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<p>1</p><p>MANUAL DE FÍSICA</p><p>PARA FORMAÇÃO</p><p>MÉDIA TÉCNICA</p><p>10.ª e 11.ª CLASSES</p><p>2</p><p>3</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>ÍNDICE</p><p>Prefácio ............................................................................................................................ 7</p><p>1- Conceitos Introdutórios ............................................................................................ 8</p><p>1.1- Introdução ........................................................................................................ 8</p><p>1.2 - Grandezas físicas .......................................................................................... 8</p><p>1.3 – Sistema de Unidades .................................................................................. 20</p><p>1.4 - Noções Básicas da Trigonometria ......................................................... 21</p><p>Parte 1: Mecânica ............................................................................................................... 25</p><p>Unidade 1- Movimento de uma Partícula Material ................................................. 26</p><p>1.1 - Ponto Material .......................................................................................................... 26</p><p>1.1.1 - Relatividade do movimento ................................................................. 27</p><p>1.2 - Trajectória .................................................................................................................. 27</p><p>1.3 - Deslocamento ........................................................................................................... 28</p><p>1.3.1- Origem dos Espaços .................................................................................. 28</p><p>1.4 - Velocidade .................................................................................................................. 29</p><p>1.4.1 - Velocidade Média ...................................................................................... 29</p><p>1.4.2 - Velocidade Instantânea .......................................................................... 33</p><p>1.5 - Movimento Rectilíneo e Uniforme ................................................................... 34</p><p>1.5.1- Aceleração ..................................................................................................... 39</p><p>1.6-Movimento rectilíneo .............................................................................................. 42</p><p>1.6.1- Movimento rectilíneo uniformemente variado............................. 42</p><p>1.6.2 - Queda de um Corpo ................................................................................. 51</p><p>1.6.3 - Ascensão de um Corpo ........................................................................... 53</p><p>1.7 - Movimento circular ................................................................................................ 56</p><p>1.7.1 - Movimento circular uniforme ............................................................. 57</p><p>1.8 - Movimento circular variado ............................................................................... 59</p><p>Unidade 2 - Interacções entre Corpos ............................................................................ 62</p><p>2.1- Força ............................................................................................................................ 62</p><p>2.2 - Leis de Newton......................................................................................................... 69</p><p>4</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>ÍNDICE</p><p>2.2.1 - Lei da Inércia .............................................................................................. 69</p><p>2.22 - Lei Fundamental da Dinâmica ............................................................ 71</p><p>2.2.3 - Lei da Acção e Reacção ........................................................................... 73</p><p>2.3 - Impulso e quantidade de movimento…………………………........... ............. 75</p><p>2.3.1- Impulso de uma Força ............................................................................. 81</p><p>Unidade 3 - Trabalho e Energia .......................................................................................... 84</p><p>3.1 - Trabalho de uma Força Constante ................................................................... 84</p><p>3.2 - Trabalho de uma Força Variável ....................................................................... 87</p><p>3.3 - Potência ....................................................................................................................... 89</p><p>3.4 - Energia potencial .................................................................................................... 91</p><p>3.4.1 - Energia Potencial Elástica ..................................................................... 92</p><p>3.5 - Energia Cinética - Teorema de Trabalho e Energia .................................. 96</p><p>3.6 - Lei de Conservação da Energia Mecânica ..................................................... 98</p><p>Parte 2: Fenómenos Térmicos…………………………………………... .................. 101</p><p>Unidade 1- Energia Térmica ................................................................................................ 102</p><p>1.1 Temperatura ................................................................................................................ 102</p><p>1.1.1 Escalas Termométricas ............................................................................. 103</p><p>1.1.2 -Relações entre as Escalas Termométricas ...................................... 104</p><p>1.2 - Dilatação dos Sólidos ............................................................................................. 107</p><p>1.2.1 -Dilatação Linear ......................................................................................... 107</p><p>1.2.2 - Dilatação Superficial ................................................................................ 110</p><p>1.2.3 -Dilatação Volumétrica .............................................................................. 111</p><p>1.3 - Transmissão de Calor ............................................................................................ 112</p><p>1.4 - Capacidade Calorífica ............................................................................................ 114</p><p>1.5 - Equilíbrio Térmico .................................................................................................. 118</p><p>Unidade 2 - Equação de Estado de um Gás Perfeito ............................................... 120</p><p>2.1 - Leis dos Gases……………………………………………………. ................................ 120</p><p>5</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>ÍNDICE</p><p>2.2 - Processo Isotérmico: Lei de Boyle – Mariotte ............................................ 124</p><p>2.3 - Processo Isobárico: (Gay-Lussac) .................................................................... 126</p><p>2.4 - Processo Isocórico : Lei de Jacques Charles .............................................. 129</p><p>2.5 - Cálculo Cinético da Pressão ................................................................................ 132</p><p>2.6 - Interpretação Cinética da Temperatura ........................................................ 133</p><p>2.7 - Dilatação dos Gases ................................................................................................ 137</p><p>2.7.1 - Energia Interna do Gás Perfeito .................................................................... 137</p><p>2.7.2 - Trabalho Realizado pelo Gás .......................................................................... 140</p><p>2.8 - Experiência de Joule .............................................................................................. 141</p><p>Unidade 3 - Termodinâmica ................................................................................................. 144</p><p>3.1 - Primeira Lei da Termodinâmica .......................................................................</p><p>a sua velo-</p><p>cidade ao fim de 3s.</p><p>d) Calcule a força que</p><p>seria necessária para</p><p>que atingisse a velo-</p><p>cidade de 12ms–1 ao</p><p>fim de 4s.</p><p>Dados</p><p>m = 2kg</p><p>F = 5N</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>c)</p><p>d)</p><p>RN</p><p>P</p><p>Fa F</p><p>b) F ma a</p><p>F</p><p>m</p><p>a</p><p>N</p><p>kg</p><p>= → = → =.</p><p>5</p><p>2</p><p>a = 2,5m / s2</p><p>F = 5N v = ? t = 3s m = 2kg a = 2,5m / s2</p><p>F = m.a M.R.U.V. v = v0 + a.t</p><p>Se v0 = 0</p><p>Logo v = a.t → v = 2,5m/s2.3s → v = 7,5m/s</p><p>v = 12m / s t = 4s</p><p>v at a</p><p>v</p><p>t</p><p>a</p><p>m s</p><p>s</p><p>= → = → =.</p><p>/12</p><p>4</p><p>a = 3m / s</p><p>F = m.a</p><p>F = 2kg.3m / s2</p><p>F = 6N</p><p>66</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: F =30N</p><p>R: FR = 1040N</p><p>R: FR = 400N</p><p>P1 – Sobre um corpo actuam forças dirigidas sob o ângulo de</p><p>90° uma relativa a outra. Uma força é igual a 40N. Qual o valor</p><p>da outra força se a resultante é de 50N.</p><p>P2 – Achar a resultante de duas forças de 600N cada uma apli-</p><p>cadas a um corpo que formam um ângulo de 60° entre si.</p><p>P3 – Determinar a resultante de três forças de 200N cada</p><p>uma se a primeira e a segunda formam um ângulo de 30º e a</p><p>segunda e a terceira formam um ângulo de 60°.</p><p>Força de Atrito</p><p>Uma das manifestações das interacções mecânicas é a força de</p><p>atrito.</p><p>A força de atrito aparece sempre que houver contacto entre</p><p>os corpos, e está sempre orientada ao longo da superfície de</p><p>contacto, e opõe-se ao movimento corpo.</p><p>A força de atrito depende da natureza das superfícies que se</p><p>encontram em contacto e das forças que se exercem sobre as</p><p>superfícies onde surge o atrito (força normal à superfície).</p><p>Fat = μN (2.2)</p><p>Onde</p><p>Fat = força de atrito</p><p>μ = coeficiente de atrito (depende da natureza das super-</p><p>fícies em contacto)</p><p>N = força normal à superfície</p><p>67</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>A natureza da superfície em contacto é que definem o valor</p><p>máximo ou mínimo do atrito. Assim sendo o atrito pode ser</p><p>estático ou dinâmico.</p><p>Logo para um valor máximo de atrito o seu coeficiente deno-</p><p>mina-se estático e para o valor mínimo o coeficiente deno-</p><p>mina-se cinético.</p><p>Existe porém uma força máxima de atrito de repouso, mas</p><p>quando a força paralela à superfície se torna maior que a força</p><p>de atrito, o corpo adquire uma certa aceleração.</p><p>Se numa superfície de um corpo em repouso actuar uma força</p><p>orientada paralelamente à superfície de contacto dos corpos,</p><p>então, o corpo só começará a mover quando a força atingir</p><p>um determinado valor. O valor desta força determina o valor</p><p>máximo da força de atrito estático.</p><p>A força de atrito estático é a que nos impede de mover objecto</p><p>pesados.</p><p>Fig. 2.7 – Corpo em movimento no</p><p>plano inclinado</p><p>θ</p><p>m2</p><p>m1</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um corpo é lan-</p><p>çado horizontalmente</p><p>sobre um plano hori-</p><p>zontal com velocidade</p><p>de 10ms–1 e para após</p><p>percorrer 50m. Deter-</p><p>mine o coeficiente de</p><p>atrito relativo às super-</p><p>fícies em contacto?</p><p>Dados</p><p>v0 = 10m / s</p><p>s = 50m</p><p>μ = ?</p><p>v = ?</p><p>Resolução</p><p>s</p><p>v v</p><p>a</p><p>=</p><p>2</p><p>0</p><p>2</p><p>2</p><p>–</p><p>como v = 0, então a</p><p>v</p><p>s</p><p>= − 0</p><p>2</p><p>2</p><p>a a a m s= − → = − → =</p><p>100</p><p>2 50</p><p>100</p><p>100</p><p>1</p><p>2</p><p>.</p><p>– /</p><p>Fa = μN, N = m.g → Fa = μ.m.g</p><p>Fa = F → –μ.m.g = ma.a</p><p>=</p><p>−</p><p>→ = → =</p><p>a</p><p>g</p><p>m s</p><p>m s</p><p>– /</p><p>– /</p><p>,</p><p>1</p><p>10</p><p>0 1</p><p>2</p><p>2</p><p>=</p><p>−</p><p>→ = → =</p><p>a</p><p>g</p><p>m s</p><p>m s</p><p>– /</p><p>– /</p><p>,</p><p>1</p><p>10</p><p>0 1</p><p>2</p><p>2</p><p>=</p><p>−</p><p>→ = → =</p><p>a</p><p>g</p><p>m s</p><p>m s</p><p>– /</p><p>– /</p><p>,</p><p>1</p><p>10</p><p>0 1</p><p>2</p><p>2</p><p>μ μ μ</p><p>68</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P2 – Um ponto material</p><p>de massa igual a 2kg esta</p><p>apoiado numa superfí-</p><p>cie horizontal perfeita-</p><p>mente liso, em repouso</p><p>uma força constante de</p><p>intensidade 6N, paralelo</p><p>ao apoio actua durante</p><p>10s, após as quais deixa</p><p>de existir, determine:</p><p>a) A aceleração nos 10s</p><p>iniciais.</p><p>b) A velocidade ao fim</p><p>de 10s.</p><p>Dados</p><p>m = 2kg</p><p>F = 6N</p><p>t = 10s</p><p>a) a = ? b) v = ?</p><p>P3 – Um bloco de massa</p><p>10kg movimenta-se numa</p><p>mesa horizontal sob acção</p><p>de uma força horizontal</p><p>de intensidade 30N, o coe-</p><p>ficiente de atrito dinâmico</p><p>entre o bloco e a mesa é</p><p>de 0,20, sendo g=10m.s–2.</p><p>Determine a aceleração</p><p>do bloco.</p><p>Dados</p><p>m = 10kg</p><p>F = 30N</p><p>μ = 10s</p><p>g = 10m/s2</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>F ma a</p><p>F</p><p>m</p><p>= → =.</p><p>v at v m s s</p><p>v m s</p><p>= → =</p><p>=</p><p>. / .</p><p>/</p><p>3 10</p><p>30</p><p>2</p><p>a</p><p>N</p><p>kg</p><p>a m s= → =</p><p>6</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>/</p><p>F = ma, Fa = μ.N, N = P, P = m.g</p><p>F –μP = m.a → a =</p><p>F mg</p><p>m</p><p>−μ</p><p>a a m s=</p><p>−</p><p>→ =</p><p>30 0 2 10 10</p><p>10</p><p>1</p><p>2</p><p>, . .</p><p>/</p><p>69</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>P1 – Dois blocos, de massa mA = 19kg e mB = 8kg, estão em</p><p>repouso, encostados ao outro e apoiados sobre uma superfície</p><p>plana horizontal cujo coeficiente de atrito cinético entre eles e</p><p>a superfície é μc = 0,50. Num determinado instante, aplica-se,</p><p>ao bloco A, uma força de módulo FA = 189N. Iniciado o movi-</p><p>mento, calcule o módulo da força exercida pelo bloco A Sobre</p><p>o B. (considere g = 10m.s–2).</p><p>P2 – Um camião de frutas desloca-se em movimento rectilí-</p><p>neo numa estrada horizontal, com velocidade uniforme igual a</p><p>20 m/s. O camião transporta, na carroçaria, uma caixa de man-</p><p>gas de Lândana de massa total 30 kg. Ao ver um sinal de trânsito</p><p>a 100m, o motorista começa a travar uniformemente, de modo a</p><p>parar junto dele. (coeficiente de atrito cinético μc = 0,10).</p><p>a) Faça um esquema das forças que actuam sobre a caixa</p><p>durante a travagem.</p><p>Calcule o módulo da componente da força que o chão da carro-</p><p>çaria exerce sobre a caixa durante a travagem. R: F =60N</p><p>R: F =56N</p><p>Exercícios propostos</p><p>2.2. Leis de Newton</p><p>2.2.1. Lei da Inércia</p><p>Antigamente os sábios sustentavam que o estado natural</p><p>dos corpos era o repouso. Para que saíssem desse estado era</p><p>necessária a acção de uma força e, quando essa força deixava</p><p>de agir o movimento terminava e os corpos voltavam imedia-</p><p>tamente ao seu estado natural, o repouso. Com a introdução</p><p>de método experimental de Galileu o princípio de inércia hoje</p><p>se pode definir da seguinte forma:</p><p>Todo corpo continua no estado de repouso ou de movi-</p><p>mento numa linha recta com velocidade escalar constante</p><p>70</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>a menos que seja obrigado a alterar esse estado pela</p><p>acção de uma força resultante externa. Assim, se a força</p><p>resultante sobre um corpo for nula, ele estará em repouso ou</p><p>em movimento rectilíneo e uniforme.</p><p>A tendência de um corpo manter seu estado de repouso</p><p>ou de movimento rectilíneo com velocidade constante</p><p>é chamada inércia. Por esse motivo, a primeira lei de</p><p>Newton também é conhecida como princípio da inér-</p><p>cia. A massa do um corpo é a medida da sua inércia. Assim,</p><p>quanto maior for a massa de um corpo, maior é a sua inércia.</p><p>A tendência de um corpo manter seu estado de repouso ou de</p><p>movimento rectilíneo com velocidade constante é chamada</p><p>inércia. Por esse motivo, a primeira lei de Newton também é</p><p>conhecida como princípio da inércia. A massa do um corpo é</p><p>a medida da sua inércia. Assim, quanto maior for a massa de</p><p>um corpo, maior é a sua inércia. Os referenciais para os quais</p><p>vale o princípio da inércia são chamados referenciais iner-</p><p>ciais. A aplicação, num ponto material, de uma força ou de</p><p>um sistema de forças cuja soma vectorial não é nula produz</p><p>nele uma variação de velocidade.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Conforme recolha</p><p>de informações o uso</p><p>do cinto de segurança</p><p>é obrigatório para pre-</p><p>venir lesões graves nos</p><p>motoristas e passagei-</p><p>ros no caso de aciden-</p><p>tes. Explique a que lei</p><p>da Física está isso rela-</p><p>cionado.</p><p>Resolução</p><p>• No caso de acidente, os ocupantes dum carro que estive-</p><p>rem sem cinto de segurança são atirados para frente.</p><p>• A possibilidade de sair ileso dum acidente sem uso do</p><p>cinto é de um por mil.</p><p>• O uso do cinto de segurança reduz de 60% a 80% as mor-</p><p>tes em choques frontais.</p><p>71</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>P1 – No espectáculo de circo o palhaço se coloca diante duma</p><p>mesa com uma toalha. Sobre a toalha se coloca pratos e talhe-</p><p>res. O palhaço puxa</p><p>a toalha rapidamente da mesa, mas os</p><p>pratos e talheres permanecem sobre ela. Que lei de Newton</p><p>explica este fenómeno?</p><p>P2 – Porquê o cavaleiro é atirado para frente quando o cavalo</p><p>pára, negando-se a saltar o obstáculo?</p><p>Exercícios propostos</p><p>2.2.2. Lei Fundamental da Dinâmica</p><p>A Lei da Inércia (1ª Lei de Newton) como já vimos estabelece</p><p>o que ocorre com a um corpo na ausência das forças aplicadas</p><p>sobre ele ou quando a resultante aplicada sobre ele é nula.</p><p>A origem das forças que actuam sobre os corpos pode ter</p><p>natureza gravitacional, electromagnética, nuclear, etc.</p><p>As forças causam a aceleração dos corpos. A experiência mos-</p><p>tra que as forças aplicadas sobre um corpo é a causa da sua</p><p>aceleração.</p><p>Quanto maior for a força F aplicada sobre um corpo de massa</p><p>m, tanto maior será a sua aceleração a.</p><p>Para corpos de massas diferentes, ao aplicarmos a mesma</p><p>força, a aceleração será maior no corpo com menor massa e</p><p>menor no corpo com menor massa.</p><p>A relação quantitativa entre a força, a aceleração e a massa</p><p>mencionada acima pode ser expressa da seguinte forma:</p><p>F ~ a , para m = constante.</p><p>A 2ª Lei da Newton é conhecida por Lei fundamental da</p><p>Dinâmica e enunciada da seguinte maneira:</p><p>A resultante das forças que actuam sobre um corpo é directa-</p><p>mente proporcional à aceleração que esse corpo adquire.</p><p>Fig. 2.8 – Força F aplicada sobre um</p><p>corpo</p><p>72</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Fr = M.a (2.3)</p><p>No SI a unidade da força é obtida dessa equação e recebe o</p><p>nome de Newton.</p><p>1Newton = 1kgms–2</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um ponto material</p><p>de massa 200 kg des-</p><p>loca-se com uma acele-</p><p>ração constante durante</p><p>10 s percorrendo uma</p><p>distancia de 500 m.</p><p>Determine a força nela</p><p>aplicada.</p><p>Dados</p><p>m = 200kg</p><p>t = 10s</p><p>s = 500m</p><p>F = ?</p><p>P2 – Um comboio de</p><p>20.000kg percorre 50m</p><p>em M.R.U.V, a força</p><p>aplicada a locomotiva</p><p>é de 7,2kN. Determine</p><p>a sua velocidade.</p><p>Dados</p><p>m = 20.000kg</p><p>s = 50m</p><p>F = 7,2kN</p><p>v = ?</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>s a</p><p>t</p><p>a</p><p>s</p><p>t</p><p>a m s</p><p>F ma F kg m s</p><p>F</p><p>= → = → =</p><p>= → =</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>10</p><p>200 10</p><p>/</p><p>. . /</p><p>== 2000N</p><p>F ma a</p><p>F</p><p>m</p><p>a</p><p>kN</p><p>kg</p><p>a m s</p><p>s a</p><p>= → =</p><p>= → =</p><p>=</p><p>.</p><p>,</p><p>.</p><p>, . /</p><p>–</p><p>7 2</p><p>20 000</p><p>3 6 10</p><p>1 2</p><p>tt</p><p>t</p><p>s</p><p>a</p><p>v at v m s s</p><p>v m s</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2</p><p>2</p><p>3 6 10 17</p><p>6 12</p><p>→ =</p><p>= → =</p><p>=</p><p>, . / .</p><p>, /</p><p>–</p><p>73</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>P1 – Um bloco é lançado sobre um plano horizontal com velo-</p><p>cidade de 30m/s, percorre 100 m até parar. Calcule o coefi-</p><p>ciente de atrito dinâmico.</p><p>P2 – Um corpo cai livremente de altura de 80 m. Qual é que</p><p>seu deslocamento durante o último segundo da queda?</p><p>P3 – Um corpo é lançado verticalmente para cima com a velo-</p><p>cidade de 30 m/s.</p><p>a) A que altura a sua velocidade será três vezes inferior do</p><p>que a inicial?</p><p>b) Quanto tempo passará até esse momento?</p><p>P4 – Dois corpos de massas 0,3kg e 0,2 kg, ligados entre si por</p><p>um fio inextensível de massa desprezível, são suspensos por</p><p>uma roldana fixa.</p><p>a) Com que aceleração se movem os corpos?</p><p>b) Qual é a tensão no fio durante o movimento?</p><p>P5 – Uma grua eleva uma carga de massa 1t. Qual é a tensão</p><p>no cabo no inicio do levantamento se a carga se moveu com</p><p>aceleração de 25m/s2?</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: µ = 0,45</p><p>R: s = 35m</p><p>a) R: h = 30m</p><p>a) R: a = 2m/s2</p><p>b) R: t = 2s</p><p>b) R: FT = 2,4N</p><p>R: FT = 35kN</p><p>2.2.3. Lei da Acção e Reacção</p><p>A experiência quotidiana nos mostra vários exemplos onde se</p><p>manifesta a acção e reacção.</p><p>Quando se mantém um corpo sobre uma mesa, este exerce</p><p>sobre a mesa uma acção que é representada pelo seu peso,</p><p>por outro lado, por parte da mesa há uma reacção que é repre-</p><p>sentada pela oposição à deslocação do corpo.</p><p>Quando puxamos uma mola, sentimos nas mãos a reacção</p><p>desta. Se a mola partir-se, o repentino desaparecimento da</p><p>reacção pode desequilibrar-nos.</p><p>74</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Quando se dispara uma arma de fogo, a força propulsora</p><p>(acção) do projéctil provoca uma reacção oposta que origina</p><p>o recuo da arma.</p><p>Todos estes exemplos permitem-nos formular o principio de</p><p>acção e reacção segundo a qual:</p><p>A qualquer acção opõe-se sempre uma reacção com a</p><p>mesma direcção e intensidade, mas sentidos opostos.</p><p>Geralmente a acção e a reacção têm pontos de aplicação dife-</p><p>rentes.</p><p>p-1</p><p>M M</p><p>Fig. 2.9 – Acção e reacção</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma caixa de</p><p>massa 50kg é erguida</p><p>verticalmente para cima</p><p>com aceleração de 1m/s2</p><p>dentro de um prédio.</p><p>Considere g=10m</p><p>a) Faça a configuração</p><p>das forças que actuam</p><p>sobre a caixa e cal-</p><p>cule a sua intensidade</p><p>durante a sua eleva-</p><p>ção.</p><p>b) Qual a intensidade da</p><p>força exercida pela</p><p>caixa sobre o piso do</p><p>elevador.</p><p>Dados</p><p>m = 50kg</p><p>a = 1m/s2</p><p>g = = 10m/s2</p><p>Resolução</p><p>P m g P N</p><p>F ma mg F kg m s N</p><p>F</p><p>r r</p><p>r</p><p>= → =</p><p>= + → = +</p><p>=</p><p>.</p><p>. . /</p><p>500</p><p>50 1 500</p><p>2</p><p>5550N</p><p>75</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>P1 – Consideremos um corpo de massa igual a 6kg em repouso</p><p>sobre um plano horizontal liso. Aplica-se uma força horizontal</p><p>F = 30N sobre o corpo. Admitindo-se g = 10m/s2, determine os</p><p>módulos da.</p><p>a) Aceleração do corpo.</p><p>b) Reacção normal do plano de apoio.</p><p>P2 – Tunga Muanza escolhe um corpo de massa igual a 2kg</p><p>inicialmente colocado em repouso sobre um plano horizontal</p><p>perfeitamente liso. Sobre o corpo passa a actuar uma força F</p><p>de intensidade 16 N aplicada obliquamente 60° ao plano hori-</p><p>zontal. (Dados g = 10m/s2 e ângulo 60°).</p><p>Determine: os módulos da</p><p>a) Aceleração do corpo.</p><p>b) Reacção normal do plano de apoio.</p><p>Exercícios propostos</p><p>a) R: a = 5m/s2</p><p>a) R: a = 4m/s2</p><p>b) R: FNA= 60N</p><p>b) R: FNA= 6,40N</p><p>2.3. Impulso e Quantidade</p><p>de Movimento</p><p>É sabido que as leis de Newton permitem resolver problemas</p><p>sobre o movimento dos corpos. Em muitos casos é difícil cal-</p><p>cular as forças que actuam sobre os corpos. Por exemplo, na</p><p>colisão entre dois corpos, sabe-se que eles interactuam-se</p><p>pela força de elasticidade, mas a determinação desta força por</p><p>vezes é difícil. No caso simples da colisão entre duas esferas,</p><p>a deformação de cada uma delas torna-se difícil definir, por-</p><p>quanto não se sabe os valores das grandezas presentes na lei</p><p>de Hooke (F = k x) nomeadamente a deformação x e a cons-</p><p>tante de rigidez k.</p><p>Para isso recorre-se à formulações simples da lei de movi-</p><p>mento de Newton para resolução de problemas da Mecânica.</p><p>76</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Impulso de uma força</p><p>Partindo da lei de movimento,</p><p>F = m.a (1)</p><p>A aceleração caracteriza a rapidez com que varia a velocidade,</p><p>ou seja,</p><p>a</p><p>v v</p><p>t</p><p>=</p><p>–</p><p>0 (2)</p><p>Substituindo o vector a em (1) vem:</p><p>F m</p><p>v v</p><p>t</p><p>=</p><p>–</p><p>0 (3)</p><p>Decompondo a fórmula (3) obtemos:</p><p>F.t = m(v–v0) (2.4)</p><p>Se considerarmos uma força constante F agindo num ponto</p><p>material durante um intervalo de tempo = t – t0, teremos o</p><p>impulso como sendo</p><p>I = F. Δt (2.5)</p><p>O vector impulso tem a mesma direcção e o mesmo sentido</p><p>da força, e sua intensidade é determinada pela expressão (5),</p><p>sendo F a intensidade da força e Δt, o intervalo de tempo em</p><p>que esta força actua.</p><p>No Sistema Internacional a unidade do Impulso é (N . s)</p><p>A intensidade do Impulso é tanto maior quanto maior for a inten-</p><p>sidade da força F e quanto maior for o intervalo de tempo Δt.</p><p>Num gráfico F = f(t), o Impulso da força F corresponde nume-</p><p>ricamente à área varrida pela figura geométrica.</p><p>A</p><p>F</p><p>0 t0 t1 t</p><p>A= F(t0–t1) = F. Δt</p><p>A = I</p><p>77</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>A propriedade anterior é válida mesmo que a força, mantendo</p><p>a mesma direcção, varie com o tempo.</p><p>Observando a fórmula (2.4), podemos deduzir o membro</p><p>direito como sendo a expressão que representa a quantidade</p><p>de movimento (ou momento linear) pois, envolve a massa e a</p><p>variação da velocidade do corpo.</p><p>p = m.(v–v0)</p><p>Sendo Δv = v – v0, onde v e v0 representam</p><p>a velocidade final</p><p>e inicial do corpo respectivamente.</p><p>Então p = m.Δv (2.6)</p><p>A quantidade de movimento é uma grandeza vectorial com a</p><p>mesma direcção e o mesmo sentido do vector velocidade.</p><p>Se um sistema de pontos materiais de massas m1, m2, …, mn,</p><p>que em determinado instante apresentam velocidades respec-</p><p>tivas, v1, v2, …, vn, então a quantidade de movimento do sistema</p><p>representa – se da seguinte maneira:</p><p>p = m1v1 + m2v2 + ... + mnvn</p><p>p = p1 + p2 + ... + pn</p><p>(2.7)</p><p>No Sistema Internacional (SI), a unidade de medida da quan-</p><p>tidade de movimento é o quilograma x metro por segundo:</p><p>kg . m . s – 1.</p><p>Fig. 2.10 – Atleta efectuando um salto</p><p>78</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – A massa de um</p><p>caminhão é 5000 kg e</p><p>descreve uma trajec-</p><p>tória rectilínea e hori-</p><p>zontal com velocidade</p><p>de 25 m / s. Determine</p><p>a quantidade de movi-</p><p>mento:</p><p>a) Do caminhão;</p><p>b) Do caminhão com uma</p><p>carga de 3000 kg de</p><p>massa.</p><p>Dados</p><p>m = 5000kg</p><p>v = 25m/s</p><p>a) p= ? do camião</p><p>b) v = ? do camião</p><p>+ carga</p><p>Resolução</p><p>a) o módulo da quantidade de movimento é:</p><p>p = m.v</p><p>p = 5000kg.25m/s</p><p>p = 125000kg.m/s</p><p>b)</p><p>p = p1 + p2</p><p>p = m1 v1 + m2 v2</p><p>v1 = v2 → p = (m1 + m2).v</p><p>p = (5000 + 3000).25</p><p>p = 200000kg.m/s</p><p>Relação entre quantidade de movimento e impulso</p><p>(teorema do impulso)</p><p>A quantidade de movimento e o impulso de uma força são</p><p>grandezas físicas que se relacionam. No caso de um jogador</p><p>que aplica uma força F, durante o intervalo de tempo Δt, sobre</p><p>a bola de massa m que se movimenta com a velocidade inicial</p><p>v0, a acção da força causa na bola uma aceleração a, alterando</p><p>a velocidade para v1. Assim podemos dizer que a força F foi</p><p>a responsável pela alteração da quantidade de movimento da</p><p>bola de p0 = m v0 para p1 = m v1.</p><p>Daqui conclui-se que a acção da resultante das forças que</p><p>agem num ponto material, durante um intervalo de tempo Δt,</p><p>79</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>b) 5 segundos depois teremos:</p><p>p2 = m.v2</p><p>p2 = 0,4kg.7m/s</p><p>p2 = 2,8kg.m/s</p><p>c) Considerando que os vectores p1 e p2 têm a mesma direcção</p><p>e o mesmo sentido, então</p><p>I = p1 + p2 → I = 2 + 2,8 → I = 4,8N.s</p><p>d) sendo</p><p>imprime nele um impulso I, que corresponde à variação da</p><p>quantidade de movimento nesse intervalo de tempo.</p><p>p = p1 – p0 ou I = Δp (2.8)</p><p>Essa expressão, conhecida pelo teorema do impulso, é válida para</p><p>referenciais inerciais e é válida também quer para o movimento</p><p>rectilíneo uniformemente variado, como para outros movimen-</p><p>tos em qualquer trajectória.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – A massa de um</p><p>corpo que se desloca</p><p>em movimento rectilí-</p><p>neo cuja resultante das</p><p>forças se mantêm cons-</p><p>tante é 0,4 kg. Se a velo-</p><p>cidade inicial for 5 m / s,</p><p>e passados 5 segundos</p><p>essa velocidade sobe</p><p>para 7 m / s, determine:</p><p>a) A quantidade de movi-</p><p>mento inicial do corpo;</p><p>b) A quantidade de movi-</p><p>mento do corpo passa-</p><p>dos 5 segundos;</p><p>c) O impulso da força</p><p>resultante que sofre o</p><p>corpos;</p><p>d) A intensidade da força</p><p>resultante agente no</p><p>corpo.</p><p>Dados</p><p>m = 0,4kg</p><p>v1 = 5m / s</p><p>t = 5s</p><p>v2 = 7m / s</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>p = m.v1</p><p>p1 = 0,4kg.5m/s</p><p>p1 = 2kg.m/s</p><p>I F t F</p><p>I</p><p>t</p><p>F</p><p>N s</p><p>s</p><p>F N</p><p>= → =</p><p>= → =</p><p>.</p><p>, .</p><p>,</p><p>�</p><p>�</p><p>4 8</p><p>5</p><p>0 96</p><p>80</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Conservação da quantidade de movimento</p><p>Existem várias situações, em que o conceito de quantidade</p><p>de movimento é fundamental para o entendimento dos fenó-</p><p>menos físicos envolvidos. Estudemos o conceito de quanti-</p><p>dade de movimento no caso de interacções de curta duração</p><p>entre corpos em que a resultante de forças externas é nula</p><p>como acontece nas colisões e explosões.</p><p>Quando duas esferas colidem, ocorre, durante a colisão,</p><p>uma troca de forças num intervalo de tempo muito pequeno.</p><p>A acção dessas forças causa variações das quantidades de</p><p>movimento de mesma intensidade e de sentidos opostos,</p><p>mantendo-se constante a quantidade de movimento do sis-</p><p>tema.</p><p>Se ocorrer variação de quantidade de movimento, tal facto</p><p>dever-se-á à forças externas ao sistema (peso, atrito ou nor-</p><p>mal).</p><p>Assim, um sistema isolado é aquele cujas forças externas são</p><p>nulas ou possuem intensidade muito menor quando compa-</p><p>radas às forças internas ou ainda se a resultante das forças</p><p>externas for nula.</p><p>A quantidade de movimento total de um sistema se conserva</p><p>se a resultante das forças externas que agem no sistema for</p><p>nula. Este enunciado corresponde à lei da conservação da</p><p>quantidade de movimento.</p><p>81</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um comboio de</p><p>massa 10000kg atingiu</p><p>a quantidade de movi-</p><p>mento 2,0.105kg ms–1</p><p>ao fim de 2,0s, partindo</p><p>do repouso.</p><p>a) Qual foi a força resul-</p><p>tante média que o</p><p>acelerou?</p><p>b) Qual foi o valor da ace-</p><p>leração média?</p><p>Dados</p><p>m = 10000kg</p><p>p = 2,105kg.m/s</p><p>t = 2s</p><p>a) Fm= ?</p><p>b) am= ?</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>F</p><p>p</p><p>t</p><p>F</p><p>kgms</p><p>s</p><p>F N</p><p>m m</p><p>m</p><p>= → =</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>2 10</p><p>2</p><p>1 10</p><p>5 1</p><p>5</p><p>.</p><p>.</p><p>–</p><p>a</p><p>F</p><p>m</p><p>a</p><p>N</p><p>kg</p><p>a m s</p><p>m</p><p>m</p><p>m</p><p>m</p><p>= → =</p><p>=</p><p>1 10</p><p>1 10</p><p>10</p><p>5</p><p>4</p><p>2</p><p>.</p><p>.</p><p>/</p><p>2.3.1. Impulso de uma Força</p><p>Da 2ª Lei vimos que a força F aplicada sobre um corpo de</p><p>massa m imprime-lhe uma aceleração a.</p><p>Da expressão F = ma teremos, para a v</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>F m</p><p>v</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>(2.9)</p><p>ou F∆t = m∆v (2.10)</p><p>outra forma da expressão da 2ª lei</p><p>82</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>O produto da força pelo intervalo de tempo expressa uma</p><p>nova grandeza física, chamada Impulso da força sobre o corpo.</p><p>Caracteriza a força aplicada sobre um corpo durante um deter-</p><p>minado intervalo de tempo.</p><p>I = F∆t (2.11)</p><p>(Impulso da força)</p><p>O Impulso de uma força resultante, F, é devido à sua apli-</p><p>cação a um corpo durante um intervalo de tempo, é igual à</p><p>variação da quantidade de movimento desse corpo (m∆v)</p><p>ocorrida nesse intervalo de tempo.</p><p>No SI, a unidade do Impulso da força é obtida pelo produto da</p><p>unidade de força N pela unidade de tempo s, isto é Newton.</p><p>segundo (N.s).</p><p>N.s = (kg.ms–2).s = kgms–1</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma força F de</p><p>intensidade 20N, direc-</p><p>ção vertical e sentido</p><p>ascendente é aplicada</p><p>num ponto material</p><p>durante 10s. Deter-</p><p>mine a intensidade, a</p><p>direcção e o sentido do</p><p>impulso dessa força.</p><p>Dados</p><p>F = 20kg</p><p>t = 10s</p><p>I = ?</p><p>Resolução</p><p>I = F.t</p><p>I = F.t</p><p>I = 20.10</p><p>I = 200N.s</p><p>83</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>P1 – Uma bola de massa 4kg é chutada contra uma parede</p><p>com velocidade 15m Sabendo que esta retorna com mesma</p><p>velocidade, qual o impulso aplicado pela parede a bola.</p><p>P2 – Uma arma de massa 6kg dispara uma bala de massa 200g</p><p>com a velocidade de 300m. Determine a velocidade de recuo</p><p>da arma</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: p = –120N.s</p><p>R: v = –10m/s</p><p>84</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Unidade 1i1</p><p>trabalho e energia</p><p>3.1. Trabalho de uma Força Constante</p><p>A característica do movimento mecânico assenta (consiste) no</p><p>conceito de trabalho mecânico ou trabalho de uma força.</p><p>Na linguagem comum a palavra trabalho usa-se para exprimir</p><p>qualquer actividade exercida por um indivíduo.</p><p>Em Física o conceito de trabalho tem outro significado como</p><p>veremos nos seguintes exemplos:</p><p>Fig. 3.1 – Malenga levantando um objecto (a, b, c, d, e)</p><p>Fig. 3.2 – Um avião a descolar</p><p>a)</p><p>d)</p><p>b)</p><p>e)</p><p>c)</p><p>Um menino levanta um objecto.</p><p>Um avião a levantar voo;</p><p>Estes exemplos mostram que o trabalho mecânico se realiza</p><p>quando há deslocamento de um corpo sob a acção de uma</p><p>força.</p><p>85</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Fig. 3.3 – Malenga empurrando uma</p><p>caixinha</p><p>Se uma força aplicada a um corpo não produzir nele nenhum</p><p>deslocamento, diz-se</p><p>que o trabalho dessa força é nulo.</p><p>Trabalho mecânico (W) é o trabalho realizado por</p><p>uma força quando produz um deslocamento no corpo.</p><p>1 Joule é o trabalho realizado por uma força de</p><p>1 newton que actua na mesma direcção e sen-</p><p>tido de um deslocamento de l metro</p><p>Consideremos as seguintes situações:</p><p>1ª Situação: A força e o deslocamento têm a mesma direcção</p><p>O trabalho da força F no deslocamento (s) de AB é dado</p><p>pela expressão:</p><p>W = F.s (3.1)</p><p>Esse trabalho corresponde à energia transferida ao corpo</p><p>pela força nele aplicada supondo ideal o sistema, ou seja,</p><p>sem perdas de energia.</p><p>Quando a força tiver a mesma direcção e o mesmo sentido</p><p>do deslocamento, o trabalho dessa força denomina-se</p><p>trabalho motor (W> 0). Se, pelo contrário tiver a mesma</p><p>direcção mas sentido oposto ao do deslocamento, então</p><p>denomina-se trabalho resistente (W < 0).</p><p>No Sistema Internacional o trabalho mede-se em Nm</p><p>1 Nm = 1 J</p><p>No Sistema CGS o trabalho mede-se em Dina. Centímetro</p><p>1 dine.cm = 1 Erg</p><p>1 J = 105 dine.102 cm</p><p>1 J = 107 dine.cm</p><p>1 J = 107 erg</p><p>86</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>No Sistema Técnico o trabalho mede-se em Cavalo - Vapor</p><p>(CV) e Horse – Power (HP)</p><p>O Cavalo Vapor corresponde à potência necessária para</p><p>erguer a de m um corpo de massa 75 kg em 1 segundo</p><p>num local onde g = 9,8 m/s2</p><p>1 CV = 735 W</p><p>1 HP = 746 W</p><p>2ª Situação: A força e o deslocamento não têm a mesma direcção</p><p>(formam um ângulo entre SI)</p><p>O trabalho da força F no deslocamento (s) de AB é dado</p><p>pela expressão:</p><p>WAB = F.s cos α (3.2)</p><p>O trabalho é uma grandeza escalar. Por isso pode ser posi-</p><p>tivo (0° ≤ α < 90°) ou negativo (90° < α ≤ 180°). Quando</p><p>a força for perpendicular à direcção do deslocamento, o</p><p>trabalho da força F é nulo, pois cos 90° = 0.</p><p>Fig. 3.4 – Ritinha puxando um car-</p><p>rinho amarrado a uma corda</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – Tunga Muanza</p><p>eleva um corpo de massa</p><p>20kg a uma altura de 3m</p><p>durante 10s. Qual será</p><p>o valor da força que ele</p><p>deve exercer para que o</p><p>corpo suba com veloci-</p><p>dade constante sabendo</p><p>que a aceleração da gra-</p><p>vidade é de 10ms–2. Que</p><p>trabalho se realiza?</p><p>Dados</p><p>m = 20kg</p><p>s = 3m</p><p>t = 10s</p><p>F= ? W = ?</p><p>Resolução</p><p>F = m.g → F = 20kg.10m.s–2</p><p>F = 200N</p><p>W = F.s.cosα</p><p>W = 200N.3m.cos00</p><p>W = 600J</p><p>87</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>P1 – Que grandezas caracterizam o trabalho mecânico?</p><p>Define-as.</p><p>P2 – Um corpo de massa 6kg é lançado horizontalmente com</p><p>a velocidade de 20m/s sobre uma superfície plana horizontal.</p><p>(Considere g = 10m/s2 e sem atrito).</p><p>a) Calcule o trabalho realizado pela força até o corpo atingir</p><p>o repouso.</p><p>b) Determine o trabalho realizado pela força peso e pela</p><p>reacção normal do apoio durante todo o percurso.</p><p>Exercícios propostos</p><p>a) R: W = 1200J</p><p>b) R: Wp = WN = 0</p><p>3.2. Trabalho de uma Força Variável</p><p>Suponhamos um corpo de massa m que se desloca de um</p><p>ponto A (nível alto) para um ponto B (nível baixo), seguindo</p><p>uma trajectória qualquer.</p><p>Sendo P o peso do corpo e s o seu deslocamento entre os pon-</p><p>tos A e B, o trabalho realizado pela força peso tem a seguinte</p><p>expressão:</p><p>WAB = P.s cos α</p><p>WAB = P.h</p><p>WAB = m.g.h (3.3)</p><p>Independentemente do caminho a percorrer, o trabalho da força</p><p>peso não depende da trajectória entre os pontos de partida e de</p><p>chegada. Por isso a força peso é uma força conservativa.</p><p>Se, pelo contrário o deslocamento se efectuar do ponto B para</p><p>o ponto B, ou seja, durante a subida, o trabalho da força peso</p><p>é negativo</p><p>WAB = P.h</p><p>WAB = m.g.h</p><p>Fig. 3.5 – Corpo deslocando de</p><p>baixo para cima</p><p>88</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – Calcula o traba-</p><p>lho realizado por uma</p><p>pedra que possuí uma</p><p>massa de 2kg quando</p><p>a mesma e atirada para</p><p>cima atingindo uma</p><p>altura de 8 metros, cuja</p><p>aceleração e de 10m.s–2.</p><p>Dados</p><p>W = ?</p><p>m = 2kg</p><p>h = 8m</p><p>g = 10m.s</p><p>Resolução</p><p>W = m.g.h</p><p>W = 2kg.10m.s–2.8m</p><p>W = 160J</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um bloco com 4kg, inicialmente em repouso, é puxado</p><p>por Panzo António com uma força constante ao longo de uma</p><p>distância de 15m, sobre uma superfície plana, lisa e horizontal,</p><p>durante 2s. Qual o trabalho realizado por essa força.</p><p>P2 – Uma gota de chuva de massa igual a 0,1g cai no ar com</p><p>velocidade constante de 1m/s, percorrendo assim uma distân-</p><p>cia de 100m. A aceleração da gravidade no local é 10m/s–2.</p><p>a) Qual o trabalho realizado pela força peso durante a</p><p>queda?</p><p>b) Qual o trabalho executado pelas forças de resistência do</p><p>ar nessa queda?</p><p>R: W = 2J</p><p>a) R: W = 0,10J</p><p>b) R: W = – 0,10J</p><p>89</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>3.3. Potência</p><p>Vimos que as forças realizam um trabalho sobre os corpos. As</p><p>máquinas são engenhos concebidos para realizar diferentes</p><p>tipos de trabalho. Qualquer máquina realiza um determinado</p><p>volume de trabalho num determinado tempo.</p><p>A potência é a rapidez com que é realizado o trabalho. Quanto</p><p>menor for o tempo para realizar o mesmo trabalho, maior a</p><p>potência desenvolvida e vice-versa.</p><p>A potência P de uma máquina é igual à razão entre o trabalho</p><p>W realizado e o intervalo de tempo t durante o qual ele foi rea-</p><p>lizado.</p><p>P</p><p>W</p><p>t</p><p>= , para</p><p>W F s P</p><p>F s</p><p>t</p><p>= → =. .</p><p>Sendo</p><p>v</p><p>s</p><p>t</p><p>P F v= → = . (3.4)</p><p>onde</p><p>F é a força e v a velocidade.</p><p>No sistema SI a unidade de potência é Watt (W)</p><p>1W = 1J/1s</p><p>Em engenharia emprega-se frequentemente uma unidade</p><p>equivalente à 1000W designado Quilowatt (KW) ou 1.000.</p><p>000 W, Megawatt (MW).</p><p>Outras unidades diferentes do SI são:</p><p>– Horse – Power (HP), 1HP = 746 W (Inglaterra)</p><p>– Cheval – vapeur (Cv), 1Cv = 735 W (França)</p><p>90</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – Costuma-se medir</p><p>a potência de um carro</p><p>pela velocidade máxima</p><p>que ele é capaz de atin-</p><p>gir em 10s de movi-</p><p>mento, em linha recta, a</p><p>partir do repouso. Para</p><p>um certo carro, essa</p><p>velocidade máxima é</p><p>108km/h. Nessa situa-</p><p>ção:</p><p>a) Qual o valor dessa velo-</p><p>cidade máxima, em</p><p>metros por segundo?</p><p>b) Calcule a aceleração</p><p>média do carro nesse</p><p>trecho, em metros por</p><p>segundo ao quadrado.</p><p>c) Sabendo-se que a massa</p><p>do carro é 1000kg,</p><p>aproximadamente, cal-</p><p>cule a potência média</p><p>(em watt s) que ele</p><p>desenvolve nesse tre-</p><p>cho, desprezando-se os</p><p>atritos.</p><p>d) Qual a potência do</p><p>carro no instante 10s?</p><p>Dados</p><p>t = 10s</p><p>v = 108km/h</p><p>a) v = ?</p><p>b) am = ?</p><p>c) m = 1000kg, Pm = ?</p><p>d) P = ?</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>v = 108km/h = 108/3,6 = 30m/s</p><p>d)</p><p>P = F.v → P = 3000.30 = 9.104Watts</p><p>c)</p><p>Pm = ? Força média que o carro desenvolve</p><p>Fm = m.a → Fm = 1000.3 = 3000N</p><p>Deslocamento nesse trecho v2 = v20 = + 2as</p><p>302 = 02 + 2.3.s = 150m</p><p>Trabalho da força F</p><p>W = F.d → W = 3000.150</p><p>W = 4.5.105N</p><p>Potência média</p><p>P</p><p>W</p><p>t</p><p>P Watts</p><p>m m</p><p>= → = =</p><p>4 5 10</p><p>10</p><p>4 5 10</p><p>5</p><p>4</p><p>, .</p><p>, .</p><p>b)</p><p>a</p><p>v</p><p>t</p><p>a m s</p><p>m m</p><p>= → = =</p><p>30</p><p>10</p><p>3</p><p>2</p><p>/</p><p>91</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>P1 – A propaganda de um automóvel diz que ele consegue</p><p>atingir a velocidade de 108km/h numa recta horizontal de</p><p>150m, partindo do repouso. Sendo 1200kg a massa de auto-</p><p>móvel, determine a potência que ele desenvolve.</p><p>P2 – Uma máquina realiza um trabalho de 2400J em 15s.</p><p>Determine a potência média desta máquina.</p><p>P3 – Um guindaste foi projectado para suspender vertical-</p><p>mente um fardo de massa igual a 3.103 kg, à altura de 10m, no</p><p>intervalo de tempo de 30s. A aceleração da gravidade no local</p><p>é 9,8m/s2. Calcule a potência d média deve desenvolver.</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: P = 54kW</p><p>R: P = 160 W</p><p>R: P = 9,8.103 W</p><p>3.4. Energia potencial</p><p>Chama-se energia potencial a que depende da posição mútua</p><p>dos corpos ou das posições relativas de um mesmo corpo.</p><p>A energia potencial é uma forma de existência da energia</p><p>mecânica quando está armazenada, podendo a qualquer</p><p>momento manifestar-se, transformando-se em outra forma</p><p>de energia. Por exemplo, sob a forma de movimento. A ener-</p><p>gia hidráulica e a nuclear é exemplos de existência de energia</p><p>potencial visto que são energias que estão em potência ou</p><p>armazenadas.</p><p>A energia potencial só depende das posições inicial e final. Por</p><p>esse motivo é associada ao trabalho das forças conservativas.</p><p>OBS: conservativa quer dizer que durante o movimento de um</p><p>corpo sujeito a esse tipo de força não há perca de energia</p><p>completa.</p><p>92</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Tipos de energia potencial</p><p>Energia potencial gravitacional: é a energia que os siste-</p><p>mas possuem perto da superfície da terra. Representa-se</p><p>mediante a seguinte fórmula:</p><p>Ep = m.g.h. (3.5)</p><p>onde: m, é a massa do corpo; g, aceleração gravitacional e h,</p><p>a altura.</p><p>g = cte e tem o valor de 9,8 ms–2</p><p>Para grandes distâncias muito longe da superfície da terra,</p><p>ex: satélites artificiais ou naturais, … etc. a energia gravitató-</p><p>ria representa-se mediante a seguinte fórmula:</p><p>E G</p><p>M m</p><p>Rg</p><p>= − 1 2</p><p>.</p><p>(3.6)</p><p>onde G é a constante universal gravitacional, M1 a massa da</p><p>terra, m2, massa do corpo ou satélite, R distância tomada</p><p>desde o centro da terra até o corpo, relativo ao referencial,</p><p>neste caso tomado da terra.</p><p>3.4.1. Energia Potencial Elástica</p><p>É a energia de uma mola que possui elasticidade ou corda que</p><p>está esticada.</p><p>A mola é um corpo que apresenta comportamento ideal para</p><p>se estudar esse tipo de energia. Pois toda a energia que ela</p><p>recebe para se deformar realmente armazena, assim que a</p><p>energia potencial acumulada nessa mola representa-se pela</p><p>seguinte fórmula:</p><p>E</p><p>kx</p><p>elas</p><p>=</p><p>2</p><p>2</p><p>(3.7)</p><p>Onde x representa a deformação (contracção ou distensão)</p><p>sofrida pela mola e k é a constante elástica que mede o grau</p><p>de dificuldade para o corpo se deformar; depende do material</p><p>de fabrico da mola.</p><p>93</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Pela equação da energia potencial elástica, podemos notar que</p><p>quanto maior for a deformação e quanto maior for a dificul-</p><p>dade para o corpo se deformar (k), maior será a quantidade de</p><p>energia potencial elástica que essa mola armazenará.</p><p>A energia em todos esses casos esta sendo utilizada para</p><p>deformar um corpo.</p><p>Assim como nos exemplos citados, sempre que um corpo for</p><p>deformado e mantém a capacidade de diminuir essa deforma-</p><p>ção voltando ou não a forma original, dizemos que esse corpo</p><p>armazenou um tipo de energia chamada energia potencial</p><p>elástica.</p><p>Exemplos de ocorrências</p><p>Fig. 3.6 – a) Mola distendida; b) Mulher puxando uma corda de arco e flecha</p><p>a) b)</p><p>A designação potenial é devida ao facto de o corpo ser esti-</p><p>cado ou comprimido poder adquirir movimento espontâneo</p><p>após ser libertado. A denominação elástica vem do facto de</p><p>a capacidade de deformar e voltar a forma inicial, chamada</p><p>elasticidade. Tal como já fizemos referência no tema anterior a</p><p>energia potencial gravitacional é também uma energia arma-</p><p>zenada, e, associa-se a um corpo devido a sua posição em rela-</p><p>ção a outros corpos ou mesmo em relação a terra.</p><p>94</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Uma bola a ser abandonada de uma altura H a partir do ponto</p><p>A até ao ponto B que pode ser considerado como a Terra.</p><p>Á medida que a bola cai a energia potencial vai diminuindo e</p><p>aumenta a energia cinética, assim como a sua velocidade.</p><p>Quando uma mola elástica é esticada ou comprimida, a força</p><p>necessária para o efeito aumenta à medida que a mola aumenta</p><p>ou diminui de comprimento.</p><p>Segundo a Lei de Hook cujo gráfico se apresenta, o trabalho da</p><p>força F aplicada na mola e produz nela uma deformação x, pode</p><p>ser calculado em função da área do triângulo destacado na figura.</p><p>A = W = (base.altura) / 2 = (x.k.x)/2</p><p>W</p><p>kx</p><p>=</p><p>2</p><p>2</p><p>(3.8)</p><p>Fig. 3.7 – Mola em distensão</p><p>F(x)</p><p>Xx</p><p>kx</p><p>0</p><p>Fig. 3.8 – Lei de Hook</p><p>95</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – Qual será a energia</p><p>potencial elástica arma-</p><p>zenada numa mola de</p><p>constante elásti ca</p><p>K = 250N.m–1 quando</p><p>estica 20cm?</p><p>Dados</p><p>Eelas = ?</p><p>k = 250 N.m–1</p><p>x = 20cm = 0,2m</p><p>Resolução</p><p>E</p><p>kx</p><p>E</p><p>elas elas</p><p>= → =</p><p>2</p><p>2</p><p>250 0 04</p><p>2</p><p>. ,</p><p>E J</p><p>elas</p><p>=5</p><p>Se a mola for distendida (aumento de comprimento) ou compri-</p><p>mida (redução de comprimento) o trabalho da força elástica de</p><p>restituição será positivo.</p><p>Tal como a força peso, a força elástica é também uma força con-</p><p>servativa.</p><p>P1 – Uma bala de revolver é disparada verticalmente para cima</p><p>e atinge altura máxima de 4000m acima do ponto de disparo.</p><p>Considere g = 10m/s2 e despreze a resistência do ar, determine</p><p>a velocidade com que a bala saiu do cano do revolver.</p><p>P2 – A massa do martelo de um bate-estacas é 200kg e ele cai</p><p>de 2m de altura sobre a estaca. Suponha o sistema conserva-</p><p>tivo e adopte g = 10m/s2.</p><p>a) Qual a energia potencial inicial do martelo, em relação à</p><p>estaca?</p><p>b) Qual a velocidade do martelo no instante do impacto?</p><p>Exercício proposto</p><p>R: V = –282 m/s</p><p>a) R: Ep = 4000J</p><p>b) R: v = m/s</p><p>96</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>3.5. Energia Cinética</p><p>– Teorema de Trabalho e Energia</p><p>A velocidade de um ponto material varia por acção da força</p><p>aplicada. O trabalho da força aplicada está relacionado com a</p><p>variação da velocidade do ponto material.</p><p>Esta relação expressa-se mediante a energia cinética do</p><p>ponto material.</p><p>Para determinar a energia cinética de</p><p>um ponto material calculemos o pri-</p><p>meiro trabalho realizado para variar a</p><p>velocidade do ponto material de massa</p><p>m desde v1 até v2. Para isso apliquemos</p><p>ao ponto material uma força constante</p><p>paralela ao vector velocidade v1, força</p><p>que em certo intervalo de tempo, varia a</p><p>velocidade desde v1 até v2. Neste inter-</p><p>valo de tempo, o ponto material per-</p><p>corre uma distância s, e a força realiza o</p><p>trabalho.</p><p>w = F.s (3.9)</p><p>O espaço percorrido pelo ponto material é dado por</p><p>s</p><p>v v</p><p>a</p><p>=</p><p>−</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>(3.10)</p><p>A força dada por</p><p>F = m.a (3.11)</p><p>Substituindo as equações (3.10) e (3.11) na equação (3.9),</p><p>obtemos</p><p>W ma</p><p>v v</p><p>a</p><p>=</p><p>−</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>Donde</p><p>W</p><p>mv mv</p><p>= −2</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2 2</p><p>(3.12)</p><p>Fig. 3.9 – Meninos observando a corrente da água do rio Kuanza</p><p>97</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Assim temos o trabalho da força que é igual a variação da</p><p>grandeza mv</p><p>2</p><p>2</p><p>, que se denomina energia cinética. Designando</p><p>energia cinética por Ec:</p><p>E</p><p>mv</p><p>c</p><p>=</p><p>2</p><p>2</p><p>(3.13)</p><p>A energia cinética é função do movimento. Em Física ener-</p><p>gia cinética de um ponto material define-se como sendo a</p><p>metade do produto da massa pelo quadrado da velocidade.</p><p>A energia cinética de um sistema é igual ao somatório das ener-</p><p>gias cinéticas de todas as partículas constituintes do sistema.</p><p>E mv</p><p>c</p><p>= ∑</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>(3.14)</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma bala de uma</p><p>espingarda, de massa</p><p>20g, tem a velocidade</p><p>200m/s quando atinge</p><p>uma parede e nela pe-</p><p>netra 25cm, até parar.</p><p>a) Qual a energia ciné-</p><p>tica da bala ao atingir</p><p>a parede?</p><p>b) Qual a intensidade da</p><p>força de resistência da</p><p>parede sobre a bala,</p><p>supondo-a constante?</p><p>Dados</p><p>m = 20g = 2.10–2kg</p><p>Ec = 400J</p><p>s = 25cm = 2,5.10–1m</p><p>a) Ec = ? b) F= ?</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>E</p><p>mv</p><p>E v m s</p><p>E J</p><p>C C</p><p>C</p><p>= → = =</p><p>=</p><p>. . .</p><p>/</p><p>–2 2</p><p>2</p><p>2 10 40000</p><p>2</p><p>200</p><p>400</p><p>W = Ecf – Eci → F.s = Ecf – Eci</p><p>F.2,5.10–1 = 0 – 400</p><p>F = 1600N</p><p>98</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Raquel puxa uma caixa de massa de 10kg ao longo de 8m</p><p>de uma superfície horizontal onde o atrito é desprezável.</p><p>A força exercida pela Raquel é horizontal, tem intensidade de</p><p>1200N e a caixa inicialmente estava em repouso.</p><p>a) Determine o trabalho realizado pela Raquel?</p><p>b) Calcule a energia cinética final da caixa.</p><p>Compare esse</p><p>valor com o trabalho realizado pela Raquel?</p><p>P2 – Um carro percorre uma curva plana, horizontal e circular,</p><p>de raio igual 1km, com a energia cinética constante igual a 2.105J.</p><p>a) Calcule a força resultante actuando sobre o carro?</p><p>b) Qual o trabalho da força resultante sobre o carro ao per-</p><p>correr ¼ de circunferência?</p><p>a) R: W = 9600J;</p><p>o trabalho reali-</p><p>zado causará uma</p><p>variação de veloci-</p><p>dade da caixa</p><p>b) R: W = 9600J;</p><p>W ≠ Ecf</p><p>pois Ecf = 0</p><p>a) R: F = 400N</p><p>b) R: W = 0J</p><p>3.6. Lei de Conservação</p><p>da Energia Mecânica</p><p>Energia mecânica é a soma da energia cinética com a energia</p><p>potencial que uma partícula tem num dado instante.</p><p>Exemplo:</p><p>uma bola solta do alto, durante a descida vai perdendo ener-</p><p>gia potencial e vai ganhando energia cinética. A soma destas</p><p>energias em cada instante é constante e denominamos de</p><p>energia mecânica.</p><p>Num sistema conservativo, a energia mecânica total perma-</p><p>nece constante, qualquer que seja a transformação do sistema.</p><p>99</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE III – Trabalho e Energia</p><p>P1 – Uma mola de constante elástica 3200N/m mostra-se</p><p>comprimida de 0,2m contra o chão. Sobre ela, repousa um</p><p>bloco de massa M = 2kg. A mola é solta e arremessa o bloco</p><p>verticalmente. Qual é o módulo da velocidade do bloco quando</p><p>este atingir uma altura de 2,4m? Com relação à posição inicial,</p><p>despreze todas as forças dissipativas e considere g = 10 m/s2.</p><p>Exercício proposto</p><p>R: v = 4 m/s</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – O recorde olím-</p><p>pico de salto com vara</p><p>é aproximadamente 6m</p><p>de altura. Considerando</p><p>que o atleta tenha conse-</p><p>guido transformar toda</p><p>a sua energia cinética</p><p>da corrida de impulso</p><p>para o salto em energia</p><p>potencial gravitacional</p><p>ao transpor o obstáculo,</p><p>calcule a sua velocidade</p><p>imediatamente antes de</p><p>fincar a vara no solo</p><p>para iniciar o salto?</p><p>Dados</p><p>g = 10m / s2</p><p>h = 6m</p><p>Ec = Ep</p><p>v = ?</p><p>Resolução</p><p>mv</p><p>mgh</p><p>v gh</p><p>v</p><p>v m s</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>2 10 6</p><p>11</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>. .</p><p>/</p><p>100</p><p>101</p><p>Fenómenos</p><p>Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>UNIDADE 2 – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>UNIDADE 3 – Termodinâmica</p><p>P</p><p>A</p><p>R</p><p>T</p><p>E</p><p>I</p><p>I</p><p>102</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>PARTE 1I: FENÓMENOS TÉRMICOS</p><p>Unidade 1</p><p>EnErgia Térmica</p><p>Fig. 1.1 – Águas termais do Chilesso (Andulo)</p><p>Encontramo-nos, a todo instante da vida, em contacto com</p><p>outros corpos que nos dão a sensação de quente ou frio. Estas</p><p>sensações nos transmitem as primeiras noções da energia</p><p>térmica.</p><p>1.1. Temperatura</p><p>Sempre que falamos de temperatura de um corpo, fazemos</p><p>referência ao nível de vibração das suas moléculas.</p><p>A temperatura, porém, pode ser medida de várias maneiras.</p><p>Obtêm-se essas temperaturas de maneira indirecta, por com-</p><p>paração. Tal processo só é possível porque certas grandezas</p><p>103</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>das substâncias, a exemplo do comprimento de uma barra, o</p><p>volume de um gás ou o brilho da luz emitida por um sólido</p><p>muito quente, variarem com a temperatura. Medida a variação</p><p>sofrida por uma das grandezas, podemos avaliar a tempera-</p><p>tura de um corpo.</p><p>É com base na variação dessas grandezas que são construídos</p><p>os termómetros, dispositivos capazes de medir a temperatura</p><p>dos corpos.</p><p>Para que possam indicar a variação de temperatura dos diferen-</p><p>tes corpos, é preciso que os termómetros sejam graduados. E essa</p><p>graduação é feita de acordo com várias escalas termométricas.</p><p>1.1.1. Escalas Termométricas</p><p>Para o efeito é necessário estabelecer os seus pontos fixos,</p><p>atribuir aos mesmos e dividir em partes iguais o intervalo</p><p>entre eles, seguindo o seguinte:</p><p>Escolhemos determinados fenómenos físicos, que podem ser</p><p>repetidos em condições idênticas quantas vezes forem neces-</p><p>sárias. São exemplos de pontos fixos:</p><p>• (PG) Ponto de Gelo → corresponde à temperatura do</p><p>gelo que se transforma em água quando submetida à</p><p>pressão de uma atmosfera.</p><p>• (Pv) Ponto de Vapor → corresponde à temperatura da</p><p>água fervente que se transforma em vapor quando sub-</p><p>metida à pressão de uma atmosfera.</p><p>Depois dessa operação atribuir-se-lhes valores numéricos e, a</p><p>seguir, divide-se o intervalo entre eles em partes iguais.</p><p>As diferentes escalas dependem dos valores atribuídos a esses</p><p>pontos e as divisões feitas entre eles.</p><p>Dentre as escalas conhecidas, as mais utilizadas são:</p><p>• Celsius [°C]</p><p>• Fahrenheit [F]</p><p>• Kelvin [K]</p><p>104</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Analisando cada escala que segue</p><p>Escala Célsius</p><p>Esta escala foi estabelecida pelo físico sueco Anders Celcius.</p><p>Ele atribuiu o valor zero ao ponto correspondente à tempe-</p><p>ratura do gelo e o valor 100 ao ponto de vapor. Divide-se esse</p><p>intervalo em 100 partes iguais. Cada uma dessas partes cor-</p><p>responde à variação de um grau Celsius.</p><p>Escala Fahrenheit</p><p>Esta escala foi elaborada pelo físico alemão Daniel Fahrenheit,</p><p>e é muito usada nos países da língua inglesa.</p><p>De acordo com esta escala Fahrenheit, o ponto de gelo cor-</p><p>responde ao número 32 e o ponto de vapor ao número 212.</p><p>O intervalo entre esses números está dividido em 180 partes</p><p>iguais (212-32). Cada uma dessas partes corresponde à varia-</p><p>ção de um grau Fahrenheit.</p><p>Escala Kelvin</p><p>A escala Kelvin foi criada pelo físico inglês Lord Kelvin e é muito</p><p>usada em pesquisas científicas. Esta escala é conhecida também</p><p>por Escala Absoluta ou termodinâmica. O seu ponto de gelo cor-</p><p>responde ao número 273 e o seu ponto de vapor ao número 373.</p><p>1.1.2. Relações entre as Escalas Termométricas</p><p>Para percebermos melhor as relações existentes entre as</p><p>várias escalas vamos considerar a seguinte situação:</p><p>0</p><p>10</p><p>20</p><p>30</p><p>40</p><p>50</p><p>60</p><p>70</p><p>80</p><p>90</p><p>°C</p><p>32</p><p>212</p><p>°F</p><p>Fig. 1.2 – Termómetro com escala</p><p>Celsius</p><p>Fig. 1.3 – Termómetro com escala</p><p>Fahrenheit</p><p>Fig. 1.4 – Comparação entre escalas termométricas</p><p>Pv (ponto de vapor) 100 212 373</p><p>C – 0 F–32 K–273</p><p>273320</p><p>KFC</p><p>X</p><p>100 100180</p><p>PG (ponto de gelo)</p><p>(temperatura</p><p>em</p><p>cada escala)</p><p>105</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Sendo a temperatura igual, o mercúrio sofrerá a mesma dilata-</p><p>ção em todos os termómetros ainda que cada um esteja a mar-</p><p>car um valor diferente, devido a cada termómetro associar um</p><p>valor correspondente, na sua escala. Os segmentos que corres-</p><p>pondem à varia de temperatura (PV – PG) são iguais para todos</p><p>termómetros e os que correspondem à dilatação do mercúrio,</p><p>a partir do ponto de gelo (X – PG), também são iguais. Pode-</p><p>mos, desta feita estabelecer as seguintes relações:</p><p>X P</p><p>P P</p><p>C F KG</p><p>V G</p><p>−</p><p>−</p><p>= =</p><p>−</p><p>=</p><p>−</p><p>100</p><p>32</p><p>180</p><p>273 16</p><p>100</p><p>, (1.1)</p><p>Desde que conheçamos PG e PV podemos, consequentemente,</p><p>estabelecer correspondência entre quaisquer escalas.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – A temperatura</p><p>de um doente regista</p><p>no termómetro 40°C.</p><p>Determine o valor dessa</p><p>temperatura nas escalas</p><p>Fahrenheit e Kelvin.</p><p>Resolução</p><p>Para resolver esse problema,</p><p>basta aplicar as fórmulas 1.1</p><p>relacionando a escala Fahre-</p><p>nheit com Celsius:</p><p>Relacionando a escala Kelvin</p><p>com a Celsius:</p><p>Resposta: nas escalas Fahrenheit e Kelvin, a temperatura do</p><p>doente será respectivamente igual a: 104° e 313K.</p><p>F C</p><p>F</p><p>C</p><p>F</p><p>F</p><p>−</p><p>=</p><p>− =</p><p>= +</p><p>=</p><p>32</p><p>180 100</p><p>32</p><p>100</p><p>180</p><p>180 40</p><p>100</p><p>32</p><p>10</p><p>.</p><p>.</p><p>44°F</p><p>K C</p><p>K</p><p>C</p><p>K C</p><p>K</p><p>−</p><p>=</p><p>− =</p><p>− =</p><p>= +</p><p>273 16</p><p>100 100</p><p>273</p><p>100</p><p>100</p><p>273</p><p>40 2</p><p>,</p><p>.</p><p>773 16</p><p>313</p><p>,</p><p>K K=</p><p>106</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: T = 293°K</p><p>R: t = 540</p><p>R: t = 113°F e t = 318°K</p><p>P1 – Assinale com F ou V as seguintes afirmações:</p><p>a) Temperatura e o grau de agitação térmica das moléculas</p><p>de um corpos.</p><p>b) Dois sistemas estão em equilíbrio térmico com um ter-</p><p>ceiro, logo eles estão em equilíbrio entre si.</p><p>c) Um dos pontos fixos da escala termodinâmica e o ponto de</p><p>gelo que deve ser obtido sob pressão de 2 Atm na escala</p><p>Célsius corresponde 0 C̊ na escala Fahrenheit corresponde</p><p>a 32 °F e na escala Kelvin a 27.</p><p>d) Quanto maior</p><p>for a massa de um corpo tanto maior será</p><p>sua temperatura.</p><p>e) O zero absoluto (0° K = – 273 °C) é o estado de agitação que</p><p>encontramos os corpos.</p><p>P2 – Três corpos em contacto entre si estão em equilíbrio tér-</p><p>mico. Nessa situação podemos afirmar:</p><p>a) Os três corpos apresentam-se no mesmo estado físico.</p><p>b) A temperatura dos três corpos é a mesma.</p><p>c) O calor contido em cada um deles é o mesmo.</p><p>d) O corpo de maior massa tem mais calor que os outros dois.</p><p>e) Nenhuma das respostas anteriores.</p><p>P3 – Converta 68 °F para a escala Kelvin.</p><p>P4 – Uma massa de gás varia a sua temperatura entre 300 °K</p><p>para 600°K. Quanto será essa variação na escala Fahrenheit?</p><p>P5 – Que valores são lidos nos termómetros Fahrenheit e Kelvin</p><p>se o termómetro Célsius lê 45 °C?</p><p>107</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>1.2. Dilatação dos Sólidos</p><p>1.2.1. Dilatação Linear</p><p>A maior parte dos sólidos dilata-se quando aquecida. Suponha</p><p>que uma barra de determinado material tenha comprimento</p><p>L0 à temperatura inicial e que, quando a temperatura cresce,</p><p>ΔT, o comprimento aumentará de ΔL. A experiência mostra</p><p>que se ΔT não for muito grande, ΔL será directamente propor-</p><p>cional a ΔT. Certamente, ΔL também será proporcional a L0. Se</p><p>duas barras do mesmo material sofrerem a mesma variação</p><p>de temperatura, mas uma for o dobro da outra, então, a varia-</p><p>ção do comprimento desta também será o dobro da outra.</p><p>Introduzindo uma constante de proporcionalidade α (que é</p><p>diferente para materiais diferentes), pode se resumir nesta</p><p>relação.</p><p>ΔL = α L0 ΔT ou L = L0 (1 + α ΔT) (1.2)</p><p>A constante α que caracteriza as propriedades da expansão</p><p>térmica de um dado material, é chamada coeficiente de dila-</p><p>tação linear.</p><p>Para materiais que não têm direcções preferenciais, cada</p><p>dimensão varia de acordo com Equação 5.2. Assim, L pode</p><p>representar a espessura da barra, a aresta lateral de uma</p><p>tira comprida ou o diâmetro de um furo no material. Existem</p><p>alguns casos excepcionais. A madeira, por exemplo, expande-</p><p>se de modo diferente no sentido das fibras e no sentido trans-</p><p>versal e elas; monocristais de alguns materiais podem ter</p><p>diferentes propriedades ao longo de eixos cristalinos dife-</p><p>rentes. Deve-se enfatizar que a proporcionalidade directa</p><p>expressa em 5.2 não é exacta, mas aproximadamente correcta</p><p>para variações de temperatura suficientemente pequenas.</p><p>Para qualquer temperatura, pode-se definir um coeficiente</p><p>de dilatação térmica pela seguinte equação:</p><p>α =</p><p>1</p><p>L</p><p>l</p><p>T�</p><p>.</p><p>(1.3)</p><p>108</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Neste caso, observa-se que (α), para um dado material, varia</p><p>ligeiramente em função de transferência inicial e com a varia-</p><p>ção de temperatura. É, entrançando, boa, podendo-se igno-</p><p>rar estas variações. Valores médios de para vários materiais</p><p>estão listados na tabela (1-1):</p><p>Li</p><p>Ti</p><p>Tf</p><p>Lf</p><p>Figura 1</p><p>L</p><p>L=Lf-Li</p><p>Barra de metal</p><p>Barra de metal</p><p>Material α (°C)</p><p>Alumínio</p><p>Latão</p><p>Cobre</p><p>Vidro</p><p>Aço</p><p>Invar</p><p>Quartzo (fundido)</p><p>2,4×10–5</p><p>2,0×10–5</p><p>1,7×10–5</p><p>0,4-0,9×10–5</p><p>1,2×10–5</p><p>0,09×10–5</p><p>0,04×10–5</p><p>Tabela (1-1) – Coeficiente de Dilatação Linear</p><p>Fig. 1.5 – Barra metálica em dilatação</p><p>109</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma barra de aço</p><p>de 20.000 mm está sub-</p><p>metida a uma tempera-</p><p>tura de 0 °C. Determine</p><p>o comprimento dessa</p><p>barra quando for aque-</p><p>cida a 100 °C.</p><p>Dados</p><p>l0 = 20000mm</p><p>t0 = 00C</p><p>Δt = 1000C</p><p>α = 12.10–6/ 0C</p><p>P2 – Uma chapa de</p><p>cobre de forma rectan-</p><p>gular com as dimensões</p><p>de 0,5m x 2m e encon-</p><p>tra-se submetida a tem-</p><p>peratura de 20 °C. Qual</p><p>é o aumento da área</p><p>sofrido por essa chapa</p><p>quando a sua tempe-</p><p>ratura atingir 100 °C?</p><p>(α = 17.10–6 °C–1).</p><p>Dados</p><p>S0 = 1m2</p><p>t0 = 200C</p><p>t = 1000C</p><p>α = 17.10–6 0C–1</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>Δl = αl0 Δt</p><p>Δl = 12.10–6/ 0C.20000mm.100 °C</p><p>Δl = 24mm</p><p>l = l0 + Δl</p><p>l = 20000mm + 24mm</p><p>l = 20024mm</p><p>ΔS= βS0 Δt</p><p>AS = 2.17.10–6 0C–1.1m2.(100 – 20) °C</p><p>ΔS = 34.10–6 .80m2 → ΔS = 2,72.10–3 m2</p><p>110</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – O gráfico representa a variação do comprimento de uma</p><p>barra homogénea. Qual é o valor do coeficiente de dilatação</p><p>linear do material?</p><p>P2 – Uma barra de cobre de 2 m de comprimento à temperatura</p><p>de 24 oC tem coeficiente de dilatação linear 1,7 x 10–5 oC–1. Em</p><p>que temperatura a barra terá 1 mm a menos de comprimento?</p><p>P3 – Uma placa metálica aquece-se de 0 oC a 50 oC e sua área</p><p>altera-se em 1000 cm2 para 1000,8 cm2. Calcule o coeficiente</p><p>linear médio da placa.</p><p>R: α = 5 x 10–5 oC–1</p><p>R: t = –5,4 oC</p><p>R: α = 8.10–6 oC–1</p><p>X</p><p>2,02</p><p>2</p><p>0 200 t(°C)</p><p>1.2.2. Dilatação Superficial</p><p>A dilatação superficial de um corpo é aquela em que predo-</p><p>mina a variação em duas dimensões e calculada através da</p><p>seguinte equação:</p><p>ΔS= β.S0.Δt dilatação superficial</p><p>S = S0 + βS0 Δt</p><p>S = S0 (1 + βΔt) (1.4)</p><p>Superfície total após dilatação</p><p>Sabendo β = 2α coeficiente de dilatação superficial em relação</p><p>a linear</p><p>Logo S = S0 (1 + 2α.Δt) (1.5)</p><p>111</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>R: A = 2,4.10–5m2</p><p>Isto explica a razão pela qual a sua superfície é composta de dois</p><p>lados ou linhas (comprimento vezes comprimento).</p><p>No entanto, nalguns corpos, nenhuma das suas dimensões pode</p><p>ser descurada, pois a sua dilatação altera não apenas o seu com-</p><p>primento ou a sua superfície, mas também o seu volume. É o caso,</p><p>por exemplo, de um cubo, de um paralelepípedo ou de uma esfera.</p><p>Nestes casos, temos que considerar as três dimensões, pois o</p><p>corpo sofre uma dilatação volumétrica.</p><p>P1 – Uma chapa quadrada de ferro tem 3 m de lado a 20 °C.</p><p>Sabendo que o coeficiente de dilatação linear do ferro e 12 x</p><p>10–6 °C–1 , Calcule a área dessa chapa num local cuja a tempe-</p><p>ratura é de 95 F?</p><p>Exercício proposto</p><p>1.2.3. Dilatação Volumétrica</p><p>O aumento de temperatura normalmente causa um aumento</p><p>no volume tanto dos sólidos como dos líquidos. A experiência</p><p>mostra que, se a variação de temperatura Δt não for dema-</p><p>siado, o aumento de volume ΔV será aproximadamente pro-</p><p>porcional á variação de temperatura. Ela também será pro-</p><p>porcional ao volume inicial V0. Como na dilatação linear</p><p>A relação pode ser expressa assim:</p><p>ΔV = γ.V0. Δt (1.6)</p><p>A constante, γ que caracteriza as propriedades de dilatação</p><p>volumétrica de um dado material, é chamada coeficiente de</p><p>dilatação volumétrica.</p><p>Assim como coeficiente de dilatação volumétrica γ varia ligei-</p><p>ramente. Para muitas substâncias γ decresce quando a tem-</p><p>peratura diminui, aproximando de zero. É interessante notar</p><p>que, quanto maior for o ponto de fusão de um metal, menor</p><p>será o seu coeficiente de dilatação volumétrica.</p><p>112</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um recipiente de ferro tem um coeficiente de dilatação</p><p>linear de 12 . 10–6 °C–1. Se estiver a 0 °C totalmente cheio de um</p><p>liquido cujo volume e de 120 cm3. Ao ser aquecido o conjunto a</p><p>200 °C extravasam 12 cm3 de liquido. Determine o coeficiente</p><p>de dilatação real do líquido?</p><p>P2 – Um recipiente de vidro tem capacidade C de 91000 cm3</p><p>a 0 oC e contem a essa temperatura 90000 cm3 de mercúrio.</p><p>A que temperatura o recipiente estará completamente cheio de</p><p>mercúrio?</p><p>P3 – O volume de um bloco metálico sofre um aumento de 0,4%</p><p>quando sua temperatura varia de 200 oC. Qual e o coeficiente de</p><p>dilatação linear desse metal?</p><p>P4 – Um recipiente de cobre tem a capacidade de 2500 cm3</p><p>a 0 oC. Calcule sua capacidade a 100 oC. Dados coeficiente de</p><p>dilatação linear do cobre e de 17.10–6 oC–1.</p><p>P5 – Um tanque de aço de forma cilíndrica tem um volume</p><p>de 50 m3 a temperatura de oC, calcule o seu volume a 100 oC,</p><p>α = 12 . 10–6 oC–1.</p><p>P6 – Um recipiente de cobre com capacidade de 3000 cm3</p><p>a 0 oC tem coeficiente de dilatação superficial de 34 . 10–6 oC–1.</p><p>Calcule a capacidade do recipiente a 80 oC?</p><p>R: γ = 5,36 .10–4 oC–1</p><p>R: α = 6,7 .10–6</p><p>oC–1</p><p>R: V = 2512,75 cm3</p><p>R: V = 50,18 m3</p><p>R: 3012,24 cm3</p><p>1.3. Transmissão de Calor</p><p>No estudo precedente sobre a temperatura, discutiu-se o</p><p>conceito de temperatura em relação ao equilíbrio térmico.</p><p>Quando dois corpos que não estão inicialmente em equilíbrio</p><p>térmico são colocados em contactos ou são separados por</p><p>uma parede diatérmica, suas temperaturas variam até que</p><p>eles atinjam o equilíbrio térmico, pode-se, agora, examinar a</p><p>113</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>natureza da interacção que ocorre entre os corpos durante a</p><p>sua aproximação ao equilíbrio térmico. Uma discussão quan-</p><p>titativa leva ao conceito de calor, objecto no presente estudo.</p><p>Suponha que dois sistemas, A e B, sejam postos em contacto;</p><p>a temperatura de A é mais alta que a de B.</p><p>Quando o equilíbrio térmico é alcançado, verifica-se que a</p><p>temperatura de A diminui e de B aumentou.</p><p>Foi, assim, natural para primeiros investigadores nesse</p><p>campo, supor que A perdeu alguma coisa e que “essa alguma</p><p>coisa” flui para Benquisto e se processam variações de tempe-</p><p>ratura. É comum fazer-se referência a um fluxo, transmissão</p><p>ou referência de calor de A para B.</p><p>Pensou-se, inicialmente, que o processo de transferência de</p><p>calor fosse de um fluxo de um fluido invisível e sem peso, cha-</p><p>mado calórico, mas o trabalho de Court Rumford (1753-1814)</p><p>e de Sir James Prescott Joule (1818-1889) estabeleceu decisi-</p><p>vamente que o fluxo de calor é uma transferência de energia.</p><p>Chama-se fluxo de calor o processo de transferência de</p><p>energia que ocorre exclusivamente em virtude de dife-</p><p>renças de temperaturas. Assim, se a chama quente de um</p><p>bico de busen estiver em contacto com um sistema formado</p><p>de água e vapor de água, a água é convertida em vapor a tem-</p><p>peraturas e pressões altas. Sob essas condições, o vapor é</p><p>capaz de realizar mais trabalho que antes (atingindo a lâmina</p><p>de uma turbina, por exemplo).</p><p>Certamente, a transferência de energia também pode ocorrer</p><p>sem fluxo de calor. Num compressor de ar, um pistão móvel</p><p>pressiona uma massa de ar, realizando trabalho sobre esta,</p><p>á medida que comprime a volumes menores. Neste estado,</p><p>comprimido, o gás é capaz de realizar mais trabalho do que</p><p>antes e, consequentemente, ganhar energia.</p><p>Finalmente, num compressor de ar, este e o pistão encontram-</p><p>se em temperaturas diferentes, podendo ocorrer um fluxo de</p><p>calor entre o pistão e o ar. Este é um exemplo de processo</p><p>que envolve dois tipos de transferência de energia simultane-</p><p>amente: fluxo de calor e realização de trabalho.</p><p>114</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>1.4. Capacidade Calorífica</p><p>Suponha que uma pequena quantidade de calor Q, seja trans-</p><p>ferida entre um sistema e sua vizinha. Se o sistema sofrer uma</p><p>mudança de temperatura ΔT, a capacidade calorífica especi-</p><p>fica, ou calor específico, c, do sistema, é definida como:</p><p>C</p><p>Q</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>(1.7)</p><p>Ou seja, o calor Q, necessário para aumentar de ΔT a tempera-</p><p>tura da massa m do material é</p><p>O calor específico da água será aproximadamente</p><p>4,19 J• g –1 (°C) –1, 4190 J • kg –1 (°C) –1,</p><p>1 cal •g –1 •(°C)–1, ou 1 BTU •1b –1 •(°F) –1.</p><p>Uma unidade de massa frequentemente usada, por conveni-</p><p>ência, é a molécula-grama, ou mais precisamente, o mol, defi-</p><p>nida como o número de gramas igual a massa molecular. Para</p><p>calcular o número de moles, n, divide-se a massa em gramas</p><p>pelo peso molecular; assim, n = m0M. obtém-se:</p><p>M</p><p>Q</p><p>n tC</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>(1.8)</p><p>O produto Mc é chamado capacidade calorífica molar. Por</p><p>definição,</p><p>C M</p><p>Q</p><p>n t</p><p>Q nC T</p><p>c</p><p>= =</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>� �</p><p>A capacidade calorífica molar de água é aproximadamente</p><p>75,3 J • mol –1 • (°C) –1 ou 18 cal • mol –1 • (°C) –1</p><p>Se o calor específico de um material for constante numa faixa</p><p>de temperatura de T1 a T2, então, a quantidade total de calor</p><p>115</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>que deve ser fornecida a um corpo de massa m para variar sua</p><p>temperatura será</p><p>Q = m.c.(T2–T1) (1.9)</p><p>Se T2 for maior que T1, Q será negativo, indicando transferên-</p><p>cia de calor para fora do corpo em vez de para dentro dele.</p><p>A tabela apresenta valores representativos de calor específico</p><p>de algumas substâncias.</p><p>Tabela (5-1) – Calores Específicos e Capacidades Caloríficas Molares Médias de Metais</p><p>Metal</p><p>Específico</p><p>J•g –1 • (ºC) –1</p><p>M,</p><p>g • mol–1</p><p>Molar C = Mc</p><p>J•mol–1 (ºC)</p><p>Intervalo de</p><p>Temperatura,ºC</p><p>Berílio</p><p>Alumínio</p><p>Ferro</p><p>Cobre</p><p>Prata</p><p>Mercúrio</p><p>Chumbo</p><p>1,97</p><p>0,91</p><p>0,47</p><p>0,39</p><p>0,234</p><p>0,138</p><p>0,130</p><p>9,01</p><p>27,0</p><p>55,9</p><p>63,5</p><p>108</p><p>201</p><p>207</p><p>17,7</p><p>24,6</p><p>26,3</p><p>24,8</p><p>25,3</p><p>27,7</p><p>26,9</p><p>20-100</p><p>17-100</p><p>18-100</p><p>15-100</p><p>15-100</p><p>0-100</p><p>20-100</p><p>Figura 1.6 mostra que a variação de calor específico da água</p><p>com a temperatura. Pode-se observar que quantidade de</p><p>calor necessária para 14,5º C para 15,5º C a temperatura de</p><p>1 g de água é,</p><p>1 Cal a 15 °C = 4,186 J</p><p>Caloria principal</p><p>Caloria IT</p><p>Caloria 15°</p><p>Caloria</p><p>termoquímica</p><p>4,22</p><p>4,21</p><p>4,20</p><p>4,19</p><p>4,18</p><p>4,17</p><p>0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100</p><p>t , º C</p><p>Ca</p><p>lo</p><p>r e</p><p>sp</p><p>ec</p><p>ífi</p><p>co</p><p>da</p><p>á</p><p>gu</p><p>a,</p><p>J</p><p>• g</p><p>–1</p><p>.</p><p>(C</p><p>°)</p><p>–1</p><p>Fig. 1.6 – Calor específico da água em função da temperatura</p><p>116</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – O calor especifico</p><p>de uma substancia e de</p><p>0,5 cal/g °C. Se a tempe-</p><p>ratura de 4 g dessa subs-</p><p>tancia se eleva 10 °C,</p><p>qual será a Quantidade</p><p>de calor absorvida?</p><p>Dados</p><p>c = 0,5cal / g . °C</p><p>m = 4g</p><p>Δt = 10 °C</p><p>P2 – Calcule a quanti-</p><p>dade de emergia neces-</p><p>sária para elevar a tem-</p><p>peratura de um material</p><p>cujo calor especifico e</p><p>de 0,412 cal/g C de 40 C</p><p>para 100 C, sabendo que</p><p>sua massa e de 5 Kg?</p><p>Dados</p><p>c = 0,412cal / g . °C</p><p>m = 5000g</p><p>Δt = 60 °C</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>O calor específico ou a capacidade calorífica molar de uma</p><p>substância não são as únicas propriedades físicas cuja deter-</p><p>minação experimental requer a medida de uma quantidade de</p><p>calor. Condutividade térmica, calores de fusão, vaporização,</p><p>combustão, solução, e reacção, são exemplos de outras dessas</p><p>propriedades, chamadas propriedades térmica da matéria.</p><p>O campo da física e da físico-química que lida com medidas de</p><p>propriedades térmicas é chamado de calorimetria.</p><p>Q = c.m.Δt</p><p>Q = 0,5.4.10</p><p>Q = 20cal</p><p>Q = c.m.Δt</p><p>Q = 0,412.5000.60</p><p>Q = 123,6kcal</p><p>117</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P3 – Um bloco de</p><p>cobre c = 0,094 cal/g oC</p><p>de 1,2 kg e colocado</p><p>num forno ate atingir</p><p>o equilíbrio térmico.</p><p>Nessa situação o bloco</p><p>recebe 12972 cal. Qual</p><p>a variação de tempera-</p><p>tura sofrida pelo bloco?</p><p>Dados</p><p>c = 0,094cal / g . °C</p><p>m = 1,2kg</p><p>Q = 1297cal</p><p>Resolução</p><p>Q c m t</p><p>t</p><p>Q</p><p>c m</p><p>t</p><p>t C</p><p>=</p><p>= → =</p><p>= °</p><p>. .</p><p>. , .</p><p>,</p><p>�</p><p>� �</p><p>�</p><p>1297</p><p>0 094 1200</p><p>11 5</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Veja a tabela com cinco elementos e suas respectivas mas-</p><p>sas e calores específicos.</p><p>Diga qual deles tem maior capacidade térmica?</p><p>P2 – Uma placa de cobre de 2cm de espessura e 1m2 de área</p><p>possui faces com temperaturas de 100 oC e 20 oC. Calcule a</p><p>quantidade de calor que atravessa a placa em uma hora. (Dados</p><p>Kcu = 9,2.10–2 kcal/s.m. oC).</p><p>Metal C (cal/g°C) M(g)</p><p>Alumínio</p><p>Chumbo</p><p>Cobre</p><p>Prata</p><p>Ferro</p><p>0,217</p><p>0,031</p><p>0,093</p><p>0,056</p><p>0,113</p><p>100</p><p>500</p><p>300</p><p>400</p><p>200</p><p>R: Cobre</p><p>R: Q = 132,5.104 kcal</p><p>118</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios propostos</p><p>P3 – O calor específico do ferro e igual a 0,110 cal/g C. Deter-</p><p>mine a temperatura final de uma massa de 400 g de ferro a tem-</p><p>peratura de 20 C após ter cedido 600 calorias?</p><p>P4 – Um corpo de 250 g de massa a temperatura inicial de</p><p>10 C e aquecido durante 5 minutos por uma fonte de potencia</p><p>constante que lhe fornece 700 cal/ min. Ao final desse tempo a</p><p>temperatura do corpo e de 80 C. Qual e o valor do calor espe-</p><p>cifico da substancia do corpo?</p><p>R: t = 6,36 oC</p><p>R: c = 0,2 cal/g oC</p><p>1.5. Equilíbrio Térmico</p><p>Trocas de Calor</p><p>Chamamos de</p><p>calorímetro um tipo de recipiente que termica-</p><p>mente isolado entre as trocas e o seu conteúdo e o meio exterior.</p><p>Num sistema de vários corpos, termicamente isolados do meio</p><p>externo, a soma das quantidades de calor por eles trocados é</p><p>igual a zero.</p><p>Qcedido + Qrecebido = 0</p><p>Para um sistema de n corpos</p><p>Q1 + Q2 + ... + Qn = 0 (1.10)</p><p>Essa equação também é conhecida por equação de equilíbrio</p><p>térmico.</p><p>Fig. 1.7 – Cafeteira com água em</p><p>ebulição</p><p>119</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1 – Energia Térmica</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Determine a capa-</p><p>cidade térmica de um</p><p>calorímetro contendo</p><p>200g de água a 15°C</p><p>que, tendo recebido</p><p>mais 90g de água fer-</p><p>vendo, tem a tempera-</p><p>tura final de equilíbrio</p><p>térmico igual a 36°C.</p><p>Note: A temperatura da</p><p>H2O fervendo é de 100°C</p><p>e as temperaturas inicial</p><p>e final do calorímetro</p><p>são iguais às da água</p><p>contida nele.</p><p>Dados</p><p>C = ?</p><p>mágua = 200g</p><p>t1 = 150C</p><p>máguaferver = 90g</p><p>t2 = 360C</p><p>Resolução</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Uma vasilha adiabática contém 100g de água a 20°C. Mis-</p><p>turando 250g de ferro a 80°C a temperatura atinge 33°C. Deter-</p><p>mine o calor específico do ferro. (Cágua = 1cal/g°C).</p><p>P2 – Uma dona de casa mistura, numa garrafa térmica, 100 ml de</p><p>água a 25°C com 200ml de água a 40°C. A temperatura final dessa</p><p>mistura logo após atingir o equilíbrio térmico, é, em graus célsius, de</p><p>a) 29 b) 32 c) 35 d) 38</p><p>R: Cfe = 0,11cal/g°C</p><p>Como</p><p>Para o calorímetro temos</p><p>Qcal = C.Δt</p><p>Logo observando a equação térmica temos</p><p>Qcal + Qfria + Qquente = 0</p><p>(36 – 15).C + 200.1.(36 – 15) + 90.1 (36 – 100) = 0</p><p>21.C + 4200 – 5760 = 0</p><p>C = 74.3cal / °C</p><p>C</p><p>Q</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>120</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Unidade 1i</p><p>Equação dE EsTado dE um gás PErfEiTo</p><p>2.1. Leis dos Gases</p><p>Para o estudo do comportamento dos gases adoptou-se o modelo</p><p>do gás perfeito ou ideal que deve obedecer as seguintes caracte-</p><p>rísticas:</p><p>• Suas partículas ou moléculas movem-se caoticamente ou</p><p>desordenadamente segundo as leis da mecânica clássica;</p><p>• Suas partículas não interagem entre si ou seja seus cho-</p><p>ques são desprezáveis.</p><p>• Os choques contra as paredes de recipientes que os contêm</p><p>são perfeitamente elásticos;</p><p>• Suas moléculas têm dimensões próprias e desprezáveis.</p><p>As grandezas macroscópicas que caracterizam o estado de um gás</p><p>são denominadas parâmetros termodinâmicos do gás. Os parâ-</p><p>metros termodinâmicos mais importantes do gás são o volume, a</p><p>pressão e a temperatura.</p><p>A relação existente entre os valores, dos vários parâmetros ter-</p><p>modinâmicos no inicio e no final do processo constitui a chamada</p><p>lei dos gases. A lei dos gases que estabelece a relação entre os três</p><p>parâmetros fundamentais do gás chama-se lei geral dos gases</p><p>perfeitos.</p><p>Na prática, durante um processo termodinâmico há sempre</p><p>variação de pelo menos dois parâmetros.</p><p>Lei geral dos gases perfeitos</p><p>A lei geral dos gases perfeitos estabelece a relação entre os três</p><p>parâmetros fundamentais do gás.</p><p>PV</p><p>T</p><p>=</p><p>constante (2.1)</p><p>121</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Os valores de P, V e T correspondem a um único estado do gás,</p><p>a lei geral dos gases perfeitos pode ser enunciada da seguinte</p><p>forma: para uma massa constante de gás, a razão entre o</p><p>produto da pressão pelo volume e a temperatura do gás</p><p>permanece constante.</p><p>Equação de Mendeleev – Clapeyron (ou equação de estado</p><p>do gás perfeito)</p><p>PV</p><p>m</p><p>M</p><p>RT=</p><p>(2.2)</p><p>m: massa do gás</p><p>M: massa molar do gás</p><p>R: constante universal dos gases [R = 8,31 J/(mol.K)]</p><p>A constante universal dos gases R, deriva da equação dos gases</p><p>perfeitos:</p><p>R</p><p>pV</p><p>nT</p><p>=</p><p>E definida para o valor</p><p>R</p><p>joule</p><p>mol K</p><p>= 8 31,</p><p>.</p><p>Partindo do exemplo, 1 mol de qualquer gás (n= 1mol), à tem-</p><p>peratura de 0°C (ou seja, T = 273K) e à pressão p = 1atm, ele</p><p>ocupa um volume V = 22,4 litros. Assim</p><p>R</p><p>atmlitro</p><p>mol K</p><p>= 0 082,</p><p>.</p><p>.</p><p>Dependendo da unidade de p, V, T, que frequentemente, para p</p><p>é expresso em Nm–2 e V, em m3. Nestas condições</p><p>R</p><p>N m</p><p>m mol k</p><p>R</p><p>j</p><p>mol k</p><p>R kN</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>8 31</p><p>8 31</p><p>3</p><p>2</p><p>,</p><p>.</p><p>. .</p><p>,</p><p>.</p><p>122</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>R, representa fisicamente a energia devida a uma mole de um</p><p>gás.</p><p>Os processos termodinâmicos do gás, em que a massa do gás</p><p>e um dos parâmetros permanecem constante, denominam-se</p><p>isoprocessos.</p><p>Já que os parâmetros termodinâmicos que determinam o</p><p>estado de um gás são três, teremos três processos distintos.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Determine a pres-</p><p>são que sofre 6 mole</p><p>de um gás perfeito</p><p>que ocupa 25,4 l de</p><p>volume a 27°C. É dada</p><p>a constante universal</p><p>dos gases perfeitos</p><p>R = 0,082 atm. l /mol.K.</p><p>Dados</p><p>n = 6mols</p><p>V = 25,4l</p><p>T = 27 °C = 300K</p><p>R = 0,082atm.l/mol.K</p><p>P2 – Determine o</p><p>volume molar de um gás</p><p>perfeito sob condições</p><p>normais de pressão</p><p>e temperatura. É dado</p><p>R = 0,082 atml/mol.K.</p><p>Dados</p><p>P = 1atm</p><p>T = 273K</p><p>n = 1mol</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>PV nRT</p><p>P</p><p>nRT</p><p>V</p><p>P</p><p>P atm</p><p>=</p><p>= → =</p><p>=</p><p>6 0 082 300</p><p>25 4</p><p>5 8</p><p>. , .</p><p>,</p><p>,</p><p>pV nRT</p><p>V</p><p>nRT</p><p>p</p><p>V</p><p>V l</p><p>=</p><p>= → =</p><p>=</p><p>1 0 82 273</p><p>1</p><p>22 4</p><p>. , .</p><p>,</p><p>123</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P3 – 60 gramas de gás</p><p>oxigénio, ocupa um</p><p>volume de 8 litros à</p><p>temperatura de 25°C.</p><p>Qual é a pressão no</p><p>interior do recipiente</p><p>(1 mol de O2 = 32 g e R</p><p>= 0,082 atm. l /K.mol).</p><p>Dados</p><p>m = 60g</p><p>V = 8l</p><p>T = 273 + 25 = 298K</p><p>R = 0,082atm.l/K.mol</p><p>M = 32g/mol</p><p>P4 – A massa de um</p><p>certo gás ocupa o volume</p><p>de 30 litros sob pressão</p><p>de 5 atm e a 27°C. Sendo</p><p>R = 0,082 atm. l /mol.K,</p><p>determine:</p><p>a) O número de mols do</p><p>gás;</p><p>b) A massa do gás, sendo</p><p>M = 20 g?</p><p>Dados</p><p>V = 30l</p><p>p = 5atm</p><p>R = 0,082atm.l/K.mol</p><p>T = 273 + 27 = 300K</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>pV nRT</p><p>n</p><p>pV</p><p>RT</p><p>n n mol</p><p>=</p><p>=</p><p>= → =</p><p>5 30</p><p>0 082 300</p><p>6</p><p>.</p><p>, .</p><p>pV nRT n</p><p>m</p><p>M</p><p>p</p><p>mRT</p><p>MV</p><p>p</p><p>p at</p><p>= =</p><p>= → =</p><p>=</p><p>60 0 082 298</p><p>32 8</p><p>5 8</p><p>. , .</p><p>.</p><p>, mm</p><p>M g mol n</p><p>m</p><p>M</p><p>m nM</p><p>m m g</p><p>= = → =</p><p>= → =</p><p>20</p><p>6 20 120</p><p>/ .</p><p>.</p><p>a)</p><p>b)</p><p>124</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – O Mauro Barros incumbiu a sua filha de encher uns</p><p>bidões para fazer gelo. A filha, no entanto, pôs 100g de água,</p><p>inicialmente a 20o C, num dos bidões e o colocou no congela-</p><p>dor, regulado para manter a temperatura, no interior, a –19oC,</p><p>sempre que a porta estiver fechada. No entanto, a porta ficou</p><p>tanto tempo aberta que a temperatura do ar dentro do conge-</p><p>lador chegou a –3o C.</p><p>Sabendo que a pressão atmosférica local é 1atm, o calor espe-</p><p>cífico de água 1 calg–1.oC, o calor latente de solidificação da</p><p>água 80calg–1, e considerando que o ar no interior do congela-</p><p>dor é um gás ideal, determine:</p><p>a) A quantidade de calor que a água do bidão deve perder</p><p>para que se converta totalmente em gelo a 0oC?</p><p>b) A pressão no interior do congelador imediatamente após</p><p>a filha ter fechado a porta.</p><p>R: t = 6,36 oC</p><p>b) R: p = 0,94atm</p><p>a) R: Q = 10kcal</p><p>2.2. Processo Isotérmico:</p><p>Lei de Boyle – Mariotte</p><p>Se a temperatura, T, de uma dada massa gasosa, for mantida</p><p>constante, o volume, V, deste gás será inversamente proporcional</p><p>à pressão, p, exercida sobre ele, ou seja, o produto da pressão pelo</p><p>volume de um gás é constante.</p><p>pv = cte (2.3)</p><p>Lei de Boyle-Marriote</p><p>Sendo</p><p>T = constante</p><p>ΔT = 0</p><p>Sofrendo o gás uma transformação que passa de um estado</p><p>para outro, então</p><p>p1V1 = p2V2 = Constante</p><p>125</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Apresentando o gráfico pV</p><p>O gráfico descreve a relação entre a pressão e o volume. Quer</p><p>dizer que existe uma relação inversamente proporcional entre si.</p><p>Em virtude de estar descrevendo uma transformação isotér-</p><p>mica esta curva é também denominada isotérmica do gás.</p><p>P</p><p>p2</p><p>p1</p><p>v1 v2</p><p>B</p><p>v(l)</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um gás perfeito</p><p>ocupa 24 litros de vo-</p><p>lume a pressão de 3</p><p>atmosferas. Que volume</p><p>ocupará esse gás se hou-</p><p>ver um aumento isotér-</p><p>mico de 6 atmosfera</p><p>de</p><p>pressão?</p><p>Dados</p><p>V1 = 24l</p><p>p1 = 3atm</p><p>p2 = 6atm</p><p>Resolução</p><p>p V p V</p><p>V</p><p>p V</p><p>p</p><p>V</p><p>V l</p><p>1 1 2 2</p><p>2</p><p>1 1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>3 24</p><p>6</p><p>12</p><p>=</p><p>= → =</p><p>=</p><p>. .</p><p>126</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – A SONANGOL construiu um reservatório para abastecer</p><p>o município de Cazenga contendo 10kg de gás sob pressão de</p><p>10.106 Nm–2. Retirou-se, no entanto, uma quantidade m de</p><p>gás do reservatório, mantendo-se a temperatura constante.</p><p>Sabendo-se que a pressão caiu para 2,5.106 Nm–2, determine a</p><p>quantidade m de gás que se retirou do reservatório.</p><p>P2 – Existindo 5 moles de um gás ideal a uma temperatura</p><p>constante de 27oC e ocupando um volume de 16,4 litros. Qual</p><p>é a pressão exercida por essa quantidade de gás? (dados</p><p>R = 0,082 atm.l/K.mol9.</p><p>R: m = 7,5kg</p><p>R: p = 7,5atm</p><p>2.3. Processo Isobárico:</p><p>Gay-Lussac</p><p>Se tomarmos um dado volume de gás a uma certa temperatura</p><p>inicial e o aquecermos sob pressão constante até uma outra</p><p>temperatura final, a dilatação observada será a mesma, qual-</p><p>quer que seja o gás usado na experiência, isto é, o valor do coefi-</p><p>ciente de dilatação volumétrica é o mesmo para todos os gases.</p><p>Uma transformação, em que o volume do gás varia com a</p><p>temperatura, enquanto a pressão é mantida constante (isobá-</p><p>rica → isos = igual; baros = pressão),</p><p>V</p><p>T</p><p>= constante (Lei de Gay-Lussac) (2.4)</p><p>Sendo</p><p>p = constante</p><p>Δp = 0</p><p>Sofrendo o gás uma transformação que passa de um estado</p><p>para outro, então verifica-se</p><p>V</p><p>T</p><p>V</p><p>T</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>= = constante</p><p>127</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Fig. 2.1 – Gráfico da pressão em função da temperatura</p><p>Fig. 2.2 – Gráfico do volume em função da temperatura</p><p>Apresentando o gráfico pV</p><p>Enquanto o gráfico V-T de que se estabelecem acções funcio-</p><p>nais, sob pressão constante, o volume de um gás é directa-</p><p>mente proporcional à sua temperatura absoluta, ou seja</p><p>Quanto à influência da temperatura na densidade, já que o</p><p>volume duma certa massa de gás, à pressão constante, varia</p><p>com a temperatura, é claro que a densidade do gás ( ρ = m</p><p>V</p><p>)</p><p>terá valores diferentes para diferentes valores da tempera-</p><p>tura. Baseando-se nas conclusões a que chegámos a respeito</p><p>da transformação isobárica, podemos deduzir que, para uma</p><p>certa massa m do gás, teremos:</p><p>• Duplicando T → V duplica ⇒ ρ fica dividido por 2</p><p>• Triplicando T → V triplica ⇒ ρ fica dividido por 3</p><p>• Quadruplicando T → V quadruplic ⇒ ρ fica dividido por 4</p><p>P</p><p>P = constT1</p><p>V1</p><p>V2</p><p>V</p><p>T2 > T1</p><p>T2</p><p>V</p><p>T</p><p>128</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Conclusão</p><p>ρ~</p><p>1</p><p>T</p><p>Isto é, sendo mantida constante a pressão de uma dada massa</p><p>gasosa, sua densidade varia em proporção com a temperatura</p><p>absoluta.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um gás perfeito</p><p>ocupa 40 litros de vo-</p><p>lume a temperatura de</p><p>67 °C e sob pressão de 4</p><p>atmosferas:</p><p>a) Que volume ocupará</p><p>esse gás se houver um</p><p>aumento isobárico de</p><p>6 atmosfera de pres-</p><p>são à temperatura de</p><p>420°C?</p><p>Dados</p><p>V1 = 40l</p><p>p1 = 4atm</p><p>T1 = 67°C</p><p>Resolução</p><p>p V</p><p>T</p><p>p V</p><p>T</p><p>V</p><p>p V T</p><p>p T</p><p>V</p><p>1 1</p><p>1</p><p>2 2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 1 2</p><p>2 1</p><p>2</p><p>4 40 420</p><p>. . . .</p><p>.</p><p>. .</p><p>= → =</p><p>=</p><p>66 67</p><p>167</p><p>2</p><p>.</p><p>→ =V l</p><p>a)</p><p>para p2 = 6atm T2 = 420° C</p><p>Exercício proposto</p><p>P1 – A BP – Angola estabeleceu um sistema gasoso que se</p><p>encontra, inicialmente, a 40oC e a uma pressão de 8,4.104 Nm–2.</p><p>Fornecendo-se uma quantidade de calor de 4.103 cal para esse</p><p>sistema e mantendo-se à pressão constante o seu volume</p><p>varia de 0,2m3. De acordo com a primeira lei da Termodinâ-</p><p>mica, determine a variação de temperatura sofrida pelo gás.</p><p>(dados: 1 cal = 4,2 J).</p><p>R: ∆T = 0</p><p>129</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>2.4. Processo Isocórico:</p><p>Lei de Jacques Charles</p><p>Se o volume é mantido constante, a transformação é chamada</p><p>isocórica ou isovolumétrica, cuja expressão matemática é:</p><p>P</p><p>T</p><p>const= .</p><p>(2.5)</p><p>Sendo, V = const.</p><p>Sofrendo o gás uma transformação que passa de um estado</p><p>para outro, então verifica-se</p><p>P</p><p>T</p><p>P</p><p>T</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>= = constante</p><p>Apresentando o gráfico pV</p><p>p</p><p>B</p><p>A</p><p>p2</p><p>p1</p><p>T1 T2 T</p><p>Gráfico P – T</p><p>Analisando o comportamento do gás a volume constante</p><p>Amedeo Avogadro estabeleceu, com base em duas amostras,</p><p>o seguinte enunciado:</p><p>Volumes iguais, de gases diferentes, à mesma temperatura e</p><p>pressão contêm o mesmo número de moléculas.</p><p>Segundo Avogadro, estas duas amostras gasosas, ocupando</p><p>volumes iguais, sob a mesma pressão e temperatura, têm o</p><p>mesmo número de moléculas. Conhecida a lei de Avogadro</p><p>pode se determinar o número de moléculas existentes numa</p><p>dada massa do gás. Por exemplo, tomemos 1 mol de vários</p><p>130</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>gases diferentes (2g de H2, 32g de O2, 28g de N2, etc.). Dos nos-</p><p>sos conhecimentos de Química, sabemos que o número de</p><p>moléculas, em cada uma dessas amostras é o mesmo.</p><p>Este número é denominado número de Avogadro e é represen-</p><p>tado por N4.</p><p>O cientista Jean-Baptiste Perin, no início do século 20, reali-</p><p>zou uma série de experiências, procurando determinar o valor</p><p>de N4 , concluindo que este valor estaria compreendido entre</p><p>6,5.1023 e 7,2.1023 moléculas em cada mol. Posteriormente</p><p>medidas mais precisas mostraram que o valor NA é mais pró-</p><p>ximo de 6,02.1023 moléculas/mol.</p><p>Quanto à densidade ρ e à massa molecular M, tomando duas</p><p>massas gasosas, ocupando ambas o mesmo volume, a mesma</p><p>pressão e temperatura pela Lei de Avogadro conclui-se que</p><p>ρ ∼ M.</p><p>Isto é, a densidade de um gás directamente proporcional à sua</p><p>massa molecular.</p><p>Considerando que ρ ~ pM</p><p>T</p><p>Sendo m a massa da amostra gasosa, sabendo que ρ = m</p><p>V</p><p>Logo m</p><p>V</p><p>pM</p><p>T</p><p>~</p><p>ou pV m</p><p>M</p><p>T~</p><p>( pV</p><p>m</p><p>M</p><p>T~</p><p>)pV</p><p>m</p><p>M</p><p>T~</p><p>O quociente pV</p><p>m</p><p>M</p><p>T~</p><p>, entre a massa do gás e sua massa molecular,</p><p>fornece-nos o número de moles, n, da amostra. Introduzindo</p><p>na relação anterior, a constante de proporcionalidade, a desig-</p><p>narmos por R, obteremos a equação a seguir:</p><p>pV = R</p><p>( pV</p><p>m</p><p>M</p><p>T~</p><p>)pV</p><p>m</p><p>M</p><p>T~</p><p>pV = nRT</p><p>A pressão, p, o volume V e a temperatura absoluta T, duma dada</p><p>massa, contendo n mole do gás, estão relacionadas pela equação</p><p>pV = nRT</p><p>denominada equação de estado de um gás ideal ou perfeito.</p><p>131</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>A presente equação pode tomar a forma pV</p><p>T</p><p>nR=</p><p>Para uma dada massa de gás (n = constante), como R também</p><p>é constante, concluímos que</p><p>pV</p><p>T</p><p>=</p><p>constante (2.6)</p><p>Assim se a massa gasosa passar de um estado para outro</p><p>estado, podemos relacionar estes dois estados pela seguinte</p><p>equação:</p><p>PV</p><p>T</p><p>PV</p><p>T</p><p>1 1</p><p>1</p><p>2 2</p><p>2</p><p>=</p><p>A equação é para o gás perfeito, podendo ser aplicada, com</p><p>boa aproximação, a uma gás qualquer desde que a sua tem-</p><p>peratura não seja muito baixa e sua pressão não seja muito</p><p>elevada.</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – O senhor Rufino Quissonde calibrou os pneus do seu</p><p>carro à temperatura de 27oC. Depois de rodear bastante, ao</p><p>medir novamente a pressão, encontrou um resultado de 20%</p><p>superior ao valor da calibragem inicial. Supondo invariável o</p><p>volume das câmaras, determine a temperatura que o ar com-</p><p>primido deve ter atingido.</p><p>P2 – Um vaso, hermeticamente fechado, contém 10 litros de</p><p>um gás perfeito a 30o C suportando uma pressão de 2 atm.</p><p>A temperatura do gás é elevada até atingir 60o C</p><p>a) Calcule a pressão final do gás.</p><p>b) Esboce o gráfico pressão x temperatura da transformação</p><p>mencionada.</p><p>R: t = 87oC</p><p>a) R: p = 2,2 atm</p><p>132</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>2.5. Cálculo Cinético da Pressão</p><p>A pressão que um gás exerce sobre as paredes do recipiente</p><p>que o contém é devido às incessantes e contínuas colisões das</p><p>moléculas do gás contra as paredes do recipiente. Usando a</p><p>faculdade das leis da mecânica para as colisões das molécu-</p><p>las contra as paredes do recipiente, os físicos obtiveram uma</p><p>expressão</p><p>144</p><p>3.1.1 -Transformação Isotérmica ..................................................................... 144</p><p>3.1.2 - Transformação Isobárica ....................................................................... 145</p><p>3.1.3 - Transformação Isocórica ou Isométrica ......................................... 146</p><p>3.1.4 - Transformação Adiabática .................................................................... 146</p><p>3.1.5 - Transformações Cíclicas ........................................................................ 148</p><p>3.2 - A Segunda Lei da Termodinâmica ................................................................... 151</p><p>3.2.1 - Transformações Reversíveis ................................................................ 152</p><p>3.2.2 - Transformações Irreversíveis .............................................................. 152</p><p>3.3 - Máquinas Térmicas ................................................................................................ 154</p><p>3.3.1 - Rendimento de uma Máquina Térmica ........................................... 155</p><p>3.3.2 - O Ciclo de Carnot ....................................................................................... 156</p><p>3.4 - A Conservação da Energia ................................................................................... 158</p><p>3.5 - A Energia Térmica: Uma Energia “Degradada” .......................................... 159</p><p>Parte 3: Electrostática e Corrente Eléctrica contínua ...................... 63</p><p>Unidade 1- Interacção Electrostática .............................................................................. 164</p><p>1.1- Conceito de Cargas (Lei da Conservação da Carga) .................................. 164</p><p>1.2 -Lei de Coulomb - Permitividade Elétrica do Meio ..................................... 166</p><p>6</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>ÍNDICE</p><p>1.3 - Campo Electrostático ............................................................................................ 168</p><p>1.4 - Trabalho do Campo Eléctrico ............................................................................ 172</p><p>1.5 - Potencial Eléctrico .................................................................................................. 175</p><p>1.6 - Capacidade Eléctrica ............................................................................................. 175</p><p>1.6.1 - Condensadores (Capacitores) ............................................................. 178</p><p>1.6.2 - Energia do condensador carregado .................................................. 178</p><p>1.6.3 - Energia do condensador carregado .................................................. 179</p><p>Unidade 2 - Corrente Eléctrica Contínua ...................................................................... 182</p><p>2.1 - Corrente Eléctrica ................................................................................................... 182</p><p>2.1.1 - Mecanismo da Condução da Corrente Eléctrica .......................... 183</p><p>2.2 - Resistência de um Condutor Eléctrico (Resistividade) ........................ 186</p><p>2.3 - Lei de Ohm para Segmento de um Circuito ................................................. 189</p><p>2.4 - Trabalho e Potência Eléctrica ............................................................................ 192</p><p>2.5 - Energia dissipada num Condutor: Efeito Joule .......................................... 193</p><p>2.6 - Força Electromotriz (f.e.m. eResistência Interna) .................................... 194</p><p>2.8 - Leis de Kirchhoff ..................................................................................................... 204</p><p>Bibliografia ............................................................................................................................ 215</p><p>7</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Prefácio</p><p>No quadro da Reforma Educativa na República de Angola, o Ministério da Educação através</p><p>do INIDE, propôs a elaboração de manuais didácticos para o Subsistema do Ensino Técnico</p><p>Profissional em Angola a fim de colmatar a falta de meios didácticos de ensino para corres-</p><p>ponder às exigências e objectivos de um ensino segundo normas universais.</p><p>É assim que um grupo de professores angolanos com larga experiência no ensino de Física, juntou</p><p>esforços para elaborar o presente manual que, por certo, vai contribuir no aperfeiçoamento e</p><p>melhoria do ensino da Física e regular os procedimentos didácticos de acordo com os objecti-</p><p>vos superiormente preconizados pelo Estado Angolano através dos programas curriculares.</p><p>A Física é uma das ciências que junto com a Química e a Matemática, constitui o núcleo</p><p>e suporte fundamental para que os futuros profissionais nos mais diversos domínios da</p><p>indústria estabelecem e articulam os seus conhecimentos técnicos científicos com a prá-</p><p>tica quotidiana. Assim a Física para a Formação Técnica Profissional permite que os alunos</p><p>construam os fundamentos dos seus conhecimentos numa base sólida para a descrição dos</p><p>factos ou fenómenos naturais bem como na interpretação das mais diversas leis que regem</p><p>a natureza, permitindo-lhes, deste modo, actuarem com racionalismo e rigor científico</p><p>na busca de soluções para a resolução dos mais variados problemas do nosso quotidiano.</p><p>A fechar podemos assegurar que este manual constituí um interactivo dinâmico na aborda-</p><p>gem temática dos conceitos e leis o que confere uma larga abertura pragmática e específica</p><p>na formação dos futuros profissionais em Angola.</p><p>8</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>1. Conceitos Introdutórios</p><p>1.1. Introdução</p><p>A inclusão do estudo de alguns conceitos, no inicio deste manual, tem como objectivo criar um</p><p>suporte matemático e algébrico para melhor compreensão e interpretação em termos dimen-</p><p>sionais dos fenómenos físicos bem como suas leis. Como é notório sem o estudo da matemá-</p><p>tica e sua vinculação dialéctica ao estudo dos fenómenos Físicos seria difícil estabelecer a</p><p>relação entre a lei e o fenómeno, em termos de grandeza e dimensão. Já Galileu reconhecera</p><p>a importância de que se reveste a matemática no contexto do estudo dos fenómenos físicos,</p><p>quando considerou a matemática como linguagem natural da Física. Isto só por si vem con-</p><p>ferir maior quota a importância ao estudo prévio de algumas funções e operações matemá-</p><p>ticas antes de se estudar concretamente os aspectos algébricos e matemáticos que circuns-</p><p>crevem tais fenómenos físicos de uma forma geral e em particular dos fenómenos mecânicos.</p><p>Assim estaremos em condições de criar as bases conceptuais para o estudo quantitativo do</p><p>movimento mecânico, formulando de forma elementar as bases matemáticas sustentadoras.</p><p>1.2. Grandezas Físicas</p><p>Grandeza física é toda propriedade ou característica de um fenómeno</p><p>que é susceptível de ser medida e de se atribuir um valor numérico.</p><p>Exemplos: Velocidade, deslocamento, força, tempo, massa, etc...</p><p>Por sua vez as grandezas físicas são classificam-se em dois grupos que são: grandezas esca-</p><p>lares e vectoriais.</p><p>Grandezas Escalares</p><p>São aquelas que podem ser determinadas somente pelo seu valor numérico e pela sua</p><p>unidade.</p><p>Exemplo: A massa, o espaço, o tempo, etc.</p><p>9</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Grandezas Vectoriais</p><p>São aquelas, que para serem determinadas é necessário conhecer a direcção, sentido,</p><p>valor numérico e unidade.</p><p>Exemplo: deslocamento, velocidade, aceleração, etc.</p><p>Define-se um vector, como um segmento de recta dirigido.</p><p>Característica de um vector:</p><p>• Origem;</p><p>• Linha de acção;</p><p>• Sentido;</p><p>• Valor numérico;</p><p>Normalmente, os vectores são representados graficamente por um segmento de recta</p><p>terminada numa seta.</p><p>A B</p><p>Fig. 1 – Representação gráfica de um vector</p><p>Operações com Vectores</p><p>Como já anunciamos previamente, é possível somarmos ou subtrairmos vectores.</p><p>Regra geral se os vectores estiverem</p><p>matemática, relacionando a pressão exercida por</p><p>um gás com as seguintes grandezas:</p><p>N → número total das moléculas no recipiente</p><p>V → volume do recipiente</p><p>mo → massa de cada molécula</p><p>p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2 → média dos quadrados da velocidade das moléculas.</p><p>p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>(p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2) p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>(2.7)</p><p>Significa que</p><p>• p ∼ N → à quanto maior for o número total de moléculas,</p><p>maior será o número de colisões contra as paredes</p><p>e, portanto, maior será a pressão exercida pelo gás.</p><p>• p</p><p>V</p><p>~</p><p>1</p><p>→ à quanto maior for o volume do recipiente, maior</p><p>será a distância que a molécula terá que percorrer</p><p>para colidir contra as paredes e, consequentemente,</p><p>menor será o número de colisões, isto é, menor será</p><p>a pressão exercida pelo gás.</p><p>• p ∼ mO → à quanto maior for a massa de uma molécula, maior</p><p>será a sua quantidade de movimento e, assim,</p><p>maior será a força que ela exerce ao colidir contra</p><p>a parede do recipiente.</p><p>• p ∼ v–2 → à quanto maior for v–2, mais rapidamente as molé-</p><p>culas estarão em movimento. Nestas condições,</p><p>maior será a força que cada molécula exercerá ao</p><p>colidir contra a parede e, além disso, maior será o</p><p>número de colisões.</p><p>133</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>2.6. Interpretação Cinética</p><p>da Temperatura</p><p>A temperatura absoluta T, de um gás está relacionada com a</p><p>energia cinética média de suas moléculas.</p><p>A expressão:</p><p>p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>(p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2) p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>Pode ser escrita</p><p>p vNmo</p><p>=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>Comparando-a com a equação de estado de um gás ideal,</p><p>p.V = nRT</p><p>Obtemos</p><p>p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>(p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2) p</p><p>N</p><p>V</p><p>v</p><p>om=</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>= nRT</p><p>Sendo NA (número de Avogadro) o número de moléculas que</p><p>existe em 1 mol e sendo n o número de moles que corresponde</p><p>a N moléculas, e N = nNA</p><p>Levando este valor de N à igualdade anterior, virá</p><p>1</p><p>3</p><p>2nNmv nRT=</p><p>ou</p><p>mv</p><p>R</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>2</p><p>3=</p><p>(mv</p><p>R</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>2</p><p>3= ) mv</p><p>R</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>2</p><p>3=</p><p>Dividindo os dois membros desta igualdade por 2, teremos</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>2mv</p><p>R</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>=</p><p>(</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>2mv</p><p>R</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>= ) 1</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>2mv</p><p>R</p><p>N</p><p>T</p><p>A</p><p>=</p><p>134</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Nesta equação representa o termo do lado esquerdo a energia</p><p>cinética média das moléculas (Ec ), enquanto R</p><p>N</p><p>A</p><p>do segundo</p><p>membro é constante, sabendo que tanto R quanto NA são</p><p>constantes. Este quociente é muito importante, é represen-</p><p>tado por k e denominado constante de Boltzmann, em home-</p><p>nagem a Ludwig Boltzmann, físico austríaco do século XIX.</p><p>Então</p><p>k</p><p>R</p><p>N</p><p>k</p><p>k J K</p><p>A</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>−</p><p>− −</p><p>8 31</p><p>6 02 10</p><p>1 38 10</p><p>23</p><p>23 1</p><p>,</p><p>, .</p><p>, . .</p><p>Chegando-se assim à seguinte expressão</p><p>E</p><p>R</p><p>N</p><p>TC</p><p>A</p><p>=</p><p>3</p><p>2</p><p>(E</p><p>R</p><p>N</p><p>TC</p><p>A</p><p>=</p><p>3</p><p>2</p><p>) E</p><p>R</p><p>N</p><p>TC</p><p>A</p><p>=</p><p>3</p><p>2</p><p>E kTC =</p><p>3</p><p>2</p><p>(2,7)</p><p>Logo, Ec = f (T)</p><p>135</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>P1 – Uma pessoa afirma</p><p>que colocou 3,5 moles de</p><p>um gás (comparando-se</p><p>com gás ideal) num reci-</p><p>piente de volume igual</p><p>a 8 litros e que, após o</p><p>estado de equilíbrio, a</p><p>temperatura do gás era</p><p>de 27°C e sua pressão</p><p>5 atm:</p><p>a) Poderiam estar cor-</p><p>rectas as medidas</p><p>feitas por esta pes-</p><p>soa?</p><p>b) Se, após uma veri-</p><p>ficação, constatou-</p><p>se que os valores</p><p>de p, V e T estavam</p><p>correctos, qual o</p><p>número real de</p><p>moles do gás coloca-</p><p>dos no recipiente?</p><p>Dados</p><p>n = 3,5 moles</p><p>R = 0,082atm.litro</p><p>/mol.K</p><p>V = 8 litros</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>Sabemos que um gás ideal, num certo estado, obedece à</p><p>equação pV = nRT. Com os dados fornecidos</p><p>T 0 27 + 273 = 300K</p><p>p = 5atm</p><p>5 8 3 5 0 082 300atm litros mol</p><p>atmlitro</p><p>mol K</p><p>. , . ,</p><p>.</p><p>.</p><p>.≠ KK</p><p>atmlitro atmlitro40 0 861 40. , .≠</p><p>Como pV não é igual a nRT, concluímos que as medidas</p><p>realizadas pela pessoa não podem estar correctas, isto</p><p>é, não é possível, a qualquer gás (ideal), apresentar-se</p><p>num estado com aqueles valores de p, V, n, T.</p><p>Da equação de estado obtemos</p><p>n</p><p>pV</p><p>RT</p><p>n</p><p>pV</p><p>RT</p><p>atm litros mol K</p><p>atmlit</p><p>=</p><p>= =</p><p>5 8</p><p>0 082</p><p>. . .</p><p>, . rros K</p><p>n moles</p><p>.</p><p>,</p><p>300</p><p>1 6=</p><p>Logo, no recipiente havia 1,6 moles do gás e não 3,5</p><p>moles como a pessoa havia afirmado. Observe que usa-</p><p>mos o valor R = 0,082 atm.litro/mol.K, uma vez que o</p><p>valor de p foi fornecido em atmosferas e de V em litros.</p><p>136</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>c)</p><p>Sabemos que</p><p>E kT</p><p>k J K</p><p>T C K</p><p>E</p><p>C</p><p>C</p><p>=</p><p>=</p><p>= ° + =</p><p>=</p><p>− −</p><p>3</p><p>2</p><p>1 30 10</p><p>27 273 300</p><p>23 1</p><p>.</p><p>, . .</p><p>33</p><p>2</p><p>1 38 10 300</p><p>6 2 10</p><p>23</p><p>21</p><p>. , . .</p><p>, .</p><p>−</p><p>−=</p><p>J</p><p>K</p><p>K</p><p>E JC</p><p>A expressão E kTC =</p><p>3</p><p>2</p><p>. nos mostra que a energia ciné-</p><p>tica média das moléculas só depende da temperatura,</p><p>não dependendo da natureza do gás. Como o O2 e o H2</p><p>estão à mesma temperatura, o valor de Ec é o mesmo</p><p>para os dois gases.</p><p>Como devemos ter</p><p>E mv</p><p>v</p><p>E</p><p>m</p><p>v</p><p>v</p><p>C</p><p>C</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>−</p><p>−</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2 6 2 10</p><p>3 3 10</p><p>1 9 1</p><p>2</p><p>21</p><p>27</p><p>. , .</p><p>, .</p><p>, . 00</p><p>3m s/</p><p>P2 – Um recipiente</p><p>contém H2 a 27°C.</p><p>a) Qual é a energia</p><p>cinética média de</p><p>suas moléculas?</p><p>b) Qual seria a Ec para</p><p>as moléculas de O2 à</p><p>mesma temperatura</p><p>da questão anterior?</p><p>c) Sabendo que a massa</p><p>de uma molécula</p><p>de H2 é 3,3.10–23kg,</p><p>qual deve ser a sua</p><p>velocidade para que</p><p>ela tenha uma ener-</p><p>gia cinética igual ao</p><p>valor médio calcu-</p><p>lado no ponto 2.1?</p><p>Dados</p><p>R = 0,082atm.litro</p><p>/mol.K</p><p>n = 3,5 moles</p><p>137</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Exercício proposto</p><p>P1 – Uma botija de gás contém 32g de CO2, a uma temperatura</p><p>de 127°C. Determine:</p><p>a) A massa molecular do CO2.</p><p>b) O número de moles.</p><p>c) A velocidade de suas moléculas.</p><p>d) A energia cinética do gás.</p><p>a) R: 44g.mol–1</p><p>b) R: n = 8</p><p>c) R: v = 476m.s–1</p><p>d) R: Ec = 39840J</p><p>2.7. Dilatação dos Gases</p><p>Conforme procedimento adoptados ao estudo da dilatação dos</p><p>sólidos e líquidos consideramos a temperatura como parâ-</p><p>metro fundamental para alteração das suas dimensões. Quer</p><p>dizer, alterando a temperatura, provocamos a mudança nas</p><p>dimensões da substância em estado sólido ou líquido. Isto sig-</p><p>nifica a relegar a pressão a uma função secundária, partindo</p><p>do pressuposto de não ter valores elevadíssimos.</p><p>Analisando este aspecto, do comportamento de um gás, verifi-</p><p>camos que as variações de pressão podem provocar variações</p><p>apreciáveis no seu volume e na sua temperatura. Estudando</p><p>experimentalmente o comportamento de uma dada massa de</p><p>gás, os físicos verificaram que seria possível expressar este com-</p><p>portamento através de relações matemáticas simples entre a</p><p>sua pressão, p, seu volume, V, e sua temperatura, T. Uma vez que</p><p>sejam conhecidos os valores dessas grandezas (massa, pressão,</p><p>volume e temperatura), a situação em que o gás se encontra fica</p><p>definida ou, noutras palavras, fica definido o seu estado.</p><p>Provocando-se uma variação numa dessas grandezas, verifica-se</p><p>que as outras também se modificam e estes novos valores carac-</p><p>terizam uma transformação ao passar de um estado para outro.</p><p>2.7.1. Energia Interna do Gás Perfeito</p><p>O gás perfeito define-se, como sendo o gás onde as forças de</p><p>atracção entre as moléculas são totalmente inexistentes, e as</p><p>moléculas podem ser consideradas como pontos materiais</p><p>sem estrutura interna. Isto significa que as moléculas do gás</p><p>138</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>perfeito não possuem energia potencial. Deste modo, a ener-</p><p>gia interna do gás perfeito é igual à soma das energias cinéti-</p><p>cas média das moléculas que constituem o gás.</p><p>Como os pontos materiais não possuem movimento de rota-</p><p>ção, para os gases monoatómicos, as moléculas efectuam</p><p>somente movimentos de translação.</p><p>Deste modo a energia interna de um gás perfeito monoató-</p><p>mico é dada por:</p><p>U</p><p>m</p><p>M</p><p>RT=</p><p>3</p><p>2</p><p>(2.7)</p><p>Onde</p><p>m: massa do gás perfeito</p><p>M: massa molar do gás</p><p>R: constante</p><p>universal dos gases</p><p>T: temperatura</p><p>Para o gás perfeito biatómico U</p><p>m</p><p>M</p><p>RT=</p><p>5</p><p>2</p><p>(2.8)</p><p>Para um gás poliatómico U</p><p>m</p><p>M</p><p>RT= 3 (2.9)</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Numa transfor-</p><p>mação de um mol de</p><p>gás ideal monoatómico</p><p>a volume constante,</p><p>enquanto a temperatura</p><p>se eleva de 27oC a 50oC,</p><p>qual será a variação de</p><p>energia interna do gás</p><p>em calorias?</p><p>Dados</p><p>1cal = 4,2l</p><p>R</p><p>J</p><p>mol K</p><p>=</p><p>8 31,</p><p>.</p><p>T1 = 27 + 273 = 300K</p><p>T2 = 50 + 273 = 323K</p><p>Resolução</p><p>Cálculo da variação de energia</p><p>�</p><p>�</p><p>�</p><p>U nR T T</p><p>U</p><p>U J</p><p>= −</p><p>= −</p><p>=</p><p>3</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>1 8 31 323 300</p><p>286</p><p>2 1</p><p>( )</p><p>. . , .( )</p><p>139</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>P2 – Uma transforma-</p><p>ção, conforme o grá-</p><p>fico em baixo, na qual</p><p>100 moles do gás ideal</p><p>monoatómico rece-</p><p>bem do meio exterior</p><p>uma q de calor igual</p><p>a 1,80.106J. (Dados</p><p>R = 8,31J/mol.K).</p><p>Determine:</p><p>a) O trabalho realizado</p><p>pelo gás;</p><p>b) A variação de energia</p><p>interna do gás; A tem-</p><p>peratura do gás no</p><p>estado 1.</p><p>Dados</p><p>R</p><p>J</p><p>mol K</p><p>=</p><p>8 31,</p><p>.</p><p>n = 100moles</p><p>Q = 1,8.106J</p><p>P</p><p>p2</p><p>p1</p><p>v1 v2</p><p>B</p><p>v(l)</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>W</p><p>W J</p><p>= +</p><p>=</p><p>( ). .</p><p>( – )</p><p>, .</p><p>3 6 10</p><p>2 1</p><p>2</p><p>4 5 10</p><p>5</p><p>5</p><p>a)</p><p>sendo Q J</p><p>Q W U U Q W</p><p>U</p><p>=</p><p>= + → = −</p><p>= −</p><p>1 8 10</p><p>1 8 10 4 5</p><p>6</p><p>6</p><p>, .</p><p>, . , .</p><p>� �</p><p>� 110 13 5 10</p><p>5 5→ =�U J, .</p><p>b)</p><p>140</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Na figura presente o gráfico p x V de um gás, partindo do</p><p>ponto A para o ponto B, e depois um processo isovolumétrico,</p><p>atingindo o ponto C, que situa sobre a mesma isoterma que A</p><p>calcule:</p><p>a) O trabalho realizado pelo gás ao final do processo ABC.</p><p>b) Calor recebido pelo gás ao final do processo ABC.</p><p>P2 – Um gás ideal monoatómico é comprimido adiabatica-</p><p>mente, sofrendo uma variação de temperatura de 600k. Admi-</p><p>tindo que n = 3 moles, CV = 3cal/mol.K, R = 2cal/mol.K e 1 cal</p><p>= 4,2 J, determine:</p><p>a) A quantidade de calor trocada nessa transformação.</p><p>b) A variação da energia interna do gás em Joules.</p><p>a) R: W = 8.105 J</p><p>a) R: Q = 0J</p><p>b) R: W = 8.105 J</p><p>b) R: 22680J</p><p>p(atm)</p><p>6</p><p>3</p><p>2 4</p><p>A B</p><p>C TB</p><p>VB</p><p>TA=200k</p><p>2.7.2. Trabalho Realizado pelo Gás</p><p>Um gás comprimido ao dilatar-se pode realizar trabalho.</p><p>Consideremos o gás contido num cilindro munido de um</p><p>êmbolo móvel. O êmbolo permanecerá em repouso enquanto</p><p>a pressão do ar (pressão atmosférica) for igual a pressão no</p><p>interior do cilindro. Suponhamos que a pressão do ar e do gás</p><p>tomam o valor p, a temperatura do gás o valor T.</p><p>Aquecendo lentamente o gás no interior do cilindro, até uma</p><p>temperatura T2, o gás dilatar-se-á, segundo um processo</p><p>141</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>2.8. Experiência de Joule</p><p>A energia interna de um corpo pode variar também com a rea-</p><p>lização de trabalho mecânico, isto é, disso se pode obter ener-</p><p>gia calorífica.</p><p>Exemplo: observa-se um aquecimento em pregos quando são</p><p>martelados.</p><p>isobárico, e o êmbolo deslocar-se-á da posição inicial para a</p><p>final por um valor Δl, logo o gás realizará trabalho. A força res-</p><p>ponsável por este trabalho é igual a p.S donde S é a superfície</p><p>da secção transversal do cilindro.</p><p>Conforme os conhecimentos da mecânica o trabalho reali-</p><p>zado por uma força é dado por;</p><p>W = FΔl</p><p>Mas F = p.S logo W = pSΔl</p><p>Como S.Δl é igual à variação do volume do gás durante o aque-</p><p>cimento isobárico de T1 a T2, obtemos</p><p>W = p(V2 – V1)</p><p>V0</p><p>V</p><p>t</p><p>S S</p><p>Fig. 2.3 – Gás comprimido</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um balão vazio tem volume desprezável e cheio pode</p><p>atingir 4.10–3 m3. Qual o trabalho realizaria o ar contra a atmos-</p><p>fera para encher este balão, à temperatura ambiente.</p><p>P2 – Num cilindro, o vapor entra sob pressão constante de</p><p>50Nm–2, empurrando o pistão, cuja área é de 100cm2 , num</p><p>percurso de 50cm. Qual o trabalho realizado pelo vapor nesse</p><p>percurso.</p><p>R: W = 400J</p><p>R: W = 2500J</p><p>142</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Como com a realização de trabalho mecânico se pode obter</p><p>energia a calorífica; levanta-se a seguinte questão: o trabalho</p><p>mecânico realizado e a quantidade de calor produzida são</p><p>proporcionais? James Joule, na tentativa de encontrar res-</p><p>posta para esta questão, realizou uma série de experiências</p><p>ao longo das quais obteve uma resposta afirmativa.</p><p>Na experiência de Joule é determinado o equivalente mecâ-</p><p>nico do calor expresso na relação entre a unidade de energia</p><p>joule e a unidade de calor caloria.</p><p>Um recipiente isolado termicamente, contendo uma certa</p><p>quantidade de água, com um termómetro para medir sua</p><p>temperatura, um eixo com umas paletas que é colocada em</p><p>movimento pela acção de um peso, conforme ilustrado na</p><p>figura demonstra que o peso, que se move com velocidade</p><p>praticamente constante, perde energia potencial. Como con-</p><p>sequência, a água é agitada pelas paletas e aquecida devido</p><p>a fricção.</p><p>Se o bloco de massa M desce uma altura h, a energia potencial</p><p>diminui em Mgh.</p><p>Com esta experiência Joule conseguiu demonstrar que a</p><p>quantidade de calor libertada por atrito é directamente pro-</p><p>porcional ao trabalho mecânico realizado.</p><p>Joule deduziu que a diminuição de energia potencial pro-</p><p>porciona o aumento de temperatura da água. A constante</p><p>de proporcionalidade (o calor específico de água) é igual a</p><p>4.186 J/(g °C). Portanto, 4.186 J de energia mecânica elevam</p><p>a temperatura de 1g de água em 1° C.</p><p>Entretanto, na prática, é até hoje usada uma outra unidade</p><p>de calor, muito antiga (da época do calórico), denominada 1</p><p>caloria = 1cal. Por definição, 1 cal é a quantidade de calor</p><p>que deve ser transferida a 1 grama de água para que sua</p><p>temperatura se eleva a 1°C. Joule, no entanto, estabeleceu,</p><p>nas suas experiências a relação entre estas duas unidades,</p><p>encontrando</p><p>1 cal = 4,18 j</p><p>143</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE 1I – Equação de Estado de um Gás Perfeito</p><p>Seja M a massa do bloco que pende e h seu deslocamento ver-</p><p>tical</p><p>• m a massa de água do calorímetro</p><p>• T0 a temperatura inicial da água e T a temperatura final</p><p>• g = 9.8 m/s2 a aceleração da gravidade</p><p>A conversão de energia mecânica em calor é expressa pela</p><p>seguinte equação:</p><p>Em = Q ou Mgh = mc(T-T0)</p><p>Logo o calor específico da água é expresso em</p><p>J</p><p>kg K.</p><p>C</p><p>Mgh</p><p>m T T</p><p>=</p><p>( – )</p><p>0</p><p>144</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Unidade 1i1</p><p>TErmodinâmica</p><p>3.1. Primeira Lei da Termodinâmica</p><p>Analisando a transformação isobárica de uma certa massa</p><p>gasosa, a energia térmica ∆Q, fornecida pelo meio exterior</p><p>através do aquecimento, teve dupla finalidade:</p><p>a) Aumentar a energia interna do sistema através de um</p><p>aumento da energia cinética média, e, consequente-</p><p>mente, da temperatura;</p><p>b) Realizar um trabalho sobre o meio exterior, deslo-</p><p>cando o êmbolo E numa distância d.</p><p>Esta transformação é regida pela Primeira Lei da Termodinâ-</p><p>mica, que na realidade é a Lei da Conservação da Energia. Esta</p><p>lei diz-nos:</p><p>A quantidade de Energia Térmica (∆Q) trocada entre o</p><p>sistema e o meio é igual a soma da variação de sua ener-</p><p>gia interna (∆U) com o trabalho realizado no sistema (W).</p><p>Matematicamente, a expressão da primeira lei é a seguinte:</p><p>∆Q = ∆U + W (3.1)</p><p>Para melhor fixação desta lei, vamos analisá-la nas transfor-</p><p>mações de gases ideais.</p><p>3.1.1. Transformação Isotérmica</p><p>Nesta transformação, a temperatura se mantém constante.</p><p>Como a variação de Energia Interna depende directamente da</p><p>variação da temperatura se ∆T = 0 teremos ∆U = 0.</p><p>Assim, a expressão da primeira lei adquire a seguinte fórmula:</p><p>∆Q = ∆U + W</p><p>∆Q = 0 + W</p><p>∆Q = W</p><p>145</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Essa forma nos permite que:</p><p>Numa transformação isotérmica a energia térmica é</p><p>totalmente utilizada na realização do trabalho.</p><p>Exercício proposto</p><p>Exercício proposto</p><p>P1 – Um gás mantido a temperatura constante, tem pressão</p><p>inicial p e volume inicial V. Determine o acréscimo percentual</p><p>da pressão quando o volume é reduzido</p><p>de 20%.</p><p>P1 – Um cilindro de paredes rígidas e êmbolo móvel sem</p><p>atrito, contém um certo gás no seu interior. Quando a tempe-</p><p>ratura é 27°C, o volume ocupado pelo gás é 5 litros. Qual deve</p><p>ser a temperatura para que o volume do gás seja de 8 litros,</p><p>mantendo a pressão constante.</p><p>R: p´ = 1,25p logo a</p><p>pressão aumenta</p><p>25%.</p><p>3.1.2. Transformação Isobárica</p><p>Neste caso há uma variação de temperatura e uma variação de</p><p>volume. A variação de temperatura produz uma variação de</p><p>energia interna ΔU; a variação do volume produz um trabalho.</p><p>Assim, a Primeira Lei pode ser escrita da seguinte forma:</p><p>∆Q = ∆U + W</p><p>Analisando a expressão acima, podemos concluir que:</p><p>Numa transformação isobárica, a quantidade de calor trocada</p><p>entre o meio e o sistema é sempre maior que o trabalho realizado.</p><p>R: T = 480K</p><p>146</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>3.1.3. Energia Potencial Elástica</p><p>Neste caso, o volume permanece constante; ocorre apenas</p><p>variação de temperatura e pressão. Assim sendo, e se não hou-</p><p>ver variação de volume, não haverá trabalho realizado (W = 0).</p><p>Pela Primeira Lei da Termodinâmica, temos então:</p><p>∆Q = ∆U + W</p><p>∆Q = ∆U + 0</p><p>∆Q = ∆U</p><p>A partir disso, podemos concluir que: Numa transformação</p><p>isométrica, a variação da energia interna do sistema, é igual à</p><p>quantidade de calor que o sistema troca com o meio exterior.</p><p>3.1.4. Transformação Adiabática</p><p>Uma transformação é Adiabática quando o sistema não troca</p><p>calor com o meio exterior. Experimentalmente, pode-se rea-</p><p>lizar uma transformação Adiabática isolando o sistema ter-</p><p>micamente do meio exterior ou efectuando a transformação</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um gás contido a</p><p>volume constante, tem</p><p>pressão inicial e tempe-</p><p>ratura inicial T = 27o C.</p><p>Determine, na escala</p><p>Célsius, a temperatura</p><p>em que esse gás exer-</p><p>cerá o dobro da pressão.</p><p>Dados</p><p>T = 27°C = 300K</p><p>TC = ?</p><p>P = 2p</p><p>Resolução</p><p>O gás evolui do estado (p, V, 300) para estado (2p, V, T1).</p><p>Como a transformação é isométrica, temos</p><p>p</p><p>T</p><p>p</p><p>T</p><p>p p</p><p>T</p><p>T K</p><p>T T K</p><p>C C</p><p>= → = → =</p><p>= − → =</p><p>1 1</p><p>1</p><p>300</p><p>2</p><p>600</p><p>600 273 327</p><p>147</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Num processo</p><p>adiabático, não exis-</p><p>tem trocas de calor</p><p>entre o sistema termo-</p><p>dinâmico e sua vizi-</p><p>nhança, ou seja: Q = 0.</p><p>Considerando como</p><p>sistema termodinâ-</p><p>mico um gás ideal, con-</p><p>tido num recipiente de</p><p>paredes termicamente</p><p>isoladas, perguntamos</p><p>o que acontece com</p><p>a temperatura do gás</p><p>ideal, quando sofre</p><p>uma compressão adia-</p><p>bática.</p><p>Resolução</p><p>Uma transformação adiabática temos o trabalho conver-</p><p>tido em energia e vice-versa. Pela primeira Lei da Termo-</p><p>dinâmica:</p><p>W = – ∆U</p><p>Quando há uma compressão V < V1 e W < 0</p><p>Logo, pela expressão anterior, concluímos que ∆U > 0, e,</p><p>consequentemente, ∆T > 0.</p><p>Ou seja, nesse processo, a temperatura aumenta.</p><p>rapidamente. Como a transmissão de calor é lenta, qualquer</p><p>transformação realizada com rapidez pode ser considerada</p><p>Adiabática.</p><p>Se a transformação é Adiabática, portanto ΔQ = 0. Então, pela</p><p>Primeira Lei da Termodinâmica, temos:</p><p>∆Q = ∆U + W</p><p>0 = ∆U + W</p><p>W = – ∆U</p><p>Ora, podemos afirmar: Numa transformação Adiabática, todo</p><p>o trabalho realizado corresponde à variação da energia interna</p><p>do sistema, uma vez que não há troca de energia com o meio</p><p>exterior.</p><p>148</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Exercício proposto</p><p>P1 – Um gás ideal monoatómico é comprimido adiabati-</p><p>camente sofrendo uma variação ode temperatura de 600K.</p><p>Sabendo que n = 3 moles, cv = 3cal/mol.K, R = 2 cal/mol.K e</p><p>1cal = 4,2J, determine:</p><p>a) A quantidade de calor trocada nessa transformação.</p><p>b) A variação de energia interna do gás, em joules.</p><p>c) O trabalho realizado sobre o gás.</p><p>a) R: Q = 0</p><p>b) R: ∆U = 22680J</p><p>c) R: W = – 22680J</p><p>3.1.5. Transformações Cíclicas</p><p>No estudo que fizemos até agora, analisamos transformações</p><p>de massas gasosas isotérmicas, isobáricas, isométricas e adia-</p><p>báticas. Continuando o estudo dessas transformações, vamos</p><p>analisar agora as transformações cíclicas.</p><p>Chamamos de transformação cíclicas, ou simplesmente ciclo,</p><p>ao conjunto de transformações por que passa certa massa</p><p>gasosa, no qual a situação final do gás é exactamente igual à</p><p>situação inicial.</p><p>No gráfico fig. 3.1 acima apresentamos um ciclo, constituído</p><p>por uma transformação isométrica, (AB), uma isobárica (BC),</p><p>outra isométrica (CD) e outra isobárica (DA). Vamos analisar</p><p>cuidadosamente cada transformação:</p><p>a) Como a temperatura inicial é igual à final, podemos afir-</p><p>mar que num ciclo não há variação da energia interna</p><p>do sistema. Entre A e B e entre C e D, o trabalho reali-</p><p>zado é nulo (transformação isométrica).</p><p>b) O trabalho realizado na expansão BC (fig. 3.2 a) é maior</p><p>que o trabalho realizado na compressão DA (fig. 3.2 b).</p><p>A diferença entre esses trabalhos corresponde à área</p><p>interna, mostrada na (fig. 3.2 c).</p><p>P</p><p>P2</p><p>P1</p><p>V1 V2 V</p><p>B</p><p>A</p><p>C</p><p>D</p><p>Fig. 3.1 – Transformação cíclica</p><p>149</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Fig. 3.2 – Expansão e compressão</p><p>Fig. 3.3 – Transformação cíclica, operando em sentido contrário</p><p>P</p><p>B C</p><p>P2</p><p>P1</p><p>WBC</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>A</p><p>P</p><p>B</p><p>A</p><p>C</p><p>P2</p><p>P1</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>D</p><p>WDA</p><p>A</p><p>P</p><p>B CP2</p><p>P1</p><p>WBC WBC</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>D</p><p>a) b) c)</p><p>Aplicando a Primeira Lei da Termodinâmica ao ciclo, temos:</p><p>∆U = 0 e W > 0</p><p>Assim</p><p>∆Q = ∆U + W</p><p>∆Q = W</p><p>Esse resultado diz-nos que, durante um ciclo, a energia tro-</p><p>cada em forma de calor entre o meio exterior e o sistema é</p><p>igual ao trabalho realizado na transformação. Como o trabalho</p><p>é positivo, conclui-se que o sistema perdeu energia. Em outras</p><p>palavras, o sistema recebeu calor e forneceu trabalho. Houve,</p><p>portanto, transformação de calor em trabalho.</p><p>Consideramos agora uma transformação cíclica, operando em</p><p>sentido contrário à que acabamos de ver isto é, sofrendo a</p><p>transformação no sentido anti-horário:</p><p>P</p><p>B C</p><p>P2</p><p>P1</p><p>WBC</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>A</p><p>P</p><p>B</p><p>A</p><p>C</p><p>P2</p><p>P1</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>D</p><p>WDA</p><p>A</p><p>P</p><p>B CP2</p><p>P1</p><p>WBC WBC</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>D</p><p>150</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Esse resultado mostra-nos que o sistema (gás) recebeu ener-</p><p>gia do meio, embora a sua energia interna não tenha sofrido</p><p>variação. Em outras palavras, houve conversão de trabalho em</p><p>calor.</p><p>Vamos agora resumir as ideias sobre uma transformação</p><p>cíclica:</p><p>a) Sempre que ocorrer uma transformação em ciclo, não</p><p>haverá variação de energia interna do sistema, pois a</p><p>temperatura final é igual à inicial.</p><p>b) Num gráfico pressão x volume, sempre que um ciclo</p><p>for percorrido no sentido horário, haverá um trabalho</p><p>positivo do sistema, isto é, o sistema (gás) fornece tra-</p><p>balho ao meio exterior. Como exemplo desse tipo de</p><p>ciclo, podemos mencionar as transformações realiza-</p><p>das pelas máquinas térmicas.</p><p>c) Sempre que a transformação se verificar no sentido</p><p>anti-horário, haverá trabalho negativo, isto é, o meio</p><p>exterior estará a realizar trabalho sobre o sistema.</p><p>O sistema receberá energia e haverá transformação de</p><p>trabalho em calor. Tal transformação ocorre, por exem-</p><p>plo, num refrigerador.</p><p>W > 0</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>P</p><p>W < 0</p><p>V1 V2</p><p>V</p><p>P</p><p>Fig. 3.4 – Gráfico P – V de um ciclo</p><p>percorrido no sentido horário</p><p>Fig. 3.5 – Gráfico P – V de um ciclo</p><p>percorrido no sentido anti-horário</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma amostra de</p><p>gás perfeito sofre uma</p><p>expansão de 2.10–3m3</p><p>à pressão constante</p><p>de 1,2.105N/m2. Qual o</p><p>trabalho realizado pelo</p><p>gás nessa transforma-</p><p>ção?</p><p>Dados</p><p>∆V = 2.10–3 m3</p><p>p = 1,2.105 N / m2</p><p>Resolução</p><p>W = p. ∆V</p><p>W = 1,2.105 .2.10–3 → W = 240J</p><p>151</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Exercício proposto</p><p>P1 – Um gás perfeito descreve o ciclo ABCDA, como indica a</p><p>figura.</p><p>Determine o trabalho que o sistema troca com o meio nas</p><p>transformações:</p><p>a) AB.</p><p>b) BC.</p><p>c) CD.</p><p>d) DA.</p><p>e) ABCDA.</p><p>a) R: WAB= 6J</p><p>b) R: WBC = 0</p><p>c) R: WCD = – 2J</p><p>d) R: WDA = 0J</p><p>e) R: WABCDA= 4J</p><p>P</p><p>P2</p><p>P1</p><p>V1 V2 V</p><p>D</p><p>CB</p><p>A</p><p>3.2. A Segunda Lei</p><p>da Termodinâmica</p><p>No capítulo anterior</p><p>analisamos a relação entre trabalho e</p><p>calor. Contudo, em nenhum momento determinamos em que</p><p>condições as transformações de trabalho em calor e as trans-</p><p>formações de calor em trabalho são possíveis.</p><p>A segunda Lei da Termodinâmica vem completar a Primeira,</p><p>determinando em que condições as transformações entre sis-</p><p>temas podem ser realizadas.</p><p>Entretanto, antes de enunciarmos a Segunda Lei, vamos anali-</p><p>sar, através de algumas situações reais, os conceitos de trans-</p><p>formações reversíveis e irreversíveis.</p><p>152</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>3.2.1. Transformações Reversíveis</p><p>Imaginemos um corpo que cai de uma certa altura sobre uma</p><p>“cama elástica”. Imaginemos também que possamos desprezar</p><p>todos os atritos. Neste caso, ao atingir a cama elástica, o corpo</p><p>é impulsionado de volta, atingindo, praticamente, a posição</p><p>inicial. Nesse processo de queda e volta, não houve variação</p><p>da energia mecânica do sistema. A queda é, então, uma trans-</p><p>formação reversível, pois há grande possibilidade de ocorrer</p><p>o movimento inverso, isto é, a volta do corpo às condições ini-</p><p>ciais.</p><p>Se analisou cuidadosamente a situação exposta, deve ter</p><p>observado que trabalhamos em condições ideais. Na realidade</p><p>não existem transformações reversíveis, pois o atrito quase</p><p>sempre está presente durante as transformações.</p><p>3.2.2. Transformações Irreversíveis</p><p>Vamos analisar agora outra transformação. Um bloco de massa</p><p>usada por pedreiros é lançado do alto da rampa. Enquanto a</p><p>massa cai, a sua energia potencial vai se transformando em</p><p>energia cinética. Porém, a energia mecânica do sistema man-</p><p>tém-se constante.</p><p>Quando a massa atinge o solo, a sua energia mecânica trans-</p><p>forma-se noutra forma de energia, a energia interna. É por isso</p><p>que a temperatura do corpo e a do chão aumentam. É possível</p><p>fazer com que a energia térmica gerada no impacto da massa</p><p>com o chão se reúna novamente e faça a massa subir até a</p><p>posição inicial? Não. Pois o caso contrário não ocorrerá. Neste</p><p>caso, dizemos que a queda é uma transformação irreversí-</p><p>vel.</p><p>Da mesma forma, quando você toma o seu café pela manhã, o</p><p>leite e o café estão, inicialmente, separados. Deitando o café no</p><p>leite, eles se misturam: ocorre uma transformação. Nesse caso</p><p>também não ocorrerá uma transformação inversa, ou seja, do</p><p>café separar-se espontaneamente do leite. Essa transformação</p><p>é irreversível.</p><p>Fig. 3.6 – Transformação reversível</p><p>Fig. 3.7 – Transformação irreversível</p><p>153</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Quando soltamos uma bola de ténis de uma certa altura, a bola</p><p>bate no chão e salta diversas vezes; a cada salto a bola atinge</p><p>uma altura menor, até parar. Isso significa que a sua energia</p><p>mecânica se transforma em calor. É altamente improvável que</p><p>a energia térmica se reuna para fazer com que a bola realize a</p><p>transformação inversa.</p><p>Além desses três exemplos, pode lembrar-se de outros seme-</p><p>lhantes, onde se observa a transformação de energia mecânica</p><p>em calor e nos quais não ocorre transformações irreversíveis.</p><p>Observe que a transformação inversa não ocorre experimen-</p><p>talmente, mas teoricamente ela é possível.</p><p>O calor passa espontaneamente de um corpo de maior tempe-</p><p>ratura para um corpo de menor temperatura.</p><p>A Segunda Lei da Termodinâmica refere-se exactamente a</p><p>este tipo de transformação. De acordo com essa lei, as trans-</p><p>formações naturais, espontâneas, realizam-se de acordo com</p><p>um sentido preferencial. Assim, para um corpo que se encon-</p><p>tra no alto de uma rampa, o sentido preferencial, natural, é o</p><p>da descida da rampa. Assim, uma vez solto, o corpo descerá</p><p>até o ponto mais baixo. Para faze-lo subir seria necessário um</p><p>agente externo, pois o corpo não subiria espontaneamente.</p><p>Da mesma forma que examinamos essas transformações, você</p><p>poderá examinar outras transformações semelhantes. No</p><p>entanto, a conclusão é uma só:</p><p>As transformações espontâneas são irreversíveis.</p><p>Observando o sentido da transferência espontânea da energia</p><p>térmica de um sistema para outro, Rudolf Clausius enunciou a</p><p>Segunda Lei da Termodinâmica:</p><p>O calor passa espontaneamente de um corpo de maior tempe-</p><p>ratura para um corpo de menor temperatura.</p><p>Veja que nesse enunciado fica evidente o sentido preferencial do</p><p>processo, o qual é determinado pela diferença de temperatura.</p><p>Nós sabemos pelas nossas próprias vivências que é relati-</p><p>vamente fácil transformar energia mecânica ou eléctrica em</p><p>calor: atirar as mãos, esfregar dois corpos, entortar um arame,</p><p>transformação não-espontânea</p><p>transformação espontânea</p><p>Fig. 3.8 – Transformação espontânea</p><p>e não espontânea</p><p>154</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>acender uma lâmpada e1éctrica, etc. O inverso, isto é, trans-</p><p>formar o calor em trabalho, muito difícil pois são necessá-</p><p>rias condições especiais. Essa dificuldade levou Sadi Carnot a</p><p>enunciar de outra forma a Segunda Lei da Termodinâmica:</p><p>Só é possível transformar calor em trabalho quando dis-</p><p>pomos de duas fontes com temperaturas diferentes.</p><p>Esse enunciado, que parece evidente, pode ser comprovado</p><p>quando estudarmos as máquinas térmicas.</p><p>3.3. Máquinas Térmicas</p><p>Uma máquina térmica é um sistema que, recebendo energia</p><p>como calor, é capaz de realizar trabalho.</p><p>Consideramos a expansão isotérmica de um gás contido num</p><p>cilindro munido de um êmbolo móvel (fig. 3.9): o gás recebe</p><p>energia como calor e realiza trabalho ao empurrar o êmbolo.</p><p>Se a sua energia interna não variar (ΔU = 0), toda a energia que</p><p>vai recebendo como calor é convertida em trabalho:</p><p>ΔU = 0 ⇔W + Q = 0 ⇔ W = –Q</p><p>Mas, para que isto continuasse a acontecer, o cilindro deveria</p><p>ter um comprimento infinito, o que não é possível. Se quere-</p><p>mos uma produção contínua de trabalho, temos de fazer voltar</p><p>o gás ao estado inicial? Fazendo-o ceder alguma energia como</p><p>calor a outro sistema à temperatura mais baixa: o gás contrai-</p><p>se e a pressão atmosférica obriga o êmbolo a voltar à posição</p><p>inicial. Diz-se que o gás realizou um ciclo. Neste caso, a ener-</p><p>gia interna do gás no estado final é igual à energia interna no</p><p>estado inicial.</p><p>Isto significa que, se o gás receber a energia Q1, como tem de</p><p>ceder a energia Q2, apenas a diferença Q1– |Q2| se converte em</p><p>trabalho:</p><p>ΔU = 0 ⇔W + Q1+ Q2</p><p>Fig. 3.9 – Gás contido num cilindro</p><p>munido de um êmbolo</p><p>Fig. 3.10 – Sistema de refrigeração</p><p>155</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Fig. 3.11 – Sistema termodinâmico</p><p>Fig. 3.12 – Máquina térmica</p><p>Atendendo à convenção de sinais, W < 0, Q1 > 0 e Q2 < 0</p><p>|W| = |Q1| – |Q2| (3.2)</p><p>É, portanto, impossível converter completamente calor em</p><p>trabalho.</p><p>Ao sistema termodinâmico que, uma máquina térmica, sofre</p><p>transformações, chama-se agente de transformaçãos.</p><p>3.3.1. Rendimento de uma Máquina Térmica</p><p>Sabemos que é impossível mover um conjunto de pás ligadas</p><p>a um eixo, através de uma corrente de água entre dois reser-</p><p>vatórios, se ambos estiverem no mesmo nível (a menos que</p><p>se usem processos externos de compressão num dos reserva-</p><p>tórios). Para que haja realização de trabalho, é preciso que os</p><p>dois reservatórios se encontrem em níveis diferentes. Desse</p><p>modo, a água correrá do reservatório de nível mais alto para o</p><p>mais baixo, movendo as pás e realizando o trabalho.</p><p>Em Termodinâmica, acontece algo semelhante. A experiência</p><p>de muitos anos mostrou que uma máquina térmica, como um</p><p>motor de explosão ou um motor a vapor, só transforma calor</p><p>em trabalho, operando em ciclos nas seguintes condições:</p><p>a) A máquina térmica opera entre duas fontes térmicas de</p><p>diferentes temperaturas, uma quente e a outra fria. A</p><p>máquina retira calor da fonte quente (Q1), transforma</p><p>parte desse calor em trabalho (W) e rejeita a outra</p><p>parte (Q2) para a fonte fria.</p><p>Q1 Q2</p><p>W</p><p>térmica</p><p>fonte friafonte quente</p><p>156</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>b) Esta máquina opera em ciclos. Como pode verificar, a</p><p>quantidade de calor Q1 é sempre maior que a quanti-</p><p>dade Q2. Assim, podemos definir uma</p><p>nova grandeza: o</p><p>rendimento de uma máquina.</p><p>η =</p><p>trabalho realizado pela máquina</p><p>quantidade de caalor retirado da fonte quente</p><p>η =</p><p>W</p><p>Q1</p><p>(3.3)</p><p>Sendo W = Q1 – Q2, pela Lei da Conservação da Energia, temos</p><p>η =</p><p>−Q Q</p><p>Q</p><p>1 2</p><p>1</p><p>(3.4)</p><p>Ou ainda</p><p>η</p><p>η</p><p>= −</p><p>= −</p><p>Q</p><p>Q</p><p>Q</p><p>Q</p><p>Q</p><p>Q</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>1</p><p>3.3.2. O Ciclo de Carnot</p><p>Estudando as máquinas térmicas, Carnot descobriu um ciclo</p><p>de quatro transformações reversíveis duas isotérmicas e duas</p><p>adiabáticas que proporcionam o máximo rendimento térmico</p><p>para uma máquina. O esquema abaixo apresenta o Ciclo de</p><p>Carnot. T1 a temperatura da fonte quente e T2 a da fonte fria.</p><p>P</p><p>V</p><p>A</p><p>B</p><p>D</p><p>C</p><p>T2</p><p>T1</p><p>Fig. 3.13 – Ciclo de Carnot</p><p>157</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Analisemos cada uma das transformações do ciclo:</p><p>AB – Nessa transformação, o gás sofre uma expansão, rece-</p><p>bendo calor da fonte Q1 e realizando trabalho; sua tem-</p><p>peratura, porém, mantém se constante.</p><p>BC – Nessa transformação, o gás sofre uma expansão adiabá-</p><p>tica; sua temperatura diminui, mas não ocorre troca de</p><p>calor com o meio exterior.</p><p>CD – Nessa transformação, o gás sofre uma compressão, a</p><p>temperatura constante. O meio exterior realiza trabalho</p><p>sobre o gás, sem que haja variação de temperatura. O gás</p><p>rejeita calor (Q2) para o meio exterior; este calor não se</p><p>transforma em trabalho.</p><p>DA – Ocorre uma compressão adiabática, completando se o ciclo.</p><p>Com relação ao Ciclo de Carnot, é importante que você saiba</p><p>o seguinte:</p><p>a) Uma máquina que opera dentro do Ciclo de Carnot tem</p><p>o máximo rendimento. Ou seja, nenhuma máquina tér-</p><p>mica operando em ciclos pode ter rendimento superior</p><p>ao de uma máquina de Carnot.</p><p>b) O rendimento de uma máquina de Carnot depende das</p><p>temperaturas das fontes quente e fria. Carnot demons-</p><p>trou que a quantidade de calor que é retirada da fonte</p><p>quente (Q1) e a que é rejeitada para a fonte fria (Q2) são</p><p>proporcionais às temperaturas absolutas das fontes.</p><p>ou seja</p><p>Q</p><p>Q</p><p>T</p><p>T</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>= como</p><p>η =1 2</p><p>1</p><p>– ,</p><p>Q</p><p>Q</p><p>então</p><p>η =1 2</p><p>1</p><p>–</p><p>T</p><p>T</p><p>(3.5)</p><p>c) Na expressão</p><p>η =1 2</p><p>1</p><p>–</p><p>T</p><p>T</p><p>, quanto menor for a temperatura</p><p>T2 (fonte fria), maior será o rendimento, pois menor</p><p>se torna a razão</p><p>T</p><p>T</p><p>2</p><p>1</p><p>. Assim, quando a temperatura T2</p><p>atingisse zero K (zero absoluto), teríamos um rendi-</p><p>mento 100%. No entanto, isso é impossível, pois con-</p><p>traria a Segunda Lei da Termodinâmica.</p><p>158</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>a) Q1 = W + Q2 → W = Q1 – Q2</p><p>W = 600J – 300J → W = 300J</p><p>c) Cálculo do trabalho durante 8 ciclos</p><p>1 300</p><p>8</p><p>____________</p><p>____________ x</p><p>x = 2400J</p><p>Cálculo da potência</p><p>P</p><p>W</p><p>t</p><p>P</p><p>J</p><p>s</p><p>P Watts</p><p>= → =</p><p>=</p><p>�</p><p>2400</p><p>1</p><p>2400</p><p>P1 – Um motor eléc-</p><p>trico efectua 8 ciclos</p><p>por segundo. Em cada</p><p>ciclo, ele retira 600J</p><p>de uma fonte quente e</p><p>cede 300J a uma fonte</p><p>fria. Determine:</p><p>a) O trabalho realizado</p><p>pelo motor em cada</p><p>ciclo.</p><p>b) O Rendimento de</p><p>cada ciclo.</p><p>c) A potência máxima</p><p>do motor.</p><p>Dados</p><p>Número de ciclos = 8</p><p>Δt = 1s</p><p>Q1 = 600J</p><p>Q2 = 300J</p><p>a) W = ?</p><p>b) W = ?</p><p>c) η = ?</p><p>b)</p><p>η η</p><p>η</p><p>= → =</p><p>= =</p><p>W</p><p>Q</p><p>J</p><p>J</p><p>1</p><p>300</p><p>600</p><p>0 5 50, %</p><p>3.4. A Conservação da Energia</p><p>Algumas ideias relativas à energia nos acompanharam cons-</p><p>tantemente nestes estudos de Física, tanto em mecânica como</p><p>em Electricidade e em Termonologia. Neste tema faremos,</p><p>então, uma síntese de todos os assuntos que estudamos a res-</p><p>peito da energia e de suas leis.</p><p>159</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>A Primeira Lei da Termodinâmica refere-se à conservação da</p><p>energia em todos os tipos de transformação. Esse princípio é</p><p>sintetizado na equação:</p><p>ΔQ = AU + W</p><p>A Segunda Lei da Termodinâmica completa a primeira, pois</p><p>indica-nos que as transformações ocorrem de acordo com um</p><p>sentido preferencial. Assim, embora a Primeira Lei afirme que</p><p>a quantidade de energia que passa de um corpo para outro é</p><p>constante, não levando em conta o sentido da transferência,</p><p>a Segunda Lei afirma que o calor passa espontaneamente de</p><p>um corpo de maior temperatura para outro de menor tem-</p><p>peratura. Dessa forma, embora não contrarie a Primeira Lei,</p><p>é impossível a transformação inversa, isto é, é impossível o</p><p>calor passar de um corpo de menor temperatura para outro</p><p>de maior temperatura.</p><p>3.5. A Energia Térmica:</p><p>Uma Energia “Degradada”</p><p>Durante os estudos da Física, observamos que é muito</p><p>comum ocorrer a transformação da energia mecânica ou</p><p>eléctrica em energia térmica, mas raramente ocorre o</p><p>inverso, ou seja, raramente o calor se transforma em outra</p><p>forma de energia.</p><p>Vejamos alguns exemplos:</p><p>Um automóvel andando a uma velocidade de 80 km/h tem</p><p>uma grande energia cinética. Quando o carro é travado e pára,</p><p>sua energia cinética se reduz a zero. Sabemos pelo Principio</p><p>da conservação da Energia que a energia cinética do carro não</p><p>pode se perder. Onde estará ela? Será que essa energia pode</p><p>ser utilizada para realizar trabalho? É evidente que não pois</p><p>a energia cinética se transformou em energia térmica e, dessa</p><p>forma, não, podemos utilizá-la para realizar trabalho. Dizemos,</p><p>então, que a energia cinética que se apresentava “organizada”</p><p>160</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>e disponível para o trabalho se “degradou”, isto é, se transfor-</p><p>mou numa forma de energia não disponível para a realização</p><p>de trabalho: a energia térmica.</p><p>O mesmo ocorre quando você dispõe de um tanque de água</p><p>a 100 ≠C e outro a 0 °C. Devido à diferença de temperatura, a</p><p>energia "organizada", isto é concentrada na água quente, pode</p><p>ser utilizada, ao passar para o tanque frio, para a realização de</p><p>um trabalho numa máquina térmica que opere entre duas fon-</p><p>tes de temperaturas, diferentes. No entanto, se misturarmos</p><p>as duas quantidades de água, embora a quantidade de energia</p><p>continue a mesma, a disponibilidade desta energia para a rea-</p><p>lização de trabalho deixa de existir.</p><p>Analisando esses exemplos, podemos introduzir aqui, embora</p><p>muito superficialmente, a noção de entropia. Esta grandeza</p><p>depende apenas do estado inicial e do estado final de um sis-</p><p>tema. A variação dessa grandeza entre estes estados é que irá</p><p>determinar o sentido em que um processo natural evolui. Essa</p><p>grandeza foi introduzida em 1865 pelo físico Alemão Rudolf</p><p>Clausius e chama-se entropia, palavra que em grego significa</p><p>«capacidade de se modificar internamente». Esta grandeza</p><p>que se representa pela letra S, foi definida de tal forma que a</p><p>sua variação, ΔS, é:</p><p>• ΔS = 0 em processos reversíveis; nestes, a entropia do</p><p>sistem a e sua vizinhança mantém-se;</p><p>• ΔS > 0 em processos irreversíveis; nestes, a entropia do</p><p>sistema e sua vizinhança aumenta;</p><p>• S < 0 é impossível; a entropia de um sistema e sua vizi-</p><p>nhança nunca pode diminuir.</p><p>A entropia está associada à existência de uma tendência</p><p>espontânea para que todas as transformações se realizem</p><p>no sentido de um aumento “desordem” do sistema. Assim,</p><p>um pedaço de gelo tem uma estrutura organizada. Deixando</p><p>o gelo em condições normais de temperatura e pressão, sua</p><p>tendência é derreter-se, isto é, assumir uma estrutura mais</p><p>161</p><p>PARTE II – Fenómenos Térmicos</p><p>UNIDADE III – Termodinâmica</p><p>desorganizada, a forma líquida. Quando a água for deixada em</p><p>condições normais, a sua tendência espontânea é passar para</p><p>o estado gasoso, ou seja, evaporar. Esse estado caracteriza-se</p><p>por uma maior desordem molecular.</p><p>Resumindo, podemos dizer que:</p><p>Esses processos espontâneos de transformação são irreversí-</p><p>veis, pois, embora a energia se mantenha constante, ela é cada</p><p>vez menos disponível.</p><p>Existe uma tendência espontânea para que todas as</p><p>transformações se realizem no sentido de um aumento</p><p>da entropia.</p><p>162</p><p>163</p><p>Electrostática e</p><p>Corrente Eléctrica</p><p>Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>UNIDADE 2 – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>P</p><p>A</p><p>R</p><p>T</p><p>E</p><p>I</p><p>II</p><p>164</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>PARTE I1I:</p><p>ELECTROSTÁTICA</p><p>E CORRENTE</p><p>ELÉCTRICA CONTÍNUA</p><p>Unidade 1</p><p>Interacção electrostátIca</p><p>A electrostática baseia-se em dois princípios fundamentais, a</p><p>saber:</p><p>– Princípio da atracção e repulsão.</p><p>– Princípio da conservação das cargas eléctricas.</p><p>1.1. Conceito de Cargas</p><p>(Lei da Conservação da Carga)</p><p>Todos os corpos são formados de átomos. Cada átomo é cons-</p><p>tituído por um grande número de partículas elementares, das</p><p>quais as principais são os electrões, os protões e os neutrões.</p><p>Embora hoje existam modelos mais complexos para explicar</p><p>como essas partículas distribuem-se no átomo, ficaremos,</p><p>para simplificar, com o modelo planetário proposto pelo</p><p>Rutherford. Segundo esse modelo, os protões e os neutrões</p><p>estão fortemente coesos numa região central chamada núcleo,</p><p>enquanto os electrões giram ao redor do núcleo (como os pla-</p><p>netas ao redor do sol), constituindo a electrosfera.</p><p>A Electrostática é a parte da física que estuda as</p><p>propriedades e a acção mútua (interacção) das</p><p>cargas eléctricas em repouso, em relação a um</p><p>sistema inercial de referência.</p><p>elétron</p><p>práton</p><p>neutron</p><p>Fig. 1.1 – Modelo de atómico de</p><p>Rutherford</p><p>165</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>Por meio de experiências constata-se que os protões se repe-</p><p>lem, o mesmo acontece com os electrões. Para explicar essas</p><p>ocorrências, estabeleceu-se que protões e electrões possuem</p><p>uma propriedade física à qual se deu o nome de Carga eléc-</p><p>trica.</p><p>As características e propriedades da carga eléctrica:</p><p>– Existem dois tipos de carga eléctrica, positiva e negativa.</p><p>– Cargas eléctricas do mesmo tipo repelem-se, de tipos</p><p>diferentes atraem-se.</p><p>– Em todo átomo, o número de electrões é igual ao número</p><p>de protões, ou seja, todo átomo é electricamente neutro.</p><p>A carga eléctrica (q) se conserva, isto é, a carga eléctrica total</p><p>de um sistema electricamente isolado é constante (afirma-</p><p>ção conhecida também como Princípio da Conservação da</p><p>Carga Eléctrica) e é quantizada, isto é, qualquer carga pelo</p><p>seu módulo é um múltiplo da carga eléctrica elementar – a</p><p>carga e do electrão (q = ne).</p><p>A carga eléctrica q é uma grandeza física que determina a</p><p>intensidade das interacções electromagnéticas.</p><p>A grandeza carga eléctrica ou quantidade de electricidade é</p><p>representada por q.</p><p>A carga eléctrica do protão é igual em módulo à carga eléctrica do</p><p>electrão, constituindo a menor quantidade de carga encontrada</p><p>na natureza, cujo valor determinado experimentalmente é:</p><p>e = 1,6.10–19C</p><p>No SI, a carga q tem como unidade o coulomb (símbolo: C)</p><p>O coulomb é uma unidade de carga muito grande – a carga eléc-</p><p>trica de uma nuvem de tempestade, por exemplo, tem apenas</p><p>algumas centenas de coulombs. Por essa razão, quase sempre</p><p>nos referimos a submúltiplos do coulomb, como o microcou-</p><p>lomb, µC (10–6C), o nanocoulomb nC (10–9 C), e o picocoulomb,</p><p>pC (10–12C).</p><p>166</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>1.2. Lei de Coulomb – Permitividade</p><p>Elétrica do Meio</p><p>Por volta de 1775, algumas evidências experimentais con-</p><p>venceram o físico-químico inglês Priestley de que a interac-</p><p>ção eléctrica deveria ser descrita por uma lei semelhante à da</p><p>interacção gravitacional – a atracção ou repulsão entre cargas</p><p>eléctricas deveria ser também directamente proporcional ao</p><p>produto das cargas eléctricas, grandeza equivalente à massa</p><p>na interacção gravitacional, e inversamente proporcional à</p><p>distância. Dez anos depois, em 1785, o físico Charles Augustin</p><p>de Coulomb comprovou experimentalmente a previsão teó-</p><p>rica de Priestley, num resultado que conhecido como Lei de</p><p>Coulomb:</p><p>A intensidade das forças de interacção (F) entre dois</p><p>corpos pontuais imóveis de cargas eléctricas q</p><p>1</p><p>e q</p><p>2</p><p>é</p><p>directamente proporcional ao produto dos módulos des-</p><p>sas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da</p><p>distância (r) entre eles.</p><p>Matematicamente, a Lei de Coulomb é expressa na forma:</p><p>F k</p><p>q q</p><p>r</p><p>= 1 2</p><p>2</p><p>(1.1)</p><p>Onde q1 e q2 são as cargas; r é a distância entre as cargas; e</p><p>k é o coeficiente de proporcionalidade que é numericamente</p><p>igual à força de interacção das cargas unitárias que se locali-</p><p>zam a uma distância igual à unidade de comprimento. O valor</p><p>de k para o vácuo (vazio) torna-se:</p><p>k</p><p>N m</p><p>C0</p><p>9</p><p>2</p><p>2</p><p>9 10= .</p><p>.</p><p>167</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>A constante de proporcionalidade, k, é designada constante</p><p>de Coulomb ou constante electrostática e o seu valor</p><p>depende do meio onde se dá a interacção; não é uma cons-</p><p>tante universal como acontece com a constante de gravitação</p><p>G (constante de gravitação universal).</p><p>Por exemplo, verifica-se experimentalmente que duas cargas</p><p>pontuais de 1C, colocadas à distância de 1m, dentro de água</p><p>(pura), se repelem com uma força eléctrica de intensidade X</p><p>vezes inferior àquela com que as mesmas cargas se repelem</p><p>no vácuo. Portanto, a constante de Coulomb para a água é 80</p><p>vezes menor do que a constante de Coulomb para o vácuo, k0.</p><p>Cada meio é, então, caracterizado pela sua permitividade, ε,</p><p>sendo:</p><p>k =</p><p>1</p><p>4πε</p><p>A permitividade eléctrica do meio, ε, traduz a interferência</p><p>do meio nas interacções electrostáticas e é constante para cada</p><p>meio. Quanto maior é a permitividade eléctrica de um meio,</p><p>menor o valor de k e, consequentemente, menor é a intensi-</p><p>dade da força eléctrica entre as duas cargas eléctricas.</p><p>No vácuo, a permitividade eléctrica, ε0, é mínima, sendo o</p><p>seu valor:</p><p>ε</p><p>0</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>8 854188 10= . .</p><p>–</p><p>–</p><p>C</p><p>N m</p><p>A permitividade eléctrica do ar (PTN) é praticamente igual ao</p><p>vácuo, embora ligeiramente superior.</p><p>εr = 1,0005 ε0</p><p>É habitual comparar-se a permitividade eléctrica de um</p><p>meio,ε, com a permitividade eléctrica do vácuo, ε0, através da</p><p>permitividade relativa, εr, que se define pelo quociente:</p><p>ε ε</p><p>εr</p><p>=</p><p>0</p><p>168</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>1.3. Campo Electrostático</p><p>O campo electrostático é o meio material que permite a inte-</p><p>racção electrostática. É representado por E e é uma grandeza</p><p>vectorial cuja direcção e sentido é a da força.</p><p>Por definição E F</p><p>q</p><p>=</p><p>0</p><p>(1.2)</p><p>Onde F é a força electrostática,</p><p>qo é a carga de prova</p><p>No SI a unidade do campo electrostático é o N/C</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Calcule a intensi-</p><p>dade de força coulom-</p><p>biana entre duas cargas</p><p>eléctricas iguais a 1C,</p><p>situadas no vácuo e a</p><p>1m de distância. A cons-</p><p>tante electrostática é</p><p>k0 = 9.109 N.m2/C2?</p><p>Dados</p><p>q1 = q2 = IC</p><p>r = 1m</p><p>k</p><p>N m</p><p>C</p><p>= 9 109</p><p>2</p><p>2</p><p>.</p><p>.</p><p>P2 – Um corpo inicial-</p><p>mente neutro é electri-</p><p>zado com carga Q = 32 µC.</p><p>Qual o número de elec-</p><p>trões retirados do corpo?</p><p>Dados</p><p>Q = 32mC</p><p>m = ?</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>Pela lei de Coulomb</p><p>F k</p><p>q q</p><p>r</p><p>F</p><p>F N</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>1 2</p><p>2</p><p>9</p><p>2</p><p>9</p><p>9 10</p><p>1 1</p><p>1</p><p>9 10</p><p>.</p><p>.</p><p>Q n e</p><p>n</p><p>Q</p><p>e</p><p>n</p><p>n</p><p>=</p><p>= → =</p><p>=</p><p>.</p><p>.</p><p>,</p><p>.</p><p>–</p><p>–</p><p>32 10</p><p>1 610</p><p>2 10</p><p>6</p><p>19</p><p>14</p><p>169</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>Linhas de Força</p><p>O conceito de linhas de força tem como finalidade representar</p><p>o cmpo electrostático através de diagramas.</p><p>As linhas de forças são traçadas de tal modo que, em cada</p><p>ponto, o vector</p><p></p><p>E seja tangente a elas, é possível determinar a</p><p>direcção e o sentido do campo num ponto, quando se conhe-</p><p>cem as linhas de força que passam por este ponto.</p><p>As linhas de força são traçadas mais próximas uma das outras</p><p>nas regiões onde o campo eléctrico é mais intenso, e obser-</p><p>vando a operação entre estas linhas, é possível obter infor-</p><p>mações sobre o módulo do vector campo electrostático. Em</p><p>cada ponto do espaço onde existe carga tem um vector</p><p></p><p>E , cujo</p><p>módulo diminui à medida que nos afastamos da carga.</p><p>As linhas de força dos campos que acabamos de estudar</p><p>apresentam uma configuração própria e simples. Outras</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Num ponto M do espaço é colocada uma carga q = 2.10 –6 C</p><p>e fica sujeita a uma força</p><p>eléctrica F = 10 N, para o norte. Neste</p><p>caso, calcule a intensidade e o sentido do campo eléctrico.</p><p>P2 – Sobre uma carga de 4 C, localizada em um ponto P, actua</p><p>uma força de 8 N. Se trocarmos a carga de 4 C por uma outra de</p><p>5 C, qual será a intensidade da força sobre essa carga quando no</p><p>ponto P?</p><p>P3 – Um partícula cuja carga eléctrica é q = 3.10–8 C, posta no</p><p>ponto P que se encontra a 3 m de uma carga Q, no vácuo, sofre</p><p>a acção de uma força de módulo F = 1,5.10–2 N.</p><p>a) Qual será o módulo do campo eléctrico em P?</p><p>b) Admitindo-se que esse campo eléctrico se deve exclusiva-</p><p>mente a Q, qual o valor de Q?</p><p>R: E = 5.106 N/C,</p><p>para o norte</p><p>b) R: Q = 5.10–4C ou</p><p>Q = - 5.10–4C</p><p>a) R: E = 5.105 N/C</p><p>R: F = 10 N</p><p>170</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>distribuições de cargas criam campos cujas linhas de força</p><p>podem representar formas como as representadas nas figuras</p><p>1.2 (a) e (b).</p><p>Fig. 1.2 – Linhas de força do campo eléctrico</p><p>Fig. 1.3 – Configurações das linhas de força do campo eléctrico</p><p>Fig. 1.4 – Linhas de força do campo</p><p>eléctrico</p><p>(a)</p><p>E3</p><p>E2</p><p>E1</p><p>(b)</p><p>l i n h a s d e f o r ç a</p><p>Consideremos o caso de linhas de forças do campo uni-</p><p>forme duas placas, paralelas, separadas por uma distância</p><p>pequena em relação às dimensões de placas.</p><p>Se colocarmos uma carga de prova positiva Q2, num ponto P1</p><p>situado entre as placas, esta carga ficará sujeita à acção de</p><p>uma força</p><p></p><p>F , devido ao campo eléctrico criado pelas placas no</p><p>espaço entre elas. Deslocando-se a carga Q2 para outro ponto</p><p>qualquer entre as placas verifica-se que irá actuar sobre Q2</p><p>uma força</p><p></p><p>F do mesmo módulo, mesma direcção e mesmo</p><p>sentido que aquela que actuava quando Q2 se encontrava em</p><p>171</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>Fig. 1.5 – Campo eléctrico uniforme</p><p>Fig. 1.6 – Campo eléctrico criado</p><p>por uma carga pontual</p><p>P1. Concluímos que o campo eléctrico existente entre as placas</p><p>tem, em qualquer ponto, o mesmo módulo, a mesma direcção e</p><p>o mesmo sentido. Um campo como este é denominado uniforme.</p><p>Campo Eléctrico Criado por Carga Pontual</p><p>Consideremos uma carga pontual Q1, no ar, e um ponto situado</p><p>a uma distância R desta carga, fig. 1.6.</p><p>Se colocarmos uma carga de prova Q2 neste ponto P, ela fica</p><p>sujeita a uma força eléctrica</p><p></p><p>F, cujo módulo poderá ser calculado</p><p>pela lei de Coulomb, isto é, F k</p><p>Q Q</p><p>r</p><p>=</p><p>0</p><p>1 2</p><p>2</p><p>sendo</p><p>E</p><p>F</p><p>Q</p><p>=</p><p>2</p><p>,</p><p>obtém-se</p><p>E k</p><p>Q</p><p>r</p><p>=</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>(1.3)</p><p>Portanto, esta expressão permite-nos calcular a intensidade</p><p>do campo num certo ponto, quando conhecemos o valor da</p><p>carga pontual que criou este campo e a distância do ponto</p><p>para esta carga.</p><p>Analisando as expressões do campo de uma carga pontual,</p><p>podemos tirar as seguintes conclusões:</p><p>• A carga não aparece nessa expressão porque a inten-</p><p>sidade de campo eléctrico num ponto não depende da</p><p>carga de prova.</p><p>• A intensidade E, num dado ponto, é directamente propor-</p><p>cional à carga que cria o campo. Vide o, gráfico da fig.1.7.</p><p>Quer dizer que fazendo variar o valor de Q1, a intensidade do</p><p>campo no ponto P, referido na fig.1.7, variará de tal modo que</p><p>o gráfico E×Q terá o aspecto apresentado na fig.1.8;</p><p>• A expressão do campo eléctrico mostra-nos também,</p><p>que o campo eléctrico de uma carga pontual Q1,o seu</p><p>valor torna-se tanto menor quanto maior for a distância</p><p>r, entre o ponto e a carga Q1; poisE</p><p>r</p><p>~</p><p>1</p><p>2</p><p>E</p><p>E k</p><p>Q</p><p>r</p><p>=</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>Q1</p><p>r P</p><p>E+</p><p>Fig. 1.7 – Dependência da carga e</p><p>campo eléctrico</p><p>E</p><p>QE~</p><p>Qa</p><p>172</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>A intensidade do campo é inversamente proporcional</p><p>ao quadrado da distância r. Daí resulta o gráfico, fig. 1.8.</p><p>1.4. Trabalho do Campo Eléctrico</p><p>Quando um campo eléctrico realiza um trabalho WAB sobre</p><p>uma carga de prova positiva Q, que se desloca de um ponto</p><p>A para um ponto B, a diferença de potencial VAB entre estes</p><p>pontos é obtida dividindo-se o trabalho realizado pelo valor</p><p>da carga que foi deslocada, isto é:</p><p>V</p><p>W</p><p>AB</p><p>AB</p><p>Q</p><p>= (1.4)</p><p>WAB = F.d ou WAB = QEd (1.5)</p><p>A d.d.p. entre as placas comportar-se-á, conforme a fig. 1.9,</p><p>isto é:</p><p>V</p><p>W</p><p>Q</p><p>QEd</p><p>Q</p><p>V Ed</p><p>AB</p><p>AB</p><p>AB</p><p>= =</p><p>=</p><p>(1.6)</p><p>A d.d.p. acima calculada, é de grande utilidade porque permite-</p><p>-nos também calcular o valor do campo eléctrico, assim:</p><p>E</p><p>V</p><p>d</p><p>=</p><p>�</p><p>Quando a força eléctrica, não é constante, o cálculo do traba-</p><p>lho só pode ser feito usando-se métodos matemáticos. Assim:</p><p>V k</p><p>Q</p><p>r</p><p>= 0</p><p>(1.7)</p><p>Valor de potencial obtido de uma referência dum ponto afas-</p><p>tado da carga Q ou valor de potencial em relação a um ponto</p><p>no infinito.</p><p>Fig. 1.9 – Campo eléctrico uniforme</p><p>no interior de duas placas</p><p>Fig. 1.8 – Dependência campo eléc-</p><p>trico distância</p><p>E</p><p>r</p><p>E~</p><p>1</p><p>r</p><p>b</p><p>-</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-+</p><p>E</p><p>d</p><p>A</p><p>+ Q</p><p>B</p><p>-+</p><p>173</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>P1 – Suponha que, na</p><p>figura abaixo, uma carga</p><p>positiva Q = 2.10–7C se</p><p>desloca de A para B e que</p><p>o trabalho realizado pela</p><p>força eléctrica, sobre ela,</p><p>fosse WAB = 5.10–3J.</p><p>a) Qual é a diferença de</p><p>potencial VAB entre A</p><p>e B?</p><p>b) Se uma carga positiva</p><p>Q = 9.10–6C for aban-</p><p>donada no ponto A</p><p>da mesma figura, qual</p><p>será o trabalho que a</p><p>força eléctrica reali-</p><p>zará sobre essa carga</p><p>ao deslocá-la de A</p><p>para B?</p><p>Dados</p><p>WAB = 5.10–3J</p><p>Q = 2.10–7C</p><p>a) VAB = ?</p><p>b) WAB = ?</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>-</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-</p><p>-+</p><p>E</p><p>d</p><p>A</p><p>+ Q</p><p>B</p><p>a)</p><p>b)</p><p>A d.d.p. entre A e B é dada por</p><p>V</p><p>W</p><p>AB</p><p>AB</p><p>Q</p><p>J</p><p>C</p><p>= =</p><p>−</p><p>−</p><p>5 10</p><p>2 10</p><p>3</p><p>7</p><p>.</p><p>.</p><p>Da expressão</p><p>V</p><p>W</p><p>Q</p><p>W QV</p><p>AB</p><p>AB</p><p>AB AB</p><p>=</p><p>= .</p><p>Como a d.d.p. já foi determinada, temos</p><p>W C</p><p>J</p><p>C</p><p>W J</p><p>AB</p><p>AB</p><p>=</p><p>=</p><p>6 10 2 5 10</p><p>15 10</p><p>6 4</p><p>2</p><p>. , .</p><p>.</p><p>–</p><p>174</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>P1 – Uma carga pontual Q estabelece, no ponto A, o campo</p><p>eléctrico</p><p></p><p>E , como mostra a figura.</p><p>a) Sendo d a distância entre A e B, a voltagem entre esses</p><p>pontos poderia ser calculada por VAB = Ed? Explique?</p><p>b) A expressão V</p><p>W</p><p>QAB</p><p>AB=</p><p>poderia ser usada para calcular</p><p>essa diferença de potencial?</p><p>P2 – a) Calcule, em V/mm, a inclinação do gráfico obtido no</p><p>exercício anterior.</p><p>b) Expresse, em V/mm e em N/C, a intensidade do campo</p><p>entre as placas.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>ResoluçãoP1 – Suponha que na</p><p>figura abaixo o valor</p><p>da carga Q1 seja 2μC.</p><p>Suponha, ainda, que as</p><p>distâncias da carga Q1</p><p>aos pontos A e B sejam</p><p>rA = 20 cm e rB = 60 cm.</p><p>Calcular a d.d.p. (VAB).</p><p>Dados</p><p>Q1 = 2mC = 2.10–6C</p><p>rA = 20cm = 2.10–1m</p><p>rB = 60cm = 6.10–1m</p><p>Q</p><p>A q</p><p>B</p><p>F</p><p>V</p><p>r</p><p>V</p><p>V V</p><p>V</p><p>A</p><p>A</p><p>A</p><p>A</p><p>B</p><p>k</p><p>Q</p><p>k</p><p>= → =</p><p>=</p><p>=</p><p>1</p><p>1</p><p>9 10</p><p>2 10</p><p>2 10</p><p>9</p><p>6</p><p>1</p><p>4</p><p>9 10</p><p>.</p><p>.</p><p>.</p><p>–</p><p>–</p><p>.</p><p>QQ</p><p>r</p><p>V</p><p>V V</p><p>B</p><p>B</p><p>B</p><p>→ =</p><p>=</p><p>9 10</p><p>2 10</p><p>6 10</p><p>9</p><p>6</p><p>1</p><p>4</p><p>3 10</p><p>.</p><p>.</p><p>.</p><p>–</p><p>–</p><p>.</p><p>A d.d.p. entre A e B será:</p><p>V V V</p><p>V V V</p><p>V V</p><p>AB A B</p><p>AB</p><p>AB</p><p>= −</p><p>=</p><p>=</p><p>9 10 3 10</p><p>6 10</p><p>4 4</p><p>4</p><p>. – .</p><p>.</p><p>Exercícios propostos</p><p>BAQ E</p><p>d</p><p>175</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>1.5. Potencial Eléctrico</p><p>Conhecemos já uma grandeza que por depender unicamente</p><p>da localização do ponto (grandeza posicional) caracteriza</p><p>o campo electrostático – o vector campo eléctrico. Este se</p><p>associa a cada ponto uma grandeza vectorial à força por uni-</p><p>dade de carga colocada no ponto. De modo idêntico iremos</p><p>associar a cada ponto do campo uma grandeza escalar que só</p><p>depende da posição da carga.</p><p>A energia potencial de um sistema campo – carga não pode</p><p>caracterizar esta grandeza escalar, uma vez que depende da</p><p>carga colocada no ponto. No entanto, se considerarmos a ener-</p><p>gia potencial por unidade de carga, obteremos uma grandeza</p><p>posicional escalar, que já permite caracterizar o campo nesse</p><p>ponto. A essa grandeza chamaremos potencial eléctrico.</p><p>Esta grandeza designa-se por V e poderemos escrever:</p><p>V</p><p>E</p><p>Q</p><p>p= (1.8)</p><p>sendo Ep a energia potencial eléctrica.</p><p>Unidade SI de V</p><p>V</p><p>E</p><p>P</p><p>J</p><p>C</p><p>volt</p><p>p</p><p>= = =</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>[ ]</p><p>[ ]</p><p>[ ]</p><p>Desta expressão resulta a unidade S.I. do potencial eléctrico –</p><p>volt (joule por Coulomb).</p><p>Como a energia potencial eléctrica é:</p><p>E k</p><p>Q Q</p><p>rp</p><p>= 1 2 (1.9)</p><p>e o potencial eléctrico num ponto à distância r da carga fonte</p><p>de campo Q1 será:</p><p>V</p><p>k</p><p>Q Q</p><p>r</p><p>Q</p><p>=</p><p>1 2</p><p>2</p><p>176</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>logo:</p><p>V k</p><p>Q</p><p>r</p><p>= 1 (1-10)</p><p>Sendo o trabalho realizado pelas forças do campo ao deslocar</p><p>a carga Q2 entre dois pontos igual à variação de energia poten-</p><p>cial dos sistema temos W A→B = ΔEp</p><p>logo W A→B = EpA– EpB (1-11)</p><p>A Assim dividindo esta expressão por Q (carga criadora de</p><p>campo) obtemos o trabalho realizado por unidade de carga</p><p>W</p><p>Q</p><p>E</p><p>Q</p><p>E</p><p>Q</p><p>A B pA pB→ = −</p><p>logo</p><p>W</p><p>Q</p><p>V V VA B</p><p>A B</p><p>→ = − = �</p><p>em que VA – VB = ΔV é a diferença de potencial eléctrico entre</p><p>os pontos A e B.</p><p>Utilizando estas expressões podemos definir diferença de</p><p>potencial entre dois pontos e potencial num ponto.</p><p>A diferença de potencial eléctrico entre dois</p><p>pontos do campo é o trabalho realizado pelas</p><p>forças do campo no transporte da carga unitária</p><p>de um ponto para o outro.</p><p>177</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Qual o trabalho necessário para levar uma carga de</p><p>500.10–12 C de um ponto situado a 20 m de uma carga de 1.000 µC</p><p>a um ponto a 2m dela?</p><p>Considere as cargas no vácuo (kO = 9.109 N.m2 / C2).</p><p>P2 – Determine o trabalho das forças de campo eléctrico de uma</p><p>carga puntiforme Q = 5µC para transportar outra carga punti-</p><p>forme q = 2.10–2 µC de um ponto A a outro ponto B, distantes 1 m</p><p>e 2 m da carga Q, respectivamente. (Dado kO = 9.109 N.m2 / C2).</p><p>P3 – Uma objecto de pequenas dimensões, com uma carga</p><p>eléctrica Q, cria um potencial igual a 1000 V, nume ponto A, a</p><p>uma distância de 0,1 m. Determine o valor.</p><p>a) Do campo eléctrico no ponto A.</p><p>b) Do potencial e do campo eléctrico em um ponto B, que</p><p>dista 0,2 m do objecto.</p><p>b) R: V = 500 V;</p><p>E = 2,5.103N/C</p><p>a) R: E = 104N/C</p><p>R: W = –2.10–3J</p><p>R: W = 4,5.10–4J</p><p>1.6. Capacidade eléctrica</p><p>Consideremos dois condutores, inicialmente neutros, quando</p><p>são carregados, um deles adquire a carga +|q| e o outro –|q|.</p><p>Entre os condutores surge um campo eléctrico e cria-se</p><p>uma diferença de potencial (tensão). A medida que a tensão</p><p>aumenta, o campo eléctrico entre os condutores intensifica-se.</p><p>A grandeza física que caracteriza a capacidade de dois condu-</p><p>tores acumular carga eléctrica, denomina-se Capacidade eléc-</p><p>trica (c), e é medida pelo quociente da carga (q) de um dos</p><p>condutores pela diferença de potencial (U) entre os condutores</p><p>C</p><p>q</p><p>U</p><p>= (1.12)</p><p>178</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de capa-</p><p>cidade eléctrica é o farad (F). O farad é uma unidade de medida</p><p>considerada muito grande para circuitos práticos, por isso, são</p><p>utilizados valores de capacidade expressos em microfarads</p><p>(μF), nanofarads (nF) ou picofarads (pF).</p><p>1.6.1. Condensadores (Capacitores)</p><p>Capacitor, (condensador), é um componente que armazena</p><p>energia num campo eléctrico, acumulando um desequilíbrio</p><p>interno de carga eléctrica.</p><p>Os formatos típicos consistem em dois eléctrodos ou placas que</p><p>armazenam cargas opostas. Estas duas placas são condutoras</p><p>e são separadas por um isolante ou por um dieléctrico. A carga</p><p>é armazenada na superfície das placas, no limite com o dieléc-</p><p>trico. Devido ao facto de cada placa armazenar cargas iguais,</p><p>porém opostas, a carga total no dispositivo é sempre zero.</p><p>Quando uma diferença de potencial U = E.d é aplicada às pla-</p><p>cas do condensador simples, surge um campo eléctrico entre</p><p>elas. Este campo eléctrico é produzido pela acumulação de</p><p>uma carga nas placas.</p><p>Segundo a forma das superfícies condutoras, os condensado-</p><p>res podem ser de placas paralelas, condensadores cilíndricos</p><p>ou condensadores esféricos.</p><p>1.6.2. Energia do condensador carregado</p><p>Para carregar um condensador, é necessário realizar traba-</p><p>lho na separação das cargas positivas das negativas. A energia</p><p>armazenada num condensador é igual ao trabalho feito para</p><p>carregá-lo, e é dada pela seguinte fórmula:</p><p>W</p><p>qU</p><p>=</p><p>2 (1.13)</p><p>Substituindo na fórmula (1.13) a carga ou a diferença de</p><p>potencial pela fórmula (1.12) da capacidade do condensador,</p><p>tem-se:</p><p>W</p><p>qU q</p><p>C</p><p>CU</p><p>= = =</p><p>2 2 2</p><p>2 2</p><p>(1.14)</p><p>179</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>1.6.3. Energia do condensador carregado</p><p>Num circuito de condensadores montados em paralelo todos</p><p>estão sujeitos à mesma diferença de potencial (tensão). Para</p><p>calcular a sua capacidade total:</p><p>C1 = C1+ C2+ ... + Cn (1.15)</p><p>A carga para os capacitores em série é a mesma, porém cada</p><p>capacitor terá uma queda de tensão (diferença de potencial</p><p>entre seus terminais) diferente. A soma das diferenças de</p><p>potencial (tensão) é igual a diferença de potencial total. Para</p><p>calcular a capacidade total:</p><p>1 1 1 1</p><p>1 2t nC C C C</p><p>= + + +...</p><p>(1.16)</p><p>Na associação mista de capacitores, tem-se capacitores asso-</p><p>ciados em série e em paralelo. Nesse caso, o capacitor equi-</p><p>valente deve ser obtido, resolvendo-se o circuito em partes,</p><p>conforme a sua configuração. Por isso, calcule, antes associa-</p><p>ção de capacitores em série para após efectuar o cálculo dos</p><p>capacitores em paralelo ou vice-versa.</p><p>Fig. 1.10 – Capacitores associados</p><p>em paralelo</p><p>Fig. 1.11 – Capacitores associados</p><p>em série</p><p>C1 C2 Cn</p><p>C1 C2 Cn</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um condensador</p><p>ligado aos terminais</p><p>de uma pilha de 1,5 V</p><p>adquire carga de 3 μC.</p><p>Determine a sua capa-</p><p>cidade.</p><p>Dados</p><p>U = 1,5V</p><p>q = 2 μC</p><p>c = ?</p><p>Resolução</p><p>c</p><p>q</p><p>U</p><p>c</p><p>C</p><p>V</p><p>c F</p><p>= → =</p><p>=</p><p>3</p><p>1 5</p><p>2</p><p>µ</p><p>µ</p><p>,</p><p>180</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>P2 – Um condensador,</p><p>ligado aos terminais de</p><p>uma bateria de 12 v,</p><p>armazena carga de 50</p><p>nC. Determine.</p><p>a) A capacidade do</p><p>condensador;</p><p>b) A energia armaze-</p><p>nada.</p><p>Dados</p><p>U = 12V</p><p>q = 50nC = 5.10–8C</p><p>a) C = ?</p><p>b) W = ?</p><p>P3 – Dois condensa-</p><p>dores C1 = 20μF e C2 =</p><p>60μF estão associados</p><p>em série. Aplicou-se</p><p>aos terminais da asso-</p><p>ciação uma ddp igual a</p><p>6 V. Determine.</p><p>a) A capacidade total;</p><p>b) A carga total;</p><p>c) A ddp em cada con-</p><p>densador.</p><p>Dados</p><p>C1 = 20mF</p><p>C2 = 60mF</p><p>U = 6V</p><p>a) Ct = ?</p><p>b) q1 = ?</p><p>c) U1 = ? U2 = ?</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>a)</p><p>c)</p><p>b)</p><p>b)</p><p>C</p><p>q</p><p>U</p><p>C</p><p>nC</p><p>V</p><p>c nF</p><p>= → =</p><p>=</p><p>50</p><p>12</p><p>4 2,</p><p>1 1 1 1 1</p><p>20</p><p>1</p><p>60</p><p>1 4</p><p>60</p><p>15</p><p>1 2</p><p>C C C C C</p><p>C F</p><p>t t t</p><p>t</p><p>= + → = + → =</p><p>= µ</p><p>U</p><p>q</p><p>C</p><p>U</p><p>C</p><p>F</p><p>U V</p><p>U</p><p>q</p><p>C</p><p>U</p><p>C</p><p>t</p><p>t</p><p>1</p><p>1</p><p>1 1</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>90</p><p>20</p><p>4 5</p><p>90</p><p>6</p><p>= → = → =</p><p>= → =</p><p>µ</p><p>µ</p><p>µ</p><p>,</p><p>00</p><p>1 5</p><p>2µF</p><p>U V→ = ,</p><p>q C U q F V q C</p><p>t t t t</p><p>= → = → =. .15 6 90µ µ</p><p>W</p><p>qU</p><p>W</p><p>C V</p><p>W J</p><p>= → =</p><p>=</p><p>2</p><p>5 10 12</p><p>2</p><p>3 10</p><p>8</p><p>7</p><p>. .</p><p>.</p><p>–</p><p>–</p><p>181</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1 – Interacção Electrostática</p><p>P4 – Dois condensa-</p><p>dores C1 = 20μF e C2 =</p><p>60μF estão associados</p><p>em paralelo. Aplicou-se</p><p>aos terminais da asso-</p><p>ciação uma ddp igual a</p><p>6 V. Determine.</p><p>a) A capacidade total;</p><p>b) A carga acumulada em</p><p>cada condensador;</p><p>c) A carga total.</p><p>Dados</p><p>C1 = 20mF</p><p>C2 = 60mF</p><p>U = 6V</p><p>a) C1 = ?</p><p>b) q1 = ? q2 = ?</p><p>c) qt = ?</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>c)</p><p>C C C C F F C F</p><p>t t t</p><p>= + → = + → =</p><p>1 2</p><p>20 60 80µ µ µ</p><p>q C U q F V q C</p><p>q C U q F</p><p>1 1 1 1</p><p>2 2 2</p><p>20 6 120</p><p>60</p><p>= → = → =</p><p>= → =</p><p>. .</p><p>. .</p><p>µ µ</p><p>µ 66 360</p><p>2</p><p>V q C→ = µ</p><p>q q q q C C q C</p><p>t t t</p><p>= + → = + → =</p><p>1 2</p><p>120 360 480µ µ µ</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um condensador ligado a uma bateria de 12V adquire</p><p>carga de 4 nC. Qual a carga acumulada pelo mesmo condensa-</p><p>dor quando ligado a uma bateria de 24V?</p><p>P2 – Dois condensadores C1 = 3μF e C2 = 6μF estão associados</p><p>em série. Aplicando-se uma</p><p>ddp aos seus terminais, o conden-</p><p>sador C1 acumula uma carga igual a 12 μC. Determine:</p><p>a) A carga acumulada por C2.</p><p>b) A ddp em cada condensador.</p><p>c) A capacidade total.</p><p>P3 – Dois condensadores C1 = 10000pF e C2 = 1500pF estão</p><p>associados em paralelo. Qual é a carga acumulada pelo segundo</p><p>condensador, sabendo que a carga do primeiro é igual a 6μC?</p><p>a) R: q2 = 12μC</p><p>b) R: U1 = 4V e U2 = 2V</p><p>c) R: Ct = 2μF</p><p>R: q = 8 nC</p><p>R: q2 = 3.10–7C</p><p>182</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Unidade 1i</p><p>corrente eléctrIca contínua</p><p>Fig. 2.1 – Linha de transportação de energia eléctrica</p><p>2.1. Corrente Eléctrica</p><p>A corrente eléctrica é o movimento ordenado de cargas eléc-</p><p>tricas.</p><p>Protões (p) e electrões (e) apresentam uma propriedade não</p><p>manifestada pelos neutrões, denominada carga eléctrica.</p><p>Convencionou-se que os protões apresentam carga eléctrica</p><p>positiva (+) e os electrões carga eléctrica negativa (–).</p><p>Quando em presença dos seguintes casos,</p><p>Fig. 2.2 – Principio de atracão e de repulsão</p><p>P P</p><p>E E</p><p>P E</p><p>Repulsão</p><p>Atracção</p><p>183</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>• Um átomo electricamente neutro apresenta um número</p><p>de protões igual ao número de electrões e não manifesta</p><p>propriedades eléctricas.</p><p>• Se o átomo perder um ou mais electrões de sua electros-</p><p>fera, o número de protões no núcleo passa a predominar,</p><p>o átomo passa a manifestar propriedades eléctricas, tor-</p><p>nando-se ião positivo.</p><p>• Se o átomo receber electrões na sua electrosfera, ele pas-</p><p>sará a manifestar comportamento eléctrico oposto ao</p><p>anterior, tornando num ião negativo.</p><p>A carga eléctrica do protão é igual em módulo à carga eléctrica</p><p>do electrão, constituindo a menor quantidade de carga encon-</p><p>trada na natureza. O seu valor é denominado carga eléctrica</p><p>elementar e representada por e, de valor experimentalmente</p><p>determinado:</p><p>e = 1,6.10–19C</p><p>2.1.1. Mecanismo da Condução</p><p>da Corrente Eléctrica</p><p>Chama-se condutor eléctrico a todo o meio que</p><p>permite a movimentação de cargas no seu inte-</p><p>rior. Se essa movimentação relativa não ocorrer, o</p><p>meio constituirá um isolador eléctrico.</p><p>Condutores eléctricos mais comuns:</p><p>a) Metais</p><p>Esses possuem grandes quantidades de electrões</p><p>livres, constituindo a denominada nuvem electró-</p><p>nica, com ligação fraca com o núcleo e com uma</p><p>certa liberdade que lhes confere condutibilidade.</p><p>Nos condutores metálicos</p><p>Tomemos para estudos dois condutores nas con-</p><p>dições que se apresentam nas fig.2.3 a) e 2.3 b). Fig. 2.3 a), b) – Linhas de força do campo eléctrico criado</p><p>VA< VB</p><p>A</p><p>A B</p><p>B</p><p>Condu-</p><p>tores</p><p>Campo eléctricio criado por dois condutores, A e B, quando isolados</p><p>a)</p><p>b)</p><p>A BC</p><p>G</p><p>VA< VB</p><p>184</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>A fig. 2.3a mostra o que se passa com as linhas de campo</p><p>quando se colocam dois condutores isolados, enquanto na</p><p>fig. 2.3 b) ocorre a deformação do campo eléctrico e quando</p><p>se ligam os dois condutores por um fio condutor C: as linhas</p><p>de campo eléctrico concentram-se quase todas no interior e à</p><p>superfície do fio.</p><p>O campo eléctrico torna-se particularmente intenso no fio</p><p>condutor, e praticamente inexistente fora desse fio.</p><p>Os electrões de condução passam a sofrer os efeitos da actua-</p><p>ção de forças eléctricas F, e são opostamente orientadas para o</p><p>sentido do campo eléctrico, pois:</p><p>F Q E eE</p><p>�� �� ��</p><p>= = −. (2.1)</p><p>onde Q= e = módulo da carga de electrão e E = campo eléctrico</p><p>Os electrões de condução são arrastados lentamente para o</p><p>sentido oposto ao do campo eléctrico</p><p></p><p>E .</p><p>Em síntese</p><p>• Num condutor metálico, a corrente eléctrica estacioná-</p><p>ria consiste no arrastamento lento de electrões no sen-</p><p>tido oposto ao do campo eléctrico estabelecido no con-</p><p>dutor, quer à superfície quer no interior do condutor,</p><p>com a velocidade da ordem de mm/s.</p><p>• Os electrões deslocam-se quer à superfície quer no inte-</p><p>rior dos fios condutores, onde o campo eléctrico não só</p><p>não é nulo como até é particularmente intenso. A velo-</p><p>cidade com que, na ligação do circuito, se estabelece e</p><p>propaga o campo eléctrico é da ordem de 200.000 km/s.</p><p>b) Electrolíticos</p><p>Nos condutores electrolíticos</p><p>Num condutor electrolítico há dois fluxos de carga eléctrica</p><p>de sentidos opostos; as cargas positivas, transportadas pelos</p><p>catiões, fluem no sentido do campo eléctrico; as cargas nega-</p><p>tivas, transportadas pelos aniões, fluem no sentido oposto ao</p><p>do campo eléctrico.</p><p>185</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Fig. 2.4 – Corrente nos electrólitos</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>++</p><p>+</p><p>+</p><p>+</p><p>+ -</p><p>- -</p><p>-</p><p>-</p><p>- --</p><p>-</p><p>CuSO4 (aquoso)</p><p>A (+)C (-)</p><p>G</p><p>A = ânodo</p><p>C = cátodo } Eléctrodos</p><p>O sulfato de cobre é um exemplo de condutor electrolítico de</p><p>uma substância química, cuja solução aquosa é boa condutora</p><p>da corrente eléctrica, a que se chama condutor electrolítico.</p><p>Os catiões e os aniões movem-se caótica e desordenadamente,</p><p>na ausência da corrente eléctrica. Quando se fecha o circuito e</p><p>passa corrente eléctrica, esses iões orientam-se. É assim que</p><p>surgem dois fluxos, conforme referido atrás..</p><p>c) Gasosos</p><p>Nos condutores gasosos</p><p>Nas descargas eléctricas através dos gases, os portadores de</p><p>carga são os iões positivos, resultantes da ionização ou do</p><p>arranque de um metal por emissão fotoelectrónica ou termoe-</p><p>lectrónica, quando ocorrem.</p><p>No entanto, o papel dos electrões é mais importante do que o</p><p>dos iões.</p><p>Considerando as forças eléctricas de igual intensidade a actuar</p><p>nuns e noutros, tem-se F m a F m a</p><p>e e e ião</p><p>= ⋅ = ⋅− − − ( )e</p><p>sendo m m</p><p>e ião−</p><p>〈〈 logo v v</p><p>e ião− 〈〈</p><p>186</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Significando assim a importância ou o factor decisivo no que</p><p>respeita a intensidade de corrente.</p><p>Quanto ao sentido de arrastamento de electrões cumpre-se</p><p>seguir o conceito:</p><p>• Ao sentido em que são arrastados os electrões chama-se</p><p>sentido real ou sentido electrónico da corrente (no caso</p><p>dos condutores electrolíticos e gasosos, embora os dois</p><p>sentidos sejam opostos na migração dos portadores de</p><p>carga).</p><p>• Ao sentido oposto ao sentido electrónico ou seja do</p><p>pólo positivo para o pólo negativo no circuito exterior</p><p>ao gerador chama-se sentido convencional (conforme</p><p>o físico francês Ampère e outros fundadores da teoria</p><p>electromagnética).</p><p>2.2. Resistência de um Condutor</p><p>Eléctrico (Resistividade)</p><p>A resistência de um condutor (metálico, electrolítico ou</p><p>gasoso) é uma grandeza macroscópica que traduz a oposição</p><p>deste condutor ao movimento dos portadores de carga.</p><p>Consideremos condutores feitos do mesmo material, mas que</p><p>diferem pelos comprimentos e pelas áreas das secções trans-</p><p>versais.</p><p>É possível estabelecer uma lei, segundo a qual a resistência</p><p>eléctrica R. de fios condutores de dado material é directa-</p><p>mente proporcional ao comprimento do fio e inversamente</p><p>proporcional à área A de secção transversal do fio:</p><p>R</p><p>A</p><p>= ρ</p><p> (2.3)</p><p>A constante de proporcionalidade ρ é denominada resistivi-</p><p>dade eléctrica do material de que é feito o fio.</p><p>A</p><p>M</p><p>G</p><p>I</p><p>I</p><p>II</p><p>I</p><p>I</p><p>R</p><p>S. C S. R</p><p>Fig. 2.5 – Sentidos real e convencio-</p><p>nal da corrente eléctrica</p><p>187</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>No Sistema Internacional de unidades (SI), a unidade de resis-</p><p>tividade é o ohm × metro (Ω . m), Assim, da equação anterior,</p><p>obtemos:</p><p>�</p><p>ρ[ ] =</p><p>R[ ] ⋅ A[ ]</p><p>[ ] = Ω</p><p>m2[ ]</p><p>m[ ] = Ω⋅m</p><p>Observemos que se tivermos um fio de comprimento = 1m</p><p>e secção transversal de área A = 1m2 a resistividade ρ será</p><p>numericamente igual à resistência eléctrica. Por isso, pode-</p><p>mos dizer que a resistividade mede numericamente a resis-</p><p>tência eléctrica por unidade de comprimento e por unidade de</p><p>área de secção transversal.</p><p>Outras unidades, não pertencentes ao SI, também costumam</p><p>ser</p><p>usadas. As mais comuns são:</p><p>�</p><p>(</p><p>Ω× mm2</p><p>m</p><p>), Ω× cm( )⎛</p><p>⎝ ⎜</p><p>⎞</p><p>⎠ ⎟</p><p>Quanto melhor condutor for o material do fio, tanto menor</p><p>será a sua resistividade. Por isso, os metais são, de um modo</p><p>geral, as substâncias com menores resistividades.</p><p>A resistividade de um material depende da temperatura,</p><p>aumentando quando se aquece o condutor, na maior parte</p><p>dos casos. Assim, quando a temperatura de um fio condu-</p><p>tor aumenta, geralmente sua resistência aumenta em vista</p><p>ao aumento da resistividade da substância que o constitui.</p><p>A variação da resistência por dilatação térmica do fio pode ser</p><p>desconsiderada.</p><p>Experimentalmente, é possível verificar que a resistividade</p><p>de um dado material varia com a temperatura obedecendo à</p><p>equação:</p><p>ρ = ρ0 (1 + a Δt θ) (2.4)</p><p>ρ = resistividade da substância final</p><p>ρ0 = resistividade inicial da substância</p><p>Δt = variação da temperatura</p><p>a = coeficiente de dilatação da substância</p><p>188</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Como os efeitos da dilatação não desprezáveis, a equação</p><p>anterior pode ser estendida para os valores da resistência de</p><p>um fio condutor desse material. Assim:</p><p>Realmente, sendo ρ ρ</p><p>0</p><p>0= =</p><p>R A RA</p><p> </p><p>e , vem</p><p>RA R A</p><p>t</p><p> </p><p>= +( )0</p><p>1 α θ�</p><p>logo R R t= +( )</p><p>0</p><p>1 α θ� (2.5)</p><p>R0 = Resistência do fio na temperatura inicial, t0</p><p>R = Resistência do fio na temperatura final, t</p><p>Para os metais puros, verifica-se que a resistividade aumenta</p><p>com o aumento da temperatura. Esses materiais apresentam</p><p>coeficiente de temperatura a positivo.</p><p>Há materiais, como grafite, em que a resistividade diminui</p><p>quando a temperatura aumenta, tendo pois coeficiente de</p><p>temperatura a negativo.</p><p>Fisicamente, explica-se o aumento da resistividade e da resis-</p><p>tência eléctrica dos metais com a temperatura pelo aumento da</p><p>agitação térmica dos átomos que constituem o metal, acarre-</p><p>tando um aumento no número de choques entre as cargas em</p><p>movimento e as outras partículas constituintes do fio condutor.</p><p>Na grafite, o aumento da agitação existe, mas é compensado ou</p><p>superado pelo aumento da quantidade de electrões - livres, o</p><p>que acarreta uma diminuição na resistividade e na resistência</p><p>eléctrica.</p><p>Em certas ligas metálicas, como a constantana, a manganina</p><p>e o nicromo, esses dois efeitos praticamente se equilibram e</p><p>como resultado a resistividade do material não varia com a</p><p>temperatura: seu coeficiente de temperatura é praticamente</p><p>nulo. Tais materiais, por possuírem tais característica, costu-</p><p>mam ser usados como padrões de resistência.</p><p>189</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Quadro 1 – Valores da resistividade e coeficiente de temperatura</p><p>de algumas substâncias a 20ºC</p><p>Material</p><p>Prata</p><p>Cobre</p><p>Alumínio</p><p>Ferro</p><p>Platina</p><p>Chumbo</p><p>Tungsténio</p><p>Mercúrio</p><p>Constantana</p><p>Manganina</p><p>Nicromo</p><p>Grafite</p><p>0,0159</p><p>0,0170</p><p>0,0270</p><p>0,0970</p><p>0,0980</p><p>0,02100</p><p>0,0550</p><p>0,9500</p><p>0,49</p><p>0,48</p><p>1,12</p><p>0,4 a 0,7</p><p>0,0040</p><p>0,0040</p><p>0,0036</p><p>0,0050</p><p>0,0039</p><p>0,0042</p><p>0,0048</p><p>0,0009</p><p>Menor que 10–5</p><p>Menor que 10–5</p><p>0,00017</p><p>-2.10–4 a –8.10–4</p><p>[ρ] = [Ω mm2] m [a] = [0C–1]</p><p>A tabela acima fornece, para algumas substâncias, valores da</p><p>resistividade a 20°C e o respectivo coeficiente de temperatura.</p><p>2.3. Lei de Ohm para Segmento</p><p>de um Circuito</p><p>Para resistência pura, a d.d.p., U e a intensidade da corrente i</p><p>são directamente proporcionais:</p><p>U = Ri</p><p>R é uma constante de proporcionalidade, e uma característica</p><p>do resistor denominada resistência eléctrica.</p><p>Unidade no SI de Resistência</p><p>�</p><p>R[ ] =</p><p>U[ ]</p><p>i[ ] =</p><p>1volt</p><p>1ampére</p><p>= 1ohm</p><p>1Ω =</p><p>1V</p><p>1A</p><p>(SI)</p><p>190</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>U</p><p>i</p><p>θ</p><p>Fig. 2.6 – Característica corrente –</p><p>tensão do resistor Óhmico</p><p>Todo resistor que obedece a lei de Ohm é denominado resistor</p><p>óhmico, apresentando as características ilustradas no gráfico</p><p>da fig. 2.6.</p><p>Nesse gráfico, a tangente do ângulo θ de inclinação da recta</p><p>mede numericamente a resistência eléctrica do condutor:</p><p>tg</p><p>Cateto oposto</p><p>Cateto adjacente</p><p>U</p><p>i</p><p>tg R</p><p>θ</p><p>θ</p><p>= =</p><p>=</p><p>Nas resistências óhmicas, alterando-se a d.d.p., modifica-se</p><p>a intensidade de corrente, mas a resistência eléctrica</p><p>R</p><p>U</p><p>i</p><p>=</p><p>permanece constante.</p><p>Resistências há em que, alterando-se a d.d.p., em suas extremi-</p><p>dades, altera-se a intensidade de corrente, mas as suas gran-</p><p>dezas não variam proporcionalmente. Tais resistências não</p><p>obedecem à lei de Ohm, sendo denominados resistências não-</p><p>óhmicas, tal como ilustra o gráfico da fig. 2.7.</p><p>Se chamarmos de resistência eléctrica dos resistores não-óhmi-</p><p>cos a razão entre a d.d.p., e a intensidade de corrente, observa-</p><p>remos que essa resistência eléctrica não se mantém constante,</p><p>isto é, seu valor depende da d.d.p. aplicada.</p><p>Assim</p><p>R</p><p>U</p><p>i</p><p>R</p><p>U</p><p>i</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>=</p><p>=</p><p>Com R1 ≠ R2</p><p>Fig. 2.7 – Característica da resistên-</p><p>cia não - Óhmica</p><p>U</p><p>U2</p><p>U1</p><p>i1 i2 i0</p><p>191</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – O cobre tem uma resistividade a 20°C de 1,7.10–8Ω.m. Cal-</p><p>cule a resistência de um fio de cobre de 1 m de comprimento e</p><p>0,2 cm2 de área de secção transversal nessa temperatura.</p><p>P2 – Aplicando uma ddp de 12 V em um resistor ôhmico, ele é</p><p>percorrido por uma corrente de 3 A. Determine a resistência do</p><p>resistor e a corrente quando a ele se aplicar uma ddp de 10V.</p><p>P3 – Um chuveiro possui uma resistência 10Ω. Qual será a</p><p>corrente, quando ligado a 220V?</p><p>R: 8,5.10–4Ω</p><p>R: R = 4Ω; i = 2,5A</p><p>R: i = 22A</p><p>P1 – Uma resistência</p><p>óhmica é percorrido</p><p>por uma corrente eléc-</p><p>trica de intensidade</p><p>5A, quando submetida</p><p>a uma d.d.p. de 100V.</p><p>Determine.</p><p>a) A resistência eléc-</p><p>trica da resistência;</p><p>b) A intensidade de cor-</p><p>rente que percorre a</p><p>resistência quando</p><p>é submetida a uma</p><p>d.d.p. de 250V.</p><p>Dados</p><p>i = 5A</p><p>U = 100V</p><p>a) U = ?</p><p>b) I = ? U = 250V</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>Pela lei de Ohm, U = R.i</p><p>R</p><p>U</p><p>i</p><p>R</p><p>V</p><p>A</p><p>= → =</p><p>100</p><p>5</p><p>R = 20Ω</p><p>b)</p><p>i</p><p>U</p><p>R</p><p>i</p><p>V</p><p>= → =</p><p>250</p><p>20Ω</p><p>i = 12,5A</p><p>192</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>2.4. Trabalho e Potência Eléctrica</p><p>Durante o deslocamento da carga q no interior do condutor</p><p>o campo eléctrico realiza um trabalho sobre a carga, que se</p><p>designa por trabalho da corrente eléctrica.</p><p>Se durante o intervalo de tempo ∆t a carga q atravessar a secção</p><p>do condutor, a força eléctrica que age em q será F = qE. Assim o</p><p>campo eléctrico realiza o trabalho W = Fs, sendo s o módulo do</p><p>deslocamento da referida carga.</p><p>Para F = qE, teremos W = qEs</p><p>Sendo a energia eléctrica U = Es , uma vez que a intensidade da</p><p>corrente I q</p><p>t</p><p>= , este trabalho é igual a W = IUt.</p><p>Assim o trabalho da corrente eléctrica num circuito é igual</p><p>ao produto da intensidade da corrente I pela tensão U e pelo</p><p>intervalo de tempo ∆t, durante o qual o trabalho foi realizado.</p><p>Se a tensão for expressa através da intensidade da corrente,</p><p>ou a intensidade da corrente através da tensão com base na</p><p>Fig. 2.8 – Gerador eléctrico</p><p>193</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>lei de Ohm para um sector do circuito, teremos três fórmulas</p><p>equivalentes para o trabalho da corrente:</p><p>W = IUt (2.6)</p><p>W = I2 Rt</p><p>W</p><p>U t</p><p>R</p><p>=</p><p>2</p><p>Cada fórmula é adaptada para cada de ligação de condutores</p><p>(série ou paralelo).</p><p>Qualquer aparelho eléctrico consome uma certa quantidade</p><p>de energia por unidade de tempo. Deste modo a par do traba-</p><p>lho da corrente, importa conhecer a potência correspondente</p><p>a cada aparelho eléctrico.</p><p>A potência da corrente é igual ao quociente do trabalho da cor-</p><p>rente realizado durante um determinado intervalo de tempo.</p><p>P</p><p>W</p><p>t</p><p>IU= =</p><p>Substituindo as fórmulas equivalentes do trabalho, obtemos:</p><p>P = IU (2.7)</p><p>P = I2 R</p><p>P</p><p>U</p><p>R</p><p>=</p><p>2</p><p>2.5. Energia Dissipada num Condutor:</p><p>Efeito Joule</p><p>Sempre que passa corrente</p><p>aleatoriamente colocados o vector resultante</p><p>obtém-se seguindo os seguintes passos:</p><p>Escolhe-se um ponto arbitrário no espaço ou plano.</p><p>• Faça coincidir a origem do vector com o ponto escolhido.</p><p>• Para o segundo vector, a sua origem deve coincidir com a extremidade do pri-</p><p>meiro vector.</p><p>• Finalmente a resultante deve ser traçada coincidindo sua origem com a origem</p><p>do primeiro e sua extremidade com a do segundo.</p><p>10</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Intensidade:</p><p>Direcção: mesma de</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 e</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Sentido: mesmo de</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 e</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Intensidade:</p><p>Direcção: mesma de</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 e</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Sentido: mesmo sentido do vector de maior</p><p>intensidad e</p><p>x x x= −</p><p>1 2</p><p>Em caso de vectores ortonormados, (formam um ângulo entre si), o módulo do vector</p><p>resultante, seu módulo obtém-se aplicando a lei dos cossenos ou pelo método do para-</p><p>lelogramo.</p><p>Se o ângulo for igual a 90° o termo 2abcosα se anula, e assim temos a regra de Pitágo-</p><p>ras.</p><p>• Quando dois vectores têm a mesma direcção e o mesmo sentido (α = 0), o vector</p><p>resultante será:</p><p>• Quando dois vectores tiverem a mesma direcção e os sentidos opostos (α = 180º),</p><p>o vector resultante será:</p><p>Soma de Dois Vectores</p><p>Dados os vectores</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 e</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 .</p><p>O vector soma de dois vectores pode ser obtido de duas maneiras.</p><p>1ª Transpõe-se paralelamente a si próprios ambos vectores de modo que as suas</p><p>origens coincidam; o vector resultante da soma será a diagonal do paralelogramo</p><p>que se obtém com base nos dois vectores iniciais (regra de paralelogramo).</p><p>11</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>B</p><p>A</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>O</p><p></p><p>x (vector soma)</p><p>2ª Os vectores são transpostos a si próprios, de modo que, a extremidade de um seja</p><p>a origem do outro; o vector resultante da soma dos dois, será o traçado entre a</p><p>origem do primeiro e a extremidade do segundo. (método do triangulo)</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>(vector soma)</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Fig. 2 – Soma de vectores – regra do paralelogramo</p><p>Fig. 3 – Soma de vectores – regra do triângulo</p><p>Analiticamente, o vector soma é dado por:</p><p>Intensidade (módulo)</p><p>x x x x x= + +</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 cosα</p><p>Esta expressão é obtida pela lei dos cossenos:</p><p>Para o triângulo OAC da figura 2, vale:</p><p>OC OA AC OA AC</p><p>2 2 2</p><p>2= + − . . .cosβ</p><p>12</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>OA x</p><p>AC OB x</p><p>OC x</p><p>=</p><p>= =</p><p>=</p><p>= °−</p><p>= −</p><p>1</p><p>2</p><p>180β α</p><p>β αcos cos</p><p>Mas:</p><p>OA x</p><p>AC OB x</p><p>OC x</p><p>=</p><p>= =</p><p>=</p><p>= °−</p><p>= −</p><p>1</p><p>2</p><p>180β α</p><p>β αcos cos</p><p>Substituindo-se na Lei de Cossenos, obtém-se a expressão da intensidade do vector</p><p>soma (resultante)</p><p>x x x x x= + +</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 cosα</p><p>Direcção: o vector resultante tem a direcção dada pela recta OC.</p><p>Sentido: o vector resultante tem o sentido de O para C.</p><p>Para o caso particular de dois vectores ortogonais entre si, basta aplicar o teorema de</p><p>Pitágoras:</p><p>Fig. 4 – Vectores ortogonais</p><p>x x x</p><p>x x x</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>= +</p><p>= +</p><p>x x x</p><p>x x x</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>= +</p><p>= +</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>13</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Determine o módulo de vector soma de dois vectores que formam entre si um ângulo</p><p>30º e cujos módulos são 7m e 4m.</p><p>Dado cos30° = 0,86</p><p>x1 = 7m</p><p>Dados x2 = 4m</p><p>⎧</p><p>⎨</p><p>⎩ α = 30°</p><p>Resolução</p><p>P2 – Determine a intensidade do vector soma de dois vectores perpendiculares entre si e</p><p>cujos módulos são 3m e 4m.</p><p>x1 = 3m</p><p>Dados x2 = 4m</p><p>⎧</p><p>⎨</p><p>⎩ α = 90°</p><p>Resolução</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p></p><p>x x</p><p>x</p><p>x</p><p>x x x x= + +</p><p>= + + °</p><p>=</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 2</p><p>2</p><p>4 2 7 4 30</p><p>4</p><p>7</p><p>.cos</p><p>. . .cos</p><p>α</p><p>99 16 56 0 86</p><p>113 16</p><p>10 6</p><p>+ +</p><p>=</p><p>=</p><p>. ,</p><p>,</p><p>,</p><p>x</p><p>x m</p><p>Cálculo do módulo de x</p><p>x</p><p>x</p><p>x</p><p>x x x x= + +</p><p>= + + °</p><p>= +</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 2</p><p>2</p><p>3 4 2 3 4 90</p><p>9</p><p>cos</p><p>. . .cos</p><p>α</p><p>116 24 0</p><p>9 16</p><p>25</p><p>5</p><p>+</p><p>= +</p><p>=</p><p>=</p><p>.</p><p>x</p><p>x</p><p>x m</p><p>Cálculo do módulo de x</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>14</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Diferença entre dois Vectores</p><p>Dados os vectores</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>e</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 .</p><p>O vector diferença é dado por</p><p> </p><p></p><p>x x x</p><p>x B A</p><p>= −</p><p>= −</p><p>2 1</p><p>0 0( ) ( )</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>O A</p><p>B</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>(vector diferença)</p><p>Fig. 5 – Diferença de vectores</p><p>Analiticamente, o vector diferença é dado pela lei dos cossenos para triângulo OAB:</p><p>Intensidade: x x x x x= + −</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 cosα</p><p>Direcção: da recta AB</p><p>Sentido: de A para B</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Qual o módulo do vector diferença entre dois vectores que formam um ângulo de 30º</p><p>entre si e cujos módulos são 3m e 8m?</p><p>x1 = 3m</p><p>Dados x2 = 8m</p><p>⎧</p><p>⎨</p><p>⎩ α = 30°</p><p>15</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Resolução</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>30°</p><p>P2 – Determine o módulo do vector </p><p>x x</p><p>1 2</p><p>−</p><p>dos vectores abaixo:</p><p>x1 = 5m</p><p>Dados x2 = 2m</p><p>⎧</p><p>⎨</p><p>⎩ cos 135° = –0,7</p><p>Resolução</p><p>x1 = 3m</p><p>Dados x2 = 8m</p><p>⎧</p><p>⎨</p><p>⎩ α = 135°</p><p>x x x</p><p>x</p><p>x</p><p>x x= + −</p><p>= + − °</p><p>= +</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 2</p><p>2</p><p>3 8 2 3 8 30</p><p>9</p><p>cos</p><p>. . .cos</p><p>α</p><p>664 6 8 0 8 73 38 4</p><p>34 6</p><p>5 8</p><p>− = −</p><p>=</p><p>≅</p><p>. . , ,</p><p>,</p><p>,</p><p>x</p><p>x</p><p>x m</p><p>Cálculo do módulo x</p><p>x x x x x</p><p>x</p><p>x</p><p>= + −</p><p>= + − °</p><p>=</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1 2</p><p>2 2</p><p>2</p><p>5 2 2 5 2 135</p><p>2</p><p>cos</p><p>. . .cos</p><p>α</p><p>55 4 20 0 7</p><p>29 14</p><p>43 6 5</p><p>+ − −</p><p>= +</p><p>= =</p><p>.( , )</p><p>,</p><p>x</p><p>x m</p><p>Cálculo do módulo de x</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>135°</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>135°</p><p>16</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Fig. 6 – Projecção de um vector sobre um eixo</p><p>Produto de um número por um vector</p><p>O produto de um número a por um vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>, resultará em um outro vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>, dado</p><p>por:</p><p>Intensidade:</p><p>x2 = a. x1</p><p>Direcção: a mesma de</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Sentido: se a > o → mesmo de</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>se a > o → contrário ao de</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – Dado o vector </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>conforme indica a figura, obter os vectores 2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>e –7</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>.</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>x = 1m</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>–7</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>|2</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>| = 2m |–7</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>| = 7m</p><p>Projecção de um vector sobre um plano</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>xx</p><p>O x</p><p>P</p><p>P1</p><p>17</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Dado o vector </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>conforme indica a figura, obter a intensidade da sua projecção no</p><p>eixo horizontal (x)</p><p>x = 4m</p><p>Resolução</p><p>Dados: x = 4m</p><p>Cos 60° = ½</p><p>P2 – Dados os vectores a ,</p><p></p><p>b e</p><p></p><p>c conforme indicam as figuras, obter as intensidades de suas projecções no eixo horizontal x</p><p>Seja um vector x e um eixo. A projecção de x sobre o eixo x é feita projectando ortogo-</p><p>nalmente as suas extremidades sobre o eixo considerado</p><p>A sua intensidade é dada pelo produto do seu módulo pelo cosseno do ângulo adjacente.</p><p>xx = x cos α</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>x60°</p><p>60°</p><p></p><p>x</p><p>x</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>x</p><p>x x m</p><p>x</p><p>= ° = =cos .60 4</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p></p><p>a</p><p>30° 45°</p><p></p><p>b </p><p>c</p><p>a = 2m c = 2mb m= 2</p><p>xxx</p><p>18</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Fig. 7 – Decomposição dum Vector sobre os eixos x e y</p><p>Resolução</p><p>30° 45°</p><p></p><p>a</p><p></p><p>a</p><p>x</p><p></p><p>b</p><p></p><p>bx</p><p></p><p>c</p><p>ax a</p><p>ax</p><p>ax m</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>.cos</p><p>.</p><p>30</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>3</p><p>bx b</p><p>bx</p><p>bx m</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>.cos</p><p>.</p><p>45</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>num circuito há desenvolvimento</p><p>de calor. Este calor é devido ao choque dos electrões livres con-</p><p>tra os átomos do condutor no seu movimento. Os átomos em</p><p>virtude disso entram em movimento, o qual gera calor. Deste</p><p>modo os electrões perdem uma parte da sua energia, a qual se</p><p>converteu em calor.</p><p>194</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>O fenómeno do desenvolvimento de calor num condutor pela</p><p>passagem da corrente eléctrica chama-se efeito joule.</p><p>Efeito Joule (lei de Joule) é uma lei física que expressa a rela-</p><p>ção entre o calor gerado e a corrente eléctrica que percorre um</p><p>condutor em determinado tempo. O nome é devido a James</p><p>Prescott Joule (1818-1889) que estudou o fenómeno em 1840.</p><p>Q = I2. R.t (2.8)</p><p>onde:</p><p>• Q é o calor gerado por uma corrente constante percor-</p><p>rendo uma determinada resistência eléctrica por deter-</p><p>minado tempo.</p><p>• I é a corrente eléctrica que percorre o condutor com</p><p>determinada resistência R.</p><p>• R é a resistência eléctrica do condutor.</p><p>• t é a duração ou espaço de tempo em que a corrente</p><p>eléctrica percorreu ao condutor.</p><p>Aplicações do efeito Joule – Há casos em que o efeito Joule</p><p>resulta em pura perda. É o que acontece no transporte de</p><p>energia eléctrica a longa distância, visto que neste caso o</p><p>desenvolvimento de calor nos cabos não é aproveitado. Mas</p><p>as aplicações práticas importantes do efeito Joule são várias</p><p>– lâmpadas eléctricas de incandescência, aparelhos de aqueci-</p><p>mento, ferros de engomar, ferros de soldar, etc.</p><p>2.6. Força Electromotriz</p><p>(f.e.m. e Resistência Interna)</p><p>O gerador eléctrico é um dispositivo que fornece energia as</p><p>cargas elementares para que essas se mantenham em circula-</p><p>ção. Quer dizer que o gerador eléctrico mantém a d.d.p. entre</p><p>os pontos do circuito, para que a corrente eléctrica circule.</p><p>Assim define-se:</p><p>Gerador eléctrico como o dispositivo que converte ener-</p><p>gia eléctrica noutras formas de energia.</p><p>195</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>O gerador pode ser ideal ou real:</p><p>Ideal: Quando não apresenta resistência eléctrica interna,</p><p>(r = 0); quer dizer que não há dissipação de ener-</p><p>gia no interior do circuito, transferindo-se integral-</p><p>mente toda a energia eléctrica gerada às cargas,</p><p>A B</p><p>R</p><p>ε</p><p>i</p><p>i</p><p>+ –</p><p>Fig. 2.9 – Gerador em série com uma resistência</p><p>Fig. 2.10 – Circuito gerador – resistor</p><p>A d.d.p. nos seus terminais (A e B) corresponde à</p><p>sua força electromotriz (f.e.m.).</p><p>Real: Quando, percorrido por corrente eléctrica, vai man-</p><p>tendo entre os seus terminais uma d.d.p. (U) menor</p><p>que essa força electromotriz (f.e.m.) ε, ocorrendo</p><p>assim uma queda (dissipação) de potencial (ri)</p><p>dentro do próprio gerador.</p><p>Nos terminais do gerador a d.d.p. corresponde a taxa de eleva-</p><p>ção de potencial que realmente ocorreu:</p><p>U = ε – ri (2.9)</p><p>Equação característica do gerador eléctrico.</p><p>Desta equação, conclui-se que a d.d.p., nos terminais do gera-</p><p>dor real só é igual à força electromotriz ε, quando é nula a</p><p>intensidade da corrente (i = 0). E isso só ocorre se o gerador</p><p>não estiver ligado a nenhum circuito, e é por isso, que essa</p><p>d.d.p. é chamada também tensão em aberto do gerador.</p><p>Circuito gerador-resistor. Lei de Pouillet</p><p>O cálculo da d.d.p., nos terminais do resistor é feito pela lei de</p><p>Ohm, e conforme figura ao lado, temos:</p><p>U = Ri</p><p>ε r</p><p>i</p><p>i</p><p>R</p><p>196</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>No entanto, nos pólos do gerador, a d.d.p. é dada por:</p><p>U = ε– ri</p><p>Igualando as duas equações resultantes, obtém-se:</p><p>Ri r i</p><p>Ri ri</p><p>i R r</p><p>i</p><p>R r</p><p>=</p><p>= +</p><p>= +( )</p><p>=</p><p>+</p><p>ε</p><p>ε</p><p>ε</p><p>ε</p><p>– .</p><p>(2.10)</p><p>Essa equação, que nos dá a intensidade de corrente que per-</p><p>corre um circuito simples do tipo gerador-resistor, e que tra-</p><p>duz matematicamente a Lei de Pouillet.</p><p>Contudo, no circuito externo, em vez de um único resistor, pode-</p><p>mos ter uma associação de resistores, representando, nesse caso,</p><p>R, a resistência eléctrica do resistor equivalente à associação.</p><p>P1 – Um gerador eléc-</p><p>trico possui f.e.m. 30 V</p><p>e resistência interna 2Ω.</p><p>Determine:</p><p>a) A tensão nos seus</p><p>terminais, quando</p><p>atravessado por uma</p><p>corrente eléctrica de</p><p>intensidade 5A;</p><p>b) A intensidade da cor-</p><p>rente eléctrica que é</p><p>atravessada quando</p><p>a tensão nos seus ter-</p><p>minais é de 12V.</p><p>Dados</p><p>ε = 30V</p><p>r = 2Ω</p><p>i = 5A</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>U ri U V= − → = −ε 30 2 5 20A U V→ =Ω.</p><p>U V</p><p>U ri</p><p>i</p><p>U</p><p>r</p><p>i</p><p>V V</p><p>i A</p><p>=</p><p>= −</p><p>=</p><p>−</p><p>→ =</p><p>−</p><p>=</p><p>12</p><p>30 12</p><p>2</p><p>9</p><p>ε</p><p>ε</p><p>Ω</p><p>197</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução P2 – A curva caracte-</p><p>rística de um gerador é</p><p>apresentada na figura</p><p>abaixo. Determine a</p><p>f.e.m., a resistência in-</p><p>terna e a intensidade</p><p>da corrente de curto-</p><p>-circuito do gerador.</p><p>P3 – No circuito esque-</p><p>matizado na figura abaixo</p><p>tem-se um resistor ligado</p><p>aos terminais de um gera-</p><p>dor. Determine:</p><p>a) A intensidade da cor-</p><p>rente que atravessa o</p><p>circuito;</p><p>b) A d.d.p. no resistor</p><p>U[V]</p><p>24</p><p>0 4</p><p>θ</p><p>i[A]</p><p>Do gráfico concluímos que ε = 24V</p><p>O coeficiente linear da recta é ICC = 4A</p><p>abcissa do ponto onde a recta intercepta o eixo dos i;</p><p>A resistência interna é unicamente igual à tangente do</p><p>ângulo, θ:</p><p>tg</p><p>Cateto oposto</p><p>Catetoadjacente</p><p>t</p><p>V</p><p>A</p><p>θ</p><p>θ</p><p>=</p><p>= =</p><p>24</p><p>4</p><p>6</p><p>r = 6,0Ω</p><p>i</p><p>ε = 25V</p><p>r = 2Ω</p><p>r = 3Ω</p><p>ii</p><p>i</p><p>Dados</p><p>ε = 25V</p><p>r = 2Ω</p><p>R = 3Ω</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>i</p><p>R r</p><p>i</p><p>V</p><p>=</p><p>+</p><p>→ =</p><p>+</p><p>ε 25</p><p>3 2Ω Ω</p><p>i = 5A</p><p>b)</p><p>U = R.i</p><p>U = 3Ω.5A</p><p>U = 15V</p><p>198</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>P1 – Determine a f.e.m. e a resistência interna do gerador</p><p>equivalente à seguinte associação.</p><p>P2 – Determine a f.e.m. e a resistência interna equivalente a</p><p>seguinte associação do gerador:</p><p>Exercícios propostos</p><p>3,0Ω 3,0Ω 3,0Ω</p><p>12V 12V 12V</p><p>A</p><p>B</p><p>A B6,0V 12V 12V1,0Ω 1,0Ω 2,0Ω</p><p>Potência de um gerador</p><p>Designando por potência de um gerador a energia a transfor-</p><p>mar, de uma forma não eléctrica, por unidade de tempo, rela-</p><p>cionando-a com a f.e.m., essa potência gasta é o que se chama,</p><p>vulgarmente, por potência de um gerador.</p><p>Considerando que a energia transformada em forma eléctrica,</p><p>por um gerador, é:</p><p>Ee = εg it</p><p>Vem</p><p>P</p><p>E</p><p>t</p><p>E it</p><p>t</p><p>E i</p><p>P i</p><p>g</p><p>e g</p><p>g</p><p>g g</p><p>= = =</p><p>= ε</p><p>(2.11)</p><p>A potência fornecida pelo gerador à linha ou potência útil.</p><p>199</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Tendo-se</p><p>E U it</p><p>P P</p><p>E</p><p>t</p><p>U it</p><p>t</p><p>P P U i</p><p>u g</p><p>linha u</p><p>U g</p><p>linha u g</p><p>=</p><p>= = =</p><p>= =</p><p>Unidade SI da P</p><p>�</p><p>P[ ] =</p><p>ΔW[ ]</p><p>Δt[ ] = ε[ ] i[ ]</p><p>P[ ] =</p><p>1J</p><p>1s</p><p>= 1V[ ] 1 A[ ] = 1Watt = 1W</p><p>Associação de geradores em série</p><p>Os geradores associados em série são percorridos pela mesma</p><p>corrente eléctrica Q = i.t → =i</p><p>Q</p><p>t</p><p>.</p><p>y</p><p>U1 U2</p><p>U</p><p>i</p><p>x 1 2 n</p><p>rn</p><p>r2r1</p><p>i ε ε ε</p><p>Fig. 2.11 – Geradores associados em série</p><p>Fig. 2.12 – Gerador equivalente da associação em série</p><p>O gerador equivalente é per-</p><p>corrido por corrente da mesma</p><p>intensidade que a associação e</p><p>mantém entre os seus pólos a</p><p>mesma d.d.p. que na associação,</p><p>fig. 42.1</p><p>rssε yx</p><p>U</p><p>200</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Nesse exemplo, o pólo positivo do primeiro e negativo do</p><p>último são os pólos da associação.</p><p>É propriedade fundamental da associação em série:</p><p>A intensidade de corrente é a mesma em todos os geradores.</p><p>Sendo n geradores de f.e.m. ε1, ε2... εn e resistência internas r1,</p><p>r2 ... rn associados em série, a d.d.p. nos geradores associados é:</p><p>U = U1 + U2... + Un</p><p>Com a equação característica para os valores da d.d.p.</p><p>εs– rs.i = (ε1– r1) + (ε2– r2) + ... + (εn– rn)</p><p>Gerador equivalente</p><p>εs– rs.i = (ε1– r1) + ... + (r1+ r2 + ... + rn).i</p><p>εs = ε1 + ε2 + ... + εn</p><p>Portanto, a associação em série de geradores produz um</p><p>aumento n a f.e.m. e na resistência interna.</p><p>No caso de n geradores iguais, com força</p><p>electromotriz ε e</p><p>resistência interna r, temos:</p><p>εs = nε</p><p>Rs = nr</p><p>Associação de geradores em paralelo</p><p>Neste tipo de associação, todos os pólos positivos dos gerado-</p><p>res são ligados entre si.</p><p>Os geradores associados em paralelo mantêm em conjunto</p><p>uma d.d.p.</p><p>i</p><p>n</p><p>i</p><p>n</p><p>i</p><p>n</p><p>i</p><p>n</p><p>r</p><p>r</p><p>r</p><p>yx</p><p>ε</p><p>ε</p><p>ε</p><p>Fig. 2.13 – Geradores associados em paralelo</p><p>201</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>O gerador equivalente, percorrido por corrente de intensidade</p><p>igual à da associação, mantém a mesma d.d.p., :</p><p>Fig. 2.14 – Gerador equivalente da associação em paralelo</p><p>εp rp yx</p><p>U</p><p>Sendo (i) a intensidade da corrente que atravessa a associação,</p><p>em cada um dos geradores a intensidade de corrente é</p><p>i</p><p>n</p><p>.</p><p>Os geradores associados mantêm, em conjunto, uma d.d.p.,</p><p>entre os terminais da associação.</p><p>Para o gerador equivalente vem:</p><p>U = εp – rpi</p><p>Para cada gerador associado vem:</p><p>U r</p><p>i</p><p>n</p><p>= −ε</p><p>Igualando as duas expressões, obtemos:</p><p>ε ε</p><p>p p</p><p>r i r</p><p>i</p><p>n</p><p>− = −</p><p>Fazendo a identidade entre os termos do primeiro e do segundo</p><p>membro, vem:</p><p>ε ε</p><p>p</p><p>p</p><p>r</p><p>r</p><p>n</p><p>=</p><p>=</p><p>Concluindo que a associação de geradores ligados em paralelo a</p><p>f.e.m. se mantém, havendo diminuição na resistência interna.</p><p>202</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>P1 – A f.e.m. de um dado</p><p>motor é 12V acoplado</p><p>a uma roda R. Sabendo</p><p>que a intensidade da cor-</p><p>rente eléctrica que o ali-</p><p>menta é 0,01A, que ener-</p><p>gia mecânica fornece à</p><p>roda R durante 10s de</p><p>funcionamento?</p><p>Dados</p><p>ε = 12V i = 0,01A</p><p>t = 10s</p><p>P2 – Ligando-se um</p><p>resistor a uma tensão de</p><p>110V, uma secção recta</p><p>é atravessada pela carga</p><p>de 2,7 C em 10s. Qual é a</p><p>intensidade da corrente</p><p>que atravessa esse resis-</p><p>tor quando se liga a uma</p><p>tensão de 40,7V?</p><p>Dados</p><p>U = 110V Q = 2,7C</p><p>t = 10s</p><p>P3 – Determine a força</p><p>electromotriz e a resis-</p><p>tência interna do gerador</p><p>equivalente à seguinte</p><p>associação de pilhas: 10</p><p>pilhas iguais, cada uma</p><p>de força electromotriz</p><p>ε = 1,5V e resistência r =</p><p>0,10Ω, ligadas em série.</p><p>Dados</p><p>n = 10 r = 0,1Ω</p><p>ε = 1,5V</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>ε ε εε</p><p>ε</p><p>ε ε</p><p>= → = =</p><p>= → =</p><p>E</p><p>Q</p><p>E Q i t</p><p>E V A s E Wa</p><p>. . .</p><p>. , . ,12 0 01 10 1 2 ttt</p><p>i</p><p>Q</p><p>t</p><p>i</p><p>C</p><p>s</p><p>i A</p><p>= → =</p><p>=</p><p>2 7</p><p>10</p><p>0 27</p><p>,</p><p>,</p><p>Se U V</p><p>R V</p><p>i</p><p>U</p><p>R</p><p>i</p><p>V</p><p>i A</p><p>=</p><p>=</p><p>= → = → =</p><p>40 7</p><p>407</p><p>40 7</p><p>407</p><p>0 1</p><p>,</p><p>,</p><p>,</p><p>Ω</p><p>εs = n.ε→ εs= 10.1,5V</p><p>εs = 15V</p><p>rs = n.r→ rs = 10.0,1Ω</p><p>rs = 1Ω</p><p>203</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>P4 – Determine a</p><p>força electromotriz e a</p><p>resistência interna do</p><p>gerador equivalente à</p><p>associação de 10 pilhas</p><p>iguais, cada uma de</p><p>força electromotriz ε</p><p>= 1,5V e resistência</p><p>interna r = 0,10Ω, liga-</p><p>das em paralelo.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>A força electromotriz εp do gerador equivalente à associa-</p><p>ção é dada por εp = ε</p><p>portanto εp = ε = 1,5V</p><p>A resistência interna rp do gerador equivalente à associa-</p><p>ção vale:</p><p>r</p><p>r</p><p>np</p><p>=</p><p>Sendo r = 0,10Ω, n = 10 logo;</p><p>r</p><p>p</p><p>=</p><p>0 10</p><p>10</p><p>,</p><p>Ω→rp = 0,01Ω</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Considere o circuito esquematizado na figura. Deter-</p><p>mine:</p><p>a) A intensidade de cor-</p><p>rente através do gera-</p><p>dor;</p><p>b) A leitura do amperíme-</p><p>tro A, suposto ideal.</p><p>P2 – Determine a força electromotriz e a resistência interna</p><p>do gerador equivalente à associação de 10 pilhas iguais, cada</p><p>uma de força electromotriz E = 1,5 V e resistência interna</p><p>r = 0,10Ω, ligadas em paralelo.</p><p>P3 – Para o circuito esquematizado, determine:</p><p>a) A intensidade de cor-</p><p>rente através dos gera-</p><p>dor;</p><p>b) A intensidade de cor-</p><p>rente através dos resi-</p><p>tores de 6,0 e 8,0 Ω .</p><p>2,0Ω</p><p>1,0Ω</p><p>6,0Ω</p><p>6,0Ω12Ω</p><p>12V</p><p>6,0V</p><p>A</p><p>1,5Ω</p><p>3,0Ω</p><p>3,0Ω 20V</p><p>20V</p><p>3,0Ω</p><p>6,0Ω 8,0Ω</p><p>204</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>2.8. Leis de Kirchhoff</p><p>Vimos que os circuitos eléctricos simples, com único percurso</p><p>para a corrente eléctrica, do tipo gerador - resistor ou gera-</p><p>dor – resistor – receptor é facilmente resolvido passando pela</p><p>aplicação da lei de Pouillet:</p><p>i</p><p>R r r</p><p>=</p><p>−</p><p>+ +</p><p>ε ε '</p><p>'</p><p>Porém se o circuito for mais complexo, incluindo vários per-</p><p>cursos fechados, a resolução torna-se mais complicada, sendo</p><p>útil, nesses casos, a aplicação de certas regras especiais conhe-</p><p>cidas como Leis de Kirchhoff.</p><p>Antes, porém, da sua abordagem teremos em conta algumas</p><p>convenções para a determinação da polaridade e d.d.p. dos</p><p>elementos de um circuito.</p><p>Polaridade e d.d.p. dos elementos de circuito</p><p>Gerador e receptor ideal</p><p>O gerador eléctrico é um dispositivo que fornece energia às</p><p>cargas eléctricas elementares para que essas se mantenham a</p><p>circular. Isto quer dizer que o gerador eléctrico mantém a d.d.p.</p><p>entre os pontos do circuito, para que a corrente eléctrica circule.</p><p>A energia eléctrica fornecida às cargas, o gerador obtém-na a</p><p>partir de outras formas de energia, enquanto o receptor e qual-</p><p>quer dispositivo eléctrico que, ao ser atravessado pela corrente</p><p>eléctrica, transforma a energia eléctrica noutra forma de ener-</p><p>gia, que não seja exclusivamente a térmica. É evidente que, em</p><p>qualquer receptor, há também a conversão de energia eléctrica</p><p>em energia térmica, por efeito Joule, razão pela qual dizemos</p><p>que o receptor tem resistência interna (r). No receptor ocorrem</p><p>duas quedas de potencial no sentido da corrente. Para indi-</p><p>car a ocorrência dessa queda, representamos o receptor com</p><p>dois pólos, um positivo, de maior potencial, e outro negativo,</p><p>de potencial mais baixo, circulando a corrente do pólo positivo</p><p>para o pólo negativo, figura 2.15.</p><p>+</p><p>A B</p><p>Fig. 2.15 – Gerador</p><p>205</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>A: pólo positivo → potencial menor.</p><p>B: pólo negativo → potencial eléctrico maior.</p><p>Assim</p><p>VB – VA = +ε</p><p>VA – VB = –ε</p><p>Havendo, por isso, de adoptar um sentido de percurso (α),</p><p>estabelecendo a seguinte regra:</p><p>A d.d.p. pode ser: +ε ou –ε, valendo o sinal da entrada no sen-</p><p>tido do percurso (α) adoptado.</p><p>+A</p><p>ε</p><p>a</p><p>B +</p><p>ε</p><p>a</p><p>B</p><p>a) b)</p><p>Fig. 2.16 – Geradores com respectivos sinais de entrada, a) positivo b) negativo</p><p>a) α entra pelo pólo positivo: VB – VA = +ε</p><p>b) α entra pelo pólo negativo: VA – VB = –ε</p><p>Resistores</p><p>Para os resistores, a polaridade é dada pelo sentido da corrente.</p><p>A corrente eléctrica tem o sentido do pólo positivo para o pólo</p><p>negativo.</p><p>A d.d.p. pode ser + Ri ou – Ri, valendo, também o sinal de entrada</p><p>no sentido do percurso (α) adoptado.</p><p>Fig. 2.17 – Resistor com respectivos</p><p>pólos</p><p>+</p><p>A B</p><p>R</p><p>i</p><p>206</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Fig. 2.18 – Resistores com respectivos sinais de entrada, a) positivo b) negativo</p><p>+</p><p>A B</p><p>R</p><p>i</p><p>a</p><p>+</p><p>A B</p><p>R</p><p>i</p><p>a</p><p>α entra pelo pólo positivo</p><p>V A – VB = + R.i</p><p>α entra pelo pólo negativo</p><p>V B – VA = – R.i</p><p>Cálculo da d.d.p. num trecho do circuito</p><p>Para o cálculo da d.d.p. entre os extremos deste trecho de cir-</p><p>cuito, devemos proceder da seguinte maneira:</p><p>• Marcar as polaridades de todos os elementos.</p><p>• Adoptar um sentido de percurso (α).</p><p>Adoptando de A para B, obtemos VA – VB e de B para A obtemos</p><p>VB – VA.</p><p>i</p><p>+ + +</p><p>A BRr1 ε1</p><p>a</p><p>ε2</p><p>Fig. 2.19 – Trecho de um circuito</p><p>A d.d.p. total entre os extremos do circuito é igual à soma algé-</p><p>brica das d.d.p. em todos elementos. Para cada d.d.p. vale o sinal</p><p>de entrada no sentido do circuito adoptado. Assim, conforme a</p><p>figura 2.15, temos;</p><p>V V r i R i r i</p><p>B A</p><p>− = − + + +</p><p>1 1 2 2</p><p>. . .ε ε</p><p>207</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>P1 – Para o trecho de circuito abaixo, calcule</p><p>a d.d.p entre os pontos A e B.</p><p>Dados</p><p>r1=2Ω, r2=1Ω, r3=1,5Ω, R=3Ω,</p><p>ε1=5V, ε2=10V, ε3=20V</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>Marcamos as polaridades em sentido de</p><p>percurso α (de A para B).</p><p>Temos</p><p>Logo:</p><p>Então:</p><p>VA – VB = 25V</p><p>A r1=2Ω r2=1Ω R=3Ω</p><p>I = 4A</p><p>ε1=5V ε2=10V ε3=20V</p><p>r3=1,5Ω B</p><p>A r1 r2 R</p><p>I</p><p>ε1 ε2 ε3r3 B</p><p>+ –</p><p>+ – + – + –</p><p>+ – + – + –</p><p>a</p><p>V V r i r i R i r i</p><p>A B</p><p>− = + + + + + −</p><p>1 1 2 2 3 3</p><p>. . . .ε ε ε</p><p>VB – VA = 2Ω.4A + 5V + 1Ω.4A + 10V + 3Ω.4A + 1,5Ω.4A – 20V</p><p>208</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P2 – Considere o trecho do circuito</p><p>representado a seguir e determine:</p><p>a) i3;</p><p>b) VA – VC ;</p><p>a) VD – VC</p><p>Dados</p><p>r1=2Ω, r2=3Ω, R=8Ω,</p><p>ε1=20V, ε2=10V, i1=5A, i2=2A,</p><p>A</p><p>r1=2Ω r2=3Ω</p><p>B</p><p>D</p><p>R=8Ωi1= 5A i2= 2Ai3</p><p>ε1=20V ε2=10V</p><p>C</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b) O percurso α adoptado tem sentido de A</p><p>para B e para C:</p><p>c) O percurso β tem o sentido de D para B e</p><p>para C.</p><p>i i i</p><p>i A A</p><p>i A</p><p>3 1 2</p><p>3</p><p>3</p><p>5 2</p><p>7</p><p>= +</p><p>= +</p><p>=</p><p>A</p><p>r1 r2</p><p>a</p><p>B</p><p>D</p><p>R=8Ωi1 i2</p><p>β</p><p>i3</p><p>ε1 ε2 C</p><p>+ – – +</p><p>– + + –</p><p>Logo:</p><p>VA – VC = r1. i1 – ε1 + ε2 – r2. i2</p><p>VA – VC = 2Ω.5A – 20V + 10V – 3Ω.2A</p><p>VA – VC = – 6V</p><p>Logo:</p><p>VD – VC = R. i3 + ε2 – R2. i2</p><p>VD – VC = 8Ω.7A + 10V – 3Ω.2A</p><p>VD – VC = – 52V</p><p>209</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – No trecho de circuito representado ao lado qual a d.d.p.</p><p>entre os pontos A e B?</p><p>P2 – No trecho de circuito ao lado esquematizado, calcule:</p><p>a) A d.d.p. entre os pontos A e B;</p><p>b) A intensidade de corrente i3.</p><p>c) A d.d.p. entre os pontos B e D.</p><p>5,0Ω</p><p>3,0Ω</p><p>3,0Ω</p><p>20V</p><p>B</p><p>10V</p><p>A</p><p>i = 2,0A</p><p>Primeira Lei de Kirchhoff ou Lei dos Nós</p><p>Num circuito eléctrico, chama-se nó ou nodo um ponto comum</p><p>a três ou mais condutores.</p><p>Lei dos nós ou nodos:</p><p>A soma algébrico das intensidades de corrente que ocorrem</p><p>num modo é nula, considerando-se positivas as que se aproxi-</p><p>mam e negativas as que se afastam do modo.</p><p>A</p><p>i2</p><p>i1 i3ε1</p><p>ε2</p><p>C</p><p>D</p><p>B</p><p>E</p><p>Fig. 2.20 – Circuito ramificado</p><p>210</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Existem dois nós (nodos): B e E</p><p>Nestes nós a corrente eléctrica se distribui assim: no nó B,</p><p>Sendo</p><p>i1 = i2+ i3</p><p>assim</p><p>i1 – (i2+ i3) = 0</p><p>i1 se aproxima e uma vez, que o valor algébrico de soma de i2</p><p>com i3 corresponda ao valor i2, i3 estes afastam-se.</p><p>Segunda Lei de Kirchhoff ou Lei das Malhas</p><p>Numa malha qualquer a soma algébrica das f.e.m. é igual à soma</p><p>algébrica das quedas de tensão nos vários ramos que consti-</p><p>tuem a malha.</p><p>Note bem:</p><p>Num circuito eléctrico chama-se ramo todo o trecho do circuito</p><p>que vai de nó a nó. Assim, analisando-se da figura anterior,</p><p>temos três ramos:</p><p>1. BE</p><p>2. BCDE</p><p>3. BAFE</p><p>A cada ramo corresponde uma intensidade de corrente eléc-</p><p>trica.</p><p>211</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>P1 – Utilizando a segunda lei de Kirchhoff,</p><p>determine a intensidade de corrente no</p><p>circuito esquematizado na figura abaixo. A</p><p>seguir calcule a d.d.p entre os pontos A e B.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>Resolução</p><p>Para aplicação da segunda lei de Kirchhoff</p><p>devemos: adoptar um sentido para a cor-</p><p>rente eléctrica; adoptar um sentido de per-</p><p>curso; e marcar as polaridades. Para o cir-</p><p>cuito em questão. Temos:</p><p>Afastando-se de A e percorrendo-se a malha (trajectória) no sentido horário, temos:</p><p>ε1 + r1 . i+ R1 i – ε3 + r3 . i + r2 i – ε2 = 0</p><p>i = 2,5A</p><p>Se i resultante for negativo significa que o sentido da corrente é contrário ao sentido adoptado.</p><p>Para o cálculo da d.d.p. entre os pontos A e B, vamos percorrer o trecho de circuito indicado</p><p>na figura a seguir:</p><p>r1=2Ω</p><p>r3=3Ω</p><p>r1=2Ω</p><p>R1=3Ω</p><p>ε1=25V</p><p>ε2=25V</p><p>ε3=30V</p><p>r1</p><p>r3</p><p>r2</p><p>R1</p><p>i</p><p>i</p><p>i</p><p>ε1</p><p>a</p><p>ε3</p><p>ε2</p><p>+ – + –</p><p>+</p><p>–</p><p>–</p><p>+</p><p>r1 + R1 + r3 + r2</p><p>i (r1 + R1 + r3 + r2 ) = ε2 + ε3 – ε1 → ε2 + ε3 – ε1</p><p>2Ω + 3Ω + 3Ω + 2Ω 10Ω</p><p>i = (20V + 30V) 25V = 25V</p><p>VA – VB = ε1 + r1. i + R1 i – ε3</p><p>VA – VB = + 25Ω + 2Ω.2,5A + 3Ω.2,5A – 30V</p><p>VA – VB = 7,5V</p><p>i = 2,5 A</p><p>R1</p><p>B</p><p>A</p><p>i</p><p>a</p><p>ε3</p><p>ε1 r1</p><p>+</p><p>–</p><p>–</p><p>+</p><p>+ – + –</p><p>212</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Utilizando a segunda lei de Kirchhoff para o circuito</p><p>gerador-receptor esquematizado, prove que:</p><p>i</p><p>E E</p><p>R r r</p><p>=</p><p>−</p><p>+ +</p><p>(Lei de Pouillet)</p><p>P2 – Utilizando a segunda Lei de Kirchhoff, determine a inten-</p><p>sidade de corrente no circuito. A seguir, calcule a d.d.p. entre</p><p>os pontos A e B.</p><p>P3 – No circuito da figura E1 = 24V, E2 = 12V e R = 6,0Ω. Deter-</p><p>mine as intensidades de corrente em todos os ramos do cir-</p><p>cuito.</p><p>i</p><p>i</p><p>i</p><p>E</p><p>R</p><p>r</p><p>E'</p><p>r'</p><p>i</p><p>3,0Ω</p><p>2,0Ω 2,0Ω</p><p>13V</p><p>8,0V</p><p>6,0V 7,0V</p><p>A</p><p>1,0Ω</p><p>1,0Ω</p><p>E1</p><p>E2</p><p>R</p><p>R</p><p>R</p><p>213</p><p>PARTE III – Electrostática e Corrente Eléctrica Contínua</p><p>UNIDADE 1I – Corrente Eléctrica Contínua</p><p>Exercícios propostos</p><p>P4 – Para o circuito da figura em baixo determine as intensi-</p><p>dade de corrente em todos os ramos.</p><p>4,0Ω 4,0Ω</p><p>2,0Ω2,0Ω 3,0Ω</p><p>60V 60V</p><p>214</p><p>215</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>1. Física, História e cotidiano, de José Roberto Bonjorno, Regina Azenha</p><p>Bonjorno</p><p>2. Valter bonjorno, Clinton Marcico Ramos, 9º ano de escolaridade, FTD</p><p>(EDITORA)</p><p>M. Margarida R. D. Rodrigues Fernando Morão Lopes Dias, Porto Editora</p><p>3 Física, Ciências Físico – químicas, 10º Ano Maria Teresa Marques de Sá,</p><p>Texto Editora, Portugal</p><p>4. Manual de física, 9ª classe Angola</p><p>5. Maria da Graça Breganha Jesus Joaquim Baptista Eu e a Física 9º ano</p><p>Noémia Maciel, Ana Miranda, Porto Editora</p><p>6. I. K. Kikóine, A. K. Kikóine, Física 2, Editora Mir Moscovo 1996</p><p>7. José A. Teixeira, Curso de física, Tomo I – 6º Ano, Porto Editora</p><p>8. Física Mecânica volume 1 segundo grau / Avelino Alves Filho, Edson</p><p>Ferreira de Oliveira e José Luís de Campos Robortella, Editora: Ática,</p><p>1984-1985</p><p>9. Física Clássica, volumes I, II, III, IV e V / Caio Sérgio Calçada e José Luís</p><p>Sampaio, Editora: Atual, 1985</p><p>10. Física Aula por Aula, volume I / Cláudio Xavier e Benigno Barreto, Edi-</p><p>tora: FTD, 2008</p><p>11. Física: história e cotidiano volume único / José Roberto Bonjorno…,</p><p>Editora: FTD, 2005</p><p>12. Física volume único / António Máximo e Beatriz Alvarenga, Editora:</p><p>Scipione, 1997</p><p>14. Física Fundamental Novo: Volume único, 2º Grau José Roberto Bon-</p><p>jorno et al. São Paulo: FTD, 1999</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>216</p><p>15. Física Aula por Aula, Vol. 1, 1ª edição Cláudio Xavier da Silva Benigno</p><p>Barreto. São Paulo: FTD, 2008</p><p>16. OS fundamentos da Física, Vol. 3, 7ª edição revista e ampliada Francisco</p><p>Ramalho Ju, Nicolau Gilberto Ferraro, Paulo António de Toledo Soares</p><p>São Paulo: Moderna, 1999</p><p>17. Manual de Física 9ª Classe, Maurício José Barros, Luanda: Livraria Men-</p><p>sagem, 2003</p><p>18. Manual de Física 10ª Classe, Maurício José Barros, Luanda: Livraria</p><p>Mensagem, 2003</p><p>19. Guias – Cursos pró encuentros- Foc IV, Ernesto de la Torre García, Fran-</p><p>cisco Hernández, Habana: Editorial de libros para la educación, 1981</p><p>20. Física: História e cotidiano: mecânica 1, José Roberto Bonjorno et al.</p><p>São Paulo: FTD, 2003</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>BIBLIOGRAFIA</p><p>livro1</p><p>livro2</p><p>livro3</p><p>cx c</p><p>cx</p><p>cx</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>.cos</p><p>.</p><p>90</p><p>4 0</p><p>0</p><p>Decomposição dum Vector sobre dois Eixos Ortogonais</p><p>Dado um vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2 e um sistema de dois eixos ortogonais x e y</p><p>x</p><p>P''</p><p>O</p><p>α</p><p>P</p><p>P'</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p></p><p>x</p><p>x</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2y</p><p>Projectando-se ortogonalmente as extremidades do vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>nos eixos x e y obtemos</p><p>componentes rectangulares</p><p></p><p>x</p><p>x</p><p>e yx</p><p>.</p><p>Analiticamente temos: o triângulo OP´P é rectângulo, portanto:</p><p>cos cosα α</p><p>α</p><p>= = =</p><p>= = =</p><p>OP</p><p>OP</p><p>x</p><p>x</p><p>x x</p><p>sen</p><p>PP</p><p>OP</p><p>x</p><p>x</p><p>x xs</p><p>x</p><p>x</p><p>y</p><p>y</p><p>eenα</p><p>cos cosα α</p><p>α</p><p>= = =</p><p>= = =</p><p>OP</p><p>OP</p><p>x</p><p>x</p><p>x x</p><p>sen</p><p>PP</p><p>OP</p><p>x</p><p>x</p><p>x xs</p><p>x</p><p>x</p><p>y</p><p>y</p><p>eenα</p><p>⇒</p><p>⇒</p><p>19</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Exercício de aplicação</p><p>P1 – Determine o módulo das componentes rectangulares do vector </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>de módulo 10</p><p>metros, conforme a figura.</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 230°</p><p>Resolução</p><p>Pelo ponto de origem do vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>, consideremos um sistema de eixos coordenados x</p><p>e y, como mostra a figura.</p><p>xy</p><p>xx</p><p>x</p><p>y</p><p>30°</p><p>Projectando o vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>nos eixos x e y, temos:</p><p>Componente segundo x Componente segundo y</p><p>x x</p><p>x</p><p>x m</p><p>x</p><p>x</p><p>x</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>cos</p><p>.</p><p>30</p><p>10</p><p>3</p><p>2</p><p>5 3</p><p>x Xsen</p><p>x</p><p>x m</p><p>y</p><p>y</p><p>y</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>30</p><p>10</p><p>1</p><p>2</p><p>5</p><p>.</p><p>P2 – Determine as componentes de um vector </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>de módulo 4 metros, que forma um</p><p>ângulo de 30º com a vertical.</p><p>Resolução</p><p>Projectando o vector</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p>nos eixos x e y temos:</p><p>Dados: x = 4m</p><p>α=60°</p><p>20</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Componente segundo x Componente segundo y</p><p>x x</p><p>x</p><p>x m</p><p>x</p><p>x</p><p>x</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>cos</p><p>.</p><p>60</p><p>4</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>x xsen</p><p>x</p><p>x</p><p>x m x m</p><p>y</p><p>y</p><p>y</p><p>y y</p><p>= °</p><p>=</p><p>=</p><p>= =</p><p>60</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>2 3</p><p>2 1 7 3 4</p><p>.</p><p>. , ,</p><p>x</p><p>y</p><p>60°</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2</p><p></p><p>x</p><p>x</p><p> </p><p>x x x= +</p><p>1 2y</p><p>1.3. Sistema de Unidades</p><p>Medir uma grandeza física, significa compará-la à outra grandeza que se toma como uni-</p><p>dade. A grandeza a medir e a unidade devem ser uniformes, isto é, grandezas da mesma</p><p>espécie, limitando-se a ser diferentes somente pelo valor numérico.</p><p>A unidade de uma grandeza física, é uma grandeza que tem um valor numérico igual a</p><p>um. As unidades dividem-se em dois tipos: fundamentais e derivadas. A dimensão das</p><p>unidades fundamentais é escolhida independentemente da dimensão das outras grande-</p><p>zas. A dimensão das grandezas derivadas define-se segundo uma dependência entre esta</p><p>grandeza e as outras. O conjunto das unidades fundamentais e derivadas que se encon-</p><p>tram ligadas entre si, através de determinadas relações denomina-se sistema de unidades.</p><p>1) Sistema métrico – gravitatório (M. Kp.S)</p><p>As unidades fundamentais são o metro (unidade de comprimento), o quilgrama – força</p><p>(unidade de força) e o segundo (unidade de tempo).</p><p>Unidades derivadas</p><p>Unidade de superfície – a sua equação de definição é; S = C.L. Fazendo C = L = 1m,</p><p>conclui-se a unidade de superfície é o metro quadrado (m2).</p><p>Unidade de volume – a sua equação de definição é; V = CLH, fazendo C=L=H= 1m,</p><p>conclui-se que a unidade de volume é o metro cúbico (m3)</p><p>Unidade de velocidade – a sua equação de definição é; v s</p><p>t</p><p>= , fazendo S = 1m e t = 1s,</p><p>conclui-se que a unidade da velocidade é o metro por segundo (m/s).</p><p>21</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Fig. 8 – Circunferência trigonométrica</p><p>2) Sistema C. G. S</p><p>As unidades fundamentais são o centímetro (unidade de comprimento), o grama (unidade</p><p>de massa) e o segundo (unidade de tempo).</p><p>Unidades derivadas – obtêm-se a partir das equações de definição, como se fez para o sis-</p><p>tema métrico – gravitatório.</p><p>Unidade de superfície – é o centímetro quadrado (cm2)</p><p>Unidade de volume – é o centímetro cúbico (cm3)</p><p>Unidade de velocidade – é o centímetro por segundo (cm/s)</p><p>O sistema M.K.S integra-se amplamente no sistema internacional (SI), que adopta mais</p><p>quatro unidades fundamentais: o Ampère (A) – unidade de intensidade de corrente eléc-</p><p>trica; o Kelvin (K) – unidade de temperatura termodinâmica; a candela (cd) – unidade da</p><p>intensidade luminosa; o mole (mol) – unidade de quantidade de substância.</p><p>1.4. Noções Básicas da Trigonometria</p><p>Circunferência trigonométrica</p><p>Da figura 8 (circunferência trigonométrica), pode - se deduzir as relações fundamentais da</p><p>trigonometria. seno, co-seno, tangente e co-tangente.</p><p>A função seno vem da relação entre o componente coordenado y e o raio R, ou seja entre o</p><p>cateto oposto Ry e a Hipotenusa R, ao passo que a função co-seno é a relação entre o com-</p><p>ponente coordenado em x e o raio ou seja cateto adjacente Rx e a hipotenusa.</p><p>R = 1</p><p>xx</p><p>y</p><p>y α</p><p>sen</p><p>y</p><p>R</p><p>y</p><p>x</p><p>R</p><p>x</p><p>tg</p><p>y</p><p>R</p><p>sen</p><p>g</p><p>x</p><p>y</p><p>α</p><p>α</p><p>α</p><p>α</p><p>α</p><p>α</p><p>= =</p><p>= =</p><p>= =</p><p>= =</p><p>cos</p><p>cos</p><p>cot</p><p>coosα</p><p>αsen</p><p>22</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>sen</p><p>y</p><p>R</p><p>x</p><p>R</p><p>tg</p><p>y</p><p>x</p><p>g</p><p>x</p><p>y</p><p>α</p><p>α</p><p>α</p><p>α</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>=</p><p>cos</p><p>cot</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>B</p><p>y</p><p>x</p><p>α</p><p>Relações mais utilizadas</p><p>sen</p><p>a b c bc CAB</p><p>c b a</p><p>sen</p><p>2 2</p><p>2 2 2</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>2 2</p><p>α α+ =</p><p>= + +</p><p>= +</p><p>cos</p><p>cos</p><p>(αα</p><p>π</p><p>α</p><p>α</p><p>π</p><p>α</p><p>+ =</p><p>+ = −</p><p>2</p><p>2</p><p>) cos</p><p>cos( ) sen</p><p>23</p><p>MANUAL DE FÍSICA PARA FORMAÇÃO MÉDIA TÉCNICA</p><p>CONCEITOS INTRODUTÓRIOS</p><p>Valores de seno, cosseno, tangente e co-tangente de alguns ângulos</p><p>0º</p><p>(0 rad) 0</p><p>1</p><p>0</p><p>1</p><p>0</p><p>-1 0</p><p>0</p><p>1 1</p><p>0 ∞</p><p>∞</p><p>– ∞</p><p>30º</p><p>(π/6 rad)</p><p>45º</p><p>(π/4 rad)</p><p>60º</p><p>(π/3 rad)</p><p>90º</p><p>(π/2 rad)</p><p>180º</p><p>(π rad)</p><p>senoÂngulo cos tg cotg</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>3</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>3</p><p>3</p><p>3</p><p>24</p><p>25</p><p>Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>UNIDADE 2 – Interacções entre Corpos</p><p>UNIDADE 3 – Trabalho e Energia</p><p>P</p><p>A</p><p>R</p><p>T</p><p>E</p><p>I</p><p>26</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>PARTE 1: MECÂNICA</p><p>Esta primeira parte do manual trata da análise dos movimen-</p><p>tos, as variações de energia e as forças que actuam sobre um</p><p>corpo.</p><p>Unidade 1</p><p>MoviMento de uMa Partícula Material</p><p>O objectivo desta unidade é de descrever as formas básicas do</p><p>movimento mecânico e as leis que a regem.</p><p>A palavra movimento está ligada à vida e tem várias formas</p><p>de se manifestar, uma dessas formas é o movimento mecânico</p><p>que descreve a mudança de posição dos corpos no tempo.</p><p>A cinemática é a parte da Mecânica que se ocupa do estudo do</p><p>movimento, suas formas e suas leis sem ter em conta as causas</p><p>que os originam.</p><p>1.1. Ponto Material</p><p>A Física recorre à uma linguagem própria para caracterizar</p><p>alguns corpos. No estudo do movimento mecânico, considera-se</p><p>ponto material, um corpo cujas dimensões podem ser despreza-</p><p>das, no estudo de um determinado fenómeno, em relação a um</p><p>determinado referencial.</p><p>Ponto material é um corpo que possui uma quantidade de</p><p>massa, mas suas dimensões são desprezáveis quando compa-</p><p>radas às distâncias envolvidas no problema.</p><p>Exemplo:</p><p>a) O movimento de translação da Terra em torno do sol,</p><p>pode ser considerado como movimento de um ponto</p><p>material, enquanto o movimento de rotação da terra</p><p>em torno do seu eixo já não.</p><p>27</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Fig. 1.1 – Vulola observando o movi-</p><p>mento do comboio</p><p>b) Um autocarro numa viagem de Caxito a Maquela do</p><p>Zombo, em comparação à estrada, tem seu tamanho des-</p><p>prezível, então, pode ser considerado um ponto material;</p><p>mas quando este mesmo autocarro faz manobras em um</p><p>estacionamento seu tamanho deixa de ser desprezível.</p><p>1.1.1. Relatividade do Movimento</p><p>O movimento de um corpo tem sempre um significado rela-</p><p>tivo. Por exemplo, uma pessoa sentada num comboio está em</p><p>repouso, relativamente ao sistema material que constitui o</p><p>comboio, mas está em movimento relativamente a qualquer</p><p>sistema material considerado no exterior do comboio (estação</p><p>do caminho de ferro, arvores etc). E qualquer destes sistemas</p><p>de referência está em repouso relativamente a outros.</p><p>O conceito de movimento ou repouso é relativo sempre a</p><p>determinados corpos.</p><p>Diremos assim,</p><p>que um ponto material está em movimento</p><p>relativamente a um referencial ou sistema de referência,</p><p>quando a sua posição em relação a este referencial, varia no</p><p>decorrer do tempo.</p><p>1.2. Trajectória</p><p>Denomina-se trajectória ao caminho percorrido por um móvel</p><p>em relação a um referencial adoptado.</p><p>Fig. 1.2 – Trajectória da esfera em movimento</p><p>y m</p><p>x km</p><p>28</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>A trajectória pode ser:</p><p>– Rectilínea</p><p>– Curvilínea</p><p>Imaginemos um helicóptero voando com uma velocidade</p><p>constante. Se, num determinado instante ele largar um saco</p><p>de arroz, este cairá segundo uma trajectória vertical em rela-</p><p>ção ao piloto do helicóptero. Mas, para um observador fixo na</p><p>Terra, a trajectória do saco será parabólica.</p><p>1.3. Deslocamento</p><p>1.3.1. Origem dos Espaços</p><p>S3</p><p>S2</p><p>S1</p><p>P1</p><p>P2</p><p>P3</p><p>0 Origem</p><p>dos</p><p>Espaços</p><p>Define-se origem dos espaços o ponto O (fixado arbitrariamente)</p><p>em relação ao qual são medidos os espaços, ou seja:</p><p>– no ponto P1 a distância do móvel à origem é s1</p><p>– no ponto P2 a distância do móvel à origem é s2</p><p>– no ponto P2 a distância do móvel à origem é s2</p><p>29</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>0</p><p>P0</p><p>P1</p><p>P2</p><p>t = o (origem dos tempos)</p><p>Seja um móvel descrevendo uma trajectória qualquer orien-</p><p>tada ocupando as posições P01, P11, P2 ... etc.</p><p>Pode-se definir também a origem dos tempos como sendo o</p><p>instante em que começa a ser contado o tempo (t = 0) podendo</p><p>ser fixado em qualquer posição do móvel.</p><p>Por exemplo, quando o móvel na posição P0.</p><p>Espaço Inicial so</p><p>Define-se como espaço inicial (s0) a distância do móvel à ori-</p><p>gem dos espaços no início da contagem dos tempos (t = 0).</p><p>Se um móvel se movimenta em linha recta, a sua posição muda</p><p>em cada instante e no final do movimento, a sua posição será</p><p>diferente da posição inicial. A variação de posição do móvel</p><p>neste intervalo de tempo é designada deslocamento.</p><p>1.4. Velocidade</p><p>A velocidade é a relação entre a variação da posição no espaço</p><p>em determinado intervalo de tempo, ou seja. É uma grandeza</p><p>vectorial, ou seja possui direcção, sentido e módulo.</p><p>No Sistema Internacional (S.I.), a unidade da velocidade é o</p><p>m/s. Também utiliza-se o km/h como unidade da velocidade.</p><p>A conversão entre o km/h e o m/s, que é dada pela seguinte</p><p>relação:</p><p>1</p><p>1</p><p>1000</p><p>3600</p><p>km</p><p>h</p><p>m</p><p>s</p><p>=</p><p>30</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>A partir desta relação, é possível extrair o seguinte factor de</p><p>conversão:</p><p>m</p><p>s</p><p>km</p><p>h</p><p>. ,3 6 =</p><p>e</p><p>km</p><p>h</p><p>m</p><p>s</p><p>÷ =3 6,</p><p>1.4.1. Velocidade Média</p><p>Seja um móvel percorrendo a trajectória.</p><p>O</p><p>S1</p><p>S2</p><p>t1</p><p>t2</p><p>x2</p><p>x1</p><p>Seja também:</p><p>�x x x=</p><p>2 1</p><p>–</p><p>variação de posição [espaço (caminho) percor-</p><p>rido]</p><p>�t t t=</p><p>2 1</p><p>–</p><p>intervalo de tempo na variação Δs.</p><p>Define-se velocidade escalar média, entre os instantes t1 e t2, à</p><p>grandeza vm dada por:</p><p>v</p><p>x</p><p>t</p><p>x x</p><p>t tm</p><p>= =</p><p>−</p><p>−</p><p>�</p><p>�</p><p>2 1</p><p>2 1</p><p>(1.1)</p><p>A velocidade média, indica o deslocamento que em média o</p><p>corpo efectua por unidade do tempo.</p><p>A velocidade média total não é sempre igual a média aritmé-</p><p>tica das velocidades.</p><p>Demonstremos isso algebricamente.</p><p>31</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Caso em que as distâncias são iguais, mas os tempos dife-</p><p>rentes</p><p>v</p><p>s</p><p>tm</p><p>=</p><p>(1)</p><p>Espaço total: S = S1 + S2 (2)</p><p>Tempo total: t t t= +</p><p>1 2</p><p>;</p><p>t</p><p>s</p><p>v</p><p>t</p><p>s</p><p>v</p><p>t</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v1</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2 1 2</p><p>2 2</p><p>= = = + = +,t</p><p>s</p><p>v</p><p>t</p><p>s</p><p>v</p><p>t</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v1</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>1</p><p>1</p><p>2</p><p>2 1 2</p><p>2 2</p><p>= = = + = +, ⇒ (3)</p><p>Substituindo (3) em (1), obtém-se</p><p>v</p><p>s</p><p>s</p><p>v</p><p>s</p><p>v</p><p>m</p><p>=</p><p>+</p><p>2 2</p><p>1 2 (1.2)</p><p>v</p><p>v v</p><p>v vm</p><p>=</p><p>+</p><p>2</p><p>1 2</p><p>1 2</p><p>Caso em que os tempos são iguais, mas distâncias dife-</p><p>rentes.</p><p>v</p><p>s</p><p>tm</p><p>=</p><p>(1)</p><p>t t</p><p>t</p><p>1 2</p><p>2</p><p>= =</p><p>s v t</p><p>1 1 1</p><p>= .</p><p>s v t</p><p>2 2 2</p><p>= .</p><p>s s s= +</p><p>1 2</p><p>s</p><p>t</p><p>v v= +( )</p><p>2</p><p>1 2</p><p>(2)</p><p>32</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Substituindo (2) em (1), obtém-se</p><p>v</p><p>t</p><p>v v</p><p>tm</p><p>=</p><p>+( )</p><p>2</p><p>1 2</p><p>v</p><p>t v v</p><p>tm</p><p>=</p><p>+( )</p><p>1 2</p><p>2</p><p>v</p><p>v v</p><p>m</p><p>=</p><p>+</p><p>1 2</p><p>2</p><p>(1,3)</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um automóvel</p><p>percorre uma distân-</p><p>cia de 200 km, em 1h</p><p>e 30min. Determine a</p><p>velocidade média em</p><p>km/h e em m/s.</p><p>Dados</p><p>s = 200 km</p><p>t = 1h30 min = 1,5h</p><p>P2 – Um automóvel</p><p>moveu-se à velocidade</p><p>de 40 km/h durante</p><p>a primeira metade do</p><p>caminho e à velocidade</p><p>de 20 km/h durante a</p><p>segunda metade. Achar</p><p>a velocidade média do</p><p>automóvel.</p><p>Dados</p><p>v1 = 40 km / h</p><p>v2 = 20 km / h</p><p>s s</p><p>s</p><p>1 2</p><p>2</p><p>= =</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>v</p><p>s</p><p>t</p><p>v</p><p>km</p><p>h</p><p>v km h</p><p>m m m</p><p>= = =</p><p>200</p><p>1 5</p><p>133 3</p><p>,</p><p>, /v</p><p>s</p><p>t</p><p>v</p><p>km</p><p>h</p><p>v km h</p><p>m m m</p><p>= = =</p><p>200</p><p>1 5</p><p>133 3</p><p>,</p><p>, /v</p><p>s</p><p>t</p><p>v</p><p>km</p><p>h</p><p>v km h</p><p>m m m</p><p>= = =</p><p>200</p><p>1 5</p><p>133 3</p><p>,</p><p>, /⇒ ⇒</p><p>Para se obter a velocidade média em m/s, é preciso converter</p><p>km em m e hora em segundo,</p><p>v</p><p>m</p><p>s</p><p>v m s</p><p>m m</p><p>= =133 3</p><p>1000</p><p>3600</p><p>37 03, . , /v</p><p>m</p><p>s</p><p>v m s</p><p>m m</p><p>= =133 3</p><p>1000</p><p>3600</p><p>37 03, . , /⇒</p><p>Pela fórmula 1.2, temos</p><p>v</p><p>v v</p><p>v vm</p><p>=</p><p>+</p><p>2</p><p>1 2</p><p>1 2</p><p>v km h</p><p>m</p><p>=</p><p>+</p><p>=</p><p>2 40 20</p><p>40 20</p><p>26 66</p><p>. .</p><p>, /logo</p><p>33</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um automóvel moveu-se à velocidade de 40 km/h</p><p>durante a primeira metade do tempo e à velocidade de 20</p><p>km/h durante a segunda metade. Achar a velocidade média</p><p>do automóvel.</p><p>P2 – Um automóvel percorre 2</p><p>3</p><p>de um percurso com velo-</p><p>cidade de 60 km/h e o restante com velocidade de 90 km/h.</p><p>Determine a velocidade escalar média do automóvel, durante</p><p>o percurso.</p><p>P3 – Um móvel num troço inicial da estrada, desenvol-</p><p>veu uma velocidade de 40 km/h, durante 2 horas, no troço</p><p>seguinte, sua velocidade passou para 70 km/h, durante 1hora.</p><p>a) Determine a distância total percorrida pelo móvel.</p><p>b) Determine a velocidade média do móvel, durante o per-</p><p>curso.</p><p>R: v = 30 km/h</p><p>R: 67,5 km/h</p><p>a) R: s = 150 km/h</p><p>b) R: v = 50 km/h</p><p>1.4.2. Velocidade Instantânea</p><p>Tomando como referência o caso anterior de velocidade média</p><p>verificamos que, à medida que se diminui o intervalo de tempo</p><p>entre os instantes t1 e t2 ou seja, Δt tendo para zero, a veloci-</p><p>dade média tende para a velocidade instantânea.</p><p>Isto é, a velocidade instantânea é o limite para o qual tende a</p><p>velocidade média, quando o intervalo de tempo Δt tende a zero.</p><p>v v</p><p>s</p><p>tt m t</p><p>= =</p><p>→ →</p><p>lim lim</p><p>� �</p><p>�</p><p>�0 0</p><p>(1.4)</p><p>34</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.5. Movimento Rectilíneo</p><p>e Uniforme</p><p>Um dos movimentos mais simples que a cinemática estuda, é</p><p>o movimento rectilíneo uniforme. Esse movimento raramente</p><p>aparece na vida prática. Entretanto, o seu estudo serve de base</p><p>para a compreensão de movimentos mais complexos como:</p><p>• O movimento é rectilíneo porque a partícula percorre uma</p><p>trajectória em linha recta.</p><p>• O movimento é uniforme porque não há variação da velo-</p><p>cidade.</p><p>Movimento rectilíneo e uniforme é um movimento em que a</p><p>partícula material descreve ou efectua deslocamentos/espa-</p><p>ços iguais em intervalos de tempos iguais.</p><p>Para determinar o deslocamento duma partícula material em</p><p>movimento rectilíneo e uniforme, durante um certo intervalo</p><p>de tempo Δ t precisamos saber o deslocamento da partícula</p><p>durante aquele intervalo de tempo. A relação entre a variação</p><p>do deslocamento e o intervalo de tempo, chama-se velocidade.</p><p>v</p><p>s</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>(1.5)</p><p>Onde Δ s = sf – s0 e Δ t = tf – t0</p><p>Em que</p><p>s – posição final</p><p>s0 – posição inicial</p><p>t – tempo final</p><p>t0 – tempo inicial</p><p>Tendo em conta que no inicio da contagem do movimento o</p><p>instante inicial é sempre igual a zero t0 = 0, vem:</p><p>v</p><p>s</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>como Δ s = s – s0 e Δ t = t – t0 resulta:</p><p>s = s0 + vt (1.6)</p><p>Fig. 1.3 –</p><p>Movimento rectilíneo e uni-</p><p>forme</p><p>35</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um automóvel</p><p>que se desloca com</p><p>movimento uniforme,</p><p>percorre 80km em</p><p>2horas. Calcule:</p><p>a) A velocidade do auto-</p><p>móvel.</p><p>b) A distância percor-</p><p>rida pelo automóvel,</p><p>em 5horas.</p><p>Dados</p><p>s = 80 km</p><p>t = 2h</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>s = v.t ⇒ s = 40km / h.5h ⇒ s = 200km</p><p>v</p><p>s</p><p>t</p><p>v</p><p>km</p><p>h</p><p>v km h= = =</p><p>80</p><p>2</p><p>40 /v</p><p>s</p><p>t</p><p>v</p><p>km</p><p>h</p><p>v km h= = =</p><p>80</p><p>2</p><p>40 /v</p><p>s</p><p>t</p><p>v</p><p>km</p><p>h</p><p>v km h= = =</p><p>80</p><p>2</p><p>40 /⇒ ⇒</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um comboio percorreu, em movimento uniforme, 750 km</p><p>durante 3 horas. Calcule:</p><p>a) A velocidade do comboio.</p><p>b) A distância percorrida pelo comboio em 0,5h.</p><p>P2 – Um ponto material movimenta-se segundo a equação</p><p>horária s = 30 – 5t (s em m e t em s)</p><p>a) Sua posição inicial.</p><p>b) Sua velocidade.</p><p>c) Sua posição no instante 3 segundos.</p><p>d) O deslocamento no fim de 6 segundos.</p><p>e) O instante em que o móvel passa pela posição 20m.</p><p>e) Esquematize o movimento num eixo orientado.</p><p>a) R: v = 250 km/h</p><p>b) R: s = 125 km</p><p>a) R: s0 = 30 m</p><p>b) R: v = –5m/s</p><p>c) R: s3 = 15 m</p><p>d) R: s6 = –30 m</p><p>e) R: s20 = 2s</p><p>36</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>P3 – Um móvel desloca -se sobre uma recta e tem suas posições</p><p>em função do tempo representadas pela equação</p><p>s = 3+ 5t (s em m)</p><p>Determine a velocidade média do móvel nos intervalos (0 a 6) s</p><p>e (2 a 11) s.</p><p>P4 – Um autocarro move com movimento uniforme à velocidade</p><p>de 60 km/h. Com que velocidade deverá seguir outro automóvel</p><p>que parte 15 minutos depois, para alcançar o depois de 210 km.</p><p>P5 – Um avião passa sobre uma cidade com a velocidade de</p><p>400 km/h, que mantém durante o resto do percurso. Depois de</p><p>45 minutos passa um outro avião seguindo a mesma rota do</p><p>primeiro com velocidade de 600 km/h. A que distância da refe-</p><p>rida cidade o segundo avião ultrapassará o primeiro.</p><p>R: vm = 5m/s</p><p>para os dois intervalos</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: v = 65 km/h</p><p>R: 900 km</p><p>Gráficos do movimento rectilíneo uniforme</p><p>Para o movimento descrito neste capítulo podemos traçar os</p><p>gráficos</p><p>• Deslocamento – tempo</p><p>O deslocamento e o tempo são grandezas directamente pro-</p><p>porcionais. O gráfico é uma linha recta inclinada em relação ao</p><p>eixo das abcissas.</p><p>0</p><p>s</p><p>t</p><p>0</p><p>t</p><p>s</p><p>37</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>• Velocidade – tempo</p><p>Sendo a velocidade a mesma em qualquer instante, podemos</p><p>dizer que o gráfico da velocidade em função de tempo é uma</p><p>linha recta.</p><p>O valor da velocidade mantém-se constante. O gráfico é uma</p><p>linha paralela ao eixo das abcissas.</p><p>v</p><p>t</p><p>v</p><p>t</p><p>Movimento progressivo Movimento regressivo</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um móvel movi-</p><p>menta-se segundo a</p><p>equação:</p><p>s = 4 + 3t (SI)</p><p>Construa o gráfico de</p><p>s = f (t)</p><p>Resolução</p><p>t s</p><p>0 4</p><p>1 7</p><p>s (m)</p><p>t (s)</p><p>7</p><p>4</p><p>0 1</p><p>38</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>P1 – Um ponto material movimenta se em uma trajectória</p><p>rectilínea e tem suas posições, em função do tempo dadas pelo</p><p>gráfico.</p><p>P2 – Dois móveis A e B percorrem uma recta com MU e têm suas</p><p>posições, em função do tempo, dadas pelo gráfico:</p><p>Exercícios propostos</p><p>a) Construir o gráfico v = f (t) de todos os trechos;</p><p>b) Interpretar o movimento;</p><p>c) Qual o deslocamento do ponto material entre 26s e 30s?</p><p>b)</p><p>R: O ponto material par-</p><p>tindo da posição 6m,</p><p>atinge a posição 56m</p><p>em l0s (movimento</p><p>progressivo) na qual</p><p>pára durante 8s. Em</p><p>seguida retoma à</p><p>origem (0 m) em 8s</p><p>(movimento retró-</p><p>grado). Chegando à</p><p>origem, parte nova-</p><p>mente com movi-</p><p>mento progressivo.</p><p>c) R: 4m</p><p>a) R: 4s</p><p>b) R: 13m</p><p>Determine:</p><p>a) O Instante do encontro;</p><p>b) A posição no instante do encontro.</p><p>56</p><p>10 18 26 30</p><p>6</p><p>s (m)</p><p>t (s)4</p><p>s(m)</p><p>t(s)</p><p>B</p><p>2</p><p>5</p><p>-3</p><p>9</p><p>A</p><p>39</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.5.1. Aceleração</p><p>Afirmamos sempre que um automóvel está a acelerar quando</p><p>o valor da sua velocidade está a aumentar com o decorrer do</p><p>tempo.</p><p>O conceito de aceleração em Física é, porém, mais geral. Assim,</p><p>dizemos que um móvel está a acelerar quando a sua veloci-</p><p>dade varia, com o decorrer do tempo. Podemos definir a ace-</p><p>leração como sendo a rapidez com que varia a velocidade no</p><p>decorrer do tempo</p><p>Fig. 1.4 – Automóvel acelerando</p><p>1.5.1.1 Aceleração Média</p><p>Quando uma partícula material varia a sua velocidade de v0 a</p><p>v durante o intervalo de tempo t0 a t, a aceleração média pode</p><p>ser definida como sendo a relação entre a rapidez com que</p><p>varia a velocidade e o tempo em que ocorreu essa variação.</p><p>a</p><p>v</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>(1.7)</p><p>onde Δ v = v – v0 e Δ t = t – t0</p><p>Unidade da aceleração</p><p>SI: metro por segundo ao quadrado (m/s2)</p><p>CGS: centímetro por segundo ao quadrado (cm/s2)</p><p>40</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – A velocidade de</p><p>um automóvel varia</p><p>de 5 m/s para 15 m/s</p><p>durante 4 segundos,</p><p>determine a acelera-</p><p>ção com que se move o</p><p>automóvel.</p><p>Dados</p><p>v1 = 5m/s</p><p>v2 = 15m/s</p><p>t = 4s</p><p>P3 – Um automóvel,</p><p>partindo do repouso,</p><p>desloca-se com uma</p><p>aceleração uniforme de</p><p>150 cm/s2. Dentro de</p><p>quanto tempo alcançará</p><p>a velocidade de 15 m/s?</p><p>Dados</p><p>v1 = 0</p><p>t1 = 0</p><p>a = 150cm/s2</p><p>v2 = 15cm/s2</p><p>t2 = ?</p><p>Resolução</p><p>Resolução</p><p>⇒a</p><p>v v</p><p>t</p><p>a</p><p>m s m s</p><p>s</p><p>= =</p><p>−</p><p>2 1</p><p>15 5</p><p>4</p><p>– / /</p><p>�</p><p>a</p><p>v v</p><p>t</p><p>a</p><p>m s m s</p><p>s</p><p>= =</p><p>−</p><p>2 1</p><p>15 5</p><p>4</p><p>– / /</p><p>�</p><p>a = 2,5m / s2</p><p>P2 – Determinar a ace-</p><p>leração escalar média</p><p>do móvel que percorre</p><p>a trajectória.</p><p>O P1 P2</p><p>t =0</p><p>t1=2</p><p>v1=5</p><p>t2=3</p><p>v2=10</p><p>Temos:</p><p>Como v1 = 0 e t1 = 0, vem</p><p>logo</p><p>a</p><p>v</p><p>t</p><p>v v</p><p>t tm</p><p>= =</p><p>−</p><p>−</p><p>=</p><p>−</p><p>−</p><p>= =</p><p>�</p><p>�</p><p>2 1</p><p>2 1</p><p>10 5</p><p>3 2</p><p>5</p><p>1</p><p>5</p><p>a</p><p>v v</p><p>t t</p><p>= 2 1</p><p>2 1</p><p>–</p><p>–</p><p>a</p><p>v</p><p>t</p><p>t</p><p>v</p><p>a</p><p>= =2</p><p>2</p><p>2</p><p>2a</p><p>v</p><p>t</p><p>t</p><p>v</p><p>a</p><p>= =2</p><p>2</p><p>2</p><p>2⇒</p><p>2 2</p><p>15</p><p>1 5</p><p>10t</p><p>m s</p><p>m s</p><p>s= =</p><p>/</p><p>, /</p><p>41</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – A velocidade de um automóvel que se desloca com acele-</p><p>ração uniforme, aumentou de15m/s para 25m/s, durante 6,25</p><p>segundos. Determine a aceleração com que se deslocou o auto-</p><p>móvel, durante este aumento de velocidade.</p><p>P2 – Um autocarro move-se com a velocidade de 10m/s, pára</p><p>durante 4 segundos depois de começar a travar. Determine a</p><p>aceleração com que o autocarro se deslocou durante a trava-</p><p>gem.</p><p>R: a = 1,6 m/s2</p><p>R: a = 2,5m/s2</p><p>1.5.1.2 Aceleração Instantânea</p><p>A aceleração média nos informa de modo global a variação da</p><p>velocidade da partícula e não nos diz como, de forma efectiva,</p><p>ocorre essa variação em todos os trechos do movimento.</p><p>Uma informação precisa sobre como ocorre a variação da velo-</p><p>cidade em intervalos de tempo pequenos, só pode ser obtida</p><p>através do estudo da aceleração instantânea.</p><p>Dizemos que a aceleração no instante t é o limite para que</p><p>tende a aceleração média, quando o intervalo de tempo tende</p><p>para zero.</p><p> </p><p>a a</p><p>A t o m</p><p>=</p><p>→</p><p>lim</p><p>�</p><p>No caso do movimento rectilíneo (e só neste), como os valores</p><p>das acelerações médias são dadas pela equação seguinte:</p><p></p><p></p><p>a</p><p>v</p><p>tm</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>(1.8)</p><p>42</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.6. Movimento Variado</p><p>O movimento mais comum no nosso dia a dia, é o movimento</p><p>variado. Nesse movimento, a partícula material descreve inter-</p><p>valos de espaços diferentes em intervalos de tempo iguais.</p><p>No movimento variado o módulo da velocidade aumenta uni-</p><p>formemente com o decorrer do tempo. O movimento é cha-</p><p>mado de acelerado quando o módulo da velocidade aumenta</p><p>uniformemente com o decorrer do tempo. Assim, o sinal da</p><p>velocidade coincide com o sinal da aceleração.</p><p>No entanto, o movimento variado pode ser também retardado.</p><p>O movimento é retardado quando o módulo da velocidade</p><p>diminui uniformemente</p><p>com o decorrer do tempo. Nesse caso,</p><p>o sinal da velocidade não coincide com o sinal da aceleração.</p><p>1.6.1. Movimento Rectilíneo Uniformemente</p><p>Variado</p><p>Movimento rectilíneo uniformemente variado é aquele cuja</p><p>trajectória é uma linha recta e sua aceleração é constante.</p><p>at = k</p><p>a</p><p>v</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>�</p><p>onde Δt = t – t0 sendo t0 = 0,</p><p>vem v = v0 + a t (1.9)</p><p>43</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Função Horária do Espaço do Movimento</p><p>Uniformemente Variado</p><p>Analisemos o gráfico da velocidade de um móvel em movi-</p><p>mento uniformemente variado</p><p>V</p><p>V</p><p>A</p><p>V0</p><p>t(s)</p><p>base</p><p>menor</p><p>base</p><p>maior</p><p>0</p><p>(m/s)</p><p>A área (A) na figura representa, numericamente, o caminho</p><p>percorrido pelo móvel durante o tempo t</p><p>A = Δ S (1)</p><p>onde Δ S = S – S 0</p><p>Δ S = S – S 0 Espaço inicial do móvel (instante zero)</p><p>S = Espaço do móvel no instante genérico t</p><p>Por outro lado, a área da figura (trapézio) corresponde a:</p><p>A = {(base maior + base menor)/2}. Altura ⇒ A=</p><p>+v v</p><p>t</p><p>0</p><p>2</p><p>.</p><p>(2)</p><p>comparando (1) e (2) vem:</p><p>(3)�S</p><p>t</p><p>t</p><p>v v</p><p>=</p><p>+</p><p>0</p><p>.</p><p>44</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Mas v = v0 + a t, substituindo esse valor em (3), vem:</p><p>�S</p><p>v at v</p><p>t</p><p>v t at at</p><p>=</p><p>+ +</p><p>=</p><p>+ +</p><p>0 0 0</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>.</p><p>�S v t</p><p>at</p><p>= +</p><p>0</p><p>2</p><p>2</p><p>s s v t a t− = +</p><p>0 0</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>(função horária do espaço para o MUV)</p><p>s s v t at= + +</p><p>0 0</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>(1.10)</p><p>Equação de Torricelli</p><p>Existe um caso particular que tem servido para a resolução de pro-</p><p>blemas em que a função do tempo é ignorada. Trata-se da equa-</p><p>ção de Torricelli. A equação de Torricelli relaciona a velocidade</p><p>com o espaço percorrido por um móvel. Ela é obtida eliminando o</p><p>tempo entre as equações horária e das velocidades e dos espaços.</p><p>s s v t at= + +</p><p>0 0</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>v = v0 + a t</p><p>Isolando o tempo t na equação (1.9) obtemos:</p><p>t</p><p>v v</p><p>a</p><p>=</p><p>− 0</p><p>Substituindo em (1.10) vem:</p><p>s s v</p><p>v v</p><p>a</p><p>a</p><p>v v</p><p>a</p><p>s s</p><p>v v v</p><p>a</p><p>a</p><p>v</p><p>= +</p><p>−</p><p>+</p><p>−</p><p>− =</p><p>−</p><p>+</p><p>0 0</p><p>0 0 2</p><p>0</p><p>0 0</p><p>2 2</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>( )</p><p>−− +</p><p>− =</p><p>−</p><p>+</p><p>− +</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>0 0</p><p>2</p><p>2</p><p>0</p><p>0 0</p><p>2 2</p><p>0 0</p><p>2</p><p>v v v</p><p>a</p><p>s s</p><p>v v v</p><p>a</p><p>v v v</p><p>a</p><p>45</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Reduzindo ao mesmo denominador temos:</p><p>2</p><p>2</p><p>2 2 2</p><p>2</p><p>2</p><p>0 0 0</p><p>2</p><p>0 0</p><p>2</p><p>0</p><p>a s s</p><p>a</p><p>v v v v v v v v</p><p>a</p><p>a s s</p><p>( ) ( )</p><p>(</p><p>−</p><p>=</p><p>− + − +</p><p>− ))</p><p>( )</p><p>= − + − +</p><p>− = − +</p><p>=</p><p>2 2 2</p><p>2</p><p>0 0</p><p>2 2</p><p>0 0</p><p>2</p><p>0 0</p><p>2 2</p><p>2</p><p>v v v v v v v</p><p>a s s v v</p><p>v vv a s s</p><p>0</p><p>2</p><p>0</p><p>2+ −( )</p><p>Mas s–s0 = Δs</p><p>Logo v2 = v02 + 2aΔs (2.10)</p><p>Equação de Torricelli</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Um motorista de</p><p>um automóvel que se</p><p>desloca a 10m/s viu o</p><p>sinal vermelho do semá-</p><p>foro e começou a redu-</p><p>zir a velocidade, des-</p><p>locando-se com uma</p><p>aceleração de 5 m/s2.</p><p>a) Que distância per-</p><p>correu o automóvel</p><p>durante os três pri-</p><p>meiros segundos?</p><p>b) Que distância per-</p><p>correu o automóvel</p><p>até imobilizar-se?</p><p>Dados</p><p>v0 = 10m / s</p><p>a = 5m / s2</p><p>a) s = ? para t = 3s</p><p>b) s = ? para v = 0</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>Como</p><p>s</p><p>v v</p><p>a</p><p>=</p><p>+2</p><p>0</p><p>2</p><p>2</p><p>v s s m= → =</p><p>−</p><p>−</p><p>→ =0</p><p>0 100</p><p>2 5</p><p>10</p><p>.( )</p><p>s v t at= +</p><p>0</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>s = × + −10 3</p><p>1</p><p>2</p><p>5 9.( ).</p><p>s s m= − → =30 22 5 7 5, ,</p><p>46</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P2 – Um ponto mate-</p><p>rial em movimento ad-</p><p>quire velocidade que</p><p>obedece à expressão</p><p>v = 10-2t</p><p>(t em s; v em m/s)</p><p>Calcule:</p><p>a) A velocidade inicial;</p><p>b) A aceleração;</p><p>c) A velocidade no ins-</p><p>tante 6s;</p><p>d) O instante em que o</p><p>ponto material muda</p><p>de sentido.</p><p>Resolução</p><p>A equação v = 10–2t é do 1º grau, portanto o movimento é</p><p>uniformemente variado, logo por comparação:</p><p>v = 10 – 2t</p><p>v = v0+at</p><p>a) v0 = 10m/s</p><p>b) a = 2m/s2</p><p>c) Quando t = 6m/s</p><p>v = 10 – 2t</p><p>v = 10 – 2.6</p><p>v = 10 – 12</p><p>v = 2m/s (tem sentido contrário ao positivo da trajectória)</p><p>d) O ponto material muda de sentido quando v = 0</p><p>v = 10 – 2t</p><p>0 = 10 – 2t → t = 5s</p><p>P1 – Complete a tabela</p><p>Exercícios propostos</p><p>Equação do</p><p>movimento</p><p>S = 1 + 5t</p><p>S =</p><p>S = 2t2 + t + 1</p><p>Tipo de</p><p>movimentoS0(m) V0(m/s) a (m/s2) S (t = 2s)</p><p>3</p><p>2</p><p>2t</p><p>R: 1m; 5m/s; 0m/s2;</p><p>11m; MRU</p><p>0m; 0 m/s; 3 m/s2;</p><p>6m; MRUV</p><p>1m; 1m/s; 4 m/s2,</p><p>11m; MRU</p><p>47</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>P2 – Um automóvel iniciou um movimento uniformemente</p><p>retardado com velocidade de 12 m/s e percorreu 125 metros</p><p>durante 80 segundos. Calcular:</p><p>a) A aceleração do movimento;</p><p>b) A velocidade depois de 30 segundos.</p><p>a) R: 0,26 m/s2</p><p>b) R: 4,2 m/s</p><p>Exercícios propostos</p><p>P3 – Um móvel parte do repouso com movimento de acele-</p><p>ração constante e igual a 5m/s2. Determine a velocidade e a</p><p>distância percorrida pelo móvel no fim de 8 segundos. R: 40m/s e 160m</p><p>Gráficos do movimento rectilíneo</p><p>uniformemente variado</p><p>Sendo a equação horária do movimento uniformemente</p><p>variado do 2.º grau, o diagrama é uma parábola.</p><p>s(m)</p><p>1000</p><p>500</p><p>t(s)</p><p>0 10 20 30 40</p><p>Fig. 1.5 – Gráfico do espaço</p><p>48</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Pode-se apresentar nas seguintes formas:</p><p>• A recta tangente à parábola, no ponto em que ela corta o</p><p>eixo dos eixos (t = 0), representa geometricamente a velo-</p><p>cidade inicial, e a sua inclinação fornece o valor de com o</p><p>seu sinal.</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – A velocidade de</p><p>um automóvel varia</p><p>de 5 m/s para 15 m/s</p><p>durante 4 segundos,</p><p>determine a acelera-</p><p>ção com que se move o</p><p>automóvel.</p><p>Dados</p><p>v1 = 5m/s</p><p>v2 = 15m/s</p><p>t = 4s</p><p>Resolução</p><p>⇒a</p><p>v v</p><p>t</p><p>a</p><p>m s m s</p><p>s</p><p>= =</p><p>−</p><p>2 1</p><p>15 5</p><p>4</p><p>– / /</p><p>�</p><p>a</p><p>v v</p><p>t</p><p>a</p><p>m s m s</p><p>s</p><p>= =</p><p>−</p><p>2 1</p><p>15 5</p><p>4</p><p>– / /</p><p>�</p><p>a = 2,5m / s2</p><p>a a</p><p>0 0t t</p><p>Fig. 1.6 – a) Gráfico da velocidade b) Gráficos da aceleração</p><p>a) b)</p><p>v(m/s)</p><p>50</p><p>40</p><p>30</p><p>20</p><p>10</p><p>0 10 20 30 40</p><p>t(s)</p><p>49</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>P2 – Dado o gráfico da velocidade de um ponto material em</p><p>função do tempo, que se desloca</p><p>numa trajectória rectilínea.</p><p>P1 – Gráfico representa a variação da velocidade de uma partí-</p><p>cula que se move rectilineamente.</p><p>a) Qual é a velocidade inicial e final da partícula.</p><p>b) Qual é a aceleração da partícula no instante t = 2 s.</p><p>c) Qual é a aceleração da partícula no instante t = 3 s.</p><p>d) Como se chama este tipo de movimento</p><p>e) Determine o deslocamento da partícula entre os instan-</p><p>tes t = 0 s e t = 4 s.</p><p>f) Se no instante inicial, a partícula se encontrava em X = 3 m.</p><p>Qual será a sua posição no instante t = 4 s</p><p>a) R: v0 = 10 m/s; v = 30 m/s</p><p>b) R: 5 m/s2</p><p>c) R: 5 m/s2</p><p>d) R: MRUA</p><p>e) R: 80m</p><p>f) R: 83m</p><p>Exercícios propostos</p><p>v(m/s)</p><p>t(s)</p><p>35</p><p>30</p><p>25</p><p>20</p><p>15</p><p>10</p><p>5</p><p>0</p><p>0 0.5 1 2 31.5 2.5 3.5</p><p>v(s/m)</p><p>t(s)0 2 5</p><p>6</p><p>4</p><p>50</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>P3 – O gráfico abaixo representa a velocidade de um ponto</p><p>material em função do tempo, que se desloca em uma trajectó-</p><p>ria rectilínea.</p><p>Exercícios propostos</p><p>Calcule:</p><p>a) As velocidades nos instantes 1 s e 5 s;</p><p>b) O espaço percorrido no intervalo de 0s a 6 s;</p><p>c) A velocidade média no intervalo de 1 s a 8 s;</p><p>d) Construa o diagrama a = f(t).</p><p>a) R: 4,5m/s e 6m/s</p><p>b) R: 33m</p><p>c) R: 5,75m/s</p><p>d) R:</p><p>a) R: 5m/s e 2m/s</p><p>b) R: 19m</p><p>c) R: 3,8 m/s</p><p>d) R:</p><p>Determine:</p><p>a) As velocidades nos instantes 1 s e 4 s;</p><p>b) O espaço percorrido no intervalo de 0s a 5s;</p><p>c) A velocidade média no item anterior;</p><p>d) Construa o diagrama a = f(t).</p><p>a(m/s2)</p><p>t(s)</p><p>5</p><p>2</p><p>1</p><p>-2</p><p>v(s/m)</p><p>t(s)</p><p>186420</p><p>3</p><p>6</p><p>a(m/s2)</p><p>t(s)18</p><p>-0,5</p><p>6</p><p>2</p><p>51</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.6.2. Queda de um Corpo</p><p>Queda livre é o movimento que consiste na queda dos corpos</p><p>desprezando a resistência do ar.</p><p>A aceleração da gravidade é considerada constante e repre-</p><p>senta-se pela</p><p>letra «g». Portanto o seu valor varia depen-</p><p>dendo da altitude ou da latitude em que se realiza a medição.</p><p>Tendo em conta o nível do mar e uma latitude de 45° o seu</p><p>valor aproximado será g = 9,80665 m</p><p>s2</p><p>Para esse caso teremos as seguintes equações de movimento:</p><p>Equação da velocidade</p><p>v = v0 + at</p><p>v = v0 + gt</p><p>Equação de Movimento</p><p>s s v t</p><p>a</p><p>t t= + +</p><p>0 0</p><p>2 2</p><p>2</p><p>s s v t</p><p>g</p><p>t= + +</p><p>0 0</p><p>2</p><p>2</p><p>Equação de Torricelli</p><p>v2 = v2</p><p>0 + 2aΔs</p><p>v2 = v2</p><p>0 + 2gΔs</p><p>Fig. 1.5 – Malenga deixa cair (aban-</p><p>dona) um corpo</p><p>52</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma pedra foi solta</p><p>do terraço de um edifí-</p><p>cio de 180 m de altura.</p><p>Considerando</p><p>g = 10 m/s2, calcule:</p><p>a) O tempo gasto pela</p><p>pedra para chegar ao</p><p>chão.</p><p>b) A velocidade da pedra</p><p>ao chegar ao chão.</p><p>Dados</p><p>h = 180m</p><p>g = 10m / s2</p><p>a) t = ?</p><p>b) v = ?</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>b)</p><p>⇒t t s= =36 6t t s= =36 6</p><p>t</p><p>m</p><p>m s</p><p>= =</p><p>2 180</p><p>10</p><p>360</p><p>10</p><p>2</p><p>.</p><p>/</p><p>Logo⇒h</p><p>gt</p><p>t</p><p>h</p><p>g</p><p>= =</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>h</p><p>gt</p><p>t</p><p>h</p><p>g</p><p>= =</p><p>2</p><p>2</p><p>2</p><p>⇒ ⇒v gh v v m s= = = =2 2 10 180 3600 60. . /v gh v v m s= = = =2 2 10 180 3600 60. . /v gh v v m s= = = =2 2 10 180 3600 60. . /</p><p>Exercícios propostos</p><p>R: 4s</p><p>R: 176 m e 58,8 m/s</p><p>R: 52 m/s</p><p>P1 – Deixou-se cair verticalmente um grave do topo de uma</p><p>torre de 90 metros de altura. Calcular a duração da queda.</p><p>P2 – Que espaço percorreria em 6 segundos, um objecto</p><p>caindo livremente na vertical? Que velocidade teria ao fim</p><p>desse tempo?</p><p>P3 – Um objecto foi lançado verticalmente de cima para baixo,</p><p>tendo gasto 4 segundos a percorrer uma distância de 200</p><p>metros. Calcular a velocidade inicial com que foi lançado.</p><p>53</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.6.3. Ascensão de um Corpo</p><p>Observa a figura acima. A mesma representa o lançamento</p><p>vertical para cima de uma bola por um jovem. Desprezando a</p><p>resistência do ar notamos o seguinte:</p><p>• Ao subir a velocidade vai reduzindo até atingir a altura</p><p>máxima.</p><p>A velocidade escalar e a aceleração escalar devem ter</p><p>sinais opostos.</p><p>Este movimento de ascensão é um movimento uniforme-</p><p>mente retardado e pode ser comparado ao movimento</p><p>rectilíneo uniformemente variado estudado no capítulo</p><p>anterior. Para este movimento a aceleração é negativa e</p><p>durante este movimento a velocidade aumenta 9,8 em</p><p>cada 1 segundo.</p><p>• O corpo ao atingir a altura máxima, a sua velocidade é igual</p><p>a zero.</p><p>Segundo a análise do gráfico substituindo o espaço pela altura</p><p>obtemos:</p><p>h h v t gt= + −</p><p>0 0</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>(1.11)</p><p>v = v0 – gt (1.12)</p><p>Utilizando a equação de Torricelli e tendo em conta que a</p><p>aceleração é negativa vem:</p><p>v2 = v2</p><p>0 + 2aΔh</p><p>Lançamento vertical</p><p>Fonte: Livro Didático Público/SEED</p><p>54</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Como v = 0 vem 0 = v0 – 2g (hmax – h2)</p><p>Se a velocidade inicial for V0 é possível determinar a altura</p><p>máxima (Hmáx).</p><p>hmax =</p><p>v</p><p>g</p><p>0</p><p>2</p><p>2</p><p>Trajectória orientada para cima,</p><p>portanto y = –g</p><p>Trajectória orientada para baixo,</p><p>portanto y = –g</p><p>y = +gy = –g</p><p>Propriedades do Lançamento Vertical</p><p>(Tempo de Subida e de Descida)</p><p>A altura máxima atingida pelo corpo será: hmax =</p><p>v</p><p>g</p><p>0</p><p>2</p><p>2</p><p>(1.13)</p><p>Tempo de subida: é o tempo gasto pelo corpo desde o ponto de</p><p>partida até atingir a altura máxima. Sabendo que t0 = 0 e v0 ≠ 0,</p><p>no ponto mais alto da trajectória obtemos:</p><p>v = v0 + at</p><p>Como v = 0</p><p>t</p><p>v</p><p>gs</p><p>= 0</p><p>(1.14)</p><p>onde</p><p>t</p><p>v</p><p>gs</p><p>= 0 e é o tempo de descida, o que significa que o</p><p>tempo de subida e o de descida que o corpo</p><p>leva a percorrer é igual. Isto é :</p><p>ts = td</p><p>55</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma pedra lan-</p><p>çada verticalmente para</p><p>cima, alcança a altura</p><p>de 30 m. Quanto tempo</p><p>necessitará para alcan-</p><p>çar essa altura?</p><p>Dados</p><p>h = 30m</p><p>t = ?</p><p>Resolução</p><p>⇒t</p><p>h</p><p>g</p><p>t t s= = = =</p><p>2 2 30</p><p>10</p><p>6 2 49</p><p>.</p><p>; ,t</p><p>h</p><p>g</p><p>t t s= = = =</p><p>2 2 30</p><p>10</p><p>6 2 49</p><p>.</p><p>; ,</p><p>P1 – Com que velocidade deve ser lançada uma pedra verti-</p><p>calmente de baixo para cima para que atinja a altura de 70 m?</p><p>Que tempo demora a subida?</p><p>P2 – Lançou-se verticalmente uma bola que atingiu 10 metros</p><p>de altura. Calcular:</p><p>a) A velocidade inicial com que a bola foi lançada.</p><p>b) O tempo que a bola leva a regressar ao ponto de partida.</p><p>P3 – Uma pedra foi lançada horizontalmente do topo de uma</p><p>torre de 30 m de altura, com uma velocidade de 20 m/s. Cal-</p><p>cular:</p><p>a) O tempo que demorou a queda.</p><p>b) A distancia da base da torre ao ponto onde caiu a pedra.</p><p>c) A velocidade total com que a pedra atingiu o solo.</p><p>R: 37 m/s e 2 ,7 s</p><p>a) R: 14 m/s2</p><p>a) R: 2,5 s</p><p>b) R: 2,8 s</p><p>b) R: 49 m</p><p>b) R: 31 m/s</p><p>Exercícios propostos</p><p>56</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.7. Movimento Circular</p><p>Em Engenharia e na natureza em geral aparece com muita</p><p>frequência movimentos, cujas trajectórias são curvilíneas. As</p><p>trajectórias dos planetas e satélites artificiais no espaço cós-</p><p>mico, as trajectórias das peças das máquinas e mecanismos,</p><p>são curvilíneas.</p><p>Se define movimento circular como aquele cuja trajectória é</p><p>uma circunferência. Uma vez situado a origem CO de ângu-</p><p>los descrevemos o movimento circular mediante as seguintes</p><p>grandezas.</p><p>Posição angular, θ</p><p>No instante t o móvel se encontra no ponto P. Sua posição</p><p>angular é dada pelo ângulo θ, que faz o ponto P com o centro</p><p>da circunferência C e o raio CO.</p><p>O ângulo θ, é o quociente entre o comprimento do arco s e o</p><p>raio da circunferência r,</p><p>θ =</p><p>s</p><p>r</p><p>. A posição angular é expressa</p><p>em radianos.</p><p>Velocidade angular, ω</p><p>P</p><p>O</p><p>sr</p><p>C</p><p>0</p><p>P</p><p>P’</p><p>O</p><p>t</p><p>t’</p><p>0’</p><p>C</p><p>0</p><p>57</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>No instante t' o móvel se encontrará na posição P' dada pelo</p><p>ângulo θ'. O móvel deslocou-se Δθ = θ'–θ no intervalo de tempo</p><p>Δt=t'–t compreendido entre t e t'.</p><p>Se denomina velocidade angular ao quociente entre o desloca-</p><p>mento angular e o intervalo de tempo.</p><p>ω</p><p>θ</p><p>=</p><p>�</p><p>�t</p><p>(1.15)</p><p>A velocidade angular expressa-se em radianos por segundo</p><p>(rad/s).</p><p>Velocidade linear, v</p><p>A velocidade linear, é calculada como a relação entre o compri-</p><p>mento do arco s e o respectivo intervalo de tempo.</p><p>v</p><p>s</p><p>t</p><p>=</p><p>(1.16)</p><p>A velocidade linear é expressa em metros por segundos (ms–1).</p><p>Substituindo na fórmula 2.17 o comprimento do arco, obtém-se:</p><p>v</p><p>r</p><p>t</p><p>v r= =</p><p>θ</p><p>ω, ⇒ v</p><p>r</p><p>t</p><p>v r= =</p><p>θ</p><p>ω,</p><p>(1.17)</p><p>1.7.1. Movimento circular uniforme</p><p>Neste tipo de movimento, o módulo da velocidade é constante,</p><p>mas a direcção varia constantemente.</p><p>s = s0 + vt</p><p>sendo</p><p>s0 a posição da partícula no instante t = 0s</p><p>Dividindo ambos os membros da expressão anterior pelo raio</p><p>da trajectória, obtém-se:</p><p>ϕ = ϕ</p><p>0</p><p>+ ωt (1.18)</p><p>sendo ϕ</p><p>0</p><p>o ângulo ao centro no instante t = 0s .</p><p>Esta expressão é válida para s < 2 π r.</p><p>v</p><p>v</p><p>v</p><p>v</p><p>Fig. 1.7 – Velocidade variável em</p><p>direcção</p><p>58</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Período e Frequência</p><p>No movimento circular uniforme, o corpo ao se deslocar per-</p><p>corre a trajectória repetidas vezes, por isso é que este movi-</p><p>mento também é considerado de periódico.</p><p>O tempo que o corpo leva a dar uma volta completa chama-se</p><p>período (T).</p><p>O número de vezes que o corpo efectua por unidade de tempo</p><p>chama-se Frequência (ƒ)</p><p>f</p><p>n</p><p>t</p><p>=</p><p>�</p><p>, (1.19) onde n é o número de voltas que o corpo dá e</p><p>Δt, o tempo gasto para se dar aquelas voltas.</p><p>Unidade da Frequência</p><p>No Sistema Internacional a Frequência mede-se pelo inverso</p><p>do segundo o que equivale a um Hz (Hertz)</p><p>Convém recordar que sendo r o raio da trajectória e T o perí-</p><p>odo do movimento (tempo que a partícula demora a descrever</p><p>uma volta completa), podemos escrever</p><p>v</p><p>r</p><p>T</p><p>r f= =</p><p>2 2π</p><p>π</p><p>e como a frequência do movimento é</p><p>f</p><p>T</p><p>Hz hertz=</p><p>1</p><p>( ) ( )</p><p>podemos ainda escrever</p><p>w = 2π f (1.20)</p><p>Aceleração Centrípeta (Normal)</p><p>A aceleração do movimento circular uniforme é centrípeta,</p><p>isto é, perpendicular a velocidade do movimento, ao longo do</p><p>raio em direcção ao centro da circunferência (trajectória).</p><p>a</p><p>v</p><p>rc</p><p>=</p><p>2</p><p>(1.21)</p><p>A aceleração centrípeta pode ser igualmente expressa através</p><p>da velocidade angular. Sabemos que v = ωr, substituindo v na</p><p>fórmula anterior, obtemos:</p><p>ac = ω2 r (1.22)Fig. 1.8 – Aceleração centrípeta</p><p>ac</p><p>ac</p><p>ac</p><p>ac</p><p>R</p><p>59</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>1.8. Movimento Circular Variado</p><p>Aceleração angular, α</p><p>Se denomina aceleração angular ao quociente entre a varia-</p><p>ção de velocidade angular e o intervalo de tempo gasto para</p><p>efectuar esta variação. A aceleração angular, que é responsá-</p><p>vel pela variação da velocidade angular, é definida pela razão</p><p>entre a variação da velocidade angular, e o intervalo de tempo</p><p>gasto para efectuar esta variação.</p><p>α</p><p>ω</p><p>=</p><p>�</p><p>�t</p><p>Onde Δω = ω – ω0 e Δt = t – t0</p><p>α</p><p>ω ω</p><p>=</p><p>−</p><p>0</p><p>0</p><p>t t–</p><p>(1.23)</p><p>1.8.1. Movimento Circular Uniformemente</p><p>Variado</p><p>Um movimento circular uniformemente acelerado é aquele</p><p>cuja aceleração α é constante.</p><p>As equações do movimento circular uniformemente variado</p><p>por analogia têm a mesma formulação que as equações do</p><p>movimento rectilíneo uniformemente variado.</p><p>α = constante</p><p>ω = ω0 + at</p><p>θ θ ω= + +</p><p>0 0</p><p>2</p><p>1</p><p>2</p><p>t at</p><p>(1.24)</p><p>Podemos afirmar, que o módulo da aceleração centrípeta</p><p>depende da velocidade angular do corpo e do raio da trajec-</p><p>tória.</p><p>60</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Uma partícula</p><p>efectua 1200 rpm numa</p><p>circunferência de 0,5 m</p><p>de raio. Determine:</p><p>a) A velocidade angular</p><p>da partícula.</p><p>b) A velocidade linear</p><p>da partícula.</p><p>Dados</p><p>f rpm</p><p>s</p><p>Hz= =1200</p><p>1200</p><p>60</p><p>20</p><p>r = 0,5m</p><p>a) ω = ?</p><p>b) v = ?</p><p>Resolução</p><p>a)</p><p>ω = 2π f → ω = 2π.20</p><p>ω = 40rad / s</p><p>b)</p><p>v = ωr → v = 40π.0,5</p><p>v = 20π m / s</p><p>Exercícios propostos</p><p>P1 – Um disco tem 3,2 m de diâmetro e gira com velocidade</p><p>constante, efectuando 120 voltas por minuto. Calcular:</p><p>a) A velocidade angular do disco.</p><p>b) A velocidade linear dos pontos da periferia.</p><p>P2 – Uma partícula tem movimento circular uniforme com</p><p>velocidade de 3 m/s. o raio da trajectória é de 1,2 m. Calcular:</p><p>a) A velocidade angular.</p><p>b) A aceleração centrípeta.</p><p>P3 – Que velocidade deve imprimir-se a uma partícula que</p><p>se move sobre uma trajectória circular de 25 cm de diâme-</p><p>tro, tenha uma aceleração centrípeta de 0,5 m/s2? Qual será a</p><p>velocidade angular da partícula?</p><p>a) R: 12,56 rad/s</p><p>a) R: 2,5 rad/s</p><p>b) R: 20 m/s</p><p>b) R: 7 m/s2</p><p>R: 0,25 m/s e 2 rad/s</p><p>61</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1 – Movimento de uma Partícula Material</p><p>P4 – Duas polias de raios r1 = 0,05 m e r2 = 0,1 cm, respectiva-</p><p>mente, estão ligadas por uma correia. O período de rotação da</p><p>polia de menor raio é igual a 0,5 s. A que velocidade se desloca</p><p>a correia? Qual é o período de rotação da segunda polia.</p><p>P5 – Uma partícula realiza um movimento circular uniforme</p><p>de raio 5 m, completando uma volta em cada 5 s. Calcule a fre-</p><p>quência e a velocidade angular do movimento. R: 0,2 Hz e 1,256 rad/s</p><p>R: 0,6 m/s e 1s</p><p>Exercícios propostos</p><p>62</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Unidade 1i</p><p>interacções entre corPos</p><p>Na unidade anterior estudamos o movimento dos corpos mas,</p><p>não nos debruçamos sobre as causas que originam este movi-</p><p>mento. Nessa unidade vamos estudar o movimento dos corpos</p><p>bem como as suas causas.</p><p>2.1. Força</p><p>A palavra força é conhecida por nós desde a tenra idade. Ao falar-</p><p>mos da força interpretamos de formas diferentes independente-</p><p>mente dos efeitos apresentados.</p><p>Um corpo pode pôr-se em movimento ou variar a sua velocidade</p><p>caso o empurrarmos.</p><p>No exemplo citado o corpo põe-se em movimento, muda de direc-</p><p>ção ou pára sob a acção de outro corpo.</p><p>A força é a expressão vectorial e completa da interacção entre</p><p>dois corpos físicos</p><p>Classificação das Forças</p><p>As forças podem classificar-se em:</p><p>1. Forças de contacto quando as superfícies dos corpos intera-</p><p>gem. Exemplo.</p><p>• Força de atrito,</p><p>• Força elástica,</p><p>• Força de tensão</p><p>2. Forças de campo quando ocorrem à distância. Exemplos</p><p>• Força nuclear (forte ou fraca),</p><p>• Força electromagnética,</p><p>• Força gravitacional.</p><p>Fig. 2.1 – Kibato chutando uma bola</p><p>63</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Fig. 2.2 – Bió equilibrando o seu peso</p><p>Fig. 2.2 – Equilíbrio dinâmico</p><p>Fig. 2.4 – Efeito de uma força</p><p>Equilíbrio de uma Partícula</p><p>Habitualmente distinguimos dois tipos de equilíbrio: Estático</p><p>e dinâmico.</p><p>Equilíbrio estático:</p><p>observa-se quando a velocidade de um corpo é nula, o que</p><p>significa que o corpo está em repouso em relação a um</p><p>certo referencial.</p><p>v = 0 equilíbrio estático</p><p>Equilíbrio dinâmico:</p><p>observa-se quando o corpo tem velocidade constante no</p><p>decorrer do tempo. O que significa que a velocidade não é</p><p>nula mas sim o corpo vai animado de movimento rectilí-</p><p>neo e uniforme (MRU).</p><p>V = constante ≠ 0 , equilíbrio dinâmico</p><p>Efeito de uma Força</p><p>Tal como já vimos não observamos a força mas conhecemos os</p><p>seus efeitos.</p><p>Uma força quando produz apenas deformação estamos em pre-</p><p>sença do efeito estático da força, pois não se observa movimento.</p><p>No caso da força produzir apenas uma aceleração podemos afir-</p><p>mar que estamos em presença do efeito dinâmico. Por exemplo</p><p>quando empurramos um móvel variamos a sua velocidade e</p><p>consequentemente aplicamos uma força sobre ele. Deixando de</p><p>aplicar a força automaticamente cessa a aceleração.</p><p>Assim a força é a causa e a aceleração é o efeito.</p><p>A força, é uma grandeza vectorial, pois para ser definida, é</p><p>necessário ter em conta a direcção, sentido e intensidade ou</p><p>valor numérico. Tem como unidade o Newton, no SI, e repre-</p><p>senta-se pela letra N.</p><p>Na técnica e na vida quotidiana empregam-se outras unidades</p><p>de força, o Kilograma-força kgf. e o Dine. Onde 1kgf = 9,8 N</p><p>e 1 dine = 10.–5 N.</p><p>64</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>A figura ao lado representa um dinamómetro que é o instru-</p><p>mento utilizado para medir a intensidade de uma força pela</p><p>deformação que produz num corpo elástico.</p><p>Este instrumento consiste numa mola helicoidal de aço envol-</p><p>vida por um protector. Na extremidade livre da mola há um</p><p>ponteiro que se desloca ao longo de uma escala.</p><p>A medida de uma força é feita por comparação da deformação</p><p>por essa força com a de forças padrões.</p><p>Força Resultante</p><p>Constatamos geralmente que sobre um corpo não actua só</p><p>uma força, mas várias.</p><p>Observa a figura, a mesma representa forças actu-</p><p>ando simultaneamente sobre o mesmo corpo.</p><p>As forças têm direcções diferentes, mas a acção</p><p>resultante é apenas efeito para um único fim. Este</p><p>fenómeno ocorre como se o corpo tivesse uma</p><p>única força.</p><p>A soma de forças que acabam por produzir um efeito único</p><p>denomina-se força resultante ou simplesmente resultante.</p><p>FR = F1 ± F2 ± . . . ± Fn (2.1)</p><p>Logo, a força resultante provoca a um corpo uma acção igual</p><p>a provocada por várias forças que actuam simultaneamente</p><p>sobre ele.</p><p>Fig. 2.5 – Equilíbrio dinâmico</p><p>Fig. 2.6 – Força resultante</p><p>F'1</p><p>Escala</p><p>7kgf</p><p>F'2</p><p>65</p><p>PARTE I – Mecânica</p><p>UNIDADE 1I – Interacções entre Corpos</p><p>Exercícios de aplicação</p><p>P1 – Considere um</p><p>corpo de massa 2kg ini-</p><p>cialmente em repouso</p><p>sobre o qual actua hori-</p><p>zontal de 5N.</p><p>a) Represente todas as</p><p>forças que actuam</p><p>sobre o corpo.</p><p>b) Calcule a aceleração</p><p>adquirida pelo corpo.</p><p>c) Determine</p>