trabalhando. A família</p><p>está desesperada, não tem dinheiro para contratar um advogado e pede a você que auxilie permitindo</p><p>que o advogado da empresa vá à delegacia se certificar do ocorrido. Você resolve comparecer à</p><p>delegacia, e o delegado afirma que José Geraldo está preso e vai ficar assim enquanto ele, delegado,</p><p>quiser, com ou sem prova do crime, porque quem manda ali é ele. Você imediatamente convoca o</p><p>advogado da empresa e pede que ele tome as medidas necessárias para libertar José Geraldo. Sua</p><p>decisão tem por fundamento o fato de que:</p><p>A) Você tem certeza de que o delegado está enganado, porque todos são iguais perante a lei.</p><p>B) Você tem certeza de que o delegado está certo, mas ele foi muito desrespeitoso e, exatamente por</p><p>isso, precisa de uma punição administrativa que o motive a tratar melhor as pessoas.</p><p>C) Você não tem certeza de que José Geraldo seja inocente, mas, por respeito a ele e à família, quer</p><p>tentar livrá-lo da cadeia.</p><p>D) Você tem certeza de que José Geraldo é culpado, mas por dever de solidariedade cristã quer ajudá-lo.</p><p>E) Você não tem certeza de que o ato não tenha sido praticado por José Geraldo, mas sabe com</p><p>convicção que, de acordo com a Constituição Federal, todas as pessoas só podem ser presas após</p><p>o devido processo legal e a ampla defesa.</p><p>Resposta correta: alternativa E.</p><p>Análise das alternativas</p><p>A) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: a regra constitucional é de que todos são iguais perante a lei, mas isso não impede um</p><p>delegado de prender uma pessoa em determinadas circunstâncias que a própria lei permite, como o</p><p>flagrante delito ou a prisão para apuração de fatos ilícitos durante tempo determinado.</p><p>B) Alternativa incorreta.</p><p>Justificativa: se o delegado foi desrespeitoso no exercício de sua atividade deve ser formalizada uma</p><p>denúncia</p>