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<p>Objetivos Específicos</p><p>• Compreender a definição de finanças;</p><p>• Descrever a função de finanças e sua relação com a economia e a contabilidade;</p><p>• Identificar as atividades do administrador financeiro.</p><p>Temas</p><p>Introdução</p><p>1 Finanças e empresas</p><p>2 A função da administração financeira</p><p>3 Objetivo da empresa</p><p>4 Instituições e mercados financeiros</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p><p>Cintia Akiko Assato</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>Aula 06</p><p>Professora</p><p>Introdução à Gestão Financeira</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>2</p><p>Introdução</p><p>O campo de finanças é amplo e dinâmico, afetando diretamente a vida de todas as</p><p>pessoas e organizações (GITMAN, 2010).</p><p>Os princípios da administração financeira são aplicáveis nas transações de compra e</p><p>venda, obtenção de empréstimos, aplicações e investimentos, realizadas pelas empresas.</p><p>Desta forma, é muito importante que o empreendedor conheça esses princípios e sua relação</p><p>com a contabilidade, sistemas de informação e mercados financeiros.</p><p>Portanto, é fundamental que os empreendedores compreendam a atuação de</p><p>profissionais no campo financeiro e as atividades realizadas para auxiliar na tomada de</p><p>decis��es financeiras da empresa.</p><p>1 Finanças e empresas</p><p>Conforme Gitman (2010), o termo finanças pode ser definido como “a arte e a ciência</p><p>de administrar o dinheiro”. Todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam, gastam</p><p>ou investem dinheiro. Finanças dizem respeito ao processo, às instituições, aos mercados e</p><p>aos instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre as pessoas, empresas e órgão</p><p>governamentais.</p><p>O mundo moderno passou e passa por mudanças. A evolução tecnológica, aliada às</p><p>crises econômicas, fez com que a função financeira em uma empresa (seja do ramo industrial,</p><p>comercial e/ou prestação de serviços) sofresse alterações, consequentemente o gestor de</p><p>finanças e o departamento financeiro também foram trasnformados.</p><p>No passado, a preocupação da função financeira era com a obtenção de fundos. Mais tarde,</p><p>maior atenção foi dada para o uso de fundos, e aspectos importantes, como os procedimentos</p><p>de análise sistemática da empresa focalizando o fluxo de fundos correspondentes, foram</p><p>desenvolvidos.</p><p>Ainda não há melhor remédio para uma má administração do que o estudo acurado</p><p>das demonstrações financeiras. Por isso, o papel do gestor de finanças foi reinventado e,</p><p>atualmente, seu grande desafio é a capacitação constante e o aprofundamento nesta ciência</p><p>fantástica.</p><p>No século XXI, o foco da administração financeira é a valorização da empresa e como as</p><p>decisões podem ser tomadas, do ponto de vista financeiro, para a maximização dos lucros e a</p><p>consequente satisfação de todos os envolvidos: investidores, administradores e colaboradores</p><p>em geral.</p><p>De uma maneira bem simples, podemos dizer que a função financeira se preocupa com</p><p>todos os problemas associados com a eficiente aquisição e o uso do capital.</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>3</p><p>O cerne da função financeira está baseado nas principais áreas de decisão que envolvem:</p><p>• a decisão de financiamento;</p><p>• a decisão de investimento;</p><p>• a decisão de distribuição dos lucros.</p><p>2 A função da administração financeira</p><p>Profissionais de todas as áreas de responsabilidade dentro de uma empresa precisam</p><p>interagir com o pessoal e os procedimentos de finanças para desempenhar suas tarefas. Para</p><p>que o pessoal de finanças possa fazer previsões e tomar decisões úteis, deve estar disposto e</p><p>habilitado a conversar com colegas de outras áreas (GITMAN, 2010).</p><p>Segundo Gitman (2010), o porte e a importância da função de administração financeira</p><p>dependem do tamanho da empresa. Nas pequenas, essa função costuma ser realizada pelo</p><p>departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce, ela naturalmente evolui</p><p>para um departamento separado que se reporta ao presidente executivo por meio do principal</p><p>executivo financeiro, CFO (Chief Financial Officer).</p><p>2.1 Principais títulos e atribuições</p><p>Ao CFO reportam-se o tesoureiro e o controller. De acordo com Gitman (2010), esses</p><p>profissionais apresentam as seguintes definições e responsabilidades:</p><p>• O tesoureiro, principal administrador financeiro, é responsável por atividades</p><p>relacionadas ao capital, como:</p><p>▫ Planejamento financeiro;</p><p>▫ Captação de fundos;</p><p>▫ Tomada de decisão de investimento de capital;</p><p>▫ Gestão de caixa;</p><p>▫ Gestão de atividades creditícias;</p><p>▫ Gestão de fundos de pensão; e</p><p>▫ Gestão de fundos.</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>4</p><p>• O controller, principal contador, geralmente lida com atividades contábeis, como:</p><p>▫ Análise e controle dos resultados financeiros e econômicos da empresa</p><p>– esta é, na verdade, a substância do trabalho do controller, que também</p><p>participará das decisões que envolvam novos investimentos, aumento do</p><p>capital social e o levantamento de grandes empréstimos;</p><p>▫ Planejamento e controle do orçamento empresarial – primeiramente, ele</p><p>coordenará a elaboração do orçamento operacional que envolverá todas</p><p>as operações da empresa, depois fará a comparação dos dados planejados</p><p>(orçados) com os valores efetivamente realizados (por meio da leitura dos</p><p>demonstrativos contábeis) e, posteriormente, o levantamento das variações</p><p>orçamentárias, investigando as possíveis causas (controle orçamentário); e</p><p>▫ Contabilidade geral, tributária e contabilidade de custos: os lançamentos/</p><p>registros das contabilidades (geral e de custos) devem ficar sob a supervisão</p><p>do Controller, e a análise dos custos industriais será exercida na área do</p><p>diretor industrial.</p><p>Ainda segundo Gitman (2010), se compras ou vendas no exterior forem importantes para</p><p>a empresa, ela pode empregar um ou mais profissionais de finanças dedicados a monitorar e</p><p>gerenciar a exposição a perdas causadas por flutuações da taxa de câmbio. Um administrador</p><p>financeiro bem treinado pode fazer hedge (criar proteção contra tais perdas) a um custo</p><p>razoável, por meio de diversos instrumentos financeiros. Esses gerentes de câmbio costumam</p><p>reportar-se ao tesoureiro.</p><p>2.2 Relação de finanças com economia e contabilidade</p><p>Conforme Gitman (2010), o campo de finanças está intimamente ligado à economia e à</p><p>contabilidade.</p><p>Da economia a área de finanças utiliza as teorias econômicas como diretrizes para</p><p>uma operação eficiente da empresa. Exemplos: análise de oferta e demanda estratégica</p><p>de maximização de lucros e a teoria de preços. O principal princípio econômico usado na</p><p>administração financeira é o da análise marginal custo-benefício, segundo a qual decisões</p><p>financeiras devem ser tomadas e atos têm de ser praticados somente quando benefícios</p><p>adicionais superarem os custos adicionais (GITMAN, 2010).</p><p>Veja um exemplo da aplicação da análise marginal custo-benefício em finanças, conforme</p><p>Gitman (2010):</p><p>Ana é uma administradora financeira e deve decidir se substituirá um dos computadores</p><p>da empresa por outro mais novo e sofisticado. O novo computador exige um desembolso</p><p>de $ 80.000 e o antigo pode ser vendido por $ 28.000. Os benefícios com a compra do novo</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>5</p><p>computador seriam de $ 100.000, os benefícios obtidos com o computador antigo são de $</p><p>35.000. Aplicando o conceito de análise marginal, qual a melhor decisão: comprar o novo</p><p>computador ou continuar utilizando o antigo?</p><p>Efetuando a análise, temos:</p><p>Benefícios com o novo computador $ 100.000</p><p>(–) Benefícios com o computador antigo $ 35.000</p><p>(=) Benefício marginal (1) $ 65.000</p><p>Custo do novo computador $ 80.000</p><p>(–) Lucro na venda do computador antigo $ 28.000</p><p>(=) Custo marginal (2) $ 52.000</p><p>Benefício Líquido</p><p>(1) – (2) $ 13.000</p><p>Com base no resultado de benefício líquido, verifica-se que os benefícios marginais</p><p>superam os custos marginais; sendo assim, recomenda-se a substituição do computador antigo.</p><p>As funções da administração financeira estão relacionadas com a contabilidade, mas não</p><p>se sobrepõem a ela. Existem diferenças entre os dois assuntos, principalmente no fluxo de</p><p>caixa e na tomada de decisões.</p><p>Veja um exemplo da aplicação de conceitos contábeis e financeiros no fluxo de caixa,</p><p>conforme Gitman (2010):</p><p>A Bela Brisa Corporation, revendedora de iates, vendeu uma embarcação por $ 100.000</p><p>no ano passado. O iate foi comprado no ano passado por $ 80.000. A empresa ainda não</p><p>recebeu os $ 100.000 do cliente. Essa operação é rentável?</p><p>Efetuando a análise, temos:</p><p>1. Visão contábil:</p><p>Regime de competência</p><p>Receita de venda $ 100.000</p><p>(–) Custo $ 80.000</p><p>Lucro líquido $ 20.000</p><p>2. Visão financeira:</p><p>Regime de caixa</p><p>Entrada de caixa $ 0</p><p>(–) Saída de caixa $ 80.000</p><p>Fluxo de caixa ($ 80.000)</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>6</p><p>Percebe-se que, do ponto de vista contábil, a transação gerou um lucro para empresa,</p><p>mas considerando o ponto de vista financeiro, a transação representa um fracasso, pois falta</p><p>a entrada de caixa, o que pode prejudicar a empresa se ela tiver de saldar compromissos.</p><p>Na tomada de decisões, segundo Gitman (2010), a diferença entre a contabilidade e</p><p>a administração financeira está no fato de que os contabilistas dedicam a maior parte de</p><p>seus esforços à coleta e apresentação de dados financeiros. Os administradores financeiros</p><p>desenvolvem mais esses dados e tomam decisões com base na análise marginal resultante.</p><p>Basicamente, a relação entre finanças, economia e contabilidade pode ser apresentada</p><p>conforme abaixo:</p><p>Figura 1 − Relação finanças, economia e contabilidade</p><p>Fonte: Adaptado de Gitman (2010).</p><p>2.3 Principais atividades do administrador financeiro</p><p>Segundo Gitman (2010), as principais atividades dos administradores financeiros estão</p><p>nas decisões de investimento, financiamento e distribuição de lucro/dividendos:</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>7</p><p>• Decisões de investimento</p><p>Consiste na alocação de capital a projetos de investimentos cujos benefícios serão</p><p>auferidos no futuro. As decisões devem considerar não apenas os lucros esperados,</p><p>mas também o risco que eles representam para a empresa como um todo, visto</p><p>que este se constitui num fator determinante do valor de mercado da empresa.</p><p>Além de selecionar novos investimentos, a administração da empresa deve gerir</p><p>os ativos existentes de modo eficiente. A determinação do nível de liquidez da</p><p>empresa é uma de suas responsabilidades primordiais. Apesar de o administrador</p><p>financeiro dispor de pouca ou nenhuma responsabilidade operacional sobre os</p><p>ativos imobilizados da empresa, ele desempenha um papel muito importante na</p><p>alocação do capital investido. O capital deve circular regularmente de período</p><p>a período. A disponibilidade de caixa é um fator estratégico para fazer frente às</p><p>despesas de curto prazo. Uma parcela do capital circulante deve ser guardada</p><p>como disponibilidade de caixa para assegurar a liquidez da empresa.</p><p>• Decisões de financiamento</p><p>O administrador financeiro deve determinar qual a estrutura de capital mais</p><p>adequada. Por estrutura queremos dizer qual a composição de fontes de fundos</p><p>mais adequada para a utilização da empresa. Ao tomar esta decisão o administrador</p><p>financeiro terá de levar em conta o retorno desejado pelos acionistas e o custo</p><p>deste capital associado a cada estrutura alternativa de distribuição de capital.</p><p>• Decisões de distribuição dos dividendos/lucro</p><p>Consiste na determinação da porcentagem dos lucros a ser distribuída aos acionistas</p><p>em forma de dinheiro, na fixação de um montante adequado de dividendos a ser</p><p>distribuído a cada acionista, na distribuição de bonificações e na recompra de</p><p>ações. A porcentagem dos lucros a ser distribuídos aos acionistas na forma de</p><p>dividendos determina o montante dos lucros retidos na empresa e deve ser fixada</p><p>em função do objetivo de maximização da riqueza dos acionistas.</p><p>Como se vê, a definição da política de dividendos está intimamente relacionada com a</p><p>decisão de financiamento das atividades da empresa.</p><p>3 Objetivo da empresa</p><p>De acordo com Gitman (2010), o objetivo principal de uma empresa é maximizar a</p><p>riqueza dos proprietários em cujo nome é operada.</p><p>As sociedades por ações costumam medir a sua lucratividade em termos de lucros por</p><p>ação (LPA). O LPA é calculado dividindo-se o lucro total do período pelo número de ações</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>8</p><p>ordinárias em circulação. Segundo Gitman (2010), o preço da ação baseia-se no momento de</p><p>ocorrência dos retornos, na magnitude e no risco dos retornos (fluxos de caixa). Sendo assim,</p><p>os administradores financeiros devem decidir por atitudes que aumentem o preço da ação e</p><p>consequentemente a maximização da riqueza dos proprietários.</p><p>Atualmente, muitas empresas têm ampliado o seu foco para que contemplem outros</p><p>grupos de interesse além dos acionistas. Essas partes interessadas, os stakeholders, compõem-</p><p>se de funcionários, clientes, fornecedores, credores e outros que têm ligação econômica</p><p>com o negócio. O objetivo não é maximizar os lucros, mas sim garantir a manutenção de</p><p>relacionamento positivo com os grupos de interesse proporcionando benefícios de longo</p><p>prazo aos acionistas (GITMAN, 2010).</p><p>Cabe destacar que as ações tomadas pelos administradores financeiros para maximizar</p><p>lucro também devem respeitar a ética empresarial, governança corporativa e boas práticas</p><p>empresariais.</p><p>4 Instituições e mercados financeiros</p><p>A maioria das empresas tem necessidade constante de fundos, a qual é satisfeita por</p><p>meio de negociações com instituições financeiras, de negociações em mercado de capitais e</p><p>também de colocação privada.</p><p>As instituições financeiras agem como intermediários, canalizando as poupanças de</p><p>pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais para empréstimos e investimentos.</p><p>Conforme Assaf Neto (2010), a intermediação financeira desenvolve-se de forma</p><p>segmentada em quatro subdivisões:</p><p>1. Mercado monetário</p><p>Visa ao controle da liquidez monetária da economia. Os principais papéis negociados</p><p>nesse mercado são os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com o objetivo de</p><p>financiar o orçamento público. Exemplos: Notas do Tesouro Nacional (NTN), Letras</p><p>do Tesouro Nacional (LTN), etc. São também negociados os certificados de depósito</p><p>interfinanceiros (CDI), exclusivamente entre instituições financeiras e títulos de</p><p>emissão privada, como certificado de depósito bancário (CDB) e debêntures.</p><p>2. Mercado de crédito</p><p>Visa suprir as necessidades de caixa de curtos e médios prazos dos vários agentes</p><p>econômicos, seja por meio da concessão de crédito às pessoas físicas, seja por</p><p>empréstimos e financiamentos às empresas. Uma instituição financeira pode atuar</p><p>como sujeito ativo (credor de empréstimos de recursos) ou passivo (devedor de</p><p>recursos captados).</p><p>Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados</p><p>Contabilidade e Gestão Financeira</p><p>9</p><p>3. Mercado de capitais</p><p>Tem operações de médios e longos prazos e de prazos indeterminados, envolvendo</p><p>títulos representativos do capital das empresas e de operações de crédito sem</p><p>intermediação financeira. Exemplos: ações, debêntures, etc.</p><p>4. Mercado cambial</p><p>Inclui as operações de conversão (troca) de moeda de um país pela de outro,</p><p>determinada principalmente pela necessidade da prática do comércio internacional.</p><p>Considerações finais</p><p>Concluímos que a administração financeira é parte fundamental dentro de uma empresa.</p><p>As decisões de investimento,</p><p>financiamento e distribuição de dividendos e lucros devem</p><p>procurar atender ao objetivo da empresa; portanto, deve haver total interação entre a área</p><p>de finanças e as demais áreas da organização.</p><p>Cabe ao empreendedor construir e exigir a interação adequada e avaliar e aprovar as</p><p>decisões tomadas pela área de finanças para o andamento do negócio.</p><p>Referências</p><p>ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,</p><p>2010.</p><p>Introdução</p><p>1 Finanças e empresas</p><p>2 A função da administração financeira</p><p>3 Objetivo da empresa</p><p>4 Instituições e mercados financeiros</p><p>Considerações finais</p><p>Referências</p>