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<p>• Qual é a diferença entre frase, oração e período?</p><p>Frase é um enunciado (palavra ou conjunto de palavras), falado ou escrito, com sentido</p><p>completo. Pode ou não ter verbo. Caso tenha, é uma frase verbal. Se não tiver, é uma frase</p><p>nominal.</p><p>Exemplo de frase nominal: “Bom dia a todos!”</p><p>Exemplo de frase verbal: “Que todos tenham um bom dia!”</p><p>Oração é um enunciado (conjunto de palavras) que se organiza em torno de um verbo ou de</p><p>uma locução verbal.</p><p>Exemplo de oração: “O time favorito ganhou na casa do adversário”</p><p>“Os professores estão fazendo tarefas com a turma X”</p><p>Obs.: Locução verbal é formada por um verbo auxiliar e um verbo principal, sendo este</p><p>flexionado em uma das três formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio)</p><p>Período é uma frase organizada em oração ou orações. Informalmente, considera-se como</p><p>um período do início da frase até o ponto final (dois pontos ou ponto e vírgula não encerram</p><p>um período).</p><p>Período simples: formado por apenas uma oração (oração e período coincidem)</p><p>Exemplo: “O professor corrigiu as provas”</p><p>Período composto: formado por duas ou mais orações</p><p>Exemplo: “O professor corrigiu as provas, mas não as entregou”</p><p>• Qual é a diferença entre uma oração coordenada e uma oração subordinada?</p><p>Ambas as orações são estudadas quando analisamos períodos compostos, uma vez que se</p><p>procura entender qual é a relação de sentido e a relação sintática entre duas ou mais</p><p>orações.</p><p>As orações coordenadas são independentes *sintaticamente*, mas estabelecem uma</p><p>relação de sentido entre si.</p><p>Uma oração coordenada pode ser lida e não fazer sentido sozinha! Isso significa que</p><p>ela não é independente? Não, já que se deve considerar para esta análise a construção</p><p>sintática da oração (sujeito + verbo transitivo/de ligação + complemento ou sujeito + verbo</p><p>intransitivo).</p><p>As orações subordinadas são dependentes *sintaticamente*, uma depende da outra para</p><p>existir.</p><p>Neste caso, identifica-se uma oração principal e uma oração subordinada, sendo esta</p><p>representante de um elemento que completaria a principal na sua construção sintática.</p><p>Desse modo, a oração subordinada pode representar o sujeito, o objeto, o aposto, o adjunto,</p><p>entre outros termos. Essas funções serão identificadas de acordo com cada tipo que será</p><p>estudado.</p><p>• Tipos de oração coordenada</p><p>ORAÇÕES COORDENADAS E SUBORDINADAS</p><p>Retomando: uma oração coordenada é aquela independente sintaticamente, ou seja, não</p><p>exerce nenhuma função sintática em relação a outra oração, está completa. As orações</p><p>coordenadas podem vir ligadas por conjunção ou não.</p><p>Orações coordenadas assindéticas</p><p>São aquelas que não são introduzidas por conjunções, estão apenas justapostas no</p><p>período. A palavra “assindética” é formada pelo prefixo a, que indica ausência, e pelo núcleo</p><p>síndeto, variação de um verbo grego que significa unir, ligar. Desse modo, “assindética” é a</p><p>ausência de um elemento de ligação, no caso, as conjunções.</p><p>Dica: são orações colocadas em sequência, separadas pela pontuação (normalmente,</p><p>vírgulas)</p><p>Exemplo: Ela entrou, abriu a garrafa, bebeu, matou a sede, saiu sem dizer nada.</p><p>Oraç��es coordenadas sindéticas</p><p>São aquelas que são introduzidas por conjunções, possuem elementos de ligação.</p><p>Exemplo: Ela entrou e abriu a garrafa.</p><p>Bebeu e matou a sede, mas saiu sem dizer nada.</p><p>As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com o sentido da</p><p>conjunção empregada na frase. São, ao todo, 5 tipos:</p><p>Aditivas: a relação expressa entre as duas orações é de soma, adição</p><p>Principais conjunções aditivas: e, nem, não só ... mas também, não só ... como</p><p>também</p><p>Exemplo: Ele não só estava faminto, como também estava com fome</p><p>Não telefonamos nem mandamos mensagem</p><p>Adversativas: a relação expressa entre as duas orações é de adversidade, oposição.</p><p>(Dica para entender o nome: o seu adversário é aquele que faz oposição a você)</p><p>Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, entretanto, todavia,</p><p>no entanto</p><p>Exemplo: São elementos nocivos à saúde, porém não alteram o sabor</p><p>A resposta parecia óbvia, contudo ninguém a apresentou</p><p>Alternativas: a relação expressa entre as duas orações é de alternância e exclusão,</p><p>fatos que não ocorrem ao mesmo tempo.</p><p>Principais conjunções alternativas: ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ...</p><p>seja</p><p>Exemplo: Ou você toma água filtrada ou terá problema de saúde</p><p>Ora faz sol, ora fica nublado</p><p>Conclusivas: a relação expressa entre as duas orações é de conclusão.</p><p>Principais conjunções conclusivas: portanto, logo, por conseguinte, pois</p><p>(quando este aparece depois do verbo)</p><p>Exemplo: Ela sente muita saudade dos pais; pretende, pois, voltar para casa</p><p>Água não filtrada faz mal, portanto não a tome</p><p>Explicativas: a relação expressa entre as duas orações é uma explicação, justificativa.</p><p>Principais conjunções explicativas: porque, que, pois (quando este aparece</p><p>antes do verbo)</p><p>Exemplo: Pretende voltar para casa, pois sente muita saudade dos pais</p><p>Não desperdice água, porque ela pode acabar</p><p>Dica: normalmente, as orações conclusivas e explicativas são o inverso uma da outra,</p><p>como indica os exemplos acima e os a seguir:</p><p>A maçã ficou fora da geladeira, logo ela estragou (conclusiva)</p><p>A maçã estragou, porque ficou fora da geladeira (explicativa)</p><p>• Tipos de oração subordinada</p><p>Retomando: uma oração subordinada é aquela dependente sintaticamente, ou seja, exerce</p><p>uma função sintática em relação a outra oração, chamada de principal. As orações</p><p>subordinadas podem vir ligadas por conjunções subordinativas, pronome relativo ou</p><p>conjunções integrantes.</p><p>Orações subordinadas substantivas</p><p>São aquelas que exercem, na oração principal, o papel que um substantivo exerceria.</p><p>São introduzidas pelas conjunções integrantes que, se, quando.</p><p>Dica: depois de identificar que a oração é subordinada (não faz sentido sozinha,</p><p>sintaticamente), substitua a oração subordinada por isso/disso. Se for possível fazer a</p><p>substituição, é uma oração subordinada substantiva (esta é iniciada pela palavra que, se,</p><p>quando)</p><p>Exemplo: Eu espero que não chova hoje → Eu espero isso</p><p>As orações subordinadas substantivas são subdivididas em 6 tipos. É possível</p><p>identifica-los pela função que a parte subordinada exerce, mas é mais fácil identificar através</p><p>da estrutura da oração principal. Veja a seguir.</p><p>Objetiva Direta: a oração subordinada exerce a função de objeto direto da oração</p><p>principal. A estrutura da oração principal é Sujeito + Verbo Transitivo Direto.</p><p>Exemplo: Eu espero /que não chova hoje</p><p>Objetiva Indireta: a oração subordinada exerce a função de objeto indireto da oração</p><p>principal. A estrutura da oração principal é Sujeito + Verbo Transitivo Indireto.</p><p>Exemplo: Eles me convenceram /de que a prova deveria ser adiada</p><p>Subjetiva: a oração subordinada exerce a função de sujeito da oração principal. A</p><p>estrutura da oração principal é Verbo na 3ª pessoa do singular sem sujeito.</p><p>Exemplo: É aconselhável /que se preserve o meio ambiente</p><p>Completiva Nominal: a oração subordinada exerce a função de complemento nominal</p><p>da oração principal. A estrutura da oração principal é Sujeito + Verbo + Substantivo/Adjetivo</p><p>+ Preposição.</p><p>Exemplo: Eu tenho esperança /de que o nosso time será campeão</p><p>Predicativa: a oração subordinada exerce a função de predicativo do sujeito da oração</p><p>principal. A estrutura da oração principal é Sujeito + Verbo de Ligação.</p><p>Exemplo: Meu desejo é /que vocês consigam a aprovação</p><p>Apositiva: a oração subordinada exerce a função de aposto de um termo da oração</p><p>principal. Aparece depois de dois pontos.</p><p>Exemplo: Minha vontade é esta: /que faça sol no final de semana</p><p>Orações subordinadas adjetivas</p><p>São aquelas que têm valor de adjetivo. São introduzidas por um pronome relativo (que,</p><p>o qual, cujo, quem, do qual), que normalmente aparecem</p><p>depois de um substantivo.</p><p>As orações subordinadas adjetivas são subdivididas em 2 tipos:</p><p>Restritivas: são orações que restringem o significado de um termo da oração principal.</p><p>Não vêm separadas por vírgulas da oração principal.</p><p>Exemplo: Os livros que peguei emprestado da biblioteca são antigos</p><p>Explicativas: são orações que acrescentam informações acessórias a um termo da</p><p>oração principal. Vêm sempre separadas por vírgulas do restante do período.</p><p>Exemplo: O professor, que leciona Língua Portuguesa, foi contratado para o</p><p>projeto</p><p>As orações subordinadas adjetivas explicativas são introduzidas por meio de vírgula e o</p><p>pronome relativo refere-se a todos do conjunto ou a um conjunto unitário. Já as orações</p><p>subordinadas adjetivas restritivas referem-se a somente uma parte do conjunto e não são</p><p>introduzidas por vírgulas.</p><p>Orações subordinadas adverbiais</p><p>São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial. Vêm acompanhadas de</p><p>conjunções subordinativas e são classificadas de acordo com as circunstâncias que</p><p>expressam em relação à oração principal. Funcionam de forma semelhante às orações</p><p>coordenadas, mas com a relação de dependência sintática. São subdividas em 9 tipos:</p><p>Causal: indica causa.</p><p>Principais conjunções: porque, uma vez que, já que, visto que</p><p>Exemplo: Não fui à praia, já que estava chovendo</p><p>Consecutiva: indica consequência.</p><p>Principais conjunções: tão ... que, tanto ... que, tamanho ... que (tão, tanto e</p><p>tamanho aparecem na oração principal)</p><p>Exemplo: Ele falou tanto que ficou sem voz</p><p>Condicional: indica condição.</p><p>Principais conjunções: se, caso, desde que, contanto que, a não ser que</p><p>Exemplo: Caso não haja imprevistos, iremos para a praia</p><p>Concessiva: indica concessão, uma exceção.</p><p>Principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de</p><p>que, por mais que</p><p>Exemplo: Embora ele economize, está sempre sem dinheiro</p><p>Comparativa: indica comparação.</p><p>Principais conjunções: como, mais ... que, menos ... que, tanto ... quanto</p><p>Exemplo: A couve é tão nutritiva quanto o espinafre [é nutritivo]</p><p>Conformativa: indica conformidade, um acordo entre os fatos expressos.</p><p>Principais conjunções: conforme, segundo, como, consoante, de acordo com</p><p>Exemplo: Segundo pesquisas realizadas pelo IBGE, a expectativa de vida do</p><p>brasileiro aumentou</p><p>Final: indica finalidade</p><p>Principais conjunções: para que, a fim de que</p><p>Exemplo: A fim de que pudesse atender a todos, chegava ao consultório cedo</p><p>Proporcional: indica proporção.</p><p>Principais conjunções: à medida que, à proporção que, quanto mais/menos ...</p><p>mais, quanto mais/menos ... menos</p><p>Exemplo: À medida que nos aproximávamos no interior, o calor aumentava</p><p>Temporal: indica tempo.</p><p>Principais conjunções: quando, enquanto, logo que, sempre que, antes que,</p><p>mal</p><p>Exemplo: Quando cheguei, fui falar com ele</p><p>Cuidado! Existem conjunções iguais que podem expressar diferentes circunstâncias. A</p><p>conjunção “como”, por exemplo, pode indicar comparação, conformidade, causa.</p><p>Recomenda-se substituir por outra conjunção de cada tipo e ver se mantém o significado.</p><p>Orações subordinadas reduzidas</p><p>São orações subordinadas que não têm conectivo introdutório e o verbo da oração</p><p>subordinada encontra-se em uma das formas nominais (infinitivo -ar -er -ir, gerúndio -ando</p><p>-endo -indo, particípio -ado -ido). Como não aparece o conectivo, é preciso analisar o</p><p>contexto, identificar qual é a função da oração subordinada. Também é possível tentar</p><p>identificar um conectivo que poderia ser usado na frase, mantendo o sentido, para poder</p><p>identificar o tipo de oração.</p><p>Exemplo: Idosos abandonados em asilos são vítimas de maus tratos → poderia ser</p><p>reescrita como “Idosos que são abandonados em asilos são vítimas de maus tratos”. A oração</p><p>subordinada é introduzida pelo pronome relativo que e não apresenta vírgula, ou seja, é</p><p>adjetiva restritiva. Pelo contexto, observa-se que a oração “abandonados em asilos” restringe</p><p>e caracteriza uma parte específica do conjunto “idosos”. A classificação é: Oração</p><p>Subordinada Adjetiva Restritiva Reduzida de Particípio.</p><p>É preciso informar a população sobre os problemas ambientais → poderia ser</p><p>reescrita como “É preciso que se informe a população sobre os problemas ambientais”. A</p><p>oração subordinada pode ser substituída por isso (isso é preciso). A oração principal tem em</p><p>sua estrutura um verbo em 3ª pessoa do singular e não apresenta sujeito. A classificação é:</p><p>Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo.</p><p>Considerando os dados de 2023, as estatísticas se tornam diferentes →</p><p>poderia ser reescrita como “Quando se considera os dados de 2023, as estatísticas se</p><p>tornam diferentes”. A conjunção quando (e a frase original) indica tempo, o momento em que</p><p>as estatísticas mudam. A classificação é: Oração Subordinada Adverbial Temporal Reduzida</p><p>de Gerúndio.</p><p>• EXERCÍCIOS!</p><p>1. Classifique as orações coordenadas abaixo:</p><p>a) Não fale mais, que ele já ouviu o suficiente</p><p>b) Fiz tudo que ela pediu, ainda assim não ficou satisfeita</p><p>c) Cheguei e fui tomar um banho</p><p>d) Ora cumprimenta, ora não cumprimenta</p><p>e) O diretor ainda não chegou, de modo que não podemos começar a reunião</p><p>f) Rodrigo escreveu, apagou, reescreveu milhões de vezes</p><p>2. Classifique as orações subordinadas abaixo:</p><p>a) O INPE, que foi questionado publicamente, tem reconhecimento internacional</p><p>b) As crianças tinham este plano maquiavélico: que os presentes fossem escondidos</p><p>c) O senhor não ouviu que teria retorno médico na semana seguinte</p><p>d) Por mais que gritasse, não me ouviam</p><p>e) Doente tem estado ela, desde que chegou aqui</p><p>f) O senhor certificou-se de que teria retorno médico na semana seguinte</p><p>g) Os jovens que estão desempregados terão auxílio governamental</p><p>h) O tambor soa porque é oco</p><p>i) De acordo com o famoso ditado, a pressa é inimiga da perfeição</p><p>j) O senhor tinha certeza de que teria retorno médico na semana seguinte</p><p>k) O investigador foi mais esperto que o ladrão</p><p>l) Eles tinham tanta fome, que devoraram a comida</p><p>m) É necessário que desenvolvamos o projeto</p><p>n) Dirigia devagar a fim de que pudéssemos olhar a paisagem</p><p>o) À medida que envelhecemos, adquirimos mais experiência</p><p>p) A ideia é que o projeto seja aprovado</p><p>q) Se o conhecesse, não o condenarias</p><p>3. Leia a tirinha a seguir</p><p>Com relação à tirinha, considere as seguintes afirmações:</p><p>I- No primeiro quadrinho, o período é constituído por uma oração principal e uma subordinada</p><p>II- No primeiro quadrinho, as orações subordinadas são adverbiais, sendo classificadas</p><p>respectivamente como temporal e final</p><p>III- No terceiro quadrinho, a expressão “de lombinho” classifica-se como predicativo do sujeito</p><p>Quais afirmativas estão corretas? Justifique sua resposta, explicando também o(s) erro(s), se tiver.</p><p>4. (Fuvest 2001) Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios</p><p>adiante citados, o espaço pontilhado NÃO poderá ser corretamente preenchido pela conjunção MAS,</p><p>apenas em:</p><p>a) Morre o homem, (...) fica a fama.</p><p>b) Reino com novo rei (...) povo com nova Iei.</p><p>c) Por fora bela viola, (...) por dentro pão bolorento.</p><p>d) Amigos, amigos! (...) negócios à parte.</p><p>e) A palavra é de prata, (...) o silêncio é de ouro.</p><p>5. (UFPR-2013) Considere a seguinte informação extraída de uma notícia de jornal:</p><p>43% dos domicílios do Brasil são inadequados para moradia, diz IBGE. Taxa representa 24,7</p><p>milhões dos 57,5 milhões de lares no país em 2008. Em 1992, porém, 63,2% das casas não eram</p><p>consideradas adequadas.</p><p>A conexão entre as afirmações feita com o uso de “porém” destaca que os índices de domicílios</p><p>inadequados para moradia em 2008 e 1992:</p><p>a) são semelhantes: os índices eram muito altos em 1992 e continuam altos em 2008.</p><p>b) estão em oposição: mesmo altos, os índices de 2008 revelam uma melhoria em relação a 1992.</p><p>c) são contraditórios: os dados de 2008 mostram resultados</p><p>opostos ao que se poderia prever a</p><p>partir dos dados de 1992.</p><p>d) apontam para direções contrárias: revelam um retrocesso na adequação das moradias entre 1992</p><p>e 2008.</p><p>e) são complementares: os índices de 2008 eram previsíveis a partir dos dados de 1992.</p><p>6. (IFAL-2018) "Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi</p><p>supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos</p><p>desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da</p><p>religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo</p><p>depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não</p><p>possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele</p><p>não formulava incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando."</p><p>(MACHADO DE ASSIS. Obras completas em quatro volumes, volume 2. São Paulo: Editora Nova</p><p>Aguilar, 2015, p. 435)</p><p>Assinale a opção em que não haja correspondência de ideias com a frase: “E digo mal, porque negar</p><p>é ainda afirmar...”</p><p>a) E digo mal, pois que negar é ainda afirmar...</p><p>b) E digo mal, porquanto negar é ainda afirmar...</p><p>c) E digo mal, pois negar é ainda afirmar...</p><p>d) E digo mal, visto que negar é ainda afirmar...</p><p>e) E digo mal, conquanto negar é ainda afirmar...</p><p>7. (Enem-2011) Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de</p><p>infarto, mas também como de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma</p><p>alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de</p><p>desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos</p><p>níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a</p><p>capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos,</p><p>com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.</p><p>ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.</p><p>As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do</p><p>sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que</p><p>a) A expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.</p><p>b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.</p><p>c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.</p><p>d) o termo “Também” exprime uma justificativa.</p><p>e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.</p><p>8. (ITA-2018)</p><p>O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e precisa</p><p>correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com</p><p>independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os</p><p>americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para</p><p>os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o</p><p>maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de</p><p>apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não</p><p>abrigam mais três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar</p><p>sozinha, mantendo-se dona do próprio nariz.</p><p>Disponível em: http://veja.abril.com.br/brasilenvelhecer-no-seculo-xxi/, 18 mar. 2016. Adaptado.</p><p>Acesso em: 10 ago. 17.</p><p>A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da</p><p>realidade contemporânea: ...” possui a função semântica de</p><p>a) retificação</p><p>b) compensação</p><p>c) complementação</p><p>d) separação</p><p>e) acréscimo</p><p>9. (Enem-2014)</p><p>Tarefa</p><p>Morder o fruto amargo e não cuspir</p><p>Mas avisar aos outros quanto é amargo</p><p>Cumprir o trato injusto e não falhar</p><p>Mas avisar aos outros quanto é injusto</p><p>Sofrer o esquema falso e não ceder</p><p>Mas avisar aos outros quanto é falso</p><p>Dizer também que são coisas mutáveis…</p><p>E quando em muitos a não pulsar</p><p>— do amargo e injusto e falso por mudar —</p><p>então confiar à gente exausta o plano</p><p>de um mundo novo e muito mais humano.</p><p>CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.</p><p>Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função</p><p>sintática,</p><p>a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.</p><p>b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.</p><p>c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.</p><p>d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.</p><p>e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.</p><p>10. (Enem-2010) Diego Souza ironiza torcida do Palmeiras</p><p>O Palmeiras venceu o Atlético-GO pelo placar de 1 a 0, com um gol no final da partida. O cenário era</p><p>para ser de alegria, já que a equipe do Verdão venceu e deu um importante passo para conquistar a</p><p>vaga para as semifinais, mas não foi bem isso que aconteceu.</p><p>O meia Diego Souza foi substituído no segundo tempo debaixo de vaias dos torcedores</p><p>palmeirenses e chegou a fazer gestos obscenos respondendo à torcida. Ao final do jogo, o meia</p><p>chegou a dizer que estava feliz por jogar no Verdão.</p><p>— Eu não estou pensando em sair do Palmeiras. Estou muito feliz aqui — disse.</p><p>Perguntado sobre as vaias da torcida enquanto era substituído, Diego Souza ironizou a torcida do</p><p>Palmeiras.</p><p>—Vaias? Que vaias? — ironiza o camisa 7 do Verdão, antes de descer para os vestiários.</p><p>Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 abr. 2010.</p><p>A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas que se estabelecem entre as partes</p><p>do texto. Tais relações podem ser claramente apresentadas pelo emprego de elementos coesivos ou</p><p>não ser explicitadas, no caso da justaposição. Considerando-se o texto lido,</p><p>a) no primeiro parágrafo, o conectivo já que marca uma relação de consequência entre os</p><p>segmentos do texto.</p><p>b) no primeiro parágrafo, o conectivo mas explicita uma relação de adição entre os segmentos do</p><p>texto.</p><p>c) entre o primeiro e o segundo parágrafos, está implícita uma relação de causalidade.</p><p>d) no quarto parágrafo, o conectivo enquanto estabelece uma relação de explicação entre os</p><p>segmentos do texto.</p><p>e) entre o quarto e o quinto parágrafos, está implícita uma relação de oposição.</p><p>11. (PUC-SP) Em relação ao trecho "... e no fim declarou-me que eu tinha medo/ de que você me</p><p>esquecesse", as orações destacadas são, respectivamente:</p><p>a) subordinada substantiva objetiva indireta, subordinada substantiva objetiva direta</p><p>b) subordinada substantiva predicativa, subordinada substantiva objetiva direta</p><p>c) subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva completiva nominal</p><p>d) subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva objetiva indireta</p><p>e) subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva predicativa</p><p>12. (EEAR - Escola de Especialistas de Aeronáutica)</p><p>Assinale a única alternativa que traz, em trechos de texto do autor José Saramago, oração</p><p>subordinada adjetiva.</p><p>a) Foi coincidência, não pense que andei a procurar palavras que principiassem pela mesma letra...</p><p>b) Você já me disse três coisas diferentes, que não há morte, que há morte, agora diz-me que morte</p><p>e vida são o mesmo.</p><p>c) ... tive apenas de responder a umas perguntas, que gente conheci no Brasil (...), que relações criei</p><p>em Portugal desde que cá estou...</p><p>d) Fernando Pessoa fechou os olhos, apoiou a cabeça no encosto do sofá, pareceu a Ricardo Reis</p><p>que duas lágrimas lhe assomavam entre as pálpebras.</p><p>13. “Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder</p><p>político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar.</p><p>Basta pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada</p><p>dos europeus –</p><p>hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e</p><p>cultura. O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as</p><p>fronteiras perderam força, os germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro</p><p>lado, na Espanha, a poderosa região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do</p><p>espanhol.</p><p>Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito de</p><p>pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender o</p><p>sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo</p><p>aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos para</p><p>trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente,</p><p>pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para</p><p>ele”, explica.</p><p>CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.</p><p>Com base no trecho “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não</p><p>visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”,</p><p>considere as afirmativas a seguir.</p><p>I. No primeiro período, há uma oração coordenada explicativa.</p><p>II. A oração subordinada adjetiva “desconhecido” é reduzida de particípio.</p><p>III. As duas ocorrências da palavra “que” apontam para classes diferentes.</p><p>IV. O conectivo “como se” equivale semanticamente a “assim como”.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I e II estão corretas</p><p>b) Somente as afirmativas I e IV estão corretas</p><p>c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas</p><p>e) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas</p><p>14. Leia o trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, para responder à questão.</p><p>De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia</p><p>como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha</p><p>medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente1, embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um</p><p>leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio .</p><p>E assim se passava o tempo para a moça esta. Assoava o nariz na barra da combinação. Não</p><p>tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a</p><p>amo. Sofro por ela. E só eu é que posso dizer assim: “que é que você me pede chorando que eu não</p><p>lhe dê cantando”? Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que</p><p>é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não sabia para quê, não se</p><p>indagava. Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver. Ela pensava que a pessoa é</p><p>obrigada a ser feliz. Então era. Antes de nascer ela era uma ideia? Antes de nascer ela era morta? E</p><p>depois de nascer ela ia morrer? Mas que fina talhada de melancia.</p><p>(A hora da estrela, 1998.)</p><p>1 iridescente: colorido como o arco-íris.</p><p>O termo sublinhado introduz uma oração com sentido de concessão em:</p><p>a) “Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que</p><p>é cachorro.” (2° parágrafo)</p><p>b) “Nada nela era iridescente, embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve</p><p>brilho de opala.” (1° parágrafo)</p><p>c) “Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que se cheiro era morrinhento.” (1°</p><p>parágrafo)</p><p>d) “Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver.” (2° parágrafo)</p><p>e) “E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la.” (1°</p><p>parágrafo)</p><p>• GABARITO</p><p>1.</p><p>a) sindética explicativa</p><p>b) sindética adversativa</p><p>c) sindética aditiva</p><p>d) sindética alternativa</p><p>e) sindética conclusiva</p><p>f) assindética</p><p>2.</p><p>a) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa</p><p>b) Oração Subordinada Substantiva Apositiva</p><p>c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta</p><p>d) Oração Subordinada Adverbial Concessiva</p><p>e) Oração Subordinada Adverbial Temporal</p><p>f) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta</p><p>g) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva</p><p>h) Oração Subordinada Adverbial Causal</p><p>i) Oração Subordinada Adverbial Conformativa</p><p>j) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal</p><p>k) Oração Subordinada Adverbial Comparativa</p><p>l) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva</p><p>m) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva</p><p>n) Oração Subordinada Adverbial Final</p><p>o) Oração Subordinada Adverbial Proporcional</p><p>p) Oração Subordinada Substantiva Predicativa</p><p>q) Oração Subordinada Adverbial Condicional</p><p>3. As afirmações II e III estão corretas. A afirmação I está errada, uma vez que a frase presente no</p><p>primeiro quadrinho apresenta uma oração principal e duas subordinadas. A oração principal é “eu</p><p>ataco!”, a primeira oração subordinada é “Quando os porquinhos abrirem a porta” e a segunda, “para</p><p>pegar a pizza,”. A primeira é uma oração subordinada adverbial temporal e a segunda é uma oração</p><p>subordinada adverbial final reduzida de infinitivo. Deste modo, a afirmação II está correta. A</p><p>afirmação III está correta, já que a frase do terceiro quadrinho é composta pelo sujeito “a pizza”, o</p><p>verbo de ligação “é” e o predicativo do sujeito “de lombinho”, sendo esta última expressão</p><p>responsável por caracterizar o sujeito.</p><p>4. B</p><p>5. B</p><p>6. E</p><p>7. A</p><p>8. A</p><p>9. C</p><p>10. C</p><p>11. C</p><p>12. A</p><p>13. D</p><p>14. B</p>