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<p>INSTITUTOS DESPENALIZADORES NA JUSTIÇA CRIMINAL</p><p>Ementa: Crime, crime de menor potencial ofensivo, penas alternativas, transação penal, suspensão condicional do processo, acordo de não persecução penal, crimes não violentos.</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>O Código de Processo Penal, o Código Penal, a Constituição Federal e a Lei n. 9099/95 trazem diversos institutos despenalizadores que têm o objetivo de garantir a celeridade e a efetividade da justiça penal, como alternativa social eficiente ao encarceramento. Nesse sentido, a Transação Penal, o Acordo de Não Persecução Penal e demais institutos despenalizadores são importantes ferramentas para a solução de conflitos penais.</p><p>2. O QUE SÃO OS INSTITUTOS DESPENALIZADORES?</p><p>Os institutos despenalizadores, como a transação penal, a suspensão condicional do processo e o acordo de não persecução penal, são mecanismos jurídicos que têm por objetivo desafogar o sistema judiciário, ao mesmo tempo em que promovem a celeridade e a efetividade da justiça penal.</p><p>A origem desses institutos remonta à moderna concepção de justiça criminal, que busca ir além do mero castigo do criminoso, procurando também a reparação do dano causado à vítima e a ressocialização do autor do delito. Nesse sentido, a adoção de medidas alternativas ao processo penal, que possibilitem a reparação do dano sem a necessidade de uma condenação formal, pode contribuir para a promoção desses objetivos.</p><p>Ademais, a utilização desses institutos pode evitar a sobrecarga do sistema carcerário, que atualmente enfrenta graves problemas de superlotação e falta de estrutura. A transação penal, a suspensão condicional do processo e o acordo de não persecução penal representam, assim, um importante avanço no âmbito do direito penal, uma vez que possibilitam a aplicação de medidas mais justas e adequadas às circunstâncias de cada caso, sem sacrificar os direitos das partes envolvidas. São exemplos de institutos despenalizadores do Direito Penal:</p><p>· a transação penal,</p><p>· a suspensão condicional do processo e</p><p>· o acordo de não persecução penal</p><p>Para um bom entendimento do assunto, cita-se a doutrina de Antônio Scarance (2015):</p><p>"Os institutos despenalizadores, tais como a transação penal e a suspensão condicional do processo, têm sua origem nas teorias de direito penal mínimo, que buscam reduzir a intervenção estatal no âmbito penal e privilegiar a resolução de conflitos de forma consensual. Esses mecanismos são importantes não apenas para aliviar a sobrecarga do sistema de justiça criminal, mas também para promover a efetivação dos direitos fundamentais dos acusados e das vítimas, garantindo-lhes acesso à justiça de forma mais célere e eficiente". FERNANDES, Antônio Scarance. Processo penal constitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. p. 385.</p><p>No entanto, é importante destacar que esses institutos devem ser aplicados de forma criteriosa e respeitando-se os princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Além disso, deve-se evitar a utilização abusiva desses mecanismos, que poderia comprometer a efetividade da justiça penal e a proteção dos direitos das vítimas. Em suma, os institutos despenalizadores representam uma importante conquista do direito penal moderno, que busca conciliar a justiça com a eficiência e a humanidade.</p><p>3. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, TRANSAÇÃO PENAL E ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.</p><p>Diferenças entre Transação Penal, Acordo de Não Persecução Penal e Demais Institutos Despenalizadores:</p><p>SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (art. 89 da Lei n. 9.099/95): é uma medida despenalizadora prevista para os crimes de menor potencial ofensivo, que permite a suspensão do processo pelo prazo de 2 a 4 anos, desde que o acusado atenda a determinadas condições, tais como reparar o dano causado, não se envolver em novos delitos, entre outras. Se cumpridas as condições, ao final do prazo, o processo é extinto sem julgamento do mérito. É uma espécie de "segunda chance" que a lei concede ao acusado.</p><p>A TRANSAÇÃO PENAL (art. 76 da Lei n. 9.099/95): é um instituto que permite ao autor de determinados delitos de menor potencial ofensivo (aqueles cuja pena máxima é de até dois anos) a possibilidade de reparar o dano causado ou prestar serviço à comunidade em troca da suspensão do processo penal. A transação penal é uma alternativa à persecução penal, permitindo que o processo seja encerrado sem a necessidade de condenação.</p><p>Por sua vez, o ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL está previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal e foi introduzido pela Lei n. 13.964/2019, conhecida por Pacote Anticrime. Esse instituto se aplica aos crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa que tenham pena mínima inferior a quatro anos. O acordo de não persecução penal é uma alternativa à propositura da ação penal, sendo que o Ministério Público pode propor ao investigado a realização de determinadas condições, como o pagamento de multa ou a prestação de serviços à comunidade, em troca da suspensão do processo.</p><p>Além desses institutos, existem outros mecanismos despenalizadores, como a transação penal ambiental (art. 27 da Lei n. 9.605/98) e a colaboração premiada (Lei n. 12.850/2013), entre outros. Cada um desses institutos possui regras e requisitos específicos, sendo importante que o advogado tenha conhecimento sobre cada um deles para poder atuar de forma adequada na defesa de seus clientes.</p><p>4. QUAIS CRIMES PODEM SER BENEFICIADOS COM OS INSTITUTOS DESPENALIZADORES?</p><p>A Transação Penal, a Suspensão Condicional do Processo e o Acordo de Não Persecução Penal são instrumentos jurídicos que podem beneficiar diferentes tipos penais, dependendo das circunstâncias do caso concreto e da legislação aplicável. A seguir, alguns exemplos de tipos penais que podem ser beneficiados em cada caso:</p><p>Suspensão condicional do processo: A suspensão condicional do processo pode ser aplicada em crimes de menor potencial ofensivo que preencham os requisitos previstos no art. 89 da Lei nº 9.099/95, tais como lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, do Código Penal), furto simples (art. 155, caput, do Código Penal), estelionato (art. 171, caput, do Código Penal), entre outros.</p><p>Transação penal: A transação penal pode ser aplicada em crimes de menor potencial ofensivo, tais como lesão corporal leve (art. 129, § 1º, do Código Penal), ameaça (art. 147 do Código Penal), injúria (art. 140 do Código Penal), perturbação do sossego (art. 42 da Lei de Contravenções Penais), entre outros.</p><p>Acordo de Não Persecução Penal: O Acordo de Não Persecução Penal pode ser aplicado em casos de crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa, com pena máxima não superior a quatro anos, tais como furto qualificado (art. 155, § 4º, inciso IV, do Código Penal), estelionato (art. 171, caput, do Código Penal), falsificação de documento particular (art. 298 do Código Penal), entre outros.</p><p>Cabe ressaltar que a aplicação do ANPP depende da análise das circunstâncias do caso concreto e da legislação aplicável, bem como da concordância do Ministério Público e do investigado ou acusado.</p><p>Convém advertir, que os institutos despenalizadores não se aplicam de forma automática para todos os casos em que os crimes em análise possuam pena em abstrato nos moldes exigidos para cada instituto.</p><p>Importante salientar que a lei não prevê a possibilidade de celebração de acordo de não persecução penal em relação a alguns crimes sexuais, como é o caso do estupro e corrupção de menores. Isso ocorre porque esses crimes são considerados de alta gravidade, tendo em vista a lesão aos direitos fundamentais das vítimas, sendo necessário, portanto, a devida persecução penal.</p><p>Além disso, mesmo que o delito se enquadre nos requisitos para a transação penal ou para o acordo de não persecução penal, há situações em que a lei prevê a impossibilidade de sua aplicação. Por exemplo, o artigo 76, § 2º, da Lei n. 9.099/95 prevê a impossibilidade de transação penal nos casos em que o autor já tiver sido beneficiado com a suspensão condicional do processo</p><p>nos cinco anos anteriores ao fato. Outra hipótese é quando o crime praticado envolve violência doméstica ou familiar contra a mulher, sendo que, nesse caso, a persecução penal segue conforme o rito previsto na Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006).</p><p>Portanto, é importante que o advogado esteja atento aos requisitos e limitações de cada instituto despenalizador, a fim de que possa atuar de forma adequada na defesa de seus clientes. É necessário que sejam analisados o caso concreto e a legislação aplicável, a fim de verificar a possibilidade de aplicação da transação penal, do acordo de não persecução penal ou de outros institutos despenalizadores, de forma a garantir a melhor solução para o conflito penal.</p><p>4. QUAIS OS REQUISITOS E QUEM PODE SER BENEFICIADO?</p><p>Os requisitos legais para aplicação dos institutos despenalizadores variam de acordo com a medida alternativa adotada. Em geral, é necessário que o crime não tenha sido cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa e que o réu não tenha antecedentes criminais.</p><p>No caso da suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89 da Lei nº 9.099/1995, o réu deve manifestar o interesse em se submeter a essa medida, além de não ter sido condenado por outro crime doloso nos últimos cinco anos.</p><p>Já a transação penal, prevista no artigo 76 da mesma lei, é aplicável aos casos em que há indícios de autoria e materialidade do crime de menor potencial ofensivo. Nesse caso, o réu pode se comprometer a cumprir uma pena restritiva de direitos ou multa, evitando assim a instauração do processo penal.</p><p>Quanto aos beneficiados pelos institutos despenalizadores, podem ser tanto réus primários quanto reincidentes em crimes de menor potencial ofensivo. No entanto, em alguns casos, a lei prevê restrições específicas, como no caso da suspensão condicional do processo.</p><p>Um exemplo de entendimento jurisprudencial sobre o tema é o julgamento do Recurso Especial nº 1.555.149/RS, em que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a transação penal é cabível mesmo nos casos em que o réu é reincidente em crime de menor potencial ofensivo. Segundo o tribunal, a legislação não faz qualquer restrição nesse sentido, desde que o réu se comprometa a cumprir a pena restritiva de direitos ou multa prevista na transação penal</p><p>5. CONCLUSÃO</p><p>Com base na abordagem realizada, fica evidente a importância dos institutos despenalizadores para a sociedade. Através da implementação de medidas alternativas ao direito penal, é possível afastar a criminalização de casos não violentos ou hediondos, contribuindo para a redução do encarceramento em massa e para a preservação dos direitos humanos.</p><p>Além disso, as medidas alternativas possibilitam uma abordagem mais individualizada e proporcional à pena, levando em consideração as circunstâncias específicas do caso e do indivíduo envolvido. Isso pode resultar em um tratamento mais justo e efetivo, que visa não apenas punir, mas também ressocializar e reintegrar o infrator à sociedade.</p><p>Portanto, é fundamental que os institutos despenalizadores sejam cada vez mais implementados e aprimorados, a fim de garantir uma justiça mais equitativa e eficiente. Através do uso de medidas alternativas, é possível não apenas reduzir o número de pessoas encarceradas, mas também contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.</p><p>DIREITO PENAL TJ-SP:</p><p>RESUMO DA MATÉRIA PARA O CONCURSO DE ESCREVENTE</p><p>No presente artigo serão abordados os pontos chaves do conteúdo de Direito Penal para o concurso do TJ SP, conforme o conteúdo programático do edital.</p><p>DIREITO PENAL PARA O TJ-SP</p><p>Saiu o tão esperado concurso do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – TJ/SP e, como era de se esperar, em concursos voltados para a área de tribunais é tradição a cobrança das matérias do Direito, dentre elas, o Direito Penal.</p><p>Conforme o edital, o conteúdo veio explanado de forma bastante prática, demarcando-se os artigos que serão exigidos na prova. Facilitou bastante, não é mesmo?</p><p>No primeiro bloco, estão os artigos que vão do 293 a 305, que abrangem os Capítulos II (DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS) e III (DA FALSIDADE DOCUMENTAL) do CP.</p><p>No segundo bloco, estão os artigos 307 e 308, que estão dentro do Capítulo IV de OUTRAS FALSIDADES.</p><p>Em seguida, temos o artigo 311-A (DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO), no Capítulo V.</p><p>E como não pode faltar, temos os artigos do CP mais importantes para quem ingressa no serviço público, que são OS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, iniciando no artigo 312 até o 317, dando um salto para os artigos 319 a 333, já ingressando nos CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.</p><p>Isoladamente, tem-se os artigos 336 e 337, que apresentam os crimes de Inutilização de edital ou de sinal e a Subtração ou inutilização de livro ou documento, respectivamente.</p><p>Ainda no Título XI, DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, no Capítulo III que trata DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA, temos os artigos 339 a 347.</p><p>Finalizando o conteúdo de Direito Penal para o TJ SP, inclui-se os artigos 357 e 359, ainda dentro dos CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA.</p><p>Sem demora, vamos lá!</p><p>Direito Penal TJ SP</p><p>Direito Penal TJ SP</p><p>ARTIGOS 293 A 305 DO CÓDIGO PENAL -DIREITO PENAL TJ SP</p><p>Falsificação de papéis públicos:</p><p>Art. 293 – Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:</p><p>(…)</p><p>É um crime de elevado potencial ofensivo em virtude da pena cominada, reclusão de 2 (dois) a 8 (oito anos), podendo ser aumentada de sexta parte em se tratando de funcionário público que cometer o crime prevalecendo-se do cargo (art. 295, CP).</p><p>Objeto material são os papéis públicos indicados nos incisos do art. 293 (selo destinado a controle tributário (…); papel de crédito público (ex.: títulos da dívida pública) etc.).</p><p>Observação importante: o inciso III do art. 293, que diz respeito ao vale postal, foi tacitamente revogado pelo art. 36 da Lei nº 6.538/76.</p><p>Ressalta-se que a falsificação grosseira exclui o delito, caracterizando o reconhecimento do crime impossível previsto no art. 17 do Código Penal (também chamado de tentativa inidônea ou inadequada). Isso porque, é imprescindível que a falsificação de documentos ou papéis públicos tenha o condão de iludir o homem médio, sob pena de inexistência da potencialidade lesiva da conduta do agente.</p><p>Atente-se aos verbos “fabricar e alterar”, veja como já foi cobrado:</p><p>(Vunesp – Escrevente – TJSP/2015) O caput do art. 293 do CP tipifica a falsificação de papéis públicos, especial e expressamente no que concerne às seguintes ações:</p><p>a) corrupção e produção;</p><p>b) produção e confecção;</p><p>c) adulteração e corrupção;</p><p>d) fabricação e alteração;</p><p>e) contrafação e conspurcação.</p><p>Em regra, compete à Justiça Estadual o processo e julgamento da falsificação de papéis públicos. Todavia, se emissão do papel público incumbir à União, suas empresas públicas ou autarquias a competência será da Justiça Federal, desde que acarrete prejuízo a tais entes, segundo art. 109, IV, da Constituição.</p><p>A lei 11.035/2004, equiparou outras figuras ao crime, dando nova redação ao art. 293, § 1º, do Código Penal. Incorrendo na mesma pena de reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.</p><p>Leia o art. 293, § 1º, incisos I a III.</p><p>Art. 293, § 2º – Supressão de carimbo ou sinal de inutilização de papéis públicos: nesta hipótese, os papéis públicos são autênticos, vale dizer, não foram falsificados mediante fabricação ou alteração, e sim inutilizados. A ação nuclear consiste em suprimir (remover, eliminar), em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização.</p><p>A pena é de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Como se pode ver, é um crime de médio potencial ofensivo, portanto, compatível com a suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95.</p><p>Uso de papéis públicos com carimbo ou sinal de inutilização suprimidos – art. 293, § 3º, também, cuida-se de crime de médio potencial ofensivo, sendo compatível com</p><p>a suspensão condicional do processo.</p><p>Os artigos 294 e 295, tratam dos Petrechos de Falsificação, os verbos são: Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar qualquer objeto que se destina a falsificar um dos papéis do artigo 293.</p><p>A figura do art. 295, traz uma causa de aumento de pena, que se o agente for funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.</p><p>O art. 297 trata do crime de Falsificação de Documento Público. Esse documento público é um escrito efetuado por uma autoridade ou um funcionário público no exercício de suas funções públicas, escrito, assinado e com conteúdo jurídico, ou seja, conter as formalidades legais necessárias. Como exemplo, podem ser citados: carteira nacional de habilitação (CNH), registro geral (RG), certificado de pessoa física (CPF), etc.</p><p>Já no art. 298, diz respeito à falsificação de documento particular, é considerado todo aquele que não reúne as condições de documento público ou equiparado a ele, além de serem firmados por particulares, sem a intervenção de um oficial público. Por ser o objeto do crime é essencial que haja relevância jurídica em seu conteúdo, deve ser escrito e legível e não ser anônimo.</p><p>Uma análise importante do artigo 299, é que os crimes de falsidade ideológica não se confundem com os delitos de falsa identidade ou falsificação e uso de documento falso. A falsidade ideológica acontece toda vez em que for inserido um dado falso em documento verdadeiro, ou seja, o crime se consuma quando o agente alegar fato diverso da realidade ou omiti-lo (comissivo ou omissivo). É preciso que ocorra em um documento, podendo ser público ou particular.</p><p>O crime de falsidade de atestado médico, art. 302, consiste no médico dar uma declaração de conteúdo falso, algo diverso daquilo que foi observado por ele no exercício de sua profissão e que tenha relevância jurídica.</p><p>No crime de uso de documento falso, art. 304, nota-se que o núcleo do tipo objetivo inclui fazer uso, que significa empregar, utilizar ou aplicar. O objeto material do delito são os papéis falsificados ou alterados constantes nos arts. 297 a 302. Ressalte-se, no entanto, que o encontro casual do documento falso em poder de alguém (como ocorre por ocasião de uma revista policial) não é suficiente para configurar o tipo penal, pois o núcleo é claro: “fazer uso”.</p><p>A supressão de documento, art. 305, necessita ser exclusivamente documento verdadeiro para o preenchimento do tipo penal, e que a supressão venha efetivamente causar benefício próprio ou prejuízo alheio.</p><p>O estudo de questões é imprescindível para o estudo do Direito Penal no concurso do TJ SP.</p><p>ARTIGOS 307 e 308 – OUTRAS FALSIDADES – DIREITO PENAL TJ-SP</p><p>Os artigos 307 e 308 do Código Penal abordam o crime de falsa identidade, que é diferente da falsidade ideológica, quando se falsifica um documento.</p><p>O 307, afirma que quem atribuir-se ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem, pode ficar preso de três meses a um ano, ou pagar multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.</p><p>Já o artigo 308 do Código Penal deixa claro que usar qualquer documento de identidade de outra pessoa ou ceder para alguém, para que dele se utilize, terá pena de detenção de quatro meses a dois anos, e multa.</p><p>Importante: Segundo o STF, o fato de a pessoa declarar perante a autoridade policial, nome falso não configura o crime descrito no art. 307 do CP, porquanto se trata de uma conduta de autodefesa, abrigada na garantia constitucional do direito ao silêncio. Assim, considera-se a referida conduta atípica.</p><p>É necessário ainda destacar, que os crimes de falsa identidade não se confundem com os delitos de falsificação e uso de documento falso.</p><p>Faço uma pequena advertência para os estudos do direito penal TJ-SP. A banca não mencionou jurisprudências, portanto, agregada às mudanças legislativas estão as decisões judiciais, então é crucial o candidato ter familiaridade com as principais jurisprudências.</p><p>DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO- art. 311-A</p><p>É um tipo penal novo, foi inserido no Título X, que trata dos “crimes contra a fé pública”.</p><p>Apesar disso, quando o certame for promovido pelo Poder Público, o bem jurídico protegido será também a própria Administração Pública.</p><p>O conteúdo sigiloso, a que se refere o caput do dispositivo, não precisa ter sido obtido por pessoa com características especiais.</p><p>Vale enfatizar, no entanto, que se o fato é cometido por funcionário público a pena é aumentada de 1/3 (um terço), conforme previsto no § 3º.</p><p>Interessante relembrar que se equipara a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.</p><p>Destacando mais uma vez que a preparação por questões também é fundamental no estudo do Direito Penal para concurso do TJ-SP.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA art. 312 a 317, 319 a 333; 336 e 337.</p><p>O termo “crimes contra a administração pública” representa o grande grupo de tipos penais que engloba os art. 312 a 359-H do Código Penal.</p><p>Portanto, no edital veio somente a cobrança dos artigos 312 a 317 e, 319 a 333.</p><p>O primeiro grupo está inserido nos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral (art. 312 a 327 do CP), e o segundo grupo está dentro dos Crimes praticados por particular contra a administração em geral (art. 328 a 337-A do CP).</p><p>Vejamos a lista:</p><p>Peculato (art. 312 a 313);</p><p>ATENÇÃO! O peculato culposo é o único crime culposo dentre os crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral</p><p>Inserção de dados falsos em sistema de informações (art. 313-A);</p><p>Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (art. 313-B);</p><p>Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento (art. 314);</p><p>Emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315);</p><p>Corrupção passiva (art. 317);</p><p>Prevaricação (art. 319);</p><p>Condescendência criminosa (art. 320);</p><p>Advocacia administrativa (art. 321);</p><p>Violência arbitrária (art. 322);</p><p>Abandono de função (art. 323);</p><p>Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado (art. 324);</p><p>Violação de sigilo funcional (art. 325);</p><p>Violação do sigilo de proposta de concorrência (art. 326);</p><p>Funcionário público (art. 327);</p><p>Usurpação de função pública (art. 328);</p><p>Resistência (art. 329);</p><p>Desobediência (art. 330);</p><p>Desacato (art. 331);</p><p>Tráfico de Influência (art. 332);</p><p>Corrupção ativa (art. 333);</p><p>Inutilização de edital ou de sinal (art. 336);</p><p>Subtração ou inutilização de livro ou documento (art. 337).</p><p>IMPORTANTE: Tivemos outra atualização legislativa em 2021, o qual foi acrescentado os arts. 337 -E a 337 -P, por sua vez, no edital não especifica qual artigo será, em tese, cobrado em prova, mas está previsto o artigo 337.</p><p>Portanto, é sensato pensar que pode ser uma possível questão de prova.</p><p>Desse modo, estude toda a atualização incluída pela Lei nº 14.133, de 2021.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA art. 339 a 347 e 357 e 359</p><p>É a parte mais importante para a prova do TJ SP dentro do conteúdo de Direito Penal, pois é aqui que versa sobre a atuação do poder judiciário, bem como, a dos órgãos indispensáveis à sua atividade.</p><p>A depender da área do concurso, alguns crimes são especiais e mais cobrados, e dentro da área dos Tribunais há aqueles crimes que são específicos no âmbito da juridicidade.</p><p>Sendo assim, dentro do Direito Penal para o TJ SP destacamos alguns artigos, logo, temos os seguintes dispositivos que merecem atenção:</p><p>Peculato (art. 312 e 313);</p><p>Tráfico de influência (art. 332);</p><p>Denunciação caluniosa (art. 339);</p><p>Comunicação falsa de crime ou contravenção (art. 340);</p><p>Auto Acusação falsa de crime (art. 341);</p><p>Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342);</p><p>Coação no curso do processo (art. 344);</p><p>Fraude processual (art. 347);</p><p>Exploração de prestígio (art. 357);</p><p>Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão</p><p>de direito (art. 359).</p><p>Como consequência, por ser necessário a leitura essencial da lei seca, não há muito o que complementar, apenas leia, releia e leia novamente.</p><p>Vejamos como a banca costuma cobrar o conteúdo:</p><p>VUNESP – 2020 – Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos – SP – Guarda Municipal</p><p>Considere o seguinte caso hipotético: “A”, funcionário público, arromba a janela de uma repartição e subtrai uma impressora. Nos termos do Código Penal, e apenas com base nas informações do enunciado, é correto afirmar que “A” cometeu o crime de:</p><p>(a) peculato comum.</p><p>(b) corrupção ativa.</p><p>(c) furto qualificado.</p><p>(d) peculato furto.</p><p>(e) violência arbitrária.</p><p>Comentário: Tem uma pegadinha boba aí. Para caracterizar peculato não basta ser funcionário público, tem que se valer da sua função para ou ter posse do bem, para configurar o delito. Nesse caso, o funcionário cometeu crime de “furto qualificado”, por rompimento ou destruição de obstáculo.</p><p>VUNESP – 2019 – Prefeitura de Campinas – SP – Engenheiro – Elétrica</p><p>O servidor que devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, segundo o Art. 326 do código penal brasileiro, está sujeito à pena de multa e:</p><p>(a) detenção de 5 meses a 2 anos.</p><p>(b) reclusão de 6 meses a 1 ano.</p><p>(c) detenção de 1 a 2 anos.</p><p>(d) reclusão de 2 a 4 anos.</p><p>(e) detenção de 3 meses a 1 ano.</p><p>Comentário: Por isso a importância de ler e decorar a lei seca, aqui a banca pede a literalidade da pena. Um pouco injusto na minha opinião. Resposta letra E.</p><p>Salienta-se que no site de questões do Estratégia concursos possui mais de 2,5 milhões de questões, com comentários dos melhores professores da área, sendo um diferencial na sua preparação para a matéria de Direito Penal do TJ SP.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS -DIREITO PENAL TJ SP</p><p>Chegamos ao final de mais um artigo, aqui procuramos destacar os tópicos de maior relevância e que podem ser questionados em prova.</p><p>Sendo assim, caro aluno, agora é com você! Treine bastante com exercícios, leia bastante a lei seca, tendo em vista que o conteúdo se trata basicamente de dispositivos do CP.</p><p>Por fim, ressalta-se que além do artigo apresentado, o Estratégia Concursos tem disponível cursos precípuos de direito penal ,voltados a sua preparação para a prova do TJ SP.</p><p>Não percam as atualizações do site.</p><p>Espero que tenham gostado, pessoal!</p><p>Até a próxima.</p><p>Quer saber tudo sobre concursos previstos?</p><p>Confira nossos artigos!</p><p>Concursos abertos</p><p>Concursos 2022</p><p>Assinatura de Concursos</p><p>Assinatura de 1 ano ou 2 anosASSINE AGORA</p><p>Agora, confira as vagas e oportunidades dos concursos 2023 navegando através do índice abaixo:</p><p>Concursos e vagas previstas para 2023:</p><p>Concursos Policiais</p><p>Concursos Fiscais</p><p>Concursos Controle</p><p>Concursos Tribunais</p><p>Concursos em Ministérios Públicos</p><p>Concursos em Defensorias</p><p>Concursos Legislativos</p><p>Concursos da área da Saúde</p><p>Concursos da área bancária</p><p>Concursos da área da Educação</p><p>Concursos para Prefeituras</p><p>Concursos outras oportunidades</p><p>Concursos 2023 por Estado</p>