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<p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>APOSTILA</p><p>SUS PARA CONCURSOS</p><p>CENTRO DE ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM E COACHING</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>1. O Sistema Único de Saúde (SUS): conceitos iniciais</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado por meio da Constituição de 1988, a</p><p>chamada Constituição Cidadã. O artigo 196 da Constituição cita que “a saúde é direito de</p><p>todos e dever do Estado”, e no artigo 198, o SUS é definido. Apesar de criado em 1988, o</p><p>SUS só foi regulamentado em 1990, por meio das Leis nº 8.080/90 (chamada de Lei</p><p>Orgânica da Saúde, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e</p><p>recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá</p><p>outras providências) e nº 8.142/90 (que dispõe sobre a participação da comunidade na</p><p>gestão do Sistema Único de Saúde – SUS – e sobre as transferências intergovernamentais</p><p>de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências). O SUS tem como metas</p><p>tornar-se um importante mecanismo de promoção da equidade do atendimento de saúde;</p><p>também se propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas. O Sistema Único</p><p>de Saúde possui como princípios doutrinários fundamentais:</p><p> Universalidade: Todos os indivíduos têm direito ao atendimento, sem qualquer tipo</p><p>de segregação, quer seja ela racial, econômica, sexual, religiosa, política, entre outros.</p><p> Integralidade: É um princípio fundamental do SUS. Garante ao usuário uma atenção</p><p>que abrange as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com</p><p>garantia de acesso a todos os níveis de complexidade do Sistema de Saúde. A</p><p>integralidade também pressupõe a atenção focada no indivíduo, na família e na</p><p>comunidade (inserção social) e não num recorte de ações ou enfermidades. O</p><p>atendimento deve ser realizado com ações de promoção, prevenção e recuperação</p><p>da saúde.</p><p> Equidade: Igualdade da atenção à Saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS</p><p>deve disponibilizar recursos e serviços de forma justa, de acordo com as</p><p>necessidades de cada um. O que determina o tipo de atendimento é a complexidade</p><p>do problema de cada usuário. Implica implementar mecanismos de indução de</p><p>políticas ou programas para populações em condições de desigualdade em saúde,</p><p>por meio de diálogo entre governo e sociedade civil, envolvendo integrantes dos</p><p>diversos órgãos e setores do Ministério da Saúde (MS), pesquisadores e lideranças</p><p>de movimentos sociais. Objetiva alcançar a oferta de ações diferenciadas para grupos</p><p>com necessidades especiais.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Os princípios organizacionais do SUS são:</p><p> Regionalização: A regionalização deve orientar a descentralização das ações e</p><p>serviços de saúde. Neste processo são identificadas e constituídas as regiões de</p><p>saúde – espaços territoriais nos quais serão desenvolvidas as ações de atenção à</p><p>saúde objetivando alcançar maior resolutividade e qualidade nos resultados, assim</p><p>como maior capacidade de co-gestão regional. Este princípio permite conhecer</p><p>melhor os problemas de saúde da população de uma área delimitada.</p><p> Hierarquização: O acesso da população é feito através dos níveis primário (UBS –</p><p>80%), secundário (Centro de Especialidades – 15%) e terciário (Hospitais de</p><p>Referência – 5%).</p><p> Descentralização: É o processo de transferência de responsabilidades de gestão</p><p>para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que</p><p>embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas à</p><p>União, estados, Distrito Federal e municípios.</p><p> Participação social: É garantida constitucionalmente, sendo realizada através das</p><p>entidades representativas, podendo participar do processo de formulação das</p><p>políticas de saúde e do controle de sua execução, dos níveis federal, estaduais e</p><p>municipais. As Conferências de Saúde são as instâncias máximas da participação</p><p>social nas três esferas governamentais, ocorrendo periodicamente e definindo as</p><p>prioridades e linhas de ação sobre a saúde.</p><p>2. A gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)</p><p>SUS foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.</p><p>8.080/90 (BRASIL, 1990) e n. 8.142/90 (BRASIL, 1990). A partir daí, vem sendo, socialmente,</p><p>construído especialmente por meio de Normas Operacionais feitas em consenso pelas três</p><p>esferas de governo e materializadas em Portarias Ministeriais.</p><p>2.1. Atribuições comuns e competências específicas de cada esfera de governo</p><p>na gestão do SUS</p><p>A Constituição brasileira estabelece que a saúde é um dever do Estado. Aqui, deve-</p><p>se entender Estado não apenas como o governo federal, mas como Poder Público,</p><p>abrangendo a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. A Lei n. 8.080/90</p><p>(BRASIL, 1990) determina, em seu artigo 9º, que a direção do SUS deve ser única, de acordo</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida, em cada esfera de</p><p>governo, pelos seguintes órgãos: I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II – no</p><p>âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão</p><p>equivalente; e</p><p>III – no âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão</p><p>equivalente.</p><p>2.1.1. Competências da União</p><p>À direção nacional do SUS compete:</p><p>agressões ao meio ambiente, de saneamento básico e relativas às condições e aos</p><p>ambientes de trabalho;</p><p>coordenar os sistemas de redes integradas de assistência de alta</p><p>complexidade, de rede de laboratórios de saúde pública, de vigilância epidemiológica e de</p><p>vigilância sanitária;</p><p>, de</p><p>agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde</p><p>humana;</p><p>e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;</p><p>fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos estados, pelo Distrito Federal e</p><p>pelos municípios;</p><p>de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;</p><p>profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos</p><p>na área de saúde;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos</p><p>governamentais;</p><p>estabelecimento de padrões técnicos de Assistência à Saúde;</p><p>saúde;</p><p>ração técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos</p><p>municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;</p><p>e os serviços privados contratados de Assistência à Saúde;</p><p>dos serviços e das ações de saúde, respectivamente de abrangência estadual e municipal;</p><p>Componentes e Derivados;</p><p>competências estaduais e municipais;</p><p>técnica com estados, municípios e Distrito Federal; e</p><p>financeira do SUS em todo o território nacional, em cooperação técnica com estados,</p><p>municípios e Distrito Federal.</p><p>2.1.2. Competências do Estado</p><p>À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:</p><p>• Promover a descentralização para os municípios dos serviços e das ações de saúde;</p><p>• Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de saúde</p><p>(SUS);</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>• Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios e executar supletivamente ações</p><p>e serviços de saúde;</p><p>• Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de: vigilância</p><p>epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição e saúde do trabalhador;</p><p>• Participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que</p><p>tenham repercussão na saúde humana;</p><p>• Participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;</p><p>• Participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de</p><p>trabalho;</p><p>• Formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos</p><p>para a saúde, em caráter suplementar;</p><p>• Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de</p><p>alta complexidade, de referência</p><p>de morbidade e</p><p>mortalidade no âmbito da unidade federada.</p><p>Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:</p><p>I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e</p><p>executar os serviços públicos de saúde;</p><p>II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e</p><p>hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;</p><p>III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e</p><p>aos ambientes de trabalho;</p><p>IV - executar serviços:</p><p>a) de vigilância epidemiológica;</p><p>b) vigilância sanitária;</p><p>c) de alimentação e nutrição;</p><p>d) de saneamento básico; e</p><p>e) de saúde do trabalhador;</p><p>V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a</p><p>saúde;</p><p>VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham</p><p>repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e</p><p>federais competentes, para controlá-las;</p><p>VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;</p><p>VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;</p><p>IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos,</p><p>aeroportos e fronteiras;</p><p>X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com</p><p>entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua</p><p>execução;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;</p><p>XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu</p><p>âmbito de atuação.</p><p>Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos</p><p>Municípios.</p><p>CAPÍTULO V Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena</p><p>Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações</p><p>indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto</p><p>nesta Lei.</p><p>Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do</p><p>Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de</p><p>dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração.</p><p>Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de</p><p>Atenção à Saúde Indígena.</p><p>Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com</p><p>os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País.</p><p>Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-</p><p>governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das ações.</p><p>Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as</p><p>especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à</p><p>saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global,</p><p>contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação,</p><p>meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.</p><p>Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS,</p><p>descentralizado, hierarquizado e regionalizado.</p><p>§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos</p><p>Sanitários Especiais Indígenas.</p><p>§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde</p><p>Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o</p><p>atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.</p><p>§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local,</p><p>regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a</p><p>atenção primária, secundária e terciária à saúde.</p><p>Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos</p><p>colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como</p><p>o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando</p><p>for o caso.</p><p>CAPÍTULO VI DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO</p><p>DOMICILIAR</p><p>Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento</p><p>domiciliar e a internação domiciliar.</p><p>§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-</p><p>se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,</p><p>psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos</p><p>pacientes em seu domicílio.</p><p>§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes</p><p>multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.</p><p>§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por</p><p>indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.</p><p>CAPÍTULO VII DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O</p><p>TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO</p><p>Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria</p><p>ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)</p><p>acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.</p><p>§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este</p><p>artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder</p><p>Executivo.</p><p>TÍTULO III DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE</p><p>CAPÍTULO I Do Funcionamento</p><p>Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação,</p><p>por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas</p><p>de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.</p><p>Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.</p><p>Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados</p><p>os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de</p><p>Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento.</p><p>Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais</p><p>estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais</p><p>vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de</p><p>financiamento e empréstimos.</p><p>§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que forem</p><p>desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados.</p><p>§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, em</p><p>finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes,</p><p>sem qualquer ônus para a seguridade social.</p><p>CAPÍTULO II Da Participação Complementar</p><p>Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura</p><p>assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá</p><p>recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Parágrafo único. A participação</p><p>complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio,</p><p>observadas, a respeito, as normas de direito público.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins</p><p>lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de</p><p>cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.</p><p>1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da</p><p>remuneração</p><p>aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS)</p><p>deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva</p><p>qualidade de execução dos serviços contratados.</p><p>§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e</p><p>aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico</p><p>e financeiro do contrato. § 3° (Vetado). § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes</p><p>de entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de</p><p>confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>TÍTULO IV DOS RECURSOS HUMANOS</p><p>Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e</p><p>executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos</p><p>seguintes objetivos:</p><p>I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis</p><p>de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente</p><p>aperfeiçoamento de pessoal;</p><p>II - (Vetado)</p><p>III - (Vetado) I</p><p>V - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS). Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS)</p><p>constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas,</p><p>elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.</p><p>Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão</p><p>exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de</p><p>tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou</p><p>assessoramento.</p><p>Art. 29. (Vetado).</p><p>Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão</p><p>regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei,</p><p>garantida a participação das entidades profissionais correspondentes.</p><p>TÍTULO V DO FINANCIAMENTO</p><p>CAPÍTULO I Dos Recursos</p><p>Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas</p><p>finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação</p><p>dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e</p><p>prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.</p><p>Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de: I - (Vetado)</p><p>II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde;</p><p>III - ajuda, contribuições, doações e donativos;</p><p>IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;</p><p>V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema</p><p>Único de Saúde (SUS); e</p><p>VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.</p><p>§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso</p><p>I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.</p><p>§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão</p><p>creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de</p><p>poder onde forem arrecadadas.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e</p><p>outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema</p><p>Financeiro da Habitação (SFH). § 4º (Vetado).</p><p>§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde</p><p>serão cofinanciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo</p><p>orçamento fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem</p><p>externa e receita própria das instituições executoras.</p><p>§ 6º (Vetado). CAPÍTULO II Da Gestão Financeira</p><p>Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados</p><p>em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos</p><p>respectivos Conselhos de Saúde.</p><p>§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento da</p><p>Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão</p><p>administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.</p><p>§ 2º (Vetado).</p><p>§ 3º (Vetado).</p><p>§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a</p><p>conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e</p><p>Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao</p><p>Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.</p><p>Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente</p><p>arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o</p><p>critério do parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações</p><p>consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem</p><p>executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Na distribuição</p><p>dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma proporção da</p><p>despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito</p><p>Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise</p><p>técnica de programas e projetos:</p><p>I - perfil demográfico da região;</p><p>II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;</p><p>III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;</p><p>IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;</p><p>V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;</p><p>VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;</p><p>VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de</p><p>governo.</p><p>§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribuída segundo</p><p>o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, independentemente de qualquer</p><p>procedimento prévio.</p><p>§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os</p><p>critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de</p><p>crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados.</p><p>§ 3º (Vetado).</p><p>§ 4º (Vetado).</p><p>§ 5º (Vetado).</p><p>§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle</p><p>interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de</p><p>irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferidos.</p><p>CAPÍTULO III Do Planejamento e do Orçamento</p><p>Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS)</p><p>será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,</p><p>compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos</p><p>em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível</p><p>de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na</p><p>respectiva proposta orçamentária.</p><p>§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não</p><p>previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública,</p><p>na área de saúde.</p><p>Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem</p><p>observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características</p><p>epidemiológicas</p><p>e da organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.</p><p>Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições</p><p>prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa. DAS</p><p>DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS</p><p>Art. 39. (Vetado).</p><p>§ 1º (Vetado).</p><p>§ 2º (Vetado).</p><p>§ 3º (Vetado).</p><p>§ 4º (Vetado).</p><p>§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos integrantes</p><p>do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da</p><p>Seguridade Social.</p><p>§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os</p><p>seus acessórios, equipamentos e outros</p><p>§ 7º (Vetado).</p><p>§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério</p><p>da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às</p><p>Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao</p><p>processo de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a</p><p>disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Art. 40. (Vetado).</p><p>Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto</p><p>Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS), permanecerão como referencial de prestação de serviços, formação de recursos</p><p>humanos e para transferência de tecnologia.</p><p>Art. 42. (Vetado).</p><p>Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços</p><p>públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos</p><p>com as entidades privadas.</p><p>Art. 44. (Vetado).</p><p>Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia</p><p>administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino,</p><p>pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados.</p><p>§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previdência social</p><p>deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme</p><p>seu âmbito de atuação, bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.</p><p>§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das</p><p>Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se</p><p>dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado.</p><p>Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à</p><p>participação do setor privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a</p><p>transferência de tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde</p><p>nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.</p><p>Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais</p><p>do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional</p><p>de informações em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões</p><p>epidemiológicas e de prestação de serviços. Art. 48. (Vetado).</p><p>Art. 49. (Vetado).</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados para</p><p>implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à</p><p>proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Art. 51. (Vetado).</p><p>Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular</p><p>de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros</p><p>do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei.</p><p>Art. 53. (Vetado).</p><p>Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de</p><p>17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário. Brasília, 19 de setembro de 1990;</p><p>169º da Independência e 102º da República. FERNANDO COLLOR</p><p>LEI N° 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990</p><p>Texto devidamente atualizado até Agosto/2008 Dispõe sobre a participação da</p><p>comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências</p><p>intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.</p><p>O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e</p><p>eu sanciono a seguinte lei:</p><p>Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de</p><p>setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder</p><p>Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:</p><p>I - a Conferência de Saúde; e</p><p>II - o Conselho de Saúde.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos</p><p>vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a</p><p>formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder</p><p>Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.</p><p>2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado</p><p>composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e</p><p>usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde</p><p>na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas</p><p>decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do</p><p>governo.</p><p>3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional</p><p>de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS terão representação no Conselho</p><p>Nacional de Saúde.</p><p>4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será</p><p>paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.</p><p>5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e</p><p>normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo</p><p>conselho.</p><p>Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde - FNS serão alocados como:</p><p>I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades,</p><p>da administração direta e indireta;</p><p>II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e</p><p>aprovados pelo Congresso Nacional;</p><p>III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;</p><p>IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos</p><p>Municípios, Estados e Distrito Federal.</p><p>Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a</p><p>investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às</p><p>demais ações de saúde.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de</p><p>forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com</p><p>os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.</p><p>1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da</p><p>Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos,</p><p>exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo.</p><p>2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento,</p><p>aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.</p><p>3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços</p><p>de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta</p><p>lei.</p><p>Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os</p><p>Estados e o Distrito Federal deverão contar com:</p><p>I - Fundo de Saúde;</p><p>II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438,</p><p>de 7 de agosto de 1990;</p><p>III - plano de saúde;</p><p>IV - relatórios de gestão</p><p>que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei</p><p>n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;</p><p>V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão</p><p>de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários - PCCS, previsto o prazo de dois</p><p>anos para sua implantação.</p><p>Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo</p><p>Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos</p><p>concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.</p><p>Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado</p><p>a estabelecer condições para aplicação desta lei.</p><p>Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 28 de dezembro de 1990;</p><p>169° da Independência e 102° da República.</p><p>CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988</p><p>(Atualizada até a Emenda Constitucional nº 56, de 20/12/2007) PREÂMBULO Nós,</p><p>representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para</p><p>instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e</p><p>individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a</p><p>justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,</p><p>fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a</p><p>solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte</p><p>CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.</p><p>SEÇÃO II DA SAÚDE</p><p>Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas</p><p>sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao</p><p>acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e</p><p>recuperação.</p><p>Art. 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder</p><p>Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,</p><p>devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa</p><p>física ou jurídica de direito privado.</p><p>Art. 198 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e</p><p>hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes</p><p>diretrizes:</p><p>I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;</p><p>II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo</p><p>dos serviços assistenciais;</p><p>III - participação da comunidade.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 1º - O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos</p><p>do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios, além de outras fontes;</p><p>§ 2º - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente,</p><p>em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de</p><p>percentuais calculados sobre:</p><p>I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no</p><p>§ 3º;</p><p>II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos</p><p>a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a,</p><p>e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;</p><p>III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos</p><p>impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso</p><p>I, alínea b e § 3º.</p><p>§ 3º - Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,</p><p>estabelecerá:</p><p>I – os percentuais de que trata o § 2º;</p><p>II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos</p><p>Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos</p><p>Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;</p><p>III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas</p><p>esferas federal, estadual, distrital e municipal;</p><p>IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.</p><p>§ 4º - Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes</p><p>comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo</p><p>público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos</p><p>específicos para sua atuação.</p><p>§ 5º - Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das atividades</p><p>de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 6º - Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da</p><p>Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário</p><p>de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de</p><p>descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.</p><p>Art. 199 - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.</p><p>§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema</p><p>único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio,</p><p>tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.</p><p>§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às</p><p>instituições privadas com fins lucrativos.</p><p>§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros</p><p>na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.</p><p>§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de</p><p>órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem</p><p>como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo</p><p>tipo de comercialização. Comentário: A vedação de comercialização é entendida como uma</p><p>proibição de comercialização feita ao coletor, mas não abrange o doador. Segundo se</p><p>entende, este pode comercializar seus órgãos, numa construção doutrinária que trabalha</p><p>com a tese da livre decisão sobre o próprio corpo.</p><p>Art. 200 - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos</p><p>da lei:</p><p>I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a</p><p>saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,</p><p>hemoderivados e outros insumos;</p><p>II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde</p><p>do trabalhador;</p><p>III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;</p><p>IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento</p><p>básico;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;</p><p>VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional,</p><p>bem como bebidas e águas para consumo humano;</p><p>VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização</p><p>de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;</p><p>VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.</p><p>O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE</p><p>Antecedentes</p><p>No Brasil por meio da administração portuguesa, não se caracterizou, pelo menos até</p><p>a metade do século XVIII, pela organização do espaço social visando a um combate às</p><p>causas das doenças. Antes do século XIX, não se encontra, seja nas instituições</p><p>propriamente médicas, seja no aparelho de Estado, a relação explícita entre saúde e</p><p>sociedade. A atuação do Estado e dos médicos tem como objetivo evitar a morte</p><p>(MACHADO, 1978).</p><p>O século XIX assinala para o Brasil o início de um processo de transformação política</p><p>e econômica que atinge igualmente o âmbito da medicina, inaugurando duas de suas</p><p>características, que têm vigorado até o presente:</p><p>a penetração da medicina na sociedade,</p><p>que incorpora o meio urbano como alvo da reflexão e da prática médica, e a situação da</p><p>medicina como apoio científico indispensável ao exercício de poder do Estado. Nasce um</p><p>tipo específico de medicina que pode ser chamado de medicina social (MACHADO, 1978).</p><p>Efetivamente, somente no século XX, iniciam-se políticas de saúde para enfrentar o quadro</p><p>sanitário existente no país.</p><p>A Saúde na Colônia e no Império</p><p>A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 determinou mudanças na</p><p>administração pública colonial, até mesmo na área da saúde. Como sede provisória do</p><p>império português e principal porto do país, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se centro das</p><p>ações sanitárias. Era necessário, então, criar rapidamente centros de formação de médicos,</p><p>que até então eram quase inexistentes em razão, em parte, da proibição de ensino superior</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>nas colônias. Assim, por ordem real, foram fundadas as academias médico-cirúrgicas, no</p><p>Rio de Janeiro e na Bahia, na primeira década do século XIX, logo transformadas nas duas</p><p>primeiras escolas de medicina do país (BRASIL, 2011).</p><p>Por volta de 1829, foi criada a Junta de Higiene Pública, que se mostrou pouco eficaz</p><p>e, apesar de várias reformulações, não alcançou o objetivo de cuidar da saúde da população.</p><p>No entanto, é o momento em que instâncias médicas assumem o controle das medidas de</p><p>higiene pública.</p><p>Seu regulamento é editado em 20 de setembro de 1851 e a transforma em Junta</p><p>Central de Higiene Pública. Tem como objetivos a inspeção da vacinação, o controle do</p><p>exercício da medicina e a polícia sanitária da terra, que engloba a inspeção de alimentos,</p><p>farmácias, armazéns de mantimentos, restaurantes, açougues, hospitais, colégios, cadeias,</p><p>aquedutos, cemitérios, oficinas, laboratórios, fabricas e, em geral, todos os lugares de onde</p><p>possa provir dano à saúde pública (MACHADO, 1978).</p><p>A Saúde na República</p><p>A Proclamação da República, em 1889, foi embalada na idéia de modernizar o Brasil.</p><p>A necessidade urgente de atualizar a economia e a sociedade, escravistas até pouco antes,</p><p>com o mundo capitalista mais avançado favoreceu a redefinição dos trabalhadores</p><p>brasileiros como capital humano. Essa idéia tinha por base o reconhecimento de que as</p><p>funções produtivas são as fontes geradoras da riqueza das nações. Assim, a capacitação</p><p>física e intelectual dos operários e dos camponeses seria o caminho indicado para alterar a</p><p>história do país, considerado no exterior como “região bárbara”. Nesse contexto, a medicina</p><p>assumiu o papel de guia do Estado para assuntos sanitários, comprometendo-se a garantir</p><p>a melhoria da saúde individual e coletiva e, por extensão, a defesa do projeto de</p><p>modernização do país (BERTOLLI FILHO, 2004).</p><p>As políticas de saúde, cujo início efetivo pode ser indicado em fins da década de 1910</p><p>encontravam-se associadas aos problemas da integração nacional e à consciência da</p><p>interdependência gerada pelas doenças transmissíveis. Foi o resultado do encontro de um</p><p>movimento sanitarista, organizado em torno da proposta de políticas de saúde e saneamento,</p><p>com a crescente consciência por parte das elites políticas sobre os efeitos negativos do</p><p>quadro sanitário existente no país (LIMA; FONSECA; HOCHMAN, 2005).</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>A falta de um modelo sanitário para o país deixava as cidades brasileiras à mercê das</p><p>epidemias. No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro</p><p>sanitário caótico, caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam</p><p>a população, como a varíola, a malária, a febre amarela e, posteriormente, a peste. Esse</p><p>quadro acabou gerando sérias consequências, tanto para a saúde coletiva quanto para</p><p>outros setores, como o do comércio exterior, visto que os navios estrangeiros não mais</p><p>queriam atracar no porto do Rio de Janeiro em razão da situação sanitária existente na</p><p>cidade (BRASIL, 2011).</p><p>A atenção para as epidemias nas cidades, como a de peste bubônica em 1899, no</p><p>porto de Santos, esteve na origem da criação, em 1900, das duas principais instituições de</p><p>pesquisa biomédica e saúde pública do país: o Instituto Soroterápico Federal – transformado</p><p>posteriormente em Instituto Oswaldo Cruz, em 1908 e Fundação Oswaldo Cruz em 1970 –,</p><p>no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantan, em São Paulo. Nessas instituições, uma nova</p><p>geração de médicos, formados segundo o paradigma da bacteriologia e influenciados pela</p><p>pesquisa científica praticada na França e na Alemanha, começaria a exercer forte influência</p><p>nas concepções sobre as doenças transmissíveis e nas propostas de ações em saúde</p><p>pública (LIMA; FONSECA; HOCHMAN, 2005).</p><p>Um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante a Primeira</p><p>República, sob a liderança da nova geração de médicos higienistas, que alcançou</p><p>importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se a criação do Departamento</p><p>Nacional de Saúde Pública (DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram</p><p>estabelecidas as bases para a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado</p><p>pela concentração e pela verticalização das ações no governo central (BRASIL, 2011).</p><p>A Lei que regulamentou a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs)</p><p>tem sido indicada como o momento inicial da responsabilização do Estado pela regulação</p><p>da concessão de benefícios e serviços, especialmente da assistência médica. Tratava-se de</p><p>organizações de direito privado, criadas para grupos específicos de servidores e</p><p>organizadas segundo princípios de seguro social, ou seja, um modelo em que os benefícios</p><p>dependiam das contribuições dos segurados (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).</p><p>Tratando-se de um sistema por empresa, restrito ao âmbito das grandes empresas</p><p>privadas e públicas, as CAPs possuíam administração própria para os seus fundos, formada</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>por um conselho composto de representantes dos empregados e dos empregadores</p><p>(BRASIL, 2011).</p><p>O Estado não participava propriamente do custeio das Caixas, que, de acordo com o</p><p>determinado pelo artigo 3° da Lei Eloi Chaves, era mantido por empregados das empresas</p><p>(3% dos respectivos vencimentos), empresas (1% da renda bruta) e consumidores dos</p><p>serviços destas (CORDEIRO, 2004).</p><p>O item a seguir discorrerá sobre a institucionalização da saúde pública, enfatizando o</p><p>governo Vargas. A crescente massa assalariada urbana passa a constituir-se no ponto de</p><p>sustentação política do novo governo de Getúlio Vargas, por meio de um regime</p><p>corporativista. São</p><p>promulgadas as leis trabalhistas e, ao mesmo tempo, cria-se a estrutura sindical do</p><p>Estado. Essas ações transparecem como dádivas do Governo e do Estado, e não como</p><p>conquista dos trabalhadores (BRASIL, 2011).</p><p>A Institucionalização da Saúde Pública</p><p>O primeiro governo Vargas é reconhecido pela literatura como um marco na</p><p>configuração de políticas sociais no Brasil. As mudanças institucionais que ocorreram, a</p><p>partir de 1930, moldaram a política pública brasileira, estabelecendo um arcabouço jurídico</p><p>e material que conformaria o sistema de proteção social até um período recente.</p><p>Em 1933, foi criado o primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensões, o dos Marítimos</p><p>(IAPM). Seu decreto de constituição definia, no artigo 46, os benefícios assegurados aos</p><p>associados:</p><p>a) aposentadoria;</p><p>b) pensão em caso de morte: para os membros de suas famílias ou para os</p><p>beneficiários,na forma do art. 55;</p><p>c) assistência médica e hospitalar, com internação até 30 dias;</p><p>d) socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das</p><p>despesas de administração.</p><p>Com a promulgação de uma nova Constituição em 1946, o país inicia um período de</p><p>19 anos de experiência democrática. A saúde pública, ainda que herdeira dos aparatos</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>estatais construídos nos 15 anos do primeiro governo</p><p>Vargas, teve sua estrutura</p><p>centralizada com múltiplos programas e serviços verticalizados para implementar</p><p>campanhas e ações sanitárias, assim como sua burocracia foi confrontada com novos</p><p>contextos e contornos políticos e sociais que caracterizaram o Brasil até 1964.</p><p>O governo militar implantou reformas institucionais que afetaram profundamente a</p><p>saúde pública e a medicina previdenciária. Com a unificação dos Institutos de Aposentadoria</p><p>e Pensões (IAPs) no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966,</p><p>concentraram-se todas as contribuições previdenciárias, ao mesmo tempo em que o novo</p><p>órgão passou a gerir as aposentadorias, as pensões e a assistência médica de todos os</p><p>trabalhadores formais, embora excluíssem dos benefícios os trabalhadores rurais e uma</p><p>gama de trabalhadores urbanos informais. Na década de 1970, a assistência médica</p><p>financiada pela Previdência Social conheceu seu período de maior expansão em número de</p><p>leitos disponíveis, em cobertura e em volume de recursos arrecadados, além de dispor do</p><p>maior orçamento de sua história. Entretanto, os serviços médicos prestados pelas empresas</p><p>privadas aos previdenciários eram pagos por Unidade de Serviço (US) e essa forma de</p><p>pagamento tornou-se uma fonte incontrolável de corrupção.</p><p>A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e hospitais privados com dinheiro</p><p>público, mais especificamente com recursos financeiros da Previdência Social, associada ao</p><p>enfoque na medicina curativa, foi concomitante à grande expansão das faculdades</p><p>particulares de medicina por todo o País. O INPS financiou a fundo perdido as empresas</p><p>privadas que desejassem construir seus hospitais (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER,</p><p>2005).</p><p>Em 1975, o modelo econômico implantado pela ditadura militar entra em crise. A</p><p>população com baixos salários, contidos pela política econômica e pela repressão, passou</p><p>a conviver com o desemprego e as suas graves conseqüências sociais, como aumento da</p><p>marginalidade, das favelas e da mortalidade infantil. O modelo de saúde previdenciário</p><p>começa a mostrar as suas mazelas:</p><p>a) Por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto foi incapaz de solucionar</p><p>os principais problemas de saúde coletiva, como as endemias, as epidemias e os</p><p>indicadores de saúde (mortalidade infantil, por exemplo);</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>b) Aumentos constantes dos custos da medicina curativa, centrada na atenção</p><p>médico--hospitalar de complexidade crescente;</p><p>c) Diminuição do crescimento econômico com a respectiva repercussão na</p><p>arrecadação do sistema previdenciário, reduzindo as suas receitas;</p><p>d) Incapacidade do sistema em atender uma população cada vez maior de</p><p>marginalizados que, sem carteira assinada e contribuição previdenciária, se via excluídos do</p><p>sistema;</p><p>e) Desvios de verba do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores</p><p>e para realização de obras por parte do governo federal;</p><p>f) O não repasse pela União de recursos do Tesouro Nacional para o sistema</p><p>previdenciário, visto ser esse tripartite (empregador, empregado e União) ( BRASIL, 2011).</p><p>Os Departamentos de Medicina Preventiva (DMPs) constituíram a base institucional</p><p>que produziu conhecimentos sobre a saúde da população e o modo de organizar as práticas</p><p>sanitárias. A Lei da Reforma Universitária de 1968, que incorporou a medicina preventiva no</p><p>currículo das faculdades, tornou obrigatórios os DMPs. No Brasil, os primeiros foram criados</p><p>na década de 1950 (BRASIL, 2011).</p><p>Movimento Sanitário</p><p>Com a rearticulação paulatina dos movimentos sociais, tornaram-se mais freqüentes</p><p>as denúncias sobre a situação caótica da saúde pública e dos serviços previdenciários de</p><p>18 atenção médica e amplificaram-se as reivindicações de solução imediata para os</p><p>problemas criados pelo modelo de saúde existente. Nesse contexto, sindicatos das diversas</p><p>categorias profissionais da saúde — principalmente médicos, acadêmicos e cientistas —</p><p>debatiam em seminários e congressos as epidemias, as endemias e a degradação da</p><p>qualidade de vida do povo. Um movimento pela transformação do setor de saúde fundiu-se</p><p>com outros movimentos sociais, mais ou menos vigorosos, que tinham em comum a luta</p><p>pelos direitos civis e sociais percebidos como dimensões imanentes à democracia</p><p>(ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).</p><p>Em fins da década de 1960, desenvolve-se na América Latina uma forte crítica aos</p><p>efeitos negativos da medicalização. Os programas de medicina comunitária propõem a</p><p>desmedicalização da sociedade, com programas alternativos de autocuidado da saúde, com</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>atenção primária realizada por pessoal não profissional e a valorização da medicina</p><p>tradicional.</p><p>A Conferência Internacional sobre a Atenção Primária à Saúde, realizada em Alma-</p><p>Ata (localizada no atual Cazaquistão), em 1978, foi o ponto culminante na discussão contra</p><p>a elitização da prática médica, bem como contra a inacessibilidade dos serviços médicos às</p><p>grandes massas populacionais. Na Conferência, reafirmou-se ser a saúde um dos direitos</p><p>fundamentais do homem, sob a responsabilidade política dos governos, e reconhece-se a</p><p>sua determinação intersetorial (BRASIL, 2011).</p><p>As novas formulações em torno da prática médica caracterizaram-se pela revisão</p><p>crítica da teoria preventivista, até então hegemônica na análise dos problemas da saúde.</p><p>Delimitou-se teoricamente o campo da saúde coletiva e, nessa perspectiva, o estudo do</p><p>processo saúde-doença teria como foco não mais o indivíduo ou o seu somatório, mas a</p><p>coletividade (as classes sociais e suas frações) e a distribuição demográfica da saúde e da</p><p>doença (ESCOREL, 1998).</p><p>Portanto, o movimento sanitário, entendido como movimento ideológico com uma</p><p>prática política, constituiu-se a partir dos DMPs em um confronto teórico com o movimento</p><p>preventivista liberal de matriz americana e com sua versão racionalizadora proposta pela</p><p>burocracia estatal. O pensamento reformista, que iria construir uma nova agenda no campo</p><p>da saúde, desenvolveu sua base conceitual a partir de um diálogo estreito com as correntes</p><p>marxistas e estruturalistas em voga.</p><p>Criada pela Portaria Ministerial MEC/MS/MPAS n. 2/86, de 22 de agosto de 1986, a</p><p>Comissão Nacional de Reforma Sanitária, apesar de seu caráter fortemente institucional, foi</p><p>capaz de elaborar uma proposta de conteúdo de saúde que subsidiou a Constituinte, além</p><p>de um projeto para a nova lei do SUS. Embora não consensual, pois combatida pelos</p><p>representantes da iniciativa privada, que a consideravam radical, e criticada pelos</p><p>representantes do movimento sindical, que a consideravam insuficiente, a proposta da</p><p>CNRS para a Subcomissão de Saúde, Seguridade e Meio Ambiente da Constituinte acabou</p><p>aceita pelo movimento sanitário, por estar consentânea com as recomendações da 8ª</p><p>Conferência Nacional de Saúde. De qualquer forma, a área da saúde conseguiu chegar à</p><p>Assembleia Nacional Constituinte com sua proposta discutida, legitimada e completa, do</p><p>ponto de vista do ideário do movimento sanitário (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005).</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Como resultado das diversas propostas em relação ao setor de saúde apresentadas</p><p>na Assembléia Nacional Constituinte, a Constituição Federal de 1988 aprovou a criação do</p><p>Sistema Único de Saúde, reconhecendo a saúde como um direito a ser assegurado pelo</p><p>Estado e pautado pelos princípios de universalidade, equidade, integralidade e organizado</p><p>de maneira descentralizada, hierarquizada e com participação da população (CONASS,</p><p>2003).</p><p>O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)</p><p>Atualidade</p><p>O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo conjunto das ações e de serviços</p><p>de saúde sob gestão pública. Está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas e</p><p>atua em todo o território nacional, com direção única em cada esfera de governo. O SUS</p><p>não é, porém, uma estrutura que atua isolada na promoção dos direitos</p><p>básicos de cidadania.</p><p>Insere-se no contexto das políticas públicas de seguridade social, que abrangem, além da</p><p>Saúde, a Previdência e a Assistência Social (BRASIL, 2011).</p><p>O SUS foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.</p><p>8.080/90 (BRASIL, 1990) e n. 8.142/90 (BRASIL, 1990). A partir daí, vem sendo, socialmente,</p><p>construído especialmente por meio de</p><p>Normas Operacionais feitas em consenso pelas três esferas de governo e</p><p>materializadas em Portarias Ministeriais. Os princípios do SUS, fixados na Constituição</p><p>Federal em 1988 e detalhados na Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/90 e n. 8.142/90),</p><p>foram o resultado de um longo processo histórico e social, que buscava interferir nas</p><p>condições de saúde e na assistência prestada à população brasileira.</p><p>Na verdade, o SUS representa a materialização de uma nova concepção acerca da</p><p>saúde em nosso país. Antes a saúde era entendida como “o Estado de não doença”, o que</p><p>fazia com que toda lógica girasse em torno da cura de agravos à saúde. Essa lógica, que</p><p>significava apenas remediar os efeitos com menos ênfase nas causas, deu lugar a uma nova</p><p>noção centrada na prevenção dos agravos e na promoção da saúde. Para tanto, a saúde</p><p>passa a ser relacionada com a qualidade de vida da população, a qual é composta pelo</p><p>conjunto de bens que englobam a alimentação, o trabalho, o nível de renda, a educação, o</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>meio ambiente, o saneamento básico, a vigilância sanitária e farmacológica, a moradia, o</p><p>lazer, etc (BRASIL, 2000).</p><p>Funcionamento</p><p>O SUS é um sistema de saúde de abrangência nacional, porém, coexistindo em seu</p><p>âmbito subsitemas em cada estado (o SUS estadual) e em cada município (SUS municipal).</p><p>É sempre bom lembrar que a ênfase está nos municípios. O funcionamento do SUS faz com</p><p>que a área de saúde esteja entre as mais democráticas, pois, além de comportar um alto</p><p>grau de participação social, sua gestão é um dos modelos de descentralização com maior</p><p>êxito nos serviços públicos brasileiros. A participação social é expressa pela existência e</p><p>pelo funcionamento de conselhos de saúde nos três níveis de governo.</p><p>Já em relação o modelo de descentralização adotado para o SUS, sua organização</p><p>define como gestores co-responsáveis os três níveis de governo com mecanismos previstos</p><p>para negociação e pactuação das políticas adotadas na saúde. Nesse aspecto existem: as</p><p>Comissões Intergestores Bipartites (CIBs) no âmbito de cada estado; e a Comissão</p><p>Intergestores Tripartite (CIT) que é o fórum nacional. A CIT é composta, paritariamente, por</p><p>representação do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários Estaduais</p><p>de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde</p><p>(CONASEMS). As CIBs, compostas igualmente de forma paritária, são integradas pelas</p><p>representações da secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho</p><p>Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. Um</p><p>dos representantes dos municípios é o secretário de saúde da capital. A Bipartite pode</p><p>operar com subcomissões regionais.</p><p>Os gestores do SUS são os representantes dos três níveis de governo. Assim, a</p><p>responsabilidade para com a gestão do sistema é dos municípios, dos estados, do Distrito</p><p>Federal e da União solidariamente por meio de seus órgãos que são, respectivamente, as</p><p>Secretarias Municipais de Saúde (SMS), as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e o</p><p>Ministério da Saúde.</p><p>As Responsabilidades das Três Esferas de Governo</p><p>A Constituição brasileira estabelece que a saúde é um dever do Estado. Aqui, deve-</p><p>se entender Estado não apenas como o governo federal, mas como poder público,</p><p>abrangendo a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. A Lei n. 8.080/90</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>(BRASIL, 1990) determina, em seu artigo 9º, que a direção do SUS deve ser única, de acordo</p><p>com o inciso I do artigo 198 da Constituição Federal, sendo exercida, em cada esfera de</p><p>governo, pelos seguintes órgãos:</p><p>I. No âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;</p><p>II. No âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde</p><p>ou órgão equivalente;</p><p>III. No âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão</p><p>equivalente.</p><p>Os princípios do SUS, fixados na Constituição Federal em 1988 e detalhados na Lei</p><p>Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/90 e n. 8.142/90), foram o resultado de um longo processo</p><p>histórico e social, que buscava interferir nas condições de saúde e na assistência prestada</p><p>à população brasileira (BRASIL, 2000).</p><p>A Lei Orgânica da Saúde estabelece em seu artigo 15 as atribuições comuns das três</p><p>esferas de governo, de forma bastante genérica e abrangendo vários campos de atuação</p><p>(BRASIL, 1990).</p><p>São definidas como atribuições comuns da União, dos estados, do Distrito Federal e</p><p>dos municípios, em seu âmbito administrativo:</p><p>das ações e dos serviços de saúde;</p><p>saúde;</p><p>de da população e as condições</p><p>ambientais;</p><p>custos que caracterizam a assistência à saúde;</p><p>s e estabelecer padrões de qualidade para promoção da</p><p>saúde do trabalhador;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>básico e colaborar na proteção e na recuperação do meio ambiente;</p><p>te o Plano de Saúde;</p><p>de recursos humanos para a saúde;</p><p>conformidade com Plano de Saúde;</p><p>mas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo</p><p>em vista a sua relevância pública;</p><p>autorizadas pelo Senado Federal;</p><p>tes e transitórias, decorrentes de</p><p>situações de perigo iminente, de calamidade pública ou irrupção de epidemias – para tanto,</p><p>a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e</p><p>serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa</p><p>indenização;</p><p>saúde, saneamento e meio ambiente;</p><p>normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da</p><p>saúde;</p><p>outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e o controle dos padrões</p><p>éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;</p><p>de polícia sanitária;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>atendimento emergencial (BRASIL 2011).</p><p>Os Gestores dos SUS em cada Esfera de Governo</p><p>A nova concepção do sistema de saúde, descentralizado e administrado</p><p>democraticamente com a participação da sociedade organizada, prevê mudanças</p><p>significativas nas relações de poder político e na distribuição de responsabilidades entre o</p><p>Estado e a sociedade e entre as distintas esferas de governo – nacional, estadual e municipal</p><p>–, cabendo aos gestores setoriais papel fundamental na concretização dos princípios e das</p><p>diretrizes da reforma sanitária brasileira.</p><p>O processo de descentralização em saúde no Brasil envolve não apenas a</p><p>transferência de serviços, mas também de responsabilidades, poder e recursos da esfera</p><p>federal para a estadual e a municipal (LECOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001).</p><p>Para que se possa discutir o papel de cada esfera de governo no SUS, é importante</p><p>definir quem são os gestores do Sistema Único de Saúde e o que são as funções gestoras</p><p>no SUS.</p><p>Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados</p><p>para o desenvolvimento das funções do Executivo na saúde: no âmbito nacional, o Ministro</p><p>da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde, e no municipal, o Secretário</p><p>Municipal de Saúde.</p><p>A atuação do gestor do SUS efetiva-se por meio do exercício das funções gestoras</p><p>na saúde. As funções gestoras podem ser definidas como “um conjunto articulado de</p><p>saberes e práticas de gestão, necessários para a implementação de políticas na área da</p><p>saúde” (SOUZA, 2002).</p><p>Pode-se identificar quatro grandes grupos de funções – macrofunções gestoras na</p><p>saúde. Cada uma dessas compreende uma série de subfunções e de atribuições dos</p><p>gestores (SOUZA, 2002):</p><p>a) formulação de políticas/planejamento;</p><p>b) financiamento;</p><p>Prof. Enf.</p><p>José Luiz Junior</p><p>c) coordenação, regulação, controle e avaliação (do sistema/redes e dos prestadores</p><p>públicos ou privados);</p><p>d) prestação direta de serviços de saúde.</p><p>A Constituição Federal de 1988 estabelece os princípios, as diretrizes e as</p><p>competências do Sistema Único de Saúde, mas não define especificamente o papel de cada</p><p>esfera de governo no SUS. Um maior detalhamento da competência e das atribuições da</p><p>direção do SUS em cada esfera – nacional, estadual e municipal – é feito pela Lei Orgânica</p><p>da Saúde (Lei n. 8.080/90) (BRASIL, 1990).</p><p>Competências do Município</p><p>Sendo o município o ente federado ideal para a prestação e o desenvolvimento dos</p><p>serviços e das ações de saúde, sua responsabilidade para com o SUS é grande.</p><p>Independente da gerência dos estabelecimentos prestadores de serviços ser estatal ou</p><p>privada, a gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da competência do poder</p><p>público e exclusiva desta esfera de governo, respeitadas as atribuições do respectivo</p><p>conselho e de outras diferentes instâncias de poder (BRASIL, 2000)</p><p>À direção municipal do Sistema Único de Saúde compete:</p><p>executar os serviços públicos de saúde;</p><p>Participar do planejamento, da programação e da organização da rede</p><p>regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde, em articulação com sua direção</p><p>estadual;</p><p>condições e aos ambientes de trabalho;</p><p>nutrição, saneamento básico e saúde do trabalhador;</p><p>saúde;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>repercussão sobre a saúde humana e atuar junto aos órgãos municipais, estaduais e</p><p>federais competentes para controlá-las;</p><p>aboratórios públicos de saúde e hemocentros;</p><p>portos, aeroportos e fronteiras;</p><p>saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;</p><p>âmbito de atuação (BRASIL 2011).</p><p>A interferência da reserva do possível na saúde pública brasileira</p><p>O Brasil traz em sua Constituição federal, entre outros, a proteção irrestrita no que</p><p>tange ao direito fundamental do indivíduo a ter sua saúde tutelada pelo Estado. Entretanto,</p><p>a saúde como premissa básica para o exercício pleno da vida esbarra em políticas públicas</p><p>por vezes inadequadas, mas também por questões que envolvem aquilo que é possível ser</p><p>feito dentro do contexto econômico vigente.</p><p>O fato é que a prestação de serviços no âmbito da saúde pública no país vive em</p><p>constante conflito entre aquilo que é possível assegurar e o dever da tutela legitimado dentro</p><p>da Constituição federal brasileira.</p><p>O princípio da “reserva do possível”, proveniente da Constituição Federal diz que todo</p><p>cidadão tem o direito igualitário ao acesso aos serviços de promoção e proteção à saúde,</p><p>direitos esses que não se efetivam somente por se constarem positivados, mas por meio de</p><p>políticas públicas eficazes, estruturadas mediante planejamento dos recursos financeiros,</p><p>planos orçamentários e interesses da administração pública.</p><p>No entanto se fazem discutíveis em nosso país questões relativas ao oferecimento de</p><p>ações e serviços em saúde de maneira igualitária para a coletividade e ao mesmo tempo</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>individualizar a conduta aplicável a cada caso e como decidir sobre questões extremamente</p><p>complexas, como o direito à vida, levando-se em conta o princípio da “reserva do possível”,</p><p>neste mesmo contexto, decidir em prol de um indivíduo com recursos públicos que poderiam</p><p>beneficiar a coletividade como um todo.</p><p>LEI ORGÂNICA DO SUS – 8080/90</p><p>Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a</p><p>organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Regula em todo território</p><p>nacional, as ações e serviços de saúde público privado. Define saúde como: um direito</p><p>fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu</p><p>pleno exercício. A iniciativa privada, pode participar do SUS de maneira COMPLEMENTAR.</p><p>O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas</p><p>econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos</p><p>Também é dever do estado estabelecimento de condições que assegurem acesso</p><p>universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.</p><p>São fatores determinantes de saúde:</p><p>Alimentação</p><p>Moradia</p><p>Saneamento Básico</p><p>Trabalho</p><p>Renda</p><p>Educação</p><p>Atividade física</p><p>Transporte</p><p>Lazer</p><p>Esta lei também define as regras para o funcionamento do SUS.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>O SUS pode ser definido como: O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados</p><p>por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta</p><p>e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.</p><p>OBJETIVOS DO SUS</p><p>A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde</p><p>A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico</p><p>e social</p><p>A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e</p><p>recuperação da saúde</p><p>ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUS</p><p>Executar ações de:</p><p>Vigilância sanitária;</p><p>Vigilância epidemiológica; saúde do trabalhador e assistência farmacêutica,</p><p>assistência terapêutica</p><p>Formular políticas de saúde</p><p>Ordenar a formação de recursos humanos para saúde</p><p>Vigilância nutricional e alimentar</p><p>Proteção do meio ambiente</p><p>O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a</p><p>saúde</p><p>A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;</p><p>A participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e</p><p>utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;</p><p>A formulação e execução da política de sangue e seus derivados</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Esta Lei DEFINE VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA como: é um conjunto de ações</p><p>que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos</p><p>fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva.</p><p>Esta lei DEFINE SAUDE DO TRABALHADOR como: conjunto de atividades que se</p><p>destina à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores O SUS corresponde um Sistema</p><p>Único de Saúde, formado por várias Instituições das 3 esferas do governo: FEDERAL,</p><p>ESTADUAL, MUNICIPAL.</p><p>A Constituição Federal define em seu ártico 198 o SUS como: um conjunto de ações</p><p>e serviços integrantes de uma rede regionalizada e hierarquizada.</p><p>Princípios do SUS SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL:</p><p>Diretrizes do SUS SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL:</p><p>Comunidade.</p><p>Os princípios do SUS ainda podem ser divididos em DOUTRINÁRIOS e</p><p>ORGANIZACIONAIS.</p><p>Princípios Organizacionais – Descentralização, regionalização, hierarquização,</p><p>participação da comunidade.</p><p>Princípios Doutrinários – Universalidade, Integralidade, Igualdade.</p><p>PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS SEGUNDO A LEI 8080</p><p>Todos os Princípios de Diretrizes Previstos na CF</p><p>Direito a Informação (sobre sua Saúde – sobre os serviços de saúde)</p><p>Preservação da Autonomia do paciente</p><p>Utilização da Epidemiologia para Planejamento</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Regionalização e Hierarquização</p><p>Integração</p><p>Resolutividade</p><p>Conjugação de Recursos</p><p>A direção do SUS é ÚNICA sendo exercida em cada esfera do governo.</p><p>Esta lei Fixa que para a direção do SUS devem ser criadas comissão permanentes</p><p>de integração. As comissões permanentes de integração terão por finalidade propor</p><p>prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos</p><p>humanos no SUS na esfera correspondente.</p><p>São comissões permanentes de integração:</p><p>As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite</p><p>CIB – Composta pela esfera estadual e municipal e seus membros são</p><p>representantes dos secretários Estaduais e Municipais de Saúde</p><p>CIT – Composta pelas três esferas e seus membros são compostos por</p><p>representantes do MS, Conass, Conassem</p><p>RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA FEDERAL</p><p>promoção, proteção e recuperação da saúde.</p><p>RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA ESTADUAL</p><p>o. Elaborar o plano estadual de saúde</p><p>Corrigir distorções, Controle e avaliação, Ações de apoios aos municípios</p><p>RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA MUNICIPAL</p><p>saúde.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>PARTICIPAÇÃO DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊMCIA A SAÚDE NO</p><p>SUS</p><p>-se pela atuação, por</p><p>iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de</p><p>direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde</p><p>capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos:</p><p>Doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações</p><p>Unidas</p><p>Pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explora: hospitais gerais,</p><p>hospitais filantrópicos, ações de pesquisa e planejamento familiar.</p><p>Serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa</p><p>Demais casos previstos em legislação específica</p><p>FINANCIAMENTO DO SUS E GESTÃO FINANCEIRA</p><p>O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de</p><p>acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades,</p><p>previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos</p><p>da Previdência Social e da Assistência Social.</p><p>As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas</p><p>diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde</p><p>forem arrecadadas.</p><p>Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de</p><p>direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva</p><p>proposta orçamentária.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>LEI 8142/90</p><p>Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da</p><p>saúde e dá outras providências.</p><p>Instancias colegiadas que fazem parte do SUS: Conferencia De Saúde e</p><p>Conselho de Saúde</p><p>CONFERÊNCIA DE SAÚDE – Se Reúne a cada 04 anos – representação dos vários</p><p>segmentos sociais – tem o objetivo de avaliar a condição atual de saúde e propor mudanças.</p><p>CONSELHO DE SAÚDE – caráter deliberativo e permanente – composto por</p><p>membros do governo, profissionais de saúde e população – atua na formulação de políticas</p><p>de saúde. Os membros do governo que participaram do conselho de saúde serão de dois</p><p>grupos: CONASS E CONASESMS.</p><p>Os recursos do FNS serão distribuídos de acordo com:</p><p>Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades,</p><p>da administração direta e indireta;</p><p>Investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e</p><p>aprovados pelo Congresso Nacional;</p><p>Investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;</p><p>Cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios,</p><p>Estados e Distrito Federal.</p><p>Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de</p><p>forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com</p><p>os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.</p><p>(LEI 8080/90) Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios,</p><p>segundo análise técnica de programas e projetos:</p><p>I - Perfil demográfico da região;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>II - Perfil epidemiológico da população a ser coberta;</p><p>III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;</p><p>IV - Desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;</p><p>V - Níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;</p><p>VI - Previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;</p><p>VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de</p><p>governo.</p><p>Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os</p><p>Estados e o Distrito Federal deverão contar com:</p><p>Fundo de Saúde</p><p>Conselho de Saúde</p><p>Plano de Saúde</p><p>Relatório de gestão que premia o controle, conforme o parágrafo 4 do artigo 33 da</p><p>lei 8080</p><p>O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a</p><p>conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e</p><p>Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao</p><p>Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. ASPS – Ações e Serviços Públicos</p><p>de Saúde</p><p>NOB 96</p><p>As Normas Operacionais Básicas (NOBs) surgem para definir estratégias e</p><p>movimentos táticos, que orientam a operacionalidade do sistema. O principal objetivo da</p><p>NOB 96 é promover e consolidar o pleno exercício por parte do poder público mucipal e do</p><p>Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus municípios. Para isto é</p><p>necessário aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país e a própria organização do</p><p>sistema, visto que o município passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento</p><p>das necessidades de saúde do seu povo. A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>de ações levadas a efeito pelo SUS, em todos os níveis de governo, compreende três</p><p>grandes campos, a saber:</p><p>coletivamente, e que é prestada no âmbito ambulatorial e hospitalar, bem como em outros</p><p>espaços, especialmente no domiciliar;</p><p>es e as condições sanitárias nos</p><p>ambientes de vida e de trabalho, o controle de vetores e hospedeiros e a operação de</p><p>sistemas de saneamento ambiental;</p><p>processo saúde-doença das coletividades, como emprego, à habitação, à educação, ao</p><p>lazer e à disponibilidade e qualidade dos alimentos.</p><p>A composição harmônica, integrada e modernizada do SUS visa, fundamentalmente,</p><p>atingir a dois propósitos essenciais à concretização dos ideais constitucionais e, portanto,</p><p>do direito à saúde, que são:</p><p>a) a consolidação de vínculos entre diferentes segmentos sociais e o SUS; e</p><p>b) a criação de condições elementares e fundamentais para a eficiência e a eficácia</p><p>gerenciais, com qualidade.</p><p>O segundo propósito é factível, na medida em que estão perfeitamente identificados</p><p>os elementos críticos essenciais a uma gestão eficiente e a uma produção eficaz, a saber:</p><p>a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos serviços;</p><p>b) o conjunto organizado dos estabelecimentos produtores desses serviços;</p><p>c) a programação pactuada, com a correspondente orçamentação participativa.</p><p>As ações de auditoria analítica e operacional constituem responsabilidades das três</p><p>esferas gestoras do SUS, o que exige a estruturação do respectivo órgão de controle,</p><p>avaliação e auditoria, incluindo a definição dos recursos e da metodologia adequada de</p><p>trabalho. É função desse órgão definir, também, instrumentos para a realização das</p><p>atividades, consolidar as informações necess��rias, analisar os resultados obtidos em</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>decorrência de suas ações, propor medidas corretivas e interagir com outras áreas da</p><p>administração.</p><p>Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistência hospitalar e</p><p>ambulatorial, conforme mencionado anteriormente, configuram o TFA, e os seus valores</p><p>podem ser executados segundo duas modalidades: Transferência Regular e Automática</p><p>(Fundo a Fundo) e Remuneração por Serviços Produzidos.</p><p>na transferência de</p><p>valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais;</p><p>destinado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade</p><p>tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor per capita</p><p>nacional pela população de cada município (fornecida pelo IBGE).</p><p>NOAS 01/2001 Amplia as responsabilidades</p><p>dos municípios na atenção básica</p><p>Estabelece o processo de regionalização Cria mecanismos de fortalecimento da gestão do</p><p>SUS. Atualiza critérios de habilitação / desabilitação de estados e municípios.</p><p>NOAS 01/2002 Preconiza: planejamento integrado; garantia de acesso;</p><p>hierarquização dos serviços de saúde; resolubilidade; racionalização dos recursos</p><p>estabelece: 02 tipos de gestão para habilitação dos municípios, são eles: Gestão plena da</p><p>atenção básica ampliada; Gestão plena dos sistemas de saúde</p><p>Gestão plena da atenção básica ampliada: os municípios passam a gerir todas as</p><p>unidades básicas de saúde em seu território</p><p>São consideradas condições mínimas para habilitação tais como: clínica médica;</p><p>pediatria; ginecologia; clínica geral; sérvios de vigilância sanitária; ações epidemiológicas</p><p>(tuberculose. Hipertensão, diabetes, hanseníase)</p><p>Regionalização: Estados – Regiões de Saúde – microrregiões – municípios (pólo e</p><p>sede) - distritos PDR – Plano diretor de regionalização: instrumento de gestão para</p><p>regionalização Região Sede: Base territorial de planejamento de atenção à saúde, não</p><p>necessária mente coincide com a base administrativa do estado.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Módulo assistencial: é constituído por município sede e município pólo.</p><p>municípios.</p><p>Garantias segundo o PDR: Assistência pré-natal e patos; Acompanhamento do</p><p>crescimento e desenvolvimento infantil; Ações de prevenção e promoção a saúde;</p><p>Tratamento de intercorrências mais comuns na infância; Acompanhamento de pessoas com</p><p>doenças crônicas de alta prevalência.</p><p>Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor</p><p>sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a</p><p>assistência à saúde e a articulação interfederativa.</p><p>Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de</p><p>Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de</p><p>redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de</p><p>integrar a organização,</p><p>o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;</p><p>Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado</p><p>entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde</p><p>na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e</p><p>metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão</p><p>disponibilizados.</p><p>Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS.</p><p>Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes</p><p>federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS.</p><p>Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de</p><p>ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada.</p><p>Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em</p><p>níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o</p><p>atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de</p><p>atendimento especial</p><p>Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para</p><p>o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os</p><p>medicamentos e demais produtos apropriados.</p><p>Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios</p><p>limítrofes. Para que uma região de saúde possa ser constituída, ele deve apresentar no</p><p>mínimo:</p><p>Atenção Primária</p><p>Urgência e Emergência</p><p>Atenção Psicossocial</p><p>Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar</p><p>Vigilância em saúde.</p><p>Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de</p><p>Saúde:</p><p>I - Seus limites geográficos;</p><p>II - População usuária das ações e serviços;</p><p>III - rol de ações e serviços que serão ofertados;</p><p>e IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala</p><p>paraconformação dos serviços.</p><p>São consideradas portas de entrada no SUS:</p><p>Atenção Primária;</p><p>Atenção de urgência e emergência;</p><p>Atenção psicossocial;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Especiais de acesso aberto.</p><p>Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especializados, entre outros</p><p>de maior complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados pelas Portas de</p><p>Entrada de que trata o art. 9º.</p><p>O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde ser ordenado pela</p><p>atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo</p><p>e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas com</p><p>proteção especial.</p><p>Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas</p><p>modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção.</p><p>O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado, do nível local até</p><p>o federal. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na</p><p>elaboração dos planos de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da</p><p>organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde.</p><p>O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades de saúde e</p><p>orientará o planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo para o</p><p>estabelecimento de metas de saúde.</p><p>A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à</p><p>Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme</p><p>pactuado nas Comissões Intergestores.</p><p>Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES compreende todas</p><p>as ações e serviços que o SUS O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito</p><p>nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.</p><p>A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME compreende a</p><p>seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de</p><p>agravos no âmbito do SUS.</p><p>O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe,</p><p>cumulativamente:</p><p>I - Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>II - Ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular</p><p>de suas funções no SUS;</p><p>III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e</p><p>Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar estadual, distrital ou</p><p>municipal de medicamentos;</p><p>IV - Ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.</p><p>As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o funcionamento das ações</p><p>e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo:</p><p>I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efeitos</p><p>administrativos e operacionais;</p><p>II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos</p><p>administrativos e operacionais;</p><p>e III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vinculada à</p><p>Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais, devendo observar</p><p>as diretrizes da CIB.</p><p>PACTO PELA SAÚDE/ 2006</p><p>É o conjunto de instrumentos que abrangem a repolitização do debate do SUS e a</p><p>qualificação do controle social – permitindo o seu acompanhamento através de metas e de</p><p>responsabilidades claras.</p><p>O pacto pela saúde, tem o objetivo principal de organizar o funcionamento do SUS,</p><p>em acordo com a constituição e com a lei 8080/90 Dificuldades</p><p>O pacto pela Saúde, encontrou algumas dificuldades no SUS, são elas:</p><p>Regras Ultrapassadas e contraditórias</p><p>Meio extremamente burocrático par conselheiros e gestores</p><p>Dificuldade do SUS em funcionar como um sistema integrado</p><p>estadual e regional;</p><p>• Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros e gerir</p><p>as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;</p><p>• Estabelecer normas, em caráter suplementar para o controle e a avaliação das</p><p>ações e dos serviços de saúde;</p><p>• Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos</p><p>de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano; • Colaborar com</p><p>a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; e</p><p>• Acompanhar a avaliação e a divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade</p><p>no âmbito da UF.</p><p>2.1.3. Competências do Município</p><p>À direção municipal do Sistema Único de Saúde compete:</p><p>• Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e</p><p>executar os serviços públicos de saúde;</p><p>• Participar do planejamento, da programação e da organização da rede regionalizada</p><p>e hierarquizada do Sistema Único de Saúde, em articulação com sua direção estadual;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>• Participar da execução, do controle e da avaliação das ações referentes às</p><p>condições e aos ambientes de trabalho;</p><p>• Executar serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e</p><p>nutrição, saneamento básico e saúde do trabalhador;</p><p>• Dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a</p><p>saúde;</p><p>• Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão</p><p>sobre a saúde humana e atuar junto aos órgãos municipais, estaduais e federais</p><p>competentes para controlá-las;</p><p>• Formar consórcios administrativos intermunicipais;</p><p>• Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;</p><p>• Colaborar com a União e com os estados na execução da vigilância sanitária de</p><p>portos, aeroportos e fronteiras;</p><p>• Celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de</p><p>saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;</p><p>• Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;</p><p>• Normatizar complementarmente as ações e os serviços públicos de saúde no seu</p><p>âmbito de atuação.</p><p>2.2. Participação da comunidade na gestão do SUS</p><p>A Lei n. 8.142/90 (BRASIL, 1990) instituiu duas “instâncias colegiadas” para a</p><p>participação da comunidade na gestão do SUS em cada esfera de governo:</p><p>• Conferência de Saúde;</p><p>• Conselho de Saúde.</p><p>Dessas instâncias, participam os seguintes segmentos da sociedade: usuários dos</p><p>serviços de saúde, prestadores de serviços, profissionais de saúde e representantes do</p><p>governo.</p><p>Ao refletir os graus de mobilização, organização e da consciência dos direitos,</p><p>alcançados pela Sociedade nos anos 1980, a Constituição Federal consagrou a Participação</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>da Comunidade, ao lado da Descentralização e da Integralidade, como diretriz da rede</p><p>regionalizada e hierarquizada que constitui o SUS (Art. 198). Ao regulamentar os dispositivos</p><p>Constitucionais sobre o SUS, a Lei n. 8.080/90, no seu Art. 7º refere a Participação da</p><p>Comunidade entre os princípios do SUS obrigados em lei, e a Lei n. 8.142/90, cria as</p><p>Conferências de Saúde a serem realizadas a cada quatro anos, de caráter propositivo, de</p><p>diretrizes para a formulação de políticas de saúde na esfera de governo correspondente, e</p><p>os Conselhos de Saúde, de caráter deliberativo, com as atribuições de atuar: na formulação</p><p>de estratégias, e no controle da execução da política de saúde, também em cada esfera de</p><p>governo. Dispõe também, que metade dos delegados nas conferências e dos conselheiros</p><p>nos conselhos, devem provir das entidades que representam os usuários, e a outra metade,</p><p>das que representam os profissionais de saúde, os prestadores de serviços e o governo</p><p>(Gestores).</p><p>2.3. Órgãos colegiados de representação política dos gestores do SUS</p><p>As entidades de representação dos gestores têm tido papel importante nos fóruns de</p><p>negociação e deliberação do SUS.</p><p>2.3.1. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)</p><p>O Conasems foi constituído no ano de 1988, como ente de mobilização e</p><p>representação dos Secretários Municipais de Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). O</p><p>Conasems tem como eixo de ação “o fortalecimento e a autonomia da gestão municipal,</p><p>promovendo e incentivando o desenvolvimento de políticas públicas que valorizem as</p><p>experiências de saúde, com caráter intersetorial, que promova eqüidade e participação</p><p>social”. O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) define-se</p><p>como entidade não-governamental, sem fins lucrativos, criada com o objetivo de representar</p><p>as Secretarias Municipais de Saúde. A Lei n. 8.142 de 1990 (BRASIL, 1990), ao tratar da</p><p>participação social no SUS, define o Conasems como representante dos municípios no</p><p>Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão deliberativo do SUS que é, também, membro da</p><p>Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne a representação dos três Entes</p><p>Federados: o Ministério da Saúde (MS), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde</p><p>(CONASS) e o Conasems. O Conasems define que são suas competências:</p><p>• Promover e consolidar um novo modelo de gestão pública de saúde alicerçado nos</p><p>conceitos de descentralização e municipalização;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>• Propor fórmulas de gestão democrática para a saúde; e</p><p>• Auxiliar municípios na formulação de estratégias voltadas ao aperfeiçoamento dos</p><p>seus sistemas de saúde, primando pelo intercâmbio de informações e pela cooperação</p><p>técnica. Em cada estado, os Secretários Municipais de Saúde se organizam em Cosems</p><p>(Conselho de Secretários Municipais de Saúde), sendo que em alguns estados a entidade</p><p>recebe outras denominações. Os representantes do Cosems e os representantes das</p><p>Secretarias Estaduais de Saúde compõem a Comissão Intergestores Bipartite em cada</p><p>estado. Nos estados maiores, foram organizados os Conselhos Regionais de Secretários</p><p>Municipais de Saúde (Cresems) que fazem parte das Comissões Intergestores Bipartite</p><p>Regionais. Em âmbito nacional, os Cosems se reúnem no Conares que é o Conselho de</p><p>Representantes Estaduais.</p><p>2.3.2. Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)</p><p>O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) foi fundado em 3 de</p><p>fevereiro de 1982 com o objetivo de tornar o conjunto das Secretarias de Saúde dos estados</p><p>e do Distrito Federal mais participante do esforço de reconstrução do setor de saúde, como</p><p>parte de uma ampla pauta social, naquele momento de redemocratização do País</p><p>(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). O CONASS é uma entidade de direito privado, sem fins</p><p>lucrativos, que se pauta pelos princípios que regem o direito público e que congrega os</p><p>Secretários da Saúde, dos estados e do Distrito Federal. O CONASS constitui um organismo</p><p>da direção do Sistema Único de Saúde (SUS) com mandato de representar politicamente os</p><p>interesses comuns das Secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal, perante as</p><p>demais esferas de governo e outros parceiros, em torno de estratégias comuns de ação</p><p>entre os gestores estaduais de saúde. Entre as representações de que participa estão a</p><p>Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS). Quanto à</p><p>finalidade, à competência e às linhas de ação, o CONASS atua como órgão permanente de</p><p>intercâmbio de experiências e informações de seus membros, voltado para a implementação</p><p>dos princípios e das diretrizes constitucionais e da legislação complementar em saúde e</p><p>para o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde. Sua missão é promover o pleno</p><p>exercício das responsabilidades das Secretarias de Saúde dos estados na política de saúde,</p><p>junto aos órgãos setoriais federais e municipais, aos Poderes Legislativo e Judiciário, além</p><p>de outras entidades da sociedade civil.</p><p>2.4. Instâncias de pactuação – as comissões intergestores</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>São espaços intergovernamentais,</p><p>Dificuldade da comunidade de exercer a fiscalização</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Pacto pela Saúde Busca preservar os Princípios norteadores e organizacionais do</p><p>SUS previstos na CF e nas leis 8080/90 e 8142/90 O pacto pela saúde contempla as três</p><p>dimensões que se relacionam</p><p>1. Pacto pela Vida</p><p>2. Pacto em defesa do SUS</p><p>3. Pacto de Gestão do SUS</p><p>Pacto pela Vida</p><p>Foco: estabelecer prioridades a serem assumidas pelos gestores das três esferas.</p><p>Definidas nacionalmente.</p><p>Objetivo: enfrentar os principais problemas de saúde que incidem sobre o país, os</p><p>estados e os municípios. Cada esfera deve eleger suas próprias prioridades, independente</p><p>das prioridades. Olha para o contexto de saúde, afim de definir prioridades para melhorar a</p><p>saúde da população.</p><p>Esse pacto prima pelo modelo horizontalizado e ascendente de prioridades.</p><p>Prioridades – Pacto pela Vida</p><p>Prioridades definidas no ano de 2008 segundo a portaria 325/GM</p><p>1. Saúde do Idoso</p><p>2. Câncer de colo de útero e de mama</p><p>3. Mortalidade infantil e materna</p><p>4. Doenças emergente e endemias</p><p>5. Promoção da saúde</p><p>6. Atenção básica de saúde</p><p>7. Saúde do trabalhador</p><p>8. Saúde mental</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>9. Fortalecimento da resposta do sistema a pessoa com deficiência</p><p>10. Atenção integral a pessoa com risco de violência</p><p>11. Saúde do homem</p><p>Pacto em Defesa do SUS</p><p>Foco: promoção e efetivação dos direitos a saúde.</p><p>Objetivo:</p><p>Reforçar o SUS como política de Estado e não como política de governo. Defender</p><p>os princípios norteadores do SUS Prioridades do Pacto em Defesa do SUS Implementar um</p><p>Projeto permanente de mobilização social com a finalidade de:</p><p>Divulgar a saúde como um direito de todos e dever do estado</p><p>Elaborar e divulgar cartas com os direitos dos usuários do SUS</p><p>Mobilizar a sociedade para que se tenha mais recursos para a saúde</p><p>Alcançar a curto prazo a regulamentação da Emenda constitucional 29</p><p>Garantir, a longo prazo, aumentar os recursos orçamentários e financeiros para a</p><p>saúde.</p><p>Aprovar orçamentos do SUS, composto pelas três esferas do governo</p><p>Pacto de Gestão do SUS</p><p>Definiu melhor a responsabilidade de cada esfera do governo.</p><p>Deixando claro, além das responsabilidades o processo de monitoramento e</p><p>avaliação dos gestores.</p><p>Propõe a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde para os estados e</p><p>municípios.</p><p>Reforça a territorialização da saúde, estruturando as regiões sanitária se instituindo</p><p>colegiados de gestão regional.</p><p>Ressalta a importância da participação social no controle do SUS.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>As prioridades do Pacto de Gestão do SUS incluem:</p><p>Regionalização</p><p>Financiamento</p><p>Programa pactuado integrado</p><p>Participação e controle social</p><p>Planejamento e gestão do trabalho e educação em saúde.</p><p>Temas que constituem o Pacto de Gestão do SUS:</p><p>Atenção Básica</p><p>ESF</p><p>Assistência Farmacêutica</p><p>Vigilância Sanitária</p><p>Regionalização</p><p>Diretrizes de Regionalização</p><p>As diretrizes de regionalização têm como função organizar as ações e serviços de</p><p>saúde a partir de regiões sanitárias. Assim o pacto identifica as seguintes regiões sanitárias:</p><p>Intramunicipais</p><p>Intraestaduais</p><p>Interestaduais</p><p>Fronteriças</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>SISTEMA DE SAÚDE MUNICIPAL</p><p>A totalidade das ações e dos serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve</p><p>ser desenvolvida em um conjunto de estabelecimentos, organizados em rede regionalizada</p><p>e hierarquizada, e disciplinados segundo subsistemas, um para cada município ─ o SUS-</p><p>Municipal ─ voltado ao atendimento integral de sua própria população e inserido de forma</p><p>indissociável no SUS, em suas abrangências estadual e nacional.</p><p>Os estabelecimentos desse subsistema municipal, do SUS-Municipal, não precisam</p><p>ser, obrigatoriamente, de propriedade da prefeitura, nem precisam ter sede no território do</p><p>município. Suas ações, desenvolvidas pelas unidades estatais (próprias, estaduais ou</p><p>federais) ou privadas (contratadas ou conveniadas, com prioridade para as entidades</p><p>filantrópicas), têm que estar organizadas e coordenadas, de modo que o gestor municipal</p><p>possa garantir à população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos meios</p><p>para o atendimento integral.</p><p>Isso significa dizer que, independentemente da gerência dos estabelecimentos</p><p>prestadores de serviços ser estatal ou privada, a gestão de todo o sistema municipal é,</p><p>necessariamente, da competência do poder público e exclusiva dessa esfera de governo,</p><p>respeitadas as atribuições do respectivo Conselho de Saúde e de outras diferentes</p><p>instâncias de poder. Assim, nesta NOB gerência é conceituada como sendo a administração</p><p>de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação etc.), que se</p><p>caracteriza como prestador de serviços ao Sistema. Por sua vez, gestão é a atividade e a</p><p>responsabilidade de dirigir um sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional), mediante</p><p>o exercício de funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento,</p><p>acompanhamento, controle, avaliação e auditoria. São, portanto, gestores do SUS os</p><p>Secretários Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da Saúde, que representam,</p><p>respectivamente, os governos municipais, estaduais e federal.</p><p>A criação e o funcionamento desse sistema municipal possibilitam uma grande</p><p>responsabilização dos municípios, no que se refere à saúde de todos os residentes em seu</p><p>território. No entanto, possibilitam, também, um elevado risco de atomização desordenada</p><p>dessas partes do SUS, permitindo que um sistema municipal se desenvolva em detrimento</p><p>de outro, ameaçando, até mesmo, a unicidade do SUS. Há que se integrar, harmonizar e</p><p>modernizar, com equidade, os sistemas municipais.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>A realidade objetiva do poder público, nos municípios brasileiros, é muito diferenciada,</p><p>caracterizando diferentes modelos de organização, de diversificação de atividades, de</p><p>disponibilidade de recursos e de capacitação gerencial, o que, necessariamente, configura</p><p>modelos distintos de gestão.</p><p>O caráter diferenciado do modelo de gestão é transitório, vez que todo e qualquer</p><p>município pode ter uma gestão plenamente desenvolvida, levando em conta que o poder</p><p>constituído, nesse nível, tem uma capacidade de gestão intrinsecamente igual e os seus</p><p>segmentos populacionais dispõem dos mesmos direitos.</p><p>A operacionalização das condições de gestão, propostas por esta NOB, considera e</p><p>valoriza os vários estágios já alcançados pelos estados e pelos municípios, na construção</p><p>de uma gestão plena.</p><p>Já a redefinição dos papéis dos gestores estadual e federal, consoante a finalidade</p><p>desta Norma Operacional, é, portanto, fundamental para que possam exercer as suas</p><p>competências específicas de gestão e prestar a devida cooperação técnica e financeira aos</p><p>municípios.</p><p>O poder público estadual tem, então, como uma de suas responsabilidades nucleares,</p><p>mediar a relação entre os sistemas municipais; o federal, de mediar entre os sistemas</p><p>estaduais. Entretanto, quando ou enquanto um município não assumir a gestão do sistema</p><p>municipal, é o Estado que responde, provisoriamente, pela gestão de um conjunto de</p><p>serviços capaz de dar atenção integral àquela população que necessita de um sistema que</p><p>lhe é próprio.</p><p>As instâncias básicas para a viabilização desses propósitos integradores e</p><p>harmonizadores são os fóruns de negociação, integrados pelos gestores municipal, estadual</p><p>e federal</p><p>Por meio dessas instâncias e dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os princípios</p><p>de unicidade e de equidade.</p><p>Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos sistemas municipais de saúde,</p><p>bem assim pactuadas as programações entre gestores e integradas entre as esferas de</p><p>governo. Da mesma forma, são pactuados os tetos financeiros possíveis das</p><p>disponibilidades orçamentárias</p><p>conjunturais viabilizar a atenção às necessidades</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>assistenciais e às exigências ambientais. O pacto e a integração das programações</p><p>constituem, fundamentalmente, a conseqüência prática da relação entre os gestores do SUS.</p><p>A composição dos sistemas municipais e a ratificação dessas programações, nos</p><p>Conselhos de Saúde respectivos, permitem a construção de redes regionais que, certamente,</p><p>ampliam o acesso, com qualidade e menor custo. Essa dinâmica contribui para que seja</p><p>evitado um processo acumulativo injusto, por parte de alguns municípios (quer por maior</p><p>disponibilidade tecnológica, quer por mais recursos financeiros ou de informação), com a</p><p>consequente espoliação crescente de outros.</p><p>As tarefas de harmonização, de integração e de modernização dos sistemas</p><p>municipais, realizadas com a devida equidade (admitido o princípio da discriminação positiva,</p><p>no sentido da busca da justiça, quando do exercício do papel redistributivo), competem,</p><p>portanto, por especial, ao poder público estadual. Ao federal, incumbe promovê-las entre as</p><p>Unidades da Federação.</p><p>O desempenho de todos esses papéis é condição para a consolidação da direção</p><p>única do SUS, em cada esfera de governo, para a efetivação e a permanente revisão do</p><p>processo de descentralização e para a organização de redes regionais de serviços</p><p>hierarquizados.</p><p>RELAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS MUNICIPAIS</p><p>Os sistemas municipais de saúde apresentam níveis diferentes de complexidade,</p><p>sendo comum estabelecimentos ou órgãos de saúde de um município atenderem usuários</p><p>encaminhados por outro. Em vista disso, quando o serviço requerido para o atendimento da</p><p>população estiver localizado em outro município, as negociações para tanto devem ser</p><p>efetivadas exclusivamente entre os gestores municipais.</p><p>Essa relação, mediada pelo estado, tem como instrumento de garantia a</p><p>Programação Pactuada e Integrada na CIB regional ou estadual e submetida ao Conselho</p><p>de Saúde correspondente. A discussão de eventuais impasses, relativos à sua</p><p>operacionalização, deve ser realizada também no âmbito dessa Comissão, cabendo, ao</p><p>gestor estadual, a decisão sobre problemas surgidos na execução das políticas aprovadas.</p><p>No caso de recurso, este deve ser apresentado ao Conselho Estadual de Saúde (CES).</p><p>Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a gerência (comando) dos</p><p>estabelecimentos ou órgãos de saúde de um município é da pessoa jurídica que opera o</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>serviço, sejam esses estatais (federal, estadual ou municipal) ou privados. Assim, a relação</p><p>desse gerente deve ocorre somente com o gestor do município onde o seu estabelecimento</p><p>está sediado, seja para atender a população local, seja para atender a referenciada de outros</p><p>municípios.</p><p>O gestor do sistema municipal é responsável pelo controle, pela avaliação e pela</p><p>auditoria dos prestadores de serviços de saúde (estatais ou privados) situados em seu</p><p>município. No entanto, quando um gestor municipal julgar necessária uma avaliação</p><p>específica ou auditagem de uma entidade que lhe presta serviços, localizada em outro</p><p>município, recorre ao gestor estadual.</p><p>Em função dessas peculiaridades, o pagamento final a um estabelecimento pela</p><p>prestação de serviços requeridos na localidade ou encaminhados de outro município é</p><p>sempre feito pelo poder público do município sede do estabelecimento.</p><p>Os recursos destinados ao pagamento das diversas ações de atenção à saúde</p><p>prestadas entre municípios são alocados, previamente, pelo gestor que demanda esses</p><p>serviços ao município sede do prestador. Este município incorpora os recursos ao seu teto</p><p>financeiro. A orçamentação é feita com base na Programação Pactuada e Integrada (PPI)</p><p>entre gestores, que, conforme já referido, é mediada pelo estado e aprovada na CIB regional</p><p>e estadual e no respectivo Conselho de Saúde.</p><p>Quando um município, que demanda serviços a outro, ampliar a sua própria</p><p>capacidade resolutiva, pode requerer, ao gestor estadual, que a parte de recursos alocados</p><p>no município vizinho seja realocada para o seu município.</p><p>Esses mecanismos conferem um caráter dinâmico e permanente ao processo de</p><p>negociação da Programação Pactuada e Integrada, em particular quanto à referência</p><p>intermunicipal.</p><p>PAPEL DO GESTOR ESTADUAL</p><p>São identificados quatro papéis básicos para o estado, os quais não são,</p><p>necessariamente, exclusivos e sequenciais. A explicitação a seguir apresentada tem por</p><p>finalidade permitir o entendimento da função estratégica perseguida para a gestão nesse</p><p>nível de Governo.</p><p>O primeiro desses papéis é exercer a gestão do SUS, no âmbito estadual.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>O segundo papel é promover as condições e incentivar o poder municipal para que</p><p>assuma a gestão da atenção à saúde de seus munícipes, sempre na perspectiva da atenção</p><p>integral.</p><p>O terceiro é assumir, em caráter transitório (o que não significa caráter complementar</p><p>ou concorrente), a gestão da atenção à saúde daquelas populações pertencentes a</p><p>municípios que ainda não tomaram para si essa responsabilidade.</p><p>As necessidades reais não atendidas são sempre a força motriz para exercer esse</p><p>papel, no entanto, é necessário um esforço do gestor estadual para superar tendências</p><p>históricas de complementar a responsabilidade do município ou concorrer com essa função,</p><p>o que exige o pleno exercício do segundo papel.</p><p>Finalmente, o quarto, o mais importante e permanente papel do estado, é ser o</p><p>promotor da harmonização, da integração e da modernização dos sistemas municipais,</p><p>compondo, assim, o SUS-Estadual.</p><p>O exercício desse papel pelo gestor requer a configuração de sistemas de apoio</p><p>logístico e de atuação estratégica que envolvem responsabilidades nas três esferas de</p><p>governo e são sumariamente caracterizados como de:</p><p>a) informação informatizada;</p><p>b) financiamento;</p><p>c) programação, acompanhamento, controle e avaliação;</p><p>d) apropriação de custos e avaliação econômica;</p><p>e) desenvolvimento de recursos humanos;</p><p>f) desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e</p><p>g) comunicação social e educação em saúde.</p><p>O desenvolvimento desses sistemas, no âmbito estadual, depende do pleno</p><p>funcionamento do CES e da CIB, nos quais se viabilizam a negociação e o pacto com os</p><p>diversos atores envolvidos. Depende, igualmente, da ratificação das programações e</p><p>decisões relativas aos tópicos a seguir especificados:</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>a) plano estadual de saúde, contendo as estratégias, as prioridades e as respectivas</p><p>metas de ações e serviços resultantes, sobretudo, da integração das programações dos</p><p>sistemas municipais;</p><p>b) estruturação e operacionalização do componente estadual do Sistema Nacional de</p><p>Auditoria;</p><p>c) estruturação e operacionalização dos sistemas de processamento de dados, de</p><p>informação epidemiológica, de produção de serviços e de insumos críticos;</p><p>d) estruturação e operacionalização dos sistemas de vigilância epidemiológica, de</p><p>vigilância sanitária e de vigilância alimentar e nutricional;</p><p>e) estruturação e operacionalização dos sistemas de recursos humanos e de ciência</p><p>e tecnologia;</p><p>f) elaboração do componente estadual de programações de abrangência nacional,</p><p>relativas a agravos que constituam riscos de disseminação para além do seu limite territorial;</p><p>g) elaboração do componente estadual da rede de laboratórios de saúde pública;</p><p>h) estruturação e operacionalização do componente estadual de assistência</p><p>farmacêutica;</p><p>i) responsabilidade estadual no tocante à prestação de serviços ambulatoriais e</p><p>hospitalares de alto custo, ao tratamento fora do domicílio e à disponibilidade de</p><p>medicamentos e insumos especiais, sem prejuízo das competências dos sistemas</p><p>municipais;</p><p>j) definição e operação das políticas de sangue e hemoderivados;</p><p>k) manutenção de quadros técnicos permanentes e compatíveis com o exercício do</p><p>papel de</p><p>gestor estadual; e</p><p>l) implementação de mecanismos visando a integração das políticas e das ações de</p><p>relevância para a saúde da população, de que são exemplos aquelas relativas a saneamento,</p><p>recursos hídricos, habitação e meio ambiente.</p><p>7. PAPEL DO GESTOR FEDERAL</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>No que respeita ao gestor federal, são identificados quatro papéis básicos, quais</p><p>sejam:</p><p>a) exercer a gestão do SUS, no âmbito nacional;</p><p>b) promover as condições e incentivar o gestor estadual com vistas ao</p><p>desenvolvimento dos sistemas municipais, de modo a conformar o SUS-Estadual;</p><p>c) fomentar a harmonização, a integração e a modernização dos sistemas estaduais</p><p>compondo, assim, o SUS-Nacional; e</p><p>d) exercer as funções de normalização e de coordenação no que se refere à gestão</p><p>nacional do SUS.</p><p>Da mesma forma que, no âmbito estadual, o exercício dos papéis do gestor federal</p><p>requer a configuração de sistemas de apoio logístico e de atuação estratégica, que</p><p>consolidam os sistemas estaduais e propiciam, ao SUS, maior eficiência com qualidade,</p><p>quais sejam:</p><p>a) informação informatizada;</p><p>b) financiamento;</p><p>c) programação, acompanhamento, controle e avaliação;</p><p>d) apropriação de custos e avaliação econômica;</p><p>e) desenvolvimento de recursos humanos;</p><p>f) desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e</p><p>g) comunicação social e educação em saúde.</p><p>O desenvolvimento desses sistemas depende, igualmente, da viabilização de</p><p>negociações com os diversos atores envolvidos e da ratificação das programações e</p><p>decisões, o que ocorre mediante o pleno funcionamento do Conselho Nacional de Saúde</p><p>(CNS) e da CIT.</p><p>Depende, além disso, do redimensionamento da direção nacional do Sistema, tanto</p><p>em termos da estrutura, quanto de agilidade e de integração, como no que se refere às</p><p>estratégias, aos mecanismos e aos instrumentos de articulação com os demais níveis de</p><p>gestão, destacando-se:</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>a) a elaboração do Plano Nacional de Saúde, contendo as estratégias, as prioridades</p><p>nacionais e as metas da Programação Pactuada e Integrada nacional, resultante, sobretudo,</p><p>das programações estaduais e dos demais órgãos governamentais, que atuam na prestação</p><p>de serviços, no setor saúde;</p><p>b) a viabilização de processo permanente de articulação das políticas externas ao</p><p>setor, em especial com os órgãos que detém, no seu conjunto de atribuições, a</p><p>responsabilidade por ações atinentes aos determinantes sociais do processo saúde-doença</p><p>das coletividades;</p><p>c) o aperfeiçoamento das normas consubstanciadas em diferentes instrumentos</p><p>legais, que regulamentam, atualmente, as transferências automáticas de recursos</p><p>financeiros, bem como as modalidades de prestação de contas;</p><p>d) a definição e a explicitação dos fluxos financeiros próprios do SUS, frente aos</p><p>órgãos governamentais de controle interno e externo e aos Conselhos de Saúde, com ênfase</p><p>na diferenciação entre as transferências automáticas a estados e municípios com função</p><p>gestora;</p><p>e) a criação e a consolidação de critérios e mecanismos de alocação de recursos</p><p>federais e estaduais para investimento, fundados em prioridades definidas pelas</p><p>programações e pelas estratégias das políticas de reorientação do Sistema;</p><p>f) a transformação nos mecanismos de financiamento federal das ações, com o</p><p>respectivo desenvolvimento de novas formas de informatização, compatíveis à natureza dos</p><p>grupos de ações, especialmente as básicas, de serviços complementares e de</p><p>procedimentos de alta e média complexidade, estimulando o uso dos mesmos pelos</p><p>gestores estaduais e municipais;</p><p>g) o desenvolvimento de sistemáticas de transferência de recursos vinculada ao</p><p>fornecimento regular, oportuno e suficiente de informações específicas, e que agreguem o</p><p>conjunto de ações e serviços de atenção à saúde, relativo a grupos prioritários de eventos</p><p>vitais ou nosológicos;</p><p>h) a adoção, como referência mínima, das tabelas nacionais de valores do SUS, bem</p><p>assim a flexibilização do seu uso diferenciado pelos gestores estaduais e municipais,</p><p>segundo prioridades locais e ou regionais;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>i) o incentivo aos gestores estadual e municipal ao pleno exercício das funções de</p><p>controle, avaliação e auditoria, mediante o desenvolvimento e a implementação de</p><p>instrumentos operacionais, para o uso das esferas gestoras e para a construção efetiva do</p><p>Sistema Nacional de Auditoria;</p><p>j) o desenvolvimento de atividades de educação e de comunicação social;</p><p>k) o incremento da capacidade reguladora da direção nacional do SUS, em relação</p><p>aos sistemas complementares de prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares de alto</p><p>custo, de tratamento fora do domicílio, bem assim de disponibilidade de medicamentos e</p><p>insumos especiais;</p><p>l) a reorientação e a implementação dos sistemas de vigilância epidemiológica, de</p><p>vigilância sanitária, de vigilância alimentar e nutricional, bem como o redimensionamento</p><p>das atividades relativas à saúde do trabalhador e às de execução da vigilância sanitária de</p><p>portos, aeroportos e fronteiras;</p><p>m) a reorientação e a implementação dos diversos sistemas de informações</p><p>epidemiológicas, bem assim de produção de serviços e de insumos críticos;</p><p>n) a reorientação e a implementação do sistema de redes de laboratórios de</p><p>referência para o controle da qualidade, para a vigilância sanitária e para a vigilância</p><p>epidemiológica;</p><p>o) a reorientação e a implementação da política nacional de assistência farmacêutica;</p><p>p) o apoio e a cooperação a estados e municípios para a implementação de ações</p><p>voltadas ao controle de agravos, que constituam risco de disseminação nacional;</p><p>q) a promoção da atenção à saúde das populações indígenas, realizando, para tanto,</p><p>as articulações necessárias, intra e intersetorial;</p><p>r) a elaboração de programação nacional, pactuada com os estados, relativa à</p><p>execução de ações específicas voltadas ao controle de vetores responsáveis pela</p><p>transmissão de doenças, que constituem risco de disseminação regional ou nacional, e que</p><p>exijam a eventual intervenção do poder federal;</p><p>s) a identificação dos serviços estaduais e municipais de referência nacional, com</p><p>vistas ao estabelecimento dos padrões técnicos da assistência à saúde;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>t) a estimulação, a indução e a coordenação do desenvolvimento científico e</p><p>tecnológico no campo da saúde, mediante interlocução crítica das inovações científicas e</p><p>tecnológicas, por meio da articulação intra e intersetorial; e</p><p>u) a participação na formulação da política e na execução das ações de saneamento</p><p>básico.</p><p>DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO</p><p>A direção do Sistema Único de Saúde (SUS), em cada esfera de governo, é composta</p><p>pelo órgão setorial do poder executivo e pelo respectivo Conselho de Saúde, nos termos das</p><p>Leis n.º 8.080/90 e n.º 8.142/1990.</p><p>O processo de articulação entre os gestores, nos diferentes níveis do Sistema, ocorre,</p><p>preferencialmente, em dois colegiados de negociação: a Comissão Intergestores Tripartite</p><p>(CIT) e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB).</p><p>A CIT é composta, paritariamente, por representação do Ministério da Saúde (MS),</p><p>do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho</p><p>Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).</p><p>A CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada por representação da</p><p>Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de</p><p>Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente. Um dos representantes dos municípios é o</p><p>Secretário de Saúde da Capital. A Bipartite pode operar com subcomissões regionais.</p><p>As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na CIB são formalizadas em ato</p><p>próprio do gestor respectivo. Aquelas referentes a matérias de competência dos Conselhos</p><p>de Saúde, definidas por força da Lei Orgânica, desta NOB ou de resolução específica dos</p><p>respectivos</p><p>Conselhos são submetidas previamente a estes para aprovação. As demais</p><p>resoluções devem ser encaminhadas, no prazo máximo de 15 dias decorridos de sua</p><p>publicação, para conhecimento, avaliação e eventual recurso da parte que se julgar</p><p>prejudicada, inclusive no que se refere à habilitação dos estados e municípios às condições</p><p>de gestão desta Norma.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>BASES PARA UM NOVO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE</p><p>A composição harmônica, integrada e modernizada do SUS visa, fundamentalmente,</p><p>atingir a dois propósitos essenciais à concretização dos ideais constitucionais e, portanto,</p><p>do direito à saúde, que são:</p><p>a) a consolidação de vínculos entre diferentes segmentos sociais e o SUS; e</p><p>b) a criação de condições elementares e fundamentais para a eficiência e a eficácia</p><p>gerenciais, com qualidade.</p><p>O primeiro propósito é possível porque, com a nova formulação dos sistemas</p><p>municipais, tanto os segmentos sociais, minimamente agregados entre si com sentimento</p><p>comunitário.</p><p>Os munícipes - Quanto a instância de poder político-administrativo, historicamente</p><p>reconhecida e legitimada</p><p>O poder municipal - Apropriam-se de um conjunto de serviços bem definido, capaz de</p><p>desenvolver uma programação de atividades publicamente pactuada. Com isso, fica bem</p><p>caracterizado o gestor responsável; as atividades são gerenciadas por pessoas</p><p>perfeitamente identificáveis; e os resultados mais facilmente usufruídos pela população.</p><p>O conjunto desses elementos propicia uma nova condição de participação com</p><p>vínculo, mais criativa e realizadora para as pessoas, e que acontece não somente nas</p><p>instâncias colegiadas formais.</p><p>Conferências e conselhos.</p><p>Mas em outros espaços constituídos por atividades sistemáticas e permanentes,</p><p>inclusive dentro dos próprios serviços de atendimento.</p><p>Cada sistema municipal deve materializar, de forma efetiva, a vinculação aqui</p><p>explicitada. Um dos meios, certamente, é a instituição do cartão SUS-MUNICIPAL, com</p><p>numeração nacional, de modo a identificar o cidadão com o seu sistema e agregá-lo ao</p><p>sistema nacional. Essa numeração possibilita uma melhor referência intermunicipal e</p><p>garante o atendimento de urgência por qualquer serviço de saúde, estatal ou privado, em</p><p>todo o País. A regulamentação desse mecanismo de vinculação será objeto de discussão e</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>aprovação pelas instâncias colegiadas competentes, com consequente formalização por ato</p><p>do MS.</p><p>O segundo propósito é factível, na medida em que estão perfeitamente identificados</p><p>os elementos críticos essenciais a uma gestão eficiente e a uma produção eficaz, a saber:</p><p>a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos serviços;</p><p>b) o conjunto organizado dos estabelecimentos produtores desses serviços; e</p><p>c) a programação pactuada e integrada, com a correspondente orçamentação</p><p>participativa.</p><p>Os elementos, acima apresentados, contribuem para um gerenciamento que conduz</p><p>à obtenção de resultados efetivos, a despeito da indisponibilidade de estímulos de um</p><p>mercado consumidor espontâneo. Conta, no entanto, com estímulos agregados, decorrentes</p><p>de um processo de gerenciamento participativo e, sobretudo, da concreta possibilidade de</p><p>comparação com realidades muito próximas, representadas pelos resultados obtidos nos</p><p>sistemas vizinhos.</p><p>A ameaça da ocorrência de gastos exagerados, em decorrência de um processo de</p><p>incorporação tecnológica acrítico e desregulado, é um risco que pode ser minimizado pela</p><p>radicalização na reorganização do SUS: um Sistema regido pelo interesse público e balizado,</p><p>por um lado, pela exigência da universalização e integralidade com equidade e, por outro,</p><p>pela própria limitação de recursos, que deve ser programaticamente respeitada.</p><p>Esses dois balizamentos são objeto da programação elaborada no âmbito municipal,</p><p>e sujeita à ratificação que, negociada e pactuada nas instâncias estadual e federal, adquire</p><p>a devida racionalidade na alocação de recursos em face às necessidades.</p><p>Assim, tendo como referência os propósitos anteriormente explicitados, a presente</p><p>Norma Operacional Básica constitui um importante mecanismo indutor da conformação de</p><p>um novo modelo de atenção à saúde, na medida em que disciplina o processo de</p><p>organização da gestão desta atenção, com ênfase na consolidação da direção única em</p><p>cada esfera de governo e na construção da rede regionalizada e hierarquizada de serviços.</p><p>Essencialmente, o novo modelo de atenção deve resultar na ampliação do enfoque</p><p>do modelo atual, alcançando-se, assim, a efetiva integralidade das ações. Essa ampliação</p><p>é representada pela incorporação, ao modelo clínico dominante (centrado na doença), do</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>modelo epidemiológico, o qual requer o estabelecimento de vínculos e processos mais</p><p>abrangentes.</p><p>O modelo vigente, que concentra sua atenção no caso clínico, na relação</p><p>individualizada entre o profissional e o paciente, na intervenção terapêutica armada</p><p>(cirúrgica ou medicamentosa) específica, deve ser associado, enriquecido, transformado em</p><p>um modelo de atenção centrado na qualidade de vida das pessoas e do seu meio ambiente,</p><p>bem como na relação da equipe de saúde com a comunidade, especialmente, com os seus</p><p>núcleos sociais primários – as famílias. Essa prática, inclusive, favorece e impulsiona as</p><p>mudanças globais, intersetoriais.</p><p>O enfoque epidemiológico atende ao compromisso da integralidade da atenção, ao</p><p>incorporar, como objeto das ações, a pessoa, o meio ambiente e os comportamentos</p><p>interpessoais. Nessa circunstância, o método para conhecimento da realidade complexa e</p><p>para a realização da intervenção necessária fundamenta-se mais na síntese do que nas</p><p>análises, agregando, mais do que isolando, diferentes fatores e variáveis.</p><p>Os conhecimentos resultantes de identificações e compreensões que se faziam cada</p><p>vez mais particularizados e isolados (com grande sofisticação e detalhamento analítico)</p><p>devem possibilitar, igualmente, um grande esforço de visibilidade e entendimento integrador</p><p>e globalizante, com o aprimoramento dos processos de síntese, sejam lineares, sistêmicos</p><p>ou dialéticos.</p><p>Além da ampliação do objeto e da mudança no método, o modelo adota novas</p><p>tecnologias, em que os processos de educação e de comunicação social constituem parte</p><p>essencial em qualquer nível ou ação, na medida em que permitem a compreensão</p><p>globalizadora a ser perseguida, e fundamentam a negociação necessária à mudança e à</p><p>associação de interesses conscientes. É importante, nesse âmbito, a valorização da</p><p>informação informatizada.</p><p>Além da ampliação do objeto, da mudança do método e da tecnologia predominantes,</p><p>enfoque central deve ser dado à questão da ética. O modelo vigente – assentado na lógica</p><p>da clínica – baseia-se, principalmente, na ética do médico, na qual a pessoa (o seu objeto)</p><p>constitui o foco nuclear da atenção.</p><p>O novo modelo de atenção deve perseguir a construção da ética do coletivo que</p><p>incorpora e transcende a ética do individual. Dessa forma é incentivada a associação dos</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>enfoques clínico e epidemiológico. Isso exige, seguramente, de um lado, a transformação</p><p>na relação entre o usuário e os agentes do sistema de saúde (restabelecendo o vínculo entre</p><p>quem presta o serviço e quem o recebe) e, de outro, a intervenção ambiental, para que</p><p>sejam modificados fatores determinantes da situação de saúde.</p><p>Nessa nova relação, a pessoa é estimulada a ser agente da sua própria saúde e da</p><p>saúde da comunidade que integra. Na intervenção ambiental, o SUS assume algumas ações</p><p>específicas e busca a articulação necessária com outros setores, visando a criação das</p><p>condições indispensáveis à promoção, à proteção e à recuperação da saúde.</p><p>FINANCIAMENTO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE</p><p>Responsabilidades</p><p>O financiamento do SUS é de responsabilidade das três esferas de governo e cada</p><p>uma deve assegurar</p><p>o aporte regular de recursos, ao respectivo fundo de saúde.</p><p>Conforme determina o Artigo 194 da Constituição Federal, a Saúde integra a</p><p>Seguridade Social, juntamente com a Previdência e a Assistência Social. No inciso VI do</p><p>parágrafo único desse mesmo Artigo, está determinado que a Seguridade Social será</p><p>organizada pelo poder público, observada a “diversidade da base de financiamento”.</p><p>Já o Artigo 195 determina que a Seguridade Social será financiada com recursos</p><p>provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,</p><p>e de Contribuições Sociais.</p><p>Fontes</p><p>As principais fontes específicas da Seguridade Social incidem sobre a Folha de</p><p>Salários (Fonte 154), o Faturamento (Fonte 153 - COFINS) e o Lucro (Fonte 151 - Lucro</p><p>Líquido).</p><p>Até 1992, todas essas fontes integravam o orçamento do Ministério da Saúde e ainda</p><p>havia aporte significativo de fontes fiscais (Fonte 100 - Recursos Ordinários, provenientes</p><p>principalmente da receita de impostos e taxas). A partir de 1993, deixou de ser repassada</p><p>ao MS a parcela da</p><p>Contribuição sobre a Folha de Salários (Fonte 154, arrecadada pelo Instituto Nacional</p><p>de Seguridade Social - INSS).</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte de recursos ao MS são a</p><p>Contribuição sobre o Faturamento (Fonte 153 - COFINS) e a Contribuição sobre o Lucro</p><p>Líquido (Fonte 151), sendo que os aportes provenientes de Fontes Fiscais são destinados</p><p>praticamente à cobertura de despesas com Pessoal e Encargos Sociais.</p><p>Dentro da previsibilidade de Contribuições Sociais na esfera federal, no âmbito da</p><p>Seguridade Social, uma fonte específica para financiamento do SUS - a Contribuição</p><p>Provisória sobre Movimentações Financeiras - está criada, ainda que em caráter provisório.</p><p>A solução definitiva depende de uma reforma tributária que reveja essa e todas as demais</p><p>bases tributárias e financeiras do Governo, da Seguridade e, portanto, da Saúde.</p><p>Nas esferas estadual e municipal, além dos recursos oriundos do respectivo Tesouro,</p><p>o financiamento do SUS conta com recursos transferidos pela União aos Estados e pela</p><p>União e Estados aos Municípios. Esses recursos devem ser previstos no orçamento e</p><p>identificados nos Fundos de Saúde estadual e municipal como receita operacional</p><p>proveniente da esfera federal e ou estadual e utilizados na execução de ações previstas nos</p><p>respectivos planos de saúde e na PPI.</p><p>Transferências Intergovernamentais e Contrapartidas</p><p>As transferências, regulares ou eventuais, da União para estados, municípios e</p><p>Distrito Federal estão condicionadas à contrapartida desses níveis de governo, em</p><p>conformidade com as normas legais vigentes (Lei de Diretrizes Orçamentárias e outras).</p><p>O reembolso das despesas, realizadas em função de atendimentos prestados por</p><p>unidades públicas a beneficiários de planos privados de saúde, constitui fonte adicional de</p><p>recursos. Por isso, e consoante à legislação federal específica, estados e municípios devem</p><p>viabilizar estrutura e mecanismos operacionais para a arrecadação desses recursos e a sua</p><p>destinação exclusiva aos respectivos fundos de saúde.</p><p>Os recursos de investimento são alocados pelo MS, mediante a apresentação pela</p><p>SES da programação de prioridades de investimentos, devidamente negociada na CIB e</p><p>aprovada pelo CES, até o valor estabelecido no orçamento do Ministério, e executados de</p><p>acordo com a legislação pertinente.</p><p>Tetos Financeiros dos Recursos Federais</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Os recursos de custeio da esfera federal, destinados às ações e serviços de saúde,</p><p>configuram o Teto Financeiro Global (TFG), cujo valor, para cada estado e cada município,</p><p>é definido com base na PPI. O teto financeiro do estado contém os tetos de todos os</p><p>municípios, habilitados ou não a qualquer uma das condições de gestão.</p><p>O Teto Financeiro Global do Estado (TFGE) é constituído, para efeito desta NOB, pela</p><p>soma dos Tetos Financeiros da Assistência (TFA), da Vigilância Sanitária (TFVS) e da</p><p>Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD).</p><p>O TFGE, definido com base na PPI, é submetido pela SES ao MS, após negociação</p><p>na CIB e aprovação pelo CES. O valor final do teto e suas revisões são fixados com base</p><p>nas negociações realizadas no âmbito da CIT observadas as reais disponibilidades</p><p>financeiras do MS e formalizado em ato do Ministério.</p><p>O Teto Financeiro Global do Município (TFGM), também definido consoante à</p><p>Programação Pactuada e Integrada, é submetido pela SMS à SES, após aprovação pelo</p><p>CMS. O valor final desse Teto e suas revisões são fixados com base nas negociações</p><p>realizadas no âmbito da CIB observados os limites do TFGE e formalizado em ato próprio</p><p>do Secretário Estadual de Saúde.</p><p>Todos os valores referentes a pisos, tetos, frações, índices, bem como suas revisões,</p><p>são definidos com base na PPI, negociados nas Comissões Intergestores (CIB e CIT),</p><p>formalizados em atos dos gestores estadual e federal e aprovados previamente nos</p><p>respectivos Conselhos (CES e CNS).</p><p>As obrigações que vierem a ser assumidas pelo Ministério da Saúde, decorrentes da</p><p>implantação desta NOB, que gerem aumento de despesa serão previamente discutidas com</p><p>o Ministério do Planejamento e Orçamento e o Ministério da Fazenda.</p><p>Aquele que se perde é que encontra novos caminhos. (Nila Kjaer)</p><p>políticos e técnicos em que ocorrem o</p><p>planejamento, a negociação e a implementação das políticas de saúde pública. As decisões</p><p>se dão por consenso (e não por votação), estimulando o debate e a negociação entre as</p><p>partes. São instâncias que integram a estrutura decisória do SUS. Constituem uma</p><p>estratégia de coordenação e negociação do processo de elaboração da política de saúde</p><p>nas três esferas de governo, articulando-as entre si. A Portaria GM/MS n. 545, de 20 de maio</p><p>de 1993, estabeleceu normas e procedimentos reguladores do processo de</p><p>descentralização da gestão das ações e dos serviços de saúde aprovando a Norma</p><p>Operacional Básica – SUS 01/93 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1993). Desde que foram</p><p>instituídas, no início dos anos 1990, como foros privilegiados para negociação e decisão dos</p><p>aspectos operacionais relativos à descentralização das ações e dos serviços de saúde no</p><p>âmbito da gestão do Sistema Único de Saúde, as Comissões intergestores Tripartite, na</p><p>direção nacional, e Bipartite, na direção estadual, vêm se constituindo em importantes</p><p>arenas políticas de representação federativa nos processos de formulação e implementação</p><p>das políticas de saúde. Todas as iniciativas intergovernamentais de planejamento integrado</p><p>e programação pactuada na gestão descentralizada do SUS estão apoiadas no</p><p>funcionamento dessas comissões. Estas comissões intergestores têm desempenhado papel</p><p>relevante na formulação e na implementação da política de saúde e têm contribuído na</p><p>complexa tarefa de desenvolver as diretrizes do SUS no sistema federativo brasileiro</p><p>(SEMINÁRIO INTERNACIONAL TENDÊNCIAS E DESAFIOS DOS SISTEMAS DE SAÚDE</p><p>NAS AMÉRICAS, 2002).</p><p>2.4.1. Comissão Intergestora Bipartite (CIB)</p><p>Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar,</p><p>regulamentar e avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações</p><p>de saúde. São constituídas, paritariamente, por representantes do governo estadual –</p><p>indicados pelo Secretário de Estado da Saúde – e dos secretários municipais de Saúde –</p><p>indicados pelo órgão de representação do conjunto dos municípios do estado, em geral</p><p>denominado Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários</p><p>municipais de Saúde, por meio de seus espaços de representação, debatem entre si os</p><p>temas estratégicos, antes de apresentar suas posições na CIB. Os Cosems são, também,</p><p>instâncias de articulação política entre gestores municipais de Saúde, sendo de extrema</p><p>importância a participação dos gestores locais nesses espaços. As CIBs foram</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>institucionalizadas pela Norma Operacional Básica nº 1 de 1993 e instaladas em todos os</p><p>estados do País.</p><p>2.4.2. Comissão Intergestora Tripartite (CIT)</p><p>Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional</p><p>do SUS, integrada por gestores do SUS das três esferas de governo – União, estados, DF</p><p>e municípios. Tem composição paritária formada por 15 membros, sendo cinco indicados</p><p>pelo Ministério da Saúde (MS), cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de</p><p>Saúde (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde</p><p>(Conasems). A representação de estados e municípios nessa Comissão é regional, sendo</p><p>um representante para cada uma das cinco regiões no País. Nesse espaço, as decisões são</p><p>tomadas por consenso e não por votação. A CIT está vinculada à direção nacional do SUS.</p><p>3. O processo de implantação do SUS</p><p>3.1. As Normas Operacionais do SUS</p><p>A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e da</p><p>Lei Orgânica de Saúde, iniciou-se o processo de implantação do Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS) de forma pactuada entre o Ministério da Saúde, CONASS e Conasems. Esse</p><p>processo foi orientado pelas Normas Operacionais do SUS, instituídas por meio de portarias</p><p>ministeriais. Tais normas definiram as competências de cada esfera de governo e as</p><p>condições necessárias para que estados e municípios pudessem assumir as novas</p><p>atribuições no processo de implantação do SUS. As Normas Operacionais definiram critérios</p><p>para que estados e municípios se habilitassem a receber repasses de recursos do Fundo</p><p>Nacional de Saúde para seus respectivos fundos de saúde. A habilitação às condições de</p><p>gestão definidas nas normas Operacionais foi condicionada ao cumprimento de uma série</p><p>de requisitos e ao compromisso de assumir um conjunto de responsabilidades referentes à</p><p>gestão do sistema de saúde. Desde o início do processo de implantação do SUS, foram</p><p>publicadas as seguintes Normas Operacionais Básicas: NOB/SUS 01/91, NOB/SUS 01/92,</p><p>NOB/SUS 01/93 e NOB/SUS 01/96. Em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional</p><p>da Assistência a Saúde (NOAS/SUS 01/01), que foi revista e publicada em 2002.</p><p>As Normas Operacionais Básicas são instrumentos utilizados para a definição de</p><p>estratégias e movimentos tático-operacionais que reorientam a operacionalidade do Sistema</p><p>Único de Saúde, a partir da avaliação periódica de sua implantação e desempenho. Embora</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>o instrumento que formaliza a norma seja uma portaria do Ministério da Saúde, o seu</p><p>conteúdo é definido de forma pactuada entre o Ministério da Saúde e representantes do</p><p>Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de</p><p>Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Entre os objetivos das Normas Operacionais</p><p>temos:</p><p>•Induzir e estimular mudanças no SUS;</p><p>•Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;</p><p>•Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes, e movimentos tático-</p><p>operacionais;</p><p>•Regular as relações entre seus gestores; e</p><p>•Normatizar o SUS.</p><p>3.1.1. A Norma Operacional Básica (NOB) de 1991</p><p>A Norma Operacional Básica do SUS 01/91 (NOB/SUS 01/91) foi editada pela</p><p>Resolução do Inamps número 258, de 7 de janeiro de 1991, e reeditada com alterações pela</p><p>resolução do Inamps número 273, de 17 de julho de 1991. Os principais pontos da NOB/SUS</p><p>01/91 foram:</p><p>• Equiparou prestadores públicos e privados, no que se refere à modalidade de</p><p>financiamento, que passou a ser, em ambos os casos, por pagamento pela produção de</p><p>serviços.</p><p>• Centralizou a gestão do SUS em nível federal (Inamps).</p><p>• Estabeleceu o instrumento convenial como a forma de transferência de recursos do</p><p>Inamps para os estados, Distrito Federal e municípios.</p><p>• Considerou como “municipalizados” dentro do SUS os municípios que atendessem</p><p>os seguintes requisitos básicos:</p><p>a) criação dos Conselhos Municipais de Saúde;</p><p>b) criação do Fundo Municipal de Saúde;</p><p>c) Plano Municipal de Saúde aprovado pelos respectivos Conselhos;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>d) Programação e Orçamentação da Saúde (PROS) como detalhamento do Plano de</p><p>Saúde;</p><p>e) contrapartida de recursos para a saúde do seu orçamento; e</p><p>f) constituição de Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários</p><p>(PCCS) com o prazo de dois anos para a sua implantação.</p><p>• Instituiu a Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) destinada a reajustar os valores</p><p>a serem repassados aos estados, Distrito Federal e municípios. A cobertura ambulatorial</p><p>anual era obtida da multiplicação do valor da UCA pela população de cada unidade da</p><p>federação.</p><p>• Modificou o sistema de pagamento aos prestadores de serviços (entidades</p><p>filantrópicas, hospitais universitários, entidades contratadas e conveniadas) com a</p><p>implantação do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).</p><p>3.1.2. A Norma Operacional Básica (NOB) de 1992</p><p>A NOB 01/92, aprovada por meio da Portaria n. 234 de 7 de fevereiro de 1992, da</p><p>Secretaria Nacional de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, nos seus</p><p>“considerandos” refere-se ao consenso obtido entre CONASS, Conasems e Inamps em</p><p>relação aos seus termos. A NOB 01/92 tinha como objetivos: normatizar a assistência à</p><p>saúde no SUS, estimular a implantação, o desenvolvimento o funcionamento</p><p>do sistema; e</p><p>dar forma concreta e instrumentos operacionais à efetivação dos preceitos constitucionais</p><p>da saúde. A NOB 01/92 trata dos seguintes assuntos:</p><p>i) Planejamento;</p><p>ii) Financiamento da assistência à saúde no SUS;</p><p>iii) Estímulo a “municipalização” do SUS e às ações de saúde coletiva;</p><p>iv) Investimentos na Rede;</p><p>v) Sistemas de Informação;</p><p>vi) Controle e Avaliação;</p><p>vii) Processo de municipalização para repasse de recursos;</p><p>viii) Produtividade e qualidade. A referida NOB instituiu o Índice de Valorização de</p><p>Qualidade (IVQ) a ser concedido e repassado aos hospitais que integram a</p><p>rede do SUS (públicos, contratados e conveniados). Essa NOB criou o Fator</p><p>de Estímulo à Gestão Estadual (Fege), que se destinava a definir e reajustar</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>os valores a serem repassados mensalmente, de forma regular e automática,</p><p>aos estados habilitados para a reposição e modernização dos equipamentos</p><p>da rede pública estadual e municipal. É criado o Pró-Saúde, que se caracteriza</p><p>como um programa que tem como principal objetivo a reorganização dos</p><p>serviços de saúde com a participação das três esferas de governo. A NOB</p><p>01/92 mantém o Inamps como órgão responsável pelo repasse de recursos</p><p>financeiros aos municípios e estados, dando continuidade em linhas gerais ao</p><p>que estava previsto na NOB 01/91.</p><p>3.1.3. A Norma Operacional Básica (NOB) de 1993</p><p>A Norma Operacional Básica do SUS 01/93 (NOB/SUS 01/93) foi editada pela Portaria</p><p>n. GM/MS n. 545, de 20 de maio de 1993. Formalizou os princípios aprovados na 9ª</p><p>Conferência Nacional de Saúde (realizada em 1992), que teve como tema central “a</p><p>municipalização é o caminho”, e desencadeou um amplo processo de municipalização da</p><p>gestão com habilitação dos municípios nas condições de gestão criadas (incipiente, parcial</p><p>e semiplena). As principais contribuições da Norma Operacional Básica foram:</p><p>• Criou a transferência regular e automática (fundo a fundo) do teto global da</p><p>assistência para municípios em gestão semiplena.</p><p>• Habilitou municípios como gestores.</p><p>• Definiu o papel dos estados de forma frágil, mas esses, ainda assim, passaram a</p><p>assumir o papel de gestor do sistema estadual de saúde.</p><p>• Possibilitou a constituição das Comissões Intergestores Bipartite (de âmbito</p><p>estadual) e Tripartite (nacional), como importantes espaços de negociação, pactuação,</p><p>articulação, integração entre gestores (União, estados e municípios).</p><p>3.1.4. A Norma Operacional Básica (NOB) de 1996</p><p>O êxito das mudanças promovidas com a NOB/SUS 01/93 desencadeou uma ampla</p><p>discussão no setor saúde e levou à construção de uma nova Norma Operacional Básica que</p><p>representasse um salto de qualidade na oferta dos serviços e ações desenvolvidas pelo SUS</p><p>em todo o país. A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização,</p><p>criando novas condições de gestão para os municípios e estados, caracterizando as</p><p>responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e redefinindo</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>competências de estados e municípios. Os objetivos gerais da Norma Operacional Básica</p><p>01/96 foram:</p><p>• Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal, da</p><p>função de gestor da atenção à saúde de seus habitantes com a respectiva redefinição das</p><p>responsabilidades dos estados, Distrito Federal e União.</p><p>• Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor, diretamente ou garantindo</p><p>a referência, explicitando um novo pacto federativo para a saúde.</p><p>• Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municípios a</p><p>responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde.</p><p>• Aumentar a participação percentual da transferência regular e automática (fundo a</p><p>fundo) dos recursos federais a estados e municípios, reduzindo a transferência por</p><p>remuneração de serviços produzidos.</p><p>• Fortalecer a gestão do SUS, compartilhada e pactuada entre os governos municipais,</p><p>estaduais e federais, por meio das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite como</p><p>espaços permanentes de negociação e pactuação entre gestores.</p><p>Entre as principais características observadas na NOB/SUS 01/96 temos:</p><p>• Transferência aos municípios habilitados como Plena da Atenção Básica, dos</p><p>recursos financeiros com base per capita relativos a esta responsabilidade, criando o PAB</p><p>(Piso Assistencial Básico), repassado fundo a fundo de forma regular e automática, e com</p><p>base em valor nacional per capita para a população coberta.</p><p>• Reorganização da gestão dos procedimentos de média complexidade ambulatorial</p><p>(Fração Ambulatorial Especializada – FAE).</p><p>• Reorganização da gestão dos procedimentos de alta complexidade ambulatorial</p><p>com a criação da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade/Custo (Apac).</p><p>• Incorporação das ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as ações</p><p>básicas de Vigilância Sanitária.</p><p>• Incorporação das ações de Epidemiologia e Controle de Doenças.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>• Promoção da reorganização do modelo de atenção, adotando-se como estratégia</p><p>principal a ampliação de cobertura do Programa de Saúde da Família e do Programa de</p><p>Agentes Comunitários de Saúde, com a criação de Incentivo financeiro.</p><p>• Aprimoramento do planejamento e define a elaboração da Programação Pactuada</p><p>e Integrada (PPI).</p><p>• Definição das responsabilidades, prerrogativas e requisitos das Condições de</p><p>Gestão Plena da Atenção Básica e Plena de Sistema Municipal de Saúde para os municípios,</p><p>e Avançada do Sistema Estadual e Plena de Sistema Estadual para os estados. A NOB/SUS</p><p>01/96 foi editada em 5 de novembro de 1996 por meio da Portaria GM/MS n. 2.203. Vários</p><p>aspectos deveriam ser imediatamente regulamentados para viabilizar sua implantação,</p><p>como, por exemplo, os requisitos e instrumentos para habilitação, implantação de nova</p><p>tabela do SIA/SUS, o valor do PAB, o Fator de Ajuste, a PPI, o Cartão SUS, a Vigilância</p><p>Sanitária, as Ações de Epidemiologia e Controle de Doenças, e a data do início de repasse</p><p>automático fundo a fundo do PAB. Entretanto, em dezembro de 1996, houve a substituição</p><p>do Ministro Adib Jatene pelo Ministro Carlos Albuquerque, gerando uma reorientação na</p><p>condução do Ministério da Saúde e uma rediscussão sobre alguns conceitos contidos na</p><p>versão original da NOB/SUS 01/96, principalmente em relação ao PAB e o financiamento</p><p>necessário para a sua implementação. A Instrução Normativa 01/97 do Ministério da Saúde,</p><p>editada em 15 de maio de 1997, regulamentou o processo, fluxos, requisitos e instrumentos</p><p>de comprovação para estados e municípios se habilitarem às novas condições de gestão da</p><p>NOB/SUS 01/96.</p><p>Discussões entre o Ministério da Saúde, CONASS e Conasems sobre o financiamento</p><p>do SUS e a implantação da NOB/SUS 01/96 consumiram quase todo o ano de 1997. Em</p><p>dezembro de 1997 e janeiro de 1998, o Ministério da Saúde publicou um conjunto de</p><p>portarias regulamentando a implantação da NOB/SUS 01/96. As principais alterações</p><p>introduzidas na NOB/SUS 01/96 foram:</p><p>• O conceito original do PAB foi modificado. Deixou de ser Piso Assistencial Básico e</p><p>passou a ser chamado de Piso da Atenção Básica, ampliando sua abrangência.</p><p>• A Portaria n. 1.882/97 definiu uma parte fixa e uma parte variável do novo PAB.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>• O valor nacional da Parte Fixa do PAB foi definido em R$ 10,00 per capita/ano a ser</p><p>transferido fundo a fundo de forma regular e automática aos municípios habilitados na</p><p>NOB/SUS 01/96.</p><p>• Foi criado o “valor máximo da Parte Fixa do PAB”, estipulado em R$18,00 por</p><p>habitante/ano na reunião da CIT de 27 de janeiro de 1998.</p><p>• Foi criada a Parte Variável do PAB que correspondia a incentivos destinados às</p><p>seguintes ações e programas:</p><p>a) Programa de Agentes Comunitários de Saúde;</p><p>b) Programa de Saúde da Família;</p><p>c) Programa de Combate às Carências Nutricionais;</p><p>d) Ações Básicas</p><p>de Vigilância Sanitária;</p><p>e) Assistência Farmacêutica Básica; e</p><p>f) Ações Básicas de Vigilância Epidemiológica e Ambiental;</p><p>• Como Incentivo às Ações de Vigilância Sanitária foi definido um valor R$ 0,25 por</p><p>habitante/ano para complementar o custeio das ações já incluídas na parte fixa do PAB.</p><p>• Foi definida uma nova tabela do SIA/SUS.</p><p>3.1.5. A Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) 01/2001</p><p>O período de implementação do NOB/SUS 01/96, compreendido entre os anos de</p><p>1998 e 2000, foi marcado por uma série de importantes avanços no processo de</p><p>descentralização do Sistema Único de Saúde. Em face de problemas observados durante a</p><p>implementação da NOB/SUS 01/96, entre os quais podemos citar a questão da definição</p><p>das responsabilidades, do planejamento e organização do sistema, e da resolutividade e</p><p>acesso a serviços, estabeleceu-se um amplo processo de discussão entre os gestores, que</p><p>resultou na publicação da Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/01 (NOAS/SUS</p><p>01/01), instituída pela Portaria GM/MS n. 95, de 26 de janeiro de 2001.</p><p>A publicação da NOAS/SUS 01/2001 foi o resultado de um longo processo de</p><p>negociação que envolveu o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de</p><p>Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>O conjunto de estratégias apresentadas na NOAS/SUS 01/2001 articulou-se em torno do</p><p>pressuposto de que, no atual momento da implantação do SUS, a ampliação das</p><p>responsabilidades dos municípios na garantia de acesso aos serviços da atenção básica, a</p><p>regionalização e a organização funcional do sistema são elementos centrais para o avanço</p><p>do processo. O objetivo da NOAS/SUS 01/2001 era “promover maior eqüidade na alocação</p><p>de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos nos níveis</p><p>de atenção”. Estabeleceu o processo de Regionalização como estratégia de hierarquização</p><p>dos serviços de saúde e de busca de maior eqüidade. Institui o Plano Diretor de</p><p>Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da</p><p>assistência em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de definição de</p><p>prioridades de intervenção coerentes com a necessidade da população e garantia de acesso</p><p>dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde. Definiu que cabe às secretarias de</p><p>Saúde dos estados e do Distrito Federal a elaboração do PDR, em consonância com o Plano</p><p>Estadual de Saúde, devendo o mesmo ser aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite</p><p>e pelo Conselho Estadual de Saúde. O PDR deve ser elaborado na perspectiva de garantir</p><p>o acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua residência, a um conjunto de ações</p><p>e serviços vinculados a:</p><p>a) assistência pré-natal, parto e puerpério;</p><p>b) acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;</p><p>c) cobertura universal do esquema preconizado pelo PNI para todas as faixas etárias;</p><p>d) ações de promoção da saúde e prevenção de doenças;</p><p>e) tratamento de intercorrências mais comuns na infância;</p><p>f) atendimento de afecções agudas de maior incidência;</p><p>g) acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência;</p><p>h) tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais;</p><p>i) tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais freqüentes;</p><p>j) controle de doenças bucais mais comuns; e</p><p>k) suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica. Uma das partes</p><p>integrantes do PDR é o Plano Diretor de Investimentos (PDI), que visa identificar prioridades</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>e desenvolver estratégias de investimento a fim de promover a equalização da oferta de</p><p>recursos assistenciais em todos os níveis de complexidade.</p><p>O Plano Diretor de Regionalização serviria de base e de subsidio para o processo de</p><p>qualificação das microrregiões de saúde. No que diz respeito à ampliação do acesso e da</p><p>qualidade da atenção básica, a NOAS/SUS 01/2001 instituiu a Gestão Plena da Atenção</p><p>Básica Ampliada, e definiu como áreas de atuação estratégicas mínimas para a habilitação</p><p>nesta condição o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da</p><p>hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher</p><p>e a saúde bucal. Para o financiamento do elenco de procedimentos da atenção básica</p><p>ampliada, foi instituído o PAB-Ampliado, e seu valor fixado na época em R$10,50 habitante/</p><p>ano. A NOAS/SUS 01/2001 definiu um conjunto mínimo de procedimentos de média</p><p>complexidade como primeiro nível de referência intermunicipal, com acesso garantido a toda</p><p>a população no âmbito microrregional, ofertados em um ou mais módulos assistenciais. Esse</p><p>conjunto mínimo de serviços de média complexidade compreende as atividades</p><p>ambulatoriais, de apoio diagnóstico e terapêutico e de internação hospitalar. O financiamento</p><p>federal das ações ambulatoriais seria feito com base em um valor per capita nacional</p><p>(R$ 6,00 habitante/ano). Ao longo do processo de qualificação das microrregiões, o</p><p>Ministério da Saúde adicionaria recursos ao Teto Financeiro das UFs para cobrir a diferença</p><p>entre os gastos atuais com esses procedimentos e o montante correspondente ao per capita</p><p>nacional multiplicado pela população. Cabe ressaltar que nenhuma microrregião foi</p><p>qualificada e, portanto, essa forma de repasse nunca foi implementada. No Capítulo da</p><p>NOAS 01/2001 que trata do Fortalecimento da Capacidade de Gestão no SUS, é definido</p><p>que as UFs devem encaminhar ao Ministério da Saúde uma versão consolidada da</p><p>Programação Pactuada e Integrada (PPI). Cabe às SES a coordenação da programação</p><p>pactuada e integrada no âmbito do estado. A PPI aprovada pela Comissão Intergestores</p><p>Bipartite, deve nortear a alocação de recursos federais da assistência entre municípios pelo</p><p>gestor estadual, resultando na definição de limites financeiros claros para todos os</p><p>municípios do estado, sendo que o limite financeiro de cada município será composto por</p><p>duas parcelas separadas: recursos destinados ao atendimento da população própria e</p><p>recursos destinados ao atendimento da população referenciada de acordo com as</p><p>negociações expressas na PPI. Nos casos em que os serviços de referência estiverem</p><p>localizados em municípios localizados naqueles habilitados em Gestão Plena de Sistema</p><p>Municipal, estes devem se comprometer com o atendimento da população referenciada</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>subscrevendo com o estado um Termo de Compromisso para Garantia de Acesso. Esse</p><p>termo tem como base o processo de programação e contém as metas físicas e</p><p>orçamentárias das ações definidas na PPI.</p><p>A NOAS/SUS 01/2001 estabeleceu as responsabilidades, requisitos e prerrogativas</p><p>dos gestores. A partir de sua publicação os municípios puderam se habilitar em duas</p><p>condições: Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena de Sistema Municipal</p><p>de Saúde. Os estados puderam se habilitar em duas condições: Gestão Avançada do</p><p>Sistema Estadual e Gestão Plena de Sistema Estadual.</p><p>3.1.6. A Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) 01/2002</p><p>A Norma Operacional da Assistência à Saúde 01/2002 (NOAS/SUS 01/02) foi</p><p>instituída pela Portaria GM/MS n. 373, de 27 de fevereiro de 2002. Foi o resultado dos</p><p>encaminhamentos estabelecidos na reunião da Comissão Intergestores Tripartite realizada</p><p>em 22 de novembro de 2001. Naquela data, foi firmado um acordo entre o CONASS e</p><p>Conasems contemplando propostas relativas ao comando único sobre os prestadores de</p><p>serviços de média e alta complexidades e fortalecimento da gestão dos estados sobre as</p><p>referências intermunicipais, notadamente no que diz respeito à explicitação e mecanismos</p><p>de acompanhamento dos recursos federais referentes ao atendimento da população não-</p><p>residente que busca atendimento no município de referência. As principais modificações na</p><p>NOAS/SUS 01/2001 introduzidas pela NOAS/ SUS</p><p>01/02 foram:</p><p>• O município-sede de módulo assistencial pode estar habilitado em Gestão Plena de</p><p>Sistema Municipal quando em situação de comando único municipal ou em Gestão Plena</p><p>da Atenção Básica Ampliada (GPABA) quando em situação de comando único estadual.</p><p>• Estabeleceu que cabe aos estados a gerência de unidades públicas de</p><p>hemonúcleos/hemocentros e de laboratórios de referência para controle de qualidade,</p><p>Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica e gestão sobre o sistema de</p><p>hemonúcleos/hemocentros (públicos e privados) e laboratórios de saúde pública.</p><p>• Foi estabelecida como prerrogativa dos estados habilitados na NOAS/SUS 01/02 a</p><p>transferência regular e automática dos recursos correspondentes ao financiamento per</p><p>capita do conjunto mínimo de serviços de média complexidade M1 em regiões ou</p><p>microrregiões qualificadas, nos casos em que o município-sede do módulo assistencial</p><p>estiver habilitado em GPABA.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>3.2. O Pacto pela Saúde 2006</p><p>Desde 2003, resultado das discussões e consensos elaborados a partir do Seminário</p><p>para construção de Consensos e da carta de Sergipe, o CONASS solicitou ao Ministério da</p><p>Saúde a revisão do processo normativo do SUS. Era compreensão dos Gestores Estaduais</p><p>que o processo normativo do SUS necessitava contemplar a ampla diversidade e diferenças</p><p>do nosso país e que a elaboração de uma nova norma deveria contribuir para a construção</p><p>de um modelo de atenção que contemplasse os princípios do SUS, sob a égide da</p><p>responsabilidade sanitária, adequada à realidade de cada estado e região do país,</p><p>integrando ações de promoção à saúde, atenção primária, assistência de média e alta</p><p>complexidade, epidemiologia e controle de doenças, vigilância sanitária e ambiental, a</p><p>reafirmação da importância das instâncias deliberativas CIB e CIT e o fortalecimento do</p><p>controle social. Entre as prioridades discutidas e consideradas prioritárias pelos secretários</p><p>estaduais de saúde, citamos: o compromisso com o SUS e seus princípios; o fortalecimento</p><p>da Atenção Primária; a valorização da saúde e a necessária articulação intersetorial; o</p><p>fortalecimento do papel dos estados; e a luta pela regulamentação da Emenda</p><p>Constitucional 29 e por mais recursos financeiros para a área da saúde. O processo se</p><p>iniciou em agosto de 2004, quando foi organizada pelo Ministério da Saúde uma oficina</p><p>denominada “Agenda do Pacto de Gestão”, com objetivo de dar início ao processo de</p><p>discussão para a revisão do processo normativo do SUS; e estabelecer as diretrizes,</p><p>conteúdos e metodologia de trabalho para a elaboração de propostas para pactuação de</p><p>questões fundamentais para o processo de Gestão do SUS. Os participantes dessa oficina</p><p>foram representantes do CONASS, Conasems e do Ministério da Saúde. O trabalho conjunto</p><p>exigiu o exercício da construção de consensos entre CONASS, Conasems e Ministério da</p><p>Saúde. Há pontos de operacionalização que ainda estão sendo discutidos, pois esse</p><p>processo é dinâmico e necessita de avaliação constante para sua efetiva operacionalização,</p><p>assim como para aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e programação para a gestão</p><p>do SUS. Os primeiros resultados obtidos constam da Portaria GM/MS n. 399, publicada em</p><p>22 de fevereiro de 2006, com a definição das diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde.</p><p>Na data de 3 de abril de 2006, foram publicadas a Portaria GM/MS n. 699, que Regulamenta</p><p>as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão, e a Portaria GM/MS n. 698,</p><p>que instituiu a nova forma de transferência dos recursos federais destinados ao custeio de</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>ações e serviços de saúde em blocos de financiamento. Essa portaria foi substituída pela</p><p>Portaria GM/MS n. 204, de 29 de janeiro de 2007.</p><p>As diretrizes operacionais do Pacto pela Vida reafirmam princípios; consolidam</p><p>processos como a importância da regionalização e dos instrumentos de planejamento e</p><p>programação como o</p><p>Plano Diretor de Regionalização (PDR), Plano Diretor de Investimentos (PDI) e a</p><p>Programação Pactuada Integrada (PPI); e possibilitam a reorganização dos processos de</p><p>gestão e de regulação do sistema de saúde no âmbito dos estados com vistas a melhorar e</p><p>qualificar o acesso do cidadão às ações e serviços de saúde. A partir das discussões</p><p>envolvendo o Pacto de Gestão houve a compreensão pelos gestores federais, estaduais e</p><p>municipais da necessidade de se pactuar também metas e objetivos sanitários a serem</p><p>alcançados, assim como da necessidade de envolver a sociedade na defesa do SUS.</p><p>Estabeleceu-se, então, a organização de um Pacto pela Saúde, com capacidade de</p><p>responder aos desafios atuais da gestão e organização do sistema, para dar respostas</p><p>concretas às necessidades de saúde da população brasileira, e tornar a saúde uma política</p><p>de Estado mais do que uma política de governo. Esse processo de pactuação tem como</p><p>finalidade a qualificação da gestão pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e</p><p>qualidade de suas respostas. Nesse sentido foram definidas três dimensões no Pacto pela</p><p>Saúde 2006: Pacto em Defesa do SUS, Pacto pela Vida e Pacto de Gestão.</p><p>3.2.1. Pacto em Defesa do SUS</p><p>Compromisso inequívoco com a repolitização do SUS, consolidando a política pública</p><p>de saúde brasileira como uma política de Estado, mais do que uma política de governos. Os</p><p>gestores reconhecem a necessidade de romper os limites setoriais e levar a discussão sobre</p><p>a política pública de saúde para a sociedade organizada, tendo o financiamento público da</p><p>saúde como um dos pontos centrais. As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são: 1.</p><p>Implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade de:</p><p>• Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema público universal</p><p>garantidor desses direitos;</p><p>• Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional n. 29, pelo</p><p>Congresso Nacional;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>• Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários e financeiros</p><p>para a saúde; e</p><p>• Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de</p><p>gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas. 2. Elaborar e divulgar a carta dos</p><p>direitos dos usuários do SUS.</p><p>3.2.2. Pacto pela Vida</p><p>O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários,</p><p>expressos em objetivos e metas, derivados da análise da situação de saúde da população</p><p>e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. Significa uma</p><p>ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e</p><p>com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance</p><p>desses resultados. O Pacto pela Vida – como instrumento do Pacto pela Saúde 2006 –</p><p>representa uma mudança radical na forma de pactuação do SUS vigente até agora. Isso</p><p>ocorre porque rompe com os pactos realizados em variáveis discretas de tempo, por meio</p><p>de normas operacionais. A observação da trajetória do SUS mostra que esse sistema público</p><p>de saúde vem sendo mudado, de tempos em tempos, por meio de reformas incrementais</p><p>que se materializaram em normas operacionais (NOBs e NOAS), como descrito</p><p>anteriormente. Essas normas fixavam-se, prioritariamente, em processos operacionais,</p><p>distanciando-se de compromissos com resultados sanitários. Assim, a instituição do Pacto</p><p>pela Vida representa duas mudanças fundamentais na reforma incremental do SUS. De um</p><p>lado, substitui pactos fortuitos por acordos anuais obrigatórios; de outro, muda o foco, de</p><p>mudanças orientadas a processos operacionais para mudanças voltadas para resultados</p><p>sanitários. Desse modo, o Pacto pela Vida reforça, no SUS, o movimento da gestão pública</p><p>por resultados. O Pacto pela Vida será permanente. Ao fim do primeiro trimestre de um novo</p><p>ano serão avaliados os resultados do ano anterior e pactuadas novas metas e objetivos</p><p>a</p><p>ser atingidos no ano em curso. Ao mesmo tempo, deverá haver um processo permanente</p><p>de monitoramento, de cada ente com relação ao seu próprio âmbito, dos estados com</p><p>relação aos municípios do seu território, dos municípios com relação ao estado, dos</p><p>municípios e estado com relação à União e da União com relação aos estados, municípios</p><p>e Distrito Federal. Para que não se caia, uma vez mais, na formalização de pactos</p><p>meramente burocráticos, com parcos resultados sanitários, haverá que se operar mudanças</p><p>nos mecanismos de pactuação, seja no campo cultural, seja no campo operacional. Há de</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>se mudar a cultura da pactuação: o pacto não termina no momento de sua assinatura, mas</p><p>ali começa. De outro lado, os objetivos e metas pactuados devem servir de bússola para que</p><p>os diferentes entes federados orientem suas decisões estratégicas e focalizem a alocação</p><p>dos recursos. Só quando houver convergência entre metas e objetivos pactuados,</p><p>priorização de ações táticas e alocação de recursos, estarão sendo feitos pactos reais.</p><p>No campo operativo, as metas e objetivos do Pacto pela Vida devem inscrever-se em</p><p>instrumentos jurídicos públicos, os Termos de Compromisso de Gestão, firmados pela União,</p><p>estados e municípios. Esses termos têm como objetivo formalizar a assunção das</p><p>responsabilidades e atribuições inerentes às esferas governamentais na condução do</p><p>processo permanente de aprimoramento e consolidação do SUS. Nos Termos de</p><p>Compromisso de Gestão inscrevem-se, como parte substantiva, os objetivos e metas</p><p>prioritárias do Pacto pela Vida, bem como seus indicadores de monitoramento e avaliação.</p><p>A operacionalização do processo de monitoramento e avaliação deve ser objeto de</p><p>regulamentação específica em cada esfera de governo, considerando as pactuações</p><p>realizadas. A definição de objetivos deve ser estabelecida por meio de metas nacionais,</p><p>estaduais, regionais ou municipais. Os pactos estaduais deverão estar referenciados pelas</p><p>metas e objetivos nacionais; os pactos regionais e municipais devem estar referenciados</p><p>pelas metas estaduais. Essa é uma mudança operacional importante porque não há que se</p><p>impor metas nacionais a estados, nem metas estaduais a regiões ou municípios. Pacto é</p><p>negociação equilibrada entre atores e não imposição de uma das partes sobre a outra. O</p><p>Pacto pela Vida 2006 definiu seis prioridades: saúde do idoso; Controle do câncer de colo</p><p>de útero e de mama; Redução da mortalidade infantil e materna; Fortalecimento da</p><p>capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,</p><p>hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde; e Fortalecimento da</p><p>Atenção Básica.</p><p>3.2.3. Pacto de Gestão</p><p>Contempla os princípios do SUS previstos na Constituição Federal de 1988 e na Lei</p><p>n. 8.080/90. Estabelece as responsabilidades solidárias dos gestores a fim de diminuir as</p><p>competências concorrentes, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>compartilhada e solidária do SUS. Avança na regionalização e descentralização do SUS, a</p><p>partir da proposição de algumas diretrizes, permitindo uma diversidade operativa que</p><p>respeite as singularidades regionais. Propõe a descentralização de atribuições do Ministério</p><p>da Saúde para os estados, e para os municípios, acompanhado da desburocratização dos</p><p>processos normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização dos</p><p>sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional.</p><p>Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite em grandes blocos</p><p>de financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os entes federativos. Os</p><p>objetivos do Pacto de Gestão são:</p><p>• Definir a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do SUS: federal,</p><p>estadual e municipal, superando o atual processo de habilitação.</p><p>• Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS, com ênfase na Descentralização;</p><p>Regionalização; Financiamento; Programação Pactuada e Integrada; Regulação;</p><p>Participação e Controle Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.</p><p>LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990</p><p>Texto devidamente atualizado até Agosto/2008 Dispõe sobre as condições para a</p><p>promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços</p><p>correspondentes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber</p><p>que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR</p><p>Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde,</p><p>executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas</p><p>naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.</p><p>TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as</p><p>condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde</p><p>consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução</p><p>de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que</p><p>assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,</p><p>proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>empresas e da sociedade. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,</p><p>entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho,</p><p>a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os</p><p>níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.</p><p>Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no</p><p>artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar</p><p>físico, mental e social.</p><p>TÍTULO II - DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR</p><p>Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições</p><p>públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações</p><p>mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais,</p><p>estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos,</p><p>medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.</p><p>§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em</p><p>caráter complementar.</p><p>CAPÍTULO I Dos Objetivos e Atribuições</p><p>Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:</p><p>I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;</p><p>II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico</p><p>e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;</p><p>III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e</p><p>recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades</p><p>preventivas.</p><p>Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):</p><p>I - a execução de ações:</p><p>a) de vigilância sanitária;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>b) de vigilância epidemiológica;</p><p>c) de saúde do trabalhador; e</p><p>d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;</p><p>II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento</p><p>básico;</p><p>III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;</p><p>IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;</p><p>V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;</p><p>VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e</p><p>outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;</p><p>VII - o controle e a fiscalização de</p><p>serviços, produtos e substâncias de interesse para</p><p>a saúde;</p><p>VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;</p><p>IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e</p><p>utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;</p><p>X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e</p><p>tecnológico;</p><p>XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.</p><p>§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar,</p><p>diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do</p><p>meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse</p><p>da saúde, abrangendo:</p><p>I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a</p><p>saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e</p><p>II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com</p><p>a saúde.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que</p><p>proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores</p><p>determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de</p><p>recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.</p><p>§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de</p><p>atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância</p><p>sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à</p><p>recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos</p><p>advindos das condições de trabalho, abrangendo:</p><p>I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença</p><p>profissional e do trabalho;</p><p>II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em</p><p>estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes</p><p>no processo de trabalho;</p><p>III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da</p><p>normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento,</p><p>transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de</p><p>equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;</p><p>IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;</p><p>V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas</p><p>sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os</p><p>resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão,</p><p>periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;</p><p>VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do</p><p>trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;</p><p>VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de</p><p>trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e</p><p>VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a</p><p>interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver</p><p>exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes</p><p>Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou</p><p>conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo</p><p>com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos</p><p>seguintes princípios:</p><p>I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;</p><p>II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das</p><p>ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em</p><p>todos os níveis de complexidade do sistema;</p><p>III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e</p><p>moral;</p><p>IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer</p><p>espécie;</p><p>V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;</p><p>VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua</p><p>utilização pelo usuário;</p><p>VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação</p><p>de recursos e a orientação programática;</p><p>VIII - participação da comunidade;</p><p>IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de</p><p>governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização</p><p>e hierarquização da rede de serviços de saúde;</p><p>X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento</p><p>básico;</p><p>XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União,</p><p>dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à</p><p>saúde da população;</p><p>XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para</p><p>fins idênticos.</p><p>CAPÍTULO III Da Organização, da Direção e da Gestão</p><p>Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS),</p><p>seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão</p><p>organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.</p><p>Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I</p><p>do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos</p><p>seguintes órgãos: I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;</p><p>II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde</p><p>ou órgão equivalente; e</p><p>III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão</p><p>equivalente.</p><p>Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto</p><p>as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.</p><p>§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção</p><p>única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.</p><p>§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em</p><p>distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura</p><p>total das ações de saúde.</p><p>Art. 11. (Vetado).</p><p>Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao</p><p>Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por</p><p>entidades representativas da sociedade civil. Parágrafo único. As comissões intersetoriais</p><p>terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução</p><p>envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais,</p><p>abrangerá, em especial, as seguintes atividades:</p><p>I - alimentação e nutrição;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>II - saneamento e meio ambiente;</p><p>III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;</p><p>IV - recursos humanos;</p><p>V - ciência e tecnologia; e</p><p>VI - saúde do trabalhador.</p><p>Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços</p><p>de saúde e as instituições de ensino profissional e superior. Parágrafo único. Cada uma</p><p>dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a</p><p>formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS),</p><p>na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre</p><p>essas instituições.</p><p>CAPÍTULO IV Da Competência e das Atribuições</p><p>Seção I Das Atribuições Comuns</p><p>Art. 15. A União,</p><p>os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu</p><p>âmbito administrativo, as seguintes atribuições:</p><p>I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das</p><p>ações e serviços de saúde;</p><p>II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano,</p><p>à saúde;</p><p>III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das</p><p>condições ambientais;</p><p>IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;</p><p>V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e</p><p>parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde;</p><p>VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para</p><p>promoção da saúde do trabalhador;</p><p>VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento</p><p>básico e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;</p><p>IX - participação na formulação e na execução da política de formação e</p><p>desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;</p><p>X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de</p><p>conformidade com o plano de saúde;</p><p>XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde,</p><p>tendo em vista a sua relevância pública;</p><p>XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde,</p><p>autorizadas pelo Senado Federal;</p><p>XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias,</p><p>decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de</p><p>epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá</p><p>requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes</p><p>assegurada justa indenização;</p><p>XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;</p><p>XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos</p><p>à saúde, saneamento e meio ambiente;</p><p>XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da</p><p>saúde;</p><p>XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e</p><p>outras entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões</p><p>éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;</p><p>XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;</p><p>XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;</p><p>XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder</p><p>de polícia sanitária;</p><p>XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de</p><p>atendimento emergencial.</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>Seção II Da Competência</p><p>Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:</p><p>I - Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;</p><p>II - Participar na formulação e na implementação das políticas:</p><p>a) de controle das agressões ao meio ambiente;</p><p>b) de saneamento básico; e</p><p>c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;</p><p>III - definir e coordenar os sistemas:</p><p>a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;</p><p>b) de rede de laboratórios de saúde pública;</p><p>c) de vigilância epidemiológica; e d) vigilância sanitária;</p><p>IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de</p><p>agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde</p><p>humana;</p><p>V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das</p><p>condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;</p><p>VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;</p><p>VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e</p><p>fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e</p><p>Municípios;</p><p>VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade</p><p>sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;</p><p>IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício</p><p>profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos</p><p>na área de saúde;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e</p><p>produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos</p><p>governamentais;</p><p>XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o</p><p>estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;</p><p>XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a</p><p>saúde;</p><p>XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos</p><p>Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional; XIV - elaborar normas para</p><p>regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados</p><p>contratados de assistência à saúde;</p><p>XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios,</p><p>dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;</p><p>XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue,</p><p>Componentes e Derivados;</p><p>XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas</p><p>as competências estaduais e municipais;</p><p>XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em</p><p>cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;</p><p>XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e</p><p>financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados,</p><p>Municípios e Distrito Federal. Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância</p><p>epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos</p><p>inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único</p><p>de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.</p><p>Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:</p><p>I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de</p><p>saúde;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de</p><p>Saúde (SUS);</p><p>III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações</p><p>e serviços de saúde;</p><p>IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:</p><p>a) de vigilância epidemiológica;</p><p>b) de vigilância sanitária;</p><p>c) de alimentação e nutrição; e</p><p>d) de saúde do trabalhador;</p><p>V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente</p><p>que tenham repercussão na saúde humana;</p><p>VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento</p><p>básico;</p><p>VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de</p><p>trabalho;</p><p>VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de</p><p>insumos e equipamentos para a saúde;</p><p>IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos</p><p>de alta complexidade, de referência estadual e regional;</p><p>X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir</p><p>as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;</p><p>XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das</p><p>ações e serviços de saúde;</p><p>XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de</p><p>procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;</p><p>XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos</p><p>e fronteiras;</p><p>Prof. Enf. José Luiz Junior</p><p>XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores</p>

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