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<p>MALÁRIA</p><p>A malária é uma doença causada por</p><p>protozoários e transmitida pela picada de</p><p>mosquitos Anopheles. A malária, a mais</p><p>importante entre as doenças parasitárias</p><p>de humanos</p><p>EPIDEMIOLOGIA</p><p>Em 2019, foi estimado um total de 229</p><p>milhões de casos e 409.000 mortes (i.e.,</p><p>cerca de 1.100 mortes por dia). As taxas</p><p>de mortalidade diminuíram drasticamente</p><p>entre 2000 e 2015 como resultado de</p><p>programas de controle altamente efetivos.</p><p>A malária ocorre na maioria das regiões</p><p>tropicais do mundo. O P. falciparum</p><p>predomina na África, Nova Guiné e</p><p>Hispaniola (i.e., República Dominicana e</p><p>Haiti); o P. vivax é mais comum na</p><p>América Central e do Sul e no sudeste</p><p>asiático.</p><p>ETIOLOGIA</p><p>O protozoário causador da malária</p><p>pertence ao filo Apicomplexa, classe</p><p>Aconoidasida, ordem Haemosporida,</p><p>família Plasmodiidae, gênero</p><p>Plasmodium. As espécies que</p><p>habitualmente parasitam o homem são</p><p>quatro:</p><p>➔ Plasmodium falciparum: responsável</p><p>pela febre terçã̃ maligna, com acessos</p><p>febris a intervalos de 36 a 48 horas</p><p>➔ Plasmodium vivax: agente da febre</p><p>terçã̃ benigna, com ciclo de 48 horas.</p><p>Mais de 80% dos casos no Brasil.</p><p>➔ Plasmodium ovale: com distribuição</p><p>limitada ao Continente Africano e</p><p>responsável por outra forma da febre</p><p>terçã̃ benigna (ciclo de 48 horas)</p><p>➔ Plasmodium malariae: causa a febre</p><p>quartã, que se caracteriza pela ocorrência</p><p>de acessos febris a cada 72 horas</p><p>Vetor</p><p>A malária humana é transmitida</p><p>exclusivamente por mosquitos do gênero</p><p>Anopheles. Os machos alimentam-se</p><p>exclusivamente de néctares vegetais, e</p><p>apenas as fêmeas se alimentam de</p><p>sangue, cujas proteínas são necessárias</p><p>à maturação dos ovos, em um processo</p><p>que se designa por ciclo gonotrófico.</p><p>FISIOPATOLOGIA</p><p>A infecção humana começa quando um</p><p>mosquito anofelino fêmea inocula</p><p>esporozoítos de plasmódios a partir de</p><p>suas glândulas salivares durante repasto</p><p>sanguíneo. Essas formas microscópicas</p><p>móveis do parasita da malária são</p><p>carreadas rapidamente pela corrente</p><p>sanguínea ao fígado, onde invadem</p><p>células do parênquima hepático e</p><p>começam um período de reprodução</p><p>assexuada. Por esse processo de</p><p>amplificação (conhecido como</p><p>esquizogônia intra-hepática ou</p><p>pré-eritrocítica), um só esporozoíto pode</p><p>produzir de 10 mil a > 30 mil</p><p>merozoítos-filhos. Essas poucas células</p><p>hepáticas infectadas tumefeitas acabam</p><p>se rompendo, liberando merozoítos</p><p>móveis na corrente sanguínea. Os</p><p>merozoítos, então, invadem os eritrócitos</p><p>para se transformar em trofozoítos e, em</p><p>pessoas não imunes, se multiplicam 6 a</p><p>20 vezes a cada 48 horas (P. knowlesi, 24</p><p>horas; P. malariae, 72 horas). Quando os</p><p>parasitas atingem densidades de</p><p>aproximadamente 50/μL de sangue</p><p>começa a fase sintomática da infecção.</p><p>➔ Esporozoítos: Formas infectantes</p><p>para o homem, inoculadas pela fêmea do</p><p>mosquito Anopheles, responsável pela</p><p>invasão dos hepatócitos.</p><p>➔ Merozoítos hepáticos: São formas</p><p>evolutivas menores do que os</p><p>esporozoítos, de padrão ovóide e que</p><p>penetram nos eritrócitos. No interior</p><p>dessas células, tais formas evolutivas se</p><p>diferenciam e se transformam em</p><p>trofozoítos e, posteriormente, em</p><p>esquizontes sanguíneos.</p><p>➔ Merozoítos sanguíneos: Advêm da</p><p>desagregação da rosácea. São formas</p><p>evolutivas menores do que os merozoítos</p><p>hepáticos, compartilhando com estes</p><p>últimos a capacidade de invadir os</p><p>eritrócitos.</p><p>➔ Gametócitos: Os merozoítos</p><p>sanguíneos passam por diferenciação,</p><p>tornando-se trofozoítos imaturos, os quais</p><p>dão origem aos gametócitos. Os</p><p>femininos são denominados</p><p>macrogametócitos, e os masculinos,</p><p>microgametócitos.</p><p>➔ Oocinetos e oocistos: Após repasto</p><p>sanguíneo em um hospedeiro infectado,</p><p>dentro do estômago do mosquito ocorre a</p><p>união entre microgametócitos e</p><p>macrogametócitos, originando o zigoto,</p><p>que é móvel, longo e denominado</p><p>oocineto (ovo móvel). Este aloja-se na</p><p>parede intestinal do mosquito,</p><p>desenvolvendo-se em oocisto, que cresce</p><p>e matura, produzindo os esporozoítos,</p><p>que migram para as glândulas salivares</p><p>do vetor, recomeçando o ciclo.</p><p>MANIFESTAÇÕES CLINICAS</p><p>A malária é uma causa comum de febre</p><p>em países tropicais. O diagnóstico clínico</p><p>não é confiável. Os primeiros sintomas da</p><p>malária são inespecíficos; uma sensação</p><p>geral de mal-estar, cefaleia, fadiga,</p><p>desconforto abdominal e dores</p><p>musculares, seguido por febre, são</p><p>similares aos sintomas de uma doença</p><p>viral de pouca importância.</p><p>A febre costuma ser acompanhada de</p><p>cefaléia, podendo também ocorrer</p><p>mal-estar, mialgias, artralgias, náuseas e</p><p>vômitos. Atingido esse patamar de</p><p>temperatura elevada, o quadro clínico se</p><p>modifica,passando o paciente a relatar</p><p>sensação de muito calor. Os sintomas</p><p>gerais podem persistir nessa fase, que</p><p>dura cerca de 2 a 6 h.Finalmente, o</p><p>acesso malárico costuma encerrar-se na</p><p>terceira fase (que pode durar de 2 a 4 h),</p><p>na qual se observa sudorese profusa</p><p>acompanhando a remissão da febre.</p><p>Pode-se resumir o acesso malárico como</p><p>composto de três fases sucessivas:</p><p>1. Tremor</p><p>2. Calor</p><p>3. Suor.</p><p>DIAGNOSTICO</p><p>É fundamental que seja realizada a</p><p>investigação, durante a anamnese, da</p><p>possibilidade de o paciente ter viajado</p><p>recentemente a alguma área endêmica de</p><p>malária</p><p>Quando um paciente em uma área</p><p>malárica ou proveniente de uma</p><p>apresenta febre, esfregaços de sangue</p><p>espessos e finos devem ser preparados e</p><p>examinados imediatamente para</p><p>confirmar o diagnóstico e identificar a</p><p>espécie do parasita infectante</p><p>Os achados mais frequentes ao exame</p><p>físico incluem, além da febre, anemia e</p><p>hepatoesplenomegalia de pequenas</p><p>dimensões.</p><p>ACHADOS CLÍNICOS</p><p>1. Rebaixamento do nível de consciência</p><p>e/ou convulsões</p><p>2. Síndrome da angústia respiratória do</p><p>adulto;</p><p>3. Icterícia com sinal de outra disfunção</p><p>orgânica;</p><p>4. Hemoglobinúria;</p><p>5. Choque;</p><p>6. Hemorragia.</p><p>testes rápidos</p><p>Testes rápidos imunocromatográficos</p><p>detectam antígenos parasitários e são</p><p>úteis na ausência de microscopistas</p><p>treinados.</p><p>testes moleculares</p><p>Atualmente, devido aos limites analíticos</p><p>dos exames anteriormente citados, são</p><p>utilizadas técnicas alternativas, cujo</p><p>princípio é a identificação do parasito com</p><p>uso dos métodos moleculares de reação</p><p>em cadeia da polimerase (PCR).</p><p>TRATAMENTO</p><p>CLOROQUINA: Depois de atravessar as</p><p>membranas do eritrócito e dos</p><p>plasmódios, a cloroquina (uma base</p><p>diprótica fraca) se concentra no vacúolo</p><p>alimentar ácido do parasita,</p><p>primariamente por sequestro iônico. No</p><p>vacúolo alimentar, o parasita digere a</p><p>hemoglobina celular do hospedeiro para</p><p>obter os aminoácidos essenciais.</p><p>Contudo, esse processo também libera</p><p>grandes quantidades de heme solúvel,</p><p>que é tóxico para o parasita. Para</p><p>proteger-se, o parasita polimeriza o heme</p><p>em hemozoína (um pigmento), que é</p><p>aprisionado no vacúolo alimentar do</p><p>parasita. A cloroquina liga-se</p><p>especificamente ao heme, impedindo a</p><p>polimerização em hemozoína. O aumento</p><p>do pH e o acúmulo de heme resultam em</p><p>lesões oxidativas às membranas</p><p>fosfolipídicas, levando à lise do parasita e</p><p>do eritrócito.</p><p>PRIMAQUINA: Ainda que compreendidos,</p><p>os metabólitos da primaquina atuam como</p><p>oxidantes responsáveis pela ação</p><p>esquizonticida, bem como pela hemólise e</p><p>pela metemoglobinemia verificadas como</p><p>toxicidade.</p><p>PREVENÇÃO</p><p>Essas medidas incluem a evitação da</p><p>exposição a mosquitos em seus horários</p><p>de pico de alimentação (geralmente do</p><p>crepúsculo ao amanhecer) e o uso de</p><p>repelentes de insetos contendo DEET a</p><p>10-35% (ou, se DEET for inaceitável,</p><p>picaridina a 7%), vestuário adequado e</p><p>mosquiteiros ou outros materiais</p><p>impregnados com inseticida.</p>

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