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<p>2</p><p>Sonho de uma noite de Verão</p><p>William Shakespeare.</p><p>Personagem ..... / .....Elenco</p><p>Contador 1/Artesão -</p><p>Contador 2 / Fada 1 –</p><p>Contador 3/Egeu –</p><p>Contador 4/ Hipólita –</p><p>Contador 5 / Fada 2 –</p><p>Hérmia –</p><p>Titânia –</p><p>Lisandro -</p><p>Oberon –</p><p>Helena –</p><p>Teseu –</p><p>Puck –</p><p>Demétrio –</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>2</p><p>Sonho de uma noite de Verão</p><p>William Shakespeare.</p><p>*************************************</p><p>1° momento – Chegada da trupe (coreografia)</p><p>(MÚSICA)</p><p>Quantos amores um homem pode ter? (2X)</p><p>Tantos amores cabem juntos dentro do meu peito</p><p>Tenho coração de mãe, é só chegar que dá-se um jeito</p><p>Quantos amores um homem pode ter? (2X)</p><p>Tem gente que ama a família, os filhos</p><p>Esposa, cachorro, vizinho, patrão</p><p>Tem gente que ama a igreja porque</p><p>O amor é a salvação</p><p>Tem gente que ama café meio amargo</p><p>Bolo queimado e massa de pão</p><p>Tem gente que ama um chá bem gelado</p><p>E gosta do vinho quentão.</p><p>Quantos amores um homem pode ter? (2X)</p><p>É um enorme prazer estar aqui com a presença de cada um dos senhores</p><p>e das senhoras. Nós estamos aqui para contar uma história de amor</p><p>escrita por William Shakespeare. Eu sei o que vocês estão pensando: o</p><p>que um inglês do século XVII pode saber sobre o amor? Pois na</p><p>verdade, sua obra é repleta de diversos tipos de amor. Seja familiar,</p><p>fraterno ou carnal. A peça que iremos apresentar, “Sonho de uma noite</p><p>de verão”, trata do mais sofrido dos amores: os amores trocados ou não-</p><p>correspondidos. Ou como disse uma vez o poeta:</p><p>Carlos amava Dora, que amava Lia, que amava Léa, que amava Paulo,</p><p>que amava Juca, que amava Dora, que amava</p><p>Carlos amava Dora, que amava Rita, que amava Dito, que amava Rita,</p><p>que amava Dito, que amava Rita, que amava</p><p>Carlos amava Dora, que amava Pedro, que amava tanto,</p><p>Que amava a filha, que amava Carlos, que amava Dora,</p><p>Que amava toda a Quadrilha (Quantos amores)</p><p>Toda a Quadrilha (Pode ter)</p><p>Contador 1: Helena amava Demétrio,</p><p>Contador 4: que amava Hérmia,</p><p>Contador 3: que amava Lisandro.</p><p>Todos: Assim começa a nossa história...</p><p>Contador 1: Respeitável público! Há uma lei em Atenas que</p><p>obriga as moças a se casarem com os noivos escolhidos por seus</p><p>pais.</p><p>Contador 2: Se não aceitarem a escolha do pai e se negarem a</p><p>casar, devem ser condenadas à morte.</p><p>2</p><p>Contador 5: Isso quase nunca acontece, pois as moças com</p><p>medo, logo aceitam os noivos que lhe são destinados. Mas...</p><p>Contador 1: Toda regra tem sua exceção.</p><p>Contado 2: Às vésperas do casamento do grande herói grego</p><p>duque de Atenas, Teseu, com sua amada Hypólita, em meio a</p><p>grandes preparativos, eis que nossa história começa.</p><p>Teseu: Hérmia, seu pai, cheio de dor, veio fazer me fazer uma</p><p>queixa. Ele diz que este homem, Demétrio, tem o seu</p><p>consentimento para se casar com ela. Porém este outro, Lisandro,</p><p>ardilosamente enfeitiçou seu coração com versos, presentes de</p><p>amor, serenatas ao luar...</p><p>Egeu: Declamou versos sob sua janela! Apossou-se de suas</p><p>fantasias, oferecendo-lhe anéis, bugigangas, ramalhetes, doces,</p><p>coisas que a fascinaram! Roubou o coração de minha filha!</p><p>Transformou sua obediência, que é a mim devida, em teimosia</p><p>ferrenha! Senhor Duque, tome uma decisão, por favor!</p><p>Teseu: Seja prudente, bela menina. Lembre-se de que é um</p><p>dever respeitar seu pai!</p><p>Hérmia: Quero saber qual será o meu destino se me recusar a</p><p>desposar Demétrio!</p><p>TESEU - Ou morrer, ou retirar-se da sociedade e viver para</p><p>sempre casta!</p><p>HÉRMIA- Prefiro viver só, a entregar minha juventude a um</p><p>homem que não amo.</p><p>Contador 5: Hermia tenta explicar ao príncipe, que Demétrio</p><p>já foi noivo de sua amiga Helena</p><p>Contador 2: ...e que esta ainda é apaixonada por ele.</p><p>Contador 1: E que, além disso, ela ama outro rapaz, Lisandro.</p><p>Contador 2: O príncipe Teseu fica sem saída, pois apesar de ser</p><p>generoso e justo, precisa cumprir a lei que vigora no país.</p><p>Contador 5: Decide então estipular um prazo para Hérmia</p><p>aceitar o casamento com Demétrio.</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>2</p><p>Teseu: Na lua cheia será selada a união entre mim e minha</p><p>amada Hipólita. Prepare-se! Nessa ocasião, ou morrerá por</p><p>desobediência ou se casará com Demétrio, como seu pai deseja.</p><p>Demétrio: Hérmia, concorda; e tu, Lisandro, deixe de pretensão</p><p>e respeite meu direito.</p><p>Lisandro: Você não tem o amor dela, Demétrio, mas o do pai.</p><p>Deixe-me ficar com Hérmia e case-se com o pai dela, se quiser.</p><p>Egeu: Atrevido!</p><p>HIPÓLITA: Bela Hérmia, tente criar forças para se submeter à</p><p>vontade de seu pai. Caso contrário, já sabe o que acontecerá.</p><p>TESEU: Vamos, minha Hipólita! Demétrio e Egeu, me</p><p>acompanhem para preparamos meu casamento.</p><p>Contador 1: Hérmia ficou muito triste. Junto com seu amado</p><p>Lisandro, precisava encontrar uma saída.</p><p>Contador 2: Mas, por tudo o que se pode ler ou saber das</p><p>tradições, o verdadeiro amor nunca segue um caminho fácil.</p><p>CONTADOR 5 : Em outras palavras, as lágrimas sempre</p><p>acompanham as fantasias.</p><p>(MÚSICA)</p><p>Lisandro: Ouça-me, Hérmia! Tenho uma tia viúva e bem de</p><p>vida, sem filhos. Mora longe de Atenas. Ela me considera como a</p><p>um filho. Lá, a lei de Atenas não pode nos atingir e podemos nos</p><p>casar. Se você me ama, fuja da casa de seu pai amanhã à noite e</p><p>me encontre no bosque, a uma légua da cidade. Estarei te</p><p>esperando.</p><p>(Entra Helena)</p><p>Hérmia: Formosa Helena!</p><p>Helena: Eu, formosa? Desminta depressa. Demétrio só pensa</p><p>em você. Ama sua formosura, sua voz melodiosa e em seus olhos</p><p>encontra a luz mais pura. Diga como você consegue dominar o</p><p>coração de Demétrio.</p><p>Hérmia: Eu faço carrancas, praguejo... Mesmo assim, ele ainda</p><p>me ama. Quanto mais o odeio, mais ele me persegue.</p><p>2</p><p>Helena: Quanto mais o amo, mais ele me odeia. Sei que a culpa</p><p>não é sua, é da sua beleza! Ah, se essa culpa fosse minha!</p><p>Hérmia: Coragem! Por mais tempo ele não há</p><p>de fazer juras com tal tenacidade. Lisandro e eu acabamos de</p><p>decidir. Nos encontraremos no bosque e fugiremos de Atenas.</p><p>Lisandro: Vamos fugir amanhã bem cedo. Mas saiba que sua</p><p>amiga sentirás muitas saudades. Poderás nos visitar sempre que</p><p>quiser.</p><p>HÉRMIA- Reze por nós, minha cara Helena. E encontre a</p><p>felicidade com Demétrio. Agora devemos nos afastar, querido</p><p>Lisandro. Amanhã nos encontraremos conforme foi combinado.</p><p>Adeus.</p><p>(Saem Lisandro e Hérmia)</p><p>Helena: Em toda Atenas sou considerada tão bela quanto</p><p>Hérmia; Demétrio é o único que não reconhece! Antes que se</p><p>encantasse por Hérmia, Demétrio dizia que seu coração pertencia</p><p>somente a mim. Bastou sentir a primeira faísca de amor por ela</p><p>que esqueceu todos os juramentos. (Pausa) Mas já sei o que</p><p>fazer: vou contar-lhe o plano de fuga dos dois; ficará agradecido a</p><p>mim e talvez volte a dar-me atenção. Preciso encontrar Demétrio!</p><p>Contador 4: Eis então, que Helena resolve contar a Demétrio</p><p>sobre a fuga da amiga, pois assim, talvez ele lhe ficasse grato e a</p><p>veria com outros olhos, menos indiferentes.</p><p>Contador 3: Enquanto isso, na casa de Pedro Marmelo,</p><p>carpinteiro ateniense, acontecia um outro encontro prá lá de</p><p>divertido.</p><p>Contador 4: Um grupo de artesãos fôram os escolhidos de</p><p>Atenas para interpretar uma peça no casamento do Príncipe</p><p>Teseu e Hipólita!</p><p>Contador 3: Eles combinaram de se encontrar para o ensaio</p><p>no dia seguinte no bosque!</p><p>Contador 4 - O mesmo lugar escolhido por Hérmia e</p><p>Lisandro para se encontrarem e se prepararem para a fuga. Mas,</p><p>um outro grande encontro acontecia no bosque, um encontro</p><p>Real.</p><p>(Efeito sonoro)</p><p>2</p><p>Contador 1: Neste bosque viviam pequenos e misteriosos seres,</p><p>fadas, elfos e duendes. O rei dos elfos Oberon, e a rainha das</p><p>fadas, Titânia.</p><p>Contador 4: Eles eram casados, mas há muito tempo estavam</p><p>separador, pois brigavam pela tutela de um menino, cuja mãe</p><p>tinha morrido.</p><p>Contador 3: Titânia pegou o menino e Oberon queria que ela</p><p>lhe desse o garoto, para que ele fizesse parte de sua comitiva para</p><p>poder ensiná-lo os segredos da floresta.</p><p>Contador 1: Todas as criaturas da floresta temiam esses</p><p>encontros,</p><p>pois os dois se desentendiam, e sempre acabava</p><p>sobrando para alguém.</p><p>(MÚSICA)</p><p>Puck- Olá, pequenas fadas! Por onde vocês têm andado?</p><p>Fada 1- Por bosques, prados e relvas verdinhas.</p><p>Fada 2 - Sempre mais apressada que a lua, a serviço de minha</p><p>senhora, a rainha das fadas.</p><p>Fada 1 - Adeus, espírito travesso, temos que ir! A rainha e as</p><p>outras fadas devem estar chegando!</p><p>Puck - E também os elfos! Avise sua rainha para não se</p><p>encontrar com Oberon, pois ele está furioso com ela por causa</p><p>daquele menino vindo da Índia, que ela arrumou para ser seu</p><p>pajem. Ela e o rei dos elfos têm discutido muito por esse motivo.</p><p>Basta que se encontrem e saem brigas horríveis, que fazem os</p><p>elfos tremerem de medo.</p><p>Fada 2- Não é você aquele menino traquinas que de noite</p><p>embaraça os cabelos das jovens dos vilarejos, (1) desajusta as</p><p>peças dos moinhos, (2) faz com que a manteiga recém-batida</p><p>desande e a cerveja não fermente, (1) e ri de tudo isso às</p><p>gargalhadas?</p><p>Puck- Acertou, pequenas Fadas. Sou Puck, aquele que durante a</p><p>noite de tudo faz brinquedo, só para trazer alegria ao semblante</p><p>de Oberon. Aí vem ele!</p><p>Fadas 1 e 2: E ali vem a minha rainha!</p><p>Os três: É melhor você ir.</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>2</p><p>(Efeito sonoro – trovões, chuvas, tempestades)</p><p>Contador 1: Relâmpagos, (3) trovões, (4)ventos, (1)a floresta</p><p>toda se enfureceu com o encontro deles.</p><p>Oberon: (furioso). É mau indício nos encontrarmos ao luar,</p><p>orgulhosa Titânia.</p><p>Titânia: O quê? O ciumento Oberon? Fadas, vamos embora!</p><p>Quero ficar longe dele!</p><p>Oberon: (gritando/ ordenando). - Espere presunçosa. Fique.</p><p>Não sou seu senhor!</p><p>Titânia: Mas eu deveria ser tratada como sua senhora! (silêncio/</p><p>tudo para). Por que está aqui... Vindo da longínqua Índia... Só</p><p>pode ser porque sua amante guerreira, a amazona de botas,</p><p>Hipólita, vai se casar com Teseu! E você vem para lhes desejar</p><p>alegria e prosperidade?</p><p>Oberon: (bravo). Não se envergonha Titânia de zombar do meu</p><p>afeto por Hipólita, quando sei que ama Teseu?</p><p>Titânia: (brava). Tudo isso é ciúme. Sempre quando brigamos,</p><p>os ventos, como em represália nos assoviam, do mar aspiram</p><p>vapores contagiantes que pelo país se derramando, fazem</p><p>insignificantes rios transbordarem de orgulho. E todos esses</p><p>infortúnios provém de nossas brigas, de nossos</p><p>desentendimentos, somos pais e geradores de todos eles. As</p><p>pessoas sofrem com a confusão das estações e a culpa desses</p><p>infortúnios é sua Oberon! Agora chega!</p><p>Oberon: (manso). Se arrepende, então? A culpa é sua! Porque</p><p>há Titânia de contrariar sempre seu Oberon? Peço, apenas, que</p><p>uma criança perdida seja meu pajem.</p><p>Titânia: (firme) Tire seu cavalo da chuva. Nem por todo o reino</p><p>das fadas, eu troco este menino. (Benevolente). A mãe dele era</p><p>uma sacerdotisa de minha ordem. Mas, sendo, mortal, (triste) ela</p><p>morreu ao ter o menino. E, por causa dela, eu o crio. E, por causa</p><p>dela, não me separei dele.</p><p>Oberon: (mais compreensivo) Quanto tempo pretende ficar</p><p>neste bosque?</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>2</p><p>Titânia: (carinhosa e amigável) Talvez até o dia do casamento</p><p>de Teseu. Se com paciência, quiser tomar parte na nossa dança e</p><p>ver nossa folia a luz da Lua, seja bem vindo. Senão, poupe-me! E</p><p>também terei o cuidado de evitar os lugares em que você estiver!</p><p>Oberon: (suavemente) Dê-me o menino e irei com você!</p><p>Titânia: (transformando-se/ enfurecida) Nem por todo o Reino</p><p>de fadas. Vamos, fadas! Brigaremos feio se continuarmos aqui</p><p>(sai).</p><p>Oberon: Bem, siga o seu caminho. Não sairá deste bosque sem</p><p>ser castigada por sua desfeita. Meu gentil Puck venha cá</p><p>(Aparece). Existe uma florzinha secreta do Ocidente. Esta</p><p>florzinha, outrora branca, tornou-se cor de púrpura ao ser</p><p>atingida por uma flecha do Cupido. As moças a chamam de</p><p>amor-perfeito. Traga-me esta flor. Seus sumos, posto nos olhos</p><p>de quem dorme, o fará apaixonar-se pela primeira criatura viva</p><p>que enxergar.</p><p>Puck: (risos marotos).</p><p>Oberon: Vá buscar essa flor e volte rápido!</p><p>Puck: Darei a volta ao mundo em quarenta minutos (sem</p><p>reação/ imita Oberon).</p><p>Oberon: (olha com desagrado para Puck e faz sinal para ele ir)</p><p>De posse desse sumo, esperarei que Titânia durma e o</p><p>derramarei em seus olhos. Pela primeira coisa que vir quando</p><p>acordar, ela ficará loucamente apaixonada. E antes de tirar esse</p><p>feitiço dos olhos dela, farei com que entregue o pajem para mim.</p><p>Contador 3: E nesse exato momento interrompendo os</p><p>pensamentos de Oberon, aparecem discutindo no bosque</p><p>Demétrio e Helena.</p><p>DEMÉTRIO- Não me persiga, Helena, não gosto de você. Onde</p><p>estão Lisandro e minha amada Hérmia? Você disse que estariam</p><p>aqui. Pare de andar atrás de mim! Vai embora!</p><p>HELENA- Você me atrai como um ímã... Mas meu coração não é</p><p>de ferro. Pode me tratar como um cão, que continuarei seguindo</p><p>você.</p><p>2</p><p>DEMÉTRIO- Você está ultrapassando os limites, Helena. Fico</p><p>doente só de olhar o seu rosto...</p><p>HELENA- Fico doente se não vejo você.</p><p>DEMÉTRIO- Não é aconselhável que uma jovem como você</p><p>ande sozinha pelo bosque a esta hora. Volte para Atenas.</p><p>HELENA- Não estou sozinha, confio em você. E quando olho o</p><p>seu rosto, minha noite se ilumina.</p><p>DEMÉTRIO- Vou deixar você para trás, entregue às feras, e</p><p>embrenhar-me entre os ramos mais cerrados.</p><p>HELENA- Qualquer fera tem o coração mais brando que o seu.</p><p>DEMÉTRIO- Não quero discutir. Agora deixarei você e peço que</p><p>não me acompanhe. Se me seguir, vou insultá-la.</p><p>HELENA - Você me insulta no templo, na cidade, no campo.</p><p>Suas afrontas são uma ofensa para meu sexo! Não somos feitas</p><p>para conquistar, mas para ser conquistadas.</p><p>(Sai Demétrio.)</p><p>HELENA- Seguirei você mesmo no inferno, que a seu lado seria</p><p>para mim um céu... Serei feliz até mesmo se morresse por suas</p><p>mãos. (Sai.)</p><p>Contador 1 - O que Demétrio e Helena não contavam, é que</p><p>estavam sendo espiados por Oberon que armou um plano para</p><p>juntá-los.</p><p>OBERON- (em voz baixa, para Helena) Adeus, bela ninfa! Você</p><p>não deixará este bosque sem ter conquistado o seu amor!</p><p>(Puck torna a entrar.) Trouxe a flor?</p><p>PUCK- Ei-la aqui.</p><p>OBERON - Obrigado. Além de pingar o sumo nos olhos de</p><p>Titânia, entrego também a você uma parte do líquido. Quero que</p><p>encontre pelo bosque uma graciosa jovem ateniense, que está</p><p>sendo desprezada por um rapaz muito orgulhoso. Quando ele</p><p>dormir, pingue em seus olhos um pouquinho do sumo. Mas</p><p>cuidado! É indispensável que, quando ele acorde, o primeiro ser</p><p>que ele encontre seja a jovem que ora despreza. Faça tudo com</p><p>2</p><p>cuidado, Puck: quero que ele fique mais apaixonado por ela do</p><p>que ela por ele... Agora vá, e volte quando o galo</p><p>cantar pela primeira vez.</p><p>PUCK- Fique tranquilo, saberei achá-lo.</p><p>Contador 4 - Enquanto Titânia dorme no outro lado da</p><p>floresta, Oberon começa a colocar seu plano em prática.</p><p>(MÚSICA)</p><p>TITÂNIA- Faça-me dormir docemente, fadas! E, enquanto eu</p><p>estiver dormindo, quero todas trabalhando!</p><p>FADA- Dorme, dorme, tranqüila!</p><p>Vão embora, serpentes,</p><p>Desapareçam, mosquitos!</p><p>Insetos e bichos feios,</p><p>Façam silêncio esta noite.</p><p>Dorme, dorme, tranqüila!</p><p>Sumam daqui, besouros,</p><p>Desapareçam, aranhas!</p><p>Cante conosco, rouxinol,</p><p>Doces melodias de ninar.</p><p>Ela dormiu. Vamos sair de mansinho.</p><p>OBERON- (declama em voz baixa, no ouvido de Titânia) Você</p><p>vai se apaixonar pelo primeiro que encontrar, seja ele urso, gato</p><p>ou leão.</p><p>Contador 4 - Puck , atendendo ao pedido de seu mestre e já</p><p>cansado de procurar, finalmente encontra um jovem casal,</p><p>porém, faz uma tremenda confusão.</p><p>LISANDRO- Você parece cansada, Hérmia querida. É melhor</p><p>repousarmos um pouco. E, para ser franco, estou meio perdido,</p><p>nesta escuridão acho que não conseguirei encontrar o caminho.</p><p>HÉRMIA- Está bem. Aqui mesmo tenho um bom leito de folhas</p><p>secas. Encontre um para você também.</p><p>LISANDRO – A mesma relva servirá de travesseiro para nós</p><p>dois. Um só coração, um só leito!</p><p>HÉRMIA</p><p>- Não, querido Lisandro, deite um pouco mais</p><p>afastado. Não convém que você durma a meu lado.</p><p>LISANDRO – Oh, meu amor. Entenda o sentido inocente de</p><p>minhas palavras. Saberei respeitá-la.</p><p>HÉRMIA - Acredito na sua inocência, mas por carinho e</p><p>cortesia, repouse um pouco mais longe. Confiarei em sua</p><p>lealdade.</p><p>LISANDRO- Tudo bem, tudo bem, Hérmia. Dormirei ali</p><p>adiante. Boa noite!</p><p>(Afasta-se.)</p><p>2</p><p>HÉRMIA- Bons sonhos!</p><p>(Dormem)</p><p>PUCK- Já percorri todo o bosque, sem achar o ateniense em</p><p>cujos olhos devo espremer o sumo desta flor. Mas ali está ele! E</p><p>ali está a moça, coitadinha, dormindo no chão, tão distante dele...</p><p>Vou dar agora um jeito nisso! Despejo em suas pálpebras o sumo</p><p>mágico da flor, para que o amor</p><p>nunca mais consinta ao sono fechar os seus olhos.</p><p>Contador 1- Com a confusão feita, eis que surge na floresta,</p><p>Helena, já abandonada por Demétrio que, ao olhar Lisandro,</p><p>pensa que este está ferido.</p><p>Contador 3- Decide então acordá-lo e o encanto se faz.</p><p>Helena - Mas, o que vejo? Lisandro aqui? Estará</p><p>dormindo ou ferido? Acorde, Lisandro! Você está bem?</p><p>LISANDRO- (despertando) Helena! Que felicidade poder</p><p>despertar com a maravilhosa visão do seu rosto! A natureza</p><p>colocou em você todas as maravilhas. Ouço as delicadas batidas</p><p>do seu coração. Onde está Demétrio, aquele insignificante? Quero</p><p>liquidá-lo com minha espada!</p><p>HELENA- Não, Lisandro, não diga uma tal coisa! Você deveria</p><p>estar contente, pois tens o amor de Hérmia.</p><p>LISANDRO- Contente com o amor de Hérmia? Não. Eu me</p><p>arrependo das horas que perdi ao lado dela... Amo você, Helena!</p><p>Só agora consigo enxergar... É nos seus olhos que leio a minha</p><p>história de amor, escrita no rico livro da paixão!</p><p>HELENA- Por que nasci para ser tão ridicularizada? Está</p><p>caçoando de mim, sem dúvida! Adeus! Pensei que fosse mais</p><p>gentil! Oh! Por que uma dama rejeitada por um homem ainda</p><p>deve ser ridicularizada assim por outro? (sai. Lisandro sai</p><p>atrás.)</p><p>HÉRMIA (acordando) – Lisandro! Ai, estava tendo um</p><p>pesadelo horrível... Lisandro? Ai de mim! Lisandro desapareceu.</p><p>Preciso encontrar você depressa. (sai)</p><p>Contador 2- Lisandro se apaixona por Helena, deixando</p><p>Hérmia sozinha no bosque.</p><p>Contador 5- Mas não contente com uma confusão, Puck se</p><p>mete em mais uma encrenca.</p><p>Contador 3- Ao avistar o ensaio dos artistas, decide fazer mais</p><p>uma de suas traquinagens. Um dos atores se afasta do grupo e</p><p>Puck aproveita a oportunidade e o transforma em um monstro</p><p>com cabeça de burro, fazendo correr todos que ali estavam!</p><p>Contador 4 - Eis nesse momento, Titânia acorda do seu suave</p><p>sono e dá de cara com a engraçada criatura!</p><p>Contador 2- por estar enfeitiçada, Titânia fica completamente</p><p>apaixonada pelo asno, digo... pelo artesão... digo... por ele.</p><p>2</p><p>Titânia- Que anjo é este que me desperta do meu leito de flores?</p><p>Os meus olhos estão encantados com tamanha beleza. Vou dar a</p><p>você muitas flores e joias do mar. E vou fazer de você um gentil</p><p>cavalheiro. Sou forçada a dizer que estou apaixonada por você.</p><p>Contador 5 - Enquanto Titânia faz juras de amor e apresenta</p><p>seu reino ao pobre e enfeitiçado rapaz, Puck relata os</p><p>acontecimentos a Oberon.</p><p>OBERON – E então, Puck? Obedeceu às minhas ordens?</p><p>PUCK- Com certeza, meu senhor. Titânia apaixonou-se por um</p><p>monstro! Um artesão que tive a ideia de lhe presentear com uma</p><p>cabeça de asno. Assim que ela acordou, o viu e se apaixonou por</p><p>ele!</p><p>OBERON – Melhor do que eu esperava! E quanto à outra</p><p>ordem? Colocou o filtro do amor nos olhos do rapaz ateniense?</p><p>PUCK – Sim. Ele estava adormecido, com a jovem deitada perto</p><p>dele. Quando despertar, certamente olhará para ela.</p><p>(Entram Hérmia e Demetrio, sem ver Oberon)</p><p>OBERON – Fique quieto. Este é o nosso ateniense.</p><p>PUCK - Esta é a mulher que eu vi, mas o homem não é o</p><p>mesmo.</p><p>DEMÉTRIO - Por que me rejeita se a amo com ardor, bela</p><p>Hérmia?</p><p>HÉRMIA – Me limito a demonstrar meu desprezo.</p><p>DEMÉTRIO - Você, que tanto me machuca, brilha com o</p><p>esplendor de sua beleza!</p><p>HÉRMIA – Longe de mim! Diga a verdade. Matou Lisandro?</p><p>Ele jamais me abandonaria sozinha! Esteja ele morto ou não, não</p><p>me procure jamais! (sai)</p><p>DEMÉTRIO – É inútil segui-la no estado de irritação em que</p><p>está. Vou descansar aqui alguns instantes. (adormece)</p><p>OBERON - O que você fez, Puck?! Você Errou! Espremeu a flor</p><p>nas pálpebras do jovem errado. Encontre Helena de Atena e use</p><p>algum encanto para trazê-la aqui! Eu encantarei os olhos dele</p><p>antes que ela chegue.</p><p>2</p><p>(Enquanto Oberon faz o encanto, Puck sai e volta logo em</p><p>seguida)</p><p>PUCK – Meu senhor, Helena já está vindo para cá. O rapaz cujos</p><p>olhos despejei o filtro do amor por engano a segue e não para de</p><p>declarar sua paixão.</p><p>OBERON - Vamos nos esconder. Rápido!</p><p>(Entram Lisandro e Helena)</p><p>LISANDRO – Por que pensa que só imploro seu amor para</p><p>ridicularizar? Veja! Eu choro quando suplico seu amor! É a prova</p><p>de minha sinceridade!</p><p>HELENA – Como você tem talento pra agir com maldade! Você</p><p>ama a Hérmia! E meu coração pertence a Demétrio!</p><p>LISANDRO – Eu estava fora de mim antes! E Demétrio não</p><p>ama você, mas a ela.</p><p>DEMÉTRIO – Oh, Helena, deusa, ninfa, perfeita, divina! Seus</p><p>lábios assemelham-se a cerejas prontas para serem beijadas, que</p><p>fazem crescer a tentação! Oh! Deixa-me beijar essa pele tão alva,</p><p>esse selo de candura.</p><p>HELENA – Oh! Inferno! Vejo que ambos combinaram fazer de</p><p>mim objeto de zombaria. Não basta que me desdenhem?</p><p>Precisam se unir para me ridicularizar? São rivais no amor por</p><p>Hérmia. Agora se tornar rivais no ardor para caçoar de mim.</p><p>LISANDRO- Pare de agir assim, Demétrio, já que ama Hérmia.</p><p>Renuncio, em seu favor, a todos os meus direitos ao amor de</p><p>Hérmia. Renuncia também na pretensão ao amor de Helena, a</p><p>quem amo e amarei até a morte.</p><p>DEMÉTRIO – Lisandro, fique com sua Hérmia. Eu não a quero.</p><p>Se um dia a amei, todo esse amor se desvaneceu. Meu coração</p><p>voltou para Helena como quem volta pra casa e fica pra sempre.</p><p>Aí vem sua amada. A sua adorada.</p><p>HÉRMIA – Lisandro! Eu o encontrei pelo som da sua voz. Por</p><p>que me deixou sozinha?</p><p>LISANDRO – Por causa do amor. O meu amor não me permitia</p><p>ficar. O meu amor pela bela Helena, que faz a noite cintilar! Por</p><p>2</p><p>que me procura? A repulsa que tenho por você me obrigou a</p><p>abandoná-la.</p><p>HÉRMIA - Não está falando o que pensa. Não pode ser.</p><p>HELENA – Vejam! Ela também está conspirando contra mim!</p><p>Agora entendo! Os três estão combinados para se divertir com</p><p>essa brincadeira cruel.</p><p>HÉRMIA - Estou espantada pelo que diz. Eu não a insultei.</p><p>HELENA – Não induziu Lisandro a zombar de mim, me</p><p>elogiando? Demétrio, que tanto me desdenhou, também deve</p><p>estar sob seu comando. Se tivesse um pouco mais de piedade ou</p><p>gentileza, não zombariam de mim. Adeus!</p><p>LISANDRO – Helena, eu a amo. Juro pela minha vida.</p><p>DEMÉTRIO - Eu a amo mais do que ele jamais poderá amá-la.</p><p>LISANDRO – Se insiste em lutar por ela, venha comigo. Terá</p><p>que me enfrentar na ponta das armas!</p><p>DEMÉTRIO – Aceito o desafio! Vamos lutar imediatamente!</p><p>HÉRMIA (para Lisandro) - Não. Que quer dizer isso, meu</p><p>querido?</p><p>LISANDRO – Meu querido? Vá para longe de mim, criatura</p><p>desagradável, poção venenosa. Não tenha mais dúvida. Eu a</p><p>odeio. Amo Helena.</p><p>HÉRMIA - Ai de mim! (para Helena) Falsa, verme, ladra! Essa</p><p>noite você apareceu para roubar o coração do meu amor!</p><p>HELENA – Que belas palavras! Perdeu a compostura? A pura</p><p>inocência? Para trás, hipócrita! Senhores, embora queiram</p><p>caçoar de mim, não a deixem me atacar. Quando ela se enraivece,</p><p>torna-se má. Já era assim quando criança. Embora magricela e</p><p>fracote, é violenta!</p><p>HÉRMIA – Magricela?</p><p>LISANDRO - É, saia daqui, magricela, vara pau, frangote.</p><p>DEMÉTRIO – Louva-deus, perna de sabiá, galho seco.</p><p>2</p><p>LISANDRO – Esqueleto, resto de bambu, graveto! (Hérmia sai</p><p>chorando)</p><p>DEMÉTRIO - Pare de defender Helena. Pode deixar que eu a</p><p>defendo! E se ainda tiver coragem, siga-me para continuarmos o</p><p>duelo!</p><p>LISANDRO – Vou para enfrentá-lo cara</p><p>a cara.</p><p>(Os dois saem, seguidos por Helena)</p><p>OBERON (para Puck)- Esse foi o fruto do seu erro. Os dois</p><p>rapazes foram procurar um lugar apropriado para lutar. Seja</p><p>rápido, faça com que se percam um do outro no meio da floresta</p><p>e se afastem tanto até que o sono tome conta deles. Então,</p><p>esprema o suco desta erva nos olhos de Lisandro. Tem a</p><p>propriedade de dissipar a ilusão. (sai)</p><p>Contador 4- Puck então faz com que os dois rivais se percam.</p><p>Contador 2 - Cada vez mais sonolentos, resolvem se deitar para</p><p>adormecer.</p><p>Contador 5 - As moças, também perdidas e sem sentido de</p><p>direção, vencidas pelo cansaço, deitam-se na relva e dormem</p><p>também exaustas em sono profundo.</p><p>Contador3 - Puck espreme o antídoto nos olhos de Demétrio.</p><p>Contador 2 - Do outro lado do bosque, Titânia mima seu novo</p><p>amor.</p><p>OBERON- Olha só a loucura que você fez! Agora há</p><p>pouco encontrei Titânia procurando comida e presentes para este</p><p>monstro horrendo. Está apaixonada pelo jumento... Mas, agora</p><p>que consegui o menino, vou tirar o feitiço dos olhos dela. E você,</p><p>Puck, tire a cabeça do tecelão, para que ele possa voltar a Atenas</p><p>com os outros, pensando que tudo isso não passou de um simples</p><p>pesadelo.</p><p>TITÂNIA- Meu Oberon! Que pesadelo horrível eu tive! Sonhei</p><p>que estava amando um asno!</p><p>OBERON- Ali está o seu amado!</p><p>2</p><p>TITÂNIA- Como foi possível acontecer isto comigo? Ele é</p><p>repugnante!</p><p>OBERON- Espere. Puck, tire essa cabeça de burro do tecelão</p><p>enquanto ele ainda dorme! (Puck obedece.) Vamos, minha</p><p>querida, dê-me suas mãos. Agora que terminou a discórdia entre</p><p>nós, devemos lembrar que amanhã, à meia-noite, é o casamento</p><p>de Teseu e Hipólita.</p><p>PUCK- Senhor rei dos elfos e senhora rainha das fadas, o galo já</p><p>está anunciando o amanhecer.</p><p>TITÂNIA- Vamos, meu amor.</p><p>(Saem.)</p><p>Contador 3- Com a reconciliação entre Oberon e Titânia, o</p><p>novo dia nasce em festa.</p><p>Contador 2- É o Casamento! Todos estão muito alegres.</p><p>Contador 5 - De repente, aparecem cansados e abraçados,</p><p>Lisandro e Demétrio e logo atrás, Hérmia e Helena.</p><p>TESEU- Bom dia a todos! Mas vocês não eram grandes inimigos</p><p>e rivais no amor?</p><p>HIPÓLITA: O que agora fazem aqui, abraçados em perfeita</p><p>harmonia?</p><p>LISANDRO - Peço perdão, senhor. Estou um pouco confuso. Na</p><p>verdade, não sei se estou dormindo ou acordado... Nem sei ao</p><p>certo como vim parar aqui. Mas quero dizer-lhe toda a verdade.</p><p>Acho que vim para cá com Hérmia, sim, íamos fugir juntos, para</p><p>escapar às leis de Atenas...</p><p>DEMÉTRIO- É verdade. A bela Helena contou-me que eles</p><p>tinham planejado fugir e esconder-se neste bosque. Com raiva,</p><p>persegui-os até aqui. Helena, por amor, seguiu-me. Agora que</p><p>voltei ao meu estado normal, posso dizer que de todo coração:</p><p>amo somente Helena e para sempre lhe serei fiel!</p><p>HIPÓLITA- Eu acredito que onde há amor, há felicidade...</p><p>TESEU: Então vamos todos nos casar numa única festa!</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*|</p><p>*</p><p>2</p><p>Contador 1- E começa a festa. Muita música, dança e muita</p><p>comida.</p><p>Contador 3- Agora tudo corre tranquilo, e a parti daqui, como</p><p>não poderia deixar de aparecer em todas as histórias, eles viverão</p><p>felizes para sempre.</p><p>TESEU- Agora já é quase meia-noite... hora das fadas! Hora de</p><p>nos recolhermos.. Amanhã dormiremos até tarde...</p><p>Boa noite a todos!</p><p>Contador 5- Caros espectadores! Espero que não tenhamos lhes</p><p>causado nenhum cansaço.</p><p>Contador 2 - Se por acaso não acreditarem em tudo o que se viu</p><p>nesta encenação, pensem que estiveram a sonhar e que tudo não</p><p>passou de um sonho estranho... de um sonho que apesar dos</p><p>desencontros termina cheio de felicidade...</p><p>Todos - De um sonho de uma noite de verão!</p><p>MÚSICA FINAL</p>