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<p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ</p><p>15ª CÂMARA CÍVEL</p><p>Autos nº. 0073121-06.2024.8.16.0000</p><p>Embargos de Declaração Cível n° 0073121-06.2024.8.16.0000 ED</p><p>3ª Vara Cível de Maringá</p><p>MAURICIO NOGUEIRA STABILEEmbargante(s):</p><p>BANCO BRADESCO S/AEmbargado(s):</p><p>Relator: Desembargador Jucimar Novochadlo</p><p>EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE</p><p>TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA ORDEM DE</p><p>INDISPONIBILIDADE DE BEM VIA CNIB AO FUNDAMENTO DE SE TRATAR DE</p><p>BEM DE FAMÍLIA E DE SER IMÓVEL ALIENADO FIDUCIARIAMENTE.</p><p>ACÓRDÃO QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO . 1.ALEGAÇÃO DE</p><p>OMISSÃO. VÍCIOS INEXISTENTES. INTUITO DE REDISCUSSÃO. QUESTÕES</p><p>DECIDIDAS DE FORMA CONTRÁRIA AOS INTERESSES DO EMBARGANTE.</p><p>REDISCUSSÃO. DESCABIMENTO. 2. PREQUESTIONAMENTO. MEDIDA</p><p>DESNECESSÁRIA. MATÉRIA APRECIADA. PREQUESTIONAMENTO</p><p>OCORRIDO PELA SIMPLES MENÇÃO DA MATÉRIA NO RECURSO (ART. 1.025</p><p>DO CPC). EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS.</p><p>1.Os embargos de declaração são cabíveis somente para sanar omissão,</p><p>obscuridade ou contradição contida no julgado, ou ainda, para sanar erro</p><p>material. Ausente qualquer dessas hipóteses, devem ser rejeitados os</p><p>aclaratórios, sob pena de abrir-se a possibilidade de rediscussão da matéria</p><p>de mérito encartada nos autos e já decidida.</p><p>2.Inexistindo vícios no v. acórdão embargado, os Embargos Declaratórios não</p><p>comportam provimento, ainda que opostos com a finalidade de</p><p>prequestionamento.</p><p>Embargos de declaração não acolhidos.</p><p>Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração n°</p><p>0073121-06.2024.8.16.0000 ED, da  3ªVara Cível de Maringá, em que figuram como embargante</p><p>Mauricio Nogueira Stabile e como embargado Banco Bradesco S/A.</p><p>Trata-se de embargos de declaração opostos por em1. Mauricio Nogueira Stabile</p><p>face do acórdão proferido por esta 15ª C. Cível, que, por unanimidade de votos, negou provimento ao</p><p>recurso interposto pelo ora embargante.</p><p>Nas razões de recurso, sustenta em síntese o embargante que: a) o acórdão</p><p>proferido foi omisso quanto a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, colacionada nas razões</p><p>recursais, a qual é pacífica sobre a ineficácia e ilegalidade da medida; b) a decisão colegiada proferida</p><p>deixou de enfrentar tais argumentos (eficácia e legalidade da medida) considerando a jurisprudência citada,</p><p>sem distinguir o caso em concreto com o paradigma apontado, incidindo na omissão; c) a omissão precisa</p><p>ser sanada, para o fim de analisar os argumentos defendidos pelo agravante, em especial apontar e justificar</p><p>as razões pela qual o entendimento atual do STJ não é aplicável ao caso em comento, com norte no art.</p><p>489, §1º, IV e VI, do CPC. Ao final, pugna pelo acolhimento dos aclaratórios para o fim de afastar as</p><p>omissões   e contradições apontadas bem como requer o prequestionamento das normas jurídicas</p><p>apontadas.</p><p>Foram apresentadas contrarrazões ao mov.10.1</p><p>É o relatório.</p><p>Embargos não acolhidos.2.</p><p>Nos termos do art.  1022, CPC/2015, cabem embargos de declaração quando ocorrer</p><p>no julgado obscuridade, contradição ou se for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se o tribunal.</p><p>Infere-se, pois, que a função primordial dos embargos é completar o julgado para</p><p>torná-lo inteligível, inequívoco e completo. Ou, em outras palavras, declarar o “o exato conteúdo material da</p><p>”. Não é o que se constata aqui.decisão</p><p>No caso, apesar da vasta argumentação apresentada pelo embargante, inexiste</p><p>qualquer vício no v. acórdão capaz de alterar o resultado do julgamento do recurso, prestando os presentes</p><p>embargos tão somente para fins de prequestionamento da matéria. Nada obstante, é de se levar em</p><p>consideração que o prequestionamento não torna prescindível a configuração de uma das hipóteses de</p><p>cabimento dos embargos de declaração. Não se verificando vícios no acórdão, descabida é a pretensão do</p><p>presente recurso.</p><p>Nesse sentido:</p><p>EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ALEGAÇÃO DE OMISSÃO - VÍCIO</p><p>INEXISTENTE - PREQUESTIONAMENTO - PRETENSÃO DE REDISCUSSÃO E</p><p>ALTERAÇÃO DO JULGADO - DESCABIMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO</p><p>REJEITADOS. (15ª C.Cível - EDC - 1717197-4/02 - Cascavel - Rel.: Elizabeth M F</p><p>Rocha - Unânime - J. 08.08.2018)</p><p>EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VÍCIOS NO JULGADO. INEXISTÊNCIA.</p><p>HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM VALORES JUSTOS, MEDIANTE</p><p>APRECIAÇÃO EQUITATIVA.ATENDIMENTO AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.</p><p>MERA TENTATIVA DE REAPRECIAÇÃO DA MATÉRIA.IMPOSSIBILIDADE.</p><p>PREQUESTIONAMENTO. Ainda que opostos com a finalidade de</p><p>prequestionamento, os embargos de declaração somente podem ser acolhidos se</p><p>demonstrada a existência de contradição, obscuridade ou omissão na decisão</p><p>recorrida, hipótese que inocorreu no caso em comento, tendo em vista que os</p><p>aclaratórios foram opostos para reapreciação da matéria. EMBARGOS DE</p><p>DECLARAÇÃO REJEITADOS. (TJPR - 15ª C.Cível - EDC - 1741077-2/01 - Curitiba -</p><p>Rel.: Shiroshi Yendo - Unânime - J. 23.05.2018)</p><p>[1][1]</p><p>Dessa forma, não há que se falar em acolhimento destes embargos para fins de</p><p>prequestionamento. Ademais, o Novo Código de Processo Civil, em seu artigo 1.025 determina que o</p><p>prequestionamento ocorre mesmo na hipótese de rejeição dos declaratórios, ao estabelecer que:</p><p>Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para</p><p>fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos</p><p>ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição</p><p>ou obscuridade.</p><p>No mais, como se sabe, a omissão representa a “falta de manifestação expressa</p><p>sobre algum ‘ponto’ (fundamento de fato ou de direito) ventilado na causa e, sobre o qual deveria manifestar-</p><p>.se o juiz ou o tribunal”[2]</p><p>Assim, quanto a eventual vício de omissão, sem razão o embargante. Isso porque,</p><p>restou devidamente analisado e fundamentado no acórdão que a jurisprudência da 15ª Câmara Cível do</p><p>Tribunal de Justiça do Estado do Paraná possui entendimento consolidado de que é possível a mera</p><p>anotação de indisponibilidade, ainda que se trate de bem de família, pela diferença entre os institutos de</p><p>indisponibilidade e impenhorabilidade.</p><p>Não bastasse, quanto a eventual vício de omissão ao argumento de que o acórdão</p><p>não enfrenta os argumentos expendidos em sede recurso quanto ao mencionado entendimento do STJ,</p><p>incorrendo em negativa de prestação jurisdicional, sem razão o embargante. Isso porque muito embora o</p><p>recorrente mencione que houve omissão em razão de não ter sido rechaçada aplicação do entendimento</p><p>exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, olvida-se que, o julgado por ele citado não foi proferido sob a</p><p>sistemática dos recursos repetitivos ou em incidente de assunção de competência, e portanto não possuem</p><p>força vinculante, não estando este Colegiado, vinculado ao entendimento exarado.</p><p>Diante do exposto, o que se verifica é a discordância da parte com a compreensão</p><p>alcançada pelo Colegiado. Ademais, é sabido que o Magistrado não está obrigado a julgar a matéria posta a</p><p>seu exame de acordo com o pleiteado pelas partes, mas, sim, conforme o seu livre convencimento motivado,</p><p>conforme determinação do art. 371 do CPC.</p><p>Na verdade, sob o pretexto de tais vícios, o embargante pretende rediscutir matéria</p><p>de mérito com base na sua interpretação dos argumentos analisados, em evidente inconformismo com o</p><p>resultado desfavorável do julgamento.</p><p>Sob essa perspectiva, é evidente que os fundamentos deduzidos pelo embargante</p><p>não caracterizam a existência de omissão ou contrariedade, porque se referem à ocorrência de error in</p><p>procedendo e/ou error in judicando e não à compreensão do acórdão ou de seus fundamentos.</p><p>Com isso, tem-se que o julgador não está obrigado a se manifestar sobre todos os</p><p>argumentos trazidos pela parte, mas apenas a analisar e decidir as questões propostas na causa de pedir e</p><p>nos pedidos, utilizando-se dos fatos, das provas, dos aspectos pertinentes ao tema e da legislação que</p><p>entender aplicável ao caso concreto, especialmente quando algumas das questões trazidas pela parte</p><p>restarem prejudicadas com o enfrentamento da tese principal.</p><p>Com efeito, referido acórdão foi congruente, claro</p><p>e fundamentado ao concluir, por</p><p>julgamento unânime, pela manutenção da decisão agravada.</p><p>No caso, apesar dos argumentos trazidos pelo embargante, inexiste qualquer vício no</p><p>v. acórdão capaz de ensejar o acolhimento destes declaratórios.</p><p>Isso porque as questões restaram devidamente analisadas e fundamentadas por este</p><p>Colegiado, que entendeu pelo não provimento do recurso, conforme se verifica do acórdão:</p><p>(...) CNIB – Central Nacional de Indisponibilidade de Bens</p><p>Cinge-se à controvérsia recursal acerca da possibilidade, ou não, de manutenção</p><p>da  anotação de indisponibilidade.</p><p>Extrai-se da análise dos autos de origem (NPU 0019588-91.2018.8.16.0017) que em</p><p>29/08/2018 o agravado ajuizou execução de título extrajudicial em face do agravante,</p><p>no valor de R$ 13.903,65, lastreada em Cédula de Crédito Bancário- Empréstimo-</p><p>Cheque Especial/Crédito Especial nº 4666149.</p><p>Na tentativa de recebimento de seu crédito, o exequente requereu a realização de</p><p>diversas diligências para localização de bens do executado, especialmente por meio</p><p>de Bacenjud (mov.50), Renajud (mov.64), Infojud (mov.68) Sisbajud (mov.107).</p><p>Ao mov.188 o exequente/agravado requereu a indisponibilidade de bens via CNIB.</p><p>O pedido foi deferido, sendo que o imóvel de matrícula nº 39.981 do 3º Cartório de</p><p>Registro de Imóveis de Maringá/PR  foi gravado com a indisponibilidade (mov.191).</p><p>Ao mov.198 o executado, ora agravante alegou a impenhorabilidade do imóvel, por se</p><p>tratar de bem de família e requereu o levantamento da indisponibilidade do referido</p><p>bem, via CNIB, em razão de se encontrar alienado fiduciariamente junto à Caixa</p><p>Econômica Federal.</p><p>No mov. 207.1, a agravada respondeu a petição do mov. 455.1, alegando a</p><p>inexistência de penhora em relação ao referido imóvel, constando tão somente sua</p><p>indisponibilidade.</p><p>Sobreveio então, no mov. 217.1, decisão que, manteve a anotação de</p><p>indisponibilidade do bem junto ao CNIB.</p><p>E é em face dessa decisão que se insurge o agravante.</p><p>Pois bem.</p><p>A Central Nacional de Indisponibilidade de Bens (CNIB) foi instituída pelo Provimento</p><p>039/2014-CNJ, com a finalidade de receber e divulgar ordens de indisponibilidade</p><p>que atinjam patrimônio imobiliário indistinto (art. 2º). Não tem por finalidade lançar</p><p>ordens restritivas sobre imóveis específicos e individualizados (art. 2º, § 1º),</p><p>tampouco realizar sobre eles medidas expropriatórias.</p><p>Referido ato não traz restrições quanto às hipóteses em que podem ser determinadas</p><p>anotações de indisponibilidade na CNIB. Pelo contrário, faz referência, em seus</p><p>“considerandos”, aos arts. 796 a 812 do CPC/73, que regulamentavam o poder geral</p><p>de cautela.</p><p>Conforme essa orientação, a ordem de indisponibilidade via CNIB deve observar, por</p><p>analogia, os requisitos firmados pelo Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.377.507</p><p>/SP em recurso repetitivo em matéria de execução fiscal, quais sejam: (a) citação do</p><p>devedor/executado; (b) inexistência de pagamento ou de oferecimento de bens à</p><p>penhora no prazo legal e (c) não forem encontrados bens penhoráveis (1ª Seção, Rel.</p><p>Min. Og Fernandes, j. 26 /11/2014).</p><p>A jurisprudência da 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná</p><p>possui entendimento consolidado de que é possível a mera anotação de</p><p>indisponibilidade, ainda que se trate de bem de família, pela diferença entre os</p><p>institutos de indisponibilidade e impenhorabilidade. A propósito:</p><p>EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DECISÃO QUE ACOLHEU PEDIDO DO</p><p>DEVEDOR E RECONHECEU COMO IMPENHORÁVEL BEM DE FAMÍLIA,</p><p>DETERMINANDO O LEVANTAMENTO DE INDISPONIBILIDADE DO IMÓVEL</p><p>REGISTRADA NA CENTRAL NACIONAL DE INDISPONIBILIDADE DE BENS</p><p>(CNIB). INSURGÊNCIA DOS CREDORES. POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DA</p><p>MEDIDA. OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS TRAÇADOS NO RECURSO</p><p>ESPECIAL 1.377.507/SP. EMBORA RECONHECIDA A IMPENHORABILIDADE DO</p><p>BEM DE FAMÍLIA, A INDISPONIBILIDADE NÃO SE CONFUNDE COM A PENHORA.</p><p>MEDIDA DE CARÁTER COERCITIVO E ACAUTELATÓRIO. DIREITO À MORADIA</p><p>ASSEGURADO. ORIENTAÇÃO DESTA CÂMARA. RECURSO PROVIDO.(TJPR - 15ª</p><p>Câmara Cível - 0112621-16.2023.8.16.0000 - Foz do Iguaçu -  Rel.:</p><p>DESEMBARGADOR LUIZ CEZAR NICOLAU -  J. 23.03.2024)</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.</p><p>DECISÃO QUE INDEFERE O LEVANTAMENTO DA ANOTAÇÃO DE</p><p>INDISPONIBILIDADE DE IMÓVEL DO SISTEMA CNIB. INDISPONIBILIDADE QUE</p><p>NÃO SE CONFUNDE COM IMPENHORABILIDADE. POSSIBILIDADE DE</p><p>ANOTAÇÃO, MESMO QUE EM BEM IMPENHORÁVEL. PRECEDENTES DESTA</p><p>CÂMARA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR - 15ª Câmara Cível -</p><p>0075362-21.2022.8.16.0000 - Londrina -  Rel.: SUBSTITUTO LUCIANO CAMPOS DE</p><p>ALBUQUERQUE -  J. 29.07.2023)</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.</p><p>EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. MANUTENÇÃO DA INDISPONIBILIDADE DE</p><p>BENS VIA CNIB (CADASTRO NACIONAL DE INDISPONIBILIDADE DE BENS).</p><p>INCONFORMISMO DOS EXCIPIENTES. 1. EXCESSO DE PENHORA E REDUÇÃO</p><p>DA INDISPONIBILIDADE A UM ÚNICO BEM. NÃO ACOLHIMENTO. NECESSIDADE</p><p>DE AVALIAÇÃO AINDA NÃO REALIZADA NOS AUTOS (CPC, ARTS. 850 E 874, I).</p><p>AVERBAÇÃO DE PENHORA ORIUNDA DE DECISÃO PROFERIDA EM OUTROS</p><p>AUTOS. DECISÃO MANTIDA. PRECEDENTES. 2. LEVANTAMENTO DA</p><p>INDISPONIBILIDADE. ARGUIÇÃO DE SE TRATAR DE BEM DE FAMÍLIA. TESE</p><p>NÃO ACOLHIDA. INDISPONIBILIDADE E IMPENHORABILIDADE. INSTITUTOS</p><p>DIVERSOS E NÃO INCOMPATÍVEIS ENTRE SI. PRECEDENTES. MANUTENÇÃO.</p><p>1. Não é possível a análise do excesso da penhora ou da indisponibilidade de bens</p><p>se sequer foi realizada a avaliação judicial dos bens (CPC, arts. 850 e 874, I),</p><p>sobretudo quando há penhora oriunda de outro processo judicial. 2. A</p><p>indisponibilidade do bem imóvel não viola ou afeta o direito à moradia; apenas veda a</p><p>alienação e oneração do bem, de modo a evitar a prática de fraude à execução, além</p><p>de estimular a quitação da obrigação. De consequência, a alegação de</p><p>impenhorabilidade por se tratar de imóvel residencial afigura-se irrelevante . 3.</p><p>Recurso conhecido e não provido. (TJPR - 15ª C.Cível - 0008966-62.2022.8.16.0000 -</p><p>Curitiba - Rel.: JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU JOSÉ</p><p>RICARDO ALVAREZ VIANNA - J. 30.04.2022)</p><p>AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.</p><p>CONTRATO DE EMPRÉSTIMO. DECISÃO AGRAVADA QUE INDEFERE PEDIDO</p><p>DE LEVANTAMENTO DE INDISPONIBILIDADE. INDISPONIBILIDADE</p><p>FORMALIZADA POR MEIO DO SISTEMA CNIB. ALEGAÇÃO DE</p><p>IMPENHORABILIDADE POR SE TRATAR DE BEM DE FAMÍLIA.</p><p>INDISPONIBILIDADE QUE NÃO SE CONFUNDE COM EXPROPRIAÇÃO. DIREITO</p><p>DE MORADIA GARANTIDO. PRECEDENTES. DECISÃO MANTIDA. “É possível a</p><p>manutenção de indisponibilidade de imóvel do devedor mediante o uso do sistema</p><p>CNIB (Central Nacional de Indisponibilidade de Bens), ainda que haja alegação de</p><p>bem de família, vez que a medida não implica, necessariamente, na expropriação do</p><p>bem, apenas na impossibilidade de alienação, de modo que resulta garantido o direito</p><p>de moradia” (TJPR - 15ª C.Cível - 0055058-69.2020.8.16.0000 - Londrina - Rel.:</p><p>DESEMBARGADOR LUIZ CARLOS GABARDO - J. 01.02.2021).AGRAVO DE</p><p>INSTRUMENTO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJPR - 15ª C.Cível 0072079-</p><p>24.2021.8.16.0000 - Curitiba - Rel.: DESEMBARGADOR SHIROSHI YENDO - J.</p><p>19.03.2022)</p><p>A medida de indisponibilidade não viola a garantia da impenhorabilidade do bem. Isso</p><p>porque a indisponibilidade não se confunde com a penhora e não constitui medida</p><p>expropriatória. Pelo contrário, enquanto mera medida acautelatória e coercitiva, a</p><p>indisponibilidade visa tão somente evitar a dilapidação patrimonial por parte do</p><p>devedor, impedindo-lhe a alienação do bem durante a tramitação do processo</p><p>executivo.</p><p>Diante disso, é que o fato da indisponibilidade de bens recair sobre possível bem de</p><p>família ou de imóvel alienado fiduciariamente não implica em penhora ou ato</p><p>expropriatório em si, mas sim em medida que estimula o pagamento do débito pela</p><p>parte devedora, não a privando da propriedade, motivo pelo qual é medida adequada</p><p>no presente caso.</p><p>Sendo assim, sem prejuízo de futuras discussões, no Juízo de Primeiro Grau, acerca</p><p>da impenhorabilidade do bem, é possível a manutenção da anotação de</p><p>indisponibilidade.”</p><p>Assim, não configurado nenhum dos vícios autorizadores para oposição dos</p><p>embargos</p><p>de declaração, outra medida não pode ser tomada que não seja a sua rejeição.</p><p>Portanto, não prosperam as teses defendidas pelo embargante.</p><p>De tudo quanto foi exposto, conclui-se que leitura atenta do acórdão nos pontos</p><p>atacados basta para demonstrar a suficiência da fundamentação, bem como a ausência de quaisquer dos</p><p>vícios apontados.</p><p>Ressalte-se que, se o intuito é o de alterar o entendimento adotado pela Corte e/ou</p><p>resultado do julgamento, deve a parte se socorrer dos instrumentos recursais adequados, colocados à sua</p><p>disposição pela legislação processual.</p><p>Sendo assim, não restando configurados nenhum dos vícios autorizadores da</p><p>oposição de embargos de declaração e prequestionada a matéria suscitada pelo simples fato de ter sido</p><p>mencionada no recurso, em observância ao que dispõe o art. 1.025 do CPC/2015, os presentes</p><p>declaratórios devem ser rejeitados, nos termos da fundamentação.</p><p>Diante do exposto, voto no sentido de conhecer e rejeitar os embargos de3.</p><p>declaração, nos termos da fundamentação.</p><p>Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 15ª Câmara Cível do</p><p>TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ, por unanimidade de votos, em julgar EMBARGOS DE</p><p>DECLARAÇÃO NÃO-ACOLHIDOS o recurso de MAURICIO NOGUEIRA STABILE.</p><p>O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargador Luiz Carlos Gabardo,</p><p>sem voto, e dele participaram Desembargador Jucimar Novochadlo (relator), Desembargador Luiz Cezar</p><p>Nicolau e Desembargadora Luciane Bortoleto.</p><p>06 de setembro de 2024</p><p>Desembargador Jucimar Novochadlo</p><p>Juiz (a) relator (a)</p><p>[1]Teixeira Filho, Manoel Antonio. Os embargos de declaração na justiça do trabalho. São Paulo : LTr, p. 28</p><p>[2]Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart.</p>

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