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LETRA ( 13 
) 
JOHANNES 
GUTENBE RG 
Thxto impresso, 
"156 
LETRA 
ESTE NAO E UM uvRo SOBRE FONTES. E urn livro sobre como usa-las. 
Elas sao urn recurso essencial empregado por designers graficos, assim 
como vidro, pedra, ferro e infuneros materiais sao utilizados por arquitetos. 
Os designers as vezes criam suas pr6prias fontes e letragens personalizadas. 
Mas e mais frequente ve-los consultando a vasta biblioteca de fontes 
existentes. escolhendo-as e combinando-as em resposta a publicos ou 
situas:oes especificas. Fazer isso com senso de humor e sabedoria requer 
conhecimento de como - e por que - as letras evoluiram. 
A origem das palavras esta nos gestos do corpo. As primeiras fontes 
foram modeladas diretamente sobre as formas da caligrafia. No entanto, elas 
nao sao gestos corporais, mas imagens manufaturadas para repetis:ao 
infinita. A hist6ria da tipografia reflete uma tensao continua entre a mao e 
a maquina, o organico e o geometrico, o corpo humano e o sistema 
abstrato. Essas tensoes, que marcaram o nascimento das letras impressas 
ha mais de quinhentos anos, continuam a energizar a tipografia hoje. 
Os tipos m6veis, inventados por Johannes Gutenberg na Alemanha 
no inicio do seculo xv, revolucionaram a escrita no Ocidente. Ao contrario 
dos escribas, que fabricavam livros e docurnentos a mao, a impressao com 
tipos permitia a produs:ao em massa. Grandes quantidades de letras podiam 
ser fundidas a partir de um molde e concatenadas em "formas". Depois que 
as paginas eram revisadas, corrigidas e impressas, as letras eram 
dispensadas em caixas subdivididas para reutilizas:ao. 
Os tipos m6veis haviam sido empregados antes disso na China, mas 
Ia forarn menos uteis. Enquanto o sistema de escrita chines contem dezenas 
de milhares de caracteres distintos, o alfabeto Iatino traduz os sons da fala em 
urn pequeno conjunto de sinai.s apropriados a mecanizas:ao. A famosa Biblia 
de Gutenberg baseou-se no manuscrito. Emulando a densa e escura escrita 
manual conhecida como letra g6tica, ele reproduziu sua textura erratica 
criando varias:oes de cada letra, bern como infuneras ligaturas (caracteres que 
Este capitulo amplia e revisa o artigo "Laws of the Letter· 
(Leis da letra]. de Ellen Lupton e J. Abbott Miller, publicado em 
Design Writing Research: Writing on Graphic Design (Nov;~ York: 
IGosk, 1996: Londres: Phaidon. 1999). pp 53-61. 
LETRA 114 
NICOLAS JEN SON aprendeu a imprimir onde 
ntlsceu a tipograjitl, em Mllinz, ntl Alerntlnhtl, 
tlntts de estllbdear 
grtijictl pr6pritl em 
Veneztl. SUils letras tim 
hastes vertictlis fortes, 
e a trtlnsi~o do trayo 
grosso ptlra o fino reflete 
o caminho de uma pena 
de bico largo. 
A CE NTAUR, desenhada 
entre 1912 e 1914 por 
Bruce Rogers, ~ uma 
revive.scincia do tipo de 
Jenson que enfatiza seu 
lra~ado em Jormtl de faixa. 
A RU tT Joi projelada 
pelo tip6grafo, profosscr 
e te6rico holandls 
Gerrit Noordzij. Iissa 
fonte, construfda 
digillllmente nos 
anos 1990, captura a 
qualidade dinllmica 
e tridimensional das 
I los tppdlatur mariti the iiii welda,~ hen~ 
. d . fra lotcl, 1M thcchirchcma 
euar aatur tcr mar that l.t;,wctc,orthatl 
ratrizappellanturqu: aodortbathccosiuth 
.mitini frattUm & ma1 in ~ or the chU 
aau~lt"S mamlm fraa tJDICI. that ben in th 
••r b . . d b _.J OD.C ~at that oti 
o'o nn~tx ~ ~eu ~acortbccom~~c 
ta funttn anaquiS au ·ben or foyc and RIAdl1 
Lorem ipsum dolor si· Lorem ipsum dolor sit 
amet , consectetuer adipis consectetuer adipiscing 
elit. Integer pharetra, 1 Integer pharetra, nisl u1 
ut luctus ullamcorper, ullamcorper, augue tort 
augue tortor egestas cu egestas ante, vel pharetra 
vel pharetra pede urna ' urna ac neque. Mauris 
neque. M auris ac mi e eu purus tincidunt fauc 
vanum laboraverunt , Lorem ipsum dolor ~ 
si Do.minus custodie~ consectetuer adipisci 
Lstra vigilavit qui cos1 Integer pharetra, nis: 
num est vobis ante h: ullamcorper, augue t 
rgere postquam sede: ante, vel pharetra pee 
i manducatis panem neque. Mauris ac mi 
m dederit dilectis sui tincidunt faucibus. P 
ALMI IVXT A LXX dignissim lectus. Nun 
fontts rolntlntlS do ~culo xv, bem como mas origens g6tiCtlS (lntlis que A SCALA Joi apresentada em 1991 pelo 
tip6grafo lwlandls Martin Majoor. Embora 
esstl Jottte emi1~ntemente contemporllnea 
tenha serifas geomttricas e formas racionais 
quase modulares, ela reflete tlS origens 
caligrclficas da tipograjia, o que fica evidente 
em caracteres como a letra a. 
humat~istlls) . Como o pr6prio Noordz ij explica, Jenson "adaptou as 
letras alem/Js a modtl itlllitlna (um pouco mtlis redonda, um pouco 
mais leve) e tlSsim criou os tipos romanos•. 
Q GOLDEN TYPE 
{oi criado por um 
riformador do 
design, o ingtes 
William Morris, 
em 1890. 
Ele procurou 
recaplurar a 
densidade escura e 
solene dtlS pclgintlS 
de Jenson. 
A ADOBE / EN SON 
{oi projetada em 
1995 por Robert 
Slimbach, que 
refonnula fo ttlts 
hist6riCtlS para 
uso digitlll. 
A Adobe Jenson 
t menos estilizada 
e decorativa que a 
Centaur. 
LETRA I I 5 
S td ne forte tuo atrea 
Hie tim<~T tJf ipfir 
N on adco leuitrr n~~fl 
Vt ~~ oblito puZ. 
l Uk phylttcidts i UCHl 
Non potuit (ttcJs m 
S eel rn1itl~ ~lfis dtti 
rhtflitli; 4nh1Ham 
I Ui( quicquid tro {iJ 
Trtticit & fo.ti litto 
r Uk form<~ {tt utnidn 
~41 dtdit d'f'lJUi. 
Q..!!drNm tu~lltt tu4 fi 
Cr4tiEr,& ~ra~ F. 
~4mHi; tt longtt 7'tl 
CdT4 lltmtn lttchr, 
FRANCESCO 
G RI FFO 
Tipos romanos 
e itdlicos 
desenltados para 
Aldus Manulius, 
c. 1500. S/Jo 
conetbidos como 
duasfonres 
distintas. 
JEA N JANNO N 
1ipos romanos e itdlicos 
ft itos para a lmprimerie 
Royale, Paris. 1642. e 
coordenados em unw famaia 
tipogrdfica malar. 
0 HUMANISMO E 0 CORPO 
Na Itilia do seculo xv, escritores e academicos humanistas re jeitaram as 
escritas g6ticas em favor da lettera antica, urn modo classico de escrita 
manual. com formas mais largas e abertas. A preferencia pela lettera antica 
fazia parte do Renascimento da arte e da literatura classicas. Nicolas Jenson, 
um frances que aprendera a imprimir na Alemanha, estabeleceu uma 
grafica influente em Veneza em tomo de 1469. Suas fontes mesclavarn as 
tradi~oes g6ticas que ele conhecera na Fran~a e na Alemanha com o gosto 
italiano por formas mais leves e arredondadas, e sao incluidas entre as 
primeiras- e melhores - fontes romanas. 
Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo Garamond, Bembo, 
Palatino, e Jenson, herdaram seus nomes de impressores que trabalharam 
nos seculos xv e xv 1. Essas fontes sao geralmente conhecidas como 
"humanistas". Os revivals contemporaneos de fontes hist6ricas sao 
projetados para adequar-se as tecnologias modernas e as exigencias atuais 
por predsao e uniformidade. Cada urn deles responde ou reage aos 
metodos de produ~ao, estilos de impressao e habitos artisticos de seu 
tempo. Alguns baseiam-se em tipos de metal, pun~oes ou desenhos que 
sobreviveram. A maioria fia-se unicamente em especimes impressos. 
As tetras italicas, que tambem surgiram na ltalia do seculo XV 
(como seu nome sugere), foram modeladas em urn estilo manuscrito mais 
casual. Enquanto as letras humanistas eretas apareciam em livros caros e 
prestigiosos, a forma cursiva, que podia ser escrita com mais rapidez do 
que a cuidadosa lettera antica, era usada por graficas majs baratas. Aldus 
Manutius, urn impressor, editor e academico, usou fontes italicas em seus 
livros pequenos e baratos, distribuidos internacionalmente. Economizando 
espa~o. a forma cursiva econornizava dinheiro. Os livros de Aldus 
frequentemente punham as letras cursivas ao lado de versais romanas; os 
dois esti los ainda eram considerados fundamentalmente distintos. 
No seculo XVI , os impressores come~a ram a integrar as formas 
romana e itilica em farnilias tipograficas com pesos e alturas-x(a altura do 
corpo principal da letra em caixa-baixa) correspondentes. Hoje, o itilico na 
maioria das fontes nao e apenas uma versao inclinada do romano; ele incorpora 
as curvas. os angulos e as propor~oes mais estreitas das formas cursivas. 
comme i'ay des-ia remarque, • S. Augu- • ""!·li!:JJ· 
u llff.rF-.J .. t• 
ll:in demandoaux D onatill:es en vne fern- 7· Q!!id1 •:-go! GUm •p-
blable occurrence : Ouo'~~ done 2 /ors or1e '"~ • obhui-~ • 1' fomurqu~ 
rJ0/14 lifons , ouhlions nom comment nom auofiJ ~~r~:=:; 
1ccou17umi de n-Jer 2 f e/(riture du fir and Dieu A• . rc_ripcara 7' · .r-·' • './" o · · Den.J.i[c.r.no-
Para mais in fonna~Oes 
sobre as origens complexas 
dos tipos romanos, ver 
Gerrit Noordzij, Larerletter 
(Vancouver: Hartley and 
Marks. zooo). 
CEOFROY TORY 
afirmava q~<e as 
tetras tkveriam 
refletir o corpo 
hl<maMo ideal. A respeito da tetra A. escreveu: 
•a barra transversal cobre o 6rgao reprodutivo 
maswlino, signi.ficando q"e Modlstia e Castidade 
sao requeridas. acima de ll<do. daqueles que 
prOCl<ram conhecer tetras bern proporcionadas". 
LETRA I r6 
LOU I S 
S I MONNEAU 
desenhou tetras· 
modelo para a 
grafica de Luis 
x 1 v. Instrufdo 
por um comite real, Simonneau desenhot~ mas 
tetras em um diagrama finamente modulado. 
Umafonte real (romain du roi) Joi entifo criada 
por Philippe Grandjean, baseda nos entathes 
de Simonneau. 
By WILLIAM CASLON, SPEC IN 
ABCD 
ABC DE 
DouBL l 
~oufque t 
lina, flltien1 
nos etJam ru 
quem ad fin4 
ABCDEF. 
JOHN 
BASKERVILLE 
foi um 
impressor que 
trabalhou na 
By J 0 H .N B A 8 K E R VILLE 
W I LLIAM CASLON erial<, na 
lnglatura do slculo XVIII, tipos 
com caractues eretos e definidos, 
que parecem "mais mode/ados e 
menos manuscritos que as form as 
renascentistas", como escreveu 
Robert Bringh1mt. 
lnglaterra nas 
Am indebted to you for two 
Letters dated from Corcyra. 
dlcadas de 1750 e 1760. Ele pretendia superar 
Caston, criando tetras agt<ftldamente detalhadas 
com contrastes mais v(vidos entre elementos 
grossos e finos. As tetras de Cas/on Joram 
amplamente usadas em seu tempo, mas a obra 
de Baskerville foi denunciada por muitos de seus 
contemporllneos como amadora e extremista. 
AUSTERLITII 
GIA MBATTISTA BODONI desenftou letras no final 
do slculo xvt ll q~<e exibem urn contraste abrupto A G A L L J s 
e nao-modulado entre trafos grossos e finos, atl m de 
serifas afiadas como laminas e desacompanhadas 
de apoios curvos. Tipos simi/ares Joram projetados 
no mesmo periodo por Franfois Ambroise Didot C E 
(1784) na Fratlfll e justus Erich Walbaum (18oo) 
na Alemanha. 
E MAXI~ 
if to rpeta 
Country• 
Aabcdef 
ABCD 
~R 
ttallc/1 /tt:, 
~ 
J§J6§, 
JVCg2 
GEORGE BI CK H A M , 174]· 
Amoslras da "Roman Prinl" 
Jimprc:ssao romanaf t da 
"llalia11 Hand"Jc:scrita ilatiana j. 
Essa acusa~lo foi contada 
a BaskemUe em um:~ carta 
de seu 3dmirador Benjamin 
Fnnklm. 0 texto integral 
pode ser consultado em F E. 
Pudoe, john Baskcrvilt' 
of Barm~ngltam: t..mcr-Foutldtr 
and Printer (l..ondres: Frederick 
Muller Umited, 1975). p 68. 
Ver tambem Robert 
Bnnghurst, Elunmlos do t stfto 
lipogrdfico (S2o P;IUio: Co~ac 
Naafy. zoos). 
ILUMINISMO E ABSTRA~AO 
Os artistas do Renascimento buscaram padroes proporcionais em corpos 
humanos idealizados. Em 1529 , o designer e tip6grafo frances Geofroy Tory 
publicou uma serie de diagramas que vinculavam a anatomia das letras a 
do homem. Uma nova abordagem, distanciada do corpo, despontaria na 
era do lluminismo cientifico e fi1os6fico. 
Em 1693, urn comite frances nomeado por Luis x1v pos-se a 
construir letras romanas em um diagrama finamente tramado. Ao contrario 
dos diagramas de Tory, que eram gravados em madeira, as representar;oes 
da romain du roi (alfabeto do rei) eram buriladas em chapas de cobre. 
As fontes de chumbo derivadas desses diagramas de grande formato 
reAetem o carater linear do processo e a atitude cientifica do comite real. 
As tetras entalhadas, cujas linhas Auidas nao se atem ao diagrama 
mecanico da prensa tipografica, oferec.iam urn meio apto a tetragem 
formal. Reprodur;oes entalhadas da arte caligrafic.a disseminaram a obra 
dos grandes mestres caligrafos do secuto xv 111. Livros como The Universal 
Penman (1743), de George Bickham, traziam tetras romanas- cada qual 
gravada como urn caractere (mico - e manuscritas profusamente curvas. 
A tipografia do secuto XV III foi influenciada por novos estilos 
manusc.ritos e suas reprodur;oes gravadas. lmpressores como Will iam 
Caston, na decada de 1720, e john Baskervi lle, na de 1750, abandonaram a 
rigida pena humanista em favor da pena metalica Aexivet e da pena de ave 
com ponta fina - instrumentos que produziam linhas fluidas e ondulantes. 
Baskerville, urn mestre caligrafo, teria admirado as linhas finamente 
esculpidas que apareciam nos livros de escrita entalhada. As fontes que 
ele criou eram tao definidas e contrastadas que seus contemporaneos o 
acusaram de "cegar os teitores do pais, pois os trar;os de suas tetras, de tao 
finos e estreitos, machucam os olhos.n Para aumentar a impressionante 
precisao de suas paginas, Baskerville fazia suas pr6prias tintas e passava a 
ferro suas paginas ap6s imprimi-tas. 
Na virada do secuto x1x, o severo vocabulario de Baskerville foi 
levado ao extremo por Giambattista Bodoni na ltalia e Firmin Didot na 
Franr;a. Suas fontes, com eixos totalmente verticais, contraste extreme entre 
trar;os grosses e finos e serifas nitidas como laminas, foram a porta de 
entrada para uma visao da tipografia desvincutada da caligrafia. 
A romain du rot nio foi projetada por urn tip6grafo, mas por urn comite govemamental composto 
por dols padzes, urn contador e urn engenheiro. Robert Bringhurst, 1992 
P. VIR G ILl I M A R 0 N I S 
BUCOLICA 
ECLOGA I. cui nomen TITrRUS. 
M E L I B OE u s. T 1 T y R u s. 
T ITYRE, tu patt.We recubans fub tegmine fagi Silvefirem tenui Mufam meditaris avena: 
Nos patrice fines, et dulcia linquimus arva; 
Nos patriam fugimus: tu, Tityre, lentus in umbra 
5 Formofam refonare doces Amaryllida filvas. 
T. 0 Melibree, Deus nobis ha:c otia fecit: 
Namque erit ille mihi femper Deus: illius aram 
Srepe tener nofiris ab ovilibus imbuet agnus. 
llle meas errare boves, ut cernis, et ipfum 
10 Ludere, qure vellem, calamo permifit agrefti. 
M. Non equidem invideo; miror magis: undique totis 
Ufque adeo turbatur agris. en ipfe capellas 
Protenus reger ago : hanc etiam vix, Tityre, duco: 
Hie inter denfas corylos modo namque gemellos, 
I 5 Spem gregis, ah! filice in nuda connixa reliquit. 
Srepe malum hoc nobis, fi mens non lreva fui1fet, 
De crelo tatlas memini prredicere quercus: 
Srepe finiftra cava prredixit ab ilice cornix. 
Sed tamen, ifte Deus qui fit, da, Tityre, nobis. 
20 T. Urbem, quam dicunt Romam, Melibree, putavi 
Stultus ego huic noftrre fimilem, quo Crepe folemus 
Paftores ovium teneros depellere fretus. 
Sic canibus catulos fimiles, fie matribus hredos 
A Noram; 
VIRGILIO (ESQ.) 
P~gina de livro, 1757 
Impressa por john Baskerville 
As fontes criadas por john 
Baskerville no skulo xv 11 1 
eram notaveis - e att mesmo 
chocantes para a epoca- por 
suas formas afiadas e eretas, e 
por seu forte contraste entre 
elementos grossos e fi nos. 
AJtm de uma fonte de texto 
romana, essa p6gina usa versais 
it6licas, versa is grandes 
(generosa mente espacejadas) 
versaletes (dimensionadas para 
acompanhar o texto em caixa-
baixa) e numerais nc1o 
alinhados (com ascendentes, 
descendentes e corpo pequeno, 
para foncionar com caracteres 
minusculos). 
RACINE (01 R.) 
P~gina de Jivro, t8ot 
Impressa por Firmin Didot 
As fontes gravadas pela famaia 
Didot na Frans;a eram ainda 
mais abstratas e severas 
que as de Baskerville, com 
serifas retangulares e urnforte 
contraste grossofmo. 
Os impressores e tip6grafos 
do skulo XIX chamavam essas 
fontes resplandecentes de 
"modernas". 
Ambas as p6ginasforam 
reproduzidas do livro 
de William Dana Orcutt, 
In Quest of the Perfect 
Book (Nova York: Little, 
Brown and Company, 1926); 
as margens nao sao precisas. 
LA THEBAIDE, 
ou 
LES FRERES ENNEMIS, 
TRAGEDIE. 
----------------------·--------------------------
ACTE PREMIER. 
SCENE I. 
.J OCASTE, OLYMPE. 
.IOCA.STL 
ILS sont sortis, Olympe? Ah! mortelles douleurs! 
Qu'un moment de repos me va couter de pleurs! 
Mes yeux depuis six mois etoient ouverts aux larmes., 
Et le sommeilles ferme en de telles alarmes! 
Puisse plut6t Ia mort les fermer pour jamais, 
Et m'emp~cher de voir le plus noir des forfaits! 
Mais en sont-ils aux mains? 
1 8 J :S; 
A t 10 o'Clock Ita 1M Mtlf'rting: 
l QUANTITY OF OLI 
ORDAGI 
Salls m~!!ji;" 
~the rema 
,k of the Sch' 
nome dado ao estilo tipogrtijico 
injlado e ltiper-negritado que 
apareceu 1w infcio do stculo 
X IX. Essasfontes exaguaram 
a polariza¢o das letras em 
componentes grossos e }it1os 
vistas 11a tipograjia formal de 
Bodoni e Didot. 
ECl PC tAS ou retangulares. essas 
fontes jizeram com que a serifa 
passasse de detalhe rejitw.do a 
laje estnllural. Componente 
arquiletonico independente, a 
serifa retangular ajirma seu 
peso e massa. Apresentado em 
•Bo6. esse estilo foi rapidamente 
denunciado por puristas: · uma 
monstruosidade tipogrtijica". 
... 
espa;;os estreitos. Anulll:ios 
do stwlo XIX costumavam 
combinar Jontes de proporfdes 
e estilos variados na mesma 
ptigina, mas essas misturas 
bombtisticas eram tipicamente 
alit1lwdas em composifdeS 
csttiticas e centralizadas. 
c6nco t wn termo do stculo 
xtx criado para designar 
letras sem serifa. Tais Jontes 
clwmavam a alenfdO por sua 
frontalidade macifa. Embora 110 
stculo xx essas fontcs ten ham 
servido freqilttl temente para 
transmitir neutralidade, g6ticas 
extravagantementt: decoradas jti 
foram comuns . 
LETRA I 2.0 
Minha pessoa era horrenda, rninha estatura gigante. 0 que isso queria dizer? Quem era eu? 
0 que era eu? ( ... ) Criador maldito! Por que criaste urn monstro tao medonho 
que ate mesmo tu te afastaste de mim em desgosto? Mary Shelley, Frankenstein, 1831 
I r'rRA 21 
0 historiador da 
11pograjia Rob Roy Kelly 
(1916- 1004) l<Siudou llS 
estratt!gias mecanizada5 
que propiciaram uma 
vlll'iedadt espctacular 
de tipos display 110 
st!culo XIX. 0 dwgrama 
mostra como a serifa 
retcmgular belsica, lamblm 
chamada de cgtpcia. 
fo i cortatla. belisclldt•. 
rmpurrada c ""olada 
para desovllr novas 
especics de ornamcnto. 
De lrclf OS de acabamento 
caligrdjico. as strifas 
foram trcmifonnadas rm 
elementos geomt tricos 
indcpe1Hiellte5 c livremeo1te 
ajust4vtl ~. 
FONTES MONSTRUOSAS 
Embora Bodoni e Didot tenham abastecido seus projetos com os habitos 
caligraficos de seu tempo. eles criaram formas que colidiam com a tradir;ao 
tipografica e desencadearam urn estranho mundo novo, no qual os atributos 
estruturais da letra- seri fa e haste, trar;os grossos e finos. enfase vertical e 
horizontal - seriam submetidos a experimentos bizarros. Perseguindo uma 
beleza tao racional quanto sublime, am bos criaram urn monstro: uma 
abordagem abstrata e desumanizada do desenho de letras. 
Com a ascenr;ao da industrializar;ao e do consumo de massas no 
seculo x1x veio a explosao da propaganda- uma nova forma de comunicar;ao 
que exigia novas fmmas tipograficas. Fontes grandes e pesadas foram feitas 
com a distorr;ao dos elementos anat6micos das letras classicas. Fontes com 
altura, largura e profundidade assombrosas apareceram: expandidas, 
contraidas, sombreadas, vazadas. engordadas, lapidadas e Aoreadas. As serifas 
deixaram de ser acabamento para tornarem-se estruturas independentes e 
a tensao vertical das letras tradicionais enveredou por novos caminhos. 
0 chum bo. material com o qual se fundem tipos de metal, e mole demais 
para manter a forma em tamanhos grandes sob a pressao da prensa 
tipografica. Os tipos talhados em madeira, por outro lado, podiam ser 
impressos em forma tos gigantes. A ador;ao do pant6grafo combinado com a 
fresa, em 1834. revolucionou a fabricar;ao de tipos de madeira. 0 pant6grafo 
e urn instrumento de c6pia de trar;o que, ao combinar·se com a fresa, permite 
a urn desenho original gerar variantes com infuneras proporr;oes, pesos e 
excrescencias decorat:ivas. 
Essa forma mecanizada tratava o alfabeto como urn sistema Aexivel 
mas divorciado da tradjr;ao cal igrafica . A busca por formas arquetlpicas e 
perfeitamente proporcionais foi substituida por uma visao da tipogralia como 
urn sistema elastico de qualidades formais (peso, tensao, haste, barras. serifas, 
angulos, curvas, ascendentes, descendentes). A relar;ao entre as letras de uma 
fon te tornou-se mais importante que a identidade de cada caractere. 
Analiscs e exemplos extens1vos de tipos decorados podem ser encontrados em 
Rob Roy Kelly. America n Wood Type: t828-1900, Notes on the Evoh<tion of Duorated 
ancl Large Letters (Nova York: Da Capo Press, 1969). Ver tambem Ruari Mcl ean . 
"An Examination of Egyptians," Texts 011 Type: Critical Writi11gs on Typography, 
Steven Heller e Philip B. Meggs (ed.) (Nova York: Allworth Pre~s. 2001), pp 70-76. 
LETRA I 22 
DURYEA'S IMPORTED 
CORNSTARCH [ESQ.] 
Cartao comercial litografico, r878 
A ascenfilo da propaganda no 
siculo XIX estimulou a demanda 
por letras em grande escala, que 
pudessem chamar a aten¢o 
no ambiente urbana. Aqui, r~m 
homem aparece colando um cartaz 
em flagrante desrespeito d lei, 
enquanto um policial aproxima-se 
na esquina. 
FULL MOON [DIR. j 
Cartaz tipografico, 1875 
Uma duzia de fontes diforentes 
e utilizada nesse cartoz de 
um cruzeiro a vapor. Em cada 
linha, tamanhos e estilos diforentes 
foram escolhidos para ampliar 
ao mtiximo o tamanho das letras 
no espafo dispon{vel. Embora as 
fontes sejam ex6ticas, o leiaute t 
tao esttitico e convencional quanta 
uma ltipide. 
ST - · MIOHA5L;~9 
TEMPERANCE ·BAND I 
Prof. V. Yeager, Leader, will give a G :x& :151( 4!!!!!1;a·cl!!!!!!!l) .. 
R8tRLitBT 
a 
On the Steamer 
BELLE! -
To Oabrook and Watch Hlil, 
On Sa.turday Evening, July 17th, 
Leaving Wharf at 7! o'clock. Returning Jo Westerly 
• at 10~ o'clock. K enneth will be at Osbrook. 
TICKETS, ;. FORTY GENTS. 
G. B. & J. H. Utter, Ste&m Printers, Weetel"ly, R. I. 
TH EO VAN OOESBURG,jimdador e principal 
promot.or do movimento holandes De Stijl. projetou 
este alfabeto com elementos perpendiculares em 
1919. Aplicad<Js aqui ao papel de carta da Liga dos 
Socialistas Revolucioncirios. os caracteres desenhados 
ci mclo variam em largura, possibilitat~do o 
pru ncllimento complete do retllt1gulo. 0 movimento 
De Stijl propunha que a pintura, a arquitetura, 
os objetos e as letras fossem redu:ddos a elementos 
essenciais. 
LETRA I 24 
acncuFtn 
filE U [] L UTI[] nnRifl1: 
SDCIRLISTISCHE 
lnTELLECTUEELEn 
l.!i! !:111.:1•--· VILMOS IIUSZA R deset1hou este logot.ipo para a revista De Stijl em '9'7· Ao contrario dos caractues de Van Doesburg, que perma11ecem 
contfn1•os. as letras de Huszar 
consislem em m6dulos 
parecidos com pixels. 
abcdefGhi 
iKimnopqr 
stuvwxyz 
a dd 
HERBERT BAYER criou este projeto tipogra.fico 
na Bauhaus, em 1925, e chamou-o de universal. 
Feito ape11as com letras minuswlas, l construfdo 
rom lin has retas e cfrculos. 
FETTE FUTURA 
GOETH 
STOFF 
PAUL RENNER projetou a Futura 
11a Alemanha, em 1927. Embora seja 
fortemente geomt!trica, com letras 
'0" perftitamente redondas, a Futura 
t uma Jonle prcitica de desenho sutil, 
que co11tinua sendo amplamente 
utilizada ate hoje. 
LfTRA 2.) 
EDWARD JO II NSTON biiStOU·SC 
em antigas inscri~oes romanas 
paracriar este diagrama de 
caractae~ "esswciais", em 1906. 
Embora zombasse da lttragtm 
dt displays comuciais, johnston 
11tlo tevt problemas em aceitar 
o embdezamet1to clasfomoas 
inspiradas no ptrlodo mtdoeval. 
Sobre a Fu!llr3. vcr Christopher 
Burke, Paul Rtlllltr: noc Art 
ofTypograploy jPaul Rl'nner: 
a arte da tipografiaj (Nova 
York: Princeton Architec1ural 
Press. 1998). Sobre as fon tl'S 
expenmentais das decadas de 
1920 e 1930. ver Robtn Kutross, 
Unju~to)itd Texts: l'aspectives on 
Typography (Londrt's: Hyphen 
Press. 2.002). pp 2B-45· 
REPORMA E REVOLU«;AO 
Alguns designers consideravam a distor~ao do alfabeto grosseira e imoral, 
Jigada a urn sistema industrial destrutivo e desumano. Em 1906, Edward 
johnston reanimou a procura por urn alfabeto essencial e padronizado, 
alertando para os "perigos" do exagero. lnspirado no movimento Arts and 
Crafts do secu lo XI X, johnston voltou-se para 0 Renascimento e para a !dade 
Media em busca de tetras puras e nao corrompidas. 
Embora reformadores como johnston permanecessem 
romanticamen te ligados a hist6ria, eles redefiniram a figura do designer 
como urn intelectuaJ dis tanciado do comercio. 0 moderno reformador do 
design era urn cri tico da sociedade, esfor~ando-se para criar objetos 
e imagens que desafiariam e revisariam habitos e praticas dominantes. 
Os artistas de vanguarda do inicio do secuJo xx rejeitaram as 
formas hist6ricas mas adotaram o modelo do critico outsider. Membros 
do grupo De Stijl na Holanda reduziram o alfabeto a elementos 
perpendiculares. Na Bauhaus, Herbert Bayer e josef Albers construiram 
alfabetos com fo rmas geometricas basicas- circulo, quadrado e triangulo -, 
que consideravam elementos de uma linguagem universal da visao. 
Tais experimentos entendiam o alfabeto como urn sistema de 
rela~oes abstratas. Assim como os impressores populares do secuJo x1x. 
os designers de vanguarda abandonaram a busca por urn alfabeto essencial 
e perfeitamente conformado, mas ofereceram alternativas austeras e 
te6ricas em Iugar das novidades solicitas da grande propaganda. 
Montados como maquinas, com componentes modulares. esses 
projetos experimentais imitavam a produ~ao fabri l, mas a maioria deles 
foi produzida a mao e nao chegou a ter versoes mecanicas (embora 
muitos estejam dispon iveis em meio digital). A Futura, projetada por Paul 
Renner em 1927, encamou as obsessoes da vanguarda em uma fonte 
multifuncional e comercial. Em bora Renner rejeitasse o movimento ativo 
da caligrafia em favor de formas mais "tranquilizadoras" e abstratas, ele 
temperou a geometria da Futura com varia~oes sutis em seus tra~os, curvas 
e propor~oes. Renner deu a Futura diversos pesos, vendo-a como uma 
ferramenta artistica para construir paginas com grada~oes de cinza. 
As formas tranquilizadoras e abstratas dessas novas fontes que dispensam o movimento 
manuscrito oferecern ao tip6grafo novos valores tonais afinados corn grande pureza. Esses tipos 
podern ser usados ern pesos leves, semipretos ou saturadamente pretos. Paul Renner, 1931 
WIM CROUWEL publicou 
seus desenhos para um "novo 
a!fabeto" sem diagonais ou 
curvas em 1967. 
A The Foundry, em Londres, 
COmtfOu a desenvolver e a 
lan~r edi¢t:s digitais das 
fontes de Crouwel em 1997. 
Ver Wim Crouwel, 
New Alphabet (Amsterdam: 
Wim Crouwel(fotal Design. 
1967); e Wim Crouwel. 
Kees Broos e David Quay, 
Wim Crouwel: Alphabets 
(Amsterdam: BIS 
Publishers, 2003). 
LETRA I 26 
LlTRA 27 
WlM CRouwu mo~trava es~u 
ve11do ·cs,aneadn" de uma 
Garamo•Ld para contra5tar 
com scu novo alfabtto, n~al 
formas aceatavam a tstrutura 
miwlatla da tela. 
7U7..ANA Uc.'J<.O CfiOU jo11ttS de 
batxa reso/u~do puro telas e 
imprcssora.1 ma 1985 Desde 
entdo. eSllls jimtt1 joram 
lllltgradas a tXItlllll jamnia 
tzpogrdjica Lo-Res. projttada 
para metos impres10.1 t 
digitats. 
Ver Rudy V·llldt•rlans 
t' Zuzana li.:ko Fnugr( 
Gmplu, Dr-sagH utlo tkt 
Dagawl Realm (Nov;a York 
V•n f\.'ustrand Rt•anhold, 
'991)· 
TIPOG RAPIA CO M O PROGRAMA 
Em 1967. o designer Wim Crouwel publicou desenhos para urn "novo 
alfabeto" construido com linhas retas. em resposta a ascen~ao da 
comunicas:ao eletronica. Rejeilando seculos de convens:ao tipografica, 
ele projetou suas letras para exibis:ao 6tima em telas de video, nas quais 
curvas e angulos sao represenladas por linhas de varredura horizontal. 
Na brochura promocional de seu novo alfabeto, que tinha como subtitulo 
"lntrodus:ao para uma tipografia programada", Crouwel propos uma 
metodologia de design onde as decisoes sao sistematicas e regradas. 
Jbcde~qhLitlonopqr 
t-uu~J:4;:J 4 
Na decada de 1980, computadores pessoais e impressoras de baixa resolus:ao 
puseram as ferramentas da tipografia nas maos de urn publico mais amplo. 
Em 1985, Zuzana Li&o comes:ou a projetar fontes que exploravam a textura 
grosseira desses sistemas. Enquanto outras fontes digita is sobrepunham 
0 rude diagrama das telas e im pressoras as for mas tipograficas tradicionais, 
as suas aproveitavam a linguagem do equipamento d igital. Ela e seu marido, 
Rudy VanderLans, cofundadores da fundic;ao e da revista Emigre, se 
autointitulavam "novos primitivos", pioneiros de uma aurora tecno16gica. 
Emigre Oakland fm~eror 
No inicio da decada de 1990, com a adoc;ao das impressoras a laser de alta 
resoluc;ao e das tecnologias de desenho de fontes por contorno tais como 
a linguagem PostScript, os designers de tipos deixaram de limitar-se por 
dispositivos de saida de baixa resoluc;ao. A ascens:ao da internet, bern como 
de telefones celulares, videogames portateis e PDAS [personal digital assistant], 
assegurou a relevancia das fontes baseadas em pixels, a medida que mais e 
rnais informa\ao ia sendo projetada para publicas:ao diretamente na tela. 
Viver com c:omputadores produz ideias curiosas. Wim Crouwel, 1967 
CURATOJ:l.: JOSEPH WESNEF 
Linda Ferguson 
SteveHandschu 
James Hay 
Matthew H oil and$CUL PTURI 
C. Gary Laatsch 
~Brian Liljeblad 
:::::;) Dora Natella 
(.) Matthew Schellenberg 
~ Richard String i Michell Thomas 
m f RobertWilhelm 
~pening Reception : FridayJun e 8,5:3G-~8:30 pm 
c 
~ 
< 
...... 
.. 
... 
etro it Foe y s Galler)(313)96 2 _90 2 5 43 Beaubie r\, Third Floor 
TROIT, MICHIGAN 48 2 26 
H N 
WEDNESDAY- SATURDAY 
ours: oon to6pnf-
LETRA I z8 
ED FELLA produziu uma obra 
de tipogra.fia experimental 
que influmciou fortemertte 
o design de tipos 11a decada 
ck 1990. Seus cartazes para 
a Detroit Fows Gallery 
trazem fonruzs danific:adas e 
difeituosas. desenltadas a mao 
ou recollt idas do refugo de 
copiadoras de terceira gerafiiO 
ou de 1/lminas de letragem por 
transferertcia como a Letrasel. 
Awvo do Cooper-Hewitt, 
National Design Mr+seum . 
TIPOGRAFlA COMO NARRATI VA 
No come~o dos anos 1990, enquanto as ferramentas de design digital 
abriam as portas para a reprodu~ao e a integrac;:ao de diversos meios, crescia 
a insatisfac;:ao de muitos designers com as superficies lim pas e imaculadas. 
Procurava-se lanc;:ar a letra no mundo rude e d.ustico dos processes fisicos. 
Ela, que por seculos havia buscado a perfeic;:ao em temologias cada vez mais 
exatas. foi arranhada. dobrada. manchada e poluida. 
Template Gothic: tecnologia imperfeita 
A fonte Template Gothic, de Barry Deck, projetada em 1990, baseia-se em 
letras desenhadas com urn estencil de plastico. Assim, a fonte refere-se a 
urn processo ao mesmo tempo meciinico e manual. Deck fez este projeto 
quando era aluno de Ed Fella, cujos cartazes experimentais inspiraram uma 
gera~ao de tip6gafos digitais. Ap6s seu lanc;:amento comercial pela Emigre 
Fonts, a Template Gothic passou a ser usada em todo o mundo, tornando-se 
um emblema da "tipografia digital" dos anos 90. 
Dead History: nutrindo-se do passado 
A fonte Dead History, de P. Scott Makela, tambem projetadaem T990. e 
urn pastiche de duas fontes existentes: a tradicional fonte serifada 
Centennial e a classica pop VAG Rounded. Manipulando os vetores de fontes 
prontas, Makela adotou a estrategia de apropriac;ao empregada na arte e na 
musica contemporaneas, aludindo ainda a importancia da hist6ria e do 
precedente, importantes para quase toda inovac;ao tipografica. 
CcDdEeFfGgHhiiJjiCl< 
Os tip6grafos holandeses Erik von BlokJand e Just van Rossum combinaram 
JS figuras do designer e do programador, criando fon tes que contem acaso, 
mudanc;:a e incerteza. Sua fonte Beowulf. de 1990, foi a primeira de uma 
serie de fontes com con tornos aleat6rios e comportamento programado. 
Os metodos industriais de produ~ao da tipografia for~aram todas as letras 
a ser identicas ( ... ) Hoje, a tipografia e produzida com equipamentos 
sofisticados, que nao impoern tais regras. As unicas limita~oes residern ern 
nossas expectativas. Erik van Blokland e Just van Rossum, zooo 
LETRA JO 
DB VOLTA AO TRABALHO 
Embora os anos 1990 sejam mais lembrados por imagens de decadencia, os 
designers tipograJicos continuaram a construir urn repert6rio de fontes de 
uso comum. projetadas para acomodar confortavelmente grandes quantidades 
de texto. Em vez de contar sua propria hist6ria, essas fontes fomecem aos 
designers paletas Aexiveis de letras, coordenadas em famllias maiores. 
Mrs Eaves: mulher trabalhadora 
Enquanto fazia fontes display experimentais, Zuzana LiCko, intrepida 
pioneira da aurora digital, produziu alguns revivals hist6ricos nos anos 
1990. A Mrs Eaves, desenhada em 1996 e inspirada nos tipos do seculo 
XVII I de John Baskerville (seu nome vern de sua amante e govemanta 
Sarah Eaves), tornou-se uma das fontes mais populares do seu tempo. 
Quadraat: Barraco faz-tudo 
Projetadas na Holanda, fontes como a Scala, de Martin Majoor (usada no 
texto deste livro) , e a Quadraat, de Fred Smeijers, oferecem interpreta<;oes 
l[mpidas da tradi<;ao tipografica. Essas fontes olham para a grafica do seculo 
xv 1 de urn ponto de vista contemporaneo, como denunciam suas serifas 
decididamente geometricas. Apresentada em 1992, a familia Quadraat 
ampliou-se, incluindo formas sem serifa em numerosos pesos e estilos. 
Gotham: curvas operarias 
No ano 2000, Tobias Frere-Jones apresentou a fonte Gotham, cujo desenho 
deriva de letras encontradas no terminal de onibus da autoridade portuaria 
de Nova York. Ela expressa uma atitude direta e utilitaria que persiste ao 
lado de esteticas como o grunge, o neofuturisrno, as par6dias da cultura pop 
e os revivals hist6ricos que fazem parte da tipografia contemporanea. 
Ao escolher fontes , os designers graficos consideram a hist6ria dos 
tipos e suas conota~oes atuais, bern como suas qualidades formais. 
0 objetivo e encontrar uma combina~ao apropriada entre o estilo das letras, 
a situa<;ao social especifica e a massa de conteudo que definem o projeto. 
Nenhuma cartilha e capaz de fixar o significado ou a fun~ao de cada fonte; 
cada designer deve enfronhar-se nessa biblioteca de possibiljdades a luz das 
circunstancias \micas de cada projeto. 
lETRA 3 I 
RIIOUT 
CONTACT 
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CUISSICS I CIJ8TOOOR 17 
PAQ<ROES.PRICHO 
-IIASI(£f 
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Arnhem is a reliable type family in itially designed for the Nederlandse 
Staatscourant, the dai ly newspaper of the Outch state. It has a roman, an 
italic and matching small caps, lining fi~res, non-lining figures and 
x-hcight lining figures in four weights. As well as that it has two weights of 
'Fine' litlingvariants in roman and italic. Arnhem is avai lable in TrueType 
and PostScript formats, for both PC and Mac platforms. OpenType is due 
in February 2004 . 
OURTYPE.COM 
Site. 2004 
Designers e editores: Fred Smeijers 
e Rudy Geeraerts 
Feito com a tewologia Flash, este site 
de uma fiwdi(.tlo tipografica digital 
permite aos ustttlrios testa rem as Jontes 
mqua111o ~Javegam . Os desig11ers 
la11raram seu tJr6prio "selo" depois de 
criarem Jontes tais como a Q1tadraat 
para a FontShop International. 
Afonlt Amhw1 f mostrada aqtti. 
LETRA } 2 
2 
6. a font without temporal lnflectoon. without the lmerlnt 
7. ar a,..ohtlcal font, a font that 
8. a font unaffected by the force of gravity and the welaht ol 
9. a font without fomily, 
10. 1 Marshall Mcluhan font that stubbornly persists I 
11. a font that takes advantaa• of all that promosed 
12. a font that does something other than sit on Its ass In a dl&lbl 
13. a font wi th the 
14. a recomblnont font- every letterform the unruly child of a predictable but 
15. a font that sounds as aood 
18. a font that responds and reacts to the meaning It carrie~ 
20. a font that mlaht sense your level of agitation, f .. r. or 
2L a font prone to sudden outbursts 
22. a font that exceeds the tnooao•apll ... 
IITRA JJ 
font th•l .. ,.t, b w he 
font that refuses to utter omperatives or commands 
karaoke font. a l ip·synching font, a font without 1 voice of its own 
font that los tens while ot speaks 
font that toules effortlessl y between langu1ges 
font for speaking In ton&uos 
font that 01 L I 
1 metropolitan font for uptown, the ghetto, ~nd suburboa alike 
font that simultaneously translat .. 
font •hat <lnr< thA nlalntl•~ soni"S of lonely whales 
font ta .. ~ 
1 font that learns 
on evolutionary font 
on entroplc font 
"live•' fon t 
o promiscuous font, 1 font that lucks fonts, 1 font·fucking·font 
1 font th1t emera , folds, performs, evolves. and piSS"' away 
1 font of youth 
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1 gener~tive font that renders itself according to beh1vloral tendencies 
font th1t Is something other thin 1 record In& 
1 font that i• different every time you "pl1y'' It 
I font with the metabolism of e fly 
ll n STYLE 
Llvro. 2000 
DeSigner e au tor: Bruce Mau 
Ed1tora: l'ha1don 
Fotografia: Dan Meyers 
Neste manifesto pos·i11dustrial. o 
desig11er Bmce Mau conctbe umo 
fon te que ganiiCI voda por meio de 
umo inteligiitocio simuloda. 
ANATOMIA LETRA I 34 
LIGATURA ASCEN DENTE 
BARRA IIORJZONTAL 
LETRA J 5 
o: 
Algum rlmutltos 
J>Odrm r<tmdrr·~r 
lnJfmcntt tlllttltJ Llo 
tdtura elf VCI\lll 
~~ Jt1RA Ol \ER\AI 
r a tlc,ttltlda da lucl1<1 clt bus< 
cu• topo d11 maitH• ula 
I 
ANA TO M I A 
• 
OCClX 
~LTli RA·X <a altura do .orpo 
pnm 1pal do ltirn "''"'"' 11la 
(ou e1 altura dr um ' <II lXII 
be~i>.a) . o:cltmldo 'fl" 
,,,,mdnttn c dcs.mdmtt>. 
/1. LINHA 0~ R\S£ 1 ondr 
lt>IUI' a> ldm1 repOII\IHI>. 
u,, t (1 ri'<O mats csllll·d 110 
luni)O dr """' lmha dr lfxto. 
r t cnl(w/ pare• tlliuhar lrxlt>> 
" unago~> ~ a owros tt.\IM. 
umbigo 
Em how m rrian1 '" uprrt~dtl m 11 
<"\l:rtvrr tl!llndo popd pautado. 
qur d11•ctlr a> lrtru1 rxclttmtrltlr m• 
mdadr," maior l'"'tr dtH Jontn 
mlo r prc')Cillda dr,~a manriru. 
A czlll.ra·x normalmmu 0< upcz 
11m po11co rna~> q11r a mttadr dn 
altura dt vtr~al . Quanta mawr 
jM a allllra·x rm rdurtlo cl all lim 
dr <'t'r<al, muiorrs "' lrtras trtlo 
pMrtr>. l.m um, ampo vm•al clr 
lr>.to. u maior drn11dadt a<orrr 
mtrr a lmlw dr ha,r r o tor>o da 
CIJIIIra·X 
E. . I 1, veJa. 
Aumentaram 
minha altura-x. 
A< Cltl'\'<1\ na hll<r d, lrtra1 
'omo n cw (~ ultrapcH<dm um 
p<>uqwnl11>" lcn/w d, ba<r. 
liugu/rll t J>O!IIO<·r· l'lfl!llltH 
fa urn o lnf<nw. St "'}alii<' 
ou1(> fosson tm<•uomulas dt"w' 
mQ<lo. Jlllrlunam mmbal'"' 
prcmnummlt', •·Jallanll '' das 
lHPI \(PI\(J dt• fintUZU IOTOW 
Dais blocas de tc:xtos sao 
frequemetrn:nlt alinhados 
tm linhiu dt base:. comuns. 
At!ui. 111110 Scala 14/ 18 
(11111 lipo de 14 pl com lB pi 
dt espacejamtnlo) fa:z par 
com uma Scala 7/9· 
TAMANHO 
11 pt•~1l0" 
tqurw&lwa a 
1 pa&ea 
6 pu•<th 
(72 pontc>l) 
cquwolcm t1 
1 JWitgt&dr& 
Aja 
~CiliA !>I 60 PONIOS 
As font(~1<10 mrtlrdt&s 
tlo topo d11 vrr1ul ci pun,· 
t~afrrior da tlr\1 tndcntr 
mars baL\n, rom ma&s '"" 
npt&elllho rxtru. 
Nc>l t&po~ dr mtlal. 
ClttJinlln/&0(/tl 
po11t01 < u ulturCJ 
&lu !'<'Ill dt ,I& umbo. 
FOLGADO 
INTI RSlATf BIACI<. 
A l"'lt"'t' dr rompmr~do r rguul ao rorpo da lttr11 
mai.1" r~pa1 o latcnal. 
TEN SO 
IN IF R~l/lf l DIIIC"K !'UM rK I SSL 0 
A< lttra< da a•rr~do t<trrita da Jontr possum& tmw 
l<&tj!Uru tlr, omposrrdo me not 
FOLG.ADO 
TEN SO 
CRIMI! TIPOGRAFICO: 
OISIOM~A() II OR ifONTAI I VLMllCAI 
o\s propor1 {1(\ dtl\ lrtras fa ran& di1torndas 
digualmmtr pun&""'' lrtrm nw11 /(11-gas 
014 tnUI\ nlrt'lliJ\. 
A L r u RA As tentativas de padronizar a medir;ao 
de tipos comer;a ram no seculo xv111. 0 sistema d.: 
pontos, usado tanto para medir a altura das letras 
como a distancia entre as linhas (leading), eo padrao 
utilizado atualmente. Um p011to equivale a I/72 
polegada ou 0.35 milimetro. Doze pontos equivalem 
a uma paica, que e a unidade nonnalmente utilizada 
para medir larguras de coluna. 
A tipografia tambem pode ser medida em 
polegadas, milimetros ou pixels. A maioria dos 
programas de computador permitem que o designer 
escolha sua unidade de medida preferida; paicas e 
pontos sao o padrao norte-americana. 
ABRFVIA\0ES OE PIIICAS E PONTOS 
8 paicas - 8p 
8 pontos - p8. 8 pi 
8 pa&cas. 4 pontos - 8p4 
wrpo de!! pl com entrelinha de 9 pt - 8!9 
LA R G u RA As letras tambem possuem medidas 
horizontais. chamadas de /argura de composiyiio. Essa 
largura equivale ao corpo da letra rna is urn pequeno 
espar;o que a protege das outras. A largura de uma 
le tra e intrinseca a proporr;ao da fonte. Em algumas 
fontes ela e generosa, em outras estreita. 
Voce pode mudar a largura de composir;ao de 
uma fonte brincando com suas escalas horizontal 
e vertical. lsso distorce a proporr;ao das letras, 
forr;a ndo elemen tos grossos a ficarem finos e vice-
versa. Ao inves de torturar uma tetra, escolha um 
tipo com as proporr;oes de que precisa - estreito, 
comprimido ou largo. 
LHKA 37 TAMANHO 
INTFRSTA.l l }~VI RODON I 32 rT MRS FAVI:S }2 1' 1 
Parec;o gorda neste parcigrafo? 
Essen kim' tim o mcsmo ramanho em p<>nfO.(, 
mea citjacntcs alttm•.s-x. pesos e propor(iks. 
Quando duas fontes sao compostas como mesmo 
tamanho em pontos. uma costuma parecer maior 
que a outra. As diferenc;as de altura-x, peso de linha 
e largura afetam a escala aparente da letra . 
A Mn Ea,•e,, projrtada por Zt<zana Lilko 
em 1996. fr.Jeita o a pet itt t(pico do stculo xx 
por alturas-x supcrdimtn~ionadas. A fonte, 
inspirada nos pr·ojctos de jol1>1 Bnsktrville fcitos 
no st!mlo xv 111. joi batizada tnt ltomcnagem 
a Saralt Eavc.s, amante. govcrnanta c 
coltlboraciora dt Basken•itlc. 0 ca(a( vivru 
jwllo pordcusscis unos ali sc casar em 1764. 
bela altura -x Maoo"s alturns-x. aciotclfla' no ;,i{ 11lo xx.ft•um as Jontts paruaem mworrs ma.\imizando rt area rontula rta cirmmsilo gerul cia letra. 
Toda fonte quer saber: "Parec;o gorda neste 
paragrafo?" Tudo e uma questao de contexto. 
Uma fonte pode parecer perfeitamente 
esbelta na tela, mas gorducha e fora de forma 
quando impressa. Algumas sao desenhadas 
com linhas mais pesadas que outras, ou tern 
alturas-x maiores. A Helvetica nao e gorda. 
Ela tern ossos grandes. 
IIHHTJ CA 9/12 
Toda fonte quer saber: "Pare9o 
gorda neste paragrafo?" Tudo e 
uma questao de contexte. Uma 
fonte pode parecer perfeitamente 
esbelta na tela, mas gorducha e 
fora de forma quando impressa. 
HEI~H1CA 12/1.\ 
Tod a fo nte quet· saber : " Pare~o gorda nes te paragrafo?" 
T udo e uma questiio de contexte . Uma fo nte pod e 
pa recer perfeitamente esbe lta na tela. mas go rducha 
e fo t·a de fo rma quando im p ressa. Algumas sao 
d ese nhadas com lin has mai s pesadas que ou tras. 
o u tern allu ras- x ma io res. A Mrs Eaves tern cinlura 
baixa e co rpo peque no . 
MR~ EAV~S 9/11. 
Toda fonte quer saber : " Pare~o gorda 
neste panigrafo ?" Tudo e uma quesUio 
de co ntexto. Uma fonte pode parecer 
p erfeitamente esbelta na tela, mas gorducha 
e fora de forma quando impressa. 
MRS ~AVlS 12/14 
0 ltllllllltho-padrilo em 11111itos programas i de 11 pl. Embora is.~o 
11ormalmmte oit ltxlos legfveil em tela, tipos de texto com 11 pt costtuncmt 
f>tlrtcer grattdt< <' pnrr11d01 Ita pagina impressa (mas 12 pi e Unt b0111 
tamcmho pnra livros ittfnmis). Tamcmltos e11trr 9 e 11 pi silo <Omtms para 
trxtos impressos. Estel lrgemJa foi composlll com tipos dr 7·5 pl. 
l ETRA I 38 
L F. TRA 3 9 
REV O LVER: 
ZEITSC HR tFT FO R FILM 
]R EV I ST A DE CINEMA) 
Revista, 1998-2oo3 
Designer: Gerwin Schmidt 
Essa rt:vista foi criada por e para 
diretores de cinema. 0 contraste 
wtre tipos grandes e ptiginas 
pequenas gera drama e surpresa, 
LETRA 40 T 
lFl RA 4 I 
IASP ER MORRISON: 
£VERYTHJNC BUT Tit[ WALLS 
Livro. 2002 
Drsigncrs: Jasper Morrison, 
Lars Muller c Matilda Plojel 
Editor: Lars Muller 
Design das vitrines Cappellini: 
Jasper Mornson 
Fotogralia: Dan Meyers 
A l•pografia realiza-se em escala 
urbana nesta vilrint criada 
pelo d~signtr industnal Jasper 
Morrison. A arqLiileturtl existtnte 
detennina o tamauho r o ritmo 
das Jetras monumtntais. 
CLASSIPICACTAO 
IIUMANJ>lA' 
>\1 j(Jnlt'l ror111mu\ do1 }(wlo} 
X\' r X\ I ~lll t41CIVUI?I tJ wligrajia 
cltlssica. A Jontr Sobon Joi 
proJelada por Jan Tschichold 
em 1<)66, IJa1edu nUl .fontn 
/<Jtas por Clat1de Gt1ramo11d 110 
lt'rii iO XVI. 
1 RANSICIONAI~ 
Poss11em senfas mais ajiadas o 
11m r1xo mais vertical do qut• 
us lrtras lwmanistas. Quar~da 
as fonlrs d( {aim Baskerville 
Joram apresentadas em mcadas 
do stculo xv 11 1, suas form as 
prrnsa} r sru alto conlrasle 
rrum ronmkmdos chocanles. 
C LAS S ! FICA<;AO DE T1 PO S No secuJo XIX, OS impressores buscaram analogias 
entre a hist6ria da arte e a heranc;a de seu proprio oficio, desenvolvendo urn 
s istema basico de classi.ficac;ao de tipos. Letras humanistas estao intimamente 
conectadas a caligrafia e ao movimento da mao. As fontes transicion.ais e 
modernas sao mais abstratas e menos organicas. Esses tres grupos principais 
correspondem grosseiramente aos periodos renascentista , barroco e 
ilumin.ista na arte e na literatura. Desde entao, historiadores e criticos de 
tipografia tern proposto esquemas mais refinados que procuram capturar 
melhor a diversidade das letras ex:istentes. Nos secuJos XX e XXI, OS designers 
continuaram a criar novas fontes baseadas em caracteristicas his t6ricas. 
I.ETRA I 42 
MOOfR N ... S 
As Jonles deser~hadas par 
Giambattista Bodoni no final 
do slculo XV I 11 o inlcio do XIX 
silo radical mente abstratas. 
Note as serifas Jinas c retas. o 
cixo vertical eo forte contraste 
entrr lra(:os grassos e finos. 
n 
~A a 
CG IP CIAS 
Di1•er~as fontes pesada. e 
decorativasforam adotadas 
no siwlo XIX para utilizartio 
fm propaganda. As cg~pcias 
possuem serifas pcsadas e 
rctangularrs. 
~ ~ ~ 
~Aa ~Aa ~Aa 
HM S~KlfAS ~JU M AIHSTAS 
A~ [o11tes ~m1 <crifa tomarnm-se 
'omum no st'H<Io xx. A CJIJ SatJS, 
dr"·nltadu por Enc Gill m1 1928. 
pc»<ui caracteri~ttcas ltumallillt4), 
Note o VIIZto pecp<rno ,. fap,ur•ro 
na letra ·a·, !Jem ((>1!1tl Ill 
varia,tlrs tahgnift<'<ll "" pt'\O 
dos tra(O<. 
SE M SERIFAS TRANSJCJONAlS 
A Helver.ca, projetada por Max 
M1rdingu em '957· t' J<rna da< 
fontes mois t<sadas do mundo. 
Sru cur/Ita unlfonnc e acto i 
SJnular 110 das letras serijadas 
transiuonaos. Essas fontes 
tambim <doc onhrcidtn como 
"~rut .'i,-.rlfas a ~t6nuno'\·· 
SFM SERIF,\S G EOM ETRICAS 
Alg~ms tipos wn <erifa stlo 
constru(dos a partir de formas 
gemut'tricas. Na Futura, 
desmlwda por Pa1d Renner em 
1917, os Os silo cimdos perfcitos 
c os topos das tetras A e M silo 
tnchtgJ<Ios afiados. 
lETRA I 4 l 
Sa bonSABON 14 1'1 
Baskerville 
IIA~KI I(Villl 14 f'l 
Bodoni 
llOllOSI 1-j 1'1 
Clarendon 
(tAR I Nl>ON 
IIL II I 14 P I 
Gill Sans 
C. Ill ~A.N~ 14 Pl 
Helvetica 
IIF I \FTIC'\ 14 VT 
Futuro 
I UIURA 14 PT 
Esre nao e um livro sabre fo nres, mas sobrc como 
usa-las. As fom es sao recursos essencia is ao 
designer grafico, assim como o vidro, a pedra, o 
ac;o e ourros materia is sao essenciais ao a rquitet o. 
~AHON 9/12 
Este nao e um livro sobre fontes, mas sabre como 
usa-las. As fontes sao recursos essencia.is ao designer 
gnifico, assim como o vidro, a pedra, o ac;;o e outros 
mate riais sao essenciais ao arquiteto. 
81\SK[RVllll: 9/12 
Este nau ~ um livro sobre fun tes, mas sobre comu 
usti-las. As fontes sao recursos essenr iais ao des igner 
grafico, ass im como o viJro, a pedra , o a9o e outros 
mate riais siio essencia is ao urquite to. 
nOf>ON I 0001( 9·5/ 12 
Este nao e urn livro sabre fon tes, mas sabre como 
usa-las. As fontes sao recursos essenciais ao 
designer grafico. assim como o vidro, a pedra. o ac;:o 
e outros materiais sao essenciais ao arquiteto. 
c:JARFNOON tiGHT 8f12. 
Este nao e urn livro sobre fontes , mas sobre como 
usa-las.As fontes sao recursos essenciais ao designer 
grafico, assim como o vidro, a pedra, o ac;o e outros 
materiais sao essenciais ao arquiteto. 
C.ltl 'AN~ R FColiiAI< 9/12 
Este nao e um livro sobre fontes , mas sobre como 
usa-las. As fontes sao recursos essenciais ao designer 
grafico, assim como o vidro. a pedra, o a<;;o e outros 
materiais sao essenciais ao arquiteto. 
IH LVETI CA R ~CU I.AR 8/12 
Este nao e urn livro sabre Fontes, mas sabre como 
us6-las . As Fontes sao recursos essenciais oo designer 
g r6fico, ossi m como o vidro, o pedro, o oc;o e outros 
materiois sa o essenciois oo orquiteto. 
IUIU MA liOOK 8.5/12. 
CLASSIPICA~AO 
Selecionar ttpos com 
sabedoria e persp1cacia 
requer conhecimento 
de como e po rque as 
lercas cvoluiram. 
7/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicacia 
requer conh ecimenLo 
de como e porque as 
tetras evoluiram. 
Selcciunar I ipos com 
sabeduria c perspicB.c ia 
requer conhecimenlo 
de como e porque as 
IPiras ~volufram. 
7 5/9 
Sel.ecionar tipos com 
sabedoria e perspic8.cia 
requer conhecimento 
de oomo e porque as 
letTas evolulram. 
6/9 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicacia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
letras evoluiram. 
719 
Selecionar tipos com 
sabedoria e perspicacia 
requer conhecimento de 
como e porque as letras 
evolufram. 
6/g 
Selecionor tipos com 
sobedoria e perspic6cia 
requer conhecimento 
de como e porque as 
tetras evoluirom. 
CSWEENEY'S 
TAKil: )0111' aumstl»l. Q UES'IION: ytNtr ag:rrmo11. 
R EMOVE l'r.jrtJNI Ibt rrmtfkt111 ojOfhm. WALK W ITH rr. 10 
11f11Yi111'01 p/llfl. A !.ONE? l n. IIIOIIt. !.nAVE rr. lllllltr a 
frtt11 ll'lflt s!Jy. txpoJttf. ttfktrt. Do NOT'. b11ry it. Do NOT'. 
lil!t u•itb it. Nr.vu: 111 JOlt' bomt. NOT'. in )'Oitr lift. IT IS: 
l'tral. IT GROWS: /tin a slkldou~ We MIJST: rarr)' llnii'IIJ. 
LA Til SUMMER ~ 
EARLY FAll 
2002 t 
WE W ILL f~IOI1fF 
IXH<H R 1111~ '"'JAR 
LETRA 44 
MCSWEENEY'S 
Capa de rcvista, 2002 
Designer e editor: 
Dave Eggers 
Esta capa usa a Jamnia 
tipografica Garamoml 3 
em Parios tamanl!os. 
Embora a Jon te seja cltlssica 
e conservadora, o leiaute 
obsessivo e levemente lunatico 
t distintamente 
co11tempordneo. 
lFTRA 4 5 FAMfLIAS 
A ideia de organizar fontes em famil ias combinadas 
data do seculo XV I , quando OS irnpressoreS 
comes:aram a coordenar tipos romanos e italicos. 
0 conceito foi formalizado na virada do secuJo xx. 
A fonte romana eo nucleo ou a espinha de onde deriva uma familia tipografica. 
~008£ GAMAMOND RfC.Ul.AK A forma romanfJ, lwnbbn ch«m«dr• cit "regulur, • ( '' vu'Sdo 
normal t rt'tta tie uma Jotllt. f lip<eamtnlf rontebida mmo o 
pui dt umo Jiuniliu I!WIOr. 
As fontes itdficas, baseadas na escrita cursiva, sao bem diferentes das formas romanas. 
AtlODI GO\KAMOND IIAlll: A forma italic:a ndo t simplcsmmlt c•ma vcndo muanirammlt 
cndtnatlo da rom11na· i um11 outmj011te Note a di.forrn(a dru 
1'tlria11tcs romana t ilcllim da lctra a d11 Adobe Garamond. 
OS VERSALETES POSSUEM UMA ALTURA SIMILAR A ALTURA-X da caixa-baixa. 
lll.lOUl C.AI\AMONU lXl'llU (VER~ALEII·) Ol vrr<Oulttr' 'clo prO)ttados I'"'" integrnrem·sr d< lmhas de tcxto. 
011dr as vasal.! sr sobrcssaem desajcitadammte. F.lr~ sclo /evemrnlr 
"''"' ~Jitos que a ulluro ·lC dr" lctras rm ccuxa·htliXlt 
Fontes bold (e semibold) sao usadas para criar enfase em uma hierarquia. 
AI>OOI (,ARAMOND BOLD [ SEM IBOlU No stculo x.x. wrson bold dr fonles de Lrl(lo tradi.;iona•sforam 
aiadas para satisjaur a neccssidadr ck jormas enftltica.l. Famrl/as 
mlo·,rnfuJu\ nllrmulmtnlr "" lucm 1111111 mnpla gam a t/( pe<os. 
Fontes bold (e semibold) tambhn necessitam incluir uma versiio italica. 
AUO~l <.AKAMONJ) tiOLO k SlMIDOLD lfAliC 0 drn!Jilfr dr foll ies prtx urn Jaur vers&~ bold s11niU!re~ as 
romcwa1, 1rm tnrnar sua forma gem/ nwtto pt·sarla. 0< vazto< 
prr< isam pert11anrar daros e abenos tm 1amat1hos pequmos. 
As famfl ias rem dois tipos de numerais: alinhados (123) e nao alinhados (123). 
ADORf GARI\MONO RTC.tiiAR r I·XP I'RT 01 tll<ltltrais alinhados ow pam tmidades tmiformel rlc t<pa~o 
hon~c>nltd pam qur o~ lllll>lrro~ jiquon t•linhados rm colima< 
labt~lares. N11111trais 1100 al111hados. lamlJem chamados d;o 
"ulgummtl' de ~'<to• ou de "cslrlo unhgo·. pos~urm um prqumo 
lat11a1111o de corpo, alim dr ascmdetllts e drscmdrtllrs, para qtu 
poslntt• mndllr·)C brm <1 11111(1 llnhil wm letnt\ 1 tlixa·baixa. 
Os tipos podem SER falseados por inc}jnarao, inflas;ao, ou ENCOLHIMENTO. 
ITAIICO NLGKIIO VI'RSAUTI CRIME CRIME 
TIPOGRAPICO: TIPOGRAPICO: 
PSFUOO·ITAI ICO 
As formas /argas c 
desnjritatlas dessas 
letras i11di11ndas 
pa~um forn•das r 
art,[l.fitJ I ~, 
P\FU00· 80tl> 
Estofadas nas 
bordas. es~as letras 
ficam JMerte~ 
r ~em brilJ10. 
CRIME 
TIPOGRAFICO: 
PHl>DO·VfRSALET6 
F.ssas vers&s wcolhidas 
Jr ilfr<OCJil gfi1U(IIII< \ITO 
jraca1 r st~lmutridas. 
GRANDBS PAMfLIAS LETRA I 46 
FAMiLIA THESIS l'r"}rtmlu pur Luu•~ tl( Groot. lHCt<sFotol\ , •994 
A Tllr"\ r wnu dt" """'•rt-sfiumlun tipo~!,nific.a~ ,J,, muml''· 
Este nao e urn livro sobre fontes, mas sobre como utiliza-las. As fontes sao 
1111\1\ \fPif M£UIUM RI)MAN 
recursos essenciais ao designer grd.fico, assim como o vidro, a pedra, o aro e 
1111\1\ \lNIJ MI!Hl M IIAIJC 
OUTROS MATERIAlS SAO ESSENCIAIS AO ARQUITETO. ALGUNS DESIGNERS CRIAM 
llll\1\ \JRJ J MllllliM ~MAll LAP\ 
suas propdas fontes, mas a grande acordo com a audiencia ou situac;:ao. 
fiHCil\ \I:Ril 811\~K ROMAN IIJL!\l" \f.MIT MFDJIII\I KOM,\N 
maioria preferiri vasculhar a vasta Selecionar t ipos com perspicacia e 
TIII~IS Hklf I ,IRA IIIII[) KUMI\N IIIISIS \11<11 SfMIIICHT 
biblioteca de fontes ji existentes, sabedoria requer conhecimento de 
THISIS SFRII ft(JII> KOMAN Ill H" \I Rll IICH I ROM I\" 
escolhendo-as e combinando-as de como e porque os tipos evoluiram. 
I I IISIS HKll FlORA llvll1 ROMAN 
A hist6ria da tipografia reflete uma tensao continua entre a mao e a maquina, 
II II SIS SANS~~~ DlliM ROMAN 
o orgcinico eo geometrico, o corpo humano e os sistemas abstratos. Essas tensoes 
1 I H S I\ \A"" M I lJ I U M IIIII I C 
MARCARAM 0 NASCIMENTO DA LETRA IMPR ESSA HA CINCO SEcULOS, E CONTINUAM A 
energizar a tlpografia hoje. A escrlta na Alemanha. Ate entao, documentos 
TIIHI\ \A'I\ RIAtK ROMAN rtli~IS SAN\ M£01UM ROMAS 
ocidental foi revolucionada no inicio e livros haviam sido escritos a mao, 
Ill! SIS SANS l XI RA HOI 0 ROMAN 1111\1~ \AI<~ >IMI LI<-Hl ROMAN 
do Renascimento, quando Johannes mas a impressao com tipos mobi lizou 
II II Sl\ 'ANS BOI II ROMAN 111HIS SAN~ IIGIJI RO MANGutenberg introduziu o tipo m6vel t odas as t ecnicas de prod uc;:ao em massa. 
IIJJ\IS ... AN\\JMIUOlll RUM~N I ll ! SIS SANS fXTR'\ IIlii I KOMAN 
LETRA 47 
Interstate Light 
Interstate Light Compressed 
Interstate Light Condensed 
Interstate Regular 
Interstate Regular Compressed 
Interstate Regular Condensed 
Interstate Bold 
Interstate Bold Compressed 
Interstate Bold Condensed 
Interstate Black 
Interstate Black Compressed 
Interstate Black Condensed 
l'rojrtadnpor Tobia< Frrrt·fo•us. Font Burrau. 199! 
nn 
Scala 
Scala Italic 
SCALA CAPS 
Scala Bold 
pp 
Scala Sans 
Scala Sans Italic 
SCALA SANS CAPS 
Scala Sans Bold 
GRANDES FAMiLIAS 
---
..... 
................... Mo.M• .. • 
u 
u 
u 
u 
u ~-__,_,.. .... ....... 
....._ __ ....,._ .......... u 
~ 11 N I \ I R \ foa prOjtiCIIill pclollpogmjo sl<i(ll Adntllt 
Fndagrr rm 1957 Elc tlno1hou :1 I'<'~"W' do Unu•as, 
mrlllllO pr<c>' r lurj!l<ra< J\1> aontrtmo ,/,· ntullll<Jnmtlaa< 
llpt"grtifita\ 'lur c r(\tfiPI tom d trmpo ao gunharrm 
P••pularidc~dr '' Unia•rr,joc tmhrb~tla, omo 11111 mtcma 
l(l!al dntlr o P"''"l"o· 
Urn lipo romano tradicional de livro 
cosluma ter uma familia pequena - urn 
grupo nuclear consistindo de romana. 
ita lica, versa letes e talvez urn peso 
·\ SaJlo dr Martan MaJOOr, 
u~ada Hc'\lt l1t•ro. ~.omr\ou 
com11 uma jonlc <trifatla 
Mtm tardr, MaJ)OOr udacao11014 
11 rio 1111111 lt<l>jamilaa 
Scala Sans Bold Italic 
bold e urn sernibold (cada qual com sua 
italica). As familias sem serifa possuem 
nonnalmcnte muitos outros pesos e 
larnanhos - fino, ]eve, preto, ultra· 
estreito, estreito etc. Nos anos 1990. 
muilos designers de tipos criaram 
familias com versoes serifadas e sem 
serifa. Versaletes e algarismos nao 
alinhados (uma cortesia nonnalmente 
reservada a famil ias serifadas) foram 
inclu idos nas versoes sem serifa da 
Thesis, da Scala. e de muitas outras 
grandes familias contemporfmeas. 
IW1 ~aij(t ( IWI ~oOIIJUIIltl 
omamrntal clniOrMilltHIO 
)ewt'ljjOtnj. 0 diu~:ramu 
acima.Jmo por th lti<J\1111 
a rspml>utomwn nlltt' as 
t~t·nrn-\ \rnfiHlu r \fm \tn[a 
SCAlA JEWEL CRYSTAL 
SCAlA JEWEL DIAMOND 
SCAlA JEWEL PEARL 
SCALA JEWEL SAPHYR 
PROJETANDO PONTES 
MERCUR\ BOLD SMALL CAPS 
Prova, ZOO} 
Destgner: Jonathan Hoefler, 
TI1c HoeAer Type Foundry 
A Mtrcul'}• fo• projrtada para a 
produplo dr jomais modemos. ou 
se;a. para a impussao rapida t dt 
grande t•oltmu em papel barato. 
As notas dtsta prolltl, que most ram 
apmas tuna das variantes dtssa 
vasta Jamnia llpogrtlfica. comentam 
tudo - da largura ou ptso das lctras 
ao tamanlto t ti forma das scrifas. 
I.ETRA I 49 
LAS VEGAS: CASTAWAYS 
Desenhos e tipos acabados, 2001 
Dirc~ao de a rte: Andy Cruz 
Design tipogr :ifico: Ken Barber 
Engenharia de fonte: Rich Roat 
House Industries 
A Castaways pertence a uma sirie de fontes digitais 
baseadas na sinaliza¢o comercial de Las Vegru. 
A sinalizaviio original foi feita por artistas letristas 
cujos letreiros e logotipos eram fti tos d milo. A Ho~<se 
lnd~<stries l wna fundiviio tipograjica digital que cria 
Jontes inspiradas na cultura popular c na hist6ria 
do design. 0 designer Ken Barber faz dtsenhos a lapis 
t depois digi taliza seus contornos. 
PROJBTANDO PONTES 
Por mais de quinhentos anos, a produ~ao de fontes 
foi urn processo industriaL A maioria dos tipos 
eram moldados em chumbo ate o surgim ento da 
fotocomposi~ao nos anos 1960 e 1970; as primeiras 
fontes digitais (tambem criadas nesse periodo) 
ainda requeriam equipamento especializado para o 
seu projeto e produ~ao. 0 desenho de fontes s6 se 
tornaria urn campo mais acessivel com o advento 
dos microcomputadores. No final do seculo XX, 
"fundis:oes tipograficas" digitais haviam apareddo 
no mundo todo, muitas delas lideradas por urn ou 
dois designers. 
Contudo, produzir uma fonte completa 
ainda e uma tarefa enorme. Mesmo uma 
familia pequena possui centenas de caracteres 
diferentes, e cada urn deles requer muitas fases de 
refinamento. 0 designer tipografico tambem precisa 
determinar como deve ser o seu espacejamento, 
que plataformas ira usar e como ira funcionar em 
diversos tamanhos, meios e li nguagens. 
I ETRA I 50 
T H E LOC U ST (ESQ.( 
E MELT BA NANA (D l R.) 
Cartazes serigrafados, 2 002 
Designer: Nolen Strals 
Nem todas as tetras sdo 
tipograjicas. A letragem 
manual ai11da e 11ma jor~a 
vibrante no design grajico, 
como most.ram esses cartazes 
de dois ever1tos musicais 
de Balt.imore. A letragem 
manual tambem i a base de 
vd rias fontes digi tais, mas 
dificilment.e etas chegam 
perto da potencia das tetras 
verdadeiramente Jeitas d mdo. 
LOGOTIPOS 
Johannes Hubner 
ubner 
lngenieurburo 
Informations- und 
Funktechnlk 
Tel 0351-4272181 
Fax 0351-4272191 
Funk 0172-351 3564 
BunaustraBe 21 
01 109 Dresden 
www.johannes-huebner.de 
mail@johannes-huebner.de 
LETRA I 52 
HUBNER 
Programa de identidade, 1998 
Designer: Anton Stankowski 
A identidade visual desta firma 
de engenharia usa a letra H como 
marca. As propor,oes da marca 
mudam de acordo com o contexto. 
~r 
ll IRA 5! 
os LOGOTI ros usam a tipografia e a letragem para 
grafar o nome de uma organiza~ao de um modo 
memor:ivel. Se algumas marcas sao feitas com 
sfmbolos abstralos ou icones pict6ricos, urn logotipo 
usa letras para criar uma imagem dislinta. 
Os logotipos podem ser feitos com 
fontes existentes ou com letras personalizadas. 
Atualmente, muitos deles te rn va rias versoes para 
uso em situa~oes diversas. Um logotipo faz parte 
de um programa de identidade mais abrangente. 
que o designer concebe como uma linguagem viva 
(e mutante) de acordo com as circunstiincias. 
the 
1111 NOGUCHI MUSFUM 
logollpo, 2004 
DestgnNs: Abbott M tiler e 
lt>remy lloffman, Pentagram 
museum 
Os ladM dr um quculrado joram 1utlvrmenlr 
rncurvado~ w1 rtifrrbJcia a obra de lsamu Nogucht, 
que da JJOmr ao NogtKlll Museum. 0 quadrado 
•tlJJmvo roordcnrHr rom a Jonle Bala11ce, 
qtte tambem po,sui drmt11tos lcvemellle curvos. 
LOGOTIPO S 
RACII El COM [Y 
Logotipos. 2003 
Designer: Anton Ginzburg 
Esses logotipos. Jeitos para 
1111111 designer de moda. tHam 
letras tradicionais dr maneira 
COJJirmporti•Jea. A Jormalidadr 
dos caratJeres manuscritos 
c/cissico~ e atenuada prlo uso 
de letras minusculas JJa escnta 
do nome da designer. rnquanto 
a letra M em caixa-alta 1111 
part{cula "coMey" injeta um 
elemeniO·St<rpresa 110 nome. 
FONTES DE TELA 
LETIERSCAPES 
Site, zooz 
Designer: Peter Cho 
Esse site experimental traz 
letras bitmap animadas em 
um esparo tridimensional. 
LETRA 54 
Fui ficando cansado da gritarla por tipos mais suavizados que corrigissem o senilhamento dos 
tipos digitais. Enquanto uma parte de mim chorava ao ver a Garamond retalhada na grade de 
pixels, a outra parte pensava, "E dai7" John Maeda, 2001 
LETRA 'j 'j PONTES DB TELA 
A suaviza~o, que usa tons de 
cinza para criar a ilusao de 
contomos curvos, e eficaz para a 
reprodu~o de textos na tela 
em tamanhos grandes. 
Em 1lrmmhor~m=s, no =t=ID. ~ ledm p~CezDJ d.sfooadca 
M UJIDI derianerw (e leitcrea) Jre&:n!m \.Slr .fa:r:rta cle,... ucstr cuo. 
\ """·•zu1do digual 
[tlllll ,,litlmtgj tria a ''P'"'"' '" 
df IIIIIC1 /J<~rt/cl <IIUVt 11<> jnur 
<Oitl qur ul~1111< pawls da bordu 
dt• '""" /rrw nptlrr(!HH rm ton\ 
dr c lll~a FICI r mcm r}lt n~ m1 
lllul<>< grCJrulrl do que <Ill rr~ICI! 
rnr•uno,. 
A Helvetica, criada na Sui<;a em 
1957, e uma das fontes mais 
populares do mundo. 
Embora a Helvetica seja a fonte-padrao de muitos 
computadores, ela foi projetada para impressao. 
IIHVHICA 12 ~!I PT Pro;ctadaporMaxM~tdtngrr, 1957 
Criada para urn jornal londrino, a Times 
Roman tambem e muito popular, em 
grande parte por ua enorrnedistribui~ao. 
Ela I! a fome-padrlio de muiws sites, porque sc podc espcrar 
4ue muito~ usuinos a possuam em seus computadores. 
TIME\ u r 8 I' I Pro;rttJtla por Stanley Momo11, 1931 
lETRA SUA\ l lADA lETRA I!ITM A P 
IONTr\ rA.~·\ A II LA 
A Verdana e uma fonte sem serifa 
projetada por Matthew Carter 
especialmente para a tela. 
A Verdana possui altura-x maior, curvas mais 
simples e formas mais abertas que a Helvetica . 
VfRDANA r.z. 1 8 PT Pro;rtatla por Maullrav Cartu, 1996 
A Georgia e uma fonte serifada de tela 
projetada com curvas simples, formas 
abertas e espacejamento generoso. 
Georgia e Verdana, encomendadas pela Microsoft, foram 
amplamente distribuidas, tomando-se uteis para a internet. 
(, EORG lA ll E 8 PT PrOjtlada por Matthew Carter, 1996 
P ONTES BITMAP LETRA I 56 
rontes bitmap sao feita s para mostradores digitai s. 
font e s oitma~ sao feitas ~ara mostrauores ui~itai s em tamannos es~ecffico s. 
Fontes bitmap sao para mostradores digitais. 
Fontes bittnap sao feitas para mostradores digitais. 
fon tes bitmap sao feitas para mostradores digitais em tamanhos especfficos. 
Fontes binnap sao feitas para mostradores digitais. 
r ·'MIliA 1 O· I\ I s Pro;erarln por Zuzcma Liiko pMa u C"11ugrr. 1985 
E;sa,jorllt> IHimup illrop(Jram '" Jumtlm• tipogr(l.Jira> prrcedento En11gre. Empr•or Ooklmul r Uru"r~nl , todn> dn mnma dt>lg>l rr. 
Fonte 5 bitmap 5 a o feit as p a r a mos trador es d i gitai5 ern t arna n hos e 5 pedfico 5. 
FarJtes ilitlnap siiet feitas para metstradares digitais em t am·artftos espe c/ftcos. 
Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais em tamanhos espedfic:os. 
Font'es bitmap siiO reit'os poro mostrodores digimis em mmon/Jos especificos. 
I'IXfll.'\ ki<,UI./\1{, 111\lll·, BOLO. l 60t0 ITAliC 0[ 8 P1 
i'rty~twJtJ pvr Cn(.,ltr p«ru u fluf>lypt JOOJ 
Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais em tamanhos especfficos. 
Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais em tamanhos especificos. 
Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais . 
Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais em t amanhos especfficos. 
Fontes bitmap sao feitas para mostradore s digitais em tamanhos especfficos. 
Fontes bitmap sao feitas para mostradores digitais em tamanhos especlficos. 
Fontes bitmap s ao feitas para mostradores digitais . 
HI coRrORAfl Of II Pl PrO]tlada par Walta Apar JlnNI a Forr t~Jor Fla51r.lOOJ 
Fs<tr> jorllrs •tlo fiYOj(tat/cl rspedjirnlllfll lr p11ra}wr. wnar •Oil! o attlirntivo de au rora( dO ttullti•nldia Ma1 r•otuedia Flash. 
I [TRA S7 
AS FONTES BITMAP sao fcitas dos pixels (picture 
dements [ou elementos pictograficosl) que estruturam 
a tela. Se uma letra PostScript consiste de um 
contorno vetorizado, um caractere bitmap contem 
um numero fixo de umdades retilineas "ligadas" 
ou "desligadas". 
Fontes de contorno sao escalaveis, ou seja, 
podem ser reproduzidas em meios de alta resolu~ao 
bern como impressas em quase qualquer tamanho. 
No en tanto. sao dificeis de ler em pequenas 
dimensoes na tela. onde os caracteres sao traduzidos 
em pixels. (A suaviza~ao pode ate piorar a legibilidade 
de textos pequenos.) Em uma fonte bitmap, os pixels 
nao se dissolvem a medida que as letras crescem. 
Alguns designers gostam de explorar esse efeito, que 
chama a aten~ao para a geomelria digital das letras. 
As fontes de pixels sao amplamente utilizadas tanto 
no meio impressa quanto no digital. 
8 pK Cor porate 
16PK Corporate 
24PK Corporate 
32P" Corporate 
I ""')''n"' hrtm,,p, I"•!Jrl"fltlJ''"" ~rr U\Oclll 
nu h.uttanlto' '"'/'f' r.Ju os lui\, utt:C1 ,'\ pt\\·1~. 
t'••nfur \f'U ,,.,r,,, Lellt,ltl41dc,prr,i\llmrtah ,wu 
wu.lad, s ,J, t.-1" Fm tria "'"" jonll' h•t•u••r 
,/n·r scr ltl(l5lmcla rm 111141l1pil'< 1111'" d~ 1ru 
J~mollllt• un~:ma/ (um llpo dr 8 fiX dnr It/ 
umpluu/u I''"" Jli . .14. 1-' fl.\ r Cl>\1011 I"'' dull! I•) 
'" h ''" dr Mil<' r /'(' mo<tmm 72 pl\t·ls por 
fll>l..;!clllu />, \\( IIICicln, 1011 p1xel rqiiii'CIIr 11 
!lfUIJ\I,JtHJomrtJtt' lOll ptHitO 
FONTES BITMAP 
BOEHHANDEL I'UJHOF t. LEE 
~TAALSTR~T 13-A 
1011 JK AMSTERDAM 
22/05/03 13:12 01 
000000 lt0094 8ED.1 
VERZENDfmST. 42.50 
TVF'OG~:AFIE 6.00 
TVPDGRAFIE 16.50 
TVPDGRAFIE 19.50 
TVPDGRAFIE 33.95 
WPDGRAFIE 55.35 
T'lPOGRAFIE 32.00 
TVPOGRAFIE 59.00 
WPOGRAFIE 40.00 
TVPDGRAFIE 50.40 
TVF'OGRAFIE 47.25 
TYF'DGRAFIE 80.00 
TVPOGRAFIE 37.70 
SUBTOTAL 520.15 
8TW LAAG 29.44 
STUKS 13Q 
CREDIT 520.15 
OOK ANTIQUARIAAT 
TEL:020-6203980 
FA>l:020-6393294 
NIJHOf & I EE 
Reabo, 2003 
Ess( recibo de cmxa 
r~gistradora, impressa com 
uma Jonte bitmap, vem 
de uma livraria de design e 
tipogrnfia em Amstuda. 
(A at<lora ainda ~sta em 
debito com essa tnm~arao.) 
EXBRciCIO COM LBTRAS 
Crie um prot6tipo para uma fonte bitmap 
desenhando tetras em uma maJha quadrada. 
Substitua as cu rvas e diagonais das tetras 
tradicionais por elementos retilineos. 
Evite fazer "escadas" detalhadas, que nao 
passam de curvas e diagonais disfar\adas. 
Esse exercicio revis ita os anos 19 10 e 
1920, quando designers de vanguarda 
faziam fontes experimentais baseados em 
elementos geometricos simples. 0 projeto 
tambem reftete a estrutu ra das tecnologias 
digitais - dos recibos de caixas registradoras 
e placas de LEOS as fontes de tela - , 
mostrando de que maneira uma fonte pode 
funcionar como urn sistema de elementos. 
Exemplo1 d~ lrabalho~ dr estudatJ tr> do 
Mar)•land lnslllutt Colleg~ oj Art 
lAMES AI VARFZ 
LETRA 58 
I 
\VI NPY NHSE 
LETRA S 9 EXERciCIO COM LETRAS 
JOn' POTTS 
[ 
BRUCI ~JiliN 
URINDON MCCUAN 
TH E X IX AMENDMENT 
lnstala~ao tipografica na Grand Central Station . 
Nova York. 1995 
Designer: Stephen Doyle 
Clientc: The New York State Divis ion of Women 
Patrocinadores: l11e New York State Division 
of Women. Metropolitan Trans portation Authority. 
Revlon e Merrill Lynch 
	Lupton0001
	Lupton0002
	Lupton0003
	Lupton0004
	Lupton0005
	Lupton0006
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	Lupton0014
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	Lupton0045
	Lupton0046
	Lupton0047
	Lupton0048

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