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<p>Relações Interpessoais a. Pessoa, ser relacional A pessoa é por excelência um ser relacional. As relações interpessoais são o verdadeiro cenário da vida humana. A pessoa humana é um ser constitutivamente dialogante, aberto ao encontro, ao outro. Ao contato com o outro a pessoa se constitui - não há eu sem o outro. bebê, ao nascer, se depara com a mãe, ela aprende a conhecer o rosto da mãe antes mesmo do seu próprio rosto. A presença do outro é constitutiva do eu. Tanto é uma necessidade a relação interpessoal que, na Grécia antiga existia uma forma de penalizar a pessoa que se chamava desterro ficar sem pátria, para um lugar onde se falava outra língua, se tinham outros costumes muito diferentes dos que a pessoa estava habituada - isso era considerado mais difícil do que a morte pois era uma espécie de morte em vida morria-se para o relacionamento. homem precisa do convívio com o outro para aprender a viver, para sobreviver. o homem só, torna-se um animal desvalido, inviável, fraco. o homem extrapola a natureza física na medida em que necessita falar sobre, racionalizar, criar. É na relação com o outro que tudo isso se dá. Existe na vida humana a condição de compartilhar, tornar comum pensamentos, ideias, projetos. Isso se faz através da linguagem - ela possibilita a comunicação, o tornar comum algo que é da intimidade, do mundo interior. Existem bens na vida humana que podem ser compartilhados e outros que podem somente ser repartidos. Os bens materiais normalmente podem ser repartidos - o que eu possuo não pode ser possuído por outro a não ser que eu dívida ou renuncie a ele Ideias, pensamentos, conhecimentos são bens compartilháveis podem ser possuídos por duas ou mais pessoas sem que se percam esses são bens mais elevados, bens verdadeiros. Os bens imateriais, compartilháveis, ao invés de diminuírem quando compartilhados, aumentam. A alegria compartilhada é maior do que a alegria solitária, o conhecimento compartilhado pode ganhar novas matizes e grandeza. A vida social se faz ao compartilhar esse tipo de bem - os bens imateriais. Sobre os fins dos bens materiais e imateriais: os bens materiais são aqueles que são úteis para alcançarmos algum objetivo, ou seja, são meios. Estão incluídos na ordem da utilidade. Ex: um carro serve para me levar aos lugares, para me atribuir um status; um bolo serve para comemorar uma data, para suprir uma necessidade de alimentação, e assim por diante. Os bens racionais (imateriais) podem também ocupar a ordem de ser útil a algo conheço um assunto para me posicionar melhor numa determinada tomada de decisão, porém, eles são também fim em si mesmos, o conhecimento sempre aperfeiçoa a pessoa, os amigos são uma alegria em si (não se tem amigos por uma visão utilitarista). Para compreendermos melhor essa tendência relacional da pessoa vamos falar rapidamente sobre o amor e a amizade</p><p>b. amor e suas classes o amor de benevolência tipo de amor próprio da pessoa. o amor de benevolência consiste em afirmar o outro enquanto outro. Segundo Stork e Echevarria "Amar é querer o bem para o outro, alegrar-se com o bem do outro, afirmar com satisfação o bem que supõe sua existência e desejar melhorá-lo, que cresça" Nesse tipo de amor o relevante não é o que o outro oferece, mas sim o que ele é. Também pode ser chamado de amor Dádiva, na medida em que nele o outro se descobre como um presente e, na relação, ofereço-me também como doação a ele. A inclinação presente nele é a doação de si. Existe uma outra forma de amor que podemos chamar de Ele nos inclina a nossa própria perfeição e desenvolvimento. Também pode ser chamado de amor desejo. Nesse tipo de amor, amar é crescer. Esse amor nos inclina ao fim amado que é o bem do amante - seu desenvolvimento e crescimento. Cabe, no entanto, considerar que, chamar de amor ao desejo da própria plenitude, da inclinação a ser feliz, a tendência sensível e racional ao próprio bem só faz sentido se tal desejo não se separar do amor de benevolência que é a forma mais própria de amor dos seres humanos. Por quê? Porque o amor desejo leva o amado a amar-se a si mesmo e, nessa medida, pode se relacionar com os demais, buscando sua própria plenitude, sua satisfação, o que colocaria as outras pessoas na ordem de meio para alcançar a própria satisfação. As pessoas não podem ser amadas assim e, desse modo, se faz necessário compaginar o desejo com o amor de benevolência. amor é o uso mais humano e profundo da vontade é exatamente o ato de amar que faz a vida humana valer a pena. Podemos então dizer que o amor se divide em amor de benevolência (amor dádiva) e amor de necessidade (desejo) Para compreender melhor ainda sobre o amor é importante observarmos algumas considerações: 1. Todos os atos da vida humana se relacionam com o amor - ou o afirmam ou o negam. Sendo um ato da vontade o amor não é sentimento. Ele pode estar ou não acompanhado de sentimento, porém, é possível dizer que o amor sem sentimento é mais puro pois busca somente o bem do outro sem o consolo de sentir-se bem amando. Sentir afeto também é amar, porém, não acontece o tempo todo em relação ao amado. Evidentemente os afetos enriquecem a experiência de amar, criam proximidade, facilita vínculos, porém, sozinhos não sustentam o amor pois se reduziria a sentimentalismo. Além de afetos, o amor tem efeitos, ou seja, ele se manifesta com ações que testemunham sua existência na vontade os efeitos são obras da vontade. Esses são dois aspectos do amor 2. Outro modo de classificarmos o amor é segundo as pessoas a quem ele se dirige - se são pessoas que têm conosco um vínculo próximo, de parentesco (natural, biológico) ou não. No primeiro caso, existe uma proximidade física, familiar, que facilita o crescimento do afeto (amor familiar ou natural). Quando o amor se constrói sem essa relação natural de parentesco, chamaremos de amizade - relação intensa que pode ser contínua ou</p><p>ocasional. Um terceiro tipo será aquele que acontece entre o homem e a mulher, que chamaremos de eros e que dele faz parte a sexualidade. Desse tipo de amor nasce a família. A amizade e seus graus A amizade se define como o amor que comporta a benevolência, a dádiva. Mais do que isso, trata-se de uma relação de benevolência recíproca, ou seja, nela um quer o bem do outro pela pessoa que é. Na amizade há um diálogo habitual que se interrompe eventualmente no tempo, porém, que se reestabelece e se recupera assim que os amigos se reencontram. Segundo Cicerón, a amizade, além da sabedoria, talvez seja o que há de mais preciosos na vida de um homem. Já CSLewis diz que poucos a valorizam atualmente, pois poucos a experimentam. No entanto ter bons amigos continua sendo um ingrediente importante para uma vida plena. Aristóteles divide a amizade segundo o bem que se ame no amigo - o prazer que produz, a utilidade que nos traz ou o próprio amigo. Só o terceiro tipo de amizade merece o nome de amizade perfeita. É a mais rara, com mas deve ser buscada com empenho. As duas primeiras possibilidades pelo prazer que produz, ou pela utilidade que tem por não se dirigirem à pessoa do amigo, são finitas à princípio afinal, o prazer ou a utilidade são bens alcançáveis rapidamente e, os meios que levaram à eles podem ser descartados até que sejam novamente necessários. Essas amizades são consideradas por Aristóteles como acidentais, afinal, a pessoa não precisa ser necessariamente aquela, desde que cumpra a função que lhe atribuímos: trazer o prazer ou ser útil. Os amigos, nesses casos, não são lugar de chegada mais sim, portanto é substituível por outros que tenham a mesma utilidade. Tais amizades se dissolvem facilmente. Somente o terceiro tipo de amizade pode ser considerada perfeita, nela o amigo é o lugar de chegada do amor. Esse tipo de amizade é possível? Sim, desde que se cumpram as condições para ela. Vamos a elas: 1. Companheirismo - a verdadeira amizade surge dele, do compartilhar uma tarefa ou um trabalho que proporcione conhecer e conversar com o amigo. Estar junto, caminhar em direção a um objetivo que se compartilha. Evidentemente surgem discordâncias e discrepâncias que podem ser conversadas e compartilhadas pelos amigos. Permitem trocas, aprendizagens, enriquecimento dos pontos de vista. Há identificação de gostos, diversões, etc. 2. Custa crescer a amizade perfeita pressupõe ter feito algo juntos, ela precisa de tempo, de atenção. Exige o tempo necessário a que um abra sua intimidade com o outro. Confiar, ter tesouros em comum, histórias juntas.</p><p>Somente assim a amizade se estabelece e aprofunda. Quando surge, a amizade se torna resistente e não se rompe facilmente. 3. A amizade tem muito a ver com a justiça. amigo está sempre atento a dar ao outro aquilo que é seu - aquilo que merece por ser amigo, ou seja, tudo. A amizade nos leva a respeitar e honrar o amigo como ele merece. Quando não há amizade verdadeira, não há justiça na relação. Uma sociedade que perde esse valor da amizade será uma sociedade judicializada, onde é necessário resolver conflitos nos tribunais. Deste ponto de vista podemos dizer que o amor e a justiça são dois tipos de relação interpessoal mais propriamente humanas e que estão em relação íntima um com o outro.</p>

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