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<p>Unidade 4</p><p>Metodologias Ativas e Neuroeducação</p><p>Educação e</p><p>Tecnologias</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>GABRIELLA ELDERETI MACHADO</p><p>AUTORIA</p><p>Gabriella Eldereti Machado</p><p>Olá. Meu nome é Gabriella Eldereti Machado. Sou formada em</p><p>Química (Licenciatura), com experiência técnico-profissional na área da</p><p>educação e tecnologias. Mestre em Educação e doutoranda na mesma</p><p>área. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência</p><p>de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui</p><p>convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores</p><p>independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de</p><p>muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento</p><p>de uma nova</p><p>competência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando necessárias</p><p>observações ou</p><p>complementações</p><p>para o seu</p><p>conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas</p><p>e links para</p><p>aprofundamento do</p><p>seu conhecimento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a</p><p>necessidade de</p><p>chamar a atenção</p><p>sobre algo a ser</p><p>refletido ou discutido;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso acessar</p><p>um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>fazer um resumo</p><p>acumulativo das</p><p>últimas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de</p><p>autoaprendizagem</p><p>for aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando uma</p><p>competência for</p><p>concluída e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>A Metodologia Ativa ................................................................................... 10</p><p>Características da Metodologia Ativa ......................................................................... 10</p><p>O Ensino Híbrido e Sala Invertida ......................................................... 16</p><p>Conhecendo o Ensino Híbrido ........................................................................................ 16</p><p>Ensino por Projetos e Estudo de Caso ................................................22</p><p>Conhecendo o Ensino por Projetos ............................................................................. 22</p><p>A Neuroeducação .......................................................................................29</p><p>Conhecendo a Neuroeducação ....................................................................................29</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>04</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Nesta unidade apresentarei as relações entre as Tecnologias da</p><p>Informação e Comunicação (TIC) e o ensino, assim como as metodologias</p><p>ativas e o ensino híbrido. Esses conceitos e noções serão explanados</p><p>no decorrer desta unidade. Navegaremos nesse mundo tecnológico a</p><p>partir de agora, e você terá acesso aos conceitos norteadores dos temas,</p><p>a curiosidades e principais aplicações desses conhecimentos. A seguir</p><p>serão apresentadas as competências que deverão ser alcançadas até</p><p>o final desta unidade, lembrando que é importante ir além do material</p><p>didático, buscando mais informações para um maior entrosamento</p><p>com os temas e definições. Lembre-se: conhecimento nunca é demais!</p><p>Nos próximos capítulos você irá se deparar com conhecimentos e</p><p>informações sobre Metodologia Ativa, Ensino Híbrido e Sala invertida,</p><p>ensino por projetos e estudos de casos, e neuroeducação. Bons estudos!</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>9</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no</p><p>desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término</p><p>desta etapa de estudos:</p><p>1. Compreender o conceito e a aplicabilidade das metodologias</p><p>ativas de aprendizagem, vislumbrando a aplicação das TICs;</p><p>2. Aplicar os conceitos da sala de aula invertida no contexto do</p><p>ensino híbrido;</p><p>3. Entender e aplicar a metodologia ativa da aprendizagem por</p><p>projetos e estudos de caso;</p><p>4. Discernir sobre a neuroeducação e sua aplicação no</p><p>aprimoramento das metodologias ativas de aprendizagem.</p><p>Então? Preparados para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?</p><p>Ao trabalho! A persistência é o caminho para o êxito! Vamos lá!</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>10</p><p>A Metodologia Ativa</p><p>OBJETIVO:</p><p>O objetivo deste item é conhecer a relação entre a</p><p>metodologia ativa e o ensino. Desse modo você estará</p><p>preparado para compreender como o conhecimento se</p><p>constrói com as TICs. E então? Motivado para desenvolver</p><p>essa competência? Então vamos lá. Avante!</p><p>Características da Metodologia Ativa</p><p>Metodologias ativas são aquelas que se configuram de forma</p><p>rápida e se adaptam às mudanças da sociedade (DIESEL; BALDEZ;</p><p>MARTINS, 2017). A partir do contexto tecnológico, há necessidade de</p><p>modificações no perfil docente, aliando a prática educativa ao uso de</p><p>ferramentas tecnológicas.</p><p>Desse modo, a formação de professores começa a ser repensada</p><p>de modo a atender à diversidade de saberes e temas a serem acolhidos</p><p>na prática docente, buscando ressignificar práticas de ensino agregando</p><p>a perspectiva do uso das TICs.</p><p>Diante disso, a metodologia ativa é aliada desse processo, inserindo</p><p>saberes que não se limitam somente ao conhecimento dos conteúdos</p><p>das disciplinas, mas agregam saberes do cotidiano, da vida dos alunos e</p><p>presentes no convívio em sociedade.</p><p>Na metodologia ativa preza-se o planejamento e a organização</p><p>das situações de aprendizagem, que devem ser focados nas atividades</p><p>dos estudantes. O objetivo central da ação educativa é a autonomia na</p><p>aprendizagem.</p><p>O protagonismo dos estudantes é o ponto chave da metodologia</p><p>ativa, resultando no incentivo à motivação e promoção da autonomia.</p><p>São valorizadas na metodologia ativa as atitudes dos alunos, o diálogo e</p><p>a escuta com os estudantes, as opiniões, a empatia, os questionamentos.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>11</p><p>A metodologia ativa tem seu princípio de formulação no movimento</p><p>da Escola Nova, em que se valoriza a atividade na qual o interesse do</p><p>aluno tem prioridade, e não parte do pensamento do professor propor</p><p>a ação.</p><p>É chamada de Escola Nova, ou Escola Ativa ou Escola Progressiva,</p><p>um movimento de reestruturação e renovação do ensino que aconteceu</p><p>nos anos finais do século XIX e que adquiriu força na primeira metade do</p><p>século XX. O grande nome desse movimento foi o filósofo e professor</p><p>John Dewey (1859-1952).</p><p>Desse modo, a aprendizagem ocorre por meio da ação. Nessa</p><p>perspectiva, as metodologias ativas são uma possibilidade de ativar o</p><p>aprendizado dos estudantes, pois são colocados no centro do processo.</p><p>Essa metodologia se diferencia do método tradicional, que</p><p>apresenta o conhecimento a partir da teoria e não do que o estudante</p><p>tem para contribuir. Nesse processo ocorre a migração do ensino para</p><p>a aprendizagem, e a mudança de papéis principais, do docente para o</p><p>aluno.</p><p>O conhecimento se constrói a partir de uma interação do aluno</p><p>em seu processo de aprendizagem. A característica da abordagem por</p><p>metodologias ativas de ensino é a da participação efetiva dos estudantes</p><p>na sala de aula.</p><p>Exigem-se ações e construções mentais variadas em aula, como</p><p>leitura, pesquisa, comparação, observação, imaginação, obtenção</p><p>e organização dos dados, elaboração e confirmação de hipóteses,</p><p>classificação, interpretação, crítica, busca de suposições, construção de</p><p>sínteses e aplicação de fatos e princípios a novas situações, planejamento</p><p>de projetos e pesquisas, análise e tomadas de decisões (DIESEL; BALDEZ;</p><p>MARTINS, 2017).</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>12</p><p>Figura 1 – Metodologia Ativa</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Quando relacionada ao ensino tradicional, a autonomia não é</p><p>praticada.</p><p>O ensino tradicional baseia-se na transmissão de conteúdos,</p><p>tendo o estudante uma postura passiva sobre o que aprende, com a</p><p>função de receber e absorver o conteúdo. Não há espaço para atitudes</p><p>de autonomia, como a manifestação e o posicionamento crítico. Nessa</p><p>metodologia a autonomia é entendida como a prática pedagógica que</p><p>norteia o método ativo e o estudante passa a assumir uma postura ativa,</p><p>exercitando atitude crítica.</p><p>Outro princípio da metodologia ativa é a problematização da realidade</p><p>e reflexão, que são princípios indissociáveis. O ato de problematizar implica</p><p>em fazer uma análise sobre a realidade como tomada de consciência, e a</p><p>partir disso problematizar os conteúdos ao estudante.</p><p>O princípio do trabalho em equipe intensifica a interação entre os</p><p>estudantes, sendo ponto de partida a prática social do aluno, o elemento</p><p>de mobilização para a construção do conhecimento. A interação com</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>13</p><p>os colegas e o professor leva o estudante a pensar sobre determinada</p><p>situação e expressar sua opinião sobre ela.</p><p>Inovação é o processo de introdução de novidades, de renovação,</p><p>invenção e criação. A relação docente perpassa o papel de mediador,</p><p>facilitador e ativador da prática educativa.</p><p>A base da metodologia ativa está na concepção de educação crítico-</p><p>reflexiva sustentada em estímulo ao processo de ensino-aprendizagem.</p><p>O método da construção de uma situação problema proporciona reflexão</p><p>crítica e mobiliza o educando para o conhecimento. Um exemplo disso</p><p>seria o seguinte questionamento: “Como a metodologia ativa no ensino</p><p>pode colaborar no aprendizado de crianças com déficit de atenção?”</p><p>Nesse contexto, o docente apresenta um problema próximo do</p><p>real ou simulado para o estudante resolver por meio de suas leituras</p><p>e experiências, de modo a se preparar para atuar na vida. Os temas e</p><p>conteúdos são relacionados ao problema e estudados individual ou</p><p>coletivamente e depois discutidos no grupo. Sobre esses papéis, dos</p><p>professores e alunos, veja a representação na figura 2 a seguir.</p><p>Figura 2 – Professor e estudantes</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>14</p><p>Por meio da metodologia ativa ocorre o contato com a cultura</p><p>atual, promovendo a participação das redes sociais virtuais da web e</p><p>demais mídias na construção da aprendizagem de cada aluno. As redes</p><p>potencializam a interação, independente de hierarquias, e o convívio</p><p>com as informações.</p><p>A aprendizagem desenvolve-se levando em conta os fatores e</p><p>potencialidades apresentados na figura 3.</p><p>Figura 3 – Aprendizagem</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Nesse contexto, as metodologias ativas auxiliam no processo</p><p>de ensinar e aprender com o objetivo de participação ativa de todos</p><p>os envolvidos. Busca provocar mudanças nas práticas em sala de</p><p>aula. O aluno torna-se protagonista no processo de construção de seu</p><p>conhecimento e é responsável por sua trajetória e pelo alcance de</p><p>objetivos.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>15</p><p>RESUMINDO:</p><p>O conhecimento se constrói a partir de uma interação do</p><p>aluno em seu processo de aprendizagem. A característica</p><p>da abordagem por metodologias ativas de ensino é a da</p><p>participação efetiva dos estudantes na sala de aula. Exige</p><p>ações e construções mentais variadas em aula, como leitura,</p><p>pesquisa, comparação, observação, imaginação, obtenção</p><p>e organização de dados, elaboração e confirmação de</p><p>hipóteses, classificação, interpretação, crítica, busca de</p><p>suposições, construção de sínteses e aplicação de fatos</p><p>e princípios a novas situações, planejamento de projetos</p><p>e pesquisas, análise e tomadas de decisões (DIESEL;</p><p>BALDEZ; MARTINS, 2017). Essa metodologia se diferencia</p><p>do método tradicional, que apresenta o conhecimento</p><p>a partir da teoria e não do que o estudante tem para</p><p>contribuir. Nesse processo ocorre a migração do ensino</p><p>para a aprendizagem e a mudança de papéis principais do</p><p>docente para o aluno. Por meio da metodologia ativa ocorre</p><p>o contato com a cultura atual, promovendo a participação</p><p>das redes sociais virtuais da web e demais mídias na</p><p>construção da aprendizagem de cada aluno. As redes</p><p>potencializam a interação, independente de hierarquias, e</p><p>o convívio com as informações.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>16</p><p>O Ensino Híbrido e Sala Invertida</p><p>OBJETIVO:</p><p>O objetivo deste item é conhecer sobre o ensino híbrido</p><p>e a sala invertida, duas metodologias que utilizam as TICs.</p><p>Desse modo você estará preparado para compreender</p><p>como o ensino híbrido e a sala invertida funcionam. E</p><p>então? Motivado para desenvolver essa competência?</p><p>Então vamos lá. Avante!</p><p>Conhecendo o Ensino Híbrido</p><p>Os avanços tecnológicos aliados à mudança no perfil dos</p><p>estudantes impulsionaram outros direcionamentos ao ensino com novas</p><p>metodologias. Desse modo, o ensino híbrido torna-se uma grande</p><p>tendência por respeitar as necessidades individuais dos alunos, atendê-</p><p>las, e oportunizar formatos personalizados de ensino, ou “ensino sob</p><p>medida” (NETA; CAPUCHINHO, 2017).</p><p>O conceito de ensino híbrido ainda é novo e pouco utilizado em</p><p>virtude da carência de discussão pelos renomados autores da pedagogia</p><p>brasileira (NETA; CAPUCHINHO, 2017). Com o surgimento de novos</p><p>cenários educacionais, alunos com novos perfis e modos de aprendizado</p><p>próximos às tecnologias digitais disponíveis, foi necessário apreender</p><p>uma nova forma de ensino.</p><p>A educação sempre foi híbrida, pois combinou vários espaços,</p><p>tempos, atividades, metodologias, públicos (NETA; CAPUCHINHO,</p><p>2017). Atualmente, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais</p><p>necessária a criação de um ambiente aberto e criativo em sala de aula.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>17</p><p>Figura 4 – Ensino híbrido</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Desse modo, é possível ensinar e aprender de inúmeras formas,</p><p>em todos os momentos e em diferentes espaços. O híbrido é um conceito</p><p>rico e complexo, que significa basicamente ser misturado, combinado.</p><p>No ensino regular o ensino híbrido é um método aplicado à</p><p>educação formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por</p><p>meio do ensino on-line. É necessária a mudança no contexto da escola</p><p>padronizada, que ensina e avalia a todos de forma igual e exige resultados</p><p>previsíveis, ignorando que a sociedade do conhecimento é baseada em</p><p>competências cognitivas, pessoais e sociais.</p><p>O ensino híbrido demanda de atuação por meio do conhecimento</p><p>de todos os modelos e possibilidades de ensino, para então escolher</p><p>aquele que seja adequado ao público-alvo. Desse modo a sala de aula</p><p>se amplia entre espaço físico e virtual.</p><p>Com a utilização do ensino híbrido é possível transformar aspectos</p><p>do processo educacional, como retirar a figura do professor como centro</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>18</p><p>do conhecimento e primeira fonte de informação, além de viabilizar ao</p><p>estudante o protagonismo do seu aprendizado (NETA; CAPUCHINHO,</p><p>2017). Adquire-se a postura mais participativa e coerente com a</p><p>autonomia estudantil, provocando a ampliação do pensamento crítico, a</p><p>fim de correlacionar o que está em estudo com as situações da vida real.</p><p>Para a implantação do ensino híbrido, alguns aspectos devem ser</p><p>analisados e considerados: a dinâmica de sala de aula e a formação do</p><p>professor, além da adequação do currículo e das atividades curriculares.</p><p>O ensino híbrido é uma inovação, com propostas em que se pode</p><p>organizar a sala de aula como modelos sustentados, rompendo com a</p><p>sala de aula tradicional e traçando diferentes trajetórias.</p><p>Adotar o ensino híbrido demanda mudança radical do modelo</p><p>vigente, pois nos modelos de ensino híbrido há maior possibilidade de</p><p>romper com todos os costumes do modelo de ensino que se conhece.</p><p>Os primeiros passos dados em direção a uma educação híbrida</p><p>perpassam pelo que mais se aproxima do modelo atual da maioria das</p><p>escolas – os chamados modelos sustentados –, e, entre esses, os mais</p><p>adotados são os modelos de rotação.</p><p>A rotação permite que os estudantes alternem momentos de</p><p>atividades com roteiro fixo ou a critério do professor, incluindo leituras,</p><p>produção textual, discussões em grupos pequenos ou turmas completas,</p><p>tutoria e trabalhos sempre contendo uma atividade on-line.</p><p>Há possibilidade de escolha entre os modelos rotacionais (o</p><p>modelo de rotação por estações no qual ocorre a rotação de turmas ou</p><p>classes). Nesse modelo os alunos se revezam no ambiente de uma sala</p><p>de aula.</p><p>O modelo de laboratório rotacional é aquele no qual a rotação</p><p>ocorre entre a sala de aula e um laboratório de aprendizado para o</p><p>ambiente on-line. O modelo de sala de aula invertida é aquele no qual a</p><p>rotação ocorre entre a prática presencial com professor e a residência ou</p><p>outra localidade fora da escola on-line.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>19</p><p>No modelo de rotação por estações, a sala de aula é dividida em</p><p>espaços de aprendizado chamados estações, todas relacionadas ao tema</p><p>principal da aula (NETA; CAPUCHINHO, 2017). Cada estação aborda um</p><p>objetivo específico e ao menos uma delas deve conter uma atividade on-</p><p>line.</p><p>O planejamento do professor leva em conta a quantidade de</p><p>estações que deseja implantar com atividades individuais ou em grupos</p><p>dentro de um período de tempo. As estações precisam ser independentes</p><p>entre si, mas complementares, e devem disponibilizar atividades como</p><p>vídeos, textos impressos, slides, charges, cartuns, tirinhas, entre outras.</p><p>A sala de aula invertida é um modelo de ensino híbrido que prevê</p><p>a mudança progressiva do ensino tradicional centrado no professor para</p><p>as metodologias ativas com envolvimento dos alunos. Funcionam com o</p><p>acesso a vídeos, aulas interativas e demais materiais on-line.</p><p>A sala de aula transforma-se no espaço onde os alunos trabalham</p><p>com situações problemas, coleta de dados e aplicação de conceitos, e</p><p>criam oportunidades para cada aluno caminhar no seu ritmo em grupos</p><p>colaborativos.</p><p>Nas universidades tem-se pensado sobre a mudança do perfil de</p><p>aluno, em sua maioria membros da Geração Y, constituída por indivíduos</p><p>nascidos entre os anos de 1980 e 2000, com perfil mais questionador,</p><p>rápido acesso à informação devido aos grandes avanços tecnológicos, e</p><p>relacionamentos pautados no ambiente virtual.</p><p>No ensino superior adota-se a metodologia de ensino híbrido</p><p>conhecida como blended learning.</p><p>A metodologia caracteriza-se pela união entre ensino presencial e</p><p>estudo on-line, alterando a dinâmica da relação entre professor-aluno. O</p><p>professor assume o papel de mediador do conhecimento.</p><p>A Geração Y em sala de aula tem relação com as tecnologias,</p><p>pois nasceram na era da cibercultura, com facilidade de acesso à</p><p>informação e ao conteúdo, compartilham e se comunicam em tempo</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>20</p><p>real, e participaram do surgimento, da implantação e da consolidação</p><p>da internet.</p><p>São estudantes flexíveis, criativos e questionadores, que</p><p>necessitam de reconhecimento por tudo o que desempenham. Nesse</p><p>contexto, o professor torna-se mediador do conhecimento e não mais</p><p>transferidor. E o aluno aprende por métodos ativos de aprendizagem.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>21</p><p>RESUMINDO:</p><p>Os avanços tecnológicos aliados à mudança no perfil dos</p><p>estudantes impulsionaram outros direcionamentos ao</p><p>ensino com novas metodologias. Desse modo, o ensino</p><p>híbrido torna-se uma grande tendência por respeitar</p><p>as necessidades individuais dos alunos, atendê-las, e</p><p>oportunizar formatos personalizados de ensino, ou “ensino</p><p>sob medida” (NETA; CAPUCHINHO, 2017). O conceito de</p><p>ensino híbrido ainda é novo e pouco utilizado em virtude</p><p>da carência de discussão pelos renomados autores da</p><p>pedagogia brasileira (NETA; CAPUCHINHO, 2017). Com</p><p>o surgimento de novos cenários educacionais, alunos</p><p>com novos perfis e modos de aprendizado próximos das</p><p>tecnologias digitais disponíveis, foi necessário apreender</p><p>uma nova forma de ensino. O ensino híbrido demanda da</p><p>atuação por meio do conhecimento de todos os modelos</p><p>e possibilidades de ensino, para escolher aquele que seja</p><p>adequado para o público-alvo. Desse modo, a sala de aula</p><p>se amplia entre espaço físico e virtual. Com a utilização do</p><p>ensino híbrido, é possível transformar aspectos do processo</p><p>educacional, como retirar a figura do professor como centro</p><p>do conhecimento e primeira fonte de informação, além de</p><p>viabilizar ao estudante o protagonismo do seu aprendizado</p><p>(NETA; CAPUCHINHO, 2017). Adquire-se a postura mais</p><p>participativa e coerente com a autonomia estudantil,</p><p>provocando a ampliação do pensamento crítico, a fim</p><p>de correlacionar o que está em estudo com as situações</p><p>da vida real. Para implantação do ensino híbrido, alguns</p><p>aspectos devem ser analisados e considerados, como a</p><p>dinâmica de sala de aula e a formação do professor, além</p><p>da adequação do currículo e das atividades curriculares. O</p><p>ensino híbrido é uma inovação, sem dúvida, com propostas</p><p>de ensino híbrido que podem se organizar como modelos</p><p>sustentados, rompendo com a sala de aula tradicional e</p><p>traçando diferentes trajetórias.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>22</p><p>Ensino por Projetos e Estudo de Caso</p><p>OBJETIVO:</p><p>O objetivo deste item é discutir sobre a metodologia de</p><p>ensino por projetos e pelo estudo de caso. Desse modo,</p><p>você estará preparado para compreender como incorporar</p><p>esses métodos em seu contexto didático. E então? Moti-</p><p>vado para desenvolver essa competência? Então vamos lá.</p><p>Avante!</p><p>Conhecendo o Ensino por Projetos</p><p>A Pedagogia, ou o ensino por projetos, é a metodologia que possui</p><p>uma visão diferente do que é conhecimento e currículo, pois apresenta</p><p>outra maneira de organizar o trabalho na escola.</p><p>Caracteriza-se pela forma de abordar determinado tema ou</p><p>conhecimento, permitindo uma aproximação da identidade e das</p><p>experiências dos alunos, e um vínculo dos conteúdos escolares entre</p><p>si e com os conhecimentos e saberes produzidos no contexto social e</p><p>cultural, assim como com problemas que dele emergem.</p><p>É possível nessa metodologia ultrapassar limites das áreas do co-</p><p>nhecimento e dos conteúdos curriculares. Contempla o desenvolvimen-</p><p>to de atividades práticas, de estratégias de pesquisa, de busca e uso de</p><p>diferentes fontes de informação, de sua ordenação, análise, interpreta-</p><p>ção e representação.</p><p>Pode ser desenvolvida em atividades individuais, de grupos ou</p><p>equipes. A concepção do conteúdo tem o viés controverso e pronto a</p><p>ser questionado pelos estudantes. Permite que o aluno desenvolva uma</p><p>atitude ativa e reflexiva diante de suas aprendizagens e do conhecimento</p><p>para a sua compreensão do mundo.</p><p>A metodologia do ensino por projetos não é compreendida</p><p>teoricamente como um método, mas sim como uma ideia de método</p><p>para trabalhar com objetivos e conteúdos prefixados, predeterminados,</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>23</p><p>apresentando uma sequência regular, prevista e segura, referindo-se à</p><p>aplicação de fórmulas ou de uma série de regras.</p><p>Trabalhar por meio de projetos é o oposto da ideia acima descrita,</p><p>pois no projeto o ensino-aprendizagem se realiza mediante um percurso</p><p>que nunca é fixo, ordenado. Desse modo, o ato de projetar requer</p><p>abertura para o desconhecido.</p><p>O ensino por projetos é entendido como uma concepção de ensino,</p><p>uma maneira diferente de buscar a compreensão dos alunos sobre os</p><p>conhecimentos e ajudá-los a construir sua própria identidade. O projeto</p><p>é constituído das seguintes etapas:</p><p>Figura 5 – Etapas do projeto.</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Sobre os conteúdos, a metodologia de projetos é vista pelo</p><p>seu caráter de potencializar a interdisciplinaridade. Isso de fato pode</p><p>ocorrer, pois o trabalho com projetos permite romper com as fronteiras</p><p>disciplinares, favorecendo o estabelecimento de elos entre as diferentes</p><p>áreas de conhecimento numa situação contextualizada da aprendizagem.</p><p>Além disso, promove a significativa e compartilhada experiência</p><p>de aprendizagem, auxiliando na formação integral dos indivíduos</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>24</p><p>nas diversas oportunidades de aprendizagem conceitual, atitudinal e</p><p>procedimental.</p><p>Os projetos de trabalho não se inserem apenas numa proposta de</p><p>renovação de atividades, tornando-as criativas, e sim numa mudança</p><p>de postura que exige o repensar da prática pedagógica, quebrando</p><p>paradigmas já estabelecidos.</p><p>Os alunos nessa perspectiva podem decidir, opinar e debater, e</p><p>constroem sua autonomia e seu compromisso com o social, formando-</p><p>se como sujeitos culturais e cidadãos.</p><p>Mais do que uma técnica atraente para transmissão dos conteúdos,</p><p>a proposta de projetos promove mudança na maneira de pensar e</p><p>repensar a escola e o currículo na prática pedagógica, por meio do</p><p>movimento de uma pedagogia dinâmica, centrada na criatividade e na</p><p>atividade dos alunos, na construção do conhecimento pelos alunos.</p><p>A metodologia dos projetos tem como base a teoria do construti-</p><p>vismo, que se opõe ao sistema educacional de transmissão do conhe-</p><p>cimento. Desse modo, a relação ensino e aprendizagem é voltada para</p><p>a construção do conhecimento de maneira dinâmica, contextualizada,</p><p>compartilhada, afetiva e de troca de experiências.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>25</p><p>Figura 6 – Esquema do construtivismo</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Nessa postura a aprendizagem torna-se prazerosa, pois ocorre a</p><p>partir dos interesses dos envolvidos no processo, da realidade em que</p><p>estão inseridos. Ocasiona motivação, satisfação em aprender, e resulta na</p><p>contextualização dos conteúdos e no desenvolvimento de competências</p><p>e habilidades.</p><p>O produto final apresentado pelos alunos é organizado por meio</p><p>de relatórios e a mudança em seus conceitos e discursos dá indícios de</p><p>sua aprendizagem. A avaliação ocorre por meio da ação avaliativa como</p><p>uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do saber.</p><p>O papel do professor dentro dessa metodologia é de estar ciente</p><p>de suas atividades durante o projeto, coordenando as tarefas e tendo</p><p>clareza na condução da proposta.</p><p>Os alunos devem ter a postura de autores e as seguintes funções:</p><p>inicialmente produzir uma espécie de índice ou cronograma pessoal de</p><p>trabalho a fim de que possam planejar o tempo que terão de investir, os</p><p>recursos, os procedimentos e as atividades que deverão realizar.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>26</p><p>Estabelecer o cronograma é útil para que se tenha a visão geral do</p><p>trabalho, para que todos tenham noção de suas tarefas e as dos outros,</p><p>e como instrumento de compromisso e de avaliação. Desse modo, as</p><p>metodologias possuem diferenças didáticas e de aplicabilidade, sendo</p><p>coerentes a cada contexto escolar.</p><p>Sobre o estudo de caso, é um método qualitativo que consiste,</p><p>geralmente, em uma forma de aprofundar uma unidade individual</p><p>(YIN, 2001), utilizado para responder a questionamentos a respeito do</p><p>fenômeno estudado, sobre o qual o pesquisador não tem muito controle.</p><p>IMPORTANTE:</p><p>O estudo de caso contribui para compreendermos melhor</p><p>os fenômenos individuais, os processos organizacionais e</p><p>políticos da sociedade.</p><p>É uma estratégia de pesquisa que compreende um método que</p><p>abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de dados</p><p>(YIN, 2001). Método útil quando o fenômeno a ser estudado é amplo e</p><p>complexo e não pode ser compreendido fora do contexto onde ocorre</p><p>naturalmente.</p><p>Buscando esclarecer decisões a serem tomadas, o estudo de caso</p><p>investiga um fenômeno contemporâneo partindo do seu contexto real, e</p><p>pode ser dos seguintes tipos:</p><p>• Exploratórios: quando se quer encontrar informações preliminares</p><p>sobre o assunto estudado. Descritivos: o objetivo é descrever</p><p>o estudo de caso. Analíticos: quando se quer problematizar ou</p><p>produzir novas teorias que irão procurar problematizar seu objeto,</p><p>construir ou desenvolver novas teorias que serão confrontadas</p><p>com as teorias que já existiam, proporcionando avanços do</p><p>conhecimento (YIN, 2001).</p><p>Investiga-se uma situação específica, buscando encontrar as ca-</p><p>racterísticas e o que há de essencial nela. É utilizado para desenvolvi-</p><p>mento de uma pesquisa acadêmica e escolar, visando a compreender</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>27</p><p>um fenômeno ainda pouco estudado ou aspectos específicos de uma</p><p>teoria ampla.</p><p>Existem algumas etapas a serem desenvolvidas no estudo de caso:</p><p>• No delineamento da pesquisa a primeira atividade é a definição</p><p>clara e precisa do tema que será estudado, dentro de uma área</p><p>de pesquisa e do objeto que se pretende investigar.</p><p>• O desenho da pesquisa apresenta quatro aspectos: validade</p><p>externa, confiabilidade, validade do constructo e validade interna.</p><p>A validade externa é a capacidade de os resultados representarem</p><p>de fato o fenômeno estudado.</p><p>• A confiabilidade é a possibilidade de replicação do experimento</p><p>por outro pesquisador, que deverá chegar aos mesmos resultados.</p><p>Nessa etapa é construído um protocolo de pesquisa.</p><p>• A validade do constructo é a capacidade de avaliar corretamente</p><p>os conceitos estudados. Envolve dados, revisão dos relatórios e o</p><p>estabelecimento de uma cadeia lógica de eventos da pesquisa.</p><p>• Como instrumentos de pesquisa, os mais utilizados para a coleta</p><p>de dados são levantamento e análise de cartas, documentos,</p><p>relatórios internos, jornais, revistas, internet, apresentações e</p><p>outros materiais como gravações, fotografias, filmes. Ainda temos</p><p>os instrumentos para dados primários: entrevistas, observação</p><p>direta e observação participativa.</p><p>• A preparação e coleta dos dados é a etapa de desenvolvimento</p><p>da metodologia de estudo de caso. É quando o pesquisador</p><p>entra em contato com os casos selecionados para verificar a</p><p>possibilidade de realização do estudo.</p><p>• A análise dos casos e elaboração dos relatórios é a etapa que</p><p>envolve três atividades: analisar os dados, apresentar os dados e</p><p>verificar as proposições, e delinear a conclusão.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>28</p><p>RESUMINDO:</p><p>A Pedagogia, ou o ensino por projetos, é a metodologia que</p><p>tem uma visão diferente do que é conhecimento e currículo,</p><p>pois apresenta outra maneira de organizar o trabalho na</p><p>escola. Caracteriza-se pela forma de abordar determinado</p><p>tema ou conhecimento, permitindo uma aproximação da</p><p>identidade e das experiências dos alunos, e um vínculo</p><p>dos conteúdos escolares entre si e com os conhecimentos</p><p>e saberes produzidos no contexto social e cultural, assim</p><p>como com problemas que dele emergem. É possível nessa</p><p>metodologia ultrapassar limites das áreas do conhecimento</p><p>e conteúdos curriculares. Contempla o desenvolvimento</p><p>de atividades práticas, de estratégias de pesquisa, de</p><p>busca e uso de diferentes fontes de informação, de sua</p><p>ordenação, análise, interpretação e representação. Pode</p><p>ser desenvolvida em atividades individuais, em grupos ou</p><p>equipes. A concepção do conteúdo tem o viés controverso</p><p>e pronto a ser questionado pelos estudantes. Permite que o</p><p>aluno desenvolva uma atitude ativa e reflexiva diante de sua</p><p>aprendizagem e do conhecimento para sua compreensão</p><p>do mundo. A metodologia do ensino por projetos não</p><p>é compreendida teoricamente como um método, mas</p><p>é uma ideia de método para trabalhar com objetivos e</p><p>conteúdos prefixados, predeterminados, apresentando</p><p>uma sequência regular, prevista e segura, referindo-se</p><p>à aplicação de fórmulas ou de uma série de regras. O</p><p>ensino por projetos é entendido como uma concepção de</p><p>ensino, uma maneira diferente de buscar a compreensão</p><p>dos alunos sobre os conhecimentos e ajudá-los a construir</p><p>sua própria identidade. O estudo de caso contribui para</p><p>compreendermos melhor os fenômenos individuais, os</p><p>processos organizacionais e políticos da sociedade. É</p><p>uma estratégia de pesquisa que compreende um método</p><p>que abrange tudo em abordagens específicas de coleta e</p><p>análise de dados (YIN, 2001). É um método útil quando o</p><p>fenômeno a ser estudado é amplo e complexo e não pode</p><p>ser estudado fora do contexto onde ocorre naturalmente.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>29</p><p>A Neuroeducação</p><p>OBJETIVO:</p><p>O objetivo deste item é conhecer sobre a neuroeducação,</p><p>de modo que você estará preparado para compreender</p><p>como é a aprendizagem a partir do contexto cognitivo e</p><p>das funções cerebrais. E então? Motivado para desenvolver</p><p>essa competência? Então vamos lá. Avante!</p><p>Conhecendo a Neuroeducação</p><p>A neuroeducação é a área que surgiu em 2008, na Universidade</p><p>Capella, nos Estados Unidos, com a tese de doutorado de Tracey Noel</p><p>Tokuhama-Espinosa. O trabalho reúne fundamentos da neuroeducação,</p><p>contextualização sobre seu surgimento, descreve a bibliografia e traça</p><p>princípios da nova área do conhecimento.</p><p>Tem como finalidade abordar o conhecimento e a inteligência,</p><p>integrando três áreas: a Psicologia, a Educação e as Neurociências. Por</p><p>meio da Psicologia, o objetivo principal seria explicar os comportamentos</p><p>da aprendizagem, debruçando-se sobre a mente humana.</p><p>Um exemplo da aplicabilidade da Psicologia é o entendimento das</p><p>emoções no aprendizado, nos processos de tomada de decisão e nas</p><p>várias possibilidades de motivação dos alunos para o aprendizado.</p><p>A Educação é responsável pelas estratégias pedagógicas</p><p>aplicáveis no âmbito escolar, buscando tecnologias educacionais, como</p><p>vídeos, multimídias, games e outros produtos educacionais.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>30</p><p>Figura 7 – Neuroeducação</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Desse modo, a neuroeducação é uma abordagem com técnicas</p><p>de captação de informações neuronais, por sinais elétricos cerebrais,</p><p>estudada para possibilitar a compreensão sobre a aprendizagem.</p><p>São ordenados 14 princípios básicos da neuroeducação, apresen-</p><p>tados no Quadro 1 a seguir.</p><p>Quadro 1 – Princípios da neuroeducação</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>Estudantes aprendem melhor quando são altamente motivados do</p><p>que quando não têm motivação.</p><p>Estresse impacta aprendizado.</p><p>Ansiedade bloqueia oportunidades de aprendizado.</p><p>Estados depressivos podem impedir aprendizado.</p><p>Tom de voz de outras pessoas é rapidamente julgado no cérebro</p><p>como ameaçador ou não ameaçador.</p><p>As faces das pessoas são julgadas quase que instantaneamente.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>31</p><p>Feedback é importante para o aprendizado.</p><p>Emoções têm papel-chave no aprendizado.</p><p>Movimento pode potencializar o aprendizado.</p><p>Humor pode potencializar as oportunidades de aprendizado.</p><p>Nutrição impacta o aprendizado.</p><p>Sono impacta consolidação de memória.</p><p>Estilos de aprendizado (preferências cognitivas) são devidos à</p><p>estrutura única do cérebro de cada indivíduo.</p><p>A diferenciação nas práticas de sala de aula se justifica pelas</p><p>diferentes inteligências dos alunos.</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>Para além desses princípios é necessário seguir a prática</p><p>organizacional do cérebro humano. Nesse processo algumas ferramentas</p><p>são utilizadas, como as tecnologias audiovisuais para desenvolvimento</p><p>do conhecimento teórico, prático, técnico, aplicável e memorizável. Desse</p><p>modo, a neuroeducação é um campo interdisciplinar para desenvolver</p><p>processos cognitivos e emocionais que originem melhores métodos de</p><p>ensino e currículos.</p><p>Neurociência é o estudo científico do sistema nervoso, abrangendo</p><p>contextos da biologia para compreensão da formação do aprendizado.</p><p>O cérebro humano é constituído de áreas cada uma com sua</p><p>função em nosso corpo e mente. Tem conexão com o Sistema Nervoso</p><p>Central, sendo composto por milhares de neurônios que permitem uma</p><p>relação constante entre mente e corpo. Pode ser dividido em quatro</p><p>lobos ou lóbulos: o lóbulo parietal ou lobo parietal é a parte do cérebro</p><p>que regula os dados recebidos a partir de estímulos do sentido do tato.</p><p>O lobo frontal, parte do cérebro que mais diferencia o humano</p><p>como ser racional do resto dos outros animais, regula a memória funcional</p><p>e a linguagem. O lóbulo occipital ou lobo occipital é a parte do cérebro</p><p>que processa a informação dos dados visuais, já que lá se encontra o</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>32</p><p>córtex visual. O lobo temporal é a parte do cérebro encarregada de</p><p>perceber e reconhecer os estímulos auditivos e vinculados à memória e</p><p>à emoção. Uma das partes mais relevantes do encéfalo é o cerebelo, cuja</p><p>função é a de regular aspectos do organismo como postura, equilíbrio e</p><p>coordenação.</p><p>O hipotálamo é o responsável por regular outras funções, como os</p><p>ciclos do sono, a temperatura do corpo, a fome e o ânimo. O hipocampo é</p><p>uma área cerebral que armazena lembranças, memórias e aprendizado.</p><p>O cérebro também conta com duas áreas específicas que regulam</p><p>a fala: a área de Broca, parte do lobo frontal que é responsável pela</p><p>expressão da linguagem, e a área de Wernicke, localizada no córtex</p><p>cerebral e que permite a compreensão da linguagem oral e escrita.</p><p>Cada parte do cérebro tem sua função, sendo assim determinante</p><p>conhecê-lo para promover mudanças à forma de ensino e aprendizagem.</p><p>RESUMINDO:</p><p>A neuroeducação surgiu em 2008, na Universidade</p><p>Capella, nos Estados Unidos, com a tese de doutorado</p><p>de Tracey Noel Tokuhama-Espinosa. O trabalho reúne</p><p>fundamentos da neuroeducação, contextualização sobre</p><p>seu surgimento, descreve a bibliografia e traça princípios</p><p>da nova área do conhecimento. A neuroeducação é a</p><p>área que tem como finalidade abordar o conhecimento</p><p>e a inteligência, integrando três áreas: a Psicologia, a</p><p>Educação e as Neurociências. Por meio da Psicologia, o</p><p>objetivo principal seria explicar os comportamentos da</p><p>aprendizagem, debruçando-se sobre a mente humana. Já</p><p>as Neurociências são o estudo científico do sistema nervoso,</p><p>abrangendo contextos da biologia para compreensão da</p><p>formação do aprendizado. O cérebro humano é constituído</p><p>de áreas cada uma com sua função em nosso corpo e</p><p>mente. O cérebro humano tem conexão com o Sistema</p><p>Nervoso Central, composto por milhares de neurônios que</p><p>permitem uma relação constante entre mente e corpo.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>33</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. Os princípios das</p><p>metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema,</p><p>2017.</p><p>NETA, M. da S.; CAPUCHINHO, A. C. Educação híbrida: conceitos,</p><p>reflexões e possibilidades do ensino personalizado. In: II CONGRESSO</p><p>SOBRE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO. Anais. Universidade Federal da</p><p>Paraíba, Mamanguape, 2017.</p><p>YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto</p><p>Alegre: Bookmam, 2001.</p><p>Educação e Tecnologias</p><p>34 Educação e Tecnologias</p><p>A Metodologia Ativa</p><p>Características da Metodologia Ativa</p><p>O Ensino Híbrido e Sala Invertida</p><p>Conhecendo o Ensino Híbrido</p><p>Ensino por Projetos e Estudo de Caso</p><p>Conhecendo o Ensino por Projetos</p><p>A Neuroeducação</p><p>Conhecendo a Neuroeducação</p>